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A Prática do Equilíbrio Maria Salette de Assis Silva
A PRÁTICA DO EQUILÍBRIO
Uma série de temas sobre autoconhecimento que facilitarão a conquista da
paz interior.
APRESENTAÇÃO
A Prática do Equilíbrio é uma série de temas para autoconhecimento, cujo
objetivo é auxiliar no processo de restauração da harmonia e da paz de dentro do
ser humano e, como consequência, contribuir para a paz exterior.
Cada tema dá origem a um Módulo com dez capítulos, em que o leitor poderá
alargar sua percepção sobre o assunto, por meio de informações teóricas, dicas
práticas, testes psicológicos e relaxamentos.
Esta série de autoconhecimento é elaborada pela Dra. Maria Salette de Assis
Silva, psicóloga clínica, idealizadora dos Grupos de Apoio Oficina de Emoções,
escritora de livros de autoajuda, professora de psicologia e fundadora da Associação
e Comunidade de Apoio Casa de Maria Embaixadora da Paz.
Também é possível se aprofundar mais sobre os temas, realizando leituras
complementares nos livros indicados ao longo do curso.
MENSAGEM DA AUTORA
O meu desejo é de que através do autoconhecimento, as pessoas possam
descobrir que aquilo que buscam do lado de fora, pode ser encontrado do lado de
dentro delas mesmas.
A experiência da Paz é possível e se inicia através do despertar interior.
Quanto mais melhoramos a nossa percepção sobre quem somos e o que desejamos
para a nossa vida, mais nos tornamos pessoas felizes, de bem conosco e de bem
com o outro. Entretanto, é importante lembrarmos de que a vida é um processo
contínuo, por meio do qual procuramos ser pessoas melhores.
O QUE VOCÊ DEVE SABER SOBRE A PRÁTICA DO EQUILÍBRIO
1. Esta prática pode ser experimentada por qualquer pessoa, por meio da
consciência, da vontade e da ação;
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2. Seus efeitos podem ser imediatos;
3. Reduz a ansiedade;
4. Melhora sua qualidade de vida;
5. Aumenta o desempenho nas atividades que você desenvolve;
6. Sua percepção sobre os problemas torna-se mais ampla e mais clara.
QUANDO TUDO PARECE PERDIDO É HORA DE UM NOVO COMEÇO
1. O UNIVERSO VIVE EM PERFEITO EQUILÍBRIO
Todas as coisas naturais que existem neste planeta foram criadas para
funcionar em perfeito equilíbrio. Há, intrínseca, em cada “obra da criação” uma
“ordem de comando” que a impulsiona a cumprir perfeitamente a proposta para a
qual foi criada.
Esse equilíbrio não se encontra apenas em cada ser, mas, também, entre
esses seres. Existe uma espécie de comunicação entre eles, em que um interage
com o outro no momento certo e na medida certa.
As estações do ano, o movimento das marés, o dia e a noite são exemplos de
harmonia coletiva, fruto da prática do equilíbrio.
Os planetas do nosso Sistema Solar “dançam” ao redor do Sol em uma
velocidade constante fazendo uma mesma trajetória em seu percurso. O planeta
Terra realiza um perfeito bailado sobre si mesmo e em torno do sol, a ponto de
originar o ano com trezentos e sessenta e cinco dias e seis horas, originando de
quatro em quatro anos um ano bissexto.
A mangueira dá manga. O abacateiro dá abacate e a goiabeira dá goiaba.
Nunca se ouviu dizer que uma goiabeira passou a produzir abacate e o abacateiro a
dar manga. Todas as frutas aparecem no tempo certo, dentro da estação do ano
própria de cada uma.
Todos os rios correm para o mar, mesmo aqueles mais distantes do oceano.
Por sua vez, o mar sofre influência da força gravitacional da Lua e do Sol, que resulta
no movimento das marés. Tudo isso em um perfeito Equilíbrio.
Toda pessoa é capaz de sorrir, de amar, de sentir-se plena, mas para isso é
preciso conhecer quem é e qual é o seu papel nesta grande engrenagem da vida.
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PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Leia cada pergunta abaixo e responda em pensamento ou por escrito. Depois de
cada resposta, reflita sobre o assunto, procure identificar os motivos e a época onde
tudo começou.
Você se sente parte de um todo ou isolado?
Você já descobriu o seu papel no mundo em que vive?
Você se sente conectado ou desconectado com as pessoas ao seu redor?
DICAS PRÁTICAS:
1. Imagine que você possui em seu interior um pensamento do Criador. Procure
escutá-lo.
2. Respire profundamente. Relaxe o corpo, aquiete a mente e fale para si
mesmo:
- “Eu sou um pensamento de Deus”.
- “Ao me criar, Deus me pensou em uma pessoa plena e realizada”.
- “Eu vivo dentro de um universo organizado e possuo plena condição de viver
em harmonia com o meio à minha volta”.
2. O DESEQUILÍBRIO É UMA FORMA DE RECUPERAR O EQUILÍBRIO
Nós somos seres dotados da mais alta tecnologia. Todas as nossas células
possuem inteligência e são capazes de se reprogramarem com o objetivo de
funcionarem em perfeita harmonia. Por isso, podemos concluir que todo tipo de
desordem não combina com nossa natureza. Fomos programados para a paz e para
o bem.
Contudo, há momentos em que nos desestabilizamos emocionalmente ou
fisicamente e, então, ficamos confusos e nos perguntamos por que isso acontece. Se
a harmonia faz parte da nossa essência genuína, então por que será que nos
desestruturamos? Será que perdemos esta capacidade que está intrínseca em nossa
natureza?
Podemos entender esse fenômeno, observando o que acontece nas grandes
construções da engenharia e da arquitetura: você já teve a sensação de estar com o
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carro parado em cima de um viaduto e senti-lo balançar? Já teve a impressão de ver
um edifício alto balançar?
Essas experiências são reais e acontecem para manter essas estruturas
equilibradas, ou seja, para que o viaduto ou o edifício se mantenham “de pé”, eles
oscilam, se desequilibram em certos momentos para se manterem estáveis.
Como essas estruturas de concreto, nós também nos desestabilizamos em
alguns momentos na busca de nossa conservação física e emocional. Ao princípio,
podemos dizer que, em certas ocasiões, isso é bom, útil e necessário.
Entretanto, quando esses desequilíbrios tornam-se constantes e seus
resultados nos levam cada vez mais longe da harmonia e da paz interior, precisamos
estar atentos.
Mas, como saber se o desequilíbrio é saudável ou se já se tornou patológico?
Quando nosso corpo é atacado por bactérias nocivas à nossa saúde, temos
febre, uma defesa natural contra infecção. Depois que a bactéria é controlada,
nossa temperatura volta ao normal.
Algumas vezes, há desentendimentos entre um casal ou entre dois amigos,
para que algumas coisas possam ser melhoradas e a relação mantida. Há coisas em
que as relações efetivas tornam-se mais fortes depois das pessoas passarem juntas
por certos sofrimentos.
Se você está passando por uma situação difícil em qualquer área de sua vida,
pense que é uma oportunidade de você se tornar uma pessoa melhor. Não se
desespere, mantenha a calma, a fé em Deus e procure entender a utilidade dos
fatos em sua vida. Procure enxergar com mais clareza emocional. Limpe sua
percepção das mágoas, inconformismos e culpas e procure ser humilde e
agradecido. Lembre-se de que o terremoto é uma maneira das camadas internas da
Terra se ajustarem. Depois que ele passa, o solo se torna mais firme, mais seguro.
Depois da tempestade, vem a bonança.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Você já observou que depois de certos sofrimentos, você se tornou uma
pessoa mais forte, emocionalmente?
Quais as áreas da sua vida que estão precisando ser equilibradas?
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Analise o que atualmente lhe incomoda e procure entender por que e a partir
de quando isso aconteceu.
DICAS PRÁTICAS:
1. Pense que as mudanças podem ser boas, úteis e necessárias para o seu
progresso e para a sua maturidade.
2. Faça uma leitura emocional sobre certas situações que ainda lhe causam
desconfortos e, ao invés de alimentar sentimentos negativos sobre elas, procure
descobrir no que você precisa mudar.
3. QUANDO TUDO PARECE PERDIDO, É HORA DE UM NOVO COMEÇO
Há fases na vida em que nos encontramos tão sobrecarregados
emocionalmente, que uma única frustração é suficiente para nos sentirmos no
fundo do poço. É a experiência limite, o final da linha. Pensamos que não existe mais
saída e que não há mais nada a fazer. Algumas pessoas interpretam esse momento
como uma desgraça e sentindo-se vencidas pelo desânimo, costumam perder a
esperança. Porém, apesar de todo o sofrimento emocional, esta hora pode ser
aproveitada como uma oportunidade de mudança radical, uma forma de conhecer
novas alternativas, em que é preciso perder para ganhar.
Quando o grande inventor Thomas Edison viu o seu laboratório de dois
milhões de dólares ser consumido por um incêndio, disse para seu filho, sorrindo:
- “Aí estão sendo queimados todos os nossos erros. Agora podemos
recomeçar contando com nossa experiência, por isso este incêndio não deve ser
motivo de tristeza, mas, sim, de alegria”.
É claro que para alguém chegar a interpretar fato tão desastroso como uma
grande graça, é preciso de muita fé e de desprendimento, o que não faltava a esse
grande homem. E assim, ele conseguiu reconstruir seu laboratório ainda melhor do
que o primeiro.
Às vezes o que as pessoas precisam não é tanto de um milagre, mas de
amolecerem os próprios corações. E de que outra maneira amoleceriam seus
corações se não com a experiência do fundo do poço?
Quando tudo parece perdido é hora de recomeçar de uma nova maneira,
usando novos conceitos, novos valores, novas atitudes. Certamente não é fácil o
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início de um novo caminho, mesmo porque em nossa bagagem, ainda trazemos
muitas lembranças passadas, apegos, inconformismos, o que torna difícil o
recomeço. Contudo, é possível transformar um momento ruim, descobrindo uma
utilidade para ele.
Uma doença pode levar-nos a um novo estilo de vida. Um desemprego pode
desenterrar talentos desconhecidos dando novos rumos à nossa vida profissional. A
perda de um ente querido pode nos direcionar para coisas novas, levando-nos a nos
envolver com causas nobres, que poderão beneficiar muitas pessoas. Tudo o que a
princípio parece tão ruim pode ser transformado em algo bom, se procurarmos
aprender a nova lição que a vida deseja nos dar.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Quais as situações em que você se sentiu “no fundo do poço”?
Quais os pensamentos e sentimentos que você ainda nutre sobre esses fatos?
DICAS PRÁTICAS:
1. Recorde as situações em que você se sentiu sem saída. Respire
profundamente e fale para si mesmo: “Passou e eu sobrevivi”.
2. Faça uma nova leitura sobre os fatos que lhe provocaram a sensação de fundo
de poço. Evite nutrir inconformismo, culpa, revolta ou outro sentimento que lhe tira
a paz interior. A exemplo de Thomas Edison, procure praticar a fé e o desapego.
3. Observe o quanto “Deus escreve certo por linhas tortas”. Seja criativo,
procure reconstruir sua vida com aquilo que você tem no momento.
4. É PRECISO SE DEIXAR TRANSFORMAR
A vida é cheia de sonhos e vivemos sonhando em realizar certos desejos.
É natural e saudável pensarmos em nosso futuro. Imaginemos nossa profissão,
conhecer lugares, aprender línguas estrangeiras, casar, fazer isto ou aquilo. A
proporção que o tempo passa, alguns desses desejos são realizados, outros vão
sendo adaptados à nossa realidade e outros ainda são descartados, dando lugar a
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novos sonhos. Esse é o mecanismo natural dos planos que fazemos, não só para nós,
mas, também, para a vida de outras pessoas que amamos.
Entretanto, nem tudo é do jeito que gostaríamos e quando algo acontece
diferente daquilo que imaginamos, nos frustramos e sofremos por isso.
Dependendo do investimento emocional que fazemos, nosso desgaste é maior ou
menor.
Há pessoas que sofrem tanto com certas decepções que chegam a adoecer
psicologicamente e, até mesmo, fisicamente. É nessa hora que percebemos o
quanto é importante a flexibilidade, a adaptação, uma nova visão sobre fatos para a
superação das frustrações e, principalmente, para nos tornarmos pessoas melhores.
Aliás, é para isso que estamos neste mundo: para aprendermos a ser pessoas
melhores e estes momentos difíceis podem ser usados para uma “transformação
interior”, mas é preciso deixar-se transformar.
A Bíblia fala que é pelo fogo que são purificados o ouro, a prata e, também, as
pessoas agradáveis a Deus. Uma lagarta só se transforma em borboleta quando
passa pela metamorfose. Certamente, não é fácil, pois ela precisa aquietar-se e
esperar que todo o material genético, que compõe sua estrutura, se combine de
uma nova maneira. Só então, depois de um certo tempo, ela adquire asas para voar.
Assim também pode acontecer com cada um de nós. Se nos permitirmos
transformar interiormente, podemos deixar de viver rastejando na lama das nossas
frustrações, para voarmos no céu de novos horizontes.
Entretanto, para a transformação interior acontecer, é necessária “permissão”.
Pode parecer um tanto estranho, mas há pessoas que, inconscientemente, se
condenam à infelicidade, por resistirem às mudanças emocionais necessárias para
serem felizes. Aceitar e compreender aquilo que ainda nos perturba, usando uma
nova maneira de pensar, são os dois primeiros passos para assimilar de forma
positiva aquilo que nos tira a paz.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
O que você ainda não aceitou em sua vida?
Você já pensou que aquilo que ainda lhe causa sofrimento emocional pode ser
resolvido usando uma nova maneira de pensar sobre o fato?
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DICAS PRÁTICAS:
1. Observe o que ainda lhe causa desconforto interior e não queira mais esse
sofrimento emocional em sua vida.
2. Analise que muito daquilo que faz você sofrer emocionalmente, ainda lhe
causa danos por você alimentar inconformismos, mágoas e culpas. Procure aceitar o
que não dá para ser mudado.
3. Como a lagarta, permita-se entrar em metamorfose através do
autoconhecimento.
5. TORNAMO-NOS PESSOAS MELHORES DEPOIS DO SOFRIMENTO
Quando o nenê começa a dar os seus primeiros passos, a pele da planta dos
seus pés ainda é fina e sensível. É por isso que, diante de superfícies ásperas, ele
anda mais devagar e com certa dificuldade.
Com o passar do tempo, aquela pele fina se transforma em uma pele mais
resistente, dando-lhe condições de andar melhor em pisos grosseiros.
O atrito da sola do pé com a aspereza do chão foi o que tornou possível a
transformação da pele sensível para uma pele forte.
Assim também acontece no âmbito emocional. Podemos nos tornar pessoas
mais fortes, mais sábias, mais amadurecidas depois de passarmos por dificuldades
que nos geraram sofrimento.
Aquilo que hoje representa problema, pode ser encarado como uma
oportunidade de aprendermos novas lições na escola da vida, a fim de nos
transformar em pessoas melhores amanhã.
A princípio, é natural interpretarmos uma doença, um desemprego, uma
confusão, como um momento ruim, mas são os momentos ruins que nos preparam
para momentos melhores.
A primeira ideia que devemos nutrir diante do sofrimento é a de que “tudo na
vida passa” e aquilo que nos aflige vai passar também. Não sabemos como e nem
quando, entretanto podemos ter a certeza de que, um dia, aquilo não nos afetará
tanto.
Quando mudamos a maneira de interpretarmos os fatos, ou seja, quando
conseguimos pensar de forma diferente sobre aquilo que nos aconteceu, passamos
a perceber certas situações de uma mesma maneira.
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Para que nutrir tanto sofrimento? Que utilidade tem o inconformismo, a
mágoa, a culpa, a revolta em nossa vida a não ser nos fazer sofrer
desnecessariamente? Em certas ocasiões, sofremos mais do que o necessário por
causa de nossa teimosia.
O ser humano possui uma enorme capacidade de sorrir, de sonhar e de se
sentir pleno. Todos os dias recebemos uma nova oportunidade de fazer novas
escolhas.
Há coisas que não podemos mudar porque não dependem de nós, mas
podemos procurar transformá-las em nossas aliadas, adaptando-nos a elas e
procurando entender o lado positivo dessas situações.
A maioria das pessoas não percebe que potencializam o sofrimento
desnecessariamente, pelo simples fato da falta de adaptação a circunstâncias novas.
Não dê valor ao sofrimento e ele perderá o seu poder.
A árvore podada torna-se mais forte do que a não submetida às podas.
Quando as tempestades acontecem, as que foram podadas são mais resistentes e
conseguem sobreviver aos ventos fortes. Assim também somos nós: durante a nossa
passagem por este mundo, recebemos podas que nos tornam mais resistentes aos
“ventos da vida”.
São os problemas, as dificuldades, que nos ensinam o que vale a pena e o que
não vale, onde acertamos e onde erramos. Nossa escala de valores muda depois de
um sofrimento e nos tornamos pessoas mais amadurecidas, mais sábias, por que
não dizer: melhores?
PERGUNTA PARA REFLEXÃO:
Algum sofrimento lhe transformou em uma pessoa melhor?
DICAS PRÁTICAS:
1. Encare o sofrimento não como castigo, mas como um presente.
2. Diante das situações que lhe fazem sofrer, faça duas perguntas:
O que está acontecendo?
O que eu posso aprender com isso?
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6. CONHEÇA SUA BÚSSOLA INTERIOR
Quando os viajantes partem para suas viagens, procuram levar na sua
bagagem um mapa do lugar para onde estão indo. Isso facilitará sua estadia no local
e, principalmente, lhes dará condições de aproveitar melhor aquilo que o lugar
oferece.
Na grande viagem da vida, acontece assim também. Estamos aqui, em um
lugar cheio de coisas boas para serem desfrutadas.
Em nosso planeta há oceanos, rios, lagos, praias, florestas belíssimas à nossa
disposição. Pássaros que cantam, borboletas coloridas, flores perfumadas estão ao
nosso redor. O Criador foi muito generoso ao criar este lugar.
Há quem discorde de mim e pense exatamente o contrário. Há quem diga que
o mundo é ruim e que vai piorar cada vez mais. Eu prefiro pensar que tudo que Deus
fez é bom e tudo é uma questão de ponto de vista, de mapa, de bússola.
Como um turista que chega a um lugar sem mapa e se sente perdido e
impossibilitado de aproveitar os recursos do local, assim também vivem algumas
pessoas perdidas em um mundo tão cheio de possibilidades.
Onde está o seu mapa? Onde está a sua bússola?
Você já observou o quanto o mundo é cheio de recursos para sermos felizes?
O lugar dos nossos sonhos está aí, bem na nossa frente. Cabe a cada um
conhecer bem o mapa para melhor aproveitar esta caminhada da vida aqui neste
planeta.
Uma só vida. Essa é a nossa oportunidade de passarmos por este mundo e
aproveitá-lo da melhor maneira possível. Ninguém pode viver a vida por nós.
Ninguém pode comer, beber, dormir ou respirar por nós a não ser nós mesmos.
Há pessoas que não conseguem ser felizes. Há quem se pergunte como pode
ser feliz neste mundo e eu já pergunto como não se pode ser feliz neste mundo. É
uma questão de ótica, de escolher valorizar mais uma coisa ou outra. Na Bíblia,
podemos ler que Deus colocou diante do homem o bem e o mal, a vida e a morte e
aquilo que ele – ser humano- escolher, isso lhe será dado.
Como o olhar do viajante procura o norte da bússola para se orientar, assim
também precisamos encontrar uma bússola em nossa vida, a fim de
compreendermos onde estamos e que direção devemos seguir.
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Existe, dentro de cada ser humano, uma bússola que aponta a direção da
felicidade. Se aquietarmos a mente, poderemos ouvir a voz do coração nos falando
o que é bom ou ruim, o que nos trará saúde ou doença, o que nos levará à confusão
ou à paz.
Essa bússola interior é a voz do próprio Criador que fala no íntimo de cada
criatura o melhor caminho a seguir, aquele que o levará à experiência da felicidade
ainda aqui neste mundo. O caminho que nos levará a uma nova percepção, que nos
fará valorizar mais o bem do que o mal e nos sentirmos profundamente
privilegiados por viver em um local tão cheio de beleza e de oportunidades de
sermos felizes.
PERGUNTA PARA REFLEXÃO:
Você percebe a direção que sua vida tomou?
DICAS PRÁTICAS:
1. Quando for necessário, dê uma parada, a fim de avaliar o seu estilo de vida e
para onde suas escolhas estão lhe levando.
2. Tenha sempre em mente o que você quer e o que não quer para si mesmo.
3. Deposite o seu olhar naquilo que é bom e que lhe proporciona felicidade.
7. COMECE PELAS COISAS MAIS SIMPLES
Quando descobrimos algo bom, desejamos provar e dar para as pessoas que
amamos.
Se alguém comenta sobre a beleza de um determinado lugar que conheceu
durante uma viagem, imediatamente já despertamos o desejo de conhecer também
esse local.
Criamos expectativas de vivermos momentos prazerosos e desenvolvemos
uma disposição interior para isso acontecer o mais rápido possível. Podemos dizer
que essa dinâmica psíquica é boa, útil e necessária para realizar nossos sonhos.
É ela que nos impulsiona a procurar os meios para atingirmos nossas metas.
Na área de autoconhecimento também acontece assim, ou seja, quando
despertamos para os benefícios de um novo estilo de vida, desejamos mudar o
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quanto antes e é nesse momento que precisamos ter cuidado para não desistir
desse objetivo diante das dificuldades que aparecerão.
Quando eu percebo que uma pessoa experimenta o despertar emocional, fico
muito contente, afinal, esse é o objetivo da minha profissão, que se tornou uma
missão em minha vida. Porém, previno a pessoa de que não será de uma hora para a
outra que ela conseguirá atingir a mudança esperada. É necessário dar um passo de
cada vez. É como subir uma longa escada: se temos pressa e começamos por pular
degraus e dar passos muito largos, é provável que no meio do caminho
precisaremos parar, a fim de recuperar o fôlego para prosseguir e nessa parada,
corremos o risco de nos distrairmos com outras coisas e desistir da nossa meta
maior: chegar ao topo da escada.
Existem mudanças emocionais que só vamos conseguir com o tempo,
devagar, com paciência, determinação e foco.
Comece pelas coisas mais simples, por aquilo que está ao seu alcance. Avalie
dentro da sua rotina o que é possível ser modificado e diga para si mesmo: vou
começar por aqui.
Mesmo as mudanças mais simples podem não ser fáceis, isso porque, com o
tempo, nos tornamos pessoas viciadas em certos comportamentos. Somos
extremamente apegados em certos hábitos e, inconscientemente, não desejamos
sair da nossa zona de conforto. Mudar dá trabalho. Mudanças emocionais requerem
esforço pessoal e nem sempre estamos dispostos a isso. É como querer algo, mas,
ao mesmo tempo, não estar disposto a pagar o preço daquilo que desejamos e que
vai nos fazer bem.
Quando você tiver experimentado um despertar e desejar mudar “de
verdade” avalie esta mudança de forma ampla, muito maior do que você imagina e
considere, também, o preço de tudo isso. O quanto vai lhe custar e quanto você está
disposto a pagar por isso. É preciso consciência, vontade, ação e muita coragem
para ser uma nova pessoa, ter um novo estilo de vida.
Eu posso lhe garantir que quando vislumbramos um belo horizonte, essa
imagem jamais sairá de nossa mente e do nosso coração e enquanto não chegarmos
nele, vivemos neste anseio, saudável, de um dia encontrá-lo.
O equilíbrio emocional nos oferece condições de conhecer esse lugar, que
está dentro de cada um, acessível a todos que despertam para si mesmos e
descobrem que a paz é possível.
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PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Você já desistiu de realizar alguma mudança em seu estilo de vida por julgar
quase impossível?
Atualmente qual o seu investimento pessoal, ou seja, no que você está
empenhado em modificar em sua vida?
DICAS PRÁTICAS:
1. Na sua imaginação, enxergue os benefícios que certas mudanças trarão para
você e o quanto você se sentirá melhor e mais feliz, quando elas se tornarem reais.
Isso lhe dará forças para ser persistente em seus objetivos.
2. Tenha clareza sobre o que é bom e o que é ruim para você e determine para si
mesmo quais as mudanças que você deseja realizar.
3. Tenha sua atenção voltada para seus objetivos. Não se distraia. Seja
persistente. Mesmo que fracasse, imagine que em algum momento você
conseguirá.
8. O MELHOR CAMINHO É O DO MEIO
Há um adágio oriental que diz que o melhor caminho é o do meio. Para
entendermos essa ideia, basta visualizarmos um viajante caminhando por uma
estrada onde no final dela existem três alternativas, ou seja, três caminhos: um para
o extremo leste, outro para o extremo oeste e um terceiro localizado entre esses
dois, que levará o viajante a continuar, praticamente, andando na mesma direção
em que ele já vinha caminhando.
Se ao se deparar diante dessas três alternativas o viajante já tiver claro onde
deseja ir, certamente ele tomará o caminho da esquerda ou da direita sem vacilar.
Entretanto, isso tem uma consequência: se afastar, radicalmente do lugar de onde
veio, perderá o vínculo com suas origens.
Porém, se o viajante escolher o caminho do meio, ele estará mantendo a
ligação com suas origens e ainda aproveitando uma parte dos outros dois caminhos.
Na vida, há situações em que, a princípio, não podemos mudar radicalmente,
por causa do ímpeto que essa mudança causará em nós e nos outros. Por isso, em
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algumas ocasiões, é preciso ter cautela para não ir nem a um extremo, nem ao
outro, até que o tempo se encarregue de sedimentar as percepções e podermos,
com tranquilidade, tomar certas decisões mais radicais.
Em nossa vida cotidiana, para mantermos o equilíbrio em nossos
relacionamentos, na vida profissional, em nossa saúde, é preciso a temperança, isso
é, nem tanto, nem tão pouco.
Quando trabalhamos demais, por exemplo, e chegamos a perder noites de
sono, lazer, companhia da família, encontros significativos com os amigos, estamos
em um comportamento extremo em que nos afastamos de nós mesmos para
investir em algo que logo vai passar e nos deixará vazios.
Não só na vida profissional, mas nas amizades, na vida afetiva, nos cuidados
com a saúde, tudo requer o equilíbrio.
Se nos dedicarmos por demais a alguém, a alguma coisa, cargo, função, seja lá
o que for, faltará parte de nós nas outras áreas de nossa vida. Por isso, é
interessante mantermos a temperatura “morna” diante das mudanças para evitar
grandes impactos. O tempo se encarregará de promover a aceitação e a adaptação
para as temperaturas mais extremas. É preciso paciência, prudência e,
principalmente, clareza do que realmente queremos e o que não queremos para
nós.
Há momentos na vida em que vislumbramos novos horizontes, conhecemos
novos valores, desejamos novos sonhos, isso faz parte da dinâmica da vida, é bom,
útil e necessário, mas precisamos considerar que não estamos sozinhos, que
existem pessoas que precisarão de um tempo para compreenderem e se adaptarem
às novas situações.
PERGUNTA PARA REFLEXÃO:
Nas suas ações, você tem a tendência de ser extremista ou procura o
equilíbrio?
DICAS PRÁTICAS:
1. Evite tomar atitudes radicais de uma hora para outra.
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2. Procure se preparar para as novas mudanças com clareza, determinação e
calma.
3. Viver no limite também é um comportamento extremo. Avalie em que você
está indo além do saudável e procure o meio termo.
9. QUANDO ESTAMOS CHEIOS É PRECISO TRANSBORDAR
Quando regamos uma planta, cuja terra onde encontra-se plantada está
muito seca, toda água que cai ali é absorvida totalmente pelo solo.
Com o passar do tempo, a terra seca se transforma em terra úmida e depois,
caso o terreno continue sendo regado, a terra pode ficar tão encharcada que não
absorve mais a água que vem de fora, pelo contrário, transborda o excesso de água
que está dentro dela. Isso acontece porque a terra encontra-se plena, repleta de
água e ao atingir este ponto, ela precisa transbordar.
Que lindo é esse mecanismo da natureza! Com a Mãe Terra podemos
aprender muitas lições de vida que nos ajudam em nosso equilíbrio emocional.
Primeiro a terra acolhe o que lhe é oferecido como dádiva. Simultaneamente,
ela se deixa transformar em seu interior, passando do estado estéril de seca para o
de fertilidade.
Com o tempo, ela fica com o necessário para as suas necessidades internas e
o resto é devolvido para o seu entorno.
Assim também somos nós, quando acolhemos coisas boas e nos deixamos
transformar por elas. Com o tempo, nos sentimos tão bem, tão contentes, tão
plenos que, naturalmente, transbordamos para o meio em que vivemos. Mas para
isso acontecer é preciso, primeiro, cuidar de nós mesmos, do nosso interior, admitir
nossa secura e esterilidade diante da vida, perceber nosso fechamento, bloqueios e
barreiras em relação às bênçãos que o Criador nos dá todos os dias. A partir dessa
consciência, estamos preparados para o segundo passo: abrir-se para a água capaz
de nos saciar.
O poço somos nós, a agua é a vida que se encontra em nós; é essa energia
Divina que está em nosso interior e que pode ser sentida através da nossa
respiração. Ao percebermos o quanto já possuímos para sermos felizes,
naturalmente irá brotando, de dentro para fora, um sentimento de contentamento
e gratidão e aí passamos a sorrir mesmo sem motivo. Aliás, esse é o nosso mais
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A Prática do Equilíbrio Maria Salette de Assis Silva
genuíno sorriso: aquele que damos pelo “simples fato” de estarmos contentes. É o
momento do transbordar emocional, através da fisionomia, palavras e gestos,
porque passamos para as pessoas com as quais convivemos o que está cheio o
nosso coração.
PERGUNTAS PARA REFLEXÃO:
Você já se sentiu tão contente a ponto de sorrir à toa?
Você já observou do que está cheio o seu interior e como isso está ligado às
suas palavras, fisionomia e gestos?
DICAS PRÁTICAS:
1. Observe o que você está transbordando para o meio em que vive.
2. Procure se encher de coisas positivas: boas leituras, boas conversas, ações
produtivas, etc.
3. Tenha sempre em mente que, primeiro, você precisa estar em paz consigo
mesmo para poder dar paz para as pessoas à sua volta.
10. O EQUILIBRIO GERA A PAZ
O Equilíbrio é a fonte de harmonia e de paz de todo o universo.
Quando algo ameaça o equilíbrio da natureza, acontecem as catástrofes
geográficas e climáticas, que nada mais são do que uma tentativa natural do mundo
retornar ao seu ritmo original, a fim de cumprir a missão para qual o Criador
destinou.
Em nosso DNA existe uma ordem de comando, um pensamento do Divino que
impulsiona todas as nossas células a cumprirem suas funções na mais bela
organização. Nosso corpo, nossa mente e nosso espírito foram programados para
funcionarem em perfeita harmonia. Baseando-nos nessa linha de raciocínio,
podemos concluir que se o equilíbrio faz parte da nossa essência primitiva, toda
forma de desequilíbrio não faz parte de nossa natureza e é por isso que nos
incomoda tanto.
A doença física, os transtornos emocionais, os problemas de relacionamento,
que geram até mesmo as guerras entre as nações, são gritos de socorro de uma
humanidade doente por ter se distanciado da proposta para a qual foi criada.
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O ser humano se realiza muito mais dando do que recebendo, partilhando do
que competindo. Nada nos faz tanto bem como fazer o bem. Quando em nossas
vidas nos tornamos pessoas egoístas, egocêntricas, solitárias, competitivas,
afastamo-nos da nossa essência genuína e nos desequilibramos. O resultado é o
vazio existencial, a angústia, a depressão, o ciúme, a inveja, o desamor, a falta de
paz interior e exterior.
Sempre é possível ser feliz, mas para isso é preciso ampliarmos nossa
percepção sobre o que acontece dentro e fora de nós.
Primeiro, é necessário compreender melhor o que é a vida, valorizando-a
como o bem mais precioso que temos e isso acontece quando realizamos um
processo de autoconhecimento.
A sabedoria foi vista pelo rei Salomão como o maior tesouro deste mundo e
por isso ele pediu a Deus que lhe desse sabedoria para guiar seu povo e governar
sua nação e o seu reinado foi cumulado de glórias.
Jesus disse que a verdade nos libertará. O maior fruto da sabedoria é a paz.
Quem vive com sabedoria sabe calar, sabe esperar, sabe entrar e sair de cena na
hora certa. O sábio consegue conservar a calma, evita julgar as pessoas e reconhece
onde errou; ele não quer ter razão, prefere ser feliz.
Quando não nos sentimos bem, é sinal de que há alguma forma de
desequilíbrio em nossa vida: aí é preciso humildade e sabedoria para descobrir de
onde vem esta falta de paz e no que precisamos mudar.
Viemos ao mundo com a missão de ser feliz e a pior desgraça nesta vida é
desperdiçarmos a oportunidade de nos sentirmos plenos.
Esta é a sua chance de viver neste planeta, não a jogue fora por nada nem por
ninguém. Não vale à pena. Uma só vida. Uma só passagem por aqui. O Criador
espera que você a aproveite em toda sua plenitude.
Os principais ingredientes do equilíbrio são o amor e a sabedoria, com eles
podemos compreender e perdoar a nós mesmos e aos outros, dando-nos condições
para superar aquilo que tira a paz interior.
PERGUNTA PARA REFLEXÃO:
Em que áreas da sua vida você precisa se esforçar mais para manter o
equilíbrio?
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DICAS PRÁTICAS:
1. O equilíbrio é uma prática que se obtém através da: consciência, da vontade e
da ação.
2. Quando você não sentir-se bem, procure com calma e sabedoria
compreender o que está acontecendo e no que você precisa mudar. Pense que nada
é melhor do que ter paz.
3. Procure se conectar com Deus, Ele é a maior fonte de Paz, capaz de acalmar
nossa alma.