Perturbações Formais Do Pensamento

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Escola Secundária Fernando Namora Ano Lectivo 2012/13 Psicopatologia Professora Luísa Costa Trabalho realizado por: Bárbara Borges Nº 14 11ºAP5 Perturbações Formais do Pensamento Módulo: Semiologia Psíquica

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Escola Secundária Fernando NamoraAno Lectivo 2012/13

Psicopatologia

Professora Luísa CostaTrabalho realizado por:

Bárbara Borges Nº 14 11ºAP5Daniela Barreira Nº6 11º AP5

Perturbações Formais do Pensamento

Módulo: Semiologia Psíquica

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O Pensamento• Trata-se, o pensamento, de uma operação mental que nos permite aproveitar

os conhecimentos adquiridos na vida social e cultural, combiná-los logicamente e alcançar uma outra nova forma de conhecimento. Todo esse processo começa com a sensação e termina com o raciocínio dialético, onde uma idéia se associa a outra e, desta união de idéias nasce um a terceira.

• O raciocínio humano é uma cadeia infinita de representações, conceitos e juízos, sendo a fonte inicial de todo esse processo a experiência sensorial.

• O pensamento lógico consiste em selecionar e orientar esses conceitos, tendo como objetivo alcançar uma integração significativa, que possibilite uma atitude racional face às necessidades do momento.

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A Forma do Pensamento• Havendo saúde mental os estímulos para que o raciocínio se desenvolva devem

provir de fontes externas e internas. Mas o pensamento não é guiado apenas por considerações estritamente “atreladas” à realidade, ele também flui motivado por estímulos interiores, abstratos e afetivos ou até instintivos.

• A própria concepção da realidade pode sofrer alterações nos transtornos psíquicos. Em determinados estados neuropsicológicos a realidade pode sofrer alterações de natureza bioquímica, funcional ou anatómica.

• Noutros estados de natureza psicopatológica, os elementos da realidade também podem ser deturpados por fatores afetivos, emocionais ou psíquicos, de forma a prevalecer uma concepção do mundo determinada exclusivamente pelo interior de ser e não pela lógica comum a todos nós.

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• Mesmo que queiramos, não conseguimos ficar um minuto sem pensar, mesmo quando a nossa cabeça está longe, no “mundo da lua”, é inevitável!

• Muitas vezes nem prestamos atenção ao que estamos a pensar, como se estivéssemos a “olhar para o vazio”, ou seja, este pensamento não é consciente.

• Costumamos achar que, quando surge um problema, a sua origem está sempre fora de nós, ou seja, se alguém nos enervou, é porque alguém nos ofendeu, se estamos depressivos é porque o outro nos deixou assim, e por aí em diante.

• Mas na realidade não é nada disto que nos tira do sério. O que nos tira do sério somos nós mesmos, de acordo com a forma como lidamos com toda essa bagagem, ou seja, o que nos afeta não são as coisas que nos acontecem, mas sim os pensamentos, interpretações e reações que temos face a tudo isso.

• No entanto, esta é uma boa notícia, porque se o problema estiver em nós mesmos, a solução também pode estar, salvo exceções como as que vamos referir em seguida, nas quais se verificam perturbações do pensamento.

Auto-controlo do Pensamento“Penso, logo existo!”

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Identificar perturbações no Pensamento• Devemos ter em conta a forma (como a pessoa pensa) e conteúdo (o que

pensa).• Também devemos ter em conta a velocidade do pensamento, fluxo e a

forma como está conectado.

A perturbação do pensamento formal ocorre quando ...

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• Os pacientes com inibição do pensamento mantêm-se apáticos, não falam espontaneamente nem respondem às perguntas com vivacidade, respondem lentamente ou com dificuldade.

• A perturbação é também qualitativa ou seja, atinge a essência do pensamento e acompanha-se, geralmente, de um sentimento subjetivo de incapacidade.

• Junto com inibição do pensamento pode haver ainda sentimento de pouco interesse, de imprecisão a respeito das opiniões, dificuldades para a escrita e lentidão para andar.

• Esses pacientes revelam dificuldade de compreensão, de iniciar uma conversação, de escolher palavras, enfim, eles pensam com grande esforço

Inibição do pensamento

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• A Fuga de Ideias é uma alteração da expressão do pensamento caracterizada por uma variação incessante do tema e uma dificuldade importante para se chegar a uma conclusão .

• A progressão do pensamento encontra-se seriamente comprometida por uma aceleração associativa, a tal ponto que, a ideia em curso é sempre perturbada por uma nova ideia que se forma.

• Na Fuga de Ideias os doentes geralmente são desviados da representação do objetivo através de quaisquer ideias secundárias. Assim, no pensamento com Fuga de Ideias, o que há não é uma carência de objetivos mas uma mudança constante do objetivo devido a extraordinária velocidade no fluxo das ideias.

Fuga de Ideias

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Fuga de Ideias• A sucessão de novas ideias, sem que haja conclusão da primeira, torna o discurso pouco ou nada

inteligível. • Há, pois, passagem de um assunto para outro sem que o primeiro tenha chegado ao fim.• Normalmente costumamos observar 4 características na Fuga de Ideias:

1. Desordem e falta aparente de finalidade das operações intelectuais: mesmo quando há certa relação entre os conceitos, o conjunto carece de sentido e de significado;

2. Predomínio de associações disparatados; 3. Distratibilidade. Facilidade de se desviar do curso do pensamento sob a influência dos estímulos

exteriores; 4. Frequente aceleração do ritmo da expressão verbal.

O paciente com fuga de idéias é incapaz de concentrar sua atenção, dispersando-se numa multiplicidade de estímulos sensoriais sem se concentrar em nada específico.

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• A Fuga de Idéias normalmente está associada a aceleração do psiquismo, ou Taquipsiquismo: um estado afetivo comumente encontrado na hipomania ou mania, ou seja, na euforia. Seria como se a eloquência na produção de idéias superasse a capacidade de verbalizá-las.

• O fenómeno de produção aumentada de palavras, que pode ser ou não acompanhada/associada à Fuga de Ideias denomina-se Logorreia.

• Na prática psiquiátrica o observador pode ter a falsa impressão de que o paciente verborrágico (com ou sem Fuga de Idéias) tem uma crítica aumentada e arguta. Entretanto, ainda que seja capaz de observações perspicazes e ferinas, isso se deve à perda da inibição social que normalmente acompanha os estados maníacos e, de fato, o que se vê é mais uma atitude de inconveniência do que um juízo crítico apurado. O homem sadio não diz muitas coisas que poderiam ser ditas porque, em certas ocasiões e circunstâncias alguns comentários não são recomendados pela ética. Tais considerações não existem nos pacientes eufóricos.

Fuga de Ideias

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• O próprio doente vivencia a súbita interrupção do curso do pensamento. • O pensamento interrompido é reconhecível, tal como o bloqueado, porque

o discurso do doente fica subitamente interrompido, como é, por exemplo, o caso de alguns indivíduos que sofrem de esquizofrenia.

Pensamento Fragmentado

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• O pensamento perde a coesão por erros associativos. • O pensamento do doente e a sua linguagem já não conservam qualquer

coerência lógica, ou afetivamente compreensível. • Encontra-se disperso por diferentes fragmentos, aparentemente

misturados, sem nexo (pensamento dissociado). • A incoerência do pensamento pode estar ligada a qualquer tipo de

modificação da sua velocidade.

Pensamento Incoerente (Desagregado)

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Pensamento Incoerente (Desagregado)

• A sintaxe pode estar destruída (paragramatismo, parassintaxe), até não ser mais que uma incompreensível miscelânea de palavras ou de sílabas desprovidas de sentido (deterioração da linguagem, esquizofasia).

• Por outro lado, existe também uma incoerência, na qual o doente constrói as frases corretamente, do ponto de vista sintático, mas o conteúdo do que diz é destituído de coerência para a pessoa sã que o ouve. [Pensamento Incoerente (pouca clareza, com ideias de referência pouco elaboradas, sem sistematização, perda de lógica com discurso ininteligível).

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• Dá-se uma interrupção brusca do pensamento. • O discurso é retomado algum tempo depois noutro ponto. É como se desse

uma suspensão súbita do curso do pensamento. O doente detém-se a meio de uma conversa, cala-se, “perde o fio” do discurso, ocasionalmente retoma a conversa com outro tema. Os bloqueios ocorrem em clara consciência e não devem ser confundidos com a interrupção do curso do pensamento provocada por uma ausência. Ocorrem igualmente bloqueios como consequência de uma total perplexidade súbita, em estados de terror, durante o sentimento de vazio interior, etc. Na esquizofrenia, surge também um bloqueio “ativo”, causado por negativismo

Bloqueio de Pensamento

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• Significa a hesitação , quase sempre continuada, do curso do pensamento.

• Reconhece-se o facto na persistência, viscosidade e torpidez dos modos com que o doente fala e reage. O pensamento inibido está também frequentemente lentificado.

• Encontra-se lentificação do pensamento nas perturbações da consciência, na sonolência, na depressão inibida, etc

Lentificação do Pensamento

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Pobreza/Vazio de Pensamento• Há limitação dos conteúdos. O doente tem dificuldade em mudar de

tema. Pensamento pobre de ideias e de conexões, de conteúdo limitado. Do ponto de vista subjetivo, pode haver uma perceção introspetiva (particularmente na depressão e no inicio da síndrome psicorgânica) ou apresentar-se ao observador como (aquilo que já não é percebido pelo doente) escassez ou ausência de ideias, e finalmente mesmo vazio (na demência e na inibição profunda do pensamento dos depressivos).

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• Redução dos conteúdos do pensamento, pobreza de assuntos, polarização sobre um número reduzido de objetivos, diminuição da “mobilidade mental”.

• Na pobreza de pensamento carece-se de capacidade de visão global, de disposição para aprender pontos de vista diferentes.

• Durante o diálogo, o doente tem dificuldade em passar de um assunto para outro. O próprio doente pode experimentar a pobreza de pensamento como uma incapacidade de desprendimento em relação a certos temas, como um pensamento “circular” .

Estreitamento do Pensamento

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• Incapacidade de distinguir o essencial do supérfluo, sendo incluídos numerosos detalhes inúteis.

• O pensamento perde-se em verbosidades, ou de uma forma pedante e minuciosa, a propósito de pormenores sem importância, em vez de dirigir-se para um objetivo preciso.

• Não é possível deixar de lado o que é secundário. • O pensamento circunstanciado pode ser a consequência de insuficiente

capacidade de abstração, ou de incapacidade de excluir o supérfluo, mesmo quando isso é intelectualmente reconhecido como secundário.

Pensamento circunstanciado

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• O pensamento repete-se. Uma mesma ideia “dá continuamente voltas à cabeça” (ou então, alguns pensamentos), impõe-se constantemente, sem que consiga ser elaborada ou concluída.

• Há uma grande dificuldade em desenvolver um raciocínio, seja por simples falta de palavras, por escassez de ideias ou dificuldade de coordenação mental. Por definição a Perseveração do Pensamento é a repetição automática e frequente de representações, predominantemente verbais e motoras.

Preservação do Pensamento

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• Distinção entre PENSAR e TER PENSAMENTOS - http://www.youtube.com/watch?v=_L-_hspcIJk

• Pensamento acelerado - http://www.youtube.com/watch?v=TZHoItt7mhw

• Fuga de ideias - http://www.youtube.com/watch?v=eVrCJtWGT7o

Curiosidades