Proposta Curricular Anos Finais

download Proposta Curricular Anos Finais

of 213

description

Proposta curricular anos finais

Transcript of Proposta Curricular Anos Finais

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    2

    PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS

    SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAO

    PROPOSTA CURRICULAR

    ENSINO FUNDAMENTAL: ANOS FINAIS

    MONTES CLAROS

    2012

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    3

    PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS

    Luiz Tadeu Leite Prefeito

    Tereza Cristina Pereira Antunes Vice-Prefeita

    Marilia de Souza Secretria Municipal de Educao

    Telma Veloso Santos Costa Secretria Adjunta de Administrao e Finanas

    Marta Aurora Mota e Aquino Secretria Adjunta Tcnico-Pedaggica

    Bernadete Alves de Aguiar Santos Diretora Administrativo-Financeira

    Elisngela Mesquita Silva Diretora Tcnico-Pedaggica

    Nailde Dorisday Pereira de Queiroz Chefe de Diviso - Ensino Fundamental

    Leonardo Rodrigues Vieira Chefe de Seo - Ensino Fundamental/Anos Finais

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    4

    EQUIPE TCNICA

    Cludia Nascimento Analista de Contedo Curricular: Matemtica

    Edmara Moreira Cerqueira Analista de Contedo Curricular: Educao Fsica

    Leonardo Rodrigues Vieira Analista de Contedo Curricular: Lngua Portuguesa e suas Literaturas

    Lilian Soraya Ribeiro Santos Viviane Ramos Ribeiro

    Analistas de Contedo Curricular: Lngua Inglesa

    Luiz Carlos Vieira Jnior Analista de Contedo Curricular: Artes

    Patrcia Rosa Aguiar Analista de Contedo Curricular: Geografia

    Paulo Ricardo Antunes Abreu Analista de Contedo Curricular: Cincias

    Rmulo Ferreira da Silva Analista de Contedo Curricular: Histria

    Valdiva Coimbra Oliveira Analista de Contedo Curricular: Educao Religiosa

    Shirley Patrcia Nogueira Castro e Almeida Colaboradora

    Projeto Grfico: Anzio Rafael Pereira Rocha. Reviso Lingustica: Marilia de Souza.

    MONTES CLAROS, Secretaria Municipal de Educao.

    Proposta Curricular do Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros Ensino Fundamental Anos Finais. Montes Claros: Fevereiro 2012.

    ISBN 978-85-65592-00-0

    1. Proposta Curricular. 2. Ensino Fundamental. 3. Montes Claros. 4. Educao

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    5

    SUMRIO

    Apresentao........................................................................................................................6

    1. Introduo........................................................................................................................7

    2. Justificativa ...................................................................................................................10

    3. Objetivos ......................................................................................................................12 4. Histrico da Educao de Montes Claros.....................................................................13

    5. Avaliao.......................................................................................................................16

    6. Temas Transversais.......................................................................................................23

    Meio Ambiente..................................................................................................23

    Sexualidade........................................................................................................25

    Drogas................................................................................................................26

    Tecnologia.........................................................................................................29

    Preconceito........................................................................................................30

    Violncia............................................................................................................32

    Cultura Regional................................................................................................33

    Trnsito..............................................................................................................35

    7. Propostas Curriculares por Disciplina...........................................................................38

    Artes..................................................................................................................39

    Cincias.............................................................................................................56

    Educao Fsica.................................................................................................70

    Educao Religiosa...........................................................................................82

    Geografia...........................................................................................................95

    Histria............................................................................................................111

    Lngua Inglesa.................................................................................................132

    Lngua Portuguesa e suas Literaturas..............................................................148

    Matemtica......................................................................................................175

    8. Referncias..................................................................................................................201

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    6

    APRESENTAO

    Para se construir um processo educativo com distribuio do poder no suficiente pedir sugestes e aproveitar aquelas que paream simpticas ou que coincidam com pensamentos e expectativas dos que coordenam: necessrio que a proposta se construa com o saber, com o querer e com o fazer de todos. (Danilo Gandin)

    Esta proposta tem ligao com a elaborada anteriormente. No continuao da outra, muito menos muda o bsico proposto. Melhor dizer que elas se completam e que em alguns momentos, reprisam de forma diferente, conceitos fundamentais.

    Acredito que esta proposta vai intermediar o caminho entre o pensar e o fazer, entre a teoria, o sonho e a prtica, entre os fins e os meios.

    O enfoque desta proposta no sentido de contribuir para a superao de incertezas. No basta fazer bem as coisas, preciso fazer bem as coisas certas; nem basta solucionar problemas que tendero a voltar sob formas diversificadas; preciso aproximar-se da realidade como um cientista, para que se tenha resultado na transformao-construo da realidade; e indo mais alm, o processo precisa ser coletivo, porque assim o exigem os sinais do tempo; coletivo e participativo.

    H um vcuo entre o pensar e o agir em quase todos os campos ligados ao social. necessria uma proposta clara, que seja uma verdadeira construo da realidade de nossas escolas a partir das aspiraes, pensamentos, desejos e saberes de cada pessoa que compe o Sistema Municipal de Educao de Montes Claros.

    equipe pedaggica da secretaria, meus cumprimentos e agradecimentos pelo esforo e pelo resultado do trabalho. Ainda h muito por fazer e sabemos que outros caminheiros viro pela estrada, refazendo e repensando esta proposta que representa o momento que vivemos.

    Ao passado... agradecemos, ao futuro... deixamos nossas contribuies.

    Prof. Marilia de Souza

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    7

    1. INTRODUO

    A Constituio Federal de 1988, em seu artigo 205, instituiu a educao como um direito de todas as pessoas, sendo dever do estado e da famlia promov-la, a fim de favorecer o pleno desenvolvimento humano, o preparo para o exerccio da cidadania, alm da capacitao e qualificao profissional.

    A Lei n 9.394 de 1996, que estabeleceu as diretrizes e bases da educao nacional, considera que a ao de educar deve envolver os processos formativos pelos quais o indivduo passa ao longo de sua vida. Esses processos se do nas instituies de ensino, bem como no seio da famlia, no trabalho e nos diversos ambientes sociais. Dessa maneira, a escola deve ser entendida como mais um espao, e no o nico, em que as pessoas tero a oportunidade de, a partir do processo de ensino-aprendizagem e da interao com os outros, adquirirem os conhecimentos que lhes garantam a possibilidade de relacionar com o mundo de maneira autnoma e independente.

    O ambiente escolar deve favorecer a criao de espaos democrticos, nos quais os alunos possam expor seus posicionamentos e ideias de maneira livre e sem discriminaes. Portanto, a escola se apresenta como um dos mais importantes lugares de aprendizagem, em que crianas, jovens e adultos tm a chance de se tornarem pessoas melhores para a sociedade em que vivem.

    O ensino institucional brasileiro apresentou dificuldades ao longo de sua histria, e ainda apresenta, ento, visando melhorar a qualidade da educao e preocupado com a valorizao do magistrio, o Ministrio da Educao criou o Plano Nacional de Educao para o decnio 2011-2020 (PNE 2011-2020). Ele uma diretriz para todas as polticas educacionais do Pas e foi elaborado e fundado nas seguintes premissas: erradicar o analfabetismo, universalizar o atendimento escolar, superar desigualdades educacionais, melhorar a qualidade do ensino, valorizar os profissionais da educao, entre outras.

    Nessa perspectiva, esta Proposta Curricular destinada aos Anos Finais do Ensino Fundamental, ou seja, do 6 ao 9 ano, foi elaborada no intuito de ser um instrumento de cunho pedaggico, que tem por finalidade orientar todos os sujeitos envolvidos no processo educacional, no mbito do Sistema Municipal de Ensino, na busca pela concretizao de um ensino que realmente seja capaz de garantir aos alunos conhecimentos e habilidades que os

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    8

    possibilitem um comportamento crtico e independente frente s situaes sociais do cotidiano.

    A partir da anlise da Matriz Curricular, Ciclo da Juventude, do ano de 2008, a Equipe Pedaggica dos Anos Finais do Ensino Fundamental, da Secretaria Municipal de Educao, pde perceber que determinados aspectos desse documento necessitavam de uma reformulao para atender melhor aos anseios e necessidades, sobretudo dos professores, que apresentaram dificuldades relacionadas ao uso prtico da Matriz.

    Dessa maneira, iniciou-se em maro de 2011, pelos Analistas de Contedos Curriculares, a construo do projeto de reformulao da referida Matriz Curricular, sendo que as principais modificaes resultam das percepes elencadas abaixo:

    A Matriz Curricular proposta para o ento ciclo da juventude vinha atendendo, parcialmente, s necessidades dos professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental, tendo em vista o seu carter, demasiadamente terico, em detrimento do prtico;

    A necessidade de se estabelecer uma Proposta Curricular unificada para o Sistema Municipal de Ensino, no que se refere ao estabelecimento de contedos e habilidades, por ano de escolaridade (6 ao 9 ano), para cada uma das disciplinas do currculo;

    A parte terica da Matriz Curricular deveria ser reelaborada, pois havia a necessidade da insero de temas considerados de grande relevncia social (sade, meio ambiente, sexualidade, violncia, entre outros).

    Assim, a partir dessas comprovaes, procedeu-se construo da presente Proposta Curricular dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Esse trabalho foi desenvolvido com base na cooperao de diversos profissionais, diretamente responsveis pelo Sistema Municipal Ensino. Destaca-se a participao dos professores, os quais consideramos os maiores interessados neste trabalho, pois esse auxiliar de maneira significativa o planejamento de suas aulas.

    Esta Proposta Curricular composta da seguinte forma:

    Fundamentao terica;

    Histrico da educao em Montes Claros;

    Avaliao;

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    9

    Avaliaes externas que os alunos do Sistema Municipal de Ensino realizam;

    Temas transversais: Meio Ambiente, Sexualidade, Drogas, Tecnologia, Preconceito, Violncia, Cultura Regional e Trnsito;

    Proposta Curricular para as seguintes disciplinas: Artes, Cincias, Educao Fsica, Educao Religiosa, Geografia, Histria, Lngua Inglesa, Lngua Portuguesa e suas Literaturas e Matemtica.

    Por fim, espera-se que esta Proposta Curricular sirva de suporte prtico e terico, sobretudo para o professor, durante o desenvolvimento da docncia, dentro e fora da escola, e que construa, junto a outros documentos, um referencial de conhecimentos, capaz de provocar uma significativa melhoria da qualidade do ensino oferecido pelo Sistema Municipal de Ensino.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    10

    2. JUSTIFICATIVA

    Por considerarmos, de maneira geral, que existem certos aspectos do desenvolvimento pessoal que so entendidos como importantes, variando de acordo com a cultura de um povo e que muitos deles necessitam de orientaes especficas para serem atingidos, preciso pensar num currculo que tenha esse alcance. Por isso, a escola precisa de um plano de ao determinado, um projeto educacional que conduza para os objetivos almejados. A razo desta Proposta Curricular que ora se apresenta justamente indicar as intenes para o currculo do Sistema Municipal de Ensino quanto a suas atividades educativas.

    O currculo do Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros atualmente no possui de maneira clara um projeto curricular que defina exatamente o que deve ser ensinado e desenvolvido durante cada ano escolar. Desse modo, as nicas orientaes para os professores so os Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os Contedos Bsicos Comuns (CBCs) e a Matriz Curricular Municipal de 2008. Os PCNs orientam apenas de maneira geral cada disciplina e os CBCs, muitas vezes, esto fora da realidade do municpio de Montes Claros. A Matriz Curricular Municipal de 2008 privilegia a parte terica em detrimento da prtica e no auxilia de maneira efetiva os professores no planejamento de suas aulas. Entendemos que o professor do Sistema Municipal de Ensino precisa de algo mais objetivo e direcionado para a realidade de nossa cidade.

    Portanto, esta nova Proposta Curricular justifica-se pela necessidade de se definir parmetros para o ensino em todas as escolas municipais, atravs de uma orientao especfica para cada disciplina do currculo. Redefinindo, assim, de maneira clara e objetiva, para toda equipe pedaggica municipal, o que se espera que o educando aprenda durante sua estadia na escola. Entendemos que uma orientao didtica dessa forma extremamente importante, pois possibilita a conscientizao dos processos educacionais, sendo um auxlio efetivo ao professor na elaborao de suas aulas. Esta Proposta Curricular, portanto, apresenta as intenes e proporciona um guia de aes adequadas e teis aos professores, que so os responsveis diretos pelo ensino.

    Devido s particularidades do municpio de Montes Claros, uma proposta curricular especfica para o Sistema Municipal de Ensino muito importante, pois possibilita

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    11

    abordagens pedaggicas mais adequadas realidade, proporcionando um aprendizado mais efetivo. Acreditamos que o currculo deve levar em conta as condies reais nas quais o ensino acontecer, por isso deve ser eliminada a distncia entre teoria e prtica. Apesar disso, os referenciais tanto nacionais, quanto estaduais foram os principais norteadores.

    Essa mais uma oportunidade para que a comunidade escolar repense o processo de ensino e aprendizagem em nossas instituies de ensino, reavaliando os pressupostos tericos em todas as reas de atuao. Esse processo de reconstruo e avaliao essencial para a melhoria da educao. Sempre que necessrio, preciso retomar as discusses para que o currculo esteja cada vez mais adequado as nossas necessidades e s reais condies sociais, polticas, econmicas e culturais da sociedade contempornea.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    12

    3. OBJETIVOS

    3.1. Objetivo Geral

    Assegurar comunidade escolar do Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros um currculo escolar unificado, que favorea o desenvolvimento cultural, intelectual e humano dos educandos, de modo a transformar a escola em um espao de ampliao da experincia humana.

    3.2. Objetivos Especficos

    Proporcionar aos professores um referencial de orientao didtica que sirva como proposta norteadora no planejamento escolar;

    Possibilitar aos educandos uma proposta pedaggica adequada a sua realidade e, ao mesmo tempo, em consonncia com os PCNs e os CBCs;

    Reavaliar os pressupostos terico-pedaggicos em todas as disciplinas do currculo;

    Repensar o processo de ensino e aprendizagem nas instituies municipais de ensino de Montes Claros;

    Propiciar condies para a melhora significativa da qualidade da educao nas escolas municipais de Montes Claros;

    Unificar a proposta pedaggica relacionada a contedos e habilidades a serem desenvolvidos em cada ano escolar, em todas as escolas municipais;

    Priorizar a formao integral, voltada para o desenvolvimento de capacidades e competncias adequadas, para que todos possam enfrentar as transformaes existentes na sociedade;

    Implementar currculos flexveis, diversificados e participativos, que sejam definidos a partir das necessidades e dos interesses de cada grupo escolar;

    Possibilitar ao aluno a aquisio de conhecimentos que favoream o acesso a outras modalidades de ensino.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    13

    4. HISTRICO DA EDUCAO NO MUNICPIO DE MONTES CLAROS

    A cidade de Montes Claros mais uma, das tantas, que tem sua origem associada s incurses de bandeirantes paulistas pelo interior do Brasil. Com o sucesso do cultivo da cana-de-acar, ainda nos primrdios da colnia, era cada vez mais invivel a convivncia entre a cultura da cana e a criao de gado. Diante dessa circunstncia, temos o fortalecimento do processo de interiorizao do territrio, que, associado necessidade de desenvolvimento econmico da regio de So Paulo, configura-se um panorama que incentiva e leva organizao de expedies.

    Um dos primeiros homens a se estabelecer na regio foi Antnio Gonalves Figueira, que hoje d nome a um logradouro no municpio. Estabelecendo-se aqui, em meados do sculo XVIII, construiu as fazendas Jaba, Olhos Dgua e Montes Claros. J no sculo XIX, verificamos considervel evoluo, a fazenda Montes Claros elevada categoria de arraial. Logo em seguida vila, e por ltimo, simplesmente Montes Claros. Esse processo de evoluo foi acelerado, em razo do grande nmero de pessoas que passaram a se abrigar na propriedade, especialmente em funo do sucesso da criao de gado.

    Paralelamente a isso, temos em curso, nesse mesmo perodo, um processo de organizao poltica e administrativa, que leva a formao da primeira Cmara Municipal na dcada de 1830 do sculo XIX. tambm nessa dcada que temos a criao da primeira escola pblica, cujo primeiro professor foi o capito Joaquim Jos de Azevedo. (PAULA, 2007, p. 116). Tempos depois, o senhor Lus Jos de Azevedo convidado a lecionar em substituio ao capito, mas denunciado como sendo pouco afeito a compromissos. Ento, durante algum tempo, as poucas oportunidades de educao formal se restringiam a escolas e professores particulares. esclarecedor:

    Em Montes Claros o que podemos perceber foi que a maioria da populao no teve acesso aos educandrios, pois as rarssimas escolas que existiam eram particulares e os preos das mensalidades exorbitantes para a poca, deixando assim uma leva considervel de filhos de trabalhadores rurais e urbanos margem desse benefcio. (BRITO, 2006, p.116)

    Na dcada de 1870, temos a criao de duas escolas, dentre elas a Escola Normal, mas ambas foram suprimidas por fora de Decreto. A Escola Normal s seria reaberta na

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    14

    dcada de 1910, j no sculo XX. Segundo o memorialista Hermes de Paula, at 1909 s existiam em Montes Claros escolas isoladas e particulares, sendo suprida tal carncia por meio da instalao do Grupo Escolar Gonalves Chaves. Ainda no perodo mencionado, temos a implantao do Colgio Imaculada Conceio, coordenado pelas irms Berlaar e vinculado Igreja Catlica.

    Outras instituies de ensino surgiram no municpio especialmente a partir da dcada de 1930, como, por exemplo, o Instituto Norte-Mineiro de Educao; o Colgio Diocesano Nossa Senhora Aparecida; Grupo Escolar Carlos Versiani e Grupo Escolar Francisco S (PAULA, 2007, p.116-122). Listamos aqui apenas algumas das instituies criadas at a dcada de 1950, pois consideramos esse perodo como momento de consolidao da poltica municipal, e ainda, de graves discrepncias, uma vez que o acesso educao no era um bem comum a todos.

    A educao em Montes Claros era limitada a poucos, apenas aqueles que tinham melhores condies econmicas desfrutavam de instruo escolar organizada e regular. Os filhos da classe dominante, invariavelmente, faziam seus primeiros estudos nas escolas existentes na cidade, e os complementavam nas capitais, onde concluam seus cursos de graduao. Existia de fato situao de segregao que impedia as classes menos privilegiadas de terem acesso educao formal, levando-se em conta que existiam poucas instituies pblicas.

    Infelizmente, dispomos de poucas e esparsas fontes sobre a implantao da educao, no que se refere s responsabilidades do municpio, o que no permite fazermos consideraes e reflexes sobre sua contribuio para difundir a educao regular. Entretanto, as polticas pblicas implementadas pelo Ministrio da Educao tm contribudo para disseminar o acesso s escolas, garantindo que a quase totalidade das crianas brasileiras frequente a sala de aula, e as escolas municipais esto inseridas nesse contexto. Segundo dados de 2005, informados no Plano Municipal Decenal de Educao, Montes Claros possui 89 estabelecimentos municipais de ensino, 54 estabelecimentos vinculados ao estado de Minas Gerais e 76 escolas privadas, totalizando 219 unidades de ensino, desde a alfabetizao at o ensino mdio. Alm disso, uma unidade federal de ensino profissionalizante; uma unidade privada de ensino tcnico; uma unidade do SENAI e pelo menos nove instituies de ensino superior.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    15

    Nesse contexto, uma das observaes mais relevantes que podemos fazer fica em torno do perfil do aluno que frequenta as instituies municipais de ensino. De maneira geral, o pblico atendido pelas escolas municipais so crianas provenientes de famlia de baixa renda e moradoras de comunidades distantes. Quando consideramos que essas escolas esto localizadas, em sua grande maioria, em regies perifricas, o estigma daquela educao restrita a poucos rompido, j no temos mais uma educao voltada puramente para os abastados, e, certamente, apesar dos problemas, avanos significativos tm sido feitos.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    16

    5. AVALIAO

    A avaliao na escola est intimamente ligada necessidade de verificar se os objetivos educacionais foram atingidos. Ela um dos mais importantes elementos educacionais, pois se constitui como complemento do processo de ensino e aprendizagem, permitindo a construo de uma ideia geral ou especfica dos avanos dos educandos. Por esse motivo, o processo avaliativo deve ser pensado e construdo a partir dos objetivos propostos para o ensino de cada disciplina, de forma que sejam estabelecidos todos os procedimentos e critrios de avaliao do aluno, no podendo, portanto, serem concebidos sem ter em vista os propsitos que fundamentam o ensino.

    Avaliar no meramente atribuir notas ou conceitos, a partir do desempenho obtido em determinada atividade, trabalho ou prova. No se pode conceber a avaliao pautada como mero instrumento legitimador do fracasso ou do sucesso escolar. Avaliao, principalmente, deve servir para apontar quais os caminhos tm sido percorridos com xito e quais devem ser redirecionados.

    H trs questes bsicas no processo avaliativo:

    preciso deixar claro para os educandos o que est sendo trabalhado e em que os alunos esto sendo avaliados, alm de permitir que eles saibam reconhecer quais mtodos e recursos esto sendo utilizados;

    No se pode esquecer que o processo de avaliao deve ser revisto ao longo do desenvolvimento dos contedos, pois nesse percurso os objetivos vo se tornando mais claros, na medida em que observada a interao dos educandos com o conhecimento;

    Deve-se acompanhar o desempenho do educando para verificar se ele est realmente desenvolvendo as habilidades necessrias. Pode acontecer que ele saiba discorrer sobre o contedo, mas no consegue atingir as capacidades esperadas.

    Os PCNs dispem o seguinte sobre o processo avaliativo:

    No processo de avaliao importante considerar o conhecimento prvio, as hipteses e os domnios dos alunos e relacion-los com as mudanas que ocorrem no processo de ensino e aprendizagem. O professor deve identificar a apreenso de

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    17

    contedos, noes, conceitos, procedimentos e atitudes como conquistas dos estudantes, comparando o antes, o durante e o depois. A avaliao no deve mensurar simplesmente fatos ou conceitos assimilados. Deve ter um carter diagnstico e possibilitar ao educador avaliar o seu prprio desempenho como docente, refletindo sobre as intervenes didticas e outras possibilidades de como atuar no processo de aprendizagem dos alunos. (BRASIL, 2001, p.62)

    Desse modo, entende-se que o processo avaliativo deve funcionar de maneira integral para ser eficaz, ou seja, deve ocorrer em todas as etapas do ensino de forma adequada. Cabe ento ao professor considerar os conhecimentos prvios e a realidade de vida dos educandos, quando da introduo de novos contedos; acompanhar e avaliar o processo de aprendizagem ao logo de todo o ensino, ficando atento s necessidades individuais de cada um; e, por fim, ao concluir semestres ou anos letivos, realizar as avaliaes, no intuito de confirmar se os alunos conseguem ou no assimilar os contedos aprendidos, para desempenhar as habilidades mnimas exigidas para cada ano de escolaridade.

    Existem vrias maneiras de se avaliar a aprendizagem, de forma que o mais importante que isso ocorra durante todo o processo educativo, sendo possvel assim verificar a real situao do aluno no que se refere aprendizagem. A avaliao deve:

    Pautar-se num processo de aprendizagem que desenvolva e capacite o aluno a crescer intelectualmente e com autonomia, e no apenas na promoo de um ano ao outro, baseado simplesmente nas notas mnimas estabelecidas;

    Focar o processo de ensino-aprendizagem nas habilidades desejadas e no na atribuio de notas em provas e trabalhos;

    Centrar-se na qualidade do ensino e no desempenho obtido, e no apenas em resultados estatsticos;

    Estar, intrinsecamente, ligada ao objetivo geral e aos objetivos especficos da proposta de ensino.

    Os processos avaliativos podem acontecer de diversas formas, de acordo com a finalidade almejada. A avaliao pode ser:

    Diagnstica: quando se quer averiguar quais conhecimentos o educando detm no incio de um processo. Com esse tipo de avaliao, pode-se dar um tratamento mais particularizado aos alunos, tendo em vista que eles so egressos de diferentes realidades. Alm disso, pode-se haver um nivelamento

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    18

    da turma, em relao aos conhecimentos mnimos necessrios para tal escolaridade;

    Formativa: quando se quer verificar se os objetivos propostos nos planejamentos esto sendo alcanados pelos alunos. Analisa a compatibilidade entre tais objetivos e os resultados obtidos. Permite ao estudante conhecer seus erros e acertos. Favorece a definio de novos objetivos e mtodos para o que foi considerado deficiente;

    Somativa: quando se quer proporcionar a exteriorizao de uma classificao final do aluno frente a todo processo de ensino-aprendizagem, j que ocorre ao final do processo, apresentando o grau de domnio do aluno em relao aos objetivos propostos e as competncias desejadas. Aponta-se que essa funo amparada pelas anteriores citadas, sendo necessria assim uma aproximao das trs funes para a efetivao de um processo avaliativo eficiente.

    significativo observarmos o quanto a avaliao complexa, repleta de aspectos intrincados e que jamais devem ser desprezados. Se tempos atrs, era um instrumento que cabia apenas ao professor administrar e tinha um carter meramente classificatrio, de indicar os bons e maus alunos, hoje, no deve mais ser entendida com base nesses parmetros.

    O processo avaliativo deve envolver discentes e docentes, no sentido de repensar prticas, analisar os aspectos que interferem na boa qualidade do processo ensino-aprendizagem. Os resultados das provas e atividades no devem servir para separar os alunos de acordo com seu grau de sucesso, mas para diagnosticar suas dificuldades e as fragilidades do processo e, ainda, possibilitar a elaborao de um plano de ao no sentido de proporcionar melhorias no ensino.

    Como fica ntido, um processo baseado na reflexo, a responsabilidade deve ser compartilhada por todos, uma vez que consideramos que professor e aluno so componentes indissociveis do processo de construo do conhecimento. Pensando sob esse ponto de vista, a avaliao deixa de ser um instrumento de coao, que, simplesmente, afere resultados e passa a representar uma possibilidade efetiva de transformar a maneira como se d o ensino, tornando-o menos hierarquizado, com base em princpios sociais, culturais e polticos.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    19

    6. AVALIAES EXTERNAS

    6.1. Avaliao Externa Municipal

    O Sistema de Avaliao Municipal de Ensino (SAME) um instrumento pedaggico da Secretaria Municipal de Educao para diagnosticar os nveis de aprendizagem dos educandos das escolas municipais. Foi criado pela Secretaria Municipal de Educao de Montes Claros em 2006 e trata-se de uma avaliao sistmica, censitria, aplicada a todos os alunos do 3, 5, 7 e 9 ano do Ensino Fundamental e do 5 e 6 perodos da EJA.

    O SAME foi idealizado para fornecer dados que sejam capazes de revelar, o mais prximo possvel, a realidade de cada turma e das Unidades de Ensino, proporcionando aos docentes, aos gestores e comunidade escolar acompanhar, sistematicamente, o desempenho de seus alunos.

    O SAME representa um progresso na pesquisa educacional da Secretaria Municipal de Educao (SME), e seus resultados indicam, principalmente aos docentes, os caminhos a seguir em estudos e prticas educacionais pontuais, aes significativas para o redirecionamento das questes pedaggicas em sala de aula, sobretudo, com vistas a melhorar os ndices de desempenho dos alunos e seus nveis de conhecimento. O resultado do SAME de 2010 ser publicado como Revista digital, com ISSN: 2236-6075.

    As avaliaes passaram a ser aplicadas duas vezes ao ano, como instrumento comparativo semestral:

    No incio do ano letivo, para que o professor tenha um diagnstico do nvel de proficincia de seus alunos e conhecimento dos descritores e habilidades que precisam ser enfatizados nos contedos de Lngua Portuguesa, Matemtica e Produo de Texto, contextualizados com os demais contedos escolares;

    No final do ano letivo, a aplicao do SAME permite verificar a aprendizagem da turma a partir da interveno realizada pelo professor e compar-la com o resultado anterior, apontando novas perspectivas na construo de uma educao melhor para todos.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    20

    Aps a aplicao das avaliaes, os dados so entregues digitalizados para cada unidade escolar, a fim de que diretores e supervisores divulguem amplamente para os professores os resultados da avaliao censitria aplicada aos alunos. Por meio de relatrios detalhados, apresentam-se dados quantitativos de forma clara, em planilhas e grficos para que toda comunidade escolar possa conhec-los e analis-los, para se destacar a aprendizagem de cada aluno, bem como ser utilizado como instrumento para nortear os trabalhos pedaggicos em novas prticas de interveno.

    Para uma melhor compreenso dos resultados do SAME so utilizados descritores de proficincia que orientam a elaborao das avaliaes. Esses descritores tm como base a matriz de referncia do Centro de Alfabetizao, Leitura e Escrita CEALE, o Sistema de Avaliao da Educao Bsica SAEB e a Proposta Curricular Municipal.

    A escala de proficincia utilizada pela SME vai de 0 a 100, divididas em trs nveis:

    1. Recomendvel 80% a 100% - Configura a aquisio satisfatria de capacidades para o nvel de escolaridade;

    2. Intermedirio 50% a 79% - Configura a aquisio parcial de capacidades bsicas para o nvel de escolaridade;

    3. Baixo Desempenho 0 a 49% - Configura pouca ou nenhuma aquisio de capacidades bsicas para o nvel de escolaridade.

    A SME espera que os profissionais da educao, que atuam diretamente na escola e principalmente na sala de aula, apropriem-se dos resultados do SAME para melhorar suas prticas e intervenes pedaggicas.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    21

    7. AVALIAES EXTERNAS ESTADUAIS E FEDERAIS DE RESPONSABILIDADE LOGSTICA DA DIVISO DE AVALIAO SISTMICA

    7.1. Avaliaes Estaduais

    SIMAVE (PROEB): uma avaliao que contempla alunos da rede pblica (estadual e municipal) de ensino de Minas Gerais, cujo objetivo avaliar competncias e conhecimentos dos alunos para produzir informaes criteriosas, que possibilitem aos gestores identificar problemas e tomar decises fundamentadas, destinadas melhoria da qualidade dos servios educacionais. Essa avaliao acontece uma vez por ano para os alunos do 5 e 9 anos do ensino fundamental.

    PROALFA: uma avaliao que contempla alunos da rede pblica (estadual e municipal) de ensino de Minas Gerais. Ela tem como objetivo determinar o nvel de leitura e escrita alcanado, para que sejam realizadas intervenes pedaggicas com alunos de oito anos de idade, a fim de que possam ler e escrever plenamente. Essa avaliao tambm acontece uma vez por ano para o 3 ano do ensino fundamental, sob a forma censitria e amostral com alunos de baixo desempenho.

    7.2. Avaliaes Federais

    PROVINHA BRASIL: um instrumento pedaggico, sem finalidades classificatrias, que fornece informaes sobre o processo de alfabetizao aos professores e gestores das redes de ensino. Tem o objetivo de avaliar o nvel de alfabetizao dos alunos/turma nos anos iniciais do Ensino Fundamental, bem como diagnosticar possveis insuficincias das habilidades de leitura e escrita. Essa avaliao acontece em dois momentos do ano letivo, sendo no incio e no final de cada ano para os alunos do 2 ano de alfabetizao do ensino fundamental.

    PROVA BRASIL: uma avaliao para diagnstico em larga escala, desenvolvida pelo INEP/MEC, com o objetivo de avaliar a qualidade do ensino oferecido pelo Sistema

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    22

    Educacional Brasileiro a partir de testes padronizados e questionrios socioeconmicos. Essa avaliao ocorre de dois em dois anos para os alunos dos 5 e 9 anos do Ensino Fundamental da rede pblica ensino. Sua aplicao, bem como todo o processo de correo e divulgao dos resultados de inteira responsabilidade do MEC. A prova construda pautada em competncias mnimas que os alunos devem obter em cada ano de escolaridade em que ela aplicada. Essas competncias so representadas por descritores de Matemtica e de Lngua Portuguesa.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    23

    8. TEMAS TRANSVERSAIS

    Os Parmetros Curriculares Nacionais, ao tratarem dos temas transversais, indicam que a cidadania deve ser um eixo norteador da educao escolar. O mesmo documento ainda indica que agir e acolher essa noo de cidadania implica na promoo de um ensino voltado para defesa de princpios ticos, que prontamente se coloquem em oposio s perspectivas e decises que caminhem na direo contrria.

    Ao refletir sobre essa posio, e na tentativa de entender o processo de ensino-aprendizagem como algo mais amplo do que o simples domnio de contedos, esta Proposta Curricular, em consonncia com os PCNs, apresenta temas de grande relevncia social, de interesse local, que so necessrios para a vida e formao social dos educandos, a fim de que possam ser trabalhados em todas as disciplinas do currculo escolar, perpassando pelos contedos propostos.

    As temticas abordadas aqui so: Meio Ambiente; Sexualidade; Drogas; Tecnologia; Preconceito; Violncia; Cultura Regional e Trnsito. Esses so assuntos

    prementes na sociedade brasileira, e como tal, no devem ser relativizados. Levando em conta que o Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros est inserido nesse contexto mais amplo e procura assegurar a defesa de valores democrticos, levar essas discusses para as nossas salas de aula, proporcionar a integrao entre escola e o mundo no qual esses alunos esto inseridos.

    8.1. MEIO AMBIENTE

    Espera-se com este tema que os educandos sejam capazes de:

    Observar e analisar fatos e fenmenos ambientais, criticamente, identificando a necessidade e as oportunidades de interveno, a fim de garantir um meio ambiente saudvel e a boa qualidade de vida;

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    24

    Respeitar os diferentes aspectos e formas do patrimnio natural, tnico e cultural, valorizando a diversidade natural e sociocultural;

    Promover a mudana de posturas na escola, na casa do aluno e em sua comunidade, de maneira que os levem a prticas construtivas e ambientalmente sustentveis;

    Utilizar as noes bsicas relacionadas ao meio ambiente, contextualizando-as com os demais contedos;

    Perceber que os problemas ambientais afetam a qualidade de vida das pessoas, tanto local quanto globalmente.

    De acordo com os Parmetros Curriculares Nacionais - Meio Ambiente - a principal funo de trabalhar com essa temtica a contribuio para a formao de pessoas conscientes, que estejam aptas a decidir e atuar na realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e com a sociedade local e global.

    Para que isso ocorra preciso que as escolas, alm de trabalharem com conceitos e diversos contedos referentes a essa temtica, proponham-se a trabalhar atitudes, formao de valores, e o ensino e aprendizagem de procedimentos. nesse contexto que surge a educao ambiental no currculo escolar.

    Essa temtica pode ser trabalhada de vrias formas, tais como: desenvolvimento de projetos multidisciplinares, campanhas na comunidade, palestras nas escolas, gincanas ecolgicas, debates em sala de aula, vdeos (filmes, documentrios, entrevistas), dentre outras.

    Uma das alternativas para a incluso da temtica ambiental no meio escolar o trabalho com projetos, trazendo para a realidade escolar o estudo de problemas do dia a dia do educando. Por ser um tema muito abrangente, os projetos devem abordar assuntos mais especficos, de forma que a sua aplicao no fique restrita apenas ao espao escolar.

    Assim, considerando a importncia da temtica e a viso integrada de mundo, tanto no tempo como no espao, a proposta dever oferecer meios efetivos para que os alunos adotem posturas pessoais e comportamentos sociais que lhes permitam viver em uma relao construtiva consigo e com o meio, colaborando, portanto, para que a sociedade seja ambientalmente sustentvel e socialmente justa, preservando as manifestaes de vida no planeta, garantindo as condies para que ele prospere em toda a sua fora, abundncia e diversidade.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    25

    8.2. SEXUALIDADE

    Espera-se com este tema que os educandos sejam capazes de:

    Informar sobre os riscos e perigos do sexo sem proteo;

    Conhecer os diversos mtodos contraceptivos, suas vantagens e desvantagens;

    Preparar para o desenvolvimento de uma vida sexual saudvel;

    Conscientizar sobre os riscos e consequncias de uma gravidez precoce;

    Alertar sobre os riscos do aborto para a sade da mulher;

    Orientar sobre preveno de doenas sexualmente transmissveis.

    Para falar sobre sexualidade na escola muitas vezes temos de romper tabus, mitos e preconceitos. necessrio estabelecer dilogos francos em sala de aula, que versem de maneira clara sobre o assunto e que, principalmente, possibilitem aos alunos falar de suas vivncias, deixando sempre claro para eles que discutir educao sexual, no o mesmo que tratar de sexo, mas sim, de uma temtica mais abrangente que orienta sobre mtodos contraceptivos, gravidez na adolescncia, doenas sexualmente transmissveis, etc.

    O tema educao sexual deve ser trabalhado de forma contnua pela escola, isso no influenciar o adolescente a iniciar mais cedo sua vida sexual. Pelo contrrio, desse modo, ao debater o assunto de maneira clara, com informaes corretas, as dvidas e curiosidades sobre sexualidade podero ser esclarecidas pelo professor, propiciando aos alunos conhecimentos consistentes, diminuindo assim os riscos da desinformao. Um assunto to importante como esse no pode ser negligenciado pela comunidade escolar, tendo em vista que a gravidez precoce, por exemplo, uma das causas de evaso escolar, morte por aborto provocado, de desagregao familiar, entre outras consequncias.

    Segundo a Organizao Mundial de Sade, muitas mulheres que se submetem ao aborto clandestino, sem acompanhamento mdico, acabam ficando com sequelas permanentes ou at mesmo morrendo. O aborto hoje a 4 causa de morte entre as mulheres no Brasil, fato esse, que por si s j mereceria uma abordagem mais efetiva dentro do tema sexualidade na escola.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    26

    A puberdade na espcie humana marcada por diversas transformaes fsicas e psicolgicas. Como uma metamorfose, ela modela e transforma o corpo do jovem em um maduro sexualmente, sendo esse o perodo da vida em que meninas e meninos comeam a se interessar mais pelo sexo. Assim, a escola do Ensino Fundamental tem uma oportunidade mpar para exercer sua funo de conscientizar, informar e esclarecer aos alunos suas dvidas e angstias sobre sexualidade.

    O tema poder ser trabalhado de vrias maneiras, tais quais: aulas expositivas; vdeos; grupo de discusso e palestras. Nesse ltimo caso, o trabalho poder ser desenvolvido em conjunto com o Programa de Sade da Famlia (PSF) do bairro onde a escola se encontra, pois o PSF dispe de profissionais da sade, os quais auxiliaro melhor os professores.

    8.3. DROGAS

    Espera-se com este tema que os educandos sejam capazes de:

    Informar aos alunos sobre as diversas drogas conhecidas e os problemas que elas causam sade, famlia e sociedade;

    Alertar sobre o problema da dependncia qumica e os entraves que isso pode causar na vida do indivduo;

    Propiciar informaes sobre a ilegalidade do comrcio de drogas, as punies e os problemas que o trfico causa sociedade;

    Envolver toda a comunidade escolar no combate ao uso de drogas;

    Conscientizar que a melhoria na qualidade de vida passa pela rejeio ao uso de drogas e adoo de hbitos saudveis.

    Drogas podem ser definidas como aquelas substncias que produzem mudanas nas sensaes, no grau de conscincia e no estado emocional das pessoas. As alteraes que elas ocasionam variam de acordo com as caractersticas fsicas do usurio, o tipo escolhido para consumo, a quantidade utilizada, a frequncia, a expectativa e a circunstncia de uso.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    27

    Incluem-se nesse rol as substncias que tm a fabricao e utilizao proibidas por lei, tal como a maconha, a cocana, o crack, o ecstasy, entre outras, bem como as tidas por drogas lcitas, que, independente de no possurem impedimento legal quanto distribuio, provocam inmeros prejuzos para a sade, sendo elas: as bebidas alcolicas, os cigarros, medicamentos, etc.

    De acordo com governo federal (2009, p.15) a droga mais consumida no Brasil o lcool, seguido pelo tabaco, pelos solventes, pelos medicamentos, pela maconha e por ltimo pela cocana e seus derivados, como o crack, o qual, hoje, motivo de grande preocupao das polticas pblicas de preveno, combate e recuperao de usurios. Isso ocorre devido ao seu efeito devastador para a sade e ao rpido crescimento de seu consumo no Brasil.

    Outro problema relacionado dependncia qumica o alcoolismo. Trata-se de uma doena crnica que, apesar de no ter cura, pode ser controlada com o tratamento especfico e, para uma recuperao completa, o indivduo no pode fazer uso, mesmo que social, de qualquer tipo de bebida alcolica. Atualmente, o alcoolismo afeta parcela considervel da populao brasileira , o que acarreta grandes custos financeiros para o pas. Segundo o Grupo Interdisciplinar de Estudos de lcool e Drogas (Grea), do instituto de pesquisa do Hospital das Clinicas de So Paulo, o Brasil perde mais do que ganha com a bebida alcolica. Enquanto as indstrias de bebidas movimentam 3,5% do PIB, o pas gasta 7,3% por ano, para cuidar de problemas relacionados com o lcool.

    Sabe-se que considervel parcela da populao, sobretudo os mais jovens, procura as drogas por curiosidade ou por influncia de algum que j fez uso de alguma substncia entorpecente. Dessa maneira, uma boa alternativa para diminuir o uso dessas substncias a informao, sendo preciso falar, esclarecer, exemplificar, questionar e discutir o problema. Devemos nos conscientizar da necessidade e urgncia de evidenciar no apenas o fato de que as drogas so malficas, mas o que elas so de fato, de onde vm, quais as consequncias de seu consumo, bem como o que dependncia qumica e a dificuldade do seu tratamento. Isso, na maioria das vezes, os alunos no sabem, usam as drogas por curiosidade e acabam muitas vezes se tornando dependentes.

    Para abordar as questes das drogas e desenvolver aes de preveno na escola, necessrio se ter um planejamento que envolva diretores, supervisores, professores, pais, funcionrios, estudantes e toda comunidade. O trabalho deve ocorrer durante todo o processo

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    28

    escolar, por meio de mtodos interativos, integrado ao currculo escolar e s aes de promoo sade.

    consenso entre os especialistas que apenas alertar os jovens dos efeitos malficos das drogas produz resultados pouco significativos no que se refere preveno. A adolescncia uma fase em que a aventura, a contestao, a exposio ao perigo so extremamente atraentes. A abordagem mais eficaz, reconhecida pelas Naes Unidas, por mdicos e por psiclogos, a valorizao da vida: falar de sade, natureza, incentivar a prtica de atividades esportivas e oferecer outras formas saudveis de lazer e de prazer. J se sabe tambm que falar de drogas na escola somente dentro da disciplina de cincias, como uma questo isolada, no funciona muito bem. O ideal que esse assunto seja abordado nas diversas disciplinas como tema transversal.

    A temtica das drogas na escola pode ser trabalhada de vrias maneiras pelo professor, tais como: vdeos (filmes, documentrios, entrevistas), palestras, grupos de discusso, relatos de experincias e tambm encontros entre pais, professores e alunos. No existe uma frmula mgica para trabalhar esse tema em sala de aula, mas as experincias mostram que alguns princpios e abordagens surtem mais efeitos que outros. Citamos abaixo alguns:

    Apresente informaes fundamentadas sobre drogas de maneira isenta e honesta; sem usar exagero ou estratgia de amedrontamento, pois isso s faz com que os jovens desenvolvam uma viso deformada da realidade;

    Inclua tambm informaes sobre os riscos de se usar drogas, mencionando ainda os benefcios de no us-las;

    Discuta atividades que as pessoas poderiam ter escolhido como alternativa ao invs de usar as drogas;

    Envolva seus alunos ao mximo, com aulas atrativas, usando as opinies e vises que eles oferecem.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    29

    8.4. TECNOLOGIA

    Espera-se com este tema que os educandos sejam capazes de:

    Conhecer e fazer uso dos recursos tecnolgicos, apropriando-se de novas formas de produzir o conhecimento;

    Analisar e relacionar informaes, permitindo uma atitude crtica frente s fontes de informaes;

    Dominar o bsico dos diversos recursos tecnolgicos, desenvolvendo habilidades e atitudes necessrias para ser um usurio das ferramentas disponveis;

    Utilizar a tecnologia como forma de favorecer o ensino-aprendizagem, possibilitando a melhoria da qualidade do ensino;

    Conhecer e compreender a evoluo das tecnologias da comunicao e informao e sua importncia na sociedade.

    De acordo com o Parmetro Curricular Nacional, a tecnologia entendida como o estudo das tcnicas, ou seja, da maneira correta de executar qualquer tarefa. Ensinar tecnologia algo de vital importncia para preparao do futuro profissional do cidado, j que ela o prepara para o trabalho, proporciona o acesso informao, alm de outros benefcios.

    O PCN cita ainda que um dos objetivos do ensino fundamental que os alunos sejam capazes de saber utilizar diferentes fontes de informaes e recursos tecnolgicos para adquirir e construir conhecimentos. Assim, a escola necessita utilizar tipos diferentes de tecnologia para proporcionar um processo de ensino e aprendizagem integrado sociedade em que vivemos.

    H pouco tempo, as tecnologias educacionais eram voltadas para o professor e suas exposies, reforando o seu papel centralizador. Com a difuso das novas tecnologias digitais, o computador ganhou, na educao, um papel significativo, passando a contribuir para a construo do aprendizado de forma mais autnoma, levando aluno a buscar seus prprios caminhos.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    30

    Entende-se que a melhor maneira de abordar essa temtica com a prtica pedaggica, ora centrada no professor (atravs do editor de apresentao de slides), ora centrada no aluno (atravs dos livros, pginas HTML), ora centrada no grupo (atravs dos fruns de discusso) e centrada na comunidade (atravs redes sociais, blogs).

    As tecnologias educacionais podem ainda ser classificadas em: distributiva (televiso, livro, documento em PDF, pginas HTML, DVD e CD udio), interativa (correio, CD com programas educativos) e colaborativa (frum, e-grupo e wiki).

    Alm de ser possvel tambm trabalhar com contedos tericos em sala de aula, tais como evoluo tecnolgica, trabalho e consumo, tecnologia na escola e mdias na educao, o professor, aps diagnosticar a realidade de sua escola, deve escolher o melhor recurso tecnolgico que auxilie suas aulas, podendo fazer uso do laboratrio de informtica; criao de um blog da escola, da turma; realizao de feiras de cincia e tecnologia; utilizao de programas de televiso, filmes, documentrios, dentre outros.

    Com isso, o professor deve buscar, cada vez mais, desenvolver a sua prtica pedaggica em ambientes de ensino mediados pela tecnologia. Para tanto, ele precisa conhecer e saber utilizar os diversos recursos existentes no computador, tanto no software quanto na web. Alm de conhecer as ferramentas e os recursos disponveis, ele precisa adotar uma postura crtica e consciente diante dessas novas possibilidades de ensino-aprendizagem, afinal a insero da tecnologia no ambiente escolar s tem sentido se contribuir para a melhoria da qualidade do ensino.

    8.5. PRECONCEITO

    Espera-se com este tema que os educandos sejam capazes de:

    Adotar atitudes inclusivas, reconhecendo que todos so seres humanos nicos, importantes e com qualidades a desenvolver na relao com os outros;

    Ser tolerante s diferenas dentro e fora do ambiente escolar;

    Conhecer e valorizar a diversidade tnico-cultural do pas;

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    31

    Conviver com ideias, culturas, religies e estilos de vida diferentes dos considerados predominantes.

    Socialmente, o termo preconceito usado em caso de discriminao, excluso, racismo, intolerncia religiosa e cultural e outras formas de agresso ao ser humano. Apoiado em seus costumes e crenas, o ser humano faz interpretaes sobre situaes e pessoas, julgando-as corretas ou incorretas conforme acredita. Tais interpretaes preconcebidas podem ser aceitas, cultivadas, reconhecidas e praticadas coletivamente como verdades incontestveis, o que um problema para a sociedade.

    Movidos por uma mentalidade antidemocrtica e desumana, as pessoas preconceituosas agem de forma raivosa, agressiva e intolerante, vitimando pessoas por julgarem essas inferiores e ou por agirem incorretamente conforme sua crena. De tempos em tempos, os meios de comunicao transmitem notcias de atos violentos, decorrentes de preconceito, crime contra indgenas, moradores de rua, pessoas obesas, homossexuais e tantos outros.

    Para viver democrtica e pacificamente em uma sociedade plural, como o Brasil, preciso respeitar as diferenas, superar o preconceito, combater atitudes e aes discriminatrias. Vivenciar valores que fazem valer os direitos humanos um desafio para a sociedade como um todo.

    A escola que tambm um espao de convivncia, de transmisso de valores e de promoo da pessoa humana, deve investir na superao de todas as formas de preconceito. Para isso ser necessrio o desenvolvimento de prticas e aes que levem o educando a conhecer, valorizar e respeitar a beleza da diversidade etnocultural do nosso pas, dentro e fora da escola.

    Palestra com pessoas de diferentes etnias, culturas e religies, entrevista com pessoas que j foram vtimas de algum tipo de preconceito, seminrios, anlise e discusso de filmes, msicas, textos, documentrios, pesquisas referentes ao tema so alguns meios que podem ser utilizados para atingir esse objetivo. Dessa forma, teremos cidados comprometidos com os direitos humanos e com a construo de uma cultura de paz.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    32

    8.6. VIOLNCIA

    Espera-se com este tema que os educandos sejam capazes de:

    Refletir sobre a violncia, seus tipos, causas e consequncias;

    Reconhecer quais so os tipos de violncia existente, sobretudo, no meio em que vive;

    Adotar posturas que combatam violncia;

    Refletir sobre os fatores sociais, psicolgicos, econmicos e fsicos que possibilitam a existncia da violncia na sociedade;

    Respeitar o outro como um ser provido de direitos individuais inalienveis.

    A violncia, ao longo anos, tem-se revelado como um dos maiores problemas vivenciados pela sociedade brasileira, a qual encontra, inmeras vezes, dificuldades na busca por solues eficazes, que favoream a reduo das diversas prticas tipificadas como atos violentos e que sejam capazes de proporcionar s pessoas uma melhor qualidade de vida, no que diz respeito a uma convivncia social mais harmoniosa, em que se possa conviver com as diferenas, discutir e solucionar os problemas de maneira pacfica.

    Pode-se conceituar a violncia, de maneira bem simples, como a prtica de determinadas aes que atentam contra a integridade fsica, psicolgica e moral das pessoas, que causam algum tipo de dano, que muitas vezes podem ser irreversveis, ocasionando uma srie de prejuzos que podem limitar ou tirar a possibilidade que o outro teria de realizar algum tipo de atividade pessoal ou profissional.

    Pode-se resumir os tipos de violncia em dois grandes grupos, de modo que suas peculiaridades vo variar de acordo com o lugar social em que ocorrem - o lar, a escola, o ambiente de trabalho, as ruas, os espaos pblicos, e ainda, conforme suas vtimas - criana, adolescente, mulher, idoso, homossexual, etc:

    Violncia fsica: propriamente o uso da fora com o objetivo de ferir, machucar, atingir a integridade fsica de algum. largamente utilizada, sobretudo, contra crianas, mulheres e idosos, pelo fato de, a princpio, essas pessoas sero mais vulnerveis s agresses. Torna-se potencializada quando o

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    33

    agressor utiliza de algum material cortante, arma de fogo, metais ou est sobre o efeito de alguma droga. Ainda, enquadra-se nesse tipo, a violncia sexual, praticada, principalmente, contra crianas e adolescentes devido sua vulnerabilidade.

    Violncia psicolgica: so as praticas discriminatrias, ofensas, calnias, injrias, difamaes, desrespeito, humilhaes, punies exacerbadas, que, apesar de no deixarem marcas pelo corpo das vtimas, acarretam srios prejuzos psicolgicos para a vtima, tais como: parania, sndrome do pnico, depresso, excesso de timidez, crises de ansiedade, etc. Uma das formas de violncia psicolgica, que est em maior evidncia no ambiente escolar o bullying.

    Depreende-se, ento, que a violncia est presente nos diversos espaos sociais em que crianas, jovens, adultos e idosos esto inseridos. Que ela pode se materializar de modo evidente, a partir das marcas deixadas no corpo de algum, mas que tambm pode ocorrer silenciosamente, por meio da opresso dissimulada, da presso psicolgica, do assdio moral, da humilhao, entre outros.

    Por isso, essa temtica deve possuir um espao privilegiado durante as aulas, uma vez que favorecer a discusso dos seus principais problemas, suas causas e consequncias, as vtimas em potencial, o perfil dos principais agresses e quais so as possveis formas de se combat-la. Importante ainda a contextualizao dos atos violentos, cabendo aos professores debater com seus alunos as questes relacionadas violncia, que esto mais prximas de suas realidades, procurando estratgias que torne, por exemplo, pelo menos o convvio no espao escolar mais pacfico, baseado no respeito s diferenas e na concretizao dos direitos individuais e coletivos.

    8.7. CULTURA REGIONAL

    Espera-se com este tema que os educandos sejam capazes de:

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    34

    Conhecer e valorizar as vrias formas de expresso cultural montesclarense;

    Reconhecer nas obras artsticas locais os modos de perceber, pensar, aprender, recordar, imaginar, sentir, expressar e comunicar prprios da populao local;

    Reconhecer as manifestaes artsticas regionais como elementos fundamentais da estrutura da sociedade;

    Perceber as relaes entre a arte e a realidade na produo artstica local;

    Conviver com as diversas formas de expresso artstica cultural de Montes Claros.

    Montes Claros uma cidade com fortes tradies artstico-culturais, tanto eruditas como populares. Percebe-se um grande entusiasmo pela msica, pelas danas, festas, literatura e artes em geral. A preservao dessas manifestaes de responsabilidade de toda a sociedade e do poder pblico. A educao tem um importante papel nesse processo, pois na escola que os cidados so formados.

    No contexto desta Proposta Curricular, Cultura Regional entendida como conjunto de manifestaes artsticas, sociais, lingusticas e comportamentais prprias do povo de Montes Claros e da regio, ou seja, a msica, o teatro, os rituais religiosos, a lngua falada e escrita, os mitos, os hbitos alimentares, as danas, a arquitetura, as invenes, os pensamentos, as formar de organizao, etc. Todas essas manifestaes distinguem o povo de Montes Claros dos outros povos do mundo.

    Esse patrimnio cultural oferece identidade ao povo, possibilitando que ele se reconhea como comunidade e reencontre seu papel como guardio das tradies. Essa fuso entre o patrimnio cultural e o povo permite a construo de valores ligados cidade e regio, tica e ao exerccio da cidadania. por esse motivo que a preservao dessas tradies garante a continuidade dos valores culturais de um povo.

    Portanto, necessrio que os educandos das escolas municipais de Montes Claros conheam profundamente o modo de vida e de expresso da populao local. Isso permitir o desenvolvimento da identidade cultural, atravs do sentimento de pertencer a um grupo. Assim, o educando poder reconhecer-se como uma pessoa social e culturalmente inserida, por mais que esteja exposto ao caldeiro da cultura contempornea. Alm disso, queremos estimular atitudes de respeito e solidariedade diante do patrimnio cultural local que so extremamente necessrias para preservao e continuidade dos elementos da cultura regional.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    35

    Elementos culturais preferencialmente indicados para o trabalho nas escolas municipais:

    Grupos musicais, grupos de teatro, grupos de dana, poetas, artistas em geral;

    Festas Populares: Festa Nacional do Pequi, Festas Juninas, Festas de Agosto (Marujos, Caboclinhos, Catops, Pastorinhas), Exposio Agropecuria Regional, Festa dos Santos Reis (Folia de Reis), etc.;

    Msicas Regionais;

    Histrias Regionais;

    Comidas tpicas: arroz com pequi, feijo tropeiro, beiju; Variaes Lingusticas;

    Artesanato;

    Arquitetura: prdios tombados como patrimnio histrico. Esses assuntos podem se integrar nas mais variadas disciplinas, como Histria,

    Geografia, Artes, Lngua Portuguesa, Educao Religiosa, tanto de maneira isolada como em projetos multidisciplinares. Esses contedos podem ser trabalhados de vrias maneiras: os alunos podem conferir in loco as manifestaes artsticas, festas, monumentos e locais importantes; as pessoas de destaque, que sejam profundas conhecedoras da cultura regional, podem ser convidadas para conversar sobre o que fazem; podem ser organizadas festivais, festas, concursos, seminrios, apresentaes artsticas baseadas nesses elementos regionais. preciso transpor os muros da escola e permitir integrao e troca de experincias entre a comunidade escolar e a cultura local.

    8.8. TRNSITO

    Espera-se com este tema que os educandos sejam capazes de:

    Questionar a realidade do trnsito junto comunidade escolar, criando aes preventivas que possibilitem o exerccio de uma postura crtica, reflexiva, consciente e solidria, na busca da preservao e melhoria da qualidade de vida;

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    36

    Conhecer e respeitar as leis de trnsito;

    Reconhecer os agentes de circulao (pedestre, ciclista, motorista e passageiros) e a responsabilidade de cada um na diviso e organizao do espao virio;

    Assumir atitudes cidads no trnsito embasado na tica, na solidariedade, no respeito com vistas ao bem comum;

    Adotar novos comportamentos que eliminem ou minimizem os riscos enfrentados diariamente no uso do espao virio;

    Enfatizar o fato de que a soluo dos problemas do trnsito requer, em primeiro lugar, um olhar interdisciplinar que privilegie no s as intervenes tcnicas, mas tambm dimenses de ordem scio-cultural.

    Segundo Rodrigues (2007, p. 15), a educao para o trnsito dever estar atrelada educao para o exerccio da cidadania, garantindo o direito de ir, vir e estar em espaos e vias pblicas, com segurana. , tambm, assumir com responsabilidade os deveres, respeitar o direito dos outros e cooperar para transformar as vias em locais de convivncia saudvel e fraterna.

    O Cdigo de Transito Brasileiro (CTB), Lei n 9.503, de 23 de setembro de 1997, artigo 76, estabelece que:

    A educao para o trnsito ser promovida na pr-escola e nas escolas de 1, 2 e 3 graus, por meio de planejamento e aes coordenadas entre os rgos e entidades do Sistema Nacional de Trnsito e de Educao, da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, nas respectivas reas de atuao. (BRASIL, 1997, p.34)

    Portanto, o CTB define e reconhece a educao para o trnsito mediante ao efetiva das escolas de ensino infantil, fundamental e mdio, de forma sistemtica e organizada. No que se refere aos Parmetros Curriculares Nacionais (PCN), esse d oportunidade s escolas elegerem alm dos temas transversais estabelecidos temas locais, o que torna vivel a meno do trnsito nas escolas, no sentido de desenvolver atividades que possibilitem a sua anlise e reflexo. Da, a importncia da autonomia oferecida s escolas que, ao elaborar seu projeto pedaggico, tm a liberdade de atender s necessidades pertinentes sua realidade.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    37

    Nesse contexto, o municpio de Montes Claros institui o ensino de normas e educao para o trnsito nas escolas municipais atravs do Projeto de Lei n 4.212 de 23 de abril de 2010. A fim de que o trnsito seja conscientemente respeitado, faz-se imprescindvel uma mudana conceitual e atitudinal nas pessoas que compem a sociedade, provocada especialmente por meio da educao.

    O trabalho de educao para o Trnsito dever ser organizado de maneira a possibilitar que os alunos sejam capazes de compreender o trnsito como espao de comunicao e convivncia social, estabelecendo relaes de respeito pela vida e assegurando o direito de ir, vir e estar com segurana.

    A metodologia utilizada dever ser concebida como forma de desenvolver atitudes e valores voltados ao respeito, cooperao e valorizao da vida. Sugere-se que a escola promova seminrios, palestras, teatros, exposies, vdeo aula, visita transitolndia, anlise de grficos por regio e demais possibilidades, ressaltando que cada bairro ou lugar possui necessidades e caractersticas especficas e, por isso, caber ao professor criar situaes de ensino-aprendizagem que atendam tais necessidades. Aos alunos ser dado a oportunidade vivenciar experincias, debater e refletir sobre contedos referentes ao trnsito sendo capazes de transformar a realidade imediata.

    Por fim, o intuito da proposta escolar ser mostrar sociedade a importncia de educar crianas e jovens para o exerccio da cidadania no espao pblico, como pedestres, passageiros, ciclistas, motoristas, entre outros. A escola, ao promover a implementao de um projeto de Educao para o Trnsito, ancorado sobre um enfoque educacional, fundamentado em princpios ticos, firmados na convivncia social e no respeito mtuo, contribuir para assegurar o direito humano de ir e vir, de conviver e, sobretudo, de viver em espaos e vias pblicas.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    38

    PROPOSTAS CURRICULARES POR DISCIPLINA

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    39

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    40

    ARTES

    INTRODUO

    O Parmetro Curricular Nacional (PCN) Arte1 preconiza que esta rea, como componente curricular, refere-se a quatro linguagens artsticas: Artes Visuais, Msica, Teatro

    e Dana. A arte visa conhecer e desenvolver aspectos essenciais da criao e da percepo esttica que so imprescindveis para a cultura do cidado contemporneo. Nesse mesmo sentido, a LDB 9.394/96, no seu Art.26 2, diz que a arte aponta para o desenvolvimento cultural dos alunos.

    Hoje entendemos que arte em nossas escolas proporciona a quebra dos paradigmas positivistas e tradicionais da educao e conduz a uma formao mais humana e integral. Possibilita o desenvolvimento cultural dos alunos ao mesmo tempo em que permite que as capacidades de sentir, pensar e agir, de modo integrado, sejam desenvolvidas. trabalho do professor envolver toda comunidade escolar em um movimento de valorizao da arte na educao, salientando que ela no um momento ldico sem importncia prtica, mas sim um conhecimento necessrio s pessoas que construiro o pas do futuro.

    A viso positivista consolidou a cincia como principal ramo de conhecimento. No entanto, muitos vm reconhecendo que a Arte um modo de se compreender o homem e o mundo. Entendemos que ela, na escola, deve ser encarada dessa maneira, como revelao das relaes entre o ser humano e a sociedade. A Arte conhecimento, possibilidade de compreenso da singularidade e da universalidade da condio humana.

    Os Parmetros Curriculares Nacionais orientam para a formao do cidado que possa situar a produo de Arte como objeto scio-histrico intimamente contextualizado com a cultura. So trs os eixos de aprendizagem em arte: produzir, apreciar e contextualizar. Produzir se refere ao fazer artstico, como expresso, construo e representao. O apreciar

    1 Nesta proposta, quando arte for grafada com letra maiscula diz respeito rea de conhecimento, quando for grafada com letra minscula refere-se ao componente curricular.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    41

    relaciona-se ao mbito da recepo, interpretao e fruio. J contextualizar, situa a obra de arte no tempo, relacionando-a como produto histrico e social.

    A Arte sempre esteve presente em todas as sociedades antigas, em suas manifestaes culturais. Como era de se esperar, os processos de ensino e aprendizagem, ao longo da histria, transformaram-se de acordo com as diferentes sociedades e suas respectivas mudanas. No Brasil, tambm, o ensino passou por vrias fases, como, por exemplo, o ensino por meio das relaes entre mestres e aprendizes, o ensino meramente tcnico com vistas a suprir a necessidade industrial, as concepes baseadas nos princpios de livre expresso, entre outras.

    Por motivos histricos e polticos a disciplina de artes sempre foi mantida margem das reas curriculares tidas como mais nobres. No entanto, isso vem mudando aos poucos, pois h uma maior compreenso da importncia da arte na formao do cidado. Exemplo disso a Lei 11.769/2008 que obriga o ensino de msica nos estabelecimentos educacionais no Brasil. Na prtica, a concepo de arte que se tem atualmente influenciada pelos momentos histricos precedentes, pode-se encontrar sem dificuldade a prtica polivalente e professores sem formao superior na rea, ou ainda membros da comunidade escolar que encaram as aulas como um momento de recreao ou diverso, ou como um componente sem importncia, que ningum sabe ao certo por que est no currculo.

    No que diz respeito polivalncia importante salientar que a maioria das universidades entendeu que no h como formar um professor que domine essas quatro reas artsticas. Desse modo, elas passaram a oferecer cursos superiores em reas artsticas distintas. Mas, essa ideia no foi incorporada a alguns sistemas de ensino, gerando um descompasso entre a formao acadmica e o currculo escolar. Hoje, em muitos lugares, um professor licenciado na rea de msica assume as aulas de artes sem ter conhecimento especfico em nenhuma das outras reas. Dessa maneira, no so garantidos ao aluno os conhecimentos e experincias em todas as reas artsticas.

    Recomenda-se que os professores de artes do municpio ministrem suas aulas de acordo com sua formao acadmica e evitem aulas de linguagens artsticas das quais no tm formao. Por isso, o professor, nos quadros de contedos e habilidades, dever usar apenas aqueles referentes sua graduao. Tal medida tem o objetivo de valorizar o currculo escolar de artes em suas quatro linguagens, permitindo que o professor direcione melhor suas aulas. Acreditamos que isso fortalecer a rea, possibilitando conquistas futuras.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    42

    OBJETIVOS

    Objetivo Geral

    Possibilitar o desenvolvimento de competncias estticas e artsticas nos educandos, nas diversas modalidades da rea de Artes (Visuais, Msica e Teatro/Dana), tanto para produzir trabalhos pessoais e grupais quanto para que possam, progressivamente, apreciar, desfrutar, valorizar e emitir juzo sobre os bens artsticos de distintos povos e culturas, produzidos ao longo da histria e na contemporaneidade.

    So objetivos especficos desta disciplina fazer que o educando seja capaz de:

    Experimentar e explorar as diversas possibilidades artsticas, utilizando a arte como linguagem;

    Articular percepo, imaginao, emoo, investigao, sustentabilidade e reflexo ao realizar e fruir produes artsticas;

    Conhecer e experimentar materiais, instrumentos e procedimentos nas diversas linguagens artsticas, utilizando-os em seus trabalhos pessoais e identificando-os na apreciao e na contextualizao artstica;

    Compreender as relaes entre produo de arte e a realidade;

    Compreender a arte como fato histrico contextualizado nas diversas culturas, conhecendo, respeitando e podendo observar as produes presentes no entorno, assim como as demais do patrimnio cultural e do universo natural;

    Compreender as diversas funes da arte nos movimentos artsticos, nas produes individuais e nos meios de comunicao;

    Reconhecer e compreender a variedade dos produtos artsticos e concepes estticas presentes na histria das diferentes culturas e etnias.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    43

    ORIENTAES DIDTICAS

    Sugere-se que os professores de artes ministrem suas aulas de acordo com sua formao acadmica (Msica, Teatro e Artes Visuais), evitando a prtica da polivalncia em nossas escolas. Isso tem como objetivo consolidar a rea de atuao do professor e possibilitar ao educando uma abordagem artstica mais profunda e que possa realmente auxiliar na sua formao integral.

    Os contedos foram distribudos por rea levando em conta os conhecimentos prprios da linguagem artstica e as habilidades bsicas que devero ser desenvolvidas. No entanto, o professor no deve encarar essa diviso como um roteiro que deve ser acompanhado cegamente. Ao contrrio, essa uma proposta norteadora das atividades pedaggicas, ou seja, explicita apenas o que essencial na disciplina, restando ao professor a tarefa de elaborar seus planos de aula e escolher a metodologia adequada realidade de seus alunos.

    A fim de favorecer os processos criativos nas aulas de artes, preciso romper com os procedimentos mecnicos e reprodutores, como modelos prontos, atividades fragmentadas e sem proposta clara, o que gera apatia na aprendizagem e impede que os educandos construam um conhecimento consistente na disciplina.

    Sugere-se ainda que alguns contedos de cada linguagem artstica sejam trabalhados de maneira conjunta, integrando os contedos de produo, contextualizao e apreciao. Tal atitude proporcionar um aprendizado mais abrangente e consistente, at porque as aulas de artes so poucas e os objetivos podem no ser alcanados.

    O municpio de Montes Claros rico em artistas e grupos artsticos. Sugerimos que os professores enfatizem a cultura local, propondo atividades de pesquisa e proporcionando momentos de aprendizado e troca de experincias junto aos produtores de arte da comunidade. Isso importante para fortalecer os laos da comunidade artstica com a comunidade escolar e proporcionar timos momentos de integrao. Outra coisa importante a visita a exposies de arte, apresentaes musicais, apresentaes de peas teatrais e festas populares, no intuito de apreciar e conhecer a arte local. preciso que a escola e os professores estabeleam parcerias com museus, centros culturais, universidades, fundaes, empresas, prefeituras e instituies que possam colaborar na formao do apreciador de arte.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    44

    Trabalhar com projetos uma tima opo em todas as disciplinas, pois permite a criao de novas possibilidades de pensar e agir de forma a construir um conhecimento participativo, que pode redesenhar concepes e novas prticas educativas. No entanto, preciso repensar essas prticas na rea de artes, para que os conhecimentos e habilidades sejam realmente atingidos em sala de aula. Trabalhar com vrios projetos desconexos durante o ano no cumpre os objetivos da disciplina. preciso que o professor leve em considerao os contedos e as habilidades a serem desenvolvidos em cada ano de escolaridade.

    fundamental para efetividade das aulas que o educador, apesar das limitaes de ambiente e de material didtico, tente aprofundar ao mximo as habilidades artsticas dos educandos, focalizando o quanto possvel os trabalhos prticos em cada linguagem artstica. Isso muito importante para que a comunidade escolar passe a entender e valorizar mais as aulas. Entretanto, preciso lembrar que apesar de ser possvel o despertar de talentos, o objetivo no formar artistas profissionais, mas proporcionar ao educando formao artstica que possa favorecer seu desenvolvimento pessoal e social.

    Uma ideia interessante para a apreciao artstica pode ser a utilizao de fichas e relatrios em que os educandos possam descrever, de acordo com orientaes prvias, observaes e anlises acerca das obras apreciadas. Essas orientaes devem ser bem claras, ressaltando pontos relevantes da obra, para que o foco do aprendizado no seja desarticulado. Apreciar tecnicamente e criticamente obras artsticas deve ser uma prtica habitual nessas aulas. Isso pode ser feito de vrias maneiras e uma tima atividade para desenvolver a capacidade de apreciao.

    O professor do sculo XXI no pode ficar alheio informatizao das escolas, deve o quanto antes buscar maneiras de usar a tecnologia na sala de aula, possibilitando um aprendizado mais interessante e unido realidade dos educandos. As novas possibilidades da informtica permitem vrias maneiras de contato e interao com a arte. O professor deve conhecer as diversas ferramentas que podem facilitar o aprendizado artstico como: museus virtuais, pesquisa de imagens, pesquisas de vdeos, fruns de discusso, blogs, comunidades virtuais, programas de edio de imagem, som e vdeos, etc.

    Outro aspecto que o professor deve estar atento processo de avaliao. Avaliar em artes no to diferente quanto em outras disciplinas, j que hoje valorizamos no apenas a capacidade de guardar conhecimento, mas tambm a capacidade de recri-lo e relacion-lo. O trabalho avaliativo do professor de artes no deve se focar totalmente na capacidade de

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    45

    produzir arte, mas sim na capacidade de entender, conhecer, avaliar e recri-la. Um trabalho artstico pode no estar tecnicamente perfeito, mas pode ter sido muito bem pensado desde a escolha da tcnica, at as referncias artsticas.

    Nesse sentido, ao avaliar em artes, o professor deve levar em considerao se o educando capaz de:

    Compreender a arte como processo histrico que est intimamente ligada ao tempo em que foi produzida;

    Analisar diversas obras artsticas, utilizando-se de termos tcnicos e referncias histricas;

    Criar obras de arte a partir de estmulos diversos;

    Estabelecer relaes entre as obras criadas em sala de aula e obras estudadas anteriormente;

    Expressar-se artisticamente;

    Reconhecer diversas tcnicas e estilos artsticos;

    Conhecer a arte local;

    Produzir obras de arte coletivamente.

    Instrumentos de avaliao preferencialmente indicados em Artes:

    Portflio: documento produzido pelo educando, no qual se rene toda a produo artstica desenvolvida durante as aulas de artes. Poder conter ainda materiais para futuras produes ou estudos. Esse instrumento permite o registro constante do processo de aprendizagem, possibilitando que o professor tenha uma ideia geral do desenvolvimento do educando;

    Testes e Questionrios: so aferies escritas ou orais, aplicados de tempos em tempos, no intuito de avaliar o domnio dos vocabulrios e os conceitos referentes rea de artes;

    Pesquisa de Campo: so pesquisas relacionadas s linguagens artsticas junto comunidade. Tem como objetivo conhecer a produo artstica local, bem como os agentes culturais envolvidos nestes processos;

    Produo Coletiva: so as produes artsticas criadas em grupos e apresentadas comunidade escolar como produto das aulas de artes. Permite ao

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    46

    professor compreender o grau de domnio da linguagem artstica dos educandos, bem como sua capacidade de produzir em grupo;

    Relatrios e Fichas de Apreciao: so documentos redigidos e/ou preenchidos pelos educandos, nos quais eles fazem observaes sobre as produes artsticas apreciadas. Permite compreender o desenvolvimento das capacidades de apreciao do educando e o domnio do vocabulrio artstico;

    Autoavaliao: pode ser oral ou escrita; nela o educando relata o que aprendeu, seu comportamento e suas atitudes em relao s aulas. Tem como objetivo refletir sobre o processo de aprendizagem, buscando novas metodologias de trabalho, mais adequadas realidade dos educandos.

    TPICO DE CONTEDOS E HABILIDADES

    Artes Visuais

    8 ANO

    CONTEDOS HABILIDADES 1. Introduo Linguagens Artsticas: Msica, Tea-

    tro, Artes Visuais e Dana. Utilidade e Possibilidade da Arte.

    Diferenciar as diversas modalidades artsticas. Reconhecer a importncia da formao artstica para

    a vida. Conhecer as possibilidades da arte, enquanto produto

    social e histrico. 2. Leitura e Elementos da Linguagem

    Visual Elementos visuais: ponto, linha, cor,

    luz e volume. Ponto: densidade, localizao e

    representao. Linha: direo, extenso, modulao,

    criao de planos e volumes. Cor: primria, secundria, terciria,

    complementar, anloga, quente e fria. Escala: monocromtica e policrom-

    tica. Luz: contraste, claro/escuro e som-

    Usar vocabulrio adequado ao analisar obras visuais. Compreender e identificar os diversos elementos for-

    mais nas produes visuais. Identificar os significados expressivos e comunicati-

    vos dos elementos da linguagem visual. Reconhecer e analisar as formas visuais presentes na

    natureza e nas diversas culturas. Ler obras visuais, levando em considerao os ele-

    mentos bsicos da linguagem visual. Produzir obras plsticas, utilizando-se dos elementos

    bsicos da linguagem visual.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    47

    bra. Luminosidade cromtica. Volume: dimenses e profundidade. Profundidade: sobreposio,

    justaposio, diminuio dos ele-mentos e perspectiva. o Profundidade com cor: modelado,

    modulado e cores em chapa. o Textura: natural, artificial, pr-

    pria, produzida, condensao e ra-refao.

    o Proporo: altura, largura e profundidade.

    o Posio da forma no espao: hori-zontal, vertical e diagonal.

    o Formas: bidimensionais e tridimensionais.

    3. Leitura e Representao de Ima-gens

    Desenho. Pintura. Colagem. Gravura. Histria em quadrinhos. Artesanato.

    Usar vocabulrio adequado ao analisar obras visuais. Identificar e reconhecer tcnicas e procedimentos

    artsticos presentes nas artes visuais. Conhecer, identificar e diferenciar diversos modos

    de representao visual. Observar e experimentar a leitura de obras visuais

    em diversos meios de comunicao. Produzir obras visuais, utilizando-se de diversas

    tcnicas e materiais. 4. Contextualizao Conceito e origem das Artes Visuais. Histria das Artes Visuais: o Pr-histria; o Mesopotmia; o Arte Egpcia; o Arte Grega; o Arte Romana; o Arte na Idade mdia; o Renascimento; o Barroco; o Rococ; o Neoclassicismo; o Romantismo; o Realismo; o Modernismo; o Arte Contempornea.

    Conhecer e valorizar os artistas plsticos brasileiros de diversas pocas e estilos.

    Reconhecer a importncia das artes visuais na socie-dade e na vida dos indivduos.

    Compreender e saber identificar a Arte como fator histrico contextualizada nas diversas culturas, co-nhecendo, respeitando e podendo observar as produ-es presentes no entorno, assim como as demais do patrimnio cultural e do universo natural, identifi-cando a existncia de diferenas nos padres artsti-cos e estticos.

    Observar, estudar e compreender diferentes obras de artes visuais, artistas e movimentos artsticos produ-zidos em diversas partes do Brasil.

    Compreender linguagens artsticas em suas dimen-ses esttica, histrica e social.

    Conviver com textos, imagens, informaes orais sobre artistas, suas biografias e suas produes.

    Produzir releituras de obras visuais nacionais. 5. Produo Artstica

    Gneros artsticos: paisagens e natu-reza morta.

    Desenho de imaginao e memria.

    Produzir obras visuais levando em considerao a potica pessoal.

    Considerar os elementos bsicos da linguagem vi-sual, nas imagens produzidas.

    Reconhecer as propriedades expressivas e construti-

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    48

    vas dos materiais na produo de obras visuais. Utilizar uma variedade de materiais e tcnicas artsti-

    cas nas produes visuais.

    9 ANO

    CONTEDOS HABILIDADES 1. Leitura e Elementos da Linguagem

    Visual Planos: sobreposio, justaposio,

    diminuio dos elementos e perspec-tiva.

    Planos bsicos: figura e fundo. Tempo: movimento (esttico, din-

    mico), sequncia, repetio e alter-nncia.

    Direo: esquerda, direita, para frente e para trs.

    Ritmo: calmo, lento e nervoso. Movimento: vertical, horizontal,

    inclinado, circular, extenso, contra-o e alterao.

    Situao: perto, longe, acima, abaixo, interior e exterior.

    Semelhanas e diferenas das for-mas.

    Pontos de vista: frontal, de perfil e de topo.

    Distncia: longe, perto, em cima e embaixo.

    Articulao das partes com o todo. Equilbrio, tenso e unidade. Simetria e assimetria. Harmonia. Deformao e estilizao. Estudo das formas geomtricas e or-

    gnicas.

    Usar vocabulrio adequado ao analisar obras visuais. Compreender e identificar os diversos elementos for-

    mais nas produes visuais. Identificar os significados expressivos e comunicati-

    vos dos elementos da linguagem. Reconhecer e analisar as formas visuais presentes na

    natureza e nas diversas culturas. Ler obras visuais levando em considerao os ele-

    mentos bsicos da linguagem visual. Produzir obras plsticas, utilizando-se dos elementos

    bsicos da linguagem visual.

    2. Leitura e Representao de Ima-gem

    Escultura. Modelagem. Instalao. Vdeo. Fotografia.

    Usar vocabulrio adequado ao analisar obras visuais. Identificar e reconhecer tcnicas e procedimentos

    artsticos presentes nas artes visuais. Conhecer, identificar e diferenciar diversos modos

    de representao visual. Observar e experimentar a leitura das obras visuais

    em diversos meios de comunicao.

  • Proposta Curricular - Anos Finais Montes Claros

    2012

    49

    Msica

    8 ANO

    CONTEDOS HABILIDADES 1. Introduo Linguagens Artsticas: Msica, Tea-

    tro, Artes Visuais e Dana. Utilidade e Possibilidade da Arte.

    Diferenciar as diversas modalidades artsticas. Reconhecer a importncia da formao artstica para

    a vida. Conhecer as possibilidades da arte enquanto produto

    social e histrico.

    Grafite. Produes Informatizadas.

    Produzir obras visuais, utilizando-se de diversas tcnicas e materiais.

    3. Contextualizao Matrizes Culturais brasileiras (Ind-

    gena, africana e europeia). Artes Visuais no Brasil: o Arte rupestre brasileira; o Arte na Colonizao; o Barroco no Brasil; o Rococ; o Artes Visuais em Minas Gerais; o Arquitetura Mineira; o Artes Visuais em Montes Claros; o Arquitetura Montesclarense; o Neoclassicismo; o Modernismo e Semana de 22; o Vanguardas.

    Conhecer e valorizar os artistas plsticos locais e regionais, reconhecendo sua importncia para cons-truo da nossa identidade cultural.

    Conviver e valorizar as produes visuais locais e regionais, bem como suas concepes estticas.

    Reconhecer a importncia das artes visuais na socie-dade e na vida dos indivduos.

    Compreender e saber identificar a Arte como fator histrico contextualizado nas diversas culturas, co-nhecendo, respeitando e podendo observar as produ-es presentes no entorno, assim como as demais do patrimnio cultural e do universo natural, identifi-cando a existncia de diferenas nos padres artsti-cos e estticos.

    Identificar os elementos da linguagem visual em obras artsticas locais ou regionais.

    Pesquisar e conviver junto das fontes vivas (artistas) e obras para reconhecimento e reflexo sobre a arte presente no entorno.

    Comp