UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE...

65
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA FERNANDA NASCIMENTO SILVA AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE BIOGÁS PROVENIENTE DE ATERRO SANITÁRIO NA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Estudo de caso: aterro sanitário na cidade de Paulínia - SP Lorena 2019

Transcript of UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE...

Page 1: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

FERNANDA NASCIMENTO SILVA

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE

BIOGÁS PROVENIENTE DE ATERRO SANITÁRIO NA GERAÇÃO DE

ENERGIA ELÉTRICA

Estudo de caso: aterro sanitário na cidade de Paulínia - SP

Lorena

2019

Page 2: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

FERNANDA NASCIMENTO SILVA

AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DA UTILIZAÇÃO DE

BIOGÁS PROVENIENTE DE ATERRO SANITÁRIO NA GERAÇÃO DE

ENERGIA ELÉTRICA

Estudo de caso: aterro sanitário na cidade de Paulínia – SP

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola de Engenharia de Lorena - Universidade de São Paulo como requisito para conclusão da Graduação do curso de Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Doutor Marco Aurélio Kondracki de Alcântara

Lorena

2019

Page 3: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIOCONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizadoda Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Nascimento Silva , Fernanda AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DAUTILIZAÇÃO DE BIOGÁS PROVENIENTE DE ATERRO SANITÁRIONA GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Estudo de caso:aterro sanitário na cidade de Paulínia - SP /Fernanda Nascimento Silva ; orientador Marco Aurélio Kondracki de Alcântara. - Lorena, 2019. 64 p.

Monografia apresentada como requisito parcialpara a conclusão de Graduação do Curso de EngenhariaAmbiental - Escola de Engenharia de Lorena daUniversidade de São Paulo. 2019

1. Resíduos sólidos. 2. Energia limpa. 3. Softwarebiogás. . I. Título. II. Aurélio Kondracki deAlcântara, Marco , orient.

Page 4: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

Dedico este trabalho a minha amada mãezinha, que onde quer que esteja, está zelando por mim.

Page 5: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, ao meu pai, por zelar e orar por mim, acreditando

em meus objetivos e incentivando minhas conquistas.

Agradeço ao Michael, por estar do meu lado em todos os momentos da

faculdade e da elaboração do meu trabalho de conclusão de curso. Por apoiar e

acreditar no meu potencial, por segurar a minha mão nos momentos mais difíceis.

Agradeço a Fátima Vasconcelos, e a minha família que sempre esteve ao

meu lado e torcendo pelo melhor.

Agradeço ao Professor Marco Alcântara, por aceitar seguir como orientador

do meu projeto e por revisar e colaborar com sua elaboração, pela prestativa nos

momentos difíceis e por toda paciência e atenção.

Agradeço a Professora Ana Paula Deski, por orientar no início do meu

projeto de conclusão de curso, pela disponibilidade, pelas reuniões e por toda

orientação.

Agradeço ao Guilherme Ferreira, por toda colaboração, paciência e carinho

com meu projeto.

Agradeço as meninas Leticia, Amanda, Tamara e Isabela, que no decorrer de

todos esses anos estiveram apoiando e incentivando para que tudo desse certo.

Agradeço a Professora Ana Gabas, por todo apoio, orientação e

prestatividade. Agradeço aos professores Adriano Siqueira, Francisco Chaves,

Érica Romão e Mariana Kasemodel pelas orientações e ajustes que fizeram no

trabalho de conclusão de curso I.

Agradeço a Empresa Estre Ambiental e a ENC Energy, por todo apoio,

principalmente, ao Alexandre Martins e Michel Oliveira.

Page 6: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

RESUMO

SILVA, F. N. Avaliação da viabilidade técnica e econômica da utilização de biogás proveniente de aterro sanitário na geração de energia elétrica. Estudo de caso: aterro sanitário na cidade de Paulínia – SP. 2019. 64 p. Monografia (Graduação em Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de Lorena, Lorena, 2019. A crescente produção industrial nas últimas décadas, o aumento desacerbado na

geração de resíduos sólidos e a grande demanda por energia elétrica, contribuem

para o cenário atual de problemas econômicos, sociais e ambientais. A

necessidade de produzir, cada vez mais, energia elétrica, e contar com fontes

confiáveis e estáveis, contribuem para a necessidade de exploração de novas

fontes de energia limpa, visto que, grande parte da energia gerada, provém de

fontes finitas ou de fontes de energia renováveis mais que causam grandes

impactos socioambientais. A geração de energia através da decomposição de

resíduos sólidos provenientes de aterro sanitário, além de contribuir com a

diminuição dos gases que causam o efeito estudo, como o metano que possui

potencial de aquecimento global 20 vezes maior que o gás carbônico, somam com

mais uma fonte de energia limpa para nossa matriz energética. No presente

trabalho, foi utilizado como exemplo a implantação do sistema de aproveitamento

de biogás para geração de energia elétrica, no aterro de Paulínia. Este estudo

mostrou, através da utilização do software biogás 1.0, que o aterro de Paulínia

possui um alto potencial para geração de energia elétrica e que com a venda de

créditos de carbono, venda da energia gerada e subtraindo o custo de produção e

investimentos, o projeto apresenta-se viável para implantação, no entanto, a

empresa responsável , precisará disponibilizar um grande aporte financeiro para

iniciar o processo de geração de energia, visto que, o aterro possui grande geração

de metano.

Palavras-chave: Resíduos sólidos. Energia limpa. Software Biogás.

Page 7: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

ABSTRACT

SILVA, F. N. Evaluation of the technical and economic feasibility of the use of biogas from landfill in the generation of electric energy. Case study: landfill in the city of Paulínia - SP. 2019. 64 p. Monograph (Undergraduate in Environmental Engineering) – Escola de Engenharia de Lorena, Lorena, 2019.

Growing industrial production has grown, waste generation has increased, and a

high demand for electricity contributes to the current source of social, social and

environmental problems.. The need to produce more and more electricity, and rely

on reliable and stable sources, contributes to the need to explore new sources of

clean energy, since much of the energy generated comes from finite sources or

sources of energy. Renewable energy sources that cause major socio-

environmental impacts. The generation of energy through the decomposition of solid

waste from landfills, besides contributing to the reduction of the gases that cause

the study effect, such as methane that has a global warming potential 20 times

greater than carbon dioxide, source of clean energy for our energy matrix. In the

present work, the implementation of the biogas utilization system for electric power

generation in the Paulínia landfill was used as an example. This study showed,

through the use of biogas software 1.0, that the Paulínia landfill has a high potential

for electric energy generation and that with the sale of carbon credits, sale of the

generated energy and subtracting the cost of production and investments, the

project is feasible for implementation, however, the company responsible, will need

to make a large financial contribution to start the process of generating energy, since

the landfill has a large methane generation.

Keywords: Solid waste. Clean energy. Biogas software.

Page 8: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Estrutura de um aterro sanitário. .......................................................... 20

Figura 2 – Fases de formação do biogás nos aterros sanitários. .......................... 21

Figura 3 – Ciclo do biogás .................................................................................... 25

Figura 4 – Queimadores do aterro de Paulínia ..................................................... 25

Figura 5 – Funcionamento do motor de quatro tempos ........................................ 26

Figura 6 – Localização de São Paulo, do município de Paulínia e do aterro sanitário

presente no município. .......................................................................................... 30

Figura 7 – Vista aérea do aterro sanitário de Paulínia .......................................... 37

Figura 8 – Camada de impermeabilização com manta de alta densidade ............ 38

Figura 9 – Tanque de retenção de chorume ......................................................... 38

Figura 10 – Tubulação de águas pluviais .............................................................. 39

Figura 11 – Resíduo no processo de compactação .............................................. 39

Figura 12 – Usina de bioenergia. .......................................................................... 40

Figura 13 – Tela inicial software Biogás, geração e uso energético – aterro 1.0 .. 41

Figura 14 – Distância do Bairro Parque Bom Retiro ao CGR Paulínia. ................. 42

Figura 15 – Estimativa da vazão de metano no ano considerado ......................... 44

Figura 16 – Vazão anual de metano no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário

de Paulínia. ........................................................................................................... 48

Figura 17 – Potência anual de metano no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário

de Paulínia. ........................................................................................................... 51

Figura 18 – Investimento por fase de recuperação ............................................... 54

Figura 19 – Crédito de carbono disponível de 2019 a 2045 (período de 26 anos).

.............................................................................................................................. 55

Page 9: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

LISTA DE QUADRO

Quadro 1 – Principais informações para as características do aterro sanitário de

Paulínia. ................................................................................................................ 41

Page 10: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição dos resíduos sólidos no Brasil. ....................................... 18

Tabela 2 – Destinação final de resíduos sólidos no Brasil. ................................... 19

Tabela 3 – Composição do biogás. ....................................................................... 22

Tabela 4 – Equivalência de 1 m3 de biogás com outros energéticos. ................... 23

Tabela 6 – Principais informações referentes a entrada de dados no aterro sanitário

de Paulínia. ........................................................................................................... 42

Tabela 7 – Municípios que destinam seus resíduos no aterro sanitário de Paulínia.

.............................................................................................................................. 43

Tabela 8 – Dados para estimativa da geração de biogás no aterro sanitário de

Paulínia. ................................................................................................................ 45

Tabela 9 – Vazão de metano no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de

Paulínia. ................................................................................................................ 45

Tabela 10 – Potência disponível no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de

Paulínia. ................................................................................................................ 49

Tabela 11 – Potência disponível e a estimativa de uso do biogás gerado do aterro

de Paulínia. ........................................................................................................... 52

Tabela 12 – Dados da tecnologia escolhida para o uso energético do aterro sanitário

de Paulínia. ........................................................................................................... 52

Tabela 13 – Custos para o dimensionamento simplificado do projeto de geração de

energia elétrica no aterro sanitário de Paulínia. .................................................... 53

Tabela 14 – Preço da tonelada de dióxido de carbono gerado no processo. ....... 53

Tabela 15 – Geração de energia elétrica de 2019 até 2045 – período de 26 anos.

.............................................................................................................................. 54

Tabela 16 – Crédito de carbono disponível de 2019 a 2045 (período de 26 anos).

.............................................................................................................................. 55

Tabela 17 – Potência disponível no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de

Paulínia. ................................................................................................................ 55

Tabela 18 – Fluxo de caixa. .................................................................................. 56

Tabela 19 – Retorno do Investimento. .................................................................. 57

Page 11: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12

2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 15

3 OBJETIVOS ....................................................................................................... 16

3.1 Objetivo geral ................................................................................................ 16

3.2 Objetivos específicos ................................................................................... 16

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 17

4.1 Resíduos sólidos........................................................................................... 17

4.2 Destinação dos resíduos sólidos no Brasil ................................................ 18

4.2.1 Aterros sanitários ......................................................................................... 19

4.2.1.1 Biodegradação dos resíduos sólidos urbanos ........................................... 20

4.2.1.2 Impactos ambientais do aterro sanitário.................................................... 22

4.2.1.3 Biogás ....................................................................................................... 22

4.2.1.4 Fatores que influenciam a geração do biogás ........................................... 23

4.2.1.5 Aproveitamento do biogás para geração de energia elétrica .................... 24

4.2.2 Sustentabilidade ........................................................................................... 26

4.3 Sustentabilidade e energia ........................................................................... 27

4.4 Mecanismo de desenvolvimento limpo ....................................................... 28

5 METODOLOGIA ................................................................................................ 30

5.1 Local de estudo ............................................................................................. 30

5.2 Levantamento de dados ............................................................................... 31

5.3 Metodologia para determinação da produção de biogás .......................... 31

5.3.1 Calculo para quantificar a quantidade de metano gerado ............................ 32

5.3.2 Determinação da potência e energia elétrica disponível .............................. 35

5.3.3 Cálculos de payback descontado e valor presente líquido ........................... 35

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................... 37

6.1 Caraterísticas do aterro ................................................................................ 37

6.2 Aplicação do software Biogás ..................................................................... 40

6.2.1 Características do aterro .............................................................................. 41

6.2.2 Estimativa de geração de biogás no aterro - entrada de dados ................... 42

6.2.3 Estimativa de geração de biogás no aterro – resultados ............................. 45

6.2.4 Energia disponível e estimativa de uso ........................................................ 51

6.2.5 Escolha da tecnologia de uso energético ..................................................... 52

Page 12: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

6.2.6 Dimensionamento simplificado do projeto de uso de biogás........................ 52

6.2.7 Preço da tonelada de dióxido de carbono .................................................... 53

6.2.8 Resumo de possíveis custos e rendimentos ................................................ 53

6.3 Retorno de Investimento .............................................................................. 55

6.4 Valor presente líquido ................................................................................... 57

7 CONCLUSÃO .................................................................................................... 59

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 60

Page 13: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

12

1 INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas, houve um crescimento em relação à conscientização

dos problemas ambientais, e como resultado observam-se normas e legislações

mais restritivas, como a Lei 9.605/1998 - Lei dos Crimes Ambientais e Lei

12.305/2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a fim de

minimizar os impactos ambientais negativos.

A contaminação do meio ambiente tem sido apontada como um dos grandes

problemas da sociedade moderna. O aumento da população e da atividade

industrial é considerado como principal fator para a geração de resíduos, que

impactam de forma negativa o meio ambiente. Quando os resíduos sólidos são

manejados adequadamente, esses insumos podem adquirir valor comercial ou

podem ser utilizados como matérias-primas para novos produtos.

Hoje, mais da metade da produção de resíduos sólidos pertence aos países

desenvolvidos, concluindo, que a relação de produção de resíduos é proporcional

à renda per capita da população (REYNOL, 2008). Com o grande volume de

resíduos gerados intensificam-se as preocupações em relação à sua disposição

final, de forma a minimizar os impactos prejudiciais à saúde das populações e do

meio ambiente. Nos Estados Unidos, Japão e países da União Europeia, os

cuidados com os resíduos sólidos são os mais complexos do mundo, divididos em

diversas etapas: minimização, reutilização, reciclagem, recuperação de energia

através da incineração e por fim, a disposição final em aterros sanitários (BRUCE1,

1994 apud ANDRADE, 2011).

A conscientização da população de países desenvolvidos deve-se a fatores

adquiridos ao longo do tempo: investimentos em infraestrutura urbana, colaboração

da população nas questões ambientais, nível de instrução e nível econômico

(BRUCE1, 1994 apud ANDRADE, 2011).

No Brasil, os cuidados com os resíduos sólidos são inferiores, comparados

aos países desenvolvidos. A reciclagem é pouco significativa em relação ao

montante de resíduos gerados. As principais destinações finais utilizadas no Brasil

são: lixões, aterro controlado e aterro sanitário, este último, o único destino

1 BRUCE, J. Urban waste management: past, present and future perspectives. In: ISWA (ed.) International directory of solid waste management – 1994/5: the ISWA yearbook. Londres: James & James Science Publishers, 1995.

Page 14: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

13

considerado ambientalmente correto (ABRELPE, 2010).

A Lei Federal nº 12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos

Sólidos (PNRS), propõe a redução na geração de resíduos, através da reciclagem

e reaproveitamento. Os rejeitos produzidos devem ser destinados em locais

adequados, a fim de minimizar os riscos de poluição e os danos à saúde humana.

A destinação ambientalmente correta dos resíduos sólidos e a “eliminação e

recuperação de lixões, associados à inclusão social e à emancipação econômica

de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis” é uma das metas da PNRS

(Ministério do Meio Ambiente, 2012). Entretanto, o objetivo de eliminar os lixões,

proposto para o ano de 2014, foi prorrogado, através do projeto PL 2.289/15, para

até o ano de 2021.

Neste contexto, observamos como forma de destinação segura e

economicamente viável, a utilização de aterros sanitários, que possuem o solo

impermeabilizado, na maior parte das vezes, por geomembranas de polietileno de

alta densidade (PEAD), evitando a contaminação do solo e dos corpos d’água com

o chorume, líquido produzido durante a decomposição dos resíduos, que é coletado

e encaminhado para tratamento.

Os resíduos, que possuem composição distinta entre materiais inorgânicos,

inertes, orgânicos e recalcitrantes, são decompostos por meio de dois processos,

aeróbio que ocorre no período de deposição do resíduo no solo e, com a redução

de oxigênio disponível, inicia-se o processo anaeróbico. É no processo anaeróbio,

que a fração de resíduos restantes, passa a ser degradada por microrganismos

anaeróbicos, que transformam os resíduos orgânicos em resíduos mais simples e

que após a fermentação são convertidos em subprodutos orgânicos e biogás

(PECORA, 2006).

Nas últimas décadas, o biogás era considerado subproduto indesejado da

decomposição de resíduos, entretanto, com o passar do tempo e a necessidade de

novas fontes de energias sustentáveis, temos no seu aproveitamento, a visibilidade

de redução de custos e, no melhor dos cenários, geração de renda com a venda

da energia produzida.

O biogás, produzido em aterros sanitários, pode ser captado e queimado ou

utilizado como combustível para geração de energia. A captação é realizada

através de drenos verticais, que através de motores elétricos, que criam pressão

negativa, conduzindo o biogás ao flare (queimador) ou utilizando para geração de

Page 15: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

14

energia (FIGUEIREDO, 2011).

O aproveitamento do biogás na forma de energia elétrica, está ligado,

diretamente, a diminuição da liberação de metano na atmosfera, colaborando com

as questões atuais defendidas pela sustentabilidade mundial. O gás metano é um

dos gases do efeito estufa, responsável por questões ambientais, tais como o

aquecimento global e as mudanças climáticas.

No estado de São Paulo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), a quantidade de resíduos sólidos urbanos coletados é de 1,4

(Kg/habitantes/dia) e 62.156 (tonelada/dia) para o ano de 2015. Em relação à

destinação final, 77,2% dos resíduos foram destinados para aterro sanitário, 14,9%

dos resíduos foram destinados em aterro controlado e 7,9% dos resíduos foram

destinados em lixões (ABRELPE, 2015).

O aterro sanitário particular, estudado no presente trabalho, encontra-se na

cidade de Paulínia, SP. A geração de resíduos sólidos urbanos é de 0,9

Kg/habitantes/dia (PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULÍNIA, 2015). O objetivo

principal deste trabalho, em relação ao cenário apresentado, é avaliar a viabilidade

técnica e econômica da captação e queima do biogás, provenientes do aterro

sanitário da cidade de Paulínia, com a finalidade de gerar energia elétrica para auto-

sustentabilidade do aterro sanitário e com o intuito de revender para as

concessionárias de energia da região, aproveitando um subproduto, que

atualmente é queimado e liberado no ar.

Page 16: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

15

2 JUSTIFICATIVA

O crescente desenvolvimento urbano e industrial impulsiona a geração de

resíduos sólidos, que muitas vezes, geram problemas ambientais, relacionados

com a contaminação de solos, corpos hídricos e o ar. A disposição correta desses

resíduos é realizada em aterros sanitários, que, todavia, produzem gases do efeito

estufa. Neste presente trabalho, pretende-se avaliar a viabilidade de aproveitar os

gases produzidos no aterro sanitário (biogás), para a produção de energia elétrica.

Page 17: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

16

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Avaliar a viabilidade técnica e econômica da implementação de um

biodigestor para geração de energia no aterro sanitário da cidade de Paulínia – SP.

3.2 Objetivos específicos

• Coletar dados referentes aos resíduos sólidos do aterro sanitário da

cidade de Paulínia - SP;

• Determinar a geração de biogás no aterro sanitário;

• Avaliar a viabilidade relacionada ao aproveitamento do biogás para

geração de energia elétrica;

• Estimar o tempo de retorno do investimento;

Page 18: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

17

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Resíduos sólidos

Conforme a Norma Brasileira ABNT NBR 10004 de 2004 os resíduos sólidos

são definidos como ABNT (2004):

aqueles resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face de melhor tecnologia disponível.

Os resíduos sólidos são classificados em perigosos e não perigosos. Estes

últimos divididos em inertes e não inertes. Essa classificação é realizada através

da caracterização do resíduo que consiste em avaliar o tipo de processo ou

atividade em que gerou os resíduos e as substâncias que impactam o meio

ambiente e a saúde da população. Os resíduos perigosos, também conhecidos

como resíduos classe I apresentam características como periculosidade,

inflamabilidade, toxicidade, corrosividade, reatividade e patogenicidade (ABNT,

2004).

Os resíduos não perigosos ou classe II dividem-se em não inertes

(classe II A) e inertes (classe II B). Os resíduos classe II A possuem características

como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Os resíduos

inertes, também conhecidos como resíduos classe II B, são os resíduos que não

solubilizam seus constituintes em água a níveis superiores aos aceitáveis de

potabilidade.

Podemos utilizar outra classificação, quando falamos de resíduos sólidos,

a classificação dos resíduos em relação à fonte geradora. As principais

classificações são referentes a resíduos domiciliares, comerciais, públicos, serviços

de saúde, industriais, estação de tratamento de efluentes (lodos), atividades e

mineração, agropecuária, construção civil e radioativos.

A composição dos resíduos sólidos urbanos de que tratará este trabalho,

apresenta as seguintes características, conforme apresentado na Tabela 1.

Page 19: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

18

Tabela 1 – Composição dos resíduos sólidos no Brasil.

Resíduos Participação (%) Quantidade (t/dia)

Material reciclável 31,9 58.527,40

Metais 2,9 5.293,50

Aço 2,3 4.213,70

Alumínio 0,6 1.079,90

Papel, papelão e tetrapak 13,1 23.997,40

Plástico total 13,5 24.847,90

Plástico filme 8,9 16.399,60

Plástico rígido 4,6 8.448,30

Vidro 2,4 4.388,60

Matéria orgânica 51,4 94.335,10

Outros 16,7 30.618,90

Total 100,0 183.481,50

Fonte: Adaptado de Ministério do Meio Ambiente (2011).

4.2 Destinação dos resíduos sólidos no Brasil

Os novos hábitos e o aumento de renda da população brasileira resultam na

geração, progressiva, de resíduos sólidos. Diariamente, são coletados no Brasil

entre 180 e 250 mil toneladas de resíduos sólidos domiciliares, visto que, a

produção encontra-se em plena ascensão de 7% ao ano, sendo de 1 kg por

habitante/dia (GOUVEIA; PRADO, 2012).

No entanto, conforme o mesmo autor, mais da metade dos municípios

brasileiros, possuem destinação final incorreta, em vazadouros a céu aberto, os

chamados lixões ou em aterros controlados, onde os resíduos são apenas cobertos

por terra, mas que não evitam a poluição do solo e dos corpos hídricos e a produção

de gases perigosos (GOUVEIA; PRADO, 2012).

Entre 2007 a 2010 houve um aumento significativo na destinação final para

aterros sanitários e diminuição na destinação final para lixões, como observado na

Tabela 2. Este resultado deve-se as metas contidas na PNRS e pela

conscientização que vem se disseminando mundialmente.

Page 20: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

19

Tabela 2 – Destinação final de resíduos sólidos no Brasil.

Modalidades 2007 2008 2009 2010

Aterro sanitário 38,6 54,8 56,8 57,6

Aterro controlado 31,8 20 23,9 24,3

Lixão 29,6 25,2 19,3 18,1

Fonte: Adaptado de ABRELPE (2009 e 2010).

Outras destinações para os resíduos sólidos, como a incineração,

compostagem e reciclagem, são pouco usuais no país.

No ano de 2010, foi promulgada a Lei Federal nº 12.305 que instituiu a

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A Política contém instrumentos para

o enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos

decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos (BRASIL, 2010).

Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, aumento da

reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos e a destinação ambientalmente

adequada dos rejeitos. Instituiu a responsabilidade compartilhada dos geradores

de resíduos na Logística Reversa dos resíduos e embalagens pós-consumo. Além

de criar metas para a eliminação dos lixões e institui instrumentos de planejamento

nos níveis da administração pública (BRASIL, 2010).

A PNRS estabeleceu um prazo de quatro anos após a aprovação da lei para

que os municípios eliminassem e recuperassem qualquer destinação não

adequada, lixões e aterros controlados e os rejeitos sejam encaminhados a aterros

sanitários. No entanto, muitos municípios não cumpriram essa meta e há projetos

de lei tramitando no congresso que prorrogam esse prazo para 2021.

4.2.1 Aterros sanitários

Os aterros sanitários são considerados uma forma de disposição final

ambientalmente adequada para os resíduos sólidos, quando não é possível reciclar

ou realizar a compostagem, utilizando tecnologias para diminuir os riscos

ambientais de contaminação, e visando a segurança e saúde pública.

Para depositar os resíduos são feitas células (valas) com impermeabilização

do solo, utilizando mantas de Polietileno de Alta Densidade (PEAD). Os gases

Page 21: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

20

produzidos pela decomposição são drenados, assim como a água da chuva e o

chorume originado pela decomposição da matéria orgânica. As camadas são

cobertas por terra, para evitar a proliferação de animais e o mau cheiro. Os resíduos

dispostos nas células são compactados por máquinas, que ajudam na estabilidade

do aterro sanitário (MONTAGNA, 2013). A Figura 1 mostra uma esquematização.

Figura 1 – Estrutura de um aterro sanitário.

Fonte: Toda Matéria (2016).

4.2.1.1 Biodegradação dos resíduos sólidos urbanos

Dentro das células que compõem o aterro sanitário, ocorre a estabilização dos

resíduos sólidos urbanos através da degradação biológica. A degradação varia em

relação a diversos fatores, como, disponibilidade de microrganismos, condições

ambientais, variabilidade dos resíduos, condições de operação do aterro sanitário e

da presença ou ausência de oxigênio, sendo essa última característica responsável

pela degradação aeróbica ou anaeróbica, respectivamente (BORBA, 2006).

A degradação inicia-se logo após a deposição dos resíduos nas células. No

começo, a degradação é predominantemente aeróbica, devido à alta taxa de

oxigênio, e quando o oxigênio não for mais abundante, iniciará o processo

anaeróbico no sistema. Outro fator importante para a degradação dos compostos

orgânicos e inorgânicos são os mecanismos biológicos e físico-químicos, que

Page 22: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

21

utilizam a água como catalisador (CASTILHOS JR et al., 2003).

A formação dos gases no aterro sanitário possui relação com o tempo e

acontecem em fases distintas de decomposição, são elas (VANZIN, 2016):

• Fase inicial: Formação de gás carbônico e água através da

biodegradação em condições aeróbicas;

• Fase de Transição: Formação de metano, ácidos orgânicos e outros

produtos, devido à queda potencial no nível de oxigênio e a presença

de nitratos e sulfatos, iniciando-se as reações anaeróbicas;

• Fase Ácida: Produção principal de dióxido de carbono, com reações

aceleradas, grande produção de ácidos orgânicos em relação ao gás

hidrogênio. Quebra dos compostos maiores em compostos apropriados

para uso como fonte de energia para os microrganismos. Formação do

ácido acético, através da acidogênese e acetogênese;

• Fase Metanogênica: O ácido acético, produzido na etapa ácida, é

convertido em gás hidrogênio, metano e dióxido de carbono por

microrganismos anaeróbios;

• Fase Maturação: Nesta fase, temos grande quantidade de metano e gás

carbônico, entretanto a taxa de produção do gás diminui, visto que, a

maioria dos nutrientes foi consumida, restando, apenas, os nutrientes

de degradação lenta.

A Figura 2 apresenta as fases de decomposição dos rejeitos de um aterro.

Figura 2 – Fases de formação do biogás nos aterros sanitários.

Fonte: Pohland e Gould (1986).

Page 23: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

22

4.2.1.2 Impactos ambientais do aterro sanitário

Mesmo sendo uma alternativa ambientalmente adequada à destinação final

de resíduos sólidos urbanos, os aterros sanitários trazem muitos problemas, que

se agravam quando localizados próximo de centros urbanos. Por emissão

secundaria ocorre o barulho, poeira, chorume e emissões gasosas. Algumas

emissões ocasionam fortes odores, oriundas de lixo doméstico e resíduos

perigosos. Tais problemas causam grande resistência da população indeferindo a

construção e manipulação de novos aterros sanitários (LUPE, 1993).

Devido ao grande potencial de geração de impactos, para a construção e

operação de aterros sanitários é necessária a elaboração de Estudo de Impacto

Ambiental (EIA) a fim de minimizar os impactos negativos e ser o mais sustentável

possível e menos degradante para os centros urbanos. Um dos problemas mais

preocupantes e que afetam a população são os problemas respiratórios e de pele

causados pela emissão de gases, que contaminam o ar.

Uma maneira de minimizar um dos problemas provenientes da implantação

de aterros sanitários é a utilização de gases decorrentes dos aterros para a geração

de energia elétrica.

4.2.1.3 Biogás

O Biogás em sua essência é uma mistura de gases compostos em média por

30% de gás carbônico, 65% de metano e 5% divididos entre hidrogênio, nitrogênio,

ácido sulfídrico, entre outros como mostra a Tabela 3 (NISHIMURA, 2009).

Tabela 3 – Composição do biogás.

Gás Quantidade (%)

Metano 50 a 80

Dióxido de Carbono 20 a 40

Hidrogênio 1 a 3

Nitrogênio 0,3 a 3

Ácido Sulfídrico e outros 1 a 5

Fonte: La Farge (1995).

Page 24: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

23

Sendo mais leve do que o ar e apresentando menores riscos de explosão,

comparado ao gás natural, o biogás ocupa um volume maior, atribuindo certas

desvantagens em relação a transporte e utilização (SCHWADE, 2006).

Resultante da decomposição orgânica, o biogás, através da digestão de

bactérias metanogênicas na ausência de oxigênio em meio anaeróbico. Encontrado

em pântanos dejetos bovinos, equinos e suínos, estações de tratamento de

efluentes domésticos e industriais e em aterros sanitários (ZULAUF2, 2004 apud

VANZIN, 2006).

Como principal componente do biogás, o metano não possui cheiro, cor ou

sabor, no entanto, outros gases presentes exalam um odor intenso e desagradável

(BARREIRA, 1993).

O Biogás visto muitas vezes como subproduto vem ganhando espaço e

muitos estudos afim de provar sua viabilidade econômica associada a preocupação

ambiental. A Tabela 4 apresenta a equivalência de biogás com outros energéticos.

Tabela 4 – Equivalência de 1 m3 de biogás com outros energéticos.

Energético Quantidade equivalente a 1 m3 de biogás

Gasolina 0,613 L

Querosene 0,579 L

Diesel 0,553 L

GLP 0,454 kg

Álcool 0,790 L

Carvão Mineral 0,735 kg

Lenha 1,538 kg

Energia Elétrica 1,428 kWh

Fonte: Schwade (2006).

4.2.1.4 Fatores que influenciam a geração do biogás

A geração de biogás é influenciada por diversos fatores, entre os quais

podem ser citados: temperatura, pH, taxa de oxigênio, composição dos resíduos,

umidade presente dos resíduos, tamanho das partículas, nutrientes e capacidade

2 ZULAUF, M. Geração com biogás de aterros de lixo. In: Dossiê: Energia Positiva para o Brasil. 2004. Disponível em: <http://www.greeenpeace.org.br>. Acesso em: 12 dez. 2004.

Page 25: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

24

tampão (BRITO FILHO, 2005). As composições dos resíduos contidos nos aterros

sanitários afetam a geração de biogás, como apresentado a seguir:

A temperatura de um aterro sanitário influência nos tipos de bactérias

predominantes e na quantidade de biogás formado. Para as bactérias mesofílicas

a faixa de temperatura ótima é de 30 a 35ºC, para as bactérias termofílicas essa

faixa é de 45 a 65ºC, sendo essas bactérias grandes geradoras de gás, entretanto

a maior parte dos aterros sanitários encontra-se com temperaturas na faixa das

mesófilas. As mudanças de temperatura são típicas na superfície do aterro

sanitário, devido às mudanças do próprio ambiente. As máximas temperaturas são

atingidas no período de 45 dias, logo após a disposição dos resíduos, como

resultado da atividade aeróbia microbiológica. A variação de temperatura do biogás

proveniente de aterros sanitários está entre 30 a 60ºC.

Para as bactérias anaeróbias, a faixa de pH ótimo fica entre 6,7 a 7,5. Nesta

faixa de pH, presenciamos um aumento na metanogênese, maximizando a

produção de metano. A maior parte dos aterros sanitários possui ambientes

levemente ácidos (McBAIN et al., 2005).

A umidade é proporcional à taxa de produção do biogás, entretanto é um

fator bastante variável nos aterros sanitários, variando com a quantidade de

infiltração de águas superficiais, águas subterrâneas, variações com relação ao tipo

de resíduo e liberação de água como resultado da decomposição (McBAIN et al.,

2005).

O tamanho das partículas influencia na rapidez da sua decomposição.

Resíduos com partículas menores se decompõem mais rapidamente, acelerando

as taxas de produção de biogás (McBAIN et al., 2005).

4.2.1.5 Aproveitamento do biogás para geração de energia elétrica

O biogás tem um elevado teor de metano (CH4), que possui diversas

aplicações voltadas para a área de energia. Entre suas aplicações, podemos citar

produção de calor em processos, secagem de grãos em zonas rurais, secagem de

lodo proveniente de Estação de Tratamento de Esgoto, queima em caldeiras,

tratamento de chorume, entre outros (ICLEI, 2009). A Figura 3 mostra uma

esquematização do processo.

Page 26: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

25

Figura 3 – Ciclo do biogás

Fonte: VG Resíduos (2018).

A extração do biogás é realizada através de drenos horizontais e verticais,

sopradores, filtros para a remoção de material particulado e tanques separadores

de condensado. As tubulações para coleta do biogás são acopladas aos drenos, e

conduzem o gás para os sistemas de queima em flare (Figura 4) ou para

reaproveitamento energético. O gás é extraído através da pressão negativa gerada

pelo soprador e o sistema conta, ainda, com válvulas para controle de pressão e

termômetros (ICLEI, 2009).

Figura 4 – Queimadores do aterro de Paulínia

Fonte: Estre (2017).

Page 27: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

26

Para a conversão do biogás em energia elétrica, o motor ciclo Otto é o

equipamento mais utilizado, devido ao maior rendimento elétrico e baixo custo. Os

motores ciclo Otto, funcionam aspirando a mistura ar-combustível e depois

comprimindo no interior dos cilindros e a combustão é dada pela faísca produzida

na vela de ignição (ICLEI, 2009).

Os motores ciclo Otto são chamados de quatro tempos, que se dividem em

admissão (primeiro tempo) que é a abertura da válvula para a entrada do ar-

combustível e o pistão é empurrado para baixo, compressão (segundo tempo)

fechamento da válvula e compressão do gás fazendo o pistão subir e a vela gerar

faísca, combustão (terceiro tempo) explosão da mistura e expansão dos gases,

permitindo que o pistão desça e exaustão (quarto tempo) abertura da válvula de

escape e saída dos gases expulsos pelo pistão (ICLEI, 2009). A Figura 5 apresenta

uma esquematização do motor de quatro tempos.

Figura 5 – Funcionamento do motor de quatro tempos

Fonte: Gibi (2013).

4.2.2 Sustentabilidade

Os últimos séculos foram marcados pelas revoluções industriais e

tecnológicas, que foram responsáveis pelo surgimento de novas tecnologias

produtivas. Com a produção desenfreada, a sociedade passou a enfrentar

Page 28: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

27

problemas como concentrações de riquezas, desemprego, prejuízos ambientais e

dificuldades nas relações de empresas e sociedade.

Neste contesto, começaram a surgir estudos e discussões a fim de minimizar

os diversos danos causados, principalmente ao meio ambiente. Em 1972, no Clube

de Roma, temos o relatório “Os Limites do Crescimento”, em que era discutido

temas como o crescimento acelerado da população com recursos limitados, em

1973 temos o conceito de “Ecodesenvolvimento” e a “Declaração de Cocoyok”

divulgada na Conferência das Nações Unidas, em que concluiu-se que os países

desenvolvidos contribuíram, majoritariamente, para os problemas relacionados ao

subdesenvolvimento, devido ao grande grau de consumo (OLIVEIRA et al., 2012).

Dentre todas as conferências, podemos destacar a de Estocolmo, 1972, como

marco para as tentativas de melhorias no meio ambiente, buscando o equilíbrio

entre desenvolvimento econômico e degradação ambiental, originando-se o termo

Desenvolvimento Sustentável.

O termo sustentabilidade, surgiu em 1987, oficialmente na Comissão

Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), organizada pelo

Organização das Nações Unidas (ONU), em que significa: “[...] a capacidade de

satisfazer as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das

gerações futuras de satisfazerem suas próprias necessidades” (CMMAD, 1988, p.

9).

A sustentabilidade é dividida em três pilares econômico, social e ambiental,

considerando-se para econômico, a viabilidade dos projetos, apresentando retorno

aos investimentos. Em relação ao caráter social, as organizações necessitam

apresentarem boas condições de trabalho, inclusão social e combate à

desigualdade social e para o pilar ambiental, a empresa precisa apresentar

preocupações com os impactos ambientais provenientes de seus serviços e

apresentar soluções para minimização ou compensação (DIAS, 2011).

4.3 Sustentabilidade e energia

A sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável, concretiza-se na busca

de fontes de energias renováveis, que contribuem com nossas necessidades

atuais, sem prejudicar a capacidade de utilização dos mesmos recursos pelas

gerações futuras (CMMAD, 1988, p. 9).

Page 29: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

28

A energia renovável é proveniente dos recursos naturais como água, sol,

chuva, vento, marés e energia geotérmica, conhecidas como energia “limpa”,

embora nem sempre causem baixos impactos ambientais, no contexto de

sustentabilidade ambiental, por emitirem baixas concentrações de gases do efeito

estufa, são consideradas viáveis. A utilização da energia “limpa” possui diversas

vantagens, tais como:

• Diversificação da matriz energética;

• Reduzem as emissões de gases do efeito estufa;

• Garantem o fornecimento de energia;

• Geração de novas oportunidades de trabalho;

• Diminuem o desmatamento em áreas florestais.

Não são consideradas energias “limpas” as fontes de energia provenientes

de combustíveis fósseis e energia nuclear, por passarem por processos de

utilização irreversíveis e gerarem produtos prejudiciais ao meio ambiente.

O crescimento econômico e os padrões complexos em que estamos

inseridos, geram a dependência de fontes confiáveis de energia. Com a crise

energética em 2001, no Brasil passou-se a diversificar melhor sua matriz

energética, com criações de projetos para incentivar a pesquisa de geração de

energia alternativa (Silva e Cavaliero, 2003).

Os principais problemas encontrados para implantação das energias

renováveis, estão relacionados ao seu alto custo de desenvolvimento e

aplicabilidade reduzida a pequenos sistemas ou ambientes fechados. Com

investimentos em pesquisa de fontes de energias renováveis e políticas voltadas

a diminuição do consumo, podemos melhorar este cenário pouco favorável

(JATOBÁ; CIDADE; VARGAS, 2009).

Como exemplo de fonte de energia alternativa, foi inaugurado, em São Paulo

2004, no aterro sanitário dos Bandeirantes, uma usina para geração de energia

elétrica através do biogás proveniente da decomposição dos resíduos orgânicos.

De acordo com informações da empresa operadora do aterro sanitário, a usina tem

capacidade para abastecer 400 mil pessoas (FIGUEIREDO, 2011).

4.4 Mecanismo de desenvolvimento limpo

O Protocolo de Kyoto, de 1997, foi um tratado internacional de grande porte,

Page 30: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

29

com 174 signatários. Com objetivo principal de proteger o meio ambiente, evitando

que atividades humanas, inviabilizem a vida sobre a Terra, poluindo-a e

degradando-a (SILVA, 2009).

O Protocolo trata de gases que provocam efeito estufa (GEE), Entre as

estratégias nele estabelecidas, uma desperta especial interesse para o Brasil e

países emergentes, O Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, (MDL) permite que

países desenvolvidos invistam em projetos em países emergentes, gerando

“créditos de carbono” e o desenvolvimento sustentável, estabelecendo uma união

entre duas nações, para um único objetivo, a redução dos gases que causam o

efeito estufa, problema fortemente alarmado por cientistas e estudiosos.

(VENTURA; ANDRADE, 2006).

Além de promover o desenvolvimento sustentável o MDL traz como benefício

a diminuição dos custos globais de redução de GEE. Os países desenvolvidos, ao

investirem em projetos de baixo custo em países em desenvolvimentos, reduziriam

cortes na sua própria economia, podendo comprar créditos de carbono que serão

computados na sua meta de redução, que tem como moeda padrão o carbono

equivalente (CO2e). Sendo esperado transferências de tecnologias limpas, que com

tudo não tem acontecido de fato (MAROUN; 2007).

Page 31: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

30

5 METODOLOGIA

5.1 Local de estudo

O estudo será desenvolvido no aterro sanitário do município de Paulínia/SP,

localizado na Avenida Orlando Vedovello, s/n - Parque da Represa - Paulínia, SP.

O município está localizado a nordeste do Estado de São Paulo, com

importantes cidades a sua volta como: São Paulo, Santos, São Carlos, Piracicaba,

Americana, Limeira, Rio Claro e Campinas que possui o Aeroporto Internacional de

Viracopos. Está parcela de cidades de São Paulo, gera a parte mais importante do

produto nacional bruto do Brasil. O mapa de localização do município e do

empreendimento pode ser observado na Figura 6.

Figura 6 – Localização de São Paulo, do município de Paulínia e do aterro sanitário presente no município.

Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de imagens da internet.

A população de Paulínia, conforme estimado pelo IBGE 2018 é de 106.776

Page 32: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

31

habitantes, com densidade demográfica de 2010 de 592,17 habitantes/ km².

O clima de Paulínia, segundo a classificação climática de Koeppen, é o Cwa,

que é caracterizado pelo clima tropical de altitude, usualmente possui chuvas no

verão e seca no inverno. Campos (2011) avaliou o relevo de Paulínia, a variação

de altitude do município é de 520 a 660 m, com declividade inferior a 2,5 graus.

5.2 Levantamento de dados

Os dados necessários para elaboração do trabalho serão obtidos a partir dos

seguintes procedimentos de levantamento de dados, tais como:

• Quantidade de resíduos que chegam ao aterro sanitário e composição dos

resíduos;

• Análise da ocupação do aterro sanitário;

• Análise do projeto do aterro sanitário.

5.3 Metodologia para determinação da produção de biogás

A metodologia utilizada para avaliar o potencial de geração de energia do

biogás no aterro sanitário, foi sugerida pelo Painel Intergovernamental sobre

Mudança do Clima – IPCC, segundo Houghton et al. (1996), que é utilizado nos

cálculos do programa, disponibilizado pela Companhia Ambiental do Estado de São

Paulo (CETESB) por Vieira e Silva (2006).

A metodologia IPCC de Houghton et al. (1996) supõe que o total de metano

é gerado no ano em que o resíduo é disposto no aterro sanitário, obedecendo a

uma equação cinética de primeira ordem, considerando o processo de degradação

ao longo do tempo. No método são aplicados alguns fatores de correção para o

cálculo do metano, como a constante de geração de biogás de 0,05, para o carbono

orgânico degradável o valor de 12% e de 77% para a fração do carbono orgânico

degradável, na falta de informações, e fator de oxidação igual a zero.

O software denominado “Biogás, geração e uso energético – aterro 1.0”

elabora um projeto através de informações sobre o aterro sanitário, como número

de drenos, demandas de energia, dados sobre a disposição final, entre outros e

elabora um gráfico com a estimativa das emissões de metano. Para o cálculo da

Page 33: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

32

quantidade de gás disponível e com potencial é considerado o gasto energético e

a tecnologia utilizado nesta conversão. O programa disponibiliza outras

informações como custos dos equipamentos e tratamentos para melhoria do

biogás, enfatizando que a qualidade dos resultados depende da qualidade das

informações que alimentarão o programa (VIEIRA; SILVA, 2006).

5.3.1 Calculo para quantificar a quantidade de metano gerado

O Conselho Internacional para Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI), sugere

a metodologia do IPCC para a quantificação do metano, consiste nas seguintes

equações (ICLEI, 2009):

Para obtenção da fração de carbono orgânico no resíduo, temos a

Equação 1.

DOC = (0,40 ∗ A) + 0,16 (𝐵 + 𝐶) + 0,30 ∗ 𝐷 (1)

Onde:

DOC: Fração de carbono orgânico degradável no resíduo.

A: Fração de papel, papelão e tecidos (%).

B + C: Fração de alimentos e outros resíduos orgânicos (%).

D: Fração de resíduos de madeira (%).

Para obtenção da fração de carbono orgânico que pode se decompor pela

Equação 2.

DOCf = 0,014 ∗ T + 0,28 (2)

Onde:

DOCf – Fração do DOC que pode se decompor.

T – Temperatura na zona anaeróbia dos resíduos, estimada em 35 °C.

Page 34: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

33

Para obtenção da fração de carbono orgânico no resíduo, obtida pela

Equação 3.

L0 = MCF ∗ DOC ∗ DOCf ∗ F ∗16

12 (3)

Onde:

L0 – Potencial de geração de metano do resíduo (m3 biogás.kgRSD–1).

MCF – Fator de correção de metano = 1 (aterro bem gerenciado).

DOC – Fração de carbono orgânico degradável no resíduo.

DOCf – Fração do DOC que pode se decompor = 0,50 (recomendação do

IPCC 2006).

F – Fração de CH4 no biogás (geralmente a quantidade de CH4 presente no

biogás em aterro sanitário é de 50%).

16/12 – Relação de massas atômicas na conversão de carbono (C) para

metano (CH4).

Para o cálculo da emissão de metano (Q) de aterro em funcionamento pela

Equação 4 e de aterro desativado pela Equação 5.

QAterro em funcionamento = F ∗ R ∗ L0 ∗ (1 − 𝑒−𝑘𝑡) (4)

QAterro desativado = F ∗ R ∗ L0 ∗ (𝑒−𝑘𝑐 − 𝑒−𝑘𝑡) (5)

Onde:

Q – Emissão de metano (m3 CH4 ano–1)

F – Fração de metano no biogás (%).

R – Fluxo de resíduo no ano (tRSD).

L0 – Potencial de geração de metano do resíduo (m3 biogás kgRSD–1).

k – Constante de decaimento.

c – Tempo decorrido desde o fechamento do aterro (anos).

t – Tempo decorrido desde a abertura do aterro.

De acordo com Houghton et al. (2006), o valor de k para clima tropical

– resíduo úmido – pode variar da seguinte forma: para papel (k = 0,07), para

Page 35: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

34

resíduos orgânicos (k = 0,17), para resíduos têxteis (k = 0,07), para resíduos

de jardinagem (k = 0,17), para um valor médio (k = 0,12).

Para o cálculo do fluxo de resíduos no ano (R) pela Equação 6.

R = (RSD) ∗ (Nhab) ∗ (dias no ano) ∗ (% aterro) (6)

Onde:

RSD – Resíduos sólidos gerados por cada habitante por dia (Kg).

Nhab – Número de habitantes estimado para cada ano.

% aterro – Porcentagem de resíduos destinados no aterro.

O software Biogás, geração e uso energético – aterro 1.0 (VIEIRA; SILVA,

2006), considera as seguintes particularidades para seu correto funcionamento:

- Características do aterro;

- Estimativa de geração de biogás no aterro – entrada de dados;

- Estimativa de geração de biogás no aterro – resultados;

- Energia disponível e estimativa de uso;

- Escolha da tecnologia de uso energético;

- Dimensionamento simplificado do preço de uso do biogás.

- Preço da tonelada de Dióxido de Carbono.

- Geração, impressão e armazenamento do relatório.

Para a estimativa de geração do metano calculado através deste software,

utiliza-se a Equação 7.

∑QX = K ∗ L0 ∗ ∑(RX ∗ 𝑒−k(x−T)) (7)

Onde: QX – Vazão do metano (m3 ano–1).

K – Constante de decaimento (1 ano–1).

L0 – Potencial de geração de biogás (m3 kg–1).

RX – Fluxo de resíduo (t ano–1).

x – Ano atual (ano).

T – Tempo de deposição do resíduo (ano).

Page 36: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

35

5.3.2 Determinação da potência e energia elétrica disponível

Na determinação da potência elétrica disponível, será utilizado o método

sugerido pela CETESB (VIEIRA; SILVA, 2006; DOMINGUES; SILVA, 2008),

conforme a Equação 8.

PX = Q ∗ PC ∗ (CH4)/31.536.000) ∗ EC ∗ (k/100) (8)

Onde: PX – Potência disponível por ano (KW ano–1).

Q – Vazão do metano (m3 ano–1).

PC – Poder calorífico do CH4 por ano = 35,53 x 106 Jm–3.

31.536.000 – Quantidade de segundos por ano (s ano–1)

EC – Eficiência da coleta de gases (75%).

k – 1000.

A metodologia do IPCC de Houghton et al. (1996) sugere o cálculo da

energia elétrica disponível, como podemos observar na Equação 9.

E = P ∗ Rend ∗ ∆t (9)

Onde:

E – Energia disponível por ano (KWh ano–1).

P – Potência disponível por ano (KW ano–1).

Δt – Tempo de operação durante um ano (h).

Rend – Rendimento de motores operando a plena carga (%).

5.3.3 Cálculos de payback descontado e valor presente líquido

O payback descontado é o demonstrativo de tempo em que o investimento

é pago e começa a gerar lucro. Este cálculo leva em consideração o efeito de se

trazer o fluxo de caixa a valor presente, descontado pela taxa mínima de

atratividade (GITMAN; MADURA, 2003).

Para calcular o fluxo de caixa, é realizado a soma das receitas e a subtração

Page 37: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

36

das despesas, conforme Equação 10 (GITMAN; MADURA, 2003).

FC = Receitas − Despesas (10)

Onde:

FC – Fluxo de caixa anual (R$).

Receitas – Entrada de caixa (R$).

Despesas – Saída de caixa (R$).

O valor presente líquido (VPL) apresenta a viabilidade do investimento.

Quando o VPL é negativo, o retorno do projeto será menor que o investimento inicial

e, quando o VPL é positivo, o valor obtido no projeto pagará o investimento inicial

(GITMAN; MADURA, 2003).

VPL = −I0 + ∑FC𝑡

(1 + r)𝑡

𝑛

𝑡=1

(11)

Onde:

VPL – Valor presente líquido (R$).

FC – Fluxo de caixa em cada ano (R$).

r – Taxa de desconto (%).

t– O período em questão

I0 – Investimento inicial (R$).

Page 38: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

37

6 RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Caraterísticas do aterro sanitário

O aterro de Paulínia, pertencente ao grupo Estre Ambiental, iniciou suas

atividades em 2000, recebendo resíduos diariamente de 33 municípios e diversos

clientes privados. A Figura 7 apresenta a vista aérea do aterro sanitário de

Paulínia.

Figura 7 – Vista aérea do aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos de Paulínia

Fonte: Portal Hortolândia (2014).

Das características presentes no aterro sanitário, podemos citar a

impermeabilização adequada com manta de alta densidade de 2 mm de PEAD, de

acordo com a Figura 8.

Page 39: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

38

Figura 8 – Camada de impermeabilização com manta de alta densidade

Fonte: Oliveira (2003).

O sistema de drenagem de chorume, foi feito com manta geotêxtil, britas e

tubos PEAD, conforme observado na Figura 9. Está forma de captação, evita

derramamentos e possíveis contaminações do solo. Após a captação, o líquido é

encaminhado para tanques de armazenamento, que são revestidos por manta

PEAD de 2 mm. O destino do chorume é feito, semanalmente, por uma empresa

responsável pelo seu tratamento e destino final (CAMPOS et al., 2007).

Figura 9 – Tanque de retenção de chorume

Fonte: Oliveira (2003).

Page 40: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

39

A drenagem da água pluvial é realizada, para evitar problemas na estrutura

das células e contribui para o controle da geração de chorume, visto que, quanto

mais água, mais liquido é produzido. A água captada pelo sistema de drenagem, é

encaminhada para tanques de sedimentação, posteriormente é encaminhado aos

rios (CAMPOS et al., 2007). A Figura 10 mostra as tubulações de água pluviais.

Figura 10 – Tubulação de águas pluviais

Fonte: Campos et al. (2007).

A compactação do resíduo é realizada assim que o material é deposto no

aterro sanitário, com a finalidade de assegurar a estabilidade das células após seu

encerramento. Posteriormente, ao processo de compactação, detemos uma

camada de solo sobre os resíduos, para evitar o acumulo e proliferação de aves,

ratos, insetos e outros vetores, odor desagradável e auxiliar na estabilidade das

células do aterro (CAMPOS et al., 2007). A Figura 11 mostra o processo de

compactação do resíduo.

Figura 11 – Resíduo no processo de compactação

Fonte: Botão (2017).

Page 41: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

40

Atualmente, a captação dos gases é realizada através dos drenos e o biogás

é queimado nos flares, gerando créditos de carbono.

Após implantação do projeto de transformação do biogás em energia

elétrica, poderemos considerar a usina de bioenergia, conforme Figura 12.

Figura 12 – Usina de bioenergia de Tremembé

Fonte: Tirloni (2017).

6.2 Aplicação do software Biogás

O método utilizado para realização do presente trabalho, foi o software

“Biogás, geração e uso energético – aterro 1.0”.

Ao começar um novo projeto no software biogás 1.0, essas são as pastas

que devemos preencher, em sequência, de acordo com a Figura 13.

Page 42: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

41

Figura 13 – Tela inicial software Biogás, geração e uso energético – aterro 1.0

Fonte: Software Biogás.

6.2.1 Características do aterro

Para definir as características do aterro, são necessárias informações como

localização, gerenciamento, contatos, registros fotográficos, quantidade de drenos

e distância de bairros e industrias mais próximas como mostra o Quadro 1. Nem

todos os dados são obrigatórios para o programa, como distância da empresa ao

aterro sanitário, entretanto, quanto maior o número de informações, melhor a

qualidade dos dados gerados.

Quadro 1 – Principais informações para as características do aterro sanitário de Paulínia.

Principais Informações Fonte

Nome da Unidade CGR Paulínia Empresa

Endereço Av. Orlando Vedovello, s/nº -

Parque da Represa - Paulínia -SP Empresa

Distância do bairro mais próximo (Figura 14) 587,93 metros Google Earth

Quantidade de drenos 511 drenos Autor

Fonte: Própria autora.

A distância do bairro Parque Bom Retiro ao CGR Paulínia está na Figura 14.

Page 43: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

42

Figura 14 – Distância do Bairro Parque Bom Retiro ao CGR Paulínia.

Fonte: Google (2019).

6.2.2 Estimativa de geração de biogás no aterro - entrada de dados

A Tabela 6 apresenta as principais informações referentes ao aterro sanitário

de Paulínia.

Tabela 5 – Principais informações referentes a entrada de dados no aterro sanitário de Paulínia.

Principais Informações Fonte

Ano de abertura do aterro 2000 Empresa

Ano de previsão de fechamento do aterro 2030 Estimativa

População atual 2.900.591,00 IBGE

Taxa de Crescimento Populacional 1,9% Valor sugerido

Taxa de Geração de Resíduos 0,2 t.hab.ano–1 Valor sugerido

Taxa de Coleta de Resíduo 95,00% Valor sugerido

Fonte: Própria autora.

Para obter as informações referente a população, foi usado o relatório da

CETESB (2018), Inventário de Resíduos Sólidos Urbanos 2017, em que foi

pesquisado todos os municípios que destinam seus resíduos em Paulínia.

Posteriormente, através de consultas no site do IBGE, identificamos a população

estimada para o ano de 2018 por município, conforme observado na Tabela 7.

Page 44: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

43

Tabela 6 – Municípios que destinam seus resíduos no aterro sanitário de Paulínia.

Nº Município UGRHI RSU (t/dia) Enquadramento

e observação Habitantes

1 Águas de Lindóia * 9 12,84 A D - Paulínia - A.P. 18.599,00

2 Americana * 5 209,50 A D - Paulínia - A.P. 237.112,00

3 Amparo * 5 44,83 A D - Paulínia - A.P. 71.700,00

4 Araras 9 111,79 A D - Paulínia - A.P. 118.843,00

5 Artur Nogueira * 5 37,65 A D - Paulínia - A.P. 50.246,00

6 Campinas * 5 1278,31 A D - Paulínia - A.P. 1.081.000,00

7 Conchal * 9 20,83 A D - Paulínia - A.P. 25.229,00

8 Cosmópolis * 5 51,33 A D - Paulínia - A.P. 66.807,00

9 Engenheiro Coelho 9 9,98 A D - Paulínia - A.P. 18.611,00

10 Espírito Santo do Pinhal 9 31,40 A D - Paulínia - A.P. 42.260,00

11 Holambra * 5 7,10 A D - Paulínia - A.P. 13.375,00

12 Hortolândia 5 199,97 A D - Paulínia - A.P. 192.692,00

13 Ipeúna * 5 4,32 A D - Paulínia - A.P. 6.016,00

14 Iracemápolis * 5 15,95 A D - Paulínia - A.P. 23.264,00

15 Itupeva 5 39,62 A D - Paulínia - A.P. 44.859,00

16 Jaguariúna 5 42,11 A D - Paulínia - A.P. 51.907,00

17 Lindóia 9 5,39 A D - Paulínia - A.P. 6.712,00

18 Louveira 5 35,32 A D - Paulínia - A.P. 37.125,00

19 Mogi-mirim 9 69,14 A D - Paulínia - A.P. 91.483,00

20 Monte Alegre do Sul 5 3,15 A D - Paulínia - A.P. 7.152,00

21 Morungaba 5 7,91 A D - Paulínia - A.P. 12.934,00

22 Nova Odessa 5 45,82 A D - Paulínia - A.P. 56.764,00

23 Paulínia 5 92,16 A D - Paulínia - A.P. 100.128,00

24 Pinhalzinho 5 5,09 A D - Paulínia - A.P. 13.105,00

25 Santa Cruz da Conceição * 9 2,09 A D - Paulínia - A.P. 4.002,00

26 Santo Antônio de Posse 5 14,56 A D - Paulínia - A.P. 20.650,00

27 Santo Antônio do Jardim 9 2,51 A D - Paulínia - A.P. 6.053,00

28 São Pedro 5 23,46 A D - Paulínia - A.P. 6.235,00

29 Serra Negra 9 17,46 A D - Paulínia - A.P. 26.387,00

30 Sumaré 5 242,81 A D - Paulínia - A.P. 273.007,00

31 Tuiuti 5 2,34 A D - Paulínia - A.P. 5.930,00

32 Valinhos 5 106,22 A D - Paulínia - A.P. 106.793,00

33 Vinhedo 5 58,21 A D - Paulínia - A.P. 63.611,00

Total 2.851,17 2.900.591,00

Fonte: CESTESB (2017).

Na Figura 15, é apresentado a fórmula para o cálculo da estimativa de vazão

Page 45: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

44

de metano, conforme método IPCC, em que temos para constante de decaimento

(k) o valor de 0,08 (1/ano-1), para potencial de geração de biogás (L0) com o valor

de 0,12 (m³CH4/kg-1) e para fluxo de resíduos (RX) com valor de 535.185 (t/ano-1).

Figura 15 – Estimativa da vazão de metano no ano considerado

Fonte: Software Biogás.

Para o cálculo de RX, foi utilizado os dados da população atendida pelo

serviço de coleta de resíduos, da seguinte forma:

Estimativa de disposição de resíduos (RX) é feita a partir da Equação 12.

RX = Pop ∗ TRSD ∗ TColeta (12)

Onde: RX – Fluxo de resíduo no ano x (t ano–1).

Pop – População atendida pelo aterro no ano x (hab).

TRSD – Taxa de geração de resíduos (tRSD hab–1.ano–1).

TColeta – Taxa de coleta de RSD (%).

Page 46: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

45

Para estimar a população (𝑃𝑜𝑝), foi utilizada a Equação 13.

Pop = Pop0 ∗ (1 + 𝑖)x−ano (13)

Onde:

Pop0 – População atendida pelo aterro no ano atual (hab).

𝑖 – Taxa de crescimento populacional no período considerado (%).

x – Ano (ano).

ano – Ano atual (ano)

Para obtenção dos resultados, foram utilizados para taxa de crescimento

populacional (𝑖) o valor de 1,7 (ano-1), para (TRSD) taxa de geração de resíduos, o valor

de 0,183 (tRSD/hab.ano) e para taxa de coleta de RSD (Tcoleta), o valor de 88 (%).

6.2.3 Estimativa de geração de biogás no aterro – resultados

A Tabela 8 mostra os dados para estimar a geração de biogás no aterro e a

Tabela 9 mostra a vazão de metano ao longo do tempo de 2000 a 2060.

Tabela 7 – Dados para estimativa da geração de biogás no aterro sanitário de Paulínia.

Principais Informações Fonte

Linha de base de queima 20% Valor sugerido

Energia elétrica evitada 0,2782 tCO2/MWhevit Valor sugerido

Eficiência de coleta de biogás 75% Valor sugerido

Eficiência de queima de biogás 95% Valor sugerido

Fonte: Própria autora.

Tabela 8 – Vazão de metano no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de Paulínia. (continua)

Ano Vazão

(10³ m³/ano) Coleta

(10³ m³/ano) População

Lixo Gerado (kg)

Lixo Coletado

(kg)

Lixo Acumulado

(kg)

2000 3.827 2.870 2.098.030 419.606.062 398.625.759 399.165.063

2001 7.432 5.574 2.137.893 427.578.578 406.199.649 805.364.711

2002 10.834 8.126 2.178.513 435.702.571 413.917.442 1.219.282.154

2003 14.050 10.538 2.219.905 443.980.919 421.781.874 1.641.064.027

Page 47: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

46

Tabela 9 – Vazão de metano no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de Paulínia. (continuação)

Ano Vazão

(10³ m³/ano) Coleta

(10³ m³/ano) População

Lixo Gerado (kg)

Lixo Coletado

(kg)

Lixo Acumulado

(kg)

2004 17.096 12.822 2.262.083 452.416.557 429.795.729 2.070.859.756

2005 19.986 14.990 2.305.062 461.012.472 437.961.848 2.508.821.604

2006 22.734 17.050 2.348.859 469.771.708 446.283.123 2.955.104.727

2007 25.352 19.014 2.393.487 478.697.371 454.762.502 3.409.867.230

2008 27.851 20.888 2.438.963 487.792.621 463.402.990 3.873.270.220

2009 30.243 22.682 2.485.303 497.060.681 472.207.647 4.345.477.866

2010 32.537 24.403 2.532.524 506.504.834 481.179.592 4.826.657.458

2011 34.743 26.057 2.580.642 516.128.426 490.322.004 5.316.979.463

2012 36.868 27.651 2.629.674 525.934.866 499.638.122 5.816.617.585

2013 38.921 29.191 2.679.638 535.927.628 509.131.247 6.325.748.832

2014 40.909 30.682 2.730.551 546.110.253 518.804.740 6.844.553.572

2015 42.839 32.129 2.782.432 556.486.348 528.662.030 7.373.215.603

2016 44.717 33.538 2.835.298 567.059.588 538.706.609 7.911.922.212

2017 46.549 34.912 2.889.169 577.833.721 548.942.035 8.460.864.246

2018 48.340 36.255 2.944.063 588.812.561 559.371.933 9.020.236.180

2019 50.096 37.572 3.000.000 600.000.000 570.000.000 9.590.236.180

2020 51.820 38.865 3.057.000 611.400.000 580.830.000 10.171.066.180

2021 53.518 40.138 3.115.083 623.016.600 591.865.770 10.762.931.950

2022 55.193 41.395 3.174.270 634.853.915 603.111.220 11.366.043.169

2023 56.849 42.637 3.234.581 646.916.140 614.570.333 11.980.613.502

2024 58.491 43.868 3.296.038 659.207.546 626.247.169 12.606.860.671

2025 60.120 45.090 3.358.662 671.732.490 638.145.865 13.245.006.536

2026 61.740 46.305 3.422.477 684.495.407 650.270.637 13.895.277.173

2027 63.355 47.516 3.487.504 697.500.820 662.625.779 14.557.902.952

2028 64.966 48.724 3.553.767 710.753.335 675.215.669 15.233.118.621

2029 66.576 49.932 3.621.288 724.257.649 688.044.766 15.921.163.387

2030 68.188 51.141 3.690.093 738.018.544 701.117.617 16.622.281.004

Page 48: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

47

Tabela 9 – Vazão de metano no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de Paulínia. (conclusão)

Ano Vazão

(10³ m³/ano) Coleta

(10³ m³/ano) População

Lixo Gerado (kg)

Lixo Coletado

(kg)

Lixo Acumulado

(kg)

2031 62.946 47.209 3.760.204 (null) (null) (null)

2032 58.106 43.580 3.831.648 (null) (null) (null)

2033 53.639 40.229 3.904.450 (null) (null) (null)

2034 49.515 37.136 3.978.634 (null) (null) (null)

2035 45.708 34.281 4.054.228 (null) (null) (null)

2036 42.194 31.645 4.131.259 (null) (null) (null)

2037 38.950 29.212 4.209.753 (null) (null) (null)

2038 35.955 26.966 4.289.738 (null) (null) (null)

2039 33.191 24.893 4.371.243 (null) (null) (null)

2040 30.639 22.979 4.454.296 (null) (null) (null)

2041 28.283 21.213 4.538.928 (null) (null) (null)

2042 26.109 19.582 4.625.168 (null) (null) (null)

2043 24.101 18.076 4.713.046 (null) (null) (null)

2044 22.248 16.686 4.802.594 (null) (null) (null)

2045 20.538 15.403 4.893.843 (null) (null) (null)

2046 18.959 14.219 4.986.826 (null) (null) (null)

2047 17.501 13.126 5.081.576 (null) (null) (null)

2048 16.156 12.117 5.178.126 (null) (null) (null)

2049 14.914 11.185 5.276.510 (null) (null) (null)

2050 13.767 10.325 5.376.764 (null) (null) (null)

2051 12.709 9.531 5.478.922 (null) (null) (null)

2052 11.731 8.799 5.583.022 (null) (null) (null)

2053 10.829 8.122 5.689.099 (null) (null) (null)

2054 9.997 7.498 5.797.192 (null) (null) (null)

2055 9.228 6.921 5.907.339 (null) (null) (null)

2056 8.519 6.389 6.019.578 (null) (null) (null)

2057 7.864 5.898 6.133.950 (null) (null) (null)

2058 7.259 5.444 6.250.495 (null) (null) (null)

2059 6.701 5.026 6.369.255 (null) (null) (null)

2060 6.186 4.639 6.490.271 (null) (null) (null)

Fonte: Elaborado pela autora com o Software Biogás.

Page 49: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

48

A Figura 16 apresenta o gráfico da vazão anual de metano no período de

2000 a 2060.

Figura 16 – Vazão anual de metano no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de Paulínia.

Fonte: Elaborado pela autora com o Software Biogás.

Para obtenção da potência disponível (Px), foi convertida a vazão de metano

através da Equação 14.

PX = QX PC(metano)

31.536.000EC

k

1.000 (14)

Onde: PX – Potência disponível a cada ano (kW).

QX – Vazão de metano a cada ano (m3CH4.ano–1).

PC(metano) – Poder calorífico do metano (igual a 35,53 x 106 J.m–3CH4).

EC – Eficiência de coleta de gases (%), informada pelo usuário.

31.536.000 – 31.536.000 s = 1 ano (s.ano–1).

k – k = 1000 (adimensional)

A Tabela 10 apresenta os dados de potência disponível no aterro no período

de 2000 a 2060.

Page 50: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

49

Tabela 9 – Potência disponível no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de Paulínia.

(continua)

Ano Potência (kW) Vazão (m³/h) Potência (MMBtu/h)

2000 3.234 369 11.033

2001 6.280 717 21.428

2002 9.155 1.045 31.237

2003 11.872 1.355 40.510

2004 14.446 1.649 49.291

2005 16.888 1.928 57.624

2006 19.210 2.193 65.546

2007 21.422 2.445 73.094

2008 23.534 2.687 80.300

2009 25.555 2.917 87.197

2010 27.494 3.139 93.811

2011 29.357 3.351 100.170

2012 31.153 3.556 106.298

2013 32.888 3.754 112.217

2014 34.568 3.946 117.949

2015 36.199 4.132 123.513

2016 37.785 4.313 128.928

2017 39.333 4.490 134.209

2018 40.847 4.663 139.373

2019 42.330 4.832 144.435

2020 43.787 4.999 149.406

2021 45.222 5.162 154.301

2022 46.637 5.324 159.131

2023 48.037 5.484 163.907

2024 49.424 5.642 168.639

2025 50.801 5.799 173.336

2026 52.170 5.955 178.008

2027 53.534 6.111 182.663

2028 54.895 6.267 187.308

2029 56.256 6.422 191.951

2030 57.618 6.577 196.599

Page 51: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

50

Tabela 10 – Potência disponível no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de Paulínia.

(conclusão)

Ano Potência (kW) Vazão (m³/h) Potência (MMBtu/h)

2031 53.188 6.072 181.484

2032 49.099 5.605 167.531

2033 45.324 5.174 154.650

2034 41.839 4.776 142.760

2035 38.623 4.409 131.784

2036 35.653 4.070 121.652

2037 32.912 3.757 112.299

2038 30.382 3.468 103.665

2039 28.046 3.202 95.695

2040 25.890 2.955 88.338

2041 23.899 2.728 81.546

2042 22.062 2.518 75.276

2043 20.365 2.325 69.489

2044 18.800 2.146 64.146

2045 17.354 1.981 59.215

2046 16.020 1.829 54.662

2047 14.788 1.688 50.459

2048 13.651 1.558 46.580

2049 12.602 1.439 42.999

2050 11.633 1.328 39.693

2051 10.739 1.226 36.641

2052 9.913 1.132 33.824

2053 9.151 1.045 31.223

2054 8.447 964 28.823

2055 7.798 890 26.607

2056 7.198 822 24.561

2057 6.645 759 22.673

2058 6.134 700 20.930

2059 5.662 646 19.320

2060 5.227 597 17.835

Fonte: Elaborado pela autora com o Software Biogás.

Page 52: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

51

A Figura 17 apresenta o gráfico da potência anual no período de 2000 a

2060. O pico de potência disponível, ocorre no ano de 2030, ano de previsão de

encerramento das atividades do aterro sanitário.

Figura 17 – Potência anual de metano no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de Paulínia.

Fonte: Elaborado pela autora com o Software Biogás.

6.2.4 Energia disponível e estimativa de uso

A disponibilidade de gás está diretamente ligada a disponibilidade de

energia, sendo sua vazão determinante na potência do equipamento utilizado.

A estimativa da energia disponível (Edisponível) é feita a partir da Equação 15.

EDisponível = PX ×1

365 ∗ 24 (15)

Onde:

Edisponível – Energia disponível (m3CH4).

PX – Potência disponível (m3CH4 h–1).

365 – dias por ano (dia ano–1).

24 – horas por dia (h dia–1).

Page 53: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

52

A Tabela 11 apresenta os dados de potência disponível e a estimativa de

uso do biogás gerado.

Tabela 10 – Potência disponível e a estimativa de uso do biogás gerado do aterro de Paulínia.

Principais Informações Fonte

Potência disponível máxima 57.618,21 kW Gerado pelo software

Máximo gás disponível 51.141,23 x 10³ m³CH4/ano Gerado pelo software

Gás disponível para uso elétrico 4.261.769,00 m³CH4/mês Gerado pelo software

Estimativa da potência elétrica possível

Rendimento de conversão energética 33% Valor sugerido

Potência estimada 19.030 kW Gerado pelo software

Potência útil elétrica desejada 5.700 kW Empresa

Energia elétrica para a venda 3.762.000 kWh/mês Gerado pelo software

Fonte: Própria autora.

6.2.5 Escolha da tecnologia de uso energético

A Tabela 12 apresenta os dados da tecnologia escolhida para o uso

energético do aterro sanitário de Paulínia.

Tabela 11 – Dados da tecnologia escolhida para o uso energético do aterro sanitário de Paulínia.

Principais Informações Fonte

Grupo gerador Otto nacional 1.000 R$ kWinstalado–1 Valor sugerido

Potência elétrica 5.700 (kW) * Valor sugerido

* – São 4 geradores de 1,4 MW cada.

Fonte: Própria autora.

6.2.6 Dimensionamento simplificado do projeto de uso de biogás

Considerando todas as informações fornecidas, o software Biogás, esboça o

dimensionamento de um projeto para uso energético do biogás. Algumas das

informações consideradas nesta etapa são o quantitativo de drenos, sistemas de

coleta, sistemas de tratamentos e purificação, compressão, armazenamento e

Page 54: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

53

transporte do gás.

A Tabela 13 apresenta os custos para o dimensionamento simplificado do

projeto de geração de energia elétrica. No software biogás, nós adicionamos o

quantitativo e o software responde com valores aproximados para cada

equipamento.

Tabela 12 – Custos para o dimensionamento simplificado do projeto de geração de energia elétrica no aterro sanitário de Paulínia.

Principais Informações Fonte

Quantidade de queimador 6 Empresa

Custo por queimador R$ 200.000,00 Valor sugerido

Gasoduto para transporte R$ 147.000,00 Valor sugerido

Volume do gasômetro 2.500 m3 Empresa

Custo por gasômetro 90 R$ m–1 Valor sugerido

Custo compressão 500 R$ m–3 h–1 Valor sugerido

Custo com tratamento de H2O filtro coalescente, H2O/Siloxina e CO2

0,010 R$ m–3 h–1 Valor sugerido

Custo com drenos 1.000 R$ unidade–1 Valor sugerido

Custo com tubulações de coleta 250 R$ unidade–1 Valor sugerido

Fonte: Própria autora.

6.2.7 Preço da tonelada de dióxido de carbono

A Tabela 14 apresenta o preço da tonelada de dióxido de carbono gerado no

processo.

Tabela 13 – Preço da tonelada de dióxido de carbono gerado no processo.

Principais Informações Fonte

Preço da tonelada de dióxido de carbono 34 R$ tCO2 ICLEI, 2009

Fonte: Própria autora.

6.2.8 Resumo de possíveis custos e rendimentos

A Tabela 15 apresenta o resumo dos possíveis custos e rendimentos do

processo de geração de energia elétrica de 2019 até 2045 (período de 26 anos).

Page 55: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

54

Tabela 14 – Geração de energia elétrica de 2019 até 2045 – período de 26 anos.

Geração de energia

Etapa Custo (R$)

Queimador R$ 1.200.000,00

Purificação - H2S / Siloxina R$ 4.139.387,46

Purificação - H2O/Resfriamento R$ 4.139.387,46

Purificação - CO2 R$ 4.139.387,46

Investimento para uso direto de gás R$ 0,00

Investimento para geração elétrica R$ 21.077.223,14

Gasômetro R$ 225.000,00

Gasoduto do aterro R$ 147.000,00

Custo do uso do gás (R$/ m³CH4) R$ 0,00

Custo do equipamento para uso de gás R$ 0,00

Custo do equipamento para geração elétrica R$ 5.700.000,00

Custo de compressão R$ 875.060,77

Custo de coleta R$ 512.000,00

Custo da eletricidade (R$/MW.h) R$ 15,63

Fonte: Elaborado pela autora com o Software Biogás.

A partir dos resultados obtidos na Tabela 15, a Figura 18 apresenta o

gráfico com distribuição de investimentos.

Figura 18 – Investimento por fase de recuperação

Fonte: Elaborado pela autora com o Software Biogás.

Page 56: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

55

A Tabela 16 e a Figura 19 apresentam o crédito de carbono de 2019 até

2045 – período de 26 anos.

Tabela 15 – Crédito de carbono disponível de 2019 a 2045 (período de 26 anos).

Crédito de Carbono

Descrição Medidas

Total de CO2eq(t) 9.432.320

Total de CH4(t) 449.158

Total de CH4(m³CH4) 670.385.225

Potência útil (kW) 5.700

Crédito de carbono pela queima (R$) 320.698.884,14

Crédito de carbono pela eletricidade (R$)

Fonte: Própria autora.

Figura 19 – Crédito de carbono disponível de 2019 a 2045 (período de 26 anos).

Fonte: Elaborado pela autora com o Software Biogás.

6.3 Retorno de Investimento

A Tabela 17 mostra os dados para cálculo do payback descontado e valor

presente líquido.

Tabela 16 – Potência disponível no período de 2000 a 2060 no aterro sanitário de Paulínia.

Dados Importantes Fonte

Período de aproveitamento 2019 a 2045 Autores

Produção de energia 49932 MWh-¹ Autores

Custo da produção de energia 15,63 R$ MWh-¹ Software Biogás

Page 57: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

56

Valor de venda da energia 211,28 R$ MWh-¹ CPFL, 2019

Investimento com equipamentos R$ 21.077.223,14 Autores

Fonte: Própria autora.

Na Tabela 18 obtemos o fluxo de caixa anual levando em consideração a

energia elétrica comerciável e a venda de créditos de carbono.

Tabela 17 – Fluxo de caixa.

Energia Recita Venda Custo Produção Crédito de Fluxo de

Ano Comerciável de Energia de Energia Carbono Caixa Líquido (MWh ano-¹) (R$) (R$) (R$) (R$)

2019 49932 10549632,96 780437,16 21455694,00 31224889,80

2020 49932 10549632,96 780437,16 22101510,39 31870706,19

2021 49932 10549632,96 780437,16 22766765,85 32535961,65

2022 49932 10549632,96 780437,16 23452045,50 33221241,30

2023 49932 10549632,96 780437,16 24157952,07 33927147,87

2024 49932 10549632,96 780437,16 24885106,43 34654302,23

2025 49932 10549632,96 780437,16 25634148,13 35403343,93

2026 49932 10549632,96 780437,16 26405735,99 36174931,79

2027 49932 10549632,96 780437,16 27200548,65 36969744,45

2028 49932 10549632,96 780437,16 28019285,16 37788480,96

2029 49932 10549632,96 780437,16 28862665,64 38631861,44

2030 49932 10549632,96 780437,16 29731431,88 39500627,68

2031 49932 10549632,96 780437,16 26943549,00 36712744,80

2032 49932 10549632,96 780437,16 24845848,00 34615043,80

2033 49932 10549632,96 780437,16 23004594,00 32773789,80

2034 49932 10549632,96 780437,16 21193843,00 30963038,80

2035 49932 10549632,96 780437,16 19385964,00 29155159,80

2036 49932 10549632,96 780437,16 17934548,00 27703743,80

2037 49932 10549632,96 780437,16 16823434,00 26592629,80

2038 49932 10549632,96 780437,16 15304958,00 25074153,80

2039 49932 10549632,96 780437,16 14103394,00 23872589,80

2040 49932 10549632,96 780437,16 13024345,00 22793540,80

2041 49932 10549632,96 780437,16 11992394,00 21761589,80

Page 58: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

57

2042 49932 10549632,96 780437,16 11012345,00 20781540,80

2043 49932 10549632,96 780437,16 10103943,00 19873138,80

2044 49932 10549632,96 780437,16 9345984,00 19115179,80

2045 49932 10549632,96 780437,16 8845948,00 18615143,80

Fonte: Própria autora.

6.4 Valor presente líquido

Os resultados de retorno de investimentos baseados no software

Biogás, mostraram-se viáveis economicamente. Considerando o valor de

211,28 R$ MWh–1 (CPFL, 2019). Com taxa de atratividade de 10,40%, o VPL em

28 anos será aproximadamente R$ 250.441.264,50 como mostra a Tabela 18.

Tabela 18 – Retorno do Investimento.

Ano Investimento Inicial Fluxo de Caixa Líquido (R$)

Payback Descontado (R$)

Valor Presente Líquido (R$)

2018 21.077.223,14 -21.077.223,14

2019 31.224.889,80 28.283.414,67 7.206.191,53

2020 31.870.706,19 26.148.906,96 33.355.098,50

2021 32.535.961,65 24.180.007,28 57.535.105,78

2022 33.221.241,30 22.363.489,10 79.898.594,88

2023 33.927.147,87 20.687.212,94 100.585.807,82

2024 34.654.302,23 19.140.034,59 119.725.842,41

2025 35.403.343,93 17.711.721,32 137.437.563,74

2026 36.174.931,79 16.392.875,25 153.830.438,98

2027 36.969.744,45 15.174.863,32 169.005.302,30

2028 37.788.480,96 14.049.753,36 183.055.055,66

2029 38.631.861,44 13.010.255,56 196.065.311,22

2030 39.500.627,68 12.049.668,97 208.114.980,19

2031 36.712.744,80 10.144.225,65 218.259.205,84

2032 34.615.043,80 8.663.589,33 226.922.795,18

2033 32.773.789,80 7.430.029,93 234.352.825,10

2034 30.963.038,80 6.358.261,75 240.711.086,86

2035 29.155.159,80 5.423.019,65 246.134.106,51

2036 27.703.743,80 4.667.616,23 250.801.722,74

2037 26.592.629,80 4.058.344,34 254.860.067,08

2038 25.074.153,80 3.466.129,76 258.326.196,84

2039 23.872.589,80 2.989.158,85 261.315.355,69

Page 59: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

58

2040 22.793.540,80 2.585.188,29 263.900.543,98

2041 21.761.589,80 2.235.640,31 266.136.184,29

2042 20.781.540,80 1.933.837,52 268.070.021,81

2043 19.873.138,80 1.675.095,73 269.745.117,54

2044 19.115.179,80 1.459.427,34 271.204.544,89

2045 18.615.143,80 1.287.364,16 272.491.909,05

Fonte: Própria autora.

O investimento de 21.077.223,14 será pago, em aproximadamente 09

meses, por se tratar de um projeto a ser implantado em um aterro sanitário em

pleno funcionamento, o custo de investimento inicial para geração de energia é

reduzido, e com a produção de biogás em alta, os motores instalados conseguem

operar em valores próximos de potencias elevadas desde o início da implantação.

O valor calculado, refere-se a máxima produção de energia elétrica sendo

desprezado o consumo de energia elétrica para usos internos, junto a isso deve-se

considerar manutenções e possíveis falhas ao decorrer dos 28 anos de geração no

aterro, porém os valores de retorno ainda continuariam sendo economicamente

viável, abrindo margens até mesmo para negociações de valores, afim de tornar a

venda de energia elétrica gerada no aterro ainda mais atrativa.

Algumas barreiras são impostas para um trabalho desta magnitude, uma

delas é a falta de incentivos governamentais, outro ponto que pode pesar no projeto

e requer estudos de profissionais especializados e a aquisição de tecnologias para

o setor elétrico vinculado a biogás (FIGUEIREDO, 2011).

O investimento de empresas em construir maquinário nacional ajudaria nas

áreas socioeconômicas, sendo ofertados mais empregos e mantendo o capital

nacional ativo.

Page 60: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

59

7 CONCLUSÃO

O presente trabalho mostrou a viabilidade econômica da implantação do

projeto para gerar energia elétrica proveniente da fonte de biogás, no aterro

sanitário de Paulínia, através de um modelo computacional capaz de calcular a

geração de biogás e energia elétrica, assim como todos seus custos de

investimentos e lucros, gerados pelo aterro sanitário.

O software Biogás – Aterro 1.0 utiliza a metodologia e equacionamentos do

Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). Foram considerados

dados reais do presente aterro, gerenciado pela empresa ESTRE AMBIENTAL, que

no momento ainda não conta com a geração de energia elétrica no seu aterro

sanitário de aproximadamente um milhão de metros quadrados.

A utilização do software foi essencial para obtenção dos resultados, que vão

de encontro com o esperado, em relação a teoria estudada. A entrada de

informações e a qualidade das mesmas, interferem diretamente no resultado final,

ocasionando um projeto mais próximo da realidade, quando se tem mais detalhes

e especificações do aterro sanitário, como, por exemplo, a deposição diária de

resíduos.

Os aterros sanitários são hoje uma forma de tratamento de resíduos

considerada ecologicamente correta, mas com o aproveitamento do biogás para a

geração de energia elétrica os mesmos tornam-se ainda mais atrativos, tanto

visando investimentos de grande retorno, quanto para uma solução ambiental

eficiente. Conclui-se, ainda que apesar da dificuldade para adquirir tecnologias e

mão de obra especializada, é valido insistir nesta modalidade promissora,

incentivando futuros investimentos e crescimento na área.

Page 61: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

60

REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 10004: resíduos sólidos – classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. 71 p. ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – 2010. 2011. 201 p. ABRELPE. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil – 2015. 2016. 92 p. ANDRADE, R. M.; FERREIRA, J. A. A gestão de resíduos sólidos urbanos no brasil frente às questões da globalização. REDE – Revista Eletrônica do Prodema, v. 6, n.1, p. 7-22, 2011. BARREIRA, P. Biodigestores: energia, fertilidade e saneamento para a zona rural. 3. ed. São Paulo: Ícone, 1993. 106 p. BORBA, S. M. P. Análise de modelos de geração de gases em aterros sanitários: estudo de caso. 2006. 134 p. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2006. BOTÃO, L. Jurídico analisa 3 contestações de licitação para coleta de lixo. 2017. Disponível em: https://liberal.com.br/cidades/americana/juridico-analisa-3-contestacoes-de-licitacao-para-coleta-de-lixo-em-americana-717984/. Acesso em: 20 abr. 2019. BRASIL. Lei nº 12.305, de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências. Diário Oficial da União, 3 ago. 2010. Disponível em: http://www. mncr.org.br/box_2/instrumentos-juridicos/leis-edecretos-federais/Lei%20%2012.305- 2010%20Politica %20de%20Residuos%20Solidos.pdf/view. Acesso em: 28 out. 2017. BRITO FILHO, L. F. Estudo de gases em aterros de resíduos sólidos urbanos. 2005. 222 p. Dissertação (Mestrado Ciências em Engenharia Civil) – Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 2005. CAMPOS, F. F. Análise da relação entre as áreas de preservação permanente (APPS) e a qualidade da água fluvial no município de Paulínia (SP). 2011. 54 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geologia) – Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2011. CAMPOS, T. S. et al. Estudo de caso do aterro ESTRE (CGR-Paulínia): modelo de gestão e análise da implantação da ISO 14001. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON ENGINEERING AND COMPUTER EDUCATION, 2007, Santos - SP. Proceedings… Unisantos: Santos, 2007. CASTILHOS JR, A. B. de. et al. Principais processos de degradação de resíduos sólidos urbanos. In: CASTILHOS JR, A. B. de. Resíduos sólidos urbanos: aterro sustentável para municípios de pequeno porte. 1 ed. Florianópolis:

Page 62: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

61

ABES, RIMA, 2003. 288 p. CETESB. Inventário de resíduos sólidos urbanos 2017. São Paulo: CETESB, 2018. 120 p. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/residuossolidos/wp-content/uploads/sites/26/2018/06/inventario-residuos-solidos-urbanos-2017.pdf. Acesso em: 20 mar. 2019. CMMAD. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1988. 430 p. CPFL. Bandeiras Tarifárias.2019. Disponível em: http://www.blogdotirloni.com.br/meio-ambiente/lixo-urbano-e-energia/. Acesso em: 27 julho. 2019. DIAS, R. Gestão ambiental responsabilidade social e sustentabilidade. 2. ed. São Paulo: Atlas S.A., 2011. 232 p. DOMINGUES, E. G.; SILVA, L. R. Avaliação do Potencial de Geração de Metano, Energia Elétrica e Créditos de Carbono a partir do Aproveitamento Energético do Biogás Produzido no Aterro Sanitário de Goiânia. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE AUTOMÁTICA, 17., 2008, Juiz de Fora. Anais... João Pessoa: UFPB, 2008. ESTRE. Relatório de sustentabilidade 2016. São Paulo: ESTRE, 2017. 79 p. Disponível em: http://www.estre.com.br/wp-content/uploads/2017/10/estre_Relat%C3%B3rio_Sustentabilidadeinternet17_out.pdf. Acesso em: 20 out. 2017. FIGUEIREDO, N. J. V. Utilização de biogás de aterro sanitário para geração de energia elétrica – Estudo de caso. 2011. 147 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Programa de Pós-Graduação em Energia, Universidade de São Paulo, 2011. GIBI, R. Motores a pistão. 2013. Disponível em: https://abekwar.wordpress.com/2013/04/09/motores-a-pistao/. Acesso em: 20 out. 2018. GITMAN, L. J.; MADURA, J. Administração financeira: uma abordagem gerencial. São Paulo: Pearson, 2003. 708 p. GOOGLE. Google Earth. 2019. GOUVEIA, N.; PRADO, R. R. Riscos à saúde em áreas próximas a aterros de resíduos sólidos urbanos. Revista de Saúde Pública, v. 44, n. 5, p. 859-866, 2010. HOUGHTON, J. T. et al. (Eds). Guidelines for national greenhouse gas inventories – workbook (volume 2). London: IPCC/OECD/IEA, 1996. IBGE. População Estimada. 2019. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/paulinia/panorama. Acesso: 28 julho. 2019.

Page 63: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

62

ICLEI. Manual para aproveitamento de biogás: volume 1 – Aterros Sanitários. São Paulo: ICLEI, 2009. 80 p. JATOBÁ, S. U. S.; CIDADE, L. C. F.; VARGAS, G. M. Ecologismo, ambientalismo e ecologia política: diferentes visões da sustentabilidade e do território. Sociedade e Estado, v. 24, n. 1, p. 47-87, 2009. LA FARGE, B. Le biogaz: procedes de fermentation méthanique. Paris: Masson, 1995. 237 p. LUPE, M. B. Estudo de impacto ambiental causado por aterro sanitário via migração de gases. 1993. 103 p. Dissertação (Mestrado em Hidráulica e Saneamento) – Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1993. MAROUN, M. R. Adaptação às mudanças climáticas: uma proposta de documento de concepção de projeto (DCP) no âmbito do mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL). 2007. 188 p. Dissertação (Mestrado em Ciências em Planejamento Energético) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2007. MCBAIN, M.C. et al. Micrometeorological measurements of N2O and CH4 emissions from a municipal solid waste landfill. Waste Management & Research. v. 23, n. 5, p. 409-419, 2005. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Plano nacional de resíduos sólidos: versão

preliminar para consulta pública. Brasília: MMA, 2011. 102 p. Disponível em: http://www.mma.gov.br/estruturas/253/_publicacao/253_publicacao02022012041757.pdf. Acesso em: 20 out. 2017.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE; ICLEI. Planos de gestão de resíduos sólidos: manual de orientação. Apoiando a implementação da política nacional de resíduos sólidos: do nacional ao local. Brasília: MMA/ICLEI, 2012. 156 p. MONTAGNA, T. B. Biogás produzido em aterro sanitário como fonte de energia – uma revisão bibliográfica. 2013. 53 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Ambiental) – Faculdade Educacional de Dois Vizinhos, União de Ensino do Sudoeste do Paraná, Dois Vizinhos, 2013. NEBEL, B. J; WRIGHT, R. T. Environmental science: the way the world works. 4th ed. New Jersey: Prince Hall, 1993. 630 p. NISHIMURA, R. Análise de balanço energético de sistema de produção de biogás em granja de suínos: implementação de aplicativo computacional. 2009. 84 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2009. OLIVEIRA, C. N. Recuperação ambiental de aterros sanitários na região de metropolitana de Campinas: revegetação e uso futuro. 2003. 88 p.

Page 64: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

63

Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Estadual de Campinas, 2003. OLIVEIRA, L. R. et al. Sustentabilidade: da evolução dos conceitos à implementação como estratégia nas organizações. Produção, v. 22, n. 1, p. 70-82, 2012. PECORA, V. Implantação de uma unidade demonstrativa de geração de energia elétrica a partir do biogás de tratamento do esgoto residencial da USP – Estudo de Caso. 2006. 152 p. Dissertação (Mestrado em Energia) – Universidade de São Paulo, 2006. POHLAND, F. G.; GOULD, J. P. Co-disposal of municipal refuse and industrial waste sludge in landfills. Water Science Technology, v. 18, n. 12, p. 177-192, 1986. PREFEITURA MUNICIPAL DE PAULÍNIA. Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Paulínia/SP. 2015. Disponível em: http://www.paulinia.sp.gov.br/downloads/pmgirs-paulinia.pdf. Acesso: 30 out. 2017. REYNOL, F. Consumo, descarte e riqueza. ComCiência – Revista Eletrônica de Jornalismo Científico, fev. 2008. Disponível em: http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?section=8&edicao=32&id=378. Acesso em: 27 out. 2017. SCHWADE, G. M. Geração de energia elétrica com uso do biogás proveniente do tratamento dos dejetos da suinocultura. 2006. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Ijuí, 2006. SILVA, D. H. Protocolos de Montreal e Kyoto: pontos em comum e diferenças fundamentais. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 52, n. 2, p. 155-172, 2009. SILVA, E. P.; CAVALIERO, C. K. N. Perspectivas para as fontes renováveis de energia no Brasil. Jornal da Unicamp, n. 204, p. 2, fev. 2003. Disponível em: https://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/fevereiro2003/ju204pg02.html. Acesso em: 12 maio. 2019. TIRLONI, D. Lixo urbano e energia. 2017. Disponível em: http://www.blogdotirloni.com.br/meio-ambiente/lixo-urbano-e-energia/. Acesso em: 20 out. 2018. TODA MATERIA. Aterro sanitário. 2016. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/aterro-sanitario/. Acesso em: 20 out. 2017. VANZIN, E. Procedimento para análise da viabilidade econômica do uso do biogás de aterros sanitários para geração de energia elétrica: aplicação no aterro Santa Tecla. 2006. 91 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia) –

Page 65: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE …sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2019/MEA... · 2019-08-07 · universidade de sÃo paulo escola de engenharia de

64

Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, 2006. VENTURA, A. C.; ANDRADE, J. C. S. O protocolo de Quioto e a inauguração de um novo mercado. In: CONGRESSO ACADÊMICO EM MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 2., 2006, Niterói/RJ. Anais... Niterói: UFF, 2006. VG RESÍDUOS. Como funciona o aterro sanitário? 2018. Disponível em https://www.vgresiduos.com.br/blog/como-funciona-o-aterro-sanitario/. Acesso em: 20 out. 2018.

VIEIRA, S. M. M.; SILVA, J. W. Emissões de metano no tratamento e na disposição de resíduos – relatórios de referência: primeiro inventário brasileiro de emissões antrópicas de gases de efeito estufa. Brasília: MCT, 2006. 86 p.