Revista CNT Transporte Atual-MAI/2003

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C NT REVISTA ATÉ QUANDO? CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO VIII | NÚMERO 95 | MAIO 2003 SEM INVESTIMENTOS E CONSERVAÇÃO, RODOVIAS MATAM IMPUNEMENTE LEIA NESTA EDIÇÃO A COBERTURA DA 1ª REUNIÃO DA CIT

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É fundamental que o setor transportador do continente americano equalize suas normas e suas práticas.

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CNTREVIS

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ATÉQUANDO?

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE | ANO VIII | NÚMERO 95 | MAIO 2003

SEM INVESTIMENTOS ECONSERVAÇÃO, RODOVIASMATAM IMPUNEMENTE

LEIA NESTA EDIÇÃO A COBERTURA DA 1ª REUNIÃO DA CIT

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Aplicar Anúncio institucionalCNT/Modais

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PELA INTEGRAÇÃOA 1ª reunião ordinária da CITconsagrou a idéia de uniãodo continente em umdocumento de 16 tendências

O FUTURO CHEGOUCaminhões inteligentes,designs arrojados, cabinescomo quartos de hotel sãoalgumas inovações jádisponíveis no mercado

PRESIDENTEClésio Soares de Andrade

PRESIDENTE DE HONRAThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES SEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte Rodrigues SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares Júnior SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Benedicto Dario FerrazSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOSEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho e Ilso Pedro MentaSEÇÃO DO TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio Benatti e Antônio Pereira de SiqueiraSEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes e Mariano CostaSEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Renato Cézar Ferreira Bittencourt e Cláudio Roberto Fernandes Decourt SEÇÃO DO TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Bernardo José Figueiredo Gonçalves de Oliveira e Nélio Celso Carneiro TavaresSEÇÃO DO TRANSPORTE AÉREO

Wolner José Pereira de Aguiar (vice-presidente no exercício da presidência)

CONSELHO FISCALTITULARES Waldemar Araújo, David Lopes de Oliveira, Éder Dal’Lago e René Adão Alves PintoSUPLENTES Getúlio Vargas de Moura Braatz, Robert Cyrill Higgin e José Hélio Fernandes

DIRETORIA

SEÇÃO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Denisar de Almeida Arneiro, Eduardo FerreiraRebuzzi, Francisco Pelucio, Irani Bertolini, Jésu Ignácio de Araújo, Jorge Marques Trilha,Oswaldo Dias de Castro, Romeu Natal Panzan,Romeu Nerci Luft, Tânia Drumond, Augusto Dalçoquio Neto, Valmor Weiss, Paulo Vicente Caleffi e José Hélio Fernandes;

SEÇÃO DO TRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Aylmer Chieppe, Alfredo José Bezerra Leite, Narciso Gonçalves dos Santos, José Augusto Pinheiro, Marcus Vinícius Gravina, Oscar Conte,Tarcísio Schettino Ribeiro, Marco Antônio Gulin,Eudo Laranjeiras Costa, Antônio Carlos Melgaço Knitell, Abrão Abdo Izacc, João de Campos Palma, Francisco Saldanha Bezerra e Jerson Antonio Picoli

SEÇÃO DOS TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de Sousa, José Alexandrino Ferreira Neto, José Percides Rodrigues, Luiz Maldonado Marthos, Sandoval Geraldino dos Santos, José Veronez, Waldemar Stimamilio, André Luiz Costa, Armando Brocco, Heraldo GomesAndrade, Claudinei Natal Pelegrini, Getúlio Vargasde Moura Braatz, Celso Fernandes Neto e NeirmanMoreira da Silva

SEÇÃO DO TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Cláudio Roberto Fernandes Decourt, Glen GordonFindlay, Luiz Rebelo Neto, Moacyr Bonelli, AlcyHagge Cavalcante, Carlos Affonso Cerveira,Marcelino José Lobato Nascimento, MaurícioMöckel Pascoal, Milton Ferreira Tito, Sílvio VascoCampos Jorge, Cláudio Martins Marote, JorgeLeônidas Melo Pinho, Ronaldo Mattos de OliveiraLima e Bruno Bastos Lima Rocha

CONSELHO EDITORIAL Almerindo Camilo, Bernardino Rios Pim, Etevaldo Dias, Márcio Tadeu dos Santos, Maria Tereza Pantoja e Vanêssa Palhares

REDAÇÃOEDITOR RESPONSÁVEL

Almerindo Camilo (MG2709JP)EDITORES EXECUTIVOS

Ricardo Ballarine e Antonio Seara (Arte)REPÓRTERES

Alessandra Ribeiro, Ariverson Feltrin, Cláudio Antonio,Edilene Viana,Edson Cruz, Eulene Hemétrio, FábiaPrates, Isis Mota, José Luiz Alves e Rodrigo Rievers FOTOGRAFIA

Paulo Fonseca, Agências Estado e O GloboINFOGRAFIA

GraffoDIAGRAMAÇÃO E PAGINAÇÃO

Antonio Dias e Wanderson F. Dias

PRODUÇÃO

Rafael Melgaço AlvimLis Mendes (tradução)ENDEREÇO

Rua Monteiro Lobato, 123/101 CEP 31.310-530 Belo Horizonte MGTELEFONES

(31) 3498-2931 e (31) 3498-3694 (Fax) E-MAIL

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Marcelo Fontana - (0xx11) [email protected]

Publicação mensal da CNT, registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob onúmero 053, editada sob responsabilidade da AC&S Comunicação.

IMPRESSÃO WEB Editora TIRAGEM 40.000 exemplares

CNT Confederação Nacional do Transporte

Revista CNT

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CNTREVIS

TA

SAFRA DO MT AMEAÇADA 18

ÍDOLOS DOS CAMINHONEIROS 26

O TRABALHO DA CET 39

POLÊMICA NO APOIO MARÍTIMO 54

ALEXANDRE GARCIA 61

TRAGÉDIASEM FIMSituação caóticadas estradas provocamortes e traumas numdrama que está longede acabar

8

20VANDALISMOA prática de destruir equeimar ônibus se espalhapelo Brasil e provoca prejuízospara empresas e usuários

ANO VIII | NÚMERO 95 | MAIO 2003

CAPA SÔNIA POLAKIEWICZ

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MAIO 2003 CNTREVISTA 7

Areu nião de re pre sen tan tes de18 paí ses ame ri ca nos nos dias24 e 25 de abril, em Bra sí lia, foium mar co fun da men tal paraque o se tor trans por ta dor das

três Amé ri cas co me ças se a dis cu tir uma po -lí ti ca con ti nen tal co mum para o se tor.

Fun da da em maio de 2002, a Câ ma raIn te ra me ri ca na de Trans por te (CIT), sob apre si dên cia do bra si lei ro Pau lo Cal le fi, em -pos sou os 24 mem bros de sua di re to ria. Por tan to, os pri mei ros pas sos para a

in te gra ção das ro tas da Amé ri ca do Sule para as dis cus sões so bre as ten dên -cias do se tor em todo o con ti nen te já fo -ram da dos.

Como é ca rac te rís ti ca do se tor trans por -ta dor, os re pre sen tan tes dos 18 paí ses co -me çam a le var à fren te es tra té gias pio nei -ras e fun da men tais na bus ca de uma po lí -ti ca ta ri fá ria úni ca; para a nor ma ti za ção dotrans por te con ti nen tal; para o de sen vol vi -men to or ga ni za cio nal e tec no ló gi co dasem pre sas e para o trei na men to dos re cur -sos hu ma nos do se tor, en tre ou tras me di -das fun da men tais.

Como se pode per ce ber, des de já, asações a se rem de sen vol vi das pela CIT te rãoim pac tos di re tos e im por tan tes so bre a eco -no mia dos paí ses do con ti nen te.

Num mer ca do glo ba li za do, é de fun da -men tal im por tân cia que o se tor trans por ta -dor do con ti nen te ame ri ca no equa li ze suasnor mas e suas prá ti cas e pos sa de sen vol -ver-se tec no lo gi ca men te de uma ma-nei ramais har mô ni ca.

Es ses ga nhos não se rão ape nas das em -pre sas trans por ta do ras, mas tam bém, afe -ta rão, po si ti va men te, os tra ba lha do res dose tor e as po pu la ções dos paí ses.

Como to dos sa bem, o trans por te é fun -da men tal para a cir cu la ção de pro du tos eim por tan te para o de sen vol vi men to hu-mano, por tan to, im pres cin dí vel para a ge ra -ção de ri que zas.

O que se pro cu ra é um con ti nen te maisde sen vol vi do e mais jus to so cial men te e, acon tri bui ção que a CIT dará, nes se sen ti do,será fun da men tal.

A Con fe de ra ção Na cio nal do Trans por te(CNT) é a gran de ges to ra des sa idéia, jáque foi dela a ini cia ti va de criar a CIT comoum foro de dis cus são per ma nen te e de in -di ca ção de ten dên cias re la ti vas ao se tor detrans por te con ti nen tal.

Des sa for ma, mais uma vez o se tortrans por ta dor man tém-se na van guar dadas ini cia ti vas, pro cu ran do al ter na ti vas só -cio-eco nô mi cas, cu jos im pac tos se rão sen -ti dos em pou cos anos.

É FUNDAMENTALQUE O SETORTRANSPORTADORDO CONTINENTEAMERICANOEQUALIZE SUASNORMAS E SUASPRÁTICAS

CIT está unindoas três Américas

EDITORIAL

CLÉSIO ANDRADEPRESIDENTE DA CNT

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8 CNTREVISTA MAIO 2003

VÍTIMASDOAPAÍS ASSISTE A UMA TRAGÉDIA SEM FIM NAS ESTRADAS ESBURACADAS

A cada 8,8 minutos umapessoa morre nas rodo-vias federais brasi-leiras.A cada 4,9 minutos reg-

istra-se um acidente nas estradasdo país. O diagnóstico é do Centrode Formação de Recursos Hu-manos em Transporte (CEFTRU)da Universidade de Brasília(UnB), em estudo concluído esteano, realizado em parceria com oMinistério dos Transportes. Apesquisa teve que se basear nos

dade de Tóquio e diretor doCEFTRU.A constatação do professor

Shimoishi é referendada por estu-do da Organização Mundial deSaúde (OMS), divulgado em mea-dos de maio, segundo o qual osacidentes de trânsito são aprimeira causa de morte no mun-do. Só para se ter uma idéia, asguerras aparecem em sexto lugarno ranking da OMS.No caso do Brasil a situação

parcos dados oficiais do ano de2000, apontados pelo Departa-mento Nacional de Infra-estruturade Transportes (DNIT), onde dev-eriam estar os registros de todasas ocorrências de acidentes nasestradas brasileiras. A conclusãoé avassaladora: "Morre maisgente (nas estradas do Brasil) doque em muitas guerras", disparao professor José Matsuo Shi-moishi, doutor em Planejamentoem Transportes pela Universi-

“O PIORFATOR QUETEMOS É ASITUAÇÃODASRODOVIAS”

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BANDONOP E INTRANSITÁVEIS POR CLÁUDIO ANTONIO, EDSON CRUZ E RODRIGO RIEVERS

parece ser ainda pior. O númerode vítimas fatais nas rodoviasbrasileiras pode ser bem maior doque revelam as estatísticas dapesquisa do CEFTRU e da PolíciaRodoviária Federal (PRF), a seconsiderar a denúncia do profes-sor Paulo Fernando Fleury, diretordo Centro de Estudos de Logística(CEL) da Universidade Federal doRio de Janeiro. Segundo Fleury,nos precários boletins de ocorrên-cia são computadas apenas as

vítimas que tiveram morte instan-tânea. "Não são consideradas aspessoas que sofreram acidentes eque morreram dias depois nohospital", revela.Uma prova de que os dados

atualizados de mortos nasestradas do Brasil datam de2001, quando, segundo a PRF,20.038 morreram em rodoviasfederais e estaduais. Nesse perío-do, as estradas vitimaram374.557 pessoas. Em 2002, mor-

reram 6.162 pessoas e 59.615ficaram feridas, considerandosomente estradas federais por fal-ta de levantamentos oficiais.Essa tragédia brasileira é resul-

tado de anos de abandono dasrodovias pelo poder público.Pesquisa CNT/Coppead de agos-to de 2002 detectou que 213 pes-soas morrem a cada 1.000 kmpavimentados, índice 70 vezesmaior que do Canadá, onde trêssão vítimas fatais na mesmaextensão. A estimativa do levanta-mento, considerando os 164.988km de rodovias asfaltadas nopaís, é que mais de 35 milbrasileiros morrem anualmentenas estradas nacionais. É comose caísse um Boeing 737 lotado acada três horas. Esse índice coloca as mortes

“COM A VERBA DOS ÚLTIMOS 10ANOS, NÃOÉ POSSÍVELCONSERVAR”

PEDRO GRAEFF/JORNAL O TEM

PO

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10 CNTREVISTA MAIO 2003

“FALTA DEINVESTIMENTOE DE VONTADEPOLÍTICAAJUDAM NOSACIDENTES”

TRANSTORNOMotoristas têm que dobrar a atenção nasestradas

em rodovias como o segundomaior problema de saúde públicado país, atrás apenas da desnu-trição. Ainda de acordo com apesquisa CNT/Coppead, 62%dos leitos hospitalares destinadosà traumatologia são ocupados porvítimas de acidentes de trânsito. Para confirmar o cenário,

entre maio e dezembro de 2002,aconteceram 66.118 crimes noRio, número 40% menor que ode acidentes em rodovias.Num país de 1,7 milhão de

quilômetros de rodovias, a con-clusão aparece no noticiário pós-feriado. Se o Brasil optou pelotransporte rodoviário, seria pre-ciso fazer a lição de casa. Res-ponsável por 60,5% de todas ascargas transportadas no país, omodal rodoviário participa comR$ 25,4 bilhões do PIB nacional,sem receber a contrapartida quecaberia aos governos.Os acidentes nas rodovias têm

origem em três fatores: má con-servação, sinalização precária efiscalização incipiente. A avali-ação é do engenheiro ProcópioSanto Rizzato, coordenador doPrograma de Redução de Aci-dentes no Trânsito (Pare) do Min-istério dos Transportes.Rizzato revela, no entanto,

que, se forem observadas asestatísticas da PRF, a má conser-vação das estradas aparece comíndice baixo na composição dototal de acidentes. De acordo comos números de 2002 das causaspresumíveis dos acidentes nasrodovias federais, dos 108.881acidentes, 2.657 estão relaciona-

JOSÉ LUIZ ALVES

AGÊNCIA ESTADO

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JUSTIÇA AUMENTA SOFRIMENTO

As estatísticas da guerra do trân-sito chocam, mas nem delonge revelam o sofrimento e o

sentimento de impotência de quempassou pelo drama de perder um fil-ho ou viu uma mãe ficar paraplégicapor causa da violência das estradas.A mudança de vida é drástica e rápi-da. No entanto, mesmo o tempo nãoé capaz de cicatrizar totalmente asferidas que ficam - dor que é renova-da nas batalhas jurídicas pararesponsabilizar os causadores dosacidentes. “Há sete anos nossa vidaestá parada. Vivemos em função dadecisão da Justiça”, resume a pro-fessora aposentada Delizete Carnaú-ba Correia de Souza, 68.Em 5 de abril de 1996, a vida da

professora se transformou em pou-cas horas. A avó que reconstruía avida depois da perda de dois filhos eum neto hemofílicos voltou ao buraconegro do sofrimento. A filha Adriana,31, o genro Júlio César FerreiraViana, 32, as netas Victória, 2, eTheodora, de 7 meses, além da tiaIsabel Soares Benedicta, 93, foram“despedaçados”, como ela conta,depois de um choque do Fuscadirigido por Júlio César com umaBlazer em alta velocidade, na MG-126, estrada que liga Bicas a Mar deEspanha, na Zona da Mata mineira.Os familiares foram colhidos pela

Blazer do empresário Ismael KellerLoth, 38 anos à época, que ultrapas-sava um Tempra na estrada estreita echeia de curvas. O detalhe cruel,como conta Delizete, é que omotorista do Tempra, o médico Ade-mar Pessoa Cardoso, então com 48anos, e Loth, que havia vendido oveículo para o médico, estavam dis-putando um “pega”. Testemunhas,segundo ela, viram quando os dois

apostaram quem chegaria primeiroem Bicas. O prêmio para o vencedorseria de R$ 2.000.Os dois motoristas fugiram sem

prestar socorro. O Ministério Públicode Minas entrou com ação judicialpara que houvesse a condenaçãopor homícidio doloso (ntenção docrime). Desde então, Delizete sofrecom as idas e vindas da Justiça ecom a negligência do serviço públi-co. “Ninguém tem noção do nossosofrimento. O dolo maior não estánem no acidente, mas na crueldadedo processo.” Três perícias oficiaisforam realizadas e a primeira chegoua apontar que a velocidade da Blaz-er, que arrastou o Fusca por 26 met-ros, seria de 45 km/h. Os própriosperitos fizeram um desagravo técni-co e a terceira perícia oficial apontouvelocidade de 155 km/h. Essedescaso revoltou a professora. “Éimpossível que o país mantenhaprofissionais inescrupulosos noserviço público.”Os motoristas foram considerados

culpados na primeira instância,recorreram ao Tribunal de Justiça deMinas, que acatou o recurso edesclassificou o homicídio para cul-poso (sem intenção). O MP apeloupara o Superior Tribunal de Justiça,que, cinco anos depois do acidente,confirmou o veredicto de homicídiodoloso e mandou o caso de voltapara a comarca de Bicas para queos réus fossem a julgamento popu-lar, marcado para o dia 11 de marçodeste ano. Como Ademar Cardosopediu o desaforamento do processo,negado pelo TJ, Delizete aguardanova data para o julgamento - secondenados, os acusados podempegar até 20 anos de prisão. “Quer-emos enterrar nossos mortos.”

dos a defeitos nas vias (2,44%)."As estatísticas são falhas não

por omissão da PRF, mas poruma falta de pessoal e depadronização dos boletins deocorrência. Sem dúvida, o piorfator que temos atualmente é amá conservação das rodovias.Para eliminar essa tragédianacional, precisamos melhorarnossas estradas, ampliar a sina-lização e realizar uma fiscalizaçãoeficiente", afirma Rizzato. O coordenador do Pare argu-

menta que, se 70% da malharodoviária nacional for recupera-da, os acidentes terão umaredução significativa. Segundoele, isso seria a comprovação deque as estatísticas, na maioriados casos, realmente não con-dizem com a realidade. "É claroque há imperícia e imprudênciapor parte dos motoristas. Mas

POR EDILENE VIANA

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14 CNTREVISTA MAIO 2003

“DIFÍCIL É SUPERAR A PERDA”

O cho que de ver amãe pa ra plé gi cade pois de um aci -

den te em uma es tra daapon tou no vos ru mos paraRo sa na An tu nes. Ela e-mer giu do de sam pa ro dese de pa rar com a vio lên ciaao par tir para a cons cien ti -za ção e au xí lio a ou traspes soas que pas sa rampela mes ma si tua ção. Ore sul ta do é o Nú cleo deHu ma ni za ção do Trân si to(NHTrans), seis ve zes pre -mia do pelo tra ba lho depre ven ção de aci den tes eedu ca ção para o trân si to. A mãe de Ro sa na, Rosa

An tu nes, fi cou pa ra plé gi -ca após so frer um aci den -te na ro do via Pa dre Ma -noel da Nó bre ga (SP), em1991. O veí cu lo ca po touao des viar de um a car rocon du zi do por um mo-to -ris ta em bria ga do na con -tra mão. Ela fra tu rou a co-luna e foi so cor ri da sen ta -da, o que pro vo cou per dados mo vi men tos. Ro sa na,en tão, en ca rou a mis sãode tor nar o trân si to maishu ma no. “En ter rar os mor-tos é o mais fá cil, di fí cil éso bre vi ver à per da. Abrimeu co ra ção em pú bli co e

es ti mu lei ou tras pes soas.”Ro sa na co me çou a de-

sen vol ver um in ten so tra -ba lho jun to às au to ri da dese mon ta do ras para quefos sem to ma das me di dascomo a exi gên cia dos cin -tos de se gu ran ça na cida-de, no ções bá si cas de pri-mei ros so cor ros e obri ga -to rie da de de os car ros saí-rem de fá bri ca com o cin -to de três pon tas e o en-cos to de ca be ça.No nú cleo idea li za do

por Ro sa na, ex-em pre sá-ria de moda, são de sen -vol vi das ati vi da des depes-qui sa, edu ca ção eações para a hu ma ni za -ção do trân si to, as sis tên -cia ju rí di ca e psi co ló gi capara ví ti mas de aci den tese fa mi liares. “As pes soasque pro cu ram o nú cleopas sa ram pela di fi cul da dedo es ta do de cho que e are sis tên cia em se abrir émui to gran de.” Ela as si na la que é di fí -

cil con tar com a Jus ti çapara dar cons ciên cia aosin fra to res. “É mui to rarocon se guir in de ni za ção epu ni ção. A Jus ti ça nãotem res pos ta para esseso fri men to.” (EV)

certamente o estado das rodoviastem um peso maior nessa conta."(Leia box na pág.16)Segundo assessor de comuni-

cação social da PRF, inspetorAdemur Antônio Júnior, a "faltade investimentos e de vontadepolítica" ajudam a aumentar aquantidade de acidentes nasestradas. "São fatores que recon-hecidamente, de forma isolada ouconjunta, contribuem para ogrande número de acidentes."Ao analisar as estatísticas,

Ademur minimiza o atual quadrodas rodovias. Para a corporação,além das condições das estradas,a conduta do motorista tambémajuda a provocar acidentes. "Nãoexiste um estudo pormenorizadoque defina exatamente a razão doelevado número de acidentes.Porém, os fragmentos de estatís-ticas apontam os mais relevantes:condições da pavimentação e doveículo e conduta do motorista",

EscaladaRizzato diz que a melhoria das

rodovias brasileiras só ocorrerácom um significativo aporte derecursos. Por isso, ele defendeque o governo federal direcione amaior parte das verbas arrecada-dos com a Contribuição de Inter-venção no Domínio Econômico(Cide), para obras de infra-estru-tura na estradas. "Com os recur-sos normais que o governo deunos últimos dez anos, não é pos-sível conservar a malha rodoviárianacional", aponta.Do montante de R$ 700 mil-

hões que o ministro dos Trans-

APOIO

• ASSOCIAÇÃO DAS VÍTIMAS DO TRÂNSITO(11) 3081 0429

• AVITA(21) 9969-3059

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MAIO 2003 CNTREVISTA 15

ATRASOPassageirosescalam o buracopara chegar aodestino

DESCASOMotoristas são asmaiores vítimasdo abandono dasrodovias

O FIM DASCAMPANHASEDUCATIVASACOMODOUPARTE DOSMOTORISTAS

portes, Anderson Adauto, desti-nou para o programa de recuper-ação das estradas, R$ 64 milhões(9,14%) foram aplicados nasobras. Mas as cenas vistas na TV,de passageiros de ônibus esca-lando um buraco de 30 metros deprofundidade por 70 de largurapara pegar outro ônibus do ladooposto, depois que a pista cedeuna BR-381, na ligação entreMinas Gerais e Espírito Santo,relembram que há muito maisque R$ 700 milhões a se fazer.

RadaresUma das medidas utilizadas

na tentativa de diminuir o caosnas estradas – a implantação deradares – tem sua utilização con-testada. Segundo Aristides Júnior,inspetor da PRF, para diminuir onúmero de acidentes, os radaresteriam que ser instalados emlocais de boa visibilidade para omotorista, a fim de coibir as in-frações de velocidade acima dolimite permitido. "O radar é impor-tante, mas não pode ficar escon-dido no meio do mato. Dessamaneira não previne. O motoristapassa por ele e nem sabe. Oefeito preventivo acabou todo."Para Aristides, a interrupção

das campanhas educativas, queeram feitas constantemente em1998 e que praticamente inexis-tem atualmente, gerou aco-modação por parte dos condu-tores. "Poderiam ser feitas cam-panhas sobre a importância douso de cinto de segurança nosbancos traseiros, excesso develocidade e ingestão de álcool,

DANIEL CERQUEIRA/JORNAL O TEM

PO

AGÊNCIA ESTADO

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16 CNTREVISTA MARÇO 2003

PAÍS REDUZ 1/3 DE INVESTIMENTO

O s professores José Matsuo Shi-moishi, diretor do Centro de For-mação de Recursos Humanos

em Transporte (CEFTRU) da Universi-dade de Brasília, e Paulo FernandoFleury, diretor do Centro de Estudos deLogística (CEL) da Universidade Federaldo Rio de Janeiro, apontam o principalmotivo dos acidentes nas rodovias: a máconservação. "A falta de estatísticas con-fiáveis e estudos realizados impedem aidentificação dos motivos causadores,mas sem dúvida é falsa a informação deque, em 90% dos casos, o motorista é oculpado", garante Shimoishi. Para ele,os acidentes acontecem por uma combi-nação de vários fatores e envolvem con-dutores, estado precário das vias e opróprio veículo. "O condutor pode estarsonolento depois de muitas horas aovolante, mas as rodovias esburacadasresultam em pneus furados, o queprovoca o descontrole do veículo, quetalvez seja tão velho que esteja emcondições precárias de tráfego. Daí, oacidente é inevitável."

Tanto descaso é resultante de umafalta de legislação. "Não há lei no Brasilque puna o motorista que viaje horasseguidas e nem proíba a rodagem deveículos mais velhos. Junta-se a isso odescaso com a manutenção dasrodovias. Talvez isso explique o fato deos EUA, que possuem a maior frota auto-motiva do planeta, contabilizarem trêsvezes menos acidentes do que o Brasil",indigna-se o professor Fleury.

Ele culpa os últimos governos comoresponsáveis pela má conservação dasrodovias. "Nos anos 80, o Brasil estevequebrado e partiu para a privatização.Só que não há, em nenhum país do

mundo, empresas privadas que invis-tam em infra-estrutura de transporte. Écaríssimo e não dá nenhum retorno",explica. Poucas rodovias são privati-zadas, mas o governo fechou os cofresesperando que isso poderia acontecerem pouco tempo.

O descaso é comprovado por umestudo da Associação Nacional dasEmpresas de Obras Rodoviárias, quecomprova que o Brasil investia US$ 3bilhões na construção e conservação dainfra-estrutura de transporte em 1980 eatualmente não destina US$ 1 bilhão porano, redução de um terço na verba.

Mais cortePara agravar o quadro, decreto pres-

idencial de 8 de maio limitou os gastoscom viagens (estadia, passagens elocomoção) em 60% da verba destina-da pelo Orçamento em vigor. A conse-quência é que, no setor de transportes,técnicos da Agência Nacional de Trans-portes Terrestres (ANTT) terão que sus-pender os trabalhos de fiscalização emalgumas rodovias. Isso porque a ANTTjá atingiu o seu novo limite, pois ascontas do corte estão sendo feitassobre seis meses de trabalho do anopassado, período efetivo de atuação daagência após sua criação.

E os poucos recursos que poderiamser investidos na recuperação dasrodovias estão sendo desviados. A Con-tribuição de Intervenção no DomínioEconômico (Cide), imposto embutido nopreço dos combustíveis, seria destinadaà recuperação e manutenção dasrodovias, mas pode ser repassada paraprogramas sociais.

O complicador é que as rodovias

foram construídas há décadas e nãosuportam mais o peso da frotabrasileira, que aumentou 38% de 1992a 2002 – são 31 milhões de veículosem circulação. "Como agravante o pesodas cargas dos caminhões não é auferi-do porque 90% das balanças do Brasilnão têm condições de uso. O caminhãopesado estraga a pista e pode gerarmais acidentes", emenda Fleury.

Além da má conservação, ele listacomo outros problemas existentes nas

DESINFORMAÇÃO Má sinalização é uma das

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MARÇO 2003 CNTREVISTA 17

tanta coisa”, diz o inspetor, semcitar a responsabilidade dosórgãos públicos pelas rodovias.Procurado insistemente pela

reportagem, o DNIT, órgão quesupervisiona os R$ 700 milhõesdestinados à melhoria das estra-das, não quis se pronunciar.Enquanto o poder público se

cala, a sociedade ainda procuraformas de se organizar paracombater o descaso. Ainda sãopoucas as organizações ou enti-dades que reúnem vítimas dasituação precária das rodovias. Amaioria das entidades existentesconcentram-se em torno de víti-mas e familiares de acidentesurbanos ou provocados pela irre-sponsabilidade e inabilidade demotoristas. Quase ninguém cla-ma contra o descaso do Estado.Sem estatísticas confiáveis,

pessoal capacitado para fiscalizare orientar, vontade política parainvestir e cuidar do patrimônio,descaso com vias de acesso quegeram divisas e entrada de dó-lares, o Brasil parece assistir,atônita, a indiferença de respon-sáveis pagos pelo dinheiro públi-co. Enquanto as estradas não sãotratadas como prioridade, acu-mula-se prejuízo no transporte decargas e, o mais grave, no assas-sínio de vidas humanas.A solução não está longe das

canetas e da boa vontade. Bastaolhar os números. Um país queperde mais de 35 mil pessoas nasestradas em um ano não podeassistir passivamente a essatragédia. É obrigação do Estado. Ejá passou da hora. l

rodovias e que podem ocasionar acidentesos erros técnicos nos projetos de con-strução, como curvas mal planejadas, faltade um sistema de drenagem, que podeincorrer na aquaplanagem (que ocorrequando o carro desliza uma fina camada deágua formada na pista e o motorista acabaperdendo o controle do veículo) e inexistên-cia de sinalização.

A fórmula mágica para redução de aci-dentes foi proposta pelo estudo realizadopelo CEFTRU, que trilha os caminhos:

incremento da educação de trânsito nasescolas, aumento da fiscalização, estudosextensos para identificar as causas de aci-dentes e padronização dos boletins de ocor-rência. O professor Matsuo ainda propôs aoMinistério de Transporte a formação de umaequipe de profissionais, composta de psicól-ogos, médicos e engenheiros, para periciaros acidentes ocorridos em pontos de maiorde incidência. "Com esse rigor, poderíamosestipular medidas para estancar esse mas-sacre." (Edson Cruz)

DESINFORMAÇÃO Má sinalização é uma das causas de acidentes nas estradas, ao não orientar o motorista sobre os perigos

AGÊNCIA ESTADO

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18 CNTREVISTA MAIO 2003

SAFRAAPERIGOPRECARIEDADE DAS ESTRADAS DO MT PREJUDICA ESCOAMENTO DE GRÃOS

A si tua ção caó ti ca dasro do vias do MatoGros so não as sus taso men te os ca mi -

nho nei ros e mo to ris tas de ôni -bus e car ros. Pro du to res ru -rais e em pre sá rios de ou trasre giões que, atraí dos pela fer -ti li da de do solo e con di çõescli má ti cas, de se jam in ves tirno Es ta do tam bém se cho camcom o atual ce ná rio das es tra -

das. Dos 26.500 qui lô me trosde ro do vias es ta duais, 8.000km es tão em pre cá rias con di -ções de trá fe go, sen do queape nas 1.600 km têm as fal to,mas todo es bu ra ca do.Uma ra dio gra fia das es tra -

das de Mato Gros so, apre -sen ta da pelo se cre tá rio deTrans por tes, Luiz An tô nio Pa -got, re ve la que, en tre as1.300 pon tes do Es ta do,

98% de las são de ma dei ra e20 es tão na imi nên cia decair. Essa si tua ção gera te -mor nos pro du to res agrí co -las, que de pen dem das es -tra das para es coar a sa fra degrãos. Com es tra das e pon tesem con di ções in viá veis detrân si to, o pre juí zo é cer to.A Se cre ta ria de Trans por -

tes, dian te dos pre juí zos queos pro du to res ru rais vêm acu -

PREJUÍZOS Situação das estradas do Mato Grosso gera congestionamento e atraso no escoamento da produção agrícola

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MAIO 2003 CNTREVISTA 19

SAFRAAPERIGOmu lan do, de ci diu criar umcon sór cio ro do viá rio, en vol -ven do as pre fei tu ras das prin -ci pais re giões pro du to ras, osla vou rei ros e o Es ta do. As pre-fei tu ras e os pro du to res le van -tam as ba ses nas es tra das e ogo ver no es ta dual ban ca 50%do die sel. A cada 10 km dein fra-es tru tu ra pron ta, o Es ta -do co lo ca o as fal to.Já fo ram fir ma dos 11 con -

sór cios para re ca pear 1.500km de ro do vias. Na me di daem que as obras vão sen docon cluí das e o trá fe go senor ma li za, o go ver no co lo caem prá ti ca o pla no de pri va -ti zar as es tra das, que pro -por cio na rá aos pro du to resru rais e às prefei tu ras bô nusem pe dá gio.Para o se cre tá rio de De -

sen vol vi men to Ru ral, Ho me roPe rei ra, “o go ver no do Es ta doestá fa zen do o de ver decasa”. Pe rei ra re co nhe ce queos pre juí zos acu mu la dos en-

tre pro du to res ru rais e trans -por ta do res de car gas no Es ta -do “são gran des”. Ele reco-nhe ce que a si tua ção das ro -do vias au men ta o cha ma doCus to-Bra sil. “É per ver so por-que o pro du to, prin ci pal men -te a soja, per de a com pe ti ti vi -dade quan do dei xa a la vou -ra.” A ex por ta ção de pro du tosagrí co las do Mato Gros so ren -deu em 2002 US$ 1,8 bi lhão.A MT-170, BR-364 e 163

são as ro do vias que mais preo -cu pam, por cor ta rem áreas deter ras pro du ti vas. l

PRODUTOR PERDE ATÉ 3%

te, a ten dên cia é a per da do se tor agrí co la.”Para Fa yet, o pro ble ma dos agri cul to res

pode ser tor nar ain da mais abran gen te com aque da do dó lar. “A pró xi ma sa fra di fi cil men tevai re pe tir o de sem pe nho des te ano por que ain je ção de re cur sos será me nor. Acre di to que,se o dó lar con ti nuar em que da, te re mos umen co lhi men to da pro du ção em 2004.”

Uma das so lu ções apon ta das para mi ni mi -zar os im pac tos da taxa de câm bio é des blo -quear os re cur sos da Con tri bui ção de In ter ven -ção no Do mí nio Eco nô mi co (Cide) para pro mo -ver me lho rias no se tor de trans por te. “O go ver -no está fa zen do su pe rá vit fis cal. En ten de mosque isso é im por tan te, mas tem que ha ver umli mi te. Esse re cur so tem uma fi na li da de es pe -cí fi ca es ta be le ci da em lei, que é o in ves ti men -to em in fra-es tru tu ra.”

A de te rio ra ção das ro do vias afe ta di re ta -men te o bol so dos agri cul to res mato-gros sen ses de vi do à di fi cul da de de es -

coa men to dos pro du tos. De acor do com o re -pre sen tan te de Lo gís ti ca em Trans por te daCon fe de ra ção Na cio nal da Agri cul tu ra e Pe -cuá ria (CNA), Luiz An tô nio Fa yet, a crí ti ca si -tua ção do se tor ro do viá rio bra si lei ro che ga a ti -rar até 3% do ren di men to do pro du tor ru ral.

“O gran de pro ble ma do Mato Gros so, emes pe cial, é que a pro du ção se tor na anti-eco nô mi ca. Os agri cul to res per dem com pe -ti ti vi da de por que fica di fí cil co brir os cus tosope ra cio nais”, des ta ca Fa yet. Ele res sal touque os fre tes der ru bam o pre ço dos pro du -tos já que o va lor é co ta do no des ti no fi nal.“O com pra dor não quer sa ber o quan to foigas to na pro du ção. Com o au men to do fre -

PREJUÍZOS Situação das estradas do Mato Grosso gera congestionamento e atraso no escoamento da produção agrícola

POR EULENE HEMÉTRIO

JOSÉ LUIZ ALVES

POR JOSÉ LUIZ ALVES

ESSASITUAÇÃOGERATEMOR EM QUEMDEPENDEDASESTRADAS

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MAIO 2003 CNTREVISTA 21

VÂNDALOSINVADEMASCIDADES

VIOLÊNCIA

TRANSPORTE URBANO

USUÁRIOS SOFREM COM ÔNIBUS DEPREDADOS

POR EDSON CRUZ

E ram pre ci sa men te 9h30 da ter ça-fei ra,dia 6 de maio, quan do o ôni bus da li -nha 753 (Re creio-Cas ca du ra) foi em -bos ca do por seis ho mens na es qui na

en tre as ruas Cân di do Be ní cio e Al ba no, na Pra -ça Seca, no Rio de Ja nei ro. De pois que o mo to -ris ta, o tro ca dor e cer ca de 30 pas sa gei ros fo -ram en xo ta dos pe las por tas la te rais, os cri mi no -sos, que es ta vam for te men te ar ma dos, der ra -ma ram um ga lão de ga so li na no piso e atea ramfogo no co le ti vo, que foi to tal men te in cen dia do.A lo ta ção da em pre sa Fu tu ro, ava lia da em R$200 mil e que teve per da to tal, ti nha me nos dedois anos de ro da gem. A onda de van da lis moquei mou ou de pre dou 443 ôni bus ur ba nos noRio de Ja nei ro nos úl ti mos cin co anos. É comose toda a fro ta de uma em pre sa fos se di zi ma da.

A per da to tal es ti ma da atin ge R$ 37 mi lhões.Como uma pra ga, o ato de van da lis mo con -

tra ôni bus se es pa lha com ve lo ci da de es pan to -sa no país. São Pau lo, For ta le za, Bra sí lia, Por toSe gu ro, Goiâ nia, Belo Ho ri zon te e Por to Ale grees tão en tre as ví ti mas da de pre da ção. Os mo ti -vos são os mais di ver sos: de atos do trá fi co dedro gas à der ro ta do time que leva o tor ce dor ades con tar sua frus tra ção na ja ne la do ôni bus.A ca pi tal ca rio ca é a ci da de re cor de no

que si to des trui ção no Bra sil. Nes te ano, ape -nas no mu ni cí pio, 167 ôni bus fo ram da ni fi ca -dos e so-fre ram ava rias de toda es pé cie, comovi dros que bra dos, pára-cho ques e as sen tosar ran ca dos, pneus fu ra dos e o sal do trá gi code vi das cei fa das. Os ata ques se in ten si fi ca -ram em feverei ro, à bei ra do Car na val. Em

AGÊNCIA ESTADO

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ape nas três dias, 36 ôni bus fo ram quei ma dos.Cin co des tes, ironi ca men te, na vés pe ra dolan ça men to da cam pa nha “Rio Se gu ro” pelago ver na do ra Ro si nha Ma theus. As ações de fe ve rei ro fo ram cre di ta das a

fac ções de tra fi can tes que te riam rea li za do re -ta lia ção à in ten si fi ca ção da ope ra ção po li cialde re preen são aos mar gi nais nas prin ci paisfa ve las do Rio e à pri são de co man dan tes dotrá fi co. Na épo ca, uma nota en tre gue nas re -da ções dos prin ci pais veí cu los de co mu ni ca -ção do Rio, as si na da pela fac ção Co man doVer me lho, es cla re cia que os atos pra ti ca dosnão se riam ter ro ris mo nem pos sui riam cu nhopo lí ti co, mas ape nas se tra ta vam de um ma -ni fes to con tra o “tra ta men to ar bi trá rio” so fri dope los lí de res do mo tim no pre sí dio de Ban gu1 (Fer nan di nho Bei ra-mar e Elias Ma lu co),que ha viam sido trans fe ri dos para o Ba ta lhãode Cho que, ou tro cár ce re do Es ta do. Os atos cri mi no sos do Rio de Ja nei ro já es tão

sen do ex por ta dos para ou tras ci da des. Em BeloHo ri zon te, na ma dru ga da de 4 de maio, um ôni -bus foi ata ca do e quei ma do por um gru po de 15su pos tos tra fi can tes en ca pu za dos. Eles rea li za -

ram a ação em re pre sá lia à mor te de um com -pa nhei ro, ho ras an tes, de pois de tro ca de ti roscom po li ciais no Aglo me ra do da Ser ra, re giãoque con cen tra seis das prin ci pais fa ve las da ca -pi tal mi nei ra. Três dias de pois, um ou tro co le ti -vo foi quei ma do em San ta Lu zia, mu ni cí pio daGran de Belo Ho ri zon te. Como não exis te se gu ro para ôni bus, nes sa

guer ra não-de cla ra da os em pre sá rios são osprin ci pais per de do res, mas a po pu la ção tam -bém arca com os da nos. “A re po si ção de umôni bus quei ma do, quan do acon te ce, pode de -mo rar até três me ses”, con fir ma o vice-pre si -den te do Sin di ca to das Em pre sas de Trans por tede Pas sa gei ros do Mu ni cí pio do Rio de Ja nei ro(Se trans parj/Rio Ônibus), Oc ta cí lio Mon tei ro.Es pe ci fi ca men te no Rio, o lon go pe río do de

es pe ra se deve ao fato de os ôni bus se rem fa-bri ca dos sob en co men da e os for ne ce do res dechas sis e mo to res se en con tra rem em São Pau-lo e so men te as mon ta do ras pos suí rem sede naca pi tal ca rio ca. “Há ca sos de li nhas que sim -ples men te fo ram ex tin tas”, afir ma Mon tei ro.Nes sa si tua ção, mo to ris tas ame dron ta dos etrau ma ti za dos se re cu sam a rea li zar as via gens

EDUCAÇÃOEm Porto Alegre, campanhas ajudam apreservar ônibus em dias de jogos

FRANCISCO SISTO/STS DIVULGAÇÃO

“A REPOSIÇÃODE UM ÔNIBUSQUEIMADO,QUANDOACONTECE, PODEDEMORAR ATÉTRÊS MESES”

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MAIO 2003 CNTREVISTA 23

te men do no vos ata ques. Além dis so, al gu masem pre sas per de ram tan tos ôni bus que nãocon se guem mais cum prir cer tos tra je tos.As pro mes sas do se cre tá rio de Se gu ran ça,

An thony Ga ro ti nho, têm agra da do aos sin di ca -tos pa tro nais. O ma ri do da go ver na do ra pro me -teu in ten si fi car as blit ze per ma nen tes nos pon -tos de maior in ci dên cia de atos de van da lis mo eanun ciou que vai as so ciar a quei ma ou de pre -da ção de ôni bus ao trá fi co de dro gas. An tes, ocri me era ca rac te ri za do como dano ao pa tri mô -nio pú bli co. “As pri mei ras me di das são al vis sa -rei ras, mas é pre ci so mais. Por exem plo, coi bire pu nir como o mes mo vi gor os as sal tos e a pi -ra ta ria pro por cio na da pelo trans por te al ter na ti -vo”, so li ci ta o di ri gen te ca rio ca.As pe ruas pi ra tas têm fei to uma con cor rên -

DESTRUIÇÃO Ônibus depredado geraprejuízo para empresas e usuários

ATO VISA PUBLICIDADE

A s es ta tís ti cas com pro vamque os ôni bus têm sidoum dos al vos pre di le tos

dos in cen diá rios e vân da los noBra sil, mas as ra zões que jus ti -fi cam os ata ques são inú me ras.O di re tor do Cen tro de Es tu dosde Cri mi na li da de e Se gu ran çaPú bli ca (Crisp), vin cu la do àUni ver si da de Fe de ral de Mi nasGe rais, so ció lo go Cláu dio Bea to,ex pli ca que os atos são pra ti ca -dos por quem de se ja pu bli ci da -de e os ôni bus, mais do quecar ros par ti cu la res, tor nam-sein te res san tes ins tru men tos parao pro pó si to. “As ações não sãoen gen dra das con tra os do nosdas em pre sas de ôni bus e, sim,con tra qual quer ci da dão. Ata -can do o trans por te, eles in -fluen ciam di re ta men te a vida detodo in di ví duo e des per tan do aaten ção para as suas rei vin di ca -ções”, diz o di re tor do Crisp, ór -gão de re fe rên cia no Bra sil.

No caso es pe cí fi co do Rio,ou tra jus ti fi ca ti va apre sen ta dapelo so ció lo go é que os tra fi -can tes, ao ata car um ôni bus,am bi cio nam mar car o ter ri tó rioe mos trar quem man da ver da -dei ra men te em de ter mi na do lu -gar, de sa fian do in clu si ve o po -der cons ti tuí do. Gra va ções rea -li za das pelo Mi nis té rio Pú bli coEs ta dual do Rio de Ja nei ro, naépo ca dos ata ques de fe ve rei ro,re ve la ram con ver sas em que otra fi can te Mar co An tô nio Ta va -res, o Mar qui nho Ni te rói, afir -ma que o Co man do Ver me lhoater ro ri za ria os flu mi nen ses,como são iden ti fi ca dos os mo -ra do res do Es ta do. Nes sas gra -va ções, o tra fi can te afir mou

que quem não par ti ci pas se dasações con tra ôni bus se ria “ale -mão”, ini mi go na gí ria das fa ve las.

Ou tro mo ti vo apon ta do por Bea topara ele ger os ôni bus como can di da -to a ações de van da lis mo se ria a fa -ci li da de para o ata que. O ôni bus cir -cu la pró xi mo às ca sas dos tra fi can -tes e vân da los. As sim, os de sor dei -ros não pre ci sa riam se ex por comonuma ofen si va con tra uma ins ti tui -ção pri va da ou pú bli ca. De pois dos atos de van da lis mo

acon te ci dos em fe ve rei ro no Riode Ja nei ro, o jor nal fran cês “LeMon de” pu bli cou uma re por ta -gem em que vin cu la va as ações ada tas es tra té gi cas apa ren te men tees co lhi das. Os ata ques de 30 dese tem bro de 2002 fo ram às vés -pe ras do pri mei ro tur no das elei -ções pre si den ciais e os de 24 defe ve rei ro des te ano, a uma se ma -na do Car na val. “Sem dú vi da, issopo de ria dar até uma vi si bi li da dein ter na cio nal”, con fir ma o di re tor.

Na opi nião de Bea to, o com ba te aesse tipo de cri mi na li da de tem queser pre ven ti vo atra vés de par cei rases ta be le ci das en tre os Es ta dos,ONGs e em pre sá rios. “O me lhor ca -mi nho é a cons cien ti za ção. Tem quese usar a ca be ça e não ar mas paracom ba ter a vio lên cia ur ba na.”

Para ob ter re sul ta do sa tis fa tó rio,as ações pre ven ti vas te riam que serde sen vol vi das em lo cais de alta in ci -dên cia de van da lis mo, com um ma -pea men to de ta lha do das re giões emque acon te ce ram o maior nú me rode ata ques. Além dos ho rá rios e lo -cais das ocor rên cias, o es tu do te riaque con si de rar o tipo de ação e osgru pos ou fac ções. “É um tra ba lhomi nu cio so, mas que re du zi ria em até50% os atos de van da lis mo.”

AGÊNCIA ESTADO

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24 CNTREVISTA MAIO 2003

cia des leal às em pre sas de ôni bus do Rio. O ge -ren te de ope ra ções do Gru po Jal, Luiz Gus ta voBra ga Sil va, ga ran te que 150 mil mo ra do res, so -men te na fai xa de atua ção de suas em pre sas,tro cam dia ria men te os ôni bus pelo trans por teclan des ti no. O gru po em que tra ba lha, que pos -sui uma das maio res fro tas do Es ta do, aten de aoito mu ni cí pios, além de bair ros da ca pi tal.“Quan do o ci da dão co mum opta pelo trans por -te pi ra ta, quem sai per den do é ele”, lem bra ovice-pre si den te da Rio Ônibus. Ele iden ti fi cacomo per das os di rei tos bá si cos de de fe sa docon su mi dor, além da gra tui da de de pas sa gempara de fi cien tes fí si cos, crian ças e ido sos.O trans por te al ter na ti vo tem sido a prin ci pal

cau sa das “bai xas” acon te ci das em São Pau lo.“Os pe ruei ros, em bus ca de le ga li za ção, são osres pon sá veis pelo maior nú me ro de ata ques aôni bus no mu ni cí pio”, as se gu ra o di re tor-ju rí di -co do Sin di ca to das Em pre sas de Trans por teCo le ti vo Ur ba no de São Pau lo (Tran surb), An tô -

nio Sam paio Ama ral Fi lho. Nos úl ti mos trêsanos, 2.000 veí cu los fo ram ava ria das, que ge ra -ram um pre juí zo de R$ 4 mi lhões às em pre sasde ôni bus. A di fe ren ça para o Rio é que em SãoPau lo os ca sos de ôni bus quei ma dos são pou -cos. Só que não há re po si ção. “Um ôni busquei ma do é me nos um na fro ta.”Uma fro ta que tem se re du zi do. No iní cio da

dé ca da pas sa da, São Pau lo con ta bi li za va 11 milco le ti vos. Em nú me ros ar re don da dos, hoje tem8.700. Para com ba ter os atos de van da lis mo, oTran surb ma peia os lo cais de maior rein ci dên -cia e abas te ce os po li ciais de in for ma ções pararea li za ção de blit ze. Ao mes mo tem po, temcons cien ti za do mo to ris tas e tro ca do res a evi ta -rem pa ra das por lon go tem po em lo cais ma pea -dos e a não rea gi rem con tra os pro vo ca do res.Tal como em São Pau lo, o trans por te pi ra ta

tam bém cau sa trans tor nos em Goiâ nia. Umagre ve pela le ga li za ção de pe ruei ros, rea li za daem abril, teve o sal do de 291 ôni bus de pre da -dos num só dia. Nos úl ti mos dois me ses, 12ôni bus fo ram quei ma dos e ti ve ram per da to talna ca pi tal de Goiás. No ano pas sa do, ou tros 40ôni bus fo ram de pre da dos num mes mo dia.Nes se caso, o ata que foi or ques tra do por usuá -rios de Val pa raí so (a 40 km de Bra sí lia) e mo ti -va do por um au men to de ta ri fas.

Re pre sá lia e tor ci daNem Por to Se gu ro, o se gun do pólo de

atra ção tu rís ti ca da Ba hia, fi cou imu ne àonda de des trui ção. Em agos to de 2002, 41ôni bus da em pre sa Ex pres so Bra si lei ro, aúni ca res pon sá vel pelo trans por te de pas -sa gei ros na ci da de, fo ram quei ma dos e ou -tros 15 de pre da dos por mo ra do res em re -pre sá lia à mor te da es tu dan te Is mê nia dosSan tos Cos ta, 17, que foi atro pe la da por umôni bus quan do re tor na va de bi ci cle ta paracasa. E, em 2001, 664 ôni bus fo ram de pre -da dos no mes mo dia em For ta le za de vi do auma gre ve de mo to ris tas e co bra do res querei vin di ca vam rea jus te sa la rial.

ATAQUEAntônio Sampaio, da Transurb, culpaos perueiros

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MAIO 2003 CNTREVISTA 25

Na ou tra pon ta do país, em Por to Ale gre, omaior nú me ro de de pre da ção acon te ce nosGre-Nais, os clás si cos en tre Grê mio e In ter na -cio nal. Na ca pi tal gaú cha, os atos se re su mema pneus fu ra dos e vi dros es ti lha ça dos com pe -dra das. Além dos jo gos, um au men to subs tan -cial de ocor rên cias en vol ven do de pre da ção deôni bus tam bém é ve ri fi ca do nos dias do “pas seli vre”, pro je to da pre fei tu ra. Uma vez por mês,os por to-ale gren ses são be ne fi cia dos pela gra -tui da de nas pas sa gens.Ape sar do ain da pe que no nú me ro de ocor -

rên cias, Por to Ale gre pro mo ve cam pa nhas edu -ca ti vas. As em pre sas pro gra mam vi si tas de es -co las às ga ra gens e dis tri buem car ti lhas paracons cien ti zar as crian ças e ado les cen tes so brea im por tân cia do trans por te co le ti vo. Nos diasde Gre-Nal, fai xas pre ven ti vas são co lo ca das emôni bus nos es tá dios e fo lhe tos são dis tri buí dos.“O ob je ti vo é cons cien ti zar a po pu la ção de queos atos de van da lis mo ti ram os ôni bus de cir cu -la ção e cau sam trans tor nos para to dos”, con taa re la ções pú bli cas do con sór cio STS, An dréaFrei tas. Sua em pre sa é res pon sá vel pelo trans -por te de tor ce do res para os es tá dios.Belo Ho ri zon te é ou tra ví ti ma de tor ce do res,

que cos tu mam “sur far” nos ôni bus em dias dejogo no Mi nei rão. Co le ti vos são des truí dos ematos de van da lis mo. l

PERIGOComo um dos atos de vandalismo, torcedores “surfam” em ônibus de BH

MARCA NO CORPO E NA MEMÓRIAquei man do a mi nha rou pa.” Com ocor po em cha mas, o mo to ris ta cor -reu por 20 me tros an tes de o fogoser apa ga do por po pu la res.

Ele pas sou 37 dias in ter na do eaté hoje faz ses sões de fi sio te ra pia.No fi nal de maio, deve pas sar poruma re vi são mé di ca, mas o re tor noao tra ba lho só acon te ce no fi nal doano. “Só vol to mes mo por ne ces si -da de. Se pu des se, mu da ria de pro -fis são.” Mas quer mu dar de li nha.“Pas sar de novo pela rua São Cle -men te, nun ca mais.”

Ape sar de os mé di cos lhe ga ran -ti rem que as mar cas das quei ma -du ras de sa pa re ce rão, ele tem cer -te za de que não há como evi tar ci -ca tri zes, como o trau ma psi co ló gi -co. Para não ter que se lem brar dope sa de lo, Lu cia no até hoje re cu saen tre vis tas e só acei tou fa lar com a“Re vis ta da CNT” após a in ter ven -ção de uma psi có lo ga da em pre saonde tra ba lha.

A ví ti ma fa tal ti nha 70 anos enão con se guiu cor rer a tem po deevi tar quei ma du ras mais gra ves.“Al gu mas pes soas me dis se ramque ela pos suía di fi cul da de de lo co -mo ção”, con ta Lu cia no. Uma ou trapas sa gei ra tam bém teve 40% docor po atin gi do por quei ma du ras e écom panhei ra de fi sio te ra pia. Ou trasduas pes soas ti ve ram par tes docor po quei ma das e, pelo me nos, fi -si ca men te já se re cu pe ram.

O ba lan ço dos ata ques a ôni -bus no Rio de Ja nei ro trazo sal do trá gi co de vi das

cei fa das e ci ca tri zes para quemes ca pou da mor te. Uma in ves ti dacon tra o ôni bus da li nha 410 emBo ta fo go (zona sul), no dia 24 defe ve rei ro, dei xou cin co fe ri dos.Uma pas sa gei ra ido sa não re sis tiue mor reu dias de pois.

Mu dan do a tá ti ca, os dois in -cen diá rios, que apro vei ta ram umapa ra da de de sem bar que para en -trar no ôni bus, logo anun cia ram aação. “Va mos co lo car fogo nes tamer da e nin guém vai sair”, anun -ciou em voz alta um dos ban di dos.“O pior é que ele cum priu a pro -mes sa”, re cor da o mo to ris ta Lu cia -no Du rães da Sil va, 28.

De pois do ju ra men to, eles des -pe ja ram a ga so li na, que es ta vaacon di cio na da numa gar ra fa deplás ti co, so bre o capô e atea ramfogo. De to das as ocor rên cias re gis-tra das, essa é a úni ca que se temno tí cia em que os exe cu to res nãoper mi ti ram de fe sa aos usuá rios.

O mo to ris ta, que teve 40% docor po atin gi do por quei ma du ras depri mei ro e se gun do graus, qua sees ca pou ile so, mas o sen so de so li -da rie da de fa lou mais alto. Ele po de -ria ter saí do do ôni bus, mas pre fe -riu vol tar para abrir a por ta tra sei rado co le ti vo. “Não deu tem po deten tar sair no va men te. Só vi o fogo

PEDRO GRAEFF/JORNAL O TEM

PO

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26 CNTREVISTA MAIO 2003

“SEM RÁDIO,O MOTORISTANÃO FICARIATANTO TEMPO NAESTRADA”

Es sas fai xas du ran te o dia são ou -vi das em um raio de até 400 km.À noi te, es pe cial men te du ran te oin ver no, é pos sí vel ou vir emis so -ras si tua das a mi lha res de qui lô -me tros por que nes se pe río do ain ter fe rên cia nas fre quên cias éme nor, pou cos aviões tra fe gam eou tros sis te mas de trans mis sãoes tão fora do ar. Em Va ca ria, no Rio Gran de do

Sul, um pro gra ma fei to ex clu si va -men te para a ca te go ria está no ardes de abril de 1979. Em on dascur tas, o “Clu be do Ca mi nho nei -

ro” é ou vi do em toda a re gião Suldo Bra sil e tam bém nos paí ses vi -zi nhos, como Chi le, Ar gen ti na eUru guai. Des de sua inau gu ra ção,ele nun ca dei xou de ir ao ar.O pro gra ma é trans mi ti do

pela rá dio Fá ti ma AM, in te gran teda Rede Sul de Rá dio, a maiordo in te rior gaú cho, cria da em1967 por um gru po de freis ca -pu chi nhos. Há 24 anos, “Clu bedo Ca mi nho nei ro” é apre sen ta -do pelo ra dia lis ta Ta cí lio Ma ciel.Ele con ta que a idéia de criar umpro gra ma de in for ma ção e en -

V ida de ca mi nho nei ro nãoé fá cil. São dias e dias naes tra da lon ge da fa mí liae do acon che go de casa.

Para pas sar o tem po, en cur tar asdis tân cias e se man ter in for ma doso bre o que acon te ce no Bra sil,os ca mi nho nei ros têm um alia dode peso e tra di ção: o rá dio, queno ano pas sa do co me mo rou 80anos de exis tên cia no país semper der a vi ta li da de. E o que nãofal tam são pro gra mas des ti na dosaos ca mi nho nei ros, prin ci pal -men te por meio de on das cur tas.

AMIGOSDEESTRADA

COMUNICAÇÃO

ÍDOLOS

PROGRAMAS DE RÁDIO ACOMPANHAM OS CAMINHONEIROS DURANTE A JORN ADA DE TRABALHO

IDENTIFICAÇÃOSérgio Reis é ofavorito doscaminhoneiros

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MAIO 2003 CNTREVISTA 27

RAINHA Sula Miranda se inspirou em Tonico e Tinoco

tre te ni men to vol ta do para a ca -te go ria sur giu por cau sa dagran de con cen tra ção de ca mi -nho nei ros na re gião. Pró xi mo dasede da rá dio, está lo ca li za do omu ni cí pio de São Mar cos, quefi cou co nhe ci do, a par tir da dé -ca da de 60, quan do a BR-116foi as fal ta da, como a “ci da dedos ca mi nho nei ros”. Lo ca li za daàs mar gens da ro do via, SãoMar cos pas sou a con cen trargran de nú me ro de em pre sastrans por ta do ras de car ga - a ci -da de tem um ca mi nhão paracada gru po de 5,2 ha bi tan tes. Ará dio fica em Va ca ria, mu ni cí pio

cuja se gun da maior fon te deren da é o trans por te de car gas.“Sem o rá dio, o ca mi nho nei ro

não aguen ta ria fi car tan to tem polon ge da es tra da. O rá dio é queman tém os mo to ris tas in for ma -dos so bre o que está acon te cen -do no mun do”, des ta ca Ta cí lio.Seu pro gra ma, além de mú si ca ein for ma ções so bre as es tra das,tam bém co bre as ati vi da des deto das as as so cia ções de ca mi -nho nei ros da re gião e apro xi maos mo to ris tas de suas fa mí lias.Por meio de um sis te ma de rá dioama dor e pelo te le fo ne, os ca mi -nho nei ros man dam re ca dos e

O REI E A RAINHADOS CAMINHONEIROS

A vida na bo léia tam -bém toca no rá dio.E mui to. A mú si ca

“Ca mi nho nei ro”, de Ro-ber to Car los e Eras mo Car -los, foi um dos su ces sosdo rei mais to ca dos nasemis so ras de todo o Bra silem 1984, data de seu lan -ça men to. A can ção au -men tou em 600% a exe -cu ção do dis co de Ro ber -to Car los. Não é à toa que não fal -tam tí tu los di re cio na dospara os ca mi nho nei ros. Acan to ra Sula Mi ran da es -tou rou nas pa ra das de su -ces so com o hit “Ca mi -nho nei ro do Amor”. A par -tir daí, pas sou a ser co -nhe ci da como a “rai nhados ca mi nho nei ros”, tí tu loque ela os ten ta com or gu -lho. “Para mim, os ca mi -nho nei ros são os he róisdes te país, pois, com suabai xa re mu ne ra ção e fal tade con di ções apro pria daspara tra ba lhar, ain da acre -di tam no Bra sil e em suapro fis são”, co men ta. Suladiz que re sol veu can taruma mú si ca de di ca da aosca mi nho nei ros em ba la dapelo su ces so que ou tros

ar tis tas al can ça ram in ter -pre tan do a vida nas es tra -das. “Eu não ima gi na vaque te ria esse su ces so.Sa bia que can to res demú si ca ser ta ne ja, comoTo ni co e Ti no co, de di ca -vam uma fai xa aos ca mi -nho nei ros e se gui pelomes mo ca mi nho”.A can to ra an dou afas ta dadas es tra das para se de di -car a um pro gra ma queapre sen ta va na Rede Mu -lher, mas vol tou à car rei ramu si cal para di vul gar seunovo CD, “A Mi nha His tó -ria É a Sua”.Quem ain da não caiu nasgra ças do pú bli co sabeque os ca mi nho nei ros po -dem ser um ca mi nho parao su ces so. Em Goiás, opre si den te da As so cia çãodos Ca mi nho nei ros do Es -ta do (Aceg), Amin de Oli -vei ra Sil va, pre pa ra o lan -ça men to de uma du plaser ta ne ja for ma da pe loscar re tei ros João da Vio la eJe sus. A Aceg mon tou umes tú dio para a gra va çãode ví deos. “Já le vei vá riosca mi nho nei ros que to camvio la para can tar em pro -gra mas de rá dio e TV.”

AMIGOSDEESTRADAPROGRAMAS DE RÁDIO ACOMPANHAM OS CAMINHONEIROS DURANTE A JORN ADA DE TRABALHO POR ALESSANDRA RIBEIRO

FOTOS DIVULGAÇÃO

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con ver sam com a fa mí lia. O ra -dia lis ta con ta que, re cen te men -te, um gru po de ca mi nho nei rosbra si lei ros fi cou re ti do nas es tra -das do Chi le por cau sa de umdes mo ro na men to da Cor di lhei rados An des, mas por meio do pro -gra ma re ce be ram e man da ramre ca dos para a fa mí lia. Ou tro pro gra ma de su ces so e

de lon go al can ce é o “Bra sil Ca -mi nho nei ro”. No ar há dez anos,a atra ção é trans mi ti da ao vivo,em on das mé dias, para Bra sí lia epara e toda a re gião Cen tro-Oes te.O tí tu lo in te gra a gra de da Rá dioNa cio nal AM Bra sí lia, emis so raes ta tal do gru po Ra dio brás. Cria -da em 1958, a Na cio nal é hoje amaior rede de rá dio bra si lei ra,com pos ta por mais de 600 emis -so ras es pa lha das por to dos os Es -ta dos e que re trans mi tem di ver -sos pro gra mas pro du zi dos emBra sí lia. Por on das cur tas, es sasemis so ras co brem todo o Bra sil epar te da Amé ri ca La ti na. Há cer ca de um ano e meio,

o “Bra sil Ca mi nho nei ro” é trans -mi ti do pelo ra dia lis ta José Néri,de se gun da a sex ta, das 5h às7h, e aos sá ba dos, das 4h às 7h,ho rá rios em que os ca mi nho nei -ros já es tão com o pé na es tra da.Néri subs ti tui Mau rí cio Ra be lo,que, em ba la do pela po pu la ri da -de do pro gra ma, ele geu-se de -pu ta do fe de ral pelo To can tinsnas elei ções pas sa das.“É mui to re com pen sa dor di ri -

gir um pro gra ma para essa pro fis -são Afi nal, são eles que in te gramo Bra sil”, diz Néri. O ra dia lis taafir ma que o pro gra ma tam bém

A VOZ QUE SE OUVE NA BOLÉIAem horários diferentes, de acordo com agrade de cada emissora, mas, na maior-ia dos casos, a atraçãi vai ao ar pelamanhã.

O “Siga Bem” tem ainda uma versãotelevisiva, fora do ar desde o início doano para mudança de projeto. AlexandreCorte, diretor-executivo da CompanhiaBrasileira de Marketing, empresaresponsável pelo título, diz que a versãopara a TV deve voltar no próximo semes-tre. “Ele vai ter cara nova e muitas sur-presas.”

O programa era exibido pelo SBT aosdomingos de manhã, mas com amudança de governo ele saiu do ar paraser avaliado - a atração é patrocinadapela Petrobras através da BR Dis-tribuidora. “Ele está sendo reformuladograficamente e também na parte de con-teúdo. Vai ficar mais voltado para aquestão da responsabilidade social”.Corte disse que o SBT e o patrocinadorjá receberam cartas e abaixo-assinadosde todo o país pedindo a volta do pro-grama.

O sucesso do programa, na avaliaçãode Corte, deve-se ao conteúdo de quali-dade e também à presença de SérgioReis. “Ele é uma figura muito conhecidae querida por todos.” Segundo o diretor,60% do conteúdo do programa é voltadoexclusivamente para os caminhoneiros,com assuntos de seu interesse.

Sérgio Reis, já recuperado de umproblema médico, volta a representar acategoria com shows e seus programas.

P rofissão da saudade. Assim Sér-gio Reis define a atividade doscaminhoneiros. E o cantor fala

com conhecimento de causa. Afinal, hádez anos ele apresenta um programafeito exclusivamente para a categoria, o“Siga Bem Caminhoneiro”. A atração étransmitida por 170 emissoras de rádio,selecionadas em função da proximidadecom rodovias de grande fluxo, paracobrir o grosso da malha rodoviária.

Diariamente, durante 30 minutos, ocantor e apresentador, juntamente comos repórteres Pedro Trucão e Murilo Car-valho, dá dicas e informações paraquem percorre as estradas do Brasil,além de tocar as músicas preferidas dequem leva a vida na boléia. “Esse é umprojeto muito importante, pois o cami-nhoneiro tem diariamente informaçõesde seu interesse, como pontos de maisassalto, dicas para evitar combustívelbatizado, e tem também um lado social,que alerta os motoristas para problemascomo doenças sexualmente transmis-síveis, hipertensão, comércio ilegal deaves silvestres e outros temas derelevância”, diz o cantor.

Para Reis, não há melhor veículo decomunicação para atingir os motoristasdo que o rádio. “Na TV, você tem deparar para assistir, no rádio ele ouveonde estiver”. E Sérgio Reis afirma queos caminhoneiros já sabem de cor quala emissora que transmite o “Siga BemCaminhoneiro” na localidade por ondeestão passando. O programa é veiculado

28 CNTREVISTA MAIO 2003

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MAIO 2003 CNTREVISTA 29

tem um pú bli co ca ti vo en tre não-ca mi nho nei ros. Mui tas pes soassin to ni zam o “Bra sil Ca mi nho nei -ro” para sa ber a si tua ção das es -tra das an tes de via jar e ou vir apro gra ma ção mu si cal. Néri con ta que fre quen te men -

te os ca mi nho nei ros de pas sa gempor Bra sí lia pa ram nos es tú diosda rá dio para co nhe cer o lo cu tore dei xar pre sen tes. “Quem ban cao lan che da ra pa zia da do pro gra -ma são os ca mi nho nei ros. Elessem pre pas sam aqui para dei xarfru tas e quei jos.”O “Eu de Cá, Você de Lá”,

tam bém da Rá dio Na cio nal, nãoé di ri gi do aos ca mi nho nei ros,mas a ca te go ria está en tre o pú -bli co ca ti vo do pro gra ma. Vei cu la -do de se gun da a sex ta, das 20hàs 23h, a atra ção al can ça todo oBra sil por que a par tir das 19h apro gra ma ção da Na cio nal pas sa aser vei cu la da em on das cur tas.Ca mi nho nei ros de di ver sos Es ta -dos ou vi dos pela re por ta gem ci ta -ram o pro gra ma que está no ar há30 anos e des de 1985 é apre sen -ta do pelo ra dia lis ta Luís Al ber to.“O pro gra ma criou uma iden ti da -de com eles (os ca mi nho nei ros)por cau sa de seu for ma to e al can -ce” con ta o ra dia lis ta, que car re -ga no so ta que in te rio ra no na horade apre sen tar o pro gra ma. “Osca mi nho nei ros têm o Bra sil nasmãos e sua pro fis são é de mui tares pon sa bi li da de. Fico fe liz em tê-los como ou vin tes.”O su ces so do “Eu de Cá, Você

de Lá”, na ava lia ção de Luís Al ber -to, é de cor rên cia da iden ti da deque ele faz ques tão de criar com

da, sem po der acom pa nhar os te -le jor nais, a emis so ra é uma al ter -na ti va para não fi car de sin for ma -do so bre o que está acon te cen dofora das es tra das.”Ou tro re cur so bas tan te uti li -

za do pela ca te go ria para tro carin for ma ções, lem bra Na tan, é orá dio ama dor ou PX. Du ran temui to tem po, o apa re lho foi oprin ci pal meio de co mu ni ca çãoen tre os ca mi nho nei ros. Hoje,ele di vi de es pa ço com o te le fo -ne ce lu lar e tam bém o ras trea -dor, mas não pode ser usa dopara fins co mer ciais. No en tan -to, con ti nua sen do uma boa op -ção de lo ca li za ção, se gu ran ça eum ca nal para con ver sar comos co le gas na es tra da. Sur gi dono Bra sil, em 1909, o rá dioama dor foi le ga li za do em 1924.Atual men te, o país tem cer cade 30 mil usuá rios do sis te made rá dio ama dor. l

seu pú bli co, “do alto as tral do pro -gra ma e de uma boa se le ção mu -si cal”. Ca mi nho nei ros, se gun doele, gos tam mui to de uma “boamoda de vio la”. “Quan do vou fa larpara o ca mi nho nei ro ou para otra ba lha dor da zona ru ral, metrans por to para o mun do de les.”

Es pa ço para no tí ciaMas quem pen sa que ca mi -

nho nei ro só es cu ta pro gra mas deva rie da des está en ga na do. Quemga ran te é o pre si den te do sin di ca -to da União Bra si lei ra dos Ca mi -nho nei ros, José Na tan, que “pu -xou car vão” du ran te mui tos anos,sem pre sin to ni za do nas on das dorá dio. A Rá dio CBN, se gun do ele,tem como pú bli co cer to os ca mi -nho nei ros. Com fi lia das em 20 ci -da des bra si lei ras, a emis so ra ésin to ni za da em AM e FM e só vei -cu la no tí cias. “Como o ca mi nho -nei ro fica mui to tem po na es tra -

COMPANHEIROCaminhoneirosintoniza rádioantes de viajar

LONGEVIDADETacílio Maciel, há24 anos no“Clube doCaminhoneiro”

PAULO FONSECA

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30 CNTREVISTA MARÇO 2003

COMEMORAÇÃO

SEST/SENAT

D u ran te me ses, a equi -pe de co mu ni ca ção dosis te ma da Con fe de ra -ção Na cio nal do Trans -

por te (CNT) es tu dou, dis cu tiu eela bo rou um pla no de atua çãopara o Sest/Se nat, em con jun tocom seu pes soal. O ob je ti vo foi so -li di fi car e tor nar ain da mais co -nhe ci do o tra ba lho da ins ti tui ção,cria da pela CNT para ofe re ceraper fei çoa men to pro fis sio nal,aten di men to mé di co e odon to -ló gi co, além de ati vi da des es por ti -vas, la zer e cul tu ra. A eta pa ini cial acon te ceu

nos dias 6 e 7 de maio, com area li za ção de se mi ná rio doSest/Se nat, que reu niu, emBra sí lia, os di ri gen tes dasuni da des de aten di men to detodo o país, os su per vi so resdos Con se lhos Re gio nais dosis te ma e os agen tes mul ti pli -ca do res, res pon sá veis pelaad mi nis tra ção do Pro gra ma

de En si no a Dis tân cia, to ta li -zan do 167 par ti ci pan tes.No pri mei ro dia, fo ram dis cu ti -

dos, en tre ou tros as sun tos, aim por tân cia da co mu ni ca çãopara o Sest/Se nat e os ins tru men -tos mais efi ca zes, di vi di dos emas ses so ria de im pren sa, as ses so -ria de mar ke ting, ce ri mo nial eeven tos e Rede Trans por te (ca nalde TV). Fo ram, tam bém, apre sen -

ta das as no vas mar cas do sis te -ma CNT idea li za das pela equi pede mar ke ting.A mu dan ça veio tra zer uma

me lho ria na lei tu ra das mar cas epa dro ni za ção, além de ter um vi -sual mais mo der no, com li nhasmais sim ples e tra ços for tes quetrans mi tem so li dez e mo vi men to.

No se gun do dia do en con -tro, a equi pe téc ni ca da ins ti tui -ção apre sen tou o pro je to “10Anos do Sest/Se nat”, que será rea -li za do ao lon go de 2003, comações vol ta das para a re no va ção eo de sen vol vi men to do sis te ma emto das as ati vi da des que exe cu tam.

En tre as pa les tras, foi apre -sen ta do um pa ra le lo das ações daárea téc ni ca com o novo pla node co mu ni ca ção, o uso do web-Pead, um novo am bien te deapren di za gem ten do como fer ra -men ta a In ter net, as no vas açõesna área de saú de, es por te, cul tu rae la zer, além da cria ção de 14 nú -cleos pe da gó gi cos que te rão opa pel de ela bo rar no vos cur sos ase rem lan ça dos em todo o Bra sil.

No en cer ra men to, os par ti -ci pan tes do se mi ná rio as sis ti rama uma pa les tra do con sul tor emges tão em pre sa rial Wal dez LuizLud wig, que fa lou so bre mo de losatuais de ges tão em pre sa rial.

Du ran te o even to, foi lan ça doo novo jor nal do Sest/Se nat que asuni da des pas sa rão a re ce ber, to -tal men te re for mu la do du ran te me -ses para fi car mais mo der no epro por cio nar aos tra ba lha do resem trans por te e seus fa mi lia resmais in for ma ção so bre as ati vi da -des do sis te ma. l

10ANOSDE1PROJETONO SEU ANIVERSÁRIO, SISTEMA FAZ SEMINÁRIOE INICIA PLANO DE AMPLIAR SUA ATUAÇÃO

10 ANOSSest/Senatpromove seminário paralançar projeto

JÚLIO FERNANDES/CNT

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AMÉRICAUNIDA

TRANSPORTES

ENCONTRO

PRIMEIRA REUNIÃO DA CITDEBATE A ADESÃO À ALCA EPREGA ENVOLVIMENTO DOEMPRESARIADO DO SETOR

POR RODRIGO RIEVERS

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

PRIMEIRA REUNIÃO DA CITDEBATE A ADESÃO À ALCA EPREGA ENVOLVIMENTO DOEMPRESARIADO DO SETOR

AMÉRICAUNIDA

POR RODRIGO RIEVERS

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32 CNTREVISTA MAIO 2003

L a in ser ción de las tres Amé ri cas enun con tex to de glo ba li za ción eco nó -mi ca y de crea ción del Área de Li breCo mer cio de Amé ri cas (ALCA) es el

de sa fío a ser en fren ta do por aquel los paí sesque in ten tan ac tuar con de sen vol tu ra en elco mer cio mun dial y, en con se cuen cia, im por -tar be ne fi cios a sus res pec ti vas so cie da des.Por ello, el con cep to de in te gra ción se vuel vecada vez más fun da men tal. Sa bien do que enese con tex to la in fraes truc tu ra y los ser vi ciosde trans por te son im pres cin di bles y es tra té gi -cos, la Cá ma ra In te ra me ri ca na de Trans por tes(CIT) rea li zó, los días 24 y 25 de abril, en Bra -si lia, el pri mer en cuen tro or di na rio des de lafun da ción de la en ti dad, en mayo de 2002.

Des pués de la so lem ni dad de aper tu ra,rea li za da en Ita ma raty, cuan do asu mie ron losvi ce pre si den tes de la CIT de 13 de los 19 paí -ses que in te gran la en ti dad, los re pre sen tan -tes de las tres Amé ri cas se reu nie ron paradis cu tir la pro mo ción, de sar rol lo e in te gra -ción de los dis tin tos ti pos de trans por te en elcon ti nen te ame ri ca no. El re sul ta do in me dia tofue la for mu la ción de 19 ten den cias, que se -rán uti li za das como base para dar efec ti vi dada la in te gra ción del sec tor.

Fue ron abor da dos te mas como: el robo decar gas, la for ma ción uni for me de re cur sos hu -ma nos en to dos los paí ses, el im pac to am bien -tal de la ac ti vi dad trans por ta do ra en sus dis tin -tos ti pos, la uti li za ción de nue vos com bus ti bles,la in cor po ra ción de ca mio nes de gran en ver ga -du ra en el trans por te por car re te ra, de acuer docon la le gis la ción de cada país, cues tio nes tri bu -ta rias, en tre otras. Se gún el pre si den te de la CIT,el em pre sa rio bra si le ño Pau lo Vi cen te Ca lef fi, lareu nión tuvo “el mé ri to de ob te ner la una ni mi -dad en to das las ten den cias, lo que pue de dis -mi nuir el ca mi no para la in te gra ción”.

“Bus ca mos, como está en nues tro es ta tu to,no in ter ve nir en asun tos in ter nos de los paí ses.Pero es ta re mos en con tac to con ór ga nos re pre -sen ta ti vos del con ti nen te, como la OEA (Or ga ni -

A in ser ção das na ções das três Amé -ricas em um con tex to de glo ba li za -ção eco nô mi ca e de cria ção daÁrea de Li vre Co mér cio das Amé ri -

cas (Alca) é um de sa fio a ser en fren ta do poraque les paí ses que pre ten dem atuar com de -sen vol tu ra no co mér cio glo bal e, con se qüen -te men te, tra zer be ne fí cios para suas res pec -ti vas so cie da des. Para tan to, o con cei to dein te gra ção tor na-se cada vez mais fun da -men tal. Cien te de que nes se con tex to a in fra-es tru tu ra e os ser vi ços de trans por te são im -pres cin dí veis e es tra té gi cos, a Câ ma ra In te ra -me ri ca na de Trans por tes (CIT) rea li zou, nosdias 24 e 25 de abril, em Bra sí lia, a pri mei rareu nião or di ná ria des de a fun da ção da en ti -da de, em maio de 2002.Após a so le ni da de de aber tu ra, rea li za da

no Ita ma raty, quan do to ma ram pos se osvice-pre-si den tes da CIT de 13 dos 19 paí -ses que in te gram a en ti da de, os re pre sen -tan tes das três Amé ri cas se reu ni ram paradis cu tir a pro mo ção, o de sen vol vi men to e ain te gra ção dos di fe ren tes mo dais de trans -por te no con ti nen te ame ri ca no. O re sul ta doime dia to foi a for mu la ção de 19 ten dên cias,que ser vi rão como base para efe ti var a in te -gra ção do se tor.Fo ram abor da dos te mas como o rou bo de

car gas, for ma ção uni for me de re cur sos hu -ma nos em to dos os paí ses, o im pac to am -bien tal da ati vi da de trans por ta do ra em seusdi ver sos mo dais, o uso de no vos com bus tí -veis, a in cor po ra ção de ca mi nhões de gran -de por te no trans por te ro do viá rio de acor docom a le gis la ção de cada país, ques tões tri -bu tá rias, en tre ou tras. Se gun do o pre si den teda CIT, o em pre sá rio bra si lei ro Pau lo Vi cen teCa lef fi, a reu nião teve “o mé ri to de ob ter una -ni mi da de em to das as ten dên cias, o quepode en cur tar o ca mi nho para a in te gra ção”.“Pro cu ra mos, como diz nos so es ta tu to,

não in ter fe rir em as sun tos in ter nos dos paí -ses. Mas en tra re mos em con ta to com ór gãos

“A REUNIÃO TEVEO MÉRITO DE OBTERUNANIMIDADEEM TODAS ASTENDÊNCIAS,O QUE PODE ENCURTAR OCAMINHO PARAA INTEGRAÇÃO”

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MAIO 2003 CNTREVISTA 33

re pre sen ta ti vos do con ti nen te, como OEA(Or ga ni za ção dos Es ta dos Ame ri ca nos), Mer -co sul, Co mu ni da de An di na, Naf ta, Ala di eou tros para le var as ten dên cias tra ça dasapós essa reu nião da CIT”, diz Ca lef fi. Para ele, o se tor de trans por tes das três

Amé ri cas de mons trou es tar uni do em tor noda in te gra ção do con ti nen te. To dos os te -mas em que não hou ve con sen so en tre osre pre sen tan tes fo ram dei xa dos para a se -gun da reu nião, que deve ocor rer en tre ou -tu bro e no vem bro des te ano, em lo cal ain -da a ser de fi ni do.Ape sar das di fe ren ças de rea li da de en tre

os di ver sos paí ses que in te gram a CIT, amaio ria dos in te gran tes da en ti da de foi unâ -ni me em afir mar que a in te gra ção dos trans -por tes é fun da men tal para o de sen vol vi men -to. Para Har ri zon Viz caí no An dra de, vice-pre -si den te da CIT pelo Equa dor, “não é hora dese de bru çar so bre as di fe ren ças e, sim, so breos con sen sos”, que, se gun do ele, fo ram inú -me ros. “É ab so lu ta men te viá vel a in te gra ção.Isso só não ocor reu an tes por que a CIT nãoexis tia. E foi jus ta men te a fal ta des sa en ti da -de que dei xou um va zio na co mu ni ca ção en -

PRESIDENTE DA CITPaulo Vicente Caleffi

za ción de los Es ta dos Ame ri ca nos), el MER CO -SUR, la Co mu ni dad An di na, el Naf ta, el ALA DIy otros para lle var las ten den cias di se ña das des -pués de esta reu nión de la CIT”, dijo Ca le fi.

Para él, el sec tor de trans por tes de las tresAmé ri cas de mos tró es tar uni do al re de dor de lain te gra ción del con ti nen te. To dos los te mas enque no hubo con sen so en tre los re pre sen tan tes,fue ron de ja dos para la se gun da reu nión, quedebe ocur rir en tre oc tu bre y no viem bre de esteaño, en lo cal aún a ser de fi ni do.A pe sar de las di fe ren cias en tre rea li da des

de los dis tin tos paí ses que in te gran la CIT, lama yo ría de los in te gran tes de la en ti dad fueuná ni me en afir mar que la in te gra ción detrans por tes es fun da men tal para el de sar rol -lo. Para Har ri zon Vaz caí no An dra de, vi ce pre -si den te de la CIT en Ecua dor, “no es hora delan zar se a dis cu tir so bre las di fe ren cias, sino,so bre los con sen sos” que, se gún él, fue ronin nu me ra bles. “Es ab so lu ta men te po si ble lain te gra ción. Esto so la men te no ocur rió an tespor que la CIT no exis tía. Y fue exac ta men te laau sen cia de esa en ti dad que dejó un hue coen la co mu ni ca ción en tre trans por ta do res delas Amé ri cas, abrien do un es pa cio para que

“DEVEMOSTRANSFORMAR,POR MEIODA CIT, OSINTERESSESPARTICULARESEM INTERESSESCOMUNS”

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36 CNTREVISTA MAIO 2003

“O SETOR PRIVADOPRECISA DEIXARDE LADO ASLAMENTAÇÕES EASSUMIR UMAATITUDEPRÓ-ATIVA”

tre os trans por ta do res das Amé ri cas, abrin does pa ço para que se ge ras sem di fe ren tes ce -ná rios, di fe ren tes interes ses de cada país.”Para Viz caí no, o fato de exis ti rem paí ses

das três Amé ri cas in te res sa dos em tra tar dain te gra ção dos trans por tes re ve la que asques tões par ti cu la res es tão sen do tra ba lha -das para se trans for ma rem em me tas co -muns. Ele de fen de que, ao eli mi nar as pec tospar ti cu la res de cada na ção, res pon sá veis porcriar obs tá cu los ao de sen vol vi men to glo baldos trans por tes no con ti nen te, os trans por ta -do res abrem ca mi nho para a efe ti va in te gra -ção do se tor. “Creio que de ve mos trans for -mar, por meio da CIT, nos sos in te res ses par -ti cu la res em in te res ses co muns, bus can do ome lhor da in dús tria de trans por te nos di fe -ren tes paí ses. E esse é o ce ná rio ade qua do,o or ga nis mo por meio do qual a in dús tria detrans por te nas Amé ri cas vai se fa zer sen tir,mar car pre sen ça nos di fe ren tes me ca nis mos

se ge ne ra sen dis tin tos es ce na rios, dis tin tosin te re ses de cada país”.

Para Vaz caí no, el he cho de que haya paí sesde las tres Amé ri cas in te re sa dos en tra tar la in -te gra ción de los trans por tes, re ve la que lascues tio nes par ti cu la res es tán sien do tra ba ja daspara trans for mar se en me tas co mu nes. Él creeque, al eli mi nar los as pec tos par ti cu la res decada na ción, res pon sa bles por crear obs tá cu losal de sar rol lo glo bal de los trans por tes en el con -ti nen te, los trans por ta do res abren ca mi no parala efec ti va in te gra ción del sec tor. “Creo que de -be mos cam biar, por me dio de la CIT, nues trosin te re ses pri va dos en in te re ses co mu nes, bus -can do lo me jor de la in dus tria de trans por te enlos di ver sos paí ses. Y ese es el es ce na rio ade -cua do: el or ga nis mo por el me dio del cual la in -dus tria de trans por te en las Amé ri cas se harásen tir, mar car pre sen cia en los di ver sos me ca -nis mos de in te gra ción para un con ti nen te ame -ri ca no más uni do y más in te gra do”.

EQUADORHarrizon VizcaínoAndrade

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MAIO 2003 CNTREVISTA 37

MAISPRATICIDADE MÁS PRÁCTICO

P ara Mar tin San chez Zinny,pre si den te da Fun da çãopara For ma ção Pro fis sio nal

no Trans por te e vice-pre si den te daCIT pela Ar gen ti na, a in te gra çãoserá fa ci li ta da pelo tra ba lho da câ -ma ra. Zinny en ten de que ape sar dacom ple xi da de e pe cu lia ri da des decada país mem bro a in te gra ção éviá vel. “Exis te a de ci são e a von ta -de. As leis são mo di fi cá veis, as dife-ren ças en tre as fer ro vias ou o trans -por te ro do viá rio po dem ser mo di fi -ca das”, diz.

A ava lia ção de Al fre do Pe res daSil va, di re tor-exe cu ti vo da As so cia -ção Na cio nal dos Trans por ta do resde Car gas, vai ao en con tro do quediz o re pre sen tan te ar gen ti no. ParaPe res, as ne go cia ções em tor no dain te gra ção ain da são fei tas mui to noâm bi to go ver na men tal, sem a par ti -ci pa ção efe ti va do em pre sa ria do.“O se tor pro du ti vo ten de a ser maisprá ti co em ques tões que o afe tamdi re ta men te, como pro ble mas al -fan de gá rios e tri bu tá rios.”

In te gra ção e pro ble mas tri bu tá -rios tam bém são lem bra dos pelopre si den te da As so cia ção Bra si lei rados Trans por ta do res de Car ga,New ton Gib son. “Foi um pas so im -por tan te para agre gar toda a Amé ri -ca. Exi si tia dis tan cia men to en tre oBra sil e ou tros paí ses, que têm pro -ble mas con ver gen tes. A CIT nosapro xi ma.” Gib son de fen de o en -ten di men to dos blo cos co mer ciais.“O pre si den te Ca lef fi po de rá dis cu -tir a cria ção da Alca em bus ca dofor ta le ci men to do Mer co sul.”

P ara Mar tin San chez Zinny,de la Fun da ción para laFor ma ción Pro fe sio nal en

el Trans por te y vi ce pre si den te dela CIT, por Ar gen ti na, la in te gra -ción se agi li za rá por el tra ba jo dela cá ma ra. Zinny en tien de que, ape sar de la com ple ji dad y pe cu -lia ri da des de cada miem bro, lain te gra ción es via ble. “Hay de ci -sión y vo lun tad. Las le yes soncam bia bles, las di fe ren cias en trelos fer ro car ri les o el trans por tepor car re te ra pue den ser mo di fi -ca das.” La eva lua ción de Al fre doPe res da Sil va, di rec tor eje cu ti vode la Aso cia ción Na cio nal de losTrans por ta do res de Car gas, seamal ga ma a lo di cho por el ar -gen ti no. Para Pe res, las ne go cia -cio nes al re de dor de la in te gra -ción se rea li zan, mu cho, en elám bi to de los go bier nos, sin lapar ti ci pa ción de los em pre sa rios.“El sec tor pro duc ti vo tien de a sermás prác ti co en cues tio nes quelo afec tan di rec ta men te, comopro ble mas adua ne ros y tri bu ta -rios.” In te gra ción e pro ble mas tri -bu ta rios fue ram as si na la dos porel pre si den te da ABTC, New tonGib son. “Fue uno paso im por tan -te para la unión de toda la Ame ri -ca. Ha vía una dis tan cia en tre lospaí ses com pro ble mas se me jan -tes. La CIT apro xi ma a no so tros.”Gib son de fen de el en ten di men tode los blo cos co mer cia les. “Elpre si den te Ca lef fi po drá dis cu tirla Alca em bus ca de lo for ta le ci -men to del Mer co sul.”

ARGENTINA E BRASILMartin Sanchez Zinny (acima)e Newton Gibson

DIVULGAÇÃO

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38 CNTREVISTA MAIO 2003

El re pre sen tan te pa ra gua yo, Ju lio Ce zarHues pe, dijo que el pri mer paso para la in te -gra ción de los trans por tes fue dado con laela bo ra ción de las 16 ten den cias. Hues pere sal tó la im por tan cia del en cuen tro paraAmé ri ca del Sur, don de ya hay una se rie depro ce di mien tos uni for mi za dos en tre los paí -ses del MER CO SUR. Por otro lado, re sal ta elre pre sen tan te pa ra gua yo, hay di fe ren ciassen si bles en tre los in te gran tes del MER CO -SUR y los paí ses en el nor te de Amé ri ca delSur. “Esa cues tión fue tra ba ja da, dan do ini -cio a dis cu sio nes para crear un con sen so alre de dor de la in te gra ción de los trans por tes,abor dan do te mas de in te rés de los sec to resde trans por te de pa sa je ros y car gas en los ti -pos car re te ros, trans por tes flu via les y ma rí ti -mos y por fer ro car ri les”. Se gún Hues pe, a pe sar de las di fe ren cias,

la in te gra ción de pen de so la men te de unaac ción or ga ni za da y sis te ma ti za da, que per -mi ta la co mu ni ca ción di rec ta en tre los ti posde trans por te.Esa mis ma opi nión es com par ti da por

Fran cis co Re yes Prats, vi ce mi nis tro de lostrans por tes de Cuba y vi ce pre si den te de laCIT por su país. Se gún Re yes, el prin ci pal pa -pel de la CIT es in te grar las ideas que an teses ta ban dis per sas. “A pos te rio ri, pien so quela CIT ten de rá a te ner una re la ción con losgo bier nos para dar a la cá ma ra una ima gende au to ri dad”, aña de el vi ce pre si den te porCuba. El ges tor de la Fe de ra ción Na cio nal deCoo pe ra ti vas de Trans por te Pú bli co de Pa sa -je ros del Ecua dor, (FE NA CO TI), Mar ce lo Ga -vi la nes, en tien de que la in te gra ción de lostrans por tes está re la cio na da con el de sar rol -lo del sec tor en sus di ver sos ti pos, de ma ne -ra igua li ta ria en to dos los paí ses del con ti nen -te. Él re sal ta que es pre ci so uni for mi zar lasac cio nes para que la in te gra ción sea efec ti va -da en rea li dad. “Aho ra es el mo men to en quede be mos tra ba jar por esa in te gra ción. Y esoso la men te pue de ocur rir con el in ter cam biode ex pe rien cias”, ava lúa. l

de in te gra ção para um con ti nen te ame ri ca nomais uni do e mais in te gra do.”O re pre sen tan te pa ra guaio, Ju lio Ce zar

Hu-espe, diz que o pri mei ro pas so para a in -te gra ção dos trans por tes foi dado com a ela -bo ra ção das 16 ten dên cias. Hues pe res sal -tou a im por tân cia do en con tro para a Amé ri -ca do Sul, onde já há uma sé rie de pro ce di -men tos uni for mi za dos en tre os paí ses doMer co sul. Por ou tro lado, res sal ta o re pre -sen tan te pa ra guaio, exis tem di fe ren ças mar -can tes en tre os in te gran tes do Mer co sul e ospaí ses si tua dos ao nor te da Amé ri ca do Sul. “Essa ques tão foi tra ba lha da, dan do iní cio

a dis cus sões para criar um con sen so em tor -no da in te gra ção dos trans por tes, abor dan dote mas de in te res se dos se to res de trans por -tes de pas sa gei ros e de car gas nos mo daisro do viá rio, aqua viá rio e fer ro viá rio.” Se gun doHues pe, ape sar das di fe ren ças, a in te gra çãode pen de ape nas de um tra ba lho or ga ni za doe sis te ma ti za do, que per mi ta a co mu ni ca çãodi re ta en tre os mo dais de trans por te. Essa mes ma opi nião é com par ti lha da

por Fran cis co Re yes Prats, vice-mi nis trodos trans por tes de Cuba e vice-pre si den teda CIT por seu país. Se gun do Re yes, oprin ci pal pa pel da CIT é o de in te grar idéiasque an tes es ta vam dis per sas. “Pos te rior -men te, pen so que a CIT ten de rá a ter umare la ção com os go ver nos para dar à câ ma -ra um tom de au to ri da de”, acres cen ta ovice-pre si den te por Cuba.Ge ren te da Fe de ra ção Na cio nal de Coo -

pe ra ti vas de Trans por te Pú bli co de Pas sa gei -ros do Equa dor (Fe na co tip), Mar ce lo Ga vi la -nes en ten de que a in te gra ção dos trans por -tes está re la cio na da ao de sen vol vi men to dose tor em seus di fe ren tes mo dais, de for maigua li tá ria em to dos os paí ses do con ti nen te.Ele res sal ta que é pre ci so uni for mi zar pro ce -di men tos para que a in te gra ção real men te seefe ti ve. “É hora de tra ba lhar mos por essa in -te gra ção. E isso só pode ocor rer com a tro cade ex pe riên cias”, ava lia. l

O PRIMEIRO PASSO PARA A INTEGRAÇÃO DOSTRANSPORTESFOI DADO COM A ELABORAÇÃO DAS16 TENDÊNCIAS

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MAIO 2003 CNTREVISTA 39

MISSÃOIMPOSSÍVEL

SÃO PAULO

TRÂNSITO

CET TRABALHA PARA EVITAR O CAOS NO TRÁFEGO DA CAPITAL PAULISTAPOR FÁBIA PRATES

AGÊNCIA ESTADO

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TROPA MULTIFUNCIONAL

O s cer ca de 1.500 téc ni cos eope ra do res de trân si to daCET tra ba lham em tur nos

re ve za dos de 6h40, de se gun da-fei -ra a sex ta-fei ra, de for ma que es te -jam em cir cu la ção por to das as ho -ras do dia e da noi te. Em fins de se -ma na e fe ria dos, o tur no é de 8h40.Nos cru za men tos de maior mo vi -men to, al guns de les fi cam pa ra dos,faça chu va ou sol, com au to no miapara al te rar se má fo ros, mul tar in fra -to res, de sobs truir pis tas em ca sos deaci den tes sem ví ti ma e até fa zer apri mei ra ava lia ção de fe ri dos.

São cha ma dos de mar ron zi nho,por ser essa a cor pre do mi nan te deseus uni for mes. Em caso de aci den -tes gra ves, a via tu ra da CET aju da apro te ger o lo cal do aci den te e avi sapor rá dio a cen tral da em pre sa paraque esta acio ne o so cor ro. A cen traltem a ra dio gra fia do flu xo por toda aci da de e ten ta agir com an te ce dên -cia para evi tar que uma len ti dão quees te ja ocor ren do na zona les te, porexem plo, re fli ta no cen tro e nas de -mais vias.

Para a CET, a ci da de de SãoPau lo é di vi di da em seis re giões,sen do uma ex clu si va para as mar -

gi nais Pi nhei ros e Tie tê e a ave ni daBan dei ran tes, cor re do res de flu xo in -ten so e cons tan te, por onde pas samcer ca de 1,5 mi lhão de veí cu los pordia. Há nes sas vias pon tos fi xos ondeos mar ron zi nhos fis ca li zam o res pei toà fai xa da es quer da, evi tan do que ca -mi nhões len tos a uti li zem, e o cum pri -men to das de mais leis de trân si to.Mul tam mo to ris tas que fa lam ao ce lu -lar en quan to di ri gem ou aque les quecir cu lam com ve lo ci da de aci ma daper mi ti da.

Cás sio Al ves, 39, co me çou a tra ba -lhar na em pre sa há 13 anos e meio comoope ra dor. Há 10 anos, quan do foi im -plan ta do o sis te ma de fis ca li za ção da fai -xa es quer da nas mar gi nais, fi cou lo ta dopor um bom tem po em Pi nhei ros.

Na ex pe riên cia como ope ra dor, pôdeates tar que as mar gi nais são os lo caisonde acon te cem as maio res in fra ções e,por con se qüên cia, o maior nú me ro deaci den tes. Na me mó ria, per ma ne cemce nas de aci den tes como um ocor ri docom um ôni bus es co lar com 35 crian çase que ba teu na tra sei ra de um ca mi nhão.“As crian ças es ta vam de ses pe ra das. Ti -ve mos que tirá-las por um vi dro. Paraquem é pai, é uma cena tris te”, con ta. Asví ti mas só ti ve ram fe ri men tos le ves.

Hoje, Al ves atua como ana lis ta detrân si to da re gião da Lapa e Pi nhei ros(zona Oes te) e é res pon sá vel por umaequi pe de 25 pes soas. Se gun do ele, ape -sar de ter o po der de mul tar, a prio ri da dedos mar ron zi nhos não é a car te la e a ca -ne ta. “Se o trân si to es ti ver com pli ca do, aor dem é guar dar o blo co e bus car al ter -na ti va para que o trá fe go flua”. Tam bémnão é le var o car ro es ta cio na do ir re gu lar -men te, mas fa zer com que o veí cu lo sejare ti ra do do lo cal se o dono apa re cer.

40 CNTREVISTA MAIO 2003

M aior ci da de da Amé ri ca do Sul,com po pu la ção su pe rior a 10 mi -lhões de ha bi tan tes e fro ta de 5,4mi lhões de veí cu los (um para cada

dois ha bi tan te), São Pau lo car re ga a mar ca deabri gar o pior trân si to do país. Os nú me ros sãotão gran dio sos quan to a área (1.509 qui lô me -tros qua dra dos) e a po pu la ção da ci da de. Ospro ble mas de cor ren tes de les, idem.São 1.200 li nhas de ôni bus dis tri buí das

em 10 mil veí cu los e trans por tan do cer ca de40% da po pu la ção; 50 km de li nhas de me -trô, com 56 es ta ções e 1,7 mi lhão de pas sa -gei ros por dia; 183 km de tri lhos para trensur ba nos, com 83 es ta ções e res pon sá veispelo trans por te de 700 mil pes soas em diasúteis. Seis mil pe ruas tam bém cir cu lam pelaci da de como trans por te co le ti vo.Para ten tar dar flui dez às vias e re sol ver os

pro ble mas, a Com pa nhia de En ge nha ria e Trá -fe go (CET), em pre sa de eco no mia mis ta, con -tro la da pela pre fei tu ra e res pon sá vel pelo pla ne -ja men to e ge ren cia men to do trân si to, fun cio na24 ho ras e ad mi nis tra uma es tru tu ra que de -man da qua se 4.000 pes soas e re cur sos da or -dem de R$ 250 mi lhões por ano, dos quaisapro xi ma da men te R$ 180 mi lhões des ti na dos

CONFUSÃOChuva complica otrânsito na cidade

AGÊNCIA ESTADO

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para pa ga men to de sa lá rios e be ne fí cios dosem pre ga dos. É um dos maio res exem plos deque a lo gís ti ca deve ser um item de in ves ti men -to em qual quer em pre sa.Se toda a fro ta de veí cu los da ci da de - que

con ta bi li za ape nas aque les em pla ca dos na ca -pi tal - po si cio nas se-se em fila, fa ria um cor re dorca paz de atra ves sar o país do Oia po que aoChuí, em fila tri pla. Em ou tras pa la vras: o nú me -ro de veí cu los de São Pau lo ocu pa área maiorque a dis po ní vel em todo o sis te ma viá rio da ci -da de. Nas ruas pau lis ta nas, ain da com o sis te -ma de ro dí zio, im ple men ta do em ou tu bro de1997 e que eli mi na por dia 20% dos car ros decir cu la ção nos ho rá rios de maior mo vi men to, ascon se qüên cias são vias pa ra das, con ges tio na -men tos gi gan tes cos que ba tem re cor des ano aano e se apro xi mam de 200 km de len ti dão nosho rá rios de pico, em dias com chu va, gre ves ouma ni fes ta ções. A maior len ti dão - 242 km - foire gis tra da no dia 28 de ju nho de 96, re sul ta dode uma com bi na ção de chu vas mais iní cio defé rias es co la res. De se gun da a sex ta-fei ra, são proi bi dos de

cir cu lar pela ci da de, das 7h às 10h e das 17hàs 20h, dois fi nais di fe ren tes de pla cas. O ro -dí zio, que não pune as cha ma das “pla cas es -tran gei ras”, já que não são con si de ra das dafro ta da ci da de, é sus pen so em dias de gre vede ôni bus ou me trô. A CET tem que tra ba lhar com im pre vis tos e

fa to res me teo ro ló gi cos. Uma chu va de maior in -ten si da de, ain da que por pou cos mi nu tos, já é osu fi cien te para pro vo car caos nas re giões atin gi -

das. Tem que li dar ain da com aci den tes, quepro vo cam re fle xos em lu ga res dis tan tes. Umaba ti da de dois car ros na ave ni da Re bou ças(zona oes te) gera con ges tio na men to nas Mar gi -nais Pi nhei ros e Tie tê (zo nas nor te e les te), ave -ni das Pau lis ta e Con so la ção (cen tro) e 23 deMaio (zona sul).Fal ta de pla ne ja men to ur ba no é ou tro item

que pres sio na o tra ba lho da CET. Com vias,via du tos e tú neis cons truí dos a to que de cai -xa, o trân si to de São Pau lo en fren ta ain da afal ta de pla ne ja men to para su pe rar a len ti dãoe o des gas te emo cio nal, além de des truir apai sa gem ur ba na (caso do ele va do Cos ta eSil va, o “Mi nho cão”).

Car ros de pas seioA pre sen ça dos cha ma dos car ros de pas seio

nas ruas é o mo ti vo que in ten si fi ca o caos notrân si to. As pes soas pre fe rem usá-lo a lan çarmão do trans por te pú bli co, por cau sa de suasde fi ciên cias. O tem po de des lo ca men to ex pli caa pre fe rên cia pe los au to mó veis. Uma via gem deôni bus leva em mé dia 49,7 mi nu tos, o que é 2,3ve zes mais do que o tem po mé dio gas to pe losau to mó veis. En tre as gran des me tró po les domun do, São Pau lo é das pou cas que tem nosôni bus o prin ci pal mo tor do trans por te pú bli co.En quan to a ex ten são do me trô da ca pi tal é de50 km, em Pa ris, são mais de 500 km.Des de 1990 há uma que da no nú me ro de

pas sa gei ros trans por ta dos pe los ôni bus. Eram7,4 mi lhões de pes soas que usa vam esse tipode trans por te em 1995. Atual men te, são cer ca

PARA ASSESSORTÉCNICO DA CET,“O GRANDEDESAFIO DAEMPRESA ÉGARANTIR AMOBILIDADE”

MOBILIDADEPara Luis AntônioSeraphim, o desafio da CET

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42 CNTREVISTA MAIO 2003

CAOS TOTALCET busca amenizar otráfego intenso na Marginal do Tietê

PARA SOLUÇÃO DECONGESTIONA-MENTOS, QUENESTE ANOMARCOU 149 KMEM 11 DE ABRILÀS 19H, O TEMPOMÉDIO É DE 27MINUTOS

de 4 mi lhões. Na ci da de que con cen tra 25% dafro ta de veí cu los do país, mais da me ta de dasfa mí lias têm pelo me nos um car ro; 10% têmdois car ros e 3% até mais de três. A cada dia,as ruas da ca pi tal pau lis ta ga nham 500 car ros.

“O gran de de sa fio da em pre sa é ga ran tir amo bi li da de”, afir ma Luis An tô nio Se ra phin, as -ses sor téc ni co da pre si dên cia. Se gun do ele, oín di ce que mede a mo bi li da de - re la ção do nú -me ro de via gens por ha bi tan tes - vem cain do,mes mo com o au men to da taxa de mo to ri za çãodos ha bi tan tes. Des de a cria ção da em pre sa, afro ta re gis tra da de veí cu los cres ceu de 1,3 mi-lhão para 5,4 mi lhões, en quan to a ma lha viá riapas sou de 13 mil para 15,4 mil qui lô me tros. Jáo nú me ro de via gens caiu 7%. A par te vi sí vel da CET nas ruas são 174 câ -

me ras de ví deos ins ta la das nos pon tos de maiormo vi men to e cer ca de 2.200 ope ra do res e téc -ni cos de trân si to, os cha ma dos “mar ron zi-nhos”. Se gun do Se ra phin, o ideal é que a pro -por ção dos ope ra do res fos se de um para cada1.500 veí cu los, o que de man da ria a con tra ta -ção de mais 1.400 pes soas. Em pon tos fi xos oucir cu lan do em via tu ras, os mar ron zinhos atuamna fis ca li za ção e ope ra cio na li za ção do trân si to,aju dan do a re sol ver as ocor rên cias que sur geme mul tan do aque les que ig no ram as re gras dees ta cio na men to. A em pre sa con ta ain da com800 veí cu los, en tre car ros, guin chos e mo tos, oque é con si de ra do pou co para uma ci da de comas di men sões de São Pau lo.

Con tra tem posA em pre sa tem uma cen tral de con tro le,

que fun cio na 24 ho ras por dias, cin co cen traisde se má fo ros in te li gen tes - os equi pa men toscon tro lam o tem po con for me o flu xo de veí cu -los por hora - sis te ma de con tro le de ve lo ci da -de por ra dar, fai xas ilu mi na das de pe des tres esis te ma de con tro le de in fra ção aos se má fo rosver me lhos, os cha ma dos Cae ta nos, uma cria -ção ca sei ra da CET ba ti za da com o nome domú si co por cau sa da crí ti ca dele ao des res pei -

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MAIO 2003 CNTREVISTA 43

to aos si nais de trân si to.Na me tró po le que não pára e nem pode, é

pre ci so re sol ver rá pi do os mui tos con tra tem posdas ruas. Em 2001, o tem po mé dio de so lu çãofoi de 18 mi nu tos. Fo ram 199.500 in ter fe rên -cias no trân si to, o que soma aci den tes, ár vo rescaí das e veí cu los com pro ble mas me câ ni cos.Para so lu ção dos con ges tio na men tos, que nes -te ano mar cou 149 km no dia 11 de abril às19h, o tem po mé dio é de 27 mi nu tos. No anopas sa do, o re cor de de con ges tio na men to, 192km, ocor reu no dia 20 de se tem bro, às 19h, efoi con se qüên cia de uma chu va que atin giu aci da de por todo o dia.Uma das al ter na ti vas é o uso da cha ma da

fai xa re ver sí vel, uma for ma en con tra da pela em -pre sa para di mi nuir con ges tio na men tos. É apli -ca da, por exem plo, na Ra dial Les te, via com 18km de ex ten são li gan do di ver sos bair ros des sare gião ao cen tro da ci da de. Em ho rá rios demaior mo vi men to, pas sam pelo cor re dor cer cade 5.000 veí cu los por hora. Nes ses mo men tos,a CET uti li za uma pis ta da fai xa opos ta à demaior flu xo para mu dar o sen ti do e ate nuar ospro ble mas. Com isso, con se guiu au men tar a ve -lo ci da de mé dia nos ho rá rios de pico de 18 km/hpara 25 km/h e re du zir a len ti dão de 12,4 kmpara 7,8 km pela ma nhã.

Ilu mi na çãoPara me lho rar as con di ções de se gu ran ça, a

em pre sa co me çou a im ple men tar em 1997 opro je to de ilu mi na ção das tra ves sias de pe des -tres. A maior par te dos atro pe la men tos acon te -ce à noi te, por cau sa da má vi si bi li da de dos mo -to ris tas. Até agos to do ano pas sa do, já ti nhamsido ilu mi na das 1.650 fai xas. Le van ta men to de -mons trou re du ção sig ni fi ca ti va de aci den tes.Em 1997, quan do fo ram ilu mi na das 155 fai xas,a em pre sa fez le van ta men to de aci den tes con -si de ran do o nú me ro de atro pe la men tos no pe -río do de 12 a 16 me ses an tes da ilu mi na ção.Hou ve 28 atro pe la men tos an tes da ilu mi na ção e14 após. Se gun do a em pre sa, as me di das de

AGÊNCIA ESTADO

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de 6.000 pe ruas. Essa for ma de trans por te, quefun cio nou de for ma clan des ti na du ran te anos,ge ran do con fron tos com a po lí cia e até mor tes,foi re gu la men ta do na ges tão de Mar ta Su plicy.A ex pec ta ti va da Se cre ta ria de Trans por tes é

que o novo sis te ma tor ne as via gens mais rá pi dase con for tá veis para os usuá rios. “O ob je ti vo é me -lho rar as con di ções do trans por te pú bli co, mas épos sí vel que aju de a me lho rar tam bém o trân si -to.” Em al guns lo cais, a se cre ta ria per mi ti rá queem pre sas co brem mais caro me dian te ofer ta deôni bus me lho res, com ar con di cio na do, porexem plo, de for ma a atrair no vos usuá rios para osôni bus. A idéia é que o pre ço co bra do pe las li -nhas ali men ta do ras seja de R$ 1,70, va lor atual,e pe las li nhas lo cais, R$ 1,40. l

A SECRETARIA DETRANSPORTESQUER QUE O NOVOSISTEMA TORNEAS VIAGENS MAISRÁPIDAS E CON-FORTÁVEIS PARAOS USUÁRIOS

se gu ran ça ado ta das, como a ins ta la ção demini-ro ta tó rias em cru za men tos, con se guiu re -du zir o nú me ro de mor tes de 1.526 em 2001para 1.370 no ano pas sa do.As ati vi da des da CET nes te ano es tão pre ju di -

ca das pelo cor te que a em pre sa so freu no iní ciodo ano. O or ça men to pre vis to para 2003 é de R$251 mi lhões, 38 mi lhões a me nos do que o dis -po ní vel no ano pas sa do. Dian te da di mi nui ção dever ba, a em pre sa teve que se im por um cor te de25%, que in clui tam bém ser vi ços de lim pe za. Oqua dro de pes soal, já con si de ra do en xu to para aci da de, foi re du zi do em 445 pes soas.

Sem mul tasUm agra van te para as di fi cul da des fi nan cei -

ras é que os re cur sos ar re ca da dos com mul tasnão são uti li za dos di re ta men te pela em pre sa -vão ini cial men te para o cai xa da pre fei tu ra. Aem pre sa apli ca em mé dia 6.400 mul tas por dia,o que re sul tou no ano pas sa do em um mon tan -te de R$ 317 mi lhões. Se gun do Se ra phin, os re -cur sos vol tam para o trân si to em ações comore ca pea men to de ruas, si na li za ção e ade qua -ções geo mé tri cas.Uma apos ta para me lho rar o trân si to co me -

ça a ser im ple men ta da nes te ano. É a rees tru tu -ra ção do trans por te co le ti vo, ado tan do sis te mase me lhan te ao BHBus cria do em Belo Ho ri zon -te, com li nhas es tru tu rais e lo cais. As es tru tu raisexe cu ta das por ôni bus de gran de por te li ga rãoos bair ros ao cen tro. Nos bair ros, o trans por teserá fei to por veí cu los me no res e fun cio na rãocomo ali men ta do res dos es tru tu rais, sen do queo usuá rio pa ga rá bi lhe te úni co.“Será uma re vo lu ção por que vai or ga ni zar,

ra cio na li zar e mo der ni zar o sis te ma”, diz o se -cre tá rio mu ni ci pal de Trans por tes de São Pau lo,Gil mar Tat to. Já está em an da men to um pro ces -so de li ci ta ção para es co lha das em pre sas quevão ope ra cio na li zar os ser vi ços. As li nhas es tru -tu rais fi ca rão com as em pre sas de ôni bus e aslo cais com os cha ma dos pe ruei ros. Exis tem cir cu lan do hoje em São Pau lo cer ca

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FUNDAÇÃO

TRANSPORTE DE CARGA

NOVA ENTIDADE SURGEPARAAMPARAROMOTORISTA

PRESIDENTEJosé da FonsecaLopes, quedirige a Abcam

F oi cons ti tuí da no úl ti mo12 de abril, em São Pau -lo, a As so cia ção Bra si lei -ra dos Ca mi nho-nei ros

Trans por ta do res de Car ga (Ab -cam). Com a pre sen ça de di ri -gen tes de fe de ra ções vá rios Es ta -dos, for mou-se a di re to ria e ocon se lho fis cal da nova en ti da de,que terá como pre si den te elei toJosé da Fon se ca Lo pes. O di ri -gen te dis se que, com a nova en-ti da de, os ca mi nho nei ros bra si-lei ros te rão um fó rum ca paz dere pre sen ta ção e de fe sa de seusan seios e ne ces si da des.Um dos pa péis de atua ção da

Ab cam des ta ca do por Fon se caserá o de “ace le rar o pro ces so dere gu la men ta ção da ca te go ria, quepre ci sa de melho res fre tes e de

me ca nis mos mais efi ca zes para ofi nan cia men to de ca mi nhões”.So bre a si tua ção dos cami-

nhões, a Pes qui sa Au tô no mosCNT rea li za da em 2002 mos-trou que a ida de da fro ta é umdado preo cu pan te. Se gun do ole van ta men to, 68,5% dos cami-nhões têm ida de su pe rior a 11anos - 34,4% es tão na fai xa de11 a 20 anos e 34,1% têm aci made 21 anos de fa bri ca ção. Taiscon di ções au men tam a in se gu -ran ça e os gas tos com com bus tí -vel e ma nu ten ção. A pes qui sa da CNT mos tra,

ain da o ca mi nho nei ro au tô no motra ba lha em de ma sia, ou tro in di -ca dor que po ten cia li za a in se gu -ran ça nas es tra das. Dos en tre vis ta dos, 90,9% tra -

ba lham mais 8 ho ras diá-rias, e51,5% ope ram de 13 a 19 ho raspor dia. E 10,4% per ma ne cemati vos além de 20 ho ras diá rias.O pre si den te da Ab cam de-

fen deu a uti li za ção da Con tri bui -ção de In ter ven ção do Do mí nioEco nô mi co (Cide) “na re cons tru -ção, am plia ção e cons-tru ção dero do vias”. “Es ta mos nos en ga jan -do, des de já, na luta de fla gra daCNT no sen ti do de que os re cur -sos des sa con tri bui ção se jam efe -ti va men te apli ca dos na qui lo paraa qual foi cria da.”Ou tro pon to des ta ca do foi o

com pro me ti men to da Ab cam nacria ção de uma câ ma ra te má ti capara a dis cus são de te mas cru -ciais para o trans por te de car gas eao ca mi nho nei ro au tô no mo. l

AVOZDOAUTÔNOMO

POR ARIVERSON FELTRIN

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46 CNTREVISTA MAIO 2003

D en tro de mui to pou co tem po, oscami nhões dei xa rão de ser me rosveí cu los de trans por te de car gapara se tor na rem es cri tó rios mó -

veis, com es ta ções de co mu ni ca ção mo der -nas e con for to dig no de um pe que no ho tel.As no vi da des, po rém, ain da não têm datapara che gar ao Bra sil.A in dús tria dos pe sa dos em todo o mun do

tem in ves ti do mi lhões de dó la res em pes qui sa ede sen vol vi men to de no vas tec no lo gias para in -cre men tar a se gu ran ça, agi li zar o con ta to do ca -mi nho nei ro com o mun do, me lho rar o ren di -men to do veí cu lo em re la ção ao con su mo decom bus tí vel e re du zir a po lui ção am bien tal cau -sa da pe los gi gan tes da es tra da.Con fi ra a se guir o que as em pre sas pro me -

tem co lo car no mer ca do nos pró xi mos anos.

Ca mi nhão in te li gen teA ve lo ci da de e as con se qüên cias do seu

ex ces so têm sido alvo da preo cu pa ção de umfa bri can te mun dial de ca mi nhões, a Daim -lerChrys ler. De acor do com o Eu ro pean Trans -port Sa fety Coun cil, en tre 25% e 30% de to -das as mor tes nas es tra das da Eu ro pa re sul -tam de aci den tes en vol ven do ca mi nhões. NaAle ma nha, um quar to dos aci den tes com ca -mi nhões são en ga ve ta men tos e as cau sas sãoqua se sem pre as mes mas: can sa ço e pres sados mo to ris tas, que têm hora mar ca da paraen tre gar a car ga, além da mo no to nia das es -tra das. Para pre ve nir, a com pa nhia de sen vol -veu um ca mi nhão in te li gen te que ad ver te omo to ris ta do pe ri go.

LANÇAMENTOS

TECNOLOGIA

DAF TRUCKS/DIVULGAÇÃO

OCAMINHÃO DO FUTURO

POR ISIS MOTA

FABRICANTES INOVAM NO DESIGN E NA CRIAÇÃO PARA OFERECER CONFORTO, SEGURANÇA E ECONOMIA AOS MOTORISTAS

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OCAMINHÃO DO FUTUROFABRICANTES INOVAM NO DESIGN E NA CRIAÇÃO PARA OFERECER CONFORTO, SEGURANÇA E ECONOMIA AOS MOTORISTAS

O Xtreme Future Concept, da holandesa DAF, mostra para onde segue o estilo dos caminhões

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Os ca mi nhões da nova ge ra ção te rão essaca pa ci da de de cor ri gir er ros hu ma nos. O sis te -ma de se gu ran ça pro je ta do pela Daim lerChrys -ler não po dia ter re ce bi do nome mais ade qua do:Pro tec tor. O veí cu lo terá um ra dar que son da otrân si to à fren te, com uma fre qüên cia de dez ve -zes por se gun do, re co nhe cen do e iden ti fi can doos ob je tos de me tal – seja caminhão, car ro, mo -to ci cle ta, bi ci cle ta, si nais de trân si to ou pos tes.“O que que re mos, com um sis te ma ca paz de re -co nhe cer o am bien te em que tran si ta, é que oveí cu lo se tor ne tão in te li gen te que pos sa evi tarele pró prio as si tua-ções de pe ri go”, dis se, nolan ça men to do Pro tec tor, o en ge nhei ro Jür genTrost, che fe da equi pe res pon sá vel pelo de sen -vol vi men to do novo equi pa men to.Ao iden ti fi car um obs tá cu lo à fren te – um

ôni bus com pro ble mas me câ ni cos, ro dan doa 20 km/h, por exem plo –, o Pro tec tor vai cal -cu lar o tem po ne ces sá rio para frear to tal -men te o ca mi nhão de modo a evi tar a ba ti da.Se o mo to ris ta não pi sar no freio, o Pro tec tordes li ga o rá dio e co me ça a frear, mo de ra da -men te. Se o mo to ris ta con ti nuar pa ra do, osis te ma dis pa ra a bu zi na e pis ca to das as lu -zes do ca mi nhão, para aler tar ou tros mo to ris -

tas e, numa fra ção de se gun do, pro vo ca afre na gem to tal.Para quem tem medo de alar mes fal sos, a

Daim lerChrys ler in for ma que o sis te ma foi exaus -ti va men te aper fei çoa do e apren deu até a dis tin -guir um tipo de obs tá cu lo do ou tro, além de des -pre zar coi sas como la tas ou pe da ços de pa pelalu mí nio que pos sam ter sido jo ga dos na es tra -da. Em pou co tem po, o Pro tec tor po de rá ser ad -qui ri do como op cio nal para ca mi nhões no vos naEu ro pa, pelo pre ço de 3.000 eu ros (cer ca de R$9.800). Ain da não há pre vi são para que esteequi pa men to che gue ao Bra sil.

Tro ca au to má ti caUma ou tra nova tec no lo gia, en tre tan to, já in -

SEGURANÇA Caminhão da DaimlerChrysler equipado com o Protector, que sonda o trânsito, reconheceobstáculos e alerta para o perigo de uma batida, além de assumir o comando caso o motorista nãoresponda a tempo

DA UNIVERSIDADE Protótipo de caminhão desenvolvido por estudantesde uma faculdade de design da Suécia especialmente para a Scania

SCANIA/DIVULGAÇÃO

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cor po ra ca mi nhões bra si lei ros da Sca nia para fa -ci li tar a con du ção. O Opt crui se, lan ça do pelaem pre sa na Eu ro pa em agos to de 2001, che goucomo o pri mei ro sis te ma de tro ca au to má ti ca demar chas para ca mi nhões pe sa dos da Amé ri caLa ti na. Com ele, o mo to ris ta pode op tar a qual -quer mo men to en tre a tro ca au to má ti ca e ma-nual das mar chas.O Op ti crui se dis pen sa a em brea gem, re du -

zin do em até 95% o des gas te des se com po nen -te, que só é usa do nas par ti das, pa ra das ou emsi tua ções es pe cí fi cas, como nos en ga tes e de -sen ga tes de semi-re bo ques. A Sca nia com bi na oOpt crui se com o mo tor ele trô ni co, o freio au xi liarRe tar der, cuja po tên cia é de 600 kW, mais o sis -te ma an ti blo can te ABS, o con tro le de tra ção e o

MAIS CONFORTO Compartimento interno com duas camas e – luxo parao caminhoneiro – geladeira, item adotado pela DAF para os novos modelos

freio mo tor para con se guir um con jun to que per -mi ta maior eco no mia de com bus tí vel, além dacon ser va ção da trans mis são.A fa bri can te ho lan de sa DAF, há 75 anos no

mer ca do, irá in tro du zir o câm bio au to má ti co AS-Tro nic 12 mar chas em seus ca mi nhões sé rie CF.Com a tec no lo gia es co lhen do a mar cha exa tapara qual quer si tua ção na es tra da, o sis te ma re -sul ta em me nor con su mo de com bus tí vel, alémde per mi tir que o mo to ris ta se con cen tre mais naes tra da, au men tan do a se gu ran ça. Um bo tão ro -ta tó rio se le cio na di re ção em fren te, ré ou umpro gra ma para ma no bras es pe ciais. As simcomo o Op ti crui se, o câm bio AS-Tro nic tam bémpode ser ope ra do ma nual men te.Com pa ra do com um câm bio ma nual nor -

mal, o AS-Tro nic dei xa o ca mi nhão 90 kg maisleve. Por en quan to, ape nas 15% dos ca mi -nhões CF da DAF te rão esse câm bio, mas a fa -bri can te es pe ra cres ci men to à me di da que anova tec no lo gia se tor ne mais po pu lar na Eu ro -pa – nem si nal de im por ta ção para o Bra sil. Poraqui, as no vi da des do se tor se rão apre sen ta dasna Fe na tran – Sa lão In ter na cio nal do Trans por -te, que acon te ce rá em São Pau lo, de 20 a 24de ou tu bro des te ano.

DAF TRUCKS/DIVULGAÇÃO

DAIMLERCHRYSLER/DIVULGAÇÃO

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50 CNTREVISTA MAIO 2003

Os mo to res ele trô ni cos de sen vol vi dos pela in -dús tria dos pe sa dos são pro je ta dos para se co -mu ni car com com pu ta do res e per mi tem o con -tro le de uma sé rie de fun ções que são exi bi dasem um dis play de cris tal lí qui do ao lado do pai -nel. “Ele pode es ta be le cer quan tos qui lô me trospor li tro de com bus tí vel o ca mi nhão deve fa zerem cada rota, me dir e ana li sar as mé dias atin gi -das, além de li gar es sas in for ma ções ao mo ni to -ra men to do mo tor e do veí cu lo”, ex pli ca Sér gioGo mes, ge ren te de de sen vol vi men to de pro du -tos da Vol vo no Bra sil.A ten dên cia tec no ló gi ca para os veí cu los co -

mer ciais está sen do de sen vol vi da ra pi da men tepara aju dar os ope ra do res de trans por te a me -lho rar a sua pro du ti vi da de. O mou se fica na ala -van ca de con tro le do lim pa dor de pára-bri sa, oque tor na as ope ra ções mui to sim ples. “Já ofe -re ce mos diag nós ti cos de bor do, ma nu ten çãopre ven ti va e ajus tá vel à ope ra ção, re cur sos dena ve ga ção, lo gís ti ca e ras trea men to do veí cu lo,en tre ou tras coi sas”, diz Go mes. Se gun do o ge -ren te, a Vol vo tam bém está de sen vol ven do seupró prio sis te ma de alar me an ti co lisão, como oPro tec tor da Daim lerChrys ler.A tec no lo gia tam bém che gou ao ge ren cia -

men to de fro tas. O Trip Ma na ger, da Vol vo, éum soft wa re de sen vol vi do para in te grar o com -pu ta dor de bor do do ca mi nhão aos com pu ta -do res das em pre sas. Com ele, de qual quer no -te book ou com pu ta dor de mesa é pos sí vel vi -sua li zar to dos os da dos do com pu ta dor de bor -do. Ao fi nal da via gem, é só plu gar um no ou -tro e des car re gar os da dos.

Mo to res hí bri dosAqui no Bra sil, a bus ca por um mo tor mais

efi cien te e me nos po luen te re sul tou no de sen -vol vi men to de veí cu los hí bri dos. Já está sen dotes ta do em ca mi nhões, de pois de ter ob ti dosu ces so em ôni bus, um mo tor elé tri co que,além de não pre ci sar co nec tar-se à rede deener gia para se des lo car, ain da pode ser ca pazde for ne cer ele tri ci da de, quan do es ta cio na do,

SCANIA/DIVULGAÇÃO

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MAIO 2003 CNTREVISTA 51

a imó veis ou para fa zer fun cio nar qual quer tipode apa re lho ele trô ni co.Os veí cu los são mo vi dos por mo to res elé tri -

cos de tra ção ali men ta dos por um pe que nogera dor de com bus tão in ter na e ban cos de ba -te rias ins ta la dos a bor do. O pro je to, que já cir -cu la em ôni bus de São Ber nar do do Cam po, naGran de São Pau lo, em San tia go, no Chi le, e noPa na má, é da Ele tra In dus trial, fa bri can te desis te mas de tra ção elé tri ca para veí cu los pe sa -dos da ci da de do ABC pau lis ta.A re du ção da emis são de po luen tes na at -

mos fe ra che ga a 90% no caso de par ti cu la dos,de 70% de mo nó xi do de car bo no e de hi dro car -bo ne tos e 30% de óxi do de car bo no no ar. Se -gun do a fa bri can te, os veí cu los são uma es pé ciede ge ra do res so bre ro das, que po dem ser uti li za -dos para o trans por te de pas sa gei ros ou car gase ain da abas te cer de ele tri ci da de o lo cal ondees ti ver es ta cio na do.A eco no mia de com bus tí vel de pen de do tra -

je to, das con di ções de trá fe go e até mes mo dama nei ra como o mo to ris ta di ri ge o veí cu lo, masa Ele tra re gis trou, qual quer que seja o com bus -tí vel, re du ção de 20% a 30% no con su mo. Atec no lo gia, 100% na cio nal, pode ser ex por ta daprin ci pal men te para paí ses onde a le gis la çãoam bien tal é mais ri go ro sa.

Re du ção de com bus tí velA Sca nia tam bém tra ba lha para a re du ção do

con su mo de com bus tí vel. “Es ta mos tra balhan docom pro je tos de EGR, que fa zem o res fria men todos ga ses de es ca pa men to e apre sen tam umcon su mo mui to me lhor”, ex pli ca En ri que En rich,da área de mar ke ting da Sca nia Bra sil. Veí cu loscom mo to res hí bri dos es tão em de sen vol vi men -to na ma triz da Sué cia. “Es ti ma mos que pos sa -mos ob ter 25% de re du ção de com bus tí vel porto ne la da e que trans por te mos maio res car gascom maior se gu ran ça.”Aos bra si lei ros, res ta es pe rar para ver. “O

mer ca do bra si lei ro é bem se me lhan te ao eu -ro peu, mas exis te uma di fe ren ça no tem po

O RÁDIOINTELIGENTE LÊE-MAILS EM VOZALTA, ATENDE ACOMANDOS DEVOZ PARARESPONDER ASMENSAGENS,MUDA A ESTAÇÃODE RÁDIO EMONITORA DADOSDE PRODUTIVIDADE

ARROJO Stax, o caminhão conceito da Scania para o futuro, temcabine T, com a dianteiramais curta e mais robusta, e cabine, capô e chassis unidos aerodinamicamente; ocapô é usado em 1% dos modelos europeus e25% dos brasileiros

SCANIA/DIVULGAÇÃO

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52 CNTREVISTA MAIO 2003

EXPOSIÇÃO Caminhões no pátio da DAF, empresa que investe na eletrônica paratroca de marcha e desenvolveu a Super Space Cab, a maior cabine do mercado

para a in tro du ção dos pro du tos mais so fis ti -ca dos. In fe liz men te, nos so mer ca do não estápre pa ra do para mui tos dos lan ça men tos fei -tos nos ou tros paí ses.”

Com pu ta dor subs ti tui rá dioO com pu ta dor de pro du ti vi da de para cami-

nhão Com mu ni port, da Del phi, ou Truck PC, éum sis te ma de in for ma ção e en tre te ni men to dota ma nho de um rá dio que in te gra con ver sa ção,na ve ga ção e tec no lo gias sem fio para o mer ca -do de veí cu los co mer ciais. Ati va do por co man dode voz, per mi te que o mo to ris ta man te nha asmãos no vo lan te e os olhos na es tra da.O rá dio in te li gen te lê e-mails em voz alta e

tam bém aten de a co man dos de voz para res -pon der as men sa gens, muda a es ta ção derá dio, mo ni to ra e re por ta ou tros da dos depro du ti vi da de, como quan tos qui lô me tros fo -ram per cor ri dos e quan to com bus tí vel foi uti -li za do em uma dada via gem. “Um sis te ma depo si cio na men to glo bal (GPS) e soft wa re denavega ção tam bém aju da rão os mo to ris tas aper cor rer sua rota”, afir ma Greg Ko chen dor -fer, di re tor glo bal para veí cu los co mer ciais daDel phi Cor po ra tion.O Truck PC tam bém re ce be on das de rá dio

por sa té li te. Nos Es ta dos Uni dos, onde cus taUS$ 499 (cer ca de R$ 1.460), dá aces so a maisde 100 es ta ções de cos ta a cos ta, com mú si cade qua li da de di gi tal.

Er go no miaDes de que a Del phi in tro du ziu o pri mei ro rá -

dio ins ta la do di re ta men te no pai nel au to mo ti vo,em 1936, mui ta coi sa mu dou. Hoje, a em pre sade sen vol ve co ne xões para o fu tu ro, com mó du -los de te le má ti ca, rá dios com dis que tei ra paraaté seis CDs in te gra da, rá dio com na ve ga ção in -te gra da e sis te mas como o Truck PC. Até a po -si ção dos bo tões é pro je ta da de acor do com ane ces si da de dos clien tes, de tec ta da atra vés depes qui sas e reu niões. “As reu niões, mui tas ve -zes, ser vem para con fir mar o que apren de mos

em pes qui sas de er go no mia”, diz Bob Ried ford,ge ren te de ven das para veí cu los co mer ciais daDel phi nos Es ta dos Uni dos. “Mo to ris tas de ca -mi nhões que rem bo tões e mos tra dor de rá diomaio res. Quan do você está ma no bran do um ca -mi nhão de 12 to ne la das em uma es tra da, nãoquer des viar sua aten ção para pe que nas te clasde me mó ria do rá dio, nem por um se gun do.”

Con for to e es pa çoAl guns ca mi nho nei ros pas sam a se ma na

in tei ra den tro do veí cu lo, tor nan do-o sua casanes se pe río do. A ho lan de sa DAF in ves tiu node sen vol vi men to de uma su per ca bi ne idea li -za da para ser um ho tel cin co es tre las so bre ro -

DAF TRUCKS/DIVULGAÇÃO

ATÉ A POSIÇÃO DOS BOTÕES É PROJETADA DEACORDO COM A NECESSIDADEDOS CLIENTES

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TECNOLOGIA No fim da viagem, o computador do caminhão é plugado em um notebook para descarregar os dados dekm rodado, horas gastas, consumo, ultrapassagens de velocidades máximas permitidas, entre outros, em projeto da Volvo

COM VOLUME DE 10 METROSCÚBICOS, A SUPERSPACE CAB, AMAIS ESPAÇOSADISPONÍVEL, TEMATÉ GELADEIRA.

das. A Su per Spa ce Cab, que cha mou a aten -ção no Eu ro pean Road Trans port Show, emAms ter dã, foi de sen vol vi da para ofe re cer aomo to ris ta eu ro peu que per cor re lon gas dis tân -cias con for to e es pa ço. Com um vo lu me de 10me tros cú bi cos, a ca bi ne che gou ao mer ca docomo a mais es pa ço sa dis po ní vel. A su per ca -bi ne pode equi par ca mi nhões com mo to res11,6 li tros ATi de 364 hp, 401 hp ou 428 hp. ASu per Spa ce Cab tem até ge la dei ra. Para o bra si lei ro que pen sa no des can so,

uma boa no tí cia. A ca bi ne Glo be trot ter, da Vol -vo, ofe re ce uma cama prin ci pal de 2m x0,71m – se gun do a com pa nhia, a maior domer ca do –, e cama se cun dá ria de 1,90m x0,65m. Além da sus pen são do pró prio ca mi -nhão, a sus pen são da ca bi ne pode ser a ar eos ban cos têm sus pen são pneu má ti ca. Os ca -mi nhões da Vol vo tam bém ino va ram: atual -men te, são os úni cos do mer ca do bra si lei ro aofe re cer air bag para o mo to ris ta.

De sign avan ça doSe, até pou co tem po, um fro tis ta ou um mo -

to ris ta di riam que um ca mi nhão de ve ria ter efi -ciên cia, se gu ran ça e bai xo cus to por qui lô me troro da do, hoje a pa la vra de sign apa re ce cada vez

mais na lis ta das ne ces si da des. O de sign, no fim,é que dá a cada mar ca a sua cara. A es co lha dosma te riais, a po si ção do as sen to, a lo ca li za çãodos ins tru men tos, até o cli que dos bo tões ga -nham im por tân cia. A preo cu pa ção da fa bri can te DAF é a mes -

ma: os ca mi nhões de vem pa re cer for tes comose es pe ra de um veí cu lo pe sa do, mas, ao mes -mo tem po, mo der nos e gen tis. En quan to nopas sa do o de sign era pen sa do com foco na fun -cio na li da de, hoje o de sign apa re ce como umafun ção. As sim sur giu o Xtre me Fu tu re Con cept(XFC), um es tu do de de sign apre sen ta do noAms ter dam Com mer cial Mo tor Show. “Para ospa drões atuais, o XFC é um exem plo ra di cal decomo se gu ran ça e ae ro di nâ mi ca po dem ga nharfor ma e mos tra par ti cu lar men te como ele men tosde en ge nha ria po dem ser in te gra dos ao de sign”,diz Ber trand Jans sen, ge ren te do cen tro de de -sign da DAF. O es ti lo do ca mi nhão do fu tu ro nãosó será di ta do pela ne ces si da de de uma ca bi necom o maior es pa ço in te rior pos sí vel, mas pelaacei ta bi li da de so cial – um vi sual que se tor neagra dá vel no am bien te do trá fe go. “De pois domo vi men to ‘a for ma se gue a fun ção’, es ta mosago ra en tran do na era ‘a for ma é a fun ção’ na in -dús tria de trans por te.” l

VOLVO DO BRASIL/DIVULGAÇÃO

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54 CNTREVISTA MAIO 2003

O en tão can di da to LuizIná cio Lula da Sil va pre -gou du ran te toda acam pa nha do ano pas -

sa do a im por tân cia de ge rar em -pre gos no Bra sil, da ne ces si da dedas ex por ta ções e de criar con di -ções para que o co mér cio ex te riortra ga dó la res para o país. Foi temade vi si tas a fá bri cas, es ta lei ros, dejin gles, dis cur sos de pre ten den teao car go, de pos se e de pre si den -te de fato. Mas ao am pliar um re -tra to do ce ná rio do trans por te bra -si lei ro ve ri fi ca-se um bu ra co deUS$ 360 mi lhões nas pre ten sõesdo go ver no e cer ca de 400 mil em -pre gos num país com 12% de de -sem pre ga dos, se gun do o IBGE.Con tra di ções, ain da mais quan doos de ta lhes de tal in con gruên ciasão re la ta dos.Com mais de 20 por tos no li -

to ral, 60 mil pes soas tra ba lhan -do di re ta men te na ati vi da de,170 mi lhões de to ne la das decar gas mo vi men ta das (em2001, se gun do a An taq, a agên -cia que con tro la o se tor), otrans por te aqua viá rio en fren tasua “es tra da es bu ra ca da”A ex plo ra ção de pe tró leo em

águas pro fun das traz à tona, mais

PREJUÍZOSEMALTO-MARBRASIL DEIXA DE ARRECADAR US$ 360 MILHÕES POR ANO AO UTILIZAR EMBARCAÇÕES ESTRANGEIRAS NO APOIO MARÍTIMO

PERDAS

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

POR EULENE HEMÉTRIO

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MAIO 2003 CNTREVISTA 55

uma vez, a de fi ciên cia do trans -por te aqua viá rio bra si lei ro. Em bar -ca ções es tran gei ras to mam o es -pa ço de apoio ma rí ti mo na cio nal ege ram es sas per das de até US$360 mi lhões por ano à eco no miado país. Além da eva são de di vi -sas, mi lha res de pos tos de tra ba -lho são fe cha dos nos es ta lei ros na -cio nais, au men tan do os ín di ces dede sem pre go da in dús tria na val. Res pon sá veis pelo su por te no

ma nu seio de ân co ras, trans por tede ali men tos e car re ga men to deóleo prin ci pal men te para as pla ta -for mas da Pe tro bras, as em bar ca -ções es tran gei ras che gam a re pre -sen tar cer ca de 78% da fro ta deapoio ma rí ti mo que ope ra na cos tana cio nal. De acor do com o pre si -den te da As so cia ção Bra si lei ra dasEm pre sas de Apoio Ma rí ti mo(Abeam), Ro nal do Lima, das cer cade 150 em bar ca ções que ope ramatual men te nas cos tas bra si lei ras,ape nas 30 têm par ti ci pa ção bra si -lei ra e ape nas duas em pre sas têmca pi tal 100% na cio nal: a As tro ma -rí ti ma Na ve ga ção e a Com pa nhiaBra si lei ra de Offs ho re (CBO).Quan to mais se ex plo ram mi ne -

rais e hi dro car bo ne tos em águaspro fun das, mais cres ce a ne ces si -da de de bar cos maio res e maispo ten tes para dar su por te às pla ta -for mas. Des pre pa ra da para aten -der à de man da do mer ca do, a le -gis la ção bra si lei ra per mi te queban dei ras es tran gei ras par ti ci pemli vre men te das con cor rên cias,con train do qua se 80% dos lu crosdo se tor. A Pe tro bras paga anual -men te cer ca de US$ 450 mi lhõesde afre ta men to às em bar ca ções

PREJUÍZOSEMALTO-MARBRASIL DEIXA DE ARRECADAR US$ 360 MILHÕES POR ANO AO UTILIZAR EMBARCAÇÕES ESTRANGEIRAS NO APOIO MARÍTIMO

AGÊNCIA ESTADO

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56 CNTREVISTA MAIO 2003

de apoio ma rí ti mo, sen do que,des te mon tan te, ape nas US$ 90mi lhões fi cam no Bra sil.Um dos di re to res da se ção de

Trans por te Aqua viá rio da Con fe-de ra ção Na cio nal do Trans por te(CNT) e vice-pre si den te exe cu ti vodo Sin di ca to Na cio nal das Em pre -sas de Na ve ga ção Ma rí ti ma (Sin -dar ma), Cláu dio Ro ber to Fer nan -des De court diz que esse é um“pro ble ma crô ni co de toda a Ma-

ri nha Mer can te bra si lei ra”, e nãosó dos bar cos de apoio. Se gun doDe court, o trans por te do co mér -cio ex te rior - que gera fre tes da or -dem de US$ 6 bi lhões ao ano -tam bém vem so fren do pre juí zoshis tó ri cos na ba lan ça de ser vi ços,sen do que me nos de 3% dasmer ca do rias bra si lei ras ne go cia -das com o ex te rior são trans por ta -das por na vios na cio nais.“Um dos pro ble mas das con -

PARA ANTAQ, NÃO HÁPERDA DE DIVISAS

AAgên cia Na cio nal de Trans por tes Aqua viá rios(An taq) é o ór gão res pon sá vel por fis ca li zar,con tro lar a pres ta ção de ser vi ços e de ex plo -

ra ção de in fra-es tru tu ra do se tor. Au tar quia cria daem fe ve rei ro de 2002 e li ga da ao Mi nis té rio dosTrans por tes, con for me o re gu la men to dis po ní vel nosite oficial, deve: "Pro mo ver es tu dos da fro ta mer can -te bra si lei ra (...) para sub si diar as de ci sões go ver na -men tais quan to à po lí ti ca de apoio à in dús tria na val",diz o pa rá gra fo 10 do ar ti go 3º. Mais. "Exer cer (...) ascom pe tên cias le gais em ma té ria de con tro le, pre ven -ção e re pres são das in fra ções con tra a or dem eco nô -mi ca", diz o pa rá gra fo 65.O di re tor-ge ral da An taq, Car los Al ber to Wan der -

ley Nó bre ga, diz que a so lu ção de cur to pra zo paraaten der à de man da de apoio ma rí ti mo foi per mi tir aen tra da de em bar ca ções es tran gei ras. "Pen sar nasper das com afre ta men to é um ra cio cí nio mui to sim -ples. Nós não es ta mos per den do di vi sas, mas ge ran -do ren da atra vés da ex plo ra ção do pe tró leo. Se nãoti vés se mos per mi ti do a en tra da des sas em bar ca -ções, tam bém não te ría mos pla ta for mas."Se gun do Nó bre ga, o nú me ro de em bar ca ções

bra si lei ras tem cres ci do e o se tor é con si de ra do umdos gran des fi lões da in dús tria atual men te. "É cla roque o ideal é que a fro ta seja 100% bra si lei ra. No en -tan to, não po de mos cons truir na vios num es ta lo dede dos." Segundo o di re tor, o Fun do de Ma ri nha Mer -can te (FMM) é um "gran de in cen ti va dor para os es -ta lei ros, pois pos si bi li ta o fi nan cia men to de até 90%do cus to da em bar ca ção a ju ros de 4% ao ano".Para o di re tor-exe cu ti vo do Sin di ca to dos Me ta lúr -

gi cos do Rio, Luiz Cha gas, fal ta apoio. "O Bra sil temmão-de-obra qua li fi ca da, par que in dus trial mon ta do,fon te de fi nan cia men to e de man da con tí nua. O pro -ble ma é fa zer tudo isso fun cio nar." Cita que cada pla -ta for ma construída no exterior repassa 8.000 cargospara pro fis sio nais es tran gei ros."A opor tu ni da de que os es tran gei ros têm aqui nós

não te mos lá fora", ava lia um dos di re to res da se çãode trans por te aqua viá rio da CNT, Me ton Soa res Jú -nior. Segundo ele, o bra si lei ro não ocu pa espaço por -que não há con tra par ti da de fo men to. "Esse tipo deem bar ca ção ain da tem o cus to mui to ele va do secom pa ra do ao mer ca do in ter na cio na.”

CRÉDITO

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cor rên cias in ter na cio nais aber taspela Pe tro bras é que as em pre -sas bra si lei ras es tão sem pre emcon di ção de de si gual da de”, res -sal ta De court. Para o di re tor, ocus to das ope ra ções no Bra sil émui to maior que no ex te rior, ondeas ban dei ras de con ve niên ciasão ver da dei ros pa raí sos fis cais.Além dis so, ele des ta ca que asem pre sas es tran gei ras não in ves -tem no país, não con tra tam es ta -lei ros na cio nais e nem em pre -gam tra ba lha do res bra si lei ros.De court acre di ta que um dos

prin ci pais pon tos para re ver ter

essa si tua ção é mo di fi car al gunspon tos da le gis la ção so bre o Fun -do de Ma ri nha Mer can te (FMM)por que a par ti ci pa ção das em -pre sas nes se pro gra ma tem sidore la ti va men te pe que na. Para ele,o FMM de ve ria com pen sar oscus tos ope ra cio nais das con cor -rên cias com em pre sas es tran gei -ras e não só ser uma fon te de fi -nan cia men to. “Com isso, po de -ría mos nos tor nar mais com pe ti ti -vos e au men tar nos sa par ti ci pa -ção na Ma ri nha Mer can te.”Na ava lia ção de De court, o

pro gra ma de cons tru ção de na -

vios, que en vol ve qua se US$ 300mi lhões de re cur sos, po de ria ser,pelo me nos, do bra do, uma vezque o se tor vem re gis tran do ele -va do rit mo de cres ci men to de vi -do ao de sen vol vi men to da in dús -tria do pe tró leo. A prin ci pal van -ta gem do in ves ti men to, se gun doo di re tor, se ria a con tri bui çãopara a ba lan ça de ser vi ços na cio -nal atra vés da ge ra ção de em pre -gos e do au men to da fro ta.O FMM, ge ren cia do pelo de -

par ta men to de Ma ri nha Mer -can te do Mi nis té rio dos Trans -por tes, é cons ti tuí do pelo adi cio -

DECOURT“Problema crônico da marinha mercantebrasileira”

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58 CNTREVISTA MAIO 2003

nal do fre te so bre mer ca do riasim por ta das, mo vi men ta ção decar gas na ca bo ta gem e tam bémso bre a na ve ga ção de in te rior.De vi do à di fi cul da de de aces soao pro gra ma, o go ver no fe de raljá es tu da a pos si bi li da de de fle -xi bi li za ção do FMM para pos si -bi li tar o fi nan cia men to tam bémao pe que no trans por ta dor.Um pro gra ma fei to em par -

ce ria en tre a Pe tro bras, o go ver -no do Rio e a Abeam, há cer cade dois anos, per mi tiu que fos -sem cons truí das 22 em bar ca -ções com a ban dei ra bra si lei ra,o que re du ziu, em par te, as per -

SEM INCENTIVOBrasil participacom apenas 22%do transportede apoio

ESTUDO DIAGNOSTICOU FALHA

A de ca dên cia da in dús triana val bra si lei ra foi diag -nos ti ca da pelo go ver no

pas sa do, mas sua re cu pe ra çãoco me çou, de fato, nes te ano. Re -la tó rios pre pa ra dos pelo Mi nis té -rio do De sen vol vi men to, In dús triae Co mér cio Ex te rior, en tão co -man da do por Sér gio Ama ral,apon tam os pro ble mas.

Se gun do o es tu do “Aná li sesde Com pe ti ti vi da de Se to rial e Es -tra té gias de In ser ção In ter na cio -nal”, de mar ço de 2002, dis po ní -vel no site da pas ta, uma das res -pos tas está na reu nião que o Co -pom rea li za men sal men te. “Émais fá cil cons truir na vios no ex -te rior, prin ci pal men te pe los paí -ses que têm uma ca deia pro du ti -va bem es tru tu ra da, que ga ran tea aqui si ção dos com po nen tescom bai xo cus to e com a qua li da -de e con fia bi li da de exi gi da pelain dús tria na val. A con cor rên ciacon se gue fi nan cia men tos a ju rosmais bai xos.”

O tex to segue na radiografia:“Di fi cul da de em con se guir fi nan -cia men to à pro du ção para o es ta -lei ro jun to ao BNDES, quan do setra ta de ex por ta ção”. E o pro ble -ma tri bu tá rio, que o atual go ver noele geu como uma das prio ri da desde re for ma, tam bém apa re cecomo obs tá cu lo. “Paí ses con cor -ren tes con se guem si tua ções tri -bu tá rias mais fa vo rá veis que as

bra si lei ras. Fo ram con ce di dasisen ções fis cais para a cons tru -ção na val, mas os in su mos nãoisen tos vêm so bre car re ga dos deim pos tos, ge ran do cré di tos quedi fi cil men te po dem ser des con ta -dos”. Se gun do es tu do da FGV, ostri bu tos che gam a 95,86% de en -car gos so ciais na ca bo ta gem.

Em ou tro es tu do, de de zem -bro de 2002, o MDIC apon ta umbu ra co de 7.000 em pre gos, ne -ces sá rios para a re to ma da da in -dús tria na val. Como solução, lis tasete ca mi nhos, como dar à Ma ri -nha Mer can te pro te ção se me -lhan te à que as in dús trias es tran -gei ras re ce bem, com fa ci li da dede cré di to, di mi nuir e equi pa rarcom o ex te rior os tributos e fa ci li -da de de fi nan cia men to.

Pro cu ra do pela re por ta gempara fa lar so bre o caso, o MDIC,hoje com Luiz Fer nan do Fur lan àfren te, atra vés de sua as ses so ria,dis se que a ques tão não era desua área.

Mas o BNDES co me çou a re -ver ter a si tua ção. Em mar ço,apro vou o fi nan cia men to de US$45 mi lhões para a cons tru ção dedois bar cos de apoio ma rí ti mo,com geração de 600 em pre gosem Ita jaí (SC). Em abril, apro vouUS$ 29,9 mi lhões para um es ta -lei ro do Rio cons truir ou tros doisapoios ma rí ti mos. São mais 300em pre gos.

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das do se tor. A me di da pro por -cio nou uma leve eco no mia dedi vi sas e ge rou em pre gos di re -tos e in di re tos.

Pro te çãoApe sar de a con cor rên cia ser

in ter na cio nal, as em pre sas es -tran gei ras ti ve ram que se es ta -be le cer no Bra sil para po de remope rar no se tor. Atual men te, oprin ci pal por to que tra ba lhacom em bar ca ções de apoio é ode Ma caé, no Rio de Ja nei ro,com cer ca de 60% da fro ta na -cio nal, se gui do pelo por to de Vi -tó ria, no Es pí ri to San to. Isso por

cau sa da ba cia de Cam pos, queé a prin ci pal fon te de ex plo ra çãoda Pe tro bras atual men te.Só as em bar ca ções de apoio

ge ram hoje cer ca de 3.500 em pre -gos di re tos e mais 1.400 in di re tosno Bra sil. O pre si den te da Abeamres sal ta, en tre tan to, que esse nú -me ro po de ria ser mui to maior se afro ta de apoio ma rí ti mo tra ba lhas -se ex clu si va men te para a ban dei rabra si lei ra. Ro nal do Lima des ta caque os Es ta dos Uni dos, por exem -plo, ado tam uma po lí ti ca de pro te -ção da Ma ri nha Mer can te que nãoper mi te quais quer em bar ca çõestra ba lhan do para ou tra ban dei raem sua cos ta.No Bra sil, as em bar ca ções es -

tran gei ras se ins ta lam li vre men te.“A le gis la ção bra si lei ra res trin ge ains ta la ção de em bar ca ções es -tran gei ras quan do há uma si mi -lar no país. No en tan to, o mer -ca do na cio nal não está pre pa ra -do para aten der a ex plo ra çãoem águas pro fun das e aca baper den do as con cor rên cias”. O di re tor-exe cu ti vo do Sin di ca to

dos Me ta lúr gi cos do Rio de Ja nei -ro e coor de na dor do Fó rum In ter -sin di cal de In dús tria de Na ve ga çãoe Offs ho re, Luiz Cha gas, diz que afal ta de in ves ti men to na in dús triana val bra si lei ra trou xe enor mespre juí zos ao país. De acor do com osin di ca lis ta, os es ta lei ros ca rio casche ga ram a ge rar mais de 40 milpos tos de tra ba lho di re tos e maisde 150 mil em pre gos in di re tos nadé ca da de 70. Com a fal ta de re no va ção da

fro ta, esse nú me ro che ga hoje a15 mil tra ba lha do res di re tos e cer -

ca de 50 mil em pre gos in di re tos,uma re du ção de 62,5%. “Em1997 e 1998, quan do a Pe tro brascon cen trou o ser vi ço no ex te rior, ose tor pas sou por uma cri se his tó ri -ca. Che ga mos a ter ape nas 500me ta lúr gi cos tra ba lhan do em todoo Es ta do”, con ta. Se gun do Cha -gas, nes sa épo ca, a Pe tro bras ge -rou mais de 30 mil em pre gos forado país, pro vo can do o fe cha men tode vá rios es ta lei ros na cio nais. Se gun do o pre si den te do Sin -

di ca to Na cio nal da In dús tria daCons tru ção Na val (Si na val), Ario -val do Ro cha, se o Bra sil aten des -se toda a de man da na cio nal decons tru ção de na vios, o se tor po -de ria ge rar até 400 mil em pre gosdi re tos e in di re tos. Para o em pre -sá rio, os pre juí zos da “in ter na cio -na li za ção” da Ma ri nha Mer can tevão além dos fre tes, “pro vo can doum de sar ran jo so cial e, con se -qüen te men te, ge ran do de sem -pre go e fome”.O di re tor do Sin di ca to dos

Me ta lúr gi cos com par ti lha dames ma opi nião. Cha gas fri saque a cons tru ção de na vios noex te rior vai de en con tro às cam -pa nhas con tra o de sem pre go noBra sil, que é con si de ra do umdos maio res pro ble mas so ciais eda eco no mia na cio nal. “A in-dús tria na val é um se tor es tra-té gi co não só pela ge ra ção deem pre gos, mas pela pró pria se-gu ran ça do país”, afir ma.A Pe tro bras, pro cu ra da in sis -

ten te men te pela re por ta gem pordez dias para co men tar a si tua çãodo trans por te de apoio ma rí ti mo,não quis se pro nun ciar. l

O COMÉRCIOEXTERIORGERAFRETES DEUS$ 6 BIAO ANO

AGÊNCIA ESTADO

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PAINELO programa de restauraçãode rodovias do governogaúcho terá seu contratoprorrogado até o primeirotrimestre de 2006 peloBanco Mundial. O Bird oclassificou como o melhorprojeto de recuperação emanutenção de rodoviassob sua responsabilidade

RESTAURAÇÃO

GASOLINA

atualmente. O modelogaúcho foi contratado em1998 e o acordo encerrariano final do ano. Está previstaa liberação de mais deUS$ 11 milhões para obrasno Estado. O edital serálançado no segundo semestrede 2003 e as obras devemcomeçar em 2004.

A ANTT está treinando fiscaispara que eles atuem no acom-panhamento da utilização dovale-pedágio nacional nasrodovias federais concedidas. Otreinamento se dará na unidaderegional da ANTT no Rio, comprosseguimento em campo nafiscalização nas rodoviasPresidente Dutra e BR-040.

Inaugurado Truck CenterShopping dos Camihoneiros,o primeiro do Nordeste, comárea de 6.000 metrosquadrados, situado no km16 da BR-101, em Jaboatãodos Guararapes, o local oferece serviços comomanutenção do veículo,seguro e consórcio.

ANTT TRUCK CENTER AUMENTOO ministro daAgricultura ,RobertoRodrigues

TREINOFiscais atuarãonos pedágios

A gasolina voltará a ter25% de álcool anidro em1º de junho. A informaçãoé do ministro da Agricultura,Roberto Rodrigues, que,em reunião com osrepresentantes do setor,definiu a data e garantiuo abastecimento deálcool no mercado interno.

PARDAIS

A Secretaria de Transportesdo Rio Grande do Sul,após vários estudos,concluiu que existe apossibilidade de substituiçãode controladores de trânsito(pardais) por lombadasem zonas urbanas.Segundo o estudo feito pelaSecretaria, seriam 12pardais substituídospor lombadas.

FOTOS AGÊNCIA ESTADO

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O giro da roda

ALEXANDRE GARCIA

OPINIÃO

Ogo ver no Lula co me çou pelo seuprin ci pal ob je ti vo, o so cial, e o FomeZero tro pe çou. Mas co me çou tam -bém por uma po lí ti ca-eco nô mi caque o PT cha ma va de neo li be ral - e

des lan chou. Equi li bran do-se nes se pa ra do xocomo os tu ca nos se equi li bra vam em cima domuro, o go ver no vem ten do su ces so na eco no -mia, em bo ra seja ain da cedo para co me mo rar. Odó lar cai, o ris co Bra sil des pen ca, os ju ros fu tu rosdão si nal de bai xa, a in fla ção per de fô le go e re -cua, as ex por ta ções flo res cem, o dé fi cit em con -tas-cor ren tes é mí ni mo; mas o de sem pre go con -ti nua su bir, as re ser vas ain da es tão fra cas e os in -ves ti men tos di re tos ain da não re fle tem a re cu pe -ra ção da con fian ça. Os mer ca dos - de câm bio, fi nan cei ro, de ca pi -

tais - es tão oti mis tas. O FMI, sa tis fei to. Ban quei rosna cio nais e es tran gei ros, tran qüi los. Mas não dápara con fiar. Mer ca do é des con fia do, sen sí vel,aris co e até his té ri co - há um ter mo que vem jun -tan do to das es sas ca ra te rís ti cas: vo lá til. Ele só ficaes tá vel quan do ti ver cer te za de que o país é es tá -vel. E aí o ver bo é ser es tá vel. Por que es tar es tá -vel é a ne ga ção da es ta bi li da de.Mas quem nada tem a ver com mer ca dos,

nem sabe o que é isso (e ain da se con fun dequan do ouve os meios de co mu ni ca ção cha ma -rem o mer ca do de ações, que é o mer ca do de ca -pi tais, de mer ca do fi nan cei ro) - gen te que nãoquer sa ber o que é essa coi sa eso té ri ca de ris coBra sil, quer sa ber mes mo quan do os pre ços vãofi car es tá veis, quan do o pão zi nho de fa ri nha im -por ta da vai bai xar, quan do os sa lá rios vão ter maispo der aqui si ti vo, quan do vai ha ver mais em pre godis po ní vel, quan do vai ter cre diá rio sem ju ros es -tra tos fé ri cos.As re for mas são um de sa fio para o go ver no.

Não ape nas o de sa fio de apro vá-las. É que se fo -rem des vir tua das, vai ha ver frus tra ção do mer ca -do. Se pas sa rem como o go ver no quer, o pre si-

den te per de o ar gu men to de que pre ci sa das re -for mas para me lho rar o país. Apro va das as re for -mas como o go ver no quer, a ex pec ta ti va vai ser:ago ra que as re for mas pas sa ram, o que va moster? A ex pec ta ti va de to dos vai cres cer.Pen sar que a po lí ti ca eco nô mi ca do go ver no

Lula é uma con tra di ção é o mes mo que cons ta taro pa ra do xo de o so ció lo go-mar xis ta Fer nan doHen ri que Car do so im plan tar uma po lí ti ca tidacomo neo li be ral pelo PT. Os dois pre si den tes caí -ram na real. E ti ve ram hu mil da de para reco-nhe -cer que a rea li da de é mais for te que suas con vic -ções an te rio res. Ser go ver no é mais em cima. E,num mun do glo ba li za do, não dá para brin car. Ome lhor é sau dar que Lula, José Dir ceu, Pa loc ci,Mer ca dan te, Gus hi ken e Dul ci te nham tido o mé -ri to de se con ver ter à rea li da de e ao prag ma tis mo,o que foi fei to já no pri mei ro se mes tre de 2002,an tes do iní cio da cam pa nha elei to ral.Ago ra des co bri ram que Del fim ti nha ra zão,

quan do ex pli ca va que o bolo não pode ser fa tia doen quan to es ti ver no for no. Os in di ca do res eco nô -mi cos são po si ti vos, mas não se rão má gi cos. Odé fi cit em con tas cor ren tes está em ape nas 1%do PIB, mas os in ves ti men tos di re tos che gam de -va gar, ain da des con fia dos, e as re ser vas, sem odi nhei ro do FMI, es tão bai xas: US$ 17 bi lhões (aChi na tem US$ 309 bi lhões). As ex por ta ções vãobem, mas de pen dem de o dó lar não fi car sub va -lo ri za do - e, se fi car su per va lo ri za do, pesa na dí vi -da e no ser vi ço da dí vi da. As sa fras es tão sen do ofor te da eco no mia, mas de pen dem do trans por te,e de pen de mos da rea ti va ção da in dús tria pararea ti var em pre go, e a in dús tria e o co mér cio de -pen dem da rea ti va ção da eco no mia - e isso de -pen de do fô le go da eco no mia mun dial, com Ira -que e pneu mo nia asiá ti ca. E o go ver no de pen dedas re for mas e as re for mas de pen dem do apoiopo pu lar, de que o go ver no tam bém de pen de.Como se vê, cír cu lo vir tuo so ou vi cio so, só de pen -de de como a roda gi rar.

APROVADAS ASREFORMAS COMOO GOVERNO QUER,A EXPECTATIVAVAI SER: MUITOBEM, AGORA QUEAS REFORMASPASSARAM, O QUEVAMOS TER? AEXPECTATIVA DETODOS VAI CRESCER.

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62 CNTREVISTA MAIO 2003

IDET

ESTATÍSTICA

N o pri mei ro tri mes tre doano, fo ram mo vi men ta -das mais de 110,7 mi -lhões de to ne la das pe -

las em pre sas ro do viá rias de car ga.Se gun do da dos do Idet (pes qui sarea li za da pela CNT/Fipe/USP), asem pre sas de trans por te ro do viá -rio de car gas mo vi men ta ram4,08% a mais que o ob ser va dono mes mo pe río do de 2002. Emmar ço, o vo lu me atin giu 36,3 mi -lhões de to ne la das. Esse re sul ta do foi for te men te

in fluen cia do pelo au men to doco mér cio ex te rior do agro ne gó -cio bra si lei ro. Ape nas as ex por -ta ções do com ple xo soja re gis -tra ram um cres ci men to de114,4% no pe río do.Em ja nei ro e fe ve rei ro de 2003,

a mo vi men ta ção de car gas no mo -dal fer ro viá rio apre sen tou uma re -du ção de 1,56 mi lhões de to ne la -das úteis (6,08%). Esse re sul ta doé ex pli ca do pelo me nor nú me ro dedias de fe ve rei ro em re la ção a ja -nei ro e por pa ra li sa ções para obrasde ex pan são na es tra da de fer roMi ne ra ção Rio do Nor te (EFMRN),

no Pará. No sen ti do in ver so, fo ramob ser va dos au men tos no vo lu mede car ga trans por ta da no MatoGros so do Sul e em São Pau lo,além dos Es ta dos da re gião Sul,pelo iní cio da sa fra agrí co la.A mo vi men ta ção (em bar que

mais de sem bar que) de car ga nosae ro por tos e por tos bra si lei ros emfe ve rei ro de 2003 foi, res pec ti va -men te, de 42.081 to ne la das e 32,2mi lhões de to ne la das.

O mo dal ro do viá rio de pas sa gei -ros seg men to in te res ta dual re gis -trou, no pri mei ro tri mes tre de2003, mais de 20,5 mi lhões de via -gens (4,27% su pe rior que o re gis -tra do no pri mei ro tri mes tre de2002). Os prin ci pais des ti nos dospas sa gei ros em bar ca dos no Bra silfo ram os Es ta dos da re gião Su des -te. Em mar ço, fo ram re gis tra das6,56 mi lhões de via gens, ou seja,9,47% a mais que no mes mo mêsde 2002. Esse re sul ta do de cor re dofato de o re tor no do Car na val tercaí do em mar ço des te ano. No seg men to in ter mu ni ci pal de

pas sa gei ros, ob ser vou-se um au -men to no nú me ro de via gens emmar ço. Fo ram re gis tra dos 47,98mi lhões de des lo ca men tos con tra44,96 mi lhões no pe río do an te rior,o que re pre sen ta um cres ci men tode 6,7%. A mo vi men ta ção de pas -sa gei ros acu mu la da no pri mei ro tri -

INFLUÊNCIADO CAMPO

A ALTA NOMOVIMENTODE CARGA FOIFORTEMENTETEVEINFLUÊNCIADO BOMPERÍODOPARA OCOMÉRCIOEXTERIOR

TABELA 1MODAL RODOVIÁRIO DE CARGA

EM TONELADAS

2002 2003 VARIAÇÃO EM %PERÍODO

JANEIRO 35,400,356.35 37,761,461.78 6,67%

FEVEREIRO 34,373,145.11 36,667,575.27 6,68%

MARÇO 36,646,400.73 36,330,543.21 -0,86%

1º TRIMESTRE 106,421,904.19 110,761,583 4,08%

FONTE: IDET/FIP/CNT

Page 63: Revista CNT Transporte Atual-MAI/2003

mes tre su pe ra a casa dos 144,37mi lhões, cres ci men to de 2,36% so -bre o mes mo pe río do de 2002.Tam bém, aqui, o re sul ta do podeser ex pli ca do pelo Car na val.No trans por te co le ti vo ur ba no

(ôni bus), fo ram re gis tra dos, apro xi -ma da men te, 843,3 mi lhões dedes lo ca men tos em mar ço (44,40mi lhões de des lo ca men tos por diaútil), to ta li zan do 486,7 mi lhões dequi lô me tros ro da dos pe las em pre -sas con ces sio ná rias.O Índice de Pas sa gei ros Qui lô -

me tro (IPK) mé dio para o pe río dofoi de 1,705. O IPK os ci lou en tre1,333, na re gião me tro po li ta na doRio de Ja nei ro, e 2,497, no RioGran de do Sul. O IPK es ta be le ceuma re la ção en tre a de man da portrans por te co le ti vo, nú me ro de pas -sa gei ros trans por ta dos e a ofer ta,re pre sen ta da pela qui lo me tra gemper cor ri da ou pro du ção qui lo mé tri -ca. A mé dia his tó ri ca do IPK noBra sil é de 2,3.Para maio res es cla re ci men tos

e/ou para down load das ta be lascom ple tas do Idet, aces se o site daCNT (www.cnt.org.br) ou a pá gi nada Fipe/USP (www.fipe.com.br). l

TABELA 2 (FEVEREIRO/2003)MODAL RODOVIÁRIO DE CARGA (IDET/FIPE/CNT)

SUDESTE SUL TOTALDESTINO

EM TONELADAS 10ª

UF ES MG SP PR RS UF

ES 477 696 - - - 1,178

MG 6,773 4,125 - - - 11,563

SP - - 1,859 - - 1,888

PR - - 6 829 - 855

RS - - - - 479 480

UF 7,250 4,878 2,203 844 481 24,180

SUDESTE

ORIGE

MSU

LTOTAL

TABELA 3 MODAL RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS - INTERESTADUAL

EM TONELADAS

2002 2003 VARIAÇÃO EM %PERÍODO

JANEIRO 7,486,795 7,559,113 0.97%

FEVEREIRO 6,197,758 6,398,482 3.24%

MARÇO 5,997,006 6,564,705 9.47%

1º TRIMESTRE 19,683,561 20,524,303 4.27%

TABELA 4 MODAL RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS - INTERMUNICIPAL

2002 2003 VARIAÇÃO EM %PERÍODO

EM TONELADAS

JANEIRO 50,960,531 51,420,705 0.90%

FEVEREIRO 43,373,539 44,967,424 3.67%

MARÇO 46,703,953 47,982,773 2.74%

1º TRIMESTRE 141,040,025 144,372,905 2.36%

FONTE: IDET/FIP/CNT

FONTE: IDET/FIP/CNT

Page 64: Revista CNT Transporte Atual-MAI/2003

64 CNTREVISTA MAIO 2003

NEGÓCIOSA APPA (Administraçãodos Portos de Paranaguáe Antonina) conseguiu,depois de revisar os con-tratos firmados, umaeconomia de R$ 10milhões. Entre oscontratos revisados haviaacordos de arrendamentos,cessão de áreas feitasirregularmente e contratosque não estavam sendocumpridos pelas empresasenvolvidas. Segundo aAPPA, a suspensão dealguns contratos nãorepresentará queda namovimentação portuária.

ECONOMIA NO PR

A indústria naval brasileiradeve apresentar um fortecrescimento entre 2003 e2004. O setor, somentecom os projetos de pequenoporte, deve gerar mais de10 mil empregos em relaçãoaos 15 mil empregadosatualmente. O aumento sedeve ao início da construção,no próximo ano, dasplataformas P-51 e P-52(primeiro semestre) e P-53e P-54 (segundo semestre)da Petrobras. A estimativaé que cada plataforma gere3.000 empregos diretose 10 mil indiretos.

INDÚSTRIA NAVAL

A Câmara dos Deputadosaprovou o projeto de leide conversão à MP 94/02,de autoria do deputadoEduardo Gomes (PSDB-TO),que concede isenção totaldo IPI para veículos detaxistas e pessoas portadorasde deficiências físicasvisuais. Os carros comuns,sem adaptação específica,poderão ser adquiridospara uso de terceirosem benefício depessoas portadorasde deficiência física.

IPI

O Ministério dos Transportesquer reduzir os custos efacilitar o acesso ao portode Santos. O Ministériopretende modificar odesenho das concessõesprivadas que operam amalha da RFFSA. Segundoo presidente do Conselhodo DNIT, Keiji Kanashiro,com essas modificaçõespoderão ser reduzidos de20% a 30% dos custos dotransporte de cargas daregião Centro-Oeste para oporto de Santos.

FERROVIA

O Aeroporto Internacionalde Cumbica registrou, noterminal de exportação daInfraero, a maior recepçãodiária de cargas desde asua inauguração. Forammovimentadas 612 toneladas,enquanto a média diária éde 350 toneladas. Devidoà expansão desse segmento,a gerência de logística doterminal está ampliando acapacidade de entrega depaletes e comprandoequipamentos para a área deestocagem de cargas prontas.

RECORDE AMPLIAÇÃOAeroporto deGuarulhos terámudanças

AGÊNCIA ESTADO

Page 65: Revista CNT Transporte Atual-MAI/2003

DESTAQUES • JUNHO 2003

SEST/SENAT

CURSO DE MOTORISTADE CAMINHÃOURBANO- AUTÔNOMO(15 AULAS) :Nesse mês assista no PEAD 1:dia 29 de junho, aulas 01 a 05e, dia 30 de junho, aulas 06 a10. Reprise no PEAD 2, dia 02de junho, aulas 01 a 05 e, dia03 de junho, aulas 06 a 10.

AS CINCO AULASRESTANTES SERÃOEXIBIDAS NO MÊSDE JULHO !

OPERAÇÃO: PLANEJA-MENTO E TRÁFEGO NASEMPRESAS DE TRANS-PORTE URBANO DEPASSAGEIROSDia 03 de junho (terça-feira),

• 09h00 e reprise • 13h45.

Este curso é uma opçãode treinamento tantopara os novos comopara os funcionáriosmais antigos da Áreade Operação.

MERCOSUL -DOCUMENTAÇÃOPARA O TRANSPORTERODOVIÁRIO DECARGASDia 06 de junho (sexta-feira),

• 09h00 e reprise às 13h45

Um curso elaboradoespecialmente para otransportador de cargasque orienta sobre ahabilitação da empresapara transportar peloMercosul e mostrartodos os procedimentosno transporte interna-cional.

MEIO AMBIENTE ECIDADANIA NOTRANSPORTEDias 16 e 17 de junho ,

(segunda e terça-feira)

• 09:00 e 13:45

Este curso possuiconteúdo baseado emresoluções do ConselhoNacional de Trânsitoque contemplamo tema Meio Ambiente eCidadania. No dia-a-diado trabalho de profis-sionais como motoristasde ônibus, de camin-hões, de táxi, de esco-lares e outros, saibaquais os caminhos paraa atuação responsávelem relação à preser-vação da qualidadeambiental.

IDAQ

EXPERIÊNCIAS GERENCIAISDE SUCESSO: COMO A REALEXPRESSO OBTEVE ACERTIFICAÇÃO ISO - 9002Dia 06 de junho (sexta-feira),

• 10h10 e reprise • 16h30

Esse vídeo demonstra osprocedimentos operacionaise o testemunho de profis-sionais envolvidos nesta cer-tificação da qualidade ofere-cendo a oportunidade derefletir sobre mudançasdentro de sua própriaempresa.

APRENDA DEPOIS DE FAZERDia 11 de junho (quarta-feira),

• 10h10 e reprise • 16h30

Como absorver sistematica-mente lições aprendidasdepois de atividades-chavee compartilhar essas liçõescom toda a organização,para repetir sucessos eevitar fracassos.

O FATOR QUALIDADEDia 30 de junho (segunda-feira),

• 10h10 e reprise • 16h30

Um incentivo a programasde melhoria da qualidade eà conscientização dos fun-cionários sobre sua partici-pação na qualidade do pro-duto e do serviço prestado.

ASSISTA TAMBÉM

SEMINÁRIO SEST/SENAT 0 ANOS E PLANODE COMUNICAÇÃOSEST/SENAT Reprodução de palestras: De 02 a 06 e de 09 a 13 de junho,• 14h50

CNT DEBATE SOBRE OPLANO DE COMUNICAÇÃODO SEST/SENAT !Dia 17(terça-feira) - Assessoriade Imprensa, • 14h50Dia 24 (terça-feira) - Cerimoniale Eventos, • 14h50

NOVIDADES NAPROGRAMAÇÃO: BRAVA GENTE BRASILEIRAPrograma jornalísticorealizado pelo Canal Futuraque apresenta exemplosbem sucedidos de atuaçãocomunitária em todo oBrasil. Durante todo o mês• 11h45.

E AINDA: IDENTIDADE BRASIL

Programa realizado peloCanal Futura que revela opatrimônio material eimaterial do Brasil, atravésdas diversas manifestaçõesculturais que formam aidentidade do país.

NOVO CURSO

65 CNTREVISTA MARÇO 2003

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HUMOR

DUKE é cartunista do jornal O TEMPO, Belo Horizonte (MG)

MAIO 2003 CNTREVISTA 66

DUKE

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