UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · introduzida na alimentação dos seres humanos,...

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Antonio Marcos Urbano de Araújo

DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO MOLUSCO Anadara notabilis

ENCONTRADO EM GALINHOS NO RIO GRANDE DO NORTE

Natal/RN

2010

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Química.

Orientadora: Profa. Dra. Maria de Fátima Vitória de Moura

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Química

Araújo, Antonio Marcos Urbano.

Determinação da composição química do molusco Anadara notabilis

encontrado em Galinhos no Rio Grande do Norte. Antonio Marcos Urbano de Araújo. Natal, RN, 2010.

72 f.

Orientadora: Maria de Fátima Vitória de Moura. Dissertação (Mestrado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte. Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química.

1. Nutrientes – Dissertação. 2. Proteínas – Dissertação. 3. Moluscos –

Dissertação. 4. Anadara notabilis – Dissertação. 5. ICP-OES. – Dissertação.. I. Moura, Maria de Fátima Vitória. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.

RN/UFRN/BSE- Química CDU 661.15’1/9

 

 

AGRADECIMENTOS

Em primeiríssimo lugar a Deus pela força e pela certeza da minha vitória.

À minha esposa Ana Carolina, aos meus pais, Antonio Araújo e Neves Araújo e ao

meu irmão Madson, a pelo suporte familiar.

À professora Drª Maria de Fátima Vitória de Moura, pela confiança, e apoio as minhas

pesquisas.

Ao Biólogo professor Dr. Guilherme Fulgencio que me auxiliou durante as coletas e

nas informações sobre meu material de estudo.

Aos demais professores que me ajudaram direta ou indiretamente para conclusão deste

trabalho.

Aos meus amigos e amigas em especial às mestres Rosimere, Raquel, Jeanne, Ângela,

ao mestre Daniel ao professor Dr. George que contribuíram de todas as formas com este

trabalho.

E a todos os amigos que fiz durante esse trajeto.

 

 

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RESUMO

Tendo em vista a grande biodiversidade existente no litoral brasileiro, onde muitas

espécies ainda são pouco conhecidas, inclusive sob o aspecto nutricional, e considerando que

os moluscos bivalves se constituem em um recurso natural de boa aceitação pela população

mundial, escolheu-se o molusco bivalve Anadara notabilis, por não ter sido encontrado na

literatura nenhuma informação nutricional ou toxicológica sobre ele e devido seu tamanho ser

bem maior que outras espécies de moluscos mais popularmente encontrados nessa região.

Foram determinados neste trabalho teores de umidade, cinzas, proteínas, macro e

microminerais, além de íons metálicos de importância toxicológica. Todas as determinações

seguiram as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. A determinação de proteína foi

realizada pelo método de Kjeldahl. Todos os íons metálicos foram determinados por

espectroscopia de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) descrito pela

metodologia USEPA 6010C. Os resultados mostraram que a Anadara notabilis pode ser

introduzida na alimentação dos seres humanos, tendo em vista sua riqueza mineral. Merecem

destaque entre os macronutrientes o magnésio e o fósforo que apresentaram os respectivos

valores em mg/kg 918,7 e 586,7. Com relação aos micronutrientes destacam-se o ferro presente com

586,7 mg/kg e o Zinco com 12,31 mg/kg. Não foi encontrado índice elevado de metais

contaminantes para este molusco, o que impediria seu consumo, apenas o cromo esta 0,7

mg/kg acima do valor estabelecido pela legislação brasileira. Os resultados obtidos

certamente serão muito úteis em futuras pesquisas nutricionais e para construção de uma

tabela brasileira de composição química de alimentos.

Palavras chave: Nutrientes. Proteínas. Moluscos. Anadara notabilis. ICP-OES.

 

 

ABSTRACT

Given the large existing biodiversity in the Brazilian coast, where many species are

still little known, even under the nutritional aspect, and considering that bivalve molluscs are

constituted by a natural resource of well accepted by the population, chose the bivalve

Anadara notabilis, it was not found in the literature any nutritional or toxicological

information about it and because its size is much larger than other species of mollusks

commonly found in this region. Were studied moisture, ash, protein, macro and micro

minerals, and metal ions of toxicological significance. All analytical determinations followed

the standards of the Institute Adolfo Lutz. The protein determination was performed by the

Kjeldahl method. All metal ions were determined by optical emission spectroscopy with

inductively coupled plasma (ICP-OES) method described by USEPA 6010C. The results

showed that Anadara notabilis can be introduced into food for human beings, in view of its

mineral wealth. Noteworthy among the macronutrients phosphorus and magnesium showed

that their values in mg / kg 918.7 and 586.7. With regard to micronutrients stand out with this

iron 586.7 mg / kg and zinc with 12.31 mg / kg. Was not found high content of metal

contaminants to this mollusc, which would prevent their use, only this chromium 0.7 mg / kg

above the value established by Brazilian legislation. The results will certainly be very useful

in future studies of nutrition and to build a table of chemical composition of Brazilian foods.

Key words: Nutrients. Proteins. Molluscs. Anadara notabilis. ICP-OES.

 

 

LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 Vista aérea da região de Galinhos: (a) acesso pela RN-402; (b) círculo

em vermelho indica a região de coleta das amostras.................................

15

Figura 2.2 Vista de mangue em Galinhos................................................................... 17

Figura 2.3 Anadara notabilis concha fechada............................................................. 22

Figura 2.4 Anadara notabilis concha aberta................................................................ 23

Figura 2.5 Representação esquemática do sistema de introdução da amostra em

ICP-OES Adaptado de PETRY 2005.........................................................

31

Figura 2.6 Sistema de detecção para a leitura do sinal analítico nos modos de

observação radial em um instrumento de visão dual Adaptado de

PETRY 2005............................................................................................

33

Figura 2.7 Sistema de detecção para a leitura do sinal analítico nos modos de

observação axial em um instrumento de visão dual Adaptado de PETRY

2005...........................................................................................................

33

Figura 4.1 Teores de umidade, resíduo seco e cinzas para amostra de A.

notabilis......................................................................................................

43

Figura 4.2 Comparação entre os teores de proteínas no A. notabilis e o IDR .......... 44

Figura 4.3 Comparação entre os teores de macronutriente na A.notabilis com o IDR

e com o valor para posta de cação, expressos em mg/Kg..........................

45

Figura 4.4 Comparação entre os valores dos micronutrientes x IDR, expressos em

mg/Kg. IDR – ingestão diária recomendada..............................................

47

Figura 4.5 Comparação entre os valores dos metais de importância toxicológicas,

expressos em mg/Kg e o LM – limite máximo, AIN – amostra in

natura.........................................................................................................

49

 

 

LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Composição centesimal (g%) de moluscos da cidade de Maceió Al..... 20

Tabela 4.1 Teores de umidade do molusco A. notabilis. Resíduos secos

determinados em triplicata.....................................................................

41

Tabela 4.2 Teor de cinzas presente no molusco A.notabilis. Cinzas determinadas

em triplicata............................................................................................

42

Tabela 4.3 Teores de proteínas em A. notabilis....................................................... 44

Tabela 4.4 Teor de macronutrientes presente no molusco A.notabilis em

mg/Kg.....................................................................................................

45

Tabela 4.5 Teores de micronutrientes no A. notabilis confrontados com os

valores IDR, expressos em mg/Kg para amostras in natura e

secas........................................................................................................

46

Tabela 4.6 Teores dos metais classificados como de importância toxicológica

apresentados no molusco A. notabilis. Média para as duas coletas

feitas em triplicata em mg/Kg.................................................................

48

 

 

LISTA DE ABREVIATURAS

AIN Amostra in natura

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AS Amostra seca

ATP Adenosina tri-fosfato

DOU Diário Oficial da União

EUA Estados Unidos da América

FAO Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação

ICP OES Espectroscopia de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado

IDR Ingestão Diária Recomendada

LM Limite Máximo

NT Nitrogênio Total

PB proteína bruta

PCBs bifenilos policlorados

RDC Resolução de Diretoria Colegiada

RF rádio-frequência

SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

TACO Tabela Brasileira de Composição de Alimentos

 

 

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS........................................................................  14

1.1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................  14

1.2 OBJETIVOS..........................................................................................................  15

1.2.1 Objetivos gerais....................................................................................................  15

1.2.2 Objetivos específicos............................................................................................  15

2 REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................  15

2.1 LOCALIZAÇÕES DA ÁREA DE ESTUDO........................................................  15

2.2 O ECOSSISTEMA MANGUEZAL......................................................................  16

2.3 MOLUSCOS BIVALVES.....................................................................................  18

2.3.1 Moluscos bivalves como alimento.......................................................................  19

2.3.2 Moluscos bivalves como bioindicadores de poluição........................................  20

2.3.3 Anadara notabilis..................................................................................................  22

2.4 OS METAIS...........................................................................................................  24

2.4.1 Composição mineral do organismo e suas funções...........................................  25

2.4.2 Características dos metais estudados.................................................................  26

2.4.3 Macromineral.......................................................................................................  28

2.4.4 Micromineral (oligoelementos)...........................................................................  29

2.4.5 Proteínas...............................................................................................................  29

2.5 MÉTODO DE KJELDAHL...................................................................................  30

2.6 ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ÓPTICA EM PLASMA

INDUTIVAMENTE ACOPLADO .......................................................................  30

3 MATERIAIS E MÉTODOS................................................................................ 34

3.1 REAGENTES........................................................................................................ 34

3.2 EQUIPAMENTOS................................................................................................. 34

3.3 MATERIAIS.......................................................................................................... 34

3.4 MÉTODOS............................................................................................................ 35

3.5 COLETA DAS AMOSTRAS................................................................................ 35

3.6 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS...................................................................... 36

3.7 DETERMINAÇÃO DA UMIDADE..................................................................... 36

3.8 DETERMINAÇÃO DE CINZAS.......................................................................... 37

 

 

3.9 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS.................................................................. 38

3.10 DETERMINAÇÃO DOS METAIS....................................................................... 39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................... 41

4.1 DETERMINAÇÃO DA UMIDADE.................................................................... 41

4.2 DETERMINAÇÃO DE CINZAS.......................................................................... 42

4.3 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS.................................................................. 43

4.4 DETERMINAÇÃO DOS MACRONUTRIENTES.............................................. 44

4.5 DETERMINAÇÃO DOS MICRONUTRIENTES................................................ 46

4.6 DETERMINAÇÃO DE METAIS CLASSIFICADOS COMO DE

IMPORTÂNCIA TOXICOLÓGICA .................................................................... 47

5 CONCLUSÃO.................................................................................................... 50

REFERÊNCIAS................................................................................................... 51

ANEXOS............................................................................................................... 59

1. Introdução 12

Antonio Marcos Urbano de Araújo

1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

1.1 INTRODUÇÃO

Os ambientes marinhos e costeiros do Brasil sofrem constantemente um considerável

processo de degradação ambiental, gerado pela crescente pressão sobre os recursos naturais

marinhos e continentais e pela capacidade limitada desses ecossistemas absorverem os

impactos resultantes. Alteração ou destruição de habitats, alterações na sedimentação e

poluição industrial constituem-se nos maiores impactos ambientais na zona costeira brasileira,

especialmente em regiões próximas aos grandes centros. Inúmeras baías e estuários estão com

seus habitats naturais comprometidos pela poluição e exploração dos recursos naturais.

(MARINS et al., 2004).

As regiões de manguezal encontram-se, geralmente, em regiões de transições

marinhas e terrestres, ocupando substratos cujos sedimentos são pouco arejados, ricos em

matéria orgânica, constituindo o habitat natural de diversas espécies que estão adaptadas para

esse tipo de ambiente peculiar. Essas condições especiais geram um fluxo de energia e de

matéria que favorecem a ocorrência de uma rica fauna marinha, particularmente de moluscos,

peixes e crustáceos. (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995).

Dentre esses organismos destacam-se os moluscos bivalves, invertebrados filtradores

com ampla distribuição ao longo de praias e de estuários. Através da filtragem da água que

passa pelo local onde vivem, esses animais retém pequenas partículas e microorganismos que

lhes servem de alimento. O lançamento de resíduos ou dejetos em rios ou mares, mesmo em

quantidades reduzidas, pode causar uma lenta acumulação de íons metálicos em organismos e

uma conseqüente biomagnificação. (CARVALHO, 2006).

Alguns trabalhos analíticos sobre nutrientes em alimentos brasileiros foram

desenvolvidos entre as décadas de quarenta e cinqüenta e início da década de sessenta. Porém,

após este período, esse tipo de pesquisa perdeu interesse no campo de investigação, cedendo

lugar para as pesquisas na área de toxicologia. O resultado foi que nos últimos anos pouco se

fez no Brasil para conhecer melhor, nossos alimentos do ponto de vista da composição

química. E recentemente, segundo Torres et al., (2000), em virtude de novos conceitos

1. Introdução 13

Antonio Marcos Urbano de Araújo

científicos surgidos em nutrição e ciências dos alimentos, além do reconhecimento da

importância da composição química dos alimentos, o interesse ressurgiu.

E com a intenção de contribuir com maiores informações sobre a composição

química é que se propôs a realização deste trabalho utilizando a Anadara notabilis, essa

espécie se destaca pelo tamanho, que é bem maior que os demais molucos encontrados na

região e por isso possuem um volume maior de tecido mole. Esse molusco é consumido e

utilizado também por artesão na costa Potiguar, mas precisamente em Galinhos; sugerido

também uma forma de despertar interesses pelo manejo sustentável dessa espécie.

Além do seu grande valor nutricional, os moluscos bivalves também são utilizados

como monitores biológicos. As ostras, mexilhões e outros bivalves têm sido utilizados com

sucesso como bioindicadores da presença de contaminantes, incluindo os metais traços, em

ambientes aquáticos. (CHAGAS-SPINELLI et al., 2006).

Os moluscos bivalves têm sido amplamente usados na avaliação de íons metálicos em

ambiente aquáticos, por fornecerem informações exatas e integradas sobre o impacto

ambiental e biodisponibilidade de tais elementos. (GUIMARÃES; SÍGOLO, 2008).

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Determinar a composição química do molusco Anadara notabilis coletado na Cidade

de Galinhos no RN, utilizando a espectroscopia óptica de plasma indutivamente acoplado

ICP-OES.

1. Introdução 14

Antonio Marcos Urbano de Araújo

1.2.2 Objetivos específicos

Determinar a composição centesimal de A. notabilis.

Determinar a composição mineral de macronutrientes e de micronutrientes de A..

notabilis.

Determinar os teores de íons metálicos de interesse toxicológicos presentes na A.

notabilis.

Verificar a possibilidade de inseri-lo como uma fonte alternativa de alimentos para a

população de um modo geral; e mostrar que esse alimento está livre de altos níveis de

elementos tóxicos.

2. Revisão da Literatura 15

Antonio Marcos Urbano de Araújo

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 LOCALIZAÇÕES DA ÁREA DE ESTUDO

A Cidade de Galinhos encontra-se na mesorregião Central Potiguar e na microrregião de

Macau, limitando-se com os Municípios de Pedro Avelino, Jandaíra, Caiçara do Norte, Guamaré

e o Oceano Atlântico, abrangendo uma área de 332 km², inseridos na folha Jandaíra, editada pela

(CRPM – COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS, 2005).

A sede da cidade apresenta coordenadas 05°05’27,6” de latitude sul e 36°16’30,0” de

longitude oeste, a distância até a capital é cerca de 174 km, sendo seu acesso, a partir de Natal,

efetuado através das rodovias pavimentadas BR-406 e RN-221, Figura 2.1. (CRPM, 2005).

A região de Guamaré-Galinhos sofre possivelmente interferência de atividades

antrópicas, destacando-se principalmente o Pólo Industrial Petrolífero de Guamaré, bem como a

indústria salineira e a expansão da carcinicultura na região. (SOUZA et al., 2005).

Figura 2.1 – Vista aérea da região de Galinhos: (a) acesso pela RN-402; (b) círculo em vermelho indica a região de

coleta das amostras. Fonte: Google maps

a)

b)

2. Revisão da Literatura 16

Antonio Marcos Urbano de Araújo

2.2 O ECOSSISTEMA MANGUEZAL

O Brasil tem a segunda maior área de mangue do mundo. Oitenta por cento desses

mangues estão no Nordeste. São ecossistemas que ficam nas zonas de estuários, áreas de

transição entre os ambientes marinho e terrestre. Apesar de serem protegidos por lei desde 1983,

os manguezais brasileiros diminuíram 46,4% nos últimos 14 anos, segundo a Universidade Rural

de Pernambuco. (SILVA et al., 2006).

O manguezal (Figura 2.2) é um ecossistema costeiro constituído de uma área de

transição entre os ambientes terrestres e marinhos, característicos de regiões tropicais e

subtropicais. Associado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e

reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou diretamente

expostos à linha da costa, está sujeito ao regime das marés, sendo dominado por espécies vegetais

típicas, às quais se associam outros componentes vegetais e animais. Ao contrário do que

acontece nas praias arenosas e nas dunas, a cobertura vegetal do manguezal instala-se em

substratos de vasa de formação recente, de pequena declividade, sob a ação diária das marés de

água salgada ou, pelo menos, salobra. (ESLAMI-ANDARGOLI et al., 2009).

A maré é o principal mecanismo de penetração das águas salinas neste ecossistema. Os

sedimentos do manguezal são invariavelmente originados pela decomposição de rochas de

diferentes naturezas às quais se juntam restos de folhas, galhos e animais (matéria orgânica). Esse

ecossistema é constituído de espécies animais e vegetais caracterizadas por colonizarem zonas

predominantemente lodosas, com baixos teores de oxigênio. (ESLAMI-ANDARGOLI et al.,

2009).

Dentro do ecossistema manguezal, as plantas, os animais, o solo e o ambiente físico são

mantidos por processos de trocas contínuas de energia, representados pela fixação, acumulação

de biomassa, decomposição da matéria orgânica e ciclo mineral. (LACERDA, ITTEKKOT,

1995).

Esse ecossistema apresenta condições propícias para a alimentação, proteção e

reprodução de muitas espécies animais, sendo considerado importante transformador de matéria

orgânica em nutrientes e gerador de bens e serviços. (LACERDA, ITTEKKOT, 1995).

2. Revisão da Literatura 17

Antonio Marcos Urbano de Araújo

Figura 2.2 – Vista de mangue em Galinhos

Fonte: Autor

Um dos principais agentes de contaminação dos manguezais, atualmente, são os íons

metálicos, que chegam até esse ecossistema através de vários vetores urbanos e industriais, tais

como esgotamentos sanitários e de indústrias químicas e petroquímicas. Esses contaminantes

tóxicos desempenham um importante papel na dinâmica de regiões costeiras e,

conseqüentemente, nos processos geoquímicos das zonas de manguezal, já que se acumulam

naturalmente e podem influenciar sobremaneira a cadeia trófica, que tem como uma forte base de

sustentação esse ecossistema vital. (FERREIRA ; PIMENTA, 2005).

Como a região de mangue faz parte de um ecossistema global, a sua destruição causa

alterações na dinâmica costeira na região e no planeta, com conseqüências imprevisíveis. Além

disso, os manguezais são patrimônios cultural e turístico e isto significa divisas em educação,

turismo, pesquisa e até produção de alimentos, se preservados e manejados racionalmente.

(FERREIRA ; PIMENTA, 2005).

2. Revisão da Literatura 18

Antonio Marcos Urbano de Araújo

Na região do Rio Grande do Norte estão relacionadas às principais formas de impactos

ambientais dentre elas estão atividades econômicas desenvolvidas na região. Desta forma, a

exploração petrolífera, a indústria do sal, o turismo, a extração da madeira, a degradação de

lagoas costeiras, a carcinicultura, etc., têm afetado o meio ambiente. (OLIVEIRA ; LEITE,

1999). Um dos motivos para a preservação dos manguezais é que atuam como um filtro

biológico que retém, nas algas e árvores, no sedimento e na comunidade animal, diversos

poluentes como a matéria orgânica, que têm origem nos esgotos urbanos e industriais, substâncias

químicas, íons metálicos, etc., contribuindo dessa maneira com a saúde pública. Além disso, os

manguezais criam, estabilizam e mantém regiões costeiras submetidas ao movimento das marés.

Os sedimentos que o mangue retém, são carregados pelas marés com a consequente perda de

territórios e invasão de áreas do estuário pela força da maré, gerando problemas de erosão e

degradação costeira. (FERREIRA ; PIMENTA, 2005).

2.3 MOLUSCOS BIVALVES

No mundo em desenvolvimento, há uma necessidade de aumentar a produção de

alimentos e uma das maneiras de atingir este objetivo é a criação de crustáceos e espécies de

bivalves, que são fontes animais de proteína. A cultura de organismos marinhos pode aumentar a

produção e também diminuir a pressão sobre zonas costeiras de recursos naturais, e os bivalves

estão dentre os mais importantes recursos marinhos. (MZIGHANI, 2005)

Entre os organismos do meso-litoral de um manguezal, destacam-se os moluscos

bivalves, invertebrados, com ampla distribuição ao longo de praias e estuários (QUAST, 2003).

Os moluscos são animais predominantemente marinhos, embora existam espécies de

água doce e terrestre. A maioria é de vida livre podendo viver fixos, enterrados, ou ainda

nadando. (QUAST, 2003).

Os bivalves constituem uma das principais classes do filo Mollusca, grupo de destaque

da macrofauna bentônica, tanto pela riqueza de espécies quanto por sua abundância. Evoluíram

no processo de colonização de depósitos de areia no período Pré-Cambriano, alimentando-se

2. Revisão da Literatura 19

Antonio Marcos Urbano de Araújo

diretamente de matéria orgânica nesses substratos instáveis. É geralmente aceito que esses

bivalves primitivos viviam enterrados superficialmente em fundos moles, hábitos associado a um

achatamento lateral e à divisão da concha em duas metades, que passou a abrigar o corpo. A

perda da cabeça, dos órgãos sensoriais cefálicos, da massa bucal e da rádula são outras

adaptações associadas ao novo modo de vida. (QUAST, 2003).

Apesar de apresentarem grande diversidade de formas e hábitos, o padrão básico dos

bivalves é inconfundível. São moluscos bilateralmente simétricos, com um manto na forma de

dois lobos envolvendo o corpo e secretando a concha. Esta é constituída por duas metades, as

valvas, unidas por um ligamento dorsal não-calcificado. A cabeça é rudimentar, sem tentáculos,

massa bucal, rádula, mandíbulas ou faringe, sendo a função de obtenção de alimentos transferida

para os palpos, brânquias e os órgãos sensoriais para as margens do manto. Normalmente, existe

um par de brânquias bastante desenvolvidas, mas que podem ser reduzidas e modificadas,

formando um septo. (QUAST, 2003).

2.3.1 Moluscos bivalves como alimento

Os bivalves têm grande importância econômica, seja como alimento para peixes, seja

pelo consumo direto pelo homem. Devido à sua riqueza não só como fonte de minerais, mas

também como fonte de renda para quem sobrevive da atividade pesqueira, essa classe de

moluscos esteve sendo alvo de vários tipos de estudos. (AFIATI, 2007; OTCHERE, 2003).

Como os moluscos estão distribuídos ao longo da costa, seu extrativismo é facilitado e

muitas espécies são utilizadas como fonte de alimentação. (ADORNO, 2003).

O Brasil vem se destacando com o aumento de sua produção, a partir de 1988, sendo o

Estado de Santa Catarina considerado o maior produtor de ostras e mexilhões do país em 2002.

(CURTIUS et al., 2003).

Em 2002, os bivalves representaram mais de 8% do total da produção da indústria

pesqueira mundial; partindo de 0,9 milhões de toneladas em 1950 para 11 milhões de toneladas.

(BISPO et al., 2004).

2. Revisão da Literatura 20

Antonio Marcos Urbano de Araújo

A carne de certos moluscos, que se caracterizam como fontes expressivas de proteínas e

minerais, já está sendo processada para ampliar a comercialização deste molusco. Foi

desenvolvido um processo de obtenção de marinado, envolvendo acidificação do produto com

vinagre (pH ≤ 4,5) e tratamento térmico convencional (banho-maria) durante 30 minutos. O

Índice de aceitabilidade do marinado foi de 78-82%, em relação à aparência, cor, aroma, sabor e

textura. Sob os pontos de vista microbiológicos, físico-químico, químico e sensorial, o marinado

de vongole manteve-se estável durante 240 dias de armazenamento, à temperatura ambiente. O

processo proposto atende à possibilidade de um maior e melhor aproveitamento comercial do

vongole. (BISPO et al., 2004).

Na Tabela 2.1 estão apresentados os resultados de Lira et al., (2004), para as

determinações dos teores de umidade, cinzas proteínas paras os moluscos: sururu (Mytella

falcata), o maçunin (Anomalocardia brasiliana) e a unha de velho (Tagelus plebeus).

Tabela 2.1 – Composição centesimal de moluscos da cidade de Maceió-Al

Moluscos Umidade % Cinzas Proteínas

Sururu* 76,68 (1,25) 1,8 (0,47) 17,26 (1,76)

Sururu ** - 7,8 (2,39) 73,00 (6,23)

Maçunim * 75,35 (1,97) 2,24 (0,70) 17,46 (1,42)

Maçunim ** - 8,50 (2,74) 70,58 (6,80)

Unha de Velho* 76,70 (0,49) 1,61 (0,41) 16,39 (2,51)

Unha de Velho** - 7,00 (1,82) 69,71 (10,5) (*) desvio padrão, *Amostra in natura, **Amostra seca.

FONTE: LIRA (2004)

2.3.2 Moluscos bivalves como bioindicadores de poluição

Os moluscos bivalves têm papel importante em alguns ecossistemas marinhos, sua

atuação como espécies bioindicadores por responderem bem a poluentes, por isso são usados

2. Revisão da Literatura 21

Antonio Marcos Urbano de Araújo

como indicadores e essas espécies são utilizadas para monitoramento de áreas em estudos de

poluição. (SOARES-GOMES ; PIRES-VANIN, 2005; OTCHERE, 2003).

Os moluscos bivalves podem bioacumular poluentes antropogênicos originados de

várias fontes localizadas próximas à área de ocorrência do animal ou em locais distantes. Muitos

poluentes, incluindo os íons metálicos, são altamente tóxicos para organismos aquáticos,

causando deteriorização letal ou sub-letal. Estes animais são altamente tolerantes a vários

poluentes e possuem características que lhes conferem a capacidade de acumular metais pesados,

além disso, são abundantes em ecossistemas aquáticos e terrestres, estando facilmente disponíveis

para coleta. Sendo assim, estes organismos vêm sendo considerados promissores bioindicadores

de contaminação ambiental. Várias espécies de bivalves que possuem a capacidade de acumular

metais ocorrem em abundância nas regiões costeiras e desenvolvem papel importante no

biomonitoramento da poluição por metais traços, tais como, cádmio (Cd) e chumbo (Pb), em

programas de monitoramento global. (TEIXEIRA et al., 2007; DENTON et al., 2009).

Para Marins; Paula (2004) devido a esse processo dinâmico de transporte e

redistribuição dos metais nas diferentes fases, concentrações aparentemente baixas na coluna

d’água e nos sedimentos, podem estar potencialmente disponíveis para acúmulo pelos

organismos, tornando-se eventualmente tóxicas. O processo de biomagnificação de íons

metálicos é uma das formas pela quais esses elementos atingem altas concentrações na biota, uma

vez que os níveis de algumas espécies aumentam progressivamente ao longo da cadeia alimentar,

atingindo níveis elevados nos organismos predadores que ocupam o topo da cadeia trófica.

Os íons metálicos diferem de outros agentes tóxicos porque não são sintetizados nem

destruídos pelo homem. Todas as formas de vida são afetadas pela sua presença, dependendo da

dose e da forma química. Muitos íons metálicos são essenciais para o crescimento de todos os

tipos de organismos, desde as bactérias até mesmo o ser humano, mas eles são requeridos em

baixas concentrações e, dependendo da concentração, podem prejudicar diversos sistemas

biológicos. (PEREIRA et al., 2002).

2. Revisão da Literatura 22

Antonio Marcos Urbano de Araújo

2.3.3 Anadara notabilis

O gênero Anadara é encontrado ao redor do mundo em diversas espécies como Anadara

granosa, Anadara senilis, Anadara antiquata, Anadara trapezia e Anadara notabilis. Estas

espécies são encontradas na Ásia, África, Oceania e América do Sul. No Brasil, particularmente

no Rio Grande do Norte, é encontrada no município de Galinhos uma população de Anadaras

notabilis. É um molusco bivalve que mede cerca de 10 cm de comprimento por 8 cm largura,

pesando em média 200 g com sua concha, Figura 2.3. (DAM, T.K. et al., 1993; DAM, T.K. et

al., 1994; JOIRIS, C.R. ; AZOKWO, 1999).

Figura 2.3 – Anadara notabilis concha fechada.

Fonte: Autor

2. Revisão da Literatura 23

Antonio Marcos Urbano de Araújo

O gênero Anadara (Figura 2.4) é consumido e tem sabor semelhante aos polvos que

também é uma espécie de moluscos comum nas costas brasileiras. Segundo Dam, T.K. et al.,

1993; Dam, T.K. et al., 1994; Joiris, C.R. ; Azokwo, 1999 a parte comestível contém mais textura

e é bem maior na Anadara do que nas ostras. Esses moluscos são bem aceitos pela população

nativa. Semelhantemente para os outros países é considerada fonte alternativa de alimento e tem

ótimo valor comercial. Segundo os autores existem poucas as informações na literatura sobre sua

composição química e propriedades nutricionais de suas proteínas.

Figura 2.4 – A. notabilis concha aberta

Fonte: Autor

Consciente da relevância social e econômica as A. notabilis poderiam ser cultivadas

principalmente no Nordeste do Brasil em possíveis fazendas, foram realizados estudos para

conhecer a composição química, minerais, proteínas, e determinar o valor nutricional das

proteínas destes moluscos, visto não ser encontrado nenhuma informação nutricional sobre o

gênero A. notabilis. (DAM, T.K. et al., 1993; DAM, T.K. et al., 1994; JOIRIS, C.R. &

AZOKWO, 1999).

2. Revisão da Literatura 24

Antonio Marcos Urbano de Araújo

2.4 OS METAIS

Os metais ocorrem naturalmente no meio ambiente através da desagregação das rochas.

Entretanto, a introdução destes elementos através das atividades antrópicas pode alterar

significativamente os ciclos biogeoquímicos naturais dos mesmos em corpos hídricos.

(ANDRADE, 2005). Os elementos químicos (metais e semimetais), dependendo das suas concentrações são

geralmente tóxicos aos organismos vivos, sendo, portanto considerados poluentes. Quando estão

a baixas concentrações no meio ambiente são conhecidos como metais traços ou elementos

traços. Esses metais podem ser encontrados na água como resultado de atividades antropogênicas

(mineração, metalurgia, esgotos, lixos, uso de combustíveis) ou de processos naturais, podendo

ser encontrado em altos teores em solos ou sedimentos de rios, associados às anomalias

geoquímicas das rochas, determinando quais íons serão mais abundantes nas águas dos rios, não

indicando poluição antropogênicas. (GUEDES et al., 2005).

Nem todos os metais desempenham funções fisiológicas similares no organismo

humano, pois enquanto alguns deles desenvolvem significativa função (oligoelementos), outros

são destituídos de qualquer ação orgânica; determinados metais ainda, em percentagens fora dos

limites admitidos, atuam como agentes contaminantes. (EVANGELISTA, 2005).

Os oligoelementos, muito dos quais não se conhece ainda o mecanismo completo de

suas funções são os seguintes: cobalto, cobre, cromo, selênio, molibdênio e zinco.

(EVANGELISTA, 2005).

Todas as formas de vida são afetadas pela presença de íons metálicos dependendo da

dose e da espécie química. Muitos elementos são essenciais para o crescimento de todos os tipos

de organismos, desde as bactérias até mesmo o ser humano, mas eles são requeridos em baixas

concentrações e podem alterar sistemas biológicos, caso sejam absorvidos em doses superiores às

necessárias para cada organismo. (GUSMÃO, 2004).

Em geral, o termo íons metálicos tem conotação de toxicidade, no entanto, é importante

ressaltar que, entre os íons metálicos estão incluídos elementos essenciais aos seres vivos como

as plantas e os animais. Na maior parte dos casos, a contaminação humana por tais elementos

2. Revisão da Literatura 25

Antonio Marcos Urbano de Araújo

pode ocorrer por meio da ingestão de água, de alimentos ou por inalação de vapores. (GUSMÃO,

2004).

Em outra pesquisa os metais Al, Fe, Mn, Cd, Cr, Cu, Ni, Pb e Zn foram determinados

por Carvalho et al., (2001) visando avaliar a contaminação do ambiente costeiro próximo a

Cidade de Macaé por meio de mexilhões Perna perna.

Brito (2010) fez a determinação dos metais Al, Ba, Cd, Cu, Pb, Cr, Sn, Mn, Ni e Zn no

molusco Mytella falcata coletadas na Cidade de Galinhos RN utilizando a técnica de

espectrometria ótica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) para discriminar estuários

potiguares.

2.4.1 Composição mineral do organismo e suas funções

Os minerais presentes em um ser humano de 70 kg representam cerca de 4 a 5% do peso

corpóreo o equivalente a 2,8 kg. Cerca da metade desse peso corpóreo (35 kg) é constituído por

cálcio e outro quarto é fósforo. Cinco outros macrominerais (magnésio, sódio, cloro, potássio e

enxofre) e 14 microminerais (ferro, zinco, cobre, iodo, manganês, flúor, molibdênio, cobalto,

selênio, cromo, estanho, níquel, vanádio e silício) constituem os 25% restantes (MAHAN ;

ARLIN, 1994).

São inúmeras as funções dos minerais, alguns como íons dissolvidos nos fluidos

corpóreos e outras como constituintes de compostos essenciais. Muitas enzimas são reguladas por

esses íons minerais, que mantém o equilíbrio ácido-básico e a pressão osmótica, facilita o

transporte de compostos essenciais nas membranas e mantém a irritabilidade dos músculos e

nervos (MAHAN ; ARLIN, 1994).

2. Revisão da Literatura 26

Antonio Marcos Urbano de Araújo

2.4.2 Características dos metais estudados

Alumínio • Abundante nos minerais; • Relacionada com o mau de Alzheimer

Bário • Encontrado em forma de minerais; • Seus sais são venenosos; • É usado na medicina para fins de diagnósticos radiológicos

Boro • O boro é o quinto elemento da tabela periódica, tem baixa

condutividade elétrica e aumenta com o aumento da temperatura, o que é oposto ao comportamento observado para os metais

Cádmio • Relativamente raro; • Pouco se sabe sobre funções no organismo; • É uma espécie não essencial e tóxica

Cálcio • Elemento essencial para formação óssea; • Exerce várias funções metabólicas; • Elemento mais abundante do nosso organismo

Chumbo • Encontrado abundância na crosta terrestre; • Potencialmente tóxico e bioacumulativo; • Provoca disfunções metabólicas

Cobalto • Micronutriente, constituinte da vitamina B12; • O seu excesso favorece o aparecimento de lesões cardíacas e

doenças na tireóide

Cobre

• Encontrado como carbonato, sulfetos, óxidos e em depósitos naturais;

• Constituinte normal do sangue conhecido desde 1875, • É um elemento essencial ao nível de traços (micronutriente); • Participam da síntese da hemoglobina, elastina e colágeno; • No organismo humano tende a se acumular no fígado, causando

náuseas e vômitos e, dependendo do caso, problemas cárdio-respiratórios

Cromo

• É um metal que com seus compostos está presente em alimentos; • Os baixos índices de cromo nos alimentos, tecidos e fluidos

corporais resultam em problemas analíticos graves; • O cromo é essencial para a manutenção do metabolismo dos

carboidratos e lipídeos

Estrôncio

• O estrôncio tem um papel semelhante ao do cálcio no metabolismo humano, não sendo, portanto, tóxico;

• O entanto, os isótopos naturais Sr-89 e Sr- 90 são extremamente perigosos uma vez ingeridos

Ferro • Metal presente em alimentos, no solo, na água e na atmosfera; • É um micronutriente que atua principalmente na formação da

hemoglobina, de enzimas como as citocromo oxidases,

2. Revisão da Literatura 27

Antonio Marcos Urbano de Araújo

envolvidas na produção de energia (ATP); • O organismo de um homem adulto contém cerca de 3 a 5g de

ferro

Fósforo

• O fósforo, um dos elementos mais essenciais para o homem; • Ativo no metabolismo e está distribuído em todas as células do

corpo e nos fluidos extracelulares; • Possui inúmeras funções, além do papel estrutural dos ossos e

dentes

Lítio

• Não é encontrado facilmente na crosta terrestre ele é encontrado disperso em certas rochas;

• Pode ser encontrado também em águas salgadas e águas minerais.

Magnésio

• É um elemento essencial e participa de vários processos bioquímicos e fisiológicos;

• O organismo humano adulto possui aproximadamente 20 a 28g deste metal;

• O magnésio está envolvido numa grande variedade de processos bioquímicos e fisiológicos, incluindo a contração muscular e excitabilidade nervosa

Manganês

• Também é considerado um micronutriente, atua como cofator de várias enzimas;

• A concentração no organismo de um humano adulto é de 10 a 20 mg e tende a ser maior em tecidos ricos em mitocôndria;

• O manganês faz parte de diversas enzimas, incluindo a glutamina sintetase, piruvato carboxilase e superóxido desmutase mitocondrial;

• A deficiência de manganês inibe a síntese do colesterol e pode causar infertilidade

Molibdênio

• O molibdênio se encontra amplamente distribuídos nos alimentos mais usados, como legumes, cereais integrais, leite e seus derivados e os vegetais verdes;

• A taxa de ingestão de 50µg/dia para lactentes alcança um pico de 80 a 120µg/dia, e aos 14 e 16 anos, para meninas e meninos, respectivamente;

• A ingestão diminui vagarosamente para 74 e 101µg/dia para faixa etária de 60 e 65 anos para homens e mulheres, respectivamente

Níquel

• O metal é normalmente encontrado em efluentes líquidos industriais, principalmente em refinarias de petróleo, siderúrgicas, fábricas de fertilizantes, celulose e papel;

• É um elemento considerado essencial e atua como um micronutriente.

• O Ni circula na corrente sangüínea ligada à proteína niqueloplasmina, embora ainda não se saiba a função desta;

• A intoxicação por Ni, entretanto, pode causar câncer de pulmão e

2. Revisão da Literatura 28

Antonio Marcos Urbano de Araújo

nos seios da face

Potássio

• É um elemento essencial e constitui o principal cátion do líquido intracelular;

• Regula a pressão osmótica e a transmissão de impulsos nervosos; • O potássio é indispensável para dieta humana e está intimamente

ligado ao sódio e o cloro no organismo

Sódio

• Assim como o cloro e potássio, o sódio é um elemento essencial na dieta humana;

• É considerado um macronutriente da dieta, mas o seu excesso provoca aumento da pressão arterial;

• O íon Na+ é o principal cátion do líquido extracelular e juntamente com o potássio participa da transmissão dos estímulos nervosos;

Titânio

• O titânio puro não é obtido facilmente, pois ele reage facilmente com o oxigênio, nitrogênio e carbono em temperaturas elevadas;

• Dos três estados de oxidação conhecidos para o titânio, +2, +3 e +4, o último é o mais comum e estável sob muitas condições

Vanádio

• Esse elemento inibe in vitro o Na+, K+, Ca2+, ATPase e outras enzimas fosforil transferase, mas se possui uma função regulatória;

• A taxa de ingestão para lactantes de 6 a 11 meses é de 3 µg/dia e para adolescentes e adultos jovens é cerca de 11 µg/dia

Zinco

• O zinco é um metal amplamente distribuído na natureza, ocorrendo nos solos como nutriente essencial nas plantas em geral;

• O zinco é um elemento essencial para o crescimento, porém, em concentrações acima de 5,0 mg/L, confere sabor à água e uma certa opalescência a águas alcalinas;

• A deficiência do zinco nos animais pode conduzir ao atraso no crescimento

2.4.3 Macromineral

São classificados como macrominerais as substâncias inorgânicas homogêneas, de

ocorrências naturais, que são necessitados pelos seres humanos em quantidades de 100mg/dia ou

mais. Estão classificados como macrominerais: o cálcio, o fósforo, o magnésio, o potássio e o

sódio (MAHAN ; ARLIN, 1994).

2. Revisão da Literatura 29

Antonio Marcos Urbano de Araújo

2.4.4 Micromineral (oligoelementos)

São chamados micronutrientes ou oligoelementos as substâncias inorgânicas, de

ocorrência natural, que são necessitados pelos seres humanos em quantidades menores que

100mg/dia, alguns deles são: cobre, cobalto, cromo, ferro, manganês, molibdênio, vanádio e

zinco (MAHAN ; ARLIN, 1994).

As fontes dos oligoelementos são de origem animal, que são considerados as fontes

superiores, pois as concentrações tendem a ser mais elevadas (MAHAN ; ARLIN, 1994).

A investigação desse tipo de macro e microconstituintes por emissão ótica com plasma

indutivamente acoplado (ICP OES) mostram-se adequada segundo Mendes et al., (1998), pois

proporciona altas temperaturas, o que promove a destruição da matéria orgânica, dissociação de

moléculas, atomização e ionização para um grande número de espécies diferentes, em diversos

níveis de energia e, ao mesmo tempo, com poucas interferências químicas, o que possibilita a

análise multielementar com rapidez, precisão e exatidão (MENDES ET AL., 1998).

2.4.5 Proteínas

Uma das primeiras substâncias a ser reconhecida como parte vital dos tecidos dos seres

vivos foi à proteína. Esse nome foi criado há mais de um século, derivado de uma palavra grega

cujo significado é “de importância primordial”. (MAHAN ; ARLIN, 1994).

As proteínas desempenham papéis extremamente importantes na maioria dos processos

biológicos, atuando como enzimas, hormônios, neurotransmissores, transportadores através das

membranas celulares e outros. (ZAIA et al, 1998).

Assim como os carboidratos e lipídios, as proteínas contêm carbono, hidrogênio e

oxigênio. Elas contêm cerca de 16% de nitrogênio junto com enxofre e algumas vezes outros

elementos, como fósforo, ferro e cobalto. (MAHAN ; ARLIN, 1994).

O aminoácido é a base estrutural das proteínas, dos quais 20 têm sido identificados como

constituintes da maioria das proteínas. (MAHAN ; ARLIN, 1994).

2. Revisão da Literatura 30

Antonio Marcos Urbano de Araújo

2.5 MÉTODO KJELDAHL

Kjeldahl é o método oficial para determinação de proteínas, reconhecido pela legislação

e organismos internacionais como a Association of Official Analytical Chemists AOAC. Este

método baseia-se na determinação de nitrogênio total da amostra, onde a matéria orgânica é

decomposta pela ação do calor e ácido sulfúrico e o nitrogênio é transformado em amônia.

Através de titulação com HCl pode-se determinar o conteúdo total de nitrogênio. (SILVA, 2004;

CHRISTIAN, 2001).

O método consiste no aquecimento da amostra com ácido sulfúrico para digestão até que

o carbono e hidrogênio sejam oxidados. O nitrogênio da proteína é reduzido e transformado em

sulfato de amônio. Adiciona-se NaOH concentrado e aquece-se para liberação da amônia dentro

do volume conhecido de uma solução de ácido bórico, formando borato de amônio. O borato de

amônio formado é titulado com uma solução ácida (HCl) padronizada. (INSTITUTO ADOLFO

LUTZ, BRASIL, 2005; COTTA, et al., 2007).

2.6 ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ÓPTICA EM PLASMA COM ACOPLAMENTO

INDUTIVO (ICP-OES)

A determinação de baixas concentrações de metais e metalóides requer utilização de

técnicas suficientemente sensíveis e versáteis. A fim de satisfazer essas necessidades, a

espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) pode ser

utilizada, por possuir boa sensibilidade, fazer medições precisas e exatas, proporcionando baixos

limites de detecção. Essas características são essenciais para obtenção de resultados satisfatórios

em determinações analíticas. (PETRY, 2005)

A espectrometria de emissão em plasma é uma técnica de análise multielementar

sequencial/simultânea que se baseia nas observações de emissões de radiação dos elementos

constituintes da amostra, em um plasma, geralmente de argônio, podendo ser utilizada para a

determinação de, aproximadamente, 70 elementos em uma ampla variedade de amostras. O

2. Revisão da Literatura 31

Antonio Marcos Urbano de Araújo

equipamento correspondente é um espectrômetro de emissão óptica em plasma com acoplamento

indutivo e constitui-se, basicamente, de um gerador de rádio frequência, um sistema para

introdução da amostra, uma tocha, um sistema de gás argônio, um sistema óptico para o

processamento do sinal analítico e um sistema computacional para o controle do equipamento.

(BOSS ; FREDEEN, 1999; SKOOG et al., 2006).

O gerador de rádio-frequência (RF) é um dispositivo elétrico empregado como fonte de

potência e tem a função de sustentar o plasma. (BOSS ; FREDEEN, 1999; SKOOG et al., 2006).

O sistema de nebulização é composto, em geral, por um nebulizador e uma câmara de

nebulização. O nebulizador produz um aerossol da amostra, que é conduzido ao plasma pela

câmara, o qual favorece a introdução apenas das gotas de menor volume. (BOSS ; FREDEEN,

1999; VOGEL, 2002).

A tocha é um dispositivo de quartzo onde se forma o plasma. Conforme ilustrado na

Figura 2.7 é constituída por três tubos concêntricos por onde passam os fluxos do argônio

principal, auxiliar e nebulizador. O fluxo de argônio principal é responsável pela manutenção do

plasma e proteção das paredes da tocha contra a fusão; o fluxo nebulizador introduz a amostra no

plasma e o fluxo auxiliar tem a função de direcionar o aerossol da amostra para dentro do plasma.

(BOSS ; FREDEEN, 1999; VOGEL, 2002).

Figura 2.5 – Representação esquemática do sistema de introdução da amostra em ICP-OES Adaptado de PETRY 2005.

2. Revisão da Literatura 32

Antonio Marcos Urbano de Araújo

Entre as partes constituintes do espectrômetro, a mais complexa é o sistema óptico.

Existem dois tipos de sistemas, um para medidas seqüenciais do sinal e outro para medidas

simultâneas, e a obtenção do sinal pode ser realizada de duas formas: na configuração radial ou

axial da tocha. (BOSS ; FREDEEN, 1999; VOGEL, 2002).

Quanto aos modos de observação da radiação emitida pelo plasma, existem instrumentos

que fazem a leitura do sinal apenas em uma das configurações, e instrumentos com “visão dual”,

que realizam medidas em ambas as configurações. Na configuração radial são captadas as

emissões que ocorrem no raio da tocha, em uma dada altura de observação, enquanto as emissões

que ocorrem no eixo da tocha são captadas na configuração axial. Os instrumentos que fazem a

leitura do sinal apenas em uma das configurações operam de maneira sequencial ou simultânea,

enquanto os instrumentos de visão dual operam de maneira sequencial e simultânea, em relação

ao modo de observação do sinal e à realização da leitura. A Figura 2.8 apresenta uma ilustração

para o sistema de visão dual referente ao equipamento. (BOSS ; FREDEEN, 1999; SKOOG et al.,

2006)

As diferenças entre as configurações radial e axial (Figuras 2.8 e 2.9), além da posição

de observação do sinal, em relação à tocha, são: o comprimento da região do plasma que é

observada e o desempenho analítico. Na configuração axial toda a região ao longo do eixo do

plasma é observada; obtém-se, em geral, maior sensibilidade e limites de detecção melhores.

Entretanto, o uso dessa configuração é mais suscetível a interferências, devidas aos processos de

auto-absorção e recombinação que ocorrem na extremidade do plasma. Nos instrumentos

comercialmente disponíveis existe um recurso para eliminar a região mais fria do plasma. Trata-

se de uma interface gasosa, de N2 ou Ar, que pode ser posicionada a 90o (chamada de shear-gas)

ou 180o (chamada end-on-gas) em relação à tocha. Mas, essas interfaces possibilitam minimizar e

não eliminar as interferências. (BRENNER et al., 2000; GARCIA et al., 2001)

2. Revisão da Literatura 33

Antonio Marcos Urbano de Araújo

Figura 2.6 – Sistema de detecção para a leitura do sinal analítico nos modos de observação radial em um instrumento de visão dual Adaptado de PETRY 2005.

Figura 2.7 – Sistema de detecção para a leitura do sinal analítico nos modos de observação axial em um instrumento de visão dual Adaptado de PETRY 2005.

Atualmente, existem aplicações para a técnica de ICP-OES em praticamente todas as

áreas de análise química: amostras geológicas, agronômicas, biológicas, águas, cosméticos,

polímeros, aço, entre outros. Seu sucesso deve-se à capacidade multielementar, rapidez analítica

e simplicidade de operação, razões pelas quais muitos laboratórios de análise estão equipados

com um instrumento de emissão óptica. (BOSS, 1999; BRENNER et al., 2000).

3. Materiais e Métodos 34

Antonio Marcos Urbano de Araújo

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 REAGENTES

Ácido bórico PA Merck

Ácido clorídrico PA 37% Merck

Ácido nítrico PA 99,5% Merck

Catalisador sulfato de potássio (K2SO4) + sulfato de cobre (CuSO4) (Reagen) preparado

na seguinte proporção: 0,05g de K2SO4 para 2 g de CuSO4

Hidróxido de sódio PA Merck

Solução indicadora [vermelho de metila 0,2% m/v + azul de metileno 0,2% m/v]

3.2 EQUIPAMENTOS

Os equipamentos utilizados nesta pesquisa encontram-se listados abaixo.

Balança analítica

Digestor

Estufa de secagem

Forno tipo mufla

ICP-OES (modelo iCAP 6300 Duo da Thermo)

3.3 MATERIAIS

Balões volumétricos 50 mL

Bastão de vidro

Beckers 50, 100, 250 mL

Bico de Bunsen

Bureta 50 mL

3. Materiais e Métodos 35

Antonio Marcos Urbano de Araújo

Cadinhos de porcelana

Cápsulas de porcelanas

Dessecadores

Erlenmeyer 250 mL

Espátulas

Funil do tipo analítico

Papel de filtro

Paquímetro

Pipetas graduadas 5, 10 mL

Tubos para digestão

3.4 MÉTODOS

A determinação de umidade (iten 3.6), determinação de cinzas (item 3.7),

determinação de proteínas (item 3.8) e determinação de metais (item 3.9). Foram os métodos

utilizados nesta pesquisa realizados de acordo com as Normas Analíticas do Instituto Adolfo

Lutz.

3.5 COLETA DAS AMOSTRAS

As coletas das amostras foram feitas nos meses de abril/2008 e dezembro/2008, por

uma equipe de biólogos. Foram coletadas em média 25 unidades de Anadara notabilis por

coleta, todas em fase de vida adulta. A média do tamanho dos indivíduos coletadas ficou em

cerca de 7,67 cm (+/- 0,84) medidos de ponta a ponta da concha com um paquímetro. O peso

médio de cada indivíduo ficou em 147,1g (+/- 38,05) (carne + concha).

A coleta das unidades de A. notabilis foi realizada na cidade de Galinhos Município do

Estado do Rio Grande do Norte, onde é encontrada.

3. Materiais e Métodos 36

Antonio Marcos Urbano de Araújo

3.6 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRAS

As amostras foram coletadas por uma equipe de biólogos, acondicionados em sacos

plásticos e colocadas dentro de um recipiente térmico de isopor, coberto com gelo para manter

a integralidade das amostras durante o transporte até o laboratório. Depois de realizada a

coleta as amostras foram transportadas imediatamente ao laboratório para o devido

tratamento.

No laboratório, inicialmente, foi feita a limpeza parcial de cada amostra com água

destilada, retirando os organismos e sujeiras, (areia, folhagens e etc.), que ficaram aderidos à

superfície da carapaça das amostras e que poderia interferir nos resultados das análises. Após

essa limpeza, elas foram medidas e pesadas uma a uma para o conhecimento das dimensões e

pesos, em seguida foram abertas para retirada do seu tecido mole que se constitui na amostra

propriamente dita.

As amostras foram usadas in natura para determinação de umidade, cinzas e na

determinação dos metais.

3.7 DETERMINAÇÃO DA UMIDADE

Na determinação de umidade utilizou-se 30 g do tecido mole que foram distribuídos

em porções de 10 g em cada uma das três cápsulas de porcelana previamente secas e taradas.

Após a pesagem as amostras foram colocadas em estufa com circulação de ar, na temperatura

de 105oC, por 3 horas; decorrido este tempo as amostras foram colocadas em dessecador para

resfriamento, quando então foram pesadas. Estas operações de secagem seguida de pesagem

foram repetidas até que se obteve peso constante. O restante do tecido mole foi distribuído em

bandejas de vidro que foram mantidas em estufa com circulação de ar nas mesmas condições

das amostras que foram encaminhadas para determinação de umidade. A matéria desidratada

foi pulverizada em gral de porcelana, e o pó obtido acondicionado em frasco de vidro foi

armazenado sob condições ambiente para as análises posteriores.

Os resultados de umidade foram expressos em termos percentuais e foram obtidos

utilizando-se a Equação 3.1.

3. Materiais e Métodos 37

Antonio Marcos Urbano de Araújo

(3.1)

Sendo:

MAIN= massa da amostra

mAS= massa da amostra seca

%umidade = percentual de umidade na amostra

3.8 DETERMINAÇÃO DE CINZAS

A determinação de cinzas, também feita em triplicatas, foi realizada a partir do resíduo

seco obtido após a determinação da umidade.

Na determinação de cinzas foram utilizadas 15 g da amostra desidratada (resíduo

seco), que foram distribuídas em três porções de 5,0 g para cada um dos três cadinhos de

porcelana (os cadinhos foram previamente limpos e tarados) e levados ao forno do tipo mufla

a 550ºC por 3 horas. Depois de decorrido este tempo, os cadinhos, após resfriamento, foram

transferidos para dessecador, e após atingir temperatura ambiente foram pesados.

Os teores de cinzas, tanto na amostra seca quanto na amostra in natura foram

calculados aplicando-se respectivamente as Equações 3.2 e 3.3 a seguir:

(3.2)

(3.3)

3. Materiais e Métodos 38

Antonio Marcos Urbano de Araújo

Sendo:

%cinzasAS= percentual de cinzas na amostra seca

%cinzasAIN= percentual de cinzas na amostra in natura

%umidade= percentual de umidade

mAS= massa da amostra seca

mRV= massa dos resíduos voláteis

3.9 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS

Para a determinação de proteínas nas amostras de Anadara notabilis utilizou-se o

método de Kjeldahl, que determina indiretamente o teor de proteínas de diversas amostras

biológicas a partir do nitrogênio na forma de amônia presente numa solução ácida resultante

da digestão das proteínas contidas na amostra original. O processo consiste de três etapas: a

digestão da amostra, destilação da amônia liberada pela adição de álcali e titulação da solução

que retém o destilado por uma solução padrão.

A massa da amostra desidratada, em triplicata, utilizada foi de 0,1 g, a qual foi

colocada em tubos de digestão juntamente com 4,0 mL de ácido sulfúrico concentrado e uma

mistura catalisadora, constituída de sulfato de sódio e sulfato de cobre na proporção de 0,05 :

2,0. Em seguida os tubos foram colocados no digestor e mantidos por 3 horas na temperatura

de 350oC, apresentando-se com aspecto claro. Após resfriados foram levados ao destilador e

após conectados e ligada a caldeira adicionou-se 15 mL de solução de hidróxido de sódio a

40% e a amônia produzida foi coletada em frasco contendo solução saturada de ácido bórico e

uma mistura indicadora (azul de metileno e vermelho de metila). Na titulação utilizou-se

solução padrão de ácido clorídrico 0,0196 mol/L.

Para o cálculo do teor de nitrogênio nas amostras de A. notabilis desidratadas utilizou-

se a Equação 3.4:

(3.4)

3. Materiais e Métodos 39

Antonio Marcos Urbano de Araújo

Onde:

NT – teor de nitrogênio total na amostra, em percentagem;

Va – volume da solução padrão de ácido clorídrico gasto na titulação da amostra, em

mililitros;

Vb – volume da solução de ácido clorídrico gasto na titulação do branco, em mililitros;

F – fator de correção para o ácido clorídrico 0,01 mol/L;

P1 – massa da amostra (em gramas).

Na determinação da proteína bruta, multiplicou-se o valor do nitrogênio total (NT)

encontrado pelo método de Kjeldahl por um fator que converte o nitrogênio em proteína.

Convencionalmente, em amostras de alimentos para animais: plantas forrageiras, rações

concentradas, entre outros materiais, a proteína bruta (PB) é expressa pelo fator 6,25;

considerando que a maioria das proteínas contém nas suas moléculas aproximadamente 16%

de nitrogênio. A Equação 3.5 foi utilizada para determinar o teor de proteína bruta:

(3.5)

Onde:

PB – teor de proteína bruta na amostra, em percentagem;

FN – 6,25.

3.10 DETERMINAÇÃO DOS METAIS

Para determinação dos metais, foi feito um pré-tratamento das amostras para obtenção

das da solução. Os resíduos obtidos nas mesmas condições empregadas na determinação de

cinzas foram solubilizadas em 10 mL de solução de HNO3 a 10% para cada um dos três

cadinhos, até que não fosse mais observada a efervescência devida a dissolução dos

carbonatos metálicos (cerca de 10 minutos). O conteúdo dos cadinhos, após a dissolução, foi

transferido, por filtração, para balão volumétrico de 100 mL e o volume completado com água

3. Materiais e Métodos 40

Antonio Marcos Urbano de Araújo

destilada, procedeu-se a homogeneização e transferência para frascos plásticos limpos. Estas

soluções foram encaminhadas para determinação dos metais no ICP-OES.

Para o cálculo do percentual dos metais utilizou-se a Equação 3.6 para determinação

na amostra desidratada e a Equação 3.7 na amostra in natura.

3.6

3.7

% metalAIN = percentual do metal na amostra in natura

% metalAs = percentual do metal na amostra seca

LeituraICP = resultado do ICP em mg/L

4. Resultados e Discussão 41

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Como não foi encontrado nenhum dado na literatura referente à composição química

do molusco A. notabilis a fim de contribuir com a sociedade em possível utilização desse

molusco na alimentação e/ou de fomentar o interesse para o processamento tecnológico do

mesmo, seja em conservas ou pratos prontos.

A determinação de umidade é o procedimento preliminar a ser executado em amostras

de alimento do tipo do estudado neste trabalho e nas quais se deseja determinar a composição

centesimal. Como a amostra é de fácil deterioração, esta deve ser desidratada para

acondicionamento e posterior tratamento para as demais análises a serem executadas. Além

disso, a determinação do teor de umidade deve preceder a desidratação da amostra, pois é a

partir daquela que se estabelecem as condições para desidratação, todas as determinações

foram realizadas em triplicata.

4.1 DETERMINAÇÃO DA UMIDADE

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 4.1 o teor de umidade,

apresentado no molusco A. notabilis teve em média de 78,46 %, sendo os outros 21,54 % de

amostra desidratada. Este resultado está semelhante aos resultados obtidos por Lira et al.,

(2004) em que ele obteve em média 76 % de umidade para os seguintes moluscos: Mytella

falcata, Anomalocardia brasiliana e Tagelus plebeus coletados na Cidade de Maceió Al.

BRITO, (2010) em seus estudos determinou 85 % como teor de umidade do molusco Mytella

falcata coletados na Cidade de Galinho RN.

Tabela 4.1 – Teores de umidade do molusco A. notabilis. Resíduos secos determinados em triplicatas. Coleta Umidade / %

Primeira 80,41 (1,379)

Segunda 76,52 (1,146)

Média 78,46 (2,752)

( ) Desvio padrão

4. Resultados e Discussão 42

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

4.2 DETERMINAÇÃO DAS CINZAS

O teor de cinzas presente no molusco A. notabilis está apresentado na Tabela 4.2,

onde obteve-se uma média de 7,30 % referente à amostra seca e um teor de 1,52 %

apresentado para amostra in natura. Estes resultados apresentam valores próximos aos

determinados por Lira et al., (2004), que determinou o teor de cinzas para alguns moluscos

bivalves, ele obteve em média 1,8 % para o molusco Mytella falcata, 2,24 % para

Anomalocardia brasiliana e 1,61 % Tagelus plebeus para amostras secas obtidas na Cidade

de Maceió Al. Caetano, (2006) determinou o teor de cinzas em amostras de ostras,

Crassostrea gigas, coletadas na Cidade de Florianópolis SC. Seus resultados apresentaram

1,6% de teor de cinzas para amostra in natura.

Tabela 4.2 – Teor de cinzas presente no molusco A.notabilis. Cinzas determinadas em triplicata.

Coleta % cinzasAS % cinzasAIN

Primeira 7,315 (0,070) 1,334 (0,205)

Segunda 7,303 (0,200) 1,711 (0,038)

Média 7,309 (0,008) 1,525 (0,266)

( ) desvio padrão, AS – amostra seca e AIN – amostra in natura.

A Figura 4.3 mostra uma representação da amostra in natura, onde se encontra

distribuída no gráfico o teor de umidade, de cinzas bem como o percentual de resíduos secos

que foram perdidos durante o processo de calcinação. Na Tabela Brasileira de Composição de

Alimentos (TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS, 2006), não se

apresenta referência para o teor de umidade ou cinzas para moluscos, então comparamos os

resultados obtidos para A. notabilis com os teores obtidos para posta crua de peixe cação onde

o percentual de umidade e de cinzas apresentado foi de 81% e 1,2% respectivamente. Os

resultados apresentados pela A. notabilis estão bem aproximados aos teores comparados.

4. Resultados e Discussão 43

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

  Figura 4.1 – Teores de umidade, resíduo seco e cinzas para amostra de A. notabilis.

4.3 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS

O resultado da determinação de proteínas, realizadas em triplicatas, para o molusco

A. notabilis é apresentado na Tabela 4.3. Com relação a estes resultados nota-se que o teor de

proteínas presente na A. notabilis é cerca 50 % menor, e tem um teor de 13 % do valor

necessário para uma ingestão diária recomendada para um indivíduo adulto, dispostos na

Resolução de Diretoria Colegiada – RDC Nº 269, de 22 de setembro de 2005 da ANVISA,

quando comparados com outros resultados como os de Pedrosa (2001) onde se determinou

teores de proteínas em ostras e mexilhões coletados na Cidade de Natal RN e obtiveram-se

teores de 14,19% para ostras in natura e 12,67% para mexilhão in natura. De acordo com a

Taco (2006), o frango, inteiro, com pele, cru tem cerca de 16 g de proteínas para cada 100 g

de alimento. A carne bovina, coxão mole, sem gordura, cru tem 21 g de proteínas para cada

100 g de alimento. No camarão de água salgada, cru estão presentes 10 g de proteínas para

cada 100 g de camarão. Diante dos nossos resultados podemos ver que a A. notabilis tem

cerca de 32% do valor de proteínas da carne bovina. Mas ela pode ser incluída numa dieta

alimentar e complementada com outras fontes de proteínas. A Figura 4.4 mostra a

comparação entre os valores diários recomendados e os valores obtidos.

4. Resultados e Discussão 44

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

Tabela 4.3 – Teores de proteínas em A. notabilis Coleta % proteínaAIN % proteínaAS IDR (g)

1ª 6,343 (0,184) 29,43 (0,857) -

2ª 6,548 (0,043) 30,38 (0,202) -

Média 6,445 (0,144) 29,91 (0,671) 50

( ) desvio padrão, AIN – amostra in natura e AS – amostra seca

  Figura 4.2 – Comparação entre os teores de proteínas no A. notabilis e o IDR

4.4 DETERMINAÇÃO DOS MACRONUTRIENTES

Os teores de macronutrientes presentes no molusco A. notabilis foram determinados

por espectroscopia de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). Estes

resultados estão expressos em mg/Kg onde estão apresentados na Tabela 4.4. Visando à

promoção e proteção à saúde da população; considerando a necessidade de atualizar os

valores de Ingestão Diária Recomendada (IDR) de Minerais para indivíduos adultos a serem

utilizados como parâmetro de ingestão de nutrientes, compararam-se os valores obtidos nesta

determinação com os valores dispostos na Resolução de Diretoria Colegiada – RDC Nº 269,

de 22 de setembro de 2005 da ANVISA. Em relação ao Ca, Mg e Na determinado no molusco

A. notabilis, estes se apresentaram em valores maiores quando comparados com a posta crua

de cação, pois para esse tipo de alimento (o molusco A. notabilis) não existe nenhuma

%

4. Resultados e Discussão 45

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

referência na (TABELA BRASILEIRA DE COMPOSIÇÃO DE ALIMENTOS, 2006) por

isso comparamos os resultados deste trabalho com os teores obtidos esse peixe. O fósforo e o

potássio tiveram teores inferiores também na comparação com a posta de cação, o molusco

em análise pode ser incluído como Macronutrientes presentes em posta de peixe cação

expressos em mg/Kg para Ca: 90, P: 1810, Mg: 190, K: 3190 e Na: 1240. Esta comparação

também é apresentada na Figura 4.5.

Tabela 4.4 – Teor de macronutrientes presente no molusco A.notabilis em mg/Kg

MACRONUTRIENTES TeorAIN TeorAS IDR

Cálcio 328,7 (49,35) 1579 (237,1) 1000

Fósforo 918,7 (63,46) 4414 (304,9) 700

Magnésio 586,7 (164,7) 2819 (791,7) 250

Potássio 1759 (148,9) 8454 (715,6) 2000

Sódio 4551 (1352) 20906 (649,8) 3000

( ) desvio padrão, IDR – ingestão diária recomendada, AIN – amostra in natura e As – amostra seca.

Figura 4.3 – Comparação entre os teores de macronutriente na A.notabilis com o IDR e com o valor para posta de cação, expressos em mg/Kg.

mg 

4. Resultados e Discussão 46

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

4.5 DETERMINAÇÃO DOS MICRONUTRIENTES

Os micronutrientes foram determinados por espectroscopia de emissão ótica com

plasma indutivamente acoplado (ICP-OES) em triplicatas para as duas coletas e estão

apresentados na Tabela 4.5. Brito (2010), determinou metais em moluscos Mytella falcata na

Cidade de Galinhos RN, dentre eles Cu 8,79 mg/Kg, Cr 0,77 mg/Kg, Mn 45, 36 mg/Kg, Ni

8,28 mg/Kg e Zn 54,01 mg/Kg; os valores de Cr e Zn do nosso trabalho ficou bem próximos

dos valores encontrado por Brito, Ni e Cu encontramos em valores maiores. O Cu pode estar

sofrendo influência da carcinicultura presente na Cidade de Galinhos, já o Ni, pode ser

proveniente da indústria do petróleo. Utilizamos a Taco (2006) para comparar teores de

alguns micronutrientes em posta de cação crua, dentre eles: Cu 0,2 mg/Kg, Fe 2,0 mg/Kg, Zn

3,0 mg/Kg; os valores obtidos pela A. notabilis foram bem superiores a posta de peixe. Os

valores dos micronutrientes encontrados também podem ser visualizados na Figura 4.6.

Tabela 4.5 – Teores de micronutrientes no A. notabilis confrontados com os valores IDR, expressos em mg/Kg para amostras in natura e secas.

MICRONUTRIENTES TeorAIN TeorAS IDR

Cobre 5,710 (0,467) 27,45 (2,248) 0,900

Cobalto 1,830 (0,115) 8,813 (0,552) -

Cromo 0,170 (0,029) 0,813 (0,142) 0,035

Ferro 40,32 (21,61) 193,7 (98,19) 14,00

Manganês 1,520 (0,198) 7,310 (0,953) 2,300

Molibdênio 0,080 (0,020) 0,400 (0,100) 0,120*

Vanádio 0,060 (0,017) 0,300 (0,085) 0,011*

Zinco 12,31 (0,782) 59,16 (3,758) 7,000

( ) – desvio padrão, IDR – ingestão diária recomendada, AIN – amostra in natura e As – amostra seca, * MAHAN, L.; KATHLEEN (1994).

4. Resultados e Discussão 47

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

Figura 4.4 – Comparação entre os valores dos micronutrientes x IDR, expressos em mg/Kg. IDR – ingestão

diária recomendada

4.6 DETERMINAÇÃO DE METAIS CLASSIFICADOS COMO DE IMPORTÂNCIA

TOXICOLÓGICA

Mundialmente existem organizações para controlar alguns alimentos quanto à

presença de contaminantes inorgânicos, metais ou não metais dentre essas podemos citar a

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e como nacional a

Associação Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

A Portaria n°. 685/98 de 27 de agosto de 1998 do Ministério da Saúde, publicado no

Diário Oficial da União em 28/08/98 aprova o Regulamento Técnico: “Princípios Gerais para

o Estabelecimento de Níveis Máximos de Contaminantes Químicos em Alimentos” e seu

anexo: “Limites máximos de tolerância para contaminantes inorgânicos” complementa e faz

algumas modificações no Decreto Lei n° 55.871 de 26 de março de 1965 (anexos).

Os metais classificados como de importância toxicológica presentes na A. notabilis

foram determinados por espectroscopia de emissão ótica com plasma indutivamente acoplado

(ICP-OES) a Tabela 4.6 apresenta esses resultados referente a médias das análises feitas em

triplicatas para as duas coletas.

Não foi encontrada na literatura nenhuma informação sobre metais de interesse

toxicológicos no molusco em estudo compararam-se os resultados com os valores

mg 

4. Resultados e Discussão 48

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

determinados por Brito (2010) que analisou metais em moluscos Mytella falcata na Cidade de

Galinhos RN, dentre eles Al 0,068 µg/g, Ba 8,79 µg/g e Pb 1,02 µg/g. O teor de chumbo ficou

bem próximo ao do encontrado por BRITO. Apesar de ser considerado como micronutrientes

os metais Cu, Cr, Mn, Mo, Ni, V e Zn, podem se apresentar como agentes contaminantes

dependendo dos níveis de concentração, por isso estes metais estão incluídos em metais de

interesse toxicológicos. Somente o Cr, de acordo com o Decreto nº 55871 apresentou-se um

pouco acima do valor permitido. No entanto, este decreto não estabelece valores limites para

todos os elementos químicos, estabelecendo limites apenas para alguns.

Tabela 4.6 - Teores dos metais classificados como de importância toxicológica apresentados no molusco A.

notabilis. Média para as duas coletas feitas em triplicata em mg/Kg Metais TeorAIN TeorAS LM

Alumínio 30,88 (5,125) 148,4 (24,62) -

Bário 0,151 (0,013) 0,731 (0,066) -

Boro 3,810 (0,999) 18,31 (4,803) -

Cádmio 0,502 (0,064) 2,395 (0,310) 1,0

Chumbo 0,200 (0,006) 0,943 (0,030) 2,0

Cobre 5,711 (0,467) 27,45 (2,248) 30

Cromo 0,170 (0,029) 0,813 (0,142) 0,1

Estrôncio 4,142 (0,738) 19,91 (3,546) -

Lítio 2,733 (2,111) 13,13 (10,14) -

Manganês 1,520 (0,198) 7,310 (0,953) -

Molibdênio 0,080 (0,021) 0,400 (0,102) -

Níquel 4,231 (0,281) 20,33 (1,350) 5,0

Titânio 0,311 (0,041) 1,475 (0,201) -

Vanádio 0,062 (0,017) 0,300 (0,085) -

Zinco 12,31 (0,782) 59,16 (3,758) 50 ( ) desvio padrão, LM – limite máximo, AIN – amostra in natura, AS – amostra seca.

4. Resultados e Discussão 49

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

Figura 4.5 – Comparação entre os valores dos metais de importância toxicológicas, expressos em mg/Kg e o LM

– limite máximo, AIN – amostra in natura

mg 

5. Conclusões 50  

Antonio Marcos Urbano de Araújo 

5 CONCLUSÃO

Neste trabalho determinaram-se os teores de umidade, cinzas, proteínas,

macronutrientes Ca, P, Mg, K e Na, micronutrientes Cu, Co, Cr, Fe, Mn, Mo, V e Zn, também

foram de terminados teores de elementos metálicos de interesse toxicológico Al, Ba, B, Cd,

Cr, Cu, Mn, Mo, Ni, Pb, Sr, Li, V, T, Ti e Zn no molusco bivalve Anadara notabilis. A

determinação desses teores é muito importante para segurança de consumidores desse tipo de

alimento, principalmente para as comunidades marinhas que o utilizam sua dieta, como

também controle de qualidade considerando o interesse tecnológico do processamento para

fins diversos (farinha, rações), fornecendo informações nutricionais necessárias para uma

dieta alimentar.

Os teores de umidade e cinzas determinados estão de acordo com a literatura, o teor

de proteínas foi cerca de 50 % menor quando comparados com alimentos mais comuns como

carne bovina, frangos e peixes. Dentre os macronutrientes determinados merecem destaque o

Na e o Mg, por ser bastante rico nesses minerias. Para os micronutrentes obtiveram-se bons

resultados para Fe e Zn que apresentaram melhores que os valores quando comparados com

peixe para amostra in natura.

Com relação aos metais classificados como de importância toxicológica o Cr

apresentou teor um pouco acima do permitido, para os demais nenhum outro esteve acima dos

valores tolerados considerando a amostra de forma in natura.

6. Referências Bibliográficas 51  

Antonio Marcos Urbano de Araújo 

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Antonio Marcos Urbano de Araújo 

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8. Anexos 59

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

Anexo A

título: Portaria nº 685, de 27 de agosto de 1998

ementa não oficial:

Aprova o Regulamento Técnico: "Princípios Gerais para o Estabelecimento de Níveis Máximos de Contaminantes Químicos em Alimentos" e seu Anexo: "Limites máximos de tolerância para contaminantes inorgânicos".

publicação: D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 28 de agosto de 1998

órgão emissor: SVS/MS - Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária

alcance do ato: federal - Brasil

área de atuação: Alimentos

Mercosul PORTARIA N º 685, DE 27 DE AGOSTO DE 1998 O Secretário de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuiçõeslegais e considerando: a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos visando à proteção à saúde da população; que é indispensável o estabelecimento de regulamentos técnicos sobre contaminantes em alimentos, com vistas aminimizar os riscos à saúde humana; o previsto na Resolução GMC 126/94, que determina que a legislação nacional se mantém vigente em cada país até que sejam harmonizadosinstrumentos quadripartites específicos e estes sejam devidamente incorporados aoordenamento jurídico nacional; os pontos já harmonizados no MERCOSUL sobre o tema (Resoluções GMC 102/94, 103/94 e 35/96), resolve: Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico: "Princípios Gerais para o Estabelecimento deNíveis Máximos de Contaminantes Químicos em Alimentos" e seu Anexo: "Limitesmáximos de tolerância para contaminantes inorgânicos". Parágrafo único - Nos casos dos alimentos não comtemplados no presente Regulamento,permanecem vigentes os limites máximos de tolerância para contaminantes inorgânicos jáprevistos na legislação nacional. Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação revogando-se as disposições em contrário. GONZALO VECINA NETO REGULAMENTO TÉCNICO

8. Anexos 60

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

PRINCÍPIOS GERAIS PARA O ESTABELECIMENTO DE NÍVEIS MÁXIMOS DECONTAMINANTES QUÍMICOS EM ALIMENTOS 1 Serão estabelecidos níveis máximos de contaminantes (micotoxinas, contaminantesinorgânicos, resíduos de pesticidas, medicamentos de uso veterinário e de migrantes deembalagens e equipamentos em contato com alimentos) em alimentos que constituam riscosà saúde humana tendo por base as seguintes informações: 1.1 Regulamentos técnicos que definam níveis máximos de contaminantes em alimentos noâmbito regional e/ou internacional. 1.2 Dados representativos da região sobre: incidência do contaminante, antecedentes doproblema detectado, dados analíticos e indicações sobre os possíveis problemas para asaúde. 1.3 Relação dos alimentos de maior importância comercial entre os Estados-Partes. 1.4 Dados e informações toxicológicas. 1.5 Normas, diretrizes ou recomendações da Comissão do Codex Alimentarius, UniãoEuropéia, FDA ou outros organismos reconhecidos internacionalmente. 1.6 Dados existentes na literatura científica. 1.7 Boas práticas agrícolas, pecuárias, industriais e analíticas. 1.8 Possibilidades tecnológicas da região. 2. O estabelecimento dos níveis máximos de contaminantes será realizado levando-se em conta, além do estabelecido no ponto 1, o seguinte: 2.1 Estabelecer níveis máximos de contaminantes em alimentos industrializados específicos,quando se justifique em termos de proteção à saúde humana. Nestes casos, devem serestabelecidos previamente níveis de contaminação nos produtos primários. 2.2 Os níveis máximos de contaminantes em alimentos serão considerados na avaliação deimpacto à saúde do consumidor. 2.3 Os níveis máximos serão fundamentados em princípios científicos. 2.4 Quando necessário, os níveis máximos de contaminantes devem ser acompanhados dossistemas de amostragem e metodologia analítica, assim como dos critérios de aceitação e rejeição. 3. Serão utilizados como guia para o sistema de classificação e numeração de contaminantesas referências do CODEX ALIMENTARIUS. 4. Os critérios de inclusão, exclusão ou modificação são estabelecidos nos pontos 1 e 2 desteRegulamento.

8. Anexos 61

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

ANEXO LIMITES MÁXIMOS DE TOLERÂNCIA PARA CONTAMINANTES INORGÂNICOSEM ALIMENTOS 1. ALCANCE Este Regulamento Técnico estabelece os limites máximos de tolerância dos contaminantesinorgânicos: arsênio, cobre, estanho, chumbo, cádmio e mercúrio, nas classes de alimentos relacionadas abaixo. 2. LIMITES MÁXIMOS ARSÊNIO Gorduras vegetais 0,1 mg/kg Gorduras e emulsões refinadas 0,1 mg/kg Gorduras hidrogenadas 0,1 mg/kg Açúcares 1,0 mg/kg Caramelos e balas 1,0 mg/kg Bebidas alcoólicas fermentadas 0,1 mg/kg Bebidas alcoólicas fermento-destiladas 0,1 mg/kg Cereais e produtos a base de cereais 1,0 mg/kg Gelados comestíveis 1,0 mg/kg Ovos e produtos de ovos 1,0 mg/kg Leite fluído, pronto para o consumo 0,1 mg/kg Mel 1,0 mg/kg Peixe e produtos de peixe 1,0 mg/kg Produtos de cacau e derivados 1,0 mg/kg Chá, mate, café e derivados 1,0 mg/kg

COBRE Óleos e gorduras virgens 0,4 mg/kg Óleos, gorduras e emulsões refinadas 0,1 mg/kg Caramelos e balas 10 mg/kg Bebidas alcoólicas fermentadas 10 mg/kg Frutas, hortaliças e sementes oleaginosas in natura e industrializadas

10 mg/kg

Gelados comestíveis 10 mg/kg Lactose 2,0 mg/kg

8. Anexos 62

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Mel 10 mg/kg ESTANHO Sucos de frutas cítricas (enlatados) 150 mg/kg

CHUMBO Óleos, gorduras e emulsões refinadas 0,1 mg/kg Caramelos e balas 2,0 mg/kg Cacau (exceto manteiga de cacau e chocolate adoçado)

2,0 mg/kg

Chocolate adoçado 1,0 mg/kg Dextrose (glucose) 2,0 mg/kg Sucos de frutas cítricas 0,3 mg/kg Leite fluído, pronto para consumo 0,05 mg/kg Peixes e produtos de pesca 2,0 mg/kg Alimentos para fins especiais, preparados especialmente para lactentes e crianças até três anos)

0,2 mg/kg

Partes comestíveis cefalópodes 2,0 mg/kg CÁDMIO Peixes e produtos da pesca 1,0 mg/kg

MERCÚRIO Peixes e produtos da pesca (exceto predadores

0,5 mg/kg

Peixes predadores 1,0 mg/kg

BRASIL, Portaria n°. 685/98. Aprova o Regulamento Técnico: “Princípios Gerais para o Estabelecimento de Níveis Máximos de Contaminates Químicos em Alimentos” e seu anexo: “Limites máximos de tolerância para contaminantes inorgânicos”complementa e faz algumas modificações no Decreto Lei n° 55.871. de 26 de março de 1965. Disponível em: http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=90 . Acesso em: 16/11/2009

8. Anexos 63

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

título: Decreto nº 55871, de 26 de março de 1965

ementa: Modifica o Decreto nº 50.040, de 24 de janeiro de 1961, referente a normas reguladoras do emprêgo de aditivos para alimentos, alterado pelo Decreto nº 691, de 13 de março de 1962.

publicação: D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 09 de abril de 1965

órgão emissor: Presidência da República

alcance do ato: federal - Brasil

área de atuação: Alimentos

Exclui parte da Tabela I alterada(o) por:Portaria nº 2, de 28 de janeiro de 1987

Tabela II incluída(o) por:Resolução nº 32 de 1968

relacionamento(s):

altera: Decreto nº 50040, de 24 de janeiro de 1961

atos relacionados: Decreto nº 691, de 13 de março de 1962 Decreto nº 55090, de 28 de novembro de 1964

Anexo B DECRETO Nº 55.871, DE 26 DE MARÇO DE 1965

Modifica o Decreto nº 50.040, de 24 de janeiro de 1961, referente a normas reguladoras do emprêgo de aditivos para alimentos, alterado pelo Decreto nº 691, de 13 de março de 1962.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições que lhe confere o artigo 87, inciso I, da Constituição Federal, e na conformidade do que estatui a letra " b " do númeroXV do artigo 5º da Constituição Federal e nos têrmos da Lei nº 2.312, de 3 de setembro de1954, regulamentada pelo Decreto nº 49.974-A, de 21 de julho de 1961,

8. Anexos 64

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

DECRETA: Art 1º Considera-se alimento, para os fins do presente Decreto a substância destinada a seringerida pelo homem e fornecer elementos necessários a seu desenvolvimento e manutenção. § 1º Inclui-se as bebidas entre os alimentos. § 2º As expressões "generos alimentícios" e "produto alimentícios" são empregados com omesmo sentido da palavra alimento. Art 2º Considera-se aditivo para alimento a substância intencionalmente adicionada aomesmo com a finalidade de conservar, intensificar ou modificar suas propriedades, desde quenão prejudique seu valor nutritivo. Parágrafo único. Excluem-se do disposto neste artigo, os ingredientes normalmente exigidospara o preparo do alimento. Art 3º Considera-se "aditivo incidental" a substância residual ou migrada, presente noalimento, como decorrência das fases de produção, beneficiamento, acondiocionamento,estocagem e transporte do alimento ou das matérias primas nêle empregadas. Parágrafo único. Os aditivos a que se refere êste artigo não devem exercer efeito sôbre aspropriedades do alimento. Art 4º Os aditivos a que se refere o presente Decreto compreendem: 1) Corante - a substância que confere ou intensifica a côr dos alimentos. 2) Flavorizante - a substância que confere ou intensifica o sabor e o aroma dos alimentos earomatizantes a substância que confere e intensifica o aroma dos alimentos. 3) Conservador - a substância que impede ou retarda a alteração dos alimentos provocada pormicroorganismos ou enzimas. 4) Antioxidante - a substância que retarda o aparecimento de alteração oxidativa nosalimentos. 5) Estabilizante - a substância que favorece e mantém as características físicas das emulsõese suspensões. 6) Espumífero e Antiespumífero - a substância que modifica a tensão superficial dosalimentos líquidos. 7) Espessante - a substância capaz de anumentar, nos alimentos, a viscosidade de soluções,emunentes e suspensões. 8) Edulcorante - a substância orgânica artificial, não glicidia, capaz de conferir sabor doce aos alimentos. 9) Umectante - a substância capaz de evitar a perda da umidade dos alimentos.

8. Anexos 65

Antonio Marcos Urbano de Araújo  

10) Antiumectante - a substância capaz de reduzir as características higroscópicas dosalimentos. 11) Acidulante - a substância capaz de comunicar ou intensificar o gôsto acidulo dosalimentos. Parágrafo único. Para os fins do presente Decreto, a adição de substâncias reveladoras,indicadoras, suplementares, medicamentosas e profiláticas aos alimentos terão seu uso e teor regidos pela legislação específica. Art 5º Será tolerado o uso do aditivo desde que: a) seja indispensável à adequada tecnologia de fabricação; b) tenha sido prèviamente registrado no órgão competente do Ministério da Saúde; c) seja empregado na quantidade estritamente necessária à obtenção do efeito desejado,respeitado o limite máximo que vier a ser fixado. Art 6º Ficam isentos do registro prévio os aditivos incluídos na Farmacopéia Brasileira. Parágrafo único. É obrigatório constar da rotulagem do aditivo o seu nome, o número deregistro ou a declaração: "Segundo a Farmacopéia Brasileira". Art 7º O emprêgo de novos aditivos dependerá de aprovação pela Comissão Permanente aque se refere o presente Decreto, devendo a solicitação prévia ser instruída com os seguintes elementos: a) finalidade do uso do aditivo; b) relação dos alimentos aos quais se deseja incorporá-lo; c) natureza química e suas propriedades; d) documentação científica, com os resultados das provas efetuadas, de ser o mesmo inócuo na quantidade que se propõe usar; e) detalhes sôbre as medidas a serem tomadas pelo fabricante para o contrôle do aditivo noalimento, inclusive métodos de análises qualitativa e quantitativa; f) nome do tecnologista responsável. Art 8º É proibido o uso de aditivo em alimentos quando: 1) houver evidência ou suspeita de que o mesmo possui toxicidade atual ou potencial; 2) interferir sensível e desfavoràvelmente no valor nutritivo do alimento;

8. Anexos 66

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3) servir para encobrir falhas no processamento e nas técnicas de manipulaçaõ; 4) encobrir alteração ou adulteração na matéria prima ou do porduto já elaborado; 5) induzir o consumidor a êrro, engano ou confusão; 6) não satisfazer as exigências do presente decreto. Art 9º Os alimentos que contiverem aditivos deverão trazer, na rotulagem, a indicação dosaditivos utilizados, explicitamente ou em código, a juízo da autoridade competente, devendo,porém, em ambos os casos, ser mencionada, por extenso, a respectiva classe. Art 10. Os corantes tolerados pelo presente Decreto compreendem: corantes naturais,caramelo e corantes artificiais. § 1º Considera-se "corante natural" o pigmento ou corante inócuo extraído de substânciavegetal ou animal. § 2º Considera-se "caramelo" o produto obtido, a partir de açucares, pelo aquecimento etemperatura superior ao seu ponto de fusão e ulterior tratamento indicado pela tecnologia. § 3º Considera-se "corante artificial" a substância, corante artificial de composição química definida, obtida por processo de síntese. Art 11. Nos alimentos contendo corante artificial é obrigatória a declaração "ColoridoArtificialmente". Art 12. Será obrigatório constar da rotulagem do corante: o número do registro; o nomecomercial do sinônimo oficialmente reconhecido conforme discriminação dêste Decreto eainda a declaração de que se destina a gêneros alimentícios. Art 13. Será tolerada a venda de mistura ou solução de, no máximo, três corantes. Parágrafo único. Deverá constar da rotulagem da mistura ou da solução posta à venda suacomposição qualitativa e quantitativa, bem como o número de registro dos corantescomponentes. Art 14. Será tolerado nos alimentos emprêgo de mistura de antioxidantes na dose máxima de0,02g (dois centigramas) por cento no total, ressalvados os casos previstos na Tabela I,anexa. Art 15. Os flavorizantes e os aromatizantes tolerados no presente Decreto compreendem:essências naturais, essências artificiais, extratos vegetais aromáticos e flavorizantes quimicamente definidos. Art 16. Considera-se "essência natural", "oléo essencial", "oléo etéreo" ou simplesmente"essência", o produto aromático, sápido, volátil, sob a forma oleosa, extraído de vegetais. § 1º As essências naturais, puras ou em mistura, podem ser apresentadas " in natura " ouadicionadas de outras substâncias próprias para uso alimentar, devendo constar da rotulagema natureza do veículo e a concentração da essência.

8. Anexos 67

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§ 2º As essências naturais podem ser privadas de algum de seus componentes, desde que satisfaçam às exigências relativas às essências no que lhes seja aplicável, devendo constar darotulagem as modificações sofridas. Art 17. Considera-se "essência artificial" o produto constituído por substâncias artificiais aromáticas, contendo ou não substâncias extraídas de vegetais. Parágrafo único. As essências artificiais podem ser apresentadas em solução ou adicionadasde outras substâncias próprias para uso alimentar, devendo constar da rotulagem a naturezado diluente e o teor da essência. Art 18. Considera-se "extrato vegetal aromático" o produto aromático e sápido obtido deplantas ou de partes de plantas. Art 19. Considera-se "flavorizante quimicamente definido" o principio ativo aromático esápido, natural ou sintético, quimicamente definido. Art 20. É proibida, aos flavorizantes, a adição: a) de corantes, exceto o caramelo; b) de substâncias de efeitos fisiologicos indeterminados; c) das seguintes substâncias: Ácidos minerais; ácidos cianídrico e seus derivados; ácido salicílico, seus sais e seus ésteres;ácidos benzóico seus sais e seus ésteres; ésteres de ácido nitroso; ésteres do ácido nítrico;brometo, cloreto e iodeto de etíla; cloroformio; éter etílico; álcool metílico; nitro benzeno; etileno glicol; di-etileno glicol; di-etileno glicol etil-éter; cumarina e outras substâncias prejudiciais à saúde. Art 21. Nos alimentos contendo essência artificial ou flavorizante sintético será obrigatório adeclaração; "Aromatizado artificialmente". Art 22. Ficam sujeitos ao presente Decreto os produtos alimentícios importados. Art 23. Os produtos alimentícios destinados a exportação poderão ser especialmentefabricados de acôrdo com as normas sôbre aditivos do país a que se destinem, devendo, nestas circunstâncias, constar da rotulagem a declaração: "Produto destinado a exportação,não podendo ser vendido no território nacional." Art 24. Constituí infração passível de sanções prevista na legislação em vigor fabricar,manter em dispósito, expor à venda ou dar ao consumo produtos em desacôrdo com opresente Decreto. Art 25. Fica instituída uma Comissão Permanente de Aditivos para Alimentos (C.P.A.A.),vinculada ao Ministério da Saúde e integrada por um (1) representante da Comissão Nacional de Alimentação, um (1) representante do Serviço de Inspeção de Produtos Agropecuários eMateriais Agrícolas, um (1) representante do Instituto de Fermentação, um (1) representante

8. Anexos 68

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do Instituto Adolfo Lutz, um (1) representante do Instituto Dr. Francisco Albuquerque, um (1) representante do Laboratório Central de Contrôle de Drogas, Medicamentos e Alimentos,um (1) representante do Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia e um (1)técnico em Bromatologia indicado pela Confederação Nacional da Indústria, sob a presidência do Diretor-Geral do Departamento Nacional de Saúde. Art 26. Competirá à C.P.A.A. a que se refere o artigo anterior: a) dipor sôbre a forma do seu funcionamento; b) elaborar e rever a lista dos aditivos cuja adição direta ao alimento seja permitida, fixando os respectivos limites de tolerância e estabelecendo seus padrões de identidade e qualidade; c) elaborar e rever a lista dos "aditivos incidentais" fixado o respectivo limite de tolerância eestabelecendo, quando necessário, padrões de identidade e qualidade; d) encaminhar suas resoluções e deliberações diretamente para publicação nos órgãosoficiais. § 1º As listas a que se refere êste artigo poderão ser revista por iniciativa da C.P.A.A. ou arequerimento da parte interessada. § 2º A proposta de modificação, a que se refere o parágrafo anterior, será formulada naconformidade das normas aprovadas pela C.P.A.A. § 3º As resoluções da C.P.A.A. serão publicadas nos órgãos oficiais, podendo delas ser dado conhecimento aos interessados mediante circulares. § 4º As deliberações da C.P.A.A. produzirão efeito na data da sua publicação em órgãooficial, excetuados os casos em que a própria C.P.A.A. fixar prazo especial. § 5º Caberá recurso de decisão da C.P.A.A. a ela endereçado e sôbre o qual a mesma disporána forma estabelecida em conformidade com a alínea " a " dêste artigo. Art 27. A C.P.A.A. reunir-se-á no período de fevereiro a novembro de cada ano,ordinàriamente duas vêzes por mês, e extraordinàriamente desde que convocada por seupresidente, por iniciativa própria ou a requerimento de mais de um têrço de seus membros. Art 28.Caberá aos diretores das repartições indicadas no artigo 25 designar os respectivosrepresentantes e seus suplentes. Art 29. Os membros da C.P.A.A. farão jus a gratificação de categoria A, até o máximo de 4(quatro) reuniões mensais, na forma do Decreto n° 55.090, de 28 de novembro de 1964,correndo as despesas por conta da dotação que couber, do Ministério da Saúde. Art 30. Ficam mantidos os aditivos constantes das tabelas anexas aos Decretos nº s 50.040-61 e 691-62 com as alterações introduzidas nas Tabelas, que acompanham o presente Decreto,pela Comissão Permanente, instituída pelo art. 25 do Decreto número 50.040-61. § 1º A C.P.A.A. poderá excluir qualquer dos aditivos anteriormente permitidos, incluir novosaditivos ou alterar os limites de adição anteriormente fixados, desde que nova concepção

8. Anexos 69

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científica ou técnica contrarie convicção estabelecida quanto à sua inocuidade ou limites de tolerância. § 2º As alterações a que se refere o parágrafo anterior deverão ser devidamentefundamentadas e o teor dessa fundamentação será levado ao conhecimento dos interessados. Art 31. A aplicação do presente Decreto incumbe em cada caso às autoridades sanitáriasfederais, estaduais ou municipais, que aplicarão as sanções decorrentes do seu nãocumprimento, nos têrmos da legislação ordinária vigente. Art 32. Êste Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Brasília, 26 de março de 1965; 144º da Independência e 77º da República. H. Castello Branco Raymundo de Britto ANEXO Contaminantes Inorgânicos Contaminante Inorgânicos

Alimentos em que podem ser encontrados

Limite Máximo de Tolerância LMT (ppm)

Antimônio Bebidas alcoólicas fermentadas

0,20

Bebidas alcoólicas fermento-destiladas

0,20

Refrescos e refrigerantes

0,20

Sucos de frutas e xaropes naturais

1,00

Outros alimentos 2,00 Arsênico Bebidas alcoólicas

fermentadas 0,20

Bebidas alcoólicas fermento-destiladas

0,10

Refrescos e refrigerantes

0,20

Sucos de frutas e xaropes naturais

0,50

Outros alimentos 1,00 Cádmio Bebidas alcoólicas

fermentadas 0,50

8. Anexos 70

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Bebidas alcoólicas fermento-destiladas

0,20

Refrescos e refrigerantes

0,20

Sucos de frutas e xaropes naturais

0,50

Outros alimentos 1,00 Cobre Bebidas alcoólicas

fermentadas 5,00

Bebidas alcoólicas fermento-destiladas

10,00

Refrescos e refrigerantes

5,00

Sucos de frutas e xaropes naturais

30,00

Outros alimentos 30,00

Cromo Qualquer alimento 0,10

Estanho Qualquer alimento 250,00

Mercúrio Peixes, crustáceos e moluscos

0,50

Qualquer outro alimento

0,01

Níquel Bebidas alcoólicas fermentadas

0,10

Bebidas alcoólicas fermento-destiladas

3,00

Refrescos e refrigerantes

0,10

Sucos de frutas e xaropes naturais

3,00

Produtos hidrogenados

4,00

Outros alimentos 5,00

Selênio Alimentos sólidos 0,30 Alimentos líquidos 0,05

Zinco Bebidas alcoólicas fermentadas

5,00

Bebidas alcoólicas fermento-destiladas

5,00

Refrescos e 5,00

8. Anexos 71

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refrigerantes Sucos de frutas e xaropes naturais

25,00

Outros alimentos 50,00 Chumbo Origem animal "in natura" Industrializado

Carnes 0,50 1,00 Aves 0,20 1,00 Pescado 2,00 2,00 Leite 0,05 0,05 Derivados do leite: . . queijo - 1,00 manteiga - 0,10 outros - 0,20 Ovos 0,10 0,20 Origem vegeta . . Bulbos 0,50 0,50 Raízes e tubérculos 0,50 0,50 Cereais 0,50 0,50 Hortaliças 0,50 0,50 Leguminosas 0,50 0,50 Frutas (exceto sucos, néctares, cristalizadas ou glaceadas)

0,50 0,50

Sucos e néctares de frutas

- 0,40

Frutas cristalizadas ou glaceadas

- 1,00

Oleaginosas 0,20 0,20 Específico Óleos e gorduras - 0,10 Margarina - 0,10 Refrescos e refrigerantes

- 0,20

Bebidas alcoólicas - 0,50 Cacau (exceto manteiga de cacau e chocolate adoçado)

- 2,00

Manteiga de cacau - 0,50 Chocolate adoçado - 1,00

8. Anexos 72

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Chocolate não adoçado

- 2,00

Açúcar (sacarose) - 2,00 Dextrose (glicose) - 2,00 Frutose - 0,50 Xarope de glicose - 2,00 Lactose - 2,00 Café torrado e moído

- 1,00

Alimento infantil - 0,20 Caseína e caseinatos - 2,00 Outros 0,80 0,80