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A Evenmag é uma publicação trimestral da J3P Propaganda, em parceria com a Even Construtora, que tem como objetivo prin-cipal levar aos clientes entretenimento, novidades e informação. Sua distribuição é gratuita, direcionada aos clientes Even. A Evenmag não necessariamente concorda com os conceitos e opiniões emitidos nas reportagens ou com qualquer conteúdo publicitário e comercial, que são de responsabilidade exclusiva dos anunciantes. SAC EVEN: Rua James Joule, 92 - São Paulo - SPTel.: (11) 3466-3836 | e-mail: [email protected]
Índice
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Décima EdiçãoTodos os Bolos 88
BrasileirosBrasileiros & Japoneses48
EXPEDIENTE PROJETO GRÁFICO: J3P Propaganda - Tel.: 11 - 2182-9500 / DIRETOR DE PRODUÇÃO: Leandro Pereira e Giuliano Pereira / DIRETOR DE CRIAÇÃO: Fábio Pereira DIRETOR DE ARTE: Cesar Rodrigues / DIRETOR DE CONTA: Alice Bergamin, Giuliano Pereira / EDITORA: Vera Severo / JORNALISTA RESPONSÁVEL: Lígia Prestes, MTB 48470 CONSELHO EDITORIAL: Paulo Otávio G. De Moura e Fanny Terepins / COLABORADORES EVEN: William Rahhal / COLABORADORES: Denise Fernandes, Fábio de Barros, José Sabino, Maria Cristina Keating e Namiko Kitaura / FOTÓGRAFO: Paulo Brenta / CAPA: BROMÉLIA / FOTO CAPA: Paulo Brenta / REVISÃO: Helder Lange Tiso / COMERCIALIZAÇÃO: J3P Propaganda - Tel.: 11 - 2182-9500
40 Novos Rumos
44 Nossa História
66 Novas Parcerias
72 Blog em Revista
Meio AmbienteA complexidade e o exotismo das orquídeas
Bairro em FocoBeleza no Campo
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Estilo EvenPrivilégio e exclusividadeno Sophistic
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Kimi NiiSensibilidade
impressa em barro 20
74 Jeito Even de morar
92 Novos Negócios
104 Obra em Foco
110 Guia Even
Cidade em FocoKoi por Titifreak
CulturaOuro do Brasil
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A equipe da Evenmag quer ouvir você.
Mande suas sugestões, críticas e comentários para nós através do
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Em comemoração ao centenário da imigração japonesa, homenageamos nesta
edição o povo que veio um dia para o Brasil atrás de um suposto tesouro
que “cresceria nas árvores” – o café. Ao contrário do esperado, os imigrantes
encontraram uma vida árdua que demandou muita luta e resignação. No entanto,
graças à disciplina e persistência, muitos prosperaram e por aqui ficaram, com
enorme contribuições para a agricultura brasileira. Uma paixão japonesa, as
orquídeas têm seus segredos desvendados pelo botânico Fábio de Barros e, como
a associação com a agricultura é apenas um detalhe, entrevistamos artistas
cuja sensibilidade transborda nos mais variados materiais, desde a sensualidade
orgânica das peças que Kimi Nii imprime no barro ao desenho dos mangás do
jovem Fábio Yabu, passando pela costura invisível e a presença marcante de Jum
Nakao, tudo bem temperado pela excelente cozinha japonesa do baiano Lika.
Uma das coisas boas na vida é conseguir enxergar, na banalidade do cotidiano,
o palco de uma história que mereça ser contada. Para contar sobre o bairro
mais japonês do Brasil, Paulo Brenta fotografou outra paixão japonesa, uma
impressionante carpa em um belo grafite de Titifreak no bairro da Liberdade. Ao
sabor da integração entre raças e culturas, visitamos ainda o Campo Belo, onde um
ikebana foi montado passo-a-passo pela florista Valéria Dressano, especialmente
para nossos leitores. A Even também aposta no conhecimento como uma das
peças fundamentais para o desenvolvimento da cultura e por isso patrocina o
programa de rádio Letras & Leituras, no qual a jornalista Mona Dorf transmite
informações preciosas sobre literatura.
E como também se saboreia o saber, para festejar nossa décima edição nada
melhor do que saborear e conhecer as origens do pan de ro, um dos mais famosos
bolos do Japão – o nosso velho conhecido pão-de-ló. Itadakimasu*
* Uma frase em japonês que significa “eu recebo humildemente esta comida”. Essa polida expressão agradece a
quem quer que tenha trabalhado na preparação da refeição.
um laço entre
a integração entre dois povos com quase nada em comum.
Brasil e Japão:
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BelezaBeleza
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Quem vem de Moema para o Brooklin vai encontrar, entre
as duas regiões, um bairro muito charmoso, arborizado
e tranqüilo. Nem parece São Paulo. Delimitado por
quatro grandes avenidas – Jornalista Roberto Marinho
(antiga Águas Espraiadas), Washington Luiz, Bandeirantes e
Santo Amaro – possui excelente infra-estrutura e facilidade
de locomoção para chegar a qualquer um dos cantos da
cidade. Cercado por nobres vizinhos como o Brooklin
Paulista e o Novo, o aeroporto de Congonhas, a Vila Helena,
o Jardim Novo Mundo e Moema, o bairro tem sua história
diretamente ligada ao antigo município de Santo Amaro,
que teve seus primeiros registros no século XVI e que foi
anexado à capital paulistana na década de 30.
Uma localização privilegiadaPossui clima mais ameno, devido aos ventos vindos da Serra
do Mar e que sopram na região. O terreno pouco acidentado
e cortado por largas ruas e calçadas arborizadas – que dão
à região um ar de parque – é um convite às caminhadas.
São muitas as espécies de árvores plantadas ao longo das
calçadas, como sibipirunas, ipês, pau-ferros, tipuanas,
figueiras e muitas outras mais. Completamente livre de
indústrias, a região é permeada por três ruas comerciais
no campoBem arborizado e próximo aos principais centros comerciais de São Paulo,
o Campo Belo é um bairro que ainda se recorda de um passado não muito
distante, quando o bonde ainda serpenteava em meio às chácaras. Por Lígia Prestes e Vera Severo | Fotos Paulo Brenta
onde se alojam a maioria dos serviços que abastecem os
moradores: a avenida Dr. Vereador José Diniz e as ruas Dr.
Jesuíno Maciel e Vieira de Moraes. Um simples passeio pelo
bairro já é o suficiente para perceber que o crescimento
imobiliário já chegou e que o metro quadrado é um dos
mais valorizados da cidade. E isso não é por acaso: no
final de 2006, uma pesquisa feita pelo jornal O Estado
de São Paulo, revelou que o Campo Belo foi considerado
pelos entrevistados o melhor bairro para se viver na Zona
Sul de São Paulo e, conseqüentemente, um dos que mais
cresceram. Embora concentre características de um bairro
exclusivamente residencial, o Campo Belo está ladeado
pelos principais eixos empresariais da capital paulista: a
avenida Berrini, a Vila Olímpia, o Itaim Bibi, a Chácara Santo
Antônio e a Marginal Pinheiros. A tudo isso ainda acrescente
a constante reurbanização da Av. Roberto Marinho.
Outra grande qualidade do Campo Belo é a visível reur-
banização que a região vem recebendo. A começar pelas
Pontes Estaiadas, que além de oferecerem opção para o
tráfego são importante marco arquitetônico da cidade,
ditando o padrão de desenvolvimento urbano da região. A
obra, desenvolvida pela Empresa Municipal de Urbanização
(Emurb), tem um desenho exclusivo, com duas pontes
estaiadas em curva que se cruzam em um só mastro – um
desafio de engenharia, arquitetura e urbanismo. Além disso,
a região consta do Plano Diretor da cidade como uma zona
onde prédios de altura superior aos limites permitidos
poderão ser levantados em troca de financiamento de obras
públicas no local. Também está em pauta a desocupação da
favela Jardim Edith, que fica à beira da Luiz Carlos Berrini
e Roberto Marinho.
UMA PAISAGEM BUCÓLICAAs origens do Campo Belo remetem a uma grande proprie-
dade rural, a fazenda “Sítio da Traição”, que ficava em uma
ampla planície compreendida entre o centro da cidade e a
já formada vila de Santo Amaro, onde moravam imigrantes
europeus – principalmente germânicos – desde o século XIX.
Como as terras da fazenda eram pobres para a agricultura,
lá se criavam burros para o transporte de carga nos difíceis
terrenos que ligavam a cidade a Santos. Dois córregos
atravessavam o local, o da Traição, hoje canalizado sob a
Avenida dos Bandeirantes, e o da Água Espraiada. Os terrenos
da fazenda alternavam-se em regiões de várzea com campos
de vegetação rala, povoada por capim – paisagens que foram
descritas como belas pelos viajantes da estrada de ferro São
Paulo-Santo Amaro. Diz a lenda que as exclamações desses
viajantes “que belos campos!” teriam determinado o nome
do bairro. Essas terras pertenceram à família Vieira de Morais,
que foi responsável pelos primeiros loteamentos da região
emprestando seu nome a uma das principais ruas do bairro.
A linha de trem que primeiro atravessou esses campos
ligava a Liberdade a Santo Amaro e foi sucedida em 1913
pelos bondes elétricos que trafegaram pela região até
1968, deixando muitas saudades nos antigos moradores.
Esses meios de transporte, sem dúvida, levaram o progresso
à região, ainda um tímido núcleo residencial na década
de 20 junto à parada de Piraquara, parte integrante do
Brooklin Paulista. Na década seguinte, um novo núcleo
nessas terras foi oficialmente reconhecido como Campo
Belo, bem como o município de Santo Amaro anexado à
cidade de São Paulo. Por causa do período entre-guerras,
as primeiras famílias que ali se estabeleceram eram em
geral estrangeiras, na maioria alemãs, em busca de um
bairro com clima ameno e onde ainda predominavam as
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chácaras para recreio. Na região ao longo da linha do
bonde construíram casas de estilo europeu, onde residiram
as famílias de maior poder aquisitivo.
Um loteamento com propriedades mais modestas começou
após a inauguração do aeroporto de Congonhas em 1936.
Apesar de mais simples, as construções eram sólidas e
dispunham de hortas e quintais com criação de pequenos
animais para sustento das famílias. Era uma vida pacata,
todos se conheciam e se respeitavam. Os últimos vestígios
dessas pequenas chácaras, que marcaram a fisionomia da
região, ainda podiam ser vistos no final dos anos 60, na
Rua Zacarias de Góes.
UM LIVRO SÓ PARA ELEO atraente bairro tem sua história relatada em um livro que
fala exclusivamente sobre ele. O Campo Belo – Monografia
de um Bairro, de autoria de Sérgio e Maria Aparecida Weber,
foi editado pela Estação Liberdade e tem mais de 350
páginas. Ao contrário dos demais livros sobre bairros, além
da história da região, o livro é recheado de sentimentos
colhidos através de inúmeras entrevistas.
O grande progresso da época, a chegada do trem a vapor
em 14 de março de 1886 e detalhes sobre as famílias
tradicionais são alguns capítulos do livro. O Campo Belo,
por exemplo, foi um dos berços do Grupo Vicunha, quando
Sam Rabinovich fundou, em 1948, a Fiação e Tecelagem
Campo Belo, responsável pela introdução no Brasil dos
blends, misturas de fibras naturais, artificiais e sintéticas,
além de contribuir de forma decisiva para inúmeros avanços
na tinturaria de tecidos. Mais tarde, as famílias Rabinovich
e Steinbruch se uniram para formar o que hoje se tornou o
Grupo Vicunha, uma das mais poderosas indústrias têxteis
do País. O livro ainda traz curiosidades variadas como
aquelas sobre mudanças de nomes de ruas, como a atual
Rua Gil Eanes que até 1931 chamava-se Adolf Hitler, quando
o ditador alemão ainda não tinha colocado em prática seus
planos mirabolantes. A Rua Conceição Marcondes Silva se
chamava Conde Zeppelin e a Sampaio de Barros já teve o
nome do importante filósofo alemão Friedrich von Schiller.
QUASE UMA HOLLYWOOD Os Weber, em seu livro, mencionam também que São Paulo
quase foi a capital do cinema nacional, pois o Campo Belo
era para ter sido a Hollywood brasileira. O que hoje é o prédio
moderno do Hipermercado Extra da Avenida Washington
Luís foi um imponente estúdio cinematográfico – a Cia.
Americana – um galpão de filmagem com um pé-direito de
18 metros. A construção, realizada em 1936, pertencia a
um grupo de empresários de São Paulo que tinha a idéia
fixa de transformar a cidade paulista em um pólo do cinema
brasileiro. Graças aos enormes desperdícios de dinheiro, a
aventura milionária acabou rapidamente. Seis anos após
sua criação, a companhia entregou o estúdio e todos os
equipamentos – todos importados da Alemanha e dos EUA
– para a Caixa Econômica Federal para pagar as dívidas
da empresa. Mas, enquanto existiu, produziu centenas de
documentários, curtas e longas-metragens. O primeiro longa
foi A Eterna Esperança, que conta a história de uma jovem
americana que fazia um pouso forçado no agreste do Ceará.
Acredita-se que essa companhia – criada para competir com
os estúdios cinematográficos cariocas Cinédia e Atlântida
– era a Vera Cruz, fundada em São Bernardo do Campo em
1949. Mas a verdade é que a Vera Cruz nasceu após alocar
as dependências da já falida Cia. Americana e só depois se
transferiu para São Bernardo.
HABITANTES ILUSTRESDois imóveis no Campo Belo estão prestes a serem tombados
pelo patrimônio histórico. Os dois pertenceram à Villanova
Artigas, um dos maiores arquitetos brasileiros, cuja obra está
ligada ao movimento arquitetônico conhecido como Escola
paulista. Construídos no mesmo terreno, hoje pertencem
a seus filhos. O mais novo, projetado em 1949, apresenta
nítidas influências do suíço Le Corbusier e foi considerado
pela prefeitura como bem de interesse cultural. A casa
mais antiga abriga atualmente uma simpática floricultura
e, em seu jardim, impera majestosa uma enorme figueira
benjamina, também tombada como exemplar de vegetação
significativa da cidade.
Em 2003, os paulistanos elegeram alguns “patrimônios
afetivos” na cidade e um deles se encontra no bairro. É a
residência da artista plástica Tomie Ohtake, projetada por
seu filho Ruy – uma casa que espelha o conceito japonês
de convivência, nas palavras de sua nora Marcy. Tomie é
uma personalidade no bairro e, nas poucas vezes que sai
à rua, é solicitada a dar autógrafos, como se fosse uma
celebridade da TV. Tomie está no Brasil há mais de setenta
anos, fala português fluentemente, mas guarda um sotaque
nipônico. À Folha de São Paulo, afirmou que “o melhor lugar
do mundo é minha casa. Não tem praia, montanha, nada
que se iguale a ela”.
Figueira benjamina protegida pelo patrimônio como Vegetação Significativa da cidade, no
jardim da antiga casa do arquiteto Villanova Artigas, em processo de tombamento.
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A BOA GASTRONOMIA DO BAIRROCombinando com o clima aconchegante do bairro do
Campo Belo, em uma rua tranqüila e arborizada está o
Florina, um dos melhores e únicos restaurantes dedicado
à gastronomia suíça. Em uma casa térrea e bem intimista,
há mesas em um lindo terraço que faz par com um belo
jardim para as noites quentes. Nos dias frios, a casa ganha
ainda mais charme e aconchego com o calor da lareira
que convida os clientes a experimentar seus deliciosos
fondues, a especialidade da casa. Cozinheira de mão cheia,
Rosalie Häfeli, 71 anos, é chef de cozinha do Florina e
divide o comando da casa com as filhas Cristina e Mônica,
que cuidam pessoalmente da administração e operação do
negócio. Já as receitas tipicamente suíças vão muito além
do salsichão branco e do chucrute, trazendo pratos com
carne de caça e receitas leves à base de peixes. Uma delas
é o Emincé de Veau Zurichois, isca de vitela ao molho
de cogumelos silvestres com batata rösti. Há criações
interessantes como o Kassler à l’Orange, uma influência
alemã recriada por Rosalie, que o tornou leve pelo delicado
molho de laranja. As opções de fondue são muitas, como
o Fondue de Fromage, de queijo Emmental e Gruyère ou o
Fondue Chinoise, de carne cortada em lâminas finas em
bouillon de legumes com molhos variados.
Os bares também são algumas das estrelas do Campo Belo.
Com um sotaque germânico, o Platz, dos mesmos donos do
Florina e do frigorífico Berna, traz entre suas especialidades
pratos que levam salsichões variados, tábuas de frios e
canapés feitos com pasta de queijo, rosbife e blumenauer.
O cardápio ainda tem sanduíches na baguete, massas,
sobremesas e petiscos tradicionais como costelinha de
porco, bolinhos de arroz e de queijo. Para acompanhar,
cervejas alemãs e brasileiras, ou ainda chope e caipiroska
de frutas vermelhas.
Um dos charmes do Platz é a mudança na decoração que
acontece a cada mês, com peças trazidas de viagens
pelos sócios e presentes de clientes, compondo um clima
confortável e pessoal. Outra sugestão nessa área é o bar
Memorial, localizado numa antiga galeria. O bar não fica
restrito ao salão principal e à varanda.
Há também uma ampla área (ao todo são 200 lugares) ao
ar-livre e um salão isolado, onde funciona a Forneria, que
prima pela decoração luxuosa, com estilo lounge. Do forno
à lenha saem petiscos, sanduíches e pizzas. Com dois
endereços no bairro, o Bar do Peixe pode ser considerado
uma versão paulistana dos botequins informais de Santos
ou do Guarujá. Apesar do ambiente de visual modesto,
suas porções de peixes e frutos do mar fazem um tremendo
sucesso. Os peixes são preparados fritos, à moda praiana.
Empanados apenas com farinha de trigo, chegam à mesa
crocantes e sequinhos. Um dos mais antigos do bairro, o
Leporace, é o tradicional bar da esquina que se apóia na
infalível dobradinha cerveja gelada e petiscos assados na
churrasqueira. O ambiente é simples e informal e o cardápio
serve diversos tipos de grelhados, com destaque para o
frango atropelado, assado sem osso.
Duas deliciosas rotisserias disputam a preferência dos
clientes. Uma delas, a Sweet Cake, apresenta um cardápio
variadíssimo, composto por doces e salgados. Bolos, tortas
doces e salgadas, massas, saladas e antepastos dispostos
nas vitrines são, verdadeiramente, um convite irresistível.
Em um pequeno salão lateral, pode-se matar o desejo
instantaneamente, mas a grande pedida é levar os quitutes
para casa. Há quem considere as quiches e as tortas salgadas
as melhores da cidade. O mais difícil é escolher um dos
sabores; dos mais tradicionais aos mais inusitados, como
a de escarola com atum e tomate seco, a de bacalhau ou a
de frango com curry, maçã e uvas passas, entre outras. Para
evitar o impasse, também colocam à disposição tortinhas e
salgados individuais.
A Tatini Rosticceria é uma rotisseria de características
inéditas, pois prepara pratos na hora com massas frescas
de fabricação própria. Além delas, também servem pratos
requintados à base de carnes e aves, com opções de saladas,
quiches e antipastos. É uma casa aconchegante onde se
pode degustar um bom prato em um ambiente simpático e
aconchegante, ou levá-lo para casa. As donas do lugar, as
irmãs Andrea e Paola, são herdeiras da famosa gastronomia
“Mario Tatini” e souberam temperar cada prato com a
dosagem certa de tradição e qualidade.
O café-da-manhã mais badalado do bairro é o da Bagueteria
Toulouse, padaria com uma enorme variedade de pães que
também recebe para o almoço com pratos rápidos e de
qualidade. As mesinhas na calçada, protegidas por toldos,
também são um convite para o chá da tarde. No happy
hour, todos esses clientes se misturam em animadas rodas
de bate-papo. Para finalizar, um dos endereços mais antigos
e conhecidos do Campo Belo, a Confeitaria Cristina, fundada
em 1972 pelo Sr. Hans, um austríaco que conquistou o
diploma de “mestre-confeiteiro” em sua pátria. Fiel ao
receituário austro-húngaro, a casa oferece a tradição da
clássica doceira européia de doces leves, com menor teor de
açúcar, em que sobressalta o fino sabor da matéria-prima,
aliada à moderna “pâtisserie”, em que se valoriza a baixa
caloria e o cuidado com a saúde. Não percam.
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Serviço:Bagueteria Toulouse
Rua Gabrielle D’annunzio, 1241 – Fone: 5531-0572.
Bar do Peixe
Rua Paiaguás, 129 | Fone: 5042-4737
Rua Cristóvão Pereira, 1406 | Fone: 5042-0112.
Bar Memorial
Rua República do Iraque, 1326 | Fones: 5052-7468 e 5542-4667.
Confeitaria Cristina
Rua Vieira de Moraes, 837 | Fones: 5044-5400 e 5561-2354.
Leporace
Rua Édson, 1362 | Fone: 5044-0948.
Florina
Rua Cristóvão Pereira, 1220 | Fone: 5041-5740.
Platz
Rua Cristóvão Pereira, 1252 | Fone: 5531-4036.
Sweet Cake
Rua Barão de Jaceguai, 1209 | Fones: 5533-7873 e 5041-5829.
Tatini Rosticceria – Rua João de Souza Dias, 307 | Fones 5535-0237 e 5535-5039.
Mãos de FadaDizem que as fadas habitam as florestas, mas provavelmente
elas se reúnem durante o dia no Campo Belo. Ou talvez tenham
se mudado para lá. Pode ser que a influência estrangeira no
bairro tenha contribuído. O fato é que o Campo Belo reúne
um impressionante número de estabelecimentos onde todos
os instrumentos necessários para executar os mais diversos
trabalhos manuais podem ser adquiridos. É possível também
aprender nos cursos oferecidos, que vão desde os trabalhos
de agulha até os mais elaborados artesanatos. Entre
laçadas, as alunas – mulheres em sua maioria – passam
horas submersas em bordados, tricôs, crochês e labirintos
de retalhos que, costurados um a um – patchworks –, se
transformam em obras de arte em tecido. Num alegre clima
de camaradagem, colchas, meias, casacos, bolsas, bonecas
e bichos de tecido vão sendo confeccionados pelas fadas em
tranqüilas salas de costura, enquanto a cidade ferve lá fora.
Como trabalhos manuais não são apenas os que utilizam
linhas e agulhas, a Casa do Restaurador oferece cursos
com outras técnicas artísticas, como pintura, desenho e
restauração, além de um vasto repertório para todos os tipos
de artesanato, envolvendo desde maquetes, marchetaria e
arte com reciclagem, até o gerenciamento para transformar
seu hobby em negócio. Essa casa, na verdade, se define
também como um centro cultural, possuindo salas de aula,
cafeteria e uma loja com um fantástico suprimento de
materiais e literatura para os cursos especializados. A sala
dedicada ao scrapbooking (a arte de se customizar álbuns
de fotografias) – uma atividade que atualmente empolga a
juventude e a criançada – é fascinante.
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Reconhecida por sua obra em cerâmica, livre e desprendida de influências fixas, Kimi Nii
é uma das grandes artistas de seu tempo. De forma artesanal e com poucos ajudantes, ela
transmite em suas peças a grande bagagem cultural que adquiriu ao longo do tempo.
Por Lígia Prestes | Fotos Paulo Brenta
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Com tendências construtivistas e orgânicas, a artista plástica japonesa
Kimi Nii se expressa através do barro explorando as potencialidades
da matéria e respeitando seus limites. Descartando técnicas moder-
nas em cerâmica de alta temperatura, desenvolve estruturas habilmente
calculadas que, apesar de baseadas em parâmetros geométricos, deixam
transparecer a sensibilidade delicada da artista.
Kimi, conte um pouco sobre sua origem japonesa.
Meu pai veio para cá e conheceu minha mãe, que era nissei. Casaram-se
e, já com dois filhos, foram morar em Hiroshima, no Japão. Quando minha
mãe ficou grávida de meu irmão foram para uma cidade mais tranqüila,
nas montanhas próximas de Hiroshima. Quando meu irmão tinha apenas
uma semana, minha mãe contou que percebeu aviões norte-americanos
sobrevoando a região e, da janela da casa ao olhar para o horizonte,
avistou um clarão e ouviu um estrondo, seguidos pela visão terrível do
cogumelo gigante de fumaça. Todos nossos parentes da cidade morreram
e nossa casa ficou completamente destruída. Depois de algum tempo,
quando tudo estava mais calmo, meus pais voltaram para Hiroshima e
reconstruíram a casa. E eu já nasci em Hiroshima. Meu pai tinha uma
pequena construtora – ele era arquiteto – mas acabou falindo por causa da
guerra. Então minha mãe, que já queria um motivo para voltar ao Brasil,
acabou convencendo meu pai que aqui seria o melhor lugar para ter novas
oportunidades. Eu tinha nove anos de idade.
E como foi que você se descobriu artista?
Quando cheguei do Japão tive que começar todos os estudos novamente.
Acabei sempre ficando atrasada no colégio. Comecei no primário e fiz a
primeira e segunda séries em apenas um ano. Daí, da terceira série em
diante, já comecei a fazer normalmente até entrar no ginásio, e ao invés
do colegial normal, fiz um curso de dietética, algo parecido com nutrição
hoje. Quando estava no último ano desse colegial técnico, descobri que
aquilo não tinha nada a ver comigo. Foi daí que fui para o outro lado e
fui fazer desenho industrial na FAAP. Eu gosto muito de arquitetura, mas
acho que escolhi o desenho industrial porque era uma profissão que usava
muito da arte e criatividade. Eu queria mesmo era ser artista plástica, mas
tinha medo. Mas eu sabia que eu tinha um dom ligado à arte e que esse
era o meu ponto forte. Eu sabia isso desde criança quando ainda estava
no Japão. Nas escolas japonesas, as aulas de artes são tão importantes no
currículo escolar quanto matemática ou ciências sociais. Sempre me dava
bem em artes, então eu sabia que era boa nisso.
Você tinha um ambiente artístico em casa?
Tinha, pois meu pai e minha irmã também pintavam por prazer, como um hobby.
Eu lembro que meu pai tinha alguns livros sobre arte e que me levava para bienais,
ficava horas parado em frente a quadros, contemplando. Eu não entendia por que
ficava tanto tempo ali, mas acho que isso ficou dentro de mim de alguma forma.
Então foi uma boa influência?
Acho que sim. Na época eu não dava muita importância, mas hoje reconheço que
sim. Meu pai não era um homem das finanças – nunca soube ganhar dinheiro –, mas
era trabalhador. Eu achei muito impressionante minha mãe contar que logo depois da
guerra fizeram uma pesquisa com os japoneses que diziam o seguinte: “O que vocês
acham que devíamos fazer agora que estamos nesse fundo de poço?”. O resultado
da pesquisa foi: “Nós precisamos trabalhar muito”. Aqui no Brasil, provavelmente a
resposta seria que o governo precisa fazer alguma coisa. Essa coisa de participar com
o trabalho é algo do povo japonês.
Como foi que escolheu a cerâmica?
Bom, me formei como designer e no começo trabalhei com programação visual.
A arte que eu admirava e queria seguir era a que continha as idéias da escola
Bauhaus, estava na Finlândia, na Dinamarca. Na minha época esse movimento ainda
era incipiente e, quando chegou aqui, já tinha algum enfeite. Era difícil encontrar
alguma coisa bonita com a qual eu me identificasse. Então eu entrei nessa onda de
estudar a cultura japonesa e fazer tear, cerâmica e pintar. Foi quando a cerâmica
praticamente caiu do céu na minha vida. Eu estava andando na Praça da República
quando encontrei uma barraquinha de cerâmica de alta temperatura de um japonês
e fiquei vidrada, porque naquela época não se via isso por aí. E pensei: “Nossa, eu
quero fazer isso!”. Perguntei para ele quem fazia esse tipo de cerâmica e que pudesse
me dar aula. Ele se ofereceu e na mesma semana eu comecei. Foi uma realização,
um encontro. Paixão à primeira vista. Eu já estava acostumada a criar por causa da
profissão e com a cerâmica foi a mesma coisa, só que em três dimensões.
22
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E a cultura japonesa, quanto dela está presente na
sua obra?
Eu acho a cultura japonesa muito bonita, mas só fui
perceber isso depois de mais crescida. Quando eu cheguei
aqui e meus pais decidiram ficar, pensei: “Bom, como eu
estou aqui, quero me adaptar ao Brasil”. Eu tinha essa
consciência, apesar de ser criança e tudo isso aconteceu
bem naturalmente. Mas foi só depois que eu já tinha
terminado a faculdade que comecei a perceber como a
cultura japonesa é linda. Foi então que comecei a fazer
alguns cursos japoneses, como o da cerimônia do chá. Mas o
que quero mesmo é ir mais profundo no zen budismo porque
essa filosofia influenciou toda a maneira de ser, de viver
e de toda a cultura do Japão. Ela é relacionada à idéia do
essencial, do mínimo e do simples e combina perfeitamente
com a natureza do japonês. Para mim, o raciocínio é mais
lógico e ao mesmo tempo esteticamente lindo. Atualmente
acho que há uma influência japonesa no mundo todo. E para
mim foi muito fácil lidar com a cultura japonesa, porque
de certa forma ela estava em mim. Quando comecei a fazer
cerâmica, pouquíssimas pessoas faziam. E fazia a minha
cerâmica com uma técnica japonesa, mas com influência
do design europeu. No começo eu ficava triste porque as
pessoas me copiavam muito, mas agora penso que, de certa
forma, eu lancei um estilo de fazer cerâmica. Acabamento
sem esmalte do lado de fora era algo que não existia. É até
um pouco pretensioso dizer isso, mas acho que foi mesmo o
que acabou acontecendo.
Como você desenvolve suas peças?
Em geral eu começo desenhando. Depois penso qual será
o processo. Penso as medidas, se eu quero que as peças
se encaixem, imagino o tamanho e desenho tudo como se
eu realmente estivesse projetando um objeto. Enquanto
o torneiro está fazendo a peça, eu vou verificando se
as medidas e as idéias que eu tive são executáveis. Vou
adaptando conforme estou vendo a peça se desenvolver e
acompanho até chegar à forma que eu imaginei. Depois vou
montando a peça e colando, um trabalho muito parecido
com o de estilista. Até tirar a peça do forno, não sei se ela
vai dar certo ou não. Há peças em que se trabalha mais de
um mês e quando se tira do forno está toda craquelada; daí
é trabalho perdido. Também enfrento esse tipo de problema
com a cor. O vermelho, por exemplo, é muito difícil de ser
alcançado e às vezes, quando sai do forno, fica verde. É tudo
feito empiricamente, vou misturando e vendo se saiu muito
fosco ou muito brilhante. Vou adaptando alguns elementos
até chegar naquilo que eu quero. Há químicos especializados
em cerâmica para realizar com precisão a cor. É só aprender,
mas eu tenho um pouco de preguiça (risos).
Seu trabalho é solitário?
Hoje, colabora comigo um rapaz que entrou sem saber
nada e que aprendeu tudo comigo. No começo eu fazia
tudo sozinha: amassava o barro, fazia a peça, dava o
acabamento, colocava no forno, tirava, colocava esmalte,
e não dava conta. Além desse rapaz, e uma menina que é
sua ajudante, também trabalham comigo um torneiro e uma
secretária que ajuda com as vendas. Antes eu nem tinha
uma tabela de preços e quando as pessoas vinham comprar
eu não sabia exatamente o valor e ficava calculando na
hora quanto aquela peça valia. Com tudo isso aumentei um
pouco a minha produção, que ainda é limitada.
E você faz cerâmica utilitária além de decorativa?
Faço, porque eu tenho prazer de desenhar vasos utilitários,
pois é a aplicação do que eu aprendi na faculdade. Dou aula
na FAAP para turmas de desenho industrial de produtos
cerâmicos. E além de ensinar a eles a dar função às peças,
também os incentivo a criar e executar a peça pensando no
processo. Eu queria muito que os alunos soubessem criar,
porque é muito triste o que se passa aqui no Brasil, onde tudo
se copia. É mais uma questão ética. É muito fácil você esperar
alguém que é muito criativo criar algo e depois copiar.
“Eu lembro que meu pai tinha alguns livros
sobre arte e que me levava para bienais,
ficava horas parado em frente a quadros,
contemplando. Eu não entendia por que
ficava tanto tempo ali, mas acho que isso
ficou dentro de mim de alguma forma.”
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Brasileira ou japonesa?
Acho que sou uma japonesa brasileira. Porque eu gosto de
ser mais à vontade. E me sinto mais à vontade com gente
brasileira do que japonesa. Na verdade sou meio escrachada.
Sou mais brasileira do que japonesa. Ao mesmo tempo
admiro o jeito japonês nas pessoas: educadas, recatadas.
Estou indo para o Japão agora e tenho medo de que as
pessoas lá me interpretem mal, porque eu não sei mais dos
protocolos do país. Espero que eu me comporte por lá.
É possível notar que as suas obras têm algumas
características, variando desde as formas geométricas
até as mais orgânicas. Você acha que isso é seu lado
brasileiro?
Acho que tudo influencia. Porque tudo que fazemos na
arte, pelo menos no meu caso, não tem nada de racional.
Quando vou construir uma peça não penso: “agora vou ser
racional, agora vou ser orgânica”. Eu faço o que quero, o que
estou sentindo naquela hora. Claro que já fiquei durante um
tempo com uma tendência, como a geometria. Eu pensava
na racionalidade das plantas. Observava o quanto elas
são geométricas, racionais e perfeitas. Então resolvi que
queria construir isso, interpretar a construção da natureza.
Observei que as folhas vão crescendo de um lado e depois
para o outro, criando uma progressão geométrica. Fiquei
maravilhada com isso. Mas atualmente estou talhando umas
coisas um pouco diferentes.
Você voltaria a morar no Japão?
Pois é, sabe que eu não tenho nenhuma vontade de morar
lá? A melhor coisa que existe, em minha opinião, é morar
no Brasil e ter dinheiro para ir para onde quiser. Assim você,
depois de uma longa viagem, chega a essa terra. O Brasil
tem um calor humano que eu gosto muito e me identifico.
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ouro doBrasil
O Museu do Café do Brasil, em Santos,
recupera a história do produto – que tornou
São Paulo um dos estados mais ricos do País – e
neste ano homenageia os imigrantes japoneses
que vieram em busca do “ouro do Brasil”.
Por Lígia Prestes | Fotos Paulo Brenta
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Os negociantes que chegavam ao porto de Santos a
partir de 7 de setembro de 1922 podiam avistar, ainda
do mar, a soberania cafeeira paulista. O edifício da
Bolsa Oficial do Café foi instituído oficialmente em 1914 e
tinha o pleno objetivo de homenagear a cidade, pois era a
maior praça de café do mundo. “Para a época, um edifício
de quatro andares, com cinco elevadores e com todo este
requinte, era só para mostrar o quanto São Paulo era rica”,
analisa Marjorie Medeiros, diretora do Museu. Todo esse
aparato confirmou a supremacia da Bolsa Oficial de Café,
pois a maioria dos países só confiava e aceitava comprar o
café que fosse negociado e chancelado por ela.
Considerado um dos mais belos edifícios de Santos, é
resultado de um projeto francês, inspirado no renascimento
italiano, e que venceu o Salão de Arquitetura de Paris.
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cultu
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A execução das obras começou em 1920 e a sua inauguração
– ainda incompleto por falta de verbas – aconteceu em
1922 como parte das comemorações do centenário da
Independência. “Além da Bolsa Oficial do Café, a abertura
da nova exposição do Museu Nacional (hoje Museu do
Ipiranga), a Casa da Maioridade na Serra Velha e a Praça Rui
Barbosa e da Independência – ambas em Santos – fizeram
parte da comemoração do centenário”, conta a diretora.
A construção monumental é em estilo neoclássico, com três
fachadas independentes, cada qual voltada para uma rua.
Com mais de duzentas portas e janelas, em cerca de seis mil
metros de área construída, a obra é marcada pela diversidade
de origem do material de construção, com cimento e ferros
da Inglaterra, telhas e pisos da França, mármores da Itália,
Espanha e Grécia e ladrilhos da Alemanha. O interior do
prédio também é luxuoso e requintado, da mesma forma
executado com materiais estrangeiros. “Podemos dizer que
esse prédio foi construído praticamente com o dinheiro do
café”, afirma Majorie. A mesma riqueza que proporcionou
grandes mudanças urbanas e arquitetônicas na cidade de
São Paulo. Ainda hoje, os visitantes se surpreendem com o
requinte e a qualidade dos materiais empregados, sobretudo
no grande salão onde no passado funcionou o Pregão. Nesse
salão, Benedito Calixto criou, no teto, um impressionante
vitral – A visão de Anhangüera. Três imensos painéis, do
mesmo pintor, enfeitam a parede do fundo: o maior, central,
tem 153 figuras, representando, de forma onírica, a Elevação
de Santos a Vila, com a parte real nítida e o sonho do
progresso futuro, esfumaçado.
De acordo com a historiadora Ana Lanna, além de difundir a
riqueza do café, a obra também foi realizada com a intenção
de atrair capital e trabalhadores para São Paulo. “Fica
patente nas suas intenções o projeto de cidade e de nação
que a elite cafeeira formulara 80 anos antes da edificação
desse monumento: a construção de uma nação e seu povo
com suporte no capital internacional e nos trabalhadores
brancos europeus, que aqui viriam para com suas noções de
progresso e civilidade formar o povo brasileiro, amortecendo
os efeitos de 400 anos de escravidão”.
A Bolsa Oficial de Café e Mercadorias teve seu auge entre
1917 1929 e, quando sofreu os efeitos da crise econômica
mundial iniciada com a quebra da Bolsa de Nova Iorque,
que levou à queda gradual de suas atividades. O último
pregão aconteceu na década de 1950, quando os negócios
do café foram transferidos para a capital paulista. O prédio
foi tombado pelo Patrimônio Histórico em 1981 e, até 1986,
quando a Bolsa foi desativada, funcionou para a divulgação
da cotação do café no mercado internacional.
Depois de dez anos fechado, foi restaurado em 1998 e
concedido à Associação dos Amigos dos Cafés do Brasil a
permissão de uso, com o propósito bem definido de ser
instituído o Museu do Café, para guardar e comunicar a
memória de um dos principais produtos nacionais. “Mário
Covas cedeu o prédio – que ainda é do estado – para abrigar
o museu. Ele achava um absurdo uma cidade que tinha se
desenvolvido graças ao café não ter um museu para tal”,
conta a diretora.
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O projeto museológico tem como objetivo apresentar aos
visitantes a memória do comércio de café. A primeira
iniciativa implementada foi a Cafeteria, que se tornou a
principal atração turística do centro histórico santista. “De
1998 até 2005, a única parte a que os visitantes tinham
acesso era a sala do Pregão, pois estávamos em processo
de adaptação e captação de acervo”, conta Marjorie.
Recentemente, retomaram-se as exposições permanentes e
temporárias, a mostra do acervo – ainda em captação –, o
Centro de Preparação de Café e ainda uma sala de vídeo,
onde os visitantes assistem a filmes sobre café.
A mostra permanente conta com três módulos, relacionando
o café com o trabalho, com as rotas e com o porto de
Santos. “Na exposição sobre as novas rotas, retratamos o
aparecimento das ferrovias, pois foi graças ao café que elas
surgiram. Na de Santos e o porto, fazemos uma homenagem
ao trabalhador portuário, que ganhava por saco carregado.
Temos uma réplica de um escritório de café e fotos mostrando
o quanto essa região era deteriorada”, explica Marjorie.
Homenagem aos japonesesComo não poderia ser diferente, o museu homenageia os cem
anos da imigração japonesa ao Brasil com duas mostras. A
primeira, chamada O Café e a Imigração Japonesa no Brasil,
ficou exposta até meados de maio e tratava da trajetória
dos primeiros japoneses que chegaram ao Brasil em 1908
a bordo do navio Kasato Maru, para trabalhar na lavoura
de café. “Nessa exposição, através de fotos, mostramos
a tradição japonesa bem como a viagem e a chegada dos
imigrantes”, explica Marjorie. “Também relatamos a total
falta de conhecimento dos japoneses sobre o café.
A idéia inicial (do acordo Brasil-Japão) era a de trazer
agricultores, mas por causa da guerra veio gente de todos
os ofícios”, conta a diretora. O tratado do Brasil para
receber os japoneses não se limitava apenas à mão-de-obra.
Segundo Marjorie, quando o navio Kasato Maru retornou
ao Japão, estava carregado de sacas de café. “A produção
cafeeira tinha o claro objetivo de expandir seu comércio
e ampliar novos horizontes, pois São Paulo precisava
escoar essa mercadoria”, completa. Também mostrou como
o Japão, tradicionalmente identificado pelo consumo de
chá, foi mudando seus hábitos para o café, chegando a
ser hoje o quarto maior país consumidor no mundo. “Além
de exigente consumidor, o mercado japonês vem inovando
e desenvolvendo novos modos de beber e de vender o
produto, sendo o precursor da exploração de nichos de cafés
diferenciados oferecidos ao consumidor e na montagem de
cafeterias”, explica a diretora.
A próxima mostra, que acontece no começo de junho, é uma
continuação da primeira e tem como objetivo mostrar as
fazendas de café para onde os japoneses foram, a adaptação
sócio-cultural e a contribuição do japonês à agricultura
brasileira. “Nessa exposição vamos mostrar os diferentes
tipos de fertilizantes que os japoneses usaram e até
conseguimos uma réplica de uma colheitadeira de café – a
primeira não-manual da lavoura cafeeira”, adianta Marjorie.
Serviço:Museu dos Cafés do Brasil
Rua XV de Novembro, 95 – Centro – Santos
Tel.: (13) 3219-5585
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cultu
ra
aromas e saBores.café: um mundo de
O piloto Charles Lindbergh, após cruzar o Atlântico a
bordo do seu pequeno monomotor, Spirit of Saint
Louis, e pousar em Paris, foi indagado sobre o que
desejava beber. Depois de um extenuante vôo de 33 horas
e meia, a resposta – surpreendente na terra dos famosos
vinhos e do champagne – foi: “café quente, por favor!”.
De fato, saborear um bom café é uma experiência sensorial
absolutamente reconfortante. Por vezes, marcante e
nostálgica. Entre as memórias mais notáveis de minha
infância, está a farta cozinha da casa de minha avó, no
interior paulista. Em meio ao fascínio do fogão à lenha e de
iguarias como deliciosos biscoitos de polvilho, bolinhos de
chuva e bolo de fubá, havia o infalível cafezinho da tarde. O
penetrante aroma exalado na preparação da bebida – feita
no típico coador de pano – envolvia todo o ambiente. Bons
tempos em que as crianças de minha geração aprendiam
a apreciar café bebericando em pires, “para esfriar mais
rápido”. Claro, uma heresia em termos de degustação, mas
com enorme valor para nos iniciar ao sabor de uma das
bebidas mais admiradas em todo o planeta.
De fato, mais popular que a nicotina e o álcool, a cafeína –
substância psicoativa do café – é a única droga que adultos
dão regularmente às crianças. A ciência mostra que, longe
de ser um vício, em doses moderadas de até quatro xícaras
por dia, o café é muito saudável. O bom costume parece
que antecede ao nascimento dos bebês: dados científicos
demonstram que a maioria dos bebês do mundo nasce com
vestígios de cafeína – que vence a barreira placentária –
ingerida pela mãe em um singelo café expresso.
Em minha cidade natal, Altinópolis, uma pequena e
venturosa cidade do interior paulista, na Alta Mogiana, a
economia ainda é profundamente influenciada pelo cultivo
de café de elevada qualidade. Parte expressiva da produção
é diretamente exportada para os EUA e Europa, após passar
por rígido controle de qualidade, analisada em laboratórios
e auditada por organismos certificadores. De fato, a alta
qualidade, consistência dos blends, competência no
fornecimento e preocupação permanentes com o cliente são
aptidões que a indústria cafeeira do Brasil oferece aos seus
consumidores em todo o mundo. A rigor, o café do Brasil
é de altíssima qualidade, mas ainda precisa fortalecer sua
imagem internacional, notadamente se comparado a outros
países que trabalham de modo mais vigoroso o marketing
do produto.
Originário do norte da África, o café tem o duplo poder de
combater a fadiga física e aumentar o estado de alerta.
De certo modo, a cafeína deu grande impulso ao mundo
moderno. Turbinados por cafeína, operários das fábricas da
revolução industrial não adormeciam sobre as máquinas.
Com as atividades tresloucadas do mundo moderno, cada
vez mais fazemos uso do café como hábito.
Mais do que modismo, hoje há no Brasil e no mundo o
crescimento de um vigoroso mercado de apreciadores de café de
alta qualidade. Redes de cafeterias se alastram por diferentes
países e a redução de preços de equipamentos domésticos
possibilita torrar, moer e preparar um excelente café expresso
em casa. E claro, cafés premium são comercializados em bons
supermercados e a cada dia conquistam novos consumidores.
Por José Sabino
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K
cultural, em parte devemos isso ao cultivo do café e à
cultura do cafezinho com um bom papo. Sem dúvida, um
agradável convite para a harmoniosa e tolerante convivência
no mundo atual.
CAFÉ EXPRESSO - DICAS DE PREPAROExpresso é um café peculiar, preparado sob pressão, em doses
individuais para ser saboreado no momento da extração. É
a maneira de beber café que revela a combinação dos mais
intensos aromas e sabores.
Para prepará-lo, é melhor utilizar grãos frescos, de alta
qualidade (café premium), com aroma e sabor intensos,
moídos adequadamente e comprimidos de forma correta,
em que a água passa sob pressão.
As máquinas devem permitir a operação com pressão de
15 bares e temperatura entre 90 e 92º C, num tempo que
varia de 25 a 30 segundos. Estas são condições ideais para
a obtenção de um café expresso excelente.
O café expresso é concentrado – 7 gramas de pó para até 50
ml de água – de aroma e sabor intensos com um bom corpo
e persistência no paladar, coberto por um denso creme cor
de avelã (cor caramelo) em toda superfície da xícara.
O café expresso deve ser preparado de preferência com grãos
recém torrados. De forma ideal, o café deve ser moído um
pouco antes da preparação.
A torra do expresso é mais clara (média para clara). Assim,
os óleos aromáticos são preservados. Grãos muito torrados
tornam-se oleosos, perdendo aroma e sabor e deixando o
expresso mais amargo.
Coffea arabica é a designação da espécie que é mais rica
em sabor e que domina os cafezais mais nobres do Brasil,
localizados sobretudo ao norte de São Paulo e ao sul de
Minas Gerais. Cafés dessas regiões são de gosto suave,
aromático e achocolatado. A procedência da plantação é
determinante para a qualidade do café, pois ela indicará
a fazenda, o clima, o solo e a região da qual se originou.
Assim, é admissível que, de modo similar aos vinhos, hoje é
possível determinar boas regiões de produção cafeeira.
A ocupação do interior paulista por seus desbravadores
transformou profundamente o Cerrado e a Mata Atlântica do
Planalto. Parte marcante da história do estado foi desenhada
pelos Barões do Café, que ergueram verdadeiros impérios
baseados na lavoura de imensos cafezais, plantados nas
áreas antes ocupadas pela vegetação natural. Suntuosas
fazendas se estabeleceram no período áureo do café, no final
do século XIX e início do século XX, em um vasto corredor
formado pelas cidades de Ribeirão Preto e Campinas. A terra
roxa do interior paulista possibilitaria uma produtividade
muito maior que aquela encontrada no Vale do Paraíba. Todo
um grupo de fazendeiros fez fortuna com o café. Formava-
se aí o embrião da elite paulista. Ricos e influentes, esses
fazendeiros delinearam a economia e a política daquela
época no País. Capitalizada pela florescente cultura do
café, a aristocracia paulista investiria em ferrovias para
escoar a produção: após a pioneira estrada de ferro Santos-
Jundiaí, surgiria a Mogiana, a Paulista e, posteriormente, a
Araraquarense.
A propaganda da vicejante cultura atrairia os imigrantes
europeus. Entre as décadas de 1870 e 1920, os trens desciam
para o porto de Santos com café e subiam a Serra do Mar
com imigrantes. Em um primeiro momento, em substituição
à mão-de-obra escrava, vieram europeus, sobretudo os
italianos. No início do século XX vieram também os japoneses
para trabalhar nas lavouras de café, que se expandiam para
o oeste do estado.
Tal qual a revolução industrial da Inglaterra, é possível dizer
que – de certo modo – o café influenciou profundamente a
cultura do Brasil. Se somos o que somos, um país composto
de diferentes partes do mundo, uma genuína amálgama
“De certo modo, a cafeína deu grande impulso
ao mundo moderno. Turbinados por cafeína,
operários das fábricas da revolução industrial
não adormeciam sobre as máquinas.”
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A primeira providência para o expresso perfeito é encontrar
a moagem ideal do pó. A moagem aconselhada é a média.
Se ela for muito grossa, a água passa mais rápido pelo filtro
e a bebida fica fraca, sem a formação do creme. Se for muito
fina, a água demora mais a sair, deixando a bebida amarga
e manchas brancas no creme. Além disso, o pó deve ser
comprimido adequadamente (tamping).
O CREME DO CAFÉA espessa e rica camada de creme serve para manutenção
da temperatura e preservação do aroma do expresso antes
de ser consumido. Nestas condições, o expresso retém uma
porção de açúcar durante alguns segundos.
O creme permanece na xícara por um longo período. Ele
marca e adere à parede da xícara. O creme espesso e
duradouro é o sinal mais importante de que o expresso foi
bem tirado. O preparador deve estar sempre atento. Se o
creme não se formou é porque a moagem está grossa, o
tempo de extração foi curto e o café não foi bem tirado
(ficará muito fraco).
Se bem tirado, o expresso tem creme espesso, com cor
homogênea e retém uma porção de açúcar (teste do açúcar)
durante alguns segundos.
O CAFÉ EXPRESSO EM NÚMEROS 50 ml de água (expresso normal) ou 30 ml de água (curto);
7 gramas de café; entre 90 e 92º de temperatura para a
água; 15 bares de pressão para a máquina do café expresso;
30 segundos de tempo para infusão da bebida.
Para ir mais fundo no mundo dos cafés:www.abic.com.br
www.cafeterrabrasil.com.br
www.cafeeirasantacruz.com.br
LivroPaschoal, Luís Norberto, 2006. Aroma de Café: Guia Prático para Apreciadores
de Café. Fundação Educar D. Paschoal. Campinas. 160 p.
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composições em florArranjos florais orquestrados por floristas são como obras de arte:
criativas e sensoriais.
Por Lígia Prestes | Fotos Paulo Brenta
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novo
rum
os
Transformar uma das maiores belezas da natureza – as
flores – em obras de arte ainda mais belas do que em
suas condições naturais. Exteriorizar a sensibilidade
do artista para fazer par com a decoração do ambiente e
atrair olhares admiradores. O trabalho de um florista é mais
complexo do que se pensa e envolve mais do que apenas
a capacidade da pessoa em criar e ornar flores e vasos.
Além disso, começa e termina em suas mãos. “O trabalho
de uma florista não é só o de arrumar flores, literalmente.
Eu faço todo o processo, desde o contato com o cliente e a
análise do ambiente onde será colocado o arranjo até sua
confecção, incluindo a compra das flores e dos recipientes.
No caso de empresas, por exemplo, tenho que conhecer
o tipo de ambiente, qual espaço terei para trabalhar, etc.
Além de tudo, também é preciso conhecer a natureza, pois
só assim se terá uma afinidade com o material”, explica
Valéria Dressano, uma geógrafa de formação que enveredou
para a carreira de florista. “Trabalhei com geografia durante
muitos anos. Como desde muito nova gostava de flores, fui
fazer um curso de ikebana; mas jamais imaginei que um dia
eu poderia trabalhar com isso. Era simplesmente um hobby;
eu gostava de flor e queria aprender uma técnica para fazer
os meus arranjos. Então comecei a presentear os amigos, os
amigos começaram a pedir para presentear outros amigos e
a coisa foi indo. Quando vi, tive que fazer uma opção por
esse trabalho”, relembra.
O trabalho com flores requer também um senso estético bem
apurado. “É necessário ter inicialmente um olhar estético
que depois vai sendo apurado ao longo do tempo. Quanto
mais você mexe com as flores, mais descobre os diferentes
padrões de textura, de cor e de forma. É um universo muito
rico. Quanto mais conhecimento, mais apurado é seu senso de
estética”, conta. Mas, mesmo assim, isso não é o suficiente.
Valéria alerta que outras sensibilidades são obrigatórias
para o trabalho de um florista. “Também é preciso ter uma
visão espacial para saber se o local em que o arranjo vai
ser colocado vai comportá-lo de forma harmônica. O vaso
também desempenha esse papel. Antes de montar o arranjo,
é preciso tê-lo definido na cabeça para ver se combina com
o vaso escolhido. Tudo isso tem que estar em harmonia,
com proporção”, complementa Valéria. “As flores têm que
estar presente, mas não podem atrapalhar. Elas têm que
compor o ambiente”, completa.
Apesar de todos esses atributos, Valéria acredita que a
profissão de florista vai além de cursos ou aprendizados
em salas de aula. “Tem gente que é florista e nunca fez
curso. Tem o dom, gosta do material com que trabalha,
tem bom gosto. Esse é um tipo de profissão que permite
vários tipos de atuação. Não é como um engenheiro que
tem que fazer cálculos precisos. É uma profissão criativa.
Se a pessoa tem bom gosto, aproximação com a estética
e a espacialidade, ela pode ser florista sim. Sem cursos”,
acredita a profissional.
Variados também são os campos nos quais um florista pode
desempenhar seu trabalho. Além de empresas e eventos,
o profissional também pode ser um consultor semanal de
arranjos residenciais, fazendo também um trabalho de
manutenção. “Outro ramo do florista é o que chamamos de
manutenção de flores, tanto em casas como em empresas.
Vamos todas as semanas e fazemos a troca das flores. Na
maioria das vezes trocamos o vaso também, pois não dá
para dissociar as flores de onde elas vão ser colocadas. O
arranjo como um todo é a associação dos vasos com as
flores. E trocamos tudo para o cliente ter uma sensação de
que aquela semana é diferente da anterior. Quem quer algo
quinzenal, é melhor trabalhar com plantas que estejam na
terra, pois a oscilação da temperatura durante a semana
pode ser vital para a flor”, explica Valéria.
Para ela a inspiração não é algo que deve ser procurada,
mas sim um sentimento nato. “Eu não sei de onde vem essa
inspiração, apenas sei que ela vem. Muitas vezes, quando
tenho que fazer um arranjo pressionada pelo tempo, percebo
que minha criatividade floresce mais. É aí que brota a minha
inspiração. Também quando não tenho material suficiente
para algum arranjo, vem a criatividade”, salienta. “Você tem
que estar presente no arranjo, pois ele é a manifestação
externa de algum sentimento seu”.
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As diferentes técnicasApesar de ser uma arte bastante livre, a construção de
arranjos florais pode ser feita a partir de técnicas. Uma
delas, a arte ikebana, foi a fonte do início de Valéria que,
ao longo do tempo, foi agregando diversas outras formas de
executar seu trabalho. “Trago para as minhas criações um
pouco das técnicas da ikebana, principalmente com arranjos
simples e não muito cheios. Há técnicas em que entra a
questão da proporção, principalmente na ikebana, onde se
trabalha muito com simetria para dar beleza e destaque a
cada um dos elementos. Dentro da ikebana há vários estilos.
Eu não sigo uma técnica específica, sou influenciada por
diversas formas”, afirma Valéria.
O termo ikebana começou a ser utilizado no século XVII e
chegou no Japão vindo da Índia e China. Com a difusão do
Chadô (Cerimônia do Chá), foi criado um estilo de arranjo
próprio para os ambientes em que a cerimônia era realizada.
Esse estilo passou a ser conhecido simplesmente por hana,
que significa flor. A partir do século XVIII foram dados nomes
específicos para cada estilo de arranjo e o nome ikebana
se tornou o mais comum. O estilo de vida japonês sempre
esteve intimamente ligado à natureza e isso, com certeza,
contribuiu para um rápido desenvolvimento da ikebana. As
primeiras manifestações de arranjos de flores eram bem
livres e naturais, sem qualquer regra definida. “Os japoneses
acreditavam que para se invocar os deuses era necessário
determinar um local para recebê-los, e este era indicado
por uma flor ou uma árvore disposta, preferencialmente,
de forma perpendicular à sua base. Segundo a crença, os
deuses se guiavam por esses símbolos e ali se instalavam”,
explica Valéria, que afirma que aprender a fazer ikebana é
mais do que aprender a fazer um arranjo floral, pois esta
é também aliada a um conceito filosófico e religioso.
“Você não aprende só a fazer arranjos. Há um conceito de
natureza. Ikebana significa dar vida às flores. Nós achamos
que vamos tirar a flor de uma planta e matá-la, mas na
verdade vamos trazê-la para dentro de nosso ambiente e,
talvez, fazer com que dure mais do que se estivesse em um
jardim”, acrescenta.
Serviço:Dressano Flores
R. João Álvares Soares, 1104 • Campo Belo
Tel.: (11) 3476-4929 | 5542-2677 • site: www.valeriadressano.com.br
a Vinda ao
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Com a abolição da escravidão em 1888, em pleno
surto da produção cafeeira em São Paulo, as lavouras
paulistas tiveram um grave problema para resolver: a
falta de mão-de-obra. Em um país como o Brasil, que na
época apresentava uma verdadeira escassez de trabalhadores
braçais, o fim da escravidão de fato foi o motivo que
faria muitos fazendeiros perderem o sono. A partir de
então, muitas soluções começaram a ser idealizadas e
a contratação de trabalhadores estrangeiros tornou-se
uma proposta bastante razoável. Muitas investidas foram
feitas neste sentido, ora pelos próprios cafeicultores, que
precisavam suprir a escassez de mão-de-obra, ora pelo
governo, que não poderia se dar ao luxo de deixar seu
principal produto de exportação, o café, ser prejudicado
por falta de trabalhadores. Tamanha foi a procura pela
contratação de imigrantes que, entre 1890 e 1937, entraram
em terras tupiniquins mais de 3.722.000 imigrantes, sendo
a grande maioria deslocada para São Paulo, principal região
da lavoura cafeeira.
OS IMIGRANTES JAPONESESPara o Japão, a emigração era uma necessidade. No início
do século XIX, o país contava com uma área equivalente
a 1/23 do território brasileiro, tinha 1/16 de seu solo
disponível para cultivo e 80% da população rural japonesa
empregada na agricultura. No entanto, com a Revolução
Meiji, em 1868, a economia japonesa, baseada quase
exclusivamente na agricultura, tornou-se manufatureira e
industrial, o que trouxe como conseqüência o desemprego
de milhares de trabalhadores japoneses que se dedicavam
aos trabalhos agrícolas.
Como meio de solucionar o problema, muitos japoneses buscaram
alternativa na emigração para outros países, apesar do grande
sofrimento que seria abandonar o solo de seus antepassados.
Por Denise FernandesBrasil
Foto da exposição O Café e a Imigração Japonesa no Brasil
A CHEGADA AO BRASIL
enfrentar. Já nas fazendas, os imigrantes foram recebidos
pelo próprio patrão, pelo administrador e pelo fiscal. No
refeitório, forneciam-lhes uma alimentação composta de
arroz e feijão. Em um primeiro momento, ficaram aliviados
de ver que pelo menos parte de sua alimentação seria à base
de arroz, um dos principais alimentos da dieta japonesa. O
que eles não podiam esperar era o modo de como o arroz era
preparado. Os japoneses não compreendiam por que o arroz
era cozido com óleo e muito menos por que os grãos eram
servidos tão duros (já que no Japão o prato é preparado
com tempero e consistência diferentes). Mais assustados
ainda eles ficaram ao encontrar, misturados ao feijão, pés
de porco, ingrediente típico do feijão servido nas fazendas
paulistas e absolutamente estranho aos japoneses. Ainda
sim, preferiam esta refeição à lingüiça que lhes era posta
na marmita levada no trem. À noite, não havia camas para
todos, uma vez que, na maioria das fazendas, cabia aos
colonos providenciá-las. Desta forma, eles acomodavam-se
como era possível: estendiam o futom (acolchoado japonês)
no chão ou improvisavam uma cama com palha e capim.
Logo na primeira noite os japoneses perceberam que a
adaptação não seria tão simples quanto haviam imaginado
ao deixarem seu país. E os problemas não se esgotavam na
comida ou na acomodação: a barreira lingüística foi uma
grande dificuldade enfrentada pelos imigrantes nipônicos,
uma vez que, nas fazendas, tinham que trabalhar com
imigrantes espanhóis, portugueses e italianos, dificuldade
esta que levou muitos japoneses a abandonar as lavouras.
Hoje, cem anos depois, podemos dizer, sem dúvida, que
a japonesa é uma das etnias que compõem nosso tão
heterogêneo País.
Em uma manhã de julho de 1908, atracava no porto de
Santos o vapor Kasato Maru, trazendo os primeiros imigrantes
japoneses para as lavouras cafeeiras paulistas. Pelo fato do
navio ter chegado a São Paulo em pleno período das festas
juninas, muitos japoneses desembarcaram orgulhosos,
pensando que os fogos, balões e bandeirinhas estavam lá
em sua homenagem. Em relação ao navio que trouxe os
imigrantes japoneses, um inspetor de agricultura brasileiro
afirmou elogiosamente que o navio apresentava na 3ª classe
mais asseio e limpeza do que qualquer primeira classe de
transatlântico europeu. Outro fato que causou admiração
em muitos brasileiros foi a vestimenta com a qual chegaram
ao Brasil: roupas tipicamente européias; as mulheres de saia,
cinto, chapéu e luvas brancas; e os homens, botinas, camisas
e gravatas, ornamentos esses que haviam sido comprados no
próprio Japão, antes do embarque para o Brasil.
A adaptação ao novo país, com costumes e culturas tão
diferentes das que estavam acostumados, não foi tarefa
fácil. O relato de um imigrante conta que, na viagem de
trem da hospedaria para as fazendas de café, os imigrantes
levavam marmitas (com lingüiça e um pão) fornecidas pelo
governo. O pão era redondo e grande, mas com uma casca
muito dura, de um tipo que os japoneses nunca tinham
experimentado, de maneira que eles precisavam adicionar
sal no alimento para que pudesse ser comido. Quanto à
lingüiça, não a conheciam, e o cheiro dos temperos como
alho, sal e pimenta do reino, bem como o aspecto, fizeram
com que a maioria não conseguisse engolir e muitos as
jogavam pelas janelas do trem.
Da mesma forma, ao chegar ao local de trabalho, os
japoneses tiveram muitas dificuldades de adaptação para
Foto da exposição O Café e a Imigração Japonesa no Brasil
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O método não é brasileiro, mas foi muito bem adaptado ao
nosso jeitinho. O Kumon, escola de origem japonesa que
completa 50 anos de existência, chegou a terras tupiniquins
em 1977. A primeira unidade foi aberta em Londrina e hoje
já são mais de 1.500 unidades espalhadas por todo o País,
além de ser encontrada em outros 45 países. A princípio
só havia professores japoneses, mas hoje em dia já há
brasileiros ensinando também.
Japoneses – mesmo que em minoria –, nisseis, sanseis
e brasileiros se dividem para disseminar um ensino que
prima pela concentração e disciplina do aluno. O curso,
de estilo livre, conta com aulas de matemática, japonês,
português e inglês e utiliza um material didático específico
às necessidades brasileiras. Desde as crianças com idade
pré-escolar até adultos, todos encontram uma forma de se
desenvolver, já que uma das características do método é o
ensino personalizado.
Kyooko Watanabe, coordenadora responsável por uma das
unidades Kumon em São Paulo, confessa que muitos alunos
brasileiros ainda pecam quando o assunto é organização. “O
método baseia-se na disciplina. Os alunos devem tirar ao
menos 5 minutos por dia para realizar suas tarefas, mesmo
durante as férias. Só que, muitas vezes, deixam tudo para
última hora.
Durante o período escolar, ou universitário, a maioria dos
jovens realmente não desenvolve a disciplina necessária
para os estudos. Marcio Augusto Praça Rivaben, ex-aluno de
portuguêsmatemática no Kumon, afirma que o método da escola é muito
bom, “porque trabalham a mente, com memorização”.
Apesar do curso de matemática ainda ser o mais procurado
nacionalmente, é no de português que se encontra o maior
número de formandos. O curso foca principalmente a leitura
e a interpretação de textos e segundo Selma Shibuya, sansei
que trabalha no escritório matriz, o ensino de português
tem menos estágios que os demais cursos, e essa facilidade
estimula os alunos. A estudante de jornalismo Joana Galdino
cursou 3 anos do curso de português e valorizou muito a
experiência. “Eles trabalham a concentração e a disciplina,
pois têm lições todos os dias; o fato de fazer e refazer as
lições corrigindo seus próprios erros ajuda não só na vida
acadêmica, mas na vida pessoal”. O treinamento contínuo,
a organização e o estímulo ao estudo é típico da cultura
japonesa. É algo transcendental, que passa de geração
para geração. Engana-se quem acha que esses cursos livres
otimizarão notas num passe de mágica ou trarão fluência
em qualquer idioma. Os resultados vêm em longo prazo e
dependem fundamentalmente do interesse, responsabilidade
e paciência de cada aluno.
A coordenadora e professora Kyooko admite que a disciplina
seja uma das melhores justificativas para entender o potencial
dos japoneses, especialmente na área de exatas. Quem sabe,
não seria essa a disciplina que deveria ser adotada entre os
jovens brasileiros, para que o mercado de trabalho refletisse
um pouco mais de eficiência na nossa sociedade.
Por Maria Inez P. Aranha
tem Japonêsensinando
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Três artistas com reconhecida influência
japonesa, seja genética ou cultural, falam
sobre suas origens e suas profissões.
BrasileirosJaponeses&
JUM NAKAOAssim como todos os japoneses que chegaram ao Brasil no
início do século passado, os avós de Jum Nakao também
vieram por conta da crise que assolava o Japão. “Eles viam o
nosso país como um ‘eldorado’, um lugar onde poderiam fazer
a América. A maioria planejava ganhar dinheiro aqui e retornar
à terra natal, mas grande parte veio e nunca mais voltou. Foi
um denominador comum na história dos imigrantes”.
TRADIÇÃO VERSUS VOCAÇÃOMuito curioso desde a infância, Jum se interessou pelas
novas tecnologias já na adolescência e, como também
tinha inclinações artísticas, quis seguir uma carreira que se
relacionasse com a informática, a eletrônica e a robótica,
pois considerava serem estas os melhores suportes para a
arte do futuro. Por isso, escolheu fazer um colegial técnico,
mas logo verificou que dimensões apenas tecnológicas não
lhe forneceriam a interatividade artística que buscava.
Finalizou o curso e começou a buscar algo mais próximo das
pessoas, alguma coisa que trabalhasse a relação delas com
o mundo de forma concreta. “A idéia que me surgiu foi a de
trabalhar com roupa – afinal, ela é a primeira interface que
existe entre você nu e o exterior, aquilo que te identifica, te
define, praticamente uma segunda pele. E foi aí que comecei
a estudar moda, em uma época que não existia esse tipo de
curso no Brasil”.
Por Lígia Prestes | Fotos Paulo Brenta
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Começou pelos cursos de corte e costura, mas os achou
muito reducionistas, e foi trabalhar com um senhor que fazia
roupa sob medida para entender como realmente se construía
uma roupa, “a relação arquitetônica dos traços da roupa
com quem a veste”, completa. De personalidade inquieta e
investigativa, ainda trabalhou com um joalheiro em busca
do detalhamento para os complementos do vestuário. Foi
então que descobriu o CIT (Coordenação Industrial Têxtil),
que reunia empresas associadas do setor e que ministrava
cursos de moda a seus funcionários. “Liguei para lá e
consegui permissão para assistir a algumas aulas. Gostei
tanto que passei a ir todos os dias, mesmo estagiando em
uma empresa de processamento de dados, para conseguir o
diploma do colegial técnico. Com a minha freqüência diária
– que era proibida, já que não tinha vínculo algum com os
associados –, precisei escrever uma carta ao presidente da
empresa pedindo um estágio, apenas para continuar nas
aulas”. Jum chegou até a oferecer qualquer tipo de trabalho
em troca dessa oportunidade. Acabou por conseguir uma
bolsa, fez todos os cursos disponíveis, fez também vários
contatos importantes e começou a trabalhar na área.
Como primogênito de uma família japonesa, que preserva
todos os hábitos de uma cultura milenar, Jum sentiu-
se na obrigação de assumir todas as responsabilidades
e decisões que a escolha por uma carreira que fugia dos
padrões convencionais acarretaria. “Japonês vai ser
médico, dentista, engenheiro. Mas como eu sempre fui
muito determinado, e meus pais sempre souberam que
em tudo que fazia eu era muito dedicado, eles não se
opuseram. Mas eu também sabia que aquilo ia em sentido
contrário em relação às expectativas deles, então eu assumi
como uma responsabilidade minha bancar os estudos e ir
atrás. Como filho mais velho, eu sentia a obrigação de dar
exemplo para meus irmãos. O importante é você assumir
essa determinação. E o japonês tem muito de não preocupar
os pais, e o filho mais velho mais ainda”.
A PRÓPRIA MARCAEm 1986, Jum e outros estilistas – Walter Rodrigues, Conrado
Segreta, entre outros estilistas novos que trabalhavam para
a indústria – formaram a Cooperativa de Moda, que reunia
novos criadores. Como nessa época ainda não existia a
imprensa especializada em moda, a repercussão foi mínima.
“Apenas dez anos depois, no Phytoervas Fashion, destinado
a novos talentos, pude apresentar um projeto que foi
considerado a revelação do evento, e a partir daí eu comecei
a desfilar em todas as semanas de moda que aconteciam
aqui no Brasil”. Trabalhou até 2002 na Zoomp, quando saiu
para se dedicar à marca própria. “E foi neste ano que eu
decidi entrar no São Paulo Fashion Week, onde aconteceram
os meus últimos desfiles. Desde 96 até 2004 eu tentava ter
uma marca própria e dar corpo a uma idéia de uma forma
comercial. E cada vez mais eu via que aquilo era utópico:
querer ter uma marca. Porque você começa a trabalhar em
um mercado que é chato e nivela tudo por baixo. E se quiser
crescer e sobreviver, terá que se abdicar de tudo em que
acredita. Todo o meu idealismo confrontava uma realidade
de mercado que era emburrecedora. E foi daí que resolvi
romper com o mercado de cartas marcadas; um mercado que
traz as referências de que tudo que é bom é o que vem de
fora (do exterior) e não tem uma estrutura capaz de fazer
com que um trabalho independente floresça”.
A costura do invisívelO grande feito pelo qual sem dúvida Jum será para sempre
lembrado foi seu desfile de papel no Fashion Week de 2004.
Para demonstrar sua insatisfação com o mercado, Jum, com
uma equipe de artistas, criou vestidos de fábula, inspirados
no século XIX, em papel vegetal, que consumiram 700
horas de trabalho. Para potencializar o lúdico, foram
usadas cabeças de bonecos Playmobil nas modelos, criando
uma suspensão do tempo: passado, presente e futuro se
uniram como num sonho. “Ao final do desfile, as modelos
se enfileiraram na passarela para uma última contemplação
e, subitamente, rasgaram todos os trajes. O choque criou
um questionamento na cabeça das pessoas. Queria mostrar
que o mais importante é o conteúdo, a idéia, não a forma.
Esta forma deveria ser tão valiosa e os pensamentos por
detrás dela tão densos que, mesmo desaparecendo, aquilo
permaneceria na retina imagética das pessoas, deixando
cicatrizes. Quis mostrar que o que vale são princípios e que,
se fosse para abdicar deles, preferiria resistir e manter a
ética, o pensamento. Não quero me corromper. Foi daí que
eu resolvi parar com a moda”.
De fato, o desfile foi tão emblemático que acabou se
tornando um marco para a moda. O Museu da Moda de
Paris, em 2006, mostrou a apresentação como uma das mais
representativas do século e ainda foi considerado o melhor
desfile da década pela própria organização do São Paulo
Fashion Week.
Brasileiro ou Japonês?“Eu sou muito mais brasileiro, aqui eu não tenho barreiras e
fronteiras. No Japão há muitas barreiras culturais e sociais. As
pessoas que fazem as leituras dos meus trabalhos identificam
essa influência, mas é algo decorrente da miscigenação
brasileira. Uma das grandes qualidades do Brasil é esse
hibridismo. As minhas influências são decorrentes desse
diálogo aberto que eu tenho com todas as frentes. Eu não
trabalho só com moda. Para cada projeto eu abro as idéias
para outros profissionais para dar essa variedade. Algo que
é um banco de referência para mim. O que eu faço é para a
percepção humana, independentemente se eu uso papel ou
saco de lixo, moda ou artes plásticas”.
Atualmente Jum faz projetos para óperas, museus – inclusive
o cenário do Hoje é Dia de Maria, da Globo –, direção de
arte para alguns comerciais e tem feito vários workshops
e palestras. Também leciona num curso de pós-graduação
para diretores de criação no Instituto Brasil de Arte e Moda,
instituição criada junto à FAAP, MASP, ABIT (Associação
Brasileira das Indústrias Têxteis) e SENAC. “O meu trabalho
não é restrito à moda, fala um pouco sobre a forma de como
o pensamento se organiza e que a criatividade é necessária
para que você mostre aquilo que as pessoas não enxergam,
ou aquilo que é invisível”.
Saiba mais sobre Jum Nakao:www.jumnakao.com.br
“Queria mostrar que o mais importante é o
conteúdo, a idéia, não a forma. Esta forma
deveria ser tão valiosa e os pensamentos
por detrás dela tão densos que, mesmo
desaparecendo, aquilo permaneceria na retina
imagética das pessoas, deixando cicatrizes.”
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JOSINO DE SOUZABaiano de personalidade marcante, Lika – codinome adotado
para facilitar a pronúncia dos japoneses – é proprietário
de um dos restaurantes orientais mais freqüentados na
Liberdade, bairro eleito como seu pela comunidade japonesa
em São Paulo.
Dedicação determinanteAo chegar à cidade de São Paulo, ainda muito jovem em
1976, Lika arrumou emprego em um restaurante japonês
e começou lavando verduras. Foi lá que surgiu seu real
interesse pela cultura do Japão. “No começo eu não sabia,
mas depois fui percebendo que eu tinha um pouco da
cultura japonesa – como retribuir um favor sem ser cobrado
– e por isso me esforcei para aprender e ser um excelente
funcionário”. Depois de seis anos, largou o emprego para
tentar outras experiências – consertando geladeiras. Mas
ao cabo de um mês, “(...) quase fiquei louco. Foi neste
momento que eu descobri que eu tinha me apaixonado pela
culinária japonesa e não queria fazer outra coisa na vida”.
Voltou a trabalhar em restaurantes japoneses e em 1989
surgiu a oportunidade de conhecer o Japão, quando se
apaixonou então pelo país.
Um baiano no JapãoEm 1991 voltou para lá e ficou durante dois anos aprendendo
tudo sobre a cozinha, que a princípio achou igual a que
tinha aprendido aqui, mas com muito maior disciplina e
com alguns produtos diferentes. Para ele, o que realmente
diferencia os restaurantes brasileiros dos japoneses é que
aqui quando as pessoas descobrem algo gostoso, comem o
mesmo duas ou três vezes mais do que os outros alimentos.
Já o japonês, se ele gosta de algum alimento, vai também
comer além dele outros que podem não ser tão deliciosos,
mas que são necessários para balancear a sua refeição. “A
refeição japonesa é essencialmente balanceada e saudável
e hoje estamos vivendo uma era onde esse tipo de atitude
é valorizada. Mas tem um porém: para que a comida
japonesa seja saudável, ela deve ser muito bem executada.
Trabalhamos com matéria-prima no seu estado natural, é
preciso conhecer o peixe e saber sua procedência. E quem não
passou pela vivência acha que os peixes são todos iguais”.
Apesar de reconhecer que seu aprendizado durante a estadia
foi muito importante, sua origem baiana não lhe permitiu
conviver com um povo que, em sua opinião, é muito frio nos
relacionamentos. “Quando eu trabalhava na cozinha aqui no
Brasil, não falava porque não entendia a língua deles. Lá eu
não falava porque não existe comunicação, pois a cozinha
trabalha em total silêncio”. Por outro lado, admite que a
disciplina e a dedicação dos japoneses ao trabalho foram
fundamentais em sua formação. “Se eu não tivesse passado
por essa convivência com eles, hoje eu não seria o que sou.
Fui muito influenciado pelos costumes (deles). Tudo que eu
tenho hoje devo ao Japão. E não é fácil lidar com eles, mas
a persistência me trouxe onde estou”.
Experiência bem sucedidaNo retorno ao Brasil, teve dificuldade em achar emprego e
resolveu montar o próprio restaurante em um pequeno espaço
na Rua dos Estudantes, na Liberdade, claro. No restaurante,
serve os tradicionais sushis e sashimis, mas adora oferecer
aos clientes um menu degustação, uma refeição como se
fosse preparada no Japão, com tudo muito bem equilibrado.
“Há quinze anos, ninguém consumia esse tipo de comida.
Hoje tem essa nova onda, que foi sendo adaptada ao paladar
do brasileiro. Mas eu não sou seguidor desta linha. Eu faço
o tradicional e não para agradar o gosto de quem só quer
pratos bonitos e próximos do seu gosto”, conclui Lika.
Conheça o Sushi Lika:Rua dos Estudantes, 170 – Liberdade - Tel.: (11) 3207-743554
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FÁBIO YABU
Embora tenha iniciado os cursos de Publicidade, Propaganda
e Desenho Industrial, foi escrevendo e ilustrando mangás
que Fábio Yabu encontrou sua realização profissional. Um
dos únicos mangakás que tem seu trabalho focado no Brasil,
iniciou carreira em 1998, com a série em quadrinhos Combo
Rangers, que começou na internet e logo virou revista
em quadrinhos e linha de brinquedos. Foram 60 histórias
veiculadas pela internet, pelo site www.comborangers.com.
br, e outras 25 em revista. O site do Combo Rangers atraía uma
média de 15 mil visitantes por dia e foi finalista da categoria
infantil do IBEST por dois anos seguidos. “O trabalho de um
mangaká aqui no Brasil é um pouco complicado, porque
não há mercado nas bancas para publicações nacionais. Na
verdade, eu e mais um ou outro autor somos os únicos a
trabalhar para o mercado nacional. Depois disso só tem o
Maurício de Souza. Os outros mangakás do Brasil trabalham
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para o exterior, para editoras dos Estados Unidos, Japão,
entre outros países”, explica Fábio.
Neto de japoneses fugidos da guerra, Yabu não sabe por
que começou a se apaixonar pelo mangá. “Desde criança eu
gostava de quadrinhos e sentia uma afinidade muito grande
por esse estilo japonês. Eu fui escolhido pelo mangá”, conta
Fábio que não freqüentou nem uma escola de desenho,
sendo totalmente autodidata. “Tentei fazer uma faculdade,
mas não consegui ainda. Comecei o curso de publicidade e
de Desenho Industrial, mas parei ambos na metade”, conta.
Apesar de não ser evidente no seu trabalho, Fábio acredita
que recebeu um pouco da influência japonesa. “A disciplina
e perseverança que permaneceram por séculos eu ainda
tenho no meu trabalho”, confessa.
Segundo ele, o mangá chegou ao Brasil pouco depois dos
anos 90, graças à abertura econômica do Japão aos países
da América. “O mangá veio por tabela. E teve um boom
tão grande que tem revistinha que possui tiragem de dois
milhões de exemplares, praticamente uma revista Veja. E
não é fina não, é um calhamaço de histórias que saem todas
as semanas. O interessante é que os japoneses lêem as
histórias e deixam no metrô, porque não têm onde guardar
em casa. A indústria de mangá no Japão é gigantesca e
antes do milagre econômico japonês, ela era só focada
no mercado interno”, explica. Apesar de várias teorias
acreditarem que o mangá surgiu no Japão feudal, da mesma
forma que as histórias em quadrinhos surgiram com a cultura
rupestre, nas cavernas, Fábio acredita que o mangá teve
seu início com Osamu Tezuka, que revolucionou o desenho
japonês graças à influência ocidental. “Ele criou muitos
elementos que são usados até hoje”, acrescenta Yabu. Ao
contrário do que todo mundo acredita, o mangá é bem mais
do que uma forma de desenho e sim uma história de um
país. “Muita gente acredita que o mangá é simplesmente
desenhar figuras com o olho grande. Mas eu acho que essa
é a menor das peculiaridades. Se você reparar, o Maurício
de Souza faz a Mônica com olho grande. O mangá tem uma
diferença histórica. Enquanto os americanos compravam
quadrinhos mais para diversão, como uma coisa mais de
entretenimento, no Japão era a única forma de distração.
Nesse pós-guerra, onde o pessoal trabalhava muito o dia
inteiro, as pessoas só tinham a leitura como lazer. E isso fez
com que os mangás fossem desenvolvidos para vários tipos
de público. Outro ponto é que o mangá nunca deu muita
importância para cor. Geralmente é feito em branco e preto
em um papel super barato, às vezes igual ao do jornal. Era
como uma lista telefônica”, analisa.
Fabio Yabu também é autor da série de livros infantis
Princesas do Mar, que vendeu mais de 13 mil exemplares
no País. Essa obra ganhou uma adaptação para a televisão,
que acabou atraindo a atenção de canais abertos e por
assinatura do mundo todo: a animação foi adquirida
por mais de 10 países, entre eles, Austrália, Alemanha,
Itália, França, Áustria, Espanha, Portugal, Cingapura e
Israel. Fábio conta que não sofreu qualquer resistência. “Em
todos os países eu sempre fui muito bem recebido. Acho que
isso aconteceu porque alguns têm culturas muito parecidas
com a brasileira”. Atualmente, Princesas do Mar é exibido na
Alemanha, Austrália (onde é líder de audiência) e no Brasil.
Na América Latina, a animação estreou dia 21 de abril, em
31 países, com exibição no Discovery Kids. Princesas do Mar
é composta por 52 episódios, com duração de 12 minutos
cada, ao custo de produção de US$ 7 milhões.
Atualmente, Yabu é sócio-diretor da Flamma, produtora
especializada em conteúdo infantil. Possui dois blogs:
YabloG!, criado em 2002, no qual comenta sobre atualidades,
séries e mantém uma paródia divertida do BBB8, chamada
“BBBonequinho” (no esquema das fotonovelas, exibe
episódios de uma disputa entre seus bonecos: Super-Homem,
Meninas Super-Poderosas, Jesus, Locke, Moranguinho e
Pikachu são alguns dos participantes); além do Mude o
Mundo, criado em 2007, que discute questões ambientais.
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Falar em orquídeas mexe com os sentimentos e a
imaginação das pessoas. Ao pensar nelas, vêm à
mente flores belíssimas com coloridos exuberantes e
formatos pouco usuais. Mas a palavra orquídea, por sua
etimologia, não é assim tão poética; origina-se da palavra
grega “orkhis”, que significa testículo. Mas o que teriam
aquelas flores vistosas a ver com testículos? Ocorre que o
nome dessa família de plantas, tecnicamente denominada
Orchidaceae (nome latino que se lê “orquidace”), foi
ORQUÍDEAS
a complexidadeexotismo dase o
inspirado por certas orquídeas européias que crescem
no solo e possuem, enterrado junto às raízes, um par de
pequenos órgãos arredondados (tuberóides), parecidos com
“batatinhas”, os quais recordariam dois testículos. Pelo
menos é o que pensou Teofrasto, sábio grego, discípulo de
Platão e Aristóteles, que viveu entre 370 e 285 A.C., a quem
se reputa a utilização do nome “orkhis” para designar estas
plantas. Isso também teve uma conseqüência secundária:
emprestou a essas espécies a fama de serem eficazes no
combate à impotência e a problemas reprodutivos.
As orquídeas são apreciadas especialmente por suas flores
ornamentais, mas há espécies com outros usos. A essência
natural de baunilha e as favas de baunilha, por exemplo, são
retiradas de algumas espécies de orquídeas (Vanilla). Mas
não se engane imaginando que todas as orquídeas possuem
flores vistosas. Existem várias cujas flores são pouco maiores
que uma cabeça de alfinete e as realmente ornamentais são,
em sua maioria, híbridas, produzidas artificialmente pelo
homem – não existem espontaneamente na natureza.
Na verdade, na natureza há quase 30.000 espécies diferentes
de orquídeas, o que já dá uma indicação de quanta variação
pode ser encontrada entre elas, não só no tamanho das
Por Fábio de Barros*
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flores, mas também no aspecto geral da planta e no formato
e colorido das flores. As orquídeas que crescem naturalmente
nos países com clima temperado em geral são terrestres,
ou seja, crescem no solo, como a maioria das plantas. Nas
regiões tropicais e subtropicais, no entanto, predominam
espécies de orquídeas que são epífitas, ou seja, que crescem
presas a árvores ou arbustos, porém sem parasitá-los, pois
utilizam as árvores apenas como suporte para alcançarem
locais mais iluminados dentro da floresta.
Orquídeas já foram consideradas plantas muito raras e,
portanto, caras. Durante o século XIX, viveiristas europeus
– principalmente ingleses, franceses e belgas – contratavam
aventureiros coletores (hoje seriam chamados “mateiros”)
que viajavam aos países tropicais à procura de novas espécies.
Os trópicos das Américas, Ásia e África eram, então, pouco
conhecidos e esses coletores se embrenhavam nas florestas
virgens para cumprir suas missões. Muitos deles perderam
a vida durante a empreitada, por afogamento, doenças,
perseguidos por índios, ou das mais diversas maneiras.
Igualmente, a maioria das primeiras orquídeas tropicais
levadas para a Europa morreu por desconhecimento das
condições sob as quais deveriam ser cultivadas. O objetivo
dos coletores era obter exemplares vivos de plantas ainda
desconhecidas na Europa, os quais alcançavam preços
altíssimos. Com o posterior desenvolvimento de técnicas
que permitiram a propagação de orquídeas por sementes,
a raridade e os preços começaram a cair e plantas híbridas
(obtidas pelo cruzamento de duas espécies diferentes)
puderam ser produzidas. A partir de meados do século
XX, novas técnicas de propagação permitem obter um
número imenso de plantas iguais (clones). É uma técnica
relativamente cara, que só pode ser executada em laboratório.
Mas a quantidade de plantas que podem ser geradas é tão
grande que, hoje, é possível encontrar orquídeas a preços
baixos, o que era impensável até algumas décadas atrás.
Hoje, as pessoas podem comprar orquídeas e, em muitas
casas, já são encontradas orquídeas floridas enfeitando
mesas ou aparadores.
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Mas como o aspecto ornamental das orquídeas se deve às
flores, o que fazer com a planta depois de terminada a
floração? Muitas pessoas têm optado por plantar a orquídea
nos troncos ou ramos das árvores das ruas. Aqui, deve-se
fazer um parêntese para lembrar que a maioria das orquídeas
ornamentais é epífita e, portanto, cresce sobre árvores e
não diretamente no solo. Essa atitude, além de permitir
que a planta sobreviva, certamente brindará os transeuntes
com um belo espetáculo durante a época de floração. Em
alguns bairros de São Paulo essa “mania” já tem dado sua
contribuição para o embelezamento das ruas.
As flores das orquídeas com seus coloridos inusitados e
formatos exóticos são vistas pelos homens sob um prisma
de beleza plástica e ornamentação, mas na natureza, não
há tal conceito de pura beleza – os atributos dos seres
vivos têm, geralmente, um cunho utilitário ou adaptativo.
Assim, as formas e coloridos das flores das orquídeas são
apenas artifícios destinados à atração dos polinizadores.
Explicando melhor: com raras exceções, toda flor dá origem
a frutos e sementes, necessários na reprodução, mas para
isso, precisa ser polinizada. A polinização consiste em levar
o pólen de uma flor para outra, iniciando o processo de
fertilização que dá origem às sementes. A polinização pode
ocorrer por intermédio de agentes não biológicos, como o
vento, mas costumeiramente depende da ação de animais,
principalmente insetos, que carregam o pólen de uma flor
para outra. Pois bem, voltando à polinização das orquídeas,
os coloridos e formas das flores, assim como eventuais odores
produzidos por elas, nada mais são que artifícios para atrair
os polinizadores. E a polinização das orquídeas constitui um
capítulo muito especial da Botânica, tendo merecido até um
livro específico do “pai da evolução” Charles Darwin. Foi ele
que escreveu certa vez, em relação às orquídeas: “Quanto
mais eu estudo a natureza, mais fico convencido de que os
mecanismos e belas adaptações adquiridos vagarosamente
(...) ocasionalmente variando pouco, mas de muitas maneiras
diferentes, com a preservação daquelas variações benéficas
para o organismo sob as condições complexas e sempre
A orquídea Ophrys tem flores que imitam o corpo das fêmeas de vespas para atrair os machos.
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variáveis da vida, transcendem de maneira incomparável os
mecanismos e adaptações que poderiam ser inventados pela
mais fértil imaginação humana”.
E Darwin estava correto. Os variados mecanismos de
polinização das orquídeas vão muito além do que se poderia
imaginar. Há certas orquídeas cujas flores produzem cheiro
que um ser humano consideraria desagradável, mas que atrai
moscas que promovem a polinização. Há outras cujo pólen,
ao invés de ser simplesmente retirado pelo polinizador, é
lançado sobre ele por um mecanismo de gatilho elástico e
nele se gruda através de uma cola bastante forte. Quando
um polinizador visita uma flor, ele espera encontrar alguma
recompensa, geralmente néctar ou pólen. Grande parte
das flores de orquídeas, no entanto, não produz nenhuma
recompensa e apenas engana o polinizador, fingindo que tem
algo a oferecer. Provavelmente o caso mais extremo dessa
adaptação seja o tipo de polinização denominado “pseudo-
cópula”. Ela ocorre em algumas orquídeas, principalmente
européias, cujo labelo (pétala modificada) imita a fêmea
de certas espécies de vespas. Imita não só a forma, mas
também seu odor, de modo que os machos “cortejam” as
flores pensando que são vespas da sua espécie, e chegam a
copular com o labelo. Durante o processo, retiram o pólen
que será depositado na visita à outra flor.
As orquídeas compõem um mundo complexo e com extremos
de variabilidade: há plantas desde grandes até minúsculas;
flores extremamente coloridas até totalmente verdes; flores
perfumadas até nauseabundas, espécies subterrâneas até
espécies que crescem dependuradas entre os ramos mais
altos das árvores. Justamente por essa variabilidade, talvez
sejam o grupo de plantas com maior número de admiradores
e aficionados, que se reúnem em associações, participam
de exposições e brigam pela pontuação de suas plantas em
julgamentos de qualidade. Poucas plantas podem ter em seu
currículo tal quantidade de atributos.
*Fábio de Barros é pesquisador do Instituto de Botânica.
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O ponto de partida foi o programa da Secretaria da
Cultura de São Paulo de tornar o Brasil um país de
leitores. Com isso na cabeça, a jornalista Mona Dorf
participou de um concurso no qual os participantes teriam
que criar um projeto que incentivasse a leitura através do
rádio ou da internet. Fundindo as duas mídias, ela não
só ganhou o concurso como criou o programa Letras &
Leituras, que atualmente vai ao ar todos os dias às 11h45
na rádio paulistana Eldorado
FM. “Através da leitura você
cresce, se desenvolve como
ser humano, alimenta sua
alma e alivia suas mágoas”,
vislumbra Mona. Viabilizado
primeiramente graças ao
apoio financeiro recebido pelo
Programa de Ação Cultural durante seis meses, o programa
contempla também um site (www.letraseleituras.com.br),
no qual os internautas têm acesso às gravações de todas as
entrevistas realizadas. O grande diferencial desse programa
é o seu formato: uma conversa informal que dura geralmente
dez minutos, uma espécie de talk show. “Quando pensei
no projeto, não queria fazer um programa de entrevistas
com autores, pois algumas pessoas poderiam pensar que
aquilo não seria acessível para elas. A idéia é que as dicas
incentiVo À leituraCom patrocínio da Even, o programa Letras & Leituras comandado pela jornalista
Mona Dorf tem a premissa de difundir o gosto e o prazer pela leitura.
Por Lígia Prestes | Fotos Paulo Brenta
dadas no programa se transformem em um boca-a-boca
de livros, pois quando dez pessoas citam o mesmo livro,
uma outra se convence de que tem que ler aquele livro”,
explica a jornalista. Mona também foge das dicas de leitura
em tom professoral e também das regras de leitura. “No
meu programa, eu trago pessoas simples, anônimas ou
famosas que falam a respeito do que elas lêem. À medida
que a pessoa vai ouvindo, vai se identificando. E o preceito
também é entrevistar pessoas
variadas, para que vários perfis
de leitura sejam alcançados”,
completa. Prova disso foi
um menino de oito anos que
lia tanto que acabou sendo
entrevistado por Mona. “Eu
entrevisto alguns professores
anônimos, pessoas que não são célebres, nem famosos, mas
pessoas importantes, inteligentes, que têm muita coisa pra
dizer e muita indicação de leitura para dar”, diz.
A interatividade do programa é garantida no quadro Secretária
Eletrônica, em que ouvintes deixam uma mensagem falando
sobre livros ou trechos. Mona garante que as mensagens mais
instigantes vão ao ar, pois podem, perfeitamente, agregar
sugestões ao ouvinte-leitor. O entrevistado do dia responde
perguntas sobre obras que marcaram sua trajetória. No
“Eu entrevisto alguns professores
anônimos, pessoas que não são célebres,
nem famosos, mas pessoas importantes,
inteligentes, que têm muita coisa pra dizer
e muita indicação de leitura para dar”
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“Através da leitura você cresce, se desenvolve como ser humano,
alimenta sua alma e alivia suas mágoas”
quadro Jogo Rápido há um pingue-pongue bem humorado,
indicando livros através de perguntas como: qual o livro
de cabeceira, romance do coração, o que está lendo, o que
pretende ler, e por aí vai.
Com orgulho, Mona diz que já conseguiu cumprir a missão
de difundir o hábito e o gosto pela leitura, mesmo porque
o rádio é uma das mídias com maior alcance e com público
amplo. “Sinto que minha premissa foi efetuada quando
abro a página de comentários do site e vejo as pessoas
dizerem que se encantaram com essa ou aquela dica, ou que
o livro tal a fez feliz. Também recebo muitos comentários
na rua de pessoas que me dizem que só de eu falar sobre tal
obra a incitou a ler aquele livro. Isso tudo é ótimo, porque
eu estou cumprindo a minha missão, estou despertando
a chama da leitura nos ouvintes”, conta. Ainda segundo
ela, esse resultado se deve à emoção e ao tom informal
que o programa tem. “Tento passar as dicas da forma mais
simplória possível, por isso o programa é gravado. Eu edito
e enxugo falas muito longas para dar esse dinamismo ao
programa”, acrescenta.
Para Mona, a falta de hábito de leitura no Brasil não é devido
ao alto valor que o livro chega às livrarias. “Hoje em dia, há
várias bibliotecas onde é possível fazer um cadastro e ter
acesso gratuito. Um dos exemplos – do qual eu até faço parte
– é o projeto da biblioteca do metrô. Você simplesmente se
cadastra, recebe uma carteirinha e pode pegar desde obras
mais clássicas até lançamentos. Há uma vasta gama de livros,
com diversos gêneros. Além disso, temos muito sebo e feiras
de trocas de livros. As pessoas podem não ler por falta de
tempo, ou porque esquecem mesmo, mas porque livro é caro
não é motivo para não se ler”, completa.
UMA PARCERIA IMPORTANTEGraças à parceria feita com a Even, o Letras & Leituras
passou de AM para FM. Além disso, o programa pôde
continuar a ser transmitido, pois a verba recebida pela
Secretaria da Cultura contemplava apenas seis meses de
trabalho. “Pensei na Even porque queria agregar a idéia
de construção de empreendimentos com a construção do
saber, do caminhar para o saber. Livro por livro, leitura
por leitura. Além disso, também sei que a Even oferece
aulas de alfabetização nos canteiros de obra e achei que
o site – onde tem todas as entrevistas e as dicas – seria
um bom auxílio para os professores como uma forma de
orientar a leitura em sala de aula”, explica. “Essa parceria
foi importante em dois sentidos: deu continuidade a esse
projeto vencedor associando a marca à construção do saber,
tijolo por tijolo”, acrescenta.
“Sinto que minha premissa foi efetuada quando
abro a página de comentários do site e vejo as
pessoas dizerem que se encantaram com essa
ou aquela dica, ou que o livro tal a fez feliz.”
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Koi por titifreaKA carpa – Koi em japonês – é respeitada no Japão pela sua habilidade em nadar rio acima e pela sua determinação em superar
obstáculos. Símbolo da bravura e persistência, também representando fertilidade e prosperidade, foi magistralmente grafitada
por Tititfreak e fotografada por Paulo Brenta no bairro da Liberdade, em São Paulo.
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cida
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m fo
co
Já começa a beijar o meu pescoço
com sua boca meio gelada meio doce,
já começa a abrir-me seus braços
como se meu namorado fosse,
já começa a beijar a minha mão,
a morder-me devagar os dedos,
já começa a afugentar-me os medos
e dar cetim de pijama aos meus segredos.
Todo ano é assim:
vem ele com seus cajás, suas oferendas, suas quaresmeiras,
vem ele disposto a quebrar meus galhos
e a varrer minhas folhas secas.
Já começa a soprar minha nuca
com sua temperatura de macho,
já começa a acender meu facho
e dar frescor às minhas clareiras.
Já vem ele chegando com sua luz sem fronteiras,
seu discurso sedutor de renovação,
suas palavras coloridas,
e eu estou na sua mão.
Todo ano é assim:
mancomunado com o vento, seu moleque de recados,
esse meu amante sedento alvoroça-me os cabelos,
levanta-me a saia, beija meus pés,
lábios frios e língua quente,
calça minhas meias delicadamente
e muda a seu gosto a moda de minhas gavetas!
É ele agora o dono de meus cadernos,
meu verso, minha tela,
meu jogo e minhas varetas.
Parece Deus, posto que está no céu, na terra,
nas inúmeras paisagens,
na nitidez dos dias, no arcabouço da poesia,
dentro e fora dos meus vestidos,
na minha cama, nos meus sentidos.
Todo ano é assim:
já começa a me amar esse atrevido,
meu charmoso cavalheiro, o belo Outono,
meu preferido.
ele
www.revista.agulha.nom.br/elucin00.html | Elisa Lucinda está em cartaz até 29 de
junho de 2008 em “Parem de falar mal da rotina” no Teatro Imprensa
Tel.: (11) 3241 4203
Por Elisa Lucinda
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blog
em
rev
ista
Even_Mag_210x275.indd 1 5/19/08 4:12:22 PM
1outras idéias
Por Maria Christina KeatingFotos Paulo Brenta
A Evenmag visita agora três apartamentos do Edifício Mar no Condomínio Horizons –
projeto do arquiteto Jonas Birger – com área de 119 m2 e mostra idéias de ambientação
para a área social.
Apartamento da Laisa e MarcoMarco conheceu Henry jogando futebol na quadra do
Condomínio e, quando conheceu o apartamento do colega
de jogo, ficou encantado com a decoração. Perguntou logo
quem havia feito o projeto e foi assim que a arquiteta
Alessandra Braggion, mulher do Henry, e sua sócia
Eliana Toledo, da AE arquitetura, foram contratadas para
desenvolver o projeto do apartamento de Laisa e Marco.
Como eles já haviam começado a decorar sozinhos, o
trabalho das arquitetas foi o de integrar as peças e objetos
já adquiridos ao desenvolvimento do novo projeto.
Escolheram tons brancos, marfins e beges para proporcionar
um ambiente calmo e aconchegante. As duas paredes
laterais do living foram revestidas com palhinha natural,
definindo a linha do projeto.
No espaço do jantar, um painel de espelho assentado sobre
a palhinha reflete a mesa e cadeiras em madeira escurecida.
Uma bancada também espelhada abriga um móvel branco
com portas de correr para guardar louças e talheres, desenho
das arquitetas.
Grandes vasos escuros de cerâmica vietnamita contrastam
com delicadas orquídeas nas laterais do painel. Uma
iluminação sutil nos vasos e dois pontos de spots no forro
rebaixado completam a cena e dão equilíbrio ao conjunto.
mesmo espaço
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No lado oposto, um grande e confortável sofá, revestido
em couro creme, acomoda a família e amigos para curtir
filmes no home-theater. A TV de plasma está instalada em
um painel de laca branca. Este painel foi adaptado pelas
arquitetas e prolongado até o forro. Integrado ao conjunto,
um rack em madeira abriga outros aparelhos eletrônicos.
Entre as duas paredes laterais há um grande quadro revestido
da mesma palhinha natural e sutilmente iluminado com uma
mangueira por detrás, além de fornecer uma iluminação
intimista. Sobre ele, uma tela de Ilca Braggion.
Um aparador discreto laqueado de branco posicionado atrás
do sofá também é apoio para um toque de verde em pequenas
topiarias, em vasos rústicos, acompanhadas por dois abajures.
Para as portas e janelas que dão para a varanda e para a grande
praça central do condomínio foram confeccionadas cortinas
tipo romanas com xales transparentes nas laterais.
Uma idéia interessante foi a reversão do quarto de serviço para o
living, onde foi instalado o home-office. À bancada em embuia
foi acrescentado um painel em laca branca na parte superior,
arrematado por uma prateleira, completando o espaço.
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2Apartamento da Cecília, Durval, João, Thiago e mais três cachorros.A família, acostumada a viver num imóvel bem maior, se
adaptou muito bem ao novo apartamento, priorizando um
ambiente único e não setorizado.
Cecília convidou a arquiteta Regina Adorno, de quem é
assistente, para detalhar o projeto.
A grande inovação é o painel de nogueira que reveste toda
parede de mais de 8,00 m de comprimento, que acolhe a
TV e ao mesmo tempo incorpora as portas de correr para a
cozinha e para o escritório, unificando todo ambiente.
O lavabo e o quarto de serviço foram eliminados e revertidos
para o living, dando lugar ao escritório para toda família,
incluindo ainda o piano. As bancadas e estantes em vidro
e alumínio dão o toque contemporâneo, valorizado pela
luminária e cadeira do escritório. Para que o painel ficasse
visualmente solto, Regina usou um módulo de vidro de
50 cm de largura para arrematá-lo. Ao seu lado, a porta,
também em vidro, dá acesso à área íntima.
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A mesa de jantar foi para a varanda, onde há uma chur-
rasqueira e um fogão de vitrocerâmica, e normalmente
as refeições ocorrem lá. Assim, a sala fica liberada para
privilegiar os grandes e confortáveis sofás voltados para o
home-theater. Todos os aparelhos eletrônicos e de controle
da TV estão concentrados na parte interna da mesa de
centro, em laca preta, com a abertura voltada para o sofá.
Os fios saem do painel na parede e passam por baixo do piso
até alcançarem a mesa.
Uma prancha comprida em madeira desliza sobre um móvel
baixo, peça de família, encostado à parede, e também serve
de apoio para objetos e eventualmente para um lanche
rápido dos meninos.
Para a lareira a gás, Regina imaginou uma “peça de resistência”,
para causar impacto. Assim, inspirada em uma pedra lapidada, a
moldura da lareira foi pintada em um tom vivo de amarelo.
O pendente no teto ilumina a leitura no sofá ou na poltrona,
que são acompanhados por uma nostálgica cadeira dos anos
50, revestida em veludo marrom.
A estante em laca branca com nichos quadrados ocupa toda
a parede oposta à lareira e abriga as revistas de decoração,
livros da família e uma linda coleção de toy art, paixão
da Cecília. Gavetas na parte inferior guardam CDs, DVDs e
álbuns de fotos.
Consultores e fornecedores:Projeto Regina Adorno • www.reginaadorno.com.br • tel. 3486-2905
Sofás e poltrona • Micasa | Cadeiras - Desmobilia
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Lareira • Colorarte
3Apartamento do JorgeJorge gosta de altura. Ele é piloto de helicóptero e comprou o
apartamento no último andar, e contratou a arquiteta Juliana Barbosa
Pinto, amiga de longa data, para fazer o projeto de decoração.
Com uma vista magnífica para a Zona Oeste da cidade, com direito
a pôr do sol e ao pico do Jaraguá, o apartamento precisava apenas
ser aconchegante para o rapaz que mora sozinho.
Após a entrega da obra pela construtora, a reforma levou 6 meses
para ser concluída. Os acabamentos da cozinha e dos banheiros
não foram alterados.
As paredes laterais do living são revestidas com espelhos e
lambris, fazendo um jogo alternado: ora um espelho central, como
no espaço do jantar; ora um lambri para receber a TV de plasma
sobre o rack desenhado pela arquiteta.
A parede principal do living foi revestida em pedra mineira, em
paginação canjiquinha, um elemento rústico que contrasta com
o brilho do piso em porcelanato, arrematado por um rodapé em
laca branca com 20 cm de altura. No espaço do jantar, a mesa de
vidro e as cadeiras com encosto em palhinha conferem leveza ao
ambiente, refletido no painel de espelho.
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Lambris em madeira escura arrematam o console em laca
branca, desenho da arquiteta.
O confortável sofá revestido em chenile bege, acompanhado
por duas cadeiras giratórias de fibra natural, dão o toque
de elegância.
Sutilmente, as cortinas em shantung de seda deixam
pressentir a vista deslumbrante de dia ou à noite. Para curtir
a TV, são acionados os forros blackout para proporcionar um
clima perfeito ao home-theater.
O forro foi rebaixado para a instalação de spots com lâmpadas
Consultores e fornecedores:Projeto: Decoradora/paisagista • Juliana Barbosa Pinto • Tel. 8599-9821
E-mail: [email protected]
Sofá e cadeiras • equipe da decoradora | Cortinas • Josefina Cortinas
Plantas preservadas • KeB | Objetos de decoração • Cecilia Dale
Luminárias • Lustres Yamamura
dicróicas e AR70, fazendo parceria com a luminária acima
da mesa de jantar.
Para completar um espaço tão simpático, Juliana distribuiu
vasos com plantas preservadas.
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ão
Assim conta o livro “Fabrico Próprio – o design da paste-
laria semi-industrial portuguesa” que acaba de ser
lançado em Portugal. De autoria do Estúdio Pedrita e
de Frederico Duarte, o livro é dedicado à doçaria portuguesa
e à sua relação com o design. Refletindo a importância da
cultura e sociedade portuguesas, consiste primordialmente
num registro “enciclopédico” de todos os bolos doces
do cotidiano de Portugal. A maioria deles é consumida
habitualmente no Brasil e podem ser facilmente reconhecidos,
apesar de os nomes muitas vezes serem totalmente diferentes.
Nas quase trezentas páginas do livro – também pontuado por
ensaios de profissionais de gastronomia, designers, fotógrafos
e ilustradores, entre outros – encontramos 92 tipos de doces
e suas variantes retratados em escala próxima do real, junto
da respectiva identificação, ingredientes, características
especiais e dados históricos.
E também são muitas as curiosidades descobertas ao saborear
tão delicioso livro; como, por exemplo, sobre os bolos mais
surpreendentes ou excêntricos, os mais desconhecidos, os
mais populares, encontrados de São Paulo a Londres, de
Singapura a Maputo, ou ainda, sobre as relações entre
doçaria e arquitetura. Em comemoração à décima edição da
Evenmag e à imigração japonesa, escolhemos um trecho do
livro para festejar com nossos leitores.
“A amizade entre os povos de Portugal e do Japão teve início
no ano de 1543, quando o primeiro navio ocidental (que
era português) chegou à ilha de Tanegashima. A primeira
impressão que os navegadores, comerciantes e religiosos
portugueses provocaram nas terras do Sol Nascente foi de
surpresa e espanto: as vestes, armas, fisionomia e costumes
destes primeiros europeus que os japoneses conheceram eram
algo completamente novo, nunca visto. Este encontro de
culturas deixou marcas indeléveis no Japão: muitas das coisas
que os portugueses levaram, e os seus nomes – como pan
(pão), kompeito (confeito), karamero (molho de caramelo),
tempura (tempero), entre mais de 100 palavras de uso diário
– fazem ainda hoje parte da vida e cultura japonesas. Uma
dessas novidades que os portugueses levaram para o Oriente
rapidamente se tornou um forte elo entre os dois povos: um
O pão-de-ló, quem diria, nasceu em
Portugal, mas antes de chegar ao Brasil,
transformou-se em uma iguaria japonesa.
Foto Namiko Kitaura
bolo, pouco doce e muito rico em ovos, que conhecemos hoje
como Pão de Ló, e a que os japoneses chamaram de Kasutera
(Castella). A proveniência do seu nome é disputada por duas
teorias: a primeira defende que tem origem no outro grande
reino ibérico, Castela – do qual Portugal fez parte entre
1580 e 1640. Esta confecção leve e esponjosa teria então
a designação de ‹Pão de Castela› (ainda hoje é chamado
de Pan di Spagna na Itália, Pain d’Espagne na França, ou
Pantespani na Grécia). A segunda teoria associa a palavra
‹Castella› às claras em castelo – o elemento fundamental para
o crescimento e textura deste bolo. Independentemente da
origem do nome, ainda hoje todos os japoneses associam
automaticamente Kasutera a Portugal.
A Castella vem sendo produzida desde o séc. XVI de acordo
com a receita original, à qual, em lgumas variações, são
adicionados ingredientes como o chá verde, chocolate
ou mel, que adorna – e adoça – o topo de cada fatia de
bolo. De acordo com a tradição, a Castella tem origem
na cidade de Nagasaki, no sul do Japão, cidade fundada
pelos portugueses, o que explica ser a única cidade
japonesa sobre colinas. Tal contribuiu para ter resistido,
no bombardeamento atômico de 1945, a uma bomba mais
forte que a de Hiroshima. Ainda hoje, é neste histórico
entreposto português no Extremo Oriente que estão os mais
conhecidos e prestigiados fabricantes de Castella – e um
deles se chama mesmo pan de ro. Logo após a ‹Restauração›
Meiji – uma cadeia de eventos que no fim do séc. XIX pôs
termo ao período Edo (1603-1868) e ao feudalismo, levando
a radicais mudanças na estrutura política e social do país
–, o consumo de Castella constituía um símbolo de riqueza
e de estatuto social. Nesta altura, o Japão se abria ao
exterior, ao Ocidente e começava o seu vigoroso processo
de industrialização e de militarização, que o tornaria uma
potência mundial já em 1905. Um bolo ‹importado› e feito
90
déci
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ediç
ão
com tantos ovos e açúcar, – caros e preciosos ingredientes
– fazia com que seus consumidores fossem olhados com
admiração e respeito. É a partir daí que a Castella se torna
parte integrante da sociedade japonesa: primeiro, um
sofisticado doce apenas disponível a poucos, mas ao longo
do séc. XX, um produto de consumo generalizado por todo
o arquipélago.
A Castella não é feita em casa. Pode ser servida em fatias
precisas de doces paralelepípedos em casas de chá; ou
produzida ‹na hora› em formas circulares e vendida num sem
número de lojinhas de rua, assim como nas sofisticadíssimas
redes de Department Stores. E é nas suas embalagens
que a sensibilidade para o detalhe e o cuidado com a
apresentação, mas também o fascínio dos japoneses pela
cultura popular e televisiva, se fazem sentir. Estas tanto
podem ser elaboradas composições de várias camadas de
finos papéis que envolvem as versões mais requintadas de um
leve bloco de Castella, como vibrantes pacotes de plásticos
simplesmente coloridos, impressos com personagens de
desenhos animados ou de banda desenhada (histórias em
quadrinhos).
A Castella é, também, um presente do Imperador aos seus
convidados. Mas está presente na vida dos japoneses da
mesma forma que os portugueses apreciam a sua pastelaria
semi-industrial: ambos os povos não podem viver sem estes
produtos de consumo tão especiais, que dão doçura ao seu
palato, beleza aos seus olhos e forma às suas culturas.
Embora tão distantes, acreditamos que as nossas culturas
têm ao mesmo tempo muito em comum. E que vale a pena,
por isso, reforçar os laços que nos unem e nos inspiram.”
Serviço:Em tempo: o livro Fabrico Próprio pode ser encomendado pelo
site www.fabricoproprio.net/sales.html.
Para ampliar ainda mais os seus negócios, a Even
fechou uma parceria com a Magis Incorporação e
Desenvolvimento Imobiliário em Fortaleza. “Escolhemos
essa empresa primeiramente pela qualidade demonstrada
pelo empreendedor da Magis, Deda Studart, que tem um
histórico empresarial de sucesso. Em função da posição
de destaque que Deda e sua família ocupam no cenário
empresarial cearense, sua capacidade de prospectar e
desenvolver negócios na região é um dos principais
fatores que nos chamou a atenção para o estabelecimento
da parceria”, diz Cassiano Damasceno, responsável pelo
desenvolvimento de novos negócios da Even.
A escolha de Fortaleza como nova área de atuação surgiu
em função da configuração que o setor vem tomando, aliada
à crescente disponibilidade de crédito. “Percebemos um
potencial relevante de atender públicos diversos, ampliando
e diversificando cada vez mais nossa área de atuação”,
eVen amplia seus negócios e chega a fortaleza.
completa Cassiano. “O mercado cearense apresenta um
potencial grande de crescimento, em função da demanda
reprimida e disponibilidade de terrenos. Fortaleza hoje é
a 4ª maior cidade brasileira e possui uma taxa histórica de
crescimento populacional médio de 1,76% ”, acrescenta.
A parceria tem o objetivo de atuar com empreendimentos
residenciais e comerciais no estado do Ceará. Toda a
elaboração e desenvolvimento dos Empreendimentos da
parceria serão definidos em conjunto pelas partes. “A parceria
já se iniciou com uma interação muito forte e proveitosa
entre as equipes das duas empresas, desde a prospecção
de novos negócios até a entrega dos apartamentos aos
clientes”, anima-se Cassiano. Com o início de uma parceria
com um landbank diversificado e muito diferenciado, a
Even pretende adquirir novos terrenos. Até o fim do ano,
a empresa pretende lançar três projetos situados entre os
segmentos emergentes e de renda média-alta.
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A linha IndusParquet reúne as melhores matérias-primas, a mais alta tecnologia e um profundo compromisso com a natureza. O resultado é uma linha de produtos que aliam funcionalidade e beleza de maneira única, e são perfeitos para os mais diversos projetos.
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Alphaville | Calçada das Orquídeas, 102C tel. + 55 (11) 4195 4739 | + 55 (11) 4195 4737Lar Center | Loja 109 - Piso Térreo | tel. + 55 (11) 2221 1200 Shopping D&D | Loja 242 - Piso Térreo | tel. + 55 (11) 3043 9238Showroom | Av. Raimundo Pereira de Magalhães, 1780 | Piqueri tel. + 55 (11) 3990 2600Fábrica | Rod. SP 127, Km 75,5 | Tietê - São Paulo - Brasil tel. + 55 (15) 3285 5000 | fax + 55 (15) 3282 3544 | SAC: 0800 11 36 22www.indusparquet.com.br
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Foto ilustrativa
Eug
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Empreendimentos em São PauloEmpreendimentos em São Paulo
Participação: Tishman Speyer
Participação: JCR Construção Civil. CAMPO BELÍSSIMO • Rua Volta Redonda, 270 • Campo Belo
CONCETTO • Rua Dr. Homem de Melo, 1180 • Perdizes
DUO • Rua Prof. Frederico Herman Junior x Nicolau Gagliard • Alto de Pinheiros
acompanhe o andamento do
seu empreendimentomaio 2008
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INSPIRATTO • Rua Mourato Coelho, 716 • Pinheiros
santacruz
VIDA VIVA SANTA CRUZ • Av. do Cursino x Rua Tupanaci, 77 • Santa Cruz
Participação: Concord Incorporações Imobiliárias
BOULEVARD • Rua Dr. Cândido Mota Filho, 81 • Vila São Francisco
ACQUA AZULI • Rua Santa Virginia, 247 • Tatuapé
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Participação: Yuny Incorporadora
Participação: M.BIGUCCI Construtora
PLAZA MAYOR • Av. Imperatriz Leopoldina x Rua Mergenthaler • Alto da Lapa
PARTICOLARE • Rua Volta Redonda x Rua Zacarias • Campo Belo
SPAZIO DELL’ ARTE • Rua Lupércio Miranda, 1776 • Santo André
Participação: Tishman Speyer
THE GIFT • Rua Luiz Correa de Melo x Luis Seraphico Júnior • Granja Julieta Participação: Yuny Incorporadora
Empreendimento em Santo AndréEmpreendimento em Santo André
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IN CITTÁ • Alameda dos Guaiós x Av. Indianópolis • Moema
ESPECIALE • Rua Franco da Rocha, 336 • Perdizes
ILUMINATTO • Rua Francisco Cruz, 284 • Chácara klabin
WINGFIELD • Rua Pinto Gonçalves, 85 • Perdizes
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mooca
VIDA VIVA VILA MARIA • Rua do Imperador, 1585 • Vila Maria
VIDA VIVA MOOCA • Rua Canuto Saraiva, 280 • Mooca
VERTE • Rua Pires da Mota, 979 • Aclimação
VITÁ • Rua Carlos Weber, 87 • Alto da Lapa
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VIDA VIVA TATUAPÉ • Rua Guaraciba • Tatuapé
Empreendimento em SorocabaEmpreendimento em Sorocaba
CLUB PARK • Rua Ataliba Leonel, 1716 • Santana
L’ ESSENCE • Rua Antônio Perez Hernandes, • Campolim
BREEZE • Rua Jorge Americano x Pres. Antônio Cândido • Alto da Lapa
Empreendimento em Belo HorizonteEmpreendimento em Belo Horizonte
Empreendimentos em GoiásEmpreendimentos em Goiás
RESERVA DO BOSQUE • Estrada dos Três Rios, 1721 • Freguesia Participação: W3 Engenharia
Participação: BRISA Incorporações
Participação: CAMPOS ConstrutoraTENDENCE • Av. T-15 x Rua 235 • Nova Suíça
LE PARC • Rua 15 x Rua 66 • Jardim Goiás
SPAZIO DELL’ ACQUA • Alameda da Serra, 804 • Vila da Serra
s p as p a z i o d e l l ’ a c q u a
Participação: CAMPOS Construtora
Empreendimento no Rio de JaneiroEmpreendimento no Rio de Janeiro
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guia de empreendimentosguia de empreendimentos
EMPREENDIMENTO BAIRRO TELEFONE VAGA
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Arts Ibirapuera 3057.3437 4 4 4
Boulevard Vila SãoFrancisco
3714.0705 2/3 3/4 1/2
Breeze Alto da Lapa 3831.4684 3/4/5 4 2
CampoBelíssimo
Campo Belo 5044.7295 3/4 4 2/4
Club ParkButantã Butantã 3067.0000 2 4 1
Double Campo Belo 3067.0000 4/6 4 4
Du Champ Campo Belo 3067.0000 4 3/4 3/4
Duo Alto de Pinheiros
3816.1055 4/5 4 4
Especiale Perdizes 3877.0593 4/5 4 4
Gabrielle Campo Belo 3067.0000 4 3/4 3/4
Grand ClubSão José
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3021.01312/3 4 2
Iluminatto ChácaraKlabin
5084.2034 3/4 4 2
In Città PlanaltoPaulista
5072.4840 3/4 4 2
Inspiratto Pinheiros 3037.7568 2/4 4 2/3
L`EssenceCampolim
Campolim(15)
3234.61443/4 3/4 2/3
Magnifique Anália Franco 3067.0000 5/6 4 4
Particolare Campo Belo 5531.2609 5/7 4 4
guia
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Um guia para facilitar a sua escolhaUm guia para facilitar a sua escolha
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EMPREENDIMENTO BAIRRO TELEFONE VAGA
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Plaza Mayor Alto da Lapa 3466.3820 2/3/4 2/3 2/3
Plaza Mayor Ipiranga 3067.0000 4 4 3
Reservado Bosque
Freguesia(21)
3526.00002 4 2/3
Signature Moema 3067.0000 4/5/6 4 4
Sophistic Campo Belo 3067.0000 5/6/7 4 4
SPA - Spazio Dell`acqua
Vila da Serra(31)
3541.21113 4 2
Terrazza Mooca Mooca 3067.0000 2 4 2
The Gift GranjaJulieta
3466.3820 4 4 2/4
Up Life Recreio(21)
3526.0003311.1600
1/2 2/3 1
Verte Aclimação 3277.3108 3/4 4 2
Vivre Alto da BoaVista
3067.0000 2 3/4 1/2
Vida VivaButantã Butantã 3766.5368 2 3/4 1
Vida VivaFreguesia do Ó
Freguesiado Ó
3991.2919 1/2 3 1
Vida VivaSão Bernardo Baeta Neves 4122.1501 2 3/4 1
Vida Viva Tatuapé Tatuapé 3067.0000 1/2 3/4 1
Vida VivaVila Maria Vila Maria 3067.0000 1/2 3 1
Villaggio Monticiello Vila da Serra
(31)3264.9049
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Vitá Araguaia Freguesia(21)
3526.00001/2 2/3 1