Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

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C NT Entrega essencial EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT LEIA ENTREVISTA COM OS CONSULTORES DAIN DUNSTON, JACKIE E KEVIN FREIBERG TRANSPORTE ATUAL ANO XVII NÚMERO 198 MARÇO 2012 Abastecimento das cidades é prejudicado pela falta de planejamento; logística urbana enfrenta desafios, como o excesso de veículos nas ruas TRANSPORTE ATUAL

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Abastecimento das cidades é prejudicado pela falta de planejamento; logística urbana enfrenta desafios, como o excesso de veículos nas ruas.

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CNT

Entrega essencial

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

LEIA ENTREVISTA COM OS CONSULTORES DAIN DUNSTON, JACKIE E KEVIN FREIBERG

T R A N S P O R T E A T U A L

ANO XVII NÚMERO 198MARÇO 2012

Abastecimento das cidades é prejudicado pela falta de planejamento;logística urbana enfrenta desafios, como o excesso de veículos nas ruas

T R A N S P O R T E A T U A L

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 20124

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVII | NÚMERO 198 | MARÇO 2012

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA JÚLIO FERNANDES/CNT

Consultores falamda inovação nacriação do Nano

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Programa retiraavião abandonadode aeroportos

PÁGINA 30

SUCATA AÉREA

Novas propostasde operaçãodividem opiniões

PÁGINA 38

FERROVIÁRIO

ÓLEO DIESEL B

CNT e Sest Senatdivulgam manualsobre cuidados

PÁGINA 34

NORDESTE • Região apresenta grande crescimento econômico, mas estradas precisammelhorar, conforme Pesquisa CNT de Rodovias

PÁGINA 22

A logística urbana convive com problemas, como o crescimento acelerado das cidades, o excesso de veículose a falta de investimentos em plataformas logísticas eficientes, causando impacto no preço final dos produtos

Página 44

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

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EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

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ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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Sistema em estudopermite calibragemconstante de pneus

PÁGINA 64

TECNOLOGIA

Alexandre Garcia 6

Humor 7

Mais Transporte 12

Boletins 72

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

Seções

RECALL

Motoristas devematender aos chamadosfeitos pelo fornecedor

PÁGINA 60

SEST SENAT

Unidades desenvolvemprograma de formaçãode motoristas

PÁGINA 68

ENERGIA DAS ONDAS • UFRJ está à frente deprojeto de implantação de usina piloto de produção deenergia a partir das ondas, no porto de Pecém (CE)

PÁGINA 54

A Agência CNT chegou à marcade mil seguidores no Twitter.Para ficar atualizado sobre asprincipais notícias do setor detransporte – rodovias, logística,mobilidade urbana, ferrovias,portos e aeroportos – bastaseguir a @agenciacnt.Acompanhe e indiquepara os amigos:http://twitter.com/agenciacnt

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seminários• Cursos de Aperfeiçoamento• Estudos e pesquisas• Biblioteca do Transporte

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O portal disponibiliza todas as ediçõesda revista CNT Transporte Atual

E MAIS

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O Sest Senat lançou oficialmentea campanha do Ciclo dePalestras 2012. A intenção éestimular o debate de temasrelacionados à cidadania, educaçãoprofissional, saúde e qualidadede vida entre os trabalhadoresdo transporte. A meta é levarinformação a mais de 400 milpessoas em todo o Brasil.Acesse o site www.sestsenat.org.bre conheça os temas escolhidospara a edição deste ano.

MANUAL SOBREBIODIESELExistem cuidados básicos com obiodiesel que, se executados demaneira correta, reduzem osíndices de emissão de poluentespelos veículos pesados e trazemeconomia ao setor de transporte.Em busca desses benefícios, aCNT e o Sest Senat lançaram ummanual com os principais pro-cedimentos para a preservação da qualidade do combustível. Pormeio do site da CNT, os interessados podem fazer o download do livroou solicitar a versão impressa. Acesse: www.cnt.org.br

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rasília (Alô) – Tenho insistido emque o maior atestado de burriceestratégica de alguns governosfederais foi o abandono da ferro-via num país de dimensões conti-nentais. Construir rodovias e

incrementar uma indústria automobilísti-ca nacional não precisaria ter significadodesprezo à ferrovia. Hoje pagamos porisso. Na falta de uma navegação de cabo-tagem, concentramos o transporte nocaminhão que, a rigor, deveria ser paradistâncias médias e curtas. E o transpor-te de pessoas faz lotar rodoviárias eaeroportos, deixando apenas a saudade,para nós, da minha geração, do trem con-fortável e seguro.

Agora, a pesquisa da CNT sobre otransporte ferroviário resgata algumaesperança, embora o Estado não estejafazendo a sua parte. A iniciativa privada,no período entre 1997 e 2010, investiu R$24 bilhões e a União apenas R$ 1,3 bilhão.Por causa disso, subsistem 355 invasõesde faixas de domínio, remanescentes dostempos da RFFSA. Há 1.856 passagens denível urbanas! Dessas, 279 são críticas.As composições quase param ao cruzaresses encontros com outros veículos ouao atravessar áreas habitadas até o limi-te da largura dos vagões. Esse é o retra-

to de uma falta de atenção herdada dacultura do abandono do trem.

Mas há esperança. De 1997 até o anopassado dobrou a tonelagem da cargatransportada – em geral granéis. Osinvestimentos das concessionárias em2011 devem ter beirado os R$ 3 bilhões.Mas ainda perdemos feio para Argentina,Chile e México. Muito ainda precisa serfeito. Muito trilho precisa ganhar lugarno solo brasileiro; ferrovias precisam serduplicadas, renovadas, gargalos, elimina-dos e – obviamente – o país poderia acor-dar para o transporte de passageirosinterurbano e interestadual.

Quando criança, no Rio Grande do Sul,eu acordava de madrugada com o apitodo trem que chegava de Porto Alegre.Uma das distrações era ir à estação paraver a chegada do “trem paulista” e acom-panhar a elegância dos passageiros quechegavam de São Paulo. Histórias assimdescarrilaram, deixando a desesperançana inteligência de governos. As rodoviasestão lotadas, as cidades congestionadase sem estacionamento e as estatísticasmostram uma matança sem precedentesno asfalto. O trem continua a ser amelhor solução para o transporte de car-gas e de passageiros. Que a esperançavolte com os trilhos.

B

“Muito trilho precisa ganhar lugar no solo brasileiro; ferroviasprecisam ser duplicadas, renovadas e os gargalos, eliminados”

Uma esperançasobre trilhos

ALEXANDRE GARCIA

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Duke

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ENTREVISTA DAIN DUNSTON, JACKIE FREIBERG E KEVIN FREIBERG

Oprocesso de criação doNano, o carro indianoque ficou famoso porser lançado como

sendo, talvez, o mais barato domundo, motivou três norte-ame-ricanos, consultores em gestãoempresarial e liderança, a escre-verem um livro sobre a criaçãodo veículo e a trajetória de RatanTata, presidente da montadoraTata Motors. O carro, anunciadopor US$ 2.500, não está no Brasil.Ainda não se consolidou no mer-cado internacional e recebe críti-cas de algumas pessoas peloaspecto da garantia da seguran-ça. Mas o que mais chamou aatenção dos escritores JackieFreiberg, Kevin Freiberg e DainDunston foi a inovação e cora-gem de tentar fazer o diferente,algo útil e lucrativo. Um carropequeno, com tecnologia debaixo custo, que pode ser uma

alternativa para a melhoria damobilidade urbana e tambémpara evitar a superlotação emmotocicletas da Índia. O veículotem 3,1 m de comprimento, 1,5 mde largura e 1,6 m de altura. Em“Nanovation – Como um carropequeno pode ensinar o mundoa pensar grande e agir com cora-gem”, os autores tentam mos-trar que não importa o ramo deatuação, “é preciso inovar paranão perecer”. Leia os principaistrechos da entrevista.

Por que vocês decidiramescrever um livro sobre atrajetória de Ratan Tata, daTata Motors e do Nano?

Dain: Corremos atrás de his-tórias de pessoas que estãofazendo o que outros dizemque não pode ser feito. Ratan éum dos maiores pensadoresque conhecemos. É um tumul-

tuador positivo. A inovaçãogeralmente vem de pessoasque estão à procura de se reno-var, reenergizar suas organiza-ções e restabelecer vantagemsobre a concorrência. Elas que-bram as regras, fazem o queparece ridículo, perturbam oequilíbrio de indústrias intei-ras. As mudanças que elas pro-curam são projetadas paramelhor servir os clientes, fazercrescer o negócio, expandir alacuna da vantagem competiti-va e mudar o mundo de formapositiva. Não se trata de mudarpor causa da mudança. É amudança que inspira as pes-soas a expandirem, melhora-rem e fazerem coisas que acha-mos que elas não são capazes.

O Nano é mesmo umsucesso na Índia e por quê?

Jackie: Depende de como

você define sucesso. Se vocêestiver falando em termos pura-mente financeiros, ainda nãopodemos definir. Mas todos osindicadores são de que ele seráum sucesso financeiro. Talvez,só leve mais tempo do que o ori-ginalmente esperado. Emdezembro, a empresa vendeumais de 8.500 unidades. Quandoa planta estiver operando emplena capacidade, produzirá 20mil unidades por mês. Assim, atrajetória está se movendo nadireção certa, mas eles têmainda um caminho a percorrer.Usando uma variedade de dife-rentes critérios de sucesso, aresposta direta à sua pergunta ésim. Com 206.703 reservaspagas integralmente em apenasduas semanas, o lançamento doNano é um dos produtos maisbem-sucedidos na história.Nano significa novas fábricas

“As estratégias de inovação utilizadas pela Tata Motors sãoempresa que esteja faminta por mudanças e disposta a ques

Sem medo de POR CYNTHIA CASTRO

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- CONSULTORES

uma referência para qualquertionar o inquestionável”

em novos lugares. E isso signifi-ca empregos. Empregos signifi-cam aumento do poder de com-pra, uma economia local maisforte e um padrão de vida maisalto. Há também o reconheci-mento da marca.

O Nano pode ser umaalternativa interessante aose pensar em melhoria damobilidade urbana e nasquestões ambientais? Háestudos que comprovem osganhos?

Jackie: Fomos atraídos paraessa história, não porque éapenas uma história sobre umcarro ou sobre inovação. É umahistória sobre como fazer umnegócio lucrativo enquantoproduz uma diferença.

Quais exemplos citariam?Jackie: Permite que as

pessoas que moram na Índiarural se locomovam para ascidades onde existem opor-tunidades de emprego, queos moradores que precisamobter ajuda médica maisrapidamente possam chegara um hospital, que criançasem áreas rurais alcancemuma rede mais ampla em ter-mos de oportunidades edu-cacionais, que pessoas detodas as idades experimen-tem mais cultura – filmes,peças de teatro, concertos.Permite também que pes-soas nas áreas urbanasmanobrem mais facilmenteno trânsito louco das cida-des superlotadas.

Dain: Há um grande númerode pessoas (100 mil) que mor-rem anualmente sobre duasrodas, somente na Índia. SeRatan Tata puder reduzir esse

número para apenas 5% ou10%, colocando as pessoas noNano, pense nas vidas que serãosalvas. Extrapole isso para oBrasil, África do Sul, Rússia,México e outros países emdesenvolvimento e você podever o quão grande é o impacto.

Como vocês veem a acei-tação do Nano no mundo?

Dain: A Tata Motors já estátransportando Nanos aos paí-ses vizinhos Sri Lanka e Nepal.Eles estão à procura de lugarespara construir fábricas paraNano e ACE (seu pequeno cami-nhão de grande sucesso) naÁfrica do Sul e na EuropaOriental. A Tata Motors também

planeja levar o carro para aMalásia.

Jackie: Globalmente, oNano preenche um espaço emque várias tendências conver-gem: crescimento explosivo daclasse média, desejo por maiorautonomia, entre outros.

A inovação utilizada nacriação do Nano pode seraplicada por todo tipo deempresa, nas gestões públicae privada?

Jackie: Certamente. Essa éuma das histórias mais incríveisde inovação e execução do nossotempo, mas não é apenas umahistória para a indústria automo-tiva. Com uma economia global

FOTOS DIVULGAÇÃO

inovar

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em crise, os líderes empresariaisestão à procura de maneiras defazer mais com menos, ao sediferenciar radicalmente dosseus concorrentes. O caminhopara sair da rotina econômicaque nos encontramos não é maiso mesmo. Exige uma declaraçãode guerra sobre o status quo e aconstrução de uma capacidadeprofunda para ser criativo,mesmo quando você está sendoconfrontado por limitações. Aequipe do Nano nos mostrou queas limitações não têm que serum fator limitante. As estraté-gias de inovação utilizadas pelaTata Motors serão uma referên-cia para qualquer empresa queesteja faminta por mudanças edisposta a questionar o inques-tionável em sua indústria. Issotrará inspiração para aquelesque estão fartos de: "Você nãopode fazer isso!" ou "Isso nuncavai funcionar”.

O termo Nanovation traz aideia de fazer mais commenos?

Dain: Sim. Nanovation per-gunta: "O que aconteceria sealguém na nossa indústria sur-gisse com um produto quesuperasse radicalmente onosso e custasse a metade?Nanovation está inflamado pelaousadia da busca de um grandedesafio, de um sonho que pare-ce literalmente impossível.

Porque se fosse fácil, alguém játeria feito. Nanovation nos con-vida a mudar radicalmente amaneira como pensamos sobreprodutos e serviços e sobre asempresas que os criam.

Muitas empresas não evo-luem devido ao medo de ino-var?

Kevin: Sim. O medo é ogrande inimigo da inovação.Inovação radical quase sem-pre envolve fazer algumacoisa pela primeira vez. Algoque ainda não foi testado ouque ainda é desconhecido.Quando você busca uma ideiacriativa que te leva para alémdo que qualquer pessoa pensaque você seja capaz, o medotenta levar você a fazer acor-dos com a dúvida. Mas se vocêvai além do medo e da dúvida,frequentemente vai conseguiralguma coisa que verdadeira-mente nunca foi feita antes. Oproblema é que a maioria dosmedos é irracional. Mas elenos domina antes que saiba-mos disso. A chave para ven-cer o medo é reconhecê-lopelo que é, enfrentá-lo esuperá-lo. Quando o fizer, omedo perde o controle e abreespaço para a criatividade eos riscos que levam à inova-ção. Você tem que encontrar acoragem para arriscar mais eerrar mais rápido.

Sempre há o risco doerro?

Kevin: Os inovadores acei-tam o fato de que inovaçãorequer experimentar. E não sepode experimentar sem come-ter erros. A chave é aprenderrapidamente as lições, ir emfrente e fazer o seu melhorpara não repeti-los. Quantomais rápido você estabelecersuas ideias, mais rápido vocêaprende sobre o que funcionae o que não funciona. As pes-soas têm que confiar que nãoserão excluídas, alienadas,ridicularizadas ou punidas pordesafiar o status quo e tentarcoisas novas.

Como isso ocorre noGrupo Tata?

Dain: O Grupo Tata dá umprêmio “Ouse Tentar”, a cadaano, para novas ideias que não

NANO Carro criado por empresa de Ratan Tata

“As pessoasinovadorasquebram as

regras, fazemo que parece

ridículo,perturbam oequilíbrio deindústriasinteiras”

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uma oportunidade para apren-der mais rápido, em vez de umaofensa passível de punição.

Como um carro pequenocomo o Nano pode ensinar omundo a pensar grande eagir com coragem, comoestá sugerido no nome dolivro?

Jackie: Há uma série degrandes lições. Vou citar algu-mas estratégias que outrasempresas podem usar paraimpulsionar a inovação. Ouseser radical e revolucionário. Amaioria das organizações écautelosa e comedida em rela-ção a novas ideias. Questioneo inquestionável. Desafiesuposições tomadas comocertas – sobre o modo comosua indústria funciona, sobreo que seus concorrentes estãofazendo, sobre as expectati-

vas dos seus clientes. Procureo cruzamento das tendênciaspara encontrar oportunidades.

Kevin: Você deve convidaras pessoas a mudar o mundo. OTata Nano surgiu do desejo deum homem para tornar a vidamelhor para os outros. As pes-soas que têm seu trabalhocomo algo nobre estão famin-tas por mudança. Elas têm umdirecionamento para ter suces-so, uma vontade de vencer euma paixão profunda em assu-mir riscos e tentar coisas novas.

No livro, vocês fizeramcomparação entre as inova-ções de Ratan Tata e outrascompanhias, como a Apple?

Jackie: Vemos uma sériede semelhanças entre HerbKelleher, fundador daSouthwest Airlines e RatanTata, por exemplo. Ambos têmdemonstrado uma liderançaincrível. Ratan e Herb segura-ram firme o sonho "impossí-vel". Líderes pensadores comuma confiança tremenda e,contudo, uma humildadeimpressionante. Ambos cons-truíram produtos em torno deuma causa igualitária. ASouthwest foi fundada combase em um sonho de demo-cratizar os céus. O Nano foifundado com base em umsonho para democratizar asestradas. A Southwest tornou

acessível para as massas. ONano vai fazer o mesmo.

Dain: Steve Jobs (cofunda-dor da Apple, multinacionalnorte-americana que projeta ecomercializa produtos eletrôni-cos, softwares e computadores)podia ver coisas que os clientesnão sabiam que queriam e nãosabiam que poderiam ter. UmMac, iPod, iPhone, iTunes ouiPad . E uma vez que ele deuisso aos seus clientes, eles pas-saram a não poder viver maissem isso. Certamente, isso tam-bém poderia ser dito do cami-nhão ACE da Tata Motors, e nósachamos que vai ser dito doNano também. !

surgiu como proposta inovadora na Índia

funcionaram – projetos ambi-ciosos que fracassaram devidoa certas questões culturais,deficiências na tecnologia ou,possivelmente, uma incapaci-dade para comercializar aideia. Comemorando as falhasinteligentes, o grupo estáessencialmente dizendo: "Nãopodemos crescer se não forçar-mos os limites. E não podemosforçar os limites, sem nos atra-palhar. Então, não vamos ficarconstrangidos ou intimidadospor nossos fracassos. Vamosexpô-los para que possamosaprender com eles". Só paraficar claro, vamos definir o fra-casso inteligente. Uma falhainteligente está em manter avisão, valores e intenção estra-tégica, dirigindo a organização.O fracasso pode se tornar umadas armas estratégicas de umaempresa quando visto como

“Não se podeexperimentarsem cometer

erros. A chaveé aprender

rapidamenteas lições”

SERVIÇONanovationAutores: Jackie Freiberg, KevinFreiberg e Dain Dunstonwww.amazon.comwww.livrariacultura.com.br

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MAIS TRANSPORTE

A Ford lançou uma opção de personalização para o modelo Fiesta RoCamHatch. Trata-se de um kit estilooff-road composto por spoilersdianteiro e traseiro, adesivos laterais e traseiro, saias laterais e rack de alumínio. A montadoratambém oferece a opção de revestimento dos bancos em couro, vendida separadamente.O conjunto Fiesta Storm está

disponível para instalação na rede de distribuidores Ford, para os modelos 1.0 ou 1.6, com preço sugerido de R$ 2.913,34, para o kit completo. Os bancos de couro com o logotipo Storm saem por R$ 1.271,39. O rack de alumínio também está disponível para venda, separadamente, por R$ 1.631,53.

Kit Storm para Fiesta

A Fenabrave (FederaçãoNacional da Distribuiçãode Veículos Automotores)estima que a venda de automóveis e veículos comerciais leves apresentecrescimento de 4,5% em2012. “É um número significativo, mesmo comparadocom os anos anteriores”,

disse Flávio AntônioMeneghetti, presidente daentidade. Em 2011, a venda deautomóveis e veículos comerciaisleves cresceu 2,9% em comparação a 2010. O númerofoi menor do que o projetadoinicialmente pela Fenabrave,que previa crescimento de4,2% para o período.

Fenabrave otimista Um grupo de empresários doagronegócio construiu um aeroporto próximo ao CentroPolítico Administrativo de Cuiabá(MT). Com 1.800 metros, a pistatem capacidade para receber atévoos de jatos. Contudo, o localestá certificado pela Anac(Agência Nacional de Aviação Civil)para receber apenas aeronaves que

podem pousar em terreno semasfalto, durante o dia. Segundo osempresários, a ideia do aeroportosurgiu da necessidade constantede viagens para o interior do Mato Grosso e pela longadistância entre o Aeroporto

Marechal Rondon, em VárzeaGrande, com o centro de decisão política daquele Estado.

Aeroporto para o agronegócio

A brasileira Assiane Adada, engenheira mecânica, e a francesaanalista de engenharia e desenvolvimento de produto,Valérie Vilatte, vão encarar oitodias de competição, durante a 22ªedição do “Rallye des Gazelles”,competição automobilística 100%feminina. A disputa acontece entreos dias 17 e 31 de março, períodoem que a dupla deve percorrer

2.500 quilômetros, tendo comoaliados mapas e bússolas. Assianee Valérie vão se aventurar nasareias do deserto do Saara, noMarrocos, a bordo de um RenaultDuster 4x4. “Teremos um treinamento organizado pelaRenault para aprendermos comose conduz um veículo 4x4 naareia, de maneira eficiente e econômica”, diz Assiane.

RENAULT/DIVULGAÇÃO

COMPETIÇÃO Rali no Marrocos tem 2.500 km de extensão

FORD/DIVULGAÇÃO

ESTILO Montadora oferece acessórios off-road

Dupla feminina em rali

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 13

A Unidade Móvel de Treinamentoda Vipal, fabricante de produtospara reforma e reparos de pneus e câmaras de ar, percorreu, em 2011, 23.700 quilômetros, qualificando 909 profissionais.Conhecida como “Carreta-escola”,a unidade realizou 553 treinamentos, capacitando 7.006pessoas em todo o Brasil nos últimos cinco anos. A expectativaé que sejam treinadas em tornode 1.050 pessoas no decorrer de

2012. O objetivo da carreta é levarconhecimento técnico e tecnológicoaos profissionais do mercado demanutenção de pneus. O veículo éacoplado a uma superfície que,quando aberta, transforma-se emuma sala de aula de 60 metrosquadrados. A carreta possui climatização e equipamentoscomo desmontadores, balanceadorese compressores, além de home-theatercom DVD, projetor multimídia, computador e impressora.

Sala de aula sobre rodas

A Ferroeste anunciou investimentosna compra de locomotivas próprias.A aquisição de cinco novas máquinas,autorizada pelo governo paranaense,vai dobrar a capacidade de traçãoda concessionária. Serão investidosR$ 8 milhões, com recursos do FDE(Fundo de DesenvolvimentoEconômico) do Paraná. De acordocom o diretor-presidente da

Ferroeste, Maurício Querino Theodoro,a previsão é que as locomotivascomecem a rodar no segundosemestre de 2012. Elas serão adquiridaspor meio de licitação. “Hoje, cadalocomotiva traciona oito vagões. Asnovas poderão tracionar entre 14 e18 vagões cada uma, o que significaatender a um número bem maior de clientes”, diz Theodoro.

Capacidade dobrada

VIPAL/DIVULGAÇÃO

RESULTADOS Carreta percorre mais de 23 mil km

O Setcepe (Sindicato dasEmpresas de Transporte de Cargade Pernambuco) firmou convêniocom a Petrobras para a criaçãode uma loja virtual para venda deprodutos como graxa, óleos lubrificantes e demais componentesda fabricante nacional. As empresasassociadas ao Setcepe vão teracesso aos produtos com preços

diferenciados. É necessário comprovar a associação com aentidade, feita por meio da cartade filiação. O convênio tambémpermite que pessoas físicas proprietárias de caminhõestenham acesso à parceria. Para tanto, é preciso que sejam associadas ao sindicato,em uma categoria especial.

Preços diferenciados

A Iveco comemora a marca de33.500 veículos vendidos em 2011em toda a América Latina. A montadora terminou o ano estabelecendo novos recordes devendas também no Brasil. Foramcomercializados no atacado 22.700caminhões e ônibus no mercadobrasileiro, número 28% acima das17.800 unidades de 2010.

No mercado latino-americano, osmais de 33 mil veículos vendidos representaram um volume 30%superior ao resultado de 2010, com 25.800 unidades. “A Iveco está otimista de que manterá a tendênciapositiva com a nova geração decaminhões que será lançada esteano”, disse Marco Mazzu, presidente da Iveco Latin America.

IVECO/DIVULGAÇÃO

MERCADO Iveco registra alta de 30% em vendas

Mais de 33 mil vendidos

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MAIS TRANSPORTE

Qualidade e produtividade nos transportesLivro traz conceitos, técnicas einformações referentes à qualidadee à produtividade no transporte decargas e passageirosDe: Almir Mattar Valente eoutros, Ed. Cengage Learning,256 págs., R$ 38,90

Gestão de Estoques naCadeia de LogísticaIntegrada: Supply ChainEdição traz dois novos capítulos:gestão e inovação como umaestratégia logísticaDe: Hong Yuh Ching, Ed. Atlas256 págs., R$ 57

Logística e Transporte deCargas no Brasil: Produtividadee Eficiência no Século XXIApresenta uma coletânea de estudos desenvolvidos sobre otransporte de cargas no BrasilDe: Peter F. Wanke, Ed. Atlas,200 págs., R$ 43

Comandantes, copilotos, comissários de bordo, gerentes, supervisores e agentes de aeroportosda Gol Linhas Aéreas tiveram seus uniformes remodelados. Criadas pela estilista Kiki Bedouret,as roupas ficaram mais jovens e despojadas e começaram a ser usadas no início de 2012.

Roupa nova no ar

GOL/DIVULGAÇÃO

Recorde de desembarque O Ministério do Turismo divulgoubalanço sobre os aeroportos brasileiros. Foram 79.049.171desembarques em 2011. O número representa um recordee é 15,8% maior que os68.258.268 desembarquesdomésticos registrados em 2010.O balanço mostra ainda que omês de dezembro de 2011 teve

7.039.826 chegadas, contra6.499.031 no mesmo período doano anterior. Os aeroportos commaior número de desembarquesdomésticos no ano passadoforam os de Guarulhos (8,8milhões); Congonhas (8,3milhões); Brasília (7,2 milhões);Galeão (5,3 milhões); e SantosDumont (4,2 milhões). O ministério

apresentou também dados sobreos voos internacionais, querepresentaram 9.005.165 desembarques no Brasil no ano passado. Isso significa altade 13,95% em relação às7.902.531 chegadas de 2010. É omais alto número registradodesde o ano 2000, quando teve início a série histórica.

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HAMBURG SÜD/DIVULGAÇÃO

AZUL/DIVULGAÇÃO

AMPLIAÇÃO Companhia aguarda autorização

A Azul Linhas Aéreas solicitou autorização da Anac (Agência Nacional deAviação Civil) para operar em Montes Claros, no Norte deMinas. A meta da companhia é ligar o município a Belo Horizonte em três frequências diárias.

As operações da Azul em MinasGerais atendem atualmentetrês cidades: Belo Horizonte,Uberaba e Juiz de Fora. A previsão é de que as operações a partir de MontesClaros se iniciem em 15 demarço. Os voos serão realizadoscom turboélices ATR-72.

Nova base para a Azul

A Hamburg Süd e a MSC vão reestruturar suas operaçõesentre o Mar Mediterrâneo e aCosta Leste da América doSul. Os serviços dos doisoperadores marítimos serãounidos formando uma opera-ção única, que será realizada

por oito navios com capacidadepara 5.900 TEUs, sendo umda Hamburg Süd e os outrossete da MSC. O novo serviço vai permitir umacobertura mais abrangentedos portos na América doSul e se conectará às rotas

da Hamburg Süd do leste doMediterrâneo e meio oeste,por meio do porto deTangier, entre a Espanha e oMarrocos. De acordo com aassessoria da Hamburg Süd,a nova rotação será a seguinte: Valência - Gioia

Tauro - Livorno - Genoa – Fos - Barcelona - Valência -Suape - Rio de Janeiro -Santos - Buenos Aires –Montevidéu - Rio Grande -Navegantes - Itapoá - Santos- Rio de Janeiro - Suape – Tangier - Valência.

Hamburg Süd e MSC unem serviços

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MAIS TRANSPORTE

FORD/DIVULGAÇÃO

SAÚDE Indicação do possível índice de alergia ao ar-condicionado

A Ford firmou parceria com aMicrosoft, envolvendotambém as empresasHealthrageous e BlueMetalArchitects para pesquisartecnologias que ajudem aspessoas a cuidar da saúde edo bem-estar enquanto estãono carro. Segundo a assessoriada montadora, o objetivo épropor soluções móveis como conceito "carro saudável",que abre possibilidades deconexão aos serviços desaúde a bordo, por meio do

dispositivo SYNC, disponívelem vários modelos da marca.A proposta do sistema émonitorar a saúde do motorista e gerar alertas emtempo real, usando os dadosobtidos pelos sensores doveículo e registros de arquivo.O condutor também podeinformar detalhes importantesde sua saúde, como a quantidade de copos de águaconsumidos durante o dia, ou os remédios que tomou,usando comandos de voz.

Ford e Microsoft firmam parceria NOVIDADE

AToyota lançou nomercado brasileiroa linha 2012 da pica-

pe Hilux e do utilitárioesportivo SW4. Os veículoscontam agora com motori-zação 2.7 VVT-i Flex Fuel16V, desenvolvida pelamontadora japonesa espe-cialmente para as reven-das do Brasil. A Hilux FlexFuel 2012 está à disposiçãoem duas versões: SR cabi-ne dupla com tração 4 x 2

e transmissão automáticade quatro velocidades, e atop de linha, SRV cabinedupla 4 x 4, também comtransmissão automáticade quatro velocidades. AToyota afirma que a Hilux,com a introdução das con-figurações, torna-se aúnica picape média Flexcom motor quatro cilin-dros e transmissão auto-mática disponível no mer-cado nacional.

Toyota lança linha 2012

INOVAÇÃO A linha 2012 traz novas configurações de motorização

TOYOTA/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 17

SÉRGIO COELHO/CODESP/DIVULGAÇÃO

O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambientee dos Recursos NaturaisRenováveis) autorizou aCodesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) aretomar a dragagem de

aprofundamento do canal de navegação do porto de Santos. A Licença de Instalação para a dragagem de manutençãotambém foi emitida pela entidade ambiental,

com validade até 23 dedezembro deste ano, abrangendo os trechos 2, do entreposto de pesca àTorre Grande, e 3, da TorreGrande ao Armazém 5. Deacordo com a Codesp,

restam apenas 5% de serviços para conclusão do aprofundamento do canal para 15 metros. A previsão é de que o trabalho seja concluído em meados de maio.

Obras de dragagem retomadas

A reformadora Thomé Pneus, comsede no município de Três de Maio(RS), recebeu o Registro deDeclaração de Conformidade doFornecedor do Inmetro, com ainclusão dos processos de reformade pneu de carga. Esse método deadequação dos reformadores aosrequisitos do Inmetro traz umasérie de benefícios ao mercado dereforma de pneus e ao segmentode transporte. Caminhoneiros e

frotistas passam a contar com um padrão cada vez melhor nareforma de pneus, por meio deprodutos e serviços que garantemmaior vida útil do componente,com mais desempenho e segurança. Os reformadores depneus de carga de todo o Brasiltêm até novembro deste ano paraobterem o registro no Inmetro,conforme determina a portaria n° 444 da instituição.

Reformadora obtém registro O administrador OsvaldoCastro Júnior assumiua diretoria geral daGolden Cargo, empresaespecializada nogerenciamento e naoperação da cadeialogística de mercadoriasespeciais. O executivoatuou por 20 anos nosetor de transporte elogística. Ele assume o

posto até então ocupado porMauri Mendes, que passa acomandar a diretoria comercialda companhia. Castro Júniorvai dar continuidade aosprincipais projetos emandamento, como a ampliaçãoe a inauguração de novasunidades em localidadesestratégicas, além darenovação e da ampliaçãoda frota da Golden Cargo.

Golden Cargo tem novo diretor

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201218

MAIS TRANSPORTE

PRÊMIO DESTAQUE

A17ª edição do PrêmioDestaque, realizado pelaFetransportes (Federação

das Empresas de Transportes doEstado do Espírito Santo) e peloSest Senat capixaba, homena-geou 12 trabalhadores deempresas de transporte dasregiões da Grande Vitória, Nortee Sul daquele Estado.

O Prêmio Destaque –Trabalhador do Transporte eLogística do Espírito Santo é divi-dido em três festas regionais.Nesta edição, a premiação paraos vencedores da região Norteaconteceu no Sest Senat deColatina; para os campeões daregião Sul, a festa foi na unidadedo Sest Senat de Camilo Cola, emCachoeiro do Itapemirim. Para osdestaques da Grande Vitória, acelebração foi realizada no SestSenat de Cariacica.

A escolha dos vencedores éfeita por um júri composto por 18formadores de opinião do EspíritoSanto, que avaliam critérios comocursos de qualificação feitospelos profissionais, tempo de ser-viço no setor de transportes e naempresa, além de trabalhossociais com a participação doscolaboradores.

O prêmio foi disputado por 65

profissionais de 37 empresas detransportes, em duas categorias:Motorista e Transporte &Logística. Quinze colaboradoresdisputaram o prêmio na regiãoNorte, 13 na região Sul e 37 naregião da Grande Vitória.

Pela região Norte, a vencedorado ano na categoria Transporte &Logística foi Marly da Silva Lima,agente de vendas da ÁguiaBranca. Na categoria Motorista, o

vencedor foi Dejair MoreiraCoelho, colega de empresa deMarly. Agentil Maria Neto, daPretti – Barra de São Francisco, foio vice-campeão da categoria.

“É uma felicidade imensa verque a empresa nos valoriza e nospermite crescer. Estou feliz eemocionada”, disse Marly, ao seranunciada como vencedora. Seucolega de empresa, Dejair MoreiraCoelho, destacou o nível profis-

sional dos concorrentes. “Todaessa emoção é, principalmente,por ter sido o vencedor diante detanta gente boa na disputa.Qualquer colaborador se sentevalorizado ao ser indicado a umprêmio como o Destaque.”

Segundo Coelho, quem sesente valorizado trabalha commais vontade. “Isso reflete demaneira positiva na prestação deserviço.”

Reconhecimento aos colaboradores do Espírito Santo

VENCEDORES DA REGIÃO NORTE

FOTOS FETRANSPORTES/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 19

Na região Sul, os vencedoresda categoria Transporte &Logística foram Éder da SilvaAnholeti, da TransportadoraJolivan, e Márcia Valéria BarcelosMatias, da Costa Sul Transportes eTurismo. Na categoria Motorista,os campeões foram FranciscoAntônio Oliveira, da Viação FlechaBranca, e Joaquim Souza doNascimento, da Vix Logística.

“Quando anunciaram meunome passou um filme na minhacabeça. Lembrei do meu primeirodia na empresa. Foi na Jolivanque conquistei meu primeiroemprego”, afirmou Anholeti.Oliveira se define como um pro-fissional realizado. “Foi ummomento único. Trabalho com amaior felicidade do mundo eestou sempre em busca do aper-feiçoamento. Acabei sendorecompensado.”

A cerimônia que consagrouos campeões da Grande Vitóriacontou com mais de 600 pes-soas. Estreante no PrêmioDestaque, o campeão da catego-ria Transporte & Logística, LuizPereira Garcia, da Viação GrandeVitória, diz que está preparado.“Sei que terei novas obrigaçõesprofissionais e pessoais. Estousupermotivado”.

A empresa também se desta-cou na categoria Motorista, com avitória de Amélio AugustoFrancisco Lima. “Queria muitovencer e reconheço o meu valor.É uma conquista ímpar para qual-quer profissional”, disse.

Na oportunidade, os empresá-

rios João Luiz Pretti e PauloRoberto Ribeiro de Abreu recebe-ram a Medalha do MéritoEmpresarial Fetransportes.

Para Luiz Wagner Chieppe,presidente da Fetransportes,o aumento constante de can-didatos ao Prêmio Destaque é

motivo de orgulho para osetor. “Isso demonstra que osegmento de transportescapixaba está unido em ummesmo propósito, o da valori-zação do capital humano,componente mais importantede nossas empresas.”

VENCEDORES DA GRANDE VITÓRIA

VENCEDORES DA REGIÃO SUL

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201220

MAIS TRANSPORTE

RECONHECIMENTO

Pouco antes de concluirseu mandato de dire-tor-geral da Antaq

(Agência Nacional deTransportes Aquaviários),Fernando Fialho foi homena-geado, no dia 17 de fevereiro,por seu trabalho à frente daagência. O evento, promovidopela CNT (ConfederaçãoNacional do Transporte), pelaFenamar (Federação Nacionaldas Agências de NavegaçãoMarítima) e pela Fenavega(Federação Nacional dasEmpresas de NavegaçãoMarítima, Fluvial, Lacustre ede Tráfego Portuário), reuniurepresentantes das entidadese do governo federal.

O vice-presidente da seçãode transporte aquaviário, ferro-viário e aéreo da CNT, MetonSoares, enalteceu os esforçosdespendidos pelo diretor-geral.“Ele merece essa homenagempela presteza com a qual exer-ceu o cargo, com honra e digni-dade. Embora não sendo fáciladministrar, soube enfrentar osproblemas que se apresentarama cada dia”, lembrou MetonSoares, que também é presiden-te da Fenavega.

O ministro dos Transportes,

Paulo Sérgio Passos, citou quali-dades de Fialho. “Sua absolutaserenidade ao tratar os assuntostraz um atributo que é funda-mental no homem público: acapacidade de reunir, somar eouvir”, elogiou o ministro, queressaltou a importância de suaatuação para o setor aquaviário,área que vem influenciando dire-tamente o crescimento econômi-co do país.

Leônidas Cristino, ministro daSecretaria de Portos, tambémteceu elogios a Fialho. “Você vaifazer muita falta na agência. Apresidente Dilma está acompa-

nhando de perto o nosso cami-nhar”, disse, lembrando que ainiciativa privada tem papel fun-damental para o desenvolvimen-to do Brasil. Por isso as ativida-des feitas em conjunto comempresários do setor foram tãopositivas em seu mandato àfrente da Antaq.

Emocionado, Fernando Fialhoagradeceu e fez questão desalientar que o comprometimen-to e o empenho de todos dosetor e de sua equipe na Antaqproporcionaram as condiçõesideais para realizar um bom tra-balho. “Considero que uma das

grandes conquistas foi a reinser-ção da navegação interior, antescriticada e vista como prejudicialao meio ambiente. Passamos adiscutir esse tema com muitatécnica, com abordagem social,e principalmente com aborda-gem ambiental, modificando aforma como o transporte hidro-viário é visto no país”, lembrou.

O engenheiro foi nomeadopara a diretoria da agência, pelaprimeira vez, em julho de 2006.Em seu lugar, assumiu interina-mente o atual diretor da agência,Tiago Lima.

(Aerton Guimarães)

JÚLIO FERNANDES/CNT

Fernando Fialho recebe homenagem do setor aquaviário

ANTAQ Fernando Fialho deixou o cargo de diretor-geral da agência

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201222

ocorrências, correspondendo a66,2% dos pontos críticos cons-tatados durante a coleta dedados feita in loco.

A Pesquisa CNT de Rodoviasavalia as condições das estradaspavimentadas, públicas e conces-sionadas, sob os aspectos depavimentação, sinalização e geo-metria viária. Do total dos trechosavaliados no Nordeste, 63,2%apresentaram algum tipo de defi-ciência nessas variáveis, sendoclassificados como regular, ruimou péssimo.

Na avaliação do estado geral,Sergipe apresentou o maiorpercentual de rodovias classifi-cadas como péssimas (27,8%),

Conforme o Banco doNordeste, a previsão para 2012 éque o PIB (Produto Interno Bruto)da região cresça 4,9%, enquantoo crescimento no Brasil deve serde 3,7%. No último dado oficial, de2009, o Nordeste teve participa-ção de 13,5% no PIB nacional. E osinvestimentos, públicos e priva-dos, aumentam a cada ano.

Até 2019, os nove Estados -Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão,Paraíba, Piauí, Pernambuco, RioGrande do Norte e Sergipe -devem receber em torno de R$140 bilhões. As estimativas são doEtene (Escritório Técnico deEstudos Econômicos doNordeste), um setor do Banco do

Com uma área que repre-senta cerca de um quin-to do território nacional,o Nordeste tem apresen-

tado nos últimos anos um cresci-mento maior que a média doBrasil. Mas para acompanhar esseritmo, é fundamental que osEstados e municípios tenhamrodovias em boas condições detráfego, entre outros aspectosrelevantes. A partir desta edição,a revista CNT Transporte Atualpublica uma série de reportagenssobre as diferentes regiões dopaís, associando as necessidadese o perfil de cada uma delas aosresultados da Pesquisa CNT deRodovias 2011.

Nordeste. Entretanto, os númerosda última Pesquisa CNT deRodovias, divulgada em outubrode 2011 pela ConfederaçãoNacional do Transporte, mostramque ainda há um longo caminho aser percorrido nessa rota dodesenvolvimento.

Em relação aos pontos críti-cos, como buracos de grandesdimensões e quedas de barrei-ras, a região registrou 80 ocor-rências, o que representa 36,5%do total dos registros do país. Amaior concentração é no interior,com destaque para os Estados doCeará, Maranhão e Piauí (75%). Eos buracos de grandes dimen-sões representam a maioria das

Região cresce mais que a média nacional; Pesquisa CNT deRodovias aponta que 63,2% dos trechos têm problema

POR CYNTHIA CASTRO

Na rota dodesenvolvimento

RODOVIAS DO BRASIL - NORDESTE

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PESQUISA CNT PE-177 teve sinalização e geometria classificadas como péssimas

PERNAMBUCO Petroquímica está sendo instalada no Complexo Industrial Portuário de Suape

SUAP

E/DI

VULG

AÇÃO

PESQUISA CNT DE RODOVIAS

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CEARÁ/BR-020

AVALIAÇÃO DAS RODOVIASVeja o resultado da Pesquisa CNT de Rodovias 2011 em relação aos Estados do Nordeste

ESTADO GERAL (EM %)

PAVIMENTO (EM %)

SINALIZAÇÃO (EM %)

GEOMETRIA (EM %)

Ótimo Bom Regular Ruim Péssimo

seguido da Paraíba (21,6%). ORio Grande do Norte concentraa maioria das rodovias classifi-cadas como ótimas (6,3%). Aoanalisar o pavimento da região,a metade dos trechos apresen-tou algum tipo de problema. Emrelação à sinalização e geome-tria, esses percentuais comdeficiências foram de 69,5% e81%, respectivamente.

Ao considerar os dados cons-

Page 25: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

cerca de 60% das movimenta-ções de cargas.

Viana considera que noNordeste essa dependência éainda maior. “Temos uma relaçãomais desfavorável porque oNordeste depende mais dasrodovias do que o restante doBrasil, especialmente pela faltade ferrovias. Então, as estradasprecisam ter as mínimas condi-ções de tráfego para não termos

aumentos excessivos dos custoslogísticos”, afirma.

Ele cita também que além danecessidade de melhorar o pavi-mento, sinalização e geometria, épreciso ainda aumentar a malhano Nordeste. “Principalmente nocerrado nordestino. No oeste daBahia, sul do Piauí e sul doMaranhão, há vários trechos ondedeveriam ser implementadasrodovias federais. Mas é funda-

mental também o investimento namalha ferroviária”, considera.

De qualquer forma, mesmoquando as ferrovias estiveremmais avançadas na região, Vianaconsidera que o modo rodoviáriocontinuará sendo um elementofundamental para o desenvolvi-mento do Nordeste. Segundo ele,ainda que o transporte de minérioe de grãos migre para as ferro-vias, os bens de consumo deverãocontinuar sendo transportadospelas estradas.

Atualmente, o Estado dePernambuco é o que apresenta omaior crescimento econômico noNordeste, especialmente devidoaos empreendimentos no comple-xo de Suape. Pelos dados daPesquisa CNT de Rodovias 2011,55% da extensão avaliada emPernambuco têm a superfície des-

tatados pela Pesquisa CNT deRodovias, o gerente da Centralde Informações Econômicas,Sociais e Tecnológicas do Bancodo Nordeste, o engenheiro civil edoutor em administraçãoFernando Viana, avalia que aregião está mal posicionada nocenário rodoviário brasileiro. Elelembra que o país tem umadependência do transporterodoviário, que corresponde a

RIO GRANDE DO NORTE/RN 117 Ausência de acostamento compromete a segurança

PIAUÍ 67,2% das faixas centrais têm pintura visívelPavimento em más condições traz riscos

PESQUISA CNT DE RODOVIAS

PESQUISA CNT DE RODOVIAS PESQUISA CNT DE RODOVIAS

Buracossomam

66,2%dos pontos

críticos

Page 26: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

gastada. E em 18,8% dos trechos,foram constatados remendos,trincas na malha, afundamentos,ondulações ou buracos.

O gerente da Central deInformações Econômicas, Sociaise Tecnológicas do Banco doNordeste destaca que somente noComplexo Industrial e Portuáriode Suape, na região de Cabo deSanto Agostinho, há hoje 70 milpessoas empregadas diretamen-te. “Na refinaria da Petrobras, queestá em construção, são 38 miloperários. Diariamente, cerca de

1.500 ônibus chegam e saemdesse complexo. Se não tiverrodovias em boas condições, osprejuízos são enormes”, diz Viana.

Duplicação e concessõesA Pesquisa CNT de Rodovias

também apontou alguns pontospositivos em relação ao Nordeste.De 2010 para 2011, cresceu 17,7% aextensão de rodovias com pistadupla. A maior concentraçãoocorreu no litoral e nos acessosdo interior a capitais litorâneas –como na Bahia (ligando Feira de

Santana a Salvador), emPernambuco (ligando Caruaru aRecife) e na Paraíba (ligandoCampina Grande a João Pessoa).Mas mesmo com esse crescimen-to, as rodovias de pista simples demão dupla representam o tipo derodovia predominante na região,variando de 83% (na Paraíba) a99,6% (no Piauí).

O estudo da CNT apontouainda um aumento considerávelda extensão de rodovias conces-sionadas, de quase cinco vezesmais em relação ao ano de 2010,

passando de 194 km para 943 km.As concessões do Nordeste estãoconcentradas no Estado da Bahia,sendo 627 km de concessão derodovias federais (BRs 116 e 324,que ligam Salvador ao Estado deMinas Gerais) e 316 km em rodo-vias estaduais.

Mas essas mudanças consta-das pelo levantamento daConfederação Nacional doTransporte ainda não são sufi-cientes para acompanhar o ritmode crescimento. O gerente doSetor de Estudos e Pesquisas e

MA-006 Estado geral, pavimento, sinalização e geome

SERGIPE/SE-220 Estado tem 58,7% das rodovias pesquisa

Mais risco de assaltosPASSAGEIROS

As dificuldades encontra-das em algumas rodoviasprejudicam também o trans-porte de passageiros. Na BR-110, entre o Rio Grande doNorte e a Paraíba, as condi-ções do asfalto estão ruinsem alguns trechos, obrigan-do os motoristas a dirigiremem baixa velocidade.

“Com isso, é comum ocor-rerem inúmeros assaltosnessa rodovia”, alerta o presi-dente da Fetronor (Federaçãodas Empresas de Transportede Passageiros do Nordeste),Eudo Laranjeiras. A Fetronorabrange os Estados deAlagoas, Paraíba, Pernambucoe Rio Grande do Norte.

Segundo Eudo, nos últi-mos anos, tem havidomelhoras em rodovias daregião, com a duplicaçãode alguns trechos. Mas eleafirma que ainda é precisomelhorar muito. Na

Paraíba, ele cita a necessi-dade de melhorias na PB-325 e na PB-087. A BR-316,em Alagoas, também preci-sa de mais conservação esinalização, e a BR-232, emPernambuco, entre outrasrodovias, precisam deatencão, conforme o presi-dente da Fetronor.

O assessor técnico daFederação das Indústrias doEstado da Bahia, RicardoMenezes Kawabe, tambémcobra melhorias nas rodoviasda região. Ele comenta que otraçado de muitas estradas éantigo, e houve aumento sig-nificativo do transporte decargas e de pessoas. “Hoje ovolume de tráfego é bemmaior. A maioria de nossasrodovias é de pista simples.Há uma boa expectativa comalgumas concessões queestão sendo feitas para a ini-ciativa privada”, diz.

Page 27: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

Avaliação do Etene, do Banco doNordeste, o economistaWellington Damasceno, faz ques-tão de ressaltar que os investi-mentos na região devem aumen-tar e, com isso, a necessidade demelhores rodovias.

Ele destaca que, desde 2002, aparticipação do Nordeste no PIBbrasileiro era de aproximadamen-te 13%. E, em 2009, passou para13,5%. Neste ano, o PIB doNordeste deve ficar em torno deR$ 500 bilhões. O setor de servi-ços corresponde a 69%, indústria

com 23% e agricultura com 8%.“Essa onda de investimentos noNordeste, públicos e privados,vem se consolidando, na área desiderurgia, refinarias, duplicaçãode BRs. E não podemos esquecerque a Copa do Mundo tambémtrará grandes investimentos. ONordeste tem quatro cidades-sede: Fortaleza, Natal, Recife eSalvador”, lembra.

O movimento em alguns por-tos é outro termômetro do desen-volvimento da economia daregião. No Complexo Industrial

Portuário de Suape houve umaumento de 25% na movimenta-ção de cargas em 2011. Conformeo balanço divulgado pelo porto,somente no ano passado passa-ram por Suape 11,2 milhões detoneladas de cargas. Em relação acontêineres, houve um aumentode 33,3%. No porto de Pecémtambém tem sido registrado umaumento na movimentação.

O gerente de estudos do Bancodo Nordeste destaca que em 2011a região gerou 329 mil novos pos-tos de trabalho formal. Mas ape-

sar de todos os dados positivos,ele faz questão de ressaltar que arenda per capita da região aindarepresenta a metade da média dorestante do Brasil. “Além daimportância do resgate social, háo desafio de que os investimentospossam ajudar a superar esseproblema”, diz Damasceno.

O presidente da ABTC(Associação Brasileira deLogística e Transporte de Carga),Newton Gibson, afirma que aatração de investimentos temgrande importância para oNordeste, pois está garantindoque um número maior de pes-soas estejam empregadas. “Issoacarreta um maior aumento derenda per capita e consequente-mente um desenvolvimento naarrecadação dos Estados. Valeressaltar que o aumento do salá-rio- mínimo ajuda esses fatoresde crescimento”, avalia NewtonGibson, que também é presiden-

tria estão péssimos INDÚSTRIA Região atrai investimentos, como o Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia

PARAÍBA BR-230 teve pavimento classificado como ótimodas com problemas

JOÃO ALVAREZ/SISTEMA FIEB/DIVULGAÇÃOPESQUISA CNT DE RODOVIAS

PESQUISA CNT DE RODOVIASPESQUISA CNT DE RODOVIAS

IMPORTÂNCIA

• Complexo Industrial e Portuáriodo Pecém, no Ceará

• Distrito Industrial Maracanaú,no Ceará

• Indústria cimenteira no Ceará eSergipe

• Complexo Industrial e Portuáriode Suape, em Pernambuco

• Complexo portuário de Salvadore Aratu, na Bahia

• Distrito Industrial de Camaçari,na Bahia

• Regiões produtoras de grãos,como o oeste da Bahia, sul doPiauí e sul do Maranhão

• Regiões produtoras de frutas,nos Estados de Pernambuco,Bahia, Rio Grande do Norte eCeará

• Mineração no Maranhão, Bahiae Pernambuco

• Turismo em todos os Estados

Algumas atividades quedependem das rodovias

Page 28: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

“O Nordeste é a bola da vez noO doutor em economia

Cícero Péricles de Carvalho,professor do Programa deMestrado em EconomiaAplicada da Ufal (UniversidadeFederal de Alagoas), faz umaanálise dos investimentos e damudança do perfil do Nordestenos últimos anos. Ele reforça aideia de que a população estáconsumindo mais, os investi-mentos estão aumentando, masainda falta infraestrutura paraacompanhar o crescimento.

Qual a análise o senhor fazdo Nordeste hoje?

O Nordeste vem crescendoa taxas maiores que a médianacional. Isso é um grandediferencial para a região.Tradicionalmente não eraassim. O Nordeste é a bola davez no Brasil. Isso se mostra,por exemplo, no aumento doconsumo. Existe uma pesquisado IBGE (Instituto Brasileirode Geografia e Estatística)que cobre o varejo nacional.Mostra que em todos osmeses, desde 2004, as taxasde consumo nordestinas sãopositivas. E a expectativa paraos próximos anos é de manu-tenção do ritmo de cresci-mento do PIB (Produto InternoBruto). A região está atraindoinúmeros investimentos. EmAlagoas e Pernambuco nãoestão conseguindo contratarmão de obra para corte dacana-de-açúcar, porque a

construção civil levou todomundo.

E falta infraestruturapara contribuir para o cres-cimento?

Para que esse crescimentotenha uma garantia de futuro,é necessário haver infraestru-tura viária, aeroportuária, deenergia. A situação das rodo-vias no Nordeste é preocupan-te. Apenas 13% são asfaltadas.Isso representa um atrasomonumental. O Nordeste temum tamanho gigantesco,representa cerca de 19% doterritório brasileiro. Tem umapopulação maior do que asoma dos parceiros doMercosul – Argentina, Uruguaie Paraguai. E não temos umarede alternativa ao transporterodoviário. A ferroviaTransnordestina será muitopositiva, mas ainda não estápronta. A hidrovia do SãoFrancisco é outro projeto.Precisa melhorar a cabota-gem. Um ponto positivo é quea maioria das estradas nor-destinas é federal, e issoajuda a atrair recursos.

Quais exemplos o senhorcitaria de onde há maiornecessidade de um transpor-te eficiente?

A economia brasileira estácom muito foco nas exporta-ções. Estados como Bahia,Maranhão e Piauí ampliaram a

te da Fetracan (Federação dasEmpresas de Transporte deCargas do Nordeste) e vice-presi-dente da CNT.

Segundo ele, deve ser compro-misso do poder público “devolvero que é direito dos cidadãos: umainfraestrutura mínima básica paraa convivência da sociedade”.Newton Gibson destaca que paraque o Nordeste possa continuarexpandindo suas atividades eco-nômicas e mostrando o potencialda região, é fundamental que hajatodo o empenho necessário paraque as rodovias estejam em boascondições de trafegabilidade.

“Os Estados estão preocupa-dos em manter os investimentosque estão sendo aportados.Porém, ainda falta muito a seraplicado, principalmente emmanutenção, sinalização e fisca-lização”, diz Gibson. Ele alertaque além de prejudicar o desen-volvimento da economia, máscondições rodoviárias trazem oaumento do índice de acidentes.“É preciso investir e melhorar asestradas para aumentar tam-bém a segurança. E sem infraes-trutura para o setor de transpor-te, não há condições de nenhumlugar crescer.”

ALAGOAS BR-101 tem estado geral regular

BAHIA BR-020 é classificada como boa

FOTOS PESQUISA CNT DE RODOVIAS

Page 29: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 29

Brasil”área de plantação de soja,milho e outros cereais. Precisade via de escoamento. Para asáreas de mineração noMaranhão, Bahia e Pernambuco,precisa melhorar as vias, já quenão temos ainda ferrovias paraatender essa demanda. O polode fruticultura irrigada preci-sa de estrada. O Nordeste pro-duz muita uva. Os polos indus-triais que já existem estãocrescendo, como Camaçari,Suape, Pecém. Os portos estãoaumentando a movimentação.Para tudo, é necessário trans-porte viário de qualidade, comentrega rápida, baixo custo.Além disso, o Nordeste é umpolo turístico importantíssi-mo, e temos competidoresfortes, como o Caribe. Semestradas, levamos uma des-vantagem brutal.

A vocação econômica pre-dominante da região estámudando de perfil?

De 1970 para 2012, oNordeste inverteu a pirâmidepopulacional. Antes, 70% esta-vam no campo e 30% na cida-de. Hoje, cerca de 80% dapopulação está vivendo nasáreas urbanas. Isso quer dizerque os setores de serviço,comércio e indústria têm umpeso maior do que a agrope-cuária. Mudou a pirâmide popu-lacional e o perfil da economiaem todos os Estados. Todas asgrandes redes comerciais do

Sul e do Sudeste vieram para oNordeste, para aproveitar oboom do consumo. O númerode shoppings cresceu.

Como o senhor caracterizao momento da indústria?

Estamos registrando umenorme desenvolvimento.Temos o polo petroquímicoimportantíssimo de Camaçari,na Bahia. O setor sucroalcoolei-ro é importante, em Alagoas,Pernambuco, Paraíba. A indús-tria do petróleo está presenteem vários Estados nordestinosque produzem o petróleo –Bahia, Sergipe, Rio Grande doNorte, Ceará, Alagoas. OMaranhão é uma provínciamineral, produz tudo - ferro,alumínio. O Estado é grandeexportador de minério.Pernambuco criou boas condi-ções de crescimento, de infraes-trutura. O Porto de Suape foiconstruído no final dos anos 70e vem recebendo investimentos.Recebeu estaleiros. O estaleiroAtlântico Sul já está funcionan-do e outros dois estão sendoimplantados. Há duas indústriasautomobilísticas em implanta-ção. Também está sendoimplantada uma refinaria depetróleo.

Qual é o peso da atividadeturística para a economia?

A atividade turística nor-destina é limitada ao litoral.Recebe muita gente do Sul e

do Sudeste do país, mas aindatem um turismo estrangeirobaixo, quando consideramoso enorme potencial. O turismocresceu nos últimos anos,mas continua longe de ser umelemento determinante naeconomia nordestina. OCaribe é um grande concor-rente. E dentro do setor deserviços, o turismo não tem omesmo peso que em locaiscomo Cancún e Aruba, noCaribe, onde a atividade édeterminante na economia. Arede hoteleira ainda é peque-na. A infraestrutura viáriatambém é ineficiente, e osaeroportos precisam deinvestimentos.

O senhor acredita que aCopa de 2014 vai ajudar defato o turismo do Nordeste?

Quatro capitais nordestinasestão envolvidas – Salvador, Recife,Natal e Fortaleza. Essas cidadesvão receber muito investimentopara poder capacitar e diminuir osdéficits. A Copa vai ajudar, sim,essas cidades. Vai mexer comsaneamento, transporte. Há umaexpectativa boa de que a Copaajude esses municípios. O empre-sário que quiser montar hotel noNordeste, por exemplo, vai esco-lher uma dessas cidades-sede. Ohotel vai para a cidade e com elevai o setor que vende para o turis-ta. Há todo tipo de desdobramento,mobiliza a construção civil. !

ECONOMIA Professor diz que população está consumindo mais

ARQUIVO PESSOAL

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201230

AEROVIÁRIO

Um ano após o lançamen-to do programa EspaçoLivre Aeroporto, desen-volvido pelo CNJ

(Conselho Nacional de Justiça), 44aeronaves de grande porte aindaocupam “espaços nobres” nosprincipais aeroportos brasileiros.

São locais que poderiam sertransformados em hangares,pátios de manobras ou até mesmoem áreas de embarque e desem-barque, mas que acabaram ocupa-dos por aviões abandonadosdesde o final dos anos 90 porempresas aéreas falidas ou emrecuperação judicial, como a Vasp,a VarigLog e a Transbrasil.

Liberaçãode espaço

Programa do CNJ retira aeronaves abandonadas e libera espaço para

a ampliação dos aeroportos

POR LIVIA CEREZOLI

O Espaço Livre Aeroporto éuma parceria do CNJ com a SAC(Secretaria de Aviação Civil), aInfraero (Empresa Brasileira deInfraestrutura Aeroportuária), aAnac (Agência Nacional deAviação Civil), o TCU (Tribunal deContas da União), a ProcuradoriaGeral da República, o MinistérioPúblico de São Paulo e o Tribunalde Justiça de São Paulo.

O programa foi iniciado emfevereiro de 2011, mas as oito pri-meiras aeronaves só começaram aser retiradas dos aeroportos deCongonhas, em São Paulo (SP), e doGaleão, no Rio de Janeiro (RJ),entre dezembro de 2011 e janeiro

deste ano. No início de fevereiro,um Boeing 737-200 pertencente aVasp, foi leiloado inteiro por R$ 133mil para preservar a memória dacompanhia. No ano passado,aviões do mesmo modelo, masainda em uso, foram vendidos porR$ 350 mil na Argentina. A previsãoera de que até o final deste mesmomês, outros quatro Boeings, queainda permaneciam emCongonhas, também seriam des-montados e removidos.

De acordo com Marlos Melek,juiz auxiliar da CorregedoriaNacional de Justiça e presidenteda Comissão Executiva do progra-ma Espaço Livre Aeroporto, foi BRASÍLIA

CONGONHAS

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CNJ/

DIVU

LGAÇ

ÃO

Para preservar a memória da Transbrasil, pelo menos um Boeing da companhia deve ser leiloado inteiro para museus ou colecionadores

Retirada de aeronaves abandonadas vai liberar espaço de 170 mil m2 que deve ser utilizado para a construção de hangares e pista de manobra

JÚLI

O FE

RNAN

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CNT

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outras taxas que as companhiasaéreas, que deixaram de voar,devem desde o início dos proces-sos de falência. O valor aproximadodesse débito é de R$ 1.000 poraeronave/dia, em valores atuais.

“Essa foi a maneira mais efi-ciente que encontramos para solu-cionar de maneira rápida o proble-ma de Congonhas. Em seis meses éprovável que a Infraero recupereesse valor com a exploraçãocomercial da área liberada”, garan-te Melek, do CNJ.

Segundo o juiz, novos acordoscomo esse devem ser estabeleci-dos para a recuperação de outras

preciso primeiro criar um modelode gestão judicial para depois ini-ciar o processo de desmonte eremoção das sucatas. “Esse pri-meiro ano trabalhamos basica-mente nesse modelo. Agora ele jáestá pronto e a execução serámais rápida”, garante.

A área liberada em Congonhasé de aproximadamente 170 mil m2,o que representa 10% de todo osítio aeroportuário. No local,segundo Marçal Goulart, superin-tendente de gestão operacional daInfraero, devem ser construídoshangares e pistas de manobra eacesso a eles. Sem citar valores, ele

afirma que em aeroportos comdemanda alta, como é o caso deCongonhas, a arrecadação que já ébastante significativa pode serainda maior depois da liberaçãodos espaços ocupados pelas aero-naves. “Não temos ainda o cálculo,mas já se sabe que o aproveita-mento dessas áreas vai trazermelhorias e até mesmo mais recur-sos para os aeroportos”. Em média,o aluguel mensal de um hangarchega a custar R$ 500 mil.

Mas para poder contabilizaresses ganhos futuros, a Infraeroteve que abrir mão de receber astarifas de permanência em solo e

áreas, como é o caso de Manaus(AM). Por lá, as obras de amplia-ção do aeroporto Eduardo Gomespodem até ser paralisadas se asduas aeronaves da Vasp nãoforem retiradas até o início demarço. “Não queremos que ogoverno perdoe dívidas deempresários, mas apenas impedirque o país seja refém de proces-sos judiciais que se arrastam aolongo dos anos”, afirma Melek.Nos casos em que não houveracordo com a Infraero para o“perdão” da dívida, o juiz afirmaque as aeronaves poderão serretiradas mediante autorização

RECICLAGEM Alumínio, metal, borracha e

Aviões viram panelasDESCARTE

Depois de desmontadas, asaeronaves não têm outra utili-zação senão o reaproveita-mento dos materiais comomatéria-prima para outrosprodutos. E o destino de equi-pamentos tão modernos e quesempre mexeram com o imagi-nário de tantas pessoas nãovai muito além de solas desapatos e panelas.

Com valor inferior ao daslatinhas de refrigerante e cer-veja, o alumínio aeronáuticoretirado das aeronaves sópode ser aproveitado para afabricação de panelas, gra-des, esquadrias e estantes.Segundo Marlos Melek, juizauxiliar da CorregedoriaNacional de Justiça e presi-dente da Comissão Executivado programa Espaço LivreAeroporto, por ser muito velhoe já estar oxidado, o processode reciclagem se torna difícil eo material perde o valorcomercial.

A borracha dos pneustambém tem pouco valor,

justamente pelo desgastecausado pelo uso e pelotempo de abandono, e acabasendo transformada em solade sapato. O metal é trans-formado em vigas de cons-trução civil.

No aeroporto deCongonhas, em São Paulo,toda a sucata retirada dasaeronaves desmontadas foileiloada no início de feverei-ro. Eram mais de 80 milpeças, entre parafusos, asas,turbinas, mesas de refeição,parafusos aeronáuticos earruelas de vedação. Osaviões foram cortados com autilização de máquinas e aspeças poderiam ser escolhi-das pelos interessados nopróprio aeroporto.

No Rio de Janeiro, no aero-porto do Galeão, as aeronavesforam vendidas inteiras parasucateiros que trabalham nodesmonte manual. O materialrecolhido deve ser vendidopara indústrias de plástico,metal e alumínio.

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do juiz da ação ou até mesmo doMinistério Público Federal.

Março também é o prazo pre-visto para o início da retirada dosseis aviões abandonados noAeroporto Internacional JuscelinoKubitschek, em Brasília (DF). Sãotrês Boeigns 767-200 daTransbrasil e três Boeings 737-200da Vasp que ocupam uma áreaincluída no projeto de amplia-ção do aeroporto. Outros aero-portos como Salvador (BA) eCampinas (SP) também têmaeronaves ocupando espaçosnecessários para aumentar acapacidade de operação.

Depois de iniciada, a desmonta-gem de cada um dos aviões deveacontecer em até dez dias. Cadasucata vale aproximadamente R$30 mil e o valor arrecadado com avenda deve ser utilizado para qui-tar as dívidas das companhias.Segundo Melek, a ideia inicial doprograma Espaço Livre Aeroportoera tentar recuperar as aeronavese até mesmo fazer com que elasvoltassem a voar, mas laudos daAnac revelaram que a grandemaioria delas já havia parado comdeficiências. “Em média, a vida útilde um avião de grande porte é de60 mil ciclos de pressurização (pro-

cedimento de fechar as portas,voar e abrir as portas novamente).Mas as aeronaves da Vasp játinham completado 90 mil. Issoimpediu qualquer tipo de reapro-veitamento do material que nãofosse a destinação para sucata”,explica o juiz.

Além das aeronaves que fazemparte da massa falida das empre-sas, outras 300 de menor portetambém ocupam espaço nos aero-portos do país. A maioria delas foiapreendida em operações de com-bate ao tráfico de drogas e agoraestá sendo entregue aos tribunaisde justiça dos Estados.

Batizadas como Espaço Livre Ie Espaço Livre II, as aeronavesCesna 206, apreendida em SãoPaulo, e Seneca II, apreendida emGoiás, já fazem parte do patrimô-nio do Poder Judiciário doAmazonas e de Mato Grosso, res-pectivamente. Outras duasdevem ser entregues até o finalde março para os tribunais deMato Grosso do Sul e do Pará.

“Esses aviões têm aumentado apresença do Judiciário em algu-mas localidades. Além de seremutilizadas em operações, elastransportam juízes e desembarga-dores”, conta Melek. !

plástico são aproveitados pela indústria

CNJ/DIVULGAÇÃO

SUCATAS EM AEROPORTOS Manaus: 6

Salvador: 3

Recife: 2

São Luís: 1

Brasília: 6

Rio de Janeiro/Galeão: 13**

Campinas/Viracopos: 7

São Paulo/Guarulhos: 7

Porto Alegre: 1***

Fonte: CNJ

São Paulo/Congonhas: 9*Belo

Horizonte: 1

* 4 já foram desmontados, 1 foi leiloado inteiro em fevereiro e 4 tinham desmonte previsto para fevereiro

** 4 Boeings 727-700 da VarigLog já tiveram o desmonte iniciado*** Desmonte já iniciado

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201234

Na medida em que as açõesforem incorporadas às rotinasdos transportadores, commelhor gestão dos combustíveise aperfeiçoamento do sistemade armazenamento, haveráredução de custos e efetivosganhos ambientais, devido aomelhor desempenho dos veícu-los, menor desgaste dos moto-res e melhor eficiência energéti-ca. Em relação ao uso dos veícu-los, por exemplo, é necessárioefetuar a limpeza ou troca dotanque em veículos antigos, poiso óleo diesel B pode trazerimpurezas ao motor.

Oóleo diesel B, comer-cializado atualmenteno Brasil, consiste emuma mistura do diesel

com um percentual de 5% debiodiesel, sendo conhecido tam-bém como B5. Essa adição debiodiesel proporciona benefí-cios ambientais e estratégicospara o país. Mas para que taisresultados sejam alcançados, énecessário adotar alguns proce-dimentos após a produção docombustível. Cuidados no trans-porte, no recebimento, no arma-zenamento e também em rela-ção ao uso são fundamentaispara que a eficiência do óleodiesel B seja percebida.

E para orientar o setor de trans-porte de cargas e de passageirossobre como proceder, a CNT e oSest Senat lançaram em fevereiro omanual “Procedimentos para aPreservação da Qualidade do ÓleoDiesel B”. O documento, elaboradono âmbito do Despoluir – ProgramaAmbiental do Transporte, pode serconsultado na íntegra no sitewww.cnt.org.br. Quem quiser a ver-são impressa deve fazer uma solici-tação no endereço eletrônico.

A água é um dos principaiscontaminantes do óleo diesel B.Conforme algumas especifica-ções da ANP (Agência Nacionaldo Petróleo, Gás Natural eBiocombustíveis), logo quandosai das usinas, se o caminhãotanque estiver em condiçõesimpróprias, o combustívelpoderá ser contaminado e ter oíndice de umidade elevado.Também é importante que ostanques de armazenagem quereceberão o combustível este-jam totalmente limpos.

No Brasil, desde 2010, oóleo diesel é comercializado

com a adição de 5% de biodie-sel. Na cidade do Rio deJaneiro, por exemplo, há tes-tes com o B20 (20%). Emjaneiro de 2008, ocorreu a pri-meira adição do biocombustí-vel no país, com o percentualde 2% (B2). Em julho de 2009,passou para B4 (4%) e, emjaneiro de 2010, para 5%.

Na Alemanha, que é o maiorprodutor de biodiesel domundo, os postos comerciali-zam o B100, ou seja, 100% debiodiesel. Na Itália, são vendi-dos o B5 e o B25. E nos EstadosUnidos, o mais comum é o B20.

CNT e Sest Senat lançam manual sobre procedimentos para garantir benefícios ambientais

e econômicos pelo uso do combustívelPOR CYNTHIA CASTRO

Cuidados paraa eficiência

ÓLEO DIESEL B

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FOTOS CNT/DIVULGAÇÃO

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Alguns Estados têm o B2, e oB100 ainda é pouco utilizado.

O documento da CNT tam-bém aborda a história do bio-diesel. Atualmente, o Brasil éo segundo produtor mundial.O clima favorável, a disponibi-lidade de terras para agricul-tura e a diversidade de olea-ginosas credenciam o paíspara ser o maior fornecedormundial de biodiesel, confor-

me aponta o documento daCNT e do Sest Senat.

O biodiesel pode ser produ-zido a partir de diversas fon-tes, como girassol, algodão,canola, andiroba, buriti, entrevárias outras. No Brasil, 85%da produção é proveniente dasoja. Segundo dados da ANP,em 2011, a produção nacionalfoi de 2,4 bilhões de litros docombustível. Na Alemanha, que

ocupa a primeira posição doranking, o combustível é pro-duzido a partir da canola, e oano de 2010 foi fechado com2,6 bilhões de litros.

De acordo com as especifica-ções da ANP, o óleo diesel é clas-sificado como A ou B. O óleo die-sel A é aquele que está isento debiodiesel, é produzido a partirdo petróleo e provoca maispoluição. Esse combustível rece-

VEJA ALGUMAS DICAS PARA PRESERVAR O ÓLEO DIESEL B1 – TransporteO óleo diesel B deve sair da usina com um máximo de 500 (ppm) partes por milhão de volume de água dissolvida. Se o combustível entrar em contato com a umidade, esse índice aumenta• O tanque do caminhão, trem, balsa ou navio

precisa estar totalmente limpo, na parte externa e interna

• Se o tanque foi utilizado para o transporte de gasolina ou álcool, a limpeza deve ser feita com muito cuidado

• Se já tiver sido usado para o transporte de óleo vegetal, solvente e lubrificante, o óleo diesel B não poderá ser transportado

• O tanque deve ser mantido o mais cheio possível, visando eliminar bolsões de ar

2 – RecebimentoÉ preciso redobrar os cuidados no ato do recebimento,antes da descarga do combustível nos tanques de armazenagem• Se possível, o caminhão deve ser estacionado em uma

rampa com inclinação para o lado dos bocais do descarregamento

• O veículo precisa ficar parado pelo menos cinco minutos antes de iniciar a operação de descarga. Assim, impurezas são depositadas no fundo

• Inspeção visual no combustível é importante no momento do recebimento. Cumprir recomendação da ANP

• Os tanques devem ser checados, antes da descarga do combustível, para verificar se estão isentos de água

3 – ArmazenamentoO óleo diesel B é incompatível com cobre, chumbo, cádmio, estanho, titânio,zinco, aços revestidos, bronze, latões,ligas metálicas que contêm esses metais e aços galvanizados• Recomenda-se tanques de dupla

camada de aço carbono, aço inox ou alumínio

• O óleo diesel B deve ficar armazenadopor no máximo 30 dias

• Os tanques devem ser mantidos cheios o máximo possível para reduzir a presença de oxigênio e vapor d’água

O Brasilutiliza o

óleo diesel

B5desde 2010

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beu o nome em homenagem aoengenheiro mecânico alemãoRudolf Christian Karl Diesel(1858 – 1913) e apesar de ser pro-duzido, o mesmo não é maiscomercializado.

DespoluirO programa Despoluir, desen-

volvido desde julho de 2007,acompanha e apoia iniciativasvoltadas à evolução da qualida-

de do diesel e busca disseminarinformações ambientais dosetor. O presidente da CNT e doSest Senat, senador ClésioAndrade, reforça que a propostado documento lançado em feve-reiro é “aprimorar as práticas dosetor, adotando formas maiscorretas e eficientes de manu-seio do óleo diesel B”.

Clésio Andrade disse aindaque as informações servirão

como um guia não apenas paraos técnicos responsáveis pelacoordenação e pela manutençãode frotas, como também paratodos os profissionais ligados àgestão das empresas. “A preocu-pação com a qualidade do dieselvendido no Brasil e o nível deemissão de poluentes da ativi-dade transportadora são doistemas fundamentais na pautada CNT e do Sest Senat.” !

Fonte: Manual Procedimentos para a Preservação da Qualidade do Óleo Diesel B, disponível na íntegra em www.cnt.org.br.

4 – DrenagemComo a água é um dos principais contaminantes do óleo diesel B, uma rotina rigorosa de drenagem é primordial• Os tanques com mais de 100 mil litros devem ser

drenados entre duas e três vezes por semana, respeitando também o repouso de 30 a 60 minutos para a decantação

• Mas, independentemente, da capacidade, no momento da drenagem, o tanque não pode estar em operação (em processo de recebimento ou transferência de combustível para o consumo)

5 – Uso nos veículosAlguns procedimentos são fundamentais para se obter um bom desempenho energético do óleo diesel B, dos motores e de seus sistemas de queima, minimizando custos e emissões de poluentes• Encher o tanque dos veículos ao final de cada turno de

trabalho, quando o equipamento costuma ficar algumas horas parado. Assim, evita que a umidade do ar se condense, contaminando o produto

• É necessário eliminar todo e qualquer vazamento queapareça no sistema de combustível, essa prática evita odesperdício e minimiza os riscos de incêndios

• Se o veículo tiver que ficar parado por muitos dias, aovoltar a operar, troque os filtros de combustível e reabasteça com óleo diesel B novo

SERVIÇOManual “Procedimentos para aPreservação da Qualidade doÓleo Diesel B”Disponível: www.cnt.org.br

Em 2010,Brasil

produziu

2,4 bide litros

de biodiesel

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Um novo marco regulató-rio para o modal ferro-viário vem sendo discu-tido entre a ANTT

(Agência Nacional de TransportesTerrestres), os operadores e asempresas do setor. As novas pro-postas de exploração envolvem asduas ferrovias que vêm sendoconstruídas pela Valec. A mudan-ça propõe que a administração e amanutenção da malha sejamseparadas da operação ferroviá-

ria. Nesse modelo, chamado desegregado, ou de ferrovia aberta,uma determinada empresa geren-cia o trecho e diferentes operado-res prestam serviços aos usuáriosnos respectivos intervalos. Asregras dividem opiniões e, ao quetudo indica, as definições aindavão levar algum tempo paraserem estabelecidas.

As futuras ferrovias são aNorte-Sul, que vai de Belém (PA)até Anápolis (GO), e a Fiol (Ferrovia

de Integração Oeste-Leste), queligará Ilhéus (BA) a Figueirópolis(TO). Com exceção do trecho daNorte-Sul, entre Açailândia (MA) ePalmas (TO), já explorado pelaVale, que adquiriu o direito de sub-concessão em 2007, com investi-mento de, aproximadamente, R$1,5 bilhão, todo o restante da novamalha, que compreende asdemais extensões da Norte-Sul e atotalidade da Fiol, será envolvidonas novas regras de exploração.

A Valec, por meio de suaassessoria de imprensa, infor-ma que as obras da FerroviaNorte-Sul devem ser concluí-das entre 2012 e 2014. O tre-cho entre Palmas, Uruaçu (GO)e Anápolis, com extensão de855 km, tem previsão de serterminado ainda este ano. Jáentre Anápolis e Estrela-d’Oeste (SP), com 681 km, em2014.

A expectativa é que as obras daFiol se estendam até 2015, confor-me a Valec. Entre Ilhéus e Caetité(BA), as intervenções do trecho de537 km devem terminar em 2014.Entre Caetité, Barreiras e SãoDesidério (BA), intervalo que com-preende 485 km, as obras serãoconcluídas em 2015. O trecho entreBarreiras, São Desidério eFigueirópolis, de 505 km, aindaestá em fase de estudo de projetose sem previsão de ser concluído.

A Fiol está orçada em R$7,43 bilhões. Já os investimen-tos da Norte-Sul podem chegara R$ 6 bilhões.

De acordo com a ANTT, asnovas resoluções tratam dodireito do usuário, fixam metaspor trechos para as ferrovias eregulamentam a maneira comouma concessionária poderá

Futuroincerto

POR LETICIA SIMÕES

FERROVIAS

Proposta de separar a administraçãoe a manutenção da malha da operação

ferroviária divide opiniões

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 39

entrar na malha da outra, opera-ção conhecida no setor comodireito de passagem.

O que a autarquia propõe parao direito de passagem é a cobran-ça de pedágio. A agência pretendefixar critérios para o cálculo dovalor da taxa e, também, como aoperação vai funcionar.

O economista Josef Barat,especialista em transporte elogística, afirma que o novomodelo se assemelha “generi-

camente” ao do setor elétrico, àmedida que institui a figura dogerenciador da malha. “Isso sig-nifica regular os direitos de pas-sagem e o tráfego mútuo comregras bem claras a serem esta-belecidas. A proposta apresentaa grande vantagem de oferecerum gerenciamento que trans-cende os interesses específicosdos operadores da malha e inte-gra a operação ferroviária deforma mais ampla.”

Segundo ele, o fato de o novomarco envolver as ferrovias emconstrução, que vão apresentarpadrões tecnológicos maismodernos, faz o modelo ser perti-nente à realidade do modal ferro-viário brasileiro. “Há previsões deimportantes fluxos de granéis aserem escoados pelas ferrovias,em distâncias longas, com boaschances de sucesso. Não é possí-vel apontar se a proposta se apli-caria às malhas já existentes, mas,

em princípio, a ideia de se ter umgerenciador privado do sistema émuito boa.”

A ANTT, por meio de sua asses-soria, afirma que ainda não hánada resolvido quanto ao novomarco regulatório e, por isso, nãoconfirma quais empresas jádemonstraram interesse emexplorar as duas futuras ferrovias.

A autarquia ratifica que omodelo proposto não vai atra-palhar o fluxo atual da malha,

NORTE-SUL Obras em trecho da ferrovia já explorada pela Vale, em Colina (TO)

VALE/DIVULGAÇÃO

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na linha e o trecho sendo adminis-trado por um terceiro, a questãotécnica pode ter prejuízo.”

Vilaça diz que a propostagera maior grau de complexi-dade à operação ferroviária.“Se tiver um trem quebrado, dedeterminada empresa, vaicomplicar a passagem deoutros carros de companhiasdistintas. Com o modelo atual,o operador tem seu centro decontrole e consegue gerirmelhor situações do tipo, poispode redirecionar suas ações.Ocorrências assim, no modelo

pois haverá uma adaptaçãopara a resolução que está sendoprojetada. Ainda de acordo coma agência, não há previsão paraque as discussões sejam con-cluídas.

A ANTF (Associação Nacionaldos Transportadores Ferroviários)não concorda com as novasregras. Rodrigo Vilaça, diretor-executivo da entidade, afirma queos operadores não querem abrirmão de operar e gerir a malha.“Não existe caso de êxito paraesse tipo de gestão ferroviária nomundo. Com mais de um agente

CUSTO

Operação também visa passageirosMODELO

O novo marco regulatórioproposto pela ANTT, apesarde ainda não ter estabeleci-do e oficializado as normas,pretende adotar na novamalha tanto o transporte decargas como de passagei-ros, em trechos ainda aserem definidos.

A agência, por meio desua assessoria, informa queas concessionárias queexploram a malha atualpodem, eventualmente, deci-dir migrar para o novo mode-lo, explorando o transportede passageiros. A ANTT estu-da a possibilidade dessemodo de operação para asfuturas ferrovias desde 2009,com base no modelo adota-do na Europa, que liga gran-des metrópoles.

A previsão é que os trenspossam circular a uma velo-cidade de até 200 km/h nanova malha. De acordo coma autarquia, a operação detrens de passageiros vaidepender da demanda deusuários e do interesse deoperadores.

O engenheiro mecânicoVicente Daniel Vaz da Silva,especialista em ferrovias,afirma que a nova rota parao transporte de passageiros

deve ter sua gestão com-pensada com a quantidadede paradas e tempo emcada parada. “Um trem dire-to entre metrópoles, de cen-tro a centro, em um sistemade compra de bilhetes nahora, reduz o tempo total daviagem. Velocidades acimade 120 km/h já requeremnível tecnológico mais altoe, consequentemente, cus-tos de implantação e opera-cional maiores.”

De acordo com Silva, ogoverno deve fornecer asestações e a eletrificaçãodas vias. “A concessão seriamais atrativa, a negociaçãomenor e o custo para osusuários mais em conta.”

Segundo a ANTT, o debatesobre o transporte de passa-geiros nas ferrovias Norte-Sule Fiol (Ferrovia de IntegraçãoOeste-Leste) ainda está emcurso. A agência ratifica que onovo modelo entrará em vigorcom a alteração doRegulamento do TransporteFerroviário, em análise noMinistério dos Transportes ena Casa Civil, e que, na condi-ção de órgão regulador que é,aguarda a definição do queserá decidido pelo governopara iniciar suas ações.

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 41

Baldez, presidente da Anut(Associação Nacional dosUsuários do Transporte deCarga), apoia as propostas daANTT para as novas ferrovias.“O modelo abre concorrênciano setor e isso é positivo paraqualquer atividade econômica.”

Para Baldez, com a entrada deoutros operadores e com as ferro-vias em pleno funcionamento, omodal ferroviário tende a crescer.“A oferta de transporte seráaumentada, com novas conces-sões para os trechos que serãoconcluídos. Será um avanço consi-

proposto, vão causar umasérie de problemas.”

O dirigente faz uma pondera-ção ao analisar a maior competiti-vidade que as novas regraspodem representar para o setor,com mais empresas operandouma mesma malha. “Esse é oponto a ser avaliado com maisdedicação. Há um entendimentode que a abertura dos trechos daNorte-Sul e da Fiol incentive a con-corrência. A questão precisa sermais bem dialogada entre as auto-ridades e os agentes do modal.”

Luiz Henrique Teixeira

derável para o setor e para a eco-nomia nacional.”

Mesmo com a ANTT nãodivulgando os possíveis interes-sados em explorar as futurasmalhas, Baldez acredita queempresas ligadas aos setoresde mineração e de grãos jáestão atentas para negociarsuas respectivas participações.“As ferrovias ainda estão sendoconstruídas e podem ter suaconclusão atrasada. O usuáriotambém aguarda por defini-ções. O setor está em compassode espera.”

O engenheiro mecânicoVicente Daniel Vaz da Silva,especialista em ferrovias, anali-sa de modo positivo o controleda malha feito por uma empre-sa independente. “Assim comoum banco executa várias moda-lidades de aplicações, um órgãogestor pode, com regras plane-jadas, firmes, independentes eduradouras, proporcionar umaoperação equilibrada entre aobtenção de receitas, o serviço,a comunidade e o desenvolvi-mento regional.”

Na visão de Silva, a possívelconcorrência que poderá surgircom o novo marco regulatórionão deve privilegiar apenas alucratividade. “Ela deve ter focono benefício das comunidades. Omodal precisa visualizar a comu-nidade e a função social. Desse

modo, haverá um estímulo à efi-ciência, tendo em vista que maisde uma operadora vai prestar omesmo serviço.”

Ele aponta como principaisvantagens do modelo a reduçãono tempo de transporte, a concor-rência entre os operadores e odesenvolvimento regional peloescoamento da produção local.

O especialista afirma quealguns aspectos devem ser maisbem discutidos, a fim de evitarque haja na gestão das futurasmalhas influência política e ociosi-dade da via pelo direito de passa-gem, empenhado para uma ououtra operadora.

Barat destaca que o êxito domodelo está ancorado na compe-tência e na capacidade de aplica-ção de deliberações por parte dogerenciador privado. “Para geriras futuras malhas será precisoindependência na tomada de deci-sões, além de capacidade técnicae de credibilidade.”

Para ele, o modelo mais ade-quado à realidade do modal, comas duas ferrovias em operação,deve ter regras claras quanto àregulação dos problemas relacio-nados com os direitos de passa-gem e ao tráfego mútuo. “Asregras devem oferecer espaçopara que os operadores possamter o suporte de um gerenciadorque racionalize o uso das infraes-truturas ferroviárias.” !

A Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) está orçada em R$ 7,43 bilhões

VALEC/DIVULGAÇÃO

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REPORTAGEM DE CAPA

(Des) AbasteciFalta de planejamento causa impacto direto na dis

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JÚLIO FERNANDES/CNT

mento urbano?tribuição de mercadorias nas cidades brasileiras

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201246

Andando entre asgôndolas dos super-mercados, escolhen-do peças de vestuá-

rios, livros ou CDs em lojas decentros de compras, oumesmo pedindo um simplescafezinho no balcão da pada-ria da esquina do trabalho,consumidores de todo o paísnão imaginam o processo queestá por trás da entrega des-ses produtos em seus pontosde venda.

A cadeia da logística urba-na é ampla e envolve açõesque vão desde a compra damatéria-prima até a distri-buição final da mercadoriacom eficiência, segurança ebaixo custo. Porém, a falta deplanejamento urbano temimpedido que esse ciclo sejacompleto, principalmentenas grandes cidades brasilei-ras, o que pode impactar, deforma negativa, diretamenteno crescimento econômicodo país.

Um comércio sem produtosé sinal de prejuízo. E, diantedessa realidade, encontraruma solução econômica esocialmente viável para todos

os atores envolvidos no pro-cesso não é tarefa fácil. A dis-tribuição urbana de mercado-rias esbarra em problemascomo o crescimento desorde-nado das cidades, o excessode veículos nas ruas e a faltade uma infraestrutura ade-quada.

“O crescente tráfego deveículos nas ruas das cidadesé um dos principais proble-

mas porque dificulta a circu-lação dos produtos e faz comque o custo operacional sejacada vez mais elevado”, dizLeise Kelli de Oliveira, doutoraem Engenharia de Produção eprofessora adjunta doDepartamento de Engenhariade Transportes e Geotecnia daUFMG (Universidade Federalde Minas Gerais).

Segundo dados do

DESRESPEITO Em Brasília, carros de passeio ignoram as placas de sinalização e ocupam as

POR LIVIA CEREZOLI

“O crescente tráfego de veículos naslogística urbana, pois dificulta a circulaLEISE KELLI DE OLIVEIRA, PROFESSORA DA UFMG

Carrosocupam

45%das vagaspara carga

em BH

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ções nos sistemas de carga edescarga e uma revisão nasregras das restrições de cami-nhões nas regiões centrais dascidades brasileiras.

De acordo com ela, proibiro caminhão de circular, comojá acontece em mais de 20municípios, até funciona emalguns momentos, mas nãopode ser a solução definitiva.É preciso criar mecanismosmais eficientes para a entre-ga de mercadorias.

Uma das principais solu-ções apresentadas por elaseria a construção de centrosde distribuição integradalocalizados próximos às rodo-vias que dão acesso às cida-des. Cada empresa entregariaos seus produtos no mesmolocal, e as cargas para o abas-tecimento dos pontos devarejo seriam consolidadasem um único veículo.

“Os estabelecimentos rece-beriam produtos todos os diasem menores quantidades.Acreditamos que dessa manei-ra seja possível reduzir em,aproximadamente, 50% o flu xoatual de veículos de carga emBelo Horizonte, sem prejudicaro comércio nem o transporta-dor, por exemplo”, diz Leise.

Denatran (DepartamentoNacional de Trânsito), a frotanacional de veículos cresceu137,34% entre 2000 e 2011,passando de 29,7 milhõespara 70,5 milhões.Levantamento da Anfavea(Associação Nacional dosFabricantes de VeículosAutomotores) mostra quesomente em 2011, 3,633milhões de novos veículos

foram licenciados e passa-ram a circular.

Leise, que também é umadas coordenadoras do CLUB(Centro de Logística UrbanaBrasileiro) – grupo formadopor pesquisadores, represen-tantes de órgãos públicos eoperadores logísticos para dis-cutir o assunto – defende umnovo conceito na aplicação dalogística urbana, com altera-

JÚLIO FERNANDES/CNT

CRESCIMENTO ACELERADOVeículos em circulação no país

EVOLUÇÃO DA FROTA TOTAL2000 29.722.9502001 31.912.8292002 34.284.9672003 36.658.5012004 39.240.8752005 42.071.9612006 45.372.6402007 49.644.0252008 54.506.6612009 59.361.6422010 64.817.9742011 70.543.535

VEÍCULOS LICENCIADOS POR ANO2000 1.489.4812001 1.601.2822002 1.478.6212003 1.428.6102004 1.578.7752005 1.714.6442006 1.927.7382007 2.462.7282008 2.820.3502009 3.141.2402010 3.515.0642011 3.633.248

Fonte: Denatran, Anfavea

vagas destinadas aos veículos de carga

cidades brasileiras é um dos principais problemas da ção dos produtos e faz o custo operacional aumentar”

“Faltaconhecer

melhor comoas cidades sãoabastecidas”FLÁVIO BENATTI, PRESIDENTE DA FETCESP

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CONTROLE A restrição ao trânsito de caminhões

Pedro Moreira, presidenteda Abralog (AssociaçãoBrasileira de Logística), com-partilha a opinião de Leise.“Não descartamos a necessi-dade de se restringir o trânsi-to de veículos de uma formageral, mas é preciso que adecisão seja planejada e ade-quada às realidades do gover-no, dos varejistas e dos trans-portadores”, afirma. De acor-

Questão ambiental preocupaPOLUIÇÃO

A falta de planejamentoadequado para a distribui-ção de mercadorias nos cen-tros urbanos interfere tam-bém nos níveis de poluiçãoda cidade. De acordo comPaulo Saldiva, médico pato-logista, professor titular doDepartamento de Patologiada Faculdade de Medicina daUSP (Universidade de SãoPaulo), aproximadamente7.000 pessoas morrem porano na capital paulista devi-do aos elevados índices depoluição.

“A cada duas horas queum motorista fica no trân-sito, exposto a toda aquelafumaça, corresponde a umcigarro fumado. Podeparecer pouco, mas paraquem já tem algum proble-

ma de saúde pode serfatal”.

Segundo ele, para evitarproblemas desse tipo é pre-ciso reavaliar as priorida-des da utilização das viasurbanas. Saldiva defende aredução do número de veí-culos em circulação, princi-palmente os de uso indivi-dual. Para o professor, arestrição imposta aos cami-nhões de maior porte emalgumas cidades não trazuma solução muito efetivano controle da poluição.“Trocar um caminhão gran-de por vários menores atépode melhorar o tráfego,mas os níveis de poluiçãoacabam ficando até piores,porque a eficiência opera-cional é menor”.

“No últimoano, a frotade carga edescarga

dobrou emCuritiba”

GILBERTO CAMARGO, AGÊNCIA CURITIBA

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OSLAIM BRITO

cresce a cada dia na capital paulista

do com ele, proibir o tráfegode caminhões obriga asempresas a aumentarem aquantidade de veículos meno-res em circulação, mas geracusto e não alivia o trânsitonos grandes centros.

Dados da Abralog apontamque o custo logístico poderepresentar entre 8% e 20%do faturamento das empre-sas, dependendo do tipo de

produto transportado. Issogera aumento no preço fecha-do das mercadorias porque ovalor acaba sendo repassadoao consumidor final.

Na capital paulista, segun-do Flávio Benatti, presidenteda Fetcesp (Federação dasEmpresas de Transporte deCarga do Estado de SãoPaulo), a construção dessescentros de distribuição noRodoanel , como previa o pro-jeto original, perdeu espaçopara a especulação imobiliá-ria. “Esses locais nunca foramprioridade para o transportede cargas e a consequênciadisso são empresas menosprodutivas”. O Rodoanel éuma obra viária que circundaa Região Metropolitana deSão Paulo, interligando seterodovias. A construção teveinício em 1998, chegando aofinal com aproximadamente176 km de extensão, dos quais132 km já estão em funciona-mento.

Além disso, Benatti fazoutro alerta. “É preciso quehaja planejamento na cons-trução dos centros comer-ciais. Falta conhecimento

sobre como a cidade é abas-tecida. Não se pode concederalvará para qualquer shop-ping ser construído em locaisonde não seja possível reali-zar os procedimentos decarga e descarga de maneiraeficiente”.

A falta de investimentosem transporte público tam-bém afeta diretamente otransporte de cargas nasgrandes cidades. SegundoVander Francisco Costa, pre-sidente da Fetcemg(Federação das Empresas deTransportes de Carga doEstado de Minas Gerais), nosúltimos dez anos, o custo dotransporte em Belo Horizontepraticamente dobrou devidoà queda de produtividade.“Sem ônibus e metrô real-mente eficientes, os cidadãossão obrigados a usar o carroparticular para tudo e issocongestiona o trânsito.Nossos caminhões acabamretidos nas ruas. Se há algunsanos um mesmo caminhãoconseguia realizar váriasentregas no mesmo dia,atualmente, ele não faz maisdo que uma por período”.

A frota deveículoschegou a

70,5 mino ano

passado

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E o excesso de veículosacarreta ainda outro proble-ma que também influencia naeficiência do abastecimentourbano. De acordo com Leise,coordenadora do CLUB, existeum desrespeito às vagas des-tinadas à carga e à descarganos centros urbanos. “Écomum presenciarmos carrosocupando os estacionamen-tos especiais para os cami-nhões, o que obriga os mes-

“Sem ônibus e metrô eficientes, os para tudo e isso congestiona o trânVANDER FRANCISCO COSTA, PRESIDENTE DA FETCEMG

Restrição chega à marginal TietêPOLÊMICA

Em São Paulo, a restri-ção ao tráfego de cami-nhões em determinadasáreas da cidade tem sidotema de discussão entrepoder público, represen-tantes da indústria ecomércio e transportado-res desde a sua criação, em2008.

O mais recente capítulodessa história teve inícioem dezembro do ano pas-sado, com a publicação daportaria nº 143/11, daSecretaria Municipal deTransportes, que estende aproibição da circulação decaminhões pela marginalTietê nos períodos entre4h e 10h e entre 16h e 22h,de segunda a sexta-feira, edas 10h às 14h, aos sábados.

Inicialmente, a fiscaliza-ção começaria em janeiro,mas o Setcesp (Sindicatodos Transportadores deCargas do Estado de SãoPaulo) conseguiu que a

decisão fosse adiada e oscaminhões que transitarempelo local nos horáriosproibidos só serão multa-dos a partir de 1º de março.

Segundo a portaria,serão considerados irregu-lares e passíveis de autua-ção por transitar em locaise horários não permitidosos veículos que não estive-rem devidamente cadastra-dos. A multa é de R$ 85,13com acréscimo de quatropontos na CarteiraNacional de Habilitação.

“A marginal é umaimportante via de acesso àcidade de São Paulo. Sãodez rodovias que se interli-gam e isso, com certeza,vai causar prejuízos noabastecimento da cidade”,diz Francisco Pelúcio, pre-sidente do Setcesp.

De acordo com ele,aproximadamente 80 milcaminhões circulam pordia na marginal Tietê.

Somente pela Via Dutra,estima-se que 1.400 cami-nhões entrem em SãoPaulo por hora. Com oshorários da restrição, osindicato acredita que9.000 veículos devam ficarparados diariamente. “Ocaminhão que não pudercircular vai ficar paradoonde? E os riscos de roubode carga?”, diz Pelúcio.

A CET (Companhia deEngenharia de Tráfego)não quis comentar oassunto e, em nota, infor-mou que “tem realizadouma série de reuniões comrepresentantes das indús-trias, sindicatos ligadosaos trabalhadores dotransporte de cargas,empresas de transporte decargas e caminhoneirosautônomos. O objetivo éprestar esclarecimentossobre a restrição ao trânsi-to de caminhões na margi-nal Tietê e entorno”.

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mos, muitas vezes, a pararemem locais proibidos para rea-lizar a entrega.”

Um estudo realizado pelaequipe da professora mostraque na região central da capi-tal mineira, 45% das vagas decarga e descarga são ocupa-das por veículos particulares.Isso prejudica o desempenhodos caminhões que acabamrodando por mais tempo embusca de um local seguro para

estacionar. O levantamentofeito em Belo Horizonte apon-ta que, em média, o tempogasto na busca por uma vagade estacionamento no centroda cidade é de 9,5 minutos,variando de acordo com oshorários de pico do trânsito.Com esse tempo, o veículoacaba rodando 15,8% a maisque o necessário se as vagasde carga e descarga estives-sem livres.

Em Brasília, esse tambémparece ser um hábito fre-quente. Segundo o presidentedo Sindibras (Sindicato dasEmpresas de Transportes deCargas no Distrito Federal),Juvenil Martins de MenezesFilho, as transportadoras atécontrataram mais funcioná-rios para agilizar a entrega ereduzir o tempo que o cami-nhão fica estacionado emlocal irregular. “Essa foi aúnica maneira que consegui-mos encontrar para cumpriros prazos e não prejudicar oestabelecimento comercial.Não podemos deixar deentregar a mercadoria.Infelizmente, isso gera maiscustos para a empresa”, afir-ma ele.

Para tentar solucionartodas essas questões, algumasiniciativas têm surgido. EmCuritiba, um projeto patrocina-do pelo BID (BancoInteramericano de Desenvol-vimento) e pela prefeitura pre-tende transformar a cidade emum modelo na distribuiçãourbana de mercadorias, assimcomo aconteceu com o siste-ma de transporte coletivo,exportado para outros países.

O estudo intitulado DUM

cidadãos são obrigados a usar o carro particularsito. Nossos caminhões acabam retidos nas ruas”

PARIS O serviço de entrega na região da avenida Champs Elysees utiliza pequenos veículos elétricos

LEISE KELLI DE OLIVEIRA/ARQUIVO PESSOAL

É possívelreduzir

30%da poluiçãonas cidades

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(Distribuição Urbana deMercadorias) teve início emfevereiro de 2011 e tem custototal de US$ 100 mil (80% sãorecursos do BID e 20%, daprefeitura). A previsão é queaté julho deste ano sejamlevantados os principais pro-blemas existentes na distri-buição de produtos dentro deCuritiba e apontadas as solu-ções. “Tudo está sendo discu-tido entre os atores envolvi-dos nesse processo: poder

IDEIA Na capital

Exemplos ao redor do mundoINICIATIVAS

O conceito de logística urba-na surgiu na Europa e no Japãoem meados dos anos 2000 paratentar solucionar os problemasda distribuição de mercadoriasnos grandes centros urbanos.Por lá, o elevado custo dos com-bustíveis fósseis e as exigênciasde controle de poluição ambien-tal foram os grandes motivado-res para que o poder público e ainiciativa privada unissem for-ças na busca de soluções.

De acordo com a professorado Departamento deEngenharia de Transportes eGeotecnia da UFMG, Leise Kellide Oliveira, no Japão, o metrô éutilizado como meio de trans-porte de cargas também. “Elesutilizam carrinhos de mão paraentregar mercadorias empequenas distâncias, reduzindode forma bastante drástica aquantidade de veículos circu-lando”, diz ela.

Outra iniciativa que vem deterras orientais é a internali-zação dos processos de cargae descarga dos caminhões.Segundo Leise, os estaciona-mentos subterrâneos dos pré-dios têm vagas específicaspara os caminhões que entre-gam diferentes produtos nomesmo local. Com isso, é pos-sível evitar transtornos notrânsito das cidades.

Na França, os veículos elé-tricos foram a solução encon-trada. O serviço Chronopostestá disponível, desde 2005,na 8ª região da avenidaChamps Elysees e, anualmen-te, realiza 450 mil entregasdos mais variados produtos. “Éuma espécie de carro elétricoguiado manualmente paraentregas em trajetos de até 1,5km de ida e volta”, diz Leise.Para distâncias mais longas,mas que não ultrapassam 10km, o serviço dispõe depequenos furgões, tambémelétricos.

Com mais de 600 mil entre-gas por ano, o La Petite Reineoferece serviços de entrega pormeio de bicicletas elétricas naregião do Museu do Louvre.Ambos os serviços têm comobase de distribuição os estacio-namentos subterrâneos locali-zados ao longo da avenida.

Para a professora, esses ser-viços poderiam ser utilizados,por exemplo, na avenidaPaulista, em São Paulo, umaregião com alta densidadecomercial que sofre diariamen-te com problemas de tráfego.“A solução é aplicável no Brasil,mas o entrave ainda é a adoçãode veículos elétricos por aqui.De qualquer maneira, podemosadaptar as ideias.”

“Nãodescartamosa restrição,

mas a decisãodeve serplanejadaPEDRO MOREIRA, DA ABRALOG

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público, transportadores evarejistas. Queremos que asdecisões sejam viáveis e aco-lhidas por todos”, diz GilbertoJosé de Camargo, diretor-pre-sidente da Agência Curitibade Desenvolvimento.

De acordo com ele, a rea-lidade de Curitiba é bastantesemelhante à de outras cida-des brasileiras. O excesso deveículos nas ruas impedeque a entrega de mercado-rias aconteça de forma efi-

ciente, e a previsão não émuito positiva. “Nos últimosanos, a frota de veículos decarga e descarga pratica-mente dobrou. As empresastiveram que adquirir novoscaminhões para cumprir osprazos e, se nada for feito, atendência é só piorar”.

A proposta inicial do proje-to de Curitiba é criar peque-nos centros de distribuiçãoem diferentes regiões dacidade e realizar a distribui-

ção das mercadorias por meiode veículos elétricos. O mode-lo já é utilizado em cidadescomo Tóquio, no Japão, eParis, na França. ParaCamargo, esse tipo de iniciati-va, além de solucionar os pro-blemas de cumprimento dehorários na entrega de mer-cadorias, pode também redu-zir a poluição nos grandescentros urbanos em até 30%.

Em Recife, a nova regra queentrou em vigor este ano

parece atender às necessida-des dos transportadores e docomércio, segundo AntônioJacarandá, presidente doSetcepe (Sindicato dasEmpresas de Transporte deCargas no Estado dePernambuco). Caminhões deaté seis metros podem utilizaras 139 vagas de carga e des-carga disponíveis na regiãocentral da cidade. É cobradoR$ 1 pela hora do estaciona-mento. “Como os veículos sãopequenos, esse prazo é sufi-ciente para efetuar a entrega.A medida tem funcionado deforma tranquila”.

Ainda não existem solu-ções prontas para todos osproblemas relacionados aotransporte de cargas nos cen-tros urbanos. As discussõesem torno do assunto apontampara o desenvolvimento deestratégias que levem emconsideração às característi-cas de cada cidade e àsnecessidades de todos os ato-res que participam do proces-so de distribuição de produ-tos, como o setor de transpor-te, os varejistas e o poderpúblico. !

LEISE KELLI DE OLIVEIRA/ARQUIVO PESSOAL

francesa, as bicicletas também são opções para o abastecimento urbano

No últimoano,

3,63 mide veículos

foramlicenciados

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OBrasil deve inaugurarneste ano a primeirausina piloto de produ-ção de energia das

ondas, no Ceará, com tecnologiatotalmente nacional. O projeto,instalado no quebra-mar do portode Pecém, perto de Fortaleza, estásendo implantado desde 2009.Após a inauguração, será testadodurante um ano para a verificaçãoda viabilidade. Os estudos e osprojetos executivos são desenvol-vidos pelo Laboratório deTecnologia Submarina, da Coppe -Instituto Alberto Luiz Coimbra dePós-Graduação e Pesquisa deEngenharia, da UFRJ(Universidade Federal do Rio deJaneiro), em parceria com aTractebel Energia e com o gover-no do Estado do Ceará.

Inicialmente, a usina funciona-rá como um laboratório de estu-dos. No primeiro ano, a energiagerada será destinada para usopróprio. Os pesquisadores irãoavaliar qual o custo de produção eo volume produzido, entre outrosfatores relevantes. “Vamos avaliarquão eficiente a máquina é paraextrair energia da onda do mar”,diz o pesquisador da Coppe Eliab

Ricarte Beserra, engenheiro civilcom pós-doutorado em energiasrenováveis do mar. “Se a usina semostrar viável, pode, por exem-plo, ser usada em alguma ilha oupara completar a energia elétricade outro lugar”, complementa. Oprojeto de implantação tem umcusto de R$ 12,5 milhões.

Beserra lembra que em 2000surgiu a primeira ideia de desen-volvimento desse tipo de usina noBrasil, durante as discussões em

um evento internacional de enge-nharia, no Rio de Janeiro. Como oBrasil tem cerca de 8.000 km decosta, o país oferece grandepotencial para esse tipo de gera-ção de energia. Os estudos iniciaistiveram o apoio do CNPq(Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico eTecnológico). Em 2004, foi assina-do um convênio entre a Coppe, aEletrobras e o governo do Cearápara a realização dos projetos

executivos para o desenvolvimen-to da máquina de geração deenergia das ondas.

Segundo o pesquisador, osventos constantes, que fazemdo Ceará um grande produtor deenergia eólica do país, têm con-sequência positiva na formaçãode ondas regulares. Essa carac-terística, aliada a uma políticaestadual em direção das fontesrenováveis de energia, conver-giu para a implantação do pro-

SUSTENTABILIDADE

Ceará terá a primeira usina piloto de produção

Energia que

POR CYNTHIA CASTRO

TECNOLOGIA Projeto desenvolvido pelo

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tótipo no Ceará, conforme expli-ca Beserra. Também já existiamdados fundamentais no Estadosobre o clima de ondas no portode Pecém.

Quanto mais perto da linha doEquador, as ondas têm menosenergia. E quanto mais próximodos polos, mais energéticas elassão. Na região da PatagôniaChilena, por exemplo, o potencialdas ondas é enorme. Mas o quetorna o Nordeste brasileiro bem

adequado para a produção dessetipo de energia é a regularidadedas ondas. “O clima no Nordestebrasileiro é constante. E essaregularidade é muito importanteporque torna a energia vendávele aumenta o valor de mercado”,afirma Beserra.

O modelo brasileiro de apro-veitamento da energia dasondas é parecido com um quechegou a ser implantado naCalifórnia (EUA), em 1909, mas

foi destruído por uma tempesta-de. “Imagine um equipamentoflutuador, como se fosse um bar-quinho ancorado. Toda vez que aonda passa, vai movimentaresse ‘barquinho’ (o flutuador). Aenergia da onda passa para oflutuador, que está acoplado emum braço mecânico ligado a umabase na terra”, diz o pesquisa-dor. Nessa base, há um processode bombeamento de água, queirá gerar a energia elétrica.

A energia do mar é conhecidahá muito tempo. Há cerca de 300anos, já havia o registro de umapatente de uma máquina, de umpai e filho franceses, para a gera-ção de energia a partir das ondas.Mas não se tem notícia hoje decomo era o dispositivo, de comofuncionava. Em 1909, a usina ins-talada na Califórnia chegou a ilu-minar o cais do porto.

Foi na década de 70, com osregistros de crises energéticas,

de energia a partir das ondas; inauguração será neste ano

vem das ondasUF

RJ/D

IVUL

GAÇÃ

O

Laboratório de Tecnologia Submarina da Coppe, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), está instalado no quebra-mar de porto no Ceará

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sador da Coppe, os principais cen-tros de pesquisa se encontram noReino Unido, Portugal, Holanda,Dinamarca, Noruega, Suécia,Japão, Índia e Austrália, entreoutros países que também condu-zem pesquisas, porém sem a exis-tência de planta ou protótipo emoperação.

Beserra diz que a Dinamarcatem trabalhado com aproximada-mente 60 modelos diferentes demáquinas que aproveitam a ener-gia das ondas. Uma delas perma-nece no mar desde 2009, para tes-tes. Em Portugal, a ilha dos Açoresrecebe energia gerada a partir

PORTO DE PECÉM Regularidade das ondas do Nor

que o mundo passou a pesquisarcom mais afinco a energia quevem das ondas, como uma fonterenovável e menos poluente. “Orenascimento desses estudosaconteceu a partir dos anos 70,em países da Europa, como oReino Unido. Na década de 80,tivemos o primeiro protótipo deum conversor de energia de ondaem eletricidade, na Escócia”,conta o pesquisador.

Atualmente, há um vastonúmero de aparatos para conver-são de energia das ondas, quefazem uso de diferentes conceitostecnológicos. Segundo o pesqui-

USINA DE ONDAS

1 - A concepção de energia das ondas funciona a partir da ação de flutuadores colocados na água

2 - As ondas movimentam esses flutuadores, que podem ter diferentes formatos e tamanhos, dependendo das características do mar onde será aplicado

3 - Cada flutuador é conectado a um braço mecânico,que está conectado a uma estrutura principal

Veja como vai funcionar a usina que produz energia apartir do movimento das ondas, no Ceará

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201256

4 - Por meio dos braços mecânicos são acionadas bombas hidráulicas existentes em terra

5 - Essas bombas hidráulicas captam a água tratadade um reservatório, alimentando um acumulador interligado a uma câmara hiperbárica (de alta pressão)

6 - Esse conjunto fornece um jato-d´água numapressão equivalente à queda-d´água de 400 metros de altura

7 - O jato aciona a turbina hidráulica que, acopladaa um gerador, produz eletricidade

Fonte: Coppe/UFRJ/ Imagens do site da Coppe/UFRJ

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das ondas, dentro de uma iniciati-va de estudos que envolvemvários países da Europa.

Na avaliação de Beserra, aindanão é possível estimar qual será aparticipação da energia dasondas na matriz energética doBrasil ou do mundo, nos próximosanos. Por enquanto, a fase aindaé de estudos. “Estamos vivendohoje um momento como foi paraa energia eólica há 20 anos. Masisso não significa que vamosdesabrochar somente daqui aduas décadas. Isso pode aconte-cer antes, no Brasil e no mundo”,afirma o pesquisador, ao dizer

ainda que o potencial energéticodas ondas em todo o mundo émaior do que a energia elétricaque o planeta consome. “Masisso não é eletricidade ainda. Énecessário desenvolver máqui-nas eficientes e não impactan-tes. Saber gerar essa energiacom um custo razoável. O poten-cial é grande, mas os desafiostambém. Hoje, ainda não temoso conhecimento completo, nemno Brasil nem no mundo.”

ExpectativaO engenheiro Elpídio José,

orientador de célula da

Coordenadoria de Energia eComunicações da Seinfra(Secretaria de Infraestrutura doEstado do Ceará), diz que aimplantação da usina piloto trazótimas expectativas para omaior desenvolvimento doEstado. “É um projeto pilotomuito importante, porque temosaqui no litoral do Ceará ondasconstantes e de intensidade,que possibilitam a geração deenergia. Mas vamos testar agoraa questão da viabilidade, que éfundamental”, diz. Ele destacoutambém a importância de oEstado ter sido escolhido para

testar uma iniciativa tão repre-sentativa em busca da geraçãode energia renovável.

Se o projeto piloto for bem-sucedido, José considera quepoderá se pensar em traçar ummapa de energia a partir dasondas na costa do Estado. “NoCeará, temos mais de 500 kmde praia, desde o Piauí até oRio Grande do Norte. Se tudoder certo, essa poderá ser umaalternativa de energia. “OCeará sempre se destacou emrelação à energia eólica eagora será pioneiro em rela-ção à energia das ondas.” !

deste brasileiro contribui para viabilizar implantação de usina de energia

VANTAGENS ESTRATÉGICAS

• Recurso renovável e autossustentável• Recurso bem-caracterizado: é fácil estimar o potencial• Abundante: mesmo com a variação nas estações climáticas• Energia limpa: totalmente livre de poluição• É a mais consistente das fontes de energia renováveis intermitentes• Previsível: as ondas são fenômenos mais regulares que os ventos e que a

energia do sol• Concentração de energia: as ondas contêm bem mais energia cinética do

que o vento• Localização flexível: onshore (com acesso por terra), nearshore (em médias

profundidades), offshore (em grandes profundidades)• Harmonia com a vida marinha: se desejado, pode funcionar como recife artificial• Independência energética: aplicação local, eliminando a dependência de

combustível fóssilFonte: Coppe/UFRJ

Veja alguns pontos positivos da energia proveniente das ondas do mar

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GLADSON OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO

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DEFEITO DE FÁBRICA

Um alerta para a seguran-ça ao volante e para odireito do consumidor. Onúmero de recall de veí-

culos (com exceção de motos)aumentou 44% em oito anos. Em2003, o país registrou 29 chama-mentos. No ano passado, foram 42.Se considerar as motocicletas, oaumento gradativo foi ainda maior,passando de nenhuma campanhaem 2003 para 14 em 2011.

Os números são do DPDC(Departamento de Proteção eDefesa do Consumidor), daSecretaria de Direito Econômico,do Ministério da Justiça. O recall

Cresce recallde veículos

Brasil teve 76 campanhas em 2011; foram 42somente de veículos, sem incluir as motos

POR CYNTHIA CASTRO

acontece quando o produto apre-senta algum tipo de defeito quecoloca em risco a saúde e a segu-rança do cliente.

No geral, o número de chama-mentos aumentou no Brasil, pas-sando de 33 em 2003 para 76 noano passado. Os veículos e asmotocicletas sempre estiveram notopo da lista, mas há recalls devários outros tipos de produtos,como alimentos, medicamentos eitens de informática, entre outros.

Pelo Código de Defesa doConsumidor, a empresa fornece-dora é obrigada a efetuar o reparoou a troca do produto, a qualquer

momento e de forma gratuita,quando ocorre algum problemaou há risco. Para isso, devem serrealizadas na mídia campanhas dechamamento desses consumido-res. E quem tiver dúvida sobrealgum produto pode entrar emcontato com o fornecedor.

“Quando há o reconhecimentode eventual risco para o consumi-dor, a realização da campanha dechamamento elimina esse risco epode evitar acidentes de consu-mo”, disse a diretora doDepartamento de Proteção eDefesa do Consumidor, doMinistério da Justiça, Juliana

Pereira. Na avaliação de Juliana, omercado precisa compreenderque realizar o recall, quandonecessário, “é uma demonstraçãode transparência e respeito aoconsumidor”.

Pelo balanço do Ministério daJustiça, os 42 chamamentos deveículos (exceto motocicletas)representam 627.970 veículos. Seconsiderar somente ônibus ecaminhões, são pelo menos41.966, distribuídos em quatrocampanhas. Os problemas detec-tados nesses veículos pesadosincluem desconformidades nasuspensão, risco de contamina-

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ção da graxa dos rolamentos,entre outros.

As 14 campanhas de recall demotocicletas englobam 18.690unidades. Em relação a produtos,foram 17 convocações dos fabri-cantes e 3.171.832 de unidades dediferentes segmentos, como pre-servativo, pneu, refrigerador,cadeira de transporte para crian-ça em bicicleta etc. E as empre-sas fornecedoras também reali-zaram três campanhas de ali-mento, de fermento e bebidas deleite com chocolate.

No balanço do Ministério daJustiça, não consta o número

geral de consumidores que aten-deram ao chamamento. Mas aorientação é que a populaçãofique atenta. Sempre que houveralguma dúvida, o departamentodo Ministério da Justiça orientaque o consumidor deve entrarem contato com o serviço deatendimento ao cliente do forne-cedor para obter informaçõessobre um possível recall.

De acordo com o Idec (Institutode Defesa do Consumidor), sãoexemplos de produtos insegurosque foram ou deveriam ter sidoalvos de recall: pílula anticoncep-cional de farinha, carro com siste-

ma de movimentação do bancoque pode ferir o dedo do consumi-dor, brinquedos com peças que sesoltam e podem ser engolidas porcrianças ou que são pintados commaterial tóxico.

O Idec orienta que, caso odefeito apontado tenha geradoalgum acidente, o consumidorpode solicitar, por meio doJudiciário, a reparação pordanos morais e patrimoniaissofridos. Se o acidente ocorrerantes da existência do procedi-mento de recall e se o consumi-dor desconfiar que o problemapoderá se repetir em outras

FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

SEGURANÇA Ministério da Justiça orienta os consumidores a ficarem atentos e atenderem às campanhas de recall de veículos e de outros produtos

Recall éatendido

somente por

40%dos donosde veículos

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201262

veículos atendidos no período. Osrelatórios subsequentes deverãoser encaminhados com periodici-dade quinzenal.

Conforme informações doDenatran, após ter acesso aesses relatórios, será iniciada aatualização das informações nosistema de Renavam. As infor-mações referentes às campa-nhas de recall não atendidas noprazo de um ano, a contar dadata de comunicação, consta-rão no CRLV (Certificado de

se o proprietário o levou parareparo. A norma foi definida con-juntamente pela Secretaria deDireito Econômico, do Ministérioda Justiça, e pelo Denatran(Departamento Nacional deTrânsito).

De acordo com a portaria, asmontadoras e importadoras deveículos têm até 60 dias, após acomunicação da campanha dechamamento, para apresentar aoDenatran o relatório de atendi-mento, informando o universo de

unidades, a orientação é paraque encaminhe também umadenúncia ao Departamento deProteção e Defesa doConsumidor, ao Procon ou aoMinistério Público.

RegistroNo final de 2010, uma portaria

publicada no Diário Oficial daUnião determinou que o Renavam(Registro Nacional de VeículosAutomotores) informe se o auto-móvel foi alvo de recall e indique

ORIENTAÇÃO Quem tiver dúvida

SAIBA MAIS• Recall é a forma pela qual um fornecedor vem a público informar

que seu produto ou serviço apresenta riscos aos consumidores• O fornecedor deve recolher o produto, esclarecer os fatos e

apresentar soluções• Conforme o Código de Defesa do Consumidor, o fornecedor não pode

colocar no mercado de consumo produto ou serviço que apresente altograu de risco à saúde ou à segurança das pessoas

• Caso o fornecedor venha a ter conhecimento da existência de defeito apósa inserção desses produtos ou serviços no mercado, é sua obrigaçãocomunicar o fato imediatamente às autoridades e aos consumidores

• É preciso haver ampla e correta divulgação dos avisos de risco de acidente na mídia (jornal, rádio e televisão), com informações claras e precisas quanto ao objeto do recall, descrição do defeito e riscos, além das medidas preventivas e corretivas que o consumidor deve tomar

Fonte: Ministério da Justiça

“A campanhapode evitaracidentes

com oconsumidor”

JULIANA PEREIRA, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

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Registro e Licenciamento deVeículo).

O fornecedor dos veículosdeverá entregar ao consumidoro documento que comprove oatendimento ao recall. Essedocumento deverá conter: onúmero da campanha, descri-ção do reparo ou troca, dia,hora, local e duração do atendi-mento.

Na avaliação do Idec, a medi-da é positiva, pois garante odireito à informação, um dos

pilares do direito do consumi-dor. Para quem compra um carrousado, por exemplo, é funda-mental saber se o automóveltinha algum defeito e, principal-mente, se o reparo foi realizado,considera o instituto. "O recall éum procedimento exclusivo parasituações que afetam a saúde ea segurança do consumidor e,portanto, é dever do proprietá-rio atender prontamente o cha-mado da montadora, assimcomo é direito de um futuro

comprador saber se o problemafoi solucionado", diz a advogadaMariana Ferreira Alves, do Idec.

A advogada diz ainda que ainclusão dessa informação noRenavam estimula os proprietá-rios a levar o carro para reparo.Conforme o Idec, apesar de orecall ser um instrumento desegurança e para a defesa doconsumidor, entre 30% e 40%dos proprietários de veículoschamados por montadoras nãoatendem à convocação. !

sobre campanhas de recall deve procurar serviço de atendimento ao cliente

RECALL NO BRASILVeja os caminhões e ônibus que tiveram campanhas de recall em 2011e confira se o seu veículo ainda precisa ser levado ao fornecedor

Man - Caminhões Worker e ConstellationPossibilidade de relaxamento do torque de aperto dos parafusos dosuporte dianteiro das molas dianteiras (4.3.2011)

Mercedes-Benz - Ônibus OF 1722 e OF 1721Possibilidade de ocorrer a perda excessiva do torque dos grampos demolas do eixo traseiro e, em casos extremos, quebra dos grampos comconsequente desprendimento do eixo (28.1.2011)

Mercedes-Benz - Ônibus O500MA, Caminhões L1620, Axor e AtegoPode permanecer água no eixo de arraste quando de sua fabricação,podendo ocasionar a contaminação da graxa dos rolamentos doscubos de rodas (28.1.2011)

Mercedes-Benz - Ônibus OF 1418Desconformidade nos elementos de fixação da suspensão traseira(grampos de molas), devido à sua falta de paralelismo. Tal descon-formidade ocasiona perda do torque de aperto dos grampos de molasno modelo de chassis de ônibus em referência, que pode ocasionar aquebra do grampo (...) e desprendimento do eixo traseiro (8.6.2011)

Campanhas de recall em 2011

Veículos: 42 campanhas e 627.970 convocados(com exceção de motos/inclui veículos de passeio, caminhonetes,ônibus, caminhões e outros)Motocicletas: 14 campanhas e 18.690 convocadosProdutos: 17 campanhas e 3.171.832 convocados(iPod, preservativo, rodas de aço, cadeira de transporte de criança embicicleta, lâmpadas, pneus, refrigerador de água etc)Alimentos: 3 campanhas e 40.000.242 convocados(Bebida de leite e chocolate, fermento em pó)

Fonte: Ministério da Justiça

Caminhõese ônibus

tiveram pelomenos

4campanhas

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201264

pelo qual o bombeamento érealizado e o método de regu-lação da pressão.” SegundoCamargo, o AMT é acionadosempre que o veículo estiverem movimento.

Todos os componentes doAMT, incluindo uma bombaminiaturizada, vão estartotalmente contidos no pneu.“Ainda que a tecnologia sejacomplexa, a ideia por trás dosistema AMT é relativamentesimples e alimentada pelopróprio pneu quando emmovimento”, diz o diretor.

Ele destaca que a política

Omercado de pneusestá prestes aconhecer uma ino-vação que vai trazer

comodidade, segurança eeconomia aos motoristas. AGoodyear está desenvolvendouma tecnologia chamada AMT(Air Maintenance Technology)ou tecnologia de manutençãode ar, na tradução para o por-tuguês. O sistema permitiráque os pneus permaneçamcalibrados na pressão idealsem a necessidade de qual-quer bomba ou sistema ele-trônico externo. O AMT aindanão tem previsão de quandoserá comercializado.

O sistema estará disponí-vel para pneus das linhas levee pesada da fabricante.Sérgio Camargo, diretor detecnologia da GoodyearAmérica Latina, afirma que oAMT é inédito e que não háregistro de algo semelhanteem todo o mundo. “O projetoda Goodyear se difere dosconceitos anteriores emvários aspectos, incluindosua arquitetura, o mecanismo

da empresa em desenvolversoluções que gerem mais con-forto e economia ao consumi-dor foi a grande motivadorado projeto. De acordo comCamargo, a novidade vai tra-zer muita comodidade aomotorista. “O AMT elimina anecessidade de checar fre-quentemente a calibragemdos pneus. Além disso, podeproporcionar redução nosgastos com combustíveis eganho ambiental considerá-vel, já que muitos condutoresacabam rodando com calibra-gem aquém do ideal, aumen-

tando o consumo de combus-tível e reduzindo o tempo devida útil do pneu.”

Para o doutor em engenha-ria mecânica Fabrício JoséPacheco Pujatti, professor titu-lar do Demec (Departamentode Engenharia Mecânica) daUFMG (Universidade Federal deMinas Gerais), o sistema, alémda comodidade, servirá comoum componente de segurançapara o motorista. “A verificaçãoperiódica da pressão dospneus, apesar de importante,não é uma prática usual. Amaioria dos condutores não se

Sistema em desenvolvimento permitirá que pneus fiquem calibrados na pressão ideal sem anecessidade de bomba ou equipamento externo

POR LETICIA SIMÕES

Com os diascontados?

CALIBRAGEM

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 65

JÚLIO FERNANDES/CNT

ISTOCKPHOTO

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preocupa com a pressão dospneus ou realizam a verificaçãoem condições diferentes dasrecomendadas. Muitos a reali-zam com o veículo aquecido,quando a temperatura dospneus é maior que a ambiente.”

Outro aspecto que poderáser solucionado por meio danova tecnologia da Goodyear,aponta Pujatti, diz respeito àdiferença que existe entre asbombas instaladas nos postosde abastecimento. “Como ossistemas são passíveis demanutenção e calibração

periódica, podem ocorrerdiferenças entre os equipa-mentos e, consequentemente,na pressão aplicada aospneus em diferentes postos.”

O engenheiro aposta naboa aceitação da tecnologiaentre os consumidores.“Desde que a sua manutençãonão seja mais complicada eonerosa do que a prática deverificação atual, a tecnologiaserá bem recebida.”

Camargo, da Goodyear, afir-ma que a manutenção normaldo pneu, em relação ao des-

gaste por rotação, permanece-rá a mesma. Ou seja, a respon-sabilidade pelas boas condi-ções de uso, mesmo com o AMTinstalado, será do condutor.

Pujatti acredita que a novatecnologia de calibragemtambém deverá passar porverificações periódicas. “Issoacontece com todo sistemade medição. O AMT será sub-metido por eventuais corre-ções, devido ao envelheci-mento natural do veículo.”

Ele destaca ainda que, porse tratar de uma tecnologia

embarcada, a energia neces-sária para manter a pressãocorreta dos pneus tem origemno veículo, o que pode impac-tar no consumo de combustí-vel. “Seja elétrica ou mecâni-ca, a fonte primária será sem-pre o combustível. O que sig-nifica que, dependendo daquantidade de energia reque-rida pelo sistema, o impactono consumo pode ser negati-vo, mesmo que os pneussejam mantidos dentro dapressão de trabalho.”

O engenheiro afirma aindaque a possibilidade de o usuá-rio recorrer ao métodocomum de calibragem, emcaso de falhas do AMT, não foidescartada.

Camargo afirma que aGoodyear tem realizado tes-tes com o novo sistema emseus Centros de Inovação emLuxemburgo, na Europa, e emAkron, nos Estados Unidos.

Pujatti diz que, se todos oscritérios relativos à manuten-ção e à segurança forem bemdesenvolvidos, a aplicação donovo sistema será positiva.“Tecnologias do tipo podemtrazer benefícios aos usuáriose ao meio ambiente, em conse-quência da correta manuten-ção preventiva dos veículosque vierem a utilizá-las.” !

TECNOLOGIA Centro de inovação da Goodyear, nos EUA, onde sistema AMT vem sendo testado

GOODYEAR/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201268

Com o objetivo deestimular o cresci-mento do país, pre-parando novos

motoristas para suprir acarência de mão de obra exis-tente no setor, o Sest Senat ea CNT desenvolvem, desde2011, o Programa de Formaçãode Novos Motoristas para oMercado de Trabalho.

Em todas as unidades loca-lizadas nas cinco regiões doBrasil, estão sendo oferecidoscursos para a formação demotoristas de caminhão, decarreta e de ônibus rodoviárioe urbano.

O programa conta com a par-ticipação de empresas de trans-porte, que disponibilizam veícu-los próprios para o desenvolvi-

mento prático do aprendizado.Aproximadamente, 2.000 alunosjá foram formados e outros 500estão inscritos para as próximasturmas.

“Nossa proposta é prepararprofissionais para trabalharemem transportadoras de cargas eempresas de ônibus atendendoas exigências do mercado”, res-salta o presidente da CNT e do

Sest Senat, senador ClésioAndrade.

Todos os cursos são gratuitose realizados em quatro módulos(básico, intermediário, especiali-zação e prático). A carga horáriamínima é de 160 horas. Para seinscrever é preciso ter habilita-ção nas categorias C, D ou E. Osinteressados podem fazer a ins-crição na Internet (www.sestse-

Formaçãoprofissional

POR LIVIA CEREZOLI

SEST SENAT

Programa do Sest Senat e da CNT preparamotoristas profissionais de caminhão, decarreta e de ônibus rodoviário e urbano

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 69

nat.org.br), pelo telefone 0800728 2891 ou diretamente nas uni-dades do Sest Senat.

No momento da inscrição, oaluno assina um termo de ade-são ao programa, comprometen-do-se a ingressar como profis-sional no setor de transporteapós a conclusão do curso.

As aulas teóricas acontecemnas salas de aula do Sest Senat,

às empresas de Petrolina.“Possibilitar a entrada dessesprofissionais no mercado de tra-balho é cumprir a nossa respon-sabilidade social enquanto insti-tuição formadora de mão deobra”, ressalta. A expectativa daunidade é que neste ano, outros500 profissionais sejam prepa-rados nos cursos.

Em Goiânia (GO), já foram

e as práticas, nas próprias uni-dades, nos pátios das empresasou em outros locais, desde queadequados e seguros para o trá-fego de veículos grandes, comocaminhões e ônibus.

O Sest Senat de Petrolina (PE)já conta com a parceria de qua-tro empresas do setor de trans-porte de passageiros. Dois ôni-bus foram cedidos para as aulas

práticas que são ministradaspelo instrutor da unidade eacompanhadas por um respon-sável técnico da empresa, queavalia o desempenho dos alunosjá visando as futuras contrata-ções. Segundo Alessandro Brito,coordenador do Senat, grandeparte dos 210 motoristas forma-dos na unidade no final do anopassado já foram encaminhados

SEST SENAT SALVADOR/DIVULGAÇÃO

NA PRÁTICA Instrutores passam informações sobre direção defensiva aos alunos durante treinamento nos veículos

CURSOS OFERECIDOS• Formação de Novos Motoristas

de Caminhão• Formação de Novos Motoristas

de Carreta• Formação de Novos Motoristas

de Ônibus Rodoviário e Urbano

CARGA HORÁRIA• Mínina de 160 horas/aula• O conteúdo é oferecido por cada

unidade do Sest Senat, de acordocom a demanda

REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO• Ser maior de 18 anos• Ter habilitação nas categorias

C, D ou E

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕESNo site www.sestsenat.org.br, pelotelefone 0800 728 2891 ou naunidade mais próxima do Sest Senat

Fonte: Sest Senat

SAIBA MAISSOBRE OPROGRAMA

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201270

216.270 caminhões, contra189.941 no ano anterior. Umcrescimento de 13,8%. A produ-ção de ônibus também teve altaentre 2011 e 2010. No ano passa-do foram produzidas 47.565unidades, 17,3% a mais do queos 40.530 de 2010.

No Sest Senat de Salvador,o Programa de Formação deNovos Motoristas para oMercado de Trabalho já contacom a participação de seisempresas. Aproximadamente130 alunos já foram formados.

De acordo com a diretora

existam 50 mil vagas abertas nosetor de transporte em todo oBrasil. Os dados do crescimentoeconômico do país registradosnos últimos anos refletem anecessidade de investimentoscada vez maiores na formação demão de obra. Números daAnfavea (Associação Nacionaldos Fabricantes de VeículosAutomotores) dão uma mostra decomo a atividade transportado-ra vem crescendo, e o mercadode venda de veículos pesadosestá cada vez mais aquecido.

Em 2011, foram produzidos

formadas três turmas demotoristas de transporte decargas e nove de transportede passageiros. O total de alu-nos formados é de 266. Para adiretora da unidade, JoabeteXavier Souza Costa, a partici-pação das empresas e o envol-vimento dos empresários sãofundamentais para o desenvol-vimento do programa. “A ade-são das empresas para os trei-namentos práticos garanteuma melhor profissionalizaçãodos nossos motoristas”.

Estima-se que, em média,

da unidade, Maria das GraçasXavier, as primeiras parceriassurgiram dentro do grupoSemear, formado por repre-sentantes do setor de RH(Recursos Humanos) dasempresas de transporte públi-co de passageiros da capitalbaiana. As novas turmas estãoprevistas para terem início nomês de março.

As empresas interessadasem apoiar o programa podemprocurar as unidades do SestSenat para a formalização deparcerias. l

DOAÇÃO Ônibus cedido pela Viação Santa Luzia, em Juiz de Fora

Unidade recebe ônibus PARCERIA

As parcerias estabeleci-das entre o Sest Senat e asempresas de transporte têmrendido bons resultados. EmJuiz de Fora (MG), a ViaçãoSanta Luzia entregou umônibus para a unidade reali-zar os treinamentos práticosprevistos no Programa deFormação de NovosMotoristas para o Mercadode Trabalho.

O veículo, equipado comtodos os mecanismos e recur-sos utilizados durante as via-gens, vai contribuir para a for-mação de novos profissionaisdo setor. As aulas práticasserão ministradas na própriaunidade do Sest Senat ou emoutros locais adaptados paraos treinamentos. As aulaspermitem que os alunostenham contato direto com odia a dia do setor.

Durante a entrega do veí-culo, que aconteceu no iní-cio de fevereiro, o presiden-te do Conselho Regional doSest Senat em Minas Geraise da Fetram (Federação dasEmpresas de Transporte dePassageiros do Estado deMinas Gerais), WaldemarAraújo, destacou a impor-tância da participação detodos os setores do trans-porte municipal na iniciativado programa. “A entregadesse do ônibus reforça avisão revolucionária dosempreendedores de Juiz deFora. Ele vai proporcionarum treinamento de qualida-de e posicionar o condutordo transporte de passagei-ros da cidade e da regiãocomo profissional de desta-que no cenário local e nacio-nal”, ressaltou ele.

SEST SENAT JUIZ DE FORA/DIVULGAÇÃO

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Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

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BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 63.117 13.337 76.454Estadual Coincidente 17.417 5.488 22.905 Estadual 106.548 113.451 219.999Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 213.909 1.367.194 1.581.103

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.114Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.230.647Cavalo mecânico 443.044Reboque 836.464Semi-reboque 650.886Ônibus interestaduais 13.976Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 139

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 29.637Total Concedida 28.465Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.738FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 6.987Total 28.465

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 92.814Locomotivas 2.919Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 32Domésticos 35Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES - UNIDADESA jato 873 Turbo Hélice 1.783Pistão 9.513Total 12.505

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

JANEIRO - 2012

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201274

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da União(dados atualizados janeiro/2012)

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado Total PagoValor Pago do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores

NECESSIDADE DE INVESTIMENTO DO SETOR DE TRANSPORTE BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)

121086R$

bil

hões

420

20181614

0,00

17,55

!

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

0,36(2%)

Observações:

1 - Expectativa de crescimento do PIB para 2011 e 2012.

2 - Taxa Selic conforme Copom 18/01/2012

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até janeiro/2012

4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até janeiro/2011

5 - Posição dezembro/2011 e janeiro/2012 em US$ bilhões

6 - Câmbio de fim de período 27/01/2012, média entre compra e venda

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (Dezembro/2011), IBGE e

Focus - (Relatório de Mercado 27/01/12), Banco Central do Brasil

Investimentos em Transporte da União por Modal(total autorizado pela LOA/2012)

(R$ 17,55 bilhões) 2,75(16%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - JANEIRO/2012

2011 acumuladoem 2012

últimos12 meses

expectativapara 2012

PIB (% cresc a.a.)1 2,87 n.d. n.d. 3,27

Selic (% a.a.)2 11,00 10,50 9,50

IPCA (%)3 6,50 n.d. n.d. 5,28

Balança Comercial4 29,79 n.d. n.d. 19,80Reservas Internacionais5 352,01 354,59 -

Câmbio (R$/US$)6 1,87 1,74 1,80

0,81(5%)

0,00 0,00

Restos a Pagar Pagos

13,63(77%)

Nota: Ainda não havia dados de arrecadação e investimentos para 2012na data de atualização deste relatório em 02/02/2012

CIDE - 2012 (R$ Milhões)

Arrecadação no mês janeiro/2012 -

Estimativa de arrecadação no ano (2012) 9.835,7

Investimentos em transportes total pago (2012)* -

CIDE não utilizada em transportes (2012) -

Total acumulado CIDE (desde 2002) 73.273,0

Arrecadação Acumulada CIDE

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente écobrada sobre a comercialização e importação de gasolina (R$ 0,091/liltro) e diesel (R$ 0,047/litro)conforme Decreto nº 7.591 (out-2011). Os recursos da CIDE são destinados ao subsídio e transporte decombustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura detransporte.Obs: Alteração da alíquota CIDE conforme decretos vigentes

Investimento Pago Acumulado

60

403020

R$ b

ilhõ

es

100

2002 2003

20042005

20062007

20082009

2010 2011

8070

50

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

73,2

33,2

Page 75: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 75

1,92,0

BOLETIM DO DESPOLUIR

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato coma Federação que atende o seu Estado.

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

588.714- JANEIRO

20122007 A 2011 TOTAL

Aprovação no período

- 8.253 596.967

87,49% - 86,41% 87,47%

Federações participantes 21

Unidades de atendimento 73

Empresas atendidas 8.246

Caminhoneiros autônomos atendidos 9.615

Em Janeiro de 2012, entrou em vigor a faseP7 do Programa de Controle de Poluição doAr por Veículos Automotores (Proconve)para veículos pesados. A ConfederaçãoNacional do Transporte (CNT) considera queeste fato tem impactos significativos nosetor, uma vez que novos elementos farãoparte do dia a dia do transportador rodoviá-rio. Nesse contexto, a CNT elaborou a pre-sente publicação, com o objetivo de dissemi-nar informações importantes a respeito dotema. O trabalho apresenta ao setor asnovas tecnologias e as implicações da faseP7 em relação aos veículos, combustíveis eaos ganhos para o meio ambiente.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo uma das diversas publicaçõesambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Autônomo

Carga

FENACAMFETRANSPORTESFETRABASEFETCESPFETRANCESCFETRANSPARFETRANSULFETRACANFETCEMGFENATACFETRANSCARGAFETRAMAZFETRANSPORTESFETRABASEFETRANSPORFETRONORFETRAMFEPASCCEPIMARFETRAMARFETRANORTEFETRASULFETERGS

PR e MGES

BA e SESPSCPRRS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MAMG

DF, TO, MS, MT e GORJ

AC, AM, RR, RO, AP e PAES

BA e SERJ

RN, PB, PE e ALMG

SC e PRCE, MA e PIMS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e APDF, GO, SP e TO

RS

41.3347-142227.2125-764371.3341-623811.2632-101048.3248-110441.3333-290051.3374-808081.3441-361431.3490-033061.3361-529521.3869-807392.2125-100927.2125-764371.3341-623821.3221-630084.3234-249331.3274-272741.3244-684485.3261-706665.3027-297892.3584-650462.3598-267751.3228-0622

Passageiros

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

!

Page 76: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201276

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

BOLETIM AMBIEN TAL

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009 EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - DEZEMBRO 2011

Corante 1,5%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 50,8%

Pt. Fulgor 31,5%Enxofre 5,4%

Teor de Biodiesel 3,8%Outros 6,9%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESELTEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL (em ppm de s )*

Japão 10EUA 15Europa 10 a 50

Brasil 50

CE: Fortaleza, Aquiraz, Horizonte, Caucaia, Itaitinga, Chorozinho, Maracanaú, Euzébio, Maranguape, Pacajus, Guaiúba, Pacatuba, São Gonçalo doAmarante, Pindoretama e Cascavel.PA: Belém, Ananindeua, Marituba, Santa Bárbara do Pará, Benevides e Santa Isabel do Pará.PE: Recife, Abreu e Lima, Itapissuma, Araçoiaba, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Moreno, Camaragibe, Olinda, Igarassu,Paulista, Ipojuca, Itamaracá e São Lourenço da Mata.Frotas cativas de ônibus dos municípios: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Porto Alegre e São Paulo.RJ: Rio de Janeiro, Belford Roxo, Nilópolis, Duque de Caxias, Niterói, Guapimirim, Nova Iguaçu, Itaboraí, Paracambi, Itaguaí, Queimados, Japeri, São Gonçalo, Magé, São João de Meriti, Mangaratiba, Seropédica, Maricá, Tanguá e Mesquita.SP: São Paulo, Americana, Mairiporã, Artur Nogueira, Mauá, Arujá, Mogi das Cruzes, Barueri, Mongaguá, Bertioga, Monte Mor, Biritibamirim, NovaOdessa, Caçapava, Osasco, Caieiras, Paulínia, Cajamar, Pedreira, Campinas, Peruíbe, Carapicuíba, Pindamonhangaba, Cosmópolis, Pirapora do BomJesus, Cotia, Poá, Cubatão, Praia Grande, Diadema, Ribeirão Pires, Embu, Rio Grande da Serra, Embuguaçu, Salesópolis, Engenheiro Coelho, SantaBárbara d’ Oeste, Ferraz de Vasconcelos, Santa Branca, Francisco Morato, Santa Isabel, Franco da Rocha, Santana de Parnaíba, Guararema, SantoAndré, Guarujá, Santo Antônio da Posse, Guarulhos, Santos, Holambra, São Bernardo do Campo, Hortolândia, São Caetano do Sul, Igaratá, SãoJosé dos Campos, Indaiatuba, São Lourenço da Serra, Itanhaém, São Vicente, Itapecerica da Serra, Sumaré, Itapevi, Suzano, Itaquaquecetuba,Taboão da Serra, Itatiba, Taubaté, Jacareí, Tremembé, Jaguariúna, Valinhos, Jandira, Vargem Grande Paulista, Juquitiba e Vinhedo.

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

1,8 2,80,0 2,0 2,8

0,82,8

0,0 1,7 0,7 3,3 2,6 1,9

AC5,7 3,2 0,0 0,0 1,0 0,0 1,1 0,0 0,2 1,8 2,8 5,1 2,0 2,0 2,8 0,8 1,2 1,6 2,8 0,0 2,4 1,7 0,7 3,3 2,6 8,1 1,90,04,9 3,6 0,0 0,1 0,7 0,9 0,7 0,0 0,8 1,6 2,8 5,9 2,1 0,4 3,8 1,0 1,2 2,7 3,7 0,0 2,6 1,6 1,3 2,7 2,9 8,1 2,10,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,0 0,22,0

0,00,0

5,7

0,00

10

20

25

15

51,1

8,1

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

1,01,6 2,4

5,1

1,2

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - DEZEMBRO 2011

3,2

TIPO 2007 2008 2009 2010 2011

Diesel 41,56 44,76 44,29 49,23 47,56

Gasolina 24,32 25,17 25,40 29,84 31,91

Etanol 9,37 13,29 16,47 15,07 9,88

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

(ATÉ NOVEMBRO)

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 17,26 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 0,55 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,06 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 17,87 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011(ATÉ JUNHO)

5,4%

3,8% 6,9% 1,5%

50,8%

31,5%

* Em partes por milhão de S - ppm de S** Consultar a seção Legislação no Site do DESPOLUIR: www.cntdespoluir.org.br

Demais estados e cidades 500 ou 1800**

Page 77: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

!

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e de fontes fixas industriais2.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e de fontes fixas industriais2.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis1

e fixas2, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais3.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e processos industriais3.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida4.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta odesenvolvimento de plantas eanimais, devido a sua naturezacorrosiva.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis1

e processos industriais3.

Gás denso, incolor, não inflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida4, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.2. Fontes fixas: Centrais elétricas e termoeléctricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.3. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.4. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntesedas plantas, devido a poeiradepositada nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

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ACopa está se tornandomais uma oportunida-de de (re)pensarmos a(re)construção de nos-

sas cidades. Somos um país queem 1900 tinha apenas 10% de suapopulação residindo em cidades;que em 1950 a urbanização jácontemplava 34% da população;e que, em 2010, 84% de pessoasestavam morando em nossasurbes. Em 1950, nossas cidadeseram concentradas, com deslo-camento marcantemente a pé, debicicleta e de transporte público.

Enquanto nosso crescimentopopulacional médio de 1900 a1960 foi de 6% anuais, a motori-zação representava um númeromuito pequeno, com uma frota deaproximadamente 500 mil veícu-los. Ao contrário do período ante-rior, da década de 60 em diante,nossa população começou adeclinar lentamente até atingirvalores inferiores aos 2% atuais.Nossa frota cresceu mais de cemvezes, representando algo emtorno de 50 milhões de veículos.Até 2040, seremos 219 milhões debrasileiros (hoje somos 190milhões), mais concentrados nascidades. A continuar o ritmo demotorização, nossa frota atingirá100 milhões de veículos.

AILTON BRASILIENSE PIRES

Mas esse não é o maior pro-blema. A quase totalidade denossas urbes cresceu sem qual-quer planejamento urbano.Mesmo cidades que se propuse-ram a se planejar cometeramerros graves. Com o crescimentourbano e da frota de veículosautomotores atingiremos a imo-bilidade? Não necessariamente.Talvez devamos repensar nossaforma de ocupação do solo enosso modo de deslocamento.

Até metade do século 20,tínhamos cidades densas nosentornos dos corredores detransportes públicos. Com o estí-mulo ao desenvolvimento deempreendimentos imobiliáriosdestinados à classe de baixarenda nas periferias, a cidadecresceu nas pontas dos sistemasde transportes, por ação ouomissão de governos. Com essemodelo de organização e com amassificação do uso do transpor-te individual, as cidades se espa-lharam, as distâncias aumenta-ram, o sistema viário foi expandi-do dando prioridade ao transpor-te individual e concentramosnossas principais atividades nasáreas centrais, empurrando aclasse mais pobre e dependentedo transporte coletivo para a

periferia. Como consequência, astarifas são altas e, ainda, comoagravante, aparecem as deseco-nomias decorrentes dos conges-tionamentos e do aumento dapoluição ambiental, resultandona queda da qualidade de vida.

Não estamos condenados amanter nossos erros e viver pior.Hoje, temos leis que, se aplica-das, podem nos permitir mudaralguns paradigmas: a novaConstituição Federal, o novoCódigo de Trânsito, o Estatutodas Cidades, a Lei de Concessõese a nova Lei da Mobilidade.

O que esperamos é que osrecursos previstos para a Copa-2014 estimulem a caminharmosna direção da integração dapolítica de desenvolvimentourbano, planejamento e gestãodo uso do solo e transporte, vol-tada à acessibilidade, ao desen-volvimento sustentável, aoacesso ao transporte coletivo, àsegurança do deslocamento e àeficiência na prestação dos ser-viços de transporte urbano. Seisso acontecer e, deve aconte-cer, teremos uma maior mobili-dade em nossas cidades, comqualidade e segurança, inde-pendentemente de serem ounão sedes de jogos.

DEBATE Com as obras previstas, o Brasil terá uma melhor mobilidade

AILTON BRASILIENSE PIRESPresidente da ANTP (AssociaçãoNacional de Transportes Públicos)

Oportunidade de (re) pensara (re) construção das cidades

“Não estamos condenados a manter nossos erros. Temos leisque, se aplicadas, podem nos permitir mudar paradigmas”

Page 79: Revista CNT Transporte Atual - Março/2012

urbana na Copa-2014?

Amobilidade urbana noBrasil certamente esta-rá em melhores condi-ções em 2014, compara-

da à situação atual. Porém, essamelhoria, que está sendo alavan-cada por projetos e obras visan-do à Copa-2014, deveria estar empatamar mais avançado. O Brasilfoi escolhido em 2007 para sediaro campeonato da Fifa e somenteem 2011 foram iniciadas as obrasem parte das 12 cidades-sede dechaves da Copa.

Das 49 obras previstas pelogoverno na nova matriz de res-ponsabilidades – a primeira éde 2010, revista em setembrode 2011 e com investimentoglobal orçado em R$ 13,5bilhões – e no chamado PAC daCopa, apenas dez estão emandamento. As intervençõesocorrem em cinco cidades-sede: Belo Horizonte (cincoobras), Cuiabá (uma), PortoAlegre (duas), Recife (uma) eRio de Janeiro (uma). Mais 24obras devem ser iniciadas nes-tes primeiros meses de 2012.Salvador está atrasada, poisvem adiando há mais de umadécada a conclusão das obrasdo metrô local.

As cidades que já contavam

atraso nos projetos e nas desa-propriações de áreas para imple-mentar as 16 obras viárias previs-tas para a Copa.

Fortaleza aposta no VLTParangaba-Mucuripe, mas asobras ainda não começaram.Curitiba terá nove obras de mobi-lidade até 2014. Porto Alegre temdez obras de mobilidade urbanainseridas no "pacote da Copa",entre as quais três corredoresexclusivos de ônibus (BRTs) – asobras ainda não foram iniciadas.São Paulo prevê o monotrilhoCongonhas-Morumbi (primeirotrecho) como obra de mobilidadepara a Copa e investimentos emnovas obras viárias e na moder-nização do sistema de trens(CPTM e metrô) para facilitar oacesso à região de Itaquera, ondeacontecerão os jogos do Mundial.

O balanço poderia ser melhorse os governos tivessem realiza-do um planejamento rigoroso,contratado no prazo adequadoos projetos pela melhor soluçãotécnico-econômica e o gerencia-mento de obras independente. Areceita continua valendo paramelhorar as condições de mobili-dade urbana em nossas cidadese deixar um legado para a socie-dade, pós-Copa.

JOÃO ALBERTO VIOLPresidente do Sinaenco (SindicatoNacional das Empresas de Arquiteturae Engenharia Consultiva)

A mobilidade já deveria estarem patamar mais avançado

“As cidades que já contavam com boa estrutura de transportepúblico urbano tendem a se sair melhor no cômputo geral”

com boa estrutura de transpor-te público tendem a se sairmelhor no cômputo geral. Nessacategoria, incluem-se Curitiba,Porto Alegre e São Paulo. BeloHorizonte segue o cronogramade obras: das oito intervençõesprevistas, cinco já foram inicia-das. Recife também tem o cro-nograma de obras em situaçãorazoável, assim como o Rio deJaneiro, que iniciou o BRTTranscarioca – ligará a Barra daTijuca ao aeroporto do Galeão –em março de 2011 e deve con-cluí-lo até 2013.

Mais três linhas do modaldeverão ser implantadas até2016. Brasília, cuja principal obraé o VLT, que ligará o aeroportoJuscelino Kubitschek à Asa Sul,enfrenta problemas na justiçacom o processo licitatório.Cuiabá alterou o projeto inicial deBRT para VLT, com o orçamentopassando de aproximadamenteR$ 450 milhões para cerca de R$1,3 bilhão na troca do modal, eprecisará de financiamento fede-ral para executar a obra. EmManaus, os dois projetos demobilidade urbana planejadospara a Copa – Monotrilho e BRT –correm o risco de não ficar pron-tos até 2014. Natal sofre com os

JOÃO ALBERTO VIOL

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 2012 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

o setor de transporte, os avanços tecnológi-cos têm sido amplos e revolucionários. Astransformações que provocam também.Diante do fenômeno, a melhor posição é ado empreendedor que vê oportunidades demercado e investe na melhor qualificação

de seus funcionários.O investimento na formação e no treina-

mento de profissionais para atender à novademanda deve ser o foco das atuais políticasde emprego. O Sest Senat está alinhado comessa filosofia e seu modelo prepara os traba-lhadores para lidar com as novas tecnologias,fazendo delas um forte elemento de inclusãosocial.

Para esse novo desafio, de formar profissio-nais para os modernos recursos, há outrosparadigmas: responsabilidade social, solida-riedade e participação. Assim, o Sest Senat é amaneira dos transportadores participaremsolidários em resposta ao chamamento à suaresponsabilidade social.

As novas tecnologias transformaram as fro-tas em terminais de sistemas computadoriza-dos sobre rodas, com monitoramento “fulltime” por satélite.

Avançados sistemas de comunicação equi-

pam os veículos, ampliando o controle desde aunidade central até o ponto de desembarquedos passageiros ou de entrega das cargas.Assim, muito mais que condutores, as novasfunções exigem especialistas que operem osequipamentos computadorizados.

O desafio que se coloca é capacitar a mãode obra para atender as exigências profissio-nais do mercado. O Sest Senat investe no apri-moramento de métodos para capacitar e pre-parar novos técnicos, em diversas áreas pro-fissionais, para o setor de transporte.

Para a formação profissional em atividadesque utilizam os mais modernos recursos tec-nológicos, o Sest Senat mantém instrumentaldidático apoiado nas mais atuais tecnologias.

Os treinamentos preparam os profissionaispara operar equipamentos modernos instaladosnos veículos. O Sest Senat organiza atualmentemais de 300 cursos de formação e qualificação.

Ao preparar e qualificar o trabalhador, den-tro da mais nova realidade do mercado de tra-balho e diante das novas tecnologias, o SestSenat promove a evolução do setor de trans-porte e o crescimento econômico, além decontribuir significativamente para o equilíbriosocial, facilitando a ocupação profissional.

NUm setor moderno

“O investimento na formação e no treinamento de profissionais paraatender à nova demanda deve ser o foco das políticas de emprego”

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CNT TRANSPORTE ATUAL MARÇO 201282

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

PESQUISA DE FERROVIAS

Apesar da avaliação positivada Pesquisa CNT de Ferrovias edo crescimento no transporteferroviário do país ser ótimo eexpressivo, precisamos aindatrilhar um longo caminho e darsequência a esse crescimento,vencendo os principais entravesdestacados pela pesquisa. Atéquem sabe, em algum dia, viabilizarmos o transporte depassageiros sobre trilhos.

Gustavo SoutoConcórdia/SC

GENTILEZA URBANA

O profeta Gentileza desenvolveuum trabalho fantástico, mas,infelizmente, nem todo mundoé capaz de reproduzir a mensagem dele. A reportagemda revista CNT TransporteAtual mostra exatamente quepequenas ações de gentilezapoderiam tornar o nosso dia adia muito mais agradável, sejano trânsito, no trabalho, naconvivência com amigos efamiliares. Ser gentil é umaquestão de educação.

Leandro Vale AlmeidaAraçatuba/SP

NOMES DAS EMPRESAS

Saber o porquê dos nomes dasempresas é uma curiosidadeque carrego desde criança. Por

isso, adorei ler a reportagem“Em busca da escolha certa”,publicada na edição de fevereiroda revista CNT TransporteAtual. Fiquei surpreso, porexemplo, em descobrir a ori-gem do nome Braspress, quefaz referência a um filme, emais ainda em saber que ossócios da BotafogoTransportes torcem para oFlamengo, Fluminense eAtlético Mineiro.

Luciana Brandão ParenteEunápolis/BA

ECLUSAS

O título da reportagem sobreas eclusas, “Solução indispensável”, da edição nº197 da revista CNT TransporteAtual, mostra como é necessárioampliar os investimentos emtransporte hidroviário no país.Temos milhares de quilômetrosde rios, mas poucos deles sãonavegáveis. Precisamos sim de novas usinas hidrelétricas,mas o transporte hidroviárionão pode ser renegado por isso.

Dalton de AbreuSão Caetano/PE

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRA DA CNTThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de SousaTRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon FindlayPaulo Cabral RebeloTRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo VilaçaJúlio Fontana NetoTRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)David Lopes de OliveiraÉder Dal’lagoLuiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)Waldemar AraújoAndré Luiz Zanin de OliveiraJosé VeronezEduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIATRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner ChieppeAlfredo José Bezerra LeiteLelis Marcos TeixeiraJosé Augusto Pinheiro

Victorino Aldo SaccolJosé Severiano ChavesEudo Laranjeiras CostaAntônio Carlos Melgaço KnitellEurico GalhardiFrancisco Saldanha BezerraJerson Antonio PicoliJoão Rezende FilhoMário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo TrombiniUrubatan HelouIrani BertoliniPedro José de Oliveira LopesPaulo Sérgio Ribeiro da SilvaEduardo Ferreira RebuzziOswaldo Dias de CastroDaniel Luís CarvalhoAugusto Emílio DalçóquioGeraldo Aguiar Brito VianaAugusto Dalçóquio NetoEuclides HaissPaulo Vicente CaleffiFrancisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de SousaJosé Alexandrino Ferreira NetoJosé Percides RodriguesLuiz Maldonado MarthosSandoval Geraldino dos SantosÉder Dal’ LagoAndré Luiz CostaDiumar Deléo Cunha BuenoClaudinei Natal PelegriniGetúlio Vargas de Moura BratzNilton Noel da RochaNeirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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