Revista Dinâmica | Edição 07

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Revista brasileira de variedades.

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Editorial

Colaboradores

Crônicas e Contos Salvando vidas, tecendo sonhos

Educação e Formação Dificuldades de aprendizagem II

Desconstruindo a Arte O cinema mudo de Keaton

Mitologia Impressão: o movimento

Tecno+ Dançando na ponta dos dedos

Embates e Debates Eloá Pimentel: notícia de ontem

Fazendo Direito Direitos humanos para humanos direitos

Imagem e Ação Halloween televisivo, a festa

MP2 TIM-ganei Festival 2008

Saúde e Beleza Timo: uma pequena chave!

Com Água na Boca Serão os doces vilões da boa alimentação?

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( ÍNDICE )

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4 Revista Dinâmica

“Simples, como o sol”. Assim diz o nosso colunista Mario Nitsche em seu artigo sobre o Impressionismo,

com o “ismo” do qual ele não gosta.

Assim é a nossa Revista Dinâmica. Estamos chegan-do à sétima edição com uma novidade para o leitor: novo layout, nova diagramação, nova formatação. È

uma grande satisfação poder entregar uma edição cada vez mais apurada, com maiores surpresas, tex-

tos interessantes e bem elaborados.

Nessa edição temos alguns assuntos bastante ricos relativos a fatos atuais, como a crônica de Liz Motta

sobre a morte da jovem Eloá. A matéria da capa tam-bém tem Eloá como destaque, através da coluna de Liana Dantas, Imagem e Ação: as redes de TV brasi-

leiras lucraram com a cobertura quase que 24 horas dessa tragédia.

Caros leitores, apreciem esta edição e boa leitura.

Tereza Machado

( EDITORIAL )

Diretora de redaçãoTereza Machado

Redatora-chefeFernanda Machado

Diretor de arteChris Lopo

EditoresChris Lopo, Fernanda Machado e Tereza Machado

Projeto gráficoBonsucesso Comunicação

DiagramaçãoChris Lopo

Jornalista responsávelThiago Lucas

Imagens não creditadasJupiter Images

Projeto inicialAntônio Poeta

[email protected]

O conteúdo das matériasassinadas, anúncios e informes publicitários é de responsabilidade dos autores.

Site www.revistadinamica.com

[email protected]

Próxima edição01 de dezembro de 2008

( EXPEDIENTE )

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Revista Dinâmica 5

Mario Nitsche([email protected])Curitibano, dentista por profissão, filósofo por opção. Publicou o livro Descanso do Homem em novembro de 2005.

Liz Motta([email protected])Baiana e historiadora. Especialista em políticas públicas, produz artigos sobre violência contra a mulher.

Liana Dantas([email protected])Carioca. Estudante de jornalismo. Começou cursando Letras e hoje pensa na possibilidade de vender cosméticos.

Fernanda Machado([email protected])Carioca. Cientista da computação e apaixonada por design. Trabalha em sua própria empresa de comunica-ção.

Kiko Mourão([email protected])Mineiro de Belo Horizonte. Estudan-te de direito. Além de fazer estágio na área também trabalha com sua maior paixão: a música.

Tereza Machado([email protected])Cearense. Professora universitária, consultora educacional e estudiosa das questões metafísicas.

Chris Lopo([email protected])Gaúcho. Trabalha com web design desde 1997. Hoje é, além de web designer, designer gráfico, ilustrador e tenta emplacar sua banda de rock.

Priscila Leal([email protected])Carioca. Atriz e estudante de danças. Apaixonada pelo estudo da filosofia, da anatomia humana e de tudo que constitua o ser humano e suas possi-bilidades de expressão.

( COLABORADORES )

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6 Revista Dinâmica

Liz Motta

Salvando vidas, tecendo sonhos

O que são e como funcionam as redes de atenção às mulheres em situação de violência

Há cerca de três décadas, movimentos de mulhe-res e feministas têm se

debruçado sobre a questão da vio-lência contra a mulher. A constru-ção de políticas efetivas de comba-te e prevenção a violência tem sido ponto principal nas agendas destas mulheres que buscam articulações com as várias instâncias do Estado no intuito de fortalecer a luta pelos direitos humanos das mulheres.

Em contrapartida, o Estado respondeu a estas demandas com a criação da Lei Maria da Penha, que coíbe e pune casos de violên-cia doméstica e familiar contra a mulher. Porém, muitas mulheres

ainda desconhecem a Lei e quando agredidas também não sabem a quem recorrer. É comum saber de casos que ficaram esquecidos ou ti-veram um fim trágico devido à falta de conhecimento das vítimas dos serviços que existem em sua cida-de para este tipo de atendimento: as Redes de Atenção às Mulheres em Situação de Violência.

A Rede como é conhecida é um conjunto de entidades, tanto da sociedade civil como do Estado que prestam vários serviços as mulheres em situação de violência, trabalham em suas competências individuais e interligadas entre si no que conhecemos de “rota crítica”; ou seja, o caminho que a vítima percorre para obter seus

direitos, proteção, cuidados e puni-ção do agressor.

A Rede não tem uma porta de entrada, qualquer serviço pode ser o início da jornada. Muitas recorrem diretamente as DEA-Ms, outras buscam os Centros de Referência onde podem encontrar apoio psicológico, jurídico e social. Há ainda aquelas que, vitimas de agressão sexual são encaminhadas para unidades de saúde para os devidos cuidados profiláticos de DSTs e contracepção. Outras são encaminhadas as Casas Abrigo, local com endereço indisponível reservado para vítimas que correm risco de morte. Lá elas encontram apoio jurídico, médico e psicoló-gico até encontrar uma forma de

( CRÔNICAS E CONTOS )

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sobreviver independente do se companheiro ou até os encaminha-mentos do processo.

Para além, alguns serviços da Rede oferecem cursos e capacita-ções para que as mulheres sejam inseridas no mercado de trabalho e, desta forma, tenham sua auto-estima elevada na medida em que, produzindo seu sustentam abdi-cam de uma vida de violência e frustração.

Mas, não são somente as vítimas que aprendem. As profissionais, integrantes da Rede, passam a entender a dinâmica da violência doméstica e familiar no contato real e cotidiano com as agredidas. Esta retroalimentação experiência x serviços promove e reforça a ci-dadania e os direitos humanos das mulheres redimensionando o que antes era tabu em um problema de saúde pública passível de análise e intervenção do Estado e da socie-dade civil.

A Rede de Atenção é reconhecida pela Secretaria Especial de Políti-cas Para as Mulheres/PR e consti-tui-se em uma das linhas de frente na batalha contra a violência. Além de prestar os serviços aqui citados ainda promove cursos, palestras e eventos com o objetivo de orientar e conscientizar a população.

Em algumas cidades, como Salva-dor, a Rede promove mensalmente a Vigília Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres em uma das mais movimentadas estações de transbordo de ônibus da cidade. A atividade ocorre sempre na última terça-feira do mês e conta com vá-rias mulheres entregando folhetos e conscientizando os transeuntes, sempre das 17h às 19h.

O proselitismo é uma característi-ca marcante da Rede de Atenção, o boca a boca difunde e reforça a atuação dos serviços, mas muitas mulheres ainda desconhecem a maioria deles. Geralmente sabem e se dirigem apenas à Delegacia

da Mulher ou então ficam em casa sofrendo caladas suas dores físicas e psicológicas.

Ainda citando Salvador, a Rede de Atenção mantêm quinzenalmente reuniões com as/os representan-tes dos serviços para discutirem formas de combater a violência, pressionar os Três Poderes diante de alguma demanda como foi caso da implantação da Vara Especial de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, que finalmen-te sairá do papel em novembro graças, em grande parte, a pressão e monitoramento da Rede. As reuniões são abertas a sociedade e é conhecida como o GT da Rede (Grupo de Trabalho da Rede), são realizadas em locais variados como na DEAM, Defensoria Pública, Voluntárias Sociais, etc.

Muito ainda há que se conhecer e entender as Redes de Atenção às Mulheres em Situação de Violên-cia, pouco difundida nos meios de comunicação a Rede sobrevive pelo ideal das/os integrantes que acreditam numa sociedade justa e sem violência.

Procure saber se na sua cidade existe a Rede de Atenção, pois a violência contra a mulher não escolhe cor, idade, classe social ou religião. Informe-se e ajude as mu-lheres vítimas de violência a salvar suas vidas e a voltar a tecer sonhos.

( Crônicas e Contos )

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Dificuldades de aprendizagem II

Sugestões de como lidar com a dificuldade de aprendizagem dos peque-nos, num mundo inundado pela tecnologia

Tereza Machado

Recebi alguns e-mails sobre o primeiro artigo que escrevi: as dificuldades por

que passam crianças e adolescentes em idade escolar.

Para o mundo adulto, de uma gera-ção anterior que não tinha celular, shopping, computador, Internet, jogos eletrônicos, GPS, TV por as-sinatura, parece que é um absurdo uma criança dos dias atuais não ter uma boa aprendizagem, no meio de tanta tecnologia.

Escuto queixa dos pais: “Ele não quer nada, só quer brincar! Na minha época não havia tanta diversidade de coisas a serem feitas, meus pais me botavam para estudar, fazer o dever de casa e eu fazia tudo”.

Os pais desta novíssima geração esquecem de um detalhe muito importante, já provado e compro-vado por pesquisas educacionais iniciadas por Piaget e Vygotsky, entre outros teóricos: a criança aprende brincando. Pessoas, acor-dem antes que seja tarde! Criança

aprende brincando!

Querer que uma escola de hoje te-nha as mesmas atividades, mesmo tempo de estudo e mesmos obje-tivos de décadas passadas é querer que ela pare no tempo e no espaço e que ensine para ontem. Ensinar crianças com teorias tradicionais, antigas, sem nenhuma arejamento das novidades trazidas por pesqui-sas educacionais é um erro fatal na condução do processo ensino-aprendizagem.

Tenho lido alguns autores e articu-listas famosos darem seus parece-res frente ao fracasso escolar que se assiste com perplexidade. Como não têm uma práxis pedagógica segura e funda-mentada, derrubam tudo o que se avançou nestas três últimas décadas em educação e pre-conizam a volta ao Ensino Tradi-cional como se este pudesse ser a salvação da pátria!

Fico boquiaberta, não entendo porque todos acham que podem dar palpites em Educação. Todos acham fácil dirigir uma escola, qualquer um pode fazer isso, não precisa de um pedagogo à frente da Equipe. Mas a verdade é que a cada dia se percebe que a educação é uma área onde novas descobertas são apresentadas com freqüência. Isto demanda um esforço de todos os Professores e Equipe Pedagó-gica de estarem sempre se atuali-zando para não perder o olho no futuro, cuidando do presente.

Sempre procurei pautar minha vida profissional pela fundamenta-ção teórica. Fiz muitos cursos, mas

nunca abri mão da minha

( EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO )

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observação pessoal. Para mim, este é o diferencial de uma escola que queira ser chamada de atual, mo-derna e produtiva. Os professores têm que aprender a serem pes-quisadores, atores deste elenco de atividades que uma escola desen-volve com o objetivo de levar seus alunos a serem vencedores!

O foco deste artigo é alertar os leitores que tenham filhos, irmãos, sobrinhos, afilhados e vizinhos com dificuldade de aprendizagem a entenderem melhor seus peque-nos. Se estas crianças são inteli-gentes e podem aprender tudo o que lhes ensinarem, fica a pergun-ta: por que então não aprendem?

Não sou a dona da verdade, apenas uma pesquisadora interessada a ajudar pais, crianças e escolas a encararem o problema, não tentar achar culpados, mas tentar, since-ramente entender o que acontece com a criança dessa primeira déca-da do século XXI.

Estava outro dia em sala de aula, quando uma aluna falou-me sobre o problema de aprendizagem de seu sobrinho. Como na maioria dos casos, uma criança saudável, esperta e que tem uma bagagem de conhecimentos, no mínimo o do-bro que seus pais deveriam ter na sua idade. Qual a queixa da escola? “O aluno não arma as continhas

dos problemas. Faz tudo de cabeça e certo. Mas não podemos aceitar, tem que colocar as continhas para provar que sabe fazer e que não colou.”

Ora, analisemos a frase e o pen-samento que se esconde por trás: a escola continua a mesma de dezenas de anos atrás e, tradicio-nalmente, só aceita a resposta se o aluno “provar” que resolveu as questão, colocando as continhas no papel. Fantástico, não?

Alguém já parou para observar uma criança jogando um game no computador? A seriedade com que encara a brincadeira? Fica horas prestando atenção a cada coman-do solicitado. Tem que raciocinar rapidamente para não perder a jogada. Algumas vezes tem que perder uma posição para lá na frente ganhar o dobro de pontos. Essa criança que passa de fases dos jogos como os adultos não con-seguiriam, ironicamente, não vê seu potencial de raciocínio apro-veitado pela escola. Existe uma nova lógica no ar e muitos ainda não pararam para se perguntar que lógica é essa.

Há escolas e professores que ainda discutem o possível benefício do computador na vida de uma crian-ça. Enquanto discutem a criança não pede licença, aprende tudo

rapidamente e se for orientada por um professor pesquisador, que procure entender a nova lógica que a Informática impõe a todos nós, perceberá que esta criança está apta a aprender com rapidez tudo que lhe ensinarem, se o fizerem da forma correta e atual.

Outro dia falava o meu genro, “minha sobrinha de quatro anos, em Porto Alegre, chamou o avô para perto do computador, teclou o 1 e o 5 e disse, olha aí, é o Fogaça (prefeito reeleito recentemente)!”. Espetacular, essa criança ainda não freqüenta escola, mas já está desen-volvendo sua lógica de raciocínio e levando para o computador o que a televisão comunica. Ignorar televisão, rádio, revistas, jornais e computador pode ser um erro que traga conseqüências cada vez mais sérias na vida escolar dos alunos de Educação Infantil e Ensino Funda-mental.

A escola perde em atrativos para a vida fora de seus muros. Por melhor aparelhada que a escola seja, ainda é preciso avançar mais. É preciso mudar metodologias, revisitar teorias educacionais e adaptá-las à realidade de nossas crianças. Um teórico quando escreve e desenvolve sua teoria o faz para um universo, não para uma determinada criança, dessa forma é necessário adaptar. Importar idéias maravilhosas sem estudar o que elas têm a ver com o nosso mo-mento e com a expectativa que a criança traz para a escola é um erro.

Derrubar tudo seria a solução? Claro que não, nenhuma medida radical costuma dar resultado em Educação. O processo educacional demanda tempo, experiência, co-

( Educação e Formação )

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nhecimento, afetividade, trabalho com a auto-estima de professores e alunos.

Aos pais e parentes de crianças com dificuldades de aprendiza-gem: muita calma, muita serenida-de e muito amor.

A criança precisa se sentir amada, apesar de não ir bem na escola. Tem que ficar claro para ela que o amor de seus pais e parentes não está condicionado ao “ir bem na escola”.

Em seguida, procurar um especialista é sempre uma boa idéia, pode-se começar com o próprio pediatra da criança para ver se está tudo bem com ela, pequenos problemas orgânicos como baixa acuida-de visual ou auditiva podem trazer trans-tornos muito sérios na evolução desta criança. Afastando os problemas mais simples de serem re-solvidos, outros profissionais podem ser consultados, caso o Pediatra não tenha diagnóstico certo: pedagogos, psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos podem ser consultados, até chegarmos a hipótese de problemas mais sérios que envolvam a neurologia ou a psiquiatria.

Pelos anos de experiência, posso afirmar que a maioria das crianças está pronta para aprender o que lhe ensinarem. Basta que este ensino envolva prazer, ludicidade e bons resultados. Afinal, quem gosta de ser mal-sucedido em algum empre-endimento?

Amigos leitores, precisamos ser cuidantes, como diz Leonardo Boff, precisamos cuidar de nos-sas crianças, observá-las, tentar descobrir o que acontece com elas quando se fecham ao mundo da aprendizagem. Pode ser tanta coisa séria ou apenas detalhes que passam despercebidos pelos pais e escola. Há crianças que se recusam a crescer com medo de entrar no

mundo do adulto. De uma forma simbólica, a alfabetização é a chave mágica de entrada nesse mundo de gente grande. Por isso algumas crianças preferem “segurar” esse crescimento, esse desenvolvimen-to, preferem não aprender por medo.

Alguém lendo os jornais ou vendo os jornais televisivos repletos de violência, abusos e excesso de po-der teria uma pista da causa dessa

recusa em crescer?

O importante mesmo é não desis-tir logo de início se rendendo a um chamado de “seu filho vai mal na escola e talvez não passe de ano”. Dê uma chance a seu filho, uma chance real, converse, investigue, peça entrevistas com as pedagogas da escola. Procure ajuda especia-lizada fora da escola. Não desista, não desanime! Seja cuidante de seus filhos. Além da gratidão deles mesmos, o mundo agradece por

você fazer a sua parte na tentativa de construção de um mundo

melhor para todos, que na verdade começa com sua

ação em casa. Seja positivo, lembre-se que um reforço positivo para uma criança vale mais do que nove negativos.

O mundo mudou e continuará mudando a cada 24 horas, precisamos nos preparar e a nova

geração para conviver com as mudanças aceleradas. O

conhecimento dobra a cada ano. Não dá para dizer que

você conhece o último programa lançada em Informática porque

outro já está sendo despachado para as lojas.

Fica a lembrança de um fragmento de uma letra do Grupo Titãs: “(...) ninguém sabe tudo, ninguém sabe nada (...)”.

Salvemos nossas crianças do fra-casso e o seu apoio é fundamental.

( Educação e Formação )

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O cinema mudo de Keaton

A frase “menos é mais” é uma constante na vida de muitas pessoas, e Buster Keaton prova sua veracidade

Chris Lopo e Fernanda Machado

Esses dias estávamos trocan-do de canal, procurando alguma coisa interessante

pra ver, e acabamos estacionando em um canal que passava a biogra-fia de Buster Keaton, chamada “O Palhaço Que Não Ri”, feita nos Es-tados Unidos, 1957, com a direção de Sidney Sheldon.

Buster foi um fenômeno do cinema mudo. Seus quadros eram auto-explicativos, não era necessá-rio diálogo. Algo tão trivial, a fala acabou derrubando uma geração de comediantes. Poucos consegui-ram ultrapassar esta revolução do cinema sem um arranhão, pois sua concentração era toda em cima da expressão corporal e a fala era esquecida.

É incrível a maneira como o come-diante consegue arrancar gargalha-das da platéia sem ao menos abrir a boca. Podemos ver que, após a estréia do cinema falado, suas pia-das pareciam ter perdido a graça. Como era uma coisa absolutamen-te nova, o cinema falado tirou toda a atenção que era dada ao cinema mudo.

Isso não quer dizer, no entanto, que toda a questão da expressão corporal utilizada no cinema mudo foi descartada. Lá fora, “Os Três Patetas” utilizavam os elementos que faziam as pessoas rirem com o cinema mudo: tortas na cara, tropeções, escadas caindo. Um exemplo clássico de uso desses elementos na TV brasileira pôde ser vista com “Os Trapalhões”.

O cinema mudo não fazia apenas rir. Também tinha a habilidade de fazer uma platéia se emocionar. Quando não havia tecnologia para inserir trilhas sonoras nos filmes, a música que movia a platéia era to-cada ao vivo, ao mesmo tempo que o filme era exibido. Lembramos de algumas passagens de filmes do Charles Chaplin, que eram cenas que realmente exibiam emoções distintas, como raiva, tristeza e felicidade.

O cinema mudo pode ter sido mas-sacrado inicialmente com o ínicio da era falada do cinema mundial, mas seus elementos podem ser vistos até hoje em filmes e seria-dos, mostrando que o cinema sem som marcou diversas gerações de artistas, cineastas e cinéfilos.

( DESCONSTRUINDO A ARTE )

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Impressão: o movimento

Mário Nitsche

O Impressionismo e suas idéias de movimento e luz

Vou responder sua pergunta do jeito que um não-espe-cialista o faria: com o que

eu mais gosto do assunto!

As Impressões, o Movimento!

Vou expor o que penso sobre o que você chama de “impressionismo”.

Já adianto que não gosto do “ismo” no fim da palavra. Há muitas palavras que findam com ismo... e findam mais ainda a liberdade e espontaneidade do ser humano. A civilização está cheia de “ismos” e quanto mais ismos rolam, menos o indivíduo faz a função para a qual existe: pensar! Seja em que área for... o ismo pensa por ele.

O mundo tem magníficas impres-sões... e não as vemos. Precisamos aprender a vê-las.

Gosto da beleza da “impressão”.

Afinal cometi alguns quadros na vida e todos eles foram feitos na senda da impressão! Sabe, com o tempo comecei a ver as impressões

que deixam o mundo melhor e que ele gosta de ter.

Você sabia que antes do século XlX a pintura era quadrada?

Calma... calma! Não estou falando que um Michelangelo ou Da Vinci eram quadrados. Foram gênios! e se decidissem pintar uma caixa de fósforos ali iria brilhar a genialida-de deles!

Deixe-me explicar melhor... qua-drada no sentido de tudo certinho, entende... meio brega... Bonita, sim, vá lá... mas com critérios rígi-dos. O desenho era fundamental. O quadro, uma técnica detalhada que precisava ser aprendida como uma fórmula. Pintava-se só gente muito importante - vips! - e temas religiosos. O quadro era uma cópia da coisa que gerou o quadro... Ob-jetivo era reconstituir a pessoa ou o objeto da melhor maneira possível. Claro que – isso é universal – se dava um jeitinho nas mulheres para elas aparecerem melhor no retrato... Assim foi. Ninguém quer ficar feio na foto e as mulheres então...

Um dia veio alguém que olhou, re-avaliou... e ele, o homem, mudou!

Note bem... foi um movimento, um vento gostoso, suave que se revelou com a obra de Claude Monet, “Impressão, nascer do sol”, em 1874. Monet não esquentou mais com o realismo e os conceitos de academia e temática nobre. Ou com o quadro como retrato fiel da realidade... Saiu do legalismo!

Monet começou a olhar o quadro como uma obra em si, cadenciada pela luz e o movimento, enfeitada e vivificada por pinceladas soltas. O mais legal... as telas eram pintadas ao ar livre para “pegar” as nuances da natureza! O movimento na sua força e espontaneidade.

Demais! O modo de viver a im-pressão É o movimento!

A pintura deveria mostrar os tons que os objetos ganham ao refletir a luz do sol num momento da vida. As cores e as luzes mudam de um segundo para o outro. Pintava-se, se conquistava o momento e a luz. Sombras ficaram luminosas. Não se usava o preto e procurava se

( MITOLOGIA )

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uma ênfase nas cores complemen-tares e as puras.

Que beleza, cara!

A espontaneidade dirigia a apre-sentação do momento, e da luz do momento.

O movimento rompeu com o classicismo não por uma decisão consciente, bronca ou mau hu-mor... e sim por falta de tempo e interesse em grandes discussões teóricas sobre o óbvio. Afinal quem quer pintar a luz, pinta a luz e isso é o suficiente. Quem deseja pintar o clássico, pinta o clássico. Minha avó dizia que “o sol nasceu para todos”. Algumas pessoas olham o momento e a luz, outros me-morizam e se adaptam às regras e instituições.

A vida é assim...

É só definir quem gosta do que.

Simples como o sol.

Ah... um detalhezinho. Eles – Mo-net, Sisley, Degas e Renoir - foram chamados de impressionistas pelos classicistas. A turma do ISMO. Fizeram muxôxo e disseram em alta voz. “Viu só? Os impressio-nistas até fizeram uma exposição! Hahaha... Que loucura! Tinha um quadro lá que perdia para papel de parede”. Um crítico da época referindo-se ao Nascer do Sol desse modo. O Leroy. Esse Leroy não era fácil...

Eles – a turma do Monet - só se re-conheciam pintores, e que queriam pegar o momento quando o sol tocava o objeto...

A exposição feita em 15 de abril de 1874 no estúdio de um fotógrafo e fracassou, classicamente falando... Mas algumas pessoas “pegaram” a idéia! Assim no processo do vento suave ela foi magnífica...

O movimento é um vento contí-nuo e logo o vento da impressão passou para música! Também

principiou na França logo depois da pintura. Compositores da visão do vento impressão preferiram for-mas mais curtas, não tão evidentes e complicadas. Fascinante! Claude Debussy e Maurice Ravel são os moços da brisa que abonitou a música.

E o vento continuou e passou à literatura! Um dos escritores que eu gosto muito, Joseph Conrad – compadre de Bertrand Russel – escreveu impressionisticamente... e como! Impressionou. Leia Lord Jim e O Coração das Trevas, por exemplo.

Olha só... e isso tudo porque um homem, Claude Monet, resolveu pintar a luz do sol tocando num objeto, paisagem ou pessoa... e co-municar a impressão do momento.

O movimento dá um sentido em todas as áreas do conhecimento humano.

Um dia há uns dois mil anos o

Impressão, nascer do sol - Claude Monet

( Mitologia )

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grande e controvertido Paulo de Tarso viajava e encorajava indiví-duos com a essência da mensagem de um carpinteiro que andava com amigos, falava sobre o mais além e a vida.

Paulo animava uma pessoa a viver essa mensagem estando com alguns amigos, se reunirem em sua casa e ajudarem-se uns aos outros. Só. E se multiplicarem. Mas logo atrás dele vinham outros dizendo que faltava mais... Faltavam algu-mas formas religiosas, cerimônias complicadas e uma instituição... e o fazer coisas – formas - em comum em todos os lugares para que al-guém vindo de Jerusalém reconhe-cesse o pessoal como “os nossos”. E impunham seus específicos pontos de vista.

Controle ao fim e ao cabo. Con-trole possua...

Numa leitura dinâmica dos docu-mentos do novo testamento o cho-que é visível e ocupa um grande espaço do conteúdo...

Sempre assim: os que queriam pintar a simplicidade da luz do sol e os que queriam impor a volta ao classicismo e a lei.

A linda música brasileira é impres-são!

Impressão... e impressionante!

Precisamos aprender a pensar e viver o Movimento!

E ver o sol.

“É de manhãVem o sol mais os pingos da chuvaQue ontem caiuAinda estão a brilharAinda estão a dançarAo vento alegre que me traz esta canção

Quero Que você Me dê a mãoVamos sair por aíSem pensar no que foi que sonheiQue chorei, que sofriPois a nossa manhãJá me fez esquecer

Me dê a mão, vamos sair

Pra ver o sol o sol, o sol“

Estrada do SolTom Jobim

( Mitologia )

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Chris Lopo

Tap Tap Revenge é a nova febre entre os aplicativos disponíveis para o iPhone, celular da Apple, que recém chegou ao Brasil... por meios legais

Hoje qualquer um pode ser uma estrela do rock na frente de parentes

e amigos. Basta um videogame e o jogo Guitar Hero. Se tiver a guitarra oficial dele, melhor ainda! Faltando apenas luzes piscantes e tietes fervorosas à frente do palco.

A onda de fazer jogos para pessoas consideradas “não gamers” come-çou ainda nos árcades, com o jogo Dance Dance Revolution, que logo foi ultrapassado pelo Pump it Up, da koreana Andamiro. Mas era um

jogo restrito a amantes da dança. Pouco tempo depois surgiu Guitar Hero, jogo para videogame onde o jogador se torna o guitarrista principal da banda. O investimento é alto, e a sua trilha sonora conta com grandes nomes do rock como Black Sabbath, Ramones, Deep Purple, Audioslave, Jimi Hendrix, Motorhead e Cream, entre muitos outros. Ele não chega a ser um simulador pois o braço da guitarra conta apenas com 5 botões, contra as muitas escalas de uma guitarra de verdade.

Febre entre os adolescentes e amantes da música, a empresa norte-americana Tapulous lançou o Tap Tap Revenge para o iPhone. Ele é uma mistura de Guitar Hero com Dance Dance Revolution. Já li alguns comentários em fóruns da Internet do tipo “é por isso que o iPhone é um ítem indispensável pra mim”.

O jogo consiste em 3 linhas verticais onde bolinhas descem o tempo todo. Na hora em que elas cruzam uma linha horizontal, que

Dançando na ponta dos dedos

( TECNO+ )

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( Tecno+ )

fica na base da tela, o jogador deve encostar o dedo em cima da boli-nha. Explicando parece complica-do, mas jogando é divertidíssimo. O funcionamento principal dele lembra bastante o Guitar Hero, mas o resultado é mais uma dança na ponta dos dedos do que a exe-cução de notas musicais.

Tomando de assalto o merca-do musical, que precisa de uma reformulação urgente para evitar o colapso das gravadoras devido à facilidade com que as pessoas

conseguem músicas de grátis na Internet, jogos como Tap Tap Revenge e Guitar Hero acabam movimentando uma boa quantia em dinheiro. É uma nova forma de se vender música. Está se tornan-do cada vez mais difícil encontrar pessoas que consomem CDs como ha uma década atrás. O preço do CD está um absurdo, então muitas pessoas acabam vendo o downlo-ad ilegal como única solução para escutar música. No final das contas acaba-se pagando pela música ao comprar um jogo desse.

Muitas bandas já estão aderindo ao Tap Tap telefônico, e tenha certeza que este número só tem a crescer nos próximos meses.

Antes que eu me esqueça: o iPho-ne já está disponível aqui, mas o Tap Tap Revenge não. De forma legal, claro...

Tap Tap versão Nine Inch Nails Tela inicial do jogo Modo em dois jogadores

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Liz Motta

Eloá Pimentel: notícia de ontemA morte da garota perde seu status na luta contra a violência à mulher, enquanto a vida pregressa do seu pai é alçada a notícia da capa

Após os terríveis aconteci-mentos que culminaram no frio assassinato da

adolescente Eloá Cristina Pimen-tel, me pergunto se minha vida de militância feminista faz sentido. Apesar de algumas vitórias no campo da Jurisprudência, haja vista a Lei 11.340/06, os casos escabrosos de violências contra as mulheres insistem em prevale-cer no cotidiano como pesadelos repetícios.

Parece-me que, como um jogo maldito, a cada conquista no campo dos direitos humanos um novo caso é jogado no tabuleiro das relações de Gênero. Vigiamos, conscientizamos e punimos por um lado e, pelo outro, femicídios, estupros e agressões surgem como uma enxurrada alertando para o efeito dominó que se perpetua pela sociedade: da menina que é criada nos ditames machistas – brinca de casinha com sua boneca prevendo sua sina – passando à adolescente que cultua o corpo

e o utiliza como produto para o consumo fálico, até a mulher que concretiza seu destino quando recebe a primeira bofetada do companheiro.

Interessante pensar sobre a “coin-cidência” de situações que surgem posteriormente a crimes como o de Eloá: menos de 48h depois do malfadado cárcere da jovem, uma grávida de 18 anos foi mantida re-fém pelo ex-companheiro em Sal-vador por 16h. Acaso ou simples-mente uma constatação de que crimes assim ocorrem todos os dias? Com apenas um diferencial: antes corriam a “boca pequena” e atualmente transformaram-se em nicho lucrativo para as mídias que fuçam a presa como animal faminto.

Adianto em dizer que visibilizar os crimes na TV, imprensa e rádios não é de todo ruim; ao contrário, expõe uma ferida crônica que de tão mexida já se alastra pelo corpus social. O grande problema, para mim, se traduz na condu-ção da notícia e na percepção da sociedade. Não conseguimos en-

xergar para além das câmeras, não refletimos a partir das relações de Gênero, construídas e sedimenta-das ao longo de anos de discursos que reafirmam o papel marginal da mulher na História; apenas concluímos que o pai de Eloá é ou não um procurado da Justiça e que Lindenberg Fernandes era seu comparsa. De alguma forma, o femicídio perpetrado pelo ex-namorado de Eloá fica embaçado e perde seu simbolismo cruel em meio aos possíveis crimes do seu pai.

Na verdade, a sociedade tende a ficar “aliviada” quando situações assim se desdobram. É mais cô-modo discutir e julgar um crimi-noso comum do que analisar a teia de preconceitos que se articula por detrás do femicídio de Santo André. Posicionado em segundo lugar, a morte da garota perde seu status na luta contra a violência à mulher e torna-se estatística e manchete do jornal de ontem, em contrapartida a vida pregressa do seu pai é alçada a notícia da capa.

Não demonizo as mídias, mas já

( EMBATES E DEBATES )

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18 Revista Dinâmica

ouvi de muito repórter e jornalis-ta tarimbado a expressão “crime passional” se referindo ao crime cometido por Lindemberg. Isso é preocupante e frustrante, após mais de 30 anos da morte de Ân-gela Diniz e Eliana de Gramond, mortas respectivamente por seus companheiros Doca Street e Lin-domar Castilho, sob a alegação de legítima defesa da honra e crime passional, ainda suportamos passi-vos/as discursos machistas que re-dundam na banalizam da violência. Mesmo porque esses femícidios, que ficaram mundialmente conhe-cidos, foram a pedra de toque das lutas feministas contra a violência à mulher, que cunharam o slogan: “Quem ama não mata”.

Durante os vários dias que a

imprensa explorou esse crime não se ouviu falar na aplicação da Lei Maria da Penha. Será que passou despercebido? Não. Simplesmente a Lei não enquadra ex-namorados e ponto final. Mais uma vez a morte de Eloá passa a ser homicí-dio qualificado e não violência de Gênero; mais uma vez varremos a violência contra à mulher para debaixo do tapete e, mais uma vez os ditames patriarcais prevalecem.

Daí o questionamento sobre o sen-tido da minha militância feminista. Levamos décadas para obrigar o Estado a nos olhar como gente, para termos direito ao voto, direito a ir e vir, a trabalhar e no final das contas, o produto dessa luta, a Lei Maria da Penha, não enquadra este ou aquele criminoso.

Embora um tanto incrédula, não desmereço a Lei; ao contrário, a Lei Maria da Penha é inovadora e, de certa forma, revolucionou a Jurisprudência brasileira, foi um verdadeiro plus na luta feminista. Temo apenas que, como muitas no Brasil, a Lei 11.340/06 torne-se esquecida e empalidecida pelos elementos marginais que com-põem episódios como o de Eloá: pai, vingança, política, parente de, matar por profissão.

Enquanto acreditarmos que uma bofetada na mulher pesa menos que uma bala num homem não teremos, de fato, um país democrá-tico, um país de todos.

“Enquanto acreditarmos que uma bofetada na mulher pesa menos que uma bala num homem não teremos, de fato, um país

democrático, um país de todos.”

( Embates e Debates )

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Revista Dinâmica 19

Kiko Mourão

Direitos humanos para humanos direitos

Um tema que gera muita polêmica hoje diz respei-to às ações das comissões

de direitos humanos. Do ponto de vista radical podemos observar duas correntes: a que apóia cega-mente todas as ações dessas co-missões e a que defende os direitos humanos para as pessoas que agem de acordo com a lei.

É sabido que um detento represen-ta um grande gasto para o governo. Gasto que, primeiramente, sai do bolso dos contribuintes. Gasto também que poderia ser utilizado em trabalhos mais necessários ao país, como investimentos em infra-estrutura e educação. A título de comparação, vejamos o gasto mensal com um presidiário e com um estudante da rede básica de

ensino: Enquanto o governo gasta em média R$1.700,00 mensais para manter um presidiário, o cus-to com um estudante chega apenas aos R$149,05. Estes valores podem variar conforme o Estado, mas mantêm esta média.

Agora vejamos outro aspecto importante. Também utilizando comparações, observamos que, quando um indivíduo comete uma série de crimes, bárbaros ou não, muitas vezes nem mesmo fica preso por muito tempo. Já um agente da lei, se tocar em um só fio de cabelo do presidiário é imedia-tamente atacado pelas comissões de Direitos humanos.

Quando presidiários organizam rebeliões, destroem presídios e queimam colchões, é nosso dinheiro que está lá. E novamente os Direitos Humanos se voltam

apenas para eles. E quando jogam no lixo o almoço ou o jantar ofe-recido pelo presídio? Vale lembrar que é uma comida de excelente qualidade.

Então, ao passar por essa análise, restam algumas perguntas: Os Direitos Humanos atendem com a mesma presteza os cidadãos que andam sempre de acordo com a lei? Quantas comissões para apoio às famílias das vítimas de violência existem por aí? Com certeza me-nos do que as de proteção aos de-tentos. Existem casos de pais de fa-mília que saem de madrugada para trabalhar, levando uma marmita com alimento que nem mesmo possui os nutrientes necessários ao ritmo de trabalho. Enquanto isso, a comida de boa qualidade vai pro lixo nos presídio por que “a carne está dura”, “a batata está ruim”.

O que precisa ser mudado para se obter um sistema eficaz

( FAZENDO DIREITO )

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20 Revista Dinâmica

Não se trata aqui de deixar que detentos morram abandonados à própria sorte. Os Direitos Huma-nos devem atuar em prol dos que seguem as regras da sociedade. Já nos presídios, deve atuar também, mas de maneira um pouco diferen-te. Ora, o presídio é um lugar reple-to de adultos, todos sabem por que estão lá, ou quase todos. Nesses lo-cais, os Direitos Humanos devem atuar em prol da própria sociedade, promovendo programas de resso-cialização para que, ao contrário do que vemos hoje, saiam da prisão pessoas regeneradas.

Observe-se o seguinte. Um pai de família precisa trabalhar para arcar com as despesas de casa. Em alguns casos toda a família precisa trabalhar para isso. E se esses indi-víduos resolvem passar a acordar às dez da manhã? Resolvem ficar à toa o dia inteiro? O que acontece? Suas famílias morrem de fome. Por que o governo não está interessado em sustentar “vagabundos”, não é?

Ora, por que não estabelecer a mesma regra dentro de um presí-dio? O trabalho, além de manter os presidiários com a mente ocupada em atividades produtivas, repre-senta também uma importante forma de reintegração à sociedade. E acima de tudo, assim como um pai de família deve trabalhar para manter sua família, o detento deve trabalhar para pagar sua estadia na prisão. E se ele não quiser traba-lhar? Bem, a regra é a mesma que funciona para um pai de família. Como diria um velho amigo: “quando a fome aperta, não há trabalho que não se possa fazer.”

O sistema carcerário no Brasil é muito deficiente. Deixa muito a

desejar. E já que o governo pri-vatizou tantas empresas para se ver livre de atividades de grande prejuízo, será que a privatização do sistema carcerário não seria uma boa solução? Sim, além de possí-vel, a privatização é de interesse de algumas empresas. O governo se veria livre de um prejuízo que além de desnecessário é inútil, pois não cumpre a função a que se destina que é a de transformar um bandido em um indivíduo de bem.

Na teoria tudo parece fácil. Real-mente, na prática é muito difícil até que se obtenha a situação desejada. Mas ainda penso que é melhor enfrentar grandes dificuldades do que ficar de braços cruzados. A so-ciedade é como um corpo, e a falta de movimento pode sim atrofiar a capacidade social de promover mudanças. E essas são mudanças realmente necessárias, uma vez que o Estado simplesmente não consegue arcar com a manutenção de penitenciárias.

Isso gera um ciclo vicioso, onde a falta de estrutura do Estado mantém presídios lotados, com po-pulação carcerária absurdamente acima da capacidade. Há poucos agentes para fazer o controle de muitos presidiários, o que gera um trabalho de constante risco. Não existem, na maioria dos casos, cursos profissionalizantes e apoio psicológico aos presidiários. Então, acontecem as rebeliões onde o pouco que o Estado oferece é quei-mado e destruído. Com isso, as comissões de direitos humanos aparecem, desempenhando um papel que pertence ao Estado.

Podemos concluir que, já que o Estado não consegue de-

sempenhar com sucesso a função de reabilitador, a melhor solução é transferir tal função para quem realmente vai conseguir desempe-nhá-la. E mais, essa transferência representará grande economia para o Estado e o dinheiro poderá ser utilizado em outros setores deficientes, como a educação e a saúde. Outro ponto importante para concluir a presente análise diz respeito às funções das comissões de direitos humanos. Estas devem se empenhar mais em proteger os direitos do que saem de casa todos os dias com medo da violência, dos que perdem familiares e até das próprias vítimas da violência. No que diz respeito à atuação em presídios é necessário parar com a proteção aos presidiários no sen-tido de sufocar sua reabilitação. As-sim como uma mãe deve corrigir o filho que faz algo errado, o sistema carcerário deve corrigir os indi-víduos que fazem coisas erradas. Todas as mudanças devem obser-var o que é previsto na constituição Federal e na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Enquanto a sociedade se permitir enganar por argumentos falaciosos dos que querem apenas manter tudo como está uma mudança efetiva não ocorrerá. Está na hora de consertar o que vem sendo feito de maneira errada há muitos anos. Aos que quiserem ler a Declaração dos Direitos Humanos, convido a uma reflexão: o Estado tem respei-tado os nossos direitos?

( Fazendo Direito )

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22 Revista Dinâmica

Nestes últimos dias, acompanhamos pela TV um eterno Halloween desnecessário e cafona do assassinato da adolescente Eloá Cristina

Liana Dantas

Estava eu na sala de espera da clínica, com uma senha na mão e a TV ligada no

programa Hoje Em Dia, da Rede Record.

Resolvi chegar cedo, porque da ou-tra vez cheguei atrasada por conta da chuva e fui recebida com um: “Desculpe, seu horário já passou. A doutora está atendendo último paciente e vai embora”. Desta vez resolvi reunir todos os sentimen-tos de cor vermelha e decidi me vingar. Cheguei bem cedo. Olhei para cara da recepcionista e disse que estava marcada para meio-dia. Para quê? Para a consulta atrasar

meia-hora! Me senti o próprio Boça – personagem do Hermes e Renato – que aparenta ter um leve retardo mental, se acha legal e sempre se dá mal e todos tiram sarro dele..

Mal eu sabia que iria ver uma pessoa um pouquinho mais raivosa do que eu causando reboliço para o Brasil todo. As pessoas na sala de espera assistiam e comenta-vam como se Janete Clair tivesse escrevendo a novela em tempo real direto do além. Era algo extraor-dinário para elas ou simplesmente conseguiram identificar situação mais miserável do que as suas.

Britto Jr., um dos apresentadores do Hoje em Dia, falou coisas do

tipo: “eu também já passei por coi-sas do coração, quem não passou?” Jesus, com quem ele estava falan-do? Não mais que de repente corta para o conjunto habitacional situ-ado em Santo André, São Paulo. História confusa, duas amigas, um cara magoado com uma arma em punho e a Rede Record faturando horrores.

Lindenberg Fernandes Alves, de 22 anos, seqüestrou a ex-namora-da, Eloá Cristina, e a amiga, Nayara Rodrigues, ambas de 15 anos, no apartamento de Eloá. Primeiro, não entendi. Em poucos minutos, tive o flashback do caso da meni-na Isabella Nardoni jogada pela janela. Entendi que era o novo combustível do “ao vivo”, habitual

( IMAGEM E AÇÃO )

Halloween televisivo, a festa

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Revista Dinâmica 23

( Imagem e Ação )

do jornalismo, porém com tempe-ro de dramaturgia nonsense. Sim, porque se a Rede Record não fatu-ra com a ficção de Mutantes, pelo menos com um sequestrozinho real - que nem precisou ser escrito, a emissora tinha obrigação de tirar uma vantagem ficando em primei-ro lugar, passando a Rede Globo, líder do ibope.

Sabemos que a corrida pelo pódio televisivo faz de tudo acontecer: o jornalista-apresentador, além de explicar a situação para o especta-dor pela milionésima vez, também “conversava” com o seqüestrador. Cheguei a pensar em um acordo para ganhar ibope, mas aí pensa-mos: “Poxa, nem o Jason tomando um chopp com Fred Kurger iria pensar em algo tão monstruoso!”. Em contrapartida, se eu – um ser humano, logo pensante (acredito) como você, fui capaz de pensar não seria tão improvável de acontecer.

O rapaz sequestrador tinha muito mais problemas que eu, percebi. Eu poderia desistir de ser aten-dida e ir embora. Ele parecia não desistir de nada. Os caça-fantasmas – policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) - e todas as emissoras de TV estavam a pos-tos. E quanto mais o ex-namorado magoado escutava a voz de um tal diabinho que ele disse escutar e não desistia, a TV era alimentada por elementos e informações que se acumulavam com uma ausência de sentido e até responsabilidade. O assunto ganhou mais proporção e Sônia Abrão (sempre!), os salões de beleza, canteiros de obra, “fu-módromo” de qualquer empresa e fila de banco ganharam uma nova pauta.

O tal diabinho seqüestrador cres-ceu, virou fantasma mal assombra-do que virou um monstro gigante, degringolando tudo: quem teria de informar,não informou, quem poderia salvar, não salvou e quem poderia assistir e refletir, não re-fletiu. Cada um dos grupos entrou em conflito e culparam uns aos outros da participação dos mes-mos na história. Nada se resolveu. Lindenberg virou superstar, Eloá foi assassinada por ele, Nayara sobreviveu e se tornou a “Sandy da periferia”. Por fim, todos ficaram

sensibilizados, chorando muito domingo no “Fantrágico” (Fantás-tico, Rede Globo), com direito a explicação dos psicólogos para tal comoção

Resumo da história: trapacearam legal para festa de dia das bruxas deste ano, hein?! Não precisavam caprichar tanto. Aviso da banca julgadora: todos foram desclassi-ficados do concurso de “melhor apresentação macabra”.

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24 Revista Dinâmica

Neste ano, o TIM Festival aconteceu em São Paulo no Auditório Ibirapue-

ra e em Vitória no Teatro UFES. No Rio de Janeiro, o TIM, que já aconteceu no MAM, hoje está na Marina na Glória.

O curioso é o que se lê na página do TIM Festival parece “mais do mesmo”. Um exemplo de show mais esperado foi o da dupla americana pós-rock-folk-eletro MGMT. O que soubemos é que foi menos surpreendente que um show do Jonas Brothers. Uns adoraram o Neon Néon, que fize-

ram outros nem dar falta da The Gossip, que cancelou o show por motivos inesperados da agenda e causou confusão na compra de ingressos.

Falando em cancelamento, o inglês Paul Weller também não compa-receu (infelizmente), por causa do seu pianista anglo-brasileiro, Andrew John Gonçalves, que teve o visto de trabalho no passaporte britânico cancelado.

Já o DJ americano doido de pedra e inovador Dan Deacon fez todos dançarem, fazerem rodinha. Deacon saiu do papel principal de divindade que assumiram os djs e transformou o show numa festa na

laje - das boas! Falando em festa, os gypsies-novos-brasileiros-punk do Gogol Bordello também fize-ram altas farras, causando euforia na platéia que parecia não querer sair da tenda onde o show aconte-cia, nem que recebessem!

O pessoal do jazz sempre fica joga-do às traças. Particularmente, sen-timos uma certa vergonha alheia de como eles são tratados. Imagina chamar Sonny Rollins, Tomasz Stanko e Rosa Passos (pelo menos ela já deve estar acostumada com o jeitinho brasileiro) e não oferecer estrutura e serem atrapalhados por outros shows? Esperanza Spalding, nova promessa jazzística, sabe do que estou falando. Seria de bom

Liana Dantas e Fernanda Machado

Horas na fila para comprar bebida, cancelamentos, o som que falha às vezes e atrasos já são considerados

características de honra do festival

TIM-ganei Festival 2008

( MP2 )

The Gossip: “incompatibilidade de agendas” Paul Weller: sem visto

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Revista Dinâmica 25

( MP2 )

tom que o festival assumisse que não quer mais saber de jazz, do que chamar os músicos e disponibilizar o pior - em todos os sentidos.

As outras atrações, como os ingle-ses indie-roqueiros/new-rave do Klaxons – tão esperados quanto MGMT, cumpriram seu papel, com pitadas de hardcore, satisfa-zendo os fãs. O rapper americano Kanye West, que surpreende a to-dos a cada dia, pois ao invés de se fechar, ele potencializa e aproveita da linguagem do rap e se torna um artista completo. Os brasileiros também tiraram onda: Database formada pelos paulistanos Lúcio Moraes e Yuri Chix que, com o seu “tosco-power”, receberam bastan-tes elogios. Marcelo Camelo, com ingressos esgotados e fãs enlou-quecidos, fez bonito, com canções bonitas. Siba, o recifense cosmopo-lita, sempre juntando o novo com o antigo, acaba sempre reprodu-zindo uma sonoridade empolgante e apaixonada. E o coletivo “Insti-tuto”, formado pelos produtores Daniel Ganjaman, Rica Amabis, e Tejo Damasceno, reapresenta-ram “Tim Maia Racional” para o público, que amou e dançou até os pés sangrarem. Com o DJ pós-funk Sanny Pitbull e VJ Lendro, claro, o povo foi até o chão-chão-chão! Assim o TIM Festival (carioca) fechou o barraco com uma boa impressão (musical) - pelo menos!

E ah, não me pergunte o que Roberta Sá fazia por lá. Não sabe-remos responder. Só para ocupar espaço deixado pelo Paul Weller, mesmo!

Se alguém (ainda) estava pacientemente esperando pelo lançamento de Chinese Democracy, o novo-velho disco do Guns N’ Roses, pode comemorar. O primeiro disco de inéditas depois da dupla “Use Your Illusion”, de 1991, finalmente tem data de lançamento, pelo menos nos Estados Unidos: 23 de novembro. O primeiro single do disco, também intitulado “Chinese Democracy”, já começou a ser divulgado nas rádios norte-americanas.

Quem visitar o site oficial da banda, <www.gunsnroses.com>, pode conferir uma página simples, com contagem regressiva para o lançamen-to do disco, além de ter a oportunidade de ouvir o single de estréia. Esses elementos podem ser indicadores de que um novo site, com conteúdo referente ao Chinese Democracy, entrará no ar assim que o disco for lançado.

Ainda vale esperar alguma coisa do Guns N’ Roses, depois de tanto tem-po e de tantas mudanças na banda? É a pergunta que não quer calar.

Iron Maiden virou arroz de festa de vez. Na (pen)última vez que a banda passou pelo Brasil, em março deste ano, o vocalista Bruce Dickinson afirmou que o Iron Maiden voltaria ao país em 2009. Essa informação foi recentemente confirmada pela produtora Mondo Entretenimento, mas sem comunicar datas nem locais dos shows. Será o Iron Maiden um novo Scorpions?

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Who cares about Guns?

Arroz de festa

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26 Revista Dinâmica

Timo: uma pequena chave!O reconhecimento e o estímulo do corpo podem

nos levar à autonomia da saúde

Priscila Leal

E se nós pudéssemos nos revitalizar a qualquer hora do dia e em qualquer lugar,

tendo como único instrumento o nosso próprio corpo?

Muitas técnicas da sabedoria Oriental são capazes de nos guiar a esse estado de bem estar indepen-dente, à autonomia onde corpo e mente conectados dão conta de seus “pequenos problemas” para que esses não se tornem enfermi-dades. Então, por que não encora-jamos essa busca pela autonomia do corpo saudável?

Ao longo da vida desaprendemos

a “escutar” e compreender nosso corpo e assim, a sabedoria que deveria ser acumulada de geração para geração se dissipou. O rumo que a ciência Ocidental traçou nos encaminhou cegamente à cultura das prateleiras farmacêuticas das “Mil Maravilhas”. Atualmente, aos poucos, volta-se a ouvir o que já se dizia há milênios do outro lado do mundo. Aqui estamos, desespera-dos por alternativas para curar as loucuras que criamos.

É fato que só é dada verdadeira credibilidade a um saber quando ele é cientificamente comprovado (por “cientificamente” leia-se: Ciência Ocidental). No entanto, há muito conhecimento Oriental pouquíssimo estudado, quando

não ignorado. Ou será que com nossa visão unilateral do concei-to de Energia não conseguimos comprovar empiricamente certos acontecimentos?

Se o caminho da nossa ciência soa incoerente à primeira vista, anali-sar sua linha de raciocínio nos leva ao entendimento. Estudos reque-rem pesquisas, que por sua vez, de-mandam investimentos. A constan-te prevenção mantém o bem estar presente e isso significa um corpo praticamente independente de medicamentos. Opa! Estudos para promover a autonomia da saúde? Acho que a indústria farmacêutica não gostou muito dessa parte. Sem contar com a falta que fariam os “prêmios” quem vêm acoplados

( SAÚDE E BELEZA )

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Revista Dinâmica 27

aos remédios, como promoção “pague um, leve dois”: pague um remédio e leve uma cura e outra doença por conseqüência!

“Caminhando contra o vento”, para quem não conhece, lhes apresento: Timo. Trata-se de uma glândula situada atrás do osso esterno, entre os pulmões, exatamente no lugar onde tocamos quando dizemos “eu” com um gesto. A menos que você seja um conhecedor do idioma grego, provavelmente não sabe que Timo (do grego Thymos) significa Energia Vital.

É ao peito que associamos os sentimentos e as emoções, sejam de felicidade, angústia, coragem ou medo. Intitulamos o coração como “dono” e “responsável” por essas sensações, enquanto, curiosa-mente, encostado ao coração está o Timo. Então, possuímos Energia Vital a ser reconhecida e estimula-da bem no centro do peito, ponto ao qual nos resumimos quando “inconscientemente” nos tocamos em busca da referência ao “eu”? Sim.

Embora a glândula Timo ainda pertença ao hall dos “desconheci-dos” pela ciência, sabe-se que ela é um dos pilares do sistema imu-nológico. Sabe-se também que o sistema nervoso é capaz de alterar o curso da imunidade. Algumas vertentes dizem que os seres hu-manos podem treinar a si mesmos para facilitar seus processos de cura interna, fazendo a conexão mente-corpo.

Observa-se que o Timo varia seu tamanho de acordo com os esta-dos de emoção que atingimos e consequentemente altera o sistema

imunológico, sendo assim, essa al-teração pode ser positiva ou negati-va. Não só como defesa às toxinas, o Timo funciona também como defesa às idéias negativas, porém, já que as sensações não existem em forma concreta no nosso corpo, ao reagir, o Timo se sobrecarrega e deixa o sistema imunológico defi-ciente. Nesse momento, somos um alvo fácil para vírus e bactérias. Por outro lado, idéias positivas pro-movem uma ativação da glândula, fortalecendo-nos imunologica-mente.

Um teste simples pode demonstrar essa conexão entre corpo e mente:

“Feche os dedos polegar e indi-cador na posição de OK, aperte com força e peça para alguém tentar abri-los enquanto você pensa ‘estou feliz’. Depois repita pensando ‘estou infeliz’. A maioria das pessoas conserva sua força nos dedos com a idéia feliz e enfraque-ce quando pensa infeliz”.

Essas reações são consideradas resposta do Timo.

Você deve estar se perguntando: “E o que essa glândula tem a ver com a capacidade de me revitalizar com autonomia?”.

O Timo pode ser uma das chaves! - respondemos, eu e os ensinamen-tos budistas.

Através de um exercício que envol-ve movimento corporal simples e prática da conexão mente-corpo, podemos estimulá-lo para aumen-tar a produção de energia vital e bem estar, além de fortalecer o sistema imunológico.

Você pode se exercitar de pé ou sentado, desde que procure livrar-se de todo o excesso de tensão muscular. Apenas certifique-se de manter os pés em contato com o chão (deixando toda a planta do pé tocar o chão) e de que suas pernas estejam afastadas não mais que a largura de seus quadris. Note que às vezes pensamos estar relaxados, mas mantemos as mandíbulas e os olhos contraídos. Relaxe também a face buscando sentir os olhos pe-sarem e deixando a língua repou-sada. Assim, feche uma das mãos e dê batidinhas contínuas com os nós dos dedos no centro do peito mantendo um ritmo confortável. Continue por alguns minutos, res-pirando profunda e calmamente, enquanto observa a vibração pro-duzida em toda a região torácica.

Experimente essa sensação de ex-pansão. Surpreenda-se com o que sempre foi seu, mas você nunca soube que estava lá.

Nosso corpo é um universo de possibilidades. Todas as respostas estão dentro de nós e não fora, como se costuma pensar. A ciên-cia é nada mais que a evolução de observações em relação aos seres, portanto, as comprovações são apenas constatações humanas a cerca da natureza.

A cura começa, antes de mais nada, de dentro para fora. O caminho inverso é pura ilusão.

Revista Dinâmica

( Saúde e Beleza )

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28 Revista Dinâmica

Serão os doces vilões da boa alimentação?

Fernanda Machado eTereza Machado

A boa nutrição pede uma variedade de todos os nutrientes, mas regimes por conta própria

podem ser problemáticos

Sabemos o quanto uma alimentação equilibrada pode gerar de saúde no ser

humano, ou, ao contrário, uma má alimentação pode levar a uma série de doenças ou efeitos indesejáveis, simplesmente por não se ter o devido cuidado no balanceamento dos nutrientes.

Encontramos muitas pessoas apenas preocupadas com a estéti-ca, vivendo de dietas que copiam

de revistas, jornais ou mesmo da Internet. Depois destas dietas restritivas, sem balanceamento ou acompanhamento de um médi-co ou nutricionista, aparecem os distúrbios como queda de cabelo, pele ressecada, cegueira noturna, perda de apetite, fadiga muscu-lar, nervosismo, inércia e falta de energia, distúrbios digestivos, cálculos renais, distúrbios do sono, falta de coordenação motora, dores nas juntas, problemas nos dentes, ossos fracos, sintomas de artrite, raquitismo, gordura locali-

zada, intoxicação, celulite, estrias, depressão, problemas de memória, colesterol, osteoporose, doenças do coração, câncer de mama, próstata e outros problemas. Você, caro leitor, tinha noção de quantos problemas poderiam advir da má nutrição?

Nesta edição resolvemos “absol-ver” os doces como vilões da boa alimentação. O problema não está no doce, mas sim na quantidade ingerida. Claro que falamos para pessoas que não possuem proble-ma de glicose alta, os diabéticos, para esses as receitas de doces necessitam de uma especificida-de, a substituição do açúcar pelo adoçante.

O importante é seguir uma dieta rica em frutas, legumes, pouca gor-dura e pouco sal. Lembramos aqui dos conselhos tantas vezes ouvido de nutricionistas: prato saudável é aquele bem colorido, pois as cores são determinantes da presença das diversas vitaminas.

Um docinho de vez em quando cai bem em todo mundo, o açúcar ingerido de forma equilibrada não causa transtornos, a não ser em quem possui restrição médica no seu consumo ou exagera nas por-ções do doce.

Vamos então, à receita desta sétima edição de “Com água na boca”: o bolo de Chocolate em Pó Instantâ-neo, que é sucesso total na hora do lanche entre baixinhos e grandi-nhos. Bom lanche!

( COM ÁGUA NA BOCA )

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Revista Dinâmica 29

Bolo de Chocolate em Pó Instantâneo

Ingredientes

Massa:

Duas xícaras de farinha de trigo

Duas xícaras de chocolate em pó instantâneo

Uma xícara de açúcar

Uma xícara de óleo de soja

Uma xícara de leite em temperatura ambiente

Uma colher de sopa de fermento em pó

Três ovos

Cobertura:

Uma lata de leite condensado

6 colheres de sopa de chocolate em pó instantâneo

Modo de preparo

Massa:

Pré-aquecer o forno por 10 minutos.

Enquanto isso, peneirar todos os ingredientes secos numa vasilha e e misturar bem.

Colocar os outros ingredientes (o leite deve ser colocado por último) e bater a massa até ficar homogênea.

Untar a forma de bolo, com manteiga e farinha, e colocar a massa.

Deixar o bolo no forno por 40 minutos.

Cobertura:

Misturar o leite condensado e o chocolate em pó instantâneo na panela, em fogo médio, até ferver e engrossar um pouco. Colocar no bolo ainda quente.

( Com Água na Boca )

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Bonsucesso Comunicação: “nós inventamos o pingo no “S””

Ou você acha que só o “i” e o “j” tinham pingo? Então você acha que já sabe tudo?

Lógico que não! E nós também! Mas fazemos de tudo para ir além. Tudo com liber-

dade e criatividade.

Nossa missão

Levar sua marca a um novo patamar, através de estudos e utilização de diferentes

meios, como a criação de web sites, desenvolvimento de identidade visual, material

gráfico e audiovisual, facilitando o processo de comunicação entre empresa e cliente.

Além disso, fazer parcerias com empresas que não tenham um setor de criação

formado, mas que queiram atrair clientes em potencial e produzir trabalhos na área

de design e publicidade.

Nossos serviços

Trabalhamos com mídia impressa, criação de peças gráficas para revistas, outdoors,

comunicação visual e diagramação. Fora do papel trabalhamos com criação de sites

dinâmicos, hotsites e conteúdo multimídia. E, finalmente, criamos conteúdo audiovi-

sual, que vai desde peças publicitárias para TV até produção de documentários e

vídeos musicais.

3. O pingo no “S”

Então, basicamente temos:

...E você achando que a vida era difícil.

1.

2.

+55 21 2425-2843 | [email protected] | www.bscomunicacao.com.br