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Novas configurações da missão ad gentes Deslocamentos fundamentais para uma regeneração missionaria da Igreja

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Novas configurações da missão ad gentes

Deslocamentos fundamentais para uma regeneração missionaria da Igreja

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Mudança de época

• O mandato missionário que a Igreja recebeu do Ressuscitado, ao longo do tempo assumiu formas e modalidades sempre novas.

• As luzes e as sombras da travessia da família humana se apresentam hoje como sinais dos tempos que nos convidam à escuta sobre o que “o Espírito diz às Igrejas” (Ap 2,29).

• Os cenários de mudança de época nos impulsionam a buscar uma apropriada reflexão teológica, uma conversão interior, uma clareza de horizontes e uma ousada ação em ordem à missão.

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A missão ad gentesem questão

Nesse processo de mudança de época, a presença missionária da Igreja foi fortemente questionada:• Qual seria o sentido de anunciar Jesus Cristo como

“o mediador e a plenitude de toda revelação” (DV 2), diante da pluralidade das diferentes religiões e do direito à liberdade religiosa no mundo de hoje?

• Por que motivo precisaríamos afirmar a necessidade de pertencer à Igreja Católica (cf. LG 14), se as pessoas podem conseguir a salvação do mesmo jeito fora dela, podendo ser “de várias maneiras ordenadas ao povo de Deus” (LG 16)?

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A missão ad gentes em questão

• Porque atribuir valor aos sacramentos como meios que “conferem a graça” (SC 59), quando esses não se tornam canais exclusivos, visto que elementos de “verdade e graça já estão presentes no meio dos povos, fruto de uma secreta presença divina” (AG 9)?

• Porque falar ainda de “terras de missão” quando as pessoas, animadas pelo avanço do progresso, passam com muita facilidade a negar Deus ou a religião (cf. GS 7), sobretudo nos países de antiga tradição cristã, tornando assim o mundo todo uma imensa “terra de missão”?

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Pistas de reflexão

A partir destas perguntas, uma renovada visão missiológica propõe as seguintes pistas de reflexão:

1) O fundamento e a dinâmica da missão como essência da Igreja.

2) A necessária metanóia estrutural da Igreja em ordem à missão.

3) Os horizontes da ação missionária a partir do nosso contexto até os confins do mundo.

4) As tarefas da missão em anunciar a proximidade do Reino de Deus a todos

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Fundamento

Viver e comunicar a vida nova em Cristo

(cf. DAp 7.1)

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A missão revela a essência de Deus

• “A Igreja peregrina é missionária por natureza, porque tem sua origem na missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o desígnio do Pai” (AG 2). Por isso, o impulso missionário é fruto necessário à vida que a Trindade comunica aos discípulos (DAp 347).

• A grande novidade que a Igreja anuncia ao mundo é que Jesus Cristo, o Filho de Deus feito homem, a Palavra e a Vida, veio ao mundo para nos fazer “participantes da natureza divina” (2Pd 1,4), para que participemos de sua própria vida (DAp 348).

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A vida de Deusse revela em Jesus

• Esta missão de Deus se manifestou de maneira definitiva com o envio do Filho amado, o Verbo feito carne (cf. Jo 1,14) “que por nós se tornou pobre, enriquecendo-nos com sua pobreza” (AG 3).

• Jesus anuncia uma visão completamente nova, apresentando-nos um Deus que não veio para ser servido, mas para servir (cf. Mt 20,28).

• Jesus convida qualquer pessoa, povo, sociedade a repensar Deus a partir d’Ele próprio, dessa sua vida cheia de compaixão e misericórdia, gratuidade e perdão, como Filho de Deus e Filho do Homem.

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Deus se revela na ação do Espírito

• O envio do Espírito revela sempre a vontade gratuita de Deus de entrar em relação com a humanidade para que ela participe da vida divina.

• O Espírito sopra onde quer (cf. Jo 3,8), “devemos acreditar que o Espírito Santo oferece a todos, de um modo que só Deus conhece, a possibilidade de serem associados ao mistério pascal” (GS 22).

• Ele é a alma da Igreja evangelizadora ao qual pedimos que venha renovar, sacudir, impelir a Igreja numa decidida saída para fora de si mesma a fim de evangelizar todos os povos (EG 261).

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Dimensões da vida em Cristo

• Jesus Cristo é a plenitude que eleva a condição humana à condição divina – cf. Jo 10,10 (DAp 355).

• A vida nova de Jesus atinge o ser humano por inteiro e desenvolve em plenitude a existência.

• A vida em Cristo inclui a alegria de comer juntos, o entusiasmo para progredir, o gosto de trabalhar e de aprender, a alegria de servir a quem necessite de nós, o contato com a natureza, o entusiasmo dos projetos comunitários, o prazer de uma sexualidade vivida segundo o Evangelho, e todas as coisas com as quais o Pai nos presenteia como sinais de seu sincero amor (DAp 356).

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A serviço da vida plena para todos

• O Reino de vida que Cristo veio trazer é incompatível com as situações desumanas.

• Se pretendemos fechar os olhos, não somos defensores da vida do Reino e nos situamos no caminho da morte (DAp 358).

• Descobrimos uma profunda lei da realidade: a vida só se desenvolve plenamente na comunhão fraterna e justa.

• Não podemos conceber uma oferta de vida em Cristo sem um dinamismo de libertação integral, de humanização, de reconciliação e de inserção social (DAp 359).

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Uma missão para comunicar vida

• A vida se acrescenta dando-a, e se enfraquece no isolamento e na comodidade. O Evangelho nos ajuda a descobrir que o cuidado enfermiço da própria vida depõe contra a qualidade humana e cristã dessa mesma vida. Vive-se muito melhor quando temos liberdade interior para doá-la.

• Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade: que a vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros. Isso é, definitivamente, a missão (DAp 360).

• O projeto de Jesus é instaurar o Reino da vida (...) O conteúdo fundamental da missão é a oferta de vida plena para todos (DAp 361).

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A grande missão

• Assumimos o compromisso de uma grande missão em todo o Continente, que de nós exigirá aprofundar e enriquecer todas as razões e motivações que permitam converter cada cristão em discípulo missionário.

• Necessitamos desenvolver a dimensão missionária da vida de Cristo. A Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres do Continente.

• Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo (DAp 362).

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Conversão

Renovação missionáriadas comunidades

(cf. DAp 7.2)

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Conversão eclesial: uma Igreja “em saída”

• A missão se torna para a Igreja participação à vida divina: a Igreja “é” ao ser enviada.

• A Igreja “nasceu em saída” no momento em que, orientada pelo Espírito, entra em contato com os outros, e reencontra a si mesma todas as vezes que sai de si e se abre.

• Nós somos agora seus discípulos e discípulas, chamados a navegar mar adentro para uma pesca abundante. Trata-se de sair de nossa consciência isolada e de nos lançarmos, com ousadia e confiança à missão de toda a Igreja (DAp 363).

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Saída das estruturas

• Esta firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e instituições da Igreja.

• Nenhuma comunidade deve isentar-se de entrar decididamente, com todas as forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as estruturas caducas que já não favoreçam a transmissão da fé (DAp 365).

• Um modelo de igreja excessivamente rígido e auto-referencial não é apto para a missão.

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Saída das pessoas

• A conversão pessoal desperta a capacidade de submeter tudo ao serviço da instauração do Reino da vida. Os bispos, presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, leigos e leigas, são chamados a assumir atitude de permanente conversão pastoral que implica escutar com atenção e discernir “o que o Espírito está dizendo às Igrejas” (Ap 2,29) (DAp 366).

• Sair de si mesmo para se unir aos outros faz bem. Fechar-se em si mesmo é provar o veneno amargo da imanência, e a humanidade perderá com cada opção egoísta que fizermos (EG 87).

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Saídas das relações

• A conversão pastoral requer que as comunidades eclesiais sejam comunidades de discípulos missionários ao redor de Jesus Cristo, Mestre e Pastor. Daí nasce a atitude de abertura, diálogo e disponibilidade para promover a co-responsa-bilidade e participação efetiva de todos os fiéis na vida das comunidades cristãs (DAp 368).

• Motiva-nos a eclesiologia de comunhão do Concílio Vaticano II (...) Como Jesus nos garante, não esqueçamos que “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estarei eu no meio deles” – Mt 18,20 (DAp 369).

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Saída das práticas

• A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária (DAp 370).

• O projeto pastoral da Diocese, caminho de pastoral orgânica, deve ser resposta consciente e eficaz para atender às exigências do mundo de hoje (DAp 371).

• Não se trata só de estratégias para procurar êxitos pastorais, mas da fidelidade na imitação do Mestre, sempre próximo, acessível, disponível a todos, desejoso de comunicar vida (DAp 372).

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Saída das fronteiras

• O mundo espera de nossa Igreja latino-americana e caribenha um compromisso mais significativo com a missão universal em todos os Continentes. Para não cairmos na armadilha de nos fechar em nós mesmos, devemos formar-nos como discípulos missionários sem fronteiras (DAp 376).

• A graça da renovação não pode crescer nas comunidades, a não ser que cada uma dilate o campo da sua caridade até aos confins da terra e tenha igual solicitude pelos que são de longe como pelos que são seus próprios membros (AG 37).

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Horizontes

Nosso compromisso com a missão ad gentes

(cf. DAp 7.3)

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Uma Boa Nova para todos

• A missão do anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo tem destinação universal. Seu mandato de caridade alcança todas as dimensões da existência, todas as pessoas, todos os ambientes da convivência e todos os povos. Nada do humano pode lhe parecer estranho.

• Jesus Cristo é a resposta total, superabundante e satisfatória às perguntas humanas sobre a verdade, o sentido da vida, a felicidade, a justiça e a beleza (...) Todo sinal autêntico de verdade, bem e beleza na aventura humana vem de Deus e clama por Deus (DAp 380).

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Três situações

• A missão se realiza hoje em três âmbitos:

1) a pastoral, no âmbito culturalmente cristão, junto aos cristãos militantes;

2) a ação evangelizadora, no âmbito laico da sociedade, junto a todas as pessoas e instituições;

3) a missão ad gentes, no âmbito religioso, social e cultural de um outro povo (não-cristão).

• Os cristãos têm o dever de o anunciar, sem excluir ninguém, e não como quem impõe uma nova obrigação, mas como quem partilha uma alegria. A Igreja não cresce por proselitismo, mas «por atração» (EG 14; cf. RMi 34).

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O bom pastor

1. Trata-se de um modelo aplicável à pastoral.

2. É uma missão no espaço do redil.

3. É uma missão que desenvolve uma relação pessoal, intima, com seus destinatários: o pastor “chama”, as ovelhas “ouvem a sua voz”.

4. É uma missão onde o pastor é guia que acompanha fora do redil, caminha à frente.

5. O pastor também se preocupa com aquelas que “não são deste aprisco” (cf. Jo 10,16).

6. É uma missão onde o pastor dá a vida.

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O semeador

1. Trata-se de um modelo aplicável à ação evangelizadora

2. É uma missão no espaço do campo.3. É uma missão que lança sementes de mão larga

em todos os terrenos, sem excluir nenhum.4. É uma missão na mais absoluta gratuidade: a

semente brota sozinha (cf. Mc 4,27), Deus faz crescer (cf. 1Cor 3,7).

5. O semeador também não se preocupa de arrancar o joio (cf. Mt 13,29).

6. É uma missão marcada pela esperança.

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O pescador

1. Trata-se de um modelo aplicável à missão ad gentes.

2. É uma missão em alto mar (duc in altum).3. É uma missão que lança as redes sem alguma

certeza de pegar alguma coisa.4. É uma missão feita em mutirão, que depende

do “acaso”, da “sorte” e está sujeita a todo tipo de imprevistos e de riscos.

5. É uma missão na qual a Igreja descobre sua vocação no deixar-se conduzir só pela Palavra.

6. É uma missão marcada pela pura fé.

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Três prioridades missionárias

Situações de prioridade missionária se definem:

a) pela necessidade do anúncio do Evangelho à qual corresponde um serviço profético da Igreja, que hoje vai sob o nome de diálogo;

b) pela necessidade da presença de uma comunidade cristã à qual corresponde um serviço sacerdotal da Igreja inculturado;

c) pela necessidade de uma transformação social pelos valores do Evangelho, à qual corresponde o serviço da caridade da Igreja que gera autêntica libertação.

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Três frentes missionárias

O compromisso missionário de uma comunidade cristã se articula em três frentes ao mesmo tempo:

1) Frente religiosa: anúncio inculturado do Evangelho, diálogo ecumênico e inter-religioso;

2) Frente sócio-ambiental, direitos humanos, justiça, paz, solidariedade, reconciliação entre os povos e cuidado com a criação.

3) Frente cultural: areópagos das comunicações, da cultura, da política, da economia, etc.

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Tarefas

Comunicar a vida de Jesus Cristo a todas as pessoas

(cf. DAp 386)

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Mudança de paradigma

• “A teologia e a prática da missão sofreram uma mudança radical de entendimento e motivação.

• Essa mudança substituiu o conceito de missão como ‘expansão’ pelo conceito de missão como um genuíno e profundo ‘encontro’.

• Ao contrário de visualizar as pessoas a serem catequizadas como ‘objetos’ ou ‘alvos’, a teologia e a prática contemporâneas da missão travam uma verdadeira luta para compreendê-las como o ‘outro’ em sua genuína acepção” (Steve Bevans).

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Animação pastoral

• Objetivo desta tarefa é formar a comunidade eclesial como sujeito vivo da ação missionária, para que seja fermento no mundo, começando evangelizar a si mesma.

• Para nos converter em uma Igreja cheia de ímpeto e audácia evangelizadora, temos que ser de novo evangelizados (DAp 549).

• Cada Igreja particular é chamada à conversão missionária (...) entrar decididamente num processo de discernimento, purificação e reforma (EG 30).

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Âmbito da pastoral

• A comunidade cristã é a experiência de Igreja que acontece ao redor da casa. Recuperar a ideia da casa significa garantir o referencial para o cristão peregrino encontrar-se no lar (CC 177-178).

• Nesta casa encontramos: (1) a Palavra, (2) os sacramentos, (3) a oração, (4) a comunidade, (5) os pobres, (6) as culturas, (7) Maria, (8) a memória dos santos (cf. DAp 246-275).

• Esta casa (1) aproxima e acolhe, (2) convida à conversão, (3) oferece caminhos de discipulado, (4) garante as relações fraternas entre todos, (5) envia em missão (cf. DAp 278).

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Ação evangelizadora

• A tomada de consciência da missionariedade deve proporcionar um processo de saída: não podemos esperar que as pessoas venham a nós, precisamos nós ir ao encontro delas e anunciar-lhes a Boa Nova ali mesmo onde se encontram.

• Trata-se “de passar de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DAp 370): da acolhida ao encontro.

• Esse processo se expressa numa prática eclesial focada no “primeiro anúncio”, realizada por todo Povo de Deus, na autêntica opção pelos pobres e na constante saída para as periferias.

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Âmbitos da Evangelização

• Pobres: desafiam o núcleo do trabalho da Igreja, da pastoral e de nossas atitudes cristãs (DAp 393)

• Família: para que a família assuma sua missão no âmbito da sociedade e da Igreja (DAp 432).

• Meio ambiente: evangelizar nossos povos para que descubram o dom da criação (DAp 474a).

• Areópagos: encontro com a cultura moderna global, o mundo da educação, da comunicação, da política, da economia, da ciência e tecnologia.

• Cidades: uma nova pastoral urbana para os grandes desafios da urbanização (DAp 517).

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Cooperação missionária

• O Evangelho possui um critério de totalidade que lhe é intrínseco: não cessa de ser Boa Nova enquanto não for anunciado a todos (EG 237).

• Nosso desejo é que esta V Conferência seja estímulo para que muitos discípulos de nossas Igrejas vão e evangelizem na “outra margem”.

• É preciso que em nosso continente entremos em nova primavera da missão ad gentes. Somos Igrejas pobres, mas “devemos dar a partir de nossa pobreza e a partir da alegria de nossa fé” (DAp 379)

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Participação na missão ad gentes

• O objetivo é promover a participação do Povo de Deus na missão universal pela comunhão espiritual, dos bens e da vida (envios além-fronteiras).

• Para isso é preciso animar as comunidades para que abram sua visão de mundo, promovendo iniciativas de caráter informativo, formativo, celebrativo, educativo e projetual.

• Esse serviço é tarefa dos Conselhos Missionários e é pouco lembrado pelos documentos das Igrejas locais. A comunhão católica “ad gentes” é uma dimensão indeclinável da fé.

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COMUNIDADE

POVOS

SOCIEDADE

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COMUNIDADE

POVOSSOCIEDADE

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Três tarefas interconexas

• É de suma importância compreender estas três linhas de ação como intimamente interconexas.

1. Sem uma adequada animação pastoral teremos uma missão colonizadora.

2. Sem uma ação evangelizadora significativa, provavelmente teremos uma missão alienada.

3. sem uma generosa cooperação missionária teremos, porém, uma missão fechada

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Conclusão

• Todos esses âmbitos e tarefas são constitutivos para definir a missão da Igreja hoje: devem ser entendidos como conjunto.

• Entre missão aos povos e as comunidades, ad intra e ad extra, proximidade e universalidade há uma circularidade e implicações mútuas.

• A referência na missão ad gentes nos convida a pensar num dinamismo missionário sempre extrovertido e centrífugo.

• A missão ad gentes, porém, tem que ser compreendida hoje dentro desse quadro integrado.

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Para refletir

1) Fazer uma partilha das diversas experiências de ação e animação missionária na comunidade.

2) Quais sensações, luzes e questionamentos lhe trouxe a exposição, em vista de uma animação e de uma ação missionária mais eficaz de sua comunidade?

3) Quais são as prioridades missionárias sobre as quais deveríamos concentrar nossa atenção?