PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

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URUSSANGA - SC Administração Municipal 2009 a 2012 REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE URUSSANGA PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

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URUSSANGA - SC

Administração Municipal 2009 a 2012

REDE PÚBLICA

MUNICIPAL DE

EDUCAÇÃO DE

URUSSANGA

PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

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PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE URUSSANGA

REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE URUSSANGA

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PREFEITURA MUNICIPAL DE URUSSANGA

PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO REDE MUNICIPAL DE URUSSANGA

Ensino Fundamental

URUSSANGA - SC

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PREFEITO MUNICIPAL

LUIZ CARLOS ZEN

VICE-PREFEITO

JOSÉ ROGÉRIO FRANCISCO DOS SANTOS

SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO

Neuza Maria Bernardino Pereira

Stela Maris D’Agostin Talamini

Rita Albertina Dutra Favro

Joel Gaspas Rodrigues

Márcia Echamendi Possamai

Coordenadores do Ensino Fundamental:

Andrea da Silva

Miriani Carboni

Maria Salete Fernandes dos Reis

PROFESSORES PARTICIPANTES DA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA

CURRICULAR DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE URUSSANGA

Adriana Cancelier

Adriana Manoel Matos

Adriana Tibes da Silva

Aleckssandra Maccari Rodrigues

Aline Abati Eduardo

Aline Ribeiro Mendes Arent

Andréa da Silva

Andréia Bez Fontana Molon

Andréia Savi Mondo Roque

Angélica Núncio Becker Feltrin

Brígida Mariot

Camila Maximiano

Cínara da Silva Antonio Beterli

Cristiane Kely De March

Diana D’ Oliveira

Daniel Teixeira Jerônimo

Daniela Piacentini Visintin

Daniela Rocha Candido Guse

Denise Aparecida Leonardo

Denizia Tânia Pereira

Edvaldo Canever

Elisete Constanti Gerônimo

Erica Amboni Rocha

Fabio Consoni

Gabriela De Lucca

Giulia Cechinel de Oliveira

Gladis Helena de Freitas

Glauce Feltrin Canever

Glória Silvana Tonetto Velho

Hevelise Belloli

Ieda Maria Albino Massuchetti

Ivania Dal Bó Alborghetti

Ivanir Silvestrini De Bona Marchet

Maria Damiani Martins Bez Batti

Maria das Graças Mazzucco Sorato

Maria de Lourdes De Lorenzi Cancelier

Maria Eli Canônica

Maria Goretti Liberato

Maria Isabel Borba Maestrelli

Maria José Tavares

Maria Margarete Sandrini

Maria Salete Fernandes dos Reis

Maria Salete Cittadin da Silva

Marilena Sérgio

Maristela Talamini Saturno

Miranda Cascaes Pereira

Mirela Zaccaron Savi

Miriani Carboni

Negliê Zanellato

Nilza Bressan

Núbia Simara Jorge Loh

Olvenita Bez Fontana

Patrícia Fontanella Lupi

Paula Zecchinel Possamai

Raquel Romagna Quarezemin

Regina Borges de Oliveira

Regina Fátima da Silva Candido

Regina Joana Figueiredo

Renata Ceron

Rita Albertina Dutra Favro

Rita Romagna Quarezemin

Rosalba Marcon Zuchinalli

Rosana de Medeiros Cambruzzi

Rosane Cristina Teixeira Nunes

Rosangela Juliane do Amaral

Rosemar De Nez

Page 5: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

5

Ivo Sidney da Luz Neto

Janea Aparecida da Silva Possamai

Jéssica Steinback Ghizoni

Jucerlene Roque Furlanetto

Juliana May Gastaldon

Jussara Massuchetti Soares

Juvênia De Nez Santana

Karla Ribeiro

Katiucia Amboni Rocha Meneghel

Keila Mafioletti

Larissa Tramontin

Liz Regina Zapelini De Bona

Lourdes Rosimeri Maccari Zanelato

Luciana Bonomi

Marcos Alberto Freitas

Maria Aparecida Leandro Santa Helena

Sander Ricardo da Silva

Sandra Ester Cittadin

Sandra Maria Margotti Baggio

Selma Bonetti

Silvana Mazzucco de Oliveira

Silvia Regina Ferreira Marcineiro

Silvia Tibes da Silva Bonetti

Simone Quarezemin

Sonia Maria De Bona Sartor Furlaneto

Sonia Mendes Brognoli

Soraia Mandelli Bortolotto

Suzana Gonçalves

Terezinha Maria Medeiros Rodrigues

Vanessa Bernardes da Silva

Vanilda Zavarise de Lorenzi

Viviane Bernardes da Silva

Zedi Carara

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CONSULTORIA

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA - UNISUL

CURSO DE PEDAGOGIA

CONSULTORES

COORDENAÇÃO GERAL

Leonete Luzia Schmidt

Maria Sirlene Pereira Schlickmann

COORDENADORES DE GRUPO

Elin Ceryno – Matemática dos Anos Iniciais

Rosicler Schafaschek – Alfabetização e Língua Portuguesa dos Anos Iniciais

Alzira Isabel da Rosa e Luciane Lara Acco - Educação Física

Tânia Regina Souza Antunes – Educação Religiosa

Eliane Debus - Língua Portuguesa Anos Finais do Ensino Fundamental

Deisi Scunderlick Eloy de Farias – História para o Ensino Fundamental

Márcia Fernandes Rosa Neu - Geografia para o Ensino Fundamental

Maricelma Simiano Jung - Ciências para o Ensino Fundamental

Leonete Luzia Schmidt – Planejamento, gestão da educação e Concepção de Educação

ORGANIZAÇÃO DO VOLUME

Elin Ceryno

Leonete Luzia Schmidt

Maria Sirlene Pereira Schlickmann

Rosicler Schafaschek

CAPA

IMPRESSÃO

Page 7: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

APRESENTAÇÃO

A construção da Proposta Curricular para o Ensino Fundamental das escolas da Rede Pública

Municipal de Urussanga, constitui um marco importante na história da Educação do

município, pois fixa um Marco Teórico e uma Diretriz Metodológica para este nível de

ensino, questões determinantes para a efetivação da qualidade da educação nas escolas da

rede.

O processo de elaboração deste documento teve início no ano de 2008, num processo

coletivo, com a participação dos professores, coordenadores pedagógicos e demais

profissionais que trabalham na educação municipal de Urussanga e de uma equipe de

professores da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL que coordenou o processo

de construção da Proposta Curricular.

A Proposta Curricular surgiu de uma necessidade das escolas desta Rede de Ensino ter seu

próprio documento norteador da prática pedagógica, haja vista que as escolas municipais vêm

atendendo grande parte das crianças do município, no Ensino Fundamental. Entendem os

professores que atuam nas escolas da rede que uma Proposta Pedagógica construída

coletivamente, com o apoio e orientação da Secretaria Municipal de Educação, é possível

melhor qualificar a prática pedagógica desenvolvida pelos professores da Rede Municipal de

Ensino.

O objetivo de ter uma Proposta Curricular para a Rede Municipal é dar uma direção mais

unificada e clara para a prática pedagógica ali desenvolvida. Com orientações claras sobre os

objetivos da educação para o município, o poder público terá mais facilidade de definir as

políticas públicas para educação municipal no que diz respeito ao espaço físico, material

didático pedagógico, plano de carreira, dentre outras questões que estão diretamente ligadas à

efetivação do currículo escolar e, com isso, alcançar melhores resultados de aprendizagem,

elevando o índice de educação do município.

A partir da entrega deste documento para a rede, a Secretaria Municipal de Educação passa a

orientar as ações pedagógicas, através de formação continuada para os professores e de

materiais didáticos pedagógicos, visando articular o que foi proposto neste documento com a

atividade docente.

A entrega desta primeira Proposta Curricular para as escolas da Rede Municipal de Ensino de

Urussanga é um dos primeiros passos na consolidação da educação da rede e, principalmente,

na busca de atingir metas de qualidade na educação municipal que, ao mesmo tempo, atendam

as exigências legais (IDEB, por exemplo) e ajudem o aluno a enfrentar o mundo atual como

cidadão participativo, reflexivo e autônomo, conhecedor de seus direitos e deveres.

Joel Gaspar Rodrigues

Page 8: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 13

2 O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE

URUSSANGA ............................................................................................................................ 15

2.1 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 21

3 PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE URUSSANGA ............................... 22

4. O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: A ORGANIZAÇÃO DA

ESCOLARIDADE ...................................................................................................................... 25

4.1 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 27

5. ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL . 28

5.1 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS ............................................................................................ 28

5.2 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE URUSSANGA ..................... 30

6. A LÍNGUA PORTUGUESA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ...... 33

6.1 Para compreensão do sistema de escrita ............................................................................... 34

6.1.1 Para aprender a ortografia correta das palavras ................................................................. 39

6.1.2 E a gramática? .................................................................................................................... 40

6.1.3 Referências ......................................................................................................................... 42

6.2 LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .. 43

6.2.1 Grade Curricular de Língua Portuguesa para os Anos Finais do Ensino Fundamental ..... 43

6.2.2 Referências ......................................................................................................................... 48

7. MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ...................... 49

7.1 Princípios que norteiam a reorganização curricular da matemática para as séries iniciais .. 49

7.1.1 A resolução de problema como metodologia ..................................................................... 49

7.1.2 Concepção de matemática: formalismo ............................................................................. 50

7.2.2 Princípios metodológicos para o ensino da matemática .................................................... 52

7.2.2.1 Conhecimento real, potencial e a articulação na formação de conceitos ........................ 52

7.2.2.2 Os registros informais e a resolução de problemas ......................................................... 53

7.2.2.3 Os registros informais e a mediação ............................................................................... 55

7.3 MATEMÁTICA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .................. 68

7.3. 1 Aspectos históricos da Matemática .................................................................................. 68

Page 9: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

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7.3.2 Considerações sobre educação matemática ....................................................................... 68

7.3.3 Objetivos ............................................................................................................................ 69

7.3.4 Referências ......................................................................................................................... 74

8. HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .................................. 76

8.1 Refletindo sobre os conceitos de história.............................................................................. 76

8.1.2 Breve história de Urussanga .............................................................................................. 82

8.2 O ensino de História nas escolas de Urussanga .................................................................... 83

8.2.1 Referências ......................................................................................................................... 89

8.3 A HISTÓRIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................... 91

8.3.1 Grade Curricular de História para os Anos Finais do Ensino Fundamental ..................... 92

8.3.1.1 Considerações Finais ................................................................................................... 102

8.3.2 Referências ...................................................................................................................... 102

9. EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............... 105

9. 1 Referências ......................................................................................................................... 107

9.2 EDUCAÇÃO FÍSICA PARA OS ANOS INICIAIS E FINAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL (1º ao 9º ANO) .......................................................................................... 108

9.2.1 Objetivo geral................................................................................................................... 110

9.2.2 Metodologia ..................................................................................................................... 110

9.2.3 Conteúdos ........................................................................................................................ 111

9.2.4 Referências ....................................................................................................................... 116

10. GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ......................... 117

10.1 Como Ensinar Geografia? ................................................................................................ 119

10.1.2 O que ensinar em geografia?.......................................................................................... 123

10.2 Referências ........................................................................................................................ 127

10.3 A GEOGRAFIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ....................... 129

10.3.1 O ensino de geografia e as metodologias de ensino e de aprendizagem ....................... 131

10.3.1.2 Conceitos e conteúdos de geografia ............................................................................ 135

10.3.2.2 que ensinar para os estudantes do 6º ao 9º ano? ......................................................... 136

10.4 Grade Curricular para os anos finais do Ensino Fundamental ......................................... 137

10.4.1 Referências ..................................................................................................................... 149

11 CIÊNCIAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ............................... 151

11.1 Referências ........................................................................................................................ 160

Page 10: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

11.2 CIÊNCIAS PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ....................... 161

11.2.1 Grade Curricular de Ciências para os anos finais do Ensino Fundamental ................... 161

11.2.2 Referências ..................................................................................................................... 167

12. ENSINO RELIGIOSO PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ... 169

12.1 Referências ........................................................................................................................ 176

13. LÍNGUA ITALIANA PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL..... 177

13.1 ARTES PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ......................... 193

13.1.1.ARTES PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ......................... 193

14. LINGUA INGLESA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .......... 193

14.1 Grade Curricular de Língua Inglesa para os Anos Finais do Ensino Fundamental .......... 193

14.1.2 Referências ..................................................................................................................... 193

Page 11: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

11

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Critérios para análise do processo de alfabetização ao final de cada período escolar ................................. 36

Tabela 2: Conceitos e conteúdos de matemática para os anos iniciais do ensino fundamental – Primeiro Ano ......... 60

Tabela 3: Conceitos e conteúdos de matemática para os anos iniciais do ensino fundamental - Segundo Ano .......... 61

Tabela 4: Conceitos e conteúdos de matemática para os anos iniciais do ensino fundamental-Terceiro Ano ............ 62

Tabela 5: Conceitos e conteúdos de matemática para os anos iniciais do ensino fundamental- Quarto Ano ............. 64

Tabela 6: Conceitos e conteúdos de matemática para os anos iniciais do ensino fundamental-Quinto Ano .............. 66

Tabela 7: Temas geradores de História para os anos iniciais do ensino fundamental ................................................. 87

Tabela 8: Grade curricular de Educação Física para os anos iniciais do Ensino Fundamental ................................ 106

Tabela 9: Conteúdos de Ciências para os anos iniciais do Ensino Fundamental ...................................................... 155

Tabela 10: Conceitos e Conteúdos de Ensino Religioso ........................................................................................... 174

Page 12: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Escola Municipal Núcleo Rio Caeté. Arquivo da SMEU, 2009. ............................. 16

Figura 2: Escola Municipal Vereador Rosalino de Nez. Arquivo da SMEU, 2009 ................ 17

Figura 3: Centro Educacional e Profissional Lydio de Brida. Arquivo da SMEU, 2009. ........ 18

Figura 4: Escola Municipal Vereador Rosalino Damiani. Fonte: arquivo SMEU, 2009. ........ 18

Figura 5: Escola Prof. Ernesto César Mariot. Fonte: Arquivo da SMEU, 2009. ..................... 19

Figura 6: Esquema ensino de Matemática. ............................................................................... 57

Figura 7: Esquema resolução de problemas. ............................................................................ 57

Page 13: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

1 INTRODUÇÃO

A educação brasileira está regulamentada pela Constituição de 1988 e pela Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 – LDBEN 9394/96 e seus desdobramentos

em regulamentações e diretrizes emanadas pelo MEC. É a partir deste contexto legal e

diretrizes que as Propostas Curriculares são elaboradas.

Os currículos ou as diretrizes curriculares para os anos iniciais do Ensino

Fundamental, tanto nacional quanto estadual, passaram por várias reformulações durante o

século XX. As últimas reformulações presentes nos currículos atuais são, em nível nacional, os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), publicados durante a década de 1990, e em nível

estadual a Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina (PCSC), que data de 1988,

sofrendo adequações posteriores.

Os municípios, somente a partir das últimas décadas, principalmente, a partir da

LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) de 1996 começam a sentir

necessidade de elaboração de Propostas Curriculares para orientação do ensino em suas

escolas. Com a publicação da LDBEN 9394/96, além da Educação Infantil que passou a ser de

responsabilidade dos municípios, o Ensino Fundamental, também passou a ser atendido,

prioritariamente, por estes (Art 11). Com esta determinação, na última década, a oferta do

Ensino Fundamental é parte de um processo de negociação entre estados e municípios.

De acordo com a LDBEN, Art. 11, ―os municípios incumbir-se-ão de organizar,

manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino, integrando-

os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados‖.(BRASIL, 2009)

Junto a esse processo de organização das Redes Municipais para atender o Ensino

Fundamental, ocorreu no ano de 2006, uma mudança significativa na educação nacional com a

promulgação da Lei nº. 11.274/ 2006 que determina a ampliação do Ensino Fundamental de

oito para nove anos obrigatórios e sua implantação até 2010.

Neste contexto geral, os municípios vêm se mobilizando, no sentido de

(re)organizar suas redes ou seus sistemas de ensino, elaborando suas Propostas Curriculares.

A elaboração da Proposta Curricular para o município de Urussanga é resultado de

parceria entre a Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul e a Prefeitura Municipal e

teve início no primeiro semestre do ano de 2008. Nessa parceria, a Unisul, através do Curso

Page 14: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

de Pedagogia, assumiu a responsabilidade de assessorar o município na construção deste

documento.

A proposta de elaboração participativa foi acordada entre o curso de Pedagogia e a

Secretaria de Educação do município. Neste processo, participaram todos os professores e

demais profissionais da educação da Rede, por meio de um Curso de Formação Continuada,

com duração de 120 horas aulas, distribuídas no período de junho de 2008 a julho de 2009.

O curso foi organizado, segundo a concepção que o currículo contempla aspectos

sócio institucionais, história e identidade dos sujeitos e abrangência pedagógica. (VEIGA

apud CIPRIANI). A escola está inserida em um contexto social e como tal deve ser pensada a

partir de necessidades sociais amplas e imediatas. A compreensão do todo parte do

conhecimento da história e da identidade dos sujeitos que estão envolvidos no processo de

aprendizagem. É a combinação desses dois aspectos (história e identidade) que se refere a

abrangência pedagógica.

O município de Urussanga não contava com uma Proposta Curricular

sistematizada e os encontros dos professores, no curso de formação continuada,

possibilitaram, por meio de interações e mediações, trazer à tona o currículo vivenciado na

prática cotidiana, refleti-lo e, a partir desta reflexão dele, elaborar a nova proposta curricular

para a educação da Rede Municipal de Urussanga.

O curso de formação continuada teve como eixo estudos teóricos articulados com

atividades práticas relacionadas ao cotidiano da escola e da sala de aula. Os conteúdos

abordados incluíram concepções de educação, gestão e planejamento, ensino aprendizagem

envolvendo as diferentes áreas do conhecimento.

O documento final, sem ser conclusivo, é resultante de reflexão e elaboração

significativas, contando para isto com a participação efetiva dos professores e demais

profissionais da educação do município. A relevância do significado deste trabalho se

evidenciará ao tornar-se um currículo em ação e na (re) elaboração dos Projetos Políticos

Pedagógicos, planos de ensino e de aulas.

No entanto, um Currículo em ação deve ser objeto de avaliação coletiva

permanente, de modo que o torne, de fato, um instrumento norteador da educação municipal.

Page 15: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

2 O PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE

URUSSANGA

Profa. Dra. Leonete Luzia Schmidt

Neste capítulo, apresentam-se, de forma resumida, alguns aspectos referentes à

organização e funcionamento da educação municipal de Urussanga, desde a criação das

primeiras escolas, processos de alteração que sofreram, tanto nos aspectos físicos, quanto de

etapas da escolarização atendidas em cada unidade, conteúdos/disciplinas incluídas no

currículo, como a Língua Italiana e Informática. A idéia é possibilitar aos leitores da Proposta

Curricular uma visão panorâmica do processo de constituição da Rede Municipal de ensino do

município de Urussanga.

Nesta proposta entende-se por Rede de Ensino o conjunto de escolas mantidas pelo

poder público municipal e as ações do município dirigidas à educação que nelas se efetiva

como: leis, planejamento, currículo, recursos materiais e humanos, dentre outros.

A rede de Ensino Fundamental do município de Urussanga, atualmente, é formada

por cinco escolas, distribuídas em isoladas, núcleos e escola básica1.

A organização inicial da rede não é tão antiga quanto duas de suas escolas. Isto

porque as escolas isoladas Palmeira do Meio (criada em 1921) e Rio Caeté (criada em 1937),

foram, inicialmente, criadas pelo Governo do Estado e mantidas por este até 2005. A escola

Palmeira do Meio, através da Lei Ordinária nº 2060, de 15 de março de 2005, passou a

denominar-se Escola Municipal Vereador Rosalino De Nez e a outra Escola Municipal

Núcleo Rio Caeté.

1 Todas as informações sobre as escolas, como o número de unidades, a localização, as séries atendidas, o

currículo, dentre outras informações, foram fornecidas pela equipe de educação da Secretaria Municipal de

Educação de Urussanga.

Page 16: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

A Escola Municipal Núcleo Rio Caeté está localizada na comunidade de Rio

Caeté, atendendo crianças de Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Possui laboratório de informática e oferece aulas de italiano a partir do 3º ano. O quadro de

funcionários é formado por uma diretora, nove professoras e duas auxiliares de serviços

gerais.

A Escola Municipal Vereador Rosalino De Nez está localizada na comunidade de

Palmeira do Meio, atendendo crianças dos anos Iniciais do Ensino Fundamental. Possui

laboratório de informática e oferece aulas de italiano a partir do 3º ano. O quadro de

funcionários é formado por uma diretora, sete professores e duas auxiliares de serviços gerais.

Figura 1: Escola Municipal Núcleo Rio Caeté. Arquivo da SMEU, 2009.

Page 17: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

17

Figura 2: Escola Municipal Vereador Rosalino de Nez. Arquivo da SMEU, 2009

Próximo ao centro do município está a Escola Lydio De Brida, criada no ano de

1989 como Escola Reunida, oferecendo, até 1993, atendimento de 1ª a 4ª série e pré-escolar.

Em 1994, foi implantada, nesta escola, a 5ª série. Neste mesmo ano, a Escola passou a

denominar-se Escola Básica Lydio de Brida. Em 1997, já oferecia o Ensino Fundamental de

1ª a 8ª séries e Educação Infantil. Por meio do processo PSEC 5434/98 foi implantado o

curso ―Introdução à Informática‖, passando assim o referido estabelecimento a chamar-se

Centro Educacional e Profissional Lydio de Brida. A escola possui laboratório de informática

e oferece aulas de italiano a partir do 3º ano. O quadro de funcionários é formado por uma

diretora, uma diretora adjunta, uma secretária, duas coordenadoras pedagógicas, uma

bibliotecária, quarenta e cinco professores e cinco auxiliares de serviços gerais

Page 18: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Figura 3: Centro Educacional e Profissional Lydio de Brida. Arquivo da SMEU, 2009.

No ano de 1991, foi criada a Escola Municipal Vereador Rosalino Damiani, na

comunidade do Bairro Bel Recanto – Curva do ―S‖ , para atender crianças das séries iniciais

do Ensino Fundamental. No ano de 1992, foi implantado, nesta escola, o pré-escolar; hoje, a

escola atende duas turmas de Educação Infantil. Também possui laboratório de informática e

aulas de italiano a partir do 3º ano. O quadro de funcionários é formado por uma diretora,

onze professores e três auxiliares de serviços gerais.

Figura 4: Escola Municipal Vereador Rosalino Damiani. Fonte: arquivo SMEU,

2009.

Page 19: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

19

No ano de 1994, foi criada, também, a Escola Municipal Professor Ernesto César

Mariot, na comunidade do Loteamento Bom Jesus, bairro de Vila. Esta escola atende,

atualmente, Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Integrado ao currículo

da escola, são oferecidos aulas de capoeira e de italiano a partir do 3º ano, contando, também,

com um laboratório de informática. O quadro de funcionários é formado por uma diretora,

uma secretária, nove professores e três auxiliares de serviços gerais.

Arquivo da SMEU, 2009

A inclusão da Língua Italiana no currículo escolar, a partir do 3º ano do ensino

fundamental, está relacionado à origem dos habitantes do município. Urussanga é um

município colonizado, prioritariamente, por italianos, contando ainda, hoje, com grande parte

dos munícipes descendentes destes. A inclusão desta segunda língua é uma forma da escola

contribuir no resgate e preservação da memória do município, assim como de possibilitar às

crianças o aprendizado de uma segunda língua, algo indispensável na formação de qualquer

pessoa neste momento histórico.

Outra questão importante é a educação inclusiva na Rede Municipal. Desde a

década de 1990, com a difusão das idéias da Declaração de Salamanca (1994) e com a

promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n.º 9.394 (1996),

no Brasil, a educação especial vem ganhado mais espaços e investimentos. De acordo com a

Declaração de Salamanca:

Figura 5: Escola Prof. Ernesto César Mariot. Fonte: Arquivo da

SMEU, 2009.

Page 20: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

O princípio fundamental das escolas inclusivas consiste em que todos os alunos

devam aprender juntos sempre que possível, independentemente das dificuldades e

das diferenças que apresentem. As escolas inclusivas devem reconhecer e satisfazer as

necessidades diversas dos seus alunos, adaptando aos vários estilos e ritmos de

aprendizagem, de modo a garantir um bom nível de educação para todos, através de

currículos adequados, de uma boa organização escolar, de estratégias pedagógicas, de

utilização de recursos e de uma cooperação com as respectivas comunidades, é

preciso, portanto, um conjunto de apoio de serviços para satisfazer o conjunto de

necessidades especiais dentro da escola.

Já a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/96 determina em

seus artigos 58 e 59 que:

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de

educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para

educandos portadores de necessidades especiais. § 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,

para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. § 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços

especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for

possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. § 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa

etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades

especiais: I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para

atender às suas necessidades; II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido

para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração

para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para

atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para

a integração desses educandos nas classes comuns (BRASIL, 2009).

A partir da Declaração de Salamanca e das determinações da LDB, muitos outros

dispositivos legais foram criados no Brasil (tanto nacionais quanto estaduais e municipais)

referente à educação inclusiva.

No Município de Urussanga, a política de Educação Inclusiva foi instituída através

da Lei nº 2.233, de março de 2007, sendo regulamentada, por meio do Decreto nº 254, de 26

de setembro do mesmo ano. A Secretaria Municipal de Educação tem a responsabilidade de

garantir matrícula no seu sistema de ensino a todos os portadores de Deficiência de Condutas

Típicas e de Altas Habilidades, assim como condições materiais e humanas necessárias para

viabilizar a inclusão destes nas escolas da rede regular.

O Decreto Nº 254 de 26 de setembro de 2007 regulamenta normas para a

Educação Inclusiva na Rede Municipal de Ensino. Esse Decreto tem como objetivo subsidiar

as escolas da Rede Municipal de Ensino, propondo espaços inclusivos e de qualidade, que

Page 21: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

21

atendam às necessidades educacionais de cada educando, fundamentada na atenção à

diversidade e no direito de todos à educação.

Percebe-se, neste contexto, que a Rede Municipal de Urussanga já tem uma história.

A rede física, que foi sendo construída a partir da década de 1980, conta, atualmente, com

cinco escolas. Destas, apenas a Lydio de Brida atende, também, os anos finais do Ensino

Fundamental; as demais atendem ou Educação Infantil e Ensino Fundamental ou, apenas,

Ensino Fundamental. Junto com a estruturação da rede física, as demais questões foram

também sendo organizadas.

2.1 REFERÊNCIAS

URUSSANGA. Lei Municipal n° 1.883, de 04 de abril de 2002. Disponível em:

http://www.urussanga.sc.gov.br/conteudo/?item=16496&fa=3&cd=35155. Acessado em 28

de setembro de 2010.

____________. Lei n° 2.233, de 23 de março de 2007. Institui a política municipal de

Educação Inclusiva e dá outras providências.

___________. Decreto nº 254, de 26 de setembro de 2007, regulamenta normas para a

Educação Inclusiva na rede municipal de ensino.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei n.º 9394 (1996).

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf.

Acessado em março de 2010.

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf. Acessado em março de 2010.

Page 22: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

3. PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA PROPOSTA DE URUSSANGA

Profa. Dra. Leonete Luzia Schmidt

A Rede Municipal de Urussanga, conforme visto no capítulo anterior, conta,

atualmente, com 81 professores para atuar no ensino fundamental. Estes estão distribuídos

entre professores dos anos iniciais e professores dos anos finais do Ensino Fundamental.

Como pode ser constatado, no item anterior, apenas uma das escolas municipais atende anos

finais do Ensino Fundamental, ou seja, a maioria da rede de ensino está voltada para a

Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental.

Até o ano de 2008, quando teve início o processo de elaboração desta Proposta

Curricular, a Rede Municipal não contava com uma Proposta Curricular Municipal

sistematizada, seus referenciais eram a Proposta Curricular de Santa Catarina, livros didáticos

e a experiência acumulada dos profissionais da rede. Neste sentido foi elaborada, pela Unisul,

uma proposta de formação continuada para os professores, por solicitação da Secretaria de

Educação Municipal. Na implementação desta proposta, os encontros de formação

continuada possibilitaram trazer à tona este currículo vivenciado na prática cotidiana, refleti-

lo à luz de referenciais teóricos e sistematizá-lo num novo currículo.

A formação continuada foi organizada visando uma participação efetiva de todos

os profissionais da educação envolvidos com a educação do município. A metodologia

adotada previa momentos para temas gerais, com a participação de todos e, outros, para temas

específicos, onde os participantes dividiam-se em pequenos grupos.

O curso de formação continuada teve início no segundo semestre de 2008, com

estudos e reflexões sobre concepções de educação, gestão e planejamento, num total de 20

horas aula e mais quatro horas aula de trabalho específico com cada área de conhecimento.

Em função da necessidade de todos, compreender a alteração na reorganização do

Ensino Fundamental, que passou de oito para nove anos, no ano de 2009, o curso de formação

continuada foi retomado com uma mesa redonda, intitulada ―Ampliação do Ensino

Fundamental para nove anos no contexto da escola pública‖, incluindo os seguintes temas:

Aspectos legais, administrativos e pedagógicos

Reorganização do tempo e do espaço escolar

Implementação no contexto das escolas públicas estaduais e municipais de Santa

Catarina.

Page 23: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

23

O processo de implantação no Município de Urussanga.

Nos dias 25 de maio e 26 de junho 2009 os professores do Ensino Fundamental da

Rede Municipal se reuniram para dar continuidade à formação e elaboração da Proposta

Curricular. Foram divididos em três grupos: 1º e 2º ano, 3ª e 4ª ano e professores dos anos

finais do Ensino Fundamental. Cada grupo contou com uma professora da Universidade do

Sul de Santa Catarina para o desenvolvimento dos trabalhos.

Em Língua Portuguesa, as discussões foram sobre a necessidade do trabalho

escolar se focar na oralidade, leitura e escrita e ser desenvolvido em continuidade de um ano

para o outro. Considerando os cinco anos iniciais do Ensino Fundamental, os primeiros três

anos/séries (1º, 2º e 3º) são considerados fases de apropriação da linguagem escrita e os dois

anos/séries seguintes (4º e 5°), a consolidação e a ampliação do aprendizado da leitura e

escrita.

Em Matemática, as discussões que nortearam a reorganização curricular se

fundamentaram em conceituações essenciais, numa concepção histórica de número e

operações, visando uma prática pedagógica a partir da resolução de problemas.

Os professores dos anos finais do Ensino Fundamental retomaram discussões

sobre Planejamento de Currículo e Avaliação.

Os últimos encontros, para elaboração de um esboço da primeira versão da

proposta, ocorreram em julho, durante três dias, com todos os professores. Neste período,

foram retomados os trabalhos iniciados nos encontros anteriores e esboçada a Proposta de

Currículo para o Ensino Fundamental do município de Urussanga.

Concluída esta etapa da formação, os participantes se mostraram satisfeitos com o

produto conseguido até aquele momento, porque cada grupo contava, agora, com material

escrito sobre o currículo que desejavam implantar nas escolas da Rede Municipal, mas este

material precisava de revisão metodológica e adequação às leis e regulamentos trabalho este

que os professores da Unisul tinham que realizar. Para isto, cada integrante da equipe de

formação (consultor) ficou encarregado de revisar o material relacionado a sua área de

conhecimento. Este trabalho durou até o final do ano de 2009, quando foi entregue a primeira

versão da proposta curricular para a Secretaria Municipal de Educação- SME.

No início do ano letivo de 2010, a SME encaminhou o material para todas as

escolas e estas tiveram um mês para realizar a leitura e devolução da mesma com pareceres e

sugestões e, ao mesmo tempo, com a tarefa de elaborar o planejamento anual a partir dessa

proposta.

Page 24: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Finalizada esta etapa e devolvida a primeira versão com observações para a equipe

de professores da Unisul, estes, novamente, revisaram o texto, buscando atender o que foi

proposto pelos professores.

Em julho e agosto de 2009, os professores da Unisul tiveram encontros de três

dias com os professores da rede para análise e discussão da Proposta Curricular então

elaborada.

Finalizada esta etapa passou-se para redação final.

Page 25: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

25

4. O ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS: A ORGANIZAÇÃO DA

ESCOLARIDADE

Profa. Dra. Leonete Luzia Schmidt

Incluída como central nas discussões das políticas sociais, a educação e nela a

política de formação de professores ganham destaque e, cada vez mais importância estratégica

para a realização de reformas sociais.

O investimento nas reformas educativas, sobretudo da Educação Básica, vem

apresentando a qualidade social como parâmetro de suas diretrizes, metas e ações, priorizando

a qualificação da formação dos profissionais da educação, tendo entre os seus objetivos a

ampliação dos índices de letramento.

A qualidade da educação é um fenômeno complexo e abrangente que envolve

múltiplas dimensões e deve ser definido, envolvendo a relação entre as políticas públicas, o

currículo e o projeto pedagógico da escola.

Nessa perspectiva e no intuito de melhorar a qualidade da educação brasileira é que

devem se situar as ações pedagógicas mediadas por uma efetiva colaboração entre as

diferentes esferas governamentais, a sociedade, as escolas e as universidades. E, para

assegurar um padrão de acesso e permanência na Educação Básica, essas ações precisam se

pautar em políticas públicas que promovam a educação democrática e de qualidade social

para todos.

Uma educação democrática vai além da possibilidade de ingresso no sistema escolar;

requer o acesso e apropriação do conhecimento, que só será assegurada, se a alfabetização

com letramento for garantida a todas as crianças, que ingressam na rede escolar.

As políticas, programas e metas estabelecidas pelo Ministério de Educação (MEC)

vêm seguindo esta direção. Constituem - se como exemplos desta proposta governamental a

ampliação do Ensino Fundamental para nove anos, acrescentando um ano a mais na etapa de

alfabetização; e o ingresso da criança aos seis anos de idade, definida pela Lei nº. 11.274, de

06 de fevereiro de 2006.

O investimento em Educação Básica, numa dimensão sócio-histórica e inclusiva é um

grande desafio para o país neste início do século 21, pois ainda conta com índices inaceitáveis

de pessoas analfabetas e/ou de analfabetos funcionais. Segundo dados do INAF (Indicador de

Alfabetismo Funcional) de 2009, 7% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos e 21%

Page 26: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

são alfabetos em nível rudimentar (aqueles que conseguem apenas fazer uma leitura simples

de frases ou palavras e números). Somando estes dois índices, 28% dos brasileiros entre 15 e

64 anos não conseguem fazer uso social da escrita e da leitura. Esse quadro indica que há

muito a ser feito para que a educação dê um salto de qualidade .

A ampliação do Ensino Fundamental para nove anos se constitui numa

possibilidade de melhoria da qualidade da educação, já que amplia o tempo da criança na fase

alfabetização. Ou seja, a criança ingressa na escola aos seis anos e a ela deve ser assegurado

tempo necessário para a apropriação da leitura e da escrita.

O aumento no tempo de ensino obrigatório é resultado de debates, envolvendo

setores sociais, mudanças da legislação e definição de uma política de implantação, a partir de

diagnóstico efetivado pelo MEC, partilhado por estados e municípios. Esse processo gerou a

Lei nº. 11.274, de 06 de fevereiro de 2006, que determina que Estados, Municípios e

instituições privadas tem até 2010 para implantar o Ensino Fundamental com duração de nove

anos, e dá orientações administrativas e pedagógicas sobre a implantação desta norma nos

estados e municípios brasileiros.

A ampliação do tempo escolar obrigatório se constitui, hoje, numa das mais

significativas e complexas políticas de universalização da Educação Básica. Com esta

política, o governo brasileiro pretende dar um salto de qualidade na educação com a inclusão,

no processo escolar, de todas as crianças a partir de seis anos de idade, assegurando-lhes a

permanência na escola, reduzir a vulnerabilidade e situações de risco, o sucesso na

aprendizagem e o aumento da escolaridade.

Atendendo determinação da Lei acima citada, o Estado de Santa Catarina e a

maioria de seus municípios, a partir do ano de 2007, iniciaram essa implantação, matriculando

as crianças de 6 anos no primeiro ano do Ensino Fundamental.

Desse processo emergiram novos problemas, demandando novas ações, como,

redefinição do espaço físico e dos tempos escolares; mudanças na prática pedagógica,

redefinição curricular, entre outros, exigindo que as escolas, os professores, os diretores e o

poder público se comprometessem com as efetivas mudanças advindas dessa ampliação.

A Proposta Curricular do Município de Urussanga visa, portanto, atender às

necessidades advindas dessa ampliação do Ensino Fundamental de oito para nove anos, que

passa a ter a seguinte organização:

Page 27: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

27

Ensino Fundamental

Duração De 6 a 14 anos de idade

Anos iniciais

5 anos de 6 a 10 anos de idade

Anos finais

4 anos de 11 a 14 anos de idade

Na organização da educação do Ensino Fundamental, os três primeiros anos de

escolarização (1º, 2º e 3º) serão entendidos como o período de apropriação da leitura e escrita

(alfabetização) e da escrita numérica e seus cálculos. As diversas áreas do conhecimento e

seus conceitos, próprios para esta faixa etária, serão contemplados por meio de projetos e no

próprio processo de alfabetização, no trabalho com diferentes gêneros textuais – texto

formativo entre eles- e contemplando diferentes linguagens. Nesse processo inicial, a

avaliação será realizada num processo contínuo, sem reprovações no final do primeiro ano

escolar. Ou seja, somente pode haver retenção da criança na mesma série/ano escolar, a partir

do final do segundo ano escolar. Os dois últimos anos (4º e 5º anos) constituirão o período de

consolidação e ampliação da experiência do aluno como leitor e escritor2 . Este período

contempla, também, os conteúdos específicos das diversas áreas do conhecimento.

A organização do conhecimento ou da prática pedagógica a ser desenvolvida no

Ensino Fundamental da Rede Municipal de Urussanga terá por base a concepção sócio-

histórica, apresentada de forma mais detalhada no próximo capítulo.

4.1 REFERÊNCIAS

BRASIL. Ensino Fundamental de nove anos: passo a passo do processo de implantação.

Brasília, 2009.

_______. Lei nº. 11.274, de 06 de fevereiro de 2006. Disponível em

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11274.htm

INAF (Instituto Paulo Montenegro). Disponível em

http://www.ipm.org.br/ipmb_pagina.php?mpg=4.03.00.00.00&ver=por. Acessado em

28/09/2010.

2 O termo ―escritor‖ está sendo utilizado aqui para referir-se não a escritores profissionais e sim a pessoas

capazes de redigir eficazmente com clareza e conteúdo.

Page 28: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

5. ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO ESCOLAR NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Profa. Dra. Elin Ceryno,

Profa. Dra Leonete Luzia Schmidt,

Profa. Me. Rosicler Schafascheck

Considerando que os municípios ao organizarem suas redes ou sistemas de ensino

devem seguir as determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, por isso,

os objetivos gerais para o Ensino Fundamental do município de Urussanga são os mesmos da

LDB, que determina:

Art. 32 - O Ensino Fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na

escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do

cidadão, mediante:

I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno

domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das

artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de

conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de

tolerância recíproca em que se assenta a vida social. (Brasil, lei 9394/96 - Redação dada pela

Lei nº 11.274, de 2006).

5.1 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

A presente proposta está fundamentada na concepção sócio-histórica do

conhecimento que o compreende como produto do trabalho do homem, enquanto sujeito

histórico, ou seja, o conhecimento é resultado das relações que os homens estabelecem entre

si e com a natureza, ao longo do tempo. E nesse movimento o homem é ao mesmo tempo

produtor e produto, ou seja, ao mesmo tempo em que elabora algo novo também se modifica.

Page 29: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

29

Para a concepção sócio-histórica, o pensamento surge nas relações que os sujeitos

estabelecem entre si e com o meio. Para assimilar, teoricamente, um objeto, o homem

necessita interagir socialmente de forma prática, utilizando-se de instrumentos de ordem

material ou conceitual. Os instrumentos de ordem material são ferramentas como agulha,

caneta etc..., e de ordem conceitual são os conhecimentos sistematizados como a língua

escrita e conceitos das ciências.

A partir dessa concepção de conhecimento, Vigotsky elaborou sua teoria de

aprendizagem, que parte do pressuposto no qual a aprendizagem resulta em desenvolvimento,

mas que, segundo Davidov (1972), não é qualquer aprendizagem, é a que se dá por processos

de apropriação não empíricos.

A aprendizagem escolar de conceitos científicos depende e se constrói, a partir de

um conjunto já existente de conceitos cotidianos que nascem das experiências pessoais. É de

supor que, à medida que a criança avança em sua escolaridade, alguns conhecimentos

adquiram significados concretos e passem a ser utilizados como ferramentas conceituais. No

entanto, diz Davidov: existem alguns outros conceitos que só nascem na escola, no processo

de ensino, e sua fonte não é a experiência pessoal, mas, sim, a definição conceitual, que se dá

na zona potencial.

Neste aspecto, é fundamental considerar, conforme Vygotsky, dois níveis de

desenvolvimento: um que se refere ao aprendizado já consolidado, que este autor chama de

desenvolvimento real, e o outro, o desenvolvimento potencial que se relaciona àquilo que a

criança é capaz de fazer com ajuda.

Outros elementos e conceitos centrais para uma prática pedagógica significativa

são a mediação e a interação.

A escola tradicional considera, como aprendido, somente o que o aluno resolve

com autonomia, de forma independente; porém, aquelas atividades que a criança faz com a

mediação do outro num primeiro momento, será, mais adiante, capaz de fazer sozinho. Por

isso Vygotsky ressalta o papel do outro como fundamental para o desenvolvimento. Alguém

(professor ou colega mais experiente) que auxilie, oriente, forneça pistas para o

desenvolvimento do conceito ou da ação, é fundamental para o avanço e consolidação do

aprendizado.

Nesta concepção, o currículo escolar é organizado de forma a garantir a aquisição dos

conceitos científicos que se dá pela interação interpessoal entre professor-aluno-aluno,

mediados pelo conhecimento, de modo a articular o já sabido, com o novo.

Page 30: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Levando-se em conta que não existe um mesmo ponto de partida para a aprendizagem,

pois cada aluno vem para a escola com uma experiência própria, e, por outro lado, a

instituição escolar, como espaço de trabalho coletivo com conteúdos e saberes determinados,

não se pode deixar de considerar a avaliação sob duas perspectivas:

1- do aluno: diagnosticar o conhecimento real inicial e, ao longo do processo, o

avanço em novas elaborações;

2- do conteúdo: análise das produções do aluno em relação ao conteúdo proposto

para determinado período escolar. Embora cada criança tenha seu tempo de

apropriação do conhecimento, a escola se organiza em períodos de trabalho com

determinadas expectativas e, a partir daí, cada período de ensino/aprendizagem

tem metas que precisam ser alcançadas ou fases que precisam ser superadas.

Na avaliação é preciso, ainda, levar em conta tanto o desenvolvimento real, quanto

o desenvolvimento potencial do aluno, isto é, considerar o desenvolvimento

retrospectivamente, a partir daquilo que o aluno é capaz de realizar de forma independente,

assim como observar o seu desenvolvimento, prospectivamente, levando em conta, também, o

que ele é capaz de realizar na interação com outras pessoas.

5.2 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA REDE MUNICIPAL DE URUSSANGA

A avaliação do rendimento escolar dos alunos da Rede Municipal deverá obedecer

as determinações das leis municipais, mencionadas a seguir.

A Lei nº 2.228, de 27 de dezembro de 2006 altera dispositivos da lei nº 1.876 de

03 de abril de 2002, que dispõe sobre o Sistema Municipal de Educação no Art.4º acrescenta

o inciso VIII ao art. 26 com a seguinte redação: Para os alunos do 1º ano do Ensino

Fundamental, a Avaliação será trimestral, descritiva, com registros do desenvolvimento da

criança, sem repetência, com avanço automático para o segundo ano.

Lei municipal nº 1.876, de 03 de abril de 2002 dispõe sobre o Sistema Municipal de

Educação, e dá outras providências.

Capítulo III DA AVALIAÇÃO

Art.21. A verificação do rendimento escolar é da responsabilidade dos estabelecimentos de

ensino, na forma do seu regimento interno e do projeto pedagógico, compreendendo a

avaliação do aprimoramento e a apuração da assiduidade.

Page 31: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

31

Art.22 A avaliação do rendimento escolar do educando, resultado de reflexões sobre todos os

componentes do processo ensino-aprendizagem, como forma de superar dificuldades,

retomando, reavaliando, reorganizando e reeducando os sujeitos, deve:

I- Ser investigadora, diagnosticadora e emancipadora, concebendo a educação com a

construção histórica singular e coletiva do sujeito;

II- Ser um processo permanente contínuo e cumulativo, que respeite as características

individuais sócio-culturais dos sujeitos envolvidos;

III- Incluir conselhos de classes participativos, envolvendo todos os sujeitos do

processo, ou comissões específicas, cabendo-lhes definir encaminhamentos e

alternativas;

IV- Possibilidade de aceleração de estudos para o aluno com atraso escolar;

V- Possibilidade de avanço nas séries mediante verificação do aprendizado;

VI- Aproveitamento de estudos concluídos com êxito;

VII- Independentemente da escolarização anterior, mediante avaliação feita pela equipe

pedagógica escolar e acompanhamento pela secretaria de educação, que define o

grau de desenvolvimento e experiência do aluno e permita sua inscrição na série

ou etapa adequada, conforme regulamentação do Conselho Municipal de

Educação;

VIII- Obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período

letivo, para casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas

instituições de ensino em seus regimentos;

IX- A avaliação poderá ser descrita e/ou por conceitos, contendo informações sobre o

desenvolvimento escolar do aluno.

Art. 23. O processo de promoção dos alunos, ao final de cada etapa ou série e na

conclusão dos respectivos níveis de ensino, ficará na dependência de critérios

estabelecidos pelas instituições de ensino e será, em todos os casos, um processo

decorrente da competente avaliação do rendimento escolar, previsto no projeto

pedagógico e no respectivo regimento escolar.

Art. 24. A frequência escolar será de, no mínimo, 75% (setenta e cinco por cento). Os

casos especiais de alunos com problemas de saúde e/ou outros graves, que justificarem

uma frequência menor que a estabelecida deverão ter formas de recuperação de estudos

decididas coletivamente na escola.

Page 32: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Art. 25. A Rede Municipal de Ensino deverá, através de assessoramento da Secretaria de

Educação, transforma gradativamente seus currículos, observando as diretrizes da LDB,

os Parâmetros Curriculares Nacionais de Ensino, respeitando a realidade de cada

comunidade onde se insere a Unidade Escolar.

Page 33: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

33

6. A LÍNGUA PORTUGUESA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Me. Rosicler Schafaschek

O Ensino da Língua Portuguesa nas séries iniciais do Ensino Fundamental tem

como finalidade a apropriação da linguagem escrita com o desencadeamento do processo de

letramento do sujeito. Isto ocorrerá pelo desenvolvimento da competência textual que tanto

pode satisfazer necessidades pessoais, como possibilitar o acesso e participação no mundo

letrado.

O entendimento de que, no processo de alfabetização, primeiro o aluno aprende a

ler e a escrever e, só depois, passa a leitura/escrita de textos, atualmente deve estar superado.

Com o conhecimento que se tem hoje da capacidade linguística da criança, compreende-se

que o texto deve estar presente desde o início do processo de alfabetização.

Produzir linguagem é produzir discursos e, ao ingressarem na escola, as crianças já

trazem um discurso oral em desenvolvimento. Cabe à escola o aprimoramento desta forma de

narrativa e, os primeiros textos infantis são, muitas vezes, o registro que o professor fará a

partir da narrativa oral da criança. Ao se alfabetizar, a criança vai aprender a dizer por escrito

e, neste sentido, o professor assume o papel de escriba, registrando o que ela diz sobre um

desenho, um acontecimento, etc. Aos poucos, com incentivo e espaço para isso, ela passa a

produzir escritas informais as quais precisam ser reconhecidas pelo professor, pais ou colegas.

É o trabalho com textos que garante o sentido da linguagem e permite a

interlocução entre os sujeitos envolvidos. E o que é um texto?

Texto é toda unidade significativa de linguagem, é toda escrita com finalidade de

interação com o outro. Não é a extensão que define um texto, pois, desde uma palavra em

contexto social de leitura até um conto ou história, toda escrita com função de interação com o

outro é um texto. Assim, os textos literários e também os textos simples que fazem parte do

cotidiano, constituem-se em matéria-prima para o ensino/aprendizagem da língua. Os textos

permitem tanto a interdiscursividade na sala de aula, quanto análise/reflexão sobre a escrita.

É na interdiscursividade que se melhora a qualidade das relações pessoais. Nela o

sujeito aprende a expressar seus sentimentos, experiências, idéias, opiniões, bem como

acolher, interpretar e considerar os outros. Assim, é na interdiscursividade que se constrói e se

difunde visões de mundo.

Sendo o texto a unidade básica do ensino da linguagem escrita, deve ser

aproveitado nos mais diversos gêneros:

Page 34: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

- Textos narrativos: são aqueles que contam algum fato ou acontecimento já

ocorrido. A narração pode ser real ou não. Principais características de um texto narrativo:

a) desenvolvimento das idéias, fatos ou objetos;

b) garantia da ordem dos acontecimentos;

c) o tempo verbal, em geral, aparece no passado. Ex.: narração de uma visita,

episódios de um acontecimento, etc.

A literatura é rica em textos narrativos, desde aqueles criados coletivamente, pelo

povo em diferentes épocas (lendas, contos de fadas tradicionais, contos folclóricos) até obras

escritas por autores já consagrados. É importante que, sendo conhecedor de vários tipos de

narrativas, o professor traga para sua aula textos diversificados quanto ao formato e ao

assunto abordado.

- Texto poético: este tipo de texto pode ser de origem escrita ou oral e,

independente de sua origem, os poemas encantam as crianças pela sonoridade e musicalidade

das palavras que rimam, ou pelas imagens que evocam. Os poemas da oralidade estão vivos

nas canções de acalanto, nas parlendas, nos trava-línguas, adivinhas e quadrinhas diversas.

- Textos formativos: a língua, como um sistema de representação do mundo, está

presente em todas as áreas de conhecimento e o saber científico é explicitado em textos

formativos. Os conceitos científicos veiculados por este gênero textual, permitem ao aluno ir

além das experiências imediatas, ampliando seu conhecimento e visão de mundo.

- Textos informativos: são textos que trazem esclarecimentos ou curiosidades

sobre fatos ou coisas de interesse das crianças. Esses textos têm como marca a objetividade do

registro a ser narrado. Revistas, enciclopédias infantis e a seção infantil de bons jornais são

lugares onde se pode encontrá-los.

- Correspondências: cartas, bilhetes, cartões comemorativos, avisos, cartazes e

convites também podem se constituir em material escrito significativo.

- Receitas e ou instruções: receitas culinárias, folhetos de instruções de

montagem e /ou de uso, etc.

Para atingir o objetivo de apropriação da linguagem escrita pela leitura e produção

textual, a unidade básica de ensino só pode ser o texto, mas isso não significa que não se

enfoquem palavras ou frases nas situações didáticas específicas que o exijam.

6.1 Para compreensão do sistema de escrita

Page 35: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

35

Em primeiro lugar é preciso entender a relação que a criança vai estabelecendo

com a escrita, pois, é a partir do entendimento da concepção de escrita da criança a qual se

revela numa produção informal ou espontânea que se propõem práticas de reflexão e

exercícios que contribuirão com a compreensão/apropriação do sistema alfabético

(fonográfico) da escrita.

Para este trabalho, além dos nomes das crianças da turma, podem ser utilizados

rótulos de produtos diversos, ou ainda, listas de palavras dentro de determinado campo

semântico.

Com material escrito diverso pode-se:

a) criar situações em que os alunos façam pseudoleitura ou possam analisar e refletir sobre a

escrita em atividades desafiadoras onde, por exemplo, escondendo-se parte da palavra

encontra-se outra; suprimindo ou trocando letra(s) muda-se o significado formando novas

palavras, entre outras;

Exemplo 1: a partir do nome

de uma das crianças da classe:

Exemplo 2: a partir de uma palavra retirada de uma

canção ou poesia conhecida das crianças, formar outras:

MARIANA RUA (“Se esta rua, se esta rua fosse minha...”)

MARIA TUA

ANA LUA

MAR SUA

b) propor jogos diversos em que o aluno possa visualizar, comparar, relacionar palavras entre

si, com sua ilustração, etc...;

c) exercícios em que os alunos sejam desafiados a completar textos conhecidos com a palavra

que falta ou circular as conhecidas;

d) desafiar os alunos a montar palavras com o alfabeto móvel e discutir as hipóteses que

surgem;

Neste tipo de atividade, mesmo sem saber escrever, o aluno será desafiado a

produzir escrita e deve ser acompanhado e valorizado em seus acertos e amparado em suas

dúvidas.

É importante lembrar que a conquista da escrita alfabética não garante ao aluno

a possibilidade de compreender e produzir textos em linguagem escrita. Essa aprendizagem

exige um trabalho pedagógico sistemático com diferentes gêneros textuais, o qual, deverá

ocorrer, paralelamente, às atividades de análise/reflexão sobre a escrita.

Page 36: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Tabela 1: Critérios para análise do processo de alfabetização ao final de cada período escolar

Oralidade Leitura Produção Escrita Análise e reflexão sobre a

escrita

1º ano/série

6 anos

Desenvolvimento de

narrativas orais

Expressão oral com clareza.

Ampliação do universo

vocabular

Leitura, através do professor, de:

Literatura infantil

Cartazes

Placas

Jornais

Bilhetes

Avisos

Crachás

Revistas

Interpretação com autonomia de:

textos desenhados ou

imaginéticos, símbolos, crachás

com nomes de colegas

-Reconstrução do código

linguístico: atividades com

nomes, formar palavras

solicitadas (alfabeto móvel)

-Escrita de pequenos textos.

(através do prof. ou realização de

registros informais)

-Recados, bilhetes e avisos

(através do prof. ou registros

informais)

- Registro escrito e ou pelo

desenho de narrativas sobre o

cotidiano ou a partir de histórias

ouvidas

Comparação/ identificação:

-ilustrações, símbolos e

escritas

-iniciais de palavras

-tamanho de palavras

Busca e reconhecimento de

palavras em um texto

Busca e reconhecimento de

letras em determinada

palavra

Busca e reconhecimento do

som de determinada letra.

Análise fonológica

Formação, com alfabeto

móvel, de palavras

solicitadas. Análise desta

produção, comparação com a

hipótese de colegas e depois

com a escrita convencional

Page 37: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

2º ano/série

7 anos

Desenvolvimento de

narrativas orais

Expressão oral com clareza.

Ampliação do universo

vocabular

Literatura infantil

Cartazes

Placas

Jornais

Bilhetes

Avisos

Crachás

Revistas

Textos informativos

Textos formativos

Recados, bilhetes e avisos

Narrativas sobre seu cotidiano

Narrativas de histórias ouvidas

Produção de palavras com

alfabeto móvel seguida de

registro

Produção de texto a partir de:

- histórias ouvidas

- desenhos

Escrita de pequenos textos com

auxílio de alguém

Comparação de:

iniciais de palavras,

tamanho de palavras,

término de palavras

Busca e reconhecimento de

palavras em um texto

Análise fonológica de

palavras

Busca e identificação de

letras em determinada

palavra

Observação de sinais de

pontuação em textos

3º ano/série

8 anos

Desenvolvimento de

narrativas orais

Expressão oral com clareza.

Ampliação do universo

vocabular

Literatura infantil

Cartazes

Placas

Jornais

Bilhetes

Avisos

Crachás

Revistas

Textos informativos

Nomes de colega

Recados, bilhetes e avisos

Narrativas sobre seu cotidiano

Narrativas de histórias ouvidas

Produção de palavras com

alfabeto móvel seguida de

registro;

Produção de texto a partir de:

- histórias ouvidas

Análise fonológica em:

iniciais de palavras,

término de palavras

Observação de sinais de

pontuação em um texto.

Estruturação e organização.

Page 38: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

- desenhos do texto

4º ano/série

9 anos

Expressão oral:

descrevendo

explicando

argumentando

Literatura Infantil

Lendas

Notícias de jornais

Revistas

Correspondência

Textos informativos

Textos formativos

Escrita de textos com autonomia.

Reestruturação de textos com

ajuda

Revisão do próprio texto

com ajuda

-Pontuação

-Ortografia e acentuação de

palavras

-Coesão e coerência textual

5º ano/série

10 anos

Expressão oral:

descrevendo

explicando

argumentando

Literatura Infantil

Lendas

Notícias de jornais

Revistas

Correspondência

Textos informativos

Textos formativos

Escrita de textos com autonomia.

Reestruturação de textos

Autocorreção

Revisão do próprio texto

com ajuda

-Pontuação adequada

-Correção ortográfica e

acentuação de palavras

-Coesão e coerência textual

Page 39: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

39

6.1.1 Para aprender a ortografia correta das palavras

Diversos autores contribuíram com o olhar sem censura que se tem, atualmente,

sobre os erros que as crianças cometem ao iniciar sua aventura pelo universo da escrita. Os

erros na escrita passaram a ser compreendidos, considerados hipóteses possíveis,

manifestação lógica de quem busca o acerto. Isto, indiscutivelmente, foi um avanço

pedagógico, pois favoreceu a espontaneidade e a liberdade da criança de expor suas idéias

sem ser cerceada pela correção a qual menosprezava o discurso em detrimento da forma.

Todos concordam que é fundamental que os alunos desenvolvam sua competência textual,

mas,

Não podemos, por outro lado, esperar que eles aprendam ortografia apenas com o

tempo ou sozinhos. É preciso garantir que, enquanto avançam em sua capacidade de

produzir textos, vivam simultaneamente oportunidades de registrá-los cada vez mais

de forma correta. (Morais, 2000:22-23).

O trabalho com as questões ortográficas deve ocorrer, quando o aluno já descobriu

o princípio alfabético da escrita, isto é, quando ele já está conseguindo se comunicar por

escrito. A partir daí o desafio que se apresenta é dominar as normas ortográficas da nossa

língua. Mas, este domínio não pode ocorrer em detrimento da riqueza e criatividade que se

evidenciam nos primeiros textos infantis, escritos com espontaneidade, quando o aluno

escreve sem receio de errar.

O trabalho deve ser desenvolvido, gradativamente, iniciando quando a criança

passou a escrever3com autonomia e continuando pelas demais séries do Ensino Fundamental.

Neste sentido, a escola deve desenvolver um trabalho contínuo e sistemático de tomada de

consciência das normas ortográficas.

Pela análise individual e coletiva de textos ou palavras, se pode trilhar um caminho

onde a curiosidade seja aguçada e o pensar, discutir e descobrir regras ortográficas, pela

análise e comparação, tenha espaço e, assim, se aprendam as convenções de forma prazerosa.

Este é um objetivo que só pode ser alcançado num trabalho contínuo e

compartilhado entre os professores das diferentes séries, sempre com o cuidado de não inibir a

produção textual da criança.

3 É preciso deixar claro que escrever é diferente de copiar. Considera-se que escreve a criança que é capaz de

dizer algo por escrito e, neste sentido, está alfabetizada.

Page 40: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

6.1.2 E a gramática?

Quando professores são interrogados sobre a finalidade de se ensinar a gramática,

as respostas giram em torno de ―Para que o aluno conheça as regras da língua que fala!‖,

―Para que o aluno aprenda a norma culta da língua.‖ ou ―Porque é isto que sempre foi

ensinado na escola.‖ Estas justificativas evidenciam ora a boa intenção dos professores, ora a

ação alienada ou a repetição mecânica de práticas de ensino cristalizadas. É preciso ressaltar,

neste momento, que as pesquisas atuais evidenciam crianças e adolescentes apresentando

enorme dificuldade de produzir textos claros, coerentes e coesos, mesmo tendo passado pelo

Ensino Fundamental, sem falar dos baixos índices de letramento da população brasileira,

mesmo tendo frequentado os oito anos do Ensino Fundamental e o Ensino Médio.4

Considerando a questão da necessidade de se aprender a ―norma culta‖ da língua, é

preciso evidenciar estudos e pesquisas desenvolvidos a partir da sociolingüística, os quais

manifestam que não existe uma forma ―correta‖ e outra ―errada‖ de falar, pois a língua é

produto cultural, isto é, resulta da história social do homem e, assim como existem diferentes

culturas, existem diferentes modos de falar. Neste sentido, desprestigiar ou considerar errada a

fala de determinado grupo social é preconceito linguístico. Conforme os PCNs de Língua

Portuguesa: ―A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias

de uso, ou seja, de utilização eficaz da linguagem: falar bem é falar adequadamente, é

produzir o efeito pretendido‖ (2000, p.26).

A questão que se coloca na prática escolar é: quanto mais distante o sujeito se

encontra da norma padrão da língua, mais vai escrever de acordo com sua oralidade.5 Assim,

é fundamental um trabalho intenso e contínuo com textos variados e de qualidade, trazendo

para a sala de aula os textos que circulam, socialmente. Estes cumprirão um ―papel

modelizador‖.

A escrita está unificada, a partir da língua padrão e, apesar da linguagem escrita

não ser invariável no decorrer do tempo, ela segue normas gramaticais estabelecidas. A

questão é que a prática habitual do ensino da Língua Portuguesa tem se reduzido a nomear

aspectos da linguagem, o que torna o conhecimento gramatical um conteúdo em si. É o caso,

por exemplo, da forma descontextualizada que a metalinguagem aparece em exercícios de

reconhecimento e memorização de nomenclatura. Na verdade a apropriação deste

4 Índices do INAF 2007

5 Na verdade não existe uma correspondência total entre a fala e escrita nem mesmo entre pessoas que se

consideram cultas. Nenhum falante da língua portuguesa, fala exatamente como escreve, pois língua oral e

língua escrita não são isomórficas.

Page 41: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

41

conhecimento deveria ser uma forma de ampliar e melhorar a qualidade da produção

linguística do sujeito. Em função disso, deve-se discutir para que e como ensinar gramática.

Reduzir o ensino da língua ao domínio da gramática normativa é um trabalho

quase que inócuo e que desconsidera a realidade das classes populares. O aluno que vinha

desenvolvendo o seu conhecimento linguístico de uma forma espontânea, na escola, descobre

que seu saber não tem validade e que terá que aprender uma língua que não é a dele. Diante

desta situação acaba se afastando ainda mais da norma padrão da língua.

Quando nos referimos à gramática normativa, estamos tratando, apenas, da norma

padrão da língua, a qual deve ser aprendida, pois será necessária em determinadas situações

de interação comunicativa, mas não em todas. Também há que se considerar a gramática de

uso, aquela que está internalizada pelo falante e permite a organização da língua,

automaticamente, a partir da sua oralidade. (TRAVAGLIA, 1996, p.33).

Assim, o trabalho escolar com a Língua Portuguesa deve considerar a gramática

reflexiva, propor situações em que o aluno seja levado a pensar sobre a língua que já domina.

A análise linguística de textos reais possibilita a reflexão sobre os efeitos de sentido que os

elementos linguísticos podem produzir na interlocução e ampliam a capacidade de

compreensão e expressão do aluno. (TRAVAGLIA, 1996, p.150)

Para evidenciar esta reflexão, também denominada gramática epilinguística, nos

PCNs de Língua Portuguesa encontra-se uma exemplificação a partir de situação que ocorre

no cotidiano:

(...) no meio de uma conversa um dos interlocutores pergunta ao outro ―O que você

quis dizer com isso?‖, ou ―Acho que essa palavra não é a mais adequada para dizer

isso. Que tal...?‖, ou ainda ―Na falta de uma palavra melhor, então vai essa mesma‖.

(2000, p.25).

No caso do ensino de língua, diferentemente destas situações de interlocução

naturais, faz-se necessário segundo este mesmo documento:

(...) o planejamento de situações didáticas que possibilitem a reflexão sobre os

recursos expressivos utilizados pelo produtor/autor do texto — quer esses recursos se

refiram a aspectos gramaticais, quer a aspectos envolvidos na estruturação dos

discursos —, sem que a preocupação seja a categorização, a classificação ou o

levantamento de regularidades sobre essas questões. (2000, p.25).

Page 42: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

É o trabalho com diferentes gêneros textuais que servirá como fonte de referência,

repertório textual, suporte da atividade intertextual6. Pela diversidade textual, se expande o

conhecimento letrado do aluno e se ampliam suas formas de dizer.

6.1.3 Referências

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. SEF. Brasília, 1997

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 1997

GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2000. 136 p

GIL NETO, Antonio. A produção de textos na escola: uma trajetória da palavra. São Paulo:

Loyola/SC, 1988. 172 p.

MORAIS, Artur G. (org.) O aprendizado da ortografia. Belo Horizonte: Autêntica,1999

SARAIVA, Juracy Assmann; MUGGE, Ernani et al. Literatura na escola: propostas para o

ensino fundamental. Porto Alegre: Artmed, 2006

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação. São Paulo: Cortez, 1996

6 A intertextualidade é constitutiva do processo de produção e compreensão de textos. Implica as diferentes

maneiras pelas quais um texto, oral ou escrito, é dependente do conhecimento de outros textos previamente

existentes para poder ser produzido e compreendido.

Page 43: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

6.2 LÍNGUA PORTUGUESA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Professores da Rede Municipal de Urussanga

A capacidade de comunicação, seja ela por domínio da língua falada ou escrita, sempre nos

traz consequências positivas.

Vivemos um tempo de comunicação rápida, de profusão de imagens sintéticas, de novas

formas de organização de mensagens-verbais ou não-verbais. Essas transformações, na comunicação,

exigem dos indivíduos, cada vez mais, o pleno domínio de diferentes linguagens.

Além de ser expressão de identidade nacional, a língua é o instrumento privilegiado para

estabelecer relacionamentos sociais no dia-a-dia, ordenar os dados da realidade, ―traduzir‖ as

linguagens não-verbais, avaliar o dito e o escrito, organizar e registrar conhecimentos adquiridos. Nos

dias de hoje, o domínio das formas de comunicação verbal instaura-se, também ,como condição para

uma atuação mais autônoma e, consequentemente, mais cidadã na sociedade.

Assim, a escola deve apresentar aos seus discentes as duas modalidades da língua, na sua

forma culta ou padrão, utilizada pelos veículos de comunicação em massa, como emissoras de rádio e

televisão, jornais, revistas, painéis, anúncios e etc, cuja função é de serem aliados da escola,

colaborando na educação. E há, também, a modalidade popular, coloquial ou não-padrão, que se

distancia da linguagem culta, utilizando vocábulos e construções inadequadas, quanto à padronização

da língua. Cabe a escola proporcionar a apropriação da língua padrão.

Saber escrever e ler, adequadamente, são imprescindíveis, tanto para a vida profissional como

pessoal.

6.2.1 Grade Curricular de Língua Portuguesa para os Anos Finais do Ensino

Fundamental

6º ANO

OBJETIVO GERAL

Compreender a importância da língua materna e a variação linguística, observando a formação frasal

e o estudo das classes gramaticais mais simples.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

(critérios e

instrumentos)

Caracterizar cada tipo Estudo dos gêneros textuais: Exposição do assunto Identificação e

Page 44: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

de texto, diferenciando

um gênero do outro,

levando em conta as

condições da situação

de produção

elementos da narrativa,

conto popular em verso,

fantástico, histórias em

quadrinho, cartão receita

culinária, carta pessoal,

variação e adequação

lingüística e e-mail e gíria

com a apresentação de

textos específicos para

cada tipo de gênero

produção textual

Observar e empregar

certos aspectos da

língua de uso,

relacionados às

variedades linguísticas

Linguagem coloquial e

linguagem padrão.

Trabalhar com textos

diversos para

identificação

Avaliação

escrita e

produção textual

Identificar os tipos de

frases.

Estudo da formação frasal Aula expositiva e

exercícios escritos

Identificar os

substantivos e seus

determinantes e

classificar os

substantivos

Substantivos e seus

determinantes: Artigo,

numeral, pronome, adjetivo,

locução adjetiva e verbo

(estudo superficial)

Aula expositiva, e

exercícios orais e escritos

Fazer uma leitura

adequada

Compreender e

interpretar as

informações implícitas

e explícitas do texto

Leitura, compreensão,

interpretação de textos

variados

Leitura oral,

desenvolvendo a

compreensão, explanando

as ideias principais

Avaliação oral e

escrita

Desenvolver a

produção escrita, por

meio das informações

obtidas em sala de aula

Produção textual De acordo com os

gêneros textuais,

trabalhados, as produções

serão realizadas

respectivamente

Avaliação

escrita

Obs.: Para os alunos especiais algumas atividades serão adaptadas, conforme a necessidade de cada

aluno e a avaliação poderá ser diferenciada, quando necessário.

7º ANO

OBJETIVO GERAL Proporcionar ao aluno um estudo mais aprofundado quanto à linguagem e ao

estudo morfológico da Língua Portuguesa.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Reconhecer as

características de cada

tipo de texto,

diferenciando um

gênero do outro

Estudo dos gêneros

textuais: o conto, a

crônica, o relato, a

biografia, poemas, notícia,

reportagem e artigo de

opinião

Exposição do assunto

com à apresentação de

textos específicos para

cada tipo de gênero

Identificação e

produção textual

Identificar e analisar

as classes gramaticais

Relembrar as classes

gramaticais estudadas no

Aulas expositivas,

exercícios orais e escritos

Avaliação escrita

e oral

Page 45: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

45

básicas da língua 6º ano. para fixação

Identificar e analisar os

verbos de modo

aprofundado

Estudo aprofundado sobre

verbos ( conjugação,

modos verbais, radical,

locuções verbais, formas

nominais, verbos regulares

e irregulares, tempos

verbais no modo

indicativo)

Aulas expositivas,

exercícios orais e escritos

para fixação

Identificar as figuras

de linguagem

estudadas num

contexto diário

Estudo das figuras de

linguagem: metáfora,

personificação, aliteração,

trocadilhos

Expor o conteúdo

utilizando exemplos do

cotidiano

Identificar os tipos de

frases e o número de

orações

Revisar frase e trabalhar

oração

Aulas expositivas

exercícios orais e escritos

Reconhecer o sujeito, o

predicado, e os tipos

de sujeito no contexto

Estudo do sujeito e

predicado. Tipos de sujeito

Aula expositiva,

exercícios orais e

escritos

Reconhecer, em textos

orais e escritos, o tipo

de linguagem

empregada

Linguagem formal e

informal

Apresentação de textos

formais e informais

Pesquisar textos

formais e

informais e

apresentar para a

turma

Reconhecer a ordem

da frase e transformá-

la

Ordem frasal (ordem

direita e inversa)

Aulas expositivas,

exercícios de fixação

Fazer uma leitura oral

adequada,

compreendendo e

interpretando as

informações implícitas

e explícitas do texto

Leitura, compreensão e

interpretação de textos

variados

Leitura oral,

desenvolvendo a

compreensão,

explanando as ideias

principais

Desenvolver a

produção escrita por

meio das informações

obtidas em sala de aula

Produção textual De acordo com os

gêneros textuais

trabalhados, as produções

serão realizadas

respectivamente

Obs.: Para os alunos especiais algumas atividades serão adaptadas, conforme a necessidade de cada

aluno e a avaliação poderá ser diferenciada, quando necessário.

8º ANO

OBJETIVO GERAL

Conhecer os gêneros textuais, aprendendo as estruturas frasais, todo o estudo morfológico da língua e

uma parte do estudo sintático.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO

– APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Page 46: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Classificar os textos de

acordo com os gêneros

textuais

Estudo dos gêneros

textuais: crônica e conto,

romance, narrativa de

longa duração,

entrevista, editorial,

artigo de opinião,

manifestos

Exposição do assunto com

a apresentação de textos

específicos para cada tipo

de gênero

Identificação e

produção textual

Identificar os tipos de

sequências descritivas

nos textos

Sequências discursivas,

descritivas, narrativas,

argumentativas,

conversacionais

L Leituras de diferentes

tipos de textos para

identificação

Avaliação escrita

Reconhecer e utilizar os

elementos de coesão nos

textos

Elementos de coesão

textual

Apresentação de texto

para identificação dos

elementos coesivos

Produção de

textos, utilizando

elementos

coesivos

Reconhecer o sujeito e o

predicado e os tipos de

predicado

Revisar sujeito e

predicado

Tipos de predicado

Aula expositiva,

exercícios orais e escritos

Identificar o advérbio

nas frases saber

concordar o sujeito com

o predicado

Estudo da classe

gramatical: advérbio,

sujeito e alguns casos de

concordância

Aulas expositivas e

exercícios de fixação

Identificar os verbos

intransitivos, transitivos

e objetos, classificando-

os

Completude das orações.

(verbo intransitivo,

transitivo e objeto)

Aula expositiva e

exercícios de fixação

Identificar os tipos de

vozes verbais em textos

Vozes Verbais (Voz

Ativa, Voz Passiva e

Voz Reflexiva)

Aula expositiva e

exercícios para

aprendizagem

Diferenciar as diversas

formas de adjuntos

Adjuntos (Adnominal e

Adverbial)

Aulas expositivas e

exercícios para

aprendizagem

Identificar vocativo e

aposto, diferenciando-

os

Vocativo e Aposto Aulas expositivas e

exercícios para fixação

Apropriar-se das regras

notacionais da língua: a

acentuação gráfica das

palavras da língua, bem

como a acentuação

Pontuação e acentuação

gráfica

Exercícios escritos

Empregar,

adequadamente, as

palavras: mal, mau e

meio

Ortografia: mal ou mau /

meio

Exercícios para

diferenciar as palavras

em estudo

Avaliação escrita

Fazer uma leitura oral

adequada, compreender

e interpretar as

informações implícitas e

explícitas do texto

Leitura e compreensão,

interpretação de textos

variados

Leitura oral,

desenvolvendo a

compreensão,

explanando as ideias

principais

Avaliação oral e

escrita

Page 47: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

47

Desenvolver a

produção escrita, por

meio das informações

obtidas em sala de aula

Produção textual De acordo com os

gêneros textuais

trabalhados, as

produções serão

realizadas

respectivamente

Obs.: Para os alunos especiais algumas atividades serão adaptadas, conforme a necessidade de cada

aluno e a avaliação poderá ser diferenciada, quando necessário.

9º ANO

OBJETIVO GERAL

Aprofundar os conhecimentos de língua e linguagem, por meio do estudo dos gêneros textuais,

sintaxe, coesão e coerência.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Reconhecer as

características de cada tipo

de texto, diferenciando um

gênero do outro, levando

em conta as condições da

situação de produção

Estudo dos gêneros

textuais: crônica, conto,

romance, narratividade

longa duração, entrevista,

editorial, artigo de

opinião, manifestos

Exposição do assunto

com à apresentação de

textos específicos para

cada tipo de gênero

Produção

textual

Conhecer e identificar as

figuras de linguagem da

língua num contexto diário

Recursos que constroem

o estilo: Metonímia,

Ironia, Polissíndeto,

metáfora, personificação

e antítese

Expor o conteúdo,

utilizando exemplos

cotidianos

Avaliação

escrita e oral

Identificar e empregar

corretamente os períodos

compostos

Período composto:

Coordenação e

Subordinação

Aula expositiva e

exercícios

Conhecer e identificar as

orações coordenadas

assindéticas e sindéticas

Orações coordenadas

assindéticas e sindéticas

Conhecer e identificar as

orações subordinadas

substantivas

Orações subordinadas

substantivas

Conhecer e identificar as

orações subordinadas

adverbiais

Orações subordinadas

adverbiais

Conhecer e identificar as

orações subordinadas

adjetivas

Orações subordinadas

adjetivas

Aprimorar o emprego de

coesão nos textos

produzido

Coesão textual e

coerência

Leitura de textos

enfatizando elementos

coesivos

Apropriar-se das normas

de concordância verbal e

nominal, segundo a

Concordância verbal e

nominal

Exercícios em sala de aula

Page 48: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

variedade padrão

Conhecer, identificar e

empregar adequadamente

os sinônimos, antônimos,

parônimos, homônimos

Sinônimos, antônimos,

parônimos, homônimos

Expor o conteúdo,

utilizando exemplos do

cotidiano

Identificar a ambiguidade

presente nos textos

Ambiguidade Textos para

reconhecimento da

ambiguidade

Empregar os princípios de

regência e colocação

existentes na língua

reconhecendo os valores

semânticos dos verbos de

acordo com sua regência

Regência verbal e

nominal.

Aula expositiva e

exercícios escritos

Ler adequadamente,

compreendendo e

interpretando as

informações implícitas e

explícitas do texto

Leitura, compreensão e

interpretação de textos

variados

Leitura oral,

desenvolvendo a

compreensão, explanado

as idéias principais

Desenvolver a produção

escrita por meio das

informações obtidas em

sala de aula, citando os

gêneros textuais estudados

Produção textual Motivar o aluno a

empregar os gêneros

textuais, seguindo suas

características

Obs.: Para os alunos especiais algumas atividades serão adaptadas, conforme a necessidade de cada

aluno e a avaliação poderá ser diferenciada, quando necessário.

6.1.1 Referências

BORGATTO, Ana Maria Trinconi. Tudo é linguagem. São Paulo: Ática, 2006 (5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries)

CEREJA, William Robert. Português: linguagens. São Paulo: Atual, 2002. (5ª, 6ª, 7ª e 8ª séries)

Page 49: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

49

7. MATEMÁTICA NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Me. Elin Ceryno7

7.1 Princípios que norteiam a reorganização curricular da Matemática para as séries

iniciais

A organização curricular de Matemática para as séries iniciais do Ensino Fundamental exige que

retomemos os princípios gerais e façamos as devidas adequações, denominados princípios

metodológicos para o ensino da Matemática, resolução de problemas como metodologia, concepção de

Matemática, ensino e de aprendizagem.

7.1.1 A resolução de problema como metodologia

A resolução de problema está colocada como central, pelas tendências atuais, no

ensino e aprendizagem da Matemática escolar. É o ponto de partida do ensino e aprendizagem

da Matemática, pois permeia todo o processo na formação de conceitos.

Problema é toda situação que não tem solução imediata e permite ligar os dados da

partida ao objetivo a atingir. Do ponto de vista escolar, o problema deve encerrar um desafio

para quem vai resolver. Os problemas podem se apresentar como: textos, jogos sem solução,

com uma solução ou várias soluções, folhetos de supermercados, gráficos, histórias, etc.

Um problema em Matemática, numa visão tradicional, normalmente, está associado a

um texto em que o desafio principal é identificar qual operação ou quais operações aritméticas

servem como solução para esse mesmo problema.

A Matemática escolar tem tido muitas dificuldades para superar a falsa contradição

entre o domínio das técnicas operatórias e a resolução de problemas. A prática usual da escola

segue a seguinte lógica: primeiramente, aprendem-se técnicas operatórias para, depois,

resolver problemas.

Outro aspecto relevante é que essas práticas escolares ―decidem‖ que cada problema

só pode ser resolvido por uma só operação, de um jeito só, isto é, são estabelecidos limites

rígidos entre as operações e as maneiras de resolver o problema.

Para a teoria histórico-cultural, a base do conhecimento humano e do seu

desenvolvimento é a atividade prática que resulta na produção de ferramentas. No ensino-

7 Professora do Curso de Pedagogia da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, aposentada da Rede

Pública Estadual de Santa Catarina.

Page 50: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

aprendizagem escolar, a resolução de problemas contribui, decisivamente, para a formação do

conceito e, ainda mais: o significado matemático se revela no problema.

Há problemas práticos e de aprendizagem. Os problemas de aprendizagem não são

necessariamente problemas práticos, mas com um fim específico, a aprendizagem.

A seleção de problemas na escola é sempre intencional; tem em vista o conceito

científico que se quer construir. A esses problemas Rubstov (1976) dá o nome de problemas

de aprendizagem. ―Propor um problema de aprendizagem a um escolar é confrontá-lo com

uma situação cuja solução em todas as variantes concretas pede uma aplicação do método

teórico generalista.‖ (RUBSTOV, 1976, p.131).

O problema como formador de conceito, é ponto de partida para a aprendizagem,

porque a partir de um conjunto de problemas podemos estabelecer a interconexão entre eles e,

desse modo, desvelar o significado matemático do conceito. De outro modo, a aprendizagem

resulta quando os conceitos podem ser estendidos ou aplicados a um conjunto de situações

distintas.

Exemplificando: Quero colocar 56 ovos em caixas de uma dúzia. Quantas

embalagens são necessárias para tal? Para um adulto escolarizado, esse é um clássico

problema de divisão: 56 12; mas uma criança pode resolvê-lo, sem dominar o conceito de

divisão, recorrendo a solução empírica com registros concretos, desenhos e por meio de

operações como adição, subtração e multiplicação.

A decisão da criança acerca de qual caminho seguir está apoiada nos seus

conhecimentos anteriores, ou seja, seu conhecimento real.

Adição: 12 + 12 = 24 24 +12= 36 36 + 12= 48 48 + 12=60

Contando ―quantos 12 temos é o total de 5 caixas; observe que a última não

está cheia.‖

Subtração: 56 -12 =44 44-12= 32 32-12= 20 20-12=8

Multiplicação: 12 x 2= 24 12 x 4= 48 12x 5 = 60 (aqui por tentativa)

Divisão: 56: 12= 4 e restam 8. Resposta: 5 caixas.

Resolução de problema como elemento formador de conceitos permite a relação entre o

―saber-pensar‖ e o ―saber-fazer‖. De outro modo, podemos afirmar que é prática, na medida

em que o sujeito torna-se apto a resolver uma variedade de problemas, e é teórica, quando

permite vislumbrar soluções para novos problemas.

7.1.2 Concepção de matemática: formalismo

Page 51: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

51

A compreensão de como se dá o conhecimento matemático medeia o fazer

pedagógico. A concepção que predomina no ensino tradicional é o formalismo; contrapondo-

se a este há um conjunto de outras concepções e entre elas a histórica cultural.

O formalismo matemático, tanto o clássico como a moderno, acredita que o

pensamento matemático tem sua origem no mundo das idéias. Aqui a Matemática é vista

como resultado puro do pensamento humano, independentemente de bases materiais, ou seja,

é a histórica.

Para os formalistas, o conhecimento matemático se desenvolve a partir de certos

termos aceitos sem explicação formal: os termos primitivos e os axiomas (certas proposições

que se tornam verdadeiras, independentemente de qualquer demonstração).

Novas definições são construídas pelo método dedutivo, ou

seja, surgem sempre a partir de termos anteriores. Os

números racionais, por exemplo, o conjunto Q, (frações e

decimais), são definidos a partir do conjunto dos números inteiros (conjunto Z): Q = a/b tal

que a Z, b Z e b 0.Como consequência, aprende-se primeiro as frações na linguagem

de barras para depois a linguagem decimal (vírgula), quando esta última está presente de

forma intensa no cotidiano.

A concepção histórico-cultural tem seus fundamentos no materialismo

histórico; para esta a vida social, os problemas colocados pela natureza, pela sociedade e pela

cultura exercem uma influência sobre a Ciência. Na vida em sociedade e nas relações sociais,

o homem desenvolve ferramentas de ordem material e conceitual - resultado da atividade

econômica, cultural e social.

No campo numérico dos naturais, o zero, o número natural e a relação “é sucessor de” constituem-se termos primitivos. A partir deles, constrói-se o conjunto dos números naturais: existe o 0, o sucessor de 0 é 1, o sucessor de 1 é 2, e assim indefinidamente. Aprender os números é aprender um de cada vez. Quando chegamos ao 10 falamos de dezenas!

Page 52: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Sem dúvida, a Matemática possui problemas próprios, que não têm ligação

imediata com outros problemas da vida social. Mas não há dúvida, também, de

que seus fundamentos mergulham [...] na vida real, uns e outros entroncam na

mesma madre ( CARAÇA).

Foram as necessidades sociais de contagem e medida que geraram os números. Da

necessidade da contagem, surge a ferramenta conceitual - o conjunto dos números naturais.

Da necessidade da medida, comprimento, área, volume, massa, capacidade, tempo etc...,

surgem os números não inteiros formalizado racionais. Ainda nos processos de trocas, surge

necessidade de outras ferramentas como as operações aritméticas. Nas medições de terras e

construções, surge a geometria que se utiliza das operações como a multiplicação e divisão,

além da adição e subtração.

A partir da perspectiva histórica a organização curricular apresenta a Matemática de

forma não-fragmentada, priorizando a lógica de sua construção histórica, buscando resgatar o

significado matemático que está oculto na linguagem.

7.2.2 Princípios metodológicos para o ensino da Matemática

A apropriação dos conceitos científicos implica compreender o que é conhecimento

empírico, científico e relação entre conhecimento real e potencial, o papel dos registros na

formação dos mesmos e a mediação do professor.

7.2.2.1 Conhecimento real, potencial e a articulação na formação de conceitos

Como foi dito, a formação do conceito científico se dá a partir de um conjunto de

conhecimentos anteriores, o conhecimento empírico e/ou cotidiano. Para entender estes dois

conceitos, vamos partir de uma situação-problema vivida. Apresentaram-se aos alunos os dois

problemas que seguem.

Page 53: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

53

Podem observar, o aluno resolveu, corretamente, os problemas. No primeiro,

encontrou 8 baldes e, no segundo 7 balas para cada criança.

Por que ele não usou a divisão de 47 por 6 no primeiro problema? Observem, atentamente, o

que o aluno fez em cada problema:

No primeiro, ele resolveu, utilizando-se de um conhecimento cotidiano – usar

baldes para encher um tanque- agregado de um conhecimento escolar –

multiplicando por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8- por aproximação encontrou o número de

baldes necessários.

No segundo problema, ele já utilizou um conhecimento escolar e fez a divisão de 47

por 6 para repartir igualmente as balas. Pergunta-se, então: no primeiro problema há o ato de

repartir? O ato de encher o tanque associa-se a qual operação aritmética? Adição. Despejar

água no tanque não está associado ao ato de repartir? A operação divisão não é só repartir.

Este é um dos significados matemáticos da divisão.

Nos dois casos, a criança utilizou o conhecimento real. No primeiro caso,

desenhando, utilizou conhecimento cotidiano/empírico, que lida com diferenças e

semelhanças que emergem da observação do fenômeno isolado.

No segundo caso, o conhecimento real já é conhecimento escolar, mas que ainda não

é científico — lida com um sistema inter-relacionado de fenômenos individuais. Ela está em

processo de generalização.

No caso do nosso aluno, pode-se afirmar que ainda não tem o conhecimento

científico da divisão; ele utiliza a mesma para resolver um tipo de problema particular-divisão

em partes iguais, mas não generalizou para todos os significados da divisão.

Pode-se dizer que o aluno tem conhecimento empírico da divisão. Para ele dividir é

repartir em partes iguais, ou seja, conhecimento parcial do conceito.

Não é tarefa simples saber o que os alunos conhecem sobre cada assunto ou conteúdo

a ser ensinado, mas é de grande ajuda, quando há o apoio nos registros informais como o

desenho, o que possibilita fazer a mediação.

7.2.2.2 Os registros informais e a resolução de problemas

Um problema em Matemática, numa visão tradicional, normalmente, está associado a

um texto em que o desafio principal é identificar qual operação ou quais operações aritméticas

servem como solução para esse mesmo problema. Dado esse entendimento, pressupõe-se que,

6 +

6+

6+

6+

Page 54: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

para aprender Matemática, é necessário aprender antes a linguagem da Matemática, o que

torna complexo e, por vezes, impossível trabalhar com a resolução de problemas na Educação

Infantil ou com crianças ainda não-leitoras.

A linguagem matemática tem características distintas em relação à língua materna,

uma delas é o fato de ser uma linguagem escrita por excelência. Culturalmente, a linguagem

matemática não é usada no cotidiano de forma constante, do mesmo modo como é usada a

língua materna.

Fazer com que a linguagem matemática se torne necessária, é tarefa escolar. É de

supor que a apropriação dessa linguagem se faça de forma aproximada, como resultado da

atividade de aprender Matemática e não o contrário.

Ao exigir da criança uma linguagem considerada adequada e precisa, corre-se o risco

de impedir o acesso a conceitos matemáticos ou de retardar determinados conteúdos. Espera-

se que a criança domine a linguagem ou algoritmo para depois colocá-la diante de um novo

desafio. Agindo desta forma, acaba-se por desenvolver ações de ensino, voltadas somente

para a zona de desenvolvimento real, o que é um impeditivo de atuação na zona de

desenvolvimento potencial.

O incentivo a que as crianças se utilizem de ―desenhos‖ para resolver problemas

apresenta algumas possibilidades:

- desenvolve na criança auto-confiança para resolver

problemas;

- permite que utilize seus conhecimentos pessoais que

se traduzem em conhecimentos cotidianos (empíricos) e

científicos (formais);

- coloca a necessidade de ferramentas mais elaboradas para a resolução de

problemas.

Para o professor, os registros individuais representam um instrumento de análise das

aprendizagens do aluno. No processo de ensino formal, as crianças conservam, em parte, seus

conceitos intuitivos que se somam aos modelos adquiridos, gerando representações ou

―imagens conceituais‖, tais como:

1- na forma de imagens-cópia, as quais tomam o lugar da realidade de maneira natural;

2- de maneira empírica, que utiliza ―imagens-código‖;

.3- de maneira formal, que cria imagens esquema (do tipo algorítmico).

Independente da forma de registro adotada pela criança, é importante destacar que

este acontece sempre na busca de solução de um problema que lhe seja significativo.

Page 55: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

55

Os registros informais podem ser oral, experimentais e escritos. O modo mais natural

de registro é pela oralidade, já que quase todas crianças dominam esse meio de comunicação.

Na fala, estão expressas suas experiências pessoais que serão compartilhadas pelos colegas.

A comunicação de uma solução de modo experimental se dá pela utilização de

objetos que simulam a situação real, ou por meio de conhecidos recursos didáticos como:

fichas, palitos, material dourado, ábaco etc.

O registro escrito pode se dar pelo desenho, por um texto, ou utilizando da escrita

aritmética. Crianças não-leitoras, além do registro oral, podem resolver problemas numéricos

ou não, utilizando- se do desenho. O desenho é um importante recurso que ajuda na

construção de conceitos, tanto para crianças leitoras como não-leitoras.

Quando se indica que a Matemática nas séries iniciais deve ter como ponto de partida

a resolução de problemas, apoiamo- nos conhecimentos prévios e/ou cotidianos das crianças

e, neste contexto, a utilização de registros informais é elemento central no processo de fazer

matemática.?

7.2.2.3 Os registros informais e a mediação

A criança quando chega à escola, na primeira série, ela traz consigo um conjunto de

conhecimentos sobre a quantidade e sua representação e estes serão suas ferramentas para a

resolução de problemas.

Esta criança não domina e pensa a quantidade como os adultos - toda a base de seu

pensamento é a contagem e correspondência um a um, conhecimentos estes que são

ferramentas para resolver todo tipo de problema, que lhe é significativo, ou seja, está na zona

real e potencial.

Com o conhecimento real, ela faz sozinha os problemas, desde que apoiada em

registros informais, o que indica conhecimento potencial, para o qual ela precisa da mediação

da professora para avançar.

Veja na figura 1, a criança de 6

anos resolveu o problema de divisão por

meio da contagem.

Page 56: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Na figura 2, a criança resolve um problema de subtração (comparação) por meio

da contagem e a correspondência um a um.

Na figura 3, o aluno precisa saber ―quanto precisa para ter a mesma quantidade

que Pedro‖. Ele utiliza da contagem um a um para chegar a 23; os números circulados

indicam a contagem que fez para encontrar a resposta.

Figura3

As soluções encontradas pelas crianças indicam ao professor, onde deve se dar sua

mediação para que identifiquem a operação adequada, segundo seus objetivos estabelecidos.

A seguir quadros sínteses para facilitar a compreensão das discussões realizadas.

figura 2

Page 57: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

57

Figura 6: Esquema ensino de matemática.

Figura 7: Esquema resolução de problemas.

Page 58: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Figura 8: esquema dos campos numéricos.

Page 59: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

59

Figura 9: Esquema para a geometria.

Page 60: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Tabela 2: Conceitos e conteúdos de Matemática para os anos iniciais do Ensino Fundamental – Primeiro

Ano

PRIMEIRO ANO

CA

MP

OS

NU

RIC

OS

Conceito de número

-Número como quantidade em situações-

problemas cotidianos de contagem e medida

- Quantificação por comparação, por

correspondência um a um

- Contagem um a um

- Escrita numérica

- Decomposição aditiva de onze a dezenove:

10+1, 10+2, etc

- Leitura dos numerais

- Contagem de dois em dois, cinco em cinco, etc

Conceito de número e

operações

- Adição em situações: juntar e acrescentar, por

meio de materiais manipulativos, contagem,

registros informais

- Construir conceitos da subtração em situações

de tirar, comparar e completar, por meio de

materiais manipulativos, contagem, registros

informais

- Resolver problemas por meio de cálculo mental

- Resolver problemas com sentenças

matemáticas da adição

Conceito de números

e medidas

- Introduzir conceito de medida de tempo

(ontem, hoje, amanhã, calendário)

- Introduzir medida de comprimento utilizando

padrões informais (palmos, passos etc...)

- Introduzir conceito de medida de valor, -

reconhecendo as moedas do sistema monetário

- Resolver problemas de adição e subtração

envolvendo sistema monetário de forma

experimental

GEOMETRIA Geometria não-

métrica

- Desenvolver atividades experimentais de

localização no espaço ( perto, longe, na frente,

atrás, em cima, em baixo, dentro, fora, mesmo

sentido, sentido contrário)

- Identificar os sólidos geométricos em situações

reais

- Introduzir as figuras geométricas como

contorno dos sólidos geométricos

TRATAMENTO

DA

INFORMAÇÃO

Gráfico e tabela - Resolver situações- problema, envolvendo

gráficos de coluna e tabelas para a comparação

de quantidades

Page 61: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

61

Tabela 3: Conceitos e conteúdos de Matemática para os anos iniciais do Ensino Fundamental - Segundo

Ano

SEGUNDO ANO

CA

MP

OS

NU

RIC

OS

Conceito de número

- Significado de número em situações

(problema de quantidade, código e

ordenação)

- Desenvolver a escrita e leitura dos

números

- Contagem por agrupamento de dois, três,

cinco, dez

- Ideia de metade, dúzia, par e ímpar,

dobro, triplo

- Decomposição dos números de forma

aditiva

- Cálculo da adição por decomposição

aditiva

- Cálculos de subtração, por meio de

recursos didáticos

Conceito de número e

operações

- Conceito de adição em situação-

problema, envolvendo idéias de juntar e

acrescentar com cálculos informais e

formais

- Conceito de subtração, envolvendo:

- ideia de tirar, utilizando recursos

didáticos manipulativos, sentenças

matemáticas e por meio de cálculos por

decomposição aditiva;

- ideias de comparar e completar, por meio

de recursos didáticos e desenhos

- Contagem por agrupamento de dois, três,

cinco, dez

- Conceito de multiplicação, envolvendo

situações de proporcionalidade,

organização retangular, combinações por

meio de recursos didáticos manipulativos,

desenhos, contagem um a um, adição de

parcelas iguais

- Conceito de divisão, envolvendo

situações repartir em partes desiguais e

iguais, formar grupos por meio de

desenhos, contagem um a um, adição e

subtração

- Medida de tempo

Page 62: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Conceito de números e

medidas

- Medida de comprimento, utilizando

padrões informais e formais

- Reconhecer e utilizar régua para metro e

centímetro

- Sistema monetário: solucionar problemas

de:

- adição, envolvendo dinheiro por meio da

manipulação, cálculo escrito

- subtração envolvendo dinheiro

(manipulação, cálculo)

GEOMETRIA Geometria não-métrica - Localização no espaço de forma

experimental: perto, longe, na frente, atrás,

em cima, em baixo, dentro, fora, mesmo

sentido, sentido contrário

- Representação e reconhecimento do

espaço no plano frente, atrás, direita,

esquerda, em cima, em baixo, etc

- Sólidos geométricos, a partir de situação

real

- Figuras geométricas, contorno dos

sólidos geométricos

- Simetrias

- Superfície plana e arredondada

- Linha reta e curva

TRATAMENTO

DA

INFORMAÇÃO

Gráfico e tabela - Situações-problema, envolvendo gráficos

de coluna e tabelas para a comparação de

quantidades

- Gráficos de coluna para a comparação de

quantidades

- Situações-problema com gráficos e

tabelas no estudo e adição e subtração

- Leitura e interpretação de tabelas e

gráficos de colunas

Tabela 4: Conceitos e conteúdos de Matemática para os anos iniciais do Ensino Fundamental-Terceiro

Ano

TERCEIRO ANO

CA

MP

OS

NU

RIC

OS

Conceito de número

- Significados dos números em situações,

como história dos números, quantidade,

ordenação e código

- Composição e decomposição dos

números de forma aditiva até três dígitos

- Números, envolvendo ideias de

sucessor, antecessor, pares, impares

- Agrupamentos de 10 em 10 em recursos

didáticos como material dourado, fichas de

Page 63: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

63

cálculo e ábaco

Conceito de número e

operações

- Problemas de adição, envolvendo idéias

de juntar e acrescentar, por meio de

cálculos escritos

- Problemas de subtração, envolvendo

idéia tirar, por meio de cálculos escritos

- Resolução de problemas de subtração,

envolvendo comparar e completar por

meio recursos didáticos e/ou cálculos

escritos

- Cálculos da adição por decomposição

aditiva, envolvendo valor de posição

- Cálculos da subtração, envolvendo

decomposição aditiva e valor de posição

Multiplicação— situações problema,

envolvendo proporcionalidade,

organização retangular

- Problemas de multiplicação de forma

experimental ou desenho, envolvendo

combinações

- Tabelas (tabuada) de multiplicações em

situações-problema

- Cálculo da multiplicação por

decomposição aditiva

- Problemas de divisão, envolvendo

situações problema de repartir e medir

(formar grupos)

- Cálculos de divisão, por meio de

recursos manipulativos, desenhos

- Cálculo da divisão, por estimativa

Conceito de números e

medidas

- Medida de tempo- horas e calendário

Sistema monetário (problemas de adição,

subtração)

- Medida de capacidade ( padrões

informais e formais)

- Medida de massa ( quilograma e grama)

GEOMETRIA Geometria não métrica

- Formas geométricas em três dimensões:

vértice, face e aresta

- Formas geométricas planas e polígonos,

poliedros e corpos redondos

Page 64: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

- Planificação de formas tridimensionais,

Circunferência

- Ampliação e redução de figuras na malha

quadriculada

- Simetria

TRATAMENTO

DA

INFORMAÇÃO

Gráfico e tabela - Gráficos de coluna e tabelas para a

comparação de quantidades

- Gráficos de coluna para a comparação

de quantidades

- Leitura e interpretação de tabelas e

gráficos de colunas

Tabela 5: Conceitos e conteúdos de matemática para os anos iniciais do ensino fundamental- Quarto Ano

QUARTO ANO

CA

MP

OS

NU

RIC

OS

Conceito de número

- Significados dos números em situações,

como a história dos números, quantidade,

ordenação e código

- Composição e decomposição aditiva dos

números com até quatro dígitos

- Composição e decomposição dos

números em unidade, dezena, centena e

unidade de milhar

- Problemas de adição e subtração,

envolvendo numerais de até quatro dígitos

- Calculadora para realizar as operações e

comparar com resultados de cálculos

escritos

- Subtração em situações problema de

comparar, tirar e completar

- Cálculos de adição e subtração, por meio

do algoritmo tradicional de valor e de

posição

- Adições e subtração por estimativas

- Multiplicação por decomposição aditiva

- Divisão por aproximação

Conceito de número e

operações

- Reconhecer a multiplicação como

solução de problemas de proporção

(adicionar parcelas iguais), organização

retangular e combinações

- Multiplicação por 10, 100, 1000.

- Cálculo da multiplicação por

decomposição aditiva

- Divisão em situações problema de

repartir em partes iguais e de medir(formar

Page 65: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

65

grupos)

- Problemas com números fracionários

decimais, envolvendo medidas

- Conceito de fração com barra, a partir de

medida de valor e de comprimento,

estabelecendo relação com a escrita

decimal

Conceito de números e

medidas

- Sistema monetário, envolvendo situações

problemas com cheques e cartão bancário.

- Medida de tempo ( hora, minuto,

segundo, mês, bimestre, semestre,

trimestre)

- Medida de comprimento ( metro,

centímetro e milímetro, quilometro,

Perímetro)

- Medida de capacidade (litro (l) e mililitro

(ml) medida de massa - grama,

quilograma, tonelada)

GEOMETRIA Geometria métrica - Formas geométricas em três dimensões (

vértices, arestas faces. Formas geométricas

planas)

- Planificação de figuras geométricas

- Polígonos

- Circunferências

- Ângulo e giro

- Simetria ( redução e ampliação em

malhas quadriculadas )

- Vista e sombra

TRATAMENTO

DA

INFORMAÇÃO

Gráfico e tabela - Gráficos de colunas e tabelas para a

comparação de quantidades

- Leitura e interpretação de tabelas e

gráficos de colunas das diversas áreas do

conhecimento

Page 66: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Tabela 6: Conceitos e conteúdos de Matemática para os anos iniciais do Ensino Fundamental-Quinto Ano

QUINT0 ANO

CA

MP

OS

NU

RIC

OS

Conceito de número e

operações

- História dos números

- Composição e decomposição aditiva dos

números

- Leitura dos números

- Número e suas ordens

- Problemas de adição e subtração com

mais de três dígitos

- Cálculo adição com agrupamento e

reagrupamento

- Uso de calculadora

- Subtração (comparar, tirar e completar).

- Cálculo da subtração

- Estimativas – adição

- Multiplicação (adicionar parcelas iguais,

organização retangular, proporção)

- Cálculo mental e resolução de problemas.

- Multiplicação por 10, 100, 1000

- Multiplicação por decomposição aditiva e

valor de posição

- Divisão idéia de medir e repartir em partes

iguais e desiguais

- Divisão, cálculo da divisão por

aproximação e valor de posição

- Multiplicação e divisão na resolução de

problemas

- Números decimais e medidas (operações

adição e subtração)

- Números decimais e o dinheiro (

operações adição e subtração)

- Ideias de fração

- Resolução de problemas, envolvendo

números inteiros e decimais

- Conceito de fração como parte do todo e

representação em barra

- Frações equivalentes

- Porcentagens

Page 67: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

67

Conceito de números e

medidas

- Medida de comprimento ( metro,

centímetro e milímetro, quilômetro)

- Perímetro

- Medidas de superfícies com padrões

informais ( ladrilhamento)

- Medida de capacidade ( litro e metro

cúbico)

- Medida de massa ( grama, quilograma,

tonelada e arroba)

- Medida de temperatura

- Medida de tempo ( uso do relógio, década,

século)

GEOMETRIA Geometria não-métrica - Formas geométricas em três dimensões

- Formas geométrica planas

- Planificação

- Polígonos, triângulos e quadriláteros

- Círculo e circunferência

- Corpos redondos

- Simetria, redução e ampliação em malhas

quadriculadas

- Ângulos reto, agudo e obtuso

- Reta, segmento de reta

TRATAMENTO

DA

INFORMAÇÃO

Gráfico e tabela

- Resolução de problemas com dados

apresentados de maneira organizada, por

meio de tabelas simples, gráficos de

colunas, tabelas de dupla entrada e gráficos

de barras

- Ler informações, apresentadas de maneira

organizada por meio de gráficos de linha e

de setor

- Construir gráficos e tabelas com base em

informações contidas em textos

jornalísticos, científicos ou outros

- Identificar as possíveis maneiras de

combinar elementos de uma coleção e de

contabilizá-las por meio de estratégias

pessoais

- Utilizar a noção de probabilidade em

situações-problema simples

Page 68: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

7.3 MATEMÁTICA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Jucerlene Roque Furlanetto;

Profa. Gladis Helena Farias;

Profa. Simone Quarezemin8

7.3.1 Aspectos históricos da Matemática

Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, a matemática surgida na antiguidade

por necessidades da vida cotidiana, converteu-se em um imenso sistema de variadas e

extensas disciplinas. Como as demais ciências, reflete as leis sociais e serve de poderoso

instrumento para o conhecimento do mundo e domínio da natureza.

Para Caraça (1984, p.29), ―medir e contar são as operações, cuja realização a vida de

todos os dias exige com maior freqüência‖ pois todos sabem que, na vida corrente, a cada

momento, se faz contagens ( o pastor para saber se não perdeu algum animal do seu rebanho,

o operário para saber se recebeu seu salário corretamente, a dona de casa ao regular as

despesas, o homem de laboratório ao determinar o número exato de segundos que deve durar

uma experiência) – para que se determine a organização da vida em sociedade.

7.3.2 Considerações sobre educação matemática

A Proposta Curricular de Santa Catarina entende a Matemática como um

conhecimento vivo, dinâmico, produzido ao longo da história, nas diferentes sociedades. Esse

conhecimento é sistematizado e organizado com linguagem simbólica própria por algumas

culturas, atendendo às necessidades concretas da humanidade: compreender, interpretar e

transformar a realidade.

A Matemática, enquanto uma forma de pensamento e de expressão, possui uma

linguagem em constante movimento, que é utilizada, socialmente, como representação de

múltiplos fenômenos da natureza. A função do educador matemático é possibilitar ao aluno,

apropriar-se desta forma de pensamento, da linguagem, da escrita e da produção matemática.

Os educadores estão conscientes de que é necessário mudar a postura em sala de aula,

reavaliar o papel de professor e pensar sobre a finalidade de tudo aquilo que está tentando,

muitas vezes sem sucesso, ensinar aos alunos.

8 Professoras do Centro Educacional e Profissional Lydio de Brida.

Page 69: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

69

De acordo com Rabelo (2002, p.18), ―o ensino, de modo geral, está baseado em um

modelo de educação que trata o conhecimento matemático como conjunto de fatos, leis e

fórmulas prontas, fechadas e de difícil compreensão, não admitindo mudanças.‖

Sabe-se que qualquer mudança começa pelo compromisso e pelo desejo de

transformação, sendo que na Matemática, também, não é diferente. Os alunos precisam, na

Matemática, desenvolver seus conceitos por meio de raciocínios apropriados. Para isto

precisam descobrir a estrutura essencial da desta ciência. Todo professor deve saber que a

Matemática não deve ser apresentada de forma pronta e acabada, mas sim de forma que possa

ser construída a cada dia e sempre contando com a contribuição dos educando.

7.3.3 Objetivos

É necessário que estejamos atentos à teoria sociocultural de Vygotsky, onde o

educando é concebido como sujeito da sua própria aprendizagem. Portanto segue abaixo a

relação dos objetivos principais:

propiciar ao aluno condições para que o mesmo possa desenvolver o seu pensamento

lógico-matemático;

(re)construir juntamente com os alunos conceitos, historicamente, produzidos pela

humanidade;

analisar a matemática usada no cotidiano e relacioná-la com a Matemática científica;

socializar o conhecimento e domínio do uso das novas tecnologias (calculadoras,

computadores...);

compreender e interpretar dados registrados em linguagem matemática;

desenvolver a capacidade de trabalhar em equipe, cumprindo/sabendo de suas

responsabilidades perante o grupo;

construir valores como a paz e a solidariedade;

exercer a cidadania.

6º ANO

OBJETIVOS

Mostrar as várias maneiras de representação matemática nos séculos passados.

Usar figuras geométricas para fazer contagem dos elementos que a representam.

Interpretar situações-problema.

Desenvolver cálculo com expressões.

Levantamento de dados para montagem de tabelas e gráficos.

Page 70: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Interpretar gráficos;.

Reconhecer um número primo;

Encontrar o mínimo múltiplo comum, máximo denominador comum, por meio de

situações-problemas

Abordar a idéia de múltiplos e divisores.

Mostrar aos alunos o quanto é importante o sistema de medidas; através de problemas,

envolvendo situações do dia-a-dia;

Historicizar o surgimento das frações, fazendo relação de frações com o sistema

monetário.

Montar gráficos e tabelas com porcentagem.

Levantar situações com os números decimais para montagem de cálculos.

Desenvolver o conceito de área e perímetro de figuras planas.

Idéia de ponto, seta, plano, ângulo, nomes das figuras geométricas em relação a seus

lados e noção de raio, circunferência e diâmetro.

CONTEÚDOS ESSENCIAIS

Sistema de Numeração Decimal: histórico – contagem – registro;

Número e algarismo e suas operações: adição, subtração, divisão, multiplicação,

potenciação e radiação;

Expressões Numéricas;

Gráficos e tabelas;

Números primos;

Múltiplos e divisores;

Sequência;

Medidas e sua representação;

Frações e operações;

Introdução de sequência através de problemas;

Porcentagem (idéia);

Área e Perímetro;

Ângulos, polígonos e circunferências.

7º ANO

OBJETIVOS

Abordar o sistema de numeração desde a antiguidade até os dias atuais para a

compreensão do sistema decimal.

Page 71: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

71

Caracterizar o sistema decimal, compreendendo sua importância para o registro de

números fracionários e sua relação com as medidas.

Levantar a necessidade dos números negativos para registrar situações do cotidiano:

maior e menor, subsolo e superfície, esquerda e direita, tudo relacionado com os

números inteiros e a construção da reta numérica dos números inteiros.

Entender as regras de sinais dos números inteiros, tanto da adição e subtração, quanto

da multiplicação e divisão, com elaboração de diversas situações-problema.

Explorar o cálculo mental com exercícios orais para compreensão e fixação das regras

de sinais.

Usar gráficos e tabelas, tendo como dados: localização espacial, saldos bancários,

porcentagens, temperaturas para interpretação.

Usar situações concretas para desenvolver o conceito de área e volume.

Utilizar as medidas dos lados de figuras semelhantes para cálculo da razão e seus

significados.

Desencadear no aluno a idéia de proporcionalidade e que para serem proporcionais

devem estar na mesma escala de medida.

Calcular porcentagens, por meio de regra de três simples, dentro de situações do dia-a-

dia do aluno.

Explorar o cálculo algébrico por meio do cálculo mental;

Levar o aluno a concluir antes de sistematizar;

Transformar o conhecimento lógico cotidiano do aluno em linguagem matemática,

mostrando a operação inversa como um caminho ―curto‖ e ―eficaz‖ na resolução de

equações, inequações e sistemas.

Possibilitar ao aluno o conhecimento do que é grau, minuto, segundo, trabalhando com

o transferidor para medir ângulos, construção de figuras, classificação de polígonos e

cálculo de ângulos.

CONTEÚDOS ESSENCIAIS

Evolução numérica;

Revisão das operações decimais e fracionarias;

Números inteiros: Introdução e reta numérica;

As seis operações dos números;

Expressões numéricas;

Área e volume;

Razão e proporção;

Regra de três simples (Porcentagem);

Regra de três direta e inversamente proporcional;

Cálculo algébrico;

Page 72: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Equações, inequações e sistemas;

Ângulos.

8º ANO

OBJETIVOS

Obs: Os conteúdos do 1° bimestre podem ser trabalhados articulados a outras disciplinas,

como por exemplo, a geografia, neste sentido se propõe:

Trabalhar escalas de mapas, plantas e maquetes.

Conhecer densidade demográfica, fazendo conexão, também, com os números racionais

explorando a porcentagem para interpretação e construção de gráficos.

Trabalhar o uso de letras de forma significativa com o uso de situações contextualizadas

no cotidiano para resolução de problemas, por meio de operações com equações.

Perceber a importância do sistema de equação para a resolução de problemas por vários

caminhos.

Identificar a origem do número ╖(pi) e qual sua importância na circunferência.

Identificar as propriedades relativas a ângulo opostos pela vértice, correspondentes e

alternos internos e sua simbologia.

Entender as diversas formas de polígonos com formas planas e espaciais com suas

classificações.

Introduzir monômio polinômio para a aplicação nas operações matemáticas

posteriormente, as expressões algébricas, dando ênfase na linguagem algébrica que é

uma poderosa ferramenta para resolver problemas e sintetizar fórmulas, fenômenos

físicos, sociais, etc... .

Introduzir fatoração e frações algébricas e seus cálculos.

Desenvolver o conceito de perímetro de figuras geométricas planas e a noção de área

(revestimento) e volume (enchimento).

CONTEÚDOS ESSENCIAIS

Razão e proporção;

Regra de três simples (direta e inversamente proporcional);

Regra de três composta;

Equações e gráficos;

Porcentagem;

Sistemas de equações;

Page 73: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

73

O número (pi)- perímetro e área da circunferência;

Ângulos, paralelos e polígonos;

Monômios;

Polinômios;

Expressões algébricas;

Produtos notáveis (área);

Fatoração de expressões algébricas;

Frações algébricas;

Potenciações algébricas;

Área, perímetro e volume.

9º ANO

OBJETIVOS

Introduzir probabilidade onde represente o resultado provável ou as chances de um

determinado resultado ocorrer

Trabalhar a noção de estatística, por meio da elaboração e interpretações de tabelas e

gráficos, na organização e interpretação de dados e cálculos de porcentagens e juros.

Estudar os radicais e suas propriedades.

Revisar equação do 1° grau para, posteriormente, abordar a equação de 2° grau, por

meio de situações-problemas, até chegar a fórmula;

Resolver problemas;

Aplicar a noção de função, explorando intuitivamente a idéia por meio de conexão de

tabelas e gráficos de situação contextualizada, chegando aos conceitos de lei da função

e variável dependente e independente.

Obter noções básicas de segmentos proporcionais e retas paralelas.

Conhecer o matemático Tales, que desenvolveu a fórmula de cálculo da altura

desconhecida de um monumento, por meio de triângulos semelhantes e retas paralelas.

Conceituar Semelhança.

Conhecer relações métricas, aprofundando estudos sobre à trigonometria dos triângulos

retângulo.

Aplicar o Teorema de Pitágoras, onde a soma dos quadrados dos catetos é igual ao

quadrado da hipotenusa.

CONTEÚDOS ESSENCIAIS

Probabilidade;

Organização de dados;

Page 74: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Números e gráficos (Estatística;)

Porcentagem e juros;

Raiz quadrada e propriedades;

Potenciação e radiciação;

Equação do 1° grau;

Equação do 2° grau;

Equação biquadrada;

Equação irracional;

Problemas e equações;

Função do 1° grau;

Função do 2° grau;

Gráficos da função de 1° e 2° grau;

Segmentos proporcionais;

Paralelos e perpendiculares;

Teorema de tales;

Semelhança de polígonos;

Relações métricas no triângulo retângulo;

Teorema de Pitágoras.

7.3.4 Referências

BARRETO, Benigno Filho e SILVA, Cláudio Xavier da. Matemática: Aula Por Aula. 1ª ed.

São Paulo: FTD, 2003.

BIANCHINI, Edwaldo e PACCOLA, Herval. Curso de Matemática. Vol. Único; 2ª ed. São

Paulo: Moderna, 2000.

BIANCHINI, Edwaldo e PACCOLA, Herval. Matemática. 1ª ed. São Paulo: Moderna, 2004.

BIGODE, Antônio José Lopes. Matemática Hoje é Feita Assim, São Paulo, FTD 2000.

CAPRA, Fritjof. As Conexões Ocultas. São Paulo: cultrix, 2002.

CAPRA, Fritjof. Sabedoria Incomum. São Paulo: cultrix, 1988.

CARAÇA, Bento de J. Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa: Sá da Costa,

1984.

D’AMBRÓSIO, Ubiratã. Educação Matemática: Da Teoria à Prática. São Paulo: 7 ed.,

Papirus, 2000.

Page 75: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

75

D’AMBRÓSIO, Ubiratã. Etnomatemática. São Paulo: Ática, 1998.

DANTE, Luiz Roberto. Matemática. 1ª ed. São Paulo: Ática, 2005.

FIORENTINI, Dario e MIORIM, Maria A . Por trás da porta, que matemática acontece?

São Paulo: CEMPEM – FE / Unicamp, 2001.

FIORENTINI, Dario. Alguns modos de ver e conceber o ensino da matemática no Brasil.

In: Revista Zetetiké, CEMPEM – FE / Unicamp, 3 ( 4 ) : 01 – 37, 1995.

FIORENTINI, Dario. Grupo de Pesquisa – ação em álgebra elementar: Histórias de aulas

de matemática. São Paulo: CEMPEM – FE / Unicamp, 2001.

GIOVANNI, José Rui; BENEDITO, Castrucci e GIOVANNI, José Rui Jr. A Conquista da

Matemática, São Paulo, FTD, 1998.

GUELLI, Oscar. Matemática: Uma Aventura do Pensamento, 2ª ed., São Paulo, Ática 1998.

IEZZI, Gelson; DOLCE, Osvaldo; DEGENSZAJN, David; PÉRIGO, Roberto e ALMEIDA,

Nilze de. Matemática: Ciência e Aplicações. 2ª ed. São Paulo: Atual, 2004.

IMENES, Luiz Márcio e LELLIS, Marcelo. Geometria dos Mosaicos. São Paulo: 12 ed.,

Scipione, 2000.

LONGEN, Adilson. Matemática: Uma Atividade Humana. 1ª ed. Curitiba: Base, 2003.

MORAN, José Manuel. Como Utilizar a Internet na Educação. IN: Ciência da Informação,

Brasília: v. 26, n. 2, p 146 – 153, maio/agosto. 1997.

PAPERT, Seymour. A Máquina das Crianças. Repensando a Escola na Era da

Informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.

ROMEIRO, Alice; AMARAL, Ana Lúcia; PONCE, Branca Jurema; GONÇALVES,

Francisca dos Santos; PICOSQUE, Gisa; MIRANDA, Glaura; CUNHA, Maria Antonieta;

SALGADO, Maria Umbelina e OLIVEIRA, Zenaide de. Um Olhar Sobre a Escola, Brasília,

Estação da Mídias, 2000.

SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto de Santa Catarina.

Proposta Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e

Médio: Disciplinas Curriculares. Florianópolis: COGEN, 1998.

SMOLE, Kátia Stocco e DINIZ, Maria Ignez. Matemática: Ensino Médio. 4ª ed. São Paulo:

Saraiva, 2004.

TOSATTO, Cláudia Miriam; PERACCHI, Edilaine do Pilar Fernandes e ESTEPHAN,

Violeta Maria. Idéias & Relações, Curitiba: Positivo, 2002.

Page 76: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

8. HISTÓRIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Dra. Deisi Scunderlick Eloy de Farias9

A Secretaria Municipal de Educação do município de Urussanga, desde 2008 vem

discutindo com o seu grupo de professores uma nova proposta pedagógica. Durante os

encontros realizados no decorrer do processo, várias discussões foram feitas sobre o ensino de

História. Diversos conceitos históricos e antropológicos foram discutidos e analisados, o que

gerou um anseio de mudança. Com isso, o grupo conclui que seria necessário trans(formar) o

corpo docente, continuamente, reformular o currículo e suas diretrizes, rediscutir conceitos e

habilidades. Enfim, gerar uma força contínua de inquietação, diante do que se ensina,

acompanhando, desta forma, o processo da História e o movimento das sociedades. Estes

conceitos e o processo de construção do currículo do município de Urussanga são o foco

desse artigo, que se propõe discorrer sobre as propostas discutidas e produzidas em conjunto

com os professores e os principais conceitos, que o grupo considerou pertinente que fosse

vinculado ao PPP do município.

8.1 Refletindo sobre os conceitos de história

A atividade educativa desenvolvida na região de Urussanga, fundamentava-se na

teoria de Vygotsky (1996), pressupondo que o indivíduo se constrói a partir de um universo

social, sem, entretanto, desvinculá-lo de seu universo biológico. Esta teoria explica que: A

psicologia sócio-histórica sustenta, além disso, que todos os fenômenos psicológicos são

momento de consciência social e têm um caráter social e consciente. (...) Um importante

princípio básico da psicologia sócio-histórica é que os seres humanos transformam-se,

ativamente, à medida que transformam seu mundo social e natural (RATNER, 1995, p. 6).

Na perspectiva da teoria sócio-histórica, ―os fenômenos psicológicos são elaborados

humanamente, à medida que os indivíduos participam de interações sociais e à medida que

empregam instrumentos (tecnologia)‖ (RATNER, 1995, p. 6). Discute-se que os Processos

Psicológicos Superiores (PPS), que têm sua origem na história e na sociedade, a percepção de

que trabalhar com signos e ferramentas, como instrumentos de mediação, possibilitam o

9 Doutora em Educação Patrimonial e Arqueologia pela PUC/RS. Professora do curso de Pedagogia e de História

da Universidade do Sul de Santa Catarina; pesquisadora do GRUPEP (Grupo de Pesquisa em Educação

Patrimonial da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.

Page 77: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

77

desenvolvimento desses PPS. Assim, a inserção do patrimônio, neste processo de apreensão

do conhecimento, é importante para promover a constituição da identidade social,

possibilitando a construção das noções de diferenças e de semelhanças.

Na memória, que está diretamente ligada ao espaço social, se reconhece a existência

de mudanças qualitativas na percepção do todo social, porque ―perceber é uma espécie de

pensar. Temos exemplos de ambiguidades, de paradoxos, de distorções e de incertezas na

percepção, como em todos os demais pensamentos‖ (RATNER, 1995, p. 8).

A essas concepções educativas e psicológicas, juntamos práticas e teorias

arqueológicas, antropológicas, históricas e sociológicas, possibilitando a sua difusão, por

meio de uma ―alfabetização histórica‖ uma vez que:

A exploração do objeto dentro de uma abordagem pedagógica abrangente

envolve o tratamento do nível cognitivo, entendido como a estimulação de

procedimentos mentais que promovam a busca e a aquisição de informações,

formulação de hipóteses, enunciado de conceitos; do universo sensorial e

perceptivo visando a sensibilização dirigida aos mais variados objetos de

conhecimento e formas de expressão (...) (DEMARTINI, 1997, p.64 apud

FARIAS, 2000).

Todos esses aspectos discutidos estão indissociados do patrimônio pré-histórico e

histórico, que ―podem proporcionar experiências inovadoras de aprendizagem, alargando os

horizontes para o questionamento e o aparecimento de novas idéias, utilizando-se de uma

linguagem própria‖ (DEMARTINI, 1997, p. 94 apud FARIAS, 2000). Essa linguagem

contribui para a socialização e a democratização do conhecimento histórico, desde que se

preocupe com a construção de uma consciência de preservação e de identidade social.

A educação no Brasil, desde a década de 1990, vem passando por profundas

transformações. A Lei 9394/96 estabelece novos critérios para a organização do ensino

escolar, além de acenar com possibilidades extracurriculares, como os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs) e os Temas Transversais, que possibilitam a inserção de

conceitos mais amplos, tais como: ética, saúde, orientação sexual, cidadania, pluralidade

cultural e meio ambiente. Além disso, outros elementos passaram a agregar o corpo da lei,

envolvendo as populações afro-descendentes e indígenas.

Na primeira década do século XXI, especificamente em 2003, temos a promulgação da

Lei nº 10.639/03, que resultou do projeto de lei nº 259 de 1999, apresentado por Esther Grossi

e Benhur Ferreira. A referida lei altera o parágrafo 4º do art. 26, da Lei de Diretrizes e Bases

da Educação Nacional (LDB) e torna obrigatório o ensino de História e Cultura afro-brasileira

nas escolas de Ensino Fundamental e Médio de todo o país. Tal artigo, após a aprovação da lei

nº 10.639, passou, segundo Rodrigues (2003), a ser acrescido dos seguintes artigos:

Page 78: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Art.26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e

particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

§ 1o. O Conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo

da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra

brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do

povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

§ Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no

âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de

Literatura e História Brasileiras. Art.79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de

novembro como Dia Nacional da Consciência Negra.

Essa alteração na LDB/9394/1996 foi promulgada com a aprovação da Resolução nº 1,

de 17 de junho de 2004 e do Parecer nº 03/2004, que estabelece Diretrizes Curriculares

Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura

Afro-brasileira e africana (RODRIGUES, 2003).

Em 2008, novas mudanças surgem no cenário educacional brasileiro, alterando

novamente os artigos da LDB. Com elas, o estudo da história dos povos indígenas no Brasil,

que deve ser, obrigatoriamente, incluído no currículo escolar, de acordo com a Lei nº

11.465/08, sancionada pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e publicada

no Diário Oficial da União em 11 de março do referido ano. A lei altera um artigo da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e substitui a Lei nº 10.639/03, que já previa a

inclusão da temática afro-brasileira nos currículos das Redes de Ensino. Agora, todas as

escolas de Ensino Fundamental e Médio, tanto públicas quanto privadas, devem conferir o

mesmo destaque ao ensino da história e cultura dos povos indígenas. De acordo com a nova

lei, todas as disciplinas, especialmente História, Geografia e Literatura, devem incorporar a

contribuição dos negros e indígenas à cultura brasileira (www.portal.mec.gov.br acesso em

22/10/2009). Assim, após a promulgação da lei, os artigos tiveram os seguintes acréscimos:

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio,

públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira

e indígena.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos

da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir

desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos,

a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena

brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas

contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil.

Page 79: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

79

§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos

indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em

especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras.

(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm, acesso em 20/10/09)

Valendo-nos desses acréscimos da nova LDB, foi possível pensar uma proposta em

que o ensino de História estivesse inserido no contexto escolar e comunitário, por meio de

oficinas, exposições itinerantes, visitas monitoradas a sítios arqueológicos, monumentos e

museus.

Percebe-se, que todos esses movimentos promovem a alteração curricular. Não há

apenas a mera preocupação em ensinar, mas, antes de tudo, de como tornar possível a

aprendizagem. A mudança dos currículos e os temas transversais, que discutem, entre outros

valores, os voltados às culturas múltiplas e à necessidade de aprender a conviver com as

diversidades étnicas e culturais, habilitam-nos a pensar sobre a inserção de conceitos

históricos na escola.

Diante disso, os projetos propostos para serem implantados na Rede Municipal de

Ensino do município de Urussanga, têm como metodologia a educação patrimonial, por ser

um processo permanente e sistemático de difusão do patrimônio cultural. Essa metodologia

utiliza como fonte primária de conhecimento os elementos do patrimônio cultural nas mais

diversas fases da história humana. Promove o enriquecimento individual e coletivo, onde as

atividades educativas buscam levar as crianças e os adultos ao processo ativo do

conhecimento, à apropriação e valoração de sua herança cultural (HORTA et alli, 1999).

O conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas comunidades do seu

patrimônio são fatores indispensáveis no processo de preservação desses bens, assim como no

fortalecimento dos sentimentos de identidade e cidadania.

Dessa forma, para que a educação patrimonial seja uma ação válida, deve-se levar em

conta os saberes locais e os elementos que as comunidades reconhecem como patrimônio.

Assim, a escola e seu currículo devem estar integrados a esses elementos locais, não

promovendo apenas a reprodução dos elementos globais do patrimônio.

Bourdieu (1974) chama a atenção para a contribuição que o sistema de ensino oferece

com vistas à reprodução da estrutura das relações de força e das relações simbólicas entre as

classes, contribuindo para reprodução da estrutura da distribuição do capital cultural entre as

classes (JULIANI, 2007).

Em um plano mais profundo, basta levar em conta a função de legitimação das

diferenças sociais, cumprida pelas diferenças culturais e, em particular, as diferenças que o

Page 80: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

sistema de ensino reproduz e sanciona, a fim de perceber a contribuição que as instâncias de

conservação cultural trazem à conservação social, em sua qualidade de depositárias e guardiãs

da legitimidade cultural. (BOURDIEU, 1992:131 apud JULIANI, 2007).

A escola, como instituição, difusora do conhecimento oficial, vem se transformando.

Inicialmente foi concebida como uma instituição de massa, que surgiu durante a Revolução

Industrial, servindo para a classe dominante legitimar o seu poder e preparar mão-de-obra

obediente e submissa ao projeto Iluminista, onde o tempo natural foi substituído pelo tempo

mecânico do relógio, e era a escola, a segunda grande instituição, depois das fábricas, quem

inculcava nas crianças a ―economia do tempo‖ (THOMPSON, 1989, p. 276; POPKEWITZ,

1997, p. 45). Hoje, a educação passa a ser norteada por uma prática reflexiva e crítica. Essa

prática se dá quando ―[...] começo a aceitar que o formador é o sujeito em relação a quem me

considero o objeto, que ele é o sujeito que me forma e eu, o objeto por ele formado, (...).

quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser

formado‖ (FREIRE, 1999, p. 25).

Outra teoria importante, agregada ao ato de educar, foi a das Inteligências Múltiplas,

que pode ser sintetizada, de uma maneira geral, como a ação de pensar o ser humano de forma

integral, não enfocando apenas as suas competências linguísticas e matemáticas, mas

ressaltando suas outras inteligências como: cinestésico-corporal, ecológica, espacial, pessoais,

existencial e sonora (GARDNER, 1995).

Nessas perspectivas expostas, a escola deve ser um local que vai além do que está

imposto pela sociedade de massa; deve impelir o aluno a ver o mundo e as sociedades sob

vários ângulos, deve tornar-se uma instituição estereoscópica, que possibilita ao aluno

visualizar as sociedades por ângulos e matizes diversos, e não os propostos pela mídia de

massa.

Dessa maneira, a ação do educador não exclui o pensar do aluno e, então,

compreende-se que ensinar não se resume ao ato de transferência de conhecimento e nem

formar está ligado a modelar, mas é ―a ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou

alma a um corpo indeciso e acomodado‖ (FREIRE, 1999, p. 25).

No entanto, não convivemos ainda com essa realidade, que se mostra distante. O

ensino na maioria das escolas continua sendo autoritário, compartimentado, estanque e

homogenizador. Os currículos, cada vez maiores e homogêneos, e os salários, cada vez

menores, dificultam a ação extracurricular dos professores, que, muitas vezes, se obrigam a

trabalhar em várias escolas (APPLE, 1997, p. 189). Esses fatos inviabilizam o

aperfeiçoamento profissional e, por extensão, a qualidade de ensino.

Page 81: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

81

Outro aspecto importante a ser ressaltado é que essa estrutura educativa não privilegia,

da mesma maneira, todas as camadas sociais. ―Os nossos currículos, ainda, apresentam aos

alunos um pacote de conhecimentos que eles devem aprender, tenham ou não significado para

eles‖ (GADOTTI, 1992, p. 20). Percebe-se, assim, a necessidade de mudança de postura

diante do contexto educacional atual. Para isso pode-se colocar em prática duas ações

básicas. A primeira consiste em promover a educação multicultural, onde se leva em conta a

diversidade cultural e social dos alunos, o pluralismo e o respeito à cultura, cujo valor básico

é a democracia e o ―pensar com autonomia‖. Esse modelo se caracteriza pela tentativa do

equilíbrio entre a ―cultura local‖ e a ―cultura universal‖ (GADOTTI, 1992, p. 21), que poderia

revitalizar a identidade cultural dos grupos sociais menos favorecidos, sem negar as demais

classes. A segunda está ligada à intensificação das ações voltadas ao trabalho contínuo das

diversas inteligências que possuem, tanto os alunos quanto os professores, a fim de ressaltar

os saberes antropológicos, sociológicos e históricos produzidos por todos os grupos humanos

nas diversas sociedades. Essas ações devem partir do princípio que ―o valor que a sociedade

empresta a esta ou àquela inteligência subordina-se à cultura inerente, tempo e local em que

se vive.‖ (ANTUNES, 2006). Assim, dependendo da sociedade, a capacidade matemática

pode sobrepor à capacidade de administrar emoções, ou ainda, o entendimento do mundo

natural pode ser mais importante que o entendimento de um mundo urbanizado e de alta

tecnologia.

Dessa forma, a disciplina de História vê-se diante desse novo desafio, que deve ser o

de integrar a realidade presente do aluno ao passado, construído por grupos humanos em

períodos, cujas culturas impeliam a um tipo de pensar, ressaltando essa ou aquela habilidade

como essencial.

O ensino de História, realizado nesse contexto escolar tão antagônico, promove o

entendimento da diversidade humana e o respeito às diferenças; isso pode ocorrer por meio

de uma dinâmica curricular que privilegie a discussão e a construção da identidade cultural.

Essa identidade não seria construída em cima de um xenofobismo étnico, mas expresso na

condição da diversidade e pluralidade de culturas que compõem a realidade nacional

(FARIAS, 2000).

Então, o que seria essa identidade, dentro de um país, onde o transplante cultural se

processou a partir do choque entre as culturas ameríndias e européias? Por isso não se pode

entender a diversidade cultural sem entender a diversidade étnico-cultural, uma vez que ―...ao

falar de identidade de uma cultura, tem-se que localizá-la num determinado tempo e espaço e

Page 82: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

no interior de um grupo étnico. Por sua vez, essa identidade estaria articulada a uma

identidade nacional, determinada, também, historicamente‖ (GADOTTI, 1992, p. 33).

Essa busca de identidade é consequência de um momento histórico em que se depara

com a ―explosão das diferenças‖. A pluralidade se mostra em todas as suas faces e o

dinamismo impele as constantes transformações e o hibridismo cultural. Não se pode, porém,

perder de vista, como educadores e historiadores que ―todos os povos produzem cultura e que

cada um tem uma forma diferente de se expressar (aceitar isso) é aceitar a diversidade

cultural‖ (HORTA et. alli, 1999, p. 7).

Assim, a disciplina de História deve estar perfeitamente articulada às práticas

pedagógicas e interdisciplinares (FARIAS, 2000). Quando os professores/historiadores

perceberem a dimensão política e social da divulgação do conhecimento científico, eles

poderão produzir ações de valorização das mais diversas culturas que compõem o mosaico

étnico brasileiro. E os elementos da pré-história e história, quando conhecidos e devidamente

agregados ao patrimônio étnico-cultural brasileiro, seriam conservados e valorizados como

parte da história do Brasil. Isso possibilitaria a revitalização da história dos diversos grupos

humanos que compuseram o mosaico étnico-cultural brasileiro e daria conta de suas múltiplas

dimensões, sem, portanto, esgotá-las. Essas ações são os grandes desafios dos educadores que

creem em uma nova sociedade e veem a escola como construtora desse pensar/agir das novas

gerações.

8.1.2 Breve história de Urussanga

A região, onde hoje está instalado o município de Urussanga, foi durante séculos

ocupada por grupos de caçadores-coletores e, posteriormente, por ceramistas Xokleng.

Os Xokleng ocuparam a encosta de Santa Catarina desde 1000 AP. Dados

etnohistóricos e arqueológicos apontam para esse longo período de ocupação. No decorrer da

história catarinense, os Xokleng receberam diversas denominações. Eram conhecidos como

Botocudos, Bugres, Aweikoma, Xokrén e Kaingang. Cada termo denota um significado.

―Bugre‖ é uma denominação comum a todos os grupos indígenas e possui caráter pejorativo,

significando selvagem, inimigo. A provável origem deste termo seria proveniente de um grito

de espanto (ou alerta) dado pelos índios, quando avistavam os brancos; no momento do

alarme pronunciavam a palavra ―pucri‖ (MABILDE, 1983:08 apud FARIAS, 2005).

―Botocudo‖ relaciona-se ao enfeite labial – tembetá – utilizado pelos homens. Von Ihering

utilizou a expressão ―Aweikoma‖ por acreditar ser esse o nome adotado por eles próprios;

Page 83: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

83

entretanto, é uma parte da frase destinada a convidar uma mulher para a cópula. ―Xokrén‖

significa taipa de pedra. Já o termo Kaingang quer dizer homem, qualquer homem. Segundo

Santos (1973:31 apud FARIAS, 2005), o grupo não se auto-designa, não sendo, portanto,

essas denominações inerentes à cultura Xokleng. Usaremos, conforme sua sugestão, o termo

comumente usado por diversos autores, ou seja, Xokleng (FARIAS, 2005).

Traçando um breve histórico da ocupação do território catarinense pela Coroa

portuguesa, verifica-se que a capitania de Santa Catarina foi instalada no século XVI por

razões estratégicas e respondia às necessidades do governo português de estender seus

domínios até o rio da Prata. As áreas povoadas, inicialmente por açorianos, localizavam-se no

litoral, sendo que ―as terras catarinenses situadas a 10 km da costa eram designadas como

sertões incultos e que muito poucas concessões se haviam feito dessas terras, mesmo no vale

do Itajaí e Tubarão‖. (LEDE, 1843:341 apud SANTOS, 1969:21). Esse dado indica que, a

princípio, os Xokleng não interessaram aos bandeirantes dessa região. Segundo Santos

(1973:43), esse desinteresse ocorreu devido ao fato de o grupo ser ―[...] seminômade,

(viverem) dispersos em pequenos grupos; (falarem) uma língua diferente e (não possuírem)

maiores tradições em trabalhos agrícolas‖. Era mais viável submeter o guarani do litoral, com

o qual os portugueses não sentiram, inicialmente, muita dificuldade em dominar. Sendo

assim, a sociedade Xokleng começou a ter contato com a sociedade nacional no momento da

abertura do caminho das tropas, no século XVIII. O contato efetivo, porém, ocorreu somente

a partir do século XIX, quando pressões internacionais eliminaram a escravidão negra e

fomentaram a imigração de contingentes europeus como alemães, italianos, poloneses e

outros como mão-de-obra. Nesse período, o governo provincial tencionava a ocupação dos

vales que margeavam os grandes rios, entre eles Itajaí e Tubarão, onde encontrariam a região

ocupada pelos Xokleng (SANTOS, 1969:22 apud FARIAS, 2005).

Na segunda metade do século XIX, chegam levam migratórias da Europa e em 1878

funda-se Urussanga que foi o principal núcleo de imigração italiana da antiga colônia de

Azambuja (atual Pedras Grandes).

A economia do município baseia-se na cerâmica, móveis, plásticos e equipamentos

agropecuários. A produção de uva e de vinho, também, movimenta tanto o turismo quanto à

economia agrícola local. Outro destaque na agricultura é a produção de frutas como pêssego e

ameixa, além de feijão, milho, fumo, mandioca e hortigranjeiros.

8.2 O ensino de História nas escolas de Urussanga

Page 84: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

A história tem como um dos objetos de análise o tempo, cuja ação define a

compreensão da história, permitindo a percepção do mundo em suas diversidades histórico-

culturais e as singularidades que permanecem no cotidiano das sociedades. Segundo a

Proposta Curricular de Santa Catarina (1998), trata-se do tempo imediato, observado à

primeira vista e descrito na sequência, auxiliando na reflexão do que se vê sobre o tema.

A produção deste conhecimento requer uma operação em diferentes temporalidades,

permitindo o entendimento dos vários e simultâneos tempos que coexistem num fenômeno,

movimento ou processo. Dessa forma, a história não pode se restringir a mera transmissão de

conhecimento, sendo necessário o diálogo com a historiografia especializada, com os

documentos históricos materiais ou orais, permitindo que o ensino de história seja um

processo constantemente problematizador, construindo hipóteses que serão refutadas ou

confirmadas. Os estudantes de história, em qualquer nível, sentirão que são parte dessa

construção, e a relação que estabelecem com esta ciência deixa de ser a de neutralidade do

estudo dos fatos para a complexidade do entendimento das sociedades humanas. (SANTA

CATARINA, 1998).

Ainda, segundo a Proposta Curricular de Santa Catarina, ―o ensino da História deve

incluir o processo de comparação, por meio, da estimulação da controvérsia. O fato só se

materializa pela multiplicidade dos significados a ele atribuídos, tanto no nível do vivido

como no concebido‖. Nota-se que as verdades deixam de ser absolutas, uma vez que a

singularidade dos processos se produz em determinada sociedade, grupo social e/ou

individualidade.

Os primeiros grupos que habitaram o país foram esquecidos por muito tempo na

história oficial; chegaram a ser desqualificados e incorporados de modo subalterno no

processo colonial, favorecendo a hegemonia do europeu que se fez mais poderoso e contou

com o poder da história oficial para facilitar sua dominação (SANTA CATARINA, 1998).

Nesse sentido, Rocha afirma que o ―ensino de História não deve ser encarado como

um produto, e sim como um processo, que admite diferentes enfoques, conclusões provisórias

e relativas‖ (ROCHA, 2002, p. 64).

Diante disso, o currículo proposto para o município de Urussanga, pautado em

Projetos Interdisciplinares, deve possuir como eixo central os conceitos de Memória, Cultura,

Tempo, Identidade, Imaginário, Relações Sociais, Relações de Produção, Patrimônio, Espaço,

Historicidade, Temporalidade e Diversidade Cultural, tanto em uma perspectiva local quanto

regional. Abaixo, estes conceitos serão discutidos, a partir dos diversos historiadores como Le

Page 85: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

85

Goff, (1996); Carr (1982); Bitencourt (1998); entre outros, e como eles poderão ser inseridos

na prática cotidiana da sala de aula.

Memória: é a capacidade que tem o ser humano de conservar certas informações. Pode

ser individual, coletiva, histórica ou étnica.

Memória individual: é um conjunto de funções psíquicas, às quais o homem pode

atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas.

Memória étnica: assegura a reprodução dos comportamentos nas sociedades humanas.

Memória coletiva: foi posta em jogo, de forma importante, na luta das forças sociais

pelo poder. Tornarem-se senhores da memória e do esquecimento é uma das grandes

preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos que dominaram e dominam as

sociedades históricas. Os esquecimentos e os silêncios da história são reveladores desses

mecanismos de manipulação da memória coletiva.

Memória histórica: caracteriza-se pelas diferenças entre sociedades de memória,

essencialmente, oral e de sociedades de memória, essencialmente, escrita.

Tempo: é uma categoria mental que não é natural, nem espontânea, nem universal.

Para Braudel (1972 apud ROCHA, 2002), a noção de multiplicidade de tempo dá a noção de

duração, como a da história lenta, com períodos muito longos; a história estrutural, como a

das mentalidades; a de média duração, uma história conjuntural, com ondas relativamente

curtas, como a história social; e uma história de tempo breve, como a dos acontecimentos e

biografias. Assim, as principais noções temporais a serem trabalhadas são: sucessão ou

ordenação, duração, simultaneidade, semelhanças e diferenças, mudanças e permanências

(ROCHA, 2002).

Identidade – o conceito de identidade está relacionado à cultura, origem e história

comuns a um determinado grupo. Essa atribuição deve ser considerada sob o aspecto que os

distingue, formando, assim, uma identidade.

Imaginário – em termos gerais, imaginário pode ser definido como algo que existe

somente na imaginação, sem realidade concreta. Recentemente, imaginário passou a ter um

sentido de função e produto da imaginação, que, segundo Silva (1986 p. 574):

O vocábulo fundamental que corresponde à imaginação se mede pela extensão da

sua auréola imaginária. Graças ao imaginário, a imaginação é essencialmente aberta,

evasiva. Ela é, no psiquismo humano, a própria experiência da abertura, a própria

experiência da novidade.

Page 86: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Patrimônio cultural – é constituído dos bens materiais e imateriais que se referem à

identidade, à ação e a memória dos diferentes grupos formadores das sociedades.

Etimologicamente, a palavra patrimônio significa herança paterna. Assim, patrimônio

cultural, designado pelo Estado brasileiro desde 1937, é a representação da memória de

ancestrais como: formas de expressão, modos de criar, fazer, viver; criações científicas,

artísticas e tecnológicas; obras, objetos, documentos e edificações, que são a representação de

conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,

paleontológico, ecológico e científico.

Diversidade Cultural – cultura é a teia de relações sociais que o homem tece durante a

sua vida (Geertz, 1998 apud FARIAS, 2000). Para Freire (1999, p. 51 apud FARIAS, 2000), a

partir das relações do homem com a realidade, resultante de estar com ela e de estar nela,

pelos atos de criação, recriação e decisão, vai ele , o homem, dinamizando o seu mundo. Vai

dominando a realidade. Vai humanizando. Vai acrescentando a ela algo de que ele mesmo é o

fazedor. Vai temporalizando os espaços geográficos. Faz cultura. A diversidade insere-se

nesse contexto de escolhas feitas por cada grupo social, que deve ser respeitado.

Diversidade étnica – é composta por grupos humanos que desfrutam de uma crença

subjetiva de descendência comum por causa de similaridades físicas, culturais ou ambas, ou

por causa de memórias da colonização e migração, não importando se há ou não um

relacionamento de sangue (Vigevani; Lima; Oliveira, 2008). A etnicidade pode ser definida

como o sentimento de afinidade que é compartilhado pelos membros de um grupo.

A partir dos conceitos acima, propõem-se, para os anos iniciais, que compõem os

primeiros cinco anos de escolaridade, os seguintes temas geradores para compor os projetos

interdisciplinares:

Page 87: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Tabela 7: Temas geradores de História para os anos iniciais do Ensino Fundamental

Conteúdo 1º ano ou série 2º ano ou série 3º ano ou série 4º ano ou série 5º ano ou série

Memória,

Tempo,

Identidade,

Patrimônio

Cultural,

Diversidade

Cultural,

Diversidade

étnica,

Relações

Sociais

- História do Aluno e

da sua família

- A família como um

grupo social: pessoas

que formam este grupo,

suas atividades

individuais e coletivas,

função da família,

árvore da família do

aluno

- Formação do grupo

em sala de aula

Direitos e

responsabilidades dos

que convivem em sala

de aula; atividades

individuais e coletivas

Reflexão sobre a história

de cada um.

Nome, sobrenome, origem.

Objetos que usa: individual

e coletivo

Atividades: o que faz

sozinho e o que faz junto

com outras pessoas.

Lazer, moradia,

alimentação

Trabalho remunerado e não

remunerado

Acontecimento de sua

vida: passado, presente,

futuro

Conceito de família.

Grupo com o qual o aluno

vive

As pessoas que formam

este grupo

Seus usos e costumes

Inserção no coletivo:

os acontecimentos do

passado, presente e futuro

do grupo

A sala de aula:

- pessoas que formam este

grupo

Atividades individuais e

coletivas

Sociedade Rural:

-diversidade e unidade

sócio-cultural

-estudo de caso regional

-trabalho rural: agricultura

e pecuária

-trabalhadores rurais

-legislação trabalhista

- condições de trabalho

- tipos de propriedade rural

-condições de vida:

moradia, saúde, educação,

transporte,

comunicação, questão

social, êxodo rural, reforma

agrária, movimentos

sociais, lazer

Sociedade Urbana:

- estudo de caso regional

- história da sociedade

urbana e do município

- origem

- trabalho urbano

- indústrias e serviços

- trabalhadores urbanos

- condições de trabalho

- tipos de propriedades

- condições de vida:

moradia, saúde, lazer

- Unidade e Diversidade

História do município:

- origem do nome;

- primeiros habitantes;

- fundação;

- instalação do município;

- fatos históricos.

Sociedades Urbana e

Rural, unidade e

diversidade:

- trabalho e trabalhadores

urbanos e rurais;

- legislação trabalhista e

condições de trabalho;

- cooperativas, grupos de

serviço e organização

sindical;

- tipos de propriedade rural

e urbana;

- condições de vida:

moradia, saúde, educação,

transporte, comunicação,

lazer;

- questão social: greves,

movimentos migratórios,

êxodo rural, reforma

agrária, movimentos

sociais;

- problemas do meio

urbano e rural.

Administração e aspectos

- Importância da

História:

- quem faz a história?

- pré-história de Santa

Catarina ( contagem do

tempo)

Povoamento e

colonização de Santa

Catarina:

- os indígenas

- os açorianos

- os alemães

- os negros

- os italianos

- os poloneses

Os movimentos sócio-

históricos na Sociedade

Catarinense:

- o conflito do

Contestado-

Movimento Federalista

- aspectos políticos da

província do estado

Símbolos: hino, brasão,

bandeira

Revolução Farroupilha e

República Juliana

Page 88: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Escola:

-as pessoas que fazem

parte da escola; origem

Trabalho individual e

coletivo

Papel da escola

Acontecimentos referentes

ao passado, presente e

futuro desses grupos

- Comunidade:

- histórico

- conceito de comunidade

grupos étnicos, costumes e

usos

social:

o público e o privado

cívicos do município:

- poderes Executivo,

Legislativo e Judiciário,

hino, bandeira, brasão

Page 89: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

89

8.2. 1 Referências

ANTUNES, Celso. Inteligência Múltipla e seus jogos. Petrópolis/RJ, Vozes, 2006.

APPLE, Michael W. Conhecimento Oficial: a educação democrática numa era

conservadora. Petrópolis: Vozes, 1997. 267 p.

BITENCOURT, Circe (org). O saber histórico na Sala de aula. 2ª ed. São Paulo, Contexto,

1998

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:

História e Geografia. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC-SEF, 1997.

BOURDIEU, Pierre. Escritos da Educação. Petrópolis, Vozes, 1999.

CARR, E. H. Que é história? 4ª ed. São Paulo. Paz e Terra, 1985.

FARIAS, Deisi Scunderlick Eloy de. Arqueologia e Educação: uma proposta de

preservação para os sambaquis do sul de Santa Catarina (Jaguaruna, Laguna e

Tubarão). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Pontifícia Universidade Católica do

Rio Grande do Sul. Dissertação de Mestrado. 2000.

FARIAS, Deisi Scunderlick Eloy de. Distribuição e padrão de assentamento: propostas

para os sítios da Tradição Umbu na encosta de Santa Catarina. Tese de Doutorado.

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. São

Paulo: Paz e Terra, 1999. 165 p.

GADOTTI, Moacir. Diversidade Cultural e educação para todos. Rio de Janeiro: Graal,

1992. 90 p.

GARDNER, Howard. Estruturas da mente – A teoria das inteligências múltiplas. Porto

Alegre, Artmed, 1995.

HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUMBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane

Queiroz. Guia Básico de Educação Patrimonial. Brasília: IPHAN/Museu Imperial, 1999. 68

p.

JULIANI, Lucia. Programa de Educação Patrimonial da LT Florianópolis/Palhoça.

Relatório de Pesquisa. Florianópolis, 2007.

LE GOFF, J. História e Memória. 4ª ed. São Paulo. Editora da UNICAMP, 1996.

POPKEWITZ. Thomas S. Reforma Educacional: uma política sociológica - poder e

conhecimento em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 294 p.

Page 90: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

RATNER, Carl. A Psicologia Sócio-Histórica de Vygotsky: aplicações contemporâneas.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 314 p.

ROCHA, U. História, currículo e cotidiano escolar. São Paulo. Cortez, 2002.

RODRIGUES, Tatiane Cosentino. Movimento Negro, Raça e Política Educacional.

Brasileiros e Educação/n.21. Agência Financiadora: Ação Educativa - Fundação Ford. 2003.

www.anped.org.br/reunioes/28/textos/gt21/gt211249int.rtf. Acesso em 20/06/2009.

SANTA CATARINA. Secretaria do Estado de Educação e do Desporto. Proposta

Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio:

Disciplinas Curriculares. Florianópolis, COGEN, 1998. 243 p.

SILVA, B (coord). Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro. Editora da Fundação

Getúlio Vargas, 1986.

THOMPSON, Edward P. Tradición, revuelta y consciencia de clase. 3ª ed. Barcelona:

Editorial Crítica, 1989. 318 p.

VIGEVANI, Tullo; LIMA, Thiago; OLIVEIRA, Marcelo Fernandes de. Conflito étnico,

direitos humanos e intervenção internacional. Scielo, 2008.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0011-52582008000100006&script=sci_arttext&tlng=pt

VYGOTSKY, L. S. Estudos sobre a história do comportamento: símios, homem

primitivo e criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. 220 p.

Portais de acesso na Internet

www.portal.mec.gov.br acesso em 22/10/2009.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm, acesso em 20/10/09.

Page 91: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

91

8.3 A HISTÓRIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Dra. Deisi Scunderlick Eloy de Farias

As propostas dos anos finais, que correspondem aos quatro últimos anos do ensino

fundamental, foram elaboradas pelos professores com apoio da equipe da UNISUL.

O conteúdo a ser trabalhado em cada um dos anos finais do ensino fundamental foi

subdividido em temas a serem trabalhados nos quatro bimestres. Visando uma aprendizagem

significativa e com novas concepções culturais que envolvem a tecnologia de um mundo

globalizado e informatizado, é importante criar espaços democráticos para a reflexão,

viabilizando a conexão entre o presente e o passado, rediscutindo os conceitos antigos e

construindo outros. Com isto, será possível conduzir o aluno a formar idéias e compreender

que a História é construída, conforme a dinâmica das culturas, que se adaptam aos tempos e

contextos sociais.

Cabe ressaltar, ainda, que os conteúdos propostos para os anos finais contemplam o

entendimento dos conceitos elaborados para o Currículo de História, levando o aluno a

reflexão e reelaboração desses conceitos. Para isso o professor, mediador do conhecimento,

deve levar o aluno a refletir sobre o tempo presente e depois, buscar no passado, por meio de

pesquisas e discussões, o conhecimento do processo de formação da História do Ocidente e do

Brasil.

Seguem abaixo, as tabelas com os conteúdos de cada ano final do Ensino Fundamental.

Page 92: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

8.3.1 Grade Curricular de História para os Anos Finais do Ensino Fundamental

6º ANO

Objetivo Geral

Nesse período escolar, o aluno deve entender-se como agente construtor da História, possibilitando sua inserção no contexto histórico de forma ativa e

consistente, formando o alicerce da cidadania. ( ver numeração)

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS

ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO (critérios e

instrumentos)

1. Identificar o objeto de estudo da

história (homem)

Entender o conceito de História;

Refletir o trabalho do historiador e

as fontes históricas

Apresentar o conhecimento teórico

como uma construção

Valorizar a existência de diferentes

versões historiográficas

1. Introdução à História

O trabalho do historiador

O tempo e a história

1. Utilizar diversas fontes

históricas (documentos oficiais,

iconográficas, fontes históricas

orais, cantigas de roda, brincadeiras

de crianças.)

Construir uma linha do tempo

(individual)

Leituras dinâmicas de textos

didáticos e paradidáticos

1. Participação, interesse

Avaliação individual

Avaliação em grupo

Criatividade, responsabilidade

2. Apresentar as teorias

evolucionistas e criacionistas

2. Evolução Humana

2. Pesquisar sobre as teorias:

Criacionismo e Evolucionismo

Charles Darwin; Evolução Humana.

-Exercícios

-Aulas expositivas e dialogadas.

-Apresentação da evolução

hominídea em lâminas (uso do

retroprojetor ou Data Show),

conforme os recursos didáticos

disponibilizados pela escola

2. Avaliação das pesquisas

realizadas pelos alunos

Participação e responsabilidade

3. Discutir o conceito de ―Pré-

História‖ e de como essa disciplina

está repleta de História.

3. O modo de vida dos primeiros seres humanos

fora do continente americano

-A vida no Paleolítico e Neolítico;

3. Confecções de cartazes

Textos interpretativos

Exercícios

3. Avaliação individual

Avaliação coletiva

Interesse, participação,

Page 93: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

-Sociedades estabilizadas e sociedades com

mobilidade territorial

História em Quadrinhos

Apoio da sala de recursos

tecnológicos

Criatividade

Textos interpretativos

4. Mostrar que a história da América

é muito anterior à chegada dos

europeus.

Apresentar as principais hipóteses

sobre o caminho percorrido pelos

primeiros povoadores da América.

Fornecer elementos para a

construção do conceito de cultura.

Incentivar a percepção de que não há

uma cultura superior à outra.

Estimular no aluno atitudes de

tolerância e respeito em relação ao

outro.

Conscientizar o aluno que vivemos

em uma sociedade multicultural e

pluri-ética.

4. A chegada do Homem na América;

Os diferentes povos americanos:

sociedade caçadoras-coletoras – produtores de

pontas de flecha

sociedades pescadoras-coletoras – os

sambaquianos

sociedades ceramistas e agricultoras – os

Kaingang, Xokleng e Tupi-Guaranis;

sociedades Teocráticas -

Incas, Maias, Astecas

4. Trabalhar com mapas.

Documentários.

Recursos tecnológicos (DVD – TV

Escola)

Pesquisas

Paródias

Exercícios

Quadro-comparativo: Índio ontem

e hoje

Interpretação de música

4. Avaliação individual

Avaliação coletiva

Interesse, participação

Criatividade

Textos interpretativos

5. Explicar a origem das primeiras

cidades, situando-as no tempo e no

espaço.

Apresentar aspectos do cotidiano

do povo de uma das 1ªs cidades.

Destacar a ação dos seres humanos

no aproveitamento das águas dos

rios e na construção de uma

civilização.

Reafirmar a importância dos

vestígios arqueológicos para o

estudo da história.

Identificar a relação entre religião,

sociedade e poder das civilizações

antigas.

Comentar a posição da mulher nas

5. Civilizações Fluviais: Mesopotâmia e Egito;

Terra entre Rios

As primeiras cidades – Índia e China

O cotidiano das 1ªs cidades

Religião, economia e poder Egito e o Rio Nilo

A história de um longo império

Reinos Africanos

Um deserto no meio caminho

África das sociedades Tribais

Reinos Africanos

A arte e seu ancestrais

5. Painel / mural: confecções de

pirâmides, desenhos de deuses,

construção dos 1ºs tipos de escritas

Exercícios

Textos didáticos

Textos complementares

Pesquisas

Recursos tecnológicos

Trabalhando com mapas

Trabalhar com contos africanos

Confecções de máscaras

Trabalhar com mapas

Leituras de texto

Desenho e pinturas

5. Avaliação individual

Avaliação coletiva

Interesse, participação

Criatividade

Textos interpretativos

Page 94: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

antigas sociedades do oriente

Próximo

Introduzir a discussão sobre a

importância de conhecer a história

e a cultura de continentes pouco

estudados no Ocidente.

Desconstruir a imagem

estereotipada apresentada no

Ocidente desses continentes

6. Apresentar resumidamente

aspectos da história de hebreus,

fenícios e persas

Refletir sobre a relevância dos

livros religiosos como documentos

históricos – Bíblia, Alcorão, Torá,

Vedas

Apreender os elementos culturais

do Oriente Próximo e Médio

através das culturas Persas e

Fenícias, identificando os seus

reflexos no Ocidente

6. Hebreus, fenícios e persas 6. Leitura dinâmica no livro texto

Recursos da sala tecnológica

Palavras cruzadas / caça-palavras

6. Participação, interesse,

criatividade, responsabilidade

Avaliação individual

Avaliação coletiva

7. Discutir as contribuições da

Antiguidade Clássica no mundo

Ocidental, com enfoque nas

cidades-estados gregas, sua

organização e sócio-economica e

politica

7. A civilização Grega

Grécia um território favorecido pelo Mar

Do genos à cidade-estado

A vida política na Grécia

Mito e religião na Grécia

A arte grega

7. Leitura de textos didáticos

Recursos da sala tecnológica

Exercícios

Trechos de filmes

Análise do filme

Leituras de textos sobre mitologia,

filosofia, comédia e tragédia, jogos

olímpicos

Organização de teatro e outras

manifestações relacionadas à Grécia

7. Participação, interesse,

criatividade, responsabilidade

Avaliação individual

Avaliação coletiva

88. Discutir as contribuições da

Antiguidade Clássica no mundo

Ocidental, com enfoque em Roma,

8. A civilização Romana

Nascimento de Roma

Períodos da História de Roma

8. Pesquisas

Trabalhar com recortes de notícias

(Aventuras na História)

8. Participação, responsabilidade

Criatividade, interesse

Avaliações coletivas

Page 95: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

sua organização socioeconômica e

política

As guerras de Conquistas

Sociedade e Cultura

O Império Romano: Ascensão e crise

Leitura de textos e documentos

históricos

Interpretações de imagens

Exercícios

Produção de texto

Montagem de um painel

informativo

Avaliações individuais

7º ANO

Objetivo Geral

Contribuir com a formação do aluno como cidadão crítico / participante do seu mundo para com as questões sociais, políticas e ambientais.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO (critérios e

instrumentos)

1. Discutir os movimentos sociais

das cidades européias, refletindo

sobre a dinâmica histórico-cultural

das sociedades ocidentais

1. Europa Medieval

Idade Média

Sociedade feudal e sua economia.

Cultura e ciência

Decadência do império romano

Ruralização

Herança Grego-Romana

Mudança na economia

Fortalecimento do feudalismo

Obedientes a religião cristã

Rebeliões

Surgimento de novas classes

Absolutismo

Monarquias Européias

Mercantilismo

1. Amostra de figuras, quadros,

vídeos-documentários, leituras

coletivas

Construção de uma linha do

tempo, organização dos

acontecimentos históricos e

notícias recentes divulgadas

nos meios de comunicação

1. Participação, interesse, leitura.

Avaliação individual

Trabalhos em grupo

Criatividade, responsabilidade,

educação e organização

2. Avaliar a integração cultural entre

o mundo Ocidental e Oriental,

discutindo os elementos sócio-

2. Povos Asiáticos

Profetas

Culturas

2. Exercícios de fixação do

conteúdo e retrospectiva do

bimestre anterior

2. Avaliação em dupla

Avaliação individual

Produção de textos

Page 96: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

históricos e econômicos imbricados

nesse processo de integração cultural

Extremo Oriente

Árabes e o islamismo

Tribos nômades

Localidades sagradas

Expansão da religião

Árabes e a sociedade mulçumana

População e cidades

Trabalhos e plantações

As mulheres

Escravos

Justiça e próprias leis

Império e famílias

Poder para elite civil letrada

Agricultura e comércio

Avanços Tecnológicos

Meios de transporte e comunicação

Interdisciplinaridade com artes,

produção de histórias em

quadrinhos e com português

para confecção das falas das

personagens. Finalização com

reprodução do material e

disponibilização para as outras

turmas

História em quadrinhos

Interesse, participação,

criatividade

3. Apreender as produções científicas

e artísticas do mundo Ocidental e

Oriental e suas marcas no tempo

atual

3. Mudanças na Europa.

Saúde, doenças e estudos

Mudanças no saber, artes e religião

Renascimento

Humanismo

A transformação das cidades

Criação dos grandes centros de comercialização

O medo das doenças

Medicina acadêmica e popular

Tratamento de isolamento

Grande Peste

Primeiras universidades

A razão e a emoção

Literatura, escultura, pintura e construções em prol

da arte sacra

Teocentrismo

A crise religiosa e as reformas: Protestante e

Contra

3. Confecção de cartazes.

Textos interpretativos

Aulas expositivas com mini

apresentações teatrais em sala

Utilização de recursos extra-

classes

3. Produção de textos com

recortes e pesquisas

Avaliação Individual

Leituras, organização, interesse,

responsabilidade, educação

4. Amostra de figuras, quadros, 4. Avaliação em dupla

Page 97: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

4. Discutir sobre o processo de

ocupação do continente americano a

partir do choque entre culturas

diversas.

4. Exploração dos Impérios Coloniais

A força da metrópole

Portugal e Espanha

A coroa Portuguesa

A colonização do Brasil

Engenhos

Zumbi

Espansão Colonial: América Holandesa, espanhola

A descoberta de novas terras

A conquista por meio da violência

Exploração do corpo e da mente (catequização dos

nativos primitivos)

Prata, ouro e sangue em abundância nas terras das

novas colônias

Escravidão e pau-brasil

As capitanias hereditárias

O governo geral

Visão ampla sobre os nativos da América do Sul

A monocultura: Economia açucareira

O papel do Senhor do Engenho

Exportação de matéria prima e importação de

trabalhadores

Criação de gado, algodão e senzalas

Tráfico de escravos: Travessia e venda

A resistência, quilombos e quilombolas

Miscigenação de etnias

Pluralidade

O novo mundo está dividido

Lutas no Oceano, na terra e na sala do rei

Alianças e casamentos arranjados entre Espanha e

Portugal

Batalha marinha entre Espanha e Holanda.

Portugal reina soberano

vídeos-documentários, leituras

coletivas

Construção de uma linha do

tempo, organização dos

acontecimentos históricos e

notícias recentes divulgadas nos

meios de comunicação.

Exercícios de fixação do

conteúdo e retrospectiva do

bimestre anterior

Interdisciplinaridade com artes,

produção de histórias em

quadrinhos e com português

para confecção das falas das

personagens. Finalização com

reprodução do material e

disponibilização para as outras

turmas. Confecção de cartazes.

Textos interpretativos

Aulas expositivas com mini

apresentações teatrais em sala.

Utilização de recursos extra-

classes

Montar painel informativo, com

toda a turma

Avaliação individual

Produção de textos

História em quadrinhos

Interesse, participação,

criatividade

Produção de textos com recortes e

pesquisas

Avaliação Individual

Page 98: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

8º ANO

Objetivo Geral

Avaliar o processo de mudanças sócio-políticas que ocorrem nas diversas sociedades, com enfoque na sociedade brasileira, bem como seus reflexos na

formação de um país autônomo e soberano.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO (critérios e

instrumentos)

1. Compreender os elementos

ideológicos que ocasionaram a queda

do Antigo Regime na Europa e seus

reflexos nas sociedades americanas

1. O Iluminismo

- A independência dos EUA

- A Inconfidência Mineira

1. Amostra de figuras, quadros,

vídeos-documentários, leituras

coletivas

Pesquisar sobre os pensadores

iluministas e suas principais

teorias

1. Participação, interesse, leitura

Avaliação individual

Trabalhos em grupo

Criatividade, responsabilidade,

educação e organização

2. Avaliar os processos de formação

do movimento revolucionário na

Europa que originou a queda do

Antigo Regime

2. As Revoluções européias: Revolução

Gloriosa e Revolução Francesa

2. Exercícios de fixação do

conteúdo e retrospectiva do

bimestre anterior

Interdisciplinaridade com artes,

produção de histórias em

quadrinhos e com português para

confecção das falas das

personagens. Finalização com

reprodução do material e

disponibilização para as outras

turmas

2. Avaliação em dupla.

Avaliação individual.

Produção de textos.

História em quadrinhos.

Interesse, participação,

criatividade

3. Compreender as mudanças sócio-

econômicas advindas com a

Revolução Industrial

3. A Revolução Industrial:

- a Inglaterra como percussora do processo

industrial

- diferenças sociais provenientes do processo da

Revolução Industrial

- novas tecnologias e o surgimento de uma nova

modalidade de trabalho e renda

3. Confecção de cartazes.

Textos interpretativos;

Aulas expositivas com mini

apresentações teatrais em sala.

Utilização de recursos extra-classes.

Projeção do filme: Tempos

Modernos.

3. Produção de textos com

recortes e pesquisas

Avaliação Individual

Leituras, organização, interesse,

responsabilidade, educação

Page 99: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

- diversidade de classes sociais

- movimentos ideológicos contra e a favor da

industrialização

4. Discutir sobre as mudanças

políticas e sociais ocorridas no

mundo pós Revolução Francesa e

Industrial

- a França de Napoleão Bonaparte

- a repercussão do império napoleônico no

Brasil Monárquico

- o processo de independência nas Américas;

- a Independência do Brasil: primeiro e segundo

reinado

- a consolidação do poder econômico e político

dos EUA na América

- o Brasil Independente

– o segundo reinado e a escravidão negra

- Brasil, a caminho da República

4. Amostra de figuras, quadros,

vídeos-documentários, leituras

coletivas

Construção de uma linha do tempo,

organização dos acontecimentos

históricos e notícias recentes

divulgadas nos meios de

comunicação.

Exercícios de fixação do conteúdo e

retrospectiva do bimestre anterior

Interdisciplinaridade com artes,

produção de histórias em

quadrinhos e com português para

confecção das falas das

personagens. Finalização com

reprodução do material e

disponibilização para as outras

turmas.

Confecção de cartazes

Textos interpretativos

Aulas expositivas com mini

apresentações teatrais em sala.

Utilização de recursos extra-classes

Montagem painel informativo,

coletivo com toda a turma

4. Avaliação em dupla

Avaliação individual

Produção de textos

História em quadrinhos

Interesse, participação,

criatividade

Produção de textos com recortes e

pesquisas

Avaliação Individual

Leituras, organização, interesse,

responsabilidade, educação

Page 100: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

9º ANO

Objetivo Geral

Compreender as características da sociedade atual, identificando as relações sociais e econômicas, os regimes políticos e as questões ambientais, comparando-

as com as características de outros tempos e lugares, construindo uma idéia clara dos acontecimentos e de sua sucessão no tempo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO (critérios e

instrumentos)

1. Caracterizar o processo de

transformação da estrutura política

do Brasil – do Império à República

1. Da monarquia para a república no Brasil,

destacando os fatores principais da crise do

império

As características do regime republicano

implantado no Brasil em 1889

A indústria e a classe operária brasileira no

século XIX e XX

O papel da ―mocidade militar‖ no processo que

conduziu a Proclamação da República;

Os conceitos de feudalismo, florianismo,

inflação, especulação e cidadania

As mudanças e permanências na passagem do

Império para a República

Conceitos de Oligarquia, Coronelismo, política

dos governadores, política do café-com-leite;

Imagem de ―passividade e apatia‖ associada ao

povo brasileiro

A situação dos trabalhadores na República

Velha e nos dias atuais

1. Aulas expositivas e dialogadas;

pesquisas;

apresentação de conteúdo em

lâmina, data show;

paródias;

interpretação de textos, músicas,

documentos;

filmes e análise de filmes;

DVD-TV Escola;

produção textual;

releitura de obras de artistas

europeus e brasileiros;

micro aulas em DVD;

Construção de painéis / murais de

informação geral;

construções de jornais didáticos;

utilização dos recursos da sala

tecnológica;

utilização do espaço (sala de artes);

trabalho com charge;

história em Quadrinhos;

trabalhar com mapas.

1. Avaliações individuais ou em

dupla;

Avaliações com consultas;

Apresentação oral de trabalhos

em dupla ou grupos;

Participação, interesse,

responsabilidade, criatividade.

2..Caracterizar a Segunda Revolução

Industrial e diferenciá-la da

Primeira Revolução Industrial.

2. A era do imperialismo;

Comparativo da 1ª e 2ª Revolução Industrial

As novas tecnologias

2. Releitura das obras: Van Gohg,

Cizanne, Renoir, Monet.

2. Avaliações individuais ou em

dupla;

Avaliações com consultas

Page 101: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Perceber o impacto da

industrialização no meio ambiente

A era dos Impérios

Da cultura erudita à cultura de massa

Apresentação oral de trabalhos

em dupla ou grupos

Participação, interesse,

responsabilidade, criatividade

3. Discutir os fatores socio-politicos

e econômicos que levaram a Primeira

Guerra Mundial

3. Primeira Guerra Mundial

- Revolução Russa

3. Painel com informações sobre o

início do século XX.

- Pesquisar sobre o movimento

comunista no Brasil e no mundo

3. Avaliações individuais ou em

dupla

Avaliações com consultas

Apresentação oral de trabalhos

em dupla ou grupos

Participação, interesse,

responsabilidade, criatividade

4. Apresentar as mudanças políticas

ocorridas no mundo ocidental

durante e após as Guerras

4. A República Brasileira

- Segunda Guerra Mundial

- Brasil da Era Vargas

- a Guerra Fria

- os reflexos da Guerra fria no Brasil;

- a ditadura militar no Brasil e restante da

América

- o Brasil na Atualidade – democracia e

liberalismo – da década de 1990 até os dias

atuais

4. Pesquisar sobre o desrespeito aos

direitos humanos na II Guerra

Mundial, seus principais

personagens e países envolvidos

- Fazer um quadro comparativo

entre nazismo e fascismo

- Discutir os principais reflexos da

política neo-liberal no Brasil

- Fazer um painel, elucidando o

Brasil da ditadura e pós ditadura.

- Discutir os principais problemas

na atualidade brasileira

4. Avaliações individuais ou em

dupla

Avaliações com consultas

Apresentação oral de trabalhos

em dupla ou grupos

Participação, interesse

responsabilidade, criatividade

Page 102: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

8.3.2 Considerações Finais

Esse trabalho é fruto de reflexões e críticas feitas em conjunto com os professores da

rede pública municipal de Urussanga. Nos encontros foi destacada a importância de um

professor pesquisador, que conheça tanto a sua comunidade, quanto o material que ele lida no

dia a dia. Assim, o primeiro desafio deste trabalho foi conhecer a História do município, de

onde seriam recolhidos os documentos, as fotos, as reportagens e as demais informações que

compusessem o mosaico cultural de cada comunidade do Município. Com este exercício

percebeu-se que cada escola poderia, por meio do ensino de História, construir um sentido,

um significado para a comunidade em que ela está inserida.

Os professores passaram a lidar não apenas com a escola e seu currículo, mas com

uma comunidade repleta de significado e importância.

O momento foi marcado pela discussão em torno do currículo de história. Os

professores perceberam a invisibilidade de certos grupos, como os índios e negros, que

apareciam de forma isolada e pontual, não permeando os conceitos integradores da cultura

nacional como identidade e etnicidade.

A partir daí, buscaram refletir sobre os principais conceitos que deveriam permear o

currículo de história e elaboraram os conceitos descritos ao longo do texto.

Procuraram construir um currículo que vislumbrasse não apenas as necessidades de

um grupo dominante, mas de todos os que compuseram e compõem a História de Urussanga.

8.1.3 Referências

ANTUNES, Celso. Inteligência Múltipla e seus jogos. Petrópolis/RJ, Vozes, 2006.

APPLE, Michael W. Conhecimento Oficial: a educação democrática numa era conservadora.

Petrópolis: Vozes, 1997. 267 p.

BITENCOURT, Circe (org). O saber histórico na Sala de aula. 2ª ed. São Paulo, Contexto,

1998

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:

História e Geografia. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC-SEF, 1997.

BOURDIEU, Pierre. Escritos da Educação. Petrópolis, Vozes, 1999.

CARR, E. H. Que é história? 4ª ed. São Paulo. Paz e Terra, 1985.

FARIAS, Deisi Scunderlick Eloy de. Arqueologia e Educação: uma proposta de

preservação para os sambaquis do sul de Santa Catarina (Jaguaruna, Laguna e

Tubarão). Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Pontifícia Universidade Católica do

Rio Grande do Sul. Dissertação de Mestrado. 2000.

Page 103: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

103

FARIAS, Deisi Scunderlick Eloy de. Distribuição e padrão de assentamento: propostas

para os sítios da Tradição Umbu na encosta de Santa Catarina. Tese de Doutorado. Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. São

Paulo: Paz e Terra, 1999. 165 p.

GADOTTI, Moacir. Diversidade Cultural e educação para todos. Rio de Janeiro: Graal,

1992. 90 p.

GARDNER, Howard. Estruturas da mente – A teoria das inteligências múltiplas. Porto

Alegre, Artmed, 1995.

HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUMBERG, Evelina; MONTEIRO, Adriane

Queiroz. Guia Básico de Educação Patrimonial. Brasília: IPHAN/Museu Imperial, 1999. 68

p.

JULIANI, Lucia. Programa de Educação Patrimonial da LT Florianópolis/Palhoça.

Relatório de Pesquisa. Florianópolis, 2007.

LE GOFF, J. História e Memória. 4ª ed. São Paulo. Editora da UNICAMP, 1996.

POPKEWITZ. Thomas S. Reforma Educacional: uma política sociológica - poder e

conhecimento em educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. 294 p.

RATNER, Carl. A Psicologia Sócio-Histórica de Vygotsky: aplicações contemporâneas.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 314 p.

ROCHA, U. História, currículo e cotidiano escolar. São Paulo. Cortez, 2002.

RODRIGUES, Tatiane Cosentino. Movimento Negro, Raça e Política Educacional.

Brasileiros e Educação/n.21. Agência Financiadora: Ação Educativa - Fundação Ford. 2003.

www.anped.org.br/reunioes/28/textos/gt21/gt211249int.rtf. Acesso em 20/06/2009.

SANTA CATARINA. Secretaria do Estado de Educação e do Desporto. Proposta

Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio:

Disciplinas Curriculares. Florianópolis, COGEN, 1998. 243 p.

SILVA, B (coord). Dicionário de Ciências Sociais. Rio de Janeiro. Editora da Fundação

Getúlio Vargas, 1986.

THOMPSON, Edward P. Tradición, revuelta y consciencia de clase. 3ª ed. Barcelona:

Editorial Crítica, 1989. 318 p.

VIGEVANI, Tullo; LIMA, Thiago; OLIVEIRA, Marcelo Fernandes de. Conflito étnico,

direitos humanos e intervenção internacional. Scielo, 2008.

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0011-52582008000100006&script=sci_arttext&tlng=pt

Page 104: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

VYGOTSKY, L. S. Estudos sobre a história do comportamento: símios, homem

primitivo e criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. 220 p.

Portais de acesso na Internet

www.portal.mec.gov.br acesso em 22/10/2009.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm, acesso em 20/10/09.

Page 105: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

105

9. EDUCAÇÃO FÍSICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Me. Alzira Isabel da Rosa10

Profa. Esp. Luciane Lara Acco11

A Educação Física, assim como as demais áreas do conhecimento, presentes nesta

Proposta Curricular, deve ser compreendida a partir da concepção sócio-histórica. Para

compreender melhor toda a discussão teórica referente a esta disciplina, recomenda-se que o

professor, ao atuar nos anos iniciais, realize a leitura do texto que se encontra junto ao

currículo dos anos finais, antes da elaboração do plano anual.

Além disso, é de fundamental importância que o profissional de Educação Física ao

elaborar seu planejamento, anual, bimestral, mensal e ou semestral, semanal ou diário,

priorize as características individuais de cada faixa etária de desenvolvimento dos educandos,

bem como os aspectos de relação e reflexão no desenvolvimento afetivo, cognitivo, físico e

motor.

Com base no paradigma de Krebs, o quadro abaixo dará ênfase às competências físico-

cinestésicas, correlacionando a ação e consequentemente a relação e a reflexão. O Plano anual

tem como objetivo geral desenvolver a inteligência motora, por meio de atividades e

conteúdos que oportunizem as competências físico-cinestésicas, percepto-cognitiva e sócio-

emocional.

10

Mestre em Ciências do Movimento Humano pela Universidade do Estado de Santa Catarina (2002), professora

da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL e da Rede Municipal de São José

11 Especialização em Desporto Escolar pela Universidade Federal de Santa Maria, Brasil (1992)

Professor titular da Universidade do Sul de Santa Catarina , UNISUL.l

Page 106: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Tabela 8: Grade curricular de Educação Física para os anos iniciais do Ensino Fundamental

SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

CONTEÚDOS ATIVIDADES

Habilidades motoras fundamentais:

-estágio inicial, elementar e

maduro

- Ginástica

- Atividades Rítmicas

- Jogos/ educativos, cooperativos e

culturais

- Exercícios com e sem aparelhos;

- Aptidão física relacionada à saúde

Equilíbrio: curvar-se, alongar-se, contorcer-se, virar,

esquivar-se, equilibrar-se

Locomoção: andar, correr, saltar, saltitar, pular num só

pé, saltar com alternância do pé de apoio, galopar,

escorregar, impulsionar-se, escalar

Manipulativas: pegar, driblar, lançar, chutar, receber,

rebater, voleio com as mãos driblar, rolar a bola,

voleio com os pés

Aprendizagem Cognitiva Consciência de esforço:

tempo(rápido, devagar, médio, sustentado);

Fluxo(livre)

Estruturação espacial:

nível( inicial e médio)

Direções: (todas)

Extensões: ( formas corporais e

espaços corporais

Consciência de relacionamentos:

Objetos: ( em cima, em baixo, frente atrás, guiar,

seguir)

Pessoas: (junto, separado, simultaneamente, parceiro,

grupo, individual, coletivo)

Relações sociais Respeito

Responsabilidade

Probidade

Afetuosidade

Equidade

Cidadania

Encorajamento

Page 107: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

107

9.1 Referências

FREITAS, M. T. A. Vygotsky e Bakhitin – Psicologia e educação: um intertexto.

S.Paulo/Juiz de Fora: Ártica/EDUFJF, 1994.

GALLAHUE, D. e OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor. Phorte

Editora, São Paulo, 1996.

KREBS, R. J. Novas tendências para o estudo do desenvolvimento humano: teoria e

estudos. Santa Maria- RS: Casa Editorial, 1995.

____________Considerações organizacionais para a Educação Física nas séries iniciais

do Ensino Fundamental. Santa Maria: Cinergis, 2000.

OLIVEIRA, Marta K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo

histórico. São Paulo: Scipione, 1993.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo

sóciohistórico. S.Paulo: Scipione, 1997. Pedagogia. São Paulo: Moraes, 1991.

SANTA CATARINA. Secretaria do Estado de Educação e do Desporto. Proposta

Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio:

Disciplinas Curriculares. Florianópolis, COGEN, 1998. 243 p.

REGO, Teresa C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis,

Rio de Janeiro: Vozes, 1995.

SMOLKA, Ana L. B., GOES, M. C. R. (Orgs.). A linguagem e o outro no espaço escolar.

Vygotsky e a construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1993.

VAN DER VEER, R. & VALSINER, J. Vygotsky: uma síntese. São Paulo: Unimarco &

Loyola, 1996.

VYGOTSKY, L.S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

______________. A formação social da mente. 1. ed, São Paulo: Martins Fontes, 1984.

______________ Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

Page 108: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

9.2 EDUCAÇÃO FÍSICA PARA OS ANOS INICIAIS E FINAIS DO ENSINO

FUNDAMENTAL (1º ao 9º ANO)

Professores da Rede Municipal de Urussanga

De todas as disciplinas do Ensino Fundamental, provavelmente, a Educação Física

foi a que sofreu transformações mais profundas nos últimos tempos. Mudanças pedagógicas

e na legislação fizeram com que, até mesmo, sua missão fosse questionada. Se até a década

de 1980, o compromisso da área incluía a revelação de craques e a melhoria da performance

física e motora dos alunos (fazê-los correr mais rápido, realizar mais abdominais,

desenvolver chutes e cortadas potentes), hoje a ênfase recai na reflexão sobre produções

humanas que envolvem o movimento. Se antes o currículo privilegiava os esportes, hoje, o

leque se abre para uma infinidade de manifestações, da dança à luta, das brincadeiras

tradicionais aos esportes radicais. Ecos da perspectiva cultural, dominam pesquisas e

ganham cada vez mais espaço nas escolas.

Desta forma, observa-se que, em qualquer esfera de trabalho, onde professor de

Educação Física exerce sua profissão, este não pode ser, simplesmente, considerado um

recreador ou sujeito de animação social. Na verdade, em todos os casos em que se

manifestam esta prática, o professor é um agente político-pedagógico que, em teoria, deveria

apresentar bases filosóficas e científicas suficientes para poder "dar conta", além de sua aula,

das ações concretas para compreender a dinâmica social – onde desenvolve sua ação

profissional – a fim de defender, conscientemente, seu projeto de educação e sociedade.

A Educação Física tem ganho um merecido lugar entre as demais disciplinas da

escola. Isso ocorre pelo fato dela estar cada vez mais próxima aos assuntos relacionados à

educação, deixando de lado, apenas, o ensino do ato motor, priorizando, nas aulas, aspectos

conceituais e atitudinais, pois, quando a criança se movimenta, brinca e joga utiliza não

apenas as habilidades motoras, mas aspectos importantes como a atenção, a concentração, o

respeito aos outros e às regras das brincadeiras.

O grande desafio da Educação Física é proporcionar ao educando o conhecimento, a

aceitação do seu corpo, usando-o como instrumento de expressão e satisfação de suas

necessidades, respeitando experiências anteriores e dando-lhe condições de adquirir e criar

novas formas de movimento.

Page 109: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

109

Para Bracht, ―o movimento corporal ou movimento humano que é tema Educação

Física, não é qualquer movimento, não é todo movimento. É o movimento humano com

determinado sentido/significado que, por sua vez, lhe é conferido pelo contexto histórico –

cultural.‖ (Gonçalves apud Bracht, 1996, p. 20)

Para fundamentar essa concepção, é adotada para o município de Urussanga a

abordagem crítico-superadora, baseada na justiça social, valorizando a contextualização dos

fatos e do resgate histórico.

Esta abordagem é um Projeto Político Pedagógico. Político porque encaminha

propostas de intervenção em determinada direção; pedagógico porque possibilita uma

reflexão sobre uma ação dos homens na realidade, opondo-se ao mecanismo.

Nesta concepção, devem-se transmitir os conteúdos, simultaneamente. Os mesmos

conteúdos devem ser trabalhados ao longo das séries, aprofundando-se a cada ano, porém

sem a visão de pré-requisitos.

O trabalho marcante desta abordagem foi publicado em 1992, no livro intitulado

Metodologia do Ensino da Educação Física, por um Coletivo de Autores. Isto, porém, não

quer dizer que outros trabalhos importantes não tenham sido publicados, anteriormente.

Citamos, como exemplo, Educação Física Cuida do Corpo... e Mente (Medina, 1983),

Prática da Educação Física no primeiro grau: Modelo de Reprodução ou Perspectiva de

Transformações (COSTA, 1984), Educação Física Progressista: a Pedagogia Crítico Social

dos conteúdos e a Educação Física Brasileira (GHIRALDLLI JR., 1988), Educação Física

Aprendizagem Social (BRACHT, 1992).

Nas palavras destes autores, a Educação Física é entendida como uma disciplina que

trata de um tipo de conhecimento denominado de cultura corporal que tem como temas: o

jogo, a ginástica, o esporte, a dança e a luta.

De acordo com esta abordagem, a avaliação leva em conta o projeto histórico:

condutas humanas, práticas avaliativas, decisões em conjunto, tempo, pedagogicamente,

necessários para a aprendizagem, compreensão crítica da realidade, privilégio da ludicidade

e da criatividade, intencionalidade e intenções, a nota enquanto síntese qualitativa,

reinterpretação e redefinição de valores e normas.

Neste sentido, o papel da Educação Física ultrapassa o ensinar esporte, ginástica,

dança, jogos, atividades rítmicas, expressivas e o passar conhecimentos sobre o próprio

corpo para todos, em seus fundamentos e técnicas (dimensão procedimental), mas inclui,

Page 110: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

também, os seus valores subjacentes, ou seja, quais atitudes os alunos devem ter nas e para

as atividades corporais (dimensão atitudinal). E, finalmente, busca garantir o direito do

aluno de saber por que ele está realizando este ou aquele movimento, isto é, quais conceitos

estão ligados aqueles procedimentos (dimensão conceitual).

9.2.1 Objetivo geral

A seguinte proposta tem como objetivo nortear o trabalho dos professores de

Educação Física da rede municipal de Urussanga, com a finalidade primordial de diminuir a

distância entre a teoria e a prática e de socializar as estratégias de ensino sistematizadas

pelos próprios professores, a partir da reflexão coletiva.

9.2.2 Metodologia

Os conteúdos serão apresentados aos alunos, a partir do princípio da

simultaneidade, tornando clara a relação entre estes, para desenvolver a compreensão de que

são dados da realidade e que não podem ser pensados nem explicados isoladamente.

Com base nos princípios aqui abordados, apresentaremos uma proposta

curricular de organização do pensamento sobre o conhecimento, representando um esforço

de teorização que privilegia a organização curricular do 1º ao 9º ano de escolarização

básica.

Page 111: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

111

9.2.3 Conteúdos

Jogos/

Brincadeira

Ginástica Dança Esportes Lutas

Brinquedos

cantados

Ginástica natural

(atividades que

imitem os

movimentos da

natureza)

Danças

folclóricas e

culturais

Handebol Capoeira

Brincadeiras

populares

Ginástica rítmica Danças de

salão e de

espetáculo

Basquetebol Lutas Orientais

Jogos

cooperativos

Ginástica de solo Técnicas

corporais

básicas e a

criatividade

Futebol

Jogos pré-

desportivos

Ginástica geral Voleibol

Jogos de

tabuleiro

Tênis de mesa

Jogos

recreativos

Atletismo

Jogos de

construção

Esportes

alternativos

Page 112: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Faz-se necessário analisar as manifestações da cultura corporal mediante

diferentes formas de abordá-las. Com base na experiência realizada por Silveira e Pinto

(2001) apresentamos algumas possibilidades de se enfocar os conteúdos da Educação Física

Escolar:

-história: os antecedentes que deram origem a atual forma dos conteúdos trabalhados, tanto

a partir de textos quanto da prática incluindo o resgate de formas originais dos jogos,

esportes e ginásticas.

-aspectos técnicos e táticos: as questões técnicas e os condicionantes de sua evolução

(evolução das regras, exigências da mídia, entre outros). Aqui se coloca como objetivo

central não a incorporação de técnicas (que pode ser ou não uma conseqüência do trabalho),

mas a compreensão do universo técnico e tático dos jogos e lutas e da transitoriedade desse

universo.

-ética: os valores associados à prática lúdica em comparação com a prática competitiva de

alto nível, associados aos valores da sociedade capitalista, na qual as práticas corporais estão

inseridas. A organização de torneios intra-escolares e mesmo a prática das aulas deve

superar o modelo selvagem do esporte espetáculo. A análise de lances e fatos concretos do

mundo dos esportes e a visão (geralmente ingênua) da mídia são meios interessantes para as

aulas;

-ludicidade X competição: resgatar a ludicidade e a cooperação, combatendo a prática

excludente, sexista, individualista e violenta que o esporte espetáculo reforça. A ênfase nas

aulas deve recair sobre a prática lúdica e não competitiva, comparando-o com ―espírito

esportivo‖ dos jogos competitivos.

-produção de uma cultura escolar: a possibilidade de mudar as regras, os valores e a

forma de realizar cada prática corporal, criando novos jogos, esportes, ginásticas e lutas mais

coerentes com o espaço escolar. As aulas de Educação Física devem não só constar de

práticas já existentes, mas também promover a criação de novas práticas corporais.

-conteúdos como campo de trabalho: as práticas corporais como espaço profissional para

jogadores, treinadores, médicos, advogados, administradores e a organização social deste

mercado. Análise das condições de trabalho e de remuneração dos diferentes setores do

esporte.

Page 113: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

113

-lazer e tempo livre: a prática corporal como uma possibilidade de lazer.

-crítica social: como as práticas corporais têm se estabelecido como um campo de

poder:como as instituições (federações, ligas, governos) se apropriam das práticas corporais;

a quem servem, o que veiculam, como se articulam com o ―mundo lá fora‖, ou seja, o

mundo esportivo.

-mitos: as crenças e os preconceitos associados à prática corporal (futebol é para homem)

senso comum X conhecimento científico aplicados à prática corporal.

-mídia: como a mídia e a propaganda usam as práticas corporais; como a relação com a

mídia transforma a atividade em espetáculo, dando-lhe novos sentidos e valores. A análise

crítica de artigos de jornal e de vídeos é um excelente meio de desmascaramento .da lógica

mercantilista do esporte espetáculo.

-análise cultural: a construção cultural e os diferentes significados das práticas corporais ao

longo do tempo.

-aspectos fisiológicos da prática corporal: relação entre prática corporal, condicionamento

físico e flexibilidade; planejamento de carga, tempo e freqüência de prática em função de

objetivos predeterminados. Avaliação física e seus protocolos, objetivos bem como a

interpretação de seus resultados, partindo da experiência dos próprios alunos com a

avaliação física em academias e clubes. Nutrição e prática corporal.

-doping: os motivos e valores que levam atletas e não atletas a se doparem. A super

valorização da estética e do rendimento como estimulantes do consumo de doping. As

consequências do doping.

Lesões na prática corporal: estudo das lesões típicas em cada prática corporal e as

possibilidades de prevenção. As sequelas do treinamento de alto nível.

Jogos/brincadeiras: Os jogos e brincadeiras são fundamentais no processo de

desenvolvimento e aprendizagem das crianças, pois são uma das primeiras formas de

relacionamento no início da compreensão do mundo que as cerca. Por meio dos jogos e

brincadeiras, a criança incorpora a realidade, percebendo papéis e os códigos sociais,

entendendo que o uso da imaginação, pode transgredi-la, construindo novas possibilidades

de relações e significações.‖Quando a criança joga, ela opera com o significado das suas

ações, o que a faz desenvolver sua vontade e,ao mesmo tempo tornar-se consciente de suas

escolhas e decisões. Por isso, o jogo apresenta-se como elemento básico para a mudança das

Page 114: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

necessidades e da consciência‖.(Coletivo de Autores,,1992,p. 66).Em um jogo/brincadeira,

as regras são flexíveis, por isso, por meio dele, podemos mostrar aos alunos que as regras da

sociedade podem ser mudadas, através de críticas construtivas.

É importante ressaltar que os conteúdos selecionados devem levar em consideração a

realidade em que o aluno está inserido e, ainda, proporcionar o conhecimento dos

jogos/brincadeiras das diversas regiões brasileiras, de outros países e épocas diferentes.

Ginástica: Abordam-se algumas modalidades da ginástica, tais como: a) a chamada

ginástica natural, que são atividades que imitam os animais e utilizam-se de movimentações

espontâneas; b)a ginástica rítmica(GR) que se utiliza da manipulação de objetos, que podem

ser tanto oficiais (corda, arco, fita,bola, massa-clava) como alternativos; c) a ginástica

olímpica(GO) que trata de movimentações em aparelhos, como, por exemplo, solo, trave,

cavalo, paralelas, etc... . Essas práticas corporais podem ser realizadas com materiais

improvisados, dependendo da realidade da escola, como por exemplo, ao invés da trava de

equilíbrio (aparelho oficial da GO), utiliza-se de um muro ou de um banco; d) a ginástica

geral que se caracteriza por não ser uma modalidade competitiva e que pode ser conceituada

como:

―...um fenômeno sócio-cultural que compreende determinadas manifestações de

caráter gímnico.Baseia-se em fundamentos das diferentes modalidades ginásticas,

da dança, do folclore, das artes cênicas, das técnicas circenses, em relação aos seus

aspectos técnicos e metodológicos de acordo com suas finalidades.Alguns autores

ainda colocam que os elementos dos esportes também podem ser tematizados na

ginástica geral desde que inseridos nas coreografias‖.(Anais do Encontro de

Ginástica Geral)

Dança: É importante oportunizar o aprendizado das danças folclóricas e de culturas nativas

para que o aluno conheça as várias etnias, confrontando-as com a sua própria realidade.

Entende-se como pertencentes a este bloco as danças regionais e tradicionais do Brasil e de

outros povos, como danças gaúchas, capoeira, maculelê, quadrilha, etc... . Neste bloco

temático, os conteúdos estão relacionados com as expressões de caráter típico e nacional,

sendo expressões oriundas e mantidas por determinada região‖.

(Fiamoncini;Saraiva,1999,p.104).

Nas danças de salão e de espetáculo, o aluno terá acesso ao conhecimento produzido

historicamente pela humanidade e que se encontra institucionalizado; alguns, inclusive,

aderindo a desportivização. Neste bloco, poderão ser abordadas, por exemplo, a dança,

enquanto configuração, e/ou as técnicas de tango, jazz, moderno e street. São danças que até

Page 115: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

115

podem apresentar origens e características regionais, como é o caso das danças de salão, mas

são danças universalizadas e,apresentadas nos palcos e nos salões‖(IB.Idem, p.104).

Quanto às técnicas corporais e o trabalho com a criatividade, pode-se ressaltar a

importância das técnicas de improvisação e das construções coletivas das coreografias. Estas

poderão ser temáticas ou simplesmente ser a síntese das experiências de movimento do

grupo, em que o objetivo principal é a elaboração de técnicas de expressões próprias.

Esportes: O esporte é um fenômeno social e, como tal, reproduz os códigos sociais que o

condicionam. Sendo realizado no seio da sociedade capitalista, orienta-se pelos princípios

das comparações objetivas e da sobrepujança (Kunz, 1991), o que acaba por reproduzir as

desigualdades sociais, exigindo a ―adaptação do praticante aos valores e normas dominantes

defendidos para a funcionalidade e desenvolvimento da sociedade‖. (Coletivo de

Autores,1992,p.71). Nesse aspecto, a necessidade do domínio dos elementos técnicos-táticos

e das precondições fisiológicas para a sua prática, como pressupostos do seu aprendizado,

indicam que sua finalidade é a vitória na competição, colocando-se como um fim em si

mesmo.(Coletivo de Autores,1992)

Portanto, ao se pensar a prática desta manifestação da cultura corporal no interior da escola,

precisa-se refletir e questionar tais normas, ―para determinar a forma em que deve ser

abordado, pedagogicamente, no sentido de esporte da escola e não como esporte na

escola‖(IB. Idem, p.70). Isto exige repensar o que significa ensinar esporte ou o que é que os

alunos necessitam apreender para que se possa afirmar que conhecem o esporte. É

imprescindível que o processo educativo forneça elementos que possibilitem a critica do

mesmo, dentro de um determinado contexto sócio-econômico-político-cultural.

Para que os alunos conheçam os jogos que foram esportivizados não é suficiente que

conheçam e dominem os gestos técnicos, mas é necessário que conheçam sua história, como

por exemplo: o processo em que deixaram de ser prática de divertimento restrito à classe

dominante para ganhar os espaços populares.

As atividades propostas devem possibilitar aos alunos que reflitam sobre o esporte:

enquanto jogo com normas, regras, exigências físicas,técnicas e táticas;

enquanto espetáculo esportivo e sua relação com a mídia;

enquanto processo de trabalho, que se diversifica e gera mercados específicos de

atuação profissional e a relação com a ―mercadorização‖ do próprio ser humano;

Page 116: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

enquanto jogo popularmente praticado e suas diversas possibilidades de resignação e

a relação com as possibilidades e impossibilidades de sua prática;

enquanto manifestação cultural. (Adaptado de Coletivo de Autores, 1992).

9.2.4 Referências

FREITAS, M. T. A. Vygotsky e Bakhitin – Psicologia e educação: um intertexto.

S.Paulo/Juiz de Fora: Ártica/EDUFJF, 1994.

GALLAHUE, D. e OZMUN, J. Compreendendo o desenvolvimento motor. Phorte

Editora, São Paulo, 1996.

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____________Considerações organizacionais para a Educação Física nas séries iniciais

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OLIVEIRA, Marta K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo

histórico. São Paulo: Scipione, 1993.

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sóciohistórico. S.Paulo: Scipione, 1997. Pedagogia. São Paulo: Moraes, 1991.

SANTA CATARINA. Secretaria do Estado de Educação e do Desporto. Proposta

Curricular de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio:

Disciplinas Curriculares. Florianópolis, COGEN, 1998. 243 p.

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SMOLKA, Ana L. B., GOES, M. C. R. (Orgs.). A linguagem e o outro no espaço escolar.

Vygotsky e a construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1993.

VAN DER VEER, R. & VALSINER, J. Vygotsky: uma síntese. São Paulo: Unimarco &

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VYGOTSKY, L.S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

______________. A formação social da mente. 1. ed, São Paulo: Martins Fontes, 1984.

______________ Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

Page 117: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

10. GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Dra. Márcia Fernandes Rosa Neu12

"A leitura do mundo precede a leitura da palavra"

Paulo Freire

A construção de uma Proposta de Educação requer um intenso planejamento de todos

os atores envolvidos com o sistema educacional do Município. A sua construção impulsiona a

formação continuada dos profissionais, que mediante a reflexão sobre a sua leitura de mundo

contribuem na formação de seus estudantes como cidadãos conscientes do seu papel

transformador. Nesse sentido, essa proposta de ensino de geografia procurou expressar as

discussões realizadas com os professores e propor alternativas de ensino, que contribuam com

a leitura de mundo dos nossos estudantes.

Considera-se importante, neste tipo de trabalho, iniciar a discussão sobre os

fundamentos da ciência. A Geografia é a ciência do espaço geográfico. Para compor esse

conceito-chave, diversos outros conceitos, tais como paisagem, território, região, natureza e

lugar, articulam-se formando a base para que seja possível conhecer o mundo, por meio de

sua utilização.

Além dos conceitos, é importante para o professor conhecer as concepções geográficas

e as metodologias mais indicadas para a problematização da Geografia escolar, como forma

de garantir aprendizagem significativa dos estudantes, fugindo da simples memorização que

marcaram a concepção tradicional.

A presença da Geografia entre as disciplinas que compõem o currículo escolar,

segundo Pereira (1999), demonstra que esta disciplina, assim como o sistema público de

ensino, surgiu no século XIX. Foi a forma que a burguesia encontrou, ―enquanto classe em

ascensão para conquistar a hegemonia, combatendo os privilégios do clero e dos senhores

feudais‖ (1999, p. 24).

Dessa forma, a Geografia, a História e a Língua Nacional foram utilizadas para

fortalecer o Estado Nacional e, por consequência, o movimento do capital na consolidação do

12

Doutora em Geografia pela USP e Professora do Curso de Pedagogia e Geografia da Universidade do Sul de

Santa Catarina - UNISUL, pesquisador/educadora do GRUPEP Arqueologia da UNISUL.

Page 118: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

território. A Geografia é incluída nos currículos, então, por razões geopolíticas. (PEREIRA,

1999).

Ao longo da história, a consolidação dessa ciência ocorreu por meio de diferentes

abordagens conceituais. Ora o conceito de paisagem era o mais importante, ora o conceito de

território. Entretanto, a partir da década de 1970, as discussões da geografia crítica

consolidam o conceito de espaço geográfico como conceito-chave para a compreensão do

mundo.

Nesse sentido, a Geografia, tornou-se a ciência do espaço geográfico. Esse conceito é

entendido como resultado das relações sociais. Em outras palavras, o espaço geográfico é

subdividido em espaço-tempo, o espaço produzido e o espaço representado, o que significa

dizer que esse conceito-chave da Geografia se articula com a História, por meio do espaço-

tempo, com as atividades econômicas, a produção da riqueza, por meio do espaço produzido e

com a cartografia, mapas, por meio do espaço representado.

A teoria de Marx, de 1850, contribuiu, dentre outras coisas, para observar que a

história dos seres humanos e da natureza se confunde num mesmo plano. Por isso, a relação

homem-meio na realidade deve ser entendida como a relação história-natureza. A primeira

natureza, natural, sem alteração humana, permanece em essência na segunda natureza, já

transformada e ou afetada pela atuação da sociedade, havendo, assim, uma relação dialética,

em que são e não são ao mesmo tempo, a mesma coisa. O processo de produção, expresso na

divisão social do trabalho é o agente real deste movimento (MOREIRA, 1995, p.36).

Portanto, a natureza, a sociedade e o tempo, são para a Geografia, objeto de estudo.

No entanto, sua relação deve ser abordada de forma integrada, sem divisão. Para acompanhar

a modificação de um rio, por exemplo, é necessário percebê-lo no tempo e estabelecer as

alterações como consequências das relações sociais da sociedade. Assim, quando se quer

analisar um componente da natureza, como, por exemplo, o rio Urussanga, é importante

conhecê-lo ao longo da história e associado com a história da sociedade de Urussanga.

Questões que procurem problematizar a forma como o rio era percebido pelos indígenas,

pelos colonos e pela sociedade atual, torna a aprendizagem, além de mais significativa, capaz

de gerar mudança na forma de ver o Município.

Para Milton Santos (1995), a paisagem é a porção do espaço geográfico sem as

relações sociais, apenas com as marcas ou as formas deixadas pelas atividades humanas. O

conceito de paisagem deriva do conceito de espaço geográfico, como uma categoria analítica

interna. Nesse conceito, podem ser enquadrados conteúdos sobre zona rural e zona urbana,

por exemplo.

Page 119: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

119

Lugar para a ciência geográfica refere-se à porção do espaço geográfico do indivíduo

ou de um grupo. Os conteúdos sobre localização e bairro, por exemplo, incorporam esse

conceito. O conceito de lugar relaciona-se ao conceito de território, que de forma

simplificada é a porção de terra ocupada pela pessoa, grupo ou Estado. Conteúdos envolvendo

limites e fronteiras, a geopolítica mundial, o comércio nacional e internacional, além de

conflitos armados, por exemplo, se enquadram nesse conceito.

Já região tem, no território, seu equivalente espacial. Nesse sentido, região é uma

escala de análise, uma unidade espacial, com uma individualidade, em relação às áreas

próximas. Nesse conceito aparecem tanto a divisão regional brasileira, como a divisão

microrregional de Santa Catarina (SPÓSITO, 2004).

Esses conceitos básicos da Geografia foram abordados de forma simplificada, com

objetivo de subsidiar o desenvolvimento das atividades pedagógicas e melhorar a formação

dos nossos estudantes. Na sequência, procurou-se observar as concepções geográficas que

nortearam a produção de conhecimento e a tentativa de compreender a sociedade nos últimos

anos.

10.1 Como Ensinar Geografia?

Como já foi dito, anteriormente, os conceitos abordados aparecem nas aulas, por meio

de conteúdos que os professores desenvolvem ao longo do ano letivo. No entanto, a

abordagem que é dada para cada um deles indica a concepção de mundo do professor. Para

esse trabalho, optou-se por destacar apenas duas concepções: tradicional e crítica, pois estas

representam as mudanças do pensamento geográfico dos últimos anos.

A concepção da geografia tradicional, forma mais comum de se trabalhar a Geografia

em sala de aula, ainda está presente na maior parte das escolas brasileiras. Nessa concepção,

aparece a visão de uma ciência geográfica neutra, a natureza aparece separada das condições

sociais, concebendo os aspectos físicos como determinantes nas ações humanas e não como

fator que influencia.

Ainda, a geografia tradicional, em suas diversas versões, privilegiou os conceitos de

paisagem e região. O espaço não é conceito-chave na geografia tradicional, embora Friedrich

Ratzel, um dos representantes dessa concepção, via o espaço como indispensável para a vida

do homem, mas seus seguidores passaram a ver como determinantes, iniciando a chamada

―teoria determinista‖. Segundo essa teoria, o espaço determina as ações humanas; por

exemplo, em climas quentes se trabalha menos que em climas temperados. Isso justificou, por

Page 120: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

longo tempo, o subdesenvolvimento dos países tropicais. Nessa visão, o imperialismo e a

espoliação, que esses países sofreram, há mais de 500 anos, não aparece nas análises sobre a

pobreza do povo. Portanto, o clima, para essa corrente, determina a condição econômica.

Ainda, na concepção tradicional, todas as atividades que o professor desenvolve em

sala levam a exigir a memorização, distinguindo os aspectos físicos e humanos, como se não

houvesse integração. Os saberes são estanques e não refletem a complexidade da sociedade

atual. A concepção tradicional entrou em crise com o desenvolvimento do capitalismo,

principalmente depois de 1970, quando a realidade passou a ser mais complexa. O global,

interferindo no lugar, representou um grande desafio para a compreensão dos geógrafos.

A geografia crítica surgiu na década de 1970. Sua base conceitual defende alguns

objetivos semelhantes, mas convive com diferentes abordagens que integram saberes

diferentes de um mesmo mundo. Essa dinâmica de pensamento e de teorias torna a Geografia

uma ciência que procura identificar as contradições das relações sociais e da compreensão da

realidade.

Nessa abordagem da Geografia, procura-se observar uma visão mais complexa da

sociedade capitalista, é a chamada geografia crítica. Lacoste (1988) um dos ícones dessa

concepção, afirmou em: A Geografia serve, antes de tudo, para fazer a guerra, referindo-se a

forma como está ciência é utilizada para dominação. Principalmente na medida em que a

Geografia escolar é tratada como uma ciência desinteressante, com utilização excessiva da

memória.

A Geografia está envolvida nas transformações da sociedade, pois é uma ciência

social. Cavalcanti (1998) discute que a Geografia, com a concepção crítica, incorporou a

análise marxista da sociedade. Entretanto, ressalta a autora, as concepções crítica e

tradicional, adquiram outras nuances, surgindo ―outras formulações, marxistas e não-

marxistas, ora elegendo o estudo do lugar como espaço subjetivo vivenciada pelo sujeito, ora

o território como expressão de domínio de grupos de poder, provocando o fortalecimento da

análise geopolítica na geografia, ora o espaço como poder, entre outros‖ (CAVALCANTI,

1998, p. 16).

Ressalta-se que a Geografia tem uma tarefa cada vez mais difícil de executar, que é

compreender o espaço geográfico na sua complexidade. O complexo só pode ser

compreendido por meio da análise conjunta dos fatos, conectando e articulando a Geografia

com as diversas áreas do conhecimento.

Assim, serve a pergunta: Como a Geografia deve ser abordada em sala de aula?

Qualquer que seja a resposta, ela deve ser subsidiada pela compreensão do percurso dessa

Page 121: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

121

ciência, pela história, e dos seus desafios para o futuro. Pereira (1999) discute que a descrição

dos diferentes territórios e paisagens na superfície terrestre pela geografia tradicional,

fragmenta a realidade e privilegia o natural em detrimento ao humano.

O espaço geográfico é tido como algo fora da vida dos alunos, desprezando-os como

seres históricos. Resende (apud. Pereira, 1999) lembra que a geografia que se ensina

marginaliza o próprio aluno como sujeito do processo de conhecimento, transformando-o em

objeto.

A forma de se trabalhar a Geografia, na perspectiva apresentada anteriormente,

subverte a geografia escolar. Informa-se aos alunos sobre os fatos, distinguindo a geografia

física da geografia humana, deixando de lado as relações sociais de produção e a forma como

o espaço é alterado e manipulado. Resende (1986) destaca é que preciso ensinar uma

Geografia que considere o ser humano como sujeito, que não separe a natureza e a sociedade,

perdendo, assim, a noção da totalidade.

Nesse sentido, para o professor trabalhar Geografia com uma abordagem mais integral

é preciso ter uma visão de mundo diferente do atual padrão. O mundo tem que ser visto de

forma integral, no qual o professor se perceba como agente de transformação, na medida em

que proporciona a seus estudantes a busca pela essência, fugindo, assim, das aparências.

Uma das metodologias mais indicadas para essa abordagem é a metodologia dialética.

Essa metodologia consiste em partir sempre do conhecimento prévio dos alunos sobre o

assunto abordado, a tese ou síncrese. O conhecimento da turma serve para o professor

planejar uma série de atividades capazes de gerar, nos estudantes, reflexões, leituras,

pesquisas e aprofundamentos, antítese ou análise. Esse novo conhecimento gerado pelo

estudante se transforma em nova tese ou síntese, para que um novo conhecimento se

estabeleça (tese ou síncrese + análise ou antitese = síntese). (VASCONCELLOS, 2002).

Nessa discussão, a geografia passa a ser compreendida pelos estudantes, a partir de

suas vivências, do lugar em que moram, do seu entorno. Há significado na aprendizagem

geográfica.

Portanto, a Geografia é uma ciência interdisciplinar, de síntese, na qual as análises

precisam ser contextualizadas com outras áreas do conhecimento para que, realmente, haja

compreensão da realidade. Oliva (2001) destaca que a Geografia, por intermédio de seu objeto

de estudo, o espaço geográfico, deve oferecer elementos necessários para o entendimento de

uma realidade mais ampla.

Essa mudança, para a maioria dos professores, com formação escolar fundamentada na

concepção tradicional, impõe diversas barreiras. Entretanto, destaca-se que é preciso conhecer

Page 122: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

para mudar, refletindo sobre o papel da escola na formação para a cidadania. Nessa

abordagem, a Geografia contribui para a leitura de mundo, de forma dinâmica e

contextualizada.

Uma das formas para se atingir este objetivo é abordar a leitura e a produção da

linguagem cartográfica. A compreensão dessa representação ocorre, quando há sucessivas

aproximações da cartografia, destacadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais (1996), em

que: ―para se fazer mapas não é necessário que se aprenda a lê-los antes‖.

Sabe-se que é uma linguagem complexa e que os alunos dos primeiros anos terão

dificuldades em definir e representar referenciais espaciais que não tenham vínculo consigo

mesmos. Os estudantes farão mapas que, muitas vezes, não respeitam as regras básicas da

cartografia, mas que pela construção do conhecimento intermediada pelo professor, é possível

se criar situações em que ora um, ora outro aspecto da produção cartográfica seja valorizada,

tanto para a produção como para a leitura. Pode-se iniciar pela descrição da sala de aula, da

escola ou do caminho que percorre até a escola, auxiliando nas primeiras lições cartográficas.

A problematização da descrição reforça a necessidade de solução por meio de

símbolos e legendas. A leitura do mapa de região ou da cidade poderá conter, além de

espacialidades, noções mais amplas da paisagem, do lugar e, por sua vez, do espaço

geográfico. Pode-se solicitar aos estudantes, a descrição dos lugares de moradias, dos rios, dos

locais de maior altitude e assim por diante.

A aprendizagem será significativa, segundo os PCNs, pois:

Compreender e utilizar a linguagem cartográfica, sem dúvida alguma, amplia as

possibilidades dos alunos de extrair, comunicar e analisar informações em vários

campos do conhecimento — além de contribuir para a estruturação de uma noção

espacial flexível, abrangente e complexa. Compreender a espacialidade dos

fenômenos estudados, no presente e no passado, e compará-la através de suas

sobreposições é algo que a própria Geografia busca fazer e que os alunos dos ciclos

iniciais também podem realizar. Ler em mapas como a população de uma região

está distribuída e como o clima e a vegetação também o estão para comparar as

informações obtidas e formular hipóteses variadas sobre suas relações é uma forma

de se aproximar e compreender os procedimentos através dos quais este campo do

conhecimento se constitui. (BRASIL, 1996, p. 45)

Outra forma de gerar e aprimorar o conhecimento geográfico dos estudantes é a

problematização, criando-se situações hipotéticas que permita aos estudantes, sozinhos ou em

grupos buscar a solução. Por exemplo, numa situação hipotética para aprimorar o conceito de

Page 123: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

123

lugar: o que faria se, quando estivesse em outro bairro, fosse abordado por um turista, que

precisava saber o caminho para chegar ao seu bairro? Essa reflexão levará os estudantes na

busca de respostas e alternativas, aplicando os pontos de orientação.

Nota-se que, neste tipo de problematização, o papel do professor é o de construir

junto, permitir que a criatividade seja estimulada, aproveitando para a construção de um texto

sobre a situação-problema, conectando com a história dos bairros e com a leitura matemática

das distâncias ou do tempo cronológico.

Em suma, as possibilidades são muitas, mas é preciso fugir do óbvio, do que está

pronto, da receita. É um desafio que tornará, sem dúvida, o trabalho docente mais rico e com

saber de novidade.

10.1.2 O que ensinar em Geografia?

Os conceitos e conteúdos de Geografia se repetem ao longo dos anos do Ensino

Fundamental, por isso é preciso perceber a intensidade na qual eles devem ser trabalhados.

Neste sentido, adotou-se a diferenciação que Penteado (1994) faz quando destaca os níveis de

aprofundamento para cada ano, são eles: nível exploratório, nível de desenvolvimento e nível

de ampliação.

No nível exploratório, os professores promoverão experiências e ou vivências para a

formação de conceitos a serem trabalhados nos anos subsequentes. O nível de

desenvolvimento específico do ano escolar, o professor inicia pela exploração da experiência

que os alunos já têm, privilegiando os conceitos específicos daquele período, que são básicos

para aquele ano e quais são trabalhados apenas no nível exploratório, sem aprofundamento. Já

no nível de ampliação, preveem novas abordagens para temas já aprofundados em anos

anteriores.

Para isso, deve-se orientar que, no primeiro e segundo ciclo, o professor trabalhe com

blocos temáticos que envolvem os conhecimentos estratégicos da Geografia. Para o primeiro

ciclo, indica-se, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o estudo da paisagem

local. Este bloco temático se desdobra em outros temas, como, por exemplo: natureza. Para

esta discussão, é importante o professor abordar tudo o que está visível na paisagem, desde as

atividades econômicas até a ocupação urbana, observando a vegetação, a hidrografia, dentre

outras.

Page 124: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Após esse tema, ou associado a ele, pode-se discutir a conservação do ambiente que,

segundo os PCNs, deve-se incentivar a observação do cotidiano, as tecnologias e as

possibilidades de se relacionar com a natureza, como as atitudes de preservação, de seleção do

lixo, saneamento básico, abastecimento de água, produção e conservação de alimentos, entre

outras. Outro tema que é importante para o primeiro ciclo é a discussão das transformações da

natureza, em que as diferentes paisagens são abordadas ao longo da história; nesse tema

incentiva-se a observação de imagens e a descrição das mudanças no bairro ou na cidade.

Como um dos últimos temas propostos pelos PCNs, sugere-se a discussão do lugar e

da paisagem. Nessa temática, é importante destacar as razões da existência da comunidade ou

do lugar no qual os estudantes moram, percebendo as condições econômicas, sociais do

ambiente. Além disso, é importante destacar as condições do ambiente físico, como a

vegetação original, a sua conservação e os recursos hídricos do local.

Estes temas, segundo os PCNs, devem conduzir os estudantes do primeiro ciclo a

atingir os seguintes objetivos/temas:

Quadro 5 – Temas de Geografia para os três primeiros anos iniciais do Ensino

Fundamental

1. Reconhecer, na paisagem local e no lugar em que se encontram inseridos, as diferentes

manifestações da natureza e a apropriação e transformação dela pela ação de sua

coletividade, de seu grupo social;

2. Conhecer e comparar a presença da natureza, expressa na paisagem local, com as

manifestações da natureza presentes em outras paisagens;

3. Reconhecer semelhanças e diferenças nos modos em que diferentes grupos sociais se

apropriam da natureza e a transformam, identificando suas determinações nas relações

de trabalho, nos hábitos cotidianos, nas formas de se expressar e no lazer;

4. Conhecer e começar a utilizar fontes de informação escritas e imagéticas, utilizando,

para tanto, alguns procedimentos básicos;

5. Utilizar a observação e a descrição na leitura direta ou indireta da paisagem,

sobretudo, por meio de ilustrações e da linguagem oral;

6. Reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orientação e

distância de modo a deslocar-se com autonomia e representar os lugares, onde vivem e

se relacionam;

Page 125: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

125

7. reconhecer a importância de uma atitude responsável de cuidado com o meio em que

vive, evitando o desperdício e percebendo os cuidados que se deve ter na preservação

e na manutenção da natureza.

Já no segundo ciclo, segundo os PCNs, indica-se o bloco temático: paisagens urbanas e

rurais, suas características e suas relações. Os temas podem ser os mais variados possíveis, no

entanto, indica-se que se leve em consideração os diferentes grupos sociais que modificam o

ambiente rural e urbano, procurando partir da realidade do local dos estudantes.

Para o primeiro tema indicado, o papel das tecnologias na construção das paisagens

urbanas e rurais, a construção do conhecimento pode girar em torno do trabalho e das

tecnologias que interferem no modo de vida do campo e da cidade, estabelecendo diferentes

modos de vida e relações sociais. Na discussão do segundo tema: informação, comunicação e

interação, os PCNs sugerem que se trabalhe a rede de informações da sociedade, discutindo os

meios de comunicação e as alterações na vida das pessoas.

Num dos outros temas sugeridos pelos PCNs, as distâncias e velocidades no mundo

urbano e no mundo rural, podem ser abordados de forma interdisciplinar, incluindo as

alterações no modo de vida da sociedade rural e urbana e na paisagem. E no tema, o urbano e

o rural: os modos de vida, pode ser trabalhado por meio de pesquisa e saídas de campo,

caracterizando os diferentes modos de vida da zona rural e urbana, envolvendo os grupos

sociais que atuam nessa área.

O bloco temático precisa abordar os conteúdos com dimensões conceituais,

procedimentais e atitudinais. Sugere-se abordar, ainda segundo os PCNs, os seguintes

objetivos:

Quadro 6 – Temas de Geografia para as turmas de 4º e 5º ano do Ensino Fundamental

1. Reconhecer e comparar o papel da sociedade e da natureza na construção de diferentes

paisagens urbanas e rurais brasileiras;

2. Reconhecer semelhanças e diferenças entre os modos de vida das cidades e do campo,

relativas ao trabalho, às construções e moradias, aos hábitos cotidianos, às expressões

de lazer e de cultura;

3. Reconhecer, no lugar no qual se encontram inseridos, as relações existentes entre o

mundo urbano e o mundo rural, bem como as relações que sua coletividade estabelece

Page 126: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

com coletividades de outros lugares e regiões, focando tanto o presente como o

passado;

4. Conhecer e compreender algumas das consequências das transformações da natureza

causadas pelas ações humanas, presentes na paisagem local e em paisagens urbanas e

rurais;

5. Reconhecer o papel das tecnologias da informação, da comunicação e dos transportes

na configuração de paisagens urbanas e rurais e na estruturação da vida em sociedade;

6. Saber utilizar os procedimentos básicos de observação, descrição, registro,

comparação, análise e síntese na coleta e tratamento da informação, seja através de

fontes escritas ou imagéticas;

7. Utilizar a linguagem cartográfica para representar e interpretar informações em

linguagem cartográfica, observando a necessidade de indicações de direção, distância,

orientação e proporção para garantir a legibilidade da informação;

8. Valorizar o uso refletido da técnica e da tecnologia em prol da preservação e

conservação do meio ambiente e da manutenção da qualidade de vida;

9. Adotar uma atitude responsável em relação ao meio ambiente, reivindicando, quando

possível, o direito de todos a uma vida plena num ambiente preservado e saudável;

10. Conhecer e valorizar os modos de vida de diferentes grupos sociais, como se

relacionam e constituem o espaço e a paisagem no qual se encontram inseridos.

É importante destacar que o conhecimento geográfico é um saber estratégico

comprometido com a subsistência material das pessoas, que precisam morar, viver, se reunir

e se perceberem como agentes de alteração do espaço geográfico. (DAMIANI, 2001).

Portanto, as discussões teóricas e metodológicas apresentadas devem nortear o

trabalho docente, para melhorar a formação dos estudantes. A prática da interdisciplinaridade

no ensino e aprendizagem de Geografia é de fundamental importância, tendo em vista ser

uma ciência que se autodenomina como uma ciência de síntese e de diversas conexões com

as mais variadas áreas do conhecimento e que contribui com a ―leitura de mundo‖ dos nossos

futuros cidadãos.

10.2 Referências

Page 127: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

127

Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria do Ensino Fundamental.

Parâmetros curriculares nacionais 1996 [Internet] [acesso 2002 set 20]. Disponível em:

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Fani Alessandri (Orgs). A geografia em sala de aula. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2001.

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CASTROGIOVANI, Antonio Carlos. CALLAI. Helena. Geografia em sala de aula. Porto

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CASTROGIOVANI, Antonio Ensino da geografia: práticas e textualizações no cotidiano.

2ª ed. Porto Alegre: Mediação1999.

KAERCHER, Nestor André. A geografia é o nosso dia-a-dia. In: CASTROGEOVANI,

Antonio (Orgs). Geografia em Sala de aula: prática e reflexões. 2 ª ed. Porto Alegre:

UFRGS/AGB.

LACOSTE, Yves. A geografia: isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra. 7 º ed.

Trad. Maria Cecília França. Campinas, SP: Papirus, 1988.

MOREIRA, Ruy. O que é geografia. 10 ed. São Paulo: brasiliense, 1985.

NEU, Márcia Fernandes Rosa. De armação baleeira a porto carbonífero. UNISUL. 2003.

________________________. O ensino de geografia nos anos iniciais do ensino

fundamental: do quadro e do giz à leitura de mundo. Cadernos do Iº Simposio de

Formação de Professores. UNISUL: 2008 (no prelo)

PEREIRA, Raquel Maria Fontes do Amaral. Da geografia que se ensina à gênese da

geografia moderna. 3ª ed. Fpolis: Ed. UFSC, 1999.

SANTOS, Milton. Novos rumos da geografia brasileira. 2ª ed. São Paulo: Hucitec. 1988.

SANTOS, Milton. Território e sociedade. 2ª ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.

Page 128: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

UNGLER, Nancy Mangabeira. O encantamento do humano. ecologia e espiritualidade.

São Paulo: Loyola. 1991.

VASCONCELLOS, Celso dos S. A construção do conhecimento em sala de aula. 14° ed.

São Paulo: Libertad, 2002.

SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular

de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Formação docente

para educação infantil e séries iniciais. Florianópolis: COGEN, 1998

Page 129: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

129

10.3 A GEOGRAFIA NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Dra. Márcia Fernandes Rosa Neu13

"A leitura do mundo precede a leitura da palavra"

Paulo Freire

A construção de uma Proposta de Educação requer um intenso planejamento de todos

os atores envolvidos com o sistema educacional, seja em nível Federal, Estadual e Municipal.

A sua construção impulsiona a formação continuada dos profissionais que, mediante a

reflexão sobre a sua leitura de mundo, contribuem na formação de seus estudantes como

cidadãos conscientes do seu papel transformador. Nesse sentido, esta proposta de ensino de

Geografia procura expressar as discussões realizadas com os professores e propor alternativas

que contribua com a leitura de mundo dos nossos estudantes.

Considera-se importante, neste tipo de trabalho, iniciar a discussão sobre os

fundamentos da ciência. A Geografia é a ciência do espaço geográfico. Para compor esse

conceito-chave, diversos outros conceitos, tais como paisagem, território, região, natureza e

lugar, se articulam, formando a base para que seja possível conhecer o mundo, por meio de

sua utilização.

Além dos conceitos, é importante para o professor conhecer as concepções geográficas

e as metodologias mais indicadas para a problematização da Geografia escolar, como forma

de possibiltar aprendizagem significativa dos nossos estudantes, fugindo da simples

memorização que marcaram a concepção tradicional.

A presença da Geografia entre as disciplinas que compõem o currículo escolar,

segundo Pereira (1999), demonstra que esta disciplina, assim como o sistema público de

ensino, surgiram no século XIX, constituindo-se em elementos, os quais a burguesia

encontrou, ―enquanto classe em ascensão, para conquistar a hegemonia, combatendo os

privilégios do clero e dos senhores feudais‖ (1999, p. 24).

Dessa forma, a Geografia, a História e a Língua Nacional, foram utilizadas para

fortalecer o Estado Nacional e, por conseqüência, o movimento do capital na consolidação do

13

Doutora em Geografia e Professora do Curso de Pedagogia e Geografia da Universidade do Sul de Santa

Catarina.

Page 130: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

território. A Geografia é incluída nos currículos, então, por razões geopolíticas. (PEREIRA,

1999).

Ao longo da história a consolidação dessa ciência ocorreu por meio de diferentes

abordagens conceituais. Ora o conceito de paisagem era o mais importante, ora o conceito de

território. Entretanto, a partir da década de 1970, as discussões da geografia crítica

consolidam o conceito de espaço geográfico como conceito-chave para a compreensão do

mundo.

Nesse sentido, a Geografia, tornou-se a ciência do Espaço Geográfico. Este conceito é

entendido como resultado das relações sociais, identificado por Santos (1995), ao definir

quatro categorias para análise do espaço. Uma delas é a forma, que determina o que é visível,

a outra é a função, que indica a atividade esperada de uma forma, pessoa e, ou instituição,

outra, ainda, é a estrutura, que reflete a inter-relação das partes de um todo; por último o

processo, que implica na continuidade e na mudança dos fatos, ou seja, o tempo (SPOSITO,

2004, p. 89).

Em outras palavras, o espaço geográfico é subdividido em espaço-tempo, espaço

produzido e espaço representado, o que significa dizer que esse conceito-chave da geografia

se articula com a história, por meio do espaço-tempo, com as atividades econômicas, a

produção da riqueza, por meio do espaço produzido e com a cartografia e mapas, por meio do

espaço representado.

A teoria de Marx, de 1850, contribuiu para observar que a história dos seres humanos

e da natureza se confunde num mesmo plano. Por isso, a relação homem-meio, na realidade,

deve ser entendida como a relação história-natureza. A primeira natureza, natural, sem

alteração humana, permanece em essência na segunda natureza, já transformada e ou afetada

pela atuação da sociedade, havendo, assim, uma relação dialética, em que são e não são ao

mesmo tempo, a mesma coisa. O processo de produção, expresso na divisão social do trabalho

é, portanto, um agente real deste movimento (MOREIRA, 1995, p.36).

A natureza, a sociedade e o tempo são, para a geografia, objeto de estudo.No

entanto, sua relação deve ser abordada de forma integrada, sem divisão. Assim, para

acompanhar a modificação de um rio, por exemplo, é necessário percebê-lo no tempo e

estabelecer as alterações como consequências das relações sociais da sociedade. Quando se

quer analisar um componente da natureza, como, por exemplo, o rio Urussanga, é importante

conhecê-lo ao longo da história e associado com a história da sociedade de Urussanga. Para

isso, é importante levantar questões que procurem problematizar a forma como o rio era

Page 131: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

131

percebido pelos indígenas, pelos colonos e pela sociedade atual, tornando a aprendizagem,

além de mais significativa, capaz de gerar mudança na forma de verem o Município.

Para Milton Santos (1995), a paisagem é a porção do espaço geográfico sem as

relações sociais, apenas com as marcas ou as formas deixadas pelas atividades humanas. O

conceito de paisagem deriva do conceito de espaço geográfico, como uma categoria analítica

interna. Nesse conceito, podem ser enquadrados conteúdos sobre zona rural e zona urbana

(por exemplo).

Lugar para a ciência geográfica refere-se à porção do espaço geográfico do indivíduo

ou de um grupo. Os conteúdos sobre localização e bairro, por exemplo, incorporam esse

conceito. O conceito de lugar relaciona-se ao conceito de território, que de forma

simplificada é a porção de terra ocupada pela pessoa, grupo ou Estado. Conteúdos envolvendo

limites e fronteiras, a geopolítica mundial, o comércio nacional e internacional, além de

conflitos armados se enquadram nesse conceito.

Já região tem no território seu equivalente espacial. Nesse sentido, região é uma

escala de análise, uma unidade espacial, com uma individualidade, em relação às áreas

próximas. Neste conceito aparecem tanto a divisão regional brasileira, como a divisão

microrregional de Santa Catarina (SPÓSITO, 2004).

Esses conceitos básicos da Geografia foram abordados de forma simplificada, com

objetivo de subsidiar o desenvolvimento das atividades pedagógicas e melhorar a formação

dos nossos estudantes. Na sequência procura-se observar as concepções geográficas que

nortearam a produção de conhecimento e a tentativa de compreender a sociedade nos últimos

anos.

10.3.1 O ensino de geografia e as metodologias de ensino e de aprendizagem

Como já foi dito, os conceitos abordados no item anterior aparecem nas aulas, por

meio de conteúdos que os professores desenvolvem ao longo do ano letivo. No entanto, a

abordagem que é dada para cada um deles indica a concepção de mundo do professor. Para

esse trabalho optou-se por destacar apenas duas concepções: tradicional e crítica, pois estas

representam as mudanças do pensamento geográfico dos últimos anos.

A concepção da geografia tradicional, forma mais comum de se trabalhar a Geografia

em sala de aula, ainda está presente na maior parte das escolas brasileiras. Nessa concepção,

aparece a visão de uma ciência geográfica neutra, a natureza aparece separada das condições

Page 132: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

sociais, concebendo os aspectos físicos como determinantes das ações humanas e não como

fator que influencia. Porém, a geografia tradicional, em suas diversas versões, privilegiou os

conceitos de paisagem e região.

O espaço não é conceito-chave na geografia tradicional, embora Friedrich Ratzel, um

dos representantes dessa concepção, via o espaço como indispensável para a vida do homem,

mas seus seguidores passaram a ver como determinantes, iniciando a chamada ―teoria

determinista‖. Segundo essa teoria, o espaço determina as ações humanas; por exemplo, em

climas quentes se trabalha menos que em climas temperados. Isso justificou, por longo

tempo, o subdesenvolvimento dos países tropicais. Nessa visão, o imperialismo e a

espoliação, que esses países sofreram, há mais de 500 anos, não aparece nas análises sobre a

pobreza do povo. Portanto, o clima, para essa corrente, determina a condição econômica.

Ainda, na concepção tradicional, todas as atividades que o professor desenvolve em

sala levam a exigir a memorização, distinguindo os aspectos físicos e humanos, como se não

houvesse integração. Os saberes são estanques e não refletem a complexidade da sociedade

atual. A concepção tradicional entrou em crise com o desenvolvimento do capitalismo,

principalmente, depois de 1970, quando a realidade passou a ser mais complexa. O global,

interferindo no lugar, representou um grande desafio para a compreensão dos geógrafos.

A abordagem da geografia que reflete uma visão mais complexa da sociedade

capitalista, é a chamada geografia crítica. Lacoste, (1988).um dos ícones dessa concepção,

afirmou que ―Geografia serve, antes de tudo, para fazer a guerra”, referindo-se a forma

como esta ciência é utilizada para dominação. Na medida em que a Geografia escolar é

tratada como uma ciência desinteressante, com utilização excessiva da memória, abre espaço

para a geografia estratégica, um saber fundamental para a dominação e ampliação do território

comercial capitalista.

A Geografia crítica surgiu na década de 1970. Sua base conceitual defende alguns

objetivos semelhantes, mas convive com diferentes abordagens que integram saberes

diferentes de um mesmo mundo. Essa dinâmica de pensamento e de teorias torna a geografia

uma ciência que procura identificar as contradições das relações sociais e da compreensão da

realidade.

A Geografia está envolvida nas transformações da sociedade, pois é uma ciência

social. Cavalcanti (1998) discute que a geografia, com a concepção crítica, incorporou a

análise marxista da sociedade. Entretanto, ressalta a autora, que as concepções crítica e

tradicional adquiram outras nuances, surgindo ―outras formulações marxistas e não-marxistas,

ora elegendo o estudo do lugar, como espaço subjetivo vivenciado pelo sujeito, ora o território

Page 133: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

133

como expressão de domínio de grupos de poder, provocando o fortalecimento da análise

geopolítica na geografia, ora o espaço como poder, entre outros‖ (CAVALCANTI, 1998, p.

16).

Ressalta-se que a Geografia tem uma tarefa cada vez mais difícil de executar, que é

compreender o espaço geográfico na sua complexidade. O complexo só pode ser

compreendido por meio da análise conjunta dos fatos, conectando e articulando a Geografia

com as diversas áreas do conhecimento.

Assim, serve a pergunta: Como a geografia deve ser abordada em sala de aula?

Qualquer que seja a resposta ela deve ser subsidiada pela compreensão do percurso dessa

ciência pela história e dos seus desafios para o futuro. Pereira (1999) afirmou que a descrição

dos diferentes territórios e paisagens na superfície terrestre pela geografia tradicional,

fragmenta a realidade e privilegia o natural em detrimento do humano.

O espaço geográfico é tido como algo fora da vida dos alunos, desprezando-os como

seres históricos. Resende (apud. Pereira, 1999) lembra que a Geografia que se ensina

marginaliza o próprio aluno como sujeito do processo de conhecimento, transformando-o em

objeto.

A forma de se trabalhar a Geografia, na perspectiva tradicional, subverte a geografia

escolar. Informa-se aos alunos sobre os fatos, distinguindo a geografia física da geografia

humana, deixando de lado as relações sociais de produção, e a forma como o espaço é

alterado e manipulado. Resende (1986) destacou que é que preciso ensinar uma Geografia que

considere o ser humano como sujeito, que não separe a natureza e a sociedade, perdendo,

assim, a noção da totalidade.

Para o professor, trabalhar Geografia com uma abordagem mais integral é preciso ter

uma visão de mundo diferente do atual padrão. O mundo tem que ser visto de forma integral,

no qual o professor se perceba como agente de transformação, na medida em que proporciona

a seus estudantes a busca pela essência, fugindo das aparências.

Uma das metodologias mais indicadas para esta abordagem é a metodologia dialética.

Essa metodologia consiste em partir sempre do conhecimento prévio dos alunos sobre o

assunto abordado, o que constitui a tese ou síncrese. O conhecimento da turma serve para o

professor planejar uma série de atividades capazes de gerar, nos estudantes, reflexões,

leituras, pesquisas e aprofundamentos, constituindo a antítese ou análise. Esse novo

conhecimento gerado pelo estudante se transforma em nova tese ou síntese e para que um

novo conhecimento se estabeleça, de acordo com a metodologia dialética, uma nova síntese

Page 134: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

será formada, gerando uma nova tese. (tese ou síncrese + análise ou antitese = síntese)

(VASCONCELLOS, 2002).

Neste processo metodológico, a geografia passa a ser compreendida pelos estudantes,

a partir de suas vivências, do lugar em que moram, do seu entorno. Há significado na

aprendizagem geográfica.

Portanto, a Geografia é uma ciência de síntese e interdisciplinar na qual as análises

precisam ser contextualizadas com outras áreas do conhecimento para que, realmente, haja

compreensão da realidade. Oliva (2001) destaca que a Geografia, por intermédio de seu objeto

de estudo, o espaço geográfico, deve oferecer elementos necessários para o entendimento de

uma realidade mais ampla.

Isto exige mudança, o que para a maioria dos professores, com formação escolar

fundamentada na concepção tradicional, há diversas barreiras. Entretanto, destaca-se que é

preciso conhecer para mudar, refletindo sobre o papel da escola na formação para a cidadania.

Nessa abordagem, a Geografia contribui para a leitura de mundo, de forma dinâmica e

contextualizada.

Uma das formas para se atingir esta compreensão da Geografia é abordar a leitura e a

produção da linguagem cartográfica. A compreensão dessa representação ocorre quando há

sucessivas aproximações da cartografia, destacadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais

(1996), como: ―para se fazer mapas não é necessário que se aprenda a lê-los antes‖.

Sabe-se que é uma linguagem complexa e que os alunos dos primeiros anos terão

dificuldades em definir e representar referenciais espaciais que não tenham vínculo consigo

mesmos. Os estudantes farão mapas que, muitas vezes, não respeitam as regras básicas da

cartografia, mas que pela construção do conhecimento, intermediada pelo professor, é

possível se criar situações em que ora um, ora outro aspecto da produção cartográfica seja

valorizado, tanto para a produção como para a leitura. Pode-se iniciar pela descrição da sala

de aula, da escola ou do caminho que o aluno percorre até a escola, auxiliando nas primeiras

lições cartográficas.

A problematização da descrição do trajeto casa-escola, reforça a necessidade de

solução por meio de símbolos e legendas. A leitura do mapa de região ou da cidade poderá

introduzir, além de espacialidades, noções mais amplas da paisagem, do lugar e, por sua vez,

do espaço geográfico. Pode-se solicitar aos estudantes a descrição dos lugares de moradias,

dos rios, dos locais de maior altitude e assim por diante.

A aprendizagem em Geografia, com base nestes procedimentos metodológicos, será

significativa, segundo os PCNs, pois:

Page 135: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

135

Compreender e utilizar a linguagem cartográfica, sem dúvida alguma, amplia as

possibilidades dos alunos de extrair, comunicar e analisar informações em vários

campos do conhecimento — além de contribuir para a estruturação de uma noção

espacial flexível, abrangente e complexa. Compreender a espacialidade dos

fenômenos estudados, no presente e no passado, e compará-la através de suas

sobreposições é algo que a própria Geografia busca fazer e que os alunos dos ciclos

iniciais também podem realizar. Ler em mapas como a população de uma região

está distribuída e como o clima e a vegetação também o estão para comparar as

informações obtidas e formular hipóteses variadas sobre suas relações é uma forma

de se aproximar e compreender os procedimentos através dos quais este campo do

conhecimento se constitui. (BRASIL, 1996, p. 45)

Outra forma de gerar e aprimorar o conhecimento geográfico dos estudantes é a

problematização, criando-se situações hipotéticas que permitam aos estudantes, sozinhos ou

em grupos buscar a solução. Por exemplo, numa situação hipotética para aprimorar o conceito

de lugar:

- O que você faria se, quando estivesse em outro bairro, fosse abordado por um turista,

que precisasse saber o caminho para chegar a outro bairro?

Esta reflexão levará os estudantes na busca de respostas e alternativas, aplicando os

pontos de orientação.

Nota-se que, neste tipo de problematização, o papel do professor é o de construir

junto, permitir que a criatividade seja estimulada, aproveitando para a construção de um texto

sobre a situação problema, conectando com a história dos bairros e com a leitura matemática

das distâncias ou do tempo cronológico.

Em suma, as possibilidades são muitas, mas é preciso fugir do óbvio, do que está

pronto, da receita. É um desafio que tornará, sem dúvida, o trabalho docente mais rico e com

saber de novidade.

10.3.1.1 Conceitos e conteúdos de Geografia

Os conceitos e conteúdos de Geografia se repetem em várias séries, mas é preciso

perceber a intensidade na qual eles devem ser trabalhados. Para isso adotou-se a diferenciação

que Penteado (1994) faz, quando destaca os níveis de aprofundamento para cada série. São

eles: nível exploratório, nível de desenvolvimento e nível de ampliação.

No nível exploratório, os professores promoverão experiências e ou vivências para a

formação de conceitos a serem trabalhados nos anos subsequentes. O nível de

Page 136: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

desenvolvimento específico da série escolar, o professor inicia pela exploração da experiência

que os alunos já têm, privilegiando os conceitos específicos daquele período, que são básicos

para aquela série e que serão trabalhados, apenas, no nível exploratório, sem aprofundamento.

Já no nível de ampliação, o professor deverá cuidar para que os conceitos já trabalhados,

especificamente, sejam continuamente, retomados e ampliados nos anos seguintes.

O conhecimento geográfico é um saber estratégico, comprometido com a subsistência

material das pessoas, que precisam morar, viver, se reunir e perceberem-se como agentes de

alteração do espaço geográfico (DAMIANI, 2001).

Neste sentido, as discussões teóricas e metodológicas apresentadas, devem nortear o

trabalho docente, para melhorar a formação dos estudantes. Destaca-se, também, a

necessidade de práticas interdisciplinares para o ensino e aprendizagem de Geografia, pois

essa é uma Ciência de síntese e de diversas conexões com as diferentes áreas do

conhecimento, que contribuem com a ―leitura de mundo‖ dos futuros cidadãos.

Dessa forma, trabalhar a Geografia escolar, por meio da interdisciplinaridade,

contribui para que a formação dos estudantes seja mais comprometida com a evolução da

humanidade. Deve-se lembrar, então, que o saber geográfico é inerente ao homem, por isso,

para a promoção da Geografia científica é preciso reconhecer a legitimidade deste saber e

incorporá-lo em nossa prática pedagógica.

10.3.2 O que ensinar para os estudantes do 6º ao 9º ano?

É fundamental que o professor crie e planeje situações de aprendizagem em que os

alunos possam conhecer e utilizar os procedimentos de estudos geográficos. A observação,

descrição, analogia e síntese são procedimentos importantes e podem ser praticados para que

os alunos possam aprender e explicar, compreender e representar os processos de construção

dos diferentes tipos de paisagens, territórios e lugares.

Abordagens atuais da Geografia têm buscado práticas pedagógicas que permitam

colocar os alunos em diferentes situações de vivências com os lugares, para que possam

construir compreensões novas e mais complexas a respeito deles próprios.

Espera-se que, dessa forma, eles desenvolvam a capacidade de identificar e refletir

sobre diferentes aspectos da realidade, compreendendo a relação sociedade / natureza.

Page 137: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

137

10.4 Grade Curricular para os anos finais do Ensino Fundamental

Objetivo geral

Compreender o meio e a sua influência na vida das pessoas, analisando a formação sócio-

espacial e tecendo crítica sobre a realidade socioambiental.

6º ANO

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO (critérios)

Compreender os

conceitos

geográficos,

identificando os

principais objetivos

desta ciência

1. Conceito de

Geografia e seu

objetivo

1. Levantamento do

conhecimento prévio do

aluno

2. Enquete, a partir do

senso comum sobre os

conceitos geográficos

1. Relação dos

conceitos

geográficos com

situações do

cotidiano, e

aplicação dos

conceitos

Identificar o seu

lugar e espaço no

mundo

2 Construção do

espaço: os territórios e

os lugares (tempo da

sociedade e o tempo

da Natureza)

2. Desenhos, pelos

alunos, que representem

a sua casa, bairro,

cidade, país e mundo

2. Identificação do

seu espaço

imediato,

percebendo as

transformações do

seu lugar

Compreender o

processo de

transformação

ambiental, suas

causas e

consequências para

a vida do homem

3 Paisagem Natural e

Humanizada. A

natureza e as questões

sócio-ambientais:

problemas

Ambientais;

as causas dos

problemas ambientais;

medidas de

preservação

3. Passeio no bairro,

relatos de suas

experiências

Levantamento de

problemas e causas de

preservação da sua

comunidade

3. Compreensão do

processo de

transformação

ambiental, suas

causas e

conseqüências para

a vida do homem

Diferenciar os

conceitos

cartográficos

Localizar-se no

espaço com o

auxílio dos recursos

cartográficos

4 Localização e

Orientação:

cartográfica

plantas

mapa

maquetes

escolas

legenda

convenções

4. Desenhos de plantas,

leitura de mapas e

produção de maquetes,

utilizar a sala de

informática, representar

os conceitos

geográficos e fazer a

leitura de mundo

4. Diferenciação

entre os conceitos

cartográficos

- Localização do

espaço com o

auxílio dos recursos

cartográficos

Page 138: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Cartográficas.

Compreender os

fatores que

compõem a biosfera

e os fatores internos

e externos que

transformam o meio

ambiente

5. Os fenômenos

naturais que

envolvem a litosfera

como: clima,

vegetação, hidrografia

e relevo e suas

relações com o

homem

5. Utilização de

estratégias interativas,

tais como os recursos

áudio-visual, desenhos,

entre outros

5. Compreensão

dos fatores que

compõem a

biosfera e os

fatores internos e

externos que

transformam o

meio ambiente

Compreender o

significado da

expressão

―modernização

capitalista‖

Diferenciar as

relações campo e

cidade

Conceituar setores

econômicos, êxodo

rural, agricultura de

subsistência,

pecuária extensiva e

intensiva

6. A modernização

capitalista e a

redefinição nas

relações entre campo /

cidade:

formação das cidades

interação entre campo

e cidade

êxodo rural

setores: primários,

secundários e

terciários

agricultura,

subsistência e

comercial

pecuária intensiva e

extensiva

extrativismo

renováveis e não-

renováveis

6. Utilização de textos,

historia em quadrinhos,

glossário de conceitos

com gravuras,

reprodução de maquetes

com material reciclável

6. Compreensão do

significado da

expressão

―modernização

capitalista‖

Diferenciação das

relações campo e

cidade

Cconceituação dos

setores

econômicos, êxodo

rural, agricultura de

subsistência,

pecuária extensiva

e intensiva

Page 139: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

139

7º ANO

Objetivo geral

Compreender as diversidades regionais, históricas, naturais e culturais, reconhecendo a

influência geopolítica brasileira na América.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

(critérios)

1. Conhecer o

contexto histórico da

formação do

território brasileiro

1. Formação do

território brasileiro:

localização

regionalização

políticas regionais

1. Apresentar mapas

antigos e atuais do

território brasileiro

1. Compreensão do

contexto histórico da

formação do

território brasileiro

2. Saber se localizar

no espaço com o

auxílio dos recursos

cartográficos

2. Localização e

Orientação:

cartografia

planta

mapas

2. Desenhos de

plantas, leitura de

mapas e produção de

maquetes. Utilizar a

sala de Informática

2. Localização do

espaço com o auxílio

dos recursos

cartográficos

3. Analisar as

características da

população brasileira,

de acordo com os

dados estatísticos

3. População

brasileira:

população

diversidade

movimentos

migratórios

economia

3. Utilizar a sala de

informática para

elaborar textos

3. Análise das

características da

população brasileira

de acordo com os

dados estatísticos

4. Destacar o

processo de

industrialização em

relação à

urbanização

4. Brasil- campo e

cidade:

urbanização

industrialização

problemas sociais

problemas ambientais

meio rural

concentração de

terras

4. Saída a campo,

relatório e aulas

expositivas

4. Destaque dos

processos de

industrialização

como reflexo na

urbanização

5. Analisar

características

5. Região Norte

aspectos:

5. Utilizar mapas,

trazer notícias da

5. Analise das

características

Page 140: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

físicas, procurando

abordar a relação

sociedade – natureza

físicos;

humanos /

históricos;

políticos /

econômicos;

desenvolvimento

sustentável

região, utilizar

informática

físicas, abordando a

relação sociedade –

natureza

6. Compreender os

fatores físicos,

humanos, históricos,

políticos e

econômicos do

Nordeste brasileiro

6. Aspectos físicos da

Região Nordeste:

físicos

humanos / históricos

políticas /

econômicos

as sub-regiões

6. Utilizar mapas,

recursos áudio-visuais,

informática

6. Compreensão dos

fatores físicos,

humanos, históricos,

políticos e

econômicos da

região nordeste

7. Reconhecer os

vários aspectos da

região sudeste e

analisar a

organização atual do

espaço

7. Região Sudeste,

aspectos:

físicos

humanos / históricos

políticos /

econômicos

organização atual do

espaço

7. Utilizar informática,

trabalho em grupos e

mapas

7. Reconhecimento

dos vários aspectos

da região sudeste e

da organização atual

do espaço

8. Identificar os

diversos aspectos da

região sul e entender

a ocupação e a

organização da

mesma

8. Região Sul,

aspectos:

humanos / históricos

políticos /

econômicos

a ocupação e a

organização do

espaço sulista

8. Sala de informática,

vídeo, elaborar texto

8. Identificação dos

diversos aspectos da

região sul e também

entender a sua

ocupação e a

organização

9. Compreender

características

físicas, humanas,

políticas e

econômicas, e a

expansão do

povoamento da

região Centro-oeste

9. Região Centro –

Oeste, aspectos:

físicos

humanos / históricos

políticos /

econômicos

expansão do

povoamento

9. Sala de informática,

vídeo, elaborar texto

Obs: Existem filmes

com documentários

que podem apresentar

questões sobre a

diversidade cultural,

histórica, natural e

9. Compreensão das

características

físicas, humanas,

políticas e

econômicas e da

expansão do

povoamento da

região Centro-oeste

Page 141: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

141

econômica da

Formação do Brasil

Page 142: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

8º ANO

Objetivo geral

Analisar e relacionar as diversidades regionais e os fatores históricos que influenciam em

escala local e global a economia americana, identificando os fatores naturais e ambientais que

refletem nas relações humanas.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO (critérios)

1. Conhecer a origem

do capitalismo e

socialismo com suas

diferenças

1. O processo

histórico da origem

da divisão dos países

capitalistas e

socialistas

características

regionalização

históricas e atuais

1.Mapa conceitual,

produção de textos,

leitura de obras

literárias que abordem

a discussão do

capitalismos e

socialismo no Brasil

1. Conhecimento da

origem do

capitalismo e do

socialismo com suas

diferenças

2. Identificar a

regionalização e os

níveis de

desenvolvimento

entre os países com a

geopolítica

2. A regionalização

pelo nível de

desenvolvimento:

países desenvolvidos

países

subdesenvolvidos

países do Norte e

países do Sul

a Nova Ordem

geopolítica mundial

2. Gráficos, recursos

da sala de informática

2. Identificação da

regionalização e dos

níveis de

desenvolvimento

entre os países,com

a geopolítica

3. Conceituar

regionalização e IDH

3. Regionalização de

acordo com o IDH

3. Gráficos e tabelas 3. Conceittuar

regionalização e

IDH

4. Descrever a

política econômica

global com suas

problematizações

4. A economia

mundial atual:

Características da

economia global e as

transformações no

espaço geográfico

Crescimento do

desemprego global

Desemprego

conjuntural e

estrutural.

4. Levantar dados a

partir de sua realidade,

textos de jornais,

índices do governo

4. Descrição, por

meio da produção

textual, da política

econômica global

com suas

problematizações

Page 143: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

143

5. Compreender a

importância global

das transnacionais

5. A origem,

fortalecimento e

importância das

transnacionais em

nível global

5. Aulas expositivas,

trabalhos com revistas

e cartazes

5. Compreensão da

importância global

das transnacionais

6. Diferenciar as

características dos

vários blocos

econômicos

6. Características dos

blocos econômicos e

as financiadoras

mundiais

6. Trabalhos em

equipes, apresentações

6. Diferenciação das

características dos

vários blocos

econômicos

7. Localizar a

América no espaço

global.

Diferenciar os

termos América

Latina de Americano

7.Localização da

América com a

cartografia política,

física e humana em

diferentes escalas

(global e

continental)

Diferenças de termos

como Americano /

Latino / americanos

e Estadunidense

7. Leitura de Mapas e

globos. Desenhos ou

maquetes, sala de

informática

7. Localização da

América

Diferenciação dos

termos América

Latina de americano

8. Definir a

regionalização da

América, nos vários

aspectos físicos,

humanos e políticos

Constatar as

diferenças

econômicas entre as

Américas

8. Regionalização da

América nos

aspectos:

físicos

humanos

históricos

(colonização de

povoamento e

exploração)

Políticos e

econômicos

(América

desenvolvida e

subdesenvolvida.)

8. Vários tipos de

mapas, sala de

informática utilizando

sites de busca,

visualizando alguns

lugares nos vários

aspectos, trabalhos em

equipes

8. Definição de

regionalização da

América, nos vários

aspectos físicos,

humanos e políticos

Constatação das

diferenças

econômicas entre as

Américas

9. Identificar a

formação dos espaços

com os aspectos

históricos-humanos

9. A população e a

economia da

América

Características

demográficas

Atividades nos

vários setores

econômicos

9. Mapas / textos,

leituras, aulas de

informática, pesquisas

9. Identificação da

formação dos

espaços com os

aspectos históricos e

humanos

10. Destacar as

regiões mais ou

10. Divisão da

América em: Norte /

10. Filme, júri

simulados, debates

10. Destaque das

regiões mais ou

Page 144: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

menos desenvolvidas,

segundo fatores

históricos, políticos e

econômicos

Central e do Sul.

América do Norte

formação territorial

processos históricos

aspectos naturais e

sua relação com a

economia e o

homem.

região desenvolvida

e subdesenvolvida

menos

desenvolvidas

segundo os fatores

históricos políticos

e econômicos

11. Identificar a

América Central com

suas principais

características

histórica / físicas e

econômicas

11. Regionalização

da América Central

Istmica e Insular

Formação Territorial

Processos históricos

Aspectos típicos e

econômicos

11. Aulas expositivas,

textos, mapas

11. Identificação da

América Central

com suas principais

características

histórica / físicas e

econômicas

12. Destacar a

regionalização da

América do Sul e seus

principais aspectos e

sua relação com o

meio / homem

12. Regionalização

da América do Sul:

formação histórica e

territorial

aspectos físicos

aspectos econômicos

e sua inter relação

com o meio e o

homem, como

utilização do espaço

de forma sustentável

12. Mapas, filmes /

documentários, salas

de informática, etc

12. Destaque da

regionalização da

América do Sul e

seus principais

aspectos e sua

relação com o meio

/ homem

13. Compreender a

composição da

América platina e as

organizações

internacionais

13. América Platina:

características

gerais.

o Brasil e as

organizações

internacionais como:

- MERCOSUL

- ALCA

- ONU

- G.3 e G.20

13. Textos, leitura,

mapas, trabalhos em

equipe

13. Compreensão da

composição da

América platina e as

organizações

internacionais

14. Compreender as

causas e

consequências para o

14. O Brasil diante

das questões

ambientais, locais –

14. Filmes,

documentários,

palestras, etc

14. Compreensão

das causas e

consequências para

Page 145: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

145

ser humano e o

planeta decorrente

dos problemas

ambientais

regionais e globais

o ser humano e o

planeta decorrente

dos problemas

ambientais

Page 146: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

9º ANO

Objetivo geral

Reconhecer as paisagens, continentes do Velho Mundo e suas pluralidades culturais e

históricas, identificando os fatores que impulsionaram os progressos técnico-científicos

mediando as relações da sociedade / natureza.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO (critérios)

1. Compreender a

origem do

capitalismo e as

fases da Revolução

Industrial como

base para um

mundo consumista

e degradado

1. Origem do

capitalismo comercial

/ industrial e

financeiro

Fases da Revolução

Industrial I, II, III

1. Uso de filmes, aula

expositiva, internet

(sites de países

europeus)

1. Compreender a

origem do

capitalismo e as

fases da Revolução

Industrial como

base para um

mundo consumista

e degradado

2. Identificar os

fatores que levaram

as grandes guerras e

as conseqüências

para a formação e

relação dos espaços

geográficos

2. As Grandes

Guerras Mundiais e o

início e fim da Guerra

Fria:

expressão do

capitalismo e

surgimento e

crescimento do

socialismo

fortalecimento do

capitalismo, queda do

socialismo

2. Filmes, Explicações,

computação

2. Identificação dos

fatores que levaram

as grandes guerras e

as consequências

para a formação e

relação dos espaços

geográficos

3. Diferenciar os

vários conflitos e

seus processos

históricos e suas

ações atuais

3. Os principais

conflitos mundiais

como os :

da África do Sul

do Oriente Médio

da Iugoslávia.

os Movimentos

separatistas e

terroristas

3. Trabalho em equipe.

Produção de email para

as embaixadas desses

países, no Brasil,

solicitando material

impresso sobre seus

países

3. Diferenciação

dos vários tipos de

conflitos mundiais e

as consequências

4. Identificar o

surgimento e a

influência da

mundialização da

economia na nossa

vida

4. A mundialização e

suas causas

Os principais fluxos

comerciais e a

influência na cultura

4. Compreensão do

surgimento e

influência da

mundialização na

vida humana

Page 147: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

147

dos países.

5. Reconhecer a

interferência da

mundialização para

o meio ambiente

Identificar qual o

papel da

mundialização para

a Natureza

Identificar os

motivos, as

consequências da

poluição global,

bem como ações

para resgatar e

reconstruir o meio

ambiente

5. Mundialização e o

Meio Ambiente:

efeito estufa

camada de ozônio

consumismo

vários tipos de

poluição

economia sustentável

convenções / agendas

e protocolos assinados

mundialmente em prol

do meio Ambiente

5. Filmes,

documentários,

Trabalhos coletivos,

Computação, etc,

Desenhos / Cartazes

5. Reconhecimento

da interferência da

Globalização para o

meio ambiente

Identificar qual o

papel da

globalização para a

Natureza

Identificar os

motivos, as

consequências da

poluição global,

bem como ações

para resgatar e

reconstruir o meio

ambiente

6. Reconhecer, na

Europa Ocidental,

os vários aspectos

físicos / humanos

que a diferenciam

de outras regiões do

mundo

6. Europa Ocidental:

localização

diversidade cultural

principais países:

6. Trabalhos em equipe 6. Reconhecimento

de características da

Europa Ocidental e

os vários aspectos

físicos / humanos

que a diferenciam

de outras regiões do

mundo

7. Identificar na

Europa Oriental os

principais aspectos

físicos / humanos e

a influência no

mundo com a queda

do socialismo e a

formação dos

blocos econômicos

europeus

7. Europa Oriental:

localização;

diversidade cultural;

principais países;

crise do socialismo

União Européia e o

C.E.I

7. Utilização dos

recursos áudio-visuais.

filmes, computadores e

etc

7. Identificação na

Europa Oriental os

principais aspectos

físicos / humanos e

qual a influência no

mundo com a queda

do socialismo e a

formação dos

blocos econômicos

europeus

8. Compreender as

principais

características da

Ásia, destacando os

principais países

8. Continente Asiático

localização;

diversidade cultural;

principais países:

-Rússia;

-Japão;

-China;

8. Utilizar mapas,

vídeos, confecção de

cartazes

8. Compreensão das

principais

características da

Ásia, destacando os

principais países

Page 148: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

-Índia.

9. Identificar os

aspectos físicos,

humanos,

históricos, políticos

e econômicos da

África

9. Continente,

Africano aspectos:

localização

diversidade cultural

principais países

9. Utilizar sala de

informática, debate,

elaborar texto, utilizar

mapas

9. Identificação dos

aspectos físicos,

humanos,

históricos, políticos

e econômicos da

África

10. Reconhecer os

diversos aspectos da

Oceania e, também,

identificar os

principais países

10. Continente

Oceania, aspectos:

localização

diversidade cultural

principais países:

- Austrália

- Nova Zelândia

10. Utilizar mapas, sala

de informática,

trabalhos em grupo

10.

Reconhecimento

dos diversos

aspectos da Oceania

e também

identificar os

principais países

desse continente

11. Identificar e

caracterizar as

regiões polares:

ártica e antártica e

os desafios da

ciência

11. Regiões Polares:

- extremos da Terra

- os desafios da

Ciência

11. Utilizar mapas,

vídeo, sala de

informática, trabalhos

em equipes

11. Identificação

das regiões ártica e

antártica e os

desafios da ciência

Obs.: Para os alunos especiais algumas atividades serão adaptadas conforme a necessidade de cada

aluno e a avaliação poderá ser diferenciada, quando necessário.

Page 149: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

149

10.4.1 Referências

Brasil. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria do Ensino Fundamental.

Parâmetros curriculares nacionais 1996 [Internet] [acesso 2002 set 20]. Disponível em:

http://www.mec.gov.br/sef/pcn.shtm

DAMIANI, Amélia Luisa. A geografia e a construção da cidadania. In: CARLOS, Ana

Fani Alessandri (Orgs). A geografia em sala de aula. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2001.

CASTRO, Iná Elias. GOMES, Paulo César da Costa. CORRÊA, Roberto Lobato (orgs).

Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

CAVALCANTI. Lana de Souza. Geografia, escola e construção do conhecimento.

Campinas, SP: Papirus, 1998.

PENTEADO, Heloísa Dupras. Metodologia do ensino de história e geografia. São Paulo:

Cortez, 1994.

SPOSITO, Eliseu Savério. Geografia e filosofia: contribuição para o ensino do

pensamento geográfico. São Paulo: UNESP, 1995.

CASTROGIOVANI, Antonio Carlos. CALLAI. Helena. Geografia em sala de aula. Porto

Alegre: UFRS. 1999.

CASTROGIOVANI, Antonio Ensino da geografia: práticas e textualizações no cotidiano.

2ª ed. Porto Alegre: Mediação1999.

KAERCHER, Nestor André. A geografia é o nosso dia-a-dia. In: CASTROGEOVANI,

Antonio (Orgs). Geografia em Sala de aula: prática e reflexões. 2 ª ed. Porto Alegre:

UFRGS/AGB.

LACOSTE, Yves. A geografia: isso serve em primeiro lugar para fazer a guerra. 7 º ed.

Trad. Maria Cecília França. Campinas, SP: Papirus, 1988.

MOREIRA, Ruy. O que é geografia. 10 ed. São Paulo: brasiliense, 1985.

NEU, Márcia Fernandes Rosa. De armação baleeira a porto carbonífero. UNISUL. 2003.

________________________. O ensino de geografia nos anos iniciais do ensino

fundamental: do quadro e do giz à leitura de mundo. Cadernos do Iº Simposio de

Formação de Professores. UNISUL: 2008. (no prelo)

PEREIRA, Raquel Maria Fontes do Amaral. Da geografia que se ensina à gênese da

geografia moderna. 3ª ed. Fpolis: Ed. UFSC, 1999.

SANTOS, Milton. Novos rumos da geografia brasileira. 2ª ed. São Paulo: Hucitec. 1988.

SANTOS, Milton. Território e sociedade. 2ª ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2000.

Page 150: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

UNGLER, Nancy Mangabeira. O encantamento do humano. ecologia e espiritualidade.

São Paulo: Loyola. 1991.

VASCONCELLOS, Celso dos S. A construção do conhecimento em sala de aula. 14° ed.

São Paulo: Libertad, 2002.

SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular

de Santa Catarina: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Formação docente

para educação infantil e séries iniciais. Florianópolis: COGEN, 1998

Page 151: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

151

11. CIÊNCIAS NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Me. Maricelma Simiano Jung14

A Ciência está ao nosso redor e tanto os professores quanto os alunos,

independentemente da classe social, vivem cercados por ela. Não se pode mais pensar no

ensino de Ciências desvinculado da realidade da comunidade. O ensino de Ciências e das

demais disciplinas deve sempre partir do cotidiano do aluno.

Vive-se em um mundo com um vasto número de problemas ambientais, que ameaçam

não só o equilíbrio ecológico do planeta, como a vida de sua biodiversidade, inclusive a vida

humana. Ao contrário de outros seres vivos que, para sobreviverem, estabelecem

naturalmente o limite de seu crescimento e consequentemente o equilíbrio com outros seres e

o ecossistema onde vivem, a espécie humana tem dificuldade em estabelecer o seu limite de

crescimento, assim como para relacionar-se com outras espécies e com o planeta. Esta é a

fronteira entre o conhecimento e a ignorância humana sobre sua própria casa, o Planeta Terra.

É preciso lembrar que o meio ambiente não se refere, apenas, às áreas de preservação

e lugares paradisíacos, mas sim a tudo que nos cerca: água, ar, solo, flora, fauna, homem, etc.

A preservação do meio ambiente depende de todos: governo, educadores, empresas,

Organizações Não-Governamentais (ONGs), meios de comunicação e de cada cidadão. Um

Ensino de Ciências vinculado à realidade é fundamental na resolução desses problemas, pois

vai incentivar os cidadãos a conhecerem e fazerem sua parte, entre elas: evitar desperdício de

água, luz e consumos desnecessários (reduzir, reusar e reciclar), fazer coleta seletiva, adquirir

produtos de empresas preocupadas com o meio ambiente, cobrar as autoridades competentes

para que apliquem a lei, tratem o lixo e o esgoto de forma correta, protejam áreas naturais,

façam um planejamento da utilização do solo, incentivem a reciclagem, entre outras ações.

Sabendo-se que é no cotidiano histórico e cientificamente construído que o ser

humano interage com a natureza e nela interfere, e que neste trabalho constroi conhecimentos,

acumula dados, erros e acertos, utiliza modelos e experiências para sistematizar resultados e

que a Ciência é um saber, historicamente, construído, torna-se necessário uma mudança

quanto à forma de trabalhar Ciência nas escolas.

14

Mestre em Biologia pela UFSC e docente do curso de Ciências Biológicas e Medicina da Universidade do Sul

de Santa Catarina – UNISUL..

Page 152: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Esta necessidade é reforçada, quando é diagnosticado que o homem vive em uma

sociedade orientada pela Ciência e pela Tecnologia, onde avanços científicos e tecnológicos

são capazes de modificar positivamente ou negativamente o cotidiano individual e coletivo.

Tais transformações são evidentes: o uso de equipamentos que permitem diagnósticos

bastante precoces e precisos; o grande desenvolvimento dos meios de comunicação, que

mostram um fato que está ocorrendo do outro lado do planeta, em tempo real; o uso da

Internet, que permite a troca de informações e o contato "direto" entre pessoas e instituições

no mundo inteiro, são exemplos claros do papel do desenvolvimento científico e tecnológico

na sociedade. Entretanto, verifica-se, também, que muitos destes avanços não estão

disponíveis para a maioria da população.

Para que possa exercer o papel nesta sociedade, torna-se cada vez mais importante

que o homem tenha acesso e possa usufruir do conhecimento produzido pela Ciência e pelos

recursos produzidos pela Tecnologia. Neste propósito, cabe à escola o papel de discutir o uso

destas tecnologias, de desenvolver habilidades para lidar com toda a tecnologia que estará

disponível, de discutir a realidade e o acesso da população a elas, sob o risco de formar

indivíduos marginalizados frente às novas exigências do mundo moderno. Somente

desenvolvendo nos alunos a capacidade de assumirem posições frente à realidade em que

vivem, é que estes poderão exercer seu papel no sentido de atuar na resolução de problemas

de sua comunidade.

Pela abrangência e pela natureza dos objetos de estudo das Ciências, é possível

desenvolver a área de forma muito dinâmica, orientando o trabalho escolar para o

conhecimento sobre fenômenos da natureza, incluindo o ser humano e as

tecnologias mais próximas e mais distantes, no espaço e no tempo. Estabelecer

relações entre o que é conhecido e as novas idéias, entre o comum e o diferente,

entre o particular e o geral, definir contrapontos entre os muitos elementos no

universo de conhecimentos são processos essenciais à estruturação do pensamento,

particularmente do pensamento científico. (BRASIL, 1998, p. 32)

Dessa forma, o município de Urussanga propõe que o ensino de Ciências tenha como

finalidade inserir o aluno na sociedade em que vive, a partir de uma visão global, indagadora,

compreendendo o vínculo existente entre Ciência-Tecnologia-Sociedade-Cultura-Política, por

meio dos Princípios Educativos (Meio Ambiente, Trabalho, Cultura e Linguagens) e Núcleos

Conceituais (Identidade, Espaço, Tempo e Transformação).

Page 153: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

153

O ensino de Ciências deve incluir, portanto, a análise das consequências sociais e

culturais do desenvolvimento científico e tecnológico; deve desenvolver nos alunos a

capacidade de assumirem posições frente aos problemas da sociedade atual, entre eles, os

problemas ambientais.

Para tanto, o trabalho na sala de aula deve deixar de se basear na memorização e dar

espaço ao saber do aluno, aos conceitos, previamente, construídos por ele em seu cotidiano, à

organização do conhecimento adquirido e à construção contínua do saber, valorizando a

construção conjunta dos conhecimentos, pelos alunos. Por conseguinte, eles sentir-se-ão

motivados a aprender, discutir e utilizar em seu cotidiano o conteúdo científico, pois este

deixa de ser abstrato e assume um significado efetivo.

Nesse sentido, o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil nos diz que:

De um lado, os estudantes possuem um repertório de representações,

conhecimentos intuitivos, adquiridos pela vivência, pela cultura e senso comum,

acerca dos conceitos que serão ensinados na escola. O grau de amadurecimento

intelectual e emocional do aluno e sua formação escolar são relevantes na

elaboração desses conhecimentos prévios. Além disso, é necessário considerar, o

professor também carrega consigo muitas idéias de senso comum, ainda que tenha

elaborado parcelas do conhecimento científico. De outro lado, tem-se a estrutura do

conhecimento científico e seu processo histórico de produção, que envolve relações

com várias atividades humanas, especialmente a Tecnologia, com valores humanos

e concepções de Ciência. (Brasil, 1998, p. 43).

Hoje é grande o desafio da nossa escola na busca de processos educativos para que

os alunos dominem conhecimentos e informações importantes para a sociedade atual de base

científica e tecnificada e para que estejam, também, suficientemente preparados para enfrentar

a sociedade do futuro. Assim, a formação escolar deve valorizar experiências, observações

pessoais, e trabalhar, através dos currículos, conceitos científicos básicos, contribuindo na

instrumentalização do cidadão como cientificamente alfabetizado, considerando-se

evidentemente o grau de profundidade da alfabetização científica.

Se a intenção é que os alunos se apropriem do conhecimento científico e desenvolvam

uma autonomia no pensar e no agir, é importante conceber a relação de ensino e

aprendizagem como uma relação entre sujeitos, em que cada um, a seu modo e com

determinado papel, está envolvido na construção de uma compreensão dos fenômenos

naturais e suas transformações, na formação de atitudes e valores humanos. (BRASIL,

1998, p. 55)

Page 154: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Quando o indivíduo é capaz de estar atento, refletir e tomar decisões sobre

assuntos de interesses relevantes para a sociedade, ele está exercendo a cidadania e este

comportamento está embutido no que se define como alfabetização científica cívica.

Para que ocorra a alfabetização científica, o currículo dos anos iniciais do Ensino

Fundamental deve ser capaz de eliminar as barreiras entre a escola e o mundo social,

transformado pelos novos movimentos da sociedade, pelas identidades culturais, pelo

processo de globalização e pelas novas linguagens dos tempos atuais.

Assim, na organização curricular, os conteúdos trabalhados na disciplina de

Ciências no Ensino Fundamental do Município de Urussanga terão como tema essencial a ser

trabalhado, o ambiente, enfatizando os elementos bióticos e abióticos. Para tanto, na

sistemática de trabalho em sala de aula, os professores deverão escolher metodologias que

privilegiem a formação e o desenvolvimento do espírito crítico no aluno, o diálogo entre

teoria e prática, mediante ferramentas de ensino que exijam autonomia, autoria e criticidade

do educando, para a efetiva construção do conhecimento, tais como: estudo do meio, textos

informativos, seminários, trabalhos em grupo, relatórios e utilização de materiais lúdicos.

Page 155: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Tabela 9: Conteúdos de Ciências para os anos iniciais do Ensino Fundamental

1º ANO 1. AMBIENTE

Conceito.

Elementos Bióticos e

Abióticos

1.1 Elementos Bióticos

A diversidade e

características dos seres

vivos (ciclo vital)

1.1.1 Os Animais

Hábitat

Revestimento do corpo

1.1.2 As Plantas

Partes das plantas

Utilidades das plantas

2º ANO 1. AMBIENTE

Conceito

Elementos Bióticos e

Abióticos

1.1 Elementos Bióticos

A diversidade e

características dos seres

vivos (ciclo vital)

1.1.1 Os Animais

Hábitat;Locomoção;

Revestimento do corpo

Hábito alimentar

1.1.2 As Plantas

Partes das plantas

Necessidades vitais: ar, água, luz, calor,

etc)

Utilidades das plantas

Queimadas

3º ANO 1. AMBIENTE

Conceito

Elementos Bióticos e

Abióticos

1.1 Elementos Bióticos

A diversidade e

características dos seres

vivos (ciclo vital)

1.1.1 Os Animais

Invertebrados: características

exemplificação

Vertebrados: características

exemplificação

1.1.2 As Plantas

Partes das plantas

Necessidades vitais ( ar, água, luz, calor, etc);

Utilidades das plantas

Reprodução

Queimadas

4º ANO 1. AMBIENTE

Conceito

Elementos Bióticos e

Abióticos

1.1 Elementos Bióticos

A diversidade e

características dos seres

vivos (ciclo vital)

1.1.1 Os Animais

Invertebrados: características

exemplificação; relações com o homem.

Vertebrados: características

exemplificação; classificação (peixes,

anfíbios, répteis, aves e mamíferos)

1.1.2 As Plantas

Partes das plantas

Necessidades vitais ( ar, água, luz, calor,

etc)

Utilidades das plantas

Reprodução

Plantas tóxicas

Queimadas

Page 156: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

5º ANO 1. AMBIENTE

Conceito

Elementos Bióticos e

Abióticos

1.1 Elementos Bióticos

A diversidade e

características dos seres

vivos (ciclo vital)

Os Animais

Invertebrados: características

exemplificação

Reprodução

Vertebrados:características

exemplificação

Reprodução

1.1.2 As Plantas

Partes das plantas

Necessidades vitais ( ar, água, luz, calor, etc)

Utilidades das plantas

Reprodução (sexuada e assexuada –

propagação vegetativa)

Queimadas

1.2 Elementos Abióticos 1.2.1 A Água

Importância

1.1.3 O Homem

Partes do corpo humano

Alimentação

1.2 Elementos Abióticos 1.2.1 A Água

Importância

1.1.3 O Homem

Partes do corpo humano

Funções vitais

Alimentação: conceito; importância de uma

alimentação adequada.

1.2 Elementos Abióticos 1.2.1 A Água

Importância

Locais onde encontramos na

natureza

Poluição das águas

Qualidade da água consumida

1.1.3 O Homem

Partes do corpo humano

Funções vitais

Alimentação: conceito; classificação quanto à

origem; importância de uma alimentação adequada

Page 157: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

1.2 Elementos Abióticos 1.2.1 A Água

Composição química

Importância

Locais onde encontramos na

natureza

Propriedades

Ciclo da água

Estados físicos

Poluição das águas

1.1.3 O Homem

Partes do corpo humano

Funções vitais

Alimentação: conceito; classificação quanto à

origem e função

Importância de uma alimentação adequada;

causas da desnutrição

1.2 Elementos Abióticos 1.2.1 A Água

Importância

Locais onde encontramos na

natureza e suas respectivas

proporções

Tratamento da água

Poluição das águas

Ciclo da água e os fenômenos

que ocorrem na natureza

(geada, granizo, neve, sereno e

orvalho)

1.1.2 O Homem

Constituição (célula)

2 Funções vitais

Sistemas – órgãos que compõem e suas

respectivas funções (reprodutor, digestório,

respiratório, circulatório, excretor, locomotor e

nervoso)

Aimentação: conceito;

Conservação dos alimentos e aditivos

alimentares

Doenças transmitidas pelos alimentos

Importância de uma alimentação adequada

Page 158: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

1.2.3 O Solo

Tipos de solo

Importância

.

2 MATÉRIA E ENERGIA

1.2.2 O Ar

Existência

Importância

1.2.3 O Solo

Tipos de solo

Importância.

Poluição do solo e sua

destruição

2 MATÉRIA E ENERGIA

1.2.2 O Ar

Existência

Importância

Agentes poluidores

1.2.3 O Solo

Tipos e utilidades

Interação como os demais

elementos abióticos

Poluição do solo e sua

destruição

Preservação

2 MATÉRIA E ENERGIA

1.2.2 O Ar

Existência

Importância

Agentes poluidores

Qualidade do ar respirável

O ar e a saúde humana

Page 159: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

1.2.3 O Solo

Formação

Tipos

Importância

Poluição do solo e sua

destruição

Práticas conservacionistas

(irrigação, drenagem,

reflorestamento, curva de

nível)

2 MATÉRIA E ENERGIA

1.2.2 O Ar

Existência

Importância

Composição

Propriedades

Agentes poluidores (químicos, físicos e

biológicos)

Ventos (formação, utilidade e velocidade)

1.2.3 O Solo

Formação

Tipos

Importância

Poluição do solo e sua

destruição

Práticas conservacionistas

(irrigação, drenagem,

reflorestamento, curva de

nível)

2 MATÉRIA E ENERGIA

1.2.2 O Ar

Fatores atmosféricos que determinam as

condições climáticas: pressão, temperatura e

umidade

Camadas da atmosfera;

Camada de ozônio e agentes destruidores

Efeito estufa

Aplicação do ar comprido e rarefeito;

Doenças transmitidas pelo ar

Page 160: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Proposta Curricular de Ensino

11.1 Referências

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais:

pluralidade cultural – orientação sexual. Brasília: A secretaria, 2001.

____________________________Secretaria de Educação Fundamental. Referencial

curricular nacional para educação infantil. vol. 2: Formação pessoal e social - Brasília:

MEC/SEF, 1998.

BORGES, Regina Maria Rabello e MORAES, Roque (org.) Educação em Ciências nas

séries iniciais. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998.

CAPECCHI, M.C.V.M.; CARVALHO, A.M.P. Interações discursivas na construção de

explicações para fenômenos físicos e sala de aula. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM

ENSINO DE FÍSICA, VII, Florianópolis, Anais eletrônicos... Florianópolis: SBF, 2000.

CARVALHO, A. M. P. de et al. Ciências no ensino fundamental. São Paulo: Scipione,

1998.

FAZENDA, Ivani. Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1996.

MONTEIRO, M. A. A. Interações dialógicas em aulas de ciências nas séries iniciais: um

estudo do discurso do professor e as argumentações construídas pelos alunos. Bauru/SP,

2002.204p. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência, Área de Concentração:

Ensino de Ciências), UNESP, Campus de Bauru.

NARDI, R. (org.). Questões atuais no ensino de ciências. São Paulo: Escrituras, 1998, p. 33-

41.

SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta

Curricular – Temas Multidisciplinares. Florianópolis, SC: CODEM, 1998.

Page 161: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

161

11.2 CIÊNCIAS PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Professores da Rede Municipal de Urussanga

A organização curricular da disciplina de Ciências no Ensino Fundamental do

Município de Urussanga terá como essência o trabalho de pesquisa e a realização de

experiências, enfatizando a produção do conhecimento e a autonomia dos estudantes. Os

professores devem escolher estratégias de aula que tornem o aprendizado mais dinâmico,

privilegiando a formação e o desenvolvimento do espírito crítico, o diálogo entre teoria e

prática: estudo do meio, textos informativos, seminários, trabalhos em grupo, relatórios e a

utilização de materiais lúdicos.

Page 162: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

11.2.1 Grade Curricular de Ciências para os anos finais do Ensino Fundamental

OBJETIVO GERAL

Caracterizar as condições e a diversidade de vida no planeta Terra em diferentes espaços,

particularmente nos ecossistemas brasileiros.

Valorizar a vida em sua diversidade e a conservação dos ambientes.

Valorizar a disseminação de informações, socialmente, relevantes aos membros da sua comunidade.

6º ANO

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

(instrumentos e

critérios)

Compreender, de

maneira simplificada, os

processos básicos da

dinâmica do planeta que

originam o solo

Conhecer alguns tipos de

solo, sua composição e

características específicas

Perceber que a

porosidade e a

permeabilidade são

propriedades essenciais

para a formação dos

aqüíferos subterrâneos

Valorizar a importância

do solo como sustento da

vida na terra e promover

atitudes que favoreçam

sua preservação

Valorizar o trabalho

agrícola, conhecendo os

manejos agrícolas que

cuidam do solo

Identificar a água como

recurso indispensável à

vida

Compreender como

ocorre a distribuição de

água no planeta. Perceber

que a água participa de

um ciclo global e

contínuo

Reconhecer as mudanças

de estado físicos da água

Verificar que a água não

potável é veículo de

Solo:

formação

propriedades

tipos

degradação e

poluição

manejo e uso

adequado

Água:

distribuição no

planeta e nos seres

vivos.

estados físicos

ciclo da água

propriedades

doenças

transmitidas pela

água contaminada

tratamento da água

Ar

Composição

Aula expositiva e

dialogada

Recursos tecnológicos

(vídeo, retro projetor,

DVD, computador)

Saídas de campo

Pesquisas

Seminários

Palestras

Oficinas

Construção de material

didático (livreto,

cartazes, charges,

artigos, maquetes.)

Registros fotográficos e

áudio visual

Entrevistas

Trabalho individual e em

grupo

Aulas práticas

Investigar em sala de

aula.

Escrita

Oralidade e

Participativa

Diária (participação,

responsabilidade,

comprometimento com

as atividades

propostas.)

Prova operatória (teste

com notas.)

Interpretação de textos,

imagens e

experimentos

Relatórios

Mapas conceituais

Resumo e atividades

Page 163: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

163

microorganismos que

causam doenças

Perceber que a água

própria para consumo

deve ser obtida em

estações de tratamento

apropriadas para este fim

Contribuir para eliminar

o desperdício de água na

comunidade

Compreender a

atmosfera como uma

camada composta de uma

mistura de gases

Compreender que o ar

influencia processos e

transformações, tanto na

hidrosfera como na

litosfera

Conhecer as

propriedades do ar e seus

benefícios tecnológicos

Identificar algumas

modificações

atmosféricas provocadas

pela interferência

humana no ambiente

Reconhecer as relações

alimentares e as posições

tróficas numa cadeia

alimentar

Identificar algumas

estratégias de vida em

diferentes ecossistemas

brasileiros e mundial

Despertar a observação

para a análise de

problemas ambientais

Despertar o interesse e o

respeito para com as

diferentes formas de vida

Conhecer e identificar as

características dos reinos

Monera, Protista, Fungo,

Animal e Vegetal

Atmosfera e suas

camadas

Fenômenos

atmosféricos

Propriedades

Tipos de brisa

Camada de ozônio

Efeito estufa,

aquecimento global

e chuva ácida

Estudo da Ecologia.

Ecossistemas

Cadeias

alimentares

Tipos de

ecossistemas

brasileiros e

mundiais

Reino das Plantas:

Briófitas,

pteridófitos,

gimnospermas e

angiospermas

Obs.: Para os alunos especiais algumas atividades serão adaptadas, conforme a necessidade de cada

aluno e a avaliação poderá ser diferenciada, quando necessário

Page 164: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

7º ANO

Compreender a vida no Planeta Terra, desde a origem dos primeiros seres vivos até a complexidade

das descobertas e classificações do reino animal.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Compreender como

era a Terra antes do

surgimento da vida

Conhecer as teorias

científicas propostas

para a origem da vida

Compreender a teoria

do surgimento da vida

mais aceita atualmente

Perceber que, na

ciência, as teorias são

constituídas após a

observação de

evidências e

experimentos

Reconhecer as

características comuns

de todos os seres

vivos

Perceber que a célula

é a unidade básica de

todos os seres vivos

Identificar as

estruturas

fundamentais da

célula

Conhecer os

diferentes tipos de

célula: procarionte e

eucarionte, animal e

vegetal

Compreender a

necessidade de

classificação dos seres

vivos

Reconhecer as

características

utilizadas para a

classificação dos seres

vivos

A organização e a

origem dos seres vivos

Relações ecológicas

O registro da

diversidade da vida

Estudo da célula,

classificação dos seres

vivos- Espécie, Gênero,

Família, Ordem, Classe,

Filo e Reino

Vírus

Reino Animal-

Invertebrados:

Poríferos, Cnidários,

Platelmintos,

Nematelmintos,

Moluscos, Anelídeos,

Artrópodes e

Equinodermos

Reino Anima-

Vertebrados: Peixes,

anfíbios, répteis, aves e

mamíferos

Aulas expositivas e

dialogada

Recursos tecnológicos

(vídeo, retro projetor,

DVD, computadores)

Saída de campo

Pesquisas

Seminários

Palestras

Oficinas

Construção de material

didático (livreto,

cartazes, charges,

artigos, maquetes)

Registros fotográficos e

áudio visual

Entrevistas

Trabalhos individuais e

em grupo

Resumo e atividades

Aulas práticas

Investigar em sala de

aula

Escrita

Oralidade e

Participação

Diária (participação,

responsabilidade,

comprometimento com

as atividades

propostas.)

Prova operatória (teste

com nota)

Interpretação de textos,

imagens e

experimentos

Relatórios

Mapas conceituais

Resumo e atividades

Page 165: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

165

Identificar as

categorias

taxonômicas propostas

por Lineu

Caracterizar os cinco

reinos apresentados

Compreender que

vírus não está

classificado em

nenhum reino

Obs.: Para os alunos especiais algumas atividades serão adaptadas, conforme a necessidade de cada

aluno e a avaliação poderá ser diferenciada, quando necessário.

8º ANO

OBJETIVO GERAL

Compreender o corpo humano e sua saúde como um todo integrado por dimensões biológicas, afetivas

e sociais, relacionando a prevenção de doenças e promoção de saúde das comunidades a políticas

públicas adequadas.

Compreender a alimentação humana, a obtenção e a conservação dos alimentos, sua digestão no

organismo e o papel dos nutrientes na sua constituição e saúde;

Valorizar o cuidado com o próprio corpo, com atenção para o desenvolvimento da sexualidade e para

os hábitos de alimentação, de convívio e de lazer;

Compreender as diferentes dimensões da reprodução humana e os métodos anticoncepcionais,

valorizando o sexo seguro e a gravidez planejada.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Compreender a evolução

da cultura humana e sua

interferência histórica nas

mudanças climáticas do

planeta

Perceber que o organismo

funciona de forma

integrada e que o ser

humano pode ser

compreendido, também,

pelas suas emoções com

capacidade de pensar,

construir o mundo e

transformá-lo

Estimular a pesquisa e

promover discussões

sobre a crescente demanda

de alimento e o

desenvolvimento

Evolução dos

vertebrados

Evolução humana e

cultural

Citologia animal

Os níveis de

organização da vida

Histologia animal

Nutrição: alimento e

nutrientes

Sistemas do corpo

humano: digestório,

respiratório,

circulatório, os grupos

sanguíneos, linfático,

endócrino, nervoso,

urinário e locomotor

Aula expositiva e

dialogada

Recursos tecnológicos

(vídeo, retro projetor,

DVD, computador)

Resumo e atividades

Saídas de campo

Pesquisas

Seminários

Palestras

Oficinas

Construção de material

didático (livreto,

cartazes, charges,

artigos, maquetes)

Registros fotográficos e

Investigar em sala de

aula

Escrita

Oralidade e

Participativa

Diária (participação,

responsabilidade,

comprometimento

com as atividades

propostas)

Prova operatória

(teste com nota)

Interpretação de

textos, imagens e

experimentos

Relatórios

Mapas conceituais

Page 166: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

tecnológico, fast – food

(da facilidade à

fragilidade)

Compreender as diferentes

dimensões da reprodução

humana, levando em conta

o respeito e a ética, uma

questão moral como

forma de valorização

pessoal

Valorizar o sexo seguro e

a gravidez planejada,

compreendendo as

diferentes dimensões da

reprodução humana

Sistema reprodutor e

orientação sexual

áudio visual

Entrevistas

Trabalho individual e

em grupo

Aulas práticas

Resumo e atividades

9º ANO

OBJETIVO GERAL

Identificar diferentes tecnologias que permitem as transformações de materiais e de energia

necessárias a atividades humanas essenciais, hoje, e no passado;

Caracterizar as transformações, tanto naturais como induzidas pelas atividades humanas, na atmosfera,

na litosfera, na hidrosfera e na biosfera associadas aos ciclos dos materiais e ao fluxo de energia na

Terra, reconhecendo a necessidade de investimento para preservar o ambiente em geral e,

particularmente, em sua região;

Compreender as relações de mão dupla entre o processo social e a evolução das tecnologias,

associadas à compreensão dos processos de transformação de energia, dos materiais e da vida.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

(critérios)

Permitir ao aluno ampliar seu

conhecimento sobre os

elementos da natureza,

observando a unidade

atômica, seu histórico e

conceito

Familiarizar o educando com

os ciclos naturais do carbono,

oxigênio e nitrogênio e que

esses resultam de um contínuo

rearranjo de átomos na

atmosfera, litosfera e

hidrosfera

Analisar a participação do ser

humano no ambiente e a sua

interferência

Compreender a dinâmica e a

cinemática

Compreender a energia em

suas diversas manifestações,

Introdução ao

estudo da química

no dia-a-dia

Propriedades das

matérias

A estrutura atômica

Os elementos

químicos

Classificação dos

elementos químicos

Distribuição

eletrônica

A tabela periódica

Ligações e reações

químicas

Funções químicas

O humano no

ambiente e a sua

interferência

Resumo e atividades;

Aula expositiva e

dialogada;

Recursos tecnológicos

(vídeo, retro projetor,

DVD, computadores);

Saídas à campo;

Pesquisas

Seminários

Palestras

Oficinas

Construção de material

didático (livretos,

cartazes, charges,

artigos, parodias e

maquetes)

Registros fotográficos

e áudio visual

Investigativa em

sala de aula para

conhecer o saber do

aluno;

Escrita;

Diária (participação,

responsabilidade,

comprometimento

com as atividades

propostas)

Prova operatória

Interpretação de

textos / imagens e

experimentos

Relatórios

Mapas conceituais

Resumos e

atividades

Page 167: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

167

formas e as diferenças entre

calor e temperatura

Compreender o som e luz

como ondas (mecânicas e

eletromagnéticas) e sua forma

de propagação

Identificar cargas elétricas,

correntes elétricas, circuito

elétrico, magnetismo e

eletromagnetismo

Valorizar, respeitar e

aprimorar os conhecimentos

adquiridos em experiências

cotidianas,confrontando-as

com os conceitos aprendidos

na escola

Direcionar a visão do

educando para as situações do

cotidiano, onde a física e a

química estão inseridas e

podem ser aplicadas

Cinemática

Dinâmica

Termologia

A energia em suas

diversas

manifestações,

formas e as

diferenças entre

calor e temperatura.

Introdução ao

estudo da física, no

dia-a-dia

O Som e luz como

ondas (mecânicas e

eletromagnéticas) e

sua forma de

propagação

Ciclo dos materiais

Cargas elétricas,

corrente elétricas,

circuito elétrico,

magnetismo e

eletromagnetismo

Ondas, som, luz,

eletricidade e

magnetismo

Entrevistas

Trabalhos individuais

e em grupo

Aulas práticas

11.2.2 Referências

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais:

pluralidade cultural – orientação sexual. Brasília: A secretaria, 2001

____________________________Secretaria de Educação Fundamental. Referencial

curricular nacional para educação infantil. vol. 2: Formação pessoal e social - Brasília:

MEC/SEF, 1998.

BORGES, Regina Maria Rabello e MORAES, Roque (org.) Educação em Ciências nas

séries iniciais. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1998.

Page 168: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

CAPECCHI, M.C.V.M.; CARVALHO, A.M.P. Interações discursivas na construção de

explicações para fenômenos físicos e sala de aula. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM

ENSINO DE FÍSICA, VII, Florianópolis, Anais eletrônicos... Florianópolis: SBF, 2000.

CARVALHO, A. M. P. de et al. Ciências no ensino fundamental. São Paulo: Scipione,

1998.

FAZENDA, Ivani. Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1996.

MONTEIRO, M. A. A. Interações dialógicas em aulas de ciências nas séries iniciais: um

estudo do discurso do professor e as argumentações construídas pelos alunos. Bauru/SP,

2002.204p. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência, Área de Concentração:

Ensino de Ciências), UNESP, Campus de Bauru.

NARDI, R. (org.). Questões atuais no ensino de ciências. São Paulo: Escrituras, 1998, p. 33-

41.

SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta

Curricular – Temas Multidisciplinares. Florianópolis, SC: CODEM, 1998.

Page 169: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

169

12. ENSINO RELIGIOSO PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Profa. Esp.Tânia Regina Souza Antunes15

O Ser Humano é um ser religioso por natureza.

Ele tem dentro de si uma força,

um dinamismo, que o impele

para a busca de um

Ser Superior,

Transcendente.

(WILGES, 1996).

Etmologicamente, o termo religião, de onde provém o termo religioso, vem do verbo

latino religare (re-ligare). Religar, tanto pode ser uma ligação entre um sujeito e um objeto,

um sujeito e outro sujeito, como também entre um objeto e outro objeto. Religar supõe um elo

primário (ligar) que, uma vez desfeito, admite uma nova ligação (re-ligar).

A religião é, então, um meio que o ser humano tem para cultivar a religação nos

variados sentidos: o Eu com o Cosmo, com o Outro, com seu próprio Eu e com o

transcendente, ou seja, com o maior mistério.

Pautando-se na legislação atual, no Art. 33 da LDBEN nº 9394/96, o Ensino

Religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação do cidadão, constitui

disciplina de horários normais das escolas públicas de Ensino Fundamental, assegurando o

respeito à diversidade cultural e religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de

proselitismo.16

No âmbito do Estado de Santa Catarina, os princípios norteadores do Ensino Religioso

pautam-se no que diz o Decreto Estadual nº 3.882 de dezembro de 2005:

§ 2º O Ensino Religioso se desenvolve na Escola com o objetivo de subsidiar o

entendimento do fenômeno religioso a partir do conhecimento das culturas e

tradições religiosas presentes no convívio social dos educandos e educandas, como

finalidade de se educarem e promoverem uma educação para o diálogo inter-

cultural e a paz como compromisso histórico diante da vida e do transcendente. § 5º

15

Pós Graduada em Ecumenismo e Diálogo Inter Religioso, Assistente de Educação e professora de História da

rede pública estadual.

16

BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Diário

Oficial da União, Brasília: Senado Federal, 1997, p. 18.

Page 170: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

No período destinado às aulas de Ensino Religioso serão desenvolvidas atividades

previstas no contexto dos programas de Ensino Religioso, da Proposta Curricular

do Estado de Santa Catarina e na sua implementação no Ensino Fundamental.

(SANTA CATARINA, 1996).

O Ensino Religioso deve, como as demais áreas do conhecimento, integrar um

paradigma curricular articulado e articulador da formação básica do aluno-cidadão.

Considerando estes preceitos legais, não se pretende dogmatizar a disciplina em questão.

Respeitando as peculiaridades da disciplina, respeitando as diferenças particulares de cada

comunidade/escola em relação às diferentes manifestações do sagrado, cabe às diretrizes

delinear, ou seja, indicar caminhos possíveis de elementos que norteiam a ação do professor

nesta área.

A partir da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, o Ensino Religioso nas

escolas públicas ganha um novo enfoque. Tendo presente a caminhada histórica da nação

brasileira, em suas diferentes concepções e crenças, o Ensino Religioso deixa de ser

propriedade de uma única confissão religiosa. As diferentes experiências históricas, nem

sempre superadas pela prática no reconhecimento da igualdade essencial de todos e da

liberdade religiosa, impulsionaram a afirmação da igualdade e a busca do direito à diferença,

também no âmbito religioso.

Nesse sentido, foram analisados o contexto histórico do Município de Urussanga e as

referências religiosas presentes nele. A história da educação brasileira foi se adequando ao

processo educacional em seus variáveis estágios de entendimento. Diferentes concepções

foram assumidas no que compete ao Ensino Religioso, com aulas de religião (Teologia); de

vivência religiosa (Antropologia); de interpretação e de análise do conhecimento religioso

(Fenomenologia). Atualmente, tem-se a denominação de Ensino Religioso, que, em seu

arcabouço, contempla o fenômeno religioso no cotidiano da vida, buscando a transcendência e

o sentido da vida.

Esta trajetória histórica, diante da sociedade globalizada e multicultural da atualidade,

requer uma nova forma de ser pensado e entendido na sua implementação no âmbito do

espaço escolar.

No âmbito da legislação, faz-se necessário refletir o caráter facultativo da disciplina,

especificamente o direito à opção da família pela aceitação ou não da aula de Ensino

Religioso. Ser facultativo é não ser obrigatório, na medida em que não é um dever. O que

Page 171: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

171

indica o livre-arbítrio da pessoa responsável por realizar algo que lhe é proposto. Considera-

se, aqui, a possibilidade de escolha entre o ensino religioso ou outra atividade pedagógica,

igualmente significativa, para os que fizerem opção por não ter aulas de Ensino Religioso.

O que vem a ser proselitismo? É a prática de fazer adeptos e seguidores a uma

determinada denominação religiosa. O Ensino Religioso nas escolas deve, então, antes de

tudo, fundamentar-se nos princípios da cidadania e do entendimento do outro. O

conhecimento religioso não deve ser um aglomerado de conteúdos que visam evangelizar ou

procurar seguidores de doutrinas, nem impor dogmas, rituais ou orações, mas um caminho a

mais para o saber sobre o outro e sobre si mesmo. Respeito ao outro sem intenção de

convertê-lo a sua própria religião.

O fenômeno religioso pode ser entendido como algo que se mostra e manifesta-se na

experiência humana. É o resultado da busca do homem ao transcendente. É a manifestação do

sagrado nas diferentes culturas. Sagrado é, pois, o olhar que se tem sobre algo ou a forma

como se vê determinado fenômeno religioso. O que para alguns é normal para outros é

encantador, tornando-se sublime, repleto de importância, merecedor de um tratamento

diferenciado. O sagrado será sempre resguardado pela herança cultural.

Não é função da escola educar a fé, nem fazer proselitismo. O objetivo é apresentar o

transcendente, tal como é concebido, nas mais variadas culturas e tradições religiosas. O

enfoque do Ensino Religioso deve ser o transcendente, conforme o concebem as variadas

matizes culturais que compõem o povo brasileiro. O Ensino Religioso não pretende ser

nenhuma experiência de fé, mas precisa se manter para a sua própria razão de ser, sob o

fundamento do conhecimento elaborado ao longo da existência humana.

Segundo Cury (2004, p. 20-37)17

, ―O Ensino religioso é mais do que aparenta ser, isto

é, um componente curricular em escolas. Por trás dele se oculta uma dialética entre

secularização e laicidade no interior de contextos históricos e culturais precisos.‖

Quer o Ensino Religioso que os educandos possam refletir e entender como,

culturalmente, os diferentes grupos humanos se formam e se relacionam com a transcendência

a partir do fenômeno religioso, presente em suas manifestações culturais, possibilitando uma

reflexão e análise sistematizada sob a ótica do conhecimento não doutrinal nem prosélito, mas

que estabeleça relações entre culturas, espaços, tempos e diferenças, a fim de elaborar o saber,

17

CURY, Carlos Roberto Jamil em Revista brasileira de Educação. N. 24, 2004, p. 20-37.

Page 172: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

significando-o como elemento de patrimônio das diferentes culturas, tendo em vista a

humanização do sujeito.

Tenha-se presente, ainda, que o específico do religioso para o Ensino Religioso é

ajudar o aluno a se posicionar e a se relacionar da melhor forma possível com as novas

realidades que o cercam, primeiro, em relação aos seus limites e, depois, quanto às linguagens

simbólicas.

O Ensino Religioso é, pois, algo ligado, diretamente, à vida, e que vai se refletir no

comportamento, no sentido que orienta sua ética. A Constituição Federal, em 1988, diz que:

O ensino religioso ocupa-se com a educação integral do Ser Humano, com seus

valores e suas aspirações mais profundas. Quer cultivar no Ser Humano as razões

mais íntimas e transcendentais, fortalecendo nele o caráter de cidadão,

desenvolvendo seu espírito de participação, oferecendo critérios para a segurança

de seus juízos e aprofundando as motivações para a autêntica cidadania. (BRASIL,

1988).

Pretende-se estabelecer até aqui a importância do Ensino Religioso, de modo algum o

proselitismo está presente, pois:

Afirmar a natureza confessional do ensino religioso, longe de ser um obstáculo, é

um fator de crescimento do movimento ecumênico e do diálogo inter-religioso.

Todas as confissões religiosas têm o direito de comunicar a sua visão cultural às

novas gerações por meio de ensino, desde que sejam reconhecidas e credenciadas.

(BRASIL,2001, p. 56)

Para tanto, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (Fórum Nacional

Permanente do ER. 1996), o Ensino Religioso requer um profissional sensível à pluralidade,

consciente da complexibilidade sócio-cultural do mundo do religioso e que permita a liberdade

do educando sem proselitismo. A escola é o espaço socializador do conhecimento, onde,

através dos conteúdos, tem a responsabilidade de fornecer informações e responder aos

aspectos principais do fenômeno religioso, presente em todas as culturas e em todas as épocas.

Todos precisamos da escola para conhecer o Fenômeno Religioso.

Ainda, espera-se do profissional, que atua neste campo do conhecimento, uma

consciência multicultural; e, no que diz respeito ao sul do País, o entendimento é de que se

Page 173: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

173

trabalha numa região, cuja colonização tem fortes traços religiosos, marcados por

experiências culturais diversas.

Por isto, esta disciplina deverá ter abertura para a alteridade, conforme prevê a

Proposta Curricular do Estado de Santa Catarina em sua versão 97/98, isto é, precisa respeitar

o posicionamento religioso de seus alunos, até mesmo a situação individual de cada um. Se

afirmamos, a todo momento, que o mundo está em crise, a educação está em crise, que não

existem mais valores, mais ética, faz-se necessário repensar a prática escolar da disciplina do

Ensino Religioso e questionar as oportunidades, que são oferecidas às crianças e aos jovens,

de desenvolver a dimensão da consciência religiosa que faz parte de seu ser.

Eis a inquietação latente: Como fazer? Ainda continua sendo desafio. A sala de aula

não pode ser uma comunidade de fé, mas um espaço que privilegie a reflexão sobre os limites

e superações, pois almeja-se uma incansável busca de respostas para as questões existenciais.

Page 174: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Tabela 10: Conceitos e Conteúdos de Ensino Religioso

1º ANO 1.O Ser

Humano

O Eu

Eu sou eu com o outro

Eu e o outro eu, somos nós

Lembranças na vida das pessoas

Os símbolos religiosos na vida das pessoas

Os símbolos religiosos na família

Os símbolos religiosos na comunidade

Os símbolos religiosos e o transcendente

Os símbolos religiosos dão idéia do transcendente

2º ANO 1. O Ser

Humano

O Eu.

Eu sou eu com o outro

Eu e o outro eu, somos nós

Lembranças na vida das pessoas

Os símbolos religiosos na vida das pessoas

Os símbolos religiosos na família

Os símbolos religiosos na comunidade

Os símbolos religiosos e o transcendente

Os símbolos religiosos dão idéia do transcendente

3º ANO O Ser

Humano e a

Convivência

Comunitária

Os acontecimentos religiosos são fatos marcantes

Acontecimentos religiosos são origem de mitos e segredos sagrados

Os acontecimentos religiosos aproximam

Grandes acontecimentos são guardados na memória

Grandes acontecimentos são celebrados

Celebrações tornam-se práticas religiosas

As celebrações e práticas religiosas são diferentes entre si

As práticas religiosas e a relação com o transcendente

As práticas religiosas e as representações do transcendente

Page 175: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

4º ANO O Ser

Humano e as

Páticas

Religiosas

Locais

Diversidade das práticas religiosas

Caminhos de Integração

Conhecimento elaborado

Descrição de práticas e rituais religiosos significantes, nos diferentes grupos religiosos presentes na

comunidade

Conhecimento dos mitos e histórias das tradições orais da comunidade que envolvem a

ancestralidade

5º ANO O Ser

Humano e a

Revelação da

Transcendência

A descrição da transcendência e suas representações na tradição religiosa

Mitos e segredos sagrados nas tradições religiosas

Valor da Palavra sagrada para as tradições religiosas

A busca da transcendência em práticas religiosas

Práticas religiosas e mistérios

Expressões de revelação do sagrado na cultura popular

Valores

Page 176: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

12.1 Referências

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais:

pluralidade cultural – orientação sexual. Brasília: MEC, 2001.

HASTENTEUFEL, Zeno. Jornal Mundo jovem, nº 285, março de 1998, p.15

RATZINGER, Joseph. O novo povo de deus. Rio de Janeiro: Paulinas, 1989.

SANTA CATARINA. DECRETO No 3.882, de 28 de dezembro de 2005.

SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto. Proposta Curricular:

Temas Multidisciplinares. Florianópolis, SC: CODEM, 1998.

SANTORO, Filippo. Uma questão de liberdade. Rio de Janeiro: Jornal O Globo, 2003, p. 9-11.

VIESSER, Lizete C. Um paradigma didático Para o ensino religioso. Rio de Janeiro: Vozes,

1994.

Page 177: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

177

13. LÍNGUA ITALIANA PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Karla Ribeiro18

Objetivo Geral

Valorizar a cultura e a língua italiana, por meio do resgate das danças, teatro,

textos históricos e outros costumes deixados pelos italianos e ou descendestes na região de

Urussanga.

Conteúdos Gerais

Por que estudar a língua italiana?

Itália: geografia e história

Elementos culturais italianos presentes no cotidiano da comunidade

urussanguense.

Inserção dos alunos no mundo linguístico italiano.

Conteúdos Específicos

3° ANO

Apresentação pessoal em Italiano;

Cumprimentos em Italiano;

Números (até 10);

Cores;

Alfabeto;

Pedir e dar informações sobre si mesmos e os outros;

Importância da língua italiana: história contextualizada (através da festa

Ritorno Alle Origini);

Informações pessoais sobre o endereço e tipos de moradia;

As partes do corpo;

Higiene: objetos do dia-a-dia utilizados para higienização;

Brinquedos (nomear e estabelecer posse).

18 Professora rede municipal de ensino de Urussanga.

Page 178: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Natal

4º ANO

Apresentação pessoal (revisão);

Objetos escolares;

As roupas;

Alfabeto;

Comandos básicos do dia-a-dia (Silêncio!, Apague a luz, ligue a TV, ...);

Pequenas sentenças para aumentar o vocabulário (objetos simples e

revisão sobre as cores);

Singular e plural;

Dias da semana;

Meses do ano;

Localizar objetos, pessoas e animais;

As estações do ano.;

Numerais até 30;

Natal.

5º ANO:

Os animais (nomes e algumas características).

Ações simples no tempo presente.

Ritorno Alle Origini: resgate histórico da comunidade e de conhecimentos

gerais;

Características físicas;

Numerais até 100.

Dar e pedir informações sobre brincadeiras e jogos.

Informações sobre localização.

História da Itália.

Comida italiana.

Alimentos e refeições (costumes)

Profissões

Perguntas para pedir informações.

Natal.

Page 179: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

179

13.1 ARTES PARA OS ANOS INICIAIS

PROFESSORES DE ARTES DO MUNICÍPIO DE URUSSANGA

OBJETIVOS DA DISCIPLINA

Ampliar a compreensão da Arte como fator histórico-social

Desenvolver a sensibilidade, a percepção e a imaginação, tanto ao realizar formas

artísticas, quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele, pelos

colegas e por artistas de diferentes culturas.

Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma atitude de busca pessoal

e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a investigação, a

sensibilidade e a reflexão ao utilizar e fluir produções artísticas.

1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

1. Aprender a importância da

preservação do Meio Ambiente por

meio da reciclagem, construindo

brinquedos através de sucatas

1. Meio Ambiente

Reciclagem

Vera Sabino

Portinari

Willy Lumblick

Tarcila do Amaral

1. Construir brinquedos com

materiais alternativos

Construir e praticar jogos com

materiais alternativos

2. Destacar a importância de sua

posição no meio familiar, escolar e

social produzindo relações com a

pintura artística

2. Família:

Portinari

Di Cavalcant

Tarsila do Amaral

Anita Malfate

Michelangelo

2. Criar produções de suas

famílias através das obras de arte

Construir através de materiais

alternativos a sua família

3. Identificar a problemática dos

animais em seu habitat

Perceber a importância dos animais

em nossa cadeia alimentar

Aprender a preservação da fauna

3. Animais:

Dacio Bicudo

Romero Brito

Juan Miró

Ademir Martins

Vera Sabino

Meyer Filho

3. Criar jogos dos animais e seus

habitats

Construir animais com materiais

alternativos

Reproduzir, recortar, colar, montar

a partir das obras de arte

4. Conhecer o importante papel de

pedestres e o respeito às leis;

Identificar os vários tipos de

moradias

Identificar os meios de transporte

Destacar em sua realidade os

assuntos abordados

4. Trânsito:

Piet Mondrian

Kandinsky

Bridget Ritey

Tarsila do Amaral

Antônio Potero

Volpi

Oscar Niemayer

4. Construir maquetes rurais e

urbanas

Construir meios de transporte

Reproduzir as sinalizações de

trânsito e praticá-las

Page 180: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Urbanização

Maradias

Meios de Transporte

5. Trazer para a sua realidade

contos de fadas através de

interpretações ciências e/ou

fantoches

5. Contos Infantis:

Estórias Infantis

Clássicas

Fantoches

Literatura

Poesia

Cantigas de Roda

5. Contar estórias e reproduzi-las

por meio de desenhos, dobraduras,

encenação, construção, músicas e

musicais

6. Realizar produção artísticas

individuais e/ou coletivos

A metodologia utilizada para

todo o ensino de arte resume-se

em três eixos:

- A produção artística que é o

fazer, criar, expressar através de

diferentes linguagens da arte; que

pode acontecer através da

expressão, construção ou

representação e que possui

informações específicas

- A apreciação ou leitura que

envolve o analisar, refletir,

interpretar, significar e resignificar

as obras de arte; é percepção a

decodificação, interpretação e

fruição da obra de arte e do

universo a ela relacionado

- A Contextualização que busca

situar a arte no tempo e espaço

como elemento social, cultural e

histórico

7. Reconhecer e experimentar os

elementos básicos das linguagens

artísticas técnicas, materiais e seus

procedimentos

8. Apreciar os produtos da arte em

suas várias linguagens,

desenvolvendo tanto à fruição,

quanto a análise estética

9. Conhecer o contexto da arte na

sociedade; os artistas, pensadores;

produção; preservação;

documentação e divulgação em

diferentes culturas e momentos

históricos

10.Analisar, refletir e compreender

os diferentes processos de arte,

como manifestações, sócio-culturais

e históricas, efetuar

posicionamentos pessoais em

relação a artistas, obras e estilo

Valorizar as diferentes formas de

manifestação cultural

2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

1. Entender que o ponto é a base e o

início de toda a parte gráfica

Reconhecer que através do ponto

pode-se formar as linhas e a partir

desta, construir as formas

1. O ponto

Paul Klee

Morris Louis

Bridget Rilley

Pontilismo

A linha

A forma

Pablo Picasso

Dácio Bicudo

1. Utilizar folhas, lápis, canetinhas,

canetas, giz-de-cera, para explorar

o ponto e as variações de linhas,

chegando a forma

Page 181: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

181

Joan Miró

Jean Dubuffet

Romero Britto

Formas abstratas

2. Experimentar a linha e a forma

através de materiais concretos

Iniciar as habilidades de

motricidade fina

2. Esculturas de

diversos materiais

Alexander Calder

Waltério Caldas

Móbiles

2. Experimentar lãs, cordões,

arames, fios, e outros para

construir linhas e formas

3. Experimentar e descobrir as cores

primárias, o preto e o branco.

Reconhecer as cores secundárias

através da mistura das cores

primárias

3. Cores Primárias e

secundárias, o preto e

o branco e cores

vivas. A luz e a

pintura

Alexandre Caldas

Aldemir Martins.

3. Trabalhar com pigmentos e

misturas, descobrindo e

apreciando as cores

4. Conhecer e identificar as formas

geométricas

4. Formas geométricas

Tangran

Malevitch

Mondrian

Claudio Tozzi

Gustavo Rosa

Procurar trabalhar com

diferentes materiais, os materiais

específicos que os alunos

possuem tanto quanto explorar os

materiais encontrados no dia-a-dia

que possam servir como base para

os trabalhos e/ou fazer parte dos

trabalhos 5. Conhecer as expressões

humanas(faciais e corporais),

reconhecer e transmitir essas

expressões em seus trabalhos

sociedade – natureza

5. A expressão da arte.

Amadeu

Mondiglian

Tarsila do Amaral

Macc Chagall

Willy Zumblick

3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

1. Entender os vários tipos de

texturas que existem na natureza e

as artificiais que stão presentes no

dia-a-dia

Construir texturas artificiais.

Identificar as texturas, sentindo

através do tato e do auto

descobrimento

1. A textura.

Vicent Van Gogh

Édouard Voilland

Mara Ernst

Piero Manzoni

Carlos Breseghello

Lygia Clarck

1. Construir essas texturas através

do ponto, da linha e da forma

Praticar textura com diversos tipos

ou materiais

Utilizar o tato para descobrir

texturas

2. Conhecer o artesanato local

Trabalhar a motricidade fina

2. Artesanato e

tecelagem

artesãos brasileiros

artesãos regionais

2. Desenvolver e/ou reproduzir

através de materiais selecionados

os possíveis artesanatos locais

3. Perceber que através das linhas,

as formas podem estar interligadas

Construir formas interligando-as

3. Formas

interligadas

Alexander Calder

Amilcar de Castro

3. Confeccionar dobraduras,

através do origami, construindo

assim as formas interligadas

Page 182: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

Lyzia Clarck

Cleber Machado

Origami

4. Entender que existem objetos

específicos para formas específicas

Perceber que cada forma específica

tem seu prórpio espaço

Organizar espacialmente

4 Formas e seus

lugares

Henci Matisse

Marc Chagall

Tarsila do Amaral

Heitor dos Prazeres

Antonio Poteiro

4. Construir através do concreto as

formas interligadas

Criar meios didáticos para que o

aluno possa estar localizando seres

e objetos em seus ambientes

5. Perceber movimento e ritmo

Reproduzir o movimento do seu

dia-a-dia tanto quanto em obras de

arte

5. Formas em ação.

Sasseta

Norman Rockwell

Heitor das Prazeres

Kuth Having

Histórias em

quadrinhos

5. Observar e perceber a rotina do

dia-a-dia e reproduzir através do

desenho

Construir histórias em quadrinhos

6. Conhecer as cores quentes e frias

Perceber as sensações que as cores

podem oferecer

Entender que as cores quentes e

frias mudam o ângulo de visão

6. Cores frias e cores

quentes-cores

expressivas

Paul Gauguin

Edvard Munch

Henri Matisse

Mara Chagall

Di Cavalcanti

6. Praticar desenhos iguais com

cores quentes e cores frias.

Praticar as sensações que as cores

podem oferecer

4º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

1. Experimentar várias matérias na

colagem

Experimentar os elementos básicos

das técnicas de colagem

1. Colagem.

Henri Matisse

Braque

Pablo Picasso

Robert Raschenberg

O mosaico

1. Criar imagens com os diversos

elementos para colagens

Utilizar materiais diversos

2. Analisar os diferentes aspectos

do alto e baixo relevo, como

manifestações sócio-culturais e

históricas

Conhecer a base da história da arte

2. Alto e baixo relevo

povos da

mesopotâmia (escrita

cuneiforme)

esculturas na Índia

esculturas romanas

Galvão (artista

brasileiro)

2. Recriar alto e baixo relevo na

argila

3. Identificar as cores

complementares

Diferenciar o preto e o branco do

conjunto de cores

Experimentar a variação de cores

3. Cores

complementares, o

preto e o branco

Cores vibrantes

Victor Vasarely

Andy Wachol

3. Realizar pinturas empregando as

cores complementares, o preto e o

branco e as cores vibrantes

Page 183: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

183

Betty Bettiol

Ilusão de Ótica

4. Conceituar gravura.

Conhecer a técnica da xilogravura,

calcografia, serigrafia e litografia

4. Gravura

xilografia

Romerandt

Pablo Picasso

Calder

Andy Wachol

4. Criar composições, imprimindo

as gravuras

5. Diferenciar figura e fundo no

plano.

Conhecer os meios de praticá-lo

5. O que está atrás, o

que está na frente

Escher

Amilcar de Castro

Malewitch

Andy Warhol

Hélio Oiticica

Ilusão de ótica

5. Desenvolver trabalhos com a

utilização das formas geométricas.

Repetição de formas

6. Distinguir através das linhas e

das sombras, o que está em

primeiro e em segundo plano em

uma estrutura tridimensional

6. O que está longe, o

que está perto

Gerard David

Van Gogh

Di Cavalcanti

Tarsila do Amaral

6. Propiciar ao aluno o

descobrimento da perspectiva.

Observar melhor o que vemos

diariamente

5º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

1. Construir

composições com

formas para formar

alto relevo

Projetar construções

tridimensionais

1. Construções

Pablo Picasso

Naum Gabo

Marcel Duchamp

Mestre Didi

Bonecos Articulados

1. Recortar, colorir e montar

utilizando sucatas

Organizar trabalhos para

exposições

2. Valorizar artistas da

cerâmica catarinense

Pesquisar o artesanato

local

Combinar técnicas

com diversos

materiais

Experimentar

manualmente

materiais naturais

2. Artesanato-Cerâmica

Cerâmica Marajoara

Cerâmica Grega

Pablo Picasso

Mestre Vitalino

Porcelana

2. Utilizar argila, e outros

materiais para cerâmica

Criar peças utilitárias

3. Reconhecer e

diferenciar o côncavo,

o convexo e o vazio

Conhecer as formas

para utilizá-los

3. Esculturas-côncavo, convexo e

vazio

Esculturas pré-históricas

Esculturas Gregas

Constantin Brancusi

Arquitetura

3. Pesquisar a escultura na história

da arte

Praticar réplicas dos diversos

movimentos

Expressar-se na arte

contemporânea

4. Perceber os 4. Ponto de vista – observação 4. Leitura de imagens

Page 184: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

elementos nos mais

diversos ambientes

Reproduzir

graficamente obras de

arte

Desenvolver leituras

de imagem.

Interpretar

Henri Matisse

Van Gogh

Salvador Dalí

Pablo Picasso

Fotografia

Observar

Releitura de imagens

5. Reconhecer a

importância das cores

na natureza e na nossa

vida

Demonstrar

imaginação criadora,

gosto estético e

artístico

Criar combinações

Perceber os vários

tons

5. Cores suaves-tons de cinza e de

marrom.

Joseph Tuner

Ad Reinhardt

Aldir Mendes de Souza

5. Utilização das cores nas

criações.

Realizar pinturas

6. Analisar

luminosidade

cromática.

Identificar luz,

contraste, claro/escuro

e sombra

6. O que está longe, o que está perto.

Gerard David

Van Gogh

Di Cavalcanti

Tarsila do Amaral

6. Observar luz e sombra nos

objetos e na natureza

Criar composições a partir de

observações

Page 185: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

185

13.1.1 ARTES PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Professores da rede municipal de ensino

13.1.1.2 Objetivos

Ampliar a compreensão da Arte como fator histórico-social, fazendo-se presente

nas diversas culturas.

Conhecer, respeitar e participar das diversas produções culturais.

Desenvolver a sensibilidade, a percepção e a imaginação, tanto ao realizar formas

artísticas, quanto na ação de apreciar e conhecer as formas produzidas por ele, pelos colegas e

por artistas de diferentes culturas.

Compreender e utilizar a arte como linguagem, mantendo uma atitude de busca

pessoal e/ou coletiva, articulando a percepção, a imaginação, a emoção, a investigação, a

sensibilidade e a reflexão ao utilizar e fluir produções artísticas.

6º ANO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

Conhecer o material utilizado.

Utilizar o lápis de cor para conseguir

diferentes efeitos

O uso do lápis-de-cor:

direção

intensidade

Utilizar o lápis de cor, fazendo

diversos experimentos quanto à direção

e à intensidade

Reconhecer e conceituar o ponto

geométrico, gráfico e físico.

Identificar os pontos

Conhecer as técnicas de pintura:

pontilhismo e impressionismo

O ponto geométrico,

gráfico e físico

pontilhismo

impressionismo

George Seurat

Renoir

Reproduzir imagens, utilizando os

elementos pontilhistas e impressionista

Conhecer e criar estrutura linear.

Identificar os diversos tipos de linhas.

Reconhecer elementos a partir da linha.

Combinar linhas em produções artísticas

A linha

arte abstrata

cubismo

Miró

Matisse

Flexor

Picasso

Duchamp

Cezané

Executar aplicação com o uso das

linhas, quanto ao traçado e a forma

Sentir a importância das letras e números

na comunicação visual.

Desenvolver a imaginação criadora,

operando texto e imagem

Traçar nas obras de artistas catarinenses

letras e números

Letras e Números

Iluministas

Élon Brasil

Jean-Michel

Basquiat

Iluministas da

Idade Média.

Confeccionar cartazes e murais

Ilustrar frases e palavras

Decodificação em obras de arte

Conceituar e combinar as cores dentro

das suas subdivisões

Criar nuances de cores em seus

A cor:

natureza

luz

Misturar e aplicar misturas.

Pintar

Page 186: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

desenhos.

Demonstrar imaginação criadora com a

variação de cores

Aplicar as cores

pigmento

cores primárias

cores secundárias

cores neutras

cores quentes frias

fauvismo

Picasso

Lages

Acero Dias

Matisse

Observar objetos,separadamente.

Reconhecer e nomear objetos simétricos

e assimetria em seus trabalhos

Simetria e assimetria

Volpi

Cleber Machado

Bremand

Reproduzir o que se vê

Pesquisar o folclore local

Conhecer o folclore brasileiro

Identificar expressões folclóricas

Folclore

cultura do povo

Pesquisar a cultura catarinense

Reconhecer, por meio da observação, o

local exato dos elementos

Diferenciar os planos

Conseguir reproduzir os planos (primeiro

e segundo)

Primeiro e segundo

plano

Surrealismo

Di Cavalcanti

Renoir

Dalí

Exercitar a visão

Separar elementos

Reler imagens

Organizar e transportar desenhos se um

suporte para o outro com base no

quadriculado

Reprodução,

ampliação e redução

Velásquez

Ampliar e reduzir desenhos, figuras,

paisagens, gravuras e outros

Construir o jogo Tangram para

interpretar e utilizar com figuras

relacionadas à arte

Agrupar

Conhecer os tipos de Tangram

Tangram Criar Tangram

Conhecer artistas e suas obras.

Interpretar e reproduzir obras de artistas

internacionais, nacionais, regionais e

locais

Releitura

- Velásquez

- Picasso

Reproduzir imagens

Interferir em obras

Reler obras de arte

Esquematizar a partir de análise

Elaborar obras tridimensionais

Modelar com elementos diversos

Escultura, modelagem

e entalhe

- Aleijadinho

- Denise Haadad

Criar formas diversas

Fazer experimentos

Utilizar materiais específicos e

adaptados

7º ANO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

Analisar as modalidades de desenho.

Reproduzir obras diferentes, estilos e

épocas.

Desenho e suas

modalidades:

- Desenho Cego

- Desenho de memória

- Desenho de

observação ou natural

- Desenho baseado em

figuras geométricas

- Paul Klu

Fazer análises.

Realizar exercícios

Page 187: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

187

- Magritte

- Flávio de Carvalho

- Matisse

- Tarsila do Amaral

Reconhecer a importância das cores

na natureza e na arte

Aplicar as cores primárias,

secundárias e terciárias

Conceituar monocromia e saber onde

aplicá-la

Conhecer a arte abstrata

Cor:

- classificação das

cores

- decomposição da luz

branca

- psicologia das cores

- arte abstrata

- monocromia

- Renoir

- Braque

- Van Gogh

- Miró

- Gouguin

- Maria Bonomi

- Oiticica

- Claudio Tozzi

Desenhar e praticar as diversas

modalidades de desenho

Praticar monocromia

Fazer leituras de imagens

Identificar a luz e sombra própria e

projetada nos objetos e na natureza.

Reproduzir e aplicar a sombra nos

desenhos produzidos em sala de aula

e fora de sala de aula

Conhecer as técnicas e elementos do

movimento impressionista

Sombra e luz:

- sombra própria;

- sombra projetada

- impressionismo

- Claudi Monet

- Renoir

- J. Utright of Derby

- Múllet

- Abravaggio

- Matisse

Criar modalidades de sombras próprias e

projetadas

Desenhar

Observar os elementos visuais

Perceber e reproduzir as linhas em

perspectiva

Conceituar e analisar perspectiva na

arquitetura, nas paisagens e objetos

Perspectiva

- Linha do horizonte

- Ponto de fuga

- A perspectiva em

diferentes situações

- Djanira

- Portinari

- Monet

- Almiro Reis

- Van Gogh

- Rafael

Utilizar as técnicas de percepção para

produzir trabalhos bidimensionais

Reproduzir trabalhos com perspectiva

utilizando a linha do horizonte e o ponto

de fuga

Reconhecer a importância da história

em quadrinhos na comunicação visual

Planejar e criar histórias em

quadrinhos

Histórias em quadrinhos

- o texto

- o enredo

- os personagens

- os balões

- os letreiros

- as onomatopéias

Produzir histórias em quadrinhos

enfatizando a criação

Analisar obras de arte de pintores

conceituados

Interpretar obras

Distinguir recriação e não-produção

Produzir, a partir do conceito de

releitura de diversos artistas

Releitura

- recriação e não-

produção

- Velásquez

- Salvador Dalí

- Kandinsky

- Gilberto Salvador

Desenhar

Exercitar o fazer artístico

Reler obras de arte de grandes artistas

Page 188: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

- Tarsila do Amaral

- A semana de 22 e o

movimento modernista

- Anita Malfatti

- Vera Salvino

- Willy Zumblick.

Conceituar folclore.

Identificar e reconhecer elementos do

folclore brasileiro e catarinense

Folclore

- Significado e

manifestações culturais

- Dança

- Música

- Crenças

-Culinária

- Vestuário

- Parlendas

Empregar uma nova técnica de

montar trabalhos utilizando a arte das

linhas

Arte Linear Aplicar os materiais de fio, para produzir

trabalhos artísticos

Construir o Tangran para interpretar e

utilizar com obras de arte.

- Agrupar

- Conhecer os tipos de Tangran

Tangram Criar e aplicar o Tangran

Conhecer escultores

Ter a capacidade de criar esculturas

observando modelos

Escultura e modelagem

- escultura abstrata

- modelagem em

argila

- Victor Brecheret

- Mario Cravo

Esculpir

Modelar

Identificar e entender as diferentes

aplicações do mosaico

Mosaico

- Bizantino

- Mosaico e sua

aplicação

- Antonio Gaudí

Construir mosaicos a partir de materiais

diversos: pastilhas, papel, E.V.A,

plásticos, entre outros

Expressar, graficamente ,as idéias

Pensar os textos

Produzir ilustração de texto

Ilustração de texto Representar expressões através das

ilustrações do texto

8º ANO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

Distinguir e conceituar os tipos

de linhas

Diferenciar direções

Aprender a utilizar instrumentos

que facilitam o traçado de

linhas.

Produzir diferentes efeitos com

canetas hidrográfica

Os instrumentos na

construção de linhas:

- horizontes

- verticais

- paralelas

- técnicas de pintura

com caneta

hidrográfica

- pontilhismo

- aquarelado

- hachuras

Praticar as linhas nos desenhos planos.

Utilizar a caneta hidrográfica para produzir

trabalhos

Apreciar diferentes tipos de Desenho: Desenhar de muitas formas.

Page 189: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

189

desenho

Aprender novas técnicas de

produção artística

Reconhecer as diferentes

modalidades de desenho

Criar desenhos

- desenho de

observação

- desenho geométrico

- desenho projetivo

- desenho abstrato

- desenho virtual

- desenho de criação

- Lasar Segoll

- Volpi

- Dali

- Miró

Comparar as técnicas de desenho

Conhecer um movimento

artístico

Apreciar obras de arte

Abstrair conhecimentos

Op Art (arte óptica)

- arte abstrata

geométrica

- op art na escultura

- ilusão de óptica

- Vitor Vesarely

- Alexandre Calder

- duchamp

- Escher

- Dalí

Compor e confeccionar trabalhos de Op Art

Perceber as diferentes texturas

em materiais diversos

Reconhecer texturas naturais e

artificiais

Criar texturas

Textura

- Van Gogh

- Betye Saar

- Fernando Coelho

- João Rossi

Praticar o uso da textura.

Criar texturas

Perceber impressões.

Reconhecer as diferentes

modalidades de impressão

Praticar impressões

Gravura

- monotipia

- litogravura

- metal

- silk-screen

- tipografia

Conhecer e diferenciar as cores.

Classificar as cores

Perceber as diferenças entre

análogas e contrastes

Criar combinações harmoniosas

Utilizar diversas cores em

desenhos

Cores

cores primárias

- cores secundárias

- cores quentes e frias

- monocromia

- cor / luz

- cor / pigmento

- análogas

- cores complementares

- cores contrates

- harmonia das cores

- policromia

- a história da

maquiagem

Pesquisa com cores.

Pinturas diversas.

Criar

Identificar a luz e a sombra

próprias e projetada nos objetos

e na natureza

Reproduzir e aplicar a sombra

nos desenhos produzidos

Conhecer as técnicas e

elementos do movimento

Barroco

Diferenciar os efeitos de luz e

Sombra e Luz:

- sombra própria

- sombra projetada

- barroco

- barroco no Brasil

- Rembrandt

- Guiliana Pravadelli

- Barbara Marchall

- Aldo Bonadii

Criar modalidades de sombras própria e

projetada para o desenho.

Desenhar

Page 190: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

sombra - Aleijadinho

Observar os elementos visuais.

Perceber e reproduzir as linhas

em perspectiva

Construir desenhos em

perspectiva

Perspectiva:

- na fotografia

- na pintura

- no desenho (bi e

tridimensional)

- sólidos geométricos

- Hubert Robert

- Victor Akel

Utilizar as técnicas de perspectiva para

produzir trabalhos bi e tridimensionais

Conhecer e respeitar as

diferentes manifestações

folclóricas

Folclore.

- Manifestações

folclóricas

Conhecer esculturas

Criar e modelar com diferentes

materiais (experimentações)

Identificar os estilos Art

Neuveau e Art Decó e seus

elementos

Escultura- tridimensional.

- Art Neuveau

- Art Decó

- Alexandre Calder

- Mari Vieira

- Faltuca

- Alphonse Mucha

Fazer materiais utilitários e decorativos.

Moldar, esculpir e montar, utilizando-se de

vários materiais

Interferir em obras de arte para

produzir releituras

Interpretar obras de arte

Releitura.

- Salvador Dalí

- Velásquez

Utilizar ilustrações como expositores bem

como meios de comunicação para o

conhecimento e leitura das obras

Conhecer a escrita, através dos

tempos

Reproduzir e criar diferentes

tempos de letras

Letras.

- A escrita através dos

tempos

- Tipos de letras

Buscar materiais alternativos e utilizar de

materiais pessoais para reproduzir as obras.

Treinar as letras

Construir letras diferentes

Representar e criar ilustrações Ilustração de texto Criar desenhos e/ou colagens para

identificar e interpretar a leitura textual

9º ANO

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

Elaborar e criar grafites Grafite

- Alesc Vallauri

- Mauricio Villaça

- Júlio Barreto

Construir vazados e praticar os grafites

Experimentar técnicas com spray

Conhecer e vivenciar as etapas que

envolvem a criação do design e da

publicidad

Design e publicidade Criar e dimensionar produtos por meio do

design

Criar e projetar logotipos

Identificar os logotipos e suas marcas Logotipo

- A cor no

logotipo

Desenhar o corpo humano e suas partes

em suas devidas proposrções

Observar e criar figuras humanas

Conhecer o estilo Renascentista

Conhecer e desenvolver proporções

do corpo humano

Figura humana:

- renascimento

- a prporção do

corpo

- Leonardo Da

Vinci

- Michelangelo

- Cézanne

- Degas

- Salvador Dalí

Criar uma chave, por meio de um anúncio

de jornal

Utilizar ilustrações como expositores, bem

como meios de comunicação para o

conhecimento e leitura das obras

Page 191: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

191

- Renoir

- Anita Mafaltti

Distinguir e representar caricaturas,

cartum e charge

Caricatura, cartum e

charge

- Válber

Benevides

- Aroeira

- Millor Fernandes

- Ziraldo

Criar uma charge, por meio de um anúncio

de jornal

Utilizar ilustrações como expositores, bem

como meios de comunicação para o

conhecimento e leitura das obras

Sensibilizar-se quanto à execução da

escultura

Expressar-se e modelar, utilizando-se

as tendências, talha direta por meio de

materiais diversos

Escultura

- modelagem e

artesanato

- tendências

- talha direta

- a escultura

através dos

tempos

- a diversidade de

materiais

- a figura humana

na escultura

- Francisco

Brennand

- Ricardo Costa

- Meily Fontes

- Constantin

Brâncusi;

- Antonio

Francisco Lisboa

- Michelangelo

- Camile Claudel

- Picasso

- Degas

- Tarsila do

Amaral

Buscar materiais alternativos e utilizar

matérias pessoais para reproduzir as obras

Fazer o uso das cores nos desenhos e

mostrar a diferença entre elas

Colorir, enfatizando a iluminação e

caracterizando matiz, saturação e brilho

Utilizar ilustrações da arte brasileira e se

apropriar das cores em seus desenhos

Analisar o uso das cores nas obras de

arte

Expressar-se por meio das cores,

utilizando-se de obras de artistas

catarinenses, nacionais e

internacionais

Cor

- Matiz, saturação

e brilho

- Arte brasileira

- Preto no branco

- Élon Brasil

- Cícero Dias

- Laula Cardoso

Aires

- Lasar Segall

- Paim Vieira

Criar volume, sombra e/ou contorno a

partir do preto no suporte branco

Buscar, na natureza, pigmentos que

possam estar sendo utilizados nos

desenhos

Criar texturas naturais e artificiais por

meio da pintura

Pesquisar e identificar os diversos

materiais para pintura

Elaborar trabalhos com tintas diversas

Pintura

- tintas e materiais

diversos

- textura

- painel e mural –

pintores brasileiros

- Roberto Burle-

Marck

- Elon Brasil

Produzir tintas relevos

Construir painéis, utilizando-se de tintas

relevos

Criar ilustração realista para o texto

trabalhado

Page 192: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

- Miró Kandinsky

Interpretar textos diversos, criando

ilustrações que condizem com o

contexto trabalhado

Ilustração de texto

- A ilustração em

diferentes

épocas

- O realismo

- Poty Lazzarotto

- Millet

- Chico Buarque

Produzir sinais para palavras pesquisadas

em revistas, jornais, etc

Praticar o alfabeto com a linguagem

brasileira de sinais e digitalizar seu

próprio nome

Criar movimentos corporais, através de

uma música escolhida

Interpretar obras de arte

Pesquisar e projetar informações

visuais

Identificar os diferentes meios de

informação do nosso cotidiano

Informação Visual.

- sinais e símbolos

- letras

- a linguagem do

corpo

- símbolos

nacionais

- sinalização

- o símbolo na arte

Fazer restauração dos objetos pessoais

Criar intervenções em obras de arte com

figuração do nosso cotidiano

Construir com materiais diversos uma

instalação à partir de um tema específico

Conhecer os elementos que envolvem

a restauração e a preservação de uma

obra de arte

Demonstrações

Artísticas.

- Restauração;

- Intervenção;

- Instalação.

Interpretar e reproduzir obras através

da releitur

Analisar obras de artistas catarinenses

Releitura.

- Salvador Dalí;

- Edouard Manet;

- Clovis Nery;

- Renina Katz.

Page 193: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

193

14. LÍNGUA INGLESA PARA OS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Professores da rede municipal de ensino de Urussanga

14.1 Grade Curricular de Língua Inglesa para os Anos Finais do Ensino Fundamental

6º ANO

OBJETIVO GERAL

Conhecer a Língua Inglesa, estabelecendo o primeiro contato, a partir da aquisição de uma base de

vocabulário e de estruturas gramaticais simples no tempo presente.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS CONTEÚDOS

ESTRATÉGIA ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Ler e escrever expressões

de cumprimento e outras

utilizadas na comunicação

rotineira

Demonstrar objetos

pessoais, atribuir

características, indicar

posse

Dar e receber ordens,

pedidos e conselhos

Fazer diferentes tipos de

perguntas, inclusive

sobre a nacionalidade e

procedência de uma

pessoa

Perguntar e informar as

horas e a idade, além de

poder oralizar números

em inglês

Conhecer um pouco da

cultura popular de um

país, onde a língua em

estudo é utilizada

Cumprimentos e

expressões rotineiras.

Adjetivos e

Substantivos,

Pronomes Pessoais do

Caso Reto

Verbo, Verbo to be no

presente

Artigo definido e

indefinido

Pronomes

Demonstrativos,

Adjetivos Possessivos.

Modo Imperativo

Pronomes

Interrogativos

(Low – What –

Who – Where)

Nacionalidades e

Países, How many

e How much

Números, idade,

Horas

Dia das Bruxas

(Halloween)

Pequenos Diálogos

Aulas expositivas, exercícios

de fixação, pequenas

dramatizações, dinâmicas de

grupo

Aula expositiva, uso de

imagens, dramatização,

exercícios escritos

Aulas expositivas, dinâmicas,

textos, exercícios escritos e

orais, recursos áudio-visuais

para trabalhar elementos

culturais

Aulas expositivas, uso de

imagens, exercícios e

dinâmicas

Dinâmicas, textos, filmes,

imagens, confecção de

painéis, uso de trajes típicos

Participação

Efetiva em sala de

aula e teste escrito

Participação

Efetiva e testes

escritos

Texto escrito,

participação

Textos escritos,

trabalhos,

participação em

sala de aula

Testes escritos,

trabalhos e

participação

Participação e

pesquisas

Page 194: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

7º ANO

OBJETIVO GERAL

Ampliar a aquisição de vocabulário, tanto para a língua falada como escrita.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Retomar a noção do

tempo estudado

anteriormente

Inserir a noção de

passado para formular

frases que expressem

estado, indicando dentre

outras coisas,

características e graus de

parentescos

Utilizar a idéia de

existência no presente e

no passado

Verbo to be (presente e

passado) ―There + to

be “(presente e

passado)

Aulas expositivas,

exercícios de fixação,

dinâmica, dramatização e

uso de imagens

Testes escritos,

participação e

elaboração de

trabalhos

Identificar sentido,

ordem e posição de

pessoas e objetivos em

relação a algo

Números ordinais, dias da

semana e meses do ano

Aulas expositivas,

textos, exercícios e

dramatização

Testes escritos e

participação

Perguntar e responder

sobre habilidades

Preposições

Figuras, aulas

expositivas e

exercícios

Testes escritos,

participação em

sala de aula e

trabalhos

Falar sobre o seu dia-a-

dia e o de outras

pessoas

Verbo ―poder” no

passado e no presente

Aulas expositivas,

exercícios de fixação

e dinâmicas

Testes escritos,

participação e

trabalhos

Falar sobre o que as

pessoas estão fazendo

no momento presente

Tempo Presente Simples

Tempo presente

Contínuo

Aulas expositivas,

exercícios, dinâmicas

Teste escrito,

trabalhos e

participação

Uso de imagens, aulas

expositivas, exercícios

e dramatização

Teste escrito,

trabalhos e

participação

Falar sobre ações futuras Futuro imediato Aula expositiva,

exercícios,

dramatização e uso de

imagens

Teste escrito,

trabalhos e

participação

Falar sobre a quem

pertencem

determinados objetos

Adjetivos Possessivos e

Caso Possessivo

Aula expositiva,

exercícios e dinâmicas

Teste escrito,

trabalhos e

participação

Formular e responder

diversos tipos de

Palavras e Expressões

interrogativas (Who-

Aula expositiva,

exercícios e dinâmicas.

Teste escrito,

trabalhos e

Page 195: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

195

perguntas What-Where-When-How

old-What color-How-

How tall-How high-How

heavy-How much-How

many-What like)

participação

Conhecer um pouco da

cultura popular de um

país onde a língua em

estudo é utilizada

Dia das Bruxas

(Haloween)

Dinâmicas, textos,

filmes, imagens,

confecção de painéis,

uso de trajes típicos

Participação e

pesquisas

8º ANO

OBJETIVO GERAL

Fortalecer e ampliar estruturas gramaticais já estudadas, enriquecendo o vocabulário e reforçando a

noção de passado.

OBJETIVOS

ESPECÍFICOS

CONTEÚDOS ESTRATÉGIA ENSINO

– APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Perguntar e responder

com que freqüência as

pessoas fazem

determinadas atividades

Advérbios de

freqüência

Aula expositiva, exercícios

e dinâmicas

Testes escritos e

participação

Perguntar e responder

sobre acontecimentos

no tempo passado

Passado com verbos

regulares e irregulares.

Pronomes pessoais do

caso oblíquo

Aulas expositivas,

exercícios, dinâmicas,

dramatizações.

Testes escritos,

participação e

trabalhos

Fazer perguntas e

formular respostas,

utilizando a palavra

por que

Uso dos porquês Aula expositiva, exercícios Texto escrito e

trabalho

Formular diferentes tipos

de perguntas e

respondê-las

Palavras Interrogativas Aula expositiva, exercícios,

dramatização

Teste escrito,

trabalhos e

participação

Expressar posse Adjetivos e Pronomes

Possessivos

Aula expositiva,

exercícios, dinâmicas

Teste escrito e

participação

Indicar direção, posição,

etc

Preposições Aula expositiva, exercícios,

dinâmicas

Teste escrito e

trabalhos

Indicar obrigação e

proibição

Verbo Dever Aula expositiva,

exercícios, dinâmicas

Teste escrito,

participação

Expressar preferências

quanto a profissão

Profissões Aula expositiva, exercícios

de fixação, dinâmicas,

textos

Testes escritos,

trabalhos e

participação

Expressar quantidade,

com palavras

contáveis e incontáveis

Indefinidos (much-

few-litlle-many-a loto

f)

Aula expositiva, exercícios,

dinâmicas, textos

Teste escrito,

trabalhos e

participação

Identificar aspectos da

cultura popular de um

Dia das Bruxas

(Haloween)

1Dinâmicas, textos, filmes,

imagens, confecção de

Participação e

Pesquisas.

Page 196: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

país, onde a língua em

estudo é utilizado

painéis, uso de trajes

típicos

9º ANO

OBJETIVO GERAL

Ampliar o vocabulário, aprender estruturas gramaticais mais complexas, introduzindo a noção de

futuro.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS CONTEÚDOS ESTRATÉGIA

ENSINO –

APRENDIZAGEM

AVALIAÇÃO

Reforçar a noção de presente e

de passado já adquirida

anteriormente

Presente Simples e

Passado Simples

Aula expositiva,

exercícios e dinâmicas

Testes escritos e

trabalhos

Utilizar os pronomes

indefinidos em diferentes

situações quotidianas

Pronomes

Indefinidos (some /

any)

Aulas expositivas,

exercícios e textos

Testes escritos e

trabalhos

Fazer comparações entre coisas

e pessoas

Comparativo e

Superlativo

Aulas expositivas,

exercícios,

dinâmicas, uso de

imagens

Testes escritos,

trabalhos e

participação

Expressar ações que começaram

no passado e que continuam no

presente, bem como as que

acabaram de ser feitas.

Perguntar e responder sobre

acontecimentos passados sem

mencionar o tempo e sobre os

que têm se repetido

Presente Perfeito Aulas expositivas,

textos, exercício

Testes escritos,

trabalhos e

participação

Expressar acontecimentos no

tempo futuro e indicar condição

para algo acontecer ou ser feito

Futuro do Presente,

Futuro do Pretérito,

e sentenças

condicionais

Aula expositiva, textos,

exercícios e dinâmicas

Teste escrito,

participação e

trabalhos

Formular frase, usando a voz

passiva

Voz passiva Aulas expositivas,

textos, exercícios e

dinâmicas

Testes escritos,

participação e

trabalhos

Obter confirmações acerca do

que foi informado

Question Tags Aulas expositivas,

testos, exercícios e

dinâmicas

Testes escritos,

participação e

trabalhos

Expressar frases, usando o

gerúndio

Gerúndio Aulas expositivas,

textos, exercícios

Testes escritos,

trabalhos e

participação

Valorizar aspectos da cultura

popular de um país, onde a

língua em estudo é utilizada

Dia das Bruxas

como expressão

cultural de alguns

países de língua

inglesa

Dinâmicas, textos,

filmes, imagens,

confecção de painéis,

uso de trajes típicos

Participação e

Pesquisas

Page 197: PROPOSTA CURRICULAR DE ENSINO

197

14.1.2 Referências

BRASIL, Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. SEF. Brasília, 1997.

BRASIL, Lei de Diretrizs e Bases da Educação Nacional. Lei 9394/96..

DAVÝDOV,V.V.: Tipos de generalización en la ensenãnza. Habana ; Editorial Pueblo y Educación,

1982.

FREITAS, M. T. A. Vygotsky e Bakhitin – Psicologia e educação: um intertexto.

S.Paulo/Juiz de Fora: Ártica/EDUFJF, 1994.

OLIVEIRA, Marta K. de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo histórico.

São Paulo: Scipione, 1993.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo

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REGO, Teresa C. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis,

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SANTA CATARINA. Secretaria de Estado de Educação e Desporto. Proposta Curricular de

SanTa Catarian: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio: Formação docente

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SMOLKA, Ana L. B., GOES, M. C. R. (Orgs.). A linguagem e o outro no espaço escolar.

Vygotsky e a construção do conhecimento. Campinas: Papirus, 1993.

TOLEDO, Marília e TOLEDO, Mauro. Didática da matemática: como dois e dois: a construção da

matemática. São Paulo: FTD, 1997.

VYGOTSKY, Lev S. A formação social da mente. 1. ed, São Paulo: Martins Fontes, 1984.

---------------------. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

VIGOTSKY,L.S. Obras Escogidas Tomo II. Madrid.: Gráficas Rogar, 1982 Caraça, Bento de Jesus.

Os Conceitos Fundamentais da Matemática. Lisboa: Tipografia Gráfica, 1951.

Sites consultados: http://www.acaoeducativa.org.br/portal/images/stories/pdfs/inafresultados2007.pdf