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Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
A Cafeicultura do Sul e Oeste
de Minas Gerais
Eng. Agr. Antônio Wander Rafael GarciaMAPA/Fundação Procafé – Varginha-MG
Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
1. INTRODUÇÃO
Cerca de 183 municípios.
População aproximada de 2,3 milhões de habitantes onde mais de
50% dependem direta e indiretamente do setor cafeeiro.
A localização geográfica média é de 21º de latitude sul e 45º de
longitude oeste.
Altitude em relação ao nível do mar varia de 770 e 1400 metros.
Precipitação anual média de 1500 mm com período seco bem
definido e temperaturas médias anuais em torno de 20,3ºC.
A disponibilidade de mão de obra qualificada e a tradição dos
agricultores na cafeicultura, também contribuíram para a
implantação na região do maior parque cafeeiro do País.
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Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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Agricultura, Pecuária e Abastecimento
2. DIAGNÓSTICO DA CAFEICULTURA NA REGIÃO
2.1 – Evolução do parque cafeeiro 1969/2010 (área em ha)
0
100
200
300
400
500
600
700
1969 1980 1996 2004 2010
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Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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20
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20
08
20
09
20
10
P reç o Médio de C afé em dólares - S ul de Minas
período 1980 a 2010US$US$
anos
Fonte: COCCAMIG/MINASUL
Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Os pequenos produtores com área de até 10 ha representam a grande maioria das
propriedades, 69%, porém, contribuem com aproximadamente 29% do potencial
produtivo. Os médios e grandes produtores com 31% das propriedades respondem por
cerca de 71% da produção.
O café tem uma grande importância social e econômica pelo número significativo de
pequenas propriedades, que absorvem grande número de pessoas na atividade.
2.2 – Distribuição das propriedades, do parque e produção com 3
tamanhos (área de café por propriedade) – Sul e Oeste de Minas Gerais.
Área de
café na
prop.
Nº de
propriedades
Parque Cafeeiro Produçã
o
estimada
Participação %
Cafeeiros
(mil)
Área
(mil ha)
1996 2010 1996 2010 1996 2010 2010
(mil
sacas)
Prop. Produçã
o
Até 10 25.309 25.833 204.600 516.000 104 169 3.500 69 29
10 – 50 8.900 9.115 303.700 730.000 150 239 5.200 25 43
+ 50 1.499 2.052 281.300 534.000 106 175 3.300 6 28
Total 35.708 37.000 789.600 1.780.00 360 583 12.000 100 100
Fonte: IBC-MAPA/FAEMG, PROCAFÉ e CONAB
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Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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2.3 – Produções obtidas entre 1994 e 2010 para a Região, Estado e
Brasil em mil sacas beneficiadas.Ano Sul e Oeste Minas Gerais Brasil Participação %
1994 7.300 13.130 26.000 28
1995 3.400 7.170 16.800 20
1996 6.300 12.420 27.500 23
1997 4.450 8.700 18.900 24
1998 9.100 17.300 34.000 27
1999 7.600 13.900 27.200 28
2000 9.900 15.900 31.100 32
2001 6.300 12.740 28.137 22
2002 12.020 22.715 44.690 27
2003 5.360 12.050 28.820 19
2004 10.046 18.777 36.667 27
2005 6.750 15.219 32.944 20
2006 10.614 20.099 40.818 26
2007 6.028 14.094 32.341 19
2008 12.120 22.441 45.942 26
2009 9.750 19.880 39.470 25
2010 12.094 23.944 47.041 26
Total 81.080 154.155 321.430 -
Média 7.370 14.014 29.220 25
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Agricultura, Pecuária e Abastecimento
2.4 – Parque cafeeiro na região, em Minas Gerais e Brasil comparativo
ano de 2004 a 2010:
Região Cafeeiros (mil) Área (mil ha) %
Sul e Oeste 1.289.000 (2004)
1.787.000 (2010)
545 (2004)
583 (2010)
23 (2004)
25 (2010)
Minas Gerais 2.531.000 (2004)
3.564.000 (2010)
1.071(2004)
1.136 (2010)
46 (2004)
49 (2010)
Brasil 5.386.000 (2004)
6.418.000 (2010)
2.337(2004)
2.337 (2010)
100
100Fonte:CONAB
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- Balanço Hídrico
DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO (mm)
MÉTODO THORTHWAITE & MATHER - VARGINHA - MG
-300
-250
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-150
-100
-50
0
50
100
150
200
250
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dezmm
Balanço hídrico típico para a região 2006 2007 2008 2010
Fonte: MAPA/PROCAFÉ
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A partir de 1994, ocorreram alterações climáticas: irregularidade no
regime pluviométrico, geada em1994, déficit hídricos maiores que
100 mm em 1999,2000,2001,2006e2007, alterando o potencial
produtivo da região, para uma média de 17 sacas beneficiadas por
hectare, representando 80% do potencial normal.
Em anos normais, a produtividade média regional pode ficar entre 16
e 26 sacas beneficiadas por hectare ano, potencializando safras na
região entre 8,0 e 13,0 milhões de sacas por ano.
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2.6 – Estimativa de custo de produção por hectare para a safra de 2010
no Sul e Oeste de Minas.
Item40
sacas/ha
30
sacas/ha
20
sacas/ha
10
sacas/ha
R$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca %
1 - Formação 475,88 11,90 4,7 475,88 15,86 5,4 475,88 23,79 7,2 475,88 47,59 10,2
2 - Benfeitorias 183,00 4,58 1,8 183,00 6,10 2,1 183,00 9,15 2,8 183,00 18,30 3,9
3 - Equipamentos 129,00 3,23 1,3 116,00 3,87 1,3 103,00 5,15 1,6 90,00 9,00 1,9
4 - Insumos 2614,78 65,37 26,0 1956,73 65,22 22,4 1097,78 54,89 16,7 556,37 55,64 11,9
5 - Mão de Obras/Tratos 2634,25 65,86 26,2 2450,78 81,69 28,0 1634,88 81,74 24,9 1070,10 107,01 22,9
6 - Mão de Obra/Colheita 3503,45 87,59 34,8 3113,95 103,80 35,6 2701,90 135,10 41,1 2024,38 202,44 43,3
7 - Energia, contabilidade e outros 372,00 9,30 3,7 320,00 10,67 3,7 262,96 13,15 4,0 184,40 18,44 3,9
7 - Utensílios Diversos 147,00 3,68 1,5 132,30 4,41 1,5 117,60 5,88 1,8 88,20 8,82 1,9
8 - Outros custos 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0 0,00 0,0
Total 10059,35 251,48 100,0 8748,63 291,62 100,0 6576,99 328,85 100,0 4672,32 467,23 100,0
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C us to de P roduç ão de c afé em R eais para
a s afra 2010
100
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10 20 30 40
S a c a s benefic ia da s por há
R$
C olheita Manual C olheita Mec aniz ada
2.7 – Projeção do custo de produção para região na safra 2010:
Fonte: MAPA/PROCAFÉ
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3 – PARQUE CAFEEIRO DO SUL E OESTE DE MINAS GERAIS:
3.1 Variedades Plantadas:
44%
41%
15%
Mundo Novo
Catuaí
Outros
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3.2 Idade das Lavouras:
28%
40%
32%
0 a 10 anos
10 a 20 anos
mais de 20 anos
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3.3 Novos Plantios:
3.4 Distribuição da área segundo mecanização (2004):
Período Plantio - ha/ano Crescimento anual médio
1996 a 2004
2004 a 2010
23.000
6.333
5 %
1%
Extratos
ha
Área ha
(x 1000)
Área mecanizável
% ha x 1000
Colheita mecanizada
% ha x 1000
0 – 10 169 30 50 10 17
10 – 50 239 45 107 35 83
> 50 175 75 131 65 114
Total 583 - 288 - 214
% 100 - 49 - 37
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4 – OUTRAS INFORMAÇÕES SEGUNDO DIAGNÓSTICO
DA CAFEICULTURA EM MG, MAPA/FAEMG-1996
4.1 – Escolaridade do Cafeicultor:
4.2 – Moradia:
Analfabeto Curso primário Segundo grau Curso superior
8 % 49 % 25 % 18 %
35% residem no imóvel e 65% na cidade.
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4.3 – Exploração da Cafeicultura:
- Empresarial 45%, familiar 48%, meia 7%.
4.4 – Idade Média do Cafeicultor:- 48 anos.
4.5 – Nível de associativismo:
- 75% são associados à cooperativas
- 45% são associados a sindicatos
4.6 – Utilização de financiamentos:- 25% utilizam de algum financiamento
- 6% endividamento permanente
4.7 – Mão de obra fixa:- 55% reside na propriedade (familiar + contratados)
- 93.500 famílias (356.000 pessoas no meio rural)
- Colheita – demanda anual de 300.000 trabalhadores.
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4.8 – Distribuição da mão de obra nas operações do cafezal/ha/ano:
- Tratos culturais 32 h/d
- Colheita e secagem 47 h/d
- Outros 6 h/d
- Total 85 h/d
4.9 – Comercialização do café:
Quanto ao tipo de preparo:
- Café em coco 4%
- Bica corrida 79%
- Preparado 14%
- Despolpado 3%
Quanto à via de comercialização:
55% cooperativas
42% firmas particulares
3% torrefadores
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5.1 – Análises de solo e folhas:
Laboratórios:
- Cooxupe, UFLA, Fundação Procafé, CAPEBE, COCATREL,
Coparaiso,Imconfidentes e S. Antônio do Amparo.
Análises realizadas/ano:
Solo – Aproximadamente 70.000
Média de 5 análises por propriedade
14.000 propriedades ou 38%
Folha – Pouco usado, no máximo 5% das propriedades utilizam
5 – Dados de observação:
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6 – Assistência Técnica prestada:
ASSISTÊNCIA TÉCNICA % DAS PROPRIEDADES % DA CAFEICULTURA
COOPERATIVAS 8% 27%
EMATER 12% 15%
CONSULTORES AUTÔNOMOS
4% 9%
FIRMAS/REVENDAS DE INSUMOS
76% 49%
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• 16 Cooperativas
• 3 Escolas de Agronomia (Machado, Alfenas e Passos)
• 1 Universidade (UFLA)
• MAPA/Fundação Procafé
• Epamig – Fazenda Experimental em T. Pontas e Paraiso
• Centro de Excelência de Machado.
7 – Suporte Técnico:
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• Ajustes no parque cafeeiro: Eliminação de áreas declivosas, lavouras
velhas e improdutivas.
• Substituição de lavouras em áreas planas para colheita mecanizada.
•Novos plantios em áreas propícias para a mecanização.
• Ampliação da colheita mecanizada, com levante do café do chão.
•Redução lenta e gradativa da área cafeeira.
• Incremento no uso de tecnologia: Cultivares, manejo (podas), análise
de solo e folha, planejamento e etc.
8 – Tendências:
Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
• Busca de qualidade – Certificação?
• Redução gradativa da colheita manual/mão de obra.
• Manutenção do potencial produtivo
• Busca de novas alternativas, como reflorestamento (eucalipto),
bovinocultura, culturas anuais e fruticultura.
8 – Tendências:
Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
9 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Sul e Oeste de Minas Gerais é hoje a maior região produtora de café do pais,
com um crescimento médio de 1% ao ano na área plantada, nos últimos anos as
lavouras velhas e menos produtivas estão sendo renovadas gradativamente. O
café é a maior fonte de recursos das propriedades rurais da região, sendo
responsável por aproximadamente 60% da receita destas, gerando direta e
indiretamente mais de 500 mil empregos.
Nos últimos anos os baixos preços praticados pelo mercado cafeeiro, motivou a
busca de novas alternativas como milho, soja, gado de corte entre outras, sem
reduzir a área cafeeira.
A cafeicultura local tem tradição e busca atualizar tecnicamente, aumentando a
competitividade, favorecida pelas condições edafoclimáticas e estruturais da
região.