Qualidade de Carnes
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O manejo pode ter efeitos negativos no período pré-abate, estes
efeitos estão associados em grande parte com o metabolismo
energético do músculo. Ocorre a mobilização de grandes
quantidades de glicose em situações de estresse, associada à
intensa demanda de energia, normalmente leva a rápida produção
de ácido láctico.
Este conjunto de transformações que ocorre no músculo pode
alterar de maneira irreversível as propriedades funcionais e as
características tecnológicas e sensoriais da carne.
Qualidade em Carnes
Fatores que precedem o sacrifício e que influem
nas propriedades do músculo
1) Fatores ambientais;
2) Estresse;
3) Herança e outros fatores durante o crescimento (herança,
idade e sexo);
4) Manejo por ocasião do sacrifício (transporte, repouso,
perda de peso, perda de glicogênio e efeitos da dieta).
Quando se sacrifica uma animal de abate, a falha da circulação sanguínea
provocada pela sangria causa a interrupção do fornecimento de oxigênio e
nutrientes. Estes fatos são causas de intensas modificações químicas e
físicas que provocam a chamada transformação do músculo em carne ou a
mudança post mortem do músculo.
Modificações químicas
Ao cessar o fornecimento de nutrientes e oxigênio, a única fonte de ATP é
o metabolismo anaeróbico do glicogênio, o que, associado a incapacidade
da fibra muscular para eliminar as substâncias resultantes do
metabolismo, provoca modificações químicas muito importantes que são:
Queda da taxa de ATP e de glicogênio; Acúmulo de ácido láctico.
A temperatura do músculo tem grande influência na velocidade da
glicólise post mortem, medida como queda do pH. Em temperatura em
torno de 40ºC a velocidade da reação é alta enquanto que temperaturas
baixa necessita-se mais horas para alcançar pH em torno de 5,8.
Mudanças post-mortem do músculo
O ácido láctico é um intermediário no metabolismo da glicose, sendo o produto final do seu metabolismo anaeróbico. normalmente leva a rápida produção de ácido láctico, o qual se acumula em níveis dramáticos nos músculos e no sangue.
Modificações físicas
No momento da morte, o músculo é mole e extensivo, mas em poucas
horas converte-se em uma estrutura inextensível e relativamente rígida
que é conhecido como rigor mortis.
A perda da extensibilidade está muito relacionada com o decréscimo na
concentração de ATP.
Maturação
Ou resolução do rigor mortis compreendam as mudanças posteriores ao
desenvolvimento da rigidez cadavérica que determinam relaxamento lento
do músculo, provocando amolecimento da carne após 3 a 4 dias de
armazenamento em refrigeração.
É um complexo realizado por proteinases endógenas, destacam-se as
catepsinas e as calpaínas ou proteinases neutras ativadas pelo Ca++. Estas
degradam a actina e miosina.
Mudanças post-mortem do músculo
Processos post-mortem anômalos em carnes Estas transformações estão, de uma maneira ampla,
condicionadas aos efeitos da quebra ou consumo do glicogênio
muscular, levando a uma maior ou menor concentração de
ácido lático, determinando conseqüentemente o valor final do
pH da carne.
Um dos principais problemas da indústria cárnea é a elevada
incidência das chamadas carnes PSE (pale, soft e exudative –
pálidas, mole e exudativas) e com menos freqüência as DFD
(dark, firm, dry – escura, duras e secas).
PSE
Caso o estresse ocorra muito próximo do momento do abate,
pode haver um aumento da produção de carne PSE em virtude
do aumento da temperatura da carcaça, acúmulo de ácido
láctico, e aumento da taxa metabólica do músculo, o que causa
rápida queda do pH antes do resfriamento das carcaças,
desnaturando as proteínas musculares.
O maior defeito desta carne é exsudação e está relacionado
com a liberação de água ligada as proteínas e membrana
celular e também a desnaturação de proteínas.
Este defeito tem grande impacto econômico, uma vez que estas
carnes são inadequadas para industrialização e são de aspecto
desagradável ao consumidor.
DFD
O estresse prolongado antes do abate ocorre um esgotamento
total das reservas de glicogênio, não permitindo a acidificação
do músculo após o abate.
Em bovino a superfície de corte apresenta-se pegajosa e em
suínos apresenta coloração muito escura com aspecto
vitrificado.
A vida-de-prateleira é reduzida devido ao pH ser elevado e
também maior quantidade de água combinada as proteínas
miofibrilares, favorecendo a proliferação bacteriana.
Carne bovina PSE Carne bovina normal
Carne bovina DFD