REVISTA SAÚDE BAHIA - EDIÇÃO 06

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Novembro 2014 | Ano 02 | Nº 6 | www.sindhosba.org.br AUMENTO DA LONGEVIDADE DOS BRASILEIROS PÁG. 33 EBOLA: O QUE É ESSA DOENÇA E COMO FUNCIONA NO CORPO HUMANO PÁG. 30 ENTREVISTA COM RUI COSTA GOVERNADOR ELEITO PÁG. 07 SALVADOR SEDIA III FÓRUM DE RELAÇÕES TRABALHISTAS | PÁG.20 REVISTA DO SINDICATO DOS HOSPITAIS E ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA Saude BAHIA

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AUMENTO DA LONGEVIDADE DOS BRASILEIROS

PÁG. 33

EBOLA:O QUE É ESSA DOENÇA E COMO FUNCIONA NO CORPO HUMANOPÁG. 30

ENTREVISTA COM RUI COSTAGOVERNADOR ELEITOPÁG. 07

SALVADOR SEDIA III FÓRUM DE RELAÇÕES TRABALHISTAS | PÁG.20

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Chegamos à última edição de 2014 e com novidades, pois a revista circulará com quarenta páginas, trazendo mais informação e conteúdo.

Atravessamos um ano cheio de dificuldades, mas também pleno de realizações.

Encetamos campanhas múltiplas, tais como:

a) Reestruturação da comunicação do Sindicato com os associados, oferecendo mais recursos, maior facilidade de utilização e com atuali-zações constantes;

b) Na UCAS – Universidade Corporativa, Ahseb, Febase e Sindhosba foram oferecidos cursos diversos como Prevenção de Demandas Trabalhistas participando também do I Congresso Nordeste Interdisciplinar de Saúde;

c) Assinamos convenções coletivas com diversos sindicatos de trabalhado-res sob clima de entendimento e satisfação plena para o nosso setor;

d) Patrocinamos o II Sindjust o Encontro de Sindicalistas e Juízes do Tra-balho da Região Nordeste proporcionando, com isso, melhor entendimento entre o sindicato e a justiça do trabalho;

e) O aniversário do Sindhosba foi comemorado com uma palestra pro-ferida pelo advogado criminalista Gamil Foppel, com repercussão ex-tremamente favorável, entre os assistentes jurídicos das instituições participantes;

f) Participação ativa desta presidência nas reuniões mensais da CNS - Con-federação Nacional de Saúde em Brasilia de onde provem todas as normas que regulam o nosso setor;

Por último, queremos falar da joia da coroa. A realização do III Fórum de Relações Trabalhistas, em parceria com o Sindifiba, Sindicato Patronal das Santas Casas e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia, e a partici-pação entusiástica do TRT da 5ª Região, que com o apoio declarado, seja pela participação dos Juízes e Desembargadores do Trabalho, seja pela expectativa criada pelas edições anteriores e pela participação efetiva da equipe organizadora, oportunizando neste momento o elogio ao Coordena-dor Técnico pela felicidade na escolha dos temas. Contamos ainda, com a presença do Presidente do Tribunal, que com sua atuação entusiástica pelo evento, facilitou enormemente a sua realização. O sucesso do Fórum Trabalhista pode ser aferido pela aprovação quase unanime das avaliações colhidas, com 96% de ótimo.

Acreditamos no sucesso, pois das futuras edições do nosso Fórum ele já será considerado como evento anual.

O Sindicato através da nossa diretoria sente-se orgulhosa do dever cumprido.

Boas Festas!

Colocamo-nos às ordens aguardando sugestões.

Caros leitores,

Editorial Por Raimundo Correia

raimundo Correia - Presidente do SiNdHoSBa

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ExPEDIENTE

Presidente:Raimundo Carlos de Souza Correia

1º Vice Presidente:Eduardo Aroucha Olivaes

1º secretário:Jorge Sapucaia Calabrich

2º secretário:

Fernando Cal Garcia

1º tesoureiro:Luis Paulo Nery Marambaia

2º tesoureiro:Alexandre Garcez Leitão Guerra

diretores:Alberto Serravale Débora Andrade

José Espiño SilveiraMaria Régis Gomes Reis

Thomaz Barreto

conselho Fiscal:Breno R. de Almeida Sena

Elza de Oliveira AraújoIvo Leal Silva

José Carlos Magalhães JúniorLuis Delfino Mota Lopes

Miguel Jaime Meira Lessa

contato sindhosBa:(71) 3082-3750

[email protected]/sindhosba

www.twitter.com/sindhosbawww.sindhosba.org.br

conselho editorial: Raimundo Correia / Eduardo Aroucha Olivaes / Paulo Marambaia / Elza de Oliveira Araújo / Alexandre Guerra / Edmundo Calazans / Silvia

Vasconcelos / Jorge Freitas / Neise SoaresDaniela Evangelhista / Mariana Santos

dePartamento comercial:(71) 3082-3757 / 9175-2481 / 8621-6599

[email protected]

direção: Paulo Marambaia

suPerVisão: Edmundo Calazans

textos, edição e reVisão: Lume Comunicação

www.lumecomunicacao.com.br

rePortagens: Catharine Matos / Danielle Rodrigues / Maíra

Côrtes / Rafaela Zugaib / Vivian Cangussú Estagiária: Márcia Macedo

FotograFia: Gilmar Santos

Acervo Sindhosba

Jornalistas resPonsáVeis:Cristina Barude - Mtb 1884Vinícius Cunha - DRT 2728 Neise Soares - DRT 3038

sugestões de Pauta:[email protected]

Sumário

3032

07O VíRUS qUE ASSUSTA O MUNDO Maior epidemia já registrada preocupa, mas segundo especialista as chances de propagação do vírus no Brasil é remota

ENTREVISTA COM O GOVERNADOR ELEITO RUI COSTA Os desafios da saúde para os próximos quatro anos

36 TRATAMENTO CONTRA VARIZES AVANçA NA BAhIA Doença venosa atinge mais de 40 milhões de brasileiros

38 BENEFíCIOS DAS BEBIDAS ALCOóLICAS: VERDADE OU MITO? Especialistas alertam que os malefícios são muito maiores do que benefícios para a saúde

40 PILATES PARA GESTANTES AJUDA A FORTALECER A MUSCULATURA E AUxILIA NO TRABALhO DE PARTO Mais que corrigir postura ou aprender a respirar, o pilates ajuda a diminuir a ansiedade e o estress

SALVADOR SEDIA III FóRUM DE RELAçõES TRABALhISTAS

20

PARTO NORMAL:DIREITO OUDETERMINAçãO MéDICA?

16

BRASILEIROS ESTãO VIVENDO MAIS E ESTãO MAIS ATIVOS Idosos mudam de comportamento, estão mais vigilantes com a saúde e bem estar

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6 Saúde Bahia Novembro 2014

BaNHo dE áGua Fria

No mês de agosto, a cam-panha #desafiodogeloELA, realizada nas redes so-ciais por famosos e anôni-mos, chamou a atenção de

pessoas de todo o mundo para a Es-clerose Lateral Amiotrófica (ELA), até então pouco conhecida e ainda sem cura. A doença é degenerativa e des-trói progressivamente todos os nervos que estimulam os músculos do corpo. Em Salvador, existem 112 pessoas diagnosticadas com ELA, de acordo com o neurologista e presidente da Fundação de Neurologia da Universi-dade Federal da Bahia – Instituto do Cérebro, Antônio Andrade.

A doença que acomete o sistema nervoso é de difícil diagnóstico e a falta de conhecimento retarda a iden-tificação. “A Esclerose Lateral Amio-trófica é classificada como uma doen-ça eletrodegenerativa e ainda não se sabe a cura nem como se processa. Normalmente, o paciente começa com uma fraqueza que ocorre associada à circulação. As pernas ficam trêmulas e o paciente passa a ter dificuldade para andar. A língua também sofre interfe-rência levando o indivíduo a ter dificul-dade de falar, respirar e até engolir os alimentos, e assim, a doença vai pro-gredindo e paralisando as funções mo-toras”, explicou o neurologista.

Segundo a Associação Brasilei-ra de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela), o diagnóstico de ELA é ba-seado em aspectos clínicos, tendo o eletroneuromiograma como exame fundamental para a caracterização do diagnóstico. Outros exames subsi-diários são realizados com intuito de afastar outras doenças. Atualmente, não há nenhum exame que seja um marcador definitivo de ELA. O neuro-logista é o profissional mais adequa-do para realizar os exames e identifi-car a doença.

Em Salvador, os casos de ELA são pesquisados e tratados no ambula-

tório da Fundação de Neurologia, no campus da UFBA. Em parceria com a Abrela, pacientes podem ser aten-didos no Centro de Atendimento de ELA, localizado na Av. Dom João VI, 275 - B. Brotas - 1º andar do Ambu-latório Docente.

campanha na internet

A campanha do desafio do gelo aju-dou as entidades brasileiras Abrela e o Instituto Pedro Gontijo a arrecadar em um mês R$ 320 mil, o equivalente a um ano em doações. O neurologista Antônio Andrade criticou a campanha, mas reconheceu o espaço que a doen-ça teve nos noticiários.

“Água gelada não vai resolver o problema, isso não é brincadeira. O que vai resolver mesmo são pes-quisas para descobrir o que causa a ELA e a cura para esta doença que faz a maioria dos pacientes assistir a sua morte. Mas, não posso negar que isso fez com que a moléstia en-trasse em discussão em programas de TV e jornais”, declarou o especia-lista, que estuda a ELA há 20 anos.

Para o presidente da Fundação de Neurologia faltam investimentos

para ampliar as pesquisas que até então são limitadas. No Brasil, três mil pessoas sofrem com a doença. O estado com o maior número de ca-sos é no Rio de Janeiro que possui 137 pessoas com a esclerose lateral amiotrófica. No mundo, 420 mil pes-soas convivem com a ELA.

cuidados com o paciente

Após a doença ser diagnostica-da, o tempo de sobrevida do pacien-te normalmente é de quatro a sete anos. Mas, segundo o presidente da Fundação de Neurologia da UFBA, já aconteceu de pacientes sobrevive-rem até 14 anos. O maior exemplo de longevidade é do americano Ste-phen hawking que foi diagnosticado com ELA aos 21 anos e, aos 72 anos completados em janeiro deste ano, desafia a ciência.

“Tudo depende do cuidado que o paciente vai receber da família e dos cuidadores. é muito importante cui-dar da fisioterapia, da alimentação e da função respiratória porque isso melhora a função muscular”, des-tacou Andrade. Ele completa ainda, que as proteínas, vitaminas e alon-gamentos também ajudam a prolon-gar a vida do paciente.

Entre as principais causas de morte em pacientes com ELA estão insuficiência respiratória e morte súbita. Por isso, é importante ficar atentos aos cuidados que devem ser redobrados desde o momento da descoberta.

Para garantir uma melhor qua-lidade de vida, a Abrela recomenda ainda cuidar também dos ambientes da casa ou do trabalho. Chão escor-regadio, tapetes e outros obstáculos devem ser removidos. Uma órtese pode estabilizar uma fraqueza no pé. Adaptadores na mão podem auxiliar tarefas manuais. Uma cadeira de ro-das, motorizada ou não, permitirá in-dependência mais prolongada.

Falta de pesquisas dificulta tratamento da Esclerose lateral amiotrófica

antonio andrade - Neurologista

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de terceiro lugar nas pesqui-sas, à vitória consagrada já no primeiro turno com 54.53% dos votos válidos. Assim como aconteceu em

2006 com Jaques Wagner, o candidato do PT Rui Costa, surpreendeu o cenário político e chega ao Palácio de Ondina para o terceiro mandato seguido do Par-tido dos Trabalhadores ao governo da Bahia. Nascido em 1963 na capital do Estado, Rui Costa dos Santos é formado em Economia pela Universidade Federal da Bahia. Iniciou a carreira política parti-cipando no movimento sindical ainda na década de 80, quando chegou a dirigir o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petroquímica (Sindiquímica). Na mesma época, fez parte da introdução e cons-trução do PT na Bahia, partido no qual é filiado desde 1982.

Em 2000 foi eleito Vereador de Sal-vador pela primeira vez, sendo reeleito logo em seguida. Em 2007 foi nomeado Secretário de Relações Institucionais durante a gestão de Jaques Wagner. Em 2010 alcançou uma vaga na Câmara dos Deputados e dois anos depois assu-miu o cargo de Secretário-Chefe da Casa Civil da Bahia no segundo mandato de Jaques Wagner.

O governador eleito Rui Costa, no fim da campanha, concedeu uma entrevista para a Revista Saúde Bahia sobre os de-safios e rumos na área da saúde para os próximos quatro anos de gestão. Na en-trevista, o governador fala sobre as ações emergenciais do seu mandato, dentre elas a descentralização e regionalização dos serviços essenciais de saúde na Bahia, além de reafirmar que a saúde continua como tema prioritário na sua gestão.

OS DESAFIOS DA SAÚDE PARA

OS PRÓXIMOS QUATRO ANOS

ENtrEviSta:rui Costa - Governador eleito da Bahia

Governador eleito - rui Costa

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saÚde Bahia - qual será seu proje-to de governo para saúde nos próximos quatro anos? O que precisa ser feito emergencialmente;

rui costa - Nosso Programa de Go-verno Participativo (PGP 2014) foi cons-truído com ampla participação da socie-dade em todas as regiões da Bahia, com contribuição de mais de 50 mil pessoas. queremos um Estado que tenha com-promisso em transversalizar as políticas públicas e que busque, acima de tudo, a promoção da saúde, bem-estar e prote-ção da sociedade. Nesse sentido, nosso compromisso com a população baiana é de descentralizar e regionalizar os servi-ços essenciais, sobretudo os da área da saúde. Vamos viabilizar esse processo, diminuindo os vazios assistenciais e le-vando saúde integral à população.

Não podemos esquecer que, quase 20 anos após a implantação do SUS, ainda no ano de 2007, a Bahia tinha os piores indicadores de saúde da Região Nordeste, com cobertura assistencial das mais baixas do país. Toda a baixa oferta especializada concentrada na capital, falta de leitos em hospitais de referência, principalmente leitos em UTI, falhas no quadro de servidores, sem concursos, além das relações precárias de trabalho na saúde. Isso era a Bahia quando o PFL de Souto (hoje DEM) en-tregou o governo.

Depois da base sólida que a gestão de Wagner deixará em 2014, o que eu quero fazer é criar e fortalecer uma rede de atendimento regionalizada na Bahia. A rede Saúde para Todos. Com a regio-nalização, vamos garantir o acesso aos serviços de saúde com eficiência, quali-dade e cobertura na capital e no interior. é a saúde mais perto da população. Meu objetivo é trabalhar em parceria com os municípios, entidades filantrópicas, uni-versidades e iniciativa privada, aproxi-mando os serviços da população para dar atendimento digno à clientela do Sis-tema único de Saúde (SUS).

Com o atendimento nas diversas especialidades médicas mais perto da casa das pessoas, nenhum paciente do interior vai precisar viajar para os gran-des centros urbanos para fazer consul-tas com especialistas e para procedi-mentos de média e alta complexidade. As áreas de cardiologia, oncologia e or-topedia serão priorizadas. Ser atendido perto de casa significa ter pessoas da família ao lado, mais conforto e apoio na hora difícil. Também pretendo am-pliar e estruturar a rede hospitalar pú-

blica. E isso inclui sete novos hospitais e conclusão das reformas e construções em andamento. Novos hospitais serão entregues, a exemplo do hospital Me-tropolitano, hospital da Costa do Cacau (no eixo Ilhéus-Itabuna), novo hospital Regional de Feira de Santana, hospital Regional do Norte (dos territórios Pie-monte Norte do Itapicuru e Piemonte da Diamantina), hospital do Oeste, hospital de Bom Jesus da Lapa e hospital de On-cologia em Caetité.

sB - Depender da saúde pública é um problema para o cidadão. Demora de atendimento, falta de estrutura entre outras questões dificultam o acesso do baiano a uma saúde plena. Existe solu-ção para este problema? Como?

rc - Não posso concordar com a afirmativa de que “depender da saúde pública é um problema para o cidadão”. Reconheço sim, que temos problemas de acesso, sobretudo em alguns tipos de serviços e especialidades, além de problemas com a qualidade dos servi-ços ofertados no sistema de saúde. No entanto, é importante que se diga que temos o maior e melhor sistema de saú-de do mundo, um sistema que garante cobertura universal a todo e qualquer cidadão, independentemente da classe social, cor e ou religião. Um sistema que realiza desde a imunização, reconhecido internacionalmente, até o transplante cardíaco. E aí é imprescindível ressaltar os procedimentos de alta complexidade que são ofertados exclusivamente no nosso sistema público de saúde.

é preciso continuar avançando com uma política de Gestão do Trabalho efeti-va, com planos de cargos e salários que reflitam a realidade e os anseios dos nossos trabalhadores. Continuar com o processo de fortalecimento do controle social, o qual nos últimos oito anos sem-pre teve a atenção do governador Jaques Wagner. Fortalecer a atenção básica, com amplo apoio ao programa Mais Mé-dicos. Além de reformar, ampliar, cons-truir e informatizar todas as unidades de saúde da rede básica.

Continuar ampliando a Rede de La-boratórios de Saúde Pública, avançar com a distribuição do Medicamento em Casa, fortalecer e ampliar o elenco dos medicamentos produzidos pela Bahia-farma e aumentar o números de muni-cípios baianos com Farmácia da Bahia, melhorando a infraestrutura da área. Im-plantar uma rede de cuidado as pessoas com deficiência em todas as regiões do estado, expandir o Programa Saúde em

Movimento, inclusive com outras espe-cialidades, e a estratégia itinerante do Programa Estadual de Rastreamento do Câncer de Mama. Continuar com a ex-pansão dos leitos de UTI, intensificar as ações que assegurem o ‘parto humani-zado’ e ampliar a internação domiciliar.

Dar seguimento ao movimento inicia-do na Bahia em 2007, de expansão dos serviços em todas as áreas, com proje-tos estruturantes de fortalecimento do sistema de saúde, e com ações que irão impactar sensivelmente na assistência da população. Investiremos na consoli-dação das redes de atenção à saúde, de cuidado à mulher, à criança, ao adulto ou ao idoso e continuaremos a buscar a profissionalização da gestão da saúde, com metas claras e indicadores de qua-lidade para todos os serviços. Acima de tudo, buscaremos a valorização dos pro-fissionais que atuam na área, pois saúde se faz com gente e dessa gente também vamos continuar cuidando.

sB - O Conselho Superior das En-tidades Médicas do Estado da Bahia (COSEMBA) denunciou a redução nos últimos anos de investimentos do gover-no do estado no setor de saúde. Como o senhor avalia isto, e de que forma pre-tender reverter essa situação levando em conta que saúde deve ser prioridade sempre?

rc - Saúde é prioridade no governo atual e continuará sendo. Um comparati-vo dos últimos anos pode constar que a afirmação não se sustenta em base sóli-da. Nos últimos oito anos, vivenciamos a maior ampliação de acesso aos serviços de saúde já realizada na Bahia, e os nú-meros comprovam isto. Foram aplicados três vezes mais recursos que os outros oito anos que antecederam a gestão Ja-ques Wagner, o que permitiu a constru-ção de cinco novos hospitais nos muni-cípios de Santo Antonio de Jesus, Irecê, Juazeiro, Salvador e Feira de Santana, a criação de mais de 1.400 novos leitos hospitalares somente na rede estadual, a ampliação do número de leitos de UTI, que foi triplicado, o Samu 192, que em 2006 existia em apenas 13 municípios

saúde é prioridade no governo atual e continuará sendo”“

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“É preciso deixar claro que um sistema de saúde, que é de base municipal como o sus, só se sustentará se pensarmos regionalmente”

e hoje está em 256 municípios.

Além disso, em parceira com o gover-no federal, fizemos o maior investimento na rede básica que a Bahia já teve, com o financiamento de construção de mais de 1.500 novas unidades. O programa Mais Médicos permitiu a mais de 4 mi-lhões de baianos ter um profissional mé-dico durante todos os dias da semana próximo à residência. é importante lem-brar ainda que no governo Wagner foram contratados mais de 8.700 profissionais através de concurso público e os traba-lhadores tiveram ganhos reais na remu-neração acima da inflação do período.

No entanto, ainda não foi possível re-cuperar as décadas anteriores de baixo investimento que tínhamos na área da saúde. E é por isso mesmo que conti-nuaremos avançando na ampliação da capacidade instalada da rede própria estadual, na ampliação de serviços com o Samu, que deverá chegar a todos os municípios da Bahia, na ampliação das Unidades de Pronto Atendimento – UPA, viabilizando inclusive com fontes de financiamento para apoiar os municí-pios na manutenção dessas unidades, na construção de novos hospitais e na criação de uma rede hospitalar forte com fonte de financiamento estável, de acordo com porte, perfil de atendimento e necessidade da população em cada região da Bahia.

sB - A Bahia vive uma crise no que se refere a leitos de UTI. Pacientes morrem na fila pela falta de leitos nos hospitais. Como reverter esse problema e de onde tirar recursos para ampliar a rede?

rc - é preciso ficar claro que, graças à sensibilidade do governador Jaques Wagner com a área da saúde, nos últi-mos oito anos, o número de leitos de UTI foi triplicado. Enquanto em 2006 havia 943 leitos de UTI - dos quais 319 dispo-níveis aos usuários do SUS, ou seja, dis-poníveis para toda população -, em 2014 há 1.665 leitos de UTI, dos quais 937 es-tão disponíveis ao SUS e credenciados pelo Ministério da Saúde. Além desses, 99 leitos de UTI estão sendo custeados exclusivamente com recursos do estado. Dessa forma, totalizam 1.036 leitos de UTI que estão disponíveis para a popula-ção, localizados em 19 municípios.

Nosso compromisso é continuar essa ampliação. Deveremos implantar cerca de 400 novos leitos de UTI, principal-mente em municípios do interior do es-tado, como Seabra, Ilhéus, Feira de San-tana, Jacobina, Paulo Afonso, Senhor do Bonfim, Ibotirama, Santa Maria da

Vitória, Brumado, Valença, Itaberaba e Serrinha. Em relação aos recursos, cabe ao governador eleito ter sensibilidade e competência administrativa quanto aos ajustes necessários no orçamento do es-tado para ampliação da rede. Também pretendemos avançar na firme articula-ção para captar recursos nos diversos organismos, como aconteceu durante toda a gestão Jaques Wagner.

sB - Na última edição da Saúde da Bahia, denunciamos que o interior do estado está passando por um problema de desativação de clínicas e estabeleci-mentos de saúde. O problema está na alta tributação e nos baixos valores de repasse do SUS. Como reverter essa si-tuação?

rc - Nos últimos anos, a gestão dos serviços de saúde foi modificada, a legis-lação mudou e a forma de financiamen-to também, exigindo maior controle por parte dos administradores dos estabele-cimentos de saúde. é fato que os valo-res de alguns procedimentos de saúde pagos pela tabela do SUS encontram-se defasados, mas não podemos atribuir somente a isso o insucesso de alguns estabelecimentos. Temos que analisar o perfil da unidade, o tipo de serviço que ela presta, a capacidade gerencial, localização, capacidade de atrair profis-sionais. Ou seja, atribuir apenas à tribu-tação ou aos valores pagos pelo Sistema Único de Saúde é muito superficial. Sem falar que os serviços de saúde, na maio-ria, têm isenção tributária.

Vamos criar um Programa Estadual de Atenção hospitalar para financiamento global mediante contrato de gestão de me-tas para todas as unidades de referência regional. Discutiremos com os prefeitos, gestores da saúde de cada município, além dos prestadores de serviços aos SUS, as formas de viabilizar o funciona-mento das unidades, nesse caso particu-lar as unidades privadas contratadas e/ou conveniadas com o SUS.

é preciso deixar claro que um sis-tema de saúde, que é de base muni-cipal como o SUS, só se sustentará se pensarmos regionalmente, comparti-lhando responsabilidades, planejando conjuntamente, adequando a oferta de serviços às necessidades das pes-soas, os beneficiários, é que conse-guiremos continuar avançando na construção de uma saúde digna e de qua-lidade.

sB - A Bahia não sustenta uma boa posição no ranking de trans-plantes no país, qual seu projeto

para mudar essa situação?

rc - Nessa área é importante des-tacar que ampliamos em mais de três vezes o número de transplantes realiza-dos no estado. Basta comparar os dados de 2006, quando foram realizados 180 transplantes, com 2013, quando foram realizados 638 transplantes. Resultado este, graças à atenção dispensada pelo governador Jaques Wagner à área. Um bom exemplo disso é a disponibilização de avião da Casa Militar para captações de órgãos que já acontece em várias re-giões do estado.

Além disso, continuaremos investin-do na qualificação dos profissionais, não somente para a captação como também para a realização de transplantes, e no acompanhamento pós-transplante, con-siderando que esses pacientes exigem um cuidado especial. O número de ser-viços habilitados que atuam tanto na captação quanto no transplante em si deverá ser ampliado. Investiremos ainda mais em campanhas de conscientização da população sobre a importância da do-ação de órgãos e tecidos, considerando que a recusa da família ainda é um dos principais determinantes para a não rea-lização dos transplantes.

sB - As cidades menores sofrem pela falta de médicos. Como trazer esses pro-fissionais para esses centros?

rc - Muito boa esta pergunta. Nesse aspecto, é importante registrar algumas iniciativas do governo federal, que a pre-sidente Dilma Rousseff pôs em prática e que vem sendo consideradas exitosas em todo o país, sobretudo na Bahia, com o apoio de Jaques Wagner. Iniciativas que vão avançar na próxima gestão, a exemplo do programa Mais Médicos, hoje presente em 367 municípios baianos, com atuação de 1.359 profissionais, levando assistência médica a mais de 4 milhões de baianos.

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Ações estruturantes como a abertura de novos cursos de Medicina no estado, tanto em universidades estaduais quan-to nas novas universidades federais. A ampliação de vagas e de cursos de Re-sidências Médicas, e ainda no âmbito estadual, os ganhos salariais e em ter-mos de carreira observados nos últimos anos para a categoria, no que se refere aos servidores estaduais. Continuaremos buscando a ampliação do número de va-gas em universidades e da oferta de cur-sos de qualificação, a exemplo das Resi-dências Médicas, descentralizadas para o interior do estado.

sB - Como resolver o problema da lo-tação dos hospitais?

rc - Os dados mostram que, na maioria, as pessoas que procuram as unidades hospitalares necessitam de atendimento básico. São problemas que demandam de consultas e/ou exames que poderiam ser resolvidos em outras unidades da rede e acabam desaguan-do nas unidades hospitalares, já que o acesso e a capacidade de resolver os problemas nessas unidades são maiores. Sobretudo nas unidades de grande porte como as da rede estadual, a exemplo do hospital Geral Roberto Santos, do hospi-tal Geral do Estado (hGE), do hospital do Subúrbio, entre outros.

Além da construção dos sete novos hospitais – aumentando cerca de 1.500 novos leitos na rede atual -, deveremos apoiar tecnicamente e financeiramente os municípios no fortalecimento da capa-cidade de gestão na área da saúde, na ampliação dos serviços da atenção bási-ca e da média complexidade, garantindo assim exames diagnósticos e tratamen-tos especializados em outras unidades, que não os hospitais. Ficam nos hospitais os casos de maior gravidade, como trau-mas, procedimentos cirúrgicos na área de cardiologia, neurologia, oncologia, ne-frologia, entre outros.

sB - quais cidades devem ser con-templadas com novos hospitais e em quanto tempo?

rc - Vamos construir sete novos hos-pitais: o hospital Metropolitano (hospital de retaguarda, ou seja, atendimento a pacientes que exigem cuidados prolonga-dos, com doenças crônicas, visando à re-abilitação); o hospital da Costa do Cacau (hospital geral de média e alta complexi-dade de referência regional – mais de 70 municípios da região de Sul); o novo Re-gional de Feira de Santana (hospital geral de média e alta complexidade de referên-cia regional – mais de 70 municípios);

o hospital Regional do Norte do Estado (hospital geral de média e alta complexi-dade de referência regional); o hospital de Oncologia em Caetité - implantação de uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia – UNACON - parceria do gover-no estadual, Ministério da Saúde e prefei-tura municipal, no hospital Municipal de Caetité; o novo hospital do Oeste (média complexidade de suporte e retaguarda) em Luís Eduardo Magalhães e o novo hospital de Bom Jesus da Lapa.

sB - A melhor opção não é investir na saúde básica, de prevenção? O que preci-sa ser feito?

rc - Sim. Além da prevenção de do-enças, riscos e agravos à saúde, é preci-so investir na melhoria das condições de vida da população. Precisamos reforçar a infraestrutura da rede urbana, fomentar a rede viária de interligação entre as di-versas regiões do estado, melhorando a qualidade de vida das pessoas. é impor-tante qualificar as cidades baianas com serviços públicos de saúde, educação, segurança e rede de acesso a internet.

Vamos construir, junto com os pre-feitos da Bahia, as Cidades Saudáveis, com melhorias habitacionais, melhorias no ensino, democratizando o acesso à cultura, às práticas esportivas, a uma ali-mentação saudável, além de fortalecer a participação da comunidade na constru-ção das políticas públicas, o que amplia a sensação de pertencimento.

No campo da saúde, especificamen-te no que diz respeito aos serviços de saúde, pretendo avançar investindo em Atenção Básica, tornando-a resolutiva, certamente as internações diminuirão, e mais de 70% dos problemas de saúde da população serão resolvidos. Continua-remos fortalecendo, seja na construção, reforma e ampliação de unidades, seja na valorização do profissional da saúde, fortalecendo as unidades da rede básica para que possam ser a principal porta de entrada dos pacientes no sistema de saú-de. Por ser a mais próxima de cada cida-dão, deve ser também a mais resolutiva.

Além disso, vamos trabalhar para ampliar a oferta de exames diagnósticos para dar suporte à rede básica de saúde, a exemplo do que já vem sendo feito na Rede de Laboratórios de Saúde Pública, que hoje são 14 e chegaremos a 28, com exames diagnósticos para doenças infecciosas, cujo registro é obrigatório no sistema de saúde, a exemplo da dengue, meningite, leishmaniose, entre outras.

sB - Como resolver o problema dos

hospitais filantrópicos que vivem em uma constante crise?

rc - Atualmente existem linhas de fi-nanciamento especifico para os hospitais filantrópicos. é importante que seja ava-liado unidade por unidade. Generalizar é o mesmo que dificultar e reconhecer que unidades filantrópicas não podem ser exi-tosas. Reconhecemos a importância do funcionamento dessas unidades, porém é preciso uma maior articulação e comu-nicação com a rede de saúde, estabele-cer uma verdadeira parceria.

No governo Jaques Wagner foi criado o Programa Estadual de Contratualiza-ção de hospitais Filantrópicos, onde as unidades que não foram contempladas pelo governo federal puderam receber recursos do estado, para manutenção. Tudo com base em metas e indicado-res previamente estabelecidos, para as necessidades de saúde da popula-ção. Nesse sentido, buscaremos, com o apoio do governo federal, um aporte maior de recursos para essas unida-des. Discutiremos junto a cada prefeito, gestor da saúde e população onde cada unidade está situada quais os serviços que esses hospitais deverão ofertar e as metas a serem cumpridas.

sB - O melhor não seria investir na iniciativa privada que pode desafogar o problema da saúde?

rc - A iniciativa privada tem um pa-pel importantíssimo no nosso sistema de saúde, sobretudo em um estado como o nosso, onde durante décadas convivemos com investimentos pífios na expansão da rede pública. quere-mos governar com o entendimento de que todos os prestadores de serviço, privados, filantrópicos ou públicos, con-tinuarão compondo a rede de serviços de saúde do estado. Continuaremos ampliando a contratação de serviços de alta complexidade, como cirurgias bari-átricas, cirurgias cardíacas, transplan-tes de órgãos e tecidos, neurocirurgias, leitos de retaguarda, que são leitos uti-lizados para desafogar as unidades de emergência, bem como os leitos de UTI.

No entanto, é preciso reconhecer que, conforme a legislação que regula o nosso sistema de saúde no país (Lei 8.080 de 1990), a iniciativa privada deve ser enca-rada de forma complementar a rede pú-blica. Em casos que precisamos de uma resposta rápida, em que determinado procedimento não é garantido pela rede pública, nada impede que de forma legíti-ma unidades privadas sejam contratadas e/ou conveniadas.

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DayHORC_ Anúncio divulgação ONA 24-05 Revista Saúde Bahia.psd.pdf 1 10/14/14 10:15 AM

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Saúde Bahia Novembro 201412

SaúdE aCoNtECE

A Vitalmed Serviço de Emergên-cia Médica está com nova campanha publicitária na mídia. A empresa, que tem 20 anos de mercado e é líder no serviço que oferece, traz para reflexão a importância de se estar preparado para situações de emergências. As peças, que serão veiculadas em Salva-dor e Lauro de Freitas, têm como tema “Emergências não acontecem em câ-mera lenta” e reforçam a importância das pessoas terem um atendimento de emergência disponível 24 horas por

A Clínica Takayanagi tem nos últimos anos direcionado investimentos em alta tecnologia no tratamento de varizes. Co-mandada pela angiologista e especialis-ta em cirurgia vascular, Miriam Takaya-nagi, a clínica adquiriu três diferentes aparelhos de laser, um dispositivo de infravermelho, que permite visualizar as veias através da pele, um resfriador epi-dérmico, que minimiza o incômodo du-rante as sessões, além de um ultrassom portátil, que auxilia nas cirurgias.

Os novos equipamentos, que su-peram R$450 mil reais, proporcionam maior precisão cirúrgica, com um pós-operatório mais rápido e tranquilo. Filha de Toshio Takayanagi, médico paulista que revolucionou a cirurgia de varizes nos anos 70, com o uso da agulha de crochê, Miriam segue os passos do pai em Salvador, buscando aprimorar o re-sultado estético com novas tecnologias.

Após assumir a gestão do hospital Padre Paulo Felber, no município de Miguel Calmon, o hospital Português estendeu os serviços de saúde para a Região do Sisal, beneficiando direta-mente 63 mil moradores de Conceição do Coité (situada a 210 quilômetros de Salvador) e comunidades vizinhas da microrregião de Serrinha. A população vai dispor de atendimentos de média complexidade oferecidos através do Sistema Único de Saúde.

vitalmEd aPrESENta Nova CamPaNHa dE CoNSCiENtização àS SituaçõES dE EmErGêNCia

ComBatE àS varizESHoSPital PortuGuêS Em CoNCEição do Coité

dia. A campanha será veiculada nas mídias de TV, rádio, outdoor e jornais.

“Estamos reforçando a ideia de que emergências podem acontecer em qualquer lugar e quando menos espe-ramos. Além disso, reafirmamos atra-vés do conceito utilizado na campanha, de forma direta e impactante, que não temos como amenizar as emergências, elas precisam ser tratadas com serie-dade e de modo imediato por quem entende do assunto”, explicou Wagner Benjamim, diretor da Vitalmed.

miriam takayanagi

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Saúde Bahia Novembro 2014 13

A clínica Otorrino Clin traz novidades para Salvador com a aquisição de um moderno equipamento para diagnosti-car a labirintite, doença que provoca sin-tomas como tonturas, vertigens e zum-bidos no ouvido. Com o auxílio do novo aparelho, é feita uma análise do labirin-to do paciente, órgão responsável pelo equilíbrio do corpo humano. O exame, conhecido como eletrococleografia, é re-alizado de maneira prática e confortável. A Otorrino Clin é dirigida pelo médico e vice-presidente da Sociedade Baiana de Otorrinolaringologia, Marcos Juncal, e é pioneira na capital baiana na aquisição do aparelho, que custou R$ 60 mil reais.

Um estudo Britânico, conduzido por pesquisadores da London School of hygiene & Tropical Medicine e do Farr Institute of health Informatics, concluiu que a obesidade pode estar relaciona-da ao surgimento de, pelo menos, 10 tipos de câncer. Segundo a pesquisa, o sobrepeso é responsável por 41% das ocorrências de câncer de útero e por 10 % ou mais das ocorrências de câncer de vesícula, cólon, rim e fígado. Cada acrés-cimo de 5 kg/m² aumenta em 62% as chances de desenvolver câncer de útero; de vesícula em 31%; de rim em 25%; de cólon do útero em 10%; de tireoide em 9% e leucemia em 9%.

Ter um índice de massa corporal alto também aumenta o risco de câncer de fí-gado em 19%; de cólon em 10%; de ovário em 9% e de câncer de mama em 5% - mas o efeito da obesidade nesses casos variou de acordo com as características de cada pessoa. A esperança dos pesquisadores é de que o estudo incentive a promoção de políticas de combate à obesidade, já que pelo menos 2,1 bilhões de pessoas no mundo têm sobrepeso.

A equipe de radiologia do hospital Aliança passou por treinamento para aplicação de um novo método que pro-move a destruição de tumores através do congelamento de células cance-rosas, a Crioablação. Diferentemente das técnicas tradicionais por padrões cirúrgicos (Nefrectomia), a Crioablação é menos invasiva e traz muitos benefí-cios para o paciente. A preservação da função do órgão é o principal benefício do tratamento, particularmente em pa-cientes idosos que não têm condição ci-

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2020, haverá 200 milhões de infectados e mais de 35 mi-lhões de mortos por tuberculose. Essa é a doença infecciosa que mais mata atu-almente, com três milhões de óbitos em média, por ano. Para estudar a evolução desta patologia, foi lançada a Pesquisa Regional Prospectiva e Observacional em Tuberculose no Brasil (RePORT-Brasil) e a Fundação José Silveira (FJS) é uma das entidades envolvidas no projeto, inédito no continente americano.

tECNoloGia dE PoNta No diaGNóStiCo da laBiriNtitEalGuNS tiPoS dE CâNCEr PodEm EStar rElaCioNadoS à oBESidadE

FJS atua Em EStudo da Cura da tuBErCuloSE

EquiPE do HoSPital aliaNça rECEBE trEiNamENto Para Novo tratamENto dE CâNCEr

rúrgica ou aqueles que já perderam um órgão por conta do tumor. O paciente que se submete ao tratamento recebe alta no dia seguinte.

No Brasil, atualmente, existem duas tecnologias para tratamento de câncer, a Crioablação, por congelamento, e a Radiofrequência, por calor. No caso de tumores renais, a Crioablação é mais in-dicada e os resultados que se têm hoje na literatura médica desse método são muito parecidos com a Nefrectomia.

marcos Juncal

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Saúde Bahia Novembro 201414

Empregados desonestos são um dos maiores desafios que qualquer negócio tem de enfrentar. Furtar a em-presa, outros funcionários

ou alterar informações de documen-tos da companhia são situações que podem gerar demissão por justa cau-sa. No entanto, para que a penalidade

possa ser aplicada sobre o responsá-vel pelo delito, é necessário que o ato seja devidamente comprovado, aler-tam especialistas em leis trabalhistas.

Segundo a Advogada Trabalhista, Tatiana Chaves o ato deve ser devida-mente comprovado pela empresa para não haver dúvidas a respeito da auto-ria e materialidade do fato. “Todos os meios de prova admitidos em direito podem ser utilizados para a compro-vação de eventuais delitos, tais como: testemunhas, filmagens, confissão do autor e documentos”, afirma.

A punição para quem furta um ce-lular coorporativo, malotes de papel ou até mesmo altera informações em documentos é a mesma, demissão do funcionário por justa causa e em al-guns casos a prisão. “Ao sofrer esse tipo de rescisão do contrato de tra-balho, o empregado deixa de receber diversas verbas que teria direito caso não houvesse cometido falta no curso do contrato de emprego, tais como: liberação do FGTS e multa de 40%; indenização relativa ao aviso prévio, 13º salários proporcionais e férias proporcionais +1/3 e liberação de guias de seguro desemprego. E em alguns casos, o funcionário pode até ser preso, caso o delito que ele cometa esteja previsto como

Furto No amBiENtE dE traBalHo

advogada trabalhista detalha os cuidados por parte da empresa e do empregado

crime, após ser instaurado o devido processo penal contra esse”, informa Tatiana.

é importante que a empresa, uma vez comprovado o furto, informe re-servadamente ao funcionário o moti-vo da sua despedida por justa causa, para que este não se sinta humilhado e venha a pleitear uma indenização por danos morais ou assédio moral. “A fir-ma deve comunicar imediatamente ao funcionário a sua despedida, porque se demorar a tomar está decisão será con-figurado o perdão tácito, e a despedida por justo motivo pode vir a ser cance-lada em eventual processo que o em-pregado despedido ingresse em face do empregador. A empresa também pode optar por fazer o boletim de ocorrência ou não”, explica a advogada.

A melhor maneira de evitar essas situações é implantar medidas preven-tivas. Identificar as causas do furto e aumentar os controles operacionais para evitar o problema. Rever a políti-ca e procedimento para identificar as deficiências e aplicar uma abordagem de tolerância zero aos delitos dos em-pregados e desonestidade. Outro meio é realizar palestras para os funcioná-rios sobre ética e honestidade no am-biente de trabalho, evitando possíveis fraudes posteriormente.

PENSE dirEito

rui Costa

tatiana Chaves

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Saúde Bahia Novembro 2014 15

a imPortâNCia do SuPortE odoNtolóGiCo Em

PACIENTES ONCOlÓgICOS

a oncologia é uma das es-pecialidades médicas que mais necessita do suporte odontológico. Os esquemas de quimioterapia levam a

uma imunossupressão severa, tornando o paciente mais susceptível a infecções; se as condições gerais da boca não es-tiverem satisfatórias, ela pode funcionar como porta de entrada para microrga-nismos patogênicos, causando proble-mas sistêmicos graves para o paciente. Além disso, a quimioterapia, associada à radioterapia, pode causar diversos efei-tos colaterais bucais.

A mucosite, por exemplo, (efeito colateral mais comum do tratamento oncológico) determina graus variáveis de dor e desconforto ao paciente, re-sultando na queda da qualidade de vida devido aos distúrbios funcionais (mastigação, deglutição e fonação), distúrbios do sono e má higienização da cavidade oral. Além do desconforto local causado pela doença, as lesões ulcerativas contribuem para aumentar o risco de infecções locais e/ou sistê-micas, comprometendo ainda mais o estado geral do paciente, aumentando o tempo de internação hospitalar.

Outro efeito colateral muito comum é a xerostomia, principalmente em pa-cientes que fazem radioterapia na re-gião de cabeça e pescoço. A saliva se torna inicialmente mais espessa, mais ácida e com taxa de eliminação dimi-nuída. A falta de saliva gera uma sen-sação de “boca seca”, ardência bucal e dificuldade na formação do bolo ali-

mentar. As alterações do fluxo, volume e viscosidade salivar podem persistir por anos e a recuperação da produção normal dependerá das características de cada paciente e do percentual de glândula salivar irradiada.

O tratamento odontológico visa adequar à condição bucal para preve-nir infecções secundárias e minimizar os efeitos colaterais bucais advindos da quimioterapia e radioterapia.

O paciente deve iniciar o tratamen-to oncológico sem infecções bucais, ou qualquer outro problema que pos-sa interferir no seu tratamento médi-co. Como exemplo, as próteses mal adaptadas ou insatisfatórias devem ser substituídas; as restaurações in-satisfatórias devem ser trocadas e o paciente deve ser submetido a uma

profilaxia e limpeza profissional que visa a remoção de cálculo e placa bac-teriana, antes do inicio do tratamento.

A laserterapia é uma das formas de prevenção da mucosite oral durante o tratamento oncológico. A terapia com laser, emitido em baixa intensidade é um tipo de terapia não invasiva e indo-lor, não térmica e asséptica e sem efei-tos colaterais. Muitos estudos relataram a eficácia do laser de baixa intensidade em seu efeito anti-inflamatório e anal-gésico; por isto, os pacientes que fazem prevenção com laser apresentam menor incidência de mucosite oral e esta, quan-do aparece, são mais leves.

quando o paciente é devidamente orientado pelo seu médico e pela sua equipe multidisciplinar sobre os riscos e cuidados com a cavidade oral, ele aceita muito bem o acompanhamen-to do dentista durante todo processo. (safiraandrade.com.br)

Safira andrade

Por Safira andrade

Safira Andrade é graduada em

Odontologia pela Universidade Federal

da Bahia, fez a especialização e mestra-

do na área de Dentística, na USP-Bauru.

Concluiu seu doutorado na área de Mate-

riais Dentários na UNICAMP- Piracicaba.

Atualmente, atua em na área de prótese

e Dentística, com foco para Odontologia

Estética e também possui Experiência no

tratamento e prevenção dos efeitos cola-

terais advindos do tratamento oncológico,

além de ser professora da UNIME (União

Metropolitana de Educação e Cultura), dos

cursos de extensão em Dentística.

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Saúde Bahia Novembro 201416

organização defende que apenas 15% dos partos sejamfeitos com intervenção cirúrgica

PARTO NORMAl:dirEito ou

dEtErmiNação médiCa?

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17Saúde Bahia Novembro 2014

a jornalista Daniela Andra-de, sempre soube o que queria: dar à luz a um bebê através do parto normal. A ideia surgiu ao

assistir uma reportagem sobre os be-nefícios desse tipo de parto e sobre o grande número de mulheres que opta-vam por ter a criança em casa. Aos 22 anos, Daniela deu à luz ao primeiro fi-lho, na própria casa onde morava.

A vocação da jornalista não expres-sa a vontade da maioria. Contrariando recomendação da Organização Mun-dial de Saúde (OMS), de que apenas 15% dos partos sejam feitos com in-tervenção cirúrgica, o Brasil lidera o ranking mundial de cesarianas. Segun-do o levantamento, cerca de 70% das mulheres queriam parto normal, mas 52% acabam fazendo cesárea na hora de ter o bebê. Na rede privada de saú-de essa realidade é ainda pior.

Mitos e crenças, medo de sentir dor e de que algo dê errado são alguns dos motivos que podem levar as mulheres a mudarem de opinião no decorrer do caminho. Para o ginecologista e obstetra, José Carlos Jesus Gaspar, o que falta à grande parte das mulhe-res é informação. “A mulher deve ser estimulada a optar pelo parto normal, sendo devidamente orientada sobre as evidências científicas que demonstram os benefícios dessa modalidade tanto para as mães quanto para os bebês”, explica o especialista.

Ainda Segundo Gaspar, é impor-tante usar a tecnologia quando preci-so, mas não fazer apologia do risco. “Devemos sempre adotar as melho-res práticas e as melhores evidências científicas para assistência ao parto e nascimento do bebê”, pontua ele.

mortalidade materna

Por ser um procedimento cirúrgico, a cesariana pode trazer mais proble-mas do que muitas mulheres podem imaginar. Maior probabilidade de sen-tir dor pós-parto, riscos de infecção, além de fazer com que a mãe tenha di-ficuldade para andar, para estar junto

ao bebê e até mesmo para amamentá-lo. Mas por outro lado, pode ajudar a salvar vidas, em casos de gravidez de risco. O fato é que 800 mulheres mor-rem por dia, por complicações durante o parto, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). A OMS en-tende como aceitável a taxa de morta-lidade materna de até 20/100 mil nas-cidos vivos. No Brasil, a taxa é de 60 a 65/100 mil nascidos vivos.

A publicitária Caroliny Schitini po-deria ter aumentado as estatísticas, caso não fizesse imediatamente a in-tervenção cirúrgica, no oitavo mês de gestação, mesmo contra sua vontade. “O médico disse que se eu demorasse de fazer o parto, o bebê correria riscos e, se eu insistisse pelo normal, eu po-

deria morrer”, explicou.

A mudança de planos foi motivada pela chamada pré-eclampsia, ou Doen-ça hipertensiva Específica da Gravidez (DhEG), enfermidade grave e incurável na gestação em curso. Um dos princi-pais sintomas é a pressão alta, proble-ma apresentado por Caroliny, quando deu entrada na emergência, no mesmo dia em que seu filho Willian nasceu.

Direito ou Determinação Médica

O caso de Caroliny foi resolvido sem

maiores problemas, mas em algumas situações é preciso que haja uma ver-dadeira batalha judicial para que a ce-sariana ocorra. Em abril deste ano, por exemplo, o parto da dona de casa Adelir Góes, de 29 anos, ganhou repercussão nacional. Ela foi levada ao hospital, por um oficial de justiça, quando já estava dando início ao trabalho de parto em casa. A alegação médica foi de que a criança correria risco de morte.

Em vídeo gravado ainda no hospital, após ter feito a cesariana, e publicado na internet, Adelir se mostrou indigna-da com o desfecho do caso. “Me sinto frustrada, muito chateada, porque na hora que já estava tendo contrações, com intervalos de cinco em cinco mi-nutos, chegou o oficial de justiça com viatura e ambulância me aterrorizan-do, e dizendo que se eu não cumprisse a determinação meu marido, iria pre-so”, contou a dona de casa.

Segundo o advogado Filipe Vieira, essa é uma questão delicada, princi-palmente por se tratar de um momento tão íntimo e pessoal, quanto por envol-ver riscos à saúde. “Pelo ordenamen-to jurídico brasileiro, principalmente a Constituição Federal, os maiores bens a serem protegidos são a vida e a li-berdade. No caso da mãe que teve que se submeter à cesárea, estes dois di-reitos fundamentais do indivíduo, são apresentados em aparente conflito. Ou a liberdade quanto a escolha da moda-lidade ou procedimento do parto; ou a preservação da vida das partes: mãe e recém-nascido”, pontua o advogado.

A informação do médico deve ser passada de forma clara, completa e transparente à mãe parturiente, sobre a saúde do bebê, sobre a evolução da gestação, sobre as circunstâncias que cercam o seu quadro clínico, sobre os cuidados que deve manter, sobre os riscos eventualmente surgidos e sobre procedimentos possíveis para o parto.

Um posicionamento judicial deve ser tomado considerando os elementos do caso, cujo peso maior tenderá pelas recomendações médicas. “A decisão, para qual exigi-se fundamentação,

José Carlos Jesus Gaspar

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18 Saúde Bahia Novembro 2014

poderá ser em sentido contrário ao da liberdade de escolha da mãe em ter “parto normal”, desde que provado, a exemplo de perícia ou relatório médi-co, que a adoção de procedimento de “parto por cesariana” é o único meio capaz de assegurar a continuidade da vida, seja da mãe, criança, ou prefe-rencialmente, de ambas”, esclarece Filipe Vieira.

Parto domiciliar

Algumas mães têm optado pelo parto domiciliar. Com toda a estrutura e cuidados necessários, é possível que a mãe planeje o nascimento da criança no aconchego do lar. Mas é preciso ter cuidado. O próprio Conselho Federal de Medicina recomenda que os partos sejam feitos em ambiente hospitalar, por ser mais seguro. “As mortes ma-

ternas e perinatais podem ser evitadas com adoção de medidas no âmbito da prevenção e da atenção, o objetivo do CFM ao se manifestar foi apontar a existência de uma zona de conforto, menos exposta aos riscos inerentes a qualquer procedimento”, afirmou Ro-berto Luiz d’Avila, presidente da en-tidade, em recomendação divulgada pelo Conselho.

Esse não foi o caso da jornalista, Daniela Andrade. Na hora de fazer o parto, os preparativos foram milimetri-camente pensados, desde a compra da banheira que mantém a temperatura da água a 36 graus, comprada em um site especializado, à escolha de profis-sionais para acompanhar o trabalho de parto nascimento do bebê. “A médica ainda trouxe um kit de urgência, com oxigênio e outros itens para primeiros socorros. Também fiz uma reserva na maternidade mais próxima da minha casa, caso houvesse alguma complica-ção no parto e fosse necessária uma cesárea”, destacou a jornalista.

A recuperação também foi mais rá-pida. “Dez minutos depois do parto já tomei banho e vesti a roupa sozinha. No dia seguinte, desci escada do 4º andar ao térreo e dois dias depois, já usava short jeans. Não fiquei com aquela barriga inchada do pós-parto cesárea e também não senti nem có-licas”, afirmou.

Deficiências na estrutura

Uma pesquisa realizada pela Fio-cruz mostrou que anualmente, um

milhão de pessoas são submetidas a cesarianas, entre elas adolescentes (42%). Em alguns casos, o procedi-mento é feito sem indicação médica. Muitas intervenções ocorrem antes mesmo do momento ideal para o nas-cimento do bebê. Pelo menos 35% dessas crianças chegam ao mundo com 37 semanas, quando o mais ade-quado seria que o parto ultrapassasse 39 semanas. Os partos prematuros po-dem causar problemas à criança, prin-cipalmente, no que se refere ao ganho de peso.

A pesquisa identificou também pro-blemas na infraestrutura necessária para os atendimentos de emergência, em 266 hospitais públicos e privados de 191 municípios analisados, entre capitais e cidades do interior. Norte e Nordeste são as regiões com maior deficiência nesse quesito. Na Bahia, assim como no país, um problema identificado por especialistas da área é no que se refere ao déficit de leitos. A capital baiana, por exemplo, amarga uma crise na área da saúde sem pre-cedentes. Cinco hospitais fecharam os leitos de obstetrícia, incluindo o hospi-tal Espanhol, que encerrou as ativida-des em setembro.

Com a diminuição do número de lei-tos de obstetrícia no setor privado de saúde, algumas parturientes buscam atendimento em unidades de saúde do setor público. Segundo Gaspar, os planos de saúde não remuneram de forma adequada os hospitais e médi-cos obstetras, o que poderia justificar a diminuição desses leitos, em razão da desvantagem na manutenção des-sas instalações.

“há estudos evidenciando que a rede pública, em Salvador, tem o nú-mero de leitos de obstetrícia suficien-tes, mas que se tornam insuficientes em função da demanda de parturien-tes que chegam da Região Metropo-litana. Algo tem que ser feito, pois a capital baiana é a única cidade do mundo onde há indicação de cesárea por falta de vaga, no setor privado”, conclui o especialista.

Caroliny Schitini

daniela andrade

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Saúde Bahia Novembro 2014 19

REALIZAÇÃO:

APOIO INSTITUCIONAL:

APOIO:

PATROCÍNIO:

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a terceira edição do Fórum de Relações Trabalhistas reafirmou mais uma vez a importância do evento que já entrou para o ca-

lendário de atividades jurídicas do es-tado. Durante dois dias (11 e 12/09), juristas, advogados e profissionais do seguimento de saúde se reuniram no auditório do Mundo Plaza para discu-tir inovações na legislação relativas

ao Direito do Trabalho, nos estabeleci-mentos de saúde. O evento, promovi-do pelo Sindicato dos hospitais e Es-tabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba), em parceria com o Sindicato das Santas Casas e Entidades Filantrópicas do Es-tado da Bahia (Sindifiba), reuniu mais de 130 pessoas.

A ideia de promover esse evento

surgiu em 2012, por iniciativa do Sin-dhosba. A intenção, de acordo com Raimundo Correia, presidente do Sin-dicato, é apresentar aos profissionais da área trabalhista a realidade viven-ciada por clínicas, hospitais e serviços de saúde privados do Estado e, por outro lado, manter os empresários in-formados sobre o que há de mais novo na legislação trabalhista.

Salvador SEdia iii Fórum dE rElaçõES traBalHiStaS E aProxima ProFiSSioNaiS da SaúdE ao JudiCiário BaiaNo

Evento deba teu uma sé r i e de t emas de in te resse do segmento e apresen tou as nov idades da jus t i ça t r aba lh is ta

Editorial - iii Forum dE rElaçõES traBalHiStaSNos dias 11 e 12 de setembro de 2014, no auditório do Mundo Plaza, em Salvador, ocorreu o III FORUM DE RELAçõES TRABALhISTAS, promovido pelo SINDhOSBA em parceria com o SINDIFIBA e como sempre contou com a participação da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. O evento está consolidado e já faz parte do calendário empresarial da área de saúde. Nossa proposta para as pró-ximas edições é tornar o Fórum mais abrangente abrindo-se discussões para outros segmentos econômicos, tendo em vista que a legislação tra-balhista é única e sua aplicação tem repercussões em todas as áreas em-presariais.

Sem sombra de qualquer dúvida o Fórum de Relações Trabalhistas é um encontro que proporciona a discussão das tendências para um novo modelo de relações de trabalho. Um evento de relevada importância para a comuni-dade, já que tem como objetivo o deba-te sobre as mudanças e repercussões da legislação trabalhista e sindical.

Criado em 2012, o Fórum de Relações Trabalhistas já abordou temas como, assédio moral, os danos indenizáveis nos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, liberdade religiosa, dano moral e quantificação, acordo global trabalhista, execução trabalhista e

Jorge Freitas

desconsideração da pessoa jurídica, ação regressiva previdenciária, mode-lo sindical brasileiro, grupos de empre-sas no contrato de trabalho, adicional noturno, insalubridade e periculosida-de e controle eletrônico do ponto

A abertura do evento contou com a conferência proferida pela desembar-gadora, Dra. Débora Machado que com sua inteligência diferenciada e brilhan-tismo discorreu sobre o tema: Súmula 277 do TST - Convenção Coletiva de Trabalho ou Acordo Coletivo de Traba-lho - Eficácia - Ultratividade . instigante manifestação que conclamou os pre-sentes a os grandes questionamentos sobre a negociação coletiva e validade das convenções coletivas de trabalho.

No evento participaram, também, como palestrantes: o presidente do TRT da 5ª Região, Dr. Valtércio, desem-bargadores e juízes do TRT, além de Procuradores do MPT da 5ª Região e Advogados que abrilhantaram o even-to com temas atuais e motivadores de debates no campo das relações traba-lhistas. Nosso muito obrigado também, a participação dos presentes que con-tribuíram para o sucesso do III Fórum de Relações Trabalhistas.

A 3ª edição do Fórum atingiu plena-mente seus objetivos, reunindo em torno dos temas importantíssimos ao direito do trabalho, estudiosos de to-

das as categorias dos operadores do direito , advogados, professores, ma-gistrados, procuradores e gestores da área de saúde, tendo como caracterís-tica principal o espírito do debate de-mocrático, fundamentado e aberto, o resultado foi alvissareiro motivando a direção do SINDhOSBA e SINDIFIBA a lançar no encerramento da 3ª edição, o IV FORUM DE RELAçõES TRABALhIS-TAS a ser rea1izado nos dias 08 e 09 de outubro de 2015.

Até outubro de 2015.

Jorge Freitas Advogado - Coordenador

Cientifico do Fórum de Relações Trabalhis-

tas - SINDhOSBA/SINDIFIBA

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Saúde Bahia Novembro 2014 21

Segundo o advogado do Sindhosba e organizador do evento, Jorge Freitas, a Justiça do Trabalho tem aperfeiçoa-do os mecanismos para que haja efeti-vação das sentenças. Varas especiais de execução e o esforço empreendido pelos Tribunais, no intuito de dar mais celeridade ao cumprimento das sen-tenças são só algumas das inovações, relacionadas à matéria do Direito do Trabalho, abordadas durante o Fórum.

A Lei 13.015/2014, recentemente sancionada pela Presidência da Re-pública, é alguma das novidades. A norma altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), para dispor sobre o processamento de recursos no âmbito da Justiça do Trabalho. “O empresaria-do de um modo geral deve estar pre-parado para se adequar às mudanças, inclusive no fluxo de caixa das empre-sas e, o melhor preparo sem sombra de dúvida, é a busca do conhecimento e a consequente qualificação profissio-nal. Não se admite mais amadorismo empresarial”, ressaltou Freitas.

debates

Vários foram os temas abordados nesta terceira edição do Fórum e que prenderam a atenção dos inscritos. A Conferência sobre a Súmula 277 do mesa de abertura do Fórum

Tribunal Superior do Trabalho, que fala sobre a eficácia da convenção e do acordo coletivo de trabalho, abriu o debate no primeiro dia do evento. O tema foi abordado pela desembarga-dora Federal do Trabalho (5ª Região), Débora Machado.

A quantificação da indenização por dano moral, a possibilidade de haver a tarifação, a reparação do dano e a critério para afixação da indenização também foram abordados, em um se-gundo momento, pelo juiz Federal do

Trabalho, Agenor Calazans. No mesmo dia, ainda foram temas de palestras: os sinais indicativos da configuração de grupo econômico no contrato de trabalho, s danos indenizáveis nos aci-dentes de trabalho, e as tendências atuais e jurisprudência com relação ao adicional noturno, insalubridade e periculosidade, os efeitos da concausa na configuração dos acidentes de tra-balho, os paradoxos da conciliação, o modelo sindical brasileiro, a liberdade religiosa nas relações trabalhistas e execução trabalhista.

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Saúde Bahia Novembro 201422

o número de casos de aciden-te de trabalho aumentou em todo o país. Em cinco anos, o pagamento de benefícios e indenização, em decorrên-

cia de acidentes de trabalho, teve eleva-ção de 40%, de acordo com dados do Mi-nistério da Previdência Social. O grande problema é que o ambiente de trabalho nem sempre é o único causador do aci-dente, embora a empresa também pos-sa ser responsabilizada por isso.

O tema, que dispõe sobre a concau-sualidade na configuração dos acidentes de trabalho, foi debatido pelo procurador Regional do Trabalho, Jairo Sento Sé. Se-gundo ele, fatos anteriores à relação de trabalho também podem contribuir para o agravamento de uma situação, que po-deria ser resolvido de maneira simples.

“Um corte no dedo de um funcioná-rio, dentro da empresa, pode ser curado facilmente. Mas se ele tiver diabetes, por

EmPrEGador tEm rESPoNSaBilidadESoBrE o aCidENtE dE traBalHo mESmo SEm tEr CulPa

Pagamento de benef ícios e indenização teve elevaçãode 40% em apenas cinco anos

exemplo, o corte pode resultar na ampu-tação do dedo”, afirmou o procurador.

concausualidade

A concausualidade é o conjunto de causas que concorrem para um mesmo evento. Doutrinariamente, ela pode ser divida de três maneiras: preexistente, concomitante (quando a causa ocorre ao mesmo tempo) e superveniente (pos-terior à situação do trabalho). “havendo o nexo de causalidade que comprove o fato, o empregado fará jus à lei previden-ciária”, pontua o especialista.

Dentre os benefícios dispostos na legislação, estão a restituição de gas-tos com medicamentos, próteses e tra-tamentos médicos; a estabilidade de 12 meses para o empregado que ficar afastado do trabalho por mais de 15 dias; indenização por danos morais ou danos estéticos; e a continuidade do depósito do FGTS.

O trabalhador vítima de acidente de trabalho também tem direito à aposenta-doria por invalidez, caso sua capacidade de realizar qualquer atividade no traba-lho seja comprometida; auxílio doença, uma vez suspenso das atividades por tempo superior a 15 dias; dentre outros.

A técnica de enfermagem, Cremil-da Silva, 52 anos, foi vítima de um acidente de trabalho, que lhe causou afastamento das atividades. Ao ten-tar abrir um frasco de álcool, usando uma lâmina de bisturi, a profissional se cortou e foi orientada pelo hospital, em que trabalha, a tomar uma vacina contra tétano, aplicada de forma incor-reta pela colega de equipe. “A vacina pegou no meu plexo braquial (nervo), o que provocou muita dor no braço. Tive complicações e fiquei internada por 45 dias”, explica. Tempo este, em que a profissional de saúde teve seus direi-tos salvaguardados pela legislação.

Talk Show

O presidente do Sindhosba, Rai-mundo Correia, também comandou Talk Show com uma das autoridades mais aguardadas no evento: o presi-dente do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região, Valtércio Oliveira. Duran-te bate-papo descontraída, Raimundo Correia, provocou o jurista a responder temas palpitantes da área jurídica.

Valtércio Oliveira falou sobre as for-mas de contratação de pessoal, como é o caso dos funcionários terceiriza-dos, e sobre a exploração a que estes profissionais, por vezes, estão subme-tidos ; além dos desafios e dificuldades que o judiciário enfrenta na atualida-de – a exemplo da falta de segurança e vulnerabilidade que os magistrados estão submetidos.

A data da quarta edição do Fórum de Relações Trabalhistas foi anunciada para o público, ao final do evento. Os debates ocorrerão nos dias 08 e 09 de outubro de 2015.

Presidente do tribunal regional do trabalho, valtécio oliveira participou de talk Show comandado pelo Presi-dente do Sindhosba, raimundo Correia

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Saúde Bahia Novembro 2014 23

DANO MORAl:o diNHEiro PodE rEParar a oFENSa SoFrida?

O psicólogo, Shalon Riker, passou por situações delicadas na época em que lecionava em uma instituição de ensino particular de Salvador. O do-cente foi coagido a aprovar um familiar do diretor da faculdade onde trabalha-va, sob pena de ser demitido. A insis-tência chegou a tal ponto, que Shalon foi obrigado a pedir para sair da insti-tuição. Casos parecidos com este são cada vez mais comuns no mercado de trabalho e afetam milhares de pessoas em todo o país. Somente neste ano, fo-ram 3.600 queixas – um crescimento de 7%, se comparado ao ano de 2013.

O aumento de denúncias pode es-tar associado à busca desenfreada pelo incremento de produtividade nas empresas, que resulta no estabeleci-mento de metas inalcançáveis e esti-mula a competitividade. O que muita gente ainda não sabe é que o funcio-nário, exposto a situações humilhantes e vexatórias, tem direito a requerer in-denização na justiça.

A quantificação da indenização por dano moral, a possibilidade de repa-

ração e o critério para a afixação da tarifa foram temas debatidos, durante o III Fórum de Relações Trabalhistas, realizado em Salvador. Segundo o juiz Federal do Trabalho, Agenor Calazans, a grande problematização desse tema é se o dano moral pode ser indenizado. “Depois de ofendido, ofendido está. E não é o dinheiro que vai reparar isso. Um real ou um milhão não vai mudar a situação, mas pode compensar o dano sofrido”, afirmou.

dano moral x dano à moral

Uma coisa é certa: existe uma gran-de diferença entre dano moral e dano à moral de uma pessoa. O dano moral é quando a situação causa no indivíduo um sofrimento íntimo. Já com relação ao dano à moral, a ofensa se dá à hon-ra da pessoa, alvo da ofensa. “Muitas vezes, a pessoa sofre uma ofensa, mas não tem ciência disso. Esse é o caso de uma pessoa que recebeu ofensas enquanto estava em estado de coma, é um exemplo”, explica o jurista. Po-rém, mesmo nesses casos, o indivíduo não deixa de ter direito à reparação.

tema foi debat ido no primeiro dia do i i i Fórum de relações trabalhistas

Juiz do trabalho, agenor Calazans, durante palestra sobre quantificação do dano moral

O grande problema no critério da afixação de tarifa de reparação é o fato do dano moral não ser pecuniário, nem comercialmente redutível a dinheiro. Ou seja, o dano moral afeta, especi-ficamente a pessoa, sua intimidade, honra ou a imagem, não existindo ain-da um critério para quantificar esse valor. “Os tribunais tem se debruçado nisso”, afirma Agenor.

A própria Constituição Federal as-segura o direito de resposta, propor-cional ao agravo, além de indenização por dano moral, imaterial e à imagem, à vítima de ofensa. Enquanto não há critério para afixar esse valor, fica a cargo dos magistrados estipular o va-lor, que depende de várias questões, a exemplo da gravidade do fato e do porte da empresa.

“O importante é que o montante sirva de exemplo para o plano social e como desestímulo para novas inver-tidas do agressor”, pontuou Calazans, durante palestra ministrada durante Fórum de Relações Trabalhistas.

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ClIQUE Fórum

Presidente da amatra5, juíza andréa Presas; e a vice- presidente do tribunal regional do trabalho, Nélia

Neves; ao lado da desembargadora débora machado

raimundo Correia, ao lado do Juiz Federal luciano dorea, que palestrou sobre os danos indenizáveis no acidente de trabalhovânia Chaves, em palestra sobre conciliação global

Palestra do Subprocurador Geral do trabalho (dF), manoel Jorge da Silva Neto, sobre os

direitos Fundamentais a Proteção Constitucional à liberdade religiosa e as relações de trabalho

raimundo Correia, na plateia, esclarecendo dúvidas sobre direitos trabalhistas

Consultor do Sindhosba, Jorge Freitas, ao lado do coordenador Jurídico da Confederação Nacional de Saúde, alexandre zanetti; do presidente do Sindhosba, raimundo Correia; e do Juiz adelson adães

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ClIQUE Fórum

Saúde Bahia Novembro 2014 25

alberto Balazeiro, débora machado, raimundo Correia e o Presidente do tribunal regional do

trabalho, valtércio oliveira

Plateia assiste atentamente às palestras, no segundo dia do evento

vânia Chaves tira dúvidas dos participantes, durante debate sobre Conciliação Global na área de Saúde

Consultor Jurídico do Sindhosba, Jorge Freitas, ao lado do doutor em direito do trabalho,

valton Pessoa, que palestrou sobre a Execução trabalhista e desconsideração da Pessoa Jurídica

raimundo Correia ao lado do procurador chefe do ministério Público do trabalho, alberto Balazeiro

débora machado e alexandre zanetti

Presidente do Sindhosba, raimundo Correia, ao lado do procurador regional do trabalho, Jairo Sento

Sé, que palestrou sobre os Efeitos da Concausa na Configuração dos acidentes do trabalho

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ClIQUE Fórum

Saúde Bahia Novembro 201426

Jorge Freitas, raimundo Correia e o Juiz do trabalho agenor Calazans

Juíza Federal do trabalho,débora rego; ao lado da presidente da mesa, mariana Carneiro, do

presidente do Sindhosba, raimundo Correia; e de vânia Chaves, presidente do trt da 5ª região

a desembargadora Federal do trabalho,débora machado, que palestrou sobre a Súmula 277 do tribunal Superior do trabalho, ao lado de raimundo Correia, presidente do Sindhosba

o Consultor Jurídico do Sindhosba, Jorge Freiras e valton Pessoa

alberto Balazeiro e Nélia Neves

Consultor Jurídico do Sindhosba, Jorge Freitas, o presidente do Sindhosba, raimundo Correia, e o

doutor em direito do trabalho, valton Pessoa

alberto Balazeiro, ao lado de Nélia Nevese raimundo Correia

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Saúde Bahia Novembro 2014 27

GEStão Em Pauta

vivemos em uma época tran-sitória de eras. A da analógi-ca para a digital onde a pro-va passa a ser eletrônica e as testemunhas passaram

a ser as máquinas e seus respectivos endereços IPs. Nem todos estão prepa-rados para abandonar velhos costumes e enfrentar novos paradigmas. Nem to-das as empresas estão preparadas com boas políticas de uso das redes sociais no ambiente corporativo, cyber seguran-ça, backups e guarda de logs e provas.

Para evitarmos incidentes de se-gurança nas empresas com o acessos indevidos pelos funcionários, é neces-sário que as Companhias realizem sim uma política de segurança e nela faça constar qual a regra do jogo naquele ambiente corporativo para o acesso de redes sociais, uso do e-mail corporativo, uso de aplicativos com mensagens ins-tantâneas, armazenamento de dados e monitoramento dos funcionários além, de promover palestras e capacitações ensinando os seus funcionários como

utilizar as ferramentas tecnológicas e se portar perante as redes sociais de forma digitalmente corretas.

Isso porque, 90% (noventa por cento) dos incidentes de segurança nas empre-sas é praticado por dois tipos de funcio-nários: Os sem noção que se conside-ram auto suficientes em tecnologia não necessitando assim, da área de TI para nada, e os de má-fé os quais cumprem rigorosamente o regramento interno e as políticas da empresa afinal, eles só tem um único interesse neste ambiente que é saber a senha e o login do administra-dor da rede da empresa, para cometer o crime digital.

Tratando especificamente de Redes Sociais vale registrar que através delas também podem ser cometidos crimes digitais, seja ele de direito autoral, inte-lectual ou até mesmo uma foto ou vídeo publicado, curtido ou compartilhado. E caso esse crime digital seja realizado através da rede corporativa da empresa, ela estará diretamente envolvida sabem porque? Por que o crime foi cometido

através da rede de internet da empre-sa, do computador que ela disponibili-za para trabalho e finalmente porque o “criminoso” pertencia aos seus quadros funcionais.

Outro ponto que devemos chamar à atenção é quanto as FanPages empre-sariais nas redes sociais. Sabemos que uma empresa toma a decisão de se posi-cionar nas redes sociais, ela deve publi-car no ambiente corporativo um manual de comportamento perante as páginas oficiais da empresa deve ser distribuí-do, explicando aos seus funcionários de como se portarem nestas redes so-ciais, caso desejem “Curtir” ou “Seguir” as páginas oficiais das empresas. Esse manual é importante porque quando há o posicionamento da marca da em-presa nas redes sociais geralmente os funcionários são incentivados a “curtir”, “compartilhar”e “twittar” as publicações dessas páginas. O problema é que não basta o incentivo, é necessário explicar aos funcionários que desejarem seguir essas páginas oficiais, que eles deverão ter “uma boa postura” em suas páginas Fanpages pessoais, também afinal, o que é publicado lá é publicado na página da empresa de forma automática.

E nesse sentido, não cabe mais a exposição exagerada na rede com pu-blicação de tudo ou de toda e qualquer foto em nosso momento de relaxamen-to, digo isso, porque temos que ter bem claro que vivemos em um verdadeiro Big Brother, logo, somos efetivamente o que “curtimos”, “compartilhamos” e “twitta-mos”.

Sabemos que hoje em dia as pessoas vivem em uma velocidade muito maior do que anos atrás, os relacionamentos deixam de ser presenciais passando cada vez mais para os virtuais, o que

a SoCiEdadE E a traNSição dE EraS

Por ana Paula moraes

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Saúde Bahia Novembro 201428

gera um afastamento do mundo real. O que era íntimo e a princípio não deveria ser exposto e sim, reservado, passa para uma compulsão excessiva de exposição nas redes sociais.

Por certo que é indiscutível o papel que as redes sociais desempenham na vida das pessoas, principalmente no que tange a interação. Claro que dão visibili-dade, facilitam a comunicação, o reen-contro e eliminam qualquer extensão territorial. Sem falar na sensação mag-nífica que os usuários usufruem que é a de ter muitos amigos em suas redes.

Na vida das redes sociais o que po-demos observar é que os seus comentá-rios é que importam; quanto aos dos ou-tros estes só servem como expressão de opinião. Os quesitos imagem e aceitação na sociedade também são essenciais, visto que dá ao usuário a sensação de ser querido, pois conseguem muitas cur-tidas e compartilhamentos convergindo para um aumento de capital social.

Tomando como exemplo o fato do va-zamento das fotos da atriz da TV Globo Carolina Dieckman onde as 36 fotos se espalharam em mais de 50 mil cópias em apenas 4 dias por mais de 200 domí-nios em aproximadamente 20 paises; e que essas mesmas fotos foram vendidas pelos camelôs do Rio de Janeiro, como fazer para achar os criminosos que praticaram o crime de furto? Por certo que a publicação da Lei que leva o seu nome veio a ajudar e muito o combate ao cybercrime mais ainda há muito mais por fazer.

Tal qual a série CSI da TV, as polícias brasileiras estão se aperfeiçoando para enfrentar os novos tipos de crimes efe-tuados com simples computadores que podem ser chamados de novas armas. E como fazemos para combater tais crimes? Precisamos ser diligentes nos monitoramentos empresariais, nas de-núncias as delegacias especializadas, ajudar com o encarceramento do crimi-noso digital e etc…

De acordo com as informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que conse-guiu rastrear os endereços IPs dos crimi-nosos, houve além do furto das imagens

e a consequente divulgação indevida, a violação da correspondência eletrônica da artista global.

Diante dos fatos exemplificados aci-ma, também percebe-se que a grande maioria dos magistrados ainda não pos-suem conhecimentos técnicos para to-mar a decisão e julgar casos ocorridos exclusivamente em meio digital e mais que falta de conhecimento técnico, exis-te a resistência por parte destes profis-sionais na utilização das novas ferra-mentas tecnológicas e na compreenção de uma vez por todas que elas chega-ram para ajudar na celeridade do julga-mento dos processos. Desta forma se no decurso de um processo judicial há a necessidade de nomeação de um perito em tecnologia da informação para reali-zar os procedimentos necessários com o intuito de dirimir tecnicamente o que foi ocorrido, então, caro leitor, imagine o grau de responsabilidade envolvida em uma relação como esta entre a vara judicial e o expert, pois é o perito que dará subsídios ao juiz para que este jul-gue um caso baseado nas informações produzidas durante a perícia. E para que ela tenha sucesso o mínimo de guarda de provas deve existir para que o traba-lho se realize, isto porque, é humana-mente impossível uma empresa ter a expectativa de êxito em uma demanta trabalhista, por exemplo, se ela não pos-sui uma política de guarda de logs, nor-mas hierarquizadas e provas que deram

origem a demanda judicial.

Vale ressaltar que o perito quando chega a uma empresa representa o ma-gistrado togado e deve ser totalmente imparcial às partes do processo. Seu laudo é frio e conclusivo.

Por que então apesar de as empresas investirem cada vez mais em tecnologia adquirindo recursos de software, har-dware, serviços e conexões mais rápidas tem como contrapartida demandas judi-ciais envolvendo perícia em informática que não param de aumentar? Muito cla-ro. Não basta a empresa simplesmente fornecer o ferramental ao seu funcioná-rio e não capacitá-lo profissionalmente como usuário de forma a transformá-lo em ser digitalmente correto não vindo a expor a companhia ao risco de informáti-ca e também jurídico.

é por obrigação que as empresas de-vam promover palestras e capacitações periódicas de forma a “evangelizar” seus quadros funcionais com o intuito de que estes não causem danos e prejuízos corporativos pelo mau uso das suas ferramentas cotidianas. Ao contrário do que se possa imaginar o trabalho de desenvolvimento de pessoas nas ques-tões digitais por parte dos gestores de Rh passa a ser hoje uma obrigação, vez que, o Direito Digital é uma ferramenta de Compliance e Gestão. Afinal de con-tas, conforme nos ensina o artigo 1016 do Código Civil: “ Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os tercerios prejudicados, por culpa no desempenho das suas fun-ções” (grifou-se).

Espero ainda viver a época aonde a sociedade irá entender o quanto é importante o uso correto da tecnologia e que ela veio para agregar o mundo corporativo por ser uma verdadeira fer-ramenta de Gestão. Afinal de contas, de nada adianta um executivo de uma com-panhia dizer que possui esta ou aquela ferramenta tecnológica se o trabalho de conscientização e capacitação interna dos seus funcionários para o uso correto destas ferramentas não ocorrerem.

Ana Paula Moraes, Advogada Especia-lista em Direito Digital.

ana Paula moraes

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o víruS quE aSSuSta o muNdomaior epidemia já registrada preocupa, mas os especialistas afirmam que

a chance de propagação do vírus no Brasil é remota

a doença provocada pelo ví-rus Ebola tem sido um dos assuntos mais debatidos na atualidade. Os relatórios di-vulgados pela Organização

Mundial da Saúde (OMS) ressaltam a gravidade da doença que assola países da África. Os dados confirmam que na maioria dos casos, a doença é fatal, atin-gindo uma taxa de mortalidade de 90%.

O primeiro caso da epidemia atual foi confirmado em Guiné, em fevereiro de 2014. Logo depois, a doença se espa-lhou pela Nigéria, Serra Leoa e Libéria. A OMS informa que esse é o maior sur-to em número de mortes, confirmação de casos e distribuição geográfica. De acordo com o relatório divulgado pela

diretora-geral da OMS, Margaret Chan, até o início de setembro, foram mais de 13.703 casos notificados e o número de mortes ultrapassa 4.920 pessoas.

Identificado pela primeira vez em 1976, na República Democrática do Con-go e em uma área remota do Sudão, o Ebola tem origem desconhecida, sendo os morcegos considerados os hospedei-ros prováveis do vírus. Para o infectolo-gista baiano, Alessandro Farias, o surto acontece porque, até o momento, não há vacina e nem tratamento específico para controlar o vírus.

O médico explica que “a doença se propaga por meio do contato direto com o sangue, pele lesionada, objetos

contaminados, secreções ou fluidos do paciente (fezes, urina, saliva e sêmen). Vale destacar que não há transmissão por via aérea, água ou alimento”. O Mi-nistério da Saúde ainda destaca que o contato direto com a pessoa falecida provoca a transmissão do vírus. Pessoas que morrem de Ebola devem ser mani-puladas apenas por quem estiver usan-do roupas de proteção e luvas.

quanto mais a doença avança, maior a concentração de vírus e a probabili-dade de contágio aumenta. Por conta disso, os profissionais da área enfati-zam que medidas de prevenção devem ser adotadas, já que qualquer fluido deve ser considerado potencialmente infectante. “é fundamental o paciente

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EBola No BraSil?

ter quarto privativo com banheiro, equi-pamentos médicos para uso exclusivo, higienização ambiental e restrição de visitas. Se for necessário o contato, é indispensável higienizar as mãos, utili-zar capa impermeável, luvas, máscara facial, óculos e proteção nos pés”, conta o infectologista.

O paciente com Ebola apresenta, após o contágio, uma série de sintomas que, no início, assemelha-se com gripe ou dengue hemorrágica. O infectologis-ta, Alessandro Farias, esclarece que “na primeira fase da doença o enfermo tem febre, dor de cabeça e garganta, calafrios, mal estar, fraqueza e dores corporais. Em seguida, o doente desen-volve vômito, náuseas, diarreia, coceiras e manchas pelo corpo. Nos casos mais graves, surgem as hemorragias, tanto nos órgãos internos, quanto sangramen-tos pelo nariz e gengiva”. Farias ainda afirma que, “nas formas mais brandas da doença, que infelizmente são as mais raras, a reabilitação acontece entre o sexto e décimo primeiro dia”.

De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde, quando o assunto é voltado à probabilidade de casos de Ebola, em solo brasileiro, especialistas afirmam que a dissemina-ção da doença é remota. No entanto, laboratórios já estão desen-volvendo pesquisas e testando vacinas, mas nenhuma delas en-contra-se disponível para uso clínico. Além disso, o Ministério está realizando ações em aeroportos, locais onde circulam pessoas de todo o mundo e o fluxo é intenso.

Após o surto do vírus na África, simulações estão sendo agen-dadas em aeroportos com profissionais da área de saúde, que vão ter contato direto com a vítima. No final de agosto, no Galeão, Rio de Janeiro, foi realizada a primeira suposição de pessoa infectada com o vírus Ebola. A ideia é manter uma equipe preparada para lidar com a doença, embora a possibilidade de confirmação de casos no Brasil seja baixa. Ainda de acordo com a assessoria de comunicação do Ministério, canais de contato foram criados para registro ou suspeita da doença no país. Para fazer as notificações, é necessário ligar para o telefone 0800 644 6645, ou através do e-mail [email protected].

alessandro Farias

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antigamente, envelhecer significava ficar em casa, de chinelos, sentado numa poltrona ou fazendo tricô. Mas essa imagem da ter-

ceira idade ficou para trás. Os novos idosos estão redescobrindo as coisas boas que a vida pode proporcionar, e isto não é por acaso. As constantes modificações sociais, como a evolu-ção da medicina, por exemplo, tem proporcionado melhor qualidade de vida aos integrantes da chamada me-

lhor idade. Eles estão mais ativos, produtivos e ajudam a movimentar a economia do país.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a expectativa de vida dos bra-sileiros de ambos os sexos ao nascer passou de 74,1 em 2011 para 74,6 anos em 2012, com um acréscimo de cinco meses e 12 dias. Para a popula-ção masculina o aumento foi de 4 me-ses e 10 dias, passando de 70,6 anos

para 71,0 anos. Já para as mulheres o ganho foi maior. Em 2011 e esperan-ça de vida ao nascer delas era de 77,7 anos, elevando-se para 78,3 anos em 2012, 6 meses e 25 dias maior.

O número também varia de acordo com a idade. Para um brasileiro de 40 anos, por exemplo, a estimativa é que ele viva até os 78,3 anos. Já para pessoas acima de 80 anos, a ex-pectativa é que vivam mais 9,1 anos. (Dados do IBGE)

loNGEvidadE doS BraSilEiroS

aumENta E oS vovôS EStão maiS ativoS

PolítiCa E SaúdE

idosos mudam de comportamento, estão mais vigilantes com a

saúde e bem estar

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Saúde Bahia Novembro 2014 33

Dessa forma, aponta o indicador, ao longo de 11 anos, a esperança de vida ao nascer no País cresceu, em média, anualmente, em três meses e 29 dias. Esse ganho na última década foi maior para os homens, 3,8 anos, contra 3,4 anos para mulheres, cor-respondendo um acréscimo de 5 me-ses e 23 dias a mais para os homens do que para a população feminina. Mesmo assim, no ano passado, um recém-nascido homem esperaria viver 70,6 anos, ao passo que as mulheres

viveriam 77,7 anos.

Foi em busca de um estilo de vida mais saudável que Gene Maria Sou-za, de 66 anos, resolveu entrar em uma academia. Aluna assídua da órion Fitness, a aposentada malha de segunda a sábado, e com tanta disposição deixa muito jovem para trás. “Eu sempre fui muito preocupa-da com a minha saúde, meu corpo, alimentação e bem estar. Sou uma pessoa muito ativa e já percebi os

benefícios da atividade física”, afir-ma Gene, que descreve os benefícios da mudança de comportamento. “Mi-nha locomoção e flexibilidade me-lhoraram muito, agora não me sinto mais cansada, quando tenho que fa-zer longas caminhadas, ou ir ao um supermercado e carregar compras”.

Segundo o Educador Físico, hildo Amaral, os idosos estão mais vigi-lantes com a saúde e bem estar. “A terceira idade mudou os hábitos de vida, está mais enérgica. Eles vão ao shopping, estão mais ligados em tecnologias, praticam mais atividade física e se preocupam com a alimen-tação”, afirma.

As pessoas têm chegado à tercei-ra idade cada vez mais fortes e sau-dáveis. quem passou dos sessenta anos nos dias de hoje, se acostumou a uma vida agitada, repleta de ativi-dades físicas. “A prática da atividade física pode controlar e até mesmo evitar alguns sintomas de doenças, como, disfunções cardiovasculares, diabetes, osteoporose, depressão e ansiedade. A prática de exercício fí-sico, além de combater o sedentaris-mo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso. A atividade vai influenciar na autonomia, ele vai começar a rea-lizar atividades que a muito não reali-zava, podendo se tornar uma pessoa independente”, informa hildo Amaral.

Conforme a Educadora e Especia-lista em Gerontologia, Maria Emília Rodrigues, o Estado da Bahia não tem uma política pública definida de incentivo à prática de exercícios físi-cos e bem – estar. “Não temos uma política pública definida em nosso estado e município. Temos poucos projetos de instituições não governa-mentais que atuam na área da ativi-dade física”, explica.

Apesar de não haver nenhum in-centivo por parte do governo para os idosos. Esses não perdem tempo e garantem que o melhor remédio para a longevidade é manter bem a sua autoestima. “A pessoa deve manter a sua autoestima, arranjar novas atividades, novas ocupações, novos círculos de amigos. Isso tem me ajudado muito fisicamente e mentalmente, esse é o meu segre-do”, garante Gene Maria.

Gene maria Souza

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Cada brasileiro passa, em média, 24 anos de sua vida dormindo, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE). Tempo considerá-vel, para uma expectativa de vida, atu-al, de 71,3 anos. São pelo menos, oito horas de sono por dia, que se não utili-zadas da melhor forma, podem causar cansaço, baixo aproveitamento no tra-balho e até mesmo sérios problemas de saúde. O problema é que nem todas as pessoas conseguem pegar no sono com facilidade. Se virar muito durante a noite, levantar muitas vezes para ir ao banheiro e acordar cansado, com dores nas costas e com aquela sensa-ção de que não pregou olhos, podem ser indícios que algo não anda bem.

Segundo a neurologista Flávia Mou-ra, as queixas relacionadas ao sono são mais comuns do que se imagina. “Fre-quentemente, pacientes dão entrada nos consultórios com sintomas de sono não reparador. Em muitos casos, rela-tam dores de coluna, principalmente, na região do pescoço e lombar, associa-das ao cansaço”, pontua a especialista. Ainda de acordo com Flávia, pessoas que têm distúrbio do sono estão predis-

postas a várias doenças. “Estudos reve-lam que alteração no padrão de sono aumenta em 35% o risco de desenvol-ver hipertensão arterial, 50% de arrit-mias, 30% de infarto e 60% de acidente vascular cerebral”, esclarece.

Dados recentes da Sociedade Brasi-leira do Sono dão conta de que 53,9% das pessoas, que vivem nas principais capitais do país, sofrem de insônia. Mas qual seria o motivo para tanta falta de sono? Os motivos podem ser vários,

COlChãO PODE SER gRANDE AlIADO PARA UMA NOITE DE SONO TRANQUIlA E COM QUAlIDADE

Estudos revelam que alteração no padrão de sono pode aumentar riscos de doenças como hipertensão arterial, arritmias, infarto e acidente vascular cerebral

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Saúde Bahia Novembro 2014 35

mas a postura ao dormir exerce grande influência para uma noite de sono com qualidade, conforme apontam especia-listas da área.

Isso foi o que a comerciante Lenil-da de Oliveira, 56 anos, descobriu de-pois de algumas madrugadas em claro. “Tinha um colchão muito mole, que além de provocar insônia, também me causa-va dores nas costas”, afirmou. O proble-ma foi resolvido após a jovem comprar um novo colchão, desta vez, ortopédico.

Qualidade do sono

Algumas pessoas acreditam que ficar muito tempo deitadas, antes de dormir pode dificultar o sono. Se-gundo Flávia Moura, isso não passa de mito. “O mais importante mesmo é o que a pessoa está fazendo quan-do está deitada. Evitar luzes fortes, ler e assistir televisão na cama são princípios básicos para o início ade-quado do sono”.

Os colchões e travesseiros utili-zados também podem ser aliados, se usados da maneira correta. Para a especialista, a posição correta ou mais confortável é aquela que ali-nha o corpo e o pescoço, ou seja, a cabeça deve estar na mesma linha horizontal do resto do corpo. “O bom colchão deve manter a coluna ali-nhada e exercer uma função ortopé-dica, o que significa ceder na medi-da exata da curvatura do corpo. Para isso, não pode ser nem muito duro, nem muito mole, e dar total apoio à coluna, sem forçá-la. Existem diver-sos tipos de colchão, com diferentes características para atender às mais diversas necessidades, dentre os quais podemos citar: os de espuma, molas ensacadas e látex”, aconse-lha a neurologista.

investimento em tecnologia

Não existe uma marca nem um protótipo de melhor travesseiro ou colchão. Cada caso tem sua particu-laridade e o que deve ser avaliado é o grau de conforto e de adaptação proporcionado. Pensando nisso, al-gumas empresas já estão se debru-çando para aprimorar técnicas que tornem esses produtos cada vez mais confortáveis, transformando-os em verdadeiros aliados da saúde, como é o caso da Teramag do Brasil. Dentre os produtos, estão colchões com vibromassagem, energia quân-tica, magnetismo natural e infraver-melho longo, recursos que prome-tem proporcionar um sono perfeito e contribuir com a saúde e descanso do usuário.

Outra característica é com rela-ção à durabilidade dos produtos.

A troca de colchões e travesseiros para evitar o acúmulo de ácaros e fungos também é recomendável por especialistas, o que fez com que muitos fabricantes ampliassem a garantia e o fornecessem métodos que evitem esse acúmulo. “No caso da Teramag, os colchões possuem garantia de 15 anos, e podem durar ainda mais se bem cuidados, além de conter tratamento contra ácaros e fungos no tecido”, esclarece Ro-berto Miguel da Silva, diretor geral da empresa.

“quando uma pessoa sai para comprar um colchão deve ter uma definição exata de qual produto ele precisa e o motivo da troca”, afirma. Por isso, aproveitar melhor a noite de sono deve ser colocado em primeiro lugar na lista de prioridades neste momento. “Os colchões da Teramag são fabricados em uma estrutura distribuída em camadas, sendo que a primeira é composta por relevos de automassagem e ainda dispõe de pontos de imãs magnéticos e de infravermelho longo que tem benefí-cios idênticos aos do sol da manhã. As demais camadas trabalham na sustentação e distribuição do corpo mantendo-o em uma postura correta ao dormir”, explica ele.

roberto miguel da Silva

Flávia moura

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muita gente não sabe, mas as varizes são consideradas uma do-ença venosa. Além do desconforto estético, o

problema é responsável por sintomas como inchaço, sensação de peso e cansaço, dor e cãibra nas pernas. O caso é tão sério, que no grau máximo, provoca ulcerações e o paciente pode precisar de cirurgia. Muito comuns, as varizes atingem, segundo especia-listas, 40 milhões de brasileiros. Nos últimos anos, pesquisas e tecnologias têm avançado bastante no combate ao problema. O uso da compressão

TRATAMENTO CONTRA vARIzES avaNça Na BaHia

doença venosa atinge mais de 40 milhões

de brasileiros

elástica, por exemplo, é eficaz no tra-tamento, após aplicação de laser ou escleroterapia. “A compressão tam-bém auxilia no pós-operatório, dimi-nuindo dor e edema”, defende a an-giologista e cirurgiã vascular Miriam Takayanagi.

As varizes costumam aparecer nos membros inferiores, acometendo cer-ca de 50% da população feminina no Brasil. O surgimento está associado à fraqueza da parede vascular, influen-ciada por vários fatores como hor-mônios, sedentarismo, obesidade e hereditariedade. Segundo a médica,

a utilização da compressão venosa interfere em várias etapas do trata-mento de varizes: na prevenção (não permitindo o enchimento e dilatação das veias superficiais e melhorando o fluxo nas veias profundas), no tra-tamento dos sintomas, como cansaço e inchaço, após aplicações de laser e medicamentos (permitindo uma fi-brose mais efetiva devido à aposição direta das paredes e reduzindo trom-bos, pigmentação e reação inflamató-ria) e após cirurgias a laser ou conven-cionais, diminuindo o edema.

No entanto, a angiologista ressal-

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ta que é preciso uma avaliação da doença e do doente para a utilização de uma meia medicinal adequada. “Existem vários graus de compressão e nem todos os pacientes podem uti-lizar meias elásticas”, explica Miriam, acrescentando que meias comuns apertadas não possuem efeito tera-pêutico.

A especialista também lembra que essas meias terapêuticas somente são encontradas em lojas especializa-das, onde a vendedora tem um trei-namento especial para medir a perna do cliente e oferecer o tamanho e for-

mato adequado para propiciar a com-pressão impressa na embalagem.

da Bahia para o Brasil

Outro recurso que vem sendo dis-seminado no Brasil, através de espe-cialistas baianos é o tratamento atra-vés da Escleroterapia Ecoguiada com Espuma, técnica inovadora para tra-tamento de varizes, considerada me-nos invasiva, mais segura e eficaz. O procedimento ambulatorial também é mais rápido: a espuma de polidocanol (esclerosante) é injetada na veia vari-cosa, fechando-a e desviando o san-gue para as veias normais para que seja restabelecida a plena circulação nos membros inferiores.

“O paciente chega ao ambulató-rio, recebe a sessão de espuma e sai andando com o curativo e a meia de compressão elástica. Seguramente, este tratamento menos invasivo, e tão eficaz quanto à cirurgia, é uma espe-rança para diminuir as longas filas de espera para o tratamento das varizes e o sofrimento de quem as carrega consigo”, explica o angiologista e di-vulgador da técnica no país, Marcelo Liberado.

Os resultados positivos fizeram o hospital São Rafael se tornar referên-cia no país, inclusive para capacitar novos profissionais. Mais de 300 mé-dicos de todo o território nacional, fo-ram capacitados desde dezembro de 2011. “Este pioneirismo, associado aos cursos de formação que ministra-mos, nos tornou referência”, Marcelo Liberado.

Um convênio firmado entre o hos-pital São Rafael e a Prefeitura de Sal-vador, garantiu ainda o acesso à po-pulação de baixo poder aquisitivo a esse tratamento, realizado pelo SUS.

acesso ao serviço

Durante o projeto de pesquisa e trabalhos voluntários, centenas de pacientes receberam o tratamento gratuitamente no hospital São Rafael. Os resultados foram tão satisfatórios que renderam o convênio com o Mu-nicípio, garantindo atendimento aos doentes graves. Os pacientes tratados têm entre 20 e 87 anos de idade. Mui-tos estavam encostados pelo INSS ou haviam se aposentado por invalidez, antes de terem acesso ao tratamento.

O critério utilizado para o aten-dimento é a gravidade da situação. Para fazer essa triagem, foram trei-

nados mais de 250 profissionais da área de saúde, locados em 110 pos-tos de saúde espalhados por Salva-dor. Enfermeiros e técnicos realizam a primeira triagem, em seguida um médico angiologista também avalia a situação antes de direcionar o pacien-te ao tratamento.

A meta é atender mil pessoas até o final do segundo ano de convênio, entre julho de 2014 e julho de 2015, através do SUS. A Escleroterapia Eco-guiada com Espuma não pode ser uti-lizada através de convênios, pois ain-da não está no rol dos procedimentos da Agência Nacional de Saúde.

tratamento a laser

Escleroterapia com Espuma

marcelo liberato

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tarcísio andrade

Especialistas afirmam que o indica-dor da quantidade de bebida alcoólica a ser ingerida é o próprio funcionamen-to do indivíduo. De acordo com Tarcisio Andrade, coordenador do CAPSad Gre-gório de Matos (Centro de Atenção Psi-cossocial Álcool e Drogas), sintomas

Sobre os malefícios da inges-tão de bebidas alcoólicas já sabemos muito bem. No entanto, será que ingerida de forma moderada a bebi-

da alcoólica pode gerar algum benefi-cio para as pessoas? De acordo com médico psiquiatra, Antônio Nery, que também é professor da Faculdade de Medicina da UFBA e da Faculdade Ruy Barbosa, não há beneficio com relação aos quesitos físicos, como por exem-plo, a prevenção de doenças cardio-vasculares. No entanto, o consumo moderado do álcool pode ajudar a pes-soa no contexto social e sentimental. “Se pensarmos no consumo de peque-nas quantidades e em circunstâncias específicas, haveremos de considerar a redução da percepção do sofrimen-to e, pelo efeito desinibidor do álcool, uma certa “alegria”. Lamentavelmen-te, nestas circunstâncias há sempre risco de acidentes, em particular quan-do se conduz veículos”, lamenta Nery.

Ainda segundo Antônio Nery, é extremamente necessário manter o controle no momento em que se está consumindo bebidas alcoólicas e é muito importante também conhecer as próprias limitações para evitar os exa-geros e as estripulias desnecessárias. Durante a ingestão das bebidas alcoó-licas, muitos acreditam estar no con-trole da situação. Essa ilusão é gerada

pelo próprio álcool e é o que geralmen-te faz a pessoa passar do ponto. “Não há uma dose padrão para ser ingerida. Cada um responde ao álcool de acor-do com o seu patrimônio biológico e psíquico. Além disso, há de se consi-derar o estado de saúde, nutricional, as circunstâncias sociais de consumo, stress, dentre vários aspectos”, explica o médico psiquiatra.

BENEFíCioS daS BEBidaS alCoóliCaS:

vERDADE OU MITO?

Especialistas alertam que os malefícios são muito

maiores do que benefícios para a saúde

físicos presentes em qualquer quanti-dade de bebida alcóolica ingerida de-vem funcionar como regulador da con-tinuidade ou não do consumo naquele momento, o mesmo ocorre em relação aos sintomas psíquicos. “Cada pessoa tem uma capacidade de natureza físi-ca, psíquica e social para lidar com os efeitos do álcool, o que nos fazem sin-gulares ainda que se trate da ingestão da mesma bebida e da mesma quanti-dade. é fácil perceber como diferentes pessoas reagem e se comportam de forma distintas em situações seme-lhantes”, afirma Andrade.

Além da quantidade de álcool, que pode ou não ser ingerida, outra preocu-pação é com relação aos tipos de bebi-das. é fato que umas são mais “fortes” do que outras e que, por consequência disso, embebedam mais rapidamente. “Em condições normais de saúde, to-das as bebidas alcoólicas disponíveis com aprovação dos órgãos oficiais de regulação podem ser ingeridas. Do con-trário há grandes riscos e prejuízos, a exemplo do que já vivenciamos no pas-sado na Bahia com ingestão de bebida alcoólicas acondicionadas em vasilha-mes de metanol. Portanto, o controle da origem, condições de produção e distribuição de um produto está dire-tamente relacionado com a segurança do mesmo”, conclui o coordenador do CAPSad Gregório de Matos.

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PIlATES PARA gESTANTES aJuda a FortalECEr a

muSCulatura E auxilia No traBalHo dE Partomais que corrigir postura ou aprender

a respirar, o pilates ajuda a diminuir a ansiedade e o estress

tempos atrás, a gravidez era considerada como sendo o período em que a mulher precisava ter certos cuidados. Mulhe-

res em período gestacional recebiam orientações quanto a permanecer em repouso, evitar esforços físicos, e ali-mentar desejos extravagantes, além de liberdade para abusar de alimentos pouco saudáveis, gordurosos e doces.

Agora, a palavra de ordem é gra-videz saudável; o culto ao corpo de forma moderada é até benéfico. As

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recomendações, não somente para gestantes, mas para todas as pesso-as em geral, são cultivar bons hábitos que incluem: alimentação balanceada e exercícios físicos moderados, mas constantes, que garantam uma me-lhor qualidade de vida durante e de-pois da gravidez.

O Pilates está entre as modalida-des de exercícios recomendados para esse período, pois, melhora a postura, a respiração, ajuda a manter o peso, diminuí a ansiedade e o estress. Se-gundo a educadora física, Michele Monteiro, em uma aula a pessoa che-ga a gastar até 500 calorias.

Ana Cristina fez aulas particulares de pilates durante um mês de meio na gestação. “Durante um ano eu vinha fazendo o pilates para me preparar

para a gravidez, depois que engravi-dei, com sete meses de gestação co-mecei a fazer aulas particulares duas vezes por semana, eu estava sentindo um desconforto nas costas e estava um pouco indispostas, depois que ini-ciei os exercícios a minha disposição voltou, a dor foi embora”, explica.

Ainda de acordo com Michele os exercícios têm baixo impacto e é óti-mo para auxiliar no fortalecimento dos músculos centrais do corpo. “O corpo muda rapidamente durante a gesta-ção, o que causa desconforto, dores e má postura. Mas tudo isso pode ser amenizado com o Pilates. A modalida-de alonga e fortalece a musculatura, principalmente a de abdômen, glúteos e parte inferior das costas, considera-da o centro de força do corpo e res-

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ponsável pela sustentação da coluna vertebral, além de ajudar na respira-ção, facilitando o trabalho de parto”. A eficiência deste método é comprova-da na prevenção e reabilitação física, e por conta do grande repertório de exercícios que podem ser adaptados ou modificados para todas as necessi-dades e objetivos.

Porém a educadora física faz uma ressalva. “Aquelas mulheres que se encontram em gravidez de risco, tive-ram algum tipo de complicação ou nun-ca fizeram atividade física, não devem fazer o pilates, a fim de evitar maiores consequências. é importante que o ginecologista esteja ciente da prática dos exercícios e que seja consultado quanto à sua liberação”, informa.

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