Revista CREA Bahia Edição 42

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B A H I A cr a Revista do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia Nº 42 > jan.fev.mar > 2013 UM NOVO PORTO PARA SALVADOR Terminal marítimo abrigará centro comercial e área de entretenimento

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Em destaque o novo Porto de Salvador.

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B A H I Acr a

Revista do Conselho Regional deEngenharia e Agronomia da Bahia Nº 42 > jan.fev.mar > 2013

Um novo portopara Salvador

terminal marítimo abrigará centro comercial e área de entretenimento

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sumário

CapaA requalificação do Terminal Marítimo

de Salvador, orçada em R$ 30 milhões, vai dotar a cidade

com um dos melhores

portos do PaísPágina 24

16 Salvador é uma das cidades com maior número de áreas de risco de deslizamentos no País

36 Engenheiro Antonio Carlos Ferreira Bastos analisa sistema energético brasileiro

fotos joão alvarez

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08 Órgãos públicos promovem fiscalização em casas de shows e eventos

12 Regras de educação e etiqueta valem também no universo virtual

20 Programa do Crea oferece 300 atividades de ensino profissional

42 Curso de engenharia acústica revoluciona o mercado brasileiro

veja edição online no site www.creaba.org.br

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crea4 V.4, n. 42, p. 4 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>correio

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congratulações

Quero parabenizar o Crea-BA pela excelente qualidade da revista, tanto em conteúdo quanto em informação para os pesquisadores, como eu, e totalmente envolvida com a questão da educação, ciência e tecnologia na Bahia. Professora doutora Liliane de Queiroz, por e-mail.

Qualidade

No dia 13/12/2013 tive a ventura de, casualmente, conhecer a edição 41 desta revista. Pela qualidade das ma-térias, não poderia me furtar ao dever de parabenizar o Crea-BA, em especial a Assessoria de Comunicação e a sua Editoria. As matérias desta publicação serão de grande valia para as ativida-des de pregação e o restabelecimento dos princípios éticos e morais que de-vem nortear as ações políticas deste País. Osmar Pereira Ferreira, advo-gado, por e-mail.

ParticiPação

Para os técnicos É necessário que o presidente do

Crea-BA olhe com mais atenção para os técnicos em edificações e que, de fato, conceda, periodicamente, cursos de capacitação para nossa categoria. Considero que somos os profissio-nais mais indicados para assessorar engenheiros civis e arquitetos. Um técnico em edificações tem mais pré--requisitos no seu histórico de apren-dizado do que ser aproveitado apenas para digitalizar um projeto ou ser um apontador em uma obra. Será que a nossa participação só aparece no cadastro de adimplentes? Kleyton Mercês, técnico de edif icações, por e-mail.

Resposta: Kleyton, foi pensando em reivindicações como a sua que o Crea--BA lançou o Programa de Educação Continuada (PEC), que prevê a realiza-

ção de 300 capacitações, entre cursos e palestras, na sede e no interior. Esta edição traz uma matéria sobre o assun-to (página 20). Fique à vontade para sugerir, criticar e nos ajudar a otimizar as ações do Conselho para atender às demandas profissionais. Luciana Kro-ger, assessora de comunicação

engenharia de Petróleo Gostaria de saber como anda o

processo para a criação do Conselho de Engenharia de Petróleo e Gás? O que consta no registro emitido pelo Crea sobre o curso? Do estudante Hudson Sá, pelo facebook.

Resposta: Hudson, até o momento não temos conhecimento sobre a exis-tência de processo de criação do Con-selho de Engenharia de Petróleo e Gás. O que temos é o cadastramento (Pro-tocolo 2012042670) do curso de En-genharia de Petróleo e Gás, que já foi aprovado pela câmara especializada. Desde então, o Crea está emitindo nor-malmente os registros dos egressos do

Fale conosco

Envie a sua mensagem, contendo nome completo, e-mail e telefone, para o en-dereço eletrônico: [email protected]. Reservamo-nos o direito de, sem alte-rar o conteúdo, resumir e adaptar os textos publicados. Siga o Crea-BA nas redes sociais: www.facebook.com/CreaBa. @CreaBahia. twitter.com/CreaBahia. PARA ANUNCIAR: [email protected]. Tel.: (71) 3453-8912/3453-8929. Edição online no site www.creaba.org.br

referido curso. Existem duas vertentes na área de petróleo: uma voltada para a exploração (área de minas) e outra na área de processamento (química). Ambas devem se registrar no Crea. No caso particular da Unijorge, as atribui-ções estão relacionadas à exploração (perfuração e completação de poços) e o título é engenheiro de petróleo que também é registrado no Crea.

errata

Na foto 3, que ilustrou a matéria “Debates sobre ética e tecnologia celebram a profissão”, na edição 41, quem está ao lado do palestrante Jô Furlan é a professora doutora da Unijorge Liliane de Queiroz Antonio, e não Karen Daniela Melo Miranda, como publicado.

Na matéria “Inovadores por Na-tureza”, na edição 41, publicamos erroneamente o nome do secretá-rio estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. O nome correto é Paulo Câ-mera, e não Paulo Câmara, como foi divulgado.

Liliane de Queiroz Antonio, professora da Unijorge, e Dr. Jô Furlan

Paulo MaCedo

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crea 5V.4, n. 42, p. 5 - jan/fev/mar.2013 - Bahia 5crea

>editorial

cr a

PresidenteMarco Amigo

DIRETORIA 2013 1º vice-presidente Leandro de Aragão Correia Fonsêca2º vice-presidente José B. de Oliveira Júnior1º diretor administrativo Joseval C. Carqueija2ª diretor administrativo Antônio Arêas Sobrinho1° diretor financeiro Jefté Nascimento da Silva2ª diretora financeira Silvana Marília Ventura3º diretor financeiro Otoniel Magalhães Morais

COORDENADORES/CÂMARAS ESPECIALIZADASAgronomia Lorena de Araújo Melo Engenharia Civil Gerinaldo Costa AlvesEngenharia Elétrica Sérvulo de Oliveira Ramos Engenharia de Agrimensura Juci Conceição PitaEngenharia Mecânica Jair Carlos BertoldiEngenharia Química Paulo Gilberto SilvaGeologia e Eng. de Minas André Bolinches de Carvalho

Assessora de Comunicação e MarketingLuciana KrogerEditora/Jornalista responsável Kátia Borges (DRT 5276)Colaboradores Cíntia Ribeiro, Nadja Pacheco, Marcos Fonseca, Ronaldo Brito e Gentil Revisão Marcos NavarroProjeto gráfico e diagramação Ana Clélia RebouçasFotos João Alvarez (DRT 1912) Impressão Gráfica Ediouro

Tiragem 45 mil exemplares

NOSSO ENDEREçORua Prof. Aloísio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de BrotasCEP 40243-620 – Salvador-BAFone: (71) 3453-8989 Telecrea: (71) 3453-8990 Fax: (71) 3453-8963 e-mail: [email protected]

*As opiniões emitidas nas matérias e artigos veiculados nesta publicação são de total responsabilidade de seus autores

Revista CREA-BA/Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia. - Nº 42 (janeiro/Fevereiro/Março 2013). Salvador: CREA-BA, 2006 - ISSN 16792866

Trimestral 1. Arquitetura. 2. Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia CDU 72:63 (813.8) CDD 720

de olho no futuro

joão alvarez

Operários

trabalham na

estrutura do

novo Terminal

Marítimo da

cidade

Kátia Borges

Editora

Previsto para ser entregue em agosto próximo, reestrutu-rado e com padrão internacional, o Porto de Salvador, no Comércio, devolverá aos moradores da cidade a paisagem da Baía de Todos-os-Santos, obstruída pelos antigos ar-mazéns da Codeba, desativados desde os anos 1970. Para além da visão lírica, no entanto, o grande ganho para o Estado será turístico. Afinal, o terminal marítimo é a porta de entrada para os cerca de 300 mil turistas que, vindos de várias partes do mundo, desembarcam anualmente em Salvador – só no Carnaval deste ano, foram mais de 26 mil.

Orçado em R$ 30 milhões e financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-Copa), o novo Porto de Salvador integra um projeto maior, que prevê a requali-ficação do Centro Histórico. Além de equipamentos sofis-ticados de check in e atracação, irá contar com um grande centro de entretenimento e alimentação, com lojas, bares e restaurantes. A reestruturação atende a uma reivindica-ção quase tão antiga quanto a devolução da paisagem. Há mais de duas décadas, o trade turístico baiano reclama um local à altura da crescente demanda de cruzeiros maríti-mos nacionais e internacionais que incluem a capital baia-na em seus roteiros.

As perspectivas para 2014 são bastante otimistas. A partir da entrega do terminal marítimo, que se tornará um dos mais bem equipados do País, espera-se que a revitali-zação física e cultural do Centro Histórico finalmente te-nha início, com o incremento do comércio e da construção civil. Nesta edição, a Revista Crea Bahia revela tudo sobre os equipamentos ainda encobertos por tapumes e a ma-quete do novo Porto de Salvador. Boa leitura.

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revista GEStaA Fundação Politécnica foi sede, no dia 27 de março, do lançamento da Revista Gestão e Tecnologias Ambientais (GESTA). Com o objetivo de promover o debate sobre temas relacionados à engenharia sanitária e ambiental, a publicação terá periodicidade semestral e ficará disponível no site da Ufba. O público-alvo inclui professores, pesquisadores, estudantes de graduação e de pós-graduação da área, no Brasil e no exterior.

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Leonelli apresenta aos técnicos o projeto da Arena

Analista técnica examina itens de acessibilidade

oportunidades da engenhariaO presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, apresentou palestra sobre oportunidades e desafios, formação e mundo de trabalho do engenheiro, no dia 1º de abril, para estudantes de engenharia da Unifacs, em Feira de Santana. O perfil do mercado local, atuação das entidades profissionais, ética e responsabilidades dos engenheiros e os programas mantidos pelo Conselho – PEC, Engenharia Pública, Crea Júnior e outros – foram destacados pelo gestor.

>curtas

Arena Castro AlvesO fórum “A cidade também é nossa” promoveu, no dia 27 de março, uma reunião entre o secretário estadual de turismo, Domingos Leonelli, técnicos de várias áreas e membros da sociedade civil, com o objetivo de debater o projeto da Arena Castro Alves. Entre as intervenções anunciadas estão a melhoria da infraestrutura subterrânea, acessibilidade, tratamento das encostas e adequação da iluminação, além da promoção do uso comercial dos espaços.

Falhas no aeroportoItens relacionados à acessibilidade foram vistoriados no dia 24 de janeiro, durante FPI realizada no Aeroporto Internacional de Salvador – Luís Eduardo Magalhães. A ação, solicitada pela Casa Civil da Presidência da República e coordenada pelo Ministério das Cidades, foi realizada pelo Crea e Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) também deu suporte à operação, que teve como objetivo garantir que os espaços aeroportuários sejam acessíveis a todos durante a Copa das Confederações/2013 e Copa do Mundo FIFA/2014.

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autoatendimento a energia solarSalvador possui o primeiro equipamento de autoatendimento movido a energia solar do País. Fruto de uma parceria entre o Banco do Brasil, a Escola Politécnica da Ufba e outras instituições, o projeto foi desenvolvido pelo engenheiro eletricista Marcio Queiroz. A expectativa é gerar anualmente 7.021 KW/h, enquanto o consumo está estimado em 6.935 KWh/ano. O excedente de energia gerada será repassado para a concessionária e, posteriormente, convertido em créditos para o banco.

resíduos SólidosO “I Seminário Resíduos Sólidos da Bahia – Reciclando Ideias”, realizado no dia 21 de março pelo Sindicato dos Engenheiros, em parceria com o Crea-BA e Ibama, discutiu a legislação e a realidade atual da destinação do lixo na capital, no interior e em todo o País. A política para os resíduos sólidos, o desperdício em obras, a falta de um plano de descarte, a coleta seletiva e as ações do governo nortearam os debates. Além do presidente do Crea, representantes da Politécnica, Poder Legislativo, Ministério Público e Sedur estiveram presentes.

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crea 7V.4, n. 42, p. 7 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Integração Oeste-LesteA comissão organizadora do seminário “Fiol: a Bahia quer, o Brasil precisa” vem realizando uma série de mobilizações em todo o Estado em favor da retomada das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste. No dia 8 de abril, o grupo convidou o governador Jaques Wagner (PT) a integrar o movimento de luta pela ferrovia – que parte do Estado de Tocantins e atravessa 47 municípios baianos até o Porto Sul, em Ilhéus. O petista confirmou presença no encontro, que será realizado em Barreiras, no dia 26 de abril. Para o presidente do Crea-BA, Marco Amigo, as obras são importantes para o Estado, dinamizando a economia e também do ponto de vista profissional, já que centenas de técnicos e engenheiros estão envolvidos com a construção do equipamento e também do Porto Sul. Para Amigo, a Fiol representa a descentralização da economia baiana, possibilitando um novo marco de desenvolvimento para o Estado. A ferrovia dinamizará o escoamento da produção da Bahia e servirá de ligação dessa região com outros polos do País, por intermédio de conexão com a Ferrovia Norte-Sul. Incluída entre as prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), terá 1.527 km de extensão e envolverá investimentos estimados em R$ 7,43 bilhões até 2014.

Governador Wagner, deputados Cacá Leão e João Leão e Marco Amigo, do Crea

Mateus Pereira/govba

projetos para a engenharia O vereador Léo Prates (DEM) apresentou, no dia 22 de fevereiro, projetos voltados à engenharia ao chefe de gabinete do Crea-BA, engenheiro químico Herbert Oliveira, e ao assessor parlamentar Genivaldo Barbosa. O parlamentar solicitou contribuições técnicas da entidade em relação à minuta, que visa especificar as normas a serem seguidas nas edificações da capital destinadas ao uso coletivo. Na ocasião, Oliveira convidou o vereador a integrar o Grupo de Trabalho de Acessibilidade do Crea e solicitou apoio para a continuidade da Fiscalização Preventiva Integrada Permanente para locais com grande aglomeração de pessoas.

Gt de meio ambientePara colaborar com a fiscalização dos órgãos que atuam no combate aos impactos ambien-tais, foi instalado no dia 12 de março, no Crea-BA, o Grupo de Trabalho (GT) de Meio Ambiente, Agrotóxico e Segurança do Trabalho. A coorde-nadora, engenheira de produção Ineivea Farias, informou que uma das metas do grupo é elaborar um termo de cooperação. Além das contribuições técnicas aos projetos a serem im-plantados na Bahia, o GT promoverá palestras gra-tuitas e lançará o Prêmio Crea de Meio Ambiente. As reuniões ocorrerão às segundas terças-feiras do mês, às 14h.

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econhecida mundialmente por sua cultura, belezas naturais e opções de lazer e diversão, Salvador é um dos destinos mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros. Cidade de muitas festas e badalações, a capital baiana vive, no entanto, sob a sombra de uma ameaça: a falta de segurança.

Casas de shows, boates, teatros, shoppings, restaurantes e até igrejas estão en-tre os espaços vistoriados pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) permanente para locais com grande concentração de pessoas, criada em janeiro deste ano, em consequência do incêndio ocorrido em 27 de janeiro na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 241 pessoas.

Sugerida pelo Crea-BA, que desenvolve há dez anos, juntamente com 16 órgãos, a FPI do São Francisco, a iniciativa tem o objetivo de detectar e coibir inconformidades relativas à segurança dos espaços utilizados para a realização de eventos. A fiscali-

Por uMa balada Mais

segura

Órgãos públicos fiscalizam em conjunto casas de shows e eventos em salvador

V.4, n. 42, p. 8 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>fiscalização

crea

por nadja pachEco fotoS paUlo macEdo

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Técnico do

Crea afixa

cartaz em

camarote do

Circuito Dodô:

fiscalização

será

permanente

9

zação é coordenada pelo Minis-tério Público e Secretaria de Se-gurança Pública do Governo do Estado (coordenação adjunta), contando ainda com a secretaria executiva do Crea-BA.

De acordo com o coordena-dor da FPI, promotor Roberto de Almeida Borges Gomes, a fisca-lização terá um calendário anu-al de atividades, funcionando de forma permanente. “A ideia é agir de forma conjunta, com vários olhares, que vão permitir um diagnóstico mais completo dos problemas e, consequen-temente, aumentará o grau de responsabilidade e comprome-timento de cada instituição”.

fiscalizando a folia

Instalada às vésperas da maior festa de rua do planeta, a FPI realizou um trabalho relevante nos maiores camarotes do Cir-cuito Dodô (Barra-Ondina) no Carnaval de Salvador. Falta de alvará de funcionamento e de projeto, além da ausência de responsáveis técnicos e Plano de Segurança para Situações de Pânico (PSSP), figuram entre as irregularidades. Mesmo faltan-do poucos dias para o Carnaval, os empresários atenderam às recomendações da fiscalização e adequaram seus camarotes. “No próximo ano, planejaremos com antecedência as atividades

para checar todos os problemas e garantir maior segurança aos foliões”, explica Roberto Gomes.

Além de cobrar mais segu-rança nos camarotes do Car-naval, o colegiado também solicitou do Consórcio Arena Fonte Nova esclarecimentos relacionados ao plano de segu-rança elaborado para a área an-tes da inauguração. O gerente de engenharia, Paulo Rossi, e o gerente de operações, Thiago Queiróz, mostraram todos os mecanismos criados para evitar acidentes, como iluminação de emergência, rotas de fuga, sis-tema de combate a incêndio e detectores de fumaça.

De acordo com Thiago Quei-róz, 500 orientadores, 150 segu-ranças e 227 câmeras, além da parceria com as polícias, Corpo de Bombeiros, Serviço de Aten-dimento Móvel de Urgência (Samu) e Salvar integram o pla-no de segurança da Arena Fonte Nova. O documento prevê ainda uma ambulância para cada 10 mil pessoas e quatro postos de atendimento médico. O estádio tem capacidade para 55 mil pes-soas e custou R$ 591,7 milhões. O projeto, que começou a ser executado pelas construtoras Odebrecht e OAS em 2008, foi desenvolvido por meio de uma Parceria Público Privada (35 anos de concessão).

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trabalho em conjunto

O coordenador da FPI afirmou que o trabalho sincronizado dos órgãos pode resultar em reco-mendações formais, medidas ju-diciais e termos de ajustamento de conduta (TACS), bem como subsidiar relatórios e inquéritos policiais. “O esforço isolado não é tão eficaz. Juntar competên-cias técnicas distintas em um único grupo ajudará a dar uma resposta mais rápida e concreta à sociedade”, reforça o promotor.

Uma das preocupações dos representantes dos 17 órgãos que compõem a FPI é o alonga-mento do calendário festivo, que reunirá eventos como a Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016). Para o coordenador ad-junto e representante da Secre-taria de Segurança Pública da Bahia, major Luiz Henrique Alva-rez, o grupo deve abraçar a luta em favor do Código de Incêndio e Pânico para o Estado, que vem sendo discutido desde a década de 90, e buscar um sustentáculo jurídico para as ações da FPI. “É necessário definir os papéis dos órgãos envolvidos a partir das respectivas competências e re-percutir a fiscalização em âmbi-to legal”, destaca.

Para o presidente do Crea--BA, engenheiro mecânico Mar-co Amigo, a FPI é um retorno

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crea V.3, n. 42, p. 10 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>fiscalização

10

que o serviço público oferece à socie-dade. “É um compromisso social, uma união de esforços que vai garantir aos cidadãos condições mínimas de segurança”, salienta, destacando a importância que o modelo até então apenas utilizado pelo Sistema Con-fea/Crea ganhou no Estado e no Bra-sil. O gestor enalteceu ainda o papel da FPI do São Francisco, que se tornou referência nacional e conquistou o reconhecimento de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e Companhia dos Vales do São Francis-co e do Parnaíba (Codevasf).

Planejamento

Um termo de Cooperação Técnica

ÓrGãoS EnvolvidoS

>Conselho regional de engenharia e agronomia da bahia – Crea-ba

>Ministério Público da bahia/Ceacon – MPe

>secretaria de segurança Pública da bahia – ssP

>Comando de operações de bombeiros Militares

>Polícia Militar da bahia

>delegacia do Consumidor – decon

>departamento de Polícia Metropolitana – depom

>instituto de Criminalísticas afrânio Peixoto – icap

>departamento de Polícia técnica – dPt

>secretaria Municipal de urbanismo e transporte - semut

>secretaria Municipal de infraestrutura e defesa Civil – sindec

>superintendência de Proteção e defesa do Consumidor - Procon

>superintendência regional do trabalho e emprego (srte)

>superintendência de Controle e ordenamento do uso do solo de salvador – sucom

>secretaria Municipal de ordem Pública

>universidade federal da bahia - ufba

>vigilância sanitária Municipal

com validade de cinco anos foi as-sinado entre os 17 órgãos que inte-gram a FPI. O documento define as atribuições de cada um. As próximas atividades do colegiado são as vis-torias das boates e casas de eventos de Salvador. As ações de fiscalização acompanharão também o calendário da Polícia Militar e da Saltur (empresa de turismo da Prefeitura de Salvador).

As reuniões ordinárias do grupo ocorrem nas primeiras terças-feiras de cada mês. A diretoria executiva da FPI tem mandato de um ano (a partir da data de assinatura do termo) e, neste primeiro momento, será composta pelo Crea, Ministério Público, Secreta-ria de Segurança Pública e Sucom.

Marco Amigo, do Crea, e a equipe da FPI: "Fiscalizar é compromisso social"

Eficiência e qualidade são diferenciais que a Pós-Graduação da ÁREA1 oferecea seus alunos, realizando uma abordagem sistêmica e aplicação prática narelação ensino-aprendizagem. Professor José Jorge Sousa Carvalho

Engenharia de Segurança do Trabalho

Engenharia de Petróleo

Engenharia Elétrica e Eletrotécnica

Gestão Ambiental com Tecnologias Limpas

Gestão Empresarial da Construção Civil

Segurança da Informação em Rede de Computadores

Segurança em Equipamentos e Instalações

Segurança em Saúde Ocupacional

P Ó S - G R A D U A Ç Ã O Á R E A 1M U I T O M A I S E N G E N H A R I A C O M E D U C A Ç Ã O D E Q U A L I D A D E I N T E R N A C I O N A L

area1.edu.br/pos-graduacao e (71) 2106.3911

M U I T O M A I S E N G E N H A R I A C O M E D U C A Ç Ã O D E Q U A L I D A D E I N T E R N A C I O N A L

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crea 11V.3, n. 42, p. 11 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Eficiência e qualidade são diferenciais que a Pós-Graduação da ÁREA1 oferecea seus alunos, realizando uma abordagem sistêmica e aplicação prática narelação ensino-aprendizagem. Professor José Jorge Sousa Carvalho

Engenharia de Segurança do Trabalho

Engenharia de Petróleo

Engenharia Elétrica e Eletrotécnica

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crea V.3, n. 42, p. 12 - jan/fev/mar.2013 - Bahia12

>redes sociais

etiqueta é fundaMentalno universo virtual, valem as regras de educação do mundo real e mais algumas, bem específicas

por ronaldo BritoilUStraçõES GEntil

Page 13: Revista CREA Bahia Edição 42

crea 13V.4, n. 42, p. 13 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

uas pessoas sentadas à mesa em um restaurante. Cada uma delas porta um telefo-ne celular. Fazem o pedido ao

garçom e, em seguida, sacam seus aparelhos e passam a teclar como se estivessem sozinhas num canto qual-quer de suas casas. Quem nunca se deparou com uma cena dessas, desde que as redes sociais ganharam popu-laridade? Se você, caro leitor, é bom observador, logo dirá que já viu.

Se for um protagonista de cenas como essa, cale-se para sempre se não quiser ser tachado de mal educa-do e trate logo de saber que, até na in-ternet, as regras de comportamento devem ser respeitadas. E saiba mais. Se esse suposto encontro tiver no car-dápio “business”, pode apostar que a comida será indigesta, porque você pode estar perdendo dinheiro. E mais. Enquanto sua conta corrente estiver sob essa ameaça, muita gente estará ganhando. São os consultores de esti-lo, que lançam livros sobre as regras sociais dirigidas especificamente à internet.

A consultora de estilo Cláudia Ma-tarazzo é um exemplo de pioneiris-mo na área. Ela começou a enveredar por essa seara lá pelo comecinho dos anos 1990. Primeiro, em palestras que costuma fazer para o mundo corpo-rativo; depois, em livros dedicados ao tema como Contrasselasse – Um guia para ser virtualmente elegante. No livro, a consultora aborda diversos aspectos da rede mundial de compu-tadores, focando nas boas maneiras para o seu uso.

Como uma espécie de manual, a autora ensina como as pessoas de-vem se comportar diante do com-putador. E destaca que até mesmo a demora para responder a um simples

e-mail pode ser mal interpretado por quem o enviou. “Eles podem e devem ser respondidos, elegantes como uma carta escrita a mão”, exagera. Com as dicas da jornalista, até mesmo o inter-nauta mais bronco pode parecer um gentleman no mundo virtual. A maior lição para o leitor é ficar informado de que o princípio do bom uso da comu-nicação eletrônica é saber em que si-tuação ela pode ser utilizada.

netiQueta

Outra expert no assunto a ver sua conta bancária crescer é a também consultora de moda e estilo Glória Ka-lil. A ex-global está sempre recorren-do à temática. Seja nos seus livros da série Chic, seja no seu blog homôni-mo e mesmo nas palestras para exe-cutivos. Para ela, as mesmas regras de comportamento usadas no convívio devem ser transportadas para a rede.

Foi a chiquérrima jornalista quem criou o termo “netiqueta”. “A primeira coisa a lembrar na questão da netique-ta é que qualquer post em uma rede social não é igual a uma conversa par-ticular. Trata-se de um espaço público”.

Portanto, é bom saber que quan-do você digita cada palavra, publica uma foto, sugere um link, você está traçando o seu perfil para que outras pessoas façam uma imagem de você. Perfil esse que pode cair nas mãos de um futuro contratante dos seus servi-ços, e você pode estar com seu futuro emprego ameaçado, como sugere o especialista em RH, Thales Aquino.

“Cada vez mais, as empresas estão usando sites como facebook e Twitter para avaliar o perfil de seus candida-tos. Portanto, esse perfil que você pro-jetou, despretensiosamente, na rede, pode pesar na hora de uma seleção, ser um instrumento online de avalia-

Page 14: Revista CREA Bahia Edição 42

crea

>redes sociais

V.3, n. 42, p. 14 - jan/fev/mar.2013 - Bahia14

1. tenha cautela lide com a vida virtual da mesma forma que lida com a vida real. Muitos se sentem encorajados devido a uma suposta proteção do mundo virtual e tomam coragem de emitir opiniões, e até de postar imagens sobre fatos que muitos não falariam em público.

ção”, adverte. Os especialista chamam a atenção especialmente àqueles que estão em busca do primeiro emprego. Não é nada prudente se jogar no es-paço virtual como quem pratica body jump. A cautela inclui as redes sociais como Facebook e Twitter, que devem ser usadas com parcimônia. A dica é ir com calma, aprender a dominar as

ferramentas e saber usá-las a seu fa-vor, considerando os recursos de pri-vacidade. Se já estiver empregado, fi-que esperto. Seu chefe, que pediu que você o aceitasse como amigo virtual, certamente está de olho em você.

Mas, afinal, já que estamos vivendo um momento pós-conclave, o que é e o que não é pecado na rede? Para fi-

car esperto e aproveitar os benefícios que essas novas tecnologias podem nos trazer, fique de olho nas dicas de Cláudia Matarazzo antes de se jogar por aí. Assim, você estará trabalhando a seu favor e, certamente, jamais per-derá um bom negócio quando sentar à mesa com um possível parceiro para almoçar de novo.

rEGraS do mUndo virtUal

2. cuidado com a overdose de instagram as fotos até ficam mais bonitas com o aplicativo. Mas é importante tomar cuidado. a dica é evitar fotos que exponham demais as pessoas. elas acabam sendo vistas por pessoas que convivem com você, no âmbito social e na área corporativa.

3. sinceridade pode atrapalhar evite dizer nas redes sociais o que não ficaria legal de ser dito pessoalmente.

5. evite ser “o sábio”emitir opinião em determinados assuntos não é indicado. antes de falar sobre temas polêmicos, é importante se preocupar com quem está lendo o texto e, principalmente, ter conhecimento de causa. alguns falam mal até da empresa em que trabalham.

6. escrever ou não escrever?escreva apenas algo que você mesmo se interessaria em ler. em relação aos textos, é preciso ser claro e objetivo. também é recomendado que acrescentem algo de valor aos outros usuários da rede. além do cuidado com a correção ortográfica e gramatical.

7. bloquear não é falta de educaçãotodas as redes sociais oferecem a opção de parar de seguir ou não receber atualizações de determinadas pessoas. quando alguém o incomodar nas redes sociais, lance mão dessas opções sem culpa.

8. rede social em tempo real não é legalCom poder suficiente para ficar em primeiro lugar na lista dos pecados online, a superexposição é um dos fatores que mais incomodam nas redes sociais. o que é de interesse pessoal, por exemplo, não deve ser compartilhado.

4. Para compartilhar, o interesse deve ser públicona hora de compartilhar, vale mais um pensamento ou uma opinião do que um prato de comida. “Muitos colocam fotos com pessoas em aeroportos. isso não acrescenta nada; ao contrário, só passa uma imagem

de exibicionismo”, diz luciana almeida.

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crea 15V.4, n. 42, p. 15 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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crea V.3, n. 42, p. 16 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>infraestrutura

asta começar o pe-ríodo chuvoso para um problema re-corrente voltar aos

noticiários: os deslizamen-tos nas áreas de encostas. No fim de março, o Brasil acompanhou o sofrimen-to de quem vive na região serrana do Rio de Janeiro, onde 33 pessoas morreram soterradas. Em 2011, o maior desastre climático do País resultou em 918 mortes, destruiu diversas casas, além de alterar a geografia e topografia de bairros em localidades urbanas e rurais fluminenses.

De lá pra cá, pouca coisa mudou, apesar do anúncio de investimentos na ordem de R$ 5,7 bilhões para todo o País – que deveriam resultar na construção de casas em áreas seguras e obras de contenção e drenagem –,

Mesmo com um Plano diretor deencostas, salvador é uma das cidades

brasileiras com mais áreas de risco

vidas à beira do

abisMo

por nadja pachEco fotoS joão alvarEz

r$ 12,48

bilhões

estavam previstos em ações para enfrentar desastres naturais no brasil. foram

empenhados R$ 10,82 bilhões e

pagos R$ 7,7 bilhões.

fonte: Ministério da integração nacional

>

apenas R$ 2,1 bilhões foram empregados. De acordo com a ONG Contas Aber-tas, o Rio foi o município contemplado com a maior fatia dos recursos (R$ 242,9 milhões), mas, com a insta-lação de 187 sirenes de aler-ta em cinco municípios, já diminuiu o impacto da tra-gédia deste ano em relação a 2011.

Em Salvador, a situação não é diferente. A ocupação desordenada, aliada à falta de investimentos do poder público, leva a capital baia-na a estar entre os municí-pios que mais sofrem com as altas densidades pluvio-métricas.

De acordo com um es-tudo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), divulgado em julho de 2012, 138 muni-cípios brasileiros possuem áreas de risco, o que corres-

ponde a 150 mil moradias ou cerca de 650 mil pesso-as. No Nordeste, Fortaleza é a cidade que, segundo a pesquisa do CPRM, possui o maior número de constru-ções em locais inadequa-dos, sendo que Candeias, a 46 km de Salvador, ficou na quarta colocação do ranking, com 3.161 moradias

e 15.805 pessoas morando em regiões inseguras.

Segundo o conselheiro do Crea-BA e diretor da es-cola Politécnica da Ufba, engenheiro civil Luís Ed-mundo Prado Campos, foi lançado pela Prefeitura de Salvador, em 2004, o Plano Diretor de Encostas (PDE). O instrumento, consolida-do na gestão do ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB), identificou, na época, 433 áreas de risco com quase mil pontos de deslizamen-to. “Acredito que tenhamos hoje quase mil áreas de ris-co, que estão espalhadas por quase toda a cidade, concentrando-se na parte central, entre a Paralela e a BR-324. Esta região não é área de risco pela formação geológica e geomorfológi-ca, e sim pela forma de ocu-pação desordenada”.

16

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crea 17V.4, n. 42, p. 17 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Ocupação desordenada

nas encostas cria

situações de risco para

moradores da periferia

O professor, que tam-bém ajudou no mape-amento das cidades da região serrana do Rio, cas-tigadas pelas chuvas em 2011, lamenta a falta de atualização do plano so-teropolitano, considerado ferramenta indispensável à cidade. A peça de plane-jamento urbano, uma das poucas que existem no País, foi criada com o objeti-vo de realizar intervenções até 2014, mas ficou apenas no papel. Segundo o relató-rio do PDE, o instrumento contempla uma gama de conhecimentos e estudos técnicos, econômicos e sociais, sistematizados e direcionados ao enfrenta-mento do risco geológico associado às encostas.

De acordo com este do-cumento, os resultados são apresentados na forma de relatórios, modelos carto-

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crea18 V.4, n. 42, p. 18 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>infraestrutura

gráficos, anteprojetos e sis-tema computacional, cons-tituindo uma ferramenta de planejamento e gestão. Para Campos, o PDE deve ter uma plataforma mais aberta sem que a opera-cionalização técnica fique restrita a apenas um órgão.

origem do Problema

O engenheiro aponta ain-da a falta de construções

populares e o êxodo rural como fatores que desen-cadearam a ocupação das áreas de risco. “A necessi-dade foi maior que a ação do poder público”. Cam-pos lembrou ainda a Lei 12.340/2010, que visa à identificação e criação de um plano para remoção de quem mora em áreas de ris-co, frente a possibilidade de chuvas extremas. “Como

não há recursos para a construção das obras ne-cessárias, as cidades devem fazer seu plano de remo-ção”, observa.

Sem esclarecer os traba-lhos realizados e quanto foi investido até hoje no PDE, o diretor geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Álvaro da Silveira Filho, ex-plicou que a atual gestão municipal deverá atualizar

o PDE com novas análises das áreas de risco. “Foram realizadas obras e alguns locais que eram conside-rados de risco passaram a não oferecer mais perigo. Já outras áreas podem ter se transformado em ambien-tes com algum risco geoló-gico”, avalia.

Segundo Silveira Filho, está prevista uma revisão em todas as áreas, inician-

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creaV.4, n. 42, p. 19 - jan/fev/mar.2013 - Bahia 19

Nessa época, a codesal atua com rapidez Nas respostas, priNcipalmeNte por coNta dos acideNtes causados pelo alto íNdice pluviométrico que pode atiNgir a cidade. o objetivo da atual gestão é preservar a iNtegridade física dos cidadãos”

«

do por aquelas com núme-ro maior de solicitações, porém ainda não se tem uma previsão exata para o início do trabalho. Ele ex-plicou que, nos meses mais chuvosos, o órgão atua com rapidez nas respostas, prin-cipalmente por conta dos acidentes causados pelo alto índice pluviométrico que pode atingir a cidade. “O objetivo da atual gestão é preservar a integridade física dos cidadãos”. O dire-tor informou que entre os bairros mais afetados estão São Marcos, Pau da Lima, Sussuarana, Pernambués, Nova Brasília, Vila Canária, Valéria, Cajazeiras, Cana-brava, Colina Azul, Sete de Abril, São Caetano, Cape-linha de São Caetano e o Subúrbio Ferroviário, como Alto da Terezinha e Plata-forma.

educação

Para minimizar os estragos na capital baiana, a Codesal vem desenvolvendo traba-lhos com lideranças comu-nitárias nas comunidades e escolas, além de simulados para prevenção de risco, por meio de programas como Defesa Civil Itineran-te (PDCI), Defesa Civil nas Escolas (PDCE) e do Núcleo

Comunitário em Defesa Ci-vil (Nudec). “Não podemos falar em proteção civil sem o envolvimento da comuni-dade. É ela a mais atingida e, portanto, deve estar mais preparada e amparada em situações de desastres”.

Vinculado à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Defesa Civil de Salvador (Sindec), a Coordenação de Áreas de Risco e Prevenção aos Desastres monitora as áreas de risco da cidade, bem como a identificação de situações, locais e áreas que envolvam outros peri-gos para a população.

De acordo com a coorde-nadora do órgão, engenhei-ra civil Maria Auxiliadora Valasques, uma das con-quistas foi a incorporação à Defesa Civil. “Os desafios consistem na montagem da logística necessária para atuação da Coordenação, mas as perspectivas são as melhores. Temos a Ufba como parceira e a ideia é estender a parceria a outras instituições na construção conjunta de mecanismos de gestão dos riscos”.

A prevenção, feita pela

Codesal, passa pela

conscientização das

lideranças comunitárias

fiQue alertaem caso de emergência, ligue para a Codesal: 199

Álvaro da Silveira Filho, diretor geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal)

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crea V.4, n. 42, p. 20 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>Pec

mercado de trabalho para engenheiros nunca esteve tão atrativo. Estima-se que a demanda por profissio-

nais da área no Brasil seja de 80 mil. De acordo com informações da As-sociação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge), apenas 40 mil engenheiros são formados por ano, apesar de o País ter dado um salto na oferta de cursos de 454 (em 1995) para 3.045 (em 2012). Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), um milhão de profissionais trabalham no Brasil, o que representa uma média de seis para cada 100 pes-soas, enquanto num país europeu ou asiático a média é de 25 para cada 60 habitantes.

novos ruMosPara o ensino e a aPrendizageMPrograma de educação Continuada do Crea prevê a oferta de 300 atividades para cerca de 8 mil profissionais

por nadja pachEco > fotoS joão alvarEz

20

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creaV.4, n. 42, p. 21 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

O aquecimento do mercado também deve estar asso-ciado à oferta de atividades que proporcionem o aperfei-çoamento do profissional na área de sua especialidade. Para atender esta demanda, o Crea-BA lançou, em março deste ano, o Programa de Educação Continuada (PEC), que vai oferecer 300 atividades, entre cursos presenciais e a distância e palestras, para as profissões abrangidas pelo sistema Confea/Crea. A iniciativa prevê atualização anual de cerca de 8 mil profissionais registrados no Con-selho e sócios da Caixa de Assistência de Profissionais do Crea (Mútua).

De acordo com o idealizador do programa e chefe de gabinete do Crea-BA, engenheiro químico Herbert Olivei-ra, palestras, cursos e pós-graduação são algumas das ati-vidades do PEC, que também promoverá eventos gratuitos para profissionais e estudantes. “A ideia é que o número de atividades aumente para 500 nos próximos anos. Nossa meta é revolucionar o processo de ensino e aprendizagem de todas as modalidades profissionais, desde técnicos e

tecnólogos até o ensino superior, usando mão de obra com experiência profissional diferenciada e adequada em cada área”.

modelos

Antes de lançar o programa, o Crea-BA conheceu experiências semelhantes dos conselhos de Estados como o Para-ná e Santa Catarina. Segundo Oliveira, o primeiro gere as atividades e fornece kits e o segundo arca com a realiza-ção das capacitações, que custam em média R$ 2 milhões por ano. “Absor-vemos um pouco de cada modelo e resolvemos desenvolver parcerias com expertise na área de capacitação pro-fissional, como institutos de ensino, empresas etc”, revela. O chefe de ga-binete explicou ainda que a principal exigência feita aos parceiros é a oferta descontos significativos aos profissio-nais registrados no Conselho, associa-dos da Mútua e entidades de classe.

Herbert Oliveira informou ainda que as atividades serão desenvolvi-das na sede e no interior, sendo que, até dezembro deste ano, será realiza-do um curso em cada inspetoria (são 27, distribuídas por toda a Bahia). “As cidades-sede das seis regiões do Esta-do receberão uma maior quantidade de eventos. O Conselho entende a im-portância e a demanda da requalifica-ção para os profissionais, procurando atender aos anseios das diversas ca-tegorias registradas, a partir de uma visão ampla e inclusiva”.

Além da interiorização das ações do Crea, o PEC também foca a inclu-são de entidades de forma plural, como a parceria com entidades de classe, escolas técnicas e universida-des de toda a Bahia. Ainda são metas da iniciativa, a correlação do progra-ma com um banco de empregos re-modelado e a criação de uma página eletrônica específica sobre o PEC com todas as informações.

Para criar o

PEC, o Crea-BA

conheceu

experiências

semelhantes,

feitas pelos

conselhos do

Paraná e de

Santa Catarina,

e absorveu um

pouco de cada

um desses

modelos

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crea

>Engenharia de Produção foi a graduação que mais ganhou cursos novos nos últimos anos, saltando de 30 para 450

>43% é a taxa de evasão dos cursos da área tecnológica

>foram ampliados em seis vezes, em 15 anos, a oferta de vagas nos cursos de engenharia

>dificuldades em matemática e física, além da defasagem da educação básica, são responsáveis pela evasão

>34% é a média global de dificuldade para encontrar profissionais no mundo. No Brasil, este patamar sobe para 71%

>us$ 34 bilhões são os investimentos previstos para as áreas de engenharia, mineração, indústria petroquímica, naval, automobilística e afins

>Pec

V.4, n. 42, p. 22 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Engenheiro

químico Herbert

Oliveira, do Crea-

BA, idealizador do

programa: a ideia

é chegar a 500

atividades nos

próximos anos

mErcado dE traBalho para EnGEnhEiroS CONFIRA A TABELA DE CURSOS*

06 a 10/5 > excel avançado

6 a 8/5 e de 13 a 15/5 > elaboração de planos de negócios

13 a 17/5 > Ms Projects

20 a 24/5 e 27 a 29/5 > auditor interno de sistema de gestão integrado

31/5 e 1º e 2/6 > Curso básico de acessibilidade aplicada

3 a 7/6 (Módulo 1) e 10 a 14/6 (Módulos 2 e 3) > Planejamento e Controle de Paradas de Manutenção

7/6 > instrumentação geral aplicada à indústria

*Cursos agendados até o fechamento desta edição

fontes: abenge/Consultoria Manpower groupe/ governo da bahia

segundo o Conselho federal de engenharia e agronomia (Confea), um milhão de profissionais atuam hoje no País

22

Informaçõ[email protected] 3453-8942

-BA

Page 23: Revista CREA Bahia Edição 42

crea 23

>nononono

V.4, n. 42, p. 23 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

-BA

Page 24: Revista CREA Bahia Edição 42

turismo

crea V.4, n. 41, p. 26 - out/nov/dez.2012 - Bahia24

novo porto de Salvador descortina a paisagem da Baía de todos-os-Santoscom infraestrutura internacional

turismo

CoM vista Para o Mar

por ronaldo BritofotoS joão alvarEz

Page 25: Revista CREA Bahia Edição 42

crea 25V.4, n. 41, p. 27 - out/nov/dez.2012 - Bahia

Page 26: Revista CREA Bahia Edição 42

crea V.4, n. 42, p. 26 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

turismo

26

novo Terminal Marítimo de Passa-geiros, no Comércio, previsto para ser entregue em maio próximo, a tempo de atender os turistas que de-sembarcarão dos navios de cruzeiro para assistir aos três jogos da Copa das Confederações, marcados para os dias 20, 22 e 30 de julho próximo, teve o cronograma de obras altera-do. A Companhia de Docas da Bahia (Codeba) adiou a entrega para agos-to deste ano, portanto após o evento que antecede o mundial de futebol, em 2014.

A obra, orçada em R$ 30 milhões, é financiada pelo Programa de Acelera-ção do Crescimento (PAC-Copa) e pre-vê a reestruturação completa da área destinada ao embarque e desembar-que de passageiros. De acordo com o presidente da Codeba, José Rebouças, a previsão é que o custo final chegue a R$ 36 milhões. Segundo afirma, o cronograma vem sendo cumprido conforme o previsto, e o atraso, diz, “é comum em qualquer construção de grande vulto”.

No caso do terminal portuário, Re-bouças garante, a mudança no crono-grama deve-se à instalação de alguns equipamentos. “Falta fazer a parte da esplanada, a instalação das escadas rolantes, do sistema de ar-condiciona-do, enfim, coisas que envolvem entre-ga de fornecedores e equipe técnica”. O gestor assegura ainda que as obras do novo Porto de Salvador estão ca-minhando ao seu tempo, e a conten-to, e que mais de 50% já foi concluída.

Tão logo foi divulgada a alteração da data de entrega do novo terminal portuário, o Governo do Estado tratou de minimizar a questão, no contexto do PAC-Copa. O titular da Secretaria Especial da Copa (Secopa), Ney Cam-pelo, foi o primeiro a se manifestar e garantiu que a mudança não prejudi-cará de forma incisiva o evento espor-tivo deste ano já que neste período, ainda considerado baixa temporada, os navios de cruzeiro pouco atracam no porto baiano.

estrutura

A realidade é que o Porto de Salvador há muito carecia de um terminal de passageiros compatível com o nível dos transatlânticos que vêm atracan-do na Baía de Todos-os-Santos nas últimas temporadas de verão. A nova estrutura, que terá uma área total de 3,4 mil m2, finalmente contará com um moderno centro de atendimento aos passageiros e uma área de entre-tenimento. “Quando desenvolvemos o projeto, em parceria com a Funda-ção Mário Leal Ferreira, a ideia era integrar o porto à cidade. Queríamos descortinar a baía para os baianos e visitantes e fazer esta integração transformando o empreendimento em equipamento turístico”.

Aqueles velhos armazéns, que obstruíam a vista da Baía de Todos--os-Santos, foram ao chão. Em seu lugar estão sendo erguidas, de forma espaçada, construções modernas e que permitirão o descortinamento da

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V.4, n. 42, p. 27 - jan/fev/mar.2013 - Bahia crea 27

paisagem. Assim, com este desenho, mais aberto, o novo terminal pode-rá finalmente interagir com a cidade e deverá se tornar um importante equipamento turístico, contando com – além dos equipamentos portuários de fronteira, de saúde, de agropecu-ária e aduana – instalações mais so-fisticadas e tecnológicas nas áreas de check-in e check-out, projetadas den-tro dos padrões internacionais.

Mas o que deve chamar mesmo a atenção dos turistas é o centro de en-tretenimento que, segundo Rebou-ças, deve atrair também os baianos para usufruir dos serviços e da bela

Os velhos galpões, que

obstruíam a visão do mar,

serão substituídos por

construções modernas

e espaçadas, sem prejuízo

da belíssima vista da Baía

de Todos-os-Santos

valor inicial da obra

r$ 30 milhõesvalor atual

r$ 36 milhõesprevisão de inauguraçãoagosto de 2013

paisagem marítima, além de ajudar na revitalização da área do comér-cio. “Teremos um moderno centro gastronômico, que deverá envolver empresários do setor e, consequen-temente, baianos e turistas, que terão o privilégio de comer e beber apreciando a bela vista da Baía de Todos-os-Santos”.

O projeto prevê ainda a ocupação de outros 5,4 mil metros quadrados, onde serão implantados estaciona-mentos para ônibus, vans, automó-veis particulares e táxis, além de uma esplanada, que permitirá aos visitan-tes passear próximo ao mar. A nova

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crea V.4, n. 42, p. 28 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

turismo

28

estação é um alento para o trade tu-rístico e para os visitantes, que costu-mavam se “espremer” na velha e de-fasada estrutura com pouco mais de 300 metros quadrados. Quando for entregue, o novo porto de atracação se transformará, assim, em um termi-nal turístico de padrão internacional, um dos melhores do País.

Na área de lazer e entretenimento do novo terminal marítimo está pre-vista a implantação de lojas de arte-sanato e moda, além de restaurantes, bares e de uma infinidade de atrações culturais, que deixarão o espaço com cara de centro turístico. Somente a área de lazer, segundo o presidente da

Codeba, terá 2,4 mil metros quadra-dos, distribuídos em dois pavimentos (térreo e superior), com grandes vi-draças abertas que revelarão a vista ao mar, antes encoberta pelos enor-mes e centenários galpões. A ideia de inaugurar o terminal em maio, segundo revelou o secretário da Seco-pa, coincidia com o aniversário de 100 anos do porto baiano.

trade turístico

A reestruturação do Porto de Salvador atende a uma velha reivindicação do trade turístico local, que anseia por um equipamento capaz de atender à crescente demanda de cruzeiros ma-

O novo terminal marítimo

de passageiros terá áreas

de lazer e entretenimento,

com lojas de artesanato,

restaurantes e bares

o custo de atracação por dia é de

r$ 230 mil

Page 29: Revista CREA Bahia Edição 42

crea 29V.4, n. 42, p. 29 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

a ideia era iNtegrar o porto àcidade. queríamos descortiNar a baía para os baiaNos e visitaNtes e fazer esta iNtegração traNsformaNdo o empreeNdimeNto em equipameNto turístico”

rítimos, além de apoiar as ações da Copa do Mundo de 2014. Cidade com forte vocação turística, Salvador tem assistido ao crescimento do turismo marítimo nos últimos anos, como destaca Pedro Costa, presidente do Salvador Convention Bureau, mem-bro do Conselho Nacional da Associa-ção Brasileira dos Agentes de Viagem (Abav) e presidente do Conselho Mu-nicipal do Carnaval.

Segundo ele, a despeito da vo-cação para o turismo, que é uma característica marcante da cidade, a sede do terminal tem localização extremamente privilegiada, a Baía de Todos-os-Santos, além de estar em pleno centro de Salvador, cercada por construções seculares e charmo-sas, como Mercado Modelo, Elevador Lacerda e próximo à Bahia Marina, na Avenida Contorno. “Isso se torna um importante diferencial com relação às outras cidades brasileira”, destaca.

Para o representante do trade tu-rístico local, praticamente todos os cruzeiros internacionais que fazem temporada no Brasil passam pelo Por-to de Salvador, o que significa, na sua avaliação, um movimento extraordi-nário, especialmente para o Centro Histórico da capital baiana.

O Porto de Salvador é, atualmente, responsável por uma expressiva mo-vimentação de passageiros. Na última temporada, segundo Costa, nada me-nos que 300 mil passageiros de na-vios de cruzeiro desembarcaram em Salvador. Só no período do Carnaval de 2013, foram mais de 26 mil turistas.

Nenhum outro porto brasileiro, segundo Costa, tem uma posição tão estratégica quanto o da capital baia-na. Mas é preciso, em sua opinião, outras correções. “Os custos das ope-rações portuárias na Bahia ainda são

muito altos. Este ano, cada navio de cruzeiro teve que pagar R$ 230 mil para atracar aqui. Isso encarece muito os custos dos pacotes turísticos e te-mos que ter cuidado para que não se torne um empecilho ao crescimento do turismo nesse segmento, que é tão importante”, adverte.

De acordo com o governo da Bahia, o novo terminal marítimo de pas-sageiros será administrado pela ini-ciativa privada. Mas a empresa que administrará o espaço ainda será es-colhida, segundo ele, depois de um criterioso processo de licitação, a ser aberto após a conclusão das obras.

«

Embora com ritmo acelerado de

construção, o Porto de Salvador

só deve abrir suas portas para

o público em agosto deste ano

José Rebouças, presidente da Codeba

300 milpassageiros desembarcaram no porto de salvador em 2012

Somente no Carnaval de 2013 foram 26 mil passageiros

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>8º ceP

V.4, n. 42, p. 30 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

arco Legal: Competên-cia Profissional para o Desenvolvimento Na-cional é o tema do 8º

CEP – Congresso Estadual de Profis-sionais – que acontece entre os dias 11 e 12 de julho, em Salvador. O ob-jetivo é dar voz às expectativas dos profissionais do segmento tecnoló-gico quanto à definição de políticas, estratégias, programas e integração do Sistema Confea/Crea à socieda-de. Após compilação e aprovação, as propostas serão discutidas na versão nacional do evento.

Entre os propósitos do congresso estão a formulação de um projeto de desenvolvimento sustentável para o País e o aperfeiçoamento da visão de futuro do Confea/Crea, com projeções até 2022. A expectativa é mobilizar 1 milhão de profissionais e cerca de 50 mil lideranças em todo o Brasil.

Para atender às demandas específi-cas e à abrangência das discussões, o 8º CEP será precedido por 27 eventos

microrregionais realizados entre os dias 6 de maio e 28 de junho, nas cida-des-sede das inspetorias do Conselho. “É importante reiterar que o Sistema é feito por todos os profissionais. Esse é um momento em que todos – da ca-pital e do interior – podem e devem participar de maneira igualitária e de-mocrática com propostas que contri-buam para o aprimoramento do seu conselho profissional”, disse o coorde-nador do CEP, engenheiro agrimensor Joseval Carqueija.

Visão amPla

Ainda segundo Carqueija, a realização dos eventos microrregionais demo-cratiza o acesso a todas as esferas de decisões políticas e tecnológicas. “Além de conhecer o verdadeiro papel da instituição, esse contato possibilita o debate em torno de novas ideias. Os profissionais que estão de fora têm uma visão mais ampla sobre o que realmente precisa ser modificado”, complementou.

A diretora geral da Mútua-BA, en-genheira de produção Ineivea Farias, diz que é impossível construir um Sistema forte e unido sem o envol-vimento de todos. “O profissional do interior precisa estar nas rodas de discussões de tudo o que envolve a sua profissão. Precisamos estar cada vez mais perto do interior, das de-mandas e das necessidades do nosso Estado, que tem dimensões conti-nentais”, explicou Farias.

O sentido de renovação é reitera-do pelo conselheiro e professor do departamento de Engenharia de Mi-nas da Ufba, José Baptista Oliveira. “Ao abrir espaço para a participação dos estudantes, o Congresso possi-bilita uma maior aproximação com os futuros profissionais. É também uma forma de buscar a renovação por meio do surgimento de novas li-deranças”, explicou.

De acordo com Oliveira, outro pon-to positivo é o fato de que o contato antecipado com a rotina do Sistema

revisão legal Para

o sisteMaCongresso abre espaço

para contribuições ao aperfeiçoamento do Confea/Crea

por cíntia riBEiro

Page 31: Revista CREA Bahia Edição 42

crea 31V.4, n. 42, p. 31 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

1 >identifique local e data2 >situação existente (descrição da situação que motivou a proposição, incluindo os aspectos legais)3 >Proposição (síntese do que você propõe)4 >justificativa 5 >fundamentação legal 6 >Mecanismos para implementação 7 >Proponente (nome do profissional, entidade de classe)

Atenção: os delegados precisam estar em dia com a anuidade do Crea, não podem ter infringido o Código de ética nos últimos 5 anos e precisam ter apresentado propostas na etapa regional.

>Profissional do sistema Confea/Crea em dia com a anuidade e sem infrações éticas nos últimos cinco anos.>estudantes dos cursos vinculados ao sistema (sem direito a voto).

24 é o número de delegados que a bahia elegerá, incluindo o(s) represenatante(s) do interior

>acesse www.cnp.org.br

EixoS tEmáticoS do 8º cEp

>formação profissional>exercício profissional>organização do sistema>integração profissional e social >inserção internacional

SEtE paSSoS para aprESEntar propoStaS

QUEm podE participar?

>

Ineivea Farias: "Precisamos estar cada vez mais perto do interior"

Confea/Crea e Mútua abre um diálo-go com o estudante sobre temas fun-damentais, a exemplo da importância da atribuição profissional. “Essa troca permite que o Crea seja visto com ou-tros olhos”.

reVisão legal

Na avaliação do presidente do Crea, Marco Amigo, a atualidade do tema central do Congresso é de suma im-portância ao propor a adequação da legislação profissional às demandas do mundo atual. “A tecnologia evolui vertiginosamente. As necessidades profissionais, sociais e as relações tra-

balhistas se modificaram. A legislação deve traduzir o momento que vive-mos”, disse, em referência ao fato de que a primeira legislação é da época do Império (1880).

A segunda chegou anos depois, em 1933, e a terceira só ocorreu em 1966. “Passaram-se 47 anos desde a última reformulação legal relaciona-da à atuação dos profissionais ligados ao Sistema Confea/Crea e Mútua”, complementou. Segundo o presiden-te, além da Lei 5194/66, considerada um marco, outros dispositivos legais interferem direta ou indiretamen-te no trabalho dos profissionais do

arquivo Pessoal

Page 32: Revista CREA Bahia Edição 42

crea32 V.4, n. 42, p. 32 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>maio >cidade >contato

06 teixeira de freitas (73) 3291-3647 / 3291-7444 07 eunápolis (73) 3281-2806 08 ilhéus (73) 3634-1158 09 itabuna (73) 3211-9343 13 luís eduardo Magalhães (77) 3628-6755 14 barreiras (77) 3611-2720 / 3612-3700 15 seabra (75) 3331-1327 16 itaberaba (75) 3251-3213 17 feira de santana (75) 3623-1524 21 jequié (73) 3525-129322 Cruz das almas (75) 3621-3324 23 santo a. de jesus (75) 3631-440424 valença (75) 3641-311127 irecê (74) 3641-3708 / 3641-195728 jacobina (74) 3621 5781

>junho

03 santa Maria da vitória (77) 3483-1090 04 bom jesus da lapa (77) 3481-0301 05 guanambi (77) 3451-1964 06 brumado (77) 3441-332607 vitória da Conquista (77) 3422-1569 / 3427-8843 17 juazeiro (74) 3611-3303 / 3611-818618 Paulo afonso (75) 3281-4887 19 ribeira do Pombal (75) 3276-3896 20 alagoinhas (75) 3421-5638 25 Camaçari (71) 3621-145626 lauro de freitas (71) 3378-7216 / 3288-201227 e 28 salvador - (71) 3453-8937 entidades de classe

conGrESSo EStadUal dE profiSSionaiS do crEa-Baveja a data do evento em sua cidade e programe-se para participar

>8º ceP

Sistema, e precisam ser atualizados, a exemplo da Lei 6496/77, que insti-tuiu a ART e a Mútua.

Na série de textos referenciais do 8º CNP, o engenheiro eletricista Edison Flavio Macedo reitera que os congressos não devem ser conside-rados apenas “mais um evento”, mas, sim, um processo de discussão das extensas interfaces do sistema pro-fissional com a sociedade e as entida-des governamentais. O engenheiro destaca ainda que o debate referente aos marcos legais – terceiro setor, in-ternet, acesso à informação, justiça ambiental, direitos humanos – está na ordem do dia no País.

“O Sistema Confea/Crea e Mútua, em resposta às demandas políticas, sociais e econômicas, não poderia deixar de discutir os seus”, reconhece Macedo, referindo-se a temas impor-tantes como a questão mineral, o novo código florestal, o código de ética e a inovação tecnológica, que, entre ou-tros marcos, estão diretamente liga-dos às mais de 300 profissões (títulos profissionais) diferenciadas, reconheci-das por instrumentos administrativos próprios e abrangentes dos 11 níveis de formação técnica, tecnológica e supe-rior vinculadas ao Sistema.

Para Joseval

Carqueija,

coordenador do

CEP, todos devem

participar de modo

democrático

jo

ão

alv

ar

ez

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crea 33V.4, n. 42, p. 33 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>engenharia

por cíntia riBEiro

as 417 prefeituras do Estado, apenas 45 possuem quadros efetivos de engenharia. O número, divulgado pelo Sin-

dicato dos Engenheiros (Senge-BA), revela o que os especialistas denomi-nam de “sucateamento da engenha-ria” no setor público brasileiro. Na avaliação do presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, trata-se de um processo histórico que remonta ao final dos anos 1970, no final do chamado “Milagre brasi-leiro”. Desse período para cá, cresceu a ilusão de que seria possível alcan-çar o desenvolvimento sem equipes competentes.

“Foram criados municípios que se-quer tinham orçamento. Sem recur-sos, a nação para, e, sem projetos de desenvolvimento, o Estado para junto. Um Estado que aplica parcos recursos em engenharia não pode esperar ex-celentes resultados em planejamento e infraestrutura, por exemplo. Para al-cançar a excelência, é preciso esforço e conhecimento”, sinaliza Amigo.

De acordo com o presidente do Sin-dicato dos Engenheiros, Ubiratã Felix, o sucateamento, evidente nos órgãos

o suCateaMento de uMa Profissãofalta investimento dos gestores públicos em equipes técnicas para suprir as demandas das cidades

estaduais e da prefeitura, ecoa nos demais municípios. No interior, com exceção de Feira Santana, não exis-tem equipes técnicas permanentes e concursadas. “O que há são enge-nheiros contratados por tempo de-terminado e/ou ocupantes de cargos de confiança. A consequência é a ine-xistência de memória técnica. A cada gestão mudam os quadros e o traba-lho é reiniciado”.

Outro problema é o fato de que muitos municípios deixam de captar recursos devido à falta de projetos: não tem quem os faça ou são inade-quados por terem sido feitos por pes-soas não qualificadas. “O prejuízo é grande. A falta de profissionais eleva os custos, seja de previsão, constru-ção e/ou manutenção. Infelizmente, vemos obras de baixa qualidade por conta de projetos mal elaborados,

falta de planejamento, rapidez na conclusão e alto custo de manuten-ção”, aponta o diretor da Escola Poli-técnica da Ufba, Luiz Edmundo Prado Campos.

Os equívocos não param por aí. A falta de projetos faz com que municí-pios deixem de investir o que estava inicialmente previsto em setores im-portantes. É notório também que os gestores públicos privilegiam cada vez mais as áreas econômica e jurí-dica em detrimento da engenharia. “O foco das administrações públicas têm sido o aumento de arrecadação, enquanto a engenharia está na outra ponta: é onde se gastam recursos vi-sando atender a sociedade com obras de infraestrutura.”

desValorização

A depreciação salarial também é apontada pelo diretor da Escola Po-litécnica como fator preponderante no processo de desvalorização pro-fissional junto aos órgãos públicos, o que, consequentemente, torna o mercado privado mais atrativo para os profissionais do segmento tecnológico. Para Campos, “hoje, a estabilidade no emprego é o gran-de incentivo para a permanência do

280% é a defasagem

salarial acumulada por engenheiros e

arquitetos em empregos municipais, segundo

a asmea

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crea34 V.4, n. 42, p. 34 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>engenharia

profissional no setor público”. Segundo ele, são inúmeras as ma-

neiras de driblar a remuneração justa, dentre elas a não contratação como engenheiro, os serviços prestados na forma de consultoria, cargo comissio-nado, redução de horas trabalhadas, pagamento de diárias. “Dessa manei-ra, fica difícil exigir o salário mínimo profissional. Ao meu ver, esse quadro só pode ser revertido por meio de um choque de gestão, com pagamento digno, plano de cargos e salários, capa-citação e valorização”. O presidente do Crea concorda que a saída é investir no binômio formação/remuneração. “Só se obtém valor, valorizando. Bons pro-fissionais, em sua maioria, buscarão sempre as melhores oportunidades”.

De acordo com a Associação Mu-nicipal de Engenheiros e Arquitetos de Salvador (Asmea), a média sala-rial dos 175 engenheiros da Prefeitura é de apenas R$ 2.384,59. Segundo o vice-presidente da associação, enge-nheiro civil Luis Paulo Argollo, as duas categorias já acumulam uma defasa-gem salarial de 280%, contra 40% dos demais serventuários municipais. Os números foram fornecidos em março do ano passado pela Consultoria Pon-tus com base em pesquisa de merca-do realizada em dez capitais brasilei-ras, nos setores públicos e privados. À época, a empresa foi contratada pela própria prefeitura para apresen-tar uma proposta de Plano de Cargo, Carreira e Vencimento – PCCV.

“Na gestão passada, entre 2005 e 2012, os níveis fundamental e médio tiveram reajustes de 203%, enquanto o aumento para engenheiros e arqui-tetos foi de apenas 55%.Nossa expec-tativa é a de que a atual administra-ção valorize os servidores técnicos de engenharia e arquitetura através da aprovação do PCCV”, cobrou Argo-lo. Outra proposta apresentada pela Asmea é a criação de um cargo único

agregando engenheiros e arquitetos, o que garantiria maior eficiência e mobilidade para a gestão municipal. O Secretário Municipal de Gestão, Alexandre Pauperio, confirmou que recebeu das entidades representati-vas os estudos sobre a defasagem. “Vamos analisar a situação com pro-fundidade, de forma a construirmos alternativas viáveis. O momento das finanças municipais é crítico e exige

Na opinião de Luiz Edmundo

Prado Campos, da Escola

Politécnica da Ufba, a falta

de projetos faz com que os

municípios deixem de investir

em setores importantes

Pa

ulo

Ma

Ced

o

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crea 35V.4, n. 42, p. 35 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Marco Amigo, presidente do Crea-BA

muito cuidado com o incremento de gastos. Só podemos assumir o que ti-ver viabilidade”, adiantou.

Plano de cargos e salários

O secretário reconhece a importância do Plano de Cargos, Carreira e Ven-cimento para o desenvolvimento de carreiras dentro do setor público, mas não precisou quando este será im-plantado. “Esse PCCV foi desenvolvi-do no ano passado e ainda precisa ser analisado com cuidado, de forma que possa ser implantado, tendo em vista as reais condições do município. Será discutido com os servidores na mesa permanente de negociação”.

A Resolução 397/85 do Confea de-termina a competência dos Creas na fiscalização do cumprimento à Lei 4950-A que estabelece o salário mí-nimo profissional – remuneração de 6 salários mínimos para 6h/dia e 8,5 para a jornada de 8 h/dia. Caso o empregador descumpra a legislação, caberá ao Conselho multá-lo. O as-sessor técnico, engenheiro agrônomo Eduardo Rode, explica que, no caso dos concursos públicos enquadrados no regime de contratação celetista, o Crea aciona o órgão realizador para correção do edital e em seguida co-munica a irregularidade ao Ministério Público do Trabalho para que sejam tomadas as medidas legais cabíveis.

“No entanto, na maioria dos editais que temos visto, as contratações es-tão sendo feitas com base no Regime Jurídico Único ou pelo Reda. Nesses casos, não se configura a obrigatorie-dade de observar a Lei 4950-A”, expli-ca. Ainda segundo o assessor, as in-conformidades detectadas em editais não se resumem à questão do SMP. “Por desconhecimento, muitos ór-gãos excluem determinada profissão que têm atribuições assemelhadas e, portanto, deveriam ser contempladas no processo seletivo. Desenvolvemos ações junto ao IFBA, em três editais, DNIT, Funceb e Petrobras”.

Somados, todos esses fatores – desvalorização e baixa remuneração – contribuem ainda mais para aumen-tar a carência de mão de obra especia-

lizada. “Não temos engenheiros sufi-cientes para atender à demanda de um País com potencial de crescimen-to. Não quero dizer que necessitamos importar um grande número de pro-fissionais. Podemos simplesmente re-qualificar aqueles que migraram para outras atividades. Sem valorização, eles não terão interesse em retornar ”, analisou o diretor da Escola Politécnica, Luiz Edmundo Campos.

A afirmativa do professor reforça o fato de que, mesmo com a econo-mia brasileira passando por um ligeiro desaquecimento, o setor privado ofe-rece melhores chances para os profis-sionais, não apenas do ponto de vis-ta da remuneração, mas também da mobilidade e da oferta de vagas em áreas diversificadas.

foram criados muNicípios que sequer tiNham orçameNto. sem recursos, a Nação para, e sem projetos de deseNvolvimeNto, o estado para juNto. um estado que aplica parcos recursos em eNgeNharia Não pode esperar exceleNtes resultados em plaNejameNto e iNfraestrutura"

«

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crea V.4, n. 42, p. 36 - jan/fev/mar.2013 - Bahia36

“o desenvolviMento das engenharias é estratégiCo Para o Progresso”

“o PlanejaMento dosisteMa elétriCobrasileiro é Muito boM"

urante 30 anos, o engenhei-ro Antônio Carlos Ferreira Bastos atuou como voluntá-rio do IEEE – The Institute of

Electrical Engineers Inc, a maior orga-nização internacional de profissionais liberais do mundo. Em janeiro último, o profissional foi homenageado pelo mesmo instituto pelos serviços pres-tados, tendo inclusive chegado ao cargo de vice-presidente. Especialis-ta em energia, Bastos não crê que o Brasil esteja passando por uma crise energética. Mas adverte que é preciso atenção para que no futuro isso não venha acontecer. Na entrevista a se-guir, o engenheiro analisa a questão dos apagões, que têm causado prejuí-zos à população e à economia do País, e diz o governo tem, sim, um bom planejamento no setor elétrico, mas faltam investimentos pesados na área. Graduado em engenharia elétri-ca pela Ufba (1969) e em engenharia civil politécnica, também pela Ufba (1963), Bastos é mestre em Engenha-

sarial depende da disponibilidade de engenheiros qualificados. Sem eles, não é possível viabilizar qualquer pro-jeto de desenvolvimento econômico.

Em quais áreas esses profissionais es-tão mais escassos?No Brasil, há 600 mil engenheiros, o equivalente a seis profissionais para cada mil trabalhadores. Nos Estados Unidos e no Japão, a proporção é de 25 engenheiros por mil trabalhadores. Além disso, dos 40 mil engenheiros que se diplomam anualmente no Bra-sil, mais da metade opta pela enge-nharia civil. Assim, setores como os de petróleo, gás e biocombustível são os que mais sofrem com a escassez des-ses profissionais.

Como é possível reverter a situação?A reversão desta tendência deve ser iniciada nos primeiros anos da educa-ção formal primária e secundária dos seus cidadãos, como fazem os países desenvolvidos. No IEEE, por exemplo,

>entreVista Antônio Carlos Ferreira Bastos, engenheiro eletricista

por ronaldo Brito fotoS paUlo macEdo

ria de Potência Elétrica – Rensselaer Polytechnic Institute (1979) e em Ad-ministração – Rensselaer Polytechnic Institute (1979). Atualmente é diretor da DSM - Consultoria Internacional de Engenharia Elétrica Ltda e volun-tário do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos. Como ges-tor, tem larga vivência na área de ad-ministração nos temas planejamen-to estratégico, coordenação e gestão de projetos.

Especialistas afirmam que um dos entraves no desenvolvimento do Brasil é a falta de engenheiros. O se-nhor concorda?Sim, completamente. O desenvolvi-mento das engenharias e seus profis-sionais, bem como a disponibilidade destes, em número compatível com as demandas do mercado, é estratégi-co para o progresso de qualquer país. Não resta a menor dúvida que o ritmo do desenvolvimento do setor empre-

especialista em energia, o engenheiro antonio Carlosferreira bastos analisa a situação energética brasileira

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crea 37V.4, n. 42, p. 37 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

onde servi voluntariamente, durante 30 anos, temos programas dirigidos para atrair jovens estudantes para a carreira de engenharia. Nas univer-sidades, devemos estabelecer bons programas de educação tecnológica e, em relação ao mercado, deve ser incentivada a abertura de vagas com boas oportunidades de crescimento e remuneração.

O senhor tem vasta experiência na área de energia. Como analisa a cri-se energética que vivemos hoje? Ou não estamos em crise?A minha experiência profissional se situa na área de energia elétrica e administração de empresas, em fun-ção de 30 anos de serviços dedicados ao setor elétrico brasileiro, através da concessionária local. Fui admi-tido na empresa como engenheiro recém-formado e nela ascendi até os cargos do primeiro escalão, quando me aposentei. Creio que, na gestão operacional do sistema elétrico, con-

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crea V.4, n. 42, p. 38 - jan/fev/mar.2013 - Bahia38

“o deseNvolvimeNto ecoNômico Não deve comprometer o meio ambieNte. os empreeNdimeNtos devem se submeter à legislação ambieNtal e esta deve estar estabelecida de modo a permitir, taNto quaNto possível, o aproveitameNto dos Nossos recursos Naturais”

>entreVista Antônio Carlos Ferreira Bastos, engenheiro eletricista

«

vivemos com o desafio permanente de manter a qualidade do serviço, ou seja, serviço contínuo e com níveis de tensão adequados ao funcionamento dos equipamentos dos consumidores. Para isso, as concessionárias buscam adequar a oferta de energia, repre-sentada pelas suas instalações de geração, transmissão e distribuição, à demanda existente, representada pelas cargas dos consumidores. Estas, por sua vez, dependem da vitalidade da economia e do crescimento do PIB nacional. Uma crise no sistema elétri-co é caracterizada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, em que a oferta de energia do sistema elétrico não é capaz de atender à demanda do mercado. Nessas circunstâncias, o setor elétrico usualmente utiliza medidas de exceção para manter a demanda em níveis suportáveis pelo sistema e/ou aumenta a oferta com adição de mais geração ao sistema elétrico. Tivemos duas experiências de racionamento de energia no Nor-deste, uma em 1987 e outra em 2001 (esta nacional). A participação do consumidor com redução de seu con-sumo e do governo com a adição de usinas térmicas foi fundamental para ultrapassar o período da crise e resta-belecer o equilíbrio. Assim, ainda não estamos vivendo uma crise energéti-

ca. No entanto, esta é uma questão dinâmica. Devemos ser capazes de prever e estar atentos para evitá-la.

O que faltou o governo fazer? Plane-jamento? O planejamento do sistema elétri-co brasileiro existe e é muito bom. O problema usual é pôr em prática aquilo que se planejou, o que depen-de de recursos para investimentos, normalmente pesados, e, em muitos casos, vontade política para priorizar os investimentos. O sistema elétrico brasileiro ainda é bastante dependen-te da hidroeletricidade, e a oferta de energia é função do regime de chuvas na cabeceira dos rios. Contudo, após recentes racionamentos, o perfil de geração tem evoluído para ampliar e diversificar a geração de energia, a partir de outras fontes, especialmen-te as usinas termoelétricas.

Nos últimos anos, temos assistido a uma sucessão de apagões. Estamos à beira de colapso na área de energia?Os apagões podem ocorrer não so-mente devido à deficiência na oferta de energia elétrica, mas também pela ocorrência de falhas na operação dos sistemas de transmissão, por par-te das concessionárias, e/ou causas naturais eventuais. Um sistema de

transmissão inadequado trabalhan-do em sobrecarga, falhas na atuação de equipamentos por deficiência na manutenção, ocorrência de raios são alguns exemplos de causas de inter-rupção do fornecimento, afetando vários estados e cidades. O sistema elétrico brasileiro é interligado, e uma falha em um ponto pode isolar toda uma região, o que temos visto em outros países e, com certa frequên-cia, no Brasil. Esta é, de fato, uma cri-se de operação e manutenção a que estamos sujeitos eventualmente, não uma crise energética.

A economia feita durante os horários de verão é real? Sim, é real. Como sabemos, o horário de verão tem como objetivo diminuir o risco de problemas de fornecimen-to de energia elétrica no período em que a demanda cresce, devido ao ca-lor intenso e à produção industrial de fim de ano. Com luminosidade natu-ral por mais tempo, a concentração do consumo se dilui das 18h às 22h, evitando a sobrecarga no sistema. Na última década, segundo o Minis-tério das Minas e Energia, o horário de verão possibilitou redução média de 4,6% na demanda por energia no horário de pico, das 18h às 21h. A es-timativa do governo é que a edição deste ano tenha sido suficiente para uma economia de R$ 280 milhões e uma redução média de cerca de 5% na demanda por energia nessa faixa horária. Na edição anterior, segun-do o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o País economizou R$ 160 milhões.

Que outras soluções nós poderíamos adotar para economizar energia?A utilização de energias alternativas, tais como energia eólica, solar, peque-nas centrais hidroelétricas, biomassa,

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creaV.3, n. 42, p. 39 - jan/fev/mar.2013 - Bahia 39

“dos 40 mil eNgeNheiros que se diplomam aNualmeNte No brasil, mais da metade opta pela eNgeNharia civil. assim, setores como os de petróleo, gás e biocombustível são os que mais sofrem com a escassez desses profissioNais”

«

além da importante conscientização do usuário para consumir racional-mente a energia elétrica.

Há quem afirme que o governo pen-sou no crescimento econômico, mas não avaliou questões fundamentais como a energia, por exemplo. Como o senhor avalia isso? Ao elaborar o planejamento econô-mico para o País, é indispensável con-siderar certos itens a ele diretamente vinculados, como a infraestrutura, aí incluída a ampliação do sistema elétrico para suportar o crescimento econômico pretendido. Há mesmo uma relação direta entre o cresci-mento do PIB e a oferta de energia elétrica, que deve ser capaz de ga-rantir tal crescimento. Nos progra-mas PAC do atual governo existem diversas obras de energia elétrica. O problema que às vezes ocorre é aque-le que mencionamos acima, ou seja, “fazer acontecer”.

Hoje se fala muito na energia reno-vável, como o senhor vê essas alter-nativas?Com muita simpatia e como uma so-lução sustentável para o nosso cresci-mento.

E as polêmicas envolvendo as usinas nucleares? Elas são mesmo necessá-rias?O problema com a geração nuclear é o risco ambiental. Quando há aciden-tes, geralmente eles são danosos ao meio ambiente e à espécie humana, haja vista os casos já ocorridos em pa-íses desenvolvidos, como as usinas de Two Mile Island, nos EUA, e Scherno-byl, na Rússia. Daí, a adoção da gera-ção nuclear é feita com certa reserva. Contudo, há importantes vantagens técnicas e econômicas no uso deste tipo de geração.

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>entreVista Antônio Carlos Ferreira Bastos, engenheiro eletricista

O governo tem anunciado novas al-ternativas, e a iniciativa privada tem investido em termoelétricas. Essa se-ria uma solução?Durante os racionamentos de ener-gia de 1987 e 2001, ficou ressaltada a grande dependência que o sistema elétrico tem da fonte hidroelétrica. Isto ocorre em função do grande po-tencial energético de que o País des-fruta nesse tipo de fonte. Uma grande parcela desse potencial já foi aprovei-tada e ainda resta grande parte a ser igualmente explorada. A energia hi-droelétrica responde hoje por mais de 75% das fontes de energia elétrica do País. Contudo, não se deve “por todos os ovos em um só cesto” e, também aqui, é necessário diversificar, espe-cialmente pelo fato de que os rios que fornecem a água obedecem a um regime cíclico de chuvas, ou seja, há um período úmido e um período seco, que afetam a quantidade de energia gerada. Então, graças ao advento e à ampliação do parque gerador termo-elétrico, especialmente a gás natural, não estamos hoje mergulhados em outro racionamento de energia. Em outras palavras, o governo aprendeu a lição dos racionamentos anteriores e diversificou razoavelmente o seu parque gerador.

Projetos de usinas hidrelétricas, como Belo Monte, têm gerado mui-ta polêmica, especialmente porque ativistas ambientais acreditam que a usina vai comprometer o Rio Xingu. Como investir no desenvolvimento sem prejuízo para a natureza?A palavra correta é negociação. O de-senvolvimento econômico não deve comprometer o meio ambiente. Os empreendimentos devem se subme-ter à legislação ambiental e esta deve estar estabelecida de modo a permi-tir, tanto quanto possível, o aproveita-

“o plaNejameNto do sistema elétrico brasileiro existe e é muito bom. o problema usual é pôr em prática aquilo que se plaNejou, o que depeNde de recursos para iNvestimeNtos, NormalmeNte pesados, e, em muitos casos, voNtade política para priorizar os iNvestimeNtos”

«

mento dos nossos recursos naturais. Temos grande potencial hidroelétrico que, uma vez utilizado, representa grande economia de divisas para o País, que, de outra forma, teria que importar a energia de que tanto ne-cessita.

O senhor ganhou reconhecimento do IEEE Foundation por serviços presta-dos ao seu Board of Directors. O que representa essa certificação?O IEEE, sigla para Institute of Electrical Engineers Inc, é a maior organização internacional de profissionais liberais do mundo. O IEEE não tem fins lucrati-vos, tem sede nos Estados Unidos, 128 anos de fundado e conta com mais de 400 mil engenheiros das áreas de eletricidade, eletrônica e ramos afins, em cerca de 180 países. A sua missão é trabalhar pelo desenvolvimento

das engenharias e dos engenheiros dessas áreas do conhecimento, para o benefício da humanidade. O reco-nhecimento recebido representa o coroamento de 30 anos de serviços voluntários ao IEEE e IEEE Foundation, pelo exercício, em funções de lideran-ça, dos mais altos cargos da organi-zação, principalmente como membro do Board of Directors do IEEE e do IEEE Foundation, que juntos totalizaram dez anos. Com apoio da Coelba, fui honrado pelo voto direto dos colegas de 15 países da América Latina para o cargo de Diretor do IEEE representan-do a região. Em seguida, pela confian-ça dos colegas estrangeiros, fui eleito para cargos como secretário mundial, vice-presidente de atividades regio-nais, diretor e vice-presidente grants do IEEE Foundation. Nesse período, fui reconhecido com os dois maiores prêmios de serviço do IEEE, o William Middleton Distinguished Award e o Haraden Pratt Service Award, prê-mios altamente cobiçados pelos de-mais colegas do IEEE.

O que o senhor considera que tenha sido uma importante contribuição sua para a instituição?Poderia citar várias contribuições oferecidas ao Instituto nesses 30 anos, contudo acho que o meu exemplo pessoal ao emergir de uma cidade da América Latina, como sim-ples engenheiro e associado na re-gião Nordeste do País, para exercer importantes funções de direção em uma organização com tamanha re-putação internacional, e ser reconhe-cido por sua atuação em prol da in-ternacionalização do IEEE, prova que esta é uma instituição altamente democrática. Nesse sentido, o meu exemplo de dedicação ao instituto e perseguição desta meta foi uma importante contribuição.

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V.4, n. 42, p. 3 - jan/fev/mar.2013 - Bahia crea 41

>engenharia

V.4, n. 41, p. 37 - out/nov/dez.2012 - Bahia 41

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crea V.4, n. 42, p. 42 - jan/fev/mar.2013 - Bahia42

>meio ambiente

ensino de engenharia

aCústiCa renova MerCado

brasileiroprimeiro curso de

engenharia acústica do brasil, no rio grande do sul, sinaliza a demanda

por especialistas na área em todo o país

por ronaldo BritofotoS joão alvarEz

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crea 43V.4, n. 42, p. 43 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

alvador é considerada a cidade mais barulhenta do Brasil. A constatação é da Organização Mundial

de Saúde (OMS), que desde 2009 colocou a capital baiana no topo do ranking nacional. Essa situação crítica tem demandado cuidados especiais dos arquitetos e enge-nheiros, que não cansam de bus-car soluções para garantir o isola-mento acústico nas construções modernas. Até bem pouco tempo, essa área era dominada pelos pro-fissionais de arquitetura, mas, aos poucos, vem ganhando terreno nos domínios da engenharia.

Na Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foi criado o primeiro curso de en-genharia acústica do Brasil que, so-mente no ano que vem, vai colocar

no mercado brasileiro os primeiros 40 profissionais. Coincidência in-feliz, no município gaúcho que abriga o curso, aconteceu recente-mente uma das maiores tragédias do País, provocada pela instalação equivocada do sistema acústico da boate Kiss, que vitimou mais de duas centenas de jovens.

O episódio, lamentavelmente, serve de exemplo para a necessi-dade de se olhar com mais serieda-de para a questão que, até então, não parecia ser considerada priori-dade. A missão destes novos enge-nheiros é encontrar soluções para garantir o conforto acústico e, so-bretudo, garantir a segurança das pessoas nas estruturas prediais. PhD em engenharia acústica, o professor da instituição Andrey R. da Silva garante que a nova gradu-

ação vem atender a uma demanda do mercado.

“Na verdade, há um equivoco ao afirmarmos que a preocupação com a acústica esteve historica-mente atrelada à arquitetura. De fato, boa parte da pesquisa daquilo que chamamos de conforto acústi-co também tem sido desenvolvida dentro da arquitetura. Conforto acústico lida, principalmente, com a qualidade acústica no interior de ambientes como teatros, salas de aula e auditórios”, explica.

engenharia

O que, a princípio, pode parecer novidade – o interesse da enge-nharia por esta especialidade – é um tema familiar aos profissionais da área. “Há muito, outras áreas da acústica que estão sendo in-

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crea44

>meio ambiente

V.4, n. 42, p. 44 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

vestigadas dentro das engenharias. Um exemplo é o que chamamos de acústica estrutural, que lida com a transmissão e o isolamento de ruído em estruturas prediais. Outra área importante da acústica, que vem sendo desenvolvida dentro da enge-nharia mecânica, é a que se conhece por controle de ruídos e vibrações, que lida, sobretudo, com a geração de som em motores, automóveis, turbi-nas e equipamentos em geral”.

Há ainda, segundo ele, outras áreas importantes da acústica sendo inves-tigadas por outros ramos das enge-nharias “como eletroacústica e siste-mas de áudio, na engenharia elétrica, por exemplo”. Foi exatamente esse caráter amplamente indisciplinar que levou a universidade a criar a gradu-ação. “O objetivo é sintetizar em um

único núcleo todos os tópicos. Desta forma, esperamos que o engenheiro acústico esteja capacitado a lidar com todo tipo de problemas”.

A demanda por esses profissionais, na opinião do professor, abrirá novos mercados. Afinal, eles estarão capa-citados a administrar problemas em múltiplas áreas onde questões acústi-

cas são fundamentais, como controle de ruído, conforto acústico, tecnologia de áudio, acústica estrutural, controle de vibrações estruturais em sistemas de engenharia e assim por diante. “Além disso, o engenheiro acústico deverá ser capaz de dialogar com ou-tras áreas do conhecimento, nas quais a acústica tem papel preponderante, como a medicina, a fonoaudiologia, a oceanografia, entre outras”.

redução de riscos

Por orientação da Organização Mun-dial da Saúde (OMS), as políticas pú-blicas para evitar a exposição do ser humano ao ruído têm se tornado cada vez mais severas em muitos pa-íses do mundo, sobretudo em países emergentes como o Brasil. Inclusive, muitas condições alfandegárias que regulamentam a entrada de produtos brasileiros em mercados internacio-nais exigem que os produtos nacio-nais tenham emissões de ruído abai-xo dos níveis preestabelecidos por normas internacionais.

“Internamente, o enrijecimento dessas políticas públicas em relação ao ruído pode ser percebido nas es-pecificações e selos que, atualmente, acompanham eletrodomésticos, au-tomóveis e equipamentos eletrome-cânicos em geral. Nesse panorama, a atuação do engenheiro acústico torna-se essencial tanto na criação de políticas públicas em relação ao ruído

Andrey R.da Silva, Ph.D em acústica e professor da Universidade Federal de Santa Maria

"o eNgeNheiro acústicodeverá ser capaz de dialogar com outras áreas do coNhecimeNto, Nas quais a acústica tem papel prepoNderaNte, comoa mediciNa, a foNoaudiologia, aoceaNografia, eNtre outras”

«

Das

construções

civis aos

aparelhos de

uso doméstico,

o controle do

ruído é

fundamental

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creaV.4, n. 42, p. 45 - jan/fev/mar.2013 - Bahia 45

quanto no desenvolvimento de tec-nologias para a criação de produtos mais silenciosos”, explica Silva.

A entrada desses novos profissio-nais na área não deve estremecer as relações entre as categorias de en-genheiros e arquitetos. Pelo menos é o que pensa o arquiteto Nelson Damasceno, da Ufba. Lotado no de-partamento de obras da instituição, o baiano sempre se ateve à preocu-pação com a acústica. Mesmo assim, quando esteve à frente do projeto do atual Teatro Santo Antônio, da Escola de Teatro da Ufba, contou com a par-ceria de um engenheiro especializado em acústica.

Segundo ele, as duas áreas, traba-lhando juntas, só irão somar para a obtenção de um resultado eficaz. “Do

ponto de vista da construção civil, há hoje no mercado uma série de produ-tos de alta performance no controle de transmissão e absorção sonora que, pelo que tudo indica, tendem a se tor-nar cada vez mais acessíveis. A única preocupação é que o arquiteto ocupa--se também com a questão estética”.

educação

Já o problema do ruído nas cidades, na avaliação do arquiteto, não depen-de apenas dos adventos tecnológicos. “Para que as cidades tornem-se mais silenciosas, é necessário, sobretudo, um processo de educação em diversos níveis sociais, que exponha à socieda-de quais são os inúmeros riscos rela-cionados ao ruído. Neste sentido, os agentes governamentais, em conjunto

com as universidades, têm um papel fundamental”, defende Damasceno.

A preocupação do arquiteto faz sentido. A política pública no Bra-sil em relação ao ruído tem andado a passos tímidos em relação àquilo que se observa nos países da Améri-ca do Norte e Europa. “Apesar disso, os avanços observados na última dé-cada no Brasil são inegáveis. Existem hoje normas muito mais rígidas e pre-cisas que regulamentam a exposição humana ao ruído em diversas esferas, como a NBR 10152, que atua sobre as exigências do conforto acústico. A atual demanda da indústria da cons-trução civil por uma adequação dos seus produtos em relação ao que rege a norma NBR 10152 já é algo bem evi-dente”, acredita.

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crea46

>tecnologia

V.4, n. 42, p. 46 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

a era dos smartphones, apli-cativos e redes sociais, con-siderados protagonistas da

revolução tecnológica, inúmeros projetos ganharam um toque de modernidade para alcançar a asser-tividade nas ações. O Crea, autarquia federal que fiscaliza as profissões da área tecnológica, não poderia ficar de fora da seara cibernética e, entre muitas ações, incrementou a fiscali-zação com um veículo equipado com câmeras e GPS.

Qualificado pelo uso do GPS Tra-ckMaker e MapSource como sof-twares de gerenciamento de rotas em conjunto com o Google Earth, o projeto possibilita a realização de diligências processuais, a entrega de correspondências e todas as ativida-des geolocalizadas feitas pela insti-tuição. Todo o material (visualização de fotos, mapas e coordenadas) é encaminhado aos fiscais do Crea por meio de smartphones.

A característica invasiva da esta-ção móvel, ao identificar, captar ima-gens e vídeos geográficos de várias áreas de Salvador, justifica o apelido dado à iniciativa. “Ele chega sem ser convidado e fica observando tudo nas

eM Conexão direta CoM o futurofiscalização do Crea-ba é incrementada com veículo móvel equipado com câmeras e gPs

por marcoS fonSEca E nadja pachEcofotoS joão alvarEz

ruas, registrando o que ocorre”, com-pleta o coordenador da Fiscalização do Crea-BA, engenheiro agrônomo João Falcão, que batizou o projeto como “Abelhudo”.

Projeto-Piloto

De acordo com o coordenador, o equi-pamento também será responsável por coletar as informações sobre va-riados tipos de empreendimentos fis-calizáveis e que tenham a intervenção de profissionais da engenharia. “O projeto-piloto teve início em Salvador, com atuação nos bairros da Pituba, Amaralina e Rio Vermelho, locais onde podem ser encontradas mais obras a fiscalizar. Depois de aprovado, o uso e a aplicação do dispositivo serão im-plementado nas Inspetorias Regionais do Conselho”.

Segundo Falcão, o projeto foi con-tratado inicialmente por um período de três meses. Em maio, será reali-zada uma força-tarefa, levando em consideração os dados coletados pelo identificador. Na ocasião, serão anali-sados os efeitos do “Abelhudo” para a fiscalização e o seu custo-benefício. “O Crea-BA foi pioneiro no Brasil na implantação de softwares de geren-

ciamento de rotas e, com certeza, não deverá ser o único, pois o Distrito Fe-deral já manifestou interesse em co-nhecer a tecnologia”.

O mapeamento das informações não é feito apenas pela estação mó-vel, o projeto conta também com uma base fixa, chamada de Centro de Ge-renciamento de Informações (CGI), que encaminha, em tempo real, to-dos os dados que são coletados pelo identificador nas ruas da cidade.

A administração das informações é uma das atribuições da Supervisão de Planejamento e Controle (Supla), inserida na Coordenação de Fiscaliza-ção do Crea, que também é responsá-vel pelo armazenamento, tratamento e distribuição dos dados gerados pelo identificador. Antes do projeto “Abe-lhudo”, a instituição trabalhava com o Sistema de Informação Geográfica (SIG), mas em pequena escala, sem envolvimento mais aprofundado dos agentes de fiscalização.

Segundo o supervisor da Supla, Fá-bio Ricardo Oliveira, o equipamento colabora com a eficácia da fiscaliza-ção. “O fiscal não precisa mais buscar o local a ser inspecionado, o identifi-cador realiza esse trabalho por ele, ga-

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creaV.4, n. 42, p. 47 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

rantindo agilidade ao serviço”, acres-centa, defendendo que o “Abelhudo” é a melhor forma para exercer a ativi-dade de fiscalizar utilizando as novas tecnologias.

resultados

Entre as vantagens da implementa-ção do sensoriamento remoto terres-tre para o Crea-BA, Oliveira destaca o alto nível de acerto nas diligências, a redução de custos e a eficiência, além da eficácia no planejamento e geren-ciamento das atividades e do acesso facilitado às informações necessárias para o planejamento e execução de cada ação de fiscalização.

Até o fechamento desta edição, 1.484 empreendimentos já haviam sido catalogados e 547,14 km percor-ridos pelo “Abelhudo”, alcançando um total de 301 ruas/logradouros. O resultado foi de 1.262 ocorrências (empreendimentos potencialmente fiscalizáveis).

A ação de acompanhar e super-visionar o exercício profissional nas áreas de engenheira, agronomia, ge-ologia, geografia, meteorologia, tanto no nível superior, quanto tecnólogo e técnico de nível médio, tem acon-tecido de modo contínuo, a fim de assegurar a participação efetiva de profissionais habilitados nos serviços prestados, prezando pela salvaguarda da sociedade.

47

O "Abelhudo" do Crea

já percorreu mais de

500 quilômetros na

cidade, fiscalizando

um total de 301 ruas

33 fiscais no interior e 17 na capital realizam o trabalho de fiscalização do Crea

9.150 obras foram inspecionadas no

interior e 2.207 em Salvador em 2012

além da sede, em salvador, o Crea possui inspetorias

regionais em

27 cidades do interior da bahia

>

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crea48 V.4, n. 42, p. 46 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

>artigo liliane de queiroz antonio

Ao ouvir a palavra empreen-der, muitos acreditam que estamos nos referindo a um termo atual, surgido na era da informação e/ou do co-nhecimento. Enganam-se. Empreender, em sentido lato, deriva de prehendere, do latim, que significa pren-der, agarrar. Ao empreen-dedor, antes de mais nada, faz-se necessário criar, de-senvolver, realizar aquilo que se pensa e que se tem como visão. Ser empreen-dedor não é simplesmente abrir um negócio e, sim, tornar-se competitivo.

Independentemente da área, o maior desafio do em-preendedor é trabalhar com foco único, processos claros e bem mapeados, e mapea-dos, obviamente, com base na realidade, mantendo a equipe motivada em seus diversos níveis e proativa em seus resultados. Sonho? Lógico que não, apenas re-sultados construídos a par-tir da gestão estratégica de pessoas e de processos.

A união entre engenhei-ro e empreendedor, sem dúvida, resulta em ótima combinação. Somamos as características da profissão e a formação sólida em pro-cessos aos mais profundos desafios de empreender no século 21, que são a cora-gem de correr riscos, a per-sistência e a capacidade de pensar junto com o cliente

e de identificar nichos até então desconhecidos ou pouco valorizados.

Ao digitar em sites de buscas as palavras enge-nheiro + empreendedor, ob-temos 780 mil citações em apenas dez segundos, o que nos leva a questionar a ri-queza do universo que hoje associa esse dois termos. Se nos aprofundarmos nos links, veremos títulos que chamam especialmente a atenção e que versam sobre a necessidade de capacitar os futuros engenheiros a se-rem empreendedores.

É fato que muitas insti-tuições de ensino já buscam impregnar esse espírito em seus discentes por meio de incubadoras ou empresas juniores. Mas, ao mesmo tempo, muitas fazem o mea culpa por haver em suas grades curriculares poucas disciplinas voltadas ao em-preendedorismo. Observa-mos, entre engenheiros e especialistas, que o perfil desses estudantes tem exi-gido que essas instituições se adaptem às caracterís-ticas empreendedoras dos futuros engenheiros.

Sim, pois hoje, eles já che-gam à faculdade desejosos de resolverem problemas e, em algumas situações, or-ganizam-se em grupos para empreender, independente-mente do apoio institucio-nal, o que demonstra certo

sensu, de estágio no exte-rior, de um projeto de pes-quisa ou de uma parceria com setores diversos, que os atualize em áreas como economia ou administra-ção, entre outras.

É importante salientar que não adianta o enge-nheiro deter conhecimento e informação quanto aos processos e produtos. Aci-ma de tudo, ele precisa sa-ber administrar o próprio negócio, bem como verificar a viabilidade técnica e finan-ceira de cada produto, pro-cesso ou nicho de mercado. Tão importante quanto a formação em engenharia é o comportamento empre-endedor e a ação empreen-dedora no dia a dia.

No contexto contempo-râneo, várias são as ações voltadas à formação do engenheiro-empreendedor, seja por parte dos sindicatos ou pelos meios midiáticos, que oferecem, via educação a distância, capacitações e cursos sobre temas que

engenheiro empreendedor

despreparo das faculdades e centros universitários, no que tange a este importan-te e necessário tema.

O perfil desses enge-nheiros-empreendedores revela-se, normalmente, no início do curso. São alunos que gostam de trabalhar coletivamente, que correm atrás de oportunidades de aprendizagem e que, a par-tir de uma ideia, pensam imediatamente em um pro-duto ou na melhoria de um processo já existente. Infe-lizmente, ao longo do curso, a quantidade excessiva de conteúdo teórico e a pouca prática, associada ao des-preparo dos docentes, aca-bam por desestimulá-los.

Deste modo, cada vez mais, precisamos dar apoio institucional, logístico e hu-mano ao discente que ora finaliza a sua graduação, estimulando-o a pensar em educação continuada, em aprendizado contínuo, seja por meio de uma pós-gra-duação lato sensu ou stricto

"a uNião eNtre eNgeNheiro e empreeNdedor resulta, sem dúvida, em ótima combiNação. somamos as características da profissão aos desafios de empreeNder No século 21"

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creaV.4, n. 42, p. 47 - jan/fev/mar.2013 - Bahia 49

Liliane de Queiroz Antonio é pedagoga, mestre e doutora em educação, ciência e tecnologia e professora da unijorge

complementam a formação em engenharia. E surge en-tão a questão: o fato de se ter como formação a enge-nharia já não traria deter-minada vantagem em rela-ção ao “ser empreendedor” quanto a outras profissões?

Podemos ensaiar uma resposta, com base em lei-turas diárias, como a revista Forbes, que este mês nos informa sobre uma pesqui-sa realizada pelas universi-dades de Harvard e Duke, com mais de 500 empresas norte-americanas de tec-nologia, que sinalizou que apenas 37% dos seus líderes têm formação científica em engenharia ou computação.

Mas há ainda outra ques-tão, esta bastante polêmica entre estudiosos: será que a pessoa nasce empreen-dedora? A verdade é que o empreendedor adquire seu capital social ao longo da vida, mas alguns traços de personalidade são ca-racterísticos. Os contextos variam, mas evidenciam-se peculiaridades facilmente identificáveis, como a capa-cidade de realizar tarefas, assumir riscos, enfrentar desafios, experimentar limi-tes e transformar ideias em realizações.

Diante do contexto da mundialização, as empre-sas estão se tornando mais flexíveis e inovadoras, e bus-cam profissionais com um

perfil adequado a esta reali-dade. Há evidências de que a engenharia seja a área que abriga as maiores expecta-tivas de mudança, pois nela encontram-se profissionais que atuam diretamente no planejamento e desenvol-vimento – nos níveis estra-tégico, tático e operacional – dos empreendimentos. Os impactos de tais ações abrangem saneamento bá-sico, biomedicina e tecnolo-gia da informação.

Nesse aspecto, há um livro bem interessante, de Krishna Uppuluri, “Enge-nheiro empreendedor: o primeiro voo”. Neste traba-lho, o autor nos apresenta alguns dos principais desa-fios, que podem ser resumi-dos em dicas como: antes de se lançar em ideias ditas “cool” e novas tecnologias, invista na análise da viabi-lidade comercial, busque a avaliação de terceiros, che-que pesquisas de mercado, obtenha feed back real a partir de protótipos e ouça as preocupações de executi-vos sobre a área.

Outra questão diz respei-to a trabalhar com equipes diversificadas, e não só en-genheiros (diga-se de pas-sagem, engenheiros amam trabalhar com engenhei-ros). Negócios prósperos envolvem equipes diversi-ficadas. O fato de construir algo não garante a venda. A

comercialização será sem-pre necessária, exigindo do empreendedor foco nos clientes. Trabalhar com a imprevisibilidade é condi-ção básica para empreender e qualquer negócio, para ser bom, precisa dar retorno.

Há muitos exemplos de grandes empresas lideradas por engenheiros, incluindo a Microsoft, de Bill Gates, Larry Ellison, da Oracle, o Google de Larry Page. Es-tes exemplos evidenciam a potencialidade desses pro-fissionais como empreende-dores. Cada engenheiro que cria uma nova tecnologia acredita que esta é a parte mais difícil do processo. Tra-ta-se de um passo impor-tante, mas este torna-se pe-queno, quando comparado à necessidade de levar sua criação ao mercado.

A internet aparece hoje em cena como o grande equalizador, que permite desenvolver amplas e pro-fundas habilidades, além de adquirir conhecimentos rapidamente. Fica aqui, então, o desafio do século 21: “engenheirar empre-endedoristicamente”, com planejamento, mas, acima de tudo, com flexibilidade e tenacidade, recordando que os grandes mestres que marcaram a vida de cada um de nós foram em-preendedores naquilo que produziram.

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crea50 V.4, n. 42, p. 50 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

cidadaniaDez autores abordam diversos assuntos importantes para a compreensão da evolução da cidadania no Brasil. A questão indígena, o racismo, a desigualdade social, a diversidade sexual e a violência. A introdução, de André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz, organizadores do volume, resgata a noção de cidadania desde a sua criação na Antiguidade, mostrando como ela foi se moldando a cada período histórico.

gigante da engenharia – Plataforma de Petróleo O documentário de 47 minutos e 12 segundos divulgado pelo National Geographic Channel revela os saltos tecnológicos que levaram à construção do maior petrolífero do mundo: Perdido Spar, no Golfo do México. O filme, produzido por Bollore Group, é muito interessante e traz informações importantes sobre a área de petróleo e gás, além de toda a tecnologia utilizada para a perfuração nos oceanos. O vídeo pode ser acessado também pelo youtube (http://www.youtube.com/watch?v=ierscRhp9j8).

liVros em gamesOs livros Memórias de um Sargento de Milícias (1852), de Manuel Antônio de Almeida; O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo; e Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis, foram transformados em jogos on-line pelo projeto Livro e Game. A iniciativa, financiada pela Fundação Telefônica, foi criada pelo gestor cultural Celso Santiago e tem o objetivo de aproximar cada vez mais as crianças dos livros. Em todos os jogos há trechos das histórias e até comentários sobre a vida dos autores. Os jogos podem ser acessados pelo site www.livroegame.com.br.

Cidadania, um Projeto em ConstruçãoVários autoresCompanhia das Letras152 páginas / R$ 29,50

cidade e climaReferência para o estudo do ambiente atmosférico urbano, a obra é tese de livre docência do professor Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, da USP. Clima Urbano apresenta uma metodologia genuinamente brasileira que considera aspectos específicos do País para repensar os problemas que atingem a população das grandes cidades.

>multimídia livro • cinema • internet • agenda

>datas comemorativas

>internet

>documentário>livros

abril 10 > Dia do Engº Militar

maio 06 > Dia do Engº Cartográfico

fotos divulgação

29 > Dia do Geógrafo30 > Dia do Geólogo

junho04 > Dia do Engº Agrimensor

Clima UrbanoCarlos Augusto de Figueiredo MonteiroEditora Contexto 192 páginas / R$ 35

manual PráticoO uso do Sistema de Processamento de Informações Geográficas (Spring) para cálculo de parâmetros hidrológicos essenciais à gestão de recursos hídricos é apenas uma das propostas do livro Geoprocessamento e recursos hídricos: aplicações práticas, do engenheiro cartógrafo Cláudio Bielenki Júnior e do engenheiro civil Ademir Paceli Barbassa. Para saber mais, acesse o site da editora Ufscar: http://www.editora.ufscar.br/

Geoprocessamento e recursos hídricosCláudio Bielenki Júnior e Ademir Paceli BarbassaEditora Edufscar 257 páginas / R$ 79

startuP KidsIdealizado por duas islandesas (Vala Halldorsdottir e Sesselja Vilhjalmsdottir), este filme, lançado na internet em março, conta a história de empresas bem-sucedidas na área de tecnologia criadas por jovens empreendedores nos Estados Unidos e na Europa, como a Vimeo, Soudcloud e Dropbox. O começo, bem como os desafios e sucesso das startups, está inserido no longa, que conta com a participação de jornalistas da área tecnológica e investidores que apostam no talento dos jovens empreendedores. No site http://

thestartupkids.com/screenings/ é possível inscrever seu endereço de e-mail para receber o aviso do dia do anúncio online, além de conferir países e datas de exibição.

engenhariaciVil.comUm site moderno e com vários artigos de especialistas das mais diversas áreas, como estruturas, hidráulica, construções, urbanismo e geotecnia e fundações. O portal é atualizado e dispõe de vídeos, oferta de empregos, links para revistas do ramo, fóruns de discussões, informações sobre feiras e congressos etc. Confira em http://www.engenhariacivil.com/

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AlAgoinhAsInspetor chefe: Eng. agrônomo Luiz Cláudio Ramos CardosoRua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping, Centro. CEP: 48.030-030Telefax: (75) [email protected]

BArreirAsInspetor chefe: Eng. agrônomo Nailton Sousa AlmeidaTravessa 15 de Novembro, 21, Sandra Regina. CEP: 47.803-130Tel: (77) 3612-3700Telefax: (77) [email protected]

Bom Jesus dA lApAInspetor chefe: Eng. civil Fábio Lúcio Lustosa de AlmeidaAv. Duque de Caxias, Ed. Professor Antonio Ferreira Barbosa,493, Centro. CEP: 47.600-000Tel: (77) [email protected]

BrumAdoInspetor chefe: Eng. civil André Luís Dias CardosoAv. Otávio Mangabeira, 210, Centro CEP: 46.100-000Tel: (77) [email protected]

CAmAçAriInspetor chefe: Téc. de Segurança do Trabalho e eletromecânico Fabiano Ribeiro LopesAvenida Radial A, nº 67, Centro, Edifício Empresarial Pacific Center, salas Q e R, 1º andar.CEP: 42.807-000Tel:(71) 3621 [email protected]

Cruz dAs AlmAsInspetor chefe: Eng. civil Luís Carlos Mendes SantosRua Januário Velame, 41, Assembleia.CEP: 44.380-970Tel: (75) [email protected]

eunápolisInspetor chefe: Eng. civil Ezequiel

Inspetorias

Eliahu MizrahiRua Castro Alves, 374, Salas 02 e 03, Centro. CEP: 45.820-350Tel: (73) [email protected]

FeirA de sAntAnAInspetor chefe: Eng. civil Diógenes Oliveira SennaRua Prof. Geminiano Costa, 198, Centro.CEP: 44.001-120Tel: (75) [email protected]

guAnAmBiInspetor chefe: Eng. agrimensor Wellington Donato de CarvalhoRua Maria Quitéria, 35, Centro.CEP: 46.430-000Tel: (77) [email protected]

ilhéusInspetor chefe : Eng. civil Gilvam Coelho Porto Júnior Rua Conselheiro Dantas, 81, Centro.CEP: 45.653-360Tel: (73) [email protected]

ireCêInspetor chefe: Eng. agrônomo Marcelo Dourado LoulaRua Antonio Carlos Magalhães, 59, Centro. CEP: 44.900-000Tel: (74) 3641-3708 Telefax (74) 3641 - [email protected]

itABerABAInspetor chefe: Eng. agrônomo Valmir Macedo de SouzaPraça Flávio Silvany, 130, sala 15, Edf. Empresarial João Almeida Mascarenhas, Centro.CEP: 46.880 - 000Tel: (75) [email protected]

itABunAInspetor chefe: Eng. civil Dermivan Barbosa dos SantosRua Nações Unidas,625, Térreo, Centro. CEP: 45.600-673Tel: (73) 3211-9343

Fax: (73) [email protected]

JACoBinAInspetor chefe: Eng. agrônomo Ernani Macedo PedreiraRua Duque de Caxias, 400A – Estação CEP: 44.700-000Tel: (74) [email protected]

JequiéInspetor chefe: Eng. civil Deusdete Souza BritoRua Jornalista Fernando Barreto, 133, Centro. CEP: 45.200-000Tel: (73) [email protected]

JuAzeiroInspetor chefe: Eng. agrônomo Luciano César Dias MirandaRua XV de Novembro, 56, CentroCEP:48.905-090Tel:(74) 3611-8186Telefax: (74)3611-3303 [email protected]

lAuro de FreitAsEstrada do Coco, Shopping Ponto Verde, s/nº, loja 17 CEP: 42.700-000Tel: (71) 3378-7216Telefax: (71)[email protected]

luís eduArdo mAgAlhãesInspetor chefe: Eng. agrônomo Paulo Roberto GouveiaAv. JK, Qd. 91, Lote 1, Salas 1 e 3, Centro. CEP: 47.850-000Tel:(77) [email protected]

pAulo AFonsoInspetor chefe: Técnico agropecuário Marcos de Souza DantasRua Carlos Berenhauser, 322, térreo, General Dutra.CEP: 48.607-130Tel:(75) [email protected]

riBeirA do pomBAlInspetor chefe: Eng. civil Jone Souza Santos

Av. Dep. Antônio Brito, 132, Centro.CEP: 48.400-000Tel: (75) [email protected]

sAntA mAriA dA VitóriAInspetor chefe: Eng. civil José Oliveira SilveiraRua Ruy Barbosa, s/nº, Centro.CEP: 47.640-000Tel: (77) 3483-1090 Telefax: (77) [email protected]

sAnto Antônio de JesusInspetor chefe: Eng. eletricista Leonel Pereira dos Reis NetoAv. Roberto Santos, 88, Ed.Cruzeiro do Sul, salas 103 e 104, Centro. CEP: 44.570-000Tel: (75) [email protected]

seABrAInspetor chefe: Eng. civil Juracy de Souza WanderleyRua Jacob Guanaes, 565.CEP: 46.900-000Tel:(75) [email protected]

teixeirA de FreitAsInspetor chefe: Eng. civil Carlos Luís Rocha JúniorAv. Presidente Getúlio Vargas, 3421, Centro, Ed. Esmeralda - salas 203 a 205, Centro.CEP: 45.995-006Tel: (73) 3291-3647Telefax: (73) [email protected]

VAlençAInspetora chefe: Engª. sanitarista e ambiental Márcia Cristina Alves do LagoRua Dr. Heitor Guedes de Melo,111, Ed. Argeu Farias Passos, Centro CEP: 45.400-000Tel: (75) [email protected]

VitóriA dA ConquistAInspetor chefe: Eng. civil Marcos Santana LeiteAvenida Otávio Santos, 722,Recreio.CEP: 45.020-750Tel: (77) 3422-1569Telefax: (77) [email protected]

HORáRiO De atenDiMentO aO PúbLiCO: Das 8h às 12h e das 13h às 16h

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