Noroeste Agora

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Moradores de Natividade sofrem com obras do Mineroduto ENTREVISTA COM O PROMOTOR DE TUTELA COLETIVA DO NÚCLEO DE ITAPERUNA história O que você faria se visse o seu sonho desmo- ronando e não pudesse fazer nada? Esta é a si- tuação de dezenas de moradores de Natividade. As obras do mineroduto vêm provocando grandes transtornos em alguns municípios da região noroeste do estado. Estradas, estruturas e meio ambiente estão sendo severamente preju- dicados. Aparentemente não existem compensa- ções para repor os prejuízos causados. Aproximadamente cinqüenta famílias pre- judicadas em Natividade, fizeram um abaixo assinado e protocolaram a reclamação junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – Núcleo de Tutela Coletiva de Itaperuna. Construtora alega que problemas são causados por erros dos pedreiros Confira a segunda parte da entrevista exclusiva com o Promotor de Justiça titular do Núcleo de Tutela Coletiva de Itaperuna. Saúde pública, meio ambiente e mineroduto, entre outros temas relevantes, fizeram parte desta conversa. Página: 8 Uma história que mobilizou a cidade. A luta pela vida do pequeno Davyd trouxe a todos um grande aprendizado: quando uni- dos podemos muito mais. O esforço con- junto da secretaria de saúde e com a defesa civil municipal foi fundamental para aten- der Davyd. Pequeno Davyd é salvo em Varre-Sai CULTURA CURIOSIDADES PERSONALIDADES ARTIGOS Desejos de Natal É possível o combate ao crime organizado? O Cine Brasil Liberdade de Expressão Dona Memélia Do baú da Diogo Exemplo de Superação Sabrina Gianna Uma história de paixão Entrevista com Nilce Tupini Página: 3 Páginas: 18 e 19 Página: 7

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Jornal Noroeste Agora - Edição Dezembro de 2010

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Moradores de Natividade sofrem com obras do Mineroduto

ENTREVISTA COM O PROMOTOR DE TUTELA COLETIVA DO NÚCLEO DE ITAPERUNA

história

O que você faria se visse o seu sonho desmo-ronando e não pudesse fazer nada? Esta é a si-tuação de dezenas de moradores de Natividade.

As obras do mineroduto vêm provocando grandes transtornos em alguns municípios da região noroeste do estado. Estradas, estruturas e meio ambiente estão sendo severamente preju-dicados. Aparentemente não existem compensa-ções para repor os prejuízos causados.

Aproximadamente cinqüenta famílias pre-judicadas em Natividade, fi zeram um abaixo assinado e protocolaram a reclamação junto ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro – Núcleo de Tutela Coletiva de Itaperuna.

Construtora alega que problemas são causados por erros dos pedreiros

Confi ra a segunda parte da entrevista exclusiva com o Promotor de Justiça titular do Núcleo de Tutela Coletiva de Itaperuna. Saúde pública, meio ambiente e mineroduto, entre outros temas relevantes, fi zeram parte desta conversa. Página: 8

Uma história que mobilizou a cidade. A luta pela vida do pequeno Davyd trouxe a todos um grande aprendizado: quando uni-dos podemos muito mais. O esforço con-junto da secretaria de saúde e com a defesa civil municipal foi fundamental para aten-der Davyd.

Pequeno Davyd é salvo em Varre-Sai

CULTURA CURIOSIDADESPERSONALIDADES ARTIGOSDesejos de Natal

É possível o combate ao crime organizado?

O Cine Brasil

Liberdade de Expressão

Dona MeméliaDo baú da

DiogoExemplo de Superação

Sabrina Gianna

Uma história de paixãoEntrevista com Nilce Tupini

Página: 3

Páginas: 18 e 19

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DEZEMBRO DE 2010 2OPINIÃO

As opiniões emitidas por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade e não refl etem necessariamente o nosso ponto de vista.

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EXPEDIENTE

Studio mUJornalista Responsável: Thiago Ramos

Creative CommonsCNPJ: 11.882.706/0001-40

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O Noroeste Agora! é um jornal periódico de edição independente, sem qualquer vínculo com entes públicos, mantendo-se atra-vés de anúncios do comércio localizado na sua área de abrangência. Pode ser visualizado no site www.noroesteagora.com.brTem como meta a promoção da cidadania através do desenvolvimento de projetos e/ou atividades conjuntas em parceria com órgãos públicos, lideranças comunitárias, escolas, instituições culturais, empresas, universidades, artistas ou especialistas, no noroeste � uminense; de forma a colaborar com o desenvolvimento do cidadão através da diversidade cultural e da ampliação do acesso da população aos meios de comunicação.Poderão ser publicadas matérias institucionais de órgãos da administração pública direta ou indireta em nível municipal, desde que dentro da sua linha editorial.

Giro pelo Noroestenoroesteonline.com.br

Campos foi campeã no PIB nacional em 2008

PROJOVEM conclui cursos em dezembro com saldo positivo para Porciúncula

Varre-Sai vai ganhar Parque de Eventos e novo Estádio Municipal

Embrapa discute a produção de derivados de leite em Bom Jesus

Venda de ingressos para show extra do U2 começaA banda U2 confi rmou um show extra no Brasil. Os irlandeses se apresentarão novamente em 10 de abril de 2011.

Dentro de dez meses a população de Varre-Sai vai ganhar um Par-que de Eventos e um novo Estádio Municipal.

A Embrapa e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnolo-gia Fluminense de Bom Jesus do Itabapoana, no Noroeste fl u-minense, reuniu produtores, estudantes e demais interessados no tema, no antigo Colégio Agrícola.

O projeto em parceria com o Senai, tem a formatura dos cursos mar-cada para 22 de dezembro.

O município fl uminense de Campos dos Goytacazes, no norte do estado, foi o que apresentou maior ganho de participação percentual no Produto Interno Bruto (PIB) em todo o país, em 2008.

UM MODELO INEFICIENTE - Os serviços de saúde no Brasil adotam um modelo centrado na doença e no hospital e são caracterizados pelo gigantismo e o imediatismo. É um modelo custo-so ao país. As medidas preventivas são menosprezadas, com a opção pelo atendimento à doença já manifesta, muitas vezes em estado grave. Os serviços são estruturados de forma a ser prestados em unidades de saúde, transformando a exigência de melhores serviços de saúde em reivindicação de novos equipamentos. O cotidiano do sistema de saúde torna-se uma triste combinação de fi las, con-gestionamento de unidades, desentendimentos, desrespeito ao cidadão e gastos enormes de tempo e dinheiro com a “burocracia”. Entre a omissão e as alianças com os setores que fazem das doenças da população um negócio, assiste-se à redução da qualidade de atendimento aos pacientes da rede pública e a um processo de abandono dos investimentos.

ASSISTÊNCIA DOMICILIAR À SAÚDE

Cuidar da saúde do cidadão em sua residência aumenta a capacidade de atendimento da rede pública

É preciso romper com esse modelo, transfor-mando-o num modelo humanizado, centrado na promoção da saúde, onde cuidar do cidadão seja muito mais que prescrever medicamentos.

DESCONCENTRAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE - É possível prestar serviços de saúde à população, sem que ela necessariamente tenha que se locomover até as unidades de saúde ou se submeter à internação hospitalar. A desospitali-zação é uma tendência mundial da organização dos serviços de saúde, que possibilita aliviar a carência de leitos hospitalares e melhorar a quali-dade de atendimento através da desconcentração dos locais de atendimento. Ao invés de unidades de grande porte, transfere-se a prestação dos ser-viços para unidades mais simples e para a própria residência dos cidadãos.

As alternativas de desconcentração de servi-ços de saúde possuem vários graus de comple-xidade e são diversos os tipos de trabalho que podem ser realizados:

Visitas domiciliares: Além do atendimento a consultas nos postos de saúde, médicos e outros profi ssionais podem periodicamente percorrer os bairros, visitando as casas. Além de aproximá--los da comunidade, permite um acompanha-mento mais particularizado. Os profi ssionais passam a conhecer não só o quadro clínico dos pacientes, mas também as suas condições de vida, em termos econômicos, sociais e familiares. É importante que o profi ssional seja fi xado num bairro ou região, para que possa conhecer e ser conhecido, podendo acompanhar em detalhe a evolução da saúde das famílias atendidas.

Prestação de serviços especializados: Alguns atendimentos podem ser realizados a domicílio, quando os pacientes têm difi culdades de loco-moção. É o caso de fi sioterapia, odontologia, co-leta de exames, curativos.

Internação domiciliar: Há casos em que é possível dispensar a um paciente o mesmo tipo de tratamento que ele receberia se estivesse in-ternado num hospital, tanto em termos de qua-lidade quanto de quantidade. É indicada para convalescenças, situações de baixa gravidade e risco, para doenças crônicas que necessitam

de cuidados de enfermagem e até para casos de pacientes terminais (AIDS, Oncologia), quando não houver mais procedimentos a realizar para reverter o quadro clínico. É indicada, também, para crianças e idosos, que se ressentem mais do afastamento da família, além de pacientes de saúde mental.

ALGUNS CUIDADOS - O principal ponto a ser lembrado é que um sistema de assistência domiciliar, desde o mais simples até o mais com-plexo, só pode ser concebido a partir da existên-cia da rede de unidades de saúde, que funciona como a principal porta de entrada e oferece a retaguarda hospitalar e ambulatorial para os pa-cientes. Vem, portanto como aperfeiçoamento dos serviços oferecidos pela rede.

É importante estabelecer critérios de seleção das regiões ou pacientes a serem atendidos. É mais vantajoso, por exemplo, implantar serviços de visita domiciliar nas localidades com maior concentração de população infantil e com menor nível de renda. A internação domiciliar é mais aconselhável onde houver maior carência de leitos públicos. Para a prestação de serviços espe-cializados e a internação domiciliar, é importante observar as condições existentes na residência do paciente, avaliando se é possível receber cui-dados em casa. Uma vez que a participação ativa dos doentes e familiares é fundamental, não é possível levar adiante o projeto sem considerar as condições psicológicas e a disposição da família em seguir a prescrição.

Os serviços de assistência domiciliar exigem equipes multiprofi ssionais, incluindo enfermei-ros e auxiliares de enfermagem, psicólogos, assis-tentes sociais e nutricionistas, além de médicos e outros especialistas. A remuneração dos profi s-sionais deve garantir sua permanência no traba-lho, evitando descontinuidades. Para programas como os de visitas domiciliares, a perda de um profi ssional signifi ca a perda de um acúmulo de informações e relações com a população que de-morará meses para ser refeito.

Baseado na publicação do Instituto PólisPublicação autorizada

Leia as notícias na íntegra em www.noroesteonline.com.br

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A união faz a forçaSecretaria de Saúde, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros salvam a vida de recém nascido em Varre-Sai

Um dos fatos mais emocio-nantes ocorridos em Varre-Sai nos últimos tempos deu-se no início de dezembro. O nasci-mento do pequeno Davyd Lu-cas Rampazo da Silva, trouxe a todos um grande aprendizado: “A união faz a força”.

Quando nasceu, no dia 30/11, Davyd apresentava gra-ves problemas de saúde, como infecção generalizada e insu-ficiência respiratória. Mesmo sem os equipamentos para um tratamento apropriado, a crian-ça foi prontamente atendida no Hospital São Sebastião de Var-re-Sai. A partir daí entrou em cena a força de duas pessoas. A

Secretária Municipal de Saúde Silvana Ferreira e o Chefe da Defesa Civil Márcio Vieira Ba-tista.

Para um tratamento mais adequado era necessário que a criança fosse transferida para um hospital com mais recur-sos. “Conseguimos junto ao governo do estado uma vaga para que a criança pudesse ser atendida em Campos, em uma clínica particular”, disse a secre-tária Silvana.

Outra etapa importante foi o transporte da criança até o município de Campos dos Goytacazes. O chefe da Defesa Civil de Varre-Sai, Marcio Viei-

ra Batista, esclarece: “Falamos diretamente com o Coronel do Corpo de Bombeiros, que se solidarizou com a situação e se prontificou a ajudar”, disse Márcio.

A população ficou um pou-co desconfiada quando o heli-cóptero do corpo de bombeiros pousou na área de lazer do par-que confiança para buscar o pe-queno Lucas. “Nunca na histó-ria de nossa cidade uma pessoa foi transferida de helicóptero para outro município. A saúde em nosso Varre-Sai está mu-dando. Quando unimos forças, podemos muito mais”, disse o Prefeito Everardo Ferreira. Márcio Vieira, Everardo Ferreira e Silvana Viana, unidos por Varre-Sai

A luta pela melhoria da saúde em Varre-SaiQuando perguntada sobre as prin-

cipais mudanças ocorreram na Secre-taria Municipal de Saúde, a atual secre-tária Silvana Viana Ferreira responde, prontamente:

- Nós trabalhamos para ajudar os que mais necessitam. É essa a nossa função. Conseguimos a doação uma nova am-bulância numa parceria com a “ONG BRASIL SOLIDÁRIO” e a “LOTERJ”, no valor de R$ 180.000,00. Essa ambulân-cia já está prestando serviços relevantes à comunidade. A Secretaria conseguiu

ainda obter outros recursos junto aos governos federal e estadual para obras de saneamento básico para melhoria da rede de escoamento de águas pluviais, interligando a rede Centro-Bairro Santo Antônio. Estaão sendo também inician-das novas obras nos bairros Santa Lúcia e Nossa Senhora Aparecida. E o mais im-portante: estamos ainda implantando a nossa “Central de Regulação”. Qualquer pessoa que tenha sido atendida na rede de saúde pública no município terá o seu prontuário disponibilizado “on line”

para um sistema único de controle, o que vai facilitar muito eventuais transferên-cias de pacientes e a disponibilização de procedimentos médicos, inclusive o for-necimento de remédios. É um sistema onde todos os postos de atendimento da região estarão interligados.

Sabemos que a saúde ainda tem mui-tas deficiências. Reconhecemos isso. Mas nós estamos buscando recursos e fazendo contatos para obter melhorias para o nosso município, disse a secretária Sil-vana.Ambulância doada pela ONG Brasil Solidário e Loterj

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O Projeto visa levar conhe-cimentos aos jovens estudantes do Ensino Fundamental dos municípios do Estado do Rio de Janeiro, instruindo-os com informações básicas que os habilitam na autodefesa rela-cionada ao campo de atuação da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

A principal intenção é prepa-rar os alunos para as atividades voluntárias de Defesa Civil, despertando também a consci-ência coletiva de preservação do Meio Ambiente; de prote-ção de vidas e de bens; noções de saúde e de higiene; ensina-mentos de prevenção contra incêndio e pânico; educação no

trânsito; drogas e seus malefí-cios; segurança pública, cida-dania e atividades recreativas.

Segundo a Secretária de Educação, os instrutores que estão atuando na E. M. Dantas Brandão em Natividade, são o 1º Tenente BM Joel Fraga Machado, o 3º Sargento BM André Mouta e a voluntária do BM Roseléia Alves Maurício Machado.

O projeto atende a 50 jovens da rede pública de ensino e teve início no dia 17 de agosto de 2010. Terminou suas ativi-dades em 14 de dezembro de 2010.

A secretaria municipal de educação juntamente com os

idealizadores do Projeto, rece-beram a população em geral para a formatura desta 1º tur-ma na quadra da E. M. Dantas Brandão.

O Projeto

A Prefeitura de Natividade, através da Secretaria Muni-cipal de Educação, Cultura e Desportos, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde e Defesa Civil, da Superinten-dência Operacional e do Corpo de Bombeiros do Estado Rio de Janeiro, desenvolveram em conjunto o “Projeto Bombeiro Mirim” na E. M. Dantas Bran-dão.

Projeto Bombeiro Mirim em Natividade

Natividade ganha o seu espaço no comércio on-lineEstamos vivenciando um

grande momento de cresci-mento do comércio virtual brasileiro. Fazemos parte de um grupo de 85 milhões de pessoas que acessam a in-ternet para diversos fins, e 18,2 milhões de pessoas que integram esse grupo, os cha-mados e-consumidores, com-pram ou já compraram pelo menos uma vez pela web.

Segundo a pesquisa, esti-ma-se ainda que o comércio eletrônico movimente até o

final do ano, um total de R$ 15,5 bilhões, um crescimento de 28% em relação ao mes-mo período do ano passado. A projeção do portal e-bit é que até dezembro de 2010, 24 milhões de pessoas tenham adquirido pelo menos um pro-duto pela internet.

As estimativas são otimis-tas para os lojistas. Dados in-dicam que 87% das pessoas que compram pela internet estão satisfeitas com os servi-ços e continuarão a comprar.

A internet, mais do que ven-der, ajuda as pessoas a com-prarem, com a comodidade de não precisar sair de dentro de casa. O consumidor tem acesso a ferramentas de pes-quisa de preços e buscas atra-vés de uma grande variedade de produtos que o comércio tradicional não disponibiliza. Vai ser com naturalidade que o volume de vendas online vai se igualar às vendas do mun-do real e com condições de aumentar ainda mais, como

conseqüência das facilidades que a web proporciona. As previsões indicam que em 2012 o mercado online deva faturar 25 bilhões."

Com base nestes avanços, a Livreweb, que completou 5 anos em agosto de 2010, está lançando o - NATSHOP - o canal de comércio eletrônico para as empresas de Nativi-dade. O NATSHOP é um dos serviços do Clube do Empre-sário, no qual vários produtos e serviços de diversos setores

e segmentos estarão dispo-níveis 24 horas por dia, au-mentando significativamente a área de abrangência do co-mércio local.

Prepare-se para esta nova oportunidade.

Traga seus produtos e ser-viços para um novo segmento de mercado que não para de crescer.

Dentro de alguns dias, esta-remos convidando você, para a apresentação e lançamento do NATSHOP.

Projeto Bombeiro Mirim realizado em Natividade

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Doze cursos de medicina que obtiveram resultados insatisfa-tório nas avaliações do Minis-tério da Educação (MEC) terão que reduzir o número de vagas ofertadas. No total, o MEC de-terminou o corte de 512 vagas em instituições particulares do Rio de Janeiro, Amazonas, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, de São Paulo e Minas Gerais. As medidas foram publicadas no dia (25), no Diário Ofi cial da União.

Parte dessas instituições já tinha assinado termos de ajusta-mento com o compromisso de melhorar a qualidade do ensi-no ofertado, mas os problemas persistiram. As principais defi -ciências apontadas pela comis-são de supervisão do MEC são: campo de prática insufi ciente para os alunos; corpo docente sem a qualifi cação necessária e infraestrutura inadequada.

A maior parte dos estabele-

cimentos de ensino que sofreu o corte das vagas é do Rio de Janeiro: Centro Universitário de Valença (menos 20 vagas); Centro Universitário de Volta Redonda (menos 40 vagas); Universidade Severino Sombra (menos 80 vagas); Universida-de Iguaçu – Campus Itaperuna (menos 90 vagas) e Campus Nova Iguaçu (menos 50 vagas). Em São Paulo, a redução foi nos cursos de medicina da Uni-versidade de Marília (menos 50 vagas); na Universidade Santo Amaro (menos 20 vagas); e Universidade Ribeirão Preto (menos 32 vagas).

As outras instituições pena-lizadas foram o Centro Uni-versitário Nilton Lins (menos 40 vagas), do Amazonas; a Universidade Luterana do Bra-sil (menos 60 vagas), do Rio Grande do Sul; a Universidade de Uberaba (menos 20 vagas), de Minas Gerais; e a Faculdade

Integradas da União Educacio-nal do Planalto Central (menos 10 vagas), do Distrito Federal. As instituições têm até 30 dias para recorrer da decisão.

Duas instituições federais que também apresentaram re-sultados insatisfatórios nas ava-liações cumpriram as medidas de ajustamento determinadas pelo MEC. O processo de su-pervisão do curso de medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) foi arqui-vado. No caso da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o MEC avaliou que as medidas foram “parcialmente cumpri-das” e determinou que sejam apuradas as responsabilidades de servidores pelo não cumpri-mento de algumas recomenda-ções, além de relatórios semes-trais sobre atividades docentes.

Com informações da Agên-cia Brasil

MEC corta mais 90 vagas do curso de medicina da Unig de Itaperuna

Natividade cada vez mais perto da instalação do Cinema

O Grupo Nativo de Teatro esteve participando, com os atores Marcelo Costa e Cléber Andrade, da Ofi cina de Capacitação do Cine Mais Cultura, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), no período de 07 a 13 de novembro.

A Ofi cina foi mais um passo do Grupo em direção à instalação de um cinema em Nativida-de, uma vez que o mesmo foi habilitado, através do Programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura. Durante a ‘Ofi cina’, os atores nativi-dadenses tiveram acesso a experiências e orien-tações sobre a atividade audiovisual e puderam assistir a vários curtas metragens.

O ‘Cine’ deve ser instalado no Anfi teatro Al-cenor Lengruber Boechat, em parceria com a Prefeitura Municipal, no início de 2011. Segundo

Marcelo Costa, a iniciativa será o resgate da par-ceria Cinema/Teatro que foi tradicional em Na-tividade, mas que, infelizmente, terminou com o fechamento do ‘Cine Ouro Verde’, nos anos setenta.

Os ‘Cines Mais Cultura’ são espaços para exi-bição de fi lmes com equipamento de projeção digital, que recebem do Governo Federal um ‘kit’ contendo telão (4m X 3m), aparelho de DVD, projetor, mesa de som de quatro canais, caixas de som, amplifi cador, microfones sem fi o e cente-nas de fi lmes brasileiros (curtas, médias e longas metragens, além de documentários e animações), selecionados pela Programadora Brasil, para ini-ciar as exibições, que devem ser semanais.

Ascom - PMN

EDITORIALPalavras que não dão luz

Informações como essas não colaboram para esclarecer o leitor. Ao contrário, desinformam, dissi-mulam e confundem. Distorcem a verdade. Nada acrescentam de bom e diminuem o verdadeiro papel da imprensa.

O cargo ocupado pelo jorna-lista Th iago Ramos na Prefeitura de Varre-Sai – Assessor Execu-tivo da Secretaria Municipal de Gabinete - não se confunde de nenhuma forma com as atribui-ções que o mesmo desempenha neste jornal. O “NoroesteAgora!” não mantém qualquer vínculo com a Prefeitura do Município de Varre-Sai.

Em nenhum momento o prefeito Everardo Ferreira ou qualquer um de seus secretários tentou de qualquer forma ou por qualquer meio, induzir ou direcionar as matérias que publi-camos. Muito ao contrário, nas ocasiões em que este jornal não atendeu ao prefeito ou aos seus assessores diretos – inclusive ve-readores da sua base – o “Noro-esteAgora!” não sofreu qualquer tipo de pressão.

Além disso, o “NoroesteAgo-ra!” não recebe - nunca recebeu - recursos da Prefeitura de Varre--Sai. A publicação de matérias institucionais e outras de interesse do governo municipal são feitas através de jornais especifi camente contratados para essa fi nalidade. Este não é o foco principal de in-teresse deste jornal.

Vale ressaltar o teor constante todos os meses na apresentação

do “NoroesteAgora!”, na seção EXPEDIENTE: “O NoroesteA-gora! é um jornal periódico de edição independente, sem qual-quer vínculo com entes públicos, mantendo-se através de anúncios do comércio localizado na sua área de abrangência. Tem como meta a promoção da cidadania através do desenvolvimento de projetos e/ou atividades conjun-tas em parceria com órgãos pú-blicos, lideranças comunitárias, escolas, instituições culturais, em-presas, universidades, artistas ou especialistas, no noroeste fl umi-nense; de forma a colaborar com o desenvolvimento do cidadão através da diversidade cultural e da ampliação do acesso da popu-lação aos meios de comunicação. Poderão ser publicadas matérias institucionais de órgãos da admi-nistração pública direta ou indire-ta em nível municipal, desde que dentro da sua linha editorial”.

É nossa missão estimular as iniciativas culturais que favore-çam a construção de espaços de diálogo na comunidade, enten-dendo a participação do cidadão como indispensável ao bem estar de todos. Acreditamos, sobre-tudo, na construção de espaços plurais, onde caibam todos - sem separatismos e intolerância-, e onde todas as diferenças sejam respeitadas. Sabemos que é possí-vel fazer um lugar melhor para se viver e trabalhar. E que a impren-sa pode ter um papel importante nessa construção.

A REDAÇÃO

Em nota do seu editor o jornal “A Tribuna - Edição Varre--Sai” - (n° 23, outubro de 2010) - acusa o “NoroesteAgora!” de favorecimento à administração do município de Varre-Sai, considerando como indício deste favorecimento o fato do jornalista Th iago Ramos, responsável técnico por este jornal, ocupar cargo na prefeitura do município. Reitera essas mes-mas acusações - agora de forma mais enfática, abrangente e acintosa - na sua última edição, (n°24, novembro de 2010).

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A quadra da E. M. Dantas Brandão foi palco da Edição 2010 dos Jogos Estudantis, que aconteceram nos dias 25 e 26/11. As disputas de voleibol, handebol e futsal tiveram cate-gorias masculina e feminina.

Os Jogos Estudantis - JEMN

são organizados pela Coor-denação de Desportos, junta-mente com os professores de Educação Física. A edição 2011 está prevista para acontecer em maio (os jogos individuais) e em junho (os jogos coletivos), e serão classificatórios para

participação dos Jogos Estu-dantis Estaduais.

"Marcamos a data com bas-tante antecedência para que mais escolas possam se prepa-rar e participar dos Jogos em 2011", afirmou a secretária de educação Maria Cristina.

Jogos Estudantis 2010 em Natividade Polícia Militar de Varre-Sai tem melhores condições de trabalho

É crescente o reconhecimento pelos serviços da polícia militar. Em Varre-Sai, extremo noroeste do Estado, a PM tem atuado de forma eficiente. E o cidadão, no geral, sabe reconhecer esse tra-balho. Algumas ocorrências de expressão têm sido solucionadas.Como exemplo, nos últimos 3 meses, foram registradas a apre-ensão de dez quilos de maconha e cocaína originários do “Comple-xo do Alemão”, na cidade do Rio de Janeiro, com destino ao estado do Espírito Santo; a apreensão

de armas de fogo na comunida-de rural do município; e alguns indiciamentos por tentativa de crimes.

Segundo o Sargento Antonio Moreira, “Na realidade, aumen-tou a possibilidade de atuação da polícia militar. Hoje os nossos homens têm uma maior facili-dade para a abordagem de sus-peitos. Quando nós recebemos condições de trabalho, fica muito mais fácil prestar um bom ser-viço. E todos saem ganhando”, disse Moreira.

A polícia militar de Varre-Sai recebeu na manhã de domin-go (28/11), a denúncia de que um homem estaria tentando arrombar o depósito do PETI, na comunidade Pombal, zona rural do município. O homem arrombou a porta e furtou man-timentos e um aparelho de som.

Em menos de quarenta minutos o caso estava resolvido. Respon-sáveis pela ocorrência, os cabos Miato e Rone dirigiram-se ao lo-cal. “Encontramos uma pessoa em atitude suspeita, nas proxi-midades do local, e quando a interrogamos ela confessou ter praticado o crime”, disse Miato.

PETI de Varre-Sai é invadido e tem equipamentos e mantimentos roubados

Aniversário de Varre-Sai Emancipação - 25 de Novembro

No dia 25 de novembro o mu-nicípio de Varre-Sai comemorou 18 anos da sua emancipação po-lítico administrativa.

A celebração do aniversário da cidade aconteceu no Casarão do Felicíssimo, espaço este que na oportunidade apresentou ao pú-blico sua nova decoração.

Para a coordenadora de cultu-ra do município, Elizete Vargas: “Esta foi a oportunidade perfeita para mostrarmos ao público a nova decoração do nosso espaço cultural. É o mesmo espaço, que a

partir de agora conta a história do município respeitando as nossas tradições e raízes. Sob um novo olhar e perspectiva, o público vai poder conhecer a história de Varre--Sai”.

O evento contou com a apre-sentação dos Grupos de Dança Varre-Sai, Grupo de Dança Es-paço Livre (da cidade de Porci-úncula), Balé Guaçuí, Coral Dom Bosco e a participação especial da Lira Santa Cecília, que apresen-tou diversas músicas, incluindo o Hino de Varre-Sai.

Ainda fizeram parte das cele-brações de aniversário da cidade uma homenagem ao Sr. France-lino Bastos França, que recebeu uma “Moção de Congratulações”, proposta pelo vereador Cláudio Paulanti e oferecida pela Câmara de Vereadores.

O Sr. Francelino falou da ale-gria em participar do aniversário de 18 anos da cidade: “Com um sorriso no rosto eu posso dizer que sou feliz em participar desta come-moração. Sou feliz em dizer que eu posso sonhar. Sou feliz em dizer

que a nossa cidade está se tornando cada vez melhor”.

O Prefeito da cidade Everardo Ferreira, também aproveitou a oportunidade para homenage-ar a cidade: “Todos nós lutamos e muito por dias melhores. Hoje nós estamos trabalhando para deixar uma cidade melhor para os nossos filhos e para as futuras gerações. Todos sabem das dificuldades que enfrentamos, mas o povo vê que a nossa cidade está caminhando rumo ao desenvolvimento. Esta-mos construindo um novo comple-

xo administrativo. Também vamos entregar ao povo de Varre-Sai um Parque de Eventos e um novo Es-tádio Municipal. Nos 18 anos da nossa cidade, nós agradecemos aquelas pessoas que lutam com di-ficuldade para fazer de Varre-Sai um lugar melhor para todos”, disse o Prefeito.

Encerrando as comemorações o público presente cantou os pa-rabéns para a cidade ao som da Lira Santa Cecília e o Prefeito cor-tou o bolo, que foi oferecido em homenagem à cidade.

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Natividade em alerta!Mais residências afetadas pelo “Mineroduto”

Aproximadamente cento e cinqüenta pessoas na cidade de Natividade estão sofrendo com o descaso das empresas responsáveis pelas obras de construção do mi-neroduto Minas-Rio.

Os moradores do bairro Par-que Lajinha reclamam da falta de comprometimento com que estão sendo tratadas as questões refe-rentes às explosões realizadas pela construtora.

A onda de choque provocada pelas explosões faz estremecer o terreno, e conseqüentemente as

residências que ficam nas proximi-dades estão sofrendo. Rachaduras nas paredes, piso quebrado, lajes trincadas e na maioria dos casos infiltrações estão atormentando a vida dos moradores do bairro.

Para falar sobre os problemas que assolam os moradores, estive-mos visitando o bairro e reunimos alguns interessados para uma con-versa sobre o assunto.

Falando sobre a gravidade da si-tuação, o representante dos mora-dores, Sandro Alves Crispim (mais conhecido como Dinho), disse:

“Nós não somos contra o de-senvolvimento. É importante que isso fique bem claro. Sabemos que esta é uma obra importante. No entanto, não podemos ser prejudi-cados com a construção do mine-roduto. Nossas casas estão sendo afetadas. Precisamos que alguém tome alguma providência urgen-te”, concluiu.

Segundo os moradores, a em-presa responsável já visitou diver-sas residências. “Eles dizem que só vão pagar os estragos quando as obras terminarem. Nós estamos

com medo de que o pior aconteça: além das casas caírem, a empresa vai terminar as obras e vai em-bora. Nós seremos prejudicados e ninguém vai ajudar agente”, diz o morador Mendonça, de 70 anos de idade.

Dona Rosângela diz que já per-deu a conta de quantas vezes fun-cionários da empresa visitaram sua casa. “Minha casa acabou! Eu sou uma das que mais está sofrendo com isso! Quando chove, a mi-nha laje vaza. Eu já nem quero mais receber essa empresa aqui

em casa. Quando eles chamam na porta, eu boto eles pra correr!”, de-sabafa a moradora.

Os moradores dizem que a pre-feitura se dispôs a pagar aluguel so-cial para os mais prejudicados. Po-rém, até o momento, nada foi feito.

Os moradores reunidos fizeram um abaixo assinado e protocola-ram a reclamação no Ministério Público do Estado do Rio de Ja-neiro – Núcleo de Tutela Coletiva de Itaperuna sob o número de 201000476478-MP-140710.

Residência do aposentado Mendonça, de 70 anos de idade.“Estamos com medo de que nin-guém seja responsabilizado”.

Residência da Dona Rosângela.“Minha casa ababou! Já perdi a conta de quantas vezes eles vieram aqui e não resolveram nada”.

Este é o reparo feito por um mora-dor em sua residência. “A solução foi improvisar isopor com gasolina para tapar o vazamento da laje.”

Segundo moradores, os respon-sáveis da empresa dizem que “Estes problemas foram ocasio-nados por erro do pedreiro.”

Texto e Fotos: Thiago Ramos

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Entrevista O Jonal Noroeste Agora! entrevistou com exclusividade o Promotor de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo de Itaperuna. É proibida a reprodução de quaisquer partes, cabendo aos infratores todas as penalidades previstas na legislação vigente.

Creative Commons by Studio mU

Juristas e estudiosos do Direito reco-nhecem o Ministério Público brasileiro como a mais avançada instituição do gênero no mundo, graças à amplitude das atribuições que lhe foram conferidas pela Constituição de 1988 e à maneira

como foi estruturado. Essa confi gu-ração proporciona aos integrantes do Ministério Público a oportunidade de atuarem como verdadeiros advogados da sociedade, seja defendendo o cidadão contra eventuais abusos ou omissão do

Poder Público, seja defendendo o pró-prio patrimônio público contra ataques de particulares de má-fé – ("Por Dentro do MPF" - Procuradoria Geral da Repú-blica - Maria Célia Néri de Oliveira, 6ª edição, 2010).

Nesta edição continuamos a entre-vista com o Promotor de Justiça Márcio Ferreira Fernandes, titular da PROMO-TORIA DE TUTELA COLETIVA DO NÚ-CLEO DE ITAPERUNA.

NA - Ao descrever as atribuições das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva, o senhor mencionou algu-mas formas de atuação do MP. Todas essas formas - TAC’s, Recomendações e Ofícios Investigatórios - pressupõem a existência de denúncia formal com indícios fortes de irregularidades que possam motivar o Promotor de Justiça a iniciar uma investigação.

Entretanto, após anos de abusos e impunidade em todo o país, as pesso-as tornaram-se indiferentes e alheias, e foram tomados de um grande ceti-cismo com relação à possibilidade de punição de políticos desonestos. Nessa realidade, de que meios dispõe o MP para efetivo controle dos interesses co-letivos?

Dr. Márcio Fernandes: Sinceramente, não vemos muitos motivos para ceticismo não. A situação no Brasil vem melhoran-do bastante nessas quase três décadas após o fi m do regime militar. Hoje há gente rica e poderosa sendo presa, há políticos sendo cassados, com seu patrimônio bloquea-do para ressarcimento aos cofres públicos. Acabamos com a prisão especial, medida discriminatória que separava presos pobres de presos ricos. Criamos importantes ins-trumentos de controle dos agentes públicos como a Lei de Improbidade Administrativa (lei ordinária nº 8.429/92), a Lei da Ficha Limpa (lei complementar nº 135/10), a Lei de Responsabilidade Fiscal (lei complemen-tar nº 101/00) e outras. Antigamente, nada disso existia. Naquele tempo, a corrupção era bem pior do que hoje, mas a popula-ção não fi cava sabendo de nada e por isso pensava que estava tudo certo. Ninguém era punido. Hoje os casos de corrupção são desvendados. Chegam ao conhecimento do grande público a todo o momento. Por isso,

a impressão é de que a corrupção aumentou, mas isso não é verdade. O que aumentou foi a transparência, com a apuração e a respon-sabilização dos corruptos.

Mas é claro que ainda há muito que fazer. Leis excessivamente benéfi cas podem ser aperfeiçoadas. A Justiça pode se tornar mais rápida. Podemos criar novos instrumentos de controle. Acredito que a tendência seja essa. Apesar dos problemas e das difi culda-des, não podemos negar que o caminho já percorrido é animador.

O que vemos com certa preocupação é a indiferença geral do povo. Muita gente não está preocupada com o destino do país, do estado, do município. Não querem se envol-ver, pois acham que política é coisa para po-lítico. Nem procuram saber o que está acon-tecendo, onde está sendo gasto o dinheiro público, o que os governantes estão fazendo ou deixando de fazer. Não cobram, não fi s-calizam, não participam. Com isso, fi cam de fora da vida política de sua comunidade. Nesse contexto, o voto acaba virando um cheque em branco. E não pode ser assim! Isso não é uma verdadeira democracia. De-mocracia pressupõe participação consciente do povo. Não combina com desinteresse, indiferença. Até entendo que muitas pesso-as estejam desiludidas com a política. E com razão. É freqüente vermos sair um político ruim e entrar outro pior. Muitas vezes ve-mos a política descambar para a mais pura politicagem barata, movida por rivalidades pessoais entre bandos de corruptos, onde só interesses pessoais prevalecem. Isso re-almente é desanimador, mas não podemos nos esconder e deixar para lá. Isso só piora as coisas. Se as pessoas se conscientizarem disso e exercerem com maior interesse o seu papel de cidadão, acredito que as coisas vão melhorar bastante. O maior instrumento de controle dos interesses coletivos de morali-dade administrativa não está ao alcance do Ministério Público ou do Poder Judiciário: é o voto do cidadão.

NA - Recentemente o Ministério Público, por meio da Promotoria de Tutela Coletiva, realizou diligências nas Prefeituras de Natividade e de Varre Sai, que despertaram o inte-resse da população. É possível falar algo sobre esse assunto?

Dr. Márcio Fernandes: Essas diligências realmente ocorreram e tinham por objetivo a obtenção de documentos originais e de arquivos de computador. Posso dizer que foram muito bem sucedidas, pois colhemos farto material investigatório. Em relação a Natividade, temos recebido ultimamente um grande número de denúncias de irre-gularidades, que precisam ser verifi cadas. A apuração não está concluída e ainda não há nada de concreto comprovado. No que tange a Varre Sai, as denúncias são menos numerosas, mas as investigações já estão em fase bem mais avançada, eu diria mes-mo que praticamente concluídas. Em breve, com certeza, teremos novidades.

NA - Saúde Pública é assunto de relevante interesse social. Duas ques-tões merecem destaque especial, pois geram constantes dúvidas entre os usuários do Sistema Único de Saúde:

a) A distribuição gratuita de remé-dios para qualquer cidadão e cidadã que precise.

b) E o direito ao Tratamento Fora do Domicílio caso o município não ofereça o tratamento médico que o

paciente necessite. Essas questões são emergentes e de-

vem merecer, sempre, absoluta prio-ridade dos responsáveis. O que o se-nhor pode dizer sobre essas questões?

Dr. Márcio Fernandes: Receber me-dicamentos do Poder Público é um direito de todo cidadão que não tenha recursos sufi cientes para adquirir tais medicamentos sem comprometer o sustento próprio e o da família.

Ocorre que a distribuição gratuita de medicamentos, da forma como é feita atu-almente, por meio de mandados judiciais, acaba sendo um bem individual e um mal coletivo. Individualmente, a medida é bené-fi ca, pois resolve o problema do paciente que precisa receber o remédio. Mas no aspecto coletivo, o sistema é ruim, pois causa um grande descontrole nas contas dos municí-pios, quebrando o planejamento orçamen-tário, com o desvio de recursos destinados a outras áreas.

A solução para esse problema é bem difícil. O ideal seria que os municípios se organizassem internamente para fornecer medicamentos pela via administrativa, sem necessidade de intervenção da Justiça. Isso permitiria a preservação da autonomia or-çamentária e administrativa do município e um planejamento mínimo que não com-prometesse as contas públicas. Mas os muni-cípios de nossa região ainda não chegaram a esse ponto. Muitos continuam se recusando a fornecer medicamentos de forma espontâ-nea, tentando fugir de suas responsabilida-

Muita gente não está preocupada com o destino do país, do estado, do município... Nem procuram saber o que está acontecendo, onde está sendo gasto o dinheiro público, o que os governantes estão fazendo ou deixando de fazer.“Muita gente não está preocupada com o destino do país, “Muita gente não está preocupada com o destino do país,

”que os governantes estão fazendo ou deixando de fazer.”que os governantes estão fazendo ou deixando de fazer.

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des, de maneira injustifi cada, como se isso fosse resolver. Não resolve, pelo contrário, só piora as coisas. Quem sofre no fi nal é a po-pulação, que não recebe o atendimento de-vido. Nesses casos, a Justiça é o único cami-nho que resta. Quem não tiver condições de pagar os honorários de um advogado par-ticular, deve procurar a Defensoria Pública, que faz um excelente trabalho. Em geral, os processos têm dado muito certo. A liminar sai em bem pouco tempo.

Outro problema é que normalmente os municípios adquirem esses medicamentos sem prévia licitação, alegando que se trata de compra de urgência em cumprimento a or-dem judicial. Na primeira compra, em casos de grande urgência, podemos até entender essa dispensa de licitação, mas isso não justi-fi ca as dispensas seguintes. Há pacientes que recebem medicamento por um, dois, três anos seguidos e mesmo assim os municípios não realizam licitação. Acabam comprando em drogarias pertencentes a apadrinhados ou parentes, por preços elevados. Essa prá-tica é totalmente ilegal e os administradores deverão ser responsabilizados por isso.

Em relação ao tratamento de pacientes fora do município de origem, é importan-te que a população saiba que o sistema de saúde funciona de uma maneira regional. Varre-Sai, por exemplo, por ser um muni-cípio de pequeno porte, trabalha com servi-ços de prevenção e de baixa complexidade, mas não possui serviços de saúde de média e alta complexidade. Esses serviços devem ser prestados em outros municípios, que são considerados referências. Na maior parte dos casos, a referência de Varre-Sai é Itape-runa. Às vezes a referência é Campos, às ve-zes o Rio. Depende do caso. Em relação às internações, por exemplo, existe em Itaperu-na um órgão estadual chamado Central de Regulação que é regionalizado e que recebe os pedidos de internação feitos por todos os Secretários de Saúde da região. É formada

então uma fi la e com base nas vagas dispo-níveis no sistema, essa central distribui os pacientes. Todo o trâmite é informatizado. Os casos de urgência não entram em fi la e devem ser resolvidos de imediato.

Esse sistema começou a funcionar em meados de 2009 e desde então já houve um avanço no sistema. Mas a questão ainda não foi resolvida. Apesar da idéia da central ser muito boa, na prática, a coisa não está fun-cionando como deveria. Temos notícias de muitas irregularidades. E o pior é que os secretários municipais de saúde, em vez de denunciar os casos ao Ministério Público e à Secretaria de Estado, e cobrar medidas, aca-bam muitas vezes se calando, resolvendo os impasses de outra forma, se submetendo a situações indevidas, com medo de represá-lias. Isso acaba sendo um grande obstáculo à resolução do problema, pois as coisas acon-tecem quase na clandestinidade.

Outro assunto que merece menção é o atendimento de urgência em outros muni-cípios. Já chegou ao nosso conhecimento casos absurdos a esse respeito. Soubemos de pessoas acidentadas em Itaperuna que, pelo fato de morarem em outro município, tiveram o atendimento negado ou precisa-ram obter comprovantes falsos de residência para que pudessem ser atendidas. Há diver-sos casos também de pacientes de urgência encaminhados por municípios de menor porte que tiveram sua internação recusada em Itaperuna. Tiveram de voltar para suas cidades, muitas vezes correndo risco de morte. Isso é um crime! Atendimento de ur-gência e emergência é obrigação de qualquer unidade médica, ainda que seja para estabili-zar o paciente e encaminhá-lo para outro lo-cal que disponha de maiores recursos. Não interessa se o paciente mora em Varre Sai, em Belo Horizonte ou no Japão. Tem que ser atendido. A recusa constitui crime e, nes-se caso, recomendamos aos familiares e ami-gos que chamem a polícia, comuniquem ao

Ministério Público. Os secretários de saúde já estão cientes disso. Já receberam uma re-comendação formal expedida pela Promo-toria de Tutela Coletiva de Itaperuna de que todos os casos de recusa de pacientes devem ser comunicados, mas até agora ninguém comunicou. Os secretários se omitem, talvez por medo de uma denúncia difi cultar ainda mais os futuros atendimentos a seus pacien-tes. Com isso, só impedem que se chegue a uma solução defi nitiva.

Espero que a população fi que atenta a esse tipo de coisa e denuncie os casos. En-quanto não punirmos os responsáveis, essa situação não mudará. A saúde lida com grandes interesses econômicos, de gente po-derosa. O trabalho não será fácil, mas tem de ser feito. E com urgência.

NA - As obras do mineroduto são, sempre, assunto recorrente, em ra-zão dos transtornos que vêm provo-cando em municípios da Região No-roeste. Estradas, estruturas e meio ambiente estão sendo prejudicados em várias cidades e aparentemente inexistem medidas compensatórias adequadas. O cidadão que se julgar prejudicado pode reclamar direta-mente ao MP/ITAPERUNA?

Dr. Márcio Fernandes: O Mineroduto Minas-Rio é uma obra de dimensões gi-gantescas. Sua faixa de servidão possui 30 metros de largura e cerca de 400 quilôme-tros de extensão, saindo de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, e indo até São João da Barra, no Rio de Janeiro, onde estão construindo um porto. Com a abertu-ra da faixa de servidão, a paisagem natural está sendo intensamente modifi cada, com o corte de morros, a formação de aterros e a derrubada de árvores, o que acaba causando danos signifi cativos ao meio ambiente. É cla-ro que toda essa atividade foi licenciada pelo IBAMA antes da obra começar. Os danos são previstos e controlados. Mas é impor-tante que se saiba que nem tudo é permitido.

Se eles possuem licença para deslocar gran-des volumes de terra e para suprimir muitos hectares de vegetação nativa, o mesmo não se pode dizer em relação às áreas de nascen-te. Essas devem ser preservadas, em um raio de até 200 metros, de acordo com os termos da licença prévia emitida pelo IBAMA. O traçado da faixa de servidão deve desviar dessas áreas. Se alguém souber de nascente que tenha sido atingida pela obra do mine-roduto ou que corra esse risco, entre em con-tato com o Ministério Público e denuncie.

Em relação à compensação, há a previ-são de medidas nesse sentido, mas ainda estamos analisando se as mesmas seriam sufi cientes para a nossa região, pois em um primeiro momento nos parece que estariam excessivamente focadas na área de constru-ção do porto.

Mas o que temos mesmo a lamentar em relação a essa obra é a tecnologia esco-lhida pelo empreendedor para escoar sua produção. O mineroduto, em sua fase de implantação, causa transtornos, mas tam-bém traz vantagens para nossa região: gera empregos, renda, dinamiza o comércio, o mercado imobiliário etc. Mas é tudo passa-geiro. Depois da obra pronta, tudo isso aca-ba. Só vai restar um tubo enterrado no solo que não trará qualquer benefício à região. Se

A recusa (ao atendimento médico) constitui crime e, nesse caso, recomendamos aos familiares e amigos que chamem a polícia, comuniquem o Minis-tério Público.

“”

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DEZEMBRO DE 2010 10tando a preservação do Estádio do Serrano Esporte Clube.

Na ocasião, o senhor afi rmou que não poderia fazer outras considera-ções, e que a Prefeitura de Varre-Sai já havia se manifestado sobre os fa-tos. Hoje as obras estão em anda-mento. O senhor pode, agora, fazer alguma declaração a esse respeito?

Dr. Márcio Fernandes: Entendo a

indignação de alguns cidadãos com a destruição do Estádio dos Eucaliptos. Pessoalmente, também sou contrário às obras. Acho que a tal praça dos três poderes deveria ser construída em outro lugar, não no local do campo. Mas é apenas uma opinião pessoal, não um parecer técnico. Após analisar detidamente o caso, entendemos que não há vício de legalidade que impe-ça a realização das obras. O terreno é um bem público que não foi tom-bado, o Serrano Esporte Clube não é uma entidade formalmente constitu-ída e existe uma lei municipal autori-zando expressamente a destinação de recursos para a obra. Portanto, a de-cisão de substituir o estádio por uma praça se encontra dentro da esfera de discricionariedade do prefeito. Além disso, a Prefeitura se comprometeu a construir outro estádio para o Ser-rano e um parque de exposição para o Festival do Vinho. Espero que essa promessa seja cumprida, pois Varre--Sai precisa de uma praça de esportes e de um local adequado para realizar os seus festejos. Espero também que a obra seja concluída no prazo previsto e não fi que eternamente inacabada, como acontece com outras obras fei-tas em convênio com o Estado. Im-portante frisar que o cidadão que não

NA - O Jornal “TRIBUNA-Edição Varre-Sai” insiste em fazer críticas contundentes ao reafi rmar que a PROMOTORIA DE TUTELA CO-LETIVA DE ITAPERUNA benefi cia políticos envolvidos em numerosas denúncias em fase de apuração (edi-ções n°s 23, de outubro de 2010 e 24, de novembro de 2010). Considera, também, a possibilidade de acionar judicialmente o MP por indícios de favorecimento a políticos da região noroeste fl uminense. Coloca assim em descrédito (gravemente) a Promo-toria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo de Itaperuna. O que o senhor tem a dizer a esse respeito?

Dr. Márcio Fernandes: Entendo o inte-resse que esse assunto pode causar, mas não vou mais falar sobre isso. Os esclarecimentos já foram feitos e tenho certeza que a popula-ção compreendeu tudo aquilo que foi dito. Não quero fi car alimentando polêmicas. O trabalho da Tutela Coletiva lida com muitos interesses políticos e é natural que incomode alguns setores. Como membro do Ministé-rio Público, tenho que estar preparado para esse tipo de coisa.

NA - Chegou ao nosso conheci-mento a transferência do Promotor de Justiça responsável por este Nú-cleo de Tutela Coletiva de Itaperu-na – no caso o senhor -, para outra Comarca. Isso é verdade?

Dr. Márcio Fernandes: Realmente, no mês de outubro passado, surgiu uma opor-tunidade de trabalho muito interessante na Comarca de Bom Jesus do Itabapoana, que achei por bem não deixar passar.

Isso, porém, não me afastará defi nitiva-mente da Tutela Coletiva, pois pretendo, sempre que o trabalho permitir, auxiliar o novo promotor titular daquela Promotoria de Justiça na condução de algumas investi-gações, inclusive em relação ao município de Varre Sai.

O tempo que passei à frente da Tutela Coletiva foi muito rico em experiências gra-

NA - Finalizando, o senhor gostaria de abordar algum outro assunto ou fazer qualquer outra consideração?

Dr. Márcio Fernandes: Antes de encer-rar eu gostaria de fazer dois agradecimentos.

Em primeiro lugar, eu gostaria de agrade-cer aos leitores do “NOROESTE AGORA!” pela forma extremamente generosa com que receberam a primeira parte dessa entre-vista. Fiquei impressionado com o interesse gerado. Os milhares de acessos à página do jornal na internet. A rapidez com que se es-gotaram os exemplares impressos. Não fo-ram poucas as palavras de apoio que recebi por parte dos leitores, o que me deixou bas-tante satisfeito, pois percebi que a seriedade de nosso trabalho foi reconhecida.

Agradeço também à equipe do “NO-ROESTE AGORA!” pelo espaço aberto ao Ministério Público para que pudéssemos fazer esse contato direto com a população. Aceitei o convite da entrevista por saber que as pessoas responsáveis pelo jornal possuem caráter inquestionável. Parabéns novamente pelo trabalho do jornal.

tivessem optado por construir uma ferrovia para o escoamento desse minério até o por-to, como faz a Vale do Rio Doce, certamente os benefícios seriam duradouros, pois uma linha ferroviária poderia ter outras destina-ções que benefi ciariam nossa região, como o escoamento de outros produtos, o transpor-te de cargas e, quem sabe, até o transporte de passageiros. O transporte ferroviário é mais fácil, rápido e barato que o rodoviário. Em outros países mais desenvolvidos há ferro-vias em abundância. Em nosso país as ferro-vias foram simplesmente abandonadas nos últimos cinqüenta anos e seria muito impor-tante reverter essa tendência. O empreendi-mento do Mineroduto Minas-Rio, em nossa visão, foi uma oportunidade perdida para que isso começasse a ocorrer.

Além disso, se pensarmos no aspecto macroeconômico, também não faz sentido o Brasil extrair o minério da fonte produto-ra e transportá-lo diretamente para o porto, onde será exportado. É o mesmo sistema ex-ploratório que impera nesse país há séculos e que comprovadamente dá maus resultados. No caso do minério, pelo que sabemos, a China será a maior compradora. Certamen-te comprará por preços baixos e depois nos venderá produtos feitos com nosso minério, por preços muito mais elevados.

O ideal é que houvesse entre a mina e o porto uma usina siderúrgica que pudesse benefi ciar esse minério, agregando valor ao produto a ser exportado, gerando renda e emprego no Brasil, e quem sabe fornecendo insumos para a indústria nacional.

Mas, enfi m, são questões que ultrapas-sam nosso âmbito de atuação.

NA - Na 1ª parte desta entrevista - publicada na nossa edição ante-rior - o senhor confi rmou a existên-cia de um extenso abaixo-assinado de cidadãos varressaienses solici-

concordar com a realização da obra poderá ingressar em juízo com uma ação popular para tentar impedir a sua continuação e obrigar a Prefeitura a reconstruir o estádio. Esse caminho ainda está aberto.

tifi cantes. Conseguimos realizar um traba-lho sério e mostrar a todos que o Ministério Público está presente na vida da região nos assuntos coletivos. Fizemos muitas coisas importantes. Outras tantas não pudemos concluir. Com certeza o colega que assumir a Tutela Coletiva fará um ótimo trabalho, mas é fundamental que receba auxílio por parte de outros promotores, pois o volume de trabalho é bastante considerável.

O maior instru-mento de controle dos interesses coletivos de moralidade adminis-trativa não está ao al-cance do Ministério Público ou do Poder Judiciário: é o voto do cidadão.

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Página de TransparênciaValores liberados e creditados em conta no mês de Outubro de 2010

Arrecadação da Região Noroeste

Convênios celebrados com o Estado para a realização de obras e fomento ao desenvolvimento econômico e social Liberações em espécie para os municípios durante a vigência dos convênios (por amostragem)

fonte: www.fazenda.rj.gov.br

Os municípios devem prestar contas à população e publicar suas contas de forma simples e em local visível e de fácil acesso para todos os cidadãos, bem como incentivar a participação popular na discussão de seus planos e orçamentos (Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 48 e 49).

MUNICÍPIOS TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS DO

ESTADO

TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS

DA UNIÃO

CONVÊNIOS COM A UNIÃO

ARRECADAÇÃO TOTAL DO

MUNICÍPIO

APERIBÉ 679.272,83 759.167,47 119.611,45 1.558.051,75 BOM JESUS 1.085.145,06 1.703.650,46 454.356,12 3.243.151,64 CAMBUCI 896.540,70 1.094.110,73 223.208,19 2.213.859,62 ITALVA 756.287,67 931.660,87 376.008,21 2.063.956,75 ITAOCARA 906.468,36 1.171.589,74 263.546,57 2.341.604,67 ITAPERUNA 2.039.407,13 2.648.289,86 7.955.763,08 12.643.460,07 LAJE DO MURIAÉ 685.919,87 733.296,43 124.781,04 1.543.997,34 MIRACEMA 825.081,92 1.529.872,82 154.293,04 2.509.247,78 NATIVIDADE 838.447,43 1.040.371,13 340.087,35 2.218.905,91 PORCIÚNCULA 779.375,31 1.261.191,33 123.921,54 2.164.488,18 PÁDUA 1.220.098,37 2.184.046,24 387.858,55 3.792.003,16 SÃO JOSÉ DE UBÁ 714.289,97 674.603,61 129.609,64 1.518.503,22 VARRE-SAI 666.536,43 842.387,71 162.153,39 1.671.077,53

TOTAIS 39.482.307,62

MUNICÍPIOS OBJETOS DOS CONVÊNIOS N°S DOS CONVÊNIOS

DATAS DE CELEBRAÇÃO

TÉRMINO DO CONVÊNIO

VALORES

BOM JESUS ASSISTÊNCIA SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL 072/09 03/11/2009 31/12/2010 183.691,80 BOM JESUS OBRAS EM GERAL NO MUNICÍPIO E-17.000.971/2010 009/2010 21/01/2010 31/12/2010 3.367.282,27 BOM JESUS PADEM – OBRAS EM GERAL E-17.001.091/2010 092/2010 13/05/2010 31/12/2010 2.382.418,46 BOM JESUS DESENCOLVIMENTO CULTURAL DO MUNICÍPIO 078/2010 23/06/2010 31/12/2010 134.772,90 6.068.165,43 ITAPERUNA ASSISTÊNCIA SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL E-23/1064/09 023/09 25/08/2009 29/12/2010 418.975,20 ITAPERUNA PADEM – OBRAS EM GERAL E-17/000.685/2010 101/2010 19/05/2010 29/12/2010 5.000.000,00 ITAPERUNA CONSERVAÇÃO DE PRAÇAS S/N 21/06/2010 29/06/2011 150.115,00 ITAPERUNA 5.569.090,20 NATIVIDADE ASSISTÊNCIA SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL E-23/1139/2009 098/2009 09/12/2009 17/09/2011 184.334,40 NATIVIDADE PADEM – REFORMA E RESTAURAÇÃO E-17/002.152/2009 041/2010 22/02/2010 19/09/2011 2.000.000,00 NATIVIDADE APOIO À PREFEITURA S/N 21/06/2010 19/11/2010 134.379,32 NATIVIDADE DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO MUNICÍPIO S/N 21/06/2010 19/09/2011 134.379,32 2.453.093,04 PORCIÚNCULA ASSISTÊNCIA SOCIAL BÁSICA E ESPECIAL 23/1097/09 075 27/10/2009 22/06/2011 411.477,60 PORCIÚNCULA OBRAS EM GERAL E-17/001.863/2009 071 23/12/2009 22/06/2011 2.850.000,00 PORCIÚNCULA PADEM - AQUISIÇÃO DE BENS E-17/504/2010 076 14/04/2010 22/06/2011 192.175,34 PORCIÚNCULA DESENVOLVIMENTO CULTURAL DO MUNICÍPIO S/N 21/06/2010 12/06/2011 147.742,31 3.601.395,25 VARRE-SAI OBRAS EM GERAL NO MUNICÍPIO E-17/000.868/2010 117/2010 02/06/2010 30/11/2011 6.753.184,62 VARRE-SAI AQUISIÇÃO DE UM TERRENO E-17/000.866/2010 123/2010 10/06/2010 29/10/2011 400.000,00 7.153.184,62

TOTAIS 24.844.928,54

DEZEMBRO DE 2010 11

Olho vivo no dinheiro público!

Convênios celebrados com o Estado para a realização de obras e fomento ao desenvolvimento econômico e social

Uma das obrigações da prefeitura é informar

a população os seus gastos!

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DiogoExemplo de Superação

Sabrina Gianna

PERSONALIDADES

Varre-Sai

Ela tem 17 anos, é varressaiense e filha do Elcinei (Nino da

rádio) e da Soninha. Talen-to nato de nossa terra, ela é locutora da rádio cidade e anima as manhãs de Varre--Sai com o programa “Bom Dia Varre-Sai”. Além do ta-lento na locução, a moça também demonstra incrí-vel talento musical quan-

do pega o seu violão. Suas composições já ganharam a rede de computadores, com milhares de seguidores. Quem quiser conferir Sabri-na em ação como cantora, pode acessar o site Portal Varre-Sai e conferir os vídeos da moça cantando!!!O endereço é: www.portalvarresai.com.br

Esta seção é uma homenagem do jornal Noroeste Agora! aos jovens varressaienses que contribuem para a construção de uma cidade melhor para todos. A cidade é a soma de cada um de nós.

Diogo da Silva Oliveira, hoje com 24 anos, é operador de máquinas e trilheiro. Seria

mais um entre tantos outros cidadãos, não fosse pela sua história de vida e pelas marcas que traz consigo. Co-meçou a trabalhar muito cedo, des-de os 9 anos de idade. Aos 11 sofreu um acidente em uma máquina de beneficiar feijão, em que teve ampu-tada a sua perna. “Em princípio, eu

achei que minha vida tinha acaba-do. Mas com a força dos meus pais e dos meus verdadeiros amigos, aos poucos eu fui recuperando a minha auto-estima”, afirma Diogo. Filho do Derival (motorista) e da Ana, ele hoje faz coisas que muita gente considera-da normal não teria coragem. Dirige máquinas pesadas e é campeão de MotoCross! É exemplo de equilíbrio e perseverança. Prossegue, sempre.

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DEZEMBRO DE 2010 13

O transporte coletivo é um serviço essencial e infl uencia di-retamente a qualidade de vida da população das cidades. Faz parte do cotidiano da maioria das pes-soas que se deslocam para traba-lhar, estudar, etc. Por outro lado, o transporte participa da dinâmica de desenvolvimento da cidade, e interfere concretamente em sua organização espacial e social.

Assim, o transporte, entendido como a necessidade de desloca-mentos do cidadão, deve ser tra-tado como processo que envolve todos os aspectos relativos à circu-lação, e sua gestão deve ser integra-da com a gestão do trânsito e do sistema viário.

Para uma ação planejada na área de transportes é necessário que seja estruturado um Plano Municipal de Transportes, que defi na as políticas setoriais para

transporte coletivo, trânsito e vias públicas, de maneira integrada, e as ações devem ser planejadas em termos de tempo e de recursos.

Historicamente o automóvel tem sido privilegiado na utiliza-ção do sistema viário. A cultura do automóvel, visto como símbolo de status, e como única alternativa de deslocamento para as pessoas com melhores condições fi nanceiras, justifi cou políticas que buscavam viabilizar a cidade para a circula-ção dos carros, em detrimento do transporte coletivo. Um Plano de Transportes, portanto, deve buscar a inversão desta lógica, priorizan-do o transporte coletivo e as áreas destinadas aos pedestres, áreas de circulação e em especial, as cal-çadas. Após a defi nição de linhas gerais, o Plano deve conter indi-cações de ações concretas para a melhoria do transporte na cidade,

como por exemplo: a adequação dos preços das tarifas e horários; a criação de novas linhas e altera-ções das já existentes; a integração em terminais ou através de bilhe-tagem automática; a implantação de abrigos no pontos de parada e o aumento e renovação da frota.

A formação de consórcios in-termunicipais com acesso direto às empresas concessionárias e ao go-verno do estado pode ser uma boa saída para a formulação de pro-postas efi cientes para o TRANS-PORTE INTERMUNICIPAL numa mesma região. Nos municípios menores, com defi ciências graves no transporte coletivo - horários irregulares, poucas linhas, e ou-tras falhas - a simples reunião de cidadãos voluntários para visitas às empresas concessionárias e às câ-maras municipais, pode dar bom bom resultado.

TRANSPORTE COLETIVO Regras de boa convivência

POSTURAS MUNICIPAIS

O noroesteagora! recebe sugestões de temas para esta coluna. Só serão consideradas cartas com o nome completo, endereço e telefone para contato do remetente, mesmo quando enviadas por email.Solicitações de alunos da rede escolar, quando avalizadas pelo professor, terão tratamento preferencial.

Uma nota de agradecimento

Um natal de luz... E novas conexões no ano novo que está por vir!!!

Digital Netvotos da

Porciúncula3842-1412

Natividade3841-1066

Varre-Sai3843-3599

O “NoroesteAgora!” foi procurado pela Sra. Aparecida Maria Rampazzo, ocasião em que a mesma solicitou que este jornal divulgasse seus agradecimentos - com ênfase - a toda a equi-pe da Secretaria Municipal de Saúde e à De-fesa Civil, especialmente à secretária Silvana Viana Ferreira e à Márcio Vieira Batista - este responsável pela Defesa Civil Municipal; ao Dr. Sebastião; aos enfermeiros Netinho e Shana; e à atendente Xênia; pela cortesia e rapidez no atendimento ao seu neto Davyd Lucas Ram-pazzo da Silva, recém nascido em 30/11/2010, portador de infecção generalizada, prontamente transferido para a cidade de Campos dos Goita-cazes no dia 02/12/2010.

Estende seus agradecimentos ao vereador Cláudio Paulanti e ao prefeito Everardo Ferreira.

É com satisfação que o “NoroesteAgora!” pu-blica, a pedido, este agradecimento.

A REDAÇÃO

Davyd Lucas Rampazo da Silva

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Entrevista com Nilce TupiniVarre-Sai já teve cinema. Desde os anos 20.

E por dezenas de anos - entre 1927 e 1977 - o cinema esteve sob o comando de Norival Tupini, com a ajuda de seus fi lhos. Primeiro, como Cine Ideal, e depois, como Cine Brasil. Por ali passaram todas as fi tas de sucesso nacional e internacional, como os fi lmes de

Carlitos, os grandes musicais e os melhores westerns. Conhecer um pouco dessa história nos ajuda a redescobrir o passado de nosso município. E a revelar um pouco mais a ad-mirável personalidade de Norival Tupini, um artista completo, que sabia música, desenho, e defendia com garra o teatro, o cinema e as

atividades circenses. Entrevistamos por duas horas uma das fi lhas de Norival, Nilce Tupini, que nos fez rememorar as lembranças daque-la casa de exibição que era, naquele tempo, o centro irradiador da cultura de nossa terra.

O Cine Brasil de Norival Tupini

José Antônio Abreu de OliveiraMarcelo Abib Ramos

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José Antônio: Como Norival Tupini se envolveu com o cinema?

Nilce: Acho que ele começou trabalhan-do, ainda rapazinho, como operador do Ci-nema Ideal, que era de meu avô e do Sr. Careca.

José Antônio: Você acha que o cinema infl uenciou os jovens da época, em ter-mos de hábitos, moda, etc.?

Nilce: Ah, infl uenciou e muito... A gente copiava os vestidos, desenhava os vestidos, colava dos fi lmes (risos)... Achávamos que estava abafando! Por causa das atrizes.

José Antônio: Quais artistas vocês imi-tavam?

Nilce: Ih! A Sophia Loren! A gente a achava a coisa mais linda! Nossa Senhora, que mulher bonita! Dos fi lmes nacionais a gente imitava Emilinha Borba e Marlene, se bem que cinema nacional aqui em Var-re-Sai, era uma negação, por causa do som, as pessoas não gostavam de ver.

José Antônio: Você se lembra de al-gum fi lme que tenha marcado sua infân-cia ou juventude?

Nilce: Ah... Tinha um, como é mesmo que se chamava? Tinha tourada, eu gostava daquele fi lme... Era um fi lme romântico, passou até uma novela... Ah!... “Sangue e Areia”! Foi o fi lme que mais fi cou na mi-nha memória de criança.

José Antônio: Como era e onde fi cava

José Antônio: Como Norival fazia a tela?

Nilce: De pano. Ele pintava o pano com cal, talvez um pano tipo saco, emendado. De vez em quando ele passava essa caiação e contornava com uma tinta preta. Quando veio o Cinemascope, ele não tinha condi-ções de comprar nem a lente nem a tela, os atores na projeção fi cavam esticados, fi nos e compridos (risos)... A primeira vez que eu vi um Cinemascope lá em Itaperuna eu fi quei deslumbrada! Era diferente do que acontecia em Varre-Sai! Eu não entendia que era por falta da lente!

José Antônio: Mas o Norival com-prou uma lente, né?

Nilce: Sim, com a ajuda do Dr. Silves-tre. Como sempre, o incansável Dr. Silves-tre... Ele tinha uma grande afi nidade com

José Antônio: O cinema apresentava shows e teatros, além de fi lmes?

Nilce: Sim.Marcelo: Eu me lembro de um show de

um hipnotizador! Era um homem negro, de terno, e ele realmente era um hipnoti-zador. Não era brincadeira. Eu me lembro que ele fez o Batista do Nêgo comer uma cebola achando que fosse uma laranja. E o fez retroceder no tempo, fazendo coisas de criança. Isso me marcou, eu nunca tinha visto um hipnotizador, acho que nem antes nem depois... (risos).

Nilce: Eu me lembro disso! Teve tam-bém um tal Professor Chang, hipnotizador famoso, fazia enorme sucesso no Brasil todo. Vinha muitos artistas famosos da época...

José Antônio: Quem foi a “Mascoti-nha”?

Nilce: A Mascotinha era uma artista de circo, uma rumbeira, mas uma rumbeira de Pulunda, fi lho de Norival Tupini

José Antônio: Sua irmã Missica também fazia shows no cinema?

Nilce: Sim, fez muitos. Fazíamos

a casa onde o cinema funcionou? Nilce: A casa fi cava ao lado da atu-

al prefeitura (Casa da Dilina, onde hoje mora a Luzia e o Carlinhos Tupini). Era uma casa muito antiga. Meu avô materno morou ali, antes. O prédio era da família Figueira, acho. O Sr. Careca e meu avô (José Tupini) eram sócios, compraram a casa e montaram cinema ali. Depois meu avô comprou a casa, e por fi m, meu pai a adquiriu. Como não havia papel, nem reci-bo de compra, nem nada, depois, no inven-tário, esta mesma casa saiu para meu pai como herança (risos).

nossa família, por sermos todos de origem italiana. Nossos avós vieram juntos. Ele é afi lhado de meu pai, de batismo. Então, Dr. Silvestre chamou meu pai e perguntou por que ele não comprava a lente “asco-pe”. Meu pai respondeu que não podia. Imediatamente, Dr. Silvestre se ofereceu para emprestar o dinheiro, mas pediu que ele nunca contasse para ninguém. Bom, agora que meu pai morreu posso contar... Foi assim que meu pai conseguiu a lente. Depois, foi pagando aos pouquinhos.

botar os homens doidos! Minha mãe até fi -cou com ciúmes! Meu pai adorava circo e acho que ele e Missica deveriam ser artistas circenses. Eles se envolviam com todos os circos que estiveram aqui... Meu pai chegou a se apresentar com a Mascotinha, como músico, no cinema de Itaperuna. Temos até um retrato dele com a Mascotinha e um anão popular na época.

Uma história de paixãoUma história de paixão

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DEZEMBRO DE 2010 15

Pulunda e o projetor de 16mm recentemente adquirido pela Prefeitura

José Antônio: Antes do cinema, toca-va-se um dobrado em alto-falantes, né?

Nilce: Sim. Havia dois alto-falantes expostos na rua. Usávamos um toca--discos antigo, do tipo caixote (risos). O dobrado era “Saudade da Minha Terra”.

José Antônio: E as tabuletas com os cartazes? Quem fazia?

Nilce: Meu pai. Ele escrevia muito bem, tinha uma letra bonita. As crian-ças levavam as tabuletas para ganhar ingressos gratuitos. Colocavam nas portas de dois bares. Tinha um si-ninho, eles iam batendo o sininho e anunciando o fi lme num porta-voz, um megafone (risos). Os meninos gritavam: “-É hoje! É hoje! Vai ter es-petáculo!” (risos). O pessoal chegava às janelas para ver o cartaz.

José Antônio: Qual o período de maior sucesso do cinema?

Nilce: Ah... Antes da televisão, né? Dava fi la para comprar ingresso. A fi la chegava a ir do cinema até a casa do Juscelino, quando era fi lme de grande bilheteria. Os fi lmes que mais faziam sucesso eram os de bang-bang. Seria-

José Antônio: Como era a segun-da sessão?

Nilce: Ah, era a sessão dos expec-tadores cativos (risos). Jamilton, Se-bastião do Bituta, Silvinho do Osó-rio, José Demétrio, Juvenal... Eles vinham na segunda sessão, e meu pai praticamente passava os fi lmes só para eles. A gente achava um absur-do, doidas para sair para passear, não dava lucro nenhum, mas papai falava: espera um pouquinho só... Era muita paixão pelo cinema, né? Na verdade, ele teria que revisar a fi ta e dizia que esta segunda sessão era para revisão da fi ta, colar as partes arrebentadas. Ele colava com esmalte incolor. Mas nada, ele fazia a segunda sessão por prazer mesmo, e porque achava que estes expectadores também amavam o cinema.

José Antônio: O cinema era ren-tável?

Nilce: Pouco, mas fez falta quando acabou.

José Antônio: Você se lembra de al-gum fi lme polêmico, que tenha provoca-do escândalo na cidade?

Nilce: Não, não me lembro. Eu me lembro de que, teve uma ocasião, que andou vindo uns fi lmes... Hummmm... Como dizer... Para homens... Eu nem sei como eram, meu pai não nos deixava ver de jeito nenhum, a gente nem ia trabalhar nestes dias.

Marcelo: Eu me lembro de um fi lme assim (risos, risos)! Foi uma situação que Norival resolveu com meu pai. Eu era bem criança, eu me lembro, era um fi lme

com Brigitte Bardot!Nilce: Brigitte Bardot...Marcelo: Era num horário mais tarde.Nilce: Sim, justamente.Marcelo: Meu pai descobriu que eu

queria ir... Não era nada que hoje não pas-se nas novelas, qualquer novela era bem mais que isso... Mas naquela época cau-sava certo escândalo. O Norival me disse que resolveria o problema e falaria com meu pai. Nem sei o que conversaram, mas o certo é que vi o fi lme (risos).

muitos teatros. D. Helena Giovaninni, a Helena do Lula, a Zuleika Vieira... Tam-bém fi zeram várias peças. Eu já partici-pei cantando. Meu pai fazia os cenários, ele pintava muito bem. Eram peças para a cidade, inclusive cobrávamos ingres-sos. Vinham companhias teatrais do Rio, famosas. Empresas como a Miramar, de teatro. Eles deixavam autógrafos numa madeira atrás da tela. Foi uma pena a gente perder este material... Uma dessas tábuas cheguei a ver, muitos anos de-pois, na casa do João Careta (risos).

dos também, este passavam nos do-mingos e o pessoal acompanhava como hoje se acompanha as novelas.

José Antônio: Nilce, Norival chegou a ver o fi m do cinema?

Nilce: Não, ele já estava acamado e veio a falecer mesmo antes de acabar o cinema. A gente escondia dele a situação. Ele, da cama, queria saber, perguntava se dera muita gente, se havia exibido o fi lme direito, ele não dormia enquanto não che-gássemos. Queria tomar altura de tudo... Era paixão mesmo...

Uma história de paixão Pelo Cine Brasil passaram todas as fi tas de sucesso nacional e internacional, como os fi lmes de Carlitos, os grandes musicais e os melhores westerns.

“””“ Vinham companhias

teatrais do Rio, famosas.

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Em Rosal de Sant’Ana, Estado do Rio, num lugarejo denominado Monte Azul, entre 1920 e 1928, foi contínuo o apareci-mento de uma belíssima luz, que deixava encantados todos que a viam. O fato tor-nou-se conhecido como a Luz do Monte Azul.

A misteriosa luz aparecia atendendo ao apelo de quem se achava em difi cul-dade, provando assim, sua ação benfazeja. Nas residências, a luz era branca, partida de um pires ou de um candeeiro; nos te-lhados e estradas, era vista com mais fre-qüência, produzindo enorme claridade, como um foco luminoso de grande po-tência.

D. Cirila Gomes Coelho, moradora no lugarejo, nunca havia dado muito crédi-to à história. Pois certa noite, quando se achava recolhida, viu em seu quarto aque-la intensa luminosidade, saltando de pare-de em parede. Imediatamente, a senhora sentiu-se invadida por inefável sensação de paz e quietude e a luz permaneceu ali por longo tempo, até desaparecer serena-mente, sem lhe causar o menor receio.

Numa escura noite, uma residente de Varre-Sai, foi chamada para atender um doente em Rosal de Sant’Ana. A senhora, em companhia de cinco de seus familiares rumou para o local. A noite estava escura e em dado momento todos perderam o

caminho da cidade. Naquele difícil transe, a senhora lembrou-se da salvadora luz e em sua afl ição, implorou:

-Por favor, nos guie, Luz de Monte Azul!

Imediatamente e claramente divisaram a estrada certa. A luz brilhou no alto, fa-zendo voltar a confi ança em todos, com sua presença amiga, só desaparecendo quando não mais havia possibilidade do grupo perder-se na mata cerrada.

Suas aparições jamais assustaram al-guém. Exceto o Benjamim Cordeiro, co-merciante local. Uma tarde lia seu jornal e como rapidamente caia a noite exclamou, em tom de chacota:

-Ora! Não, posso nem ler o meu jornal. Por que não me aparece aqui essa tal Luz de Monte Azul?

Mal terminou sua frase, a luz surgiu na sala, calma como de costume, fi cando ali longo tempo. Apavorado, Benjamim en-fi ou-se debaixo da cama até que o foco de-saparecesse suavemente como de hábito.

E fi nalmente, em 1928, tão misterio-samente como surgira, depois de semear o bem naquela região, a belíssima Luz de Monte Azul desapareceu para sempre.

Rua Professor Borges, n° 16Centro / Natividade / RJ

Dona MeméliaDo baú da

Amélia Vargas de Oliveira, conheci-da como Dona Memélia do Cartório, foi responsável pelo Cartório do Regis-tro Civil e de Notas de Varre-Sai duran-te mais de 30 anos. Fez do seu Cartório essencialmente um cartório humano.

Pertence à tradicional família de cartorários: seu avô, João Damasceno de Figueiredo, foi o Primeiro Escrivão Juramentado de Varre-Sai; seu pai, José Vargas de Figueiredo, foi também Es-crivão, sendo posteriormente sucedido pelo Doutor Getúlio Vargas de Figuei-

redo, seu irmão.Dona Memélia sucedeu o irmão

Getúlio quando este foi designado para exercer a função de Juiz Federal em ou-tro estado.

Dona Memélia possui um grande acervo documental que registra partes signifi cativas da cultura e da história de Varre-Sai.

Fiorello Zambrotti, Ofi cial do Regis-tro Civil da Comarca de Natividade du-rante muitos anos - e grande amigo de Dona Memélia-, deixou registrado em

depoimento emocionante: “Para Dona Memélia, seus documentos – guarda-dos com extremo carinho há décadas – são como criaturas vivas. Que pulsam. Que precisam cuidados. Que crescem dia a dia. E precisam de muito carinho. Carinho esse que ela, dentro da sua concepção, sabe dar.”

A partir desta edição, o “Noroeste-Agora!” passará a publicar parte desse precioso acervo, com registros diversos e dados históricos de grande preciosi-dade.

A LUZ DE MONTE AZULINCRÍVEL! FANTÁSTICO! EXTRAORDINÁRIO!

Transmitido pela Rádio Tupi no Programa do Almirante (1964)

Texto extraído do Jornal O DIA (10/10/1964) Museu da Imagem e do Som – Rio de Janeiro

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Dona Meméliadepoimento emocionante: “Para Dona Memélia, seus documentos – guarda-dos com extremo carinho há décadas – são como criaturas vivas. Que pulsam. Que precisam cuidados. Que crescem dia a dia. E precisam de muito carinho. Carinho esse que ela, dentro da sua

A partir desta edição, o “Noroeste-Agora!” passará a publicar parte desse precioso acervo, com registros diversos e dados históricos de grande preciosi-

A LUZ DE MONTE AZUL

Dona Memélia

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DEZEMBRO DE 2010 18Desejos de Natal...

Esta época de fi m de ano e de festividades nos leva, invariavel-mente, à refl exão. Refl etimos sobre o que fi zemos da vida ao longo do ano e sobre o que faremos (ou pretendemos fazer) no ano que se inicia.

É tempo de comemorar as vi-tórias e buscar entender o que não deu tão certo quanto se esperava; é tempo de lembrar que estamos vi-vos e de renovar as esperanças.

Por isso, peço licença para par-tilhar com vocês duas histórias, ambas verdadeiras e que ocorre-ram no fi m do ano passado, mas nem por isso devem deixar de ser lembradas.

A primeira delas é triste. É a his-tória de um jovem de 31 anos que sofreu uma parada cardiorrespira-tória enquanto jogava futebol, em 2008. Desde então, o meu amigo

não anda, não fala e perdeu quase todos os movimentos do corpo. Sofre de síndrome do encarce-ramento. Segundo me disse sua mãe, ele reconhece os amigos que vão lhe visitar, o que se deduz por seu choro de emoção sempre que vê algum rosto conhecido. Nos conhecemos no Rio, quando éra-mos, então, estagiários da institui-ção que nos acolheu, após, já como Procuradores da Fazenda Nacio-nal. Nossa formatura na faculda-de se deu quase na mesma época e partilhamos juntos os percalços da vida de concurseiros, com as frustrações iniciais e as posterio-res vitórias. Quis o destino que fôssemos aprovados no mesmo concurso. Mudei-me para Brasília, enquanto meu amigo permane-ceu perto dos seus. Continuamos travando contatos, ora por e-mail,

ora por telefone. Até que, um dia, cessaram os e-mails. E fui buscar entender o motivo: a história está descrita ao lado. De tudo, fi ca em mim a pergunta: por quê?

A outra história é feliz. No fi m do ano passado, já perto do natal, li uma reportagem do Correio Brazi-liense (jornal de grande circulação de Brasília) sobre uma instituição que abriga crianças e adolescentes portadores de HIV, todos à espera da chegada do Bom Velhinho, já tendo escrito cartinhas com seus pedidos de natal. Prontifi quei-me a ajudar, ligando bem cedo para a instituição. Foram dois dias intei-ros de peregrinação aos shoppin-gs locais, em busca dos presentes pedidos. E não é que faltou um? Justo o de um menino de 7 anos, que não fala, não enxerga e não anda. Pediram por ele um teclado

musical, já que o único sentido que lhe restou foi a audição. Mas, como não achei o tal teclado, resolvi levar um radinho de pilhas, desses que a gente encontra por R$ 10,00 nos camelôs. Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que o presente mais barato e simples foi o que mais agradou. Logo após receber do papai noel o seu radinho, aquele menino, carente de tantas coisas, levou o aparelho ao ouvido e pude perceber que ele estava feliz, muito feliz. Senti-me grata por ter podi-do ajudar aquelas crianças. Ficará tatuado em minha memória o dia em que foi feita a entrega dos pre-sentes - dia em que percebi que um abraço e a simples presença valem bem mais que bens materiais.

Bom, o que essas histórias pos-suem em comum, vocês devem estar a se perguntar. Sempre ouvi

dizer que os pedidos feitos na noite de natal, quando feitos com muita vontade, se tornam realidade. En-tão, deixo aqui os meus pedidos: que meu amigo se recupere ou, ao menos, que possa ser feliz a seu modo e que essas crianças cresçam num mundo mais solidário, em que a máxima seja o fi m da intole-rância, de qualquer tipo.

Por fi m, deixo a todos o ques-tionamento abaixo, seguido dos mais sinceros votos de um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, verdadeira fi nalidade dessa men-sagem:

“Se você não existisse, que falta faria?”

Maíra Silva da Fonseca RamosEx-Procuradora do Banco Central do Brasil

Procuradora da Fazenda Nacionale-mail: [email protected]

É tempo de comemorar as vitórias e buscar entender o que não deu tão certo quanto se esperava.É tempo de lembrar que estamos vivos e de renovar as esperanças.

A primeira vez que vi um fi lme no cinema foi em Varre-Sai, no Cine Brasil. Chamava-se “O Pla-neta Vermelho Ameaçador”.

Não me lembro quem eram os atores, mas me recordo um pouco do enredo absurdo, plantas mons-truosas e alguns gritos de horror. Era fi cção científi ca ruim, mas, para mim, aos oito anos, foi sufi -ciente, e me proporcionou ótimos sustos.

Com muita argúcia infantil, convenci meu pai de que seria bom que ele me deixasse ver este fi lme porque seria importante para a escola, pois falava de planetas. Meu pai me trouxe de Santa Clara e me hospedou na casa da Neguita e Juca, meus parentes, onde dormi.

No dia seguinte, aguardei an-sioso a hora do fi lme. Vez ou ou-tra ia ver as tabuletas expostas nos bares com os cartazes do fi lme, inquieto para ver pela primeira vez um fi lme de verdade. Ao anoitecer, ouvi o dobrado “Saudades de mi-nha terra” tocar no alto-falante do cinema. E lá fui eu para a casa de exibição. Encontrei uma fi la quilo-métrica, que ocupava toda a frente da casa da Dilina e se embolava na rua.

E então, pela rua, vinha a moça da bilheteria, que eu ouvi mur-murarem como sendo a Missica, nome que achei dessemelhante. Missica chegou sorridente, pare-cia uma estrela do cinema, com suas unhas pintadas de vermelho

e sobrancelhas fi namente deline-adas. Uma fragrância de perfume invadiu toda a praça. Fez-se um si-lêncio à sua passagem. Uma deusa holywoodiana indo para seu altar, atrás da pequena bilheteria.

Quando o cinema se abriu a fi la começou a andar. Recordo-me que entrei na casa de exibição um tanto nervoso. Vem à minha men-te as unha vermelhas de Missica me entregando o bilhete, e em meu espírito se misturou alguns medos, talvez porque o local estivesse re-pleto de gente, o aspecto interno da casa fosse sombrio, as cadeiras os-cilantes e os grupos excessivamen-te ruidosos. Sentei-me na primeira fi la, onde uma tela branca se erguia diante mim. Temia que aquela tela

pudesse me dar um choque elétri-co, se acaso me encostasse nela. Eu desconhecia totalmente como era o efeito de uma projeção de ima-gem, para mim tudo era novo ali.

As luzes se apagaram e o fi lme começou. Toda a magia se fez, e não importava mais nada. A casa que parecia que ia desabar a qual-quer momento, as cadeiras que sugestionavam uma queda em instantes, o excesso de gente espre-mida pelos cantos da sala. Era algo admirável, eu estava em Marte ao lado de alienígenas e astronautas, e o mundo real perdera toda a sua razão de ser. As imagens gigantes na tela traziam a possibilidade de efetivar sonhos. Foi paixão incon-dicional à primeira vista.

Saí do cinema em estado de felicidade total. Quando me per-guntaram o que eu tinha achado do cinema em Varre-Sai só pude responder: -“E lindo, o lugar mais bonito de lá”. Mas fi ca numa casa velha, diziam. E eu retruquei: “E quem vai ao cinema para ver pa-redes”?

Duvido que o Cine Brasil ainda não esteja na lembrança dos que amavam aquele mágico lugar. Ele resiste, de alguma forma. Ainda ouço os alienígenas vermelhos toda vez que passo onde ele fun-cionou.

Jose Antonio Abreu de OliveiraCirurgião-dentista - Mestre

em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz

O Cine BrasilO primeiro fi lme a gente também nunca esquece

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DEZEMBRO DE 2010 19É possível o combate ao crime organizado?

AUTORIDADES AFIRMAM QUE COMPLEXO DO ALEMÃO ESTÁ TOMADO. E AGORA ?

São inegáveis as difi culdades que os governos têm encontrado no combate ao crime organizado. Isso tem se mostrado especialmen-te verdadeiro no estado do Rio de Janeiro. Há anos a história se repe-te: ora discute-se a conveniência da participação direta das forças armadas no estado; outras vezes discute-se a necessidade da inter-venção do governo federal – razão do iminente interesse público em jogo- com a decretação de estado de emergência ou de calamidade pública, com todas as conseqüên-cias que poderiam daí advir. Todas essas possibilidades mostram que temos procurado, insistentemente, de anos para cá, atuar sobre as con-seqüências e não cobre as causas do crime organizado.

Vozes lúcidas pregam a adoção de políticas públicas consistentes, possibilitando ao estado atuar - com resultados a longo prazo - em áreas que já não controla há muitos anos, por simples ausência e aban-dono. Descaso e desinteresse.

As difi culdades encontradas

no combate ao crime organizado advêm das relações promíscuas mantidas há anos - e, portanto há muito amadurecidas e sedimen-tadas -, entre os que governam e aqueles que cuidam dos interesses do crime organizado. Essa relação, absolutamente perniciosa para toda a população, é raiz do proble-ma e também causa das difi culda-des encontradas para superá-lo.

Em depoimento recente, o ex--Capitão do Bope e co-autor do livro “Elite da Tropa”, Rodrigo Pi-mentel - atualmente comentarista da TV GLOBO-, disse acreditar que “Não existe crime organizado sem a presença do Estado”. Já Luiz Eduardo Soares, também co-autor daquele livro é bem mais enfático ao responder à pergunta “O que as polícias fl uminenses deveriam fazer para vencer, defi nitivamente, o tráfi co de drogas?”. Sua resposta é simples e contundente: “Em pri-meiro lugar, deveriam parar de tra-fi car e de associar-se aos trafi can-tes, nos “arregos” celebrados por suas bandas podres, à luz do dia,

diante de todos. Deveriam parar de negociar armas com trafi can-tes, o que as bandas podres fazem, sistematicamente. Deveriam tam-bém parar de reproduzir o pior do tráfi co, dominando, sob a forma de máfi as ou milícias, territórios e populações pela força das armas, visando rendimentos criminosos obtidos por meios cruéis.”

É necessário identifi car com mais precisão que interesses co-muns poderiam estar em jogo; quem, exatamente, se benefi cia da impunidade que se compra – e se vende – para muitas serventias? O que exatamente está por trás das manchetes dos jornais?

Ainda agora está em discus-são – é manchete quase diária em toda a imprensa escrita e falada – o fi nanciamento público das cam-panhas eleitorais. Alguns analistas julgam que a utilização de recursos públicos viria impedir que o crime organizado utilizasse seus próprios recursos para ajudar eleger políti-cos desavisados e mal orientados que, mais à frente, se veriam en-

O jornal “O GLOBO” publicou em 21/11/2010, página 11 - na ma-téria “A Fábrica de Votos não Fechou”, a relação dos políticos eleitos por comunidades controladas pelas milícias e pelo narcotráfi co, no Rio de Janeiro. Mais ainda, informa que as milícias mudaram suas táticas e agora atuam mais fortemente através de centros sociais, su-prindo necessidades das populações – um arremedo de assistência social, acesso ao crédito irregular, ajudas de várias ordens. Outros periódicos e incontáveis sites na internet também informam a esse respeito. Um bom exemplo é o site www.execlencias.org.br. Nes-se site é possível fazer uma consulta ágil à fi cha de todos os senado-res, deputados federais e deputados estaduais, de todos os estados. A partir deste site existem links para várias outras consultas. Portanto, a informação existe. Cabe ao eleitor ir atrás dessas informações para avaliar melhor a qualidade do seu voto.

volvidos em esquemas de ajustes e conluios dos quais, espontanea-mente, não participariam, mas dos quais já não se podem livrar.

Talvez esteja aí – na forma de fi -nanciamento das campanhas elei-torais – a origem da forçada con-vivência entre o “Estado e o Crime Organizado”, que tem anulado a possibilidade de reação efi ciente do Estado, com inegável prejuízo para toda a população.

É hora de começar a combater -mesmo- a tragédia da inseguran-

ça pública no Rio de Janeiro. Segu-rança pública é mais do que tiros de inquietação e não se faz só com UPPS. Superado o impasse do Complexo do Alemão, medidas defi nitivas têm que ser tomadas. E a solução passará muito longe do morro do Alemão.

Marcelo Abib RamosExerceu a função de Gerente de Operações de

Câmbio e Assessor de Departamento na Diretoria Internacional do Banco Nacional S/A

Foi Assessor Administrativo-Financeiro da Vice-Reitoria da Universidade Estácio de Sá

Rio de Janeiro.

Liberdade de ExpressãoMantendo quase sempre atu-

alizado um blog que responde pelo nome “Liberdade & Expres-são”, tendo a comunicação como parte do meu trabalho, depois de tanto se falar em censura na última campanha politiqueira, há muito me devo um post so-bre o tema. A favor da imprensa livre e da total liberdade de cada cidadão se expressar sobre o que bem entender, me questiono por que muitas pessoas não usam a seu favor – ou a favor de toda sociedade – o seu direito e dever de “botar a boca no trombone” e falar sobre o que lhe afl ige, lhe alegra ou necessite de mudança.

Espera-se que a imprensa

desempenhe um papel que não cabe só a ela. Muitos querem utilizar a voz dos meios de co-municação como sendo a sua própria voz na luta pela justiça e isso é totalmente aceitável, quan-do a intenção é unir forças, e em uníssono, fazer um coro contra a desigualdade social e o direito de cada ser humano. No entan-to, recebo e-mails diariamente com afrontas e xingamentos a pessoas públicas, que exercem cargos públicos, com observa-ções abaixo, me lembrando que minha função e a do site que trabalho é divulgar, a qualquer custo, a indignação de um cida-dão. Geralmente, são denúncias

graves, despidas de argumentos ou provas, que caem sobre nós como armadilhas, colocando em dúvida o trabalho sério de pessoas que não fazem sequer ideia das ínfi mas questões que estão por trás de tamanha revol-ta. Quando não publicamos tais “denúncias”, somos chamandos de “imprensa branca”, atrelados à uma rede de corrupção da qual ninguém tem real conhecimen-to ou comprovação. Tudo isto, assinado por um anônimo ou um usuário cuja identidade real é desconhecida: os chamados “fakes”.

O que quero dizer com tudo isto, depois de trazer a baila o

tema “Liberdade de Expressão”? Quero dizer que sou sua maior defensora, assim como defendo o direito de todos os cidadãos a usarem com responsabilida-de. Liberdade de Expressão não signifi ca xingamentos e ofensas. Isto se chama falta de educação e de bom senso, podendo cau-sar um transtorno jurídico para aquele que fala o que quer, sem pensar nas consequências, assim como para aquele que torna pú-blico tais afrontas.

Cobrar da imprensa a in-formação, é totalmente válido. Pedir ajuda para os canais de comunicação para se fazer ouvir, também é. Não é válido querer

usar tais meios para denegrir imagens, escondido atrás de um anonimato, em nome da Liber-dade de Expressão. Portanto, cada um deve usar a seu favor o direito de se expressar, de dizer o que pensa, com responsabilida-de, assinando em baixo de suas críticas, de seus elogios e argu-mentos, mostrando que é cien-te do que está a fazer, deixando de ser apenas mais uma voz na multidão, mas um rosto que pensa, opina e não tem medo de mostrar o valor dos seus pensa-mentos.

Elizabeth RibeiroAcadêmica em Administração

Page 20: Noroeste Agora

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produzido pelo Studio mU.

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audiologia da Faculdade Redentor.

Casamento Cleysiany & Julio - Varre-Sai / RJRegistramos o casamento da Cleysiany e do Júlo

em Varre-Sai, mais um trabalho impecável.

Aniversário da Malu - Varre-Sai / RJRegistramos a comemoração do aniversário da

Malu, no Village Club de Varre-Sai.

Casamento Joyce & Eduardo - S. J. de Ubá / RJTambém registramos o enlace matrimonial do

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Casamento Adriana & Léo - Natividade / RJOutro casamento que teve seu registro feito pelo

Studio mU foi o da Adriana com o Leonardo.

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