Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

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C NT TRANSPORTE A TUAL Prêmio CNT de Jornalismo chega à 18ª edição e se consolida como importante divulgador do transporte brasileiro Reconhecimento EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT CHARLES TANG, PRESIDENTE DA CCIBC, FALA SOBRE INVESTIMENTOS CHINESES TRANSPORTE ATUAL ANO XVII NÚMERO 196 JANEIRO 2012

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Prêmio CNT de Jornalismo chega à 18ª edição e se consolida como importante divulgador do transporte brasileiro.

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CNTT R A N S P O R T E A T U A L

Prêmio CNT de Jornalismo chega à 18ª edição e se consolidacomo importante divulgador do transporte brasileiro

Reconhecimento

EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

CHARLES TANG, PRESIDENTE DA CCIBC, FALA SOBRE INVESTIMENTOS CHINESES

T R A N S P O R T E A T U A L

ANO XVII NÚMERO 196JANEIRO 2012

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 20124

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XVII | NÚMERO 196 | JANEIRO 2012

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

CAPA JÚLIO FERNANDES/CNT

Charles Tang analisao comércio entre oBrasil e a China

PÁGINA 8

ENTREVISTA

Banco Mundial discute os desafiosdo transporte

PÁGINA 38

LOGÍSTICA

O uso da tecnologiacomo vantagemcompetitiva

PÁGINA 44

GESTÃO

FERROVIAS

Seminário aponta anecessidade de maisinvestimentos

PÁGINA 50

TURISMO NÁUTICO • Estado do Paranábusca atrair navios de cruzeiro e tem plano dedesenvolver turismo para lagos e rios

PÁGINA 32

Prêmio CNT de Jornalismo chega à 18ª edição e premia as melhores matérias que apontam problemas e indicamsoluções, revelando a importância da atividade transportadora para o desenvolvimento do país

Página 20

CONSELHO EDITORIALBernardino Rios PimBruno BatistaEtevaldo Dias Lucimar CoutinhoTereza PantojaVirgílio Coelho

EDITORA RESPONSÁVEL

Vanessa Amaral

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EDITOR-EXECUTIVO

Americo Ventura

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ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

ATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 5

T R A N S P O R T E A T U A L

Manter o veículo regulado reduz custose elimina poluição

PÁGINA 60

MEIO AMBIENTE

Alexandre Garcia 6

Humor 7

Mais Transporte 12

Boletins 72

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82

SeçõesSEST SENAT

Balanço preliminar de2011 sinaliza aumentonos atendimentos

PÁGINA 66

AVIAÇÃO • Levantamento realizado pela Abetarmostra uma radiografia dos 175 aeroportos brasileirosde maior interesse para exploração turística

PÁGINA 54Relatório divulgado pela ONUrecomenda a adoção do BRTpara promover a mobilidadeurbana de maneira sustentável.O motivo é a redução da emissãode poluentes proporcionadapelo sistema. Desenvolvido emCuritiba (PR), diversas cidadesadotaram o modelo no mundo.Confira reportagem na AgênciaCNT de Notícias.

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rasília (Alô) – Sempre tive muito orgulho, comobrasiliense, do respeito à faixa de pedestre nacapital do país. Na segunda metade dos anos80, eu fazia comentários na TV local sobre afaixa diante do Hotel Nacional, que eu chama-va de “matadora de estrangeiros”. O turista de

primeiro mundo saía do hotel e entrava na faixa comose estivesse em seu país e era atropelado. Na primeirametade dos anos 90, entramos em campanha, na TVGlobo e no Correio Braziliense, a reboque do diretor doDetran, Luiz Miura, e do comandante do Batalhão deTrânsito da PM, Renato Azevedo, e deu resultado.Nossa base era a lei natural, pela qual o mais forte éresponsável pela vida do mais fraco. O motorista, pro-tegido por uma armadura de aço, é responsável pelavida do pedestre, protegido apenas pelo tecido daroupa. Brasília passou a respeitar exemplarmente afaixa de pedestre, antes mesmo do novo Código deTrânsito. Orgulho-me de ter contribuído para salvarvidas e tornar o trânsito mais civilizado.

Mas, em férias no Uruguai, engoli meu orgulho.No pequeno e civilizado país ao sul, o pedestre nãoprecisa pedir licença para usar a sua faixa. No Brasil,inventou-se em algumas cidades um certo “sinal devida”, que não está no Código de Trânsito. O pedes-tre precisa levantar o braço para pedir licença aomotorista para atravessar. Ou seja, o motorista éinformado de que a faixa é dele, não do pedestre. Jávi mães com o filho no colo e uma bolsa na outramão sem poder usar a faixa de pedestre em Brasíliapor não terem um terceiro braço para pedir licença.Na faixa do aeroporto, viajantes com malas nasmãos também ficam desamparados diante da faixade pedestre. No Uruguai não é assim. Ao primeiro

passo, o pedestre assume sua faixa e os motoristasparam. E é assim que está no código brasileiro, masalguma estranha mente inventou o “sinal de vida” eoutras mentes preguiçosas aderiram.

Fui a Colônia do Sacramento, fundada pelos por-tugueses na margem norte do rio da Prata, diante deBuenos Aires. A estrada é uma beleza e lembra asmelhores de São Paulo. Um grande vão entre as duaspistas dá segurança entre os que trafegam em sen-tidos opostos. Dias depois dirigi na BR-386, no RioGrande do Sul, e o que vi foi uma estrada duplicadaem que os veículos que vão passam a 1 metro dosque vêm. Segurança zero. O absurdo não fica aí.Fiquei sabendo que trechos não foram duplicadosporque esperam a licença da... Funai! Não se trata daBR-364, no extremo oeste amazônico. É na BR-386,numa região que foi colonizada por alemães a partirde 1825... Alega-se que há índios à margem da estra-da. Na verdade, são pessoas que se estabeleceram àbeira da estrada – décadas depois de construída –para vender artesanato.

E outra comparação: dirigi tranquilo no Uruguai;no dia seguinte, dirigi assustado no Rio Grande do Sul.Aqui, somos agressivos ao volante. Parece que bota-mos todas as nossas neuras e frustrações na direçãoe convertemos o asfalto em campo de batalha. Nanossa antiga Província Cisplatina, nenhum veículoaproximou-se perigosamente do meu; ninguém mecortou à frente, encostou atrás, forçou ultrapassa-gem. Já na “Cisplatina do Norte” a regra é ameaçaraqueles que compartilham do asfalto. Deve ser porcausa da educação, que no Uruguai forma cidadãos.

Como vocês devem ter notado, a gente pensa queé feliz quando não faz comparações com o vizinho.

B

“Parece que botamos todas as nossas neuras e frustraçõesna direção e convertemos o asfalto em campo de batalha”

Comparaçõescom o vizinho

ALEXANDRE GARCIA

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 7

Duke

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ENTREVISTA CHARLES TANG

Com os olhos voltadospara as potencialidadesdo Brasil, a China estáinvestindo por aqui e

quer investir mais. O país asiáticopode ser um grande parceiro nasobras de infraestrutura, especial-mente na área de transportes. Omercado brasileiro está atraindotambém as montadoras. Em 2012,pelo menos três novas represen-tantes e distribuidoras começama vender caminhões importadosno Brasil, e há programação defábricas. Em relação ao comér-cio bilateral em 2011, a previsãoera de que a movimentação che-gasse a US$ 70 bilhões. “A Chinadeveria entrar aqui para fazertoda a infraestrutura que oBrasil tanto necessita – estradas,ferrovias, portos, aeroportosetc. E também hidrelétricas, ter-moelétricas, em parceria com osbrasileiros”, afirma o presidenteda CCIBC (Câmara de Comércio e

Indústria Brasil-China), CharlesTang. Brasileiro por opção, comose autodenomina, Charles Tangnasceu na China, morou nosEstados Unidos e está no Brasilhá 35 anos. Ele diz que o paísnão pode temer os investimen-tos estrangeiros e critica medi-das como o aumento do IPI(Imposto sobre ProdutosIndustrializados) para os veícu-los importados. Em dezembro, aCCIBC completou 25 anos.

Qual balanço o senhor fazdos 25 anos de atuação daCâmara de Comércio eIndústria Brasil-China?

Quando a câmara foi inaugu-rada, em 1986, tivemos grandeapoio do então presidente daVale, engenheiro RaymundoMascarenhas. Ele participou dafundação e foi o primeiro associa-do. Na época, ninguém queriasaber da China, com pouquíssi-

mas exceções. O Brasil era umaeconomia fechada, e a China eramuito pobre. A China não podiaimportar nada sem primeiroexportar alguma coisa, porquenão tinha divisas. Esse foi o come-ço da câmara. O ex-vice-primeiro-ministro da China Wu Xueqianpediu nossa ajuda para construira ponte da amizade entre o gigan-te da América do Sul e o giganteda Ásia. De lá para cá, fomos res-ponsáveis por muitos dos gran-des projetos entre Brasil e China.

Quais o senhor citaria?Aconselhamos o senhor

Maurício Botelho, da Embraer(Empresa Brasileira deAeronáutica), a criar uma monta-dora na China (a fábrica foi inau-gurada em 2003 quando MaurícioBotelho era presidente daEmbraer). Eu, pessoalmente,organizei a visita do senhorRoberto Egydio Setúbal, para a

China, que resultou no escritóriodo Itaú BBA em Xangai. Ajudamosa ZTE, de telecomunicações, a seinstalar no Brasil. Trouxemos aJAC Motors, conseguindo a repre-sentação. Não é só (um intercâm-bio) comercial. Há 20 anos, anossa diretora cultural leva cine-ma brasileiro para o FestivalInternacional de Cinema deXangai. Mas, ainda na áreacomercial, estamos no momentoajudando a instalar na China umafábrica brasileira de componen-tes automotivos.

Quais são os principaisinvestimentos da China noBrasil e o que se pretende nospróximos anos?

Até o ano de 2009, os investi-mentos chineses no Brasil erammuito pequenos. O total acumula-do era de US$ 392 milhões. Em2010, mais de US$ 20 bilhõesforam decididos. Em 2011, em

“Devemos convidar os chineses para, em parceria com o Brasil, investir maciçamente na construção dainfraestrutura de logística (estradas, ferrovias, portos, aeroportos etc), cuja falta impede nosso avanço”

Atenção voltada par a o BrasilPOR CYNTHIA CASTRO

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CHARLES TANG

“Devemos convidar os chineses para, em parceria com o Brasil, investir maciçamente na construção dainfraestrutura de logística (estradas, ferrovias, portos, aeroportos etc), cuja falta impede nosso avanço”

maio, já se anunciava US$ 14bilhões de investimentos. A China,em 2009, passou a ser o maiordestino das exportações brasilei-ras, o primeiro parceiro comercialdo Brasil. Em 2010, passou a sertambém o maior investidorestrangeiro no Brasil. O Brasil foi,talvez, o país que mais se benefi-ciou com o crescimento econômi-co chinês. Em 2010, o total docomércio bilateral foi de US$ 56,2bilhões, com superávit para oBrasil de US$ 5,2 bilhões. Em 2011,esse comércio bilateral deve che-gar a US$ 70 bilhões (estimativano início de dezembro). Essaaliança estratégica comercial doBrasil e da China está cada vezmais importante para ambos ospaíses. O Brasil necessita de capi-tal, geração de empregos e deriquezas. A China tem capital emabundância e também precisa derecursos minerais, além de ali-mentar o seu povo.

Em quais áreas de infraes-trutura podem ocorrer osinvestimentos chineses?

Temos que aproveitar aalta histórica dos preços decommodities para investiressa receita e reduzir o custoBrasil, que tira a competitivi-dade e enfraquece a indús-tria nacional, e investir emsaúde e educação. Como nãovamos ter poupança internasuficiente, devemos convidaros chineses para, em parce-ria com o Brasil, investirmaciçamente na construçãoda infraestrutura de logísti-ca, cuja falta impede o nossoavanço. A China deveriaentrar aqui para fazer toda ainfraestrutura que o Brasiltanto necessita – estradas,ferrovias, portos, aeroportosetc. E também hidrelétricas,termoelétricas, tudo em par-ceria com os brasileiros.

O Plano CNT de Transporte eLogística 2011 indica a necessi-dade de investimentos de maisde R$ 400 bilhões para melho-rar a infraestrutura de trans-porte em todos os modais. Asempresas chinesas poderiaminvestir esse valor?

Não sei o valor que os chine-ses irão investir aqui, se R$ 400bilhões ou quanto seria. Mas elestêm interesse em investir signifi-cativamente para ajudar a cons-truir a infraestrutura do Brasil.

O que dificulta a concretiza-ção? É necessário que o gover-no brasileiro estruture melhoras parcerias público-privadas?

Quando a China começou a se

abrir para o mundo, ela erapobre, não tinha dinheiro paranada e lançou parceria público-privada internacional, sob con-cessão do governo chinês, paraconstruir a infraestrutura que aChina precisava. Uma dificuldadeno Brasil, por exemplo, foi esseaumento de IPI (para os automó-veis importados). Prejudica deci-sões de investimentos de se criarmontadoras no Brasil.

O governo tem que estarmais aberto?

Sim. E acho que, pela declara-ção da presidente Dilma Rousseff,ela mandou fazer estudos paraabrir cessões para aqueles quequerem investir em montadoras

CCIBC/DIVULGAÇÃO

Atenção voltada par a o Brasil

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e fábricas. O Brasil lutou tantosanos para projetar uma imagemde estabilidade de regras de jogopara atrair investimentos estran-geiros. Essas mudanças de regrasde jogo, no meio do jogo, podemacabar com essa imagem. De umdia para o outro, aumentou o IPI.

Esse aumento do IPI paraos importados está impac-tando de que forma essesinvestimentos?

O investidor fica receoso. Vaiter um custo enorme. Não conse-gue montar uma fábrica e em umdia atingir 65% de índice denacionalização. Nem há fábricasde componentes e peças sufi-cientes no Brasil para podersuportar a demanda. Tudo issoleva tempo. O governo – a presi-dente Dilma – prontamente, man-dou abrir cessões. Mas até issoser resolvido, as decisões deinvestimento vão demorar umpouco. E isso se dá quando agente deveria encorajar investi-mentos, e não dificultar.

Há a necessidade de seestruturar melhor as par-cerias?

Nós, brasileiros, temos queter mais autoconfiança nanossa soberania e nas nossasleis, como os chineses. Durante30 anos, o principal fator deriqueza da China foi a lutaincessante, buscando atrair

investimento estrangeiro. Oschineses sabiam, como nósdeveríamos aprender, que oingresso de capital no nossopaís beneficia o Brasil. Quandogera empregos e riquezas comesse capital, gera para os brasi-leiros. A China compreendeuisso tão bem que, durante trêsdécadas, discriminou contra aempresa chinesa a favor daempresa estrangeira. O princi-pal fator de riqueza da China foia vasta quantidade de capitalque ela atraiu, que gerou rique-za e tecnologia para a China.

As montadoras chinesasprometem chegar com força aoBrasil. Em 2012, pelo menostrês novas representantes edistribuidoras estarão impor-tando caminhões. Quaismudanças isso traz para omercado de veículos?

Toda vez que os produtos chi-neses vêm competir no Brasil, ovencedor acaba sendo o povo bra-sileiro. Como os produtos chine-ses baratearam o custo, tornaram-se mais acessíveis. A verdadeiramaneira de fortalecer a indústrianacional não é proteção. A defesacomercial só vai criar parquesindustriais jurássicos nacionais.Quem se beneficia (com a chega-da de produtos chineses, comoveículos) é o povo brasileiro e aindústria nacional, que tem que semodernizar e baixar os custos.

A ideia é transformar oBrasil em um polo exportadorde veículos para a AméricaLatina?

Sem dúvida. Se estamos pro-duzindo produtos melhores emais baratos, podemos exportá-los para países do Mercosul e daAmérica do Sul.

Ainda há resistências emrelação à qualidade de algunsprodutos chineses. Isso acon-tece em relação aos veículos?

Quando os carros japonesesentraram no Brasil, ninguémqueria. Naquela época, produ-tos japoneses eram vistos comobaratos e de qualidade mais oumenos. Chegaram os coreanose também ninguém queria. Hojetodo mundo quer carro japonêse coreano. E os chineses estãoentrando no Brasil com um

EXPANSÃO Montadoras chinesas têm interesse em fabricar caminhão no Brasil

“Os chinesestêm interesseem investir

para ajudar aconstruir a

infraestruturado Brasil”

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40 milhões de cidadãos brasi-leiros. O que a gente não perce-be ou não quer perceber é quenunca os preços de commodi-ties estiveram tão altos e nuncativeram tanto valor agregadoem termos de pesquisa. AEmbrapa (Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuária) é umexemplo da excelência de tec-nologia. Hoje tem bilhões inves-tidos no desenvolvimento depesquisas científicas agregadosao valor dessas commodities,de maior resistência à praga,menor tempo de cultivo.

Mas o senhor acha que podeser prejudicial para o Brasil ofato de o país ter dependênciade exportações para a China?

Isso depende do Brasil, nãodepende da China. Não pode cul-par a China pelo custo Brasil. Se o

Brasil decidir baixar seu custoBrasil e se tornar competitivo, aívamos fortalecer nossa indústrianacional. Mas não depende dochinês. Não pode culpar o chinêsporque ele não tem o custo Brasil.

Há potencial para expor-tação de novos produtosindustrializados do Brasilpara a China?

Um dos maiores itens deexportação do Brasil para aChina são os aviões da Embraer.O Brasil pode exportar tudo paraa China, desde que seja competi-tivo. Ninguém pode forçar nin-guém a comprar produto maiscaro. Depende do Brasil. Oubaixa o custo Brasil e dá chancepara a indústria nacional compe-tir ou não. Poderia, por exemplo,estar exportando vinho para aChina. O Brasil pode ser o maiorfabricante mundial de biotecno-logia, de bioquímicos. Tem acana, o caldo de cana. Há empre-sas chinesas, que estamos tra-zendo para o Brasil, que queremtransformar caldo de cana emácido cítrico, que vale quatrovezes o preço do açúcar.

Apesar dos entraves, o quefaz com que o Brasil seja umpaís atrativo para os investi-mentos de grande porte?

O Brasil é um grande mercado.Tem produtos minerais, petróleo,terra agriculturável. A importân-

cia do Brasil vai crescer cada vezmais no mundo porque vamosser o celeiro do mundo. De ummundo que falta alimentos, onde1 bilhão (de pessoas) passa fome.O Brasil tem o potencial.

Nos últimos anos, a Chinaintensificou as políticaspara o transporte público.Quais medidas podem servirde exemplo para realidadebrasileira?

Imagina que Brasil maravilho-so se tivéssemos trens rápidos,que pudéssemos sair de SãoPaulo ir para Campinas, Jundiaí,Ribeirão Preto, Bauru, São Josédo Rio Preto etc. Imagina sepudéssemos ter aeroportos, por-tos e metrôs como a China tem. Epode haver uma cooperação notransporte entre os dois países.

Em resumo, como o senhorsintetizaria o que é necessáriopara que esses investimentosaconteçam?

O Brasil tem que olhar o inves-timento estrangeiro como fatorde riqueza do Brasil. E não termedo, porque temos que terautoconfiança de que o investi-mento estrangeiro vai ser feitosobre a nossa soberania e sobreas nossas leis (do Brasil). Isso vaibeneficiar o nosso povo e onosso país. Se não dificultarmosa entrada do capital estrangeiro,já seria muito bom. l

EXPANSÃO Montadoras chinesas têm interesse em fabricar caminhão no Brasil

DONGFENG/DIVULGAÇÃO

nível tecnológico e de qualida-de mais avançado do que quan-do entraram os japoneses e oscoreanos. Hoje, a China temprodutos de altíssima qualida-de, com estado de arte de tec-nologia. Mas continua produzin-do o 1,99 (R$ 1,99) para quemquiser. Se quiser comprar omais barato, a China fornece. Sequiser o de melhor qualidade, aChina também fornece.

O crescimento das rela-ções comerciais com a Chinacria uma dependência doBrasil em relação à exporta-ção de commodities como ominério de ferro?

Graças à exportação dessascommodities, o Brasil conse-guiu pagar suas dívidas, saircedo e fortalecido da crise. Econseguiu a inclusão social de

“O Brasil temque olhar o

investimentoestrangeiro

como fator deriqueza do

Brasil”

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201212

MAIS TRANSPORTE

A Guerra ImplementosRodoviários recebeu o prêmioMelhores Empresas ParaTrabalhar no Rio Grande doSul. O ranking foi elaboradopela revista “Amanhã”, emconjunto com o Instituto GPTW(Great Place to Work). O estudoé uma espécie de guia dasmelhores práticas de gestãode pessoas. A pesquisa, atéentão inédita naquele Estado,foi elaborada seguindo omesmo método que o instituto

aplica nos 46 países em queatua. Foi disponibilizado umformulário de inscrição paraas empresas gaúchas com 50ou mais funcionários e aplicados dois questionários.Houve também uma fase complementar formadapor duas questões abertase dissertativas, nas quais osfuncionários puderam fazercomentários. As etapasforam realizadas deforma voluntária.

Melhores para trabalhar

A Renault investiu 28 milhõesde euros em seu polo detestes para motores elétricos, instalado na cidadefrancesa de Lardy. O localvem sendo ampliado desde2009. Atualmente, tem maisde 3.300 metros quadrados,além de contar com maisde cem bancos de testes,cuja fonte de energia é aeletricidade, fornecida porum simulador de bateria de400 v. Os bancos permitemajustar os motores e sua eletrônica de potência por meio da medição dedesempenho (torque,

potência, rendimento, aprovação, homologaçãoe segurança). O polo é responsável pelos ajustese pelas avaliações dedesempenho, confiabilidadee segurança dos motoreselétricos desenvolvidos pelaRenault. Por lá, a empresatem testado o Kangoo Z.E.e o Fluence Z.E., primeiros dos quatroveículos elétricos danova geração da marca.De acordo com a empresa,a previsão é de que osmodelos cheguem aomercado dentro de um ano.

RENAULT/DIVULGAÇÃO

FORD/DIVULGAÇÃO

NOVIDADE Renault testa novos motores na França

TECNOLOGIA Porta-mala aberto sem o uso da chave

Investimento contínuo

A Ford apresentou o novoEscape 2013, sensor de movimento para o segmentode utilitários esportivos compactosda marca, como o New Fiesta.O sistema permite ao portadorda chave do veículo abrir oporta-malas, passando o pépor baixo do para-choque traseiro. Para fechar o compartimento, basta repetir o

gesto. A Ford trata o sistemacomo solução ideal para omomento em que o motoristachega ao carro com as duasmãos ocupadas, carregandocompras ou pacotes, e nãoconsegue pegar o controleremoto no bolso ou na bolsa. Aprincípio, o Novo Escape estarádisponível nos veículos da Fordfabricados nos Estados Unidos.

Sensor de movimento

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 13

REESTRUTURAÇÃO

Duas entidades ligadas aosetor logístico, a Aslog(Associação Brasileira de

Logística) e a ABML (AssociaçãoBrasileira de MovimentaçãoLogística), fundiram-se criandoa Abralog (Associação Brasileirade Logística).

O objetivo da nova entidadeé otimizar a assistência, oatendimento, o fornecimentode capacitação, de informaçãoe de networking às empresasde logística, além de propordebates e soluções aos profis-sionais e empresas da área.

Adalberto Panzan, vice-pre-sidente de Sustentabilidade daAbralog, afirma que o consen-so em fundir as entidades sur-giu da constatação de que asduas associações possuemrepresentatividade nacional,com agendas muito parecidase demandas comuns. “Os asso-ciados, os profissionais e asempresas atuam em ummesmo segmento econômico,e as atividades desenvolvidaspor ambas são complementa-res. Enquanto a Aslog atua for-temente na formação e na cer-tificação de profissionais delogística, a ABML desenvolveesforços para a normatizaçãodas atividades do setor.”

Ele diz que as agendasserão consolidadas para apri-morar os resultados. “Já foramdefinidas as bandeiras deatuação conjunta, uma vezque as entidades fundadorasda Abralog serão estatutaria-mente dissolvidas, de modo apermitir a estruturação danova associação.”

Para Pedro Moreira, presi-dente da nova associação, aunião de forças em prol dalogística brasileira é funda-

mental. “O segmento logísticodemanda esforços, e o traba-lho conjunto certamente trarámelhorias a todos os partici-pantes do setor.”

Segundo o dirigente, aAbralog reúne um grupogabaritado de profissionais,representantes de importan-tes empresas do segmento.“O Brasil vai ganhar muitocom a criação da associa-ção. O intuito é que a entida-de seja referência para toda

a América Latina”, destacaMoreira.

De acordo com Panzan, aassociação terá duas sedes:uma na capital paulista e outraem Brasília. “A entidade buscaunir o desenvolvimento econô-mico e empresarial com arepresentação institucional epolítica que o segmento almeja.O apoio da CNT, nesse aspecto,tem sido fundamental para osucesso das ações setoriais.”

(Letícia Simões)

Fusão cria entidade logística para fortalecer o setor

ABRALOG Associação terá sedes em Brasília e em São Paulo

DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201214

MAIS TRANSPORTE

Ruth Cardoso – Obra ReunidaObra objetiva elucidar o leitor arespeito da revolução e das políticassociais implantadas no Brasil a partir do pensamento de Ruth.De: Teresa Pires do Rio Caldeira, Ed.Mameluco Edições, 568 págs., R$ 78

Sobre a ChinaKissinger lança mão de relatoshistóricos e de suas conversas comlíderes chineses durante 40 anospara escrever o livro.De: Henry Kissinger, Ed. Objetiva,576 págs., R$ 54,90

Ascensão e Queda doComunismoAutor busca oferecer uma história euma análise de uma ideologia que,segundo ele, moldou o mundo.De: Archie Brown, Ed. Record,854 págs., R$ 89,90

Depois de de 14 anos, um navio construído por um estaleiro brasileiro foi entregue à Transpetro. Batizadode Celso Furtado, o navio, que é um dos 49 do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota)da Transpetro, é o primeiro de uma série de quatro de produtos encomendados ao estaleiro Mauá.

Navio brasileiro é entregue à Transpetro

PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

Espetáculo trabalha a linguagem dos palcosO projeto “Mistério Noir –Cultural, Arte e Social” prevê aexibição de espetáculo teatralque trabalha a linguagem dospalcos e a estética do cinemanoir. Em cena, um único atorinterage com projeções deoutros personagens em telas cinematográficas espalhadaspelo palco. Além do espetáculo,

serão realizados debates com a participação de atores, diretorese escritores sobre os temastrabalhados no enredo da peçae oferecidas oficinas culturaise artísticas com o objetivo dainclusão social. O projeto desenvolvido pela produtora

artística Operários da Alma temo objetivo central de discutir

temas relacionados ao comportamento humano comoa aventura, os mistérios, oromance e a criminalidade. A proposta da produtora é levar oespetáculo para além dos teatrose oferecer apresentações em universidades do país. Mais informações no sitewww.operariosdaalma.com.br.

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FCA/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 15

IVAN BUENO/DIVULGAÇÃO

ECONOMIA Equipamentos da antiga RFFSA seräo utilizados

Modernização de vagões

A Ferroeste recebeu o equivalentea R$ 2.629.956,00, em valoresde mercado, em peças e material de reposição paralocomotivas. José Richa Filho,secretário de Infraestrutura eLogística do Dnit(Departamento Nacional deInfraestrutura de Transportes),afirma que a operação é resultado de um contrato de cessão de direito de uso gratuitofirmado entre a concessionária eo órgão. A entrega do primeiro lote

aconteceu em dezembro. Outroslotes de peças serão retirados dos depósitos do Dnit na Vila Oficinas,em Curitiba (PR), e também nosarmazéns de Campinas,Sorocaba e Bauru (SP), nos próximos meses. “A Ferroestevai fazer, por vários anos, umagrande economia com a comprade peças”, afirma o presidenteda empresa, Maurício QuerinoTheodoro. O material estocadopertencia à extinta RFFSA (Rede Ferroviária Federal).

Ferroeste recebe peças

A FCA (Ferrovia Centro-Atlântica) trabalha na modernização de mil vagõesutilizados para o transporte de açúcar,no trecho que integra os Estados doSudeste e do Centro-Oeste do país ao porto de Santos. De acordo com a

FCA, a ação representa um aumento dequase 40% na capacidade de transportede açúcar pela concessionária. A empresa já havia recuperado outros 500 vagões em 2011. Parte dosequipamentos modernizados está em

circulação nas ferrovias. A operaçãoserá completamente concluída até o início da safra de 2012, representandouma total revitalização da frota de transporte do açúcar operado pela empresa.

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201216

MAIS TRANSPORTE

Uma ação conjunta entre a Vipal,empresa que atua no segmento deborrachas e vulcanização a frio, ea Fate, por meio de sua RedeAutorizada de Reformadores e dosRevendedores de Pneus, criaram

um programa de coleta de pneusinservíveis. Com o tema “Todo oPneu Merece um Final Feliz”, acampanha visa conscientizar apopulação da importância de destinar corretamente os pneus,

que tecnicamente não podemmais ser reformados e devem serdirecionados para reciclagem.Além dos pontos de coleta, asempresas trabalham na divulgaçãodo programa com a distribuição

de cartilhas, folhetos e exibição debanners nas unidades da redeautorizada e nos pontos de vendaFate espalhados em todo o Brasil.De acordo com a Vipal, a campanha é permanente.

Reciclagem de pneus

A MP (medida provisória) nº 551/11, que deve ser votada até fevereiro, vai alterar a distribuição das tarifas de embarque e criar a tarifa deconexão de voos. A ação visa tornar os aeroportos a seremconcedidos à iniciativa privadafinanceiramente mais viáveis. AMP prevê a redução do adicionalsobre as tarifas aeroportuárias

de 50% para 35,9%. Assim, ovalor passa de R$ 6,89 para R$ 5,86 por embarque nacional.Para o consumidor, a nova regranada altera. Ele vai continuarpagando R$ 20,66 nos embarquesnacionais e R$ 68,34 para voosinternacionais. Caso a MP sejaaprovada, o valor arrecadadoserá destinado ao Fnac (FundoNacional de Aviação Civil).

Tarifas de embarque A Lufthansa Cargo desenvolveu um aplicativo derastreamento para todos ossmartphones atuais. De acordo com a companhia, aação é inédita entre asempresas de carga aérea.Com o aplicativo, os agentesde carga podem obter informações rápidas sobre as remessas de carga aérea a

qualquer momento. O sistemafoi desenvolvido pelaLufthansa para os dispositivosBlackberry, iPhone e Androide estão disponíveis nas respectivas lojas de aplicati-vos sob a palavra-chave“Lufthansa Cargo”. A malhaaérea da empresa serve a,aproximadamente, 300 desti-nos, em mais de cem países.

Aplicativo para clientes

CAMPANHA Empresas atuam na coleta e na destinação de pneus

VIPAL/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 17

PREMIAÇÃO

Uma vida dedicada aoaperfeiçoamento dotransporte brasileiro.

Assim Thiers Fattori Costa éanunciado e reconhecido nomeio transportador. E portoda a sua luta em defesa dosetor transportador, o presi-dente de honra da CNT foihomenageado com o troféu“Pioneiros do Transporte”,oferecido pelas revistas“Transporte Moderno” e“Tchnibus”, entregue emsolenidade realizada no dia

29 de novembro, na cidadede São Paulo.

Thiers Fattori Costa temsua vida ligada ao transpor-te, liderou as principais enti-dades do setor. Presidiu aNTC (Associação Nacionaldos Transportadores deCargas e Logística), a CNTT(Confederação Nacional dosTransportes Terrestres), que porsua ação transformou-se emCNT (Confederação Nacional doTransporte), unindo todo o setorde transporte em seus diversos

modais e atividades afins.Presidiu e fundou a Fenatac(Federação Interestadual dasEmpresas de Transporte deCargas), e atualmente é presi-dente de honra da CNT.

Entre todas as ações elutas que empreendeu emdefesa do transporte nacional,um dos resultados que maisorgulho traz a Thiers foi terconseguido, com o relator daConstituição de 1988, a incor-poração da proposta, aprova-da, de criação do Sest Senat.

Hoje, um dos maiores projetosde assistência e qualificaçãoprofissional do Brasil.

Ao troféu “Pioneiros doTransporte” somam-se outrasmais de 20 homenagens que olíder transportador já recebeu,entre elas, o de “Líder Setorial”,da “Gazeta Mercantil” e a“Medalha do Mérito Mauá”, doMinistério dos Transportes.Amigos, familiares e empresá-rios transportadores prestigia-ram a homenagem a ThiersFattori Costa.

Thiers Fattori Costa é homenageado em São Paulo

PREMIAÇÃO Thiers Fattori Costa (centro) é homenageado com o troféu “Pioneiros do Transporte”

OTM EDITORA/DIVULGAÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201218

A 23ª edição da Gincana doCaminhoneiro teve como campeão o paranaense RobertoPolli. Com a conquista, ele garantiu um caminhão VWConstellation 24.250. A final doevento foi realizada no Posto doDécio Parada Bonita, localizadona BR-365, em Uberlândia (MG).Os finalistas passaram por trêstomadas de tempo, com pistas de traçado diferenciado, além de uma prova de legislação e

cidadania. A gincana teve seisetapas, realizadas ao longo de2011, com provas de slalom(zigue-zague entre cones). Alémdo campeão Polli, subiram aopódio os caminhoneiros JoãoEdson Lazaroto, de Colombo (PR),e Joaquim Batista Veríssimo, deSão Luís (MA), respectivamentesegundo e terceiro colocados.Eles levaram para casa um notebook, oferecido pela organização do evento.

Gincana do Caminhoneiro 2011 DANIEL NUNES/DIVULGAÇÃO

VITÓRIA Roberto Polli comemora conquista do caminhão

MAIS TRANSPORTE

A 13ª edição da MitsubishiCup terá sete etapas ecomeça no dia 31 de março,em Ribeirão Preto (SP). Acompetição traz como principal novidade o novocarro da Mitsubishi, a L200Triton ER. O veículo seráoferecido pelo sistema delocação, que permite aocompetidor dedicar-seexclusivamente à pilotagem, deixando para aequipe da montadora todoo preparado e manutençãodos veículos, antes edepois das etapas. “Paraparticipar das provas derali, o carro recebeu dois

amortecedores por roda,kits de segurança exigidospela CBA (ConfederaçãoBrasileira de Automobilismo)e instrumentos de navegação”,diz Guilherme Spinelli, diretor de competições daempresa. Segundo ele, orestante dos equipamentosdo carro é idêntico aos utilizados na L200 Triton derua. As sete etapas serãodisputadas nos Estados deSão Paulo, Santa Catarina,Minas Gerais e Paraná. Oprêmio é de mais de R$ 555 mil, distribuídos aos vencedores no decorrer das fases.

Mitsubishi Cup 2012

MITSUBISHI/DIVULGAÇÃO

Page 19: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

A Rainha Elizabeth 2ª concedeu a Gérard Moss, idealizador doprojeto Rios Voadores, a medalhae o título de Membro da Ordemdo Império Britânico. Moss foireconhecido pelos serviços prestados para o meio ambienteno Brasil. Com o projeto, patrocinado pela Petrobras desde2003, o engenheiro britânico viabilizou pesquisas sobre ainfluência no clima brasileiro dascorrentes de ar carregadas devapor de água, que atravessam aAmazônia e levam a umidadepara outras regiões do Brasil. Deacordo com a Petrobras, novaspesquisas serão realizadas paraestudar a origem do vapor deágua e calcular o volume da águacedida para a atmosfera pela evaporação das folhas e transpiração das árvores e plantas. Para essa nova etapa,Moss utilizará um balão que farávoos para a coleta de amostrasrentes a copas de árvores e acampos degradados ou de plantio.

Condecoração

A Mercalf, 100ª concessionáriada Iveco no Brasil, sediada emJundiaí (SP), investiu R$ 12milhões para ser uma revenda sustentável. O telhado verde recupera água de chuva e contribui para a redução da temperatura ambiente do showroom, reduzindo o uso dear-condicionado. A energia solaraquece a água de lavagem doscaminhões, diminuindo o uso deprodutos químicos. O sol alimentaas baterias dos postes de iluminação do pátio externo. E osuniformes dos funcionários sãofeitos com uma porcentagem defibras extraídas da reciclagem degarrafas PET.

Concessionáriasustentável

A Trip Linhas Aéreas quer ampliaras operações da companhia emIpatinga (MG) a partir de março. A companhia solicitou à Anac(Agência Nacional de AviaçãoCivil) autorização para operarcinco frequências diárias entre

Ipatinga e Belo Horizonte, pelo aeroporto de Confins."Atualmente, a Trip já opera seisvoos diários entre Ipatinga e oAeroporto da Pampulha, na capital. Com a alta demanda, acompanhia vê necessidade de

ampliar as operações e oferecer a opção de os passageiros desembarcarem também em Confins", afirma EvaristoMascarenhas, diretor de marketing e vendas da empresa aérea.

Mais voos em Minas Gerais

PETROBRAS/DIVULGAÇÃO

MEDALHA Gérard Moss

TRIP/DIVULGAÇÃO

DEMANDA Trip solicitou autorização para operar mais cinco frequências diárias em MG

IVECO/DIVULGAÇÃO

EXEMPLO Revenda sustentável da Iveco

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POR LIVIA CEREZOLI

Um raio X do setoraéreo brasileiroapresentado emcinco reportagens. A

série “Aeroportos: última cha-mada”, exibida entre os dias18 e 22 de abril de 2011, no“Jornal da Globo”, foi a gran-de vencedora da 18ª edição doPrêmio CNT de Jornalismo. A

Clésio Andrade, em solenida-de realizada no dia 7 dedezembro, no Clube doExército, em Brasília (DF). Osjornalistas também recebe-ram troféu e diploma referen-tes à premiação. A festa foiembalada pelo som da canto-ra Maria Rita.

O Prêmio CNT deJornalismo tem por objetivoestimular as redações dos

equipe de reportagem visitoudez aeroportos, em oito cida-des, para sentir e ouvir o quepassam os passageiros nosprincipais terminais do país,como narra o próprio repórterPaulo Renato Soares, na pri-meira reportagem da série.

O prêmio de R$ 30 mil foientregue à equipe da TVGlobo pelo presidente da CNTe do Sest Senat, senador

REPORTAGEM DE CAPA

Trabalhosreconhecidos

A 18ª edição do Prêmio CNT deJornalismo premia reportagens que

valorizaram o setor de transporte

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FOTOS JÚLIO FERNANDES/CNT

veículos de imprensa brasilei-ros a produzir trabalhos a res-peito da atividade transporta-dora, para que a sociedadereflita sobre a importância dosetor no processo de desen-volvimento social e econômi-co do Brasil.

“Premiar é reconhecer ogrande trabalho realizadopela imprensa brasileira.Diariamente, jornalistas con-

tribuem para a confirmaçãoda importância da nossa ativi-dade transportadora emtodos os seus aspectos, sejameles econômicos ou sociais,denunciando os problemas eapontando as soluções neces-sárias”, afirma o senadorClésio Andrade, presidente daCNT e do Sest Senat.

Na cerimônia, comandadapelo jornalista Chico Pinheiro,

da TV Globo, também foramhomenageados outros seistrabalhos que receberam osprêmios de R$ 10 mil dasmãos de representantes dosetor de transporte. No total,foram entregues R$ 90 mil emprêmios.

Na categoria Rádio, o ven-cedor foi o repórter FelipeDaroit, da Rádio Gaúcha, coma série “Flagrantes de irregu-

laridades no trânsito”. Cadauma das cinco reportagens,veiculadas na emissora, apre-sentou um tipo de infraçãocometida pelos motoristasnas ruas de Porto Alegre (RS).

A denúncia feita pelo jor-nalista Francisco Regueira eequipe da TV Globo sobre oesquema ilegal de vendas delicenças de táxis no Rio deJaneiro (RJ) e em São Paulo

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 21

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(SP) conquistou o prêmio nacategoria Televisão. A repor-tagem “A máfia dos táxis” foiexibida no “Fantástico”.

O jornalista AlencarIzidoro, da “Folha de S.Paulo”, conquistou, pelosegundo ano consecutivo, oprêmio na categoriaImpresso. O trabalho vence-dor foi a série de reportagens“Mortes se repetem nasestradas em pontos previsí-

apresenta um número assus-tador de mortes registradasnas rodovias federais do país.

Talvez ninguém tenha ima-ginado ainda que olhar aponte Rio-Niterói de um novoângulo rendesse uma imagemtão interessante. Mas o fotó-grafo Marcos Tristão, do jor-nal “O Globo”, decidiu arriscare deu certo. O trabalho “Pé nofreio na Ponte Rio-Niterói”,vencedor na categoria

Fotografia, mostra a inspeçãodos pilares embaixo da ponte.

Na categoria MeioAmbiente, o prêmio foi para oprojeto “Respirar”, da TVGlobo, um trabalho de mais de300 reportagens sobre otema, exibidas nos telejornaisda emissora, entre abril eagosto do ano passado.

Anualmente, a comissãojulgadora do prêmio é forma-da por quatro jornalistas que

veis”, no qual ele apresentaum levantamento dos locaisonde mais acontecem aciden-tes nas estradas brasileiras.

Também pelo segundo anoconsecutivo, “O TempoOnline” venceu na categoriaInternet. O trabalho do jorna-lista Luiz Fernando Rocha eequipe levanta a questãosobre a privatização dasestradas. A reportagem “UmBrasil de caminhos opostos”

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201222

“Premiar é reconhecer o

grande trabalhorealizado pela

imprensabrasileira. Os

jornalistascontribuem paraa confirmaçãoda importância

da atividadetransportadora”

SENADOR CLÉSIO ANDRADE,PRESIDENTE DA CNT E DO SEST SENAT. SHOW A festa de entrega do prêmio foi embalada pela cantora Maria Rita

Page 23: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

atuam em diferentes veículosde comunicação do país e umespecialista na área de trans-porte. Em 2011, eles foram unâ-nimes ao constatar a qualida-de dos trabalhos concorren-tes. Segundo TeodomiroBraga, diretor de jornalismodo Grupo Bandeirantes emMinas Gerais, a análise decada uma das reportagensteve que ser bastante criterio-sa. “O prêmio vem se consoli-

dando e, a cada ano, a partici-pação e o nível dos trabalhostambém crescem. Foi fácilobservar isso analisando asreportagens participantes.”

Baptista Almeida, editor depolítica dos jornais “Estado deMinas” e “Correio Braziliense”,afirma que, em algumas cate-gorias, “julgar foi uma tarefadifícil porque tinha muitacoisa de boa qualidade”.

Os trabalhos são avaliados

de acordo com critérios quevalorizam a atividade jorna-lística, como esforço inco-mum, coragem, determinação,isenção, senso de oportunida-de e estética na apresenta-ção. De acordo com XicoVargas, colunista da RádioBandNews e do Portal Uol,essa classificação facilitamuito a análise de trabalhostão bons.

Para o doutor emEngenharia de Transportes eLogística e professor daFundação Dom Cabral, PauloTarso de Resende, o sentidode cidadania e a preocupaçãocom o social, presente namaioria das reportagens queconcorreram ao prêmio,merecem destaque. “Muitomais do que a qualidade téc-nica de textos e imagens, aqualidade das abordagens dotema transporte, que é tãoamplo, foi muito boa”, afirma.

O editor-executivo da“Folha de São Paulo”, SérgioDávila, compartilha da mesmaopinião. “É interessante per-ceber como o jornalismo bra-sileiro cobre bem o assuntotransporte”.

Conheça, a seguir, maisdetalhes das reportagensvencedoras

SHOW A festa de entrega do prêmio foi embalada pela cantora Maria Rita

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Depois de um trabalho dedois meses de produção, aequipe de reportagem do

“Jornal da Globo” visitou dez aero-portos, em oito cidades brasileiras,para traçar um verdadeiro raio X dasituação do setor aéreo nacional.

De filas nos balcões de check-in a atrasos nos pousos e decola-gens, os jornalistas se depararamcom situações preocupantes rela-cionadas à infraestrutura aero-portuária oferecida hoje no país.A série “Aeroportos: última cha-mada” venceu o Grande PrêmioCNT de Jornalismo 2011.

Segundo a editora de textoPatrícia Casanova, na escolhade quais aeroportos seriam visi-tados, foram levados em consi-deração a questão dos proble-mas e do esgotamento de cadaum deles. “Queríamos mostrarque por mais que a realizaçãode grandes eventos esportivosseja uma preocupação, os pro-blemas são reais hoje, e osespecialistas que ouvimos aler-tam que, quando as obras pre-vistas estiverem prontas, namaioria dos terminais elas jáserão obsoletas”, afirma ela.

Com uma câmera pequena nasmãos, o repórter Paulo RenatoSoares conseguiu registrar o des-conforto dos passageiros nassalas de embarque lotadas, ostranstornos provocados pelasconstantes troca de posições dasaeronaves e tantos outros proble-mas vivenciados diariamente nosaeroportos.

Além de verificar a situaçãobrasileira, a reportagem foi bus-car exemplos fora do país. A visi-ta ao principal aeroporto da Áfri-ca do Sul, última sede da Copa doMundo, mostrou que com planeja-mento é possível realizar grandestransformações.

De Lima, no Peru, o exemploda privatização. O terminal, hojeadministrado pela iniciativa pri-vada, atrai cada vez mais empre-sas aéreas e já se tornou um con-centrador de voos vindos daEuropa e dos Estados Unidos.

GRANDE PRÊMIO - TV Globo

Raio X aéreo

O presidente da CNT e do Sest Senat, senador Clésio Andrade, entregou o troféu aos jornalistas vencedoresdo Grande Prêmio, Júlio Aguiar, Paulo Renato Soares, Rosângela Del Gesse e Patrícia Casanova

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Uma série de reportagensexibidas durante umasemana – de 22 a 26 de

agosto do ano passado – na RádioGaúcha sobre as irregularidadescometidas por motoristas em ruasde Porto Alegre e rodovias que cru-zam o Estado do Rio Grande do Sul.Foi esse o trabalho vencedor nacategoria Rádio do prêmio CNT deJornalismo 2011. A Rádio Gaúchatambém foi premiada em 2010.

O repórter Felipe Daroitacompanhou o trânsito nas prin-cipais avenidas de Porto Alegrepara produzir a série “Flagrantesde irregularidades no trânsito”.Foram ouvidos motoristas quedirigiam falando ao celular, nãousavam o cinto de segurança,transitavam em alta velocidade,

avançavam o sinal vermelho edirigiam embriagados.

“No jornalismo, a gente sem-pre busca assuntos novos, mas aideia desse trabalho foi tratar detemas já conhecidos por todomundo com uma abordagem dife-rente: ouvir os motoristas infra-tores e as vítimas de acidentesde trânsito para alertar sobre osriscos de se dirigir alcoolizado,sem cinto de segurança ou falan-do ao celular”, conta Daroit.

O repórter confessa ter sesurpreendido com a sincerida-de de alguns motoristas entre-vistados que confirmaram tercometido as infrações. Deacordo com ele, muitos pedi-ram para não ser identificados,mas ninguém negou o erro.

“Não esperava conseguir tan-tas entrevistas com declara-ções tão reveladoras. As des-culpas apresentadas nãopodem justificar os erros”.

Daroit se refere ao motoristaque disse não usar o cinto porqueo mesmo o incomoda, a outro queperdeu o veículo por estar a 140km/h e ainda a um terceiro queconsiderava normal dirigir depoisde ter consumido seis garrafas decerveja. Em meio a tantas declara-ções, o depoimento de um senhorque perdeu a esposa atropeladapor um motociclista que atraves-sou o sinal vermelho é um dosmais emocionantes de todo o tra-balho. “Conseguimos atingir onosso objetivo, que é fazer essealerta à população”.

RÁDIO – Rádio Gaúcha

O jornalista Felipe Daroit, da Rádio Gaúcha, recebe o troféu do presidenteda seção de transportadores autônomos da CNT, José da Fonseca Lopes

Perigo no trânsito

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 25

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Um esquema de venda ilegal delicenças e vagas em pontos detáxis nas duas maiores cidades do

país foi a denúncia feita pelo jornalistaFrancisco Regueira e equipe da TV Globo,na reportagem “A máfia dos táxis”, exibi-da no Fantástico. O trabalho foi o vence-dor na categoria Televisão da 18ª ediçãodo Prêmio CNT de Jornalismo. Esta é aterceira vez que Regueira vence o prêmio.

O repórter conseguiu, com facilidade, adocumentação para trabalhar como taxis-ta, alugou um carro e rodou durante doismeses pelas ruas do Rio do Janeiro, ondese deparou com um esquema fraudulentoe perigoso no qual taxistas são até espan-cados na briga por um ponto lucrativo.

“A matéria surgiu exatamente devidoa um espancamento. Chamou-me muito aatenção o caso de um motorista que apa-nhou no aeroporto do Galeão. Ele nãofazia parte da cooperativa que atuava alie por isso foi espancado”, conta o jorna-lista.

As denúncias feitas pelos próprios pro-fissionais também apontaram para umesquema de corrupção de policiais, quecobravam propina, para não multarem oscarros que circulam nos aeroportos doGaleão e Santos Dumont e na rodoviáriaNovo Rio.

Segundo Regueira, depois da exibiçãoda reportagem, pelo menos uma dezenade militares e milicianos que faziam partedo esquema acabaram presos.“Descobriu-se que muitos pontos de táxisda cidade do Rio eram dominados pormilícias que cobravam valores altos paraautorizar os motoristas a trabalharem.” Arepercussão da matéria também foi gran-de nos demais telejornais da TV Globo. Aotodo, 64 reportagens de novas denúnciasforam produzidas pela emissora.

TELEVISÃO – TV Globo

Francisco Regueira, da TV Globo, é premiado pelo presidenteda seção de transporte ferroviário da CNT, Rodrigo Vilaça

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201226

Ilegalidade no ponto

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IMPRESSO – “Folha de S. Paulo”

O jornalista Alencar Izidoro, da “Folha de S. Paulo”, recebe o prêmiona categoria Impresso do vice-presidente da CNT, Meton Soares

Avencedora na categoriaImpresso foi a série de repor-tagens “Mortes se repetem

nas estradas em pontos previsíveis”,do jornalista Alencar Izidoro, publi-cada na “Folha de S. Paulo”, em abrilde 2011. Esta é a quarta vez queIzidoro vence o Prêmio CNT deJornalismo na mesma categoria. Asreportagens anteriores foram pre-miadas em 2003, 2007 e 2010.

O trabalho mapeou 98% dos locaisonde 213 pessoas morreram durante oferiado do Carnaval de 2011 e verificouque praticamente metade dos aciden-tes aconteceu em pontos previsíveis,com alta incidência de colisões. Nessesmesmos trechos, em cinco anos emeio, foram registrados 3.917, com 1.441feridos e 127 mortos.

Entre os principais locais concen-tradores de acidentes estão o km 17 daBR-282, em Santa Catarina; os kms143/144 da BR-116, no Rio Grande do Sul;o km 440 da BR-381, em Minas Gerais, eo km 14 da BR-316, no Pará.

O alto número de acidentes commortes registrados durante o Carnavaldespertou o interesse do jornalista emse aprofundar mais no assunto.“Analisando os dados de 2003 a 2011, oúltimo Carnaval foi o mais sangrento.Não queríamos apenas dar os dados,por isso fomos buscar como de fatoocorreram essas mortes e quem eramessas pessoas”, conta.

E foi percorrendo alguns dos tre-chos mais violentos do país que Izidorose deparou com histórias chocantes,como a dos três irmãos que perderamos pais em um acidente na BR-262, noEspírito Santo, mas sobreviveram por-que estavam usando a cadeirinha.

Acidentes com endereço marcado

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Com a reportagem “UmBrasil de CaminhosOpostos”, o portal “O

Tempo Online” conquistou, pelosegundo ano consecutivo, oPrêmio CNT na categoriaInternet. O trabalho do jornalis-

ta Luiz Fernando Rocha e equipefaz uma comparação entre asituação das rodovias públicase privadas no país e revela umatriste realidade: as estradasfederais registram um númerode mortes crescente a cada ano.Em 2010, o portal recebeu o prê-mio com o trabalho “VidasEmpoeiradas”, sobre as comuni-dades que vivem isoladas semasfalto.

Segundo Rocha, o ponto departida para desenvolver omaterial foi uma análise rápi-da da situação da BR-381, quetem a cidade de BeloHorizonte como um divisor deáguas. A rodovia que liga oEspírito Santo a São Paulo éprivatizada no trecho sul(entre as capitais paulista emineira) e está sob gestãopública no trecho norte (que

segue de Belo Horizonte até oEspírito Santo).

“É impressionante a diferençaobservada na qualidade dessesdois trechos da mesma rodovia.Além de condições precárias, aparte norte da BR-381 registraíndices altíssimos de acidentes.Decidimos então ampliar esseuniverso e traçar esse paraleloentre as rodovias públicas e pri-vadas em todo o país”, conta ele.

Todo o material, com entre-vistas em áudio e vídeo, foto-grafias, infográficos e a repro-dução de alguns vídeos publica-dos no YouTube, foi apresentadoem um hotsite específico.“Desde a criação do portal, pro-curamos utilizar o maior núme-ro de recursos multimídia possí-vel. A Internet possibilita traba-lhar dessa forma e isso enrique-ce o nosso material”.

INTERNET - O Tempo Online

Flávio Benatti, presidente da seção de transporte de cargas da CNT, entregao prêmio na categoria Internet ao jornalista Luiz Fernando Rocha

Estradas públicas x privadas

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Um olhar diferente da ponte Rio-Niterói captado pelas lentes dofotógrafo Marcos Tristão, do jor-

nal “O Globo”, foi o vencedor do PrêmioCNT na categoria Fotografia. A imagemfoge do óbvio e mostra o trabalho deinspeção dos pilares embaixo da ponte.

Segundo o fotógrafo, ele foi escaladopara fazer uma matéria, em outubro de2010, sobre a saúde da ponte e a análi-se que é feita constantemente dos pila-res de concreto. “Eu acompanhei,durante um dia todo, o trabalho dos téc-nicos que estavam mergulhando.Quando o barco que eu estava se apro-ximou dos pilares, vi aquela imagem edecidi fotografar”, conta.

Tristão utilizou uma lente teleobjeti-va para conseguir mostrar a grandiosi-dade da ponte e a importância que elatem para as cidades do Rio de Janeiro ede Niterói. Construída em 1974, a ponteainda mantém o título de oitava maiordo mundo, e o volume de tráfego diárioultrapassa os 145 mil veículos.

Depois das imagens prontas, o fotó-grafo não acompanhou mais o proces-so de edição e de montagem da páginae se surpreendeu com o destaque queo jornal deu para o material. “A maté-ria foi publicada alguns dias depois eeu já estava envolvido em outra pauta.Gostei muito do destaque que a equipeda edição deu para a minha foto, abrin-do três colunas em uma página quaseinteira”, confessa ele.

Em 2010, Tristão estava entre oscinco finalistas do Prêmio CNT deJornalismo com uma imagem dasenchentes no Rio de Janeiro. “Espereipor um ano para receber o prêmio, masvaleu a pena”.

FOTOGRAFIA – “O Globo”

Uma outra Rio-Niterói

Newton Gibson, vice-presidente da CNT, entrega o prêmioao fotógrafo do jornal “O Globo” Marcos Tristão Chargel

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Otrabalho vencedorna categoria MeioAmbiente e Transporte

faz parte de um projeto queenvolveu, aproximadamente, 13profissionais na elaboração demais de 300 reportagens exibi-das nos telejornais da TV Globo,entre os meses de abril e agos-to de 2011. O Respirar teve comoobjetivo principal discutir osimpactos causados pela polui-ção na saúde das pessoas eapresentar possíveis soluçõespara o problema.

“Poluição e trânsito sãoassuntos que estão direta-mente ligados. Sempre faláva-mos da situação do trânsito edo clima nas principais cida-des do país, mas nunca tínha-mos abordado o problema daemissão de poluentes deforma tão ampla”, conta a jor-

nalista Flávia Freire, que apre-sentou o projeto.

A equipe do Respirar criouum aparelho chamado de res-pirômetro para medir a polui-ção na cidade de São Paulo edistribuiu lençóis brancos coma marca Respirar para as pes-soas pendurarem na janela eassim conseguirem enxergar asujeira que acabam respiran-do todos os dias.

Segundo Flávia, a reper-cussão do trabalho foi muitogrande. “Tivemos um envolvi-mento da população. Muitaspessoas nos devolveram len-çóis completamente pretos,outros nem tanto. A gentepode perceber que em regiõesda cidade com áreas mais ver-des, a poluição é bem menor”.

Os jornalistas também tes-taram os carros elétricos utili-

zados na Usina Hidrelétrica deItaipu e visitaram cidades,como a Cidade do México,Bogotá e Curitiba, que tratamo assunto poluição com maisseriedade, adotando medidaspara melhorar o trânsito, reno-var a frota de veículos e redu-zir as emissões de poluentescom a utilização de combustí-veis de fontes alternativas. l

MEIO AMBIENTE E TRANSPORTE - TV Globo

Otávio Cunha, presidente da seção de transporte de passageiros da CNT, entrega oprêmio às jornalistas Juliana Bressan, Denise Sobrinho, Flávia Freire e Cristiana Randow

Alerta de poluição

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201230

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OParaná quer se tornar rotados cruzeiros marítimosque passam pelo Brasil.Neste ano, o navio alemão

Aida Cara fez uma parada no Portode Paranaguá no mês de novembroe outra estava prevista para dezem-bro. No início de 2012, os passagei-ros desembarcarão mais duas vezesno litoral paranaense. Por enquan-to, ainda não há um terminal depassageiros, mas uma estrutura foiorganizada para atender os turistasneste verão.

A Setu (Secretaria de Estado doTurismo do Paraná) espera que aavaliação da experiência seja posi-tiva e que nas próximas tempora-das o Estado possa ser escolhidocomo ponto de partida ou de passa-gem de mais navios de cruzeiro.“Queremos que o porto esteja narota regular. Toda a região e oEstado têm muitos atrativos inte-ressantes para o público dosnavios”, diz a assessora técnica daSetu, Deise Bezerra.

Na temporada 2011/2012, está pre-

Paraná tenta atrair navios de cruzeiroe tem plano de desenvolver turismo

voltado para os lagos e os riosPOR CYNTHIA CASTRO

AQUAVIÁRIO

PARANÁ TURISMO/DIVULGAÇÃO

Incentivoao turismo

náutico

Page 34: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201234

vista a presença de 17 naviosem todo o litoral do país. Aexpectativa da Abremar(Associação Brasileira deCruzeiros Marítimos) é que894,8 mil cruzeiristas parti-cipem de mais de 300 rotei-ros – uma oferta de leitos 1,6%maior do que a da temporadaanterior. De acordo com Deise, aSetu já se reuniu com represen-tantes da Abremar para mostraras potencialidades do Estado.

Conforme Deise, existe o

Atrações que devem ser estimuladas no Paraná

• Passeios de Barco: durante o trajeto na baía de Paranaguá, é possível

visualizar o porto Dom Pedro II, visitar as comunidades pesqueiras e as ilhas,

como a da Cotinga, dos Valadares e a Ilha do Mel

• Matinhos/Caiobá: Matinhos é um recanto do litoral paranaense com

17 km de praias, rios, montanhas, ilhas. Fica a 110 km de Curitiba

• Ilha do Mel: está localizada na região central da costa paranaense, e o acesso

se dá por barco a partir de Paranaguá ou do Pontal do Paraná. Mais de 20 praias

e passeios que incluem visita a duas construções históricas: a Fortaleza de

Nossa Senhora dos Prazeres, do século 18, e o Farol das Conchas, de 1872

• Centro histórico: os prédios históricos de Paranaguá são herança da

colonização portuguesa. As igrejas de Nossa Senhora do Rosário (1578), a de São

Benedito (1784), e o Museu de Arqueologia e Etnologia de Paranaguá (1755)

• Morretes: destino de ecoturismo, a cidade tem rios, montanhas, cachoeiras e

piscinas naturais. No Parque Estadual do Marumbi e na serra do Mar, há

opções de passeios ciclísticos pela área rural e trilhas

• Parque Nacional de Iguaçu: as cataratas têm 275 quedas, que se espalham

por Brasil e Argentina, em uma área de 2,7 km na fronteira dos dois países. Há

mais de 200 espécies de aves, além de bichos como a onça-pintada, o jacaré-

de-papo-amarelo, a capivara e o quati, símbolo do parque

Fonte: Setu

O QUE FAZER

”Queremosque o porto

esteja na rotaregular decruzeiros”

DEISE BEZERRA, SETU

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 35

projeto para a construção doterminal de passageiros noporto de Paranaguá. Entretanto,ela disse que os recursos aindaterão de ser viabilizados. Aideia de atrair cruzeiros maríti-mos para o Paraná está inseri-da no Projeto Turismo Náutico,que prevê outras medidas paraincentivar esportes náuticos,turismo em rios e em lagos etambém a pesca. Esse projetofaz parte do ProgramaTurismo em Áreas Naturais,

que está sendo estruturadopelo governo e deve serimplementado até 2014.

Entre as atividades de turis-mo náutico que devem serincrementadas no Paraná está oProjeto de Turismo Integrado aoLago de Itaipu. Nesse roteiro,está incluído o "Caminho dasÁguas", no qual as populaçõesribeirinhas podem mostrar aosturistas suas particularidadesculturais. Engloba 16 municípiosda região oeste do Paraná.

O principal atrativo para ospassageiros dos cruzeiros, con-forme Deise, é a Ilha do Mel, ocentro histórico de Paranaguáe as Cataratas do Iguaçu. Paraa Ilha do Mel, os turistas preci-sam pegar um barco, e a via-gem dura pouco mais de umahora. “Essa ilha é maravilhosa.É um atrativo natural, com tri-lhas, praias, farol. Para Foz doIguaçu, tem opção de voo char-ter (fretado), com 50 minutosde duração.”

PARANAGUÁ Centro histórico de cidade paranaense oferece atrativos turísticos, herança da colonização portuguesa

JOEL ROCHA/PARANÁ TURISMO/DIVULGAÇÃO

Navio fará

4paradas

técnicas emParanaguá

Page 36: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201236

Para a implantação doPrograma Turismo em ÁreasNaturais, serão necessárioscerca de R$ 7 milhões, conformeprevisão do Plano Plurianual dogoverno do Estado, para operíodo de 2012 a 2015. Masainda será necessário havervotação na Assembleia, e aideia é que parte dos recursospossa ser viabilizada tambémcom o governo federal e outrosparceiros.

O programa prevê o desen-

volvimento do turismo náuticono Estado com ações que per-mitam o transporte aquaviário,a qualificação de marinas ebarqueiros, a criação de infra-estrutura náutica pública e adiversificação dos produtosturísticos náuticos. Deverá serfeito um diagnóstico de atrati-vos turísticos.

Durante a parada do navio decruzeiros no porto deParanaguá, no mês de novem-bro, o secretário de Turismo,

Faisal Saleh, disse que foi o pri-meiro passo para uma grandemudança do perfil de toda aregião litorânea, pela movimen-tação do comércio, do artesana-to e da oferta de serviços liga-dos ao turismo.

“Temos aqui uma bandeiraalemã, 1.400 passageiros deorigem alemã, austríaca esuíça. Foi uma escala técnica,em que passageiro desembar-ca pela manhã e volta ao naviono fim da tarde. Um grande

FOZ DO IGUAÇU Cataratas atraem milhares de turistas todos os anos

PARANÁ TURISMO/DIVULGAÇÃO

Programaprevê

R$ 7 mipara

investimentos

Page 37: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 37

grupo foi a Curitiba, outrosforam para o litoral, para o cen-tro histórico, para a Ilha doMel”, disse o secretário. Eleressaltou ainda que o resultadodas paradas do navio nessatemporada será uma “grandemoeda de negociação” para aparada do turismo marítimoregularmente no Paraná.

Ilha do MelCom 32 km de perímetro,

vegetação e praias preservadas

e a tranquilidade de um lugaronde o automóvel ainda nãochegou, a Ilha do Mel pode setransformar em um atrativoimportante para os navios decruzeiros. Os donos de pousa-das da ilha estimam um aumen-to no movimento, caso o portode Paranaguá entre mesmo narota dessas embarcações.

O presidente da Acturim(Associação do Comércio eTurismo da Ilha do Mel), CarlosCesar de Paula Gnata, avalia

que talvez o número de turis-tas que frequentarão a ilha nãoseja tão maior, mas ele destacaque são turistas de qualidade,com recursos para destinar àsatividades.

“São pessoas com um poderaquisitivo maior e que buscamser bem atendidas”, diz Gnata.Ele espera que a visita dos turis-tas de cruzeiro possa ajudar noretorno à ilha, em outra oca-sião. Na Ilha do Mel, é comum aprática de ecoturismo, há tam-bém um forte, tipicamente por-tuguês e um farol ainda em fun-cionamento.

Entretanto, para que a regiãopossa atrair mais turistas dequalidade, como diz o presiden-te da associação, é necessárioque o poder público estruturemelhor alguns atendimentos nailha. “É preciso ter postos deinformação turística funcionan-do, postos de saúde preparados,segurança, salva-vidas, banhei-ros públicos bem organizados. Ogoverno terá de fazer essesinvestimentos”, avalia. l

ILHA DO MEL Prática de ecoturismo é comum em ilha onde não circula automóvel

JOEL ROCHA/PARANÁ TURISMO/DIVULGAÇÃO

Receita anual: US$ 2,2 bilhões

Permanência do turista

no Estado: 3,8 dias

Fluxo anual de turistas: 8,5 milhões

Turistas estrangeiros: 11%

* números em média

Fonte: Setu

TURISMO NOPARANÁ*

”É precisoter postos deinformaçãoturística

funcionando”

CARLOS GNATA, PRESIDENTE DA ACTURIM

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201238

investindo mais nos modais ferro-viário, aquaviário e dutoviário.Destacou também a importânciade investir na melhoria dos pro-cessos de estocagem, armazena-gem e administração

Na composição dos custoslogísticos da área de tecnologia,computação e outros eletrônicos,por exemplo, o transporte repre-senta 40%; estoque, 34%, e arma-zenagem, 27%. “Investir em infra-estrutura, no maior equilíbrio damatriz, é muito importante. Mashá outros fatores que também sãoessenciais para a diminuição doscustos”, disse o consultor.

Em um ranking de índice dedesempenho logístico, feito pelo

Os desafios e as perspec-tivas em transporte elogística no Brasil foramo tema de um seminário

realizado pelo Banco Mundial emBrasília, no dia 8 de dezembro de2011. Os projetos de investimentosdo banco, as estratégias para asustentabilidade, as dificuldadesenfrentadas por todos os modaisforam debatidos por representan-tes dos setores público e privado.

Um dos estudos do BancoMundial na área de transporte foiapresentado pelo consultor JorgeRebelo. Ao falar sobre como redu-zir o custo do frete logístico noBrasil, ele citou a necessidade debalancear a matriz de transporte,

Banco Mundial em 2010, o Brasilocupa a posição de número 41.Rebelo considera que o ideal seriaque essa posição fosse parecidacom a de países como a Austráliae o Canadá, que ficaram em 18º e14º, respectivamente.

O índice de desempenho com-preende sete categorias: alfânde-ga, infraestrutura, carregamentointernacional, competência logís-tica, rastreamento, custos domés-ticos logísticos e prazo. A posiçãode cada país é adquirida por meiode questionário direcionado aprestadores de serviço na área delogística e a empresas quedemandam esse tipo de serviçoem 150 países.

Seminário em Brasília discute os desafios e asperspectivas do transporte no Brasil

POR CYNTHIA CASTRO

Pela redução doscustos logísticos

BANCO MUNDIAL

Page 39: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 39

COMPETITIVIDADE Brasil precisa investir no maior equilíbrio dos modais e na eficiência da logística

TADEU NASCIMENTO/PREFEITURA DE SANTOS/DIVULGAÇÃO

Page 40: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

industrializados. Conforme algu-mas estimativas apresentadas, ocusto logístico brasileiro seria deaté 15% do PIB, enquanto nosEstados Unidos é de 8,4%.

“Se o Brasil conseguisse baixarpara 8% do PIB, os ganhos seriammuito altos. Mas isso implica emmelhorar a parte ferroviária, duto-viária. Melhorar também todos osaspectos do supply chain, que sãoestocagem, armazenagem e admi-ninstração”, disse Rebelo, que

Segundo o consultor do BancoMundial, quando se avalia odesempenho do Brasil em logísti-ca a partir do custo logístico emdólares – que engloba o custo dotransporte, estoque e armazena-gem – fica claro que o custo Brasilé alto ao se comparar com os seusconcorrentes.

O estudo comparou os custoslogísticos do Brasil em relação aoPIB (Produto Interno Bruto) comos de outros países emergentes e

SEMINÁRIO Encontro promovido pelo Banco Mundial apre sentou estudos para redução de custos

RankingPosição conforme o índice de desempenho logísticoArgentina 48ºAustrália 18ºBrasil 41ºCanadá 14ºChile 49ºChina 27ºEstados Unidos 15ºÍndia 47ºMéxico 50ºNova Zelândia 21ºRússia 94º

Fonte: Banco Mundial

AeroviárioMovimentação de passageiros em operações domésticas*

* 2011, até outubroFonte: Secretaria de Aviação Civil

Aquaviário

Veja alguns benefícios de se balancear a matriz e doinvestimento em cabotagem:

• Menores custos logísticos• Menores custos de infraestrutura• Redução de emissões de CO2

• Redução de acidentes em rodovias• Menor impacto ambiental• Redução do custo Brasil• Ganho de competitividade

Transporte rodoviário internacionalO Brasil mantém acordos de transporte terrestre com:

• Países do Cone Sul, incluindo Argentina, Bolívia, Chile,Paraguai, Peru e Uruguai

• Venezuela• Guiana• França (Guiana Francesa)

Fonte: ANTT

PAINEL LOGÍSTICO

0

5

10

15

20

25

30

11% 11%9%

7% 6% 5% 5% 5%4% 4% 3% 2%

28%

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 41

citou também a importância dehaver mais incentivos para queo setor privado possa construirmais armazéns e terminaisintermodais.

Na avaliação do consultor doBanco Mundial, no que diz respei-to à logística, o Brasil não estápreparado para atender às ten-dências globais, devido à falta deinvestimento em infraestruturade transportes em todos osmodais, “mas particularmente

melhorar os acessos rodoviários eferroviários aos portos do Brasil.

Na área de transporte aéreo depassageiros, o seminário discutiua necessidade de mais investi-mentos. Conforme estimativas daSecretaria de Aviação Civil, nospróximos anos, o Brasil deve man-ter a média de crescimento anualno número de passageiros do sis-tema aéreo em torno de 20%. Oseminário discutiu ainda temascomo a cabotagem, corredores

multimodais, inte gração logísticaem ferrovias.

Eric Lancelot, da área de trans-portes do Banco Mundial, desta-cou a importância do desenvolvi-mento de iniciativas que contri-buam para melhorar a competiti-vidade do Brasil no cenário inter-nacional. “A logística eficiente é achave para melhorar a competiti-vidade. Com a melhoria dos pro-cessos pode se obter uma consi-derável redução dos custos.” l

nos setores portuário, ferroviá-rio e hidroviário”.

Representantes dos Estados deSão Paulo e do Rio de Janeiroapresentaram os desafios logísti-cos a serem enfrentados e desta-caram a necessidade da integra-ção modal. Os problemas para oagronegócio foram destaque deuma das apresentações do semi-nário do Banco Mundial. Os pales-trantes também foram enfáticosao defender a necessidade de se

Parceria para buscar soluçõesINTERCÂMBIO

O governo brasileiro e oBanco Mundial deverão serparceiros para realizar umaoperação de empréstimofocada em apoio institucionalpara buscar soluções para otransporte. O objetivo é obterapoio técnico para a realiza-ção de estudos e projetos,inclusive com a possibilidadede compra de algum equipa-mento específico de alta tec-nologia.

O diretor de planejamentodo Ministério dos Transportes,Francisco Luiz Batista da Costa,explicou durante o semináriodo Banco Mundial, em dezem-bro, que não é um empréstimopara a realização de obras. Massim uma cooperação técnica,para a troca de experiências,contratação de consultoriasinternacionais especializadasem temas de interesse.

Por enquanto, segundo odiretor, os valores e as açõesestão sendo definidos. Mas oempréstimo poderá chegar a

US$ 100 milhões, para o períodode 2012 a 2015, e deverá estardefinido no primeiro semestredo próximo ano. “Uma dasáreas que estamos discutindo éa agilização dos procedimentosde fronteira. Tem a questão dasegurança também. Existemequipamentos que fazem oescaneamento eletrônico decontêiner, para detectar artefa-tos explosivos. Estamos discu-tindo”, disse o diretor.

Segundo ele, o ministériotem um histórico de parceria naárea de transporte com o BancoMundial. “A cooperação vaiamadurecendo. No início, aajuda era para fazer a recupe-ração de rodovias, manutenção.Evoluímos para conseguirconhecimentos sobre as melho-res práticas de transporte nomundo”, disse.

Conforme Costa, o BancoMundial funciona como umaespécie de articulador entreo local onde está o conheci-mento e o local onde está a

necessidade. “Se há um pro-blema no Brasil e elessabem que algum país domundo equacionou esseproblema, a solução podeser aplicada aqui.”

Na estratégia de investi-mentos do Banco Mundialpara o período de 2012 a 2015,há algumas áreas prioritáriasdo transporte, conforme des-tacou o coordenador-geral deoperações do Banco Mundialno Brasil, Boris Utria: oincentivo ao planejamento,à gestão e à sustentabilida-de nos projetos de infraes-trutura e o fortalecimentodos marcos regulatóriospara aumentar a participa-ção do setor privado.

“Nosso interesse não ésomente a questão de cumpriro papel de parceiro do Brasil.Mas o Brasil ocupa um lugarpolítico e econômico estratégi-co no cenário global. O BancoMundial sabe da importância dopaís”, destacou Utria.

JÚLIO FERNANDES/CNT

SEMINÁRIO Encontro promovido pelo Banco Mundial apre sentou estudos para redução de custos

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Adventos tecnológi-cos estão, a cadadia, mais presentesno cotidiano das

empresas de transporte, tor-nando-se impossível imaginara gestão das companhias semo uso de ferramentas que agi-lizem os processos. O volumede programas à disposição éenorme, mas especialistasalertam que é preciso critériopara avaliar e empregar novosdispositivos. Segundo eles,caso o planejamento não sejaadequado, o que poderiagerar bons negócios poderepresentar, ao final daimplantação, prejuízos semprecedentes para as organi-zações.

O cientista de computaçãoChristian Barbosa, presidenteda Triad PS, empresa especia-lizada em programas e emconsultoria na área de produ-tividade, colaboração e admi-nistração do tempo, afirmaque antes de as empresas

pensarem em qual tecnologiaaplicar é necessário avaliar asnecessidades desse procedi-mento. “O gestor tem deconhecer a performance dosprogramas a serem instalados

e seus custos. Uma das estra-tégias principais para o êxitoda implantação de novas tec-nologias é adotá-la com obje-tivo traçado e fazê-la docomeço ao fim.”

Ele diz que muitas empre-sas executam o processo pelametade, o que representadesperdício financeiro eausência de resultados.

Barbosa destaca que pou-

GESTÃO

Como as empresas de transporte podem usar os avanços tecnológicos como vantagem competitiva

Otimização planejada

POR LETICIA SIMÕES

Page 45: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

cos profissionais têm plenoconhecimento sobre as tecno-logias disponíveis e, por isso,o gestor deve buscar referên-cias e indicações para contra-tar novos aplicativos. “Além

disso, todo novo softwareempregado requer mudançade cultura. Portanto, investirno treinamento dos colabora-dores é fundamental.”

O especialista ressalta que

algumas ferramentas têmmaior viabilidade para asempresas de transporte,como os serviços de compu-tação em nuvem (armazena-mento de dados de servidores

e computadores interligadospor meio da Internet), o PABXdigital e as ferramentas quepermitem reuniões a distân-cia. “Esse tipo de armazena-mento é muito mais seguro doque um backup (cópia desegurança) em CD ou em umservidor interno. O PABX digi-tal representa uma economiagigantesca na telefonia dasempresas, que utilizam essetipo de comunicação emdemasia. As reuniões on-linesão mais objetivas e podemser realizadas com colabora-dores que estejam em lugaresdistintos. Para isso, existemdiversos aplicativos à disposi-ção no mercado.”

A Mira Transportes investiuno armazenamento de dadosem nuvem, por meio das fer-ramentas Google Sites eGoogle Talk. “Esse procedi-mento agiliza a comunicação,mantendo os colaboradoresatualizados por meio devídeos institucionais, orienta-ções para operação de siste-mas e capacitação. O uso des-

Como as empresas de transporte podem usar os avanços tecnológicos como vantagem competitiva

Otimização planejada

ISTO

CKPH

OTO

Page 46: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201246

PRIORIDADE Amírio Ramos de Oliveira Neto diz que 45 consultores trabalharam na implementação do atual projeto de gestão da Braspress

“O gestor temde conhecer

a performancedos programas

a serem instalados eseus custos”

CHRISTIAN BARBOSA, PRESIDENTE DA TRIAD PS

Preparação garante mais eficiênciaGANHOS

A dinamização das ope-rações por meio de novasferramentas tecnológicastem sido o principal focodas empresas de transportepara tornar os processoscada vez mais ágeis e efi-cientes. Especialistas em RHapontam que os ganhoscom a iniciativa são efetivosem todos os setores, commais rapidez no mapeamen-to dos procedimentos emelhor entendimento dosfatores que interferem noaumento da produtividade.

O psicólogo PauloAlmeida, diretor daMarketing 500 SoluçõesIntegradas de Mercado, afir-ma que o investimento emnovas tecnologias resultaem diminuição de falhas. Eledestaca que a preparaçãodos colaboradores deve ser

concomitante à implanta-ção dos novos sistemas. “Aspessoas precisam ser trei-nadas e desenvolvidas noposto de trabalho em 70%do tempo. Muitas vezes, arapidez tecnológica nãopossibilita a maturação doindivíduo para a atividade.”

Priscilla Bahiense, psicó-loga e analista de recruta-mento da RH Brasil, alertaque o simples acesso à tec-nologia não garante que ofuncionário renda mais.“Quando a empresa tem ointuito de aderir a algumnovo advento, é necessáriorepassar aos colaboradoreso motivo da mudança, opropósito, as vantagens eas desvantagens desse pro-cesso. É importante que aorganização disponibilize otreinamento necessário e se

certifique de que as infor-mações foram transmitidascom qualidade.”

Almeida destaca que osgestores precisam acompa-nhar o desempenho dos cola-boradores, oferecendo desa-fios e investindo nos pontosfortes dos profissionais.

Para Priscilla Bahiense,investir no profissional e nagestão é o ponto-chavepara o trabalho eficiente.“Em um mundo globalizado,as mudanças ocorrem cons-tantemente. Por isso, tantoempresas quanto colabora-dores precisam ter clareza,flexibilidade e motivaçãopara acompanhar os pro-cessos. Desenvolver capaci-dades para lidar com osadventos atuais é funda-mental para se prepararpara as futuras novidades.”

ses mensageiros internosaumenta a produtividade,reduz custos de ligações eestá disponível em qualquerlugar, seja em casa, no ende-reço do cliente ou na empre-sa”, afirma Michael WilsonCarrasco, analista de infraes-trutura da Mira.

Carrasco diz que todos osdepartamentos da transpor-tadora são beneficiados porrecursos tecnológicos. “O usode tecnologias ajustadas con-tribui para a melhor definição

das ações, para a redução decustos em aquisição de hard-ware e para o gerenciamentocentralizado de aplicações.”

Entre os processos utiliza-dos pela empresa está o siste-ma Java em celulares, quepossibilita a confirmação deentrega de mercadoria pelosmotoristas da transportadorano instante em que é feita.

Uma das ferramentas maisrecentes empregadas pelaMira é o Projeto IDBarras. Elerealiza a identificação dos

volumes por meio de leiturade código de barras, contro-lando o embarque e o desem-barque da encomenda. “Aempresa também realizou amigração do correio eletrôni-co para a nuvem, utilizando oGoogle Apps for Business.Esse mecanismo garantiu99,9% de disponibilidade e inú-meros aplicativos de colabora-ção”, destaca o analista. Atransportadora investiu, apro-ximadamente, R$ 1 milhão nosprojetos.

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 47

informações em tempo realde inúmeras fontes. Esse con-texto traz uma série de opor-tunidades, que antes eram ini-magináveis.”

Vasconcelos afirma que asempresas transportadorasestão aptas a tirar proveitodos benefícios tecnológicosdisponíveis. “O setor semprefoi carente de ferramentas deinformações e de comunica-ção. Ao adotar novas tecnolo-gias, desde que adequadas àsnecessidades, as organiza-

ções podem optar pelas solu-ções que melhor atendem àsua demanda.”

Ele confirma que a resis-tência a um novo modo detrabalho ou operação écomum em qualquer empresa.“Para que os ganhos sejamreais, é preciso integrar odesenvolvimento dos profis-sionais às inovações do pro-cesso. Isso inclui treiná-lostambém.”

Na opinião do administra-dor, a opção por novas ferra-mentas tecnológicas deveestar sempre amparada namelhoria dos indicadores deperformance da operação. “Ainovação nos processos admi-nistrativos e contábeis,baseada nas novas tecnolo-gias, apenas é favorável setiver sido planejada. É precisoainda que esteja alinhada aefeitos positivos de desempe-nho organizacional.”

Os resultados, segundo ele,podem ser observados namaior eficácia e agilidade dosprocessos e, também, noaspecto humano, com profis-sionais mais engajados e pro-dutivos.

As empresas transportado-ras têm investido em novosprocessos, com vistas à efi-

PRIORIDADE Amírio Ramos de Oliveira Neto diz que 45 consultores trabalharam na implementação do atual projeto de gestão da Braspress

BRASPRESS/DIVULGAÇÃO

“O atual trabalhadorproduz e se

comunica pordiversosmeios”

ÉRICO VASCONCELOS, ETTBRASIL

Para o administrador ÉricoVasconcelos, diretor-executi-vo da ETTBrasil, empresaespecializada em consultoriade TI (Tecnologia daInformação) e dos sistemasoperacionais da Microsoftpara pequenas e médiasempresas, as organizaçõesestão buscando se adaptar ànova realidade da era doconhecimento. “O trabalhadoratual produz e se comunicapor diversos meios, por váriosdispositivos e com acesso a

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201248

melhorar a rastreabilidade dasmercadorias, com maior fideli-dade da informação. Isso, evi-dentemente, diminui o tempode operação e proporcionamaior segurança nas ações.”

Para Ronan Hudson, diretorda JadLog, a gestão da infor-mação tornou-se imprescindí-vel para as operações dasempresas de transporte. “Oacompanhamento da carga éfundamental. A JadLog traba-lha para que a integração

ciência de toda a operação. ABraspress aplicou em 2011,aproximadamente, R$ 40milhões somente na área de TI.“A empresa realizou a moderni-zação de sua infraestrutura,com a revisão dos processos,instalação de um novo sistemade gerência empresarial e umsoftware mais moderno para agestão de transportes”, afirmaAmírio Ramos de Oliveira Neto,diretor de tecnologia da trans-portadora.

De acordo com ele, 45 con-sultores trabalharam naimplementação do atual pro-jeto de gestão, acompanhan-do todos os departamentosque vão utilizar o novo soft-ware. “Duzentos colaborado-res foram treinados em 2011 eoutros 500 ainda vão passarpor esse processo”, diz.

O diretor afirma que aBraspress avaliou diversaspossibilidades oferecidas pelomercado antes de escolher osoftware a ser empregado.“Optou-se por um sistemaintegrado, que possibilita tra-balhar com as melhores práti-cas de contabilidade e admi-nistrativo-financeiras. Para o

operacional, foi priorizado umprograma desenvolvido inter-namente pelo setor de TI, quevai tornar o processo aindamais eficiente.”

O objetivo da empresa comos novos adventos, diz Neto, éeliminar o chamado “retraba-lho”, integrando completa-mente todos os setores paraque uma única informaçãoacerca de determinado pro-cesso seja repassada para asáreas afins. “A empresa vai

“Ofereceragilidade e

segurança aocliente é o

diferencial nomercado”

RONAN HUDSON, JADLOG

INTEGRAÇÃO A JadLog investe de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões por ano em novas ferramentas de gestão

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 49

entre a área de TI e o departa-mento de logística estejasempre vinculada.”

A empresa opera com um sis-tema próprio, desenvolvidopelos colaboradores da trans-portadora. “O programa atendea totalidade da rede franqueada,de forma integrada, executandoo controle de faturamento efechamento das operações,além de discriminar para o siste-ma a comissão a receber, valorde frete e todo o fechamento.”

O investimento da JadLogem novas ferramentas variaentre R$ 5 milhões e R$ 10milhões por ano. Segundo odiretor, a estimativa é que aempresa atinja 500 franquiasnos primeiros meses de 2012.

Entre as ferramentas maisrecentes empregadas pelaempresa está o comprovantede entrega de mercadorias,disponibilizado na Internet.Pelo computador, o clientepode visualizar no protocolo aassinatura e o número dodocumento de identidade dequem recebeu a encomenda.

A JadLog desenvolveu umprocesso denominado “baixa deentrega on-time”. Pelo celular, oentregador da empresa trans-mite os dados de quem recebeua encomenda para o sistema derastreamento integrado a todasas franquias. “Com esse proce-dimento, o tempo da operação éotimizado, uma vez que o cola-borador só o completaria nasede da empresa. A partir dessaação, ele pode fazê-lo no ato daentrega. Oferecer agilidade emais segurança ao cliente é odiferencial para se destacar nomercado”, afirma Hudson.

O diretor-executivo de con-sultoria da Ernst & YoungTerco, David Pereira, ratificaque as empresas devem sepreocupar com o treinamentodas equipes para garantir oêxito dos novos processos.“De nada adianta implantarum software de ponta, se nãohouver mão de obra habilita-da para operá-lo. O gestordeve ter em mente a necessi-dade de que essa incorpora-ção é um processo teórico eprático.”

Ele defende que as organi-zações recorram a consulto-rias de produtividade paraauxiliar na escolha da ferra-menta adequada às necessi-dades da empresa. “O consul-tor tem condições de avaliarmelhor qual é o produto espe-cífico para a organização e,assim, identificar as alternati-vas disponíveis.”

De acordo com o diretor,essa cooperação, aliada àsinovações tecnológicas apro-priadas, pode garantir àsorganizações economia con-siderável de custos, proces-sos automatizados e ganhosfinanceiros significativos. l

“Não adiantaimplantar umsoftware deponta sem

mão de obrahabilitada”

DAVID PEREIRA, ERNST & YOUNG TERCO

INTEGRAÇÃO A JadLog investe de R$ 5 milhões a R$ 10 milhões por ano em novas ferramentas de gestão

JADLOG/DIVULGAÇÃO

Page 50: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201250

FERROVIAS

Mais recursos parafomentar o crescimen-to da indústria ferro-viária no país, gerar

empregos e equilibrar a matriz detransportes. Essa foi uma das prin-cipais reivindicações apresenta-das pelos representantes do setordurante o 1º Seminário NacionalDesenvolvimento e Ferrovias, pro-movido pela Frente ParlamentarMista das Ferrovias na sede daCNT (Confederação Nacional doTransporte), em Brasília, no dia 22de novembro.

O presidente da frente, deputa-

do Pedro Uczai (PT-SC), destacouque, se os investimentos do gover-no forem maiores, as ferroviaspodem ser indutoras do progressoem diferentes regiões do país,integrando uma estratégia dedesenvolvimento.

O ministro dos Transportes,Paulo Sérgio Passos, ressaltou queo governo tem se esforçado parareverter o atraso provocado pelafalta de investimentos: “por déca-das, deixamos de dispor do setor ehoje tentamos mudar isso. Ogoverno federal tem clareza des-ses desafios e temos prioridades”.

Ele lembrou ainda que a intençãoé melhorar a exploração do trans-porte ferroviário e que, para isso,diversos estudos estão em anda-mento. “A Valec (responsávelpelos projetos de engenharia dosetor) terá de ampliar seu papelpara estar capacitada e dar oretorno esperado pelo país.”

Durante o evento, que reuniuempresários, representantes deentidades ferroviárias, políticos eoutras autoridades, o presidente-executivo da ANTF (AssociaçãoNacional dos TransportadoresFerroviários), Rodrigo Vilaça, tam-

bém criticou a “ineficiência dogoverno”. No entanto, ele se mos-trou entusiasmado com a impor-tância que as ferrovias têm toma-do em diversos Estados do país. “Osetor privado investe muito maisem ferrovias que o governo. E éum mercado cada vez maior, queconta atualmente com mais de 40mil funcionários na indústria.”

O presidente da Abifer(Associação Brasileira da IndústriaFerroviária), Vicente Abate, porsua vez, garantiu que o setor pri-vado está fazendo o “dever decasa”, ou seja, investindo em

Cobrança pormais recursos

POR AERTON GUIMARÃES E ROSALVO JR

Seminário na CNT discute a necessidade dese aumentar os investimentos no setor para

estimular o desenvolvimento do país

Page 51: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 51

JÚLIO FERNANDES/CNT

engenharia, logística, consultoria,manutenção, recuperação emodernização das ferrovias.Segundo Abate, a Abifer aumen-tou, nos últimos anos, a produçãode vagões e locomotivas. Noperíodo de 2003 a 2010, aproxima-damente R$ 1,1 bilhão foi investidona ampliação e modernização deinstalações fabris e na construçãode novos empreendimentos.

Plano Mais BrasilO governo federal pretende

manter o crescimento do setoraquecido. Para isso, já anunciou

que vai investir, até 2015, R$ 35bilhões. A cifra está no PlanoPlurianual 2012/2015, denominadoPlano Mais Brasil. De acordo com oassessor de orçamento da lideran-ça do governo no Congresso,Dalmo Palmeira, os recursos pre-veem obras de adequação ferro-viária em perímetro urbano, cons-trução de contornos e anéis ferro-viários, além da construção dealgumas ferrovias, como a Norte-Sul, Transnordestina e Pantanal, eas de integração Oeste-Leste eCentro-Oeste.

Outras ações previstas no Mais

Brasil são a construção de ferro-vias de acesso aos portos, estudospara o transporte ferroviário dealta velocidade, fiscalização dasconcessões ferroviárias e manu-tenção da malha federal. Parte domontante também será destinadaa um dos principais projetos dogoverno Dilma Rousseff: a constru-ção do trem de alta velocidade, quevai ligar as cidades de Campinas,Rio de Janeiro e São Paulo.

O setor ferroviário é o segundono ranking de investimentos emtransporte no Plano Plurianual.Em primeiro, com R$ 59 bilhões,

“Por décadas,deixamos de

dispor dosetor e hoje tentamos

mudar isso”PAULO SÉRGIO PASSOS,

MINISTRO DOS TRANSPORTES

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estão as rodovias e, em último, ashidrovias, que receberão R$ 2,8bilhões. No entanto, pontuouPalmeira, os valores para cadaárea podem aumentar devido àapresentação de emendas parla-mentares ao PPA.

Marco regulatórioEm vigor desde julho de 2011,

o novo marco regulatório dosetor ferroviário também foi dis-cutido. O presidente da ANTT(Agência Nacional de TransportesTerrestres), Bernardo Figueiredo,disse que o projeto foi colocado

em prática porque a base regula-tória do setor precisava ser muda-da, com urgência, para resolveralgumas deficiências. Para melho-rar a gestão na área, destacou, aANTT elaborou algumas regras.

A primeira exigência trata-sedo direito de passagem entre asferrovias, isto é, a quebra domonopólio que as concessionáriastêm sobre os trilhos. A segunda,prevista para vigorar em janeirode 2012, é a fixação de metas paracada quilômetro das ferrovias queprecisam ser administradas. Porúltimo, o direito dos usuários. “Os

clientes terão o direito de organi-zar o seu próprio serviço, e a con-cessionária será obrigada a acei-tar outro trem em sua linha”, disseFigueiredo.

Para o presidente-executivo daANTF, Rodrigo Vilaça, alguns pon-tos ainda precisam ser aprimora-dos. Segundo ele, o novo marcoregulatório deve estar focado nosaspectos relativos aos serviçosprestados, em linha com as obri-gações assumidas nos contratosde concessão e com um maiorequilíbrio entre os direitos e asobrigações das partes envolvidas.

Com esses cuidados, Vilaçaacredita que o setor pode se tor-nar mais moderno e competitivo,além de contribuir com melhoriaspara cada modal. “O desequilíbriona manutenção e no controle des-ses modais garantem vantagensindevidas a alguns setores, o queaumenta a distorção da matriznacional de transportes”, desta-cou Vilaça.

O evento foi realizado com oapoio da ANPTrilhos (AssociaçãoNacional dos Transportadoresde Passageiros sobre Trilhos),SindiFerro (Sindicato dosTrabalhadores em Empresas deTransportes Ferroviário eMetroviário dos Estados da Bahiae Sergipe), ANTF, CNT e de frentesparlamentares do Rio Grande doSul e de Santa Catarina. l

META Plano Mais Brasil prevê obras como a construção de ferrovias de acesso aos portos

Foi investido

R$ 1,1 binas fábricasatuais e em

novas plantasno período2003/2010

DIVULGAÇÃO

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AÉREO

Levantamento da Abetar traça radiografia dos 175 aeroportos brasileiros de maior interesse turístico

Necessidade de adequaçãoLevantamento da Abetar traça radiografia dos 175 aeroportos brasileiros de maior interesse turístico

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FERNANDO ARAUJO/FUTURA PRESS

Levantamento da Abetar traça radiografia dos 175 aeroportos brasileiros de maior interesse turístico

Necessidade de adequaçãoLevantamento da Abetar traça radiografia dos 175 aeroportos brasileiros de maior interesse turístico

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201256

INADEQUADO Passageiros precisam caminhar pela pista para chegar até a aeronave no aeroporto de Montes Claros (MG)

R$ 2,4 bilhões. É esse ovalor necessário paraadequar a infraestru-tura de 175 aeroportos

regionais localizados emregiões de interesse turístico noBrasil para os próximos dezanos. Em alguns deles, já sãooferecidos voos regulares,mesmo com a falta de condi-ções adequadas; em outros, asituação é tão precária que ascompanhias aéreas foram obri-gadas a deixar de operar.

São locais onde o terminalde passageiros, a pista depouso e o pátio para estaciona-mento de aeronaves não man-têm as condições mínimas deconforto e segurança tantopara passageiros quanto paraas empresas aéreas. Alémdisso, os aeroportos não pos-suem equipes de Corpo deBombeiros, estacionamentopara veículos, iluminação, cercapatrimonial e equipamentos desegurança, como raios X.

As informações fazem partede um estudo realizado pelaAbetar (Associação dasEmpresas de Transporte AéreoRegional), em parceria com oMinistério do Turismo, que já foientregue ao governo federal. Orelatório final, com a situaçãodos 175 aeroportos pesquisados,

porte aéreo brasileiro e as obrasque estão sendo realizadas.

O Estudo para Adequação daInfraestrutura Aeroportuárianas Regiões de InteresseTurístico levou em consideraçãoa realidade observada nos aero-portos em 2009 e atribuiu notaspara a situação de cada umdeles, além de fazer projeçõespara os próximos 5 e 10 anossobre o crescimento do tráfegoaéreo nas cidades pesquisadas.

Em algumas localidades, osíndices de crescimento dedemanda de passageiros ultra-passam os 8.000% até 2019,

foi apresentado durante a sextaedição do Congresso Abetar, emdezembro, em Brasília. O evento,realizado em parceria com oSnea (Sindicato Nacional dasEmpresas Aeroviárias), contoucom o apoio institucional da CNT.

Com o tema “TransporteAéreo, um direito de todos”, ocongresso contou com a partici-pação de representantes dogoverno, das empresas aéreas ede especialistas do setor quecontribuíram para a discussãode temas como concessão deaeroportos, regulação e aspec-tos legais no mercado de trans-

como é o caso de Santos, nolitoral paulista. A cidade, quevive uma efervescência econô-mica devido à exploração dopré-sal, praticamente não regis-trou movimentação de passa-geiros no aeroporto, que funcio-na em uma base aérea, em 2009– foram apenas 90 – mas paraos próximos anos, a expectativaé que sejam transportados734.935 passageiros, em 2014, e937.984, em 2019.

Entre os aeroportos prioritá-rios para investimentos defini-dos pelo estudo estão Lençóis(BA), Porto Seguro (BA), Foz do

POR LIVIA CEREZOLI

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 57

Iguaçu (PR), Juazeiro do Norte(CE), além das capitais São Luís(MA), Belém (PA), Florianópolis(SC), Rio Branco (AC), Macapá(AP) e Vitória (ES).

Para o presidente da Abetar,Apostole Lazaro Chryssafidis,adequar a infraestrutura dessesaeroportos é contribuir para odesenvolvimento econômico esocial do país. “A aviação regionalopera em muitos destinos onde oavião é o único meio de transpor-te. Na região Norte, por exemplo,uma viagem de barco entre duascidades do Amazonas pode duraraté uma semana. Além disso, tra-

Segundo Anderson RibeiroCorreia, especialista em infraes-trutura aeronáutica, muitos dosaeroportos regionais estão commais de dez anos de defasagemestrutural. “Os recursos sempreexistiram, mas nunca foramaplicados de forma correta poruma série de fatores que vãodesde a burocracia até a faltade projetos adequados”.

Correia se refere ao Profaa(Programa Federal de Auxílio aAeroportos), destinado aomelhoramento, reaparelhamen-to, reforma e expansão de aero-portos e aeródromos de interes-se estadual ou regional. Por ano,o programa conta com aproxi-madamente R$ 200 milhõespara investimentos, mas nem50% desse valor é aplicado. Em2011, somente R$ 102,3 milhõesforam liberados para investi-mentos em aeroportos depequeno e médio porte do país.

“Precisamos de pelo menosR$ 600 milhões ao ano paraadequar a infraestrutura dosaeroportos listados no estudoaté 2015. Sabemos que isso épossível, desde que haja vontadepolítica”, afirma Chryssafidis,presidente da Abetar. O dirigen-te também defende alteraçõesnas regras para a aplicação dosrecursos. De acordo com ele, épreciso ampliar as possibilida-des de aplicação dos recursos

INADEQUADO Passageiros precisam caminhar pela pista para chegar até a aeronave no aeroporto de Montes Claros (MG)

KÁTIA MAIA

Investimentos necessários

Estado Valor (R$ milhões)

Amapá 17

Amazonas 83

Bahia 101

Ceará 29

Espírito Santo 27

Goiás 66

Maranhão 27

Mato Grosso 237

Mato Grosso do Sul 113

Minas Gerais 344

Pará 134

Paraíba 35

Paraná 154

Pernambuco 57

Piauí 24

Rio de Janeiro 84

Rio Grande do Norte 28

Rio Grande do Sul 142

Rondônia 8

Santa Catarina 202

São Paulo 445

Tocantins 23

Total 2.378

Fonte: Abetar

AEROPORTOSBRASILEIROS

balhamos pela expansão dos des-tinos atendidos, pois isso signifi-ca contribuir para a integraçãoentre as regiões e, desta forma,criar condições favoráveis aodesenvolvimento da atividadeturística e econômica desseslocais”, afirma ele.

Dados da SAC (Secretaria deAviação Civil) mostram que onúmero de aeroportos em ope-ração no país vem reduzindoanualmente. Em 1999, o Brasilpossuía 182 aeroportos ofere-cendo voos regulares, e a previ-são era encerrar 2011, com ape-nas 130 em funcionamento.

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INFRAESTRUTURA AEROPORTUÁRIAOnde estão os principais gargalos

EXPECTATIVA DE CRESCIMENTO PARA OS PRÓXIMOS 5 ANOS

Avaliação por região

NORDESTEEstado Aeroporto Estimativa (%)BA Lençóis 98,66BA Bom Jesus da Lapa 67,36PB Campina Grande 12,71BA Barreiras 10,02BA Vitória da Conquista 5,25PE Petrolina 3,51PI Teresina 2,06PB João Pessoa 2,01MA Imperatriz 1,83MA São Luís 1,59CE Juazeiro do Norte 1,46AL Maceió 1,33SE Aracaju 1,27

NORTEEstado Aeroporto Estimativa (%)PA São Félix do Xingu 70,78PA Conceição do Araguaia 53,24AM Barcelos 39,98AM Maués 25,44AM São Paulo de Olivença 12,92PA Tucuruí 12,32PA Parauapebas/Carajás 7,23AM Parintins 5,69TO Araguaína 4,45AM Tabatinga 2,30RR Boa Vista 2,15AC Rio Branco 1,98PA Oriximiná/Trombetas 1,87PA Santarém 1,51AP Macapá 1,46PA Altamira 1,33PA Belém 1,06

Lençóis (BA)Porto Seguro (BA)Foz do Iguaçu (PR)Juazeiro do Norte (CE)São Luis (MA)Bonito (MS)Belém (PA)Florianópolis (SC)Rio Branco (AC)Parintins (AM)

Macapá (AP)Vitória (ES)Diamantina (MG)São João del-Rei (MG)Santarém (PA)Cascavel (PR)Lages (SC)São José dos Campos (SP)Barcelos (AM)Caldas Novas (GO)

OS 20 AEROPORTOS PRIORITÁRIOS CENTRO-OESTEEstado Aeroporto Estimativa (%)MS Bonito 149,9MS Dourados 9,57MS Corumbá 5,73GO Rio Verde 2,84MT Rondonópolis 1,60GO Goiânia 1,07GO Caldas Novas 1,03MS Campo Grande 1,02

SUDESTEEstado Aeroporto Estimativa (%)SP Santos 8.165,94RJ Campos dos Goytacazes 61,60SP São José dos Campos 58,60MG Diamantina 54,36RJ Cabo Frio 35,42MG São João del-Rei 14,82MG Juiz de Fora 14,73SP Bauru 7,86RJ Macaé 6,87MG Montes Claros 6,17MG Araxá 5,70MG Uberaba 5,56SP Marília 3,99MG Governador Valadares 3,59SP São José do Rio Preto 2,55SP Araçatuba 1,82SP Ribeirão Preto 1,56MG Ipatinga 1,51MG Uberlândia 1,44

SULEstado Aeroporto Estimativa (%)SC Criciúma 33,86RS Pelotas 26,26PR Guarapuava 20,45RS Santa Maria 12,56RS Rio Grande 7,64PR Cascavel 5,24RS Caxias do Sul 5,00SC Joinville 3,95RS Passo Fundo 1,88PR Maringá 1,28PR Londrina 1,17

Fonte: Abetar

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 59

que hoje são restritos a parteestrutural dos aeroportos.

Presente na abertura do con-gresso em Brasília, o ministro-chefe da Secretaria de AviaçãoCivil, Wagner Bittencourt, disseque o governo federal reconhe-ce a necessidade de mudançasna aplicação do Profaa e já tra-balha para alterar algumasregras. Criado em 1992, o progra-ma é abastecido com parte daverba arrecadada pela Infraero(Empresa Brasileira deInfraestrutura Aeroportuária)com tarifas aeroportuárias. OProfaa vai compor o novo Fundo

Nacional de Aviação Civil, tam-bém criado com o objetivo definanciar melhorias em aeropor-tos e deve ser engordado comas taxas que serão cobradasdas concessões. “Esperamosque, com as concessões deGuarulhos, Viracopos e Brasília,possamos até triplicar o valorpara investimento nos aeropor-tos regionais. No início de 2012,devemos definir as prioridades ecomo será feita a liberação dosrecursos”.

Pelas regras definidas, as con-cessionárias pagarão verbas aofundo para investimento nos

demais aeroportos. Os percen-tuais estipulados são de 10% dareceita bruta de Guarulhos, 5%de Viracopos e 2% de Brasília.Somente a receita anual deGuarulhos chega a R$ 1 bilhão.

O estudo da Abetar tambémapontou que o planejamento decrescimento das empresasaéreas pode ser prejudicadodevido à situação dos aeropor-tos. De acordo com Chryssafidis,a falta de infraestrutura impedeque aeronaves adquiridas pelascompanhias operem em deter-minados aeroportos.

Sem anunciar valores, as

empresas afirmam que podehaver uma redução no volumede investimentos para os pró-ximos anos. “As cidades demédio porte mantêm umademanda crescente no númerode passageiros, mas os aero-portos não possuem as condi-ções mínimas de operação.Passamos a reavaliar os nos-sos destinos”, ressalta JorgeAlberto Vianna, vice-presiden-te da Passaredo Linhas Aéreas,que atua em 28 cidades. Para2012, os planos iniciais daempresa previam a ampliaçãode sete novos destinos.

Para Victor Rafael RezendeCelestino, diretor de relaçõesinstitucionais e infraestruturaaeronáutica da Trip LinhasAéreas, o ambiente de atuaçãodas empresas aéreas regionaisé agressivo e requer inovaçãosempre. “Aprendemos a operarnesse mercado de forma segu-ra e rentável. Mas as dificulda-des vão além da falta de infra-estrutura. Convivemos tambémcom um déficit de mão de obra,principalmente na gestão dosaeroportos”. A Trip respondepor 3,81% – dados de outubrode 2011 – do mercado aéreodoméstico, transportando emmédia 5 milhões de passageirosao ano em 54 aeronaves por 87cidades brasileiras. l

PLANEJAMENTO Aeroporto de Pelotas (RS) deve registrar crescimento de mais de 26% até 2019

NHT/DIVULGAÇÃO

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POR CYNTHIA CASTRO

Início do ano é hora de vários gas-tos, como o pagamento do IPVA(Imposto sobre Propriedade deVeículos Automotores), seguro

obrigatório, taxa de licenciamento. Emalgumas cidades, como São Paulo, etodo o Estado do Rio de Janeiro, osmotoristas já precisam se preocupartambém em deixar o veículo devida-mente regulado para que possa seraprovado na inspeção veicular ambien-tal. Neste ano, outros Estados devemcomeçar a exigir a inspeção. Mas osmotoristas que vivem onde a regraainda não é válida também devem estaratentos ao cuidado com o carro de pas-seio, táxi, van, caminhão ou ônibus.

Deixar o veículo com a manutençãoem dia evita problemas ao meioambiente, gera redução de gastos e,principalmente, contribui para a maior

segurança no trânsito e para a preser-vação da vida. O gerente de Qualidadedo Ar do MMA (Ministério do MeioAmbiente), Rudolf de Noronha, ressaltaa importância de cada condutor assu-mir a sua responsabilidade, indepen-dentemente da obrigatoriedade. “Aspessoas precisam ter a noção de que odireito que elas têm de ter um veículotambém lhe dá o dever de manter esseveículo em um estado adequado.”

A reportagem da CNT TransporteAtual ouviu alguns especialistas quederam dicas sobre quais itens cadamotorista deve ficar atento, especial-mente nesta época do ano, de fériasescolares e maior movimento nasestradas. Algumas medidas podem serobservadas pelo próprio motorista eoutras exigem que o veículo seja leva-do a um profissional experiente e de

Cuidado aumenta segurança e reduz poluição e custos; em 2012, mais Estados preparam inspeção

MEIO AMBIENTE

Mantenha oveículo regulado

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201260

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SEBASTIÃO GOMES/DETRAN-RJ/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 61

Page 62: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

confiança para que seja feitoo diagnóstico – ou em algumaoficina mecânica ou emempresas autorizadas.

O engenheiro FranciscoSatkunas, da SAE Brasil(Sociedade dos Engenheirosda Mobilidade), destaca algunsitens iniciais que sempre pre-cisam ser conferidos, pois têmrelação direta com a questãoambiental ou de segurança. “Omecânico deve conferir se háalgo solto no veículo, se hávazamento. O motor estálimpo ou está escorrendoóleo? Há algum barulho anor-mal de escapamento? Cabosestão soltos? A tampa doreservatório de arrefecimentoestá rachada ou quebrada?”,orienta Satkunas.

Segundo o engenheiro, sehouver entupimento no filtrode ar, poderão ocorrer proble-mas no consumo de combus-tível, contribuindo assim paraa maior poluição do meioambiente e para o maiorgasto do motorista. A falta detroca de óleo do motor, porexemplo, pode deixar o con-dutor na estrada, pois podeocorrer um superaquecimen-to do motor ou outros proble-mas que deixarão a viagembem mais cara. Conferir aágua do radiador, o estadodas pastilhas ou lonas de

freio, os amortecedores tam-bém é fundamental para setransitar de maneira maissegura.

Medidas simples como acalibragem do pneu, a checa-gem dos limpadores de para-brisa contribuem para amaior segurança. Satkunascita um exemplo de prejuízodo motorista devido a umdescuido com o próprio veícu-lo. Se a indicação da calibra-gem do pneu deve ser para 30libras e o carro está com 25,haverá um gasto de 5% a 6%maior de combustível. O pneuficará mais agarrado no chãoe precisará dispor de maispotência no motor. O ideal écalibrar a cada semana ou de15 em 15 dias, no máximo,segundo ele.

“Se demorar a trocar apastilha de freio, pode danifi-car o disco. O que ia custarem torno de R$ 120 e R$ 150vai ficar bem mais caro”, aler-ta. De acordo com o engenhei-ro do SAE, os motoristas pro-fissionais, de caminhão, ôni-bus e táxis já conhecem bemas medidas necessárias paraa manutenção adequada eprecisam colocá-las sempreem prática. E os motoristas decarros de passeio tambémnão podem esquecer todosesses cuidados. CONTROLE Cidade de São Paulo e Estado do Rio de Janeiro têm inspeção ambiental obrigatória

“As pessoas têm o dever de manter o veículo em estado adequado”RUDOLF DE NORONHA, GERENTE DO MMA

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201262

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CONTROLE Cidade de São Paulo e Estado do Rio de Janeiro têm inspeção ambiental obrigatória

OSLAIM BRITO/FUTURA PRESS

Estados implantarão medidasPLANOS DE CONTROLE

Neste ano, os Estados bra-sileiros e o Distrito Federalprecisam colocar em práticaações de seus PCPVs (Planosde Controle da PoluiçãoVeicular). Esses planos foramestabelecidos para atenderresoluções do Conama(Conselho Nacional do MeioAmbiente). Até o final deabril, a inspeção ambientaldeve ter início nos Estadosque decidiram optar por ela,como meio de reduzir asemissões veiculares.

“A maior parte da frotabrasileira está concentradaem Estados onde haverá pro-gramas de inspeção. Isso teráum impacto relevante naredução de emissões”, diz ogerente de Qualidade do Ar doMMA (Ministério do MeioAmbiente), Rudolf de Noronha.No Rio Grande do Sul, porexemplo, a SecretariaEstadual do Meio Ambienteinformou que o projeto paraimplantar a inspeção ambien-tal veicular será analisadopelo Legislativo

No final de 2010, foi realiza-

da uma reunião na sede daCNT, em Brasília, para discutira implantação dos PCPVs equais as medidas deveriamser adotadas para que hou-vesse a redução das emissõesde poluentes veiculares.Participaram representantesdo governo federal e dosEstados brasileiros.

Na ocasião, Rudolf deNoronha destacou que “o ardas cidades brasileiras é ruim,embora tenha se constatadouma diminuição das emissõesde todos os poluentes, nosúltimos anos, com as medidasdo Proconve (Programa deControle da Poluição do Ar porVeículos Automotores)”.

Portanto, para que a quali-dade do ar possa de fato sermelhorada, torna-se necessá-ria a implantação de progra-mas de inspeção, conformedestacou o representante doMMA. Ele disse que a inspeçãoinicial de ônibus e caminhões,conforme alguns Estadosdeverão adotar, pode ser umamedida eficaz para a reduçãodas emissões.

Para saber a hora em quecada peça precisa ser trocadae também para saber quando oveículo precisa ser levado aomecânico, o analista técnicoGerson Burin, do Cesvi Brasil(Centro de Experimentação eSegurança Viária), dá uma dica.Seja motorista profissional ounão, é imprescindível estaratento ao que diz o manual doveículo. Lá, estarão os prazospara a troca de peças e haverátodas as informações relevan-tes para o bom funcionamentode cada veículo.

“Não pode descuidar domanual. Assim, será possívelevitar muita dor de cabeça.Quando o motorista direcionao veículo para a manutençãopreventiva, está contribuindopara que haja menos polui-ção, mais economia e segu-rança, que é fundamental”,diz Burin.

O analista do Cesvi tam-bém destaca a importância dachecagem de itens em geral,como as velas, cabos, bicosinjetores, saída de gases deescape, conjunto de silencio-so. Manter o catalisador bemrevisado é primordial para sereduzir as emissões. “Se oveículo não estiver com o ali-nhamento perfeito, haverámais desgaste dos pneus.Assim, há problemas ambien-

“As pessoas têm o dever de manter o veículo em estado adequado”

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 63

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tais, com o maior consumo depneus e geração de resíduos.Além de comprometer a ques-tão da segurança.”

Qualquer barulho diferenteno sistema de frenagem deveser motivo de alerta para sefazer uma visita ao mecânicode confiança, conforme Burin.Aliás, ele ressalta que qual-quer ruído fora do habitualdeve ser conferido pelo pro-prietário do veículo. “A manu-tenção preventiva é muitovantajosa para o bolso domotorista. Não precisa espe-rar o veículo quebrar para

MOBILIZAÇÃO Desde 2007, a CNT desenvolve programa que contribui para resolver as emissões

Menos poluição veicularDESPOLUIR

O Despoluir – ProgramaAmbiental do Transporte –da CNT tem contribuídodesde 2007 para incentivara redução da poluição do arprovocada por veículos decargas e de passageiros.Um dos projetos, o deRedução da Emissão dePoluentes por Caminhões eÔnibus, promove a aferiçãodos veículos para verificarse o nível de fumaça estáde acordo com o limite per-mitido pela legislação. Maisde 560 mil aferições jáforam feitas. Os veículosaprovados recebem o seloDespoluir. Os reprovadossão orientados sobre asmedidas necessárias.

No Rio Grande do Sul, acada mês, são feitas cerca de650 aferições nos veículos dotransporte de cargas, em umaparceria da Fetransul(Federação das Empresas deLogística e Transporte deCargas do Rio Grande do Sul)com o Sest Senat (ServiçoSocial do Transporte e ServiçoNacional de Aprendizagem doTransporte).

O índice de aprovação temmelhorado a cada ano. Na ava-liação do coordenador doDespoluir, na área de cargas,no Estado, Carlos Becker, asaferições vão contribuir parapreparar melhor os transpor-tadores para a inspeção veicu-lar ambiental que deve ser

implantada oficialmente noRio Grande do Sul.

“Os resultados doDespoluir levam à preven-ção, à manutenção preven-tiva. Assim, é possível obtermuitos ganhos ambientaise econômicos”, comentaBecker. Segundo ele, o inte-resse em participar do pro-jeto da CNT tem aumentadono Estado. E hoje, além dastransportadoras, empresasde outras áreas, mas quetêm frota própria, já parti-cipam ou querem participardo Despoluir – como mine-radoras e outras.

Na cidade de São Paulo,onde a inspeção veicularambiental é obrigatória, aatuação do Despoluir tam-bém tem sido positiva. Ocaminhão e o ônibus quepassaram pelas aferições doprograma e corrigiram o quefoi necessário, conforme asorientações recebidas, têmmais condições de ser apro-vado na inspeção oficial.

“O Despoluir tem contribuí-do muito para a prevenção.Desde o início do programa,tem aumentado a conscienti-zação sobre a importância demanter o veículo sempre emboas condições”, diz o técnicodo programa na Fetcesp(Federação das Empresas deTransporte de Carga do Estadode São Paulo) VanderleyCamilo Souza.

Despoluirjá realizou

mais de

560 milaferições

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201264

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levar a um mecânico. Fazer umdiagnóstico constante, che-cando componentes que estãocom a vida útil prejudicada,evita danos maiores depois.”

No Estado do Rio deJaneiro, há um programa decontrole da poluição veiculariniciado em 1997. A medida édesenvolvida por meio deuma parceria entre o Detran(Departamento Estadual deTrânsito) e o Inea (InstitutoEstadual do Ambiente). Em2011, até o final do mês denovembro, 2,1 milhões de veí-culos de todas as categorias

tinham sido inspecionados.Conforme informações da

assessoria de imprensa doDetran, veículos de uso inten-sivo (caminhões, ônibus etáxis) precisam ser aprovadosna inspeção anual para obte-rem o CRLV (Certificado deRegistro e Licenciamento doVeículo). Já os veículos depasseio não têm a aprovaçãovinculada à emissão do CRLV.Entretanto, no documentoconstará a informação de queo motor não funciona adequa-damente. Mas nos dois casosnão há previsão de multa.

Inicialmente, segundo aassessoria do Detran, é feitauma inspeção visual sobrealguns detalhes do veículoque contribuem para a segu-rança: condição do pneu, luzde freio, pisca alerta, limpa-dor de para-brisa, além dasituação dos documentos ecombustível. Na checagemambiental, é conferido se onível de emissão está dentrodo permitido pela legislação,conforme cada modelo de veí-culo. Neste ano, será feito umteste, em fase experimental,da checagem de ruídos. l

MOBILIZAÇÃO Desde 2007, a CNT desenvolve programa que contribui para resolver as emissões

MARÍLIA BARACHO/FETCESP/DIVULGAÇÃO

“Manutençãopreventiva

é muito vantajosa

para o bolsodo motorista”

GERSON BURIN, CESVI BRASIL

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 65

Veja alguns itens que são avaliados, onde há inspeção veicular, mas que devem

ser observados periodicamente por todos os motoristas

• Regularidade do funcionamento do motor

• Se o freio funciona adequadamente

• Há emissão de fumaça visível (exceto vapor-d´água)

• Apresenta vazamentos de óleo, de água ou de qualquer outro líquido

• O sistema de escapamento apresenta alteração, como corrosão excessiva,

furos ou falta de algum componente

• Os componentes e sistemas originais de controle e/ou redução de emissões

de gases estão preservados

• Os níveis de óleo lubrificante e da água estão adequados

• Impossibilidade de manter o capô aberto com segurança durante a

inspeção visual

• A rotação de marcha lenta está em conformidade com as especificações

do fabricante

• Existem falhas no sistema de injeção eletrônica e os bicos de injeção estão

em boas condições

• Carburador está regulado

• Ponto de ignição está fora de especificação

• Velas estão sujas ou desreguladas

• Catalisador (nos carros equipados com esse item) está avariado

• Motor tem desgaste excessivo nos anéis

• Pneus estão calibrados adequadamente

• Nível de água do radiador e do óleo do motor

ANTES DA INSPEÇÃO

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201266

OSest Senat caminhapara bater novosrecordes em 2011.Balanço preliminar

mostra que o número de aten-dimentos realizados nasáreas social e de educaçãodeve ultrapassar os 7 milhõesregistrados em 2010.

Somente nos 11 primeirosmeses de 2011, o desempenhooperacional da área de capa-citação profissional cresceu

15% em relação ao ano ante-rior. Entre janeiro e novem-bro, 1.069.476 profissionaisforam capacitados nos maisde 200 cursos oferecidos,contra 932.991 no mesmoperíodo de 2010.

Na área de saúde, esporte elazer, o crescimento foi de 8%.O total de atendimentos reali-zados nos consultórios médi-cos e odontológicos e duranteas atividades físicas, esporti-

vas, sociais, culturais e recrea-tivas chegou a 5.542.408. Noano anterior, o número foi de5.122.667 de atendimentos,também entre janeiro enovembro.

Os números consolidam aatuação do Sest Senat comouma instituição consciente desua responsabilidade pela efi-ciência e eficácia dos serviçosde transporte a serem presta-dos à sociedade. Desde o iní-

cio das atividades, em 1993,foram realizados mais de 100milhões de atendimentos.Nesses 18 anos de atuação, oscursos de qualificação e capa-citação tiveram a participaçãode mais de 10,2 milhões deprofissionais. Na área social jásão mais de 48,3 milhões deatendimentos.

Para o presidente da CNT edo Sest Senat, senador ClésioAndrade, os resultados confir-mam o compromisso assumi-do pela instituição: melhorar aqualidade de vida dos traba-lhadores do setor de transpor-te. “O sucesso do Sest Senatvai além do peso estatísticodos números. Os serviçosprestados fortalecem a ativi-dade transportadora, tãoessencial para o desenvolvi-mento de um país”, afirma ele.

Lançado em agosto de 2011,o Programa de Formação deNovos Motoristas para oMercado de Trabalho impulsio-nou o crescimento no númerode matrículas registradas noSest Senat nos cursos de qua-lificação. Em todas as áreasforam mais de 386 mil inscri-ções, número 6% superior aoregistrado em 2010.

Superandometas

POR LIVIA CEREZOLI

SEST SENAT

Balanço preliminar de 2011 mostraque cresceu o número de atendimentos

nas unidades de todo o país

Page 67: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

PREVENÇÃO Clínicas de fisioterapia oferecem atendimento preventivo aos motoristas

Page 68: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201268

O programa tem comoobjetivo estimular o cresci-mento do país, voltado para osetor de transporte, preparan-do novos motoristas para omercado de trabalho. A meta éformar 66,9 mil profissionaispor ano entre motoristas decaminhão, carreta e ônibus.

Além desse programa, osdemais cursos oferecidos nas138 unidades em funciona-

mento no país atendem aomercado nacional em suasdiferentes regiões. Eles seadaptam às exigências dosetor de transporte e procu-rando garantir perspectivasde trabalho e de qualificaçãoprofissional para quem já estáou pretende entrar para omercado de trabalho. Foram44.039 pessoas atendidas nosprogramas de educação a dis-

tância e 5.271 alunos no EJA(Educação de Jovens eAdultos).

No Ciclo de Palestras - pro-grama criado há cinco anospara oferecer mais conheci-mento aos trabalhadores dosetor de transporte e à comuni-dade em geral - mais de 300 milpessoas estiveram envolvidasnas discussões sobre temas docotidiano. Anualmente, são tra-

balhados oito temas: quatrorelacionados às questõesprofissionais e quatro rela-cionados à saúde e à qualida-de de vida.

Em 2011, as palestras abor-daram questões como gestãodo estresse, adolescência,saúde bucal, saúde da coluna,legislação de transporte decargas, financiamento de veí-culos pesados, meio ambiente

Comandos de Saúde mobilizam motoristasCAMPANHA

A última etapa da campanhaComandos de Saúde nasRodovias 2011, promovida peloSest Senat em parceria com aPolícia Rodoviária Federal e comas secretarias de Saúde regio-nais de todo o país, tambémreforça as ações realizadas pelainstituição durante todo o ano.

Realizados em 27 rodovias,os Comandos tiveram comoobjetivo promover a saúde e obem-estar entre os trabalhado-res em transporte. Em algunslocais, houve teste rápido deHIV. Nesta edição, realizada noúltimo dia 1º de dezembro, maisde 2.000 motoristas foramabordados em todo o Brasil. Ostemas abordados nas três eta-pas de 2011 foram: cuidadoscom a coluna, uso de dro-gas e Aids/DSTs (DoençasSexualmente Transmissíveis).

Nos últimos cinco anos, a cam-panha já atendeu mais de 38 milpessoas.

Os motoristas realizaramexames para avaliar forçafísica, estresse, sonolência,percentual de gordura, pres-são arterial, glicose, triglice-rídeos, acuidade visual, entreoutros. Além disso, recebe-ram orientações de saúde ede prevenção contra doençassexualmente transmissíveis,como prevenir problemas nacoluna com a postura corretaao dirigir e como evitar o usode drogas e rebites nasestradas. Foram distribuídosbrindes como camisetas, pre-servativos, kits de higienebucal, bolinhas anti-estresse,manual de alongamento dacoluna e folders.

O caminhoneiro José Cosmo

Sousa, de 50 anos, aprovou ainiciativa. “Ajuda todo mundo.Todos precisam cuidar dasaúde, e ações como essa facili-tam”, disse ele. Aos 43 anos, ocaminhoneiro José MariaRodrigues também saiu satisfei-to e com consultas médicasmarcadas para uma avaliaçãocompleta. “Gostei muito. É bomque a gente descobre comoestá a nossa saúde”, ressaltou.

Para a médica da Secretariade Saúde do Distrito Federal,Maria Aparecida Murr, o públi-co-alvo da campanha são justa-mente os motoristas que nor-malmente não se preocupamcom a própria saúde. “Hoje, noBrasil, a falta de prevenção fazcom que o homem viva seteanos a menos que as mulhe-res”, explicou.

(Aerton Guimarães)

Page 69: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 69

e relacionamento interpessoal.Os assuntos são apresenta-

dos por profissionais especia-lizados em cada uma dasáreas com o auxílio de recur-sos audiovisuais, como carti-lhas e vídeos com depoimen-tos e entrevistas. O Ciclo dePalestra tem como objetivoprincipal dar continuidade àcapacitação que já é ofereci-da pelo Sest Senat em cursos

de qualificação e campanhasde mobilização nacional.

Para 2012, serão trabalha-dos temas como a importân-cia da atividade física para asaúde, acidentes domésticos,DSTs (Doenças SexualmenteTransmissíveis), saúde ocular,motivação no trabalho, pro-grama de organização, aten-dimento ao turista e utiliza-ção do tacógrafo.

Entre os atendimentos naárea de saúde realizados em2011, o crescimento de 36%foi puxado principalmentepelas especialidades de fisio-terapia e psicologia. Os aten-dimentos nas duas áreasforam incluídos na oferta deserviços do Sest Senat depoisde avaliadas as necessidadesdos caminhoneiros.

Nas clínicas de fisioterapia

AÇÃO Motoristas receberam orientações de saúde em rodovias do país

JÚLIO FERNANDES/CNT

são trabalhados os cuidadosque os motoristas devem tercom relação à postura, princi-palmente porque passamhoras na mesma posição. Ofoco do tratamento é a pre-venção e os cuidados com acoluna. Durante as sessões, osmotoristas recebem orienta-ções sobre os problemas quea má postura pode causar.

Os tratamentos psicológi-

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201270

dentro e fora de seu ambientede trabalho.

Um convênio firmado entreo Sest Senat e o Ministério daSaúde permitiu a realizaçãode diversas atividades rela-cionadas ao tema durante oano todo, além da produçãode material de apoio parapalestras e eventos, como

ações individuais, orienta-ções durante as consultasmédicas, coletivas, campa-nhas, palestras e semináriossobre diversos temas, prio-rizando a prevenção dedoenças.

Ainda na área social, o SestSenat mantém em suas estru-turas locais apropriados paraa prática de esportes e odesenvolvimento de ações delazer e cultura, como camposde futebol, quadras poliespor-tivas, parques aquáticos,ginásio de esportes, parquesinfantis, salão de jogos echurrasqueiras. O balançoprévio de 2011 mostra que 3,8milhões de pessoas, incluindoos trabalhadores em trans-portes, seus dependentes e acomunidade em geral, usu-fruíram dessas dependências.

Campanhas de mobilizaçãonacional também fazem partedo calendário de atividadesdo Sest Senat. Em 2011, o pro-grama Sest Senat na Lutacontra a Aids contou com aparticipação de mais de 550mil pessoas nas ações educa-tivas e de combate à discrimi-nação das pessoas que vivemou convivem com o vírus HIV,

cos auxiliam os profissionaisa enfrentar as longas jorna-das de trabalho, a exposição ariscos, as privações do sono ea distância da família. O aten-dimento psicológico atua,prioritariamente, na preven-ção e no tratamento dosusuários de álcool, drogas eoutras substâncias químicas.Além dos trabalhadores emtransporte e seus dependen-tes, os atendimentos na áreade saúde do Sest Senat estãovoltados para a comunidadeem geral.

Na área odontológica, ocrescimento foi de 5%, alcan-çando 776.212 atendimentos.Além dos procedimentos delimpeza, curativos e procedi-mentos de emergência, asunidades oferecem atendi-mentos nas áreas de dentísti-ca, endodontia, periodontia,odontopediatria, ortodontia eprótese.

O número de pessoas aten-didas na área de educação paraa saúde, entre janeiro e novem-bro de 2011, também cresceuem relação ao mesmo períodode 2010. Aproximadamente 650mil atendimentos (alta de 15%)foram realizados durante as

forma de transmitir as infor-mações de forma mais didáti-ca e estimular a reflexãosobre a Aids.

Foram realizadas campa-nhas durante o Carnaval, aSemana Nacional de Saúde, oDia dos Namorados e blitzeeducativas nas sedes das uni-dades, nas feiras relacionadas

Page 71: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 71

ao setor e nas principais rodo-vias do país. Os profissionaisda área de saúde do Sest Senatainda foram capacitados pelostécnicos do Ministério paraimplantar o teste rápido dedetecção do HIV e os motoris-tas participaram da vacinaçãocontra as hepatites virais.

O tema Aids também foi

levado para os auditórios doSest Senat. Ao todo, em dife-rentes unidades, foram realiza-dos 14 debates com o título“Conversando sobre Aids nolocal de trabalho” com o objeti-vo de conscientizar os gestoresdas empresas do transporte edemais atores desse projetosobre a necessidade de geren-

ciamento de programas de pre-venção da disseminação dadoença nos locais de trabalho.

Um curso on-line gratuitorelacionado ao tema tambémjá está disponível no endereçowww.sestsenat.org.br. O con-teúdo aborda os conceitos ini-ciais sobre a doença, as for-mas de prevenção, contágio e

tratamento, apresenta núme-ros da Aids no Brasil e aindaprocura derrubar alguns mitose preconceitos. A carga horá-ria é de 12 horas. Até dezem-bro, 4.220 pessoas já haviaconcluído o curso.

Para 2012, a expectativa doSest Senat é ampliar aindamais os atendimentos. Onzenovas unidades deverão serinauguradas em cidades comgrande potencial econômico edemanda para o desenvolvi-mento do setor de transporte.Entre os principais projetosque serão desenvolvidos estãoa capacitação de profissionaispara a Copa de 2014, a criaçãodos polos olímpicos, a conti-nuidade do curso de formaçãode novos motoristas com simu-ladores de última geração, aampliação da oferta de cursostécnicos por meio do Pronatec(Programa Nacional de Acessoao Ensino Técnico e Emprego) -desenvolvido em parceria como governo federal, a mobiliza-ção nacional com foco na valo-rização do motorista, as açõesde gestão voltadas para o meioambiente e as campanhasnacionais de redução de aci-dentes de trânsito. l

AMPLIAÇÃO Cursos de capacitação do Sest Senat registraram crescimento de 6% em 2011

SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

Page 72: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

Estatístico, Econômico, Despoluir e Ambiental

Page 73: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

TIPO PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 63.117 13.337 76.454Estadual Coincidente 17.417 5.488 22.905 Estadual 106.548 113.451 219.999Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Total 213.909 1.367.194 1.581.103

MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KMAdminstrada por concessionárias privadas 15.114Administrada por operadoras estaduais 1.195

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.230.647Cavalo mecânico 443.044Reboque 836.464Semi-reboque 650.886Ônibus interestaduais 13.976Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo misto 122

Portos 37

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 139

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM E FROTA

Rede fluvial nacional 44.000Vias navegáveis 29.000Navegação comercial 13.000Embarcações próprias 1.148

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total Nacional 29.637Total Concedida 28.465Concessionárias 11Malhas concedidas 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMALL do Brasil S.A. 11.738FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 8.066MRS Logística S.A. 1.674Outras 6.987Total 28.465

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 92.814Locomotivas 2.919Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 32Domésticos 35Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES - UNIDADESA jato 873 Turbo Hélice 1.783Pistão 9.513Total 12.505

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

MODAL MILHÕES (TKU) PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

NOVEMBRO - 2011

Page 74: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201274

BOLETIM ECONÔMICO

Investimentos em Transporte da UniãoDados Atualizados Novembro/2011

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Autorizado

valores pagos em infraestrutura (CIDE)

não utilizado (CIDE)

Total PagoValor Pago do ExercícioObs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior.

Arrecadação Acumulada CIDE

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente écobrada sobre a comercialização e importação de gasolina (R$ 0,091/liltro) e diesel (R$ 0,047/litro)Conforme Decreto nº 7.591 (out-2011). Os recursos da CIDE são destinados ao subsídio e transportede combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em infraestrutura de transporte.Obs: Alteração da alíquota CIDE conforme decretos vigentes.

NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 405,0 BILHÕES(PLANO CNT DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA 2011)

Investimento Pago Acumulado

121086R$

bil

hões

420

20181614

3,85

17,70

60

403020

R$ b

ilhõ

es

100

2002 2003

20042005

20062007

20082009

2010 2011

8070

50

8

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES*

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

0,02(0,1%)

0,10(1,1%)

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

Observações:

1 - Taxa de Crescimento do PIB 2011 e acumulada em 12 meses

2 - Taxa Selic conforme Copom 19/10/2011

3 - Inflação acumulada no ano e em 12 meses até novembro/2011

4 - Balança Comercial acumulada no ano e em 12 meses até novembro/2011

5 - Posição dezembro/2010 e novembro/2011 em US$ Bilhões

6 - Câmbio de fim de período novembro/2011, média entre compra e venda

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (Novembro/2011), IBGE e

Focus - (Relatório de Mercado 25/11/11), Banco Central do Brasil

Investimentos em Transporte da União por Modal (Total PagoAcumulado - até Novembro/2011)

(R$ 10,78 bilhões)

1,29(12,1%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA - NOVEMBRO/2011

2010 acumuladoem 2011

últimos12 meses

Expectativapara 2011

PIB (% cresc a.a.)1 7,50 3,64 4,75 3,10

Selic (% a.a.)2 10,75 11,00 11,00

IPCA (%)3 5,91 5,43 6,97 6,49

Balança Comercial4 16,88 25,38 31,02 28,22Reservas Internacionais5 288,58 350,01 -

Câmbio (R$/US$)6 1,75 1,77 1,75

0,55(5,2%)

6,92

10,78

Restos a Pagar Pagos

Outros

8,79(81,6%)

CIDE - 2011 (R$ Milhões)Arrecadação no mês Outubro/2011 837,0

Arrecadação no ano (2011) 7.836,0

Investimentos em transportes total pago (2011)* 3.520,0

CIDE não utilizada em transportes (2011) 4.316,0

Total Acumulado CIDE (desde 2002) 72.212,0

55%

45%

Obs.: são considerados todos os recursos nãoinvestidos em infraestrutura de transporte.

*O Total Pago inclui valores pagos do exercícioatual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

35,8

72,2

Page 75: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 75

1,92,0

BOLETIM DO DESPOLUIR

DESPOLUIR

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) lançou em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de empresários, caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhadores em transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS

• Redução da emissão de poluentes pelos veículos

• Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador

• Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais

de transporte

• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES

Para participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato coma Federação que atende o seu Estado

NÚMEROS DE AFERIÇÕES ESTRUTURA

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

392.510ATÉ OUTUBRO NOVEMBRO

20112007 A 2010 TOTAL

Aprovação no período

164.339 11.128 567.977

87,05% 88,34% 86,90% 87,43%

Federações participantes 21

Unidades de atendimento 72

Empresas atendidas 7.840

Caminhoneiros autônomos atendidos 9.350

Em 2012, está prevista para entrar em vigor afase P7 do Programa de Controle de Poluiçãodo Ar por Veículos Automotores (Proconve)para veículos pesados. A ConfederaçãoNacional do Transporte (CNT) considera queeste fato terá impactos significativos nosetor, uma vez que novos elementos farãoparte do dia a dia do transportador rodoviá-rio. Nesse contexto, a CNT elaborou a presen-te publicação, com o objetivo de disseminarinformações importantes sobre o que estápor vir. O trabalho apresenta ao setor asnovas tecnologias e as implicações da faseP7 em relação aos veículos, combustíveis eaos ganhos para o meio ambiente.

PUBLICAÇÕES DO DESPOLUIRConheça abaixo uma das diversas publicaçõesambientais que estão disponíveis para download no site do DESPOLUIR:

Autônomo

Carga

FENACAMFETRANSPORTESFETRABASEFETCESPFETRANCESCFETRANSPARFETRANSULFETRACANFETCEMGFENATACFETRANSCARGAFETRAMAZFETRANSPORTESFETRABASEFETRANSPORFETRONORFETRAMFEPASCCEPIMARFETRAMARFETRANORTEFETRASULFETERGS

PR e MGES

BA e SESPSCPRRS

AL, CE, PB, PE, PI, RN e MAMG

DF, TO, MS, MT e GORJ

AC, AM, RR, RO, AP e PAES

BA e SERJ

RN, PB, PE e ALMG

SC e PRCE, MA e PIMS, MT e RO

AM, AC, PA, RR e APDF, GO, SP e TO

RS

41.3347-142227.2125-764371.3341-623811.2632-101048.3248-110441.3333-290051.3374-808081.3441-361431.3490-033061.3361-529521.3869-807392.2125-100927.2125-764371.3341-623821.3221-630084.3234-249331.3274-272741.3244-684485.3261-706665.3027-297892.3584-650462.3598-267751.3228-0622

Passageiro

FEDERAÇÃO UFS ATENDIDAS TELEFONESETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

Page 76: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201276

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Mudança no uso da terra 1.202,13 76,35Industrial* 140,05 8,90Transporte 136,15 8,65Geração de energia 48,45 3,07Outros setores 47,76 3,03Total 1.574,54 100,00

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 123,17 90,46Aéreo 7,68 5,65Outros meios 5,29 3,88Total 136,15 100,00

VEÍCULO CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)Caminhões 36,65 44,00Veículos leves 32,49 39,00Comerciais leves – Diesel 8,33 10,00Ônibus 5,83 7,00Total 83,30 100,00

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL(EM BILHÕES DE TONELADAS - INCLUÍDO MUDANÇA NO USO DA TERRA)

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

*Inclui processos industriais e uso de energia

TIPO 2007 2008 2009 2010 2011

Diesel 41,56 44,76 44,29 49,23 42,88

Gasolina 24,32 25,17 25,40 29,84 28,64

Etanol 9,37 13,29 16,47 15,07 8,97

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

CONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

(ATÉ OUTUBRO)

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc)

BOLETIM AMBIEN TAL

EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO OTTO* - 2009 EMISSÕES DE POLUENTES - VEÍCULOS CICLO DIESEL - 2009

* Em partes por milhão de S - ppm de S

* Inclui veículos movidos a gasolina, etanol e GNV

NÃO-CONFORMIDADES POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - OUTUBRO 2011

Corante 3,3%

80%70%60%50%40%30%20%

Aspecto 28,8%

Pt. Fulgor 27,7%Enxofre 2,2%

Teor de Biodiesel 35,3%Outros 2,7%

QUALIDADE DO ÓLEO DIESEL TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO ÓLEO DIESEL*

Japão 10 ppm de SEUA 15 ppm de SEuropa de 10 a 50 ppm de S

Brasil

1.800 ppm de S

500 ppm de S

50 ppm de S

Diesel interior (substituição de 19% do Diesel 1.800 ppm de S por Diesel 500 ppm de S)

Diesel metropolitano (grandes centros urbanos)

Frotas cativas de ônibus urbanos das regiões metropolitanas da BaixadaSantista, Campinas, São José dos Campos e Rio de Janeiro. Frotas cativasde ônibus urbanos das cidades de Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte eSalvador. Regiões metropolitanas de São Paulo, Belém, Fortaleza e Recife.

2,7%

2,2%

35,3%28,8%

27,7%

3,3%

10%0%

Automóveis Comerciais Leves (Otto) GNVMotocicletas CaminhõesPesados

Caminhõesmédios

Comerciais Leves(Diesel)

ÔnibusRodoviários

CaminhõesLeves

ÔnibusUrbanos

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

NOxNMHcCOCH4

CO2

NOxCONMHcMP

CO2

AL AM

% N

C

AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO Brasil

1,8 1,62,5 1,8 3,30,8

2,80,0 1,3 1,6

4,7 2,7 2,0

AC2,7 2,5 0,0 0,3 0,5 0,9 0,5 2,5 0,8 1,8 1,6 5,7 2,3 1,8 3,3 0,8 1,5 2,8 2,8 0,0 2,8 1,3 1,6 4,7 2,7 5,6 2,00,03,0 5,6 0,0 1,0 1,0 0,9 1,3 1,5 0,6 1,6 0,9 8,1 2,0 4,0 3,3 0,6 1,1 3,1 2,8 0,0 5,6 1,0 1,3 4,0 2,8 0,0 2,20,0

Trimestre Anterior

Trimestre Atual

0,9 0,8 2,30,30,02,7

0,00

10

20

25

15

50,5

5,6

Percentual relativo ao número de não-conformidades encontradas no total de amostras coletadas. Cada amostra analisada pode conter uma ou mais não-conformidades.

0,52,8

2,85,7

1,5

ÍNDICE TRIMESTRAL DE NÃO-CONFORMIDADES NO ÓLEO DIESEL POR ESTADO - OUTUBRO 2011

2,5

Rodoviário 38,49 97% 34,46 97% 17,26 97%

Ferroviário 0,83 2% 1,08 3% 0,55 3%

Hidroviário 0,49 1% 0,14 0% 0,06 0%

Total 39,81 100% 35,68 100% 17,87 100%

2009VOLUMEMODAL % VOLUME % VOLUME %

2010 2011(ATÉ JUNHO)

Page 77: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

POLUENTES PRINCIPAIS FONTES CARACTERÍSTICASEFEITOS

SAÚDE HUMANA MEIO AMBIENTE

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e de fontes fixas industriais2.Gás incolor, inodoro e tóxico.

Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Aspirado em grandesquantidades pode causar a morte.

Dióxido deCarbono

(CO2)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e de fontes fixas industriais2.Gás tóxico, sem cor e sem odor.

Provoca confusão mental, prejuízo dos reflexos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Metano(CH4)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis1

e fixas2, atividades agrícolas e pecuárias, aterros sanitários e processos industriais3.

Gás tóxico, sem cor, sem odor.Quando adicionado a águatorna-se altamente explosivo.

Causa asfixia, parada cardíaca,inconsciência e até mesmo danosno sistema nervoso central, se inalado.

Compostosorgânicosvoláteis(COVs)

Resultado do processo decombustão de fonte móveis1

e processos industriais3.

Composto por uma grandevariedade de moléculas a basede carbono, como aldeídos,cetonas e outroshidrocarbonetos leves.

Causa irritação da membrana mucosa, conjuntivite, danos na pele e nos canaisrespiratórios. Em contato com a pele podedeixar a pele sensível e enrugada e quandoingeridos ou inalados em quantidades elevadas causam lesões no esôfago,traqueia, trato gastro-intestinal, vômitos,perda de consciência e desmaios.

Óxidos denitrogênio

(NOx)

Formado pela reação do óxido denitrogênio e do oxigênio reativopresentes na atmosfera e queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel.O NO2 é um gás de cor acastanhada ou castanho avermelhada, de cheiro forte eirritante, muito tóxico. O N2O éum gás incolor, conhecidopopularmente como gás do riso.

O NO2 é irritante para os pulmões ediminui a resistência às infecçõesrespiratórias. A exposição continuada oufrequente a níveis elevados pode provocartendência para problemas respiratórios.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.Causadores da chuva ácida4.

Ozônio(O3)

Formado pela quebra dasmoléculas dos hidrocarbonetos liberados por alguns poluentes,como combustão de gasolina ediesel. Sua formação éfavorecida pela incidência deluz solar e ausência de vento.

Gás azulado à temperaturaambiente, instável, altamentereativo e oxidante.

Provoca problemas respiratórios,irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa destruição e afeta odesenvolvimento de plantas eanimais, devido a sua naturezacorrosiva.

Dióxido de enxofre(SO2)

Resultado do processo decombustão de fontes móveis1

e processos industriais3.

Gás denso, incolor, nãoinflamávele altamente tóxico.

Provoca irritação e aumento naprodução de muco, desconforto narespiração e agravamento deproblemas respiratórios ecardiovasculares.

Causa o aquecimento global, porser um gás de efeito estufa.Causador da chuva ácida4, quedeteriora diversos materiais, acidifica corpos d'água e provocadestruição de florestas.

Materialparticulado

(MP)

Resultado da queimaincompleta de combustíveise de seus aditivos, deprocessos industriais e dodesgaste de pneus e freios.

1. Fontes móveis: motores a gasolina, diesel, álcool ou GNV.2. Fontes fixas: Centrais elétricas e termoeléctricas, instalações de produção, incineradores, fornos industriais e domésticos, aparelhos de queima e fontes naturais como vulcões, incêndios florestais ou pântanos.3. Processos industriais: procedimentos envolvendo passos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.4. Chuva ácida: a chuva ácida, também conhecida como deposição ácida, é provocada por emissões de dióxido de enxofre (SO2) e óxidos de nitrogênio (NOx) de usinas de energia, carros e fábricas. Os ácidos nítrico e sulfúrico

resultantes podem cair como deposições secas ou úmidas. A deposição úmida é a precipitação: chuva ácida, neve, granizo ou neblina. A deposição seca cai como particulados ácidos ou gases.

Conjunto de poluentes constituídode poeira, fumaça e todo tipo dematerial sólido e líquido que semantém suspenso. Possuemdiversos tamanhos emsuspensão na atmosfera. Otamanho das partículas estádiretamente associado ao seupotencial para causar problemasà saúde, quanto menores,maiores os efeitos provocados.

Incômodo e irritação no nariz egarganta são causados pelaspartículas mais grossas. Poeirasmais finas causam danos aoaparelho respiratório e carregamoutros poluentes para os alvéolospulmonares, provocando efeitoscrônicos como doençasrespiratórias, cardíacas e câncer.

Altera o pH, os níveis depigmentação e a fotossíntese dasplantas, devido a poeira deposita-da nas folhas.

Causam o aquecimento global,por serem gases de efeito estufa.

Monóxido decarbono

(CO)

Page 78: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

Sim, o momento éexcelente para sefinanciar um cami-nhão novo ou renovar

a frota. Quem me passou essaconvicção foi André Pinho,gerente-geral da Rodorei, quese transformou ao longo dasúltimas duas décadas numaempresa de logística e hoje,aos 20 anos, é uma empresa delogística especializada notransporte de alumínio e cobre.

As contas que me forampassadas pelo André Pinhofalam sozinhas. Falando ape-nas financeiramente, omomento é relativamenteinteressante, pois a taxaFiname está em torno de 8%a.a. Considerando as taxasbancárias para capital de giro,é muito interessante paraquem tem frota antiga se capi-talizar com a venda dos cami-nhões velhos e tomar emprés-timo a 8% a.a..

Além disso, existem variá-veis do macroambiente quedevem ser levadas em consi-deração e que podem inter-ferir diretamente nessecenário, nos alerta o gerenteda Rodorei.

A partir de 2012, para aten-

LOURENÇO FERREIRA DO PRADO

dimento de normas ambien-tais, os caminhões no Brasilsomente serão produzidoscom motores Euro V e Conama7. Esse tipo de motor tem detrabalhar, obrigatoriamente,com biodiesel S50, que émenos poluente.

Entretanto, os veículosdeverão custar de 10% a 15%mais caros, e esse diesel temestimativa de custar entre 3%e 7% a mais do que os atuaispreços que encontramos nasbombas.

Ou seja, eis aí um bommotivo para comprar cami-nhões agora, a custo financei-ro consideravelmente abaixodo que será possível daqui aalguns meses. Entretanto, ovalor de revenda dos usadostenderá a aumentar muitodaqui a alguns meses quandoos veículos mais caros entra-rem em venda obrigatória.

Surge, então, uma questãointeressante: será que com-pensa comprar caminhõesnovos agora, pagando maisbarato do que custarão osConama 7 e Euro V e vender osvelhos por muito menos doque tendem a valer daqui aalguns meses?

Vale lembrar, também, quenão há nenhuma garantia queas taxas Finame permanece-rão como estão, mas há a cer-teza de que os caminhõesnovos vão subir de valor.

Ou seria melhor correr orisco, pagando mais caro nofuturo, contando com um valorde revenda do usado muitomais tentador? Essa sinuca debico é a decisão que o empre-sário tem de tomar, sem consi-derar ainda o impacto que osnovos investimentos, comcaminhões mais modernos,menos poluentes, mas maiscaros, trarão para a lucrativi-dade da empresa ou do cami-nhoneiro, diante da pressãosempre constante por fretesmais baixos.

Os empresários do setorterão que equacionar tam-bém como treinarão seusmotoristas para se adapta-rem aos novos caminhões.Mas se levarmos em conside-ração que teremos uma frotanova e menos poluente, quemsair na frente poderá faturara imagem de empresa preo-cupada com o meio ambiente,além de garantir a atual taxaFiname de 8%.

DEBATE É um bom momento para financiar um novo caminhão ou frota?

LOURENÇO FERREIRA DO PRADO advogado e presidente da Contec(Confederação Nacional dosTrabalhadores nasEmpresas de Crédito)

Taxa Finame atual favorece a troca do veículo antigo

“É muito interessante para quem tem frota antiga se capitalizar com a venda dos caminhões velhos e tomar empréstimo a 8% a.a..”

Page 79: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

É um bom momento para financiar um novo caminhão ou frota?

OBrasil vive hoje ummomento favorávelpara o uso de crédito efinanciamento de veí-

culos, o crédito vem crescendode forma consistente, atingindohoje quase 50% do PIB. Os jurosnos últimos meses caíram deforma considerável (o brasileironunca teve juros tão baixos parafinanciar um veículo). O gover-no, pensando em estimular efortalecer a economia brasilei-ra, reduziu o IOF (Impostosobre Operações Financeiras),incentivando ainda maisalguns tipos de financiamentospara pessoa física. A taxa anualdo IOF caiu de 3% para 2,5%ao ano (de 0,0082% ao diapara 0,0068% ao dia).

Analisando esse cenário, aprincípio, parece ideal paraquem está pensando em finan-ciar um novo caminhão ou frota,mas tal operação requer certoscuidados. Um investimento emlongo prazo, apenas pensandonas condições atuais, pode tra-zer consequências futuras.

Visualizando a crise mun-dial atual, investir em um veí-culo novo para quitar a dívidacom trabalho em cima domesmo pode ser arriscado.

O investidor está diante deuma vertente de duas opções,com vantagens e desvantagensbem consideráveis. O momentoatual é propício, nunca tivemoscondições de credito tão boas,mas, por outro lado, temos umcenário internacional bastanteadverso. Não existe uma respos-ta ou caminho certo a seguir,apenas perspectivas e visõesdiferentes.

A crise pode acabar ou per-manecer estável e os juroscontinuar caindo. O consumi-dor que está pensando emadquirir um novo veículo, pormeio de financiamento, precisaanalisar e questionar quais sãorealmente as necessidades doinvestimento. A verdade é queos juros estão, sim, mais bai-xos, o governo está incentivan-do e o crédito está mais acessí-vel, mas podemos estar diantede uma realidade que pode sermomentânea.

Independentemente de jurosou facilidade de financiamento,toda e qualquer dívida em longoprazo deve ser muito bem pen-sada. O que não se pode esque-cer é o compromisso financeirofirmado e os anos que o devedorvai ficar preso a ele.

MIGUEL RIBEIRO DE OLIVEIRAVice-presidente e diretor-executivode estudos e finanças daAnefac (Associação Nacionalde Executivos de Finanças)

É preciso cautela na horade financiar caminhão

“O investidor está diante de uma vertente de duas opções, com vantagens e desvantagens bem consideráveis”

Não existe previsão ou expec-tativa do amanhã, a turbulên-cia internacional pode seagravar a qualquer momento,diminuindo o serviço e geran-do dificuldade na hora de qui-tar o financiamento.

O profissional autônomoencontra menos segurança nahora de tomar essa decisão.Com os juros mais baixos e afacilidade no crédito, o financia-mento parece ser ótima escolha,mas quais são as garantias deque esse bom momento perma-necerá nos próximos meses.Não estamos falando de umadívida de cinco ou seis presta-ções, e sim um compromisso deanos que pode implicar no sus-tento do devedor.

Para as empresas, que decerta forma fazem proveito deum resguardo financeiro maisestável, o momento para substi-tuir o caminhão antigo por umnovo ou aumentar a frota éideal. Além de aproveitar as van-tagens oferecidas pelo mercado,economizam nas eventuaismanutenções que os carrosmais velhos podem trazer. Valeressaltar que os juros de pessoajurídica não são os mesmos ofe-recidos para pessoa física.

MIGUEL RIBEIRO DE OLIVEIRA

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CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 2012 81

CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

m país somente pode viver a plenitude de suademocracia com uma imprensa competente,atuante e, acima de tudo, livre. A qualidade dojornalismo que se pratica no Brasil é reconheci-da em todo o mundo. Empresas bem constituídase profissionais gabaritados fazem da imprensa

brasileira uma das mais vibrantes e eficientes. Em reconhecimento a esse grande trabalho rea-

lizado pela imprensa brasileira, há 18 anos os trans-portadores, por meio de sua Confederação Nacionaldo Transporte, premiam a eficiência e a qualidadeda informação jornalística que trata do setor detransporte em seus mais diversos aspectos.

Assim, o Prêmio CNT de Jornalismo premia asmelhores matérias que apontam problemas e indi-cam soluções, revelando a importância da ativida-de transportadora, quer seja em seus aspectossociais, ao garantir os deslocamentos diários demilhões de pessoas, quer seja em seus aspectoseconômicos, ao assegurar a movimentação detoda a produção nacional e ao gerar milhões deempregos em todo o país.

Desde seu lançamento até atingir a maiorida-de, nesta 18ª edição, o Prêmio CNT de Jornalismofigura entre os principais prêmios de jornalismodo país. O prestígio que representa para os profis-sionais ganhar esse prêmio estimula a participa-ção de jornalistas dos maiores veículos de impren-sa do Brasil. A confiança de que os trabalhos sãojulgados com total isenção por jurados que estãoentre os mais reconhecidos jornalistas e especia-

listas em transportes de nosso país dá a seguran-ça para que jornalistas das mais distantes cidadese menores veículos de comunicação participemnas mesmas condições.

Um exemplo da importância que o prêmio dejornalismo da CNT vem ganhando diz respeito àincorporação da categoria Internet que estádeterminando o aprimoramento do jornalismopraticado nessa nova mídia. Alguns veículosdecidiram investir mais significativamente naprodução de reportagens mais elaboradas paraparticipar do certame.

Também cumpre importante função de alerta ede informação qualificada para a sociedade acategoria Meio Ambiente e Transporte, encorajan-do as redações a produzir pautas mais elaboradaspara matérias especiais a respeito do impacto daatividade transportadora no meio ambiente e asações de mitigação dos efeitos poluidores, como oprograma Despoluir da própria CNT.

Por todas essas razões, redações se mobili-zam anualmente para construir pautas que pro-duzem matérias comuns, matérias especiais eséries de reportagens que informam a respeitodo transporte que se faz no Brasil. Esse é o gran-de objetivo do Prêmio CNT de Jornalismo: incen-tivar os veículos de imprensa a levar à socieda-de a importância da atividade transportadoraao tempo que homenageia os melhores traba-lhos jornalísticos, confirmando a qualidade pro-fissional do jornalista brasileiro.

UUm prêmio

ao jornalismo

“O Prêmio CNT de Jornalismo premia a eficiência e a qualidade dainformação que trata o transporte em seus mais diversos aspectos”

Page 82: Revista CNT Transporte Atual - Janeiro/2012

CNT TRANSPORTE ATUAL JANEIRO 201282

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

RODOVIAS BRASILEIRAS

Analisando os dados daPesquisa CNT de Rodovias2011, aumentou a minha preocupação com o desenvolvimento do país.Como crescer e chegar entreos primeiros do mundo se anossa locomotiva não podeandar? Nosso sistema rodoviário precisa deplanejamento. Aqui emRondônia a situação é ainda mais crítica. Maisda metade das nossasrodovias não tem condiçõessatisfatórias. Espero quea realidade mude nos próximos anos.

Marcos Ferreira AmaralVilhena/RO

ENTREGA AÉREA

Sempre tive medo de fazercompras pela Internet por nãoter certeza da entrega correta dos produtos. Lendo a reportagem na revistaCNT Transporte Atualsobre os investimentos queas empresas têm feito nessesetor, começo a mudar aminha opinião. É interessantesaber que cresce a preocupaçãodas companhias na qualidadedos serviços prestados.

Ivan Nunes DuarteViana/ES

HISTÓRIA DAS FERROVIAS

Sou uma amante das ferrovias eadorei ler a reportagem sobre olivro “A história da EngenhariaFerroviária no Brasil” na ediçãonº 195 da revista CNTTransporte Atual. Acho extremamente importante a preservação da nossa história.Infelizmente, no Brasil, são poucas as pessoas que se preocupam com isso. Parabenizoa Editora Ferroviária e à CNT pordar destaque a esse assunto.

Larissa FernandesItabuna/BA

CICLO DE CONFERÊNCIAS

A matéria sobre a palestra doprofessor Mario SergioCortella, publicada na ediçãode dezembro da revista CNTTransporte Atual, acrescentoumuito na minha vida profissional.Já havia assistido a uma palestra dele anteriormente.Parabéns à CNT e à Escola doTrabsporte pela iniciativa.

Maria Luíza RodriguesLages/SC

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

SAUS, quadra 1, bloco JEdifício CNT, entradas 10 e 20, 10º andar70070-010 - Brasília (DF)E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTE Clésio Andrade

PRESIDENTE DE HONRA DA CNTThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Jacob Barata FilhoTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio Gulin Otávio Vieira da Cunha Filho TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiPedro José de Oliveira LopesTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca LopesEdgar Ferreira de SousaTRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon FindlayPaulo Cabral RebeloTRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo VilaçaJúlio Fontana NetoTRANSPORTE AÉREO

Urubatan Helou José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)David Lopes de OliveiraÉder Dal’lagoLuiz Maldonado Marthos José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)Waldemar AraújoAndré Luiz Zanin de OliveiraJosé VeronezEduardo Ferreira Rebuzzi

DIRETORIATRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner ChieppeAlfredo José Bezerra LeiteLelis Marcos TeixeiraJosé Augusto Pinheiro

Victorino Aldo SaccolJosé Severiano ChavesEudo Laranjeiras CostaAntônio Carlos Melgaço KnitellEurico GalhardiFrancisco Saldanha BezerraJerson Antonio PicoliJoão Rezende FilhoMário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo TrombiniUrubatan HelouIrani BertoliniPedro José de Oliveira LopesPaulo Sérgio Ribeiro da SilvaEduardo Ferreira RebuzziOswaldo Dias de CastroDaniel Luís CarvalhoAugusto Emílio DalçóquioGeraldo Aguiar Brito VianaAugusto Dalçóquio NetoEuclides HaissPaulo Vicente CaleffiFrancisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de SousaJosé Alexandrino Ferreira NetoJosé Percides RodriguesLuiz Maldonado MarthosSandoval Geraldino dos SantosÉder Dal’ LagoAndré Luiz CostaDiumar Deléo Cunha BuenoClaudinei Natal PelegriniGetúlio Vargas de Moura BratzNilton Noel da RochaNeirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Hernani Goulart Fortuna

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

George Alberto Takahashi

José Carlos Ribeiro Gomes

Roberto Sffair

Luiz Ivan Janaú Barbosa

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavacante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Alcy Hagge Cavalcante

Eclésio da Silva

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