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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA SOPHIE ELERBROCK BORGES DE ABREU ADEQUAÇÃO À NOVA SISTEMÁTICA DA NORMA ISO14001:2015: ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GERDAU SUMMIT S.A. Lorena 2019

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

SOPHIE ELERBROCK BORGES DE ABREU

ADEQUAÇÃO À NOVA SISTEMÁTICA DA NORMA ISO14001:2015:

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GERDAU SUMMIT S.A.

Lorena

2019

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SOPHIE ELERBROCK BORGES DE ABREU

ADEQUAÇÃO À NOVA SISTEMÁTICA DA NORMA ISO14001:2015:

ESTUDO DE CASO NA EMPRESA GERDAU SUMMIT S.A.

Trabalho de conclusão de curso

apresentado à Escola de Engenharia de

Lorena - Universidade de São Paulo como

requisito para conclusão da Graduação do

curso de Engenharia Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo A. S. Martínez.

Lorena

2019

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RESUMO

ABREU, S. E. B. Adequação à nova sistemática da norma ISO 14001:15: Estudo

de caso na empresa Gerdau Summit S.A. 2019. 65 p. Monografia (Trabalho de

Graduação) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena,

2019.

Atualmente, os problemas ambientais têm despertado a consciência pública para o paradigma que envolve crescimento econômico e conservação ambiental. Atender às necessidades de produção e consumo da sociedade atual garantindo a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades é provavelmente o maior desafio da atualidade. Na busca pela sustentabilidade em seus processos, organizações adotaram diversas ferramentas para identificar, analisar e medir seus aspectos e impactos no meio ambiente. Dentre elas está a norma internacional ISO 14001 - uma metodologia para padronização da implementação de Sistemas de Gestão Ambiental amplamente empregada, que busca promover um maior controle e atendimento a preocupações ambientais em organizações por todo o mundo, e foi amplamente revisada no ano de 2015. Este trabalho apresenta como a empresa Gerdau Summit S.A. adequou seu sistema de gestão à nova sistemática da versão ISO 14001:2015 e também identifica os benefícios e limitações na implementação do conceito de perspectiva de ciclo de vida na construção de um Sistema de Gestão Ambiental. Para isto, descreveu-se a construção da planilha adaptada que inclui os aspectos e impactos ambientais decorrentes das etapas de ciclo de vida dos cilindros e peças produzidas pela empresa, e realizou-se um levantamento bibliográfico acerca da aplicação do conceito em demais casos na literatura. Concluiu-se que a planilha é uma ferramenta que atende efetivamente aos requisitos da nova versão da norma e que há diversos benefícios na adoção de uma perspectiva de ciclo de vida na implementação de um SGA.

Palavras-chave: Gestão ambiental. Ciclo de vida. Desenvolvimento

sustentável. Sustentabilidade. ISO 14001.

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ABSTRACT

ABREU, S. E. B. Adequacy of the new ISO 14001:15 methodology: Case study at

Gerdau Summit S.A. 2019. 65 p. Monograph (Final Course Assignment) –

Engineering School of Lorena, University of São Paulo, Lorena, 2019.

Nowadays, environmental problems have awakened public awareness to the paradigm that involves economic growth and environmental conservation. Meeting the needs of production and consumption in today's society and still ensure the ability of future generations to meet their own needs is probably the greatest challenge today. In the search for sustainability, organizations have adopted several tools to identify, analyze and measure their aspects and impacts on the environment. One of them is the international standard ISO 14001 - a widely used methodology for standardization of Environmental Management Systems implementation, which seeks to promote greater control and bring more attention to environmental concerns in organizations around the world, and was extensively revised in 2015.This paper presents how the company Gerdau Summit S.A. has adapted its management system to the new ISO 14001: 2015 version and also identifies the benefits and limitations in implementing the life cycle perspective concept in the construction of an Environmental Management System. For this, the construction of the adapted spreadsheet was described, which includes the environmental aspects and impacts resulting from the life cycle stages of the cylinders and parts produced by the company, and a bibliographic survey was conducted about the application of the concept in other cases in the literature. Finaly, it's possible to conclude that the spreadsheet is a tool that effectively meets the requirements of the new version of the standard and that there are several benefits to adopting a life cycle perspective in implementing an EMS.

Keywords: Environmental management. Life cycle. Sustainable development.

Sustainability. ISO 14001.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Gráfico da progressão na aquisição de certificados ISO14001 entre os

anos de 2007 a 2017. ................................................................................................ 14

Figura 2: Relação entre o ciclo PDCA e a estrutura da norma ISO14001. ................ 15

Figura 3: Mudanças chave adotadas na nova versão ISO14001:2015 e sua relação

com o conceito de perspectiva de ciclo de vida. ....................................................... 17

Figura 4: Representação gráfica do ciclo de vida de um produto manufaturado. ...... 23

Figura 5: Representação esquemática dos itens avaliados na perspectiva de ciclo de

vida. ........................................................................................................................... 26

Figura 6: Exemplo de perímetros de controle e influência em uma perspectiva de

ciclo de vida. .............................................................................................................. 28

Figura 7: Modelo de Planilha AIA. ............................................................................. 32

Figura 8: Estágios do ciclo de vida dos produtos da empresa Gerdau Summit S.A. . 47

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8

1.1. Justificativa ....................................................... Erro! Indicador não definido.

2. OBJETIVOS .................................................................................................... 12

2.1. Geral ............................................................................................................... 12

2.2. Específicos..................................................................................................... 12

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 13

3.1. Sustentabilidade E Desenvolvimento Sustentável ..................................... 13

3.2. A Norma ISO 14001 ....................................................................................... 14

3.3. Mudanças Adotadas Na Nova Versão ISO14001:2015 ............................... 16

3.3.1. Mudança chave 1: Considerando o contexto interno e externo ....................... 17

3.3.2. Mudança chave 2: Abordagem da liderança ................................................... 18

3.3.3. Mudança principal 3: Avaliação de riscos e oportunidades ............................. 18

3.3.4. Avaliando o desempenho além da conformidade ............................................ 19

3.4. Pontos Na Norma ISO 14001 Que Introduzem O Conceito De Ciclo De

Vida ..........................................................................................................................19

3.5. O Ciclo De Vida De Produtos E Serviços .................................................... 22

3.6. Abordagens Do Ciclo De Vida ...................................................................... 24

3.6.1. Análise de Ciclo de Vida versus Perspectiva de Ciclo de Vida........................ 25

3.7. Aplicação Da Perspectiva De Ciclo De Vida No SGA ................................. 27

4. METODOLOGIA ............................................................................................. 30

4.1. Pesquisa Bibliográfica .................................................................................. 30

4.2. Estudo De Caso ......................................................................................... 3030

5. OBJETO DE ESTUDO .................................................................................... 29

5.1.1. Identificação de aspectos e impactos ambientais............................................ 33

5.1.2. Classificação de aspectos ambientais ............................................................. 33

5.1.3. Índice de Conformidade de Aspectos Significativos ........................................ 34

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5.1.4. Avaliação de frequência ou probabilidade (f)................................................... 36

5.1.5. Avaliação de severidade (s) ............................................................................ 37

5.1.6. Significância dos Aspectos Ambientais ........................................................... 38

5.1.7. Ações de Controle ........................................................................................... 38

5.1.8. Avaliação de Conformidade Ambiental ............................................................ 39

5.1.9. Ação Proposta ................................................................................................. 39

6. RESULTADO E DISCUSSÃO ......................................................................... 40

6.1. Adaptação Da Planilha AIA ........................................................................... 40

6.1.1. Outras ações realizadas .................................................................................. 46

6.2. Avaliação Da Eficiência Do Modelo Adaptado ............................................ 49

6.3. Benefícios E Limitações Na Adoção Da Perspectiva De Ciclo De Vida No

SGA ..........................................................................................................................49

6.3.1. Benefícios ........................................................................................................ 49

6.3.2. Limitações ....................................................................................................... 51

7. CONCLUSÃO ................................................................................................. 53

8. APÊNDICE ...................................................................................................... 53

9. ANEXO 1 ......................................................................................................... 59

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60

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1. INTRODUÇÃO

A crescente demanda por produtos e serviços no mundo atual gera crescimento

econômico e ajuda a reduzir a pobreza e melhorar a qualidade de vida. No entanto,

isso implica também no aumento do consumo de recursos, no nível de emissão de

substâncias perigosas e na rápida alteração dos tipos de uso da terra, o que leva a

impactos negativos relacionados ao meio ambiente. (HAES; ROOIJEN, 2005)

Mudar o consumo insustentável e a forma de produção no mundo atual tem

sido um dos desafios primordiais para a sociedade desde a Rio 92. A Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento que aconteceu no Rio de

Janeiro em 1992 representou um divisor de águas no modo de pensar da comunidade

internacional sobre os assuntos consumo e produção. Como resultado desta

conferência, a Agenda 21 – documento que constitui um plano de ação formulado

internacionalmente para ser adotado em escala global, por organizações do sistema

das Nações Unidas, visando o desenvolvimento sustentável – afirma que o sucesso

dos esforços para erradicar a pobreza e gerir a base de recursos naturais para o

desenvolvimento econômico e social dependerá de mudanças fundamentais nos

padrões globais de consumo e produção. (WSSD..., 2019)

Desta forma, políticas de consumo e produção sustentáveis vem sendo criadas

com base no tripé da sustentabilidade, que considera as dimensões econômica,

ambiental e social. No entanto, embora o conceito de desenvolvimento sustentável

venha sido amplamente difundido nos últimos anos, vemos que os ganhos na

eficiência da produção estão sendo superados pelo aumento geral na demanda por

produtos e serviços - o chamado "efeito rebote". Isto significa que o conceito de

sustentabilidade divulgado ainda não assimila uma abordagem de ciclo de vida que

integre tanto o consumo de recursos quanto a produção e geração de resíduos.

(WSSD..., 2019)

Portanto, no 1º Fórum Ministerial Ambiental Global em 2000, o conceito de

economia do ciclo de vida foi proposto em uma perspectiva viável para abordar essa

questão. Mais de 100 Ministros do Meio Ambiente afirmaram: "Temos à nossa

disposição recursos humanos e materiais para alcançar o desenvolvimento

sustentável, não como um conceito abstrato, mas como uma realidade concreta".

(MALMÖ..., 2000) Além disso, declaram que nossos esforços "devem estar ligados ao

desenvolvimento por meio da economia de ciclo de vida" (MALMÖ..., 2000), onde uma

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sociedade enxergue a produção, o uso e o descarte de um produto como um ciclo

abrangente, cobrindo todos os processos necessários: extração, processamento,

transporte e distribuição, uso, reutilização e manutenção, reciclagem e disposição

final. De acordo com a World Summit on Sustainable Development, a abordagem do

ciclo de vida irá desempenhar um papel essencial no caminho para o consumo e

produção sustentáveis. (WORLD..., 2003)

Em uma economia de ciclo de vida, todas as decisões são tomadas com base

em uma análise das consequências sobre ciclo de vida total, fundamentando-se nas

três dimensões da sustentabilidade. Neste modelo econômico, uma empresa que

deseja projetar um novo produto deverá analisar as consequências de sua proposta

em uma ampla gama de questões, incluindo os impactos sobre o meio ambiente, os

custos financeiros, os benefícios para a economia, demandas da comunidade local, e

assim por diante, de forma que o produto a ser implementado será aquele cuja

proposta de produção apresentar um bom equilíbrio entre seus efeitos positivos e

negativos em todos os estágios de ciclo de vida. (HAES; ROOIJEN, 2005)

Neste contexto, a ISO 14001, norma internacional para implementação de

Sistemas de Gestão Ambiental, foi amplamente alterada em 2015, introduzindo

grandes mudanças e um alinhamento mais próximo com as abordagens de ciclo de

vida. O padrão, que tem aceitação mundial, é baseado no conceito de que um melhor

desempenho ambiental pode ser alcançado quando os aspectos ambientais são

sistematicamente identificados e gerenciados, provocando uma contribuição

importante para a sustentabilidade através da prevenção da poluição, melhoria do

desempenho ambiental e cumprimento das leis aplicáveis. (FONSECA, 2015)

Até a última revisão da norma, a ISO 14001 consistia principalmente em uma

ferramenta de conformidade e um sistema de documentação sem indicadores de

desempenho ambiental, motivo pela qual foi muitas vezes vista como um fardo

administrativo e não como um motor de inovação. (BOUCHER et al., 2017) Uma das

principais mudanças da sua nova versão é incorporação do conceito de perspectiva

do ciclo de vida, requerendo das organizações que controlem ou influenciem o modo

como seus produtos e serviços são projetados, fabricados, distribuídos, consumidos

e tratados no final de sua vida, de forma a evitar que os impactos ambientais sejam

transferidos dentro do ciclo de vida. Isto abre caminho para conquistas ambientais

adicionais.

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As organizações tiveram um período de transição de três anos após a revisão

de 2015 ser publicada para garantir a compatibilidade do seu Sistema de Gestão

Ambiental com a nova edição do padrão. Nesta conjuntura, este trabalho irá

apresentar as modificações realizadas no Sistema de Gestão Integrado da empresa

Gerdau Summit S.A. no ano de 2018 para adequação à nova sistemática da norma,

incluindo a perspectiva de ciclo de vida no seu escopo e na definição de aspectos e

impactos ambientais.

1.1. Justificativa

Atualmente, os problemas ambientais têm despertado a consciência pública

para o paradigma que envolve crescimento econômico e conservação ambiental.

(CHANG; LEE; CHEN, 2014) A sustentabilidade é um conceito cada vez mais

importante para as organizações, pois a atenção das partes interessadas em

fenômenos ecológicos, como poluição, mudança climática, segurança alimentar e

recursos de ponta, continua a crescer. (LOCKREY, 2015)

Com o desdobramento do século XXI, o esgotamento de recursos pode ser

uma realidade eminente se os países em desenvolvimento começarem a consumir na

mesma proporção que os mais desenvolvidos atualmente e, como tais colocar mais

pressão sobre a ecologia da Terra. (LOCKREY, 2015) O crescimento populacional

leva ao aumento da demanda por necessidades humanas básicas, como água e

abrigo, que terão que ser atendidas; mas, infelizmente, a capacidade do nosso planeta

é limitada. Atender a essas necessidades preservando um ambiente saudável, é,

portanto, provavelmente o maior desafio para a sociedade atual. (MATUŠTÍK; KOČÍ,

2019)

Para atingir o objetivo da sociedade sustentável de forma eficiente, é crucial

identificar pontos de acesso para uma possível redução de impactos. Embora várias

ferramentas agora existam, como a pegada ecológica, elas geralmente têm uma

perspectiva estreita, calculando o impacto apenas em um único ponto, considerando

o problema ambiental de forma isolada. (MATUŠTÍK; KOČÍ, 2019)

O pensamento com o viés do ciclo de vida vem, então, ganhando

continuamente aceitação nas avaliações ambientais de produtos e serviços industriais

como resposta à crescente conscientização da sociedade sobre os impactos de longo

prazo. (CHATZINIKOLAOU; VENTIKOS, 2015)

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Pelas palavras de Klaus Toepfer, diretor executivo do PNUMA (BOUCHER et

al., 2017):

Os consumidores estão cada vez mais interessados no mundo por trás do produto que compram. O pensamento sobre o ciclo de vida implica que todos em toda a cadeia do ciclo de vida de um produto, do berço ao túmulo, tenham uma responsabilidade e um papel a desempenhar, levando em consideração todos os efeitos externos relevantes. Os impactos de todos os estágios do ciclo de vida precisam ser considerados de forma abrangente ao tomar decisões informadas sobre padrões de produção e consumo, políticas e estratégias de gerenciamento.

Percebe-se, então, uma tendência mundial na apropriação por parte de

indústrias, governos e organizações, da responsabilidade sobre seus impactos no

meio ambiente, não só durante suas atividades, mas através de toda a sua

abrangência.

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Apresentar como a empresa Gerdau Summit Aços Fundidos e Forjados S.A.

adequou seu Sistema de Gestão à nova sistemática da versão ISO 14001:2015

considerando, para isto, uma perspectiva de ciclo de vida na avaliação de aspectos e

impactos ambientais.

2.2. Específicos

• Apresentar a planilha de Aspectos e Impactos Ambientais adaptada para

adequação ao requisito 6.1 da norma;

• Explicitar a eficiência da planilha criada para adequação à nova versão da

norma;

• Identificar benefícios e limitações na implementação da perspectiva de ciclo

de vida na construção de um Sistema de Gestão Ambiental.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Sustentabilidade E Desenvolvimento Sustentável

Nos últimos 30 anos, os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento

sustentável adquiriram grande importância, devido a crescente preocupação com as

condições ambientais do planeta. (MARINI; PASSONI; BELLERI, 2018)

A sustentabilidade é reconhecida como um conceito essencial para a

sobrevivência das organizações modernas no mundo competitivo, fazendo com que

estas adotem práticas projetadas para manter a segurança do meio ambiente e

minimizem a utilização de energia e recursos naturais, tentando maximizar a eficiência

dos processos para uma produção ambientalmente sustentável. (VINODH; RATHOD,

2010)

A abordagem do tripé da sustentabilidade, cuja definição é frequentemente

aplicada, integra os aspectos econômicos, sociais e ecológicos do desenvolvimento

sustentável, e tem ganhado destaque nas empresas, especialmente no que diz

respeito a produtos sustentáveis. (GMELIN ; SEURING, 2014)

Já o conceito de desenvolvimento sustentável mais conhecido é aquele

presente no Relatório de Brundtland – “Nosso Futuro Comum”, e o descreve como “o

desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a

capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”

(WORLD..., 2003). Em uma organização, isso implica na busca simultânea por

desenvolvimento econômico lucrativo, progresso social e respeito ao meio ambiente,

criando valor para acionistas, clientes, trabalhadores e a sociedade em geral.

A aplicação destes conceitos em uma organização demanda uma abordagem

multidisciplinar e sistêmica, uma vez que a natureza global das questões requer que

agentes econômicos, governos, organizações públicas e privadas e cidadãos sejam

atores nesse processo. (FONSECA, 2015)

De acordo com a ISO 14001: 2015, alcançar um equilíbrio entre os subsistemas

ambiental, social e econômico dentro do sistema global é considerado essencial para

atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações

futuras de atender suas necessidades. Isso levou as organizações a adotarem uma

abordagem sistemática à Gestão Ambiental, implementando sistemas de gestão

ambiental com o objetivo de contribuir para o "pilar ambiental" da sustentabilidade e,

finalmente, para um melhor desempenho organizacional. (FONSECA, 2015)

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3.2. A Norma ISO 14001

Lançada pela primeira vez em 1996, a ISO 14001 é o padrão mais difundido

para sistemas de gerenciamento ambiental em todo o mundo. (BOUCHER et al.,

2017) Esta norma propõe o estabelecimento de padrões para a construção de um

sistema de gestão ambiental e é aplicável a qualquer organização,

independentemente do tipo, tamanho e natureza.

De acordo com a Pesquisa ISO 2017 (CHARLET, 2017) até o final de dezembro

de 2017, pelo menos 358.953 certificados ISO 14001 foram emitidos em 181 países,

representando crescimento de 12% no número de certificados (+12.806) em relação

ao ano anterior. Embora a certificação não seja obrigatória em muitas situações, o

número de SGAs com certificação ISO 14001 disponível através da pesquisa ISO

2017 pode ser um bom parâmetro para avaliar a disseminação desta norma

internacional. (FONSECA, 2015)

Figura 1: Gráfico da progressão na aquisição de certificados ISO14001 entre

os anos de 2007 a 2017.

Fonte: Adaptado de ISO Survey 2017. Disponível em: https://www.iso.org/the-iso-

survey.html

De acordo com a norma, o objetivo de um sistema de gestão ambiental é:

Prover às organizações uma estrutura para a proteção do meio ambiente e possibilitar uma resposta às mudanças das condições ambientais em equilíbrio com as necessidades socioeconômicas. (ABNT ISO 14001, 2015)

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A norma exige que as próprias empresas definam sua política e objetivos

ambientais de acordo com o contexto em que estão inseridas. A identificação de

aspectos ambientais e a conformidade com a lei são itens considerados importantes

e exigem mais esforço. (FONSECA, 2015) Com o estabelecimento do SGA segundo

a norma, as organizações são capazes de identificar, gerenciar, monitorar e controlar

problemas ambientais de uma maneira holística (ABNT ISO 14001, 2015). Para isto,

a organização deve considerar todas as questões ambientais relevantes para suas

operações. (SUSANTO; MULYONO, 2017)

O núcleo do SGA proposto pela norma ISO é o círculo de melhoria contínua,

chamado também de círculo “Plan-Do-Check-Act” (PDCA) (Figura 1). O círculo PCDA

é um processo iterativo, cujos elementos cruciais estão desenvolvendo uma política e

um planejamento ambiental e implementando-os. Subsequentemente, o sistema é

verificado para garantir que está funcionando conforme planejado e, se necessário,

ações corretivas são introduzidas. Por fim, a liderança deve rever o sistema em

intervalos planejados. O SGA também inclui a necessidade de melhoria contínua dos

sistemas de uma organização. (SUSANTO; MULYONO, 2017)

Figura 2: Relação entre o ciclo PDCA e a estrutura da norma ISO14001.

Fonte: ABNT ISO 14001, 2015.

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Ao longo dos anos, grandes benefícios vêm sido percebidos decorrentes da

aplicação da norma ISO14001 nas empresas, como a melhoria das relações com as

partes interessadas e as vantagens de marketing. (FONSECA, 2015) Alguns também

relatam reduções de custo (por exemplo, menos consumos, menos emissões e

resíduos) melhores resultados ambientais e melhorias organizacionais. (FONSECA,

2015)

3.3. Mudanças Adotadas Na Nova Versão ISO14001:2015

A norma ISO 14001 foi amplamente alterada em 2015, e sua nova versão

sugere um alinhamento mais próximo dos sistemas tradicionais de gestão ambiental

com as abordagens de pegada ecológica adotadas por muitas corporações nos

últimos anos para avaliar o desempenho ambiental de produtos e empresas. Contexto,

riscos e oportunidades, desempenho e liderança são os quatro novos conceitos-chave

que permitem a ponte entre os sistemas de gestão e os desempenhos das empresas,

com base numa perspectiva alargada do ciclo de vida. (BOUCHER et al., 2017)

Outra grande mudança da versão ISO 14001:2004 para a ISO 14001: 2015 é

que esta traz o gerenciamento ambiental e a melhoria contínua nos valores centrais

de uma organização; portanto, o padrão do novo sistema de gerenciamento é uma

oportunidade para a organização ajustar sua direção estratégica na melhoria do

desempenho ambiental. (SUSANTO; MULYONO, 2017)

No entanto, a maior alteração conceitual realizada pela norma está na inclusão

da perspectiva do ciclo de vida como ideia central do novo padrão. Enquanto a versão

anterior estava focada exclusivamente na empresa dentro de seus limites físicos

(geográficos), a nova versão da norma amplia o escopo para incluir toda a cadeia de

ciclo de vida (de fornecedores a clientes, incluindo qualquer outra parte interessada

ao longo do caminho). (BOUCHER et al., 2017)

Juntamente com uma abordagem de ciclo de vida, os quatro conceitos-chave,

que serão detalhados a seguir, fazem do padrão uma ferramenta muito mais poderosa

e incentivam a incorporação mais forte da ISO 14001 no núcleo empresarial.

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Figura 3: Mudanças chave adotadas na nova versão ISO14001:2015 e sua relação com o conceito de perspectiva de ciclo de vida.

Fonte: Adaptado de BOUCHER et al., 2017.

3.3.1. Mudança chave 1: Considerando o contexto interno e externo

Realizou-se, na última revisão, a introdução da noção de contexto interno e

externo, ampliando o escopo da organização para uma perspectiva mais abrangente

do que a própria instalação da empresa e buscando adotar uma abordagem de

pensamento de ciclo de vida em toda a cadeia de valor. (BOUCHER et al., 2017) A

exigência de que as partes interessadas que afetam ou possam ser afetadas pela

empresa sejam identificadas obriga a organização a adotar uma abordagem baseada

no ciclo de vida, analisando toda a cadeia em que está inserida e refutando o conceito

dos limites geográficos das empresas ou locais industriais.

Ao introduzir o conceito de questões externas e necessidades de partes

interessadas, a nova versão enfatiza fortemente a noção de sustentabilidade e

perspectiva do ciclo de vida. Essa nova dimensão exige que a organização analise

não apenas seus desafios internos, mas também seus desafios externos, expectativas

das partes interessadas e questões ambientais sobre as quais a organização exerce

influência, não apenas na empresa, mas também fora dos limites formais, ou seja, ao

longo do ciclo de vida de seus produtos.

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3.3.2. Mudança chave 2: Abordagem da liderança

Através de um maior alinhamento com as principais prioridades do negócio, o

padrão integra o conceito de liderança, solicitando um forte envolvimento e

compromisso estratégico da alta administração e uma comunicação adequada.

(BOUCHER et al., 2017) Em outras palavras, a alta administração precisa fornecer

liderança e evidenciar o compromisso com o sistema de gestão ambiental. Pela

primeira vez, a alta gerência será responsável pela eficácia do sistema de gestão, ao

invés do setor responsável por Meio Ambiente na empresa, colocando o SGA

diretamente no nível estratégico do negócio.

3.3.3. Mudança principal 3: Avaliação de riscos e oportunidades

A versão de 2015 propõe uma abordagem nova e sistemática de risco e

oportunidade. Empresas que buscam a certificação ambiental da ISO têm agora que

avaliar riscos e oportunidades resultantes não apenas do cumprimento de suas

obrigações de conformidade, mas também do seu desempenho ambiental, imagem

da empresa e competitividade. Isto inclui a consideração dos aspectos ambientais das

atividades, produtos e serviços que uma organização pode controlar ou influenciar.

Esse novo requisito claramente eleva a prioridade do gerenciamento ambiental para

um nível mais alto. (BOUCHER et al., 2017)

Os riscos e oportunidades representam um método usual para questões

estratégicas, financeiras ou de qualidade, mas são menos comuns na gestão

ambiental. (BOUCHER et al., 2017) Transpondo a linguagem de negócios para

aspectos ambientais, esse novo requisito coloca a gestão ambiental em pé de

igualdade com outros direcionadores estratégicos dentro de uma organização.

(BOUCHER et al., 2017)

A organização deve agora provar que determinou, considerou e, quando

necessário, abordou quaisquer riscos e oportunidades (item 3.2.11) que podem afetar

a capacidade de seu SGA entregar os resultados pretendidos.

O padrão de sistema de gestão ambiental ISO 14001: 2015 não requer um

método de avaliação de risco, incluindo se deve ser um método qualitativo ou

quantitativo; mas o que precisa ser definido é um método apropriado ao nível de

complexidade da própria atividade da organização. (SUSANTO; MULYONO, 2017)

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3.3.4. Avaliando o desempenho além da conformidade

Como o novo padrão vai além da conformidade, enfatizando a noção de

desempenho, as organizações precisam fornecer resultados e evidências de melhoria

contínua e foco em resultados. Não é mais suficiente adotar uma postura defensiva

em relação à poluição; as organizações precisam demonstrar uma gestão ambiental

proativa. (BOUCHER et al., 2017)

Desta forma, o desempenho ambiental é um novo resultado exigido do SGA na

versão 2015 da ISO 14001. Isso representa uma mudança de postura, anteriormente

orientada a conformidade e prevenção de poluição, para uma postura orientada a

resultados que promovem a melhoria contínua não só do SGA em si, mas também do

desempenho ambiental interno e externo. Deve-se demonstrar resultados precisos

sobre a melhoria do desempenho ambiental, em vez de uma declaração vaga sobre

a proteção ambiental. (BOUCHER et al., 2017)

Além de definir indicadores, a avaliação de desempenho exige que a

organização demonstre se os resultados medidos atendem às expectativas

estabelecidas nos objetivos. Também faz parte da avaliação a análise crítica de não-

conformidades, resultados de monitoramento e medição, conformidade com os

resultados da auditoria e atendimento a obrigações legais ou de partes interessadas.

Todas estas mudanças estão de alguma forma relacionadas com a introdução

de uma visão mais ampla do posicionamento da organização dentro da cadeia de

valor, e buscam impedir que impactos ambientais sejam deslocados

involuntariamente para demais estágios do ciclo de vida de produtos e serviços.

3.4. Pontos Na Norma ISO 14001 Que Introduzem O Conceito De Ciclo De

Vida

Logo no início da norma, no item 1- Escopo, a orientação para a adoção de

uma visão integradora da cadeia de ciclo de vida pela organização é explicitada:

Esta Norma é aplicável a qualquer organização, independentemente do seu tamanho, tipo e natureza, e aplica-se aos aspectos ambientais das suas atividades, produtos e serviços que a organização determina poder controlar ou influenciar, considerando uma perspectiva de ciclo de vida. (ABNT ISO 14001, 2015)

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O escopo do sistema de gestão ambiental representa os limites físicos e

organizacionais estabelecidos para aplicação do sistema de gestão ambiental e deve

ser definido pela própria organização. De acordo com a ISO 14001:2015 (A.4.3

Determinando o escopo do sistema de gestão ambiental), a credibilidade do sistema

de gestão ambiental depende da escolha destes limites.

O conceito apresentado pela norma é de que nenhuma organização existe no

vácuo – todos os elementos fazem parte de uma complexa rede de compras, vendas

e trocas, e em cada ponto transacional há uma oportunidade para tomar uma decisão

que favoreça a minimização de impactos negativos ou a promoção de impactos

ambientais positivos. (BISWAS, 2016)

Até a versão de 2004, a maioria das organizações analisou somente aquilo que

está em seu controle direto, realizando uma abordagem que se concentra nos limites

físicos de um local operacional, o que implicou muitas vezes na delimitação de um

perímetro específico. Porém, com a versão 2015, a orientação é concatenar o escopo

do SGA ao número de estágios no ciclo de vida dos produtos ou serviços oferecidos.

Outro requisito que se refere à perspectiva do ciclo de vida na norma é o item

6.1.2 - Aspectos ambientais, no qual são feitas orientações para determinação de

aspectos e impactos ambientais pela organização.

Dentro do escopo definido no sistema de gestão ambiental, a organização deve determinar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços os quais ela possa controlar e aqueles que ela possa influenciar, e seus impactos ambientais associados, considerando uma perspectiva de ciclo de vida. (ABNT ISO 14001, 2015)

A identificação de aspectos e impactos ambientais é um dos processos iniciais

na implantação de um sistema gestão ambiental. Ao implementar o SGA conforme a

nova versão da ISO14001:2015, as organizações devem identificar os aspectos

ambientais que podem ser controlados e influenciados, e determinar aqueles que têm

um impacto significativo no meio ambiente, avaliando não apenas as atividades

operacionais, que representam normalmente a maior fonte de impactos ambientais,

mas também o restante da cadeia de valor de seus produtos e serviços.

De acordo com a norma, o aspecto ambiental é um elemento das atividades de

uma organização ou produtos ou serviços que interagem ou podem interagir com o

meio ambiente, enquanto o impacto é o resultado provocado pelo aspecto. Ao

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determinar os aspectos ambientais, as organizações devem levar em consideração:

(RYBACZEWSKA-BŁAŻEJOWSKA, 2017)

- Mudanças, incluindo planejamentos ou novos desenvolvimentos e

atividades;

- Produtos e serviços novos ou modificados;

- Condições anormais e situações de emergência razoavelmente previsíveis.

Considerando os requisitos da norma ISO 14001: 2015, o processo de

determinação dos aspectos e impactos ambientais pode ser dividido em quatro etapas

principais (RYBACZEWSKA-BŁAŻEJOWSKA, 2017), incluindo:

- Identificação de atividades, produtos e serviços abrangidos pelo SGA;

- Reconhecimento de aspectos ambientais relacionados a eles;

- Identificação de impactos ambientais, adversos ou benéficos, resultantes

dos aspectos ambientais determinados; e

- Avaliação dos aspectos ambientais, a fim de determinar aqueles que são

significativos.

O resultado da identificação é uma lista de aspectos e impactos ambientais que

cobrem integralmente os aspectos ambientais, em condições normais, anormais e de

emergência, bem como todos os componentes explicitados por parte da atividade

produtiva. Pode-se dizer que o sucesso de um sistema de gestão ambiental depende

muito de um bom entendimento dos aspectos e impactos ambientais. (SUSANTO;

MULYONO, 2017)

O próximo ponto da norma que evidencia a adoção da perspectiva de ciclo de

vida no emprego do sistema de gestão ambiental é o item 8.1 - Planejamento e

controle operacionais. Este tópico apresenta requisitos para planejamento e controle

operacional dos processos necessários para atendimento aos requisitos do SGA. Para

a nova versão da norma, estas ações devem ser consistentes com a perspectiva do

ciclo de vida dos produtos e serviços, prevendo o controle ou a influência em relação

aos processos terceirizados. (FIESP; CIESP, 2015) Desta forma, segundo a ISO

14001:2015 a organização deve:

a) estabelecer controles apropriados para garantir que seus requisitos

ambientais sejam abordados no processo de projeto e desenvolvimento do

produto ou serviço, considerando cada estágio de seu ciclo de vida;

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b) determinar sua (s) exigência (s) ambiental (is) para a aquisição de produtos e

serviços, conforme apropriado;

c) comunicar sua (s) exigência (s) ambiental (is) relevante (s) a provedores

externos, inclusive contratados;

d) considerar a necessidade de fornecer informações sobre potenciais impactos

ambientais significativos associados ao transporte ou entrega, uso, tratamento

de fim de vida e disposição final de seus produtos e serviços.

A gestão das mudanças planejadas ou não intencionais também é endereçada

a este requisito, de forma a garantir que a organização antecipe ações de mitigação a

possíveis efeitos adversos, se necessário, não prejudicando a conquista dos

resultados inicialmente pretendidos pelo SGA. (FIESP; CIESP, 2015)

3.5. O Ciclo De Vida De Produtos E Serviços

Analogicamente aos organismos vivos que se originam, reproduzem e,

eventualmente, morrem, os produtos também possuem um ciclo de vida: são

produzidos a partir de matérias-primas, utilizados pelos consumidores e,

eventualmente, eliminados. (HAES; ROOIJEN, 2005) Podemos definir o conceito de

ciclo de vida no contexto organizacional como sendo "estágios consecutivos e

interligados de um sistema de produto (ou serviço), desde a aquisição de matéria-

prima ou a geração de recursos naturais até a disposição final”. (LIFE..., 2016)

O conceito de ciclo de vida de produtos originou-se nos anos 1960/70 com a

intenção de fornecer uma forma de gerenciamento prática no planejamento de

produtos (GMELIN ; SEURING, 2014). Originalmente, o ciclo de vida do produto

consistia em quatro estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Uma

fase de desenvolvimento/design foi adicionada como o primeiro estágio mais tarde.

(GMELIN ; SEURING, 2014) Em suma, o número de etapas em um ciclo de vida pode

variar de acordo com a atividade, produto ou serviço (LIFE..., 2016), porém a divisão

em seis estágios é mais frequentemente utilizada; são estes (HAES; ROOIJEN, 2005):

1) Design do produto;

2) Extração e processamento de matérias-primas;

3) Fabricação do produto;

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4) Embalagem e distribuição ao consumidor;

5) Uso e manutenção do produto;

6) Gerenciamento de fim de vida: reutilização, reciclagem e descarte.

Uma visão ilustrativa dos estágios de tais ciclos de vida está na Figura 3.

Representado por um caminho linear, primeiro ocorre a extração de recursos do solo,

como minérios ou petróleo; em seguida, estes são processados, transformados ou

combinados para fabricar matérias-primas base, como metais, plásticos ou

combustíveis. Estes materiais são, então, combinados para fabricar um bem de

consumo como, por exemplo, um automóvel. O produto final é enviado (embora não

mostre no esquema) por algum meio de transporte para armazéns ou lojas para que

sejam comprados e usados por outros fabricantes ou consumidores. Durante a fase

de uso de um produto, pode haver o uso de energia adicional ou outros recursos

(como, por exemplo, água). Quando o produto não é mais necessário, ele entra em

seu "fim de vida", fazendo-se necessário o gerenciamento de sua disposição,

possivelmente tratando-o como resíduo. (HAES; ROOIJEN, 2005)

Figura 4: Representação gráfica do ciclo de vida de um produto manufaturado.

Fonte: Adaptado de (HAES; ROOIJEN, 2005).

Uma perspectiva de ciclo de vida considera os aspectos ambientais das

atividades, produtos e serviços de uma organização desde a obtenção do necessário

para sua fabricação, fabricá-lo, usá-lo e depois decidir o que fazer com ele, uma vez

que este chega ao final do uso. Além disso, em cada estágio de seu ciclo de vida, os

produtos interagem com outros sistemas, gerando impactos. Os ciclos de vida são,

portanto, chamados de ciclos abertos. (HAES; ROOIJEN, 2005).

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Voltando aos ciclos de vida naturais descritos anteriormente, dizemos que, em

um processo linear, o produto vai do nascimento à morte. Como tal, esse tipo de visão

é frequentemente chamada de "do berço ao túmulo" (MATTHEWS; HENDRICKSON;

MATTHEWS, 2015), onde o berço representa o local de nascimento do produto e o

túmulo representa o que acontece no fim de seu uso. No entanto, teorias mais

modernas discutem a visão “do berço ao berço”, onde componentes do produto

podem ser projetados para a recuperação contínua e reutilização como nutrientes

biológicos e técnicos dentro do seu ciclo de vida, eliminando o conceito de resíduo.

(ECONOMIA..., 2017)

Ao longo de um ciclo de vida, produtos, materiais e energia podem mudar de

forma, mas não desaparecerão. (MATTHEWS; HENDRICKSON; MATTHEWS, 2015)

Algumas alternativas para o prolongamento do ciclo de vida de um produto são,

conforme ilustradas na Figura 3, a reutilização, a remanufatura e a reciclagem. A

reutilização leva o produto como está (ou com muita pouca modificação) de volta à

fase de uso. Na remanufatura, o produto retorna ao estágio de fabricação, o que pode

significar a desmontagem parcial do produto inicial para depois remontá-lo em um

novo produto final a ser entregue. Por fim, a reciclagem envolve levar o produto de

volta à fase de processamento de matéria-prima, para, então, ser transformado em

qualquer outro produto. (MATTHEWS; HENDRICKSON; MATTHEWS, 2015)

Adotar o pensamento de ciclo de vida permite que as empresas se concentrem

no que realmente importa: fazer escolhas a longo prazo, melhorar sistemas inteiros e

se beneficiar de métricas poderosas de comunicação e educação. (BOUCHER et al.,

2017)

3.6. Abordagens Do Ciclo De Vida

Conforme definido pelo United Nations Environment Programme (UNEP) -

Society of Environmental Toxicology and Chemistry (SETAC), uma abordagem de

ciclo de vida identifica oportunidades e riscos de um produto ou tecnologia, desde a

matéria-prima até o descarte. (BOUCHER et al., 2017) Para fazer isso, há um ciclo

contínuo de abordagens do ciclo de vida, que podem ser classificadas em abordagens

analíticas (quantitativas) e práticas (qualitativas).

Abordagens analíticas são usadas para avaliar os efeitos de decisões

planejadas de uma maneira cientificamente sólida. (HAES; ROOIJEN, 2005) Essas

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abordagens incluem ferramentas analíticas, como a Avaliação do Ciclo de Vida, listas

de verificação que consistem em critérios de aprovação e reprovação, entre outras

técnicas.

Já as abordagens práticas destinam-se a traduzir a teoria e as lições

aprendidas do uso de ferramentas analíticas para a prática. Exemplos de abordagens

práticas são encontrados em políticas governamentais, programas corporativos,

instrumentos de políticas e outras ferramentas processuais, como procedimentos e

guias que ajudam a motivar e implementar decisões ambientais.

3.6.1. Análise de Ciclo de Vida versus Perspectiva de Ciclo de Vida

A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma ferramenta que permite avaliar e

quantificar os impactos ambientais ao longo do seu ciclo de vida de um produto ou

processo. Seu objetivo é relacionar a carga ambiental à unidade funcional do produto

para avaliar as melhorias tecnológicas para reduzir o uso de recursos e os impactos

ambientais nos seres humanos e no ecossistema.

A ACV é, portanto, uma abordagem analítica do ciclo de vida, consistindo-se

de um sistema que gera informações sobre os impactos ambientais e demandas de

recursos de um produto durante a sua existência. A utilização desta metodologia vem

sendo impulsionada pela necessidade de melhores métodos para comparação de

produtos durante a crise de energia e problemas de descarte de resíduos sólidos. No

final dos anos 80, foi reconhecida como uma ferramenta potencialmente útil para

análise e melhoria de produtos. (LUNDQUIST et al., 2000) Agora, está assumindo um

papel dominante como suporte para a tomada de decisão em vários setores, desde a

indústria até autoridades públicas, organizações de consumidores, companhias de

seguros e até mesmo bancos.

Segundo a norma ISO 14040, padrão que especifica a estrutura geral,

princípios e requisitos para conduzir e relatar estudos de avaliação do ciclo de vida,

a ACV é uma técnica para avaliar aspectos ambientais e impactos potenciais

associados a um produto mediante:

- a compilação de um inventário de entradas e saídas pertinentes de um

sistema de produto;

- a avaliação dos impactos ambientais potenciais associados a essas

entradas e saídas;

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- a interpretação dos resultados das fases de análise de inventário e de

avaliação de impactos em relação aos objetivos dos estudos. (ABNT ISO

14040, 2009)

Enquanto isso, uma perspectiva de ciclo de vida apresenta-se como uma

abordagem qualitativa do ciclo de vida. Ter uma perspectiva implica ver algo de um

ponto singular. Portanto, ter uma perspectiva em um ciclo de vida significa visualizar

todo o ciclo de vida a partir da posição que uma organização se encontra no ciclo e

capturar as propriedades exclusivas dessa visão. (BISWAS, 2016)

Isto é, a perspectiva é uma visão do processo que considera os aspectos

ambientais das atividades, produtos e serviços de uma organização durante todos os

estágios de ciclo de vida, como aquisição de matérias-primas, projeto, produção,

transporte, uso, tratamento de fim de vida e disposição final.

De acordo com a ISO 14001: 2015, a perspectiva do ciclo de vida é:

Uma abordagem sistemática da gestão ambiental que pode fornecer à alta gerência informações para construir o sucesso a longo prazo e criar opções para contribuir para o desenvolvimento sustentável controlando ou influenciar a forma como os produtos e serviços da organização são projetados, fabricados, distribuídos, consumidos e descartados usando uma perspectiva de ciclo de vida que pode evitar que impactos ambientais sejam deslocados involuntariamente em outro lugar dentro do ciclo de vida. (BISWAS, 2016)

Figura 5: Representação esquemática dos itens avaliados na perspectiva de ciclo de vida.

Fonte: Adaptado de (LIFE..., 2016).

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Diferentemente da Avaliação de Ciclo de Vida, a perspectiva de ciclo de vida

não é uma ferramenta, mas sim um princípio orientativo para identificação dos

impactos ambientais ao longo da cadeia produtiva, não havendo uma metodologia

específica a ser seguida.

3.7. Aplicação Da Perspectiva De Ciclo De Vida No Sga

Inicialmente, é importante esclarecer que uma Avaliação de Ciclo de Vida,

especificamente, não é um requisito para atendimento da norma ISO 14001 na sua

nova versão. Como podemos encontrar claramente indicado no item A.6.1.2 -

Aspectos ambientais, Anexo A do padrão (ABNT ISO 14001, 2015):

Quando são determinados os aspectos ambientais, a organização considera a perspectiva de ciclo de vida. Isto não requer uma avaliação detalhada do ciclo de vida; o pensamento cuidadoso sobre os estágios do ciclo de vida que podem ser controlados ou influenciados pela organização é suficiente.

Também não é recomendado nenhum método específico para determinar os

aspectos ambientais considerando a perspectiva do ciclo de vida; no entanto, a norma

obriga as organizações a levarem em conta as entradas e saídas associadas às suas

atividades, produtos e serviços passados e atuais que sejam relevantes; atividades,

produtos e serviços já planejados, em desenvolvimento, novos ou modificados.

Ademais, a organização deve considerar os impactos na atmosfera, água, solo,

decorrentes do uso de matérias-primas e recursos naturais, da geração de resíduos e

subprodutos, uso de energia, energia emitida e uso de espaço correspondentes aos

seus aspectos ambientais. (RYBACZEWSKA-BŁAŻEJOWSKA, 2017)

O acima mencionado é possível graças a cooperação de rede entre

organizações, incluindo fornecedores, fabricantes, intermediários, provedores de

serviços terceirizados e clientes. (RYBACZEWSKA-BŁAŻEJOWSKA, 2017)

Além disso, a organização precisa avaliar sua capacidade de controlar ou

influenciar os aspectos e impactos identificados. A possibilidade de controle ou

influência vai depender de fatores como quão longe (para cima ou para baixo a cadeia

de suprimentos) está o aspecto em relação ao estágio que se encontra a organização

ou como uma alteração de design afetará o desempenho ou o custo do seu produto.

(SMITH, 2016)

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Figura 6: Exemplo de perímetros de controle e influência em uma perspectiva de ciclo de vida.

Fonte: Adaptado de (BOUCHER et al., 2017).

Sobre as etapas do ciclo de vida de um produto ou serviço, a norma sugere

que os estágios a serem considerados no levantamento de aspectos e impactos

ambientais incluam a “aquisição de matéria-prima, projeto do produto, produção,

transporte/entrega, uso, tratamento pós-uso e disposição final” (ISO), mas também

deixa esta definição em aberto, afirmando que os estágios do ciclo de vida variam

dependendo da atividade, produto ou serviço.

Segundo (RYBACZEWSKA-BŁAŻEJOWSKA, 2017), para aplicar a perspectiva

do ciclo de vida aos produtos e serviços, as organizações devem considerar várias

questões, incluindo:

- O ciclo de vida do produto ou serviço;

- O estágio no ciclo de vida em que o produto ou serviço está;

- O grau de controle ou influência sobre os estágios do ciclo de vida;

e finalmente

- A possível influência na cadeia de abastecimento.

Para (BISWAS, 2016), também deve-se considerar, a complexidade

tecnológica do produto.

Armada com estas informações, a organização pode então avaliar em quais

etapas possui controle ou influência, se houver, e assim mapear onde há

oportunidades para reduzir o uso de recursos e minimizar a poluição ou o desperdício.

Entretanto, provar para um auditor que uma perspectiva de ciclo de vida foi

usada para identificar os aspectos ambientais pode ser mais difícil do que realmente

usar uma perspectiva de ciclo de vida. Com base na experiência inicial com as

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certificações de 2015, a comunidade de certificação ainda não chegou a um consenso

sobre o quê e quantas evidências são necessárias para demostrar conformidade com

os requisitos da perspectiva do ciclo de vida. (SMITH, 2016)

3.8. Planilha De Aspectos E Impactos Ambientais

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4. METODOLOGIA

Visando atender aos objetivos geral e específicos, a metodologia utilizada no

presente trabalho dividiu-se em duas etapas: pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

4.1. Pesquisa Bibliográfica

Segundo (TURRIONI; MELLO, 2015), a pesquisa bibliográfica é um apanhado

geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, capazes

de fornecer dados atuais e relevantes relacionados ao tema escolhido. O estudo da

literatura pertinente pode ajudar a planificar o trabalho e representa uma fonte

indispensável de informações. Portanto, ao longo do trabalho foram abordados temas

fundamentais para o embasamento da discussão e alcance dos resultados.

Inicialmente foram descritos conceitos teóricos como sustentabilidade e

desenvolvimento sustentável. Em seguida, apresentou-se a norma ISO 14001, bem

como as principais alterações realizadas desde a sua última versão em 2015. Por

fim, o conceito de ciclo de vida, suas abordagens e seus desdobramentos na

aplicação em um Sistema de Gestão Ambiental foi discutido. As informações foram

levantadas em sites de pesquisa e documentos das principais organizações que

direcionam os temas revistos no mundo como a ABNT, ONU, Ellen MacArthur

Foundation, entre outras. Além disso, também foram utilizados também trabalhos

acadêmicos sobre análise de ciclo de vida e aplicação da norma ISO 14001.

4.2. Estudo De Caso

Para (YIN, 1993) há, predominantemente, três tipos de estudo de caso,

dependo dos objetivos para o qual ele é usado: exploratório, explanatório e descritivo.

Na elaboração deste trabalho, optou-se pela última opção. O estudo de caso

descritivo não procura estabelecer relações de causa e efeito, mas apenas mostrar a

realidade como ela é. (TURRIONI; MELLO, 2015)

O caso estudado no presente trabalho se refere a empresa Gerdau Summit

Aços Fundidos e Forjados S.A., e como esta adequou o seu Sistema de Gestão

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Ambiental à nova sistemática da versão do ano de 2015 da norma internacional ISO

14001, no que tange à inclusão de uma perspectiva de ciclo de vida na avaliação de

seus aspectos e impactos ambientais, buscando a certificação na referida norma, no

ano de 2018.

O material apresentado foi desenvolvido em conjunto com as equipes de

Marketing e Vendas. Primeiramente, foram identificados os meios de transporte

utilizados para transportar o produto ao cliente, por meio de entrevistas e elaboração

de esquemas gráficos. Em seguida, identificou-se todos os aspectos e impactos

ambientais que poderiam estar relacionados a cada etapa do transporte e, por último,

completou-se a planilha AIA com as informações levantadas.

A Gerdau Summit S.A., localizada à Rodovia Engenheiro Luiz Dumont Villares,

Km 02 em Pindamonhangaba – SP, foi criada em 2017 a partir da Joint Venture

entre a empresa brasileira Gerdau e as japonesas Sumitomo Corporation e The

Japan Steel Works (JSW). Atua na produção de peças para as indústrias de óleo e

gás, energia eólica, siderurgia, mineração, alumínio e açúcar e álcool, além de

potencializar a sua linha atual de cilindros de laminação. (GERDAU SUMMIT S.A.,

2017) Desde sua criação, a empresa possui um Sistema de Gestão Integrada (SGI),

certificado pelas normas ISO 9001, para Sistemas de gestão de qualidade, e ISO

14001, para Sistemas de gestão ambiental.

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5. OBJETO DE ESTUDO

Para o atendimento do item 6.1.2 da norma ISO 14001, a empresa Gerdau

Summit S.A. idealizou um modelo de planilha (Figura 6) com a finalidade de

estabelecer uma sistemática na identificação dos seus aspectos ambientais e

avaliação dos impactos decorrentes destes sobre o meio ambiente, assim como

evidenciar os controles realizados pela organização para mitigar ou eliminar os

impactos negativos.

Figura 7: Modelo de Planilha AIA.

Fonte: Gerdau Summit S.A.

Esta planilha, que utiliza o software Excel para sua edição, é aplicada em todas

as áreas produtivas da Gerdau Summit S.A. e considera todas as atividades rotineiras

e não rotineiras, infra-estrutura, recursos, produtos ou serviços da organização, assim

como o eventual passivo ambiental por ela assumido. Desta forma, a empresa

consegue identificar todos os aspectos e impactos ambientais decorrentes da sua

existência, dentro dos estágios de "aquisição de materiais e insumos" e “produção” no

ciclo de vida do produto.

Para o preenchimento das quatro primeiras colunas da planilha, deverão ser

identificados previamente os aspectos e impactos para cada atividade de cada

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processo produtivo da empresa. Operações de manutenção corretiva e preventivas,

atividades administrativas e áreas que contém passivos ambientais também devem

ser considerados. A desconsideração de qualquer aspecto ambiental só pode ocorrer

quando há junção de aspectos relacionados a diversas atividades ou quando estes

possam ser transferidos para outras áreas que lhe dão origem. Uma única atividade

pode apresentar diversos aspectos, bem como um aspecto pode estar relacionado a

mais de um impacto.

Vale ressaltar que serão considerados no levantamento de aspectos e

impactos ambientais relativos ao estágio "aquisição de materiais e insumos" do ciclo

de vida somente consumos advindos da utilização de recursos naturais diretos

(próximo da extração na cadeia de suprimentos), e/ou essenciais à operação, e/ou

cujo o histórico demonstre volumes significativos, ou tenha um requisito legal ou outro

requisito aplicável relacionado ao seu uso.

5.1.1. Identificação de aspectos e impactos ambientais

Na etapa inicial da elaboração de uma planilha AIA, gestores e coordenadores

das áreas produtivas realizam o levantamento dos aspectos e impactos ambientais

decorrentes das atividades, instalações e equipamentos que gerenciam, com o

suporte do seu conhecimento técnico sobre os sistemas produtivos presentes em sua

área e com o apoio da equipe de Saúde, Segurança e Meio Ambiente.

Na coluna Oportunidade, devem ser identificadas oportunidades para o negócio

referentes ao aspecto ambiental identificado. Estas não devem coincidir com impactos

ambientais positivos já identificados, mas sim pontuar, caso aplicável, ações que

contribuam para a sustentabilidade das atividades da empresa. Esta coluna foi

adicionada durante a última revisão do modelo da planilha AIA de forma a atender a

outra mudança implementadas na nova versão da norma de 2015, identificada

anteriormente neste trabalho como “Mudança principal 3: Avaliação de riscos e

oportunidades”. Porém, a discussão deste tópico não está entre os objetivos do

presente trabalho.

5.1.2. Classificação de aspectos ambientais

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Após identificados, os aspectos ambientais são classificados quanto à sua

natureza e condição operacional.

A natureza de um aspecto se refere à condição de existência de um aspecto,

podendo ser real (identificado com a letra R), para um aspecto que normalmente

ocorre, ou potencial (identificado com a letra P), para um aspecto que pode vir a

ocorrer.

Já a condição operacional classifica um aspecto de acordo com circunstância

da atividade ou situação ao qual ele está relacionado. As classificações para condição

operacional de aspectos ambientais, assim como as letras que as identificam na

Planilha AIA, estão descritas na Tabela 1.

Tabela 1: Classificações quanto a condição operacional de aspectos ambientais.

Fonte: Gerdau Summit S.A.

5.1.3. Índice de Conformidade de Aspectos Significativos

As próximas colunas da tabela a serem preenchidas estão relacionadas ao

Critério de Avaliação para o Índice de Conformidade de Aspectos Significativos

(ICAS), indicador utilizado na empresa que quantifica a porcentagem de aspectos

ambientais significativos que estão em conformidade. Define-se como aspecto

ambiental significativo aquele que, ao ter sua nota de frequência (f) ou probabilidade

(p) multiplicada por sua nota de severidade (s), resulta em um valor igual ou superior

a 12, conforme apresentado nas Fórmulas 1 e 2.

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Fórmula 1 (I)

Fórmula 2 (II)

As notas de frequência ou probabilidade e de severidade podem variar entre

os valores unitários zero e cinco. Os critérios para escolha da nota são representados

na Matriz de Identificação de Riscos Ambientais (Matriz 5x5), e se encontram

ilustrados na Tabela 2.

Aspectos significativos são aqueles que tem maior potencial de causar danos

graves ao meio ambiente, e podem ser críticos (se o resultado para ICAS estiver entre

12 e 16) ou extremamente críticos (caso o resultado para ICAS retorne 20 ou 25).

Estes aspectos merecem maior atenção na priorização de investimentos, na definição

de objetivos e metas e na robustez das medidas de controle adotadas.

Vale ressaltar que a planilha AIA realiza os cálculos para a coluna Resultado

para ICAS automaticamente, multiplicando os valores das duas colunas à sua

esquerda.

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36

Tabela 2: Matriz de Identificação de Riscos Ambientais.

Fonte:Gerdau Summit S.A.

5.1.4. Avaliação de frequência ou probabilidade (f)

Para os aspectos identificados em condição operacional normal e anormal,

deve-se avaliar a frequência de ocorrência.

A frequência de um aspecto é determinada pelo número de vezes que um

aspecto ocorre num determinado período de tempo, e que resulta no impacto

associado.

As notas de um a cinco para sua classificação seguem os seguintes critérios,

conforme Tabela 3:

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37

Tabela 3: Classificação de aspectos ambientais quanto à frequência.

Nota Descrição

1 Baixa: ocorre uma ou duas vezes ao ano

2 Eventual: ocorre três a quatro vezes ao ano

3 Regular: ocorre uma a duas vezes ao mês

4 Frequente: ocorre semanalmente

5 Contínuo: ocorre diariamente

Fonte: Gerdau Summit S.A.

Para os aspectos com condição operacional emergencial ou passada, deve-se

avaliar a probabilidade de ocorrência. A probabilidade é estimada pela expectativa de

ocorrência de um evento indesejável ou de uma situação de perigo, que resulte em

um risco para o meio ambiente, levando em conta o histórico de eventos e as

possibilidades identificadas.

Os critérios para escolha da nota, neste caso, seguem de acordo com a tabela

4:

Tabela 4: Classificação de aspectos ambientais quanto à probabilidade.

Nota Descrição

1 Implausível: probabilidade de ocorrer é quase nula, não há registros

de casos similares na siderurgia

2 Improvável: probabilidade muito baixa de ocorrer, existe registro de

ocorrência em unidade siderúrgica

3 Rara: já aconteceu na unidade alguma vez nos últimos cinco anos

4 Possível: já aconteceu na unidade algumas vezes nos últimos cinco

anos

5 Alta: já houve ocorrência nos últimos doze meses

Fonte: Gerdau Summit S.A.

5.1.5. Avaliação de severidade (s)

A severidade considera a intensidade do impacto e a duração do seu efeito.

Avalia o grau de contaminação, concentração, toxicidade, reatividade, periculosidade,

inflamabilidade, corrosividade ou radioatividade do impacto ambiental.

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Para definir a nota adequada à severidade do impacto ambiental em questão,

deve-se encaixá-lo dentro das definições de uma das cinco notas referentes à

Severidade, descritas na Tabela 2 (Matriz 5x5), tendo como fator decisivo a questão

de maior gravidade.

5.1.6. Significância dos Aspectos Ambientais

No campo de “Significância por requisitos legais, requisitos de licença,

notificação e outros” deve-se assinalar com S (para sim) caso o aspecto ambiental

esteja ligado a um requisito de legislação (federal, estadual ou municipal) aplicável

relacionado a controles operacionais de monitoramento ou outros de rotina, ou a

condicionantes em licenças de operação, termos de ajustamento de conduta, ou ainda

outros requisitos como normas técnicas voluntariamente ratificadas ou demandas de

partes interessadas. Deve-se assinalar com N (para não) caso o aspecto ambiental

não esteja ligado a nenhum dos requisitos descritos.

5.1.7. Ações de Controle

Todos os impactos decorrentes de aspectos classificados como significativos,

de acordo com os cálculos apresentados nas Fórmulas 1 e 2, ou que forem

identificados como significantes por haver requisitos legais ou outros requisitos

atrelados à suas condições, devem apresentar no mínimo uma ação de controle para

monitoramento, instalações ou rotina, a serem descritas na tabela.

São classificadas como ações de controle de:

Monitoramento - medições instantâneas e periódicas de parâmetros

ambientais, cujos resultados possam ser comparados com valores de referência pré-

estabelecidos (indicar os padrões técnicos, legais e/ou normativos);

Instalações - adoção de medidas físicas de controle, tais como: bacias de

contenção, instalação de equipamentos de despoeiramento, unidades de tratamento

de efluentes, lavador de gases, etc.

Rotina - Ações que requerem a implantação de uma rotina, tais como

procedimentos operacionais, manutenção preventiva, gestão de resíduos, gestão de

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produtos perigosos, plano de emergência, ações contingência, requisitos aos

fornecedores, etc.

5.1.8. Avaliação de Conformidade Ambiental

A coluna de Conformidade Ambiental deve ser preenchida para os aspectos

que possuírem significância quanto à requisitos legais ou outros requisitos, e deve

avaliar se as ações de controle são eficazes, ou seja, se garante o atendimento a

legislação ambiental pertinente, bem como se não estão sendo geradas reclamações

das comunidades vizinhas quanto a incômodos causados por aspectos ambientais da

unidade. A coluna deve ser preenchida com as siglas: C (conforme), NC (não

conforme) ou NA (quando o aspecto não possuir significância).

5.1.9. Ação Proposta

Para os aspectos classificados como significantes e cuja conformidade

ambiental for “NC” (não conforme), devem ser definidas ações de melhoria para

buscar a conformidade e sempre que aplicável a anuência do órgão de controle

ambiental para a continuidade da operação enquanto a medida de controle está em

implementação. Esta ação deve ser inserida no campo "Ação proposta".

Para definir se a ação de controle implantada não é eficaz, considera-se:

Monitoramento – Quando os resultados do monitoramento não

atenderem de forma sistemática e consistente os padrões legais,

normativos e operacionais. Superior a 2 vezes em função da

periodicidade da amostragem e gravidade do parâmetro analisado.

Instalação – Quando a adoção de medidas físicas apresentarem falhas

de projeto e desempenho, irregularidades visíveis e sinais de riscos

potenciais, incapacidade de contenção dos agentes poluentes, histórico

de anomalias nos equipamentos, entre outros impactos identificados

que não atendem os parâmetros de projeto.

Rotina – Quando forem identificadas através de inspeções, registros,

entrevistas informais e auditorias periódicas, o não cumprimento de

procedimentos previstos no item anterior.

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40

6. RESULTADO E DISCUSSÃO

Segundo a nova sistemática da norma ISO 14001:2015, as organizações

devem demonstrar, evidenciando em forma de informação documentada, que estão

cientes da sua relação com todos os outros estágios do ciclo de vida da mercadoria

ou serviço que produzem, reconhecendo os aspectos e impactos ambientais do início

ao final da existência do seu produto.

Buscando a certificação na última versão da norma, a empresa Gerdau Summit

S.A. decidiu utilizar como estratégia a adequação de uma de suas ferramentas de

gestão ambiental já seguramente consolidada: a Planilha de avaliação de Aspectos e

Impactos Ambientais (AIA).

Realizou-se, então, a elaboração de uma planilha adaptada, exibida no Anexo

1 deste trabalho, que engloba todos os aspectos e impactos ambientais causados nas

etapas de ciclo de vida dos produtos (cilindros e peças, fundidos e forjados) até então

não consideradas nas demais planilhas aplicadas no atual sistema de gestão.

Escolheu-se a área de “Comercialização de Cilindros” para gerenciar o documento

dentro do SGI.

6.1. Adaptação Da Planilha Aia

Buscando o atendimento das novas solicitações da versão 2015 da norma ISO

14001, para a construção da planilha AIA da área de "Comercialização de Cilindros",

foram identificados os aspectos e impactos ambientais referentes às atividades

pertencentes às etapas do ciclo de vida posteriores à de "produção". Considerou-se,

portanto os estágios de “embalagem”, "transporte do produto", "uso" e "pós-uso".

Estas etapas do ciclo de vida foram analogicamente consideradas como as atividades

originadoras dos aspectos e impactos ambientais posteriormente definidos.

Seguindo a metodologia de preenchimento da planilha, primeiramente a equipe

de Meio Ambiente se reuniu às equipes de Vendas e Exportação para realizar a

identificação dos aspectos e impactos ambientais consequentes das atividades

definidas.

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Para a atividade caracterizada como “Embalagem”, referente à etapa de

embalagem do produto após sua fabricação, foram levantados quatro aspectos e

impactos ambientais, conforme pode ser visto no Anexo 1, página 55:

Aspecto: Geração de resíduos de pintura (rolos, pincéis, plásticos

contaminados com tinta, latas de tinta);

Impacto: Alteração da qualidade do solo/água;

Aspecto: Geração de plástico;

Impacto: Alteração da qualidade do solo;

Aspecto: Geração de madeira;

Impacto: Alteração da qualidade do solo;

Aspecto: Geração de etiquetas que eventualmente podem se soltar

da carga;

Impacto: Alteração da qualidade do solo.

Para a atividade caracterizada como “Transporte de produto”, referente ao

estágio de transporte/entrega do produto para o cliente, também foram levantados

quatro aspectos e impactos ambientais, vistos no Anexo 1, página 56:

Aspecto: Emissão de fumaça preta;

Impacto: Alteração da qualidade do ar;

Aspecto: Consumo de combustível;

Impacto: Redução de recursos naturais;

Aspecto: Derramamento de óleo hidráulico e diesel;

Impacto: Alteração da qualidade do solo/água;

Aspecto: Emissão de Gases Efeito Estufa;

Impacto: Aumento do Efeito Estufa.

Para a atividade caracterizada como “Uso”, referente à etapa de utilização do

produto pelo cliente, foram levantados cinco aspectos e impactos ambientais,

representados no Anexo 1, página 57:

Aspecto: Geração de madeira;

Impacto: Alteração da qualidade do solo;

Aspecto: Geração de sucata metálica (fitas, amarris, selos,

etiquetas, cavacos de usinagem e rebarbas);

Impacto: Alteração da qualidade do solo;

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Aspecto: Geração de plástico (etiquetas);

Impacto: Alteração da qualidade do solo;

Aspecto: Geração de diversos contaminados com óleo e graxa;

Impacto: Alteração da qualidade do solo;

Aspecto: Geração de papel;

Impacto: Alteração da qualidade do solo.

Por fim, para a atividade caracterizada como “Pós-uso”, referente à etapa de

descarte e final de vida do produto, foram levantados um aspecto e um impacto

ambiental, encontrados no Anexo 1, página 58:

Aspecto: Geração de sucata metálica (cilindros e peças);

Impacto: Alteração da qualidade do solo/água.

Durante a identificação dos aspectos e impactos ambientais, foi possível

constatar duas oportunidades de melhoria no sistema de gestão, de forma a mitigar

os impactos ambientais causados pelos aspectos de “geração de madeira” e “geração

de sucata”. As oportunidades pontuadas foram, respectivamente, o “desenvolvimento

de embalagens alternativas” e o “retorno de cilindro e peças para Gerdau Summit no

final da vida útil”.

Após levantados todos os aspectos, foi realizada sua classificação de acordo

com a natureza e condição operacional, conforme mostrado no Anexo 1.

Em relação à sua natureza, dois aspectos foram classificados como

“potenciais”, ou seja, que podem vir a ocorrer; os mesmos aspectos foram

categorizados como “emergenciais”, ou seja, decorrentes de situações potenciais, não

planejadas ou não intencionais que estejam associados a ocorrências como:

vazamento, incêndio, explosão, falha nos equipamentos, ruptura de tanques, entre

outras. Foram estes aspectos a “geração de resíduos de pintura (rolos, pincéis,

plásticos contaminados com tinta, latas de tinta) ”, da atividade de “embalagem”, e o

“derramamento de óleo hidráulico e diesel”, referente à atividade de “transporte”.

Os demais aspectos foram classificados como “reais” de acordo com a sua

natureza, ou seja, são aspectos que normalmente ocorrem; estes aspectos também

receberam a classificação “normal” referente à sua condição operacional,

demonstrando que são aspectos decorrentes de atividades rotineiras, conduzidas

regularmente.

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43

Em seguida, conforme mostrado no Anexo 1, foi analisada a frequência ou

probabilidade (f) de cada aspecto identificado. As notas recebidas pelos aspectos

variaram de 3 a 5, demonstrando que estes ocorrem com frequência ou tem boa

probabilidade de acontecer.

Os seguintes aspectos receberam a nota 3, conforme Tabela 3, para sua

frequência:

Geração de plástico, na atividade de “embalagem’;

Geração de madeira, geração de sucata metálica (fitas, amarris,

selos, etiquetas, cavacos de usinagem e rebarbas), geração de

plástico (etiquetas), geração de diversos contaminados com óleo e

graxa e geração de papel, na atividade de “uso”;

Geração de sucata metálica (cilindros e peças), na atividade de “pós-

uso”.

Também receberam a nota 3, desta vez de acordo com a Tabela 4 (pois são

aspectos emergenciais), os seguintes aspectos:

Geração de resíduos de pintura (rolos, pincéis, plásticos

contaminados com tinta, latas de tinta), referente à atividade de

“embalagem”;

Derramamento de óleo hidráulico e diesel, referente à atividade de

“transporte”.

Dois aspectos, ambos relacionados à atividade de “embalagem”, receberam a

nota 4, segundo Tabela 3, para a sua frequência. São estes:

Geração de madeira;

Geração de etiquetas que eventualmente podem se soltar da carga.

Finalmente, três aspectos, todos referentes à atividade de “transporte do

produto”, foram categorizados com a nota 5 pela Tabela 3, sendo estes:

Emissão de fumaça preta;

Consumo de combustível;

Emissão de Gases Efeito Estufa.

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44

Na próxima etapa, analisou-se a severidade (s) de todos os impactos, como

mostrado no Anexo 1. As notas recebidas desta vez variaram de 1 a 3 de acordo com

a Tabela 2; logo, nenhum impacto identificado foi avaliado como de alta intensidade

ou periculosidade.

Receberam a menor nota (1) da Tabela 2 quanto à sua severidade os sete

seguintes impactos:

Na etapa de “embalagem”:

o Alteração da qualidade do solo, referente aos aspectos de

“geração de plástico”, “geração de madeira” e “geração de

etiquetas que eventualmente podem se soltar da carga”;

Na etapa de “transporte do produto”:

o Alteração da qualidade do ar, para o aspecto de “emissão de

fumaça preta”;

o Redução de recursos naturais, para o aspecto de “consumo

de combustível”; e

o Aumento do Efeito Estufa, para o aspecto de “emissão de

Gases Efeito Estufa”;

Na etapa de “pós uso”:

o Alteração da qualidade do solo/água, referente ao aspecto

“geração de sucata metálica (cilindros e peças) ”.

Apenas um impacto identificado teve sua severidade classificada com a nota 2

pela Tabela 2, sendo este a alteração da qualidade do solo/água decorrente do

aspecto de geração de resíduos de pintura (rolos, pincéis, plásticos contaminados

com tinta, latas de tinta), que acontece durante a atividade de “embalagem”.

Os seis aspectos restantes tiveram seus impactos classificados quanto a

intensidade com a nota “3” pela Tabela 2, sendo estes:

Na etapa de “transporte do produto”:

o Alteração da qualidade do solo/água, referente ao aspecto

“derramamento de óleo hidráulico e diesel”;

Na etapa de “uso”:

o Alteração da qualidade do solo, para o aspecto de “geração

de madeira”;

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o Alteração da qualidade do solo, para o aspecto “geração de

sucata metálica (fitas, amarris, selos, etiquetas, cavacos de

usinagem e rebarbas)”;

o Alteração da qualidade do solo, para o aspecto “geração de

plástico (etiquetas)”;

o Alteração da qualidade do solo, para o aspecto “geração de

diversos contaminados com óleo e graxa”;

o Alteração da qualidade do solo, para o aspecto “geração de

papel”.

Após identificados e classificados todos os aspectos e impactos ambientais, a

planilha AIA mostrada no Anexo 1 calcula automaticamente o Resultado para ICAS,

na sua décima coluna, de acordo com a Fórmula 1 (I) ou Fórmula 2 (II), multiplicando

as células que contêm os valores de frequência ou probabilidade (f) pelas respectivas

notas de severidade (s) de cada aspecto ambiental.

Conforme definido pelos procedimentos da empresa, caso o resultado retorne

o valor igual ou maior que 12, este aspecto é considerado significativo. Para os

aspectos definidos na presente planilha, nenhum obteve este resultado. Por este

motivo, não houve necessidade de preenchimento das duas últimas colunas da

planilha.

Seguidamente, para o preenchimento da 12ª coluna da planilha ilustrada no

Anexo 1, verificou-se na legislação brasileira e dentre obrigações advindas de demais

partes interessadas da empresa Gerdau Summit, se existiam requisitos legais ou

outros requisitos atrelados aos aspectos ambientais identificados.

Verificou-se, então, que nove aspectos relacionados à geração de resíduos

sólidos compreendiam nas obrigações da lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que

institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Logo, os seguintes aspectos

receberam a marcação “S” (sim) para Significância por Requisitos legais, Requisitos

de Licença, notificação e outros:

Na etapa “embalagem”:

o Geração de resíduos de pintura (rolos, pincéis, plásticos

contaminados com tinta, latas de tinta);

o Geração de plástico;

o Geração de madeira;

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o Geração de etiquetas que eventualmente podem se soltar da

carga;

Na etapa de “uso”:

o Geração de madeira;

o Geração de sucata metálica (fitas, amarris, selos, etiquetas,

cavacos de usinagem e rebarbas);

o Geração de plástico (etiquetas);

o Geração de diversos contaminados com óleo e graxa;

o Geração de papel.

Também receberam a marcação “S” para Significância por Requisitos legais,

Requisitos de Licença, notificação e outros, os seguintes aspectos derivados da etapa

“transporte do produto” por estarem considerados nas seguintes legislações

brasileiras, como expressado no Anexo 1:

Aspecto: Emissão de fumaça preta;

Legislação relacionada: Portaria IBAMA nº85, de 17/10/1996;

Aspecto: Derramamento de óleo hidráulico e diesel;

Legislação relacionada: Decreto nº83.540, de 04/06/1979;

Aspecto: Emissão de Gases Efeito Estufa;

Legislação relacionada: Lei nº12.187, de 29/12/2009.

De tal forma que estas legislações foram classificadas como significantes, as

colunas seguintes referentes às ações de controle foram preenchidas de acordo com

os monitoramentos, instalações e/ou procedimentos de rotina executados pela

Gerdau Summit S.A., a fim de evidenciar que a empresa conhece e obedece aos

requisitos legais aplicáveis ao negócio.

Após a elaboração da planilha constando todos os aspectos ambientais

relacionados às etapas do ciclo de vida sequentes da produção, o material foi

distribuído para toda a liderança com o objetivo de comunicar e alinhar as informações

levantadas sobre o negócio com a alta administração.

6.1.1. Outras ações realizadas

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47

Além da adaptação da planilha, a Gerdau Summit S.A. também estabeleceu

em quais etapas do ciclo de vida a empresa possui controle ou influência sobre os

aspectos e impactos ambientais gerados por seus produtos, de forma a atender ao

requisito 6.1.2 - Aspectos ambientais da norma ISO 14001:2015.

A empresa definiu os seguintes estágios de ciclo de vida para o seu produto:

Extração de matéria-prima da natureza;

Compra de matéria-prima e insumos;

Produção e embalagem;

Transporte do produto;

Uso; e

Pós-uso.

Dos estágios estabelecidos, determinou-se que a empresa exerce controle nas

etapas de “Compra de matéria-prima e insumos” e “Produção e embalagem”,

enquanto para as demais fases existe apenas uma posição de influência. O esquema

representado na Figura 6 representa os estágios de ciclo de vida definidos pela

empresa Gerdau Summit S.A. e o posicionamento da empresa quanto ao controle ou

influência sobre os aspectos e impactos ambientais ocasionados em cada etapa.

Figura 8: Estágios do ciclo de vida dos produtos da empresa Gerdau Summit S.A.

Fonte: Próprio autor.

As seguintes ferramentas foram apresentadas pela empresa durante a

auditoria de seu sistema de gestão, de forma a evidenciar a forma que a organização

realiza o controle dos aspectos e impactos ambientais gerados nas etapas que a

companhia definiu que possui controle:

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Na etapa de “Compra de matéria-prima e insumos”, apresentou-se um

procedimento desenvolvido pela empresa que estabelece critérios para

a compra de recursos e escolha de fornecedores. O documento

evidencia regras e parâmetros que norteiam a tomada de decisão de

compradores, certificando que a Gerdau Summit S.A. prioriza as

opções menos impactantes para o meio ambiente na seleção de

materiais, insumos e serviços necessários para o funcionamento do

negócio;

Na etapa “Produção e embalagem”, foram apresentadas todas as

planilhas de Aspecto e Impacto Ambiental aplicadas às atividades

produtivas da empresa, comprovando a identificação de aspectos e

impactos ambientais e seus respectivos controles operacionais em

todas as etapas de produção. Também foram apresentados

documentos que estabelecem critérios para a escolha de receptores

dos resíduos gerados nestas etapas.

Como forma de testemunhar as ações realizadas nas etapas do ciclo de vida

em que a Gerdau Summit S.A. estabeleceu que possui apenas influência, as

seguintes evidências foram apresentadas:

Na etapa de “Extração de matéria-prima da natureza”, apresentou-se o

mesmo procedimento que estabelece regras para a compra de

recursos e escolha de fornecedores, evidenciando que, de acordo com

o padrão, os fornecedores dos fornecedores poderiam ser

influenciados pelos critérios estabelecidos pela Gerdau Summit S.A. na

escolha das empresas com que se relaciona;

Na etapa de “Transporte do produto”, também foi apresentando o

mesmo padrão citado no item anterior. Como as transportadoras dos

produtos da empresa Gerdau Summit S.A. são terceirizadas, estas não

deixam de ser, também, fornecedores. No entanto, a empresa entende

que não possui controle sobre os aspectos e impactos ambientais

causados nesta etapa, principalmente porque não há exigências legais

que respaldem uma cobrança por parte da Gerdau Summit S.A. de

tratativas para os aspectos e impactos gerados por estes fornecedores;

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49

Nas etapas de “Uso” e “Pós-uso”, a única forma de influência

identificada pela empresa, considerando o alcance de sua atuação, foi

a introdução de informações ambientais sobre seus produtos nas notas

fiscais que acompanham os mesmos até os clientes. O objetivo destas

orientações é educar os consumidores a respeito das melhores

práticas de uso e pós-uso dos produtos, incentivando a adoção de um

tratamento que seja menos impactante para o meio ambiente.

6.2. Avaliação Da Eficiência Do Modelo Adaptado

A eficiência da metodologia adotada pela empresa Gerdau Summit S.A. para

adequação à nova versão da norma ISO 14001:2015, incorporando a perspectiva de

ciclo de vida no escopo de seu Sistema de Gestão Integrado e na avaliação de seus

aspectos e impactos ambientais, pode ser comprovada durante a auditoria da norma,

realizada por auditores do grupo ABS Quality Evaluations, no período de 30 de julho

de 2018 a 3 de agosto de 2018.

6.3. Benefícios E Limitações Na Adoção Da Perspectiva De Ciclo De

Vida No SGA

A identificação de benefícios e limitações na adoção de uma perspectiva de

ciclo de vida na construção de um Sistema de Gestão Ambiental pode ser feita através

de pesquisa bibliográfica. Os itens seguintes apresentam os resultados encontrados

na literatura.

6.3.1. Benefícios

Segundo a organização ISO, a razão para se incorporar a perspectiva de ciclo

de vida na definição de sistemas de gestão ambiental se deve ao fato de que impactos

ambientais significativos de uma organização podem ocorrer fora do seu domínio

territorial, como durante o transporte, a entrega, o uso, o tratamento ou a disposição

final de seu produto ou serviço. Desta forma, ao fornecer informações, uma

organização pode potencialmente prevenir ou mitigar impactos ambientais adversos

durante estes estágios do ciclo de vida. (LIFE..., 2016)

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50

Atualmente, muitas decisões na prática já são baseadas na abordagem de ciclo

de vida, como por exemplo decisões de compra do consumidor através de rótulos

ecológicos, relatórios de empresas sobre questões ambientais e sociais, projeção de

negócios, produtos e serviços por meio de estudos de Avaliação do Ciclo de Vida,

formulação de políticas governamentais envolvendo uma ampla gama de partes

interessadas, entre outros exemplos. (BENEFITS..., 2018) Inclusive, para alguns

casos, o uso de uma abordagem de ciclo de vida pode ser formalmente exigido. Um

exemplo são as legislações de gerenciamento de resíduos ou de algumas

embalagens que regem a obrigação de logística reversa para estes materiais. (HAES;

ROOIJEN, 2005)

De modo geral, ao integrar a perspectiva de ciclo de vida na gestão empresarial

e realizando o desenvolvimento de produtos e processos a partir de uma diretriz mais

sustentável, a organização pode colher os benefícios de saúde ambiental, ocupacional

e segurança, risco e gestão da qualidade, bem como desenvolvimento e aplicação de

processos mais limpos para a fabricação de produtos ambientalmente amigáveis.

Além disto, uma abordagem de ciclo de vida pode permitir que designers de

produtos, provedores de serviços, agentes governamentais e indivíduos façam

melhores escolhas a longo prazo, levando em consideração todos os impactos no

meio ambiente durante toda a vida de produtos ou serviços que desejem planejar,

oferecer ou adquirir.

Ter uma visão integrada do ciclo de vida de um produto evita, também, que

problemas sejam transferidos de um estágio de ciclo de vida para outro, de uma área

geográfica para outra e de um meio ambiental (por exemplo, qualidade do ar) para

outro (por exemplo, água ou terra), o que leva a um melhor controle dos impactos

ambientais e, logo, a melhoria ambiental em sí.

Ademais, a incorporação da perspectiva do ciclo de vida melhora a imagem e

o valor da marca, independentemente do tamanho da organização, o que traz

visibilidade e reconhecimento por parte de clientes, sociedades e demais partes

interessadas. Como consequência, o número de críticas recebidas pela organização

de que a empresa está interessada somente em gerar valor para acionistas e não se

preocupa com seus impactos no exterior ou no futuro tende a diminuir. (HAES;

ROOIJEN, 2005)

Outro benefício do uso de abordagens de ciclo de vida é na identificação de

situações ganha-ganha, onde com um mesmo investimento mais resultados, que

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afetem um maior número de atores, podem ser obtidos. Usando abordagens de ciclo

de vida, diferentes partes interessadas podem identificar e priorizar os maiores

encargos (ambientais, sociais ou econômicos) ou riscos e, em seguida, desenvolver

coletivamente soluções para reduzi-las. (HAES; ROOIJEN, 2005)

Também podemos citar ganhos financeiros consequentes da adoção do

pensamento de ciclo de vida pelas organizações: com informações do ciclo de vida,

as empresas são capazes de calcular o custo total de seus produtos e das

mercadorias que compram, considerando no preço o valor não só do bem, mas dos

custos de transporte, armazenamento, instalação, limpeza, operação, conserto e,

eventualmente, descarte. (BISWAS, 2016)

Por fim, uma perspectiva de ciclo de vida promove consciência de que nossas

escolhas não são isoladas; tudo influencia um sistema maior. O pensamento sobre o

ciclo de vida simplesmente nos ajuda a contextualizar nossas seleções com fatos de

todas as partes do sistema ou ciclo de vida. Isto evita a tomada de decisões de curto

prazo, que geralmente levam à degradação ambiental. Melhorar sistemas inteiros, não

partes únicas de sistemas, evitando decisões que ao resolver um problema ambiental,

causam outro problema inesperado em outro lugar, é o principal benefício da adoção

de uma visão de ciclo de vida. (BISWAS, 2016)

6.3.2. Limitações

A transição do pensamento de uma economia linear a economia circular é

antecipada pela indústria e pela política como uma maneira de conciliar os aspectos

econômicos, sociais e interesses ambientais em uma perspectiva de ciclo de vida.

(VELTE et al., 2017) No entanto, a integração de aspectos de ciclo de vida nos

sistemas de gestão vem ao preço da complexidade dos conceitos envolvidos.

A primeira limitação identificada é a falta de conhecimento por parte das

organizações sobre as oportunidades e benefícios oriundos da utilização de um

pensamento de ciclo de vida. Empresas que conhecem os princípios de economia

circular estarão mais dispostas a realizar os investimentos necessários para adequar

seus produtos e modelos de negócio. (CNI, 2018) Isto pode ser resultado da falta de

inclusão e cobrança sobre o tema por parte do governo.

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Outra barreira a ser citada é a mentalidade dos elementos envolvidos no

processo de elaboração dos sistemas de gestão ambiental. Para a inclusão dos

conceitos de ciclo de vida na estrutura organizacional de uma empresa, são

necessários cooperação e compartilhamento de conhecimento multidisciplinar entre

liderança, equipe técnica, dentre atores que precisam, portanto, superar o

pensamento linear e se colocar à disposição para a adoção de metodologias

inovadoras.

Por fim, ainda existem queixas por parte de organizações, principalmente de

menores portes, de que abordagens analíticas, geralmente desenvolvidas pela

comunidade científica, são muito orientadas pela ciência e se tornam complicadas

demais para uso ou fácil adaptação. (HAES; ROOIJEN, 2005)

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53

7. CONCLUSÃO

A partir da elaboração deste trabalho, foi possível pontuar as conclusões

descritas a seguir:

1) É possível a utilização do conceito de ciclo de vida como ferramenta de

apoio a sustentabilidade. Isto confirma o trabalho de (FERREIRA, 2004) que

demonstra que o conceito de ciclo de vida tem-se estendido para além de um

simples método para escolha de produtos, sendo atualmente visto como uma parte

essencial para conseguir objetivos mais abrangentes, como a sustentabilidade.

2) Comprovou-se que a perspectiva do ciclo de vida é uma mudança na

abordagem do escopo de sistemas de gestão ambiental atuais. As alterações

realizadas na versão 2015 da norma ISO 14001 refletem esta mudança. O padrão

agora passa a requerer das empresas que desejam a certificação de seu sistema

de gestão ambiental uma atualização do entendimento quanto ao local que as

organizações ocupam dentro do ciclo de vida de seus produtos e serviços,

cobrando que estas enxerguem não só os aspectos e impactos ambientais que

geram dentro dos seus limites físicos, mas também em outros estágios do ciclo de

vida. Ou seja, conforme afirma o trabalho de (RYBACZEWSKA-BŁAŻEJOWSKA,

2017), abordar o conceito de perspectiva de ciclo de vida pelas organizações

significa assumir a responsabilidade por todas as etapas de um produto ou serviço

que podem ser controladas ou influenciadas. Também pode ser verificado que este

aspecto é essencial para garantir a eficácia e o objetivo global do SGA para

alcançar um equilíbrio ambiental e socioeconômico, assim como citado em

(BOUCHER et al., 2017).

3) Constatou-se, além disto, em concordância com (SMITH, 2016), que uma

abordagem sistemática da gestão ambiental pode fornecer à alta gerência

informações para gerar sucesso a longo prazo e criar opções que contribuam para

o desenvolvimento sustentável, a partir do controle ou influência da forma como os

produtos e serviços da organização são projetados, fabricados, distribuídos,

consumidos e descartados usando uma perspectiva de ciclo de vida que pode

impedir que impactos ambientais sejam deslocados involuntariamente em outro

lugar dentro do ciclo de vida.

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54

4) Conclui-se que metodologia utilizada pela empresa Gerdau Summit S.A.

para adequação de seu sistema de gestão à nova sistemática da norma ISO

14001:2015 conseguiu demonstrar que a empresa inclui uma perspectiva de ciclo

de vida na definição de seu escopo e na identificação de seus aspectos e impactos

ambientais, atendendo, portanto, aos requisitos do padrão. A ferramenta utilizada

(planilha AIA) se mostrou eficiente e sua aplicação, simples, devido ao instrumento

já ter a prática de sua utilização consolidada pela organização. Desta forma, a

empresa conseguiu atingir aos objetivos propostos e conquistar a certificação na

nova versão da norma.

5) Como levantado por (HAES; ROOIJEN, 2005), pode-se deduzir que

abordagens de ciclo de vida devem adequar-se aos requisitos de todas as partes

interessadas relevantes. Há uma necessidade em se fortalecer a implementação

de políticas relacionadas ao tema e investir em educação para que se possa

alcançar aqueles que ainda não estão familiarizados com estas questões.

Capacitação, treinamento e informação são fundamentais para tornar os padrões

atuais de consumo e produção mais sustentáveis. No entanto, apesar das

limitações encontradas, a adoção da perspectiva de ciclo de vida ainda apresenta

muitos benefícios para a sustentabilidade de negócios.

6) Finalmente, o ponto principal de um ciclo é que ele se repete, caso

contrário não é cíclico. Não há dois ciclos que se repetem exatamente da mesma

maneira ou resultam no mesmo resultado. Os ciclos de vida de produtos similares

podem parecer os mesmos na superfície, mas por baixo, os impactos ambientais

podem variar amplamente. Portanto, pode-se perceber que, assim como citado em

(BISWAS, 2016), a chave real para desbloquear os benefícios de ter uma

perspectiva de ciclo de vida reside em como a organização aprimora as várias

partes do seu sistema de gestão ambiental.

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8. APÊNDICE – Planilha adaptada

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56

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58

Item

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9. ANEXO 1 – Autorização da empresa

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