Registo ed.253

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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 17 de Julho de 2014| ed. 253 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 03 Capoulas fortemente pressionado para se candidatar à Federação Distrital Capoulas fortemente pressionado para se candidatar à Federação Distrital 03 Bispo alerta contra pobreza e desertificação PÁG.09 O bispo de Beja alertou para a “desertificação do interior” e afirmou que esta realidade apresenta desafios à diocese e às populações por fatores como as migrações, poucos nascimentos e falta de investimento. “É necessário fazer das nossas pequenas comunidades centros de vida fraterna, de formação humana e es- piritual, de partilha das alegrias e das tris- tezas, dos êxitos e dos fracassos, tornando os nossos ambientes mais transparentes. Faltam 700 enfermeiros ao sul PÁG.04 Um estudo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros revela que faltam 700 enfermeiros nas Unida- des de Cuidados na Comunidade (UCC), para garantir a resposta aos 4,4 milhões de pessoas residentes entre Santarém e o Algarve. O estudo “Unidades de Cuida- dos na Comunidade: Presente com Fu- turo!”, que envolveu 89 UCC dos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal, Évora, Faro, Portalegre e Beja. Artes animam o verão de Évora PÁG.12 Cenas ao Sul é o título do pro- grama de animação cultural que está a decorrer no centro histórico de Évora com algumas extensões a freguesias ru- rais do concelho. No total são mais de 100 iniciativas diferentes agendadas entre 11 de Julho e 13 de Setembro. A diversidade é a principal marca deste programa organizado à volta de quatro referências estruturantes e que são a luz, os sons, as formas e os afetos. Músicas do Mundo Sines PÁG.11 O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, a maior celebra- ção das músicas do mundo realizada em Portugal, volta a encher Sines de sons de todo o planeta entre 18 e 26 de julho. Será a 16.ª edição do festi- val, marcada pelo regresso do núcleo de Porto Covo, nos três primeiros dias, e por um programa intenso de concertos, animação de rua e inicia- tivas paralelas. D.R. PUB

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Edição 253 do Semanário Registo

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SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 17 de Julho de 2014| ed. 253 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

03

Capoulas fortemente pressionado para se candidatar à Federação DistritalCapoulas fortemente pressionado para se candidatar à Federação Distrital 03

Bispo alerta contra pobreza e desertificaçãoPÁG.09 O bispo de Beja alertou para a “desertificação do interior” e afirmou que esta realidade apresenta desafios à diocese e às populações por fatores como as migrações, poucos nascimentos e falta de investimento. “É necessário fazer das nossas pequenas comunidades centros de vida fraterna, de formação humana e es-piritual, de partilha das alegrias e das tris-tezas, dos êxitos e dos fracassos, tornando os nossos ambientes mais transparentes.

Faltam 700 enfermeiros ao sulPÁG.04 Um estudo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros revela que faltam 700 enfermeiros nas Unida-des de Cuidados na Comunidade (UCC), para garantir a resposta aos 4,4 milhões de pessoas residentes entre Santarém e o Algarve. O estudo “Unidades de Cuida-dos na Comunidade: Presente com Fu-turo!”, que envolveu 89 UCC dos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal, Évora, Faro, Portalegre e Beja.

Artes animam o verão de ÉvoraPÁG.12 Cenas ao Sul é o título do pro-grama de animação cultural que está a decorrer no centro histórico de Évora com algumas extensões a freguesias ru-rais do concelho. No total são mais de 100 iniciativas diferentes agendadas entre 11 de Julho e 13 de Setembro.A diversidade é a principal marca deste programa organizado à volta de quatro referências estruturantes e que são a luz, os sons, as formas e os afetos.

Músicas do MundoSinesPÁG.11 O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, a maior celebra-ção das músicas do mundo realizada em Portugal, volta a encher Sines de sons de todo o planeta entre 18 e 26 de julho. Será a 16.ª edição do festi-val, marcada pelo regresso do núcleo de Porto Covo, nos três primeiros dias, e por um programa intenso de concertos, animação de rua e inicia-tivas paralelas.

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2 17 Julho ‘14

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

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Comercial [email protected] Redacção Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Publicreative Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio;

Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt |

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291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

A Abrir

Não raramente, processos políticos em curso cruzam-se para originar realidades aparentemente novas. Digo aparentemen-te porque se olharmos um pouco para o passado iremos encontrar fenómenos se-melhantes com outros protagonistas.

Como é do conhecimento público es-tão na arena dois candidatos a liderar um dos partidos da oposição, até às próximas eleições legislativas.

Confesso que não tenho acompanhado muito o que ambos argumentam de dife-rente, mas tenho acompanhado o que se diz sobre o que cada um é ou foi, dentro e fora do partido a que pertencem.

Parece que a questão central em torno deste estranho processo (era muito mais engraçado quando as coisas se decidiam em sótãos) é perceber qual dos dois can-didatos tem mais capacidade de diálogo à esquerda ou se encontra melhor posicio-nado para estabelecer as pontes para um programa de governação à esquerda com o apoio de outras forças políticas.

São quilómetros de análises e conjectu-ras sobre qual dos candidatos a candidato convencerá o PCP a alinhar com o PS no

apoio a um governo por este liderado.Uns dizem que será o Costa, porque pa-

rece ter uma linguagem mais à esquerda, embora outros digam que com o dito fica mais fácil a aliança à direita porque não tem o ónus de ter sido “oposição” ao go-verno liderado por Coelho e Portas.

Outros dizem que será o Seguro, em-bora confirmem que este candidato será o ideal para a constituição de um Bloco Central desde que o PSD mude de líder.

Pelo meio deste debate surge processo de dissolução do BE, com o afastamento de uma corrente fundadora, que entretan-to irá fundar outra coisa qualquer, sob o argumento de que tudo o que existe à es-querda do PS deve estar disponível para alinhar numa convergência, embora não se saiba o que há para convergir ou que caminho fazer.

Todos os que se “preocupam” com esta falta de convergência, alinham num ar-gumento estafado que sempre foi usado pelos “independentes” de esquerda, afir-mando que o PS só se encosta à direita porque do outro lado do espectro político existe uma enorme resistência a esse tipo

de alianças.Não deixa de ser engraçada esta visão

que defende que o PS, quando no gover-no, prossegue políticas de direita porque não tem apoio da esquerda, como se a rea-lidade não fosse exactamente o contrário.

Claro que quando falam do apoio da es-querda se referem ao PCP e à sua mania de não trocar ideais por lugares no gover-no, nem princípios por base elritoral.

Privatizações, encerramentos de ser-viços públicos, alinhamento com as po-líticas de austeridade e outras no mesmo sentido tomadas pelos governos PS, não o foram porque, coitadinhos, não tinham alternativa. Esqueçam lá a ideia peregri-na de que é a ausência de melhor compa-nhia que leva o PS a preferir as políticas de direita.

O insuspeito António Barreto, em de-clarações ao jornal Público do último domingo, pegou exactamente pela ponta certa quando disse: “A grande fortuna de Mário Soares foi o anticomunismo. O que fez Mário Soares em 1975 foi o anticomu-nismo. É genético no PS e esse facto é um seguro de vida para a direita”.

Esta é a realidade e bem podem forçar a nota com elaborações teóricas sobre as intransigências alheias e a construção de um cenário que nada tem a ver com a rea-lidade.

E já agora também escusam de ficar des-cansados a respeito de uma teoria aventa-da pelo mesmo Barreto, no mesmo traba-lho jornalístico, em que afirma: “Quase apetece dizer que uma solução para a es-querda era rever a situação dos últimos 40 anos. Isso é possível se o PS tiver a maioria absoluta. Pode chamar o PCP e impor-lhe um acordo como fez François Mitterrand, em França, em 1981.”

Isto é que é o verdadeiro desconheci-mento da realidade.

A realidade é que quanto mais força ti-ver o PCP mais possibilidades existirão de uma convergência com todos os sec-tores que se opõem ao rumo político dos últimos 37 anos.

A realidade é que no próximo dia 25 de Julho estaremos de novo na rua a enfren-tar, a sério, a política de direita. Seja ela executada pelo PSD ou pelo PS, com ou sem muleta.

Os teóricos, as suas teorias e a realidade EDUARDO LUCIANO

Tive a oportunidade de organizar, há cerca de 1 mês atrás, em Lisboa, uma conferência subordinada ao tema “Novos Líderes para uma Nova Administração Pública”. Para mim, como para o grupo de trabalho que me apoiou neste projec-to, as razões da iniciativa são óbvias e fáceis de descrever.

A reforma dos sistemas de Administra-ção Pública é um imperativo no contexto europeu, ao qual Portugal não está, natu-ralmente, indiferente. De facto, para fa-zer face a novos patamares de exigência por parte dos utentes (cidadãos, empre-sas) relativamente aos serviços públicos prestados e ao necessário rigor na ges-tão de recursos cada vez mais escassos, muitas mudanças estruturais estão já em curso - com impactos directos na forma como se gere e se lidera no sector pú-blico.

Neste contexto de mudança, requer-se uma gestão exigente, com autonomia e capacidade de decisão nos diferentes pa-tamares hierárquicos, líderes mobiliza-dores e equipas motivadas e competen-tes. Neste evento, procurámos perceber qual o perfil desejado de gestores/ líde-res públicos e quais as melhores estraté-gias que podem aplicar para desenvolver o capital humano da Administração Pú-

blica portuguesa. Reunindo neste evento professores

universitários, autarcas, gestores de ins-titutos públicos e mesmo um ex-secre-tário de estado, os diagnósticos foram, como é fácil calcular, muitos e variados, com enfoque nas mudanças produzidas no passado recente e no que nos espera o futuro próximo.

Adianto algumas notas pessoais que retirei desta ref lexão e que, naturalmen-te, apenas me vinculam a mim. Primeiro, nunca comprei a tese de que os funcioná-rios públicos são a raiz de todos os males do Estado e da Economia portuguesa. Se existem “disfunções” como excesso de funcionários, multiplicação desneces-sária de entidades (com a consequente duplicação de funções) e burocracia sem sentido, os primeiros responsáveis se-rão os decisores políticos dos últimos 30 anos, que permitiram esta evolução his-tórica. Se a modernização (processual e tecnológica) não é mais rápida e deter-minadas tarefas continuam a executar-se como há décadas atrás, é porque o esfor-ço reformador ainda não foi suficiente. Mas, mais importante que diagnosticar, é agir sobre a situação. Na minha óptica, tal dever ser efectuado em quatro dimen-sões:

Uma Nova Administração PúblicaCARLOS SEZÕESGestor

• Lideranças – é fundamental desen-volver e promover estilos de liderança diferentes da tradicional chefia buro-crática e directiva; os líderes, sejam eles de topo ou intermédios, devem ter competências sólidas para mobilizar e motivar equipas, gerir a mudança, tomar decisões (assumindo o risco) e

desenvolver as suas pessoas.• Competências – é essencial revitali-zar as competências técnicas mas tam-bém comportamentais de boa parte da nossa Administração que, em virtude do contexto da última década, perdeu muitas das suas pessoas qualif icadas; precisa-se um capital humano rejuve-nescido e reforçado.• Processos de gestão do desempenho – mais do que um processo burocrático sem grandes consequências como o ac-tual SIADAP, importa conceder aos lí-deres e gestores públicos a autonomia e os instrumentos para reconhecer e premiar o mérito e agirem sobre os ní-veis de desempenho das suas equipas.• Imagem/ reputação da Administração Pública – depois destes anos terríveis, é necessário um projecto de comuni-cação ambicioso que, com acções ma-teriais ou simbólicas, reforce os níveis de reputação da nossa Administração, incrementando a sua capacidade para atrair e reter os seus melhores quadros.Em suma, instituições e funcionários

têm o dever de trabalhar por objectivos (o seu impacto social) e de serem ava-liados pelo mérito...Mas todos têm tam-bém o direito de ser bem geridos e bem liderados!

“A reforma dos sistemas de Administração Pública é um imperativo no contexto europeu, ao qual Portugal não está, naturalmente, indiferente.”

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Actual

Bravo Nico “a minha prioridade actual é o processo eleitoral das primárias”.

Socialistas eborenses com António CostaCapoulas Santos, histórico dirigente so-cialista, ex-ministro da agricultura e um dos mais prestigiados eurodeputados portugueses que terminou há menos de um mês o seu mandato, com mérito interno e externo, reconhecido por vá-rias famílias e grupos parlamentares, é apoiante de António Costa e crítico da li-derança de António José Seguro. Na sua página pessoal no facebook, Capoulas Santos foi dos primeiros a defender di-rectas e congresso extraordinário no PS, em vez da versão primárias escolhida por Seguro.

Já esta semana escreveu: “Em Espa-nha a questão da liderança resolveu-se em mês e meio. Por cá, a direcção do PS inventou um método que vai dar férias ao governo até ao S. Martinho”.

Capoulas participa activamente no nú-cleo duro da candidatura de António Cos-ta tendo sido presença em várias acções de campanha, como na Feira de Agricul-tura de Santarém e mesmo no Algarve, envolvendo o seu prestígio e dinâmicas politicas, em defesa dos valores e inten-ções do futuro de Costa onde, também, participa com contributos programáticos.

Para Capoulas Santos, “legitimar a nar-rativa da direita” foi o “maior erro de Se-guro e considera que “protelar a decisão sobre a clarificação interna da liderança do PS, para além de um erro político, é mau para o PS e péssimo para o país. A questão é por demais importante para que seja usada como mero tacticismo pela parte dos que estão agarrados ao poder e têm medo de dar a voz aos mili-tantes. Em 2011, quando Seguro foi eleito decidiu-se marcar directas e congresso no início de Junho e elas tiveram lugar na última semana de Julho. Agora deveria ser assim”.

No início do mês de Julho Costa esteve em Évora para receber apoios relevantes de autarcas do distrito na presença de várias centenas de militantes e simpati-zantes eborenses.

Na sessão, Costa interveio e deixou “recados” internos, mas também com propostas próprias de um candidato a primeiro-ministro.

Perante os militantes e simpatizantes do partido, com a presença de quatro dos cinco presidentes de câmara socialis-tas da região (Reguengos de Monsaraz, Viana do Alentejo, Portel e Vendas No-vas) não estando Mourão, que também o apoia, o candidato defendeu que o país precisa de um “governo forte”, o que im-plica “um PS forte”.

Uma “mudança” que António Costa dis-se reclamar para Portugal e que “não se faz nem com um partido fraco, nem com uma coligação de partidos fraquinhos”.

O “tempo de vigência” da actual coliga-ção PSD/CDS-PP “acabou” e, “se os portu-gueses querem uma mudança, precisam do PS”, mas o partido, para corresponder a isso, não pode “dar agora uma ‘mãozinha’ ou pedir agora uma ‘mãozinha’ ao PSD” para continuar com a política que foi re-jeitada “muito claramente nas urnas”, ar-gumentou.

A “primeira e imediata consequência” dessa medida seria “eliminar da Assem-

bleia da República a representação par-lamentar dos distritos do interior e de baixa densidade populacional”, alertou.

Calendário EleitoralA partir desta terça-feira, todos os “sim-patizantes” que pretendam votar nas primárias do PS para a escolha do futu-ro secretário-geral do partido, marcadas para 28 de Setembro, podem inscrever-se.

“Declaro que concordo integralmen-te com a declaração de princípios do PS (...) e que não me encontro filiado em qualquer outro partido político.” Este é o compromisso exigido na ficha de inscri-ção, além dos dados pessoais do “simpa-tizante”. Quem se inscrever recebe, além de um comprovativo do registo, uma súmula da declaração de princípios do PS, “em 400 palavras” e um “guia” para o processo.

A inscrição, adianta Jorge Coelho, presi-dente da comissão eleitoral que supervi-siona estas primárias, pode ser feita pre-sencialmente “nas cerca de 800” sedes do partido, ou na internet, no site psprima-rias2014.pt. Os cerca de “94 mil militantes inscritos” no partido, com ou sem quotas pagas, não precisam de se inscrever para votar nas primárias que vão escolher o candidato do PS a

No último fim-de-semana, Coelho fa-lou “com todos os presidentes das federa-ções do partido” e fechou, também, um método de recenseamento conforme às recomendações da Comissão Nacional de Protecção de Dados. O PS contratou tam-bém a empresa Novabase para auditar o processo e prestar apoio técnico na área da informática.

Até ao dia 15 de Agosto estará aberto o prazo para a apresentação de candidatu-ras. Só depois é que se iniciarão as conver-sas com as três televisões que emitem em sinal aberto (RTP, SIC e TVI) para agendar os três debates que o regulamento prevê.

Capoulas pode candidatar-se à Federação de ÉvoraFonte próxima do ex-eurodeputado, con-firmou que há no distrito, um “consenso alargado” em torno da figura de Capoulas Santos, pela sua experiência política, re-cordando que o ex-ministro da Agricul-tura já liderou a Federação distrital de Évora, sendo conhecido que logo após a marcação das eleições para as estruturas distritais se formou um “movimento de apoio” a Capoulas.

De acordo com a mesma fonte, “Capou-las reúne já um vasto e significativo nú-mero de apoios entre os quais se contam os dos cinco presidentes de câmara so-cialistas do distrito de Évora, bem como a quase unanimidade das concelhias de Évora”, referindo, ainda, que o anuncio público da candidatura pode estar para breve.

No actual contexto, o presidente da Federação de Évora, Bravo Nico, que re-centemente regressou, como deputado à Assembleia da República, em substitui-ção de Carlos Zorrinho, tem mantido uma postura discreta e logo no inico de todo este processo, motivado pelos resultados das Europeias, que o PS venceu, disse “não ver necessidade de colocar em causa a liderança de AJS. O atual líder foi eleito e venceu as últimas duas eleições, a últi-ma das quais de forma inequívoca, com

uma derrota histórica da direita”.Nico mostrou estar ao lado de António

José Seguro, e considerou que “se houver dirigentes do partido que entendam co-locar em causa a liderança, há estatutos que preveem essa possibilidade e por-tanto tudo se resolverá com democracia”, concluiu.

Ouvido pelo REGISTO, em declarações exclusivas, Bravo Nico refere “ a minha prioridade actual é o processo eleitoral das primárias, pugnando para que o mes-mo decorra com a normalidade e respon-sabilidade inerentes aos desafios que o partido tem pela frente, tanto no plano local como nacional”.

As eleições para as federações distritais do PS estão marcadas para os dias 5 e 6 de Setembro.

Pedro do Carmo com SeguroPedro do Carmo considera as primárias, um processo inovador, que representa um avanço significativo e explica como tudo se vai processar, frisando que quem quiser participar naquele acto terá de o manifestar até 12 de Setembro.

Recorde-se que a Federação do Baixo Alentejo do Partido Socialista (PS) reu-niu-se, em Mértola, no passado dia 20 de Junho, e que desse encontro saiu a indi-cação de que este órgão está com António José Seguro, tendo sido aprovada no mes-mo, com mais de 50 por cento dos votos, a realização de eleições primárias, para a escolha do candidato do PS, a primeiro--ministro.

Nas eleições de Setembro, o autarca de Ourique, recandidata-se à Federação do Baixo Alentejo.

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Há, contudo, “uma capacidade de resposta limitada”, porque “há um défice gritante de enfermeiros nestas unidades”.

Faltam 700 enfermeiros ao sulUm estudo da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros revela que faltam 700 enfermeiros nas Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC), para garantir a resposta aos 4,4 mi-lhões de pessoas residentes entre San-tarém e o Algarve.

O estudo “Unidades de Cuidados na Comunidade: Presente com Futuro!”, que envolveu 89 UCC dos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal, Évora, Faro, Portalegre e Beja, decorreu em duas fases, em 2013, e teve como objectivos identificar as principais áreas de inter-venção e monitorizar os indicadores de desempenho destas unidades.

Estas unidades prestam cuidados de saúde, apoio psicológico e social, no domicílio e na comunidade, às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis em situação de maior risco ou dependên-cia física e funcional, actuando na edu-cação para a saúde e na integração de redes de apoio à família.

Apesar da falta de recursos ser “notó-ria para a população” abrangida por es-tas unidades, “a resposta é positiva e as taxas de eficácia são elevadas” nas po-pulações que conseguem acompanhar, nomeadamente os beneficiários do Rendimento Social de Inserção (91%), crianças e jovens em risco referencia-das (100%) e crianças e jovens com ne-

O ano 2014 foi oficialmente consagrado pela Assembleia Geral das Nações Uni-das, na sua 66.ª sessão, como o “Ano Internacional da Agricultura Familiar” (AIAF), sendo sugerida a sensibiliza-ção da sociedade em geral e dos gover-nos em particular para a relevância e a contribuição da agricultura familiar na segurança alimentar e na produção de alimentos. A fome é, aliás, um problema repetidamente realçado pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) que estima a má nutrição como responsável por quase metade da mortalidade infantil abaixo dos cinco anos e que evidencia a existên-cia de cerca de 842 milhões de pessoas que não têm o suficiente para comer. Daí a importância de usar celebridades com popularidade mundial e inf luência social como Embaixadores contra a Fome do PAM da Organização das Nações Unidas (ONU), como é o caso de José Mourinho, treinador do Chelsea. Também a sua mu-lher, Matilde, foi nomeada Embaixadora Especial para a alimentação escolar. Na altura, Mourinho referiu que há coisas mais importantes do que o futebol e que a fome é uma delas, embora o futebol consiga ser muito mais motivador e mo-bilizador da vontade humana do que este marcante f lagelo mundial.

Sobre a agricultura familiar diversos eventos têm vindo a ser promovidos em todo o mundo, com objetivos diversos mas sobretudo orientados para dar maior visibilidade ao seu papel no combate à

fome e à pobreza e à melhoria dos meios de subsistência das populações, a sua importância na sustentabilidade dos re-cursos naturais, do ambiente e dos ter-ritórios e o reconhecimento e divulga-ção das melhores práticas em termos de produção e gestão, entre outros aspetos. Neste contexto, de evidenciar o semi-nário sobre agricultura familiar (http://aiaf2014alentejo.wordpress.com/), numa organização conjunta da Associação Por-tuguesa de Economia Agrária (APDEA), da Sociedade Portuguesa de Estudos Ru-rais (SPER), da Associação Portuguesa de Desenvolvimento Regional (APDR), da Direção Regional da Agricultura e Pescas do Alentejo, da Federação Minha Terra e da Animar, recentemente reali-zado na Universidade de Évora, no dia 9 de Julho, com suporte em dois dos seus centros de investigação, o ICAAM e o CEFAGE.

Curiosamente, também a ref lexão so-bre a nova Política Agrícola Comum (PAC) está na ordem do dia, assim como as várias modificações à actual regu-lamentação que entrarão em vigor em 2015. Para além dos grandes impactos, sejam positivos ou negativos que terão na estrutura económica da maioria das ex-plorações, sobretudo das portuguesas, a grande questão é saber como é que essas alterações se coadunam com os objecti-vos anteriormente descritos de combater a fome promovendo a agricultura fami-liar. E mais: Como é que a Europa vai

alimentar, adequadamente, a sua popula-ção esperada em meados deste século, e como é que o resto do mundo consegui-rá alimentar uma população de mais de nove mil milhões? Como é que tal será conseguido em respeito pela sustentabi-lidade dos territórios, dos recursos e do ambiente? E sem gerar diferenças de de-senvolvimento muito signif icativas nem promover maiores assimetrias na distri-buição da população e da actividade eco-nómica e empresarial entre regiões? Daí a relevância colocada pela ONU e pela FAO em todas estas problemáticas, so-bretudo na da fome, identif icada a neces-sidade de aumentar a produção mundial de alimentos em aproximadamente 70%, considerando a manutenção dos atuais padrões de consumo (o que pode não acontecer). O esforço de convergência, suportado pelos agricultores que rece-bem acima da média, determinado pela nova PAC, parece ser um ponto a favor. Contudo, deixar aos governos de cada país o modelo a seguir em cada região ou setor de atividade, pode não ser tão po-sitivo. O facto de não haver um modelo europeu comum para esta convergência interna que gerou alguma controvérsia durante as negociações pode, (eventual-mente), vir a criar novas assimetrias não conseguindo, como é desejável do ponto de vista do combate à pobreza e à fome e da segurança alimentar, reposicionar a agricultura familiar no centro das polí-ticas agrícolas, ambientais e sociais das

agendas nacionais, europeias e mundiais.Outra questão que se coloca é saber

se os deputados europeus recentemente eleitos são sensíveis a estas matérias. Assistindo às campanhas e aos debates e analisando os seus perfis, dir-se-ia que não! Recorrer aos motores de busca e fazer uma verif icação aleatória, adicio-nando a palavra “agricultura” aos seus nomes, confirma que essa sensibilidade não é visível. Contudo, a agricultura é a primeira das políticas europeias e a úni-ca que é “comum”, embora tal possa sig-nif icar a possibilidade real de algumas questões agrícolas a nível europeu serem decididas por outros que não os que se encontram seriamente preocupados com os interesses “comuns” de garantia da soberania e da segurança alimentar eu-ropeia e mundial, seja através da agri-cultura familiar, da agricultura empre-sarial ou de outras formas alternativas e inovadoras. Por outro lado, será que o paradoxo do forte voto de protesto evi-denciado pela generalidade da população nas legislativas europeias pode aumentar o fenómeno de decisões europeias que se movem cada vez mais longe destes interesses? Ainda assim, numa sonda-gem Eurobarómetro, 77% dos cidadãos europeus consideram a PAC 2014-2020 vantajosa e apoiam as novas orientações que consideram mais equitativas, mais orientadas e com maior nível de “ecolo-gização”.

Em que f icamos?

Agricultura Familiar, Fome e Políticas Agrícolas, em que ficamos?

MARIA RAQUEL LUCASDocente do Departamento de Gestão da Universidade de Évora

Dinâmicas da Gestão

cessidades de saúde especiais (82%).“Quando olhamos ao desempenho

destas unidades, que têm enfermeiros especialistas em número suficiente, verifica-se que há um resultado posi-tivo, nomeadamente no acesso a cui-dados de saúde”, disse à agência Lusa o presidente da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros (OE), Ale-xandre Tomás.

Há, contudo, “uma capacidade de res-posta limitada”, porque “há um défice gritante de enfermeiros nestas unida-des”, sublinhou Alexandre Tomás.

A segunda fase do estudo, que de-correu em entre Junho e Dezembro de 2013, teve como base 44 Unidades de Cuidados na Comunidade, entre Santa-rém e o Algarve, que respondem a um universo de um 1,7 milhões de habi-tantes.

Para esta população, tendo por base o ratio de um enfermeiro para 5.000 pes-soas, deveriam existir cerca de 357 pro-fissionais, mas só existem 70, estando em falta cerca de 287 enfermeiros.

“Tendo em conta os dados que te-mos, concluímos que, para garantir a dotação de enfermeiros nas unidades de cuidados na comunidade” a sul do país, que abrangem 4,4 milhões de pes-soas, “seriam necessários mais 700 en-fermeiros”, explicou.

Luís Pardal | Arquivo Registo

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Os cursos de CT são aqueles em que estão inscritos mais alunos no ensino superior.

Estudo da UE mostra preferência de alunos por Ciências Quando entram no ensino secundário, os alunos do curso de Ciências e Tecnolo-gias (CT) são os que têm menos chumbos no currículo escolar e os que apresentam as expectativas mais elevadas quanto ao seu percurso académico e à entrada no mercado de trabalho. O facto de ser esta a opção que permite o acesso ao curso su-perior de Medicina, mas também o que é mais abrangente em termos de futuro, faz deste o preferido dos alunos, revela um estudo da Universidade de Évora (UE).

De acordo com o mesmo documento, os estudantes têm pouca percepção do peso das questões sócio-económicas no seu percurso escolar, valorizando mais factores individuais.

O documento, que foi encomendado pela Direcção-Geral de Educação (DGE), mostra os números mais recentes de uma realidade já conhecida: um percurso mar-cado pelas retenções de uma parte consi-derável da população escolar. De acordo com Os Cursos Científico-Humanísticos e o Alargamento da Escolaridade Obri-gatória, 12,4% dos alunos matriculados no primeiro ano do ensino secundário já tinham reprovado pelo menos uma vez e quase 2% tinham dois ou mais “chum-bos” no currículo.

É nos cursos de Artes Visuais (26%) e Línguas e Humanidades (25%) que se concentram as maiores percentagens de

estudantes que já chumbaram ao longo do seu percurso académico. Pelo contrá-rio, apenas 8% dos que frequentam CT tiveram uma retenção durante os anos anteriores à entrada no secundário. Este é o primeiro indicador que dá desta-que a esta opção entre os quatro cursos

científico-humanísticos. Os alunos deste curso são também os alunos que mais re-correm a explicações – 45%, contra uma média global de 38,4% – e aqueles entre os quais há um peso relativo entre sexos mais equilibrado – há 52% de raparigas inscritas, chegando a ser 73% no caso de

Politécnico de Portalegre com peso relevante na economia localA presença de instituições de ensino su-perior tem um impacto significativo na economia das regiões em que estão se-diadas. Esse facto é sobretudo notório nas regiões mais desfavorecidas do país, onde os institutos politécnicos chegam a pesar 11% no PIB local.

Estas conclusões constam do primei-ro estudo do género, encomendado pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP). Calcula--se que só os sete politécnicos analisados gerem um impacto indirecto de 460 mi-lhões de euros anuais.

É em Bragança que o peso do instituto politécnico na economia local atinge um valor mais elevado (11,02%), mas Portale-gre (5,67%), Castelo Branco (4,98%) e Viseu (4,47%) são outros exemplos de concelhos onde a presença destas instituições de en-sino superior consegue ter reflexos mui-to significativos. São “essencialmente as regiões mais desfavorecidas a apresentar os maiores valores”, segundo o relatório final do estudo, intitulado “O Impacto dos Institutos Politécnicos na economia local”.

Em sentido contrário, Setúbal (1,71%) e Viana do Castelo (2,06%) contam com um peso menor dos respectivos institutos po-litécnicos no seu PIB regional.

É a primeira vez que os impactos do ensino superior politécnico são medidos

como os custos assumidos pelas próprias instituições de ensino superior. Este va-lor apresenta diferenças consideráveis a nível nacional, oscilando entre os 16 mi-lhões de euros de impacto dos politécni-cos de Portalegre e os 101 milhões anuais gerados pelo instituto superior de Leiria.

Aplicando um multiplicador de 1,7 ve-zes — na ausência de informação econó-mica que permitisse determinar os valo-res para cada concelho, os investigadores aplicaram a mediana dos vários multi-plicadores utilizados nos diferentes estu-dos do género feitos em diferentes países — os autores do estudo encomendado pelo CCISP chegaram também à conclu-são que estes sete institutos politécnicos geram um impacto indirecto de 460 mi-lhões de euros anuais.

O estudo permite também perceber o impacto potenciador do investimento pú-blico no ensino superior. O nível de acti-vidade económica gerado na região onde se insere cada politécnico sofre um incre-mento importante em face das transfe-rências feitas todos os anos pelo Estado. O relatório final desta investigação afirma que cada euro de financiamento recebido do Orçamento do Estado gera um impac-to médio de 4,22 euros, podendo atingir um valor superior a 8 euros, no caso do Instituto Politécnico de Leiria, onde se regista o índice mais elevado.

desta forma, com uma mesma metodolo-gia que permite comparações.

Foram escolhidos sete instituições (Bra-gança, Castelo Branco, Leiria, Portalegre, Setúbal, Viana do Castelo e Viseu), que representam metade do sistema politéc-nico público. Tentou-se abarcar diferentes realidades, do interior e do litoral, zonas

mais ou menos industrializadas e insti-tuições com dimensões diferentes.

Impactos directos e indirectosO trabalho estimou os impactos di-

rectos de sete politécnicos na economia, que ascendem a 270 milhões de euros anuais, contabilizando os gastos anuais de docentes, funcionários e alunos, bem

Humanidades.Os cursos de CT são aqueles em que es-

tão inscritos mais alunos no ensino su-perior, dividindo-se entre dois grupos: há os que têm “objectivos muito determina-dos”, especialmente a entrada num curso superior de Medicina, “mas também os que não sabem bem o que querem”, refere Marília Cid, coordenadora do estudo. Por ser mais abrangente, esta opção permite “abrir mais portas” e aceder a profissões de maior prestígio social, defende a inves-tigadora.

É entre os estudantes de CT que a per-cepção de um maior reconhecimento profissional no futuro parece ter pesado na escolha do curso. Também os estudan-tes que manifestam expectativas mais al-tas são de CT e enquadram-se no seguinte perfil: são do sexo feminino e têm classi-ficações médias no 2.º período do 10.º ano de Muito Bom (18 a 20 valores).

A investigação do Centro de Investi-gação em Educação e Psicologia da EU tenta avaliar os impactos do alargamen-to da escolaridade mínima obrigatória até aos 18 anos, que passou a ser válida para os alunos que se inscreveram no 10.º ano pela primeira vez no ano lectivo 2012/2013, baseando-se num inquérito aplicado a quase 5000 estudantes e em entrevistas com alunos, professores, pais e psicólogos.

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Destaque

“A solução não passará necessariamente por proibir a retenção ou de a iludir pela busca de sucesso a qualquer custo”.

Portalegre e Évora (no secundário) com sucesso escolarMais de um terço dos estudantes que fre-quentam o ensino obrigatório já chumba-ram pelo menos uma vez e o fenómeno tem um custo de 250 milhões de euros anuais para os cofres do Estado. Os números são avançados no Atlas da Educação, pro-movido pela associação Empresários pela Inclusão Social (EPIS) e pelo Centro de Es-tudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa (Cesnova). A investigação traça um retrato da escola em Portugal com uma comparação a nível concelhio.

De acordo com o Atlas da Educação, 35% dos alunos do básico e secundário têm pelo menos uma retenção ao longo do seu per-curso escolar. Tendo em conta que o custo médio por estudante no ensino obrigatório andará à volta dos quatro mil euros anuais, os autores deste estudo concluem que o des-perdício “nunca será inferior a 250 milhões de euros anuais”. A estes valores teriam ainda se ser somados os custos de médio e longo prazo de uma saída antecipada do sistema de ensino sobre os quais não exis-tem dados.

“A solução não passará necessariamente por proibir a retenção ou de a iludir pela busca de sucesso a qualquer custo”, defende a equipa do Cesnova, que foi liderada pelo sociólogo e antigo ministro da Educação David Justino. Os investigadores propõem que o combate ao insucesso escolar passe pela prevenção, mas, sobretudo, por “con-trariar a cultura dominante” que aceita as reprovações dos alunos como algo “natu-ral”. O sistema de ensino português “não está concebido para promover o sucesso e a equidade”, lê-se nas conclusões do docu-mento.

O Atlas da Educação parte de uma inves-tigação conduzida entre 2012 e 2013 por Da-vid Justino e faz uma análise de base nacio-

nal, mas também ao nível dos concelhos, estabelecendo uma espécie de cartografia do desempenho da Educação em Portugal nos últimos 20 anos.

Os autores cruzam três dimensões – re-tenção escolar, o abandono e os resultados dos exames do 9.º ano e do ensino secun-dário – permitindo agrupar os concelhos com características semelhantes, definindo cinco grupos. No ensino básico, entre os 308 municípios nacionais, apenas um quarto

consegue atingir resultados indicadores de sucesso escolar (bons resultados nos exa-mes, reduzido abandono e selectividade próxima da média nacional). Há 80 (25% do total) concelhos neste grupo, onde estão Porto e Lisboa, mas também capitais de dis-trito do interior como Portalegre. No extre-mo contrário, em 10% dos concelhos o dado mais significativo é insucesso escolar (por exemplo, Almada, Setúbal ou Lagos).

No entanto, a maioria dos casos (37%) des-

taca-se pela baixa retenção de alunos (casos de Braga, Coimbra ou Aveiro), ao passo que em 12% dos municípios, entre os quais estão Beja, Faro ou Espinho, o elemento distinti-vo é a incidência do abandono escolar. De acordo com o Atlas da Educação, há ainda 16 concelhos em que o sucesso dos resulta-dos e o reduzido abandono são conseguidos à custa de uma “enorme selectividade” es-colar através da retenção dos alunos (Ama-dora, Olhão ou Vinhais são disso exemplo).

O mesmo exercício para o ensino secun-dário sem alterações muito significativas. O sucesso escolar é o traço distintivo de 27% dos concelhos (entre os quais já não estão Porto e Lisboa, mas surgem Braga e Évora, por exemplo) e o insucesso manifesta-se em 9% dos municípios (Bragança e Vila Real são duas das capitais de distrito que constam nesta lista).

Partindo desta análise concelhia, a equi-pa do Cesnova preconiza é que a aposta na prevenção do abandono e insucesso escolar deve assentar num princípio de descentra-lização e de mobilização das escolas e das comunidades locais. De resto, os investi-gadores concluem que o sistema de ensino português apresenta “características muito marcantes de gestão centralizada”, o que poderá explicar “o insucesso dos grandes planos de reforma”.

O Atlas da Educação aponta ainda uma “manifesta contradição” entre o alarga-mento da escolaridade obrigatória para os 12 anos e a legislação laboral que permite o início da actividade laboral aos 16 anos. Por isso, os investigadores do Cesnova anteci-pam que “uma das soluções possíveis” seria a regulamentação do trabalho a tempo par-cial entre os 16 e os 18 anos, que permitisse aos estudantes conciliar a escola com a in-tegração no mercado de trabalho.

900 milhões para 90 Km de Ferrovia de Évora ao CaiaNos planos do Governo apenas está pre-vista a construção de uma nova linha, de 90 quilómetros, entre Évora e Caia, a partir de 2017. Os restantes investimentos limitam-se a arranjos pela rede ferroviá-ria com a modernização de alguns troços e a eliminação de estrangulamentos à ex-ploração.

Dos 2569 milhões de euros a aplicar na ferrovia, a fatia de leão vai para o eixo Sines-Badajoz, que inclui a moderniza-ção de troços existentes e da nova linha que vai ligar Évora ao Caia e que estava já contemplada (e adjudicada) no Governo de Sócrates, embora no mesmo pacote da linha do TGV entre Poceirão e Espanha.

A linha ficará dotada com bi-bitola para que nela possam circular comboios com bitola ibérica e europeia (esta última tem uma distância entre carris 23 centí-metros inferior à que vigora em Portugal e Espanha). Mas não esclarece se será co-locado já um terceiro carril (que não teria qualquer utilidade porque não há conti-nuidade do lado espanhol), ou se apenas serão aplicadas travessas preparadas para receber no futuro esse novo carril. Tudo isto por 900 milhões de euros.

Quanto à linha do Norte, 20 anos de-

pois do início da modernização, esta poderá ficar concluída em 2019 após a intervenção nos troços Ovar-Gaia, Alfa-relos-Pampilhosa e na zona do Ribatejo. São 400 milhões de euros para que, por exemplo, a viagem em Alfa Pendular dei-

xe de ser um rali e passe a ter velocidade mais constante. Apesar de “estratégico”, este projecto não acautela o futuro, ao não prever uma terceira via ao lado da actual entre Alfarelos e Pampilhosa, um dos tro-ços mais congestionados da linha.

A linha do Oeste é contemplada com 135 milhões de euros para a sua electrifi-cação e instalação de sistemas de sinali-zação modernos, incluindo os ramais às fábricas de cimentos e celuloses. O PETI diz que “este projecto é uma alternativa à linha do Norte” e que permite “estrutu-rar a frota de material diesel da CP” com a sua substituição por comboios eléctri-cos.

A electrificação da rede é, aliás, um dos objectivos mais importantes do plano que, a concretizar-se, contemplará o gros-so das vias férreas do país. É isso que está previsto para a linha do Minho (145 mi-lhões de euros), cuja região se conformou à perda da ligação em alta velocidade com a Galiza, e onde serão também elec-trificados os ramais particulares de aces-so a empresas.

Na linha do Douro a electrificação é mais tímida, quedando-se por Marco de Canavezes (20 milhões de euros a gas-tar até 2015 entre Caíde e aquela cidade). A Régua ficará à margem dos comboios eléctricos, bem como o troço até Pocinho, que não terá investimento. Serão ainda electrificados os troços Guarda-Covilhã e o ramal de Neves Corvo.

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Luís Pardal | Arquivo Registo

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“Isto faz-se com o envolvimento de todos, com muito voluntariado dos leigos e boa coordenação diocesana”.

Bispo de beja alerta contra pobreza e desertificaçãoO bispo de Beja alertou para a “desertifica-ção do interior” e afirmou que esta realidade apresenta desafios à diocese e às populações por fatores como as migrações, poucos nasci-mentos e falta de investimento.

“É necessário fazer das nossas pequenas comunidades centros de vida fraterna, de for-mação humana e espiritual, de partilha das alegrias e das tristezas, dos êxitos e dos fracassos, tornando os nossos ambientes mais transpa-rentes, de pessoas próximas e atentas umas às outras”, alerta D. António Vitalino. O prelado reflete sobre este “grande desafio” que é apre-sentado à Igreja e às dioceses do Interior, porque a falta de jovens origina ausência de vocações.

“Isto faz-se com o envolvimento de todos, com muito voluntariado dos leigos e boa coordenação diocesana”, acrescenta o bispo, que considera ser necessário “dar prioridade” ao contacto humano e descobrir “com ima-ginação e criatividade os meios simples para facilitar” a atenção pelo bem comum.

“Nos 17 concelhos da diocese de Beja hou-ve um decréscimo de quase dez mil habitan-tes entre 2001 e 2011. Nos concelhos do litoral alentejano manteve-se a população, sobre-

tudo devido aos imigrantes”, observa, relem-brando que “nas últimas semanas”, o governo anunciou que é preciso “atacar a crise de em-prego e de natalidade” e “criou uma comissão para estudar políticas favoráveis”.

D. António Vitalino alude ao aumento do

número de desempregados, à diminuição de nascimentos, ao envelhecimento da popu-lação e aumento do número de emigrantes, e exemplifica com a freguesia de S. Teotónio.

“Nalgumas freguesias do litoral a popula-ção residente estrangeira é superior à autóc-

tone. Isto reflete-se também na pastoral das paróquias, onde o número de batismos, de crianças na catequese, de matrimónios e ou-tras áreas tem vindo a diminuir”, desenvolve.

Para o prelado, as causas “são muito com-plexas e múltiplas” e não se pode atribuir tudo à “crise económica” porque já existiram anos de “grande pobreza” mas “havia uma grande natalidade” e aponta, por exemplo, “o individualismo e a falta de confiança na vida e no futuro é transversal”.

Para a desertificação do interior, D. António Vitalino apresenta também a “falta de inves-timento empresarial, social e cultural” que se concentra nos grandes centros do litoral.

O bispo de Beja sugere ainda juntar o can-tar e as canções que narram “a história das terras e das gentes” alentejanas às igrejas que “são belas e um rico património”.

“Fazer o levantamento dessa história e cul-tura, dando-lhes vida nos nossos ambientes, contribuirá para levantar a nossa autoestima e despertar o interesse de turistas e de imi-grantes para o segredo do nosso estilo de vida, alegre e fraterno, apesar da simplicidade de recurso”, indicou D. António Vitalino.

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Segundo o MAI, foram distribuídos, em Maio, 2.600 terminais SIRESP às corporações de bombeiros.

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Arcada, o Alentejano e Cadeia Quinhentista na Rota dos CafésReunindo mais de duas dezenas de cafés históricos, a rota pretende “pre-servar e divulgar o património” cons-tituído por cafés que, pela sua história e características, se assumem frequen-temente como “âncoras” das zonas ou mesmo das cidades ou vilas em que se localizam, disse Vítor Marques, gerente do Café Santa Cruz, em Coimbra, men-tor e impulsionador do projecto.

Além de “aproximar estes espaços que são marcas e identidades” de centros ur-banos, a ‘Rota dos Cafés com História de Portugal’ também quer contribuir para a preservação deste tipo de estabeleci-mentos ou promover a sua reabilitação ou criar novos cafés em espaços e confe-rir-lhes o ambiente que os tornam “his-tóricos” e “diferentes”, sustenta aquele responsável, adiantando que vai ser lançado um livro com fotografias dos cafés que integram a rota e com folhas em branco para que os clientes possam registar as suas sensações ou memórias que cada um dos cafés lhes sugere.

Estes cafés são “depositários de déca-

Governo distribuiu 2600 rádios SIRESP aos BombeirosO Ministério da Administração In-terna (MAI) anunciou que vai lançar até ao final do ano um novo concurso para aquisição de cerca de 2.700 rá-dios SIRESP para os bombeiros.

Fonte do MAI adiantou que a aqui-sição dos novos equipamentos vai permitir que as corporações de bom-beiros passem a dispor de cerca de nove mil rádios SIRESP (Sistema In-tegrado de Redes de Emergência e Se-gurança de Portugal).

Segundo o MAI, foram distribuídos, em Maio, 2.600 terminais SIRESP às corporações de bombeiros.

Com a entrega dos 2.600 rádios SI-RESP, os bombeiros têm ao dispor, durante época de incêndios f lorestais deste ano, um total de 6.244 destes equipamentos.

Dados do MAI indicam que os 2.600 equipamentos foram distribuídos em maior número pelos distritos de Lisboa (336), Porto (282), Viseu (198), Santarém (168), Leiria e Setúbal (150 em cada um), Coimbra (144) e Guarda (138).

O secretário de Estado da Adminis-tração Interna, João Almeida, parti-cipou, já em Junho, em Évora, numa acção de formação para a utilização dos rádios SIRESP, destinada ao pes-soal operacional da estrutura da Au-toridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em antecipação ao período crítico de incêndios f lorestais.

A sessão contou também com a pre-sença do presidente da ANPC, e foi especialmente orientada para os co-

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mandos de Beja, Évora, Lisboa, Setú-bal e Faro.

Fogos de 2103 provocaram mais de 34 milhões de prejuízo

No último Verão, os incêndios re-gistados no Caramulo, Picões, Tran-coso, Mondim de Basto e Covilhã, nos

quais morreram nove pessoas, das quais oito eram bombeiros, represen-taram danos directos no valor de 34,2 milhões de euros, o correspondente a uma área ardida de 27.918 hectares.

A estimativa do Instituto Nacio-nal de Estatística (INE), baseada nos

valores declarados pelos municípios, aponta para que, só no incêndio do Caramulo, se tenham registado per-das de 13,9 milhões de euros. Seguiu--se o incêndio de Picões, com danos na ordem dos 10 milhões de euros. É aproximadamente o mesmo valor dos danos estimados para o conjunto dos outros três grandes incêndios (Tran-coso, Mondim de Basto e Covilhã).

Mas há diferenças a assinalar. No Caramulo, onde as chamas arderam continuamente entre 21 e 30 de Agos-to de 2013, os danos decorreram so-bretudo da perda de potencial f lores-tal, com Tondela a afirmar-se como o município mais afectado.

Já no incêndio de Picões, ocorrido entre 8 e 12 de Julho, destacam-se so-bretudo os danos no potencial agrí-cola (37,9% do total de danos reporta-dos). Aqui Mogadouro foi o município mais afectado.

No conjunto dos três outros grandes incêndios, os danos em infra-estrutu-ras foram estimados em 1,5 milhões de euros.

No conjunto dos fogos, o de Picões foi o que apresentou maior área ardi-da: correspondendo a 46,9% da totali-dade dos cinco incêndios

No total, 982 explorações agrícolas foram afectadas e 1.924 hectares de área agrícola destruídos. O total dos danos na agricultura rondou os 7,7 milhões de euros.

Em termos de edificado, foram afec-tados 197 edifícios, havendo ainda a reportar cinco pessoas desalojadas.

das, por vezes séculos, de hábitos, gos-tos, convívios, vivências de gerações”, defende Rodrigo Silva, do Café São Gon-

çalo, de Amarante, que foi frequentado por figuras como o escritor e poeta Tei-xeira de Pascoaes (que dedicou um poe-

ma ao próprio café), os pintores Mário Cesariny e Cruzeiro Seixas ou OS mili-tares Mário Delgado e Sousa e Castro, que ali conspiraram.

A ‘Rota dos Cafés com História de Por-tugal’ é “uma boa ideia, é um bom pro-jecto” que “pode ajudar a preservar” e a “recuperar” este tipo de estabelecimen-tos ou a promover a criação de novos es-paços com estas características, mesmo em espaços que nunca serviram esta área, mas que nem por isso deixam de ter histórias para contar e ambientes próprio, acredita, Agostinho Barrias, dos cafés Majestic e Guarany, no Porto.

Integram, ainda, a Rota a Versail-les, Martinho da Arcada, Brasileira do Chiado, Nicola, Bérnard, Pastéis de Be-lém e Confeitaria Nacional, de Lisboa, o Milenário e o Teto de Mercúrio (Gui-marães), o Brasileira e o Vianna (Braga), a Pastelaria Gomes (Vila Real), o Aviz e o Piolho (Porto), o Paraíso (Tomar), o Alentejano (Portalegre), o Cadeia Qui-nhentista (Estremoz), o Arcada (Évora) e o Calcinha (Loulé).

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Na programação de 2014 renova-se o pacto com o público.

Músicas do Mundo - SinesO FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, a maior celebração das mú-sicas do mundo realizada em Portu-gal, volta a encher Sines de sons de todo o planeta entre 18 e 26 de julho. Será a 16.ª edição do festival, marca-da pelo regresso do núcleo de Porto Covo, nos três primeiros dias, e por um programa intenso de concertos, animação de rua e iniciativas parale-las. Angélique Kidjo, Mulatu Astatke, Balkan Beat Box, Ibrahim Maalouf, Fatoumata Diawara & Roberto Fonse-ca, Kayhan Kalhor & Erdal Erzincan, Oliver Mtukudzi e Tigran são alguns dos artistas em destaque.

Na programação de 2014 renova-se o pacto com o público, que desde 1999 parte para Sines à descoberta de músi-ca que nunca ouviu ou que raramen-te tem oportunidade de ouvir ao vivo. No atlas musical desta edição cabem espetáculos e atuações musicais de artistas de quatro continentes. O Irão, a Turquia, a Coreia do Sul, a Tanzânia, o Zimbabué, o Benim e São Tomé e Príncipe fazem a sua estreia no fes-tival, elevando para uma centena o número de países e regiões que já pas-saram pelo mais aventureiro aconte-cimento musical português, sedeado no concelho portuário que viu nascer Vasco da Gama.

O ANO DO REGRESSO DE PORTO COVONos locais de realização do festival, a principal notícia é o regresso do nú-cleo de Porto Covo, nos dias 18, 19 e 20 de julho, num palco montado no Largo Marquês de Pombal, uma das praças mais bonitas do Alentejo.

Mulatu AstatkeANGÉLIQUE KIDJO E MULATU ASTATKE À FRENTE DE FORTE DELEGAÇÃO AFRICANAO festival de Sines sempre foi um palco especial para a divulgação das músicas de África. Em 2014, volta a sê--lo. Três figuras históricas da música do continente vão estar em Sines: a mais internacional estrela africana, Angélique Kidjo (Benim), a lenda do ethio-jazz Mulatu Astatke (Etiópia) e Oliver Mtukudzi, patriarca da música

do Zimbabué. A cantautora maliana Fatoumata Diawara regressa ao festi-val num projeto com o pianista cuba-no Roberto Fonseca. Outro espetáculo africano a merecer grande expetativa é o dos tanzanianos Jagwa Music, que dão o concerto final no palco da praia. Também a não perder as presenças do guitarrista Teta (Madagáscar), da ban-da Mamar Kassey (Níger), e da dupla Debademba (Mali / Burkina Faso).

MAIOR REPRESENTAÇÃO ASIÁTI-CA DE SEMPRENunca o festival apresentou tanta e tão diversificada Ásia como em 2014. Da índia, chegam quatro espetáculos: Bachu Khan, cantor cigano do Rajas-tão, Jaipur Maharaja Brass Band, fan-

farra também oriunda do Rajastão, o intérprete de sitar Niladri Kumar e o espetáculo ritual Mudiyett, inscrito no registo de Património Imaterial da Humanidade da UNESCO. A Coreia do Sul é representada pela banda de pós--rock Jambinai e a China pelo grupo de folk-rock mongol Ajinai.

A representação asiática prolonga--se pelo Médio Oriente. Dois dos mais prestigiados músicos instrumentais desta zona do mundo atuam este ano no FMM: o iraniano Kayhan Kalhor e o turco Erdal Erzincan. Outro ira-niano, o percussionista Mohammad Reza Mortazavi, também irá estar presente. Ainda na música instru-mental, ouviremos o Istiklal Trio, grupo israelita com influências tur-

cas. Das fusões envolvendo músicos e estilos do mundo árabe, haverá duas propostas para dançar: o espetácu-lo “Fuck the DJ” do franco-tunisino Smadj e a dupla de DJs franceses Acid Arab, fusão de eletrónica com música árabe.

PORTUGAL DO FADO, DO FOL-CLORE, DAS FUSÕESSão sete os espetáculos de música portuguesa programados para esta edição do festival: Custódio Castelo & Shina, Zé Perdigão “Sons Ibéricos”, Galandum Galundaina, Ai!, Júlio Pe-reira, Gisela João e The Soaked Lamb. A estes sete juntam-se as diversas formações da Escola das Artes do Alentejo Litoral e outros grupos que atuam em espaço público ao longo do festival.

SONS DE UMA EUROPA DE CRUZAMENTOSA Europa, os seus artistas, os seus produtores, as suas editoras, atraves-sam toda a programação do festival. Além das já citadas, há mais quatro presenças europeias de nota. Duas delas partem da música tradicional da Bretanha: KrisMenn / AleM fun-dem-na com o hip hop e o Astrakan Project leva-a a viajar pelo Oriente. Karolina Cicha & Bart Palyga são os embaixadores da Podláquia, região multiétnica e multilinguística da Po-lónia. Jungle By Night é uma orques-tra de jovens músicos holandeses re-novadores do afrobeat.

FESTIVAL PAR A ALÉM DA MÚSICAAlém dos concertos em palcos e es-paço público, o festival oferece um programa de iniciativas paralelas em torno da música e das artes. Ha-verá ateliês para crianças e bebés, ofi-cinas, ciclo de cinema documental, conversas com escritores e artistas, feira do disco e do livro, sessões de contos, exposição e biodanza. Logo no primeiro dia do festival, realiza-se em Porto Covo uma conferência com Alessandro Portelli, sobre a música dos novos migrantes.

Museu do Megalitismo vai nascer em MoraA Câmara de Mora está a recupe -rar a antiga estação de caminhos-- de -fer ro da v ila para ali instalar o f uturo Museu do Megalit ismo. O projecto, que representa um inves-t imento de 2,5 milhões de euros, v isa reforçar a ofer ta turíst ica deste concelho alentejano.

O presidente da câmara, Luís Si-mão, destaca o carácter “inovador” do novo espaço. “Museus onde es-tão expostas peças megalít icas [de há 5000 a 3000 anos a.C] há muitos, mas nós queremos ir mais longe, porque os museus a f ir mam-se pela di ferença”, disse o autarca à Lusa.

Em comunicado, a autarquia di z que o projecto “pr iv ilegia a interac-t iv idade entre o v isitante e todo o meio envolvente”, dando -lhe a co -

nhecer a histór ia da v ila e o espólio relativo à presença humana naque -le ter r itór io desde a pré -histór ia até à actualidade. Uma das pr incipais atracções será um holograma de um homem das caver nas, adiantou Luís Simão. Está prev ista também a ins-talação de uma biblioteca e de um espaço para acesso à Inter net, com uma área para exposições temporá-r ias.

Além das antigas instalações da estação, o museu vai ocupar um edi fício que está a ser constr uído de rai z num espaço contíguo. O autar-ca alentejano indicou à Lusa que os trabalhos já ar rancaram no ter re -no e que estão a decor rer em “ bom r itmo”. A obra, no valor de 2,5 mi-lhões de euros, é f inanciada a 85%

por f undos comunitár ios, estando a compar ticipação nacional a cargo da autarquia.

“ Trabalhamos para cr iar valên-cias que possam fazer com que as pessoas v isitem o concelho de Mora e possam per manecer aqui mais tempo”, disse Luís Simão, salien-tando que o espaço vai complemen-tar a ofer ta gerada pelo Fluv iár io, aber to há já alguns anos na per i fe -r ia da v ila.

Segundo uma nota publicada na página de Inter net da câmara, na antiga estação, desactivada há mais de 20 anos, vai também f icar sedea-da a Estação Imagem, uma associa-ção sem f ins lucrativos que promo -ve iniciativas na área da fotogra f ia e do fotojor nalismo.

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A diversidade é a principal marca deste programa organizado à volta de quatro referências estruturantes.

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Artes animam o verão de ÉvoraCenas ao Sul é o título do programa de animação cultural que está a decorrer no centro histórico de Évora com algumas extensões a freguesias rurais do conce-lho. No total são mais de 100 iniciativas diferentes agendadas entre 11 de Julho e 13 de Setembro.

A diversidade é a principal marca deste programa organizado à volta de quatro referências estruturantes e que são a luz, os sons, as formas e os afetos. O ciclo da luz inclui as expressões artísticas ligadas à fotografia e a outras artes de ver. No ci-clo dos sons há música e voz. O ciclo das formas envolve as artes plásticas, o teatro, a dança. Por fim, o ciclo dos afetos acolhe propostas de proximidade que preten-dem reforçar a lógica do encontro e criar laços entre os criadores e o público.

Depois dos momentos de abertura na Praça do Sertório e no Templo Romano, sucedem-se iniciativas como a Semana dos Palhaços pelos PIM Teatro, Música nos Claustros pelo Eborae Musica, Teatro pelo CENDREV. Há música em diferentes tons e em vários palcos na Praça do Giral-do, no Templo Romano, e noutros largos do centro histórico de Évora. Também há cinema na Praça do Sertório e no Museu de Évora, e dança proposta pela Compa-nhia de Dança Contemporânea de Évora, pela PédeXumbo e por jovens criadores eborenses.

Cenas ao Sul é uma iniciativa que en-volve cerca de três dezenas de agentes culturais de Évora apoiados pelo Inalen-tejo, pelo Turismo do Alentejo e pela Câ-mara Municipal de Évora.

No momento de assinatura do protoco-lo entre estas instituições, no passado dia 11 de Julho no Salão Nobre do Município o Presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá, sublinhou “a importância de

ter associado ao Centro Histórico de Évora uma forte componente cultural”. Desta-cando a qualidade do programa CENAS AO SUL o autarca frisou que “ precisamos que o Centro Histórico de Évora tenha animação, que tenha pessoas e vida”. Este programa dirige-se em primeiro lugar aos habitantes de Évora mas simultaneamen-te aos muitos visitantes que procuram a cidade nesta altura do ano, salientou.

Ceia da Silva, Presidente da Entidade regional de Turismo declarou na mesma altura que “uma das grandes lacunas de-

tetadas por quem está envolvido no setor do Turismo é a animação turística”. O pro-grama Cenas ao Sul surge, segundo este responsável, para melhorar esta resposta. Iniciativas desta natureza são importan-tes para aumentar o tempo de permanên-cia dos turistas em Évora, afirmou o Pre-sidente do Turismo do Alentejo.

A Associarte, a associação cultural se-diada em Évora e com atividade há mais de 20 anos, representa os criadores e pro-dutores culturais envolvidos no Cenas ao Sul. Assinou o acordo tripartido na

cerimónia que marcou o arranque deste programa de animação. Paula Freixial, uma das diretoras desta associação con-gratulou-se com “o regresso da animação à cidade” enfatizando que “só a parceria conseguida torna isso possível.”

Estas Cenas ao Sul são afinal mais de 100 propostas diferentes com acesso livre,ao longo de mais de 50 noites no ve-rão de Évora. O que significa que quase todas as noites há um convite diferente no espaço público da cidade património mundial.

Ruas Floridas De Redondo ganha Prémio Evento Público 2013Mais uma vez as Ruas Floridas de Re-dondo foram Vencedoras e por isso to-dos os Redondenses estão de parabéns por esta iniciativa e naturalmente pela sua Terra.

Se em 23 de Fevereiro do presente ano e no plano Regional as Ruas Flo-ridas de Redondo foi Vencedora do “Prémio Iniciativa Turismo do Alen-tejo 2013” promovido pela entidade “Turismo do Alentejo-ERT” no dia 03 de Julho e no plano Nacional foi a Vencedora do “ Prémio Evento Públi-co-2013” promovido pela organização da “Expo-Eventos” e atribuído na sua Gala de Eventos-2014 que decorreu no Double Tree By Hilton em Lisboa.

A Expo-Eventos na sua VII edição da Gala dos Eventos contou com a partici-pação de mais de 100 produções nacio-nais a concurso em áreas tão diversas como Turismo de Negócios, Produções Audiovisuais, Multimédia, Pirotécni-cas, Culturais e de Sustentabilidade, das quais foram nomeadas 35 entida-des nas categorias (Sustentabilidade, Evento, Espaço e Produção), as Ruas Floridas de Redondo foi distinguida

com nomeação para a categoria “Even-to Público-2013” e reconhecida como a Vencedora pelo Júri do Concurso.

A par das Ruas Floridas de Redondo estavam nomeados para esta categoria a Câmara Municipal de Lisboa com os

“Casamentos de Stº António” a Câma-ra de Torres Vedras com o “Carnaval de Torres Vedras” a Câmara de Viana do Castelo com os “Jogos Náuticos do Atlântico” e a Câmara de Santa Maria da Feira com a “ Feira Viva-Terra dos

Sonhos”.Na natural reação a mais este pré-

mio das Ruas Floridas de Redondo a Câmara Municipal orgulha-se desta magnífica manifestação da identidade de toda a sua população que imbuída num espirito participativo e envolvi-mento cívico de diferentes gerações de conhecimento vai permitindo que este legado se afirme na sua importân-cia e se perpetue.

Mas o que importa verdadeiramente referir é a magnífica vontade dos seus Participantes em prol da construção das várias edições deste evento que na sua imensa generosidade vêem assim reconhecida a sua dedicação, inova-ção, experiência e a muita paixão pelo seu trabalho.

Certo de que a atribuição de mais este prémio, reforça a confiança e o empenho de todos os envolvidos na próxima edição o Município de Re-dondo congratula-se pela continuida-de deste símbolo de união e partilha da sua população, e deseja os maiores sucessos a todos os participantes nas “ Ruas Floridas de Redondo-2015”.

Telmo Rocha | D.R.

D.R.

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Eborae Mvsica promove, um Recital de Canto, Guitarra Portuguesa e Quarteto de Cordas por solistas.

Radar

XV Ciclo de Concertos “Música nos Claustros”A Associação Eborae Mvsica promove, um Recital de Canto(Joana Godinho) e Guitarra (José Farinha) na 6ª feira, dia 18 de Julho, pelas 21h30 e um Recital de Guitarra Portuguesa (António Eustáquio) e Quarteto de Cordas por solistas da Or-questra de Câmara de Cascais e Oeiras no dia 19 de Julho pelas 21h30, nos Claustros do Convento dos Remédios.

Programa de dia 18 - 3 cavatine - Mau-ro Giuliani -Par Che di Giubilo,Alle mie Tante Lacrime, Confuso, Smarrito; Intro. Tema e variações op. 9 – Fernando Sor (Guitarra Solo); 4 Seguidillas – Fernando Sor - Muchacha y la vergüenza, Mis des-cuidados ojos, El que quisiera amando, Se dices que mis ojos; Modinhas Luso--Brasileiras - Prelúdio nº1 - Heitor Vi-llaLobos (Guitarra Solo); Cruel Saudade - Manuel Vidigal; Menina vosse - José Francisco Leal; Eu namoro uma menina - Domingos Schiopeta; Esta noite - José Francisco Leal; Gavota-chôro - Heitor Vi-lla-Lobos (Guitarra solo); Cordão de prata - Laurindo Almeida; A casinha pequeni-na – Laurindo Almeida; Engenho Novo - Laurindo Almeida;

Programa de dia 19 – A. Vivaldi - Con-certo em Ré Maior (Allegro giusto, Largo, Allegro);C . PAREDES - Canto de Amor, Canto de Embalar, Dança Palacia-na, Verdes Anos, Dança dos Camponeses; A. EUSTÁQUIO - Suite das Folhas: Missão das folhas, Paixão das folhas, Poema a uma folha caída, Folhas palacianas, A in-fância das folhas, Festa das folhas, O pas-seio das folhas, Dança das folhas;

Joana Godinho - É licenciada em Canto pela Universidade de Évora onde estudou sob a orientação da professora Liliane Bi-zineche. Atualmente frequenta o curso de mestrado em Música, Interpretação - Canto na mesma universidade. Frequen-tou cursos de aperfeiçoamento e Master-classes de canto e em Espanha, Portugal e Itália, entre as quais se destaca os en-contros de Música Antiga em Parzanica onde estudou com a cantora Claudine Ansermet. Dedica-se principalmente ao repertório de Câmara e integra diferen-tes grupos, tendo sido co-fundadora de alguns deles, onde se dedica ao repertó-rio renascentista e barroco e séc. XX, tem

atuado em concertos por todo o país, Es-panha, Itália e Malta.

José Farinha - Em 1997 ingressou na Universidade de Évora, tendo concluído a Licenciatura em Guitarra e Música de Câmara com os professores Paulo Valente Pereira e Pedro Jóia. Frequentou diversos cursos de aperfeiçoamento de Guitarra com Leo Brouwer, Alberto Ponce, José Diniz e Louis Andriessen, entre outros. Participou nos concursos “Jovens Músi-cos” da R.D.P. e foi finalista no concur-so “Juventude Musical Portuguesa” em 1996. Realizou vários recitais a solo e com diversas formações de Música de Câmara, no País e no Estrangeiro, nomeadamen-te em Espanha, Suíça, Bulgária, Bélgica, Malta e Moçambique.

ANTÓNIO EUSTÁQUIO – (Guitarra Por-

tuguesa e Guitolão) - É Licenciado em Gui-tarra Portuguesa pela ESART; Estudou em Paris, Música Antiga com Henri Ag-nel e um ano depois ingressou no serviço militar onde integrou a Orquestra Ligeira do Exército. Integrou a Orquestra da Feli-cidade, participando em diversos progra-mas televisivos e em concertos por todo o país. É membro fundador do Quarteto do Sol, com o qual gravou um CD a con-vite da editora “ Numérica “ e fundou o quarteto “Sons do Tempo” – quarteto com guitarra portuguesa. Fundou a Camerata Lusitana, conjunto instrumental que pro-põe a utilização da guitarra portuguesa na execução de repertório de música do período barroco

RICARDO MENDES Violino - Licenciado

pela Escola Superior de Lisboa em 2004. Com uma bolsa Erasmus, estudou no Conservatório Felix Mendelshon Bar-tohly, em Lepzig com Roland Baldini. Participou no master class com a prof. L.Mordkovich. É músico efetivo da Or-questra de Câmara de Cascais e Oeiras.

GERGANA BENCHEVA violino -Licen-ciou-se na Academia Nacional de Música em Sófia, na classe de violino da Profª. Ginka Gichkova. Actuou como solista em várias orquestras búlgaras. Participou nas master-classes com I. Neaman, M. Frishenshlager, A. Kisš, E. Kamilarov, M. Minchev, M. Lapshansky. Foi concertino da New Simphony Orchestra, na Bulgá-ria, e da Junge Europa Philarmony, na Alemanha.

É música efetiva da Orquestra de Câma-ra de Cascais e Oeiras

JEAN AROUTIOUNIAN viola Começou o estudo de violino com 5 anos de idade com o seu pai, prof. Gareguin Aroutiou-nian, dando o seu primeiro recital com 7 anos. Aos 8 anos de idade ganhou o 1º prémio no concurso Jovens Talentos da Arménia e com 9 anos o Concurso Jovens Intérpretes, estudando na classe do con-ceituado professor Villi Mokatsian, na Es-cola Profissional de Tchaikovsky. Desde Setembro de 2013, integra a Orquestra de Câmara cascais Oeiras como Violetista.

TIAGO RIBEIRO Violoncelo - Licenciado pela Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com a prof.ª Célia Vital. Par-ticipou nos CDs de Constança Capdeville e de Christopher Bochmann. Frequentou também master classes com prof. M. Car-neiro, Cl. Vital, J. Knight e B. Broudie. . É músico efetivo da Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras.

A Associação Eborae Mvsica tem o apoio da Câmara Municipal de Évora, Antena 2, Diário do Sul e Rádio Diana; este ciclo é apoiado também pela CE, Qren, Inalen-tejo e alguns Concertos pela Secretaria de Estado da Cultura através da DGartes e da Direção Regional da Cultura e ou-tros pelo CE, QREN, POPH e Ministério da Educação.

Uma viagem de Istanbul a Lisboa com a Mythos.7Sóis.OrkestraPromovendo concertos de world music, o Festival Sete Sóis Sete Luas – nascido em 1993 sob a égide do Prémio Nobel José Sa-ramago – continua a programação de ve-rão em Portugal, levando a Oeiras e Ponte de Sôr um dos seus projetos multicultu-rais: a Mythos.7Sóis.Okestra, produzida com o importante apoio da Dgartes, que atuará na Fábrica da Pólvora de Barcare-na no dia 18 de julho e na Zona Ribeiri-nha de Ponte de Sôr no dia 19.

O Festival Sete Sóis Sete Luas, na sua

XXII edição em 2014, faz da contamina-ção e da integração entre diferentes géne-ros o seu trato distintivo. Empenhado na valorização de todas as culturas, produz novas orquestras multi-étnicas com o ob-jetivo de estabelecer uma comunicação entre músicos oriundos de vários Países, para que possam trabalhar juntos na cria-ção de um estilo musical multicultural e contemporâneo. Continuamente à procu-ra de pontes entre as diferentes culturas, o Festival apresenta nos dias 18 e 19 de

julho, na Fábrica da Pólvora de Barcare-na e na Zona Ribeirinha de Ponte de Sôr, uma das suas orquestras multiculturais: a Mythos.7Sóis.Orkestra. Portugal, Itália, França e Turquia encontram-se no novo projeto musical do Festival Sete Sóis Sete Luas, celebrando o mundo mediterrâneo e lusófono. Várias expressões musicais mis-turam-se e convivem no repertório desta nova orquestra, na qual as culturas de diferentes países estão inextricavelmen-te interligadas. André Santos na guitarra

(Portugal) dirige o ensemble, formado por Luzia Vieira (contrabaixo, Portugal), Mu-rat Ertel (instrumentos de cordas e voz, Turquia), Daniel Solia (bateria, França), Francesca Incudine (voz e percussões, Si-cília), Patrizio Castiglia (violino, Toscana) e os Tenores de Neoneli (canto a tenores, Sardenha). O resultado é uma viagem na world music, com ritmos que traçam a história cultural do Mediterrâneo através de canções tradicionais reinterpretadas num contesto contemporâneo.

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A cerimónia de abertura da 21ª edição do Monsaraz Museu Aberto realizou-se no dia 11 de julho.

Radar

Monsaraz Museu AbertoA bienal cultural Monsaraz Museu Aber-to decorre na vila medieval de Monsaraz desde o dia 11 e vai até 27 de julho sob o tema “Memórias”. Este certame cultural organizado pelo Município de Reguen-gos de Monsaraz desde 1986 e que se rea-liza com periodicidade bienal desde 1998, pretende abordar o que de melhor se faz na cultura e nas artes do espetáculo.

A cerimónia de abertura da 21ª edição do Monsaraz Museu Aberto realizou-se na passada sexta-feira, dia 11 de julho, no Largo D. Nuno Alvares Pereira, com uma visita às exposições e a apresenta-ção do vinho “Monsaraz Museu Aberto 2014”, produzido pela CARMIM.

O grupo D. Laura e Vitorino vão apresen-tar no dia 18 de julho, pelas 22h, na Praça de Armas do castelo de Monsaraz, o espe-táculo “Ao Sul”. Um projeto de fusão e uma experiência contemporânea com música popular portuguesa, fado, morna, música latina e erudita que se cruzam com sonori-dades alentejanas.

No sábado, dia 19 de julho, às 22h, na Pra-ça de Armas, a orquestra GuitarDrums, em conjunto com a fadista Margarida Arcanjo e o Grupo Coral do Montijo, vão apresentar excertos da ópera “Carmina Burana”, de Carl Orff. A voz de Margarida Arcanjo vai juntar-se à orquestra GuitarDrums, cons-

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tituída apenas por guitarras acústicas, e ao Grupo Coral do Montijo, um coro polifóni-co com 30 elementos. No domingo, 20 de julho, às 18h30, realiza-se novamente o “Vi-nho do trabalho”.

A Festa do Cante nas Terras do Grande Lago decorre no último fim de semana do Monsa-raz Museu Aberto, que abre no dia 25 de julho,

pelas 22h, no Largo D. Nuno Alvares Pereira, com as atuações do grupo de cante alenteja-no A Moda Mãe e do grupo de flamenco e sevilhanas Serva La Bari. Neste espetáculo, integrado no Dia da Cooperação Transfron-teiriça, A Moda Mãe vai interpretar composi-ções do Cancioneiro Popular Alentejano, e os espanhóis Serva La Bari vão apresentar o fla-

menco “Palos”, interpretado por Joaquin Mo-reno (cante), Francisco Morales (atualmente considerado um dos melhores guitarristas de flamenco) e Carlos Mil-Homens (percussão), acompanhados por um elenco de bailarinas.

A Gala do Cante realiza-se no dia 26 de julho, a partir das 22h, no Largo D. Nuno Alvares Pereira. O espetáculo intitula-se “Ao Cair da Tarde” e em palco vão estar o Grupo Coral da Freguesia de Monsaraz, Grupo de Cantares de Évora, Celina da Pie-dade e Pedro Calado. Celina da Piedade é uma das artistas mais emblemáticas do movimento de danças tradicionais euro-peias e utiliza a sua voz e o seu acordeão para divulgar o património musical do Alentejo. Pedro Calado integra grupos co-rais e tem participado em várias gravações com António Zambujo e a Ronda dos 4 Ca-minhos. A fechar, no dia 27 de julho, pelas 18h30, realiza-se o “Vinho do Trabalho”.

O Monsaraz Museu Aberto terá exposições patentes diariamente durante as três sema-nas do festival, sob o tema “As Nossas Artes”, que podem ser visitadas das 10h às 13h e entre as 14h e as 23h. No Museu do Fresco vai ser inaugurada a exposição anual “O Mundo Ru-ral – uma perspetiva socioeconómica”, que retrata a vida económica e social da popula-ção do concelho de Reguengos de Monsaraz desde o século XIX.

D.R.

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SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 750 140 Email [email protected]

O setor mineiro “tem con-dições para ter uma melhor exploração e um investi-mento mais largo no médio prazo” em Portugal, af ir-mou o Primeiro-Ministro na assinatura do contrato de alargamento da concessão da mina de Neves- Corvo, em Castro Verde, para ex-ploração do novo depósito de Semblana. Pedro Passos Coelho acrescentou que o se-tor mineiro “tem mais futu-ro do que se pensou durante muitos anos”.

O Primeiro-Ministro, que desceu ao fundo da mina, a 500 metros de profundidade, desejou o maior sucesso ao novo investimento da So-mincor, que implica “um es-forço financeiro grande” com investimento de 185 milhões

de euros, dos quais 35 já fei-tos -, acrescentando esperar que este projeto possa fun-cionar como «um incentivo de contágio positivo para ou-tros investidores”.

Pedro Passos Coelho refe-riu que Portugal tem feito 2um esforço grande” para “gerar confiança dos inves-tidores”, tornando “a econo-mia mais competitiva, mais aberta, menos protegida, com regras mais transparen-tes”, pois “sem essa confian-ça, não é possível um país ver desenvolver a sua economia com respeito por objetivos de sustentabilidade e de coesão interna”.

A assinatura do contrato permite à Somincor aceder ao depósito, que contém 200 mil toneladas de cobre e zin-

co, e cuja exploração permi-tirá manter a laboração pelo menos até 2027. A empresa espera ter criado 220 postos de trabalho quando o depó-sito estiver a produzir em pleno, dentro de três ou qua-tro anos. A estes juntar-se-á o emprego criado pelas cerca de 100 empresas subcontrata-das. A mina e as instalações industriais a elas associadas empregam presentemente 2300 pessoas.

Antes da cerimónia o Pri-meiro-Ministro, o Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, e o Secretário de Estado da Ener-gia debateram com os parcei-ros do sector a proposta de nova Lei de Bases dos Recur-sos Geológicos e o Programa de Fomento Mineiro.

Economia

Estremoz aposta no TurismoO Município de Estremoz instalou recentemente novos painéis de informa-ção turística e cultural na cidade, com o objetivo de melhor divulgar e promo-ver os eventos municipais junto da população. Estes painéis de informação turística e cultural foram adquiridos no âmbito do projeto transfrontei-riço “Circuito Turístico por Terras Raianas”, do POCTEP, no qual o Município de Estremoz participa com mais onze municípios portugueses e espanhóis. Os painéis serão instalados em pontos estratégicos da cidade que, por um lado permitam a sua utilização do ponto de vista turístico e, por outro, a sua utili-zação como espaços de divulgação dos eventos culturais e desportivos. Estão já instalados 7 painéis, sendo que dois se localizam no Rossio Marquês de Pombal e os restantes no Largo Luiz de Camões, junto ao Lago do Gadanha, na Avenida Rainha Santa Isabel, na Rua José Félix Ribeiro (Mendeiros) e nos Casais de Santa Maria.

Indústria

D.R.

No passado dia 11 de Julho, sexta--feira, decorreram eleições para a Comissão Política de Secção do PSD de Évora, tendo sido eleito presidente José Policarpo para um mandato de 2 anos. José Poli-carpo sucede a Nuno Alas, tendo sido eleito presidente da Mesa da Assembleia de Secção, José Palma Rita, que renova o seu mandato.Integram ainda a Comissão Políti-ca de Secção: Maria Helena Perdi-gão e Pedro Grazina Dias enquan-to vice – presidentes, Nuno Alas como secretário-geral e António Braga como tesoureiro. Os vogais são: Gaudêncio Cabral, Duarte Azi-nheira, Henrique Sim-Sim, João Liberado, José Carlos Santos, José Ventura, Luís António Correia, M.ª Antónia Serra, M. Lurdes Brito, M.ª Augusta Portas Pereira, Nelson Faustino, Rui Robalo e Rui Vieira.José Policarpo é licenciado em Di-reito e exerce a profissão de Advo-gado inscrito no Conselho Distrital de Évora da Ordem dos Advogados. Eleito pelo PSD para a Assembleia de Freguesia da União de Fregue-sias de Évora, José Policarpo já integrava a anterior Comissão Po-lítica de Secção de Évora do PSD, enquanto Secretário, sendo , ac-tualmente, Conselheiro Nacional do PSD.

Policarpo no PSD Évora

Politíca

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Passos acredita no sector mineiro nacional