Saúde Mental do Adolescente Perturbações Psicóticas
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Saúde Mental do Adolescente
Perturbações Psicóticas
Edifício Egas Moniz 15. Abril ’11
Margarida Crujo Área de Pedopsiquiatria do CHLC
overview - apontamento histórico
- epidemiologia
- etiologia
- apresentação clínica
- funcionamento pré-mórbido
- diagnóstico
- tratamento
- prognóstico 1
apontamento histórico
- observações de Kraepelin, psiquiatra alemão
- precursor da psiquiatria moderna, psicofarmacologia e genética
- doenças com factores genéticos e biológicos ≠ Freud
- “crianças com sintomas parecidos com os dos adultos, mas distintos dos das PEA”
- até a esta altura, perturbações do comportamento e autismo dentro da categoria “esquizofrenia infantil”
- Kolvin (1971): distinção clínica autismo vs. psicoses infantis
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epidemiologia
- muito rara < 13 anos
- 2M: 1F
- onset nos M ocorre 5 anos mais cedo que nas F: viés???
- fenómenos psicóticos transitórios mais comuns!!
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etiologia
- doença do neurodesenvolvimento
- lesões precoces do SNC
- complicações perinatais, alterações na estrutura ou tamanho cerebrais, alterações desenvolvimento neural do feto (2º T) esquizofrenia na idade adulta
- volume dos ventrículos, volume dos gânglios da base, 4x volume da substância cinzenta (lobos frontal e temporal)
- genes
- factores ambientais interagem com factores de risco biológicos 4
apresentação clínica
sintomas positivos sintomas negativos
comportamento desorganizado
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apresentação clínica
- sintomas positivos
alucinações
delírios
- sintomas negativos (défices)
aplanamento do afecto
anergia
pobreza do discurso
pobreza do pensamento
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apresentação clínica
- comportamento desorganizado
discurso desorganizado
comportamento bizarro
atenção, coordenação motora fina, memória
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apresentação clínica
- esquizofrenia de início precoce (EOS) < 18 anos
onset insidioso ou agudo
- esquizofrenia de início muito precoce (VEOS)
< 13 anos
onset insidioso
- alucinações/ desorganização do pensamento/ afecto aplanado
- delírios/ sintomas catatónicos RAROS!! 8
apresentação clínica
- défices na comunicação ≠ crianças normais
associações frouxas
pensamento ilógico
skills de discurso debilitadas
- 10-20% com défice cognitivo
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apresentação clínica
- fase prodrómica
isolamento social
preocupações bizarras
comportamentos atípicos
dificuldades escolares
investimento pessoal
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apresentação clínica
- fase aguda deterioração funcional
sintomas positivos
- fase de recuperação
psicose activa começa a remitir
confusão/ desorganização/ disforia
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apresentação clínica
- fase residual sintomas positivos mínimos
alguns sintomas negativos (apatia, isolamento social, afecto plano, desmotivação)
- cronicidade
sintomas persistentes (não resposta ao tratamento)
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funcionamento pré-mórbido
- dificuldades em domínios vários sociais
motoras
linguagem
aprendizagem
comportamento (disruptivo)
- alteração significativa no funcionamento SINAL DE ALERTA!!
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diagnóstico - entrevista com paciente e família
- misdiagnosis fácil
rara/ falta de familiaridade
sintomas overlap (isolamento social, alterações percepção, cuidados básicos de higiene, alterações do pensamento)
alucinação ≠ esquizofrenia
- pensamento idiossincrático
- percepções por atrasos no desenvolvimento, exposição a eventos traumáticos, imaginação criativa 14
diagnóstico diferencial - psicose orgânica
delirium (estado confusional)
lesão SNC (tumor, malformação)
doença neurodegenerativa (Coreia de Huntington)
doença metabólica (endocrinopatia, doença de Wilson)
doenças infecciosas (encefalites, meningites)
encefalites tóxicas (álcool, canabinóides, estimulantes)
- análises laboratoriais, exames de neuroimagem...
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diagnóstico – DSM-IV-TR
A: ≥ 2 sintomas ∧ por período significativo de tempo durante 1M
ideias delirantes
alucinações
discurso desorganizado
comportamento marcadamente desorganizado ou catatónico
sintomas negativos (embotamento afectivo, alogia, avolição)
(só 1 sintoma se ideias delirantes bizarras, ou alucinações com voz a comentar o comportamento/ pensamento da pessoa, ou
diálogo de ≥ 2 vozes) 16
diagnóstico – DSM-IV-TR
B: disfunção social/ ocupacional (trabalho, escola, relacionamento interpessoal, cuidado com o próprio)
C: ≥ 6M de sintomas contínuos, em que ≥ 1M de sintomas de fase activa (A)
D: exclusão de Perturbação Esquizoafectva ou do Humor
E: exclusão de perturbações relacionadas com substâncias/ estados físicos gerais
F: se PEA coexistente, esquizofrenia se ≥ 1M de ideias delirantes ou alucinações proeminentes
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tratamento
psicofarmacológico psicossocial
% antipsicóticos atípicos
4-6 semanas com dose terapêutica
1-2 anos com dose de manutenção (após episódio inaugural)
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tratamento
psicofarmacológico psicossocial
psicoeducação para o paciente
psicoeducação para a família
suporte comunitário
hospital de dia
internamento crónico específico
% %
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prognóstico
- grande variabilidade individual
- doença evolui por episódios, com fases dentro dos episódios
- deteriorização após cada episódio
- após 10 anos de doença, ciclos agudos remitem: período residual (sintomas negativos)
- ≥ 1 episódio até à adolescência, 80% com recuperação incompleta
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prognóstico
- capacidade cognitiva e funcionamento pré-mórbido predizem melhor prognóstico
- onset < 10 anos, MUITO MAU prognóstico
- onset insidioso e < 12 anos idem
- < 5% risco de morte acidental ou suicídio por pensamento psicótico
- mais severa que psicose do adulto, porque interrupção do desenvolvimento cognitivo e social
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bibliografia
- American Psychiatric Association. DSM-IV — Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fourth Edition. Washington DC: American Psychiatric Association Press, 1994.
- Gogtay N, Rapoport J. Childhood Onset Schizophenia and Other Early-Onset Psychotic Disorders. In: Martin A, Volkmar FR, eds. Lewis´s Child and Adolescent Psychiatry — A Comprehensive Textbook, Fourth Edition. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2007.
- Hollis C. Schizophrenia and Allied Disorders. In: Rutter M, Taylor E, eds. Child and Adolescent Psychiatry, Fourth Edition. Oxford: Blackwell Publishing, 2002.
- Turk J, Graham P, Verhulst F. Psychoses. In: Turk J, Graham P, Verhulst F, eds. Child and Adolescent Psychiatry — A Developmental Approach, Fourth Edition. New York: Oxford University Press, 2007.