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    Contedo

    1. Boas Prticas Para o Meio Ambiente Legislao ................................................................ 2 2. Principais Problemas Ambientais da Atualidade.................................................................... 4 3. Gesto de Resduos ............................................................................................................... 11 5. Emisses Gasosas ................................................................................................................. 14 6. Estratgias de Atuao.......................................................................................................... 15 B. SEGURANA, HIGIENE E SADE NO TRABALHO ................................................... 17 7. Segurana no Trabalho ......................................................................................................... 17 8. Higiene no Trabalho ............................................................................................................. 17 9. Sade no Trabalho ................................................................................................................ 19 10. Enquadramento Legal ......................................................................................................... 19 11. Acidentes de Trabalho ........................................................................................................ 20 12. Doena Profissional ............................................................................................................ 24 13. Risco ................................................................................................................................... 26 14. Riscos Profissionais ............................................................................................................ 29 15. Substncias Qumicas Perigosas ......................................................................................... 39 16. Agentes Biolgicos ............................................................................................................. 52 17. Ergonomia .......................................................................................................................... 54 19. Dispositivos de Proteo .................................................................................................... 72 20. Procedimentos de Emergncia............................................................................................ 78 21. Legislao ........................................................................................................................... 80 Concluso ................................................................................................................................. 83 22. Bibliografia ......................................................................................................................... 84

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    A. AMBIENTEO trabalho no pode ser uma lei sem que seja um direito.

    Victor Hugo

    1. Boas Prticas Para o Meio Ambiente Legislao1.1. Lei de Bases do Ambiente

    A Lei n 11/87, de 7 de abril, da Assembleia da Repblica, define as bases da poltica

    de ambiente em cumprimento do disposto nos artigos 9 e 66 da Constituio da Repblica.A Lei de Bases considera como componentes ambientais naturais (art. 6) o ar, a luz, a gua, osolo vivo e o subsolo, a flora e a fauna. Em ordem a assegurar a defesa da qualidadeapropriada dos componentes ambientais naturais, acima referidos, poder o Estado (art. 7),atravs do ministrio de tutela, proibir ou condicionar o exerccio de actividades edesenvolver aes necessrias prossecuo dos mesmos fins (). O art. 13 trata da defesa e valorizao do solo como recurso natural apontando para um

    condicionamento na utilizao de solos de elevada fertilidade para fins no agrcolas, para aregulamentao de biocidas, pesticidas, herbicidas (etc.) e para um condicionamento nautilizao de solos de elevada fertilidade para fins no agrcolas, e para um condicionamentoem termos de ocupao para fins urbanos ou industriais.O art. 14 explicita que a explorao do subsolo dever ter em considerao, entre outrosfatores, os interesses de conservao da Natureza e dos recursos naturais.

    Flora (art. 15): a Lei de Bases do Ambiente prev a adoo de medidas que visem asalvaguarda e valorizao das formaes vegetais espontneas ou subespontneas,do patrimnio florestal e dos espaos verdes e periurbanos. Destaque-se o ponto 5 desteartigo: as espcies vegetais ameaadas de extino ou os exemplares botnicos isolados ou emgrupo que, pelo seu potencial gentico, porte, idade, raridade ou outra razo, o exijam seroobjecto de proteco, a regulamentar em legislao especial.

    Fauna (art. 16): toda a fauna ser protegida atravs de legislao especial que promova esalvaguarde a conservao e a explorao das espcies sobre as quais recaiam interesse

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    cientfico, econmico ou social garantindo o seu potencial gentico e os habitatsindispensveis sua sobrevivncia. O ponto 3 deste artigo aponta para a adopo de medidasde controlo efectivo, severamente restritivas, quando no mesmo de proibio, a desenvolver pelos organismos competentes e autoridades sanitrias de forma a proteger a fauna autctonee a sade pblica.

    Paisagem (art. 18): em ordem a atingir os objectivos consignados na presente lei, no que serefere defesa da paisagem como unidade esttica e visual, sero condicionados pelaadministrao central, regional e local, em termos a regulamentar, a implantao deconstrues, infraestruturas virias, novos aglomerados urbanos.

    O Captulo IV trata dos instrumentos da poltica do ambiente enumerados no art. 27 e dos

    quais se destacam:a) a estratgia nacional de conservao da Natureza; b) o plano nacional;c) o ordenamento integrado do territrio a nvel regional e municipal, incluindo a

    classificao e criao de reas, stios ou paisagens protegidas sujeitos aestatutos especiais de conservao

    d) a reserva agrcola nacional e a reserva ecolgica nacional.

    O art.29 consagrado a reas protegidas, lugares, stios, conjuntos e objetos Classificados.

    Finalmente o Captulo VII - direitos e deveres dos cidados chama a ateno (art. 40, 1)que dever dos cidados, em geral, e dos sectores pblico, privado e cooperativo, em particular, colaborar na criao de um ambiente sadio e ecologicamente equilibrado e na

    melhoria progressiva e acelerada da qualidade de vida para alm de se referir, nos artigosseguintes, responsabilidade objetiva, aos embargos administrativos, aos seguros deresponsabilidade civil e ao direito a uma justia acessvel e pronta.

    1.2. ResduosO Planeamento e Gesto de Resduos, englobando todas as tipologias de resduos e asdiversas origens, constituem o objetivo das polticas neste domnio do Ambiente, assumindo

    ainda papel de relevo de carter transversal pela incidncia na Preservao dos Recursos Naturais, e em outras Estratgias Ambientais. O Decreto-Lei n. 178/2006 de 5 de setembro -

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    Lei-Quadro dos Resduos - que criou a Autoridade Nacional de Resduos, prev, no seuenquadramento legislativo, a existncia de um Mercado de Resduos , em que a sua gestoadequada contribui para a preservao dos recursos naturais, quer ao nvel da Preveno, queratravs da Reciclagem e Valorizao, alm de outros instrumentos jurdicos especficos,constituindo simultaneamente o reflexo da importncia deste setor, encarado nas suasvertentes, ambiental e como setor de atividade econmica, e dos desafios que se colocam aosresponsveis pela execuo das polticas e a todos os intervenientes na cadeia de gesto, desdea Administrao Pblica, passando pelos operadores econmicos at aos cidados, em geral,enquanto produtores de resduos e agentes indispensveis da prossecuo destas polticas.

    1.3. Emisses Gasosas

    O Decreto-Lei n.78/2004, de 3 de abril, estabelece o regime de preveno e controlo dasemisses de poluentes atmosfricos.A Portaria n. 286/93, de 12 de maro, regulamenta o DL n. 78/2004, fixa os valores limitetanto para a qualidade do ar como para as emisses.O Decreto-Lei n.242/2001, de 31 de agosto, estabelece a reduo dos efeitos diretos eindiretos das emisses de compostos orgnicos volteis para o ambiente, bem como dos riscos

    potenciais para a sade humana e para o ambiente.

    2. Principais Problemas Ambientais da Atualidade

    Os problemas ambientais vividos no mundo de hoje so consequncia direta da intervenohumana no planeta e nos ecossistemas, causando desequilbrios ambientais no planeta,comprometendo o presente e o futuro. Um dos principais problemas vividos pela humanidadenos dias de hoje o Efeito Estufa, que se trata de um fenmeno decorrente da deteno daenergia solar que deveria ser dissipada de volta para o espao mas que permanece naatmosfera em funo do aumento da concentrao dos chamados gases estufa. Entre os queocorrem naturalmente esto vapor de gua (H2O), Dixido de Carbono (CO2), Metano(CH4), xido Nitroso (N2O) e o Ozono (O3).

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    2.1. gua

    A disponibilidade de gua potvel uma fonte de preocupaes mundiais, sendo considerada por especialistas em meio ambiente como o grande problema do prximo milnio. As justificaes so muitas, entre elas pode-se citar que, do total de gua do mundo apenas 3% gua doce e s 0,03% do total se encontra em superfcies acessveis. O consumo de guasitua-se como uma das necessidades bsicas do ser humano, crescendo em taxas superiores ssuportadas pelo planeta a mdio prazo. Em 1940, o consumo mundial era de 1 trilio de litros por ano. Em 1960, j estava em 2 trilies, passando para 4 trilies em 1990. No ano 2000 erade 5 trilies de litros de gua por ano. O limite de 9 trilies de litros, estimado por rgosinternacionais, ser alcanado em 2015. Enquanto a busca aumenta, as disponibilidadesdiminuem, em face da contaminao e da poluio causados s suas fontes.

    2.2. Perda de Biodiversidade

    A Biodiversidade refere-se variabilidade dos seres vivos que se encontram no mundo

    natural. O conceito abrange a diversidade gentica das espcies, a diversidade gentica dentrode uma dada espcie, e tambm a diversidade dos ecossistemas e habitats. Contudo, o foco principal do tema biodiversidade incide sobretudo nas espcies.A perda de biodiversidade que se registou na dcada de 70 tornar irreversvel a extino deuma parte da vida selvagem. A ao levada a cabo pelo Homem desde essa altura levou a umareduo de 28% entre as espcies marinhas, 29% entre os animais que vivem em rios e 25%entre os restantes. A principal causa a ao do Homem sobre a Natureza, como

    consequncias da poluio, agricultura, expanso urbana, pesca excessiva e caa.

    2.3. Aquecimento Global

    O termo aquecimento global refere-se ao aumento da temperatura mdia dos oceanos e do ar perto da superfcie da Terra que se tem verificado nas dcadas mais recentes e possibilidadeda sua continuao durante o corrente sculo.

    Se este aumento se deve a causas naturais ou antropognicas (provocadas pelo Homem) ainda objeto de muitos debates entre os cientistas, embora muitos meteorologistas e climatlogos

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    tenham recentemente afirmado publicamente que consideram provado que a ao humanarealmente est a influenciar a ocorrncia do fenmeno. O Painel Intergovernamental sobreMudanas Climticas (IPCC), estabelecido pelas Naes Unidas e pela OrganizaoMeteorolgica Mundial em 1988, no seu relatrio mais recente diz que grande parte doaquecimento observado durante os ltimos 50 anos deve se muito provavelmente a umaumento do efeito estufa (provocado por gases lanados para a atmosfera - o Metano, o xidode Azoto, os CFC e Dixido de Carbono) que influencia a disperso do calor proveniente dosraios solares e causado pelo aumento nas concentraes de gases de origem antropognica(incluindo, para alm do aumento de gases estufa e outras alteraes como, por exemplo, asdevidas a um maior uso de guas subterrneas e de solo para a agricultura industrial e a ummaior consumo energtico e poluio). Estes gases so originrios desde a RevoluoIndustrial e com uma maior industrializao a nvel global.Existem previses at 2100, esperando-se que a temperatura aumente entre um e 6 grausCelsius e o nvel do mar consequentemente tambm devido ao derretimento dos glaciares,mesmo que os nveis de gases de efeito estufa no aumentem.J esto em prtica alguns planos para o combate ao aquecimento global, sendo o maisconhecido o Protocolo de Quioto, assinado por inmeras naes desde 1997.O protocolo visa o compromisso dos pases para a reduo de emisses de gases com efeito

    estufa e a cooperao entre as naes para essa diminuio.Aqui ficam algumas das graves consequncias do aquecimento global:- Aumento do nvel do mar, com o derretimento dos glaciares e a provvel submerso decidades ou mesmo pases;- A desertificao no seu sentido literal ou o aparecimento de novos desertos, com odesequilbrio de ecossistemas devido ao aumento da temperatura, levando morte de vriasespcies animais e vegetais (muitos cientistas lembram que o deserto do Saara foi em tempos

    uma floresta maior que a Amaznia);- Devido a uma maior evaporao da gua dos oceanos pelo aumento da temperatura,originar catstrofes como tufes e ciclones;- Ondas de calor sentidas em lugares que at ento eram simplesmente amenas.Este protocolo incide nas emisses de seis gases com efeito de estufa, tais como, o dixido decarbono (CO2), o metano (CH4), o xido nitroso (N2O), os hidrocarbonetos fluorados (HFC),os hidrocarbonetos perfluorados (PFC) e o hexafluoreto de enxofre (SF6).

    2.4. Desflorestao

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    Desflorestao ou desflorestamento o processo de desaparecimento de massas florestais(bosques), fundamentalmente causada pela atividade humana.A desflorestao diretamente causada pela ao do homem sobre a natureza, principalmentedevido a abates realizados pela indstria madeireira, tal como para a obteno de solo paracultivos agrcolas.Uma consequncia da desflorestao o desaparecimento de absorventes de Dixido deCarbono, reduzindo-se a capacidade do meio ambiente em absorver as enormes quantidadesdeste causador do efeito estufa, e agravando o problema do aquecimento global.Para tentar conter o avano do aquecimento global, diversos organismos internacionais propem o reflorestamento; porm essa medida apenas parcialmente aceite pelosecologistas, pois estes acreditam que a recuperao da rea desmatada no pode apenas levarem conta eliminao do gs carbnico, mas tambm a biodiversidade de toda a regio.O reflorestamento , no melhor dos casos, um conjunto de rvores situadas segundo umaseparao definida artificialmente, entre as quais surge uma vegetao herbcea ou arbustivaque no costuma aparecer na floresta natural. No pior dos casos, plantam-se rvores nonativas e que em certas ocasies danificam o substrato, como ocorre em muitas plantaes de pinheiro ou eucalipto.

    2.5. Desertificao

    O conceito de desertificao pode ser definido, de acordo com a "Conveno das NaesUnidas de Combate Desertificao", como a degradao da terra nas zonas ridas,semiridas e sub-hmidas, resultante de factores diversos, tais como as variaes climticas eas actividades humanas.

    Apesar de ser um problema j muito antigo, s recentemente, nas ltimas duasou trs dcadas, a desertificao passou a ser um objeto de preocupao para muitosgovernos, devido ao facto de afetar a produo de alimentos e as condies de vida demilhes de pessoas.As reas abrangidas pelo problema da desertificao cobrem cerca de 33% da superfcieterrestre, num total de aproximadamente 51 720 000km2, afetando cerca de 900 milhes de pessoas, sendo frica o continente mais afetado. A estas reas podem ainda acrescentar-se as

    zonas hiperridas (desertos), que ocupam 9 780 000km2 (16% da superfcie terrestre).

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    A FAO (Organizao das Naes Unidas para a Alimentao e Agricultura) prope cincoreas de ao humana, como potenciadoras do efeito de desertificao:

    1. Degradao das populaes animais e vegetais (degradao bitica ou perda da biodiversidade) de vastas reas de zonas semiridas devido caa e extrao demadeira;

    2. Degradao do solo, que pode ocorrer por efeito fsico (eroso hdrica ou elica ecompactao causada pelo uso de mquinas pesadas) ou por efeito qumico(salinizao ou solidificao);

    3. Degradao das condies hidrolgicas de superfcie devido perda da coberturavegetal;

    4. Degradao das condies geohidrolgicas (guas subterrneas) devido amodificaes nas condies de recarga;

    5. Degradao da infraestrutura econmica e da qualidade de vida.

    2.6. Combustveis Fsseis

    Existem trs grandes tipos de combustveis fsseis como o carvo, petrleo e o gs natural. O processo de formao de combustvel fssil deve-se s plantas, animais e toda a matria viva,que quando morrem decompem-se, sendo precisos dois milhes de anos at que esta matriaorgnica origine o carvo, posteriormente dando lugar ao petrleo e ao gs natural.

    O nome fssil surge pelo tempo que demora sua formao, vrios milhes de anos. Estesrecursos que agora se utilizam foram formados h 65 milhes de anos. A regenerao destes

    fsseis mesmo o cerne do problema, pois uma vez esgotados s existiro novamente passado bastante tempo. A economia global est dependente destes recursos naturais, da asvarincias do preo do petrleo, pois prev-se que acabe em poucas dcadas, o que influnciaem grande parte a crise financeira que agora se vive.O uso destes recursos teve naturalmente grandes impactos na evoluo do Homem, tanto parao melhor, a nvel social, tecnolgico, econmico mas uma grave consequncia para o meioambiente. As grandes consequncias surgem com o uso deste tipo de combustveis, como a

    contaminao do ar pela sua combusto, sendo mesmo um problema para a sade pblica.

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    Gases como o Dixido de Carbono so considerados poluentes por agirem diretamente com oefeito de estufa, aumentando assim o aquecimento global, no deixando dissipar o calorgerado pelos raios solares. Este aumento de temperatura sentido nos dias que correm e, provavelmente, trar consequncias de dimenses catastrficas se nada for feito em contrrio.

    2.7. Smog

    O termo smog resulta da juno de duas palavras inglesas: smoke (fumo) e fog (nevoeiro) e,tal como o nome indica, o resultado da mistura de um processo natural(o nevoeiro) com osfumos resultantes da atividade industrial e queima de combustveis fsseis. O smog umaforma de nevoeiro poluidor da atmosfera, j que as partculas slidas e lquidas (aerossis)contidas nos fumos industriais e escapes funcionam como pontos de condensaoatmosfricos, agregando-se as molculas de gua em torno deles, originando assim umnevoeiro muito denso e particularmente perigoso devido s propriedades que as partculas, emtorno das quais ocorre condensao, podem apresentar, como uma elevada acidez (porexemplo, cido sulfrico) ou toxicidade (por exemplo, metais pesados). perigoso, sobretudo, devido presena de elementos nocivos nas camadas baixas daatmosfera, como os xidos de carbono, xidos de azoto, hidrocarbonetos, metais pesados e

    anidrido sulfuroso - SO2, que facilmente se oxida em SO3, molcula esta que apresenta umagrande afinidade com a gua, dando origem a aerossis de cido sulfrico (H2SO4),responsveis por nevoeiros e chuvas cidas, com consequncias altamente nefastas.O smog pode assumir diferentes graus de perigosidade sendo, regra geral, sempre txico e prejudicial aos organismos vivos, afetando sobretudo as vias respiratrias e olhos(conjuntivites), estando ainda presente o risco de envenenamento, devido a concentraeselevadas de aerossis de metais pesados.

    2.8. Chuvas cidas

    Grandes quantidades de cidos ntrico e sulfrico so formadas na atmosfera a partir dosxidos de nitrognio e enxofre emitidos pela combusto do carvo, da gasolina e de outroscombustveis fsseis. Isto acontece principalmente prximo das grandes cidades e dos grandescomplexos industriais, onde os ndices de poluio so mais elevados. A precipitao destas

    substncias denominada chuva cida desde que o valor de pH esteja compreendido entre osvalores 4,0 e 4,5. Em casos extremos, o pH pode ser inferior a 2,0. Estes valores contrastam

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    com a chuva normal, cujo pH est geralmente compreendido entre 5,0 e 5,6, em equilbriocom o dixido de carbono atmosfrico.Os cidos sulfrico (H2SO4) e ntrico (HNO3) so potentes fornecedores de ies hidrognioque implementam uma acidificao do solo, tornando-o imprprio para a agricultura. Muitasvezes, os ies hidrognio adicionados ao solo no so suficientes para alterar o pH do mesmomas, aps um longo perodo de tempo, pode dar-se um significativo efeito de acidificao,especialmente nos solos com deficiente proteo.A lixiviao tambm contribui para a acidez dos solos, na medida em que renova os catiesque podem concorrer com o hidrognio e o alumnio na formao de compostos complexos.As chuvas cidas so muito prejudiciais aos solos, que se podem tornar improdutivos, e sflorestas, pois atacam fundamentalmente as folhas, acabando as rvores por morrer. So umfenmeno altamente nocivo, tambm, para o patrimnio construdo, que muito desgastado,como se pode verificar pelos inmeros monumentos que a sua ao corroeu.

    2.9. Alteraes Climticas

    As alteraes climticas podem ser encaradas como uma sria ameaa

    ambiental, interferindo com os ritmos naturais do planeta Terra. Tm por base fenmenosnaturais, mas so, tambm, induzidas pela atividade humana como a explorao excessiva dosrecursos naturais.As alteraes climticas tm impactes negativos nos ecossistemas terrestres, comconsequncias diversas, como por exemplo:- Modificaes na fauna e flora;- Aumento das ondas de calor, com prejuzo da sade humana, e aumento do consumo de

    energia utilizada em sistemas de arrefecimento;- Diminuio da precipitao, com escassez e diminuio da qualidade dos recursos hdricos,ou precipitao excessiva, com riscos de cheias;- Alterao das flutuaes climticas anuais, que interferem com a produo agrcola.

    O aquecimento global da Terra constitui um bom exemplo de uma alterao climtica comconsequncias preocupantes a vrios nveis. Pode ser explicado pelo efeito de estufa,

    produzido pela libertao de gases, como visto anteriormente, que aumentam a capacidade dea atmosfera absorver a radiao infravermelha, favorecendo a reteno de calor.

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    3. Gesto de Resduos

    A Poltica de Resduos assenta em objetivos e estratgias que visam garantir a preservaodos recursos naturais e a minimizao dos impactes negativos sobre a sade pblica e oambiente.Para a prossecuo destes objetivos importa incentivar a reduo da produo dos resduos e asua reutilizao e reciclagem por fileiras. Em grande medida, tal passa pela promoo daidentificao, conceo e adoo de produtos e tecnologias mais limpas e de materiais

    reciclveis.Para alm da preveno, importa ainda promover e desenvolver sistemas integrados derecolha, tratamento, valorizao e destino final de resduos por fileira (e.g.: leos usados,solventes, txteis, plsticos e matria orgnica).Entende-se por Operaes de Gesto de Resduos, toda e qualquer operao de recolha,transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorizao e eliminao de resduos, bemcomo s operaes de descontaminao de solos e monitorizao dos locais de deposio

    aps o encerramento das respetivas instalaes. A gesto deve assegurar que utilizao deum bem sucede uma nova utilizao ou que, no sendo vivel a sua reutilizao, se procede sua reciclagem ou, ainda a outros modos de valorizao. A eliminao definitiva de resduos, principalmente a sua deposio em aterro, constitui a ltima opo de gesto, justificando-seapenas quando seja tcnica ou financeiramente invivel a preveno, a reutilizao, areciclagem ou outras formas de valorizao. No Artigo 7. do decreto-Lei n. 73/2011 de 17 de junho est patente o princpio da hierarquiados resduos:1 - A poltica e a legislao em matria de resduos devem respeitar a seguinte ordem de prioridades no que se refere s opes de preveno e gesto de resduos:a) Preveno e reduo; b) Preparao para a reutilizao;c) Reciclagem;d) Outros tipos de valorizao;e) Eliminao.

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    Existem igualmente alguns inconvenientes, tais como: - Custos de recolha, transporte e reprocessamento;

    - Por vezes, maior custo de materiais reciclados (em relao aos produzidos commatrias-primas virgens); - Instabilidade dos mercados para materiais reciclados, os quais podem ser

    rapidamente distorcidos por alteraes na oferta e procura (nacional ouinternacional).

    4. Efluentes Lquidos

    A grande diversidade das atividades industriais ocasiona durante o processo produtivo, agerao de efluentes, os quais podem poluir/contaminar o solo e a gua, sendo precisoobservar que nem todas as indstrias geram efluentes com poder de impacte nesses doisambientes. Num primeiro momento, possvel imaginar serem simples os procedimentos eatividades de controlo de cada tipo de efluente na indstria. Todavia, as diferentescomposies fsicas, qumicas e biolgicas, as variaes de volumes gerados em relao aotempo de durao do processo produtivo, a potencialidade de toxicidade e os diversos pontosde gerao na mesma unidade de processamento recomendam que os efluentes sejamcaracterizados, quantificados e tratados e/ou acondicionados, adequadamente, antes dadisposio final no meio ambiente.As caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas do efluente industrial so variveis com o tipode indstria, com o perodo de operao, com a matria-prima utilizada, com a reutilizao degua, etc. Com isso, o efluente lquido pode ser solvel ou com slidos em suspenso, com ousem colorao, orgnico ou inorgnico, com temperatura baixa ou elevada. Entre asdeterminaes mais comuns para caracterizar a massa lquida esto as determinaes fsicas(temperatura, cor, slidos, etc.), as qumicas (pH, alcalinidade, teor de matria orgnica,metais, etc.) e as biolgicas (bactrias, protozorios, vrus, etc.). Na implantao e operao de indstrias, importante considerar que a utilizao das potencialidades advindas dos recursos hdricos (energia, transporte, matria-prima, etc.) um benefcio inquestionvel e nico, mas precisa ser acompanhada do uso racional da gua,

    sendo por isso fundamentais a reduo e o controle do lanamento de efluentes industriais no

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    meio ambiente, como uma das formas de cooperao e participao no desenvolvimentosustentvel. Cabe ao setor industrial a responsabilidade de minimizar ou evitar que o processo produtivo acarrete em impactos ambientais.

    5. Emisses Gasosas

    Desde h muito tempo que a poluio do ar acompanha as atividades humanas, e que soconhecidas as suas causas e efeitos no planeta.Acontece que, durante muito tempo este teve capacidade de regenerar a atmosfera e de reporos nveis de qualidade do ar essencial a todos os seres vivos, mas esta capacidade comea a

    diminuir. Com o aumento das emisses provenientes da indstria, dos meios de transporte(em particular os veculos automveis cujo nmero continua a aumentar) e de outrasatividades humanas, que ultrapassam a capacidade de regenerao da atmosfera, esta vai, poracumulao dos poluentes, ficando cada vez mais poluda.A crescente complexidade dos poluentes e dos processos que os originam conduzem a graves problemas como sejam por exemplo, a diminuio da camada de ozono, o efeito de estufa e asalteraes climticas.

    Na tabela I so apresentados os diferentes poluentes, as suas origens e os principais efeitos nomeio ambiente:

    Tabela I. Poluentes, origens e efeitos

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    Habitualmente considera-se que o controlo da poluio atmosfrica implica a utilizao deequipamentos de remoo de poluentes, mas existe um conjunto de outras medidas, como o pr-tratamento ou a substituio de matrias-primas e combustveis e a adoo de tecnologiasmenos poluentes, que podem ser tomadas ao nvel do processo com ganhos significativos paraa qualidade do ar.A utilizao de energias alternativas, como a elica ou a solar, so tambm medidasimportantes, uma vez que permitem a obteno de energia atravs da ao do vento e da luzsolar sem ser necessrio recorrer queima de combustveis fsseis.O Decreto-Lei n. 78/2004, de 3 de Abril, estabelece o regime da preveno e controlo dasemisses de poluentes para a atmosfera, fixando os princpios, objetivos e instrumentosapropriados garantia da proteo do recurso natural ar, bem como as medidas, procedimentos e obrigaes dos operadores das instalaes abrangidas. A Portaria n.675/2009 de 23 de junho habilita a que sejam estipulados valores limite de emisso (VLE)aplicveis s diferentes fontes de emisso abrangidas.

    6. Estratgias de Atuao

    A interveno de todos ns para uma efetiva aplicao da poltica dos 5 R (Reduzir,Reutilizar, Reciclar, Recuperar e Racionalizar) fundamental, permitindo a reduo doconsumo de energia, de matrias-primas e recursos naturais, e da quantidade de resduosdepositada em aterro ou incinerada.Reduzir a quantidade de resduos produzidos (por exemplo, atravs da utilizao de produtosde longa durao e de produtos a granel);Reutilizar resduos quando no for possvel reduzir, atravs da utilizao de materiais usados(por exemplo, reutilizao de sacos plsticos, reparao de artigos danificados);Reciclar os materiais (j) no reutilizveis, atravs da prvia separao seletiva e posteriordeposio no respetivo ecoponto (plstico e metal amarelo , papel e carto azul , vidro verde). As pilhas usadas devem ser depositadas no pilho e as embalagens de madeira podemser depositadas nos ecocentros. Tambm os eletrodomsticos devem ser entregues e nodepositados junto dos contentores (recolha: Amb3e, ERP Portugal REEE - Resduos deEquipamentos Eltricos e Eletrnicos). Os leos alimentares domsticos devem ser colocadosno oleo.

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    9. Sade no Trabalho

    a abordagem que integra, alm da vigilncia mdica, o controlo dos agentes fsicos, sociaise mentais que possam afetar a sade dos trabalhadores, representando uma considervelevoluo face s metodologias tradicionais da medicina do trabalho.

    A Medicina do Trabalho deve:

    - Conhecer os postos de trabalho, estabelecendo, para cada um, os fatores de risco a ter emconta, e adequar os exames mdicos dos trabalhadores aos fatores de risco caracterizados noseu posto de trabalho;- Realizar os exames mdicos de admisso, peridicos e de regresso ao trabalho, e analisar osexames complementares de diagnstico necessrios avaliao do estado de sade dotrabalhador tendo em ateno as caractersticas do posto de trabalho;- Colaborar na anlise dos postos de trabalho, procurando adequar o trabalho ao trabalhador e

    o trabalhador ao trabalho.

    O exame mdico de cada trabalhador , portanto, fundamental para a preveno da doena profissional a nvel individual, contribuindo para a sade da populao ativa e, por reflexo, nasade de toda a comunidade. A observao clnica do trabalhador tambm importante paradetetar a presena de um risco oculto, fator do trabalho cuja presena no foi reconhecida, e portanto permitir identificar uma situao de exposio gravosa. O exame mdico deve

    assegurar que o trabalhador est aposto de trabalho para ocupar determinado posto detrabalhos e devem permitir uma vigilncia do estado de sade ao longo da sua vida profissional.

    10. Enquadramento Legal

    O princpio constitucionalmente consagrado no artigo 59 n1 alnea c) da CRP segundo o

    qual todos os trabalhadores, sem distino de idade, sexo, raa, cidadania, territrio de

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    Os acidentes, em geral, so o resultado de uma combinao de fatores, entre os quais sedestacam as falhas humanas e as materiais.Quanto aos acidentes de trabalho o que se pode dizer que grande parte deles ocorre porqueos trabalhadores se encontram mal preparados para enfrentar certos riscos.

    Para uma maior compreenso, analise-se as seguintes definies:

    Leso corporal qualquer dano produzido no corpo humano, seja ele leve, como, porexemplo, um corte no dedo, ou grave, como a perda de um membro.

    Perturbao funcional o prejuzo do funcionamento de qualquer rgo ou sentido. Porexemplo, a perda da viso, provocada por uma pancada na cabea, caracteriza uma perturbao funcional.

    Dano a leso corporal, perturbao funcional ou doena que determine reduo nacapacidade de trabalho ou de ganho ou a morte do trabalhador resultante direta ouindiretamente de acidente de trabalho. Se a leso corporal, perturbao ou doena forreconhecida a seguir a um acidente, presume-se consequncia deste seno for reconhecida a

    seguir a um acidente, compete ao sinistrado ou aos beneficirios legais provar que foiconsequncia dele.

    11.1. Consequncias dos Acidentes de Trabalho

    Os acidentes de trabalho no afetam somente a vtima, mas tambm a famlia, a empresa e asociedade.

    A Vtima que fica incapacitada de forma total ou parcial, temporria ou permanente para otrabalho;

    A Famlia que tem seu padro de vida afetado pela falta dos ganhos normais, correndo orisco de cair na marginalidade;

    As Empresas com a perda de mo-de-obra, de material, de equipamentos, tempo, etc, e,consequentemente, elevao dos custos operacionais;

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    A Sociedade com o nmero crescente de invlidos e dependentes da Segurana Social.

    11.2. Classificao dos Acidentes de Trabalho

    J se analisou anteriormente que os acidentes de trabalho podem classificar-se em diversasincapacidades que esto compreendidas entre ferimentos ligeiros e a morte. Avalie-se portanto a forma destes mesmos acidentes:- Queda de pessoas;- Queda de objetos;- Marcha, choque ou pancada por ou contra objetos;- Exposio ou contacto com temperaturas extremas;- Exposio ou contacto com corrente eltrica;- Exposio ou contacto com substncias nocivas ou radiaes.

    Segundo oagente material, a classificao dos acidentes de trabalho podeser efetuada do seguinte modo:

    - Mquinas;- Meios de transporte e manuteno;- Fornos, escadas, andaimes, ferramentas, etc;- Explosivos, gases, poeiras, fragmentos volantes, radiaes;- Entaladela num objeto ou entre objetos;- Ambientes de trabalho.

    A natureza das leses provocadas por acidentes de trabalho pode ser:- Fraturas;- Luxaes;- Entorses e distenses;- Choque e outros traumatismos internos;- Amputaes;- Outras feridas;

    - Traumatismos superficiais;- Contuses e esmagamentos;

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    - Queimaduras. importante igualmente lembrar ospontos morfolgicos mais suscetveis de serem alvo deacidentes de trabalho:- Cabea;- Olhos;- Pescoo (incluindo garganta e vrtebras cervicais);- Membros superiores;- Mos;- Tronco;- Membros inferiores;- Ps.

    11.3. Causas dos Acidentes de Trabalho

    So muitas as situaes que podem provocar um acidente de trabalho. As mais comuns so:- Ascendncia e ambiente social;- Falha humana (imprudncia, irritabilidade, etc.);- Ato inseguro (no utilizar, ou utilizar erradamente, Equipamento de Proteo Individual,

    estacionar sob cargas suspensas, usar ferramentas em mau estado, etc.);- Condio perigosa protees ou suportes de mquinas inadequados, congestionamento doslocais de trabalho, rudo excessivo ou risco de incndio.

    Pode-se igualmente separar as causas dos acidentes em dois fatores:Fatores materiais ou tcnicos- M organizao do trabalho;

    - Deficiente proteo das mquinas;- M qualidade dos equipamentos ou ferramentas;- Falta de Equipamento de Proteo Individual;- Utilizao de produtos perigosos.

    Fatores humanos- Ansiedade e stress;

    - Falta de integrao do trabalhador no grupo de trabalho;- Alcoolismo e sonolncia.

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    11.4. Preveno dos Acidentes de Trabalho

    A consciencializao e a formao dos trabalhadores no local de trabalho so a melhor formade prevenir acidentes, a que acresce a aplicao de todas as medidas de segurana coletiva eindividual inerentes atividade desenvolvida. Os custos dos acidentes de trabalho, para ostrabalhadores acidentados e para as empresas, so elevadssimos.Prevenir, quer na perspetiva do trabalhador quer na do empregador, a melhor forma deevitar que os acidentes aconteam. As aes e medidas destinadas a evitar acidentes detrabalho esto diretamente dependentes do tipo de atividade exercida, do ambiente de trabalhoe das tecnologias e tcnicas utilizadas.Deve-se sempre:- Ter muito cuidado e seguir risca todas as regras de segurana na realizao de atividadesmais perigosas;- Organizar o local de trabalho ou o posto de trabalho, no deixando objetos fora dos seuslugares ou mal arrumados. Se tudo estiver no seu lugar no se precisa improvisar peranteimprevistos e isso reduz os acidentes;- Saber quais os riscos e cuidados que se devem ter na atividade que se desenvolve e quais as

    formas de proteo para reduzir esses riscos;- Participar sempre nas aes ou cursos de preveno de acidentes que a empresa possa proporcionar;- Aplicar as medidas e dispositivos de preveno de acidentes que so facultados,designadamente o uso de vesturio de proteo adequado, como as protees auriculares parao rudo, culos, capacetes e dispositivos antiqueda, e equipamento de proteo respiratria,entre outras;

    - No recear sugerir empresa onde se trabalha a realizao de palestras, seminrios e aesde formao sobre preveno de acidentes.

    12. Doena Profissional

    Segundo o Decreto-Regulamentar n 12/80, entende-se por Doena Profissional a doena provocada pelo trabalho ou estado patolgico derivado da aco continuada de uma causa quetenha a sua origem no trabalho ou no meio laboral em que o trabalhador presta os seus

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    servios e que conste da Lista de Doenas Profissionais elaborada pela Comisso Nacional deReviso da Lista de Doenas Profissionais.Este conceito foi completado no Decreto-Lei n 248/99, em que so, ainda, consideradasDoenas Profissionais as leses, perturbaes funcionais ou doenas no includas na referidalista desde que sejam consequncia necessria e directa da actividade exercida pelostrabalhadores e no representem normal desgaste do organismo.Um funcionrio pode apanhar uma gripe, por contgio com colegas de trabalho. Essa doena,embora possa ter sido adquirida no ambiente de trabalho, no considerada doena profissional, porque no ocasionada pelos meios de produo.Contudo, se o trabalhador contrair uma doena ou leso por contaminao acidental, noexerccio de sua atividade, tem-se a um caso equiparado a um acidente de trabalho. Porexemplo, se operador de um banho de decapagem se queima com cido ao encher a tina do banho cido isso um acidente do trabalho. Noutro caso, se um trabalhador perder a audio por ficar longo tempo sem proteo auditivaadequada, submetido ao excesso de rudo, gerado pelo trabalho executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza igualmente uma doena profissional.Um acidente de trabalho pode levar o trabalhador a se ausentar da empresa apenas poralgumas horas, o que chamado de acidente sem afastamento. que ocorre, por exemplo,

    quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador retorna ao trabalho emseguida.Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador impedido de realizar suas atividades pordias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado no retornar aotrabalho imediatamente ou at no dia seguinte, tem-se o chamado acidente com afastamento,que pode resultar na incapacidade temporria, ou na incapacidade parcial e permanente, ou,ainda, na incapacidade total e permanente para o trabalho.

    A incapacidade temporria a perda da capacidade para o trabalho por um perodo limitadode tempo, aps o qual o trabalhador retorna s suas atividades normais.

    A incapacidade parcial e permanente a diminuio, por toda vida, da capacidade fsica total para o trabalho. o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de umavista.

    A incapacidade total e permanente a invalidez incurvel para o trabalho.

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    Neste ltimo caso, o trabalhador no rene condies para trabalhar o que acontece, porexemplo, se um trabalhador perde as duas vistas num acidente do trabalho. Nos casosextremos, o acidente resulta na morte do trabalhador.

    Tabela 2. Algumas doenas profissionais (Decreto Regulamentar n. 12/80 de 8 de maio)

    13. Risco

    muito comum confundirem-se os conceitos de perigo e risco. Antes de se analisar os riscos profissionais, pertinente fazer essa destrina:

    Perigo Fonte ou situao com um potencial de dano, em termos de leses ou ferimentos para o corpo humano ou para a sade, para o patrimnio, para o ambiente do local detrabalho, ou uma combinao destes.

    Risco Combinao da probabilidade e da(s) consequncia(s) da ocorrncia de umdeterminado acontecimento perigoso.

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    13.1. Tipos de Risco

    Os riscos podem ser:

    Risco Inerente caracterstico da substncia. Est relacionado com as propriedades qumicase fsicas da mesma.Risco Efetivo probabilidade de contacto com a substncia. Est diretamente relacionadocom as condies de trabalho. Deve-se tentar fazer com que o risco efetivo seja zero.Risco para a Segurana e Sade no Trabalho uma combinao da probabilidade daocorrncia de um fenmeno perigoso com a gravidade das leses ou danos para a sade quetal fenmeno possa causar.Risco Profissional possibilidade de que um trabalhador sofra um dano provocado pelotrabalho que desenvolve. Para quantificar um risco valorizam-se conjuntamente a probabilidade de ocorrncia do dano e a sua gravidade.Risco Qumico o perigo a que determinado indivduo est exposto ao manipular produtosqumicos que podem causar-lhe danos fsicos ou prejudicar-lhe a sade. Os danos fsicosrelacionados exposio qumica incluem, desde irritao na pele e olhos, passando por

    queimaduras leves, indo at aqueles de maior severidade, causado por incndio ou exploso.Os danos sade podem advir de exposio de curta e/ou longa durao, relacionadas com ocontacto de produtos qumicos txicos com a pele e olhos, bem como a inalao dos seusvapores, resultando em doenas respiratrias crnicas, doenas do sistema nervoso, doenasnos rins e fgado, e at mesmo alguns tipos de cancro.Risco Biolgico estes tipos de risco relacionam-se com a presena no ambiente de trabalhode microrganismos como bactrias, vrus, fungos, bacilos, etc., normalmente presentes em

    alguns ambientes de trabalho como:- Hospitais e laboratrios de anlises clnicas;- Recolha de lixo;- Indstria do couro;- Tratamento de efluentes lquidos.Penetrando no organismo do homem por via digestiva, respiratria, olhos e pele, soresponsveis por algumas doenas profissionais, podendo dar origem a doenas menos graves

    como infees intestinais ou a simples gripe, ou mais graves como a hepatite, meningite, etc.

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    Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, asmedidas preventivas a tomar tero de ser relacionadas com:

    - A rigorosa higiene dos locais de trabalho, do corpo e das roupas;- Destruio por processos de elevao da temperatura (esterilizao) ou uso de cloro;- Uso de equipamentos individuais para evitar o contacto direto com osmicrorganismos;- Ventilao permanente e adequada;- Controlo mdico constante;- Vacinao sempre que possvel.

    A verificao da presena de agentes biolgicos em ambientes de trabalho feita por meio derecolha de amostras de ar e de gua, que sero analisadas em laboratrios especializados.

    13.2. Reduo de Risco

    Os acidentes so evitados com a aplicao de medidas especficas de segurana, selecionadas por forma a estabelecer maior eficcia na preveno da segurana. As prioridades so:

    Eliminao do risco: significa torn-lo definitivamente inexistente. Por exemplo: uma escada

    com piso escorregadio apresenta um srio risco de acidente. Esse risco poder ser eliminadocom um piso antiderrapante;

    Neutralizao do risco: o risco existe, mas est controlado. Esta opo utilizada naimpossibilidade temporria ou definitiva da eliminao de um risco.(exemplo: as partes mveis de uma mquina como engrenagens, correias, etc. devem serneutralizadas com forros de proteo, uma vez que essas peas das mquinas no podem ser

    simplesmente eliminadas);

    Sinalizao do risco: a medida que deve ser tomada quando no for possvel eliminar ouisolar o risco. (exemplo: mquinas em manuteno devem ser sinalizadas com placas deadvertncia; locais onde proibido fumar devem ser devidamente sinalizados).

    Preveno do risco: a minimizao dos efeitos negativos do trabalho e a criao de

    condies de trabalho que alm de no prejudicarem fsica, mental ou socialmente otrabalhador, permitam o seu desenvolvimento integral.

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    14. Riscos Profissionais

    14.1. Posto e Local de TrabalhoOs riscos associados com o posto e local de trabalho prendem-se, sobretudo, com a conceo, projeo e instalao de locais destinados a postos de trabalho, ou seja, estes riscos estodiretamente relacionados com toda a envolvente necessria para executar devidamente otrabalho, nomeadamente, condies tcnicas e de segurana das instalaes, layout dasinstalaes e disposies dos meios necessrios para executar o trabalho.A este tipo de riscos esto subjacentes as condies de segurana e conforto nas quais o

    trabalhador executa as suas tarefas, bem como a interao que este exerce com as mquinasou os equipamentos de trabalho.Desta forma, os fatores de risco mais vulgarmente relacionados com esta temtica prendem-secom a estabilidade e solidez dos edifcios, com a qualidade das instalaes eltricas, com aqualidade das vias de passagem normais e de emergncia, com a qualidade dos sistemas dedeteo e combate a incndios, com a qualidade da ventilao e isolamento trmico, com ailuminao, qualidade dos vestirios, balnerios e instalaes sanitrias, ou seja, com o

    ambiente externo ou interno de toda a organizao face ao trabalhador, bem com os meios queeste necessita para executar as suas tarefas.As leses mais vulgares que resultam das situaes acima mencionadas so: Quedas e entorses; Queimaduras; Eletrocusses; Esmagamento por objetos ou pessoas; Asfixia e Sufocao; Perda de viso; Perda de lquidos; Doenas variadas provocadas por falta de higien e, etc.

    As medidas a empreender pelas organizaes para a eliminao ou reduo do risco, passam pela:

    defeitos que possam prejudicar as condies de segurana dos trabalhadores;

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    segurana;antes no que

    respeita segurana;

    compatveis com as caractersticas e riscos das atividades a empreender;rculao;

    execuo das tarefas, atendendo ao esforo fsico exigido e mtodos de trabalho;hador executar

    as suas tarefas de uma forma segura;

    instalaes, ao local de trabalho e s caractersticas inerentes execuo do prprio trabalho(exemplo: utilizao de matrias-primas inflamveis);

    em conta os mtodos de trabalho e o esforo fsico dispendido pelo trabalhador;entre outros.

    14.2. Equipamentos de Trabalho

    Os equipamentos de trabalho (mquinas, ferramentas, equipamentos) tm automaticamenteassociados sua existncia riscos para o trabalhador, quer estes provenham do prprio uso naexecuo das tarefas, quer decorram do seu transporte, reparao, transformao, manutenoe conservao, incluindo a limpeza.

    Quando o trabalhador manipula algum tipo de equipamento est sujeito a riscos por inernciada construo do prprio equipamento, ou seja, quando, por exemplo, um trabalhador usa umaserra eltrica na execuo de uma determinada tarefa, esse equipamento apresenta algumascaractersticas que pem em causa a sua integridade, visto que o trabalhador pode cortar-se nalmina ou ento sofrer um choque eltrico provocado pela interatividade homem-mquina.Desta forma, tem-se como leses mais frequentemente ligadas utilizao dos equipamentos:

    Eletrocusso; Queimaduras;

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    Esmagamento, entalamento e cortes; Perda de viso e audio, etc.

    Para que estes riscos possam ser eliminados, ou no mnimo reduzidos, a entidadeempregadora dever assegurar que os equipamentos de trabalho so os adequados e que estoconvenientemente adaptados para a execuo do trabalho em condies de segurana e sade para os trabalhadores. Do mesmo modo, deve atender, aquando da escolha dos equipamentosde trabalho, s condies e caractersticas especficas do trabalho e aos riscos existentes para asegurana dos trabalhadores, deve tomar em considerao os postos de trabalho e a posiodos trabalhadores durante a utilizao dos equipamentos de trabalho, bem como verificar orespeito pelos princpios ergonmicos.O empregador deve ainda assegurar a verificao e manuteno adequada dos equipamentosde trabalho durante o seu perodo de utilizao, providenciar aos trabalhadores a formao einformao necessria para que estes possam operar com os equipamentos de trabalho nasdevidas condies de segurana e sade, e providenciar os equipamentos de proteo coletiva(EPC) e equipamentos de proteo individual (EPI) necessrios para que estes possamauxiliar os trabalhadores na melhor preservao da sua integridade fsica, aquando dautilizao de equipamentos de trabalho.

    Para alm das medidas empreendidas pela organizao, os prprios equipamentos de trabalhotm de ter includo, aquando da sua conceo e posterior utilizao, requisitos mnimos, que permitam aos trabalhadores o seu manuseamento em condies de segurana. Esses requisitosesto legislados a nvel europeu e nacional.

    14.3. EletricidadeCom o desenvolvimento tecnolgico e a generalizao do uso da energia eltrica em todos

    setores de atividade, torna-se cada vez mais necessria uma orientao dirigida sorganizaes e aos utilizadores da eletricidade no sentido de se familiarizem com os riscosassociados a essa energia, bem como com os meios tcnicos de proteo existentes.Os fatores relevantes na determinao da gravidade dos acidentes eltricos cingem-se intensidade da corrente, ao tempo de passagem da corrente e tenso, a maneira como queestes trs fatores interagem entre si vai provocar um maior ou menor impacto nasconsequncias que derivam da corrente eltrica para o indivduo.

    Pode-se ento definir o risco de contacto com a corrente eltrica como a probabilidade decirculao de uma corrente eltrica atravs do corpo humano.

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    Para que exista possibilidade de circulao de corrente eltrica necessrio que: Exista um circuito eltrico; O circuito esteja fechado ou possa fechar -se; No circuito exista uma diferena de potencial; O corpo humano seja condutor ou faa parte do circuito; Exista, entre os pontos de entrada e sada da corrente eltrica no corpo humano, uma

    diferena de potencial maior que zero;Existindo estes requisitos e sendo cumpridos, pode-se afirmar que existe risco de contactocom corrente eltrica e, portanto, risco de acidente eltrico. A passagem da corrente eltricaatravs do corpo humano pode determinar numerosas alteraes e leses temporrias ou permanentes, que atuam sobre as mais diferentes partes do corpo humano, como sejam, osvasos sanguneos, o aparelho auditivo, o sistema nervoso central, o sistema cardiovascular,etc.Os efeitos mais frequentes e mais importantes que a eletricidade produz no corpo humano eque contribuem para adefinio dos limites de perigosidade so essencialmente:

    Tetanizao quando o indivduo no consegue largar o objeto em tenso; Paragem respiratria; Fibrilao ventricular perturbao ao nvel dos ventrculos, passando as fibras destes acontrarem-se de forma desordenada; Queimaduras.

    Em suma, asleses mais frequentes relacionadas com a corrente eltrica so: Queimaduras;

    Leses cardacas; Leses cerebrais, etc.

    As medidas de preveno para estas leses passam, entre outras, pelo:itam isolamento face aos riscos

    eltricos);

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    Figura: O Tringulo do Fogo

    1 Tambm existe o Tetraedro do Fogo. Neste introduzida outra varivel: a reao em cadeia.

    As principais leses sero: Queimaduras; Asfixiamento; Esmagamento por quedas de objetos (provocada maioritariamente por exploses); Cortes, etc.

    As medidas de preveno a implementar passam, entre outros, por:o aos trabalhadores de como devero atuar em

    caso de incndio/exploso;

    de da organizao (extintores, detetores defumo);

    txicos;da;

    14.5. Rudo

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    Quando o Homem se encontra num ambiente de trabalho e no consegue ouvir perfeitamentea fala das outras pessoas no mesmo recinto, isso uma primeira indicao de que o local demasiado ruidoso.Os especialistas no assunto definem o rudo como todo o som que causa sensaodesagradvel ao homem. O rudo pois, um agente fsico que pode afetar de modosignificativo a qualidade de vida do trabalhador. O nvel de presso acstica mede-se usandoum sonmetro, e a unidade usada como medida o decibel ou abreviadamente dB, no entanto,este precisa de um filtro normalizado A, por forma a medir o rudo no ouvido humano, ouseja, dB(A) (unidade de medio do rudo do ouvido humano decibel ponderado A).Assim sendo, as perdas de audio so derivadas da frequncia e intensidade do rudo,transmitidas atravs de ondas sonoras (tanto pelo ar como por materiais slidos). Quantomaior for a densidade do meio condutor, menor ser a velocidade de propagao do rudo.

    Notas:- Para 8 horas dirias de trabalho, com um rudo na ordem dos 80 dB(A), os EPI j devemestar disponveis para o trabalhador;- Em exposies de 85 dB(A) o uso de EPI j obrigatrio [admite-se um pico de 87 dB(A)];- O rudo emitido por uma britadeira equivalente a 100 decibis;

    - O limite mximo de exposio contnua do trabalhador a esse rudo, sem proteo auditiva, de 1 hora.Sem qualquer medida de controlo ou proteo o excesso de intensidade do rudo acaba porafetar o desempenho do trabalhador na execuo da sua atividade laboral, pois provocadistrbios ao nvel do crebro e do sistema nervoso. Inclusive, em condies de exposio prolongada ao rudo por parte do aparelho auditivo, os efeitos podem resultar na surdez profissional. Uma nica exposio a um valor de 140 dB(A) provoca a surdez, que a

    segunda doena profissional com maior incidncia em Portugal, e uma das grandes causasresponsveis pela incapacidade permanente nos trabalhadores portugueses.As sequelas referentes ao rudo tm impactos no trabalhador a todos os nveis, como sejamdificuldades para se relacionar com os colegas e famlia, assim como dificuldades acrescidasem se aperceber da movimentao de veculos ou mquinas, agravando as condies de riscode acidente fsico.NOTA: Consultar Decreto-Lei n. 182/2006 de 6 de setembro.

    Os rudos podem-se dividir em:

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    Rudo uniforme, quando o nvel de presso acstica (tcnica relativa ao estudo das vibraessonoras, sua produo, sua propagao e seus efeitos) e os espectros de frequncia (conjuntoou gama de frequncias de um som ou rudo) so constantes durante um certo temporelativamente longo, como por exemplo o rudo numa fbrica de fiao;Rudo intermitente, quando o nvel de presso acstica e o espectro das frequncias variamconstantemente, como por exemplo numa oficina de mecnica;Rudo impulsivo, quando o nvel de presso acstica muito elevado mas dura pouco tempo(menos de 1/5 do segundo), como por exemplo um tiro.As medidas de proteo que se podem tomar por forma a eliminar ou minimizar os efeitosnocivos de exposio ao rudo, passam por:

    Formao e informao dos trabalhadores; Sinalizao e limitao de acesso das zonas muito ruidosas; Vigilncia mdica e audiomtrica da funo auditiva dos trabalhadores

    expostos; Encapsulamento de mquinas; Barreiras acsticas; Montagem de elementos absorventes do som; Limitao da durao do trabalho em ambientes muito ruidosos; Organizao da rotatividade de mudanas nos postos de trabalho; Utilizao de protetores de ouvido, etc.

    14.6. Iluminao

    A iluminao um fator que influencia diretamente o conforto, a produtividade e a sade dos profissionais no ambiente de trabalho.

    Muitos dos acidentes ocorrem porque no se atendeu a aspetos to simples como umailuminao eficaz, em quantidade ou em qualidade.A iluminao adequada no local de trabalho um dos fatores mais importantes para umdesempenho eficiente das tarefas, para alm de que pode evitar muitos acidentes. importante no s a quantidade de luz mas tambm a qualidade da luz.Outro fator a evitar no local de trabalho o encandeamento causado pela luz do sol ou deoutras fontes de luz fortes.

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    Os locais iluminados pela luz do dia tm necessidade, em todos os casos, de uma iluminaoartificial complementar. Esta deve ser composta sob a forma de filas de lmpadas dispostas paralelamente fila das janelas. Por vezes a iluminao artificial provoca reflexos e complicaainda mais a colocao do ecr no local adequado.Os locais de trabalho interiores com ecrs de visualizao devem ser iluminados com a ajudade filas de lmpadas contnuas, dispostas paralelamente ao eixo do olhar, podendo sercolocadas separadamente. No devem ser colocadas fontes luminosas atrs do ecr devisualizao porque provocam reflexos, nem na frente e so fontes de ofuscamento direto. No so convenientes:- As lmpadas fluorescentes nuas;- As armaduras dispostas em forma de calha;- As armaduras dispostas em filas paralelas;- As armaduras dispostas em filas cruzadas;- As armaduras de luz incandescente com lmpadas nuas.O mais conveniente uma iluminao em todas as direes, difusa em grandes superfcies ede pouca iluminao.Em certos casos pode ser til uma iluminao de apoio dirigida sobre o posto de trabalho.Excluem-se em regra os candeeiros de mesa porque ofuscam muitas vezes os operadores dos

    postos prximos. So recomendveis as armaduras com lminas ougrelha. A proteo dos reflexos que incidem sobre o ecr e que resultam das armaduras faz-setomando medidas apropriadas sobre o prprio ecr (proteo antirreflexo, mudana dadisposio da sala, etc.).

    15. Substncias Qumicas Perigosas

    Certas substncias qumicas, utilizadas nos processos produtivos industriais, so lanadas noambiente de trabalho atravs de processos de pulverizao, fragmentao ou emanaesgasosas.A essas substncias chamam-se de contaminantes ou poluentes qumicos, e consistem em todaa substncia orgnica, inorgnica, natural ou sinttica, que durante a fabricao,manuseamento ou uso, pode incorporar-se no ar ambiente, e em doses passveis de apresentar possibilidade de lesionar a sade das pessoas que entram em contacto com elas. Fala-se entodos fatores de risco associados a agentes qumicos.

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    Propriedades fsico-qumicas Explosivos so agentes qumicos que pela ao de choque, percusso, frico, produzem fascas ou calor suficiente para iniciar um processo destrutivoatravs de uma liberao violenta de energia. Deve-se evitar atrito, choque, frico, formaode fasca e a ao do calor.

    Comburentes so agentes que favorecem uma combusto. Podem inflamar substnciascombustveis ou acelerar a propagao de incndio. Deve-se evitar qualquer contacto comsubstncias combustveis. Perigo de incndio. O incndio pode ser favorecido dificultando asua extino.

    Facilmente inflamveis deve-se evitar contacto com o ar, a formao de misturasinflamveis gs-ar e manter afastadas de fontes de ignio.

    Inflamveis

    Extremamente inflamveis deve-se manter longe de chamas abertase fontes de ignio.Propriedades toxicolgicas

    Txicos so agentes qumicos que, ao serem introduzidos no organismo por inalao,absoro ou ingesto, podem causar efeitos graves e/ou mortais. Deve-se evitar qualquercontacto com o corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancergenos oumutagnicos.

    Muito txicos a inalao, ingesto ou absoro atravs da pele, provoca danos sade na

    maior parte das vezes, muito graves ou mesmo a morte. Deve-se evitar qualquer contacto como corpo humano e observar cuidados especiais com produtos cancergenos ou mutagnicos.

    Nocivos so agentes qumicos que por inalao, absoro ou ingesto, produzem efeitos demenor gravidade. Deve-se evitar qualquer contacto com o corpo humano, e observar cuidadosespeciais com produtos cancergenos ou mutagnicos.

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    Corrosivos estes produtos qumicos causam destruio de tecidos vivos e/ou materiaisinertes. No se deve inalar os vapores e deve-se evitar o contacto com a pele, os olhos evesturio.

    Irritantes so substncias que podem desenvolver uma ao irritantesobre a pele, os olhos esob a via respiratria. No se devem inalar os vapores e deve-se evitar o contacto com a pele eos olhos.

    SensibilizantesOs que provocam efeitos especficos graves para a sade humana em caso de exposio

    prolongada:

    CarcinognicosMutagnicosOs riscos das substncias e preparaes qumicas perigosas dependem de:

    - Fatores intrnsecos aos prprios produtos qumicos, em consequncia das suas propriedadesfsico-qumicas ou reatividade qumica determinantes da sua perigosidade;

    - Fatores extrnsecos relativos insegurana com que estes se utilizam, como por exemplodeficincias da organizao dos equipamentos e das instalaes;

    - Comportamentos humanos inadequados gerados basicamente por um desconhecimento da perigosidade do produto ou processo qumico em questo, e por falta de formao que permitaadotar procedimentos de trabalho seguros.

    Assim, as principais vias pelas quais os agentes qumicos podem penetrar no organismo dotrabalhador so a:

    Via respiratria: essa a principal porta de entrada dos contaminantesqumicos porque, ao respirar-se continuamente, tudo o que est no ar acaba por passar nos pulmes;

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    Via digestiva: se o trabalhador comer ou beber algo com as mos sujas, ou se estas estiveremestado muito tempo expostas a produtos qumicos, parte das substncias qumicas seroingeridas com o alimento, atingindo o estmago e podendo provocar srios riscos sade.Via drmica: esta via de penetrao mais difcil, mas se o trabalhador estiver desprotegido etiver contacto com substncias qumicas, havendo deposio no corpo, estas sero absorvidas pela pele.

    Via parenteral (parentrica): entrada de contaminantes no organismo humano (via correntesangunea), decorrente, por exemplo, de ulceraes/feridas na pele do trabalhador.

    Via ocular: alguns produtos qumicos que permanecem no ar causam irritao nos olhos econjuntivites, o que mostra que a penetrao dos agentes qumicos pode ocorrer tambm pelavista.

    As leses ou doenas que mais vulgarmente se aplicam a este tipo de agentes e queapresentam problemas para a sade do trabalhador so: Anemias; Queimaduras; Encefalopatias; Ulceraes e perturbaes cut neas, etc.

    Torna-se ento necessrio implementar medidas, nomeadamente:

    Limitao da durao e da intensidade de exposio;

    Os produtos qumicos podem ser analisados de acordo com os diferentes tipos de risco e emespecial das suas consequncias:- Riscos de exploso e de incndio;- Riscos de irritao e de queimaduras por contacto;

    - Riscos de intoxicao;- Riscos para o ambiente.

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    Figura 5. Exemplo de um rtulo de uma substncia qumica

    Smbolos de PerigoA figura seguinte indica os smbolos mais comuns em rtulos de substnciasqumicas.

    Figura 6. Smbolos de perigo presentes em rtulos de substncias qumicas

    Frases R Natureza dos riscos especficos atribudos a produtos qumicos:R1 Explosivo no estado seco.R2 Risco de exploso por choque, frico, fogo ou outras fontes de ignio.R3 Grande risco de exploso por choque, frico, fogo ou outras fontes de ignio.

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    R4 Forma compostos metlicos explosivos muito sensveis.R5 Perigo de exploso sob a ao do calor.R6 Perigo de exploso com ou sem contacto com o ar.R7 Pode provocar incndio.R8 Favorece a inflamao de matrias combustveis.R9 Pode explodir quando misturado com matrias combustveis.R10 Inflamvel.R11 Facilmente inflamvel.R12 Extremamente inflamvel.R14 Reage violentamente em contacto com a gua.R15 Em contacto com a gua liberta gases extremamente inflamveis.R16 Explosivo quando misturado com substncias comburentes.R17 Espontaneamente inflamvel ao ar.R18 Pode formar mistura vapor-ar explosiva/inflamvel durante a utilizao.R19 Pode formar perxidos explosivos.R20 Nocivo por inalao.R21 Nocivo em contacto com a pele.R22 Nocivo por ingesto.

    R23 Txico por inalao.R24 Txico em contacto com a pele.R25 Txico por ingesto.R26 Muito txico por inalao.R27 Muito txico em contacto com a pele.R28 Muito txico por ingesto.R29 Em contacto com a gua liberta gases txicos.

    R30 Pode tornar-se facilmente inflamvel durante o uso.R31 Em contacto com cidos liberta gases txicos.R32 Em contacto com cidos liberta gases muito txicos.R33 Perigo de efeitos cumulativos.R34 Provoca queimaduras.R35 Provoca queimaduras graves.R36 Irritante para os olhos.

    R37 Irritante para as vias respiratrias.R38 Irritante para a pele.

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    R39 Perigo de efeitos irreversveis muito graves.R40 Possibilidade de efeitos irreversveis.R41 Risco de graves leses oculares.R42 Pode causar sensibilizao por inalao.R43 Pode causar sensibilizao em contacto com a pele.R44 Risco de exploso se aquecido em ambiente fechado.R45 Pode causar cancro.R46 Pode causar alteraes genticas hereditrias.R48 Risco de efeitos graves para a sade em caso de exposio prolongada.R49 Pode causar cancro por inalao.R50 Muito txico para organismos aquticos.R51 Txico para organismos aquticos.R52 Nocivo para os organismos aquticos.R53 Pode causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente aqutico.R54 Txico para a flora.R55 Txico para a fauna.R56 Txico para os organismos do solo.R57 Txico para as abelhas.

    R58 Pode causar efeitos nefastos a longo prazo no ambiente.R59 Perigo para a camada de ozono.R60 Pode comprometer a fertilidade.R61 Risco durante a gravidez com efeitos adversos na descendncia.R62 Possveis riscos de comprometer a fertilidade.R63 Possveis riscos durante a gravidez de efeitos indesejveis na descendncia.R64 Pode causar danos nas crianas alimentadas com leite materno.

    Frases S Conselhos de segurana a adotar relativamente a produtos qumicos:S1 Guardar fechado chave.S2 Manter fora do alcance das crianas.S3 Guardar em lugar fresco.S4 Manter fora de qualquer zona de habitao.S5 Manter sob... [lquido apropriado a especificar pelo produtor].

    S6 Manter sob... [gs inerte a especificar pelo produtor].S7 Manter o recipiente bem fechado.

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    S8 Manter o recipiente ao abrigo da humidade.S9 Manter o recipiente num local bem ventilado.S12 No fechar o recipiente hermeticamenteS13 Manter afastado de alimentos e bebidas incluindo os dos animais.S14 Manter afastado de... [matrias incompatveis a indicar pelo produtor].S15 Manter afastado do calor.S16 Manter afastado de qualquer chama ou fonte de ignio no fumar.S17 Manter afastado de matrias combustveis.S18 Manipular e abrir o recipiente com prudncia.S20 No comer nem beber durante a utilizao.S21 No fumar durante a utilizao.S22 No respirar as poeiras.S23 No respirar os gases/vapores/fumos/aerossis [termo(s) apropriado(s) a indicar pelo produtor].S24 Evitar o contacto com a pele.S25 Evitar o contacto com os olhos.S26 Em caso de contacto com os olhos, lavar imediata e abundantemente com gua econsultar um especialista.

    S27 Retirar imediatamente todo o vesturio contaminado.S28 Aps contacto com a pele, lavar imediata e abundantemente com... [produtos apropriadosa indicar pelo produtor].S29 No deitar os resduos no esgoto.S30 Nunca adicionar gua a este produto.S33 Evitar acumulao de cargas eletrostticas.S35 No se desfazer deste produto e do seu recipiente sem tomar as precaues de segurana

    devidas.S36 Usar vesturio de proteo adequado.S37 Usar luvas adequadas.S38 Em caso de ventilao insuficiente, usar equipamento respiratrio adequado.S39 Usar um equipamento protetor para a vista/face.S40 Para limpeza do cho e objetos contaminados por este produto utilizar... [a especificar pelo produtor].

    S41 Em caso de incndio e/ou exploso no respirar os fumos.

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    S42 Durante as fumigaes/pulverizaes usar equipamento adequado [termo(s) adequado(s)a indicar pelo produtor].S43 Em caso de incndio utilizar... [meios de extino a especificar pelo produtor. Se a gua aumentar os riscos, acrescentar "Nunca utilizar gua"].S45 Em caso de acidente ou indisposio consultar imediatamente o mdico (se possvelmostrar-lhe o rtulo).S46 Em caso de ingesto consultar imediatamente o mdico e mostrar-lhe a embalagem e ortulo.S47 Conservar a uma temperatura que no exceda ...C [a especificar pelo produtor].S48 Manter hmido com... [material adequado a especificar pelo produtor].S49 Conservar unicamente no recipiente de origem.S50 No misturar com... [a especificar pelo produtor].S51 Utilizar somente em locais bem ventilados.S52 No utilizar em grandes superfcies nos locais habitados.S53 Evitar a exposio - obter instrues especficas antes da utilizao.S56 Eliminar este produto e o seu recipiente, enviando-os para local autorizado para a recolhade resduos perigosos ou especiais.S57 Utilizar um recipiente adequado para evitar a contaminao do ambiente.

    S59 Solicitar ao produtor/fornecedor informaes relativas sua recuperao/reciclagem.S60 Este produto e seu recipiente devem ser eliminados como resduos perigosos.S61 Evitar a libertao para o ambiente. Obter instrues especficas/fichas de segurana.S62 Em caso de ingesto, no provocar o vmito. Consultar imediatamente um mdico emostrar-lhe a embalagem ou o rtulo.

    Fichas de segurana (FDS)

    Sempre que se armazenem ou manipulem substncias e/ou preparaes perigosas, essencialestar informado sobre os principais riscos representados pela utilizao desses produtos.A Portaria n. 732-A/96 de 11 de dezembro obriga os fabricantes e ou importadores efornecedores dos produtos assim classificados a fornecerem ao utilizador a designada ficha dedados de segurana, que transmite informaes fundamentais sob o ponto de vista dasegurana, designadamente: Identificao do fabricante;

    Identificao dos perigos; Primeiros socorros;

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    Medidas de combate a incndios; Medidas a tomar em caso de fugas acidentais; Manuseamento e armazenamento; Controlo da ex posio/proteo individual; Propriedades fsico -qumicas; Estabilidade e reatividade; Informao toxicolgica; Informao ecolgica; Informaes relativas eliminao; Informaes relativas ao transporte; Informao sobre regulamentao; Outras informaes.

    15.2. Armazenagem de Produtos Qumicos

    No armazenamento de produtos qumicos perigosos, e fundamental a separao. Assim, deveevitar-se qualquer contacto entre:- cidos fortes;

    - Bases fortes;- Redutores fortes;- Produtos inflamveis, compatveis, ou no, com a gua;- Produtos txicos no includos nos grupos anteriores.

    Os produtos qumicos com condies especficas de perigosidade devem ser armazenados deacordo com a sua especificidade.

    O armazenamento de gases, por seuturno, deve fazer-se num local isolado,sempre no exterior. No quadro seguinte esto patentes todasas combinaes de armazenamentos de produtos qumicos.

    Legenda:(-) Armazenar separadamente

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    Como estes microrganismos se adaptam melhor e se reproduzem mais em ambientes sujos, asmedidas preventivas a tomar tero de estar relacionadas com:

    A rigorosa higiene dos locais de trabalho e dos trabalhadores; Destruio destes agentes por processos de elevao da temperatura (esterilizao)

    ou uso de cloro; Uso de equipamentos individuais de proteo para evitar contacto direto com osmicrorganismos; Ventilao permanente e adequada; Manuteno e limpeza dos sistemas de ventilao; Manuteno e limpeza dos equipamentos de trabalho; Controle mdico constante; Vacinao sempre que possvel; Formao e informao dos trabalhadores; Sinalizao de segurana, etc.

    A verificao da presena de agentes biolgicos em ambientes de trabalho feita por meio derecolha de amostras de ar e de gua, que so depois analisadas em laboratrios especializados.

    16.1 Microrganismos geneticamente modificados

    Com a evoluo cientfico-tecnolgica que se tem processado ao nvel da biologia, mais precisamente com a introduo dos microrganismos geneticamente modificados no mbito dotrabalho, torna-se fundamental estudar qual o grau de perigosidade que estes representam parao ser humano. Por forma a esclarecer melhor esta problemtica, torna-se necessrio introduzir

    a definio dos dois seguintes conceitos bsicos:

    - Microrganismo: qualquer entidade microbiolgica, celular ou no celular, capaz dereplicao ou de transferncia de material gentico, incluindo vrus, virides e clulas animaise vegetais.- Microrganismo geneticamente modificado (MGM), microrganismo cujo material genticofoi modificado de uma forma que no ocorre naturalmente por reproduo sexuada e ou por

    recombinao natural.

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    Tal como nos restantes agentes biolgicos o modo de penetrao do MGM no organismo dohomem pode ser efetuado por via digestiva, respiratria, olhos e pele, podendo originar,igualmente, algumas das doenas acima mencionadas. No entanto, a perigosidade elevadadeste gnero de microrganismos advm, exatamente, do tipo de doenas desconhecidas queestes podem provocar no homem, e que este no tem ainda conhecimento suficiente para ascontrolar, ou at mesmo detetar.A melhor maneira de assegurar o confinamento deste tipo de microrganismos ser a adoode boas prticas de trabalho microbiolgicas, formao, equipamento de confinamentoapropriado, conceo de instalaes especiais e princpios de higiene e segurana no local detrabalho, tais como:

    quer no ambiente envolvente, o mais baixo possvel;

    rmao adequada do pessoal;

    desinfetantes eficazes para situaes de disseminao de MGM;ao de sistemas seguros de armazenagem de equipamento e material de

    laboratrio contaminados;

    17. Ergonomia

    Por definio, Ergonomia a disciplina cientfica relacionada com a compreenso dasinteraes entre os seres humanos e os outros elementos de um sistema, e a profisso queaplica os princpios tericos, dados e mtodos pertinentes para conceber com vista a otimizaro bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Ou de forma mais sucinta, a cinciada adaptao do posto de trabalho ao Homem.Os fatores de risco ergonmico, muitas vezes interligados e confundidos com os fatores derisco fsico, dos quais no se podem separar, so maioritariamente decorrentes da organizao

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    e da gesto das situaes de trabalho. Assim, podem-se identificar como fatores de riscoergonmico aos quais os trabalhadores se encontram expostos: As posturas adotadas; O esforo fsico; A manipulao das cargas; Os movimentos repetitivos; As atividades montonas .

    17.1. Gestos e Posturas

    Quando se refere as posturas adotadas pelos trabalhadores no seu desempenho profissional, arepresentao imediata produz-se ao nvel das funes e atividades fsicas e manuais queobrigam adoo de posturas no naturais. Na realidade industrial, por exemplo, o desempenho das suas atividades dos trabalhadores,obrigam adoo de posturas fsicas que produzem efeitos negativos e graves problemasmsculo-esquelticos nos trabalhadores responsveis pelas mesmas.So disso exemplo, entre outras doenas ou manifestaes clnicas reconhecidas como

    doenas profissionais em resultado da posio ou atitude de trabalho que o trabalhadorassume durante o desempenho do mesmo: As leses do menisco; As paralisias; As tendinites; As lombalgias de esforo, etc.

    A tabela seguinte relaciona a postura com a zona do corpo que afetada.

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    Tabela 3. Postura de Trabalho versus Zona Afetada

    Postura de PEm situaes de trabalho, as posturas de p so vantajosas, relativamente s posturas desentado, quando requerido uma grande mobilidade, como seja a manipulao decomponentes ou objetos situados em diferentes locais e exercer nveis moderados ou elevadosde fora. Todas as tarefas que implicam estar de p num posto de trabalho, por longos perodos de tempo, podem levar fadiga e ao desconforto nas pernas e costas. No entanto, a

    postura de trabalho em p, com deslocamentos, melhor tolerada, pois acompanha-se de idase vindas, o que faz com que a superfcie plantar funcione como uma bomba sangunea,favorecendo deste modo, o retorno venoso ao corao. Assim, as pessoas que executamtrabalhos dinmicos de p, geralmente apresentam menos fadiga que aquelas que permanecemestticas ou que efetuam poucos deslocamentos. No entanto, a manuteno da postura de p por longos perodos de tempo tm consequncias desvantajosas para a sade dos operadores.De uma forma geral, o trabalho na postura de p tem asseguintes consequncias:

    - Estase venosa (diminuio da velocidade da circulao do sangue) dos membrosinferiores;- Dilatao das veias das pernas (veias varicosas);- Inflamao dos tecidos da barriga da perna e ps (edema do tornozelo);- Ulcerao da pele com edemas;- Fadiga muscular geral;- Degenerescncia crnica das articulaes.

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    Do ponto de vista biomecnico, a presso intradiscal na postura de p aumenta com ainclinao do tronco para a frente, com a adoo de posturas assimtricas e com manipulaode uma carga externa, o que est associado aos problemas discais da regio lombar. Para almde flexes ao nvel da coluna lombar, por vezes necessrio fazer flexo ao nvel da cervical, para se alcanar uma melhor viso. Esta postura implica uma fadiga rpida nos msculos do pescoo e dos ombros, devido principalmente, ao momento de fora provocado pela cabea,que tem um peso relativamente elevado (4 a 5 kg).Esta situao ocorre geralmente quando:

    - O assento muito alto;- A zona de trabalho muito baixa; existe uma componente de trabalho esttico emtodos os tipos de trabalho ou em qualquer ocupao.- O local onde o operador se encontra est afastado do trabalho que deve ser fixado ouvisualizado;- Ou quando existe uma necessidade especfica, como o caso da fixao de operaescom grandes exigncias visuais.

    Postura de SentadoA postura de sentado normalmente mantm uma maior estabilidade no desempenho das

    tarefas e alivia a carga muscular esttica global existente na posio de p. No entanto, a postura sentada mantida durante longos perodos de tempo pode levar ao aparecimento deconsequncias a vrios nveis e consequentemente a dores.Quando o corpo humano se encontra na posio sentada, as suas estruturas de suporte soconstitudas pela coluna vertebral, regio plvica e os membros inferiores (coxa, perna e p).As curvaturas fisiolgicas da coluna so determinadas pelos discos intervertebrais, dado queestes se moldam s superfcies articulares. Verifica-se que a postura que implica menor

    incremento da presso intradiscal a que mantm, dentrodo possvel, as curvaturas fisiolgicas normais (sentar com as costas direitas). As imagensseguintes ilustram trs exemplos de medidas de preveno para certas posturas no local detrabalho.

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    Figura 8. Diferentes posturas corretas de trabalho

    Figura 9. Postura semissentado

    E como no h nada como a preveno, por isso deve-se:- Fazer rotao do pessoal;- Fazer intervalos mais frequentes;- Fazer exerccios compensatrios frequentes para trabalhos repetitivos;- Fazer exames mdicos peridicos;- Evitar esforos superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulheres;- Ter uma postura correta sentado, em p ou levantando pesos.

    Esta interveno ergonmica resulta em:- Melhores condies de trabalho;- Menores riscos de incidente e acidente;- Menores custos humanos;- Formao com o objetivo de prevenir;- Maior produtividade;- Otimizar o sistema homem/mquina.

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    Postura de Sentado ComputadorPerante este tipo de trabalho, as regras a cumprir esto ilustradas na figura seguinte:

    Figura 10. Postura no computador

    Relativamente aos gestos destaca-se a repetitividade. Pode-se encontrar inmeras definiesde trabalho repetitivo. A que rene maior consenso a que considera que um trabalho repetitivo quando a durao do ciclo de trabalho menor do que 30 segundos. Vrios estudosdemonstraram que operadores que realizam movimentos rpidos, finos e repetitivos das mose dedos, podem desencadear uma elevada tenso muscular, envolvendo todo o membrosuperior. No que respeita durao da carga msculo-esqueltica, o nmero de horas detrabalho pode ser considerado como um fator agravante para a repetitividade, por se constituircomo influenciador da durao total da exposio. O risco de leses musculares do membrosuperior nem sempre aumenta com o nmero de movimentos realizados pelas articulaes.

  • 8/10/2019 Manual de Formao UFCD_0349 ASHST

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    Cofinanciado pelo Fundo Social Europeu e Estado Portugus

    GOVERNO DA REPBLICA

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    17.2. Movimentao Manual de Cargas

    Entende-se por movimentao ou transporte manual de cargas, qualquer operao detransporte e sustentao de uma carga, por um ou mais trabalhadores, que devido s suascaractersticas ou condies ergonmicas desfavorveis, comporte risco(s) para os mesmos,nomeadamente na regio lombar. Desta forma, pode-se dizer que os riscos inerentes aotransporte manual de cargas esto intimamente ligados com os fatores de risco ergonmicos.As principais leses derivadas do transporte manual de cargas so as relacionadas,maioritariamente, com a regio dorso-lombar, no entanto, podem se assinalar outras, taiscomo: Entorses; Esmagamento; Cortes.

    Sendo assim, a entidade empregadora ter de tomar medidas apropriadas por forma a eliminarou minimizar os riscos inerentes atividade de movimentao manual de cargas. Estasmedidas passam por, se possvel, substituir o transporte manual de cargas pelo transportemecnico das mesmas, introduzir medidas de organizao adequadas ou fornecer aos

    trabalhadores os meios adequados para a execuo do trabalho em segurana, possibilitar aotrabalhador espao livre suficiente, nomeadamente vertical, para o exerccio da atividade,segundo uma postura segura ecorreta, providenciar pavimentos ou pontos de apoio estveis, providenciar pavimentos regulares e no escorregadios, providenciar temperatura, humidade ou circulaode ar adequadas, proporcionar ao trabalhador perodos suficientes de descanso e recuperaofisiolgica e providenciar formao e informao aos trabalhadores.

    Em termos mais especficos, no levantamento de cargas do solo, o trabalhador deve seguir asseguintes regras de preveno: