Revista CREA Bahia Edição 48

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CREA REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA v. 14, n. 48, Segundo trimestre de 2015 ISSN 1679-2866 Crea-BA inaugura posto no SAC do Shopping Barra Projetistas desconhecem redes de distribuição da cidade

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Projetistas desconhecem redes de distribuição da cidade

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CREAREVISTA DO CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DA BAHIA

v. 14, n. 48,Segundo trimestre

de 2015

ISSN 1679-2866

Crea-BA inaugura posto no SAC do Shopping Barra

Projetistas desconhecem redes de distribuição da cidade

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-BA

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EDITORIAL

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O subsolo de Salvador não é devidamente conhecido pelas empresas que executam obras na cidade e uma prova disso foi o acidente com a adutora da Embasa nas obras do metrô, em abril, que deixou cerca de 60% da capital sem água por vários dias. Houve ainda o rompimento de outra adutora em obra na Av. Orlando Gomes que alagou parte da Avenida Paralela. Caso houvesse um Cadastro Territorial Multifinalitário, esse tipo de ocorrência poderia ser evitada.

Este é o tema da reportagem de capa da revista, que aponta para um problema sério que é a falta de unificação de cadastros na Bahia, tanto no meio urbano quanto na zona rural. No caso de Salvador, os conselheiros do Crea-BA Juci Pitta e Alessandro Machado mostram, na matéria, como o cadastro integrado poderia facilitar a vida de todos.

Em outra entrevista, o engenheiro agrônomo do Incra Miguel Neto fala do problema da falta de um cadastro unificado no campo, que, se existisse, facilitaria a vida do contribuinte e ainda evitaria fraudes, negligências, omissões, evasão de divisas e sonegação fiscal.

A revista traz também a concretização de um compromisso da atual gestão, que é a descentralização e ampliação dos serviços do Crea-BA. Já está funcionando, no SAC do Shopping Barra, uma unidade de atendimento do órgão.

A Frente Parlamentar em Defesa dos Engenheiros e Agrônomos também é um assunto importante tratado na revista. Já existe uma no Congresso Nacional e outra na Câmara de Vereadores de Salvador. O Crea-BA tem feito esforços junto aos deputados estaduais para que a Assembleia Legislativa também abrace essa causa, que é de interesse de toda a sociedade. Vários deputados são simpáticos à ideia, como Marcelo Nilo, Maria Del Carmen e Marcelino Galo.

Outro assunto relevante é o Fórum Permanente criado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados para construir alternativas aos impactos negativos da “Operação Lava Jato” na atividade econômica. O Crea-BA faz parte desse esforço coletivo, que reúne também parlamentares, entidades de trabalhadores do setor de óleo e gás, da indústria naval e representantes do governo.

Boa leitura!

Marco AmigoEng, mecânico, presidente do Crea-BA

-BACREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015 3

PRESIDENTEEng. Mec. Marco Antônio Amigo

DIRETORIA 20151º. Vice-Presidente: Eng. Agrim. Juci Conceição Pita

2º. Vice-Presidente: Eng. Químico Paulo Gilberto Silva1º. Diretora Administrativa: Geóloga Marjorie Cseko Nolasco

2º. Diretor Administrativo: Eng. Agrôn. Nilton Sampaio Freire de Melo1º. Diretor Financeiro: Eng. de Seg. do Trabalho

Rodrigo Lobo Braga de Morais2ª. Diretor Financeiro: Eng. Civil Ronald José Souza da Silva

3º. Diretor Financeiro: Eng. de Produção Roberto de Carvalho

CONSELHO EDITORIAL Alessandro Machado - Engenharia de Agrimensura

Anderson Ambrósio - Engenharia ElétricaAntônio Arêas - Engenharia Mecânica

Karen Daniela - Engenharia CivilManuel Albuquerque - Engenharia Civil

Marjorie Nolasco - GeologiaPaulo Baqueiro - Agronomia

Rodrigo Lobo - Engenharia de Segurança

Assessora de Comunicação Daniela Biscarde

ElaboraçãoTriciclo Comunicação

Jornalistas Adelmo Borges e Edson Rodrigues

Apoio: Ascom Crea-BA

Foto de capa:Bamboo Design/Editora

Fotos:COOFIAV - Cooperativa de Trabalho de Profissionais

de Fotografia, Imagem e Audiovisual da Bahia

Projeto gráfico e diagramaçãoAutor Visual / Pery Barreto

ImpressãoGráfica Ediouro

Tiragem 45 mil exemplares

Nosso endereçoAv. Professor Aloisio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas

CEP 40243-620 – Salvador/BahiaTels (71) 3453-8989 Telecrea (71) 3453-8990

E-mail: [email protected]

As opiniões emitidas nas matérias e artigossão de total responsabilidade de seus autores.

Revista CREA-BA/Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia. Nº 48 (Segundo trimestre de 2015). Salvador: CREA-BA, 2006 - ISSN 1679-2866

Trimestral

1.Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia

CDU 72:63 (813.8)CDD 720

ISSN 1679-2866v. 14, n. 47, de 2015Revista trimestral

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16Bahia tem o único

curso de urbanismoProfissional tem vasto campo de atuação

06Frente Parlamentar em defesa da engenhariaAssembleia Legislativa articula movimento

22Novidades tecnológicasJovem inventa kit que detecta substâncias tóxicas no leite

40Obras no Velho Chico Trabalhos estão adiantados

32Entrevista

Chefe do serviço de cartografia do Incra

36Mais serviços

Crea-BA inaugura posto no Shopping Barra

47Livros técnicos

Fique por dentro das novidades editoriais

Foto: Adelmo Borges

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ESPAÇO DO LEITOR

FALE CONOSCOEnvie sua mensagem com nome completo, e-mail e telefone para os endereços eletrônicos: [email protected] e [email protected]. Lembramos que as mensagens poderão ser resumidas ou adaptadas ao espaço da revista. Siga o Crea-BA nas redes sociais www.facebook.com/creabahia e Twitter: @CreaBahia. Para anunciar, ligue para (71) 8748-4682. Edição online no site: www.creaba.org.brMande sua sugestão de pauta pelo WhatsApp (71) 9956-0558

Elogios à revista do Crea-BAGostaria de parabenizar à equipe editorial do Crea-BA pela excelente revista do primeiro trimestre de 2015, com conteúdo espetacular, incluindo entrevistas, novidades tecnológicas e informações muito bem expostas. Sou registrado há cinco anos e esta sem dúvida foi a melhor revista deste período. Parabéns!

Luan Bomfim PereiraTécnico em Automação e Controle Industrial - Crea-BA 64929

Sugestão de reportagemGostaria de sugerir uma reportagem que mostrasse como funcionam as mineradoras e a segurança dos colaboradores nas diversas minas existentes no estado. O destaque pode ser a Mirabela, no município de Itagibá, hoje a maior da Bahia em movimentação de materiais, como exemplo da mina a céu aberto. Como sugestão de mina subterrânea, a Mineração Caraíba, no norte do estado, ou o Grupo Yamana, que tem três minas de ouro.

Maurício MattosEngenheiro e Geógrafo

A sugestão será encaminhada ao Conselho Editorial da revista do Crea-BA.

Coordenação de Comunicação do Crea-BA

Modelo de denúnciaGostaria de saber se existe um modelo formal para eu fazer uma denúncia no Crea.

João Alfredo SantosFeira de Santana

Caro João Alfredo. Vai depender do tipo de denúncia.1) Denúncia que envolve questão de ética profissional:O denunciante deverá se qualificar, identificando-se, informando endereço e dados pessoais, como identidade e CPF, e fundamentando com provas a denúncia apresentada.2) Outro tipo de denúncia (como obra irregular, falta de pagamento do salário mínimo profissional, exercício ilegal da profissão por leigo, etc) pode ser encaminhada via Sitac (https://sitac.creaba.org.br/publico/). O denunciante escolhe a aba “denúncia” e relata os fatos.

Assessoria Técnica do Crea-BA

ERRATAS - Na reportagem “Sinal de Racionamento Energético Divide Opiniões”, é relatado que as Linhas de Transmissão (LT) para interligar o Parque Eólico de Caetité “ainda não foram construídas”. Na verdade, existem LTs prontas e outras estão sendo construídas. Além disso, o sistema eólico já está interligado e fornecendo energia.

Janilton Júnior - engenheiro eletricista

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Este é o objetivo da Frente Parlamentar em Defesa da Engenharia e Agronomia que existe no Congresso Nacional desde 2013 e que já é uma realidade também na Câmara Municipal de Salvador. O Crea-BA faz esforços agora para aprovar a mesma medida na Assembleia Legislativa do Estado.

De acordo com o assessor parlamentar da presidência do Crea-BA, Genivaldo Barbosa, diversos deputados estaduais são engenheiros de formação e sensíveis à ideia (veja a relação abaixo). Genivaldo, que trabalha para uma maior interação entre o Crea-Ba e as instituições públicas e privadas, destaca que dos 63 deputados, pelo menos dez deles são ligados diretamente ao Conselho. “Já tivemos várias conversas com os parlamentares e a proposta foi muito bem recebida”, diz o assessor, lembrando que a frente a

Aumentar a capacidade de mobilização junto ao Legislativo para que os projetos de interesse das profissões técnicas vinculadas ao sistema Confea/

Crea possam tramitar com mais celeridade.

#REPRESENTAÇÃO

VOZ E VOTO NO PODER LEGISLATIVO

Frente Parlamentar em Defesa da Engenharia e Agronomia luta pela valorização profissional

Foto: Mário Roberto Duran Ortiz

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FRENTE PARLAMENTAR

ser criada é apartidária e o objetivo é lutar pela qualidade dos cursos técnicos e de engenharia, além da fiscalização do exercício profissional. “Quem ganha com uma frente parlamentar, no final das contas, é a sociedade, que vai ter à disposição bons profissionais, melhor qualificados e conscientes de seu papel social”, diz o assessor.

A deputada Maria Del Carmen, enge-nheira civil, diz que é a favor da frente parlamentar e que já iniciou contato com a assessoria técnica do Crea-BA para definir o texto final, juntamente com sua assessoria jurídica. Segundo ela, são necessárias 21 assinaturas para a aprovação. “Somente com os deputados ligados ao Crea e mais a bancada do PT conseguiremos aprovar a proposta”, des-taca a deputada, garantindo que já con-seguiu o apoio dos colegas de partido.

O deputado Marcelo Nilo, presidente da Casa, também engenheiro civil, ressalta que assim que a proposta chegar a suas mãos vai aprovar. “Apesar de não atuar na profissão desde 1990, quando abra-cei a carreira política, tenho um apreço especial pela profissão e sou totalmente favorável a uma frente parlamentar que defenda os interesses da categoria”, disse o parlamentar.

O deputado Marcelino Galo, que tem formação em Agronomia, também é a favor de uma Frente Parlamentar, des-de que seja pluripartidária e envolva associações e sindicatos ligados à en-genharia. “É preciso o engajamento das entidades para que possamos propor políticas públicas que tragam investi-mentos em obras que beneficiem toda a cadeia da engenharia”.

Aumento salarial na prefeituraNa Câmara Municipal de Salvador, por iniciativa do vereador Léo Prates (DEM), que é engenheiro eletricista, foi aprovado e publicado no Diário Oficial o Projeto que cria a Frente Parlamentar em Defesa dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos no Município de Salvador. De caráter suprapartidária, a frente tem o objetivo de realizar estudos, debates e tomar providências no sentido de acom-panhar políticas que visem à formali-zação, organização, desenvolvimento e fortalecimento dos profissionais.

“A criação desse movimento é uma me-dida que atende aos anseios da socie-dade, no sentido de valorizar categorias profissionais que são essenciais para o desenvolvimento econômico do municí-pio e o bem-estar social. É possível aferir a prosperidade de uma cidade de acordo com o investimento em infraestrutura, e isso está intimamente ligado ao tra-balho dos engenheiros, agrônomos e arquitetos”, justifica Leo Prates.

Uma primeira vitória já foi conseguida, antes mesmo da publicação do projeto,

Sou totalmente favorável a uma frente parlamentar que defenda os

interesses da categoria

O presidente da Asmea, Ronald José Souza da Silva, o prefeito ACM Neto e o

vereador Leo Prates

que foi o aumento salarial de todos os engenheiros, urbanistas e arquitetos do quadro da prefeitura. “Lutamos e con-seguimos triplicar o piso da categoria”, destaca Prates.

O presidente Associação de Servidores Engenheiros e Arquitetos do Município de Salvador (Asmea), engenheiro civil Ronald José Souza da Silva, confirma que houve um aumento significativo. O vencimento (sem as gratificações) em 31 de dezembro de 2013, era de R$ 1.087,92, passando, em janeiro de 2014, para R$ 3.370,28, conforme a acordo assinado em maio de 2013 com a Gestão Municipal. “Em maio de 2014, quando seria implantado o plano de cargos e salários de todos os servido-res da Prefeitura, e após paralisação de cinco dias dos engenheiros e arqui-tetos, o vencimento foi alterado para R$ 3.629,42”, destaca Ronald, que faz parte do Crea-BA.

O prefeito ACM Neto diz que quando assumiu o cargo, constatou que existia uma grande desvalorização salarial de arquitetos, engenheiros e urbanistas. “Vi que precisávamos não só aumentar os salários, mas também melhorar as con-dições de trabalho da categoria”, diz o prefeito, acrescentando que o momento é de olhar para frente. “Com as recentes chuvas que atingiram Salvador, a socie-dade pôde constatar a importância dos engenheiros, seja fazendo vistorias em imóveis de área de risco, seja tomando decisões técnicas que ajudam a salvar vidas”, concluiu.

Marcelo Nilo, presidente da Assembleia Legislativa

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Com os deputados ligados ao Crea-BA e mais a bancada

do PT conseguiremos aprovar a proposta

#REPRESENTAÇÃO

Augusto Coutinho, deputado federal

1. Ângelo Coronel – Engenheiro Civil 2. Eduardo Salles – Agrônomo 3. Joseildo Ramos – Agrônomo 4. Luiz Augusto – Agrônomo 5. Marcelino Galo – Agrônomo 6. Marcelo Nilo – Engenheiro Civil 7. Maria Del Carmen – Engenheira Civil 8. Nelson Leal – Engenheiro Civil 9. Paulo Rangel – Técnico em Eletrônica 10. Zó (Crisóstomo Antonio Lima) – Técnico Agrícola

Entenda o que é a Frente Parlamentar

A Frente Parlamentar é uma associação suprapar-tidária de, pelo menos, um terço de membros do Poder Legislativo Federal, destinada a promover o

aprimoramento da legislação federal sobre determinado setor da sociedade. A instalação da bancada é resultado de uma articulação de entidades profissionais para que se sintam representadas no Legislativo.

“A Frente é o elo de interlocução das classes de engenha-ria, arquitetura e agronomia com o Congresso Nacional. Trata-se de uma interlocução de matérias importantes que tramitam na Casa e que possa ter uma represen-tatividade. Essas classes são fundamentais dentro um problema considerado muito grave no Brasil, que é a falta de infraestrutura”, destaca o presidente da Frente, deputado federal Augusto Coutinho (solidariedade-PE), que é formado em Engenharia Civil.

Alguns temas tratados no âmbito da Frente Parlamentar

• Elaboração de uma agenda legisla-tiva, visando incluir as proposições que interessam os profissionais da engenharia e agronomia;

• Articulações com os partidos e líderes da casa para pautar projetos de interesse da categoria;

• Estabelecimento de grupos de traba-lhos com periodicidade pré-definida para discutir o andamento da Frente.

• O papel dos engenheiros, agrônomos e arquitetos no serviço público;

• Qualidade do ensino de engenharia, agronomia e arquitetura no Brasil;

• Engenheiros, agrônomos e arquitetos e o mercado de trabalho;

• A importância da engenharia, agro-nomia e arquitetura no crescimento econômico do Brasil;

DEPUTADOS ESTADUAIS COM FORMAÇÃO TÉCNICA 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Maria Del Carmen, deputada e engenheira civil

Deputada Maria Del Carmen

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AT12575 - ANR SEBRAETEC 21x28.pdf 1 7/1/15 11:46 AM

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADArecicla conhecimentos e atualiza profissionais

#CAPACITAÇÃO

aulas teóricas e práticas”, destaca Clênio, que é credenciado pelo Incra para fazer a medição de imóveis rurais. Ele diz que está sempre buscando se espe-cializar em sua área e que cursos como desse tipo são extremamente válidos.

Por meio do PEC o engenheiro de pro-dução Felipe Roseira também buscou se especializar. Ele fez um curso de Sistema de Gestão Integrada (SGI) e diz que foi muito positivo. “As aulas trataram de normas de qualidade, de saúde, segurança e meio ambiente”, lembra Felipe, destacando que a parte prática foi bem interessante, pois houve a simulação de uma auditoria interna em uma empresa. “Foi o primeiro curso que eu fiz e pretendo fazer outros”, res-salta Felipe, que está sempre buscando novos treinamentos no site do Crea-BA.

Segundo o chefe de gabinete do Crea-BA, Herbert Oliveira, os cursos oferecidos incluem conteúdos teóri-cos e práticos, tanto para técnicos e tecnólogos, como para quem está no ensino superior. “O mercado exige que os profissionais busquem constante-mente qualificação e a preocupação do Conselho, ao oferecer esses cursos com instituições parceiras, é atender a todas as categorias registradas”, diz Herbert.

O PEC tem a intenção também de inte-riorizar as ações do Conselho, sempre com a parceria das entidades profis-sionais, escolas técnicas e universida-des. “São cursos que levam em conta a realidade do mercado e sempre com instrutores de alto nível”, ressalta o chefe de gabinete, lembrando que a atualização por meio de instituições gabaritadas tem se tornando um dos diferenciais no currículo do profissional e do estudante, abrindo portas para novas oportunidades no mercado.

so pelo Crea-BA, de sistema de gestão integrado, e também gostei bastante”, lembra Samuelson, que pretende fazer outros treinamentos pelo PEC.

O engenheiro agrônomo Clênio Monteiro, que trabalha em Itaberaba, também fez um curso pelo PEC, de Avaliações Imobiliárias, e diz que foi muito bom para sua profissão. “Foram dois dias de intenso aprendizado, com

Samuelson diz que a capacitação no Crea-BA foi muito importante para sua formação, pois o instrutor, José Francisco Ramalho, além de engenheiro é advogado e tirou várias dúvidas sobre seu campo de atuação.

Samuelson diz que não sabia, por exem-plo, da amplitude de atividades de um perito, assim como a legislação que abrange a profissão. “Já fiz outro cur-

Samuelson Oliveira Côrtes, técnico em AgropecuáriaFo

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“Foi uma ótima oportunidade para reciclar meus conhecimentos e também de trocar experiência com pessoas de outras cidades.” Esta é a avaliação que o técnico em Agropecuária Samuelson Oliveira Côrtes faz do curso “Formação de Peritos e Assistentes Técnicos em Perícias Judicias”, dentro do

Programa de Educação Continuada (PEC) do Crea-BA.

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PERÍODO CURSO C.H. CIDADE HORÁRIO TEL PARCEIRO

30/06 a 12/09

Gerenciamento de Projetos e Preparação para as Certificações CAPM

e PMP do PMI80h

Auditório do Crea-BASalvador-BA

Terça e quinta-feira à noite, das 18h30 às 22h15

(71) 3165-2464 / 9996-1047 / 8223-0332

4 PROJECT

04/07 a 18/07

Ms Project com Gerenciamento de Projetos

16hUniversidade Salgado

de Oliveira – Salvador-BA12h30 às 18h

(71) 3453-8942 / 8618-3235 / 8803-8863

EMPRESA Jr. UNIVERSO

11/07Workshop: “Vamos falar de georreferencimento”

08h Crea-BA – Salvador-BA8h às 12h e 13h30

às 17h30(71) 3181-1507 ASEAB

17/07Workshop: “Alterações

previstas na NBR 14653”04h

Edifício Fernandez Plaza Auditório G4 – Salvador-BA

8h às 12h(71) 9166-2720 /

3334-8300IBAPE

17 e 18/07Projeto de Estruturas de Concreto com Auxílio de modelos de Bielas e Tirantes

15hAuditório do Crea-BA

Salvador-BASexta das 17h às 22h

e sábado das 8h às 18hABECE

19 e 20/08Avaliação de Imóveis Urbanos e

Rurais por Estatística Inferencial – Módulo Avançado

20h Salvador-BA 7h30 às 18h(71) 3334-8300 /

9166-2720IBAPE

24/07Seminário: Panorama da

Infraestrutura de Transportes no Brasil04h30

Auditório do Crea-BASalvador-BA

17h30 às 22h(71) 3341-8129 /

9304-7655ASEAB

25/07Workshop: “Formação de preço para a Engenharia”

04h Crea-BA – Salvador-BA 8h às 12h (71) 3181-1507 ASEAB

26/08Introdução à Engenharia de

Avaliações e Perícias Judiciais08h

Auditório do Crea Barreiras-BA

8h às 18h(71) 3491-8218 /

8766-3071ASEAB

Entenda o que é o PEC

Parcerias do programaEMPRESAS: Casa do Agrimensor; Qualificação-QTC, Treinamento e Capacitação, Stagliorio Engenharia, Instituto de Manutenção do Brasil-IMAB, 4 Project.

ENTIDADES: Associação Baiana de Engenharia de Segurança-ABESE, Instituto Brasileira de Avaliações e Perícias de Engenharia da Bahia-IBAPE e Associação dos Engenheiros Agrimensores do Estado da Bahia-ASEAB.

PARCERIAS ESTRATÉGICAS: Fundação Getúlio Vargas, PECCA-UFPR, QISATSC e INBEC.

CAPACITAÇÃO

O Programa de Educação Continuada foi lançado em 2013 pelo Crea-BA com a proposta de oferecer atualização para profissionais registrados, sócios da Caixa de Assistência de Profissionais do Crea-Mútua e estudantes da

área tecnológica.

Palestras, cursos de atualização e pós-graduação, nas diversas áreas de conhe-cimentos, são promovidos em Salvador e no interior do estado. Para dar conta dessa meta, o Conselho conta com a parceria de entidades de classe, além de escolas técnicas e universidades de toda a Bahia.

A estratégia de divulgação inclui comunicados diretos aos profissionais regis-trados no Crea-BA e divulgação em faculdades, eventos técnicos e distribui-ção de material (pastas, canetas, blocos de anotações e informativos com a programação de cursos). Em 2014, participaram de palestras e workshops do PEC 558 pessoas e, nos cursos, 661.

PROGRAMAÇÃO DOS CURSOS E SEMINÁRIOS

Mais informações: [email protected] ou pelo telefone (71) 3453-8990 CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015 11

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PARCERIA PARA O DESENVOLVIMENTOVariedade de atividades agrícolas em Luís Eduardo Magalhães gera grande demanda de fiscalização para o Crea local

#UMA INSPETORIA PERTO DE VOCÊ

CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 201512

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA) tem sido um grande parceiro no desenvolvimento do município de Luís Eduardo Magalhães, localizado no extremo oeste baiano, uma das regiões que atualmente mais prosperam no Brasil.

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INSPETORIA

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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015 13

O antigo distrito de Mimoso do Oeste, pertencente ao município de Barreiras, transformou-se em cidade autônoma em 30 de março de 2000. De lá para cá, experimentou um crescimento gigantesco e, atualmente, segundo o IBGE (2014), tem cerca de 80 mil habitantes.

A Inspetoria do Crea-BA na cidade é coordenada pelo engenheiro agrônomo Paulo Gouveia. Sua equipe é composta de uma outra inspetora, um fiscal, um responsável pelas demandas internas e uma estagiária. O trabalho é bem va-riado. A região tem grande atividade agrícola, geradora de significativo apor-te financeiro, o que acaba movimentan-do várias cadeias produtivas, como a construção civil. O desenvolvimento fez surgir prédios para faculdades, grande número de casas e condomínios, além de galpões e armazéns.

“A cidade vem-se diversificando bas-tante. É um lugar com pessoas de vá-rios estados, e isso cria um ambiente propício ao crescimento, pois se pode somar experiências diversas, buscan-do a melhor solução local”, comenta Paulo Gouveia.

Trabalhando na região há cerca de seis anos, o engenheiro civil Cezar Maran Vieira destaca a importância da Inspetoria do Crea para o desenvol-vimento de Luís Eduardo Magalhães. “Quando cheguei à região, não existia o Conselho e, por isso, tenho a exata di-

mensão do antes e do depois. Antes, tí-nhamos que nos deslocar para Barreiras para realizar qualquer procedimento e a fiscalização, evidentemente, era prejudicada. Apesar dos esforços do pessoal do Crea de Barreiras, a região era muito grande para se ter uma pre-sença forte. Agora, com a Inspetoria em Luís Eduardo Magalhães, percebemos uma colaboração contínua com a cida-de, em relação às atribuições do Crea. Melhorou muito.”

Cezar já planejou e acompanhou a obra de casas e prédios na cidade, sendo que neste momento o seu foco está em projetos para o Minha Casa Minha Vida. “Esta região é um caso à parte no Brasil. Aqui, o crescimento é contínuo. Se há boa safra, a região fica blindada de qualquer crise. ”A impressão é com-partilhada com a do inspetor do Crea-BA: “Para uma cidade emancipada há 15 anos, o crescimento daqui é muito rápido e consistente.”

É claro que ainda há desafios a serem ultrapassados, até por conta da pouca idade da cidade. “São comuns picos de energia e temos ainda que melhorar o serviço de internet e o sistema de tele-fonia. Penso que são questões a serem enfrentadas a curto prazo, pois, se a cidade, mesmo com essas limitações, cresce nas percentagens atuais, que são grandes, imagine se esses proble-mas de infraestrutura fossem sanados”, comenta Paulo Gouveia.

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#INSPETORIA

Foto: João Alvarez

Moisés Pedreira, engenheiro florestal

Enxergo o Crea como um parceiro e acho que todo profissional que

quer trabalhar corretamente concorda comigo

CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 201514

Consultor e responsável técnico da empresa Energia Florestal e também professor universitário, Pedreira diz que em Luís Eduardo Magalhães tudo ganha tons de gigantismo.Ele já trabalhou em Minas Gerais, no Pará, no Amapá, em Tocantins e em outras regiões da Bahia e se diz um apaixonado pela nova morada.

“Cheguei com a família para fixar resi-dência mesmo. Assim também acon-tece com a maioria dos fazendeiros, empresários e profissionais diversos que vieram para cá. A ideia não é tirar a riqueza daqui e levar para outra cidade, mas tornar este lugar o lar definitivo, investir aqui. É por isso que está dando

Com os pés na terra arada

A Inspetoria do Crea-BA em Luís Eduardo Magalhães tem grandes demandas na área agrícola. A

região é responsável por cerca de 60% dos grãos produzidos em todo o es-tado da Bahia, o que levou à criação de um parque industrial de porte, com empresas nacionais e multinacionais. À produção de soja, milho e algodão, é somado o plantio de biomassa (madei-ra) para a movimentação das indústrias. “As fábricas precisam de energia para mover suas máquinas. Aqui, não temos gasodutos e o óleo diesel é caro. A saída é a produção de biomassa, com plantio, por exemplo, de eucaliptos”, comenta o engenheiro florestal Moisés Pedreira.

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certo”, avalia Moisés Pedreira. Dentro dessa realidade, ele destaca a presença da Inspetoria do Crea-BA: “Só tenho elo-gios para o Crea. Ele briga pela qualidade dos profissionais, para que as empresas cumpram a exigência de terem em seus quadros pessoas qualificadas à frente de suas atividades. Enxergo o Crea como um parceiro e acho que todo profissio-nal que quer trabalhar corretamente concorda comigo”, conclui.

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AT12344 - ANR 21x28 OUTLET.AI 1 5/29/15 11:28 AM

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#PROFISSÕES: URBANISTA Foto: João Alvarez

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BAHIA TEM O ÚNICO CURSO DE URBANISMO DO BRASILProfissional formado pela Uneb atua no planejamento das cidades, mas sempre com foco nas pessoas

Mais do que planejar e organizar o crescimento de cidades, o urbanista tem como princípio o ser humano como o mais importante elo da complexa cadeia que envolve as questões urbanas.

Foto: Adelmo BorgesURBANISTA

Esta é a visão do urbanista e presidente da Sociedade Brasileira de Urbanismo (SBU), Fagner Cordeiro Dantas, que destaca ainda não existir cliente pri-vado para esse profissional, a visão será sempre do coletivo. “O urbanista estuda profundamente o fenômeno urbano e a interseção das diversas forças que atu-am nesse processo, como a economia, a sociologia e a história, mas sempre olhando para as necessidades coletivas”, diz Fagner.

A Bahia possui o único curso de Bacharelado em Urbanismo do Brasil, na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), e os profissionais formados

atuam basicamente em três campos: na atuação direta como técnicos de órgãos públicos ligados à questão urbana; na consultoria e assessoria a entidades privadas, do terceiro setor ou movimentos sociais; e na atividade acadêmica, em instituições públicas e privadas de pesquisa e ensino.

A área pública é o principal campo de trabalho. Fagner, por exemplo, é concursado da Prefeitura Municipal de Salvador, e exerce hoje o cargo de assessor técnico da presidência da Fundação Mário Leal Ferreira, órgão municipal responsável pelo planeja-mento urbano da cidade, o que inclui

a elaboração de projetos e diagnós-ticos territoriais, além de estudos de uso e ocupação do solo. O PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) é o grande instrumento do urbanista que atua nessa esfera. Como a sociedade é um organismo dinâmico, o próprio PDDU prevê uma revisão a cada dez anos, podendo ser antes, a depender da necessidade. Nesse sentido, sempre que o plano é revisado, o urbanista é chamado a colaborar.

Fagner Cordeiro DantasUrbanista e presidente da Sociedade

Brasileira de Urbanismo (SBU)

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#PROFISSÕES: URBANISTA

Salvador é planejada para 2049Fagner informa que atualmente Salvador está passando por um pro-cesso de planejamento estratégico cha-mado Plano Salvador 500, que busca criar as bases para o desenvolvimento adequado da cidade até 2049, quando a capital fará 500 anos. Como parte desse processo, ainda este ano serão discutidas publicamente as propostas para o novo Plano Diretor e a nova Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo resultantes das discussões que

o Plano Salvador 500 vem realizando desde o início de 2014.

Na universidade, o urbanista pode ministrar várias disciplinas em outros cursos, como planejamento urbano, am-biental e mobilidade. Diversos profis-sionais formados na Uneb ensinam ou ensinaram na Ufba (Escola Politécnica, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo), Unifacs, UCSal, UniJorge e Área 1. Outro campo de atuação são os cursos de pós--graduação e especialização.

O urbanista atua ainda na área privada, seja adequando os projetos à legisla-ção vigente, seja fazendo Estudos de Impacto de Vizinhança (EIV). Fagner cita o caso de um shopping center que,

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para ser construído, precisa da análise de um urbanista para avaliar as con-sequências que a obra vai trazer, não só para a região do entorno do empre-endimento, mas para toda a cidade. “Eu costumo dizer que atuamos como uma espécie de médico das cidades, que não só indica a solução para um pro-blema, mas também faz a prevenção”, diz o urbanista.

Outro exemplo é um loteamento habi-tacional, que precisa de áreas de lazer e espaços coletivos, além dos equipa-mentos urbanos que serão utilizados. Todos esses aspectos precisam estar em conformidade com a legislação vigente de cada município e o urbanista é o pro-fissional que vai fazer essa adequação.

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URBANISTA

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Curso surgiu após ampla pesquisa

buscar o registro profissional no sistema Confea/Crea e os arquitetos, que na épo-ca integravam o Conselho, entenderam que havia um sombreamento, isto é, uma superposição de funções.

Nessa mesma época surgiu o Estatuto das Cidades (2001), que estabeleceu um pra-zo de cinco anos para que os municípios cumprissem a exigência da Constituição Federal de 1988 de terem planos diretores, ampliando em muito a demanda para a atuação no campo do planejamento ur-bano. Reforçando essa nova demanda, em 2003, foi criado o Ministério das Cidades, estimulando também a elaboração de planos de mobilidade e saneamento para as zonas urbanas. Esse campo profissional de atuação passou então a ser extrema-mente atrativo.

Em Salvador, no ano anterior, em 2002, a Prefeitura realizou um concurso público para preenchimento de diversas vagas. Foram 15, quase todas preenchidas por urbanistas egressos do curso da Uneb. Salvador tornou-se a primeira cidade a ter instituída essa categoria em seus quadros funcionais.

Em 15 de maio de 2004, os profissionais baianos fundaram a Sociedade Brasileira de Urbanismo (SBU) para defender os in-teresses da categoria. Atualmente, a enti-dade integra a Federação Ibero-Americana de Urbanismo (FIU), fundada durante o Fórum Urbano Mundial, em 2010, no Rio de Janeiro. A SBU representa o Brasil, ao lado de instituições de vários países, como Portugal, Espanha, Argentina e México.

O curso de Urbanismo da Uneb surgiu após uma ampla pesquisa desenvolvida pelo professor Ney

Castro, que verificou a existência des-sa formação em diversos países, como México, Estados Unidos e Argentina. Estes possuíam cursos voltados para o urbanismo, mas cada um com um nome diferente. Segundo Fagner Dantas, ficou comprovado nesse comparativo com outros cursos no exterior que os cursos de Arquitetura e Urbanismo até então oferecidos no Brasil tinham uma abor-dagem diferente daquela encontrada nesses cursos de urbanismo, pois eram mais voltados para as edificações, parte estrutural, resistência de materiais, etc. Faltava um maior aprofundamento do planejamento urbano.

Sob a coordenação do próprio Ney Castro, o curso foi iniciado em 1996 e teve a primeira turma formada em 2001, sendo até hoje o único do Brasil em nível de graduação. O curso inclui inicialmente disciplinas nas áreas de economia e sociologia; história e geo-

grafia; direito e formas urbanas, além das questões transversais de meio ambiente e filosofia. Para se formar, no entanto, o estudante precisa ainda, na segunda parte do curso, desenvol-ver a capacidade de integração desses saberes, estudando e aplicando seus conhecimentos em matérias voltadas para questões práticas como habitação, mobilidade urbana, planejamento ter-ritorial, políticas públicas e gestão de sistemas urbanos.

Fagner lembra das dificuldades da primeira turma formada. Eles foram

Atuamos como uma espécie de médico das cidades, que não só indica

a solução para um problema, mas também faz a prevenção

Fagner Cordeiro Dantas, presidente da Sociedade Brasileira de Urbanismo

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#PROFISSÕES: URBANISTA

Salvador foi a primeira cidade a ter um urbanista

em seus quadros funcionais

Vasto campo de atuaçãobanista na subcomissão especial da Assembleia Legislativa do Estado fazendo análise da legislação e organizando audiências públicas para o debate de projetos urbanísticos”, destaca Glória, que já foi presidente da SBU entre 2010 e 2013.

“Atuei ainda como professora no curso de Gestão Ambiental da Unijorge e fui diretora da Federação Ibero-Americana de Urbanismo”, finalizou.

A urbanista Glória Cecília Figueiredo destaca que o campo de atuação do urbanista é bastante vasto.

Ela, que está na profissão desde 2006, é um exemplo. Atualmente é pesquisa-dora em um grupo multidisciplinar na Ufba sobre a valorização do solo urbano e a produção imobiliária de Salvador.

Ela conta que já trabalhou para a Prefeitura de Maragogipe como ana-lista de infraestrutura e também para uma empresa particular na elabora-ção do Plano Diretor de Amargosa e Dias D´Ávila.

Outra atuação da urbanista se deu na criação do Núcleo de Prevenção e Mediação de Conflitos e Regularização Fundiária. “Trabalhei também como ur-

PISO SALARIALPor lei, o piso da categoria é de seis salários mínimos para jornada de seis horas, sendo que cada hora adicional a estas seis horas vale 25% a mais. Assim, engenheiros e urbanistas com jornada de oito horas diárias devem receber 8,5 salários mínimos por mês. Mas nem todos os profissio-nais recebem esse valor na Bahia. “Em Salvador, a melhoria salarial tem sido uma pauta da Associação de Servidores Municipais de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo (Asmea). Também em Camaçari, onde temos urbanistas concursados, esse tem sido uma bandeira comum que une urbanistas, arquitetos e engenheiros”, destaca o presidente da SBU.

Fagner Cordeiro Dantas, presidente da Sociedade Brasileira de Urbanismo

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Estudante inventa kit que detecta substâncias tóxicas no leiteAo tomar conhecimento da Operação Leite Compen$ado, que revelou um esquema de adulteração no Rio Grande do Sul, a estudante Joana Pasquali, de 17 anos, teve ideia de criar o Detectox: uma fita feita com filtro de coar café, embebida em reagentes químicos, que identifica a presença de contaminantes no leite em apenas um minuto. A jovem improvisou um laboratório na garagem e a tábua de passar roupas foi transformada na bancada de experimentos. Assim, com a orientação da professora Andréia Gobbi, ela chegou ao protótipo que lhe rendeu o Prêmio Jovem Cientista de 2015, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Quando a amostra do leite é colocada em contato com a fita, a reação química entre as substâncias gera três cores diferentes. Cada uma denuncia a existência de uma substância tóxica – o formol, utilizado para matar as bactérias do leite; o hidróxido de sódio, que mascara a validade; e o amido, usado para dar mais consistência ao leite que foi misturado à água.

Conjunto habitacional gera mais energia do que consomeO projeto de um conjunto de casas que produz mais energia do que consome instalado em Boston, nos EUA, foi o vencedor de um concurso realizado pelo conselho da cidade, cujo objetivo era encontrar opções para construir casas positivas energeticamente. Denominado Roxbury E+, o projeto recebeu selo LEED Platinum, a certificação mais alta concedida a uma construção sustentável. As residências são geminadas e cada casa possui três andares e 185 metros quadrados. Os telhados são cobertos por placas fotovoltaicas, a principal fonte energética dos edifícios, responsável por gerar toda a energia usada no abastecimento e ainda produzir um excedente que vai para as redes de transmissão. Além das placas nos tetos, as unidades possuem grandes janelas de vidro, que maximizam o aproveitamento da luminosidade natural, bem como a ventilação. Para reduzir o consumo de água, todas as torneiras, chuveiros e vasos sanitários foram equipados com sistemas de fluxo reduzido. Até mesmo o jardim é composto por espécies nativas e tolerantes à seca, para diminuir o desperdício.

#NOVIDADES TECNOLÓGICAS

Carro movido a ar comprimido promete reduzir a poluiçãoAlém dos carros elétricos para reduzir a emissão de CO² no ambiente, outra aposta da indústria automotiva é o carro movido a ar comprimido. Após duas décadas de parceria entre o inventor francês Guy Nègre e a empresa de tecnologia MDI, o veículo apelidado de AIRPod já foi licenciado nos Estados Unidos e recebeu um investimento de US$ 5 milhões. O carro foi pensado para ser usado nas cidades e a intenção do inventor é contribuir para melhorar a qualidade do ar e a mobilidade urbana. O veículo deve ser comercializado a US$ 10 mil e pode transportar até três pessoas, incluindo o motorista. Ele pesa apenas 217kg e chega a 80 km/h. De acordo com os fabricantes, a autonomia dele é de 128 quilômetros. Preencher o tanque com ar comprimido é uma tarefa que leva menos de cinco minutos e pode ser feito em qualquer máquina disponível nos postos de combustível.

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Prancha à base de algas marinhasPesquisadores da Universidade de San Diego, na Califórnia (EUA), desenvolveram uma prancha que usa algas marinhas na composição. O projeto foi liderado pelo geneticista em algas e professor de biologia da Universidade, Stephen Mayfield, que também é surfista. “Uma prancha à base de algas se encaixa perfeitamente com a comunidade e a conexão das pessoas com o surf”, diz o professor, lembrando que a ideia foi criar uma alternativa feita com algas para o poliuretano, material usado nas pranchas tradicionais. A nova matéria-prima foi usada no núcleo da prancha, envolta em uma camada de fibra de vidro e resina renovável. A intenção do professor é, no futuro, ter uma prancha 100% sustentável, com a fibra de vidro e a resina externa vindo de fontes renováveis.

Casa móvel sustentável usa energia solarUma casa que permite viajar pelo mundo e ainda por cima capta a própria energia. Assim é a Ecocapsule, uma residência ideal para quem sempre sonhou em viver de maneira independente e viajar o mundo. A unidade não precisa da energia fornecida pelas redes de transmissão. Sua superfície é coberta por placas fotovoltaicas e uma pequena turbina eólica, com 750 watts. Juntas, as duas estruturas garantem toda a energia necessária para o seu funcionamento. Criada pelo escritório eslovaco Nice Archtects, a pequena residência pode abrigar confortavelmente dois adultos. Os moradores contam com torneiras, chuveiro quente e banheiros equipado com vasos sanitários com descarga. A água, assim como a energia, também é obtida de maneira sustentável. Sua forma esférica é otimizada para recolher a água da chuva e do orvalho. O recurso passa por um filtro e pode ser usado para o consumo humano.

TECNOLOGIA

Pesquisadores desenvolvem planta-robôCompreender as plantas sob um ponto de vista tecnológico. Este é um dos objetivos da planta-robô, desenvolvida por pesquisadores de três países europeus e que pretende revolucionar o estudo do solo e do subsolo, abrindo possibilidades para a exploração do meio ambiente e do comportamento da flora. Para criar os chamados “plantoides”, os cientistas decifraram os movimentos das raízes de vegetais e os transportaram para o mundo da inteligência artificial. Eles então adaptaram a morfologia e as habilidades naturais das raízes a um sistema eficiente de perfuração e análise da terra. Entre as aplicações futuras da invenção, estão da descontaminação de um terreno até a exploração de minérios, passando pela busca por água e o estudo da comunicação entre as plantas. O projeto, financiado pela União Europeia, envolve a Universidade dos Estudos de Florença, o Instituto de Bioengenharia de Barcelona, na Espanha, e o Politécnico Federal de Lausanne, na Suíça.

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Tecnologia que detecta batimentos cardíacos salva vidas no NepalQuatro moradores do Nepal, vítimas do terremoto que deixou milhares de vítimas em abril, foram salvos graças a uma tecnologia de busca e resgate da Nasa. O dispositivo criado pela agência espacial e o Departamento de Segurança Interna dos EUA, chamado de Finder, localizou os sobreviventes com um radar de micro-ondas. Os homens encontrados pelo dispositivo ficaram presos sob três metros de escombros durante dias na vila de Chatura. Após descobertos pelo equipamento, eles foram retirados do local por uma equipe de resgate. De acordo com a Nasa, a nova tecnologia consegue diferenciar os batimentos cardíacos de uma pessoa da pulsação de outros seres vivos. Além disso, um grande benefício do protótipo é o fato de que as pessoas não precisam estar conscientes para serem encontradas.

Usina gera energia com gás de aterro sanitárioCapaz de gerar energia suficiente para atender a uma cidade com 200 mil habitantes, a usina Biotérmica Energia, no Rio Grande do Sul, é a primeira daquele estado que funciona com gás de aterro sanitário. Localizado em Minas do Leão, a 90 quilômetros da capital, o aterro recebe diariamente 3,5 mil toneladas de resíduos. A tecnologia consiste em utilizar o metano proveniente da decomposição dos resíduos que, em vez de ser queimado e lançado na atmosfera, é aproveitado para produção de energia. Assim, haverá a redução da emissão de CO2 em 170 mil toneladas por ano, contribuindo para a redução de gases do efeito estufa.

#NOVIDADES TECNOLÓGICAS

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Page 25: Revista CREA Bahia Edição 48

TECNOLOGIA

Roupa especial carrega celular com luz solarA situação incômoda de ficar sem celular quando mais precisamos dele pode estar com os dias contados. Uma coleção de roupas capaz de carregar celulares com a luz do sol foi criada pela agência de publicidade holandesa Gelderland Valoriseert, em parceria com uma estilista e um engenheiro elétrico do mesmo país. A proposta é que as roupas, expostas ao sol por uma hora, sejam capazes de carregar pelo menos a metade da bateria dos smartphones

convencionais.

As roupas fazem parte da coleção Wearable Solar e são ideais para

situações em que não há acesso à energia elétrica. Os itens do vestuário

foram inspirados na pele humana, por isso cada peça de roupa foi dividida em camadas. Por enquanto, as roupas da coleção ainda não são vendidas, mas os desenvolvedores pretendem comercializar as peças em breve.

Um detalhe importante da criação. Como os painéis são móveis e flexíveis, quando o tempo estiver nublado ou chuvoso, eles podem ser dobrados e escondidos.

Casa ecológica usa fontes renováveisA primeira residência certificada no Brasil com o selo Referencial GBC Brasil Casa fica no litoral de São Paulo, na cidade de Maresias. A construção ficou a cargo da empresa de engenharia LCP e o grande diferencial é o uso de Painéis de Argamassa Armada com miolo de Poliestireno Expandido (EPS), que substituem as paredes tradicionais de concreto ou tijolo.

Apesar de pouco conhecida no Brasil, essa tecnologia é bastante comum na Europa e Estados Unidos. É resistente e praticamente não deixa resíduos na obra, fator essencial para garantir a sustentabilidade de um projeto. O processo é também mais rápido que o tradicional, o que economiza mão-de-obra. A casa em Maresias foi construída em apenas oito meses.

Para conseguir a certificação, o projeto teve que observar outros fatores, como a limpeza no canteiro de obras e o uso de fontes renováveis de energia, além da reutilização da água da chuva. Com um sistema de coleta e armazenamento, a água da chuva foi usada em 60% de toda a argamassa usada na residência.

Dentro do imóvel, também há uma preocupação ecológica. A unidade possui um sistema de aquecimento solar e também utiliza placas fotovoltaicas para produzir sua própria energia limpa. Nas áreas externas foram utilizados pisos drenantes e a economia de água usada para a irrigação do sistema chega a 72%.

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#CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO

Durante as obras do metrô de Salvador, operários escavam sobre uma tubulação

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Fotos: Edson Ruiz

Imagine a implantação de um grande empreendimento edificado em região urbana. Para realizar a obra, serão ne-cessárias demolições e escavações, com fluxo contínuo de máquinas pesadas na área. Em região densamente ocupada, isso pode gerar o encontro com diversas redes submersas de distribuição, fios e materiais variados da prefeitura e de empresas de saneamento básico, eletricidade, telefonia e internet. E há, ainda, em alguns locais, a possibilidade de passar por ali sistemas de transporte de gás e petróleo por dutos.

Mas todo o processo pode ser simplifi-cado e potencializado se a cidade que recebe o empreendimento gerir um Cadastro Territorial Multifinalitário. Essa ferramenta é muito comum em países europeus e nos Estados Unidos, mas rara no Brasil, onde a referência positiva é apenas a capital de Minas Gerais, que possui o seu banco de dados em contínua atualização.

O CTM, como é conhecido, é um grande levantamento de dados metodicamente organizados, concernentes a parcelas territoriais, dentro de uma determinada região administrativa. Explicita o que a região possui, tanto no seu subsolo

quando no solo propriamente dito. Um cadastro desses, por exemplo, pode-ria evitar o acidente com a adutora da Embasa, dia 1º de abril, que terminou por comprometer o fornecimento de água em cerca de 60% da cidade do Salvador. O cadastro apontaria a existência da adutora naquela região da BR-324 e nenhuma obra do metrô seria realiza-da na área, praticamente impedindo que um acidente como aquele viesse a acontecer. Houve o rompimento de outra adutora em obra na Av. Orlando Gomes, que alagou parte da Avenida Paralela, em julho.

“O Cadastro Multifinalitário voltou a ser muito pedido e comentado em Salvador por conta do acidente envolvendo a Embasa e o consórcio responsável pelas obras do metrô. Realmente, o cadastro seria importante para impe-dir o problema com aquela adutora. Mas é preciso dizer que o CTM é mui-to mais do que um mapeamento do subsolo das cidades. Ele é um grande sistema norteador do progresso, das políticas públicas e até mesmo da ci-dadania em um país”, dimensiona o en-genheiro agrimensor e civil Alessandro José Macedo Machado, presiden-

te da Associação dos Engenheiros Agrimensores da Bahia (Aseab).

A Federação Internacional de Geômetras – FIG, em sua Declaração sobre Cadastro (FIG, 1995), deixa claro que este tipo de ferramenta possibilita “o desen-volvimento sustentável e a proteção ambiental”. Países desenvolvidos se esmeram em aperfeiçoar sistemas cadastrais tecnicamente eficientes e, para isso, aproveitam-se das mais modernas tecnologias. Uma delas é o BIM (Building Information Model ou Building Information Modeling) que significa tanto “Modelo de Informação da Construção” quanto “Modelagem de Informação da Construção”. Jogando dados de um CTM no BIM é possível desenvolver projetos em todos os seus processos construtivos e fases de ins-talação, levando em conta as caracte-rísticas da área. Depois de concluída a obra, seus dados são incorporados ao CTM, atualizando-o.

“O Cadastro Territorial Multifinalitário é um banco de dados em progresso cons-tante. É a forma de se ter disponíveis informações de vários níveis que devem se comunicar na busca pela melhor so-lução naquele determinado projeto. É a forma mais moderna e racional de enxergar o desenvolvimento eficien-te, consciente e sustentável de uma cidade, de uma região e de um país”, dimensiona o engenheiro agrimensor Juci Conceição Pita, vice-presidente do Crea-BA e também da Aseab.

AGRONOMIA

UM CADASTRO PARA O BRASILcrescer mais e melhor

Vários órgãos públicos e empresas possuem informações que seriam imprescindíveis para um CTM, mas não compartilham

Alessandro José Macedo Machado, engenheiro agrimensor e civil,

presidente da Aseab

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Page 28: Revista CREA Bahia Edição 48

RapidezProgramas de regularização da terra e de localização de propriedades públicas susceptíveis à redistribuição se tornam mais eficazes. Tudo pode ser localizado espacialmente.

JustiçaO cálculo dos impostos sobre a propriedade passa a ter um instrumento eficaz para se chegar ao resultado mais justo.

TransparênciaMelhora a eficiência das transações (compra, venda), o uso da propriedade no mercado imobiliário (hipoteca e créditos) e evita disputas, pois os limites do terreno são verificáveis.

SegurançaSetores público e privado gerenciam recursos de forma mais eficaz em projetos de infraestrutura, restauro e outros serviços básicos.

CredibilidadeO CTM torna mais eficaz a criação e o gerenciamento de programas de regularização fundiária, proteção ambiental, uso dos recursos naturais, locação de unidades de saúde e escolas.

Inclusão SocialOs endereços são atribuídos e os cidadãos são reconhecidos pela sociedade. A partir dos dados, podem exigir serviços básicos e equipamentos públicos para a comunidade.

EconomiaAcaba a necessidade da (re)coleta de dados e manutenção de vários mapas e bases de dados territoriais, advindos de diferentes departamentos públicos e privados.

*Com informações de PAIXÃO, S.K.S. Design of a conceptual land information management model for the rural cadastre in Brazil. Doctor thesis. University of New

Brunswick, Department of Geodesy and Geomatics Engineering, Canadá, 2010. Disponível em: http://www2.unb.ca/gge/Pubs/TR270.pdf. Acesso: 08 de junho de 2015.

#CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO

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Page 29: Revista CREA Bahia Edição 48

RapidezProgramas de regularização da terra e de localização de propriedades públicas susceptíveis à redistribuição se tornam mais eficazes. Tudo pode ser localizado espacialmente.

JustiçaO cálculo dos impostos sobre a propriedade passa a ter um instrumento eficaz para se chegar ao resultado mais justo.

TransparênciaMelhora a eficiência das transações (compra, venda), o uso da propriedade no mercado imobiliário (hipoteca e créditos) e evita disputas, pois os limites do terreno são verificáveis.

SegurançaSetores público e privado gerenciam recursos de forma mais eficaz em projetos de infraestrutura, restauro e outros serviços básicos.

CredibilidadeO CTM torna mais eficaz a criação e o gerenciamento de programas de regularização fundiária, proteção ambiental, uso dos recursos naturais, locação de unidades de saúde e escolas.

Inclusão SocialOs endereços são atribuídos e os cidadãos são reconhecidos pela sociedade. A partir dos dados, podem exigir serviços básicos e equipamentos públicos para a comunidade.

EconomiaAcaba a necessidade da (re)coleta de dados e manutenção de vários mapas e bases de dados territoriais, advindos de diferentes departamentos públicos e privados.

*Com informações de PAIXÃO, S.K.S. Design of a conceptual land information management model for the rural cadastre in Brazil. Doctor thesis. University of New

Brunswick, Department of Geodesy and Geomatics Engineering, Canadá, 2010. Disponível em: http://www2.unb.ca/gge/Pubs/TR270.pdf. Acesso: 08 de junho de 2015.

“A inexistência de um cadastro técnico amplo atravanca o de-senvolvimento de um país, no

tangente à ocupação e gerenciamen-to de seus espaços urbano e rural.” A afirmação do engenheiro Alessandro Machado dá uma dimensão da impor-tância da sistematização e alimenta-ção de dados em uma ferramenta que possa estar disponível ao poder público e à sociedade. “Países desenvolvidos já perceberam a importância de um Cadastro Territorial Multifinalitário. Nós, no Brasil, infelizmente, ainda não conseguimos fazer com que os gestores e políticos percebam essa necessida-de”, comenta o também engenheiro Juci Pita.

A verdade é que em várias partes do mundo vêm sendo promovidas ini-ciativas de reformas cadastrais que procuram aproximar o modelo de cada país ao proposto pela Federação Internacional de Geômetras. O que se percebe é que países que possuem ca-dastros eficientes crescem mais e me-lhor, distanciando-se, cada vez mais, de

países subdesenvolvidos ou ainda em desenvolvimento, onde, via de regra, predomina o improviso.

O que impressiona é que, no Brasil, vá-rios órgãos públicos e empresas pos-suem informações que seriam impres-cindíveis para um CTM, mas não com-partilham. Tomando-se como exemplo a Bahia, a Embasa, em alguma escala, sabe onde ficam seus tubos e adutoras; a Coelba sabe onde estão enterrados seus fios; as empresas de internet e telefonia, idem; a Bahiagás, da mesma forma no tangente ao gás.

“Em Belo Horizonte, o que foi feito é que o gestor chamou todos que tinham informações sobre a cidade (empresas e órgãos) e negociou com eles, levando os dados para um centro de gerenciamen-to. A partir dali, quem queria fazer uma obra na cidade podia comprar informa-ções sobre a área - o pagamento ajuda a viabilizar economicamente o projeto. Concluída a obra, os novos dados são enviados à prefeitura, sendo imediata-mente incorporados ao CTM, que passa, assim, a estar continuamente atualiza-do”, informa Alessandro Machado.

Compartilhar é o primeiro passo

Alessandro José Macedo Machado, engenheiro agrimensor e civil, presidente da Aseab

A inexistência de um cadastro técnico amplo atravanca o

desenvolvimento de um país

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AGRONOMIA

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No Brasil, há quase que um com-pleto apartamento entre cadas-tros rurais e urbanos. Pouco se

comunicam. Além disso, a legislação que poderia melhorar a atual condi-ção é ainda cumprida de forma vaga-rosa. O presidente da Associação dos Engenheiros Agrimensores da Bahia lembra que a NBR 14.166/98 já requer que os planos diretores dos municípios insiram o controle espacial na demar-cação de terrenos e fronteiras. Há tam-bém a Lei 10.267/2001, que permite o desenvolvimento do Cadastro Nacional de Imóveis Rurais (CNIR) e obriga os proprietários a, gradativamente, promo-verem o georreferenciamento de suas terras, de acordo com normas técnicas.

Apesar dessas referências legais, é comum que cartórios de registros de imóveis aceitem, de forma irregular, plantas de levantamentos sem precisão, que dispensam, por exemplo, uso de GPS, comprometendo a possibilidade

de se realizar um rigoroso registro dos limites das propriedades.

“Acredito que, atualmente, devemos falar de uma integração entre o cadastro rural e o urbano. Há de se levar em con-sideração especificidades, é claro, mas, no geral, o melhor caminho é termos um cadastro único, porém eficiente”, comenta Juci Pita.

Para o campo, diz Pita, o cadastro tan-to dá conta de necessidades idênticas

ao urbano (à semelhança da fronteri-zação georreferenciada de terrenos e localização de redes de distribuição), como fornece dados que possibilitam identificar áreas de manancial hídrico propícias à proteção e áreas de reserva, além de terrenos públicos possíveis à disponibilização para reforma agrária. Também viabiliza a quantificação e a qualificação de biodiversidade.

Do ponto de vista urbano, a inclusão na Constituição Federal de 1988 da Lei

Metodologias são ignoradas ou não se comunicam

Juci Pita, engenheiro agrimensor e vice-presidente do Crea-BA

Acredito que, atualmente, devemos falar de uma

integração entre o cadastro rural e o urbano

Fotos: Edson Ruiz

#CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO

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Juci Pita, engenheiro agrimensor

VOCÊ SABIA?

AGRONOMIA

• A utilização de dados e cadastros para a gestão territorial não é coisa nova. Em 1600 a.C. o Egito se utilizava desse expediente para avaliar as áreas inundadas do Rio Nilo.

• O famoso Cadastro Napoleônico ocorreu entre 1808 e 1850, na França, apresentando um modelo depois seguido por diversos países da Europa.

• Alguns sistemas registrais baseados em medições: Alemanha (1809), Hungria (1855), Áustria (1871), Suíça (1913), Polônia (1919), Egito (1920), Checoslovaquia (1930), Yugoslávia (1930).

• O Estatuto da Terra - Lei 4.504 de 30/11/1964 - estabeleceu o primeiro cadastro territorial rural brasileiro que seguia uma base comum.

• A necessidade de arrecadar mais tributos gerou os primeiros cadastros urbanos, por volta dos anos 1970. Não seguiam uma legislação específica, mas validavam-se da Constituição Federal de 1946, no tangente à arrecadação de tributos da competência dos municípios.

• No Brasil, em épocas e lugares diferentes, o termo “cadastro” tem sido utilizado para registros públicos, como “cadastro imobiliário”, “cadastro técnico” e “cadastro de imóveis”. Na tentativa de buscar uma regulamentação comum, em consonância com a proposta da Declaração sobre Cadastro da FIG, vem ganhando força a proposta de um cadastro múltiplo e estruturado, denominado Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM).

ciadas discussões sobre a necessidade de se implantar, valorizar e sustentar uma ampla reforma cadastral.

Ainda dentro do contexto da ocupação urbana, atualmente tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei (PL 3769/12), que cria o Programa Nacional de Regularização de Imóveis Urbanos (Pronarim). Aprovado, proporcionará aos donos de imóveis urbanos que não possuem escritura realizar o registro de suas propriedades.

“Atualmente, cerca de 80% dos imó-veis urbanos brasileiros não possuem qualquer registro ou identificação. Para o Estado, é como se não existis-sem. Isso cria diversas dificuldades. Acredito que o Pronarim seja votado até o final deste ano e traga avan-ços”, comenta o engenheiro agri-mensor e civil Fabrício Alves Gomes, da FG5 Engenharia.

10.257/2001, denominada Estatuto da Cidade, representou grande avanço por exigir a implantação de planos diretores nos municípios com mais de 20 mil ha-bitantes e a regularização fundiária do meio urbano. Como é quase impossível fazer cumprir a lei sem o suporte de um sistema cadastral eficiente, foram ini-

Fotos: Edson Ruiz

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“A INTEGRAÇÃO NO CADASTRO DOS IMÓVEIS RURAISvai facilitar a vida do contribuinte e evitar fraudes”

Se o imóvel não cumpre sua função

social, o imposto cobrado pela Receita Federal vai crescendo

gradativamente

Miguel NetoEngenheiro cartógrafo

Chefe do serviço de cartografia do Incra (Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária) e da Divisão de Ordenamento Fundiário

A zona rural possui atualmente dois tipos de cadastros para as propriedades, o que dificulta a fiscalização e favorece as fraudes e o uso inadequado da terra. Uma solução seria a integração desses registros em um único sistema, medida que deve ser tomada

em breve pelo governo federal.

Foto: Edson Ruiz

Pelo menos é o que espera o chefe do serviço de cartografia do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), o engenheiro cartógrafo Miguel Neto, que também lidera a Divisão de Ordenamento Fundiário da mesma instituição. Na entrevista a seguir, ele fala da integração dos cadastros, da política de assentamento e da situação da Bahia.

#ENTREVISTA

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PING-PONG

Quais as atribuições de seu setor?

O serviço de cartografia atua direta-mente nos serviços de georreferencia-mento dos projetos de assentamento e territórios quilombolas. É responsável também pela organização do comitê regional de certificação e dá suporte à fiscalização dos serviços contratados pelo Incra, no que diz respeito ao geor-referenciamento e ao parcelamento de imóveis rurais e regularização fundiária executadas na Bahia.

Por que é importante unificar os cadastros de imóveis rurais?

Atualmente, existe o Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR), emiti-do pelo Incra, e o ITR, da Receita Federal. A ideia é que a partir de 2016 se faça apenas uma declaração, o que vai fa-cilitar a vida do contribuinte e evitar fraudes, negligências, omissões, evasão de divisas e sonegação fiscal.

Mas já tivemos alguns avanços, como a recente modernização do cadastro de imóveis rurais, o que está permitin-do um cruzamento de dados gráficos oriundos das certificações do georrefe-renciamento com o cadastro declarado

pelos proprietários, o que melhora muito a análise por parte dos técnicos do Incra.

A CCIR é exigida de três em três anos e o ITR anualmente. Com a integração, seria necessário apenas um documento anual. Vale lembrar que a cobrança vai continuar sendo feita pela Receita, só a entrada de informações que será única.

Além disso, buscamos também a integração com o cadastro ambiental do Governo do Estado. Já houve uma primeira conversa com o Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) para que o órgão estadual forneça os dados para um cruzamento de informações. Já estamos, inclusive, criando um termo de cooperação entre os dois órgãos.

Como é executado esse serviço na Bahia?

Enfrentamos hoje uma grande dificul-dade de mão de obra para atender à demanda. Por isso o Incra tem firmado acordos de cooperação técnica com as prefeituras, nos quais montamos a es-trutura nas cidades e capacitamos os funcionários municipais para que eles executem esse cadastro.

Esse cadastro é feito de que forma?

O proprietário procura o órgão em sua cidade e faz a declaração. Com a modernização, ampliamos essa rede de atendimento também pela internet. Ele cadastra o imóvel na web e envia os documentos pelo correio.

Nesse cadastro são informados os dados do proprietário, do imóvel e o uso que se faz dele. De posse dessas informações, temos como saber se a propriedade atinge o índice de produtividade, que é o grau de eficiência e utilização da terra. Assim ficamos sabendo se ela está cumprindo sua função social.

Ao final, definimos se o imóvel é produ-tivo ou não. Vale lembrar que os ban-cos exigem esse documento. Primeiro por conta da veracidade da informação sobre as propriedades que eles vão dar garantia e crédito. Depois, porque eles vão poder avaliar o potencial agrícola e o retorno que aquela terra pode dar.

Então esse documento é essencial para quem busca financiamento?

Com certeza. Além da certificação, que é a garantia da existência da terra, o CCIR é um dos documentos principais, não só para o banco, como para a segurança jurídica do proprietário. Sem esse documento, ele não consegue, por exemplo, registrar o imóvel no cartório.

Mas se o imóvel é particular, porque ele precisa ter um uso social?

Do ponto de vista tributário, se o imóvel não cumpre a função social, se é impro-dutivo, o imposto cobrado pela Receita Federal vai crescendo gradativamente. Podemos fazer uma analogia com o IPTU. Se um terreno está abandonado por muito tempo e a prefeitura entende isso como especulação imobiliária, a taxa do imposto que incide sobre ele é maior do que um que está sendo utili-zado para moradia.

Do ponto de vista agrário, esse imóvel improdutivo é passível de desapropria-ção para fins de reforma agrária. Por isso é importante que o produtor mantenha esses dados atualizados para não ficar sujeito nem à cobrança maior de im-postos e nem à desapropriação.

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Se for constatada a improdutividade, a terra é desapropriada e feita uma avaliação pelos valores de mercado.

Se o proprietário aceitar de imediato a avaliação, o trâmite para a liberação dos recursos

inicia em até 5 anos.

O Incra faz uma pré-avaliação para saber se a ação é legítima.

No caso de o produtor estar regularizado e de sua terra ser produtiva, não existe risco de ele ser atingido pelo processo.

A ajuda às famílias antecede a ocupação. O Incra auxilia no deslocamento, na

alimentação e concede crédito de apoio ao custeio das necessidades mais imediatas

na desapropriação. Durante a implantação dos assentamentos, as famílias recebem

benefícios federais, como o “Bolsa Família” e o “Minha Casa, Minha Vida”.

O Incra determina como será a distribuição espacial do

lote, definindo as áreas para plantio e espaços coletivos,

o que evita conflitos.

De início a propriedade fica em nome do Incra, passando para o assentado

após o processo de titulação e do cumprimento de cláusulas resolutivas.

O imóvel rural é reivindicado pelos movimentos sociais.

Confirmada a possibilidade, o proprietário é notificado e uma vistoria é realizada, seguida de um laudo agronômico com os limites e usos desse imóvel.

#ENTREVISTA

Veja como funciona a desapropriação

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PING-PONG

Como funciona o processo de desapropriação?

Antes de explicar, quero deixar claro que se o produtor estiver regularizado e sua terra for produtiva, ele pode ficar tranquilo que o processo não vai atingi-lo. Uma ação de desapropriação começa com o imóvel rural sendo reivindicado pelos movimentos sociais. O Incra então providencia uma pré-avaliação para saber se ele está apto para tal fim. Identificada essa possibilidade, o proprietário é notificado e uma vistoria é realizada, seguida de um laudo agronômico com os limites e usos desse imóvel. Se for constatada a improdutividade, a terra é desapropriada e é feita uma avaliação pelos valores de mercado. Se o proprietário aceitar de imediato a avaliação, o trâmite para a liberação dos recursos inicia em até cinco anos, mas se ele não aceitar e entrar na Justiça, o prazo é indeterminado.

A Bahia tem muitos imóveis desapropriados para Reforma Agrária?

Hoje temos mais de 500 assentamentos. Um estado com a nossa dimensão não poderia ser diferente. A perspectiva para 2016 é fazer muitas desapropriações, a partir de acordos, sobretudo no extremo sul, com as empresas de celulose, que têm ofertado algumas áreas para os movimentos sociais.

Qual o suporte que o Incra dá às famílias?

Antes mesmo de as famílias ocuparem o assentamento, o Incra dá apoio para deslocamento e alimentação. E na desapropriação elas recebem crédito de apoio imediato para o custeio das necessidades básicas. Ao longo do processo de im-plantação dos assentamentos, essas famílias são beneficiadas pelos diversos programas do governo, como o “Bolsa Família” e o “Minha Casa, Minha Vida”.

Como é feita a distribuição desses lotes?

Já no ato de criação do assentamento, nós determinamos como será a distribuição espacial, definindo as áreas para plantio e espaços coletivos, o que evita conflitos. Isso é estabelecido em conjunto com as próprias associações.

E a situação jurídica desse imóvel? O assentado pode vender?

Inicialmente a propriedade fica em nome do Incra e só a partir do processo de titulação e do cumprimento de cláusulas resolutivas é que é possível passá-la juridicamente para o nome do assentado. Isso leva cerca de dez anos. É o tempo também para quitação de débitos que ele venha a adquirir com o governo federal.

Quantos imóveis rurais existem na Bahia?

São cerca de 570 mil, incluindo os registrados em cartório e os que estão na condição de posse. Vale lembrar que para ser considerado rural ele deve ter uma destinação agroextrativista, agroindustrial ou voltado para a pecuária, mesmo que esteja em uma zona urbana.

Existem muitas propriedades irregulares no Estado?

Infelizmente ainda existem muitas posses, que são aquelas propriedades sem matrícula, e consequentemente sem segurança jurídica. Esses proprietários ficam impedidos de participar de políticas do governo e de acessar crédito. Essa situação é mais grave na região do semiárido, que tem uma condição climática desfavorável, falta de acesso a crédito e uma população desassistida por muitos anos. Estamos fazendo um trabalho para retomar a regularização e já começamos em Monte Santo, Cícero Dantas, Fátima, Ribeira do Pombal e outros municípios da região.

Existem regiões com mais desapropriações do que outras na Bahia?

É bem homogêneo, com exceção da região oeste, que não tem tanta desapropriação, porque lá existe uma concentração forte de agronegócio e as condições de projetos agrícolas para esse tipo de negócio em reforma agrária são muitos onerosos.

Os projetos envolvendo a agricultura fa-miliar têm algum diferencial para efeito de Reforma Agrária?

De uma maneira geral, sim. Seguimos as determinações do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) ao qual o Incra é submetido. Existe a prerrogativa de fortalecimento da agricultura familiar em todo o Brasil e na Bahia isso vem sen-do intensificado este ano. A Secretaria do Desenvolvimento Rural também recebe recursos do MDA para aplicação dessas políticas. Hoje temos um convênio de assis-tência técnica que pactua com os assenta-mentos quais as soluções de produção, que geralmente são voltadas para a agricultura familiar, incluindo a produção de mel, fa-rinha de mandioca, caprinocultura, feijão, milho e mais uma série de produtos.

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Os profissionais vinculados ao Crea-BA contam agora com mais uma unidade de serviços em Salvador. Trata-se do

novo posto do Conselho instalado no SAC do Shopping Barra, criado para agilizar a vida de quem precisa emitir uma carteira, fazer uma alteração cadastral e entregar ou receber documentos (veja a relação completa na página ao lado).

#DESCENTRALIZAÇÃO

CREA-BA INAUGURAunidade de atendimento no SAC do Shopping Barra

O início do funcionamento foi no dia 15 de junho, com a presença do presidente Marco Amigo, que destacou a importância da descentra-lização para facilitar a vida dos técnicos e engenheiros. “Estamos ga-rantindo mais uma opção de acesso e, ao mesmo tempo, promovendo uma maior aproximação com os profissionais”, destacou o presidente.

A unidade do SAC já funciona integrada ao novo sistema corporativo do Crea-BA, o Sitac, que permite uma maior celeridade aos serviços. O sistema visa facilitar a vida dos profissionais, empresas e órgãos do governo, disponibilizando, de forma online, o acesso a serviços diversos.

O coordenador de Registro e Cadastro do Crea-BA, Luís Assis, destaca que o posto no SAC do Shopping Barra é a primeira experiência da parceria com a Secretaria da Administração e funcionará dentro dos horários do órgão. “É mais um serviço que disponibilizamos para garantir a presença do Crea junto ao seu público alvo”, destaca.

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“Contamos com o atendimento de três colaboradoras e temos também link dedicado de internet para agilizar as demandas”, diz Assis, informando ainda que além dos serviços oferecidos, será realizada orientação ao público com o objetivo de garantir mais comodidade aos clientes do Crea-BA.

Mais de 80% dos serviços prestados pelo Crea são destinados a empresas e profissionais de engenharia e da área tecnológica.

Elogios à estruturaUcélio Silva Melo foi um dos profis-sionais atendidos na nova unidade. Satisfeito com o atendimento, ele elo-giou a iniciativa. “Ouvi no rádio, recebi também o comunicado do posto por e-mail e vim aqui por achar mais perto, oferecer comodidade no deslocamen-to e, sobretudo, praticidade”, afirmou o profissional.

O administrador de empresas e procu-rador de várias empresas de mineração na Bahia, Manoelito Cardoso, também já

procurou o serviço do SAC e diz que gostou bastante. “Frequento o Crea há mais de 30 anos e essa medida de ir para o shopping foi uma das melhores coisas que aconteceram, pois facilita muito minha vida”, destacou Manoelito, acrescentando que gostou bastante também do atendimento e da rapidez com que as informações foram levantadas. Ele conta que buscou o Crea para alterar uma senha e para tratar de uma ART. “O atendimento foi bem rápido e gostei da estrutura”, finalizou.

ALGUNS SERVIÇOS PRESTADOS NA UNIDADE• Registro de profissionais e empresas• Segunda via e emissão da carteira provisória• Alteração cadastral• Regularização de notificações• Certidões (de acervo técnico, especial e de registro e quitação)• Entrega de documentos• Consultas diversas

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTODe segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h

INFORMAÇÕESPara mais informações sobre os serviços prestados pelos postos SAC, horários e locais de atendimento, a Saeb disponibiliza o site do SAC e os números 0800 071 5353 (telefone fixo) e 4020 5353 (telefone móvel).Site: www.sac.ba.gov.br

Estamos garantindo mais uma opção de acesso e, ao mesmo tempo, promovendo uma maior aproximação

com os profissionaisMarco Amigo, presidente do Crea-BA

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#DESCENTRALIZAÇÃO

O novo sistema corporativo do Crea-BA, o Sitac, fechou o pri-meiro mês de funcionamento

com um aumento de 70% na consulta por serviços. A ferramenta tem como objetivo descentralizar os atendimen-tos, permitindo que eles possam ser feitos online.

Segundo o coordenador de Registro e Cadastro do Crea-BA, Luís Assis, o obje-tivo vem sendo alcançado. Em 30 dias, a média de consultas de ARTs cresceu de 10 a 11 mil para 17 mil, reduzindo em 50% o atendimento presencial na sede do Crea-BA, em Salvador. “Facilitamos a vida dos clientes, que podem ago-ra realizar as consultas e serviços por meio da internet, sendo que os prazos para resposta foram mantidos”. Além da sede, o Crea-BA mantém 26 inspetorias nas diversas regiões do estado.

O sistema visa facilitar a vida dos profissionais, empresas e órgãos do governo, disponibilizando online o acesso a serviços diversos. Entre eles, a emissão de certidões de acervo, primeiro registro profissional, registro de pessoas jurídicas, emissão de boletos, consulta de autenticidade de documentos e emissão de ARTs.

Assis acredita que a procura aumentará gradativamente, a partir do conhecimento dos profissionais. “O atendimento presencial continua, mas queremos garantir comodidade aos nossos clientes. É um processo contínuo”.

A demanda na sede sofreu uma queda significativa, mantendo o fluxo apenas nos finais da manhã e tarde e também para atendimentos específicos. “Muitos clientes ainda nos procuram na sede por conta de situações onde acreditam conseguir maior urgência ou com situações mais específicas. O Sitac resolve um dos maiores problemas que enfrentamos hoje nas cidades, que é o deslocamento”, opina Assis.

Nova ferramenta corporativa aumenta o número de consultas

O atendimento presencial continua, mas queremos garantir comodidade aos nossos clientes

Luís Assis, coordenador de Registro e Cadastro do Crea-BA

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DAS OBRAS NO RIO SÃO FRANCISCO ESTÃO CONCLUÍDAS

75,6%#OBRAS NO SÃO FRANCISCO

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Ministério da Integração Nacional anuncia que obras do Rio São Francisco começam a ser entregues ainda este ano e novo prazo para término é 2017

INTEGRAÇÃO

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Entre 2006 e 2007, o Projeto de Integração do Rio São Francisco ganhou manchetes. Iniciava-se uma obra que era festejada por alguns e demonizada por outros, gerando entre os críticos, inclusive, greve de fome do bispo de Barra (BA), Dom Luiz Flávio Cappio, em jejum que durou de 27 de novembro a 19 de dezembro de 2007. Tempos difíceis para o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve que se empenhar para impor a realização da secularmente planejada integração

do São Francisco com bacias hidrográficas do Nordeste Setentrional. Com conclusão inicial prevista para 2010, a obra, agora, já em 2015, prossegue com poucos holofotes midiáticos a iluminá-la, mas ainda com potencial de ser uma daquelas realizações estruturantes que ajudam a mudar a cara de um país.

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“Precisamos unir forças para que tenhamos um Velho Chico vivo”

Pelo seu curso natural, o Rio São Francisco atravessa seis esta-dos (Minas Gerais, Goiás, Bahia,

Pernambuco, Sergipe, Alagoas) e mais o Distrito Federal, passando por 507 municípios. O novo trajeto imposto pela transposição, quando concluído, benefi-ciará outros 12 milhões de habitantes, espalhados por mais 390 municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Pelo projeto, o em-preendimento irá garantir o abastecimen-to de água para grandes centros urbanos da região (Fortaleza, Juazeiro do Norte, Crato, Mossoró, Campina Grande, Caruaru) e também para centenas de pequenas e médias cidades inseridas no semiárido, além de áreas do interior do Nordeste.

As obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco atualmente apresentam 75,6 % de execução física. Etapas serão entregues a partir deste ano, tendo 2017 como prazo final de conclusão, informa a Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Integração Nacional. O empreendimento, com base na plani-

lha orçamentária vigente, está orçado em R$ 8,2 bilhões, sendo que já foram in-vestidos, até o momento, R$ 6,52 bilhões.

O projeto se desenvolve em dois gran-des eixos: Norte e Leste. O primeiro é da responsabilidade das empresas Carioca, Serveng, S.A. Paulista, Mendes Junior, Queiroz Galvão, Ferreira Guedes, Construcap e Toniollo Busnello. Já o Eixo Leste é tocado pelas empresas S.A Paulista, Somague e FBS Engenharia. Nos dois eixos há a importante parti-cipação do Exército Brasileiro.

O projeto é grandioso e foi precedido por diversos estudos e avaliações téc-nicas. Foram feitos estudos de impacto ambiental, de inserção regional, de via-bilidade técnica, econômica e hidrológi-cos. Todos, segundo a assessoria do MI, realizados de acordo com as diretrizes do Plano Decenal da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, concluído pela Agência Nacional de Águas (ANA). O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco iniciou a atualização deste plano no final de 2014. Com re-

cursos originários da cobrança pelo uso da água, a entidade investiu um valor global da ordem de R$ 6,9 milhões. Essa revisão será finalizada em até 18 meses.

São esses estudos que avalizam uma das principais questões levantadas acerca do projeto: a viabilidade téc-nica, a partir da vazão de água a ser bombeada. A defesa do Ministério da Integração é de que mesmo em períodos de estiagem, há garantias para o funcionamento do sistema. Os dados do MI apontam para uma vazão a ser bombeada de 26,4 m³/s, o que, pelo projeto, representa 1,4% da vazão média do rio. A ANA desenvolveu estudos que indicam que essa vazão de 26,4 m³/s é perfeitamente atingível mesmo em pe-ríodos “extremamente secos”. O estudo, para fins de comparação, indica que em períodos de cheia o Rio São Francisco poderia dispor de até 127 m³/s.

O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF) foi criado por decreto presidencial em 5 de junho de 2001, sendo um órgão colegiado, integrado pelo poder público, sociedade civil e empresas usuárias de água.

Possui atribuições normativas, deliberativas e consultivas. Tem como missão promover a gestão descentralizada e participativa dos recursos hídricos da bacia, protegendo os seus mananciais. Outra preocupação do Comitê é contribuir para o desenvolvimento sustentável das regiões ao longo do curso do rio.

O CBHSF possui 62 membros titulares. Sua composição traz 38,7% de usuários (geradoras de energia, irrigantes, concessionárias de abastecimento de água, industrias), 32,2% de representantes do poder público (federal, estadual e mu-nicipal), 25,8% de representantes da sociedade civil (pescadores, ONGs, univer-sidades, consórcios e associações intermunicipais) e outros 3,3% reservados a representantes das comunidades tradicionais.

Acompanhe a seguir entrevista com o secretário executivo do CBHSF, José Maciel Nunes de Oliveira, sobre aspectos do Projeto de Integração do Rio São Francisco.

REVISTA CREA-BA - O comitê sempre apontou para a necessidade da revitali-zação do Rio São Francisco seguir ao lado da transposição. Isso vem acontecendo?

JOSÉ MACIEL NUNES DE OLIVEIRA - O comitê sempre defendeu, que antes de qualquer grande projeto, houvesse inves-timentos para a revitalização. E o que foi garantido para o povo da Bacia foi que a cada real gasto na transposição, dois reais seriam gastos na revitalização. O comitê cobra que o Conselho Gestor do Programa de Revitalização saia do papel, e que a presidenta da República possa assinar o decreto que está pronto desde 2012.

José Maciel Nunes de Oliveira, secretário executivo do CBHSF

#OBRAS NO SÃO FRANCISCO

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INTEGRAÇÃO

RCB - O CBHSF surge com finalidades diversas, ligadas à Bacia do Rio São Francisco. A realidade e urgência do projeto de integração, que é um empre-endimento gigantesco, de certa forma ofusca as outras demandas do comitê?

JMNO - Apesar dos grande embates sobre a transposição, não deixamos de lutar e conseguir enormes conquistas para a bacia. Inclusive, após a imple-mentação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos na bacia, foi possível ao comitê realizar seus próprios sonhos. Temos mais de 40 projetos sendo con-cluídos, todos de recuperação hidro-ambiental da Bacia, em especial nos rios afluentes. Entregamos 26 planos municipais de saneamento, apoiamos com nossos recursos o Programa de

Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) nos estados da Bahia e Alagoas, dentre outros projetos. Também contratamos uma atualização do nosso Plano de Bacia por R$ 6,9 milhões.

RCB - Apenas 3,3% dos representan-tes do colegiado do comitê são ad-vindos das comunidades tradicionais. Não é pouco?

JMNO - A Lei das Águas nos obriga a ter apenas um representante indígena no comitê. Por entendermos que há necessidade de representação e diálogo entre esse segmento e os demais, foram criadas duas vagas para indígenas e uma para outras comunidades tradicio-nais, com seus respectivos suplentes. E realizamos, anualmente, o Seminário dos Povos Indígenas da Bacia e o

Seminário dos Povos Tradicionais da Bacia do Rio São Francisco.

RCB - Qual é a avaliação do presente e do futuro do Rio São Francisco que pode ser feita pelo CBHSF?

JMNO - O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, como o maior do país, e seguramente do mundo, tem a responsabilidade de ser modelo e exemplo. Passamos por um processo de amadurecimento interno e hoje es-tamos discutindo os atuais problemas, mas com um olhar futurista. Não discu-timos apenas, queremos dar soluções concretas, embasadas, para que, cada vez mais, possamos dar respostas aos ribeirinhos e à sociedade. Precisamos unir forças para que tenhamos um Velho Chico vivo para todos nós!

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O Crea-BA dá sua parcela de con-tribuição para a preservação do Rio São Francisco ao participar

do esforço conjunto que reúne outros 18 órgãos de fiscalização para evitar e valorar danos ambientais na Bacia Hidrográfica. As equipes que integram a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), verificam a situação do rio e das

Trabalho, Ibama, Inema, Divisa, DNPM, PRF, CIPA, SRTE e outros, contando ainda com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, Comitê da Bacia do São Francisco e Codevasf.

São vários os resultados alcançados, en-tre eles a melhoria da qualidade de vida da população que vive no entorno do rio, a manutenção dos recursos naturais e uma maior conscientização de todos sobre a necessidade de preservação.

Todas as ações são precedidas de uma série de reuniões entre os órgãos, em que são definidas as demandas, prio-ridades, agentes, logística, equipes de campo e mapas. São realizadas geral-mente três operações anuais e cada órgão envolvido cuida de um aspecto da fiscalização.

Essa experiência resultou na publicação de um livro, lançado no ano passado, cujo título é “Velho Chico: A Experiência da Fiscalização Preventiva Integrada na Bahia”.

Crea-BA ajuda a preservar Bacia Hidrográfica

comunidades do entorno e, entre os resultados concretos dessas ações, estão a realização de audiências pú-blicas e de cursos para conscientizar a população sobre a importância da preservação ambiental.

Entre os órgãos que participam desse trabalho estão os ministérios públicos estadual e federal, Ministério Público do

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#OBRAS NO SÃO FRANCISCO

O Projeto de Integração do Rio São Francisco não tem como único foco a transposição das águas.

Segundo o Ministério da Integração, o empreendimento corre ao lado de 38 Programas Básicos Ambientais que possibilitam o conhecimento do bioma Caatinga, não só no âmbito da fauna e da flora, mas também em aspectos econômico-sociais e arqueológicos. Destacam-se as implantações do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna) e dos Centros de Referência para Recupe-ração de Áreas Degradadas (CRADs).

Ministério da Integração destaca abrangência da obra

O conjunto dessas ações, segundo o Ministério da Integração, vem influen-ciando diretamente na melhoria da qua-lidade de vida das comunidades que vivem nas margens do São Francisco.

Fauna silvestreVale detalhar o Cemafauna, uma das iniciativas criadas a partir do Projeto de Integração. Esse centro conta com a participação de pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), de outras institui-ções brasileiras e também estrangei-

ras. As iniciativas do Cemafauna, que recebem apoio financeiro do Ministério da Integração, possibilitam estudos de inventário, resgate e monitora-mento da fauna silvestre nas áreas de influência direta e indireta do Velho Chico. Atuando desde 2008, o Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga resgatou mais de 86 mil animais nas áreas da obra, tendo, até o momento, devolvido à natureza cer-ca de 85% desse montante, segundo dados fornecidos pela Assessoria de Comunicação do MI.

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Grupamento de Engenharia do Exército tem destaqueO Exército Brasileiro participa ativa-

mente do Projeto de Integração do Rio São Francisco. Saiba

como, na entrevista realizada pela revis-ta Crea-BA com o Coronel de Engenharia Osmar Nunes Ferreira Santos, chefe do Centro de Controle e Operações de Obras do 1º Grupamento de Engenharia, sediado em João Pessoa (Paraíba).

REVISTA CREA-BA- Como foi a inclusão do Exército Brasileiro no Projeto de Integração do Rio São Francisco?

Resposta - No ano de 2005, o 1º Grupamento de Engenharia assumiu a missão de elaborar o Projeto Executivo de parte das obras que comporiam o Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional - PISF, consti-tuída das seguintes obras: Canal de Aproximação da EBI-1 e da Barragem de Tucutu, pertencentes ao Eixo Norte, localizados na cidade de Cabrobó - PE; e Canal de Aproximação da EBV-1 e da Barragem de Areias, pertencentes ao Eixo Leste, localizados na cidade de Floresta - PE. Esses projetos foram concluídos em 2006 e em maio de 2007 foram iniciadas as obras, simultanea-mente, nos eixos Norte e Leste.

RCB - Em que estágio estão as obras à cargo do Exército?

R - A parte que ficou sob a responsabili-dade do Exército, no projeto inicial, já foi concluída: Baragem de Tucutú e canal de aproximação do Eixo Norte, a cargo do 2º BEC (Junho/2012) e Barragem de Areias e canal de aproximação do Eixo Leste, a cargo do 3º BEC (Março/2013). Mas o Exército Brasileiro ganhou trechos adicionais e está trabalhando neles. Atualmente, o Exército está trabalhando nas obras de pavimentação das vias de acesso às estações de bombeamento EB V-01, 02 e 03, do Eixo Leste do PISF, e

elaborando novos Planos de Trabalho visando a pavimentação das vias de acesso às EB V-04, 05 e 06 do Eixo Leste e EB I-01, 02 e 03 do Eixo Norte. Cada lote de três vias requer um contingente de cerca de 200 militares, com duração de execução estimada em dois anos.

RCB - Quantos homens o Exército des-tacou para o projeto, como um todo?

R - Foram empregados cerca de 600 militares durante mais de cinco anos.

RCB - O senhor acha importante que o Exército esteja presente em projetos icônicos para o desenvolvimento do país, como é o caso dessa obra?R - Sim. As obras de grande porte pro-porcionam a oportunidade de o Exército adestrar suas tropas de Engenharia em todos os níveis, tanto gerencial como operacional, possibilitando o preparo da Força Terrestre para um eventual em-prego, a exemplo do que ocorre no Haiti, onde a Engenharia Militar colabora com a recuperação da infraestrutura daquele país. Não se pode também deixar de considerar o aspecto social, com a quali-ficação de jovens reservistas nas diver-sas atividades da Engenharia, tais como operadores de máquinas, motoristas,

auxiliar topografia, auxiliar laboratório de solos, mecânicos de equipamentos, pedreiros, carpinteiros etc.

RCB - Como o senhor avalia esse pro-jeto como experiência para os enge-nheiros do Exército?

R - O PISF proporcionou uma vasta ex-periência para a Engenharia Militar, em face de magnitude dessa obra hídrica. Como principais desafios enfrentados destacam-se elaboração do projeto para as obras, as ensecadeiras instaladas nas duas embocaduras do canal para possibilitar a sua execução em áreas submersas, além de grandes escavações em solos conglomeráticos (cascalhos com seixos e blocos tipo matacões).

RCB - O Exército também atua em pro-jetos de revitalização do Velho Chico?

R- Sim. O Exército vem atuando no Projeto de Revitalização do Rio São Francisco desde o ano de 2009, tendo concluído três segmentos de revitali-zação das margens do rio nos muni-cípios de Xique-Xique e Barra, ambos no estado da Bahia, e está elaborando novo Plano de Trabalho para melhoria de navegabilidade do Rio.

INTEGRAÇÃO

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CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015 45

Page 46: Revista CREA Bahia Edição 48

Queremos garantir mercado para as pequenas e médias empresas

Marco Amigo, presidente do Crea-BA

Construir alternativas aos impac-tos negativos da  “Operação Lava Jato” na atividade econômica na-

cional e no índice de emprego do Brasil e aos riscos de esmagamento das maiores empresas nacionais de engenharia é o principal objetivo do Fórum Permanente criado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados. O colegiado, instalado no dia 2 de julho, reúne parlamentares, entidades de trabalhadores do setor de óleo e gás, da indústria naval e re-presentantes do governo. O presiden-te do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, é um dos integrantes do grupo, que se reuniu no dia 7 de ju-lho com o Ministro Chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante, e com o Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro.

Marco Amigo, que representa o Sistema Confea/Crea, disse que o interesse do Conselho no colegiado é defender as empresas e profissionais da Bahia, opor-tunizando principalmente a exigência mínima do conteúdo local. “Queremos garantir mercado para as pequenas e médias empresas brasileiras para que elas deixem de assumir a posição co-adjuvante e passem para o papel prin-cipal”, disse o engenheiro. O Crea-BA vai promover reuniões semanais com empresas e entidades para levantar informações sobre a realidade da Bahia e apresentá-las em Brasília.

Em Salvador, foi realizado um encontro no Crea-BA com a participação de 15 em-presas do setor e alguns sindicatos para a elaboração de propostas concretas visando minimizar os efeitos da crise.

Criado a partir do requerimento nº  112/2015, do Deputado Valtenir Pereira (PROS/MT), o fórum é um  espaço de discussão e identificação de problemas nas áreas financeira, jurídica ou política.  “A minha expectativa com a constitui-ção desse fórum é, não só debater e diagnosticar os problemas, mas apontar soluções para o governo e sociedade”, disse o presidente da CFFC, deputado Vicente Cândido (PT).

O deputado destacou que a composi-ção de um relatório é um dos resulta-dos previstos para o trabalho. “Vamos construir um relatório preciso, do ta-manho da crise, por estados, setor, local

de trabalho etc. E vamos sair dessas reuniões com os ministros diferentes, com rumos claros, a partir da compe-tência de cada um, com o esforço de cada categoria, com envolvimento do governo e do Parlamento”, assegurou Vicente Cândido.

O parlamentar explicou que um relatório com alterações na Lei Anticorrupção  deverá ser apresentado pelo deputa-do Valtenir Pereira. Ele acredita que  a legislação precisa ser aprimorada.    “É uma lei muito nova e que, quando foi feita, não dava conta de abarcar um evento com o tamanho da Operação Lava Jato”, observa.

PRESIDENTE DO CREA-BAparticipa de fórum que discute efeitos da Operação Lava JatoPor Nadja Pacheco

#SOLUÇÕES PARA O BRASIL

CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 201546

Page 47: Revista CREA Bahia Edição 48

#COMPARTILHANDO CONHECIMENTO

SEGURANÇA NAS ESTRUTURAS

O livro, que está na 2ª edição, traz

informações sobre os diversos métodos

já adotados e, principalmente, a justificativa

para a evolução e as constantes

modificações que ocorrem nesses

procedimentos. A obra é base para o início dos estudos sobre o

tema, posteriormente abordado com mais detalhes nas disciplinas

específicas de cada material estrutural.

Dividido em sete capítulos, o livro

trata dos conceitos básicos e evolução histórica; métodos do coeficiente de

segurança interno e externo, método das tensões admissíveis;

introdução aos métodos

probabilísticos e método dos estados

limites.Autores: José Jairo de

Sáles, Jorge Munaiar Neto e Maximiliano Malite

Editora Elsevier

Páginas: 136

TOPOGRAFIA PARA ENGENHARIA

O objetivo do livro é prover materiais relevantes para as

disciplinas ensinadas nos cursos de

Topografia para a engenharia, bem como subsídios para auxiliar os profissionais no

desenvolvimento de seus projetos de

engenharia.

De acordo com os autores - Irineu da Silva e Paulo Cesar

Lima Segantine - professores

associados do Departamento

de Engenharia de Transportes da EESC-USP, com os avanços das décadas recentes e novas tecnologias

instrumentais, técnicas e métodos de

medição e aplicação prática, o texto

buscou racionalizar o conteúdo e oferece

ao leitor assuntos pouco tratados em

literaturas de língua portuguesa.

Autores: Irineu da Silva e Paulo Cesar Lima

Segantine

Páginas: 432

Editora: Elsevier

ENGENHARIA DE RESERVATÓRIOS DE

PETRÓLEO

A obra reúne em um único volume

os conceitos fundamentais para

o entendimento das técnicas utilizadas

na engenharia de reservatórios de petróleo, os

principais métodos usados na previsão do comportamento de reservatórios e,

consequentemente, na estimativa do

potencial produtor e da reserva de jazidas

petrolíferas, bem como as técnicas empregadas para se incrementar a recuperação do petróleo dessas

jazidas. O texto inclui ainda trabalhos

desenvolvidos pelos próprios autores

durante o exercício das suas atividades

profissionais na Petrobras.

Autores: Renato de Souza Carvalho; Adalberto

José Rosa; José Augusto Daniel Xavier

Editora: Interciência

Páginas: 808

CIÊNCIA E ENGENHARIA DE

POLÍMEROS

Este livro, que já está em sua

terceira edição, é destinado tanto

para estudantes de graduação como para

aqueles que fazem cursos de extensão

mais avançados. Desde a publicação da segunda edição em 1999, a área de polímeros passou

por um avanço considerável. Um

aspecto fundamental dessa edição é a

inclusão de novos conceitos como nanocompósitos de polímeros e catalisadores

metalocênicos em capítulos existentes,

bem como novos capítulos que

abrangem tópicos contemporâneos

selecionados como comportamento de polímeros naturais,

dinâmica de polímeros e difusão

em polímeros.Autores: Philip Choi e

Alfred Rudin

Páginas: 520

Editora: Elsevier

TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES EM CIÊNCIA,

TECNOLOGIA E ENGENHARIA DE

ALIMENTOS

O livro “Tendências e Inovações em

Ciência, Tecnologia e Engenharia de

Alimentos” reflete o trabalho coletivo de diversos centros

de excelência em pesquisa de diversos centros pelo Brasil, entre

eles: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, UFRRJ;

Universidade Federal Fluminense, UFF; Universidade de São Paulo, USP;

Universidade Estadual de Campinas,

Unicamp; e o Centro de pesquisas da Embrapa. Seu

principal objetivo é discutir toda a cadeia de processamento de

alimentos. Organizadores: Louise Emy Kurozawa e Stella Regina Reis da Costa

Editora: Atheneu

Páginas: 316

QUÍMICA SUPRAMOLECULAR E NANOTECNOLOGIA

O livro tem o objetivo de aumentar as

bases e fundamentos de Química para os estudantes de

graduação das Universidades

brasileiras. A intenção é transmitir a ampla gama de aspectos e

questões relacionadas à química

supramolecular e nanotecnologia.

Nesse sentido, evidencia a química

supramolecular como ferramenta para o

controle de interações intermoleculares

e a produção de estruturas

automontadas que possuem

uma propriedade, função ou processo

específico.Autores: Adilson Beatriz e

Wendel Andrade Alves

Editora: Atheneu

Páginas: 592

CREA, Salvador, BA, v.14, n.48, segundo trimestre de 2015 47

Page 48: Revista CREA Bahia Edição 48

#INSPETORIAS DO CREA-BA

ALAGOINHAS

Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping – Centro. CEP: 48030-03075 [email protected]: Eng. Agrônomo Luiz Cláudio Ramos Cardoso

BARREIRAS

Rua Maria Mendes Ferreira, nº21, Sandra Regina. CEP: 47.802-02277 3611-2720/[email protected]: Engº Civil Edson José Boll

BOM JESUS DA LAPA

Rua Flamengo, nº 300 – Amaralina77 [email protected]: Eng. Civil Fábio Lúcio Lustosa de Almeida

BRUMADO

Praça Coronel Zeca Leite, 460, Centro.77 [email protected]: Engº Agr. Sinval Xavier de Aguiar

CAMAÇARI

Av. Radial A, nº 67,Centro, Edfício Empresarial Pacific Center, salas Q e R, 1º andar. CEP: 42.807-00071 3621-1456 / [email protected]: Analista de Sistemas e Eletrotécnico Sandro Augusto Vieira da Silva

CRUZ DAS ALMAS

Rua J. B. da Fonseca, nº 137, Centro.75 [email protected]: Eng. Civil Luís Carlos Mendes Santos

EUNÁPOLIS

Rua Castro Alves, 374, Sala 02 e 03. CEP: 45820-35073 [email protected]: Eng° Agrônomo José Emarcio Bezerra Torres

FEIRA DE SANTANA

Rua Prof. Geminiano Costa, 198, Centro. CEP: 44001-12075 [email protected]: Engº Eletri. Edson José Nunes

GUANAMBI

Av. Presidente Castelo Branco, 495 – Aeroporto Velho. CEP: [email protected]: Eng. Agrimensor Wellington Donato de Carvalho

ILHÉUS

Rua Conselheiro Dantas, 81 - Centro. CEP: 45653-36073 [email protected]: Eng° Civil Claudio Nepomuceno Pinto

IRECÊ

Avenida Tertuliano Cambuí, n° 350, Centro. CEP: 44.900-00074 3641-3708/[email protected]: Eng. Agrônomo André Fernando Martinez Rocha

ITABERABA

Praça Flávio Silvany , 130, sala 15, Edf. Empresarial João Almeida Mascarenhas - Centro. CEP: 46880-00075 [email protected]: Eng. Eletricista Jayme Carneiro Calmon Neto

ITABUNA

Rua Nações Unidas, 625, Térreo. CEP: 45600-67373 3211-9343 Fax: [email protected]: Engº Agrônomo José Celso de Santana

JACOBINA

Rua Duque de Caxias, 400A – Estação. CEP: 44.700-000Tel: (74) [email protected]: Téc. em Seg. Trab.Sergio Alves Pedroza

JEQUIÉ

Rua Frederico Costa, 61 - Centro.CEP: 4520363073 [email protected]: Eng. Civil Deusdete Souza Brito

JUAZEIRO

Rua XV de Novembro, 56 - Centro.CEP: 48.905-09074 3611-3303/[email protected]: Eng. Agrônomo Luciano César Dias Miranda

LAURO DE FREITAS

Av. Brigadeiro Mário Epighaus, 78, Ed. Busines Center, sala 115 - Condomínio Porto 3 - Centro71 [email protected]: Eng. Telec. Johnson Euclides Pacheco

LUIS EDUARDO MAGALHÃES

Av. JK, nº 1973, Qd. 91, Lote 1, Salas 1 e 3 - Centro. CEP: 47850-00077 [email protected]: Eng. Agrônomo Paulo Roberto Gouveia

PAULO AFONSO

Rua Carlos Berenhauser, 322 Térreo, Alves de Souza. CEP: 48608-08075 [email protected]: Engº Agrônomo Arquimedes Ferreira Faria

RIBEIRA DO POMBAL

Av. Dep. Antônio Brito, 132 - Centro. CEP: 48.400-00075 [email protected]: Eng. Civil Jone Souza Santos

SANTA MARIA DA VITÓRIA

Rua 06 de outubro, S/Nº, Centro.CEP: 47.640-00077 3483-109077 [email protected]: Engº Civil Antocelio Ribeiro Teixeira

SANTO ANTÔNIO DE JESUS

Av. Roberto Santos, 88, Ed. Cruzeiro do Sul, salas 103 e 104. CEP: 44570-00075 3631-440475 [email protected]: Eng. Eletricista Leonel Pereira dos Reis Neto

SEABRA

Rua Jacob Guanaes, 565. CEP: 46900-00075 [email protected]: Eng. de Computação Jacques Jefferson Leão Lima

TEIXEIRA DE FREITAS

Av. Presidente Getúlio Vargas, 3421, Centro.Edificio Esmeralda - Salas 203, 204 e 205. CEP: 45995-00673 3291-3647/[email protected]: Eng. Civil Exuperio Amaral Souza

VALENÇA

Rua Dr. Heitor Guedes de Melo, nº 111, Ed. Argeu Farias Passos, Centro. CEP: 45400-00075 [email protected]: Engª Sanitarista e Ambiental Márcia Cristina Alves do Lago

VITÓRIA DA CONQUISTA

Avenida Otávio Santos, 722 – Recreio. CEP: 45.020-75077 3422-156977 [email protected]: Eng. Civil Alexandre José Pedral Sampaio

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