Orientação à Queixa Escolar.docx

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Orientação à Queixa Escolar: Trabalhando com dificuldades na aquisição da língua escrita As queixas mais frequentes encaminhadas para intervenções estão correlacionadas às dificuldades de aquisição da língua escrita. A realidade na afirmação de Souza (2007, p. 137) em que “a escola não é eficiente na tarefa básica de ensinar a ler, escrever e contar”, traz para discussão a necessidade de se haver uma compreensão e intervenção nesse fenômeno, o qual está aquém da busca por culpados, mas está para a investigação acerca dos fatores que o sustentam. O trabalho com dificuldades na aquisição da língua escrita visa à explanação com os diferentes ambientes que cercam o aprendiz, e a crescente de “copistas” é um reflexo da própria política educacional, a qual é um resultante de um construto cultural. O psicólogo desenvolvimentista parte da premissa de que para uma intervenção eficaz os fatores culturais e do desenvolvimento da criança devem ser tomados como bases norteadores, e a partir disso as medidas devem ser elaboradas e executadas. O ato de copiar é um “subproduto perverso da política de progressão continuada”, porém se a cópia é utilizada como estratégia, e não como recurso para a manutenção do desempenho escolar, esse ato se faz coerente. Portanto, esse é um dos sinalizadores da importância de se

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Orientao Queixa Escolar: Trabalhando com dificuldades na aquisio da lngua escrita As queixas mais frequentes encaminhadas para intervenes esto correlacionadas s dificuldades de aquisio da lngua escrita. A realidade na afirmao de Souza (2007, p. 137) em que a escola no eficiente na tarefa bsica de ensinar a ler, escrever e contar, traz para discusso a necessidade de se haver uma compreenso e interveno nesse fenmeno, o qual est aqum da busca por culpados, mas est para a investigao acerca dos fatores que o sustentam. O trabalho com dificuldades na aquisio da lngua escrita visa explanao com os diferentes ambientes que cercam o aprendiz, e a crescente de copistas um reflexo da prpria poltica educacional, a qual um resultante de um construto cultural. O psiclogo desenvolvimentista parte da premissa de que para uma interveno eficaz os fatores culturais e do desenvolvimento da criana devem ser tomados como bases norteadores, e a partir disso as medidas devem ser elaboradas e executadas.O ato de copiar um subproduto perverso da poltica de progresso continuada, porm se a cpia utilizada como estratgia, e no como recurso para a manuteno do desempenho escolar, esse ato se faz coerente. Portanto, esse um dos sinalizadores da importncia de se compreender os fatos no contexto, com uma viso scio-interacionista. (SOUZA, 2007, p.138-139)O trabalhar com crianas e adolescentes com essas queixas escolares dentro dessa perceptiva deve ser arraigado de atitudes que visam contribuir a todos os envolvidos, seja o aprendiz, a famlia e a escola. Uma vez que um desenvolvimento tardio da lngua escrita pode ser uma fonte geradora de sofrimento psquico, E, o trabalhando com a criana e jovem objetiva resgatar sua possibilidade de pensar e aprender, favorecendo que os mesmos se apropriem das possibilidades, mudando o olhar de si mesmos. (SOUZA, 2007, p.140-141) Antes da orientao queixa escolar e o trabalhar com dificuldades na aquisio da lngua escrita, a compreenso do desenvolvimento da escrita na criana deve ser analisada, considerando que a histria da escrita se inicia antes do contato da criana com o professor, o ato de iniciar a escrita na escola s se concretiza com o desenvolvimento da linguagem do aprendiz, e o desenvolvimento do pensar, o raciocnio, o qual est para a maturao biolgica e os estmulos culturais recebidos desde o nascimento. (LURIA, 2007, p. 143) Ento, as tcnicas que a capacitem e que tornaram incomensuravelmente mais fcil o conceito e a tcnica da escrita, so desenvolvidas no prprio contexto social do aprendiz, dando-se seguimento no contexto escolar. (LURIA, 2007, p. 144) A elucidao do processo de desenvolvimento da escrita embasada nos estudos de Emlia Ferreiro traz o conceito de psicognese da lngua escrita, em que o ato de escrever tem incio no desenvolvimento dos processos cognitivos, em que o sujeito passa a ser capaz de executar a autorregulao. O individuo nasce para um meio social e atravs da interao que o mesmo passa pelo processo de adaptao e com o desenvolvimento da inteligncia pode aprender o que a ele proposto. (SOUZA, 2007, p.142-143) Compreender as origens da escrita remete-se ao questionamento do que se capaz de fazer antes de entrar na escola, e o ensinar escrita evoca o desenvolver atravs do processo de mediao. (LURIA, 2007, p. 144) Com o ingresso no ambiente escolar o aprendiz passa a ser estimulado a tornar a escrita um processo formal, e no desenvolvimento da lngua escrita o mesmo passa por: perodo iconogrfico/pr-silbico, perodo lingustico ou fonolgico, nvel silbico, nvel silbico-alfabtico e nvel alfabtico.

LURIA, A.R. O desenvolvimento da escrita na criana. In: SOUZA, B. P. (Org). .Orientao a Queixa Escola. Casa do Psiclogo: So Paulo, 2007. 143 189 pp.

SOUZA, B. P. . Trabalhando com dificuldades na aquisio da lngua escrita. In: SOUZA, B. P. (Org).Orientao a Queixa Escola. Casa do Psiclogo: So Paulo, 2007. 137-163 pp.

SOUZA, B.P.. Apresentando a Orientao Queixa Escolar. In: SOUZA, B. P. (Org). Orientao a Queixa Escola. Casa do Psiclogo: So Paulo, 2007. 97- 117 pp.