253 / Setembro

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Capacitação e tecnologia são as principais ferramentas para a administração pública firmar e executar seus contratos. Com gestores e fiscais bem preparados, fica bem mais fácil planejar, acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos administrativos sem temer o crivo dos tribunais de contas e o fantasma da improbidade.

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VIAGENS

LAZER

O novo setor de viagens da Unisoli surge para atender a demanda de lazer de todos os trabalhadores. Temos parceria com as maiores operadoras de turismo do mercado, gerando conforto, comodidade e excelentes condições em viagens nacionais e internacionais.

https://www.facebook.com/unisolif

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VIAGENS

LAZER

O novo setor de viagens da Unisoli surge para atender a demanda de lazer de todos os trabalhadores. Temos parceria com as maiores operadoras de turismo do mercado, gerando conforto, comodidade e excelentes condições em viagens nacionais e internacionais.

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Leitor

Diariamente os tribunais de contas identificam e con-denam gestores públicos por irregularidades na contrata-ção ou execução de contratos administrativos firmados sem o devido conhecimento técnico. Para reverter esse quadro, a Escola de Administração de Contratos (EAC) criou cursos específicos voltados para o treinamento e aperfeiçoamento de administradores, gestores e fiscais de contratos e suas equipes de apoio.

O conteúdo programático incluiu normas gerais e juris-prudência de administração de contratos; gestão financei-ra, cronograma de execução, criação de trilhas de auditoria e todas as etapas para o bom gerenciamento de um contra-to administrativo – planejamento, execução, acompanha-mento e fiscalização .

Em entrevista a Estados & Municípios, o diretor da EAC, Paulo Sérgio Gomes da Silva, fala sobre a importância da capacitação permanente dos profissionais envolvidos na formalização, execução e fiscalização dos contratos admi-nistrativos. “O maior volume de corrupção não está nas licitações e sim na execução dos contratos”, ressalta.

Segundo Paulo Sérgio, a lei de licitação determina uma série de ações contratuais, mas não diz como os contratos devem ser acompanhados e fiscalizados. Por isso, além do conhecimento teórico, os gestores têm acesso a um eficien-te sistema de administração capaz de controlar todas as etapas do contrato.

Nossa matéria de capa mostra como a capacitação do quadro funcional e a utilização de ferramentas tecnológi-cas pode ajudar a administração pública a acompanhar a fiel execução dos contratos de aquisição de bens e serviços pelos municípios.

&EstadosMunicípios

O Editor

Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

JurídicoEdson Pereira Neves

Diretora ComercialCarla Alessandra dos S. Ferreira

AtendimentoNayara Cavalcanti / Daianna Brito /

Gabriela Cavalcanti

ColaboradoresClovis Souza / Gerson Matos

Mauricio Cardoso / Rangel Cavalcante Renato Riella / Mateus Pêra de Souza

DiagramaçãoAndré Augusto Dias

Agências de NotíciasBrasil / Senado / Câmara

Petrobras / Sebrae / USP / FAPESP

PARCEIROS

Região NorteMeio & Mídia Comunicação Ltda

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Rio de JaneiroCortez Consultoria

[email protected].: (21) 2487-4128

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Minas GeraisRodrigo Amaral(31) 8841-1515

BahiaZé Maria

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Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa [email protected]

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As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de exclusiva responsabilidade de seus autores

Sua revista de gestão, política e empreendedorismo

Escola para gestores de contratos

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CAPA

Capacitação e tecnologia são as principais ferramentas para a administração pública firmar e executar seus contratos. Com gestores e fiscais bem preparados, fica bem mais fácil planejar, acompanhar e fiscalizar a execução dos contratos administrativos sem temer o crivo dos tribunais de contas e o fantasma da improbidade.

28 | DIRETO DE BRASÍLIA Renato Riella

42 | MÍDIA Pedro Abelha

56 | CASOS & CAUSOS Rangel Cavalcante

índiceEdição 253 - Setembro / 2014

colu

nas

12 EleiçõesLei da Ficha Limpa em ação 12Copa do Mundo estimula Bancada da Bola 14Custo milionário do horário eleitoral 15

16 GestãoParceria discute ações de saúde pública em Palmas 16Segurança para alavancar o turismo nacional 17

18 NacionalBanda larga cresce 900% no Norte e Nordeste 18Falta de recursos prejudica fiscalização da CGU 19

18 PesquisaO sobe e desce das pesquisas 20

22 EstadosCosta das Dunas debate retomada das obras no RN 22Roraima se antecipa à crise energética venezuelana 23

25 MunicípiosCompensação financeira para sedes de hidrelétricas 24Socorro terá Plano de Atendimento Socioeducativo 25Legislativo de Mossoró dá exemplo ao Brasil 26

30 EnergiaBrasil se destaca em matriz energética limpa 30

31 InfraestruturaAviação civil cresce na América do Sul 31

34 Meio AmbienteAprendendo a conviver com o semiárido 34Fauna gaúcha tem 280 espécies em extinção 35

36 EmpreendedorismoMais jovens aprendizes no mercado de trabalho 36

36 NegócioO sucesso da Agência-Barco na Ilha do Marajó 37

38 CidadaniaAções do Incra asseguram direitos quilombolas 38

39 EconomiaRecuperação de ativos ilícitos da corrupção 39

40 IntercâmbioA experiência brasileira dos bancos de leite 40

44 SocialNovos espaços de convivência em Natal 44

44 AgriculturaOtimizando o uso da água na agricultura 45

46 SaúdeSenado Federal quer aprimorar o Mais Médicos 46Medicamento para autismo 48

50 Câmaras e AssembleiasMilhares de assinaturas em favor dos idosos 50Autores cearenses na rede pública de ensino 51

53 TurismoCaraguá investe para ser o maior polo turístico 52

58 artigoEstresse: vilão ou aliado? 58

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6 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

C a p a

Profissionalizando a gestão de contratos administrativos

Diariamente, os tribunais de contas identificam e condenam gestores públicos por irregularidades na contratação ou execução de contratos administrativos firmados sem o devido conhecimento técnico. Para reverter esse quadro, o diretor da Escola de Administração de Contratos (EAC), Paulo Sérgio Gomes da Silva, criou cursos específicos voltados para o treinamento e aperfeiçoamento de administradores, gestores e fiscais de contratos e suas equipes de apoio.

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C a p a

Inicialmente, a escola dispo-nibilizou doze cursos nas áreas de locação mão de obra; softwa-re; imóvel; veículos, máquinas e equipamentos; aquisição de com-bustível; contrato de gestão; termo de parceria; contratação de artis-tas, bandas e infraestrutura de sho-ws; aquisição de medicamentos; compra de gêneros alimentícios; consultorias e assessorias e execu-ção de obras e serviços de enge-nharia.

Os cursos são ministrados por profissionais especializados, me-diante a aplicação de um projeto pedagógico próprio, onde cada curso foca em apenas uma espé-cie e subespécie de contrato admi-nistrativo. A metodologia aplicada garante 100% de aproveitamento, uma vez que concentra os ensina-mentos em um único assunto.

Conteúdo O conteúdo programático incluiu normas gerais e jurisprudência de administração de contratos; gestão financeira, cronograma de execução, criação de trilhas de auditoria e todas as etapas para o bom gerenciamento de um contrato administrativo – planejamento, execução, acompanhamento e fiscalização -. Os participantes também aprendem a decompor as obrigações contratuais em metas, fases, etapas, atividades e ações, e a gerenciar os produtos e serviços planejados e efetivamente entregues dentro dos prazos de vigência. Além do conhecimento teórico, os gestores têm acesso a um eficiente sistema de administração de contratos, capaz de gerenciar, separadamente, cada um dos contratos firmados com datas de vigências e renovações, termos aditivos, apostilamentos, e saldos, propiciando um controle completo da execução, acompanhamento e fiscalização dos contratos. O sistema também dispara automaticamente, via e-mail, avisos a todos os usuários e fornecedores cadastrados, gera relatórios de execução com todas as anotações e despachos dos fiscais e gestores e armazena toda a documentação necessária para comprovar a execução dos contratos perante os tribunais de contas.

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P o l í t i c aC a p a

Em entrevista a Estados & Municípios, o diretor da EAC, Paulo Sérgio Gomes da Silva, fala sobre a importância da capacita-ção permanente dos profissionais envolvidos na formalização, exe-cução e fiscalização dos contratos administrativos.

A gestão de contratos conti-nua sendo um problema crônico no país. Como a EAC pode ajudar na melhoria deste quesito na ad-ministração pública?

Paulo Sérgio Gomes - A lei de licitação determina nos artigos 66 e 67 que os contratos administra-tivos devem ser acompanhados e fiscalizados por um representante da administração, que deve anotar todas as ocorrências. O problema é que a lei não diz como os con-tratos devem ser acompanhados e fiscalizados. O maior volume de corrupção não está nas licitações e sim na execução dos contratos.

A Escola de Administração de Contratos aplicou três técnicas para desenvolver um sistema efi-ciente de administração de con-tratos: o mapeamento de proces-sos, a matriz de responsabilidade e o trilhas de auditoria. Com base nestas técnicas, a EAC produziu cursos específicos, por espécie de contratos, para capacitar admi-nistradores, gestores e fiscais de contratos, além de disponibilizar seu sistema de administração de contratos e consultoria.

Qual a importância da boa gestão dos contratos administra-tivos?

A lei de licitações, em seu artigo 66, dispõe que os contratos administrativos devem ser execu-tados fielmente pelas partes. Sen-do assim, a implantação de meca-nismos e procedimentos internos de gestão de contratos é de vital importância para detectar, pre-venir e corrigir a tempo possíveis inexecuções que podem acarretar improbidades administrativas.

Os Tribunais de Contas estão cada vez mais rigorosos na fis-calização e auditoria das contas públicas. Falta planejamento na contratação e execução dos con-tratos públicos?

Os órgãos de fiscalização e de controle externo estão em ritmo acelerado de modernização e im-plantando novos mecanismos de acompanhamento das ações gover-namentais. Com isso, a dinâmica do controle externo dos processos administrativos mudou de a poste-riori para concomitante ou em tem-po real, que é a fiscalização durante a realização de uma obra, de um procedimento administrativo ou ao longo da execução de um contrato.

A Administração Pública contratante de bens, serviços e obras também precisa se moder-nizar, porque no mínimo 30% do orçamento público anual é gasto por meio da contratação de bens, serviços e obras. Este volume de recursos gera milhares de contra-tos e obrigações que também pre-cisam ser acompanhados e fiscali-zados em tempo real.

Ademais, para a adminis-tração pública acompanhar e fis-

Escola prepara administradores, gestores e fiscais de contratos

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P o l í t i c aC a p a

calizar contratos administrativos é preciso criar e capacitar seu quadro de gestores e fiscais de contratos e implantar novas me-todologias e ferramentas tecnológicas que facilitem esse trabalho e possibilitem sua fiel execução.

Constantemente vemos atrasos na exe-

cução desses contratos por falta de paga-mento. Isso se deve a problemas de caixa ou simplesmente falta uma gestão financei-ra mais eficiente?

É uma questão complexa. O atraso no pagamento de contratos se dá por vários fa-tores. Em primeiro lugar a administração pú-blica não precisa ter dinheiro em caixa para gastar, ela precisa apenas ter dotação orça-mentária estimada. A falta de planejamento de aquisição de bens, serviços e realização de obras é outro fator importante, e por úl-timo, as inexecuções parciais e totais, junto com a falta de fiscalização, que não reúnem adequadamente os documentos que com-provam a execução dos contratos

Como integrar os diversos setores envol-vidos na contratação e execução de projetos?

Nas empresas particulares, os níveis de decisão são integrados. Já existe alguma coi-sa neste sentido no Governo Federal, mas em 95% das prefeituras do Brasil o setor de licitações não se comunica com o setor de gestão de contratos, quando existe.

Muitos municípios justificam suas fa-lhas pela carência de mão de obra espe-cializada. Como melhorar a infraestrutura administrativa dos municípios?

Este também é um pilar da Empre-sa de Administração de Contratos. Por isso criamos a Escola de Administração de Con-tratos, com a finalidade de prestar serviços técnicos profissionais especializados de trei-namento e aperfeiçoamento de pessoal. •

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Fale com os Correios: correios.com.br/falecomoscorreiosCAC: 3003 0100 ou 0800 725 7282 (informações)e 0800 725 0100 (sugestões e reclamações)Ouvidoria: correios.com.br/ouvidoriaSIC: correios.com.br/acessoainformacao

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Com os Correios, os gestores públicos dispõem de profissionais especializados e soluções customizadas para atender a necessidade de cada instituição. Seja no atendimento personalizado aos órgãos públicos ou em uma das mais de 6 mil agências em todo o País, somos o seu melhor parceiro para levar os programas de governo a todos os cidadãos.

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12 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

E l e i ç õ e s

Aplicada pela primeira vez nas eleições gerais, a Lei da Fi-cha Limpa já barrou centenas de candidatos da corrida eleitoral de 2014. A norma já foi respon-sável pelo impedimento de pelo menos 240 candidaturas, con-forme dados dos Tribunais Re-gionais Eleitorais (TREs).

A lista de candidatos im-pedidos de disputar as eleições desse ano inclui nomes como o do ex-governador José Roberto Arruda (PR), no Distrito Federal, e dos governadores José Riva (PSD), em Mato Grosso e Neudo Campos (PP), em Roraima.

Os três indicaram substitu-tos para manter a candidatura do partido. Nos três casos, as próprias esposas dos candidatos barrados passaram a fazer parte das chapas majoritárias. Riva e Campos foram substituídos, na candidatura ao governo do Esta-do por Janete Riva (PSD) e Suely Campos (PP). Já Arruda indicou Jofran Frejat (PR) como substitu-to, mas elevou a esposa, Flávia Peres (PR), à condição de candi-data a vice-governadora do Dis-trito Federal.

Além deles, por aplicação da lei, candidatos como Paulo

Maluf (PP-SP), que disputa a ree-leição na Câmara, e César Maia (DEM-RJ), que tenta uma vaga ao Senado, foram impugnados. Maluf, condenado por crime de improbidade administrativa por suposto envolvimento no caso de superfaturamento do túnel Ayrton Senna, tenta manter sua candida-tura no TSE. Já Maia, também con-denado em segunda instância por crime de improbidade administra-tiva, conseguiu a liberação de sua candidatura após o Superior Tribu-nal de Justiça (STJ) anular sua con-denação em segunda instância.

Polêmica

Apesar dos avanços, a norma ainda é tida como polêmica nos meios político e jurídico. Os de-fensores falam de avanços e afir-mam que a nova regra já está con-solidada; os críticos dizem que a lei é cheia de brechas, com uma jurisprudência que ainda não é totalmente clara e passível de ma-nipulação. Independentemente da divergência de opiniões, tanto crí-ticos quanto defensores afirmam: a Lei da Ficha Limpa não substitui o papel do eleitor na hora de se escolher um candidato.

Lei da Ficha Limpa em ação

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E l e i ç õ e s

Para o ministro do Supremo Tri-bunal Federal (STF) e ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello, a Lei da Ficha Limpa é uma lei consolidada. “É uma lei de iniciativa popular que veio para buscar-se uma correção de rumos. É uma lei definitiva e muito salutar, se é que nos queremos ter dias melhores nessa nossa sofrida República”, anali-sou o ministro. “A lei vale para todos. Mas quanto maior a figura, maior é o tombo. A lei se aplica a todos os cida-

dãos pouco importando a projeção política que possu-am”, lembrou Marco Aurélio Mello.

Idealizador da Lei da Ficha Limpa e membro e co-fundador do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), o juiz Márlon Reis ressalta que a lei está cum-prindo o seu papel de retirar de cenário pes-soas mais grosseiramente envolvidas com atos de corrupção. “A Lei da Ficha Limpa não foi pensada para substituir o papel do eleitor que é, e sempre será, o fator decisivo do processo eleitoral”.

Para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrante do TSE Gilmar Mendes, a lei da fi-cha limpa precisa ser aperfeiçoada para evitar a possibilidade de mani-pulação de julgamentos em Cortes estaduais ou em tribunais de contas, para se prejudicar um determina-do candidato. “A lei da Ficha Lim-pa tem características casuísticas. Hoje, você pode ser condenado em segunda instância por órgão cole-giado, como Tribunais de Contas, que têm influência do poder local. O legislador não observou essa situ-ação”, observou o ministro. •

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E l e i ç õ e s

A visibilidade da Copa do Mundo no Brasil aumentou o apelo de ex-jogadores na polí-tica. Além das estratégias tradi-cionais de campanha, ídolos do futebol – craques ou apenas atle-tas folclóricos – aproveitaram o momento histórico e a exposição na mídia para brigar por sua es-calação no campo político.

No meio publicitário, a can-didatura de alguns boleiros nas eleições de outubro é a prorroga-ção de campanhas publicitárias lançadas às vésperas do Mundial, sobretudo das marcas que pre-cisavam falar de Copa sem usar essa e outras palavras registradas pela Fifa.

Em Porto Alegre, por exem-plo, uma agência de publicidade escalou 11 jogadores gaúchos para anunciar uma marca de cer-

veja com “a melhor seleção do Mundo”. Dos 11, quatro se lan-çaram candidatos a deputado es-tadual.

Surpresa

Que ex-jogadores são popula-res e, portanto, bons garotos-propa-gandas, não há dúvida. Se isso fará deles bons profissionais em outros campos, é outra conversa.

“Às vezes, eles nos surpre-endem. Romário (candidato ao Senado pelo PSB no Rio) errou o nome do partido no dia da filiação e, hoje, é um dos deputados mais bem avaliados”, cita o consultor Carlos Manhanelli.

Na Bahia, o folclórico Bobô, campeão brasileiro pelo Bahia em 1988 e aposentado desde 1997, sempre relutou em entrar na po-

E l e i ç õ e sE l e i ç õ e s

lítica, mas decidiu fazê-lo agora, após sete anos na superintendên-cia estadual de Desportos.

“Jogador ganha voto de uns e sofre preconceito de outros. Eu me preparei, tenho um trabalho como gestor público. Não chego apenas mostrando gols e títulos”, relata o agora candidato a depu-tado estadual pelo PCdoB.

Também estão na disputa, entre outros: Raul Plassmann (PSDB/MG), ex-goleiro do Cru-zeiro e Flamengo; João Leite (PSDB/MG), ex-goleiro do Atlé-tico mineiro; Maisena (PEN/CE), ex-goleiro do Inter e Fortaleza; Zé Augusto (PTdoB-PA), ex-ata-cante do Paysandu; Sérgio Alves (PR/CE), ex-atacante do Ceará e Babá (PEN/SP), ex-atacante do São Paulo e hoje com 70 anos de idade. •

Copa do Mundo estimula Bancada da Bola

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E l e i ç õ e s

Divulgada sem custos para partidos e políticos que disputam uma eleição, a chamada pro-paganda eleitoral gratuita custa milhões de reais aos bolsos dos contribuintes. Só este ano, a esti-mativa da Receita Federal é que a União deixe de arrecadar R$ 839,5 milhões em impostos com as inserções veiculadas entre 19 de agosto e 24 de outubro.

A quantia será descontada do total de tributos pagos pelas empre-sas de rádio e TV de sinal aberto, obrigadas a veicular a publicidade obrigatória. Prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa), a renúncia fiscal é tratada como gas-to tributário. Já o horário eleitoral é descrito como direito à cidada-nia, ao lado de fundos como o da Criança e do Adolescente e do Ido-

so que, juntos, receberão, em 2014, R$ 380 milhões em isenções, anis-tias, subsídios e benefícios tributá-rios e financeiros.

Os R$ 839.5 milhões de re-núncia fiscal destinados a custear o horário eleitoral gratuito des-te ano representam um aumento de quase 39% em relação aos R$ 604,2 milhões que deixaram de ser recolhidos aos cofres públicos em 2010, quando também foram eleitos presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. O cálculo não leva em conta a inflação do período.

Preço de mercado

O valor da restituição às empresas é calculado a partir de uma fórmula complexa, cuja

aferição depende do acesso às tabelas de preços de mercado cobrados pela exibição publici-tária. Valores que variam con-forme a audiência do veículo, o horário de exibição, a região e a época.

As variáveis estão detalha-das no Decreto nº 7.791, de 2012, que regulamenta o as-sunto. Os preços cobrados pe-los veículos de comunicação devem ser públicos e previa-mente fixados.

Uma consulta realizada pelo Instituto MDA, a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT), registrou que apenas 11,5% dos entrevistados afirmaram que a propaganda eleitoral tem alguma influência sobre suas decisões. •

Custo milionário do horário eleitoral

Renúncia fiscal chega a quase R$ 840 milhões

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16 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

G e s t ã o

A articulação para a im-plantação de ações con-juntas na área de saúde

pública, envolvendo a prefeitu-ra de Palmas e a Universidade Federal do Tocantins (UFT) está cada vez mais forte. O prefeito Carlos Amastha (PP) e o reitor Márcio da Silveira têm se reuni-do frequentemente para debater o projeto do Hospital Universi-tário de Palmas e novas parce-rias de extensão universitária na capital do estado.

No último encontro, os membros da comissão de saúde apresentaram o projeto do Hos-pital Universitário de Palmas ao chefe do executivo, que de pron-to se colocou à disposição para desburocratizar o andamento do processo. “Investir em saúde e educação ao mesmo tempo é sem dúvida o caminho certo que

temos que percorrer”, afirmou o prefeito.

O Hospital Universitário terá mais de 30 mil metros quadrados, 16 salas de cirurgia, 40 ambu-latórios de especialidades e 345 leitos, sendo 70 leitos de UTI, e um centro de diagnóstico por ima-gem. A área para sua construção foi doada pelo Governo do Estado e seu custo está orçado em R$ 70 milhões.

Aperfeiçoamento

Para Marcio da Silveira, o hospital contribuirá para a con-solidação e o aperfeiçoamento da universidade de um modo geral. “A construção do hospital será um marco para universida-de, para Palmas e para o Tocan-tins, pois vamos poder oferecer melhor formação aos nossos es-

Parceria discute ações de saúde pública em Palmas

tudantes e exercer nossa função social”, afirmou.

O hospital tem o objetivo de proporcionar condições adequa-das para o pleno funcionamen-to dos cursos na área de saúde, atendendo os estudantes de En-fermagem, Medicina, Nutrição e Administração Hospitalar, capa-citando-os para o atendimento à comunidade local.

Outro ponto que vem sen-do debatido é a implantação de projetos de extensão uni-versitários voltados para a co-munidade, tais como cursinhos pré-vestibulares, escritórios mo-delo, mini-cursos de teatro, ar-tes e projetos da Universidade da Maturidade. Nesta parceria, a prefeitura ficaria responsável pelo apoio logístico e estrutural, e a UFT com apoio intelectual e expertise universitária. •

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E s t a d o s & M u n i c í p i o s 17

G e s t ã o

Em novembro, o Rio de Ja-neiro sediará um en-contro inédito de segurança pública fo-cado no turismo e que reunirá centenas de re-presentantes dos bata-

lhões de polícia especiali-zada que atuam nos principais

destinos do país, como Rio Gran-de do Norte, Sergipe, São Paulo, Paraíba e Rio de Janeiro.

Pela primeira vez, as forças de segurança se reunirão para trocar experiências e discutir es-tratégias para aperfeiçoar a defe-sa e a sensação de segurança de brasileiros e estrangeiros nos prin-cipais pontos do roteiro turístico nacional.

A segurança foi um dos itens melhor avaliados pelos turistas estrangeiros durante a realização da Copa do Mundo de futebol e mostrou que as forças de seguran-ça pública podem atuar de forma harmoniosa e com muito mais efi-ciência.

“O evento é de importância fundamental para conseguirmos promover o intercâmbio de boas práticas entre as forças de segu-rança. Temos uma experiência acumulada que precisa ser dividi-da”, ressalta o secretário de Turis-mo do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Magnavita.

Segurança para alavancar o turismo nacional

Turismo olímpico

Para o ministro do Turismo, Vinicius Lages, os governos federal, estaduais e municipais devem estruturar uma política in-tegrada de desenvolvimento ur-bano e turístico nas cidades. “Na Copa do Mundo mostramos ao Brasil e ao mundo que somos ca-pazes de unificar as nossas forças de segurança: Polícia Federal, Força Nacional, Polícias Rodovi-árias, Civis e Militares”

O governo quer alavancar o turismo internacional em 2016 com os Jogos do Rio de Janeiro e trabalha com a possibilidade de trazer ao país no ano olímpico 1 milhão de turistas estrangeiros.

De acordo com o ministro, a ideia é usar os Jogos para fomentar o tu-rismo no Brasil, que há alguns anos está parado na casa de 6 milhões de turistas ao ano. A campanha internacio-nal da Embratur sobre os Jogos de 2016 começa no fim deste ano e ao longo de 2015 haverá partici-pação em vários eventos interna-cionais para “chamar” os turistas para os Jogos Olímpicos. •

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18 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

N a c i o n a l

O acesso à banda larga móvel nas regiões Norte e Nordeste deu um salto expressivo entre 2010 e 2014. Estudo realizado pelo Mi-nistério das Comunicações (Mini-Com) constatou que este tipo de atividade atingiu a marca de 8,63 milhões de acessos, o que repre-senta um crescimento de 969%. No Nordeste, a alta foi de 920%, com 27,68 milhões de acessos.

Estes números se mostraram superiores às demais regiões do País. Em todas houve aumento, mas não tão expressivo. No Cen-tro-Oeste, o salto foi para 11,58 milhões de acessos, uma alta de 786%. No Sul, houve 702% mais acessos (17,16 milhões) e no Su-deste o valor chegou a 816%, com 58,61 milhões de acessos.

No mesmo período, a cober-tura de banda larga móvel em todo o Brasil aumentou 400%, de acor-do com os dados da pesquisa di-

vulgada em junho deste ano. Ago-ra, são atendidas 3.406 cidades brasileiras, contra 681 registradas em 2010.

Os números são reflexo da implantação do Programa Nacio-nal de Banda Larga (PNLB), de acordo com o diretor do Depar-tamento de Banda Larga do Mi-nistério das Comunicações, Artur Coimbra. O dirigente argumenta que o principal indutor dos aces-sos foi a redução dos preços do serviço.

PNLB

Criado em 2010, o Programa Nacional de Banda Larga é uma iniciativa do Governo Federal, que tem o objetivo principal de massi-ficar o acesso à internet em banda larga no país, principalmente nas re-giões mais carentes da tecnologia.

Para tanto, o Ministério das Co-municações tem atuado em diversas frentes, tais como a desoneração de redes e terminais de acesso, a expan-são da rede pública de fibra óptica e até mesmo no programa de desone-ração de smartphones. Também im-plementou a chamada banda larga popular, com internet na velocidade de 1 Mbps, ao valor de R$ 35 men-sais (com impostos).

“Já tínhamos preços mais baixos nas grandes cidades, porém, eram mais caros no interior. Esse preço re-duziu muito significativamente no in-terior. Importante dizer que a banda larga móvel por modem [3G e 4G] ou smartphone está sendo o grande veículo de massificação do serviço, pelo preço e facilidade de expansão e uso”, avaliou Coimbra. •

Banda larga cresce 900% no Norte e Nordeste

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N a c i o n a l

Responsável pelo combate à corrupção no Governo Federal, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, afirmou que a redução de R$ 7,3 milhões no orçamento do órgão em 2014, em relação ao ano pas-sado, gerou uma situação de “pe-núria orçamentária” na pasta.

Segundo o ministro, o corte no orçamento comprometeu des-de o pagamento de despesas bá-sicas, como água, luz e telefone, até a concessão de diárias e pas-sagens aos auditores encarregados de fiscalizar a aplicação dos recur-sos federais no país. Além de atuar no combate à corrupção, o órgão

Falta de recursos prejudica fi scalização da CGU

exerce o papel de corregedor e ouvidor do governo federal, além de garantir o acesso às informa-ções públicas.

Ele alertou que essa redu-ção orçamentária pode dificultar a identificação de eventuais ir-regularidades na administração pública. “É evidente que, quan-to menos fiscalização, o risco de desvios é maior. Estamos maxi-mizando a possibilidade de atuar na fase de penúria orçamentária, concentrando as auditorias em órgãos federais e em municípios próximos às capitais. É questão de

racionalizar para fazer o máxi-mo possível com os recursos”

Fiscalizações

Diante da falta de re-cursos, o órgão teve de bus-

car alternativas para não interromper total-

mente suas ativi-

dades de fiscalização. Uma das medidas foi reduzir os sorteios de municípios que são auditados pelo órgão.

Em regra, a CGU promovia de três a quatro sorteios por ano, cada um deles com 60 municí-pios. Com a crise financeira, a CGU promoveu neste ano apenas um sorteio.

Outra solução para tentar contornar a falta de dinheiro, se-gundo o ministro, foi priorizar as auditorias nos municípios locali-zados próximo às regiões metro-politanas, já que mantém escri-tórios regionais nas capitais dos estados.

Ao enviar seus auditores aos municípios localizados nas ime-diações das superintendências, é possível economizar com o pagamento de diárias e passa-gens. “São as formas que estamos usando para enfrentar a crise or-çamentária que nos foi imposta”, observou Hage. •

na fase de penúria orçamentária, concentrando as auditorias em órgãos federais e em municípios próximos às capitais. É questão de

racionalizar para fazer o máxi-mo possível com os recursos”

Fiscalizações

Diante da falta de re-cursos, o órgão teve de bus-

car alternativas para não interromper total-

mente suas ativi-

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20 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

P e s q u i s a

A poucos dias das eleições, o Instituto MDA Pesquisas divulga um novo levantamento sobre a cor-rida presidencial em 2014, onde a diferença entre as duas primeiras colocadas chega aos 8,6 pontos percentuais. A candidata Dilma Rousseff ampliou a vantagem que tinha em relação à Marina Silva no primeiro turno da corrida ao Palá-cio do Planalto.

Dilma oscilou de 38,1% para 36% das intenções de voto, mas Marina caiu de 33,5% para 27,4% na comparação com a sondagem

divulgada do dia 9 de setembro. O candidato do PSDB, Aécio Neves, subiu de 14,7% para 17,6%.

No principal cenário de disputa para segundo turno, Dilma tem 42% contra 41% de

Marina, empatadas tecnicamen-te. No levantamento anterior, Ma-

rina e Dilma também estavam tec-nicamente empatadas, a candidata do PSB tinha 45,5% contra 42 7% da petista. Na disputa entre Dilma e Aécio, a presidente se reelegeria com 45,5% contra 36,5% do tuca-no. Na última pesquisa, Dilma ti-nha 47,5% e o tucano, 33,7%.

Ibope

A pesquisa Ibope mostra que a presidente Dilma Rousseff (PT) permanece na liderança da corrida

O sobe e descedas pesquisas

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P e s q u i s a

presidencial, com 38% das inten-ções de voto. A ex-senadora Mari-na Silva (PSB) aparece em segundo lugar, com 29%. O senador Aécio Neves (PSDB) é o terceiro coloca-do, com 19%.

O Pastor Everaldo Pereira (PSC) tem 1%. Os outros sete can-didatos não atingiram 1%. Soma-dos, eles chegam a 2%. A propor-ção de eleitores dispostos a votar em branco ou anular é de 7%, e a de indecisos é de 5%.

Na pesquisa divulgada no dia 16, Dilma tinha 36%; Marina, 30%; e Aécio, 19%. Ou seja, a pre-sidente oscilou dois pontos para cima, a candidata do PSB oscilou um ponto para baixo e o tucano se manteve estável. As variações das duas primeiras estão dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

O resultado confirma a ten-dência de realização de segundo turno, já que a primeira colocada não tem mais do que a soma dos demais candidatos. No confronto entre Dilma e Marina simulado pelo Ibope, a petista e a ex-sena-dora estão empatadas, com 41%. Contra Aécio, a petista venceria por 46% a 35%.

O Ibope também mediu a avaliação do governo Dilma. A proporção de eleitores que consi-deram a gestão ótima ou boa pas-sou de 37% para 39%. A parcela que avalia a administração como regular se manteve em 33%. E a fa-tia dos que entendem que o gover-no é ruim ou péssimo ficou estável em 28%. •

Intenções de Voto para Presidente - DatafolhaDias antes da divulgação da pesquisa da MDA, levantamento feito

pelo Instituto Datafolha já mostrava uma diferença de sete pontos percen-tuais entre as duas primeiras candidatas. Dilma continuava na liderança, e não estava mais empatada tecnicamente com Marina Silva.

Intenções de Voto para Presidente - Vox PopuliNa segunda pesquisa com o nome de Marina Silva como candi-

data oficial do PSB, após o falecimento de Eduardo Campos no dia 13 de agosto, a pesquisa do Instituto Vox Populi já mostrava a decolagem da candidata Marina.

Intenções de Voto para Presidente - SensusNo início de setembro, o instituto Sensus, em parceria com a re-

vista Istoé, publicou sua primeira pesquisa eleitoral para presidente com o nome da candidata Marina Silva. Na época, Dilma empatada tecnicamente com Marina Silva, com apenas 0,3 pontos percentuais separando as duas candidatas.

Pesquisa Presidencial Datafolha 19/Set/2014

Pesquisa Vox Populi 15/Set/2014

Pesquisa Presidencial Sensus 06/Set/2014

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E s t a d o s

O potencial turístico da Arena das Dunas e a conclu-são de projetos que integram o Complexo da Rampa, entre eles a ampliação do Centro de Con-venções de Natal, foram o foco da 63ª reunião de trabalho do Polo Costa das Dunas, composto por 36 conselheiros.

A região abrangida pelo Pólo reúne 18 municípios do estado espalhados pelo litoral oriental e parte do litoral norte do Rio Grande do Norte e con-centra importante, área de inves-timentos no turismo em diferen-tes economias do estado.

Responsável pela implan-tação do projeto da Rampa, o arquiteto Carlos Ribeiro Dan-tas esclareceu que a obra está temporariamente paralisada por questões técnicas de res-tauração. Segundo ele, itens deteriorados em decorrência do atraso da própria obra estão sendo recuperados e em fase de conclusão.

Para evitar novos atrasos, o governo estadual antecipou mais de 70% de sua contraparti-da para recuperar parte do tem-po perdido. Segundo a secretária estadual da Infraestrutura, Kátia Pinto, a expectativa é que a obra seja retomada dentro de dois meses, para que esteja concluída no primeiro semestre de 2015. •

Arena

O gerente de Marketing do Arena das Dunas, Artur Couto, destacou o potencial turístico do complexo que, por seu espaço, localização e estrutura, representa uma das melhores sedes para negó-cios de entretenimento do estado

Ele afirmou que a capacida-de de 20 mil pessoas do Arena já foi comprovada em três grandes eventos musicais e corporativos e que a programação até o final do ano já está sendo fechada. “A Feira do Empreendedor do

Sebrae já está agendada para novembro, e o Carnatal, em dezembro”, in-formou.

O projeto de ampliação do Centro de Convenções de Na-tal, orçado em R$ 30 milhões, já está com recursos garantidos (sem contrapartida do estado) e com licença ambiental regula-rizada. Segundo Carlos Ribeiro Dantas, a estimativa é que o novo espaço esteja concluído em 18 meses.

Polo Costa das Dunas debate retomada das obras no RN

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E s t a d o s

Ameaçado pelo reflexo da crise energética vivida pela Ve-nezuela e que afeta diretamente o estado de Roraima, por conta do Linhão de Guri, o governador Chi-co Rodrigues (PSB) adotou um plano emergencial para assegurar o abastecimento de energia elétri-ca no estado.

O plano inclui a instalação de três unidades termelétricas locali-zadas em Monte Cristo, Distrito Industrial e Novo Paraíso (Cara-caraí). ”A população roraimense pode ficar tranquila, pois não ha-verá problemas quanto ao forneci-mento de energia”, afirmou o go-vernador.

Juntas, as três termelétricas vão gerar aproximadamente 135 mega-watts de energia. A usina no Distrito Industrial será ampliada para gerar 20 megawatts e o trabalho de ma-nutenção na Usina de Jatapú, que atende os municípios do Sul do es-tado, será intensificado.

“O governo está tomando todas as providências. Por isso, digo à população que se tranquili-ze. Nós estamos nos preparando, atentos à situação, e tenho certeza de que não teremos problema de abastecimento de energia”, reitera o governador.

Crise venezuelana Recentemente, o governo

venezuelano comunicou oficial-mente ao governo do estado que reduzirá o fornecimento de ener-gia gerada pela hidrelétrica de Guri por conta da redução do vo-lume de águas no reservatório.

O governador Chico Ro-drigues afirmou que a decisão não surpreendeu sua equipe, que já vinha estudando medi-das para a instalação das ter-melétricas desde que o país vizinho deu os primeiros sinais da crise energética.

Ele garantiu que o forneci-mento da energia de Guri não será suspenso, uma vez que exis-te um contrato estabelecido en-tre os dois países -, mas apenas uma diminuição, que será gra-dativa enquanto as termelétricas são instaladas no estado.

O presidente da Femarh, Marcelo Levy, afirmou que foram feitos todos os estudos necessários para atestar possíveis impactos ambientais relacionados à insta-lação das termelétricas. Segundo ele, os impactos serão mínimos, sendo o maior em Monte Cristo, que terá geração de 97.1 MW. •

Roraima se antecipa à crise energética venezuelana

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M u n i c í p i o s

Frente Parlamentar articula aprovação de projeto de lei

Compensação fi nanceira para sedes de hidrelétricas

A Câmara dos Deputados in-tensificou o debate em torno do projeto de lei que prevê compen-sação financeira para municípios com usinas hidrelétricas. Em pleno período eleitoral, a Frente Parlamen-tar Mista em Defesa dos Municípios Sedes de Usinas Hidrelétricas e Alagados se reuniu para articular seus próximos passos.

O Projeto de Lei (PL) 6.734/2013 cria um programa para promover o desenvolvimento nos municípios com esses empre-endimentos, como a Usina Hidre-létrica de Belo Monte, em Altami-ra (Pará). A medida deve atender as 187 prefeituras responsáveis por cerca de 90% da energia hi-drelétrica produzida no País.

Os prefeitos defendem a pro-posta de fixar a compensação em R$ 700 milhões.

Segundo o vice-presidente da Associação dos Municípios Sedes

de Usinas Hidrelétricas (Amusuh) e prefeito de Ilha Solteira (SP), Bento Carlos Sgarboza (DEM), muitos desses municípios desen-volveram atividades econômicas relacionadas à produção energé-tica, mas deixaram de explorar potenciais turísticos e reduziram a

dação de Imposto sobre Circu-lação de Mercadorias (ICMS) se acentuou com a medida que re-duziu o preço da energia elétrica para os consumidores e atingiu a principal fonte de renda dos mu-nicípios com hidrelétricas.

Outros projetos Os prefeitos também defen-

dem a aprovação do PL 54/2003, que propõe aumentar a compen-sação financeira de 700 Municí-pios alagados com a elevação de 45% para 65% do percentual de participação das prefeituras na Compensação Financeira pela Utilização do Recurso Hídrico.

Eles também apoiam a Pro-posta de Emenda à Constituição (PEC 406/2009), que aumenta os repasses ao Fundo de Partici-pação dos Municípios (FPM) de 23,5% para 24,5%. •

atividade pesqueira e agrícola em razão das hidrelétricas.

O prefeito de Paulo Afonso (BA), Anilton Bastos Pereira, aler-tou que o prejuízo com a arreca-

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M u n i c í p i o s

A prefeitura de Nossa Senho-ra do Socorro, em Sergipe, por meio da Secretaria de Assistência Social, já está elaborando o Plano Municipal de Atendimento Socio-educativo, em parceria com a so-ciedade e o terceiro setor.

O Plano vai direcionar o cum-primento de me-didas socioedu-cativas, baseado em princípios fun-damentados no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducat ivo (Sinase) e integra todos os setores re-

lacionados à política de assistên-cia social.

De acordo com a secretária de Assistên-cia Social, Iara Maria

de Oliveira, o trabalho integrado possibilitará uma melhor atuação do município no atendimento às crianças e adolescentes nos pró-ximos dez anos.

“Por isso, todos os segmentos estão envolvidos, já que precisa-mos da visão geral para adotar uma ação específica”, explica a secretária, destacando a impor-tância do projeto para o fortale-cimento da rede de atendimento.

Metas e prazos

Com o objetivo de garan-tir a continuidade e implantação de novas ações para os próximos dez anos, o plano traça metas e prazos para a melhoria do aten-dimento, que já vem sendo rea-

lizado, conforme parâmetros

estabelecidos pelo Sistema Nacio-nal e com o suporte do Conselho Estadual da Criança e do Adoles-cente.

Segundo a presidente do con-selho, Gardência Gois, a intenção é colaborar com a formação do plano estadual, que deverá ser en-tregue até novembro deste ano. A secretária de Assistência Social res-saltou que intensificará o processo de coleta de dados para finalizar o diagnóstico do município. “É em cima do mapeamento da nossa re-alidade que iremos fazer a análise e atuação adequada do plano”, conclui Iara Maria.

Os encontros promovidos pela prefeitura reúnem represen-tantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescen-te (CMDCAC); secretarias munici-pais, Procuradoria, Saúde e Assistên-cia Social; Ministério Público; Igreja Católica e sociedade civil. •

Socorro terá Plano de Atendimento Socioeducativo

cia social.De acordo com a

secretária de Assistên-cia Social, Iara Maria

dimento, que já vem sendo rea-lizado, conforme parâmetros

Direitos da Criança e do Adolescen-te (CMDCAC); secretarias munici-pais, Procuradoria, Saúde e Assistên-cia Social; Ministério Público; Igreja Católica e sociedade civil.

Planejamento integrado para os próximos dez anos

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Conhecida nacionalmente pela exportação de frutas irriga-das, pelo sal e pelo petróleo, Mos-soró, segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, possui uma história repleta de luta e coragem, que orgulha sua população.

A cidade foi uma das primei-ras a libertar os escravos no Brasil, antes mesmo da assinatura da Lei Áurea; e a primeira a conceder o direito ao voto feminino. Recen-temente, mais um fato desperta o orgulho do povo mossoroense: o projeto Câmara Todo Dia, implan-tado pelo Legislativo Municipal.

Desde o último mês de agosto, os 21 vereadores que compõem a Câmara de Mosso-ró trabalham em ritmo acelera-do para conciliar o trabalho que desenvolvem junto à população, nos bairros e comunidades ru-rais, com as atividades legisla-tivas, que agora acontecem de segunda a sexta-feira.

O projeto foi implantado pelo atual presidente, vereador Fran-cisco Carlos (PV). “Tem sido um desafio, pois até pouco tempo só tínhamos atividades legislativas regulares em dois dias por se-mana. Nos outros, os vereadores estavam dedicados às atividades junto à população, nos bairros e comunidades rurais. Agora temos atividades legislativas aqui na Câmara de segunda a sexta-feira, trabalhando de forma intensa pelo desenvolvimento da nossa cida-de”, afirmou o presidente.

Lei Orgânica

Segundo calendário elabora-do pela Câmara, as segundas-fei-ras são reservadas para a discus-são da reforma da Lei Orgânica do Município, promulgada há mais de duas décadas, e necessitando portanto de atualização. Para isso,

foi composta uma comissão, for-mada por vereadores e técnicos legislativos, para realizar o estudo e elaborar o novo texto a ser apre-ciado pelo Plenário.

A população também pode participar da discussão, apresen-tando sugestões, que serão ana-lisadas pela comissão, podendo passar a compor o novo texto da Lei Orgânica. Membros do Exe-cutivo, universidades e outras en-tidades, como Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil e Câmara de Dirigentes Lojistas, também foram convidadas a dar a sua contribuição, a fim de enri-quecer o debate.

Após a conclusão desse tra-balho, a ideia é também realizar a revisão do Regimento Interno da

Legislativo de Mossoró dá exemplo ao Brasil

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M u n i c í p i o s

Câmara de Mossoró e a implan-tação da ouvidoria do Legislativo e o Código de Ética da Câmara.

Calendário

Às terças e quartas, são re-alizadas as sessões ordinárias, que são transmitidas ao vivo pela TV aberta. Outro diferencial das sessões da Câmara de Mossoró é a Tribuna Popular, onde a po-pulação tem acesso à tribuna da Câmara. As quintas-feiras são re-servadas para atividades diferen-ciadas. A cada 15 dias acontece uma edição do projeto Câmara Empreendedora, que tem o obje-tivo de homenagear os exemplos de empreendedorismo no meio empresarial de Mossoró.

Segundo o presidente, as co-missões não tinham data certa para se reunir e analisar os projetos, o que resultava no acúmulo de pro-jetos para ser apreciados no fim do período legislativo. Outra van-tagem apresentada pelo presidente é uma melhor análise dos projetos, que podem ser apreciados com maior eficiência. Além disso, a po-pulação pode acompanhar os traba-lhos das comissões pela TV aberta.

“O que a Câmara de Mos-soró está fazendo não é nada ex-traordinário, nada que não possa ser feito por outras casas legislati-vas. Estamos apenas agindo como servidores públicos que somos, e honrando os mandatos que o povo nos confiou”, explicou o vereador Francisco Carlos. •

Alternando com as edições da Câmara Empreendedora, a Câmara também realiza quinze-nalmente, às quintas-feiras, audi-ências públicas e sessões solenes em reconhecimento a instituições e entidades com relevantes servi-ços prestados ao município e ao Estado do Rio Grande do Norte. Devido à grande produção dos vereadores, algumas audiências são realizadas em turnos distintos, sendo realizado mais de um even-to por dia.

Nas sextas-feiras, os vere-adores se reúnem para apreciar os projetos apresentados em ple-nário nas comissões temáticas da Casa. A iniciativa está resultando em mais celeridade na tramitação dos projetos na Casa Legislativa.

A população também pode participar da discussão

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RENATO RIELLA [email protected]

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MANTEGA SAI POR “MOTIVOS PESSOAIS”

A presidente Dilma Rousseff informa que, se reeleita, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, será substituído, por “motivos pessoais” dele. Lembra uma história do famoso Tancredo Neves. Ele foi procurado por um homem importante, que lhe disse: “Doutor Tancredo, há muita gente perguntando se eu serei ministro. O que respondo?”. Tancredo respondeu: “Diga que convidei você para ser ministro e você não pôde aceitar, por mo-tivos pessoais”. É assim com Mantega: “motivos pessoais”.

SAI BARBOSA, ENTRA LEWANDOWSKI

Ricardo Lewandowski mora em Brasília desde 2006, quando veio de São Paulo para ocupar o cargo de ministro do Supremo Tri-bunal Federal. Agora, foi empos-sado como presidente do STF e do Conselho Nacional de Justiça. Es-tará, portanto, mais do que nunca fixado na Capital Federal, onde co-meça a criar raízes, participando da vida da cidade. Ele é o oposto do que foi o presidente Joaquim Barbo-sa. A comparação entre os dois será sempre inevitável.

BALANÇA COMERCIALPREOCUPA ESTE ANO

É bastante preocupante! Até o momento, o Brasil comprou US$ 507 milhões a mais do que vendeu no exterior. Este resultado negativo na balança comercial agravou-se na terceira semana de setembro, quando a diferença foi de US$ 42 milhões.

Teme-se que o Brasil feche o ano com déficit na balança co-mercial. Isso não aconteceu em 2013 porque o governo federal usou um truque contábil: vendeu ao exterior plataformas da Petrobras, que permaneceram em operação no Brasil, em regime de locação.

CHIKUNGUNYA CHEGOU PARA FICAR

O brasileiro vai ter de conviver com uma nova do-ença, a chikungunya, trans-mitida pelo mesmo mosquito da dengue. Foram confirma-dos cinco casos no município de Feira de Santana.

Assim como a dengue, a febre chikungunya é transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictos, mas só tem um sorotipo, ou seja, cada pessoa só pega a doença uma vez. Os sintomas são os mesmos da dengue: dor de cabeça, febre, dores musculares e nas articulações e podem durar de três a dez dias.

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PAÍS PODE CRESCERAPENAS 0,3% ESTE ANO

Especialistas consultados pelo Banco Central prevêem um crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil este ano na faixa de 0,30%. As quedas acentu-adas nas previsões levam ao temor de um PIB negativo em 2014. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Para a produção industrial, a estimativa de retração, este ano, passou para -1,94%. A projeção para a inflação, medida pelo Ín-dice Nacional de Preços ao Con-sumidor Amplo (IPCA), foi ajusta-da para 6,30%, este ano.

CONTRABANDO FAZ UM PIB NO BRASIL

A indústria brasileira deixou de vender pelo menos R$ 30 bi-lhões em 2013, devido ao comér-cio de produtos piratas e de con-trabando, segundo levantamento divulgado pelo Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Só do Paraguai, a cada ano, R$ 20 bilhões em produtos contrabandeados entram no Bra-sil. Isso equivale ao que seria a 17ª maior indústria do país em vendas líquidas.

DUNGA VAI IMPONDO ESTILO AOS POUCOS

O técnico Dunga dá demonstração de que sua meta à frente da Seleção Bra-sileira é: 7x1 nunca mais. Na verdade, ele está fortalecido por haver vencido Colômbia e Equador por 1x0 nas partidas recentes. O treinador convocou jogado-res para os dois próximos compromissos e manteve a base da lista anterior.

A equipe não terá grandes novidades nos jogos com Argentina e Ja-pão, que serão disputados em outubro, exceto pela presença dos laterais Mário Fernandes, do CSKA Moscou, e Dodô, da Inter de Milão.

LIXEIRA É LUGAR DE DEPUTADO?Uma imagem

chocante veio da Ucrânia, onde ma-nifestantes cercaram um deputado e joga-ram ele dentro de um container de lixo (de paletó e tudo). Gerou uma foto incrível, que corre o mundo como modelo para as outras democracias. Por via das dúvidas, aqui no Brasil, é conveniente deixar as latas de lixo bem fechadas.

UNIVERSIDADES TÊMAVALIAÇÃO SOFRÍVEL

Tinha tudo para estar entre as melhores, mas infelizmente a Uni-versidade de Brasília (UnB) está apenas situada entre as 600 princi-pais instituições desse tipo no mundo. É pouco! Muito pouco!

Entre as brasileiras, a melhor é a Universidade de São Paulo (USP), que ficou na 132ª sofrível posição, no QS World University Ranking 2014. O resultado representa queda de cinco posições em relação ao ano passado, quando a instituição havia ficado na 127ª posição. Isto é: não estava bem e ainda cai mais.

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E n e r g i a

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurí-cio Tolmasquim, afirmou que o Brasil será o único grande expor-tador de petróleo com uma ma-triz energética limpa. Para ele, as fontes renováveis deverão manter a participação do país na matriz energética em cerca de 42%, su-perando em muito a média mun-dial de 13% e a dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 9%.

Segundo Tolmas-quin, o Plano Decenal de Ex-pansão da Energia (PDE) prevê que a participação das fontes renováveis na capacidade de ge-ração elétrica do Sistema Interli-gado Nacional (SIN) permanecerá em torno de 84%, destacando a expansão do parque eólico (gera-ção de energia a partir dos ventos) de 3%, em 2014, para 11,5%, em 2023.

Em relação à geração hidre-létrica, embora o estudo aponte perda de participação na matriz de 66,9% para 59,7% no perí-odo de dez anos, ainda haverá um crescimento de mais de 28 mil megawatts de capacidade. Já as fontes não renováveis deverão mostrar redução na matriz energé-tica, passando de 17%, em 2014, para 16,2%, em 2023.

Projeções

O PDE projeta um volume de investimentos na expansão de energia geral no Brasil de R$ 1,2 trilhão na próxima década. Do total, 62% serão associados à ex-ploração e produção de petróleo e gás natural, 24% caberão ao se-tor elétrico e 14% serão a soma dos investimentos nas áreas de derivados de petróleo e biocom-bustíveis.

Brasil se destaca em matriz energética limpa

Em relação ao etanol, o PDE 2023 prevê que a produção cres-cerá cerca de 75% em dez anos, subindo de 27 bilhões de litros, em 2014, para algo em torno de 48 bilhões de litros, em 2023.

Para o gás natural, a projeção decenal é um aumento de 150% na produção líquida potencial, que subirá para 134 milhões de metros cúbicos diários. Já o con-sumo total de gás natural deverá evoluir à média de 3,7% ao ano nos próximos dez anos, alcançan-do 128 milhões de metros cúbicos por dia, em 2023. •

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I n f r a e s t r u t u r a

A América do Sul é uma das regiões do planeta com maior crescimento no transporte aéreo esperado para os próximos 20 anos. No entanto, o continente é pouco conectado, com oferta de assentos concentrada em apenas quatro empresas e poucos voos re-gulares fora das capitais.

A estimativa é que até 2032 a demanda pelo transporte aéreo na região cresça 6,9% ao ano. É o maior índice do planeta. Na Euro-pa, por exemplo, a alta estimada é de 6%, ante uma média global de 4,6% na última década. Nos últi-mos sete anos, a oferta de assentos em voos regionais no continente cresceu de 16,4 milhões para 22,7 milhões, uma alta de 38%.

Os números foram levantados junto a empresas fabricantes de aeronaves e apresentados duran-te reunião do Cosiplan (Conselho de Infraestrutura e Planejamento) ligado à Unasul (União de Nações Sul-Americanas), realizada no Rio de Janeiro.

“Desde a colonização ibéri-ca, feita a partir do litoral, os pa-íses da América do Sul estão de costas uns para os outros. Mas o forte crescimento econômico, em especial no interior, tornou inadi-ável a necessidade de uma forte integração pelo modal aéreo, tan-to de carga quanto de passagei-ros”, afirmou o ministro da Avia-ção Civil, Moreira Franco.

Destaque

A rota São Paulo-Fortaleza foi a que teve o maior incremento percentual em toda América La-tina: 11% entre 2002 e 2012. Já entre os aeroportos, com cresci-mento de 37% no período, o des-taque foi o de Confins, em Minas Gerais.

Segundo o BID, porém, ain-da falta integração da malha na região. Custos aeroportuários e de aquisição de combustível, eleva-das taxas de embarque internacio-nal, a ausência de incentivos para

Aviação civil cresce na América do Sul

a criação de rotas aéreas regionais e a baixa demanda em algumas re-giões são alguns dos entraves.

Para reverter esse quadro, o programa brasileiro de aviação re-gional está investindo na infraestru-tura de 270 aeroportos regionais e implementando subsídios às com-panhias aéreas que operem rotas regionais. “A política de aviação regional vai ao encontro do diag-nóstico elaborado pelo BID”, afir-ma João Batista Lanari, assessor es-pecial de Relações Internacionais da SAC. •

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34 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M e i o A m b i e n t e

34 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

M e i o A m b i e n t eM e i o A m b i e n t e

O 1º Curso Inter-nacional de Convivên-cia com o Semiárido vai consolidar o pro-cesso de formação e difusão de boas prá-

ticas para uma conv ivênc ia s u s t e n t á v e l

com a semiaridez que atinge boa parte

do território brasileiro. Composto por quatro mó-

dulos, distribuídos em 160 horas/aula, o curso abordará tecnologias sociais e práticas inovadoras, inclusão produtiva, meio ambiente e mudanças cli-máticas. Com apoio do Ministé-rio do Meio Ambiente (MMA), o curso será ministrado no Centro Xingó de Convivência com o Se-miárido, instalado no município de Piranhas, em Alagoas.

Referência na região Nor-deste, o Centro Xingó promove o incentivo à ovinocaprinocultu-ra, avicultura caipira, apicultura, cultura de espécies forrageiras e biofábrica para produção de se-mentes e mudas. Também são desenvolvidas unidades demons-trativas de cisternas para captação de água de chuva, bioconstrução e outras tecnologias sociais.

Semiárido

O semiárido brasileiro abrange 1.133 municípios, localizados em nove estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. São 980 mil km² - quase um quinto do território brasi-leiro, com uma população de cerca de 22,5 milhões de habitantes.

O regime de chuvas da região concentra-se em quatro meses (fe-vereiro a maio) e a seca perdura pelo restante do ano. A escassez de água atinge principalmente os mo-radores das zonas rurais.

O curso é resultado de uma grande parceria que envolve os Mi-nistérios do Meio Ambiente e da In-tegração Nacional, Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), Universidade Fe-deral do Cariri e Instituto Nacional do Semiárido (INSA).

A implantação do projeto e a disseminação dos processos de formação e difusão técnica são coordenados pelo Instituto Intera-mericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS). •

Aprendendo a conviver com o semiárido

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M e i o A m b i e n t eM e i o A m b i e n t e

O Governo do Rio Gran-de do Sul atualizou e homologou a lista de

espécies da fauna gaúcha ame-açadas de extinção. A listagem indica que o estado possui 280 espécies de sua fauna em algum grau de ameaça de extinção (Vulnerável, Em Perigo ou Criti-camente em Perigo) além de 10 já extintas.

Coordenado pela Funda-ção Zoobotânica (FZB), o estudo mostra que estão ameaçados 22% dos mamíferos, 18% dos peixes de água doce, 16% dos anfíbios, 11% dos répteis e 14% das aves nativas do Rio Grande do Sul. O trabalho reuniu 129 especialistas de 40 instituições que analisaram o estado de conservação de 1,6 mil espécies.

“Uma lista de espécies ame-açadas serve para subsidiar as po-líticas públicas e também como um termômetro de como o ser humano está tratando o ambien-te natural”, diz Glayson Bencke, coordenador geral do trabalho e pesquisador do Museu de Ciên-cias Naturais da FZB.

A revisão periódica da lista é prevista tanto no Código Estadual do Meio Ambiente como no Decre-to Estadual 41.672/2002. A última atualização foi realizada em 2002.

Segundo o diretor geral da Secretaria Estadual do Meio Am-biente, Luís Fernando Perelló, a partir do monitoramento da biodi-versidade é possível construir pla-nos de ação para tentar reverter ou pelo menos estancar o quadro de espécies ameaçadas.

Fauna gaúcha tem 280 espécies em extinção

Tecnologia de ponta

Para atualizar a lista, os pes-quisadores utilizaram uma ferra-menta inovadora que auxilia na elaboração e revisão de listas de espécies ameaçadas de extinção, permitindo documentar e geren-ciar todas as etapas do processo de organização das chamadas lis-tas vermelhas.

Operado via web, o sistema digital “Live” permite acesso re-moto às bases de dados, formu-lários de avaliação de espécies e documentos relevantes sem a necessidade de reuniões presen-ciais, o que viabilizou a partici-pação de um grande número de especialistas e reduziu significati-vamente os custos do processo de reavaliação. •

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E m p r e e n d e d o r i s m o

A partir de agora, as micro e pequenas empresas poderão contratar jovens aprendizes por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Em-prego (Pronatec Aprendiz). A am-pliação do programa foi anuncia-da pelos ministros da Educação, José Henrique Paim; do Trabalho, Manoel Dias, e da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Gui-lherme Afif Domingos.

O credenciamento e certifi-cação dos estudantes que serão encaminhados como aprendizes às micro e pequenas empresas serão custeados com recursos do programa federal. Segundo Afif, com o acesso ao Pronatec Aprendiz, as micro e pequenas empresas poderão contratar jo-vens trabalhadores e ajudá-los a entrar no mercado de trabalho.

“Pelo menos 97% das em-presas do país são micro e peque-

nas. A microempresa é uma ma-crofamília, é um ambiente onde o jovem aprendiz vai ter uma visão empreendedora. A micro e peque-na empresa é o ambiente quase que ideal para esse programa de trabalho”, ressaltou.

Parcerias

De acordo com o Ministério da Educação, responsável pelo programa, há parcerias em pelo menos 17 estados para oferta de

Mais jovens aprendizes no mercado de trabalho

cursos relacionados ao trabalho de aprendizes. “Estamos fazendo um casamento entre interesses das micros e pequenas empre-sas e do país na formação desses jovens que, depois dessa experi-ência, vão seguir no mercado de trabalho”, explicou Paim.

Assim como nas grandes e médias empresas, os jovens aprendizes contratados pelas mi-cro e pequenas terão jornada de trabalho de quatro a seis horas, com salário mínimo hora, e terão vínculo empregatício, com ano-tação na Carteira de Trabalho.

Ao final do programa, que pode durar no máximo dois anos, o jovem recebe certificação téc-nica e poderá ser efetivado na

empresa. As vagas dessa modalidade do Pronatec poderão ser ocupadas por jovens de 15 a 24 anos As micro e pequenas em-presas interessadas na contratação de jovens aprendizes deverão se inscrever no site do programa. •

Já existem parcerias em pelo menos 17 estados

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N e g ó c i o

A Agência-Barco da Caixa Econômica Federal na Ilha do Marajó, no Pará, já realizou cer-ca de 9 mil atendimentos desde janeiro, quando começou a nave-gar pelo arquipélago. As deman-das são variadas – cadastramen-to de benefícios sociais, senhas, consulta de saldo do FGTS, ma-nutenção do PIS e concessão de empréstimos.

O barco realiza atendimen-to em dez municípios da Ilha e disponibiliza todos os produtos disponíveis pela CAIXA. A unida-de móvel atende a população de mais de 348 mil habitantes dos municípios de Soure, Salvaterra, Ponta de Pedras, Muaná, São Se-bastião da Boa Vista, Curralinho, Bagre, Breves, Melgaço e Portel.

O percurso começa em Be-lém e permanece em média dois dias em cada localidade. O horá-rio de funcionamento é o mesmo das agências. Um dos destaques é a abertura de contas: desde janei-ro já foram abertas mais de 1.200 cadernetas de poupança e contas correntes.

Segundo o gerente do bar-co, Ronaldo Silva Gomes, o fato do cidadão não precisar mais de viajar para realizar algum serviço bancário contribui para o desen-volvimento socioeconômico lo-cal, pois o dinheiro passa a cir-cular mais no município. “Antes

o morador gastava com a passagem e acabava consumindo na outra cidade”, ana-lisou.

Parcerias

A chegada da agência-barco mudou a rotina da população do arquipélago, que vive basicamente da pesca e de benefícios sociais. Antigamente, para obter algum serviço bancário eles tinham que viajar quilômetros até para resolver questões simples relacionadas ao bolsa família.

Dona Maria Gonçalves Bar-bosa, de Portel, é um exemplo tí-pico. Ela perdeu a senha do cartão do bolsa família e conseguiu tirar uma nova senha no barco. “Antes eu teria que ir para Breves e gastar R$ 80 para ir e voltar. Agora tudo

foi resolvi-do rapidamente

e sem gasto”.A agência-barco da CAIXA

também viabiliza o suporte a ações de promoção à saúde, edu-cação e de proteção ambiental e de cidadania. Dentro da Agência móvel funciona um Juizado Es-pecial Itinerante e uma unidade da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que atua na promoção de programas de enfrentamento à violência. •

O sucesso da Agência-Barco na Ilha do Marajó

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38 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

C i d a d a n i a

As discussões realizadas pela Mesa Nacional Permanente de Acompanhamento da Política de Regularização Quilombola estão sendo revertidas em ações con-cretas em todo o País.

Quilombos espalhados pelos estados do Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catari-na, Rio Grande do Sul, Rio Gran-de do Norte e Pernambuco estão tendo seus direitos assegurados, por meio de ações como publi-cações de portarias de reconhe-cimento e delimitação de áreas e autorização de Relatório Técnico de Identificação e Delimitação de comunidades quilombolas (RTID).

Segundo o presidente do Incra, Carlos Mário Guedes de Guedes, essas ações são de suma

importância para garantir a repro-dução física, social, econômica e cultural das comunidades quilom-bolas.

Agenda Nacional

Este mês, o Incra concedeu títulos de domínio para vários qui-lombos. A Comunidade Quilom-bola Conceição das Crioulas, no município de Salgueiro (PE), in-corporou mais de 898 hectares ao patrimônio coletivo da comunida-de, beneficiando 750 famílias.

No Rio Grande do Norte, a comunidade de Jatobá recebeu sete títulos de domínio de uma área de 130,8 hectares. No Rio Grande do Sul, foram concedidos três títulos, abrangendo 26,4 hec-tares, a 55 famílias quilombolas

de Rincão dos Martinianos. Em Florianópolis, foram entregues três títulos de domínio a quilombolas da comunidade Invernada dos Negros.

No Rio de Janeiro, a comuni-dade urbana de Sacopã, próximo à Lagoa Rodrigues de Freitas, rece-beu Portaria de Reconhecimento que declara os limites do quilom-bo. A comunidade Cruzeirinho, no município fluminense de Na-tividade, também conquistou seu Relatório Técnico de Identificação e Delimitação de comunidades quilombolas.

Em São Paulo, a agenda qui-lombola deste mês foi marcada pela instalação do Comitê Gestor do Programa Brasil Quilombola (PBQ), com a apresentação dos mapas das comunidades do estado. •

Ações do Incra asseguram direitos

Quilombolas

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E c o n o m i a

A Advocacia-Geral da União (AGU) já recuperou cer-ca de US$ 26 milhões, ou R$ 60 milhões, por meio das ações ju-diciais movidas no exterior para a recuperação de ativos ilícitos decorrentes de práticas de cor-rupção. Outros R$ 87 milhões estão sendo objeto de processos ainda em tramitação.

Segundo o diretor do De-partamento Internacional da Procuradoria-Geral da União (DPI/PGU), Boni de Moraes So-ares, os desafios desta atuação incluem a coordenação entre autoridades nacionais e inter-nacionais e entre procedimen-tos criminais e cíveis em todos os países envolvidos, definição da melhor estratégia de atuação

processual em cada caso, a de-pender das leis processuais do país onde os ativos se encon-tram, e a contratação de advoga-dos locais devidamente prepara-dos para viabilizar as medidas processuais em favor do Estado.

Para ele, é bastante desafia-dor lidar com ações dessa nature-za e com essa complexidade em vários países do mundo. Mas, ao mesmo tempo, é muito gratifican-te saber que a experiência brasi-leira pode ajudar outros países a alcançar bons resultados.

“É fundamental que a co-munidade internacional avance no debate em torno destas ações, pois há muito que os países de-senvolvidos ainda precisam fazer para aperfeiçoar a implementa-ção do artigo 53 da Convenção da ONU contra a Corrupção”, avalia o diretor.

Recuperação de ativos ilícitos da corrupção

Painel

O balanço foi divulgado na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Viena, em pai-nel da 8ª Sessão do Grupo de Tra-balho sobre Recuperação de Ativos da Convenção da ONU contra a Corrupção (UNCAC).

O painel marcou a abertura oficial dos debates internacionais quanto à aplicação prática do artigo 53 da Convenção, que determina aos países a criação de mecanismos processuais necessários para que seus tribunais processem e julguem ações de recuperação de ativos ilíci-tos ajuizadas por outros países.

O encontro reuniu represen-tantes do Banco Mundial e dos 171 países que integram a UNCAC. •

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40 E s t a d o s & M u n i c í p i o s40 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

I n t e r c â m b i o

A experiência brasileira dos bancos de leite

Principal responsável pelo declínio de 73% na mortalidade infantil nas últimas

duas décadas, o sistema de banco de leite humano brasileiro despertou o interesse

da conceituada Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, que pretende implantar o

modelo em seu sistema de saúde.Capitaneada pela pediatra Lisa Hammer,

uma delegação de profissionais de saúde da Universidade visitou o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) para conhecer de perto o bem sucedido modelo brasileiro de nutrição infantil.

O Brasil é conhecido internacionalmente pela sua rede bem organizada, com bom custo-benefício, regulamentação dos bancos e ampla aceitação social de práticas de aleitamento materno e doação de leite humano.

O leite materno doado para um banco passa por um processo de seleção, classificação e pasteurização e é então distribuído aos bebês internados em unidades neonatais para ajudar no sistema imunológico, no crescimento e no desenvolvimento dos bebês.

“Temos um cuidado maior com esse leite, pegamos todas as características dele

para suprir as necessidades de cada bebê”, explica a coordenadora de Produto e

Qualidade da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano do IFF, Danielle

Aparecida da Silva.

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I n t e r c â m b i o

Sistema americano

Nos Estados Unidos, o sistema de banco de leite fica muito aquém da demanda e ba-sicamente não é regulado. Segundo Danielle, o grande diferencial é que o modelo america-no não estimula a responsabilidade e a prática da ama-mentação.

“Nos Estados Unidos, o leite ma-terno é vendido por U$ 4 por Oz (0.118 L). “É uma barreira significativa e no Brasil essa barrei-ra foi removida”, ressalta Lisa Hammer, acrescentan-do que a delegação veio aprender a como manipular esse importante alimento da melhor forma possível.

A Universidade de Michigan foi a primeira faculdade de medi-cina americana interessada na co-laboração com a rede de banco de leite brasileiro, e se uniu ao Brasil para saber mais sobre este sistema exclusivo e quem sabe implantá-lo nos EUA.

Segundo Daniele Silva, eles se interessaram em como o institu-to trabalha o leite humano como um fluido funcional, como man-ter os níveis elevados e como a amamentação ajudou a diminuir a mortalidade infantil. •

Prêmio

O interesse surgiu após o instituto ganhar o Prêmio Sasakawa de Saúde. “Esta premiação veio justamente pelo diferencial que temos. Não somos somente um banco de leite, onde a mãe o deposita e nós distribuímos”, explica a coordenadora.

A rede brasileira também fornece educação e treina-mento para os funcionários de bancos de leite, realiza pes-quisas sobre a metodologia do leite doado e o controle de qualidade humana, divulga informações sobre bancos de leite e colabora com o governo nacional na concepção de políticas de saúde pública.

“Conseguimos manter um padrão de qualidade de um alimento funcional e com isso trazemos a tecnologia de ali-mento e a adaptamos para manter características que não vão servir somente a um bebê, mas a diversas necessidades de vários bebês”, ressalta.

A delegação norte-americana incluiu médicos, enfer-meiros, nutricionistas, consultores de lactação e estudantes de saúde pública. Este intercâmbio mostra como a cola-boração global pode melhorar a saúde infantil em todo o mundo.

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PEDRO ABELHA [email protected]

42 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

NOVIDADES DA APPLE

A Apple anunciou duas novi-dades em seu portfólio de produ-tos: os novos modelos de iPhone e seu relógio inteligente. O telefo-ne da empresa da maçã ganhou duas versões intituladas iPhone 6 e iPhone 6 Plus. As telas são de 4.7 polegadas e 5.7 polegadas, respecti-vamente. O que coloca o 6 Plus no campo dos Phablets. Outra novida-de é a tecnologia para pagamentos móveis dos telefones, o Apple Pay. Segundo Tim Cook, a empresa quer que o usuário substitua a carteira pelo iPhone. Há uma antena NFC e uma tecnologia de reconhecimento de impressões digitais.

O movimento da Apple, se-gundo o The Verge, pode tornar os pagamentos móveis com celular algo mais popular, já que a empresa vem trabalhando neste sistema de pagamentos há anos, contratando executivos da área, criando paten-tes, etc. A marca diz que não irá ras-trear suas compras e pagamentos. O serviço terá início nos Estados Uni-dos para usuários American Express, MasterCard e Visa.

O Aparelho também terá uma supercâmera lenta, com a possi-bilidade de gravar 120 ou até 240 frames por segundo. A estabilização da câmera também melhorou. A tela, aliás, não é de vidro ultra re-sistente de safira, como muita gen-te esperava. O display do iPhone 6 Plus e também do iPhone 6 possui a nova geração de telas da Apple, chamada de Retina HD. Além de usar uma camada reforçada de íon

de vidro para dar mais resistência, a tecnologia aumenta em até 38% o número de pixels exibidos na tela em relação à retina atual. Com isso, os usuários terão uma das melhores qualidades de imagens já vistas em um smartphone.

O iPhone 6, com tela de 4,7 polegadas, custará a partir de US$ 200 para a versão de 16 GB de ca-pacidade interna, US$ 300 para a de 64 GB e US$ 400 para o mode-lo de 128 GB. Os valores corres-pondem ao aparelho vinculado a um contrato de dois anos com as operadoras americanas AT&T, Ve-rizon e Sprint. Já o iPhone 6 Plus custará US$ 100 a mais para cada versão. Ambas as versões serão comercializadas nas cores prata, cinza espacial e dourado. A pre-visão é que os dispositivos sejam vendidos em mais de 115 países até o final deste ano.

O relógio, que não será chama-do de iWatch como muitos espera-vam, é o Apple Watch. A novidade requer um iPhone para funcionar plenamente. O aparelho possui tela quadrada feita de cristal de safira, material resistente utilizado em re-lógios caros. É possível customizar a face do relógio, assim como sua pulseira. Vale observar que a tela

sente a diferença de pressão entre um toque e outro, e isso permite interagir com a interface de forma diferente. Por exemplo, um toque leve aciona um botão, enquanto um toque mais forte abre o menu do aplicativo. Os elementos da in-terface são circulares. Você navega por eles usando a touchscreen, ou o botão lateral. Este botão girató-rio permite dar e tirar zoom em um mapa, ou rolar por uma lista. Pressio-ne o botão e você volta à tela inicial.

Também é possível intera-gir com o relógio através de voz: por exemplo, basta ditar mensa-gens para responder e-mails, por exemplo. Não se trata apenas de um dispositivo para receber notifi-cações: ele acompanha sua saúde e atividade física. Na parte trasei-ra, há três LEDs – de luz visível e infravermelho – para medir seus batimentos cardíacos. Ele também possui um acelerômetro, mas usa o GPS do seu iPhone. Há dois apps para usar estes sensores. O Fitness monitora seus movimentos, exercí-cios e tempo em que você fica em pé. Enquanto isso, o Workout fica de olho em calorias queimadas, duração do exercício e distância percorrida. Os apps trazem metas, notificações e sincronizam tudo com o app Saúde do iOS 8. O Ap-ple Watch custará US$ 349 quan-do for lançado no início de 2015.

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midia

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ÓCULOS DE REALIDADE VIRTUAL

A Samsung anunciou as novas versões do Galaxy Note 4 e do Galaxy Note 4 Edge. Porém, a grande novidade do evento, que ante-cedeu a feira de tecnologia IFA, em Berlim, Alemanha, foi o Gear VR, um óculos de realidade virtual feito para trabalhar em conjunto com o Galaxy Note 4. O óculos de realidade virtual foi criado em parceria com a Oculus, empresa adquirida pela Samsung no início do ano.

O acessório oferece uma ex-periência semelhante à do Ocu-lus Rift, mas diferencia-se por não possuir fios e usar o Galaxy Note 4 como tela e fonte de energia e processamento. Além disso, os co-mandos são executados pela cabe-ça do usuário ou feitos através de um botão sensível.

O produto pretende alterar a percepção do usuário ao possi-bilitar uma visão de 96 graus. De acordo com a empresa, a sensação fornecida pelo aparelho seria de estar a dois metros de uma tela de 175 polegadas. O Gear VR deve ser lançado ainda este ano e virá com uma série de experiências interati-vas. A Samsung anunciou parcerias com estúdios de games, filmes e empresas de entretenimento para a produção de conteúdo.

BRASIL REPUTATION PULSE

Nestlé e Honda são as empresas com a melhor reputação no Brasil, de acordo com estudo “Brasil Re-putation Pulse”, realizado pelo Reputation Institute (RI), consultoria líder mundial em gestão da reputação corporativa, que analisou a reputação das 100 maiores companhias atuantes no País, listadas de acordo com a receita anual. Ambas atingiram o nível “excelente” de reputação, conforme a pesquisa que ouviu mais de 6500 pessoas, entre 18 e 65 anos nas principais capitais do Brasil. A pesquisa avaliou a percepção dos con-sumidores em relação às instituições, tanto do ponto de vista racional quando do emocional para compor o indicador “Pulse”, que identifica o vínculo das pessoas para com as empresas a partir do nível de estima, admiração, confiança e empatia que nutrem por elas.

No ranking, logo abaixo da Nestlé, que atingiu 82,1 pontos, vem a montadora de automóveis Honda, também com reputação considerada excelente. A Natura foi a brasileira mais bem posicionada, com 77,1 pontos. A pesquisa “Brasil Reputation Pulse” mostra também quais são as 20 empresas nacionais mais bem colocadas no ranking da reputação. A liderança fica com a Natura, que ocupa o 7º lugar na lista que também engloba as estrangeiras. A empresa de cosméticos é seguida pela BRF, também do setor de Bens de Consumo. Cinco empresas do ranking de brasileiras pertencem ao setor de varejo. O bom posicionamento de compa-nhias como Lojas Americanas, Casas Bahia, GPA, Magazine Luiza e Atacadão demonstra a relevância do negócio voltado para as classes C e D, como a nova classe média no País.

10 DICAS DE PHILIP KOTLER

Em evento promovido pela HSM em São Paulo, Philip Kotler, o papa do marketing, palestrou so-bre os novos desafios da área e os caminhos que devem ser trilhados pelas empresas. Com mais de 50 livros lançados sobre o tema e suas variações, Kotler é uma das autori-dades mais respeitadas do mundo quando o assunto é marketing.

As 10 dicas do professor: 1 - Sua marca precisa tocar o espírito das pessoas; 2 - Fique atento ao mobile; 3 - Aposte nas histórias; 4 - O Brasil precisa liderar a Améri-ca Latina; 5 - É preciso inovar sem-pre; 6 - Não crie vendas, possua consumidores; 7 - Aposte nas no-vas mídias; 8 - Valorize o design; 9 - Marketing B2B também é ma-rketing e 10 - Lojas físicas terão de repensar sua razão de ser.

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S o c i a l

Espaços que permitam uma convivência harmoniosa são fun-damentais para viver bem nas ci-dades. Quem não gosta de um bom local para conversar e se exercitar? Comuns em algumas cidades, raros em outras, esses lu-gares incentivam e promovem a convivência entre gente diferente e melhoram a qualidade da vida urbana. É isto que faz esses locais de convivência serem tão impor-tantes: a capacidade de gerar bem estar.

Ciente da importância da criação e revitalização dos espa-

ços públicos urbanos, notadamen-te parques e praças, a prefeitura de Natal vem investindo pesado em áreas comunitárias de lazer. Em apenas uma semana, a cidade ganhou cinco novos espaços im-plantados pela secretaria Munici-pal de Serviços Urbanos.

A tradicional Praça Assis Chateaubriand, localizada no bairro do Tirol, foi totalmente re-formada e voltou a ser um espaço de convivência. O local recebeu serviços de limpeza, pavimenta-ção, pintura, poda, iluminação e paisagismo. O piso da academia atende a padrões internacionais das práticas esportivas, todo re-vestido em grama sintética.

Vitória da população

De acordo com o secretá-rio de Serviços Urbanos, Ranie-re Barbosa, a área que estava abandonada agora será utilizada para trazer saúde e bem estar à

população. “Por se tratar de uma área residencial que abriga mui-tos idosos, a revitalização desta praça, que antes era utilizado por usuários de drogas e como ponto de assaltos, é uma vitória da mu-nicipalidade”, afirma.

Além da Praça Assis Cha-teaubriand, os novos espaços de convivência equipados com academias ao ar livre estão lo-calizados na Alameda Marilene Dantas (Avenida Alexandrino de Alencar), na Rua da Saudade (Nova Descoberta), na Praça da Paz (Conjunto Parque das Dunas IV) e no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte.

Os investimentos, realizados com recursos próprios provenien-tes da arrecadação de impostos municipais, totalizam quase R$ 150 mil reais. Certamente um belo investimento para reverter o processo de abandono, deterio-ração e descaso com os espaços públicos. •

Novos espaços de convivência em Natal

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A g r i c u l t u r a

Pesquisadores do Departa-mento de Engenharia de Biossis-temas (LEB), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, testaram com su-cesso novas formas de economi-zar água nas atividades agrícolas. Um dos destaques foi o microtu-bo variável para irrigação.

Acessível ao pequeno produ-tor e já aplicado em várias cultu-ras, o microtubo de comprimento variável permite que a vazão de água no momento da irrigação por gotejamento seja uniforme em cada parte do terreno, inde-pendente do desnível ou da perda da pressão por conta da energia de atrito durante a passagem da água dentro do tubo.

“A vazão uniforme se dá por-que, para cada necessidade, o mi-crotubo tem seu comprimento ajus-tado. Adaptando cada planta a um microtubo diferente, mesmo com a variação da pressão devido a algum desnível, todas as partes do terreno recebem a mesma quantidade de água. Essa é a maneira que encon-tramos para manter uma irrigação uniforme”, explica professor Tarlei Arriel Botrel.

Além da economia de água, o baixo custo também é um be-nefício. “O microtubo é mais fácil de adquirir e de construir do que o gotejador tradicional. Então te-mos a economia de água aliada à redução de custos”, acrescenta Botrel.

Água da chuva

Luiz Fernando Novello, es-pecialista em gerenciamento am-biental, avaliou o potencial da captação de água de chuva para fins não potáveis com base no ta-manho dos telhados dos prédios.

O objetivo da pesquisa foi identificar o quanto estas cobertu-ras, em teoria, seriam capazes de captar água da chuva. Para chegar ao resultado, Novello avaliou três fatores - a área de captação, a pre-cipitação local e a demanda dessa água de chuva.

“Minha demanda por água foi a de fins não potáveis, que são as utilizadas em vasos sanitários, mictórios, irrigação de jardim, la-vagem de calçada, tratores, ma-quinários agrícolas e irrigação de pequenas estufas”, explicou.

Agora, ele espera que o resul-tado da pesquisa sirva de exemplo para outras instituições e residên-cias onde exista demanda por água não potável. •

Otimizando o uso da água na agricultura

Microtubo possibilita o gotejamento uniforme em cada parte do terreno

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46 E s t a d o s & M u n i c í p i o s46 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S a ú d e

Os senadores querem me-lhorar o desempenho e tornar mais transparentes os gastos e a execução das ações do Programa Mais Médicos. Para isso, estão analisando propostas que alteram a Lei nº 12.871/2013.

O Mais Médicos é apontado pelo Governo Federal como parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O programa prevê mais investimen-

tos em infraestrutura de hospitais e unidades de saúde e busca levar mais médicos para regiões onde há escassez de profissionais.

O projeto prevê também a expansão do número de vagas nos cursos de residência médica e graduação em Medicina, além do aprimoramento da formação mé-dica no Brasil.

Transparência

Uma das propostas que tra-tam do Mais Médicos foi apresen-tada pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), com o objetivo de dar mais transparência ao programa (PLS 266/2014). O texto estabele-ce a obrigação de, a cada seis me-ses, ser enviado um relatório para o Conselho Regional de Medicina (CRM) de cada estado com o núme-ro do registro único dos médicos in-tercambistas participantes e o nome e a inscrição no CRM do supervisor e dos tutores acadêmicos.

Na justificativa do projeto, o autor diz que os médicos estran-geiros estão submetidos a regime

Senado Federal quer aprimorar o Mais Médicos

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S a ú d e

diferenciado que os isenta de re-gistro nos CRMs, mas lembra a competência dos conselhos para fiscalizar a atuação dos profis-sionais do programa. Vital ainda lamenta que o Ministério da Saú-de venha se recusando a fornecer

informações para os CRMs, o que obriga essas au-

tarquias a entrarem com ação judicial

para assegurar a fiscalização.

Para o senador, na queda de braço entre o Ministério da Saúde e a categoria mé-dica só há um perdedor: a po-

pulação assistida pelo Mais Médi-

cos. Criar obstácu-los à atividade fisca-

lizadora dos CRMs, argumenta Vital, em

nada contribui para a me-lhoria da assistência médica

prestada à população carente. A ideia, de acordo com o parla-mentar, também é colaborar com a qualidade do serviço prestado à população.

A proposta está em análise na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), onde aguarda o recebi-mento de emendas. Se aprovada, poderá seguir diretamente para a Câmara dos Deputados, se não for apresentado recurso para vo-tação em Plenário.

Diagnóstico

Logo após as eleições de outubro, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) deve criar um gru-po de trabalho para visitar insta-lações e elaborar um diagnóstico sobre o Programa Mais Médicos.

Um dos objetivos, segun-do o autor da iniciativa, senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), é “sugerir medidas capazes de so-lucionar, de uma vez por todas, o problema da falta de médicos no país”, justamente o que motivou o governo a criar o programa.

Em discurso no início de se-tembro, Mozarildo comentou as críticas publicadas na imprensa ao Mais Médicos e afirmou que o Senado deve investigar a situa-ção e formular suas próprias con-clusões. O senador informou que já enviou ofício ao Ministério da Saúde, às secretarias estaduais de saúde e aos conselhos de medici-na, pedindo informações sobre o andamento do programa.

Ele quer saber, por exemplo, que tipo de formação tiveram os médicos cubanos que atuam no país. Mozarildo Cavalcanti pon-dera ainda que não basta criticar o programa, mas que o ideal é apontar possíveis soluções. •

Projetos buscam transparência e

maior qualidade do serviço

prestado

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48 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

S a ú d e

O Sistema Único de Saúde passará a oferecer o primeiro medi-camento para tratar os sintomas do autismo. Conhecido como Risperi-dona, o medicamento será incor-porado pelo Ministério da Saúde na rede pública e irá auxiliar na dimi-nuição das crises de irritação, agres-sividade e agitação, sintomas co-muns em pacientes com a doença.

A estimativa é de que o tra-tamento esteja disponível para a população a partir do início de 2015 e que beneficie aproximada-mente 19 mil pacientes por ano. O Ministério investirá cerca R$ 670 mil na aquisição e distribuição do remédio.

O autismo aparece nos pri-meiros anos de vida. Apesar de não ter cura, técnicas, terapias e medicamentos, como o Risperido-na, podem proporcionar qualida-de de vida para os pacientes e suas famílias.

Esforço

Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estraté-gicos do M i n i s -tério da

Saúde, Carlos Gadelha, a incorpo-ração do medicamento faz parte de um esforço do Ministério da Saúde em avaliar permanente-mente a ampliação da oferta de medicamentos no SUS. “A polí-tica de incorporação tecnológica é muito ativa. Nos últimos dois anos e meio, o Ministério incorpo-rou 111 novas tecnologias, sendo 70% medicamentos, triplicando a média anual de incorporações”.

Segundo a coordenadora-geral de Saúde da Pessoa com Deficiên-cia do Ministério, Vera Mendes, a medicação associada ao conjunto de terapêuticas ofertado pelo SUS é fundamental para o desempenho da criança. “O remédio vai ajudar a regular os sintomas comporta-

mentais, deixando o paciente mais apto e equilibrado na prática de suas atividades, além de melhorar seu convívio na vida social e familiar”, destaca.

Ela ressalta que a inclusão de qualquer me-dicamento no SUS obedece às regras da Comis-são Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que exige comprovação da eficácia, custo--efetividade e segurança do pro-duto por meio de evidência clínica consolidada. •

Ministério da Saúde incorpora medicamento para autismo

“O remédio vai ajudar a regular os sintomas comportamentais”

Não se preocupe,você vai ficar bem.

O Regional de Betim é um hospital seguro.

O que está sendo feito pela sua segurança:

O que já foi reformado:

O que tem de novo:

A Prefeitura de Betim está trabalhando e investindo muito para recuperar o nosso hospital. Em menos de um ano, várias alas foram reformadas, o atendimento foi agilizado e a segurança se tornou prioridade.

controle de superbactérias • menor tempo de espera para cirurgias e de permanência no hospital • implementação de metas internacionais de segurança do paciente • cumprimento das normas de controle de infecção hospitalar

pronto-socorro • maternidade • pediatria5º andar: bloco cirúrgico e hospital-dia • enfermarias • bloco obstétrico • recepção • corredores

abertura de leitos na Unidade de Clínica Médica e no CTI • sala de estabilização • sala para urgência pediátrica • sala de acolhimento • implantação da Classificação de Risco• projetos de humanização • Cartório de Registro Civil • aumento do número de médicos e enfermeiros nas escalas médicas

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Não se preocupe,você vai ficar bem.

O Regional de Betim é um hospital seguro.

O que está sendo feito pela sua segurança:

O que já foi reformado:

O que tem de novo:

A Prefeitura de Betim está trabalhando e investindo muito para recuperar o nosso hospital. Em menos de um ano, várias alas foram reformadas, o atendimento foi agilizado e a segurança se tornou prioridade.

controle de superbactérias • menor tempo de espera para cirurgias e de permanência no hospital • implementação de metas internacionais de segurança do paciente • cumprimento das normas de controle de infecção hospitalar

pronto-socorro • maternidade • pediatria5º andar: bloco cirúrgico e hospital-dia • enfermarias • bloco obstétrico • recepção • corredores

abertura de leitos na Unidade de Clínica Médica e no CTI • sala de estabilização • sala para urgência pediátrica • sala de acolhimento • implantação da Classificação de Risco• projetos de humanização • Cartório de Registro Civil • aumento do número de médicos e enfermeiros nas escalas médicas

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50 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

C â m a r a s e A s s e m b l e i a s

A Câmara Municipal de Na-tal já coletou mais de 20 mil assi-naturas em favor das Instituições de Longa Permanência para Ido-sos (ILPIs) instaladas na cidade. Os documentos vão subsidiar a minuta do Projeto de Lei que vai regulamentar as relações entre a prefeitura e as instituições.

A iniciativa, promovida pe-los vereadores Eleika Barbosa e Franklin Capistrano, visa sensibili-zar o chefe do Executivo Municipal para que a proposta encaminhada ao Legislativo ofereça o mínimo de estabilidade para as ILPIs.

“A situação dos abrigos é insustentável. Eles vivem em di-ficuldades extremas e muitos es-tão a ponto de fechar. A Prefei-tura contribui com certa quantia, mas este repasse, além de já estar defasado, ainda é feito de forma

irregular. Por isso, acreditamos na sensibilidade do prefeito para que possamos regulamentar esta relação e proporcionar às casas e, principalmente, aos idosos uma vida mais tranquila e digna”, res-salta a parlamentar.

Sensibilidade

Ión de Andrade, médico e diretor do Espaço Solidário, uma das seis instituições envolvidas na ação, explica que a minuta do projeto de Lei sugerida ao Executi-vo propõe a alteração dos valores repassados em função do cálculo de custo realizado pelo Conselho Municipal do Idoso.

“De acordo com os últimos dados pesquisados, o custo mé-dio per capita do idoso em Natal está em torno de R$ 2 mil, o que é

muito menos do que as casas pri-vadas cobram, por exemplo”. Ele ressalta que as 20 mil assinaturas foram coletadas no período de um mês, “o que demonstra a sensibili-dade da sociedade para a causa”.

Falando em nome das insti-tuições, o diretor elogiou e agra-deceu o empenho da vereadora. “Esta é a primeira vez que temos uma interlocução direta com o Legislativo. Então, agradecemos à professora Eleika por nos propor-cionar este mandato intermedia-dor e a serviço de uma causa que costuma ser colocada sempre para baixo do tapete”.

Seis instituições participam desta ação: Espaço Solidário, Ins-tituto Juvino Barreto, Lar da Vovo-zinha, Jesus Misericordioso, Bom Samaritano e o Lar do Ancião Evangélico. •

Milhares de assinaturas em favor dos idosos

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C â m a r a s e A s s e m b l e i a s

A Assembléia Legislativa do Ceará quer estimular o es-tudo dos autores cearenses

e disseminar sua importância na cultura literária nacional, com a im-plantação da disciplina “Conheci-mento e Estudo dos Autores Cearen-ses” na grade curricular das escolas públicas estaduais.

A iniciativa faz parte do pro-jeto de lei nº 78/14, de autoria do deputado Welington Landim (Pros), e que deve ser votado até o final do mês. Na justificativa do projeto, o parlamentar des-taca que a literatura cearense levou ao conhecimento do Bra-sil, nomes como José de Alen-car, considerado o pai do romance nacional e uma das maiores expressões da Literatura do País; além de expoentes nas áreas de Filosofia, Direito e His-tória, como Farias Brito, Clóvis Beviláqua e Ca-pistrano de Abreu..

Ainda segundo Welington Landim, o estado também fez his-tória na Academia Brasileira de Letras com o ingresso de Rachel de Queiroz, a primeira mulher en-tre os seus titulares.

“Este projeto tem o objetivo de evitar que os novos cearenses, que hoje cursam as séries do En-sino Fundamental e Médio, atra-vessem sua infância e juventude sem conhecer os autores nativos. Portanto, esta é uma atitude de valorização da cultura cearense, o que considero indispensável e inadiável”, ressalta o deputado.

Mais antiga

A ACL é a mais antiga Aca-demia do Brasil. Fundada em agosto de 1894, a Academia Cearense de Letras é uma Insti-

tuição de utilidade pública que atende aos estudantes das redes pública e particular de ensino e pesquisadores em busca de obras raras e atuais.

A Academia também orienta novos escritores, organiza concur-sos literários e anualmente realiza ciclos de conferências entre autores e leitores. Seu acervo reúne coleções de livros e jornais dos séculos pas-sados, com destaque para a coleção João Carlos Neto, com cerca de 4 mil livros sobre o Ceará.

O projeto também visa trans-formar a Academia num grande centro de cultura e pesquisa, uma vez que ela abriga várias entida-des que não possuem sede própria, como Academia Fortalezense de Letras, Academia Cearense de Re-tórica e a Sociedade Amigos do Li-vro, entre outras. •

Autores cearenses na rede pública de ensino

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mento e Estudo dos Autores Cearen-ses” na grade curricular das escolas

A iniciativa faz parte do pro-jeto de lei nº 78/14, de autoria do

Welington Landim (Pros), e que deve ser votado até o final do mês. Na justificativa do projeto, o parlamentar des-taca que a literatura cearense levou ao conhecimento do Bra-sil, nomes como José de Alen-car, considerado o pai do romance nacional e uma das maiores expressões da Literatura do País; além de expoentes nas áreas de Filosofia, Direito e His-tória, como Farias Brito, Clóvis Beviláqua e Ca-

Mais antiga

A ACL é a mais antiga Aca-demia do Brasil. Fundada em agosto de 1894, a Academia Cearense de Letras é uma Insti-

vez que ela abriga várias entida-des que não possuem sede própria, como Academia Fortalezense de Letras, Academia Cearense de Re-tórica e a Sociedade Amigos do Li-vro, entre outras. •

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52 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Caraguá investe para ser o maior polo turístico da região

A localização privilegiada (186 quilômetros da ca-pital paulista, 397 quilômetros do Rio de Janeiro e a 10 quilômetros do Porto de São Sebastião) e a bela paisagem proporcionada pelo azul do mar e o verde da Serra do Mar fazem de Caraguatatuba um dos destinos mais pro-curados por turistas e veranistas durante a temporada de verão, período em que a cidade praticamente triplica sua população.

Portanto, é impossível administrar Caraguá sem pensar em sua natural vocação turística. Além das me-lhorias em educação e saúde, o prefeito Antonio Carlos da Silva (PSDB) vem investindo em obras de infraestru-tura desde o seu primeiro mandato, em 1996.

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Tu r i s m o

Obras que transformam a cidade, como a revitalização da Avenida da Praia, que ganhou novo pavimento, drenagem, luminárias, lombofaixas e a Praia Acessí-vel, que garante divertimento às pessoas com deficiência. No ano passado, a orla entre a praia Martin de Sá e o Porto Novo ganhou nova iluminação de vapor metá-lico para aumentar a segurança para mo-radores e visitantes.

A Prainha, localizada próxima ao centro, ficou ainda mais charmosa e aco-lhedora com o Boulevard Getúlio Vargas Navarro Magalhães, que proporciona uma bela vista para a Pedra do Jacaré. O espaço arborizado tem como atração a fonte interativa e luminosa, deck para relaxamento e mirante para a praia.

A Avenida das Praias do Sul foi du-plicada, pavimentada e urbanizada. Tam-bém recebeu drenagem, ciclovia e bol-sões de estacionamento. E se transformou em mais um belo cartão postal da cidade.

Mais obras

Já que o mar azul e cristalino é a grande atração, as próximas obras vão fa-vorecer a sua contemplação. Uma delas é

a Passarela Ecológica de 1.800 metros de extensão, que ligará a Praia do Camaroei-ro à Prainha e à Martin de Sá, com acesso exclusivamente para pedestres.

O projeto está em fase de finalização e as obras devem começar em 2015. O projeto prevê a urbanização das trilhas que cortam os morros e a instalação de um Mirante com pavimentação, decks, paisagismo e iluminação.

A orla da Massaguaçu, considerada uma das mais belas praias do mundo pela revista Terra, será totalmente reurbanizada para receber moradores e visitantes com conforto e segurança. O projeto contem-pla ainda a preservação ambiental, com reposição da vegetação natural com o Jundu, espécie que além de embelezar promove a retenção da areia durante as ressacas.

A orla também ganhará ciclovia turís-tica, calçadas para caminhadas, decks so-bre as pedras de retenção da maré, praça de convívio, academia de ginástica para a terceira idade, obeliscos ornamentais e espaço para atividades culturais Tudo isso iluminado com lâmpadas de led brancas..

E assim, Caraguá, que já mudou mui-to nos últimos seis anos, deverá mudar e melhorar ainda mais, sempre com a preo-cupação em ser uma cidade acessível para todos e ideal para visitar, morar e investir. •

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54 E s t a d o s & M u n i c í p i o sE s t a d o s & M u n i c í p i o s

Tu r i s m o

O Novo Fox acaba de chegar às mais de 630 concessionárias da Volkswagen no Brasil, com re-cursos de tecnologia e de segurança de segmentos superiores. A linha 2015 do modelo estreia uma sé-rie de novidades, como o controle eletrô-nico de estabilidade (ESC) e o controle de tração (TC e ASR).

O sistema (ESC) reconhece o estágio inicial de que uma situa-ção de rodagem crítica está para acontecer. Compara os coman-dos do motorista com as reações do veículo a esse comando. Se ne-cessário, o sistema reduz o torque do motor e freia uma ou várias rodas até atingir a condição de estabilidade.

Novo Fox no mercado

A Ford registrou a marca de 1 milhão de veí-culos movimentados no Terminal Portuário Miguel de Oliveira, na Bahia. Este é o único porto privativo da Ford no mundo e destaca-se pela eficiência das operações logísticas e pelo sistema de gestão am-biental, com programas de reciclagem e educação desenvolvidos pela Ford em parceria com coopera-tivas e escolas das comunidades locais.

O principal produto movimentado no terminal, em volume, é o EcoSport, exportado para vários pa-íses da América do Sul. Em breve, essa pauta será ampliada com o Novo Ka e o Novo Ka+, compactos globais que começaram a ser produzidos em Cama-çari para atender a região.

A versão de entrada - Attraction - do novo Audi A4 agora é equipada com motor 1.8 TFSI de 170 cv, contra o 2.0 de 180 cv anteriormente, e transmissão automá-tica do tipo CVT de oito marchas. A Audi garante que, mesmo com a perda de 10 cv, o torque de 32,6 kgfm foi mantido, garantindo ótimo desempenho. O conjun-to é capaz de levar o sedan de 0 a 100 Km/h em 8,3 segundos, e com velocidade máxima de 235 km/h.

Ford movimenta porto baiano

A4 Attraction 2015

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Tu r i s m o

Baseado na versão Attractive, a Fiat novamente lança a série especial do Punto Itália no Brasil. O modelo já vem equipado com rádio Connect CD MP3 integrado ao painel, entrada USB compatível com iPod, retrovisores externos com a função “um toque”, volante multifuncional revestido em couro e função anti-esmagamento.

O novo visual ganhou farois com lentes escu-recidas, rodas de liga-leve aro 15, defletor de ar na tampa traseira, painel de instrumentos com revesti-mento central em prata, bancos com tecido exclusi-vo e toques prateados nos aros das saídas de ar.

R1 de cara novaA nova Yamaha R1 2014 já

está disponível nas cores cinza, vermelho e azul (lembrando um pouco a cor da M1 da MotoGP). Destaque para o novo design da carenagem frontal, que pode pro-porcionar uma melhor performan-ce aerodinâmica e um visual ainda mais agressivo, graças à utilização de iluminação LED.

A nova Yamaha R1 2014 tam-bém vem com um inédito Sistema de Controle de Tração (TCS) com sete modos, que quando combina-dos com os três de condução: STD, A e B, oferece 21 possibilidades diferentes.. O motor tem 998cc e 182 cavalos a 12.500 RPM, com torque máximo de 11,8 kgfm,

A alta temporada se aproxima e quem quer navegar de barco novo no Verão 2015 terá muito mais opções. A linha de barcos Nautique foi aprimorada, com o avançado controle de aceleração, novas cores, parabrisa e acessórios da torre com acabamento de antracite, novo controle da zona de estéreo opcional, entre outros.

O modelo G25 Coastal Edition (versão para água salga-da) foi aperfeiçoada e conta com torre de alto-falantes costei-ra, sistema de gerenciamento de água e melhoradas prateleiras giratórias para pranchas de wakeboard e wakesurf.

Nautique G25

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RANGEL CAVALCANTE [email protected]

56 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

EntrevistaEra mesmo muito difícil o trabalho dos jornalistas durante a ditadura militar implantada no país em

1964. A censura era para valer e em alguns estados chegava a absurdos que depois viriam a integrar o imen-so besteirol do jornalismo brasileiro. Os censores visavam mais o rádio e a televisão, pelo poder que têm de atingir a todas as camadas da população. Programas ao vivo, especialmente os de entrevistas, mereciam vigilância severa. As perguntas tinham que ser submetidas ao crivo do censor e qualquer deslize implicava em retirada da emissora do ar e na ameaça de cassação do canal. Os profissionais mais experimentados tentavam por todos os meios burlar a vigilância, muitas vezes levando-a ao ridículo. Um expert nisso era o Narcélio Lima Verde, da TV Ceará, cuja sutileza deixava os militares irritados. Foi até processado por sub-versão, acusado de, como locutor, ”ler muito bem” a crônica do Blanchard Girão, um colega que teve o mandato de deputado estadual cassado pelo AI-5.

Uma das boas dele integra o seu livro de memórias. Um dia o entrevistado no seu programa na TV era o coronel comandante do Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, sediado em Crateús, no interior, cearense. O homem chegou ao estúdio acompanhado de um ordenança que trazia um papel contendo as perguntas que deveriam ser formuladas durante a entrevista. E já com as devidas respostas:

Eis a entrevista:Narcélio – “Para comandar um batalhão de engenharia e construções um

oficial precisa ter a patente de coronel. Qual a sua patente, coronel?”O coronel – “Coronel”.Narcélio – “Coronel, onde está sediado o Batalhão de Engenharia e Cons-

trução de Crateús?”Coronel – “ Em Crateús!”Narcélio – “Obrigado pela entrevista coronel. As câmeras e microfones es-

tão à sua disposição para mais algumas considerações que deseja fazer”.Coronel – “Muito obrigado”.Terminou a entrevista.

Exílio bomAbelardo Jurema que foi ministro da Justiça de Jango e viveu dez anos exilado no Peru. Enquanto nos

tribunais de exceção a ditadura nascida em 1964 buscava sem êxito, em mais de quarenta inquéritos poli-ciais militares, alguma nódoa na sua vida de político sério, competente e radicalmente honesto, costumava hospedar-se em Brasília na casa do “senador” Vieira, um dos meus maiores amigos. Lá, aos sábados, reunia--se com amigos, aos quais contava da sua vida de exilado. Tinha histórias para rir e para chorar no imenso rosário de fatos por ele vividos em uma década impedido de vir ao seu país e em especial à sua querida Paraíba. Numa delas, contou da visita que recebeu, em Lima, do filho João Luís, então adolescente. Depois de uma semana envolvido dia e noite com o filho que não via há tempos, chegou a hora de o menino voltar ao Brasil. Na hora da despedida, no aeroporto Jorge Chavez, Abelardo ouviu do filho algo surpreendente:

- Pai, eu queria que esse exílio nunca acabasse!Diante da surpresa do velho guerreiro, explicou?- É que no Brasil eu jamais soube o que era uma coisa tão maravilhosa como passar uma semana intei-

rinha com o senhor!

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CASOS & CAUSOS

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Defeito simples Numa roda de jornalistas e

políticos, no cafezinho da Câmara, o assunto eram as divergências que

tumultuavam as relações do então governador mi-neiro Aécio Neves com o seu colega paulista, José Serra, que disputavam, numa briga de bastidores, a indicação para concorrer à presidência da Repúbli-ca pelo PSDB, na sucessão de Lula. A maioria dos presentes era mineira, razão pelas qual a conversa corria cheia de matreirices. A certa altura do papo, alguém lembrou que uma das principais objeções do Serra à candidatura de Aécio, pelo menos em meio às que exibia em público, era a pouca idade do governador de Minas, que por sinal já estava no segundo mandato no Palácio Liberdade e tinha uma boa história política, que envolvia mandatos de de-putado federal e de presidente da Câmara, com ex-celentes desempenhos.

- É mesmo, o Aécio é muito novo para ser presiden-te da República! Isso é perigoso. Vejam o que ocorreu com o Collor! – interveio um dos circunstantes.

E foi a vez do jornalista Pedro Rogério dar o seu pitaco:

Contou ele que um dia o grande mineiro Mil-ton Campos sugeriu ao presidente Castello Branco a nomeação do jovem advogado Carlos Velloso, en-tão com pouco mais de 30 anos, para o recém cria-do cargo de Juiz Federal. Castello deu uma espiada no papel e ponderou:

- Ministro, o senhor não acha esse seu candida-to jovem demais para ser Juiz Federal?

- Mas assinou a nomeação, sem dizer mais nada, ao ouvir a resposta de Campos:

- Sim, presidente, mas isso é um defeito que o tempo corrige!

E corrigiu. Depois de algum tempo como Juiz Federal e de ocupar vários cargos importantes na magistratura e no magistério, Veloso foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, onde se des-tacou como um dos mais brilhantes membros da nossa maior corte de justiça.

Outro repórter

O jornalista Marconi Formiga iniciou-se no jornalismo na reportagem do jornal “A União”, que pertencia ao governo do estado da Paraíba. Ele conta em suas memórias da humilhação que lhe impingiu o então governador Ernani Sátyro, logo no começo da sua carreira. Ainda foca, foi surpreendido numa tarde pelo diretor da redação, o Marcone Cabral, com uma ordem:

- “Xará, o governador está recebendo agora o Câmara Cascudo, o grande folclorista potiguar. Todo mundo aqui da redação já foi embora e você vai quebrar o galho. Pegue o gravador vá ao Palácio para cobrir o encontro.

E lá se foi o novo repórter, gravador debaixo do braço.

No gabinete estava o governador Ernani Sátyro, que não gostou de ver um jornalista do seu jornal - ele se achava dono do diário estatal – com cara de menino, que ele nem conhecia, não merecedor, portando da sua confiança. Era fim de expediente, e como sempre fazia, o governador reunia amigos para beber uísque em seu gabinete. Cascudo era o centro das atenções do grupo.

Na hora da entrevista, o jovem foca acionou o gravador e ele não funcionou. Estava sem as pilhas. Teve que confessar o erro e pediu permissão para voltar ao jornal e apanhar outro aparelho. Ernani Sá-tyro o encarou com visível má vontade e gratuita an-tipatia. Formiga, tremendo e suando frio, já na porta de saída ouviu o grito do governador:

- Amigo velho – era assim que ele tratava todo mundo - troque o gra-vador e mande provi-denciar também outro repórter.

Até hoje - é ele quem conta - o Formi-ga não faz mais entre-vista sem pelo menos dois gravadores, devi-damente testados.

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58 E s t a d o s & M u n i c í p i o s

Art igoa r t i g oMarcelo Cardoso

Estresse: vilão ou aliado?O brasileiro é o povo mais

estressado do mundo. Esse foi o resultado de uma pesquisa rea-lizada pela empresa de recruta-mento Robert Half, que diz que 40% dos trabalhadores sofrem com esse mal em seu ambiente de trabalho - bem acima da mé-dia mundial de 11%.

Trabalhar com prazos curtos, ter que tomar decisões rápidas e as-sertivas, atuar em longas jornadas, participar de reuniões exaustivas e ter a habilidade de gerir pessoas, cada uma com sua personalidade. Essa é a rotina de um líder na maio-ria das organizações, e são eles os maiores responsáveis pelo resulta-do da pesquisa.

Antes de qualquer coisa, que tal desconstruirmos a imagem tão negativa que temos do “estresse”? No mundo moderno, dizer que está estressado tornou-se uma situação normal. Se temos, por exemplo, um dia corrido, cheio de afazeres, já concluímos que passamos por um dia estressante. O mesmo termo é dado às pesso-as grosseiras e sem educação.

O estresse, segundo Dráuzio Varela, é “um mecanismo fisioló-gico do organismo sem o qual nós, nem os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso antepassado das cavernas não reagisse imedia-tamente ao se deparar com uma fera faminta, não teria deixado des-cendentes. Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, liberavam uma série de me-diadores químicos (o mais popular

é a adrenalina), que provocavam reações fisiológicas para que, dian-te do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem”.

Sim, o estresse nos fez chegar até aqui, e também é responsável por tantos problemas de saúde e relacionamentos. O acúmulo de obstáculos, o dia a dia repetitivo, e todos aqueles fatores citados anteriormente, somados a tantas outras adversidades, são situações estressoras que desequilibram a quantidade de mediadores quími-cos. E é então que vem o desgaste, alterações do humor, tensão mus-cular, ansiedade e outros sintomas.

Para um líder é de suma im-portância entender e identificar os fatores estressantes em sua organi-zação. Dependendo do caso, há necessidade de um profissional es-pecializado para analisar em qual ambiente este profissional está in-serido e assim trabalharem juntos, utilizando os elementos negativos como trampolim para o sucesso.

Quando entendemos quais fatores nos estressam é mais fá-cil lidar com eles. Não é possível controlar os fatores estressantes, mas mudar a maneira que reagi-mos diante deles, sim. Um líder desequilibrado influencia nega-tivamente toda sua equipe. Ele pode contribuir significantemente para a famosa rádio peão, para faltas, conflitos de ideias, baixa produção, comunicação falha e clima de incerteza.

Portanto, o profissional deve ser consciente e orientado, pauta-

do nos objetivos da organização, de sua equipe e principalmente seus próprios. O líder deve ser fir-me em seus propósitos, conscien-te de que gestão de pessoas não é apenas comandar um monte de subordinados e sim gerir seres únicos, diferentes em sua con-cepção.

Vivemos em um mundo onde os estímulos “estressantes” estão em tudo. Se não souber-mos como enfrentar nosso dia a dia com mais leveza, ficaremos doentes e contribuiremos com a doença do outro.

Comece mudando as atitu-des mais básicas. Durma direito, desligue-se por um momento dos problemas, alimente-se melhor, faça atividades físicas, crie e cur-ta momentos de prazer. Arrume tempo para si e principalmente busque mudanças refletindo so-bre a melhor maneira de enfren-tar as adversidades. Resolva seus problemas, pare de empurrar com a barriga.

Por favor, não deixe de ser estressado, mas use toda a sua energia, para construir e contri-buir. E que tal amanhã, quando estiver preso no trânsito, em vez de se estressar, aproveitar o mo-mento e ouvir aquele CD de que tanto gosta? Se o estresse será um vilão ou aliado, quem decide é você!

Marcelo Cardoso é especialista em coaching, PNL (Programação Neuro Linguística) e fundador da Arco 7.

GENILSON ALVESPTN

GENIVAN VALEPROS

HERÓPROS

IZABEL MONTENEGROPMDB

JÓRIO NOGUEIRAPSD

LAHYRE NETOPSB

LUCÉLIO GUILHERMEPTB

MANOEL BEZERRADEM

NACÍZIO SILVAPTN

RICARDO DE DODOCAPTB

SOLDADO JADSONSDD

TASSYO MARDONNYPSDB

TOMAZ NETOPDT

VINGT-UN NETOPSB

CELSO LANCHESPV

ALEX DO FRANGOPV

CÍCERA NOGUEIRAPSD

CLAUDIONORDOS SANTOS - PMDB

FLÁVIO TÁCITODEM

FRANCISCO CARLOSPV - PRESIDENTE

ALEX MOACIRPMDB

Acompanhe o trabalho dos vereadores no legislativo mossoroense.

[email protected]

CÂMARA MUNICIPAL DE MOSSORÓ

Rua Idalino de Oliveira, S/n - Centro - Mossoró/RNFone: (84) 3316-2600

www.cmm.rn.gov.br

@cammunmossoro @camarademossoro /Cam.Mossoro

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GENILSON ALVESPTN

GENIVAN VALEPROS

HERÓPROS

IZABEL MONTENEGROPMDB

JÓRIO NOGUEIRAPSD

LAHYRE NETOPSB

LUCÉLIO GUILHERMEPTB

MANOEL BEZERRADEM

NACÍZIO SILVAPTN

RICARDO DE DODOCAPTB

SOLDADO JADSONSDD

TASSYO MARDONNYPSDB

TOMAZ NETOPDT

VINGT-UN NETOPSB

CELSO LANCHESPV

ALEX DO FRANGOPV

CÍCERA NOGUEIRAPSD

CLAUDIONORDOS SANTOS - PMDB

FLÁVIO TÁCITODEM

FRANCISCO CARLOSPV - PRESIDENTE

ALEX MOACIRPMDB

Acompanhe o trabalho dos vereadores no legislativo mossoroense.

[email protected]

CÂMARA MUNICIPAL DE MOSSORÓ

Rua Idalino de Oliveira, S/n - Centro - Mossoró/RNFone: (84) 3316-2600

www.cmm.rn.gov.br

@cammunmossoro @camarademossoro /Cam.Mossoro

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