Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

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C NT LEIA ENTREVISTA COM O SECRETÁRIO DE TRANSPORTE DOS EUA RAY LAHOOD EDIÇÃO INFORMATIVA DO SISTEMA CNT ANO XVI NÚMERO 177 MAIO 2010 TRANSPORT E ATUAL Solução urgente Resultados da inspeção veicular ambiental na cidade de São Paulo mostram a necessidade de se tomar medidas efetivas de controle de emissões de poluentes TRA NSPORTE ATUAL EDIÇÃO INFORMATIVA DO SISTEMA CNT Resultados da inspeção veicular ambiental na cidade de São Paulo mostram a necessidade de se tomar medidas efetivas de controle de emissões de poluentes

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Balanço da inspeção veicular ambiental no município de São Paulo, nos primeiros meses deste ano, aponta que houve aumento do índice de reprovação de veículos. Resultado indica que poluição precisa ser controlada no país.

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CNT

LEIA ENTREVISTA COM O SECRETÁRIO DE TRANSPORTE DOS EUA RAY LAHOOD

EDIÇÃO INFORMATIVADO SISTEMA CNT

ANO XVI NÚMERO 177MAIO 2010

T R A N S P O R T E A T U A L

Solução urgenteResultados da inspeção veicular ambiental na cidade de São Paulo mostram a

necessidade de se tomar medidas efetivas de controle de emissões de poluentes

T R A N S P O R T E A T U A L

EDIÇÃO INFORMATIVADO SISTEMA CNT

Resultados da inspeção veicular ambiental na cidade de São Paulo mostram a necessidade de se tomar medidas efetivas de controle de emissões de poluentes

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 20104

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

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EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

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FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DO SISTEMA CNT

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVI | NÚMERO 177 | MAIO 2010

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA ROBERTO VAZQUEZ/FUTURA PRESS

Secretário LaHoodfala sobre desafiosdo transporte

PÁGINA 10

ENTREVISTA

Profissional que atuaem porto precisa dehabilidade e técnica

PÁGINA36

PRÁTICO

Comissão completadois anos com 15núcleos regionais

PÁGINA44

COMJOVEM

Brasil e EUA firmamparceria no setorrodoviário

PÁGINA20

ACORDO

PAC

Falta de planejamentoexplica em parte atrasos nas obras

PÁGINA48

FERROVIAS • Evento discute os desafios do modale promove a troca de experiências em logística,automação, novas tecnologias e sustentabilidade

PÁGINA 32

Balanço da inspeção veicular ambiental no município de SãoPaulo, nos primeiros meses deste ano, aponta que houveaumento do índice de reprovação de veículos. Resultado indica que poluição precisa ser controlada no país.

Página24

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 5

T R A N S P O R T E A T U A L

Escola do Transportepromove curso paraexecutivos

PÁGINA58

GESTÃO E TRANSPORTE

AVIAÇÃO • Empresas aéreas que atuam no transporteregional garantem o desenvolvimento do turismo em cidadesde médio e pequeno portes no interior do país

PÁGINA 52

Alexandre Garcia 6

Humor 7

Mais Transporte 14

Boletins 72

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

Seções

FATOR ACIDENTÁRIO

FAP entra em vigordepois de passar porreformulações

PÁGINA61

LOGÍSTICA

Feira Internacional emJundiaí quer alavancarnovos negócios

PÁGINA64

SEST SENAT

Unidade em Foz doIguaçu, no Paraná, é inaugurada

PÁGINA68

CICLO DE CONFERÊNCIAS

Pesquisa fará mapeamentodas ações ambientais desenvolvidas pelas empresasde transporte rodoviário decargas e de passageiros.Interessados devem preencher um questionário nosite www.cntdespoluir.org.br,até o dia 30 de maio.

Para atender as necessidadesdos profissionais do setor detransporte e do mercado detrabalho o Sest Senat oferececursos com conhecimentosteóricos e práticos e estágiossupervisionados em empresas de transporte.Confira o conteúdo dos cursos no site.

Despoluir• Projeto do programas• Noticiário sobre meio ambiente

Canal de Notícias• Pesquisas e Sala de Imprensa•Noticiário do Brasil e do mundo

Escola do Transporte• Cursos• Estudos e pesquisas

Sest Senat

• Cursos e palestras• Voluntariado e colocação no mercado de trabalho

SONDAGEM

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E MAIS

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www.cnt.org.br

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rasília (Alô) – Analistas econômicos supõemque o atual governo está pondo no calendá-rio a receita de uma bomba relógio que vaiexplodir nas mãos do sucessor do presiden-te. Taxa selic elevada, câmbio valorizado e

déficit externo crescendo é a fórmula explosiva queentra em contagem regressiva se nada for feito paraalterar os rumos. A consequência disso seria criseno ano que vem e/ou no outro. Nas contas externas,o negativo dos últimos 12 meses até 31 de março éde US$ 31,5 bilhões – 1,8% do PIB, e até o fim do anodeve chegar a 2,5% do PIB. Neste ano, o superávit dabalança comercial teve um recuo de quase 70% emrelação ao ano passado. Difícil imaginar que ogoverno vá fazer alguma coisa quando a campanhaeleitoral já começou. Quando estourar nas mãos dequem assumir a Presidência vão responsabilizarquem chegou, e não quem saiu...

Mas esse não é o problema maior. Questões eco-nômicas podem ser resolvidas com aumento de pro-dução, de exportação ou de preço internacional denossas commodities. Questões institucionais, noentanto, são mais lentas de chegar a uma solução.Como proibir de ser candidato quem não tiver fichalimpa. Ou mudar o custeio público para baixar osimpostos; ou alterar as leis para realmente desenco-rajar o crime – assaltos e homicídios ou desvios derecursos públicos. Ou planejar, com uma estratégiade desenvolvimento. São questões culturais que vãose deteriorando. Vi, no Jornal Nacional, que a asso-ciação de juízes tomou a iniciativa de dar aulas decidadania às crianças. Ora, eu tinha isso no cursoprimário, há mais de 60 anos. Por que sumiram acidadania, o conceito de Estado e nação, a lição do

respeito às leis, às regras de civilidade? Estamosvirando semicivilizados. Ou semisselvagens.

Não nos escandalizamos quando governos per-mitem que se ergam casas e se asfaltem ruas sobrelixões em encostas instáveis. Imaginem no Japão oque aconteceria com governantes municipais numcaso desses... Na China vocês sabem bem o queacontece quando um funcionário põe o dinheiro nasmeias e se sabe que foi resultado de uma obra quecusta US$ 1 milhão, mas foi faturada por US$ 2milhões. Aqui, a impunidade é a melhor campanhapublicitária para aumentar o crime e diminuir a ver-gonha. O Conselho Nacional de Justiça tem uma pro-paganda que diz que cadeia não é a melhor soluçãopara quem rouba uma bolsa. Pergunte o que achadisso a senhora que teve a bolsa roubada, comtodos os documentos e a foto do falecido marido.

Esse Brasil velho, de cabeças não civilizadas, éque atrapalha. A Alemanha, o Japão e a Coreiaforam arrasados por guerras recentes. Há apenas 60anos, o Brasil estava à frente dos três. Os três semodernizaram, porque as cabeças olhavam o futuro,com ordem e progresso. Por aqui, “ordem e progres-so” é apenas uma inscrição na bandeira, uma inten-ção que não é posta em prática. E a desordem atra-palha o progresso.

Esta nossa conversa de hoje vem a propósitoda eleição deste ano. Muita gente acha que ospartidos não oferecem boas opções. Pois admi-tamos que as opções sejam ruins. Mas há, então,os mais ruins e os menos ruins. Temos tempopara descobrir isso até outubro. Para saberquem vai desarmar a bomba relógio e ser alvo danossa pressão para rejuvenescer o país velho.

B

“Por que sumiram a cidadania, o conceito de Estado e nação, a lição dorespeito às leis, às regras de civilidade? Estamos virando semicivilizados”

Presidente novo,Brasil velho

ALEXANDRE GARCIA

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Duke

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ENTREVISTA RAY LAHOOD

Ainfraestrutura detransportes de um paísé o motor do cresci-mento econômico. A

afirmação do secretário dosTransportes dos EstadosUnidos, Ray LaHood, foi feitadurante entrevista à CNTTransporte Atual para a ediçãode maio. No dia 15 de abril,LaHood esteve na sede da CNT,em Brasília (DF). Os governosnorte-americano e brasileiro fir-maram um termo de coopera-ção na área rodoviária (leia napágina 20). Duas semanasdepois da assinatura, já nosEstados Unidos, o secretáriorespondeu por e-mail algumasquestões sobre os desafios,perspectivas e investimentos nosetor. O país, que conta com umorçamento anual de mais deUS$ 70 bilhões para o transpor-te, tem investido parte desserecurso em projetos de constru-

ção de novos corredores detrem de alta velocidade, quedevem gerar empregos e ofere-cer um meio de transporte maisrápido e eficiente em energia.Segundo LaHood, uma das prio-ridades do governo de BarackObama em relação ao setor éconseguir romper a dependên-cia dos combustíveis fósseis.Leia abaixo a entrevista.

Os EUA acabam de assinarum termo de cooperação como Brasil na área rodoviária.Qual experiência poderá serútil ao Brasil e vice-versa?

A história do crescimentoeconômico de meu país envolve,em grande parte, a história dostransportes – de canais e estra-das de ferro no século 14, do sis-tema interestadual iniciado nadécada de 1950. Acredito notrem de alta velocidade e noretorno a um sistema de trans-

porte que ofereça mais opçõespara a população, a partir dogoverno Obama. O acordo pro-moverá projetos conjuntos depesquisa, oficinas e capacitaçãotecnológicas, voltados para oaperfeiçoamento de práticas deplanejamento rodoviário. Osdois governos compartilharãoinovações tecnológicas, traba-lharão em conjunto paraaumentar a segurança nasestradas, desenvolverão práti-cas de qualidade e ampliarão aimplementação de sistemas detransporte inteligentes.

Na administração deBarack Obama, o governoinvestiu US$ 8 bilhões naconstrução de trilhos de altavelocidade. Onde esse investi-mento está sendo feito?

A visão audaciosa do presi-dente Obama em relação aotrem de alta velocidade mudou

o cenário do transporte norte-americano. Essa realização nãosó criará bons empregos e revi-gorará nossa base industrial,mas reduzirá nossa dependên-cia dos combustíveis fósseis. OsUS$ 8 bilhões que o presidente,o vice-presidente Biden e euanunciamos em janeiro último,representam apenas o paga-mento inicial dos 13 novos corre-dores de larga escala do trem dealta velocidade que planejamosconstruir em 31 Estados. Temoso compromisso de investir US$ 1bilhão por ano nos próximoscinco anos a partir de 2010.Grande parte desse montantefoi utilizado no desenvolvimen-to de novos programa. A Flóridareceberá até US$ 1,25 bilhãopara desenvolver um novo cor-redor entre Tampa e Orlando,com trens viajando a aproxima-damente 270 km/h. A Califórniareceberá até US$ 2,25 bilhões

“Construa e você terá resultados. Vi isso acontecer várias vezes nos Estados Unidos. Quando osprojetos de transporte são construídos, eles sempre se tornam catalisadores de crescimento”

POR CYNTHIA CASTRO

Indutor do crescimento

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RAY LAHOOD

“Construa e você terá resultados. Vi isso acontecer várias vezes nos Estados Unidos. Quando osprojetos de transporte são construídos, eles sempre se tornam catalisadores de crescimento”

para o projeto de ligar LosAngeles a São Francisco e pon-tos entre essas cidades, viajan-do a cerca de 354 km/h.

Dá para estimar os benefí-cios?

As concessões criarãoempregos e oferecerão um estí-mulo econômico quando asobras forem iniciadas, mas tam-bém ajudarão a incentivar ocrescimento econômico nascomunidades por todo o país, aestabelecer uma nova indústrianos EUA, que proporcioneempregos estáveis e bempagos, além de oferecer ummeio de transporte mais rápidoe eficiente em energia.

Ao fazer sua indicaçãopara o Departamento deTransportes, Obama disseque o senhor é um dos pou-cos conhecedores dos desa-

fios de infraestrutura dopaís. Qual é o principal?

O governo Obama acreditaque as decisões relacionadascom transporte devem ser redire-cionadas para atender primeiroàs necessidades da população ede suas comunidades. No século20, meu país beneficiou-se com aconstrução de redes rodoviáriase aéreas que impulsionaram aprosperidade econômica e amobilidade individual. Mas noséculo 21, as políticas e decisõesde investimentos em transportefrequentemente deixam de teruma abordagem voltada para osresultados. Por isso, queremosretomar o foco das decisões detransporte voltado para a popula-ção e suas comunidades. É nossaresponsabilidade oferecer pon-tes, estradas, sistemas de trans-porte aéreo e outras instalaçõesque sejam seguras e estejam emboas condições. É importante

melhorar o desempenho energé-tico e ambiental. Temos doisdesafios significativos: transfor-mar nossa infraestrutura detransporte e encontrar maneirasde financiar essa transformação.Precisamos ter um sistema definanciamento que nos ajude ainvestir em todas as modalidadesde transporte de superfície.

O Departamento deTransportes dos EUA contacom um orçamento anual demais de US$ 70 bilhões.Como é a distribuição?

Solicitamos ao Congressoum orçamento de US$ 79bilhões para o ano fiscal de2011, um aumento de US$ 2bilhões em relação ao anopassado. Grande parte dosgastos tem como objetivo

nossas três principais priori-dades: manter a segurança dapopulação que utiliza o siste-ma de transporte, investir nofuturo e promover comunida-des dignas de serem habita-das. O orçamento inclui inves-timentos importantes nainfraestrutura de transportes,que é o motor do crescimentoeconômico. Este ano, aAdministração Federal deEstradas, que constrói ereforma pontes e estradas,teve o seu maior orçamentocom US$ 42,1 bilhões.

O setor de transporte con-tribui com quantos por centodo PIB norte-americano?

O transporte faz parte davida de todos de forma significa-tiva. O custo, incluindo combus-

JÚLIO FERNANDES/NCI-CNT

Indutor do crescimento

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tível, veículo e serviços corres-pondentes para mantê-lo, foi deaproximadamente US$ 1,375 tri-lhão em 2008, ou 9,5% do PIB.Mas os benefícios do transporte,unindo nossa nação ao mundo ea nossas comunidades, e fazen-do com que nossa economia sejaprodutiva, são incalculáveis emuito maiores.

Os EUA investem no poten-cial hidroviário, com destaquepara o rio Mississipi. Como sedá esse investimento?

As hidrovias dos EUA sãovitais para o transporte. As car-gas transportadas para o inte-rior por meio de vias fluviaisforam responsáveis por 62% detodo o tráfego doméstico em2008. No exercício de 2009, US$76 milhões foram recolhidos emreceita com impostos com com-bustíveis e US$ 149,5 milhõesforam investidos em projetos denavegação. Anunciamos recen-temente o programa “America’sMarine Highway” (EstradasMarítimas dos EUA) para fortale-cer nossos cursos de águasnavegáveis. As autoridades detransporte regional podem ins-crever-se para ter projetosespecíficos para rios, corredo-res ou individuais, designadoscomo estradas marítimas, seatenderem a critérios.Começamos com esse programano início do ano, oferecendo

US$ 58 milhões em concessõesde estradas marítimas.

Qual é o resultado econô-mico e ambiental?

Nosso programa de EstradasMarítimas permitirá que estabe-leçamos uma via secundária paraas rodovias congestionadas, noentorno de portos de grandemovimentação, reduzindo osgases de efeito estufa e criandoempregos para marinheiros eestaleiros. Posso lhe dar umexemplo: a expansão dos diquese eclusas 52 e 53 do rio Ohio, de600 para 1.200 pés, permitirá quebarcaças com 15 pés transitempelas eclusas em uma hora, emvez de cinco. O Corpo deEngenheiros do Exército dos EUAestima que esse projeto gerarábenefícios econômicos anuais demais de US$ 700 milhões.

A postura dos EUA em rela-ção ao meio ambiente rece-beu duras críticas no governoBush e ainda recebe, apesardos avanços. Como essegoverno lida com os desafiosde garantir o transporte epensar na questão ambiental?

Proteger nosso planeta e ini-ciar a transição para uma eco-nomia de energia limpa estãoentre as principais prioridadesdo presidente Obama. Sob sualiderança, os EUA retomaram oesforço para criar um novo

acordo global climático. Emescala nacional, o governo temtrabalhado para persuadir oCongresso a aprovar uma lei deenergia limpa que fará com queos EUA possam reduzir as emis-sões domésticas de gás de efei-to estufa. Ainda dependendo daaprovação dessa lei, o governotem utilizado as leis existentespara elevar os padrões de eco-nomia de combustível para car-ros e caminhões leves, exigirvolumes maiores de combustí-veis fósseis e financiar o desen-volvimento de tecnologias avan-çadas para veículos.

Qual é a meta de reduçãode emissões no transporte?

Uma das primeiras medidasdo presidente Obama foi exigiro aprimoramento da eficiênciaem combustível dos automó-

RIO MISSISSIPI EUA utilizam potencial hi droviário para o transporte de cargas

“Temos doisdesafios:

transformarnossa

infraestruturade transportee encontrarmaneiras definanciar essatransformação”

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sendo feito para incentivarveículos mais eficientes?

Romper nossa dependênciade combustíveis fósseis é umade nossas principais prioridades.Como mencionei, estabelecemosnovos padrões ambiciosos deeconomia e emissão para auto-móveis de passeio e caminhõesleves. Nossos colegas noDepartamento de Energia estãoempregando bilhões de dólaresno desenvolvimento de veículose sistemas de bateria avança-dos. Alguns dos primeiros produ-tos desse investimento, incluin-do os veículos híbridos Plug-inque utilizam sistemas avança-dos de bateria, começarão a servendidos ao público no próximoano. A Agência Americana deProteção Ambiental divulgouuma nova regra final para ospadrões para combustíveis reno-

váveis para automóveis nos EUA,o que criará um mercado para36 bilhões de galões de combus-tível renovável até 2022.

Os automóveis produzidosa partir de 2012 terão de terum consumo médio de 14 kmpor litro de gasolina? Qualserá a economia de petróleo?

Esta é uma lei. Carros e cami-nhões leves novos, vendidos nosEUA a partir de 2016, terão queter um consumo médio de 14,5km por litro de gasolina. A exi-gência para 2012 é 12,6 km porlitro. Acreditamos que essasnovas exigências para carros ecaminhões para 2012-2016 eco-nomizarão 61,6 bilhões degalões de combustível e reduzi-rão as emissões de dióxido decarbono em 656 milhões detoneladas métricas ao longo davida útil desses veículos.

Como os EUA planejam ofuturo do transporte, proje-tando escassez de energia eredução de combustíveisfósseis?

O presidente acredita que aredução do uso de combustíveisfósseis é importante para asegurança nacional e para omeio ambiente e está utilizandoas leis existentes, sempre quepossível, para iniciar a transiçãopara economia de energia limpa.Nossa meta é dar forma a uma

infraestrutura que ajude a redu-zir o consumo de petróleo e asemissões. Iniciamos o processo,elevando os padrões de econo-mia de combustível para os auto-móveis. O presidente anunciouum investimento de US$ 8bilhões para dar início a um sis-tema de trem de alta velocidade.Investimos US$ 8,6 bilhões emprojetos de transporte de massa.Estamos investindo em hidro-vias. Investimos US$ 1,5 bilhãoem projetos de grande porte detransporte multimodal. E, o maisimportante, estamos moderni-zando nosso sistema nacional decontrole de tráfego aéreo e tor-nando-o mais eficiente.

De que forma?Por meio do desenvolvimento

do Sistema de Transporte Aéreode Nova Geração NextGen (NextGeneration Air TransportationSystem), em que o sistema basea-do em radares de hoje será trans-formado no sistema baseado emsatélites de amanhã. O NextGenvai aumentar a segurança, acapacidade e a eficiência das pis-tas de pouso e das vias aéreas, aomesmo tempo em que ofereceráprocedimentos e tecnologiasmais ambientalmente corretaspara reduzir o consumo de combustíveis, as emissões de car-bono e os níveis de ruído. l

Leia mais na página 20

RIO MISSISSIPI EUA utilizam potencial hi droviário para o transporte de cargas

ANTAQ/DIVULGAÇÃO?

veis. Como resultado, tenhoorgulho em dizer que oDepartamento de Transportes ea Agência Americana deProteção Ambiental recente-mente estabeleceram em con-junto padrões ambiciosos deeconomia de combustível eemissões de dióxido de carbo-no de escapamentos, para car-ros de passeio e caminhõesleves, que reduzirão as emis-sões de dióxido de carbono emaproximadamente 1 bilhão detonelada métrica. No dia 22 deabril, o Departamento deTransportes enviou um relató-rio ao Congresso sobre o papeldos transportes na redução dasemissões de gás de efeito estu-fa nos EUA.

Ainda há grande dependên-cia do petróleo. O que está

“Queremosretomar ofoco das

decisões detransporte

voltado para apopulação”

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201014

MAIS TRANSPORTE

LAZER

Trabalhadores dosdiversos segmentosdo setor de transpor-

tes e transportadores autô-nomos poderão participar,até junho deste ano, da CopaSest Senat de FutebolSociety promovida por 50unidades em todo o país. Ascompetições foram iniciadasem abril, em datas definidasde acordo com a programa-ção de cada unidade, com oobjetivo de promover a inte-gração, incentivar o lazercontínuo e difundir a práticade esportes entre os traba-lhadores. Os vencedoresserão agraciados com tro-féus e medalhas.

Os jogos serão supervi-sionados pela Coordenaçãode Promoção Social eDesenvolvimento Profissionaldo Sest Senat, responsávelpor apoiar a organização doseventos nos Estados e noDistrito Federal. Os resulta-dos parciais e finais dascompetições serão divulga-dos na página da instituição.A meta estabelecida pelacoordenação nacional doevento prevê a realização deno mínimo 400 jogos, entreseletivas e finais. BRASÍLIA Meta estabelecida pela coordenação do evento prevê pelo menos 400 jogos

SANTO ANDRÉ Copa promovida pelo Sest Senat integra caminhoneiros de todo o país

SEST SENAT BRASÍLIA/DIVULGAÇÃO

Copa Sest Senat de Futebol Society mobiliza unidades

POR SUELI MONTENEGRO

SEST SENAT SANTO ANDRÉ/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 15

Metrô terá trem sem condutor A concessionária ViaQuatrocomeça a operar ainda este ano aLinha 4-Amarela do metrô de SãoPaulo com os primeiros trens daAmérica Latina no sistema driverless (sem condutor). Ascomposições fabricadas pelaSiemens têm tecnologia que permite a operação remota do

veículo de forma mais eficiente ecom menor tempo de espera parao usuário. O driverless necessitade pelo menos 3.500 horas detestes para obter a certificaçãointernacional de segurançanecessária à operação regular. ASiemens fornece sistemas paraos EUA e países europeus.

Um termo de compromisso assinado entre o governo do Paráe a Agência de CooperaçãoInternacional do Japão prometetornar viável a execução de umprojeto de integração do sistemade transporte público coletivo daregião metropolitana de Belémassociado à redução das emissõesde gás carbônico na capitalparaense. O projeto tem

investimento previsto de R$ 420milhões, dos quais R$ 320 milhõesdeverão ser obtidos por meio deum empréstimo do governo japonês. O documento prevê paraagosto o início das aferições dasemissões de CO2. As mudançasvão beneficiar 2 milhões de usuá-rios, reduzir o número de ônibusconvencionais nas vias e melhoraro fluxo de veículos.

Belém integrada

TECNOLOGIA Inovação está sendo testada em São Paulo

DIVULGAÇÃO

Educação para o trânsitoO Núcleo de Educação para oTrânsito do DER/MG(Departamento de Estradasde Rodagem do Estado deMinas Gerais) está promovendo em 2010 encontros regionais em unidades do Sest Senat do interior do Estado para a capacitação de professores das redes pública e privada de ensino.Segundo o DER, os eventos

têm como objetivo prepararesses profissionais paratrabalhar conceitos de educação para o trânsito e de cidadania no currículo escolar dos alunos. O primeiro da sériede seminários foi realizadono final do abril emDivinópolis. Uberlândia, Juiz de Fora, Varginha e Montes Claros tambémsediarão o encontro.

CAPACITAÇÃO Professores fazem cursos em Minas

LILIAN MIRANDA/FETRAM/DIVULGAÇÃO

Prêmio ambiental Empresas de transporte de passageiros que apresentaram o melhor desempenho nas aferições periódicas das emissões de poluentes doPrograma Despoluir de abril de2009 e maio deste ano serãoagraciadas, dia 7 de junho, com oPrêmio Fetram de Qualidade doAr. A iniciativa da Federação dasEmpresas de Transporte de

Passageiros do Estado de MinasGerais vai premiar as dez empresas associadas à entidadeou aos sindicatos a ela vinculados que registraram noperíodo os maiores percentuaisde aprovação da frota. A Fetramdeverá reconhecer tambémempresas que se desatacarampela adoção de outros projetosna área ambiental.

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201016

Conversa sobre o TempoUma conversa emocionante, reveladorae divertida entre dois grandes escritoresbrasileiros, autores de vários best-sellers. Eles falam de família,amizade, paixões, política e morte.Autores: Zuenir Ventura e Luis FernandoVeríssimo, Ed. Ediouro, R$ 31,90

Como as Gigantes Caem Resultado de anos de pesquisa e estudos, o livro revela como grandescorporações falham e quais são osestágios desse declínio.De Jim Collins, Ed. Elsevier-Campus,224 págs., R$ 43,90

MAIS TRANSPORTE

Reconhecimento Líder no segmento de transporte de carga expressa no Brasil, a TNT recebeu duas importantes premiações: o Prêmio ILOS de Logística e o Container de Ouro, daTAM Cargo. O primeiro é um tradicional e reconhecidoevento promovido para premiar os prestadores de

serviços logísticos que mais se destacaram no mercado brasileiro. A pesquisa é realizada anualmente pela equipe de Inteligência de Mercadodo Instituto ILOS. Este ano,na classificação geral, a TNT subiu dois postos em relação a 2009, ficando com o 4º lugar

e à frente das demaistransportadoras de cargasexpressas. O segundo foi oreconhecimento pelo volumede carga transportada pelaTNT com a empresa aérea, oque já a posicionou, numcurto espaço de tempo, entreos cinco maiores agentes decarga aérea operando com aTAM Cargo.

A Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) alterou a previsão de vendasde 10% para 20% este ano, na comparação com 2009, e projeta a comercialização de 138 mil unidades,entre reboques e semirreboques e carrocerias sobre chassis. O setor cresceu 48,41% de janeiro a março.

Cresce a venda de equipamentos rodoviários

ANFIR/DIVULGAÇÃO

O Fascinante Impériode Steve JobsRetrato sobre as brigas e intrigas querodeiam a criação de qualquer grandeempresa. O autor oferece suas perspec-tivas contemporâneas sobre as realiza-ções de Jobs e seu retorno à Apple.De Michael Moritz Ed. Universo dosLivros, 368 págs., R$ 31,90

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 17

Scania abre inscrição para caminhoneiro

COMPETIÇÃO

Estão abertas, desde oúltimo dia 3 de maio, asinscrições para a ter-

ceira edição da competiçãoMelhor Motorista deCaminhão do Brasil, promovi-da pela Scania. Os interessa-dos poderão se inscrever atéo próximo dia 10 de julho nasconcessionárias Scania ou narede credenciada de patroci-nadores, que inclui este anoSest Senat (veja abaixo rela-ção das unidades com postosde inscrição), Bridgestone eBandag, Shell, Scania Banco,Guerra e Vale.

Realizada no país desde2005, a competição é voltadapara a valorização do cami-nhoneiro e a conscientizaçãode condutores e de empresá-rios sobre a importância da

capacitação do motoristaprofissional para a segurançanas estradas. Pelo regula-mento, o motorista deve tercarteira de habilitação cate-goria E. Além de preencher oformulário de inscrição, eleterá que responder a umquestionário e submeter-se àavaliação em provas teóricase práticas sobre legislação,preocupação ambiental econdução responsável,defensiva e econômica. Nasegunda etapa, serão realiza-das disputas para a escolhados campeões regionais queirão para a final.

O vencedor será premia-do com R$ 5.000, aparelhoseletrônicos, móveis e ele-trodomésticos, além de umaviagem à Suécia com acom-

panhante para assistir àfinal da competição euro-peia. Para o segundo e oterceiro colocados, serãodistribuídos prêmios emdinheiro de R$ 3.000 e de2.000, respectivamente,além de viagens com acom-panhante para resort noBrasil. O segundo lugarganhará ainda um jogo depneus com seis unidades.

A montadora vai ofereceraos finalistas o Treinamentode Motoristas Scania MasterDriver, de direção econômica.Todos os inscritos na compe-tição terão acesso tambémao curso on-line de atendi-mento eficaz do Sest Senat,que ensina os profissionais alidar com o público interno eexterno das empresas.

DESTAQUE Melhores motoristas serão premiados

Norte-SulA Valec EngenhariaConstruções e Ferrovias S.A. publicou em abril o edital de licitação para a contratação das empresasresponsáveis pela execuçãodas obras do subtrecho da Ferrovia Norte-Sul, que vai de Ouro Verde, em Goiás,a Estrela do Oeste, em São Paulo. O empreendimentoobteve licença prévia do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis) no início do mês passado e tem previsão de começo das obras no próximo dia 28 de maio, tão logosejam conhecidos o(s) vencedor(es) dos cinco lotes da licitação.

Biarticulados Ônibus biarticulados com capacidade para transportaraproximadamente 250 passageiroscomeçaram a circular emCampinas (SP) nos horários demaior movimento. Com chassisfabricados pela Volvo, as duasprimeiras unidades foram incorporadas à frota da empresaItajaí Transportes Coletivos emabril. Elas circulam na linha 2.12,que transporta cerca de 15 milpessoas por dia e opera tambémoutros 18 coletivos articulados.

WAGNER MENEZES/SCANIA/DIVULGAÇÃO

UNIDADESPorto Alegre/RS

Lajeado/RS

Concórdia/SC

Itajaí/SC

Curitiba/PR

Cascavel/PR

Guarulhos/SP

São Vicente/SP

Campinas/SP

Contagem/MG

Recife/PE

Campo Grande/MS

Cuiabá/MT

Vilhena/RO

Rio de Janeiro/RJ

Belo Horizonte/MG

Fernão Dias/SP

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201018

MAIS TRANSPORTE

Parceria pelo carro elétricoUm acordo firmado entre a aliança formada pelas montadoras Renault (França) e Nissan (Japão) e a empresa espanholaAcciona Energía prevê odesenvolvimento de veículos elétricos naEspanha. A parceria estabelece como responsabilidade da Acciona – uma das maiores

produtoras mundiais de energia renovável – a criaçãode uma rede de recarga inteligente e a prestação de serviços a ela associados.A Aliança Renault-Nissandeverá desenvolver veículoscompatíveis com a rede dereabastecimento, cujo sistema estará associado àoferta comercial dos veículosno mercado espanhol.

Gestão de trânsito Com a intenção de promoveravanços no sistema de transportecoletivo urbano na AméricaLatina, dirigentes de 14 agênciasresponsáveis pela gestão do trânsito assinaram em abril, emCuritiba (PR), o documento deconstituição da AssociaçãoLatino-americana de BRT (BusRapid Transit) e SIT (SistemasIntegrados de Transporte). A novaentidade tem como presidenteJairo aFernando Paéz Mendieta,da Transmilênio, de Bogotá, ecomo presidente honorário o

ex-prefeito da capital paranaense,Jaime Lerner. A ALABRT temcomo integrantes as gestorasbrasileiras Urbs (Curitiba), CMTC(Goiânia), SPTrans (São Paulo) eBHTrans (Belo Horizonte); asequatorianas Metrobus-Q (Quito)e Metrovia (Guayaquil); as colombianas Megabus (Pereira),Transmilênio (Bogotá), Metrocali(Cali), Metrolínea (Bucaramanga)e Transmetro (Barranquilla); asmexicanas Metrobus (Cidade doMéxico) e Macrobus (Guadalajara); ea chilena Transantiago (Santiago).

AVANÇO Associação reúne agências da América Latina

CESAR BRUSTOLIN/SMCS/DIVULGAÇÃO

A coleta de dados para aPesquisa CNT de Rodovias2010 teve início no dia 3 demaio. Esta é a 14ª edição dapesquisa, que faz uma análi-se das condições das rodo-vias brasileiras, abrangendotoda a malha federal pavi-mentada e os principais tre-chos sob jurisdição estaduale concessionados. Este ano,os pesquisadores da CNT(Confederação Nacional doTransporte) vão analisaraproximadamente 90 milquilômetros, verificando ascondições de pavimento,sinalização e geometria davia, mapeando pontes, via-dutos e faixa adicional de

subida e identificando pon-tos críticos que dificultam otráfego da via (queda de bar-reira, ponte caída, erosão napista, buraco grande, passa-gem de nível e obra no pavi-mento). As equipes de pes-quisa trabalham em 16 rotas,sendo 15 de pesquisa e umade checagem. Os carros daPesquisa CNT de Rodoviassaíram de Brasília, BeloHorizonte, Salvador, Cuiabá,Campo Grande, PortoAlegre, Curitiba, São Paulo,Rio de Janeiro, Fortaleza,São Luís, Santarém, Manaus,Macapá e Belém. O prazopara a conclusão do levan-tamento é de 30 dias.

Pesquisa CNT de RodoviasJÚLIO FERNANDES/NCI-CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 19

Kasinski recebe prêmio A montadora coreana S&T Motors,fabricante de motocicletas damarca Hyosung, elegeu a empresabrasileira Kasinski o maior emelhor distribuidor da marca emtodo o mundo em 2009. A premiação foi entregue este anono WDM (Worldwide DistributorsMeeting), encontro mundial de distribuidores da companhia,

realizado na Coreia. Durante a premiação, o presidente daKasinski, Cláudio Rosa Junior, relatou o trabalho desenvolvidopela empresa, que registrou crescimento significativo enquanto representantes da montadora em outros países reclamavam de queda nas vendas.

Porto de Santos é líder na AL Apesar da redução de 15,8% namovimentação de contêineres em 2009, quando atingiu um total de 2,252 milhões de TEUs(capacidade de um contêiner de 20 pés), o Porto de Santos conquistou a liderança do rankingde movimentação da AméricaLatina e do Caribe, divulgado pelaUnidade de Serviços deInfraestrutura da Cepal (Comissão

Econômica para a América Latinae o Caribe). Como reflexo da crise,os 20 maiores portos da regiãotiveram, no conjunto, queda de6,8% na movimentação de cargasno ano passado, na comparaçãocom 2008. A lista da Cepal incluiainda os portos de Paranaguá (PR - 16º lugar), Rio Grande (RS – 17º lugar) e Itajaí (SC - 18ª posição no ranking).

Grupo Irga investe pesado O Grupo Irga investiu R$ 8 milhõese passou a contar com o veículode maior capacidade para transporte de cargas superpesadas na América do Sul,ao adquirir 48 linhas de eixo dafabricante francesa Nicolas. A carreta chega a ter 7,60 m de largura e capacidade para 2.000toneladas, além de possuir os dispositivos de segurança maismodernos do mercado. A

companhia atua nas áreas detransportes superdimensionados,aluguel de guindastes, remoções e montagens industriais e participa dos principais projetos de logística einfraestrutura da América Latina.No ano passado, a Irga figurou na21ª posição no ranking entretodas as empresas do mundo no setor de transportes especiaise guindastes.

Despoluir participa da Fiema

FEIRA

ODespoluir – ProgramaAmbiental da CNT –esteve presente na 4ª

edição da Fiema (FeiraInternacional de Tecnologiapara o Meio Ambiente), reali-zada entre os dias 27 e 30 deabril, em Bento Gonçalves(RS). A participação do pro-grama no evento teve oapoio do Sest Senat e acoordenação da Fetransul(Federação das Empresasde Logística e Transportede Cargas no Estado do RioGrande do Sul). O objetivoprincipal foi apresentar oesforço do setor de trans-portes para reduzir asemissões veiculares, emconvergência com as ques-tões do meio ambiente. Emquase três anos, oDespoluir foi lançado emjulho de 2007, já foram rea-

lizadas 250.362 aferiçõescom um índice de aprova-ção de 88,62% dos veícu-los. No total, 4.584 empre-sas e 4.747 caminhoneirosautônomos foram atendi-dos pelo programa.

E para ampliar a divul-gação do Despoluir, aFetransul convidou aAirship do Brasil para apre-sentar seus dirigíveis expe-rimentais no evento, umanova tecnologia de trans-porte que já começa a serusada no país. O ADB 2, de12 metros de comprimento,foi adesivado com a marcado programa e apresenta-do em ambiente públicopela primeira vez. Quemesteve presente no eventopôde acompanhar voos dodirigível realizados dentrodo pavilhão de exposições.

EMISSÕES Setor apresenta medidas para redução

PAULO ZIEGLER/FETRANSUL/DIVULGAÇÃO?

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201020

Os governos do Brasil edos Estados Unidos fir-maram um acordo decooperação técnica na

área de transporte rodoviárioque permitirá a troca de expe-riência sobre ações de melhoriasno modal. Há uma expectativaentre os dois países de quepossa haver resultados positivoscom essa parceria, contribuindopara acelerar os investimentosem infraestrutura no Brasil até aCopa do Mundo, em 2014.

A assinatura do Ajuste deImplementação na ÁreaRodoviária, como foi chamadoo acordo, ocorreu no dia 15 deabril, em Brasília, noMinistério dos Transportes. Oenfoque dessa cooperaçãovisa o planejamento e a ges-tão das rodovias, a garantiada qualidade, redução de cus-tos, a durabilidade, a seguran-ça e a mobilidade das redesde transporte.

Antes da assinatura do acor-

do entre os dois países, a dele-gação norte-americana partici-pou de uma reunião no edifíciosede da CNT, com os empresá-rios do setor transportador bra-sileiro, e pôde conhecer umpouco o panorama geral detodos os modais. A comitiva dogoverno norte-americano foirecebida pelo presidente dehonra da CNT, Thiers FattoriCosta, e por outros dirigentesda confederação.

O secretário dos

Transportes dos EUA, RayLaHood, e o embaixador dosEstados Unidos no Brasil,Thomas Shannon, entre outrosintegrantes do governo deBarack Obama, ouviram dosrepresentantes do setor quaissão os principais desafios paramelhorar a infraestrutura detransporte do país.

“Quero agradecer aqui aoportunidade de conhecer osistema de transporte doBrasil e as necessidades e

Intercâmbiorodoviário

POR CYNTHIA CASTRO

INFRAESTRUTURA

CNT recebe representantes do governo dos EstadosUnidos, que firmaram parceria com o Brasil

INTEGRAÇÃO Delegação do governo dos EUA se reuniu com empresários na CNT, em Brasília

Page 21: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 21

preocupações do setor”, afir-mou LaHood. O embaixadortambém agradeceu a oportu-nidade aos empresários dotransporte e disse ainda que aCopa de 2014 e a Olimpíada de2016 podem oferecer grandespossibilidades para a parceriaentre os dois países.

Os norte-americanos des-tacaram a necessidade de oBrasil adequar sua infraestru-tura para garantir a mobilida-de das pessoas que participa-

rão desses grandes eventosmundiais. “Os problemas têmque ser resolvidos. Queremosmuito trabalhar com o gover-no brasileiro”, disse LaHood,ao afirmar também que seupaís tem investido pesado nosetor de infraestrutura nosúltimos 14 meses.

No início da reunião, odiretor-executivo da CNT,Bruno Batista, apresentouuma síntese de alguns proje-tos desenvolvidos pela confe-

FOTOS JÚLIO FERNANDES/NCI-CNT

INTEGRAÇÃO Delegação do governo dos EUA se reuniu com empresários na CNT, em Brasília

AJUSTE DE IMPLEMENTAÇÃO NA ÁREA RODOVIÁRIAConfira alguns aspectos gerais do termo assinado entre os governos brasileiro e norte-americano

Objetivos principais• Compartilhar o conhecimento na área de transporte rodoviário,visando a promoção, o incentivo e o progresso de sistemas de transporte seguro, inteligente e eficiente

• Cooperação no planejamento e gestão de rodovias

Justificativas• Interesse mútuo em cooperação científica• Valorização de intercâmbios acadêmicos e técnicos• Os dois países enfrentam desafios semelhantes em relação a aspectos da mobilidade, durabilidade da rede de infraestrutura,mudanças climáticas

Contatos• A Secretaria de Política Nacional de Transportes, o Dnit e a ANTTserão os pontos de contato com a Administração Federal de Rodoviasdo Departamento de Transportes dos EUA

Áreas de colaboração• Planejamento, operação e gerenciamento de rodovias• Inovações tecnológicas relacionadas a construção, recuperação,manutenção do pavimento e de obras de arte especiais (pontes eviadutos)

• Controle/garantia de qualidade• Engenharia de materiais• Logística• Segurança rodoviária• Sistemas de transporte inteligente• Estudos de impacto ambiental• Mitigação de congestionamentos

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201022

rios na área de infraestrutu-ra de transporte, que neces-sitam de investimentosurgentes.

A delegação dos EstadosUnidos também pôde conhe-cer as principais ações doDespoluir – ProgramaAmbiental do Transporte,desenvolvido pela CNT háquase três anos. “São 9.700transportadores participan-tes do programa”, disseBatista. Ele destacou tambémque, entre os objetivos doDespoluir, estão a redução da

deração. Os norte-americanospuderam conhecer alguns dosprincipais resultados daPesquisa CNT de Ferrovias2009 e da Pesquisa CNT deRodovias 2009, que mostrama necessidade de o poderpúblico priorizar os investi-mentos em infraestrutura.

Algumas conclusões doPlano CNT de Logística e daPesquisa Aquaviária tambémforam apresentadas aosnorte-americanos. BrunoBatista destacou que o planolistou 627 projetos prioritá-

emissão de poluentes e oaprimoramento da gestãoambiental das empresas detransporte.

O secretário dosTransportes dos EstadosUnidos afirmou que tem tra-balhado com as áreas de pro-teção ambiental do país paracriar medidas que favoreçamo meio ambiente e tambémpossam ser geradoras deemprego nos Estados Unidos.“É importante saber quais sãoos planejamentos e ações queestão ocorrendo no Brasil

Cooperação em soluções tecnológicasEXPERIÊNCIAS

O acordo de cooperaçãocom os Estados Unidos pode-rá permitir, por exemplo, queo Brasil evolua na implanta-ção de rodovias de altodesempenho, extremamentecomuns no país norte-ameri-cano. A troca de tecnologiapara a construção de obrasde arte, como pontes e via-dutos, também deve constarnas medidas que farão partedo acordo firmado em mea-dos de abril.

“Vamos conhecer expe-riências norte-americanas,quais são as soluções tecno-lógicas. Isso contribuirá paraque nossas equipes, nossosprofissionais possam tirar omaior proveito dessa troca deconhecimento”, disse o minis-tro dos Transportes do Brasil,Paulo Sérgio Passos. Durantecoletiva à imprensa, no pré-

dio da CNT, o ministro desta-cou a importância de traba-lhar com “países amigos, quetenham expertise”.

De acordo com o diretor-geral do Dnit, Luiz AntonioPagot, um primeiro momentodessa cooperação será atroca de informações sobreas medidas que já existemem cada um dos dois paísesem relação ao transporterodoviário, obras, melhoriase desafios.

Em um segundo momento,deve ser estabelecido umplano de pesquisas. “O que vaiacontecer agora é que iremostrabalhar juntos nessas pes-quisas. Assim, poderemos termelhores informações e elestambém. Nós, por exemplo,temos grande tecnologianacional na área de pontes eviadutos”, disse Pagot.

E o terceiro momento, con-forme o diretor-geral, refere-se à produção de máquinas ede outros equipamentos.Segundo ele, esse é um dospontos em que a indústria dosEstados Unidos desenvolvetecnologia superior à daindústria brasileira.

Com o termo de coopera-ção, a proposta é que essatecnologia possa ser trazidapara o Brasil e que seja estu-dado um pacote de financia-mento. “Queremos melhorarnosso parque de máquinas.No terceiro momento dessetermo, deve haver estudopara que a grande indústrianorte-americana e os bancospossam financiar a aquisiçãodesses produtos que eleshoje têm disponíveis no mer-cado e produzem com gran-de tecnologia.”

ASSINATURA Secretário dos Transportes dos EUA assinou termo de cooperação com o Brasil

“Problemastêm que serresolvidos.Queremosmuito

trabalhar como governobrasileiro”

RAY LAHOOD, SECRETÁRIO DOS TRANSPORTES DOS EUA

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 23

para que possamos coope-rar”, disse LaHood.

Na área de transporterodoviário, tema do acordoentre os dois países, o presi-dente da seção de Transportede Cargas da CNT, FlávioBenatti, destacou a bandeiraque a confederação vemdefendendo para que o gover-no viabilize um programasério sobre a renovação dafrota de caminhões no país.

Benatti ressaltou o quadrodesfavorável das rodoviasbrasileiras e citou o problema

da falta de manutenção emmuitos trechos. Sobre a idadeda frota de caminhão, o dire-tor-executivo Bruno Batistainformou que os caminhõesdos autônomos têm em média23 anos e os das empresas, 11anos. A CNT defende um pro-jeto de governo que contem-ple a melhoria da oferta decrédito para que o autônomopossa trocar o veículo velhopor um novo.

LaHood comentou que nosEstados Unidos a maior parteda frota é privada e as empre-

ASSINATURA Secretário dos Transportes dos EUA assinou termo de cooperação com o Brasil VISITA Embaixador Thomas Shannon e Thiers Fattori

(Secretaria Especial de Portos),estão ocorrendo algumasmelhorias, como um maiorinvestimento em dragagem.

O secretário de Transportenorte-americano afirmou queuma das estratégias do gover-no Barack Obama é buscarrecursos para expandir os por-tos do país. “As ‘rodovias’marítimas tiram um grandenúmero de caminhões daestrada. Temos investidoentão na expansão dos portose queremos continuar buscan-do esse caminho.” l

sas proprietárias buscamempréstimos bancários paracomprar um veículo novo. Eledestacou ainda que o papeldo Departamento deTransportes é supervisionaros caminhões, com foco nasegurança.

A necessidade de o Brasilfazer mais investimentos naárea portuária foi destacadapelo presidente da seção deTransporte Aquaviário da CNT,Glen Gordon Findlay.Entretanto, Findlay ressaltouque, com a criação da SEP

Page 24: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

Perigo no e scapamento Resultado de inspeção ambiental em São Paulo eviden cia a necessidade de reduzir emissões em todo o país

MATÉRIA DE CAPA

Page 25: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

Perigo no e scapamento Resultado de inspeção ambiental em São Paulo eviden cia a necessidade de reduzir emissões em todo o país

SECRETARIA DO VERDE E DO MEIO AMBIENTE/DIVULGAÇÃO

Page 26: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201026

Os resultados da expe-riência do município deSão Paulo, que há trêsanos implantou um

projeto de inspeção veicularambiental obrigatória, eviden-ciam um problema que se esten-de para todo o Brasil e querequer uma solução urgente: anecessidade de que sejam toma-das medidas para controlar deforma efetiva as emissões depoluentes por parte dos veículos,preservando assim o meioambiente e a saúde das pessoas.

Ao comparar alguns resulta-

dos do programa da capital pau-lista no mês de abril deste anocom o do ano passado, já é possí-vel perceber um aumento consi-derável nos índices de reprova-ção de pelo menos duas catego-rias de veículos com placas definal 1. Em fevereiro, março e abrilde 2010, 21,75% dos 162.554 auto-móveis inspecionados foramreprovados. Em abril de 2009,esse índice foi de 4,98%.

Já em relação a motos, agoraem 2010, 27,65% das 15.641 inspe-cionadas não passaram nos tes-tes, enquanto em abril de 2009esse percentual havia sido de15,44%. Mesmo levando em conta

que ainda falta uma parte dos veí-culos com placa de final 1 e deoutras placas a serem avaliados,os resultados parciais mostramque até o final do ano o balançogeral pode ser bem negativo.

O Programa de InspeçãoVeicular Ambiental é desenvolvidopela Secretaria Municipal do Verdee do Meio Ambiente. De acordocom o coordenador, MárcioSchettino, há duas explicaçõespara esse aumento verificado atéentão. A primeira é que o Conama(Conselho Nacional de MeioAmbiente) determinou limitesmais restritos para as emissões deautomóveis e motos. E a segunda

“A entrada da frota

mais antigainfluenciou oresultado, maso Conama

definiu limitesapertados”

CONTROLE Município de São Paulo adotou programa de inspecão veicular para controle de emissões há três anos

POR CYNTHIA CASTRO

LUIZ GUARNIERI/FUTURA PRESS

MÁRCIO SCHETTINO, COORDENADOR DO PROGRAMA

DE INSPEÇÃO VEICULAR AMBIENTAL

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 27

Inspeção será obrigatóriaREGULAÇÃO

Até o mês de novembrodeste ano, todos osEstados brasileiros, oDistrito Federal e os muni-cípios com mais de 3milhões de habitantesterão de concluir o PCPV(Plano de Controle dePoluição Veicular). A reso-lução 418 do Conama dis-põe sobre critérios para aelaboração deste plano epara a implantação deprogramas de inspeção emanuteção de veículos.

Devem passar pela ins-peção todos os veículosautomotores, motociclose veículos similares emuso, independentementedo tipo de combustívelque utilizam. As condi-ções da inspeção em cadalocalidade serão defini-das no PCPV.

O gerente de projetosdo Departamento deMudanças Climáticas eQualidade Ambiental doMinistério do MeioAmbiente, Rudolf deNoronha, disse, na épocada publicação da resolu-ção, que a expectativa éque dentro de um prazode 12 meses (a partir denovembro de 2009) todosos Estados e municípiosestejam com os planosconcluídos.

Segundo Noronha, ogoverno municipal ouestadual que precisar dealgum auxílio técnico paraa elaboração do planopode recorrer aoMinistério do MeioAmbiente. “O ministérioestá muito comprometido

politicamente para que aresolução seja implantadaem todo o país”, afirmou ogerente de projetos.

O PCPV significa um ins-trumento de gestão daqualidade do ar, dentro doPronar (Programa Nacionalde Controle da Qualidadedo Ar) e do Proconve(Programa de Controle daPoluição do Ar porVeículos Automotores). Oobjetivo é estabelecerregras de gestão e contro-le da emissão de poluentese do consumo de combus-tíveis de veículos.

Na Câmara dosDeputados, um projeto delei que institui a obrigato-riedade da inspeção téc-nica veicular (ambiental ede segurança) aindaaguarda para ser votadoem plenário. O projetotramita na Casa há maisde oito anos.

O próprio CTB (Código deTrânsito Brasileiro), emvigor desde 1998, determi-na que os veículos em cir-culação tenham suas condi-ções de segurança, de con-trole de emissão de gasespoluentes e de ruído avalia-dos mediante inspeção, quedeve ser obrigatória. Aforma e a periodicidade,conforme o CTB, devem serestabelecidas pelo Contran(Conselho Nacional deTrânsito), em relação aositens de segurança, e peloConama, em relação àemissão de gases poluen-tes e ruído. Entretanto, atéhoje, a determinação docódigo não foi cumprida.

é que, até o ano passado, só pas-savam pela inspeção automóveismais novos, fabricados a partir de2003. Neste ano, toda a frota foiincluída. Veículos antigos, muitasvezes sem a manutenção adequa-da, também são obrigados agora apassar pela avaliação anual. “Aentrada da frota mais antigainfluenciou nesse resultado, mas oConama também definiu limitesmais apertados”, diz Schettino.

De acordo com ele, ônibus ecaminhões tendem a manter osmesmos índices de anos anterio-res, já que desde o início do pro-grama 100% dos veículos a dieseljá tinham de passar pela inspe-

ção. No balanço de abril, aSecretaria do Verde divulgou que21,45% dos ônibus foram repro-vados e 36,73% dos outros veícu-los a diesel também.

Em relação aos caminhões,dois fatores contribuem para queeles sejam os campeões dareprovação: a falta de manuten-ção adequada e a elevada idadeda frota. “Muitos motoristasautônomos de caminhão nãofazem a manutenção conformedeveriam. Com isso, o veículoacaba poluindo bem mais”, diz ocoordenador do programa.

Entretanto, ele ressalta que,mesmo nos casos em que o

INSPEÇÃO EM SP

Confira dados do programa ambiental

Veículos com final de placa 1 que passaram por inspeção em fevereiro,março e abril de 2010

Automóveis 162.554 inspecionados (45% da frota esperada)Reprovação: 21,75%

Motos 15.641 inspecionadas (27,76% da frota esperada)Reprovação: 27,65%

Veículos a diesel 4.253 inspecionados (48,49%)Reprovados: 36,73 %

Ônibus 1.995 inspecionados (66,73%)Reprovados: 21,45%

Fonte: Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente

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caminhão está bem conservado,os índices de emissão de gasespermitidos para esses veículosantigos são maiores. Dessaforma, eles estarão semprepoluindo mais. Na avaliação deSchettino, a implantação noBrasil de um programa de reno-vação de frota a diesel contribui-rá bastante para que haja umverdadeiro ganho ambiental.

“Os veículos mais novos, quetêm uma tecnologia mais avança-

Em maio do ano passado, aCNT apresentou ao governofederal o RenovAr – PlanoNacional de Renovação de Frotade Caminhões. A proposta visa amelhoria de linhas de financia-mento para caminhoneirosautônomos e microempresasque tenham caminhões comidade superior a 30 anos. Umapremissa do plano é a entregados veículos velhos e o recebi-mento de um bônus do governo

federal para a aquisição deoutro caminhão.

Em relação à inspeção dos veí-culos, a CNT também desenvolveum trabalho importante no âmbi-to do Despoluir – ProgramaAmbiental do Transporte. O proje-to de Redução da Emissão dePoluentes pelos Veículos é execu-tado em todos os Estados brasilei-ros e no Distrito Federal. Por meioda aferição veicular, busca-se aredução da emissão de poluentes

da, poluem menos. É importantepensar na renovação, com melho-rias dos programas de financia-mento”, diz Schettino. O Brasil temhoje aproximadamente 1,3 milhãode caminhões, sendo que 44%têm mais de 20 anos e 20%, maisde 30 anos. A maioria desses veí-culos muito antigos pertence acaminhoneiros autônomos, quetêm pouca ou nenhuma capacida-de financeira para investir naaquisição de novos veículos.

SUCATA Veículos velhos, retirados de circulação, devem ser encaminhados para reciclagem

Renovação exige sistema de reciclagemFERRO-VELHO

Ao se falar em renova-ção de frota, é imprescindí-vel pensar também na cria-ção de uma estrutura quepossibilite o destino corre-to à sucata dos veículosantigos. O RenovAr – PlanoNacional de Renovação deFrota de Caminhões –, ela-borado pela CNT, defendeque a retirada de circulaçãodos caminhões antigos sejafeita por meio do sucatea-mento e reciclagem dessesveículos.

Para que o plano sejaimplementado, o governofederal teria que organizare monitorar uma rede derecepção e tratamento dosveículos velhos, criandocentros de recepção e cen-tros de reciclagem.

Há estimativas de que oíndice de materiais reciclá-veis nos veículos é superior a90%. De acordo com informa-ções do RenovAr, os cami-nhões retirados de usodevem passar por operações

de despoluição e de recicla-gem de peças.

Os componentes conside-rados perigosos, como o tan-que de combustível, bateria efluidos (óleos lubrificantes,óleos hidráulicos, líquido dearrefecimento, gás do ar-con-dicionado etc), devem serremovidos. O combustível, porexemplo, pode ser escoadopara recipientes adequados.Após filtração e/ou decanta-ção, é possível a reutilização.

As operações para promo-ver a reciclagem consistemna remoção de diversos com-ponentes dos veículos (pneus,vidros, componentes de plás-tico, metálico etc). As carca-ças podem ser encaminhadasàs siderúrgicas, para o pro-cessamento de aço.

Alguns componentesmetálicos dos veículos velhospodem ser utilizados, porexemplo, na fabricação devigas para a construção civil,fabricação de chapas para aprópria indústria automobi-

lística, matéria-prima parautensílios de cozinha, entreoutros objetos.

Em países da UniãoEuropeia, nos EstadosUnidos e no Japão, os índi-ces de reciclagem de veícu-los são elevados. De acordocom a Aliança de Fabricantesde Automóveis dos EstadosUnidos, 95% de todos os veí-culos que saem de circula-ção são reciclados.

O coordenador de projetosda Inovata – FDTE (Fundaçãopara o DesenvolvimentoTecnológico da Engenharia),Daniel Toledo, diz que naEuropa há normas exigindoque as montadoras desen-volvam projetos, possibili-tando que 85% dos veículossejam recicláveis.

LEIA MAIS

Sobre reciclagem de veículos na

edição 175 da CNT Transporte Atual,

disponível em www.cnt.org.br

8

Page 29: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 29

correta no veículo pode contri-buir tanto para a ocorrência deacidentes como para os engarra-famentos no trânsito.

“Um automóvel ou um cami-nhão com pane em uma viamovimentada pode provocarquilômetros de congestiona-mento. Mas a grande maioria dapopulação ainda trabalha pelamanutenção corretiva e só pro-cura a oficina depois que temalgum problema”, diz Ramalho.

e melhoria da qualidade do ar e douso racional de combustíveis.

O diretor de operações doCesvi Brasil (Centro deExperimentação e SegurançaViária), José Ramalho, consideraimportante a inspeção veicularambiental e também a inspeçãotécnica veicular, que inclui aparte ambiental e a de seguran-ça. Ele lembra que, além de pro-blemas causados ao meioambiente, a falta de manutenção

SUCATA Veículos velhos, retirados de circulação, devem ser encaminhados para reciclagem

JÚLIO FERNANDES/NCI-CNT

PELO MUNDO

Saiba um pouco como outros países tratam o tema inspeção veicular

Espanha• A inspeção é obrigatória. Uma pesquisa concluiu que, em 2006, quase8.500 acidentes foram evitados e 421 vidas foram poupadas, em consequência do programa de inspeção

Argentina• Apenas algumas províncias, como Buenos Aires e Mendoza, e cidadescomo Córdoba, exigem a inspeção. Mas, mesmo nos lugares em que éobrigatória, o cumprimento é parcial

Coreia do Sul • A inspeção é rigorosa, com a proposta de manter a segurança, proteger o meio ambiente da emissão de gases e poluição sonora e evitar modificações ilegais nas estruturas dos automóveis que possam comprometer a segurança

Reino Unido• São verificados chassi, faróis, buzina, rodas, pneus, freios, limpadores depara-brisa, cintos, entre outros, além de componentes relacionados àemissão. O governo consultou a sociedade sobre permitir a inspeção acada dois anos, mas a preferência foi por mantê-la anual, em prol dasegurança

EUA• 18 Estados exigem inspeções regulares, enquanto outros locais apenasfazem a inspeção antes de uma transferência de propriedade do veículo

França• A checagem, a cada dois anos, verifica 116 itens relacionados à segurança.Quem passa pela inspeção ganha um adesivo para fixar no para-brisa docarro. Veículos flagrados sem o adesivo são multados

Suécia• A inspeção é obrigatória há muitos anos, embora não haja estudos no paísrelacionando-a aos índices de acidentes de trânsito

Japão• Veículos novos devem passar pela primeira inspeção após três anos deuso. Depois, a cada dois anos. Além disso, o governo recomenda inspeçõesextras a cada 12 meses

Alemanha• O país realiza inspeção técnica veicular há mais de 75 anos. O processo jávirou rotina e é bem-aceito pela população

Fonte: Cesvi Brasil

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INSPEÇãO Técnicos realizam procedimento de controle

técnica veicular. “A inspeção vaiacabar ajudando a renovação,pois vai desestimular os pro-prietários de carros muito anti-gos a continuarem circulando”,considera.

Em São Paulo, desde que oPrograma de Inspeção VeicularAmbiental foi implantado, o poderpúblico já vem sentindo algunsefeitos na mudança de consciên-cia da população, conforme infor-ma o coordenador do programa.“Tem ocorrido sim uma conscien-tização, principalmente por partedos proprietários de automóveis.Percebemos que há um númerobem maior de motoristas indo fre-quentemente às oficinas e reali-

Ele considera que a implantaçãoda inspeção técnica veicularforça o motorista a agir preven-tivamente, contribuindo para aredução de diversos problemas.

Na avaliação do diretor deoperações do Cesvi Brasil, tam-bém é importante que o Brasiladote um programa efetivo derenovação de frota. Ele conside-ra que o governo precisa ter umplano sério de renovação queestimule o proprietário de umcaminhão antigo a trocar o veí-culo velho por um novo.

Ramalho também destaca anecessidade de haver vontadepolítica para colocar em práticaa obrigatoriedade da inspeção

zando a manutenção antes depassar pela inspeção obrigatória”,afirma Schettino. Essa atitude,segundo ele, tem trazido muitosbenefícios para o meio ambiente.Schettino diz que, até então, osveículos que foram inicialmentereprovados na inspeção e depoisresolveram o problema geraramcom essa atitude um impactoambiental equivalente à retiradade quase 500 mil veículos de cir-culação.

O programa em São Paulo foiestabelecido em três fases. Em2008, a inspeção obrigatória eradestinada exclusivamente à frotaa diesel (cerca de 350 mil veículos,entre caminhão, ônibus e cami-

ZANONE FRAISSAT/FUTURA PRESS

PLANO DE TRABALHO

Veja as sugestões do Cesvi Brasil para a implantação de um programa de renovação de frota

Legislação• Deve haver uma lei que defina o que é um veículo em “fim de vida”• Precisam ser criados postos de coleta e tratamento de veículos• Definição de meios de descarte de resíduos sem agredir o meio ambiente

Caracterização de veículo em “fim de vida”• Por idade: lei define se de 10, 15 ou 20 anos para cima• Por inspeção técnica obrigatória, que verificará se o veículo coloca emrisco a segurança viária ou ambiental

Proprietário• O dono do carro fica responsável pela entrega do veículo “em fim de vida”em um posto de recolhimento e tratamento

• Deve-se determinar incentivo fiscal para que o proprietário adquira ocarro novo

Posto de recolhimento• O proprietário do veículo em “fim de vida” receberá um certificado dedestruição, atestando que poderá ser dada a baixa na documentação

• Todo posto deve ser homologado e autorizado para desenvolver suas atividades

Veículo• Passará por etapas de remoção e tratamento de fluidos (óleo, líquido de arrefecimento, outros), desmontagem, armazenamento de peças, reciclagem ou envio para recicladores, reutilização de peças em perfeitas condições

“A grandemaioria da população sóprocura a

oficina depoisque tem algumproblema”

JOSÉ RAMALHO, DIRETOR DE OPERAÇÕES

DO CESVI BRASIL

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201030

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ABRANGÊNCIA Em 2009, programa atingiu 1 milhão de veículos

nhonete). Toda a frota deveria serinspecionada, mas a adesão foibaixa. Inicialmente, os motoristasnão foram multados.

Em 2009, o programa conti-nuou com 100% da frota a diesel ede motos e com parte dos auto-móveis. Deveriam passar pela ins-peção os veículos fabricadosentre 2003 e 2008. Já neste anofoi incluída toda a frota da cidadede São Paulo. A expectativa daSecretaria do Verde é que até ofinal do ano 4 milhões de automó-veis sejam inspecionados.

De acordo com o coordena-dor do programa, a secretarianão trabalha com o dado doDetran (Departamento Estadual

de Trânsito), de 6,5 milhões deveículos na cidade. “Esse não éum dado real, pois nesse núme-ro estão incluídos carros que jáestão fora de circulação, masque não deram baixa no siste-ma”, afirma.

Em 2010, a tarifa cobradapara a realização da inspeçãoveicular é de R$ 56,44. Quemnão realizar a inspeção no prazoestá sujeito à multa de R$ 550 eterá seu licenciamento bloquea-do. Caso haja reprovação, osproprietários de veículos têm 30dias para fazer a manutençãoem alguma oficina mecânica ereagendar a inspeção, sem acobrança de nova tarifa. l

ALE CABRAL/FUTURA PRESS

RENOVAR

Saiba mais sobre o projeto desenvolvido pela CNT

Para quem• Neste primeiro momento, é dirigido para caminhoneiros autônomos e microempresas de transportes, proprietários de caminhões com mais de 30 anos

• Entende-se como microempresa aquela que possui até dois veículos

Motivos• Uma parcela considerável da frota de caminhões brasileira apresenta muitos anos de uso. Os problemas incluem possibilidade de acidente, poluição, ineficiência logística e marginalização do caminhoneiro autônomo

• A maior parte dessa frota está concentrada na mão de autônomos, que,devido às condições de mercado, têm grande dificuldade para substituir oveículo velho por um novo

• Assim, torna-se urgente a criação e implementação efetiva da uma estratégia de renovação da frota antiga

Como• O governo federal deve oferecer aos proprietários de caminhões com 30anos ou mais um bônus que poderá ser utilizado na compra de um caminhão mais novo, com até oito anos de idade, e que terá validade por um ano

• Para receber o bônus, o proprietário deve entregar o veículo para a reciclagem e atender algumas condições, como ter transportado carganos últimos 12 meses

• As revendedoras e/ou montadoras recolhem os bônus e utilizam no abatimento do pagamento de tributos federais e/ou estaduais

Crédito• Além do bônus, é preciso garantir o acesso ao crédito aos transportadores,principalmente para os caminhoneiros autônomos

• Para que o autônomo consiga obter o financiamento para a compra de umcaminhão, é importante que sejam resolvidas questões de garantias e dacomprovação de renda, exigidas pelas instituições financeiras intermediárias

• Uma possibilidade é a constituição de um fundo de aval que garanta osempréstimos e, portanto, possibilite ao caminhoneiro autônomo obterfinanciamento com menos burocracia

Reciclagem• A introdução de mais caminhões em circulação não resolve o problema• É importante a retirada dos veículos antigos de circulação por meio dosucateamento e da reciclagem desses

• O governo terá de organizar e monitorar uma rede de recepção e tratamento dos veículos velhos, com os centros de recepção e de reciclagem

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FERROVIÁRIO

Com o tema “Criati-vidade, uma alternati-va frente à recupera-ção econômica”, o 2º

Encontro de Ferrovias, reali-zado pela ANTF (AssociaçãoNacional dos TransportadoresFerroviários), discutiu os desa-fios a serem enfrentados pelosetor e promoveu a troca deexperiências nas áreas delogística, automação, novastecnologias e sustentabilida-de. O evento foi realizado naValer, departamento de edu-cação da Vale, em Vitória (ES),em abril.

O encontro reuniu as seisempresas associadas à ANTF:ALL (América Latina Logís-tica), FCA (Ferrovia Centro-Atlântica), FTC (FerroviaTereza Cristina), FNS (FerroviaNorte-Sul), MRS Logística,Transnordestina e Vale(Estrada de Ferro Carajás eVitória-Minas) –, fornecedo-res, executivos e entidadesrepresentativas do setor. Aotodo, estiveram presentes 483profissionais das ferroviasbrasileiras, além de autorida-des do governo federal e do

Inovaçõespara crescer

Evento em Vitória reúne profissionais para discutir o futuro do modal no Brasil

Estado do Espírito Santo.O evento teve como objeti-

vo principal a promoção dointercâmbio de conhecimentoentre as ferrovias brasileiras,por meio da divulgação detrabalhos técnicos e científi-cos desenvol vidos nessasempresas, na indústria ferro-viária e no meio acadêmico(leia mais na página 34).

De acordo com RodrigoVilaça, diretor-executivo daANTF, essa é uma forma detraduzir o esforço dos ferro-viários na busca de soluçõescriativas possíveis de seremimplementadas nas opera-ções de carga, buscando, namaioria das vezes, ganhos

econômicos, ambientais,sociais e até mesmo de ges-tão de controle do negócio.“Isso, por si só, demonstraexpertise na capacitação deprofissionais com soluçõesaplicáveis até mesmo emoutros países”, diz ele, ressal-tando que, em 2009, 43 traba-lhos brasileiros relacionadosa ferrovias foram apresenta-dos na Heavy Haul(Conferência Mundial deFerrovia de Carga Pesada),realizada na China.

Na abertura do encontro, oministro dos Transportes,Paulo Sérgio Passos, destacoua importância das ferroviasna matriz de transporte brasi-

leira e salientou a necessida-de de um crescimento de até10% para 2025. “Hoje, o trans-porte no Brasil tem uma pro-porção de 58% rodoviário,25% ferroviário e 13% aqua-viário, uma distorção quandose compara a países comdimensões continentais comoo nosso”, afirmou.

Atualmente, a malha ferro-viária nacional tem 29.817 kmde extensão, dos quais 28.314km estão concedidos à inicia-tiva privada. Segundo dadosda Pesquisa CNT de Ferroviasde 2009, investimentos reali-zados após a concessão dasferrovias promoveramaumento de 95%, entre 1997 e

POR LIVIA CEREZOLI

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ANTF/DIVULGAÇÃO

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2008, na produção ferroviárianacional. O crescimento namovimentação dos produtosfoi de 81%.

Pelo levantamento, a quali-ficação dos serviços presta-dos também foi avaliada deforma positiva: em mais de50% dos corredores pesqui-sados a imagem das ferroviasmelhorou muito nos últimosanos. Os dados também foramapresentados durante oencontro em Vitória.

Para que esses númeroscontinuem sendo positivos, osetor ferroviário brasileiroprecisa aumentar a eficiênciae produzir resultados satisfa-

Trabalhos mostram inovações tecnológicasSESSÕES TÉCNICAS

A apresentação de traba-lhos técnicos com sugestõesde aplicação de novas tecno-logias para o setor ferroviá-rio foi o ponto alto do 2ºEncontro de Ferrovias, pro-movido pela ANTF(Associação Nacional dosTransportadores Ferroviários)em Vitória (ES).

Durante os três dias doevento, foram apresentadostrabalhos que mostram oque vêm sendo desenvolvidoe aplicado pelas concessio-nárias para otimizar a produ-tividade, ampliar o conheci-mento e buscar o aperfei-çoamento nas aplicaçõesdas empresas.

Dos 87 trabalhos inscri-tos, 60 foram selecionadospor uma comissão técnica.Segundo Oladir Sales, analis-ta operacional sênior da Valee coordenador do encontro,a seleção é baseada nos cri-térios inovação, aplicação eviabilidade econômica.“Cada trabalho tem umpotencial específico, masselecionamos para a apre-sentação aqueles que sedestacaram nesses três

itens. Precisamos da novida-de, mas ele precisa ter apli-cabilidade e ser viável para aempresa”, explica ele.

As apresentações foramdivididas em seis grandesáreas: vagões, locomotivas,operação, sinalização, viapermanente e outros. Entreas principais novidadesforam apresentados simu-ladores em 3D de motor delocomotivas a diesel e ope-rações ferroviárias, equi-pamentos para a detecçãode trilhos quebrados, solu-ções para redução de aci-dentes e impactos ambien-tais, entre outros. “A ideiaera promover uma troca deexperiência entre os opera-dores ferroviários atuantesno país, em que cada ummostrasse o que tem demelhor e que essa expe-riência pudesse ser útilpara as outras empresas”,explica Sales.

De acordo com o coor-denador, o grande suportepara o desenvolvimentodessas novas tecnologias esoluções criativas para osetor é encontrado nas

universidades, centro téc-nicos especializados e comfornecedores de equipa-mentos e combustível.“Essas parcerias são fun-damentais para o desen-volvimento desses traba-lhos. Ganham os doislados. As empresas adqui-rem capacidade intelectuale descobrem novos talen-tos, e o meio acadêmicoconsegue aplicar de formaconcreta aquilo que foiprojetado”, diz Sales.

Para ele, a manutençãode um negócio sustentávelsó é possível com a inova-ção tecnológica. Nesse sen-tido, os trabalhos apresenta-dos durante o encontro rea-lizado em Vitória, podemauxiliar até mesmo naampliação ferroviária pre-vista pelo governo federal.“A participação doMinistério dos Transportesno evento foi fundamentalpara que o governo perce-besse que o setor se preocu-pa em contribuir para odesenvolvimento e cresci-mento do país. E nós somosorganizados para isso.”

ENCONTRO Representantes do setor ferroviário se reuniram em Vitória (ES) para discutir os principais desafios no Brasil

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carga e descarga dos produ-tos. “Projetamos vagões paratrazer ganhos expressivospara os operadores”, afirmaAbate.

Um dos destaques é ovagão que já está sendo utili-zado para o transporte deaçúcar. Com um novo sistemade abertura de comportas epintura específica que impedea aderência do produto àsparedes do vagão, foi possívelreduzir o tempo de carga edescarga em 44 minutos,segundo o presidente.

Além de novas tecnolo-gias, o setor também precisade incentivos, na visão de

tórios tanto para o operadorcomo para o usuário, segundoVilaça, da ANTF. “Por isso,trouxemos a indústria paraque a mesma mostrasse oconjunto de novidades queestão sendo desenvolvidaspara as ferrovias do Brasil.”

Para Vicente Abate, presi-dente da Abifer (AssociaçãoBrasileira da IndústriaFerroviária), o momento que osetor ferroviário vive é opor-tuno para abrir a discussão denovas tecnologias. “Com aretomada do setor depois deum ano de crise, é ideal aaproximação entre indústria eoperadores para troca de

experiências e conhecimentode necessidades”, diz ele.

O setor espera produzir2.500 vagões este ano, supe-rando os 1.022 de 2009. Emtermos de faturamento, Abateacredita que é possível, senão superar, ao menos igualaros ganhos de 2008, quandoforam movimentados R$ 2,6bilhões. Em 2009, o volumeficou em R$ 2,1 bilhões.

Com o objetivo de con-quistar esses resultados, aindústria ferroviária apostaem novidades nos vagões,com menos peso e maiscapacidade de carga, além deagilidade nos processos de

Vilaça, da ANTF. Segundo ele,o 2º Encontro de Ferrovias,realizado a cada dois anos,demonstra a importância queo setor tem no plano estraté-gico do governo federal, quepretende investir R$ 94bilhões em projetos metro-ferroviários no país na próxi-ma década. “Entendemos queé muito importante que opróximo presidente daRepública encontre o equilí-brio necessário entre a parti-cipação pública e a privadanos projetos de recuperaçãoe ampliação da infraestruturade transporte e de logísticano país.”

De acordo com ele, énecessário fazer uso do pla-nejamento como condiçãofundamental para o sucessoda concretização das obrasdiante das necessidades queo país tem no setor. “O que oBrasil precisa é apressar comatitude e planejamento, livrede entraves regulatórios nasáreas de meio ambiente,patrimonial (desapropriaçãode áreas para projetos) e doambiente jurídico. É iminentea necessidade de retorno dacentralização política e técni-ca do comando do setor detransporte lastreado pordiretrizes do Conit (ConselhoNacional de Integração dePolíticas de Transporte)”,afirma Vilaça. l

ANTF/DIVULGAÇÃO

ENCONTRO Representantes do setor ferroviário se reuniram em Vitória (ES) para discutir os principais desafios no Brasil

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AQUAVIÁRIO

Um trabalho bempeculiar, que exigeum profissionalhabilidoso e prepa-

rado, chama a atenção tantopela necessidade de muitadestreza como pela possibili-dade de se obter boa remune-ração. Quando se está dentrode um navio prestes a desem-barcar ou quando se avistauma embarcação atracandono porto, pouca gente pensaque, para tornar possível essa

ProfissãohabilidosaServiço de praticagem, vital para a segurançaaquaviária, exige técnica e remunera bem

POR CYNTHIA CASTRO

operação, é imprescindível aatuação de uma pessoa que,até então, estava fora donavio: o prático.

Esse profissional entra emcena em uma lancha apropria-da, que segue em direção aonavio, nas proximidades de umporto ou outras zonas de pra-ticagem, como alguns rios ouaté mesmo algumas áreas denavegação difícil no mar, ondehá muitos recifes de coral.

Ao chegar perto da embar-

cação, ele precisa escalaruma escada de cordas e sedirigir ao passadiço – localonde está o comandante eparte da tripulação. O coman-dante permanece lá, na dire-ção do navio. Mas é o práticoquem dá ordens sobre comoas manobras devem ser fei-tas.

Conhecer de forma precisao relevo submerso, o funcio-namento das marés, das cor-rentes e todas as outras con-

dições climáticas de cadalocal de operação são atribu-tos básicos desse profissionalque executa, no mundo intei-ro, um trabalho que muitagente desconhece.

Estar atualizado com a tec-nologia e saber se comunicarbem em inglês também sãoatributos necessários aoexercício da profissão, já quegrande parte dos navios é debandeira estrangeira.

Ricardo Augusto Leite

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Falcão, 35, é prático há dezanos. Ele trabalha na chama-da Bacia Amazônica Oriental,que inclui o rio Amazonas eseus afluentes, à leste dacidade de Itacoatiara (AM) atéo mar. Cada prático atua emuma região específica. NoBrasil, são 22 zonas de prati-cagem. A operação vai depen-der das características decada área, podendo durarapenas algumas horas oualguns dias.

Nessa zona de praticagemdefinida do rio Amazonas,algumas operações chegam ademorar quatro ou cinco dias,com a atuação de dois práti-cos que se revezam. “O rioAmazonas tem algumas pecu-liaridades. É um rio que temmudanças em seu leito, queexige um investimento grandeem equipamentos de sonda-gem e outros. No lugar quehoje tem uma ilha, não é inco-mum que anos depois venha a

ter uma profundidade de 30 me vice-versa”, comenta.

Ao assessorar o coman-dante a manobrar o navio, aatenção e a habilidade técni-ca precisam ser imensas. Hámomentos que podem se tor-nar bastante críticos, depen-dendo das condições dotempo – do vento, da correntemarítima –, entre outros fato-res. E para desempenhar bemessa função fundamentalpara a segurança da vida

Há no Brasil

326práticos,segundo aMarinhaMercante

FOTOS CONAPRA/DIVULGAÇÃO

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humana, do meio ambiente edas mercadorias transporta-das, o bom prático precisa tertambém equilíbrio emocional.

De acordo com Falcão, nosmomentos críticos, o controledas emoções é fundamentalpara não se gerar o pânico ecolocar em risco toda a ope-ração. “Podem ocorrer diver-sas situações em que a mano-bra pode fugir do controle,como falha de máquina, pro-blema no leme, uma tempes-tade, vento forte”, diz o práti-co, ao comentar que essassituações causam estresseem todos os profissionais

envolvidos na manobra, e aestabilidade emocional doprático é imprescindível paraque tudo dê certo.

Outro atributo importantedesse profissional é estarbem preparado fisicamente.Um momento que tambémpode gerar certa tensão,especialmente no início daatuação, é a hora em que oprático deixa a lancha de pra-ticagem e entra no navio. Épreciso escalar a escada dequebra-peito, feita de corda edegraus de madeira, colocadano navio. O profissional sobe,usando um colete salva-vidas.

“É um momento tão singu-lar, a gente vira um poucoalpinista. Tem o movimentodo mar, da lancha, do navio. Aescada não é firme”, dizFalcão. Em alguns casos,segundo ele, o costado donavio pode ter mais de 15 mde altura, que precisam ser“escalados” com muito cuida-do. Costado é o revestimentoexterior do casco do navio,entre a linha-d´água e aborda superior.

No Brasil, conforme aMarinha, há hoje 326 práticosdistribuídos nas 22 zonasdiferentes. Outras 117 vagas

“Nenhumamanobra é

igual à outra,mesmo queseja feita nomesmo navio ena mesmaárea”

Maioria dos profissionais vem da Marinha Mercante FORMAÇÃO

Conseguir se tornar umprático não é tarefa simples.No último concurso, em 2008,2.248 candidatos concorrerama 117 vagas. Mas a necessidadede se ter conhecimentos bemtécnicos sobre a área acabaexcluindo muitos pretenden-tes. Além de nível superior, oscandidatos precisam ter for-mação marinheira a partir demestre amador.

Conforme dados do Conapra(Conselho Nacional dePraticagem), aproximadamente70% dos profissionais vieram daMarinha Mercante; em torno de20%, da Marinha de Guerra; eapenas 10% de outras origens.

O concurso público, organi-zado pela Marinha, é para prati-cante de prático. A primeira fasede provas é escrita. Na segunda,há o uso de um aparelho simula-dor, como se o candidato esti-vesse no navio, conforme expli-

ca o diretor do Conapra, OtávioFragoso. O candidato tambémprecisa ser aprovado em umexame de saúde e teste físico.

“Tem que provar que é capazde nadar, de subir escada que-bra-peito. É necessário ter umacapacidade física razoável”, dizFragoso. Também há prova detítulos, segundo ele. A experiên-cia profissional conta pontos,como o fato de já ter sidocomandante, diz o diretor.

O aprovado no concursopara praticante de práticorecebe um certificado que dá odireito a ele de embarcar emum navio, com outro práticoveterano. Ele fica de um a doisanos praticando no mar, sob aresponsabilidade da associa-ção de praticagem local.

Quando está apto, passa poruma prova, de execução demanobra, e é examinado poruma banca constituída por

representantes da Marinha deGuerra, da Marinha Mercante,pelo capitão dos portos e pelocomandante do navio.

Se aprovado, recebe a cartei-ra de habilitação da Marinha.Mas o concurso público existepara a habilitação. A praticagemé uma atividade privada. Os pro-fissionais passam a exercer umserviço privado, pago pelosdonos do navio. A empresa depraticagem negocia o preçodiretamente com o armador(indivíduo ou empresa proprie-tária de navio). Se houver algumimpasse, com paralisação doserviço, é incumbência daMarinha decidir o preço.

No concurso, o candidato jáfaz a prova específica para azona de praticagem onde pre-tende atuar. Cada lugar tem umaespecificidade, e ser um ótimoprático em Santos, por exemplo,não significa que terá o mesmo

desempenho em um rio daAmazônia.

O diretor do Departamento deSistemas de InformaçõesPortuárias da SEP (SecretariaEspecial de Portos), Luís FernandoResano, comenta que, por maisque um comandante possa sereficiente em navegação, as parti-cularidades de cada lugar exigema atuação do prático.

Resano cita, por exemplo,que a Grande Barreira deCorais da Austrália é um localque precisa do trabalho do prá-tico devido à grande quantida-de de recifes de coral. De acor-do com Resano, além da ques-tão da segurança (da embarca-ção, dos produtos e das pes-soas), a atividade da pratica-gem é fundamental paragarantir a economia do país.“Se acontece um acidente,ficam comprometidos os servi-ços portuários e a economia.”

MICHELE SILVA DE ANDRADE, PRÁTICO

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no mesmo navio e na mesmaárea. Cada uma terá a suadificuldade.”

De acordo com Michele,não dá para estabelecer queum tipo de navio ou de cargapode ser considerado o maiscomplicado de se operar. Tudodependerá das condições dotempo e das outras variáveisque influenciam em cadamanobra. Um grande desafio,conforme Michele, é ter o“feeling” para perceber quaissão os fatores que estãoinfluenciando em um determi-nado momento e saber tomaras melhores decisões.

Sobre o fato de ser mulherem uma profissão dominadapor homens, Michele diz quepercebe às vezes certa resis-tência de algumas pessoas.Mas ela explica que essaresistência não é de outrospráticos, e sim de algunscomandantes de naviosestrangeiros, especialmentede países orientais. “Como emtoda profissão que é majorita-riamente masculina, quandocomeça a ocorrer a entradafeminina, há certa resistência.Alguns comandantes sentemdificuldade em entender queuma mulher, jovem, vai asses-sorá-lo na manobra.”

O despertar pela profissãoaconteceu depois que Michele

foram preenchidas no final de2008, em um concurso públi-co, mas os aprovados demo-ram um tempo até adquirirema habilitação e ainda estãocomeçando a entrar na ativaoficialmente. Após passar noconcurso, eles ficam de um adois anos praticando no mar,sob responsabilidade da asso-ciação local de práticos.

As mulheres ainda sãominoria nessa profissão, masjá começam a conquistarespaço. A carioca MicheleSilva de Andrade, 27, iniciouoficialmente os trabalhos noúltimo dia 16 de abril. Ela atua

na zona de praticagem do Riode Janeiro, que inclui tanto oporto da capital, como Angrados Reis e outras áreas.

Michele diz que é uma dassete mulheres aprovadas atéentão em concursos públicospara prático no Brasil. Paraela, a profissão pode ser con-siderada difícil, principalmen-te por haver a necessidade dese gerenciar vários riscos aomesmo tempo. “São muitasvariáveis em cada operação –ambientais, de equipamento,de material humano.Nenhuma manobra é igual àoutra, mesmo que seja feita

DESAFIO Subir escada de quebra-peito é uma das dificuldades da profissão

“É um momento tão singular, a gente vira um pouco alpinista”

No último concurso

para prático,houve

2.248candidatos

RICARDO AUGUSTO LEITE FALCÃO, PRÁTICO

CONAPRA/DIVULGAÇÃO

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SEP defende regulamentaçãoREMUNERAÇÃO

Há uma polêmica em tornodo valor cobrado pela pratica-gem no Brasil e o assunto temsido discutido pelos órgãos degoverno, incluindo a SEP, aMarinha e a Casa Civil. Os pre-ços estipulados dependem daregião de operação, do tama-nho do navio, do tipo decarga, da distância de nave-gação, entre outros fatores.“Os armadores, de maneirageral, reclamam que o serviçoé monopolizado e caro”, diz odiretor do Departamento deSistemas de InformaçõesPortuárias da SEP, LuísFernando Resano. Segundoele, há um número pequenode empresas de praticagem, oque favorece a cobrança deum valor maior.

Uma das linhas de discus-são, defendida pela SEP, é apreparação de um arranjolegal para que se possa regu-lamentar a remuneração.Resano diz que é necessárioanalisar se os preços estãodentro dos padrões interna-cionais e se são compatíveiscom a realidade brasileira. Elecita que um estudo recenteencomendado pela SEP apon-tou que há exageros.

O estudo, feito pelo CEGN(Centro de Estudos em GestãoNaval), é contestado peloConapra. O diretor OtávioFragoso afirma que outroestudo feito pela FGV(Fundação Getúlio Vargas), apedido do conselho, indicouque o preço está dentro damédia internacional.

Para quem depende dapraticagem, a consideração éque há a necessidade de sechegar a um custo mais

razoável. O vice-presidente daCNT para TransporteAquaviário, Ferroviário eAéreo, Meton Soares, diz quea regulamentação propostapela SEP pode ser positiva,desde que amplamente discu-tida com os órgãos envolvi-dos. “Os valores cobrados sãoelevados dentro do contextoda composição do frete decada empresa de navegação”,diz Soares, também presiden-te da Fenavega (FederaçãoNacional das Empresas deNavegação Marítima, Fluvial,Lacustre e de TráfegoPortuário).

Na avaliação de Soares, éimportante haver uma regula-mentação sobre os preços dapraticagem, entretanto, eleressalta que não podem serdefinidos valores iguais paradiferentes zonas de pratica-gem, já que cada lugar temuma especificidade.

Eduardo Carvalho, diretorda Fenavega e presidente daMCLog, que atua na regiãoAmazônica, considera que épreciso também ampliar onúmero de práticos. Segundoele, a cobrança pela pratica-gem não está compatível coma realidade brasileira. “É umasituação que influencia dire-tamente nos preços dos pro-dutos de exportação.”

A Marinha informou, pormeio do Centro deComunicação Social, que nãofaz controle dos preços dasempresas de praticagem.Somente intervém, conformea Lei de Segurança doTráfego Aquaviário, casohaja a hipótese de paralisa-ção dos serviços.

concluiu os quatro anos deestudo na escola de formaçãode oficiais da MarinhaMercante e começou a traba-lhar em navio petroleiro. Elaera oficial de náutica e pas-sou a ter um contato maispróximo com os práticos.Michele prestou o primeiroconcurso em 2006 e passou,para atuar na área do rioAmazonas.

Foi chamada em 2008, mas,ao mesmo tempo, prestououtro concurso. Desta vez,para atuar na zona de pratica-gem do Rio de Janeiro.

ACESSO Lancha especial é utilizada para levar o prático até a embarcação

Uma lanchanova custaem torno de

R$ 1,5 mi,segundo aConapra

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CONHEÇA MAIS A PROFISSÃO

Quem é o prático• São aquaviários, habilitados por meio de processos seletivos públicos, organizados pela Marinha

• No Brasil, a praticagem é uma atividade regulamentada desde a aberturados portos em 1808

• É um profissional com sólida formação náutica e grande conhecimento dascaracterísticas locais, como profundidades, regime de marés, correntes,ventos, normas de navegação, entre outros

O que faz• O serviço de praticagem consiste no conjunto de atividades profissionais deassessoria ao comandante, devido a peculiaridades locais que dificultam alivre e segura movimentação da embarcação

• Os profissionais são conduzidos para os navios por meio de lanchas, compadrões especiais para o transbordo seguro

• As operações podem durar vários dias, como no rio Amazonas, ou levarpoucas horas, em manobras de atracação ou desatracação

• O trabalho visa a preservação da vida humana, do meio ambiente e daeconomia

Onde é feita a praticagem• Há práticos em todos os portos ou terminais de zonas de praticagem – locais cujas características oferecem restrições à livre e segura movimentação de embarcações

• Nessas áreas, havendo ou não portos, todos os navios devem ter um práticoa bordo para serem autorizados a navegar

• Essa característica se aplica a todas as nações marítimas, seja em áreasportuárias ou onde não há portos, como longos trechos do rio Amazonas ou da Grande Barreira de Corais da Austrália

Qual a idade desse profissional• A idade inicial para concorrer a uma vaga no concurso de praticante deprático é 18 anos

• No entanto, pelo fato de ser necessário curso de nível superior para oingresso na atividade e pelos conhecimentos exigidos estarem relacionadosàs atividades profissionais na Marinha Mercante ou de Guerra, a média deidade entre os iniciantes é em torno de 30 anos

• Não há idade máxima, mas devido às características do serviço, que exigem rigidez física e mental comprovadas em exame, é pouco comum que continuem em atividade após 65 anos

O que fazer para ser um prático• A maior parte dos práticos em atividade foi oficial da Marinha Mercante ouda Marinha de Guerra do Brasil

• Mas qualquer candidato com grau de instrução superior e nível de formação marinheira a partir de mestre amador pode concorrer ao exame para praticante de prático

• Esse exame é organizado pela Marinha do Brasil• Após aprovado, o candidato a prático é submetido a processo de formaçãoque dura de um a dois anos, sob a responsabilidade da associação de praticagem local

• Quando considerado apto, o praticante de prático presta novo exame, também organizado pela Marinha do Brasil

• A cada cinco anos, os práticos passam por um curso de atualização

Fonte: Conapra (Conselho Nacional de Praticagem)

Além de ser carioca e porisso ter preferência pelo lito-ral fluminense, Michele contaque as operações no Rio sãomais rápidas, duram algumashoras, ao contrário da regiãoAmazônica. Isso acabousendo um atrativo pela esco-lha pelo Rio de Janeiro.

“Quando eu trabalhava naMarinha Mercante, ficava qua-tro ou cinco meses embarca-da. Eu gostava disso, mas sen-tia falta da família, dos ami-gos. Vi então na profissão deprático uma forma de conti-nuar em contato com o mar e

poder estar mais perto daminha família”, define.

RemuneraçãoA remuneração mensal de

um prático é atrativa. O diretordo Conapra (Conselho Nacionalde Praticagem), Otávio Fragoso,afirma que a média mensal “éalgo acima de R$ 20 mil e abai-xo de R$ 30 mil”. Mas, recente-mente, o Syndarma (SindicatoNacional das Empresas deNavegação Marítima) afirmouque um prático do Porto deSantos pode ganhar R$ 150 milpor mês ou até bem mais.

Geralmente, esses profissionaisse organizam em sociedades, porzonas diferenciadas, e rateiam olucro. Dependendo do porto, aremuneração pode ser maior oumenor. O diretor do Conapra afir-ma que nunca ganhou R$ 100 milpor mês.

“E acredito que em nenhumlugar se chegue a esses valores.Tem um pouco de mito em tornodisso. No Rio de Janeiro, nossamédia histórica chega perto de R$40 mil, mas isso em um momentomuito positivo”, garante.

Fragoso faz questão de res-saltar que os gastos paradesempenhar a operação dapraticagem são muito altos ecita que, uma lancha nova,bem-equipada, custa em tornode R$ 1,5 milhão. l

ACESSO Lancha especial é utilizada para levar o prático até a embarcação

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201044

Criada há dois anos, aComjovem Nacional(Comissão de JovensEmpresários e

Executivos) comemora os fru-tos alcançados durante esseperíodo. Além das palestras,seminários, debates e encon-tros anuais, que têm o objeti-vo de unir as pregressas lide-ranças empresariais, o grupoinstituiu 15 núcleos regionaisem cidades de vários Estados.Este ano, a comissão viaja portodo o país com o projeto“Seminários Itinerantes –Comjovem Convida”, cuja fina-lidade é mostrar aos jovensempresários a importância de

interagir com outros profis-sionais.

Temas como sucessãofamiliar e custos em transpor-tes são discutidos durante osseminários itinerantes. Novastecnologias e ferramentas decomunicação também sãoapresentadas. Segundo o eco-nomista André Ferreira, 34anos, coordenador daComjovem Nacional desde asua criação, um dos objetivosprincipais desses encontros étambém apontar como é pos-sível contribuir com novasideias para o mercado.Maringá (PR) e São José dosCampos (SP) já receberam o

evento e outras cinco cidadesestão confirmadas.

Ferreira, também diretor daRápido 900 e do Setcesp(Sindicato das Empresas deTransportes de Carga de SãoPaulo e Região), afirma que aComjovem alcançou suasmetas. “A comissão tornou-seuma porta de entrada para queos jovens empresários possamter acesso à coordenação dasentidades ligadas ao setor detransporte de cargas,” diz.

Em 1992, empresas do setorcom atuação em São Paulo jávislumbravam organizar umgrupo de jovens lideranças.Segundo Ferreira, a ideia de

implantar a comissão surgiuno Setcesp. “Não houve conti-nuidade e, em 1997, as ativida-des foram suspensas. Em2004, o então presidente daFetcesp (Federação dasEmpresas de Transporte deCargas do Estado de SãoPaulo), Urubatan Helou, deci-diu reativar o grupo, com oapoio do sindicato.” Foi nessemomento que surgiu aComjovem SP. “A comissãoatingiu seus principais objeti-vos, que eram enriquecer oconhecimento das novas lide-ranças, promover a integra-ção desses jovens e despertarlíderes sindicais.”

POR LETICIA SIMÕES

GESTÃO

Juventudeno comandoComjovem completa dois anos com 15 núcleos

regionais e lança seminário itineranteINICIATIVA Maringá (PR) recebeu etapa do projeto Seminários Itinerantes – Comjovem Convida, reunindo jovens empresários

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 45

bui bastante para o nosso diaa dia. Os integrantes daComjovem estão conectados enos comunicamos constante-mente por meio de várias fer-ramentas. Dúvidas, dicas, tudoisso é dividido entre os inte-grantes. Algo que na época denossos pais não existia.”

A Comjovem Nacional écomposta pelo coordenadornacional e por dois vice-coor-denadores. André Ferreiraconta com o apoio dos empre-sários Tayguara Helou, 28anos, responsável pela con-troladoria administrativa econtábil do grupo H&PBraspress, e Roberto MiraJúnior, 32 anos, diretor desuprimentos da Mira OTMTransportes. Já os núcleosregionais são dirigidos porjovens empresários e executi-vos com idade de até 35 anos.“Essa faixa etária não é fecha-da. As atividades são abertasa todos que queiram partici-par. Temos um mailing com ocadastro dos jovens empresá-rios do setor”, diz Ferreira. Eleafirma que não há uma elei-ção formalizada para a esco-lha do coordenador nacional.Segundo o dirigente, a trocaserá feita quando os integran-tes da comissão julgarem

sucesso. A criação dosnúcleos regionais demonstraisso. Percorremos todo oBrasil para divulgar a comis-são, promovendo inúmeroseventos, propondo palestras edemais atividades de interes-se para nossos integrantes epara o setor como um todo.”

Na opinião do coordenador,a troca de experiências entreas jovens lideranças é um dosprincipais trunfos daComjovem. “A network – termousado para definir uma redede profissionais que se rela-cionam com o objetivo de pro-mover intercâmbio de conhe-cimento e parcerias – contri-

regionais é feita por meio deuma parceria entre aNTC&Logística e os sindicatosde cada Estado, como explicao coordenador. “A criação éviabilizada com os sindicatosque têm interesse em possuirum braço da Comjovem emseu Estado. Os executivos daNTC&Logística fazem um pri-meiro contato com as entida-des. Havendo o interesse, voupessoalmente e apresentonossas atividades.”

Para André Ferreira, obalanço desses dois anos daComjovem Nacional é maisque positivo. “A comissão éuma realidade de enorme

O sucesso alcançado pelacomissão em São Paulo esti-mulou a criação da ComjovemNacional. “Ao assumir aNTC&Logística (AssociaçãoNacional do Transporte deCargas e Logística), FlávioBenatti criou a ComjovemNacional, com o apoio daFetcesp. Fui convidado paracoordenar a comissão e per-correr o Brasil, a partir de SãoPaulo, repassando nossaexperiência regional paratodo o país”, afirma Ferreira.A Comjovem Nacional congre-ga, hoje, mais de cem novaslideranças do setor.

A formação dos grupos

INICIATIVA Maringá (PR) recebeu etapa do projeto Seminários Itinerantes – Comjovem Convida, reunindo jovens empresários

FOTOS NTC/DIVULGAÇÃO

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Encarando a renovaçãoDE PAI PARA FILHO

Vivenciar o cotidiano dasempresas em todos os seto-res. Esse foi o caminho esco-lhido pela maioria dos jovensque optaram por dar sequên-cia às atividades das empre-sas erguidas por geraçõesanteriores.

Lylian Alves Bittar, 31anos, assumiu a direçãogeral da Transbitta há trêsanos. Sua experiência naempresa da família, contu-do, começou aos 14 anos.“Passei por todos os depar-tamentos da empresa, o quefoi muito importante, poispude conhecer todo o pro-cesso.” Formada em direitoe com diversos cursos decapacitação no currículo,Lylian diz que não foi fácilchegar à direção. “O jovemque assume a empresa her-dada pelo pai, normalmen-te, é rotulado como o ‘filhodo dono’. Sofri preconceitopor parte dos funcionáriosmais velhos. Alguns delesainda atuam na empresa e,felizmente, reconhecemmeus méritos.”

O interesse pelos negóciosda família levou RodrigoPossari, 33 anos, a começarcedo na Cruzeiro do SulCargas. Ele iniciou suas ativi-dades na oficina da empresae, hoje, é diretor-comercial.Para ele, a geração que come-ça a invadir a direção dascompanhias é mais participa-tiva. “Os jovens estão se apro-ximando e unindo a categoria.A grande vantagem é quenovas ideias vão sempre sur-gindo. O jovem é menos con-servador e isso propicia atroca de conhecimento.”

Ana Carolina FerreiraJarrouge, 32 anos, está naTransportadora Ajoferdesde os 17. Passou pordiversas áreas e atualmentecomanda o departamentojurídico e gerencia o setorde recursos humanos daempresa. Como se não bas-tasse, Ana é a assessoradireta de seu pai, AntônioFerreira, sócio-presidentedo negócio. “Não consigome limitar só ao meu cargo.Participo de tudo, sou envol-vida em todos os processosda empresa.”

Ela diz que o conflito degerações não intimida suasatividades. “Os mais velhostêm um pensamento umpouco diferente de quemestá começando. Meu paiacompanha bem essa reno-vação e me dá liberdadepara determinadas decisões.Seu estilo de administraçãotem mudado bastante.”

Para Antônio Ferreira, oequilíbrio e a boa preparaçãopodem evitar conflitos. “Osjovens quando têm ideias evisões diferentes da filosofiada instituição, evidentemen-te, podem causar uma inse-gurança a seus liderados.Para que isso não ocorra deforma abrupta, é necessárionão só ser capacitado, master pleno aprendizado quan-to ao funcionamento daempresa.” Para ele, a renova-ção traz vantagens paratodos. “A disposição dosjovens, aliada a um conheci-mento global da empresa e àformação acadêmica, só tema contribuir para uma gestãoeficiente.”

necessário. Já os núcleosregionais têm suas eleiçõesrealizadas a cada dois anos.

De acordo com ele, osnúcleos regionais têm liberda-de para organizarem seuseventos e atividades. “Sempreprocuro fechar os eventos daComjovem Nacional de acordocom as ações de todos osnúcleos. Quando há visitastécnicas dividimos os grupospara que todos os integrantespossam participar.”

Além dos seminários,palestras, workshops e visitastécnicas, a Comjovem

Nacional organiza seu encon-tro anual. A cada edição, osintegrantes se reúnem paradiscutir temas relacionadosao transporte rodoviário decargas e à sucessão de empre-sas familiares. Os encontroscontam também com partici-pações de palestrantes deoutros setores que abordamtemas diversos como compor-tamento e novas mídias.Durante as reuniões, são apre-sentados pela coordenação obalanço das atividades do anocorrente e as perspectivaspara o seguinte. Na oportuni-

TROCA DE EXPERIÊNCIA Em Campo Grande (MS), o encontro dos jovens empresários foi realizado no início do mês de maio

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 47

dade, a comissão lança a edi-ção anual de sua revista“Brasil Transportes JovensEmpresários”.

Rachel Vieira, consultorade planejamento de carreirada Ricardo Xavier ManagerAssessoria em RecursosHumanos, afirma que o pro-cesso de rejuvenescimento nadireção das companhias épositivo. “As instituiçõesestão ingressando em umafase em que as empresas têmvida maior e, justamente porisso, precisam de renovação.”

Na opinião da consultora,

as empresas têm se prepara-do melhor para essa suces-são natural. “Geralmente, arenovação diretiva se con-cretizava somente quandoos pais faleciam ou quandoeram obrigados a se afastardas atividades por motivode força maior. Os jovens,filhos desses empreendedo-res, viam-se obrigados aassumir o novo desafio. Issomudou. Hoje, os novosempresários têm capacita-ção e os gestores veem essanecessidade de renovação.Do contrário, suas empresas

podem ser engolidas pelomercado.”

Ela diz ainda que os precon-ceitos em relação às jovenslideranças ainda são uma reali-dade. “A imagem de umempreendedor bem-sucedidoprega certa idade, mas não con-diz com a realidade global. Aempresa que escolhe um jovemcomo dirigente deve demons-trar a toda equipe que a decisãofoi segura, para passar credibili-dade a todos os setores.”

Para Rachel, o novo empre-sário deve ter muito mais quecapacitação profissional. “Osjovens devem ter, em primeirolugar, preparo psicológico eemocional. Conhecer-se beme saber quais são seus pontosfortes e fracos. A confiançavem por meio do trabalho e dadedicação.” A consultora tam-bém aponta o conhecimentopleno das atividades daempresa como ponto a favorpara quem assume um cargode direção. “Aprender com aprática do dia a dia e passarpor todos os departamentosda empresa ajuda muito. Paraum processo de sucessão efi-ciente, esse trabalho de prepa-ração deve ser feito. O jovemdever saber o que lhe espera,aliando a experiência dos ges-tores mais velhos com a ousa-dia dos mais novos.” l

TROCA DE EXPERIÊNCIA Em Campo Grande (MS), o encontro dos jovens empresários foi realizado no início do mês de maio

COMJOVEMEM 2010Meta

A Comjovem estima criar

mais cinco comissões,

provavelmente, em cidades

do interior de São Paulo,

Mato Grosso e Rio Grande

do Sul

Projeto “Seminários

Itinerantes - Comjovem

Convida”

Cidade Data

Campo Grande 8/5

Uberlândia 22/6

Campinas 17/8

Santos 12/10

3º Encontro Nacional da

Comjovem

Onde: Hotel Transamérica,

Ilha de Comandatuba (BA)

Quando: 25 a 28/11

Visitas técnicas programadas

Onde: Challenge Bibendum

2010, Rio de Janeiro

Quando: 30/5 a 3/6

Onde: Fábrica da Mercedes

na Argentina

Quando: Data a confirmar.

Participações

• 10º Seminário Brasileiro do

Transporte Rodoviário de

Cargas

• 2º Seminário Olhar

Empresarial.

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201048

Polêmico desde o lan-çamento, em 2007, oPAC (Programa deAceleração do

Crescimento) nasceu com amissão de retomar investi-mentos em infraestruturalogística, energética, social eurbana e com a ambição dedeixar sua marca como plane-jamento de longo prazo a serusado por sucessivos gover-nos. A previsão inicial deinvestimentos para o período2007/2010, de R$ 503,9 bilhões,chega ao último ano do qua-driênio ao valor de R$ 638

mentos em rodovias (R$ 27,7bilhões), marinha mercante(R$ 11,2 bilhões em financia-mento de 218 embarcações edois estaleiros), ferrovias (R$1,14 bilhão), aeroportos (R$ 250milhões), portos (R$ 123,7milhões) e hidrovias (R$ 8,3milhões).

O secretário de PolíticaNacional de Transportes,Marcelo Perrupato, explicaque o PAC 1 e o PAC 2 foramformulados para o setor apartir das diretrizes do PNLT(Plano Nacional de Logística eTransportes), elaborado pelo

bilhões, dos quais, pelo maisrecente balanço oficial divul-gado em fevereiro, R$ 256,9bilhões (40,3% do total) repre-sentariam as ações concluídasaté então. Apesar das críticasà execução do programa deobras, a continuação previstano PAC 2, lançado em marçode 2010, ganhou contornosainda mais ambiciosos: R$958,9 bilhões entre 2011 e 2014e a possibilidade de atingir R$1,5 trilhão após 2014.

Na área de transportes, obalanço oficial do PAC contabi-liza R$ 40,5 bilhões em investi-

Planejamentoé a questão

POR SUELI MONTENEGRO

INFRAESTRUTURA

Carência foi detectada pelo próprio governo e explica em parte atrasos nas obras do PAC

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 49

ANTÔNIO PUGÁS/DNIT/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201050

tem sido incisivo para que osprojetos já tragam o cálculodo valor dos empreendimen-tos e que tudo seja feito den-tro dos limites legais e depadrões já consagrados paracoibir o uso de artifícios queencareçam a obra.

Ele cita como exceção oDnit (Departamento Nacionalde Infraestrutura deTransportes), que tem um cri-tério de custo tradicional eaceito por lei, embora o órgãosucessor do antigo DNER(Departamento Nacional deEstradas de Rodagem) tenha

Ministério dos Transportescom o objetivo de retomar oplanejamento de médio elongo prazos e “dar ao setorprodutivo os instrumentosnecessários para sustentarciclos contínuos de cresci-mento econômico”. SegundoPerrupato, o PNLT trabalhaatualmente com um horizontede planejamento para 2023 eprevisão de ser estendidopara 2031.

Um planejamento que semostrava necessário apósanos de inércia encontroudesafio ainda maior para asdimensões dos empreendi-mentos: a desestruturaçãodos órgãos técnicos responsá-veis pela execução das licita-ções e a ausência de projetosbásicos de qualidade para asobras. Essa carência é reco-nhecida pelo próprio governo,pelo TCU (Tribunal de Contasda União) e pelo setor privado.

Perrupato afirma que ogoverno e o Ministério dosTransportes têm trabalhadopara eliminar os entraves àexecução de projetos resul-tantes da retração dos investi-mentos federais a partir dadécada de 80. “Todo essetempo com baixos índices deinvestimento teve como prin-cipal resultado o desgaste dainfraestrutura federal, o desa-parelhamento do setor cons-

trutor e da própria administra-ção pública”, diz.

Para o secretário deFiscalização de Obras do TCU,André Luiz Mendes, emboratodos os questionamentosacabem desembocando naquestão do preço, a grandeorigem dos problemas consta-tados pelos auditores do tribu-nal está nos projetos. Mendescalcula que quase 80% dosprojetos básicos são ruins, oque dá margem para altera-ções no decorrer da obra eaumento no custo final. Osecretário destaca que o TCU

sentido também o desmante-lamento das áreas técnicas dogoverno nos anos 80 e 90. Dizque os problemas maioresestão em órgãos com poucaestrutura técnica e menos tra-dição em fazer licitações elembra também que parte dasobras é feita por meio de con-vênios com Estados e municí-pios que, muitas vezes, nãotêm projeto básico.

O diretor-geral do Dnit, LuizAntônio Pagot, relata que como início do PAC foi possívelcontar com recursos disponí-veis e não contingenciados

EFICIÊNCIA Brasil precisa ampliar a participação do modal hidroviário na matriz de transporte

“O grandeproblema é que

quando o governo tomoua decisão de

executar o PACestávamos

com escassezde projetos”

LUIZ ANTÔNIO PAGOT, DIRETOR-GERAL DO DNIT

Page 51: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 51

melhoramentos, tínhamos pro-jetos básicos antigos, quetivemos de transformar emprojetos executivos e buscaras licenças ambientais.”

Responsável pela contrata-ção de obras rodoviárias, o Dnitprojeta executar até o final doano a totalidade dos R$ 10,16bilhões incluídos no PAC 1 paraos projetos de manutenção e de75% de um total de R$ 37bilhões, em valores corrigidos (ovalor atual, também corrigido, éde R$ 33 bilhões), em obras deimplantação, adequação commelhoramentos e duplicação de

para investimentos no progra-ma de obras, previstos no PPI(Projeto-Piloto de Investimentos)de 2001 e também resultantesda Cide (Contribuição deIntervenção no DomínioEconômico). Posteriormente, oPPA possibilitou o correto pla-nejamento dos investimentosao longo dos anos. ”O grandeproblema é que quando ogoverno tomou a decisão deexecutar o PAC estávamoscom escassez de projetos,principalmente na área demanutenção. Na área de dupli-cação e adequação com

rodovias. Esses projetos têmatualmente percentuais de exe-cução de 80% e de 60%, respec-tivamente. O órgão administratambém a implantação e amanutenção de terminais por-tuários dentro do programa deinvestimentos em hidrovias, quetem R$ 1,2 bilhão previstos noPAC 1. Coordena também oProsefer (Programa Nacional deSegurança Ferroviária em ÁreasUrbanas), com R$ 1,5 bilhão doprograma para obras de melho-ria do acesso urbano.

Pagot prevê a transferên-cia para 2011 de aproximada-mente R$ 10 bilhões, com acontinuação das obras já den-tro do PAC 2. Dos R$ 48,4bilhões previstos pelo progra-ma para o período 2011/2014,R$ 22 bilhões serão adminis-trados pelo Dnit na realizaçãode obras de infraestruturarodoviária. Pagot diz que namanutenção rodoviária, comoo programa de obras é decinco anos, ele começa em2011 e vai até 2015.

Embora aponte fragilida-des nas duas versões do PACpor classificá-las como “umportfólio de projetos” monta-dos de forma desordenada, ocoordenador de Infraestru-tura e Logística da FundaçãoDom Cabral, Paulo ResendeTarso, afirma que é necessá-rio “dar o crédito ao governo

brasileiro nos últimos dezanos por retomar esse plane-jamento.” Resende critica,porém, a pressa e a falta decoordenação entre os órgãose diz que falta priorizar proje-tos e, dentro disso, ter plane-jamento de longo prazo. “Issoé estratégia. Você pode correratrás de financiamento inter-no ou externo ou de parceriaspublico-privadas”, acrescen-ta.

O professor vê méritos,porém, nos projetos voltadospara a extensão e a moderni-zação da malha ferroviária,que tem um total previsto deR$ 43,9 bilhões para o período2011/2014 em recursos públi-cos, além dos investimentosprivados. “O ferroviário, nomeu ponto de vista, de todosos modais de transporte, é oque faz mais sentido. Se vocêpensa nos investimentos fer-roviários, os corredores cami-nham para a fronteira agríco-la. É uma lógica de estratégiabem definida e focada.”Quanto às obras voltadas paraa mobilidade urbana (metrôs,veículos leves sobre trilhosetc), a cargo do Ministério dasCidades, Resende acredita sernecessário pensar em umcenário mais perene, queultrapasse o simples planeja-mento para a Copa de 2014 e aOlimpíada de 2016. l

EFICIÊNCIA Brasil precisa ampliar a participação do modal hidroviário na matriz de transporte

IVAN CRUZ/A TARDE/FUTURA PRESS

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201052

SECRETARIA DE CULTURA DE BONITO/DIVULGAÇÃO

TURISMO Aeroporto de Bonito (MS) está preparado para receber voos regionais vindos de Campo Grande

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 53

Viajar para alguns destinosturísticos no Brasil pode, mui-tas vezes, ser uma grandeaventura. Diferentemente das

facilidades encontradas por quem vaiconhecer os lugares mais famosos ebadalados, o turista que decide viajarpelo interior do país pode não encontrarmuitas opções de transporte.

No entanto, essa realidade está mudan-do. Muitas companhias aéreas regionais jáoferecem voos diários ou no mínimo sema-nais para os destinos turísticos mais distan-tes dos grandes centros.

Segundo a Anac (Agência Nacional deAviação Civil), são considerados voos regio-nais aqueles que têm origem ou destino, ouambos, em algum aeroporto do interior do

país ou linhas complementares. Atualmente,existem 764 rotas regionais autorizadaspela agência e outras 32 devem entrar emoperação até julho deste ano.

Para o presidente da Abetar (AssociaçãoBrasileira das Empresas de TransporteAéreo Regional), Apostole LazaroChryssafidis, as expansões da malha aérearegional por todo o país devem estimular aintegração das regiões e, consequentemen-te, possibilitar o desenvolvimento do turis-mo, mas ainda é preciso incentivo.

Mesmo com a oferta de voos crescendo,a participação das empresas regionais nomercado da aviação brasileira ainda épequena. Segundo dados da Anac de abrildeste ano, as dez empresas que operamvoos regionais são responsáveis por 5,73%

TRANSPORTE AÉREO

POR LIVIA CEREZOLI

Mercadocrescente

Aviação regional garante desenvolvimentodo turismo em cidades de médio epequeno portes no interior do país

SECRETARIA DE CULTURA DE BONITO/DIVULGAÇÃO

TURISMO Aeroporto de Bonito (MS) está preparado para receber voos regionais vindos de Campo Grande

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201054

do mercado nacional. Gol e TAMrespondem por 82,82%. Webjet eAzul têm respectivamente, 5,89%e 5,56% do mercado.

O secretário-executivo doMinistério do Turismo, MárioMoysés, confirma que a aviaçãoregional desempenha um papelimportante para o desenvolvimen-to do turismo no país, uma vezque facilita o acesso a determina-das localidades. “O Brasil é muito

grande. Temos uma infinidade depaisagens, recursos naturais e cul-turais que em alguns lugares só épossível conhecer de avião. Porisso, acreditamos e incentivamosa aviação regional”, diz ele.

De acordo com Moysés, oministério tem aplicado recursosna ampliação e construção denovos terminais aeroportuáriosem algumas regiões do país (leiamais no texto ao lado), além de

Aeroportos limitam crescimento INFRAESTRUTURA

Alguns aeroportos querecebem voos regionais nascidades turísticas brasileirasmantêm uma infraestruturadeficitária e nem sempre ofe-recem condições de seguran-ça e conforto adequadas paraa operação das companhiasaéreas.

Administrados, na maioriadas vezes, por governos esta-duais, municipais ou porempresas terceirizadas, essesterminais, quando não aten-dem às exigências necessá-rias, deixam de receber voos,como mostrou a reportagemda edição 171 da revista CNTTransporte Atual.

Armação dos Búzios, no Riode Janeiro, é um exemplodessa realidade. Desde o anopassado, a Team Linhas Aéreastransferiu os voos para oAeroporto Internacional deCabo Frio – distante cerca de30 km de Búzios – e mantémtransporte terrestre dos passa-geiros até a cidade.

“Os principais problemaseram falta de iluminação, desegurança na pista, falta de bri-gada de incêndio e uma precá-ria infraestrutura para check-ine recepção dos passageiros”,diz Lygia Moreira, diretora demarketing da companhia.

O Grupo Modiano, queadministra o aeroportoHumberto Modiano em Búzios,afirma que o aeroporto cum-pre todas as normas de segu-

rança e está autorizado pelaaeronáutica a receber voosfretados e táxi áreo. A pista épavimentada e tem 1.300metros de extensão.

Só em 2009, 99 aeródromosforam interditados pela Anac(Agência Nacional de AviaçãoCivil) em todo o país, por nãoatenderem as condições neces-sárias para o funcionamento.De acordo com o presidente daAbetar, Apostole LazaroChryssafidis, falta investimen-to. “Sentimos uma agoniaquando vemos os investimen-tos que precisam ser feitos nãosaírem do papel”, diz.

Segundo ele, entre 1994 e2009, mais de R$ 1 bilhão derecursos do Profaa (ProgramaFederal de Auxílio aAeroportos) deixou de serinvestido nesses aeroportos.De acordo com a Anac, a faltade documentação adequadaentregue pelas cidades atrasaa liberação dos recursos.

Por outro lado, o Ministériodo Turismo afirma que temestabelecido parcerias para aaplicação de recursos nosaeroportos brasileiros regio-nais localizados em cidadesturísticas. Dados do ministériomostram que, entre 2003 e2008, foram liberados R$46,903 milhões para obras dereforma, ampliação e constru-ção de novas pistas e termi-nais em 18 cidades com poten-cial turístico.

“Atendemos a um número menor de passageiros e podemos ter uma atenção diferenciada”

MUDANÇA Team Brasil parou de operar em Búzios devido à falta de infraestrutura do aeroporto

APOSTOLE LAZARO CHRYSSAFIDIS, PRESIDENTE DA ABETAR

“Somos afavor da

ampliação docapital

estrangeironas empresase da criaçãodo fundogarantidor

para aquisiçãode aeronavesnacionais”

MÁRIO MOYSÉS,SECRETÁRIO-EXECUTIVO DO MINISTÉRIO DO TURISMO

Page 55: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 55

Abav-SP (Associação Brasileirade Agências de Viagens de SãoPaulo), também acredita que aoferta de voos regionais traráganhos significativos para oturismo brasileiro. “As nossasoperadoras estão começando aenxergar esse nicho e a tendên-cia de aumento nas vendas depacotes nos próximos seis mesesé visível”, diz ele.

Bull acredita que turistas das

classes A e B, que já conhecem osdestinos mais famosos do Brasil eprocuram novas opções de pas-seios, devem ser os grandes clien-tes da aviação regional voltadapara o turismo no Brasil.

A Trip Linhas Aéreas tem amaior oferta de destinos entre asempresas regionais. Nas rotasexclusivas oferecidas pela empre-sa estão cidades como Bonito, noMato Grosso do Sul, as históricas

Diamantina e São João del-Rei, emMinas Gerais, e ainda Barcelos, noAcre, atraente pelas praias fluviaisàs margens do rio Negro.

A empresa transportou, em2009, 1,6 milhão de passageiros.Desse total, entre 20% e 30%tinham objetivo turístico. “Esseé um mercado interessante, quevem crescendo muito. São cida-des que não eram atendidas pornenhuma empresa aérea, têm

apoiar ações de incentivo à avia-ção regional. “Somos a favor daampliação do capital estrangeironas empresas e da criação dofundo garantidor para aquisiçãode aeronaves nacionais.”Atualmente, a legislação brasi-leira permite 20% de capitalestrangeiro nas empresasaéreas, mas há propostas paraque esse limite passe a 49%.

Edmar Bull, presidente da

“Atendemos a um número menor de passageiros e podemos ter uma atenção diferenciada”

MUDANÇA Team Brasil parou de operar em Búzios devido à falta de infraestrutura do aeroporto

OPÇÕES Trip oferece mais alternativas de voos regionais

APOSTOLE LAZARO CHRYSSAFIDIS, PRESIDENTE DA ABETAR

TEAM LINHAS AÉREAS/DIVULGAÇÃO TRIP/DIVULGAÇÃO

AVIAÇÃO NACIONAL

Participação das empresas (abril 2010)

EMPRESA PARTICIPAÇÃO (*) Sol 0,01NHT 0,02Sete 0,02Air Minas 0,03Meta 0,04Puma Air 0,05Total 0,10Pantanal 0,14Passaredo 0,59Trip 2,29Avianca (antiga OceanAir) 2,45Azul 5,56Webjet 5,89Gol/Varig 40,69TAM 42,13

* % passageiros por km pagos transportadosFonte: Anac

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201056

prios. “O avião ainda é insignifi-cante. O aeroporto existe desde2004, mas os voos estão sendooferecidos há apenas um ano.Porém, nós acreditamos nessecrescimento de demanda”, afir-ma Mariano.

De acordo com ele, existemprojetos em andamento para aampliação do terminal. Em 12meses, já foi investido R$ 1milhão em obras. Bonito tem umorçamento previsto para esteano de R$ 37 milhões, mas oturismo movimenta mais que odobro na cidade – cerca de R$80 milhões. “Esse dinheiro émuito bem distribuído social-mente em toda a cidade, desdeo vendedor de suco até os gran-des hotéis”, afirma Mariano.

rior. Para Bonito, a empresa ofe-rece dois voos semanais, àsquintas-feiras e aos domingos,partindo de Campo Grande. ParaSão João del-Rei, os voos sãodiários, e para Diamantina, nosfinais de semana.

De acordo com o secretáriode Turismo, Indústria eComércio de Bonito, AugustoBarbosa Mariano, os voos quechegam à cidade são importan-tes porque reduzem a distânciatemporal da viagem e, dessaforma, atraem mais turistasdomésticos e estrangeiros.

Em 2009, Bonito recebeuaproximadamente 170 mil turis-tas, dos quais 10% vieram deoutros países. A grande maioriachega à cidade em veículos pró-

demanda significativa, mas nãosuportam grandes aeronaves.Escolhemos os destinos corre-tos e voamos com as aeronavesadequadas”, afirma EvaristoMascarenhas de Paula, diretorde marketing e vendas da Trip.Os voos da empresa são realiza-dos nas aeronaves ATR 42, comcapacidade para 45 passagei-ros, ATR 72, para 68 pessoas, eEmbraer 175, com 86 lugares.

Segundo Mascarenhas, aoferta dos voos varia muito deacordo com a característica decada cidade, mas a empresatem como objetivo voar semprecom mais frequência para cadauma dessas localidades.Geralmente, os voos partem dascapitais dos Estados para o inte-

REGIÃO SUL A empresa NHT, com sede em Porto Alegre, transporta cerca de 7.000 passageiros por mês e vai adquirir novas aeronaves até o final do ano

Abetar e ministério miram CopaTREINAMENTO

Para oferecer um melhoratendimento aos turistas quevisitarão o país durante a Copade 2014, a Abetar e o Ministériodo Turismo firmaram parceriano final de abril para elevar aqualidade no atendimento,que é prestado ao turista,pelos profissionais que atuamna aviação regional.

A assinatura do convê-nio contou com a presençado ministro do Turismo,Luiz Barreto, e do presiden-te da Abetar, ApostoleLazaro Chryssafidis, entreoutras autoridades. A ini-ciativa faz parte doPrograma Bem Receber –Copa 2014, criado peloministério. A expectativa daassociação é atender cerca

de 1.500 profissionais emum prazo de 12 meses.

Os cursos serão divididosem três módulos, com cargahorária total de 160 horas. Noprimeiro, os profissionaisterão acesso a temas comoética e cidadania, a importân-cia do turismo como atividadeeconômica, postura profissio-nal e qualidade no atendimen-to, sustentabilidade e plurali-dade cultural. A segunda etapaabordará temas mais específi-cos ao transporte aéreo regio-nal e o último módulo envolveparte teórica e prática cominformações sobre história,cultura e atrativos turísticosdas localidades e regiões ondeoperam. As aulas serão minis-tradas a distância.

Atualmente,a legislaçãobrasileirapermite

20%de capitalestrangeironas empresas

aéreas

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 57

No Sul do país, a opção paraconhecer as tradições gaúchassão as rotas oferecidas pelaNHT Linhas Aéreas. A empresaoferece voos regulares paracidades do interior do RioGrande do Sul como SantaMaria, Pelotas, Santo Ângelo,Santa Rosa e Passo Fundo, par-tindo da capital Porto Alegre,além de outras cidades emSanta Catarina e no Paraná.

O foco principal da empresa,que mantém na sua frota seisaeronaves LET 410 com 19assentos, é o turismo de negó-cios, por isso, os voos são reali-zados de segunda a sexta-feira.Porém, o turismo de lazer já fazparte dos planos da NHT.“Temos a meta de, até o final

deste ano, introduzir de três acinco aeronaves de até 50 pas-sageiros em nossa frota e ofere-cer voos nos finais de semanapara alguns destinos turísticosno interior do país”, afirmaJeffrey Kerr, diretor de planeja-mento da companhia. A NHTtransporta, em média, de 6.000a 7.000 passageiros ao mês.

Destinos turísticos comapelo religioso também podemser conhecidos por meio daaviação regional. A AbaetéLinhas Aéreas oferece voos àssegundas, quartas, quintas esextas-feiras, partindo deSalvador para Bom Jesus daLapa, conhecida como a capitalbaiana da fé.

Segundo Valdeir Lomanto

Mascarenhas, gerente daAbaeté, o aeroporto de BomJesus da Lapa é bem pequenoe impõe algumas restrições àoperação dos voos. A pistacom 1.100 metros de compri-mento não está apta a rece-ber aeronaves de grandeporte. A Abaeté opera com oEmbraer 110-Bandeirante, comcapacidade para 14 pessoas,mas, em alguns horários,devido à temperatura, quepode influenciar na seguran-ça da decolagem, só podemembarcar 12 passageiros.

“Por algum tempo, existiuum descaso com os aeropor-tos do interior da Bahia. Hoje,o governo do Estado voltou ainvestir. Mesmo assim, ainda

falta infraestrutura para ofe-recer um pouco mais de con-forto aos passageiros” dizMascarenhas.

O Derba (Departamento deInfraestrutura de Transportesda Bahia) reconhece que oaeroporto apresenta deficiên-cias e afirma que já estão emandamento estudos técnicospara a ampliação e atémesmo para a construção deum novo terminal no municí-pio (leia mais sobre infraes-trutura na página 54).

“Com essas dificuldades, aestratégia das companhiasaéreas é investir em atendi-mento”, afirma Chryssafidis,presidente da Abetar.“Atendemos a um númeromenor de passageiros e, porisso, podemos ter uma aten-ção diferenciada com o nossocliente e conhecê-lo em deta-lhes. Além disso, a renovaçãoda frota é outra medidaimportante. Estamos trazendoaeronaves modernas e novas,que nos permitem ser maiscompetitivos”, diz.

De acordo com ele, tudoisso acaba sendo traduzidoem redução da tarifa eaumento do número de passa-geiros transportados. “Ouseja, uma maior escala e oaumento da competitividade.Essa é a receita.” l

REGIÃO SUL A empresa NHT, com sede em Porto Alegre, transporta cerca de 7.000 passageiros por mês e vai adquirir novas aeronaves até o final do ano

NHT/DIVULGAÇÃO

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Realidades diferentes,problemas iguais. Esseé o grande elo entreempreendedores de

todo o mundo no desafio deadministrar com eficiência dife-rentes tipos de negócio e umadas questões básicas discutidasno mês passado durante ocurso “Ampliando seu Negócio”,promovido pela Escola doTransporte em parceria com aLondon Business School.Direcionado a dirigentes e exe-cutivos do setor, o curso foiministrado na sede da CNT(Confederação Nacional doTransporte), em Brasília, entreos dias 27 e 29 de abril.

“O maior desafio que exis-te sempre foi gerenciar oequilíbrio entre os interessesdos diversos participantes emqualquer negócio. Os padrõesmudam, mas os problemaspermanecem sempre os mes-mos”, disse o professorRupert Merson, diretor doPrograma de EducaçãoExecutiva da London BusinessSchool e responsável pelocurso. Merson lembrou queem um mundo onde boa partedas empresas tem origemfamiliar, a questão sucessóriasempre aparece como umdesafio. Ao analisar o equilí-brio entre os diversos gruposde interesse, o professordisse que nos últimos anos

houve predominância dosfinancistas e dos acionistas,em uma tendência que podemudar de eixo nos próximosanos com o aumento da faixade beneficiados pelos negó-cios, entre os quais emprega-dos, clientes e governos.

Com uma didática inovadoraque incitou a discussão entre osparticipantes, Merson apresen-tou casos concretos de empre-sas que viveram o dilema de

passar de um estágio paraoutro em sua gestão e enfrentaras “dores do crescimento” oumanter o status tradicional. Eapresentou modelos de cresci-mento que, se não são infalíveis,fornecem, em sua opinião, boasperguntas que permitem aoempresário questionar e desco-brir “que cultura convém real-mente alimentar ou preservarnuma empresa”.

A estratégia de instigar a

reflexão em grupos previamen-te definidos, assim como ocompartilhamento de conclu-sões e de experiências comunsdeu resultados. Os alunos ana-lisaram desde a postura dosempresários envolvidos nosestudos de caso até a influên-cia de comportamentos e dacultura empresarial no sucessodas estratégias de crescimentoadotadas em cada negócio.Como consequência, relatos

EDUCAÇÃO

Escola do Transporte e London Business School promovem curso para executivos na sede da CNT, em Brasília, e discut em gestão e crescimento das empresas

Desafios empresariais

POR SUELI MONTENEGRO

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comuns de problemas relacio-nados à transição entre dife-rentes gerações de dirigentesde empresas no Brasil surgiramno decorrer dos debates, comocomprovação da tese defendi-da pelo professor.

“Não é surpresa. Passa a seraté uma constatação de quecada vez mais num mundo glo-balizado os problemas são osmesmos e, naturalmente, tam-bém as soluções passam pela

mesma globalização”, disseAdriano Lima Depentor, dire-tor-presidente da JamefTransportes.

Problemas apontados nosestudos de caso durante ocurso tais como modernizaçãoe profissionalização da gestãoforam apontados por RodrigoVilaça, diretor-executivo daANTF (Associação Nacional dosTransportadores Ferroviários),como comuns também às

empresas de transporte noBrasil, pelo perfil familiar des-ses empreendimentos. “Dentrodesse universo de ampliação denegócios e de busca de novasoportunidades, nós observamosque o planejamento, quandofeito nos moldes tradicionais deadministração, sem o lado emo-cional, torna-se mais acessível,mais próximo do sucesso, debuscar novas oportunidades”,disse Vilaça, que aponta como

maiores carências das empre-sas a falta de planejamento e demetas estabelecidas para atin-gir os objetivos.

José Carlos Becker, presiden-te da ABTI (AssociaçãoBrasileira de TransportadoresInternacionais), destacou aimportância do conhecimento edos avanços tecnológicos e degestão como necessários paraque as empresas consigamenfrentar desafios como a tran-sição nas empresas familiares.Luiz Anselmo Trombini, presi-dente da Fetranspar ( Federaçãodas Empresas de Transporte deCargas do Estado do Paraná),bateu na mesma tecla ao defen-der o conhecimento como abase de qualquer negócio.“Estamos buscando a profissio-nalização das nossas empresas.Saindo das empresas familiarese buscando profissionais nomercado.”

O presidente da Fencavir(Federação Nacional dosTaxistas e TransportadoresAutônomos de Passageiros),Edgar Ferreira de Souza, lem-brou episódios de sua trajetó-ria como empreendedorcitando que a transição entregerações de administradoresde negócios familiares podeser bastante complicada emalgumas situações. “Eu vejo asucessão nas empresas comoum grande problema e um

Escola do Transporte e London Business School promovem curso para executivos na sede da CNT, em Brasília, e discut em gestão e crescimento das empresas

Desafios empresariaisJÚ

LIO FE

RNAN

DES/NC

I-CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201060

grande desafio para os titula-res”, disse o dirigente.

Para as novas gerações desucessores que decidiramencarar o desafio de avançarno modelo de gestão deempresas familiares, novosconceitos e recursos indispo-níveis para as gerações ante-riores devem ser exploradoscada vez mais como ferra-mentas úteis para a transfor-mação das empresas.Integrante da Comjovem(Comissão de JovensEmpresários e Executivos do

Transporte Rodoviário deCargas), Ricardo da SilvaPinto, diretor daTransportadora Meca, resumeessa convicção: “a segundageração está tendo oportuni-dade de utilizar diferentesferramentas que muitasvezes nossos pais ou os fun-dadores das empresas nãotiveram. De ter uma intera-ção, uma troca de informaçãocom parceiros comerciais, umconhecimento técnico e teó-rico. Você teve universidade,teve a opção de cursos, de

treinamentos, para poderaplicar em sua empresa.”

Diretor do Grupo Fox TCB,Thiago Benatti destaca a tec-nologia da informação comoum recurso essencial para amanutenção de qualquerempresa no mercado. “As par-cerias que a gente vem fazen-do também com empresas,tanto com as da região comoas de outras cidades e de atéoutros Estados têm sido umfator muito forte.”

Regras que tragam segu-rança jurídica às empresas foi

outra questão apontada porparticipantes do curso comodeterminante no processo decrescimento das empresas. “Agente sabe que sempre tem aquestão da regulação dopoder da União, dos Estados edos municípios. Então, esseentrave burocrático aindaprejudica muito a evolução,tanto de métodos quanto deinvestimentos”, disse AndreLuiz Eskinazi de Oliveira, doConselho Fiscal da Cepimar(Federação das Empresas deTransportes Rodoviários dosEstados do Ceará, Piauí eMaranhão).

Diretor regional da Líder TáxiAéreo, Wolner Pereira de Aguiardisse que o crescimento da avia-ção, principalmente a executiva,foi de encontro ao gargalo dainfraestrutura, que não acompa-nhou a evolução do setor.

Com um público formadopor 52 profissionais do setorde transporte, entre dirigen-tes e executivos de diferentessegmentos, o curso foi consi-derado ótimo ou muito bomna avaliação geral de 95%dos participantes.

O interesse despertado pelotema pôde ser percebido pelaintensa participação dos pro-fissionais nos debates realiza-dos durante o curso. l

Dirigente do BNDES abre 2º Ciclo de Conferências CNT/ESCOLA DO TRANSPORTE

O gerente do Departamentode Transporte e Logística doBNDES (Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico eSocial), Antônio Tovar, partici-pou de encontro com represen-tantes do setor em empresáriosna sede da CNT, no início demaio, onde fez uma apresenta-ção sobre os recursos disponí-veis para os projetos de infra-estrutura logística apoiadospelo banco, detalhou as linhasde crédito existentes e explicouas condições de contrataçãodos recursos.

Tovar afirmou que a institui-ção considera prioritários todosos projetos relacionados aosetor de infraestrutura detransportes que contribuam dealguma forma para modificar amatriz transportadora no Brasil.

A apresentação faz parte do2º Ciclo de ConferênciasCNT/Escola do Transporte.Participaram dessa primeira

conferência representantes deassociações e sindicatos ligadosà logística, ao transporte rodo-viário de carga e de passagei-ros, ao transporte ferroviário, àlocação de veículos, aos agentesmarítimos e aos permissioná-rios de táxi, além de funcioná-rios de empresas de transporteurbano de passageiros.

A palestra de Antônio Tovarcomeçou com uma explanaçãosobre os projetos da área deinfraestrutura. O dirigenteinformou que os desembolsosdo banco para investimentosna indústria, comércio e servi-ços cresceram de R$ 20bilhões em 1999 para R$ 137bilhões em 2009, ano em que ototal de financiamentos apro-vados pela instituição atingiuR$ 170 bilhões. Indústria einfraestrutura lideraram essesdesembolsos.

Tovar falou das linhas definanciamento disponíveis no

banco e mencionou o levanta-mento do Coppead (Instituto dePesquisa e Pós-Graduação emAdministração de Empresas daUFRJ) em que profissionaisapontam entre os vários proble-mas do setor a má conservaçãodas estradas e a ausência deuma malha ferroviária maisextensa.

“A saída para esse imbrólio éter uma matriz de transportesmais equilibrada, com maisinvestimentos em ferrovias ehidrovias”, diagnosticou. Para orepresentante do BNDES, oequacionamento da questãologística passa tanto pelo ree-quilíbrio da matriz como peladesobstrução dos principaiscorredores de acesso existen-tes, pela integração dos siste-mas ferroviário ao portuário eao hidroviário, pela melhoria dacapacidade e eficiência dos por-tos e pelo desenvolvimento danavegação de cabotagem.

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Instituído em 2003 pelogoverno federal, o FAP(Fator Acidentário dePrevenção) sofreu reformu-

lações e entrou em vigor, com asnovas diretrizes, em janeirodeste ano. O objetivo do FAP éincentivar a melhoria das condi-ções de trabalho e da saúde dotrabalhador, estimulando indivi-dualmente cada empresa a ado-tar políticas efetivas de saúde esegurança no trabalho parareduzir a acidentalidade. Na prá-tica, porém, a contribuição pre-videnciária divide opiniões. Há

empresas que o considera umincentivo para a disseminaçãode ações preventivas de aciden-tes, outras, veem o FAP comomais um tributo onerador desuas folhas.

Remigio Todeschini, diretor dodepartamento de Políticas deSaúde e Segurança Ocupacionaldo Ministério da PrevidênciaSocial, afirma que a atual metodo-logia do FAP não foi decidida demaneira unilateral. “A negociaçãodurou 90 dias, no âmbito do CNPS(Conselho Nacional de PrevidênciaSocial), e dela participaram repre-sentantes do governo, dos empre-gadores, dos trabalhadores e dos

aposentados. O FAP em vigor foiaprovado por unanimidade.”

Todeschini explica que, antesdo FAP, o que havia era uma tarifa-ção coletiva por atividade econô-mica, em que as empresas paga-vam uma taxa fixa, indistintamen-te. “Essa política vigorou no Brasildesde a criação do antigo INPS(Instituto Nacional de PrevidênciaSocial), em 1966. A nova metodolo-gia aplica a tarifação coletivasobre cada setor econômico, con-siderando o grau ou o risco de aci-dente.” Isso significa que o valor aser pago pelas empresas depen-derá do setor de atividade e damédia de acidentalidade, ou seja,

a organização que tiver um núme-ro de acidentes maior pagarámais pela taxa coletiva determina-da pelo SAT (Seguro de Acidentesdo Trabalho), de acordo com suaclassificação econômica. O SATgarante ao empregado um segurocontra acidente do trabalho,mediante pagamento de um adi-cional sobre a folha de salários,com administração atribuída àPrevidência Social. “Esse sistema,que combina tarifação coletivacom tarifação individual, existe namaioria dos países”, diz o diretor.Para ele, sempre irá pagar mais aempresa que não investir na pre-venção de acidentes.

O FAP é aplicável a todas asempresas que não emitem notasfiscais da categoria Simples. Hoje,esse universo é de 952.561 institui-ções. De acordo com aPrevidência, o fator acidentárioserá atualizado anualmente porempresa, para definição de bônus,à medida que ela investir na redu-ção da acidentalidade.

O fator para o cálculo do FAP éum multiplicador de 0,5 a 2 pontosa ser aplicado às alíquotas de 1%,2% ou 3% incidentes sobre afolha de salários das empresasinseridas no programa. Os valores,

Fator Acidentário de Prevenção entra em vigor após sofrer reformulações

Estímulocontroverso

POR LETICIA SIMÕES

SEGURO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201062

segundo a Previdência Social, ser-virão para financiar os benefíciosconcedidos aos trabalhadoresdecorrentes do Seguro deAcidentes do Trabalho.

O cálculo do FAP, afirmaTodeschini, é feito pela Dataprev(Empresa de Tecnologia eInformações da PrevidênciaSocial), a partir de todos os dadosfornecidos pela empresa, desde asCATs (Cartas de Acidente deTrabalho), afastamentos definidospelo INSS (Instituto Nacional doSeguro Social) e informaçõesprestadas pela empresa na GFIP,que é a guia de recolhimento dascontribuições previdenciárias.

Antes das novas metodolo-gias do FAP, para que um aciden-te de trabalho fosse comprova-do, era necessário uma CAT emi-tida para o INSS pela empresacujo trabalhador tinha vínculoempregatício. Um perito investi-gava a ação para provar tecnica-mente que o trabalho do empre-gado foi o causador da lesão.

A nova metodologia para o cál-culo tem gerado questionamentosnas empresas. Para Adriane MariaMoreira Hasse, coordenadora dosetor de Recursos Humanos daGidion Transporte e Turismo, osvalores cobrados pelo FAP nãoestão claros. “Quando tivemosconhecimento do nosso FAP, cons-tatamos que, apesar de todo oinvestimento em segurança emedicina do trabalho realizadopela empresa, o índice ficou acima

cálculo do FAP devem ser encami-nhadas à Diretoria de SaúdeOcupacional e à Secretaria dePrevidência Social.

Em relação à falta de esclare-cimentos, o diretor do Ministérioda Previdência diz que o governofederal promoveu diversosencontros entre os setoresenvolvidos, justamente paradebater o assunto. “O que maisfizemos nos últimos meses foireunir todos os segmentos, tantono Conselho Nacional dePrevidência Social, como em reu-niões com empresários e diver-sos representantes de empresas.Ratifico que a Previdência Socialcontinua à disposição para qual-quer esclarecimento.”

A NTU (Associação Nacional

com os valores. “A lei deveria tra-zer todos esses cálculos. Dadosretroativos não poderiam ser usa-dos. As empresas tomaram conhe-cimento da fórmula em setembrodo ano passado, o que não permi-tiu esclarecimentos suficientes. Oque mais assusta é que muitasinstituições não têm conhecimen-to do novo FAP e estão pagando ofator”, diz Cláudia.

As novas taxas de cobrança,segundo a Previdência, reprodu-zem as estatísticas da acidentali-dade no Brasil, a partir dos ele-mentos básicos de frequência,gravidade e custo de cada setoreconômico e de cada empresa.Todeschini afirma que contesta-ções sobre possíveis divergênciasdos elementos que compõem o

de 1 ponto, aumentando a alíquotado SAT de forma significativa.”

Ela diz que a empresa está semobilizando para comprovar alegitimidade do cálculo estipula-do para o FAP da Gidion. “Foiconstatado que, mesmo com umbaixo índice de acidentes de tra-balho e de doenças profissionais,ainda assim o FAP apurado aca-bou por majorar o valor do segu-ro acidentário. Estamos questio-nando judicialmente a constitu-cionalidade dos dispositivoslegais referentes ao FatorAcidentário de Prevenção.”

Segundo a Previdência Social,a metodologia de reajuste doseguro e do fator é baseada naacidentalidade ocorrida no Brasilnos anos de 2007, que registrou659.523 acidentes, e de 2008, comum total de 747.663 acidentesregistrados, seguindo parâmetroslegais estatísticos.

Para a advogada Cláudia SalesVilela Vianna, consultora jurídicanas áreas de Direito do Trabalhoe de Direito Previdenciário, o cál-culo retroativo causa confusão,pois se baseia em registros ante-riores à nova metodologia do FAP.“Muitas empresas estão receben-do os valores com surpresa eindignação, pois os coeficientesque determinam quanto serápago pela instituição não estãodisponíveis.”

A advogada afirma que váriasempresas estão movendo açõesjudiciais por não concordarem

FAP Encontro discutiu o Fator Acidentário de Prevenção, que contribui para melhorar as condições de trabalho e saúde

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mudança de filosofia no dia a diadas atividades, acentuando aspolíticas preventivas. “A NTU bus-cou explicar às associadas aimportância do fator acidentáriono cotidiano das empresas.Mostramos que elas deviam bus-car, na sua prática laboral, asmetodologias para controlar oselementos que influenciam no cál-culo do FAP. É uma ação de médioa longo prazo.”

A advogada acredita que asempresas que até então nãohaviam desenvolvido políticaspaliativas de acidentes de traba-lho e saúde tendem a ter mais difi-culdades com a cobrança do FAP.“Nossa preocupação é que muitasempresas, principalmente demenor porte, que não possuem

áreas de recursos humanos ativas,não se atualizem. A NTU se mobili-zou para levar a informação atéessas entidades.”

A Transportes Flores não vê oFAP como um ônus. “Entendemosque os cálculos não são indevidos,pois seguem metodologia ampla-mente divulgada pela Previdênciae que foi discutida de forma tri-partite”, diz o consultor FernandoSilva, engenheiro de segurança dotrabalho da Flores.

Silva acredita que a oneraçãodependerá das ações de cadaempresa em relação às políticasde prevenção de acidentes.“Apesar do impacto financeiroimediato em virtude do aumentodas alíquotas, que incidem direta-mente sobre a folha de pagamen-

to, aquelas empresas que sempretiveram uma cultura preventivapoderão se beneficiar do FAP.”

Para Ana Lúcia, da NTU, a novametodologia do FAP pode contri-buir para que empresas queantes não se preocupavam comações de prevenção mudem decomportamento. “A conscientiza-ção em relação às práticas pre-ventivas já existe. Muitas empre-sas do setor de transporte estãoà frente em termos de moderni-zação e mobilização. Aquelas quenão estavam aplicando essa filo-sofia passaram a realizar e,outras, estão aperfeiçoando suasações nesse sentido.”

A Previdência Social, por meiodo departamento de Políticas deSaúde e Segurança Ocupacional,enfatiza que a adoção das novasmetodologias do FAP vai ajudar adiminuir o custo Brasil, que con-some anualmente cerca de 1,8%do PIB, ou seja, R$ 50 bilhões emdespesas diretas e indiretas emdecorrência da acidentalidade edas condições insalubres, peno-sas e perigosas no ambiente detrabalho. “Todos ganham como onovo FAP – os trabalhadores, queserão valorizados, a PrevidênciaSocial, os consumidores e apopulação, pois reduziremos ocusto Brasil. As empresas tam-bém serão beneficiadas, já quetêm à sua disposição mecanis-mos mais propícios e saudáveispara a competitividade entreelas”, afirma Todeschini. l

das Empresas de TransportesUrbanos) foi uma das entidadesque se mobilizou para esclareceras novas metodologias do FAP aosetor de transportes. Ana LúciaGianesela, advogada da NTU, res-salta que a instituição elaborouuma cartilha para elucidar como ofator acidentário se aplica, a partirdas novas diretrizes. “Desde 2008a NTU trabalha nesse projeto.Realizamos eventos em Brasíliacom oficinas didáticas.Recebemos técnicos de recursoshumanos e assessores jurídicosde diversas empresas.Profissionais de todas as regiõesdo país estiveram presentes.”

Ana Lúcia afirma que a princi-pal preocupação dos eventos foialertar as empresas quanto à

FAP Encontro discutiu o Fator Acidentário de Prevenção, que contribui para melhorar as condições de trabalho e saúde

LUX COLOR/DIVULGAÇÃO

SAIBA MAISSOBRE O FAP

Objetivo Investir na cultura da prevenção acidentária, para diminuir o custo e as consequências de acidentes edoenças do trabalho, devido a condições insalubres e inadequadas oferecidas poralguns segmentos econômicos

Quem contribuiToda empresa que não estejano Simples Fiscal é obrigada apagar o FAP

Quem vai pagar maisAs empresas que tiveremmédia de acidentalidade superior ao do seu setoreconômico por não tereminvestido em prevenção

O que muda para as empresas e os trabalhadoresAs empresas serão estimuladasa se preocupar mais com amelhoria da qualidade de vida laboral

Fonte: Ministério da Previdência Social

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201064

LOGÍSTICA

As iminentes necessida-des de melhoria dainfraestrutura brasilei-ra, principalmente em

virtude da Copa de 2014 e daOlimpíada de 2016, animamainda mais o setor logístico. Osegmento, que em 2009 regis-trou um crescimento de 10% emrelação ao ano anterior, vislum-bra progressos ainda maiorescom a necessidade de elimina-ção dos gargalos. Nesse climade otimismo, Jundiaí, cidade dointerior paulista considerada umdos grandes polos logísticos dopaís, prepara-se para receber aprimeira edição da FeiraInternacional Logística 2010. Oevento pretende gerar R$ 15milhões em novos negócios.

A feira será realizada de 15a 17 de junho no ParqueComendador AntônioCarbonari, conhecido comoParque da Uva. A organizaçãoestima um público de 15 milpessoas durante os três diasdo evento, que contará com apresença de cem empresas.Está previsto na programaçãoum ciclo de palestras coman-dado por autoridades e cor-porações ligadas ao setor e

Perspectivapositiva

Feira Internacional em Jundiaí quer aproveitar desempenho da economia para alavancar novos negócios

um congresso ministrado pelaABEPL (Associação Brasileirade Empresas e Profissionaisde Logística).

Para Adelson Lopes, diretorda Adelson Eventos e idealiza-dor da feira, o momento para arealização não poderia ser maispropício. “É uma região estraté-gica, pois é cercada de rodoviasem excelentes condições e estápróxima ao Porto de Santos e doaeroporto de Viracopos, emCampinas. Além disso, o trechosul do Rodoanel foi inauguradoem março, beneficiando aindamais a logística da região”, afir-ma Lopes. O principal objetivodo evento, segundo o idealiza-dor, é o fomento de novos negó-

cios e a apresentação de novida-des tecnológicas para o setor.

Jundiaí conta com duas dasmais importantes rodovias bra-sileiras: Bandeirantes eAnhanguera. Além disso, todasas ferrovias da malha paulistapassam pelo município, quetambém possui um aeroportoestadual.

O aeroporto de Viracopos, a30 km de Jundiaí, é um dos ter-minais brasileiros que recebe-rão investimentos por parte daInfraero, visando os eventosesportivos que acontecerão noBrasil. As obras preveem a refor-ma do terminal de passageiros,orçadas em R$ 40 milhões.Segundo a empresa, o planeja-

mento para a contratação doprojeto executivo está sendoelaborado.

O trecho sul do RodoanelMário Covas tem uma extensãode 61,4 km. Os investimentos, deacordo com a Secretaria deTransportes do Estado de SãoPaulo, foram da ordem de R$ 3,5bilhões. Ainda conforme a autar-quia, o trecho sul será umimportante elo econômico paraa incorporação do Porto deSantos ao sistema de logísticade transportes do Estado e detodo o Brasil. Com o novo tre-cho, o escoamento da produçãocom destino a Santos é feitodiretamente, sem passar porSão Paulo e adjacências, dimi-

POR LETÍCIA SIMÕES

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 65

nuindo o tempo de viagem de1h20 para 45 minutos.

A ABEPL é uma das entidadesapoiadoras da FeiraInternacional Logística 2010.Luciano Correa da Rocha, presi-dente da entidade, afirma que osetor tem alcançado um cresci-mento contínuo. “O segmentotem potencial para crescer até18% ao ano. Há uma série de ati-vidades ligadas à logística. Essepapel multifuncional potenciali-za o crescimento.” As expectati-vas para 2010, segundo o diri-gente, são superiores a 15%.

Na opinião de Rocha, o setorcomeçou a se expandir a partirdo momento em que as corpora-ções passaram a competir glo-

balmente. “As empresas perce-beram que a logística não eraum fator limitador. Desde então,começaram a surgir os primei-ros operadores logísticos, comestrutura mais leve e foco maiorno seu negócio”, diz. Ele acredi-ta que o desenvolvimento sónão é maior devido aos entra-ves. “Paralelamente ao cresci-mento, surgiu uma infinidade deproblemas. Apesar dos investi-mentos, ainda falta infraestrutu-ra e também melhor preparopara lidar com as atividades. Acapacitação é a matéria-primada logística.”

Rocha ressalta que a integra-ção entre os modos do transpor-te é urgente. “É preciso mudar a

matriz do setor transportador efazer uma interligação entre osmodais para que cada um possaexplorar suas potencialidades.”

A feira, ele acredita, será ummomento de extrema importân-cia para o setor. “Grandes insti-tuições estão contribuindo parao evento. Creio que o segmentoalcançará um fomento de negó-cios muito significativo e issopode ser uma tendência futurapara demais oportunidades e,também, para outras edições.”

As empresas do setor logísti-co estão confiantes no sucessodo evento. Ronan Hudson, dire-tor da JadLog, diz que o aspectologístico da região de Jundiaí éo grande atrativo. “A expectativa

“A demandalogística temaumentado,com isso,

melhorias nainfraestruturaaeroportuáriae rodoviáriasão vitais”RONAN HUDSON, DIRETOR DA JADLOG

ASSESSORIA DE IMPRENSA DA ADELSON EVENTOS/DIVULGAÇÃO

Page 66: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201066

é de abertura de novos contra-tos e de aprofundar os negócioscom nossos clientes. O volumede quanto poderá ser fechadoestá em aberto.”

Hudson ressalta o crescimen-to do setor. “No segmento decarga fracionada, houve umaumento forte de 30% nos últi-mos cinco anos. Acredito que oalcance do ‘e-commerce’ (negó-cios fechados via Internet)tenha contribuído para essacontinuidade.”

Para o diretor, o setornecessita de investimentospara dar sequência a esse

período positivo. “A demandalogística tem aumentado,com isso, melhorias na infra-estrutura aeroportuária erodoviária são imprescindí-veis. No modal rodoviário,observam-se boas condiçõesde tráfego nas rodovias con-cessionadas. Nas demais, éflagrante a falta de manuten-ção em todo o país.”

A Aliança Navegação eLogística será outra empresapresente. O diretor-superin-tendente Julian Thomas tam-bém credita a viabilidade departicipação à condição de

polo logístico da região.“Vamos aproveitar a exposi-ção para apresentar ao mer-cado as expertises no setorde transporte marítimo delongo curso e de cabotagem.Além disso, teremos a possibi-lidade de estreitar o relacio-namento com clientes e par-ceiros.”

Segundo Thomas, a Aliançaprevê crescimento nos negócioseste ano. “Com a recuperaçãoda economia, há um grandepotencial a ser explorado e con-quistado. A adequação da infra-estrutura portuária e logística

LIGAÇÃO Rodovia dos Bandeirantes dá acesso à região de Jundiaí (SP)

A REGIÃO DE JUNDIAÍ

LocalizaçãoRegião Administrativa de Campinas, a 49 km de São Paulo, pela viaAnhanguera (SP-330), e a 37 km de Campinas, pela mesma rodovia

Rodovias que servem ao municípioBandeirantes (SP-348), Anhanguera (SP-330), Dom Gabriel Paulino BuenoCouto (SP-300), Tancredo de Almeida Neves (SP-332), Constâncio Cintra eGeraldo Dias (SP-332)

Aeroportos que servem ao municípioAeroporto Estadual de Jundiaí (aviação executiva)Aeroporto de Viracopos (Campinas), a 30 km

DistânciasAeroporto de Congonhas (São Paulo): 55 kmAeroporto de Cumbica (Guarulhos): 80 kmPorto de Santos: 130 km

Indústria 890 empresas (levantamento de 2007)

Fontes: Prefeitura de Jundiaí e Secretaria de Estado de Transportes de São Paulo

“Com a recuperaçãoda economia,há um grandepotencial a serexplorado econquistado”

JULIAN THOMAS, DIRETOR-SUPERINTENDENTE DA

ALIANÇA NAVEGAÇÃO E LOGÍSTICA

Page 67: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 67

deve ter um foco estratégicocompatível com a política decrescimento do Brasil em médioe longo prazo.”

Ele afirma que as autorida-des têm trabalhado para melho-rar a situação. “Os órgãosgovernamentais envolvidos como desenvolvimento da infraes-trutura logística estão abertospara discussão e em busca demelhorias. Mas ainda há muitoque ser feito.”

O evento também conta comparceiros internacionais. AItalcam (Câmara Ítalo-Brasileirade Comércio, Indústria e

Agricultura de São Paulo) éuma delas. Francesco Parternó,secretário-geral da entidade,confia que a feira possa servircomo suporte para novas par-cerias entre empresas brasilei-ras e italianas. “Para a Italcam,a participação no evento tem oobjetivo institucional de pro-mover a facilitação do inter-câmbio entre os países. Esseserá nosso esforço de partici-pação.”

O dirigente diz que, pormeio da presença da câmara,empresas brasileiras poderãoter acesso às experiências de

sucesso no setor logístico ita-liano. “A Itália tem um conhe-cimento muito grande a ofe-recer, principalmente no quese refere à estrutura de por-tos.” Ele destaca ainda o sis-tema de transporte público eurbano. “Os italianos têmboas condições de transportepúblico. A intermodalidade foilevada em conta, principal-mente nas grandes metrópo-les. São exemplos que serãoapresentados.”

No Brasil, um dos grandes pro-jetos para o transporte público éo TAV (Trem de Alta Velocidade),

que ligará as cidades do Rio deJaneiro, São Paulo e Campinas. Oinvestimento total dever ser demais de R$ 34 bilhões. A ANTT(Agência Nacional de TransportesTerrestres) informa que a modela-gem financeira e de concessãopara o TAV Brasil serão aderentesàs práticas e peculiaridades deconcessões já praticadas notransporte brasileiro. Segundo aassessoria da agência, os estudostécnicos estão sob análise do TCU(Tribunal de Contas da União) eainda não há previsão para aaprovação. A região metropolita-na de Campinas e Jundiaí é parteintegrante das regiões deinfluência do TAV. Segundo oúltimo levantamento do IBGE(Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística), de2007, Jundiaí possui um PIB(Produto Interno Bruto) percapita de R$ 40.704. Ainda deacordo com o instituto, a popu-lação estimada em 2009 corres-ponde a 349.929 habitantes. l

OSLAIM BRITO/FUTURA PRESS

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

LIGAÇÃO Rodovia dos Bandeirantes dá acesso à região de Jundiaí (SP) PERTO Aeroporto de Viracopos atende a região

SERVIÇO

Feira Internacional Logística 2010Quando: De 15/6 a 17/6Local: Parque da Uva, Jundiaí, SPInscrições: Gratuitas pelo siteMais informações:http://www.feiradelogistica.com

Page 68: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201068

Geograficamente, Fozdo Iguaçu (PR) é aprincipal entrada doMercosul, num ponto

convergente da TrípliceFronteira – Brasil, Argentina eParaguai. Proporcionarmelhoria na qualidade de vidados trabalhadores em trans-porte, a seus familiares e àcomunidade desse local deintenso movimento é o princi-pal objetivo da nova unidadedo Sest Senat, inaugurada em9 de abril na cidade para-naense. As instalações foramconstruídas num terreno de30 mil metros quadrados, com

acomodações modernas econfortáveis para capacita-ção e atualização profissionale atendimentos de saúde.

“A nossa vontade semprefoi dar um atendimento espe-cial àquela região, por meiodo Sest Senat, devido à che-gada diária de milhares decaminhoneiros que vêm daArgentina e do Paraguai, bemcomo aos trabalhadores efamílias da região”, afirmaMarco Antonio Gulin, presi-dente da Fepasc (Federaçãodas Empresas de Transportede Passageiros dos Estadosdo Paraná e Santa Catarina) e

do Conselho Regional do SestSenat Paraná.

Toda a estrutura está à dis-posição dos trabalhadores emtransporte, caminhoneirosautônomos, taxistas, seusfamiliares e à comunidade deFoz do Iguaçu e região. O qua-dro funcional conta com 50profissionais, de diversasáreas, entre elas odontologia,fisioterapia, psicologia eoftalmologia. A estrutura deesporte e lazer é completa,com piscinas e quadrasesportivas.

Para capacitação e atuali-zação profissional, a unidade

conta com seis salas de aulacom 25 lugares cada, um labo-ratório de informática, com20 computadores, todos comacesso à Internet, além debiblioteca e oficina pedagógi-ca com aulas práticas. Nessaestrutura, serão oferecidoscursos de capacitação para otransporte de passageiros, decargas, veículos de emergên-cia, entre outros.

De acordo com Gulin, aexpectativa é que nos primei-ros meses de funcionamentoa unidade atenda a 2.000 pes-soas. Já a estrutura voltadapara qualificação profissional

Regiãoestratégica

POR KATIANE RIBEIRO

SEST SENAT

Nova unidade em Foz do Iguaçu atenderá motoristasem trânsito pelo Mercosul e comunidade da região

Page 69: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 69

deve capacitar 350 alunosneste início de atividades.

O Sest Senat de Foz doIguaçu conta ainda com seisconsultórios odontológicos,uma sala de raio X, dois con-sultórios médicos, um de psi-cologia e outro de fisiotera-pia. A área de lazer incluiduas piscinas, uma semiolím-pica e uma infantil, churras-queiras cobertas, campos defutebol soçaite e área livrecom aparelhos de ginástica eum ginásio .

“Tendo em vista a estrutu-ra que tínhamos anteriormen-te, essa obra é de suma

importância para os trabalha-dores em transporte e acomunidade de Foz do Iguaçue região, afinal estamos pas-sando de um local de 250metros quadrados para 5.800,onde poderemos atendermelhor o nosso público”, afir-ma o dirigente da unidade,Eraldo Maciel de Oliveira. “Nanova estrutura, estaremosproporcionando a possibilida-de da melhoria de qualidadede vida dos trabalhadores emtransporte e seus familiares.”

Inaugurada em novembrode 2005, a antiga unidadefuncionava no mesmo terreno

do posto Gasparin, na BR-277.“A localização estratégica e aestrutura do atendimentodesse nosso parceiro foramfundamentais para o sucessode demanda pelos nossos ser-viços”, diz Gulin. Com a conso-lidação da entidade na região,aumentou a procura peloscursos e outras ações, eviden-ciando a necessidade de umaestrutura mais ampla e comnovas opções de serviços.

A previsão é que a unidadeatenda aproximadamente 15mil pessoas, de 13 municípios.“O oeste do Paraná terá umgrande ganho com essa

ATENDIMENTO Município do Paraná ganhou unidade que irá receber trabalhadores do setor de transporte

JÚLIO FERNANDES/NCI-CNT

UNIDADE FOZ DO IGUAÇU

Veja alguns cursos previstos• Motorista e cobrador deônibus

• Transporte de produtosperigosos

• Transporte de emergência• Transporte de escolares• Monitores do transporte escolar

• Condução econômica• Operador de empilhadeira

Estrutura da área de lazer e cultura1 ginásio com aproximadamente400 lugares

2 quadras poliesportivas2 campos de futebol soçaite1 piscina semiolímpica1 piscina recreativa infantil1 área livre com aparelhos deginástica

1 área livre com parte infantil4 churrasqueiras cobertas1 auditório/teatro com capacidadepara 150 pessoas sentadas

1 foyer para festas climatizado1 sala para prática de oficinas deartes e renda

“O oestedo Paranáterá um

grande ganhocom essamodernaestrutura”

MARCO ANTONIO GULIN, PRESIDENTE DA FEPASC

Page 70: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

moderna estrutura idealizadapara atender aos trabalhado-res do transporte e seus fami-liares, bem como a comunida-de”, diz Gulin.

O Sest Senat está situado a300 metros da EstaçãoAduaneira de Foz do Iguaçu,por onde passam aproximada-mente 800 caminhões todosos dias. “A localização estra-tégica facilitará a vida dessesmotoristas e também dos queestão em trânsito por nossosvizinhos do Mercosul”, afirmaGulin. Quem utiliza o trans-porte coletivo também nãoencontrará problemas, pois olocal é servido por váriaslinhas de ônibus.

Com a inauguração em Fozdo Iguaçu, o Paraná passa a

contar com nove unidades doSest Senat, estrategicamenteinstaladas e prestando aten-dimento aos trabalhadoresem transporte. São elas:Curitiba, Ponta Grossa, SantoAntonio da Platina,Guarapuava, Vitorino,Londrina, Maringá, Cascavel.

Segundo o presidente daFetranspar (Federação dasEmpresas de Transporte deCargas do Estado do Paraná),Luiz Anselmo Trombini, a novaunidade do Sest Senat é de“extrema importância” para otransporte de cargas, poisatenderá a um grande númerode transportadores de todasas regiões do país. “É bomlembrar que, além dos municí-pios brasileiros da região de

fronteira e aqueles próximosa essa região, a unidade aten-derá aos transportadores dosdemais países do Mercosul etambém aqueles que vêm deoutras locais do país para aregião de fronteira, o queaumenta consideravelmente opúblico em potencial da uni-dade, afinal boa parte dastransportadoras tem negó-cios internacionais com ospaíses vizinhos”, afirma.

Foz do Iguaçu possui325.137 habitantes, residentesnuma área total de 617 km2.As principais fontes de rendado município são o turismo ea geração de energia elétri-ca. Além disso, Foz do Iguaçué o segundo principal desti-no para turistas estrangeirosno país e o primeiro daregião Sul. A cidade é conhe-cida pelas Cataratas doIguaçu e a Usina Hidrelétricade Itaipu, a maior em funcio-namento do mundo. l

POTENCIAL Turismo é importante fonte de renda de cidade de 325.137 habitantes

“Essa obraé de sumaimportânciapara os

trabalhadoresem transportee comunidadede Foz doIguaçu eregião”

ERALDO MACIEL DE OLIVEIRA

DIRETOR DA UNIDADE

SERVIÇO

Unidade de Foz do Iguaçu

Onde: rua Rufino Villhordo,

1.141, Parque Presidente 2

Informações: (45) 3526-7000

CHRISTIAN RIZZI/AG. GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

Page 71: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010
Page 72: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201072

Seguindo a tendência dosegundo semestre do anoanterior, a movimentaçãototal de cargas rodoviá-

rias no primeiro trimestre de 2010está 2,3% maior que 2009. Apesarda queda na movimentação nosdois primeiros meses do ano, omês de março apresentou aumen-to de 1,6% no total transportado.No transporte rodoviário de car-gas industriais por terceiros, ocrescimento de março em relaçãoao mês anterior foi de 3,6%, o queimpactou no total do setor. Obimestre fevereiro-março de 2010,também foi superior ao mesmoperíodo de 2009, em 3,1%, masinferior ao de 2008. Contudo, épreciso lembrar que o crescimen-to estava consideravelmenteacentuado antes da crise, que, no

começo de 2009, estava em seuestágio final. Já o transporte deoutras cargas apresentou decrés-cimo de 0,2% em relação ao mêsanterior.

O transporte rodoviário depassageiros apresentou aumentonos traslados de curta distância. Otransporte coletivo urbano cres-ceu 20,8% devido o retorno asaulas em março, transportando3,1% a mais no bimestre fevereiro-março se comparado com o anoanterior. O transporte rodoviáriointermunicipal de passageirostambém cresceu, 9,9% em relaçãoao mês de fevereiro.

Já o transporte rodoviáriointerestadual de passageiros caiu2,8%, seguindo a movimentaçãosazonal. Apesar disso, o mês demarço de 2010 apresentou um

Transportes emrecuperação

IDET

Efeitos da crise no setor perdem força e modais têm alta

acréscimo de 6,15% no número depassageiros transportados frentea março de 2009.

Em relação a janeiro,observou-se uma queda de1,4% na movimentação decargas do modal ferroviário.No entanto, em fevereirodeste ano foram movimenta-das 25,4% mais toneladas queo mesmo mês de 2009, indi-cando que o pior momento dacrise passou. Ressalta-se,apenas, que os dados de umaempresa do setor ainda nãoforam divulgados.

Em fevereiro, o transporteaquaviário de cargas subiu 8,4%em relação ao mês anterior. Noprimeiro bimestre do ano, a movi-mentação no modal foi 30% maiorque no primeiro bimestre de 2009.

Deve-se observar que alguns por-tos não informaram o total de car-gas transportadas, cabendo pos-terior retificação dos valoresapresentados. O transporte aéreode passageiros caiu em 11,9% nomês de fevereiro, em relação àjaneiro. Contudo, no primeirobimestre do ano, o movimento depassageiros foi 30% maior que ode 2009.

O Idet CNT/Fipe-USP é um indi-cador mensal do nível de ativida-de econômica do setor de trans-porte no Brasil. l

8

Para a versão completa daanálise, acesse www.cnt.org.br.Para o download dos dados,www.fipe.org.br

MOVIMENTAÇÃO Modal aquaviário mostrou crescimento de 8,4% em fevereiro

ZEKA

/AG A TA

RDE/FU

TURA

PRE

SS

Page 73: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 73CNT TRANSPORTE ATUAL ABRIL 2010 73

Fonte: Idet CNT/Fipe-USP

ESTATÍSTICAS DO TRANSPORTE BRASILEIRO

Transporte Rodoviário de Cargas - Total

Milh

ões de

Ton

elad

as

110

90

95

100

105

85

80

jan fev mar abr mai jun jul

2008 2009 2010

ago set out nov dez

Transporte de Passageiros - Coletivo Urbano

Milh

ões de

Passage

iros

1.050

930

990

870

810

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Aéreo de Passageiros

Milh

ões de

Passage

iros

6

5

5,5

4

4,5

3

3,5

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros

Milh

ões de

Passage

iros

8

7

6

5

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Ferroviário de Cargas

Milh

ões de

Ton

elad

as

50

30

35

40

45

25

20

jan fev mar *abr *mai jun jul ago set out nov dez

Transporte Aquaviário de Cargas

Milh

ões de

Ton

elad

as

75

65

45

55

25

35

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

2008 2009 2010

2008 2009 20102008 2009 2010

2008 2009 20102008 2009 2010

Page 74: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201074

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 61.920 13.775 75.695 Estadual Coincidente 17.197 6.224 23.421 Estadual 111.375 111.474 222.849 Municipal 27.342 1.236.128 1.263.470Total 217.834 1.367.601 1.585.435

Malha rodoviária concessionada 15.809Adminstrada por concessionárias privadas* 14.745Administrada por operadoras estaduais 1.064

FROTA DE VEÍCULOS - UNIDADESCaminhão 2.016.493Cavalo mecânico 363.717Reboque 674.451Semi-reboque 584.083Ônibus interestaduais 13.907Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo 42

Portos 40

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 141

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM*

Total Nacional* 29.817Total Concedida* 28.314Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMCompanhia Vale do Rio Doce/FCA 9.863MRS Logística S.A. 1.674ALL do Brasil S.A. 7.304Outras 9.473Total 28.314

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 87.150Locomotivas 2.624 Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.273Críticas 2.611

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 33Domésticos 33Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES - UNIDADESA jato 820 Turbo Hélice 1.700Pistão 9.354Total 11.874

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

Page 75: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 75

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos da União por Modal(R$ 385,1 milhões) - Liquidados (Março/2010)

Orçamento de Investimentos Ministério dos Transportes (Março /2010)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - MARÇO/2010

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Investimento liquidado Total pagoObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.

Arrecadação Acumulada

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmenteé cobrada sobre a comercialização de gasolina (R$ 0,23/liltro) e diesel (R$ 0,07/litro) e a destinação dos recursos engloba o subsídio e transporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em transportes.

NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 280 BILHÕES (PLANO CNT DE LOGÍSTICA BRASIL - 2008)

Investimento Pago Acumulado

14,012,0

8,06,04,0

R$ bilhõe

s

2,00,0

16,0

10,0

0,4

13,9

2,4

60

403020R

$ bilhõe

s

100

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

70

50

23,7

8

2009Valores

acumuladosem 2010

Nos últimos12 meses

Expectativapara 2010

58,6

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

CIDE (R$ Milhões)Arrecadação no mês Março/2010 586

Arrecadação no ano (2010) 1.956,0

Investimentos em transportes pagos (2010) 645,4

CIDE não utilizada em transportes (2010) 1.310,6

Total Acumulado CIDE (desde 2002) 58.567,0

Valores Pagos (CIDE)

Não Utilizado

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Outros

R$ 375,4 mil(97,6%) R$ 5,5 mil

(1,4%)

R$ 3,7 mil(1,0%)

R$ 0,5 mil(0,1%)

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

PIB (% cresc a.a.) -0,2 - (1) - (1) 5,60

Selic (% a.a.) 8,75 9,50(2) 11,25

IPCA (%) 4,31 2,06(3) 5,17(3) 5,29

Balança Comercial(4) 25,3 0,892(5) 23,2(5) 10,00

Câmbio (R$/US$) 1,74 1,75(6) 1,80

Reservas Internacionais

Observações:

1 - Dados de 2010 ainda não disponíveis.

2 - Meta Taxa Selic conforme Copom 27/04/2010

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até março/2010

4 - Em US$ Bilhões

5 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até Abril/2010

6 - Câmbio de fim de período fevereiro/2010, média entre compra e venda.

7 - Posição dezembro/2009 e abril/2010 em US$ Bilhões

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (acumulados até 10/04/2010), IBGE eFocus - Relatório de Mercado (19/04/10), Banco Central do Brasil.

239,64(7) 246,43(7) - -

Page 76: Revista CNT Transporte Atual - Mai/2010

CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201076

BOLETIM AMBIENTAL DO DESPOLUIR

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO

* Em partes por milhão de S - ppm de S

Estrutura do Despoluir

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - MARÇO 2010

AL AM

% NC

AP BA CE DF ES GO MA

MG MS

MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO

Brasil

6,9

1,5

0,7

4,3

1,5

4,8

0,7 2,

2

1,0

2,2

1,6

1,8

2,7

6,0

4,3

AC

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - MARÇO 2010

0

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

0,9

3,5

2,3

5,3

0

1,4

4,2

876543

0

21

109

7,7

0

Corante 8,4%5,1%

11,0%

Aspecto 17,9%

Pt. Fulgor 15,2%

Enxofre 11,0%

Teor de Biodiesel 42,4%Outros 5,1%

42,4%

17,9%

15,2%

8,4%

0,8

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DASEMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

NÚMEROS DE AFERIÇÕES

228.772 21.379 14.422 264.573

85,61% 88,53% 88,73% 87,62%

Federações participantes 21Unidades de atendimento 67Empresas atendidas 4.756Caminhoneiros autônomos atendidos 5.446

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL*

Japão 10 ppm de SEUA 15 ppm de SEuropa 50 ppm de S

Frotas cativas de ônibus urbanos das cidades do Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, BeloHorizonte e Salvador. Regiões metropolitanasde São Paulo, Belém, Fortaleza e Recife Diesel metropolitano (grandes centros urbanos)

Diesel interior (substituição de 11% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)

Brasil

1.800 ppm de S

500 ppm de S

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 776,33 75,4Transporte 94,32 9,2Industrial 74,07 7,2Outros setores 42,51 4,1Energia 25,60 2,5Processos industriais 16,87 1,6Total 1.029,71 100

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 83,30 88,3Aéreo 6,20 6,6Marítimo 3,56 3,8Ferroviário 1,26 1,3Total 94,32 100

VEÍCULO CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Caminhões 36,65 44Veículos leves 32,49 39Comerciais leves - Diesel 8,33 10Ônibus 5,83 7Total 83,30 100

50 ppm de S

MODAL MILHÕES DE m3 PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 32,71 96,6Ferroviário 0,69 2Hidroviário 0,48 1,4Total 33,88 100

TIPO 2006 2007 2008 2009 2010(ATÉ MARÇO)

Diesel 39,01 41,56 44,76 44,29 11,16

Gasolina 24,01 24,32 25,17 25,40 7,48Álcool 6,19 9,37 13,29 16,47 2,82

9,0

2,8

ATÉ FEVEREIRO MARÇO20102007 A 2009 TOTAL

Aprovação no período

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE

CONSUMO POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões m3)

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM MILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

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Especialistas do mundointeiro debatem umaquestão vital quando sediscute o planejamento

estratégico ligado ao crescimen-to dos países: “o desenvolvimen-to econômico demanda investi-mentos em infraestrutura ouinvestimentos em infraestruturainduzem o desenvolvimento eco-nômico”? No Brasil, por motivosassociados ao tamanho do terri-tório e às diferenças macrorre-giões, os dois conceitos se apli-cam. Mantendo o escopo limitadoà questão logística, e consideran-do a importância dos sistemas aela ligados, todos os modais detransporte apresentam carênciasque precisam ser equacionadaspara que, finalmente, se possater na logística um elementodinâmico na indução ou no apoioao crescimento econômico. Oscustos logísticos brasileiros (emtorno de 12%) apresentam umadiferença brutal, quando compa-rados com os EUA (8%). A dife-rença de 4% representa quaseUS$ 50 bilhões. Isso mostra quequalquer conjunto de projetosbem planejados e com custoabaixo desse valor já alcançariaplenitude na relação custo/bene-fício. No entanto, o país não con-

PAULO TARSO DE RESENDE

segue ultrapassar nem 1,8% doPIB em investimentos em trans-porte, sendo que a média dosúltimos 20 anos é de 1% do PIB.

Esse descaso histórico com osrecursos para melhorias namacrologística levou a gargalosmarcantes, a começar pelos por-tos. Os custos não são competiti-vos, caracterizados por burocra-cias inúteis no manejo das car-gas, equipamentos obsoletos,estruturas administrativas atra-sadas, acessos portuários inefi-cientes e um quadro de mão deobra carente de capacitação,com reflexo imediato na competi-tividade dos produtos no merca-do global.

Outra questão fundamental éa do equilíbrio entre as opera-ções dos sistemas rodoviários eferroviários. O Brasil não podecontinuar com uma competiçãoacirrada entre esses modais. Nomundo desenvolvido, cada umtem o seu papel e os dois buscamse complementar. O sistemarodoviário brasileiro apresentacapilaridade, ou seja, seu grandetrunfo é o acesso às regiões pro-dutoras e aos centros consumi-dores, em um total de 1,6 milhãode km, mas, infelizmente, commenos de 12% asfaltados. O siste-

ma ferroviário, por sua vez, pos-sui operadores com grandepoder de captação de recursos, ecuja reestruturação foi muitobem trabalhada nos últimos dezanos. Sendo assim, a formaçãode corredores logísticos, comeixos rodoviários alimentando osgrandes troncos ferroviários(modelo espinha de peixe), pode-ria se transformar em diferencial,por exemplo, para o escoamentodos granéis e insumos agrícolas,contribuindo para a inserçãocompetitiva das fronteiras doCentro-Oeste, Nordeste e Norte.

Finalmente, destacam-se ospotenciais hidroviários comoalternativa para o escoamentodos granéis agrícolas em dire-ção aos portos do Norte eNordeste, deslocando o já satu-rado eixo logístico do Sudeste edo Sul. O país possui aproxima-damente 30 mil km de hidroviascom real perspectiva de aprovei-tamento para a navegação. Osinvestimentos em sistemaslogísticos são fundamentaispara o crescimento econômico.Eles podem ser responsáveispela inserção competitiva deregiões de fronteira no mercadoglobal, nesse caso como induto-res do desenvolvimento.

DEBATE Como a logística pode ajudar no crescimento econômico?

PAULO TARSO DE RESENDEDoutor em Planejamento deTransportes e Logística, coordenadordo Núcleo de Infraestrutura eLogística da Fundação Dom Cabral

Investimentos em sistemaslogísticos são fundamentais

“Os modais apresentam carências que precisam ser equacionadas paraque se possa ter na logística um elemento dinâmico ao crescimento”

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Como a logística pode ajudar no crescimento econômico?

Alogística hoje é tratadacomo um assunto devital importância pelasempresas. Depois das

dificuldades enfrentadas, emdecorrência da crise econômica,o tema logística voltou à pautacomo solução para muitos pro-blemas. O ano de 2010 marca aretomada das negociações, ondea recuperação do mercado, quecomeçou no segundo semestrede 2009, irá de fato se confirmar.Felizmente, as companhias per-ceberam que o trabalho logístico,visando à redução dos custos, éuma fonte de agregação de valoraos produtos e serviços.

Mas, para que alcancemosesse objetivo é necessário que ogoverno federal intervenha. OBrasil não pode parar! Sabemosque é preciso investimentos, epesados. Sem dúvida, o governotem projetado ações para odesenvolvimento do país, como éo caso do Avança Brasil e do PAC(Programa de Aceleração doCrescimento), mas também énotório que o marketing é quemerece o ônus, pois esses pro-gramas pouco avançaram.

Outro fator importante é queestamos em ano de eleição, umnovo cenário político aproxima-

ferrovias na matriz de transpor-tes do Brasil passou de 17%, em1999, para 26%, em 2009, sendoque a referência internacionalnos desafia a atingir 42%.

A grande benfeitora dessanova estatística é a iniciativa pri-vada. Com ela o governo federaldeixou de acumular um déficit deR$ 3,8 bilhões, reunido nos dezanos que antecederam à deses-tatização. Atualmente, a Uniãorecebe das concessionárias R$500 milhões/ano pela concessãoe arrendamento, além de R$ 300milhões que as empresas reco-lhem para a Cide. Significa umareceita anual de R$ 800 milhões,sem considerar os tributos fede-rais, estaduais e municipais.

Outra questão é o investimen-to profissional. Investir em pes-soas, no seu desenvolvimento ena retenção de conhecimento éum diferencial competitivo quejamais deve ser desconsiderado.Devemos, setor público e privado,proporcionar formação intelec-tual para o profissional, qualificá-lo e valorizá-lo. Dessa forma, ocolaborador interno trabalharáfeliz, motivado, com comprometi-mento e competência. E o melhor:será fiel à empresa, ao seu produ-to e a sua movimentação.

RODRIGO VILAÇAPresidente da Aslog (AssociaçãoBrasileira de Logística)

Fonte de agregação de valoraos produtos e serviços

“Entre os desafios que um país, como o Brasil, tem de enfrentar estãoos investimentos em infraestrutura que consolidem o desenvolvimento”

se. É época de diagnosticar anti-gos problemas e iniciar uma novaetapa para soluções. Entre osmuitos desafios que um país,como o Brasil, tem de enfrentarestão os necessários investimen-tos em infraestrutura, pois sãoeles que garantem que o desen-volvimento se consolide. As pala-vras atitude e viabilização têmque constar nos planos de traba-lho dos novos governantes.

Também sabemos que énecessária a intermodalidadedos modais de transporte paraque tenhamos mais eficácia naatividade logística no Brasil. Épreciso mais defesa e mais pró-ação nos diferentes modos detransporte, entre eles o hidroviá-rio, a cabotagem e o ferroviário.Para se ter uma ideia, o modelologístico do Brasil ainda estáexcessivamente focado no modalrodoviário, que corresponde aaté 65% de todo o volume trans-portado, além ser o segundomais caro, perdendo apenas parao aéreo. Por outro lado, tambémé notório que, desde que assumi-ram a concessão das malhas fer-roviárias, as transportadoras decargas mudaram o cenário dosetor, que passava por completaestagnação. A participação das

RODRIGO VILAÇA

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OPINIÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 2010 81

JOSÉ FIORAVANTIOPINIÃO

Fifa manifestou sua preocupação com o ritmolento das obras dos estádios de futebol para aCopa do Mundo no Brasil, em 2014. Embora nãofaça parte do plano de obras do acordo entre ocomitê organizador nacional e o órgão máximo do

futebol mundial, projetos importantes de infraestru-tura de transporte estão previstos para a realizaçãodo evento. Mas ocorre que a execução desses proje-tos também já está atrasada.

Programa do Ministério das Cidades, comrecursos do Fundo de Garantia, o Pró-Transporteassegurou R$ 9 bilhões para a melhoria dos siste-mas viários das 12 cidades que serão sedes dosjogos da Copa do Mundo, além de outras fontes deinvestimentos. Porém, por razões burocráticas oude natureza técnica dos projetos, a grande maio-ria das obras ainda não foi iniciada.

Foi prometido um pacote de 43 obras em diver-sas áreas do transporte, com previsão de umcusto total de R$ 11,5 bilhões. Os projetos preveema construção de corredores exclusivos para ôni-bus urbanos, monotrilhos, novos terminais urba-nos e outras ações fundamentais.

Também estão prometidas intervenções exclusi-vamente para o evento, em 16 aeroportos. Mas deacordo com as informações veiculadas na imprensa,os projetos executivos das obras só estarão prontosno fim de 2011. O que deve gerar mais atraso.

Os transportadores brasileiros já comparti-lham da ansiedade da Fifa. Quase sempre apon-tados como os maiores responsáveis pelos pro-blemas do transporte urbano, os empresários dosetor sentem na pele as dificuldades pela faltade políticas urbanas que valorizem o transporte

coletivo e dependem da intervenção definitivado poder público para a desejada melhoria dosserviços. Assim, esperam uma herança benditada Copa-14: financiamentos em condições maisfavoráveis para a renovação de frotas; melhorinfraestrutura viária; corredores exclusivos parao tráfego de ônibus urbanos, cuja operação estáprejudicada pelo intenso congestionamento detrânsito nas cidades.

A infraestrutura do transporte no Brasil há muitovem limitando o desenvolvimento social e econômicodo país. Rodovias em condições inadequadas impe-dem uma logística dinâmica e eficiente do transpor-te de cargas e pessoas, o comércio internacional seressente de melhores portos, o turismo precisa denovos terminais de passageiros e os aeroportos jánão comportam o movimento das aeronaves.

Pelo que se viu em países que sediaram grandeseventos mundiais, as melhorias na infraestrutura tor-naram-se marcos para a elevação do nível da qualida-de dos serviços.

Cumpridos os objetivos determinados para aCopa-2014, o Brasil terá dado um passo decisivo pararomper definitivamente com o atraso histórico quecaracteriza sua infraestrutura. A conter nossa ansie-dade, a garantia do ministro Márcio Fortes, das cida-des, de que a maioria das obras estará concluída atéo ano de 2013. Os transportadores desejam muito quesim. A conjuntura econômica é favorável para a reali-zação desse projeto e o evento, um compromissotransformado em grande oportunidade que não sepode deixar passar.

José Fioravanti é presidente em exercício da CNT

AO transporte naCopa de 2014

“A infraestrutura do transporte no Brasil há muito vem limitando o desenvolvimento social e econômico do país”

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CNT TRANSPORTE ATUAL MAIO 201082

TECNOLOGIA

Muito interessante a reportagem de capa da revistaCNT Transporte Atual, edição176, que aborda as novas tecnologias dos caminhões. Osensor de ponto cego e odetector de nível de atenção,além dos outros itens de segurança, com certeza vãotrazer mais segurança a todos nas estradas.

Augusto PinhoNiterói (RJ)

MUSEU

Além do futebol, acredito que o carro é a outra paixão do brasileiro. A revista está de parabéns pela reportagem"Paixão preservada" (edição176), que traz a história doMuseu Eduardo AndréMatarazzo. Nele, não estão apenas carros e objetos do Sr.Eduardo Matarazzo, mas umpouco da história do Brasil e de seu povo.

José MendesMaceió (AL)

CONSUMO

A reportagem sobre o consumo inteligente de energia (edição 176) mostraque todos ganham quando oassunto é evitar o desperdício.

E saber que estão em discussão medidas paramelhorar a infraestrutura dasrodovias e o transporte de passageiro, como forma de economia e de preservação do meio ambiente, é pontopositivo para as empresas que estão engajadas nessepropósito.

Raimunda RibeiroAparecida de Goiânia (GO)

ENTREVISTA

O assunto abordado na entrevista com o doutor emtransportes Luis AntonioLindau na revista CNTTransporte Atual (edição 176)é realmente interessante, pelomomento que as metrópolesbrasileiras estão passando,com congestionamentos,poluição. É importante pensarmos em novas metas para que as cidades sejam realmente sustentáveis.

Rodrigo CâmaraBauru (SP)

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

[email protected]

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE EM EXERCÍCIOJosé Fioravanti

PRESIDENTE DE HONRA DA CNTThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio GulinTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho Ilso Pedro Menta TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiAntônio Pereira de SiqueiraTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Hernani Goulart Fortuna

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

TRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Jacob Barata Filho

José Augusto Pinheiro

Marcus Vinícius Gravina

Tarcísio Schettino Ribeiro

José Severiano ChavesEudo Laranjeiras CostaAntônio Carlos Melgaço KnitellAbrão Abdo IzaccFrancisco Saldanha BezerraJerson Antonio PicoliJosé Nolar SchedlerMário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Paulo Brondani

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Luiz Maldonado Marthos

Sandoval Geraldino dos Santos

Dirceu Efigenio Reis

Éder Dal’ Lago

André Luiz Costa

José da Fonseca Lopes

Claudinei Natal Pelegrini

Getúlio Vargas de Moura Braatz

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

José Carlos Ribeiro Gomes

Paulo Sergio de Mello Cotta

Marcelino José Lobato Nascimento

Ronaldo Mattos de Oliveira Lima

José Eduardo Lopes

Fernando Ferreira Becker

Pedro Henrique Garcia de Jesus

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Eclésio da Silva

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