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1 Tecnologia Têxtil / Anhembi Morumbi 1 Tecnologia Têxtil Mitiko Kodaira de Medeiros Historicamente, desde o começo do uso da escrita, em vários períodos, segundo acontecimentos e datas consideradas significativas, procuramos compreender as circunstâncias da vida dos homens e o modo como eles têm se transformado ao longo do tempo. No caso da produção têxtil, é flagrante a pertinência da periodização, proposta por Alvin Toffler, em seu livro "A Terceira Onda". Segundo o autor, a primeira onda de mudança foi desencadeada há mais ou menos dez mil anos pela descoberta da agricultura.; a segunda onda resultou da chamada Revolução Industrial, no século XVIII de nossa era; a terceira onda já está visível no mundo em que estamos vivendo, em que a informação, a eletrônica, a cibernética e a robótica começam a transformar as relações entre os homens e as máquinas, conseqüentemente, alterando os métodos de trabalho, as relações de produção e as condições de uso social dos produtos, a sua necessidade e as suas motivações estéticas e emocionais ou psicológicas. Essa periodicidade convém ao estudo do fenômeno têxtil justamente porque os produtos têxteis desempenharam um papel decisivo no desenvolvimento, tanto da primeira como da segunda onda de energia da civilização, cujos meios de produção estão estruturalmente ligados. De fato, os antigos indícios de objetos têxteis podem ser datados de há mais de dez mil anos, coincidindo com a agricultura sedentária dos primeiros homens, muito antes da invenção da escrita e do início história da civilização. Matérias-primas têxteis A matéria-prima têxtil remonta a épocas até hoje discutíveis. Acredita-se que as primeiras atividades de curtimento de couros, peles e de tecelagem datam da idade do bronze e do ferro. Paralelamente ao uso da pele, o homem passou a utilizar vegetais na construção de abrigos. Fibras apropriadas ao uso têxtil têm comprimento, espessura, resistência e flexibilidade para formação do fio e do tecido.

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Tecnologia TêxtilMitiko Kodaira de Medeiros

Historicamente, desde o começo do uso da escrita, em vários períodos,segundo acontecimentos e datas consideradas significativas, procuramoscompreender as circunstâncias da vida dos homens e o modo como eles têm setransformado ao longo do tempo.

No caso da produção têxtil, é flagrante a pertinência da periodização, propostapor Alvin Toffler, em seu livro "A Terceira Onda".

Segundo o autor, a primeira onda de mudança foi desencadeada há mais oumenos dez mil anos pela descoberta da agricultura.; a segunda onda resultou dachamada Revolução Industrial, no século XVIII de nossa era; a terceira onda jáestá visível no mundo em que estamos vivendo, em que a informação, a eletrônica,a cibernética e a robótica começam a transformar as relações entre os homense as máquinas, conseqüentemente, alterando os métodos de trabalho, asrelações de produção e as condições de uso social dos produtos, a suanecessidade e as suas motivações estéticas e emocionais ou psicológicas.

Essa periodicidade convém ao estudo do fenômeno têxtil justamente porqueos produtos têxteis desempenharam um papel decisivo no desenvolvimento,tanto da primeira como da segunda onda de energia da civilização, cujos meiosde produção estão estruturalmente ligados.

De fato, os antigos indícios de objetos têxteis podem ser datados de há maisde dez mil anos, coincidindo com a agricultura sedentária dos primeiros homens,muito antes da invenção da escrita e do início história da civilização.

Matérias-primas têxteis

A matéria-prima têxtil remonta a épocas até hoje discutíveis. Acredita-se queas primeiras atividades de curtimento de couros, peles e de tecelagem datam daidade do bronze e do ferro. Paralelamente ao uso da pele, o homem passou autilizar vegetais na construção de abrigos.

Fibras apropriadas ao uso têxtil têm comprimento, espessura, resistência eflexibilidade para formação do fio e do tecido.

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Classificação das fibras têxteis

(conforme ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas - CB17)

• Fibras naturais: encontradas como tal na natureza.• Fibras químicas: obtidas por operações industriais e divididas em:

- artificiais: obtidas de elementos naturais, como celulose extraída da madeira ou borracha.- sintéticas: obtidas de elementos sintéticos, da indústria petroquímica.

Quadro I - classificação e simbologia das fibras têxteis naturais

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Quadro II - classificação e simbologia das fibras têxteis químicas

Quadro III - comportamento das principais fibras têxteis à queima

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Fibras naturais vegetais

Algodão

O algodão foi desenvolvido e utilizado na Índia e na China há aproximadamente3000 a.C..

Ele é cultivado em cerca de 75 países, distribuídos nos cinco continentes,ocupando, na atualidade, uma área que representa 0.8% da área cultivável domundo. Os maiores produtores são: China, Estados Unidos, União Soviética,Índia Paquistão, Brasil, Turquia, Egito, Austrália e México.

Da família de gênero Gossypium.

Gossypium barbadense: região tropical da América do Sul, Antilhas, África,Polinésia, as variedades americanas de fibra fina de Sea Island e Egito.

Gossypium herbaceum: Irã, Turquia, Síria, Grécia, norte da África e parteocidental da Índia.

Gossypium hirsutum: América Central de Guatemala até o norte, onde foiintroduzido o algodão Upland norte americano.

Gossypium arboreum: India, Birmania, China, Coréia e Japão.

Gossypium barbadense: variedade brasileira.

Fibra vegetal, extraída da semente. Tem como características:

• toque agradável;• não alérgico;• ótima absorção de umidade ( 8,5% e 10,5% em fio mercerizado);• boa resistência à tração;• boa resistência à lavagem;• fácil tingimento;• amassa facilmente;• não deforma ao calor;• fibra torcida e achatada com um canal no meio que varia de tamanho

conforme procedência e maturidade;• fibra curta (comprimento médio de 24 a 34 mm);• pouco brilho, se não tiver tratamento;• cor branca a amarelada, até tons de castanho ou cinza; (Índia = branco sujo

amarelado; América = branco puro a amarelado; Egito = branco amanteigado)• não forma bolinhas (pilling);• boa estabilidade dimensional, encolhe se não tiver tratamento;• média elasticidade.(3 a 10%);• resistente a álcali, o tratamento com soda cáustica concentrada (28ºBé)

consegue melhoras na fibra, aumentando brilho, melhorando a afinidade tintoriale resistência (processo denominado mercerização);

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• peso específico 1,45 a 1,65g/cm3;• temperatura-limite para passar a ferro: 206.1ºC (ou 400ºF), a 240ºC começa

amarelecer e carboniza.

Apresentação dos fios

Hoje, os fios de algodão apresentam-se puros e em combinações com amaioria das outras fibras têxteis, sendo o poliéster/algodão o mais famoso..

Essa combinação é obtida durante o processo de fiação, quando as fibrassão misturadas em proporções pré-estabelecidas. Esse tipo de mistura échamado de mistura íntima.

Misturas com outras fibras:

As misturas mais usuais são:

• 67% poliéster/33% algodão;• 50% poliéster/50% algodão;• 50% poliéster/35% algodão/15% linho.

As menos usuais, ainda existentes, são:

• poliéster/algodão/viscose;• algodão/viscose;• algodão/acrílico.

Essas misturas visam a objetivos bem específicos. O poliéster é uma fibraque melhora a regularidade do fio, que confere a qualidade anti-rugas (nãoamassa) e reduz o custo final do produto. Por sua vez, o algodão entra com asqualidades naturais já mencionadas, da mesma maneira que o linho.

Fios de algodão recebem diferentes denominações, dependendo do processode fiação com que foram obtidos. São singelos, quando se apresentam com umúnico cabo; e retorcidos, quando compostos por dois ou mais cabos.

Cardados:

Geralmente compostos de algodão de qualidade média/baixa, comaproveitamento de 85 a 90% das fibras. O fio é obtido em fiações convencionais.

Open-end:

Utilizam a mesma matéria-prima dos cardados, com aproveitamentoligeiramente maior de fibras (mais próximo do 90%). O fio é obtido em fiações deprocesso encurtado chamado open-end de baixo custo operacional.

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Penteados:

Utilizam algodões de boa qualidade, geralmente o seridó, com 75 a 80% deaproveitamento de fibras. O processo de fiação é mais longo (inclui mais duasmáquinas sobre a fiação cardada) e os números dos fios, geralmente finos eproduzidos na fiação penteada, encarecem este produto.

Mercerizados:

Os fios são geralmente retorcidos e levam o nome de linha. Pode ser do tipocardado, mas usualmente é um processo feito nos fios penteados. O fiomercerizado adquire um aspecto sedoso, liso e brilhante, além de ter suaresistência aumentada e cores mais brilhantes e vivas.

A mercerização é obtida tensionando fortemente as meadas de fio em banhode solução de soda cáustica. O processo é lento e pouco produtivo, além deverificar-se uma perda de 8 a 10% no peso do fio. Esses fatores encarecem oproduto final.

Fio-de-escócia:

Atualmente, os fios mercerizados de boa qualidade são apresentados comosendo fio-de-escócia. Entretanto, o verdadeiro fio-de-escócia sofre um processode queima de pelugem antes de ser mercerizado e para sua obtenção é utilizadosomente o algodão seridó. A diferença entre uma linha mercerizada e um fio-de-escócia é visível quando comparados um como o outro, pois este último evidenciauma maior lisura, brilho e vivacidade de cor. Somente pelo processo decomparação, a distinção fica fácil.

Tecidos de algodão:

• popeline;• tricoline;• voile;• organdi;• cambraia;• brim;• chambray;• cretone.

Utilização do algodão:

• vestuário, cama, mesa, banho, acessórios, decoração, artigos técnicos etc.

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Linho

Uma das mais antigas fibras do mundo, usada pelos antigos Egípcios. Com8000 anos, ainda hoje tem grande demanda em função de suas propriedades.

Da família de Linnun usitatissimum e Linnum perenne.

Fibra extraída do caule e proveniente, principalmente, de países frios como aEuropa Oriental, Bélgica, Irlanda, França etc. Tem como características:

• toque agradável;• boa absorção de umidade (12%);• resistência à tração;• boa resistência à lavagem;• amassa facilmente;• tendência a encolher;• não deforma ao calor;• pouca elasticidade.• coloração variada (de cinza claro a castanho);• resistente à álcalis.

Tecidos de linho:

• tela de linho;• panamá;• cetim;• cambraia.

Utilização do linho:

• vestuário, rendas, cama, mesa etc.

Rami

Da família Boehmeria nívea e Boehmeria tenacíssima.

Há dois tipos de rami para obtenção de fibras que não diferem em cor ou emcomprimento, ou mesmo em propriedades.

• rami da Índia ou verde que desenvolve em clima tropical e subtropical e;• rami chinês ou branco que desenvolve em clima subtropical e temperado.

Características e propriedades do ramí:

• toque macio;• superfície lisa e sedosa;• muito resistente;• pouca elasticidade;• amassa facilmente;• regain de 12%;• boa absorção de umidade.

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Cardado

Todos os fios atualmente comercializados no Brasil que tem em suacomposição fibras de linho ou rami são do tipo cardado.

Mercerizado

O mesmo que ocorre com o algodão penteado.

Utilização do ramí:

• vestuário masculino, feminino, toalhas de mesa, decoração, cortinas etc.

Fibras naturais animais

A lã é tão antiga quanto à Idade da Pedra. Na antiga Mesopotâmia, berço dahumanidade, há registros do uso da lã como vestuário. O mercado da lã data de4000 aC e, desde então, nada foi encontrado ou criado pelo homem que possase igualar à lã.

Microscopicamente, a lã apresenta uma camada de escamas superpostasque são sua principal característica. Com essas escamas, é possível feltrar umtecido de lã ou até mesmo uma massa de fibras, formando o feltro usado parachapéus.

Características e propriedades da lã:

• fibra térmica (conservador de calor);• fibra flexível;• não amassa com facilidade;• não deforma;• boa afinidade tintorial;• não suja com facilidade;• difícil combustão;• boa absorção de umidade;• toque macio e suave.

Apresentação dos fios

No Brasil, a lã apresenta-se geralmente em mistura. Se bem que algunslanifícios ainda comercializam fios e tecidos de pura lã.

O mais usual, entretanto, é que ela seja apresentada em mistura íntima comoutras fibras, sendo o mais freqüente a mistura poliéster/lã.

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Misturas com outras fibras

São misturas usuais:

• poliéster/lã em misturas variadas: desde 80% poliéster/20% lã;• até 50% poliéster/50% lã;• viscose/lã em percentuais de misturas semelhantes ao poliéster/lã;• 50% poliéster/35% viscose/15% lã.

Como no caso do algodão, essas misturas visam principalmente à reduçãodos custos dos fios e, em segundo lugar, à obtenção da qualidade anti-rugas.

Os fios de lã recebem diferentes denominações, dependendo do processode fiação com que foram obtidos.

Cardados

São fios compostos por fibras de lã grossas e de resíduos resultantes dafiação penteada. O aproveitamento é da ordem de 80% sobre a massa de fibraslavadas e prontas para o uso.

Penteados

Fios obtidos a partir de fibras finas e com baixo aproveitamento, geralmenteem torno de 70%. O processo de fiação é mais longo e os fios obtidos são maisfinos e mais caros.

Mesclas

São fios cardados ou penteados em que uma parte da massa de fibras foitingida antes do processo de fiação e posteriormente mesclada com fibras nãotintas. É possível também, que a mesclagem seja obtida a partir de fibras tingidasem duas ou mais cores.

Vigoreaux

São fios em que o efeito mescla é obtido mediante a estampagem das fibrasantes do processo de fiação. Por ser um processo semi-artesanal,, somente éusado em fios penteados e de alta qualidade.

Tecidos de lã

• tela;• crepe;• camurça;• tweed;• gabardine;• príncipe de Gales;• pied poule;• tricô.

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Utilização da lã:

• vestuário masculino/ feminino, meias, estofamentos etc.

Seda

Conta a história que a seda tem origem no extremo Oriente há mais de 4000anos, acreditando-se ter sido descoberta pela imperatriz chinesa Hsi Ling, noano 2640 a.C. Os casulos existentes em sua amoreira poderiam ser desenroladosproduzindo uma fibra fina, que poderia ser tecida. Esse segredo foi guardadocuidadosamente pelos chineses e foi apenas quando as primeiras grandescaravanas mercantes, feitas em longa jornada por montanhas e desertos, que aseda foi introduzida no ocidente.

A maior parte da seda consumida no mundo é proveniente da China, deoutros países do extremo Oriente e do Brasil, que é o quinto maior produtor e osegundo maior exportador do mundo, tendo a sericicultura como um importantefator econômico.

O filamento é contínuo, de grande comprimento e muito fino, proveniente daborboleta Bombix mori que sofre a metamorfose, cresce na fase de lagarta edevora a folha de amoreira.

Características e propriedades da seda:

• fibra térmica (conservador de calor);• fibra flexível;• não amassa com facilidade;• não deforma;• boa afinidade tintorial;• não suja com facilidade;• difícil combustão.

Apresentação dos fios

Seda grégia ou crua

Fio de seda composto de, pelo menos, três filamentos desenrolados doscasulos, reunidos em um só cabo e colocados entre si pela sericina amolecidaem água quente. Fios com cerca de 60 filamentos conhecidos por grégia grossa.Atingem o título de 180 den, aproximadamente. A seda grégia ainda não passoupor nenhum processo de beneficiamento.

Fio tinto de seda

Fio de seda desengomado (a sericina é eliminada), mediamente torcido,tinto e apto para tecer. Geralmente, utilizado na fabricação de tecidos tafetá deseda.

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Linha mole de seda

Composto por dois ou até quatro cabos de fios tintos de seda, retorcidosentre si e utilizados para bordados.

Crepe de seda

Fio de seda grégia excessivamente torcido.

Schappe “de seda”

Trata-se de fio que passou pelo processo convencional de fiação, semelhanteao do algodão, lã ou linho.

Misturas com outras fibras

O fio schappe de seda pura é bastante raro no mercado brasileiro. Em seulugar, temos uma variedade muito grande de misturas com outros materiais,conseguindo fios com aparência de fio schappe. Nessas misturas, a seda entrageralmente com porcentagens pequenas por uma questão de barateamento doproduto.

As misturas mais usuais são:

• poliéster/seda;• poliéster/viscose/seda;• viscose/seda.

É difícil determinar a porcentagem de cada material na mistura, pois cadafiação apresenta a sua própria porcentagem em função de muitos fatores, como:facilidade de matéria-prima, preço de mercado etc.

Tecidos de seda

• tafetá;• crepe de china;• shantung;• surah;• organza;• gazar.

Utilização da seda:

• vestuário masculino/ feminino de luxo, decoração etc.

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Fibras químicas

Fibra contínua: nome genérico adotado para nomenclatura técnica e comercialpara todo tipo de fio de fibra artificial ou sintética, tal como se obteve em formacontínua.

Fibra cortada: fibras cortadas, a partir de filamento contínuo, e que podem terum comprimento determinado em função do processo de fiação de fibra curta oulonga.

Fibras químicas artificiais

Os materiais crus são macro moléculas de celulose regenerada de madeiraou de resíduos de algodão (línteres de algodão). A casca é retirada da madeiraque é então reduzida, via processo químico, a polpa viscosa. A polpa é bombeadapor meio de fieiras (spinnerets) e extrudada em banho de soda cáustica, na qualé estirada de 10-30% e enrolada nos fusos. O diâmetro do fio e o número defilamentos podem variar pela:

• velocidade do fuso;• quantidade de polpa bombeada;• quantidade de furos na fieira.

Viscose

Os fios e fibras de (raiom) viscose são fibras químicas artificiais descobertaspor volta de 1891 na Inglaterra, chegando ao Brasil na década de 40.

A principal matéria-prima utilizada na produção de fibras de (raiom) viscose éa celulose oriunda do línter de algodão ou da polpa da madeira que as tornamfibras com características muito próximas às do algodão.

São fornecidas de modo a atender as solicitações do mercado, abrangendotoda a gama de títulos utilizados e apresentando-se de forma variada como fiostintos, fios crepes e fios torcidos para malharia e tecelagem (trama). Estes sãoembalados em fardos (fibras), puffs (cabos), cones (fios contínuos e fiados),bobinas (fios contínuos) e tortas (fios contínuos).

Propriedades e características de (raiom) viscose:

• propriedades físicas:

Os fios e as fibras são superiores ao algodão em absorção de umidade ealongamento à ruptura, tendo uma tenacidade ligeiramente inferior.

Quanto à maticidade, os fios podem ser brilhantes ou opacos, enquanto queo algodão é opaco.

Também apresentam um toque muito suave e macio com caimento fluido,enquanto que o algodão tem toque suave e macio com caimento pouco fluido.

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• propriedades químicas:

Da mesma forma que o algodão, os fios e as fibras de (raiom) viscose podemser tintos ou estampados.

Essas características conferem aos artigos boa manutenção e conservaçãoe, ainda, ótima estabilidade à lavagem a seco.

Vantagens da mistura com algodão:

Dentre as muitas vantagens estão, por exemplo, a facilidade deprocessamento, a ampla gama de aplicações em produtos, a adequação àstendências de mercado e à moda, o conforto, o caimento, o toque e, na tinturaria/estamparia, a não necessidade de processo especial e ainda efeitos de brilho etom sobre tons no tecido ou malha.

Apresentação dos fios

Podemos encontrar a viscose sob muitos aspectos e até disfarces. De modogeral, temos que separar os fios de filamentos dos fios fiados (produzidos emfiações de fibras descontínuas).

Linha mole

Substitui, imitando a linha mole de seda.

Crepe de viscose

Fio de filamento de viscose, excessivamente torcido.

Fios fiados de viscose

O filamento de viscose pode ser cortado em comprimentos desejados eprocessados em fiações apropriadas para algodão, lã ou linho.

Fio de fibra curta

Fio processado em fiação própria de algodão. A fibra é mais fina e sedosa eo tecido tem um toque muito macio, utilizado na produção de artigos conhecidospor clidélia, challís, lanzinha etc.

Fio de fibra longa

Fio processado em fiação própria para lã ou linho. A fibra mais grossa e maisrígida do que aquela preparada para corte curto.

O tecido feito com viscose fibra longa adquire um toque próximo à lã.

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Misturas com outras fibras

São todos os fios anteriormente vistos nas fibras naturais, entretanto essesfios recebem o nome da fibra natural que entra na sua composição ou o nome deambos.

Exemplo: poliéster/viscose, viscose/linho, viscose/lã, viscose/seda etc.

Acetato

(Raiom) Acetato é uma fibra proveniente do línter de algodão, ou seja, fibrade algodão de comprimento não aproveitável para fiação.

O processo de obtenção é semelhante ao da viscose e mais uma tentativapara assemelhar-se à seda. Tem como diferencial o tratamento com ácido acético.

Propriedades e características do (raiom) acetato:

• toque macio e sedoso;• brilhante;• pouco resistente;• pouca solidez à lavagem;• deforma com calor;• secagem rápida;• absorve pouca umidade.

Utilização de (raiom) acetato:

• forros para casacos, paletós, lingeries, vestuário habillé, pijamas etc.

Fibras químicas sintéticas

Fibras que podem situar-se como desenvolvimento tecnológico de século XXe tem como característica de diferenciação a produção a partir de substânciasquímicas que obtém a fibra pela polimerização.

Poliamida

No início dos anos 30, Wallace Carothers descobre a fibra de poliamida,também conhecida por náilon, que tem uma estrutura molecular semelhante adas proteínas.

Quanto a sua seção transversal, podemos tê-la em diversas formas, sendoas mais usadas: trilobal e redonda, ambas relacionadas, na maioria das vezes,ao brilho do fio.

Com a utilização de produtos químicos, pode-se dar ao fio de poliamidadiversos aspectos visuais como: opaco, semi-opaco e brilhante.

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Outra vantagem é que ela pode ser beneficiada de diversas formas, visandomelhorar sua performance, tanto na parte de produção, quanto ao seu “toque”(texturizar).

Misturas com algodão:

Em vários segmentos têxteis, a mistura de algodão/poliamida está sendocada vez mais utilizada, com aplicação em meias, calções, jaquetas, agasalhosesportivos etc.

As vantagens são grandes:

• maior resistência à lavagem;• secagem mais rápida;• aspectos visuais diferenciados;• praticidade no uso;• melhor afinidade tintorial;• melhor qualidade do tecido;• maior estabilidade dimensional;• caimento e “toques” variados;• maior poder de transpiração do tecido.

Apresentação dos fios

Apresenta-se principalmente em filamentos com poucas variantes.

“nylon flat” (ou, liso)

Fio composto por um número determinado de filamentos.

“nylon” texturizado (ou, texturado)

Fio de filamentos que passou pelo processo de encrespamento chamadotexturização.

“nylon” H.E.

Fio de filamentos texturizados com maior volume e características elásticas.H.E. significa high elasticity (alta elasticidade). É conhecido pela marca comercialHelanca ®.

Misturas com outras fibras

Por poder ser tingidos, em mesmo banho, com os mesmos corantesutilizados na lã, é freqüente a mistura íntima de pequenas porcentagens depoliamida com lã, tornando o produto final mais resistente e reduzindo o custo doproduto.

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Com a mistura, passa-se a ter, não o mesmo tipo de tecido, mas outrostecidos completamente novos, proporcionando uma grande variação de toques,caimentos e, conseqüentemente, aplicações.

A poliamida é empregada na fabricação de meias, pára-quedas, tecidoslaváveis que não precisam ser passados a ferro, vestuário em geral, tecidos demalha, impermeáveis etc.

Poliéster

Desenvolvida nos Estados Unidos, em 1939, começou a ser comercializadaem 1953 no Brasil.

Nos anos 60, quando o poliéster filamento começou a ser produzido noBrasil, destinava-se à linha de vestuário. Dos anos 70 para cá, vários produtoresiniciaram e/ou ampliaram sua capacidade de produção, aumentando a oferta eampliando a gama de tipos produzidos.

Hoje, encontram-se aplicações nas mais diversificadas áreas.

Atualmente, o poliéster texturizado representa a maior parte dos tiposproduzidos, sendo que o liso tem uma participação menor, porém não menossignificativa em suas aplicações, em tecidos “tipo seda”.

Pode ser encontrado nas seguintes formas:

• liso;• texturizado;• cru;• tinto;• torcido.

Propriedades e características do poliéster:

• alta elasticidade;• estabilidade de forma;• resistência à ruptura e ao desgaste;• ótima solidez de tingimento;• alta resistência à luz e condições climáticas;• resistência à formação de bolor;• praticidade de uso;• maior poder de cobertura com menor peso;• maior produtividade e rentabilidade.

Apresentação dos fios é semelhante à poliamida

Poliéster fiado:

Puro ou em misturas variadas, como já amplamente citado.

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Misturas com algodão:

Confere ao tecido melhor caimento, excelente toque, aspecto diferenciado evariedade de artigos.

Quanto à absorção de umidade, a mescla do material melhora bastante(poliéster = 0,5% e algodão = 8,5%) e proporciona maior praticidade e conforto.

Acrílico

Desenvolvido em laboratórios na Alemanha em 1938 e em 1949 começou aser produzido nos Estados Unidos. No Brasil, foi introduzido em 1968 e visavaatender o mercado de agasalhos, até então dominado pela lã.

Fibra conhecida pela sua leveza e “fofura” com grande volume (por ter pesoespecífico muito baixo), presente na maioria de roupas de inverno, principalmentena malharia.

Tem a vantagem de apresentar-se com cores vivas e brilhantes.

Propriedades e características do acrílico:

• toque agradável e macio;• pode provocar alergias;• baixa absorção de umidade (2%);• boa resistência à lavagem;• bom tingimento;• não amassa facilmente;• bom isolante térmico.

Apresentação dos fios

Para determinadas aplicações industriais, utiliza-se fios de filamentos deacrílico. Mas, para a confecção de vestuários, o fio de acrílico é utilizado sob aforma de fio fiado em fiações de fibra longa, ou seja, fiações para lã.

Fio retorcido

Utiliza-se tanto para tecidos planos como para malharia. A torção dá maiorcoesão entre as fibras de maneira a obter um produto final mais liso, ou seja,com menor pilosidade.

Torção malharia

A torção é bem fraca dando ao fio um aspecto macio e volumoso. Este fio sópode ser usado para a produção de malhas.

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Fios para tricô

Geralmente, são apresentados retorcidos a dois ou três cabos, torção bemfrouxa e produzidos a partir de filamentos grossos com o objetivo de aumentar ovolume e a aparência final do fio.

São utilizados para tricotagem manual ou utilizados em máquinas retilíneaspara malhas grossas.

Fios fantasia

Existe uma ampla gama de possibilidades de se produzir fios com efeitos eirregularidades tanto na fiação como na retorção.

Aplicações

Utilizado para substituir a lã na malharia, tecido plano, cobertores, mantasetc.

Microfilamentos

A indústria têxtil passou por uma grande revolução em menos de 40 anos.Primeiro, a introdução das fibras sintéticas na década de 50; agora, no início dosanos 90, são as microfibras que voltam a revolucionar a indústria, não só com oaprendizado e as adaptações que ela exige, mas principalmente pelo enormepotencial de produtos que ela propicia.

A designação “microfilamentos” é dada a nova geração de matéria-prima queteve o diâmetro do filamento diminuído (que pode ter como base, qualquer fibraquímica artificial ou sintética, porém usado em maior escala para poliéster,poliamida e acrílico).

Europa e Japão consideram a microfibra aquela que tem título igual ou inferiora 1.0 dtex. Os Estados Unidos, que continuam usando como unidade o denier,consideram as microfibras, fibras de título igual ou inferior a 1,0 denier, portanto,1,1 dtex.

Em dtex exprime-se a relação de 1,0 grama de um fio de 10.000 metros decomprimento.

Exemplo: para um fio 100 dtex f 128100 dtex (título final do fio) ¸128 (capilares) = 0,78 dtex por capilarÉ um microfilamento por ser inferior a 1 dtex

Propriedades e características dos microfilamentos:

• toque suave e macio;• permite e facilita evaporação da umidade do corpo;• fácil manutenção;• bom caimento;• durabilidade;• praticidade (lave/use).

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Elastano

Este material é comumente conhecido, nos Estados Unidos e no Canadá,como Spandex ® e pertence à classificação genérica elastano de fibras sintéticas,sendo descrito em termos químicos como poliuretano segmentado.

Fibra sintética inventada e produzida pela Du Pont no início da década de 60.É composto de segmentos “macios” ou flexíveis, unidos a segmentos “duros”ourígidos. É esta estrutura molecular que dota a fibra com sua estabelecidacapacidade de alongamento e recuperação. Essas propriedades de alongamentoe recuperação permitiram uma grande variedade de aplicação em diversos usosno segmento têxtil.

O elastano em misturas:

Deve ser misturado com outros materiais e, em especial, encontramos amistura com algodão numa combinação perfeita entre o natural e o sintético.

O elastano entra sempre em menor proporção na composição do tecido.

Pode-se encontrar o fio na forma nua, na produção de tecidos de malha ourecoberto com poliamida em forma de multifilamento ou almado (core spun) nosquais o elastano é fiado junto com o algodão ou outros materiais para produçãode tecidos planos ou também na produção de tecidos de malha com o algodão.

Propriedades e características do elastano:

• boa elasticidade;• deforma ao calor;• boa resistência à lavagem e à água do mar.

Apresentação dos fios

É somente produzido sob a forma de filamento e como tal pode ser usadojunto com outros materiais em máquinas de malharia.

Apresenta-se também, sob a denominação de core-spun que é quando ofilamento de elastano vem revestido por fibras naturais, geralmente algodão,dando a impressão de um fio de algodão elástico.

Se o elastano for recoberto por fios em processo de retorção, o fio é conhecidopor core-ply.

Aplicação: Vestuário masculino, feminino, infantil na linha esportiva, praia,roupas íntimas, punhos, meias, forração de estofados etc.

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Fios metálicos

Fio de origem mineral, feito de ouro ou prata e usado nas épocas maisremotas. Foram produzidos fios metálicos torcidos com algodão, seda ou viscose.Hoje, os fios têm uma base de poliéster e combinação de produtos químicos.

Propriedades e características dos fios metálicos:

• brilho;• deforma com calor;• resistência à umidade.

Aplicação

Em tecidos planos e malhas (brocados, rendas etc.), aviamentos,passamanarias etc.

Principais tipos de fios

Fios obtidos a filamentos contínuos partir de:

• monofilamentos:

O fio consiste em um único filamento de espessura capilar, geralmente depoliamida, utilizado para produzir telas finas para filtros e quadros de estamparia.

Utiliza-se também como fio de costura invisível.

Linhas de pesca também são monofilamentos, podendo chegar à espessurade 3 a 4 mm.

• multifilamentos:

Todos os materiais têxteis artificiais e sintéticos são extrudados em fieiras demúltiplos orifícios produzindo um feixe de filamentos. Seus aspectos são lisos ebrilhantes e podem ser utilizados, dessa maneira, para a fabricação de tecidos.

O aspecto e o toque, porém, serão essencialmente plástico, com superfícielisa e escorregadia. O tecido cola-se facilmente ao corpo por causa de doisfatores: pelo suor que, não sendo absorvido pela roupa serve de “cola”; e pelaeletricidade estática que esses materiais costumam acumular.

Tecidos planos de multifilamentos lisos (fios flat) são fabricados comfinalidades específicas, com tratamento impermeabilizante para a confecção dejaquetas, capas de chuva, guarda chuva e outros. Entretanto, quando utilizadosem malharia, temos os tecidos comumente conhecidos como jersey, com ascaracterísticas de ser escorregadio ao toque, ter caída flácida e ser colante aocorpo.

Tais fios têm ampla aplicação em tecidos, Kettensthull e Raschel, pois servem

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de suporte para tramas volumosas de fios texturizados. Fora do vestuário, fios demultifilamentos lisos têm inúmeras aplicações.

• fios texturizados:

Podem, também, ser chamados de texturados.

A maneira encontrada de contornar os problemas causados pelos filamentoslisos foi a de encrespar esses filamentos de maneira a torná-los mais próximos,em aspecto, dos fios produzidos a partir de fibras naturais.

Os filamentos encrespados tornam-se armazenadores de ar de maneira queos tecidos produzidos com tal fio perdem bastante da tendência de cola e tornam-se mais ventilados.

• torcidos:

Os fios de fibras descontínuas ou de filamentos, lisos ou texturizados, podemser torcidos com a finalidade de aumentar sua resistência.

• molinê:

Quando os dois fios são retorcidos, de mesma natureza ou de naturezasdiferentes, porém em cores distintas, temos o efeito molinê. É comum juntar-seum fio de filamento com um fio fiado a partir de fibras para produzir esse tipo defio.

• fio fantasia

Os efeitos especiais que podem se obter com fios fiados não inúmeros,alguns deles com denominação especial e outros não e todos eles agrupadoscomo fios fantasia.

Temos que distinguir aqueles que só foram fiados com esses efeitos, quesão os fios fantasia propriamente ditos; e, posteriormente, aqueles que sãoobtidos na retorção, os retorcidos fantasia. Enquanto que para estes é semprenecessário a máquina ou equipamento especial para produzi-los; para aqueles,o efeito fantasia pode ser obtido mesmo sem esse equipamento.

• chenille:

Tem o aspecto de veludo. Um dos cabos é primeiramente enrolado sobre umgabarito de aço e, em seguida, cortado e assegurado entre dois outros cabosretorcendo-se entre si.

Eventualmente usado em tricotagem manual, tem seu uso muito difundidopara tecidos que são utilizados no revestimento de móveis.

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