UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE...
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA
BRENO SARTORI SEBASTIÃO
MELHORIA NA PRODUÇÃO DE ÁGUA DESMINERALIZADA NO
PROCESSO DE PRODUÇÃO DE ARLA 32
Lorena – SP
2016
2
BRENO SARTORI SEBASTIÃO
Melhoria na produção de água desmineralizada no processo de produção de Arla 32
Monografia apresentada à Escola de Engenharia de
Lorena da Universidade de São Paulo como
requisito parcial para obtenção do título de
Engenheira Industrial Química.
Área de Concentração: Produção e Tecnologia
Química
Orientador: Prof. MSc. Antonio Carlos da Silva
Lorena – SP
2015
3
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR
QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA,
DESDE QUE CITADA A FONTE
Sartori Sebastião, Breno
Melhoria na produção de água desmineralizada no processo de produção de Arla 32 / Breno Sartori Sebastião; orientador Antônio Carlos da Silva. - Lorena, 2016.
61 p.
Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão de Graduação do Curso de Engenhari a Industrial Química - Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo. 2016
Orientador: Antônio Carlos da Silva
1. Arla 32. 2. Desmineralizador . 3. Troca iônica.
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Dedico este trabalho primeiramente a Deus que ilumina, clareia e garante firmeza
aos meus pensamentos, a minha família toda, em especial aos meus pais, José
Tadeu e Maria do Carmo, que sempre me apoiaram e me deram oportunidade para
que eu concretizasse este tão sonhado projeto e a minha esposa, Camila, que
sempre esteve ao meu lado em momentos de alegria e dificuldade.
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AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, José Tadeu Sebastião e Maria do Carmo Sartori Sebastião, que sempre me apoiaram em meus projetos e me incentivaram a fazê-los tornarem realidade, fica o meu eterno muito obrigado. A minha esposa Camila Zanini Sicchieri Sebastião, que sempre esteve ao meu lado, me apoiando e me confortando nas horas difíceis. Aos meus irmãos, Hugo e família, Letícia e Lívia, que nunca foram contra as minhas decisões de mudanças e novas ideias. Aos meus amigos que moraram comigo e hoje se tornaram grandes irmãos pelo resto da vida, batalhando juntos para termos um único objetivo, continuarmos felizes. Ao Professor Antônio Carlos da Silva, pela compreensão e atenção desprendida para me atender e me compreender nesta etapa de trabalho em minha vida. À toda a minha família que torceu e acompanhou essa etapa superada, meu muito obrigado. E principalmente à Deus por ter colocado cada um de vocês no meu caminho.
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“Aprenda com os erros dos outros. Você não consegue viver tempo suficiente
para cometer todos por si mesmo”
Eleanor Roosevelt
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RESUMO
SEBASTIÃO, B. S. Melhoria na produção de água desmineralizada no pro cesso de produção de Arla 32 . 2016. 61. Monografia – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2016. Tratamentos de águas são extremamente utilizados por várias indústrias que visam obter um produto de alta qualidade e com um padrão em sua produção. Com isso a necessidade de se realizar um tratamento químico e até mesmo físico em águas consideradas brutas, se tornou não somente um critério de qualidade como também de eficácia e redução de custos. A necessidade de se reduzir custos afeta bastante a intenção de se efetuar estes tipos de tratamentos em diversas indústrias ao redor do mundo, com isso foi proposto um estudo para aperfeiçoar a produção de águas purificadas pela técnica de desmineralização de água por troca iônica, aumentando-se a produtividade destes equipamentos. Esta técnica de purificação de água por resinas de troca iônica é utilizada em diversas aplicações, sendo uma delas a produção de Arla 32, um agente redutor de NOx automotivo que visa a redução da emissão de poluentes de veículos pesados. A água utilizada no processo de produção do Arla 32 é uma água purificada de grau 3, ou seja, deve conter certos parâmetros de controle, que tornam elevados os custos para se produzir água com esta qualidade, fazendo com que seja necessário uma redução nos custos de matérias primas ou o aumento da produtividade de cada equipamento. Este estudo visou a utilização de dois ou mais equipamentos de purificação de água sendo utilizados em série no momento em que é realizada a regeneração das resinas presentes em cada vaso da unidade de troca iônica, ou seja, um equipamento trabalhará sendo redutor de impurezas presentes em água bruta, assim o segundo equipamento trabalhará com uma carga menor de impurezas a serem retiradas do meio, aumentando o tempo de campanha e reduzindo custos de regeneração. Este sistema foi elaborado a partir de uma derivação na tubulação que liga a coluna aniônica ao vaso de leito misto, pois é neste ponto no qual a carga de impurezas já está bem reduzida e no momento da regeneração das resinas do leito misto é utilizada água de ótima qualidade, o que gera desperdício pois não há necessidade da utilização de uma água nobre nesta etapa de regeneração das resinas. O resultado da proposta foi o aumento significativo na produção de água desmineralizada com grau 3 disponível para a produção de Arla 32, acarretando em um aumento significativo na disponibilidade de comercialização deste produto. Palavra-chave: Água desmineralizada. Arla 32. Troca iônica.
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ABSTRACT
SEBASTIÃO, B. S. Melhoria na produção de água desmineralizada no pro cesso de produção de Arla 32 . 2016. 61. Monografia – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2016. Water treatments are extremely used by numerous industries which aim to obtain a high quality product with a standard production. Although need to carry out a chemical treatment and even physical considered raw waters, became not only a quality criterion as well as efficiency and cost reduction. The eternal need to reduce costs greatly affects the intention to make these types of treatments in various industries around the world, thus proposed a study to improve the production of water purified by the demineralization technique of water by ion exchange, increasing themselves to productivity of this equipment. This technique of purification of water by ion exchange resins are used in many applications, one of them is the production of Arla 32, an automotive NOx reducing agent that reduce the emission of polluting in heavy vehicles. The water used in the production process Arla 32 is a purified water level 3, this type of water has some control parameters such as electrical conductivity lower 5 µS/cm, pH between 5.0 and 7.5, content oxygen oxidant to 0.4 mg/l, still costs to produce water with this quality are high, forcing a reduction of this costs of raw materials required to produce or increase the productivity of each equipment is necessary production of water. This study aims to use two or more water purification equipment being used in line, it means that the first equipment will reduce the impurities present in raw water, so the second equipment will work with a smaller load of impurities to be removed, increasing the production campaign, decreasing the regeneration time and reducing costs. This system was made from a pipe offshoot where connected the anionic column to mixed column because in exactly in this point the quantity of dross is reduced and the regeneration time of the mixed case is used high quality water, generating a waste of this water because in this step is not necessary use high quality water. Key words: Demineralized water. Arla 32 (DEF or AdBlue). Ion exchange
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LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS
Figura 1 – Limites das Emissões Para Veículos Pesados a Diesel .......................... 01
Figura 2 – Motor diesel com SCR e Arla 32 ............................................................. 03
Figura 3 – Atuação do Arla 32 .................................................................................. 04
Figura 4 – Dados referentes ao Arla 32 ................................................................... 06
Figura 5 – Ureia sólida ............................................................................................. 09
Figura 6 – Diamante de Hommel da ureia ................................................................ 10
Figura 7 – Fluxograma de produção de ureia utilizando da tecnologia de reciclagem
total .......................................................................................................................... 13
Figura 8 – Exemplo de laudo de ureia de grau elevado ........................................... 15
Figura 9 – Esquema de um trocador de H+ por Na em solução aquosa .................. 19
Figura 10 – Resina de troca iônica ........................................................................... 19
Figura 11 – Eliminador de CO2 ................................................................................. 21
Figura 12 – Vaso catiônico, degaseificador e vaso aniônico .................................... 22
Figura 13 – Vaso de leito misto ................................................................................ 23
Figura 14 – Unidade de purificação de águas .......................................................... 25
Figura 15 – Condutivímetro digital ............................................................................ 27
Figura 16 – PHmetro digital ...................................................................................... 28
Figura 17 – Unidade de desmineralização de água 3 .............................................. 29
Figura 18 – Unidade de desmineralização de água 2 .............................................. 30
Figura 19 – Unidade de desmineralização de água 1 .............................................. 30
Figura 20 – Imagem de análise de condutividade de água desmineralizada ........... 32
Figura 21 – Leitura realizada pelo condutivímetro .................................................... 32
Figura 22 – Equipamento phmetro digital ................................................................. 33
Figura 23 – Fluxograma da disposição das unidades de purificação de águas ...... 34
Figura 24 – Fluxograma de produção de água desmineralizada para Arla 32 ......... 43
Figura 25 – Fluxograma com variação da entrada de alimentação .......................... 44
Gráfico 1 – Condutividade da água bruta X Tempo...................................................37
Gráfico 2 – Tempo de regeneração X quantidades de regenerações ...................... 38
Gráfico 3 – Tempo de regeneração X quantidades de regenerações ...................... 38
Gráfico 4 – Tempo de regeneração X quantidades de regenerações ...................... 39
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Parâmetros do grau de pureza de águas .............................................. 18
Quadro 2 – Resultados água poço artesiano .......................................................... 36
Quadro 3 – Dados específicos de unidades de purificação de águas ...................... 40
Quadro 4 – Acompanhamento do tempo de regeneração de cada vaso da unidade
de purificação 03 ...................................................................................................... 40
Quadro 5 – Condutividade unidade 01 etapa antes do leito misto ........................... 41
Quadro 6 – Tempo de campanha após a alteração da unidade 01 .......................... 44
Quadro 7 – Tempo de campanha após a alteração da unidade 02 .......................... 45
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LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 01................................................................................................................43
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.1 Objetivo da pesquisa ........................................................................................ 19
1.2 Justificativa ...................................................................................................... 20
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 21
2.1 Ureia ................................................................................................................ 21
2.2 Água desmineralizada ...................................................................................... 28
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 47
5 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 59
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................. 60
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1. INTRODUÇÃO
O grande aumento de transportes de cargas em centros urbanos vem
trazendo alguns prejuízos para o meio ambiente e para a população de forma geral,
como por exemplo o extenso e caótico trânsito, altos recursos para a manutenção de
vias e rodovias e a grande quantidade de emissões de gases poluidores do meio
ambiente, fazendo com que a qualidade do ar que respiramos seja afetada. Algumas
medidas foram tomadas como o incentivo do uso de transporte coletivo, incentivo da
utilização de transporte não motorizado (ciclovias), a introdução de novos
combustíveis como por exemplo o etanol, gás natural e biodiesel, a tecnologia de
veículos com motores “flex” e até mesmo o rodízio de automóveis, como detalha
Figueiredo (2013) e mais atualmente a tecnologia do Arla 32.
A queima de combustíveis fósseis em veículos automotores gera dióxido de
carbono (CO2), que é classificado como um agente causador do efeito estufa, como
também pode-se citar alguns outros principais poluentes como o monóxido de
carbono (CO), óxido de nitrogênio (NOx), hidrocarbonetos (HC), material particulado
(MP), aldeídos (CHO) e óxidos de enxofre (SOx), segundo o Ministério do Meio
Ambiente.
A Figura 1 exemplifica os limites máximos estabelecidos para emissão de
compostos poluentes em veículos pesados movidos a diesel.
Figura 1 – Limites das Emissões Para Veículos Pesados a Diesel
Fonte: CNT (2012)
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A cada 3,2 Kg de CO2 gerado um quilograma de gasolina ou óleo diesel
necessita ser queimado exemplifica Figueiredo (2013), como também a emissão de
óxidos de nitrogênio (NOx) que atua como precursor de ozônio, considerado um dos
piores poluentes do efeito estufa do hemisfério norte. Visando a redução do nível de
poluentes gerados na combustão de veículos pesados automotores movidos à
diesel, no ano de 2012 foi regulamentado as normas do Proconve P7, no qual
obrigava os fabricantes destes tipos de motores a efetuarem mudanças em seus
produtos, na qual consistia na instalação de um sistema de pós-tratamento dos
gases gerados pela combustão do motor.
Com a alteração da legislação brasileira que regulamenta os limites de
emissões de poluentes para veículos pesados, no ano de 2012, a inserção da
tecnologia denominada de SCR (Selective Catalist Reduction) nos motores de
veículos pesados movidos a diesel foi introduzida. Porém, neste tipo de tecnologia a
emissão de óxidos de nitrogênio (NOx) ultrapassam o limite estabelecido devido às
altas temperaturas que atingem às câmaras de combustão destes motores, para
sanar este tipo de problema foi desenvolvido uma tecnologia que associa o uso de
outra substância que auxilia o SCR, cujo o funcionamento foi baseado na injeção de
uma solução de ureia (32,5%) e água desmineralizada (67,5%), ao qual se deu o
nome de Agente Redutor Líquido Automotivo ou simplesmente Arla 32, que quando
em contato com os gases de escape que estão a altas temperaturas sofre hidrólise,
na qual se transformará em amônia, que por sua vez reagirá com o catalisador de
redução, que promoverá a neutralização do composto NOx (Blucher, 2015).
Este tipo de tecnologia já é conhecido na Europa como AdBlue e nos Estados
Unidos da América como DEF, como mostra a Figura 2, o Arla 32 não entra em
contato com o combustível (diesel), o produto é alocado em um tanque específico
afixado no chassi do veículo, pois o mesmo será injetado em forma de spray no
catalisador SCR do veículo.
Com o objetivo de estabelecer critérios para avaliar a conformidade do Agente
Redutor Líquido de NOx Automotivo, o Arla 32, o Inmetro efetuou a regulamentação
da comercialização de Arla 32 no Brasil independentemente de sua embalagem ou
forma de comercialização, pois em todas as maneiras deve-se atender aos
requisitos especificados nas normas ISO22241, visando reduzir o impacto ambiental
provocado pelo uso do combustível óleo diesel (Inmetro – Portaria 447).
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Figura 2 – Motor diesel com SCR e ARLA-32
Fonte: CNT (2012)
Critérios foram estabelecidos para se comercializar o Arla 32, segundo o
Inmetro, o produto Arla 32 consiste em uma solução aquosa, fabricada a partir de
ureia tecnicamente pura ou solução do processo da produção da ureia e água
desmineralizada ou destilada, na qual deve conter a concentração de 32,5% de
ureia, na qual seus parâmetros de análise de contaminantes devem seguir as
características de qualidade mencionadas na IN nº23, de 11 julho de 2009, do
Ibama, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis.
Nesta instrução normativa (IN 23), é estabelecido que o Arla 32 é uma solução
composta por água e ureia, com traços de biureto (C2N3O2H5) e na presença limitada
de aldeídos e outras substâncias (Inmetro – Instrução Normativa nº23).
A forma de atuação do Arla 32 em sistema de catalisadores com a tecnologia
SCR é por injeção da solução de ureia à 32,5% diretamente no catalisador, a
quantidade de Arla 32 injetado em forma de spray no catalisador é calculado através
de sistemas eletrônicos, que também efetuam no sistema de gerenciamento do
motor de forma geral, sempre com o objetivo de permanecer dentro dos parâmetros
de emissão de poluentes. Este sistema, mais conhecido como OBD (On Board
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Diagnostic), faz a leitura através da emissão de NOx que está sendo liberada no
escapamento do veículo, e que quando o nível está fora dos parâmetros indicados, o
sistema automaticamente acende uma luz indicativa de falha no painel do veículo e
o sistema reduz gradativamente a potência do veículo, conforme estipulado no Art.
2º da Resolução nº 403/20032 do Conama. Caso o problema não for resolvido por
48 horas, o sistema reduzirá ainda mais a potência do motor, até chegar ao nível
mínimo, o que acarretará em potência somente para o motorista conduzir o veículo
até a regularização do sistema de emissão, ou seja, até efetuar o abastecimento de
Arla 32 em seu veículo.
Como ilustrado na Figura 3, o sistema de redução de emissão de poluentes é
eficaz, liberando somente nitrogênio e água para a atmosfera.
Figura 3 – Atuação do ARLA – 32
Fonte: ANFAVEA (2012)
A produção de Arla 32 em nosso país atualmente é de 670 milhões de litros e
a projeção para o ano de 2020 seja de 1,2 bilhões de litros do produto, um mercado
com mais de US$600 milhões de dólares de movimentação atual e com projeção
para se faturar mais de US$1,125 milhões de dólares, um mercado realmente
promissor, com potencial realmente ímpar, com expansão para países que
pretendem incluir o Arla 32 em seus projetos de auxílio ao meio ambiente como
Argentina, Peru, Chile e Uruguai (ÉPOCA NEGÓCIOS, 2015).
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Porém para atender a este promissor mercado e ainda inexplorado, as
fábricas necessitam estarem preparadas para produzirem tal produto. Uma matéria
prima de suma importância na produção de Arla 32 é a ureia que necessita de
cuidados especiais e um grau de pureza elevado e a outra matéria prima a ser
utilizada é a água com grau de pureza elevado. Sendo assim, as indústrias que
fabricam o Arla 32 devem otimizar seus sistemas de produção de águas, pois este
insumo deve estar dentro dos parâmetros de utilização regidos pelas normas
brasileiras como a ABNT NBR ISO 22241-1 que alerta que, dentro inúmeros
cuidados, a água deverá ter grau 3 de pureza como rege a norma da ISO 3696 de
1987. Cuidados devem ser observados bem de perto na fabricação e na produção
do Arla 32, como as fases de sua produção, os materiais empregados nos
equipamentos a serem utilizados, as amostras de contraprova que deverão ser
armazenadas, os cuidados de armazenagem do produto final e das contraprovas,
temperatura da indústria que irá fazer o produto, licenças operacionais exigidas,
dentre outros fatores que irão definir se a indústria está apta a entrar neste mercado
ou não.
A regulamentação da fabricação e comercialização de Arla 32 para o mercado
brasileiro é regida segundo a Instrução Normativa nº23 regida pelo Ibama, a Figura 4
exemplifica os parâmetros exigidos.
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Figura 4 – Dados referentes ao Arla 32
Fonte: Ibama - Instrução Normativa nº 23
A regulamentação da fabricação e comercialização de Arla 32 é feita por meio
de auditorias anuais na fábrica onde é elaborado o produto, amostragem do produto
no mercado, onde o mesmo é analisado em todos os itens por um laboratório
cadastrado e credenciado pelo Inmetro.
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A fabricação de Arla 32 está atrelada a uma ótima produção de água
purificada, na qual são necessários alguns equipamentos para que este tipo de
purificação seja realizado. A obtenção de água purificada, em nosso caso, é
realizada através de unidades de purificação de águas por resinas de troca iônica,
na qual a água que contém maiores impurezas (íons) passa através de resinas de
troca iônica que, por afinidade, retiram estas impurezas da água, porém em um
determinado tempo de campanha destas unidades, estas resinas necessitam
realizar um procedimento de limpeza química de sua superfície, para que se
removam estas impurezas de sua superfície e um novo ciclo de adsorção de íons
seja feito. Caso este procedimento não seja executado, o nível de pureza da água
diminui consideravelmente, o que acarreta na despadronização da água utilizada e o
não cumprimento das exigências certificadas para se produzir Arla 32, além disso o
tempo de campanha das unidades de purificação se reduz, o que diminui a
produtividade, aumenta os custos de produção, podendo gerar complicações
superiores na resina de troca iônica.
Este estudo analisa a melhoria no procedimento de limpeza química da
superfície da resina de troca iônica, ou como é mais conhecido o procedimento de
regeneração de resinas, no qual é enfatizada a melhoria no tempo de campanha e a
utilização de águas de descarte de outras unidades de purificação como sendo água
de alimentação, o que visa o aumento a viabilidade econômica e produtiva destas
unidades de purificação de águas.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Este estudo teve como foco a melhoria do uso de desmineralizadores de água
empregados na produção de Arla 32.
1.1.2 Objetivos Específicos
- Aumentar a produtividade de água desmineralizada com grau 3.
20
- Estudar a possibilidade de alterar o processo, para empregar a unidades em
série.
- Aumentar a produção de água purificada no mesmo período de tempo.
1.2 Justificativa
Com a forte escassez de recursos hídricos que a cada dia pressiona a
desenvolver novas tecnologias, este estudo visa a viabilidade de se trabalhar com 3
equipamentos de desmineralização de água sendo que seja possível a utilização
destes equipamentos em série, afim de se produzir mais água desmineralizada por
um maior período de tempo, aumentando a produção e reduzindo perdas com a
regeneração das colunas de resinas.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Ureia
Ureia ou como também pode ser chamada de carbamida é composta por
CO(NH2)2, na qual é um sólido cristalino, incolor e orgânico, a Figura 5 ilustra como
é o aspecto físico da ureia sólida utilizada para a fabricação de Arla 32.
Figura 5 – Ureia sólida
Fonte: Serquímica (2015)
Tem como nome segundo a IUPAC sendo o diaminometanal, sua massa
molar é de 60,07 g/mol, tem como densidade 1,33g/cm³ em seu estado sólido. O
ponto de fusão da ureia é de 132,7 ºC. Sua pressão de vapor é de 1,2 x 10-5 mmHg
a 25 ºC, como também sua densidade de vapor é de 45 mmHg a 20 ºC (solução a
50%).
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A Figura 6 ilustra o diamante de Hommel da ureia, que contém nenhum risco
específico, não contém risco a saúde, apresenta reatividade com baixo grau, e
nenhum risco de inflamabilidade (PETROBRÁS, 2015).
Figura 6 – Diamante de Hommel da ureia
Fonte: FISPQ Ureia Fertilizante – Petrobrás
A primeira vez que a ureia foi sintetizada artificialmente foi por Friedrich
Wohler em 1828, obtido a partir do aquecimento de cianato de amônio (NH4CNO),
conforme a Reação 1. Porém quando Wohler reagiu cianato de prata (AgOCN) com
cloreto de amônio (NH4Cl), obteve um material cristalino branco com as mesmas
propriedades do cianato, porém tratava-se de ureia (SANT’ANA, 2011).
NH4CNO(l) → CO(NH2)2(s) (1)
∆
Durante inúmeros anos, a ureia foi um composto que teve sua importância
industrial quase irrelevante, quando ainda era obtido via hidrólise ácida do cianeto
de cálcio (CaCN2), como pode ser melhor observado na Reação 2.
CaCN2 + 3H2O → CO(NH2)2 + Ca(OH)2 (2)
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Somente no ano de 1933, a Du Pont iniciou o processo de produção da ureia,
na cidade de Belle, Virginia Ocidental e foi a única produtora americana a produzir
de ureia em escala comercial até o ano de 1950 (SANT’ANA, 2011).
Hoje em dia, a produção de ureia é um processo de suma importância para o
setor agrícola e para o setor industrial, produzido em diversos países com mais de
700 plantas de produção ao redor do mundo, com diferentes capacidades de
produção como também diferentes níveis de qualidade, sendo a produção mundial
em torno de 80 milhões de toneladas de ureia por ano (SANT’ANA, 2011).
Atualmente, a maioria das plantas de produção de ureia ao redor do mundo,
produz ureia a partir da reação da amônia (NH3) e dióxido de carbono (CO2), porém
dependendo da tecnologia na qual a planta de produção dispõe para isso. Este tipo
de processo, chamado de síntese da ureia, na maioria das vezes é realizado sob
forma líquida (solução), como também exige uma pressão de 13 a 25 MPa e
temperaturas que variam entre 170 e 200 ºC (SANT’ANA, 2011). Entretanto, a
produção de ureia na prática pode encontrar temperaturas acima de 200ºC,
excedendo até 210ºC, isso acontece devido ao fato de que é necessário efetuar um
resfriamento pois as reações são altamente exotérmicas (SANT’ANA, 2011). As
reações 3 e 4 exemplificam melhor como a reação ocorre.
CO2 + 2NH3 → NH4CO2NH2 ∆H= -37.000Kcal/mol (3)
NH4CO2NH2 → CO(NH2)2 + H2O ∆H= +10.000Kcal/mol (4)
Somente em 1967 o processo de produção foi publicado por Chao, com
exemplificações de sistemas operacionais e das tecnologias empregadas no
processo, seguido por Uchino em 1986 e posteriormente por Stamicarbon Staff em
1986 (SANT’ANA, 2011).
A formação de um produto intermediário, o carbamato de amônio
(NH4CO2NH2), que logo em seguida se desidrata formando a ureia, como está
exemplificado na Reação 4. Para se obter uma dissociação rápida e completa para
se formar NH4CO2NH2 é necessário se trabalhar com pressões elevadas, com isso a
desidratação torna-se lenta (SANT’ANA, 2011). É possível obter valor de conversão
na casa de 50 a 80% baseando-se na proporção de NH3/CO2 no reator. Ainda
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segundo Sant’ana (2011), estudos baseados na literatura, apontam a formação de
um composto chamado de biureto (NH2CONHCONH2), que é considerada a pior
impureza no processo de produção de ureia. Este componente indesejado é
formado através do elevado aquecimento em certas etapas do processo de
fabricação, com temperaturas que chegam a atingir 150 a 160 ºC na etapa de
granulação por exemplo. Como o biureto é um componente indesejado para o
processo de fabricação de Arla 32, detalhes como este são de extrema importância
para a fabricação da ureia e posteriormente sua utilização como matéria prima no
processo de produção de Arla 32. A Reação 5 apresenta como ocorre este tipo de
efeito.
2 CO(NH2)2 → NH2CONHCONH2 + NH3 (5)
∆
A fim de contornarem estas dificuldades que limitam a qualidade da ureia a
ser produzida, diversas tecnologias foram criadas em unidades de produção
comercial, com isso foram introduzidas novas tecnologias que se adaptaram mais
que outras, como as tecnologias de uma só passagem, de reciclagem parcial e
reciclagem total (SANT’ANA, 2011).
O processo mais utilizado pelas indústrias é o processo de reciclagem total,
no qual toda a NH3 que é liberada da seção de síntese é reciclada para o reator,
com isso consegue-se obter uma conversão global de NH3 a CO(NH2)2 chega a
atingir níveis de 99% (SANT’ANA, 2011). O Figura 6 abaixo, representa o processo
de produção de ureia utilizando a tecnologia de reciclo total em fase aquosa de uma
empresa chamada Chemical Construction Co., que opera a 22,29 MPa (220 atm) e
com temperaturas que variam da ordem de 182 a 193 ºC (SANT’ANA, 2011).
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Figura 7 – Fluxograma de produção de ureia utilizando da tecnologia de reciclagem total
Fonte: SHREVE; BRINK (1997)
26
A indústria brasileira atualmente somente opera com o processo baseado na
reação de CO2 e NH3 a altas pressões, que variam na faixa de 13 a 20 MPa e com
temperaturas na faixa de 180 a 200ºC. Algumas características deste tipo de
tecnologia são aplicadas como a necessidade de se trabalhar com equipamentos
diferenciados, devido à alta severidade do processo, características específicas das
reações, como a alta taxa de corrosão e a tendência a cristalização. Além disso,
envolve um grande capital inicial e um alto consumo de energia da fábrica, pois este
tipo de tecnologia trabalha-se com multiestágios (SANT’ANA, 2011).
A utilização da ureia se faz presente em diversas aplicações industriais e
agronômicas, como por exemplo, em pasta de dentes, cola, na indústria moveleira,
em explosivos, em creme hidratante, pomadas cosméticas, alimentação de
ruminantes, na produção de resinas, medicamentos como sedativos e hipnóticos, e
principalmente é utilizada como fertilizantes na maioria das plantações ao redor do
mundo.
A ureia é utilizada na agricultura como fonte de nitrogênio para a cultura,
sendo o nitrogênio um macro nutriente mais importante para inúmeras culturas,
aumentando significativamente a área foliar da planta e a produção de matéria seca
(MIGUEL, 2009).
Com uma fatia de mais de 60% dos fertilizantes nitrogenados empregados
nas culturas brasileiras, a ureia é um dos fertilizantes mais utilizados no Brasil, pois a
mesma apresenta diversas vantagens, como o baixo custo de transporte, alta
solubilidade, baixa corrosividade, alto teor de nitrogênio (45%) e a facilidade de
mistura com outras fontes de fertilizantes para culturas (MIGUEL, 2009). Contudo, a
ureia apresenta alguns aspectos que são indesejáveis para sua utilização na
lavoura, como por exemplo alta higroscopicidade e a alta taxa de volatilização de N-
NH3 quando aplicada na superfície do solo (MIGUEL, 2009).
A produção mundial de ureia atingiu a marca de 134,7 milhões de toneladas
do produto no ano de 2007, tendo a China e a Índia os países que detiveram 49% de
toda a produção mundial (SANT’ANA, 2011).
A ureia a ser empregada no processo de produção de Arla 32 é estabelecida
como tecnicamente pura, podendo ser produzida industrialmente com o limite de
contaminantes controlados (ABNT NBR ISO 22241-1, 2011). Nela é permitido
27
somente contem traços de biureto, amônia e água, como também isenta de
aldeídos, ou outras substâncias como agentes antiaglomerantes, enxofre, cloretos e
nitratos (ABNT NBR ISO 22241-1, 2011), estes padrões foram estabelecidos para
que se evite a utilização de ureia com grau agropecuário e até mesmo ureia com
grau técnico, pois estas contêm contaminantes que ultrapassam os limites de certas
impurezas que são indesejadas para a fabricação de Arla 32.
A Figura 8 mostra como deverá ser um laudo de um fabricante de ureia com
grau de pureza elevado.
Figura 8 – Exemplo de laudo de ureia de grau elevado
Fonte: Serquímica/Petrobrás
Na Figura 8 observa-se que os níveis de contaminantes presentes na ureia
são baixos e controlados, conforme rege a norma que regulamenta a utilização de
ureia para a fabricação de Arla 32, ABNT NBR ISO 22241-1 que foi validada a partir
de 05/06/2011, porém a validação é descrita incisivamente sobre o produto final, que
em nosso caso é o Arla 32.
28
2.2 Água desmineralizada
A água desmineralizada é utilizada para inúmeras aplicações industriais,
como o processo de produção de Arla 32, em indústrias farmacêuticas, alimentícias,
em unidades de geração de vapor em caldeiras de alta pressão, dentre outras,
sendo o processo de desmineralização de águas por resinas de troca iônica o
processo mais econômico, simples e o mais utilizado para este fim (CUNHA, 2006).
Devido à baixa salinidade das águas brasileiras este processo tem sido o
mais utilizado no Brasil, e também devido ao baixo custo de manutenção, baixo
custo de aquisição e pela facilidade operacional (DOS SANTOS, 2013).
A tecnologia de troca iônica, já se faz presente a mais de 60 anos e
continuando adquirindo novas ideias e modelos operacionais, como também de
equipamentos, de configurações de montagens e de resinas desenvolvidas para
aplicações específicas.
Em diversas aplicações, a água desmineralizada é utilizada como matéria
prima em processos, como sendo o principal veículo empregados neste processo,
necessidades como estas necessitam de um grande volume de água
desmineralizada para atender o processo (CUNHA, 2006).
A água a ser usada na produção de Arla 32 que será empregada na
dissolução da ureia não deve ser uma água bruta, como é especificado na portaria
nº 447, de 22 de novembro de 2010, a água atender a requisitos da ABNT NBR ISO
22241-1, vigente pela Associação Brasileira de Normas Técnicas, na qual rege que
o grau de pureza da água utilizada para se efetuar a produção do Arla 32 deve ser
baseado na definição do grau de água 3 da ISO 3696 (ABNT NBR ISO 22241-1,
2012), na qual define como as maneiras de obtenção de água com este nível de
pureza somente são produzidos pelos métodos de destilação simples, por
deionização, por filtragem ou por osmose reversa (ABNT NBR ISO 22241-1, 2012).
A padronização da produção de água em uma planta de produção de Arla 32
é de suma importância, pois como a produção depende diretamente da condição da
água que será empregada neste processo, os equipamentos que efetivam estas
condições devem estar aptos e em plenas condições de produzirem água com grau
3 e com uma produtividade otimizada.
As condições estabelecidas para que uma água seja caracterizada como grau
de pureza 3 foram elaboradas pela International Organization for Standardization, ou
29
como é mais conhecida ISO, que estabeleceu regras para a padronização da
produção de inúmeros produtos, dentre eles a produção e padronização de águas.
Existem 3 tipos de pureza de água, a água de grau de pureza 1, a água de grau de
pureza 2 e a água de grau de pureza 3 (ISO 3696, 1987), na qual rege que estes
tipos de águas são utilizados em diversas aplicações, como por exemplo:
• Águas de grau de pureza 1:
Essencialmente livre de contaminantes orgânicos dissolvidos, contaminantes
coloidais, é utilizado em análises como a cromatografia líquida de alta eficiência.
Deve ser processada a partir da água com grau de pureza 2, que é elaborada com a
técnica de osmose reversa ou deionização seguida de um filtro com tamanho de
poro de no máximo 2µm (ISO 3696, 1987).
• Águas com grau de pureza 2:
Com muito poucos contaminantes presentes como impurezas orgânicas,
inorgânicas e coloidais, sua utilização é baseada em análises sensitivas como a
espectrometria de absorção atômica e na determinação de componentes com traços
quantitativos. Deve ser processada, por exemplo através de múltiplas destilações ou
por deionização ou por osmose reversa seguida de destilação (ISO 3696, 1987).
• Águas com grau de pureza 3:
Empregada na maioria dos trabalhos em laboratórios químicos, como na
preparação de reagentes. Seu processamento deve realizado através de destilação
simples, por deionização ou por osmose reversa, a água a ser utilizada para ser
processada deve ser considerada potável, caso esteja com alta carga de
contaminantes, o processo de purificação deve ser alterado (ISO 3696, 1987).
Em nosso caso, tem-se como foco a produção de água com grau de pureza 3
a partir de água potável proveniente de um poço artesiano e a técnica para purificar
esta água será a deionização por troca iônica.
Em uma unidade de purificação de águas por troca iônica, íons de uma
determinada carga, podendo ser cátions ou ânions, presentes em uma solução, que
em nosso caso será água bruta, são adsorvidos em um material sólido (um trocador
de íons), que em nosso caso serão resinas de troca iônica. Neste processo de
adsorção, ocorre uma substituição por quantidades equivalentes destes íons
considerados impurezas por outros íons de mesma carga liberados pelo material
sólido (DOS SANTOS, 2013).
30
O Quadro 1 exemplifica quais são os parâmetros a serem atingidos em nosso
foco de produção de água com grau 3 para a produção de Arla 32.
Quadro 1 – Parâmetros do grau de pureza de águas
Fonte: ISO 3606
O material sólido que é utilizado para se troca íons, ou como é comumente
chamada resina de troca iônica, pode ser um sal, ácido ou base na forma insolúvel
em água. Estas resinas geralmente são sintéticas, mas também pode-se encontrar
resinas naturais em certas aplicações, estas resinas quando em contato com água
poderão liberar íons hidroxila, hidrogênio ou sódio e efetuar a troca de íons desta
mesma água, íons estes que em diversos processos industriais são indesejáveis
(DOS SANTOS, 2013).
A Figura 9 ilustra como é efetuada a troca de íons por uma resina.
31
Figura 9 – Esquema de um trocador de H+ por Na em solução aquosa
Fonte: CUNHA (2006)
As resinas de troca iônica sintéticas, em sua maioria são elaboradas a partir
de ácido acrílico ou copolímeros com divinil benzeno (DVB), na forma de emulsão,
que quando se solidificam formam esferas pequenas e perfeitas.
A Figura 10 apresenta a visualização das resinas e a aparência das esferas.
Figura 10 – Resina de troca iônica
Fonte: NATURALTEC (2015)
A inserção de DVB na composição da resina é de suma importância ao
processo de troca iônica, pois esta oscilação que está na casa de 6 a 16 % resultará
32
em diferentes estruturas. Conforme aumenta-se a quantidade de DVB eleva-se a
porosidade da resina obtida (DOS SANTOS, 2013).
A adição de grupamentos ácidos ou básicos darão uma funcionalidade a
resina, onde estes grupamentos são inseridos nos núcleos de benzeno que foram
utilizados como monômeros da formulação, assim as resinas serão empregas para
retirarem ou ânions ou cátions (DOS SANTOS, 2013).
A desmineralização de águas pode ser elaborada por diversas e criativas
maneiras de disposição das colunas que compõem uma unidade de
desmineralização de água, estes tipos de alterações tem como finalidade a redução
de custos de regeneração destas colunas, pois as mesmas necessitam de soluções
ácidas ou básicas para se regenerarem e estarem prontas para um novo ciclo de
purificação de águas (DANTAS, 1998).
A regeneração destas resinas de troca iônica deve ser efetuada assim que o
rendimento desta troca iônica não esteja indicando bons valores, o que é mensurado
pelo parâmetro dos níveis da condutividade elétrica da água de saída, conforme
estes valores vão aumentando, os níveis de íons indesejáveis presentes na água
irão lhe conferir o aumento da condutividade. Algumas características operacionais
da água de entrada podem determinar se o tempo de campanha de uma resina será
maior ou menor, características estas que indicam qual será o tipo de resina e qual
será a quantidade empregada em cada leito onde a água passará, que são:
• Profundidade do leito de resina
• Taxa de percolação (passagem do fluido através de um leito de
resinas)
• Temperatura do fluido
• Temperatura do regenerante
• Concentração dos íons a serem adsorvidos
• Tipos de íons a serem adsorvidos
• Tipo, concentração e quantidade de regenerante (solução ácida e
solução básica)
• Método de regeneração
O sistema de adsorção de uma resina consiste na reação entre os íons em
solução com os íons presentes na resina, esta reação ocorre em uma região
33
denominada de zona de reação. Dependendo da seletividade na qual a resina foi
designada, uma camada de troca é formada, e se move em direção a saída da
coluna maximizando seu uso. O tamanho da zona de reação é diretamente ligado a
fatores como vazão e concentração iônica, porém é independente da profundidade
do leito de resina (DOS SANTOS, 2013).
Quando a seletividade for minimizada, uma difusa camada de frente se forma,
dependendo então da profundidade do leito e do coeficiente de seletividade, e não
mais da profundidade da zona de reação. Na prática, o topo de uma coluna de
resina sempre será mais saturado do que em sua base, pois no início a carga de
íons para ser trocadas é bem maior do que a carga de íons na base da coluna (DOS
SANTOS, 2013)
A disposição das colunas é feita de acordo com a qualidade da água que se
deseja obter. Em alguns casos é inserido um eliminador de CO2 como apresentado
na Figura 11.
Figura 11 – Eliminador de CO2
Fonte: DOS SANTOS (2013)
Neste tipo de conformação, a água produzida por ela é obtida com toda a
sílica inicial, e contém uma condutividade de até 20 µS/cm (CUNHA, 2006).
34
Existem também esquemas de tratamentos de água com degaseificadores,
como é ilustrado na Figura 12, onde a carga de sílica presente na água final é quase
isenta. A condutividade elétrica neste caso pode variar de 3 a 20 µS/cm e o teor de
sílica entre 0,05 a 0,5 mg/l (DOS SANTOS, 2013).
Figura 12 – Vaso catiônico, degaseificador e vaso aniônico
Fonte: DOS SANTOS (2013)
Existem também configurações na qual se opta por se utilizar um leito com
carvão ativado, um leito catiônico, um leito aniônico e após todos estes passos,
adiciona-se um leito com resina mista, ou seja, um leito preenchido parcialmente
com resina aniônica e resina catiônica. O chamado leito misto é usado para se
efetuar uma polidez a qualidade final da água obtida (CUNHA, 2006).
A Figura 13 exemplifica como é a regeneração de um leito misto, pois
antecipadamente deve-se realizar uma separação das resinas, caso contrário a via
útil delas seria reduzida. Resinas aniônicas são menos densas que as resinas
catiônicas de forma geral, assim é possível efetuar a separação das resinas em uma
mesmo vaso, e executar a regeneração das resinas.
35
Figura 13 – Vaso de leito misto
Fonte: CUNHA (2006)
As unidades de purificação de águas têm inúmeras conformações, porém
com foco na conformação na qual dispõe-se de 4 vasos ligados em série, vaso de
carvão ativado, vaso catiônico, vaso aniônico e leito misto.
Cada etapa de uma unidade de purificação tem seu efeito observado, na
etapa inicial, que envolve a passagem da água bruta por um leito de carvão ativado
que tem como papel a redução da carga de contaminantes orgânicos (TOUMA,
2013), logo após este fluxo de água que já contém uma carga de contaminantes
reduzida devido ao leito de carvão é passada por uma coluna que contém resina
catiônica, na qual tem elevada afinidade por átomos de Cálcio (Ca) e Magnésio
(Mg), a troca iônica acontece devido a um átomo de Hidrogênio presente na
superfície da resina, com isso a resina fica contaminada de impurezas e o fluxo de
água segue sem os íons que estavam presente incialmente (PUROLITE, 2015).
Após a passagem por estes dois vasos, a carga de íons contaminantes na água
ainda se necessita de remoção, sendo assim o fluxo atravessa um vaso de resina
aniônica, na qual irá efetuar a troca iônica com o restante dos íons livres dos tipos
sulfatos, cloretos, nitratos e silicatos (PUROLITE, 2015).
Com todas estas etapas de purificação e retirada de íons da água bruta, ainda
assim existe uma certa quantidade de íons contaminantes presentes na água, na
36
qual se faz necessário executar um trabalho de polidez da água, na qual visa a
remoção do restante dos íons presentes no meio, fazendo com que a água final se
mantenha nos padrões exigidos para a produção de Arla 32.
Abaixo exemplifica-se algumas reações que ocorrem nas resinas de troca
iônica dentro de um vaso de uma unidade de purificação de águas.
Reações de troca iônica de resinas catiônicas
• R-H⁺+ Ca⁺⁺→ R-Ca + 2H⁺
• R-H⁺+ Mg⁺⁺→ R-Mg + 2H⁺
• R-H⁺+ Na⁺→ R-Na + H⁺
• R-H⁺ + K+ → R-K + H⁺
• R-H⁺ + Fe ⁺⁺⁺→ R-Fe + 3H⁺
Reações de troca iônica de resinas aniônicas
• R-OH⁻ + SO₄⁻⁻→ R-SO₄ + 2H⁺
• R-OH⁻ + NO₃⁻⁻ → R-NO₃ + 2H⁺
• R-OH⁻+ Cl⁻ → R-Cl + H⁺
• R-OH⁻+ SiO₂⁻ → R – SiO₂ + H⁺
A Figura 14 exemplifica uma unidade de purificação de água para obtenção
de água com grau 3 utilizada no processo produtivo de uma fábrica.
37
Figura 14 – Unidade de purificação de águas
Fonte: Serquímica (2015)
As regenerações são feitas apenas utilizando-se de um ácido forte para a
resina catiônica e de uma base forte para a resina aniônica, na maioria dos casos
utiliza-se como ácido forte o ácido sulfúrico ou o ácido clorídrico, e como base forte é
comumente utilizada a soda caustica.
Na coluna de carvão ativado, a única condição para se efetuar a regeneração
de sua coluna é a de promover uma melhor homogeneização do leito, ou seja,
apenas deve-se passar o fluxo de água em contracorrente por 30 minutos, dados do
fabricante.
A regeneração da coluna catiônica, que contém resina catiônica, em nosso
caso é elaborada passando-se 320 gramas de uma solução de ácido clorídrico à
30% por litro de resina em um tempo de 40 minutos, dados estipulados pelos
fabricantes, este processo promove a retirada de íons que estão retidos na
superfície da resina, deixando H⁺ em seu lugar (Purolite, 2015). Após isso, é feita a
lavagem da resina, onde se passa água bruta até obter um pH próximo a 3,5, após
isso pode-se avançar para mais uma etapa.
Leito
Misto Coluna
Aniônica Coluna
Catiônica
Coluna
Carvão
Ativado
38
A regeneração da coluna aniônica, que contém resina aniônica, é realizada
passando uma solução de soda caustica com 50 % de concentração na proporção
de 280 gramas de solução para cada litro de resina em um tempo de 40 minutos,
dados estipulados pelos fabricantes, este procedimento tem como princípio a troca
de íons que estão impregnados na superfície da resina por OH⁻, assim os íons que
estavam na superfície da resina são trocados por íons OH⁻, regenerando a resina e
deixando-a pronta para uma nova troca iônica. Após isso, é feita a lavagem da
resina, onde se passa água bruta até obter um pH próximo a 9,0, após isso pode-se
avançar para mais uma etapa.
Com foco na regeneração do leito misto, deve-se separar as resinas
primeiramente, para que a resina catiônica fique na parte de baixo (mais densa) e a
resina aniônica fique na parte superior (menos densa). Após a separação, a
regeneração do leito misto deverá ser realizada por partes, ou seja, primeiramente a
resina catiônica e logo após a resina aniônica, nos mesmos moldes mencionados
acima.
Para se comprovar a invariância dos tempos de regeneração das unidades de
desmineralização de água, foi elaborado um levantamento com duração de 01 mês
para se observar qual o tempo gasto em regenerações das 03 unidades de
produção de água com grau 03.
39
3 METODOLOGIA
O estudo proposto para a melhoria da produção de água desmineralizada
com grau 3 destinada a produção de Arla 32, foi elaborado na empresa Serquímica
Indústria e Comércio Importação Exportação de Produtos Químicos Ltda, visando
um melhor aproveitamento dos equipamentos dispostos para uso na indústria. A
pesquisa foi elaborada através de medições da condutividade da água a ser utilizada
na unidade de produção, como também o pH.
Como se necessita trabalhar com parâmetros de condutividade e pH pré-
determinados, a análise destes dois parâmetros auxilia na qualidade da água em
diversos pontos de produção.
Para se obter dados concretos da produção de água com grau 3 nos
equipamentos disponíveis, utilizou-se dos seguintes equipamentos:
• Condutivímetro digital para soluções aquosas da marca MS Tecnopon
Instrumentação, modelo mCA 150, com número de série 2559/1502 (Figura 15). Sua
calibração foi realizada na data de 10/02/2015 com o certificado de relatório de
execução nº 11024/502.
Figura 15 – Condutivímetro digital
Fonte: Serquímica (2015)
40
• Phmetro digital da marca Marte, modelo MB-10 (Figura 16), com
calibração executada na data de 24/03/2015.
Figura 16 – PHagâmetro digital
Fonte: Serquímica (2015)
• Unidade de desmineralização de águas por troca iônica da marca
Despurifil, modelo Desp_311C/14 (Figura 17). Nesta conformação de equipamento,
contém 01 coluna de carvão ativado com 660 litros de material, coluna de resina
catiônica seletiva com resina em poliestireno sulfonado fortemente ácido em ciclo H+
com volume de resina de 550 litros, 01 coluna com resina aniônica seletiva de
poliestireno sulfonado fortemente básico em ciclo OH-, com volume de resina de 550
litros. Nesta configuração adiciona-se mais uma coluna denominada de leito misto,
na qual contém 150 litros de resina aniônica e 100 litros de resina catiônica
misturadas. Vazão específica de 10 m³ por hora e regeneração manual.
41
Figura 17 – Unidade de desmineralização de água 3
Fonte: Serquímica (2015)
• Unidade de desmineralização de águas por troca iônica da marca
Permution, modelo LSS 3072 AT (Figura 18). Nesta conformação de equipamento
contém 01 coluna de carvão ativado, 01 coluna com resina catiônica seletiva com
resina em poliestireno sulfonado fortemente ácida em ciclo H+ com volume de resina
de 350 litros, 01 coluna com resina aniônica seletiva de poliestireno sulfonado
fortemente básico em ciclo OH-, com volume de resina de 500 litros. Vazão
específica de 3m3 por hora e regeneração automática.
42
Figura 18 – Unidade de desmineralização de água 2
Fonte: Serquímica (2015)
• Unidade de desmineralização de águas por troca iônica da marca
Permution, modelo LS1665 AT (Figura 19). Nesta conformação de equipamento,
contém 01 coluna de carvão ativado com 125 litros de material, coluna de resina
catiônica seletiva com resina em poliestireno sulfonado fortemente ácido em ciclo H+
com volume de resina de 100 litros, 01 coluna com resina aniônica seletiva de
poliestireno sulfonado fortemente básico em ciclo OH-, com volume de resina de 150
litros. Vazão específica de 1,5 m³ por hora e regeneração automática.
Figura 19 – Unidade de desmineralização de água 1
Fonte: Serquímica (2015)
43
A água que supre a fábrica de Arla 32 é proveniente de um poço artesiano
localizado no lençol freático do Aquífero Guarani, o qual tem capacidade de
produção de 20 m³ por hora de água potável.
Alguns procedimentos foram seguidos durante todos as análises realizadas,
como também todas as amostragens executadas.
• Procedimento de amostragem
O procedimento de amostragem segue os padrões exigidos pela empresa
geradora de dados, na qual deve-se utilizar de um recipiente previamente limpo com
água corrente e seco em temperatura ambiente, geralmente utiliza-se de copo de
acrílico descartáveis ou um becker de vidro.
A amostragem deverá ser realizada por colaboradores capacitados e
realizarem este tipo de trabalho. O colaborador deverá encher o recipiente com a
amostra até o nível de aproximadamente 80% do volume útil do recipiente. Com
movimentos circulares do punho, deverá agitar a amostra com o objetivo de rinsar o
recipiente com a amostra. Este procedimento deverá ser executado 2 vezes, e
somente na terceira vez que a amostra estará apta para ser analisada.
• Procedimento de análise de condutividade elétrica
O procedimento de análise de condutividade é elaborado através do mesmo
princípio do procedimento de análise de pH, no qual a amostra ao chegar no
laboratório de análise, o analista introduz o eletrodo de medição na amostra. O
equipamento efetuará a leitura da condutividade elétrica na amostra (Figura 20),
corrigindo a temperatura na qual a amostra se apresenta. O analista deverá esperar
até que o valor apresentado pelo equipamento, resultado final da medição, fique
estabilizado.
Todas as leituras realizadas por este equipamento são anotadas e
armazenadas por 3 meses.
44
Figura 20 – Imagem de análise de condutividade de água desmineralizada
Fonte: Serquímica (2015)
A Figura 21 ilustra como o analista visualiza a leitura no equipamento, que
neste caso acusa valores de condutividade elétrica na casa de 2,62 µS/cm com a
temperatura já corrigida, pois a temperatura ambiente se encontra em 23,6ºC e a
medição é padronizada com 25ºC.
Figura 21 – Leitura realizada pelo condutivímetro
Fonte: Serquímica (2015)
45
• Procedimento de análise de pH
O procedimento de análise de pH das amostras que foram utilizadas em
nosso banco de dados é realizado segundo o procedimento estipulado pela empresa
na qual a matriz de dados está sendo realizada.
Após a amostra chegar no laboratório de análise, o analista introduz o
eletrodo de medição do equipamento no recipiente onde a amostra se encontra. O
equipamento, que já está previamente calibrado, efetuará a correção da temperatura
da amostra e efetuará a leitura do valor de pH indicado no equipamento como
indicado na Figura 22. O analista deverá aguardar o valor indicado pelo
equipamento ficar estabilizado, para que possa indicar o valor real efetuado pelo
equipamento.
Todas as leituras realizadas por este instrumento são anotadas e
armazenadas por 3 meses.
Figura 22 – Equipamento phmetro digital
Fonte: Serquímica (2015)
46
Alguns dados iniciais foram obtidos através da simples conferência da
qualidade das águas utilizadas no processo de produção da empresa na qual foi
estabelecido o banco de dados. Alguns destes resultados foram elaborados por
universidades em momentos no qual a empresa não dispunha de equipamentos
para se efetuar a medição das análises desejadas.
A disposição das unidades de purificação de água na qual efetuado o estudo,
está ilustrada na Figura 23.
A conformação de cada unidade foi estipulada pelo fabricante de cada uma
delas. Na formação original da produção de água purificada com grau 3, as unidades
estão dispostas em paralelo entre elas, ou seja, a água que saí das unidades é
possível de se utilizar como alimentação para as outras unidades de purificação.
Figura 23 – Fluxograma da disposição das unidades de purificação de águas
Fonte: Serquímica - 2015
47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Atualmente a conformação utilizada na planta de produção de Arla 32 contém
3 unidades de purificação de águas dispostos em paralelos uns dos outros, porém a
perda de água por ciclo de regeneração é elevada, água essa que não tem grau 3
de pureza, porém é um produto de ótima qualidade e pode ser utilizado para outros
fins em uma indústria.
O estudo proposto neste trabalho visa a melhoria na produção de água com
grau de pureza 3, anteriormente utilizava-se de água de boa qualidade para fazer
procedimentos como o de regeneração de resinas presentes no leito misto, ou seja,
a regeneração do leito misto era feita utilizando água com ótima qualidade e o
mesmo procedimento de regeneração não necessita de condições tão especiais
para ser realizado, com isso o desperdício de água de boa qualidade foi
comprovado. A percepção deste ponto de melhoria foi verificada acompanhando
parâmetros de qualidade da água de entrada, parâmetros de qualidade da água
final, o tempo de campanha de cada unidade de purificação de água e o tempo de
campanha das unidades de purificação de água que foi adquirido com a presente
alteração.
A proposta de alteração é de inserir uma derivação na tubulação que está
instalada entre o vaso aniônico e o leito misto da unidade de purificação 3. Foi
notado que o volume de produção da unidade de purificação 3 era de 10 m3/h e o
das outras unidade de 1,5 m3/h da unidade 1 e 3,0 m3/h da unidade 2, com isso
somente a unidade de purificação 3 teria capacidade de produção superior a das
outras duas unidade somadas e que a água desprendida para se efetuar a
regeneração das resinas presentes no leito misto da unidade 3 era de ótima
qualidade e poderia ser empregada em uma utilização mais nobre, que no presente
estudo foi a de ser inserida como água de alimentação para as outras unidade de
purificação.
Com a presente alteração efetivada, obtivem-se resultados interessantes
tempos de campanha de produção das unidades, o tempo de regeneração das
unidades não foi alterado significativamente, conseguindo-se mensurar uma redução
nos custos de regeneração que foram desprovidos para efetuar as regenerações,
pois conseguiu-se aumentar o tempo de campanha, fazendo com que se
necessitasse de um número menor de regenerações por mês.
48
O Quadro 2 apresenta a qualidade da água do poço, na qual trata-se a partir
de agora como sendo água bruta.
Quadro 2 – Resultados água poço artesiano
Unidade Resultado
pH Adimensional 8,36
Cor aparente µH (PtCo) 2
Turbidez µT (NTU) 0,37
Resíduo seco PPM 161
Alcalinidade de bicarbonato ppmCaCO₃ 78
Alcalinidade de carbonato ppmCaCO₃ 7
Oxigênio consumido ppm O₂ 0,3
Dureza Total ppmCaCO₃ 11
Nitrogênio amoniacal ppm N-NH₃ <0,01
Nitrogênio albuminóide ppm N-NH₃ <0,01
Nitrogênio nitrito ppm N-NO₂ <0,001
Nitrogênio nitrato ppm N-NO₂ 0,136
Cloretos ppm Cl⁻ 6
Cianetos ppm CN <0,001
Sulfato ppm SO₄ 15
Fluoretos ppm F 0,7
Arsênico ppm As <0,001
Alumínio ppm Al <0,01
Cobre ppm Cu <0,01
Chumbo ppmPb <0,001
Bário ppm Ba 0,012
Zinco ppm Zn 0,014
Cádmio ppmCd <0,01
Cromo total ppm Cr 0,02
Cromo hexavalente ppm Cr⁺⁶ <0,01
Ferro total ppm Fe 0,05
Manganês ppm Mn <0,01 Fonte: Serquimica/Unaerp (2015)
O Quadro 2 apresenta os dados obtidos via análise externa de uma amostra
de água bruta retirada pelo poço artesiano que abastece a fábrica de Arla 32, com
estes resultados observa-se que a água de abastecimento é de boa qualidade, o
que garante que a água bruta não tem uma carga elevada de contaminantes.
Foi elaborado um estudo da variação da qualidade da água bruta, realizando-
se a medição da condutividade da água durante 1 mês, afim de se obter maiores
informações sobre a qualidade da água de abastecimento, pois a relação da
49
condutividade é diretamente proporcional ao nível de contaminantes presentes na
água. O Gráfico 1 exemplifica a variação da condutividade com relação ao tempo do
poço abastecedor da água bruta.
Gráfico 1 – Condutividade da água bruta X Tempo
Fonte: Serquímica – Condutividade água poço 2
Conseguiu-se observar que a variação da condutividade da água bruta não é
elevada, obtendo-se a condutividade máxima de 183 µS/cm e como condutividade
mínima de 171 µS/cm, e como média de 179 µS/cm assim a variação máxima foi de
8 µS/cm o que em nosso processo de produção não é considerado uma variação
elevada. Com isso verifica-se as condições de operação dos equipamentos de
desmineralização de águas que irão operar com uma condição de água bruta
praticamente constante, o que auxilia no processo de produção, pois os tempos de
regeneração obrigatórios para cada unidade de desmineralização serão fixados e
sua variação será próxima de zero.
O Gráfico 2 apresenta a variação do tempo de regeneração das unidades de
produção de água com grau 3 a partir do momento em que a condutividade da água
fica ≥ 5 µS/cm.
• Unidade de produção de água purificada com grau 3 de pureza
(Unidade 1) – tempo de regeneração apresentado no Gráfico 2.
50
Gráfico 2 – Tempo de regeneração X quantidades de regenerações
Fonte: Serquímica – Unidade de purificação de água 1
• Unidade de produção de água purificada com grau 3 de pureza
(Unidade 2) – tempo de regeneração apresentado no Gráfico 3.
Gráfico 3 – Tempo de regeneração X quantidades de regenerações
Fonte: Serquímica – Unidade de purificação de água 2
51
• Unidade de produção de água purificada com grau 3 de pureza
(Unidade 3) – tempo de regeneração apresentado no Gráfico 4.
Gráfico 4 – Tempo de regeneração X quantidades de regenerações
Fonte: Serquímica – Unidade de purificação de água 3
Observa-se que a variação no tempo de regeneração das unidades de
purificação de águas não é elevada, fazendo com que as regenerações estejam com
tempo definido para serem finalizadas, com isso é possível se obter um
planejamento de produção de água para a planta de produção.
O Quadro 3 apresenta o tempo médio de cada regeneração por unidade de
purificação, como também a vazão da unidade.
52
Quadro 3 – Dados específicos de unidades de purificação de águas
Unidade de purificação
Vazão (m³/h) Tempo médio de regeneração (min.)
Tempo médio de campanha
(min.)
Unidade 1 1,5 185 480
Unidade 2 3 240 1440
Unidade 3 10 480 4320 Fonte: Serquímica (2015)
Com base nestes dados, consegue-se elaborar um melhor aproveitamento da
produção de águas de uma fábrica de Arla 32 com pelo menos 2 unidades de
purificação de águas.
Em nosso caso, a disposição de trabalho das unidades está disposta na
conformação independente, ou seja, cada unidade trabalha sem depender da outra,
a proposta é deixar esta conformação versátil, pois constatou-se que o tempo para
se regenerar uma unidade de purificação de águas com grande volume de resinas é
alto, e que o desperdício de água de boa qualidade é elevado e precisa ser
reduzido.
Em nosso caso, a unidade de purificação 01 é diferente das demais por
possuir um leito misto no qual foi elaborado um acompanhamento do tempo gasto
somente para se regenerar o leito misto desta unidade. O Quadro 4 mostra os dados
obtidos.
Quadro 4 – Acompanhamento do tempo de regeneração de cada vaso da unidade 03
Ciclos Carvão ativado
Vaso Catiônio
Vaso Aniônico Leito Misto
1 30 95 90 140
2 30 90 90 130
3 30 85 85 140
4 30 90 90 130
5 30 90 85 135
6 30 95 95 145
7 30 100 90 150
8 30 90 90 140
9 30 95 95 150
10 30 90 90 140
Média (min) 30 92 90 140 Fonte: Serquímica (2015)
53
Com base nos dados obtidos, nota-se que o tempo de regeneração do leito
misto é bem superior aos demais vasos, isso se deve ao fato de o procedimento de
separação das resinas presentes nesta etapa, como também a regeneração de dois
tipos de resinas, a lavagem das resinas e o tempo para a água estar dentro das
especificações de trabalho serem elevadas.
Ao mesmo tempo, foi realizado um estudo da variação da condutividade da
água após passar pelos vasos de carvão ativado, vaso catiônico e vaso aniônico
após a regeneração e foi observado que somente com este conjunto consegue-se
obter água com condutividade de aproximadamente 20 µS/cm, e que o restante de
íons a serem trocados pelas resinas eram feitos pelo leito misto com o tempo de
lavagem de 20 minutos, conforme o Quadro 5.
Quadro 5 – Condutividade unidade 03 etapa antes do leito misto
Ciclos Condutividade
1 22
2 18
3 25
4 30
5 17
6 27
7 29
8 33
9 19
10 31
Média (µS/cm) 25,1
Fonte: Serquímica (2015)
Com isso observa-se que somente com os 3 vasos em operação grande parte
dos íons são retirados, obtendo-se uma água com condutividade de 25,1 µS/cm em
média. Assim sendo, para se produzir água desmineralizada com grau 3 com esta
configuração de equipamentos, utiliza-se de água com ótima qualidade para se
efetuar a regeneração do leito misto, o que não se faz necessário pois para se
54
regenerar uma resina necessita-se somente se uma solução ácida e uma solução
básica para que a regeneração seja eficaz.
Baseado nestes dados obtidos foi realizada uma análise de significância dos
dados obtidos de condutividade elétrica, através do teste T-Student que é um teste
bastante utilizado para verificar a significância de resultados ou hipóteses de uma
distribuição normal ou uma hipótese nula.
Temos que,
Onde, : média da amostra;
• : valor fixo usado para comparação com a média da amostra;
• : desvio padrão amostral;
• : tamanho da amostra.
Com isso foi obtido o resultado de t = 1,939, que quando comparado ao t =
1,8125 pré-fixado no Quadro 4 para um nível de significância de 10% com 10 graus
de liberdade, não se rejeita a hipótese nula, com isso a variação nos dados obtidos
de condutividade elétrica no ponto mencionado na unidade de desmineralização 03
é muito baixa, com valores flutuando em 10% da média.
A proposta sugere que seja instalado uma tubulação derivada entre o vaso
aniônico e o leito misto a fim de melhorar o tempo de campanha das outras unidades
de purificação, pois as mesmas irão trabalhar por aproximadamente 140 minutos
com água de ótima qualidade de entrada, 85% de redução da condutividade na água
de entrada. Esta alteração proporcionará um elevado tempo de campanha para as
outras unidades de purificação, aumentando a produtividade, reduzindo os ciclos de
regeneração de resinas e consequentemente uma redução nos custos com matérias
primas para efetuar a regeneração (ácido clorídrico e soda cáustica).
A seta vermelha na Figura 24 apresenta qual o ponto ideal para que seja feita
a derivação na tubulação da unidade de purificação 3, que deverá ser feito após
passar por 3 vasos de trocas, o vaso de carvão ativado, o vaso catiônico e o vaso
aniônico, assim a carga de íons contaminantes presentes na água já estará bem
reduzida e a utilização desta água com boa qualidade será de grande importância
para as outras unidades de produção de água desmineralizada.
Equação 01
55
Figura 24 – Fluxograma de produção de água desmineralizada para Arla 32
Fonte: Serquímica (2015)
A alteração na disposição dos equipamentos é sutil e levará a obter uma
eficiência mais eficaz e o aumento da produtividade de água por unidade de
purificação.
O estudo sugere a instalação de uma tubulação na qual ligará a saída de uma
unidade de purificação na tubulação de alimentação das outras unidades, fazendo
com que nos momentos em que as regenerações são executadas esta água de
ótima qualidade tenha a opção de ser enviada para a regeneração do leito misto ou
reutilizada nas outras unidades de purificação.
Este processo deverá ser seguido somente quando a condutividade da água
de lavagem das colunas estiver menor que a condutividade de entrada de água
bruta, ou seja, o fluxo deve ser desviado sempre que a condutividade na água de
lavagem estiver menor que 180 µS/cm.
A Figura 25 auxilia a verificar a alteração executada para que a saída de uma
unidade se torne a entrada de alimentação de outra unidade.
Derivação
56
Figura 25 – Fluxograma com variação da entrada de alimentação
Fonte: Serquímica (2015)
O estudo analisou ainda o aumento no tempo de campanha dos outros dois
equipamentos de purificação, e obteve os seguintes dados.
• Unidade de purificação 01
Resultados apresentados no Quadro 6.
Quadro 6 – Tempo de campanha após a alteração da unidade 01
Ciclos Tempo de Campanha
1 583,2
2 590
3 587
4 580
5 579
6 578
7 580
8 585
9 583
10 581
Média (min) 582,62
Fonte: Serquímica (2015)
Foi obtido um aumento de 21,5% no tempo de campanha da unidade de
purificação 01 quando comparado a média do tempo de campanha anterior a
alteração.
57
• Unidade de purificação 02
Resultados apresentados no Quadro 7.
Quadro 7 – Tempo de campanha após a alteração da unidade 02
Ciclos Tempo de Campanha
1 1684
2 1689
3 1678
4 1686
5 1690
6 1687
7 1699
8 1680
9 1675
10 1670
Média (min) 1683,8
Fonte: Serquímica (2015)
Foi observado um aumento no tempo de campanha da unidade de purificação
02 de 16,9% quando comparado a média efetiva antes da alteração realizada.
58
5 ANÁLISE FINANCEIRA
Para exemplificar melhor os resultados obtidos, os ganhos serão expressos
em valores financeiros.
• Unidade de desmineralização 01:
A unidade de purificação 01 obteve o aumento de 21,5% de produtividade no
tempo campanha, ou seja, a campanha de trabalho da unidade obteve um ganho de
aproximadamente 100 horas a mais trabalhadas sem necessitar de uma
regeneração, com isso tem-se:
100 horas trabalhadas X 1,5m³/h = 150m³ de água desmineralizada disponível
para utilização na produção de Arla 32.
• Unidade de desmineralização 02:
A unidade de purificação 02 resultou em um aumento de 16,9% de
produtividade no tempo de campanha obtendo 243 horas de produção a mais
quando em comparação a conformação anterior, com isso foram obtidos os
seguintes resultados:
243 horas trabalhadas X 3m³/h = 729m³ de água desmineralizada disponível
para utilização na produção de Arla 32.
Somando as duas unidades obtivem-se a quantidade de 879 m³ de água
desmineralizada a mais na planta de produção, o que resultou na produção de
1.300.000 de litros de Arla 32 a mais disponível para venda. Tomando por base o
valor de mercado atual de 1 litro de Arla 32 como sendo R$0,90, com a alteração
proposta a empresa conseguiu aumentar seu faturamento em R$1.172.000,00.
59
6 CONCLUSÃO
O presente estudo se mostrou eficaz e com grandes resultados nos valores
de produtividade das unidades de purificação de água, com isso as unidades de
purificação de água 1 e 2 aumentaram o tempo de campanha significativamente, o
que implica em um aumento na produção de água com grau 3 de pureza na ordem
de 1.300.000 litros de água com grau de pureza 3 a mais disponível para ser
utilizada na produção de Arla 32. Não somente a produção de água foi beneficiada,
como também a produção de Arla 32 no qual é o objetivo da empresa o aumento de
sua produção em larga escala.
O estudo comprovou o beneficiamento da produtividade de águas com grau
de pureza 3, obtendo êxito na alteração para a melhoria encontrada, assim com uma
simples alteração e baixo custo de instalação a melhoria foi executada e
comprovada o que ocasionou em aumentou de faturamento e uma melhor
produtividade da unidade de produção de Arla 32.
A desmineralização de águas é um procedimento muito bem conhecido por
diversas indústrias espalhadas pelo Brasil, porém necessita ser observada e
analisada sob diversas perspectivas a fim de obter melhorias e com isso aumentar a
produtividade e consequentemente o faturamento da empresa na qual efetua a
comercialização. Também se faz necessária atenção especial para o tipo de resina
empregada na remoção de impurezas presente na água considerada bruta pois a
escolha deste tipo de material influenciará diretamente na produção de água
desmineralizada, como também a conformação e a disposição dos equipamentos de
purificação de águas na fábrica pois são de suma importância evitar desperdícios de
perda de carga, vazamentos em tubulações, vazamentos de resinas e
consequentemente perdas no processo de produção.
O mercado de Arla 32 no Brasil ainda é bastante promissor, tendo em vista
que diversos segmentos de veículos automotores ainda não fazem parte deste tipo
de tecnologia, acarretando em um aumento significativo nos volumes utilizados em
nosso país, como também no alto volume de dinheiro em que o produto
movimentará.
60
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