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Apostila n o 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte): 1 Curso Bíblico Internacional Apostila n o . 21 Prescrições de Cristo (Segunda Parte) Introdução Quando não estamos bem, sempre vem alguém até nós com alguma receita ou “prescrição” que nos fará sentirmos melhor. Quando ficamos doentes, o médico prescreve um tratamento para a doença. Jesus disse que “não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes” (Mateus 9:12). Na Bíblia existem prescrições para todos nós. A dificuldade é admitir que precisamos da ajuda de Deus – admitir que estamos “doentes”. Nesta segunda apostila sobre As Prescrições de Cristo para nossos problemas estudaremos algumas prescrições para o casamento, criação de filhos, depressão, salvação de pecados, adversidades e problemas de caráter. Minha oração é que esta apostila o faça entrar na Palavra de Deus e que a Palavra de Deus entre em você, porque é assim que descobrimos as prescrições de Deus que podem resolver os nossos muitos problemas. Capítulo 1 “Uma Breve Prescrição Para o Casamento” Na Primeira Carta de Pedro, no capítulo terceiro, esse apóstolo escreve uma breve prescrição para as mulheres cujos

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Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

1

Curso Bíblico Internacional

Apostila no. 21

Prescrições de Cristo

(Segunda Parte)

Introdução

Quando não estamos bem, sempre vem alguém até nós com

alguma receita ou “prescrição” que nos fará sentirmos melhor.

Quando ficamos doentes, o médico prescreve um tratamento para a

doença. Jesus disse que “não são os que têm saúde que precisam de

médico, mas sim os doentes” (Mateus 9:12).

Na Bíblia existem prescrições para todos nós. A dificuldade

é admitir que precisamos da ajuda de Deus – admitir que estamos

“doentes”. Nesta segunda apostila sobre As Prescrições de Cristo

para nossos problemas estudaremos algumas prescrições para o

casamento, criação de filhos, depressão, salvação de pecados,

adversidades e problemas de caráter.

Minha oração é que esta apostila o faça entrar na Palavra de

Deus e que a Palavra de Deus entre em você, porque é assim que

descobrimos as prescrições de Deus que podem resolver os nossos

muitos problemas.

Capítulo 1

“Uma Breve Prescrição Para o Casamento”

Na Primeira Carta de Pedro, no capítulo terceiro, esse

apóstolo escreve uma breve prescrição para as mulheres cujos

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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maridos não obedecem à Palavra. A prescrição de Pedro para essas

mulheres começa com a expressão “do mesmo modo”. Pedro estava

se referindo aos últimos versículos do capítulo anterior, no qual ele

declara que devemos retornar para Cristo, o pastor das nossas almas.

De acordo com a prescrição de Pedro para as mulheres cujos

maridos não obedecem à Palavra, depois do relacionamento com

Cristo, o mais importante é o relacionamento com o marido. Pedro

fala sobre o desafio de muitas mulheres que acumulam vários papéis

e como esposas e mães sentem-se frustradas por causa de atitudes de

um marido ou um pai que não obedece à Palavra de Deus. Nesta

breve prescrição para essas mulheres, cujos maridos não obedecem à

Palavra de Deus, Pedro fundamenta seu ensino com uma metáfora,

na qual apresenta Cristo e a Igreja como o modelo de relacionamento

que as mulheres devem ter com seus maridos.

Essencialmente, o que Pedro escreve nessa passagem, para as

mulheres cujos maridos não obedecem à Palavra é: “Vocês

conseguem enxergar o modelo de relacionamento entre Cristo e a

Igreja? Nessa ilustração vocês são a Igreja. Vocês devem se

relacionar com seus maridos da mesma forma como a Igreja se

relaciona com Cristo”.

No versículo 7 do mesmo capítulo, Pedro compartilha uma

palavra com os maridos. Ele começa sua prescrição para os maridos

com a mesma expressão: “Do mesmo modo”. O que Pedro estava

dizendo aos maridos era: “Vocês estão vendo o modelo de Cristo e

da Igreja? Nesta ilustração vocês são como Cristo. Cada um deve se

relacionar com sua esposa como Cristo Se relaciona com a Igreja”.

No capítulo 5 de Efésios, o apóstolo Paulo escreveu a mesma

prescrição para os maridos: “Maridos, ame cada um a sua mulher,

assim como Cristo amou a igreja e entregou-se por ela”.

Basicamente o que Paulo estava falando era: “Amem como Cristo

amou; dêem-se como Ele Se deu e sejam para suas esposas como

Cristo é para a Igreja”. No original grego a expressão “assim como”

significa: “exatamente como”.

Nesse modelo apresentado pelos apóstolos Pedro e Paulo, no

qual eles estabelecem que os maridos sejam para suas mulheres como

Cristo é para a igreja, quem tem o desafio mais difícil são os maridos

e essa tarefa só lhes será possível, se Cristo estiver no centro de suas

vidas. Se Cristo estiver neles, eles terão o potencial para amar como

Cristo amou, darem-se como Ele se deu e ser como Ele é. Não há

nenhuma estranheza nesta prescrição dos apóstolos para os maridos

nos quais Cristo vive.

Tenho uma tarefa para os maridos. Estudem o capítulo 13 da

Primeira Carta de Paulo aos Coríntios, principalmente os versículos 4

a 7. Nestes versículos encontramos quinze virtudes que mostram

como se comporta o amor de Cristo. Sempre que o apóstolo Paulo

usar a palavra “amor” neste capítulo, substituam pela palavra

“Cristo”. Orem cada virtude e peçam para que Cristo, que vive em

vocês, lhes dê a graça para cada um amar sua mulher dessa maneira.

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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Se fizerem isso, descobrirão que vocês podem amar como Ele ama,

dar-se como Ele se dá e ser para suas mulheres como Cristo é para

sua igreja.

O maior problema no casamento pode ser resumido em uma

única palavra – “egoísmo”. E o corretivo mais importante para esse

problema pode ser resumido em uma única palavra - “altruísmo” ou

dar-se, como Ele Se deu e SE entregou. Quanto Cristo deu dEle

mesmo para salvar a Igreja? Ele deu tudo dEle. Ele morreu pela

igreja. Maridos, dêem para suas mulheres nessa mesma medida.

Amem como Ele amou e vocês se descobrirão sendo para suas

mulheres como Cristo é para a igreja. Tudo isso está implícito na

expressão “Do mesmo modo”.

Mas Pedro não estava falando para as mulheres cujos maridos

amavam suas esposas da maneira prescrita por ele e por Paulo. Pode

ser que eles estivessem escrevendo tanto para mulheres cujos

maridos eram incrédulos como para aquelas que tinham maridos

crentes mas que não obedeciam ao ensino desses apóstolos. Pelo fato

de Pedro ter deixado instruções para esses maridos, fica implícito que

eles eram crentes.

Observe que Pedro não falou nada sobre as mulheres

passarem sermões em seus maridos. Pelo contrário, a instrução de

Pedro para as mulheres foi: “sujeite-se cada uma a seu marido, a fim

de que, se ele não obedece à palavra, seja ganho sem palavras, pelo

procedimento de sua mulher”.

Aos maridos Pedro instruiu para não tentarem consertar suas

mulheres. Mesmo que você seja um especialista no que ela precisa

saber e fazer, vai acabar descobrindo que ela não segue as opiniões

do especialista. Quanto mais o marido tenta convencer a mulher de

que ele sabe todas as respostas, menos ela quer ouvi-las. Uma

mulher não quer um homem que está sempre dizendo que ele está

certo e ela está errada. O mesmo se aplica com relação ao homem.

Existe uma coisa no ego masculino que rejeita ouvir a mulher

falando sobre seus erros.

Um Princípio Vital do Conselho Matrimonial

Existe um princípio no conselho matrimonial e está implícito

no conselho de Pedro que é: “cada um deve ficar no seu lugar”. E

para explicá-lo, eu faço um retorno à história de Gideão, que

derrotou mais de 250 mil medianitas com apenas 300 homens. A

chave dessa vitória milagrosa descrita em Juizes é que “Cada homem

mantinha a sua posição” (Juizes 7:21). Esposa e marido, tem uma

posição a ocupar no casamento e quando cada um assume essa

posição determinada por Deus o casal adquire condições de enfrentar

os problemas.

Depois de falar sobre o problema do marido que não assumiu

sua posição, Pedro apresenta várias prescrições para a mulher manter

a sua posição. Ela deve ser espiritual, submissa, silenciosa e dócil.

Quando Pedro fala de submissão ele está dizendo que a mulher deve

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deixar que seu marido seja o seu pastor, como Cristo é o pastor da

igreja. Quando fala de ser silenciosa, ele quer dizer que a mulher não

deve forçar, empurrar, passar sermão, censurar ou ter atitude alguma

que venha a envergonhar seu marido. Pedro sabia que nada disso

traz bom resultado. Ele também sabia que a mulher não é

responsável pelo fato do marido não assumir o seu papel no

casamento. A estratégia sugerida neste conselho matrimonial é que,

se há alguma coisa que vai motivar esse marido a tomar a sua

posição no casamento, esta será o exemplo de Cristo na vida de sua

mulher. Pedro aconselha a mulher a assumir a responsabilidade

apenas pela pessoa que ela pode controlar e pela qual é responsável,

que é ela própria. O conselho de Pedro é que a mulher não se

sobrecarregue assumindo a responsabilidade do marido nem se exima

da sua própria responsabilidade que é sobre ela mesma. A mulher

deve ser espiritual e confiar no Senhor que vai ajudá-la a ser tudo o

que ela pode ser em Cristo. Pedro quis tirar a responsabilidade que a

mulher às vezes assume pelo marido e por seus erros e anima-a a

assumir a sua responsabilidade e ser tudo o que o Senhor quer que

ela seja como esposa e mãe.

Muitas vezes a causa número um de discussões nos

casamentos é o homem, que reclama de tudo o que a mulher faz de

errado e a mulher, que reclama de tudo o que o marido faz de errado.

A mulher tentando arrastar o marido para o lugar dele e ele

recusando-se a ouvi-la. É claro que oposto também é verdadeiro.

O conselho de Pedro tem como base o ensino de Jesus em

Mateus 7:1-5. Jesus ensinou que devemos primeiro tirar a trave dos

nossos olhos, para depois ajudar o outro a tirar o cisco do seu olho.

Jesus não falou nada sobre julgarmos alguém. A essência do Seu

ensino é que devemos primeiro julgar a nós mesmos.

É bem possível que você, homem, como marido, venha pedir

a Deus, a graça necessária para amar sua mulher e sua família como

Cristo amou a igreja; para se entregar por elas como Cristo Se

entregou pela igreja; para ser para elas o que Ele é para a igreja.

Dessa forma sua mulher será motivada a assumir a posição dela.

Quanto a você, mulher, se estiver no sua posição, isso pode

motivar o seu marido a assumir a responsabilidade do seu próprio

papel e da sua posição no casamento. Pode ser também que não

aconteça sempre assim. Isso vai depender do uso do livre arbítrio do

marido; mas, a esposa ficar reclamando e forçando seu marido para

assumir o seu papel, definitivamente isso não funciona.

Depois de dedicar seis versículos às mulheres, o apóstolo

Pedro escreveu um versículo para os maridos: “Do mesmo modo

vocês, maridos, sejam sábios no convívio com suas mulheres e

tratem-nas com honra, como parte mais frágil e co-herdeiras do dom

da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as suas

orações” (I Pedro 3:7). Apesar de ter escrito apenas um versículo

para os maridos, o apóstolo deixou nele uma tarefa desafiadora.

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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Ao escrever que os maridos “sejam sábios no convívio com

suas mulheres” parece que Pedro estava falando sobre algo que era

óbvio e desnecessário. Entretanto ele estava falando de algo mais

complexo do que o simples fato de que homem deve viver com sua

mulher. Cada vez mais alguns maridos passam menos tempo com

suas mulheres. Acho que o velho pastor Pedro foi muito sábio ao

dizer: “convivam com suas mulheres, afinal, foi para isso que vocês

se casaram!”.

A prescrição de Pedro inclui sabedoria no convívio com a

mulher. Eu gostaria de saber o quanto cada marido conhece sua

mulher e a compreende! Você conhece sua mulher? Você conhece e

compreende a mulher com a qual vive? Nem sempre você entende

sua mulher. Ela própria às vezes não se entende! Como podemos

compreender nosso cônjuge, quando não o entendemos!

A seguir Pedro falou aos maridos para “tratarem suas

mulheres com honra”. Isso é muito profundo. Em algumas culturas,

os homens exploram a fraqueza física das mulheres, usando-as como

escravas, ao invés de tratá-las com amor e respeito. Essa prescrição

de Pedro foi revolucionária naquele tempo e continua sendo nos dias

de hoje. Basicamente o que ele disse foi: “Não explorem a fraqueza

das mulheres; antes honrem a fraqueza delas”.

Em algumas áreas as mulheres são mais fortes do que os

homens. Por exemplo, elas suportam mais a dor. Minha mãe, que

teve onze filhos, costumava dizer: “Se fossem os homens que

engravidassem, não haveria mais do que três filhos em cada família”.

A prescrição de Pedro era: “Quando vocês perceberem a fraqueza

delas, tratem-nas com honra; não as explorem, mas honrem-nas”.

Demonstre confiança em sua mulher e ajude-a a superar seus

problemas e suas fraquezas. Mulher, foi para isso que Deus lhe deu

um marido; para ser a cobertura que o seu coração de mulher sempre

desejou.

Pedro escreveu: “tratem-nas com honra, como parte mais

frágil e co-herdeiras do dom da graça da vida”. Essa é uma

definição eloqüente de casamento na Bíblia. A referência à “graça da

vida” sugere que nenhum de nós merece vida; que a vida que

recebemos a cada dia vem da graça de Deus. Não a merecemos nem

fizemos nada para termos vida. A vida nos é dada pela graça de

Deus. O casamento é isso: duas pessoas, dia após dia, recebendo a

graça da vida, como casal. As mulheres são as beneficiárias dessa

metáfora inspirada de Pedro prescrita para o marido. A essência do

que ele prescreveu para os maridos foi: “Amem suas mulheres”.

Depois ele observou que se isso for verdadeiro no casamento, as

orações do marido não serão interrompidas.

O apóstolo Paulo escreveu essa mesma prescrição no

Capítulo do Casamento: “O marido deve cumprir os seus deveres

conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para

com o seu marido. A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio

corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem

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autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. Não se

recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante

certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo,

para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio” (I

Coríntios 7:3-5). O relacionamento de um casal, crente em Cristo,

requer que cada cônjuge tenha um relacionamento vertical e

individual com o Senhor antes de ter uma experiência a dois no

casamento.

O relacionamento mais íntimo que temos nesta vida não é o

casamento, mas o nosso relacionamento com Deus. As ligações que

temos com nosso cônjuge são fortes ou fracas, dependendo do nosso

relacionamento individual com Jesus Cristo.

A instituição mais importante sobre a face da terra não é a

igreja, mas o lar que supre a igreja com pessoas espirituais. Muitas

igrejas hoje estão divididas em pequenos grupos por causa do

conceito de que em uma igreja grande não há possibilidade de se

usufruir comunhão entre os irmãos, ou de haver uma comunhão

espiritual de qualidade como o Cristo Ressurreto deseja para uma

igreja local. Muito antes de instituir a igreja Deus formou os

pequenos grupos chamados casamento e família. O salmista assim

descreveu esse plano de Deus: “Deus dá um lar aos solitários,...”

(Salmo 68:6).

Mulheres, junto com Deus, façam de seus maridos a

prioridade número um em suas vidas. Maridos, façam de suas

mulheres a prioridade número um em suas vidas. Um não deve

tentar mudar o outro. À medida que Deus trabalhar em suas vidas,

coloquem-se em suas respectivas posições e cada um ore a Deus para

que seu cônjuge se posicione corretamente. Depois, assistam Deus

trabalhar e abençoar suas vidas individualmente, como cônjuges,

como casais, na igreja, na cidade, na nação e no mundo (leia o Salmo

128).

Capítulo 2

“Prescrição Para os Pais”

Neste estudo também encontramos uma prescrição para os

pais. Os pais são a chave para as bênçãos de Deus à medida que as

leis de Deus para o casamento e a família têm o seu impacto no

mundo.

O maior problema dos casamentos hoje não é causado pelas

esposas e pelas mães. Não são elas que deixam de cumprir a

prescrição que vimos no capítulo anterior. O maior problema dos

casamentos de crentes hoje é causado pelos maridos e pais que não

assumem a responsabilidade designada por Deus para eles: ser o líder

de suas famílias.

Encontramos a prescrição de Deus para o casamento a partir

do último versículo do capítulo 5 de Mateus, bem no meio do

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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Sermão da Montanha. Eu acredito que o Sermão do Monte foi dado

para homens apenas, porque nesta parte do ensino dado no topo do

monte, quando Jesus ensinou àqueles que O ouviam, Suas palavras

foram sobre as esposas. Ele estava falando para homens quando

proferiu estas palavras: “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o

Pai celestial de vocês”.

Encontramos a palavra “perfeito” duas vezes neste versículo.

Alguns dizem: “Eu jamais serei perfeito”. Outros dizem: “Sou

perfeito e é melhor você ser perfeito também”. O perfeccionista,

além de fazer mal a si mesmo, também destrói aqueles de quem

exige perfeição. Mas este versículo fica ainda mais forte se

excluirmos a palavra “perfeito”: “Portanto, sejam...como é o Pai

celestial de vocês”.

Jesus pronunciou este versículo para os homens que tinham

acabado de ouvir o Seu desafiador ensino sobre ética. Ele tinha

ensinado que devemos amar nossos inimigos. Jesus tinha ensinado

que para amar aqueles que nos amam, não precisamos de nenhuma

graça; apenas de amor humano. Mas se você realmente quer amar

com o amor de Deus e ser sal da terra e luz do mundo, então ame

seus inimigos. Se lhe baterem numa face, diga ‘Deus lhe abençoe’ e

mostre a outra face. Jesus estava concluindo este ensino quando

disse para aqueles homens: “Vocês tem que ser como é o seu Pai

Celestial. Vocês devem amar da maneira como Deus ama. Vocês

têm que agir como homens de Deus”.

Eu acredito que muitos daqueles homens que estavam no

monte eram pais e avôs. Mais adiante, no Sermão do Monte, Jesus

os ensinou a se dirigirem a Deus em oração como “Pai Nosso”.

Como pastor, pessoas já me procuraram dizendo: “Pastor,

sempre que vou orar tenho dificuldade para dizer ‘Pai nosso’”.

Quando peço para me falarem sobre seus pais terrenos, ouço histórias

muito tristes. Depois de me contarem como eram seus pais terrenos,

fica claro, tanto para mim quanto para essas pessoas, por que elas

têm dificuldade de se dirigirem a Deus como “Pai”.

Pais, prestem atenção nestas palavras: “Pai nosso, que estás

nos céus!”. É assim que devemos ser; como nosso Pai do Céu é, e

não como nosso pai da terra é ou era! Certo pai costumava cantar

uma música junto a cama do seu filho, cuja letra dizia assim: “Pai, eu

quero ser como o Senhor é, porque ele quer ser como eu”.

De todas as passagens das Escrituras dirigidas aos pais e às

mães, uma delas é considerada por judeus e cristãos a mais

importante sobre este assunto. Esta passagem, um texto importante

para os judeus há milhares de anos, é considerada por rabinos e

estudiosos judeus, o Sermão de Moisés. “Ouça, ó Israel: O

SENHOR, o nosso Deus, é o único SENHOR. Ame o SENHOR, o seu

Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas

forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu

coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre

elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo

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caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como

um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes

das portas de sua casa e em seus portões” (Deuteronômio 6:4-9).

Esta passagem é chamada de “Shema”, pronuncia-se “shim-

mah”, porque começa com a palavra “ouça”, que em hebraico é

“shema”. Por que um texto tão pequeno como esse é considerado tão

importante e incluído na adoração dos judeus há quase quatro mil

anos?

Para responder a esta pergunta temos que fazer outra: “Por

que Moisés pregou este sermão?”. Moisés pregou este sermão

depois que os filhos de Israel tinham percorrido, em quarenta anos,

um percurso que poderia ter sido feito em onze dias.

Deus tinha ordenado, através de Moisés, que eles

atravessassem o deserto e conquistassem as nações pagãs e guerreiras

das cidades fortificadas de Canaã. Aconteceu que eles não tiveram fé

para invadir a terra de Canaã e por isso andaram em círculos de

incredulidade durante quarenta anos no deserto.

Moisés pregou este sermão porque estava determinado a

nunca mais deixá-los repetir o que tinham vivido: o horror da

peregrinação no deserto onde uma geração inteira de israelitas

morreu!

Este sermão de Moisés ensinou uma estratégia para que os

pais ensinassem a seus filhos as convicções e os valores da Palavra

de Deus. Essa estratégia possui quadro sólidos fundamentos, os

quais denominei: responsabilidade, relacionamento, realidade e

revelação.

O ponto principal desse sermão de Moisés é que Deus deixou

com os pais a responsabilidade para nutrirem espiritualmente seus

filhos. Isaías também escreveu que Deus quer que os pais ensinem a

Palavra de Deus a seus filhos (Isaías 38:19). Se tudo o que uma

criança souber a respeito de Deus, ela tiver aprendido com uma

mulher, não é de se estranhar que quando for uma pessoa adulta ache

que igreja e coisas espirituais sejam apenas para mulheres e crianças!

Deus tem boas razões para insistir que os pais ensinem seus filhos

sobre Ele e Sua Palavra.

Não há como ensinar os filhos da maneira como Moisés

instruiu sem que haja um relacionamento com eles. Este ensino não

deve ser dado na forma de uma palestra ou de um sermão, mas no

dia-a-dia de um relacionamento. Vemos várias instruções no Velho

Testamento para que os pais ensinem respondendo às perguntas de

seus filhos (cf. Josué 4:6). Deus deu às crianças, uma curiosidade

natural. Os pais devem usar essa curiosidade para ensinar enquanto

respondem às perguntas de seus filhos.

O desafio de Moisés aos pais é que essas palavras de Deus

habitem em seus corações e sejam realidade em suas próprias vidas

antes de ensinarem aos seus filhos, porque o modelo é a mensagem.

Se você quer saber o que está ensinando aos seus filhos, fique na

frente do espelho. Ensinamos valores para nossos filhos, não pelo

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que dizemos, mas pelo que fazemos.

Finalmente, toda verdade que os pais ensinam aos filhos

devem ter como base a revelação que Deus deu a Moisés, a Lei de

Moisés, a Lei de Deus, a Palavra de Deus. Fazendo a aplicação do

sermão de Moisés, podemos dizer que os pais têm ensinado a Palavra

de Deus a seus filhos há mais de cinco mil anos. O legado mais

importante que você pode deixar para os seus filhos é um

conhecimento pessoal de Deus e da Sua Palavra. Agora podemos

entender porque Jesus disse àqueles homens: ““Portanto, sejam

...como ... é o Pai celestial de vocês”.

Capítulo 3

“Prescrição Para a Depressão”

Quando lemos a Bíblia, descobrimos no capítulo 4 do seu

primeiro livro, a história de Caim, o primeiro homem a ter um

nascimento natural. Vemos que foi feita a ele, a seguinte pergunta:

“Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto?”.

Continuando a leitura da Bíblia, descobrimos que Moisés

ficou tão deprimido, que orou pedindo para morrer (cf. Números

11:15). Mais adiante lemos que o profeta Elias sentou-se sob uma

árvore e também pediu para morrer (cf. I Reis 19:4). Continuando

nessa leitura chegamos no Livro de Jó e vemos que Jó também ficou

deprimido em decorrência de todo o sofrimento por que passou, e por

causa disso ele pediu para Deus tirar-lhe a vida (Jó 3:11-13) e o

corajoso profeta Jonas fez a mesma oração (cf. Jonas 4:3).

Se você, crente, tem passado por momentos difíceis e de

depressão, saiba que não está sozinho. Moisés, Elias, Jó e Jonas são

heróis da fé do Velho Testamento e todos eles passaram por

depressão. Não se sinta envergonhado ou isolado de outros crentes

como se fosse o único a se sentir assim. Isso não quer dizer,

absolutamente, que você é pequeno ou fraco na fé! Até mesmo

nosso Senhor e Salvador falou: “A minha alma está profundamente

triste, numa tristeza mortal” (Marcos 14:34). Jesus também se sentiu

como todos aqueles homens de Deus que acabamos de mencionar.

No Livro dos Salmos vemos o salmista perguntando à sua

alma: “Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que

está assim tão perturbada dentro de mim?” (Salmo 42:5,11; 43:5)

Em outras palavras, “estou deprimido; mas por que estou

deprimido?”.

A depressão é um problema tão antigo quanto a Bíblia. Não

vamos resolver os problemas de depressão em poucos minutos, mas

podemos enfocar as prescrições de Deus contra a depressão e o

primeiro enfoque deve ser dado a suas causas.

A causa do problema pode ser física, química ou biológica e

para essas causas existe uma solução médica. Muitas condições

físicas podem levar à depressão. Por exemplo, problemas da tiróide.

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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Um metabolismo desequilibrado pode levar à depressão e a sérios

problemas emocionais. O álcool é um agente supressor ou

depressivo e por isso aqueles que têm problemas com essa bebida

podem sofrer de depressão por causa dela. Certos medicamentos

também são depressivos.

De certa forma é cruel dizer para um crente que está sofrendo

com uma depressão, que ele precisa ler mais a Bíblia e orar mais,

quando a causa da sua depressão é uma tiróide debilitada. Se você

está sofrendo com depressão, mesmo antes de procurar um pastor,

consulte um médico e verifique suas condições físicas. Se a causa da

depressão for física, então faz-se necessária uma solução pela

medicina. Mas, você poderá encontrar a solução para um problema

físico na Bíblia, na oração ou no jejum.

Outra causa possível da depressão é a psicológica. Psicologia

é o estudo da “psique” ou da mente. Quando eu digo que a origem

da depressão pode ser psicológica estou dizendo que ela pode estar

na mente.

Você acha que gente que fala sozinho é louca? Um amigo

meu disse que ele fala sozinho porque é a única chance que ele tem

de conversar com alguém e a respeito de alguém inteligente!

Quando falamos sozinhos, estamos nos comunicando com o nosso

“ego” e repetimos pensamentos e idéias que mostram nossa opinião

sobre nós mesmos. Às vezes temos maus pensamentos sobre nós

mesmos.

Quando fazemos afirmações maldosas a respeito de nós

mesmos, nossa mente sofre efeitos negativos dessa atitude. Eu sei de

pessoas que fizeram isso durante anos. As pessoas me procuram para

aconselhamento e todas as vezes que conversamos elas fazem

comentários negativos a respeito delas mesmas. Isso quer dizer que

durante anos elas fizeram mal a si próprias. Se você diz a você

mesmo, cem vezes durante a semana, que você não presta, não acha

que isso terá um efeito negativo na sua vida? Depois de anos com

esse comportamento, não é de se estranhar que você comece a sentir

como se fosse uma pessoa que não presta!

Certo fazendeiro costumava vir até mim, por causa da

depressão da qual ele sofria. Repetidas vezes ele me disse: “Eu não

valho mais do que um cachorro”. Pelo menos de dez a doze vezes

ele repetia isso: “Eu não valho mais do que um cachorro”. Se é isso

o que você diz sobre você mesmo, não se surpreenda quando

começar a se sentir menos do que um cachorro.

Você sabia que todos os seus sentimentos são registrados no

seu banco de memória e ficam lá? Todos nós temos uma memória

perfeita. Nossa capacidade para lembrar o que está armazenado em

nosso banco de memória pode variar, mas nunca se apaga totalmente.

Sob a influência de certos medicamentos podemos lembrar de

pensamentos armazenados. Se você plantou pensamentos negativos

no seu subconsciente, esses pensamentos estão armazenados, como

numa fita cassete, que fica tocando no seu subconsciente a mesma

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mensagem: “Você não tem valor, você não tem valor...”. Depois

essa fita começa a tocar no seu consciente e pode levá-lo à depressão.

As sentenças negativas levam a declarações, tais como: “eu não sou

bom e nada de bom acontece para mim. Minha vida não tem jeito!”.

Se o seu “eu” faz declarações desse tipo e se você carregou o seu

“eu” com esse tipo de mensagem durante anos, não é de se estranhar

que esteja deprimido!

Pergunte a você mesmo qual é a causa da sua depressão.

Existe um fundo de verdade nesse velho “clichê”: “você é aquilo que

come”. Se você não tem bons hábitos alimentares, está obeso ou

doente, vai acabar se tornando uma pessoa deprimida. Muitas vezes

essa é a causa psicológica da depressão. Alguns casos de depressão

podem ser explicados simplesmente por maus hábitos de

pensamento.

Jesus disse que “Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus

olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz”. Quando

Jesus se referiu a “olhos” estava se referindo à perspectiva de vida

que a pessoa tem. E continuou: “Mas se os seus olhos forem maus,

todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está

dentro de você são trevas, que tremendas trevas são!” (Mateus

6:22,23). Que perfil preciso sobre depressão podemos tirar deste

texto!

Considere a sabedoria do apóstolo Paulo ao dar a prescrição

para um pensamento saudável: “tudo o que for verdadeiro, tudo o

que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que

for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente

ou digno de louvor, pensem nessas coisas” (Filipenses 4:8). Imagine

de quantos pensamentos negativos nossa memória estaria livre, se

seguíssemos a prescrição que Jesus e Paulo deixaram sobre o hábito

de pensar de maneira saudável.

Entretanto, repito, a causa da depressão pode ser física,

química, pode ter origem em efeito colateral de um medicamento,

num metabolismo debilitado e outras tantas causas físicas. Por isso,

não é certo chegar para um crente que está sofrendo de depressão e

dizer para ele que a causa da sua depressão é psicológica ou

espiritual, quando na verdade ela pode ser um problema que deva ser

tratado por um médico.

Mas, muitas vezes a causa da depressão pode ser espiritual.

Se você não conhece o Evangelho, não me surpreende que esteja

sofrendo de depressão. Uma das principais causas da depressão é a

culpa e para a culpa não existe outro remédio senão o Evangelho de

Jesus Cristo.

No Salmo 51 temos o registro da oração de confissão e

arrependimento de Davi. Nessa oração ele fez um pedido muito

profundo: “apaga as minhas transgressões”. Algumas palavras

hebraicas são difíceis de ser traduzidas. Talvez a melhor tradução

para “apaga as minhas transgressões” fosse “des-peca minhas

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

12

transgressões”, ou seja, “remova completamente, como se jamais

tivesse acontecido”.

É impressionante a revelação profética de Davi; ele teve a

exata visão do plano de Deus. Na Carta de Paulo aos Romanos, o

apóstolo usou uma palavra que tem o mesmo significado dessa que

Davi usou no Salmo do Arrependimento (cf. Salmo 51:4). Essa

palavra é “justificado”. A palavra “justificado” significa “como se

jamais tivesse pecado”. Deus pode fazer com que o pecado jamais

tivesse existido. Ele pode apagar completamente e “des-pecar” nosso

pecado. Ele pode atender o pedido de Davi.

As boas novas do Evangelho são que Jesus não veio para

pessoas boas, mas para as más. Ele não morreu pelos bons, mas

pelos maus. Jesus disse: “Não são os que têm saúde que precisam de

médico, mas sim os doentes” (Mateus 9:12). Por isso, se você não é

bom, o Evangelho é para você. Toda a vida e ministério de Jesus têm

você como alvo.

Acho impressionante o número de pessoas que, mesmo sendo

crentes no Evangelho há tantos anos, ainda sofrem com depressão

causada por um pecado em suas vidas porque acham que Deus não o

perdoou. Acham que Deus não ouviu o pedido de perdão para aquele

pecado. Não importa qual tenha sido o seu pecado; Deus já o

perdoou.

O único pecado que Deus não perdoa é o pecado da

incredulidade. Se a causa da depressão for espiritual por causa da

culpa, crendo no Evangelho sua depressão vai acabar. Se o diabo o

convenceu de que você cometeu um pecado imperdoável, um pecado

que Deus não pode lhe perdoar, vença o diabo aceitando o dom da fé

e crendo no Evangelho.

As Escrituras possuem prescrições fortes para a depressão,

cuja causa está na esfera da guerra espiritual. Jesus nos ensinou a

orar diariamente “livra-nos do mal (Mateus 6:13). Algumas vezes a

depressão deveria ser chamada de “opressão”, quando o problema é

causado pelo inimigo, o diabo e seus demônios. Quando Jesus disse

“A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal”, a

opressão era a causa de toda aquela tristeza. O Inimigo não queria

que Jesus fosse para a cruz. Se a causa do seu problema é a

opressão, qual é a prescrição? É a libertação oferecida pelo Cristo

Vivo; por esta razão Jesus nos ensinou a orar “livra-nos do mal”.

Vamos supor que a causa da perturbação mental daqueles que

estão internados nos hospitais seja uma opressão espiritual. Será que

eles algum dia serão curados por meio de medicamentos? Como

poderão chegar à cura se a causa da sua perturbação é opressão

espiritual, e são tratados por pessoas que não reconhecem o problema

nem a sua cura? Existem três casos para os quais a solução tem que

ser espiritual porque a causa do problema é espiritual.

Observe quantas vezes a Bíblia fala sobre a alegria do

Senhor. Por que Neemias e todos aquelas pessoas do Velho

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

13

Testamento diriam “a alegria do Senhor é a nossa força”? O fruto do

Espírito é amor... e depois o que vem? Alegria! (Gálatas 5:22).

Um dos meus escritores favoritos escreveu: “A dor e o

sofrimento são inevitáveis, mas para um crente, a miséria é

opcional”. Você sabe por que? Porque um crente tem o Espírito

Santo e o fruto do Espírito é alegria. Essa alegria também é

considerada como uma “alegria que não faz muito sentido”; uma

alegria que vai além da compreensão, porque não se baseia no que

nos acontece. Será que o Espírito Santo pode nos dar um tipo de

alegria que vença a depressão?

O profeta Isaías disse que sim: “...e dar a todos os que

choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria

em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito

deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do

Senhor, para manifestação da sua glória.” (Isaías 61:3). Que

revelação maravilhosa! Se o seu espírito está pesado e deprimido,

tente fazer isso: louve ao Senhor! Comece louvando-O mesmo sem

vontade de fazê-lo, mesmo que você se sinta como se não pudesse

mais respirar e fosse morrer sufocado. Comece a louvar a Deus! Eu

o desafio a tentar!

As soluções espirituais e bíblicas que ofereci são uma

mensagem dos profetas e da igreja, anunciada há milhares de anos.

Quero lembrar mais uma vez que é uma crueldade prescrever

uma solução espiritual, psicológica ou emocional para um pessoa

deprimida, quando a solução para esta depressão está num tratamento

médico. Mas se a depressão tiver fundo espiritual, tenha certeza de

que as soluções espirituais de Deus sempre funcionam!

Capítulo 4

“Prescrição Para a Cura Interior”

Muitos anos atrás, um homem chamado John Quincy Adams

atravessava uma rua. Ele estava muito doente e levou cinco minutos

para chegar do outro lado. Um amigo que passava, perguntou:

“Como está John Quincy nesta manhã?”. E John Quincy respondeu:

“John Quincy está muito bem, mas a casa onde ele mora está em

péssimas condições. Na verdade está quase caindo e talvez John

Quincy tenha que se mudar logo. Mas o John Quincy vai bem,

obrigado!”

John Quincy Adams tinha um ótimo conhecimento teológico

e conhecia muito bem a distinção que o apóstolo Paulo fez do

homem interior ou homem espiritual, que é eterno, e do homem

exterior, nosso corpo temporal, bem como a dimensão dos valores do

homem interior, superiores aos valores do homem exterior.

A saúde do homem interior, o homem espiritual é mais

valiosa do que a saúde do homem exterior, o homem físico.

Podemos experimentar a cura do homem interior como resultado

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

14

direto da nossa salvação. A nossa fé pessoal no Evangelho traz-nos o

perdão e a experiência do novo nascimento, que nos faz novas

criaturas de dentro para fora, por Cristo, em Cristo e para Cristo, o

que resulta uma maravilhosa experiência de cura interior (II

Coríntios 5:17,18).

Doença psicossomática é a doença no corpo (do grego soma)

causada na mente ou na alma do homem (do grego psique). As duas

principais causas de doenças psicossomáticas são a culpa e o rancor

vingativo. Portanto, as duas principais dimensões da cura interior ou

da cura das doenças psicossomáticas, são o perdão e a graça para

perdoar. Um dos meus tutores chamava essas duas terapias

espirituais de “a cura das memórias”.

Cannon James Glennen, da cidade de Sidney, na Austrália,

cunhou uma palavra nova no seu livro sobre cura. No capítulo sobre

cura interior, ele usou a palavra “desperdão”. Glennen escreve: “O

maior obstáculo para a cura interior é o ‘desperdão’. Podemos estar

sofrendo com o ‘desperdão’ por não termos certeza do perdão de

Deus ou do perdão das pessoas a quem fizemos mal. A causa do

‘desperdão’ também pode ser definida pela indisposição de perdoar

aqueles que pecaram contra nós”.

Considere a perfeita sabedoria do Senhor quando ensinou

Seus discípulos a orar diariamente: “Perdoa as nossas dívidas, assim

como perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6:12). Isso é um

desafio, principalmente para aqueles que já foram brutalizados e

massacrados. Já ouvi o testemunho de pessoas que depois de

sofrerem abusos e violências, ainda sofriam com um sentimento de

rancor vingativo e esse sentimento retardava a sua cura interior.

Essas pessoas confessaram que apenas depois desse obstáculo ter

sido removido, é que elas experimentaram o início da cura interior.

Jesus sabia disso quando promoveu a reconciliação e o perdão como

parte vital da Sua prescrição para a oração e a cura interior. Você

não acha?

Quando pecamos precisamos olhar para o alto e crer no

primeiro fato do Evangelho, as Boas Novas que Deus perdoa nossos

pecados, porque Jesus morreu por eles. Depois, precisamos olhar ao

redor, perdoar aqueles que pecaram contra nós e buscar o perdão

daqueles contra quem pecamos. Também precisamos olhar para

dentro dos nossos corações e perdoar a nós mesmos. Perdoar a nós

mesmos é a dimensão mais importante do perdão depois de termos

cometido pecados com conseqüências graves.

Quando confessamos nossos pecados e colocamos nossa

confiança na morte de Jesus Cristo na cruz para perdão dos nossos

pecados, precisamos esquecer o que Deus esquece e nos lembrarmos

do que Deus Se lembra. Deus perdoa os nossos pecados e depois os

esquece. A Palavra de Deus garante isso.

No Novo Testamento aprendemos que “se confessarmos

nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos

purificar de toda injustiça” (I João 1:9). Deus fala claramente no

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

15

Velho Testamento: “Porque eu lhes perdoarei a maldade e não me

lembrarei mais dos seus pecados” (Jeremias 31:34).

Entretanto, Deus Se lembra de que somos pecadores e nós

nos esquecemos disso. Esta é uma das razões por que caímos no

pecado repetidas vezes. Mostramos que nossa fé é falha quando,

depois de termos confessado nossos pecados continuamos a nos

lembrar deles e carregamos uma carga de culpa, mesmo depois de

Deus os ter perdoado e esquecido.

Certa vez ouvi a história de um Monsenhor em Paris, que foi

informado de que uma das freiras de sua comunidade afirmava falar

com Jesus todas as noites. A freira foi chamada a sua presença e

depois de confirmar a notícia, ouviu do Monsenhor: “Da próxima vez

que falar com Jesus, pergunte-Lhe qual foi o pecado que o

Monsenhor cometeu em Paris antes de se tornar padre”.

Alguns dias depois a freira pediu uma conferência com o

Monsenhor. Assim que chegou, o Monsenhor perguntou à freira:

“Minha filha, você falou com Jesus mais uma vez?”. A freira

respondeu: “Sim, padre”. “E você fez a Ele a pergunta que lhe

mandei fazer?”. E a freira disse que sim. O Monsenhor então lhe

perguntou: “E o que foi que Jesus disse?”. A freira respondeu:

“Jesus mandou que eu lhe dissesse que Ele não se lembra!”. Se

realmente acreditamos no Velho e no Novo Testamento, essa deve

ser a resposta que ouvimos quando fazemos a mesma pergunta que o

Monsenhor fez. Era essa a resposta que você esperava ouvir?

Quando aplicamos o Evangelho da Salvação aos nossos

pecados, devemos nos disciplinar para lembrar do que Deus se

lembra e esquecer o que Deus esquece. Devemos implementar essa

disciplina espiritual e receber a certeza do perdão nas três direções

que já mencionei e repito. Devemos olhar para o alto e receber o

perdão de Deus; devemos olhar ao redor e perdoar nosso próximo

como Deus nos perdoou e receber o perdão do próximo quando

pecamos contra ele; e finalmente, devemos olhar para dentro de nós e

perdoar a nós mesmos. A combinação dessas disciplinas espirituais

tem como resultado a cura interior, o que nos convence de que a

salvação nos leva à cura interior, e esta é mais importante do que a

cura física.

Capítulo 5

“Prescrição Para Salvação”

Toda cultura e toda religião em todo mundo tentam oferecer

prescrições para a maior necessidade do homem – a necessidade de

salvação. A Palavra de Deus diz que Deus amou tanto o mundo que

mandou Seu Filho para ser seu Salvador, e quando o Filho de Deus

estava aqui, afirmou que Ele veio para salvar o mundo (João 3:16-

18). O Salvador que morreu na cruz pela nossa salvação também nos

deu a prescrição para aplicarmos pessoalmente esta salvação.

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

16

Em uma boa enciclopédia encontramos as sete maravilhas

mais antigas do mundo, as sete maravilhas mais modernas do mundo

e as sete maravilhas naturais do mundo.

A Bíblia fala que a dimensão mais importante da vida

espiritual e também as verdadeiras maravilhas do mundo são as Sete

Maravilhas Espirituais, que nós veremos a seguir.

O Maior Plano do Mundo

A primeira maravilha espiritual é o plano mais importante do

mundo. Os cientistas que estudam o mundo ficam intrigados com a

majestade, a beleza, a complexidade e a ordem observadas em seus

telescópios e microscópios. É necessário ter muita fé para observar o

projeto fenomenal do macrocosmo e do microcosmo deste mundo e

achar que tudo isso simplesmente aconteceu como por acidente, e

não crer no Arquiteto e Criador de tudo o que vemos na terra e existe

no universo. As pessoas de fé crêem que o projeto espetacular que

observamos ao nosso redor é a assinatura de Deus feita nas telas da

Sua criação.

Nos dicionários encontramos esta definição do “eu”: “a

individualidade da pessoa humana”. No Novo Testamento há

algumas citações de Jesus, fazendo as seguintes perguntas: “Pois,

que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua

alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?”

(Mateus 16:26). O Deus Todo Poderoso criou-nos com um potencial

individual para sermos indivíduos únicos sobre a terra. Jesus disse

que não devemos trocar por nada o nosso verdadeiro “eu”, essa

individualidade dada por Deus a cada ser humano.

Deus é o Arquiteto e Criador deste mundo, e também o meu

Criador e o seu. Se cremos em Deus, também cremos que Ele tem

um propósito deliberado para tudo que projeta e cria. O projeto

único de Deus mostra que, para cada vida humana Ele tem destinado

o maior projeto do mundo!

Uma indicação para esta nossa individualidade pretendida e

projetada é que hoje existem mais de 60 bilhões de dedos em toda

terra e cada um deles tem uma impressão digital única. Cada um dos

seis bilhões de seres humanos vivos sobre a terra tem impressão

digital e vocal e DNA únicos. A profunda declaração bíblica é que

Deus tem um projeto único para os seis bilhões de vidas sobre a terra

e também tinha um plano para cada vida que já viveu antes de nós e

sempre terá um plano para todos que virão depois de nós. O plano

de Deus para cada ser humano é uma das maravilhas espirituais do

mundo. (cf. Marcos 8:36,37; Salmo 139:16; Jeremias 1:5; Romanos

12:1,2).

O Maior Divórcio do Mundo

É possível que você esteja se perguntando: como pode haver

um Deus, uma ordem e um plano por trás de tudo, num mundo

conturbado como o em que vivemos, cheio de alienação, divórcio,

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

17

famílias quebradas, crimes, assassinatos, armas nucleares e

biológicas de destruição em massa, refugiados, manifestações de

protesto, doenças incuráveis e outros problemas tão difíceis que nos

atordoam? Se Deus tem um plano para tudo e para todos, por que

este mundo está tão cheio de todo tipo de sofrimento, como a nos

convencer de que nossas vidas não são resultado de um projeto, mas

sim de um caos aleatório? Por que existem tantas pessoas feridas,

deprimidas, confusas, alienadas, solitárias e infelizes neste mundo?

A Bíblia responde essas perguntas. Você não encontrará uma

visão mais realista nem melhores respostas do que as encontradas na

Palavra de Deus. A Palavra de Deus afirma que Ele quer que

vivamos de acordo com o projeto que Ele idealizou para a vida

humana. Mas, Deus também nos deu liberdade para escolher ter um

relacionamento com nosso Criador e viver o Seu plano para nossas

vidas ou rejeitá-lo. Podemos usar essa liberdade para seguir nossas

escolhas egoístas e fazer o que queremos, declarando-nos livres.

Podemos nos divorciar de Deus e do plano dEle para nossas vidas.

O fato de termos sido criados por Deus com liberdade para

fazer nossas próprias escolhas, permitindo que nos divorciemos do

nosso Criador e do Seu plano, levou-nos a essa epidemia de divórcio

entre nós e o nosso Deus, o maior divórcio do mundo, e a uma das

maravilhas espirituais do mundo, a reconciliação desse divórcio que

é o assunto principal da Bíblia (Gênesis 3; Isaías 53:6; João 3:19;

Romanos 1:24, 26, 28; 3:23).

O Maior Dilema do Mundo

O Deus revelado na Bíblia, Ele que é a essência do amor

perfeito, deseja ter com Seus filhos, um relacionamento profundo e

baseado no amor. Entretanto, o Deus da Bíblia também é Deus Santo

e a essência da justiça perfeita. As descrições bíblicas do caráter de

Deus revelam um padrão absoluto através do qual podemos

estabelecer o que é certo e o que é errado tanto para o mundo como

para nossas vidas. Não há como um Deus amoroso e santo ignorar o

maior divórcio do mundo.

Como Pai Celestial Perfeito, Deus enfrenta um dilema de

certa forma semelhante ao dilema que muitos pais enfrentam.

Quando nós, pais, queremos ter um relacionamento de amor com

nossos filhos rebeldes, como lhes mostramos amor incondicional e

aceitação, sem violar aquilo em que acreditamos e lhes ensinamos ser

correto?

Da mesma forma o nosso Deus, cujo caráter é a essência do

perfeito amor e da perfeita justiça, quer responder-nos de maneira

consistente com a essência do Seu caráter, quando O servimos, mas

ao mesmo tempo corre “a papelada do nosso divórcio”. Esse é o

grande dilema do mundo e outra maravilha espiritual do mundo

(Gênesis 3:8-13; Lucas 15:11-24; Hebreus 12:5-11; Apocalipse

3:19,20).

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

18

A Maior Declaração do Mundo

A maior declaração do mundo é que Deus resolveu o maior

dilema do mundo e promoveu a reconciliação do maior divórcio do

mundo! Encontramos na Bíblia essa declaração de Jesus, que

quando Ele fosse morrer na cruz seria o Filho Único de Deus,

oferecendo a única Solução de Deus para o problema do pecado e a

única salvação de Deus para este mundo pecaminoso, alienado e

ferido e para cada ser humano, individualmente.

A mensagem da Bíblia é a Boa Nova que, quando Jesus

morreu na cruz Deus fez algo consistente com Seu amor perfeito e

com Sua justiça perfeita. Quando Jesus morreu na cruz, Deus

colocou no Seu único Filho Amado, todo o castigo que nós, seres

humanos rebeldes, merecíamos por causa de nossos pecados. Dessa

forma, Deus exerceu e satisfez Sua justiça perfeita. Deus certamente

expressou o Seu perfeito amor quando Jesus morreu na cruz e, o mais

importante de tudo, quando Jesus morreu na cruz deu a todos nós

acesso ao único caminho para a reconciliação do divórcio com Deus.

Dessa maneira Jesus comunicou a essência e a motivação

maior da Sua grande declaração: “Porque Deus tanto amou o mundo

que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não

pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). A maior declaração

do mundo faz da cruz de Cristo a maravilha espiritual mais

importante do mundo (João 3:14-21; Mateus 20:28; Isaías 53:6; I

Pedro 2:24; II Coríntios 5:18-21).

A Maior Decisão do Mundo

Quando Jesus disse que cada um deve crer pessoalmente na

maior declaração do mundo, deixou para nós tomarmos a maior

decisão do mundo.

Jesus enfocou a maior decisão do mundo para nós ao dizer

que cada um deve pessoalmente crer na maior declaração do mundo.

Imediatamente após proclamar que era o único Salvador de Deus,

falando de Si mesmo, Jesus disse: “Quem nele crê não é condenado,

mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho

Unigênito de Deus” (João 3:18).

A decisão de crer nesta declaração de Jesus é a maior decisão

do mundo! Isso é verdadeiro porque, de acordo com Jesus, se cremos

na Sua declaração, resolvemos nosso problema com o pecado que

nos divorciou de Deus. Entretanto, se não cremos nEle, já estamos

condenados. Estamos condenados exatamente porque não cremos

nas Boas Novas declaradas por Jesus. Se a decisão que fazemos de

crer na grande declaração de Jesus é a diferença entre a nossa

condenação eterna e a nossa salvação, então essa decisão de crer ou

não crer, é a maior decisão do mundo e mais uma das maravilhas

espirituais do mundo (cf. João 3:16-19; 1:12; Atos 16:30-32;

Romanos 10:9,10).

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

19

A Maior Direção do Mundo

Se você está acompanhando essa lógica comigo, pode ser que

esteja fazendo a seguinte pergunta: “Como posso saber que tomei a

maior decisão do mundo?”. Jesus respondeu essa pergunta para você

e para mim com estas palavras: “Siga-Me”. O espírito da aliança

com a qual Jesus desafiou aqueles que professaram crer nEle era:

“Sigam-Me e Eu farei de vocês...”. Jesus estava dizendo: “Siga-Me.

Esta é a sua parte. E eu farei... Essa é a minha parte. Siga-Me. Essa

é a sua cota de responsabilidade. E Eu farei... Essa é a minha cota de

responsabilidade”. Essa é a minha versão do contrato com o qual

Jesus iniciou a jornada espiritual de fé daqueles que mostraram que

verdadeiramente criam Nele, quando se comprometeram a segui-lO.

Quando você toma a decisão de crer e assume o compromisso

de seguir a Jesus, se alguém pudesse lhe mostrar o que você estaria

fazendo vinte anos depois, você ficaria surpreso. O que parece

impossível para você no portão de entrada da sua jornada de fé, isso é

possível, porque Jesus sempre fará a parte dEle, quando você crê e

assume o compromisso de tornar-se um discípulo verdadeiro de Jesus

Cristo e de segui-lO.

Quando aqueles que disseram a Jesus que criam nEle ouviram

aquelas duas palavras e consideraram a aliança com a qual Jesus os

desafiou, logo descobriram que seguir a Jesus significava afastar-se

do pecado, render-se incondicionalmente a Ele e segui-lO. Muitos

dos que disseram que criam em Jesus não estavam dispostos a validar

a sua fé rendendo-se incondicionalmente a Jesus e seguindo-O,

conforme os termos estabelecidos por Ele.

Mas a pequena minoria de autênticos discípulos de Jesus

Cristo que assumiu esse compromisso fez a empolgante descoberta

que seguir a Jesus significa definição, direção, propósito, e valor para

suas vidas.

Aqueles que professam crer em Jesus e que estão dispostos a

assumir o compromisso de segui-lO sempre descobrirão que esta é a

maior direção do mundo!

Se você observar cuidadosamente a mudança drástica na vida

de crentes professos que seguem a Jesus, e a falta de mudança

naqueles crentes professos que não O seguem, verá claramente que a

direção de seguir a Jesus é outra maravilha espiritual do mundo.

Quando você toma a decisão de crer em Jesus e segui-lO, Ele

promove em você todas as mudanças para as quais o salvou, e o

capacita para fazer tudo o que Ele quer que você faça por Ele. Você

mesmo provará que a maior direção do mundo é a direção de seguir

a Jesus (cf. Mateus 4:19; Apocalipse 1:5,6; João 8:30-36; Lucas 5:1-

11).

A Maior Dinâmica do Mundo

Apesar da morte de Jesus Cristo ser a maior maravilha

espiritual do mundo, a verdade mais empolgante sobre Ele no Novo

Testamento são as Boas Novas pregadas pelos apóstolos, que depois

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

20

de Jesus ter sido morto e sepultado, levantou-se dos mortos!

O Cristo Ressurreto vive sobre a terra hoje em Seus

discípulos e é responsável por todas as transformações em suas vidas.

O Cristo Vivo também é a Fonte de Poder responsável por impactar e

influenciar Seus discípulos dos quatro cantos do mundo e de todas as

gerações. O Cristo Ressurreto que vive em Seus discípulos e através

deles é a maior dinâmica do mundo! O fato do Cristo Vivo desejar

viver em você e através de você é hoje a maravilha espiritual mais

empolgante deste mundo!

De acordo com Jesus, aqueles que experimentam essa

Dinâmica são os que “nasceram de novo”. Se você ainda não nasceu

de novo, tome a decisão de crer em Jesus Cristo e assuma o

compromisso de caminhar na direção de segui-lO. Essa é a sua parte.

Quando você der esse passo importante, descobrirá que o Cristo Vivo

e Ressurreto dirige e enche com poder a sua vida. Essa é a parte dEle

e a Sua promessa. Entregue o controle e a direção da sua vida para

Jesus. No tempo dEle você vai nascer de novo e vai recuperar o

plano que Deus sempre teve para sua vida, o maior plano deste

mundo!

Quando você assume o compromisso de crer em Jesus, segui-

lO e viver de acordo com o Plano de Deus, não haverá ninguém igual

a você sobre a face da terra. A vida de um seguidor de Jesus Cristo é

distinta e a beleza da distinção dessa nova vida em Cristo supera em

muito a beleza da distinção das suas impressões digitais, da sua voz e

do seu DNA.

Você quer nascer de novo? Você está pronto para tomar a

maior decisão do mundo e crer na maior declaração de Jesus Cristo?

Você está disposto a render-se incondicionalmente a Ele? Você já

decidiu se quer receber a maior dinâmica do mundo e assumir o

compromisso de seguir a Jesus? Se você quer iniciar sua jornada de

fé com Jesus, faça esta oração com sinceridade de coração:

“Querido Pai Celestial, confesso que sou pecador e que

confio em Seu Filho, Jesus Cristo, como meu Salvador. Coloco

minha confiança na Sua morte na cruz e na Sua ressurreição dos

mortos para perdão de cada um dos meus pecados. Eu abandono

agora todos os meus pecados e me afasto deles. Quero desfazer o

divórcio Contigo. Eu declaro aqui e agora, pela fé, que Jesus Cristo é

meu Senhor e Salvador. Eu me rendo incondicionalmente ao

controle e direção de Jesus sobre minha vida. Faz com que minha

vida esteja sempre em perfeito alinhamento com o grande plano do

Senhor para mim. Ajuda-me a seguir Teu Filho, Jesus Cristo, a

confiar no Seu poder e autoridade, a viver em exaltação a Ele e para

Sua glória. Obrigado por providenciar a maior e eterna salvação para

mim. Amém” (cf. João 3:3-8; 1:12,13; I Pedro 1:22-3:3; Filipenses

1:6; 2:13; Efésios 2:8-10).

Se você fez esta oração, entre em contato conosco. Temos

mais literatura disponível para você que vai ajudá-lo a iniciar sua

jornada de fé, seguindo Jesus Cristo (Atos 2:21; 16:30,31; Romanos

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

21

10:8-13).

Capítulo 6

“Prescrição Para a Adversidade”

Leia com atenção estas palavras do Senhor Jesus ao concluir

o Seu sermão mais longo, o Sermão do Monte: “Portanto, quem

ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente

que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva,

transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela

casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha. Mas

quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um

insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva,

transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela

casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” (Mateus 7:24-27).

Se você fosse um habilidoso artista e eu lhe desse uma tela,

tinta, pincéis e todos os utensílios necessários para pintar um quadro

e pedisse que você pintasse o que lhe viesse à mente ao ouvir a

palavra “vida”, o que você pintaria?

Ao concluir o Sermão do Monte, Jesus deixou este quadro

sobre a “Vida”: Duas casas, uma ao lado da outra, e uma tempestades

caindo sobre as duas.

Isto é a vida, de acordo com Jesus. No Seu quadro sobre a

vida, Jesus declarou que essas duas casas eram muito semelhantes até

vir a tempestade. Quando chegou a tempestade descobriu-se que elas

não eram iguais. Uma desmoronou, e a outra não.

A diferença entre uma e outra é que a casa que desmoronou

foi construída sem um fundamento, enquanto que a que não caiu foi

construída tendo uma rocha como fundamento.

Se para alguns jovens fosse pedido que pintassem um quadro

sobre a vida, provavelmente eles fariam uma pintura mais idealista,

como alguém surfando sobre uma grande onda. O mesmo retrato

pintado pelos seus pais ou avós, é possível que fosse pessimista, e

retratasse alguém num barco afundando, a 80 quilômetros da costa,

sem nenhuma ajuda à vista.

O retrato de Jesus sobre a vida não é idealista nem pessimista.

É realista. De acordo com Jesus a vida é difícil e feita de

tempestades. De acordo com o retrato que Jesus fez, ninguém está

imune às tempestades da vida, principalmente os Seus seguidores.

Quando alguns discípulos verdadeiros de Jesus passam por

tempestades, acham que isso não deveria acontecer com eles pelo

fato de serem autênticos discípulos de Jesus Cristo.

Existe uma teologia muito conhecida nos dias de hoje

chamada de “Teologia da Prosperidade”, cujo ensino é que o povo de

Deus jamais deve sofrer ou ficar doente, mas sempre prosperar, ser

saudável e até mesmo rico. Muitos aprenderam que Jesus prometeu

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

22

uma vida livre de adversidades e estão convencidos de que a vida de

um crente não tem que ser difícil e quando alguém decide crer em

Jesus e segui-lO, recebe imunidade contra as tempestades da vida.

Jesus dissipa esse mito na conclusão do Sermão do Monte.

Nessa conclusão, Ele também mostra as conseqüências da

adversidade. Jesus ensinou que muitas pessoas pensam que a vida

que Ele promete aos Seus seguidores começa com uma porta larga,

seguida de um caminho amplo e fácil. Mas isso não é verdade. Jesus

ensinou que o caminho amplo e fácil leva à destruição (cf. Mateus

7:13).

Na mesma metáfora Jesus prometeu aos Seus discípulos que a

vida que Ele oferece começa com uma porta estreita, seguida de um

caminho difícil e que exige disciplina. Mas Ele também prometeu

que essa vida difícil e disciplinada leva aqueles que O seguem, à uma

vida abundante (João 10:10). Jesus foi realista ao ensinar que poucos

O seguiriam e encontrariam esse tipo de vida.

Uma leitura atenta do Novo Testamento e da História da

Igreja mostra que os poucos que seguiram a Jesus descobriram esse

tipo de vida, quando assumiram o compromisso de segui-lO pela

porta estreita e prosseguir pelo caminho da disciplina do discipulado

e do andar segundo os termos de Jesus.

Fórmula Para a Adversidade

Algumas pessoas consideram a depressão uma conseqüência

direta da adversidade e costumam dizer coisas do tipo: “Perdi meu

emprego e entrei em depressão. Estou tão deprimido, acho que vou

me matar”. Com isso elas estão dizendo: “Minha adversidade me

levou direto para esse estado emocional de depressão”.

O ensino de Jesus é contrário a essa perspectiva. A

adversidade não leva a esse estado emocional deplorável ou a outras

conseqüências funestas. Jesus apresentou o perfil de dois homens

que passaram exatamente pela mesma adversidade. Ele usou as

mesmas palavras para descrever essa adversidade: a chuva caindo, a

água subindo, o vento soprando contra as duas casas, mas as

conseqüências foram contrárias.

Você já observou quantas vezes Jesus desafiou Seus

discípulos enquanto os ensinava sobre fé? Essa metáfora da

tempestade no final do capítulo 7 de Mateus é seguida por uma

história de tempestade no capítulo seguinte.

“Entrando ele no barco, seus discípulos o seguiram. De

repente, uma violenta tempestade abateu-se sobre o mar, de forma

que as ondas inundavam o barco. Jesus, porém, dormia. Os

discípulos foram acordá-lo, clamando: ‘Senhor, salva-nos! Vamos

morrer!’. Ele perguntou: ‘Por que vocês estão com tanto medo,

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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homens de pequena fé?’. Então ele se levantou e repreendeu os

ventos e o mar, e fez-se completa bonança” (Mateus 8: 23-26).

Sempre achei essa história fascinante. Ela começa com uma

grande tempestade e termina com uma calmaria. Entre a tempestade

e a calmaria, surgiu uma pergunta feita por Jesus aos Seus discípulos,

registrada no Evangelho de Lucas: “Onde está a sua fé?”. Em outra

tradução lemos: “Quando vocês vão começar a acreditar em Mim?”.

A essência dessa pergunta é: “Qual é a relação da fé de vocês com

essa tempestade?”. É evidente que Jesus estava desafiando a fé dos

Seus apóstolos.

Os pais da igreja viam muita alegoria na Bíblia. Quando uma

história bíblica é considerada uma alegoria, não implica que seja uma

lenda ou um mito. Para eles uma alegoria era uma história na qual

personagens, lugares e contextos tinham um significado espiritual.

Esse incidente era considerado uma alegoria da Igreja ou do

povo redimido de Deus. O convite que Jesus fez aos apóstolos, para

irem para o outro lado, é uma figura de Jesus levando-nos para a

eternidade. Esse episódio também ilustra Jesus conosco no barco, na

jornada para o outro lado, para a eternidade.

Jesus também ensinou que enfrentamos dificuldades, e que

podemos passar por muitas tempestades no caminho para o outro

lado. Alguns acreditam que Jesus quis ensinar que a vida em si é

uma tempestade pela qual passamos enquanto fazemos a viagem

desta vida para a vida eterna no céu.

Existe outra história de tempestade no Evangelho de Mateus.

Lemos que certa ocasião Jesus mandou os apóstolos entrarem no

barco e seguirem na Sua frente para o outro lado do Mar da Galiléia.

Depois de despedir a multidão de cinco mil famílias que Ele tinha

acabado de alimentar, Jesus buscou um pouco de privacidade do

outro lado do monte para orar (cf. Mateus 14:22-33).

Quando caiu a noite Jesus ainda estava sozinho, mas o barco

já estava a uma distância considerável da terra e foi abatido por fortes

ondas, provocadas por uma daquelas tempestades repentinas, típicas

daquele mar, e que estava abatendo o barco dos apóstolos. Durante a

quarta vigília da noite, por volta das quatro da manhã, Jesus foi até

eles andando sobre as águas. Quando os apóstolos O viram andando

sobre as águas ficaram aterrorizados. Na língua original lemos que

aqueles pescadores tremeram de medo quando viram Jesus andando

sobre as águas no meio daquela terrível tempestade. Jesus lhes disse:

“Coragem! Sou eu. Não tenham medo!”

Pedro então disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu

encontro por sobre as águas”. “Venha”, convidou Jesus, e Pedro

saiu do barco e andou sobre as águas em direção ao Mestre. Mas

quando reparou no vento, teve medo, começou a afundar e gritou:

“Senhor, salva-me!”. Imediatamente Jesus estendeu a mão, segurou-

o e disse: “Homem de pequena fé, por que você duvidou?”. Quando

eles estavam a salvo no barco, o vento cessou e a tempestade se

tornou em calmaria.

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

24

Existem momentos em nosso ministério ou em missões que

recebemos como enviados de Jesus, nos quais o Senhor nos chama

para andar “sobre as águas”. Quando Ele o chamar para andar sobre

as águas, certifique-se de que é o Senhor e que Ele o está chamando.

Você pode acabar bebendo um bocado de água se não tiver essas

duas certezas.

Mas Pedro também aprendeu outra coisa sobre andar sobre as

águas. Ele teve que manter os olhos no Senhor. Lemos que Pedro

reparou no vento. O mesmo acontece conosco quando tiramos os

olhos de Jesus. Reparamos em coisas que não estão lá e nos

concentramos nos “e se” da vida. Pedro viu realmente as ondas

provocadas pela tempestade no mar. Quando ele gritou “Senhor,

salva-me”, Jesus imediatamente estendeu a mão, segurou-o e deu-lhe

um apelido. Jesus já lhe tinha dado o nome de “Pedro” quando o viu

pela primeira vez, quando ele se chamava Simão.

Quando Pedro conheceu Jesus era um homem instável, mas

Jesus lhe deu o nome de “Pedro”, “uma rocha” e durante três anos o

chamou assim. Mas nesta ocasião Jesus o chamou de “Homem de

pequena fé”. Jesus devia ter um ótimo senso de humor e devia estar

sorrindo quando deu estes apelidos a Pedro.

A pergunta que Jesus fez a Pedro, “Homem de pequena fé,

por que você duvidou?”, poderia ter a seguinte tradução literal do

grego: “Pedro, por que você pensou duas vezes?”.

Podemos tirar a seguinte aplicação pessoal deste incidente: é

o Senhor quem nos leva a andar sobre a águas para fazermos o que

nós e outras pessoas acham impossível fazer. Quando isso acontecer

com você, nunca pense duas vezes. Ande sobre as águas com Jesus.

Jesus devia estar sorrindo quando segurou Pedro pela mão e disse

“Homem de pequena fé, por que você pensou duas vezes?”. É como

se o Senhor dissesse: “Você quase chegou lá, Pedro. Por que você

pensou duas vezes?”.

Como você acha que os dois chegaram no barco? Você acha

que Jesus carregou Pedro, como se fosse um bebê, ou acha que Pedro

voltou andando para o barco com Jesus? Essa é uma pergunta

interessante para pensar. Essa história da tempestade é mais do que a

história de um milagre. Eu concordo com os pais da igreja que a

consideravam uma alegoria. Para eles essa é uma alegoria que retrata

a fé e desafia os que “andam sobre as águas” com Jesus, quando

assumem o compromisso da Grande Comissão do Senhor.

Certo estadista missionário considerava o milagre da

multiplicação dos pães para cinco mil famílias, realizado por Jesus,

como “uma alegoria da visão missionária de Jesus para o mundo”.

As famílias com fome representam o mundo e suas necessidades.

Jesus tomou o lanche de um menino, repartiu-o abençoou-o e depois

começou a passá-lo para as mãos dos apóstolos e através das mãos

deles, para a multidão com fome. Incluindo as mulheres e crianças,

Jesus provavelmente alimentou vinte mil pessoas com o lanche

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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daquele menino; uns cinco pães e duas sardinhas.

Depois de alimentar a multidão Jesus foi para a montanha e

orou até aproximadamente quatro horas da manhã. Sobre o que Jesus

ficou orando? Isso é apenas uma suposição, mas eu acho que Jesus

orou pelo mundo representado por aquela multidão que Ele tinha

alimentado milagrosamente. Creio também que Jesus tenha orado

por aqueles doze homens que tinham enfrentado aquela tempestade.

Tenho convicção de que a visão missionária de Jesus e Sua estratégia

era passar para as mãos daqueles doze homens tudo o que ele queria

dar para ao mundo.

Resumo

Com a metáfora da tempestade, concluindo o Sermão da

Montanha e nessas outras duas histórias envolvendo tempestades,

Jesus esta ensinando uma lição muito clara: “Olhem como é a

tempestade. Você não consegue impedir que ela venha. Mas se você

fosse imune às tempestades da vida, sua fé jamais cresceria”.

Jesus deu uma prescrição para as adversidades da vida que é

mais ou menos o seguinte: você tem que passar pela sua adversidade

usando seu sistema de fé, orando e lendo a Bíblia.

À medida que andamos sobre as águas com Jesus, levando o

Seu Evangelho para o mundo, somos instruídos a ir ao trono de graça

com ousadia para recebermos a misericórdia sobre nossos erros e a

graça que nos ajuda em tempos de necessidade (Hebreus 4:16).

Receber a graça da qual necessitamos, certamente contribui para

nosso crescimento espiritual. Quando é que recebemos a graça que

nos faz crescer espiritualmente? Quando passamos pelas

tempestades e as avaliamos sob o prisma do nosso sistema de fé,

recebendo a graça de Deus que nos faz crescer espiritualmente.

O Cristo que vive em nós está comprometido com o nosso

crescimento espiritual. É por isso que Ele permite e às vezes até

envia tempestades sobre nossas vidas. Na adversidade podemos

sempre contar com a prescrição de Jesus que nos mostra o caminho

no meio da tempestade, o qual nos leva ao crescimento que Ele quer

para nós.

Capítulo 7

“Prescrição Para o Caráter”

“Pedi forças para que eu tivesse conquistas, mas fui feito

fraco para que, com humildade, aprendesse a obedecer. Pedi saúde

para realizar grandes feitos, mas recebi fragilidade para que minhas

obras fossem nobres. Pedi riquezas para que fosse feliz, mas recebi a

pobreza para que fosse sábio. Pedi poder para ter o louvor do

homens, mas recebi fraqueza para que sentisse a necessidade de

Deus. Pedi tudo que acreditava ser de bom para aproveitar a vida.

Não recebi nada do que pedi, para que pudesse aproveitar tudo o que

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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tive. Não recebi o que pedi, mas os meus desejos mais ocultos foram

atendidos. Apesar de mim mesmo, as orações que não fiz foram

respondidas e hoje estou entre os homens mais abençoados do

mundo”. Um soldado escreveu este poema em 1862.

Uma das razões por que nossas vidas e nossas orações são

como as desse soldado é porque Deus está fortemente comprometido

com o propósito de ver o caráter perfeito do Seu Filho desenvolvido

em você e em mim, através do poder do Cristo Vivo e do Espírito

Santo. Ele permitirá qualquer coisa em nossas vidas para que o

caráter de Cristo seja desenvolvido em nós.

Leia agora estas palavras profundas de Jesus sobre a

formação do caráter e observe nos versículos abaixo que Jesus

apresentou de outra maneira, a prescrição para a adversidade que

vimos no último capítulo: “Os fariseus e alguns dos mestres da lei,

vindos de Jerusalém, reuniram-se a Jesus e viram alguns dos seus

discípulos comerem com as mãos ‘impuras’, isto é, por lavar. (Os

fariseus e todos os judeus não comem sem lavar as mãos

cerimonialmente, apegando-se, assim, à tradição dos líderes

religiosos)... Então os fariseus e os mestres da lei perguntaram a

Jesus: ‘Por que os seus discípulos não vivem de acordo com a

tradição dos líderes religiosos, em vez de comerem o alimento com

as mãos ‘impuras’?’. Ele respondeu: ‘Bem profetizou Isaías acerca

de vocês, hipócritas; como está escrito: ‘Este povo me honra com os

lábios, mas o seu coração está longe de mim. Em vão me adoram;

seus ensinamentos não passam de regras ensinadas por homens’.

Vocês negligenciam os mandamentos de Deus e se apegam às

tradições dos homens... Assim vocês anulam a palavra de Deus, por

meio da tradição que vocês mesmos transmitiram. E fazem muitas

coisas como essa’” (Marcos 7:1-3, 5-8, 13).

Mais tarde Jesus explicou o que tinha dito aos líderes

religiosos: “Jesus chamou novamente a multidão para junto de si e

disse: “Ouçam-me todos e entendam isto: Não há nada fora do

homem que, nele entrando, possa torná-lo ‘impuro’. Ao contrário, o

que sai do homem é que o torna ‘impuro’. Se alguém tem ouvidos

para ouvir, ouça!” (14-16).

“Depois de deixar a multidão e entrar em casa, os discípulos

lhe pediram explicação da parábola. ‘Será que vocês também não

conseguem entender?’, perguntou-lhes Jesus. ‘Não percebem que

nada que entre no homem pode torná-lo ‘impuro’? Porque não

entra em seu coração, mas em seu estômago, sendo depois

eliminado.” Ao dizer isso, Jesus declarou ‘puros’ todos os

alimentos. E continuou: ‘O que sai do homem é que o torna

‘impuro’. Pois do interior do coração dos homens vêm os maus

pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os

adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a

inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez. Todos esses males

vêm de dentro e tornam o homem ‘impuro’”(17-23).

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Quando Jesus falou essas palavras dirigidas aos líderes

religiosos dos judeus, Ele comparou a Palavra de Deus com as

“tradições” deles. Ele confrontou os líderes religiosos ao dizer:

“Assim vocês anulam a palavra de Deus, por meio da tradição que

vocês mesmos transmitiram”.

Depois, ao ensinar sobre a formação do caráter, Jesus deixou

bem claro o Seu desafio. De acordo com Jesus o caráter é

determinado pelos mandamentos dos homens ou pelos mandamentos

de Deus. E é claro que a melhor definição de caráter foi a que Jesus

deu. Por esta razão Ele veio a este mundo e viveu aqui durante trinta

e três anos, ao invés de vir num dia, e no outro morrer pelos nossos

pecados. Jesus poderia ter resolvido tudo em uma tarde. Mas Ele

veio e ficou aqui durante trinta e três anos porque quis deixar o Seu

ensino, deixar o modelo do caráter de Deus e mostrar como Deus

quer que o homem viva.

Como se desenvolve o caráter do homem? Jesus mostrou que

existem duas maneiras de moldar o caráter: de dentro para fora e de

fora para a dentro. Jesus enfatizou a primeira dimensão, a de dentro

para fora. Os líderes religiosos, por sua vez, enfatizavam a segunda

dimensão, a de fora para dentro. Hoje chamamos esta dimensão de

“meio ambiente”. Muitos sociólogos e assistentes sociais têm

convicção de que se o meio for mudado, o caráter das pessoas

também o serão.

Por que, então, duas pessoas expostas a exatamente o mesmo

contexto social, educação, pobreza ou riqueza, acabam reagindo de

maneira totalmente diferente, de dentro para fora? A pobreza tem

sido apontada como responsável por moldar um comportamento

criminoso, mas ao mesmo tempo, também tem sido atribuída à

pobreza, a formação do caráter de pessoas, jamais visto. Que fator é

esse, no interior do ser humano, que provoca diferentes reações ao

meio em que se vive? Jesus mostrou que são os fatores de dentro

para fora que são vitais na formação do caráter e não os fatores de

fora para dentro. Estes são importantes, mas é a resposta de dentro

para fora a tudo que é externo, que forma o caráter.

O que nos faz reagir bem de dentro para fora a todas as forças

que nos atingem de fora para dentro? De acordo com Jesus e a

Bíblia, para ter a melhor resposta de dentro para fora às forças de

fora para dentro, precisamos de um milagre em nossos corações.

Encontramos mais de mil vezes a palavra “coração” na

Bíblia. Quando as Escrituras se referem ao coração, está falando da

mente, da vontade, das motivações e das emoções que impulsionam

nossas ambições, decisões e escolhas. Considere essas referências ao

coração encontradas na Bíblia: “Acima de tudo, guarde o seu

coração pois dele depende toda a sua vida”; “O homem bom tira

coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem

mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua

boca fala do que está cheio o coração”; “Guardei no coração a tua

palavra para não pecar contra ti”; “Mas o que ela diz? “A palavra

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

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está perto de você; está em sua boca e em seu coração”, isto é, a

palavra da fé que estamos proclamando: Se você confessar com a

sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o

ressuscitou dentre os mortos, será salvo. Pois com o coração se crê

para justiça, e com a boca se confessa para salvação” (Provérbios

4:23; Mateus 12:34; Lucas 6:45; Salmo 119:11; Romanos 10:8-10).

Quando as Escrituras se referem ao coração, está falando

principalmente do que o apóstolo Paulo chamou de “homem

interior”. De acordo com Jesus e com Paulo, todos nós somos

formados de homem interior e homem exterior. É no homem interior

que decidimos de que forma vamos reagir às influências de fora para

dentro que nos atingem. A essência do que Jesus disse foi que não

existe nada exterior que possa contaminar o homem. É o que sai de

dentro do seu coração que o contamina.

Foi Jesus quem disse: “...a boca fala do que está cheio o

coração” (Mateus 12:34). Em outras palavras, podemos saber o que

uma pessoa tem no coração observando o que ela diz. Todas as

ações das pessoas são determinadas pelo que está em seus corações.

No Velho Testamento lemos pregações, como esta do profeta

Jeremias, que diz: “o coração é mais enganoso que qualquer outra

coisa e sua doença é incurável” e ele conclui que só Deus pode

conhecê-lo. Davi pediu a Deus que lhe mostrasse a verdade sobre o

que está oculto no seu interior e quando Deus fez isso, Davi

reconheceu sua condição de pecador quando foi concebido e formado

no ventre de sua mãe. É por isso que Deus prometeu, no Velho

Testamento, que daria um coração novo ao Seu povo. Também

lemos que Davi pediu a Deus uma obra milagrosa de criação em seu

coração (cf. Jeremias 17:9,10; Salmo 51:5,6, 10).

Com relação à criação dos nossos filhos, precisamos entender

que cada um precisa de um milagre. Esse milagre é que Deus

coloque o dom da fé no coração de cada um deles. Se cada um, no

seu coração crer no Evangelho e com a boca confessar que Jesus

morreu e ressuscitou será salvo. Cada um precisa nascer de novo e

receber o milagre da criação que Davi pediu em oração.

Se você está trabalhando com crianças e ensinando a elas a

Palavra de Deus, precisa e deve orar pedindo esse milagre, que Deus

forme o caráter de cada uma delas, dando-lhes a dinâmica de dentro

para fora, a fim de que elas tenham a reação correta diante das forças

que agem de fora para dentro em suas vidas. É assim que

encontramos nossos valores e a dinâmica que forma nosso caráter.

No início deste capítulo eu afirmei que neste ensino Jesus

apresentou de maneira diferente a Sua prescrição para a adversidade,

em relação ao que ensinou no capítulo anterior. Você pode estar

perguntando como esses dois ensinos se relacionam.

Quase que universalmente as pessoas relacionam alegria,

serenidade e bem-estar em geral com as circunstâncias com as quais

se deparam. Jesus ensinou esta prescrição para formação do caráter

usando a mesma metáfora com a qual encerrou o Sermão do Monte,

Apostila no 21: As Prescrições de Cristo (Segunda Parte):

29

quando fez uma ilustração da vida com as duas casas que sofreram os

efeitos da mesma tempestade. Ele continuou ensinando que não são

as circunstâncias externas que determinam nosso caráter. É o

fundamento ou a falta de fundamente e de base, aquilo que não está à

vista, que modela e revela nosso caráter.

Na verdade, o ensino é o mesmo, só que focalizado de outra

maneira. Como as duas casas, que ilustram duas vidas enfrentando o

mesmo problema, vemos aqui, que não é o que vem contra nós, as

circunstâncias adversas, que formam o nosso caráter. Quando

encontramos dentro do nosso coração a dinâmica para reagir às

circunstâncias externas é que o nosso caráter é determinado.

De acordo com Jesus, Jeremias e Davi, é no coração que está

nosso maior problema e é no coração que precisamos de uma solução

miraculosa. Temos que concordar com Davi e Jeremias, que

mostraram a verdade sobre os nossos corações e fazer a oração de

Davi, pedindo o milagre da criação neles.

Quando Jesus conversou com Nicodemos, ensinou esta

mesma verdade sobre a natureza humana e apresentou a única

solução dizendo: “O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do

Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É

necessário que vocês nasçam de novo”.

Quando as Escrituras usam a palavra “carne” está falando da

“natureza humana sem o cuidado de Deus”. Quando Jesus

confrontou os líderes religiosos e também quando conversou com

Nicodemos, ensinou de maneira consistente que nosso maior

problema está em nossos corações e que a única solução é nascer de

novo. O novo nascimento é a prescrição de Jesus para a formação do

nosso caráter e para passar pela adversidade.

Eu o desafio a refletir nestes três últimos capítulos sobre as

prescrição de Cristo que compartilhei com vocês.

Você já aceitou a prescrição de Cristo para salvação? Você

jamais poderá aceitar e por em prática essas prescrições para a

adversidade e formação de caráter, sem antes aplicar a prescrição de

Jesus para salvação.

Como ministro de Cristo eu insisto e suplico que você tome a

decisão mais importante do mundo, tome a direção mais importante

do mundo e receba a maior dinâmica do mundo. Só então você

poderá recuperar o plano de Deus para sua vida e obter o fundamento

que o mantém firme diante das tempestades da vida. Quando você

der este passo importante, entre em contato conosco. Queremos

ajudá-lo a crescer na sua nova vida em Cristo.