REVISTA SAÚDE BAHIA - EDIÇÃO 02

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Caro leitor,

Vivemos tempos surpreendentes. Velhos problemas, sobejamente expostos e conhecidos aparecem de repente,

ressuscitados e com a tentativa de soluções inovadoras e inusitadas. A deficiência do atendimento médico no Brasil é um desses problemas. Desde o Brasil colônia essa saga persiste. Seja pelo déficit financeiro do setor, seja pela vastidão geográfica do País, seja pela insuficiência de material humano ou pela reconhecida incapacidade gerencial aliada à falta de vontade publica dos governos em resolver o problema. As dificuldades foram se acumulando. Agora o governo inventou a roda – achou a solução. Importar médicos de onde? Cuba!

Por coincidência, de onde algumas centenas (ou milhares) de brasileiros com insuficiência de conhecimentos, inaptos para obter aprovação nos vestibulares das nossas faculdades foram a Cuba para conseguir o diploma, existem, todavia outras “oficinas” de médicos. Agora querem validar os referidos sem o exame necessário, o Revalida, visto que insucessos repetidos fizeram com que tentassem o by pass agora sugerido.

Acrescente-se a este problema o fato do veto da Presidente à Lei do Ato Médico. Após 13 anos de várias negociações entre sindicatos,

Câmara Federal e Senado, foi enviada à sanção da Presidente, que surpreendendo a tudo e a todos, vetou o artigo fundamental que dizia que a prescrição é prerrogativa do médico e tão somente a ele é permitido fazê-lo. Caracterizado pela Presidente do Conselho Federal de Medicina como traição, isto nos faz pensar na afirmação do primeiro parágrafo - tempos surpreendentes.

Necessário que nós médicos envidemos os esforços necessários para defender a nossa profissão, pois neste rumo estaremos defendendo o bem comum da nossa sociedade a instituição de uma medicina séria, compromissada com o ato de bem servir, que não se subordina à sanha populista e demagógica evidenciada pelo Governo da Republica.

Assuntos tão candentes fizeram com que deixássemos para o final o que seria o assunto principal do nosso editorial.

Foi um sucesso o nosso jantar de comemoração do lançamento da nossa revista, Saúde Bahia. Abrilhantado pela presença de autoridades políticas, empresariais e do judiciário. O convidado especial Dr. Rafael Guerra, ex-presidente da Frente Parlamentar de Saúde, fez uma brilhante explanação sobre a tão esperada desoneração tributária da saúde. Chegamos à nossa segunda edição, ainda com mais informação e com modernidade.

Editorial

ViVEmos tEmpos surprEEndEntEs

por Raimundo Correia

raimundo Correia - presidente do sindHosBa

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ExPEDIENtEPresidente:

Raimundo Carlos de Souza Correia

1º Vice Presidente:Eduardo Aroucha Olivaes

2º Vice Presidente:Eunivaldo G. Diniz Gonçalves

2º secretário:Fernando Cal Garcia

1º tesoureiro:Luis Paulo Nery Marambaia

2º tesoureiro:Alexandre Garcez Leitão Guerra

diretores:Alberto Serravale Débora Andrade

José Espiño SilveiraMaria Régis Gomes Reis

thomaz Barreto

conselho Fiscal:Breno R. de Almeida Sena

Elza de Oliveira AraújoIvo Leal Silva

José Carlos Magalhães JúniorLuis Delfino Mota Lopes

Miguel Jaime Meira Lessa

contato sindhosBa:(71) 3082-3750

[email protected]/sindhosba

www.sindhosba.wordpress.comwww.sindhosba.org.br

conselho editorial: Raimundo Correia / Eduardo Aroucha

Olivaes / Paulo Marambaia / Eunivaldo G. Diniz Gonçalves / Elza de Oliveira Araújo / Alexandre Guerra / Edmundo Calazans /

Silvia Vasconcelos / Jorge Freitas

dePartamento comercial:Fábio Santana

(71) 3082-3776 / [email protected]

direção: Paulo Marambaia

suPerVisão: Edmundo Calazans

coordenação editorial:Lume Comunicação

www.lumecomunicacao.com.br

rePortagens: Alex Luz / Lucas Leal / Maria Côrtes

FotograFia: José Simões / Cesar Brasil / Gilmar Santos

Acervo Sindhosba

Jornalistas resPonsáVeis:Cristina Barude - Mtb 1284Vinícius Cunha - Mtb 2728Neise Soares - Mtb 3038

estagiáriaIsabel Silva

sugestões de Pauta:[email protected]

sumário

13 PLANOS DE SAúDEOs transtornos da Portabilidade Especial de planos de saúde.

14 ACREDItAçãO HOSPItALARHospitais de Salvador em busca de selo de qualidade.

06LEtRA DE MéDICOUma campanha pela prescrição médica clara e legível.

18 AtENDIMENtO AO CLIENtEA Excelência faz a diferença.

19 REFORMA tRIBUtáRIA DE SALVADOREspecialistas analisam a proposta da Prefeitura da capital baiana.

26 Junk foodA armadilha por trás da comida rápida.

Fórum Nordeste de Gestão em Saúde

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CÂNCEREspecialistas afirmam que em 2020 o Brasil terá uma população de 500 mil portadores.

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lEtra dEmédiCo

a escrita, do latim scribere, escrever, fazer letras, é um sistema semiótico através do qual se faz a representação gráfica da linguagem

verbal. Acredita-se terem surgido há aproximadamente 6.000 anos, por volta do IV milênio a. C., as primeiras representações logográficas capazes de, permeando uma escrita primitiva, figurarem um instrumento de memória. E o que tem a ver isto com a LEtRA DO MéDICO? Parece acaciano, mas a hipotética relação remete ao aforismo célebre de Lamarck – “um ser repe-te, na sua evolução embrionária, as formas por que passou durante a evolução da espécie”. O embrião, no caso, é a escrita do doutor, evolvendo na busca da autoafirmação de quem a grafou.

os bastidores da prescrição

Nada devesse ser talvez mais cristalinamente explícito que uma prescrição médica. O receituário veicula mensagens tão importan-tes, que não se pode admitir sejam

elas passíveis de dúbia ou indevi-da interpretação – eis que, porém, frequentemente provoca tantos equívocos de aviamento e execução, a ponto de “virar chacota na boca do povo”. Convenhamos, colegas, o povo tem razão. Se não, vejamos:

Já perdi a conta do número de vezes em que fui abordado por uma enfermeira angustiada, embaraçada em decifrar as garatujas do doutor “fulano” no prontuário médico;

As nutricionistas continuam sem saber se a dieta é hipossódica ou hipersódica, hipoprotéica ou hiperpro-téica, hipocalórica ou hipercalórica, no emaranhado de caracteres etruscos, gregos e cirílicos que permeiam o item 2 da prescrição;

O pessoal do laboratório já dosou muita fosfatase por reserva alcalina e fez muitas uroculturas no lugar dos he-mocultivos aramaicamente solicitados;

Um destes dias, substituindo eventualmente um colega da mi-nha própria equipe, queimei pesta-

nas por uns sessenta minutos para destrinchar uma antecipada receita de Rocaltrol, Carbonato de Cálcio e Capoten; há alguns anos um incauto auxiliar de enfermagem aplicou 50.000 unidades de heparina, de uma só vez, em um grave paciente – san-grou até pela testa, mas não morreu – simplesmente porque pretendeu ler exatamente o que pareceu estar pres-crito no prontuário. Haja protamina!

O negócio da “letra de doutor” é tão sério que até as mulheres entram nesse jogo de sedução. Muitas desis-tem da caligrafia redondinha, român-tica, desenhada com artesania, para embarcarem no cipoal de sinais pic-tográficos, hierográficos, cuneiformes, proteiformes e disformes que frequen-temente têm caracterizado a escrita médica.

A face oculta da caligrafia

Se em tudo que o ser humano faz, realmente coloca, ou inconscientemente projeta um tanto do seu sentimento, das suas vivências, da percepção do “eu”, dos seus afetos, das suas defesas, a Caligrafia evidentemente tem algo a ver, enquanto processo de extrusão, com o universo do escrevente. As ten-tativas de criação de uma ciência do conhecimento das personalidades através da escrita têm falhado face à complexidade, variabilidade e incon-sistência das muitas situações em que pode ser testada. Não existe então uma “fisionomia da letra” a caracterizar tipos humanos específicos.

Existem, porém situações mais ou menos bem definidas, e de fácil percepção, em que o indivíduo nitidamente se despeja na forma com que escreve. Não é por outra, decerto, que as mulheres escrevem mais redondo e os homens mais agudamente; os maníacos e excitados exercitam voleios nos textos; os confusos rubricam espiralando; os ciosos de si esparramam-se em assinaturas rocambolescas; os inseguros tremem a letra; os médi-cos... Bem,... Os médicos escondem o jogo, conquanto não estejam infensos à psicologia geral das escrituras.

*Médico Clínico e Nefrologista. Membro da Academia de Medicina da Bahia

uma campanha pela prescrição médica clara e legível

Ernane N. A. Gusmão*

Ernane N. A. Gusmão

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ANUNCIO NEUTROFIX REVISTA SAUDE BAHIA_1.pdf 1 16/09/2013 14:25:11

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Estado dE CarênCiaa

bril foi um mês de definições para a economia brasileira. A presidenta Dilma Rousseff decidiu sobre o veto da desoneração tributária em

diversos segmentos. Entre os setores afetados por essa sanção do Governo Federal está o dos prestadores de serviços privados de saúde.

Representantes da catego-ria de todo o país ficaram apreensi-vos com a decisão do governo fede-ral. Um dos defensores de medidas em favor de melhorias na saúde é o ex - deputado Rafael Guerra. Médico cirurgião, graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pesquisador afiliado ao Departamen-to de Cirurgia da Universidade de Illinois (EUA), Rafael ganhou destaque na carreira como político. Deputado federal por três mandatos (1999-2013; 2005-2007 e 2007-2009), atuou em cargos como o de presidente da Frente Parlamentar da Saúde e de Primeiro Secretário da Mesa Diretora da Câmara Federal e Secretário Estadual da Saúde em Minas Gerais (1995-1998). Conversamos com ele durante sua estada em Salvador no mês de julho.

saúde Bahia - Deputado, em que consiste a desoneração tributária?

rafael guerra - A desoneração consiste em medidas paliativas e tran-sitórias (ou não) de redução tributária, com vistas a manter a atividade econômica e evitar a recessão.

sB - Qual a importância dessa medida

para a economia do país?

rg - A desoneração tem-se mostrado como uma tentativa de ajustes na economia através de uma colcha de retalhos de medidas que não integram um planejamento macroeconômico.

Como a finalidade é manter artificialmente a economia girando, foram contemplados a indústria (automobilística, de eletrodomésticos e móveis) o comércio, a construção civil e o transporte. Enquanto isso, as áreas sociais e de serviços, mais

uma vez, foram relegadas para um segundo plano.

sB - E para o segmento de saúde suplementar?

rg - Embora a saúde seja responsável por 10% do PIB, e seja um setor estrangulado pelo financiamento insuficiente, até hoje não foi devidamente reconhecida pelo governo, sendo inclusive vetada a desoneração para os prestadores de serviço de saúde pela presidente Dilma Roussef.

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sB - Qual o impacto do veto para empregadores e empregados?

rg - O impacto para a Saúde se manifesta em menos investimentos no setor, menos qualificação dos serviços e dos trabalhadores, trazendo como consequência, menos qualidade para os usuários.

sB - Qual (is) a(s) alternativa(s) para os prestadores privados de saúde?

rg - A terceirização responsável, a adoção do código 7 (pagamento

feito diretamente na conta dos profissionais) para pagamento dos prestadores de serviço no SUS, e a criação de cooperativas de serviços são medidas que podem diminuir o ônus para as empresas que atuam no setor da Saúde.

sB - Porque este setor tão importante para o país não obteve estímulo ao crescimento por parte do governo federal?

rg - Falta prioridade política para a saúde entre os nossos governantes.

Falta prioridade política para a saúde entre os nossos governantes”.

“Os serviços de saúde não são geradores de dinheiro e de lucro e sim de qualidade de vida, por isso, não despertam o interesse dos manipuladores do capital.

Enquanto perdurar este “status quo”, continuará faltando sensibilidade social para a crise do setor. Parece, no entanto, nos dias atuais, que a sociedade está se cansando com tantas desigualdades, injustiças e corrupção.

O povo nas ruas não reivindica menos 20 centavos nas passagens de ônibus, mas sim qualidade de vida, respeito à dignidade da pessoa humana e aos seus direitos à saúde, educação, segurança, habitação, transporte, e por outro lado, menos corrupção, menos empreguismo e aparelhamento do Estado brasileiro.

Rafael Guerra

Estado dE CarênCia

Rafael Guerra

raio X Março 2013 – O Senado aprovou o texto que propõe desoneração tributária para diversos setores da economia, entre eles o da saúde suplementar. Caberia à presidenta Dilma decidir sobre aprovar ou vetar a desoneração para ou setores incluídos na proposta. Dilma teve como prazo o dia 2 de abril. Na data limite, a governante optou por vetar a medida, o que agravou a situação de todo o setor, que sofre também com o subfinanciamento e com uma tabe-la com valores de procedimentos que não tem reajustes há mais de 20 anos.

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trada na carapaça de camarões e afins. No novo tipo de vacina, o princípio ativo é combinado a uma molécula, a quitosana, que gruda na mucosa do nariz e permite que o antígeno, em vez de ser expulso, caia na circulação.

Entidades do setor de saúde e repre-sentantes da Prefeitura Municipal de Salva-dor decidiram, durante Audiência Pública, realizada no dia 2 de maio, no Centro Cul-tural da Câmara de Vereadores, colocar em pauta a Reforma tributária da Saúde. No debate foi destacado pelos participantes que a Reforma é necessária para o cresci-mento da cidade, porém deve acontecer de forma mais cautelosa, democrática e sem prejudicar o setor da Saúde.

O Sindhosba realizou, no dia 28 de maio, o Encontro Melhores Empresas para trabalhar – Bahia: A participação do Setor Médico – Hospitalar Baiano.

No dia 4 de junho, gestores e representantes do segmento de saúde suplementar na Bahia participaram de uma palestra sobre a atuação e competência da Vigilância Sanitária (VISA). No encontro, re-alizado em Salvador, na sede do Sindhosba, foram apresentadas for-mas de avaliação para liberação de licenças do órgão fiscalizador à clíni-cas e hospitais.

A Faculdade de Ciências Far-macêuticas da Universidade de São Paulo trabalha na criação de um novo modelo de aplicação de vacinas pelo nariz. O biólogo Jony takao Yoshida acoplou antígenos de hepatite B — que geram a res-posta da vacina — a moléculas chamadas quitosanas, obtidas a partir de uma substância encon-

Foi lançada no país a primeira bebida que serve de complemento alimentar para desacelerar a progressão da doença que apaga a memória. No esforço para contrapor os primeiros apagões do Alzheimer, a Danone Medical Nutrition anuncia a chegada ao país da bebida

rEformatriButária dasaúdE Empauta na Câmara

EnContromElHorEsEmprEsas paratraBalHar

palEstra daVigilânCiasanitária dEsalVador

VaCina pElo narizgolEs Contrao alzHEimEr

O evento, apoiado pelo Sindicato e realizado pelo Great Place to Work Institute (GPtW), grupo especializado em consultoria em gestão de pessoas, apresentou cases de empresas que mudaram as realidades e ganharam a confiança dos funcionários.

Um jantar no Restaurante Bargaço, em Jardim Armação, marcou o início das comemorações dos 25 anos do Sindhos-ba. O evento contou com a palestra do ex-deputado Rafael Guerra (PMDB – MG) e o lançamento da revista Saúde Bahia, periódico da Instituição. Representantes das atuais gestões municipal e estadual estavam na festa, a exemplo da vereado-ra Fabíola Mansur e do Diretor Estadual de Saúde da Bahia, Luis Delfino.

25 anosdo sindHosBa

saúdE aContECE

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Cientistas da Universidade Queen Mary, no Reino Unido, mostraram em estudo anterior, que o suco da beterraba conseguiu derrubar a pressão arterial em indivíduos que não sofriam com o pro-blema. Agora, notaram que o benefício é até mais expressivo em quem já tem hipertensão. Dos 15 pacientes que par-ticiparam da nova análise, aqueles que tomaram 250 mililitros do suco viram a pressão sistólica despencar cerca de 10 mmHg.

Um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostrou que 42% dos jovens homossexuais do sexo masculino deixam por vezes de usar preservativo nas relações sexuais. Os dados foram coletados durante a Parada LGBt de 2013 na cidade de São Paulo. A pesquisa foi realizada com 108 jovens de ambos os sexos, com idades entre 10 e 24 anos, que se consideram lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.

Para os homens, o ômega 3 pode aumentar riscos de câncer na próstata, segundo dados do Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson, nos Estados Unidos. Um estudo da entidade, publicado pelo jornal inglês the telegraph, mostra que altos níveis de ômega 3 no sangue, aumentam em 43% os riscos de desenvolver a

Beber entre duas e quatro xícaras de café por dia pode reduzir o risco de suicídio em homens e mulheres em até 50%, segundo um estudo de Harvard. Para chegar ao resultado, pesquisado-res analisaram três estudos anteriores dos Estados Unidos ligados ao consumo de cafeína. As informações são do Daily Mail. Mas não há benefícios comprova-dos para o consumo acima de 400 mg de cafeína por dia.

suCodE BEtErraBa

ComportamEnto dE risCo

EfEito Contrário

BEBEr Café diariamEntErEduz 50% dosrisCos dE suiCídio

Souvenaid, cuja proposta é auxiliar no combate a essa doença. O produto, com sabor baunilha, é considerado um com-plemento alimentar, fruto de mais de dez anos de pesquisas envolvendo testes no prestigiado Massachusetts Institute of te-chnology (MIt), nos Estados Unidos.

doença. O ômega 3 ainda foi associa-do a tumores do tipo mais agressivo, que passam a ser 71% mais comuns.

O governo federal anunciou no início de agosto, a sanção do projeto de

apoio a VítimasdE ViolênCiasExual

lei que prevê atendimento integral às vítimas de violência sexual em todos os serviços de urgência e emergência do Sistema único de Saúde (SUS). O texto entrará em vigor após 90 dias da publicação oficial. O atendimento a vítimas de violência deve incluir o diagnóstico e tratamento de lesões a realização de exames para detectar doenças sexualmente transmissíveis além de gravidez.

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os transtornos daportaBilidadEEspECial dE planosdE saúdEClientes da extinta unimed salvador são obrigados a cumprir novas carências na adesão de novos planos de saúde

Há aproximadamente dois anos, uma medida da Agência Nacional de Saúde (ANS) estipulava novas regras de portabilidade especial de

planos de saúde para usuários de assistência médica privada em vias de extinção. Pela Resolução Norma-tiva número 252, os beneficiários poderiam mudar de operadora sem cumprir novos prazos de carência. Mas os usuários da Unimed Salvador estão em dificuldades para efetuar a portabilidade especial desses planos.

Um desses casos é o de João Carlos de Oliveira e Silva, de 62 anos, cliente da operadora de assistência médica desde 2003, que ficou sem o serviço por vários dias. O aposentado tinha um plano coparticipativo (em que o cliente é cobrado com um percentual no valor do procedimento clínico). Depois da exclusão da Unimed Salvador, os transtornos de João na hora de fechar com novas empresas começaram.

“A maior dificuldade que encontrei para adquirir um novo plano de saúde eram os valores. Os planos encontrados tinham preços muito maiores que os que eu costuma-va pagar, apesar da cobertura ser semelhante”, comenta João.

Na busca por um plano que se adequasse à sua realidade, João Carlos recebeu da central nacional da operadora (Unimed Nacional) a proposta de um plano equivalente, com um preço maior que o antigo contrato, mas em comparação às outras o valor foi melhor.

Para o advogado baiano Alexandre Lopes, especialista em Direito do Consumidor, este é um tema que sempre causa polêmica. “São diversas dúvidas e, infelizmen-te, os clientes ainda têm os direitos tolhidos pelas concessionárias”, declara o jurista.

O que o advogado comenta é uma prática adotada em relação aos beneficiários da Unimed Salvador, que deixou de atuar como operadora de planos de saúde. A portabilidade especial foi concedida aos usuários do plano, desde que enquadrados da mesma categoria de benefícios e na mesma faixa de preço.

Mas as operadoras procuradas não estão aceitando a carência cum-prida pelos clientes da Unimed. Os consumidores do serviço são informa-dos que para manterem as carências, devem fazer planos corporativos, prática considerada ilegal. “Se o usuário em portabilidade especial

tiver cumprido as carências no plano de origem, por lei as operadoras não podem impor novas carências a qualquer de seus planos”, informa o advogado.

legislação

Diante das novas regras, a porta-bilidade é possível, devendo o consu-midor atender aos requisitos exigidos pela Resolução Normativa nº 252 da ANS. Uma vez atendidas às exigên-cias, fica automaticamente autorizada pela agência à portabilidade especial de carências aos usuários do plano para quaisquer planos individuais ou familiares de sua escolha.

“Para a inclusão do consumidor em plano similar ao de origem, com as mesmas coberturas, a seguradora não pode estabelecer quaisquer con-dições. Havendo recusa das segurado-ras é possível acionar a justiça, pois o consumidor não pode ficar desassisti-do”, finaliza Alexandre Lopes.

pEnsE dirEito

Alexandre Lopes - Advogado

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Hospitais dE salVadorEm BusCa dE sElodE qualidadE naCionalacreditação garante melhor atendimento e mais segurança aos pacientes

aestudante Mariana Paraíso estava há três dias com enxaqueca e decidiu buscar um hospital. “Para mim, foi

fundamental a escolha de um local que me desse o mínimo de conforto, desde o primeiro contato com a recepcionista até o atendimento médico. Se eu não gostar, só retorno se não tiver outro jeito”, avisa. ter um atendimento de qualidade é o mínimo

que um doente deseja, sobretudo, quando paga para ter um bom serviço hospitalar. As avaliações as quais a estudante busca são alguns dos pilares usados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) para atestar qualidade de uma unidade de saúde. Criado em 1999, a ONA, vinculada ao Ministério da Saú-de, tem o objetivo de promover a implantação de um processo perma-nente de avaliação e de certificação da qualidade dos serviços de saúde, de forma a melhorar a qualidade da assistência nas organizações de

três anos, ou seja, a unidade deve sempre manter o padrão de quando foi avaliado respeitando, desta forma, os critérios de exigência da ONA. A or-ganização já emitiu 81 certificações a hospitais de todo o Brasil. O presidente da Asheb acredita que essa já é uma tendência nacional. “No sul e sudeste, é

comum encontrar hospitais que seguem as exigências máximas da Anvisa. Em Salvador, estamos ampliando a comuni-cação para que mais hospitais busquem o reconhecimento”.

O reconhecimento seguindo as exigências de mais segurança aos pacientes e profissionais, uma melhor qualidade de assistência e melhoria con-tínua parecem não ser tão simples. Mas confere à unidade acreditada importan-tes vantagens. “A certificação em Exce-lência confere credibilidade, confiança e sustentabilidade da instituição”, conclui Jaqueline Canuto.

serviços de saúde. A acreditação está dividida em três níveis: Acreditado, Acreditado Pleno e Acreditado com Excelência.

Em Salvador, dos 25 hospitais particulares apenas três possuem o selo de Acreditado com Excelência. São eles Hospital Jorge Valente, São Rafael e o Português, que renovou o certificado em junho deste ano alcançando o Nível 3 de Acreditação. O Hospital Santa Izabel deu início ao processo para garantir o selo de Acreditado Pleno.

Para o presidente da Associação de Hospitais e Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Ricardo Costa, a acreditação confere não só maior credibilidade à instituição como também tem condições de oferecer maior segurança ao paciente. “Não é apenas um selo, mas uma mudança de toda a filosofia do hospital fazen-do com que ele atenda o paciente da melhor forma possível”.

O Hospital São Rafael (HSR) foi o primeiro, de grande porte na Bahia, a conquistar o título de Acreditado com Excelência - Nível 3, o máximo exigido pelo Ministério da Saúde, por meio da Anvisa. Mas, para Jacqueline Canuto, gerente de qualidade e risco da uni-dade, o selo não remete a perfeição. “Significa procurar o aprimoramento, a consolidação e melhoria contínua de todos os processos – desde a re-cepção do paciente até o tempo dele na unidade -, buscando sempre se antecipar ao problema”, explica.

As certificações têm validade de

Hospital São Rafael Hospital Português

“em salvador, dos 25 hospitais particulares apenas três possuem o selo de acreditado com excelência. são eles hospital Jorge Valente, são rafael e o Português”

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somente nesta década o número de novos casos de câncer no Brasil deve crescer 38%. A estimativa foi publicada em um artigo da revista Lancet

Oncology, especializada no assunto. O documento foi assinado por uma comissão de 70 médicos e prevê que em 2020, 500 mil brasileiros tenham algum tipo da doença.

Um desses casos é o da administradora Maria Flávia Baltazar, que contraiu um câncer de endométrio. Diagnosticado devido ao sangramento forte e aumentado a cada ciclo menstrual. Com a descoberta do tumor,

Maria Flávia deve se submeter à retirada de útero (histerectomia).

“Com a descoberta da doença, as reações foram variadas, desde a indiferença até o medo. O tempo de espera para entre as consultas me trouxe momentos ansiedade e angustia, porque você não sabe qual a gravidade do seu problema, em que estagio esta a sua malignidade. E o medo de morrer agrava a situação do paciente”, declara a gestora.

Na Bahia, de acordo com levantamento feito pelo Instituto Nacio-nal do Câncer (INCA), estima-se, que somente este ano, aproximadamente

21 mil novos casos sejam registrados. Atualmente, o câncer é um dos maiores problemas de saúde pública, dada a sua magnitude epidemiológica, social e econômica. Mas qual a razão para esse crescimento e em tão pouco tempo? Essa é uma pergunta com muitas res-postas, que preocupa a sociedade e cha-ma a atenção da comunidade médica.

Para o oncologista clínico thiago Mar-tins, o principal fator para o aumento de incidência desta enfermidade está asso-ciado ao envelhecimento da população aliado ao estilo de vida. “Quanto maior a idade do paciente, maior a probabilidade dele ter um câncer e como a expecta-

Capa

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tiva de vida da população aumentou consideravelmente nas últimas décadas, cresceu consequentemente, a incidência de câncer”, declara o especialista.

Os hábitos de risco da população como tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo, ingestão de comidas gor-durosas, alimentação pobre em frutas e vegetais, exposição excessiva a radiação solar e relação sexual desprotegida, tem feito com que as estatísticas aumentem nos últimos anos. Estudos do Órgão bra-sileiro apontam que entre o ano passado e 2013, o número de acometidos com a doença, incluindo os casos de câncer de pele não melanoma, seja de aproximada-mente 520 mil novos casos.

Mas existem também outros fatores que contribuem para a incidência do câncer. E thiago Martins aponta alguns: “Sabemos, por exemplo, que a etnia é considerada um fator de risco para o desenvolvimento do Câncer de Próstata. Esse tipo é 1,6 vezes mais comum em homens negros do que em homens bran-cos”, pontua o especialista.

No Brasil, o crescimento de vítimas de câncer está ligado à dificuldade de acesso às instituições especializadas. Para o oncologista temos problemas regionais de acesso da população a insti-tuições que tratam o câncer. Para ele, o número de instituições públicas especia-lizadas é ainda pequeno frente à deman-

da de pacientes com o diagnóstico, mais no Norte e Nordeste do país.

hábitos saudáveis

thiago alerta que é preciso a popu-lação sobre os hábitos de risco. Para o especialista, com medidas de prevenção é possível reduzir a incidência de 30% a 40% de todos os tumores malignos. “O tabagismo é o maior vilão, sendo responsável por 30% a 45% de todos os casos de câncer, 90% apenas dos casos de câncer de pulmão e 85% dos casos de câncer de cabeça e pescoço” afirma o médico.

Outras medidas de prevenção significativas são a redução da exposi-ção ao sol, fazer uso de protetor solar, redução ou não consumo de álcool, dieta rica em frutas e vegetais e pobre em carnes vermelhas e condimentos, controle do peso, atividade física e uso de preservativos nas relações sexuais. “A vacinação anti-HPV é outra medida de prevenção, já que a infecção pelo vírus HPV é fator de risco para o desenvolvi-mento dos cânceres de Colo de útero, canal anal e cabeça e pescoço”, finaliza o oncologista.

diagnóstico tardio

Um ponto associado ao número de casos de câncer é o tempo para a detecção da doença. No setor público os pacientes tem dificuldade de acesso

a instituições que façam a detecção e tratamento. Com isso, o tempo de espera entre a suspeita e a confirmação do diagnóstico, e entre o diagnóstico e o tratamento é muito grande. “A população ainda tem muita dificuldade de acesso aos exames. Demora-se hoje meses para realização de exames de imagem (ultrassonografia, tomografia, resso-nância) contribuindo para o atraso do diagnóstico”, aponta thiago.

No caso de Maria Flávia, o tumor maligno foi descoberto quando estava localmente avançado. Após a realização de seis sessões de quimioterapia, ela fará novos exames para saber se a histe-rectomia pode ser realizada.

Nessa fase, a paciente fala da impor-tância do apoio da família. “O diagnosti-co é visto como uma ameaça para todos e com isso toda a dinâmica familiar é alterada, porque os medos e questiona-mentos começam a fazer parte do dia a dia. Se já éramos unidos, com toda certeza nossos laços ficaram ainda mais fortes. E isso me faz um bem enorme”, declara Maria Flávia.

A paciente ainda manda um recado para quem é diagnosticado com o cân-cer: “lembre-se que, como você, existem outras pessoas que necessitam de sua companhia e apoio. Continue tocando a sua vida normalmente, não permita que a doença te abata. A vida é sua. Dite as regras: saia, se divirta, namore, faça compras, receba seus amigos. Você não está morto! Agradeça por todos os dias que você tem”, finaliza.

Para Maria Flávia, a família é a fonte de apoio para quem descobre que tem a doença.

FONTE: INCA (2013)

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Gutemberg Barros - Advogado

rEforma triButáriadE salVador

Especia l is tas anal isama proposta da pre fe i tura

da capi ta l ba iana

polítiCa E saúdE

Como medida de garantir a independência monetária da capital baiana, foi sancionada pelo prefeito ACM Neto a Reforma

tributária de Salvador, que pode destinar aos cofres da prefeitura o montante de R$ 500 milhões. Atualmente, Salvador está na última posição da classificação entre as capitais brasileiras em arrecadação.

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A falta de recursos reflete na prestação de serviços essenciais para a cidade, principalmente os de saúde. Para isso, é muito importante a adoção de medidas que visem am-pliar a capacidade de investimentos da prefeitura. E para sanar este défi-cit na capital baiana, os Projetos de Lei 160/2013 e 161/2013 entraram em proposta para a Câmara Munici-pal de Salvador (CMS) no primeiro semestre deste ano.

“A proposta do executivo muni-cipal é o melhor gerenciamento do montante arrecadado. Com isso, a prefeitura não ficará dependente de parcerias com os governos Estadual e Federal. E as melhorias necessá-rias à cidade poderão ser promovi-das”, declara o advogado tributarista Gutemberg Barros, especialista em Direito tributário.

Segundo o também advogado Sérgio Nogueira Reis, a proposta de reforma tributária municipal visa à alteração de diversos pontos da legis-lação fiscal municipal, tendo por ob-jetivo incrementar a arrecadação, o

que poderá influenciar positivamente no segmento de saúde pública.

“Os textos enviados para apre-ciação da Câmara criaram algumas ferramentas que certamente impac-tarão positivamente na arrecadação municipal, figurando dentre estas o Programa Nota Salvador e uma nova renegociação de débitos”, comenta Nogueira Reis.

O Programa Nota Salvador visa incentivar a todos, que contratem serviços, a exigir a emissão de nota fiscal, o que, ao mesmo tempo, gerará créditos para os contratantes utilizarem em abatimento do IPtU dos anos seguintes ou mesmo recebê-los em conta bancária e diminuirá a eva-são fiscal, pela falta de emissão de notas fiscais.

impactos na saúde

Entre as propostas de reforma tributária, uma merece destaque: uma alteração que permitirá aos prestadores de serviços de assistên-cia medica e odontológica abater do ISS os valores cobrados e repassados

“Gutemberg Barros

a proposta do executivo municipal é o melhor gerenciamento do montante arrecadado”

a prestadores da saúde desde que comprovados estes repasses por documentos fiscais. Por outro lado, o projeto trouxe a responsabilidade dos prestadores de serviço de saúde de reter e recolher o ISS de presta-dores de serviço sediados em outros municípios e que gozem de isenções que resultem em alíquota inferior a 2% do ISS.

Para Ramon Magalhães, assessor jurídico do Sindhosba, a proposta homologada pelo Prefeito ACM Neto, não beneficia diretamente o segmen-to de saúde suplementar. Os benefí-cios decorrem da ampliação da arre-cadação municipal.

“A Prefeitura, com um valor maior de arrecadação, pode arcar com as dívidas não quitadas da gestão passada (João Henrique). Com isso, confiamos que o prefeito tenha condições de negociar o pagamen-to dos dois meses em aberto com os prestadores privados da saúde credenciados ao atendimento de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS)”, finaliza Ramon.

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a excelência no atendimento ao cliente, mais que um diferen-cial, torna-se, atualmente, um compromisso necessário a ser firmado pelo prestador de

serviços para com o público. Diante de tantas opções, a qualidade do relacio-namento que se estabelece durante o processo de atendimento certamente irá impactar de maneira positiva na fideliza-ção do cliente.

Para isso, a qualificação do profissio-nal de atendimento deve estar sempre presente no planejamento estratégico das organizações. Gostar de lidar com pessoas é uma premissa básica para aqueles que se relacionam diretamen-te com o cliente, e aliado a isso, se faz necessário que as empresas invistam no desenvolvimento das habilidades técni-cas e emocionais desse profissional, ca-pacitando-o a cada vez mais a interagir com o cliente.

O termo “Momento da Verdade” de-finido por Karl Albrecht como sendo “Qualquer episódio no qual o cliente en-tra em contato com algum aspecto da organização e obtém uma impressão de seu serviço”, deixa clara a importância de cada colaborador na imagem final que o cliente tem da organização. Daí a necessidade dos gestores estarem sem-pre atentos e proativos na qualificação da equipe num processo de educação

atEndimEnto ao CliEntE: a ExCElênCia faz a difErEnça

permanente em busca da excelência.

A teoria sobre a relevância da quali-dade do atendimento prestado ao clien-te para o sucesso de uma organização é vasta e bastante rica com excelentes au-tores abordando esse tema, assim como são muitos os seminários e treinamen-tos nessa área, porém é preciso que to-dos nós assumamos o compromisso de tornar todo esse conteúdo teórico uma prática diária oferecendo aos clientes o que temos de melhor, e dessa maneira, nos diferenciando num mercado alta-mente competitivo.

Um atendimento excelente, ao con-trário do que se possa imaginar, não requer ações de alta complexidade. AtENçãO, RESPEItO, GENtILEZA, PRO-AtIVIDADE, são exemplos de condutas na relação com o cliente que aliadas à prestação de um serviço EFICAZ e EFI-CIENtE, respeitando as conformidades definidas, contribuirão para a satisfação e encantamento do consumidor. Salien-tamos, que apesar de essencial, apenas a cordialidade não é suficiente, o cliente quer ter a necessidade atendida, o pro-blema resolvido.

Conhecer e entender o cliente é fator determinante para a conquista da fide-lização. Ele sabe o que quer, está cada vez mais consciente dos direitos e luta por eles. Encare-o como um PARCEIRO

do seu negócio. Esteja atento às suas necessidades, expectativas, insatisfa-ções, sugestões... OUçA o cliente e este-ja aberto a inovar sempre.

Importante também ressaltar que a “voz” do cliente se torna cada vez mais “alta”, através dos diversos canais de ouvidoria e, principalmente, através das redes sociais, quando uma experiência pessoal (negativa ou positiva), com um simples “curtir”, “comentar” e/ou “com-partilhar” se torna a experiência de mui-tos.

E caminhando permanentemente em direção ao “encantamento” do nosso cliente é que precisamos ter a consciên-cia de que hoje e sempre, a excelência no atendimento prestado é, e continua sendo, a meta principal de toda organi-zação preocupada em tornar QUALIDA-DE mais que um conceito, uma prática corporativa e mais ainda, uma filosofia de vida que norteie as ações de todos os profissionais comprometidos com o SUCESSO da empresa.

*Vivianne Brandão é assistente social, consultora e facilitadora na área de aten-dimento ao cliente. Ela atualmente coor-dena o SINAM - Sistema Informativo de Atendimento Médico e Odontológico, na Associação Bahiana de Medicina.

Viviane Brandão

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o Fórum Nordeste de Gestão em Saúde se consolidou no calendário nacional do setor por unir em um mesmo even-to representantes dos seg-

mentos público, privado e filantrópico. Durante três dias, profissionais das diversas áreas de atenção à saúde se reuniram em, aproximadamente, 30 eventos entre congressos, palestras e simpósios, realizados no Centro de Convenções da Bahia.

Com o tema “Competitividade e Sustentabilidade do Setor de Saúde no Nordeste”, o Fórum debateu temas focados na gestão dos estabelecimen-tos prestadores de serviços de saúde, como hotelaria hospitalar, responsabi-lidade civil dos médicos, comunicação ligada à saúde e gestão de pessoas. A importância de uma iniciativa deste porte foi elogiada pelo Governador da Bahia, Jaques Wagner, que compare-ceu à abertura do evento: “Todos nós estamos felizes com este evento, pelo fato de não se defender um único segmento da saúde. A proposta aqui é outra, a manutenção harmônica en-tre prestadores filantrópicos, públicos e particulares. Queremos pensar um

novo modelo de prestar serviços de mais qualidade para todos”, afirmou.

saldo positivo

Na abertura oficial do Fórum, esti-veram presentes além do Governador, o secretário estadual da saúde, Jorge Solla; o Sindicato dos Hospitais e Es-tabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado Bahia (Sindhosba), Raimun-do Correia os presidentes da Associa-ção dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Estado da Bahia (Ahseb), Ricardo Costa; da Federação Baiana de Saúde (Febase), Marcelo Britto, além de políticos e profissionais liga-dos ao setor.

“O Fórum nasceu de uma conver-sa entre as entidades ligadas à pres-tação de serviços de saúde. Quando pensamos esta iniciativa, nos prepa-ramos para elaborar um evento que nos orgulhasse como profissionais e como baianos. E acredito que nossos esforços foram recompensados”, de-clarou Ricardo Costa.

Para Marcelo Britto, a saúde deve ser administrada como o segmento econômico que representa. “A saúde é responsável por grande parte da ar-

recadação de impostos, do consumo de energia elétrica e somos um dos setores que melhor remunera os co-laboradores. Portanto temos que pen-sar em estratégias para a manuten-ção das empresas do setor”, comenta o presidente da Febase.

Já para o presidente do Sindhosba, Raimundo Correia, o Fórum é um em-preendimento importante para todo o setor. “Fomos a São Paulo para apren-dermos a fazer um fórum e fizemos um que hoje faz parte do calendário nacional do segmento. Mas o melhor desta realização é a possibilidade de associar os setores filantrópico, pú-blico e privado para debater um tema muito maior que os anseios isolados: a saúde e como prestar um serviço de qualidade aos pacientes”.

Bons negócios

Quem compareceu ao Fórum pôde conferir também a Feira de Desen-volvimento de Negócios em Saúde. Foram mais de 80 expositores tra-zendo produtos, serviços e soluções ligados ao atendimento ambulatorial e intensivo de pacientes, como planos de saúde, home care, atendimento

fórum nordEstE dE gEstão Em saúdE unE sEtorEs púBliCo, priVado E filantrópiCo na BaHia

Governador da Bahia, Jaques Wagner

governador do Estado abre evento e afirma a necessidade de novo modelo de prestação de serviço na saúde

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o ExErCíCio da mEdiCina pErantE a lEi

as últimas pesquisas apontam para o crescimento do número de denúncias e processos por reparação civil envolvendo médicos e hospitais. Só para se ter uma ideia, até agora em São Paulo foram registrados 250 casos de erros clínicos com 20 mor-tes. De todos os casos registrados no Brasil, apenas 20% das ações legais são julgadas procedentes. Estes da-dos mostram a responsabilidade civil de médicos e hospitais. “E as senten-ças, quando julgadas, são aplicadas mediante critérios subjetivos”, disse Fernando da Costa tourinho Neto, juiz do tribunal Regional Federal da 1ª Região.

“O mais importante nessa relação de consumo e de confiança é a infor-mação: o diálogo e o esclarecimento entre as partes”, complementou o juiz durante palestra no II Fórum Nordes-te de Gestão em Saúde. Para ele, os erros médicos acontecem por três fa-tores: imperícia, imprudência e negli-gência por parte dos agentes envolvi-dos no ato médico.

“Quando falamos de ato médico, não estamos falando aqui do tema que tem suscitado manifestações de profissionais e estudantes de me-dicina em todo o Brasil, mas sim o comprometimento do profissional em empreender seus conhecimentos no processo de cura do paciente”, decla-rou.

Fernando Costa Neto foi um dos palestrantes do II Encontro Nordeste de Direito Aplicado ao Segmento de Saúde, integrante do Fórum. A Revista Saúde Bahia acompanhou a palestra do especialista, sob o tema “A Respon-sabilidade Civil dos Médicos e Hospi-tais sobre o Ato Médico. Acompanhe as declarações do palestrante:

i – imprudência:

“O excesso de vaidade costuma do-tar os médicos do sentimento de que sabem tudo. No caso de um procedi-mento em que, por ser o supervisor de um residente e por este aluno o acom-panhar nos centros cirúrgicos, ele tem a ideia de que este estudante possa, por exemplo, abrir um paciente. Mas o aluno não tem condições de fazer isso

sem a instrução de um profissional por perto. Mas ele o indica para fazer isso, caracterizando uma conduta impru-dente. Caso o paciente morra, o médi-co poderá ser acionado judicialmente e será responsabilizado por isso”.

ii – imperícia:

“Outra situação bem comum é o pro-fissional realizar um procedimento que ele não tem habilidade para executar, a exemplo do cirurgião que, para iniciar o procedimento, realiza a sedação do pa-ciente por acreditar que tem noção de como anestesiar. Caso o paciente tenha uma complicação grave, ele pode ser in-diciado por imperícia, pois ele não tem conhecimento técnico na área, e fica sujeito às sanções da lei.”

iii – negligência:

“E o que dizemos do médico que sabe de determinado procedimento e passa a outro profissional, - sendo ele o especialista indicado pelo hos-pital -, porque ele está com preguiça! Neste caso, assim como nos outros dois, ele pode sofrer sanções penais, caso seja condenado”.

a responsabilidade civil do médico e o código de defesa do consumidor

A responsabilidade civil do médico é subjetiva e decorrente de uma obrigação de meio. Por esta razão, não é suficiente que um agente simplesmente alegue o erro e o pre-juízo, sem demonstrar que o pro-fissional contribuiu culposamente para tanto, que não se utilizou dos corretos ensinamentos e métodos disponíveis da ciência médica na busca da cura e/ou reabilitação. (artigo 14, §4o do Código de Defe-sa do Consumidor)

Fernando da Costa tourinho Neto, juiz do tribunalRegional Federal da 1ª Região.

de emergência e urgência médicas, entre outros.

O secretário Jorge Solla vê o saldo do Fórum como positivo. “temos que agradecer a todos os agentes envol-

vidos nessa grande realização, para o Estado, para os profissionais e por fim para a saúde como um todo. E o evento foi um sucesso pelo empenho de todos os organizadores. trocamos experiências valiosas, mostrando o

valor da colaboração entre os seg-mentos da saúde, foram três dias de muito trabalho, com mais de 25 eventos programados. Isso me deixa satisfeito com o resultado deste ano”, finaliza o secretário.

fórum debate a responsabilidade jurídica do médicos

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O mundo dos negócios é regido por mudanças, criando nas empresas a necessidade de adaptações para garantir a sua manutenção e longevi-dade do seu setor de atuação. Assim deve ser também com o segmento da saúde privada, com empreendimen-tos que carecem de novos métodos de gestão. A afirmação foi feita pelo presidente da Confederação Nacional

de Saúde (CNS) José Carlos Abrahão, durante palestra no II Fórum de Ges-tão em Saúde do Nordeste. Com o tema “Sustentabilidade e Competitivi-dade Econômica do Setor de Saúde”, o médico apresentou as razões e os desafios para a gestão mais eficiente.

De acordo com José Carlos Abrahão, a saúde se baseia, assim como outros setores da economia,

em três pilares: visão social, visão ambiental e visão econômica. Sobre a contrapartida social, o presidente da CNS alerta para alguns pontos impor-tantes. O primeiro deles é o aumento da população e a descoberta de novas patologias. “Olhando apenas nesse ângulo, vemos a necessidade de uma gestão mais eficiente na saúde, seja privada ou pública. Precisamos aten-der a essas e outras demandas”, afir-mou o médico.

E não se trata apenas disso quando se fala no alcance social da saúde. Segundo Abrahão, quando comparamos o consumo de energia dos empreendimentos de outros segmentos da economia brasileira ao dos hospitais e demais prestado-res de serviços de saúde, a atenção à saúde utiliza o dobro do potencial elé-trico dos outros setores econômicos juntos. “Além disso, o Brasil é o se-gundo parque hospitalar do mundo, com a oferta atual de 500 mil leitos”, completou.

Quando o assunto é a exploração econômica da saúde, o diretor da CNS afirma categoricamente que as empresas do setor precisam asse-gurar sua credibilidade no mercado. “Clínicas e hospitais devem buscar solvência, ou seja, sua capacidade de arcar com seus compromissos finan-ceiros. Isso só pode ser conseguido através do alcance do seu equilíbrio econômico”, alertou.

Para Raimundo Correia, presidente do Sindhosba, a abordagem de José Carlos Abrahão foi precisa. “Precisamos sim, de um melhor gerenciamento dos serviços de saúde, de protocolos clínicos mais elaborados e, principalmente, temos que controlar os desperdícios”, afirma.

“Temos que encarar a saúde verda-deiramente como um segmento da eco-nomia. Afirmo isso por termos um dado interessante, o de que representamos 74% da arrecadação de impostos no Brasil”, declara o presidente da Febase, Marcelo Britto.

presidente da Cns afirma que o setor precisa acompanhar as mudanças do universo corporativo

saúdE no mundo dos nEgóCios

José Abrahão - Presidente da CNS

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o Brasil registra atualmente cerca de 700 mil acidentes de trabalho por ano, segundo dados do Ministério da Previdência Social. O elevado

número faz com que o país, gaste aproximadamente R$ 70 bilhões no combate a essas enfermidades. Entre as áreas que apresentam maior número de imprevistos relacionados às ativida-des profissionais, estão a administra-ção pública, o comércio varejista e o atendimento hospitalar.

“Na atividade hospitalar o acidente mais preocupante tem sido aquele que é ocasionado por material perfuro cortante. Os serviços de saúde têm investido na prevenção, principalmente em educação continuada, mas ainda há muito o que fazer”, afirma o advogado e economista, especialista em segurança e medicina do trabalho, Jorge Freitas.

Ainda segundo o especialista, cabe aos empregadores oferecerem condições adequadas de trabalho, tornando o ambiente profissional propício à prática de atividades saudáveis. tais obrigações estão regulamentadas pela norma de número 32, editada pelo Ministério do trabalho e Emprego, que tem por finalidade direcio-nar a implementação de medidas para a proteção e segurança, além da saúde dos trabalhadores.

Entretanto, Freitas esclarece que a responsabilidade pela segurança do

instituições de saúde têm investido em atividades de prevenção para amenizar riscos no exercício profissional

aCidEntEs dE traBalHo

trabalho na área vai além das institui-ções. “A obrigação principal dos fun-cionários é o cumprimento das normas de segurança e medicina do trabalho e o uso de equipamentos de proteção individual, sendo pertinente a aplicação de penalidade disciplinar na hipótese de eventual descumprimento”, destaca.

Principais reclamações

Acidentes de trabalho estão relacio-nados ao exercício profissional, provo-cando lesões corporais, que podem ser permanentes ou não, além de doenças causadas pela circunstância da ativi-dade profissional. Os traumas mais fre-quentes, de um modo geral, são os que causam fraturas, luxações, amputações e outros ferimentos.

Segundo Francisco Magalhães, presi-dente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia, o Sindimed, as questões envol-vendo medicina e saúde do trabalho tem sido, atualmente, alvo de constantes lutas da classe trabalhadora. “Hoje a situação é de precarização. É preciso entender que o médico, por ser um cuidador, também necessita de cuidado”, diz.

Ainda de acordo com ele, as principais dificuldades estão relacionadas à escas-sez de equipamentos de proteção no setor público de saúde. “Por isso, os médicos fizeram greve por melhores condições de trabalho”, pontua.

“Um problema importante é efetivamente implantar uma rotina prevencionista dentro das instituições. Quando se trata da área hospitalar ainda estamos engatinhando quando com-parados com empresas de outro ramo. A questão é tão séria que temos uma norma regulamentadora específica para estabelecimentos de saúde”, afirma Rosa-na Souza, médica coordenadora de saúde ocupacional do hospital São Rafael.

Rosana esclarece que, infelizmente, o número de acidentes na área de saúde não é pequeno, e saber como agir é fun-damental. “O essencial é ter bem difun-dido em toda instituição o que fazer em situações como essas e utilizar o evento para realizar adequações que evitem sua recorrência”, pontua.

Francisco Magalhães, presidente do Sindimed

Jorge Freitas

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o maCHismoquE mataComportamentos preconceituosos do sexo masculino, quando o assunto é saúde, refletem em doenças no futuro

Anselmo Hoffmann, urologista

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as mulheres vivem em mé-dia 7,6 anos a mais que os homens. Isso acontece por-que o público feminino tem mais atenção com a saúde

do que o masculino. Um desses fa-tores é o machismo, ideologia que defende a supremacia do macho, que ao submeter-se a algum procedi-mento médico perderia a rusticidade masculina.

Na urologia, uma das áreas mais negligenciadas, o termo machista adquire o sentido de resistência do homem ao exame de toque retal, que auxilia no diagnóstico do câncer de próstata. Por falta de informação adequada, ainda há muitas pessoas que questionam o toque retal, uma das mais importantes alternativas para detecção de alterações na prós-tata, apesar da existência de outros procedimentos. O urologista Anselmo Hoffmann, que atua no Hospital Es-panhol, explica que “sem esse exa-me, a doença na próstata pode dei-xar de ser diagnosticada”.

Dados do IBGE apontam que a mortalidade masculina aumentou na última década. No Brasil, o câncer de próstata é o segundo tipo da doença na lista com maior incidência no ho-mem, atrás apenas dos tumores de pele. As pessoas acima dos 50 anos têm mais chances de desenvolverem o mal. Mas, a partir dos 35, homens com casos na família podem ser de-tectados por possuírem fatores here-ditários.

importância da família

Uma pesquisa realizada pelo Cen-tro de Referência em Saúde do Ho-mem, em São Paulo, concluiu que 70% dos homens só vão ao médi-co por influência da esposa ou dos filhos. “Hoje, há muito mais infor-mação. Os homens sabem que pre-cisam se cuidar melhor, e a família auxilia muito nesse sentido.”, comen-tou Hoffmann.

simPles e indolor

O exame de toque retal, motivo de pânico entre os homens, é mais simples do que muita gente pen-sa. Em apenas 15 segundos é feito o procedimento sem dor al-guma. Além do toque é necessá-rio verificar o Antígeno Prostático Especifico (PSA) periodicamente, depois dos 40 anos. “O câncer de próstata não possui sintomas específicos, por isso, a detecção precoce da doença é essencial para o tratamento”, afirma o uro-logista Anselmo Hoffmann.

Para o assistente administrativo Renato Campos, de 60 anos, que descobriu a doença através de exa-me preventivo disponibilizado pela empresa onde trabalha, não foi pre-ciso à intervenção da família, mas confessa ter tido medo de perder a masculinidade ao submeter-se ao procedimento. Ainda assim, ele re-comenda aos homens deixarem o machismo de lado, “o importante é a nossa saúde”, considerou Renato.

Anselmo Hoffmann, urologista

na urologia, uma das áreas mais negligenciadas, o termo machista adquire o sentido de resistência do homem ao exame de toque retal

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Junk fooda armadilha por trás da comida rápida

Sandra Gordilho*

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Vivemos em um tempo da falta de tempo. temos esquecido que existem 24 horas durante o dia. E quanto mais se “economiza

o tempo”, mais tempo livre há. Para que?... E o “se cuidar” permanece em que tempo? Daí nasceu o Junk Food (comida rápida e barata), às vezes, nem tão em conta assim, mas que se tornou um hábito e uma rotina pela maior parte das pessoas, que optam por um tamanho gloriosamente grande que nada nutre.

Os problemas causados pelo Junk Food são inúmeros: alteração na flo-ra intestinal; aumento de colesterol e triglicerídeos; gordura no fígado; obe-sidade; hipertensão; diabetes entre outros males. Um artigo bem recen-te do New York times deu a fórmula secreta do Junk Food:

Eis a informação mais alarmante em tudo isso: um organismo que pas-

sa mais de três horas sem se alimen-tar começa a utilizar a musculatura como fonte de energia de mais fácil acesso pelo corpo que a gordura es-tocada (que permanecerá intacta), diminuindo assim a massa muscu-lar e aumentando a massa gorda. E peso em excesso afeta aproximada-mente 70% dos adultos e 15% das crianças nos EUA.

Por que, então, optar por um ali-mento vazio? Duas questões: fácil aquisição e sabor agradável. Os Fast Food’s têm se espalhado pelo mundo viciando as pessoas a consumirem alimentos mais ricos em sal, açúcar, gordura e calorias inúteis.

Crianças que comem em fast foods podem desenvolver asma, eczema e rinite, de acordo com o estudo inter-nacional publicado no jornal thorax. Esses pesquisadores notaram que todas as três doenças aumentaram de prevalência em todo o mundo.

As pessoas que desejam apenas o sabor esquecem que os lanches representam muito mais do que isso. Para ser saudável, ele deve ser a combinação de carboidratos comple-xos e proteína de boa escolha tendo como exemplo Banana com Castanha do Pará. Com isso, há um equilíbrio perfeito no metabolismo evitando pi-cos de glicose e resistência à insu-lina, sendo essa a maior causa de obesidade do mundo.

Estas refeições são imprescindí-veis para manter a saúde da pele, cabelo, unhas e organismo, além dis-so, a pessoa se sente mais saciado e passa a comer em menor quantidade as refeições principais.

*Sandra Gordilho é médica for-mada pela UFBA. Pós–Graduada em Medicina Estética pela So-ciedade Brasileira de Medicina Estética, Sandra realizou e par-ticipa de congressos e eventos acadêmicos na America Latina e nos Estados Unidos. Atualmente é aluna da Escola Brasileira de Psicanálise

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Conforto, segurança e bem estar. Além da competência da equipe de profissionais de saúde e higiene dos hospitais, pacientes e acompanhantes

têm demonstrado maior exigência diante dos serviços oferecidos duran-te consultas e internamentos. “Hoje temos o paciente com um celular na mão, utilizando gravadores, câmeras, internet, consultando o Dr.Google antes e depois da consulta, conhecedor de seus direitos”, afirma o administrador, professor e presidente da Sociedade La-tino-americana de Hotelaria Hospitalar, Marcelo Boege.

Para se adaptar as novas mudan-ças, hospitais e unidades de saúde em todo o país têm introduzido nas gestões o conceito de Hotelaria Hospitalar. Pra-tica que se baseia na importação de serviços de apoio da hotelaria conven-cional adaptados aos hospitais, com o objetivo de elevar o grau de satisfação dos clientes. “Quase todos os hospitais com o modelo implantado possuem apartamentos com mobiliários confor-táveis, ambiente climatizado, controle de tempo sobre serviços, gastronomia com cardápio de opção, serviço de ca-mareiras, enxoval de boa qualidade e equipe de assistência capacitada em atendimento ao cliente”, revela o espe-cialista.

Ainda segundo Boege, além de au-mentar o bem estar dos frequentadores das unidades de saúde, os serviços ofe-recidos, como o profissional de Concier-ge, responsáveis por atender os hós-

unidadEs dEsaúdE têm inVEstido

Em HotElaria Hospitalar

pedes em qualquer situação, auxilia a não sobrecarregar os enfermeiros. “Nos hospitais ainda sem a hotelaria, perce-bemos algo em torno de 30% do tempo da equipe da enfermagem gerenciando serviços de hotelaria, como solicitações para retirada do lixo do banheiro, por exemplo,” esclarece.

eventos internacionais

Além do maior nível de exigência dos pacientes, os hospitais do país e da Bahia enfrentam a necessidade de se preparar para atingir um nível de exce-lência compatível com as demandas dos eventos internacionais, como a Copa do Mundo da FIFA 2014, além de algumas partidas dos torneios de futebol dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão re-alizadas em algumas capitais, além do Rio de Janeiro, cidade-sede do evento.

“O primeiro passo é a mudança de cultura e passar a enxergar o clien-te como o centro de tudo. O segundo passo é encantar este cliente, garan-tir a qualidade e segurança dos pro-cessos assistenciais, proporcionar um ambiente agradável, acolhedor, con-fortável e seguro”, destaca Daniele Rosa, enfermeira chefe de hotelaria do Hospital Português e membro do cor-po diretivo da Sociedade Brasileira de Hotelaria Hospitalar.

Já para o especialista Marcelo Boege, a má comunicação pode ser um fator de risco para a segurança do paciente du-rante os jogos. “Ter os documentos que ele assina, como o consentimento infor-mado, responsabilidades financeiras,

termos do banco de sangue, entre ou-tros, traduzidos para o inglês e para o espanhol, além de tentar compreen-der outras culturas, oferecendo uma gastronomia que facilite seu consumo e respeitando aspectos religiosos e étnicos”, explica.

Ainda segundo ele, os hospitais e centros de saúde também devem estar atentos aos principais casos de enfer-midades que afetam os turistas, como diarreias, em 70% dos casos, febres, infecções nas vias aéreas superiores, lesões cutâneas, além de insolações, queimaduras e afogamentos.

novo cenário obriga hospitais a investir em novo modelo de atendimento

Daniele Rosa

Marcelo Boege

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pesquisa aponta que até os fumantes passivospodem ter problemas auditivos

Consumo dE Cigarro tamBém podE

proVoCar surdEz

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os prejuízos provocados pelo cigarro são inúmeros. Atualmente, uma pesquisa feita na Universidade da Antuérpia, na Bélgica,

revelou mais um malefício provo-cado pelo tabagismo: a perda da audição. O estudo contou com quatro mil voluntários de ambos os sexos e constatou que a habilidade de perce-ber sons de alta frequência foi danifi-cada nos fumantes. Outra descoberta é de que o problema tende a aumen-tar de acordo com a continuidade do consumo. Pessoas que fumavam por mais de um ano, tiveram piora na percepção auditiva.

Nos Estados Unidos, pesquisado-res da Universidade de Miami anali-saram mais de 3.300 voluntários não fumantes e chegaram ao resultado de que o consumo passivo de cigarros, também está conectado às perdas na capacidade auditiva. A fumaça do tabaco prejudica o fluxo sanguíneo em vasos de pequeno calibre do ou-vido, causando uma falta de oxigênio e acúmulo de substâncias tóxicas, resultando em danos na celula.

Prejuízos à voz

O otorrinolaringologista baiano Marcos Juncal alerta ainda para as consequências do hábito de fumar para a voz. “A fumaça e o alcatrão dos cigarros, charutos e cachimbos ressecam o trato vocal, causando ir-ritação da mucosa do nariz, boca e laringe. Numa reação de defesa do organismo, é formado um depósito de secreção ao longo das pregas vo-cais, o conhecido pigarro”, afirma o especialista.

A tosse e o pigarro são consequên-cias da irritação da mucosa e favore-

cem diversas alterações, a exemplo do câncer de laringe, cuja incidência é 40 vezes maior em quem fuma. Segundo o médico, a fumaça quente ainda agride todo o sistema respira-tório, ressecando o aparelho fonador. “O depósito da nicotina nas pregas vocais provoca seu inchaço. Elas ficam mais pesadas e vibram menos, o que faz com que a voz fique mais grave. Em longo prazo, a voz engros-sa e perde a potência”.

minando a saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) chama a atenção para o con-sumo de tabaco que traz inúmeros prejuízos à saúde, alguns deles, gra-ves, como câncer de laringe. Segundo dados da OMS, cerca de três milhões de homens e mulheres morrem, to-dos os anos no mundo, por causas associadas ao tabagismo. Isso signi-fica um óbito a cada 10 segundos.

BomBa–rElógio

Um único cigarro tem cerca de 700 aditivos químicos (metais pesados, pesticidas e inseticidas). Alguns são tão tóxicos que é considerado crime despejá-los em aterros. Os pulmões dos fumantes e de quem está per-to ficam expostos a pelo menos 43 substâncias cancerígenas. De todas as substâncias presentes no cigar-ro, três são consideradas as piores:

nicotina – Este composto químico provoca dependência e chega ao cérebro mais rápido que a temida cocaína, estando associada aos pro-blemas cardíacos e de circulação sanguínea.

monóxido de carbono (co) – mesma substância que sai do cano de escapamento dos carros. Quan-do combinado com a hemoglobina do sangue, responsável pelo trans-porte de oxigênio, acaba reduzindo a oxigenação sanguínea no corpo. é por causa da ação dessa substân-cia que alguns fumantes ficam com dores de cabeça após passar várias horas longe do cigarro.

alcatrão - O terceiro “ingrediente” do cigarro tido como grande vilão reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e arsênio. todo cân-cer relacionado ao fumo - como na boca, laringe ou estômago - tem algu-ma ligação com o alcatrão.

Marcos Juncal - Médico

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proJEto sErViços dE saúdE sEBraE – agosto a dEzEmBro/2013

CronogramaprEsEnCial E ColEtiVo15/out18/noV

Horas44

Horas11

Consultoria indiVidual16/10 à 18/10data a sEr Estipulada

programE-sE

O SEBRAE realiza uma série de cursos voltados para profissionais da área de saúde. Como sempre é bom se capacitar, trouxemos as informações necessárias para você fazer a sua inscrição.

1. CURSO - AtENDIMENtO HUMANIZADO – para equipes de atendimento aprender a lidar com as diversidades dos pacientes. Nova turma em Outubro. R$ 80,00 por colaborador.

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-Registro de Marca – proteja a sua marca e obtenha o direito exclusivo de uso, agregando valor à sua empresa;

-Criação/Revisão de marca – represente seu negócio através da marca, cuja mostra ao mercado a sua atuação e identidade;

-Aplicação de Identidade Visual – dê uma nova cara à sua empresa: fachada, fardamento e impressos como tim-brado, cartão de visita, envelopes, etiquetas, sinalizações internas, etc.

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* As consultorias do Sebraetec são realizadas ao longo do ano, conforme necessidade e demanda. Os valores variam de acordo com a consultoria requerida.

3. CONSULtORIAS:

10 horas de consultoria in company; o consultor vai até a sua empresa! R$ 200,00 cada consultoria. *Apenas a consultoria financeira custa R$300,00:

-Planejamento estratégico: para você planejar o que quer da sua empresa;

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-Recursos Humanos: motivação e treinamento de equipes, cargos, funções, organograma;

-Financeira: para cuidar da gestão financeira da sua empresa.

4. GEStãO FINANCEIRA – SEBRAE MAIS:

Destinado aos empresários interessados em melhorar os resultados na sua gestão financeira, esta solução pro-move o desenvolvimento de competências para controlar, analisar, planejar e simular as informações financeiras para uma eficiente tomada de decisões. é uma solução semipresencial que utiliza a internet para a interação en-tre o participante e o consultor durante o processo de capacitação, realizado na própria empresa. A aprendizagem é significativa, contextualizada e prática. A partir do diagnóstico empresarial, cada participante terá um plano de capacitação feito sob medida, exclusivo para atender as suas necessidades e as da sua empresa.

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