Revista CNT Transporte Atual - Dez/2008

84
C NT LEIA ENTREVISTA COM LUIZ GONZAGA BELLUZZO ANO XIV NÚMERO 160 EDIÇÃO INFORMATIVA DO SISTEMA CNT MOTORISTAS BRASILEIROS SOFREM COM A BUROCRACIA E A FALTA DE LEGISLAÇÃO UNIFICADA NO MERCOSUL TRANSPORTE ATUAL TRANSPORTE ATUAL DESLEIXO MOTORISTAS BRASILEIROS SOFREM COM A BUROCRACIA E A FALTA DE LEGISLAÇÃO UNIFICADA NO MERCOSUL DESLEIXO VÍTIMAS DO VÍTIMAS DO FILA Caminhões na fronteira com a Argentina

description

Crise afeta a venda de helicópteros e reduz a procura por táxi aéreo; expectativa recai sobre a fabricação de unidades para as Forças Armadas.

Transcript of Revista CNT Transporte Atual - Dez/2008

CNT

LEIA ENTREVISTA COM LUIZ GONZAGA BELLUZZO

ANO XIV NÚMERO 160

EDIÇÃO INFORMATIVADO SISTEMA CNT

MMOOTTOORRIISSTTAASS BBRRAASSIILLEEIIRROOSS SSOOFFRREEMM CCOOMM AA BBUURROOCCRRAACCIIAA EE AA FFAALLTTAA DDEE

LLEEGGIISSLLAAÇÇÃÃOO UUNNIIFFIICCAADDAA NNOO MMEERRCCOOSSUULL

TT RR AA NN SS PP OO RR TT EE AA TT UU AA LLTT RR AA NN SS PP OO RR TT EE AA TT UU AA LL

DESLEIXOMMOOTTOORRIISSTTAASS BBRRAASSIILLEEIIRROOSS SSOOFFRREEMM CCOOMM AA BBUURROOCCRRAACCIIAA EE AA FFAALLTTAA DDEE

LLEEGGIISSLLAAÇÇÃÃOO UUNNIIFFIICCAADDAA NNOO MMEERRCCOOSSUULL

DESLEIXOVÍTIMAS DOVÍTIMAS DO

FILA Caminhões na fronteira com a Argentina

CNTT R A N S P O R T E A T U A L

Humor 7

Mais Transporte 12

Alexandre Garcia 17

Despoluir 38

Simpósio 62

Ferrovia 64

Etransport 70

Números do setor 73

Debate 78

Opinião 81

Cartas 82CAPA ANDERSON PETROCELI/AGÊNCIA RBS

PREMIAÇÃOPaulo Marqueiro e Túlio Brandão, de “O Globo”,recebem o Grande Prêmio CNT de Jornalismo pela série de reportagens “A impunidade é verde: atrás das grades só os animais”

PÁGINA

18

ENTREVISTALuiz Gonzaga Belluzzo falasobre a crise e como ogoverno brasileiro deveenfrentar a situação

PÁGINA 8

TRANSPOCREDIniciativa inédita em SantaCatarina, cooperativa decrédito ajuda empresárioa ganhar competitividade

PÁGINA 34

E MAIS

Burocracia, falta de uma legislação unificada,roubos e agressão são alguns dos problemasque os motoristas enfrentam no Mercosul

Página 26

REPORTAGEM DE CAPA

ANO XIV | NÚMERO 160

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 1606

PÁGINA

66

PORTOSApesar das promessas,apenas três obras de dragagem foram licitadas

PÁGINA 44

ACIDENTESRodovias precárias eépoca de férias exigemcuidado dos motoristas

PÁGINA 52

SEST/SENATUnidades fazem balanço positivo das atividades desenvolvidas em2008 e traçam planos para 2009

AVIAÇÃOCrise afeta a venda de helicópteros e reduz aprocura por táxi aéreo; expectativa recai sobre afabricação de unidades para as Forças Armadas

PÁGINA

58

CONSELHO EDITORIALAlmerindo Camilo Bernardino Rios Pim Etevaldo Dias Virgílio Coelho

REDAÇÃOAC&S Mídia [www.acsmidia.com.br]

EDITOR RESPONSÁVEL

Almerindo Camilo [[email protected]]

EDITOR-EXECUTIVO

Ricardo Ballarine [[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(31) 2551-7797 • [email protected] Rua Eduardo Lopes, 591 • Santo André CEP 31230-200 • Belo Horizonte (MG)ESTA REVISTA PODE SER ACESSADA VIA INTERNET:www.cnt.org.br / www.sestsenat.org.brATUALIZAÇÃO DE ENDEREÇO:[email protected]

PUBLICIDADEScreenmedia (11) 3451-0012REPRESENTANTES

Celso Marino - cel/radio:(11) 9141-2938

Publicação da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053. Edição sob responsabilidade da AC&S Mídia Ltda. Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CCNNTT TTrraannssppoorrttee AAttuuaall

EDIÇÃO INFORMATIVA DO SISTEMA CNT

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 7

DUKE

ENTREVISTA LUIZ GONZAGA DE MELLO BELLUZZO

Autor de “Ensaios sobreo Capitalismo no Sécu-lo 20”, obra que lhe va-leu o Prêmio Intelec-

tual do Ano - Troféu Juca Pato2005, concedido pela União Bra-sileira de Escritores, Luiz Gonza-ga de Mello Belluzzo não acredi-ta numa solução breve para acrise de crédito que assola aeconomia mundial. Desde 2001incluído no “Biographical Dictio-nary of Dissenting Economists”entre os cem maiores economis-tas heterodoxos do século 20,Belluzzo acredita, sim, que o“conservadorismo” da economiabrasileira pode ajudar a minorarpor aqui as conseqüências doproblema mundial, mas alertaque setores como o automobilís-tico serão afetados. Para o inte-lectual paulistano, titular da ca-deira de teoria monetária e fi-nanceira nos cursos de pós-gra-duação da Unicamp (Universida-de de Campinas), torna-se ur-

gente uma ação do Estado paraevitar o agravamento da crise.“É hora de o governo gastar nafrente”, diz, sobre a necessidadede o poder público manter aque-cida a economia. “Acho que osgovernos estão sendo muito mo-les”, aponta Belluzzo, que suge-re ainda uma política fiscal maisagressiva para garantir a manu-tenção da renda da população.Na entrevista a seguir, o profes-sor diz que a crise era previsível,que as autoridades foram negli-gentes e sugere a reformulaçãodo sistema financeiro como me-dida para evitar, no futuro, que asituação se repita.

Por que todo mundo (gover-nos, economistas) ficou tãosurpreso com a crise? Não erapossível prever que algumacoisa estava errada?

Era perfeitamente possívelprever, era bastante evidenteque a crise ia ocorrer, desde

2004, 2005, obviamente, porconta daquela valorização dasbolsas e o crescimento do crédi-to, do aumento do endividamen-to das famílias e dos procedi-mentos dos bancos de promove-rem essa difusão do risco pelaeconomia. Era uma questão desomente saber o momento emque ocorreria. Na verdade, exis-tem dois tipos de operadoresque viam o que estava aconte-cendo. A “The Economist” publi-cou um artigo há dois meses,“Confissões de um Trader”, noqual um operador mostra qualfoi o processo interno que blo-queava a percepção de que a cri-se ia ocorrer. Aqueles que avalia-vam o risco foram praticamentesepultados pelo entusiasmo dosque operavam os créditos ani-madíssimos com o que estavaocorrendo, ou seja, a percepçãoda crise não era explicitada poresses operadores. Já os econo-mistas em geral, que na verdade

participavam do debate, esta-vam pouco dispostos a admitirque a crise iria ocorrer, ou porbloqueio mental, psicológico, oupela utilização de instrumentose teorias. O Greenspan (Alan, ex-presidente do Federal ReserveBank, o Banco Central dos Esta-dos Unidos) já disse que lamen-tava muito, mas que na realidadeele imaginou que as grandes ins-tituições pudessem ter evitado orisco em que mergulharam. Nocaso das instituições financeiras,à medida em que foi aumentan-do a concorrência entre elas, fi-cava muito difícil para qualqueroperadora brecar o processo. Opróprio mercado exigia que o su-jeito tivesse uma performanceparecida com a do concorrente.

Os EUA foram negligentescom a situação?

Na verdade os operadores e“bankers” seguiram a lógica domercado superotimista e muito

POR MARCELO FIUZA

“A crise levou muito tempo para ser concebida, a alavancagem e aposições vão ser muito lentas. Se for rápido demais, pode até produzir

“ERA POSSÍVEL PREVER A

desmontagem deuma catástrofe”

CRISE”líquido, enquanto as autoridadesforam negligentes de fato e ad-mitiram que a auto-regulação po-deria conter o impulso de opera-ções muito arriscadas. É uma coi-sa sistêmica. Não há nada de ine-vitável, poderiam ter feito isso,mas cuidaram da regulação mi-croeconômica em vez de ma-croeconômica. Regularam a insti-tuição em vez dos aspectos maismacros, sistêmicos da questão.Agora o presidente do FED falaque é necessário ter uma regula-ção mais ampla e que contempleas relações entre as instituiçõesfinanceiras e não apenas a açãode uma ou outra.

É possível prever quando acrise vai arrefecer?

Boa pergunta. Não acho quevá ser logo. A crise levou muitotempo para ser concebida, a ala-vancagem e a desmontagem deposições vão ser muito lentas. Sefor rápido demais, pode até pro-

duzir uma catástrofe. Os gover-nos vão ajudar a fazer isso demaneira mais suave, mas asperspectivas não são boas. Éuma forma financeira que nãotem precedentes no pós-guerra,mas é algo que vem de 20 anosatrás. Na verdade o que estáacontecendo hoje é que os ban-cos centrais fizeram interven-ções para impedir o “crash” fi-nanceiro total. Mas para se recu-perar, em qualquer lugar do mun-do, o sistema de crédito vai levarainda algum tempo. A Eslovênia,por exemplo, um país que nasceda separação da Tchecoslová-quia, está com os mesmos pro-blemas que nós e prevê um ano

de 2009 muito difícil e que só da-qui a dois, três anos vai se recu-perar e voltar a crescer nos ní-veis anteriores. As previsões sãocomplicadas porque há fatoresinéditos nessa crise.

E o Brasil? O governo brasi-leiro tem agido corretamente,tem adotado medidas certaspara contornar a situação?

O Brasil tem uma situaçãomuito menos fragilizada. Primei-ro porque não tem tanta alavan-cagem do sistema bancário(Nota do redator: alavancagemé o processo pelo qual o investi-dor toma recursos emprestadosa uma taxa que ele considera

ser mais baixa que aquela a serobtida no investimento que iráfazer. É uma forma de aumentaro ganho, tendo em conta que osrecursos próprios são limitados.Os bancos em geral trabalham otempo todo alavancados, elestomam o dinheiro dos depósitosdos correntistas e oferecem em-préstimos). Nossa alavancagemé mais baixa. Em segundo lugar,não entramos no jogo da “secu-ritização”, que é o Produto In-terno Bruto combinado com boaliquidez e uma alavancagembrutal, o que pode gerar a crise.Por várias razões o sistema bra-sileiro é muito conservador e ofato de ser conservador nos

FOTOS NELDO CANTANTI/FACAMP/DIVULGAÇÃO

protegeu de certa forma. O con-servadorismo do Banco Centralbrasileiro está em deixar o de-pósito compulsório elevado eisso permitiu que tivéssemosinstrumentos que outras econo-mias não têm. Mas nossa situa-ção não é comparável à crisebancária norte-americana. Adose de liquidez e a contraçãodo crédito nos EUA é uma coisaque afetou a todos, generaliza-damente. E o anúncio da reces-são gera crise de confiança nosbancos, o medo de ficar desem-pregado e de perder renda.

O que é mais importanteagora, controlar a inflação ouestimular o consumo? É possí-vel fazer as duas coisas simul-taneamente?

Quanto à inflação, esqueça. Omundo está em deflação já há al-gum tempo, é uma situação doperíodo anterior à crise. Os EUAterão 1% de deflação, ou seja,queda de preços, algo que nãoacontece desde 1947. Já para au-mentar o consumo, acho queserá necessária uma política fis-cal mais agressiva para sustentara renda da população. Agora é ahora de o governo gastar na fren-te. Explico: o governo tem de gas-tar para corrigir a retração dogasto privado ou as empresascortam investimentos e os con-sumidores retraem ainda mais osgastos. Isso precisa ser feito com

rapidez e intensidade. Falo em re-lação ao conjunto da obra. Sedeixar andar a crise, e acho queos governos estão sendo muitomoles, as medidas depois não se-rão eficazes e a economia vai en-trar em recessão. O medo é determos uma depressão global. Di-zem os economistas mais corre-tos que se deixar a crise de crédi-to se aprofundar e o gasto cairmuito rapidamente, não vai darpara puxar depois.

Por que dizem que o Brasilsofrerá menos com a crise?

O Brasil pode sofrer menosporque a relação do crédito sobreo PIB é pequeno, 38%, e a econo-mia brasileira, como disse, nãoestá num processo de alavanca-

gem tão violento. Tem um proble-ma de travamento do sistema decrédito que precisa ser tratado, etambém há o da contração da de-manda, claramente a de benscomo automóveis. Isso é algo quepode ser tratado de maneira maisprevisível, não é como nos EUA,onde não há realmente como sa-ber até que ponto os efeitos dacrise financeira e da desalavanca-gem vão afetar o sistema global.

Por que é preciso injetartanto dinheiro em bancos, seeles já ganham tanto?

Porque os bancos não sãocomo uma quitanda, eles têm umefeito no conjunto da economia.Se uma quitanda quebra, talvezquebrem só os fornecedores da-

quele comércio. No caso do ban-co, se um deles quebra, o sistemamonetário, de pagamentos daeconomia, paralisa-se. Não hácomo manter relações entre cre-dores e devedores, entre os quevão pagar e os que vão receber. Epor isso os bancos são conces-sões públicas, tem de haver regu-lação e não se pode deixar che-gar aonde chegou.

Como será 2009? Haverádesemprego, qual a estimativapara o PIB?

Não vou fazer previsões para2009, isso é um chute, futebol.Acho que teremos um crescimen-to mais baixo do que o deste ano,mas não vou arriscar uma esti-mativa numérica.

SEM PREVISÕES Belluzzo prefere não fazer prognósticos sobre o compor

Que setores estão maissensíveis à crise? Indústria,agricultura?

O setor mais afetado serámesmo o automobilístico, porqueé de bens duráveis, muito depen-dente do crédito e certamentevai sofrer mais. O problema dosetor de automóveis é o mercadosecundário de veículos. No Brasil,automóvel é como um ativo, emque o cidadão usa o carro velhopara comprar o novo e o banco fi-nanciava isso. Como se retraiu ocrédito, está mais difícil fazer ne-gócio. Se não há venda e compranesse mercado secundário, o pri-mário também trava, porque se oconsumidor não consegue ven-der o carro velho, ele não vaicomprar o modelo novo.

Nesse momento, o que émelhor para o cidadão fazer,comprar, pagar dívidas oupoupar?

“O melhor agora”. Esse é umconselho que nunca gosto de darporque do ponto de vista indivi-dual deve-se agir com muita cau-tela. Mas se todo mundo tivercautela, a economia afunda. Equem dá conselho nesse negóciodeve ser levado para o (hospitalpsiquiátrico paulista) Juqueri.Não posso falar “pare de gastar”,porque o resultado no conjunto éruim. Mas se o cidadão pensarque sua decisão individual não écapaz de coordenar as dos outrose gastar abertamente, esse sujei-to pode chegar a uma ação ruimpara si. Por isso é preciso umaação do Estado. Coletivamente, aexpectativa é que o Estado sus-tente a renda, o que dá segurançapara o cidadão gastar e a econo-mia sair da recessão. Se não hou-ver essa ação do Estado, é óbvioque a economia vai para o bura-co. Se o fizer, o setor privado tam-bém deve investir. A demanda deum é o ganho de outro. Se o setorprivado corta gastos e demite, ademanda cai porque os trabalha-dores vão deixar de comprar navenda do seu Zé. É um processocumulativo. A ausência de umapolítica agressiva do governopara deixar as pessoas mais se-guras para gastarem vai ajudar arecessão. Isso depende de como

o setor privado também vai reagiràs ações do governo, se vãoachá-las de fato eficientes.

Fala-se muito hoje em de-senvolvimento sustentável. Asempresas com responsabilida-de ambiental e social estãomelhor preparadas num cená-rio de crise como esse?

Não sei, não prestei atenção aisso. Acho que o caso das bolsasé de queda generalizada. Issonão tem a ver com responsabili-dade social, as bolsas não paramde cair, há uma desalavancagemabsurda e fuga do risco impres-sionante, o que afeta indiferen-ciadamente as empresas. Numacrise como essa, cai tudo, semdistinção do desempenho dasempresas. Óbvio que não se podejogar no mesmo cesto empresasque têm maiores chances de so-breviver uma crise do que outras,mas há verdadeiros absurdos nopreço das ações.

Como uma crise de créditointernacional pode afetar odia-a-dia do cidadão?

A falta de liquidez, a insolvên-cia, afeta o setor real. Se você naverdade corta o crédito, não con-segue produzir bens. O dinheiroque se enfia no banco, se nãovira crédito, não é fator de pro-dução. Acontece que em caso decrise todo mundo corre para odinheiro e, quando acontece

isso, ninguém tem. Karl Marx dis-se que o objetivo da produçãonessa economia capitalista é aacumulação monetária. Você sóproduz para chegar ao ganhomonetário, não à produção debens úteis, mas de valor de trocacristalizado no dinheiro. A formamais requintada de capital sãoos juros, porque é o crédito, odesenvolvimento, não no sentidomoralista, mas é igualmente im-portante na economia capitalis-ta. Mas o capital a juros no siste-ma bancário, ao mesmo tempoem que estimula o crescimento emultiplica a capacidade de in-vestimento da economia, permi-te uma crise dessas. Toda vezque o sistema de crédito tende ase tornar muito elástico nessasoperações financeiras, causa acrise. O desenvolvimento susten-tável depende de um mínimo deestabilidade entre credores e de-vedores. No caso dessa crise,não se cuidou antes de impedirque esses exageros, que são nor-mais, acontecessem.

E qual a solução?A saída é a regulação. Tem de

reformar todo o sistema, o que édifícil. Primeiro tem de haver amultiplicação dos agentes regu-ladores nas economias dos paí-ses. E é também preciso mudar aênfase, criar um regulador únicointernacional para poder preve-nir crises como essa. ●

tamento da economia no próximo ano

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16012

MAIS TRANSPORTE

A American Airlines inaugurou,em novembro, dois vôos internacionais com saídas de Belo Horizonte e Recife diretopara Miami. Na capital mineira osvôos são realizados três vezespor semana, diminuindo, cerca de quatro horas, o tempo deduração da viagem entre MinasGerais e os EUA. Já em Recife osvôos são diários, em um boeing767-300, com capacidade para 225 passageiros. Segundo a companhia aérea, essa nova freqüência, que faz a rota Miami-Salvador-Recife-Miami, retomauma rota que não era realizadade forma regular, a partir doRecife, desde 1999.

O primeiro jato movido 100% a biodiesel fez seu vôo de estréia em novembro. Chamada deBioJet I, a aeronave cruzou os Estados Unidos de costa a costa. A iniciativa foi patrocina-da pela Lake Erie Biocombustíveis e organizada pela Green Flight International. Essa en-tidade foi fundada em 2006 com o objetivo de promover, junto ao modal aeroviário, o usode combustíveis que não agridem o meio ambiente. Para a Green Flight International, oBioJet I representa um momento histórico para o transporte comercial e o biocombustí-vel, uma alternativa permanente para o futuro da aviação.

JATO A BIODIESEL

VÔOS PARA MIAMI

A Fecarga 2008 (Feira dosTransportes & Logística) realizadade 18 a 21 de novembro, emCriciúma (SC), comemora osresultados. O evento, que teve oapoio de entidades comoSetransc (Sindicato das Empresasde Transportes de Cargas do Sulde Santa Catarina), Fetrancesc(Federação das Empresas deTransportes de Cargas no Estadode Santa Catarina), Anfir(Associação Nacional dosFabricantes de ImplementosRodoviários), Sest/Senat e CNT,reuniu mais de 50 expositores e12 mil visitantes.

FECARGA

O modal aeroviário apresentauma novidade que prometemudar os rumos da aviação. AsForças Armadas da Suécia anunciaram, em novembro, oprimeiro aeroporto móvel domundo, desenvolvido paraotimizar missões internacionais eexecutar auxílio aéreo mais veloz

e eficaz em áreas atingidas pordesastres naturais, em qualquerparte do planeta. Segundo o siteda BBC Brasil, os militares suecosserão capazes de montar o aeroporto abrindo alguns contêineres e tirando deles, porexemplo, uma torre de comando.O equipamento inclui torre de

controle, computadores, radares,sensores meteorológicos, sofisticados sistemas de rádio eluzes de pouso. Tudo embalado,transportado e montado comextrema facilidade. O novo aeroporto móvel estará prontopara entrar em operação aindaeste ano, segundo a BBC.

AEROPORTO PORTÁTIL

GREEN FLIGHT INTERNATIONAL/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 13

FRANCISCO MADEIRA

ENTREVISTA

Transporte de passageirosPOR LETÍCIA SIMÕES

A Volkswagen Caminhões e Ônibus deu início, em novembro, àprodução do V-Tronic, ônibus desenvolvido especialmente parao transporte de passageiros. O veículo, que tem como principalcaracterística câmbio de acionamento automático, é a grandeaposta da montadora para o segmento. Ricardo Alouche, diretorde vendas e marketing da VW Caminhões e Ônibus apresentou àCNT Transporte Atual detalhes do V-Tronic.

Por que a Volkswagen decidiu investir em um modelo que dispensa a alavanca de mudança de marchas e o pedal de embreagem?Porque essa solução é a mais apropriada para o mercadobrasileiro. Para o motorista e para o passageiro, a transmissãoproporciona um conforto equivalente ao de um veículo comtransmissão automática. Para o empresário, o custo deaquisição e de manutenção é equivalente ao de uma transmissão mecânica, ou seja, muito mais barato se comparado a uma transmissão automática.

Como a tecnologia V-Tronic foi desenvolvida?Esse foi um desenvolvimento conjunto entre VW e ZF (grupofornecedor de sistemas de transmissão e tecnologia de chassis),com tecnologia desenvolvida na Alemanha, mas implementadano produto aqui, no Brasil. Trata-se de uma caixa de mudançasmecânica convencional, com acionamento automatizadoeletronicamente. O mesmo sistema eletrônico que gerencia o motor dos VW proporcionou essa possibilidade de automatização da caixa de mudanças. Levamos em torno de dois anos para o desenvolvimento do produto, com oenvolvimento de mais dez empresas de ônibus parceiras que participaram dos testes em condições reais de utilização.

Quais são as estimativas de vendas para a linha V-Tronic?A comercialização das duas versões - 17.230 EOD, com motordianteiro de 230cv, e o 17.260 EOT, com motor traseiro de 260cv – tem nos surpreendido positivamente, uma vez que 150unidades foram vendidas antes mesmo da apresentação para osclientes, em novembro. Temos certeza de que a V-Tronic será umsucesso no mercado. Em breve, várias frotas em todo o paísserão padronizadas com essa versão de veículo.

RICARDO ALOUCHE

SEMIPESADO Iveco traz ao Brasil o modelo Tector

IVECO/DIVULGAÇÃO

e rodagem da região, em trabalho desenvolvido peloCDP da empresa (Centro deDesenvolvimento de Produto),em Sete Lagoas (MG). Ainda de acordo com a Iveco, a produção do novo modeloserá feita em uma unidade de caminhões pesados queestá sendo construída dentro de seu CentroIndustrial Integrado, comcapacidade para produzir até 12 mil unidades por ano, programada para entrar em operação a partir de janeiro de 2009.

NOVO SEMIPESADO

No início deste mês, a Ivecoapresentou seu novo caminhão semipesado: o IvecoTector. O modelo chega aomercado nas versões 4x2, 6x2 e 6x4. Esta última vemcom câmbio de dez marchassincronizadas. O motor de seis cilindros e 5,9 litros tem250cv de potência. Segundo a montadora, o Tector foibaseado na recente versão doIveco EuroCargo, introduzidana Europa em maio. Para serlançado na América Latina, oTector foi totalmente adaptadopara as condições de uso

“Temos certeza de que será um sucesso. Em breve, várias frotas em todo o país serão padronizadas com essa versão”

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16014

MAIS TRANSPORTE

A Cabeça de Steve JobsO autor investiga a forma de trabalhar doexecutivo da Apple, que revolucionou omodo de ouvir música, com o iPod, e atelefonia celular, com o iPhone.De Leander Kahney. Agir, 304 págs, R$ 34,90

O Mundo Pós-AmericanoSe militarmente e politicamente os EUAainda dão as cartas, na economia e nacultura a situação é de mudança depoder. É a tese do autor, que descrevepontos em que ocorrem essa alternância.De Fareed Zakaria. Companhia dasLetras, 312 págs, R$ 49

Os Irmãos KaramablochEspécie de biografia da família Bloch, queergueu um império de comunicação noBrasil, como a revista “Manchete”. O livroretrata desde a chegada da família aopaís, em 1922, vinda da Ucrânia, até aqueda dos negócios, nos anos 90.De Arnaldo Bloch. Companhia dasLetras, 344 págs, R$ 48

NOVO CAMINHÃO

A Volvo do Brasil lançou, emnovembro, o caminhão FM 11litros, com motor de 370cv.Fabricado em Curitiba (PR), tem capacidade para transportar cargas na faixa de 50 toneladasde PBTC (Peso Bruto TotalCombinado) e configurações deeixos 4x2 e 6x2. Para a Volvo, é oideal para operações que necessitam de veículo comgrande produtividade. “Esse caminhão é dirigido para diferentes segmentos, desde otransporte de componentesindustriais e autopeças, passandopor combustíveis, até componentes industrializados”,diz Bernardo Fedalto Jr., responsávelpelas vendas do modelo.

NOVOS CHASSIS

A Scania apresentou, em novembro, nova linha de chassisde ônibus, desenvolvida para ossegmentos urbano e rodoviário.Os veículos receberam o nome deSérie K e foram divididos em seis modelos para aplicação urbana eem oito modelos para o segmentorodoviário. As principais características são a motorizaçãotraseira e a suspensão a ar. Com anova linha, os motoristas terãovários comandos posicionados no volante e na coluna de direção. A produção começa em janeiro de 2009.

INCENTIVO AO ESPORTE

O ginásio de esportes doSest/Senat de Londrina vemsendo o palco dos principaisjogos de basquete do Paraná.Para aproveitar todo o potencial do local e, aomesmo tempo, incentivar aprática esportiva, a unidadeoferece aulas gratuitas defutebol de salão para criançascom idade entre 7 e 16 anos.Para participar é necessário freqüentar a escola e ter boasnotas. A iniciativa integra oProjeto Futuro, da Fundação

de Esportes de Londrina. Um dos primeiros alunos da escolinha foi Júlio CésarMoreira dos Santos que, em outubro, disputou oCampeonato de Futsal daUnopar Universidade Norte doParaná). Já Débora CelesteFreitas, 12 anos, sempre gostou de futebol e encontroua oportunidade de praticar oesporte na mesma rua da suacasa. As aulas são realizadastodas as terças e quintas, das8h30 às 11h30 e das 14h às 18h.

INCENTIVO Estudantes Júlio César e Débora

SEST/SENAT/LONDRINA/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 15

Setor está otimista

Afeira Negócio nos Tri-lhos, tradicional even-to do setor metro-fer-

roviário brasileiro, confirmouque, apesar das adversidadesna economia mundial, o mo-dal está otimista em relaçãoao futuro. Realizada entre osdias 4 e 6 de novembro, noExpo Center Norte, em SãoPaulo, a feira recebeu 6.000visitantes, que conferiram asnovidades do setor por meiodos mais de 160 stands dasprincipais empresas e asso-ciações do segmento. Nosstands, a grande novidade foia apresentação da primeiralocomotiva fabricada inteira-mente no Brasil. Produzidapela EIF Engenharia, em suafábrica localizada em Paulí-

nia (SP), a Locomotiva Diesel-elétrica EIF 1000 tem índicede nacionalização que permi-te sua compra via Finame (li-nha de crédito, com recursosdo BNDES, destinada a em-presas de micro e pequenoporte). O produto foi enco-mendado pela CSN (Compa-nhia Siderúrgica Nacional). Onegócio envolve a compra detrês locomotivas. Segundo aEIF, a locomotiva foi desen-volvida para executar opera-ções de transporte de cargaem todas as ferrovias brasi-leiras, siderúrgicas, portos eno sistema ferroviário daCBTU (Companhia Brasileirade Trens Urbanos) tracionan-do trens de passageiros noNordeste.

NACIONAL Locomotiva totalmente fabricada no Brasil

EIF/DIVULGAÇÃOPRESIDÊNCIA José Carlos Silvano assumiu a Setcergs

SETCERGS/DIVULGAÇÃO

VALORIZAÇÃO E RECONHECIMENTO

Uma iniciativa de valorização ereconhecimento profissional.Assim pode ser definida aestratégia escolhida pelaTortuga para a produção de seukit de final de ano. A agendacorporativa e o calendário 2009vão trazer 12 caminhoneiras doBrasil que emprestaram seusrostos e suas histórias de vidae trabalho para serem contadasnas peças gráficas. Elas têm emcomum o fato de serem

apaixonadas pela rotina doasfalto. No calendário e naagenda, a história de cada umadelas será contada por meio de um poema individual,especialmente escrito com basenos relatos pessoais. “Apesardas dificuldades, a históriadessas mulheres mostra o amor que elas têm pela profissão que escolheram”,destaca Caio Fontana, diretorde marketing da Tortuga.

NOVA DIRETORIA

O Setcergs (Sindicato dasEmpresas de Transporte de Carga e Logística no Estado do Rio Grande do Sul) elegeu,no dia 10 de novembro, sua novadiretoria. José Carlos Silvano,atual vice-presidente de logística da entidade, encabeçou chapa única, eleita para dirigir o Setcergs no

período de 1º de janeiro de 2009a 31 de dezembro de 2010. Silvanotrabalha no setor de transporteshá 34 anos. O presidente eleitoparticipou da criação daFetransul (Federação dasEmpresas de Transporte deCargas no Estado do Rio Grandedo Sul) e ocupou todos os cargosna diretoria do Setcergs.

NEGÓCIOS NOS TRILHOS

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16016

MAIS TRANSPORTE

HUMOR

Em 1998, ele trabalhavacomo ilustrador do jornal“O Tempo”, de Belo Hori-

zonte. Quando questionado pelaeditora de Arte se fazia charges,respondeu que sim e se com-prometeu a levar seu portfóliono dia seguinte. Chegou demãos abanando, pois não tinhanada preparado. Na cara dura,fez uma proposta, de realizarum teste de uma semana. O jor-nal topou, e aquela semana setransformou em um mês, de-pois em três meses, oito meses,até que ele foi contratado emdefinitivo como chargista.

Hoje, dez anos depois, Dukeconta a história aos risos, paradizer que sua carreira está liga-da ao jornal. Para comemoraressa primeira década, ele lança acoletânea “Desenhos de Humor”,livro com mais de 200 ilustra-ções. Seu trabalho é publicadona revista Transporte Atualdesde 2003 e nos jornais “O Tem-po” e “Super Notícia”. Além dascharges, o livro reúne cartunsproduzidos para vários concur-sos, muitos premiados - algunsdeles: Salão Carioca de Humor,Salão Internacional de Humor da

Amazônia, Salão para Educaçãono Trânsito em Santa Fé (Argen-tina) e Salão de Humor de Para-guaçu Paulista, este com um tra-balho publicado pela TransporteAtual em novembro de 2007(edição 147).

O livro, aprovado pela Lei deIncentivo da Prefeitura de BeloHorizonte, sai com tiragem ini-cial de mil cópias, com capadura. Como contrapartida, Dukeirá doar 10% da tiragem para bi-bliotecas municipais e fazer umasérie de palestras em escolas.

Os desenhos, em sua maio-ria do período de 2004 a 2008,começaram a ser selecionadosem junho deste ano, um traba-lho que levou quatro meses.Duke fez tudo sozinho. “Queriacurtir fazer o primeiro livro, porisso optei por passar por todasas fases. Fiz a escolha dos tra-balhos, a edição, o projeto grá-fico e agora estou negociandoa distribuição.” O artista optoupor vender o livro pela Internet(leia serviço abaixo).

A edição não segue uma linhacronológica nem temática. “Nãoqueria nada didático”, diz Duke,35 anos, casado há cinco, pai deduas filhas, uma de dois anos eoutra de três meses. “Selecionei

apenas desenhos que sobrevive-ram com o tempo. Muita coisa so-bre futebol, por exemplo, ficou defora. Separei apenas uma chargesobre as torcidas de Cruzeiro eAtlético, pois a discussão sobrequal delas é maior é eterna.”

Um ponto característico doseu trabalho é a troca do perso-nagem real pelo anônimo. “Noinício, meu desenho era baseadoem caricaturas, sempre usandoo personagem da notícia. Com otempo, amadureci meu processoe comecei a trabalhar sem essacaricatura, usando a notíciacomo personagem. Minha idéiaera buscar algo atemporal.”

Duke mantém um blog (duke-chargista.blogspot.com) e develançar em breve um site. Ele ain-da dirige um documentário sobreo artista plástico Fernando Fiúzae estuda projetos para a Internet.Seu futuro já está definido. “Te-nho duas filhas, já plantei uma ár-vore e lancei um livro. A partir deagora, só me restam comer meupão de queijo com Mate Couro ever a vida passar.”

Para encomendar o livro,envie uma mensagem para oe-mail [email protected] então acesse o blogwww.dukechargista.com.br

Duke lança 1º livro para comemorar 10 anos de carreiraLÍLIAN MIRANDA

SELEÇÃO Duke escolheu mais de 200 ilustrações

POR RICARDO BALLARINE

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 17

rasília (Alô) - Tal como nas estações chu-vosas dos anos anteriores, voltaram osatoleiros nas estradas. Vimos, no “JornalNacional”, a situação horrorosa na BR-364 com as tentativas heróicas de sacrifi-cados caminhoneiros de transportar soja.

Cenas que jamais seriam vistas em país que le-vasse a sério o escoamento de riquezas que lhesequilibram a economia.

Fico imaginando: será que se o dinheiro doBNDES fadado ao calote equatoriano tivesse sidoaplicado na BR-364 para estimular nosso comér-cio com países andinos, nossos caminhões comsoja estariam atolados no leito da estrada? Sópara lembrar os números, em dólares atuais,passa de R$ 1 bilhão e meio, 60% dos quais defundos dos trabalhadores. A única forma de ostrabalhadores brasileiros terem rendimentoscom seu FAT, seu FGTS, seria investindo em ativi-dade econômica no Brasil. Estrada não é apenasum investimento em estrutura (infra-estrutura éo bueiro...), na verdade, é uma aplicação em ati-vidade econômica.

Fico imaginando quanto tempo a crise ain-da nos deu. Desde setembro do ano passadoela foi se ampliando nos Estados Unidos etransbordando para o mundo. Se tivéssemosplanejamento por aqui, teríamos a previdên-cia de tomar providência de reservar recur-sos para vitaminar a atividade econômica,deixá-la mais robusta e resistente, já que amarola é o embrião da tsunami. No entanto,continuamos a aplicar imposto em gastos

correntes e, ainda que o tempo passasse emostrasse o agravamento da crise, continua-mos a gastar risonhamente com reinaugura-ção festiva de estádio e árvores de Natal demilhões de reais por aí afora.

Fico imaginando se tivéssemos uma cargatributária menor, com menor quantidade deimpostos e taxas; uma burocracia mínima; senão tivéssemos um emaranhado de leis e len-tidão na justiça; se não tivéssemos um ele-fante branco nos serviços públicos que nãoresultam em saúde, educação nem seguran-ça; se tivéssemos ferrovias e boas rodovias;portos eficientes e baratos... Se já tivéssemosreformado a Previdência, a Justiça, a política,a estrutura tributária... Já imaginaram, nummomento assim de crise mundial? Estaríamospor aqui atraindo capitais, investidores, ávi-dos por ficarem longe da Wall Street. A crisesignificaria oportunidade.

Agora vamos correr riscos. O governo vaigastar um dinheirão para fazer campanha pu-blicitária estimulando o consumo. Fazemosrodar o carrossel do círculo vicioso. Pois,como sabemos, consumo estimula a inflação;gasto público que vai para o ralo também. Jáimaginaram uma estagflação? Estagnaçãocom inflação? É tudo o que não queremos. Porsorte, imagino que o presidente tampoucoqueira. Porque, afinal, já está batendo à portaa sucessão presidencial. Será que ele vai que-rer perder seu melhor trunfo, os resultadosda economia?

B

“Fico imaginando se tivéssemos uma carga tributária menor, commenor quantidade de impostos e taxas; uma burocracia mínima”

A crise e a oportunidade

ALEXANDRE GARCIA

MEIO AMBIENTE É

Oresultado do PrêmioCNT de Jornalismo re-fletiu este ano a preo-cupação cada vez mais

presente com o impacto da ati-vidade humana no meio ambien-te e na qualidade de vida da po-pulação. Uma série de reporta-

gens relacionadas à questãoambiental foi a grande vencedo-ra da categoria principal na 15ªedição do Prêmio. A festa depremiação foi realizada no dia 3de dezembro no Clube do Exérci-to, em Brasília, em cerimôniaconduzida pelo jornalista ChicoPinheiro, da TV Globo.

O Grande Prêmio CNT ficou

com a equipe formada pelosjornalistas Elenilce Bottari, Tú-lio Brandão, Paulo Marqueiro eDaniel Engelbrecht, do jornal “OGlobo”, responsável pela série“A impunidade é verde: atrásdas grades só os animais”. Re-sultado da análise de quase milprocessos criminais e de 15 milautos de infração relacionados

à aplicação da Lei de CrimesAmbientais nos primeiros dezanos de vigência da legislação,o trabalho mostra a impunida-de que cerca as agressões aomeio ambiente no Estado doRio de Janeiro.

A série de reportagens foipublicada entre 16 e 24 de mar-ço deste ano. A equipe recebeu

IMPRENSA

PREMIADOS O presidente da CNT, Clésio Andrade, com os vencedores do Prêmio CNT de Jornalismo 2008, em

POR SUELI MONTENEGRO

TEMA FOI O VENCEDOR DO GRANDE PRÊMIO CNT DE JORNALISMO, COM SÉRIE DE

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 19

DESTAQUER$ 30 mil, além do troféu e dodiploma correspondentes àpremiação. E conseguiu umfeito, se não inédito na históriado jornalismo, no mínimo ex-traordinário: provocar modifi-cações na legislação para tor-nar mais severas as puniçõesaos infratores.

“Foi importante porque deu

para ver o tamanho do descasoe a necessidade urgente deconscientizar não só a popula-ção como também as autorida-des, que são os maiores res-ponsáveis pelos crimes am-bientais, quer por omissão oupor ação dos próprios agentespúblicos”, afirma Elenilce Bot-tari. Para a jornalista, a premia-

ção significa o maior reconhe-cimento que a equipe poderiaesperar, pois foi vencedora emuma categoria que não tem omeio ambiente como foco.

Além do Grande Prêmio CNTde Jornalismo, houve premia-ções em outras seis categorias:Televisão, Mídia Impressa (jornale revista), Mídia Internet, Foto-grafia, Rádio e o Prêmio Especialde Meio Ambiente, instituídopela CNT em 2007. Para os vence-dores de cada categoria, o prê-mio foi de R$ 10 mil. Os trabalhosforam selecionados este ano poruma comissão formada pelosjornalistas Heródoto Barbeiro(apresentador da CBN e da TVCultura-SP), Luiz Carlos Braga,Amaury Ribeiro Jr. (Estado de Mi-nas) e Solano Nascimento, dou-tor em Comunicação pela UnB(Universidade de Brasília), alémde Luiz Gonzaga Rodrigues Lo-pes (professor da UnB). Este ano,367 trabalhos foram inscritos, re-corde na história do Prêmio CNT.

Uma longa e, muitas vezes,penosa viagem de dez dias pelosEstados de Minas Gerais, Bahia eSergipe rendeu ao repórter Mau-rício Lara, do jornal “Estado deMinas”, material suficiente paraum caderno especial sobre aprecariedade do transporte depassageiros nas estradas quecortam o interior do Brasil. E,também, o prêmio CNT na cate-goria Mídia Impressa.

Intitulado “Aos trancos e bar-rancos”, o trabalho teve comoeixo a história dos ônibus quefazem esse transporte e das

pessoas que os utilizam. Laradestaca que os casos e os perso-nagens são muito parecidos:pessoas humildes, que se deslo-cam por estradas municipais es-buracadas, em condições degra-dantes e em veículos muitas ve-zes clandestinos. “É muito maisuma história humana que umahistória de transportes”, afirmao jornalista.

A segurança no transportede passageiros também foitema da reportagem “Rodoviado medo”, de Francisco Reguei-ra, Vinícius Dônola e JúlioAguiar, da TV Globo, premiadana categoria Televisão. Produzi-da para o Fantástico, a matériamostra o medo de motoristasde ônibus e de passageiros quesaem de Brasília em direção aSão Paulo, em um dos trajetosrodoviários mais visados porquadrilhas de assaltantes.

“Ficamos em um dilema:como mostrar essa viagem seminterferir na realidade? Fui sozi-nho no ônibus com uma câmerapequena registrando todos osmomentos”, recorda o jornalistaFrancisco Regueira. Ele relata aprecariedade da fiscalização no-turna e a existência de postosvazios da PRF (Polícia Rodoviá-ria Federal) ao longo da estrada,e conta que para preservar a in-tegridade do material coletado,na eventualidade de um assalto,trocava com freqüência as fitascom os registros da viagem.

Longe da realidade do interiordo Brasil, cenas de uma viagempelos rios que atravessam a maior

solenidade realizada no Clube do Exército, em Brasília, no dia 3 de dezembro

REPORTAGENS DO JORNAL “O GLOBO”

FOTOS JÚLIO FERNANDES

FOTOGRAFIA Patrícia SantosPaulo) recebe prêmio de Rodripresidente da Seção de TransFerroviário da CNT

TELEVISÃO Francisco Regueirarecebe prêmio das mãos de Flápresidente da Seção de TransporCargas da CNT

metrópole do país, registradas porPatrícia Santos, do jornal “O Esta-do de S. Paulo”, deram à fotógra-fa o prêmio na categoria Fotogra-fia. O trabalho intitulado “Nave-gar é possível?”, feito para a revis-ta “Megacidades” do diário, ilus-tra o abandono e o descaso quefazem dos rios Tietê e Pinheirosverdadeiros esgotos a céu abertono trecho que cruza a cidade deSão Paulo.

A idéia de percorrer os riospossibilitou, segundo a fotógrafa,visões inéditas do problema dolixo e da poluição, dificilmentevislumbradas pelos paulistanos.A foto vencedora mostra uma es-tação de flotação no rio Pinhei-ros, onde o oxigênio é injetado naágua por meio de mangueiras etraz à superfície parte da polui-ção que tem como destino a es-tação de tratamento. “A gente foidescobrindo coisas que não vêno dia-a-dia”, afirma Patrícia.“Durante a viagem, alguns tre-chos são tão rasos que a gente ti-nha que descer do barco.”

A vida e os sonhos de perso-nagens afetados por acidentesde trânsito em São Paulo tam-bém viraram pauta para o espe-cial “Histórias de violência notrânsito”, de Juliana Verboonen,agraciada com o prêmio CNT nacategoria Rádio. “Geralmentepara as pessoas a história deum acidente acaba quando a ví-tima é socorrida, quando, naverdade, ela apenas começa”,

afirma a repórter da rádio pau-listana Sulamérica Trânsito.

Em uma seqüência de depoi-mentos exibidos pela rádio nasemana do Carnaval de 2008,Juliana procurou mostrar o quemudou na vida de pessoas en-volvidas em acidentes provoca-dos por alcoolismo e drogas,presença de animal na pista, bri-ga de trânsito, entre outras si-tuações. Um dos relatos maismarcantes é o do ex-motociclis-ta e hoje atleta da seleção brasi-leira de basquete em cadeira derodas José Marcos da Silva, co-nhecido como Pipoca, que rees-creveu sua história após sofreracidente de moto há 19 anos.

Problemas comuns aos usuá-rios do transporte coletivo urbanonas grandes capitais brasileirastambém fazem parte do rosário dereclamações de moradores da re-gião metropolitana de Recife (PE),retratados na série de reporta-gens vencedora do prêmio CNT nacategoria Internet. Coordenadopor Isabelle Sarmento Figueirôa, oespecial “Ônibus que eu quero”,do JC Online, traz relatos de expe-riências com assaltos, ônibus es-cassos e lotados, maratonas diá-rias de trabalhadores que se des-locam em diferentes linhas de ôni-bus pela capital pernambucana,problemas de acessibilidade dotransporte público para pessoascom deficiências e desconforto notransporte para o lazer do fim desemana.

“A gente fez uma espécie deenquete com os internautas so-bre o que eles gostariam que aequipe abordasse”, revela o re-pórter Thiago Lúcio, do JC Onli-ne, ao destacar a participaçãodo público na escolha do temaexplorado pelo site.

A exemplo do trabalho vence-dor do prêmio máximo da CNT, asérie de reportagens “Terra doMeio: Brasil invisível”, que con-quistou o Prêmio Especial de MeioAmbiente deste ano, exploraquestões como a impunidade e adificuldade das autoridades paragarantir o cumprimento da lei. Oprêmio foi dado à equipe da TVGlobo do Distrito Federal, formadapelo repórter Marcelo Canellas, ocinegrafista Luiz Quilião, o técnicoWelington Dourado e os editoresPaulo Ferreira e Fátima Baptista.

Viagem complicada, segundoCanellas, a aventura de 21 diaspelo interior do Pará mostra asituação de brasileiros esqueci-dos pelo Estado e explora temascomo desmatamento, pistola-gem e ocupação irregular deterras públicas. Tudo começoucom a informação de que umcorretor em Brasília vendia ter-ras pela internet naquela região,ação que, na verdade, era ape-nas a ponta da teia de ilegalida-des que marca a atuação de gri-leiros na Amazônia. “A pautatornou-se muito maior do queeu tinha imaginado inicialmen-te”, conclui o repórter.

“Deu para ver a necessidade urgente de conscientizar não só a popuELENICE BOTTARI, JORNALISTA

PRÊMIO CNVEJA QUEM SÃO OS

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 21

(O Estado de S.go Vilaça, porte

RÁDIO Juliana Verboonen (SulaméricaTrânsito) recebe troféu de José da FonsecaLopes, presidente da Seção de TransportadoresAutônomos de Pessoas e de Bens da CNT

MEIO AMBIENTE Welington Dourado, MarceloCanellas, Luiz Quilião (da esq. para dir.) são premiados por Thieres Fattori Costa, presidente de honra da CNT

(TV Globo-RJ)vio Benatti, te de

MÍDIA IMPRESSA Mauricio Lara (Estado deMinas) recebe premiação das mãos de OtávioCunha, presidente da Seção de Transporte dePassageiros da CNT

INTERNET Isabelle Sarmento Figueirôa (JC Online) recebe premiação de Newton Gibson, vice-presidente da CNT para Transporte de Cargas

GRANDE PRÊMIO Paulo Marqueiro e TúlioBrandão do jornal “O Globo” com o troféu dedestaque do Prêmio CNT de Jornalismo

lação como também as autoridades”

T DE JORNALISMO 2008VENCEDORES:

ORDEM DO MÉRITO

Personalidades ligadas aosetor de transportes emsuas diversas modalida-des foram homenagea-

das no dia 3 de dezembro, em Bra-sília, pela Confederação Nacionaldo Transporte com a Medalha daOrdem do Mérito do TransporteBrasileiro. A condecoração é umreconhecimento do trabalho de-senvolvido por pessoas físicas ejurídicas que se destacaram du-rante o ano por relevantes servi-ços prestados e contribuíram parao desenvolvimento da atividadetransportadora no país.

No evento foram agraciados di-rigentes de entidades patronais esindicais ligados ao transporte decarga e de passageiros, entre osquais Bernardino Rios Pim, asses-sor da CNT, que recebeu a meda-lha Grã-Cruz. A solenidade condu-zida pelo presidente da CNT, ClésioAndrade, marcou a 16ª edição daOrdem do Mérito do Transporte,conhecida como “Medalha JK”.

“Nós, transportadores, com-partilhamos do sonho de JK. Uni-dos pela nossa capacidade de tra-balho, buscamos os horizontesidealizados pelo maior líder queesta Nação já viu. Mesmo no cená-rio nublado do mercado mundialpresente, temos certeza de quepodemos ajudar a superar as difi-culdades que se prenunciam”, dis-se Clésio Andrade.

Instituída em 1992, a honrariatem como patrono o ex-presidenteJuscelino Kubitschek de Oliveira.

DIRIGENTES HOMENAGEA

Nilton Noel da Rocha é ladeado por e Thieres Fattori Costa

José Damasceno Sampaio entre Clésio Andrade e Thieres Fattori Costa

João Carlos Matar entre Clésio Andrae Thieres Fattori Costa

Otávio Vieira da Cunha Filho é agrapor Thieres Fattori Costa e Clésio

Bernardino Rios Pim é condecorado por Thieres Fattori Costa(presidente de honra) e Clésio Andrade (presidente da CNT)

Paulo Duarte Alecrim é ladeado por Clésio Andrade e Thieres Fattori Costa

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16022

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 23

MMEEDDAALL--VEJA QUEM SÃO OS AGRACIADOS

GRÃ-CRUZ

• Bernardino Rios Pim

GRANDE OFICIAL

• Otávio Vieira da Cunha Filho

• Pedro José de Oliveira Lopes

OFICIAL

• Sandoval Caramori

• José Damasceno Sampaio

• Nilton Noel da Rocha

• Armando Brocco

• Paulo Duarte Alecrim

• João Carlos Matar

• Rodrigo Vilaça

DOS COM A MEDALHA JK

Clésio Andrade

Rodrigo Vilaça, Thieres Fattori Costa, Marcos Vilaça e Clésio Andrade

de

ciado Andrade

Armando Brocco entre Clésio Andrade e Thieres Fattori Costa

Pedro José de Oliveira Lopes entre Clésio Andrade e Thieres Fattori Costa

Sandoval Caramori recebe medalha de ThieresFattori Costa e Clésio Andrade

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 23

PRODUÇÃO ACADÊMICA

Dez trabalhos cientí-ficos na área detransportes vence-ram o 13º Prêmio

CNT Produção Acadêmica. Acerimônia de premiação foirealizada em outubro, duran-te o 22º Congresso de Pesqui-sa e Ensino em Transportesda Anpet (Associação Nacio-nal de Pesquisa e Ensino emTransportes), em Fortaleza.Todos os artigos serão reuni-dos no livro “Transporte emTransformação”. Foram esco-lhidas as propostas desen-volvidas por professores ealunos, que têm mais aplica-ção prática em diferentesáreas da atividade transpor-tadora. O prêmio é uma par-ceria entre a CNT e a Anpet.

“Esses trabalhos científicossão de grande importância. Osresultados das pesquisas po-dem ser aplicados pelas em-presas, contribuindo, inclusi-ve, para a racionalização doscustos”, afirma o presidenteda Cepimar (Federação dasEmpresas de Transportes Ro-doviários dos Estados do Cea-rá, Piauí e Maranhão), DavidLopes de Oliveira.

O Prêmio CNT ProduçãoAcadêmica foi criado em1996. O incentivo aos traba-lhos acadêmicos tem o objeti-vo de estimular a descoberta

de tecnologias e formas degestão. Com as novidadesque surgem a partir das pes-quisas, há uma contribuiçãopara a melhoria da produtivi-dade e competitividade e,conseqüentemente, para ocrescimento e o desenvolvi-mento do setor de transporteno Brasil.

Os trabalhos mais relevan-tes são escolhidos pelo comi-tê científico da Anpet e pelacomissão julgadora da CNT. Aspropostas vencedoras devem

ser de fácil implementação eabordar questões como alter-nativas para a redução decustos, inovações de logísti-ca, responsabilidade social eambiental e soluções dos pro-blemas na operação e plane-jamento de transportes.

“Buscamos trabalhos comaplicação mais prática, quesejam mais interessantes parao setor”, diz a diretora cientí-fica da Anpet, Helena Cybis,também professora da UFRGS(Universidade Federal do Rio

Grande do Sul). Segundo Hele-na, o Prêmio CNT ProduçãoAcadêmica traz um incentivomuito grande para alunos demestrado e doutorado e tam-bém para os professores.“Eles se sentem estimulados.Querem aperfeiçoar o traba-lho, produzir mais. Essa parce-ria da Anpet com a CNT é anti-ga e muito importante.”

Entre os dez vencedoresestá o trabalho “Desenvolvi-mento de uma medida de ní-vel de serviço para o terminal

CIÊNCIA E TRANSPORTE

ESTÍMULO Helena Cybis, diretora científica da Anpet, destaca incentivo proporcionado pelo prêmio

POR CYNTHIA CASTRO

UFRGS/LASTRAN/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16024

MMEEDDAALLHHAA JJKK

de passageiros do AeroportoInternacional de Fortaleza”. Oestudo oferece uma nova me-todologia para avaliação donível de serviço em terminaisde passageiros aeroportuá-rios. Um dos objetivos foiidentificar de que forma o ad-ministrador de um aeroportodeve investir para otimizar aaplicação de recursos na me-lhoria do atendimento aocliente.

“Foram apontadas ques-tões como necessidade demelhoria no check in para re-duzir as filas e melhor dispo-nibilidade de assentos”, diz oprofessor Cláudio Jorge PintoAlves, titular do Departamen-to de Transporte Aéreo do ITA(Instituto Tecnológico de Ae-ronáutica). Segundo o profes-sor, a pesquisa visou mostrara metodologia sobre comoidentificar quais as atividadesmais valorizadas dentro doaeroporto, de forma que opassageiro sinta que teve ummelhor atendimento.

Outros pontos dentro da ati-vidade de transporte foramabordados pelos trabalhoscientíficos premiados pela CNTe Anpet, como o comportamen-to dos motoristas diante damudança de fase no semáforoda luz verde para a amarela(veja a lista com todos os ven-cedores no quadro).

Na categoria Transporte eMeio Ambiente, o vencedor foium artigo científico sobre asemissões atuais e futurasprovenientes do transporteurbano. O trabalho foi produ-

zido por uma equipe da UFRGS(Universidade Federal do RioGrande do Sul). Nas conclu-sões, foi apresentada uma es-timativa para o Brasil dosefeitos, nas emissões de CO2,decorrentes do crescimentoda população urbana, do au-mento da mobilidade urbanae do uso de combustíveis al-ternativos.

Conforme o trabalho, esti-ma-se que a população urba-na de 2050 cresça em tornode 54% em relação à popula-ção de 2008. Caso a mobilida-de urbana venha a atingir pa-drões próximos aos da Euro-pa, mantido o padrão atual deconsumo de combustíveis, asemissões de CO2 aumenta-riam em 590% sobre a linhade base de emissões de 2008.

No entanto, conforme con-clusões do estudo, para essasmesmas condições de popula-ção e mobilidade, a utilizaçãoplena de biocombustíveis emsubstituição aos combustíveisfósseis geraria um incremen-to de 165% nas emissões deCO2. “O impacto decorrentedo uso de biocombustíveis naredução de CO2 é muito rele-vante para o Brasil, que já de-tém grande conhecimento,tecnologia e produção dessescombustíveis”, diz trecho daconclusão do estudo.

O trabalho diz ainda que“resta avaliar se é viável parao país produzir toda a quanti-dade necessária de biocom-bustíveis de forma a substi-tuir completamente os com-bustíveis fósseis”. ●

13º PRÊMIO CNT PRODUÇÃO ACADÊMICA

Confira os trabalhos escolhidos na edição 2008

Tema: Avaliação de uma mistura asfáltica de módulo elevado, empregando ensaios acelerados Autores: Luciana Rohde, Jorge Augusto P. Ceratti e Washington PeresNúñez (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

Tema: Caracterização do comportamento de motoristas em uma interseção semaforizada Autores: Diogo Artur T. Colella e José Reynaldo Setti (Universidade deSão Paulo/Escola de Engenharia de São Carlos)

Tema: Avaliação da eficiência das companhias aéreas brasileiras commodelo DEA nebuloso Autores: Teresa Cristina V. D. Correia e João Carlos C. B. S. de Mello(Universidade Federal Fluminense)

Tema: Controle integrado de prioridade e retenção para um sistema BRT Autores: Luiz Alberto Koehler, Werner Kraus Jr. e EduardoCamponogara (Universidade Federal de Santa Catarina e UniversidadeRegional de Blumenau)

Tema: Desenvolvimento de uma medida de nível de serviço para o terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Fortaleza Autores: Michelle Carvalho G. da S. P. Bandeira, Marina Ciarlini Duarte, Anderson Ribeiro Correia e Cláudio Jorge P. Alves (InstitutoTecnológico de Aeronáutica)

Tema: Análise da produtividade de sistemas de transportes com métodos paramétricos e não paramétricos Autores: Antonio Galvão Novaes e Helena Carolina Medeiros(Universidade Federal de Santa Catarina)

Tema: Problema de planejamento da alocação de vagões de carga:uma abordagem via modelagem matemática Autores: Marcello Calado V. de Melo, Júlio Francisco B. Neto e Ernesto Ferreira N. Júnior (Universidade Federal do Ceará)

Tema: A logística humanitária e medidas de desempenho: a perspectiva da cadeia de assistência humanitária Autores: Christiane Wenck Nogueira, Mirian Buss Gonçalves e AntônioGalvão Novaes (Universidade Federal de Santa Catarina)

Tema: Proposta de resolução do problema de logística reversa da coleta de óleo residual de fritura para produção de biodiesel Autores: Christiany Loss Rigo e Rodrigo de Alvarenga Rosa(Universidade Federal do Espírito Santo/Centro Federal de EducaçãoTecnológica do Espírito Santo)

Tema: Estimando as emissões atuais de futuras do transporte urbanono Brasil Autores: Marcus Vinícius F. da Rosa, Marta Rodrigues Obelheiro,Giovani Bottesini e Luis Antonio Lindau (Universidade Federal do RioGrande do Sul)

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 25

COMÉRCIO INTERNACIONAL

RICARD

O SÁ

FALTA DE LEGISLAÇÃO UNIFICADA, CARÊNCIA DE PESSOAL ESPECIALIZADO E EXCESSO DE PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS SÃO APENAS ALGUNS DOS PROBLEMAS QUE OTRANSPORTADOR BRASILEIRO ENFRENTA NO MERCOSUL

PREJUÍZOO RESULTADO É

Líder no segmento de pi-capes movidas a dieselno Brasil, a Toyota Hilux,com 15.799 unidades co-

mercializadas entre janeiro esetembro deste ano segundo aAnfavea (Associação Nacionaldos Fabricantes de Veículos Au-tomotores), é produzida na fá-brica de Zárate, na Argentina. Oproblema é que até chegar aoterritório brasileiro e ser distri-buída existe um longo caminho.Na maior parte dos países, osveículos são transportados, ge-ralmente, em cegonheiras, mas,como há restrições com relaçãoà altura de caminhões na Argen-tina, o transporte torna-se bas-tante complexo. A altura médiadas cegonheiras é de 4,90m e alegislação de trânsito da Argen-tina só permite o tráfego de veí-culos de até 4,10m. Além disso,os “hermanos” estipulam mul-tas que variam entre 230 e 930pesos (cerca de R$ 166,11 a R$671,66) para quem desrespeitaessas restrições.

Desafiando a legislação, parahonrar seus compromissos como Brasil, a fábrica da Toyota emZárate costuma embarcar as en-comendas em cegonheiras, mascom freqüência também despa-cha veículos em navios para di-minuir o prejuízo decorrente

das multas. O transporte por na-vios só compensa em grandeslotes - cada embarcação tem ca-pacidade de transportar até 500unidades em cada viagem. Otempo desperdiçado é grande. Otransporte por navios até o por-to da Grande Vitória (ES), onde oveículo é redistribuído paratodo o país, demora quatro dias.Outros quatro dias são gastoscom os procedimentos de nacio-nalização dos automóveis. Aoperação total de importaçãoconsome ao todo cerca de 210

horas. Usando somente as ce-gonheiras, as Toyotas chega-riam ao centro de distribuiçãoda montadora, em Guaíba (RS),em menos de 24 horas. A restri-ção à altura tem atingido amaioria dos caminhões brasilei-ros que transitam na região, quetêm em média 4,15m de altura, edos ônibus de dois andares,muito comuns no transporte in-ternacional de passageiros.

A boa notícia é que a 36ª reu-nião do Subgrupo de Trabalho 5do Mercosul, responsável por

tratados internacionais referen-tes ao transporte, realizada emMaceió, em outubro, resolveuunificar a altura dos veículosque fazem o transporte em paí-ses do bloco (Brasil, Argentina,Paraguai, Uruguai e Venezuela),em 4,30m. Os representantesdos países participantes defini-ram ainda no evento o aumentoda capacidade de transportedos caminhões. Veículos comquatro rodas vão poder carre-gar 10,5 toneladas e os de oitorodas agora podem transportar

FRONTEIRA Movimentação de veículos na Ponte Internacional de Uruguaiana

PRISCILA ALMEIDA/ABTI/DIVULGAÇÃO

“A legislação argentina exige três luzes verdesJOSÉ ÉLDER MACHADO, GERENTE EXECUTIVO DA ABTI

POR EDSON CRUZ

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 29

Além de roubos e propina, motoristas alegam agressão

DENÚNCIAS

Em dezembro de 2006, arevista CNT TransporteAtual (edição 136) publicoureportagem sobre proble-mas que envolviam cami-nhoneiros que viajavam comfreqüência ao Mercosul. Na-quela época, os constantesroubos e pedidos de propinade policiais rodoviários re-presentavam as principaisqueixas dos motoristas. Doisanos depois, a situação mu-dou para pior. “Agora, estãoagredindo os caminhonei-ros. Nos últimos dois meses,recebemos duas queixas demotoristas de caminhõesbrasileiros agredidos porpoliciais argentinos porquesimplesmente se recusarama pagar propinas pedidaspor eles”, diz o vice-presi-dente do Sindimercosul (Sin-dicato dos Trabalhadoresem Transportes Rodoviáriosde Cargas Seca, Líquida, In-flamável, Explosiva e Refri-gerada de Linhas Internacio-nais do Estado do Rio Gran-de do Sul), José Luiz Frizzo.

De acordo com ele, os po-liciais argentinos inventammultas e cobram propinaspara liberar os caminhões.“É comum eles usarem atémesmo uma taquara paramedir a altura dos cami-nhões, reclamam dos pneus

que estão em desacordocom a legislação argentina eda falta de outros acessó-rios obrigatórios pela legis-lação de trânsito de lá. Atécostumam quebrar lanter-nas de caminhões para fa-bricar infrações. O problemamaior se concentra na pro-víncia de Entre Ríos (nasproximidades de Buenos Ai-res)”, diz Frizzo.

Empresas brasileiras têmperdido muito com o paga-mento de propinas. “Duas gi-gantes do mercado têm pre-juízo anual de R$ 30 mil sócom o pagamento de propi-nas para policiais rodoviá-rios argentinos”, diz o presi-dente do Sincaver/Trabens(Sindicato dos CondutoresAutônomos de Veículos Ro-doviários de Uruguaiana),Néri Souza de Oliveira.

De acordo com a ABTI,atualmente, os caminhonei-ros brasileiros são multadosfreqüentemente e os poli-ciais alegam falta de equipa-mentos obrigatórios nas es-tradas argentinas comopára-choque rebaixado, astrês marias (luzes verdesque ficam na parte superiorda cabine do caminhão) e ofarol de milha apagados eaté a falta de um balde parajogar areia na pista em ca-

sos de vazamento de óleo.As multas variam entre 30pesos (R$ 22,14) e 300 pesos(R$ 221,45).

Os roubos de cargastambém são freqüentes naArgentina. Ex-vice-presi-dente da Cootril (Cooperati-va dos Transportadores Au-tônomos e Pequenos e Mi-croempresários de CargasNacionais e Internacionais),Antônio Carlos Zaltron vi-veu um drama em 2006.Teve o seu caminhão rouba-do e decidiu investigar pes-soalmente o sinistro. Conta-bilizou um prejuízo de R$800 mil para tentar recupe-rar o caminhão. Pagou pro-pina em troca de informa-ções de policiais argentinose até passou uma noite nacadeia acusado injustamen-te de ter roubado um outrocaminhão. “Esse caminhãoera de um amigo meu e nóso localizamos na Argentina.Por isso, fomos presos”, dizZaltron.

Ele e o amigo foram libe-rados da cadeia de La Ma-tanza, região da GrandeBuenos Aires, no dia seguin-te, depois de pagar umamulta de 1.000 pesos (R$738,15). “Identifiquei outros15 veículos roubados naépoca. Desses, uns cinco até

retornaram ao Brasil e fo-ram devolvidos aos verda-deiros proprietários, mas omeu caminhão continua ro-dando descaracterizado porlá”, diz o empresário, quedesde o episódio pensa duasvezes antes de fechar umcontrato quando o destino éa Argentina. Naquela época,ele ainda identificou outroscaminhões brasileiros queforam clonados e emplaca-dos em território argentino.O presidente do Sinca-ver/Trabens diz ainda que osroubos de cargas e pedidosde propinas são comuns nasestradas do Paraguai, masnão existem no Chile nem noUruguai, outros integrantesdo Mercosul.

Em novembro, a denúnciasobre propinas e roubos decaminhões de brasileiros foiencaminhada para quatrovereadores da cidade argen-tina de Paso de los Libres(que fica na fronteira com oBrasil) e eles prometeram seempenhar para que a de-núncia chegasse ao Senadopor meio do senador argen-tino Fábian Ríos. Represen-tantes dos transportadoresdo Rio Grande do Sul preten-diam ainda encaminhar pro-testos semelhantes ao go-verno paraguaio.

na parte de cima do caminhão. No Brasil, isso dá multa”

diz o gerente executivo da ABTI(Associação Brasileira de Trans-portadores Internacionais), JoséÉlder Machado.

Outros entraves ainda se refe-rem à excessiva burocracia nasfronteiras, às greves constantesde fiscais, à falta de pessoal es-pecializado e à concentração dotransporte no modal rodoviário.“O transporte internacional estásofrendo um colapso por falta deuma política clara de comércioexterior por parte do governo fe-deral e, principalmente, porqueas fronteiras não estão prepara-das para facilitar o trânsito deveículos”, diz o vice-presidenteda ABTI, José Carlos Becker

De acordo com a Receita Fe-

internacional entre o Brasil e paí-ses do Mercosul, principalmentea Argentina. O país vizinho res-ponde por 80% do comércio in-ternacional brasileiro com o blo-co comercial. Até mesmo regrasque estipulam locais de fixaçãode adesivos reflexivos utilizadosnos caminhões para indicar a ve-locidade máxima permitida oumesmo o transporte de produtosperigosos são diferentes no ConeSul. “Outra questão se refere àiluminação dos veículos. A legis-lação argentina exige três luzesverdes na parte de cima do cami-nhão (conhecidas como três ma-rias). O mesmo caminhão quetrafegar com essas luzes acesasno Brasil receberá uma multa”,

nente instituído no continenteque permite assento para todosos modais de transportes de pes-soas e de bens com voz e voto.Durante as assembléias, sãoabordados temas de interessecoletivo dos países membros e oque for de interesse geral é vota-do como indicativo das melhorespráticas”, explica o secretáriogeral da CIT e presidente da Fe-transul (Federação das Empresasde Transporte de Cargas do Esta-do do Rio Grande do Sul), PauloVicente Caleffi. Além dos cincointegrantes do Mercosul, outros15 países fazem parte da CIT.

O peso e a medida dos cami-nhões são apenas dois dos gar-galos referentes ao transporte

até 18 toneladas. As novas re-gras só devem valer na práticadaqui a um ano e, por isso, osmotoristas brasileiros devemcontinuar sendo multados.

“Finalmente, houve um avan-ço depois de 12 anos”, diz o vice-presidente extraordinário de re-lações internacionais da NTC&Lo-gística (Associação Nacional deTransporte de Carga e Logística),Ademir Pozzani, que participoudo encontro. Ele afirma que é co-mum as decisões dos represen-tantes do bloco arrastarem-sepor muitos anos. Mas não deve-ria ser regra se dependesse daCIT (Câmara Interamericana deTransportes), criada pela CNT. “ACIT é o primeiro fórum perma-

AVANÇO Reunião de Subgrupo de Trabalho do Mercosul

MANUAL DESOBREVIVÊNCIA

Cuidados para viajar pelasrodovias argentinas

• Ao ser parado pelos policiaisargentinos, sempre mantenha a calma. Irritar o motorista,deixando-o esperar, é uma tática usada por eles nacobrança de propinas

• O pedido de propina dificilmente é feito no veículo.O motorista é levado por policiais a uma sala ou a umcarro onde está o coordenadordo grupo

• A lei argentina exige equipamentos que, normalmente, não são requeridos no Brasil. Certifique-se de que você realmente tenha todos os itens exigidos

• Fique atento ao limite develocidade, principalmente nas proximidades de zonas urbanas

Fonte: “Zero Hora”

deral, o governo, por meio dediversos outros órgãos e agên-cias governamentais (inclusivea própria Receita), criou um do-cumento intitulado EstratégiaNacional de Simplificação doComércio Exterior. Essas medi-das prevêem a redução dos pro-cedimentos de controle da ex-portação, bem como dos produ-tos sujeitos à fiscalização e, embreve, informações e bases dedados serão compartilhadaspara facilitar o trânsito de ca-minhões nas aduanas.

Procedimentos que poderãoevitar que a burocracia para li-beração de veículos nas frontei-ras deixe um caminhão paradoaté dez dias antes de seguir via-

gem. “Os órgãos intervenientesno processo de fiscalização sãomuitos e não adotam procedi-mentos uniformes”, diz Pozzani.Entre esses órgãos se encon-tram a mesma Receita Federal,a Anvisa (Agência Nacional deVigilância Sanitária) e o Minis-tério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento. “O pior é que,quando atravessa a fronteirabrasileira, há outros procedi-mentos burocráticos na frontei-ra da Argentina, nova fiscaliza-ção e dificuldade, principalmen-te no que se refere à nacionali-zação do produto transporta-do”, diz o dirigente da NTC.

Outro problema é que oshorários de funcionamento

unificou a altura de veîculos que fazem o transporte nos países do bloco

CHRISTIAN RIZZI/GAZETA DO POVO/FUTURA PRESS

Argentinos relatam problemas

NO BRASIL

A burocracia também temafetado os caminhoneiros ar-gentinos. “A infra-estruturadas fronteiras é precária, mastemos que reconhecer que aaduana de Uruguaiana estáfuncionando bem melhor quea aduana de Paso de los Li-bres (lado argentino)”, diz agerente da Ataci (Associaçãode Transportadores Argenti-nos de Carga Internacional),Sílvia Sudol.

Segundo ela, os argenti-nos também sofrem proble-mas com relação a entravesestruturais, principalmenteno que se refere ao estadodas rodovias brasileiras. Elescostumam reclamar de bura-cos nas pistas, da falta de si-nalização e da diferença deregras de trânsito porque sãoconstantemente multadospor excesso de velocidade.Na Argentina, em algumas ro-dovias federais, a velocidadepermitida é de 130 km/h. O ar-tigo 61 do CTB (Código deTrânsito Brasileiro) estipulaque a velocidade máxima noBrasil será indicada por meiode sinalização, obedecidas ascaracterísticas técnicas e ascondições de trânsito delas.Onde não existir sinalização,a velocidade máxima para ca-minhões será de 80 km/h.

Sobre as normas para veí-culos de cargas no Brasil, aAtaci espera por mudançasprevistas no setor. “Agora, to-das as empresas brasileiras eestrangeiras vão ter que seadaptar às novas regras e hámuitos requisitos”, diz Sílvia.Sancionada pelo presidenteLula, em janeiro de 2007, a leinº 11.442 regulamenta o

transporte rodoviário de car-gas no país e exige o cadas-tramento no RNTCRC (Regis-tro Nacional de Transporta-dores Rodoviários de Cargas)da ANTT (Agência Nacional deTransportes Terrestres).

A lei estabelece aindaque compete à Justiça Co-mum o julgamento deações oriundas dos contra-tos de transporte de car-gas. Prevê que as relaçõesde trabalho são de nature-za comercial e não criamvínculo de emprego. Res-ponsabiliza o transporta-dor pelas ações e omissõesde seus empregados, agen-tes, prepostos ou terceiroscontratados ou subcontra-tados para a execução dosserviços de transporte. Es-clarece algumas responsa-bilidades do embarcador,transportador e destinatá-rio das cargas nas questõesde seguro, prazos de entre-ga da mercadoria, prejuízosou possíveis danos ou ava-rias das cargas. Para otransporte internacional,estipula que as empresasterão que possuir sede emterritório brasileiro.

A dirigente elogia o Sisco-mex (Sistema Integrado deComércio Exterior), da Recei-ta Federal brasileira. “É ine-gável que o sistema tem agi-lizado o trâmite dos cami-nhões nas aduanas, apesardas constantes greves de fis-cais que deixam os cami-nhões argentinos paradosnuma grande fila por muitosdias”, afirma. O Siscomex fazo controle total do movimen-to de cargas nas aduanas.

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16032

PRODUÇÃO Linha de montagem de veículos da japonesa Toyota na Argentina

procedimentos de liberação debens e produtos sob vigilânciasanitária na fronteira com a Ar-gentina seguem todos os proce-dimentos adotados em todo oterritório brasileiro. Para 2009,está prevista a criação de umgrupo técnico de trabalho quevai discutir novas metodologiase estabelecer critérios que viabi-lizem a inspeção de mercadoriasimportadas por amostragem.

O Ministério da Agriculturainformou que vai rever a NormaInternacional de Medidas Fitos-sanitárias, adotada atualmentena fiscalização de produtos quepossuem embalagens de madei-ras no comércio internacional.“Isso vai agilizar o trânsito des-

dos postos de fiscalização cos-tumam ser diferenciados. Issoaumenta o tempo de ociosida-de dos caminhões e os custosdo transporte. A Receita Fede-ral da aduana de São Borja(RS) funciona, de maneira bu-rocrática, das 8h às 21h, sendoque, aos sábados, a Anvisa, umdos órgãos intervenientes noprocesso de fiscalização, nãopresta nenhum atendimento.“Quando não se trata de pro-dutos para o consumo humanoou de origem animal, que re-querem a fiscalização de ou-tros órgãos intervenientes,como autopeças, a liberação éimediata e o posto funciona24 horas”, diz o chefe da inspe-toria da Receita Federal emSão Borja, Léo Melchiors.

O dirigente da ABTI reclamaainda da escassez de funcioná-rios. “Ainda há falta de pessoalpara trabalhar e as constantesgreves dificultam e impedemque os transportadores façamum planejamento a longo pra-zo em se tratando de comérciointernacional”, diz Becker. Umestudo de Facilitação Fronteiri-ça do Ministério dos Transpor-tes indicou que, em São Borja,em 2001, havia apenas um fis-cal da Anvisa e outro do Minis-tério da Agricultura trabalhan-do. Eles só eram substituídosem suas férias. Qualquer outro

impedimento deles provocavafilas no pátio da Receita. Hoje,trabalham sete fiscais do mi-nistério (cinco agrônomos edois veterinários) e outros trêsfiscais da Anvisa.

Estimativas da ABTI indicamque um caminhão parado por umdia na fronteira representa umprejuízo de US$ 300 (cerca de R$720) para os transportadoresbrasileiros. Uma greve de fiscaisda Receita em abril deste anoprovocou uma fila de 3.000 cami-nhões em Uruguaiana. Eles fica-ram parados por quase 15 dias.“Uma solução para tudo isso éque a fiscalização fosse feita poramostragem”, diz Pozzani.

De acordo com a Anvisa, os

sas embalagens no comércioexterior”, diz o secretário-subs-tituto de Defesa Agropecuáriado ministério, Odilon Ribeiro.

CONCENTRAÇÃOAo ser demasiadamente con-

centrado no transporte rodoviá-rio, o comércio no Mercosul ain-da é atrapalhado pela falta de in-termodalidade. “Há controvér-sias, mas alguns estudos bemconfiáveis indicam que 70% detodo o transporte entre os paísesdo Mercosul é realizado por ro-dovias”, diz o professor de Pós-Graduação em Logística da Uni-versidade de Passo Fundo (RS),Henrique Dias Blois. Um estudodo Sincaver/Trabens (Sindicato

TOYOTA/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 33

motiva chega na fronteira, a car-ga tem que ser repassada parauma outra composição. Isso tudodesestimula o transporte de car-gas que poderiam ser escoadasatravés dos trens, principalmen-te grãos”, afirma Dias Blois.

A realidade do Mercosul podemudar se as obras prometidaspelo PAC (Programa de Acelera-ção do Crescimento) virarem rea-lidade. Para a região Sul, o PACprevê obras de logística da or-dem de R$ 2,7 bilhões até 2010,como recuperação e duplicaçãode rodovias, construção de umnovo terminal de cargas no Aero-porto Salgado Filho, em PortoAlegre, e obras de dragagem eaprofundamento do canal doPorto do Rio Grande, para o atra-camento de navios maiores.

O transporte do Mercosulseria, no entanto, bem mais efi-ciente se todas as obras previs-tas pelo Plano CNT de Logísticafossem concretizadas. O planoespelha uma proposta de umarede ideal de infra-estrutura detransportes para o Brasil entre2008/2023. Ele prevê 109 proje-tos para a Região Sul e um in-vestimento mínimo de R$ 14 bi-lhões. Dentre as obras propos-tas, está a construção de qua-tro terminais intermodais loca-lizados nos municípios de Ja-guarão, Porto Xavier, Triunfo eCaxias do Sul. ●

dos Condutores Autônomos deVeículos Rodoviários de Uru-guaiana) indica que 65% dotransporte do Mercosul, atual-mente, é realizado por rodovias,outros 30% por ferrovia, 3,5%por navios e 1,5% por aviões.

Autor de um extenso estudosobre a intermodalidade no Mer-cosul, realizado em 2000, o pro-fessor disse que a realidade naregião mudou pouco e algumascaracterísticas de outros modaisde transporte contribuem para aopção pelo transporte rodoviário,na avaliação dele. Para Dias Blois,o transporte pluvial na regiãotem um pequeno fluxo e se res-tringe a regiões como a Lagoados Patos (RS), que é considerada

a maior lagoa do Brasil e possui265 km de extensão. O transporteaéreo é pouco demandado por-que tem sido realizado mais paraprodutos de baixo valor agrega-do, principalmente calçados, op-ção dos fabricantes para fugirdos assaltos. “Alguns fabricantesbrasileiros estão inclusive usan-do estratégias inovadoras. Elesembarcam calçados apenas como pé direito em um caminhão ehoras depois faz o transporte dopé esquerdo num segundo veícu-lo”, diz o dirigente da Sincaver,Neri Souza de Oliveira.

Enquanto isso, as ferroviasenfrentam o problema de bitolasdiferentes no Brasil e na Argenti-na. “Ou seja, quando uma loco-

DIÁLOGO ABERTO

Confira as principais medidas burocráticas para o transporte no Mercosul

ENTRAVES CARACTERIZAÇÃO SOLUÇÃO POSSÍVEL

4 • Procedimentos deFiscalização

Falta de integração entre organismos de fiscalização Equipamentos de fiscalizaçãoinadequadosFalta de fiscais

Implantação de um controleúnico e simultâneo em todas asaduanas do MercosulProvidenciar adequação dosequipamentosAbertura de concurso público

3 • Documentação Falta de padronização quanto àquantidade de documentos e deinformações necessárias para osseus preenchimentos

Simplificação e harmonizaçãodas exigências documentais

2 • Horário de atendimento das aduanas

Em algumas aduanas, o atendimento é entre as 8h e as17h, com intervalo de 2h

Funcionamento durante 24h nos365 dias do ano

1 • Peso e medida dos caminhões

Medidas diferentes entre os países do Mercosul

Acordo realizado em reunião do Subgrupo de Transportes em outubro decidiu padronizarpesos e medidas

“Os órgãosintervenientesno processo defiscalização são

muitos e nãoadotam

procedimentosuniformes”

ADEMIR POZZANI, VICE-PRESIDENTE DA NTC&LOGÍSTICA

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 35

CRÉDITO

Uma alternativa que garan-te ao empresário fôlegopara investir, redução degastos operacionais, au-

mento da competitividade e renta-bilidade, além do direito de partici-par da divisão de lucros no final decada ano. Para empresários dotransporte associados à Transpo-cred (Cooperativa de Economia eCrédito Mútuo dos Empresários doTransporte de Santa Catarina), aprimeira formada pelo segmentono Brasil, isso é uma realidade.

A finalidade da cooperativa,constituída há dois anos, é oferecertaxas de juros e tarifas mais baixas

nas operações de empresas e em-presários. “Na maioria dos casos, ocooperado que faz as transações fi-nanceiras na cooperativa economi-za até 60% em tarifas e taxas emrelação ao que pagaria aos ban-cos”, afirma a gerente Roberta deSouza Caldas, que cita exemploscomo comparação. “A tarifa de co-brança é de R$ 1,09 na Transpocrede na rede bancária o valor mínimoé de R$ 2,50. O juro do cheque es-pecial é de 3,75%. No mercado estáem torno de 9%.” Esses valorestêm um peso para a empresa, umaeconomia que pode ser direcionadapara outras necessidades.

CRIAÇÃO DA TRANSPOCRED EM SANTA CATARINAREDUZ CUSTOS AOS TRANSPORTADORES, MELHORAA COMPETITIVIDADE E FACILITA OS INVESTIMENTOS

COOPERATIVAMODELO

FOTOS TRANSPOCRED/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16036

inovador. Não havia nada seme-lhante”, declara Giaretta.

Para atender aos 550 coope-rados, foi preciso expandir oatendimento. Além da sede emFlorianópolis, foram instaladoso PAC (Posto de Atendimento aoCooperado) em Criciúma, Cha-pecó e Joinville. A intenção é terpelo menos um PAC em cadabase sindical. São 13 em SantaCatarina. Podem se associar,além dos empresários do trans-porte, pessoas e empresas deatividades afins.

“A Transpocred é hoje mo-delo para ser implantado emoutros Estados. O nosso ob-jetivo é incentivar o cresci-mento do projeto e chegar-mos no futuro ao Banco deCrédito do TransportadorBrasileiro”, diz Lopes.

SATISFEITOSA satisfação do usuário dos

serviços da Transpocred sedeve à redução de custos dasoperações financeiras, poisnão existem tarifas de manu-

em equipamentos, garagens,oficinas e manutenção é alto eoneroso. E com o seu dinheiroconcentrado no seu banco, hápossibilidade de comprar à vis-ta com maior poder de nego-ciação e, ao mesmo tempo, lu-crar porque as sobras são divi-didas entre eles.”

Outro dado que mostra aatuação positiva da Transpocredsão as operações de emprésti-mo em valor superior a R$ 2,5milhões entre financiamento deveículos e de insumos com jurosinferiores a 2%. O valor máximode financiamento é de R$ 100mil. Mas a meta, em pouco tem-po, é dar aos cooperados a pos-sibilidade de financiar veículosnovos. E há a perspectiva de aTranspocred poder operar dire-tamente com o BNDES (BandoNacional de DesenvolvimentoEconômico e Social).

“O setor não só ganhou coma redução de gastos e taxas me-nores de juros e os lucros (so-bras). Isso está gerando inte-resse de fornecedores, que jáprocuram os cooperados parafazer novos negócios. É a velhamáxima: quem tem dinheirocompra melhor”, afirma Lopes.

A meta traçada para 2008 écrescer cerca de 150% em rela-ção às sobras (lucros) do anopassado. Esses resultados sãosinais de que “havia espaçopara esse tipo de projeto, que é

“O transportador não podeperder recursos financeiros,pois já é penalizado pela vio-lenta carga tributária; pelo ris-co que corre nas rodovias e pe-los fretes incompatíveis comos custos. Ele tem agora umamaneira de reduzir custoscomo cooperado da Transpo-cred, que também é dono dainstituição financeira, ´umbanqueiro`”, acrescenta o pre-sidente da Fetrancesc (Federa-ção das Empresas de Transpor-te de Carga e Logística de San-ta Catarina), Pedro Lopes.

Alguns números mostramcomo a Transpocred se consoli-da como banco do transportecatarinense, segundo avaliaçãodo seu presidente, Oscar Gia-retta. “Começou com cerca deR$ 100 mil em ativos e hoje ovalor é superior a R$ 4 milhões,um salto significativo e dá areal dimensão da instituição”,declara. Além disso, “ofereceos melhores rendimentos comas maiores taxas de mercadopara as aplicações”. Por isso,tanto os transportadores quan-to suas empresas passaram aoperar com a cooperativa. Mo-vimentam a conta corrente,usam cartão de crédito, de sa-que e fazem descontos de che-ques e cobranças.

O presidente da Fetrancescelenca outras vantagens parao cooperado. “O investimento

INTERESSE Pedro Lopes, presidente da Fetrancesc, afirma que a cooperativa

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 37

tenção de conta corrente e osjuros do cheque especial e deempréstimos são inferioresaos praticados no mercado. Astaxas de cobranças e, em bre-ve, as de descontos de títulos,são convidativas para quemdepende dessas operações.

O sócio da Ozellame Car-gas Urgentes Ltda., ClailtonOzellame, de Criciúma, é coo-perado desde outubro de2006 e tem na ponta do lápisa vantagem em operar com aTranspocred. Conseguiu re-

duzir em 80% os gastos comtarifas bancárias. Lembraque gastava em torno de R$3.500 por mês só com essastaxas. A Ozellame transportaprincipalmente produtos ce-râmicos, especialmente paraos Estados de São Paulo,Goiás e Brasília.

Para o empresário MárioLuiz Cássio, da empresa demudanças Mário Luiz Cássio,de Florianópolis, ser coopera-do da Transpocred é ter umbanco particular. Ele elogiou arapidez na aprovação de che-que especial e do financia-mento da compra de um cami-nhão. E o importante é quecom os juros mais baixos, ovalor que é financiado é qua-se igual ao valor do veículo nomercado, ressalta. “Não temessa história de fazer um em-préstimo e ficar com uma dívi-da de duas ou três vezes o va-lor do bem financiado”, diz.Ele acredita que teve reduçãode 50% nos custos com as ta-rifas bancárias. E afirmou quepretende no futuro ampliar ouso dos serviços da coopera-tiva de crédito. A transporta-dora faz mudanças para diver-sos destinos do Brasil.

O sócio da empresa Trans-lingue Transportes e ServiçosLtda., de Joinville, Ulisses Tru-chinski, disse que aderiu aoprojeto, porque entende que

deve apoiar as propostas quevisam a atender ao transporteou melhorar a sua atuação.Para ele, a opção de ser coo-perado é uma questão de se-gurança para a empresa eseus funcionários, pois o Pos-to de Atendimento ao Coope-rado da Transpocred em Join-ville fica na mesma rua daTranslingue.

Ele destaca ainda a vanta-gem das tarifas e juros meno-res e o fato de quem opera co-nhecer bem as necessidades

do setor de transporte. Usa osserviços para cobrança, paga-mento dos motoristas e da fo-lha de pagamento dos empre-gados da filial de Joinville.Ele acredita que no futuro po-derá aumentar as operações,inclusive de toda a empresa,que tem matriz em Jaraguádo Sul (SC) e outra filial emSão Paulo. Faz transporte demercadorias para exportação,via aérea, e importação, dosportos e aeroportos. Além dotransporte em geral. ●

está atraindo também os fornecedores META Oscar Giaretta espera crescimento de 150% em 2008

EMPRESAS DA BAHIA E DE SERGIPE COLHEM BONSRESULTADOS COM A ADESÃO AO PROGRAMA DA CNT

DESPOLUIR

O NORDESTEPENSA VERDE

POR LÍLIAN MIRANDA

Em julho de 2007 a CNT lan-çou o Despoluir - ProgramaAmbiental do Transportecom a idéia de mobilizar e

conscientizar o setor transportadore a sociedade em geral sobre asquestões ambientais, especialmentereferentes ao aquecimento global.Como objetivo maior, o Despoluirbusca promover o engajamento deempresários, caminhoneiros autô-nomos, taxistas, trabalhadores emtransporte e da sociedade na cons-trução de um desenvolvimento ver-dadeiramente sustentável. Além dosbenefícios diretos ao meio ambientee à população, o programa propor-

ciona às empresas transportadorasredução de custos, aumento da efi-ciência operacional, melhoria do re-lacionamento com órgãos fiscaliza-dores e novas oportunidades de ne-gócios, com o desenvolvimento deprojetos de crédito de carbono e aadoção de tecnologias limpas.

No Nordeste do Brasil, a Fetrabase(Federação das Empresas de Trans-portes dos Estados da Bahia e de Ser-gipe) é uma das responsáveis pelaexecução do programa para o setorde transporte de passageiros e decargas da região. Com 14 sindicatos fi-liados, a federação atende, com oDespoluir, todas as empresas de pas- CONSCIENTIZAÇÃO Despoluir

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16038

VIX/DIVULGAÇÃO

TRANSBET/DIVULGAÇÃOCONSEIL/DIVULGAÇÃO

contribuiu para o engajamento dos funcionários da Conseil CONFIANÇA Transbet reforçou seus laços com os clientes na questão ambiental

RESPONSABILIDADE A Vix Logística considera o meio ambiente como parte integrante do desempenho empresarial da companhia

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 39

que, em seus 22 anos de exis-tência, a empresa “está sem-pre buscando novas oportuni-dades, projetos que auxiliem etragam qualidade ao mundo,de acordo com o programa deresponsabilidade social”.

E o Despoluir veio ao encon-tro dessa política, sendo adota-do pela análise do seu foco: pro-porcionar melhoria na qualida-de do ar por meio da reduçãodas emissões dos veículos.“Desde que foi implantado, fi-cou evidente a melhoria no con-sumo de combustível e o con-trole de emissões de poluentes.Além disso, foi verificada umaredução dos custos com com-

bustível e com manutenção”.Para Camilla, o benefício maisimportante foi a conscientiza-ção por parte de todas as pes-soas da empresa sobre “a im-portância em se realizar proje-tos como esse, que proporcio-nam um desenvolvimento sus-tentável”.

VIX LOGÍSTICAOutra empresa que aderiu

ao Despoluir foi a Vix Logísti-ca S.A - Frota Veracel, comunidade em Eunápolis, na Ba-hia. Localizada no Pólo Indus-trial da Veracel Celulose S.A,faz o transporte de madeira(eucalipto), realizando o tras-

e Entre Rios (BA), a empresa co-memora os resultados colhidoscom o Programa Despoluir.“Após aderirmos ao Despoluir, aTransbet reforçou a confiançados seus clientes na questãoambiental. Conseguimos evi-denciar nossa responsabilidadeecológica, contribuindo de for-ma muito grande para a preser-vação do meio ambiente”, dizRicardo Soares, coordenador deSegurança, Meio Ambiente eSaúde do Trabalho da Transbet.

A empresa também realiza otransporte de petróleo brutodos campos petrolíferos da Pe-trobras localizados nas regiõesde produção dos Estados doCeará, Rio Grande do Norte, Ser-gipe e Bahia. “Sabemos que osequipamentos com que traba-lhamos podem ser grandesagressores da camada de ozô-nio. Uma vez que esses não es-tejam sendo monitorados comprecisão, os efeitos negativossão maiores. Com o Despoluir,conseguimos ter um controledisso.”

CONSEILCamilla Porto, diretora de

Desenvolvimento de Negóciosda Conseil, empresa que atuana Bahia no ramo de logísticae distribuição e nos segmen-tos de consultoria na área detransporte e gestão, relata

CREDIBILIDADE A adoção do Despoluir permite à Empresa de

sageiros, cargas e autônomos daBahia e de Sergipe.

De acordo com Ângela Dantas,superintendente da Fetrabase, numprimeiro momento a federaçãoapresentou às empresas o progra-ma. Hoje, como todas já conhecemo Despoluir, as próprias empresasjá solicitam a presença dos técni-cos para fazer as medições. “A rela-ção da Fetrabase com as empresasé excelente, estamos sempre dandoapoio por meio de orientações so-bre como evitar o desperdício dodiesel e como impedir a emisão doCO2”, completa Dantas. E, para ascentenas de empresas que aderi-ram ao programa, os resultados sãomuito satisfatórios.

TRANSBETA Transbet, que desde 1971

presta serviços de transporterodoviário de carga seca, gra-néis sólidos, petróleo, asfalto,betumes, produtos químicos,petroquímicos, carboquímicos,gases liquefeitos e líquidos emgeral, inclusive gasolina, óleodiesel e álcool hidratado, éuma dessas empresas com vi-são ambiental.

Operando em o todo Nordes-te, com sede em Fortaleza, fi-liais nas cidades de Mossoró(RN), Alto do Rodrigues (RN),Carmópolis (SE) e Pojuca (BA) esuporte de mais duas basesoperacionais em Candeias (BA)

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16040

lado da floresta até a fábrica.A unidade de Eunápolis é umramo da filial, que tem sedeem Vitória, no Espírito Santo,e que realiza o transporte decargas para o setor de papel ecelulose, especialmente demadeira em toras e fardos decelulose, nos Estados da Ba-hia, Minas Gerais, EspíritoSanto, Pará, Amapá, Paraná eMato Grosso do Sul.

Faz parte do Grupo ÁguiaBranca, que possui 62 anos deatuação prestando serviços nasáreas de transporte rodoviárioe aéreo de passageiros, conces-sionárias de veículos e logística.A empresa reconhece que a pro-

teção do meio ambiente, pormeio da prevenção da poluiçãoe o gerenciamento dos aspectosambientais gerados pelas suasoperações, é parte integrantedo desempenho empresarial dacompanhia e responsabilidadefundamental da gerência em to-dos os níveis.

Geraldino Correia, supervi-sor operacional da Vix Logísti-ca, analisa como “muito positi-vo” o controle de emissão degases feito preventivamenteatravés do Despoluir. “Outrobenefício advindo da manuten-ção inteligente é a redução doscustos para a conservação dosveículos, uma vez que, com a

análise periódica do desgastedos mesmos, realizam-se osajustes e as regulagens neces-sários para o bom funciona-mento de todos os sistemasdos equipamentos”, diz.

E ressalta a preocupaçãosocioambiental do programa.“A preservação do meio am-biente tem que ser constante.A poluição do ar nas cidades éhoje uma das mais gravesameaças à nossa qualidade devida, e os grandes causadoresda poluição do ar são os veícu-los automotores. Quanto me-lhor regulado estiverem osnossos veículos, menor será apoluição causada por eles.”

CHEIM TRANSORTESA Cheim Transportes S.A,

com uma dezena de unidadespelo país, entre elas, em Carmó-polis (SE), além da Bahia, Ceará,como exemplos, também aderiuao Programa Despoluir. A em-presa, que trabalha com otransporte de carga, elevação,engenharia, locação de equipa-mentos, terraplanagem, pavi-mentação e limpeza urbana,avalia como positivo o trabalhodo Programa Despoluir. De acor-do com Ana Rosa, chefe de qua-lidade da Cheim, o controle daemissão de fumaça reflete nodesempenho da empresa. “Alémde monitorar os impactos am-

bientais, reflete financeiramen-te, sendo que incentiva a manu-tenção preventiva dos veículos,proporcionando uma significati-va redução de combustível”, diz.

TRANSPORTES SANTANAA satisfação com o Programa

Despoluir é consenso entre asempresas abordadas. A Empre-sa de Transportes Santana SãoPaulo não foge à regra. Atuandono mercado de transporte inter-municipal de passageiros hámais de 50 anos, com 130 ôni-bus, a empresa, que opera emmais de 20 cidades da Bahia,avalia positivamente os efeitos,segundo Renato Santos Correia,gerente de Operações.

“O Despoluir possibilitou ex-celentes resultados na área demanutenção da empresa, comsignificativa economia de com-bustível, o que nos permite con-tribuir para a preservação domeio ambiente, gerando umamaior credibilidade junto aosnossos clientes”, diz Correia.

São exemplos como essesque mostram que, com o Despo-luir, o setor de transporte brasi-leiro assume sua parcela de res-ponsabilidade na construção deum mundo ambientalmentemais equilibrado. ●

Leia mais sobre o Despoluirna página 69.

Transporte Santana colaborar com a preservação da natureza e reduzir gastos

SANTANA/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 41

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16044

As obras de draga-gem de aprofunda-mento dos canaisnos portos brasilei-

ros, esquecidas ao longo dedécadas, tornam-se cada vezmais fundamentais ao desen-volvimento econômico dopaís. Nos últimos cinco anos,o comércio exterior tem cres-cido vertiginosamente emtodo o mundo. E no Brasil,95% das exportações ocor-rem por meio do sistema por-tuário, que movimenta anual-

mente cerca de 700 milhõesde toneladas das mais varia-das mercadorias.

Entretanto, com a baixaprofundidade dos canais, na-vios de grande porte, que jácirculam em outros países,não têm acesso aos portosbrasileiros. Outros não po-dem transportar a carga má-xima, enfrentam filas e háconcentração nos portos quepermitem navios de maior ca-lado, aumentando assim oscustos logísticos e gerando

prejuízos. A situação é gravee antiga, reflexo de muitosanos sem investimentos parase recuperar a capacidadeoperacional desses estabele-cimentos.

Agora, há uma certa expec-tativa de que parte desses pro-blemas possa começar a seramenizada com as obras pre-vistas no PND (Plano Nacionalde Dragagem) a serem execu-tadas com recursos do PAC(Programa de Aceleração doCrescimento). Entretanto, as

ESPERAEM

DECOMPASSO

GOVERNO PROMETE CONCLUIR OBRAS DE DRAGAGEM ATÉ 2010, MAS SÓ TRÊS LICITAÇÕES

FORAM LANÇADAS ATÉ NOVEMBRO

POR CYNTHIA CASTRO

PORTOS

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 45

CHICO LUDERMIR/ASCOM SUAPE/DIVULGAÇÃO

cisa ser feito e o recurso ébem-vindo, principalmenteporque, pela primeira vez emmuitos anos, tem uma parcelade dinheiro destinada à infra-estrutura brasileira. Mas oPAC vai cumprir com uma pe-quena parte em relação à dra-gagem. O problema é muitomais amplo e os investimen-tos são pequenos diante doquadro brasileiro”, diz Soares,que também é diretor da Fe-navega (Federação Nacional

iniciativas ainda estão longede resolver todas as questões.

Dos 37 portos públicos bra-sileiros, o PND contempla 16,sendo que outros três tam-bém devem ser incluídos. Ovice-presidente de TransporteAquaviário da CNT, Meton Soa-res, lembra que a falta de dra-gagem é um problema quevem sendo reclamado pelosetor há muitos anos e sóagora há alguma iniciativa.“Esse é um trabalho que pre-

“O problema é muito mais amplo

COMÉRCIO Porto de Santos é o maior da América Latina e responsável por 30%

Experiências de portosdo Brasil e de outros paí-ses - como Estados Unidos,Espanha e Holanda - foramtrocadas durante o semi-nário Abertura dos Portosàs Nações Amigas: 200Anos de Comércio e Coope-ração, promovido no Palá-cio Itamaraty, em Brasília.

O presidente da seção deTransporte Aquaviário da CNT,Glen Gordon Findlay, destacoua relevância do seminário,que reuniu centenas de pes-soas ligadas à questão por-tuária. “É muito importanteconhecer os casos de suces-sos na implantação de proje-tos portuários de outros paí-ses. Essa troca de experiên-cias é sempre muito positiva.”

Gordon Findlay, tam-bém presidente da Fena-mar, citou ainda a necessi-dade de se pensar em umsistema de logística inte-grada e eficiente, comações que contribuampara a melhoria dos aces-sos terrestres e marítimosaos portos e que se reduzaa parte burocrática. O se-minário no Itamaraty tevecinco painéis sobre logísti-ca, tecnologia, meio am-biente, infra-estruturaportuária e integraçãoporto-cidade.

O representante do Por-to de Roterdã (Holanda),Marc Evertse, destacouque, ao se falar em infra-estrutura portuária, ésempre primordial falartambém de dragagem demanutenção e manter es-ses trabalhos periodica-mente.

O processo de asso-reamento das áreas por-tuárias é natural e contí-nuo. Acontece principal-mente em conseqüênciados cursos d´água quedesembocam nos ocea-nos, levando materiaiscomo areia, pedra ou atémesmo esgoto e lixo do-méstico, conforme expli-ca Paulo Resende Tarso,da Fundação Dom Cabral.Por isso, há necessidadede se fazer constante-mente a dragagem demanutenção.

A situação acontece emqualquer área portuáriado mundo, mas no Brasilhá um agravante. “Se con-siderarmos que o Brasilnão é referência no trata-mento de resíduos sólidos,os portos brasileiros aca-bam recebendo uma maiorquantidade de resíduos,provocando um processode assoreamento maisacelerado”, afirma.

O especialista diz aindaque os portos brasileirostêm passado ao longo desua história por um pro-cesso muito grande de as-soreamento. “Se voltásse-mos a 1500, encontraría-mos portos com profundi-dades bem maiores”, dizPaulo Tarso, ao comentarainda que o desenvolvi-mento do Brasil se deu aolongo da costa. O país temgrandes cidades perto domar - como Rio de Janeiro,Vitória, municípios do Nor-deste e até mesmo SãoPaulo, facilitando assim oacúmulo de sedimentos.

Troca de idéias no Itamaraty

SEMINÁRIO

METON SOARES, DIRETOR DA FENAVEGA

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 47

das Empresas de NavegaçãoMarítima, Fluvial, Lacustre ede Tráfego Portuário).

Segundo o dirigente, o Bra-sil ainda está “muito atrasa-do” em sistemas operacio-nais, tecnologia e área deatracação em relação a ou-tros países. “Na Europa, ope-ra-se em média 100 TEUs porhora (100 contêineres de 20pés). No Brasil, não cheganem à metade disso”, afirma.

Soares reforça que a lei nº

8.630/93, que possibilitou oinvestimento privado no se-tor, melhorou o quadro nopaís. Segundo ele, quando so-mente o setor público atuavana área portuária, não chega-va a se operar 10 TEUs porhora. Depois da lei, com a pri-vatização de algumas áreas, aprodutividade subiu para cer-ca de 40 TEUs.

No momento em que háprevisão de obras de draga-gem, uma questão crucialainda preocupa o setor. Ostrabalhos estão prometidos eos recursos definidos. Faltasaber agora se o governo fe-deral conseguirá cumprir ocronograma. Há a promessade dragar os 16 portos defini-dos até 2010, mas o processoestá atrasado. Até 25 de no-vembro, o edital de licitaçãopara obras tinha sido lançadosomente para três deles: Re-cife (PE), Rio Grande (RS) eSantos (SP).

Ainda assim, o ministro daSecretaria Especial de Portos,Pedro Brito, em entrevista àrevista CNT TransporteAtual, diz que o cronogramaestá mantido. “Não tenho dú-vida nenhuma. Iremos cum-prir tudo até no máximo ju-nho de 2010. Muitas (obras dedragagem), inclusive, estarãoconcluídas já no próximoano”, afirmou o ministro, nodia 25 de novembro, durante o

e os investimentos são pequenos diante do quadro brasileiro”

SÉRGIO COELHO/CODESP/DIVULGAÇÃO

das exportações e importações brasileiras

DRAGAS EM AÇÃO

Confira o cronograma de obras nos portos

Porto Profundidade prevista (m) Recursos (milhões de R$)

1. Recife (PE) 11,5 29,1

2. Rio Grande (RS) 16 e 18 160

3. Santos (SP) 15 167,3

4. Aratu (BA) 15 49

5. Salvador (BA) 12 e 15 50

6. Itaguaí (RJ) 17,5 130,3

7. Rio de Janeiro 13,5 e 15,5 150

8. Paranaguá (PR) 16, 15 e 14,5 53

9. Suape (PE) 20 240,1

10. Fortaleza (CE) 14 42,3

11. Natal (RN) 12,5 30,3

12. São Francisco do Sul (SC) 14 85,9

13. Itajaí (SC) 12 e 12,5 23,3

14. Cabedelo (PB) 11 105

15. Imbituba (SC) 13 4,4

16. Vitória (ES) 14 95,2

1 a 3: Obras licitadas até 25/11

4 a 11: Licitação prevista para dez/08

12 e 13: Licitação prevista para jan/09

14 e 15: Licitação prevista para fev/09

16: Licitação prevista para mar/09

Obs:

* As intervenções nesses 16 portos estão previstas para

serem concluídas até 2010

* Outros três portos ainda devem ser incluídos

nas obras de dragagem do PND

RECURSOS

• Orçamento do PAC para obras portuárias: R$ 2,7 bilhões

• Orçamento do PAC para dragagem: R$ 1,4 bilhão

• Orçamento anual da SEP: R$ 800 milhões

• Investimento privado para os próximos 5 anos: R$ 19 bilhões

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16048

seminário Abertura dos Por-tos às Nações Amigas: 200Anos de Comércio e Coopera-ção, promovido no Palácio Ita-maraty, em Brasília. Até mar-ço de 2009, a SEP prometeconcluir a licitação das obrasde dragagem nos 16 portos.

O PAC destina R$ 2,7 bi-lhões para o setor portuário,sendo R$ 1,4 bilhão para asobras de dragagem. Se foremnecessários mais investimen-tos para o aprofundamentodos canais, o ministro afirmaque “há uma garantia de queteremos os recursos necessá-rios para deixar todos os por-tos principais dragados até

Concorrência dificulta contratação de empresas

DIFICULDADE

A contratação de empre-sas especializadas em draga-gem pode se tornar um difi-cultador do cumprimento docronograma das obras previs-tas para serem executadaspelo PAC até 2010. Com a faltade investimento nesse tipo deobra, nos últimos anos, o nú-mero de empresas desseramo reduziu no Brasil.

“As empresas brasileirasnão eram contratadas e muitasvenderam suas dragas para ou-tros países”, diz o vice-presi-dente da CNT, Meton Soares.Hoje a competição internacio-nal por esse serviço é grande ecomeça a faltar draga no mun-do para atender às obras comuma certa velocidade opera-cional, conforme Meton. “Parafazer esse trabalho no Brasil,vai depender da atuação dosestrangeiros.”

Se o mercado internacionalestiver dependendo de menosserviço de dragagem, pode fa-cilitar a contratação no Brasil.A concentração maior dessasempresas se dá na Bélgica e naHolanda, conforme informa ovice-presidente da CBC (Câma-ra Brasileira de Contêineres),Aluísio Sobreira, integrante dosetor aquaviário da CNT.

Segundo Sobreira, até antesda crise na economia mundial,

era grande a demanda por dra-gas no mundo, principalmenteem locais onde as exigênciasambientais são menores e háoutro foco na dragagem. “EmDubai (Emirados Árabes), porexemplo, estão sendo construí-das ilhas e há grande concen-tração de dragas. E lá há muitodinheiro, volume grande de tra-balho e menos exigências am-bientais.”

Ao longo deste ano, o minis-tro Pedro Brito fez viagens aoexterior e apresentou o PND(Plano Nacional de Dragagem)a empresários que atuam nosetor. O ministro esteve em paí-ses como Alemanha e China.Segundo a assessoria de comu-nicação da Secretaria Especialde Portos, há o interesse de di-versas empresas internacio-nais em participar das obras noBrasil. Entretanto, a assessorianão informou quais seriam es-sas empresas “para não atra-palhar o processo de licitação”.

Em setembro, na China, oministro se reuniu com repre-sentantes da Shangai Dred-ging Company (companhia daárea de dragagem). Na época,ele disse que a empresa esta-va interessada em investir noBrasil. O presidente da Câma-ra de Comércio e IndústriaBrasil-China, Charles Tang, diz

que oficialmente não sabe seempresas chinesas de draga-gem vão atuar no Brasil. Dequalquer forma, ele afirmaque recentemente alguns re-presentantes da área de enge-nharia e construção de equi-pamentos portuários estive-ram em São Paulo. “Em geral,os chineses estão muito inte-ressados em projetos no Bra-sil. Sem dúvida, na área dedragagem, pode haver inte-resse também”, afirma.

A licitação internacionalpara a execução das obras dedragagem no Brasil está previs-ta na lei nº 11.610/2007, que ins-titui o Programa Nacional deDragagem Portuária e Hidro-viária. Conforme o subsecretá-rio de Planejamento e Desen-volvimento Portuário da Secre-taria Especial de Portos, Fabri-zio Pierdomenico, a lei tambémpropôs o conceito de draga-gem por resultado.

A empresa contratadapara fazer a dragagem deaprofundamento também po-derá ser contratada para fa-zer a manutenção por cincoanos, podendo ampliar o pra-zo por mais um ano. SegundoPierdomenico, o pagamentoda obra será pela profundida-de alcançada e não pelos vo-lumes retirados.

CAPACIDADE Cronograma de

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 49

MARCO AURÉLIO MARTINS/AG. A TARDE/FUTURA PRESS

2010”. Desde a criação da SEP,em 2007, a dragagem deaprofundamento foi escolhi-da como a principal obra deinfra-estrutura a receber in-vestimentos. “O grande desa-fio (na área portuária), dadragagem, já estamos enfren-tando. Esse era certamente omaior gargalo dos portos. Osegundo grande desafio vaiser a logística de acessos ter-restres. Ou seja, temos queequipar nossos portos comacessos terrestres eficien-tes”, afirma Brito.

Na avaliação do coordena-dor do Núcleo de Infra-Estrutu-ra e Logística da Fundação Dom

Cabral, Paulo Resende Tarso,será difícil cumprir o cronogra-ma. “Se olharmos todos os seto-res de logística e transportes doBrasil incluídos no PAC, esse é omais preocupante, mais que asrodovias”, afirma. Entre os mo-tivos que tornam as obras dedragagem “extremamente com-plicadas”, Tarso cita a dificulda-de de se conseguir licenças am-bientais e a complexidade téc-nica da fiscalização.

Na opinião do diretor-presi-dente da ABTP (AssociaçãoBrasileira de Terminais Portuá-rios), Wilen Manteli, é necessá-rio formar parcerias entre to-dos os envolvidos na questão

estrutura em todos os modaisdo transporte, são necessá-rios R$ 280 bilhões e 587 pro-jetos prioritários.

O assoreamento dos portosaumenta muito os custos deuma empresa que deseja ex-portar os seus produtos. O na-vio maior, que precisa de pro-fundidades portuárias maio-res, leva mais carga por via-gem, conseqüentemente há apossibilidade de um fretecompetitivo. “Quando o naviosai com espaço sobrando por-que não pode colocar maiscarga, pois a profundidadenão permite, a utilização des-se navio não é otimizada”, dizGlen Gordon Findlay, presi-dente da Fenamar (FederaçãoNacional das Agências de Na-vegação) e da seção de Trans-porte Aquaviário da CNT.

Além disso, Paulo Tarso, daFundação Dom Cabral, ressal-ta os prejuízos na logística in-terna. “As fronteiras agrícolasse distanciam dos portos bra-sileiros. Necessitaríamos deportos mais próximos dessasfronteiras agrícolas para re-duzir gastos com logística nocomércio exterior. Essa con-centração portuária reduznosso diferencial competiti-vo”, afirma.

Segundo o consultor para

portuária para que se busquesoluções para resolver todosos problemas e as obras sejamexecutadas. “Temos que bus-car soluções técnicas, sem quea lei seja descumprida.”

Outra questão que pode di-ficultar o cumprimento dosprazos são os reflexos da cri-se na economia mundial. E umdeles pode ser a necessidadede mais recursos para execu-tar as obras previstas, princi-palmente com a valorizaçãodo dólar. “O PAC também estásofrendo os impactos da cri-se. Por mais que o governodiga que não, vai haver pro-blemas. Qual o tamanho dorombo dessa crise, ainda nãosabemos”, diz Meton Soares,da Fenavega.

Enquanto o PAC destina R$2,7 bilhões para a questãoportuária brasileira, estudosda Fundação Dom Cabralapontam a necessidade decerca de R$ 4 bilhões. A pri-meira fase do Plano CNT deLogística indicou que R$ 4,6bilhões é o valor mínimo que oBrasil precisa investir em in-tervenções portuárias, sendoque R$ 1,5 bilhão deveria serdirecionado para as obras dedragagem e derrocamento. Deacordo com o plano da CNT, aoconsiderar as obras de infra-

obras para o Porto de Salvador estabelecem profundidade de até 15 metros

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16050

alargamento, o canal passaráa ser de mão dupla.

“Assim, o navio que termi-nar a sua operação poderádesatracar e ir embora, libe-rando o berço para outro na-vio”, diz. O que acontece noPorto de Santos hoje é que,se o fluxo estiver de entrada,mesmo que o navio tenha ter-minado de operar, tem de fi-car esperando algumas horasa troca da mão de direção nocanal.

O presidente da Fenamar,Glen Gordon Findlay, afirmaque há grande expectativa deque o PND funcione. Mas elefaz questão de ressaltar que amanutenção da profundidadedos canais deve ser umapreocupação constante nopaís. “A dragagem é funda-mental para o comércio exte-rior, mas deve ser permanen-te e é importante também sediscutir a necessidade decada porto”, afirma. ●

leiras. A obra vai aprofundar ocanal de acesso ao complexoportuário de 12m para 15m eampliar a largura do canal denavegação de 150m para220m. Só com o fato de apro-fundar e alargar o canal deSantos será agregado ao ter-minal de contêineres mais de20% de sua capacidade, con-forme informa o subsecretá-rio de Planejamento e Desen-volvimento Portuário da SEP,Fabrizio Pierdomenico. Com o

logística e infra-estrutura daCNA (Confederação Nacionalda Agricultura), Luiz AntônioFayet, a falta de dragagem, fi-las e condições operacionaisnos portos geram prejuízosde mais de R$ 3 bilhões anu-ais só na área de soja no Bra-sil. “A falta de dragagem é umimportante item, mas temosoutros inúmeros problemas,como desencontros adminis-trativos que geram filas”,afirma.

Fayet também tem dúvidasse os prazos do PAC para asobras no sistema portuárioserão cumpridos. “O governotem muitas obras programa-das, mas falta executar. Sãovárias promessas que não sa-bemos se serão cumpridasnos prazos”, diz. Fayet refor-ça que o Brasil precisa au-mentar muito sua capacidadeportuária para fortalecer adistribuição no mercado in-ternacional dos produtos doagronegócio.

A dragagem de aprofunda-mento permite o aumento dacapacidade operacional dosportos. E um dos benefíciospode ser exemplificado com ocaso do Porto de Santos - omaior da América Latina, res-ponsável por 30% das expor-tações e importações brasi-

LISTA Edital de licitação para serviços de dragagem lncluiu o Porto de Rio Grande

JOÃO PAULO/PORTO DO RIO GRANDE/DIVULGAÇÃO

ENGENHARIA DE TRÁFEGO INADEQUADA E ESTRADAS ULTRAPASSADAS

COLOCAM VIAJANTES EM RISCO; SITUAÇÃOSE AGRAVA EM PERÍODO DE FÉRIAS

VIDAS EMPERIGOVIDAS EMPERIGO

ENGENHARIA DE TRÁFEGO INADEQUADA E ESTRADAS ULTRAPASSADAS

COLOCAM VIAJANTES EM RISCO; SITUAÇÃOSE AGRAVA EM PERÍODO DE FÉRIAS

RODOVIAS

POR EDSON CRUZ

No pior atentado da história daUnião Européia, em 11 de março de2004, 200 pessoas perderam suasvidas nas explosões simultâneas

em trens de Madri, na Espanha. Nos 10 pri-meiros meses de 2008, 164 pessoas morre-ram em apenas três das estradas federaisbrasileiras mais perigosas, rotuladas de “ro-dovias da morte”, a BR-040 (entre Belo Hori-zonte e Cristiano Otoni), a BR-381 (entre BeloHorizonte e João Monlevade) em Minas Ge-rais e a BR-324 (entre Salvador de Feira deSantana), na Bahia. Um massacre que cresceacentuadamente durante os feriados.

De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Fe-deral), em apenas 1,82% dos 122.985 acidentesocorridos em 2007, as condições das vias tive-ram participação direta nos acidentes, mas hámuitas controvérsias. Nesses três trechosmencionados, há fortes indícios de que, bemmais do que o fator humano, a engenharia ro-doviária pode ter contribuído para os aciden-tes. Não é à toa que esses trechos indicados ti-veram avaliação apenas regular na PesquisaRodoviária CNT 2007.

A BR-040, entre Belo e Horizonte e Cristia-no Otoni, matou 32 pessoas até outubro des-te ano. Nela não faltam problemas de sinali-zação apagada ou encoberta pelo mato edrenagem do asfalto. As pistas são estreitas,remendadas, sem acostamento, com enor-mes buracos em determinados locais e ostraçados são imperfeitos nas proximidadesde viadutos e pontes. Sem vários blocos damureta de proteção, cicatrizes dos muitosacidentes acontecidos no local, o Viadutodas Almas, por exemplo, é estreito e foi cons-truído na saída de uma curva sinuosa, o queo deixa ainda mais perigoso.

FRANKIE MARCONE/FUTURAPRESS

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16054

O trecho da BR-381 entre BeloHorizonte e João Monlevade, res-ponsável pela morte de 76 pes-soas em dez meses, também pos-sui deficiências como sinalizaçãoprecária, buracos na pista, faltade acostamento, cerca de 200curvas, muitas mal traçadas, epontes estreitas e inacabadas.

“Em Minas, é em outro trechoda BR-381 (destino para São Paulo)que ocorrem mais acidentes, masé justamente nesses 120 km (entreBH e João Monlevade) que eles setornam mais violentos. Devido aotraçado cheio de curvas, existemmuitos choques frontais”, diz ochefe do departamento de comu-nicação da PRF em Minas, o inspe-tor Aristides Júnior.

O trecho baiano já foi analisa-do por uma pesquisa do Ipea (Ins-tituto de Pesquisa EconômicaAplicada) divulgada em julho des-te ano, de autoria de Ieda Mariade Oliveira Lima, José Carlos Fi-gueiredo, Patrícia Alessandra Mo-rita e Philip Gold. As conclusõesforam que as características ina-dequadas da rodovia contribuemdecisivamente para os acidentes.Foram identificados 53 problemasdecorrentes de engenharia inade-quada de tráfego que poderiamter influenciado nos acidentes.

De acordo com o estudo, mui-tos acidentes simplesmente nãoaconteceriam e muitas vidas se-riam poupadas com a melhoria da

infra-estrutura rodoviária. Nessescasos, eles ocorreram nos locaiscríticos de engenharia de tráfegocomo, por exemplo, naqueles quepossuíam curvas fechadas comsuperelevação imprópria. Nessasituação, os acidentes geralmenteaconteceram por saídas de pista(nas curvas à direita) ou colisõesfrontais (curvas à esquerda).

No trecho da BR-324 havia pas-sarelas sem cerca ou bloqueio nocanteiro central, passarelas comcercas insuficientes, placas enco-bertas pela vegetação, acosta-mentos deteriorados, pistas esbu-racadas, árvores invadindo pistas,curvas sem sinalização e placasde velocidade máxima permitidade 100 km/h em trechos incompa-

tíveis. Esses problemas são co-muns também nos dois trechosdas rodovias mineiras.

O inspetor da Polícia Rodoviá-ria Federal Alexandre Castilho dizque as rodovias brasileiras estãoultrapassadas porque muitas de-las surgiram nos anos 70 e não fo-ram projetadas para receber osveículos atuais. “Naquele tempo,quem trafegava a 100 km/h estavaarriscando a sua própria vida.Atualmente, os novos veículosapresentam um grande índice desegurança”, diz o inspetor.

Vários dos acidentes fataisidentificados pela pesquisa doIpea se referem a atropelamen-tos. Segundo o estudo, o com-portamento inadequado de pe-

ENTRE BELOHORIZONTE

E JOÃO MONLEVADE

HÁ CERCA DE

CURVAS

AVALIAÇÃO Motorista faz teste do bafômetro em estrada do Rio de Janeiro

CARLO WREDE/O DIA/FUTURA PRESS

200

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 55

Lei Seca reduz acidentes fataisBALANÇO

destres é um dos fatores quemais geram os atropelamentos,mas a engenharia inadequadatambém contribui com grandeparcela para as ocorrências. Emmuitos casos, a geometria desfa-vorável e a falta de roçada difi-cultaram a travessia e prejudica-ram a visibilidade tanto de pe-destre como a de condutoresdos veículos acidentados.

Os coordenadores da pesquisado Ipea concluíram ainda que osatropelamentos de pedestres e ascolisões frontais foram responsá-veis pela maior parte das vítimasfatais. Com relação às colisõesfrontais, muitas delas acontece-ram em ultrapassagens indevidas.Os pesquisadores salientaramque, nesse caso, ficou evidentenas vistorias que em muitos aci-dentes houve comportamentoinadequado do usuário, mas tam-bém que outros acidentes resulta-ram da impaciência dos conduto-res de veículos menores que fica-vam retidos por vários minutosatrás de caminhões e outros veí-culos lentos, principalmente emaclives ou declives. Além de pistaúnica, havia falta de sinalizaçãoou sinalização fraca de proibiçãode ultrapassagem.

Outra característica apontadapela PRF é que, geralmente, osmotoristas costumam dirigir sematenção nas vias mais bem con-servadas. “Se eles dirigissem

com o mesmo cuidado com quedirigem nas vias em estado ruim,tenho certeza de que o númerode acidentes seria bem menor”,afirma o inspetor. Estatísticas daPRF indicam ainda que mais de80% dos acidentes acontecemem pistas em bom estado de con-servação e nas retas, em diasclaros. A PRF cita também que aimprudência, provocada, em suamaioria, por falta de atenção, ex-cesso de velocidade, desobe-diência à sinalização, falha me-cânica e a não manutenção dadistância de segurança com rela-ção ao veículo que segue à fren-te, é fator preponderante para aocorrência de acidentes.

Especialista em segurança notrânsito, o professor Valter ZanelaTani diz que a análise da PRF écontrovertida com relação às con-dições do tempo. “No Brasil, osdias sem chuva são os mais fre-qüentes, então já existe pelo me-nos um parâmetro inadequado,mas, pelo que se sabe, 50% (dosacidentes) ocorrem principalmen-te pela falta de atenção ou disper-são dos motoristas”, diz o estu-dioso, que é coordenador do La-boratório de Transporte e Logísti-ca da Universidade Federal deSanta Catarina. De acordo com oinspetor Castilho, o objetivomaior em divulgar essas informa-ções aos motoristas é alertá-lospara a necessidade de dirigir com

O número de acidentescom vítimas fatais nos cincoprimeiros meses de vigên-cia da Lei Seca caiu em6,2% nas rodovias federaiscom relação ao mesmo pe-ríodo do ano passado - ju-nho a novembro. De acordocom a Polícia Rodoviária Fe-deral, desde o início de vi-gência da lei, em 20 de ju-nho deste ano, foram regis-trados 56.689 acidentes emestradas federais, com 2.779mortos e outros 32.254 feri-dos. No mesmo período doano passado, ocorreram51.863 acidentes, com 2.962mortes e 31,5 mil feridos.

É verdade também que osnúmeros revelam que, depoisda Lei Seca, houve mais aci-dentes com mais feridos. “Éuma questão matemática,apesar da atual crise financei-ra mundial, este foi o melhorano da indústria automobilís-tica brasileira. Então, commais carros nas rodovias, atendência é mesmo ter maisacidentes. O mais importanteé perceber que a Lei Seca estáno caminho certo e preser-vando vidas”, diz o assessornacional da PRF, AlexandreCastillo. A PRF informou ain-da que entre 20 de junho e 20de novembro foram feitas2.828 prisões por embriaguezao volante e 2.486 com ouso do bafômetro. No total,5.314 foram autuados namalha de rodovias federaisque cortam o país.

A Lei Seca passou a con-siderar crime o motoristaque conduzir veículos comqualquer teor alcoólico noorganismo. Dependendo doconsumo apontado pelos ba-fômetros, os infratores res-pondem por penas que va-riam de multa a prisão. Des-sa forma, a tolerância a em-briagados ao volante passoua ser quase zero. Testes rea-lizados pela Polícia Militarde São Paulo indicam que oconsumo de dois bombonscom recheio de licor (0,21mgde álcool por litro de ar ex-pelido) é suficiente para le-var o motorista a pagar umamulta de R$ 955, perder setepontos na carteira de habili-tação e ser punido com asuspensão do direito de diri-gir por um ano.

No início de novembro, oDetran de Brasília puniu o mi-lésimo motorista que ignoroua proibição de dirigir depoisda ingestão de bebidas alcoó-licas. Para o inspetor da PRFAlexandre Castilho, as autori-dades municipais e estaduaisprecisam intensificar a fiscali-zação. “Há Estados que so-mente agora receberam osprimeiros bafômetros. Antesde provocar algum acidentenas rodovias, os motoristasalcoolizados deveriam ser in-terceptados nos perímetrosurbanos das cidades. Somen-te assim as ocorrências se-riam menores nas rodovias”,afirma o policial.

Dicas para uma viagem segura FINAL DE ANO

atenção em todas as vias, tantonas mal conservadas como nasem ótimo estado de conservação.

O professor diz ainda que agrande incidência de choquesfrontais que provocam muitasmortes é a maior evidência deque esses trechos já poderiamter sido duplicados há maistempo. “O ideal é que a malharodoviária federal brasileirafosse totalmente concessio-nada, como acontece emgrande parte da Europa. Lá, amaioria das rodovias possuipistas duplas ou triplas. Osgovernos desses países ainda

O movimento de veículosnas principais rodovias brasi-leiras é intenso durante as fes-tas de fim de ano, e uma via-gem segura depende de umasérie de ações de motoristas.Por isso, antes de colocar o péno acelerador, confira dicas daPolícia Rodoviária Federal e daABCR (Associação Brasileira deConcessionárias de Rodovias).

Uma boa viagem começabem antes do primeiro quilôme-tro rodado. Os motoristas de-vem fazer uma revisão mecâni-ca abrangente, que envolve aspartes de borracha (mangueirase correias), rodas e pneus ( de-vem ser alinhados e balancea-dos), verificação do sistema defreios, pastilhas e fluído, suspen-são e também trocar, se neces-sário, o limpador de pára-brisas.

Depois de mandar o carropara a oficina, a ABCR sugereque outras checagens simplessejam feitas pelos próprios mo-toristas, como a verificação donível da água e do óleo e o fun-cionamento das luzes e setas. Ébom ainda que os motoristas ve-rifiquem as condições e a exis-tência de ferramentas obrigató-rias como macacos, chaves deroda, triângulo, o prazo de vali-dade do extintor de incêndio e ofuncionamento dos cintos de se-gurança. Além desses cuidadoscom a mecânica dos veículos, épreciso planejar as viagens fa-zendo um estudo minucioso dasdistâncias envolvidas no trajeto,identificar os pontos de parada,os postos de combustíveis e osrestaurantes à beira da estrada.

Isso feito e já na estrada, oideal é parar a cada três horas,de acordo com a PRF. O motoris-

ta que dirige várias horas ao vo-lante está sujeito ao fenômenoda “hipnose rodoviária”. Ou seja,mesmo com os olhos abertos,eles ficam sem a percepção to-tal da realidade à sua volta. Es-ses sintomas, geralmente, sãoacompanhados de sonolência eperda de reflexos. Por isso, é im-portante começar a viagem bemdescansado.

Outra dica da PRF é evitarviajar à noite porque há perdade visibilidade, o socorro mecâ-nico é sempre mais lento e asações criminosas são maisconstantes. É preciso observar erespeitar as sinalizações e asrestrições de cada via. Em casode acidentes e outras ocorrên-cias imprevistas, ligue 191 e acio-ne imediatamente a PRF.

A ABCR sugere ainda algu-mas dicas para dirigir com se-gurança. Em caso de neblina, oque é comum principalmentepela manhã, o motorista temque dirigir com atenção redo-brada. É preciso reduzir grada-

tivamente a velocidade, guiar-se pela sinalização da pista emanter a distância do veículoque segue à frente. O mais im-portante é não ligar, em nenhu-ma hipótese, o pisca-alerta. Eleacaba confundindo o motoristaque está atrás. De acordo como artigo 251 do CTB (Código deTrânsito Brasileiro), o pisca-alerta só deve ser acionado emsituações em que o veículo es-tiver estacionado no acosta-mento ou em outras situaçõesde emergência. Se o motoristase sentir inseguro, o melhor éparar num posto de gasolinaaté a neblina baixar.

Em caso de chuva, o me-lhor é levar logo o carro paraum local seguro e esperarpassar. É importante tambémligar os faróis, mesmo que achuva aconteça durante o dia.Se o carro morrer, empurre-opara o acostamento ou, depreferência, para um localalto e seguro e não se esque-ça de ligar o pisca-alerta.

VÍTIMAS Acidente

CHECK-LIST

O que conferir no carro antes de viajar

• Estado de conservação e calibragem dos pneus• Teste de alinhamento e balanceamento• Nível de óleo• Nível da água do reservatório• Nível de água da bateria• Funcionamento dos limpadores de pára-brisa• Funcionamento dos faróis, lanternas e pisca-piscas• Estado das pastilhas dianteiras e nível do fluído de freio• Regulagem do foco dos faróis• Validade e pressão do extintor de incêndio• Outros equipamentos obrigatórios como macacos, chave de

fenda, chave de rodas e triângulo de segurança• Documentos obrigatórios: CNH (Carteira Nacional de

Habilitação), Registro de Licenciamento, IPVA e seguro obrigatório

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 57

BRs 040 e 381 devem continuarfazendo vítimas por mais tempo.O PAC só prevê, genericamente,investimentos em manutenção(R$ 1,7 bilhão) para os trechosmineiros de rodovias. Com pre-visão de um futuro bem melhor,a BR-324 está próxima de serprivatizada. O leilão deveriaacontecer no início deste mês,mas a ANTT (Associação Nacio-nal de Transportes Terrestres)adiou o mesmo para o dia 21 dejaneiro. De acordo com a agên-cia, a prorrogação foi realizadaa pedido do BNDES (Banco Na-cional de Desenvolvimento Eco-nômico e Social) que queriamais prazo para analisar o fi-nanciamento aos participantes.

Essas obras também integrama primeira fase do Plano CNT deLogística, que indica os projetose intervenções necessários na in-fra-estrutura de transportes doBrasil para alcançar uma logísti-ca funcional. O PAC prevê que aproposta inicial para as empre-sas participantes do leilão sejade R$ 1,1 bilhão por uma conces-são de 25 anos. A futura conces-sionária deverá cumprir uma sé-rie de exigências e o contratoprevê multas e outras penalida-des para cláusulas descumpri-das. Se tudo for concretizado, aprincipal rodovia da Bahia se tor-nará um problema a menos naestrutura viária brasileira. ●

se responsabilizam em garan-tir a manutenção das vias se-cundárias”, diz Tani.

Para o especialista, a melhorforma de reduzir os acidentes é aconscientização. O Laboratóriode Transporte e Logística daUFSC possui um projeto voltadopara as crianças. Depois de parti-cipar de cursos e palestras, elesrecebem uma carteirinha e secomprometem a fiscalizar a con-duta dos pais ao volante. “É umbom começo para se controlar amortandade provocada pelosacidentes de trânsito.”

A péssima notícia é que as

envolvendo dois veículos matou uma pessoa e feriu três no km 433 da BR-381 entre Minas e São Paulo

EUGENIO MORAES/HOJE EM DIA/FUTURA PRESS

BALANÇO

Números de acidentes nas rodovias federais

• Dados comparativos do período de 20/6 a 20/11. Em 2008, o intervalo coincide com o início da vigência da Lei Seca

Ocorrências 2007 2008* PercentualAcidentes 51.863 56.689 + 9,3%Feridos 31.500 32.254 + 2,4%Mortos 2.962 2.779 - 6,2%Acidentes com mortos 2.413 2.253 - 6,6%Acidentes sem vítima 30.759 34.796 +11,3% Pessoas socorridas 6.917 6.243 - 9,7%Crimes do trânsito 1.542 2.868 86%

Fonte: Polícia Rodoviária Federal

Em 12 anos, o número dehelicópteros registradospela Anac (Agência Na-cional de Aviação Civil) no

Brasil saltou de 547 (em 1996) para1.155 (em novembro de 2008). O se-tor vinha crescendo entre 6% e7% no país e a projeção era decontinuidade da expansão nospróximos anos, conforme estima-tivas da Abag (Associação Brasi-leira de Aviação Geral). Mas, a par-tir da crise instalada na economiamundial, o momento é de dúvida edivisão nas expectativas.

Ninguém sabe ao certo quaisserão os efeitos dessa crise. Mas éfato que, durante todo o mês deoutubro e pelo menos na primeiraquinzena de novembro, as vendasde helicópteros no Brasil reduzi-ram drasticamente, conforme orelato de representantes de fabri-cantes estrangeiras. Também di-minuiu a procura por serviços detáxi aéreo.

Por outro lado, há grande ex-pectativa em relação ao início defabricação de helicópteros Cou-gar 725 (ou EC 725) para as For-ças Armadas. As aeronaves se-rão produzidas pela Helibras, emItajubá (MG). Há uma previsão deque serão 51 unidades, três a se-

rem entregues no final de 2010. Eos bons ventos também parecemse manter no segmento “off sho-re” (que atende as plataformasde petróleo).

Na opinião do presidente daAbag e da TAM Aviação Executiva,Rui Aquino, “dificilmente haverácortes na área de petróleo” e, pos-sivelmente, o governo federal nãodeve reduzir investimentos no se-tor militar. Entretanto, nas outrasvendas, “há um enorme ponto deinterrogação neste momento”.

TAM tem mais de 60 pedidos a se-rem entregues.

O diretor-comercial da Ocea-nAir Táxi Aéreo, José EduardoBrandão, também afirma que asvendas pararam em outubro, masaté o início de novembro não ha-via pedido de cancelamento decompra. Desde julho de 2006, aOceanAir Táxi Aéreo é a distribui-dora no Brasil de helicópterosproduzidos pela fábrica italianaAgusta. Nesse período, foram ven-didos cerca de 80 helicópteros,

Na TAM Aviação Executiva,representante da norte-ameri-cana Bell Helicopter, ainda nãohá prejuízos concretos, mas acrise traz preocupação. “É ummomento de dúvida e instabili-dade. Desde setembro, a procu-ra praticamente parou. Caiu cer-ca de 80%”, diz Aquino.

De acordo com o presidente daempresa, até a segunda semanade novembro não havia sido feitonenhum pedido de cancelamentode compra já efetuada. Até 2011, a

SUSPEN

POR CYNTHIA CASTRO

VENDA DE HELICÓPTEROS CAI APÓS CRISE, MAS HÁ

AVIAÇÃO

dos temores é que os clientesdesistam do contrato de compradevido às dificuldades em conse-guir linhas de financiamento.

“Se cancelar (o contrato decompra), podem perder o sinal,que costuma ser de 5% a 15% dovalor”, diz Aquino. Geralmente, ocliente paga uma entrada no atodo fechamento do contrato equando chega o equipamento co-meça o financiamento. Na TAMAviação Executiva, os helicópterosda Bell custam em média de US$

grande parte ainda a ser entre-gue. “Essa crise foi um divisor deáguas. Antes dela, o mercado es-tava bastante aquecido.”

E um indicativo desse aqueci-mento no mercado é a longa es-pera pela entrega de um helicóp-tero novo. Até antes da crise, ademanda estava tão grande quea indústria não dava conta deatender a todos os pedidos emcurto prazo. Em todo o mundo aespera pela entrega tem sido depelo menos três anos. Agora, um

SE NOAR2,3 milhões a US$ 9 milhões.

Para o vice-presidente executi-vo da Abag, Ricardo Nogueira, aqueda nas vendas de aeronavessignifica uma parada estratégicapela indefinição econômica, e nãopelo desaquecimento desse mer-cado. “O interesse em comprarexiste, mas todos estão aguardan-do as definições nos cenários eco-nômicos. Ninguém sabe o que vaiacontecer”, afirma Nogueira.

A crise na economia tambémtem deixado outro rastro no mer-

cado de transporte executivo.Pelo menos em outubro, houve re-tração nos fretamentos de heli-cópteros. Segundo o Sneta (Sindi-cato Nacional das Empresas deTáxi Aéreo), a queda na procurafoi em torno de 30%. “Os empre-sários que utilizam o transporteexecutivo estão preocupados enão sabem a extensão dessa cri-se”, diz o superintendente do sin-dicato, Fernando Santos.

Diante da dúvida sobre os reaisefeitos da crise na economia, o se-tor se divide. Na área de táxi aé-reo, por exemplo, há duas realida-des. Queda na procura por freta-mentos executivos, mas ótimasexpectativas no segmento “offshore”. O mercado brasileiro é umdos mais importantes no mundonessa área de helicópteros emapoio à indústria petrolífera, con-forme informa Santos.

Nove empresas de táxi aéreono Brasil atuam nessas operações.Esse mercado utiliza hoje cerca decem helicópteros no país. Dentroda área de táxi aéreo por helicóp-teros, é o maior mercado, segun-do o superintendente do Sneta. Eé um setor em expansão, especial-mente com as descobertas na ca-mada pré-sal.

“A Petrobras anunciou quepode rever o tempo de entrada da

BOA PERSPECTIVA NO MERCADO “OFF SHORE” NO BRASIL

OCEA

NAIR

/DIV

ULGA

ÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16060

nova área de pré-sal em função danova situação do mercado de pe-tróleo no mundo. Pode ser entãoque haja um adiamento dessanova área. Mas as atuais (áreas ex-ploradas) vão continuar ocupandointensamente os helicópteros”,diz Santos. Sobre os fretamentosexecutivos, até o início da crise, atendência era de crescimento, de-vido à demanda e ao aquecimentoda economia.

A Helibras afirmou, por meioda assessoria de comunicação,que “momentaneamente o setornão foi afetado pela crise. Apesarde os analistas preverem uma de-saceleração na economia, aindanão houve desistência por partedos compradores”. Única fabrican-te de helicópteros da América La-

tina, a Helibras é associada aogrupo francês Eurocopter, subsi-diária da européia EADS.

Ainda este ano, o governo bra-sileiro deve assinar um acordo deparceria estratégica na área dedefesa com o governo francês. Apartir daí, 51 unidades do Cougar725 deverão ser encomendadaspara atender às Forças Armadas.O helicóptero também pode seradaptado para operações “offshore” ou outras. A aeronave temcapacidade para transportar 28militares e dois pilotos. Por en-quanto, a Helibras não fala sobrepreço, mas há estimativas de quecada unidade do helicóptero mili-tar possa custar US$ 25 milhões.

Em junho, uma declaração deintenções entre os ministérios

DESEMPENHO Total de helicópteros registrados pela Anac no

São Paulo concentra quase 50% MERCADO

Trânsito caótico, inse-gurança em conseqüênciado medo de assalto ou se-qüestro e real fortalecidofrente ao dólar. Até o iní-cio da crise na economiamundial, eram esses os in-gredientes principais quecontribuíam para o cresci-mento no uso de helicóp-teros civis nos grandescentros urbanos, especial-mente nos últimos doisanos. E, como não poderiaser diferente, o grandemercado no país é SãoPaulo e região metropoli-tana - onde se concentramos conglomerados finan-ceiros e a maior parte doparque industrial.

Dos 1.155 helicópterosregistrados no Brasil pelaAnac, 489 estão no Estadode São Paulo, sendo cercade 420 na capital. Por ano,são 85 mil pousos e deco-lagens na pista de Campode Marte, segundo dadosda Abraphe (AssociaçãoBrasileira de Pilotos de He-licóptero). São Paulo, NovaYork e Tóquio concentramo maior número de heli-cópteros nas grandes ci-dades de todo o mundo.

“Hoje temos em SãoPaulo, seguramente, a pri-

meira frota urbana do mun-do. Já passou Nova York,que tem cerca de cem heli-cópteros a menos”, afirmao presidente da Abraphe,comandante Cleber Teixei-ra Mansur. Conforme o pre-sidente, a cidade tem 260helipontos, sendo 210 nostopos de prédios. No Esta-do, há 310 helipontos. São902 pilotos registrados noEstado de São Paulo e cer-ca de 2.500 no Brasil.

O piloto executivo de he-licóptero Ruy Flemming dizque a aviação como umtodo tem apresentado ta-xas de evolução que supe-ram, em muito, os princi-pais indicativos da econo-mia. Sobre a frota de heli-cópteros no Brasil e tam-bém no mundo, Flemmingacredita que a tendênciaera continuar crescendo,pelo menos até antes dacrise na economia. “As jus-tificativas para o cresci-mento da frota civil sãomuito claras. As taxas favo-ráveis de câmbio do realfrente ao dólar (antes dacrise) aumentam o públicoque pode usar esse tipo detransporte. São várias asutilidades desse versátilmeio”, diz.

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 61

sados pela Turbomeca. A em-presa francesa, instalada no dis-trito de Xerém, em Duque de Ca-xias (RJ), produz e faz manuten-ção de turbinas de helicópteros.A encomenda de 51 Cougar 725para os militares vai gerar umalinha de montagem de 102 equi-pamentos - cada aparelho utili-za duas turbinas.

Para atender a essa demanda,o gerente de marketing da Turbo-meca, Murilo Pignataro, diz que aempresa vai investir 10 milhõesde euros (cerca de R$ 29 mi-lhões), a partir de 2009, em obrasde infra-estrutura para a monta-gem e aumento das revisões ge-rais e também em mão-de-obraespecializada. A linha de monta-gem continua sendo em Xerém.Sobre a crise na economia, Pigna-taro afirma que por enquantoainda não afetou a fabricação doCougar 725. “Talvez o segmentocivil seja mesmo o que mais vaisofrer nesse momento.” ●

da Defesa do Brasil e da Françafoi assinada. Conforme a asses-soria de comunicação do minis-tério brasileiro, os dois gover-nos buscarão facilitar a futuraaquisição de helicópteros detransporte da linha Eurocopterpelo governo brasileiro, a seremconstruídos pela Helibras, comtransferência de tecnologia. Oacordo também prevê a criaçãode uma empresa conjunta paraa construção de submarinos noBrasil, além do incremento nacooperação na área de ensino eassuntos administrativos e or-ganizacionais.

E os bons ventos que devemser trazidos com o início dessafabricação podem ser exemplifi-cados com alguns números pas-

Brasil passou de 547 para 1.155 em 12 anos

Congonhas tem controlador INÉDITO

O termo congestiona-mento de helicópterosnão é bem aceito pelos pi-lotos. Afinal, como eles ex-plicam, por congestiona-mento entende-se que otrânsito está parado eisso não seria possível notransporte aéreo. De qual-quer forma, o volume in-tenso no tráfego de aero-naves de asa rotativa nacapital paulista estimuloua criação de um serviçoinédito. Desde 2005, háum controlador de tráfegoaéreo específico para heli-cópteros, que trabalha natorre de controle do aero-porto de Congonhas du-rante 24 horas.

O serviço é único emtodo o mundo, conformeafirma o tenente especia-lista em tráfego Ubiraci daSilva Pereira, da divisãode operações do SRPV(Serviço Regional de Pro-teção ao Vôo) de São Pau-lo, órgão do Comando daAeronáutica. Ele contaque a iniciativa partiu deum estudo do SRPV paraotimizar o fluxo de heli-cópteros na maior cidadedo país.

Esse controlador atuana área de abrangênciadas avenidas Paulista,Berrini e Brigadeiro Fariade Lima, vias com concen-tração de instituiçõesbancárias e sedes de

grandes empresas. Essasavenidas se localizam nosetor de aproximação nor-te do aeroporto de Congo-nhas, o que provocou acriação do serviço.

“Houve a necessidadede se estabelecer regraspara os helicópteros quepor ali circulam”, diz o te-nente. A média de tráfegode aeronave de asa rotati-va nessa região é de 300por dia, sendo que a maiorconcentração se dá das8h30 às 20h30.

Além do controle aé-reo, a Aeronáutica estabe-leceu corredores de tráfe-go fora dessa área deabrangência dos três pré-dios. Esses corredores fo-ram feitos em cima depontos de referências vi-suais no solo, como gran-des avenidas e o rio Tietê.

Também houve a preocu-pação de se definir corredo-res que provocariam menosbarulho para a população eque apresentassem possí-veis áreas para pouso deemergência. Ao ser questio-nado se o volume intensode helicópteros em SãoPaulo desafia a segurança,o tenente Pereira faz ques-tão de afirmar que, “em re-lação ao controle do fluxo, éextremamente seguro voarde helicóptero em São Pau-lo porque o tráfego estámuito bem ordenado”.

TAM/BELL/DIVULGAÇÃO

EM NÚMEROS

Total de helicópteros registrados pela AnacAno Total2003 955 2004 981 2005 989 2006 1.017 2007 1.097 2008* 1.155

Os 5 Estados com mais helicópteros* 1. São Paulo 489 2. Rio de Janeiro 239 3. Minas Gerais 120 4. Distrito Federal 46 5. Paraná 37

* Até de 10/nov/08

Fonte: Anac

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16062

SIMPÓSIO

Aprimeira fase do Pla-no CNT de Logísticafoi apresentada noSenado Federal pela

Confederação Nacional doTransporte, durante o 1º Sim-pósio Infra-Estrutura e Logís-tica no Brasil - Desafios paraum País Emergente. O eventofoi promovido pela Comissãode Serviços de Infra-Estruturada Casa Legislativa nos dias26 e 27 de novembro.

O diretor-executivo da CNT,Bruno Batista, disse, na apre-sentação, que o Brasil ainda écarente em relação à ofertade infra-estrutura. De acordocom o plano proposto pelaCNT, o país precisaria investirR$ 280 bilhões para ofereceruma infra-estrutura de logís-tica e transporte capaz de as-segurar e manter os índicesde crescimento econômico.

Foram elencados 587 pro-jetos prioritários a serem de-senvolvidos. “As rodovias pa-vimentadas ainda são em pe-quena extensão e as hidroviassão pouco utilizadas. Há aquestão do dinamismo dosportos, principalmente em re-lação ao calado com baixasprofundidades. E o setor fer-

CONTRIBUIÇÃO

AO PAÍSCNT APRESENTA SEU PLANO DE LOGÍSTICA NO

SENADO E RECEBE ELOGIOS DOS PARLAMENTARES

POR CYNTHIA CASTRO

roviário também enfrentaproblemas, como as traves-sias nos grandes centros e afalta de sinalização”, disseBatista.

Durante o simpósio, sena-dores, deputados e o ministrodos Transportes, Alfredo Nas-cimento, elogiaram o trabalhodesenvolvido pela CNT, nosentido de propor soluçõespara os problemas constata-dos com a elaboração de umplano de logística. “Esse tra-balho que a CNT presta ao

país é fundamental, principal-mente porque gera discussão,gera controvérsia. E é bomque isso aconteça porquevocê começa a colocar em dú-vida algumas coisas e a iden-tificar outras com mais pro-fundidade”, afirmou Nasci-mento.

O senador Marconi Perillo(PSDB-GO), presidente da Co-missão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado, disseque a CNT tem atuado na van-guarda do planejamento es-

tratégico na área de transpor-tes, “com contribuições im-portantes para atualização,aprimoramento e ampliaçãodo planejamento estratégi-co”. Segundo Perillo, o planode logística da CNT “propor-ciona uma enorme contribui-ção ao governo federal e de-mais governos para que pro-vidências sejam tomadas emrelação às prioridades”.

Para o deputado federalCarlos Alberto Leréia (PSDB-GO), presidente da Comissão

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 63

de Viação e Transportes daCâmara, o trabalho da CNTtem uma aplicação prática noCongresso. “Esse plano mos-tra uma realidade e nos trazinformações importantes. Nacomissão, eu e outros parla-mentares temos baseado mui-tos trabalhos, de apresenta-ção e discussão de projetos,no plano de logística da CNT.”

Ao falar para as pessoaspresentes no simpósio no Se-nado, o deputado citou a Pes-quisa Rodoviária 2007 da CNT,

que constatou as péssimascondições das rodovias brasi-leiras. “Além de ter estradasruins, temos um déficit de ca-pacidade da malha nas re-giões desenvolvidas, ao ladoda inadequação de coberturanas regiões em desenvolvi-mento”, disse Leréia.

O senador Eliseu Resende(DEM-MG) também esteve pre-sente no seminário no Senadoe disse que a CNT está dandouma grande contribuição parao aprimoramento dos trans-

portes no Brasil. “Atua de for-ma muito racional, patriótica,sem nenhuma cor partidária.Critica quando é preciso, ana-lisa com profundidade e ava-lia a importância do sistemaviário nacional nas suas dife-rentes modalidades”, avaliouo senador.

O diretor da CNT, Bruno Ba-tista, afirmou que a situaçãoatual resulta de um períodoprolongado de baixos investi-mentos. Na década de 70, osinvestimentos na área de

transportes significavam cer-ca de 2% do PIB e hoje repre-sentam apenas 0,22%.

Um dos palestrantes dosimpósio no Senado foi o dire-tor-geral da ANTT (AgênciaNacional de Transportes Ter-restres), Bernardo Figueiredo.Ele citou a importância de seequacionar os esforços de in-vestimentos para reduzir odéficit na área de infra-estru-tura, estruturando a partici-pação pública e atraindo a ini-ciativa privada. ●

DEBATE Plano proposto pela CNT para a logística brasileira prevê a necessidade de investimentos de R$ 280 bilhões

ROOSEWELT PINHEIRO/AGÊNCIA BRASIL/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16064

Os trilhos do Mara-nhão ganharam umacomposição renova-da, formada por três

vagões muito especiais, quenão transportam passageirosnem cargas - levam aos cida-dãos maranhenses uma novaperspectiva de vida, oferecen-do serviços básicos de saúdee de documentação. O Tremda Cidadania volta à Estradade Ferro Carajás depois detrês meses sem atividades,período em que passou porreformas para melhorar os

milhares de atendimentosoferecidos nos municípios aolongo da ferrovia.

O Trem da Cidadania foiinaugurado há oito anos,numa parceria firmada entre aVale (responsável pela opera-ção da Estrada de Ferro Cara-jás) e o Estado do Maranhão.Desde então, esse projeto so-cial tem sido, se não o único,um dos principais acessos quea população das cidades me-nos favorecidas tem aos aten-dimentos médicos básicos eserviços cartoriais, como cer-tidão de nascimento e carteirade identidade. As interven-

ções nos três vagões prioriza-ram a infra-estrutura da com-posição com o objetivo deproporcionar maior conforto equalidade nos atendimentos.José Carlos Sousa, gerente-geral de relações institucio-nais da Vale, diz que as refor-mas do Trem da Cidadania fo-ram executadas, principal-mente, por solicitação das co-munidades. “Agora temos doisvagões climatizados, comtoda a estrutura necessáriapara que os agentes possamtrabalhar adequadamente.”

Na reforma, foram pinta-dos os móveis e as paredes e

RESPONSABILIDADE SOCIAL

instalados armários, acessó-rios e novas placas de identi-ficação no interior dos va-gões. Na área externa, o Tremda Cidadania ganhou novapintura e adesivagem. A partemecânica também foi con-templada com a substituiçãode componentes de freio e dosistema hidráulico. De acordocom Sousa, desde a reativa-ção, no final de outubro, oTrem registrou 6.597 atendi-mentos no Vagão Saúde e1.540 documentos foram emi-tidos no vagão dedicado aosserviços cartoriais, chamadode Viva Cidadão.

CIDADÃAPÓS REFORMA, TREM VOLTA AO MARANHÃO EOFERECE SERVIÇOS ESSENCIAIS À POPULAÇÃO

POR LETÍCIA SIMÕES

FERROVIAAPOIO Trem da Cidadania

Hoje, o Trem sai de SãoLuís, percorre as 17 cidades doroteiro e volta à capital mara-nhense. Nessa parada, é feitaa revisão para que o Trem daCidadania tenha plenas condi-ções de refazer todo o percur-so. O projeto conta com 34profissionais entre técnicos,médicos e enfermeiros. Aspróprias comunidades se mo-bilizam para divulgar a chega-da do Trem da Cidadania aseus municípios. “As lideran-ças locais se movimentampara que as pessoas divul-guem, nas cidades, a data emque o Trem chegará.”

Sousa conta que há proje-tos para melhorar a divulga-ção do Trem da Cidadania eque outros avanços tambémvirão em 2009. “Vamos incre-mentar e facilitar a divulga-ção do projeto, como formade um aprimoramento contí-nuo desse apoio social. Vamoschegar também às comunida-des mais afastadas.” Alémdisso, o gerente revela que aVale tem intenção de ampliarseu projeto social. “Temos in-teresse em expandir o Tremda Cidadania, levando-o paratoda a região Norte, o que co-briria o Pará, contemplandooutro trecho da Estrada deFerro Carajás.” ●

Para o gerente da Vale, ainiciativa da mineradora vai aoencontro das necessidades detoda a região. ”A Vale atua en-tre o Maranhão e o Pará há 20anos. Conhecemos a necessi-dade dessa área, que é caren-te de atendimentos básicos. Éuma região pobre. A maioriadas localidades tem IDH(Índice de DesenvolvimentoHumano) muito baixo. Fizemosum diagnóstico socioeconômi-co em todos os municípios aolongo da ferrovia. Os resulta-dos vão contribuir para o de-senvolvimento desses municí-pios e ajudá-los a crescer.”

Cada parceiro tem suasatribuições no projeto Tremda Cidadania. Segundo Sousa,a Vale é responsável pela in-fra-estrutura e pelo apoio lo-gístico, como a manutençãodo trem e seu abastecimento,por todos os suprimentos ne-cessários ao atendimento àscomunidades. Já o governomaranhense atua, com as res-pectivas autarquias, na emis-são dos documentos, distri-buição de medicamentos e nocusteio dos colaboradores eatendentes.

O Trem da Cidadania per-corre, atualmente, 17 municí-

pios no Maranhão, como Açai-lândia, Pindaré-Mirim, Vitóriado Mearim e Bom Jesus dasSelvas, permanecendo cercade 10 dias em cada um, con-forme a demanda. As paradassão feitas em cidades com in-fra-estrutura adequada parareceber a composição, comosegurança, o que não signifi-ca que outros municípios nãose beneficiem do serviço. “Acomposição pára em estaçõeslocalizadas entre duas cida-des e atende ao público des-ses municípios. Nem todas ascidades têm condições de re-ceber o Trem”, diz Sousa.

O PROJETOCONTA COM

34PROFISSIONAIS

ENTRE TÉCNICOS, MÉDICOS E

ENFERMEIROS

VIVA CIDADÃO/DIVULGAÇÃO

ganhou reforma interna e pintura externa para melhorar o atendimento aos moradores de cidades maranhenses

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16066

OBJETIVOSALCANÇADOSUNIDADES FESTEJAM RESULTADOS DAS AÇÕES REALIZADAS

EM 2008 E TRAÇAM PLANOS PARA O PRÓXIMO ANO

POR LETÍCIA SIMÕES

SEST/SENAT

apenas pelos atendimentos, mas,também, pelo número de ativida-des como informações institucio-nais através de vídeos, folders,cartazes, abordagens aos taxistase motoristas de ônibus e serviçoscomo cabeleireiros, Internet e dis-tribuição de brindes para quemefetuasse a matrícula em algumde nossos cursos.”

Para fechar o ano, o Sest/Se-nat de Rio Branco prepara umaatividade especial. “Realizaremosum café da manhã de confraterni-zação com os alunos da hidrogi-nástica da manhã e um chá datarde com os alunos do períodovespertino. Com os alunos da na-tação faremos um torneio e umdia de lazer com diversas brinca-deiras.” Novas parcerias contem-

Balanços, reflexões enovas perspectivas sãohabituais ao final demais um ano. De norte

a sul do país, pelas cinco regiõesdo Brasil, as unidades doSest/Senat encerram as ativida-des de 2008 com uma assertivaem comum: objetivos alcança-dos, resultados satisfatórios eótimas expectativas para ospróximos 12 meses. Cursos, cam-panhas e atendimentos médicosmobilizaram colaboradores eusuários de todo o Brasil. Para2009, as unidades prometem no-vidades e o mesmo empenho ededicação que têm dispensadoao trabalhador do transporte.

será tão positivo quanto foi2008. “O Sest/Senat tem umaação continuada. Para 2009, pla-nejamos a implantação dos no-vos laboratórios e oficinas peda-gógicas de eletricidade, ar-con-dicionado, tecnologias embarca-das, injeção mecânica e eletrô-nica, borracharia e pneumáticae lanternagem e pintura.”

Em Rio Branco (AC), o destaquede 2008 foi as campanhas sociais.De acordo com o diretor da unida-de da região Norte, Josimar de Oli-veira Coelho, a participação doSest/Senat da capital acreana naExpoacre (Exposição Agropecuá-ria e Industrial do Acre) se reveloude grande relevância - foram rea-lizados 9.172 atendimentos. “Essaparticipação foi importante não

O Sest/Senat do Rio de Janei-ro atende a toda região metro-politana da capital fluminense,e, em 2008, foi necessário que aunidade implementasse o aten-dimento noturno, além de dispo-nibilizar os sábados e os domin-gos para os cursos presenciais.A unidade da região Sudestecontabilizou 436 turmas, capaci-tando um total de 9.000 alunos.Para o diretor Edélcio Tirado Lu-duvice, um dos fatores que ga-rante o sucesso das atividadesrealizadas são as parcerias fir-madas com outras entidades. “ASecretaria Estadual de Educa-ção, o Detran-RJ, a Fetranspor,dentre outras instituições, auxi-liam a unidade em seu trabalho.”Para Luduvice, o próximo ano

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 67

presentantes das empresas detransporte da capital baiana,como forma de agradecimentopelas parcerias firmadas. A dire-tora da unidade, Maria das GraçasXavier, conta que os atendimen-tos médicos vão merecer atençãoespecial em 2009. “Planejamosaumentar os atendimentos médi-cos e odontológicos para atendera demanda reprimida na área desaúde.” Além disso, a unidadepretende ir atrás de novos par-ceiros. “Vamos continuar a bus-car parcerias que ampliem nossaparticipação em eventos cultu-rais, de educação no trânsito, dasaúde e de educação profissio-nal, além de ampliar a participa-ção dos trabalhadores do trans-porte nos cursos on-line.”

plam as ações que a unidade deRio Branco prepara para 2009.“Com o objetivo de contribuircom a melhoria de vida dos traba-lhadores em transporte, comotambém da comunidade, preten-demos ampliar nossos convêniose parcerias com as instituiçõespúblicas, como governo do Estadoe prefeituras”, diz o diretor.

No Nordeste, o Sest/Senat deSalvador (BA) também tem moti-vos para comemorar. O balançofeito pela unidade, em outubro,registrou 336 cursos e 8.085 alu-nos capacitados, além de milha-res de participantes em palestrase centenas de alunos matricula-dos nos cursos on-line. Para en-cerrar o ano, o posto realizaráuma confraternização com os re-

SOCIAL Sest/Senat de Rio Branco (AC) presta atendimento na Expoacre

ÊXITO Florianópolis investiu na qualidade de vida dos trabalhadores

CULTURA Unidade de Brasília vai ampliar as atividades em 2009

SEST/SENAT/RIO BRANCO/DIVULGAÇÃO

SEST/SENAT/BRASÍLIA/DIVULGAÇÃO

SEST/SENAT/FLORIANÓPOLIS/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16068

As campanhas voltadaspara o esporte e lazer forammuito prestigiadas pelos usuá-rios do Sest/Senat de Florianó-polis (SC), na região Sul. A dire-tora Patrícia Costa Ferreira dizque o projeto Ginástica Labo-ral nas Empresas teve grandeêxito. “O projeto trouxe resul-tados positivos para a qualida-de de vida dos trabalhadores.Os colaboradores da unidadede Florianópolis também parti-cipam de sessões de ginásticalaboral, duas vezes por sema-na.” Na área de desenvolvi-mento e capacitação profissio-nal, a unidade catarinense de-senvolveu, em 2008, os cursosde assistente administrativo emecânica diesel, dentro doprograma Menor Aprendiz. “Ti-vemos ainda o projeto Soldado

Cidadão, em parceria com aMarinha e a Aeronáutica, quecontribuiu para a formação de,aproximadamente, 105 jovens.”Para Patrícia, a campanha demaior evidência foi a Educaçãono Trânsito. “Atingimos maisde 5.000 pessoas com o desen-volvimento de comandos edu-cativos, workshop, palestras,teatro nas escolas, distribui-ção de material informativo eparticipação em programas deTV e rádio.”

A unidade de Florianópolisprepara uma apresentação dasatividades esportivas e culturaisdesenvolvidas para o evento queencerrará o ano. “Os alunos e asmodalidades de destaque serãopremiados. O evento será abertoà comunidade. Ao final das apre-sentações teremos a chegada doPapai Noel”, diz a diretora.

O Sest/Senat de Brasília tam-bém prepara uma programaçãoespecial para o fim de 2008. Aunidade do Centro-Oeste realiza-rá um Auto de Natal, no dia 20 dedezembro. O diretor da unidade,Antônio Fernando Cardozo, esti-ma um público de 2.000 pessoaspara o evento. Para 2009, Cardozopretende ampliar as atividadesculturais. “Vamos manter a quali-dade nas atividades que já desen-volvemos, buscando sempre me-lhoria e maior investimento naárea de cultura, para implantaçãode vários projetos.”

META Unidade de Salvador planeja ampliar as parcerias para a educação no trânsito

SEST/SENAT/SALVADOR/DIVULGAÇÃO

SEST/SENAT/RIO DE JANEIRO/DIVULGAÇÃO

EDUCAÇÃO Formatura de alunos do Sest/Senat do Rio de Janeiro

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 69

Sest/Senat recolhe doações para vítimas em Santa Catarina

SOLIDARIEDADE

O Sest/Senat, em parceriacom a Fetrancesc (Federaçãodas Empresas de Transportesde Cargas no Estado de SantaCatarina), as empresas detransporte e a Defesa Civil doEstado, apóia as comunida-des atingidas pelas enchen-tes em Santa Catarina, onde achuva já deixou 116 mortos(dados até 2/12).

Em Florianópolis, a unida-de montou um posto de cole-ta de doações que receberoupas, cobertores, alimen-tos e produtos de higienedoados pela população e osredistribui às vítimas com aajuda das empresas de trans-porte e da Defesa Civil.

A unidade já movimentouaproximadamente 1 toneladade doações, que sãoentregues às comunidadesmais atingidas, nos municí-pios de Itajaí, Ilhota, Blume-nau e demais regiões.

O Sest/Senat de Blume-nau, localizado em uma dasregiões mais atingidas, tam-bém arrecada alimentos, rou-pas e materiais de higienepara auxiliar os afetados pe-las chuvas. Nesse município,muitas pessoas retiradas daárea de risco não poderão re-tornar aos seus lares. Pelomenos 1.500 casas estão con-denadas e serão destruídaspela prefeitura, por represen-tarem risco aos moradores.

De acordo com o levanta-

mento da Defesa Civil do Es-tado, o número de desabriga-dos e desalojados por causadas chuvas já supera 10 milpessoas.

AUXÍLIOOs caminhoneiros que

aguardaram a liberaçãodas rodovias bloqueadas,enfileirados nos acosta-

mentos ou em postos decombustíveis, recebem aju-da da Fetrancesc. Ao todo,a federação distribuiu 3 to-neladas de recursos comoalimentos, água potável eroupas. Também foi garan-tida a segurança dessescondutores por uma açãoconjunta com a Polícia Ro-doviária Federal. ●

TRAGÉDIA Itajaí foi um dos municípios mais atingidos pelas chuvas em Santa Catarina

SERVIÇO

Sest/Senat Florianópolis:

(48) 3281-6200

Sest/Senat Blumenau:

(47) 3378-5005

Fetrancesc:

(48) 3248-1104

ADRIANA FRANCIOSI/AG. RBS/AG. O GLOBO

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16070

As novas tecnologiaspara o setor de trans-portes e outros temasimportantes relacio-

nados à atividade transporta-dora foram apresentados du-rante o 13º Etransport (Con-gresso sobre Transporte dePassageiros), realizado pela Fe-transpor (Federação das Em-presas de Transportes de Pas-sageiros do Estado do Rio deJaneiro), entre os dias 12 e 14 denovembro, na Marina da Glória,na capital fluminense.

Cerca de 9.000 pessoas - en-tre congressistas, visitantes e

estudantes - participaram doevento. Eles também marcarampresença na 7ª FetransRio (FeiraRio Transportes), que aconteceusimultaneamente no mesmo lo-cal do Etransport, e no Museudo Transporte. O presidente daCNT, Clésio Andrade, esteve pre-sente na abertura do evento.

Segundo o presidente execu-tivo da Fetranspor, Lélis Teixei-ra, a relevância dessas realiza-ções transcende o Estado do Riode Janeiro. “É o maior eventode transporte coletivo do país,palco de discussão de idéias emelhores práticas. Há também a

grande feira da indústria, repre-sentando a cadeia produtiva dotransporte coletivo.”

Durante a 7ª FetransRio, aMercedes-Benz expôs trêschassis de ônibus que estarãodisponíveis no mercado a par-tir de 2009. “Esse evento émuito importante porque é oúnico que agrega todo o pes-soal ligado ao setor de ôni-bus”, disse o supervisor demarketing da empresa, Cons-tantinos Valtas. As empresasCaio Induscar, Marcopolo eScania também estiverampresentes no evento.

Entre as atividades realiza-das nos auditórios, o Despo-luir - Programa Ambiental doTransporte - promoveu um fó-rum sobre gestão ambiental.Também houve discussões so-bre temas como transporteilegal e segurança pública eresponsabilidade social cor-porativa.

Nesta edição, o congressohomenageou os cem anos deserviço regular de ônibus noBrasil, que começou no Rio deJaneiro. Segundo o presidenteda Fetranspor, houve umapreocupação em se valorizar

PRESENÇAMACIÇAEVENTOS NO RIO DE JANEIRO RECEBEM 9.000 PARTICIPANTES

E HOMENAGEIAM OS CEM ANOS DO ÔNIBUS NO BRASIL

POR CYNTHIA CASTRO

ETRANSPORT/FETRANSRIO

CONGRESSO Lélis Teixeira

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 71

aspectos culturais relaciona-dos ao transporte, buscandorecuperar a memória do setor.

Para isso, até crianças fo-ram atraídas ao Museu doTransporte, onde puderamapreciar miniaturas de ôni-bus, que contam a história dosetor desde a invenção daroda até os dias atuais. Houveainda o lançamento pela Fe-transpor de dois livros: “OTransporte na Mídia do Rio deJaneiro” e “100 Anos deÔnibus no Rio de Janeiro - UmPasseio no Tempo”.

Também na programação

do Etransport, os rodoviáriosque mais se destacaram nasempresas de ônibus do Esta-do do Rio de Janeiro foramhomenageados com o PrêmioAlberto Moreira.

O presidente do ConselhoAdministrativo da Fetranspor,José Carlos Lavouras, ressal-tou a relevância do evento aoreunir pessoas ligadas ao se-tor para se discutir novasidéias e aprimorar a atividade.

Na opinião de Lélis Teixei-ra, “foi muito importante aparticipação de entidadescomo a CNT, a NTU (Associa-ção Nacional das Empresas deTransportes Urbanos), a ANTP(Associação Nacional deTransportes Públicos) e oSest/Senat (Serviço Social doTransporte/Serviço Nacionalde Aprendizagem do Trans-porte)”.

Durante o evento, a Fe-transpor fez alguns lança-mentos oficiais como a UCT(Universidade Corporativa doTransporte) e a Central de Re-lacionamento com os Clien-tes. Segundo Teixeira, aindaeste ano a central deve estarfuncionando com um número0800, para o qual os passa-geiros poderão telefonar e fa-zer críticas e sugestões. Tam-bém haverá um canal abertode comunicação via Internet.Os ônibus do Rio de Janeirocircularão com a frase “Como

FAUSTO FLEURY/FETRANSPOR/DIVULGAÇÃO

CNT debate gestão ambientalDESPOLUIR

O Fórum Gestão Ambien-tal no Transporte - Despoluirlotou o auditório 3 do 13ºEtransport, no Rio de Janei-ro. A primeira palestra,“Despoluir: Um Ano de Re-sultados”, mostrou algumasiniciativas do programa daCNT, desde o lançamento.Entre elas, o projeto de “In-centivo ao Uso de EnergiaLimpa pelo Setor Transpor-tador”, o “Ônibus Amigo doMeio Ambiente” e o de “Re-dução de Emissão de Po-luentes pelos Veículos”.Neste último, 4.000 empre-sas já participaram.

No projeto “Trabalhado-res em Transporte para oMeio Ambiente”, cerca de5.000 profissionais foramcapacitados. “Percebemos anecessidade de engajartodo o setor de transportena luta pelo meio ambientee buscamos envolver o se-tor pela busca do desenvol-vimento sustentável”, dissea coordenadora de projetosespeciais da CNT, Marilei Me-nezes, mediadora do fórumdo Despoluir.

Marilei ressaltou que noBrasil o setor de transportesé o segundo maior emissorde CO2, responsável por 9%desse tipo de poluição. Osdesmatamentos e queima-das ocupam o primeiro lu-gar, com 75% das emissões.

Apesar de a porcentagemdo setor transportador es-tar longe do líder do ran-king, Marilei afirma que issonão diminui a necessidadede se reunir esforços paramelhorar o cenário. “O obje-tivo (do Despoluir) é engajarempresários, caminhonei-ros, taxistas, trabalhadoresem transportes e a socieda-de em geral pela luta domeio ambiente.”

As outras palestras fo-ram sobre: “Gestão Am-biental no Transporte - ISO14.000”, “Gestão dePneus”, “Gestão de ÓleosLubrificantes Usados”,“Gestão de Baterias” e“Reuso da Água”. O profes-sor da USP (Universidadede São Paulo), IvanildoHespanhol, ressaltou que aeconomia de água de umaempresa no processo delavagem de veículos podeser de 70% a 90% se forimplantado um processode reutilização do recurso.

“Esse benefício de seusar a água com mais parci-mônia e emitir menosefluentes é extremamentebenéfico do ponto de vistada imagem da empresa.Hoje, muitas empresas es-tão deixando de investir empropaganda e marketingpara investir em imagemambiental”, disse.

destacou a importância do evento no Rio

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16072

Unidade do Rio firma parceria com indústria SEST/SENAT

Em cidades como o Riode Janeiro, onde o calor éintenso, o tráfego de ôni-bus urbanos com ar-condi-cionado tem ganhado espa-ço. Entretanto, com a novademanda no setor, aindafaltam profissionais paradar manutenção nos equi-pamentos, conforme infor-ma o diretor do Sest/SenatRio de Janeiro - Deodoro(unidade da capital), Edél-cio Tirado Luduvice.

Para tentar suprir essa di-ficuldade, foi firmada umaparceria que permitirá a for-mação de mão-de-obra nessaárea. A unidade Deodoro assi-nou um acordo de coopera-ção com a empresa Busscar(fabricante de carrocerias ro-doviárias) e com a Climabuss(especializada em refrigera-ção de ônibus). A assinaturaaconteceu durante a 7ª Fe-transRio e o 13º Etransport. Otrabalho do Sest/Senat foi de-monstrado em um estandeno evento.

Pelo acordo, um conjun-to completo de refrigera-ção por ar-condicionadomontado em uma parte decarroceria de ônibus foidoado ao Sest/Senat paraser usado nos cursos deformação de mecânicos.

Os alunos vão aprendercomo funcionam todos osequipamentos do sistema derefrigeração de um veículo. Se-gundo Luduvice, o treinamentocomeça ainda neste ano e asempresas interessadas devemprocurar o Sest/Senat.

“Também serão convida-dos a participar os alunos emdestaque no programa Jo-vem Aprendiz, de formaçãode mecânico eletricista”, dis-se. O diretor do Sest/Senatafirmou que o uso de ar-con-dicionado em ônibus urbanos

tem se expandido no Rio deJaneiro e também em outrasgrandes cidades.

O sistema de refrigeraçãoé um aliado para dar maisconforto aos usuários e traba-lhadores do transporte e paraoferecer uma alternativa aotransporte individual, segun-do Luduvice. Os mecânicosformados poderão atuar ain-da no setor de cargas. O ar-condicionado está presentenão só na cabine do caminhãocomo nos veículos de cargafrigorífica, por exemplo.

CONVÊNIO Miguel Jorge Cileta, José Carlos dos Reis e Júlio Lopes (da esq. para dir., sentados)

estou dirigindo” e o númerodo telefone 0800.

A Universidade Corporativado Transporte é uma institui-ção voltada para a educação etreinamento de funcionáriosdas empresas de transportede passageiros do Estado doRio de Janeiro. De acordo coma assessoria da Fetranspor, aUCT tem como um dos princí-pios básicos operar em parce-ria com os sindicatos das em-presas de transporte de pas-sageiros e com o sistemaSest/Senat. ●

SEST/SENAT/RIO DE JANEIRO/DIVULGAÇÃO

Apartir desta edição, arevista TransporteAtual passa a publicardados mais completos

sobre os números do setor, alémda já tradicional estatísticamensal do Idet (Índice de De-sempenho Econômico do Trans-porte). A seção passará a deno-minar-se Números do Setor e iráocupar quatro páginas fixas napublicação. O conteúdo abrangeuma vasta gama de informações

relativas ao transporte de car-gas e de passageiros, nos mo-dais rodoviário, aquaviário, fer-roviário e aeroviário.

Consolidados pelo corpo téc-nico da CNT, os números permi-tirão uma visão mais ampla deum dos mais importantes seg-mentos da atividade econômicanacional, que emprega 2,5 mi-lhões de pessoas e movimentacerca de 6,5% do PIB (ProdutoInterno Bruto) nacional.

A seção apresenta ainda o Bole-tim Despoluir, com informações es-pecíficas de interesse ambiental.Esse boletim mostra a evoluçãodos números de aferições feitaspelo Despoluir - Programa Ambien-tal do Transporte, que desde 2007oferece gratuitamente às empre-sas a medição de emissão de po-luentes em sua frota, orientando-as sobre práticas ecologicamentecorretas. O boletim acompanhatambém, entre outros, o consumo

de óleo diesel no Brasil, os dadossobre a emissão de CO2 e os teoresde enxofre no combustível dosprincipais países do mundo.

A primeira página permanececom os dados estatísticos do Idetanalisados pelos técnicos da CNT.Na página seguinte, o leitor encon-trará o Boletim Estatístico, com nú-meros consolidados e atualizadosmensalmente da infra-estrutura eda composição de todos os modaisde transporte. A seguir, vêm os da-dos referentes à economia, na se-ção Boletim Econômico, com infor-mações sobre os investimentos fe-derais em infra-estrutura e os nú-meros de arrecadação da Cide(Contribuição de Intervenção noDomínio Econômico), o que permi-tirá o acompanhamento da evolu-ção da arrecadação federal comum dos tributos que mais pesamna composição da planilha de cus-tos do transportador - o combustí-vel. Ali estarão, ainda, dados daconjuntura macroeconômica.

Os números, atualizadosmensalmente pela equipe técni-ca da CNT, estarão disponíveis, apartir de dezembro, também napágina da CNT na Internet(www.cnt.org.br).

TRANSPORTADOR PASSA A CONTAR COM DADOS ESTATÍSTICOS MAISCOMPLETOS, ATUALIZADOS MENSALMENTE POR TÉCNICOS DA CNT

NOVO SERVIÇO

ALEX

RIB

EIRO

/FUT

URA

PRES

S

NÚMEROS

O

EMSETOR

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16074

IDET

Os bons resultados da economia emsetembro e outubro - cuja continui-dade é hoje uma incógnita - são oprincipal fator a explicar o desempe-

nho positivo do transporte de cargas e passa-geiros no período.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística), a taxa média de de-semprego em outubro nas grandes regiõesmetropolitanas foi de 7,5%, a menor de 2008e muito inferior ao índice de 8,7% registradono mesmo mês de 2007.

Nesse mês, o crescimento no transportecoletivo urbano foi de 3,3%; no rodoviário in-termunicipal, 4%; no rodoviário interesta-dual, 3,3%; e no transporte metro-ferroviário,2,3%. Os dados acumulados de janeiro a ou-tubro continuam a superar o acumulado nomesmo período de 2007, como mostram astabelas desta página.

Também com base nos dados do IBGE, ve-rifica-se que a produção industrial média atésetembro deste ano foi 6,5% maior do que amédia para o mesmo período do ano anterior,além do fato de que cresceu 9,8% em relaçãoa agosto. Já a safra agrícola (cereais, legumi-nosas e oleaginosas), segundo dados apura-dos até outubro, apresenta a perspectiva deser 9,4% maior do que a de 2007. Como refle-xo direto desse desempenho da indústria e daagricultura, o transporte rodoviário de cargasapresentou crescimento no mês de 5% nascargas industriais e de 3,1% em outras cargas.

O total acumulado até outubro também supe-ra o acumulado no mesmo período de 2007(confira tabela correspondente).

O transporte ferroviário de cargas acumu-lado de janeiro a setembro é 7,3% maior doque o observado no mesmo período em 2007,apesar de os dados de outubro apontaremqueda de 3% em relação ao mês anterior.

Entretanto, a despeito da boa perfomanceque os números do IBGE indicam, já há sinaisde mudança, para os quais é preciso ficaratento. Segundo a Fenabrave (Federação Na-cional da Distribuição de Veículos Automoto-res), a venda de caminhões em outubro foi de12.100 unidades, apenas 0,5% maior do que ade setembro e inferior aos 12.250 caminhõesvendidos em julho último. Além disso, a ven-da de fertilizantes teve uma queda de 35% nomês de outubro, segundo a Anda (AssociaçãoNacional para a Difusão de Adubos), o quepode afetar a safra agrícola em 2009, fatoque, se confirmado, também poderá afetar di-retamente o desempenho futuro do setortransportador.

O Idet CNT/Fipe-USP é um indicador men-sal do nível de atividade econômica do setorde transporte no Brasil. ●

MODAL RODOVIÁRIO DE CARGASAcumulado no Ano (milhares de toneladas)

PERÍODO INDUSTRIAL VAR. OUTRAS CARGAS VAR. TOTAL VAR.

Até outubro/2007 478,1 - 460,9 - 939,0 -

Até outubro/2008 501,4 4,9% 475,5 3,2% 976,9 4,0%

Fonte: IDET CNT/FIPE

Para esclarecimentos e/ou para download das tabelas do Idet acessewww.cnt.org.br ou www.fipe.org.br

MODAL RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Acumulado até Outubro/2008

TIPO PASSAGEIROS TRANSPORTADOS VAR. 07/08Coletivo Urbano 9.515.330.372 1,7%Intermunicipal 516.032.040 3,5%Interestadual 57.608.179 4,4%

Fonte: IDET CNT/FIPE

Obs.: Variação calculada em relação ao mesmo período de 2007.

MODAL FERROVIÁRIO DE CARGAS

Acumulado no ano (milhares de toneladas)

PERÍODO VOLUME TRANSPORTADO VAR.Até setembro/2007 345,3 -Até setembro/2008 370,5 7,3%

Fonte: IDET CNT/FIPE

MODAL AQUAVIÁRIO DE CARGAS

Acumulado no ano (milhares de toneladas)

PERÍODO VOLUME TRANSPORTADOS VAR.Até setembro/2007 347,9 -Até setembro/2008 401,7 15,5%Fonte: IDET CNT/FIPE

MODAL METRO-FERROVIÁRIO DE PASSAGEIROS

PERÍODO PASSAGEIROS TRANSPORTADO VAR.Até setembro/2007 1.322.679.241 -Até setembro/2008 1.472.401.827 11,3%Fonte: IDET CNT/FIPE

MODAL AEROVIÁRIO DE PASSAGEIROS

PERÍODO PASSAGEIROS TRANSPORTADO VAR.Até outubro/2007 35.223.137 -Até outubro/2008 38.621.146 9,6%

Fonte: IDET CNT/FIPE

INDICADORESSE MANTÊMECONOMIA EM ALTA EM SETEMBRO E OUTUBROASSEGURA BOM RESULTADO DO TRANSPORTE

BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

PAVIMENTADA NÃO PAVIMENTADA TOTAL

Federal 58.152 14.857 73.009 Estadual Coincidente 17.016 7.146 24.162 Estadual 98.377 109.942 208.319 Municipal 22.735 1.274.906 1.297.641Total 196.280 1.406.851 1.603.131

Malha Rodoviária Concessionada 10.803Adminstrada por Iniciativa Privada 9.739Administrada por Operadoras 1.064

FROTA E VEÍCULOS - UNIDADESCaminhão 1.853.746Cavalo mecânico 306.713Reboque 577.093Semi-reboque 501.263Ônibus interestaduais 15.646Ônibus intermunicipais 40.000Ônibus fretamento 25.120Ônibus urbanos 105.000

Nº de terminais rodoviários 173

Fonte: Plano Nacional de Viação PNV 2006 – Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes DNIT

Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT (jul/06)

Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres ANTT 2006

AQUAVIÁRIO

INFRA-ESTRUTURA - UNIDADES

Terminais de uso privativo 42

Portos 40

FROTA MERCANTE - UNIDADES

Embarcações de cabotagem e longo curso 180

HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM

Rede fluvial nacional 42.000

Vias navegáveis 30.000

Navegação comercial 10.000

Fonte: Agência Nacional de Transportes Aquaviários ANTAQ 2006

Fonte: Agência Nacional de Transportes Aquaviários ANTAQ 2007

AEROVIÁRIO

AEROPORTOS - UNIDADES Internacionais 31 Domésticos 36Pequenos e aeródromos 2.498

AERONAVES - UNIDADESA jato 647 Turbo Hélice 1.488Pistão 8.909Total 11.044

Fonte: INFRAERO 2007 e Agência Nacional de Aviação Civil ANAC 2006

Fonte: Agência Nacional de Aviação Civil ANAC 2007

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KMTotal Nacional 29.596 Total Concedido 28.334 Concessionárias 11 Malhas concedidas* 12

MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KMCompanhia Vale do Rio Doce/FCA 9.890 ALL do Brasil S.A. 7.225MRS Logística S.A. 1.674Outras 9.545Total 28.334

MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 90.119Locomotivas 2.492 Carros (passageiros urbanos) 1.670

PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.273Críticas 2.611

VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONALBrasil 25 Km/h EUA 80 Km/h

Agência Nacional de Transportes Terrestres ANTT (relatório 2006) *VALEC é operacionalizada pela Vale do Rio Doce

Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres ANTT (relatório 2006)

Fonte: Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários ANTF 2007 e Ministério das Cidades 2003

Fonte: Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários ANTF 2007

Fonte: AAR - Association of American Railroads

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGASMODAL MILHÕES (TKU)* PARTICIPAÇÃO (%) Rodoviário 465.625 61,1Ferroviário 164.809 20,7Aquaviário 108.000 13,6Dutoviário 33.300 4,2Aéreo 3.169 0,4Total 794.903 100Fonte: Agência Nacional de Transportes Terrestres ANTT 2007* TKU - Tonelada quilômetro útil Fonte: ANTT (2007)

Fonte: Departamento Nacional de Trânsito DENATRAN (jan/2008), *ANTT(2006) e **Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos NTU

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16076

BOLETIM ECONÔMICO OUTUBRO 2008

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTESInvestimentos Liquidados por modal (R$ 1,3 bilhão) - Governo Federal (janeiro a outubro/2008)

Investimentos Federais em Transportes (janeiro a outubro/2008)

Arrecadação X Investimentos Pagos: Recursos da CIDE

CIDE (R$ MILHÕES)Arrecadação no mês 410,00

Arrecadação no ano 5.176,0

Total acumulado desde 2002 51.025,0

Investimentos em transportes pagos com CIDE 17.855,0

(35,0%)

CIDE não utilizada em transportes 32.760,0(65%)

CONJUNTURA MACROECONÔMICA

2007 Atual Expectativapara 2008

Inflação IPCA (%) 4,46 5,23(1) 6,31Câmbio (R$/US$) 1,77 2,11(2) 2,00Selic (%a.a.) 11,25 13,75(3) 13,75PIB (% cres. ao ano) 5,4 2,4(4) 5,23Balança Comercial

40,0 20,8(5) 24,00(US$ bilhões)

Observações:

1 - Inflação acumulada até outubro/2008

2 - Câmbio de fim de período outubro/2008, média entre compra e venda

3 - Meta Taxa Selic conforme Copom 29/10/2008

4 - PIB acumulado até junho/2008

5 - Balança Comercial acumulada até outubro/2008

Fontes: Receita Federal, COFF - Câmara dos Deputados (acumulado até 01/11/2008),

IBGE e Focus - Relatório de Mercado (31/10/08), Banco Central do Brasil.

Para saber mais: www.cnt.org.br/informacoes/pesquisas_bol_economico.asp

Rodoviário

Ferroviário

Aquaviário

Outros

Autorizado Investimento liquidado Total pagoObs.: O total pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos do ano anterior

60

4030

20R$

bilh

ões

100

2002 2003

20042005

20062007

2008

Arrecadação Acumulada

CIDE - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, Lei 10.336 de 19/12/2001. Atualmente é cobrada sobre acomercialização de gasolina (R$ 0,18/liltro) e diesel (R$ 0,03/litro) e a destinação dos recursos engloba o subsídio etransporte de combustíveis, projetos ambientais na indústria de combustíveis e investimentos em transportes.

NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS DO SETOR DE TRANSPORTES BRASILEIRO: R$ 280 BILHÕES (PLANO CNT DE LOGÍSTICA BRASIL - 2008)

5051,0

Investimento Pago Acumulado

17.9

77,6%

8,3%

13,9%

0,2%

12

86

4 R$

bilh

ões

20

1010,2

1,3

4,7

BOLETIM AMBIENTAL DO DESPOLUIR

EMISSÕES DE CO2 NO BRASIL (EM MILHÕES DE TONELADAS)

SETOR CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)

Mudança no uso da terra 776,33 75,40%

Transporte 94,32 9,20%

Industrial 74,07 7,20%

Outros setores 42,51 4,10%

Energia 25,60 2,50%

Processos industriais 16,87 1,60%

Total 1.029,71 100,00%

VEÍCULO CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)

Caminhões 36,65 44,00%

Veículos leves 32,49 39,00%

Comerciais leves - Diesel 8,33 10,00%

Ônibus 5,83 7,00%

Total 83,30 100,00%

MODAL CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)

Rodoviário 83,30 88,30%

Aéreo 6,20 6,60%

Marítimo 3,56 3,80%

Ferroviário 1,26 1,30%

Total 94,32 100,00%

Fonte: Inventário de Emissões, Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT, 2006.

EMISSÕES DE CO2 POR MODAL DE TRANSPORTE

EMISSÕES DE CO2 NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO POR TIPO DE VEÍCULO

TEOR MÁXIMO DE ENXOFRE (S) NO DIESEL*

Japão 10 ppm de SEUA 15 ppm de SEuropa 50 ppm de SBrasil 2000 ppm de S

*Em partes por milhão de enxofre - ppm de SFonte: International Fuel Quality Center - IFQC, 2008.

CONSUMO DE COMBUSTÍVEL NO BRASIL

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR SETOR

SETOR MILHÕES DE m3 PARTICIPAÇÃO (%)Transporte 33,88 79,20%Agropecuário 6,01 14,00%Transformação* 1,70 4,00%Industrial 0,85 2,00%Outros 0,33 0,80%Total 42,78 100,00%

MODAL MILHÕES DE m3 PARTICIPAÇÃO (%)Rodoviário 32,71 96,60%Ferroviário 0,69 2,00%Hidroviário 0,48 1,40%Total 33,88 100,00%

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE

TIPO 2006 2007 2008 (ATÉ SETEMBRO)

Diesel 39.008.397 41.558.180 34.464.588

Gasolina 24.007.633 24.325.449 18.441.619

Álcool 6.186.553 9.366.836 9.443.296

CONSUMO POR TIPO DE COMBUSTÍVEL

Fonte: Agência Nacional de Petróleo, Gás e Bicombustíveis - ANP, 2008.

*Geração de eletricidade.Fonte: Balanço Energético Nacional - BEN, Ministério de Minas e Energia - MME, 2008.

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DASEMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS

NÚMEROS DE AFERIÇÕESATÉ SETEMBRO 2008 OUTUBRO DE 2008 TOTAL

74.347 9.411 83.758

83,50% 82,20% -

Federações participantes 21Unidades de atendimento 56Empresas atendidas 2.097Caminhoneiros autônomos atendidos 1.754

EMISSÕES DE CO2 NO MUNDO* (EM MILHÕES DE TONELADAS)

PAÍS CO2 t/ANO PARTICIPAÇÃO (%)1 - EUA 5.888,70 19,80%2 - China 5.204,80 17,50%3 - União Européia (25) 4.017,10 13,50%4 - Rússia 1.575,30 5,30%5 - Japão 1.304,20 4,40%6 - Índia 1.199,00 4,00%7 - Alemanha 856,60 2,90%8 - Reino Unido 551,30 1,80%9 - Canadá 549,10 1,80%10 - Coréia do Sul 507,00 1,70%19 - Brasil 346,20 1,20%*Excluído mudança no uso da terraFonte: Climate Analysis Indicators Tool – CAIT, World Resources Institute, 2008.

Aprovação no período

ESTRUTURA DO DESPOLUIR

Fonte: Sistema de Informações do Despoluir, Confederação Nacional do Transporte - CNT, 2008.

EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

As teorias sobre a ori-gem da crise da mobi-lidade urbana não sãonovas. Como disse o

britânico Martin Mogridge em1997 (“The self-defeating natureof urban road capacity policy”,na revista “Transportation Po-licy”, nº. 4), aumentar a ofertacomo solução para a saturaçãodo sistema viário pode fazerpiorar as condições que se dese-java aliviar. Com essa linha deargumentação, o autor conde-nava as políticas de aumento dacapacidade viária como formade reduzir os congestionamen-tos. Ou, nas palavras do francêsGabriel Dupuy em 1999 (“Fromthe ‘magic circle’ to ‘automobiledependence’”, na mesma“Transportation Policy”, nº. 6),trata-se do “círculo mágico” quea indústria petrolífera e os en-genheiros rodoviários descobri-ram observando que “o aumen-to no tráfego de automóveis le-vou à expansão da rede viária,assim encorajando os proprietá-rios de carros a dirigir mais,mais pessoas a adquirir carros,mais uma vez um aumento no

PAULO CESAR MARQUES DA SILVA

tráfego foi seguido da expansãoda rede, e assim por diante”.

Essas constatações tambémjá não eram novas quando feitasuma década atrás - já haviamsido antecipadas em 1963, no fa-moso relatório “Traffic in Towns:A Study of the Long Term Pro-blems of Traffic in Urban Areas”,preparado por Colin Buchanan eGeoffrey Crowther para o gover-no britânico.

Não foi a falta de aviso, por-tanto, que nos trouxe onde esta-mos. Também não são novas asreflexões sobre a questão ener-gética e a impossibilidade de uni-versalização do modelo de mobi-lidade baseado na propriedade euso do automóvel - ver, porexemplo, os textos da década de70 de André Gorz e Ivan Illich reu-nidos no excelente livro “Apoca-lipse Motorizado”. (org. Ned Ludd,Conrad Editora).

O fato é que, a despeito detudo que já se falava sobre a ex-pansão desenfreada da culturado automóvel, nossas cidadescontinuaram a crescer sem con-siderar seus efeitos. O que fazeragora? Quais são os caminhos

para melhorar a mobilidade nasgrandes cidades?

Não há como enfrentar o pro-blema com a seriedade que o as-sunto requer sem radicalizar, ouseja, sem ir à raiz do problema,que já foi revelada há muito tem-po, como vimos, por gente comoBuchanan e Crowther, Illich eGorz, Dupuy e Mogridge. Quais-quer que sejam as soluções paraa crise de mobilidade nas gran-des cidades, elas passam poremancipá-las da dependência doautomóvel.

O princípio da mobilidadesustentável, que preconiza apriorização das pessoas em re-lação aos veículos, dos veículosnão motorizados em relaçãoaos motorizados e dos modoscoletivos sobre os individuaisde transporte, precisa ser leva-do a sério. Para tanto, é impres-cindível melhorar a qualidadedo transporte público e o am-biente da circulação a pé e debicicleta. Mas isso só não basta- tais ações só terão efeito seforem combinadas com medi-das efetivas de restrição ao usodo automóvel.

DEBATE COMO MELHORAR A MOBILIDADE NAS GRANDES CIDADES?

PAULO CESAR MARQUES DA SILVAProfessor da UnB (Universidade deBrasília), mestrado em engenhariade transportes pela UFRJ edoutorado em transport studiespela University College London

É imprescindível melhorar aqualidade do sistema público

“QUAISQUER QUE SEJAM AS SOLUÇÕES PARA A CRISE DA MOBILIDADE,ELAS PASSAM POR EMANCIPÁ-LAS DA DEPENDÊNCIA DO AUTOMÓVEL”

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16078

Édesnecessário descreveros problemas relaciona-dos à mobilidade urbanaque afligem atualmente

os moradores das cidades brasi-leiras, principalmente as maio-res. Já são bastante conhecidosos congestionamentos, a polui-ção e os acidentes que ocorremdiariamente, não somente noshorários de pico, mas durantequase todo o dia. O que resta aser discutido são as possíveis so-luções para minorar esses pro-blemas, que, por sua vez, tam-bém já são conhecidas. A melho-ria do transporte coletivo (e,quando for o caso, do transportede massa) e o incentivo à utiliza-ção de modos não motorizados(bicicletas e a pé) são apontadoscomo os caminhos para que ascidades possam começar a ofe-recer aos seus habitantes umamobilidade mais sustentável euma melhor qualidade de vida.

Paralelamente devem ser im-plantadas políticas públicas quedesestimulem o uso do veículomotorizado individual (restri-ções de uso em determinadosdias e horários e mesmo os pe-

SUELY SANCHES

gentes nas áreas de saúde, edu-cação, segurança etc. Será quehá recursos para todas essasnecessidades?

Alguma infra-estrutura paramobilidade urbana poderia serfinanciada através da cobrançapelo uso das vias (os pedágiosurbanos). Isso requer dos admi-nistradores que assumam umapolítica antipática para muitos,mas que pode lhes render reco-nhecimento futuro como aconte-ceu com os prefeitos HenriquePeñalosa (em Bogotá) e Ken Li-vingstone (em Londres). O queparece mais fácil de implantarem curto prazo são as melhoriaspara pedestres e ciclistas. Se ascidades dispuserem de espaçoscom qualidade para a circulaçãodos modos não motorizados,pode-se esperar que as pessoascomecem a fazer seus percursosdiários (ao menos os mais cur-tos) por meio desses modos ati-vos. Além de colaborar para a di-minuição dos veículos em circu-lação, a caminhada e o ciclismopodem colaborar também parareduzir a epidemia de obesidadeque assola o mundo atual.

SUELY SANCHESProfessora do departamento deengenharia civil da UFSCar(Universidade Federal de SãoCarlos-SP)

Desestimular a utilizacão doveículo motorizado individual

“O ESPAÇO EXISTENTE PARA CIRCULAÇÃO NAS VIAS URBANAS ÉFINITO E JÁ NÃO DISPÕE DE CAPACIDADE PARA MAIS VEÍCULOS”

dágios urbanos). Nenhuma des-sas medidas é muito simpáticaaos usuários de automóveis e,certamente, não são aceitassem protestos. O que precisaser reconhecido, no entanto, éque o espaço existente para cir-culação nas vias urbanas é fini-to e já não dispõe de capacida-de para mais veículos.

Por outro lado temos as polí-ticas econômicas nacionais queincentivam a compra de automó-veis por meio de facilidades parafinanciamento. Esse processotem colocado nas ruas das cida-des brasileiras milhares de novosveículos por dia. Resta esperar odia em que todos vão ficar para-dos definitivamente nos engar-rafamentos. O ideal seria que ascidades tivessem capacidade fi-nanceira para investir no trans-porte coletivo (metrô para asmetrópoles, VLTs e corredoresexclusivos para ônibus nas cida-des um pouco menores).

Isso requer que as adminis-trações municipais atribuam aessas obras a prioridade devida,mesmo sabendo que existemoutras demandas também ur-

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 79

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 160 81

CLÉSIO ANDRADE

“O desafio maior colocado é contemplar todas as diferenças comsoluções que satisfaçam os transportadores brasileiros e do Mercosul”

OPINIÃO

este segundo semestre, o Brasil está empleno exercício da presidência Pro Tem-pore do Mercosul. A integração econômi-ca desejada entre os países do Cone Sulcaminha a passos lentos, sem que solu-ções mais efetivas tenham sido acorda-

das. Desde a constituição do processo entreBrasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, em 1991,a atividade transportadora brasileira continuasofrendo as agruras de estrangeiros malquis-tos no instante que atravessam as fronteiras.

Ocorreram avanços, mas faltam definir eaprofundar aspectos que tratam da elimina-ção de barreiras tarifárias e não-tarifárias,adoção de TEC (Tarifa Externa Comum), políti-cas macroeconômicas conjuntas, livre circula-ção de capitais e mão-de-obra, livre comérciode serviços. Até então, tudo de prático que seretirou dos encontros de cúpula não foi sufi-ciente para diminuir os transtornos dos trans-portadores brasileiros.

Em 2007, o vencedor do Grande Prêmio CNTde Jornalismo, o jornalista Rodrigo Cavalheiro,na época, repórter do jornal gaúcho “ZeroHora”, denunciava, em sua reportagem intitu-lada “Propina na Ruta 14”, como funcionavauma rede de corrupção, com extorsão e intimi-dação física contra motoristas brasileiros, porpoliciais rodoviários argentinos.

A reportagem repercutiu até o momento dademissão de alguns policiais diretamente en-volvidos, mas não o bastante para acabar com

a extorsão e a violência contra os caminhonei-ros brasileiros. Nos últimos dois meses foramrelatadas agressões físicas. O ponto de partidada violência policial é sempre as diferentes le-gislações, altura máxima do veículo, tipos depneus, luzes externas sinalizadoras etc.

O maior número de problemas, sem dúvida,está no modal rodoviário, considerando que70% do transporte na região é feito pelas es-tradas. Mas há problemas com a integraçãoferroviária e aquaviária também.

Com a presidência Pro Tempore, o governobrasileiro está prometendo atenção à integra-ção produtiva e o importante apoio ao parla-mento do Mercosul. A legislação comum traráa uniformização de procedimentos e uma de-fesa concreta contra o assédio imoral e todo oconstrangimento que os transportadores bra-sileiros são vítimas nos países vizinhos doMercado Comum do Sul.

Para nós da CNT, a expectativa pelas mu-danças não são poucas, em razão das deman-das com a consolidação do comércio juntoaos países vizinhos. Reconhecemos os avan-ços que estão ocorrendo, como a proposta deunificação da altura dos veículos nos paísesque compõem o bloco, o aumento do peso dacarga transportada e outras mais. Mas o desa-fio maior colocado é contemplar todas as di-ferenças com soluções que satisfaçam plena-mente os transportadores brasileiros e doMercosul.

NMercosul - E a integração?

CNT TRANSPORTE ATUAL EDIÇÃO 16082

DESABAFO

Eu sou esposa de caminhoneiro e estamos passando por muita dificuldade. Meu marido, Luiz Cezar Lima Teixeira, recebetodo mês a revista TransporteAtual, e eu estava lendo asreportagens e resolvi escreveresta carta pedindo ajuda. Meumarido tem 50 anos, e já faz 29anos que ele é caminhoneiro. Eletem um caminhão 1981, muitovelho, que tem dado muitosproblemas no motor. Só este ano quebrou várias vezes, e as peças são muito caras. Cada vez que quebra o motor, oconserto fica sempre na faixa de R$ 8.000 a R$ 15 mil. Ele termina de pagar um conserto eo caminhão quebra novamente.O caminhão já ficou três semanas parado em um postode gasolina na estrada de BeloHorizonte, esperando o motorficar pronto. O conserto ficou em R$ 15 mil, meu marido queriapagar o conserto parcelado emdez vezes, mas o mecânico nãoaceitou porque o meu maridoestá com o nome no SPC, e àvista ele não tem esse dinheiro.Eu sofro muito com essa situação, porque meu maridofica às vezes dois meses viajando, sem poder vir em casa, para poder pagar as contas que são muitas.Ultimamente, ele está trabalhando somente para

pagar as contas do caminhão enão tem lucro nenhum. Há dezanos atrás ele sofreu um acidente com o caminhão epara pagar as contas tivemosque hipotecar nossa casa pelaCaixa Econômica, e ele pagatodo mês R$ 500 deprestação, às vezes chega aficar três meses sem pagar,quando o caminhão está noconserto Eu sou costureira e minha vida é muito difícil, oque eu ganho ajudo com asdespesas de casa, e assim não dá para ajudá-lo a pagar as contas. Peço desculpas por estar enviando este tipo de carta.

Clemilda Cunha Teixeira(Mimoso do Sul - ES)

AGRADECIMENTO

O general do Exército MariusTeixeira Neto, comandante militar do Nordeste, agradece aovice-presidente Newton Gibson oenvio do Plano CNT de Logística,cumprimenta e parabeniza peloexcelente conteúdo publicado, desejando sucesso nas realizações pessoais e profissionais.

DOS LEITORES

Escreva para CNT TRANSPORTE ATUALAs cartas devem conter nome completo, endereço e telefone dos remetentes

CARTAS PARA ESTA SEÇÃO

Rua Eduardo Lopes, 59131230-200 - Belo Horizonte (MG)Fax (31) 2551-7797E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão selecionadas e poderão sofrer cortes

[email protected]

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

PRESIDENTEClésio Soares de Andrade

PRESIDENTE DE HONRA DA CNTThiers Fattori Costa

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte RodriguesTRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Meton Soares JúniorTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Marco Antonio GulinTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José Fioravanti

PRESIDENTES DE SEÇÃO E VICE-PRESIDENTES DE SEÇÃOTRANSPORTE DE PASSAGEIROS

Otávio Vieira da Cunha Filho Ilso Pedro Menta TRANSPORTE DE CARGAS

Flávio BenattiAntônio Pereira de SiqueiraTRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

José da Fonseca Lopes

Mariano Costa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

Glen Gordon Findlay

Hernani Goulart Fortuna

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Rodrigo Vilaça

TRANSPORTE AÉREO

Wolner José Pereira de Aguiar

José Afonso Assumpção

CONSELHO FISCAL (TITULARES)

David Lopes de Oliveira

Éder Dal’lago

Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

CONSELHO FISCAL (SUPLENTES)

Waldemar Araújo

André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Jacob Barata Filho

José Augusto Pinheiro

Marcus Vinícius Gravina

Tarcísio Schettino Ribeiro

José Severiano ChavesEudo Laranjeiras CostaAntônio Carlos Melgaço KnitellAbrão Abdo IzaccFrancisco Saldanha BezerraJerson Antonio PicoliJosé Nolar SchedlerMário Martins

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Eduardo Ferreira Rebuzzi

Paulo Brondani

Irani Bertolini

Pedro José de Oliveira Lopes

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emílio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Viana

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS, DE PESSOAS E DE BENS

Edgar Ferreira de SousaJosé Alexandrino Ferreira NetoJosé Percides RodriguesLuiz Maldonado MarthosSandoval Geraldino dos SantosDirceu Efigenio ReisÉder Dal’ LagoAndré Luiz CostaMariano CostaJosé da Fonseca LopesClaudinei Natal PelegriniGetúlio Vargas de Moura BraatzNilton Noel da RochaNeirman Moreira da Silva

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO, FERROVIÁRIO E AÉREO

Luiz Rebelo Neto

Paulo Duarte Alecrim

André Luiz Zanin de Oliveira

Moacyr Bonelli

José Carlos Ribeiro Gomes

Paulo Sergio de Mello Cotta

Marcelino José Lobato Nascimento

Ronaldo Mattos de Oliveira Lima

José Eduardo Lopes

Fernando Ferreira Becker

Pedro Henrique Garcia de Jesus

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Eclésio da Silva