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Geografia

Agricultura brasileira e concentração fundiária

Resumo

Estrutura fundiária e concentração de terras

A estrutura fundiária corresponde a forma que a terra está distribuída. No Brasil é possível observar uma

enorme concentração nessa distribuição, o que chamamos de concentração fundiária. Segundo dados do

IBGE, aproximadamente 1% dos proprietários agrícolas detém aproximadamente 46% das terras usadas para

produção agropecuária no país.

Capitanias hereditárias

Essa concentração da estrutura fundiária possui raízes históricas. Um primeiro fator que ajuda a explicar isso

foi o sistema de Capitanias Hereditárias. Escolhido como um recurso administrativo por Portugal para

gerenciar uma região de proporções continentais, as Capitanias eram administradas pelos donatários,

pessoas próximas e de confiança da Coroa Portuguesa. Eles poderiam escolher outras pessoas para ajudar

nesse processo. Essas pessoas, beneficiários, recebiam porções de terra em forma de doação. Para regular

esse sistema foram criadas as Sesmarias. Assim o acesso à terra dependia da sua proximidade com a Coroa

Portuguesa.

Lei de Terras de 1850

Um segundo fator foi a Lei de Terras de 1850, que transformou a terra em propriedade. Agora ela precisava

ser registrada e só podia ser comprada ou vendida. No Brasil do século XIX, aqueles que tinham capacidade

para isso já eram proprietários terras, o que foi aumentando a concentração.

Modernização conservadora

Já no século XX o processo de modernização conservadora, isto é, de mecanização do campo sem alterar

sua estrutura fundiária, intensificou a concentração, pois diminuiu a competitividade do pequeno e médio

produtor forçando a migrar para cidade em busca de emprego, esse fluxo populacional é denominado êxodo

rural

Agricultura brasileira

Atualmente, com avanço do agronegócio é possível observar uma queda da participação da agricultura

familiar e mais um período de crescimento da concentração fundiária, o que acaba intensificando os conflitos

no campo, principalmente na região do MAPITOBA (acrônimo de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) e do

Bico do Papagaio. Cabe destacar que o agronegócio é muito importante para economia brasileira e está

organizado, principalmente, entorno do Complexo Agroindustrial, isto é, junção da agricultura mais indústria.

Esse complexo pode ser dividido em três etapas: A indústria de insumos (tratores, adubos e fertilizantes), a

agricultura e agropecuária e a indústria de beneficiamento (transformação do produto).

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Exercícios

1. (Enem 2018) A agricultura ecológica e a produção orgânica de alimentos estão ganhando relevância

em diferentes partes do mundo. No campo brasileiro, também acontece o mesmo. Impulsionado

especialmente pela expansão da demanda de alimentos saudáveis, o setor cresce a cada ano, embora

permaneça relativamente marginalizado na agenda de prioridades da política agrícola praticada no

país. AQUINO, J. R.; GAZOLLA, M.; SCHNEIDER, S. In: SAMBUICHI, R. H. R. et al. (Org.). A política nacional de agroecologia e

produção orgânica no Brasil: uma trajetória de luta pelo desenvolvimento rural sustentável. Brasília: Ipea, 2017 (adaptado).

Que tipo de intervenção do poder público no espaço rural é capaz de reduzir a marginalização produtiva

apresentada no texto?

a) Subsidiar os cultivos de base familiar.

b) Favorecer as práticas de fertilização química.

c) Restringir o emprego de maquinário moderno.

d) Controlar a expansão de sistemas de irrigação.

e) Regulamentar o uso de sementes selecionadas.

2. (Enem 2017 PPL)A expansão da fronteira agrícola chega ao semiárido do Nordeste do Brasil com a

implantação de empresas transnacionais e nacionais que, beneficiando-se do fácil acesso à terra e

água, se voltam especialmente para a fruticultura irrigada e o cultivo de camarões. O modelo de

produção do agro-hidronegócio caracteriza-se pelo cultivo em extensas áreas, antecedido pelo

desmatamento e consequente comprometimento da biodiversidade. Disponível em: www.abrasco.org.br. Acesso em: 22 out. 2015 (adaptado).

As atividades econômicas citadas no texto representam uma inovação técnica que trouxe como

consequência para a região a

a) intensificação da participação no mercado global.

b) ampliação do processo de redistribuição fundiária.

c) valorização da diversidade biológica.

d) implementação do cultivo orgânico.

e) expansão da agricultura familiar.

3. (Enem 2017) Com a Lei de Terras de 1850, o acesso à terra só passou a ser possível por meio da

compra com pagamento em dinheiro. Isso limitava, ou mesmo praticamente impedia, o acesso à terra

para os trabalhadores escravos que conquistavam a liberdade. OLIVEIRA, A. U. Agricultura brasileira: transformações recentes. In: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp.

2009.

O fato legal evidenciado no texto acentuou o processo de

a) reforma agrária.

b) expansão mercantil.

c) concentração fundiária.

d) desruralização da elite.

e) mecanização da produção.

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4. (Enem 2016) Durante as três últimas décadas, algumas regiões do Centro-Sul do Brasil mudaram do

ponto de vista da organização humana, dos espaços herdados da natureza, incorporando padrões que

abafaram, por substituição parcial, anteriores estruturas sociais e econômicas. Essas mudanças

ocorreram, principalmente, devido à implantação de infraestruturas viárias e energéticas, além da

descoberta de impensadas vocações dos solos regionais para atividades agrárias rentáveis. AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003

(adaptado).

A transformação regional descrita está relacionada ao seguinte processo característico desse espaço

rural:

a) Expansão do mercado interno.

b) Valorização do manejo familiar.

c) Exploração de espécies nativas.

d) Modernização de métodos produtivos.

e) Incorporação de mão de obra abundante.

5. (Enem 2019) O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está

investigando o extermínio de abelhas por intoxicação por agrotóxicos em colmeias de São Paulo e

Minas Gerias. Os estudos com inseticidas do tipo neonicotinoides devem estar concluídos no primeiro

semestre de 2015. Trata-se de um problema de escala mundial, presente, inclusive, em países do

chamado primeiro mundo, e que traz, como consequência, grave ameaça aos seres vivos do planeta,

inclusive ao homem. IBAMA. Polinizadores em risco de extinção são ameaça à vida do ser humano. Disponível em: www.mma.gov.br. Acesso em:

10 mar. 2014.

Qual solução para o problema apresentado garante a produtividade da agricultura moderna?

a) Preservação da área de mata ciliar.

b) Adoção da prática de adubação química.

c) Utilização da técnica de controle biológico.

d) Ampliação do modelo de monocultura tropical.

e) Intensificação da drenagem do solo de várzea.

6. (Enem 2014 PPL)

GIRARDI, E. R. Atlas da questão agrária brasileira. Disponível em: www.fct.unesp.br. Acesso em: 7 ago. 2012 (adaptado).

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A formação do território da soja no Brasil refletiu a seguinte característica espacial:

a) Inclusão de regiões com elevadas concentrações populacionais.

b) Incorporação de espaços com baixa fertilidade natural dos solos.

c) Integração com espaços de consolidação de reservas extrativistas.

d) Necessidade de proximidade física com os principais portos do país.

e) Reutilização de áreas produtivas decadentes da tradicional cultura canavieira.

7. (Enem 2018 PPL) Ao longo dos últimos 500 anos, o Brasil viu suas fronteiras do litoral expandirem-se

para o interior. É apenas lógico que a Amazônia tenha sido a última fronteira a ser conquistada e

submetida aos ditames da agricultura, pecuária, lavoura e silvicultura. A incorporação recente das áreas

amazônicas á exploração capitalista tem resultado em implicações problemáticas, dentre elas a

destruição do rico patrimônio natural da região. NITSCH, M. O futuro da Amazônia: questões criticas, cenários críticos. Estudos Avançados, n. 46, dez. 2002.

Na situação descrita, a destruição do patrimônio natural dessa área destacada é explicada pelo(a)

a) distribuição da população ribeirinha.

b) patenteamento das espécies nativas.

c) expansão do transporte hidroviário.

d) desenvolvimento do agronegócio.

e) aumento da atividade turística.

8. (Enem 2019) Localizado a 160 km da cidade de Porto Velho (capital do estado de Rondônia), nos limites

da Reserva Extrativista Jaci-Paraná e Terra Indígena Karipunas, o povoado de União Bandeirantes

surgiu em 2000 a partir de movimentos de camponeses, madeireiros, pecuaristas e grileiros que, à

revelia do ordenamento territorial e diante da passividade governamental, demarcaram e invadiram

terras na área rural fundando a vila. Atualmente, constitui-se na região de maior produção agrícola e

leiteira do município de Porto Velho, fornecendo, inclusive, alimentos para a Hidrelétrica de Jirau. SILVA, R. G. C. Amazônia globalizada - o exemplo de Rondônia. Confins, n. 23, 2015 (adaptado).

A dinâmica de ocupação territorial descrita foi decorrente da

a) mecanização do processo produtivo.

b) adoção da colonização dirigida.

c) realização de reforma agrária.

d) ampliação de franjas urbanas.

e) expansão de frentes pioneiras.

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9. Observe a figura a seguir

Disponível em: www.cetecambiental.eco.br. Acesso em: 5 ago. 2018.

“A chamada modernização do campo é a fase mais evoluída da agricultura e da pecuária, apresentando

elevado grau de integração com a indústria, com os capitais ou investimentos e com a ciência.” COELHO, Marcos de Amorim; TERRA, Lygia. Geografia geral: o espaço natural e socioeconômico. São Paulo: Moderna, 2001,

p. 388.

A modernização do campo no espaço geográfico brasileiro está relacionada, respectivamente, aos

seguintes impactos ambiental e social:

a) recuperação dos solos e execução de uma política de reforma agrária

b) inversão térmica e redução da fome com a produção dos transgênicos

c) perda da biodiversidade e concentração da propriedade fundiária

d) aumento do reflorestamento e promoção da legislação trabalhista no campo

e) erosão do solo e desconcentração fundiária devido à facilidade do crédito rural

10. (Enem 2009) Apesar do aumento da produção no campo e da integração entre a indústria e a

agricultura, parte da população da América do Sul ainda sofre com a subalimentação, o que gera

conflitos pela posse de terra que podem ser verificados em várias áreas e que frequentemente chegam

a provocar mortes. Um dos fatores que explica a subalimentação na América do Sul é

a) a baixa inserção de sua agricultura no comércio mundial.

b) a quantidade insuficiente de mão de obra para o trabalho agrícola.

c) a presença de estruturas agrárias arcaicas formadas por latifúndios improdutivos.

d) a situação conflituosa vivida no campo, que impede o crescimento da produção agrícola.

e) os sistemas de cultivo mecanizado voltados para o abastecimento do mercado interno.

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Gabarito

1. A No Brasil, a agricultura familiar é a principal responsável pela produção voltada para o mercado interno. A produção orgânica é, geralmente, desenvolvida por esses estabelecimentos familiares. Nesse contexto, subsidiar os cultivos de base familiar seria a melhor opção para estimular a expansão desse tipo de cultivo.

2. A A questão apresenta termos como “empresas transnacionais e nacionais” e “agro-hidronegócio”, que apontam para um contexto da agricultura após a Revolução Verde, no qual a agricultura passou por uma modernização produtiva (formação de Complexos Agroindustriais – CAIs). Tal modernização possibilitou a ampliação da produção, principalmente commodities, destinada ao mercado externo.

3. C A Lei de Terras de 1850, como mencionado no texto, definiu que o acesso à terra só poderia se dar por meio de compra. Por conta disso, pobres, imigrantes e negros livres ficaram excluídos, o que contribuiu para a expansão da concentração fundiária.

4. D O Mato Grosso é considerado o coração do agronegócio do Brasil. As novas formas produtivas expandiram a fronteira agrícola do Sul em direção ao Centro Oeste. Hoje, essa contínua expansão já ameaça a Amazônia. Essa transformação regional só foi possível pela implementação de tecnologia e modernização dos métodos produtivos.

5. C O comando da questão pede uma solução que não afete a produtividade da agricultura moderna.Tendo em vista os sistemas agroecológicos, é possível realizar um controle biológico, a fim de reduzir as pragas, sem afetar as outras espécies como os agrotóxicos químicos fazem.

6. B A formação do território da soja no Brasil incorporou áreas com solos de baixa fertilidade, como no caso dos solos lixiviados da Amazônia, ácidos do Centro-Oeste e laterizados do Nordeste.

7. D O avanço da fronteira agrícola sobre a Amazônia decorrente do desenvolvimento do agronegócio no país é a principal causa do desmatamento dessa região.

8. E O texto descreve o avanço da agropecuária no país sobre áreas ou regiões improdutivas do ponto de vista econômico. Esse processo corresponde ao avanço da fronteria agrícola, a partir da expansão de frentes pioneiras.

9. C O agronegócio apresenta como uma das suas principais características a produção em grandes propriedades, consolidando a concentração de terras. O avanço da produção gera, por sua vez, o desmatamento e a perda da biodiversidade.

10. C

A principal característica da estrutura fundiária brasileira e de países da América do Sul é a concentração de terras. Muitas vezes, essas propriedades são improdutivas e atendem apenas à especulação imobiliária, aguardando a valorização da propriedade para posterior venda. A Revolução Verde aprofundou essa desigualdade de acesso à terra.

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Revolução Verde e os CAIS

Resumo

Revolução Verde

A Revolução Verde foi um processo que levou à passagem da agricultura tradicional, caracterizada pelo

plantation e uso intensivo de mão de obra, para a agricultura moderna, através de inovações tecnológicas

que permitiram aumentar a produtividade agrícola.

No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, a Revolução Verde teve início nas décadas de

1960-1970. Anteriormente, a indústria estava associada à cidade, enquanto a agricultura, a pesca e a pecuária

estavam associadas ao campo. Com a Revolução Verde, a relação campo-cidade se intensificou, com o

campo dependendo cada vez mais da cidade e vice-versa.

Nesse momento, a agricultura passou a exigir menos mão de obra, entretanto mais qualificada, isto é, mais

preparada para manusear os maquinários agrícolas, as técnicas de cultivo, fertilização e utilização de

agrotóxico. Essa nova demanda estimulou o chamado êxodo rural (fluxo de população do campo em direção

à cidade), devido à diminuição da oferta de empregos no campo. Outra transformação foi a mudança no perfil

do trabalhador que reside no campo, que passou a ter uma renda elevada, resultando em uma demanda por

melhores serviços. Com isso observou-se o crescimento de uma rede de cidades médias no interior do país.

Complexo agroindustrial

A nova estrutura produtiva do campo é chamada de CAI (Complexo Agroindustrial) ou agroindústria, e

consiste em três etapas principais:

• Primeira etapa – indústria de insumos: Tudo o que é necessário para desenvolver a atividade agrícola,

como maquinário, irrigação, adubação, correção do solo, agrotóxico e Organismos Geneticamente

Modificados (OGM).

• Segunda etapa – agricultura e pecuária: Atividade típica do campo, plantação e criação de animais.

O Brasil se destaca muito nos dois, tanto na agricultura quanto na pecuária, pois investe em

tecnologia e pesquisas.

• Terceira etapa – indústria de beneficiamento: Consiste na adaptação dos produtos agrícolas para os

moldes do mercado, ou seja, a etapa final não é mais a colheita agrícola. Cabe destacar que o

beneficiamento agrega valor ao produto.

A questão dos transgênicos

Entende-se por transgênicos as sementes geneticamente modificadas. Ao longo da história humana pode-

se dizer que são muito antigas as técnicas de selecionar espécies geneticamente mais fortes, ou até cruzar

plantas com características desejadas pelo homem para o consumo. Porém, os transgênicos passam a ser

característica da Revolução Verde uma vez que contam com alta tecnologia molecular.

A genética das sementes é desenvolvida e patenteada por empresas. O crescimento desse uso se relaciona

a lógica de exportação: se vou plantar para exportar para o mercado internacional, preciso produzir muito.

Para produzir muito, subentende-se uma estrutura produtiva concentrada, no sentido de enormes pedaços de

terra para o mesmo cultivo. Subentende-se também que, para garantir a produtividade, plantarei uma semente

com a garantia de sucesso, que se adapte ao solo, em biomas diversos e não dependa muito de fatores

climáticos.

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Logo, essa prática aumenta a produtividade de alimentos no mundo. Você deve estar se perguntando: ingerir

alimentos que foram modificados geneticamente, faz mal à saúde? Ora, pensemos na lógica da biologia.

Quanto maior a disponibilidade de recursos alimentares, a população que consome esse recurso tende a

crescer.

Se estamos plantando um único gênero agrícola em larga escala (monoculturas), um inseto que se alimenta

daquela planta tenderá também a se multiplicar – é o que chamamos de pragas. Para conter as pragas,

inerente a esse modelo produtivo, realiza-se uma verdadeira venda casada: vende-se a semente transgênica

junto com o agrotóxico que aquela planta será resistente. Por isso, o debate para a saúde se concentra mais

na ingestão de agrotóxicos e na poluição hídrica que eles podem causar do que na semente geneticamente

modificada em si.

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Exercícios

1. (Enem 2017 PPL) A segurança alimentar perseguida por cada agrupamento humano ao longo da

história passa a depender atualmente de algumas poucas corporações multinacionais que passam a

deter uma posição privilegiada nas novas relações sociais e de poder. Essa concentração de

dependência no ano de 2001 se aplica a cada um dos quatro principais grãos — trigo, arroz, milho e

soja, — de forma que cerca de 90% da alimentação da população mundial procede de apenas 15

espécies de plantas e de 8 espécies de animais. PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia da riqueza, fome e meio ambiente. In: OLIVEIRA, A. U.; MARQUES, M. I. M. (Org.). O

campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004 (adaptado).

Uma medida de segurança alimentar que contesta o modelo descrito é o(a)

a) estímulo à mecanização rural.

b) ampliação de áreas de plantio.

c) incentivo à produção orgânica.

d) manutenção da estrutura fundiária.

e) formalização do trabalhador do campo.

2. Diante de ameaças surgidas com a engenharia genética de alimentos, vários grupos da sociedade civil

conceberam o chamado “princípio da precaução”. O fundamento desse princípio é: quando uma

tecnologia ou produto comporta alguma ameaça à saúde ou ao ambiente, ainda que não se possa

avaliar a natureza precisa ou a magnitude do dano que venha a ser causado por eles, deve-se evitá-los

ou deixá-los de quarentena para maiores estudos e avaliações antes de sua liberação. SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha-russa. São Paulo: Cia. das Letras, 2001 (adaptado).

O texto expõe uma tendência representativa do pensamento social contemporâneo, na qual o

desenvolvimento de mecanismos de acautelamento ou administração de riscos tem como objetivo

a) priorizar os interesses econômicos em relação aos seres humanos e à natureza.

b) negar a perspectiva científica e suas conquistas por causa de riscos ecológicos.

c) instituir o diálogo público sobre mudanças tecnológicas e suas consequências.

d) combater a introdução de tecnologias para travar o curso das mudanças sociais.

e) romper o equilíbrio entre benefícios e riscos do avanço tecnológico e científico.

3. No Estado de São Paulo, a mecanização da colheita de cana-de-açúcar tem sido induzida também pela

legislação ambiental, que proíbe a realização de queimadas em áreas próximas aos centros urbanos.

Na região de Ribeirão Preto, principal polo sucroalcooleiro do país, a mecanização da colheita já é

realizada em 516 mil dos 1,3 milhão de hectares cultivados com cana-de-açúcar. BALSADI, O. et al. Transformações Tecnológicas e a força de trabalho na agricultura brasileira no período de 1990-2000.

Revista de economia agrícola. V. 49 (1), 2002.

O texto aborda duas questões, uma ambiental e outra socioeconômica, que integram o processo de

modernização da produção canavieira. Em torno da associação entre elas, uma mudança decorrente

desse processo é a

a) perda de nutrientes do solo devido à utilização constante de máquinas.

b) eficiência e racionalidade no plantio com maior produtividade na colheita.

c) ampliação da oferta de empregos nesse tipo de ambiente produtivo.

d) menor compactação do solo pelo uso de maquinário agrícola de porte.

e) poluição do ar pelo consumo de combustíveis fósseis pelas máquinas.

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4. (Enem 2010) A maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria é hoje exportadora de

trabalhadores. Empresários de Primavera do Leste, Estado de Mato Grosso, procuram o bairro de Vila

Maria para conseguir mão de obra. É gente indo distante daqui 300, 400 quilômetros para ir trabalhar,

para ganhar sete conto por dia. (Carlito, 43 anos, maranhense, entrevistado em 22/03/98). Ribeiro, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos. Araraquara: Wunderlich, 2001 (adaptado).

O texto retrata um fenômeno vivenciado pela agricultura brasileira nas últimas décadas do século XX,

consequência

a) dos impactos sociais da modernização da agricultura.

b) da recomposição dos salários do trabalhador rural.

c) da exigência de qualificação do trabalhador rural.

d) da diminuição da importância da agricultura.

e) dos processos de desvalorização de áreas rurais.

5. (Enem 2011) O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da

urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros

investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a

serviço de uma economia moderna. SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).

O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente

associado a essa ocupação foi o avanço da

a) industrialização voltada para o setor de base.

b) economia da borracha no sul da Amazônia.

c) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.

d) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.

e) extrativismo na região pantaneira.

6. “No Brasil e em boa parte da América Latina, o crescimento da produção agrícola foi baseado na

expansão da fronteira, ou seja, o crescimento sempre foi feito a partir da exploração contínua de terras

e recursos naturais, que eram percebidos como infinitos. O problema continua até hoje. E a questão

fundiária está intimamente ligada a esse processo, em que a terra dá status e poder, com o decorrente

avanço da fronteira da produção agrícola, que rumou para a Amazônia, nos últimos anos.” Berta Becker, IPEA, 2012.

Com base no texto e no conhecimento sobre a expansão da fronteira agrícola no Brasil, é correto

afirmar que:

a) a agropecuária modernizada no Brasil priorizou a produção de alimentos em detrimento dos gêneros agrícolas de exportação. Esse fato contribuiu para o avanço das fronteiras agrícolas em parte da Amazônia localizada no Meio-Norte.

b) houve grande destruição tanto das florestas como da biodiversidade genética, ambas causadas pelas transformações da produção agrícola monocultora, além de complexos impactos socioeconômicos determinados pelo modelo agroexportador.

c) a maior parte das terras ocupadas no Brasil concentra-se nas mãos de pequeno número de proprietários os quais vêm desenvolvendo mecanismos tecnológicos para evitar os impactos ambientais causados pelo avanço do cinturão verde, sobretudo no Sul do Piauí.

d) as atividades do agrobusiness no Brasil, com destaque para a produção de soja, vêm provocando uma rápida expansão agrícola do Rio Grande do Sul até o Vale do São Francisco, sem causarem prejuízo aos seus recursos naturais.

e) com o aumento da concentração fundiária nas últimas décadas, a expansão das terras cultivadas obteve uma grande retração agropecuária em decorrência das inovações tecnológicas, desenvolvidas no campo brasileiro, apesar dos impactos ambientais.

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7. A Revolução Verde, implantada mundialmente, a partir da Segunda Guerra Mundial, foi idealizada para

salvar a agricultura dos países subdesenvolvidos de uma suposta incapacidade de vencer obstáculos

tecnológicos. Ela visava aumentar a produção e a produtividade agrícola desses países, intensificando

o processo de industrialização da agricultura. Várias medidas técnicas foram adotadas e o resultado

mais expressivo foi:

a) a erradicação quase total da subnutrição e da fome na maioria dos países subdesenvolvidos, em especial na América Latina.

b) o favorecimento aos grandes proprietários, às empresas agrícolas e às empresas fornecedoras de máquinas e insumos para a agricultura.

c) a incrementação de produção agrícola nos países desenvolvidos, por meio da biotecnologia, cujo excedente abasteceria as regiões mais carentes do planeta.

d) a implantação de uma estrutura fundiária mais justa nos países subdesenvolvidos, pois, nos países que a implantaram, minimizou-se o fosso entre a grande e a pequena propriedade.

e) a transferência das tecnologias dos países desenvolvidos para os países subdesenvolvidos, com a finalidade de cultivar exclusivamente gêneros de primeira necessidade para o abastecimento interno de seus mercados.

8. “Necessitamos que o mundo conheça o verdadeiro custo que está por trás de uma uva, de um melão

ou de um kiwi; não podemos permitir que chegue aos mercados do mundo o produto de nosso trabalho,

tornando vulneráveis os direitos trabalhistas, os direitos das mulheres. Esse custo tem nome, de Olívia,

Maria, Nelly, Rosa, Flor, Carmen, e muitas outras, que significam jornadas intermináveis, baixos salários,

contratistas maltratadores, não pagamento de impostos, ausência de contrato de trabalho, exposição

a praguicidas e enfermidades trabalhistas.” Depoimento de mulheres chilenas em sua II Assembleia Nacional de Mulheres Assalariadas Temporárias da Agroexportação

de Valparaíso. In: PORTO-GONÇALVES, Carlos W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. p. 283-284.

Nesse contexto, é correto afirmar que

a) a apropriação do trabalho pelo sistema capitalista sinaliza um processo de igualdade das condições de vida.

b) as promessas da Revolução Verde para a área social foram ineficazes, ampliando a desigualdade na Divisão Internacional do Trabalho.

c) a pauta de exportação tem estado vinculada aos interesses industriais, permanecendo inalterada a lógica na prioridade alimentar entre humanos e animais.

d) a subcontratação temporária ocorre frequentemente pela necessidade sazonal de trabalho na monocultura, minimizando as disparidades sociais e espaciais.

e) o uso de Organismos Geneticamente Modificados são alternativas para o crescimento da produção, demandando o emprego generalizado de química mais intensa.

9. A “Revolução Verde”, implementada em países latino-americanos e asiáticos nos anos 60 e 70, tinha

como objetivo suprimir a fome e reduzir a pobreza de amplas parcelas da população. Entretanto, as

promessas de modernização tecnológica da agricultura não foram cumpridas inteiramente, o que

contribuiu, decisivamente, para a geração de novos problemas e aprofundou velhas desigualdades. A

opção que faz referência aos efeitos da “Revolução Verde” é:

a) coletivização das terras, implemento da agroecologia e expansão do crédito para os agricultores

b) distribuição equitativa de terras, difusão da policultura e uso de defensivos biodegradáveis

c) expansão de monoculturas, uso de técnicas tradicionais de plantio e fertilização natural dos solos

d) reconcentração de terras, crescimento do uso de insumos industriais e agravamento da erosão dos solos

e) estatização das terras agrícolas, trabalho em comunas e produção voltada para o mercado interno

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10. As primeiras práticas de agricultura datam de, aproximadamente, 10.000 anos. Neste período,

ocorreram inúmeras transformações na sua base técnica, mas é, no decorrer da segunda metade do

século XX, que a revolução agrícola contemporânea, fundada na elevada motorização-mecanização, na

seleção de variedades de plantas e de raças de animais e na ampla utilização de corretores de pH dos

solos, de fertilizantes, de ração animal e de insumos químicos para as plantas e para os animais

domésticos, progrediu vigorosamente nos países desenvolvidos e em alguns setores limitados dos

países subdesenvolvidos. Marcei Mazoyer & Laurence Roudart. História das agriculturas no mundo: do neolltico à crise contemporânea, São Paulo:

Unesp; Brasília: NEAD, 2010. Adaptado.

As transformações ocorridas na agricultura após meados do século XX foram reconhecidas como

revolução verde, sobre a qual se pode afirmar:

a) Sua concepção foi desenvolvida no Japão e nos Tigres Asiáticos após a II Guerra Mundial.

b) Contribuiu para a ampliação da diversificação das espécies e do controle das sementes pelos pequenos agricultores.

c) Seus parâmetros produtivos estavam fundados, desde sua origem, em preservar e proteger a biodiversidade nas áreas de cultivo.

d) Com sua expansão, na África e no sudeste Asiático, as populações rurais puderam alcançar padrões de consumo semelhantes aos das grandes metrópoles.

e) Foi baseada na inovação cientifica e está atrelada à grande produção de grãos em extensas áreas de monocultura.

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Gabarito

1. C A segurança alimentar refere-se à implementação de medidas que visam a evitar o que ocorreu na Primeira Guerra Mundial (falta de alimentos e alimentos contaminados com metais pesados). A questão aponta, então, que grande parte da produção alimentícia, fruto do cruzamento de espécies, concentra-se sob o domínio de poucas corporações, que detêm, também, a tecnologia necessária para tal objetivo. Nesse sentido, a única opção que diverge do contexto apresentado é a produção orgânica, que é apontada por essas corporações como uma produção que não garante a segurança alimentar no sentido anteriormente apresentado.

2. C Um debate público seria uma possibilidade para informar e auxiliar na compreensão da influência e consequências que as alterações genéticas em alimentos têm na vida dos indivíduos. Com isso, haveria uma maior conscientização e responsabilidade sobre essas mudanças.

3. B A Revolução Verde impulsionou o uso dos maquinários agrícolas, os quais, por sua vez, contribuíram para o aumento da produtividade. Entre os ônus desse processo, destacam-se os impactos ambientais (compactação do solo) e socioeconômicos (desemprego estrutural no campo) que essa modernização causou.

4. A O processo de Revolução Verde e modernização da agricultura aconteceu de maneira excludente, aumentando os níveis de concentração fundiária no Brasil. Nesse período, muitos trabalhadores rurais tiveram que migrar em busca de novas oportunidades de emprego. Essa situação de vulnerabilidade em que os trabalhadores rurais foram colocados é presente no Brasil atual. Muitos trabalhadores migram em busca de emprego e acabam trabalhando em condições análogas à escravidão.

5. C A questão retoma os conhecimentos sobre a ocupação territorial da Região Centro-Oeste, trazendo a principal infraestrutura produtiva que a ocupava, anteriormente à construção de Brasília. Apesar de ter havido muita exploração mineral nas áreas de Cerrado do Centro-Oeste, o avanço da fronteira agropecuária, vindo principalmente do Sul (soja), abriu a frente de degradação do bioma, norteando por si só a ocupação da região.

6. B O texto aborda a expansão agropecuária no Brasil. A soja, inicialmente cultivada na Região Sul, chegou ao Centro-Oeste, sendo necessárias adaptações técnicas para seu cultivo, como a calagem do solo e modificações nas sementes. Essas transformações que possibilitaram a expansão da soja geraram grandes impactos ambientais, como a degradação do Cerrado, e hoje, o avanço do desmatamento na Amazônia com a pecuária.

7. B Quando surgiu, a Revolução Verde foi apresentada como a solução para o problema da fome, que era associado a uma pequena produção de alimentos. Porém, após a Revolução Verde, verificou-se que, mesmo com o aumento da produção de alimentos decorrente de uma maior produtividade, o problema persistiu, com as questões sociais e o acesso à terra permanecendo inalterados.

8. B O texto aponta as consequências causadas pela Revolução Verde na esfera do trabalho, em que, por um lado, avançou-se no sentido produtivo, mas, por outro, os impactos sobre os trabalhadores são os mais variados, desde a exploração da mão de obra a implicações na saúde.

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9. D Entre os desdobramentos do processo de modernização agrícola decorrente da Revolução Verde, destacam-se o aumento da concentração de terras, o crescimento do uso de insumos agrícolas e o agravamento da erosão dos solos.

10. E As transformações citadas no texto correspondem à Revolução Verde, que consiste em um conjunto de tecnicas e tecnologias que ampliaram a produtividade agrícola a partir da intensa aplicação da ciência nas práticas do campo. Tal condição possibilitou uma grande produção de grãos.

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Conflitos no campo e a reforma agrária

Resumo

Os resultados dos investimentos em melhorias para alavancar a produção do campo em um contexto de

Revolução Verde, podem ser vistos sob duas óticas distintas, pois geraram aumento da produtividade e

possibilidade de safras cada vez maiores, e praticamente acabaram com qualquer medo de que o aumento

populacional pudesse criar uma situação de escassez de alimentos, ideia disseminada por alguns,

principalmente no século XVIII, através das proposições da teoria Malthusiana. Por outro lado, entretanto, a

modernização no campo causou impacto sobre a estrutura agrária. Pequenos produtores que não

conseguiram se adaptar às novas técnicas de produção não atingiram produtividade suficiente para competir

com grandes empresas agrícolas e se endividaram com empréstimos bancários solicitados para o

investimento na mecanização das atividades, tendo como única forma de pagamento a venda da propriedade

para outros produtores. Outras consequências podem ser destacadas, tais como:

• As plantations monocultoras utilizam grandes extensões de terra e acabam se expandindo para áreas

de florestas nativas por pressão dos ruralistas. Isso reduz a biodiversidade e apresenta enormes

riscos, já que uma praga ou a queda do preço do produto no mercado podem pôr a perder toda a

cadeia produtiva regional. Além disso, há a possibilidade da falta de alimentos, que pode ocorrer

devido a plantação de apenas um tipo de vegetal.

• Aumento dos latifúndios, devido à falta de competitividade dos pequenos agricultores, fazendo com

que os mesmos tenham que vender as suas terras.

• Mecanização do campo e o aumento de tecnologia, que diminuíram drasticamente a utilização do

trabalho humano, causando desemprego e o êxodo rural, obrigando o trabalhador a buscar emprego

nas fábricas e serviços nos centros urbanos, aumentando a população nas periferias das grandes

cidades, colocando essas pessoas em condições precárias e de praticamente exclusão social.

É preciso destacar que, ao mesmo tempo que a revolução agrícola gerou o aumento da produtividade, todas

essas novidades implantadas na produção agrícola trouxeram à tona diversas consequências, tais como

os conflitos no campo.

Grande parte dos conflitos no campo brasileiro decorrem da má distribuição de terras, em que poucos detém

grandes extensões de terras enquanto muitos detém pouca terra. Os grandes monopólios agrícolas

permitiram o crescimento da economia brasileira, sempre puxando a balança comercial para cima,

principalmente através das plantações de soja, no entanto, são reflexo das grandes desigualdades expressas

no campo, principalmente pela existência de grandes porções de terras nas mãos de poucos, com índices que

apontam 2,3% dos proprietários concentrando 47,2% de toda área disponível à agricultura no País.

Outro aspecto a se destacar é que boa parte das terras são inutilizadas, 175,9 milhões, de um total de 400

milhões de hectares, são improdutivos no Brasil. Em relação a outras propriedades, percebe-se que nos

últimos anos os minifúndios caíram de 8,2% para 7,8% da área total de imóveis; as pequenas propriedades,

de 15,6% para 14,7%; e as médias, de 20% para 17,9%. As grandes propriedades foram de 56,1% para 59,6%

da área total.

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Essas disparidades geram revolta nos trabalhadores pela diminuição da oferta de trabalho, possibilitando a

formação de grupos articulados como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que reivindica

a reforma agrária através da ocupação de latifúndios como forma de pressionar o governo a distribuir melhor

as terras. O que ocorre em muitos casos é que as ocupações empreendidas pelo MST nem sempre são

solucionadas pacificamente pelo Estado brasileiro, desencadeando assim conflitos no campo.

Como visto, ao mesmo tempo que a revolução agrária possibilitou um aumento na produção agrícola e

impactou significativamente na economia, se tornando um pilar econômico de muitos países, percebemos

que o uso de novas tecnologias acarretou em consequências sociais graves, acentuando as disparidades e

conflitos no campo.

A área do Bico do papagaio, por exemplo, é uma região de intenso conflito até hoje. No dia 17/04/96, dia da

luta brasileira pela reforma agrária, 19 pessoas foram assassinadas pela PM por ocupar terra de fazendeiro

na região. Esse conflito ficou conhecido como conflito de El Dorado dos Carajás. A região do Maranhão, Piauí,

Tocantins, Bahia e parte do recôncavo mineiro são até hoje as áreas mais violentas por conta de conflitos por

terra.

Principais atores envolvidos nos conflitos no campo

Posseiro e Grileiro

Os posseiros são pessoas que tomam a posse de uma terra que não é sua. Essa atitude é justificada pela lei

do Usucapião que faz um indivíduo ganhar a posse definitiva da terra se a desenvolveu produtivamente e

morou nela por pelo menos 5 anos. Os grileiros falsificam documentos para se apropriar de terras que já têm

posseiros, que já pertencem a outras comunidades ou ocupadas, mas com interesse de ser explorada. A

falsificação do documento acontece com a prática de guardar o documento falso com grilos, o que deixa a

aparência do papel mais antiga. Essa prática normalmente foi feita por gente importante dificultando a

denúncia por parte dos grupos que na correlação de forças que sempre saem em desvantagem.

Madeireiros e Mineradoras

A exploração do pau Brasil, da cana de açúcar e da soja já representava um grande impacto ambiental, visto

que para o desenvolvimento destas atividades o desmatamento é uma prática comum. O avanço da soja, do

milho e da pecuária são os maiores responsáveis pela destruição da Amazônia, mas também houve o

desmatamento causado pela criação de rotas de deslocamentos.

As famílias quando trabalhavam com a soja tinham o interesse indireto de que a agropecuária derrubasse a

madeira, e passam muitas vezes a ser extratoras de madeira legal e sustentável podendo comercializar. A

retirada deixa de ser a esmo e passa a ser planejada e controlada e é melhor para as famílias reduzindo os

conflitos das pequenas famílias que trabalhavam com a soja.

Outra questão é que diferente da agricultura e da pecuária, atividades que podem ser adaptadas a vários

espaços diferentes, a mineração só pode ocorrer onde o minério está. Isso faz com que as áreas que possuem

minério sejam quase que automaticamente das mineradoras, gerando conflitos até com o agronegócio, não

trazendo a população rival para dentro da mineradora. Essa prática comum até hoje no Brasil gera muitos

impactos sociais e ambientais. Temos como exemplo Belo Monte e Mariana, onde o mercúrio polui

fortemente o solo e as águas.

Além disso há esquemas de escravidão por dívida por meio dos “Gatos”. Esses atores sociais são pessoas

que chegam até famílias que não tem o mínimo, oferecendo emprego, leva pra Amazônia paga a passagem

de ônibus a mudança da família, um pouco de comida prometendo trabalho. Mas quando a pessoa chega é

surpreendida com a notícia de que está devendo tudo que foi cedido para que ela trabalhasse no local.

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Sendo iludidos, chega longe da terra natal e trabalha em regime de escravidão por estar devendo tudo para

esse gato, ao invés de receber o salário, o trabalho tenta compensar uma dívida gigante, por dever a passagem

dele, da família, a mudança, a comida, a casa, o material de trabalho. Com uma dívida gigante, a pessoa não

pode receber salário nem sair dali até pagar, trabalhando sem receber nada em regime similar ao da

escravidão.

Criação de reservas indígenas e ambientais

A constituição de 88, dita constituição cidadã, visa o reconhecimento dos povos presentes no Brasil numa

maior política de inclusão com teórico respeito aos indígenas e quilombolas. O nosso país tem número

razoável de reservas, 12% das terras são de reservas sendo a região norte a que tem a maior concentração.

A maior parte das reservas tem um contingente populacional pequeno em relação a sua área. Também por

isso a fiscalização das reservas é falha. Apesar da lei, os conflitos de interesse dos atores que querem usar

as terras como agronegócio, madeireiras, tráfico internacional, etc, não permitem que a reserva se

mantenha. Os dados mostram que houve mais desmatamento em áreas de reserva do que fora da Amazônia.

O código florestal aprovado em 2012 favoreceu a bancada ruralista e não os ambientalistas transformando

cada vez mais o espaço do campo num território hegemônico, violento e desigual.

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Exercícios

1. (UERJ 2018)

Como indicam os episódios retratados nas reportagens, os conflitos pela posse da terra no Brasil nas

últimas décadas persistem. Esses conflitos são decorrentes do seguinte processo:

a) desqualificação do trabalhador rural

b) encarecimento de insumos agrícolas

c) reformulação de legislação específica

d) concentração da propriedade fundiária

e) expansão do crédito rural

2. (UECE 2013) No Brasil há uma elevada concentração de terras. Os latifúndios predominam, ocupando

a maior parte da área enquanto os minifúndios têm pouca expressividade percentual. Sobre as

características da estrutura fundiária brasileira, é correto afirmar que:

a) Nas grandes concentrações fundiárias, geralmente existem grandes parcelas de terras ociosas.

b) Os pequenos produtores não têm problemas de endividamento no campo, em virtude das linhas de crédito oferecidas pelo Governo Federal.

c) A mecanização das lavouras nas grandes propriedades tem contribuído para a fixação do homem no campo.

d) No Brasil as maiores áreas de tensão e conflitos por disputa de terras estão localizadas na região Sul.

e) A Revolução Verde possibilitou que todos tivesse acesso à terra, o que levou à diminuição do número de conflitos no campo.

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3. (ENEM 2017) Álcool, crescimento e pobreza O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse

trabalhador cortava cinco toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais

produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve cortar a cana rente ao

chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que lhe cobrem o corpo, para que não seja

lanhado pelas folhas da planta. O excesso de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra,

convulsão. A fim de agüentar dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose,

quando não farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais. O setor

da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a energia elétrica que consome

e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo contrata cientistas e engenheiros para desenvolver

máquinas e equipamentos mais eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na

área agrícola (cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país. Folha de S.Paulo, 11/3/2007 (com adaptações)

Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que

a) A charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada no setor agrícola.

b) A charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas realidades distintas e sem relação entre si.

c) O texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de vista tecnológico.

d) A charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.

e) O texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.

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4. (ENEM 2010) Coube aos Xavante e aos Timbira, povos indígenas do Cerrado, um recente e marcante

gesto simbólico: a realização de sua tradicional corrida de toras (de buriti) em plena Avenida Paulista

(SP), para denunciar o cerco de suas terras e a degradação de seus entornos pelo avanço do

agronegócio. RICARDO, B.; RICARDO, F. Povos indígenas do Brasil: 2001-2005. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2006 (adaptado).

A questão indígena contemporânea no Brasil evidencia a relação dos usos socioculturais da terra com os atuais problemas socioambientais, caracterizados pelas tensões entre

a) A expansão territorial do agronegócio, em especial nas regiões Centro-Oeste e Norte, e as leis de proteção indígena e ambiental.

b) Os grileiros articuladores do agronegócio e os povos indígenas pouco organizados no Cerrado.

c) As leis mais brandas sobre o uso tradicional do meio ambiente e as severas leis sobre o uso capitalista do meio ambiente.

d) Os povos indígenas do Cerrado e os polos econômicos representados pelas elites industriais paulistas.

e) o campo e a cidade no Cerrado, que faz com que as terras indígenas dali sejam alvo de invasões urbanas.

5. (ENEM 2013)

Texto I “A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso

país. Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da

ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como

determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de

terras públicas.” Disponível em: www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Texto II O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais

difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de

propriedades produtivas e sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que

gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária. LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolítico.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).

Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece

porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente, à

a) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês.

b) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado externo.

c) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao êxodo rural.

d) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao crescimento econômico.

e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.

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6. (UNESP 2014) “Um grupo de indígenas que protestava contra a mudança no processo de demarcação de terras cercou

nesta quinta-feira [18.04.2013] o Palácio do Planalto. De acordo com um dos representantes do

movimento, Neguinho Tuká, a população indígena não foi ouvida durante o processo de elaboração da

PEC 215 e teme perder suas terras com as mudanças. “Índio sem terra não tem vida”, declarou o

coordenador das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira, Marcos Apurinã. “Não aceitamos e

não vamos aceitar mais esse genocídio.” O grupo é o mesmo que, na última terça-feira, 16, invadiu o

plenário da Câmara dos Deputados em protesto contra a PEC 215, que transfere do Poder Executivo

para o Congresso Nacional a decisão final sobre a demarcação de terras indígenas no Brasil.” Disponível em: http://ultimosegundo.ig.com.br. Adaptado.

São processos que vem contribuindo para o acirramento da tensão social envolvendo a população

indígena no campo brasileiro:

a) o avanço das atividades agrícolas, mineradoras e pecuárias de grande porte; a instalação de usinas hidrelétricas em terras indígenas; e a permanência da concentração de terras no país.

b) a expansão da reforma agraria; o aumento do desemprego no campo; e a ausência de políticas de assistência social destinada a população indígena.

c) o avanço das atividades agrícolas, mineradoras e pecuárias de grande porte; a expansão da reforma agrária; e a reivindicação da população indígena de direitos não previstos na Constituição Federal.

d) a expansão da reforma agrária e da agricultura familiar; a instalação de usinas hidrelétricas em terras indígenas; e a permanência da concentração de terras no país.

e) a expansão da agricultura familiar no país; o aumento do desemprego no campo; e a ausência de políticas de assistência social destinada a população indígena.

7. (UERJ 2010) As disputas territoriais podem ocorrer em diferentes escalas geográficas, envolvendo

agentes sociais também diversificados.

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Os quadrinhos acima abordam simultaneamente a violência dessas disputas nas seguintes situações:

a) invasão de terras indígenas - guerras convencionais deflagradas por potências regionais

b) conflitos fundiários no campo - intervenções militares realizadas por governos nacionais

c) apropriação de terras improdutivas - extermínio de minorias efetuado por exércitos regulares

d) ocupação de reservas ambientais - perseguição de populações civis promovida por milícias locais

e) invasão de reservas ambientais – conflitos por habitação no espaço urbano

8. (UERJ 2020)

As informações do texto e a comparação dos dados dos gráficos permitem reconhecer um processo

socioespacial, para o conjunto do campo brasileiro, cujo efeito é:

a) ampliação da pecuária intensiva

b) declínio da produtividade laboral

c) manutenção da concentração fundiária

d) redirecionamento da exportação primária

e) expansão do mercado interno

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9. (URCA) Canção dos sem-terra A enxada sobe e desce na terra encharcada

Sobe e desce

A vontade do homem que a sustenta,

de ser dono da terra lavrada,

da terra tratada.

A enxada sobe e desce no massapé moreno,

Desde o nascer do sol ao cair do sereno.

A enxada cortando e a terra cavando

vai no homem plantando

a noção da injustiça que faz dele um escravo.

E a noção da injustiça lhe traz outra noção,

Que a ele pertence o tesouro maior,

A força do braço, a vontade do bravo,

Os caminhos da terra.

Então vai percebendo e daí entendendo

uma nova noção, que os caminhos da terra conduzem eles a libertação. Extraído do Livro – Crônicas do Milênio - Olival Honor de Brito – Membro do Instituto Cultural do Cariri – Coleção Itaytera –

Nº 25

No texto acima, verificam-se tanto um alerta quanto à necessidade de uma reforma agrária quanto um

fato evidenciado nos últimos anos, que é o da necessidade dos trabalhadores se organizarem para

conquistar seus objetivos. A alternativa abaixo que expressa corretamente os processos que envolvem

as relações de trabalho e produção no campo brasileiro é:

a) O processo de modernização na agropecuária brasileira somente foi possível a partir da promulgação da “Lei de Terras” de 1850, onde a mesma permitiu uma lenta mas efetiva reforma agrária ao longo dos anos.

b) Estudos da pastoral da Terra apontam que a diminuição dos conflitos no campo vem ocorrendo de forma vertiginosa, e que os mesmos são decorrentes, por um lado, da ação histórica arbitrária e opressiva do Estado e, de outro, da ofensiva dos trabalhadores rurais sem-terra na ocupação dos latifúndios.

c) O modelo agrícola de exportação brasileira é baseado na monocultura e apoia-se na concentração da propriedade rural, como por exemplo o cultivo da monocultura soja.

d) Com a mecanização e o avanço tecnológico, as atividades agrícolas não estão sujeitas à influência dos fatores naturais.

e) Uma política consistente de soberania alimentar no Brasil não tem relação com a necessidade de Reforma Agrária e adoção de uma política agrícola de apoio às pequenas unidades de produção.

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10. (FUVEST 2019) Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO),

anualmente, 1,3 bilhão de toneladas de alimentos (30% da produção total no planeta) é perdido em dois

processos: o desperdício que se relaciona ao descarte de alimentos em bom estado e a perda ao longo

da cadeia produtiva. O desperdício representa 46% e é muito maior nas regiões mais ricas. As perdas

relativas ao circuito de produção representam 54% do total e são maiores nos países em

desenvolvimento. Disponível em: https://nacoesunidas.org/fao‐30‐de‐toda‐a‐comida‐produzida‐no‐mundo‐vai‐parar‐no‐lixo. Adaptado.

Com base nas informações da FAO e em seus conhecimentos, indique a afirmação correta.

a) A produção de alimentos vem decaindo mundialmente devido aos problemas na logística de produção, o que tem provocado aumento da insegurança alimentar.

b) Nos continentes mais desenvolvidos, a perda de alimentos devido ao sistema de transporte e armazenamento é a principal causa da inexistência da insegurança alimentar.

c) O fato de parte significativa da população africana estar em estado de insegurança alimentar ocorre devido ao desperdício das monoculturas de cereais.

d) O controle rigoroso do desperdício explica o baixo percentual de pessoas em situação de insegurança alimentar na América Setentrional e na Europa.

e) Os dois diferentes processos que causam a enorme perda de alimentos no mundo refletem as desigualdades econômicas e sociais existentes entre os continentes.

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Geografia

Gabarito

1. D

A questão aborda as consequências de um processo histórico da concentração de terras na mão de

poucas pessoas, que são grandes grupos que se utilizam da terra principalmente para o mercado externo.

2. A

O Brasil é caracterizado pelo pequeno número de latifúndios, ou seja, pouco imóveis rurais, mas que

ocupam grandes extensões de terras, as quais os donos só utilizam em parte. Deste cenário surgem

inúmeras reinvindicações e conflitos em busca de uma reforma agrária que utilize essas terras

improdutivas para tal fim.

3. E

O texto destaca os dois lados da modernização da agricultura. De um lado a mão de obra humana

tentando alcançar o mesmo nível de produtividade das máquinas, e de outro as máquinas cada vez mais

desenvolvidas. A charge reforça a problemática das precárias condições de trabalho apontadas no texto.

4. A

Incialmente, o avanço da fronteira agrícola se deu da região Sul em direção ao Centro-Oeste e atualmente

está indo em direção à região Norte. Esse avanço criou conflitos entre os chamados posseiros e os povos

indígenas. Esse conflito se dá pelo avanço das áreas agricultáveis sob as terras indígenas. Cabe destacar

que a terra para os povos indígenas está ligada às questões culturais, fazendo com que o governo crie

áreas de proteção indígena e ambiental para manutenção de sua cultura.

5. E

Os textos apresentados apontam duas visões distintas sobre a Reforma Agrária. O primeiro destaca a

importância dessa medida pois quase metade das terras no Brasil estão concentradas nas mãos de

poucas pessoas, o que faz com que muitas outras não tenham acesso a ela. O segundo texto traz uma

visão diferente, ele defende o investimento em grandes latifúndios como forma de gerar empregos, ou

seja, subordinando o trabalhador rural aos desígnios do grande latifundiário.

6. A

A opção destaca corretamente as principais causas das reivindicações dos grupos indígenas no Brasil,

tais como, o avanço de atividades como o cultivo da soja que vem demandando grandes extensões de

terra e causando um grande impacto ambiental e social, a questão energética com a construção de

hidrelétricas que acabam gerando o alagamento de grandes áreas e a inalterada estrutura fundiária

brasileira.

7. B

A questão traz um paralelo entre as disputas territoriais em diferentes escalas. Enquanto as balas e tiraos

de revóvel rementem ao contexto dos conflitos fundiários rurais, o decorrer da tirinha nos lembra como

são resolvidos os conflitos modernos, fazendo alusão as intervenções militares realizadas pelas grandes

potências mundiais por seus interesses estratégicos.

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Geografia

8. C

Os gráficos apresentados mostram um contraste entre o número de áreas desapropriadas para reforma

agrária e a área utilizada para assentamentos. Isso quer dizer que as iniciativas voltadas para reforma

agrária tem garantido alguns espaços para os reivindicantes, no entanto sem questionar e redistribuir as

terras da estrutura fundiária dada.

9. C

A soja é uma das principais commodities brasileiras e encontra-se em processo de expansão em direção

à região norte do país, com a formação de latifúndios agrícolas, exercendo assim pressão sobre os grupos

sociais locais.

10. E.

A questão traz uma reflexão sobre a relação entre desperdício e os índices de vulnerabilidade alimentar.

Ele mostra que os países mais ricos, que possuem melhor infraestrutura logística, que ganham os maiores

percentuais de desperdício, e os menores em termos de efeitos imediatos dessa ação: a insegurança

alimentar e a falta de acesso econômico aos alimentos.

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Geografia

Conceitos de urbanização

Resumo

É importante destacar que no processo de urbanização alguns conceitos são importantes para a

compreensão dos desdobramentos desse fenômeno. Vamos lá:

Cidade

É um termo bem amplo. Alguns países adotam um critério demográfico, isto é, cidades são aquelas regiões

que apresentam a partir de um determinado número de habitantes. Outros países adotam um critério

funcional. No Brasil, cidade é a sede administrativa do munícipio, onde está localizada a prefeitura.

Metrópoles

São centros urbanos de grandes dimensões, cidades que dispõem dos melhores equipamentos urbanos do

país (metrópole nacional) ou de uma região (metrópole regional). As metrópoles exercem grande influência

nas cidades menores que estão ao seu redor. Exemplos de metrópoles nacionais: Rio de Janeiro, São Paulo,

Buenos Aires; exemplos de metrópoles regionais: Recife, Belém, Vancouver.

Região metropolitana

Definição político administrativa brasileira. Corresponde ao conjunto de municípios limítrofes e integrados a

uma metrópole, com serviços públicos e infraestrutura comuns. A constituição federal de 1988 permite aos

governos estaduais o reconhecimento legal de regiões metropolitanas, com o intuito de atribuir planejamento,

integração e execução de atividades públicas de interesse comum às cidades que integram essa região.

Geralmente a área de influência de uma metrópole é medida também em função da migração pendular

existente entre a metrópole e os municípios vizinhos.

Conurbação

É a junção física de duas ou mais cidades próximas em razão de seu crescimento horizontal. Isso ocorre

principalmente em regiões mais desenvolvidas, onde geralmente há uma grande rodovia que expande

continuamente a área física das cidades. Exemplos: Juazeiro e Petrolina, no Rio São Francisco; região do ABC,

em São Paulo.

Megalópole

É quando ocorre a conurbação de duas ou mais metrópoles. Exemplos de megalópole é a junção de Boston

e Washington originando a megalópole Boswash, e a junção de San Francisco e San Diego, originando a

megalópole San-San, ambas nos Estados Unidos.

Megacidade

Conceito demográfico classificado pela ONU. Corresponde a toda e qualquer cidade com mais de 10

milhões de habitantes. No caso brasileiro a população é calculada a partir da região metropolitana e assim,

metrópole e cidades satélites são calculadas juntos, e assim apenas Rio de Janeiro e São Paulo são

megacidades brasileiras

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Geografia

Rede Urbana

Conjunto de trocas que existem entre as cidades, podendo ser trocas materiais (mercadorias, fluxo de

pessoas etc.) e imateriais (fluxo de informações) entre as cidades de tamanhos distintos, desde metrópoles

até cidades de pequeno porte.

Hierarquia urbana

É a ordem de importância das cidades. A hierarquia urbana é estabelecida na capacidade de alguns centros

urbanos de liderar e influenciar, outros por meio da oferta de bens e serviços à população.

Adap.: SENE. Eustáquio de; MOREIRA. João Carlos. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione. 1999.

Cidade global

O termo “cidade global” é recente no estudo das cidades. Ele é utilizado para fazer uma análise qualitativa

das cidades, destacando a influência delas, em partes distintas do mundo, sobre os demais centros urbanos.

Uma cidade global, portanto, caracteriza-se como uma metrópole, porém sua área de influência não é apenas

uma região ou um país, mas parte considerável de nosso planeta. É por isso que as cidades globais também

são denominadas “metrópoles mundiais”. As características utilizadas para considerar uma cidade como

global são: sedes de empresas transnacionais; existência de uma Bolsa de Valores; tamanho do setor de

comunicações; importância tecnológica; presença de portos e aeroportos modernos.

Gentrificação

É um processo que ocorre nas grandes cidades onde se expulsa as populações pobres para áreas cada vez

mais periféricas. Isso traz consequências urbanas como congestionamentos, gastos com transportes e

estradas, favelização e diminui ainda mais a qualidade de vida da população marginalizada.

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Geografia

QQD sobre esse assunto disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=7f8CXiFp6fk

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Geografia

Exercícios

1. O enclave supõe a presença de “muros sociais” internos que separam e distanciam populações e

grupos de um mesmo lugar. Tais muros revelam as grandes contradições e discrepâncias presentes

nas cidades brasileiras. É aqui que o território merece ser considerado um novo elemento nas políticas

públicas, enquanto um sujeito catalisador de potências no processo de refundação do social. KOGA, D. Medidas de cidades: entre territórios de vida e territórios vividos. São Paulo: Cortez, 2003.

No contexto atual das múltiplas territorializações, apontadas no fragmento, a formação de enclaves

fortificados no espaço urbano é resultado da

a) autossegregação elitista em prol de garantia de segurança.

b) segmentação social das políticas públicas por níveis de carência.

c) influência de grupos políticos globais em rede no cotidiano urbano.

d) ampliação dos territórios móveis nas áreas residenciais tradicionais.

e) necessidade da população em associar espacialmente trabalho e moradia.

2. (Enem 2018 PPL)

BRASIL. IBGE. Regiões de influência de cidades 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2008 (adaptado).

O critério que rege a hierarquia urbana é a:

a) existência de distritos industriais de grande porte.

b) importância histórica dos centros urbanos tradicionais.

c) centralidade exercida por algumas cidades em relação às demais.

d) proximidade em relação ao litoral das principais cidades brasileiras.

e) presença de sedes de multinacionais potencializando a conexão global.

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Geografia

3. Considere a sequência de mapas a seguir, que apresenta a expansão da mancha urbana na

cidade do Rio de Janeiro e seu entorno em cinco momentos, tendo como base a divisão

municipal atual

Disponível em: infograficos.oglobo.globo.com.

O período no qual se identifica a formação de áreas conurbadas, que caracterizam a metropolização

fluminense, foi:

a) 1888 a 1930

b) 1930 a 1972

c) 1972 a 1994

d) 1994 a 2007

e) 1888 a 1972

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Geografia

4.

(SUDECO - Ministério do Desenvolvimento Regional.)

Observando o mapa acima e considerando o conhecimento sobre o tema, é correto afirmar que a área

representada é uma região de planejamento composta por

a) três entes federativos, instituída nos anos 1990 para promover o desenvolvimento econômico e melhorias em políticas públicas; tem sua origem no processo de metropolização de Brasília-DF.

b) dois entes federativos, instituída nos anos 1970 para ordenar a política de transportes face à elevada oferta de trabalho existente nos municípios do entorno do Distrito Federal.

c) três entes federativos, instituída nos anos 1980 para promover o desenvolvimento sustentável com preservação do patrimônio histórico e natural face ao elevado crescimento demográfico regional.

d) dois entes federativos, instituída nos anos 1960 para promover setores da agroindústria e dos serviços; tem sua origem nas estratégias de integração previstas no planejamento regional.

5. A globalização da produção transformou algumas metrópoles em centros da economia internacional.

Esses centros urbanos formam uma rede urbana por onde transita a maior parte do capital que circula

pelos mercados financeiros mundiais. São as empresas sediadas nestes centros que lançam

inovações tecnológicas e comandam os serviços especializados para a indústria, como a publicidade

e o marketing. GUIMARÃES et al., 2007.

Como esses centros urbanos são denominados?

a) Megacidades.

b) Centros Regionais.

c) Cidades Globais.

d) Conurbação Urbana.

e) Megalópoles.

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Geografia

6. Esta é uma clássica definição sobre as chamadas cidades globais: “As cidades globais são os

principais centros financeiros e bancários do planeta. Concentram o controle administrativo de grandes

empresas ou de organizações internacionais, além de serviços modernos e especializados”.

As mais importantes cidades globais são:

a) Berlim, Nova York, Paris.

b) Los Angeles, Paris, Londres.

c) Washington, Moscou, Pequim.

d) Nova York, Londres, Tóquio.

e) Detroit, Estocolmo, Amsterdã.

7. Alguns estudos recentes mostram que, de fato, há uma mudança ocorrendo na equação das migrações

internas e na conformação das redes urbanas, com um novo papel de protagonismo regional dessas

cidades médias, cuja população e PIB crescem mais do que as grandes cidades brasileiras. João S. W. Ferreira e Luciana Ferrara. "A formulação de uma nova matriz urbana no Brasil”. In: Tarcísio Nunes et al. (orgs.).

Habitação social e sustentabilidade urbana, 2015. Adaptado.

Assinale a alternativa que indica corretamente o fenômeno urbano caracterizado no excerto.

a) Verticalização.

b) Segregação socioespacial.

c) Gentrificação.

d) Favelização.

e) Desmetropolização.

8. A análise da tabela permite estabelecer uma associação entre demografia e hierarquia urbana que pode

ser formulada corretamente como:

Adap.: DAVIS, Mike. Planeta favela. São Paulo: Boitempo, 2006

a) o país desenvolvido com maior população urbana abriga a metrópole mais rica.

b) a concentração de riqueza não apresenta relação direta com a população absoluta.

c) as megacidades são encontradas sobretudo na rede urbana dos países centrais.

d) os aglomerados urbanos mais ricos não se localizam nas grandes megalópoles do planeta.

e) Nenhuma das cidades listadas é uma metrópole mundial.

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Geografia

9. A urbanização intensificou-se com o advento do capitalismo industrial, causando transformações no

espaço geográfico. O incremento da tecnologia impactou o segmento econômico, levando à formação

de significativos aglomerados urbanos com mais de dez milhões de habitantes, sobretudo em países

subdesenvolvidos e emergentes.

Nesse contexto, esse espaço refere-se às

a) megalópoles.

b) megacidades.

c) cidades globais.

d) áreas conurbadas.

e) Metrópole

10.

Disponível em: <http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=29078>. Acesso em: 15 ago. 2014.

Da janela de um avião descendo no aeroporto de Guarulhos, percebe-se que a extensão da malha

urbana dificulta a definição dos limites entre os municípios vizinhos ao de São Paulo. O conceito que

melhor expressa a unificação da extensão territorial de vários municípios é

a) conurbação.

b) aglomeração.

c) região metropolitana.

d) regiões distritais.

e) desmunicipalização.

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Geografia

Gabarito

1. A No Brasil, a criação de muros, cancelas, grande de segurança, dentre outros mecanismos de separação na paisagem urbana são muito comuns. Eles são a materialização espacial da necessidade de segregar e defender a propriedade.

2. C A centralidade exercida por uma cidade é o principal critério para definir o seu nível hierárquico. Todavia, essa centralidade é definida pela oferta de serviços públicos e privados, bem como a infraestrutura e capacidade industrial existente, além da importância no sistema financeiro.

3. B A conceito de região metropolitana vai além da própria metrópole, se estendendo para as conturbações e cidades médias e pequenas do entorno dessa metrópole que possuem sua economia ligada a dinâmica da cidade grande. O período que se observa o intenso processo de conurbação na metropolização fluminense é a partir de 1930. Esse processo se mantém até 1972 e posteriormente reduz sua intensidade.

4. A Região integrada de desenvolvimento corresponde a um tipo de região metropolitana que envolve municípios de estados diferentes. No mapa, os três entes federativos são Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais e ela foi criada devido ao processo de metropolização de Brasílía, DF.

5. C O texto apresenta as características de uma cidade global, também chamada de metrópole mundial por exercer grande influência sobre diversos países e ser um centro polarizador de comandos e decisões.

6. D

As cidades apontadas integram o chamado grupo alfa das cidades globais por serem cidades consideradas do primeiro nível de importância.

7. E No atual contexto do crescimento das cidades brasileiras é possível observar um crescimento acelerado das cidades médias em comparação com as grandes metrópoles. Isso é decorrente do processo de desconcentração industrial e do avanço do agronegócio no país.

8. A Ao se observar a tabela identifica-se Tóquio como a cidade que possui a maior população e a que também possui o maior PIB, o que faz esta cidade se destacar no cenário internacional como uma cidade global.

9. B O termo megacidade refere-se à uma aglomeração urbana que conta com mais de 10.000.000 de habitantes. Muitas destas megacidades foram formadas a partir do incremento econômico e consequente oferta de empregos nas indústrias, em um primeiro momento, e atualmente muita dessa mão de obra foi absorvida pelo setor terciário por conta da modernização das indústrias e/ou migração destas para as cidades médias.

10. A O fenômeno da conurbação fala sobre o crescimento horizontal de duas cidades, a ponto de se perder de vista o limite claro entre as duas.

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Geografia

Urbanização brasileira e a segregação socioespacial

Resumo

O processo de urbanização brasileira apresenta como característica essencial sua concentração no litoral,

atributo historicamente associado às atividades agroexportadoras do país. O grande crescimento das cidades

ocorreu a partir da segunda metade do século XX. Até 1930, o Brasil era um país agroexportador. No campo,

se encontravam as maiores oportunidades de emprego e, por isso, a maior parte da população residia na área

rural. Esse perfil agroexportador começou a mudar com Getúlio Vargas, na década de 1930. Com o processo

de industrialização iniciado por Vargas, pela primeira vez na história do Brasil, o maior número de empregos

se encontrava nas cidades, e não no campo. O meio urbano passou a ser o centro econômico do país e,

portanto, o destino da população. É nesse contexto que se pode falar da urbanização brasileira. São

características do governo de Getúlio Vargas que favoreceram ou influenciaram a urbanização brasileira: • Criação das indústrias de base: surge uma grande oferta de empregos no meio urbano.

• Consolidação das Leis do Trabalho no meio urbano: torna-se mais interessante ser um empregado

na cidade do que no campo.

• Concentração industrial no eixo Rio-São Paulo: explica a concentração populacional no Sudeste

e a enorme desigualdade regional existente no país.

A década de 1960 marcou o surgimento de um Brasil urbano (51% ou mais da população morava nas

cidades). A grande concentração fundiária no campo brasileiro (herança do Brasil colônia), somada ao

processo de Revolução Verde, logo repercutiu em um intenso êxodo rural para os grandes centros. Os

trabalhadores do campo começaram a migrar para as cidades em busca de emprego e melhores condições

de vida. Isso fez com que o processo de urbanização brasileira acontecesse de forma muito acelerada, o que

dificultou o planejamento urbano das grandes cidades, repercutindo, hoje, em diversos problemas

relacionados ao inchaço urbano (também denominado macrocefalia urbana). Entre esses problemas,

encontram-se a favelização, o trânsito, a violência, o crescimento do mercado informal e a saturação de

serviços básicos, como de saúde e educação. Entre outros fenômenos observados na urbanização brasileira,

destacam-se, também:

• Segregação socioespacial: ou segregação urbana, é a fragmentação do espaço a partir da renda.

Corresponde a um reflexo das desigualdades sociais (divisão de classes) na paisagem urbana.

• Autossegregação: processo atual, associado a grandes empreendimentos imobiliários

(condomínios), em que certos grupos sociais com elevado poder de compra se isolam ou se

concentram em determinadas áreas. Difere-se da segregação socioespacial, pois é algo planejado,

construído com esse intuito.

• Gentrificação: fenômeno que afeta uma região ou bairro, transformando sua dinâmica social a

partir de grandes investimentos. Depois dessas melhorias, o custo do solo valoriza, o que acaba

por expulsar a população mais pobre que residia naquele local.

• Verticalização: devido à hipervalorização do solo urbano uma forma de diluir esse custo é

construção de edifícios. Nesse sentido, o processo de verticalização é o crescimento da cidade no

eixo vertical. Tal condição agrava a ilha de calor e é um processo muito comum nas metrópoles.

Atualmente, sobre a dinâmica urbana brasileira, devem-se destacar: • O crescimento das cidades médias, em função da desconcentração industrial e da expansão do

agronegócio no país.

• O crescimento do setor terciário nas grandes cidades, como consequência da fuga das grandes

indústrias (setor secundário) para outras regiões ou países.

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Geografia

Exercícios

1. (ENEM 2019 PPL) E a situação sempre mais ou menos,

Sempre uns com mais e outros com menos.

A cidade não para, a cidade só cresce

O de cima sobe e o de baixo desce. (CHICO SCIENCE e Nação Zumbi. In: Da lama ao caos. Rio de Janeiro: Chaos; Sony Music, 1994 - fragmento)

A letra da canção do início dos anos 1990 destaca uma questão presente nos centros urbano brasileiros

que se refere ao(à):

a) déficit de transporte público.

b) estagnação do setor terciário.

c) controle das taxas de natalidade.

d) elevação dos índices de criminalidade.

e) desigualdade da distribuição de renda.

2. (UERJ 2019)

Composta hoje por 16 comunidades, a Maré é o maior complexo de favelas do Rio de Janeiro. Sua

história, em parte, está relacionada com as transformações na cidade entre meados do século XX e o

momento atual. Considerando tais transformações, a análise das fotos e do texto permite concluir que

a história da Maré é marcada pelo seguinte processo urbano:

a) estabilização das políticas públicas em regiões insalubres

b) integração das vias de transporte em logradouros periféricos

c) expansão de habitações populares em espaços desvalorizados

d) manutenção de obras de recuperação em ambientes degradados

e) criminalização de moradias com amparo de adequações por parte do estado

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Geografia

3. (ENEM 2014) Na primeira década do século XX, reformar a cidade do Rio de Janeiro passou a ser o

sinal mais evidente da modernização que se desejava promover no Brasil. O ponto culminante do

esforço de modernização se deu na gestão do prefeito Pereira Passos, entre 1902 e 1906. “O Rio

civilizava-se” era frase célebre à época e condensava o esforço para iluminar as vielas escuras e

esburacadas, controlar as epidemias, destruir os cortiços e remover as camadas populares do centro

da cidade. OLIVEIRA, L. L. Sinais de modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio. In: FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.). O

tempo do nacional-estatismo: do início ao apogeu do

Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007

O processo de modernização mencionado no texto trazia um paradoxo que se expressava no(a)

a) substituição de vielas por amplas avenidas.

b) impossibilidade de se combaterem as doenças tropicais.

c) ideal de civilização acompanhado de marginalização.

d) sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis.

e) projeto de cidade incompatível com a rugosidade do relevo.

4. (UNICAMP 2011) O Brasil experimentou, na segunda metade do século 20, uma das mais rápidas

transições urbanas da história mundial. Ela transformou rapidamente um país rural e agrícola em um

país urbano e metropolitano, no qual grande parte da população passou a morar em cidades grandes.

Hoje, quase dois quintos da população total residem em uma cidade de pelo menos um milhão de

habitantes. Adaptado de George Martine e Gordon McGranahan, “A transição urbana brasileira: trajetória, dificuldades e lições

aprendidas”, em Rosana Baeninger (org.), População e cidades: subsídios para o planejamento e para as políticas sociais.

Campinas: Nepo / Brasília: UNFPA, 2010, p. 11.

Considerando o trecho acima, assinale a alternativa correta.

a) A partir de 1930, a ocupação das fronteiras agrícolas (na Amazônia, no Centro-Oeste, no Paraná) foi o fator gerador de deslocamentos de população no Brasil.

b) Uma das características mais marcantes da urbanização no período 1930-1980 foi a distribuição da população urbana em cidades de diferentes tamanhos, em especial nas cidades médias.

c) Os últimos censos têm mostrado que as grandes cidades (mais de 500 mil habitantes) têm tido crescimento relativo mais acelerado em comparação com as médias e as pequenas.

d) Com a crise de 1929, o Brasil voltou-se para o desenvolvimento do mercado interno através de uma industrialização por substituição de importações, o que demandou mão de obra urbana numerosa.

e) Com a crise de 30, todos os esforços para industrialização interna foram em vão, momento no qual Vargas passou a investir na indústria para exportação criando as primeiras cidades.

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Geografia

5. (ENEM 2013)

Os mapas representam distintos padrões de distribuição de processos socioespaciais. Nesse sentido,

a menor incidência de disputas territoriais envolvendo povos indígenas se explica pela

a) fertilização natural dos solos.

b) expansão da fronteira agrícola.

c) intensificação da migração de retorno.

d) homologação de reservas extrativistas.

e) concentração histórica da urbanização.

6. (ENEM 2011) O Centro-Oeste apresentou-se como extremamente receptivo aos novos fenômenos da

urbanização, já que era praticamente virgem, não possuindo infraestrutura de monta, nem outros

investimentos fixos vindos do passado. Pôde, assim, receber uma infraestrutura nova, totalmente a

serviço de uma economia moderna. SANTOS, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado)

O texto trata da ocupação de uma parcela do território brasileiro. O processo econômico diretamente

associado a essa ocupação foi o avanço da

a) industrialização voltada para o setor de base.

b) economia da borracha no sul da Amazônia.

c) fronteira agropecuária que degradou parte do cerrado.

d) exploração mineral na Chapada dos Guimarães.

e) extrativismo na região pantaneira.

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Geografia

7. (FUVEST 2009)

A recente urbanização brasileira tem características parcialmente representadas nas situações I e II

dos esquemas acima. Considerando essas situações, é correto afirmar que, entre outros processos,

a) I representa a involução urbana de uma metrópole regional.

b) I representa a perda demográfica relativa da cidade central de uma Região Metropolitana.

c) II representa o desmembramento territorial e criação de novos municípios.

d) II representa a formação de uma região metropolitana, a partir do fenômeno da conurbação.

e) II representa a fusão político-administrativa de municípios vizinhos.

8. (ENEM 2016) O Rio de Janeiro tem projeção imediata no próprio estado e no Espírito Santo, em parcela

do sul do estado da Bahia, e na Zona da Mata, em Minas Gerais, onde a rede urbana do Rio de Janeiro,

entre outras cidades: Vitória, Juiz de Fora, Cachoeiro de Itapemirim, Campo dos Goytacazes, Volta

Redonda - Barra Mansa, Teixeira de Freitas, Angra dos Reis e Teresópolis. Disponível em: http://ibge.gov.br. Acesso em: 9 jul. 2015 (adaptado).

O conceito que expressa a relação entre o espaço apresentado e a cidade do Rio de Janeiro é:

a) Frente pioneira.

b) Zona de transição.

c) Região polarizada.

d) Área de conurbação.

e) Periferia metropolitana.

9. (ENEM 2011) Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em palafitas, as favelas fazem parte

da paisagem de um terço dos municípios do país, abrigando mais de 10 milhões de pessoas, segundo

dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade. Disponível em: http://www.revistaescola.abril.com.br.

A situação das favelas no país reporta a graves problemas de desordenamento territorial. Nesse

sentido, uma característica comum a esses espaços tem sido

a) o planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas necessárias para atender as necessidades básicas dos moradores.

b) a organização de associações de moradores interessadas na melhoria do espaço urbano e financiadas pelo poder público.

c) a presença de ações referentes à educação ambiental com consequente preservação dos espaços naturais circundantes.

d) a ocupação de áreas de risco suscetíveis a enchentes ou desmoronamentos com consequentes perdas materiais e humanas.

e) o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes desses espaços com a resultante multiplicação de políticas que tentam reverter esse quadro.

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Geografia

10. (ENEM 2019 PPL) O consumo da habitação, em especial aquela dotada de atributos especiais no

espaço urbano, contribui para o entendimento do fenômeno, pois certas áreas tornam-se alvos de

operações comerciais de prestígio com a produção e/ou a renovação de construções, diferente de

outras porções da cidade, dotadas de menor infraestrutura. (SANTOS, A. R. O consumo da habitação de luxo no espaço urbano parisiense. Confins, n. 23, 2015 - adaptado)

O conceito que define o processo descrito denomina-se:

a) escala cartográfica.

b) conurbação metropolitana.

c) território nacional.

d) especulação imobiliária.

e) paisagem natural.

11. (FUVEST 2020) Em Barcelona, em 2012 e 2013, a cada 15 minutos uma família recebia ordem de

despejo. Desde então, o panorama da habitação mudou totalmente."(...) Estamos assistindo uma onda

de especulação imobiliária (...) que agora se foca no aluguel", explica Daniel Pardo da Associação de

Moradores para um Turismo Sustentável. “Este fenômeno pôs em marcha um processo acelerado e

violento de expulsão de inquilinos", acrescenta. Onde a pressão da especulação imobiliária

internacional e a indústria do turismo causaram um aumento substancial nos preços dos aluguéis, os

catalães têm hoje de gastar mais de 46% dos seus salários com o aluguel. Para os jovens até os 35

anos, a taxa de esforço aumenta até os 65% (...). "Não queremos que os habitantes de Barcelona sejam

substituídos por pessoas com maior poder de compra", diz a porta-voz do Sindicato dos Inquilinos. Só

em Barcelona, 15 fundos de investimento imobiliário possuem 3.000 apartamentos. "Os habitantes querem a sua cidade de volta". Reportagem de Ulrike Prinzpara o Goethe-lnstitut Madríd. Maio/2018.

Adaptado.

Os conceitos que explicam as dinâmicas urbanas descritas no excerto são:

a) Financeirização e Industrialização.

b) Gentrificação e Segregação.

c) Aglomeração e Conurbação.

d) Industrialização e Segregação.

e) Conurbação e Gentrificação.

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Geografia

Gabarito

1. E

Ao dizer que “uns tem mais e outros tem menos” e que a cidade só cresce permanecendo com sua

estrutural na qual os que já estão em cima conseguem “subir” ou ascender, melhorar de vida, e os que

estão por baixo, só pioram, o Chico Science nos lembra da desigual distribuição de renda que se

materializa no espaço urbana no que chamamos de segregação socioespacial.

2. C

A questão aborda a segregação socioespacial como consequência da estrutura de especulação sobre as

terras urbanas, tornando comum as habitações em espaços desvalorizados.

3. C

O processo de urbanização no Brasil se deu principalmente com a exclusão do acesso a terra do

trabalhador rural, que se viu obrigado a migrar em busca de mão de obra, para os novos polos. O

crescimento urbano-industrial foi feito então concomitantemente, em conjunto com o discurso

desenvolvimentista da modernização e civilidade. É muito comum ouvir a ideia de que o campo é atrasado

e primitivo enquanto a cidade simboliza o moderno e civilizado. Porém, a urbanização foi feita com uma

promessa de melhores condições de trabalho mas na verdade gerou problemas sociais profundos pela

desigualdade na distribuição de renda e na segregação socioespacial.

4. D

Foi a partir da política de substituição de importações, em Vargas, que a industrialização do Brasil

começou a tomar forma, com as indústrias de base colocadas no que seriam os principais centros

urbanos. É importante entender que colocar uma indústria no local onde já havia uma infraestrutura de

produção e escoamento, como foi o caso do Rio de Janeiro com a economia do café, direciona os fluxos

de crescimento regulando a organização do espaço urbano.

5. E

É importante reparar nos mapas a concentração a leste, e a oeste, de forma antagônica. Os conflitos

envolvendo povos indígenas se dá em menor proporção nas áreas urbanas.

6. C

A questão retoma os conhecimentos de ocupação territorial do centro oeste, trazendo a principal

infraestrutura produtiva que a ocupava, anteriormente à construção de Brasília. Apesar de ter havido muita

exploração mineral nas áreas de cerrado do centro oeste, o avanço da fronteira agropecuária vindo

principalmente do sul, abriu a frente de degradação do bioma, norteando por si a ocupação da região.

7. D

O fenômeno da conurbação fala sobre o crescimento horizontal de duas cidades, a ponto de se perder de

vista o limite claro entre as duas. A região metropolitana é sua metrópole mais os municípios que ela

influencia diretamente, sendo comum que ocorra conurbação nessas áreas de intenso crescimento e

troca de fluxos.

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Geografia

8. C

O texto retrata o nível de importância da cidade do Rio de Janeiro, pois destaca a área que é diretamente

influenciada pela capital carioca (englobando o próprio estado, Espírito Santo e Minas Gerais – até o

encontro com a área de influência de Belo Horizonte). Sendo assim, a opção que mostra corretamente o

conceito que se relaciona à dinâmica é o que fala em polarização (termo que indica a ideia de

centralidade), típica das grandes metrópoles brasileira.

9. D

Nos grandes centros do Brasil, é visível o desigualdade territorial a partir das favelas, que ocupam áreas

de risco, de não interesse imobiliário, como as encostas de morros e margens de rios. São áreas carentes

de infra estrutura básica, nas quais ocorrem problemas como desmoronamentos e enchentes que

atingem a população local.

10. D

O texto faz menção ao processo de diferenciação dos espaços urbanos a partir de suas qualidades, o que

se associa a especulação imobiliária.

11. B

Gentrificação significa a expulsão de população de baixa renda para áreas mais periféricas por conta de

uma valorização do preço da terra que eles habitavam. Seja por força policial direta ou por aumento do

preço do aluguel e do custo de vida, a população é transferida para áreas cada vez mais distante dos

centros que oferecem infraestrutura e serviços, o que se associa diretamente a segregação.

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Geografia

Crise urbana brasileira (violência, macrocefalia e desafios)

Resumo

Caos urbano no Brasil

A década de 1930 é um marco da mudança da economia brasileira de agroexportadora para urbano-industrial.

O processo de mecanização do campo estimulou o êxodo rural, produzindo grandes transformações sociais

e espaciais no país. O Crescimento urbano no Brasil foi tal como o dos países em desenvolvimento, isto é,

ocorreu de forma rápida, desordenada e bem concentrada. O processo de industrialização foi tardio, com

uma indústria moderna e que não exigia tanta mão de obra. Ao longo da década de 1950 e 1960, já com

Juscelino Kubitschek e os governos militares, a modernização do campo, gerou um grande fluxo

populacional para as cidades (êxodo rural). Como não havia emprego para todo mundo, as áreas menos

desvalorizadas como encostas e margens de rios passaram a ser ocupadas.

Urbanização rápida e desordenada

O Estado não conseguia planejar a cidade e dotar o espaço de infraestrutura. Assim, as áreas periféricas, sem

infraestrutura, passaram a ser ocupadas pela população mais pobre, em um processo de expansão da

periferia. Com isso diversos problemas urbanos e impactos ambientais começaram a aparecer nas grandes

cidades brasileiras, principalmente as metrópoles, que atraiam o maior fluxo populacional. Esse crescimento

acelerado das cidades sem igual construção de infraestrutura gera um inchaço urbano, denominado

Macrocefalia Urbana.

Consequências da Macrocefalia Urbana

Entre os problemas desse crescimento é possível citar:

• Déficit habitacional: Segundo dados divulgados IBGE em 2010, cerca de 11 milhões de habitantes no

Brasil vivem em moradias inadequadas, como favelas e invasões, o que equivale a aproximadamente

6% da população. Mas não é por falta imóveis construídos, o problema é o acesso. Como a

desigualdade no Brasil é muito grande, nem todos conseguem pagar os aluguéis e com isso recorrem

a moradias mais precárias.

• Favelização: Os dados acima demonstram as carências e contradições existentes no espaço urbano

brasileiro, o que se expressa espacialmente com o processo de favelização, que é mais comum nas

maiores cidades do país. A favelização é a expressão mais acentuada dos problemas de moradia no

Brasil, pois é, em maior parte, formada por pessoas que não dispõem de condições sociais e erguem

suas casas em áreas de risco ou não recomendadas sem dispor de serviços públicos básicos,

incluindo rede elétrica.

Figura 1. Disponível em: https://journals.openedition.org/confins/3483?lang=pt

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Geografia

• Desemprego e subemprego: A educação de baixa qualidade gera diversos transtornos, pois parte da

população não consegue obter qualificação profissional exigida pelo mercado de trabalho. Com isso,

ocorre o aumento do desemprego e se intensificam atividades como as desenvolvidas por

vendedores ambulantes, coletores de materiais recicláveis, flanelinhas, entre outras do mercado

informal.

• Violência: Um dos problemas urbanos é a violência, ocorre principalmente nas grandes cidades do

Brasil. Diariamente têm-se notícias de assassinatos, assaltos, sequestros, e outros tipos de violência.

• Mobilidade urbana: A mobilidade urbana se apresenta como um desafio não só nos centros urbanos

do Brasil, mas também nas grandes metrópoles do mundo. A adoção do modelo rodoviarista, as

metrópoles brasileiras sofrem com os congestionamentos e elevado custo no preço das tarifas, ao

ponto de ofertas de serviços precários, ineficientes e defasados que acarretam significativa

diminuição da qualidade de vida.

Assista o QQD sobre Mobilidade Urbana disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=6j9HXdNxO2o

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Geografia

Exercícios

1. (Enem 2017) A configuração do espaço urbano da região do Entorno do Distrito Federal assemelha-se

às demais aglomerações urbanas e regiões metropolitanas do país, onde é facilmente identificável a

constituição de um centro dinâmico e desenvolvido, onde se concentram as oportunidades de trabalho

e os principais serviços, e a constituição de uma região periférica concentradora de população de baixa

renda, com acesso restrito às principais atividades com capacidade de acumulação e produtividade, e

aos serviços sociais e infraestrutura básica. CAIADO, M. C. A migração intrametropolitana e o processo de estruturação do espaço urbano da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno. In: HOGAN, D. J. et al. (Org ). Migração e ambiente nas aglomerações

urbanas. Campinas: Nepo/Unicamp, 2002.

A organização interna do aglomerado urbano descrito é resultado da ocorrência do processo de

a) expansão vertical.

b) polarização nacional.

c) emancipação municipal.

d) segregação socioespacial.

e) desregulamentação comercial.

2. (Enem 2018 PPL) O Morro do Vidigal é um clássico do Rio de Janeiro. A vista dá para Ipanema e a

favela é pequena e relativamente segura. Aos poucos, casas de um padrão mais alto estão sendo

construídas. Artistas plásticos e gringos compraram imóveis ali. Os moradores recebem propostas

atraentes e se mudam. Não são propostas milionárias. Apenas o suficiente para se transferirem para

um lugar mais longe e um pouco melhor. Os novos habitantes, aos poucos, impõem uma nova rotina e

uma nova cara. NOGUEIRA, K. O que é gentrificação e por que ela está gerando tanto barulho no Brasil. Disponível em:

www.diariodocentrodomundo.com.br. Acesso em: 7 jul. 2015 (adaptado).

O texto discute um processo em curso em várias cidades brasileiras. Uma consequência socioespacial

desse processo é a

a) expansão horizontal da área local.

b) expulsão velada da população pobre.

c) alocação imprópria de recursos públicos.

d) privatização indevida do território urbano.

e) remoção forçada de residências irregulares.

3. (Enem 2016)

FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Déficit habitacional municipal no Brasil 2010. Belo Horizonte: FJPCE, 2013.

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Geografia

Relacionando as informações do mapa com o processo de ocupação brasileiro, as áreas de maior

precariedade estão associadas

a) ao fenômeno da marcha para o oeste.

b) à divergência de poderes políticos locais.

c) ao processo de ocupação imigratória tardia.

d) à presença de espaços de baixo potencial produtivo.

e) a baixos investimentos públicos em equipamentos urbanos.

4. (Enem 2016) O conceito de função social da cidade incorpora a organização do espaço físico como

fruto da regulação social, isto é, a cidade deve contemplar todos os seus moradores e não somente

aqueles que estão no mercado formal da produção capitalista da cidade. A tradição dos códigos de

edificação, uso e ocupação do solo no Brasil sempre partiram do pressuposto de que a cidade não tem

divisões entre os incluídos e os excluídos socialmente.

QUINTO JR., L. P. Nova legislação urbana e os velhos fantasmas. Estudos Avançados (USP), n. 47, 2003 (adaptado).

Uma política governamental que contribui para viabilizar a função social da cidade, nos moldes

indicados no texto, é a

a) qualificação de serviços públicos em bairros periféricos.

b) implantação de centros comerciais em eixos rodoviários.

c) proibição de construções residenciais em regiões íngremes.

d) disseminação de equipamentos culturais em locais turísticos.

e) desregulamentação do setor imobiliário em áreas favelizadas.

5. “O processo de gentrificação aparece como um dos elementos de uma permanente de (re)estruturação

urbana. Processo esse que é parte da organização do espaço urbano, de acordo com as necessidades

do modo de produção dominante na economia e que está em sintonia com os propósitos da estrutura

dominante da sociedade em um período histórico determinado”. FURTADO, Carlos Ribeiro. Intervenção do Estado e (re)estruturação urbana. Um estudo sobre gentrificação. Cadernos

Metrópole, São Paulo, v. 16, n. 32, nov 2014. p.342 (adaptado) (grifo nosso).

O termo em destaque no trecho acima vem se apresentando como um aspecto recorrente nas

metrópoles brasileiras atuais e instrumentaliza-se:

a) pelo reordenamento da cidade que culmina na elitização da paisagem

b) pelo recrudescimento espacial do perímetro urbano

c) pela fragmentação das atividades econômicas nos bairros centrais

d) pela inserção das áreas periféricas nos círculos comerciais

e) pela autossegregação espacial praticada pelas classes dominantes.

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6. “Os migrantes no Brasil têm preferido as cidades consideradas médias no interior do país às grandes

metrópoles. A constatação é da pesquisa Deslocamentos Populacionais, do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), elaborada com base no Censo 2010. (…) O estudo mostra que, das

cidades com altas taxas de crescimento populacional influenciadas também pelo fluxo migratório (o

equivalente a 8% do total de municípios brasileiros), nenhuma tem mais de 500 mil habitantes. De

acordo com o levantamento, o crescimento dessas cidades tem sido observado nos últimos 30 anos,

mas ficou mais evidente no último censo demográfico, embora tenha sido constatado também que as

grandes cidades ainda concentram 30% da população brasileira – taxa considerada expressiva”. VIERA, Isabela. Disponível em: http://memoria.ebc.com.br/. Acesso em: 01 jun. 2015 (com adaptações).

O fenômeno abordado pela reportagem é representativo de um processo migratório atualmente em

curso no âmbito das metrópoles brasileiras, chamado de:

a) evasão demográfica

b) desmetropolização

c) interiorização

d) distribuição habitacional

e) êxodo urbano

7. “As cidades milionárias (com mais de um milhão de habitantes) que eram apenas duas em 1960 – São

Paulo e Rio de Janeiro são cinco em 1970, dez em 1980, doze em 1991, treze em 2000 e quinze em

2010 (IBGE). Esses números ganham maior significação se nos lembrarmos que, historicamente, em

1872 a soma total das dez maiores cidades brasileiras não alcançavam um milhão de habitantes, pois

somavam apenas 815.729 pessoas. Esta é a nova realidade da macro urbanização ou metropolização

brasileira” Adaptado. Santos, M. Urbanização Brasileira.

Considerando a nova realidade macro da urbanização brasileira pode-se afirmar que:

a) No Brasil, a modernização do campo teve relação direta com a aceleração da urbanização, caracterizada por uma metropolização que se disseminou por várias regiões brasileiras.

b) Embora no mundo globalizado a tendência migratória campo-cidade seja pequena, o Brasil, em função da desorganização econômica e social e das ilusões de que a vida nas cidades apresenta mais perspectivas, mantém taxas elevadas de fluxo migratório.

c) Um ritmo de metropolização tão elevado, como o do Brasil, corresponde a índices equivalentes de crescimento industrial. Assim, a maior parte da população que se dirige às cidades é empregada no setor secundário.

d) Embora o ritmo de urbanização e metropolização no Brasil tenham sido muito elevados, o fenômeno ficou restrito às regiões Sul e Sudeste, pois foi justamente nessas regiões que ocorreu o maior crescimento industrial.

e) A urbanização brasileira, com seu caráter metropolitano, indica definitivamente a passagem de nosso país para o estágio de país desenvolvido e moderno. Sabe-se que todos os países considerados desenvolvidos são aqueles que apresentam elevados índices de urbanização.

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Geografia

8. O Brasil possui 12 milhões de residências com precariedades de espaços habitacionais, além de 5,6

milhões de famílias sem teto.

("O Povo", Cidades, 26/07/2000).

Partindo desta informação, podemos afirmar corretamente que:

a) o déficit de habitabilidade das áreas urbanas resulta do processo de distribuição de créditos que privilegia o setor da construção civil.

b) o aumento do número de sem-teto está vinculado ao processo imigratório e à construção de conjuntos habitacionais.

c) as políticas habitacionais dos governo federal, estaduais e municipais têm eliminado os problemas de déficit habitacional nas grandes metrópoles.

d) a organização dos sem-teto nas cidades brasileiras é reflexo das políticas urbanas e das organizações existentes no país.

e) o déficit de moradia nas cidades brasileiras é reflexo das estruturas fundiária e urbana existentes no país.

9. O processo de modernização de alguns países subdesenvolvidos é marcado pela concentração de

renda, propriedades e serviços, o que acarretou uma precariedade da moradia urbana para a maior

parcela da população, sobretudo nas grandes cidades. Isso pode ser observado na imagem abaixo, que

retrata a realidade contrastante entre os bairros de Paraisópolis (no primeiro plano) e Morumbi (no

segundo plano), na cidade de São Paulo.

Disponível em: <https://noticias.r7.com/sao-paulo/quase-50-de-criancas-nao-conseguiram-creche-diz-relatorio-de-

desigualdade-em-sp-19052015>. Acesso em: 22 set. 2015

A imagem e o texto retratam um processo conhecido como

a) especulação imobiliária.

b) desmetropolização.

c) conurbação.

d) favelização.

e) segregação espacial.

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Geografia

10. Muita gente sem casa, muita casa sem gente

A Constituição de 1988 e o Estatuto da Cidade de 2001 contemplam a função social da cidade. O

problema é que, com a desindustrialização das metrópoles, a cidade deixou de ser o lugar de produção

de bens e virou o próprio objeto da produção econômica. Em consequência dessa mudança, o número

de imóveis vazios supera e muito o de famílias com problemas de moradia, como indicam os gráficos

abaixo.

RODRIGO BERTOLOTTO Adaptado de tab.uol.com.br, 03/12/2018.

A contradição apresentada no texto e nos gráficos deve-se ao fato de que o espaço urbano possui,

simultaneamente, os seguintes atributos:

a) valor de uso e valor de troca

b) patrimônio cultural e patrimônio individual

c) estrutura unicêntrica e estrutura policêntrica

d) território de circulação e território de resistência

e) reflexo da sociedade e agente de produção

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Geografia

Gabarito

1. D

O texto apontava para um tipo de crescimento urbano em que a oferta de serviços e amenidades era

diferenciada por conta da renda. Esse processo é conhecido como segregação socioespacial. Nesse

sentido, é possível observar a diferença de classes através da diferença de um bairro mais pobre e outro

rico, tal como diferença entre as áreas centrais e periféricas.

2. B

A valorização de um bairro pode atrair populações de outras classes sociais, sofrendo transformações.

Nesse processo, a população mais pobre é expulsa de forma velada. Isto acontece de forma oculta, pois

a população mais pobre não consegue sobreviver com um custo de vida mais elevado, devido à

valorização. Assim, ela migra para lugares com custo de vida menor, como as áreas periféricas no entorno

das cidades.

3. E

O mapa evidencia uma faixa mais favorecida no litoral, ao leste do Brasil, que apresenta um mais eficiente

processo de urbanização. A região Norte, Centro-Oeste e alguns estados do Nordeste, que foram inseridos

tardiamente na economia moderna brasileira, apresentam os domicílios em situação mais precários. Tal

condição pode ser associada a baixos investimentos públicos.

4. A

A ideia central da questão fala em criar um espaço urbano que seja capaz de reduzir o efeito da

desigualdade entre as populações com diferentes rendas e, com isso, a saída para se chegar a tal nível é

conseguir garantir às periferias uma melhor condição de vida. A opção correta fala em melhorar a oferta

de serviços em áreas periféricas.

5. A

A remoção forçada de grupos populacionais com baixo poder aquisitivo de seus locais de origem, para

dar entrada a investimentos imobiliários, dinamizando a economia da área, é dado o nome de

gentrificação. Desta forma, a alteração na paisagem possível de ser percebida é uma elitização no modo

de vida e costumes de determinado local.

6. B

Os problemas urbanos como a especulação do preço da terra, violência e dificuldade de mobilidade,

exerce uma pressão de saída sobre a população e sobre os investidores industriais. A desconcentração

industrial pode favorecer o crescimento das cidades médias que, são conectadas as grandes metrópoles,

mas não apresentam problemas decorrentes deste inchaço. Assim, o crescimento acelerado dessas

cidades médias em comparação as metrópoles é denominado desmetropolização.

7. A

O processo de urbanização no Brasil se deu de maneira acelerada, estimulada pelo êxodo rural e políticas

públicas de incentivo no período junto da industrialização. Esse fato desencadeou uma série de

problemas urbanos. A urbanização se dá de maneira irreversível pois trata-se de um padrão de

desenvolvimento associado a modernidade, fato que se associa também as transformações sofridas no

campo.

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Geografia

8. E

O déficit habitacional do país é decorrente da especulação imobiliária e do processo acelerado de

urbanização que aliado ao êxodo rural fez com que as cidades brasileiras crescem de forma desordenada.

9. E

A imagem remete ao conceito de segregação espacial, ou seja, a concentração de setores da sociedade

em espaços definidos por sua faixa de renda.

10. A

Os dados apresentados nos dois gráficos evidenciam o déficit habitacional brasileiro é inferior ao total de

imóveis vazios nas cidades brasileiras. Se as pessoas pudessem morar nos imóveis vazios ainda sobraria

cerca de um milhão e meio de habitações desocupadas. Esse fato demonstra claramente que o déficit

habitacional é muito mais ligado às desigualdades socioeconômicas do país do que à inexistência de

moradias disponíveis para aqueles que não têm a chamada “casa própria”. Essa desigualdade se

manifesta no atributo de valor de uso e valor de troca que os imóveis possuem.