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Personalidade

Exemplo de Cidadania

Veja o exemplo da pro-fessora Ana Maria Couto, diretora da Escola Muni-cipal Vargem Alegre de Varre-Sai.

Bettus BarO point de várias gerações continua encantando os vi-sitantes em Varre-Sai.

Giro pelo Noroeste

Confira o resumo dos fa-tos que aconteceram na região Noroeste.

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Pág.: 7ENTREVISTA COM O PROMOTOR DE JUSTIÇA DE TUTELA COLETIVA DO NÚCLEO DE ITAPERUNA

O Promotor de Justiça Márcio Ferreira Fernan-des é titular da PROMOTORIA DE TUTELA COLETIVA DO NÚCLEO DE ITAPERUNA desde agosto de 2008. Após sua posse, o MP passou a estar presente em praticamente todos

os assuntos de maior interesse em nossa região. Hoje não existe mais aquela liberdade que os administradores públicos desfrutavam há alguns anos atrás, pois todos sabem que o MP agora está mais perto, mais vigilante. São instaurados

uma média de 150 a 200 inquéritos civis por ano, realizadas centenas de reuniões, atendimentos e oitivas, expedidos mais de 2 mil ofícios. Nesta edição, a primeira parte da entrevista com o Dr. Márcio Ferreira Fernandes.

Noroeste Agora! na EscolaO jornal NoroesteAgora!, inspirado no Progra-

ma Cultura Viva, do Ministério da Cultura, e com o propósito de estimular as iniciativas culturais que favoreçam a construção de espaços de diálogo na comunidade, busca destacar, a partir desta edição, iniciativas que estimulem a fluência comunicativa como condição para os processos de construção de convivências. Pretende estimular a utilização dos meios de comunicação tradicionais – jornal, tea-tro, dança música, entre outros, para produção dos conteúdos culturais que beneficiem a comunidade.

A participação e o envolvimento das escolas da rede municipal é fundamental, permitindo diálogo com todos os que queiram envolver-se neste pro-cesso. O projeto não tem objetivo comercial nem prazo de duração previamente definido. Contatos com a redação do jornal.

O natividadense Guilherme Pimen-tel, estudante de Design de Moda, fala sobre a sua carreira e como foi participar do Concurso Estilista Revelação 2010, ao lado de Xuxa Meneguel.

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Morador de Varre-Sai pede mais oportunidades de trabalho

Festa de Setembro

Natividade volta a ter a sua tradicional festa de setembro. Com atrações para todos os públicos, a festa foi um suces-so entre os moradores e visitantes que estiveram prestigiando o evento.

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ArtigosPágs.: 14 e 15

A reportagem da TV Globo esteve visitando diversos mu-nicípios do estado do Rio de Janeiro. O objetivo é mostrar aos governantes que serão eleitos no pleito de 2010, quais as principais necessidades da população. Pág.: 16

IBGE: Natividade deve apresentar queda de populaçãoSegundo dados preliminares divulgados em reunião, o município de Natividade deve apresentar uma queda sig-nificativa na sua população. Esses dados são base para apuração dos repasses do Estado e da União. Pág.: 3

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OUTUBRO DE 2010 2OPINIÃO

As opiniões emitidas por nossos colaboradores são de sua inteira responsabilidade e não refletem necessariamente o nosso ponto de vista.

na internet:www.noroesteagora.com.brtwitter.com/noroesteagorae-mail:[email protected]@[email protected]

EXPEDIENTE

Agência Noroeste On-Line de NotíciasJornalista Responsável: Thiago Ramos

Creative CommonsCNPJ: 11.882.706/0001-40

Inscrição Municipal: 9156220-0CEP: 28370-000 // Tel: (22) 3841-3708

O Noroeste Agora! é um jornal periódico de edição independente, sem qualquer vínculo com entes públicos, mantendo-se atra-vés de anúncios do comércio localizado na sua área de abrangência. Pode ser visualizado no site www.noroesteagora.com.brTem como meta a promoção da cidadania através do desenvolvimento de projetos e/ou atividades conjuntas em parceria com órgãos públicos, lideranças comunitárias, escolas, instituições culturais, empresas, universidades, artistas ou especialistas, no noroeste fluminense; de forma a colaborar com o desenvolvimento do cidadão através da diversidade cultural e da ampliação do acesso da população aos meios de comunicação.Poderão ser publicadas matérias institucionais de órgãos da administração pública direta ou indireta em nível municipal, desde que dentro da sua linha editorial.

Desenvolvimento SocialPrograma de geração de emprego e renda

Entre as diversas atividades que um programa de geração de emprego e renda pode prever, encontra-se o atendimento a trabalhadores que, por não disporem de recursos, estão impedidos de exercer sua profissão ou precisam se sujeitar a remu-nerações muito baixas. Esses profissionais, que dispõem de alguma qualificação, podem ser apoiados para trabalharem de forma autônoma, em cooperativas ou em unidades familiares de produção de bens ou serviços.

O QUE FAZER? - A prefeitura pode, por exemplo, colocar à disposição de tra-balhadores qualificados equipamentos, ferramentas e outros materiais necessários ao exercício de sua profissão. Estes materiais podem ser doados, cedidos, alugados ou vendidos em prestações a trabalhadores, famílias ou grupos de profissionais.

A doação dos materiais é mais sim-ples: exige pouco controle posterior, mas não permite que a prefeitura retire os materiais de quem não os utilizar de acordo com as expectativas. Por conta disto, exige uma atenção maior sobre o processo de seleção dos beneficiados.

A cessão dos equipamentos e ferra-mentas, por sua vez, exige um acom-panhamento ao longo do tempo e a definição clara das condições de uso e devolução. A cessão pode ser por tempo indeterminado ou por um período sufi-ciente para que os beneficiados se capi-talizem e possam adquirir material pró-prio. No caso desta opção, é necessário prever a hipótese de retirar os materiais dos beneficiados que demonstrarem pouco interesse ou empenho.

O aluguel dos materiais e ferramentas aos trabalhadores, a um preço acessível ou mesmo simbólico, tem a vantagem de conferir flexibilidade ao seu uso e permitir que o programa gere recursos próprios. Por outro lado, tende a exigir um controle maior por parte da prefei-tura. Há, também, o risco de que, uma vez não sendo donos, os trabalhadores tenham menos preocupação com sua conservação.

O financiamento da aquisição permi-te que o programa gere recursos, poden-do levá-lo para a auto-sustentação. Os re-cursos arrecadados podem ser utilizados para financiar novos trabalhadores que venham a se integrar ao programa. En-tretanto, financiar a aquisição exige um controle especial por parte da prefeitura.

IMPLANTANDO - A primeira etapa a ser cumprida é a de concepção, onde

são definidos os objetivos do programa, os critérios de seleção e sua abrangência.

A segunda etapa deve ser um estudo da viabilidade econômica das várias pos-sibilidades de profissões selecionadas, para evitar que se estimule trabalhadores a ingressar em segmentos com pouca capacidade de absorção de novas unida-des de produção. Também é importante fazer um levantamento das potenciali-dades e interesses da mão-de-obra local. Os resultados devem ser analisados de forma articulada. Para municípios mais populosos ou extensos, é recomendável tratar os dados de forma regionalizada.

Em seguida, pode ser feita a seleção, que deve se valer das informações le-vantadas e dos critérios estabelecidos na etapa de concepção. Após a seleção, de-vem ser distribuídos os kits e oferecidos, se possível, cursos de aperfeiçoamento e capacitação. Ao longo dos meses sub-seqüentes, é necessário acompanhar os trabalhadores e avaliar os resultados.

Podem ser beneficiados, por exemplo: costureiras, torneadores de madeira, ser-ralheiros, carpinteiros, mecânicos, eletri-cistas, pedreiros, horticultores, produto-res rurais, cabeleireiros, recicladores de papel, cozinheiros, entre diversos outros.

A distribuição de kits profissionais é um instrumento de política de geração de emprego e renda que traz resultados em um prazo bastante curto. Para algu-mas profissões, os resultados são prati-camente imediatos. Para outras, podem demorar alguns meses.

Baseado na publicação do Instituto Pólis, de autoria de José Carlos Vaz

Publicação autorizada

Giro pelo Noroeste

Kit Profissional

noroesteonline.com.br

MercoNoroeste 2011 confirmada em Pádua

Raposo agora conta com plantão médico 24 hs

Banda Larga de música em Miracema

Acusado de 11 estupros é preso em Bom Jesus

Aperibé apresentou pela terceira vez Código dePosturas aos munícipes

Reforma da RJ 220 em PorciúnculaGoverno do Estado anuncia reforma da RJ 220, em Porciúncula - O município de Porciúncula está prestes a comemorar mais uma im-portante conquista, com a recuperação da rodovia RJ 220.

Miracema será uma das cinco sedes regionais fluminenses do pro-jeto Banda Larga de música - O Banda Larga será realizado de 29 de novembro a 4 de dezembro.

Maioria dos crimes aconteceram em Campos

Estas reuniões têm por finalidade informar e manter um diálogo permanente com a população para que esta fique ciente sobre o que é o Código de Posturas.

Uma reivindicação antiga de moradores e turistas, enfim foi aten-dida. Hoje Raposo conta com uma infra-estrutura digna de atendi-mento que vai desde um simples remédio aos primeiros socorros em casos graves.

A 13ª Merco Noroeste acontecerá de 16 a 19 de junho de 2011, no Parque de Exposições de Pádua.

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Noroeste Agora! na Escola

Natividade deve apresentar novamente queda populacionalA falta de oportunidades mais uma

vez deve deixar marcas nas pequenas cidades do país. A migração dos jo-vens para os grandes centros fica cada vez mais evidente à medida que os números do último censo do IBGE são apresentados. No dia 27/09, foi a vez de Natividade conhecer os dados preliminares do levantamento feito no município. Para uma platéia de não mais de dez pessoas, foram ex-postos números preocupantes.

Natividade parece ter mergulhado

em uma curva negativa em termos populacionais. Com cerca de 97% dos domicílios pesquisados, foram apurados apenas 13.875 habitantes - número bem inferior às 15.125 pes-soas contadas no recenseamento do ano de 2000.

Da virada do século até hoje, tive-mos outra queda: 14.925 registrados em 2007. Para este ano a estimativa é de que não passemos de 14.500 ha-bitantes em território natividadense, uma vez que os poucos domicílios

que ainda não foram pesquisados es-tão na região rural, notadamente com baixíssima densidade demográfica.

Para os técnicos do IBGE presen-tes, a reunião - que ocorreu no au-ditório do Centro de Vigilância da Secretaria de Saúde - os números poderiam ser explicados pelo fato da população mais jovem de Natividade buscar opções de trabalho em centros maiores. Como resultado, a cidade pode vir a sofrer queda de arrecada-ção, uma vez que muitos dos repasses

- do Estado e União - são calculados com base no número de habitantes. Caso alguma residência por algum motivo não tenha sido recenseada, o IBGE pede que o responsável pela mesma procure a sede do órgão na cidade. O endereço é Rua Deputado Fausto de Faria, centro, embaixo do museu.

Os dados finais deverão ser apre-sentados no final de outubro.

com informações da Rádio Natividade

No dia 10/09, os alunos do 8° ano do CIEP 381 – Primo José Sobreira, realizaram uma apresentação teatral intitu-lada “O METEORITO QUE VALE OURO”. Sob o coman-do das professoras Maria Olinda Fabbri e Bernadete Moura de Sá, os alunos con-taram a história do agricultor varresaiense que encontrou um meteorito e virou notícia em todo o mundo.

Segundo a professora Ma-

ria Olinda: “A peça foi base-ada na reportagem do jornal Noroeste Agora! e os alunos estão aproveitando para uti-lizar o conteúdo do jornal no desenvolvimento de diversos trabalhos”.

A Prefeitura de Varre--Sai adquiriu o meteorito encontrado pelo Sr. Germa-no Oliveira, com o objetivo de incentivar a educação e o turismo. Segundo o Prefei-to Everardo Ferreira: “Nós

queremos dar aos alunos um incentivo a mais. Vamos colo-car em exposição e já estamos desenvolvendo um projeto educacional no município. Estamos aproveitando esta oportunidade para incentivar os jovens e crianças na bus-ca de conhecimento”, disse o Prefeito.

A convite da escola, o jor-nal “Noroeste Agora!” regis-trou alguns momentos da peça. O aluno Artur Ferreira com a professora Maria Olinda

ALERTA! IBGE REVELA:A aluna Stella Riguetti entrevistando Dioclesciano e Sr. Germano na peça Alunos do 8° ano que apresentaram a peça “O meteorito que vale ouro”

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OUTUBRO DE 2010 4Parceria com obras em Varre-SaiA cidade de Varre-Sai se trans-

formou num verdadeiro canteiro de obras nos últimos meses. Os trabalhos estão sendo realizados desde o Centro da cidade, pas-sando pelas Ruas Sebastião Alves Figueira e Otávio Monerat, che-gando até a Rodovia RJ 214, no bairro Nossa Senhora das Graças. Segundo a Prefeitura Municipal, as obras servirão para melhorar o escoamento das águas que atin-gem os bairros Nossa Senhora das Graças e Santo Antônio durante o “período das chuvas”.

As obras são uma iniciativa do Governo Federal, em parceira com o Governo do Estado e a Prefeitu-ra. Segundo o Prefeito Everardo Ferreira: “Estas obras já foram solicitadas desde 2009, quando fi-

zemos um relatório onde falamos quais os bairros mais atingidos pelas chuvas em nossa cidade. Nós relatamos no AVADAN, relatório de Avaliação de Danos da Defesa Civil do Governo Federal, quais os problemas que deveriam ser resol-vidos de imediato. E conseguimos esta obra! São aproximadamente R$ 1.800.000,00 (um milhão e oi-tocentos mil reais) de investimento em nosso município. Mais uma conquista para o povo de Varre--Sai”, disse o Prefeito.

As obras começaram no início de julho, e se estendem até hoje. Moradores e comerciantes re-clamam da sujeira e da confusão no trânsito, mas entendem que o transtorno passa e a obra fica. Para o morador Manoel Muller: “Essas

obras são necessárias e já deveriam ter sido realizadas há pelo menos 15 anos atrás. São obras que vão melhorar a qualidade de vida dos moradores daqueles bairros. Te-mos que ter paciência e precisa-mos entender que isso é o melhor para a cidade”, disse o comerciante.

Além das obras para aumento da capacidade de receptação das águas, também estão sendo reali-zadas obras ao longo da extensão do ribeirão que corta a cidade. E também já foram realizadas obras de contenção de encostas e cons-trução de pontes. “Com esta ver-ba nós também construiremos ao todo dez pontes, além de já termos reformado diversas casas que so-freram com as chuvas”, afirma o Prefeito.

O site da Secretaria do Estado de Fazenda informa o valor de R$ 6.753.184,62 em convênios firma-dos com o município de Varre-Sai

para a realização de diversas obras. A liberação destes valores depende do cumprimento de obrigações as-sumidas pelo município.

Cursos para qualificar mão de obra em Varre-SaiO Prefeito de Varre-Sai Everardo Ferrei-

ra recebeu em seu gabinete no dia 13/09, a visita de representantes do Ministério do Trabalho e Emprego e da Secretaria Esta-dual do Trabalho e Renda. Na oportuni-dade, foram discutidas novas políticas para criação de empregos e geração de renda no município de Varre-Sai.

A assessora do Ministério do Trabalho, Sandra Lima falou da importância dessa parceria: “Estamos fomentando uma par-ceria que busca desenvolver a mão de obra na cidade. Contamos com o apoio da Pre-feitura para que sejam realizados os cursos do PLANTEQ 2010. Sabemos que o depar-tamento de Trabalho e Renda da Prefeitura de Varre-Sai está empenhado na realização

destes cursos. Por isso estamos mais uma vez aqui - para firmar outra parceria com o município. Para o sucesso desta parceria, o apoio da Prefeitura Municipal é imprescin-dível”.

Segundo o Prefeito: “Desenvolver a eco-nomia de nossa cidade é de extrema impor-tância. Tenho certeza que esta parceria vai gerar bons frutos para Varre-Sai. Estamos empenhados em qualificar nossos jovens, por isso estamos promovendo esta união entre Prefeitura, Governo do Estado e Go-verno Federal. Nós estamos trabalhando muito para trazer melhorias para Varre-Sai”, disse Everardo.

O PLANTEQ 2010 está com inscrições abertas em dois estados oferecendo cursos

profissionalizantes em Minas Gerais e no estado do Rio de Janeiro. O programa só-cio-educativo é voltado para a qualificação profissional de trabalhadores menos favore-cidos, criado graças a parcerias com os Go-vernos Municipais, Estaduais e o Governo Federal através do Ministério do Trabalho e Emprego.

ENTENDA:

O PLANTEQ – Plano Territorial de Qualificação Profissional 2010 oferece um total de mais de 7.000 vagas nos dois esta-dos da região sudeste e os cursos gratuitos tem a finalidade principal de preparar o trabalhador para melhor execução de

serviços profissionais, seja como emprego ou como um empreendedor autônomo, pro-porcionando oportunidade de inserção no mercado de trabalho e aprendizado e/ou aperfeiçoamento técnico para trabalhadores já atuantes.

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Em Bom Jesus do Itabapoana uma fábrica vai beneficiar semen-tes de maracujá para a indústria de cosméticos. É um mercado a mais que se abre para os produtores da região.

Com a ajuda de um projeto da Embrapa apoiado por diversas parcerias, Luiz Soares Rangel está recuperando a lavoura dele em Italva, no Noroeste Fluminense. Ele plantou 400 pés de maracujá e está a espera de dias melhores.

As expectativas são de melho-ras. Sandro Reis, empreendedor de Bom Jesus do Itabapoana teve a ideia de aproveitar algo a mais na fruta, correu em buscas de parce-

rias e deu o pontapé inicial.Com os equipamentos monta-

dos foi só começar o processo de extração. A indústria recolhe as semente das fábricas de suco de maracujá da região. O processo começa com a lavagem.

Depois as sementes passam pela secagem, e em seguida en-tram em um triturador que separa o óleo e a torta. Tudo é reaprovei-tado.

A indústria de cosméticos no Brasil e no mundo está em cons-tante crescimento. O óleo da se-mente do maracujá também é usado como matéria prima. Daqui pode ser produzidos shampoo, sa-

bonete, hidratantes e até perfumes. E o mercado tem essa demanda que precisa ser suprida.

Essa fábrica é a primeira e úni-ca no Rio, mas já é considerada a sementinha que pode gerar bons frutos em todo o setor do maracu-já no estado.

Eder Resende, pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense - Uenf estuda o setor do maracujá na região e acredita que a fábrica pode ajudar a aque-cer o plantio da fruta. O setor se mostra promissor, e o empresário Sandro Reis quer abrir mais cinco galpões.

com informações da Inter TV

Fábrica beneficiará sementes de maracujá para a indústria de cosméticosNova opção de mercado para os produtores da região

O Sistema Estadual de Museus do Rio de Janeiro, através da Su-perintendência de Museus da Se-cretaria de Estado de Cultura, em parceria com o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e a Prefei-tura de Natividade, realizou entre os dias 20 e 22 de setembro, a ofi-cina “Gestão e Documentação de Acervos”, na sede da Secretaria de Educação, Cultura e Desportos de Natividade.

De acordo com Lucienne Fi-gueiredo, assessor-chefe do Siste-ma Estadual de Museus: “Em Na-tividade há um embrião de museu e estamos dando o apoio técnico para que ele se transforme em um museu”, disse.

Durante a oficina foram trans-mitidas informações sobre ações

educativas em museus, Conceito de Museus e Produção de Conhe-cimento em Museologia, Conceito de Documento; Documentação Museólogica, Sistema de Docu-mentação, entre outros temas.

“É uma forma de fornecermos ferramentas de trabalho para os profissionais da região que estão envolvidos na área. Ao participar de oficinas a gente sente um forta-lecimento e uma união dos profis-sionais da região que têm a oportu-nidade de troca de conhecimento e experiências”, lembrou.

Para a secretária municipal de Educação, Cultura e Desportos de Natividade, Maria Cristina de Figueiredo Vieira, a parceria com a Secretaria de Cultura do Estado traz mais subsídios para a consti-

tuição do museu no município.“A oficina é um ponto de parti-

da com o Estado para que a gen-te possa constituir um museu de acordo com as normas legais e de preservação do patrimônio que ali se encontra. A oficina foi aberta ao público e contou com a participa-ção dos profissionais da Cultura e Educação, pois entendemos que é uma oficina de grande importân-cia e quanto mais multiplicadores formarmos, quem ganha é o mu-nicípio”, afirmou.

A oficina, ministrada por Vânia Dolores, museóloga com ampla experiência em documentação, foi gratuita e contou com a parti-cipação de profissionais de toda a região Noroeste Fluminense.

Silaine Terra / Decom

Oficina de Gestão e Documentação de Acervos em Natividade

Há alguns meses, colocamos no mercado o jornal “Noroeste Ago-ra!”, um grande desafio para nossa equipe de profissionais que estão habituados a trabalhar com a comu-nicação multimídia em tempo real. Optamos por um nome que repre-sentasse a regionalidade, levantando a bandeira de produzir o máximo possível de matérias e reportagens próprias, e não deixando de lado o espaço institucional e informes pu-blicitários, que são a força motriz para cada edição.

Com o passar dos meses, esta-mos aprendendo e entendendo todo o processo por trás da mídia impres-sa. E já buscando atender a deman-da de nossos leitores, nos próximos meses Natividade e Varre-Sai esta-rão ganhando um presente do Gru-po Noroeste Agora. Um novo for-mato que será palco de discussões, opiniões e idéias para a construção de projetos cidadãos em parceria com lideranças comunitárias, esco-las, universidades e artistas.

As cidades do noroeste flumi-nense recebem inúmeros jornais, e alguns deles nos deixam sem sa-ber exatamente qual linha editorial seguem, ou o que buscam. Muitas vezes, páginas tendenciosas e car-

regadas de ressentimentos contra agentes públicos não levam a infor-mação correta aos cidadãos. Muitas vezes, informações tendenciosas podem se confundir com boas in-formações. Informação tendenciosa é DESINFORMAÇÃO!

O Noroeste Agora! é um dos bra-ços do primeiro grupo de comuni-cação multimídia do noroeste do es-tado. Nascido do talento, trabalho e conhecimento adquirido por jovens de nossa terra, que não são reféns dos coronéis que ditam as regras dos bastidores da mídia em nosso país. Nosso periódico é uma “start-up” da Agência Noroeste OnLine de Notí-cias, que completou cinco anos em setembro de 2010.

Para André de Araújo, CEO da Livreweb, a implementação de novos serviços de informação e co-municação, com a adoção de novas tecnologias, é a saída para as empre-sas no interior alcançarem melhores resultados e fixarem suas marcas, produtos e serviços. Hoje podemos afirmar que, com a nossa equipe e parceiros formamos, juntos, um conjunto de competências, criativi-dade, experiências, talento e visões de mundo.

Jornalismo de Oportunismo

“Start-up” é um modelo de empresa jovem, embrionária, recém-criada, ou ain-da em fase de constituição, implementação e organização de suas operações - o que é mais comum. Podendo nem ter, ainda, iniciado a comercialização de seus produtos e serviços. Pode também ser uma empresa totalmente integrada no mercado por ter se beneficiado de um crescimento rápido.Normalmente, as “start-ups” são empresas pequenas, mas que despertam um interesse cada vez maior das indústrias tradicionais na criação e desenvolvimento de conceitos. Deste modo, as “start-ups” podem ser pequenos projetos empre-sariais, ligados à pesquisa, investigação e desenvolvimento de idéias inovadoras, frequentemente de base tecnológica - mas também podem resultar da iniciativa de grandes grupos empresariais.O termo “start-up” possui uma herança de empreendedorismo e inovação bas-tante forte, relembra-nos empresas como o Google, Yahoo, Ebay, Apple, Cami-seteria, Amanaiê e outras, que se beneficiaram de crescimentos explosivos e lide-ram segmentos de mercado em que atuam.“Start-up” é um termo forte, que transmite energia, decisão e iniciativa.

André Araújo

Entenda:

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POSTURAS MUNICIPAISA situação do trânsito em Varre-Sai reclama ime-

diata atenção do poder público, para impedir o trá-fego de veículos pesados - de grande tonelagem - no perímetro urbano e definir regras claras para estacio-namento nas principais vias públicas.

É necessário criar um Plano Municipal de Trans-porte - raramente encontrado nos municípios me-nores, é verdade - e nele definir com clareza como se exercerá a fiscalização das regras a serem implanta-das. Apesar das questões de circulação serem de in-teresse imediato do município, a Constituição Federal define como atribuição exclusiva da União legislar so-bre trânsito, o que faz principalmente através do Có-digo Nacional de Trânsito. Este, por sua vez, atribui a responsabilidade da fiscalização ao Estado, através dos Detrans e da Polícia Militar. O município fica, as-

sim, restrito na sua atuação sobre os problemas de cir-culação na cidade.

Alguns municípios em convênio com o Governo do Estado - e participação da guarda municipal - as-sumem as atribuições de fiscalização do trânsito e recebem recursos arrecadados com multas. É impor-tante que a sociedade participe na elaboração do pla-no de transporte para garantir que as questões sejam analisadas do ponto de vista da cidade.

Retardar a solução desse problema - em especial continuar permitindo o tráfego de veículos de grande tonelagem num centro urbano sem regras de trânsito definidas - pode implicar em graves prejuízos causa-dos pelo comprometimento das estruturas de cons-truções antigas, com riscos aos moradores e destrui-ção do patrimônio histórico e cultural do município.

PLANO MUNICIPAL DE TRANSPORTE

O NoroesteAgora! recebe sugestões de temas para esta coluna. Só serão consideradas cartas com o nome completo, endereço e telefone para contato do remetente, mesmo quando enviadas por email.Solicitações de alunos da rede escolar, quando avalizadas pelo professor, terão tratamento preferencial.

Exemplo de Cidadania

Um bom exemplo de cidadania que vale a pena ser destacado é o da Professora Ana Maria de Assis Couto. Atualmente ela responde pela direção da Escola Municipal Vargem Alegre, em Varre-Sai.

Ana teve a idéia de fazer uma horta, no pátio da sua escola. Con-tou com a ajuda dos funcionários

e com a participação dos próprios alunos. E deu tudo muito certo! Hoje, com os produtos da própria hortinha escolar, ela enriquece a alimentação dos alunos. No local são produzidas couve-flor, alface, cebola, salsinha, brócolis e couve. “Em breve estaremos plantando também jiló e pimentão”, diz Ana.

A partir de 27/5/2010, de acordo com a Lei Federal n° 131/2009 (Lei da Trans-parência), o mini-site da Subsecretaria de Finanças da SEFAZ-RJ reúne em um só endereço (http://www.fazenda.rj.gov.br/portal/intituicao/tesouro.por-tal), todas as informações referentes aos

pagamentos individualizados feitos pelo governo do estado. Entretanto, o No-roesteAgora! não encontrou os valores dos convênios (já liberados), celebrados pelo Estado com os Municípios, falha essa que, acreditamos, será sanada.

Para Varre-Sai – um dos municí-

pios mais beneficiados na região no-roeste, por exemplo, consta o valor de R$6.753.184,62 a ser liberado após o cumprimento de condições contratuais.

Os Portais de Transparência Pública foram lançados pelo governo federal em novembro de 2004, para assegurar

a boa e correta aplicação dos recursos públicos. O objetivo é aumentar a trans-parência da gestão pública, permitindo que o cidadão acompanhe como o di-nheiro público está sendo utilizado e ajude a fiscalizar.

PÁGINA DA TRANSPARÊNCIA PÚBLICAArrecadação da Região Noroeste (Julho de 2010)

Os municípios devem prestar contas à população e publicar suas contas de forma simples e em local visível e de fácil acesso para todos os cidadãos, bem como incentivar a participação popular na discussão de seus planos e orçamentos (Lei de Responsabilidade Fiscal, art. 48 e 49).

Banco do Brasil - http://www.bb.com.brControladoria Geral da União - http://br.transparencia.gov.br/

Câmara dos Deputados: http://www.camara.gov.br/

MUNICÍPIOS TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS

DO ESTADO

TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS

DA UNIÃO

CONVÊNIOS COM A UNIÃO

ARRECADAÇÃO TOTAL DO

MUNICÍPIO

APERIBÉ 625.810,30 696.685,60 337.381,85 1.659.877,75 BOM JESUS 1.044.936,26 1.560.880,78 765.218,34 3.371.035,38 CAMBUCI 826.299,12 994.208,02 166.569,64 1.987.076,78 ITALVA 696.856,40 797.249,17 366.326,53 1.860.432,10 ITAOCARA 843.091,05 1.046.413,90 739.354,13 2.628.859,08 ITAPERUNA 1.933.188,78 2.250.646,13 6.587.799,65 10.771.634,56 LAJE DO MURIAÉ 632.707,21 677.657,68 127.567,61 1.437.932,50 MIRACEMA 766.977,39 1.397.328,34 441.052,00 2.605.357,73 NATIVIDADE 775.704,23 946.164,32 877.633,18 2.599.501,73 PORCIÚNCULA 719.084,59 1.142.150,26 987.777,52 2.849.012,37 PÁDUA 1.152.740,54 1.976.034,24 454.704,43 3.583.479,21 SÃO JOSÉ DE UBÁ 657.524,34 622.293,70 111.435,49 1.391.253,53 VARRE-SAI 614.073,44 776.756,93 177.996,42 1.568.826,79 38.314.279,51

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OUTUBRO DE 2010 7O Bar dos Sapatos

Fundado em dezembro de 1977, o famoso “Bar dos Sapa-tos” de Varre-Sai já teve várias decorações. Todo ano a pro-prietária Maria Elmira trocava a decoração para as festividades de fim de ano: “Já enfeitamos o bar das mais variadas maneiras. Usamos jornal, pipoca, bambu, espelhos, tudo era motivo para

inventarmos uma nova deco-ração. Só que com o passar dos anos, a decoração dos sapatos fez tanto sucesso, que nós resolvemos deixá-la”, diz a empresária.

A história dos sapatos foi motivada por uma figura his-tórica, de um personagem que faz parte da cultura local. Co-nhecido como SALVADOR

(1880-1979), o andarilho po-voou a mente das crianças var-ressaienses durante muito tem-po. Dizem os mais antigos, que Salvador faleceu sem nunca ter usado um par sapatos. Foi daí que o professor Jamiltom Vieira teve a idéia de homenagear Sal-vador. Durante um bom tempo as roupas de Salvador ficaram

expostas no bar, inclusive o seu cajado.

Famoso por sua decoração rústica e extremamente exóti-ca, o Betu’s Bar de Varre-Sai é o lugar perfeito para as noites frias do inverno. Cerveja gelada, aquela porção de frango à passa-rinha, ou o já tradicional feijão amigo, são apenas alguns dos

ingredientes que fazem do local o “point” mais procurado entre os jovens da região. Funcionan-do de quinta a domingo, bem no centro da cidade, Maria Elmira, Alcemar, Douglas e Martina cuidam com todo o carinho e dedicação do lugar que já se tor-nou parte da cultura regional.

NA!

Bettu’s Bar

É notícia diária em quase todos os meios de comunicação os escândalos com desvio de dinheiro público, for-mação de quadrilha, enriquecimento ilícito e outros crimes contra o povo. A condenação do ex-governador An-tony Garotinho a dois anos e meio de prisão por formação de quadrilha armada fez ressurgir, em homens de boa fé - mas descrédulos da justiça-, um fio de esperança.

O escândalo de Cambuci, que le-vou à prisão de secretários municipais e de uma funcionária do Ministério Público local, em um forte esquema de corrupção, surpreendeu a todos

nós. Em Campos dos Goytacazes e em Rio das Ostras, foram convocadas novas eleições municipais por irregu-laridades. Mais recentemente, Dou-rados/MS, Amapá e Espírito Santo completam a lista.

Onde está o compromisso em cuidar bem do que é público? Infe-lizmente, tem sido muito comum o descaso com a população, sempre em troca das facilidades muitas e dos be-nefícios que o poder pode oferecer a pessoas despreparadas para o exercí-cio de cargos públicos.

O eleitor é quem paga a conta.NA!

Acusações de corrupção no ambiente políticoOnde será o próximo escândalo?

Você acha a sua cidade meio caótica, confusa e sem regras?Você gostaria de contribuir para solucionar isso?Você gostaria de morar em uma cidade mais bonita, onde o interesse coletivo esteja à frente de interesses pessoais?Você gostaria de definir os rumos para o crescimento da sua cidade?Você gostaria de participar de um grupo organizado para desenvolver esse trabalho?

DESENVOLVIMENTO URBANO

"O Noroeste Agora! está recebendo sugestões e críticas para orientar sua atu-ação nesta área. Só serão consideradas cartas com o nome completo, endereço e telefone para contato do remetente, mesmo quando enviadas por email. So-licitações de alunos da rede escolar, quando avalizadas pelo professor, terão tratamento preferencial."

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OUTUBRO DE 2010 8

A cada dia cresce o grau de confiança e respeito em relação ao Ministério Pú-blico. Em especial, cabe às PROMO-TORIAS DE JUSTIÇA DE TUTELA COLETIVA do MP a defesa dos direi-tos sociais e individuais dos cidadãos. Na “tutela coletiva”, o MP age para proteger (tutelar) os interesses e direi-

tos difusos, coletivos e mesmo individu-ais – desde que comum a todos. A atua-ção do Ministério Público na proteção a esses direitos tem relação direta com a noção de coletividade; com a idéia de que o direito a ser tutelado diz respeito a um número considerável de pessoas.É com o intuito de esclarecer aos seus

leitores e a população em geral – so-bretudo mostrando-lhes a extensão dos seus direitos - que o jornal “Noroeste-Agora!” entrevistou o Dr. Márcio Fer-reira Fernandes, Promotor de Justiça de Tutela Coletiva, Titular do Núcleo de Itaperuna. Essa entrevista será pu-blicada em duas partes, sendo que na

próxima edição serão abordados te-mas tratados no momento pelo MP. Com destaque especial para aspectos relacionados à saúde pública - trans-ferência de pacientes entre municípios da região; ao mineroduto; ao meio ambiente; entre outros de interesse da coletividade.

Entrevista

NA - Qual é o exato papel das Promoto-rias de Justiça de Tutela Coletiva?

Dr. Márcio Fernandes: Antes de tudo, eu gostaria de agradecer ao jornal “Noroes-teAgora!” pelo convite e parabenizá-lo pela sua postura. Nossa região precisa de jornais assim, que respeitem a inteligência do leitor e que não tenham comprometimento políti-co. Ótimo trabalho.

Mas respondendo à pergunta, as Promo-torias de Justiça de Tutela Coletiva são órgãos de execução do Ministério Público encarre-gados de atuar na defesa do meio-ambiente, do consumidor, do idoso, dos portadores de deficiência, da probidade administrativa, do patrimônio público, cultural, histórico, turís-tico e de outros interesses coletivos.

Nosso trabalho é em grande parte re-alizado extrajudicialmente, ou seja, sem a necessidade de entrar com ações judiciais. Resolvemos muitas questões por meio da celebração de termos de ajustamento de conduta, os famosos TAC’s, da expedição de recomendações ou mesmo por meio de simples ofícios investigatórios. Já consegui-mos resolver muitos problemas dessa forma. Esses casos, na maioria das vezes, não che-gam ao conhecimento do grande público, pois como não se transformam em proces-sos judiciais, acabam não sendo noticiados pela imprensa.

Cabe-nos também fiscalizar a atuação do poder público e exigir deles o respeito aos di-reitos previstos na nossa legislação. Recebe-mos muitas reclamações referentes a ques-tões que os próprios Municípios podem e

devem resolver. Nesses casos, provocamos a atuação dos órgãos municipais responsáveis.

Outra parte de nosso trabalho é feita em juízo, por meio da propositura de ações, o que só ocorre quando não há possibilidade de resolução consensual do problema ou nos casos em que essa alternativa não se mostra cabível, como nas hipóteses de res-ponsabilização de agentes públicos pela prá-tica de atos de improbidade administrativa.

Em nossa região, a Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva possui um núcleo situado em Itaperuna, no km 30 da Rodovia BR-356, ao lado do Fórum, sendo responsável por uma área de oito Municípios: Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Natividade, Por-ciúncula, Varre-Sai, Laje do Muriaé, Italva e Cardoso Moreira. É a segunda maior área do Estado, menor apenas que a de Campos dos Goytacazes, onde existem duas Promo-torias de Tutela Coletiva.

NA - Nos últimos anos, o Ministério Público vem tendo atuação muito intensa e vem ganhando, cada vez mais, credibili-dade e confiança da população, em espe-cial no que se refere à defesa dos interesses coletivos da população. Dentro desse enfo-que, é grande a expectativa da sociedade por ações mais efetivas das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva, para controle das administrações públicas. Esse assunto sempre desperta grande interesse. Como o cidadão pode contribuir nesses procedi-mentos?

Dr. Márcio Fernandes: Realmente, a

atuação do Ministério Público vem crescen-do bastante, fazendo-se cada vez mais pre-sente na vida das pessoas. Dentro da insti-tuição existe um grande comprometimento com a defesa do interesse público e social e o efetivo controle da Administração Públi-ca. Felizmente, a população percebeu isso e passou a confiar em nosso trabalho, o que é extremamente gratificante.

A contribuição que esperamos do cida-dão é que ele não se cale e nem se conforme com situações irregulares mas que, ao con-trário, fiscalize a atuação do poder público e denuncie as irregularidades de que tiver conhecimento. Esse canal de comunicação é importantíssimo para o nosso trabalho.

Outra colaboração bastante relevante se-ria que o cidadão se utilizasse mais vezes da ação popular, o que infelizmente acontece muito pouco em nossa região, acho até que por desconhecimento. A ação popular é um instrumento constitucional que se destina à

anulação de qualquer ato lesivo ao patrimô-nio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Qualquer cidadão pode ingressar com uma ação popular, desde que compro-ve sua condição de cidadão, por meio da apresentação do título de eleitor, e tenha ele-mentos mínimos de prova que possam fun-damentar sua demanda. Se a ação popular fosse manejada mais vezes em nossa região, teríamos uma defesa mais efetiva do interes-se público e social, não dependendo apenas da atuação do Ministério Público, que hoje possui um imenso volume de trabalho, todo a cargo de um único promotor.

Nossa região é repleta de carências, o que torna ainda maior a nossa responsa-bilidade. Peço à população que tenha no Ministério Público o seu maior parceiro na luta por um país melhor, mais justo.“ ”

O Jonal Noroeste Agora! entrevistou com exclusividade o Promotor de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo de Itaperuna. É proibida a reprodução de quaisquer partes, cabendo aos infratores todas as penalidades previstas na legislação vigente.

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OUTUBRO DE 2010 9NA - Como fazer denúncias ao Ministé-

rio Público? Pode-se fazer denúncias por telefone? Pode haver denúncias anônimas?

Dr. Márcio Fernandes: Existem vários ca-minhos para denunciar um fato ao Ministé-rio Público. O cidadão pode se dirigir a qual-quer Promotoria de Justiça e fazer a denúncia diretamente ao promotor de Justiça, que co-lherá o seu termo de declarações. Pode tam-bém levar uma representação escrita, mesmo que seja à mão. A representação deve conter uma narrativa dos fatos, com o máximo de informações possível. Não é necessário ins-truir a representação com provas, mas se isso for possível, tanto melhor. Quem não quiser ir até a sede do Ministério Público, pode fazer denúncias por telefone, por meio do número 127, ou pela internet, na página do Ministério Público do Estado Rio de Janeiro, cujo ende-reço é www.mp.rj.gov.br, através do link “Ou-vidoria”. Não é necessário que o denunciante se identifique, ou seja, as denúncias podem sim ser feitas de forma anônima. Mas é im-portante que o denunciante descreva os fatos da forma mais completa possível, a fim de fa-cilitar a coleta de provas.

Outro esclarecimento importante é que al-guns fatos relativos à tutela coletiva, decerto a grande maioria deles, cabe ao Ministério Pú-blico Estadual investigar, mas outros fatos, em especial aqueles que envolvem o interesse da União ou que atingem mais de uma unidade da federação, são da atribuição do Ministé-rio Público Federal. São campos de atuação distintos, não investigamos a mesma coisa e não existe entre nós qualquer relação de su-bordinação, mas de coleguismo e de respeito mútuo.

NA - Objetivamente, que tipo de recla-mação o cidadão pode fazer ao MP de Tu-tela Coletiva?

Dr. Márcio Fernandes: É difícil resu-mir isso em poucas linhas, pois o tema é muito amplo, mas podemos dizer que em matéria de patrimônio público, qualquer irregularidade praticada por agente público que acarrete a obtenção de vantagens inde-vidas, dano aos cofres públicos ou violação aos princípios da Administração Pública,

como o da legalidade, da moralidade, da publicidade, da isonomia, da impessoalida-de etc. Em matéria ambiental qualquer fato que possa importar na ocorrência de dano ambiental, como poluição do ar, do solo, das águas e outras. Em relação aos interesses de grupos (idosos, portadores de deficiência, consumidores, contribuintes etc.) qualquer fato que os prejudique coletivamente, vio-lando a lei ou impedindo-os de exercer di-reitos previstos na legislação. Em matéria de cidadania, qualquer fato relativo à má quali-dade na prestação dos serviços públicos. Isso é apenas um apertado e incompleto resumo.

NA - O jornal “TRIBUNA-EDIÇÃO VARRE-SAI” vem fazendo, insistentemen-te, severas críticas à PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TUTELA COLETIVA DO NÚCLEO ITAPERUNA. O senhor, como Promotor responsável pelo Núcleo, gosta-ria de fazer alguma consideração a esse respeito?

Dr. Márcio Fernandes: Como dizia Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda Nazista, uma mentira repetida cem vezes se torna uma verdade. As pessoas passam a acreditar naquilo.

Por isso acho necessário tocar nesse as-sunto para fazer alguns esclarecimentos às pessoas que lêem as ofensas que esse jornal “Edição Varre-Sai” publica. Com isso, pre-tendo unicamente dar satisfações à popula-ção, que paga o meu salário e que confia no trabalho do Ministério Público.

Inicialmente, quero deixar claro que en-tendo ser totalmente legítimo que um órgão de imprensa faça críticas à atuação do poder público, inclusive do Ministério Público. A liberdade de expressão é um direito fun-damental dentro do sistema democrático e é importantíssimo que a imprensa esteja sempre vigilante, criticando, denunciando. Vivemos em um país infestado de escânda-los de corrupção e isso tende a diminuir se houver essa consciência de fiscalização dos atos do poder público por parte dos órgãos de imprensa.

Em relação às críticas feitas pelo jornal “Edição Varre-Sai” à Promotoria de Justiça

de Tutela Coletiva Núcleo Itaperuna, posso afirmar que elas não procedem. Como já dito, além de Varre-Sai, temos outros sete municípios para tomar conta. São cerca de mil inquéritos em andamento para apenas um promotor e quatro servidores. Traba-lhamos no máximo de nossas forças e posso dizer que fazemos até demais pelos poucos recursos e pelo grande volume de trabalho que temos. Acusar-nos de ineficiência é uma grande injustiça.

Mas o pior não é isso, o pior é que o jornal fica insistindo em dizer que eu seria cúmpli-ce do prefeito, que eu teria parentes na pre-feitura e que, por isso, as investigações de-morariam, pois estariam sendo proteladas.

Isso é uma mentira, uma calúnia absurda desse jornal. Em primeiro lugar, pelo que sei, não tenho parentes na Prefeitura, como o jornal faz questão de noticiar (apesar de não dar os nomes), apenas minha sogra, que é servidora concursada há mais de dez anos e que ocupa um cargo bastante humilde, sem qualquer influência política. Em segundo lugar, porque as denúncias feitas contra os atuais gestores municipais de Varre-Sai es-tão sendo apuradas na mesmíssima veloci-dade com que caminham as investigações envolvendo outros governantes municipais da região, nem mais, nem menos. Desafio qualquer um a provar o contrário e abro a Promotoria de Justiça para quem quiser tirar essa dúvida.

Deve ficar claro também que uma inves-tigação sobre a prática de atos de improbi-dade administrativa não se encerra da noi-te para o dia. Não podemos ingressar com ações na Justiça com base em meras sus-peitas. O Ministério Público não age dessa forma temerária, pois nos cabe promover Justiça e não perseguições. Precisamos reu-nir provas, ouvir testemunhas, obter e ana-lisar documentos, fazer perícias. Isso leva tempo. E qualquer órgão público que realize trabalho de investigação tem de passar por isso. Essas operações da Polícia Federal, por exemplo, que são noticiadas bombastica-mente pela imprensa, com a prisão de várias pessoas envolvidas com atos de corrupção, essas operações levam meses, às vezes anos,

de preparação, de investigação sigilosa, até que chega o momento em que, reunidas todas as provas necessárias, a coisa estoura, vem a público, com mandados de prisão sendo cumpridos. Mas é só isso o que apare-ce na imprensa. Ninguém sabe que aqueles policiais ficaram anos investigando antes de prender. Tem-se a impressão de que o traba-lho é rápido, automático, fácil, mas não é. É ilusão pensar isso. Investigar corrupção no Brasil não é uma tarefa simples.

Outra coisa: o jornal “Edição Varre-Sai” insiste em insinuar que o promotor aco-bertaria os administradores de Varre-Sai, instaurando inquéritos e depois os engave-tando, para evitar que os agentes públicos fossem responsabilizados. Isso é outra gran-de mentira, que mostra como esse jornal induz seus leitores ao erro. Como já dito acima, qualquer cidadão pode entrar com uma ação popular contra qualquer agente público para pedir a anulação de ato lesivo ao patrimônio público e obrigar os culpados a devolver o prejuízo aos cofres públicos. Desse processo não participa o promotor de Tutela Coletiva, mas sim o promotor da comarca de origem. A ação popular pode ser proposta ainda que haja inquérito civil em andamento no Ministério Público, ou seja, o trabalho investigatório do Ministé-rio Público não impede de forma alguma que o cidadão entre com uma ação popular. Ora, se o jornal “Edição Varre-Sai” tem tan-ta certeza em dizer que administradores de Varre-Sai teriam praticado irregularidades e ainda afirma que possui cabais provas disso, por que ainda não entrou com uma ação popular? Esse jornal se diz tão preocupado com os destinos de Varre-Sai e tão indigna-do com a demora do Ministério Público. Por que está de braços cruzados até agora?

O jornal Edição Varre-Sai induz seus leitores ao erro“ ”

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OUTUBRO DE 2010 10Vejam bem, não quero com isso que o

cidadão faça o trabalho do Ministério Públi-co. Nós vamos trabalhar com ou sem ação popular. Apenas penso que as pessoas que criticam tanto o Ministério Público deve-riam fazer alguma coisa de útil em vez de ficar só proferindo ofensas contra um órgão público idôneo, que sempre age dentro da lei e se desdobra para dar conta de um imenso volume de trabalho.

Apesar de tudo, nunca tomei qualquer medida contra o jornal “Edição Varre-Sai”, pois sempre tive muito trabalho a fazer e nunca quis perder tempo com esse tipo de provocação barata. Confesso que não dou muita atenção para esse jornal. Mas essa campanha difamatória já está passando dos limites. Não atingem apenas a minha pessoa, mas a própria instituição à qual per-tenço, inclusive nossa equipe de servidores, que é composta por pessoas da mais alta idoneidade moral. Não podemos mais tole-rar que coloquem em dúvida a seriedade do trabalho realizado no Núcleo de Tutela Co-letiva de Itaperuna. Exigimos mais respeito com o Ministério Público. Vamos tomar as medidas legais cabíveis em face dos respon-sáveis. Não queríamos que o caso chegasse a esse ponto, mas parece que isso acabou se tornando inevitável. E não vai aqui qualquer intimidação ao jornal. Não é esse o nosso propósito. As medidas que tomaremos se-rão todas dentro da lei.

Defendemos sempre a liberdade de imprensa, mas desde que haja responsa-bilidade. Um jornal pode fazer críticas e denúncias, não ofensas e agressões. Afinal, liberdade não pode ser sinônimo de irres-ponsabilidade, de desrespeito, de mentira.

NA - O mesmo jornal - “TRIBUNA-EDI-ÇÃO VARRE-SAI”- fala da existência de várias ações de improbidade administra-tiva contra servidores públicos em Varre--Sai. Qualquer cidadão que tenha interesse pode ter informação sobre essas ações?

Dr. Márcio Fernandes: Na verdade não

Liberdade não pode ser sinônimo de irres-ponsabilidade, de des-respeito, de mentira.“ ”

se trata de ações, mas de investigações. Exis-tem diversas investigações em curso na Pro-motoria, algumas em relação a pessoas da atual administração e muitas outras relativas a pessoas ligadas a administrações passadas. Como os inquéritos são públicos, é possível sim ter acesso aos autos, desde que seja inte-ressado e faça requerimento fundamentado, exceto nos casos em que é decretado o sigilo, seja por conveniência da investigação, seja pela natureza reservada de alguns dados.

NA - O Ministério Público foi solicita-do a embargar as obras de construção de um Centro Administrativo Municipal no campo do Serrano, em Varre-Sai. Essa soli-citação teve por base um abaixo-assinado de cidadãos de Varre-Sai. O Ministério Público manifestou-se formalmente sobre o assunto?

Dr. Márcio Fernandes: Recebemos um extenso abaixo-assinado de cidadãos var-ressaienses solicitando a adoção de medidas que visassem à preservação do Estádio do Serrano Esporte Clube. A Prefeitura Muni-cipal de Varre-Sai já se manifestou sobre os fatos. O caso está sendo analisado com mui-ta cautela. Em breve teremos um posicio-namento do Ministério Público. É só o que posso dizer por enquanto.

NA - Algumas prefeituras da região noroeste fluminense realizaram ou estão realizando concursos públicos. Em alguns municípios, esses concursos estão sendo realizados após compromissos feitos com o Ministério Público. O Ministério Público estará de alguma forma acompanhando o desenrolar desses concursos?

Dr. Márcio Fernandes: Sim, estamos acompanhando tudo isso. Esses concursos e processos seletivos públicos passaram a ser realizados a partir de um trabalho iniciado pela Promotoria de Justiça de Tutela Coleti-va do Núcleo Itaperuna ainda no primeiro semestre de 2009 junto às Administrações Municipais. Pretende-se, com isso, mora-

lizar o sistema de contratações na região, acabando com as indicações políticas e retirando das mãos dos governantes essa moeda de troca, esse esquema de “toma lá um emprego – dá cá um voto”, que sempre existiu. Agora, salvo em alguns casos excep-cionais e justificados, só vai ser contratado quem se mostrar capacitado para tanto e obtiver aprovação em processo seletivo pú-blico. Não importa se é aliado ou se é adver-sário político. A seleção deve ser impessoal, objetiva, isonômica. Todos terão as mesmas chances e, uma vez aprovados, não ficarão mais reféns das mudanças de governo. Fe-lizmente, os prefeitos da região compreen-deram a necessidade dessas medidas e vêm atendendo às obrigações pactuadas com o Ministério Público. As Prefeituras de Bom Jesus do Itabapoana e de Cardoso Moreira foram as pioneiras, sendo seguidas por Ita-peruna, que fez um belo trabalho. Hoje es-tão em andamento concursos ou processos seletivos públicos em Varre-Sai, Laje do Mu-riaé e Italva. Em breve ocorrerão os de Nati-vidade e Porciúncula. Esperamos que já no próximo ano toda a região esteja livre dessa imoral distribuição política de empregos pú-blicos. Isso é algo inédito em nosso Estado. É uma conquista de nossa região. Agora é im-portante que o cidadão colabore com nosso trabalho, ajudando a fiscalizar a lisura desses concursos e desses processos seletivos, de-

nunciando irregularidades. Não podemos permitir que ocorra qualquer tipo de fraude que venha a beneficiar aliados políticos dos atuais governantes.

NA - Existe algo mais que o Ministério Público julgue oportuno divulgar para me-lhor esclarecimento da população?

Dr. Márcio Fernandes: É importante que a população saiba que, apesar de nosso volume de trabalho ser imenso e de nossos recursos serem limitados, temos trabalhado incansavelmente e com muita seriedade na defesa dos interesses sociais. Nossa região é muito pobre, repleta de carências, o que torna ainda maior a nossa responsabilidade. Nesse quadro, peço à população que tenha no Ministério Público o seu maior parceiro na luta por um país melhor, mais justo. Esta-mos sempre abertos ao público e contamos com o apoio e a colaboração de todos nessa difícil tarefa. Obrigado.

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OUTUBRO DE 2010

Natividade perdeu dois filhos queridos: Carlos Alberto Jóia e Zeilton de Oliveira Silva. Infelizmente, são coisas da vida. Mas, o que é a vida, se não um breve sopro que deve ser aproveitado ao máximo? E viver este sopro da melhor maneira possível, esses dois souberam! Viveram, amaram, foram amados e partiram desta, direto para os braços do Criador, deixando saudades e histórias que serão lembradas até que o nosso momento de partir chegue também.

Zeilton deixa sua marca no esporte natividadense. Carlos Alberto se vai como um herói na luta pelo Meio Ambiente. Ambos deixam vagos seus lugares, pois são insubstituíveis.

Dizem que os bons morrem jovens, porque Deus quer ao Seu lado as boas almas. Se assim é, nós aceita-mos a Sua vontade, mesmo que isso não signifique que não choremos mais estas perdas lastimáveis.

Nossas lágrimas são apenas sintomas da saudade que fica no lugar de quem se foi, assim, sem mais nem por que.

Oremos para que Deus conforte os nossos corações e ajude os familiares e amigos que ficam, a seguirem em frente. Pois a Vida... esta continua, assim como continuam tão vivos em nossos corações aqueles que nos deixaram, pois não importam onde estejam, estarão sempre conosco.

Carlos Alberto e Zeilton, que Deus os tenham em um bom descanso.

Uma homenagem do Portal Natividade

Para dois AMIGOS, apenas uma homenagem

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157 anos de fé e tradição

A tradicional Festa de Setembro de Natividade superou todas as expectativas e bateu recordes de público durante as principais atrações que fizeram parte do evento.

A festa, cuja abertura oficial aconteceu na sexta-feira, destacando o talento nati-vidadense de André Violão e Marisa Are-nari, ainda contou com grandes nomes musicais no cenário nacional: o excelente rock'n roll da banda Os Paralamas do Su-cesso e o pagode descontraído do Grupo Revelação, que arrastou milhares de fãs para a Avenida Amaral Peixoto com os

seus grandes sucessos.Passaram ainda pelo palco todo o axé

da Banda Pakerê, o samba do Grupo Nos-sa Raiz, o pop rock da Banda Fratellos e a agitação da Banda Álibi. Durante todos os dias, aconteceram diversas atividades que já fazem parte da tradição natividadense, como jogos de futebol, corrida de bicicle-ta, corrida de velocípedes para crianças, corrida rústica, apresentação da Banda Escocesa de Petrópolis, capoeira, entre outras atrações que movimentaram os dias em Natividade.

Durante a Festa de Setembro foi cele-

brado também o Dia do Natividadense, com a 64ª Hora de Arte, que homena-geou o Srº Edemar Gomes da Silveira (Artesão), Arinda Gomes Pereira (Nativi-dadense Presente) e Mary Pavanelli (Na-tividadense Ausente). Além das home-nagens, a noite do dia 06/09 foi repleta de apresentações, que transformaram a Hora de Arte em um agradável encontro entre arte e a cultura local.

O dia 07 foi marcado pelo Desfile Cí-vico, em comemoração ao Dia da Pátria. Já o dia 08, Dia de Nossa Senhora de Na-tividade, foi marcado pela diversão, com a

Gincana de Casais e Corrida de Garçons e pela devoção, com a procissão, missa e o grande show católico com a Banda Ado-ração e Vida - que encerrou a programa-ção musical da Festa de Setembro 2010.

Nos corações de natividadenses pre-sentes e ausentes fica a saudade e a expec-tativa de que no próximo ano a Festa de Setembro tenha o mesmo brilho, o mes-mo empenho da organização, e que seja tão emocionante como foi a deste ano de 2010.

Do Portal Natividade

OUTUBRO DE 2010

Créditos das Fotos: André Araújo, Elizabeth Ribeiro e Mariana Azevedo

Festa de Setembrode Natividade

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157 anos de fé e tradição

OUTUBRO DE 2010

Sou + Natividade!Guilherme PimentelNatividadense, 22 anos, estudante de design de moda, no Instituto Zuzu Angel – UNESA.

Conte-nos um pouco o início da sua trajetória no mundo da moda.Guilherme: Sempre desenhei, desde criança. Aos 6 anos ganhei um concurso em Nativi-dade, sobre a chacina da Candelária. A partir daí meus pais sempre me incentivavam a de-senhar e nunca mais parei. Sempre soube das minhas reais condições financeiras. Na escola nunca fui o melhor aluno, mas quando chegou no 2º ano, comecei a perceber que nada cairia do céu, então chegou à hora de correr atrás, sempre quis mudar minha realidade, mas muitas vezes na escola fui super mal compreendido. Ao invés de estudar só queria saber de dese-nhar, meus cadernos eram todos desenhados, minha carteira do colégio tinha mil modelos nela... faziam sucesso mas sempre tinha vergonha de assumir que os desenhos eram meus. Quando algum amigo meu descobria, eles não acreditavam, porque somente minha mãe e minhas irmãs sabiam que eu desenhava croquis de moda. Quando era criança desenhava várias mulheres na parede do meu quarto, deixava minha mãe louca! Até aproveito para mandar um recado para os professores: se ver algum talento em seus alunos incentive-os, afinal isso também é uma forma de educação. Minha irmã Luenne via os modelos de roupas na TV, e pedia para eu desenhar para ela, eu via minha avó costurando e ficava maravilhado naquela engenhoca, que não era elétrica, mas totalmente de pedal. Acabei ganhando uma bolsa de estudos na Estácio de Sá/Instituto Zuzu Angel, e tive que me mudar para o Rio de Janeiro, onde estou.

O que despertou seu interesse, o que te impulsionou para seguir a carreira de estilista?Guilherme: O meu interesse maior é ver como uma pessoa pode se comunicar através de suas roupas: se estamos tristes nos fechamos; quando alguém morre usamos o preto, para dizer que estamos de luto. No verão optamos por cores mais alegres até porque é a época em que estamos mais felizes. Sempre vi a beleza como algo muito pessoal, subjetivo. Então o que é bonito para mim, pode não ser pra você. Quando juntava, centavo por centavo, para poder comprar uma revista de moda, via aquilo e entendia o que o estilista queria dizer, enquanto a maioria das pessoas dizia que era feio. O que mais me impulsionou a seguir essa carreira foi a vontade de passar algo para o próximo, porém de uma forma diferente, no que ele veste.

Como é o seu processo criativo? Fale sobre a escolha do tema das suas coleções até seus aspectos gerais.Guilherme: Bom, meu processo criativo é da seguinte forma: escolho um tema que quero seguir, uma vertente, leio, estudo e procuro sobre o tema, logo depois vejo o tecido de cada peça e os aviamentos, isso em uma coleção. Se alguém me encomenda uma peça somente, procuro saber mais sobre a pessoa, por exemplo, se ela gosta de tal cor, de tomara que caia, de uma alça só; começo a buscar referências do que ela gosta e não gosta, assim acabo tendo uma gama de modelos para a pessoa. Mas tem que rolar uma sintonia, a cliente tem que confiar em você, que no final tudo dá certo. Afinal ser vendedor de sonhos, não é nada fácil. Na verdade, para as mulheres, estilistas são, na verdade, vendedores de sonhos. Quando uma cliente me contrata para algo especial, na verdade ela busca a peça dos sonhos dela, então não podem ocorrer erros, ela tem que se sentir linda.

Recentemente, você participou do Concurso Estilista Revelação 2010, exibido na TV Xuxa. Acompanhamos seu momento no programa e percebemos o quanto você se emo-cionou. Fale um pouco da emoção, do sentimento de realização de estar entre os 10 fina-listas do concurso e de participar do programa da Xuxa.Guilherme: Poxa, foi até agora uma das maiores experiências da minha vida, foi difícil che-gar lá, passei por alguns testes, e o pior era não saber o que vinha pela frente, sabia que havia a possibilidade da eliminação, afinal estava em um concurso. E foi o que acabou acontecendo. Mas me superei. Dei o melhor de mim, no dia antes do programa conversei com Deus e disse "Senhor seja o que o Senhor quiser". Infelizmente, não foi minha hora. Quando vi minha roupa pronta, e estava do lado da Xuxa, veio um filminho na minha cabeça, de onde saí e onde estava, não fui tão alto, mas ficar entre os 10 melhores novos estilistas do país, entre 20 mil inscritos, já valeu a pena. E pelo contrário de alguns participantes, nunca menti minha origem, não vim de berço de ouro, a todo o momento falei da minha cidade que amo tanto, minha maior vontade era não ter precisado sair daí para crescer, porem foi necessário cresci como pessoa também! Nunca neguei que cresci em uma casinha humilde, lá na saída para Porciúncula. Natividade sempre vai estar no meu coração, as pessoas que mais amo moram aí. Nasci em Itaperuna, porém fui criado em Natividade, do que tenho muito orgulho. A minha vontade era ter entrado no programa com uma blusa escrito Natividade-Brasil, mas não deu tempo de ficar pronta. A Xuxa é linda e muito simpática. A todo o momento ela dizia para não desistirmos. E essa palavra (desistir) passa longe do meu vocabulário. Minha modelo era linda, acabamos ficando amigos, rolou uma sintonia, acho que era coisa de pele, pelo fato de sermos negros. Foi sorteio, porém meu coração já dizia que ela seria a minha modelo. Meu look acabou ficando uma coisa meio Grace Jones, uma cantora inglesa negra e isso me deixou feliz de ver meu trabalho bem executado.

Qual o seu maior sonho dentro da sua profissão e do mundo da moda?Guilherme: Meu maior sonho é ser bem realizado, não me vejo fazendo outra coisa, ABRIR MINHA PRÓPRIA GRIFE E VER AS PESSOAS USANDO MINHAS ROUPAS CONSU-MINDO AQUILO QUE TENHO DE MELHOR PARA PASSAR PARA OS OUTROS. O primeiro trabalho na área de moda é muito difícil, até porque moro no Rio e aqui tem muita gente boa. Quem sabe não rola nada por aí, seria uma honra trabalhar na minha região.

Deixe uma mensagem para seus amigos, familiares e todos que torcem por você, aqui, em Natividade ou onde quer que estejam.Guilherme: Quero agradecer à minha mãe e minha família, afinal eles são essenciais no meu crescimento. Aos meus amigos e ao povo de Natividade, que quando estive ai me acolheram muito bem. À minha professora Solange, que quando deu aula na escola João Fernades foi a primeira a acreditar em mim - quando eu tinha apenas 6 anos. À Luis Alberto e Rosângela por ajudarem a financiar meu sonho quando me mudei para o Rio sem pedir nada em troca.Aos meus amigos natividadense Thales Fagundes, Nicola Kabouk, Franscisco Kabouk, João Kabouk, Sérgio Patusco, Anderson, Walter e Stella, entre vários outros. Às minhas irmãs Luenne, Mônica, Débora e Bárbara. Ao meu pai e a todos que torcem por mim. E a vocês do Portal Natividade, onde sempre visito para saber as notícias da minha cidade e matar a saudade da minha terra natal.Para finalizar, deixo uma frase, com a qual me identifico muito para reflexão:

Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer.

Mahatma Gandhi“ ”

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OUTUBRO DE 2010

Brasil: Pior do que está, não fica?Ficha suja, dossiê, censura,

escândalos, propina, corrupção, impunidade são sinônimos da po-lítica brasileira. Além disso, a polí-tica, esse ano mais evidente do que nunca, se torna símbolo de piada sem graça na maioria das vezes, mas ainda assim, uma piada. O Fi-cha Limpa não pode ser aprovado ainda para esta eleição. Por quê? Porque deu empate e o Presidente do Supremo não pode desempa-tar? Não! Porque o Roriz assim o quis. E o Brasil inteiro - que na sua grande maioria nem sabe quem é esse fulano aí - paga o pato. Mas quem disse que o Ficha Limpa iria solucionar o problema da bandi-dagem entre políticos? Ninguém. Mas funcionando, nós, simples

eleitores, pagadores de impostos, ficamos com a impressão de que alguma coisa está sendo feita, na tentativa de moralizar esse País afundado na lama da impunidade. Se metade de quem pode decidir que leis sejam aprovadas e “justiça” seja feita vota contra - comprado pelo poder da política coronelista - temos mais ainda a certeza de que estamos à mercê de qualquer coisa, qualquer bandido e ninguém pode fazer nada em nosso benefício.

Eu, definitivamente não voto em candidatos cujas fichas são mais sujas do que pau de galinhei-ro, usando o linguajar popular - es-perando que nenhuma galinha se aborreça comigo por tal compara-ção. Não me restam tantas opções,

mas acho que esse deve ser o pen-samento de quem realmente se in-teressa pelo futuro da nação. Para cabeça de cada um, uma sentença, já dizia meu pai. Pois então, que a consciência de cada um o direcio-ne na hora de votar. Votar em um ficha limpa não precisa ser obriga-tório para ser colocado em prática, pois afinal, quando bandidos estão no poder, a população inteira se encontra fragilizada pelo sistema manchado por atos escandalosos, que ferem a moral de cada cidadão digno e honesto.

Por vezes sem fim já perdi a fé na política. Por vezes sem fim, já disse que me recusava a votar em qualquer candidato. Se isso fosse solução, continuava no meu pro-

pósito, mas infelizmente não é. Ao me recusar a votar, me recuso a participar e exercer meu direito como cidadã em um país demo-crático (onde o voto é obrigatório, o que contradiz um pouco - jul-gando o sentido exato de demo-cracia - mas tudo bem). Abrindo mão do meu direito de voto, perco também meu direito de reinvin-dicação, pois, na minha omissão, acabo concordado com a maioria, e nos candidatos eleitos por ela. En-tão, ainda que um tanto desacredi-tada em todo esse circo montado em volta de uma farsa, eu voto. Procuro escolher com paciência, e como já disse tantas vezes, ainda que me iluda com propostas que jamais sairão de programas do go-

verno, tenho sempre a consciência tranquila de que a minha parte foi feita da melhor maneira possível.

O Brasil ainda tem jeito. Talvez a mudança não aconteça nos pró-ximos quatro anos, talvez ela não seja visível, mas ela pode aconte-cer. Assim como também pode acontecer uma mudança negativa. Engana-se candidato que diz que “pior do que está, não fica”. Tem como piorar. Tem como melhorar. Tem como simplesmente estagnar. E cada um de nós, ainda que in-diretamente, somos responsáveis pelos resultados e pelo futuro do nosso país.

Elizabeth RibeiroEstudante de Administração

Um candidato diferente?Mais uma eleição. E, com ela,

surgem também centenas de no-vos amigos, amigos inseparáveis, amigos do peito, à espera de um voto seu. Às vezes, o pedido de voto vem acompanhado de pro-messa de favores, de doação de te-lhas, de dentaduras, de cobertores e coisas do tipo. Tudo muito útil e bem vindo, afinal, de cavalo dado não se olha os dentes, não é verda-de? No entanto, a pessoa que sabe se dar o devido valor e entende que a importância de ser cidadão passa pelo exercício do direito li-vre de voto, não se deixa iludir e enganar com palavras falsamente amigas.

Dia desses li uma notícia que muito me surpreendeu: as pes-

quisas de intenção de voto no es-tado de São Paulo mostram que o candidato Tiririca deverá ser escolhido por mais de um milhão de eleitores para a função de depu-tado federal. Primeiramente, pen-sei que tal fato pudesse representar voto de protesto, já que a popula-ção se vê carente de tantas coisas e cansada de falatórios inúteis, algo como, anos atrás, o voto maciço conferido ao Macaco Tião, folcló-rico personagem do zoológico do Rio de Janeiro. Depois concluí que talvez não seja bem assim...

O candidato Tiririca, famoso comediante brasileiro, tem sua fala espontânea e, em certa me-dida, incorpora um personagem carismático e que se comunica

facilmente com os eleitores. As-sim, não fica difícil entender que o povo se identifica com a figura vivida pelo comediante. Posso até estar enganada, mas, se eleito, é bem possível que o comediante ajude a mudar a cara do Congres-so Nacional, tão sisudo, ranzinza e distante do povo que representa.

Como promessa de campanha, Tiririca disse que, embora não sai-ba, de fato, o que faz um deputado federal, aprenderá o ofício e con-tará para todos os que nele vota-rem. Por mais estranha que possa parecer semelhante promessa, ela tem um toque de humildade e sin-ceridade, além de enfrentar uma questão séria: o desconhecimento generalizado sobre o papel dos

parlamentares do nosso país. O candidato tem a humilda-

de, coisa rara nos dias atuais, de afirmar que não sabe nada das atribuições desenvolvidas por um deputado. É certo que nunca se vai poder dizer que Tiririca enganou seus eleitores.

Quando tive conhecimento de que o humorista seria candidato pelo estado de São Paulo, lembro que pensei que fosse brincadeira do amigo que me deu a notícia. Não levei a sério. Primeiro, me indignei: a que ponto chegaram nossos candidatos! Mas, ouvindo sua propaganda, pude perceber que ele é merecedor dos votos que terá. Ele se assume como repre-sentante de uma vasta camada da

sociedade, que pouco compreen-de para que existe uma classe polí-tica, Congresso, Senadores e essas coisas pomposas, distantes e cer-tamente caras, muito caras. Seus eleitores se identificam com ele, na simplicidade de seu discurso, na sinceridade, na perplexidade com todo esse teatro mal encenado por falsos amigos do povo. Uma coisa é certa: o povo anda mesmo ne-cessitado de sinceridade.

Fica aí a dica: dizer a verdade também dá voto. Muito mais do que a gente imagina...

Maíra Silva da Fonseca Ramos-Procuradora da Fazenda Nacional

e-mail: [email protected]

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Pedras e luzes que Cruzam o céuO curioso de toda essa história sobre o

meteorito que caiu em Varre-Sai é o fato de que, de repente, nosso município se conec-tou com as dimensões profundas do Cos-mo, regiões longínquas por onde passou este pedaço de dendrito, que vagou por mi-lhões e milhões de anos, e que já esteve em lugares que nem tão cedo nenhum homem visitará. Esta perspectiva dimensiona e nos faz relembrar o quanto de mistérios ainda guarda o universo e o quão pouco sabemos dele.

Contudo, pode não ser o único relato de queda de meteorito na região do noroeste fluminense. Recordo-me que ouvi, certa vez, em Santa Clara, um caso interessante: a de uma bola de fogo que caiu no quintal de um fazendeiro. Esta história teria acon-tecido em princípios do século passado, quando ainda era comum a crença nas his-tórias da Mãe-do-Ouro. A lenda da Mãe--do-Ouro tem origem indígena e aparece, sobretudo, na região sudeste do Brasil.

Dizem que ela é uma bola de fogo que indica os locais onde se encontram jazidas de ouro. Às vezes, pela madrugada essa bola de fogo se transforma também em uma belíssima mulher com um vestido lon-go de seda e com cabelos dourados refle-tindo luz e voando pelos ares. Vive em lu-gares montanhosos. Sua passagem no céu noturno talvez se confunda com as estrelas cadentes e meteoritos.

Pois bem, a Mãe-do-Ouro teria caído nesta fazenda citada acima, em Santa Clara. O fazendeiro que a encontrou, guardou-a num velho baú. Tratava-se de uma pedra pesada, redonda, no formato de um coité, recoberta por uma camada escura e lisa como o envoltório de um chocolate. Ali a Mãe-do-Ouro esteve presa por muitos anos, até que, um dia, o fazendeiro resolveu partir a pedra ao meio e descobrir o que ha-via dentro. Talvez algum tesouro.

Munido de um machado, colocou a pe-dra que veio dos céus sobre outra pedra que encontrou no chão, perto de um grande açu-de. Desferiu um forte golpe sobre ela, mas a mesma não se partiu, resvalando-se para o meio do açude. Deve estar lá, no fundo deste mesmo açude, se ele existir, recoberta por lama, lodo e segredos.

Esta história me remete a duas pequenas reflexões: primeiro a de que não devemos lançar o meteorito de Varre-Sai ao fundo de açudes. Há que se ter a perspectiva de que ele é um elemento de um evento cósmico raro. Não transformá-lo em pilhéria, mas em atividades educativas. É uma oportu-nidade também rara. É um patrimônio que pode render à municipalidade muitos bons frutos, não capturados em sua plenitude pela visão utilitarista do cotidiano.

Segundo, a de que talvez a Mãe-do--Ouro seja uma lenda advinda das quedas dos meteoritos observadas pelos indígenas. Ela faz parte de nossas tradições, embora momentaneamente adormecida. Mãe-do--Ouro, estrelas cadentes, meteoritos, bolas de fogo, luz do Monte Azul, tantas histórias de fogos-fátuos cruzando os céus de Varre--Sai, que mereceriam um debruçar mais atento sobre o imaginário da população. Um acervo que entrecruza a exploração do conhecimento sobre o Cosmo com nossas indagações antropológicas mais profunda-mente vitais, e que não nos apercebemos de sua importância.

Aproveitar tanto científica quanto cul-turalmente tais questões é saber acumular potencialidades locais de construção de identidade. É abrir-se aos desafios do mun-do para ultrapassar um inusitado aconteci-mento astronômico. As universidades estão por aí, loucas para contribuir, é só sinalizar que a ajuda vem.

Jose Antonio Abreu de OliveiraCirurgião-dentista - Mestre em Saúde Pública

pela Fundação Oswaldo Cruz

A companhia da solidão nos faz viver o silêncio - que é apenas uma parte de todo o barulho da vida - e encontrar as emoções que compõem as nossas razões. A certeza de ter dú-vidas questiona as respostas convictas que nos enchem de indecisão.

Fazer certo as coisas erradas ou er-rar as coisas certas não faz diferença, a única coisa certa será o erro.

O começo de um fim é quando per-cebemos a verdadeira falsidade que nos cerca e nos deixa livres para des-cobrir que a paz de outro sorriso pode desarmar nossas guerras.

A riqueza de um pobre nunca será comparada à pobreza de um rico. A pobreza de um rico sempre será pior do que a do pobre.

Foi tanta coragem, que morro de medo de tudo que eu fiz dar em nada. Tanta indecisão para o futuro é o fruto de tamanha convicção no passado.

Sempre soube que poucas certezas poderiam causar muitas confusões em apenas algumas muitas linhas, mas nunca imaginei que pra falar a verdade às vezes mentiria.

Thiago Meira GlóriaEstudante de Publicidade

Não sei, só sei que foi assim!

Meteoritos

OUTUBRO DE 2010

Olá companheiros do "Noroeste Agora!".

Hoje venho aqui me expor de tal forma que tenho até medo de falar.

Sou um homem, no alto dos meus 35 anos, forte e até muito conservado se comparado a milhares que estão por aí com a mesma idade, e até bem mais novos. Mas uma pulga vive com-plicando minha vida: sou solteiro.

A maioria dos meus amigos são ca-sados, têm filhos e isso é uma pedra no meu sapato. Vira e mexe alguém pergunta:

"E aí meu camarada, vai casar não?""Você é muito legal para passar pela

Terra e não deixar ninguém com seu genoma."

É minha gente, a sociedade, hipó-crita diga-se de passagem, traçou, em seus "anais", com duplo sentido mes-mo, que é obrigatório o matrimônio. Se você não é casado está errado.

Não vou dizer que as coisas estão difíceis, pois não estão, esse negócio de igualdade entre homens e mulhe-res ultrapassou a barreira do mercado de trabalho. As mulheres estão im-possíveis e bato palmas para as mes-mas, pois agora elas escolhem o seu destino. Acabou aquele negócio e que o homem é a figura - e o figura. Desa-gradou leva um pé naquele lugar.

Mas voltando ao centro do assunto, que é a minha "solteirice", eu fico real-mente infeliz quando alguém vem me

encher as medidas com esse assunto.As pessoas acham que têm a fór-

mula da vida perfeita quando, mui-tas vezes, são pessoas completamente infelizes, e pior, acham que podem se meter na vida dos outros com suas idéias mirabolantes e receitas que fi-zeram delas mesmas uma derrota to-tal.

Quero sim, "encontrar alguém, en-contrar alguém, que me dê amor...", mas onde está essa pessoa? Nas ruas? Em que cidade? Neste planeta?

Acho até que já a encontrei algu-mas vezes, mas por uma imposição do destino ou mesmo do mundo "mun-dano" não rendeu frutos. Paciência.

Como diria Shakespeare, não pos-so obrigar ninguém a me amar, o que posso fazer é dar bons motivos para que gostem de mim e ter paciência.

Como diria meu amigo Rodrigo V8, é preciso ter paciência. Ou o Guns and Roses, just a little patience...

E assim vou vivendo, tentando me tornar uma pessoa cada vez melhor, tanto físico quanto intelectual e espi-ritualmente, para que quando eu en-contrar essa mulher ela saiba que está ao lado de um super humano.

Enquanto isso, "solteiro no Rio de Janeiro parado em qualquer praia, sou solto em qualquer lugar..."

Aquele abraço.Léo Bilú

Livre Pensador

Solteiro sim!15

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Meteorito de Varre-Sai em “A Grande Família” da Rede GloboNo episódio do sitcom “A

Grande Família”, exibido no dia 09 de setembro de 2010, a Rede Globo levou ao ar o caso

do “Meteorito de Varre-Sai”. Da mesma maneira em que o Sr. Germano se surpreendeu ao avistar uma grande explo-

são no céu, e logo em seguida ter visto a queda, a família Silva aprontou poucas e boas com o meteorito que caiu do céu.

Para os que não consegui-ram assistir, o episódio com-pleto está disponível no Portal Varre-Sai. É só acessar o site

www.portalvarresai.com.br e conferir.

Thiago Ramos (com informa-ções da Globo.com)

Acompanhe o resumo do episódio: ‘Dinheiro não cai do céu’Agostinho (Pedro Cardoso) compra uma televisão para o táxi sem avisar

Bebel (Guta Stresser) e quando a esposa descobre decide deixá-lo dormindo no carro. Porém, pouco depois, um estrondo chama a atenção de todos. Lineu (Marco Nanini), Nenê (Marieta Severo), Tuco (Lucio Mauro Filho) e Bebel cor-rem para fora da casa e encontram Agostinho encoberto por muita fumaça. Quando a visibilidade aumenta, a família Silva se depara com um meteorito.

Intrigado, Lineu chama um astrônomo (Cico Caseira) para avaliar a pedra. O profissional conclui que aquele é um condrito, uma formação rochosa com mais de quatro bilhões de anos. Apesar de ser uma raridade científica, o acha-do não vale muito em dinheiro.

Jornais locais noticiam a queda do meteorito e acrescentam que foi dada uma recompensa aos que o encontraram, sem especificar a quantia. Ao saber disso, Agostinho fica intrigado e tem certeza de que o sogro ganhou muito di-nheiro. Assim como o taxista, toda a vizinhança começa a procurar meteoritos, na intenção de ficarem ricos, e uma confusão se espalha pelo bairro.

Reprodução Tv Globo

OUTUBRO DE 2010 16

Morador de Varre-Sai pede mais oportunidades de trabalhoA Rede Globo de Televisão

exibiu no programa RJTV, uma série de reportagens sobre as eleições 2010, mostrando diver-sas cidades do interior do estado - seus problemas e possibilida-des. Com o objetivo de mostrar aos novos governantes onde es-tão os problemas, a reportagem mostrou como os jovens perdem perspectivas com a falta de em-pregos em Varre-Sai.

No programa que foi ao ar no dia 30/08/2010, foi exibida uma matéria que mostrou as dificul-dades encontradas para o desen-volvimento da cidade de Varre--Sai. Além da falta de empregos, a cidade localiza-se numa das áreas mais pobres do estado do Rio de Janeiro. Os outros fatores que dificultam o desenvolvimen-to turístico da cidade e a expan-são econômica do município

são: a distância da capital, estra-das em péssimas condições de tráfego, e o difícil acesso à cidade.

O repórter Marcos Uchôa es-teve no município e conversou com uma família de agricultores que contou a história do seu filho Sidney Borges de Oliveira.

Para assistir a reportagem completa, acesse o Portal Varre--Sai

www.portalvarresai.com.br

Reprodução G1