Registo ed.260

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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 04 de maio de 2015| ed. 260 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB 03 Sphera Castris apresentado em Évora Sphera Castris apresentado em Évora Em Reguengos Costa arrasa coligação PÁG.06 O secretário-geral do PS, An- tónio Costa, considerou que a coligação anunciada entre o PSD e o CDS-PP é um “casamento” para “disfarçar as conve- niências” e que demonstra que o Gover- no “nada de novo tem para dar”. “Tivemos no dia 25 de Abril, a melhor demonstração de que mesmo nada de novo o Governo tem para dar. Não tem novas políticas a propor e aquilo que on- tem vieram fazer era mais do mesmo”. Encontro de Comissões de Proteção PÁG.04 Decorreu em Évora, no passa- do mês de Abril, o 1.º Encontro Regional das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens do Alentejo (CPCJ’s) que serviu para uma partilha de experiências entre os técnicos e entidades relacionadas com esta temática. O evento, realizado no Au- ditório do Colégio Espírito Santo (Univer- sidade de Évora), foi organizado pela Co- missão de Proteção de Crianças e Jovens de Évora. Fórum quer mais proximidade PÁG.15 O Fórum Eugénio de Almeida apresenta O MUSEU A HAVER e Micro- -eventos ou a Possibilidade de nos equi- vocarmos, duas exposições que marcam o arranque da nova linha programática. O Museu a Haver assenta num conjunto de pensamentos sobre o lugar e função de um centro de arte contemporânea numa cidade como Évora, marcando o desejo de uma nova aproximação ao público é à co- munidade onde se insere. FIAPE consolida-se como Feira de referência Agrícola PÁG.13 A Feira Internacional de Agro- pecuária de Estremoz (FIAPE), um dos- mais importantes certames do Alentejo, terminou ontem. O certame, que preten- de contribuir para o desenvolvimento económico da região, decorreu desde dia 29, no parque de feiras e exposições da cidade, com a participação de expositores de setores tão diversos como a agricultu- ra, produtos regionais, pecuária, artesa- nato, comércio, indústria e serviços. Susana Rodrigues | D.R. 03

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Edição 260 do Semanário Registo

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www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 04 de maio de 2015| ed. 260 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

03

Sphera Castris apresentado em ÉvoraSphera Castris apresentado em Évora

Em Reguengos Costa arrasa coligaçãoPÁG.06 O secretário-geral do PS, An-tónio Costa, considerou que a coligação anunciada entre o PSD e o CDS-PP é um “casamento” para “disfarçar as conve-niências” e que demonstra que o Gover-no “nada de novo tem para dar”.“Tivemos no dia 25 de Abril, a melhor demonstração de que mesmo nada de novo o Governo tem para dar. Não tem novas políticas a propor e aquilo que on-tem vieram fazer era mais do mesmo”.

Encontro de Comissões de ProteçãoPÁG.04 Decorreu em Évora, no passa-do mês de Abril, o 1.º Encontro Regional das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens do Alentejo (CPCJ’s) que serviu para uma partilha de experiências entre os técnicos e entidades relacionadas com esta temática. O evento, realizado no Au-ditório do Colégio Espírito Santo (Univer-sidade de Évora), foi organizado pela Co-missão de Proteção de Crianças e Jovens de Évora.

Fórum quer mais proximidade PÁG.15 O Fórum Eugénio de Almeida apresenta O MUSEU A HAVER e Micro--eventos ou a Possibilidade de nos equi-vocarmos, duas exposições que marcam o arranque da nova linha programática. O Museu a Haver assenta num conjunto de pensamentos sobre o lugar e função de um centro de arte contemporânea numa cidade como Évora, marcando o desejo de uma nova aproximação ao público é à co-munidade onde se insere.

FIAPE consolida-se como Feira de referência AgrícolaPÁG.13 A Feira Internacional de Agro-pecuária de Estremoz (FIAPE), um dos-mais importantes certames do Alentejo, terminou ontem. O certame, que preten-de contribuir para o desenvolvimento económico da região, decorreu desde dia 29, no parque de feiras e exposições da cidade, com a participação de expositores de setores tão diversos como a agricultu-ra, produtos regionais, pecuária, artesa-nato, comércio, indústria e serviços.

Susana R

odrigues | D.R

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2 04 Maio ‘15 3

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

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PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 750 140 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento

Comercial [email protected] Redacção Pedro Galego, Rute Marques Fotografia Luís Pardal (editor), Rute Bandeira Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores

António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa

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Ficha TécnicaSEMANÁRIO

A Abrir Exclusivo

Há muito classificado como Monumento Nacional, trata-se de um dos imóveis monacais de referência.

Convento de São Bento de Cástris perto de tornar-se estrutura para o património, as artes e a ciênciaRute Marques | Texto

O Convento de São Bento de Cástris está próximo de transformar-se numa infraes-trutura de cultura, património e criação artística após a recente apresentação do projeto Sphera Castris- Southwest Park for Heritage and Arts pela Direçao Regio-nal da Cultura, podendo vir a afirmar-se uma estrutura inovadora de referência nível europeu.

O anúncio surge após a secretaria de estado da Cultura ter dado aprovação à proposta de vir a instalar neste convento cisterciense do século XIII o projeto Sphe-ra Castris (Centro para as artes, ciência, e tecnologia e da investigação, inovação e sustentabilidade).

Quando se encontrar em funciona-mento, espera-se que seja possível levar mais longe a transmissão de conheci-mento sobre o património, assim como desenvolver formação, investigação, e a qualificação do capital humano. Segun-do o plano apresentado pela Direção Re-gional da Cultura para o Sphera Castris, outra das finalidades delineadas passa por assegurar a educação artística e pa-trimonial capaz de contribuir para a qua-lidade de vida das populações. Quando o processo arrancar esta infraestrutura deverá poder afirmar-se como um centro inovador para o conhecimento, baseada num rede de parceiros nucleares, estraté-gicos e associados.

São Bento de Cástris, em Évora, é um velho mosteiro cisterciense começado a construir em 1328, remodelado nos sécu-los XV e XVI e, de novo, no último terço do século XVIII. Apesar de fases de abando-no, está ainda praticamente incólume nas suas valências, com igreja, claustro gótico--mudejar, capítulo, refeitório, livraria, dor-mitórios, alas de serviço e cerca murada de mais de trinta hectares, e mostra uma situação privilegiada, num outeiro a três quilómetros de Évora, com vista esplendo-rosa sobre o centro histórico.

De há muito classificado como Mo-numento Nacional, trata-se de um dos

imóveis monacais de referência (com a Cartuxa, São Francisco, o Espinheiro), tanto assim que, após o estudo históri-co-artístico de 1957-66 por Túlio Espan-ca, contribuiu para a classificação, pela UNESCO, de Évora como Património Mundial. Após a morte da última freira (1890), passou para a Fazenda Nacional, viu património móvel ser-lhe desafeta-do e novas construções erguidas, sofreu iconoclastias, esteve na posse do Gover-no Civil de Évora e da Casa Pia, e neste vaivém de reapropriações, atribulações e silêncios houve sempre, apesar de tudo, um esforço de proteger as valias arquitetónicas e as remanescências ar-tísticas.

Os espaços do mosteiro, nos últimos anos albergaram congressos, debates, es-petáculos musicais e de teatro, incluindo funções de hospedaria e turismo cultural, mas sem perda do seu “espírito de lugar”.

O que se faz em São Bento de Cástris, anunciando um caminho de revitali-

zação sem amputar partes do existente, pode servir de reflexão local e para o todo nacional como um bom exemplo de de-fesa e salvaguarda do património e dos valores culturais seculares em busca da modernidade e do tempo, o tempo que por ali não se quer que pare.

Este projecto surge, em Évora, onde esteve prevista a instalação do Museu da Música.“A decisão que foi tomada pelo Governo no sentido de fazer a instalação do Mu-seu da Música no Convento de Mafra”, em 2013, depois de ter sido anunciado para Évora, provocou uma onda local de indignação tendo na altura Jorge Barre-to Xavier, revelado, que várias entidades estariam a trabalhar num outro projecto para o Convento de São Bento de Cástris.

O novo projecto dinamizado pela Di-reção Regional de Cultura do Alentejo (DRCAlentejo) e pela Câmara de Évora e, mais tarde, também em articulação com

D.R.

O apelo ao empreendedorismo está, felizmen-te, a encontrar um forte eco na sociedade por-tuguesa. Não é por ser um conceito simpático e com ares de modernidade mas sim porque, grande parte de nós, já interiorizou que neste novo mercado de trabalho não haverão empre-gos por conta de outrem, para todos, para toda a vida. E que a aposta num empreendedorismo informado, inovador e bem gerido, pode ser uma opção mais feliz e recompensadora, como projecto pessoal e profissional.

Neste contexto, o Alentejo é, hoje em dia, uma terra de oportunidades. Não digo isto com um orgulho provinciano ou ingénuo, derivado da minha condição de alentejano. Afirmo--o com conhecimento dos recursos e vanta-gens competitivas da região…bem como dos mercados que podem ser o alvo dos eventuais projectos empreendedores. E é por aí que vou balizar esta breve opinião: partindo do que te-mos de bom para a devida rentabilização em termos empresariais.

Em primeiro lugar, a nossa geografia física. Clima, planície, água, floresta mediterrânica

trazem um mix fantástico, em termos de re-cursos e condições naturais. A nossa geografia humana complementa-a, com a nossa cultura, história, tradições, gastronomia, acolhimen-to, vilas e cidades médias aprazíveis, que nos trazem brindam com uma grande qualidade de vida. E, nas últimas 4 décadas, a região ga-nhou muito: infra-estruturas logísticas, acessi-bilidades, investimentos públicos com impac-tos ambientais e agrícolas e investimentos em educação e formação que tornam a população activa alentejana actual a mais qualificada de sempre.

Não vale a pena perdermos muito tempo a lamentar a crise/ estagnação da última dé-cada e a consequente escassez de emprego, a nível nacional – é o contexto que temos. Vale a pena, sim, pensar o que podemos fazer e ven-der (sim, digo e repito, VENDER) lá para fora, saindo dos nossos reduzidos mercados regio-nal (500 mil pessoas) ou nacional (10 milhões) e olhando para o mundo como o nosso campo de acção.

Os sectores em que temos cartas para dar

são mais que óbvios: na agricultura, na agro--indústria, nos produtos regionais/ tradicio-nais, na revitalização do património, no turis-mo cultural e natural, bem como em alguns nichos industriais que podem ser alavancados pela presença de grandes empresas. Depois, outros menos óbvios, mas pertinentes pela sua independência da geografia como va-riável crítica: as tecnologias e informação e outros sectores digitais, muitos deles assen-tes em teletrabalho, podem aqui instalar-se e florescer.

Mas não basta ter uma noção estratégica de áreas boas ou menos boas – algo que aliás, pode ser mutável no tempo. Cada empreende-dor ou empresa deve ter a preocupação de de-finir um conjunto de aspectos-chave, para que a suas iniciativas não sejam apenas impulsos com muito empenho e voluntarismo, mas pou-co sustentáveis. Em concreto, numa óptica de auto-diagnóstico, devemos questionar:

- O que nos diferencia: O que pretendemos criar é verdadeiramente inovador ou diferen-ciador? Podemos manter essa diferenciação no

tempo, sem grande risco de sermos imitados por outros?

- A quem vender: Quem são os públicos potencialmente interessados nos nossos bens e serviços? Têm escala e dimensão suficiente para justificar o nosso negócio?

- Canais: Como podemos lá chegar a esses clientes/ consumidores? Quais as nossas esco-lhas logísticas?

- Como comunicar: Quais as nossas mensa-gens-chave? Que canais de comunicação deve-mos utilizar para que elas sejam eficazes?

- Que parceiros: Quais as parcerias (ex. for-necedores, intermediários) que fazem sentido para garantir a nossa sustentabilidade? Que níveis de serviço (prazos, qualidade) devemos acordar com eles?

Com todas estas e outras questões bem de-finidas, podem-se criar pequenos ou grandes projectos, inovadores e plenos de oportuni-dade, resultantes do esforço criativo dos em-preendedores – cada vez mais necessários para o combate ao desemprego e para acrescentar valor à economia alentejana.

Empreender no Alentejo: da teoria à práticaCARLOS SEZÕESGestor

O novo quadro comunitário de apoios fi-nanceiros, designado por Portugal 2020, prevê para o período de 2014-2020, in-centivos a PME´s que cumpram requisi-tos exigentes. As empresas que acedam ao Portugal 2020, terão que responder a objectivos concretos como a criação de emprego (preferencialmente emprego al-tamente qualificado), internacionalização, inovação, aumento da produção, parcerias com sistemas de I&I, entre outros.

Não se pretende ser muito exaustivo nes-te artigo, mas sim abordar apenas alguns aspectos do domínio Competitividade e internacionalização, que são de particular interesse para as PME’s.

Ao contrário do anterior quadro comu-nitário (QREN), Portugal 2020 não coloca muitas restrições ao nível das actividades ou tipologias. Por exemplo, no QREN, apenas hotéis de 4 ou 5 estrelas poderiam candidatar-se. Com o Portugal 2020, tan-to um hotel de 5 estrelas como um hostel poderá candidatar-se. No entanto, para obter o incentivo, terão que cumprir com um referencial de mérito de projecto muito exigente, que eliminará à partida, muitos projetos de investimento.

O Mérito do Projeto (MP) é determinado através de uma soma ponderada de 4 crité-rios, em que cada um tem uma pontuação de 1 a 5. Os critérios são:

A. Qualidade do Projeto: Este cri-

tério avalia se o projeto apresentado está bem estruturado e comporta os recursos (físicos, financeiros e humanos) necessá-rios para os objetivos que pretende atingir. Mede, igualmente, o grau de inovação das soluções propostas e o respetivo enquadra-mento na estratégia da empresa, através de 2 subcritérios: Coerência e racionalidade do Projeto e Grau de Inovação.

B. Impacto do projeto na competi-tividade da empresa: Avalia os efeitos do projeto nos resultados da empresa, nomea-damente se os produtos, serviços e pro-cessos a desenvolver têm potencialidades para contribuir positivamente para a inter-nacionalização da empresa ou se permitem reforçar as suas capacidades internas de I&D e Inovação, de acordo com 3 subcri-térios: Propensão para mercados interna-cionais; Propensão para a geração de valor e Reforço da capacidade de inovação.

C. Impacto na economia: É aferido o grau em que o projeto contribui para a competitividade da economia, nomeada-mente favorecendo a alteração do perfil produtivo em direção a atividades mais intensivas em tecnologia e conhecimento e uma integração mais vantajosa na cadeia de valor. É valorizada a integração em do-mínios de especialização inteligente. São utilizados os seguintes subcritérios: Con-tributo do projeto para os Resultados do Programa Operacional e para os restantes

domínios temáticos do Portugal 2020, Im-pacto estrutural do projeto, Grau de Qua-lificação do emprego criado e Contributo das PME para a Estratégia de I&I para uma Especialização Inteligente

D. Impacto na competitividade re-gional: Avalia o impacto do projeto para a competitividade regional, através do ‘grau de inserção na estratégia regional de es-pecialização inteligente’ e o ‘impacte do projeto desenvolvimento da região’, no-meadamente na criação de emprego e ou na criação de valor.

Relativamente ao critério A, as empresas terão que apresentar uma análise estratégi-ca que identifique as áreas de competitivi-dade críticas para o negócio e fundamentar as opções de investimento consideradas no projecto, bem como possuir uma estratégia ancorada em produtos e/ou processos úni-cos ou dificilmente replicáveis ou assente em fatores de competitividade intangíveis traduzidos em marcas (produto e/ou em-presa). Para o grau de inovação, deverá possuir Inovação Tecnológica (produto ou processo); de Marketing ou Organiza-cional. A inovação deverá ser ao nível da empresa, nacional ou mundial (a pontua-ção será consoante o nível e abrangência da inovação).

O critério B dá enfoque à internacionali-zação, em que as empresas devem apostar na exportação para vários mercados, na

produção, em ter uma presença importante ao longo da cadeia de valor, e apostar na capacidade de inovação, através da utili-zação de ferramentas de marketing, num modelo de gestão orientado para a ino-vação aberta, na qualidade dos recursos humanos, em parcerias com entidades do sistema de Investigação & Inovação e na sofisticação dos Processos Produtivos.

No que concerne ao critério C, as em-presas devem inserir-se em sectores de alta e média-alta tecnologia e em serviços intensivos em conhecimento, criar empre-go altamente qualificado e conseguir uma produtividade elevada.

Por último, o critério D, o impacto para o Alentejo prende-se com a criação líquida de emprego e o grau de inserção nos domí-nios de especialização do PO do Alentejo: “Alimentação e Floresta”, “Economia dos Recursos Minerais, Naturais e Ambien-tais”, “Património, Indústrias Culturais e Criativas e Serviços de Turismo”, “Tecno-logias Críticas, Energia e Mobilidade Inte-ligente” e “Tecnologias e Serviços Espe-cializados da Economia Social”.

As palavras-chave para o Portugal 2020 são Inovação, Internacionalização, Em-prego, Estratégia, Cadeia de Valor, Marke-ting, Conhecimento, Tecnologia, Investi-gação e Produtividade.

Vamos construir um Portugal mais com-petitivo e internacional!

Portugal 2020: Competitividade e Internacionalização

JOSÉ EDUARDO CORREIADocente do Departamento de Gestão da Universidade de Évora

Dinâmicas da Gestão

(A propósito do Sony World Photography Awards, ganho por uma jovem eborense)

Cara Beatriz, hoje é o dia em que uma multi-nacional te vai entregar um prémio por uma fotografia que conseguiste num momento par-ticularmente feliz.

Como a coisa tinha um carácter internacio-nal, eram muitos os concorrentes e tu apenas tens 15 anos, cá pelo burgo deram visibilidade ao teu feito com entrevistas, reportagens e con-vites para participares em programas de televi-são.

Gostei de ler e ouvir o que foste dizendo acerca de como congelaste aquele pedacinho de tempo, de como viste para além do enquadra-mento, da luz, da cor, da velocidade e de outros pormenores técnicos,

Gostei da forma como não te esqueceste de referir o papel do teu pai e a herança do teu avô, de como fugiste de expressões como sucesso ou orgulho e como colocaste a tónica num futuro que passa por coisas diferentes, quando o mais fácil seria o encantamento pelo momento e lá te sairia a expressão, “quando for grande quero ser fotógrafa”.

Num mundo em que há quem venda a alma ao diabo por cinco minutos de fama e em que milhares de jovens fazem fila para participar em concursos televisivos de conteúdos inenar-ráveis, foste capaz de afastar respostas óbvias, considerações que todos esperam e projecções de futuro igualmente óbvias.

Mal te conheço e não me deveria atrever a sugerir-te seja o que for, mas ainda assim deixa--me lá dizer-te que gostaria que olhasses para

este momento, que pode ser irrepetível, como um espaço temporal de reflexão sobre como nos queremos relacionar com os outros, como queremos contribuir para a luta por um outro mundo.

Gostaria que fosses capaz de entender que aquele momento que registaste e que te permi-tiu este reconhecimento público, só foi possível pela argúcia do teu olhar, pelos conhecimentos técnicos que foste adquirindo, pela ambiência familiar e pela sorte de estares no sítio certo e porque fotografaste o Alentejo.

Não o Alentejo das paisagens bucólicas ou do património construído, mas o Alentejo da memória do trabalho, da solidariedade, da cora-gem e tenacidade que permitiu resistir à explo-ração, cantando em colectivo.

Gostaria que, quando mais tarde olhasses

para esta fracção da tua vida, sentisses orgulho por teres sabido captar aquele momento único e tivesses consciência de que até o gesto mais individual, como fazer disparar o obturador de uma máquina fotográfica, resulta da conjuga-ção do trabalho colectivo,

Sei que logo à noite, em Londres, quando re-ceberes o prémio que reconhece um momento genial, não te irás lembrar de nada disto, mas tenho a esperança que te lembres mais tarde.

Poderia dar-te os meus parabéns pelo prémio alcançado, mas seria vulgar. Prefiro dar-te os parabéns pelo facto de teres dito a quem repre-senta um programa de televisão “a essa hora não posso, porque tenho aula de matemática”.

É que a cerimónia de hoje à noite tem a ver com algo que fizeste, a tua resposta à produtora televisiva tem a ver com o que és.

Carta aberta a BeatrizEDUARDO LUCIANO

a Comissão de Coordenação e Desenvol-vimento Regional (CCDR) do Alentejo e a Universidade de Évora, entre outros, veio agora à luz do dia.

Na altura, o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), referiu que o Município vinha a “desenvolver algumas ideias” com a DRCAlentejo para se encontrar um projecto alternativo ao Museu da Música que “pudesse dar uma resposta à necessidade de recuperar” o es-paço.

“Começa a formar-se uma ideia para um projecto de dimensão significativa”, que possibilita “a recuperação do conven-to, ainda que faseada, e o lançamento de uma iniciativa na área da cultura com outras vertentes”, avançou em 2103 o au-tarca eborense, cujo executivo aprovou, por unanimidade, vereadores do PSD e PS, incluídos, um voto de insatisfação pela alteração no local de instalação do Museu da Música.

A transferência do Museu Nacional da Música, a funcionar na estação do Alto dos Moinhos do Metro de Lisboa, para o Convento de São Bento de Cástris, em Évo-ra, foi anunciada em Maio de 2010 pelo então secretário de Estado da Cultura, Elí-sio Summavielle.

Dois anos depois, em Maio de 2012, Francisco José Viegas, então secretário de Estado da Cultura, reconheceu que o processo de transferência do Museu Na-cional da Música, de Lisboa para Évora, estava “claramente bloqueado”, devido à falta de recursos financeiros.

O actual secretário de Estado da Cul-tura, Jorge Barreto Xavier, anunciou, em meados de Dezembro de 2013, que estava a ser estudada a transferência do Museu da Música para o Palácio Nacional de Mafra, e confirmou, no Parlamento, a 12 de Março, a mudança.

Agora veio a Évora com boas notícias, pelo que se espera que de forma perene, e de uma vez por todas, este imóvel sur-ja associado a um projecto cultural rele-vante que a cidade e a região Alentejo há muito anseiam.

Susana Rodrigues | D.R.

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Actual

Inserida no âmbito do “Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância”.

Alunos com maiores dificuldades nas novas metas e programasUma pergunta de interpretação a propó-sito de um poema de Nuno Júdice redun-dou no item com o pior resultado obtido por alunos do 9.º ano nos exames nacio-nais de Português.

Aconteceu em 2010. Na prova pedia-se para que explicassem por que motivo a expressão “uma gaiola de palavras pode ser considerada metáfora de texto”. A classificação média foi de 14%. O exemplo é apontado pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave) num relatório sobre os exames nacionais do 6.º e do 9.º ano, a que o PÚBLICO teve acesso.

No relatório, que será tornado público na passada semana, o Iave comparou as prestações dos alunos nos vários domí-nios e itens dos exames de Português e de Matemática (as únicas disciplinas sujei-tas a provas finais naqueles anos de esco-laridade) entre 2012 e 2014 no caso do 6.º ano e entre 2010 e 2014 no 9.º ano.

Constatou que, “em regra, apresentam menor dificuldade os itens que mantêm as mesmas características de um ano para o outro” e também os que “mobilizam operações cognitivas pouco complexas ou seja, que apelam a operações de iden-tificação, de reconhecimento ou de apli-cação em situações simples”. Pelo con-

trário, seja a Português ou a Matemática, “os resultados são particularmente fracos em itens que mobilizam a capacidade de encontrar estratégias para a resolução de problemas, como o são em itens onde se solicita a construção de textos de carácter argumentativo”.

Tem-se atribuído, por exemplo, piores prestações no caso do exame de Portu-guês quando as perguntas de interpreta-ção incidem sobre um texto poético. Da análise deste pacote de exames o Iave chegou, contudo, a mais uma conclusão: “As dificuldades em responder parecem estar mais directamente relacionadas com a natureza das operações cognitivas do que com o modo literário”.

Mais concretamente, nos itens que “implicavam a formulação de juízos de valor ou um posicionamento crítico, a classificação média foi, em geral, inferior a 50%”. Deste lote faz parte a pergunta so-bre o poema de Nuno Júdice. Já os itens “em que se requereu a localização ou in-terpretação de informação explícita no texto, apresentaram, de um modo geral, resultados superiores”, como mostram os 80% de classificação média obtida no ano passado num item de interpretação em que “em que o verbo de comando era

identificar”. No caso qual a recompensa atribuída a um dos protagonistas de um texto de Machado Assis, que se encontra-va ali descrita.

Na gramática, tanto os alunos do 6.º como do 9.º ano têm melhores resultados em relação aos conteúdos que são leccio-nados ao longo de mais anos e também quando as perguntas são de escolha múl-tipla. Em ambos os anos de escolaridade existe também uma diferença acentua-da de desempenho quando se trata de conjugar verbos com tempos simples ou composto. No 6.º ano a classificação mé-dia passou de 60% no primeiro caso para 31% no segundo. No 9.º ano desceu de 55% para 17%.

Também em ambos os anos de escola-ridade o domínio que “apresenta maior estabilidade dos resultados” é o da escri-ta, sendo de destacar que neste campo os alunos têm vindo a dar menos erros. A classificação média no parâmetro da ortografia passou no 9.º ano de 61% em 2010 para 68% em 2014. No 6.º ano, o Iave assinala “uma tendência de descida” de 71% para 63% na avaliação feita ao modo como os alunos cumprem o que lhes é pedido quando ao tema da composição e ao tipo de texto solicitado. E de 65% para

59% quando está em causa a coerência e pertinência da informação utilizada na composição.

Sem calculadoraQuanto à disciplina de Matemática, o re-latório do Iave confirma que a resolução de problemas continua a ser um dos cal-canhares de Aquiles. No 6.º ano, “apesar da semelhança entre os itens que avalia-ram este conteúdo”, a classificação média passou de 59% em 2012 para 40% em 2014, o que segundo o Iave se pode justificar em parte pelo facto de no ano passado se ter pedido aos alunos que justificassem a resposta dada a um dos problemas.

No problema proposto uma rapariga disse à mãe que ia gastar dois terços do dinheiro que a tia lhe deu na compra de um livro e dois quintos num bilhete de cinema. A mãe chamou-lhe atenção de que isso representava mais dinheiro do que aquele que lhe tinha sido dado. Perguntava-se aos alunos se a mãe ti-nha razão e que justificassem a resposta dada. Os resultados comprovaram “que os alunos continuam a revelar dificul-dades na organização do raciocínio ma-temático e na sua exposição por escrito”, destaca o Iave.

Encontro de Comissões de Proteção de Crianças e JovensDecorreu em Évora, no passado mês de Abril, o 1.º Encontro Regional das Co-missões de Proteção de Crianças e Jo-vens do Alentejo (CPCJ’s) que serviu para uma partilha de experiências entre os técnicos e entidades relacionadas com esta temática.

O evento, realizado no Auditório do Colégio Espírito Santo (Universidade de Évora), foi organizado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Évora, tendo como parceiros a Universidade, a Câmara Municipal e a Delta Cafés. Esti-veram presentes 18 entidades, 12 CPCJ’s e duas instituições. Foi já anunciado que o próximo encontro será realizado em Beja.

Inserida no âmbito do “Mês da Pre-venção dos Maus-Tratos na Infância”, a iniciativa contou com a participação da Vice-Presidente da Câmara Municipal de Évora, Élia Mira, entre outros repre-sentantes institucionais. O Presidente da Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, foi outro dos intervenientes que destacou “O papel das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens em tem-pos de mudança”.

Ainda durante a manhã, houve um de-bate sobre “Maus Tratos – Prevenir para não acontecer…mas o que fazer quando acontece” e, de tarde, tiveram lugar as sessões subordinadas às temáticas: “Pro-jetos Tecer a Prevenção”; “Abordagem de intervenção no Acompanhamento às

ção dos “Guardinhas Cantores”, um pro-jeto dinamizado pelo núcleo da “Escola Segura”, de Vendas Novas, orientado pelo Cabo Manuel Massano (GNR), que mereceu o aplauso e simpatia de toda a plateia.

Outro momento que despertou grande interesse foi a apresentação do projeto Emporwerment por uma equipa de jo-vens liderados por Marta Camacho/De-legação de Évora da Cruz Vermelha Por-tuguesa. Trata-se de um projeto que visa a inclusão escolar e social de crianças e jovens das Freguesias da Malagueira e Horta das Figueiras, onde tanto a Câma-ra Municipal como a CPCJ são parceiras, entre outras entidades.

Aquando da sessão de abertura, a Vice--Presidente Élia Mira considerou como fundamental a aposta na prevenção dos maus-tratos, sendo para tal imprescindí-vel educar desde tenra idade, e assumin-do a escola pública um papel de signifi-cativa importância. Além da violência no seio familiar, a violência no namoro e o bullying também preocupam a au-tarca, bem como a degradação das con-dições de prestação de apoio por parte do Estado no combate e prevenção destas situações. O repensar do papel da escola pública para interromper o ciclo de vio-lência doméstica e o reconhecimento do trabalho desenvolvido pela CPCJ de Évo-ra foram outros dos pontos sublinhados pela Vice-Presidente do Município de Évora.

Famílias”; “Problemáticas emergentes na CPCJ”; e “Equipas Multidisciplinares

nas Escolas”.De sublinhar, neste encontro, a atua-

D.R.

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Destaque

“Tivemos no dia 25 de Abril, a melhor demonstração de que mesmo nada de novo o Governo tem para dar.”

Destaque

“Com efeito, do montante total de irregularidades apurado à data, cerca de 67% resulta de desistências”.

Hortas Urbanas reabilitam e capacitam jovens em exclusãoA Cáritas Diocesana de Beja inaugurou em Março um projeto agrícola intitula-do “Horta – Nova Esperança”, orientado para a ocupação, capacitação e reabili-tação de jovens que caíram na toxicode-pendência e no alcoolismo.

A iniciativa, cujo lançamento foi acompanhado pela Agência ECCLESIA, envolve os utentes da Comunidade Tera-pêutica Horta Nova, e conta com o apoio do centro de desenvolvimento e respon-sabilidade social da EDIA e da Escola Su-perior Agrária, do Instituto Politécnico de Beja.

Para o bispo de Beja, D. António Vitali-no, este projeto prefigura “uma boa prá-tica” e “pode servir de bom exemplo” no que à ação social e solidária diz respeito.

O prelado destacou depois as “múlti-

plas utilidades” da iniciativa, desde aju-dar os “jovens que ali estão a recuperar” a começarem “uma vida nova”; até à pró-pria dinamização da atividade agrícola na região.

Algo que no Alentejo “é sempre muito importante, primeiro para o autocon-sumo mas também para alastrar a um território onde há muita terra e às vezes poucos projetos”.

“Que os promotores deste trabalho possam depois liderar ou ajudar a imple-mentar outros projetos porque o Alente-jo precisa de gente mas também precisa de projetos que tenham rentabilidade e futuro. Esta horta é uma boa e nova es-perança para todos nós”, acrescentou.

Os produtos cultivados na nova horta vão também ser canalizados para o re-

feitório e para a cantina social da Cáritas Diocesana de Beja, que só em 2014 ser-viu quase 60 mil refeições.

Atualmente todos os alimentos dispo-nibilizados aos utentes têm de ser com-prados fora.

Segundo o presidente da Cáritas de Beja, será muito positivo se parte desses artigos “começarem a ser produzidos” através da horta “a custo zero”, a partir do trabalho “voluntário” dos jovens da comunidade terapêutica.

O passo seguinte será também abrir a horta a pessoas desempregadas ou de-socupadas da região, que se dirigem ao atendimento social da Cáritas ou através do Centro de Emprego, para “ampliar um pouco a produção que ali for feita”.

“Não está no nosso horizonte vender

aquilo que for produzido mas não quer dizer que, se houver um excesso de pro-dução e quem nos compre, que nós não possamos também fazer algum dinheiro que bem precisamos”, salientou o diáco-no Florival Silva.

Com cerca de cinco hectares de ter-reno para cultivar, a ideia é apostar na diversidade de produtos e espécies e “conscientemente, sem precipitações”, contribuir para a promoção e bem-estar de todas as pessoas envolvidas.

A apresentação do novo projeto está integrado nas jornadas de cooperação transfronteiriça das Cáritas da Raia - Beja, Évora, Portalegre, Ciudad Rodrigo, Cória-Cáceres, Mérida-Badajoz e Sala-manca - com o tema “Economia Social e Solidária”.

Jovens Agricultores em dificuldadesOs jovens agricultores que conseguiram apoios comunitários para iniciarem acti-vidade mas que desistiram ou não cum-priram as regras vão ter de devolver ao Estado um total de 5,8 milhões de euros. De acordo com o Ministério da Agricul-tura este é o valor das irregularidades de-tectadas, até 9 de Abril, na Acção “Instala-ção de Jovens Agricultores” do Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), o instrumento financeiro da Comissão Eu-ropeia para o período de 2007-2013. Até agora, já foram recuperados 1,8 milhões de euros, ou seja, 31% do total.

Fonte do gabinete da ministra Assun-ção Cristas sublinha que “a maior parte do montante considerado irregular se re-fere a beneficiários que, pelos mais varia-dos motivos, desistiram da candidatura associada a esta medida”. “Com efeito, do montante total de irregularidades apu-rado à data, cerca de 67% (3,9 milhões de euros) resulta de desistências”, detalha. Os 5,8 milhões detectados correspondem a apenas 1,2% do total da despesa pública paga acumulada no âmbito desta medi-da, por isso, têm pouco peso no bolo de incentivos distribuídos aos jovens agri-cultores.

Como detalha o ministério, o apoio à instalação inicial destes produtores é a fundo perdido, ou seja, trata-se de um pré-mio atribuído aos empreendedores para apoiar os primeiros passos no negócio. As verbas já recuperadas “resultam do pro-cesso de controlo regular a que a medida está sujeita, que caso não seja efectuado leva a correcções financeiras por parte da União Europeia”, detalha.

Eduardo Almendra, presidente da Asso-ciação Portuguesa de Jovens Agricultores (AJAP), diz que à associação chegam pou-cos números sobre este tema. Contudo, recorda que a AJAP tem vindo a alertar que a exagerada “euforia” à volta do sec-tor “pode trazer este tipo de consequên-cias, desde logo, porque para ser jovem agricultor não é necessário ter qualquer tipo de formação base ou inicial”. “A nos-sa grande questão do acompanhamento técnico em todas as fases do processo de instalação é crucial”, defende, acrescen-tando que nunca existiu uma ferramenta do género e “também não esta prevista para o PDR 2020”, o novo programa co-munitário.

O presidente da AJAP antecipa que o

Portas acredita no crescimento económico acima dos 2%O vice-primeiro-ministro prefere “pre-visões prudentes” mas acredita que este ano Portugal “não crescerá abaixo de 1,6%”. Para os próximos anos o cenário é melhor: “O que é certo e seguro é que Portugal crescerá nos próximos anos bem acima dos 2%”, garantiu esta quarta-feira Paulo Portas num almoço-debate promo-vido pelo International Club sob o lema “Confiança e crescimento: Um novo ciclo para Portugal”.

O governante, que enumerava os in-dicadores que “não são de direita nem de esquerda” e que ajudam a perceber a “tran-sição para um cenário de crescimento eco-nómico” que o país está a fazer depois de ter vivido um período de “protectorado” e “vexame”, realçou as previsões do Gover-no e de algumas entidades sobre os níveis de crescimento futuros de Portugal.

Falando sobre o aumento dos níveis de confiança dos consumidores (no ponto mais alto desde 2002) e dos investidores (acima de 2008), Paulo Portas avisou que “todos os decisores políticos devem ter a prudência e a inteligência de proteger este momento de confiança sejam quais forem as opções que democraticamente os portugueses vierem a fazer.”

“A discussão que hoje se tem em Portu-gal é saber se em 2015 vamos crescer 1,5% - já ninguém jura por esse número -, 1,6% - é a previsão cautelosa do Governo -, ou até 2% como a Universidade Católica aca-ba de prever, na casa dos 2%”, enumerou.

Afirmando que prefere ser desmentido

por uma realidade mais optimista, Portas disse achar “preferível que as entidades públicas façam previsões com prudên-cia” e por isso garantiu que Portugal “não crescerá abaixo de 1,6% mas é possível que a aceleração do crescimento este ano nos aproxime de valores mais altos”.

Mas Portas mostra-se bastante confian-te para o futuro: “O que é certo e seguro é que Portugal crescerá nos próximos anos bem acima dos 2%.” Para isso, avisa, é pre-ciso fazer ao mesmo tempo pelo menos três coisas: “Criação líquida de emprego, moderação fiscal e [redução do] serviço da dívida.” Só com este triângulo se conse-

gue um crescimento sustentável.“É absolutamente líquido que ficam lá

para trás os anos de chumbo da recessão económica”, defendeu o número dois do Governo, que vincou que os países que tiveram processos de ajustamento e fize-ram reformas estruturais são os que têm “melhores perspectivas de crescimento” na zona euro, que se mantém, em média, com um crescimento “bastante anémico”. Os países “exemplares” são, nas suas pala-vras, Portugal, Irlanda e Espanha.

Sobre o programa de ajustamento, Paulo Portas defendeu que a troika “saiu quando tinha que sair”, mas agora é pre-

ciso fazer o que chamou de “segunda eta-pa” - “libertar Portugal do procedimento por défice excessivo”.

A mesma ideia era repetida um par de horas mais tarde pelo primeiro-ministro, numa visita a Estremoz. Pedro Passos Coelho afirmou que o país vai sair este ano do procedimento. “Registaremos um défice inferior a 3%”, garantiu, adiantan-do que só não o fez antes por causa dos ju-ros que tem que pagar e avisou ser “muito importante” que o país “prossiga um ca-minho de desendividamento”.

Numa intervenção em que replicou o argumentário que tem usado nos últimos meses em diversas aparições públicas, Paulo Portas falou sobre a história da economia portuguesa dos últimos quatro anos, sobre as dificuldades dos portugue-ses, os êxitos do Governo, com enfoque no desempenho de sectores que têm res-ponsáveis do CDS-PP à frente dos minis-térios e secretarias, como a agricultura, o turismo e as exportações (que valem 41% do PIB).

Aproveitou o facto de ter na plateia di-plomatas e empresários de duas dezenas de países para pintar o quadro paradi-síaco de Portugal. Um país com um “mix extraordinário de sol, praia, oceano, surf, gambling, shopping, gastronomia, patri-mónio, história, cultura, mundos e bair-ros alternativos, fenómenos religiosos, segurança, boas vias de acesso e uma ex-traordinária capacidade de comunicação e acesso a línguas”.

D.R.

Em Reguengos Costa arrasa coligaçãoO secretário-geral do PS, António Costa, considerou que a coligação anunciada entre o PSD e o CDS-PP é um “casamento” para “disfarçar as conveniências” e que demonstra que o Governo “nada de novo tem para dar”.

“Tivemos no dia 25 de Abril, a melhor demonstração de que mesmo nada de novo o Governo tem para dar. Não tem no-vas políticas a propor e aquilo que ontem vieram fazer era mais do mesmo”, disse, durante um almoço-debate em Reguen-gos de Monsaraz que juntou mais de 700 militantes e simpatizantes, no passado dia 25.

António Costa disse ainda que, para terem “alguma coisa de novo”, o PSD e o CDS-PP escolheram o 25 de Abril para anunciar que vão concorrer coligados às próximas eleições legislativas, mas esse anúncio não passou de um “não aconteci-mento”.

“E a coisa tão extraordinária de falta de novidade na celebração da coligação é que quiseram escolher o dia 25 de Abril para ser a novidade do não acontecimento que é manter o casamento de quem já está ca-sado e que remédio tem se não manter-se casado, para disfarçar as conveniências”, ironizou o secretário-geral do PS.

No encontro realizado em Reguengos de Monsaraz, com “sala cheia”, no Pavi-lhão Multiusos do parque de exposições local, o secretário-geral do PS aludiu ao facto de o anúncio deste compromisso ter sido feito no 25 de Abril.

“Aqui entre nós, há muitas datas que po-dem entrar na História, há muitas datas que já estão na História e o 25 de Abril é, seguramente, uma data que está na Histó-

ria”, afirmou.Trata-se de uma data que, continuou,

“está na História pela madrugada liberta-dora e original do 25 de Abril de 74” e por, “há 40 anos, ter sido o 25 de abril de 75, esse momento mágico das primeiras eleições livres, democráticas e universais, em que os portugueses acorreram às urnas”.

Mas “há uma coisa” pela qual “o 25 de Abril não ficará na História, é pela coliga-ção entre o Dr. Portas e o Dr. Passos Coe-

lho”, porque, acerca disso, “não há história para contar”, disse ainda António Costa.

Perante os autarcas, militantes e simpa-tizantes que participaram no almoço, no qual marcou ainda presença Guillermo Vara, líder do PSOE na Estremadura espa-nhola, António Costa acusou o PSD e o CDS-PP de “terem estado juntos a afundar o país” e de, agora, quererem “estar juntos a continuar a política que têm seguido”.

Mas, sublinhou o líder socialista, o Go-

verno “falhou” e “nada de novo tem a pro-por” para as legislativas: “É um Governo falhado e um Governo fracassado”.

“Eles falharam naquilo que disseram antes das eleições, mas eles falharam tam-bém no que disseram depois das eleições”, insistiu, exemplificando que o cresci-mento é hoje “inferior àquele que se pro-punham ter”, enquanto o desemprego “é maior do que aquele que se propunham ter”, tal como o défice e a dívida.

número de desistências vai aumentar: as dívidas, os encargos iniciais de produção e as “vendas quase sempre a baixo preço conduzirão necessariamente a mais de-sespero e desistências”, alerta. Eduardo Almendra defende, por isso, mais acom-panhamento, nomeadamente através da figura de um tutor com experiência e a definição de “apoios diferenciados em função de critério regionais e reais”.

“O ruído do sucesso, os montantes de apoio e o desespero do desemprego nas diferentes áreas trouxe para a agricultura mais saber, mais inovação, mais conheci-mentos. Mas também trouxe alguns pa-raquedistas impreparados, numa ânsia desmesurada de obter ganhos fáceis sem sujarem as mãos na terra e nem limpa-rem esterco de animais”, afirma.

Tribunal de Contas analisa subsídiosCerca de um terço dos beneficiários com

projectos de investimento apoiados pelo Proder são jovens agricultores, mas Por-tugal tem os produtores mais velhos da União Europeia. Do universo total de agricultores recenseados no país, os jo-vens representam apenas 2%.

Uma auditoria do Tribunal de Contas (TC), publicada no início do ano mas com enfoque em 2013, recorda que este foi o ano que registou o maior valor de despe-sa pública na acção “Instalação de Jovens Agricultores” (127,9 milhões de euros). Esta medida sofreu alterações profundas em Maio de 2011 e o prémio passou a ser atribuído em função do investimento rea-lizado de acordo com um plano empresa-rial.

Numa análise a 149 pagamentos fei-tos pelo Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP), o TC concluiu que “a despesa apurada para pagamento corresponde à aprovada e paga, respei-

tando os procedimentos definidos”. A maior parte das operações são sujeitas a controlos administrativos e de qualidade mas, na sua auditoria, o tribunal liderado por Guilherme d’Oliveira Martins detec-tou um erro de cálculo na análise de um pedido de apoio da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo. Esse erro levou à redução “do prémio pago a um beneficiário”, lesado em 1234 euros.

O Proder - que já terminou a sua vigên-cia e foi substituído pelo PDR2020 - re-gistou no total mais de 37.500 projectos. De acordo com informações anteriores do Ministério da Agricultura, alavan-cou um investimento superior a 7,6 mil milhões, com um potencial de postos de trabalho associados “a rondar os 38.500”. Os apoios a jovens agricultores somaram 650 milhões de euros, valor que inclui o prémio inicial e financiamento de in-vestimento

D.R.

D.R.

8 04 Maio ‘15 9

Destaque

“Após a conquista da liberdade no dia 25 de Abril o povo português comemorou o mais espantoso 1º de Maio.”

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A zona envolvente do Cabo Sardão, no concelho de Odemira, vai ser alvo de obras no valor de 1,1 milhões de euros para me-lhorar as condições naturais da área, con-solidar dunas e arribas e criar estruturas de apoio a visitantes.

A empreitada, a cargo da Sociedade Po-lis Litoral Sudoeste, vai ser consignada e começará na quarta-feira, dia em que o Farol do Cabo Sardão celebra 100 anos. Os trabalhos deverão prolongar-se durante seis meses, disse nesta terça-feira à Lusa o presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro.

A obra, que vai incidir sobre o troço cos-teiro de seis quilómetros entre o Cabo Sar-dão e a Entrada da Barca, em Zambujeira do Mar, com “especial destaque” para a envolvente do farol, pretende melhorar as condições naturais e paisagísticas da zona, valorizar e consolidar dunas e arribas e criar estruturas de apoio à visitação, ao percurso e à educação ambiental, explicou o autarca.

Neste sentido, segundo informações da Sociedade Polis Litoral Sudoeste, a cir-culação automóvel na área será “restrin-gida” através da criação de seis áreas de estacionamento situadas fora das zonas mais sensíveis e nas quais o trânsito será interdito ao público. Em termos pedonais, haverá uma “clarificação do espaço” com marcação de caminhos, criação de eixos preferenciais e sinalização de direcções e de locais.

Na zona do Cabo Sardão, por ser “um local emblemático da costa alentejana” e com “potencial para a visitação”, vai concentrar-se um “conjunto importante” de intervenções da empreitada, com des-taque para a criação de uma zona de re-cepção, a definição de zonas de circulação e a criação de percursos formais e perpen-diculares à linha de costa e com zonas de estadia e contemplação da paisagem.

Segundo a Sociedade Polis Litoral Su-doeste, a partir do Cabo Sardão será cria-do um percurso de educação ambiental apoiado em painéis informativos e edu-cativos e mesas interpretativas sobre vá-rias temáticas. O percurso visa promover, divulgar e sensibilizar para o património cultural e natural do troço costeiro, “for-necendo um enquadramento geográfico e temático adequado ao visitante”.

A empreitada, financiada por fundos comunitários e do Polis, vai também con-tribuir para “a protecção e a salvaguarda de pessoas e bens, através da sinalização informativa e de risco e da delimitação de

zonas perigosas devido à instabilidade das arribas”.

Na envolvente do Cabo Sardão vão tam-bém centrar-se intervenções sobre a vege-tação, vocacionadas para a requalificação paisagística e ecológica da área.

Segundo a Câmara de Odemira, no distrito de Beja, a empreitada integra-se num conjunto de intervenções de requa-lificação e valorização que a Sociedade Polis Litoral Sudoeste está a desenvolver ao longo dos 150 quilómetros de frente costeira do Litoral Alentejano e da Costa Vicentina.

Além da consignação da empreitada, as comemorações do centenário do Farol do Cabo Sardão, que vão decorrer entre quarta-feira e sábado, incluem exposições, uma tertúlia entre antigos faroleiros, visi-tas guiadas ao farol, teatro e um concerto com a Banda da Armada.

Com 17 metros de altura e 68 metros de altitude e com 23 milhas de alcance, o Fa-rol do Cabo Sardão, situado perto da aldeia de Cavaleio, na freguesia de S. Teotónio, co-meçou a funcionar a 15 de Abril de 1915 e a sua “imponência” marca a paisagem “num

dos pontos mais bonitos e emblemáticos do Parque Natural do Sudoeste Alenteja-no e Costa Vicentina”, refere o município.

Cabaz (fresco) do MarO primeiro ano do projecto “cabaz do mar”, promovido por pescadores de Aze-nha do Mar, levou três toneladas de pei-xe fresco da costa de Odemira, no Alente-jo, às portas de mais de uma centena de consumidores locais.

Em média, por semana, foram entre-gues 30 cabazes com três quilos de peixe já amanhado pela Associação Cultural e de Desenvolvimento de Pescadores e Moradores da Azenha do Mar, uma pequena comunidade piscatória da fre-guesia de São Teotónio, no concelho de Odemira, distrito de Beja, disse esta se-gunda-feira à agência Lusa a coordena-dora do projecto, Ivânia Guerreiro.

De acordo com a responsável, os nú-meros referem-se ao período entre Março e Dezembro de 2014, uma vez que qua-se não houve movimento nos primeiros três meses deste ano, por impossibilida-de de os pescadores saírem para a faina

Polis Litoral requalifica Cabo Sardão no concelho de Odemira

Destaque

A empreitada vai ser consignada no dia em que o Farol do Cabo Sardão celebra 100 anos.

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devido ao estado do mar.Em todo o mês de Fevereiro, os barcos

de pesca saíram apenas em cinco dias e este é, segundo Ivânia Guerreiro, o “maior constrangimento” deste projecto pioneiro de venda directa de peixe aos consumidores, que permite eliminar intermediários e fazer reverter um valor “mais justo” para os pescadores.

A instabilidade das entregas levou, no entanto, à desistência de quatro clientes, sendo que outros seis prescindiram do serviço por desejarem com maior fre-quência espécies “mais nobres”, como linguado, besugo, robalo e dourada. Mas, neste cabaz, “tudo o que vem à rede é peixe”, literalmente, e um terço do seu peso, ou seja, um quilo, é composto por espécies menos valorizadas (choupa, rascasso ou bodião, entre outras).

O projecto começou em Março do ano passado, por iniciativa da Taipa, uma cooperativa na área da solidariedade e do desenvolvimento, cofinanciado por fundos comunitários, estando, desde No-vembro, completamente nas mãos dos pescadores. Num ano, angariaram cerca de 120 clientes, compraram uma carri-nha com imagem personalizada, que é agora o “cartão-de-visita” do projecto, e disponibilizaram um sítio na Internet e uma página na rede social Facebook.

O crescimento do “cabaz do mar”, moti-vado sobretudo pela publicidade “boca--a-boca”, levou a que a associação tenha começado a comprar peixe não só na lota da Azenha do Mar, mas também nas de Entrada da Barca, igualmente na fregue-sia de São Teotónio, e de Vila Nova de Milfontes, esta a cerca de 45 quilómetros.

Este alargamento aumenta os custos do cabaz, cujo preço de venda é de 22 euros desde o início do ano, mas impõe--se devido à necessidade de ter peixe em quantidade e variedade para entregar aos clientes, referiu Ivânia Guerreiro. O projecto, ainda assim, “paga-se a si pró-prio”, garantiu a responsável, embora “não tenha lucro”, o que é compensado pelo retorno “muito bom” em termos so-ciais, pela visibilidade que ofereceu à co-munidade piscatória.

Actualmente, o cabaz é distribuído apenas nas freguesias do litoral do con-celho de Odemira, por uma questão de gestão dos custos, mas a criação de parce-rias poderá permitir a expansão para as localidades do interior, onde há clientes em lista de espera desde que a iniciativa foi criada.

Foi há 41 anos que na madrugada de 25 de Abril de 1974, um levantamento militar, dirigido pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), derru-bou a ditadura fascista e abriu o caminho para a conquista da liberdade, da paz e da democracia.

A esse levantamento militar seguiu-se o le-vantamento popular nas ruas a apoiar o MFA, a festejar a liberdade conquistada e a dar os primeiros passos rumo à transformação de Por-tugal num país justo e desenvolvido. Para trás ficavam décadas de resistência e de luta dos trabalhadores e do povo contra o regime que durante quase meio século oprimira Portugal e os portugueses.

Após a conquista da liberdade no dia 25 de Abril o povo português comemorou o mais espantoso 1º de Maio. Era a alegria incontida de um povo que enterrava 48 anos de terror, de miséria, de obscurantismo. Era a consagração popular do 25 de Abril.

A seguir ao 1.º de Maio consagraram-se os direitos fundamentais do povo português, como são exemplos: o direito ao trabalho com direitos e para todos; o direito à saúde; o direito à edu-cação pública, de qualidade e gratuita; o direito à protecção da família; o direito à segurança

1º de Maio na rua para ganhar o futuroVALTER LÓIOSAssistente Operacional

social; a liberdade sindical; o direito à greve; o direito à habitação; o direito a um ambiente ecologicamente equilibrado; o direito à cultura, assim como a realização da Reforma Agrária e a instituição do Poder Local Democrático. Ao mesmo tempo acabava a guerra colonial e era reconhecido o direito à independência dos po-vos das colónias.

A Constituição, aprovada em 1976, consagra-

va todas essas grandes conquistas e apresentou--se como matriz da mais avançada democracia alguma vez existente em Portugal. Constitui-ção que está hoje a ser alvo de ataques, sendo necessário promover a sua divulgação e a sua apropriação pelas camadas populares, como uma arma para defender os seus direitos, num trabalho necessário e importante de todos os democratas.

Hoje o País e o distrito de Évora estão piores. Foi a política de exploração e empobrecimento que levou a que tenhamos mais desemprego, mais miséria e fome, menos serviços públicos, menos escolas e mais degradadas, menos ser-viços de saúde e mais degradados, ambos com falta de trabalhadores.

O distrito não é pobre, tem sim gente empo-brecida e os responsáveis por esta situação são os partidos que têm estado no governo desde há 38 anos: PS, PSD e CDS e a sua política de direita. A situação que vivemos exige a ruptu-ra com essa política e a concretização de uma alternativa política, patriótica e vinculada aos valores de Abril.

As comemorações do 1º de Maio realizadas este ano pela CGTP-IN, no distrito de Évora, em Évora, Montemor-o-Novo e Vendas Novas tiveram a participação de milhares de trabalha-dores que afirmaram na rua que o povo portu-guês quer um Portugal com futuro e justiça so-cial e que Maio cumpre esse objectivo. Trata-se de lutar por uma vida digna com justiça social e de afirmar que Portugal tem potencialidades para sair da crise e ser um País soberano e de-senvolvido para ganhar o futuro.

D.R.

10 04 Maio ‘15 11

Radar

Cendrev continua a afirmar a necessidade do desenvolvimento ter que passar obrigatoriamente pela educação e pela cultura.

Palácio D. Manuel é de novo palco para o Teatro de Gil VicenteO ano 2015 é, na vida do Cendrev, mais um entre as quatro décadas que acabam de passar desde que um grupo de homens e mulheres chegaram a Évora determina-dos em contribuir para a História de um país que acabava de acordar para a liber-dade. Ontem como hoje o Cendrev conti-nua a afirmar a necessidade do desenvol-vimento ter que passar obrigatoriamente pela educação e pela cultura.

Longe vai esse Junho de 1978 em que Má-rio Barradas montou o “Velho da Horta”… depois mais dezanove espectáculos de Gil Vicente integraram a programação ao longo destes anos, dando corpo ao painel Vicente, um dos projectos considerado estruturante do trabalho da companhia. A inequívoca relação de admiração pela obra vicentina, resulta do potencial de comunicação que ela mantém com o público contemporâneo.

“Estes Autos Que Ora Vereis” é um espec-táculo de afectos, na construção e no tema que une os fragmentos que o compõem. Gil Vicente, três actores, o Jorge Baião, a Maria Marrafa e a Rosário Gonzaga, que também encena, quase uma vintena de

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personagens. A estreia está marcada para o dia 7 de Maio, às 21h30 no Palácio D. Ma-nuel, onde vai ficar em cena até dia 31 de Maio, de terça a sábado às 21h30 e aos do-mingos às 16h00.

Durante a semana o espectáculo será apresentado no horário das 10h30 ou 14h30 também para públicos escolares.

O Palácio de D Manuel, outrora conhecido como Paço Real de São Francisco foi man-dado construir por D. Afonso V que dese-java ter um paço real fora do castelo para se instalar. O paço foi habitado por vários monarcas portugueses, entre os quais D. Manuel I, D. João III e D. Sebastião. Foi mandado destruir por D. Filipe III em 1619 durante uma visita ao país, em pról da co-munidade mas apenas em 1895 se perde definitivamente.

O edificio tem 2 pisos, o térreo onde se si-tua a galeria e o alpendre, e o superior com duas salas e um vestíbulo. O torreão (foto do lado) tem dois andares que terminam num pináculo hexagonal, tendo ainda uma porta manuelina.

D.R.

Semana da porta aberta na EBORAE MVSICAA Associação/Conservatório Eborae Mv-sica promovem a XVIII Semana da Porta Aberta, entre 2 e 10 de Maio, no Convento dos Remédios e em outros locais da cida-de. As portas vão estar abertas para quem queira vir visitar as instalações, assistir às aulas e a todas as atividades ao longo desta semana, assim como às turmas das Escolas/Jardins de Infância, acompanha-das pelos seus professores/educadores. Realizam-se concertos, recitais e audi-ções ao fim de tarde ou noite para um en-contro com a Música.

A Semana da Porta Aberta visa o inter-câmbio entre Conservatórios/Escolas/Ou-tras Instituições e tem o envolvimento da comunidade educativa como um alvo importante. Esta Semana é também um convite para que a Associação e o Con-servatório se articulem mais e estabele-çam pontes com os pais, encarregados de educação, outros jovens e população em geral. Este ano teremos como convidados um grupo de Viola campaniça de Alunos da Escola Secundária de Castro Verde, e a Banda da Força Aérea Portuguesa.

De 2 a 10 - Semana da Porta Aberta (ver horário das aulas para assistir às aulas)

Dia 4, às 18h00 – Participação do Coro Infantil (dir. Hugo Monteiro) e Orquestra de Arcos (dir. Susana Nogueira) no Semi-nário “Crianças Felizes” a decorrer no An-fiteatro da Universidade de Évora;

Dia 6, às 19h00 – Concerto por Alunos do Coro II (dir. Sandra Medeiros), na Igre-ja de S. Vicente ;

Dia 9 às 21h30 – Concerto “Missa em Sol M de Carlos Seixas, por Coro Polifónico “Eborae Mvsica”, dir Eduardo Martins; Orquestra do Conservatório Regional de

Évora-Eborae Musica, dir. Luis Rufo; So-listas: Sandra Medeiro (Soprano); Manuel Brás da Costa (Contratenor, Armando Pos-sante (Baixo) – Direção: Eduardo Martins

Dia 10 às 18h00 – Concerto por: En-semble de Alaúdes (dir. Helena Raposo); Quarteto e Orquestra de Guitarras (dir. João Macedo); Grupo de Viola Campani-ça (Agrupamento de Escolas de Castro Verde) , dir José Abreu, no Convento dos Remédios(Igreja);

Dia 10 às 21h30 – Concerto pela Banda da Força Aérea , direção António Rosado, no Teatro Garcia de Resende;

Estes eventos são organizados pelo Conser-vatório Regional de Évora/Associação Musi-cal “Eborae Mvsica” com apoios por parte do Ministério da Educação e Ciência co-finan-ciada pelo POPH/POCH no âmbito do QREN e do Fundo Social Europeu,Secretário de Es-tado da Cultura DGArtes, Direção Regional da Cultura, Câmara Municipal de Évora; Agrupamento de Escolas e Câmara de Castro Verde, Cendrev, Coleção B, Antena 2, Diário do Sul, Registo, Diana FM, e outros órgãos de comunicação social.

D.R.

Radar

Participaram no projeto dezoito alunos que frequentam os cursos de Bioquímica, Biotecnologia e Geologia.

O Projeto INICI(AR)3 na UÉvoraEntre os meses de setembro de 2014 e março de 2015 a Universidade de Évora teve em curso o projeto INICI(AR)3 - INi-ciação à INvestigação Cientifica Aplicada às ARtes, ARqueologia e ARquitetura, um projeto pioneiro no panorama do En-sino Superior em Portugal, que procura vocacionar os alunos de 1º ciclo e, parti-cularmente, os de 1º ano, para o trabalho científico, através da sua integração em equipas de investigação. O projeto pre-tende ainda promover a inter-relação en-tre o trabalho desenvolvido e as unidades curriculares que os alunos frequentam a nível da Licenciatura e sensibilizar os estudantes universitários das áreas das ciências exatas e naturais para o Patri-mónio Cultural.

A participação no projeto possibilitou aos estudantes não apenas o contato com a investigação científica de ponta, mas também a aquisição de competências complementares à sua formação acadé-mica e propicia a interação entre alunos recém-chegados ao ensino superior e alu-nos que se encontram em estádios mais avançados dos seus estudos, como os alu-nos de Mestrado e Doutoramento. Este contexto de interatividade aluno-aluno promove a colaboração e a capacidade de comunicação e quebra barreiras pessoais, sociais e ambientais, por vezes existentes no mundo académico, fomentando o es-pírito de equipa. O envolvimento do alu-no numa realidade académica/laboral conduz a uma responsabilização que o estimula a assumir um papel interventi-vo na sociedade e amplia o seu desenvol-vimento intelectual. A metodologia pio-neira seguida pelo INICI(AR)3 resulta da ação concertada dos membros da equipa, entre si e com os alunos participantes no projeto, e tem como objetivo contribuir para a diminuição do insucesso escolar, responsabilização e maturação científica

e pessoal dos alunos dos primeiros anos dos cursos de 1º ciclo e incrementação de interesse pelo trabalho de investigação e pelo estudo.

Participaram no projeto dezoito alunos que frequentam os cursos de Bioquímica, Biotecnologia e Geologia da Universida-de de Évora, distribuídos pelo 1º, 2º e 3º anos (61%, 22% e 17%, respetivamente).

Durante o projeto, cada aluno traba-lhou o tema que selecionou dentro dos temas propostos: “Preparação de amos-

tras arqueológicas para análise de resí-duos orgânicos”; “Biodegradação de bens patrimoniais”; “Geoquímica, histologia e mineralogia aplicadas à investigação de esqueletos humanos do período romano: reconstrução de dietas, envenenamento pela alimentação e alteração óssea duran-te o enterramento”; “Estudo material de pintura de cavalete”; “Síntese de compos-tos orgânicos com potencial aplicação ao Património”; “Técnicas digitais aplicadas ao Património Arqueológico”; “Estudo da

degradação de pigmentos à base de chum-bo por micro-espetroscopia de Raman”; “À descoberta das dietas antigas”; “Caracteri-zação de argamassas por análise térmica diferencial e difração de raios-X”; “Análi-se de biomarcadores orgânicos em cerâ-micas da época do Neolítico da Anta do Zambujeiro – Évora”; “Micro-difração de raios-X em camadas pictóricas”; “Prepa-ração e estudo microscópico de amostras de douramentos e policromia de retábu-los portugueses e esculturas em madei-ra”; “Estudo material e de diagnóstico de pintura mural”; “Degradação de pedra e processos de conservação”; “Proveniên-cias geológicas de edifícios megalíticos”; “Conservação e restauro de pintura e aná-lise de materiais pictóricos”; “Avaliação da atividade antimicrobiana de essên-cias de plantas aromáticas do Alentejo face a agentes fúngicos biodeteriogénicos de bens patrimoniais”; “Caracterização material de negativos e positivos fotográ-ficos do Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Évora”.

O projeto foi promovido e coordenado pelo Laboratório HERCULES – Herança Cultural, Estudos e Salvaguarda, uma infraestrutura científica e técnica da Universidade de Évora que se dedica ao estudo, valorização e divulgação do Pa-trimónio Cultural, segundo uma pers-petiva marcadamente multidisciplinar. O INICI(AR)3 (67/ID/2014) é um projeto financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

MARGARIDA NUNES*, TERESA FERREI-RA***aluna do Mestrado em Bioquímica, **Prof. AuxiliarDQUI & Laboratório HERCULES, Univer-sidade de Évora

http://iniciar3.blogspot.pt/

12 04 Maio ‘15 13

O presidente da ABAE sublinhou ainda o facto de 16 praias fluviais terem conseguido a bandeira.

Radar

Vinho Alentejano vence categoria “Tinto Velho Mundo - Península Ibérica”A Comissão Vitivinícola Regional Alen-tejana (CVRA) participou na 19ª edição da Expovinis em São Paulo, que decor-reu entre os dias 22 e 24 de abril. Naque-le que é considerado o maior evento de vinho da América Latina, estiveram presentes 10 produtores alentejanos num stand de 97 mt2

Casa Agrícola HMR, Esporão, Monte Novo e Figueirinha, Herdade dos Coe-lheiros, Herdade dos Coteis, Hacienda Branca Vineyard Estate, Adega de Re-dondo, Herdade do Perdigão, Herdade da Ajuda Nova e, ainda, Henrique Uva - Herdade da Mingorra, foram os produ-tores presentes no certame.

Durante o evento, a CVRA organizou três seminários com provas de vinhos do Alentejo. Ministrados por Rui Fal-cão, foram abordados os temas “Vinhos Brancos do Alentejo” e “Aragonez e ou-tras castas do Alentejo”. Alexandre La-las, crítico brasileiro de vinhos, falou sobre “Vinhos Tintos do Alentejo”. As provas tiveram uma grande adesão, tendo tido lotação esgotada.

No decorrer da Expovinis realizou-se, ainda, o TOP TEN, um importante con-curso anual que premeia dez vinhos

expostos, inscritos pelos produtores ou importadores, em dez diferentes cate-

gorias. O Vinho Alentejano Pêra Grave Reserva Tinto 2011, da Quinta S. José

D.R.

de Peramanca, foi o vencedor da classe Tinto Velho Mundo/Península Ibérica.

O Alentejo é a região líder no mercado nacional – quer na quota de mercado em volume (44,7%) quer em valor (45,5%), segundo os dados ACNielsen, na catego-ria de vinhos engarrafados de qualidade com classificação DOC e IG. Os Vinhos do Alentejo juntam 263 produtores e 97 co-merciantes numa área total de vinha de 20 670,68 hectares, sendo que a área total de vinha aprovada para DOC Alentejano é de 14 437,15 hectares.

CVRA – Comissão Vitivinícola Regional Alentejana

A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) foi criada em 1989 e é um organismo de direito priva-do e utilidade pública que certifica os vinhos DOC Alentejo e os vinhos Re-gional Alentejano. É responsável pela promoção dos Vinhos do Alentejo, no mercado nacional e em mercados-alvo internacionais. A sua atividade é finan-ciada através da venda dos selos de cer-tificação que integram os contra-rótulos dos Vinhos do Alentejo.

www.vinhosdoalentejo.pt

A FIAPE agrega a Feira de Artesanato de Estremoz que celebrou a sua 33.ª edição.

Radar

FIAPE consolida-se como Feira de referência AgrícolaA Feira Internacional de Agropecuá-ria de Estremoz (FIAPE), um dosmais importantes certames do Alentejo, ter-minou ontem.

O certame, que pretende contribuir para o desenvolvimento económico da região, decorreu desde dia 29, no par-que de feiras e exposições da cidade, com a participação de expositores de setores tão diversos como a agricultu-ra, produtos regionais, pecuária, arte-sanato, comércio, indústria e serviços.

A FIAPE agrega a Feira de Artesa-nato de Estremoz, celebrou a sua 33.ª edição, considerada pelos promotores como “a maior e melhor feira do setor no sul do País”, com a participação de centenas de artesãos, de várias locali-dades do País.

Destinada a contribuir para o de-senvolvimento económico e promo-ção turística da região, a FIAPE está a cargo da Câmara Municipal de Estre-moz, enquanto o setor da pecuária é da responsabilidade da Associação de Criadores de Ovinos da Região de Es-tremoz (ACORE).

O presidente do município, Luís Mourinha, explicou que a FIAPE pre-tendeu “mostrar, mais uma vez, as

atividades económicas do concelho e aquilo que de melhor se produz na região”.

D.R.

“A FIAPE surpreendeu o visitante pela qualidade das exposições, nos mais diversos setores de atividade presentes no certame”, garantiu Luís Mourinha, visivelmente satisfeito com o êxito alcançado.

No setor da pecuária, estiveram ex-postos animais de raças seletas de gado ovino e caprino, bovinos e vários equinos.

O programa do certame incluiu ain-da concursos de ovinos, nomeada-mente os de ovinos da raça Merino Preto e Merino Branco, Preto Preco-ce Português, Concurso de Ovinos da raça Ile de France, e o Concurso de Bo-vinos da raça Charolês.

Os produtos regionais, como en-chidos, queijos, doçaria regional, mel,vinho e azeite, e a gastronomia, também marcaram presença forte.

As noites estiveram repletas e em alguns momentos a lotação do recinto esgotou.

Na sessão de inauguração da FIAPE esteve presente o Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Amieira Marina mantém Bandeira AzulA bandeira azul vai ser hasteada este ano em 299 praias - 283 costeiras e 16 fluviais - e em 15 marinas. A região do Algarve con-tinua a ter o maior número de praias dis-tinguidas pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), 85, e a região do vale do Tejo é a que regista mais novas entradas na lista de praias galardoadas.

O galardão é atribuído anualmente às praias e portos de recreio que cumpram um conjunto de critérios de natureza am-biental, de segurança e conforto dos uten-tes e de informação e sensibilização am-biental. Este ano há três novas praias na lista - Canaveias (Centro), Praia da Pampi-lhosa da Serra (Tejo) e Beliche (Algarve) - e 18 reentradas, além de uma nova marina. Pelo contrário, 20 praias e três marinas perderam a bandeira.

No ano em que se comemoram 29 anos de atribuição de bandeiras azuis, Archer lembrou a “evolução e crescimento cons-tantes” desde que a fasquia das 100 praias foi ultrapassada, em 1989, tendo-se chega-do às 200 em 2006. O presidente da ABAE sublinhou ainda o facto de 16 praias flu-viais terem conseguido a bandeira, num total de cerca de 50 elegíveis, dada a “difi-culdade maior” relacionada com a quali-dade da água.

“As praias fluviais são muitas vezes afectadas por más práticas ou comporta-mentos indevidos, que não têm a ver com aquela comunidade”, explicou o responsá-vel, referindo que habitualmente há “pro-blemas na qualidade da água”, sobretudo a montante dos rios, que colocam em cau-sa o “esforço feito”. Em causa podem estar “pecuárias que fazem um despejo ilegal”, o que condiciona, “por falta de qualidade balnear”, a candidatura feita para receber a bandeira azul, ou impõe a retirada do ga-

lardão no decorrer da época balnear.Na distribuição de bandeiras por re-

giões, o Algarve continua a liderar, com 85 praias distinguidas, mais três do que no ano passado. A praia de Beliche rece-be bandeira azul pela primeira vez e as praias dos Alemães, Ferragudo e Tonel vol-tam a ser galardoadas, depois de estarem ausentes no ano passado. Por outro lado, registou-se a saída da praia do Pego Fundo da listagem de estâncias galardoadas com o símbolo de qualidade.

José Archer explicou que as análises passaram de uma periodicidade quinze-

nal para uma mensal, o que significa cer-ca de cinco análises por ano balnear, pelo que um mau resultado tem maior peso nas novas contas e impede a atribuição do galardão de qualidade das zonas balnea-res. A alteração da lei levou seis praias do continente e seis da Madeira a perderem as bandeiras.

No Alentejo mantiveram-se os galar-dões para as marinas de Tróia e Amieira e para o porto de Sines. Em termos de praias foram distribuídas 26 bandeiras, que in-cluem a reentrada da Galé Fontainhas e duas saídas de praias que não se candida-

taram (Atlântica e Morgavel). Nos Açores houve a perda de uma bandeira, com a região a registar 31 galardões, e na Madei-ra há 11 bandeiras azuis, menos quatro do que no ano passado.

A nível das marinas, o presidente des-tacou o hastear da bandeira na Doca de Recreio de Santo Amaro, gerida pelo Porto de Lisboa, por ser a “primeira vez que uma entidade pública se candidata como ges-tora e vê galardoada uma marina”. Com esta entrada, a região do Tejo registou três portos/marinas galardoados, tal como o Centro.

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14 04 Maio ‘15 15

Os dois casais estão a utilizar ninhos artificiais instalados há três anos pela LPN.

Radar

Fórum quer mais proximidade com público(s) e comunidade O Fórum Eugénio de Almeida apresenta O MUSEU A HAVER e Micro-eventos ou a Possibilidade de nos equivocarmos, duas exposições que marcam o arranque da nova linha programática. O Museu a Ha-ver assenta num conjunto de pensamen-tos sobre o lugar e função de um centro de arte contemporânea numa cidade como Évora, marcando o desejo de uma nova aproximação ao público é à comunidade onde se insere, e o projeto de Nicolás Paris corporaliza a vontade de uma nova aber-tura aos artistas e à experimentação.

O MUSEU A HAVER O que é um museu e para que serve? Que relação estabelece com os artistas e com a comunidade onde se insere? Qual é o museu com que sonhamos? O que deverá ser o museu a haver? Estas são algumas das muitas questões que esta exposição levanta e que assina-lam, segundo Filipa Oliveira, Curadora e Diretora do Fórum, “o início de um caminho e de uma nova relação que o Fórum Eugénio de Almeida quer per-correr com a cidade de Évora, como o país. Uma voz que querendo afirmar-se plenamente na sua geografia concreta, quer ser ouvida muito além dos muros desta cidade”.

Para a curadora, O MUSEU A HAVER é uma declaração de princípios. A ex-posição “declara-os não enunciando uma lista mas antes partindo de uma série de perguntas que possam ajudar a refletir sobre o lugar e importância de espaços como o Fórum Eugénio de Almeida, hoje em dia. “Para que serve a arte e as exposições? Para que ser-vem os curadores? Para que servem os museus? Como é que nós, enquanto público, nos relacionamos com esta en-tidade? Desejamo-la? Sentimos a sua falta? Queremos o museu que nos é de-vido ou apenas aquele que nos é dado? E para quê queremos este museu? Que lugar queremos que este museu que so-nhamos tenha na nossa comunidade?”. “O intuito da exposição não é tanto o de dar resposta a estas perguntas mas o de lembrar que cada um de nós as en-

Abutre preto volta a nidificar no AlentejoDois casais de abutre-preto, espécie cri-ticamente em perigo de extinção, estão a nidificar numa herdade em Moura. A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) acredita que este pode ser o primeiro passo para o regresso de um núcleo re-produtor ao Alentejo, onde a espécie já não se reproduz há mais de 40 anos.

Os dois casais estão a utilizar ninhos artificiais instalados há três anos pela LPN, responsável pelo projecto LIFE Ha-bitat Lince-Abutre, concluído em Setem-bro de 2014. A equipa instalou 12 gran-des ninhos, em estruturas compostas por varas metálicas com um cesto na ponta, na Herdade da Contenda, propriedade da Câmara de Moura com 5300 hectares, na fronteira com Espanha.

Recentemente foi possível “confirmar a presença de um exemplar desta espé-cie em incubação num destes ninhos e a deposição de material de revestimento noutro, correspondendo assim ao início do desejado restabelecimento de uma colónia reprodutora no Alentejo”, infor-ma a LPN em comunicado.

Durante mais de 40 anos, o abutre-pre-to (Aegypius monachus), que é a maior ave de rapina da Europa, não fez ninho em Portugal. Há cerca de 20 anos houve uma tentativa de nidificação falhada,

também na Herdade da Contenda. Por isso, a ocupação destes ninhos artificiais representa “um importante marco na conservação do abutre-preto em territó-rio nacional”, escreve a LPN.

A espécie, em risco de extinção, re-gressou como reprodutora a Portugal

em 2010 na região do Tejo Internacional, onde continuam a nidificar 12 casais. Um casal está também a fazer ninho no Douro Internacional. Em todo o mun-do, a Birdlife International estima que existam cerca de 10.000 casais, dos quais 1900 estão na Europa.

Além da instalação de cerca de 30 ni-nhos artificiais em Moura, Mourão, Bar-rancos e Vale do Guadiana, a LPN criou também uma rede de campos de ali-mentação para aves necrófagas naquela zona, dirigida ao abutre-preto. O projecto LIFE, que representou um investimen-to de 2.250.000 euros, incluiu também a aplicação de um conjunto de medidas para a conservação do lince-ibérico e dos habitats destas duas espécies, incluindo a sensibilização e o envolvimento das comunidades locais.

O ambientalista explicou que a ave recolhida pelo Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) ainda deu entrada no Centro de Estudos e Re-cuperação de Animais Selvagens (CE-RAS) de Castelo Branco com vida, mas acabou por morrer. “Nesta época do ano, com o fim da época de caça, ficam centenas de animais abandonados na região [cães], que com fome podem ata-car os rebanhos e até pessoas. Muitas vezes, os criadores de gado e caçado-res colocam venenos para matar estes animais abandonados, que acabam por morrer e provocar outras vítimas, como aves e mamíferos selvagens”, adiantou à Lusa, sublinhando que o envenena-mento é crime.

O Museu a Haver assenta num conjunto de pensamentos sobre o lugar e função de um centro de arte contemporânea.

Radar

contra, cria e constrói e ao mesmo tem-po afirmar o Fórum como um lugar de criação e construção de cada indivíduo e da própria sociedade”, concluiu.

A exposição reúne até 5 de Setem-bro: Aires Mateus, Alejandro Cesarco, Alicja Kwade, André Komatsu, Anne Collier, Beatriz Gonzalez, Carla Filipe, Carlos Garaicoa, Candice Breitz, Dora Garcia, Fernanda Fragateiro, Francis Alÿs, Futurefarmers, Guido van der Werve, Jeppe Hein, Latifa Echakhch, Luis Camnizter, Musa paradisíaca, Pe-dro Barateiro, Rosa Barba, Runo Lago-marsino, Vasco Araújo e Yona Fried-man.

O MUSEU A HAVER estará paten-te no Fórum e igualmente em outros espaços da Fundação Eugénio de Al-meida, como o Paço de São Miguel e o Enoturismo, bem como em instituições culturais da cidade, designadamente o Museu de Évora e a Biblioteca Pública de Évora.

“A grande ideia por detrás deste pro-jecto é que todos funcionem como uma voz”, reforça Filipa Oliveira.

Micro-eventos ou a Possibilidade de nos Equivocarmos

Inaugurou igualmente a 18 de abril o projeto Micro-eventos ou a Possibi-

lidade de nos Equivocarmos do artista colombiano Nicolás Paris. Durante um ano, Paris vai trabalhar com a institui-ção e com um grupo de estudo e através de intervenções no interior do edifício do Fórum, pretende questionar a forma como este lugar é habitado.

“São micro-eventos”, realça Filipa Oliveira. Isto é “intervenções com pe-riodicidade mensal que vão transfor-mando o espaço e criando novas nar-rativas e novos pensamentos sobre o próprio museu enquanto lugar de en-contro e lugar de comunidade”.

Este projecto desenvolve-se até Abril de 2016.

D.R.

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D.R.

Festa Ibérica da Olaria em CorvalA Festa Ibérica da Olaria e do Barro, que terá a sua 21ª edição em 2015 no Concelho de Reguengos de Monsaraz, é uma inicia-tiva da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz e do Ayuntamiento de Sal-vatierra de Los Barros (Espanha), que se realiza todos os anos alternadamente no Concelho de Reguengos de Monsaraz e em Salvatierra de Los Barros.

A Festa Ibérica da Olaria e do Barro é uma atividade de promoção cultural e turística que contempla uma importan-te manifestação artística e artesanal: A Olaria. Tendo em conta a existência de um significativo número de centros oleiros no Alentejo e na Extremadura Es-panhola, pretende-se valorizar a olaria, chamar a atenção para a sua importân-cia e existência, para o seu valor artesa-

nal e artístico, para a sua importância e significado na economia das regiões, promover o turismo e o património cul-tural.

Para o efeito, optou-se pela organiza-ção de um evento que concentra em tor-no de S. Pedro do Corval e de Salvatierra de Los Barros - maiores centros oleiros da Península Ibérica - os vários centros destas e de outras regiões. A Festa Ibérica da Olaria e do Barro, ao longo dos seus 20 anos de existência, consolidou-se como um foco privilegiado da expressão do trabalho dos artesãos de olaria e cerâ-mica. Tem como objetivo proporcionar o conhecimento e a divulgação deste ramo do artesanato e a sua consequen-te expansão económica, assente na am-pliação dos canais de comercialização,

no aperfeiçoamento e na formação tec-nológica dos oleiros.

A tradição da cerâmica em São Pedro do Corval remonta aos tempos pré-his-tóricos, graças à existência de depósitos de argilas com caraterísticas específicas nesta zona do Concelho de Reguengos de Monsaraz, que motivaram desde sempre esta atividade.

Por entre potes, rodas de oleiros e for-nos descobrem-se peças utilitárias tra-dicionais únicas que nos transportam para os tempos antigos em que o barro se moldava às necessidades dos traba-lhos dos campos e das vidas humildes no Alentejo.

Atualmente encontramos em São Pe-dro do Corval verdadeiras obras de arte, quer na forma, quer na decoração - a

pintura cerâmica - feitas com um saber ancestral e uma estética caraterística da região. Aliado à experiência única de poder ver ao vivo o barro a ser moldado pelas experientes mãos do mestre oleiro na sua roda e de poder partilhar dos seus conhecimentos e vivências, São Pedro do Corval é, por excelência, o maior cen-tro oleiro do país e um dos maiores da Península Ibérica.

O evento deste ano fica marcado pela abertura do Centro Interpretativo da Ola-ria de S. Pedro do Corval – Casa do Barro.

O Festival Ibérico de Música Popular e Tradicional leva este ano à Festa Ibérica as atuações de D. Laura e Teresa Tapadas, Nayara e Ballet Flamenco de Sevilha e a Banda e o Coro Polifónico da Sociedade Filarmónica Corvalense.

SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 750 140 Email [email protected]

Resultados de uma investi-gação levada a cabo por cien-tistas ibéricos mostram que a intrusão da poeira vinda do de-serto do Sahara fez com que a superfície da Terra arrefecesse. Os investigadores espanhóis e portugueses juntaram forças e analisaram a composição e o efeito radiativo dos aeros-sóis dos desertos durante duas ocasiões que afetassem simul-taneamente Badajoz, em Espa-nha, e Évora, em Portugal, em Agosto de 2012.

Os aerossóis atmosféricos são a fonte principal de energia do sistema atmosférico terrestre. São partículas sólidas ou liqui-das suspensas no ar, como a névoa ou o exsudato florestal, que têm um efeito significativo na temperatura global da Terra. São difíceis de examinar espe-

cialmente porque permanecem na atmosfera durante um curto período de tempo e porque a sua causa tanto pode acontecer por motivos naturais como por mo-tivos antropogénicos. Foi por esse motivo que os cientistas quiseram estudar a poeira cria-da no deserto, que é um aerossol natural. Os solos da Extremadu-ra são de grande interesse devi-do à proximidade com o Sahara.

Os cientistas focaram o seu estudo, publicado no jornal At-mospheric Research, em duas intrusões de aerossóis do deser-to ocorridos em agosto de 2013 e que afetaram as estações de monitorização em Évora e em Badajoz, que pertencem ao AE-rosol RObotic NETwork (AERO-NET) e são geridos pela NASA.

Durante estas duas ocasiões, “a quantidade de radiação que

chegou à superfície foi me-nor do que aquela que seria se aqueles aerossóis não estives-sem ali,” disse Maria Ángeles Obregón, autora líder deste estudo e investigadora do de-partamento de física da Uni-versidade da Extremadura e da Universidade de Évora, explica à agência noticiosa especiali-zada em ciência SINC.

O estudo também concluiu que a presença de aerossol de origem antropogenica, ou seja poluição, causa maior impacto. As amostras estudadas apre-sentaram os aerossóis juntos à superfície devido à presença de um anticiclone que pairava sob a área em estudo ao nível do mar, “reduzindo a quantida-de de ondas curtas e causando grande arrefecimento na radia-ção,” disse Obregón.

Turismo

Marvão promove Rota do Contrabando do CaféO Município de Marvão promove, dia 9 de maio (sábado), o Percurso do Contrabando do Café/Ruta del Contra-bando del Café, em homenagem aos antigos contrabandistas da raia. O Percurso, de grau de dificuldade média/alta, tem cerca de nove quilómetros de extensão e está devidamente si-nalizado e homologado.Galegos, La Fontañera e Pitaranha são as localida-des por onde o Percurso do Contrabando do Café vai passar. A partida para a caminhada está agendada para as 9h, na antiga Escola Primária dos Galegos, mas antes disso, os “caminheiros” poderão degustar as típicas migas de pão com carne de porco frita e “café do contrabandista”. No regresso aos Gale-gos, os “contrabandistas” terão à sua disposição um retemperador almoço convívio, servido no edifício da antiga Escola Primária.

Clima

D.R.

O património, a oferta turística e informações úteis de Évora estão agora disponíveis numa nova versão do ‘Eborae Guide Tour’.A aplicação, concebida para “smartphones” e “tablets” das plataformas Android e iOS, foi criada pela empresa AlentApp, instalada no Parque de Ciên-cia e Tecnologia do Alentejo, e pelo Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS) da Universidade de Évora.Tudo o que um turista ou ha-bitante necessitam para “des-cobrir” a cidade “está concen-trado na aplicação”, pelo que “não é necessário andar com um mapa, com um guia e, de-pois, com mais um livro ou um guia gastronómico”, resumiu à agência Lusa Miguel Romão, da AlentApp.“A aplicação reúne toda a in-formação sobre o património e dá ainda ao utilizador infor-mações sobre os restaurantes, hotéis e comércio da cidade”, as-sim como “sobre qual é a farmá-cia de serviço, o posto de turis-mo, a PSP, rodoviária ou táxis”, explicou.

Património e turismo de Évora em App

Inovação

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Poeiras do Sahara influenciam temperaturas em Badajoz e Évora