Oficinas de Formação
Transcript of Oficinas de Formação
cole
ção
OrganizadoresAlessandra Miranda de Souza
João Paulo Pucinelli
JUVENTUDE E
ECONOMIASOLIDÁRIA
oficinas de formação
coleção
Organizadores
Goiânia2012
JUVENTUDE E
ECONOMIASOLIDÁRIA
oficinas de formação
Alessandra Miranda de SouzaJoão Paulo Pucinelli
Coleção CaminhosJuventude e Economia SolidáriaOficina de Formação
Equipe Editorial:Prof. Dr. Hilário Henrique DickProf. Dr. Flávio Munhoz SofiatiProfª. Drª. Miriam Fábia AlvesProfª. Ms. Carmem Lucia TeixeiraProfª. Ms. Maria Aurora NetaProf. Ms. Willian Silva BonfimProf. Ms. Rezende Bruno de Avelar
Equipe de produção: Casa da Juventude Pe. BurnierAlessandra Miranda de Souza, Erika Santos, João Paulo Pucinelli e Vanildes Gonçalves dos Santos.
Revisão: Carmem Lucia Teixeira, Lourival Rodrigues da Silva e Mariana Araguaia
Facilitadores das oficinas: Alessandra Miranda de Souza, Alessandro Araújo Barbosa, Alexandre Rangel, Bruna Junqueira, Carla Miranda, Claudia Lima, Erika Pereira dos Santos, Deusdete Oliveira, João Paulo Pucinelli, Maíra Lima Figueira, Mariana Araguaia, Paulo Aquino, Osvaldo Nogueira, Rita Kallabis e Vanildes Gonçalves dos Santos.
Fotos: Arquivos da Casa da Juventude.
Projeto Gráfico e diagramação: Wolney Fernandes e Aurisberg Leite Matutino.
Ilustrações: Wolney Fernandes.
Copidesque: Divina Maria de Queiroz.
Editora: Casa da Juventude Pe. Burnier.
Tiragem: 2.000 exemplares 1ª edição 2012Impressão: Gráfica PUC Goiás
S719j Juventude e economia solidária : oficinas de formação/SOUZA, Alessandra Miranda de; PUCINELLI, João Paulo. 1.ed. Goiânia: Casa da Juventude Pe. Burnier; PUC Goiás, 2012. (Coleção Caminhos) 80p.: il; 21 x 29,7cm Vários autores 1.Juventude – economia. 2. Juventude – economia solidária. 3. Juventude – metodologia e planejamento. 4. Juventude – acompanhamento e assessoria. CDU: 330.162:374
Lana Keren de Mendonça – Bibliotecária CRB 1/2486
Apresentação....................................................................................................
A que viemos?..................................................................................................
Bloco 01
Juventude Vivenciando a Economia Solidária................................................
Tema 01 - Economia Solidária: O que é isso?.....................................
Tema 02 - Economia Solidária: o inverso do capitalismo...................
Tema 03 - Economia Solidária na construção de uma nova
sociedade.............................................................................
Bloco 02
Juventude na Economia Solidária: Caminhos na construção de um Outro
Mundo Possível................................................................................................
Tema 04 - Empreendimentos solidários juvenis.................................
Tema 05 - Economia Solidária: caminhos de sustentabilidade..........
Tema 06 - Movimentos Populares e Economia Solidária....................
Tema 07 - Políticas Públicas e Economia Solidária.............................
Bloco 03
Juventude na comercialização solidária e no consumo responsável.............
Tema 08 - Comércio Justo e Solidário.................................................
Tema 09 - Consumo Solidário como exercício de poder....................
Tema 10 - Feiras de economia solidária e espaços de
socialização.........................................................................
Bloco 04
Juventude na Sustentabilidade dos Empreendimentos Econômicos
Solidários.........................................................................................................
Tema 11 - Empreendimentos solidários juvenis.................................
Tema 12 - Caminhos para a captação de recursos..............................
Tema 13 - Como elaborar projetos econômicos solidários..................
Referências Bibliográficas................................................................................
Rede Brasileira de Institutos de Juventude.....................................................
Sumário0405
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APRESENTAÇÃO
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É com alegria e esperança da novidade que se faz pulsante em cada um/a
de nós, que apresentamos esta publicação, que tem na sua essência as
experiências vivenciadas nas Oficinas Juventude e Economia Solidária,
realizadas na Casa da Juventude Pe. Burnier em Goiânia.
Esta cartilha busca apresentar aos/às jovens, educadores/as, gestores/as,
entidades de apoio e movimentos de economia solidária, o que vem sendo
pensado, elaborado e dinamizado juntos aos/às jovens, na construção coletiva no
que se refere à formação de jovens na perspectiva do trabalho e economia,
apresentando a Economia Solidária como um eixo importante de atuação e de
superação da exclusão social que milhares de jovens experimentam todos os dias
em suas realidades.
Em nossas ações coletivas, temos assumido como causa de vida plena, a
Sociedade do Bem Viver, com ênfase nos direitos das juventudes, e na construção
da sociedade que queremos. Para alcançarmos tal horizonte é necessário que nos
coloquemos como agentes protagonistas na construção de um projeto popular
para o Brasil, com Desenvolvimento Solidário, Sustentável e Territorial. Nesse
conjunto de ações, a Economia Solidária é o modo mais coerente de experimentar
e viver novas relações de igualdade e justiça na concretude do Bem Viver.
Aqui temos uma mostra pequena do muito que vem sendo feito: uma
construção de muitas mãos, corpos, corações, ideias e desejos, com roteiros de
oficinas para serem dinamizadas nos espaços vitais de participação da juventude:
escolas, universidades, movimentos sociais, igrejas, associações e cooperativas.
Para que, na ciranda da vida, uma economia solidária possa ser para mais vida
para as juventudes, motivando e mobilizando para a formação dos agrupamentos
juvenis em torno da formação e fomentação de empreendimentos juvenis
solidários.
Nossos agradecimentos à Companhia de Jesus porque a missão da Casa
da Juventude Pe. Burnier-CAJU possibilita que uma comunidade de
educadores/as, jovens e voluntários/as, construam novas relações de vida e
fraternidade. À Irmã Rita Kallabis, pelo empenho e ousadia em trilhar junto com
esse povo “cajuíno”, os caminhos de vida e resistência da economia solidária.
Aos/Às jovens que apostaram nessa proposta e fizeram dessas oficinas uma
realidade em nossas vidas e na construção de “outro mundo possível”.
Esperamos que todos/as possam aproveitar das experiências, ousando na
criatividade em busca da superação de uma realidade desafiadora.
Brasília/DF, março de 2012.
Alessandra Miranda
Cáritas Brasileira
“A Economia Solidária é antes de tudo um processo
contínuo de aprendizado de como praticar ajuda mútua,
a solidariedade e igualdade de direitos”.
Paul Israel Singer
JUVENTUDE E ECONOMIA SOLIDÁRIAOficinas de Formação
1 Folder: Projeto Nacional de Comercialização Solidária. Economia solidária outra economia acontece. Instituto Marista de Solidariedade, Secretaria Nacional de Economia Solidária, Ministério do Trabalho.
Começo de conversa
“Uma economia a serviço da vida tem que ser solidária”(Carlos Rodrigues Brandão, no Seminário
“A Sociedade que Queremos - CAJU, 2011)
A Casa da Juventude Pe. Burnier - CAJU tem a alegria de apresentar
mais uma proposta de formação para as juventudes e suas organizações.
Dessa vez trata-se de roteiros para discutir sobre a temática Juventude e
Economia Solidária.
A Economia Solidária é uma forma de pensar e organizar o fazer
econômico em vista de uma vida melhor para todos e todas. Envolve “um jeito
diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem
explorar ninguém, sem querer levar vantagens, sem destruir o ambiente [...] 1cada um/a pensando no bem de todos/as e no seu próprio bem” .
Uma Economia Solidária feita e vivenciada com jovens é um desafio
no sentido de construir novas práticas e valores de cooperação, autogestão,
solidariedade num tempo em que os adolescentes e jovens se encontram
abertos e instigados para contribuírem e se colocarem no mundo adulto
com perspectivas de respeito à natureza, à promoção da dignidade, justiça
e vivências grupais coletivas próprias do seu tempo geracional.
Desta maneira, a Economia Solidária é uma porta de entrada dos/as
jovens no mercado de trabalho em um tempo que a precarização e
exigências de capacitação se manifestam a todo tempo. É despertar os/as
jovens a buscar uma geração de renda justa para as necessidades básicas
pessoais, familiares e comunitárias.
Foi pensando em tudo isso que a Casa da Juventude vem há anos
conversando sobre estes aspectos, com o desejo de empoderar a juventude
a partir de uma formação para que os/as jovens sejam protagonistas da
transformação social, participando de discussões e formulações de
propostas e no pensar de economia que garanta seus direitos e na
construção de Projetos de Vida, embasados em princípios e em valores
humanos e comunitários. Essa motivação está dentro do nosso sonho de
sociedade construída pelos/as jovens na CAJU:
Uma sociedade e economia organizadas a partir de relações sociais
justas e que garantam as necessidades fundamentais da pessoa
humana, superando a economia do acúmulo.
Onde o tempo e o trabalho sejam organizados a partir de uma outra
lógica que se contraponha à produtivista do mercado.
Que o tempo e o trabalho estejam a favor de um outro modo de
reprodução das condições de vida e de seu sentido mais pleno de
realização humana.
05
A que viemos?
Um modo de viver, de se relacionar e de organizar a produção e a
economia que leve em conta a dimensão da pessoa, do comunitário,
da sustentabilidade ambiental e do cuidado.
O debate e formação sobre Economia Solidária com a Juventude quer
ainda ser uma forma de colocar em prática o princípio da Horizontalidade,
sustentabilidade, colegialidade e vivência de um poder serviço na gestão
dos processos administrativos, pedagógicos e políticos, com o princípio de
administrar e mobilizar os bens e recursos a serviço da vida dos/as jovens e
do planeta; apoiar, promover e incentivar projetos, ações, experiências em
economia solidária a serviço da cultura da sustentabilidade do planeta.
01. Histórico
“É preciso redescobrir no diálogo com o outro uma sociedade solidária"
(Carlos Rodrigues Brandão)
Esta cartilha é a reflexão de um projeto que nasceu das Oficinas
Juventude e Economia Solidária, experiência que vem sendo realizada na
CAJU, desde 2010. Entre os objetivos e desejos que inspiraram as oficinas
estava o de compartilhar a experiência vivida pelos jovens na CAJU, para
outros grupos e organizações juvenis, através de algo sistematizado, que
pudesse também fomentar essa reflexão em vista de desencadear atitudes e
práticas de economia solidária entre as juventudes pelo Brasil afora.
As Oficinas Juventude e Economia Solidária são frutos de um desejo
que há tempos tem sido acalentado na CAJU. Desde as Escolas de
Cidadania realizadas de 2002 a 2005, em que uma de suas etapas era o
tema da Economia Solidária e que sempre provocava para a criação de um
espaço maior para essa reflexão e, também, para um aprofundamento nesse
jeito de compreender e fazer economia para vida.
As Escolas de Cidadania tiveram sua última edição em 2005, mas o
desejo de um projeto sobre a temática da Economia Solidária permaneceu
presente no coração e nos pensamentos da equipe. Assim, em 2009, a
equipe em sua avaliação e planejamento de projetos para 2010, atenta à
escuta da realidade das juventudes que cada dia se apresentava com
maiores vulnerabilidades no que se refere a sua sustentabilidade
(desemprego, subemprego, violências...), optou por pensar um projeto que
pudesse contribuir com os/as jovens, no sentido de pensar outras formas de
trabalho e renda, a partir de uma economia que prioriza a vida de forma
sustentável. A inspiração também veio da Campanha da Fraternidade
Ecumênica de 2010 que abordou a temática da Economia Solidária,
realizada entre diversas Igrejas Cristãs. A campanha convocou a sociedade
para uma reflexão acerca de uma outra economia, fora dos princípios
capitalistas e dentro dos princípios evangélicos e, portanto, dos direitos
humanos, uma economia para garantir a vida em abundância de forma
sustentável em todo o planeta.
Essa era a motivação que faltava à equipe da Casa da Juventude para
socializar para o universo juvenil essa proposta e vivência de uma
economia que gera vida à juventude.
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Para que esta proposta tivesse a viabilidade e efeito de mobilização, o projeto assumiu um dos princípios da Economia Solidária de que só é possível pensar e organizar uma sociedade que garanta vida com dignidade para todos os povos e o meio ambiente se a ação for feita em rede. Pensando nisso, a CAJU, ao propor o projeto de oficinas para a juventude, tendo consciência de que era preciso contar com outros grupos que pudessem colaborar nessa nova ação, buscou parceria com o Instituto Marista de Solidariedade, com a Cáritas Brasileira, com o Fórum Goiano de Economia Solidária e com a Rede de Educação Cidadã. Juntas, essas entidades têm colaborado para a realização das Oficinas de Juventude e Economia Solidária.
Acreditamos que a parceria para as Oficinas Juventude e Economia Solidária com os jovens é um aprendizado no sentido de apoiar e fortalecer as rede e cadeias produtivas como forma de acreditar e despertar nos jovens a força da mobilização de saberes, recursos e estratégias de pensar e comercializar de uma forma justa.
As Oficinas Juventude e Economia Solidária foram realizadas em 04 etapas de finais de semana, sendo cada uma delas dedicada a uma temática diferente, conforme descritas abaixo:
Etapa 1: Introdução à economia solidária e à autogestão
Etapa 2: A gestão e produção solidária
Etapa 3: Captação de recursos para empreendimentos econômicos
solidários
Etapa 4: Comercialização e produção solidária
02. Objetivo geralConvocar e aproximar a juventude para promover e qualificar para
vivenciar atividades e oficinas dentro da temática da Economia Solidária como maneira de pensar as questões econômicas de produção e comercialização solidária, baseadas no cuidado ambiental, na valorização do trabalho humano, na cooperação e democracia, visando um desenvolvimento socioeconômico sustentável.
Objetivos específicos:
Proporcionar um olhar histórico sobre a Economia e os Sistemas Econômicos, percebendo suas implicações.
Conhecer a trajetória e os princípios da Economia Solidária.
Identificar as experiências de Economia Solidária que já acontecem.
Entender como criar ou se envolver em projetos que têm práticas de gestão e empreendimentos econômicos solidários, com um olhar sobre associações e cooperativas.
Identificar como acionar os recursos e fundos destinados a projetos de Economia Solidária.
Ser um espaço de construção de um novo pensar e praticar a produção, o comércio e o consumo, voltando a atenção para
o cuidado com o planeta.
Conhecer as leis e programas municipais, estaduais e federal de Economia Solidária.
Contribuir para a construção de uma Economia a serviço da vida.
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03. A quem se destina?
A jovens que tenham idade entre 16 e 29 anos
São convidados/as a participar os/as jovens de baixa renda ou envolvidos/as com comércio informal
Jovens com atuação em grupos, comunidades eclesiais
Jovens dos movimentos sociais e empreendimentos solidários
Jovens de grupos de vivência ecumênica
Jovens das associações e cooperativas
04. A metodologia que perpassa as oficinas
As Oficinas Juventude e Economia Solidária estão pautadas numa metodologia que parte dos princípios da educação popular, na produção dialógica da produção do saber e na metodologia emancipadora e participativa e emancipadora. Porque acreditamos que a construção de relações democráticas só podem se dar através do diálogo que acontece no encontro entre diferentes que se reconhecem como sujeitos, e que sentem no espaço que estão abertos para dizer sua palavra.
As Oficinas Juventude e Economia Solidária apresentadas para serem vivenciadas nesta cartilha estão organizadas em 04 blocos com os temas da Introdução à Economia Solidária e a autogestão, A gestão e produção solidária, Captação de recursos para empreendimentos econômicos solidários e a Comercialização e produção solidária.
Cada bloco conta com a presença de um/a ou mais facilitadores/as que têm conhecimento acumulado sobre o assunto e que através de uma dinâmica participativa desenvolve o tema.
Faz parte da metodologia das oficinas a utilização de músicas, dramatização, instrumentos audiovisuais, visitas a cooperativas solidárias,
2realização de feira solidária , trabalhos em grupos, produção de textos e de projetos concretos de economia solidária, sistematização do aprendizado a cada etapa.
05. Elementos fundamentais para a realização das oficinas
5.1 Conhecer a realidade
É urgente pensar uma economia solidária com a juventude
Dentre os diversos problemas que afetam a vida da juventude, o desemprego é um dos mais presentes e, segundo as pesquisas é uma das questões que mais preocupam os/as jovens. Os dados apresentados pelo relatório “Trabalho Decente e Juventude no Brasil”, realizado em conjunto
3pela OIT e CONJUVE , também revelam que os/as jovens se encontram em uma relação de desigualdade no que se refere ao trabalho no Brasil com relação aos adultos. A taxa de desemprego entre os/as jovens é três vezes maior que a de adultos. Segundo o relatório o desemprego entre jovens de 15 a 24 anos é de 17%, em relação aos 22 milhões de jovens economicamente ativos. Enquanto os adultos são de 5,6%.
Os diagnósticos da realidade que envolvem as questões de trabalho e renda juvenil têm demonstrado que a maioria vive em uma situação marcada
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2 As Feiras Solidárias
são espaços que têm o intuito de organizar e tornar permanente as trocas de mercadorias, serviços e saberes para o desenvolvimento de uma comunidade local. O espaço proporciona um ambiente de cooperação entre os “prossumidores” (pessoas que são ao mesmo tempo produtores e consumidores), no lugar da acirrada competição do mercado. Para isso, utiliza-se a MOEDA SOCIAL que visa ser exclusivamente um meio de troca, que só pode ser usada durante as Feiras.3 OIT- Organização
Internacional do Trabalho.4 CONJUV- Conselho
Nacional de Juventude.
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pela pobreza, que se agrava devido ao desemprego que atinge as famílias. Essa realidade, além de deixar os/as jovens e suas famílias mais vulneráveis, os levam, muitas vezes, a aderir aos meios ilícitos de conseguir recursos para sustentação pessoal e familiar, como por exemplo: o tráfico de drogas.
Além dessa realidade, os/as jovens que se encontram em uma situação
de empobrecimento são mais atingidos/as pelo sistema capitalista
neoliberal que nas últimas décadas fez com que as relações e condições
trabalhistas fossem precarizadas, e a exigência de mão de obra qualificada
para o mercado de trabalho faz com que muitos não tenham possibilidade
de se incluir nele.
Diante disso, um movimento em busca da construção de uma outra
forma de produção e distribuição do que se produz tem ganhado força no
país, colocando na pauta das discussões a questão de novas formas de
geração de trabalho e renda, através de uma economia que não paute suas
ações somente no lucro, mas que tenha a Vida no seu centro.
É em vista de, junto com a juventude, pensar e construir novas estratégias
de geração de trabalho e renda para melhorar a qualidade de vida dos/as
jovens e o fortalecimento dos movimentos que lutam por outra economia que
a CAJU propõe esse projeto na perspectiva da Economia Solidária.
5.2 Dica para mobilização juvenil para as oficinas
As Oficinas Juventude e Economia Solidária são um chamado a todas
as pessoas e organizações que acreditam na juventude. Por isso cabe a elas
o papel de motivar e convocar os/as jovens para vivenciar esta temática. O
ato de convidar os/as jovens exige um processo de preparação e tomada de
decisão no investimento de tempo e recursos.
Esse processo de envolver e convidar os/as jovens tem que ser como
namoro, é preciso criar expectativas, desejos, carinho, atenção e presença.
O convite aos jovens tem que ser mais que um “vamos lá”. É necessário
apresentar as possibilidades que o estudo pode gerar na vida dos/as jovens
a partir do seu cotidiano. Mostrar que esta formação é caminho para
encontrar resposta para geração de renda e a inclusão social para o
desenvolvimento justo e solidário.
5.3 A juventude contribuindo para construção de um projeto de
sociedade
A intencionalidade do projeto é maior que a reflexão e o debate.
Envolve as questões da geração de alternativas e construção de posturas
frente ao mercado capitalista como única resposta às necessidades
humanas. Dentro desta perspectiva as oficinas é uma maneira de
possibilitar aos jovens novos horizontes para:
1. A construção coletiva do conhecimento que se dá a partir do
reconhecimento do saber acumulado que cada um/a traz consigo e
que em confronto com novos conhecimentos, se transforma.
2. A mudança de atitude em vista da sociedade que queremos
tendo como princípio que somos construtores/as de uma sociedade
melhor para todas as pessoas e para o planeta, em que as práticas
precisam ser revistas, como a do consumo, reconhecendo-o como
um ato não somente econômico, mas ético e político.
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3. Uma educação que promova autonomia e democracia -
reconhecendo os/as jovens como sujeitos de direitos, inclusive o
direito a uma Economia Solidária.
4. A vivência de uma mística primordial que seja capaz de
sustentar a pessoa a partir de uma esperança ativa e em relação
solidária com a vida, na sua diversidade e em todas as suas
dimensões, tendo em vista uma cultura de paz.
5.4 Princípio da Economia Solidária com a juventude
Para que essa ideia se firme é necessário ter presentes os princípios
que poderão reger uma Economia Solidária que tem a juventude como
contribuidora. Por isso terá presente:
A Economia Solidária
Tudo pela vida.
Solidariedade e fraternidade.
Cooperar e agregar as pessoas a grupos.
Gerar trabalho humano e construtor de vida.
Gerar a partilha de bens e propriedade coletiva.
Autogestão igualitária.
Cuidado com o ambiente e com a natureza.
O Comércio justo e solidário
Estabelecimento de condições de trabalho com práticas de pagamento justo aos/às produtores/as.
Acesso aos créditos e financiamentos.
Informar os/as consumidores/as sobre os objetivos com comércio justo, origem da produção e destinação.
Capacidade organizativa e técnica da produção que agregue valor aos produtos.
Redução de atravessadores e valorização do/a produtor/a.
Promover o desenvolvimento pessoal, comunitário e integral em níveis econômico, organizativo, social, político e cultural.
O Consumo solidário
Redução do consumo de itens inúteis, descartáveis, que despendem dos recursos não renováveis.
Reutilização dos bens, abandonando modismos, adquirindo produtos usados.
Reparação dos bens que se danificam, aumentando sua vida útil.
Reciclagem de tudo que seja possível, reduzindo o descartável e emissão de resíduos.
06. Organização dos temas/oficinasO material que você tem nas mãos é a sistematização dessa
experiência. A cartilha está organizada em 04 blocos, com 13 oficinas,
prontas para serem adaptadas a sua localidade e para que você e seu grupo
possam aproximar-se das reflexões que envolvem a Economia Solidária e a
Juventude e pensar juntos/as projetos de empreendedorismo baseados nos
princípios da Economia Solidária que contribuam para mudar a realidade
dos e das jovens e de suas famílias.
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Este primeiro bloco faz um movimento de olhar para Economia
Solidária a partir de seus conceitos e princípios, convidando os/as jovens
para a construção de novas relações entre as pessoas e com o meio
ambiente. Propomos um movimento de reconhecer como a Economia
Solidária é um contraponto ao capitalismo, à medida que gera novas
possibilidades de ser e estar no mundo e de construir posturas no seu
modo de ser e no projeto pessoal-comunitário de vida.
Os temas abordados neste bloco serão os seguintes: Economia
Solidária: O que é isso? Economia Solidária: o inverso do capitalismo,
Economia Solidária na construção de uma nova sociedade.
Este bloco quer discutir com a juventude a Economia Solidária, a
partir das várias demandas que partem da sua organização e consolidação,
desde a base (que são os empreendimentos solidários) até as leis e lutas
sociais. A Economia Solidária faz parte de uma proposta maior, que é a
consolidação de uma vida solidária e cuidante da vivência concreta e
cotidiana de um outro mundo possível.
Os temas abordados neste bloco serão os seguintes: Empreendimentos
solidários juvenis, Economia Solidária: caminhos de sustentabilidade,
Movimentos Populares e Economia Solidária e Políticas Públicas e
Economia Solidária.
Este bloco quer refletir com a juventude a comercialização solidária e
a prática de consumo responsável, como exercício de poder para contrapor
a economia global. Entender a dinâmica dos espaços de comercialização e
o processo para uma prática de consumo responsável.
Os temas abordados neste bloco serão os seguintes: Comércio Justo e
Solidário, o Consumo solidário como exercício de poder e Feiras de
economia solidária e espaços de comercialização.
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Juventude vivenciando
a economia solidária
BLOCO 1
Juventude na Economia
Solidária: Caminhos na
construção de um outro
mundo possível
BLOCO 2
Juventude na
comercialização
solidária e consumo
responsável
BLOCO 3
Este último bloco tem o objetivo de capacitar jovens para a elaboração
de projetos que potencializem o desenvolvimento local, além de divulgar
ferramentas disponíveis para a captação de recursos para
empreendimentos solidários.
Os temas abordados neste bloco serão os seguintes: Empreendimentos
solidários juvenis, Caminhos para a captação de recursos, Como elaborar
projetos econômicos solidários.
07. Programa das oficinas juventude e economia solidáriaPara que as Oficinas Juventude e Economia Solidária provoquem os
efeitos esperados é essencial que os/as facilitadores/as se encontrem anteriormente e façam um planejamento do caminho a ser percorrido por todo projeto e principalmente em cada oficina. O planejamento antecede as oficinas, para que seja um momento para pensarem juntos/as os temas, objetivos, motivações, passos do encontro e os instrumentos a serem utilizados.
7.1 Definições anteriores
1. Entender a ordem e o porquê dos temas das oficinas
2. Agendar as datas e local em que serão realizadas as oficinas
3. Definir a equipe que irá se envolver com o projeto
4. Divulgar e articular os destinatários das oficinas com os critérios
definidos pelos/as promotores/as... possibilitar que o grupo entenda
onde se quer chegar
5. Treinar e possibilitar que os/as facilitadores/as vivenciem de alguma
forma a proposta antes de aplicá-la.
7.2 Pontos a serem considerados
Preparação do ambiente
Que a preparação do ambiente esteja de acordo com a temática da
oficina. Em cada uma delas já vem uma dica do que deve ter e cuidar.
Neste sentido será de grande importância uma previsão do número de
participantes. Que o ambiente revele e tenha o rosto da juventude, ou seja,
com símbolos, cores, harmonia... cuidar para que não seja amplo a ponto
de causar dispersão ou pequeno demais que impeça a participação.
Materiais Necessários
Cada oficina tem uma lista de material a ser providenciado
antecipadamente. Uma olhada antes possibilita que a oficina aconteça de
forma tranquila.
Acolhida Solidária
Esse é um momento chave da oficina, pois a acolhida carinhosa e
cuidante será a melhor motivação para que os/as jovens se apropriem do
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Juventude na
sustentabilidade
dos empreendimentos
econômicos solidários
BLOCO 4
tema. Além de deixar todos/as à vontade, é o momento de fazer uma pequena
introdução do assunto e ao mesmo tempo dizer dos objetivos que se quer
alcançar. Haverá também um pequeno gesto ou ação para iniciar o debate.
Partilha dos Saberes
É o momento alto da oficina, pois é aqui que a temática será
aprofundada pelos/as participantes através de uma fala inicial dos/as
facilitadores/as, seguida de uma técnica que possibilite a compreensão do
tema acompanhada de um texto de aprofundamento. Concluindo com
músicas populares brasileiras que possibilitem a interação lúdica da reflexão.
Gerando Saberes
É quando acontece a verificação da assimilação da proposta
trabalhada a partir do retomar do caminho percorrido sempre com
perguntas chaves: Qual foi o momento mais importante da oficina? Quais
foram as informações mais importantes? O que tenho que partilhar com
meu grupo/comunidade/amigos/amigas? Concluindo com uma motivação
para socialização deste momento com amigos/as e comunidade.
Caminhos de Solidariedade
Este é o espaço final que busca motivar os/as participantes a
perceberem como cada pessoa tem importância no reconhecer, no saber e
nos gestos práticos cotidianos sobre a Economia Solidária, dentro da
perspectiva da grande ciranda de igualdade de direitos e construção
coletiva. Haverá sempre uma música que facilite a verbalização do que a
experiência tenha gerado em cada um de nós. Concluindo com abraços
coletivos.
08. Capacitação dos/as Facilitadores/as
A capacitação dos/as facilitadores/as tem como finalidade preparar o grupo
que irá acompanhar o debate nas Oficinas Juventude e Economia
Solidária. Quer, antes de tudo, preparar os/as facilitadores/as para o
conhecimento da temática, da metodologia e do acompanhamento dos/as
jovens.
Quem são os/as facilitadores/as?
São pessoas convidadas para trabalhar a temática da Economia Solidária, que tenham facilidade para lidar com grupos, com visão aberta para o jeito de ser e se comportar dos/as jovens. Os/as facilitadores/as buscam contribuir com a temática sem ter uma visão fechada conservadora a ponto de constranger os/as participantes, mas, antes de tudo, estão abertos/as a diferentes formas de pensar e se expressar. São pessoas que acreditam numa outra forma de se organizar da sociedade atual capitalista exploradora.
Objetivos da capacitação
Capacitar facilitadores/as dentro da proposta das Oficinas Juventude e Economia Solidária para serem multiplicadores/as que vão colaborar diretamente na metodologia junto aos/às jovens. Possibilitar o encontro e a troca de experiências que trazem dentro da temática da Economia Solidária e do trabalho em oficinas. Dar a conhecer a cada facilitador/a o projeto das Oficinas de Economia Solidária, com seus objetivos, temáticas e metodologia.
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1ª PARTE
A coordenação faz uma acolhida e entrosamento com o grupo e em seguida motiva o grupo para se apresentar dizendo (nome, de onde vem, que experiência tem no trabalho com jovens e porque aceitou ser facilitador/a). Para dinamizar esse momento poderá ser entregue aos participantes um cartaz em formato de mãos, onde os/as facilitadores/as podem escrever e depois socializar de forma lúdica.
2ª PARTE
Distribuir a cartilha para cada participante para que em dupla possam fazer uma leitura da parte inicial da proposta e em dupla registrarem as impressões e dúvidas para levar para o plenário.
3ª PARTE
Em plenário, cada dupla apresenta suas impressões e questionamentos. A coordenação estará atenta e preparada para responder as questões ou ter atitude de encontrar em conjunto com o grupo as respostas necessárias.
4ª PARTE
Escolher um roteiro de uma oficina e vivenciar todos os passos dela.
5ª PARTE
Juntos levantarem: O que achou da dinâmica proposta? Quais foram as facilidades e dificuldades para entender o caminho? Como fazer para que este momento seja bem vivenciado pelos/as jovens?
6ª PARTE
O grupo faz um breve planejamento das oficinas e de como cada um/a vai se preparar para trabalhar e se envolver no projeto. Tendo presentes os seguintes passos:
a) Quem serão os/as jovens convidados/as para participar das oficinas?b) Como será feito o convite?c) Quem se responsabiliza de organizar os convites?d) Definir e confirmar o dia, local e horários.e) Definir o grupo responsável pela preparação de cada oficina.
7ª PARTE
Combinar como será o registro das oficinas: relatórios, fotos, filmagens para a organização do arquivo.
8ª PARTE
Concluir avaliando como cada um/a se sentiu, em que a facilitação contribuiu para organizar as oficinas e o que falta ser trabalhado para a realização deste projeto.
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01obl cojuventude vivenciando a economia solidária
Este primeiro bloco provoca um
movimento de olhar para a Economia
Solidária a partir de seus conceitos e
princípios, convidando os/as jovens
para a construção de novas relações
entre as pessoas e com o meio ambiente.
Propomos um movimento de reconhecer
como a Economia Solidária é um
contraponto ao capitalismo, à medida
que gera novas possibilidades de ser e
estar no mundo e de construir posturas
no seu modo de proceder e no projeto
pessoal-comunitário de vida.
Os temas abordados neste bloco serão
os seguintes: Economia Solidária:
O que é isso? Economia Solidária:
o inverso do capitalismo e Economia
Solidária na construção de uma
nova sociedade.
16
Tema 1 Economia Solidária: o que é isso?01
Acolhida Solidária
Quem facilita a oficina acolhe os/as participantes de forma atenciosa e
cuidante. Neste momento entregar uma tarjeta e uma caneta.
Quando todos/as estiverem presentes, dar as boas-vindas e dizer do
objetivo da oficina.
Pedir que cada um/a escreva na tarjeta: o que entende por economia.
Perceber como se dá o conceito de economia e como
ele pode ser construído, a partir de olhares
diferenciados sobre os sistemas econômicos.
Objetivos
Tarjetas e canetas para os/as participantes; cópias do
texto sobre economia; CD com as músicas Vilarejo -
Marisa Monte e Amor de Índio - Beto Guedes,
som, letras das músicas para os/as participantes.
Quem facilita a oficina prepara o
ambiente antes da chegada dos/as participantes:
cadeiras em círculo, no centro um símbolo que
tenha ligação com a temática, em um lugar visível
escrever o objetivo da oficina.
Materiais Necessários
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01
eco
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Partilha dos Saberes
Distribuir pela sala, as tarjetas com os conceitos escritos pelos/as
participantes.
Motivar que os/as participantes olhem os diversos conceitos e tentem
identificar semelhanças e diferenças em cada um deles, formando blocos.
Em seguida cada grupo é convidado a conversar sobre um bloco: Em quais
aspectos concordamos com as afirmações aqui escritas? Em que ponto
discordamos? A economia que vivemos no dia a dia é assim ou deveria ser
assim?
Em seguida ler coletivamente o texto abaixo:
5Por que outra economia?
Quando falamos em ECONOMIA estamos nos referindo àquelas
atividades de produção, distribuição, comercialização e consumo de
bens e serviços. O termo economia vem do grego, formado pelas
palavras oikos (casa) e nomos (costumes ou lei). Daí o seu significado
de regras para o cuidado com a casa, com o ambiente onde se vive.
Cuidar significa entender as necessidades da casa, ou seja, das
pessoas que compõem a casa.
Apesar da origem do termo se remeter a uma dimensão da vida
privada (família, da casa), a economia é uma atividade social, ou seja,
ela se realiza na sociedade porque envolve relações que se
estabelecem entre as pessoas de uma comunidade, de uma cidade, de
um país, do mundo - o nosso planeta. Por isso, podemos
compreender a casa de forma mais ampla: o lugar onde vivemos, o
ambiente onde estamos com outras pessoas, com as instituições
(econômicas, políticas, culturais, sociais) e com os outros seres da
natureza.
Podemos compreender melhor o significado da economia como o
conjunto de atividades ou formas sociais de solução da relação entre
necessidades existentes (das pessoas, dos agrupamentos humanos ou
sociedades) e os recursos disponíveis para satisfazê-las.
Um jeito que se tornou comum para pensar a economia parte do
princípio que as necessidades são muitas ou ilimitadas enquanto os
recursos são poucos, ou limitados. Isso significa que a economia se
orienta pela escassez dos recursos. Daí surgiu a compreensão de que
ser econômico (economizar) é ser eficiente, ou seja, fazer mais ou
atender mais necessidades com menos recursos, que são escassos.
Isso até que tem um pouco de sentido. Sabemos, por exemplo, que a
natureza tem limites e que é preciso cuidar bem dela para que a
exploração econômica das riquezas naturais não inviabilize com a
vida do planeta e coloque em risco a vida das gerações presentes e
futuras.
O problema é que nem sempre os recursos disponíveis são
suficientes para atender às necessidades de todos/as, exatamente
17
5 Cartilha: Economia Solidária: Outra Economia a serviço da vida acontece, CONIC e FBES 2010.
porque são concentrados por poucos. Nesse caso, dizer que os
recursos são escassos para a necessidade de muitos, apenas justifica
um modo de organizar a economia da abundância para poucos.
Vamos entender melhor: A forma adotada pelas pessoas e pelas
instituições econômicas, políticas e sociais para solucionar a relação
entre satisfação de necessidades e disponibilidades de recursos
define os SISTEMAS ECONÔMICOS. Estamos nos referindo a
sistemas de organização da produção, distribuição e consumo de
bens e serviços.
Esses sistemas econômicos fazem parte do dia a dia das pessoas, das
nações, do mundo inteiro. Para ficar mais claro, se o sistema
econômico funciona acumulando os recursos (bens, riquezas) para
satisfazer, sobretudo, as necessidades de quem já os possui, ele gera a
desigualdade entre as pessoas, entre os territórios, entre as regiões e
os países. A busca por acúmulo de riquezas gera a morte, inclusive
nas guerras que sempre são geradas por interesses econômicos, a
morte causada pela fome, pelas doenças, pela falta de conhecimentos.
Isso não é novidade porque, com algumas poucas exceções, a
sociedade na qual vivemos funciona exatamente assim.
Após a leitura do texto, continuar a conversa tentando identificar outros
elementos que o grupo percebe ou/e reforça a partir do texto.
Ouvir a música, motivando os/as participantes a relacionarem com a
reflexão.
Vilarejo - Marisa Monte
Há um vilarejo aliOnde areja um vento bomNa varanda, quem descansaVê o horizonte deitar no chão
Pra acalmar o coraçãoLá o mundo tem razãoTerra de heróis, lares de mãe
Paraíso se mudou para lá
Por cima das casas, calFrutas em qualquer quintalPeitos fartos, filhos fortesSonho semeando o mundo real
Toda gente cabe lá
Neste momento quem facilita a oficina, retoma o caminho percorrido e
convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Gerando Saberes
01
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Palestina, Shangri-láVem andar e voaVem andar e voaVem andar e voa
Lá o tempo esperaLá é primaveraPortas e janelas ficam sempre abertasPra sorte entrarEm todas as mesas, pãoFlores enfeitandoOs caminhos, os vestidos, os destinosE essa cançãoTem um verdadeiro amorPara quando você for
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Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Neste momento convidar os/as participantes a se olharem e perceberem a
beleza de cada um/a. Quem facilita a oficina (ou outra pessoa preparada
para esse momento) fala da importância de reconhecer os saberes e
sabores que têm as pessoas. Que a economia precisa ser para as pessoas,
das pessoas, com as pessoas... numa ciranda de igualdade de direitos, na
felicidade, na paixão e na construção coletiva.
Ouvir ou cantar a música:
Amor de Índio - Beto Guedes
Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado
Meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar
Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir teu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo
Convidar os/as participantes a verbalizarem com uma palavra, qual
atitude nova essa experiência da oficina gera em seus corpos.
Despedir uns/umas dos/as outros/as com um abraço coletivo.
Caminhos de Solidariedade
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Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver
No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo.
Acolhida Solidária
Enquanto os/as participantes chegam, colocar uma música de acolhida.
Quando todos/as estiverem presentes, dar as boas-vindas. Caso tenham
pessoas novas apresentar e acolher de forma atenciosa e cuidante. Em
seguida motivar que todos/as digam o nome e um elemento da natureza.
Depois que todos/as se apresentarem dizer do objetivo da oficina.
Tema 2 Economia Solidária: o inverso do capitalismo02
20
ObjetivosOlhar para a Economia Solidária como um contraponto
ao sistema capitalista.
Cartazes para escrever os conceitos e títulos; cópias
do texto sobre os conceitos de economia; CD com as
músicas de acolhida e Guaranis - Gildásio Mendes,
som, letras das músicas para os/as participantes.
Quem estiver facilitando a oficina prepara o ambiente
antes da chegada dos/as participantes: cadeiras em
círculo, no centro um símbolo que tenha ligação com
a temática, em um lugar visível escrever o objetivo
da oficina.
Materiais Necessários
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oEm seguida convidar os/as participantes a fazer uma dança de roda, a partir do refrão:
“Cada vez que eu dou um passo, o mundo sai do lugar”.
Distribuir pela sala, cartazes com alguns conceitos sobre o Capitalismo e Economia Solidária. Observação: Não identificar no cartaz se o conceito é do Sistema Capitalista ou da Economia Solidária.
“as atividades econômicas são acumuladas ou apropriadas por aqueles que possuem bens, capital, recursos e conhecimentos”;
“tem por base a propriedade privada dos bens, dos recursos e, o mais importante de tudo, dos meios ou dos fatores de produção”;
“quem não possui recursos não consegue satisfazer suas necessidades básicas e continua em condições de pobreza”;
“quem não tem bens e recursos tem que vender a sua capacidade de trabalhar para gerar riquezas”;
“impera o desejo pelo lucro, a qualquer preço”...
“existência de interesses e objetivos comuns, a união dos esforços e capacidades”;
“a propriedade coletiva dos bens, a partilha dos resultados e a responsabilidade sobre os possíveis ônus”;
“tipos de organização coletiva que podem agregar um conjunto grande de atividades individuais e familiares”;
“justa distribuição dos resultados alcançados”;
“melhoria das condições de vida dos participantes, nas relações que se estabelecem com o meio ambiente”...
Motivar que os/as participantes escrevam em cada um dos cartazes, se o conceito escrito caracteriza-se como Economia Solidária ou Sistema Capitalista. Cuidar para que a identificação seja resultado de uma reflexão coletiva do grupo.
Quando todos/as tiverem identificado os cartazes, continuar a conversa a partir das perguntas:
Partilha de Saberes
21
Sistema
Capitalista
Economia
Solidária
6Concluir com a leitura do texto abaixo .
É possível, urgente e necessário pensar em outras possibilidades de
organizar a economia que não seja orientada pela ganância, pela sede
de lucros que vão sendo acumulados e geram desigualdade. É
possível satisfazer as necessidades com os recursos que estão
disponíveis. É possível repensar a economia, definindo o que
produzir, quando produzir, em que quantidade produzir e para quem
produzir a partir de outros valores da justiça, da igualdade, da
solidariedade.
A economia pode ser geradora de igualdades, desde que seja
orientada pela justiça social que significa a partilha justa dos bens e
recursos para satisfazer as necessidades de todos/as e não de
alguns/umas.
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho percorrido e
convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Neste momento convidar os/as participantes a retomar a ciranda inicial:
“Cada vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar”.
Partilhar quais são os passos que queremos dar na construção de uma
sociedade cada vez mais solidária.
Cantar a música:
Gerando Saberes
Caminhos de Solidariedade
02
22
A Economia Solidária é um contraponto ao Sistema Capitalista?
Como se dá esta contraposição?
6 Cartilha:
Economia Solidária: Outra Economia a serviço da vida acontece, CONIC e FBES 2010.
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02
Guaranis - Gildásio Mendes
Ah! Quero ouvir as serenatas
Ver crescer as nossas matas e tocar um violão
Ah! Meu amigo vem cantar
Pois o dia vai raiar e morar nesta canção
Ah! Que saudades do poeta,
Do artista e do profeta
Que o tempo eternizou.
Ah! Como eu falei de flores,
Liberdade, beija-flores,
Que meu coração sonhou.
Ah! Ver crianças pelas praças, paz e pipa, pão de graça
Como cheiro de hortelã.
Ah! Água pura ali na fonte
E a gente a olhar os montes, sem ter medo do amanhã.
Ah! O meu lindo continente, que fez do sangue a semente,
Para ver o sol nascer.
Nossas matas tão bonitas,Verdes mares, canto a vida, quando o dia amanhecer.Ah! Quanta luta na fronteira,
Tanta dor na cordilheira, que o Condor não voou.
Ah! Dança e terra Guaranis,
De uma raça tão feliz que o homem dizimou.
Ah! Vou nos passos de um menino,
No meu coração latino a esperança tem lugar.
Ah! Quando bate a saudade,
Abre as asas liberdade, que não para de cantar.
Despedir uns/umas dos/as outros/as com um beijo nas mãos.
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Acolhida Solidária
Quem facilita a oficina acolhe os/as participantes de forma atenciosa e cuidante.
Quando todos/as estiverem presentes, dar as boas-vindas e dizer do objetivo da oficina.
Fazer um exercício de olhar para as mãos e pensar como elas podem transformar o mundo.
Ouvir a música:
Tema 3Economia Solidária na construção de uma nova sociedade03
24
Objetivos
Materiais Necessários
Identificar os princípios da Economia Solidária na
construção de uma nova sociedade.
Pedaços de papel coloridos, CD com a música:
Coração Civil - Milton Nascimento, som, cópias dos
textos para os grupos, papéis grandes para cartazes;
canetas, cópias da música: Latino América - Calle 13.
Quem facilita a oficina prepara o ambiente antes
da chegada dos/as participantes: cadeiras em círculo,
no centro uma bandeira do Brasil e /ou outro símbolo
que tenha ligação com a temática, em um lugar visível
escrever o objetivo da oficina.
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Coração Civil - Milton Nascimento
Quero a utopia, quero tudo e mais
Quero a felicidade nos olhos de um pai
Quero a alegria muita gente feliz
Quero que a justiça reine em meu país
Quero a liberdade, quero o vinho e o pão
Quero ser amizade, quero amor, prazer
Quero nossa cidade sempre ensolarada
Os meninos e o povo no poder, eu quero ver
São José da Costa Rica, coração civil
Me inspire no meu sonho de amor Brasil
Se o poeta é o que sonha o que vai ser real
Vou sonhar coisas boas que a gente faz
E esperar pelos frutos no quintal
Sem polícia, nem milícia, nem feitiço, cadê poder?
Viva a preguiça, viva a malícia que só a gente é que sabe ter
Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida
Eu vou viver bem melhor
Doido pra ver o meu sonho teimoso, um dia se realizar
Ajudar o grupo a pensar e perceber que tipo de grupo e pessoas queremos
formar nas comunidades.
Organizar os/as participantes em dois grupos.
Apesar da diversidade de origem e de dinâmica cultural, são pontos de
convergência no entendimento da Economia Solidária:
A valorização social do trabalho humano.
A satisfação plena das necessidades de todos/as como eixo da
criatividade tecnológica e da atividade econômica.
O reconhecimento do lugar fundamental da mulher e do feminino numa
economia fundada na solidariedade.
A busca de uma relação de intercâmbio respeitoso com a natureza, e os
valores da cooperação e da solidariedade.
A Economia Solidária constitui o fundamento de uma globalização
humanizadora, de um desenvolvimento sustentável, socialmente justo e
voltado para a satisfação racional das necessidades de cada um/uma e de
todos/as os/as cidadãos/ãs da Terra seguindo um caminho intergeracional
de desenvolvimento sustentável na qualidade de sua vida.
O valor central da Economia Solidária é o trabalho, o saber e a
criatividade humanos e não o capital-dinheiro e sua propriedade sob
quaisquer de suas formas.
Partilha dos Saberes Princípios Geraisda Economia
7Solidária
GRUPO 01
7 Carta de princípios da Economia Solidária, junho de 2003, III Plenária Nacional de Economia Solidária.
03
A Economia Solidária representa práticas fundadas em relações de
colaboração solidária, inspiradas por valores culturais que colocam o
ser humano como sujeito e finalidade da atividade econômica, em
vez da acumulação privada de riqueza em geral e de capital em
particular.
A Economia Solidária busca a unidade entre produção e reprodução,
evitando a contradição fundamental do sistema capitalista, que
desenvolve a produtividade, mas exclui crescentes setores de
trabalhadores/as do acesso aos seus benefícios.
A Economia Solidária busca outra qualidade de vida e de consumo, e
isto requer a solidariedade entre os cidadãos do centro e os da
periferia do sistema mundial.
Para a Economia Solidária, a eficiência não pode se limitar aos
benefícios materiais de um empreendimento, mas se define também
como eficiência social, em função da qualidade de vida e da
felicidade de seus membros e, ao mesmo tempo, de todo o
ecossistema.
A Economia Solidária é um poderoso instrumento de combate à
exclusão social, pois apresenta alternativa viável para a geração de
trabalho e renda e para a satisfação direta das necessidades de todos,
provando que é possível organizar a produção e a reprodução da
sociedade de modo a eliminar as desigualdades materiais e difundir
os valores da solidariedade humana.
A Economia Solidária não está orientada para mitigar (tornar brando)
os problemas sociais gerados pela globalização neoliberal.
A Economia Solidária rejeita as velhas práticas da competição e da
maximização da lucratividade individual.
A Economia Solidária rejeita a proposta de mercantilização das
pessoas e da natureza à custa da espoliação do meio ambiente
terrestre, contaminando e esgotando os recursos naturais no Norte
em troca de zonas de reserva no Sul.
A Economia Solidária confronta-se contra a crença de que o mercado
é capaz de autorregular-se para o bem de todos/as, e que a
competição é o melhor modo de relação entre os atores/atrizes
sociais.
A Economia Solidária confronta-se contra a lógica do mercado
capitalista que induz à crença de que as necessidades humanas só
podem ser satisfeitas sob a forma de mercadorias e que elas são
oportunidades de lucro privado e de acumulação de capital.
A Economia Solidária é uma alternativa ao mundo de desemprego
crescente, em que a grande maioria dos trabalhadores não controla
26
A EconomiaSolidária não é
GRUPO 02
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03
nem participa da gestão dos meios e recursos para produzir riquezas
e que um número sempre maior de trabalhadores e famílias perde o
acesso à remuneração e fica excluído do mercado capitalista.
A Economia Solidária nega a competição nos marcos do mercado
capitalista que lança trabalhador contra trabalhador, empresa contra
empresa, país contra país, numa guerra sem tréguas em que todos são
inimigos de todos e ganha quem for mais forte, mais rico e,
frequentemente, mais trapaceiro e corruptor ou corrupto.
A Economia Solidária busca reverter a lógica da espiral capitalista em
que o número dos que ganham acesso à riqueza material é cada vez
mais reduzido, enquanto aumenta rapidamente o número dos que só
conseguem compartilhar a miséria e a desesperança.
A Economia Solidária contesta tanto o conceito de riqueza como os
indicadores de sua avaliação que se reduzem ao valor produtivo e
mercantil, sem levar em conta outros valores como o ambiental,
social e cultural de uma atividade econômica.
A Economia Solidária não se confunde com o chamado Terceiro Setor
que substitui o Estado nas suas obrigações sociais e inibe a
emancipação dos trabalhadores enquanto sujeitos protagonistas de
direitos. A Economia Solidária afirma a emergência de novo/a
ator/atriz social de trabalhadores/as como sujeito histórico.
Motivar que o grupo olhe para cada um dos pontos dos textos e converse
sobre eles, tentando identificar quais pontos são essenciais no
entendimento da Economia Solidária.
Sistematizar em cartazes e trazer para Plenária.
Ampliar a discussão olhando agora para os dois cartazes.
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho percorrido e
convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais
fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Neste momento quem facilita a oficina, motiva que os/as participantes
olhem novamente para as mãos e relembrem como elas podem transformar
o mundo, agora iluminados/as pela experiência da reflexão da oficina.
Gerando Saberes
Caminhos de Solidariedade
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03
Colocar novamente a música: Coração Civil - Milton Nascimento.
Entregar aos/às participantes, papéis coloridos e pedir que cada um/a
escreva nos papéis um sonho de transformação do mundo.
Juntar todos os papéis formando uma bandeira colorida em cima da
bandeira do Brasil que está no centro da sala. Os/as facilitadores/as
motivam o grupo fazendo uma relação com a bandeira do Wiphala
(bandeira dos povos andinos). Ela afirma a igualdade, com vários
quadrados que indicam várias formas de conhecimentos e a diversidade
dos povos do continente.
Juntar as mãos e se possível assistir ao vídeo: Latino América - Calle 13
http://www.youtube.com/watch?v=zX_BMWuZq_I
Alguém do grupo pode recitar alguns trechos da música:
Latino América - Calle 13
Tú no puedes comprar el vientoTú no puedes comprar el solTú no puedes comprar la lluviaTú no puedes comprar el calorTú no puedes comprar las nubesTú no puedes comprar los coloresTú no puedes comprar mi alegríaTú no puedes comprar mis dolores
Trabajo bruto, pero con orgulloAquí se comparte, lo mío es tuyoEste pueblo no se ahoga con marulloY se derrumba yo lo reconstruyotampoco pestañeo cuando te miropara que te recuerde de mi apellidoLa operación Condor invadiendo mi nidoPerdono pero nunca olvidoOye!
Motivar o grupo a trazer alimentos (pães, sucos, café... ) para serem
partilhados na próxima oficina. Dizer que a próxima oficina será sobre os
empreendimentos solidários, por este motivo procurar alimentos que
sejam frutos de trabalhos solidários e populares.
Despedir uns/umas dos/as outros/as com abraços.
Vamos camimandoAquí se respira luchaVamos caminandoYo canto porque se escuchaVamos caminandoAquí estamos de pieQue viva la américa!No puedes comprar mi vida...
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02obl cojuventude na economia solidária: caminhos na
construção de um outro mundo possívelEste bloco quer discutir com a
juventude a Economia Solidária, a
partir das várias demandas que partem
da sua organização e consolidação,
desde a base (que são os
empreendimentos solidários) até as leis
e lutas sociais. A Economia Solidária,
faz parte de uma proposta maior, que é
a consolidação de uma vida solidária e
cuidante, da vivência concreta e
cotidiana de um outro mundo possível.
Os temas abordados neste bloco serão
os seguintes: Empreendimentos
solidários juvenis, Economia Solidária:
caminhos de sustentabilidade,
Movimentos Populares e Economia
Solidária e Políticas Públicas e
Economia Solidária.
04Tema 4Empreendimentos solidários juvenis
Acolhida Solidária
Quem facilita a oficina acolhe os/as participantes de forma atenciosa e
cuidante.
30
Perceber como a Economia Solidária se dá nos
empreendimentos econômicos solidários e como essa
prática traz novos elementos para os projetos de vida
dos/as envolvidos/as.
Cartaz, canetas, cópias do texto com o relato da visita,
CD com a música Cio da Terra - Milton Nascimento,
som, letra da música para os/as participantes, pães e
café ou sucos.
Quem facilita a oficina prepara o ambiente antes da
chegada dos/as participantes: cadeiras em círculo,
no centro colocar os alimentos e outro símbolo que
tenha ligação com a temática; em um lugar visível
escrever o objetivo da oficina.
Objetivos
Materiais Necessários
04
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Quando todos/as estiverem presentes, dar as boas-vindas. Caso tenham
pessoas novas apresentar todos/as pedindo para dizer o nome,
comunidade, bairro ou grupo que participa. Depois que todos se
apresentarem dizer do objetivo da oficina.
Fazer uma brincadeira de roda ou uma dança circular.
Organizar os/as participantes em pequenos grupos. Motivar que, nos
grupos, eles/as façam a leitura do relato da visita dos/as jovens que
participaram do projeto Juventude e Economia Solidária, da Casa da
Juventude, ao Empreendimento Econômico Solidário: Nutri Vida, em 2010.
8Partilha da visita a Nutri Vida
Os/As jovens participantes da Oficina Juventude Economia Solidária
da Casa da Juventude, visitaram a Cooperativa de Panificação Nutri
Vida que funciona no Jardim Dom Fernando, em Goiânia/GO. A
Cooperativa é um espaço de extensão da Pontifícia Universidade
Católica de Goiás - PUC-GO. Esse empreendimento econômico
solidário é constituído por mulheres moradoras do bairro. Os/As
jovens conheceram a organização da produção, os espaços, a rotina
da cooperativa... São seis mulheres que trabalham atualmente e os
principais produtos produzidos são pães, cucas e bolachas de
variados sabores, que são enriquecidos com fibras e sementes.
A cooperativa surgiu em 2002 com o incentivo da Pastoral da Criança
que percebeu a necessidade de se fazer um pão enriquecido para
alimentar as crianças subnutridas. Os ingredientes eram inicialmente
levados de casa pelas mães que passaram a trabalhar na cooperativa.
Os pães eram vendidos na comunidade, mas houve resistência e
pouca aceitação. Hoje os alimentos são vendidos em supermercados,
na própria cooperativa, na PUC-GO e em outros espaços de
comercialização... Dona Lourdinha, uma das cooperadas, contou ao
grupo que muitas mulheres desistiram do projeto por acomodação,
por não terem a permissão de seus maridos para trabalharem, ou
ainda por falta de um retorno financeiro satisfatório. Na cooperativa
as tarefas são divididas coletivamente. Antes havia um rodízio das
funções, mas como o grupo foi reduzindo, foram sendo determinadas
tarefas fixas para cada cooperada. A cooperativa foi registrada sob um
número de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), porém, hoje,
a diretoria está inativa.
As cooperadas participam de encontros de formação e eventos que
debatem a Economia Solidária na busca por alternativas aos desafios
enfrentados e integram o Fórum Goiano de Economia Solidária. Há
também um espaço de formação semanal nas reuniões de avaliação e
debates sobre o relacionamento das trabalhadoras. Segundo as
cooperadas um dos problemas enfrentados é a dificuldade que as
mulheres têm de se verem responsáveis pelo empreendimento. Isso é
Partilha dos Saberes
31
8 Experiência sistematizada pela educadora Bruna Junqueira.
04
reflexo da cultura assistencialista fortemente presente. O modo
capitalista de pensar e compreender o mundo latente no cotidiano
dificulta bastante o desenvolvimento do empreendimento.
A partilha dos rendimentos divide-se por horas trabalhadas. Hoje a
padaria ainda não consegue separar o fundo de reserva. Preocupa-se
pouco com o futuro, atendendo-se apenas às necessidades imediatas.
Quanto à matéria-prima, há fornecedores parceiros que cobrem os
valores das pesquisas de preço.
Diante de tantas dificuldades as cooperadas também partilharam o
que as motivava a continuar trabalhando naquele empreendimento. E
então, todos se emocionaram com os relatos de transformação e
superação daquelas mulheres que descobriram um outro mundo, a
possibilidade de viverem melhor, a partir do contato com a Economia
Solidária e do trabalho na Cooperativa. A possibilidade de
crescimento do projeto, o trabalho coletivo, a qualidade dos produtos,
o ambiente de trabalho, a autonomia, os estudos, a luta contra a
violência doméstica, as descobertas de direitos, tudo isso motiva as
trabalhadoras.
Todos/as saíram muito sensibilizados/as e dispostos/as a contribuir de
alguma maneira. As cooperadas convidaram o grupo para auxiliá-las
inicialmente nas vendas e na divulgação do projeto. A conversa
terminou com muitas cucas, pães e bolachas que alimentaram o
grupo durante todo o final de semana da oficina, na Casa da
Juventude.
Após a leitura os/as participantes são motivados/as a conversar sobre essa
experiência: perceber os avanços e os limites da Nutri Vida.
Motivar também que os/as participantes partilhem e se conhecem outras
experiências.
Na Plenária sintetizar as ideias.
O grupo poderia pensar em uma visita a algum empreendimento
econômico solidário. (No site http://www.fbes.org.br podem encontrar um
buscador que fareja empreendimentos).
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho
percorrido e convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina
ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
Gerando Saberes
32
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através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Neste momento quem facilita a oficina (ou outra pessoa preparada para
esse momento) retoma a memória das mulheres que fazem da Nutri Vida
seu projeto de vida, gerando vida e oferecendo pães, cucas, bolachas, ricas
de histórias e sementes e fibras... Retomar as histórias e ancestralidades
dos alimentos que vão partilhar.
Motivar o grupo a recordar quais são as pessoas que nos restitui a vida,
que ressignificam nossas práticas, que geram resistência...
Após a partilha ouvir a música:
Cio da Terra - Milton Nascimento
Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão
Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão
Partilhar os alimentos que o grupo trouxe.
Despedir uns/umas dos/as outros/as com abraços e beijos solidários.
Caminhos de Solidariedade
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05Tema 5Economia Solidária: caminhos de sustentabilidade
Acolhida Solidária
Enquanto os/as participantes estiverem chegando, colocar uma música de
acolhida. Caso tenha pessoas novas apresentar pedindo para dizer o nome.
Em seguida o grupo todo acolhe as pessoas que estão chegando com um
abraço coletivo. Depois dizer do objetivo da oficina.
Quem facilitar a oficina deseja as boas-vindas e retoma o objetivo.
34
ObjetivosPerceber a Economia Solidária, como um caminho que
gera possibilidades de viver em diálogo com as pessoas,
o ambiente e consigo mesmo, gerando sustentabilidades.
Cópias dos textos, CD com a música: Absurdo -
Vanessa da Mata, som, letra da música para
os/as participantes.
Quem facilita a oficina prepara o ambiente antes da
chegada dos/as participantes: cadeiras em círculo,
no centro um símbolo que tenha ligação com a temática,
em um lugar visível escrever o objetivo da oficina.
Materiais Necessários
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Em seguida convidar os/as participantes a fazer um exercício de
respiração, percebendo que o universo está todo interligado, que apesar da
aparente desordem, somos uma só força que gera comunhão, todos nós,
todo o universo. Pensar nessa força que gera comunhão como o Amor
Incondicional.
Num grande cartaz escrever a palavra SUSTENTABILIDADE, pedir que
os/as participantes escrevam ou/e desenhem em torno da palavra
elementos que remetem à sustentabilidade.
Durante a construção do cartaz colocar a música:
Absurdo - Vanessa da Mata
Havia tanto pra lhe contarA naturezaMudava a forma o estado e o lugarEra absurdo
Havia tanto pra lhe mostrarEra tão beloMas olhe agora o estrago em que está
Tapetes fartos de folhas e floresO chão do mundo se varre aquiEssa ideia do natural ser sujoDo inorgânico não se faz
Destruição é reflexo do humanoSe a ambição desumana o serEssa imagem infértil do desertoNunca pensei que chegasse aqui
Autodestrutivos,Falsas vítimas nocivas?
Havia tanto pra aproveitarSem poderioTantas histórias, tantos saboresCapins dourados
Havia tanto pra respirarEra tão finoNaqueles rios a gente banhava
Desmatam tudo e reclamam do tempoQue ironia conflitante serDesequilíbrio que alimenta as pragasAlterado grão, alterado pão
Sujamos rios, dependemos das águasTanto faz os meios violentosLuxúria é ética do perverso vivoMorto por dinheiro
Partilha dos Saberes
05
Cores, tantas coresTais belezasForam-seVersos e estrelasTantas fadas que eu não vi
Falsos bens, progresso?Com a mãe, ingratidãoDeram o galinheiroPra raposa vigiar
Ler em voz alta tudo que os/as participantes escreveram, estabelecer um
diálogo sobre os significados dessas palavras e como estão relacionadas
com a sustentabilidade.
Alargar a reflexão com a leitura dos seguintes textos:
Respeitar a Terra e a vida em toda a sua diversidade.
Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e
amor.
Construir sociedades democráticas que sejam justas,
participativas, sustentáveis e pacíficas.
Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as
futuras gerações.
Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da
Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e
pelos processos naturais que sustentam a vida.
Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de
proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado,
assumir uma postura de precaução.
Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que
protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos
humanos e o bem-estar comunitário.
Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a
troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e
ambiental.
Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos
os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma
equitativa e sustentável.
9 A Carta da Terra
é uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica.
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9Carta da TerraTexto 01
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Afirmar a igualdade e a equidade de gêneros como pré-
requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o
acesso universal à educação, assistência à saúde e às
oportunidades econômicas.
Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a
viver em ambiente natural e social capaz de assegurar a
dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual,
concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e
minorias.
Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e
proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no
exercício do governo, participação inclusiva na tomada de
decisões e acesso à justiça.
Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da
vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para
um modo de vida sustentável.
Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
Promover uma cultura de tolerância, não-violência e paz.
“A categoria sustentabilidade é central para a cosmovisão
ecológica e, possivelmente, constitui um dos fundamentos do
novo paradigma (modelo) civilizatório que procura harmonizar
ser humano, desenvolvimento e Terra, entendida como Gaia.
Comumente a sustentabilidade vem acoplada ao
desenvolvimento. Oficialmente o conceito desenvolvimento
sustentável foi usado pela primeira vez na Assembleia Geral das
Nações Unidas em 1979. Foi assumido pelos governos e pelos
organismos multilaterais a partir de 1987 quando, depois de
quase mil dias de reuniões de especialistas convocados pela
ONU, sob a coordenação da primeira ministra da Noruega Gro
Brundland, se publicou o documento Nosso Futuro Comum. É
lá que aparece a definição tornada clássica: "sustentável é o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem
comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas
próprias necessidades".
Motivar que os/as participantes conversem como esses dois textos
iluminam a compreensão de sustentabilidade e quais passos precisam
ser dados para garantir um mundo mais sustentável.
Concluir escrevendo novas palavras no cartaz, que os textos provocam.
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10A história da sustentabilidadeTexto 02
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10 A história da sustentabilidade, Leonardo Boff.
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Gerando Saberes
Caminhos de Solidariedade
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho percorrido e
convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais
fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Neste momento convidar os/as participantes a dar as mãos e sentir a
energia que emana da outra pessoa, retomar que nós somos um todo, que
viemos da mesma fonte de energia e de vida. Pensar na sustentabilidade do
universo, da vida no planeta, das nossas relações.
Uma menina lê a motivação abaixo:
Despedir uns/umas dos/as outros/as com uma roda de beijos no rosto.
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Assumimos um compromisso importante conosco,
com as pessoas que estão a nossa volta, com aqueles/as
que se encontram distantes, com as próximas gerações:
Comprometermo-nos com a vida, onde e como quer
que ela se manifeste... Com a sustentabilidade da
natureza, das pessoas, das relações... com mulheres e
homens críticos, criativos e cuidantes, assumimos
consolidar um outro mundo possível.
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Objetivos
Tema 6Movimentos populares e
economia solidária
39
06
Acolhida Solidária
Quem facilita a oficina acolhe os/as participantes, entregando fitas
coloridas, onde está escrito: “nas cirandas do povo está nascendo um
mundo novo”.
Discutir a Economia Solidária, como movimento
social na luta por garantia de direitos e na construção
de “Um outro mundo possível”.
Fitas coloridas com a frase: “nas cirandas do povo está
nascendo um mundo novo”, tarjetas com o nome dos
movimentos sociais, cartaz grande onde está escrito
Movimento Popular de Economia Solidária, cópias dos
textos, CD com a música: Bandeira de Luta - Antônio
Cidadão, som, letra da música para os/as participantes.
Quem estiver facilitando a oficina prepara o ambiente
antes da chegada dos/as participantes: cadeiras em
círculo, no centro um símbolo que tenha ligação com a
temática, em um lugar visível escrever o objetivo
da oficina.
Materiais Necessários
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Quando todos/as estiverem reunidos/as acolher os/as participantes e
retomar a oficina anterior e o objetivo desta oficina.
Em seguida dançar a Ciranda da Lia:
Ciranda da Lia
Esta ciranda quem me deu foi LiaQue mora na ilha de Itamaracá (repete 2x)Estava na beira da praia, ouvindo asPancadas do mar (repete 2x)Ó cirandeiro, ó cirandeiro óA pedra do teu anel brilhaMais do que o sol (repete 2x)
Distribuir pela sala várias tarjetas escritas: “Movimento dos/as
Trabalhadores/as Sem Terra, Movimento das Mulheres Camponesas,
Movimento de Meninos/as de Rua, Movimento LGBT, Movimento
Indigenista, Movimento Feminista, Movimento de Cultura Popular,
Movimento Estudantil...”
Motivar que os/as participantes conversem o que esses movimentos têm
em comum; quais são suas lutas e reivindicações.
Em seguida quem facilita a oficina traz um cartaz onde está escrito:
“Movimento Popular de Economia Solidária”, pede que os/as
participantes coloquem as tarjetas sobre o cartaz e diga como esses
movimentos podem assumir (ou estão assumindo) a Economia Solidária,
nas suas lutas e enfrentamentos.
Alargar a reflexão com a motivação abaixo:
Motivar a reflexão a partir da questão: Como a gente enxerga a relação
entre os movimentos sociais? Para onde eles convergem?
Concluir com a música:
Bandeira de Luta - Antônio Cidadão
Traga a bandeira de lutaDeixa a bandeira passarEssa é a nossa condutaVamos unir pra mudar.
Partilha dos Saberes
As práticas da Economia Solidária fazem parte da luta dos movimentos
sociais, pela igualdade nas relações sociais, raciais e de gêneros. A luta pela
promoção da diversidade e igualdade nas relações é um dos principais
enfrentamentos dos atores/atrizes da Economia Solidária no Brasil. Nesse
sentido, a inclusão das temáticas sociais e populares, dos movimentos sociais
contribui para pensar e entender a Economia Solidária como um grande
movimento popular, que busca numa rede de parcerias a consolidação de um
outro mundo possível, urgente e necessário.
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Deixa fluir a esperança porqueNa lembrança vamos resgatarGuardada bem na memóriaA nossa história vai continuar
Bate cundum na bandeira, ôbate cundum da mudança chegou.É na roça na cidade,na sociedade sou trabalhador.
Você jovem consciente,ajude a gente a se organizar.Buscando a cidadania,e no dia a dia vamos chegar lá
Somos da história sujeitose nossos direitos não podem acabar,os sonhos de busca,de paz e justiça vão continuar
Neste momento quem estiver facilitando a oficina retoma o caminho
percorrido e convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram
mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também a
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Neste momento motivar o grupo a formar uma mandala com o nome dos
movimentos sociais, coletivamente.
Em seguida retomar a Ciranda da Lia.
Fazer a leitura do texto:
“O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que
elas venham até você” (Mário Quintana).
Despedir uns/umas dos/as outros/as com a troca das fitas que foram
entregues no início da oficina, a ideia é cada um/a colocar a fita em outra
pessoa.
Gerando Saberes
11Caminho de Solidariedade
11 Mandala é uma palavra sânscrita, que significa círculo. Mandala também possui outros significados, como círculo mágico ou concentração de energia. Universalmente a mandala é o símbolo da totalidade, da integração e da harmonia.
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07Tema 7Políticas Públicas e Economia Solidária
Acolhida Solidária
Quem facilita a oficina acolhe os/as participantes, entregando cédulas de
votação.
Quando todos/as estiverem reunidos/as acolher os/as participantes e
retomar a oficina anterior e o objetivo desta oficina.
42
Objetivos
Discutir a Economia Solidária como política pública
na construção de “um outro mundo possível”.
Cédulas de votação, uma urna, músicas: Brasil -
Cazuza e Ordem e Progresso - Zé Pinto, bandeira do
Brasil; tintas e canetas, cópias do texto, som,
letras das músicas para os/as participantes.
Quem estiver facilitando a oficina prepara o ambiente
antes da chegada dos/as participantes: cadeiras em
círculo, no centro um símbolo que tenha ligação com
a temática, em um lugar visível escrever
o objetivo da oficina.
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Quem facilita a oficina coloca no centro da sala uma urna e convida os/as
jovens a votarem. Deixar que os/as jovens perguntem entre si: Em quem
votar? Votar pra quê? Garantir o quê com o voto? Deixar que essas
perguntas sejam feitas pelos jovens, não intervir.
Colocar a música:
Brasil - Cazuza
Não me convidaramPra esta festa pobreQue os homens armaramPra me convencerA pagar sem verToda essa drogaQue já vem malhadaAntes de eu nascer...
Não me ofereceramNem um cigarroFiquei na portaEstacionando os carrosNão me elegeramChefe de nadaO meu cartão de créditoÉ uma navalha...Brasil!Mostra tua caraQuero ver quem pagaPra gente ficar assim
Iniciar a conversa perguntando qual foi a impressão que os/as participantes
tiveram com a experiência de serem orientados/as a votar sem explicações
nenhuma. Isso acontece de fato? O processo eleitoral se dá dessa maneira,
ou não?
Em seguida olhar para urna de votação e descobrir em que os/as
participantes votaram. Conversar um pouco sobre as questões que
aparecem na urna.
Quem estiver facilitando a oficina dizer da importância de olharmos para a
Economia Solidária, na perspectiva de uma Política Pública de Economia
Solidária, na relação que ela tem com o voto, com o processo eleitoral.
Fazer coletivamente a leitura do texto:
12Concepção da Política Pública de Economia Solidária
A economia popular solidária no Brasil é uma estratégia surgida
no âmago de resistências e lutas sociais contra o desemprego e a
pobreza, composta por atividades econômicas cujo primado é o do
trabalho sobre o capital, de caráter associativo e autogestionário,
que produzem trabalho e riqueza e que podem promover a
Partilha dos Saberes
Brasil!
Qual é o teu negócio?
O nome do teu sócio?
Confia em mim...
Não me sortearam
A garota do Fantástico
Não me subornaram
Será que é o meu fim?
Ver TV a cores
Na taba de um índio
Programada
Pra só dizer "sim, sim"
Grande pátria
Desimportante
Em nenhum instante
Eu vou te trair
Não, não vou te trair...
12 Diretrizes para uma Política Pública de Economia Solidária no Brasil: contribuição da rede de gestores – Ângela Schwengber.
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44
inclusão e o desenvolvimento econômico, social e cultural com
maior sustentabilidade, equidade e democratização.
É um setor que tem ficado invisível para o Estado e suas políticas.
O Estado brasileiro está arquitetado para promover o
desenvolvimento capitalista e todos os seus instrumentos e
mecanismos para diagnosticar, planejar, executar e avaliar
políticas - não enxergam outras estratégias econômicas que não
funcionem nesta mesma lógica. Portanto, a economia dos setores
populares, arquitetada sobre outras bases, é vista como residual,
subordinada e, quando muito, com méritos compensatórios aos
impactos das crises do capitalismo. Desta forma, é uma economia
que tem se difundido apenas com estratégias próprias ou com
apoio de políticas públicas residuais ou inadequadas, o que lhes
dá poucas oportunidades de romper os círculos de reprodução da
pobreza ou de precária sobrevivência.
O estabelecimento de políticas públicas de fomento à Economia
Solidária torna-se parte da construção de um Estado Republicano
e Democrático, pois reconhece a existência destes novos sujeitos
sociais, novos direitos de cidadania e de novas formas de
produção, reprodução e distribuição social, além de propiciar o
acesso aos bens e recursos públicos para seu desenvolvimento, tal
qual permite a outros segmentos sociais.
O papel do Estado frente à Economia Solidária é o de dar-lhe
propulsão por meio de políticas públicas que disponham de
instrumentos e mecanismos adequados para o reconhecimento e o
fomento deste setor.
O fomento à economia popular solidária é uma política de
desenvolvimento, portanto, não deve ser relegada às políticas de
corte assistencial ou compensatório, antes pode ser alavanca
emancipatória também para beneficiários destas. Por ser política
de desenvolvimento e por voltar-se para um público-alvo que
historicamente tem ficado excluído ou que vem progressivamente
ampliando os graus de pobreza e exclusão social, esta política
demanda ações transversais que articulem instrumentos das várias
áreas (educação, saúde, trabalho, habitação, desenvolvimento
econômico, saúde e tecnologia, crédito e financiamento, entre
outras) para criar um contexto efetivamente propulsor da
emancipação e sustentabilidade.
É também fundamental, que as políticas de fomento à economia
popular solidária percebam a diversidade dos sujeitos desta
economia e da diversidade de suas demandas. Desta forma, é
necessário estruturar uma política que permita um acesso
múltiplo e escalonado aos seus instrumentos e mecanismos,
atingindo patamares cada vez mais sustentáveis de
desenvolvimento e pertencimento social. São necessárias políticas
que promovam a redistribuição de renda, bens e recursos, que
permitam acesso aos direitos sociais e que promovam o
desenvolvimento econômico.
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Finalmente, as políticas de fomento à economia popular solidária
devem reconhecer e fortalecer a organização social dos
trabalhadores e a constituição do sujeito político deste setor,
elementos fundamentais para a institucionalização dos direitos e
para o fortalecimento das esferas públicas democráticas no país.
Nessa direção, o controle social das políticas públicas é questão de
princípio e deve ser processual e permanente.
Objetivos da Política Pública
Uma política pública de fomento à economia popular solidária
deve perseguir pelo menos os seguintes objetivos:
Contribuir para a concretização dos preceitos constitucionais
que garantam aos cidadãos e cidadãs o direito a uma vida digna.
Contribuir para a erradicação da pobreza, para a inclusão
social e para a equidade de gênero e etnia.
Contribuir para a promoção e ampliação das oportunidades e
a melhoria das condições de trabalho e renda.
Reconhecer e fomentar as diferentes formas organizativas da
economia popular solidária.
Contribuir para a promoção do desenvolvimento e da
sustentabilidade socioeconômica e ambiental.
Contribuir para dar visibilidade e ampliar a legitimidade da
economia popular solidária.
Criar mecanismos legais que viabilizem o acesso da economia
popular solidária aos instrumentos de fomento.
Promover a integração e a inter-setorialidade das várias
políticas públicas que possam fomentar a economia popular
solidária nos e entre os entes federados do Estado.
Fortalecer e estimular a organização e participação social e
política dos trabalhadores da economia popular solidária.
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho percorrido e
convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
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Caminhos de Solidariedade
Neste momento colocar no centro da sala a bandeira do Brasil, motivar que
os/as participantes escrevam na bandeira quais os sonhos que têm para o
Brasil.
Colocar a música:
Ordem e progresso - Zé Pinto
Esse é o nosso paísEssa é a nossa bandeiraÉ por amor a essa pátria Brasil Que a gente segue em fileira
Queremos que abrace essa terraPor ela quem sente paixãoQuem põe com carinho a sementePra alimentar a nação
Amarelos são os campos floridosAs faces agora rosadas Se o branco da paz se irradiaVitória das mãos calejadas
Queremos mais felicidadesNo céu deste olhar cor de anilNo verde esperança sem fogo Bandeira que o povo assumiu
A ordem é ninguém passar fomeProgresso é o povo felizA Reforma Agrária é a voltaDo agricultor à raiz
Os/As participantes tomam a bandeira nas mãos e alguém faz a leitura:
Hino do Fórum Social Mundial:
Caminhando nesta estrada, lado a lado, vamos lá!Construir um novo mundo, e o planeta transformar.Com humanidade, solidariedade, nós vamos vencer!Com muita coragem, esta nossa luta pode nos dizer... Outro mundo possível queremos viver!
Despedir uns/umas dos/as outros/as com beijos e abraços solidários.
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03obl cojuventude na comercialização
solidária e no consumo responsávelNeste bloco vamos refletir com a
juventude a comercialização solidária
e a prática do consumo responsável
como exercício de poder para
contrapor a economia global. Entender
a dinâmica dos espaços de
comercialização e o processo para
uma prática do consumo responsável.
Os temas abordados neste bloco serão
os seguintes: Comércio Justo e
Solidário, o Consumo solidário como
exercício de poder e Feiras de
economia solidária e espaços de
socialização.
Tema 8Comércio justo e solidário08
Acolhida Solidária
Quem facilita a oficina acolhe os/as participantes. Se tiver pessoas
participando pela primeira vez, motivar que todos/as digam o nome,
comunidade, grupo.
48
ObjetivosAnalisar o conceito de comércio e sua finalidade na
dinâmica da economia e de como a comercialização
solidária se dá em sua prática como potencialidade
de mudança no modelo de economia.
Tarjetas e canetas para os/as participantes, cópias do
texto, música: Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias -
Vanessa da Mata, som, letra da música para
os/as participantes.
Quem facilita a oficina prepara o ambiente
antes da chegada dos/as participantes: cadeiras em
círculo, no centro um símbolo que tenha ligação com a
temática, em um lugar visível escrever o objetivo
da oficina.
Materiais Necessários
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Quando todos/as estiverem reunidos/as dizer do objetivo da oficina.
Pedir para que os/as participantes se organizem em duplas e formem duas
rodas, uma dentro e outra fora. Pedir para que as pessoas da roda de
dentro gire para o sentido anti-horário e diga para o/a companheiro/a da
frente o que é comércio. Fazer isto até completarem o círculo. Após este
momento pedir para que os/as participantes da roda de fora verbalizem o
que é solidariedade.
Quando todos/as terminarem, pedir para que escrevam na tarjeta o que é
comércio. O que é solidariedade.
Distribuir pela sala as tarjetas com os conceitos escritos pelos/as
participantes.
Motivar que os/as participantes partilhem seus conceitos formulados sobre
comércio e solidariedade.
Em seguida ler coletivamente o texto.
13Os princípios e objetivos do comércio justo
Fins éticos, com o respeito e a preocupação pelas pessoas e pelo
ambiente, colocando as pessoas acima do lucro.
O estabelecimento de boas condições de trabalho, e o pagamento
de um preço justo aos/às produtores/as, um preço que assegure
um rendimento digno, a proteção ambiental e a segurança
econômica.
O fornecimento de informação ao consumidor sobre os objetivos
do Comércio Justo, a origem dos produtos ou serviços, sobre os
produtores e a estrutura de preços.
A promoção de atividades de sensibilização e de campanhas,
tanto junto aos consumidores (para realçar o impacto das suas
decisões de compra), quanto junto às organizações (para provocar
mudanças nas regras e práticas do comércio internacional).
A proteção e a promoção dos direitos humanos, nomeadamente o
das mulheres, crianças e povos indígenas, bem como a igualdade
de oportunidades entre mulheres e homens.
A proteção do ambiente e a promoção de um desenvolvimento
sustentável.
O estabelecimento de relações comerciais estáveis e de longo
prazo.
A produção tão completa quanto possível dos produtos
comercializados no país de origem.
Partilha dos Saberes
13 Cartilha: Comércio Justo e Solidário. Série Trocando ideias caderno 01 / Instituto Marista de Solidariedade.
50
Respeito à identidade cultural dos/as produtores/as, com a
produção e desenvolvimento de produtos próprios à tradição
cultural dos trabalhadores/as.
Ampliar as oportunidades de comercialização para produtores
vulnerabilizados, pagando um preço justo por seus produtos e
serviços.
Gerar consciência nos consumidores acerca do poder que têm de
atuar em favor de intercâmbios econômicos mais justos.
Após a leitura do texto, retomar o tema tentando identificar os aspectos do
comércio solidário, seu conceito e suas características.
Partilhar: Como traduzir esses princípios para a vida cotidiana? Como
enxergamos o consumo?
Concluir esse momento com a música:
Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias - Vanessa da Mata
Vá, Didi, vá comprar leite e açúcar
No mercadinho que é mais perto
Quer bolo de fubá
Mas não ajuda
Vá de bicicleta, de bicicleta (2x)
É simpatia contra dispersão
Rejeição, desilusão
As sete ervas dos bons caminhos
Arruda ajuda
Quem disse que faniquito não cura
Quem disse que açúcar e afeto não podem curar
A vó dizia que era perfeição
Tradição e evolução
Era o bolo que todos gostavam
Do Flamengo ao Corinthians
E a molecada espalhada voltava
Tinha o dom de agregar quem brigava
Traz amor em três dias
Ou o seu dinheiro de volta
É simpatia contra dispersão
Rejeição, desilusão
As sete ervas dos bons caminhos
Arruda ajuda
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Gerando Saberes
Caminhos de Solidariedade
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho
percorrido e convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina
ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Neste momento convidar os/as participantes a se aproximarem e olhar
para os olhos do/a companheiro/a que estiver ao lado e perceber a beleza
do olhar do/a outro/a.
Convidar os/as participantes a verbalizarem com uma palavra, para o/a
companheiro/a do lado, qual atitude nova essa experiência da oficina gera
no corpo.
Despedir uns/umas dos/as outros/as com um abraço. 08
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Tema 9Consumo solidário como exercício de poder09
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Acolhida Solidária
Enquanto os/as participantes estiverem chegando, colocar a música:
ObjetivosPerceber a prática do consumo solidário como exercício
de poder para a transformação da realidade econômica
global. Sendo uma ferramenta política de contraposição
à exploração de seres humanos, concentração de
riquezas e destruição do planeta (capitalismo).
Materiais NecessáriosPapel e canetas coloridas, cópias do texto consumo
solidário, som, CD com a música Comida - Titãs.
Quem facilita a oficina preparar o ambiente antes da
chegada dos/as participantes: cadeiras em círculo, no
centro um arranjo de flores ou outro símbolo, em um
lugar visível escrever o objetivo da oficina.
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a gente não quer só comer,a gente quer comer e quer fazer amor.a gente não quer só comer,a gente quer prazer pra aliviar a dor.a gente não quer só dinheiro,a gente quer dinheiro e felicidade.a gente não quer só dinheiro,a gente quer inteiro e não pela metade.bebida é água.comida é pasto.você tem sede de quê?você tem fome de quê?
Comida - Titãs
Desejo... Vontade... Necessidade...
Bebida é água.comida é pasto.você tem sede de quê?você tem fome de quê?a gente não quer só comidaa gente quer comida, diversão e arte.a gente não quer só comida,a gente quer saída para qualquer parte.a gente não quer só comida,a gente quer bebida, diversão, balé.a gente não quer só comida,a gente quer a vida como a vida quer.
bebida é água.comida é pasto.você tem sede de quê?você tem fome de quê?
Quando todos/as estiverem reunidos/as acolher os/as participantes e dizer
do objetivo da oficina.
Convidar os/as participantes a escreverem no papel 30 produtos que
consideram indispensáveis no consumo do dia a dia.
Convidar os participantes a fazerem leitura coletiva dos textos a seguir:
14O que é consumo?
Associa-se ao consumo o gasto, uso, emprego ou fruição de um
bem ou serviço. Ele pode ser dividido em dois tipos: consumo
produtivo e consumo final:
O consumo produtivo: refere-se ao consumo de matérias-
primas, energia, força de trabalho etc.
O consumo final: é a consumação do produto, a fruição de
bem ou serviço. Por exemplo, o consumo de um pedaço de
bolo no café da manhã. Trata-se da etapa final ou do momento
de acabamento do processo produtivo. Em se tratando do
consumo de mercadorias é precedido pelas etapas de
produção, armazenagem, distribuição e comercialização.
É em função do consumo, tanto o final quanto o produtivo, que o
processo de produção é geralmente organizado. Nas sociedades
capitalistas, entretanto, o consumo acaba sendo induzido pelas
Partilha dos Saberes
14 Cartilha: Comércio Justo e Solidário. Série Trocando ideias caderno 01 / Instituto Marista de Solidariedade.
54
empresas com vistas a girar a produção do lucro e o acúmulo de
capital. Com essa finalidade, a vida útil de muitos produtos é
encurtada para que as pessoas tenham de comprar mais vezes
produtos novos de um mesmo tipo. E igualmente, estratégias de
marketing são adotadas (entre elas propagandas) para levar as
pessoas a comprarem produtos que nem sempre são necessários ao
seu bem-viver.
O Consumo Solidário:
O consumo solidário é aquele praticado em função não apenas do
próprio bem-viver pessoal, mas também do bem-viver coletivo,
em favor dos trabalhadores que produzem, distribuem e
comercializam os bens e serviços consumidos em favor da
proteção dos ecossistemas. Trata-se do consumo em que se dá
preferência aos produtos e serviços da Economia Solidária em
relação aos produtos de empresas que exploram os/as
trabalhadores/as e degradam os ecossistemas.
O consumo solidário é igualmente praticado com vistas a
contribuir na geração e manutenção de postos de trabalho sob
estratégias de desenvolvimento sustentável, para preservar o
equilíbrio dos ecossistemas e para melhorar o padrão de consumo
dos participantes de redes colaborativas solidárias, contribuindo
assim para a construção de sociedades mais justas e sustentáveis,
combatendo-se a exclusão social e a degradação ambiental.
A adoção de preços justos, negociados com autonomia entre
produtores, comerciantes e consumidores no interior de redes
colaborativas solidárias, com base em critérios éticos e
econômicos remunerando de maneira justa o trabalho e com
preços acessíveis aos consumidores, favorece a todos.
Na prática deste consumo são privilegiadas as cadeias produtivas
curtas (isto é, em que a distância entre o local de produção e o
local de consumo é pequena) e a remontagem solidária das
cadeias produtivas, suprimindo-se os focos de concentração de
riqueza em seu interior, particularmente nos processos de
intermediação, logística e de financiamento da produção e do
consumo.
O consumo solidário como exercício do poder
O consumo é, pois, um exercício de poder pelo qual efetivamente
pode-se tanto apoiar a exploração de seres humanos, a destruição
progressiva do planeta, a concentração de riquezas e a exclusão
social quanto contrapor-se a este modo lesivo de produção,
distribuição e comercialização.
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Continuar a conversa pedindo para os participantes partilharem os itens
de consumo e conversar a partir dos textos lidos, respondendo as
seguintes perguntas: É possível praticar o consumo solidário? Como posso
promover o consumo solidário? Como posso consumir, sendo sujeito de
direitos? De forma a exercer um poder político, de decidir pelo que e
quanto consumir (consumo responsável)?
Neste momento quem facilita a oficina, retoma o caminho percorrido e
convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Convidar os participantes para ouvirem novamente a música “Comida -
Titãs”.
Pedir que verbalizem em uma palavra, quais são os passos que queremos
dar na construção de uma sociedade cada vez mais consciente para a
prática do consumo solidário e responsável.
Concluir pedindo que os/as participantes tragam objetos/itens que desejam
partilhar, que tenham um significado especial, que precisam ser
compartilhados com outras pessoas ou até mesmo algo que não esteja
utilizando no momento, mas que possa interessar alguém do grupo, pela
sua história, beleza, simplicidade... Para fazerem a experiência de uma 15Feira Solidária de Troca , convidar outras pessoas da comunidade, do
bairro e amigos/as para participar da feira, trazendo os objetos/itens.
Se possível, convidar alguns empreendimentos solidários para expor seus
produtos, motivando um espaço de comercialização solidária.
Despedir uns/umas dos/as outros/as com abraços e beijos.
Gerando Saberes
Caminhos de Solidariedade
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15 Surgidas nos anos 80, essas feiras se baseiam em: substituir o lucro, a acumulação e a competição pela solidariedade e pela cooperação; valorizar o trabalho, são espaços de intercâmbio e troca de experiências, pautadas no comércio justo e solidário.
Tema 10Feiras de economia solidária e espaços de socialização10
Objetivos
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Acolhida Solidária
Quem estiver responsável pela feira receber os participantes dando as
boas-vindas entregando uma flor.
Quando todos/as estiverem reunidos/as acolher os/as participantes, fazer
uma breve retomada do caminho percorrido nas oficinas e dizer do
objetivo da feira.
Experimentar, na prática, uma feira solidária,
provocando relações fraternas e cuidantes,
no trato entre as relações de compra e venda e na
construção de novas possibilidades de consumo.
Cópias do texto, panos coloridos, flores, produtos de
troca dos participantes, som, música: Feira de Mangaio -
Clara Nunes.
Quem estiver responsável por organizar o espaço da
feira, usar de muita criatividade para deixar o
espaço bonito e alegre.
Materiais Necessários
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Partilha dos Saberes
Convidar os/as participantes a fazerem leitura do texto abaixo:
16Trocas solidárias e algumas experiências do Brasil
Para compreendermos bem o que é um sistema de moeda
social circulante local temos que, inicialmente, entender o que são os
Bancos comunitários (como o caso do Banco Palmas em Fortaleza/CE,
o pioneiro desta metodologia).
Banco comunitário é um serviço financeiro solidário em rede,
de natureza associativa e comunitária, voltado para a geração de
trabalho e renda na perspectiva da Economia Solidária.
São características dos bancos comunitários:
É a própria comunidade que decide criar o banco, tornando-se
gestora e proprietária do mesmo:
Atuam sempre com duas linhas de crédito: uma em reais
(prioritariamente para a produção) e outra em moeda social
circulante local (prioritariamente para o consumo).
Suas linhas de crédito estimulam a criação de uma rede local
de produção e consumo, promovendo o desenvolvimento do
território.
Apoiam os empreendimentos em suas estratégias de
comercialização, tais como feiras, lojas solidárias, centrais de
comercialização e outros.
Atuam em territórios caracterizados por alto grau de exclusão
e desigualdade social.
Não atuam em escala. Cada banco comunitário atua em
territórios com ate 40.000 habitantes.
Estão voltados para um público caracterizado pelo alto grau
de vulnerabilidade social.
Sua sustentabilidade fundamenta-se em obtenção de
subsídios justificados pela utilidade social e suas práticas.
As moedas sociais circulantes locais e os bancos comunitários
Moeda social circulante local, também chamada de circulante
local, é uma moeda, complementar ao Real (R$), moeda nacional,
16 Série: Feiras de Economia Solidária. Programa Nacional de Fomento a Feiras de Economia Solidária, Cartilha
.II
58
criada pelo banco comunitário. O circulante local tem como objetivo
fazer com que o dinheiro circule na própria comunidade ou
município, ampliando o poder de comercialização local, aumentando
a riqueza circulante na comunidade, gerando trabalho e renda
localmente.
As características da moeda social circulante
O circulante local tem lastro na moeda nacional, o real (R$).
Ou seja, para cada moeda emitida existe no banco comunitário
um correspondente em real.
As moedas são produzidas com componentes de segurança
(papel moeda, marca d’água, código de barra, números serial)
para evitar falsificação.
A circulação é livre no comércio local e, geralmente, quem
compra com a moeda social recebe um desconto patrocinado
pelos comerciantes para incentivar o uso da moeda no
município ou bairro.
Qualquer produtor ou comerciante cadastrado no banco
comunitário pode trocar moeda social por reais, caso necessite
fazer uma compra ou pagamento fora do município ou bairro.
A moeda social
É o instrumento que substitui a moeda oficial em grupos
humanos que atuam como produtores e consumidores em circuito
fechado eliminando, assim, o obstáculo da escassez do dinheiro. A
diferença da moeda oficial, a moeda social não tem juros, nem oferece
vantagem ao ser acumulada, portanto ela serve a produção e não
especulação. Promove a distribuição da riqueza e não sua
concentração, como ocorre na economia dominante.
Após a leitura do texto, retomar o tema tentando identificar os aspectos da
moeda solidária e suas características.
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho percorrido e
convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
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O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Convidar os participantes a fazer uma roda, colocar no centro da roda
os produtos trocados.
Pedir para os participantes verbalizarem, em poucas palavras, quais os
compromissos que precisamos assumir daqui para frente?
Iniciar a dinâmica da feira, com a música:
Feira de Mangaio - Clara Nunes
Fumo de rolo arreio e cangalhaEu tenho pra vender, quem quer comprarBolo de milho broa e cocadaEu tenho pra vender, quem quer comprarPé de moleque, alecrim, canelaMoleque sai daqui me deixa trabalharE Zé saiu correndo pra feira de pássarosE foi passo-voando pra todo lugar
Tinha uma vendinha no canto da ruaOnde o mangaieiro ia se animarTomar uma bicada com lambu assadoE olhar pra Maria do Joá (2x)
Cabresto de cavalo e rabicholaEu tenho pra vender, quem quer comprarFarinha rapadura e graviolaEu tenho pra vender, quem quer comprarPavio de candeeiro panela de barroMenino vou me emboraTenho que voltarXaxar o meu roçadoQue nem boi de carroAlpargata de arrasto não quer me levar
Porque tem um Sanfoneiro no canto da ruaFazendo floreio pra gente dançarTem Zefa de purcina fazendo rendaE o ronco do fole sem parar (2x)
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Em seguida os/as participantes começam a partilhar os objetos/ itens. No
primeiro momento cada um/a apresenta o que trouxe, diz da história e
coloca para visualizá-lo.
À medida que cada pessoa se interessar por cada produto, negociar de
forma solidária, cuidante e respeitosa as trocas.
Cuidar para que se tenha distinção entre os produtos para venda e os
produtos de troca.
Despedir uns/umas dos/as outros/as com abraços e beijos.
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04obl cojuventude na sustentabilidade dos
empreendimentos econômicos solidáriosEste último bloco tem o objetivo de
capacitar os/as jovens para a elaboração
de projetos que potencializem o
desenvolvimento local, além de
divulgar ferramentas disponíveis para
a captação de recursos e
empreendimentos solidários.
Os temas abordados neste bloco serão
os seguintes: Empreendimentos
Solidários Juvenis, Caminhos para a
captação de recursos, Como elaborar
projetos econômicos solidários?
11Tema 11Empreendimentos solidários juvenis
Acolhida Solidária
Quem coordena a oficina, acolhe os/as participantes de forma atenciosa e
cuidante. Quando todos/as estiverem presentes, dar as boas-vindas e dizer
do objetivo da oficina.
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ObjetivosIdentificar as possibilidades de projetos econômicos
solidários juvenis que respondam às necessidades de
geração de renda e trabalho dos/as jovens.
Materiais NecessáriosCartaz com a frase: “Sonho que se sonha só, não passa
de sonho, sonho que se sonha junto é sinal de realidade”.
CD e letra da música Sonho impossível - Maria Bethânia,
som, cartolina ou outro papel para a confecção dos
cartazes e pincéis atômicos.
Quem estiver facilitando a oficina prepara o ambiente
antes da chegada dos/as participantes: cadeiras em círculo,
no centro um arranjo de flores ou outro símbolo, em um
lugar visível pode estar escrito o objetivo da oficina.
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Convidar o grupo a ficar de pé, em círculo, em seguida o/a facilitador/a
mostra uma bolinha (que pode ser de papel, meia, plástico...) e explica:
Essa bolinha deve ser jogada para a pessoa ao lado, desejando e falando
em voz alta um sentimento que deve ser construído na vivência das
oficinas. A bola deve passar por toda a roda no menor espaço de tempo
possível. Enquanto passa a bola, o/a facilitador/a deve contar o tempo no
relógio e repetir a brincadeira várias vezes diminuindo o tempo.
Quando não conseguir mais diminuir o tempo, o/a facilitador/a joga outra
questão: Será que existe uma outra forma ou maneira de diminuir o
tempo em que a bola passe por todos/as? Deixar o grupo dar ideias para
que sejam testadas.
Em seguida motivar os/as participantes a partilhar como se sentiram na
brincadeira.
Fazer a leitura coletiva do texto, refletindo sobre a realidade das relações
de trabalho estabelecidas na conjuntura social e econômica do país em
relação à juventude:
Jovens trabalhadores associados na produção da vida: entre o desemprego, 17a precarização do trabalho e a economia popular solidária
O “empreendedorismo” também está relacionado à precarização do
trabalho assalariado que se dá, entre outros fatores, pela chamada
flexibilização das relações entre capital e trabalho, o que leva ao aumento
crescente do trabalho temporário, sem vínculo empregatício e sem direitos
sociais. Note-se que os próprios jovens se questionam sobre as diferenças
entre empreendedorismo e economia solidária. Isto ficou evidenciado em
encontro organizado pelas organizações não governamentais: - ONG - Ação
Educativa, Fundação Friedrich Ebert e Projeto Redes e Juventudes, em
Recife, em 2006, com representantes de 20 empreendimentos produtivos de
jovens. Assim, é preciso “separar o joio do trigo” e examinar em que
condições os jovens têm sido (re)inseridos na economia. Também é preciso
estar de olho nas falsas cooperativas, as cooperfraudes e coopergatos ...
É interessante notar que existem várias experiências de trabalho associado
em que os/as jovens articulam trabalho e cultura. Entre elas, citamos os:
“Dançarinos de rua” (de Niterói),
O Joinha Filmes (de São Paulo),
O Musik Fabrik (cooperativa de jovens artesãos/ãs e
instrumentalistas, no Rio de Janeiro).
Vale destacar os trabalhos:
Núcleo Serigráfico (Bairro Alvorada, em Cuiabá).
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Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. Autoras: Lia Tiriba e Maria Clara Bueno Fischer.
Cooperfraudes e Coopergatos são arranjos jurídicos para se esquivar das leis trabalhistas onde não se cumprem os princípios do cooperativismo. Se constituem da seguinte forma: a empresa demite os funcionários e os induz a participar de falsas cooperativas, porém mantendo uma interferência na estrutura de poder de gestão, o que elimina de imediato o princípio da autogestão, que é fundamental na concepção de uma cooperativa.
Salão de Beleza (no Jardim Vitória, em Cuiabá).
Em Recife, existe a Rede de Resistência Solidária, na qual
os/as jovens associam trabalho, cultura, lazer e comunicação.
No Espírito Santo, participa do Fórum da Economia Solidária
o grupo chamado Olho da Rua, com atuação na área de
publicidade, jornal, revista, rádio comunitária, etc.
Ainda neste Estado, o Grupo de Cultura Afro KISILE, com dez
anos de caminhada, faz apresentações culturais (dança e
música) e, além disso, produz roupas, bonecas e acessórios
afros e faz tranças em eventos.
Em Salvador, temos, entre outros, o Fulo Produções
Associação de Jovens Produtores Culturais, e o Grupo
Informal de Jovens de Calabetão, que faz pinturas em
camisetas.
A familiaridade e o conhecimento que os/as jovens
desenvolvem em relação à informática têm lhes gerado um
capital cultural que também tem servido de base para gerar
formas solidárias de trabalho. É o caso da Cooperativa
Dinâmica Visual Design Multimídia, formada por 20 jovens
(18 a 27 anos), muitos deles moradores da periferia de Santo
André. Os jovens são apoiados pela Incubadora Pública de
Economia Solidária do Departamento de Geração Trabalho e
Renda da Secretaria de Desenvolvimento e Ação Regional da
Prefeitura Municipal de Santo André.
Outro exemplo é o da Cooperativa de Informática Alpha10, já
desincubada pela ITCP-USP - Incubadora Tecnológica de
Cooperativas Populares, formada por jovens do Capão
Redondo e Campo Limpo, periferia da Zona Sul de São Paulo
e que presta serviços como manutenção e assessoria em
hardware; projeto implantação, manutenção e
assessoria em Rede de computadores, software livre, Web-
design, etc.
Está sendo incubado o Microlhar, composto por jovens da
periferia da cidade de São Paulo, tendo como objetivo
contribuir para democratização dos meios de comunicação. O
grupo ministra oficinas de “Leitura crítica de imagem” no
Centro de Referência em Economia Solidária na Zona Sul.
Eles/as também realizam filmagens e já produziram
documentários. Creio que seria mais pedagógico colocar os
exemplos em tópicos para facilitar a visualização e o
entendimento de cada um, da forma como se encontra mistura
muito e não valoriza...
Após a leitura coletiva do texto, organizar grupos de três pessoas para
conversar:
Quais as diferenças entre projetos empreendedores e projetos
da economia solidária?
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Que projetos solidários poderiam se concretizar a partir da
realidade da vida dos/as jovens que participam dessas
oficinas?
Motivar o grupo a registrar o resultado da conversa em um cartaz, que
depois de apresentado pode ser anexado na parede ou posto no centro da
roda.
O/A facilitador/a, agradece e valoriza os trabalhos e já motiva para que
os/as jovens possam pensar concretamente na efetivação desses sonhos de
realização dos projetos.
O/A facilitador/a retoma a frase “Sonho que se sonha só, não passa de
sonho, sonho que se sonha junto é sinal de realidade”. Pedir que o grupo
repita várias vezes a frase, dando ênfase e falando cada vez com mais
força.
Concluir com a música:
Sonho impossível - Maria Bethânia
Sonhar mais um sonho impossívelLutar quando é fácil cederVencer o inimigo invencívelNegar quando a regra é vender
Sofrer a tortura implacávelRomper a incabível prisãoVoar num limite improvávelTocar o inacessível chão
É minha lei, é minha questãoVirar este mundo, cravar este chãoNão me importa saberSe é terrível demaisQuantas guerras terei que vencerPor um pouco de paz
E amanhã se este chão que eu beijeiFor meu leito e perdãoVou saber que valeuDelirar e morrer de paixão
E assim, seja lá como forVai ter fim a infinita afliçãoE o mundo vai ver uma florBrotar do impossível chão
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho percorrido e
convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
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Quais foram as informações mais importantes?
O que não posso esquecer de partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser
através de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da
internet para que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
O/A facilitador/a fala sobre a importância de tornar a Economia Solidária
possível, e de colocarmos as mãos na massa e construirmos os projetos
juntos/as, na coletividade.
O/A facilitador/a motiva para que todos/as possam juntar as mãos no
centro da roda, como sinal de compromisso e resistência na construção de
uma outra economia, se comprometendo a multiplicar essa ideia e
tornando concretos os sonhos.
Despedir convidando para a próxima oficina, sobre a importância da
captação de recursos. Pedir para que cada um/a possa trazer um alimento
para um lanche comunitário.
Despedir uns/umas dos/as outros/as com beijos.
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Tema 12Caminhos para a captação de recursos 12
Acolhida Solidária
Quem facilita a oficina acolhe os/as participantes de forma atenciosa e
cuidante. Quando todos/as estiverem presentes, dar as boas-vindas e dizer
do objetivo da oficina.
O/A facilitador/a motiva o grupo a captar beijos: todos/as terão 60
segundos para captar o maior número de beijos possíveis. Colocar a música:
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ObjetivosDiscutir sobre a importância de recursos financeiros e humanos para a concretização dos projetos econômicos solidários.
Cartaz com o tema da oficina, setas de papel e canetas, músicas: Beija eu - Marisa Monte e Moro longe - Vanessa da Mata. Providenciar um espaço para colocar os alimentos trazidos pelo grupo.
Quem facilita a oficina prepara o ambiente antes da chegada dos/as participantes: cadeiras em círculo, no centro um arranjo de flores ou outro símbolo, em um lugar visível pode estar escrito o objetivo da oficina.
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Beija Eu - Marisa Monte
Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu...
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu
Anoiteça e amanheça eu...
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser...
Então beba e receba
Meu corpo no seu
Corpo eu, no meu corpo
Deixa!
Eu me deixo
Anoiteça e amanheça...
Cada um/a partilha quantos beijos conseguiu captar e como foi a
experiência de captar em um curto espaço de tempo e sem planejamento.
Motivar que o grupo partilhe que entendimento tem da palavra “captar”.
Quem facilita a oficina retoma a ideia que há várias possibilidades de
captação, em seguida pedir para que deem exemplos de coisas que são
captadas no dia a dia.
Neste momento retomar a captação de beijos, em seguida ler
coletivamente os dois textos abaixo:
A Economia Solidária está reinventando os créditos e financiamentos.
Antes, para receber um empréstimo, parecia até que você precisava provar
que não precisava dele. Agora começam a existir linhas de crédito
específicas para quem tem pouco ou nenhum recurso e quer começar um
empreendimento solidário. O crédito solidário funciona como uma alavanca
para produzir. Com ele, se compra matéria-prima e instrumentos de trabalho.
Partilha dos Saberes
19Entendendo um pouco mais sobre crédito solidárioTexto 01
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.
Cartilha Economia Solidária. Outra Economia Acontece
69
Quando se trata de um Consórcio Social da Juventude (linha de ação do
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE para implementação do Programa
Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego para Jovens - PNPE), a relação
com a Economia Solidária se dá quando são criadas associações e
cooperativas autogeridas. É o caso da cadeia produtiva do skate com marca
Epidemia, que existe desde 2006, como resultado do Consórcio. Os/As
jovens organizam-se em cinco núcleos, na Grande Porto Alegre, para fabricar
produtos relacionados ao skate: tênis, roupas, mochilas e o próprio skate.
Além do Ministério do Trabalho, os/as jovens têm o apoio de várias
entidades do Rio Grande do Sul: Instituto Murialdo, Fundação Pão dos
Pobres, Escola Técnica José César Mesquita/Sindicato dos Metalúrgicos POA,
Associação Reviver e Escola de Trabalhadores 8 de Março.
20Debate - Juventudes em redeTexto 02
Receber apoio de uma entidade ou instituição é um elemento
fundamental para sobrevivência dos grupos, o que muitas vezes
pode repercutir na criação de uma dependência econômica.
No Mato Grosso, a Pastoral da Juventude Rural, PJR, em parceria
com a Universidade Estadual de Mato Grosso, UNEMAT e a
Fundação Unitrabalho, está apoiando o processo de constituição
de uma cooperativa de Jovens Rurais, envolvendo cerca de 400
jovens que atuarão em oito municípios do norte do Estado,
produzindo mudas de essências nativas e medicinais. Essas
mudas serão trocadas com as famílias dos pequenos agricultores
por outros produtos da terra.
Ainda na área rural e na mesma perspectiva da Economia
Solidária, encontramos a COOPAVV - Cooperativa Popular de
Alimentos Vila Verde, que produz hortaliças (Mussurunga /
Salvador), com o apoio do BanSol Associação de Finanças
Solidárias, vinculada à Escola de Administração da Universidade
Federal da Bahia (UFBA), e tem como parceiras duas outras
instituições universitárias: a Universidade do Estado da Bahia,
(UNEB), através da Incubadora Tecnológica de Cooperativas
Populares (ITCP), e uma instituição privada, a Universidade
Salvador (Unifacs).
Também na Bahia, a Agência de Desenvolvimento Solidário
ADS/CUT apoia o Bijou Fashion (em Retirolândia), que é um
grupo que trabalha como “biojoias”, aproveitando a diversidade da
região.
A COOPERJOVENS - Cooperativa Regional de Jovens da Região
Sisaleira (em Araci), que nasceu a partir dos sindicatos de
trabalhadores rurais e hoje produz artefatos em papel reciclado.
Nesta região do sisal, também encontramos o Grupo de Produção
de Cabochard (em Valente), que se dedica à produção de sabonete,
molho de pimenta e horticultura (com apoio da APAEB).
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20 Fragmentos do texto: Debate – Juventudes em rede: jovens produzindo educação, trabalho e cultura.
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Após a leitura dos textos, retomar a conversa tentando identificar quais as
necessidades de recursos que devem ser captados para um empreendimento
solidário.
Colocar as necessidades em setas e pôr em volta do cartaz com o tema da
oficina que está no centro da roda. Enquanto canta-se “Vem, vamos embora que
esperar não é saber, quem sabe faz a hora não espera acontecer.
Neste momento quem facilita a oficina retoma o caminho percorrido e convida o
grupo a identificar quais aspectos da oficina ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das perguntas
anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser através de um vídeo,
um texto, um cartaz... Seria bom usar também da internet para que outras
pessoas e grupos possam ter acesso.
Escutar a música:
Moro longe - Vanessa da Mata
Você me chama como quem diz é logo aliSaindo agora eu chego só três horas láTrês conduções, olhar um sorvete e não tomarLevar um lanche e só chegar na madrugadaDesbravamento, expedição, confusãoSó um beijinho, eu sinto muitoNão vai ser bomUm copo d'água, um cafunéPra começarAlguma hora se Deus quiserEu vou chegar
Quero pão novoPouca conversaUma casa abertaUm ótimo vinhoFlores do campoBanho quentinhoUma sobremesaUm atrevimentoDedicaçãoMuito carinhoDerretimentosPra compensar
Gerando Saberes
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Porque eu moro longe, no fim domundoSe eu for aí, faça valer a penaPorque eu moro longe lá aondeninguém vaiSe eu for aí faça valer a pena
O/A facilitador/a fala sobre a importância da captação para ações solidárias,
sejam elas de captação de recursos financeiros e/ou de pessoas para se
juntar ao trabalho coletivo. Por isso é importante cuidar das pessoas, com
carinho, comidas gostosas e boas acolhidas.
Em seguida o/a facilitador/a convida os/as participantes a apresentarem o
alimento que trouxeram, apresentando o alimento e dizendo quem fez, de
onde vem, onde foi comprado e quais os principais ingredientes utilizados
para a produção do alimento.
Partilhar o alimento.
Concluir com beijos, abraços e cuidados.
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13Tema 13Como elaborar projetos econômicos solidários
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ObjetivosPossibilitar uma compreensão sobre a elaboração de
projetos solidários, a fim de organizar as ideias e
sistematizá-las para a concretização das mesmas.
Papéis grandes, pincéis, música Esquadros, Adriana
Calcanhoto, cópia do roteiro de elaboração de projeto
para cada participante e poesia Caminhos da Solidariedade.
Quem estiver facilitando a oficina prepara o ambiente
antes da chegada dos/as participantes: cadeiras em
círculo, no centro um arranjo de flores ou outro símbolo,
em um lugar visível pode estar escrito o objetivo da oficina.
Acolhida e entrosamento
O/A facilitador/a acolhe cada pessoa com um abraço, em seguida motiva
todos/as os/as participantes a desenharem num grande papel o próprio pé.
Em seguida, encaminha a discussão, de forma que todos/as os/as
participantes tenham oportunidade de dizer o que pensam: Todos os pés
são iguais? Estes pés caminham muito ou pouco? Por que precisam
Materiais Necessários
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caminhar? Caminham sempre com um determinado objetivo? Quanto já
caminharam para chegar onde estamos?
Após esta discussão, lembrar de pessoas que lutaram por objetivos
concretos e conseguiram alcançá-los. Terminada a discussão, o/a
facilitador/a convida a todos/as que escrevam no pé que desenharam
algum compromisso concreto que irão assumir.
Durante o exercício colocar a música:
Esquadros - Adriana Calcanhoto
Eu ando pelo mundoPrestando atenção em coresQue eu não sei o nomeCores de AlmodóvarCores de Frida KahloCores!
Passeio pelo escuroEu presto muita atençãoNo que meu irmão ouveE como uma segunda peleUm calo, uma cascaUma cápsula protetoraAi, Eu quero chegar antesPra sinalizarO estar de cada coisaFiltrar seus graus...
Eu ando pelo mundoDivertindo genteChorando ao telefoneE vendo doer a fomeNos meninos que têm fome...
Pela janela do quartoPela janela do carroPela tela, pela janelaQuem é ela? Quem é ela?Eu vejo tudo enquadradoRemoto controle...
Eu ando pelo mundoE os automóveis corremPara quê?As crianças corremPara onde?Transito entre dois ladosDe um ladoEu gosto de opostosExponho o meu modoMe mostroEu canto para quem?
Eu ando pelo mundoE meus amigos, cadê?Minha alegria, meu cansaçoMeu amor cadê você?Eu acordeiNão tem ninguém ao lado...
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Eu ando pelo mundoE meus amigos, cadê?Minha alegria, meu cansaçoMeu amor cadê você?Eu acordeiNão tem ninguém ao lado...
O/A facilitador/a apresenta em um cartaz a definição sobre o projeto. Fazer
a leitura mais de uma vez com o grupo todo: “Projetos são ferramentas de
ação que delimitam uma intervenção quanto aos objetivos, metas, formas
de atuação, prazos, responsabilidades e avaliação. Projetos sociais é uma
forma de organizar ações para transformar determinada realidade social ou 21alguma instituição ”.
O/A facilitador/a apresenta o roteiro e entrega uma cópia para cada pessoa,
em seguida organiza os/as participantes em grupos de 4 pessoas, orienta
para que depois de lido o roteiro, cada grupo elabore um projeto, fazendo
um exercício concreto.
Título do projeto?
O QUÊ?
Clarear o que se quer com o projeto.
O que, efetivamente, queremos fazer?
POR QUÊ?
Por que este projeto é necessário?
Quais problemas serão resolvidos a partir da execução deste projeto?
COMO?
Como é possível realizar as ações previstas na proposta? Quais os
recursos necessários?
QUANDO?
Quando as ações serão realizadas? Lembre-se de estabelecer o
período de cada etapa.
ONDE?
Onde as atividades previstas na proposta serão executadas?
PARA QUÊ?
Qual o objeto da proposta? Quais os objetivos das ações e atividades
relacionadas na proposta?
PARA QUEM?
Quem está envolvido/a? Quais os/as participantes? Quem será
responsável pela elaboração/ execução/ aquisição/ monitoramento/
avaliação?
QUANTO?
Quanto custará o projeto? Qual a contrapartida?
Partilha dos Saberes
ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO:
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21 Miryan Schukar.
Slides -
captação de recursos para empreendimentos solidários. Abril 2005.
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Gerando Saberes
Caminhos de Solidariedade
Neste momento quem estiver facilitando a oficina retoma o caminho
percorrido e convida o grupo a identificar quais aspectos da oficina
ficaram mais fortes:
Qual foi o momento mais importante da oficina?
Quais foram as informações mais importantes?
O que vou partilhar com meu
grupo/comunidade/amigos/amigas?
Motivar o grupo a pensar numa forma de apresentar as respostas das
perguntas anteriores para a comunidade. Essa apresentação pode ser através
de um vídeo, um texto, um cartaz... Seria bom usar também da internet para
que outras pessoas e grupos possam ter acesso.
Convidar os/as participantes a verbalizarem com uma palavra, qual
atitude nova essa experiência da oficina gera em nós.
Poesia: Outra Economia.
22Outra Economia
Vem meu povo conhecer esse outro movimento
Que agrupa e faz viver mais longe do sofrimento
Muitos homens e mulheres que buscam melhoramentos
É um fogo que aquece, mas não é fogo de palha.
É uma outra economia que se espalha
Partilhando e avançando sendo mais solidária.
Vem em grupos informais e também cooperativas
Tem as associações que agora são mais vivas.
Tudo isso em ações bem juntas bem coletivas.
Elas têm um jeito novo de olhar, de produzir, de comercializar
E também de consumir, respeitando a natureza e sem ela destruir.
Essa outra economia surge para alterar.
Ela não é utopia e veio para ficar, para além de gerar trabalho um sonho
realizar.
O sonho de sermos todos mais unidos, mais iguais.
Com a sociedade vivida cada vez mais. Mudando a sociedade querendo
ser muito mais.
Não queremos inclusão nesse sistema vigente.
Queremos um espaço para viver diferente.
Dentro de uma economia que tem a cara da gente.
Concluir com um abraço coletivo.
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22 Poesia recitada na abertura da Feira Estadual de Economia Solidária da Paraíba em dezembro de 2006. Maria Ivanise Gonçalves de Lima.
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SINGER, Paul. Uma Introdução à Economia Solidária.
VERARDO, Luigi e Kirsch, Rosana (Org). Rumo à IV Plenária Nacional de
Economia Solidária. Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
AMORIM, Rizoneide e Silva, Shirlei (Org). Série Trocando Ideias. Instituto
Marista de Solidariedade.
25 anos de Economia Popular Solidária. Cáritas Brasileira.
Estar junto pode ser o segredo... Economia Solidária, será que eu sei o que é
isso? Instituto de formação e assessoria sindical rural São Sebastião.
Economia Solidária: Outra Economia Acontece. Secretaria Nacional da
Economia Solidária, Ministério do Trabalho e Emprego.
Economia Solidária: Outra economia a serviço da vida acontece. Conselho
Nacional das Igrejas Cristãs e Fórum Brasileiro de Economia Solidária.
FILMES
- A história das Coisas
- Documentário: Outra Economia Acontece
- Documentário: Brasil Solidário
SITES
http://www.casadajuventude.org.br/
http://caritas.org.br
http://www.fbes.org.br/
http://sites.marista.edu.br/ims/
http://www.mte.gov.br/institucional/quem_e_quem_snes.asp
Referências Bibliográficas
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Rede Brasileira de Institutos de Juventude
Casa da Juventude Pe. Burnier - CAJU11ª Avenida, 953 - Cx. Postal 944 - Setor UniversitárioCEP: 74605-060 - Goiânia/GOFone: (62) 4009-0339 - Fax: (62) 4009-0315caju@casadajuventude.org.brwww.casadajuventude.org.brSkype: carmem.caju ou secretaria.caju
Centro de Capacitação da Juventude - CCJ Rua Bispo Eugênio Demazenod, 463-A - V. AlpinaCEP: 03206-040 - São Paulo/SPFone/fax: (11) [email protected]
Centro de Juventude dos Jesuítas - AnchietanumRua Apinajés, 2033 - SumarezinhoCEP: 01258-001 - São Paulo/SPFone: (11) [email protected]
Centro Marista de Juventude - Belo HorizonteRua Aymoré, 2480, 2º andar - Bairro de LourdesCEP: 30140-072 - Belo Horizonte/MGFone: (31) [email protected] Centro Marista de Juventude - Montes ClarosRua Padre Champagnat, 81 - Roxo VerdeCEP: 39400-367 - Montes Claros/MGFone: (38) [email protected]
Instituto de Formação Juvenil do Maranhão
Instituto de Juventude Contemporânea
Centro Marista de Juventude de Natal
Centro Marista de Juventude de Palmas
Centro Vida e Juventude
Casa da Juventude Pe. Burnier
Centro Marista de Juventude Montes Claros
Instituto Pastoral de Juventude Leste II
Centro Marista de Juventude de Belo Horizonte
Anchietanum - Centro de Juventude dos Jesuítas
Centro de Capacitação da Juventude
Instituto Paulista de Juventude
Trilha Cidadã
Centro Marista de Juventude - NatalRua José de Alencar, 809 - Cidade AltaCEP: 59025-140 - Natal/RNFones: (84) 3221-2298/ 4009-5035/ [email protected]: jamesfms2008
Centro Marista de Juventude - Palmas504 Sul AI 05, Alameda 9, Lotes 07/09CEP: 77021-668 - Palmas/TOFone: (63) 3214-5878 / [email protected]
Centro Popular de Formação da Juventude - Vida e JuventudeSDS Ed. Miguel Badya, Bl. L, nº 30, Salas 217/219CEP: 70394-901 - Brasília/DF Fone/fax: (61) 3323-1954/ 3224-4717E-mail: [email protected]
Instituto de Formação Juvenil do MaranhãoPraça Gonçalves Dias, 288 - CentroCEP: 65060-240 - São Luís/MAFone: (98) [email protected] Instituto de Juventude ContemporâneaRua Castro e Silva, 121, Ed. Oriente, Salas 400 e 401 - CentroCEP: 60030-010 - Fortaleza/CEFone: (85) [email protected]
Instituto de Pastoral de Juventude Leste 2Rua São Paulo, 818, 12º andar, Sala 1203CEP: 30170-131 - Belo Horizonte/MGFone: (31) 2515-5756 - Fax: (31) [email protected]
Instituto Paulista da JuventudeRua Antônio Cariá, 17, 1º Andar - Guaianases CEP: 08450-010 - São Paulo/SPFone: (11) 9826-8213/ 8176-5707institutopaulistadejuventude@yahoo.com.brwww.ipejota.org.br Trilha CidadãRua Rio Paraguaçu, 220 - Arroio da ManteigaCEP: 93145-580 - São Leopoldo/RSFone/fax: (51) [email protected]
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Financiamento:
Pensar em melhores condições de vida e em outra economia para
todos/as é um dos passos no caminho rumo à construção de “outro
mundo possível”. Uma economia que seja popular, solidária e
sustentável onde todos/as são valorizados/as, têm voz e vez na
construção de novas possibilidades do fazer econômico.
Numa sociedade capitalista neoliberal, onde a juventude e os
empobrecidos são negados de direito é urgente pensar caminhos com
os/as jovens de conquista do lugar ao "sol" de forma livre e
participativa, contribuindo na construção de uma sociedade mais justa
e solidária. A Economia Solidária se apresenta como uma das
possibilidades de futuro da nossa sociedade, para garantir a vida no
planeta.
Vivenciarmos as oficinas “Juventude e Economia Solidária”, na Casa da
Juventude – CAJU, nos proporcionou uma experiência única e
reafirmou nossa esperança de um mundo pautado na justiça e na
garantia de direitos. Uma verdadeira “feira de troca”, de
conhecimentos, de sabedorias e de esperanças num mundo melhor
para todos/as.
Nesta edição da Coleção Caminhos, convidamos os/as jovens e os/as
educadores/as a reconhecer novas formas de pensar uma sociedade
mais fraterna, onde todos/as possamos ser um/a só, sem deixar de ser
único/a. Perceber que as maiores riquezas são o reconhecimento do
humano, o cuidado com o planeta, a construção coletiva. Que melhor
patrimônio é o respeito pela pessoa que se encontra conosco e o melhor
capital são as ações que constroem um mundo digno para todos/as e
passar isso adiante.
Daniela de Matos Almeida e Pedro de Matos Almeida
Participantes da Oficina de Juventude e Economia Solidária, ano 2010.
JUVENTUDE E ECONOMIA SOLIDÁRIA
Oficinas de Formação