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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
TÍTULO DO TRABALHO
Por: Elizabeth Santhiago Rangel
Orientador
Prof. Fabiane Muniz
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
MOTIVAÇÃO NO SETOR PÚBLICO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão de
Recursos Humanos.
Por: Elizabeth Santhiago Rangel
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS, que está presente em todos os
momentos de minha vida e que me dotou de saúde,
perseverança e amor à vida, possibilitando as conquistas
que tenho obtido no decorrer dos anos, com dedicação e
força para seguir em frente; agradeço à família dedicada
que tenho, sempre presente nas alegrias e dificuldades e
a todos os amigos e aos professores que, direta ou
indiretamente, proporcionaram os meios necessários para
esta nova conquista.
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais por toda a bagagem de
honestidade e caráter e pelo amor e apoio em todas
as dificuldades, bem como meus irmãos,
coadjuvantes na missão de meus pais. Ao meu
marido e filhos, alicerces da minha vida, pelo
incentivo ao estudo, apoio e paciência nas horas de
ausência. Aos amigos, pelas palavras de carinho e
força nas horas de indecisão. Obrigada a todos.
RESUMO
5
No estudo sobre a Motivação, vários autores têm trazido pontos
interessantes a serem pesquisados e apreciados através do tempo, sendo o
estudo do tema de vital importância para a saúde das Organizações, já que o
capital humano é o principal foco das empresas atuais.
Hoje, a motivação dos colaboradores pode significar o sucesso ou
fracasso de uma organização e esta consciência vem trazendo um novo modo
de ver o indivíduo dentro das empresas.
Neste cenário, o setor público começa a se adequar aos tempos
modernos de gestão estratégica de pessoas, mas , se para as empresas
privadas já é difícil a implantação deste conceito de gestão, para o setor
público o desafio ainda é maior, pois muitos são os obstáculos a enfrentar com
a falta de autonomia dos gestores, a burocracia estatal , a dificuldade de
dinamizar as relações entre os órgãos e ainda a falta de valorização do corpo
funcional pela opinião pública.
A motivação, no contexto de serviço estatal, deve ser alvo de estudo e
avaliação constante pelo Poder Público, para implementar gestões
participativas e voltadas para o desenvolvimento pessoal e profissional do
funcionário público, visando o atendimento das necessidades dos
clientes/cidadãos, que é o objetivo primordial das organizações estatais.
Deve ser ressaltado que o comprometimento do funcionalismo com a
missão e visão do órgão a que está vinculado, será a chave para a conquista
dos objetivos a atingir e isso se dará na medida em que houver motivação, ou
seja, a vontade de agir, de estar alinhado com as diretrizes de ação
estipuladas pela gestão estratégica.
METODOLOGIA
6
O presente trabalho foi elaborado de modo a promover um estudo sobre
as dificuldades dos líderes para a Motivação no Setor Público, recorrendo à
pesquisa de conceitos e teorias sobre motivação, dando ênfase aos problemas
enfrentados nesta área pelos gestores públicos.
Através de pesquisa bibliográfica foi possível estudar teorias e
conceitos de diversos autores sobre o tema, buscando elaborar uma
observação criteriosa sobre como promover a motivação em funcionários
públicos.
Neste estudo foi utilizado o método descritivo, bibliográfico, utilizando
livros, revistas e outros artigos, trazendo conceitos de grandes autores na
abordagem do tema, visando criar um levantamento diversificado, para que
não houvesse uma visão unilateral a cerca do assunto, que é atual e dinâmico,
e assim deve ser estudado.
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Motivação 10
CAPÍTULO II - Motivação nas Organizações 18
CAPÍTULO III – Motivação nas Organizações 29
Públicas
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
INTRODUÇÃO
O estudo do tema “Motivação” está cada vez mais atual, pois no cenário
empresarial, hoje em dia, não se pode pensar em estratégias empresarias sem
8
funcionários interessados em dar o melhor de si para a empresa. A valorização
do indivíduo pela empresa e vice-versa é fundamental para alcançar os
objetivos empresarias e os objetivos pessoais dos colaboradores.
O tema escolhido “ Motivação no Setor Público “ coloca em pauta a
dificuldade ainda maior de motivação no serviço público, onde a burocracia
não permite aos gestores autonomia necessária para a criação de
benefícios/prêmios para os que melhor desempenham suas atividades, não há
maior ganho patrimonial aos que se destacam e não há planos de cargos e
salários que atendam aos anseios dos servidores, que muitas vezes ficam
estagnados em listas intermináveis de “progressão e promoção”.
Por outro lado, há a garantia de emprego independentemente do
desempenho profissional, o que leva muitas vezes à acomodação. Sem falar
da questão da opinião pública que, desacreditada dos órgãos estatais, insiste,
ainda nos dias de hoje, em associar funcionário público a profissional
acomodado e desqualificado, que visa apenas auferir vantagens e privilégios
diferenciados do setor privado. Tal crença colabora para a desmotivação dos
servidores.
Como então estimular pessoas a trabalharem motivadas para o
aprimoramento e eficiência do serviço público?
Atualmente, com a nova mentalidade sobre gestão de pessoas,
inclusive no setor público, que passa a ser similar a do setor privado, o antigo
modelo de servidor alheio ao trabalho em equipe e a excelência no
atendimento não serve mais de parâmetro para o funcionalismo estatal,
trazendo conflitos entre a geração do “paletó na cadeira” e a geração da
“gestão por competências”, desenhando uma difícil posição para atuação do
Gestor, que tem a tarefa de motivar um grupo com ideologias distintas e
antagônicas, sendo cobrado, como em qualquer empresa privada, com metas
a atingir e, principalmente, tendo que proporcionar ao cliente/população um
serviço eficiente, com atendimento de qualidade.
9
Deve ser mencionado o fato de que a motivação está intimamente
ligada ao autoconhecimento e interesse de desenvolvimento pessoal, o que
deve ser estimulado no ambiente de trabalho, para que aflore nos
colaboradores suas motivações pessoais e, para que tenham o propósito de
desempenhar um serviço com eficiência.
Este trabalho servirá para melhor entendimento as nuances do
problema apresentado acima e verificar métodos para desempenhar uma
Gerência de Pessoas no setor público visando a motivação pessoal, que trará
com certeza eficiência no trabalho e excelência no atendimento.
CAPÍTULO I
MOTIVAÇÃO
10
Neste capítulo será abordado o tema em seu aspecto geral, com
conceitos e histórico sobre o estudo da motivação, mencionando as teorias
mais difundidas sobre o assunto.
1.1 CONCEITO
Motivação é o motivo para a ação. Está diretamente ligada não só ao
atendimento de necessidades, mas também ao sentimento de pertencimento
ao grupo e de valorização pessoal. A motivação deve ser estudada como uma
questão interna e pessoal que será estimulada por questões externas.
“A maioria das pessoas é motivada por um
leque de necessidades que vão bem além da
sobrevivência e do pertencimento social. Elas se
manifestam muito cedo buscando a aprovação e o
reconhecimento por parte dos outros e um sentido
de respeito pessoal que lhes diz que estão
realizando algo neste mundo, que deixarão nele
alguma marca. Para algumas pessoas o caminho da
auto-estima passa por serem produtivas, para outras
está em alcançar níveis cada vez mais elevadas de
proeminência e reconhecimento e para outras é
decorrência da obtenção do poder, da autoridade e
da responsabilidade.”
Cohen e Fink (2003, p. 147)
O indivíduo é motivado por fatores que estão em consonância com o
que ele entende ser essencial para satisfação de seus desejos, que são
individuais, de acordo com sua personalidade e experiências de vida e com o
contexto do que está vivendo no momento.
11
“A mudança nos desinstala, nos tira da zona
de conforto e nos força a fazer coisas de modo
diferente, o que é difícil. Quando nossas idéias são
desafiadas, somos forçados a repensar nossa
posição, e isso é sempre desconfortável. É por isso
que, em vez de refletir sobre seus comportamentos
e enfrentar a árdua tarefa de mudar seus
paradigmas, muitos se contentam em permanecer
para sempre paralisados em pequenos trilhos”
(Hunter,2004, p. 44)
A motivação é a alavanca para o movimento do indivíduo, e deve ser
estimulada para que o colaborador saia da zona de conforto e entre no estágio
de tensão, onde será criada a condição ideal para que ele se sinta motivado.
1.2 HISTÓRICO
A motivação vem sendo matéria de estudo ao longo do tempo. Na
época da Revolução Industrial não havia preocupação com este tema. A
motivação do individuo era de não ser punido.
No Behaviorismo se utilizava a nomenclatura Reforçadores de
Comportamento, que se dava em prêmios ou punições para manter o controle
do comportamento dos empregados. O homem era entendido como um ser
passivo, adequando-se apenas aos estímulos externos.
"...a motivação passa a ser compreendida
como um esquema de ligação Estímulo-Resposta
(...) e que o homem pode ser colocado em
movimento por meio de uma seqüência de hábitos
que são o fruto de um condicionamento imposto
12
pelo poder das forças condicionantes do meio
exterior".
(Bergamini, 1990, p. 26)
De acordo com a teoria cognitivista a motivação nasce da vontade de
satisfazer as necessidades. É uma visão racional do homem, afirmando que o
individuo conhece suas necessidades e procura satisfazê-las, o que é
verdadeiro. Mas, por outro lado, esquecem do lado emocional do ser humano,
que é fundamental para a instalação da motivação pessoal.
Vemos, então, que o administrador deve, antes de qualquer aplicação
de benefícios, verificar a verdadeira necessidade de cada funcionário em
particular naquele determinado momento.
1.3 TEORIAS MOTIVACIONAIS:
Na metade do Século XX surge Abraham Maslow (1943) estudando a
motivação através da satisfação das necessidades do ser humano, criando a
“Hierarquia das Necessidades” onde temos o comportamento humano
explicado em cinco níveis de necessidades, conforme a chamada “Pirâmide de
Maslow exposta abaixo:
13
(http://tuttivita.blogspot.com/2010_08_01_archive.html, 21.02.2011)
1º - Necessidades Fisiológicas – os interesses mais básicos, fisiológicos
e de sobrevivência.
2º - Necessidades de Segurança - após o atendimento dos interesses
fisiológicos surgem as necessidades de Segurança, que seria de manter a
situação alcançada.
3º - Necessidades Sociais – Em seguida surge a necessidade de se
agrupar, se igualar aos demais , necessidade de associação, pertencimento ao
grupo.
4º - Necessidades de Estima – necessidade de reconhecimento pelo a
que se pertence, necessidade de se destacar e ganhar a admiração .
14
5º - Necessidade de Auto-Realização – nível mais alto das
necessidades, necessidade de atitudes mais construtivas, aumentando as
potencialidades e capacidades.
De acordo com Maslow , para motivar precisamos identificar em que
nível hierárquico da pirâmide está o indivíduo, e assim ter condições de
satisfazer suas necessidades do momento e se antecipar para atendimento
das necessidades futuras que estarão no nível hierárquico seguinte.
Estas necessidades causam no homem a motivação para o crescimento
pessoal, mas a hierarquia destas necessidades, pode, sob certo prisma, ser
contestada, já que pode-se realmente necessitar, por exemplo, de
necessidades sociais, antes mesmo da satisfação das necessidades de
segurança, já que o homem desde os primórdios viveu em grupo até para
satisfazer tais necessidades. Assim como, de certo, podemos verificar em
alguns casos que, individualmente, as pessoas podem dar valor diferenciado a
cada nível da pirâmide.
Segundo Frederick Herzberg (1959), a motivação é influenciada por
fatores que levam a satisfação ou a insatisfação das pessoas no ambiente de
trabalho. O que causa insatisfação, caso não ocorra, não necessariamente
será motivo de satisfação.
Para Herzberg existem fatores determinantes de satisfação no trabalho:
1. Fatores intrínsecos ou Motivacionais – ligados ao cargo, a tarefa que
a pessoa executa, envolve realização pessoal na execução do
trabalho(crescimento pessoal) e provoca motivação pela auto-realização do
individuo.
2. Fatores Extrínsecos – são estímulos externos, referentes ao
ambiente, supervisão, colegas, e que causam insatisfação quando não
atendidos, mas que não necessariamente provocariam motivação.
15
Herzberg entende que os fatores motivacionais estão centrados em sua
maior parte no trabalho , mas a motivação ocorre quando ambos os fatores
são atendidos, e então propõe o enriquecimento das tarefas para proporcionar
motivação no trabalho, aumentado a produtividade.
Temos ainda o estudo das chamadas Teoria X e Teoria Y, conceitos
desenvolvidos por Douglas Mc Gregor (1960), sobre duas ideologias
antagônicas de como liderar pessoas:
Na Teoria X conceitua-se que o ser humano tem aversão ao trabalho e
à responsabilidade e preferem ser controlados, coagidos ou recompensados
por dinheiro ou elogios para que correspondam ao esperado pela organização.
Na verdade, o que pode ocorrer é que em gestões onde há grande
controle e autoritarismo as pessoas deixam de lado a sua criatividade, passam
a agir de forma não espontânea e somente cumprirão ordens.
Na Teoria Y, o conceito é de que as pessoas são criativas e
normalmente têm no trabalho uma postura de fazer o melhor para
desempenhar suas funções, entendendo o trabalho como condição natural do
ser humano, como é o lazer e o descanso, desde que tenham condições para
o seu desenvolvimento pessoal no ambiente de trabalho (administração
participativa).
Mc Gregor propõe a adoção da Teoria Y, que aumentaria a motivação
dos empregados.
Donald Morton sugere que, em relação a Teoria Y, seria evidenciada
em trabalhos com níveis de conhecimento mais elevado ( os dois primeiros
níveis da hierarquia de Maslow) e que a Teoria X seria efetivada nos níveis
mais baixos, trabalhos manuais e rotineiros.
Na verdade, as duas teorias são possíveis ao mesmo ser humano,
dependendo do ambiente e do gerenciamento ao qual está subordinado o
empregado.
16
Gooch e Mc Dowell explicam que a motivação é uma forca que se
encontra no interior de cada ser humano e que pode estar ligada a um
desejo, por isso não há como motivar o outro.
Para Freud, o que leva a pessoa a agir é o que está em seu
inconsciente, e que, muitas vezes, ela mesma não tem a percepção de
maneira consciente.
Nos anos 70 temos a visão de Clayton Alderfer, que explica que o
homem tem três tipos de necessidades:
Necessidades físicas (materiais)- necessidades de salário, segurança,
benefícios, condições físicas no trabalho;
Necessidades Emocionais (relacionamento) - necessidade de ser aceito
pelas pessoas no ambiente de trabalho, se sentir pertencendo ao grupo;
Necessidade de Desenvolvimento Pessoal (mentais) – necessidade de
crescimento individual, de auto-realização.
Aldefer entende que não há barreiras entre estes três níveis, que podem
estar ativos e juntos em qualquer situação. E as pessoas insatisfeitas podem
optar por outro nível que a satisfaça naquele determinado contexto.
No final do Século XIX e inicio do Século XX, Kurt Lewin, em seus
estudos, identificou que o comportamento humano é regido pela interação que
as pessoas estabelecem com o ambiente. Cada indivíduo interage de forma
diferente aos estímulos do meio em que vive, interpretando de forma própria as
situações vivenciadas.
Para Vergara (2006) a motivação é uma força, uma energia que
impulsiona na direção de alguma coisa e é intrínseca, ou seja, nasce de
nossas necessidades interiores.
Assim, temos que a motivação é pessoal, cada pessoa é única no que
tange aos estímulos para sua motivação.
17
Hoje se entende a motivação como algo interior, que vem de dentro, diz
respeito à personalidade do indivíduo, mas o ambiente é o estimulo a aflorar
esta motivação, se houver a interação ideal entre o que a pessoa espera
receber e o que efetivamente é oferecido.
CAPITULO II
MOTIVACAO NAS ORGANIZACOES
Este capítulo estudará o comportamento motivacional dentro das
organizações, trazendo informações sobre o que atualmente é eficaz na
questão de motivação organizacional e as efetivas necessidades dos
colaboradores nos dias de hoje, bem como o papel dos líderes para
18
atendimento das necessidades, tanto individuais dos seus seguidores, como
de suas equipes.
2.1 COMPORTAMENTO MOTIVACIONAL:
A motivação impulsiona o individuo para a ação. Nas empresas, a
motivação surge com o sentimento de pertencer aquele grupo, de se sentir
valorizado e de verificar seu crescimento pessoal.
“Pessoas: implica a preocupação em educar,
treinar, motivar, liderar as pessoas que trabalham na
organização, incutindo-lhes o espírito empreendedor
e oferecendo-lhes uma cultura participativa ao lado
de oportunidades de plena realização pessoal. A
organização indica os objetivos que pretende
alcançar, focalizando a missão e visão, e oferece
oportunidades de crescimento profissional que
fortaleçam seu negócio. As organizações bem-
sucedidas proporcionam às pessoas um ambiente
de trabalho acolhedor e agradável, com plena
autonomia e liberdade para escolher a maneira de
realizar seu trabalho. As pessoas são consideradas
parceiros e colaboradores e não funcionários
batedores de cartão de ponto.”
(Chiavenato , 1999, p.32)
Explica Kannane (1995) que Motivação é uma força que provoca um
comportamento . A necessidade romperia o estado de equilíbrio da pessoa,
que entraria em estado de tensão, gerando nela um determinado
comportamento. Quando a necessidade é satisfeita, acaba o estímulo
motivacional. O comportamento das pessoas, para Kannane, pode ser
avaliado em um “ciclo motivacional” que provoca o equilíbrio interno. Este ciclo
19
pode ser inteiro, completo, ou pode ser interrompido, quando ocorrer uma
frustração ou um comportamento de compensação. Assim, temos as figuras
abaixo:
Figura 1
CICLO MOTIVACIONAL INCOMPLETO
Figura 2
20
CICLO MOTIVACIONAL
COMPLETO
(KANNANE, Roberto, 1995,p.34)
O ciclo interrompido está bloqueado por uma situação externa, do
ambiente, gerando ou frustração ou um comportamento de compensação. O
ciclo inteiro vai ser estabelecido quando se atinge o grau ideal de equilíbrio,
estímulo, necessidade, tensão, comportamento e satisfação.
Hoje as organizações, para que continuem a trilhar um caminho de
sucesso, precisam considerar os seus colaboradores como um diferencial
competitivo no mercado. Há a necessidade de desenvolver a motivação dos
empregados, e isto ocorrerá quando a estratégia organizacional estiver
direcionada para a valorização do corpo funcional.
21
“Antes da Revolução Industrial,a principal
maneira de motivar consistia no uso de punições,
criando, dessa forma, um ambiente generalizado de
medo. Tais punições não eram unicamente de
natureza psicológica, podendo aparecer sob forma
de restrições financeiras, chegando até a se tornar
reais sob a forma de prejuízos de ordem física.
Levando em conta que as organizações passaram a
existir muito tempo antes da Revolução Industrial, é
possível concluir que a preocupação com o aspecto
motivacional do comportamento humano no trabalho
represente um fato bastante recente.”
(Bergamini ,1997, p.19)
A motivação no trabalho é o ponto principal para a integração das
equipes e para a produtividade, e tem como base não só o indivíduo, mas
também o ambiente organizacional. O ambiente tem que propiciar ao
funcionário uma visão positiva diante das tarefas a executar, na tentativa de
superar os obstáculos e atingir todo o seu potencial.
Segundo Aquino (1970), motivação é a paixão com que o individuo
exerce uma missão, experimentando satisfação quando os objetivos são
alcançados.
Para Maximiano (1995), a motivação para o trabalho é uma expressão
que indica um estado psicológico de disposição ou de vontade de perseguir
uma determinada meta ou realizar uma tarefa. Estudar a motivação é procurar
entender quais são as razões ou motivos que influenciam o desempenho das
pessoas, que é a mola propulsora da produção de bens e da prestação de
serviços.
22
Segundo a Revista Liderança – Gestão , Pessoas & Atitudes
(Maio/2010), pesquisa realizada pela Right Management em 2008, com 30
mil funcionários de empresas de 15 países, concluiu que ter colaboradores
motivados é 50% mais produtivo que trabalhar com pessoas desmotivadas e,
ainda, que o fator remuneração não ficou entre os 26 impulsionadores globais
da motivação mais citados pelos entrevistados, ficando entre os dez primeiros
itens listados como fonte motivadora a afinidade entre os valores pessoais de
cada colaborador e os valores da organização. E apresenta a reportagem um
Ranking dos 10 principais impulsionadores globais da motivação:
1º - Estou comprometido com os valores básicos da minha organização;
2º - Nossos clientes valorizam muito nossos produtos e serviços:
3º - Minhas opiniões são levadas em consideração:
4º - Entendo perfeitamente o que é esperado de mim no trabalho;
5º - Compreendo como posso contribuir para atender às necessidades
de nossos clientes;
6º - Fui recompensado com justiça;
7º - Os líderes valorizam os funcionários;
8º - Todos são tratados com respeito no trabalho, não importando quem
sejam;
9º- Consigo me concentrar no que faço quando estou no local de
trabalho;
10º - Meus objetivos pessoais no trabalho estão relacionados com o
plano de negócios de minha área.
Na verdade, o atendimento dos objetivos empresariais e pessoais é que
impulsiona a organização. As organizações devem possibilitar que ambos os
23
objetivos sejam alcançados para que todos ganhem. Abaixo temos um
comparativo que exemplifica alguns objetivos empresariais e pessoais.
(http://zona8.com.br/rh/?p=767, 27.02.2011)
Na verdade, o que realmente motiva é o alinhamento entre os interesses
pessoais e os da organização, gerando uma cultura de motivação, onde os
gestores devem estar cientes que seus papéis são fundamentais para o
resultado desse processo de cultura motivacional.
2.2 RELACIONAMENTO COM O LÍDER:
A questão da Motivação está acima do campo da Administração de
Empresas, ela se incorpora à natureza humana. Cada indivíduo tem
aspirações coerentes com seu estilo de vida, sua classe social e visão de
futuro e estas ideologias estão diretamente ligadas às expectativas individuais
com relação à política de Gestão de pessoas no ambiente de trabalho.
Segundo a Revista Coleção Você RH, as melhores empresas para se
trabalhar, segundo o Guia Você S/A Exame – (As melhores empresas para
você trabalhar), são as que têm como marca a simplicidade das práticas de
Gestão:
“Nada de gurus ou teorias de gestão
complicadas. As empresas que conseguem
24
manter o alto nível de satisfação de seus
funcionários durante anos seguidos (em momentos
de crise, inclusive) creditam essa consistência
principalmente à proximidade dos líderes com a área
de recursos humanos e com os colaboradores.”
(Revista Coleção Você RH, vol. 6, 2010,p. 22)
As organizações precisam ficar atentas às questões de
relacionamentos interpessoais, que são fundamentais para a saúde
empresarial, principalmente nos relacionamentos entre gestores e
seguidores como explica Bergamini:
“A motivação no contexto organizacional
envolve também o relacionamento entre líderes e
seguidores. O líder enquanto tal só é autorizado a
exercer o seu poder à medida que o seguidor
reconheça nele grande sensibilidade inter-pessoal.
O seguidor só terá percepção positiva do líder à
medida que ele não só conheça as suas
expectativas, mas também seja quem o ajude a
atingir aquilo que por ele é desejado. Caso esse
líder se interponha entre o seguidor e os objetivos
que ele pretende atingir, dificultando ou impedindo
essa busca, logo perderá a sua posição com alguém
que mereça ser seguido”.
(Bergamini,1997,p.34)
O relacionamento entre líder e colaborador tem que ser estruturado em
mútua confiança, e para isso, deve ser calcado em honestidade, verdade e
justiça.
25
“As pessoas aderem ao líder antes de
aderirem a uma declaração de missão. Se aderirem
ao líder, elas irão aderir a qualquer declaração de
missão que o líder tiver.”
(Hunter , 2004, p. 130)
Há lideres natos, que dizemos que já nascem líderes. Em grupos de
crianças podemos, muitas vezes, identificar líderes. São aqueles que
de forma natural e inconsciente levam todo o grupo a participar de seus
objetivos.
Com certeza há líderes natos, mas também podemos encontrar ótimos
líderes, que se tornaram líderes com estudo e dedicação, e, principalmente,
aprendendo a respeitar as diferenças e se posicionar como um colaborador
dos colaboradores, atendendo suas necessidades e valorizando suas aptidões,
sempre agindo de forma clara e objetiva, para que seus seguidores saibam
exatamente o que se espera deles e tenham confiança e se solidarizem com
as decisões do gestor.
2.3 MOTIVAÇÃO NAS EQUIPES:
No mundo atual, o sucesso das organizações depende não só do
conhecimento técnico e do capital financeiro, mas, principalmente, do seu
capital humano. Sabemos que hoje o empregado tem grande influência nos
rumos da empresa.
“As pessoas – e seus conhecimentos e
habilidades mentais – passam a ser a principal base
da nova organização. A antiga Administração de
26
Recursos Humanos (ARH) cedeu lugar a uma nova
abordagem, a Gestão de Pessoas (GP). Nesta nova
concepção, as pessoas deixam de ser simples
recursos (humanos) organizacionais para serem
abordadas como seres dotados de inteligência,
personalidade, conhecimentos, habilidades,
destrezas, aspirações e percepções singulares. São
os novos parceiros da organização”.
(Chiavenato, 1999, p. 31)
Não se pode fazer um planejamento estratégico sem envolver
pessoas. E o grande desafio é trabalhar com pessoas em equipes.
Atualmente as pessoas são exigentes, sabem seus direitos e esperam
ser valorizadas e respeitadas. Além disso, também necessitam perceber no
seu trabalho um objetivo, um sentido para a tarefa existir.
No trabalho em equipe, todos têm que estar motivados, o que ocorre
na medida em que o gestor mostrar a necessidade de cada um no processo de
trabalho. As pessoas são motivadas quando se sentem necessárias e, no caso
do trabalho em equipe, todos devem entender a utilidade de sua tarefa para
chegarem ao produto final.
Tentar motivar funcionários é uma questão complexa, pois podem
haver resultados por pequeno período de tempo, mas como Motivação é o
porque, a razão pela qual a pessoa faz o que ela faz, sempre deve-se estar
voltado para o que motivará a pessoa naquele momento . Deve-se observar
que cada ser humano é motivado por estímulos diferentes, individuais. Daí a
maior dificuldade em manter uma equipe motivada.
A função do líder, neste contexto, é fundamental, devendo tratar todos
com igualdade e respeito, mas atender às necessidades individuais de seus
colaboradores, o que nem sempre é fácil, já que, por vezes, há interesses
antagônicos entre os participantes do grupo. O líder tem de estar preparado
27
para “aparar as arestas”, para conciliar interesses, e ter habilidade para se
posicionar nos conflitos de forma atuante e imparcial, sem perder o foco nos
objetivos individuais, mas nunca fugindo das diretrizes estabelecidas no
objetivo organizacional.
Richard Stengel no livro “Os caminhos de Mandela”, cita uma frase do
grande líder Mandela que disse:
“Julgam que considero demais o que há de
bom nas pessoas. Então, é uma crítica que tenho de
tolerar, e tentei me ajustar, porque, sendo assim ou
não, é algo que julgo benéfico. É bom supor, agir
com base no fato de que os outros são homens de
integridade e honradez, porque você tende a atrair
integridade e honradez, se é dessa forma que você
julga aqueles com os quais trabalha. Acredito nisso”.
(Richard Stengel, 2008, p.
130)
Esta é uma grande lição do incrível líder nato que foi Mandela. Homem
que, com seu jeito humilde e despretensioso, arrebatou multidões a lutarem
por seu ideal de liberdade.
Em outra passagem da obra citada o autor diz:
“Mandela procura o positivo, o construtivo.
Escolhe passar sobre o negativo. Faz isso por duas
razões: porque instintivamente vê o que há de bom
nas pessoas e porque intelectualmente acredita que
ver o que há de bom nos outros pode realmente
torná-los melhor. Se você espera mais das pessoas,
companheiros de trabalho ou membros da família,
28
elas com freqüência contribuem mais. Ou, ao menos
sentem-se culpadas se não o fizerem.”
(Richard Stengel, 2008,
p.120)
As pessoas tendem a ter o comportamento que é esperado pelos
outros. Daí a importância de valorizar os aspectos positivos da personalidade
de cada indivíduo, criando condições para que sejam os aspectos negativos
diluídos pela motivação de mostrar-se uma pessoa melhor.
CAPITULO III
MOTIVACAO NO SETOR PUBLICO
Este capítulo desenvolverá a questão da motivação no Setor Público,
abordando as dificuldades enfrentadas pelos gestores para motivar
funcionários estatais, trazendo uma visão do que realmente deve ser a gestão
estratégia de pessoas no Poder Público.
29
3.1 GESTÃO DE PESSOAS NAS
ORGANIZAÇÕES PÚBLICAS:
São grandes as dificuldades de motivação no setor público pois há,
ainda nos dias de hoje, pouco progresso das organizações estatais no que
tange a administração estratégica, muito aquém do setor privado.
Mas, embora nesta questão o setor público ainda esteja muito atrasado
em relação ao setor privado, vemos atualmente uma preocupação dos órgãos
estatais com a gestão estratégica e com o funcionalismo como capital
importante para a melhoria de qualidade no serviço público, para atendimento
de uma sociedade mais desenvolvida, mais exigente e consciente de seus
direitos.
Na verdade, o Gestor Público tem pouco poder sobre o desenvolvimento
daquele funcionário que está sob seu comando. Há questões a serem
estudadas que, muitas vezes não estão afetas às determinações dos gestores,
como escassez de funcionários , planos de cargos e salários inadequados e
desmotivadores, com pouca chance de ascensão profissional, causando o
desestímulo do funcionário público.
Hoje as organizações públicas estão voltadas para modificação deste
quadro de desmotivação, mas há muito a transformar, inclusive a própria
sociedade, que tem de ser mais ativa, atuante, aflorando seu senso de
cidadania.
A principal estratégia a ser usada na questão da motivação deverá ser
a do crescimento pessoal, gerando competência e conseqüentemente auto-
estima.
Segundo Vergara ( 2007), um dos caminhos para superar os obstáculos
é capacitar as pessoas que compõe o quadro funcional.
30
As organizações estatais estão buscando desenvolver políticas de
satisfação das necessidades do servidor público para aumentar a
produtividade, qualidade da prestação de serviço e eficiência no serviço
público.
A dificuldade de motivação na Administração Pública ocorre também
em função da burocracia estatal, que não permite aos gestores autonomia
para gerir seus colaboradores, além do fato de que o emprego garantido
muitas vezes é motivo para acomodação do funcionário, que não se aventura
em busca de outros horizontes por receio de perda da “estabilidade” adquirida
na função pública.
Outro fator de desmotivação enfrentado pelo servidor é a questão da
opinião pública, que, desacreditada dos serviços estatais, por conta de
décadas de precariedade no setor, insiste, embora já verificando mudanças na
gestão pública, em associar funcionário público a empregado desmotivado.
Esta afirmação está enraizada na sociedade e haverá um longo caminho a
percorrer pela excelência no serviço público para que o cidadão perceba que
tem suas necessidades priorizadas e eficazmente atendidas pelos órgãos
estatais.
3.2 DESENVOLVIMENTO PESSOAL:
Um dos pontos primordiais para alterar esta visão tanto por parte do
cidadão como do servidor público, é, sem duvida, a educação.
Para Chiavenato (1999), o desenvolvimento de pessoas está mais
relacionado com a educação e com a orientação para o futuro do que o
treinamento. Por educação entende-se o desenvolvimento pessoal em seu
campo mais profundo, integrando a personalidade do indivíduo e sua
31
capacidade de compreender e interpretar o conhecimento. Difere do
treinamento que seria um desenvolvimento para o cargo funcional.
Todos os funcionários podem e devem se
desenvolver. Na abordagem tradicional, o
desenvolvimento gerencial era reservado apenas a
uma pequena fatia do pessoal: apenas os níveis
mais elevados. Com a redução de níveis
hierárquicos e a formação de equipes de trabalho,
os empregados passaram a ter maior participação
nos objetivos de seus cargos e maior preocupação
com a qualidade e com os clientes. Hoje, as
organizações estão exigindo novas habilidades,
conhecimentos e capacidades de todas as pessoas.
E o desenvolvimento passou a envolver a totalidade
dos funcionários .
(Chiavenato, 1999, p.323)
A organização pública tem que priorizar a questão do desenvolvimento
pessoal e enriquecimento profissional do servidor, já que a motivação está
intimamente relacionada ao autoconhecimento e interesse em
desenvolvimento das competências pessoais.
Segundo Davenport e Pruzak (1998), ao contrário dos ativos materiais,
que diminuem à medida que são usados, os ativos do conhecimento
aumentam com o uso; idéias geram novas idéias e o conhecimento é
compartilhado com o doador, ao mesmo tempo em que enriquece o recebedor.
Em se tratando de gestão pública, os gestores devem ser treinados e
motivados a se atualizarem em estudos sobre gestão de recursos humanos.
32
Atualmente observa-se, em vários órgãos estatais, a discrepância de
conhecimento em gestão de pessoas e em desenvolvimento de competências,
habilidades e atitudes dos funcionários mais antigos, que normalmente são
gestores, em relação aos mais novos que, apesar de muitas vezes melhor
preparados , desempenham funções apenas de execução de tarefas.
Há uma inversão de valores, que surge pela acomodação ou falta de
estímulo de antigos funcionários, não por não terem interesse em evoluir,
mas por terem “desistido” de se empenhar, por conta das antigas gestões
públicas que não incentivavam o auto-desenvolvimento do servidor, ficando
este desacreditado da organização a que pertence.
Todos os esforços devem ser investidos em desenvolvimento dos
Gestores em Gestão de Recursos Humanos, para viabilizar a delegação de
poder , dando autonomia e flexibilidade aos gestores para tomarem decisões
que tragam a médio e longo prazo a excelência no serviço público.
Sabe-se que o trabalho será árduo e demorado, mas muito já está
sendo feito em matéria de Gestão Estratégica nas organizações públicas, o
que dará condições de seus servidores serem realmente “colaboradores”
eficientes e motivados.
As organizações públicas têm de priorizar a educação, treinando seus
gestores em Gestão de Pessoas, propiciando cursos de especialização, pós-
graduação, incentivando o funcionário a evoluir e se tornar competente e
motivado. Deve ser uma atuação de cima para baixo, já que os servidores em
cargos de chefia, geralmente, são os mais antigos e os menos preparados
para desenvolver um trabalho em Gestão Estratégica de Pessoas, pois ainda
trazem dos tempos de outrora uma visão decadente do servidor público.
A solução é a valorização do funcionalismo, incentivo ao auto-
desenvolvimento e treinamento, inclusive quanto ao atendimento ao
cliente/cidadão. Estas estratégias irão gerar, com certeza, um outro
33
funcionário, que será apreciado pela opinião pública e, a partir daí, um novo
conceito de serviço público estará instalado na sociedade.
3.3 GESTÃO SEM FERRAMENTAS:
Nas organizações, atualmente, temos muitas ferramentas a serem
utilizadas para otimizar a Gestão Estratégica de pessoas, mas, infelizmente,
no setor público o atraso é grande em relação ao que se tem no setor privado.
Diante do atual conceito de gestão de pessoas, o Poder Público vem
tentando se adequar à nova realidade, criando Diretorias de Gestão de
Pessoas, implementando a postura de Empresa, com visão, missão, valores e
políticas de qualidade no serviço. Mas como determinar metas e objetivos sem
pesquisa de clima organizacional, sem avaliação de desempenho, sem
treinamento? Os funcionários sequer são avaliados. Não havendo uma
avaliação de desempenho e por conseguinte, não se dando um feedback ao
servidor, não há desenvolvimento pessoal e profissional e o corpo funcional
nunca estará engajado nos processos.
Em alguns setores públicos são dados treinamentos com cursos em
várias áreas distintas, mas não há o envolvimento do gestor para o
desenvolvimento de seu colaborador em suas competências, habilidades e
atitudes. Apenas os cursos são oferecidos e o servidor escolhe qual
treinamento interessa pessoalmente a ele, independente do que irá trazer de
desenvolvimento profissional. Em alguns casos, esses cursos implicam em
contagem de horas de treinamento para efetivar-se uma progressão de cargos
e, assim, tornam-se uma obrigação enfadonha que, ao invés de gerar
motivação, causam mais desestímulo, e servirão para cumprimento daquelas
horas obrigatórias para a ascensão funcional, mas sem agregar valor.
Talvez o Clima Organizacional seja a ferramenta mais eficaz e
importante para dar o passo inicial nas organizações estatais com relação à
34
Gestão Estratégica de Pessoas. Coletando estas informações o órgão
público terá o parâmetro de por onde começar a trabalhar a gestão de RH.
3.4 A QUESTÃO DA BUROCRACIA NO
SERVIÇO PÚBLICO:
Muito se tem feito e ainda há muito a trabalhar. Mas, outra questão que
também deve ser focada e priorizada nos órgãos estatais é a solução para o
excesso de burocracia, que deve ser banido de nossa sociedade, para que o
atendimento das necessidades do cidadão se torne célere e eficiente,
proporcionando ao servidor trabalhar de forma rápida e prática.
Temos normas e procedimentos, formulários e tabelas, formalidade a
serem cumpridas, prazos desnecessários, carimbos e mais carimbos. Como
podemos emperrar a máquina pública dessa forma? Como atribuir ao
funcionalismo a morosidade dos serviços públicos?
Não é raro o funcionário se comover com a situação em que se encontra
o cidadão/cliente, ficar totalmente motivado a atuar de forma eficiente, racional
e objetiva para solucionar o problema e, por questões burocráticas, ficar
impedido de agir.
Outras vezes pode até resolver de forma rápida o procedimento que
está em sua área de atuação e, quando a questão chega ao setor ao lado, que
tem também a obrigação de atuar no processo de trabalho, há a falta de
colaboração do colega daquela equipe e todo o esforço empregado cai por
terra.
Estas são situações comuns no Setor Público, situações que ainda
perdurarão por muitas décadas, já que pouco é mudado com o passar dos
anos.
35
A burocracia administrativa é um entrave para o desenvolvimento das
nossas instituições e está intimamente ligada à questão da corrupção.
A corrupção é mantida pelo excesso de burocracia. Se os serviços
forem rápidos e eficientes, sem normas e procedimentos desnecessários a
serem verificados pelos funcionários, não haverá gorjetas ou propinas para
aceleração das tarefas. Não haverá interesses escusos que favoreçam a
corrupção.
Desenvolvendo uma gestão de pessoas participativa e voltada para o
cidadão como cliente importante da organização teremos um serviço público
de qualidade e eficiente, atrelado aos verdadeiros interesses da sociedade.
Neste patamar teremos uma Administração Pública calcada nos pilares
propostos por nossa Constituição Federal em seu art. 37:
"Art. 37. A administração pública direta e
indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência .”
CONCLUSÃO
36
Motivação é o motivo para a ação. Cada pessoa tem seu mapa mental e
estabelece as suas necessidades e desejos. Assim, se a pessoa é
normalmente motivada, não há obstáculos que a desmotive.
A Motivação deve ser encarada como um estado de espírito, é pessoal e
intransferível. Teremos um ser motivado em primeiro lugar se suas
necessidades básicas estão atendidas. Mas não apenas isto, um ser motivado
é um ser atuante, criativo e não aquele que apenas desempenha sua função
porque recebeu ordens que tem de cumprir.
No meio empresarial , muitas vezes, as pessoas são motivadas pela
coerção ou punição ou ainda por dinheiro ou prêmios. Estes profissionais
podem até desempenhar bem o seu serviço, mas apenas para manter o
emprego ou receber o bônus estipulado. Mas estarão realmente motivados?
São felizes pelo que fazem? Vestem a camisa da empresa? A empresa pode
contar com este profissional em qualquer circunstância? Muitas vezes a
organização perde um excelente profissional por pensar a questão da
Motivação como recompensa.
As organizações, através de seus Gestores, podem e devem criar um
clima organizacional de positividade e de respeito ao ser humano, onde os
aspectos negativos do indivíduo sejam diluídos pela intenção de mostrar-se
melhor, de fazer a diferença para aquele que acredita no seu potencial e
valoriza seus aspectos positivos.
Estas políticas de incentivo são fontes de satisfação e impulsionam o
funcionário a criar a motivação que necessita para executar bem suas funções,
mas, sabemos que motivação é pessoal, que cada indivíduo responde de
maneira única aos estímulos que lhe são ofertados para promover a
motivação.
O salário pode motivar, o elogio também é fundamental, algumas
premiações devem surtir efeito, mas podemos criar um clima propício para a
motivação e nada acontecer se o individuo não se responsabilizar pelo
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desenvolvimento de sua motivação, que na verdade, está ligada ao estilo de
vida, ao modo de pensar e às experiências pessoais experimentadas em toda
sua trajetória de vida.
No caso das organizações públicas vários são os desafios para a
motivação, pois em cada seguimento não há como criar estímulos de
melhores salários, prêmios ou bonificações, que são atribuições da cúpula do
Poder Público. e, ainda, não há a possibilidade de dar prêmios, como folgas
ou horários flexíveis, sob pena de incorrer em falta funcional.
Em muitos casos, a própria legislação, através de Estatutos ligados a
cada Poder, dá condições ao funcionário desinteressado de manter seu
emprego e fazer apenas o mínimo, não se envolvendo com a dinâmica do
serviço e ainda, trazendo desconforto e insatisfação aos demais servidores da
equipe.
Este o grande dilema do Gestor no serviço público. Com tantas
dificuldades encontradas para atendimento de necessidades, às vezes
básicas, do corpo funcional tendo como objetivo a motivação, e, além disto,
esbarrando na burocracia estatal emperrando ainda mais o andamento
satisfatório do serviço e atendimento eficiente da população, a estratégia , com
certeza, deve estar voltada para o clima organizacional, onde haja
engajamento, respeito e solidariedade, tanto entre os funcionários quanto
destes com os gestor.
A questão talvez seja fundamentada na valorização do servidor e na
formação da consciência deste profissional sobre o seu papel na sociedade,
mostrando o valor de seu trabalho para o benefício de outrem, valorizando o
nome de “Servidor Público”.
Neste contexto, o gestor deve ter a convicção de que cada ser humano
é único. È preciso conviver de forma harmoniosa com as diferenças, buscando
o equilíbrio nas relações inter-pessoais, para que possamos evoluir tanto na
vida pessoal como profissional.
38
Talvez este seja o caminho para a MOTIVAÇÃO.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BERGAMINI, Cecilia Whitaker, Motivação nas Organizações – Ed. Atlas, 1997
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas, Editora Campus , 1999
39
COHEN, Alan e FINK, Stephen L – Comportamento Organizacional :Conceitos
e Estudos de Casos. Editora Campus, 2003
GONÇALVES,Paulo José,Comportamento Humano-Pensamento&
Consciência – Curso de Pós Graduação em Gestão de Pessoas: UCAM/IAVM,
2010
HUNTER, James C., O Monge e o Executivo: Uma história sobre a Essência
da Liderança. Ed. Sextante, 2004
KANNANE, Roberto., Ciclos e Comportamentos Humanos nas organizações.
Ed. Atlas, 1995.
MAXIMINIANO, Antonio Cesar Amaru, Além da Hierarquia- como implantar
estratégias participativas para administrar a empresa enxuta. Editora Atlas,
1995
Revista LIDERANÇA – Gestão, Pessoas & Atitudes, Ano VI, nº 67, Maio 2010
Revista Você RH – Volume 6 – Editora Abril, 2010
STENGEL, Richard – Os caminhos de Mandela – Lições de Vida, amor e
coragem – Ed. Globo, 2008
TEIXEIRA, Gilnei Mourão, Gestão Estratégica de Pessoas – Editora. FGV
VERGARA, Sylvia Constant e Eduardo Davel - Administração com
Arte:Experiências Vividas de Ensino-Aprendizagem, Editora Atlas, 2007.
http://tuttivita.blogspot.com/2010_08_01 archive.html, acessado em 22.02.2011
http://www.google.com.br/imagem, acessado em 25.02.2011
http://www. Lideraonline.com.br, acessado em 27.02.2011
http://zona8.com.br/rh/?p=767, acessado em 27.02.2011
ÍNDICE
40
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - Motivação 10
1.1 - Conceito 10
1.2 – Histórico 11
1.3 – Teorias Motivacionais 12
CAPÍTULO II - Motivação nas Organizações 18
2.1 - Comportamento Motivacional 18
2.2 – Relacionamento com o Líder 23
2.3 – Motivação nas equipes 26
CAPÍTULO III - Motivação no Setor Público 29
3.1 – Gestão de Pessoas nas Organizações Públicas 29
3.2 – Desenvolvimento Pessoal 31
3.3 – Gestão sem Ferramentas 33
3.4 – A questão da burocracia no Serviço Público 34
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39
ÍNDICE 40
41
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: