Noroeste Agora nº08

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Personalidade Exemplo de Cidadania Veja o exemplo da pro- fessora Ana Maria Couto, diretora da Escola Muni- cipal Vargem Alegre de Varre-Sai. Bettus Bar O point de várias gerações continua encantando os vi- sitantes em Varre-Sai. Giro pelo Noroeste Confira o resumo dos fa- tos que aconteceram na região Noroeste. Pág.: 6 Pág.: 2 Pág.: 7 ENTREVISTA COM O PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TUTELA COLETIVA DO NÚCLEO DE ITAPERUNA O Promotor de Justiça Márcio Ferreira Fernan- des é titular da PROMOTORIA DE TUTELA COLETIVA DO NÚCLEO DE ITAPERUNA desde agosto de 2008. Após sua posse, o MP passou a estar presente em praticamente todos os assuntos de maior interesse em nossa região. Hoje não existe mais aquela liberdade que os administradores públicos desfrutavam há alguns anos atrás, pois todos sabem que o MP agora está mais perto, mais vigilante. São instaurados uma média de 150 a 200 inquéritos civis por ano, realizadas centenas de reuniões, atendimentos e oitivas, expedidos mais de 2 mil ofícios. Nesta edição, a primeira parte da entrevista com o Dr. Márcio Ferreira Fernandes. Noroeste Agora! na Escola O jornal NoroesteAgora!, inspirado no Progra- ma Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e com o propósito de estimular as iniciativas culturais que favoreçam a construção de espaços de diálogo na comunidade, busca destacar, a partir desta edição, iniciativas que estimulem a fluência comunicativa como condição para os processos de construção de convivências. Pretende estimular a utilização dos meios de comunicação tradicionais – jornal, tea- tro, dança música, entre outros, para produção dos conteúdos culturais que beneficiem a comunidade. A participação e o envolvimento das escolas da rede municipal é fundamental, permitindo diálogo com todos os que queiram envolver-se neste pro- cesso. O projeto não tem objetivo comercial nem prazo de duração previamente definido. Contatos com a redação do jornal. O natividadense Guilherme Pimen- tel, estudante de Design de Moda, fala sobre a sua carreira e como foi participar do Concurso Estilista Revelação 2010, ao lado de Xuxa Meneguel. Pág.: 3 Morador de Varre-Sai pede mais oportunidades de trabalho Festa de Setembro Natividade volta a ter a sua tradicional festa de setembro. Com atrações para todos os públicos, a festa foi um suces- so entre os moradores e visitantes que estiveram prestigiando o evento. Pág.: 12 Artigos Págs.: 14 e 15 A reportagem da TV Globo esteve visitando diversos mu- nicípios do estado do Rio de Janeiro. O objetivo é mostrar aos governantes que serão eleitos no pleito de 2010, quais as principais necessidades da população. Pág.: 16 IBGE: Natividade deve apresentar queda de população Segundo dados preliminares divulgados em reunião, o município de Natividade deve apresentar uma queda sig- nificativa na sua população. Esses dados são base para apuração dos repasses do Estado e da União. Pág.: 3 Pág.: 13 Pág.: 8

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Oitava edição do Jornal Noroeste Agora.

Transcript of Noroeste Agora nº08

  • Personalidade

    Exemplo de Cidadania

    Veja o exemplo da pro-fessora Ana Maria Couto, diretora da Escola Muni-cipal Vargem Alegre de Varre-Sai.

    Bettus BarO point de vrias geraes continua encantando os vi-sitantes em Varre-Sai.

    Giro pelo Noroeste

    Confira o resumo dos fa-tos que aconteceram na regio Noroeste.

    Pg.: 6

    Pg.: 2

    Pg.: 7ENTREVISTA COM O PROMOTOR DE JUSTIA DE TUTELA COLETIVA DO NCLEO DE ITAPERUNA

    O Promotor de Justia Mrcio Ferreira Fernan-des titular da PROMOTORIA DE TUTELA COLETIVA DO NCLEO DE ITAPERUNA desde agosto de 2008. Aps sua posse, o MP passou a estar presente em praticamente todos

    os assuntos de maior interesse em nossa regio. Hoje no existe mais aquela liberdade que os administradores pblicos desfrutavam h alguns anos atrs, pois todos sabem que o MP agora est mais perto, mais vigilante. So instaurados

    uma mdia de 150 a 200 inquritos civis por ano, realizadas centenas de reunies, atendimentos e oitivas, expedidos mais de 2 mil ofcios. Nesta edio, a primeira parte da entrevista com o Dr. Mrcio Ferreira Fernandes.

    Noroeste Agora! na EscolaO jornal NoroesteAgora!, inspirado no Progra-

    ma Cultura Viva, do Ministrio da Cultura, e com o propsito de estimular as iniciativas culturais que favoream a construo de espaos de dilogo na comunidade, busca destacar, a partir desta edio, iniciativas que estimulem a fluncia comunicativa como condio para os processos de construo de convivncias. Pretende estimular a utilizao dos meios de comunicao tradicionais jornal, tea-tro, dana msica, entre outros, para produo dos contedos culturais que beneficiem a comunidade.

    A participao e o envolvimento das escolas da rede municipal fundamental, permitindo dilogo com todos os que queiram envolver-se neste pro-cesso. O projeto no tem objetivo comercial nem prazo de durao previamente definido. Contatos com a redao do jornal.

    O natividadense Guilherme Pimen-tel, estudante de Design de Moda, fala sobre a sua carreira e como foi participar do Concurso Estilista Revelao 2010, ao lado de Xuxa Meneguel.

    Pg.: 3

    Morador de Varre-Sai pede mais oportunidades de trabalho

    Festa de Setembro

    Natividade volta a ter a sua tradicional festa de setembro. Com atraes para todos os pblicos, a festa foi um suces-so entre os moradores e visitantes que estiveram prestigiando o evento.

    Pg.: 12

    ArtigosPgs.: 14 e 15

    A reportagem da TV Globo esteve visitando diversos mu-nicpios do estado do Rio de Janeiro. O objetivo mostrar aos governantes que sero eleitos no pleito de 2010, quais as principais necessidades da populao. Pg.: 16

    IBGE: Natividade deve apresentar queda de populaoSegundo dados preliminares divulgados em reunio, o municpio de Natividade deve apresentar uma queda sig-nificativa na sua populao. Esses dados so base para apurao dos repasses do Estado e da Unio. Pg.: 3

    Pg.: 13

    Pg.: 8

  • OUTUBRO DE 2010 2OPINIO

    As opinies emitidas por nossos colaboradores so de sua inteira responsabilidade e no refletem necessariamente o nosso ponto de vista.

    na internet:www.noroesteagora.com.brtwitter.com/noroesteagorae-mail:[email protected]@[email protected]

    EXPEDIENTE

    Agncia Noroeste On-Line de NotciasJornalista Responsvel: Thiago Ramos

    Creative CommonsCNPJ: 11.882.706/0001-40

    Inscrio Municipal: 9156220-0CEP: 28370-000 // Tel: (22) 3841-3708

    O Noroeste Agora! um jornal peridico de edio independente, sem qualquer vnculo com entes pblicos, mantendo-se atra-vs de anncios do comrcio localizado na sua rea de abrangncia. Pode ser visualizado no site www.noroesteagora.com.brTem como meta a promoo da cidadania atravs do desenvolvimento de projetos e/ou atividades conjuntas em parceria com rgos pblicos, lideranas comunitrias, escolas, instituies culturais, empresas, universidades, artistas ou especialistas, no noroeste fluminense; de forma a colaborar com o desenvolvimento do cidado atravs da diversidade cultural e da ampliao do acesso da populao aos meios de comunicao.Podero ser publicadas matrias institucionais de rgos da administrao pblica direta ou indireta em nvel municipal, desde que dentro da sua linha editorial.

    Desenvolvimento SocialPrograma de gerao de emprego e renda

    Entre as diversas atividades que um programa de gerao de emprego e renda pode prever, encontra-se o atendimento a trabalhadores que, por no disporem de recursos, esto impedidos de exercer sua profisso ou precisam se sujeitar a remu-neraes muito baixas. Esses profissionais, que dispem de alguma qualificao, podem ser apoiados para trabalharem de forma autnoma, em cooperativas ou em unidades familiares de produo de bens ou servios.

    O QUE FAZER? - A prefeitura pode, por exemplo, colocar disposio de tra-balhadores qualificados equipamentos, ferramentas e outros materiais necessrios ao exerccio de sua profisso. Estes materiais podem ser doados, cedidos, alugados ou vendidos em prestaes a trabalhadores, famlias ou grupos de profissionais.

    A doao dos materiais mais sim-ples: exige pouco controle posterior, mas no permite que a prefeitura retire os materiais de quem no os utilizar de acordo com as expectativas. Por conta disto, exige uma ateno maior sobre o processo de seleo dos beneficiados.

    A cesso dos equipamentos e ferra-mentas, por sua vez, exige um acom-panhamento ao longo do tempo e a definio clara das condies de uso e devoluo. A cesso pode ser por tempo indeterminado ou por um perodo sufi-ciente para que os beneficiados se capi-talizem e possam adquirir material pr-prio. No caso desta opo, necessrio prever a hiptese de retirar os materiais dos beneficiados que demonstrarem pouco interesse ou empenho.

    O aluguel dos materiais e ferramentas aos trabalhadores, a um preo acessvel ou mesmo simblico, tem a vantagem de conferir flexibilidade ao seu uso e permitir que o programa gere recursos prprios. Por outro lado, tende a exigir um controle maior por parte da prefei-tura. H, tambm, o risco de que, uma vez no sendo donos, os trabalhadores tenham menos preocupao com sua conservao.

    O financiamento da aquisio permi-te que o programa gere recursos, poden-do lev-lo para a auto-sustentao. Os re-cursos arrecadados podem ser utilizados para financiar novos trabalhadores que venham a se integrar ao programa. En-tretanto, financiar a aquisio exige um controle especial por parte da prefeitura.

    IMPLANTANDO - A primeira etapa a ser cumprida a de concepo, onde

    so definidos os objetivos do programa, os critrios de seleo e sua abrangncia.

    A segunda etapa deve ser um estudo da viabilidade econmica das vrias pos-sibilidades de profisses selecionadas, para evitar que se estimule trabalhadores a ingressar em segmentos com pouca capacidade de absoro de novas unida-des de produo. Tambm importante fazer um levantamento das potenciali-dades e interesses da mo-de-obra local. Os resultados devem ser analisados de forma articulada. Para municpios mais populosos ou extensos, recomendvel tratar os dados de forma regionalizada.

    Em seguida, pode ser feita a seleo, que deve se valer das informaes le-vantadas e dos critrios estabelecidos na etapa de concepo. Aps a seleo, de-vem ser distribudos os kits e oferecidos, se possvel, cursos de aperfeioamento e capacitao. Ao longo dos meses sub-seqentes, necessrio acompanhar os trabalhadores e avaliar os resultados.

    Podem ser beneficiados, por exemplo: costureiras, torneadores de madeira, ser-ralheiros, carpinteiros, mecnicos, eletri-cistas, pedreiros, horticultores, produto-res rurais, cabeleireiros, recicladores de papel, cozinheiros, entre diversos outros.

    A distribuio de kits profissionais um instrumento de poltica de gerao de emprego e renda que traz resultados em um prazo bastante curto. Para algu-mas profisses, os resultados so prati-camente imediatos. Para outras, podem demorar alguns meses.

    Baseado na publicao do Instituto Plis, de autoria de Jos Carlos Vaz

    Publicao autorizada

    Giro pelo Noroeste

    Kit Profissional

    noroesteonline.com.br

    MercoNoroeste 2011 confirmada em Pdua

    Raposo agora conta com planto mdico 24 hs

    Banda Larga de msica em Miracema

    Acusado de 11 estupros preso em Bom Jesus

    Aperib apresentou pela terceira vez Cdigo dePosturas aos muncipes

    Reforma da RJ 220 em PorcinculaGoverno do Estado anuncia reforma da RJ 220, em Porcincula - O municpio de Porcincula est prestes a comemorar mais uma im-portante conquista, com a recuperao da rodovia RJ 220.

    Miracema ser uma das cinco sedes regionais fluminenses do pro-jeto Banda Larga de msica - O Banda Larga ser realizado de 29 de novembro a 4 de dezembro.

    Maioria dos crimes aconteceram em Campos

    Estas reunies tm por finalidade informar e manter um dilogo permanente com a populao para que esta fique ciente sobre o que o Cdigo de Posturas.

    Uma reivindicao antiga de moradores e turistas, enfim foi aten-dida. Hoje Raposo conta com uma infra-estrutura digna de atendi-mento que vai desde um simples remdio aos primeiros socorros em casos graves.

    A 13 Merco Noroeste acontecer de 16 a 19 de junho de 2011, no Parque de Exposies de Pdua.

  • OUTUBRO DE 2010 3

    Noroeste Agora! na Escola

    Natividade deve apresentar novamente queda populacionalA falta de oportunidades mais uma

    vez deve deixar marcas nas pequenas cidades do pas. A migrao dos jo-vens para os grandes centros fica cada vez mais evidente medida que os nmeros do ltimo censo do IBGE so apresentados. No dia 27/09, foi a vez de Natividade conhecer os dados preliminares do levantamento feito no municpio. Para uma platia de no mais de dez pessoas, foram ex-postos nmeros preocupantes.

    Natividade parece ter mergulhado

    em uma curva negativa em termos populacionais. Com cerca de 97% dos domiclios pesquisados, foram apurados apenas 13.875 habitantes - nmero bem inferior s 15.125 pes-soas contadas no recenseamento do ano de 2000.

    Da virada do sculo at hoje, tive-mos outra queda: 14.925 registrados em 2007. Para este ano a estimativa de que no passemos de 14.500 ha-bitantes em territrio natividadense, uma vez que os poucos domiclios

    que ainda no foram pesquisados es-to na regio rural, notadamente com baixssima densidade demogrfica.

    Para os tcnicos do IBGE presen-tes, a reunio - que ocorreu no au-ditrio do Centro de Vigilncia da Secretaria de Sade - os nmeros poderiam ser explicados pelo fato da populao mais jovem de Natividade buscar opes de trabalho em centros maiores. Como resultado, a cidade pode vir a sofrer queda de arrecada-o, uma vez que muitos dos repasses

    - do Estado e Unio - so calculados com base no nmero de habitantes. Caso alguma residncia por algum motivo no tenha sido recenseada, o IBGE pede que o responsvel pela mesma procure a sede do rgo na cidade. O endereo Rua Deputado Fausto de Faria, centro, embaixo do museu.

    Os dados finais devero ser apre-sentados no final de outubro.

    com informaes da Rdio Natividade

    No dia 10/09, os alunos do 8 ano do CIEP 381 Primo Jos Sobreira, realizaram uma apresentao teatral intitu-lada O METEORITO QUE VALE OURO. Sob o coman-do das professoras Maria Olinda Fabbri e Bernadete Moura de S, os alunos con-taram a histria do agricultor varresaiense que encontrou um meteorito e virou notcia em todo o mundo.

    Segundo a professora Ma-

    ria Olinda: A pea foi base-ada na reportagem do jornal Noroeste Agora! e os alunos esto aproveitando para uti-lizar o contedo do jornal no desenvolvimento de diversos trabalhos.

    A Prefeitura de Varre--Sai adquiriu o meteorito encontrado pelo Sr. Germa-no Oliveira, com o objetivo de incentivar a educao e o turismo. Segundo o Prefei-to Everardo Ferreira: Ns

    queremos dar aos alunos um incentivo a mais. Vamos colo-car em exposio e j estamos desenvolvendo um projeto educacional no municpio. Estamos aproveitando esta oportunidade para incentivar os jovens e crianas na bus-ca de conhecimento, disse o Prefeito.

    A convite da escola, o jor-nal Noroeste Agora! regis-trou alguns momentos da pea. O aluno Artur Ferreira com a professora Maria Olinda

    ALERTA! IBGE REVELA:A aluna Stella Riguetti entrevistando Dioclesciano e Sr. Germano na pea Alunos do 8 ano que apresentaram a pea O meteorito que vale ouro

  • OUTUBRO DE 2010 4Parceria com obras em Varre-SaiA cidade de Varre-Sai se trans-

    formou num verdadeiro canteiro de obras nos ltimos meses. Os trabalhos esto sendo realizados desde o Centro da cidade, pas-sando pelas Ruas Sebastio Alves Figueira e Otvio Monerat, che-gando at a Rodovia RJ 214, no bairro Nossa Senhora das Graas. Segundo a Prefeitura Municipal, as obras serviro para melhorar o escoamento das guas que atin-gem os bairros Nossa Senhora das Graas e Santo Antnio durante o perodo das chuvas.

    As obras so uma iniciativa do Governo Federal, em parceira com o Governo do Estado e a Prefeitu-ra. Segundo o Prefeito Everardo Ferreira: Estas obras j foram solicitadas desde 2009, quando fi-

    zemos um relatrio onde falamos quais os bairros mais atingidos pelas chuvas em nossa cidade. Ns relatamos no AVADAN, relatrio de Avaliao de Danos da Defesa Civil do Governo Federal, quais os problemas que deveriam ser resol-vidos de imediato. E conseguimos esta obra! So aproximadamente R$ 1.800.000,00 (um milho e oi-tocentos mil reais) de investimento em nosso municpio. Mais uma conquista para o povo de Varre--Sai, disse o Prefeito.

    As obras comearam no incio de julho, e se estendem at hoje. Moradores e comerciantes re-clamam da sujeira e da confuso no trnsito, mas entendem que o transtorno passa e a obra fica. Para o morador Manoel Muller: Essas

    obras so necessrias e j deveriam ter sido realizadas h pelo menos 15 anos atrs. So obras que vo melhorar a qualidade de vida dos moradores daqueles bairros. Te-mos que ter pacincia e precisa-mos entender que isso o melhor para a cidade, disse o comerciante.

    Alm das obras para aumento da capacidade de receptao das guas, tambm esto sendo reali-zadas obras ao longo da extenso do ribeiro que corta a cidade. E tambm j foram realizadas obras de conteno de encostas e cons-truo de pontes. Com esta ver-ba ns tambm construiremos ao todo dez pontes, alm de j termos reformado diversas casas que so-freram com as chuvas, afirma o Prefeito.

    O site da Secretaria do Estado de Fazenda informa o valor de R$ 6.753.184,62 em convnios firma-dos com o municpio de Varre-Sai

    para a realizao de diversas obras. A liberao destes valores depende do cumprimento de obrigaes as-sumidas pelo municpio.

    Cursos para qualificar mo de obra em Varre-SaiO Prefeito de Varre-Sai Everardo Ferrei-

    ra recebeu em seu gabinete no dia 13/09, a visita de representantes do Ministrio do Trabalho e Emprego e da Secretaria Esta-dual do Trabalho e Renda. Na oportuni-dade, foram discutidas novas polticas para criao de empregos e gerao de renda no municpio de Varre-Sai.

    A assessora do Ministrio do Trabalho, Sandra Lima falou da importncia dessa parceria: Estamos fomentando uma par-ceria que busca desenvolver a mo de obra na cidade. Contamos com o apoio da Pre-feitura para que sejam realizados os cursos do PLANTEQ 2010. Sabemos que o depar-tamento de Trabalho e Renda da Prefeitura de Varre-Sai est empenhado na realizao

    destes cursos. Por isso estamos mais uma vez aqui - para firmar outra parceria com o municpio. Para o sucesso desta parceria, o apoio da Prefeitura Municipal imprescin-dvel.

    Segundo o Prefeito: Desenvolver a eco-nomia de nossa cidade de extrema impor-tncia. Tenho certeza que esta parceria vai gerar bons frutos para Varre-Sai. Estamos empenhados em qualificar nossos jovens, por isso estamos promovendo esta unio entre Prefeitura, Governo do Estado e Go-verno Federal. Ns estamos trabalhando muito para trazer melhorias para Varre-Sai, disse Everardo.

    O PLANTEQ 2010 est com inscries abertas em dois estados oferecendo cursos

    profissionalizantes em Minas Gerais e no estado do Rio de Janeiro. O programa s-cio-educativo voltado para a qualificao profissional de trabalhadores menos favore-cidos, criado graas a parcerias com os Go-vernos Municipais, Estaduais e o Governo Federal atravs do Ministrio do Trabalho e Emprego.

    ENTENDA:

    O PLANTEQ Plano Territorial de Qualificao Profissional 2010 oferece um total de mais de 7.000 vagas nos dois esta-dos da regio sudeste e os cursos gratuitos tem a finalidade principal de preparar o trabalhador para melhor execuo de

    servios profissionais, seja como emprego ou como um empreendedor autnomo, pro-porcionando oportunidade de insero no mercado de trabalho e aprendizado e/ou aperfeioamento tcnico para trabalhadores j atuantes.

  • OUTUBRO DE 2010 5

    Em Bom Jesus do Itabapoana uma fbrica vai beneficiar semen-tes de maracuj para a indstria de cosmticos. um mercado a mais que se abre para os produtores da regio.

    Com a ajuda de um projeto da Embrapa apoiado por diversas parcerias, Luiz Soares Rangel est recuperando a lavoura dele em Italva, no Noroeste Fluminense. Ele plantou 400 ps de maracuj e est a espera de dias melhores.

    As expectativas so de melho-ras. Sandro Reis, empreendedor de Bom Jesus do Itabapoana teve a ideia de aproveitar algo a mais na fruta, correu em buscas de parce-

    rias e deu o pontap inicial.Com os equipamentos monta-

    dos foi s comear o processo de extrao. A indstria recolhe as semente das fbricas de suco de maracuj da regio. O processo comea com a lavagem.

    Depois as sementes passam pela secagem, e em seguida en-tram em um triturador que separa o leo e a torta. Tudo reaprovei-tado.

    A indstria de cosmticos no Brasil e no mundo est em cons-tante crescimento. O leo da se-mente do maracuj tambm usado como matria prima. Daqui pode ser produzidos shampoo, sa-

    bonete, hidratantes e at perfumes. E o mercado tem essa demanda que precisa ser suprida.

    Essa fbrica a primeira e ni-ca no Rio, mas j considerada a sementinha que pode gerar bons frutos em todo o setor do maracu-j no estado.

    Eder Resende, pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense - Uenf estuda o setor do maracuj na regio e acredita que a fbrica pode ajudar a aque-cer o plantio da fruta. O setor se mostra promissor, e o empresrio Sandro Reis quer abrir mais cinco galpes.

    com informaes da Inter TV

    Fbrica beneficiar sementes de maracuj para a indstria de cosmticosNova opo de mercado para os produtores da regio

    O Sistema Estadual de Museus do Rio de Janeiro, atravs da Su-perintendncia de Museus da Se-cretaria de Estado de Cultura, em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e a Prefei-tura de Natividade, realizou entre os dias 20 e 22 de setembro, a ofi-cina Gesto e Documentao de Acervos, na sede da Secretaria de Educao, Cultura e Desportos de Natividade.

    De acordo com Lucienne Fi-gueiredo, assessor-chefe do Siste-ma Estadual de Museus: Em Na-tividade h um embrio de museu e estamos dando o apoio tcnico para que ele se transforme em um museu, disse.

    Durante a oficina foram trans-mitidas informaes sobre aes

    educativas em museus, Conceito de Museus e Produo de Conhe-cimento em Museologia, Conceito de Documento; Documentao Muselogica, Sistema de Docu-mentao, entre outros temas.

    uma forma de fornecermos ferramentas de trabalho para os profissionais da regio que esto envolvidos na rea. Ao participar de oficinas a gente sente um forta-lecimento e uma unio dos profis-sionais da regio que tm a oportu-nidade de troca de conhecimento e experincias, lembrou.

    Para a secretria municipal de Educao, Cultura e Desportos de Natividade, Maria Cristina de Figueiredo Vieira, a parceria com a Secretaria de Cultura do Estado traz mais subsdios para a consti-

    tuio do museu no municpio.A oficina um ponto de parti-

    da com o Estado para que a gen-te possa constituir um museu de acordo com as normas legais e de preservao do patrimnio que ali se encontra. A oficina foi aberta ao pblico e contou com a participa-o dos profissionais da Cultura e Educao, pois entendemos que uma oficina de grande importn-cia e quanto mais multiplicadores formarmos, quem ganha o mu-nicpio, afirmou.

    A oficina, ministrada por Vnia Dolores, museloga com ampla experincia em documentao, foi gratuita e contou com a parti-cipao de profissionais de toda a regio Noroeste Fluminense.

    Silaine Terra / Decom

    Oficina de Gesto e Documentao de Acervos em Natividade

    H alguns meses, colocamos no mercado o jornal Noroeste Ago-ra!, um grande desafio para nossa equipe de profissionais que esto habituados a trabalhar com a comu-nicao multimdia em tempo real. Optamos por um nome que repre-sentasse a regionalidade, levantando a bandeira de produzir o mximo possvel de matrias e reportagens prprias, e no deixando de lado o espao institucional e informes pu-blicitrios, que so a fora motriz para cada edio.

    Com o passar dos meses, esta-mos aprendendo e entendendo todo o processo por trs da mdia impres-sa. E j buscando atender a deman-da de nossos leitores, nos prximos meses Natividade e Varre-Sai esta-ro ganhando um presente do Gru-po Noroeste Agora. Um novo for-mato que ser palco de discusses, opinies e idias para a construo de projetos cidados em parceria com lideranas comunitrias, esco-las, universidades e artistas.

    As cidades do noroeste flumi-nense recebem inmeros jornais, e alguns deles nos deixam sem sa-ber exatamente qual linha editorial seguem, ou o que buscam. Muitas vezes, pginas tendenciosas e car-

    regadas de ressentimentos contra agentes pblicos no levam a infor-mao correta aos cidados. Muitas vezes, informaes tendenciosas podem se confundir com boas in-formaes. Informao tendenciosa DESINFORMAO!

    O Noroeste Agora! um dos bra-os do primeiro grupo de comuni-cao multimdia do noroeste do es-tado. Nascido do talento, trabalho e conhecimento adquirido por jovens de nossa terra, que no so refns dos coronis que ditam as regras dos bastidores da mdia em nosso pas. Nosso peridico uma start-up da Agncia Noroeste OnLine de Not-cias, que completou cinco anos em setembro de 2010.

    Para Andr de Arajo, CEO da Livreweb, a implementao de novos servios de informao e co-municao, com a adoo de novas tecnologias, a sada para as empre-sas no interior alcanarem melhores resultados e fixarem suas marcas, produtos e servios. Hoje podemos afirmar que, com a nossa equipe e parceiros formamos, juntos, um conjunto de competncias, criativi-dade, experincias, talento e vises de mundo.

    Jornalismo de Oportunismo

    Start-up um modelo de empresa jovem, embrionria, recm-criada, ou ain-da em fase de constituio, implementao e organizao de suas operaes - o que mais comum. Podendo nem ter, ainda, iniciado a comercializao de seus produtos e servios. Pode tambm ser uma empresa totalmente integrada no mercado por ter se beneficiado de um crescimento rpido.Normalmente, as start-ups so empresas pequenas, mas que despertam um interesse cada vez maior das indstrias tradicionais na criao e desenvolvimento de conceitos. Deste modo, as start-ups podem ser pequenos projetos empre-sariais, ligados pesquisa, investigao e desenvolvimento de idias inovadoras, frequentemente de base tecnolgica - mas tambm podem resultar da iniciativa de grandes grupos empresariais.O termo start-up possui uma herana de empreendedorismo e inovao bas-tante forte, relembra-nos empresas como o Google, Yahoo, Ebay, Apple, Cami-seteria, Amanai e outras, que se beneficiaram de crescimentos explosivos e lide-ram segmentos de mercado em que atuam.Start-up um termo forte, que transmite energia, deciso e iniciativa.

    Andr Arajo

    Entenda:

  • OUTUBRO DE 2010 6

    POSTURAS MUNICIPAISA situao do trnsito em Varre-Sai reclama ime-

    diata ateno do poder pblico, para impedir o tr-fego de veculos pesados - de grande tonelagem - no permetro urbano e definir regras claras para estacio-namento nas principais vias pblicas.

    necessrio criar um Plano Municipal de Trans-porte - raramente encontrado nos municpios me-nores, verdade - e nele definir com clareza como se exercer a fiscalizao das regras a serem implanta-das. Apesar das questes de circulao serem de in-teresse imediato do municpio, a Constituio Federal define como atribuio exclusiva da Unio legislar so-bre trnsito, o que faz principalmente atravs do C-digo Nacional de Trnsito. Este, por sua vez, atribui a responsabilidade da fiscalizao ao Estado, atravs dos Detrans e da Polcia Militar. O municpio fica, as-

    sim, restrito na sua atuao sobre os problemas de cir-culao na cidade.

    Alguns municpios em convnio com o Governo do Estado - e participao da guarda municipal - as-sumem as atribuies de fiscalizao do trnsito e recebem recursos arrecadados com multas. impor-tante que a sociedade participe na elaborao do pla-no de transporte para garantir que as questes sejam analisadas do ponto de vista da cidade.

    Retardar a soluo desse problema - em especial continuar permitindo o trfego de veculos de grande tonelagem num centro urbano sem regras de trnsito definidas - pode implicar em graves prejuzos causa-dos pelo comprometimento das estruturas de cons-trues antigas, com riscos aos moradores e destrui-o do patrimnio histrico e cultural do municpio.

    PLANO MUNICIPAL DE TRANSPORTE

    O NoroesteAgora! recebe sugestes de temas para esta coluna. S sero consideradas cartas com o nome completo, endereo e telefone para contato do remetente, mesmo quando enviadas por email.Solicitaes de alunos da rede escolar, quando avalizadas pelo professor, tero tratamento preferencial.

    Exemplo de Cidadania

    Um bom exemplo de cidadania que vale a pena ser destacado o da Professora Ana Maria de Assis Couto. Atualmente ela responde pela direo da Escola Municipal Vargem Alegre, em Varre-Sai.

    Ana teve a idia de fazer uma horta, no ptio da sua escola. Con-tou com a ajuda dos funcionrios

    e com a participao dos prprios alunos. E deu tudo muito certo! Hoje, com os produtos da prpria hortinha escolar, ela enriquece a alimentao dos alunos. No local so produzidas couve-flor, alface, cebola, salsinha, brcolis e couve. Em breve estaremos plantando tambm jil e pimento, diz Ana.

    A partir de 27/5/2010, de acordo com a Lei Federal n 131/2009 (Lei da Trans-parncia), o mini-site da Subsecretaria de Finanas da SEFAZ-RJ rene em um s endereo (http://www.fazenda.rj.gov.br/portal/intituicao/tesouro.por-tal), todas as informaes referentes aos

    pagamentos individualizados feitos pelo governo do estado. Entretanto, o No-roesteAgora! no encontrou os valores dos convnios (j liberados), celebrados pelo Estado com os Municpios, falha essa que, acreditamos, ser sanada.

    Para Varre-Sai um dos munic-

    pios mais beneficiados na regio no-roeste, por exemplo, consta o valor de R$6.753.184,62 a ser liberado aps o cumprimento de condies contratuais.

    Os Portais de Transparncia Pblica foram lanados pelo governo federal em novembro de 2004, para assegurar

    a boa e correta aplicao dos recursos pblicos. O objetivo aumentar a trans-parncia da gesto pblica, permitindo que o cidado acompanhe como o di-nheiro pblico est sendo utilizado e ajude a fiscalizar.

    PGINA DA TRANSPARNCIA PBLICAArrecadao da Regio Noroeste (Julho de 2010)

    Os municpios devem prestar contas populao e publicar suas contas de forma simples e em local visvel e de fcil acesso para todos os cidados, bem como incentivar a participao popular na discusso de seus planos e oramentos (Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 48 e 49).

    Banco do Brasil - http://www.bb.com.brControladoria Geral da Unio - http://br.transparencia.gov.br/

    Cmara dos Deputados: http://www.camara.gov.br/

    MUNICPIOS TRANSFERNCIAS CONSTITUCIONAIS

    DO ESTADO

    TRANSFERNCIAS CONSTITUCIONAIS

    DA UNIO

    CONVNIOS COM A UNIO

    ARRECADAO TOTAL DO

    MUNICPIO

    APERIB 625.810,30 696.685,60 337.381,85 1.659.877,75 BOM JESUS 1.044.936,26 1.560.880,78 765.218,34 3.371.035,38 CAMBUCI 826.299,12 994.208,02 166.569,64 1.987.076,78 ITALVA 696.856,40 797.249,17 366.326,53 1.860.432,10 ITAOCARA 843.091,05 1.046.413,90 739.354,13 2.628.859,08 ITAPERUNA 1.933.188,78 2.250.646,13 6.587.799,65 10.771.634,56 LAJE DO MURIA 632.707,21 677.657,68 127.567,61 1.437.932,50 MIRACEMA 766.977,39 1.397.328,34 441.052,00 2.605.357,73 NATIVIDADE 775.704,23 946.164,32 877.633,18 2.599.501,73 PORCINCULA 719.084,59 1.142.150,26 987.777,52 2.849.012,37 PDUA 1.152.740,54 1.976.034,24 454.704,43 3.583.479,21 SO JOS DE UB 657.524,34 622.293,70 111.435,49 1.391.253,53 VARRE-SAI 614.073,44 776.756,93 177.996,42 1.568.826,79 38.314.279,51

  • OUTUBRO DE 2010 7O Bar dos Sapatos

    Fundado em dezembro de 1977, o famoso Bar dos Sapa-tos de Varre-Sai j teve vrias decoraes. Todo ano a pro-prietria Maria Elmira trocava a decorao para as festividades de fim de ano: J enfeitamos o bar das mais variadas maneiras. Usamos jornal, pipoca, bambu, espelhos, tudo era motivo para

    inventarmos uma nova deco-rao. S que com o passar dos anos, a decorao dos sapatos fez tanto sucesso, que ns resolvemos deix-la, diz a empresria.

    A histria dos sapatos foi motivada por uma figura his-trica, de um personagem que faz parte da cultura local. Co-nhecido como SALVADOR

    (1880-1979), o andarilho po-voou a mente das crianas var-ressaienses durante muito tem-po. Dizem os mais antigos, que Salvador faleceu sem nunca ter usado um par sapatos. Foi da que o professor Jamiltom Vieira teve a idia de homenagear Sal-vador. Durante um bom tempo as roupas de Salvador ficaram

    expostas no bar, inclusive o seu cajado.

    Famoso por sua decorao rstica e extremamente exti-ca, o Betus Bar de Varre-Sai o lugar perfeito para as noites frias do inverno. Cerveja gelada, aquela poro de frango passa-rinha, ou o j tradicional feijo amigo, so apenas alguns dos

    ingredientes que fazem do local o point mais procurado entre os jovens da regio. Funcionan-do de quinta a domingo, bem no centro da cidade, Maria Elmira, Alcemar, Douglas e Martina cuidam com todo o carinho e dedicao do lugar que j se tor-nou parte da cultura regional.

    NA!

    Bettus Bar

    notcia diria em quase todos os meios de comunicao os escndalos com desvio de dinheiro pblico, for-mao de quadrilha, enriquecimento ilcito e outros crimes contra o povo. A condenao do ex-governador An-tony Garotinho a dois anos e meio de priso por formao de quadrilha armada fez ressurgir, em homens de boa f - mas descrdulos da justia-, um fio de esperana.

    O escndalo de Cambuci, que le-vou priso de secretrios municipais e de uma funcionria do Ministrio Pblico local, em um forte esquema de corrupo, surpreendeu a todos

    ns. Em Campos dos Goytacazes e em Rio das Ostras, foram convocadas novas eleies municipais por irregu-laridades. Mais recentemente, Dou-rados/MS, Amap e Esprito Santo completam a lista.

    Onde est o compromisso em cuidar bem do que pblico? Infe-lizmente, tem sido muito comum o descaso com a populao, sempre em troca das facilidades muitas e dos be-nefcios que o poder pode oferecer a pessoas despreparadas para o exerc-cio de cargos pblicos.

    O eleitor quem paga a conta.NA!

    Acusaes de corrupo no ambiente polticoOnde ser o prximo escndalo?

    Voc acha a sua cidade meio catica, confusa e sem regras?Voc gostaria de contribuir para solucionar isso?Voc gostaria de morar em uma cidade mais bonita, onde o interesse coletivo esteja frente de interesses pessoais?Voc gostaria de definir os rumos para o crescimento da sua cidade?Voc gostaria de participar de um grupo organizado para desenvolver esse trabalho?

    DESENVOLVIMENTO URBANO

    "O Noroeste Agora! est recebendo sugestes e crticas para orientar sua atu-ao nesta rea. S sero consideradas cartas com o nome completo, endereo e telefone para contato do remetente, mesmo quando enviadas por email. So-licitaes de alunos da rede escolar, quando avalizadas pelo professor, tero tratamento preferencial."

  • OUTUBRO DE 2010 8

    A cada dia cresce o grau de confiana e respeito em relao ao Ministrio P-blico. Em especial, cabe s PROMO-TORIAS DE JUSTIA DE TUTELA COLETIVA do MP a defesa dos direi-tos sociais e individuais dos cidados. Na tutela coletiva, o MP age para proteger (tutelar) os interesses e direi-

    tos difusos, coletivos e mesmo individu-ais desde que comum a todos. A atua-o do Ministrio Pblico na proteo a esses direitos tem relao direta com a noo de coletividade; com a idia de que o direito a ser tutelado diz respeito a um nmero considervel de pessoas. com o intuito de esclarecer aos seus

    leitores e a populao em geral so-bretudo mostrando-lhes a extenso dos seus direitos - que o jornal Noroeste-Agora! entrevistou o Dr. Mrcio Fer-reira Fernandes, Promotor de Justia de Tutela Coletiva, Titular do Ncleo de Itaperuna. Essa entrevista ser pu-blicada em duas partes, sendo que na

    prxima edio sero abordados te-mas tratados no momento pelo MP. Com destaque especial para aspectos relacionados sade pblica - trans-ferncia de pacientes entre municpios da regio; ao mineroduto; ao meio ambiente; entre outros de interesse da coletividade.

    Entrevista

    NA - Qual o exato papel das Promoto-rias de Justia de Tutela Coletiva?

    Dr. Mrcio Fernandes: Antes de tudo, eu gostaria de agradecer ao jornal Noroes-teAgora! pelo convite e parabeniz-lo pela sua postura. Nossa regio precisa de jornais assim, que respeitem a inteligncia do leitor e que no tenham comprometimento polti-co. timo trabalho.

    Mas respondendo pergunta, as Promo-torias de Justia de Tutela Coletiva so rgos de execuo do Ministrio Pblico encarre-gados de atuar na defesa do meio-ambiente, do consumidor, do idoso, dos portadores de deficincia, da probidade administrativa, do patrimnio pblico, cultural, histrico, turs-tico e de outros interesses coletivos.

    Nosso trabalho em grande parte re-alizado extrajudicialmente, ou seja, sem a necessidade de entrar com aes judiciais. Resolvemos muitas questes por meio da celebrao de termos de ajustamento de conduta, os famosos TACs, da expedio de recomendaes ou mesmo por meio de simples ofcios investigatrios. J consegui-mos resolver muitos problemas dessa forma. Esses casos, na maioria das vezes, no che-gam ao conhecimento do grande pblico, pois como no se transformam em proces-sos judiciais, acabam no sendo noticiados pela imprensa.

    Cabe-nos tambm fiscalizar a atuao do poder pblico e exigir deles o respeito aos di-reitos previstos na nossa legislao. Recebe-mos muitas reclamaes referentes a ques-tes que os prprios Municpios podem e

    devem resolver. Nesses casos, provocamos a atuao dos rgos municipais responsveis.

    Outra parte de nosso trabalho feita em juzo, por meio da propositura de aes, o que s ocorre quando no h possibilidade de resoluo consensual do problema ou nos casos em que essa alternativa no se mostra cabvel, como nas hipteses de res-ponsabilizao de agentes pblicos pela pr-tica de atos de improbidade administrativa.

    Em nossa regio, a Promotoria de Justia de Tutela Coletiva possui um ncleo situado em Itaperuna, no km 30 da Rodovia BR-356, ao lado do Frum, sendo responsvel por uma rea de oito Municpios: Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Natividade, Por-cincula, Varre-Sai, Laje do Muria, Italva e Cardoso Moreira. a segunda maior rea do Estado, menor apenas que a de Campos dos Goytacazes, onde existem duas Promo-torias de Tutela Coletiva.

    NA - Nos ltimos anos, o Ministrio Pblico vem tendo atuao muito intensa e vem ganhando, cada vez mais, credibili-dade e confiana da populao, em espe-cial no que se refere defesa dos interesses coletivos da populao. Dentro desse enfo-que, grande a expectativa da sociedade por aes mais efetivas das Promotorias de Justia de Tutela Coletiva, para controle das administraes pblicas. Esse assunto sempre desperta grande interesse. Como o cidado pode contribuir nesses procedi-mentos?

    Dr. Mrcio Fernandes: Realmente, a

    atuao do Ministrio Pblico vem crescen-do bastante, fazendo-se cada vez mais pre-sente na vida das pessoas. Dentro da insti-tuio existe um grande comprometimento com a defesa do interesse pblico e social e o efetivo controle da Administrao Pbli-ca. Felizmente, a populao percebeu isso e passou a confiar em nosso trabalho, o que extremamente gratificante.

    A contribuio que esperamos do cida-do que ele no se cale e nem se conforme com situaes irregulares mas que, ao con-trrio, fiscalize a atuao do poder pblico e denuncie as irregularidades de que tiver conhecimento. Esse canal de comunicao importantssimo para o nosso trabalho.

    Outra colaborao bastante relevante se-ria que o cidado se utilizasse mais vezes da ao popular, o que infelizmente acontece muito pouco em nossa regio, acho at que por desconhecimento. A ao popular um instrumento constitucional que se destina

    anulao de qualquer ato lesivo ao patrim-nio pblico ou de entidade de que o Estado participe, moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimnio histrico e cultural. Qualquer cidado pode ingressar com uma ao popular, desde que compro-ve sua condio de cidado, por meio da apresentao do ttulo de eleitor, e tenha ele-mentos mnimos de prova que possam fun-damentar sua demanda. Se a ao popular fosse manejada mais vezes em nossa regio, teramos uma defesa mais efetiva do interes-se pblico e social, no dependendo apenas da atuao do Ministrio Pblico, que hoje possui um imenso volume de trabalho, todo a cargo de um nico promotor.

    Nossa regio repleta de carncias, o que torna ainda maior a nossa responsa-bilidade. Peo populao que tenha no Ministrio Pblico o seu maior parceiro na luta por um pas melhor, mais justo.

    O Jonal Noroeste Agora! entrevistou com exclusividade o Promotor de Justia de Tutela Coletiva do Ncleo de Itaperuna. proibida a reproduo de quaisquer partes, cabendo aos infratores todas as penalidades previstas na legislao vigente.

    Creative Commons by Studio mU

  • OUTUBRO DE 2010 9NA - Como fazer denncias ao Minist-

    rio Pblico? Pode-se fazer denncias por telefone? Pode haver denncias annimas?

    Dr. Mrcio Fernandes: Existem vrios ca-minhos para denunciar um fato ao Minist-rio Pblico. O cidado pode se dirigir a qual-quer Promotoria de Justia e fazer a denncia diretamente ao promotor de Justia, que co-lher o seu termo de declaraes. Pode tam-bm levar uma representao escrita, mesmo que seja mo. A representao deve conter uma narrativa dos fatos, com o mximo de informaes possvel. No necessrio ins-truir a representao com provas, mas se isso for possvel, tanto melhor. Quem no quiser ir at a sede do Ministrio Pblico, pode fazer denncias por telefone, por meio do nmero 127, ou pela internet, na pgina do Ministrio Pblico do Estado Rio de Janeiro, cujo ende-reo www.mp.rj.gov.br, atravs do link Ou-vidoria. No necessrio que o denunciante se identifique, ou seja, as denncias podem sim ser feitas de forma annima. Mas im-portante que o denunciante descreva os fatos da forma mais completa possvel, a fim de fa-cilitar a coleta de provas.

    Outro esclarecimento importante que al-guns fatos relativos tutela coletiva, decerto a grande maioria deles, cabe ao Ministrio P-blico Estadual investigar, mas outros fatos, em especial aqueles que envolvem o interesse da Unio ou que atingem mais de uma unidade da federao, so da atribuio do Minist-rio Pblico Federal. So campos de atuao distintos, no investigamos a mesma coisa e no existe entre ns qualquer relao de su-bordinao, mas de coleguismo e de respeito mtuo.

    NA - Objetivamente, que tipo de recla-mao o cidado pode fazer ao MP de Tu-tela Coletiva?

    Dr. Mrcio Fernandes: difcil resu-mir isso em poucas linhas, pois o tema muito amplo, mas podemos dizer que em matria de patrimnio pblico, qualquer irregularidade praticada por agente pblico que acarrete a obteno de vantagens inde-vidas, dano aos cofres pblicos ou violao aos princpios da Administrao Pblica,

    como o da legalidade, da moralidade, da publicidade, da isonomia, da impessoalida-de etc. Em matria ambiental qualquer fato que possa importar na ocorrncia de dano ambiental, como poluio do ar, do solo, das guas e outras. Em relao aos interesses de grupos (idosos, portadores de deficincia, consumidores, contribuintes etc.) qualquer fato que os prejudique coletivamente, vio-lando a lei ou impedindo-os de exercer di-reitos previstos na legislao. Em matria de cidadania, qualquer fato relativo m quali-dade na prestao dos servios pblicos. Isso apenas um apertado e incompleto resumo.

    NA - O jornal TRIBUNA-EDIO VARRE-SAI vem fazendo, insistentemen-te, severas crticas PROMOTORIA DE JUSTIA DE TUTELA COLETIVA DO NCLEO ITAPERUNA. O senhor, como Promotor responsvel pelo Ncleo, gosta-ria de fazer alguma considerao a esse respeito?

    Dr. Mrcio Fernandes: Como dizia Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda Nazista, uma mentira repetida cem vezes se torna uma verdade. As pessoas passam a acreditar naquilo.

    Por isso acho necessrio tocar nesse as-sunto para fazer alguns esclarecimentos s pessoas que lem as ofensas que esse jornal Edio Varre-Sai publica. Com isso, pre-tendo unicamente dar satisfaes popula-o, que paga o meu salrio e que confia no trabalho do Ministrio Pblico.

    Inicialmente, quero deixar claro que en-tendo ser totalmente legtimo que um rgo de imprensa faa crticas atuao do poder pblico, inclusive do Ministrio Pblico. A liberdade de expresso um direito fun-damental dentro do sistema democrtico e importantssimo que a imprensa esteja sempre vigilante, criticando, denunciando. Vivemos em um pas infestado de escnda-los de corrupo e isso tende a diminuir se houver essa conscincia de fiscalizao dos atos do poder pblico por parte dos rgos de imprensa.

    Em relao s crticas feitas pelo jornal Edio Varre-Sai Promotoria de Justia

    de Tutela Coletiva Ncleo Itaperuna, posso afirmar que elas no procedem. Como j dito, alm de Varre-Sai, temos outros sete municpios para tomar conta. So cerca de mil inquritos em andamento para apenas um promotor e quatro servidores. Traba-lhamos no mximo de nossas foras e posso dizer que fazemos at demais pelos poucos recursos e pelo grande volume de trabalho que temos. Acusar-nos de ineficincia uma grande injustia.

    Mas o pior no isso, o pior que o jornal fica insistindo em dizer que eu seria cmpli-ce do prefeito, que eu teria parentes na pre-feitura e que, por isso, as investigaes de-morariam, pois estariam sendo proteladas.

    Isso uma mentira, uma calnia absurda desse jornal. Em primeiro lugar, pelo que sei, no tenho parentes na Prefeitura, como o jornal faz questo de noticiar (apesar de no dar os nomes), apenas minha sogra, que servidora concursada h mais de dez anos e que ocupa um cargo bastante humilde, sem qualquer influncia poltica. Em segundo lugar, porque as denncias feitas contra os atuais gestores municipais de Varre-Sai es-to sendo apuradas na mesmssima veloci-dade com que caminham as investigaes envolvendo outros governantes municipais da regio, nem mais, nem menos. Desafio qualquer um a provar o contrrio e abro a Promotoria de Justia para quem quiser tirar essa dvida.

    Deve ficar claro tambm que uma inves-tigao sobre a prtica de atos de improbi-dade administrativa no se encerra da noi-te para o dia. No podemos ingressar com aes na Justia com base em meras sus-peitas. O Ministrio Pblico no age dessa forma temerria, pois nos cabe promover Justia e no perseguies. Precisamos reu-nir provas, ouvir testemunhas, obter e ana-lisar documentos, fazer percias. Isso leva tempo. E qualquer rgo pblico que realize trabalho de investigao tem de passar por isso. Essas operaes da Polcia Federal, por exemplo, que so noticiadas bombastica-mente pela imprensa, com a priso de vrias pessoas envolvidas com atos de corrupo, essas operaes levam meses, s vezes anos,

    de preparao, de investigao sigilosa, at que chega o momento em que, reunidas todas as provas necessrias, a coisa estoura, vem a pblico, com mandados de priso sendo cumpridos. Mas s isso o que apare-ce na imprensa. Ningum sabe que aqueles policiais ficaram anos investigando antes de prender. Tem-se a impresso de que o traba-lho rpido, automtico, fcil, mas no . iluso pensar isso. Investigar corrupo no Brasil no uma tarefa simples.

    Outra coisa: o jornal Edio Varre-Sai insiste em insinuar que o promotor aco-bertaria os administradores de Varre-Sai, instaurando inquritos e depois os engave-tando, para evitar que os agentes pblicos fossem responsabilizados. Isso outra gran-de mentira, que mostra como esse jornal induz seus leitores ao erro. Como j dito acima, qualquer cidado pode entrar com uma ao popular contra qualquer agente pblico para pedir a anulao de ato lesivo ao patrimnio pblico e obrigar os culpados a devolver o prejuzo aos cofres pblicos. Desse processo no participa o promotor de Tutela Coletiva, mas sim o promotor da comarca de origem. A ao popular pode ser proposta ainda que haja inqurito civil em andamento no Ministrio Pblico, ou seja, o trabalho investigatrio do Minist-rio Pblico no impede de forma alguma que o cidado entre com uma ao popular. Ora, se o jornal Edio Varre-Sai tem tan-ta certeza em dizer que administradores de Varre-Sai teriam praticado irregularidades e ainda afirma que possui cabais provas disso, por que ainda no entrou com uma ao popular? Esse jornal se diz to preocupado com os destinos de Varre-Sai e to indigna-do com a demora do Ministrio Pblico. Por que est de braos cruzados at agora?

    O jornal Edio Varre-Sai induz seus leitores ao erro

  • OUTUBRO DE 2010 10Vejam bem, no quero com isso que o

    cidado faa o trabalho do Ministrio Pbli-co. Ns vamos trabalhar com ou sem ao popular. Apenas penso que as pessoas que criticam tanto o Ministrio Pblico deve-riam fazer alguma coisa de til em vez de ficar s proferindo ofensas contra um rgo pblico idneo, que sempre age dentro da lei e se desdobra para dar conta de um imenso volume de trabalho.

    Apesar de tudo, nunca tomei qualquer medida contra o jornal Edio Varre-Sai, pois sempre tive muito trabalho a fazer e nunca quis perder tempo com esse tipo de provocao barata. Confesso que no dou muita ateno para esse jornal. Mas essa campanha difamatria j est passando dos limites. No atingem apenas a minha pessoa, mas a prpria instituio qual per-teno, inclusive nossa equipe de servidores, que composta por pessoas da mais alta idoneidade moral. No podemos mais tole-rar que coloquem em dvida a seriedade do trabalho realizado no Ncleo de Tutela Co-letiva de Itaperuna. Exigimos mais respeito com o Ministrio Pblico. Vamos tomar as medidas legais cabveis em face dos respon-sveis. No queramos que o caso chegasse a esse ponto, mas parece que isso acabou se tornando inevitvel. E no vai aqui qualquer intimidao ao jornal. No esse o nosso propsito. As medidas que tomaremos se-ro todas dentro da lei.

    Defendemos sempre a liberdade de imprensa, mas desde que haja responsa-bilidade. Um jornal pode fazer crticas e denncias, no ofensas e agresses. Afinal, liberdade no pode ser sinnimo de irres-ponsabilidade, de desrespeito, de mentira.

    NA - O mesmo jornal - TRIBUNA-EDI-O VARRE-SAI- fala da existncia de vrias aes de improbidade administra-tiva contra servidores pblicos em Varre--Sai. Qualquer cidado que tenha interesse pode ter informao sobre essas aes?

    Dr. Mrcio Fernandes: Na verdade no

    Liberdade no pode ser sinnimo de irres-ponsabilidade, de des-respeito, de mentira.

    se trata de aes, mas de investigaes. Exis-tem diversas investigaes em curso na Pro-motoria, algumas em relao a pessoas da atual administrao e muitas outras relativas a pessoas ligadas a administraes passadas. Como os inquritos so pblicos, possvel sim ter acesso aos autos, desde que seja inte-ressado e faa requerimento fundamentado, exceto nos casos em que decretado o sigilo, seja por convenincia da investigao, seja pela natureza reservada de alguns dados.

    NA - O Ministrio Pblico foi solicita-do a embargar as obras de construo de um Centro Administrativo Municipal no campo do Serrano, em Varre-Sai. Essa soli-citao teve por base um abaixo-assinado de cidados de Varre-Sai. O Ministrio Pblico manifestou-se formalmente sobre o assunto?

    Dr. Mrcio Fernandes: Recebemos um extenso abaixo-assinado de cidados var-ressaienses solicitando a adoo de medidas que visassem preservao do Estdio do Serrano Esporte Clube. A Prefeitura Muni-cipal de Varre-Sai j se manifestou sobre os fatos. O caso est sendo analisado com mui-ta cautela. Em breve teremos um posicio-namento do Ministrio Pblico. s o que posso dizer por enquanto.

    NA - Algumas prefeituras da regio noroeste fluminense realizaram ou esto realizando concursos pblicos. Em alguns municpios, esses concursos esto sendo realizados aps compromissos feitos com o Ministrio Pblico. O Ministrio Pblico estar de alguma forma acompanhando o desenrolar desses concursos?

    Dr. Mrcio Fernandes: Sim, estamos acompanhando tudo isso. Esses concursos e processos seletivos pblicos passaram a ser realizados a partir de um trabalho iniciado pela Promotoria de Justia de Tutela Coleti-va do Ncleo Itaperuna ainda no primeiro semestre de 2009 junto s Administraes Municipais. Pretende-se, com isso, mora-

    lizar o sistema de contrataes na regio, acabando com as indicaes polticas e retirando das mos dos governantes essa moeda de troca, esse esquema de toma l um emprego d c um voto, que sempre existiu. Agora, salvo em alguns casos excep-cionais e justificados, s vai ser contratado quem se mostrar capacitado para tanto e obtiver aprovao em processo seletivo p-blico. No importa se aliado ou se adver-srio poltico. A seleo deve ser impessoal, objetiva, isonmica. Todos tero as mesmas chances e, uma vez aprovados, no ficaro mais refns das mudanas de governo. Fe-lizmente, os prefeitos da regio compreen-deram a necessidade dessas medidas e vm atendendo s obrigaes pactuadas com o Ministrio Pblico. As Prefeituras de Bom Jesus do Itabapoana e de Cardoso Moreira foram as pioneiras, sendo seguidas por Ita-peruna, que fez um belo trabalho. Hoje es-to em andamento concursos ou processos seletivos pblicos em Varre-Sai, Laje do Mu-ria e Italva. Em breve ocorrero os de Nati-vidade e Porcincula. Esperamos que j no prximo ano toda a regio esteja livre dessa imoral distribuio poltica de empregos p-blicos. Isso algo indito em nosso Estado. uma conquista de nossa regio. Agora im-portante que o cidado colabore com nosso trabalho, ajudando a fiscalizar a lisura desses concursos e desses processos seletivos, de-

    nunciando irregularidades. No podemos permitir que ocorra qualquer tipo de fraude que venha a beneficiar aliados polticos dos atuais governantes.

    NA - Existe algo mais que o Ministrio Pblico julgue oportuno divulgar para me-lhor esclarecimento da populao?

    Dr. Mrcio Fernandes: importante que a populao saiba que, apesar de nosso volume de trabalho ser imenso e de nossos recursos serem limitados, temos trabalhado incansavelmente e com muita seriedade na defesa dos interesses sociais. Nossa regio muito pobre, repleta de carncias, o que torna ainda maior a nossa responsabilidade. Nesse quadro, peo populao que tenha no Ministrio Pblico o seu maior parceiro na luta por um pas melhor, mais justo. Esta-mos sempre abertos ao pblico e contamos com o apoio e a colaborao de todos nessa difcil tarefa. Obrigado.

  • OUTUBRO DE 2010

    Natividade perdeu dois filhos queridos: Carlos Alberto Jia e Zeilton de Oliveira Silva. Infelizmente, so coisas da vida. Mas, o que a vida, se no um breve sopro que deve ser aproveitado ao mximo? E viver este sopro da melhor maneira possvel, esses dois souberam! Viveram, amaram, foram amados e partiram desta, direto para os braos do Criador, deixando saudades e histrias que sero lembradas at que o nosso momento de partir chegue tambm.

    Zeilton deixa sua marca no esporte natividadense. Carlos Alberto se vai como um heri na luta pelo Meio Ambiente. Ambos deixam vagos seus lugares, pois so insubstituveis.

    Dizem que os bons morrem jovens, porque Deus quer ao Seu lado as boas almas. Se assim , ns aceita-mos a Sua vontade, mesmo que isso no signifique que no choremos mais estas perdas lastimveis.

    Nossas lgrimas so apenas sintomas da saudade que fica no lugar de quem se foi, assim, sem mais nem por que.

    Oremos para que Deus conforte os nossos coraes e ajude os familiares e amigos que ficam, a seguirem em frente. Pois a Vida... esta continua, assim como continuam to vivos em nossos coraes aqueles que nos deixaram, pois no importam onde estejam, estaro sempre conosco.

    Carlos Alberto e Zeilton, que Deus os tenham em um bom descanso.

    Uma homenagem do Portal Natividade

    Para dois AMIGOS, apenas uma homenagem

    11

  • 157 anos de f e tradio

    A tradicional Festa de Setembro de Natividade superou todas as expectativas e bateu recordes de pblico durante as principais atraes que fizeram parte do evento.

    A festa, cuja abertura oficial aconteceu na sexta-feira, destacando o talento nati-vidadense de Andr Violo e Marisa Are-nari, ainda contou com grandes nomes musicais no cenrio nacional: o excelente rock'n roll da banda Os Paralamas do Su-cesso e o pagode descontrado do Grupo Revelao, que arrastou milhares de fs para a Avenida Amaral Peixoto com os

    seus grandes sucessos.Passaram ainda pelo palco todo o ax

    da Banda Paker, o samba do Grupo Nos-sa Raiz, o pop rock da Banda Fratellos e a agitao da Banda libi. Durante todos os dias, aconteceram diversas atividades que j fazem parte da tradio natividadense, como jogos de futebol, corrida de bicicle-ta, corrida de velocpedes para crianas, corrida rstica, apresentao da Banda Escocesa de Petrpolis, capoeira, entre outras atraes que movimentaram os dias em Natividade.

    Durante a Festa de Setembro foi cele-

    brado tambm o Dia do Natividadense, com a 64 Hora de Arte, que homena-geou o Sr Edemar Gomes da Silveira (Arteso), Arinda Gomes Pereira (Nativi-dadense Presente) e Mary Pavanelli (Na-tividadense Ausente). Alm das home-nagens, a noite do dia 06/09 foi repleta de apresentaes, que transformaram a Hora de Arte em um agradvel encontro entre arte e a cultura local.

    O dia 07 foi marcado pelo Desfile C-vico, em comemorao ao Dia da Ptria. J o dia 08, Dia de Nossa Senhora de Na-tividade, foi marcado pela diverso, com a

    Gincana de Casais e Corrida de Garons e pela devoo, com a procisso, missa e o grande show catlico com a Banda Ado-rao e Vida - que encerrou a programa-o musical da Festa de Setembro 2010.

    Nos coraes de natividadenses pre-sentes e ausentes fica a saudade e a expec-tativa de que no prximo ano a Festa de Setembro tenha o mesmo brilho, o mes-mo empenho da organizao, e que seja to emocionante como foi a deste ano de 2010.

    Do Portal Natividade

    OUTUBRO DE 2010

    Crditos das Fotos: Andr Arajo, Elizabeth Ribeiro e Mariana Azevedo

    Festa de Setembrode Natividade

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  • 157 anos de f e tradio

    OUTUBRO DE 2010

    Sou + Natividade!Guilherme PimentelNatividadense, 22 anos, estudante de design de moda, no Instituto Zuzu Angel UNESA.

    Conte-nos um pouco o incio da sua trajetria no mundo da moda.Guilherme: Sempre desenhei, desde criana. Aos 6 anos ganhei um concurso em Nativi-dade, sobre a chacina da Candelria. A partir da meus pais sempre me incentivavam a de-senhar e nunca mais parei. Sempre soube das minhas reais condies financeiras. Na escola nunca fui o melhor aluno, mas quando chegou no 2 ano, comecei a perceber que nada cairia do cu, ento chegou hora de correr atrs, sempre quis mudar minha realidade, mas muitas vezes na escola fui super mal compreendido. Ao invs de estudar s queria saber de dese-nhar, meus cadernos eram todos desenhados, minha carteira do colgio tinha mil modelos nela... faziam sucesso mas sempre tinha vergonha de assumir que os desenhos eram meus. Quando algum amigo meu descobria, eles no acreditavam, porque somente minha me e minhas irms sabiam que eu desenhava croquis de moda. Quando era criana desenhava vrias mulheres na parede do meu quarto, deixava minha me louca! At aproveito para mandar um recado para os professores: se ver algum talento em seus alunos incentive-os, afinal isso tambm uma forma de educao. Minha irm Luenne via os modelos de roupas na TV, e pedia para eu desenhar para ela, eu via minha av costurando e ficava maravilhado naquela engenhoca, que no era eltrica, mas totalmente de pedal. Acabei ganhando uma bolsa de estudos na Estcio de S/Instituto Zuzu Angel, e tive que me mudar para o Rio de Janeiro, onde estou.

    O que despertou seu interesse, o que te impulsionou para seguir a carreira de estilista?Guilherme: O meu interesse maior ver como uma pessoa pode se comunicar atravs de suas roupas: se estamos tristes nos fechamos; quando algum morre usamos o preto, para dizer que estamos de luto. No vero optamos por cores mais alegres at porque a poca em que estamos mais felizes. Sempre vi a beleza como algo muito pessoal, subjetivo. Ento o que bonito para mim, pode no ser pra voc. Quando juntava, centavo por centavo, para poder comprar uma revista de moda, via aquilo e entendia o que o estilista queria dizer, enquanto a maioria das pessoas dizia que era feio. O que mais me impulsionou a seguir essa carreira foi a vontade de passar algo para o prximo, porm de uma forma diferente, no que ele veste.

    Como o seu processo criativo? Fale sobre a escolha do tema das suas colees at seus aspectos gerais.Guilherme: Bom, meu processo criativo da seguinte forma: escolho um tema que quero seguir, uma vertente, leio, estudo e procuro sobre o tema, logo depois vejo o tecido de cada pea e os aviamentos, isso em uma coleo. Se algum me encomenda uma pea somente, procuro saber mais sobre a pessoa, por exemplo, se ela gosta de tal cor, de tomara que caia, de uma ala s; comeo a buscar referncias do que ela gosta e no gosta, assim acabo tendo uma gama de modelos para a pessoa. Mas tem que rolar uma sintonia, a cliente tem que confiar em voc, que no final tudo d certo. Afinal ser vendedor de sonhos, no nada fcil. Na verdade, para as mulheres, estilistas so, na verdade, vendedores de sonhos. Quando uma cliente me contrata para algo especial, na verdade ela busca a pea dos sonhos dela, ento no podem ocorrer erros, ela tem que se sentir linda.

    Recentemente, voc participou do Concurso Estilista Revelao 2010, exibido na TV Xuxa. Acompanhamos seu momento no programa e percebemos o quanto voc se emo-cionou. Fale um pouco da emoo, do sentimento de realizao de estar entre os 10 fina-listas do concurso e de participar do programa da Xuxa.Guilherme: Poxa, foi at agora uma das maiores experincias da minha vida, foi difcil che-gar l, passei por alguns testes, e o pior era no saber o que vinha pela frente, sabia que havia a possibilidade da eliminao, afinal estava em um concurso. E foi o que acabou acontecendo. Mas me superei. Dei o melhor de mim, no dia antes do programa conversei com Deus e disse "Senhor seja o que o Senhor quiser". Infelizmente, no foi minha hora. Quando vi minha roupa pronta, e estava do lado da Xuxa, veio um filminho na minha cabea, de onde sa e onde estava, no fui to alto, mas ficar entre os 10 melhores novos estilistas do pas, entre 20 mil inscritos, j valeu a pena. E pelo contrrio de alguns participantes, nunca menti minha origem, no vim de bero de ouro, a todo o momento falei da minha cidade que amo tanto, minha maior vontade era no ter precisado sair da para crescer, porem foi necessrio cresci como pessoa tambm! Nunca neguei que cresci em uma casinha humilde, l na sada para Porcincula. Natividade sempre vai estar no meu corao, as pessoas que mais amo moram a. Nasci em Itaperuna, porm fui criado em Natividade, do que tenho muito orgulho. A minha vontade era ter entrado no programa com uma blusa escrito Natividade-Brasil, mas no deu tempo de ficar pronta. A Xuxa linda e muito simptica. A todo o momento ela dizia para no desistirmos. E essa palavra (desistir) passa longe do meu vocabulrio. Minha modelo era linda, acabamos ficando amigos, rolou uma sintonia, acho que era coisa de pele, pelo fato de sermos negros. Foi sorteio, porm meu corao j dizia que ela seria a minha modelo. Meu look acabou ficando uma coisa meio Grace Jones, uma cantora inglesa negra e isso me deixou feliz de ver meu trabalho bem executado.

    Qual o seu maior sonho dentro da sua profisso e do mundo da moda?Guilherme: Meu maior sonho ser bem realizado, no me vejo fazendo outra coisa, ABRIR MINHA PRPRIA GRIFE E VER AS PESSOAS USANDO MINHAS ROUPAS CONSU-MINDO AQUILO QUE TENHO DE MELHOR PARA PASSAR PARA OS OUTROS. O primeiro trabalho na rea de moda muito difcil, at porque moro no Rio e aqui tem muita gente boa. Quem sabe no rola nada por a, seria uma honra trabalhar na minha regio.

    Deixe uma mensagem para seus amigos, familiares e todos que torcem por voc, aqui, em Natividade ou onde quer que estejam.Guilherme: Quero agradecer minha me e minha famlia, afinal eles so essenciais no meu crescimento. Aos meus amigos e ao povo de Natividade, que quando estive ai me acolheram muito bem. minha professora Solange, que quando deu aula na escola Joo Fernades foi a primeira a acreditar em mim - quando eu tinha apenas 6 anos. Luis Alberto e Rosngela por ajudarem a financiar meu sonho quando me mudei para o Rio sem pedir nada em troca.Aos meus amigos natividadense Thales Fagundes, Nicola Kabouk, Franscisco Kabouk, Joo Kabouk, Srgio Patusco, Anderson, Walter e Stella, entre vrios outros. s minhas irms Luenne, Mnica, Dbora e Brbara. Ao meu pai e a todos que torcem por mim. E a vocs do Portal Natividade, onde sempre visito para saber as notcias da minha cidade e matar a saudade da minha terra natal.Para finalizar, deixo uma frase, com a qual me identifico muito para reflexo:

    Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitria o desejo de vencer.

    Mahatma Gandhi

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  • OUTUBRO DE 2010

    Brasil: Pior do que est, no fica?Ficha suja, dossi, censura,

    escndalos, propina, corrupo, impunidade so sinnimos da po-ltica brasileira. Alm disso, a pol-tica, esse ano mais evidente do que nunca, se torna smbolo de piada sem graa na maioria das vezes, mas ainda assim, uma piada. O Fi-cha Limpa no pode ser aprovado ainda para esta eleio. Por qu? Porque deu empate e o Presidente do Supremo no pode desempa-tar? No! Porque o Roriz assim o quis. E o Brasil inteiro - que na sua grande maioria nem sabe quem esse fulano a - paga o pato. Mas quem disse que o Ficha Limpa iria solucionar o problema da bandi-dagem entre polticos? Ningum. Mas funcionando, ns, simples

    eleitores, pagadores de impostos, ficamos com a impresso de que alguma coisa est sendo feita, na tentativa de moralizar esse Pas afundado na lama da impunidade. Se metade de quem pode decidir que leis sejam aprovadas e justia seja feita vota contra - comprado pelo poder da poltica coronelista - temos mais ainda a certeza de que estamos merc de qualquer coisa, qualquer bandido e ningum pode fazer nada em nosso benefcio.

    Eu, definitivamente no voto em candidatos cujas fichas so mais sujas do que pau de galinhei-ro, usando o linguajar popular - es-perando que nenhuma galinha se aborrea comigo por tal compara-o. No me restam tantas opes,

    mas acho que esse deve ser o pen-samento de quem realmente se in-teressa pelo futuro da nao. Para cabea de cada um, uma sentena, j dizia meu pai. Pois ento, que a conscincia de cada um o direcio-ne na hora de votar. Votar em um ficha limpa no precisa ser obriga-trio para ser colocado em prtica, pois afinal, quando bandidos esto no poder, a populao inteira se encontra fragilizada pelo sistema manchado por atos escandalosos, que ferem a moral de cada cidado digno e honesto.

    Por vezes sem fim j perdi a f na poltica. Por vezes sem fim, j disse que me recusava a votar em qualquer candidato. Se isso fosse soluo, continuava no meu pro-

    psito, mas infelizmente no . Ao me recusar a votar, me recuso a participar e exercer meu direito como cidad em um pas demo-crtico (onde o voto obrigatrio, o que contradiz um pouco - jul-gando o sentido exato de demo-cracia - mas tudo bem). Abrindo mo do meu direito de voto, perco tambm meu direito de reinvin-dicao, pois, na minha omisso, acabo concordado com a maioria, e nos candidatos eleitos por ela. En-to, ainda que um tanto desacredi-tada em todo esse circo montado em volta de uma farsa, eu voto. Procuro escolher com pacincia, e como j disse tantas vezes, ainda que me iluda com propostas que jamais sairo de programas do go-

    verno, tenho sempre a conscincia tranquila de que a minha parte foi feita da melhor maneira possvel.

    O Brasil ainda tem jeito. Talvez a mudana no acontea nos pr-ximos quatro anos, talvez ela no seja visvel, mas ela pode aconte-cer. Assim como tambm pode acontecer uma mudana negativa. Engana-se candidato que diz que pior do que est, no fica. Tem como piorar. Tem como melhorar. Tem como simplesmente estagnar. E cada um de ns, ainda que in-diretamente, somos responsveis pelos resultados e pelo futuro do nosso pas.

    Elizabeth RibeiroEstudante de Administrao

    Um candidato diferente?Mais uma eleio. E, com ela,

    surgem tambm centenas de no-vos amigos, amigos inseparveis, amigos do peito, espera de um voto seu. s vezes, o pedido de voto vem acompanhado de pro-messa de favores, de doao de te-lhas, de dentaduras, de cobertores e coisas do tipo. Tudo muito til e bem vindo, afinal, de cavalo dado no se olha os dentes, no verda-de? No entanto, a pessoa que sabe se dar o devido valor e entende que a importncia de ser cidado passa pelo exerccio do direito li-vre de voto, no se deixa iludir e enganar com palavras falsamente amigas.

    Dia desses li uma notcia que muito me surpreendeu: as pes-

    quisas de inteno de voto no es-tado de So Paulo mostram que o candidato Tiririca dever ser escolhido por mais de um milho de eleitores para a funo de depu-tado federal. Primeiramente, pen-sei que tal fato pudesse representar voto de protesto, j que a popula-o se v carente de tantas coisas e cansada de falatrios inteis, algo como, anos atrs, o voto macio conferido ao Macaco Tio, folcl-rico personagem do zoolgico do Rio de Janeiro. Depois conclu que talvez no seja bem assim...

    O candidato Tiririca, famoso comediante brasileiro, tem sua fala espontnea e, em certa me-dida, incorpora um personagem carismtico e que se comunica

    facilmente com os eleitores. As-sim, no fica difcil entender que o povo se identifica com a figura vivida pelo comediante. Posso at estar enganada, mas, se eleito, bem possvel que o comediante ajude a mudar a cara do Congres-so Nacional, to sisudo, ranzinza e distante do povo que representa.

    Como promessa de campanha, Tiririca disse que, embora no sai-ba, de fato, o que faz um deputado federal, aprender o ofcio e con-tar para todos os que nele vota-rem. Por mais estranha que possa parecer semelhante promessa, ela tem um toque de humildade e sin-ceridade, alm de enfrentar uma questo sria: o desconhecimento generalizado sobre o papel dos

    parlamentares do nosso pas. O candidato tem a humilda-

    de, coisa rara nos dias atuais, de afirmar que no sabe nada das atribuies desenvolvidas por um deputado. certo que nunca se vai poder dizer que Tiririca enganou seus eleitores.

    Quando tive conhecimento de que o humorista seria candidato pelo estado de So Paulo, lembro que pensei que fosse brincadeira do amigo que me deu a notcia. No levei a srio. Primeiro, me indignei: a que ponto chegaram nossos candidatos! Mas, ouvindo sua propaganda, pude perceber que ele merecedor dos votos que ter. Ele se assume como repre-sentante de uma vasta camada da

    sociedade, que pouco compreen-de para que existe uma classe pol-tica, Congresso, Senadores e essas coisas pomposas, distantes e cer-tamente caras, muito caras. Seus eleitores se identificam com ele, na simplicidade de seu discurso, na sinceridade, na perplexidade com todo esse teatro mal encenado por falsos amigos do povo. Uma coisa certa: o povo anda mesmo ne-cessitado de sinceridade.

    Fica a a dica: dizer a verdade tambm d voto. Muito mais do que a gente imagina...

    Mara Silva da Fonseca Ramos-Procuradora da Fazenda Nacional

    e-mail: [email protected]

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  • Pedras e luzes que Cruzam o cuO curioso de toda essa histria sobre o

    meteorito que caiu em Varre-Sai o fato de que, de repente, nosso municpio se conec-tou com as dimenses profundas do Cos-mo, regies longnquas por onde passou este pedao de dendrito, que vagou por mi-lhes e milhes de anos, e que j esteve em lugares que nem to cedo nenhum homem visitar. Esta perspectiva dimensiona e nos faz relembrar o quanto de mistrios ainda guarda o universo e o quo pouco sabemos dele.

    Contudo, pode no ser o nico relato de queda de meteorito na regio do noroeste fluminense. Recordo-me que ouvi, certa vez, em Santa Clara, um caso interessante: a de uma bola de fogo que caiu no quintal de um fazendeiro. Esta histria teria acon-tecido em princpios do sculo passado, quando ainda era comum a crena nas his-trias da Me-do-Ouro. A lenda da Me--do-Ouro tem origem indgena e aparece, sobretudo, na regio sudeste do Brasil.

    Dizem que ela uma bola de fogo que indica os locais onde se encontram jazidas de ouro. s vezes, pela madrugada essa bola de fogo se transforma tambm em uma belssima mulher com um vestido lon-go de seda e com cabelos dourados refle-tindo luz e voando pelos ares. Vive em lu-gares montanhosos. Sua passagem no cu noturno talvez se confunda com as estrelas cadentes e meteoritos.

    Pois bem, a Me-do-Ouro teria cado nesta fazenda citada acima, em Santa Clara. O fazendeiro que a encontrou, guardou-a num velho ba. Tratava-se de uma pedra pesada, redonda, no formato de um coit, recoberta por uma camada escura e lisa como o envoltrio de um chocolate. Ali a Me-do-Ouro esteve presa por muitos anos, at que, um dia, o fazendeiro resolveu partir a pedra ao meio e descobrir o que ha-via dentro. Talvez algum tesouro.

    Munido de um machado, colocou a pe-dra que veio dos cus sobre outra pedra que encontrou no cho, perto de um grande au-de. Desferiu um forte golpe sobre ela, mas a mesma no se partiu, resvalando-se para o meio do aude. Deve estar l, no fundo deste mesmo aude, se ele existir, recoberta por lama, lodo e segredos.

    Esta histria me remete a duas pequenas reflexes: primeiro a de que no devemos lanar o meteorito de Varre-Sai ao fundo de audes. H que se ter a perspectiva de que ele um elemento de um evento csmico raro. No transform-lo em pilhria, mas em atividades educativas. uma oportu-nidade tambm rara. um patrimnio que pode render municipalidade muitos bons frutos, no capturados em sua plenitude pela viso utilitarista do cotidiano.

    Segundo, a de que talvez a Me-do--Ouro seja uma lenda advinda das quedas dos meteoritos observadas pelos indgenas. Ela faz parte de nossas tradies, embora momentaneamente adormecida. Me-do--Ouro, estrelas cadentes, meteoritos, bolas de fogo, luz do Monte Azul, tantas histrias de fogos-ftuos cruzando os cus de Varre--Sai, que mereceriam um debruar mais atento sobre o imaginrio da populao. Um acervo que entrecruza a explorao do conhecimento sobre o Cosmo com nossas indagaes antropolgicas mais profunda-mente vitais, e que no nos apercebemos de sua importncia.

    Aproveitar tanto cientfica quanto cul-turalmente tais questes saber acumular potencialidades locais de construo de identidade. abrir-se aos desafios do mun-do para ultrapassar um inusitado aconteci-mento astronmico. As universidades esto por a, loucas para contribuir, s sinalizar que a ajuda vem.

    Jose Antonio Abreu de OliveiraCirurgio-dentista - Mestre em Sade Pblica

    pela Fundao Oswaldo Cruz

    A companhia da solido nos faz viver o silncio - que apenas uma parte de todo o barulho da vida - e encontrar as emoes que compem as nossas razes. A certeza de ter d-vidas questiona as respostas convictas que nos enchem de indeciso.

    Fazer certo as coisas erradas ou er-rar as coisas certas no faz diferena, a nica coisa certa ser o erro.

    O comeo de um fim quando per-cebemos a verdadeira falsidade que nos cerca e nos deixa livres para des-cobrir que a paz de outro sorriso pode desarmar nossas guerras.

    A riqueza de um pobre nunca ser comparada pobreza de um rico. A pobreza de um rico sempre ser pior do que a do pobre.

    Foi tanta coragem, que morro de medo de tudo que eu fiz dar em nada. Tanta indeciso para o futuro o fruto de tamanha convico no passado.

    Sempre soube que poucas certezas poderiam causar muitas confuses em apenas algumas muitas linhas, mas nunca imaginei que pra falar a verdade s vezes mentiria.

    Thiago Meira GlriaEstudante de Publicidade

    No sei, s sei que foi assim!

    Meteoritos

    OUTUBRO DE 2010

    Ol companheiros do "Noroeste Agora!".

    Hoje venho aqui me expor de tal forma que tenho at medo de falar.

    Sou um homem, no alto dos meus 35 anos, forte e at muito conservado se comparado a milhares que esto por a com a mesma idade, e at bem mais novos. Mas uma pulga vive com-plicando minha vida: sou solteiro.

    A maioria dos meus amigos so ca-sados, tm filhos e isso uma pedra no meu sapato. Vira e mexe algum pergunta:

    "E a meu camarada, vai casar no?""Voc muito legal para passar pela

    Terra e no deixar ningum com seu genoma."

    minha gente, a sociedade, hip-crita diga-se de passagem, traou, em seus "anais", com duplo sentido mes-mo, que obrigatrio o matrimnio. Se voc no casado est errado.

    No vou dizer que as coisas esto difceis, pois no esto, esse negcio de igualdade entre homens e mulhe-res ultrapassou a barreira do mercado de trabalho. As mulheres esto im-possveis e bato palmas para as mes-mas, pois agora elas escolhem o seu destino. Acabou aquele negcio e que o homem a figura - e o figura. Desa-gradou leva um p naquele lugar.

    Mas voltando ao centro do assunto, que a minha "solteirice", eu fico real-mente infeliz quando algum vem me

    encher as medidas com esse assunto.As pessoas acham que tm a fr-

    mula da vida perfeita quando, mui-tas vezes, so pessoas completamente infelizes, e pior, acham que podem se meter na vida dos outros com suas idias mirabolantes e receitas que fi-zeram delas mesmas uma derrota to-tal.

    Quero sim, "encontrar algum, en-contrar algum, que me d amor...", mas onde est essa pessoa? Nas ruas? Em que cidade? Neste planeta?

    Acho at que j a encontrei algu-mas vezes, mas por uma imposio do destino ou mesmo do mundo "mun-dano" no rendeu frutos. Pacincia.

    Como diria Shakespeare, no pos-so obrigar ningum a me amar, o que posso fazer dar bons motivos para que gostem de mim e ter pacincia.

    Como diria meu amigo Rodrigo V8, preciso ter pacincia. Ou o Guns and Roses, just a little patience...

    E assim vou vivendo, tentando me tornar uma pessoa cada vez melhor, tanto fsico quanto intelectual e espi-ritualmente, para que quando eu en-contrar essa mulher ela saiba que est ao lado de um super humano.

    Enquanto isso, "solteiro no Rio de Janeiro parado em qualquer praia, sou solto em qualquer lugar..."

    Aquele abrao.Lo Bil

    Livre Pensador

    Solteiro sim!15

  • Meteorito de Varre-Sai em A Grande Famlia da Rede GloboNo episdio do sitcom A

    Grande Famlia, exibido no dia 09 de setembro de 2010, a Rede Globo levou ao ar o caso

    do Meteorito de Varre-Sai. Da mesma maneira em que o Sr. Germano se surpreendeu ao avistar uma grande explo-

    so no cu, e logo em seguida ter visto a queda, a famlia Silva aprontou poucas e boas com o meteorito que caiu do cu.

    Para os que no consegui-ram assistir, o episdio com-pleto est disponvel no Portal Varre-Sai. s acessar o site

    www.portalvarresai.com.br e conferir.

    Thiago Ramos (com informa-es da Globo.com)

    Acompanhe o resumo do episdio: Dinheiro no cai do cuAgostinho (Pedro Cardoso) compra uma televiso para o txi sem avisar

    Bebel (Guta Stresser) e quando a esposa descobre decide deix-lo dormindo no carro. Porm, pouco depois, um estrondo chama a ateno de todos. Lineu (Marco Nanini), Nen (Marieta Severo), Tuco (Lucio Mauro Filho) e Bebel cor-rem para fora da casa e encontram Agostinho encoberto por muita fumaa. Quando a visibilidade aumenta, a famlia Silva se depara com um meteorito.

    Intrigado, Lineu chama um astrnomo (Cico Caseira) para avaliar a pedra. O profissional conclui que aquele um condrito, uma formao rochosa com mais de quatro bilhes de anos. Apesar de ser uma raridade cientfica, o acha-do no vale muito em dinheiro.

    Jornais locais noticiam a queda do meteorito e acrescentam que foi dada uma recompensa aos que o encontraram, sem especificar a quantia. Ao saber disso, Agostinho fica intrigado e tem certeza de que o sogro ganhou muito di-nheiro. Assim como o taxista, toda a vizinhana comea a procurar meteoritos, na inteno de ficarem ricos, e uma confuso se espalha pelo bairro.

    Reproduo Tv Globo

    OUTUBRO DE 2010 16

    Morador de Varre-Sai pede mais oportunidades de trabalhoA Rede Globo de Televiso

    exibiu no programa RJTV, uma srie de reportagens sobre as eleies 2010, mostrando diver-sas cidades do interior do estado - seus problemas e possibilida-des. Com o objetivo de mostrar aos novos governantes onde es-to os problemas, a reportagem mostrou como os jovens perdem perspectivas com a falta de em-pregos em Varre-Sai.

    No programa que foi ao ar no dia 30/08/2010, foi exibida uma matria que mostrou as dificul-dades encontradas para o desen-volvimento da cidade de Varre--Sai. Alm da falta de empregos, a cidade localiza-se numa das reas mais pobres do estado do Rio de Janeiro. Os outros fatores que dificultam o desenvolvimen-to turstico da cidade e a expan-so econmica do municpio

    so: a distncia da capital, estra-das em pssimas condies de trfego, e o difcil acesso cidade.

    O reprter Marcos Ucha es-teve no municpio e conversou com uma famlia de agricultores que contou a histria do seu filho Sidney Borges de Oliveira.

    Para assistir a reportagem completa, acesse o Portal Varre--Sai

    www.portalvarresai.com.br

    Reproduo G1