Revista Dinâmica | Edição 10

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Revista brasileira de variedades.

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Editorial

Colaboradores

Crônicas e Contos Da valsa ao funk

Educação e Formação Renovação das esperanças

Desconstruindo a Arte Oscar 2009

Mitologia Diálogos com Ella, a sereia II

Tecno+ As super resoluções

Embates e Debates Diplomacia à brasileira

Fazendo Direito Jus Postulandis, o Direito contra o profissional

Imagem e Ação O ano começou mais cedo?

MP2 Gremlin 2009

Saúde e Beleza Ô abre alas! Que a saúde e a beleza querem passar!

Com Água na Boca Receitas de carnaval

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( ÍNDICE )

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Amigos Leitores

E chegamos ao mês do Carnaval. O carioca costuma dizer que o Brasil para em dezembro para as festas

natalinas e de final de ano e só retoma o ritmo a todo vapor depois do Carnaval.

Vocês já perceberam que passou o Natal e as músicas de Carnaval já começam a ocupar os espaços da radio,

televisão e até propagandas?

A crise financeira internacional está aí, mas e o Carna-val? Será que somos alienados? País do futebol, praia,

cerveja e carnaval? Ou será que somos um povo sofrido, mas que depura nas águas que rolam no

Carnaval todos os seus problemas.

Desfilar numa Escola de Samba deve valer mais que uma boa sessão de terapia, não? Pelo menos quem já

viu alguém desfilar chorando suas mágoas? Pelo contrário, algumas pessoas passam o ano todo

malhando, outras em academias de dança para acertar o passo e outras não perdem nenhum ensaio de sua

escola favorita, espalhando um sorriso lindo, difícil de ser esquecido.

Bem, o ano letivo inicia no dia 1º de fevereiro, mas todo mundo sabe que só vai engrenar mesmo depois

que o Carnaval passar.

Boa folia de Momo! Tereza Machado

( EDITORIAL )Diretora de redaçãoTereza Machado

Redatora-chefeFernanda Machado

Diretor de arteChris Lopo

EditoresChris Lopo, Fernanda Machado e Tereza Machado

Projeto gráficoBonsucesso Comunicação

DiagramaçãoChris Lopo

Jornalista responsávelThiago Lucas

Imagens não creditadasJupiter Images

Projeto inicialAntônio Poeta

[email protected]

O conteúdo das matériasassinadas, anúncios e informes publicitários é de responsabilidade dos autores.

Site www.revistadinamica.com

[email protected]

Próxima edição01 de março de 2009

( EXPEDIENTE )

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Mario Nitsche([email protected])Curitibano, dentista por profissão, filósofo por opção. Publicou o livro Descanso do Homem em novembro de 2005.

Liz Motta([email protected])Baiana e historiadora. Especialista em políticas públicas, produz artigos sobre violência contra a mulher.

Liana Dantas([email protected])Carioca. Estudante de jornalismo. Começou cursando Letras e hoje pensa na possibilidade de vender cosméticos.

Fernanda Machado([email protected])Carioca. Cientista da computação e apaixonada por design. Trabalha em sua própria empresa de comunicação.

Kiko Mourão([email protected])Mineiro de Belo Horizonte. Estudante de direito. Além de fazer estágio na área também trabalha com sua maior paixão: a música.

Tereza Machado([email protected])Cearense. Professora universitária, psicopedagoga e consultora educacional.

Chris Lopo([email protected])Gaúcho. Trabalha com web design desde 1997. Hoje é, além de web designer, designer gráfico, ilustrador e tenta emplacar sua banda de rock.

Priscila Leal([email protected])Carioca. Atriz e estudante de danças. Apaixonada pelo estudo da filosofia, da anatomia humana e de tudo que constitua o ser humano e suas possibilidades de expressão.

( COLABORADORES )

Clarissa Leal([email protected])Carioca. Biomédica apaixonada por leitura, teatro, cinema e boa comida. Amante das Ciências da Saúde, estuda para Mestrado em Biofísica.

Leila Mendes([email protected])Carioca. Professora, Psicopedagoga e Mestre em Educação.

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Leila Mendes

Da valsa ao funk

Uma crônica bem-humorada sobre Bodas de Rubi, que toca de Frank Sinatra à Sharon Axé moi e proporciona

reflexões sobre a dança do quadrado

Estava numa Bodas de Rubi. Os noivos reafirmaram os laços do matrimônio num

culto ecumênico. Tudo cuidadosa-mente arrumado. Os convidados, amigos dos noivos, brindavam em homenagem ao casal. O Buffet estava “10” e o pró-seco servido era pra ninguém botar defeito. Na saída, ainda poderíamos nos servir de um licor, um chá ou ainda um café, com direito a irresistíveis do-cinhos e bombons. Numa bandeja, saltava aos olhos, uns quadradi-nhos envolvidos em papel cor de vinho e fita branca: Bem casados! “Nóooooooossa”! e como esta-vam bem casados! Os noivos e os doces! Cometi um pecado capital! Mas, como não fui imediatamente

castigada, achei que estava livre da pena. Pude ainda ir bem para a casa e resolver os problemas do-mésticos na manhã do dia seguin-te. Estava feliz por ter me excedido um pouquinho na bebida, nos salgados e nos doces e estar bem! Mal sabia que o castigo viria à noite com uma terrível enxaqueca, e outras rebordosas.

Após o culto, os noivos receberam os parabéns dos convidados e a música começou a rolar. Frank Si-natra, Nat king Cole, The Platters, rock, samba e, quando achava que já tinha tocado todos os gêneros e que a festa já dava sinais de encer-ramento, eis que ouço uma batida de... funk. Funk? Numa festa de 40 anos de casados? Por que o espan-to? Nada, sinal dos tempos... Uma voz feminina, que eu descobri de-

pois que era de alguém que se inti-tula, acredito que por ironia, fazen-do uma alusão a Sharon Stone (?): Sharon Axé moi! dizia algo assim: “Eu disse ado-aado! Cada um no seu quadrado! Ado-aado! Cada um no seu quadrado!” E de repente, o salão encheu e todos, absoluta-mente, todos dançavam uma core-ografia que fazia um quadrado com os movimentos das pernas. Nessa hora, fiquei muito confusa! Olhava todas aquelas pernas fazendo o mesmo movimento... calças, saltos, sapatilhas, botas, meias, saradas e nem tanto, todos dançavam. Minha coordenação motora não foi bem trabalhada, e, para dizer a verdade, sou muito ruim em imitar, talvez isso explique minha dificuldade em aprender (mas isso é outra história). Sou do tempo em que a educação infantil ainda era conhe-

( CRÔNICAS E CONTOS )

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cida como Jardim de Infância e só a classe mais abastada tinha acesso. Assim, me sentindo um peixinho fora d’água, observava as pernas e tentava entender como se dançava (?) aquele ritmo. Ali estava eu, paralisada fisicamente, mas com a mente estudando aqueles passos. Depois, a tal voz dava algumas or-dens. “Polichinelo no quadrado...” todo mundo fazia polichinelo. “Robinho no quadrado... Cicarelli no quadrado... Vai paquito, vai paquito! É, ele mostrou como é que é! ....” e para cada ordem dada, existia uma coreografia correspon-dente... Lembrou-me uma velha brincadeira... acho que era “Ma-mãe posso ir”. Naquela época era só a mamãe que mandava... e todo mundo obedecia! O macaco tam-bém mandava, lembrei agora. Mas só porque era muito estapafúrdio macaco mandar.

A música (?) - me desculpem os defensores da música popular, re-conheço como legítima expressão do povo as novas tendências. Mas, para chamar essas manifestações de música, talvez tivesse de rever meus conceitos musicais - enreda uma letra (?) simples: “ado - aado, cada um no seu quadrado” que quase não percebemos o que está sendo dito .

Pode-se falar das famílias que vivem em “quadrados”, que por sua vez, estão localizados dentro de quadrados maiores, cercados, para que cada um fique no seu quadra-do, e também para que ninguém invada o seu quadrado.

Pode-se falar dos bairros, das praias e seus points. Aí, você pode circular livremente pelo quadrado do outro, não sem ser punido por

isso, mesmo que seja com olhares estranhos.

Pode-se falar das galeras, das tur-minhas, das panelinhas nas escolas, onde a punição pela invasão do quadrado imaginário e espacial alheio pode variar de um simples olhar de soslaio a sei lá o quê.

Tem ainda o quadrado dos espor-tes, e o das penitenciárias, onde a luta é para que cada um tenha o seu quadrado! Às vezes, mata-se por falta de quadrado! ...quadrados físicos, reais e quadrados imagi-nários... Da linguagem, da hierar-quia, das classes, das posições, do conhecimento...

Ainda temos a doce ilusão de que, uma vez no nosso quadrado, esta-mos seguros. Seguros? Não mais... Nem mais no nosso quadrado físico, cercado por quatro paredes estamos seguros... Invadem o nos-so quadrado de uma forma inusita-da... Nunca antes imaginada.... uma bala perdida, um intruso, sons que adentram o seu quadrado inde-pendente da sua vontade, vozes, gemidos, músicas, luzes!

Por outro lado, nunca tivemos tantos quadrados físicos! Nunca a humanidade dividiu-se tanto para habitar. Nos primórdios, vivíamos em grupos, não tínhamos qua-drados, usávamos os espaços que a natureza nos oferecia, depois passamos a construir quadrados e eles foram aumentando de tama-nho, embora fossem rudimentares e abrigassem quase toda a famí-lia. Hoje a família diminuiu e se dividiu, e os quadrados também! Não nego que haja uma tendência no sentido do aumento da família, agregando três ou quatro gerações,

em quadrados cada vez menores... Quadrados de concreto, de madei-ra, de papelão... Quadrados.

Quadrados são figuras geométricas simples, mas que por sua simetria, fazem com que muita gente tenha dificuldade para desenhá-los. Talvez seja essa a contradição do quadrado, da simplicidade, que se expressa na música, que insiste em meus ouvidos... e se concretiza nos movimentos de um quadrado, mas que de tanto repetir nos leva a refletir sobre essa obviedade... chama a atenção para algo que vai além do real concreto, palpável. Chama atenção para as barreiras simbólicas que construímos e per-petuamos e que terminam, muitas vezes, mais do que confortar, em aprisionar e separar.

Mais do que manifestação do povo, a letra nos mostra o quanto o povo é sábio.

( Crônicas e Contos )

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Tereza Machado

Início de ano, vida nova, assim nos passaram nossos pais. Estamos iniciando um novo

período letivo.

Na área de Educação o ano começa agora. Escolas, Pais, Professores e Alunos estão prestes a iniciar mais um tempo de desafios, mas a luta será boa se mantivermos acesa a chama do amor pela Educação e a certeza de que sem ela não haverá possibilidades de mudanças para melhor.

Para os Professores, a esperança do emprego sonhado ou a manuten-ção do que já possui. Quem sabe este ano possa ser o ano da virada tão sonhada em Educação? O que a Classe do Magistério espera não é só melhores salários de acordo com a alta responsabilidade que se

lhe impõe a educação de crianças, jovens e adultos, mas a recupera-ção da dignidade profissional que aos poucos se foi perdendo nestas três últimas décadas. Coloca-se toda carga do fracasso escolar na conta do Professor. Como se fosse possível culpar apenas uma das partes do processo ensino-aprendi-zagem. Tem tanta coisa envolvida: formação do professor, acompa-nhamento de equipe pedagógica bem preparada, cumprimento das ordens e legislação emanadas de um poder centralizador, o famoso sistema de educação, a condição física da escola, equipamentos, cursos constantes de atualização do professor, planejamento viável e com objetivos bem claros, ajuste deste planejamento à real condi-ção da turma que este professor ministrará suas aulas, condições do nível da turma em relação ao que foi planejado, ou seja, adequação do planejamento. Fala-se tanto em

planejamento flexível e, no entan-to, há direções de colégios que se orgulham em “não mudar uma vírgula do que foi planejado”!

Há outra face do processo, não menos importante, que é o aluna-do. Também já houve época em que se queria depositar a culpa do fracasso escolar nom ombros dos alunos: “eles não querem nada, não estudam, fazem bagunça nas aulas, não são assíduos”. Enfim, sempre a preocupação deslocada de seu verdadeiro foco, em vez de se procurar saídas para a grave crise educacional que atravessamos há décadas, procura-se um culpado, um bode expiatório para a falta de rendimento da Educação com péssimos resultados globais em avaliações aferidoras do nível em que se encontra a Educação em nosso país.

Finalmente os pais, estes também

( EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO )

Renovação das esperançasMais um início de ano e de aulas: não podemos esquecer da Educação

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( Educação e Formação )já levaram parcela da culpa do fracasso escolar, se dizia que os pais não “cobram” de seus filhos que “estudem em casa, não com-parecem a reuniões programadas para se fazer o acompanhamento pedagógico das crianças, alguns não compram o material escolar, algumas crianças não contam com seus pais no processo educacional externo”, muitos não são órfãos e são abandonados na casa de avós, tios ou padrinhos, tudo isso cria pequenas causas para o mau rendi-mento escolar dessas crianças.

Esquecem esses analistas de plan-tão que o processo ensino-apren-dizagem envolve vários elementos: aluno-professor-família-contéudo-critérios de avaliação, entre outros. Se a Escola não tiver um rumo pedagógico coerente com a moder-nidade, se pais e professores não tiverem um conhecimento ade-quado de como as crianças deste século aprendem de acordo com as vivências que têm, então será muito difícil buscar qualidade e bom resultado em Educação.

Neste ano de 2009, a Revista Dinâmica preocupa-se em fazer uma reflexão que possa levar seus leitores a pensarem de uma forma nova a questão da Educação de seus filhos.

Não adianta querer colocar peso maior em um dos elementos que compõem o processo ensino-aprendizagem, cada um tem a sua importância. O melhor é dar uma

trégua a tantas exigências, repen-sar a função da Educação, rever conceitos, procurar verificar se o tipo de ensino que gostaria que seu filho tivesse não está calcado em modelos ultrapassados de quando cursavam os Ensinos Fundamental e Médio.

Ensinar como aprendeu é ensinar para ontem. Esta premissa serve para Pais e Professores. Vivemos num mundo tecnológico. Qual a criança que não sabe da televisão a cabo, computador e Internet? Só mesmo as que vivem num estado de miséria muito grande, onde a educação pública não chegou com essa renovação de tecnologia educacional. Aqui falamos de uma clientela, em geral, que tem acesso a uma escola de qualidade, com professores formados e atualiza-dos, que contem com uma escola com o mínimo de modernidade em suas instalações, além de con-tarem com uma boa alimentação durante o período de aulas.

Não podemos esquecer das crianças que têm dificuldades de aprendizagem já detectadas, onde já foi feito um diagnóstico do que será necessário se fazer em termos de acompanhamento profissional para que estas crianças tenham a chance de vencer suas barreiras no aprendizado.

Outros casos são mais simples, são apenas falta de adequação da escola escolhida pelos pais, teoria educacional que não se coaduna

com a necessidade da criança. Nes-te caso procurar outra escola com os critérios e conceitos que são importantes para a família pode significar um Novo no ano educa-cional desta criança. Permanecer onde a criança rejeita por se sentir rejeitada no processo é um erro que terá como conseqüência mais um ano sem rendimento esperado.

Dessa forma, a Revista Dinâmica deseja a todos os seus leitores um bom início de ano letivo, renovan-do as esperanças de que este ano será diferente, que colocaremos em prática a nossa aprendizagem passada e que veremos o resultado positivo ao final do ano.

Estamos começando o ano com a maioria das cidades brasileiras depositando sua fé em novos Prefeitos. A eles os votos de boa administração e que principalmen-te as áreas de Educação e Saúde recebam tratamento diferenciado e especial. Fevereiro marca a volta das crianças às ruas com seus uniformes, material escolar novo e muita esperança que a escola este ano seja boa e divertida.

A quem interessar possa, nossas crianças são o maior patrimônio que este país possui. Não as decep-cionemos, que cada um faça o que puder para ajudar uma criança a ter uma aprendizagem produtiva, que possa nos trazer a esperança de um futuro melhor porque estamos tra-balhando nele agora. Bom retorno às aulas!

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Oscar 2009Prometendo ser mais “pop” este ano, a premiação conta com zebras, su-

cessos de crítica e de público, além do mestre de cerimônia mais sexy do mundo

Chris Lopo e Fernanda Machado

O Oscar, premiação para os melhores do cinema em sua 81ª edição, tem uma

proposta um pouco diferente do habitual. A premiação foi perden-do público durante anos, simples-mente pelo fato de a Academia não dar tanto valor a filmes conquis-tadores de grandes números nas bilheterias mundiais. A promessa de dar mais destaque a produ-ções mainstream foi confirmada: “Wall-E” ganhou indicações além do “melhor animação” e Heath Ledger ganhou uma indicação póstuma a melhor ator coadjuvan-te, por “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, por exemplo. Além disso, o comando da cerimônia ficou a cargo do homem mais sexy do mundo, de acordo com a revista People, Hugh Jackman. Pelo me-nos boa parte do público feminino vai ficar de olho na TV por causa deste detalhe.

É claro que filmes com histórias feitas especialmente para ganhar prêmios não podiam ficar de fora. “O Curioso Caso deBenjamin But-ton” concorre às estatuetas de me-lhor filme, melhor diretor (David Fincher), melhor ator (Brad Pitt), melhor atriz coadjuvante (Taraji P. Henson) e melhor roteiro adapta-do, além de prêmios técnicos. Este filme é um dos campeões de indi-cações em 2009. No entanto, más línguas apostam que este será um filme que, apesar de tantas indica-ções, não deverá receber nenhum prêmio, justamente por zebras como “Quem quer ser um milioná-rio?” e “The wrestler”, por exem-plo. Inclusive, ninguém acreditou quando Mickey Rourke ganhou o Globo de Ouro de melhor ator por “The wrestler”, desbancando nada mais, nada menos do que Brad Pitt em um dos melhores filmes de sua carreira: o mesmo “O Curio-so Caso deBenjamin Button”. A retomada da carreira de Mickey ga-nhou mais força com este prêmio e

( DESCONSTRUINDO A ARTE )

a indicação ao Oscar.

Pelas indicações ao Oscar de melhor filme estrangeiro, é fácil perceber que o Brasil não foi bem neste quesito. O filme “Última parada 174”, de Bruno Barreto, nem chegou às finais da compe-tição. Barreto, com uma temática já utilzada por José Padilha (o mesmo de “Tropa de Elite”) em seu documentário, “Ônibus 174”, e misturando um pouco de ficção no enredo, deu luz a um filme já desgastado e, assim, com poucas chances de ser nomeado ao prêmio internacional. Uma zebra neste quesito foi a não-indicação do filme “Gomorra”, que traz uma história nua e crua sobre a máfia italiana, previamente indicado a um Globo de Ouro na mesma categoria.

Façam suas apostas! A premiação será realizada no dia 22 de feverei-ro, no teatro Kodak, de Los Ange-les. A seguir, a lista das principais indicações ao Oscar 2009:

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( Desconstruindo a Arte )

Melhor filme:

- “Quem quer ser um milionário?” - “Frost/Nixon” - “O curioso caso de Benjamin Button” - “Milk - A voz da liberdade” - “The reader”

Melhor diretor:

- Danny Boyle - “Quem quer ser um milionário?” - Ron Howard - “Frost/Nixon” - David Fincher - “O curioso caso de Benjamin Button” - Gus Van Sant - “Milk - A voz da liberdade” - Stephen Daldry - “The reader”

Melhor ator:

- Mickey Rourke - “The wrestler” - Sean Penn “Milk - A voz da liberdade” - Frank Langella – “Frost/Nixon” - Brad Pitt - “O curioso caso de Benjamin Button” - Richard Jenkins - “The visitor

Melhor atriz:

- Meryl Streep – “Doubt” - Kate Winslet – “The reader” - Anne Hathaway – “O casamento de Rachel” - Angelina Jolie – “A troca” - Melissa Leo - “Frozen river”

Melhor ator coadjuvante:

- Heath Ledger - “Batman – O cavaleiro das trevas” - Josh Brolin - “Milk - A voz da liberdade” - Robert Downey Jr. - “Trovão tropical” - Philip Seymour Hoffman - “Doubt” - Michael Shannon - “Revolutionary road”

Melhor atriz coadjuvante:

- Amy Adams - “Doubt” - Penélope Cruz - “Vicky Cristina Barcelona” - Viola Davis - “Doubt” - Taraji P. Henson - “O curioso caso de Benjamin Button” - Marisa Tomei - “The wrestler”

INDICADOS OSCAR 2009

Melhor longa de animação:

- “Wall.E” - “Kung Fu Panda” - “Bolt – Supercão”

Melhor filme em língua estrangeira:

- “Revanche”, de Gotz Spielmann (Áustria) - “The class”, de Laurent Cantet (França) - “The Baader Meinhof Complex”, de Uli Edel (Alema-nha) - “Waltz with Bashir”, de Ari Folman (Israel) - “Departures”, de Yojiro Takita (Japão)

Melhor roteiro original:

- “Frozen river” - “Na mira do chefe” - “Wall.E” - “Milk – A voz da liberdade” - “Happy-go-lucky”

Melhor roteiro adaptado:

- “O caso curioso de Benjamin Button” - “Doubt” - “Frost/Nixon” - “The reader” - “Quem quer ser um milionário?”

Melhor trilha sonora original:

- Alexandre Desplat - “O curioso caso de Benjamin Button” - James Newton Howard – “Defiance” - Danny Elfman – “Milk – A voz da liberdade” - Thomas Newman – “Wall.E” - A.R. Rahman – “Quem quer ser um milionário?”

Melhor canção original:

- “Down to Earth”, de Peter Gabriel and Thomas New-man - “Wall.E” - “Jai Ho” de A.R. Rahman – “Quem quer ser um milio-nário?” - “O Saya”, de A.R. Rahman e Maya Arulpragasam – “Quem quer ser um milionário?”

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Diálogos com Ella, a Sereia II

Mário Nitsche

“O tempo foi feito para servir o homem e a natureza, e não o homem e a natureza feitos para servirem o tempo”. (Ella)

No começo de janeiro fui a um lugar em Santa Cata-rina para caminhar, escre-

ver e olhar. Passei em São Francis-co do Sul para vê-Ella. Ella, minha amiga e discípula sereia. Às vezes bate aquele medo bobo de que ela caiu na rede de um pescador. Frutos de pensamentos. O pensa-mento cria uma tênue cortina de inquietação que, depois, na ação é substituído por um sentimento de dinamismo e leveza.

A vi. Ella é muito bonita. Sua cauda longa e elegante faz movi-mentos de harmonia pura. Cabelos compridos e loiros caindo como águas sobre ombros bem feitos. As escamas são arredondadas e macias. Ella é bem proporcionada, longilínia, agradável e com o tem-pero selvagem da natureza.

Um amplo sorriso quando me viu.

- Olá Mario! Sabia que vinha.

- Oi Ella. Você fica muito bem nessa pedratrono com o mar como

pano de fundo.

- Os melhores tronos são assim. Há milhões de tronos!

- E os mais bonitos. Você está muito bem!

- Obrigada.

- Demorei?

- Não. Esta é a melhor hora. Não há atrasos da vida, Mario.

Continuou sorrindo. Tirei da mochila a minha Sony Cyber-Shot

( MITOLOGIA )

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semiprofissional, apontei para a modelo de um quadro vivo e mag-nífico e cliquei. Gostei. Lindíssima a foto. Mostrei.

Difícil de exprimir o que houve. Uma transformação grande, forte como a morte apareceu no rosto d’Ella. A beleza transmudou-se em perigo. Séculos mostraram-se na criatura a minha frente e vi e senti um perigo imenso de uma natureza estranha. A formosura agora era agressiva. Fiquei pasmo, quieto, aterrorizado com um medo sobrenatural. Baixei a máquina e joguei-a em cima da mochila. Encarei a sereia e dominei o medo que passeava pelos interstícios do meu corpo e possuía minha alma.

Assim ficamos muito tempo. Si-lêncio. Os pássaros pararam. Tudo parou. Sei agora o que alguém sente frente ao fim... Continuei o mais firme possível. Impressionan-te como tiramos forças de um lugar em nós que não aparece no dia a dia.

Mas ela sorriu e a tempestade passou! O risco passou. Uma mo-numental demonstração de força passou.

- Mario, esta magia é ruim. É má!

- Ella, desculpe. Não é magia é uma tecnologia que...

- É magia e é muito má. Tire minha alma aí de dentro.

Falava suave, mas determinada.

- Claro! Queria só te agradar e mostrar uma coisa que temos em nossa cultura. Espere.

Apanhei a câmara e deletei a ima-

gem. Guardei a na mochila e levei tudo mais longe. Voltei, sentei-me com as pernas cruzadas próximo a ela.

- Menina... Você ficou magnífica, esplendorosa como uma tempesta-de em alto mar. – Ri o mais natural que pude – é, estamos nos conhe-cendo.

- Mario, a magia que você trouxe é completamente malígna. Se puder, livre-se dela antes que você fique preso. Quero-o livre!

- Também gosto de liberdade!

- Mário, olhe a sua volta. – Ella estava séria e abrangeu o todo com um gesto espontâneo. – Veja. Olhe!

Olhei.

- Tudo é UM e flui. Há uma música que vem e é o todo. Como você me ensinou, uma sinfonia...

- Sim, Ella... – Impressionante como ela aprendia rápido e desen-volvia o aprendido em conceitos universais. Eu estava com a boca aberta de admiração.

- Você ficaria horas e horas ouvin-do apenas uma nota de uma gran-de sinfonia? Sei que não. Vocês, na sede de domínio, dividiram tudo... Criaram segundos, horas, anos. Imaginam que prenderam o tempo e o colocaram ao seu favor. Vocês se tornaram divididores.

- Anatomistas da vida – disse eu!

- Vocês são maus deuses e per-deram completamente a noção do todo, da música, da natureza. Mario, não consigo entender como

O Um, O Maestro que criou e esculpiu tudo, deu a vocês a tarefa de nos liderar, cuidar de nós. Não acredito! Assim nós, a natureza ficamos em angústia, esperando que algo aconteça e que vocês cumpram sua função. Vocês só se corrompem e a tudo onde põem a mão.

- Ella como você sabe disso. Já leu o Paulo de Tarso?

Ela riu gostosamente...

- Pare com isso. Nem sei quem é esse cara! Isso tudo é tão óbvio quanto o fato que o mar existe. – Ella fez um gesto amplo abrangen-do o mar e meneando a cabeça me olhando como se estivesse com dó de mim. Estava. – Já experimentou ler menos, Mario?

- Não... Não. Por enquanto é o úni-co meio de tomar consciência de conceitos melhores... – e fugindo do assunto - Uma boa idéia, Ella... Mas sabe que fundamentalmente, com relação ao mundo, é o pepino com liderança. Ela existe, mas os lideres não se entendem e por isso não lideram e lutam entre si. Eles não servem ninguém. Buscam servir se apenas.

- Experimente VIVER um pouco mais, Mario. É bom...

- Você é uma ótima conselheira quando não está braba...

Ella continuou rindo gostosamen-te.

- Mario. Vocês pegam uma ínfima porção de um todo e com base nela constroem uma coisa que não existe... e andam nela. Lutam nela,

( Mitologia )

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morrem nela... aliás vocês passam o tempo todo morrendo nela. Essa coisa na sua mochila é um símbolo de como vocês se acabam diaria-mente. Pensam dissociados do Um, do todo. Elaboram em cima de uma nota tirada do Todo, uma sinfonia artificial. Vocês são um desastre.

- Ella, os nossos livros sagrados, di-zem que essa confusão vai continu-ar até o dia de uma grande batalha final quando o Um, O Maestro volta e...

- Pare. Vocês só pensam em bata-lhas. Que coisa!

- É o que temos e somos. Will e Ariel Durant, nossos maiores

historiadores escreveram que dos quase 4.000 anos de história conhecida só tivemos uns 300 anos de paz! – minha vez de rir à toda - Li isso também!

- Claro – disse Ella. – Mario você não sabe como vocês são fracos. Um espanto! Olha, em muito menos tempo que uma folha passa caindo até chegar ao chão, posso matá-lo sem que você sequer saiba o que está acontecendo. Por serem tão fracos, vocês só pensam na força!

- Legal. Sabe que detesto chatos e experiências chatas e morrer deve ser ultrachato. E deve doer ainda por cima. Ella... Já sei. Se eu pegar uma dessas doenças em que os

( Mitologia )nossos médicos cobram fortunas para encher a gente de cateteres e nos manter mortosvivos, antes de piorar venho aqui e te foto-grafo – Apontei para a mochila, e ri. – Nada como uma boa amiga eficiente!

Ella desatou a rir como eu não ti-nha visto ainda. Depois ficou séria com charminho.

- Não posso eliminar você, Mario. Já matei muitos homens e alguns, infelizmente, com um certo prazer. Depois parei, paramos. Junto com algumas amigas e outras criatu-ras entendemos que há uma lei universal que diz que “ao homem ou o animal que derramar san-gue do seu próximo será pedido

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conta da vida do próximo; e pelo homem ou animal o seu sangue será também derramado”. Foi uma boa nova que aprendemos. Não é bom matar... e eu gosto de você. Se ficar doente assim vai ter que fugir dos médicos. A natureza cuida do resto.

Ella começou a rir de novo.

- Sabe que você mistura uma coisa séria com outra engraçada. Rimos e depois descobrimos que havia algo importante ou uma crítica velada no que disse.

- Isso se chama ironia. Algumas pessoas acham que não sou espiri-tual por isso.

- Os chatos acham?

- Sim. Mas descobri um jeito de neutralizá-los. Só ficar longe deles. Se próximos, rir muito e não discordar de nada. Um amigo me disse uma vez que temos que rir até os músculos da face ficarem levemente doloridos. Daí seremos considerados ótimos e maduros.

- Você me ensinou que a palavra para isso é hipocrisia...

- Você aprende depressa demais. Melhor é vermos novelas juntos.

- Não, obrigada.

Na hora de ir, Ella me surpreen-deu.

- Na próxima vamos nos ver na Ilha do Mel. Visitei-a e senti que você esteve lá muitas vezes; que consi-dera sua a Ilha.

- Não considero. Ela é minha. Só não a domino. Faz tempo que...

- Só apareça lá que te encontro. Quando você chegar lá é o tempo. Mario aprenda. O tempo foi feito para servir o homem e a natureza e não o homem e a natureza feitos para servirem o tempo. Entendeu?

Ella flutuava elegantemente. As sereias não se arrastam, elas flutuam. Cheguei muito próximo d’Ella. Podia sentir o cheiro de mar e plantas. Impossível de descrever a sensação. Coloquei a ponta dos dedos da mão direita no rosto dela. Magnífico. Tinha olhos grandes de uma cor verde azulada que mudava conforme a luz. Inebriantes.

- Ella, sabe por que você é tão

forte?

- Não. - disse ela com uma voz suave.

- Por que na beleza está a força... e você é muito bonita!

Ella tremeu. Ficou levemente corada e com o ar de menininha de 16 anos.

- Obrigada... Preciso cuidar melhor de você.

Uma viagem curta e cheguei no hotel. Subi. Arrumei tudo. Olhava a beleza da praia. Desconfiada-mente tirei a câmara da mochila. Parecia dar choques. Ninguém estava vendo... Culpa no ar. Não agüentei e cliquei pela janela a foto anexa. Liguei o note book anteven-do o tempo escrevendo e também os papos com alguns bons amigos. Depois saí para comer alguma coisa e tomar um vinho. No bar-zinho, frente ao mar, levantando a taça a ele e a Ella, fechei os olhos e sorri. Na minha amizade com Ella, naquele momento eu estava em dúvidas sobre quem estava ensi-nando quem...

“Ella flutuava elegantemente. As sereias não se arrastam, elas flutuam. Cheguei muito próximo d’Ella”.

( Mitologia )

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16 Revista Dinâmica

Chris Lopo

As altas resoluções estão fazendo com que os produtores tenham muito mais trabalho para fazer o mesmo que faziam antigamente

Eu sou um viciado música desde a infância. Adoro os estilos mais variados, desde

Tom Jobim ao rock industrial ame-ricano, passando por Bjork, Slayer e Pink Floyd. Com isso, acabo me envolvendo mais que as pessoas normais, até abraçando projetos que poucas pessoas têm condições, tanto psicológicas quanto finan-ceiras.

Entrei de cabeça na edição de um show para a banda Nine Inch Nails, chamado What You’ve Become e, com isso, estou experimentando

As super resoluções

( TECNO+ )

na prática o que é trabalhar com a maior resolução disponível no mercado atualmente, que é 1080p. A gente olha na TV as propa-gandas, muitas delas mostrando resoluções e contrastes que não se aplicam na prática, principalmente se você tiver uma TV com CRT, nome dado para os aparelhos que possuem tubo de imagem.

A nomenclatura 1080p significa o número de linhas horizontais presentes em um vídeo, neste caso são 1080. Para ter uma idéia, inicialmente as transmissões eram feitas com um tamanho de imagem equivalente a 320 linhas. Os apare-lhos de DVD com função Progres-

sive Scan conseguem trabalhar com 420 linhas e os aparelhos com conexão HDMI conseguem chegar a 720. Já o Blu-Ray, sucessor do DVD, possui a resolução máxima de 1080 linhas.

Na prática isso significa que anti-gamente as comidas podiam ser de mentirinha que ninguém notava. Uma cantora poderia se apresentar sem maquiagem muito pesada e sua pele seria semelhante a um pês-sego. Hoje qualquer barba mal feita salta aos olhos como se a pessoa estivesse na sua frente.

Pra se ter uma idéia da diferença, veja no quadro ao lado um compa-

A imagem da esquerda tem mais nitidez por estar numa resolução maior

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Revista Dinâmica 17

rativo de todas as resoluções atuais.

Esse modo de medição é o mesmo usado para câmeras fotográficas digitais. Um negócio muito impor-tante é saber diferenciar os vídeos produzidos em 1080p e 1080i. O i no final significa que o aparelho que capturou a imagem original-mente o fez em uma qualidade inferior. Logo que as câmeras fotográficas se tornaram populares apareceram muitos modelos de baixíssimo custo prometendo reso-lução de 6 megapixels “interpola-dos.” Quem comprou uma câmera dessas achando que teria excelen-

tes fotos se arrepende até hoje. A maioria delas tinha sensor de 2 megapixels, e a foto era “espichada” virtualmente pelo processador da câmera, um processo que pode ser feito com qualquer programa de tratamento de imagens. O resul-tado final é uma imagem gigante, mas completamente borrada.

Nos aparelhos de DVD com Progressive Scan dá pra se notar perfeitamente o quanto os estúdios trabalharam na imagem. Filmes como A Espera de um Milagre (The Green Mile, USA/1999), quando vistos em 420p numa TV

de alta resolução, aparecem com-pletamente granulados nas cenas mais escuras, atrapalhando um pouco aos que possuem uma visão mais apurada.

Acabamos chegando à conclusão que a troca por aparelhos novos e de alta resolução só devem ser feitas quando existe a possibilidade de trocar todo o conjunto, TV e ví-deo, pois pode ser de o investimen-to acabar não valendo a pena, com resultados inferiores aos obtidos com as TVs de tubo.

( Tecno+ )

Em rosa: resolução de um DVD ligado com cabo componente. Em verde, resolução de um DVD ligado com cabo HDMI. Em roxo a resolução de um Blu-Ray, em 1080p.

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18 Revista Dinâmica

Liz Motta

Diplomacia à brasileira

Dois pesos e duas medidas de cordialidade

Somos um país verdadeira-mente cordial. Cordial no sentido empregado pelo

ilustre e saudoso Sergio Buarque de Holanda em sua obra Raízes do Brasil, na qual procura explicar as relações entre portugueses, índios e negros e a construção do que conhecemos por Brasil.

A cordialidade brasileira ultra-passa as barreiras diplomáticas e éticas, navega pelo mar do esque-cimento e aporta nas terras da im-punidade, pois o homem cordial prioriza o afetivo e traz no peito o lema: os fins justificam os meios.

Nada mais justo lembrar o concei-to de homem cordial para tentar explicar (se é que tem explicação) a concessão do ministro Tarso

Genro e o apoio de outras figu-rinhas conhecidas do universo político brasileiro ao pedido de asilo político para Cesare Battist.

O italiano Battist é acusado de terrorismo e assassinato em seu país onde cometeu diversos atos de violência sob a flâmula da ide-ologia política proletária. A prisão de Battist em março deste ano sus-citou discussões acaloradas sobre direitos humanos e diplomacia; o momento não poderia ser mais propício, a Declaração Universal dos Direitos Humanos acaba de completar 60 anos e por várias vezes já foi citada e conclamada no caso Cesare Battist.

A história brasileira não é bem um exemplo de respeito aos direitos humanos. Tivemos quatrocentos anos de escravidão, 21 anos de ditadura militar e atualmente, vez

ou outra, escutamos no noticiário casos de trabalho forçado, tortura e cárcere privado. Mas o governo brasileiro tenta ser politicamente correto, embora suas tentativas sejam meio esdrúxulas e incoe-rentes, haja vista a anistia conce-dida aos torturadores dos anos de chumbo ou, se olharmos mais para trás, a abolição sem nenhum apoio financeiro, social ou político aos africanos e seus descendentes.

O caso Battist é controverso, consta que os crimes que lhe são imputados foram julgados à revelia e que ele é acusado de dois assassinatos na mesma hora em locais diferentes. De qualquer forma, Cesare Battist foi conde-nado à prisão perpétua. Em 1981 conseguiu fugir e de lá para cá vem buscando asilo nos países onde chega.

( EMBATES E DEBATES )

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Revista Dinâmica 19

As opiniões divergem sobre a permanência do italiano no Brasil como exilado político, uns dizem que a decisão do ministro Tarso Genro foi integra à Constituição, outros afirmam que a permanên-cia de Battist é uma prova cabal da anuência do governo com criminosos terroristas baseada na tendenciosa visão esquerdista já preconizada através da estreita relação com governos de pretensão ditatorial como o venezuelano e boliviano.

A forma como este caso vem sendo

tratado pelo governo brasileiro e sua política cordial demonstra, no mínimo, um despreparo diplo-mático e uma visão equivocada de solidariedade ao “camarada” Battits, como se pode constatar na fala do Procurador-Geral da República: “Battisti foi condena-do por homicídios que, embora guardem certa motivação política, não tiveram como pano de fundo, por exemplo, uma manifestação ou rebelião, além do que ceifaram a vida de civis e de autoridades que se encontravam então indefesos”. (Portal G1)

Além do desconforto diplomático causado entre Brasil e Itália, o caso Battist suscitou a lembrança de um outro episódio recente durante os Jogos Pan-Americanos de 2007: dois boxeadores cubanos pedi-ram exílio ao governo brasileiro para fugirem da ditadura castrista, aquela que há 40 anos solapa a eco-nomia da ilha, nega e desrespeita os direitos humanos aos cubanos. A cordialidade falou mais alto: o Brasil negou.

( Embates e Debates )

“Além do desconforto diplomático causado entre Brasil e Itália, o caso Battist suscitou a lembrança de um outro episódio recente

durante os jogos Pan-Americano s de 2007”.

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20 Revista Dinâmica

Kiko Mourão

Jus Postulandi, o Direito contra o profissional

Um ponto controverso existente no Direito brasileiro é o chamado

Jus Postulandi. Esse princípio prevê o direito de atuar em causa própria nas ações trabalhistas, com qualquer valor de causa, e especiais cíveis, com valor de causa até o li-mite de vinte salários mínimos. Há que se afirmar, em primeiro lugar, que referido princípio contraria não apenas os Estatutos da advo-cacia e da OAB, como também o art. 133 da Constituição Federal de 1988, que nos diz que o advogado

é indispensável à administração da justiça.

Não bastasse ser contrário a diver-sos dispositivos e ao maior deles, a CF, o Jus Postulandi representa ainda grande prejuízo para quem o exerce. É importante observar que se um indivíduo ingressar sem advogado com uma ação contra uma empresa qualquer, tal empresa com certeza contará com o apoio de não apenas um, mas uma equi-pe de advogados. Sendo assim, não é difícil perceber qual das partes terá uma atuação mais vantajosa no decorrer da ação. É óbvio que a parte que ingressou sem a repre-

sentação de um advogado ficará muito prejudicada, por não dispor de conhecimento jurídico para conduzir o processo, que por ser muito técnico, requer habilidades estudadas arduamente nos cinco anos do curso de Direito.

É comum na advocacia cível surgi-rem clientes que já entraram com o processo através do Jus Postulandi e que, por falta de conhecimento, tomaram alguma atitude altamen-te prejudicial ao próprio direito. Como o exemplo da mulher, semi-analfabeta, que concordou em receber um bem penhorado ao invés de prosseguir com a ação

Como o direito de postular em causa própria prejudica partes e advogados

( FAZENDO DIREITO )

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Revista Dinâmica 21

para receber o dinheiro. Por ser algo muito peculiar, o bem de nada valia para a mulher e dificilmente a mesma conseguiria vendê-lo, e como a ação foi dada por encerra-da com a concordância da mesma, nada mais pôde ser feito. A mesma mulher, ao procurar um advoga-do, bradava que “não queria nem saber”, “queria o dinheiro e pronto”. Mas legalmente, nenhuma possi-bilidade mais se fazia presente. Se estivesse representada por um pro-fissional habilitado, ela jamais teria recebido um bem sem utilidade, e, com um pouco mais de paciência, receberia valores correspondentes ao seu direito, corrigidos até a data do recebimento.

Não apenas na área cível, mas tam-bém na área trabalhista existe o Jus Postulandi. E nesse caso é ainda pior, por que na Justiça do Traba-lho a grande maioria das deman-dadas são empresas, algumas de grande porte. Obviamente, essas empresas contam com o auxílio de

advogados altamente preparados, minando as chances de sobrevi-vência da integralidade do direito do reclamante. Enquanto um ad-vogado poderia seguramente fazer um bom acordo em nome de seu cliente, o cliente sem assistência acaba por aceitar qualquer acordo, abrindo mão de diversos direitos.

Quando a parte interessada deseja ingressar com uma ação, o advoga-do, seu representante, elabora uma petição inicial para apresentá-la junto à justiça. Mas no caso do Jus Postulandi, a parte interessada vai até um setor da justiça chamado atermação, que é onde os anseios da parte são reduzidos a termo, isto é, são passados para o papel. Nessa hipótese, é necessário observar que os servidores da justiça que trabalham na atermação, embo-ra tenham uma inquestionável competência, não são formados em Direito e seu conhecimento jurídico se baseia meramente nas experiências de trabalho. Referi-

dos servidores são extremamente atenciosos e pacientes, mas por não possuírem conhecimento jurí-dico suficiente, às vezes orientam de forma errônea as partes. Nos juizados especiais cíveis acontece da mesma maneira. Um servidor precisa orientar a parte a elaborar uma petição, a fazer um acordo, enfim.

O Jus Postulandi, não bastasse representar um grande risco ao direito da parte, é também uma afronta ao trabalho dos advoga-dos. Ora, como se pretende que o advogado exerça sua profissão se aos demais é facultado o direito de ingressar por conta própria na justiça? E ainda pior é o resultado de tudo isso. Após tomar atitudes erradas e perceber o quanto seu direito foi lesado, a parte busca o auxílio de um profissional desejan-do que este faça o impossível. E ao ouvir que se trata de uma impossi-bilidade jurídica, alguns indivíduos ainda atacam o profissionalismo do advogado, questionando seu conhecimento e sua competência.

A resolução dos diversos proble-mas causados pelo Jus Postulandi é simples. Basta que se faça cumprir a lei. É possível perceber que o des-cumprimento do texto legal gera vários prejuízos. Primeiramente é necessário que ninguém ingresse na justiça sem a assistência de um profissional habilitado. Além disso, é preciso que cada vez mais profissionais se unam na luta para defender o seu direito de trabalhar. Resumindo em poucas palavras: Abaixo o absurdo do Jus Postulan-di.

( Fazendo Direito )

Page 22: Revista Dinâmica | Edição 10

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Revista Dinâmica 23

2009 contrariou tudo que se espera de um início de ano – começou numa inquietude típica de hora da merenda e atrações inéditas

Liana Dantas

Lembro que uns dez anos atrás, Janeiro e Fevereiro não tinham tanta emoção

assim na TV. As coisas só começa-vam mesmo em Março. Acostumei com isso e confesso meu espanto neste ano que começou bombásti-co – em todos os sentidos. O final da novela “A Favorita”, aguardado por todos, não pelo final em si, mas por não aguentarmos mais sermos enrolados pelo autor! A trama que começou muito bem, diferenciada do que já estávamos habituados a assistir, acabou como todas as outras ou até pior. Alguns leitores, que usarei como parte do texto, se manifestaram bem no clima “diver-são garantida”:

“O autor de A Favorita deve ter ficado doente e deu a novela pra mãe-de-santo dele escrever!” (A. C.) – Excelente! Dentre gargalha-das, pensei que impossível, não é, pois como todos sabem, mães e pais de santo são atarefados de-mais, não sobrando muito tempo para escrever novelas.

“Que final foi esse, a Rede Globo quer falir - prefiro Chamas da Vida (Rede Record)” (R.L.) – Duas ex-plicações mais que plausíveis para a novela ter degringolado!

“Maysa – quando fala o coração” provocou mais participações pelo fato de se tratar de uma nova atração: “O que Maísa (do Sábado Animado, SBT) disse para May-sa (cantora, minissérie da Rede

Globo)? Opa, to bêbada!” ( J. M.) – Ge-ni-al! A Globo quis competir com o SBT até no quesito Maísa/Maysa! Como já havia mani-festado meu medo em relação a Manoel Carlos escrevendo, omiti meu medo pela direção de Jayme Monjardim (filho de Maysa).

Nos primeiros capítulos, a ma-luquice já começou. Maysa diz: “Eu não sou um computador que possa ser programado”. Oi, 1977? Poderia ter usado a palavra máqui-na, não? Das duas uma, ou Maysa escondia algo de nós “...ou ela era muito amigas dos pesquisadores americanos!” (G. C.) –Nossos lei-tores são a nata da intelectualidade. O tom de voz confuso da atriz que interpretou Maysa, num momento parecia a Paris Hilton sofrendo de

( IMAGEM E AÇÃO )

O ano começou mais cedo

MaysaMaísa“A Favorita”

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24 Revista Dinâmica

cistite e no outro, amiga dos tem-pos sindicais de Lula. Os leitores são atentos: “Teve um momento que pensei que iria dizer: ‘Estou grávida de Luis Carlos Prestes’!” (G. C.) – Rolei de rir, naturalmen-te e não duvidaria disso acontecer.

Pensaram em fazer uma coisa do estilo “Piaf ”, o filme que conta a história sobe a cantora francesa Edith Piaf, que não respeitava a ordem cronológica dos fatos. No filme funcionou lindamente. Para uma minissérie, não. No primei-ro capítulo Maysa morre, Maysa conhece André Matarazzo, Maysa compõe e canta. O que mais vai se contar da cantora? Não é por mal, mas não tem lá muitas coisas. A não ser, claro, as fofocas, os bafos e a melhor versão do mundo de “Ne me quitte pás” (que é dela). Sem dúvida, o que me chocou mais foi Jayme Monjardim querer fazer análise de graça, nos mostrando a relação dele com a mãe. As pessoas gostam da Maysa cantora. Ele que pagasse um analista, oras.

Outro componente frenético no início de 2009 foi a posse do presi-dente dos Estados Unidos, Barack Obama. Foi um alvoroço televisi-vo, pessoas enlouquecidas, feste-

jando. Eu esperei tanto, que perdi o momento, dormi. O canal GNT (Globosat) anunciou mil e uma atrações no estilo “tomei energé-tico para ir a boite”, uma coisa. Só faltou mandar o Otávio Mesquita ir a casa de Obama acordá-lo com cornetas e spray de espuma ou Gugu fazer “Gugu na sua casa”, edição Washington! Essa excita-ção toda só serviu mesmo para o pessoal da moda descer a lenha no vestido da primeira-dama, Michel-le Obama. Coitada.

A novela substituta do horário nobre Global, é “Caminho das Índias”, da autora megalomanía-ca, Glória Perez. Minha mãe me alertou: “Liga a TV que já vai começar ‘O clone’!”. O tom não foi de piada. É muito forte na mente das pessoas que a autora está se repetindo: “Lá vem a Glória Perez com pseudo-temas e problemas da pseudo-realidade” (M.O) – Mais um leitor atento. Fora toda a maluquice da autora, não entendi algumas coisas: Tony Ramos india-no? Eliane “Grita a beça” Giardini indiana? Põe logo a Grazi Massafe-ra de indiana! Se for pra pirar, pire com força. Por mais que a Índia tenha variedades de tons de pele e misturas e exista a tal da licença

poética, não dá. Mas do ponto de vista que o sonho da Rede Globo é ser Hollywood e lá Cleópatra é branca de olho azul, é até plausível. A música de abertura é engraçada, é praticamente uma “Gal Costa da Índia” caminhando sob brasas. Um resultado incrível.

Dengue e Big Brother são coisas que estão aí, né? Não acaba, é só a gente descuidar que o troço volta! A nona edição do BBB (acho essa sigla de uma cafonice) começou com novidades quase circenses. Pedro Bial, que não é Silvio San-tos, teve que equilibrar malabaris e cuspir fogo ao mesmo tempo, metaforicamente. Um, a casa foi divida em lado A (conforto, luxo e riqueza) e lado B (desconforto e pobreza), o participante tirava uma bolinha da cartola mágica e seu destino era decidido. Dois, entra-ram dois senhores (dizer “velho” aqui no Brasil é pejorativo), No-berto e Naiá, com o objetivo de...? Três, ainda tem um Big Brother paralelo: quatro participantes não entraram na casa oficial, foram para uma espécie de “casa de vidro” no shopping Via Parque (RJ) para concorrer uma vaga na casa do Projac.

Barack Obama Índia Pedro Bial

( Imagem e Ação )

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Revista Dinâmica 25

( Imagem e Ação )

Chegou a época do bermudão florido , sem camisa (meninos) e mini-short com um blusa de gola canoa caindo num ombro só (meninas) para a programação de verão. Aquela gente fazendo hang loose, com a pele toda craquelada parecendo casco de ba-rata, me causa uma confusão mental. Todos parecem terem saído da “sortida” imaginação do badalado produtor de elenco Candé.

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Lucia Guimarães saiu do Manhattan Connection (GNT/Globo-sat). Vamos ser francos: Manhattan Connection é um programa de meninos mimados que falam coisas de maneira que só eles entendem. Foi a melhor decisão da vida dela. Ela foi para o Saia Justa do mesmo canal (ok, trocou seis por meia dúzia) que será a estrela correspondente internacional direto de Nova Iorque. Pelo menos, ela vai conseguir falar.

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Silvia Poppovic voltará a Bandeirantes (como BBB, acho Band de uma cafonice...). Pronto, agora o time de apresentadores que não deixam ninguém falar está completo: Faustão, Leda Nagle e ela, Silvia Poppovic! Leão Lobo foi demitido (junto à Rosana Hermann) e agora no horário da tarde, enquanto Silvia não vem, reprisa “Punk, a levada da breca” ou qualquer coisa que eles acha-rem nos arquivos. Não estou inventando, é sério!

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Eu e minha bola de cristal: Aline (do especial de fim de ano) vai ficar na grade fixa da Rede Globo.

CURTAS

Vou até tomar um café para me animar a escrever sobre séries para a próxima edição, pois agora já sei que o ano começa mais cedo. Os tempos realmente mudaram.{

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26 Revista Dinâmica

No próximo dia 8 de fevereiro, a 51ª edição do Grammy,

que premia as músicas mais bem sucedidas, está para lá de esquisito. Diríamos que parece mais reunião de final de ano do elenco de ponta da coleção The Best Of Coffin Joe (como Zé do Caixão é conhecido lá fora) ou a piada mais conhecida: saídos diretamente do videoclipe Thriller, do Michael Jackson. Só faltam os gremlins, realmente.

Os artistas concorrentes, em sua maioria (com raras exceções),são inexpressivos, daquele tipo que “não vão mudar muita coisa na sua vida” e nem para a música, na nos-sa opinião. Muitas pessoas bacanas ficaram de fora, o que só reforça a teoria de que quanto mais o tempo passa, mais descobrimos falcatruas do mundo e, claro, das premiações.

Algumas das mais de 80 categorias

Fernanda Machado e Liana Dantas

O prêmio mais concorrido da música em clima do museu de Madame Tousseau

Gremlin 2009

( MP2 )

(que naturalmente vamos citar al-gumas, somente) são simplesmen-te hilárias, como “melhor álbum de música alternativa”, onde artistas como Gnarls Barkley, Beck e Ra-diohead concorrem, por exemplo. No “melhor álbum de música pop”, Sheryl Crow (“Detours”), Duffy (“Rockferry”), Eagles (“Long Road out of Eden”), Leona Lewis (“Spirit”) e James Taylor (“Co-vers”) disputam o prêmio. Fica-mos atônitas, pois não sabíamos que teria um momento “Chico Xa-vier”, resgatando quem já não está mais neste plano: Sheryl Crow! Ela ainda existe? Essa é A pergunta.

Para o “artista revelação” (lembrou do grupo de pagode também?), temos: 1. Adele – cantora inglesa que toca piano e canta ao mesmo tempo. Não mais que isso. 2. Duffy – a moça do país de Gales com voz de barulho de pia desentupindo, é resultado de suas gravadoras (A&M e Mercury) para ganhar

mais dinheiro com uma Amy Wi-nehouse que não dá escândalos. 3. Jonas Brothers – o trio que substi-tuiu o Hanson no cenário musical. 4. Lady Antebellum – não é muito famoso por aqui (Graças!). É um grupo de “Country Pop” formado por dois caras e uma menina de Nashivile, nos EUA, que na ver-dade lembram mesmo um visual “Calypso na adolescência”, só que com doses a mais de pó compacto translúcido americano, claro. 5. Jazmine Sullivan também não é muito famosa por aqui, porque ela quer fazer “R&B com conceito”, só que com conceito dela, né? Bom, nosso voto vai para os Jonas Brothers, os mais (por incrível que pareça) autênticos!

“Álbum do ano” vem choca e sem surpresas: Coldplay (“Viva la vida”), Lil Wayne (“Tha Carter III”), Ne-Yo (“Year of the gen-tleman”), Robert Plant e Alison Krauss (“Raising Sand”) e Radio-

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( MP2 )

head (“In Rainbows”). Só falta oferecem um achocolatado para quem adivinhar o vencedor.

A canção mais bem escrita do ano: “American boy”, por Estelle e Kanye West, “Chasing pavements”, por Adele, “I’m yours”, por Jason Mraz (que do nada começou a tocar horrores na novela “A Favori-ta”), “Love song”, por Sara Bareil-les e “Viva la vida”, por Coldplay. E a gravação mais incrível do ano: “Chasing pavements”, por Ade-le, “Viva la vida”, por Coldplay, “Bleeding love”, por Leona Lewis, “Paper planes”, por M.I.A e “Please read the letter”, por Robert Plant e Alison Krauss. Aqui no Brasil tra-duziram “Song” para “música”, pois devem achar canção cafona. Então ficou “música do ano” e “gravação do ano”,como se a música não fosse gravada? Que esperteza. Só contri-bui para a esquisitice da premiação.

Aí vem o “melhor álbum de rock”: “Viva la vida or death and all his friends” (Coldplay), “Rock ‘n roll Jesus” (Kid Rock), “Only by the night” (Kings Of Leon), “Death magnetic” (Metallica), “Consolers of the lonely” (The Raconteurs). O “melhor album de rap”: “Ame-rican gangster” ( Jay-Z), “Tha Carter III” (Lil Wayne), “The cool” (Lupe Fiasco), “Nas” (Nas), “Paper trail” (T.I.) e o “melhor álbum de R&B”: “Love & life” (Eric Benet), “Motown: a journey through hitsville USA” (Boyz II Men), “Lay it down” (Al Green), “Jennifer Hudson” ( Jennifer Hudson), “The way I see it” (Raphael Saadiq). E aí, beleza? Yo!

Justin Timberlake, Paul McCart-ney e Radiohead são dados como shows principais do evento. E foram confirmados Kid Rock (Hã?), Rihanna, U2 e Robert Plant e Alison Krauss (que, de longe,

parecem Elba Ramalho e Moraes Moreira platinado). Agora “ani-mou”, não é? Falando em Radio-head, a banda inglesa dos famosos agudos de Tom York, se apresenta no Brasil em março com muita moral, pois Kraftwerk irá fazer o show de abertura, no tal festival Just a Fest. Não iremos comentar sobre o nome pitoresco e nem o preço anormal do ingresso (R$ 200) com direito a volta (somente para este festival, ufa!) de Los Her-manos com abertura de Vanguart e uma possível participação de Mallu Magalhães fazendo um triângulo amoroso patético e constrangedor. Deus nos livre!

Quem conseguir tirar mais leite de pedra do Grammy ganhará a cole-ção completa dos maiores sucesso de Aguinaldo Timóteo! Aliás, por que ele não está concorrendo?

Robert Plant e Alison Krauss

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28 Revista Dinâmica

Como não se lembrar da versão da versão da versão? Uma equação matemática, praticamente. A versão brasileira da versão latina do Grammy! Marcelo Tas e Daniela Cicarelli pela Rede Bandeirantes, em grandes momentos constrange-dores (maiores que os próprios lábios da apresentadora, inclu-sive) como problemas técnicos, dificuldades de Daniela para ler o teleprompter e o mico de passar no telão o verdadeiro Grammy Latino, que estava acontecendo em Houston (EUA). Além disso, os ganhadores receberam o prêmio pelo correio e não na cerimônia, como é de praxe. Francamente!

VERSÃO LATINA

( MP2 )

Marcelo Tas e Daniela Cicarelli protagonizaram cenas de mico explícito no Grammy Latino, versão brasileira

““

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Revista Dinâmica 29

Ô abre alas! Que a saúde e a beleza querem passar!

Para que depois da folia seu corpo não diga: “Ai, meu bem, não faz assim comigo não”

Priscila Leal

Ai, ai, ai! Ai, ai, ai, está che-gando a hora! Seja qual for a sua Cidade Maravilhosa,

no Carnaval só temos uma certe-za: as águas vão rolar! E para sair sassaricando por aí, cantando “A Jardineira, oi, a Jardineira”, nin-guém sabe com que roupa vai. Seja de camisa amarela, com Joujoux ou balagandã a linda lourinha e a linda morena vão sambar até de manhã.

Então pode tirar a lata d’água da cabeça e cair no chik chik bum. Porque mesmo depois de tantos Carnavais, ninguém conseguiu

descobrir se, na hora do aperto, é dos carecas que elas gostam mais ou da cabeleira do Zezé. Pouco importa, cada qual no seu bloco. Pierrôs atrás de suas Colombinas, enquanto vovôs cheios de esperan-ças com suas pipas e Arlequins des-filam na concorrência, afinal quem não chora, não mama. Mesmo se de dia for Maria e de noite for João ou vice-versa: Olê, Olê, Olá! Explode coração!

Se você é da turma do funil e pensa que cachaça é água, só não vá pensando que a crise dá trégua nos dias de folia. Eu sei que vão censu-rar o meu proceder, mas que atire a primeira pedra quem nunca saiu

atrás da banda ou do trio elétrico pedindo: “Me dá um dinheiro aí!” para a canoa não virar.

E no balancê, balancê, não esque-ça: Bota a camisinha, bota, meu amor!

• Beba no mínimo 2,5 litros de água por dia. Sucos e chás são bem vindos, mas não a aclamada cervejinha, que ao contrário do que necessitamos, só desidrata. Refrigerantes também não podem entrar nessa contagem.

• O Filtro Solar deve ser o seu maior “amor de verão”. Que ele fique grudadinho em você enquan-

( SAÚDE E BELEZA )

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30 Revista Dinâmica

( Saúde e Beleza )to o sol estiver brilhando. Os lábios são ainda mais sensíveis e, portan-to, merecem atenção especial com um bom protetor labial.

• Ainda não cultivamos o hábito de usar produtos que contenham algum fator de proteção solar para os cabelos, mas o mercado já ofere-ce essa opção nos produtos de uso diário, como xampu, condiciona-dor e principalmente creme sem enxágue (leave-in).

• Com a temperatura elevada, nosso metabolismo se torna mais lento, assim os alimentos levam mais tempo para serem digeridos; quando fermentados em excesso podem causar infecções. Por isso se fala tanto em alimentação leve e muito líquido. De fato, nossa famo-sa feijoada está mais para o Inverno que para o Verão.

• O uso de roupas fechadas duran-te a prática de exercícios físicos

para perder os quilinhos a mais é equivocado. O que se perde é pri-mordialmente líquido; as calorias infelizmente não nos deixam tão facilmente como a água de nosso corpo. Portanto, fuja do risco da desidratação: use roupas leves e tênis adequados.

• Um hábito muito comum nas férias é manter a roupa molhada o dia inteiro pela praticidade na hora de retornar à praia ou à piscina. No entanto, esse costume cria um ambiente úmido, quente e perfei-to para proliferação de fungos e bactérias: prato cheio para micoses e infecções. Atenção também com a roupa íntima: o simples exces-so de suor pode causar o mesmo problema.

• É conhecido que a combinação folia + calor chama cerveja e/ou chope, mas que tal evitar a ida ao hospital em busca de glicose? Entre uma cerveja e outra, ingira

água e algum petisco. Assim você pode beber o quanto quiser, pelo tempo que quiser. Sem contar que sua energia não será desperdiçada em uma ressaca e você poderá des-frutar o dia seguinte com o mesmo pique do dia anterior.

• Atenção redobrada para os alimentos na praia! O gelo com o qual são armazenados os queijos e sanduíches com maionese nos isopores não é suficiente para man-ter a temperatura ideal. A melhor pedida são realmente as frutas, além de frescas ainda ajudam na hidratação.

• Cuidado com o contato de frutas cítricas com a pele e a exposição ao sol. Elas podem causar queimadu-ras e manchas dificílimas de serem retiradas. Evite, por exemplo, o contato direto da Caipirinha (fre-quentemente vendida nas praias) com os lábios. Em caso de aciden-tes, jamais lave o local atingido

Dica importante: proteja-se do sol!

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( Saúde e Beleza )com água salgada, pois irá acelerar o processo; lave imediatamente com sabão e água doce.

• Para ficar com um tom de pele bonito, os dermatologistas reco-mendam o consumo diário de alimentos como: cenoura, batata-doce, abóbora, manga, espinafre, pimentão, brócolis, couve, melão,

“Cada lágrima que já rolou Fertilizou a esperança Da nossa gente, valeu a pena De Norte a Sul desse país Tantos brasis, sagrado celeiro Crioulo, caboclo, retrato mestiço, De fato, sou brasileiro! Sertanejo, caipira, matuto, sonhador Abraço o meu irmão Pra reviver a nossa história Deixar guardado na memória o seu valor”.

A Mangueira traz os Brasis do Brasil mostrando a formação do povo brasileiro (2009)

mamão papaia, tomate, beterraba e melancia. Vegetais de tom verme-lho, amarelo e verde escuro são ri-cos em betacaroteno, um nutriente que forma a vitamina A no organis-mo e reforça a coloração do bron-zeado, além de ajudar a proteger a pele contra os raios ultravioleta A (responsáveis pelo envelhecimento precoce e pelo câncer de pele). No

entanto, o excesso dessa substância pode conferir às pessoas de pele clara um tom amarelado artificial. Para fazer o teste, observe se suas mãos estão amareladas; para dimi-nuir a concentração de betacaro-teno na pele, basta interromper a ingestão desses alimentos.

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Receitas de carnaval

Clarissa Leal

Receitas práticas e saudáveis para a festança que está para chegar!

É tempo de carnaval! E nós da Revista Dinâmica não poderíamos deixar de falar

sobre esse evento tão importante para nossa cultura, afinal, como dizem por aí, o ano só começa depois da quarta-feira de cinzas...

Corpos suados, malhados, com pouca roupa e enlouquecidos por dança, música, movimento. Não dá pra ficar parado! É muito axé, sam-ba, reggae, funk, o que vier. Seja na avenida, ou atrás do trio elétrico, “só não vai quem já morreu...”.

O carnaval atiça paixões, tão efê-meras, mas com muitas lembran-ças para recordar; dá um colorido novo à vida, às roupas, aos cabelos

e o mais importante, à alma; é momento de festa, de ser feliz sem medo, de acreditar que o mundo vai acabar, mas só por quatro dias, então, tudo é permitido, tudo é brincadeira e diversão.

Crianças fantasiadas, homens vestidos de mulher, muito confete e serpentina, e sempre um pierrô atrás de sua columbina... Ai que saudades das velhas marchinhas...

Mas carnaval também lembra excesso, de “amor”, de falta de pu-dor, de brigas e bebidas... Foliões desesperados em aproveitar cada segundo, se esquecem de tudo, e acabam com a brincadeira.

Do carnaval sobram apenas restos de pessoas que queriam se divertir

( COM ÁGUA NA BOCA )

muito, mas não sabiam quando pa-rar, fosse de beber, ou brigar, fosse para comer... E aumenta o entra-e-sai nas emergências de hospitais. E haja tanto soro e glicose para essa gente!

Diversão é muito bom sim, mas sempre pensando em preserva-ção, do seu corpo e da sua mente. Porque depois que acaba o carna-val ainda tem um ano inteiro pela frente...

Para que neste carnaval você pule a vontade, sem perder o ritmo, ou a saúde, duas receitinhas práticas e saudáveis!

Bom apetite e um carnaval de paz pra você!

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Sanduíche carnavalescoIngredientes

Dois dentes de alho ralado

Um copo de iogurte natural (light, diet ou tradicional)

Azeite de oliva extravirgem

Cebolinha picada

Alface americana

Tomate (cereja ou italiano) em rodelas

Peito de peru (defumado ou não)

Queijo prato

Pão de forma integral

Sal a gosto

Numa frigideira anti-aderente pingue uma gota de azeite e espalhe com papel toalha para que toda a superfície fique untada uniformemente. Deixe em fogo alto por cinco minutos e então toste as fatias de pão até dourarem. Reserve. Mistu-re o alho ralado, o iogurte, a

Modo de preparo

Suco tropicalIngredientes Uma beterraba pequena sem casca crua em cubos

Duas cenouras pequenas rala-das

Duas laranjas pêra

Água de côco

Esprema as laranjas e reserve o suco na geladeira. No liqui-dificador, bata a beterraba com as cenouras e a água de coco. Sem parar de bater, vá adicionando aos poucos o suco de laranja até obter a textura desejada.

Modo de preparo

( Com Água na Boca )

cebolinha e o azeite até formar um molho homogêneo. Espa-lhe o molho nas fatias de pão e então cubra com folhas de alface, tomate, peito de peru e o queijo. Se desejar despeje um pouco de molho entre as camadas de recheio.

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Bonsucesso Comunicação: “nós inventamos o pingo no “S””

Ou você acha que só o “i” e o “j” tinham pingo? Então você acha que já sabe tudo?

Lógico que não! E nós também! Mas fazemos de tudo para ir além. Tudo com liber-

dade e criatividade.

Nossa missão

Levar sua marca a um novo patamar, através de estudos e utilização de diferentes

meios, como a criação de web sites, desenvolvimento de identidade visual, material

gráfico e audiovisual, facilitando o processo de comunicação entre empresa e cliente.

Além disso, fazer parcerias com empresas que não tenham um setor de criação

formado, mas que queiram atrair clientes em potencial e produzir trabalhos na área

de design e publicidade.

Nossos serviços

Trabalhamos com mídia impressa, criação de peças gráficas para revistas, outdoors,

comunicação visual e diagramação. Fora do papel trabalhamos com criação de sites

dinâmicos, hotsites e conteúdo multimídia. E, finalmente, criamos conteúdo audiovi-

sual, que vai desde peças publicitárias para TV até produção de documentários e

vídeos musicais.

3. O pingo no “S”

Então, basicamente temos:

...E você achando que a vida era difícil.

1.

2.

+55 21 2425-2843 | [email protected] | www.bscomunicacao.com.br