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FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL – FACID COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA
MANUAL DE BIOSSEGURANÇA DOS SERVIÇOS DE SAÚDE DA FACID
TERESINA - 2007
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SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 5 2 - OBJETIVOS .............................................................................................................. 6 3. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE BIOSSEGURANÇA................................................ 7 4. BIOSSEGURANÇA INDIVIDUAL: ............................................................................ 12
4.2 - Normas de Biossegurança coletiva para desempenho de atividades.............. 18 5. NORMAS E CONDUTAS NO AMBIENTE LABORATORIAL. .................................. 20 6. MANEJO DAS AMOSTRAS NO LABORATÓRIO.................................................... 26
6.1. Recipientes para as Amostras........................................................................... 26 6.2. Transporte para o Laboratório. .......................................................................... 26 6.3. Recebimento e estocagem das Amostras. ........................................................ 26
7. NORMAS E CONDUTAS PARA O AMBIENTE CLÍNICO/LABORATORIAL ........... 28 7.1- Definição das Normas de Segurança e de Prevenção de Riscos Biológicos nos Laboratórios.............................................................................................................. 28 7.2 Técnicas para o uso de pipetas e de dispositivos auxiliares de pipetagem. ...... 29
8. BOAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA ............................... 31 9. CONDUTAS BÁSICAS PARA PESQUISA ENVOLVENDO ANIMAIS ..................... 33
9.1 - Ética e Legislação ............................................................................................ 33 9.2 - Condições do Biotério ...................................................................................... 34 9.3 - Normas de trabalho .......................................................................................... 34 9.4 - Descarte de animais......................................................................................... 35
10. SEGURANÇA EM RELAÇÃO A INCÊNDIO E ELETRICIDADE............................ 36 10.1 - Incêndio .......................................................................................................... 36 10.2 Normas básicas para uso de equipamentos elétricos ...................................... 39
11. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E SUPERFÍCIES EM SERVIÇOS DE SAÚDE41 11.1 Esterilização de artigos..................................................................................... 41 11.2 Limpeza e desinfecao de superficies................................................................ 42
12. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ............................................................................... 46 13. CONDUTAS APÓS ACIDENTE ............................................................................. 54
13.1 – Cuidados locais ............................................................................................. 54 13.2 – Notificação ..................................................................................................... 54 13.3 – Avaliação do Acidente ................................................................................... 54 13.4 – Quimioprofilaxia ............................................................................................. 56
14. DESTINO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE................................................................ 59 14.1 Resíduos biológicos.......................................................................................... 59 14.2 Resíduos químicos. .......................................................................................... 60
15. BIOSSEGURANÇA NAS CLÍNICAS DE ODONTOLOGIA..................................... 62 15.1. Ambientes clínicos........................................................................................... 62 15.2 - Classificação dos ambientes .......................................................................... 62 15.3 - Classificação dos artigos, segundo spaulding................................................ 63 15.4 - Classificação dos procedimentos clínicos ...................................................... 63 15.5 Esterilização por processo físico - Resolução 374, de 15/12/95, da S.S.S.P... 63
15.5.1 - Vapor saturado sob pressão.................................................................... 63 15.5.2 - Calor seco ............................................................................................... 64
15.6 - Limpeza do instrumental ................................................................................ 64 15.7 - Acondicionamento .......................................................................................... 64 15.8 - Tempo e temperatura de esterilização ........................................................... 64
15.8.1 - Autoclave................................................................................................. 64 15.8.2 - Calor seco ............................................................................................... 65
15.9 - Prazo de validade........................................................................................... 65 15.10 - Preparo de material a ser esterilizado na central de esterilização ............... 65
15.10.1 Limpeza ................................................................................................... 65 15.10.2 Acondicionamento ................................................................................... 65
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15.10.3 Entrega .................................................................................................... 66 15.10.4 Retirada ................................................................................................... 66 15.10.5 Validade................................................................................................... 66 15.10. 6 Sugestões para a lista de material.......................................................... 66 15.10.7 Cuidados com as peças de mão ............................................................. 67
15.11 Técnica para empacotamento de material e instrumental .............................. 69 15.12 Agentes químicos ........................................................................................... 69
15.12.1 - Escolha do agente químico ................................................................... 69 15.12.2 - Esterilizantes químicos.......................................................................... 71 15.12.3 - Etapas da esterilização química............................................................ 72 15.12.4 - Desvantagens da esterilização química ................................................ 72 15.12.5 - Desinfetantes de nível intermediário ..................................................... 72
15.13 - Desinfecções ................................................................................................ 76 15.13.1 - Descontaminação de instrumentos ....................................................... 76 15.13.2 - Desinfecção de instrumentos ................................................................ 76 15.13.3 - Desinfecção de superfícies.................................................................... 76 15.13.4 - Desinfecção de moldes ......................................................................... 77 15.13.5 - Desinfecção de próteses ....................................................................... 78
15.14 - Uso de barreiras nas superfícies.................................................................. 78 15.14.1 - Barreiras ................................................................................................ 78
15.15 - Proteção da equipe de saúde...................................................................... 79 15.15.1 - Barreiras pessoais................................................................................. 79 15.15.2 - Lavagem e cuidado das mãos............................................................... 84 15.15.3 - Lavagem das mãos ............................................................................... 84 15.15.4 - Lavagem e antissepsia das mãos ......................................................... 85 15.15.5 - Antissepsia cirúrgica das mãos ............................................................. 86 15.15.6 - Cuidados com as mãos ......................................................................... 87
16. ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999) ............................................................... 88 16.1 - Prevenção de acidentes ................................................................................. 88 16.2 - Conduta após exposição acidental (SESSP,1999) ........................................ 89 16.3 Conduta após acidente com instrumental pérfuro-cortante na FACID ............. 89
17. CUIDADOS EM RADIOLOGIA ............................................................................... 91 18. CUIDADOS NO LABORATÓRIO DE GESSO (Miller; Pallenik) ............................. 92 19. MANEJO DE BIÓPSIAS......................................................................................... 93 20. MANEJO DE DENTES EXTRAÍDOS ..................................................................... 94 21. CUIDADOS COM O LIXO ...................................................................................... 95 22. CUIDADOS COM A ÁGUA E O AR........................................................................ 96
22.1 - Caixas d'água................................................................................................. 96 22.2 - Cuidados com o sistema "flush" ..................................................................... 97 22.3 - Ar .................................................................................................................... 98
23. NORMAS DE PREVENÇÃO NA CLÍNICA ............................................................. 99 24. NORMATIZAÇÃO DA LIMPEZA DAS CLÍNICAS ................................................ 101 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 104 ANEXOS .........................................................................................................109
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APRESENTAÇÃO
Este Manual foi pensado e elaborado a partir da constatação, por parte da
Comissão de Biossegurança da FACID de que os laboratórios e clínicas da faculdade
demonstram necessidade de procedimentos específicos para minimizar os riscos de
acidentes pessoais e de contaminação ambiental.
A FACID visando otimizar e regulamentar as ações desenvolvidas nos
laboratórios e clínicas, preocupou-se com a elaboração deste Manual onde serão abordados
temas sobre medidas de Biossegurança para que se torne seguro todas as atividades
executadas nestes setores com pleno controle de infecção.
Objetivando a prevenção, eliminação ou minimização destes riscos a FACID
compôs uma comissão de Biossegurança que é responsável pelas ações inerentes à
aplicação das normas de Biossegurança nas atividades desenvolvidas na Instituição.
COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA DA FACID
• Prof. Ms. Julio Cesar de Paulo Cravinhos
• Profa. Mestranda Maria Josecí Lima Cavalcante Vale
• Profª Ms. Divana Maria Martins Parente Lira
• Profª Ms. Helena Maria Reinaldo Lima
• Profª Ms. Maria do Rosário Conceição Moura Nunes
• Prof.a Esp. Bruna Andrade Medeiros
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1 - INTRODUÇÃO
Ambientes laboratoriais e clínicas geralmente são locais que podem expor as
pessoas que nele trabalham ou circulam, a riscos de várias origens. Os riscos de agravo à
saúde (ex. radiação, calor, frio, substâncias químicas, estresse, agentes infecciosos,
ergonômicos etc.) podem ser variados e cumulativos. Por suas características, encontram-
se nos serviços de saúde exemplos de todos os tipos de risco, agravados por problemas
administrativos e financeiros (ex. falta de manutenção de equipamentos) e alguns
decorrentes de falhas na adaptação de estruturas antigas a aparelhos de última geração.
Quando o enfoque é o da biossegurança, além dos cuidados normais de boas
práticas de laboratório, são necessários procedimentos específicos para minimizar os riscos
de acidentes pessoais e de contaminação ambiental.
A biossegurança é um processo funcional e operacional de fundamental
importância em serviços de saúde. Aborda medidas de Controle de Infecção para proteção
da equipe de assistência e usuários em saúde, e tem um papel fundamental na promoção
da consciência sanitária na comunidade onde atua. É importante para a preservação do
meio ambiente, orientando a manipulação e o descarte de resíduos químicos, tóxicos e
infectantes, tendo como principal objetivo a redução geral de riscos à saúde e acidentes
ocupacionais.
Os princípios e boas práticas de laboratórios serão discutidos com o objetivo de
delinear todos os possíveis acidentes e contaminações que podem ocorrer em ambientes
clínicos e laboratoriais.
Ademais, vislumbrando manter o controle de infecção em todos os ambientes,
elaborou-se uma estratégia abrangendo desde a constituição da Comissão de
Biossegurança, composta por docentes de disciplinas básicas e profissionais dos cursos da
área de saúde, culminando com a elaboração do Manual de Biossegurança da FACID,
padronizando condutas e normas para funcionamento dos laboratórios e clínicas desta
Instituição de Ensino Superior.
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2 - OBJETIVOS
Instituir normas e medidas que reduzam ao máximo a exposição a riscos que
afetam a saúde de todos que trabalham em laboratório e clínicas com equipamentos,
substâncias químicas e espécimes biológicos, além de providenciar a destinação do material
poluente ou biológico de alta periculosidade.
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3. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE BIOSSEGURANÇA.
A lógica da construção do conceito de biossegurança teve seu inicio na década
de 70 na reunião de Asilomar na Califórnia, onde a comunidade científica iniciou a discussão
sobre os impactos da engenharia genética na sociedade. Esta reunião, segundo Goldim
(1997) "é um marco na história da ética aplicada a pesquisa, pois foi a primeira vez que se
discutiu os aspectos de proteção aos pesquisadores e demais profissionais envolvidos nas
áreas onde se realiza o projeto de pesquisa". A partir daí o termo biossegurança, vem, ao
longo dos anos, sofrendo alterações.
Na década de 70, a Organização Mundial da Saúde (WHO, 1993) a definia como
"práticas preventivas para o trabalho com agentes patogênicos para o homem". O foco de
atenção voltava-se para a saúde do trabalhador frente aos riscos biológicos no ambiente
ocupacional.
Já na década de 80, a própria OMS (WHO, 1993) incorporou a essa definição os
chamados riscos periféricos presentes em ambientes laboratoriais que trabalhavam com
agentes patogênicos para o homem, como os riscos químicos, físicos, radioativos e
ergonômicos.
Nos anos 90, verificamos que a definição de biossegurança sofreu mudanças
significativas.
Em seminário realizado no Instituto Pasteur em Paris (INSERM, 1991),
observamos a inclusão de temas como ética em pesquisa, meio ambiente, animais e
processos envolvendo tecnologia de DNA recombinante, em programas de biossegurança.
Outra definição nessa linha diz que "a biossegurança é o conjunto de ações
voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando
à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos
resultados" (TEIXEIRA e VALLE, 1996). Este foco de atenção retorna ao ambiente
ocupacional e amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade.
Uma definição centrada no ambiente ocupacional encontramos em Teixeira e
Valle (1996), onde consta no prefácio "segurança no manejo de produtos e técnicas
biológicas".
Outra definição, baseada na cultura da engenharia de segurança e da medicina
do trabalho é encontrada em Costa (1996), onde aparece "conjunto de medidas técnicas,
administrativas, educacionais, médicas e psicológicas, empregadas para prevenir acidentes
em ambientes biotecnológicos". Está centrada na prevenção de acidentes em ambientes
ocupacionais.
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Fontes et al. (1998) já apontam para "os procedimentos adotados para evitar os
riscos das atividades da biologia". Embora seja uma definição vaga, sub-entende-se que
estejam incluidos a biologia clássica e a biologia do DNA recombinante.
Estas definições mostram que a biossegurança envolve as seguintes relações:
tecnologia – risco – homem agente biológico - risco -homem
tecnologia - risco – sociedade biodiversidade - risco – economia.
Assim, normas de biossegurança englobam todas as medidas que visam evitar
riscos físicos (radiação ou temperatura), ergonômicos (posturais), químicos (substâncias
tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e psicológicos (estresse). No ambiente hospitalar
encontram-se exemplos de todos estes tipos de riscos ocupacionais para o trabalhador de
saúde (CAVALCANTE et al., 2003).
Diante destes fatos, há necessidade que os laboratórios, sob o ponto de vista das
instalações, da capacitação dos recursos humanos e da dinâmica de trabalho, estejam
perfeitamente adequados e permitam a eliminação ou minimização desses riscos para o
trabalhador e para o ambiente.
A transmissão de diversos tipos de agentes virais como os vírus da hepatite B
(HBV), hepatite C (HCV), o da síndrome da imunodeficiência humana adquirida (HIV) e
bacterianos, como Mycobacterium tuberculosis, já foi documentada após acidente pérfuro-
cortante, sendo o sangue humano uma das principais fontes de contágio. A via aérea
representa outra forma importante de transmissão, seja pela inalação de aerossóis com o
risco de aquisição de varicela, sarampo ou tuberculose, ou pela inalação de partículas
maiores, associadas a doenças como difteria e doença meningocócica.
A doença infecciosa é uma manifestação clínica de um desequilíbrio no sistema
parasito-hospedeiro-ambiente, causada pelo aumento da patogenicidade do parasita em
relação aos mecanismos de defesa antiinfecciosa do hospedeiro, ou seja, quebra-se a
relação harmoniosa entre as defesas do nosso corpo e o número e virulência dos germes,
propiciando a invasão deles nos órgãos do corpo. Alguns microrganismos possuem
virulência elevada podendo causar infecção no primeiro contato, independente das nossas
defesas. Outros, usualmente encontrados na nossa microbiota normal, não são tão
virulentos, mas podem infectar o nosso organismo se diminuímos a nossa capacidade de
defesa.
O risco atual de aquisição do HIV após acidente percutâneo ou exposição de
mucosa é de 0,3% (variação de 0,2 a 0,5%) e de 0,09% (variação de 0,006 a 0,5%)
respectivamente.
Existem vários fatores que podem contribuir para aquisição da infecção como:
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• combinação de fatores relacionados ao acidente: via, profundidade,
tamanho e condições do inóculo, tempo de contato entre a fonte e o
profissional;
• fonte de infecção: grau de viremia, uso de anti-retrovirais e estágio da
doença;
• características do profissional acidentado: tipo de antígenos HLA,
presença de doenças de base;
• atendimento inicial após o acidente: assistência recomendada para cada
situação específica.
O risco de aquisição após acidente com material pérfuro-cortante, contendo
sangue de paciente com HBV varia de 6 a 30%, se nenhuma medida profilática for adotada.
O uso de vacina contra HBV ou imunoglobulina específica reduz o risco de aquisição do
HBV em 70 a 75%.
Com relação ao HCV o risco de aquisição após exposição percutânea é de
aproximadamente 1,8%. A possibilidade de complicações na evolução da doença é 4 a 10
vezes maior que para o HBV. Entre 75 a 85% dos infectados por HCV podem evoluir para
doença crônica. A ausência de medidas preventivas (vacinas) e a ineficácia do uso de
imunoglobulinas agravam o risco em relação à aquisição profissional deste agente
etiológico.
Sabe-se que o risco de aquisição de tuberculose é maior entre profissionais que
realizam ou assistem necropsias, em locais de procedimentos que estimulam a tosse (sala
de inaloterapia, broncoscopia, etc.) ou entre profissionais que trabalham com pacientes
sintomáticos respiratórios (clínicas de pneumologia, infectologia) sem as devidas medidas
de proteção.
Existe uma série de procedimentos e protocolos que devem ser adotados quando
há ocorrência destes acidentes. A Instituição deverá ter seu protocolo especifico de acordo
com as atividades desenvolvidas em suas clinicas e laboratórios.
O Ministério do Trabalho, através da Portaria 3214 (de 8/6/1978), estabelece as
Normas Regulamentadoras (NR). São aqui destacadas apenas as que enfocam
prioritariamente a área de Biossegurança:
• NR4 – A organização dos Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) tem a finalidade de
promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador em seu local de
trabalho; o dimensionamento dos SESMT, o número de funcionários e a
graduação de risco (atividades de atenção à saúde tem risco 3);
• NR5 – Regulamenta a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
(CIPA), que deverá manter contato estreito e permanente com o SESMT;
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• NR6 – Regulamenta os Equipamentos de Proteção Individual (EPI),
conceituados como todo dispositivo de uso individual destinado a proteger
a saúde e a integridade física do trabalhador no local de trabalho;
• NR7 – Estabelece o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO). Refere-se à obrigatoriedade de exames médicos periódicos
por ocasião de admissão, demissão, mudança de cargo/função ou setor e
retorno às atividades, após afastamento por mais de 30 dias por motivo
de saúde, inclusive gestação;
• NR9 – Estabelece o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA). São considerados riscos ambientais os agentes agressivos
físicos, químicos e biológicos que possam trazer ou ocasionar danos à
saúde do trabalhador em ambientes de trabalho, em função da natureza,
concentração, intensidade e tempo de exposição ao agente.
Estas duas importantes Normas Regulamentadoras – NR-7 e NR-9, que cuidam
da saúde do funcionário e controle do ambiente, foram alteradas pela Portaria nº. 24 de
29.12.94.
• NR15 – Conceitua as atividades ou operações insalubres, assegurando
ao trabalhador, nestes casos, remuneração adicional (incidente sobre o
salário mínimo regional);
• NR32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde,
entendendo-se como serviços de saúde qualquer edificação destinada à
prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de
promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde, em
qualquer nível de complexidade.
Assim sendo, busca-se no desempenho das atividades clinicas - laboratoriais,
aplicar todas as normas e legislações vigentes para o bom cumprimento das mesmas.
Conhecer os riscos, quais os seus tipos, onde são maiores e estabelecer um
mapeamento dos mesmos, é indispensável para podermos interceptá-los.
Neste manual, faz-se referência aos perigos relativos de microrganismos
infecciosos, por grupos de risco (Grupos de Risco 1, 2, 3 e 4 da Organização Mundial da
Saúde - OMS). Esta classificação só deve ser utilizada em trabalho laboratorial. A seguir
descrevem-se os grupos de risco.
Classificação dos agentes biológicos (segundo NR32):
Classe de risco 1: baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade,
com baixa probabilidade de causar doença ao ser humano.
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Classe de risco 2 : risco individual moderado para o trabalhador e com baixa
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças ao ser humano,
para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.
Classe de risco 3 : risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar doenças e infecções
graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou
tratamento.
Classe de risco 4 : risco individual elevado para o trabalhador e com
probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta grande poder de
transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano,
para as quais não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento (NR32,
Portaria n°.485 de 11.11.2005).
Com referência a segurança nos laboratórios, utiliza-se o termo contenção aos
métodos de segurança utilizados na manipulação de materiais infecciosos em um meio
laboratorial onde estão sendo manejados ou contidos. A contenção objetiva reduzir ou
eliminar a exposição da equipe de um laboratório, de outras pessoas e do ambiente em
geral aos agentes potencialmente perigosos.
Na contenção primária a proteção da equipe do laboratório e do meio de trabalho
contra exposição aos agentes infecciosos, é proporcionada por uma boa técnica de
microbiologia e pelo uso de equipamento de proteção adequado. As vacinas podem fornecer
elevado nível de proteção individual.
Na contenção secundária a proteção do meio ambiente externo ao laboratório
contra exposição aos materiais infecciosos, é proporcionada pela combinação de um projeto
de instalações e das práticas operacionais. Assim sendo, os três elementos de contenção
compreendem a prática e a técnica laboratorial, o equipamento de segurança e o projeto da
instalação. A avaliação do risco de trabalho a ser realizado com um agente especifico,
determinará a combinação adequada destes três elementos (BRASIL, 2000).
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4. BIOSSEGURANÇA INDIVIDUAL:
4.1 – Normas de Biossegurança individual para acesso e permanência em laboratórios e clínicas da FACID (docentes, alunos de graduação, pós-graduação, bolsistas de iniciação
cientifica, pesquisadores e funcionários).
Terão acesso às clínicas e laboratórios da Instituição todos aqueles que estejam
no desempenho de suas funções, no horário normal de expediente ou aqueles com
autorização prévia.
Nos horários fora do expediente normal e⁄ou fora do horário de aula, o acesso às
dependências dos laboratórios de saúde só será permitido mediante autorização emitida
pelo pessoal da recepção e assinatura no livro de presença destacando identificação e
tempo de permanência no local.
É proibida a permanência de pessoas estranhas ao serviço, nas áreas de risco
dos laboratórios de ensino, pesquisa e clinicas.
É proibido trabalhar sozinho nos laboratórios e clínicas em atividades que
envolvam elevados riscos de acidente.
Os membros da Comissão de Biossegurança, no exercício de suas funções, têm
acesso livre a todas as dependências dos laboratórios de saúde.
É obrigatório o uso de jaleco fechado, longo, de mangas compridas com
logomarca da FACID sobre a roupa; é recomendado o uso de óculos de segurança, sapatos
fechados e calça comprida nas atividades que envolvam riscos, realizados nos laboratórios
de ensino da FACID.
Nas clinicas torna-se obrigatório o uso de jaleco com logomarca da FACID e
nome do curso.
Os equipamentos de proteção individual têm o seu uso regulamentado pelo
Ministério Trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora n°.6 (NR n°.6). Esta norma
define que equipamento de proteção individual é todo dispositivo de uso individual,
destinado a proteger a integridade física do trabalhador. Ela preconiza que a empresa está
obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes
circunstâncias:
- sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou
não oferecerem completa proteção aos riscos de acidentes do trabalho e/ou doenças
profissionais;
- enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas, para
atender a situações de emergência (BRASIL, 1994).
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De acordo com a NR-32 de 16.11.05
O empregador deve vedar: a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos;
b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos
postos de trabalho;
c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho;
d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim;
e) o uso de calçados abertos.
Vestuário:
O equipamento e a roupa de proteção individual podem servir de barreira,
minimizando o risco de exposição a aerossóis, salpicos e inoculação acidental. A roupa e o
equipamento escolhido dependem da natureza do trabalho a ser realizado. Deve vestir-se
roupa de proteção quando se trabalha no laboratório. Antes de sair do laboratório, deve tirar-
se a roupa de proteção e lavar as mãos.
Batas, jalecos e aventais de laboratório:
Batas e jalecos devem ser de mangas compridas e fechadas atrás para dar
melhor proteção, sendo preferidos nos laboratórios de microbiologia e quando se trabalha
com câmaras de segurança biológica. Quando necessário, podem usar-se aventais por cima
das batas, a fim de dar uma proteção adicional contra o derrame de produtos químicos ou
biológicos, tais como sangue ou fluidos de culturas.
Devem-se usar preferencialmente calças compridas, para melhor proteção das
pernas.
Como norma a ser instituída nas clínicas e laboratórios da FACID, os alunos,
quando em atividades práticas, deverão trajar de manga comprida, de cor branca ou avental
descartável que, ao término da atividade, deverá ser depositado no recipiente destinado ao
armazenamento de lixo infectante. Os docentes e funcionários deverão utilizar avental
branco, com identificação no avental.
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Sapatos:
Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são aqueles
fechados de preferência impermeáveis (couro ou sintético). Evita-se os de tecido que
umedecem e retém a sujeira. Escolha os calçados cômodos e do tipo anti-derrapante. Se o
local tiver muita umidade, como em lavanderias, usar botas de borracha.
Devem ser de material não poroso e resistente para evitar lesões nos pés com
material pérfuro-cortante, químicos ou contaminados.
Gorro:
Deve ser de uso obrigatório nas áreas de controle microbiológico, produção,
manipulação e almoxarifado, devendo os cabelos estarem permanentemente presos na sua
totalidade.
Jóias e bijuterias:
Brincos, anéis, pulseiras e colares podem servir de depósitos para agentes
biológicos e químicos, portanto não devem ser utilizados nas áreas laboratoriais.
Maquiagem:
Por conter glicerina, mica, titânio entre outros, pode liberar partículas que podem
servir de veículo para propagação de agentes biológicos e químicos.
Unhas:
Devem ser curtas, bem cuidadas e não podem ultrapassar a ponta dos dedos.
Preferencialmente sem conter esmalte, pois libera microfraturas.
Óculos de proteção, óculos de segurança e viseiras de proteção facial.
A escolha do equipamento para proteger os olhos e o rosto contra salpicos e
impactos de objetos depende da manobra a realizar.
Óculos normais ou graduados podem ser fabricados com uma armação especial
que permita inserir lentes na frente da armação, utilizando um material inquebrável
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acompanhando o formato do rosto, ou ser equipados com proteções laterais (óculos de
segurança).
Os óculos de segurança não fornecem, porém uma proteção adequada contra
salpicos, mesmo quando acompanhados de proteção lateral. Nesse caso, devem utilizar-se
óculos de proteção (tipo óculos de soldador) que protegem contra salpicos e impactos, usar
por cima dos óculos graduados ou lentes de contato (que não oferecem proteção contra
perigos biológicos ou químicos).
As viseiras de proteção facial são feitas de plástico inquebrável, ajustam-se ao
rosto e são seguras à cabeça por tiras ou por uma touca.
Óculos de proteção, de segurança e viseiras não devem ser utilizados fora do
laboratório.
Lentes de contato:
Não manuseá-las nas áreas de trabalho. Em caso indispensável do ajuste das
mesmas, isto deverá ser feito após lavagem das mãos, fora do ambiente de atividade
prática.
Respiradores:
Ao realizar trabalhos de alto risco (por exemplo: limpeza de um derrame de
material infeccioso) pode ser necessário utilizar material de proteção respiratória. A escolha
do respirador depende do tipo de perigo(s). Existem respiradores com filtros permutáveis:
proteção contra gazes, vapores, partículas e microrganismos; é imprescindível que o filtro
escolhido corresponda ao tipo apropriado de respirador. Para assegurar a proteção ideal, o
respirador deve ser instalado na face do operador e testado. Os respiradores auto-
suficientes, com abastecimento de ar integral, asseguram uma proteção total. Deve solicitar-
se o conselho de uma pessoa devidamente qualificada, por exemplo, um higienista
profissional, para escolher o respirador adequado.
As máscaras utilizadas em cirurgia foram concebidas para a proteção dos
doentes e não asseguram a proteção respiratória dos operadores. Alguns respiradores
descartáveis (ISO 13.340.30) foram concebidos para assegurar a proteção contra a
exposição a agentes biológicos.
Os respiradores não devem ser utilizados fora das áreas laboratoriais.
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Luvas:
Durante certas manipulações laboratoriais pode ocorrer a contaminação das
mãos. Estas são igualmente vulneráveis a ferimentos causados por objetos cortantes. No
trabalho normal de laboratório e no manuseamento de agentes infecciosos, sangue e fluidos
corporais, usa-se geralmente luvas descartáveis de látex, vinil ou nitrila,
microbiologicamente aprovados, semelhantes às utilizadas em cirurgia.
Segundo a NR-32
32.2.4.3.2 O uso de luvas não substitui o processo de lavagem das mãos, o que
deve ocorrer, no mínimo, antes e depois do uso das mesmas.
32.2.4.4 Os trabalhadores com feridas ou lesões nos membros superiores só
podem iniciar suas atividades após avaliação médica obrigatória com emissão de
documento de liberação para o trabalho.
Devem tirar-se as luvas e lavar bem as mãos, após manusear materiais
infecciosos, trabalhar em câmaras de segurança biológica e antes de sair do laboratório.
Depois de utilizadas, as luvas descartáveis devem ser eliminadas com os resíduos
laboratoriais infectados.
Reações alérgicas como dermatite e hipersensibilidade imediata têm sido
assinaladas em laboratórios e entre outros trabalhadores que utilizam luvas de látex,
particularmente nas que contêm pó. Devem estar disponíveis alternativas às luvas de látex
com pó, como exemplo, as luvas de nitrila.
Devem utilizar-se luvas de malha de aço inoxidável, sempre que existir a
probabilidade de exposição a instrumentos cortantes, como nas autópsias. Estas luvas
protegem contra cortes, mas não contra perfurações.
Não devem utilizar-se luvas fora das áreas laboratoriais.
INDICAÇÕES DA LAVAGEM DAS MÃOS
Existe uma gama enorme de momentos, durante o trabalho, que a lavagem das
mãos está indicada. Mesmo que, durante os procedimentos, as luvas sejam utilizadas, após
a retirada das luvas as mãos devem ser lavadas. A luva irá proteger de uma contaminação
grosseira de matéria orgânica, porém a
microporosidade da luva, a sua fragilidade que ocasiona furos e a possível contaminação na
sua retirada, indica que ocorreu contato de microrganismos na pele das mãos. Sendo assim,
mesmo com o uso de luvas, as mãos devem ser lavadas após a sua retirada. Suas
indicações são:
17
- após tocar fluidos, secreções e itens contaminados;
- após a retirada das luvas;
- antes de procedimentos no paciente;
- entre contatos com pacientes;
- entre procedimentos num mesmo paciente;
- antes e depois de atos fisiológicos;
- antes do preparo de soros e medicações.
Para a realização da lavagem das mãos necessitamos das seguintes instalações
físicas:
- pia;
- dispensador de solução degermante com acionamento automático ou por
pedal, com uma rotina de limpeza semanal;
- toalheiro com toalhas de papel ou ar quente (preferível);
- torneira com abertura e fechamento automático, preferivelmente.
Ao lavar as mãos estabelecer uma seqüência de esfregação das partes da mão
com maior concentração microbiana, que são: as pontas dos dedos, meio dos dedos e
polegares. Veja a técnica da lavagem das mãos:
- posicionar-se sem encostar na pia;
- abrir a torneira;
- passar a solução degermante nas mãos;
- friccionar as mãos dando atenção às unhas, meio dos dedos, polegar, palmas
e dorso das mãos (tempo aproximado de 15 segundos);
- enxaguar as mãos deixando a torneira aberta;
- enxugar as mãos com papel toalha ou jato de ar quente;
- fechar a torneira com a mão protegida com papel toalha, caso não tenha
fechamento automático.
É importante lembrar que para melhor remoção da microbiota as mãos devem
estar sem anéis e com as unhas curtas, caso contrário, uma carga microbiana ficará retida
nestes locais sendo passíveis de proliferação e transmissão. Na lavagem rotineira das mãos
o uso de sabão neutro é o suficiente para a remoção da sujeira, da microbiota transitória e
parte da microbiota residente.
18
4.2 - Normas de Biossegurança coletiva para desempenho de atividades.
Os equipamentos de proteção coletiva são dispositivos utilizados no ambiente
laboral com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos.
Normalmente os EPCs envolvem facilidades para os processos industriais colaborando no
aumento de produtividade e minimizando os efeitos de perdas em função de melhorias nos
ambientes de trabalho (BRASIL, 1994).
Os EPCs devem: - ser do tipo adequado em relação ao risco que irão neutralizar;
- depender o menos possível da atuação do homem para atender suas
finalidades;
- ser resistentes às agressividades de impactos, corrosão, desgastes, etc., a
que estiverem sujeitos;
- permitir serviços e acessórios como limpeza, lubrificação e manutenção;
- não criar outros tipos de riscos, principalmente mecânicos como obstrução de
passagens, cantos vivos, etc. (BRASIL, 1994).
Todos os funcionários devem receber treinamento para uso destes
equipamentos, que devem estar em locais de fácil acesso e sinalizados.
Extintores de incêndio – poderão ser de água pressurizada, pó químico seco ou
gás carbônico. A área localizada logo abaixo deste equipamento, deve estar sinalizada e
desobstruída.
Chuveiro de emergência – deve estar localizado próximo a área laboratorial e
possuir jato de água forte para remoção imediata de substâncias, reduzindo os danos ao
professor, aluno ou técnico atingidos pelo agente nocivo. A alavanca de acionamento deve
ser de fácil alcance.
Lava-olhos – sua instalação é próxima ao chuveiro ou as pias. Em caso de
acidentes, o jato de água deve ser forte para remover a substância da mucosa ocular.
Equipamentos complementares: Balde com areia ou substâncias absorventes granuladas - sempre que forem
derramados sobre o piso ou sobre bancadas substâncias perigosas, deve-se jogar areia ou
absorvente granulado para impedir o escoamento.
• Mantas ou cobertores;
• botas de borracha;
• baldes e esfregões;
19
• pinças para recolher cacos;
• material para primeiros socorros;
• toalhas felpudas.
20
5. NORMAS E CONDUTAS NO AMBIENTE LABORATORIAL.
O ambiente de laboratório deve ser projetado, dimensionado ou adequado
devidamente de modo a oferecer condições confortáveis e seguras de trabalho. As áreas de
trabalho devem ser definidas com a finalidade de separar as de maior risco (manipulação de
produtos químicos e biológicos) daquelas que apresentam menor probabilidade de
acidentes (áreas administrativas).
As áreas do ambiente de laboratório devem ser adequadamente sinalizadas de
forma a facilitar a orientação dos usuários; advertir quanto aos riscos existentes e restringir o
acesso de pessoas não autorizadas (PIMENTA, 2003).
As instalações laboratoriais designam-se por:
Laboratório de base – Nível 1 de segurança biológica;
Laboratório de base – Nível 2 de segurança biológica,
Laboratório de confinamento – Nível 3 de segurança biológica,
Laboratório de confinamento máximo – Nível 4 de segurança biológica.
Estas designações baseiam-se num conjunto de características de concepção,
estruturas de confinamento, equipamento, práticas e normas operacionais necessárias para
trabalhar com agentes de diversos grupos de risco (Anexo 1).
Os líquidos biológicos e os sólidos que são manuseados nos laboratórios são,
quase sempre, fonte de contaminação. Os cuidados que se devem ter para não haver
contaminação cruzada dos materiais, não contaminar o pessoal do laboratório, da limpeza,
os equipamentos, o meio ambiente através de aerossóis e os cuidados com o descarte
destes materiais fazem parte das Boas Práticas em Laboratório Clinico (BPLC), seguindo as
regras da Biossegurança. Para cada procedimento há uma regra já definida em Manuais,
Resoluções, Normas ou Instruções Normativas.
Nenhum laboratório clínico ou hospitalar dispõe de controle perfeito sobre as
amostras que recebe; portanto, o pessoal de laboratório pode sofrer exposição ocasional e
inesperada a germes que pertencem a grupos de risco mais elevados. Esta possibilidade
precisa ser considerada quando da adoção de planos e normas de segurança.
Níveis de Biossegurança
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) normatizou os níveis
de Biossegurança em NB-1, NB-2, NB-3 e NB-4, crescentes no maior grau de contenção e
complexidade do nível de proteção. O nível de biossegurança de um experimento será
determinado segundo o organismo de maior classe de risco envolvido no mesmo. Estão
definidos nessa instrução normativa os ambientes, os equipamentos necessários, os
21
cuidados no manuseio e a eliminação final dos resíduos, assim como os microrganismos
classificados nos quatro níveis.
NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA (NB-1) – Anexo 2 O Nível de Biossegurança 1 é adequado ao trabalho que envolva agentes bem
caracterizados e conhecidos por não provocarem doença em seres humanos e que
possuam mínimo risco ao pessoal do laboratório e ao meio ambiente. O laboratório não está
separado das demais dependências do edifício. O trabalho é conduzido, em geral, em
bancada, com adoção das boas práticas laboratoriais (BPL). Equipamentos específicos de
proteção ou características especiais de construção não são geralmente usados ou
exigidos. O pessoal do laboratório deverá ter treinamento específico nos procedimentos
realizados no laboratório e deverão ser supervisionados por um cientista com treinamento
em microbiologia geral ou ciência correlata.
Padrões e práticas especiais, equipamento de segurança e instalações que
deverão ser aplicados aos agentes designados ao Nível de Biossegurança 1:
- Práticas Padrões em Microbiologia:
• O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a
definição do responsável pelo laboratório quando estiverem sendo realizados
experimentos ou trabalhos com culturas e amostras.
• As pessoas deverão lavar as mãos após o manuseio de materiais viáveis,
após remoção das luvas e antes de saírem do laboratório.
• Não é permitido comer, beber, fumar, manusear lentes de contato, aplicar
cosméticos ou armazenar alimentos para consumo nas áreas de trabalho. As
pessoas que usam lentes de contato em laboratórios deverão usar também
óculos de proteção ou protetores faciais. Os alimentos deverão ser guardados
fora das áreas de trabalho em armários ou geladeiras específicos para este
fim.
• É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos
mecânicos.
• Devem ser instituídas normas para o manuseio de agulhas.
• Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de
minimizar a criação de borrifos ou aerossóis.
• As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas, pelo menos, uma vez
ao dia e sempre depois de qualquer derramamento de material viável.
22
• Todas as culturas e outros resíduos deverão ser descontaminados antes de
serem descartados através de um método aprovado como, por exemplo,
esterilização por calor úmido (autoclave). Os materiais que forem ser
descontaminados fora do laboratório deverão ser colocados em recipientes
inquebráveis, à prova de vazamentos e hermeticamente fechados para serem
transportados ao local desejado. Os materiais que forem enviados para
descontaminação fora da instituição deverão também ser embalados de
acordo com os regulamentos locais, estaduais e federais, antes de serem
removidos das dependências do laboratório.
• O símbolo de “Risco Biológico” deverá ser colocado na entrada do laboratório
em qualquer momento em que o agente infeccioso estiver presente no local.
Este sinal de alerta deverá indicar o agente manipulado e o nome e número
do telefone do pesquisador.
• Deve ser providenciado um programa rotineiro de controle de insetos e
roedores.
- Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias)
• Os equipamentos especiais de contenção, tais como as cabines de
segurança biológica, não são geralmente exigidas para manipulações de
agentes de classe de risco 1.
• É recomendado o uso de jalecos, aventais ou uniformes próprios, para evitar
a contaminação ou sujeira de vestimentas.
• Recomenda-se o uso de luvas para os casos de rachaduras ou ferimentos na
pele das mãos. Algumas alternativas como o uso de luvas de látex com talco
deverão ser avaliadas.
• Óculos protetores deverão ser usados na execução de procedimentos que
produzam borrifos de microrganismos ou materiais perigosos.
-Instalações Laboratoriais (Barreiras Secundárias)
• Os laboratórios deverão possuir portas para controle do acesso
• Cada laboratório deverá conter uma pia para lavagem das mãos.
• O laboratório deve ser projetado de modo a permitir fácil limpeza. Carpetes e
tapetes não são apropriados para laboratórios.
• É recomendável que a superfície das bancadas seja impermeável à água e
resistente ao calor moderado e aos solventes orgânicos, ácidos, álcalis e
químicos usados para a descontaminação da superfície de trabalho e do
equipamento.
23
• Os móveis do laboratório deverão ser capazes de suportar cargas e usos
previstos. Os espaços entre as bancadas, cabines e equipamento deverão
ser suficientes de modo a permitir fácil acesso para limpeza.
• Se o laboratório possuir janelas que se abram para o exterior, estas deverão
conter telas de proteção contra insetos.
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB-2) O Nível de Biossegurança 2 é semelhante ao nível de Biossegurança 1 e é
adequado ao trabalho que envolva agentes de risco moderado para as pessoas e para o
meio ambiente. Difere do NB-1 nos seguintes aspectos: (1) O pessoal de laboratório deverá
ter um treinamento especifico no manejo de agentes patogênicos e devem ser
supervisionados por cientistas competentes; (2) O acesso ao laboratório deve ser limitado
durante os procedimentos operacionais; (3) Precauções externas serão tomadas em relação
a objetos cortantes infectados; e (4) Determinados procedimentos nos quais exista
possibilidade de formação de aerossóis e borrifos infecciosos devem ser conduzidos em
cabines de segurança biológica ou outros equipamentos de contenção física.
Os seguintes padrões e práticas especiais, equipamentos de segurança e
instalações são aplicáveis aos agentes designados para o nível de Biossegurança 2:
• O acesso ao laboratório deverá ser limitado ou restrito de acordo com a
definição do responsável pelo laboratório quando estiverem sendo realizados
experimentos.
• As pessoas devem lavar as mãos após a manipulação de materiais viáveis,
após a remoção das luvas e antes de saírem do laboratório.
• É proibido comer, beber, fumar, manusear lentes de contato, aplicar
cosméticos nas áreas de trabalho. Os alimentos deverão ser guardados fora
das áreas de trabalho em armários ou geladeiras específicos para este fim.
• É proibida a pipetagem com a boca; devem ser utilizados dispositivos
mecânicos.
• Devem ser instituídas normas para o manuseio de agulhas.
• Todos os procedimentos devem ser realizados cuidadosamente a fim de
minimizar a criação de borrifos ou aerossóis.
• As superfícies de trabalho devem ser descontaminadas com desinfetantes
que sejam eficazes contra os agentes manipulados, ao final do trabalho ou no
final do dia e após qualquer vazamento ou borrifada de material viável.
24
• Todas as culturas, colônias e outros resíduos deverão ser descontaminados
antes de serem descartados através de um método de descontaminação
aprovado como, por exemplo, esterilização pelo calor úmido (autoclave). Os
materiais que forem ser descontaminados fora do próprio laboratório deverão
ser colocados em recipientes inquebráveis, à prova de vazamentos e
hermeticamente fechados para serem transportados ao local desejado.
• Deve ser providenciado um programa rotineiro de controle de insetos e
roedores.
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB-3)
As práticas, o equipamento de segurança, o planejamento e construção das
dependências são aplicáveis para laboratórios clínicos, de diagnósticos, laboratório escola,
de pesquisa ou de produções. Nestes locais realiza-se o trabalho com agentes nativos ou
exóticos que possuam um potencial de transmissão via respiratória e que podem causar
infecções sérias e potencialmente fatais. Os riscos primários causados aos trabalhadores
que lidam com estes agentes incluem a auto-inoculação, a ingestão e a exposição aos
aerossóis infecciosos.
No nível de Biossegurança 3, enfatizar mais as barreiras primárias e secundárias
para proteger os funcionários de áreas contíguas, a comunidade e o meio ambiente contra a
exposição aos aerossóis potencialmente infecciosos. Por exemplo, todas as manipulações
laboratoriais deverão ser realizadas em uma CSB (Cabine de Segurança Biológica) ou em
um outro equipamento de contenção como uma câmara hermética de geração de aerossóis.
As barreiras secundárias para este nível incluem o acesso controlado ao laboratório e
sistemas de ventilação que minimizam a liberação de aerossóis infecciosos do laboratório
(BRASIL, 2004).
NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB-4) - Anexo 2
As práticas, o equipamento de segurança, o planejamento e construção das
dependências são aplicáveis para trabalhos que envolvam agentes exóticos perigosos que
representam um alto risco por provocarem doenças fatais em indivíduos. Estes agentes
podem ser transmitidos via aerossóis e até o momento não há nenhuma vacina ou terapia
disponível. Os agentes que possuem uma relação antigênica próxima ou idêntica aos dos
agentes do nível de Biossegurança 4 também deverão ser manuseados neste nível.
Os riscos primários aos trabalhadores que manuseiam agentes de Nível de
Biossegurança 4 incluem a exposição respiratória aos aerossóis infecciosos, exposição da
membrana mucosa e⁄ou da pele lesionada as gotículas infecciosas e a auto-inoculação.
Todas as manipulações de materiais de diagnóstico potencialmente infecciosos, substâncias
25
isoladas e animais naturalmente ou experimentalmente infectados apresentam um alto risco
de exposição e infecção aos funcionários de laboratório, a comunidade e ao meio ambiente.
O completo isolamento dos trabalhadores de laboratórios em relação aos
materiais infecciosos aerossolizados é realizada primariamente em cabines de segurança
biológica Classe III ou com um macacão individual suprido com pressão de ar positivo. A
instalação do Nível de Biossegurança 4 é geralmente construída em um prédio separado ou
em uma zona completamente isolada com uma complexa e especializada ventilação e
sistemas de gerenciamento de lixo que evitem uma liberação de agentes viáveis no meio
ambiente (BRASIL, 2004).
26
6. MANEJO DAS AMOSTRAS NO LABORATÓRIO 6.1. Recipientes para as Amostras.
Os recipientes utilizados para o armazenamento e transporte das amostras ao
laboratório podem ser constituídos de diversos materiais, a saber:
• Urina – frasco plástico (para E.A.S.); vidro âmbar com tampa plástica de
rosca ou cortiça (para E.A.S. e ⁄ ou Urocultura); frascos plásticos estéreis,
contendo ou não conservantes tipo acido bórico.
• Fezes – frasco plástico munido de pequena pá (também plástica) para a
manipulação da amostra, usados tanto para Exame Parasitológico de Fezes
(EPF), quanto para Coprocultura;
• Escarro – frasco plástico estéril, de boca larga, com tampa de rosca;
• Líquidos biológicos (líquor, líquidos ascíticos, pleural, sinovial, pericárdico, sêmen, etc.); frascos de vidro estéreis com tampa de
borracha e ⁄ ou com tampa plástica de rosca, com ou sem meio de cultura;
• Secreções diversas: frascos de vidro estéreis com tampa plástica de
rosca, com ou sem meio de cultura;
• Sangue para realização de hemoculturas: frascos próprios.
6.2. Transporte para o Laboratório. O transporte do material para o laboratório deve ser feito em recipientes
secundários (caixas de papelão e caixas térmicas), contendo, preferencialmente, divisões
internas, para que o material a ser examinado permaneça em pé.
O transporte para o setor de microbiologia deve ser realizado em bandejas
plásticas ou de aço inoxidável resistentes; também podem ser utilizadas caixas de papelão
resistente para este fim.
6.3. Recebimento e estocagem das Amostras.
As amostras recebidas para análise deverão ser separadas em uma parte
específica da bancada e separadas de acordo com o tipo de exame a ser realizado. Nesta
etapa, todos os cuidados necessários para se evitar contaminação do pessoal envolvido (e
também das amostras) devem ser rigorosamente seguidos.
Os materiais a serem processados deverão ser analisados imediatamente ou
estocados sob certas condições, caso necessário. Para a estocagem, deve-se seguir os
seguintes critérios:
• Urina para urocultura: estocagem em temperatura de 6-8°C por, no máximo,
2 (duas) horas antes da semeadura nos meios específicos;
27
• Fezes para coprocultura: estocagem em temperatura de 6-8°C por, no
máximo, 3 (três) horas antes da semeadura nos meios específicos;
• Secreções enviadas em preparações tipo Swab em meios de transporte: estocagem em temperatura ambiente (25°C) por, no máximo, 24 (vinte e
quatro) horas antes da semeadura nos meios específicos;
Os demais materiais a serem analisados não devem ser estocados, isto é, torna-
se obrigatória sua análise imediata.
28
7. NORMAS E CONDUTAS PARA O AMBIENTE CLÍNICO/LABORATORIAL 7.1- Definição das Normas de Segurança e de Prevenção de Riscos Biológicos nos Laboratórios
Todo pessoal de laboratório deve:
• Conhecer as regras para o trabalho com agente patogênico;
• Conhecer os riscos biológicos, químicos, radioativos, tóxicos e ergonômicos
com os quais se tem contato no laboratório;
• Ser treinado e aprender as precauções e procedimentos de biossegurança;
• Seguir as regras de biossegurança; evitar trabalhar sozinho com material
infeccioso: uma segunda pessoa deve estar acessível para auxiliar em caso
de acidente;
• Ser protegido por imunização apropriada quando disponível;
• Manter o laboratório limpo e arrumado, devendo evitar o armazenamento de
materiais não pertinentes ao trabalho do laboratório;
• Limitar o acesso aos laboratórios, restringindo-o nos laboratórios de níveis de
contenção 3 e 4. Não permitir crianças no laboratório. Esclarecer mulheres
grávidas ou indivíduos imunocomprometidos que trabalham ou entram no
laboratório quanto aos riscos biológicos;
• Usar roupas protetoras de laboratório (uniformes, aventais, jalecos,
máscaras) que devem estar disponíveis e ser usados inclusive por visitantes;
• Usar luvas sempre que manusear material biológico. Luvas devem ser
usadas em todos os procedimentos que envolverem o contato direto da pele
com toxinas, sangue, materiais infecciosos ou animais infectados. Anéis ou
outros adereços de mão que interferem com o uso da luva devem ser
retirados. As luvas devem ser removidas com cuidado para evitar a formação
de aerossóis e descontaminadas antes de serem descartadas. Trocar de
luvas ao trocar de material. Não tocar o rosto com as luvas de trabalho. Não
tocar com as luvas de trabalho em nada que possa ser manipulado sem
proteção, tais como maçanetas, interruptores, etc.;
• Usar sempre avental ou jaleco ao manipular material sabidamente ou
potencialmente patogênico. Retirar o jaleco ou avental antes de sair do
laboratório. Não usar sapatos abertos;
• Utilizar protetores de face e/ou olhos quando necessário proteger-se de
respingos, substâncias tóxicas, luz UV ou outras irradiações;
29
• Não aplicar cosméticos. Não retirar canetas ou qualquer outro instrumento do
laboratório sem descontaminar antes. Não mastigar lápis/caneta e não roer
as unhas;
• Evitar o uso de lentes de contato. Se houver necessidade de usá-las, proteja
os olhos com óculos de segurança. Cabelos compridos devem estar presos
durante o trabalho. O uso de jóias ou bijouterias deve ser evitado;
• Lavar as mãos sempre após manipulação com materiais sabidamente ou com
suspeita de contaminação. Lavar as mãos sempre após remoção das luvas,
do avental ou jaleco e antes de sair do laboratório;
• Nunca pipetar com a boca. Usar pêra ou pipetador automático;
• Restringir o uso de agulhas, seringas e outros objetos pérfuro-cortantes.
Extremo cuidado deve ser tomado quando da manipulação de agulhas para
evitar a autoinoculação e a produção de aerossóis durante o uso e descarte.
Nunca tente recapear agulhas. As agulhas ou qualquer outro instrumento
perfurante e/ou cortante devem ser desprezados em recipiente resistente,
inquebrável, de abertura larga. Quando os recipientes estiverem cheios,
devem ser autoclavados ou incinerados;
• Não transitar nos corredores com material patogênico a não ser que esteja
acondicionado conforme normas de biossegurança.
• Não fumar, não comer, não beber no local de trabalho onde há qualquer
agente patogênico. Não estocar comida ou bebida no laboratório;
• Nunca usar vidraria quebrada ou trincada;
• Descontaminar a superfície de trabalho. A descontaminação da bancada e
dos materiais utilizados deve ser feita ao término do trabalho ou, no mínimo,
diariamente;
• Descontaminar todo material líquido ou sólido antes de reusar ou descartar.
• Todos os procedimentos técnicos devem ser realizados com o mínimo de
produção de aerossóis (BRASIL, FIOCRUZ, 1996).
7.2 Técnicas para o uso de pipetas e de dispositivos auxiliares de pipetagem.
1. Sempre deverão ser utilizados dispositivos auxiliares para as pipetagens. O
uso de pipetas com a boca é proibido.
2. Todas as pipetas de vidro devem possuir rolhas de algodão, com a finalidade
de reduzir o risco de contaminação dos dispositivos de pipetagem e do
operador.
30
3. Os materiais infecciosos não devem ser misturados soprando e aspirando-se,
alternadamente, através da pipeta.
4. Os líquidos não devem ser eliminados das pipetas a força;
5. A superfície da mesa de trabalho deve estar coberta por um pano ou papel
absorvente embebido em desinfetante, com o objetivo de evitar a dispersão
do material infeccioso, caso este caia acidentalmente da pipeta; o pano ou o
papel utilizado devem ser autoclavados após o uso;
6. Convém dar preferência as pipetas com graduação superior e inferior, visto
que este tipo de pipeta não exige a eliminação da última gota; dar preferência
também as pipetas automáticas (micropipetas) para volumes inferior a 1mL
para se evitar risco de contaminação, tanto do material a ser investigado
quanto do operador;
7. As pipetas de vidro e as ponteiras (no caso de utilização de micropipetas
automáticas) contaminadas devem ser mergulhadas por completo em um
recipiente inquebrável contendo desinfetante apropriado (hipoclorito de sódio
[com 5% de cloro ativo]: 50-100 mL⁄litro de água), por tempo não inferior a 12
horas;
31
8. BOAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA Embora algumas das precauções descritas neste manual possam parecer
desnecessárias a alguns laboratórios, é desejável que sejam implementadas com objetivo
de treinamento dos funcionários, para o desempenho de técnica microbiológica segura.
A prática correta destas técnicas é o fundamento da BIOSSEGURANÇA.
Equipamentos de proteção individual complementam a função da prática microbiológica
segura, mas nunca a substituem.
O cumprimento à risca das “regras” descritas abaixo deve ser estimulado pelas
chefias competentes, visando sua incorporação mais ágil às rotinas de cada setor.
1. O símbolo internacional de biossegurança deve estar fixado na entrada dos
laboratórios que manipulam microrganismos de risco 2 ou maior.
2. Os funcionários devem lavar suas mãos após manipular material infectante e
antes de sair do laboratório.
3. Não pipetar com a boca.
4. Não fumar, comer, beber, mascar chicletes, guardar alimentos ou aplicar
cosméticos dentro do laboratório.
5. Não lamber etiquetas ou colocar qualquer material na boca (p.ex. canetas).
6. Manter o laboratório limpo, organizado e livre de materiais não pertinentes ao
trabalho ali desempenhado.
7. Desinfecção das bancadas de trabalho sempre que houver contaminação com
material infectante e no final do dia, de acordo com as rotinas estabelecidas
no manual de limpeza e desinfecção.
8. Todos os procedimentos técnicos devem ser realizados de modo a minimizar a
formação de aerossol e gotículas.
9. Aventais devem ter seu uso restrito ao laboratório. Não devem ser usados em
áreas não laboratoriais tais como áreas administrativas, biblioteca, cantina,
etc.
10. Não usar sandálias.
11. Não guardar aventais em armários onde são guardadas roupas de rua.
12. Usar óculos de segurança, visores ou outros equipamentos de proteção
sempre que houver risco de espirrar material infectante ou de contusão com
algum objeto.
13. Não permitir a entrada de pessoas que desconheçam riscos potenciais de
exposição, crianças e animais. Manter as portas do laboratório fechadas
durante o trabalho.
32
14. O uso de seringas e agulhas deve ser restrito às injeções parenterais e à
coleta de sangue. Não usar para aspirar fluido de frascos. Pipetas devem
estar disponíveis para tal fim.
15. Usar luvas em todos os procedimentos com risco de exposição a material
infectante. Não descartar luvas em lixeiras de áreas administrativas,
banheiros, etc. Não atender ao telefone com luvas.
16. Os acidentes com exposição do funcionário ou do ambiente a material
infectante deve ser imediatamente comunicado à chefia. Esta, por sua vez,
deverá encaminhar a notificação de acidente ao Grupo de Controle de
Infecção (impresso disponível nas áreas) para as providências cabíveis.
33
9. CONDUTAS BÁSICAS PARA PESQUISA ENVOLVENDO ANIMAIS Este documento não substitui cursos ou treinamento para o trabalho com
animais. Exige-se para este tipo de trabalho, que as pessoas sejam qualificadas. Qualquer
dúvida ou problema em relação aos animais destinados a trabalhos de laboratório, procurar
o professor responsável pelo biotério.
O texto utilizou informações extraídas do “International Guiding Principles for
Biomedical Reserch Involving Animals” Cimios, Suíça (1984) apud BRASIL, 1991.
9.1 - Ética e Legislação
A experimentação animal deve ser desenvolvida apenas após profunda
consideração de sua relevância para a saúde humana, animal e para o avanço do
conhecimento científico.
Os animais selecionados para uma experiência devem ser de uma espécie
apropriada e apresentar boas condições de saúde, utilizando-se o número mínimo
necessário para obter resultados confiáveis. Para tanto devem ser utilizados, sempre que
possível, estatística de pequenos números com auto-controle.
Os procedimentos com animais, que possam causar dor ou angústia devem ser
desenvolvidos com sedação, analgesia ou anestesia, sempre que possível. Os
procedimentos invasivos e drogas paralisantes nunca devem ser empregados sem a
administração de agentes anestésicos.
Experiências crônicas nas quais haverá sobrevida pós-cirúrgica devem prever
cuidados com assepsia e prevenção de infecções. Nas experiências cirúrgicas agudas o
animal deve ser mantido inconsciente durante toda a duração.
Naquelas experiências que requerem a imobilização física e/ou privação
alimentar ou hídrica, deve ser dada atenção especial no sentido de minimizar o desconforto
ou estresse e de manter as condições gerais de saúde. A imobilização deve ser mantida a
um mínimo absolutamente necessário e ser precedida por um período de adaptação.
Ao término da experiência, os animais devem ser sacrificados de maneira
adequada à espécie, à idade e ao número, de forma rápida e indolor.
O uso de animais em procedimentos experimentais pressupõe a disponibilidade
de alojamento que proporcione condições de vida adequadas às espécies.
O transporte, a acomodação, a alimentação e os cuidados com os animais
criados ou usados para fins biomédicos devem ser realizados por técnico qualificado sob a
supervisão de um veterinário.
As experiências devem ser realizadas ou diretamente supervisionadas por
pessoas com níveis apropriados de experiência e treinamento para exercer procedimentos
34
em animais vivos. Deve-se criar condições para o treinamento de pessoal no local de
trabalho, incluindo aspectos do trato e uso humanitário dos animais de laboratório.
Extraído de “Princípios éticos na experimentação animal”, Colégio Brasileiro de
Experimentação Animal. (COBEA), Brasil, 1991.
9.2 - Condições do Biotério
O Biotério pode ser uma pequena sala ou uma grande unidade com complexa
divisão interna. Independente do tamanho, os objetivos são os mesmos e para mantê-los há
necessidades básicas que devem ser consideradas para garantir a boa qualidade de
trabalho. Estas normas têm como diretriz evitar situações de contaminação que não só
constituem perigo aos animais como também a saúde do homem. São elas:
· paredes laváveis (tinta a óleo, epóxi) e não azulejadas, pois ranhuras não
permitem uma boa limpeza.
· no caso de haver janelas elas devem ter telas e os vidros pintados para que a
luz solar não interfira na iluminação artificial.
· forro lavável e com bom isolamento.
· interruptores protegidos.
· piso lavável e anti-derrapante (granilite).
· cantos das paredes arredondados para evitar quinas que abrigam sujeira e
contaminação, rodapé com 15cm de altura para evitar danificação das
paredes por rodas de carrinhos.
· as portas devem ser dimensionadas de forma a permitir a passagem de
carrinhos.
· não devem existir degraus.
· não é permitido a entrada de pessoas estranhas ao trabalho.
9.3 - Normas de trabalho
Estas normas não substituem a necessidade de treinamento para trabalhos com
microrganismos.
Os cuidados a serem tomados visam à higiene nos biotérios para evitar a
propagação de doenças nos animais e no homem. Há muitos casos de zoonoses, infecções
transmissíveis entre animais e o homem como, por exemplo, teníase, leptospirose, etc. Os
cuidados a serem tomados são os seguintes:
· é obrigatório lavar as mãos antes e depois do trabalho no biotério.
· é obrigatório o uso de avental de algodão. Recomenda-se o uso de máscaras
e luvas em determinados trabalhos e em trabalhos prolongados. Sempre que
possível deve-se tomar um banho após o trabalho no biotério. A lavagem do
35
rosto e posterior uso de máscaras previne contaminações existentes que são
carregadas pelo ar.
· algumas regras que nos parecem à primeira vista, excessivamente rígidas,
são fruto de observações e pesquisas no decorrer de muitos anos de criação
e experimentação animal. O uso de bijuterias e jóias é proibido no biotério,
porque não podem ser desinfectados continuamente.
· Quanto aos cosméticos, também devem ter seu uso restrito, pois podem
alojar microrganismos. Seu odor pode excitar e confundir os animais.
9.4 - Descarte de animais Abaixo estão apresentados 3 métodos diferentes para o descarte de animais com
suas respectivas vantagens e limitações.
· Lisofórmio - o animal de porte pequeno a médio é colocado em saco de
plástico e tratado com lisofórmio. O saco é fechado e o material é descartado
no lixo urbano. Este método só é bom para pequenos animais em que o
clorofórmio penetra, sendo que animais de maior porte o processo de
desinfecção é duvidoso, motivo pelo qual recomenda-se a incineração.
· Autoclavação - serve para animais de pequeno e médio porte. O animal é
envolvido em plástico e é autoclavado. O tempo a ser utilizado, está em
função do volume do animal. A desvantagem do método é o odor
desagradável que é produzido.
· Incineração - animal de qualquer porte pode ser incinerado. Coloca-se o
animal em saco plástico e queima-se no incinerador. A Universidade Federal
do Piauí tem um incinerador em funcionamento. É necessário procurar o
responsável para combinar a possibilidade de uso.
Observação: animais contaminados com radioatividade devem ter seu descarte
obedecendo às normas da Conselho Nacional de Energia Nuclear - CNEN. Em caso de
animais tratados com produtos tóxicos (por ex.: cancerígenos), deve-se avaliar a
periculosidade da situação e organizar o descarte de acordo.
36
10. SEGURANÇA EM RELAÇÃO A INCÊNDIO E ELETRICIDADE
10.1 - Incêndio CUIDADOS PARA EVITAR
· Assegurar o bom estado dos quadros da rede elétrica.
· Assegurar o uso adequado das tomadas conforme recomendações
especificadas no capítulo “normas básicas para uso de equipamento elétrico”.
· Armazenamento dos bujões de gás em local bem ventilado fora do prédio.
Tolera-se o uso de bujões de até 13 kg no interior do prédio em áreas
seguras.
· Solventes químicos não podem ser armazenados próximos a fornos, estufas
e locais aquecidos.
· Presença de vigilantes, câmeras de vigilância ou preferencialmente sensores
de incêndio e/ou instalações de sprinkler ( chuveiro automático para extinção
de incêncio) em todos os corredores da FACID. Embora esta não seja a
realidade atual, este controle é essencial, visto que quando os acidentes
ocorrem durante o expediente eles são mais facilmente controláveis, pois a
atuação do pessoal é imediata.
· Os laboratórios devem ser fechados adequadamente, porém, permitindo o
acesso a brigada de incêndio, visto que o incêndio pode se alastrar e
ameaçar a Instituição como um todo.
EQUIPAMENTOS PARA CONTROLAR INCÊNDIOS Extintores de incêndio para produtos químicos (extintores PQS de pó),
eletricidade (extintores de CO2) e para papéis (extintores de água pressurizada), deverão
estar sempre disponíveis. Em instalações que utilizam muito equipamento elétrico, deve-se
ter um maior número de extintores para eletricidade, enquanto em locais que contenham
muitos produtos químicos, deverão haver mais extintores PQS. Os dois podem ser utilizados
em ambos os casos, porém procurando sempre utilizar o mais adequado.
· Os extintores devem estar dentro do prazo de validade e fixados em locais de
fácil acesso, como por exemplo, nos corredores, especialmente em locais de
maior periculosidade, havendo um extintor a cada 10 metros. Recomenda-se
ainda a colocação de extintores dentro dos laboratórios que contenham
muitos solventes ou equipamentos elétricos.
37
· Deverá haver à disposição, mangueiras com seus respectivos engates, as
quais devem ser periodicamente vistoriadas quanto à integridade e
funcionalidade.
COMO PROCEDER EM CASO DE INCÊNDIO
Notando indícios de incêndio (fumaça, cheiro de queimado, estalidos, etc.),
aproxime-se a uma distância segura para ver o que está queimando e a extensão do fogo.
Acione o alarme mais próximo disponível, bem como transmita o alerta ao Serviço de
Vigilância, Administração do Prédio e Corpo de Bombeiro (tel: 193).
Caso não saiba combater o fogo, ou não puder dominá-lo, saia do local,
fechando todas as portas e janelas atrás de si, mas sem trancá-las, desligando a
eletricidade, alertando os demais ocupantes do andar e informando aos laboratórios vizinhos
da ocorrência do incêndio.
Não perca tempo tentando salvar objetos, salve sua vida.
Mantenha-se vestido, pois a roupa protege o corpo contra o calor e a
desidratação.
Procure alcançar o térreo ou as saídas de emergência do prédio, sem correr,
jamais use o elevador, pois a energia é normalmente cortada, e ele poderá ficar parado,
sem contar que existe o risco dele abrir justamente no andar em chamas.
OBS: É da responsabilidade de cada chefe de laboratório conhecer o armário e
os disjuntores de suas instalações.
CLASSES DE INCÊNDIOS COM SEUS RESPECTIVOS CONTROLES
• Classe “A” - Materiais que queimam em superfície e em profundidade.
Ex.: Madeira, papel, tecido.
• Classe “B” - Os líquidos inflamáveis. Queimam na superfície. Ex.: Álcool,
gasolina, querosene,
• Classe “C” - Equipamentos elétricos e eletrônicos energizados. Ex.:
Computadores, TV, motores,
• Classe “D” - Materiais que requerem agentes extintores específicos. Ex.:
Pó de zinco, Sódio, magnésio,
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USO APROPRIADO DOS EXTINTORES DE INCÊNDIO
• EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADA ÁGUA-GÁS Indicado com ótimo resultado para incêndios de Classe “A”. Contra indicado para
as Classes “B” e “C”.
Modo de usar :
Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para a base do
fogo.
Água-gás: Este tipo possui uma pequena ampola de ar comprimido. Abra o
registro da ampola de gás e dirija o jato para a base do fogo.
Processo de extinção: Resfriamento.
• EXTINTOR DE ESPUMA Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “B” e com bom resultado
para a classe “A”. Contra indicado para a classe “C”.
Modo de usar: Aproxime-se com segurança do líquido em chamas, inverta a
posição do extintor (posicione-o de cabeça para baixo) e dirija o jato para um anteparo, de
modo que a espuma gerada cubra o líquido como uma manta.
Processo de extinção: Abafamento. Um processo secundário é o resfriamento
(umidificação).
• EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO Indicado com ótimo resultado para incêndios de classe “C” e sem grande
eficiência para a classe “A”. Não possui contra-indicação.
Modo de usar:
Pressurizado: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o jato para base do
fogo.
Processo de extinção: Abafamento.
• EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO Indicado para incêndios de classe “C” e sem grande eficiência para a classe “A”.
Não possui contra indicação.
Modo de usar: Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o difusor para a base
do fogo. Não toque no difusor, pois com a passagem de gás por ele, ele poderá gelar e
agarrar a pele ao ser tocado.
Processo de extinção: Abafamento.
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Obs.: Incêndios de classe “D” requerem extintores específicos podendo em
alguns casos serem utilizados o de Gás Carbônico (CO2) ou pó químico seco (PQS).
ATENÇÃO : Vapores podem ser a fonte de explosões e incêndios. Por exemplo,
éter, utilizado para anestesiar e sacrificar animais, libera vapores potencialmente explosivos.
Em laboratórios que costumam guardar na geladeira, carcaças de animais em formol,
podem também ocorrer explosões, como conseqüência de faíscas geradas dentro da
geladeira fechada.
a) Fumaça inalada pode causar problemas graves e até fatais.
b) Produtos de laboratório, são em muitos casos, inflamáveis e/ou explosivos.
Eles podem agravar um incêndio de origem elétrica, tanto ao espalhar as
chamas quanto ao provocar ferimentos por estilhaços.
c) Incêndios podem ser gerados por reações químicas como, por exemplo, a
neutralização de ácidos fortes por bases fortes. Recomenda-se que materiais
passíveis de reagirem entre si, sejam guardados em armários separados..
10.2 Normas básicas para uso de equipamentos elétricos
• Verifique sempre a tensão da tomada na qual deseja ligar o seu equipamento
e a voltagem/freqüência na qual o aparelho deve operar.
• Antes de ligar, veja se o equipamento está realmente em condições de uso.
Caso ocorra alguma alteração durante o seu uso, comunique imediatamente
ao responsável e/ou coloque um aviso, em local visível, para servir de alerta a
outros usuários do equipamento.
• Em caso de dúvida quanto ao funcionamento de um equipamento, procure o
responsável pelo mesmo. Tenha sempre em mãos os procedimentos básicos
de operação do aparelho. É indispensável que o manual de uso esteja
sempre à disposição.
• Evite ligar mais de um aparelho por tomada. Solicite ao responsável pelo
setor, a adequação da instalação elétrica para a quantidade de equipamentos
utilizados.
• Toda instalação elétrica tem um limite de capacidade em função do quadro de
força e do tipo de fiação. Para fins práticos, a tabela abaixo permite identificar
se a fiação usada na instalação de uma tomada é adequada para um
determinado tipo de aparelho.
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FIO CORRENTE
MÁXIMA
14 AWG ( 2,08 mm² - 1,62 mm ) 15A
12 AWG ( 3,31 mm² - 2,05 mm ) 20A
10 AWG ( 5,26 mm² - 2,58 mm ) 30A
08 AWG ( 8,37 mm² - 3,26 mm ) 40A
06 AWG ( 13,30 mm² - 14,11 mm) 55A
04 AWG ( 21,15 mm² - 15,18 mm) 70A
02 AWG ( 33,63 mm² - 6,54 mm ) 95A
• Ao término do expediente, verifique se todos os equipamentos foram
desligados inclusive luzes e aparelhos de ar condicionado. Deixe ligado
somente o que for realmente necessário.
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11. PROCESSAMENTO DE ARTIGOS E SUPERFÍCIES EM SERVIÇOS DE SAÚDE 11.1 Esterilização de artigos.
A esterilização é o processo que visa destruir ou eliminar todas as formas de vida
microbiana presentes, por meio de processos físicos ou químicos.
Os processos de esterilização indicados são:
a) Físicos:
• Vapor saturado sob pressão (autoclave);
• Ar quente (estufas);
• Radiações (raios gama);
• Filtração (soluções termolábeis – filtros e membranas)
b) Químicos:
• Líquidos (Soluções de glutaraldeído a 2%);
• Gases (óxido de etileno).
Destaca-se que os artigos metálicos deverão ser esterilizados por processo físico
visto serem termorresistentes. A esterilização química deve ser utilizada em artigos
termossensíveis apenas quando não houver outro método que a substitua.
PROCESSO FISICO. I – VAPOR SATURADO SOB PRESSAO.
Realizado em autoclave, onde os microorganismos são destruídos pela ação
combinadada temperatura, pressão e umidade, que promove a termocoagulação e a
desnaturação das proteínas. Atualmente, existem três tipos de autoclave disponíveis no
mercado:
• gravitacional: o ar é removido por gravidade, sendo que o ar frio, mais denso,
tende a sair por um ralo colocado na parte inferior da câmara, quando o vapor
é admitido. No Brasil, as autoclaves destinadas à Odontologia funcionam, em
quase sua totalidade, pela forma de deslocamento por gravidade;
• pré-vácuo: o ar é removido com o uso de bombas de vácuo, podendo ser um
único pulso (alto vácuo) ou seguidas injeções e retiradas rápidas de vapor
(pulsos de pressurização).
• ciclo flash: recomendado para esterilização apenas em situações de uso
imediato do artigo, seja acidentalmente contaminado durante um
procedimento ou na ausência de artigo de reposição.
42
Os padrões de tempo, temperatura e pressão para esterilização pelo vapor
variam de acordo com o aparelho e encontram-se dentro de: 121° C a 127° C (1 atm
pressão) por 15 a 30 minutos e 132° C a 134° C (2 atm pressão) por quatro a sete minutos
de esterilização.
O material, devidamente embalado, deve ser colocado na câmara da autoclave
desligada, não ultrapassando 2/3 de sua capacidade total e sem encostar-se às laterais,
dispondo-se os pacotes de modo que o vapor possa circular livremente e atinja todas as
superfícies do material. Embalagens compostas por papel e filme devem ser colocadas com
o papel para baixo. Deve-se fechar o equipamento e selecionar o ciclo desejado, caso seja
possível. Após a conclusão do ciclo, deve-se abrir o equipamento e aguardar que a
temperatura caia a 60º C para a retirada do material. Nesta etapa, o profissional deve utilizar
todos os EPIs.
Atualmente, a esterilização em estufas (calor seco) é recomendada por
organismos nacionais e internacionais apenas para óleos e pós na área médica e para
alguns tipos de brocas e alicates ortodônticos na Odontologia (CDC, 2003). Estas
indicações se justificam pelo fato de o processo exigir longo período de tempo e altas
temperaturas, podendo ocorrer falhas no processo de esterilização.
Os equipamentos utilizados deverão estar sob rígido controle de verificação de
eficácia de esterilização. Existem dois métodos de controle de qualidade: químico e
biológico. O método químico faz-se através do emprego de fitas indicadoras que têm a sua
coloração modificada em determinadas faixas de temperatura, correspondentes àquelas
indicadas para o processo de esterilização. O método biológico é realizado utilizando-se
amostras de bactérias esporuladas (Bacillus stereatothermophilus e Bacillus subtilis)
devidamente acondicionadas, que são colocados junto aos materiais a serem esterilizados,
tendo sua viabilidade observada ao término do processo.
11.2 Limpeza e desinfeccao de superfícies
Preconiza-se a limpeza com água e sabão líquido - detergente de todas as áreas
hospitalares, e havendo presença de matéria orgânica na superfície inanimada, remove-se a
sujidade utilizando meios mecânicos, realiza-se a limpeza e na seqüência a desinfecção
com a solução preconizada. Exemplo: hipoclorito de sódio a 1% ou solução cloro orgânico.
→ Limpeza concorrente: entende-se por limpeza concorrente a higienização
diária de todas as áreas dos setores de saúde, com o objetivo da manutenção
do asseio, reposição de materiais de consumo como: sabão líquido, papel
toalha, papel higiênico, saco para lixo. Inclui:
43
• Limpeza de piso, remoção de poeira do mobiliário e peitoril, limpeza completa do sanitário;
• Limpeza de todo o mobiliário da unidade (bancadas, mesa, cadeira),
realizada pela equipe da unidade (ou pela equipe da higienização, quando
devidamente orientada).
A Limpeza Concorrente Inicia do local mais limpo para o local mais sujo ou do
local menos contaminado de acordo com o “provável nível de sujidade ou contaminação”.
1º BALDE: Spray com detergente → 1º pano utilizado para limpeza.
2º BALDE: Água → enxágüe → 2º pano utilizado para remoção do detergente.
3º BALDE: Solução desinfetante → para desinfecção se necessário.
MACAS E CADEIRAS: Materiais: Baldes, panos e solução apropriada.
Técnica:
• Embeber o pano em solução apropriada;
• Esfregar a área a ser limpa sempre no mesmo sentido do mais limpo ao
mais sujo;
• Molhar o outro pano em água limpa (2º balde) e enxaguar;
• Molhar com o 3º pano no álcool e aplicar na superfície, deixar secar;
• Friccionar com o 4º pano por 15’’ em cada ponto;
• Limpar e guardar o material.
OBS: A limpeza de portas e paredes só será realizada se houver alguma sujidade;
A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida durante o dia, pois há
acúmulo de partículas existentes no ar ou pela movimentação de pessoas.
→ Limpeza terminal: entende-se por limpeza terminal a higienização completa
das áreas de trabalho e, às vezes, a desinfecção para a diminuição da
sujidade e redução da população microbiana. É realizada de acordo com uma
rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma vez por semana ou quando
necessário. Além da limpeza da unidade, outros mobiliários e
equipamentos que têm contato direto com o paciente também devem ser
limpos sempre que utilizados (cadeira de rodas, maca e outros).
44
PRODUTOS SANEANTES A SEREM UTILIZADOS:
→ Sabões-Detergentes: São produtos solúveis em água que contém
tensoativos em sua formulação, com a finalidade de emulsificar e facilitar a
limpeza, levando à dispersão, suspensão e emulsificação da sujeira.
→ Germicidas: São agentes químicos que inibem ou destroem os
microorganismos, podendo ou não destruir esporos. É obrigatório o uso de
equipamentos de proteção individual (EPI) na diluição e manipulação dos
germicidas e em ambiente arejado. São classificados em: esterilizantes,
desinfetantes e anti-sépticos.
• Esterilizantes: São soluções químicas capazes de destruir todas as
formas de microorganismos inclusive esporos. Ex: glutaraldeído a 2%.
• Desinfetantes: São germicidas dotados de nível intermediário de ação,
ou seja, em geral não são esporicidas e tem ação viricida incompleta. Ex:
Hipoclorito de sódio 1% por 30 minutos.
• Antissépticos: São soluções germicidas pouco irritantes, utilizadas em
pele e mucosa. Alguns têm efeito bactericida, porém a maioria tem ação
bacteriostática. Ex: PVPI, clorexidina 2%, álcool à 70%.
→ Desodorizante: Formulações que contém em sua composição substâncias
bactericidas, capazes de controlar odores desagradáveis.
A Limpeza Terminal pode ser feita de duas maneiras:
1º TIPO
Limpeza com solução detergente.
Enxágüe com água.
Desinfecção com hipoclorito de sódio a
1%.
2º TIPO
Limpeza e desinfecção com Cloro Orgânico a 3%.
Enxágüe com água.
Materiais: Rodo comum, vasculho (rodo com cabo comprido), balde (limpeza de
paredes, mobiliários e chão), sistema mop e embalagem para lixo, hipoclorito de sódio ou
cloro orgânico, máquinas lavadoras de pisos e esponjas dupla face.
45
Técnica:
• Retirar das paredes, chão e de qualquer outra superfície, toda e qualquer
sujeira grudada do tipo esparadrapo, fita crepe, resto de lixo, etc...
• Preparar os vasculhos: dobra-se um pano de chão ao meio considerando o
comprimento longitudinal como base, dobra-se mais uma vez (idem ao
anterior) e coloca-se a face externa da guarnição do rodo fixando-o com um
elástico.
OBS: Na limpeza terminal o uso do desinfetante (hipoclorito ou cloro orgânico) é
restrito para superfícies que contenham matéria orgânica, ou seja, sangue e fluídos
corpóreos.
PORTAS E BATENTES: Materiais: Balde, sabão neutro, panos, álcool, polidor de metais e flanela.
Técnica:
• Passar o 1º pano com detergente neutro, de cima para baixo.
• Repetir a operação quantas vezes for necessário.
• Passar o 2º pano para enxágüe.
MÓVEIS E UTENSÍLIOS: Materiais: balde, panos e solução apropriada. Dependendo do mobiliário, a
solução será álcool ou sabão neutro. As flanelas só devem ser utilizadas nas áreas
administrativas.
PAREDES Técnica:
• Passar o 1º pano com detergente neutro de cima para baixo em
movimentos firmes numa só direção.
• Repetir a operação quantas vezes for necessário.
• Passar o 2º pano para enxágüe.
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12. EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente
contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que as
intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciadas logo
após a ocorrência do acidente, para a sua maior eficácia.
As medidas profiláticas pós-exposição não são totalmente eficazes, enfatizando a
necessidade de se implementar ações educativas permanentes, que familiarizem os
profissionais de saúde com as precauções básicas e os conscientizem da necessidade de
empregá-las adequadamente, como medida mais eficaz para a redução do risco de infecção
pelo HIV ou hepatite em ambiente ocupacional.
É importante ressaltar que não existe intervenção específica para prevenir a
transmissão do vírus da hepatite C após exposição ocupacional.
Precauções básicas são medidas de prevenção que devem ser utilizadas na
assistência a todos os pacientes na manipulação de sangue, secreções e excreções e
contato com mucosas e pele não-íntegra. Isso independe do diagnóstico definido ou
presumido de doença infecciosa (HIV/Aids, hepatite B e C).
Procedimentos recomendados em caso de exposição a material biológico Cuidados locais na área exposta, recomendações específicas para imunização
contra tétano e, medidas de quimioprofilaxia para hepatite B e HIV e acompanhamento
sorológico para hepatite B e C e HIV.
- Cuidados locais:
Após exposição a material biológico, os cuidados locais com a área exposta
devem ser imediatamente iniciados. Recomenda-se lavagem exaustiva com água e sabão
em caso de exposição percutânea ou cutânea. Em mucosas, é recomendada a lavagem
exaustiva com água ou solução fisiológica.
Procedimentos que aumentam a área exposta (cortes, injeções locais) e a
utilização de soluções irritantes como éter, hipoclorito ou glutaraldeído são contra-indicados.
- Medidas Específicas de Quimioprofilaxia para o HIV:
Sorologia do paciente-fonte: A solicitação de teste anti-HIV deverá ser feita com
aconselhamento pré e pós-teste do paciente-fonte com informações sobre a natureza do
teste, o significado dos seus resultados e as implicações para o profissional de saúde
envolvido no acidente.
Recomenda-se a utilização de teste rápido para detecção de anticorpos anti-HIV
(teste que produz resultado em, no máximo, 30 minutos), quando não há possibilidade de
liberação ágil (dentro de 24-48 horas) de resultados de teste anti-HIV ELISA, com o objetivo
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de evitar o início ou a manutenção desnecessária do esquema profilático. Os testes rápidos
apresentam um alto grau de sensibilidade. O achado de um resultado negativo evita o início
da quimioprofilaxia anti-retroviral para o profissional de saúde. As possibilidades de soro-
conversão recente ("janela imunológica"), apesar de extremamente rara, e de resultados
falso-negativos devem ser sempre levadas em conta na avaliação de qualquer teste
sorológico anti-HIV em função dos dados clínicos do paciente.
Indicações de Anti-Retrovirais: a indicação do uso de anti-retrovirais deve ser
baseada em uma avaliação criteriosa do risco de transmissão do HIV em função do tipo de
acidente ocorrido e a toxicidade dessas medicações. Exceto em relação à zidovudina,
existem poucos dados disponíveis sobre a toxicidade das medicações anti-retrovirais em
indivíduos não infectados pelo HIV.
O profissional de saúde deverá ser informado que o conhecimento sobre a
eficácia e a toxicidade de anti-retrovirais em pessoas não infectadas pelo HIV é limitada ao
AZT e pouco conhecida em relação às outras drogas e que pode ser uma opção do
profissional, a não utilização de uma ou mais drogas indicadas para a quimioprofilaxia.
O uso combinado de AZT e de lamivudina (3TC) é recomendado na maioria das
situações com indicação de uso de quimioprofilaxia. O uso de indinavir ou nelfinavir deve ser
reservado para acidentes graves e situações em que haja possibilidade de resistência viral
(paciente-fonte). Esquemas alternativos deverão ser individualmente avaliados por
especialistas quando há possibilidade de envolvimento de paciente-fonte com vírus
multirresistentes.
Os critérios de gravidade na avaliação do risco do acidente são dependentes do
volume de sangue e da quantidade de vírus presente.
Acidentes mais graves são aqueles que envolvem maior volume de sangue,
cujos marcadores são: lesões profundas provocadas por material pérfuro-cortante, presença
de sangue visível no dispositivo invasivo, acidentes com agulhas previamente utilizadas em
veia ou artéria do paciente-fonte e acidentes com agulhas de grosso calibre, e aqueles em
que há maior inóculo viral envolvendo paciente-fonte com AIDS em estágios avançados da
doença ou com infecção aguda pelo HIV (viremias elevadas).
Quando indicada, a quimioprofilaxia deverá ser iniciada o mais rápido possível,
dentro de 1 a 2 horas após o acidente.
A duração da quimioprofilaxia é de 4 semanas.
Lembre-se: Nos acidentes graves, é melhor começar e posteriormente reavaliar a
manutenção ou mudança do tratamento.
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Na dúvida sobre o tipo de esquema a utilizar, iniciar o uso de AZT+3TC, não
retardando o início da quimioprofilaxia.
Sangue, qualquer fluido orgânico contendo sangue, secreção vaginal, sêmen e
tecidos são materiais biológicos envolvidos na transmissão do vírus HIV. Líquidos de
serosas (peritoneal, pleural, pericárdico), líquido amniótico, líquor, líquido articular e saliva
(em ambientes odontológicos) são materiais de risco indeterminado para a transmissão do
vírus. Exposições a estes outros materiais potencialmente infectantes que não o sangue ou
material biológico contaminado com sangue, devem ser avaliadas de forma individual. Em
geral, estes materiais são considerados como de baixo risco para transmissão ocupacional
do HIV.
Qualquer contato com material concentrado do HIV (laboratórios de pesquisa,
com cultura de vírus e vírus em grandes quantidades) deve ser considerado uma exposição
ocupacional que requer avaliação clínica para definir a necessidade de quimioprofilaxia.
Em situações de mordeduras, é considerada como exposição de risco quando
envolver sangue.
Líquidos biológicos sem risco de transmissão ocupacional do HIV: suor, lágrima,
leite materno, fezes, urina, saliva (exceto em ambientes odontológicos). Nestes casos, a
quimioprofilaxia e o acompanhamento sorológico não são recomendados.
Pele não-íntegra: a integridade da pele é considerada comprometida se há
qualquer evidência de lesão, dermatite ou ferida aberta.
Contato com pele íntegra, usualmente não é considerado como um risco de
transmissão do HIV. Entretanto, o risco de transmissão deverá ser considerado quando
envolver exposição com volume elevado de material biológico (contato prolongado,
superfície extensa de pele exposta). Nestas situações, há necessidade de discussão
individual para avaliação da necessidade ou não de quimioprofilaxia e acompanhamento.
A combinação de diversos fatores de gravidade (agulhas de grosso calibre e
lesão profunda) contribui para um risco elevado de transmissão se o paciente-fonte é HIV
positivo.
Um paciente-fonte é considerado infectado pelo HIV quando há documentação
de exames anti-HIV positivos ou o diagnóstico clínico de AIDS.
Estes são exemplos de marcadores para estimar os títulos virais no paciente-
fonte para fins de quimioprofilaxia anti-retroviral e não refletem todas as situações clínicas
que podem ser observadas. Apesar de um alto título de HIV no paciente-fonte ser associado
a um maior risco de transmissão, a possibilidade de transmissão de um paciente com baixa
carga viral deve ser considerada.
Em situações que envolvam acidentes com paciente-fonte com sorologia anti-HIV
desconhecida ou paciente-fonte desconhecido (material encontrado em lixo, em áreas de
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expurgo ou outros), deve ser avaliado a possibilidade de risco de HIV levando-se em
consideração a origem do material (áreas de alto risco como Serviços de Emergência,
Centro Cirúrgico, Diálise, entre outros) e a gravidade do acidente.
QUIMIOPROFILAXIA BÁSICA
AZT + 3TC
Indicada em exposições com risco conhecido de transmissão pelo HIV
QUIMIOPROFILAXIA EXPANDIDA AZT + 3TC + Inibidor de protease (indinavir ou nelfinavir)
Indicada em exposições com risco elevado de transmissão pelo HIV.
QUIMIOPROFILAXIA NÃO RECOMENDADA A quimioprofilaxia é indesejável quando o tipo de exposição não possui risco
conhecido de transmissão pelo HIV. O profissional que atender o acidentado deve
esclarecer que o risco de toxicidade dos anti-retrovirais ultrapassa o benefício da
quimioprofilaxia.
CONSIDERAR QUIMIOPROFILAXIA BÁSICA Esses tipos de exposição têm risco bastante pequeno de transmissão para o HIV.
Um alto título de HIV no paciente-fonte pode justificar a opção por início de quimioprofilaxia.
Se o risco de toxicidade dos anti-retrovirais ultrapassa o benefício da quimioprofilaxia, deve
ser discutido pelo profissional de saúde acidentado e o profissional que atendeu o acidente.
RECOMENDAR QUIMIOPROFILAXIA BÁSICA A maior parte das exposições ao HIV encontra-se nessa categoria. Apesar de
não ter sido observado nenhum risco aumentado de transmissão pelo HIV, o uso de
quimioprofilaxia é apropriado.
RECOMENDAR QUIMIOPROFILAXIA EXPANDIDA Esses tipos de exposição representam um risco aumentado de transmissão pelo
HIV.
Pelo fato da quimioprofilaxia apresentar potencial de toxicidade, o seu uso não é
justificado em exposições com risco desprezível de transmissão pelo HIV.
Além disso, pelo fato da inexistência de evidências suficientes de benefício, o uso
de esquemas expandidos não são recomendados para todos os tipos de exposição.
50
ACOMPANHAMENTO DO PROFISSIONAL DE SAÚDE
O profissional de saúde deverá ser acompanhado pelo período de 6 meses após
os acidentes com material infectado pelo HIV e em acidentes com paciente-fonte
desconhecido. Em exposições com paciente-fonte anti-HIV negativo, o acompanhamento do
profissional acidentado somente estará indicado caso haja possibilidade de exposição do
paciente-fonte ao HIV nos últimos 3 a 6 meses (possibilidade de "janela imunológica").
Deverá ser realizada avaliação clínica com o objetivo de detectar sinais e
sintomas de infecção aguda pelo HIV, que, usualmente, ocorrem de 3 a 4 semanas após a
contaminação e incluem febre, adenopatias, faringite e erupção cutânea máculo-papular-
eritematosa (Síndrome de mononucleose-símile). Essa sintomatologia está presente em
cerca de 80% dos profissionais que soro-convertem.
Em acidentes em que a quimioprofilaxia anti-retroviral foi iniciada, o
acompanhamento clínico deverá ser realizado semanalmente para avaliação de sinais de
intolerância medicamentosa. Além disso, exames laboratoriais (hemograma completo,
transaminases, provas de função renal) deverão ser realizados para avaliação de efeitos
adversos. Esses exames deverão ser colhidos no momento do acidente e para o
acompanhamento, na segunda semana da quimioprofilaxia.
Os efeitos colaterais da utilização das medicações anti-retrovirais são freqüentes,
mas usualmente leves e transitórios. Mesmo os efeitos colaterais mais graves, geralmente,
se resolvem com a suspensão das medicações. O profissional de saúde deve ser orientado
para respeitar rigorosamente as doses, os intervalos de uso e a duração do tratamento.
Com o objetivo de avaliar a adesão, o fornecimento dos medicamentos anti-retrovirais deve
ser, preferencialmente, a cada 7 dias. Na presença de intolerância medicamentosa, o
profissional deve ser reavaliado para adequação do esquema terapêutico. Na maioria das
vezes, não é necessária a interrupção da profilaxia, podendo ser necessária a utilização de
medicações sintomáticas (como anti-eméticos ou antidiarréicos). Nessa reavaliação,
esquemas alternativos de anti-retrovirais podem ser necessários e deverão ser discutidos na
tentativa de se manter a quimioprofilaxia durante as 4 semanas.
O acompanhamento sorológico anti-HIV (ELISA) deverá ser realizado no
momento do acidente, sendo repetido após 6 e 12 semanas e pelo menos 6 meses. A
realização de teste anti-HIV deverá ser feita após aconselhamento pré e pós-teste, devendo
ser garantido ao profissional a confidencialidade dos resultados dos exames. A coleta para o
teste anti-HIV, no momento do acidente, é importante, para posterior caracterização de
infecção pelo HIV em decorrência do acidente profissional. Um profissional de saúde com
teste anti-HIV reativo, no momento do acidente, deverá ser esclarecido que este resultado
não se deve ao acidente e encaminhado para acompanhamento médico específico.
51
O profissional deve ser acompanhado por um ano, especialmente, nas seguintes
condições: sintomas de possível infecção aguda pelo HIV durante os primeiros 6 meses de
acompanhamento após o acidente, uma história clínica prévia sugerindo uma deficiência de
resposta imune e a exposição ocupacional simultânea ao vírus da hepatite C.
O profissional de saúde deverá ser orientado durante o período de
acompanhamento para adotar medidas para prevenir a transmissão sexual (utilizando
preservativos) e através de sangue, e para evitar a doação de sangue/órgãos, gravidez e
aleitamento materno.
Medidas Específicas de Quimioprofilaxia para Hepatite B
VACINA PARA HEPATITE B Uma das principais medidas de prevenção é a vacinação para hepatite B pré-
exposição, devendo ser indicada para todos os profissionais da área de saúde. É uma
vacina extremamente eficaz (90 a 95% de resposta vacinal em adultos imunocompetentes)
e que não apresenta toxicidade; os efeitos colaterais são raros e usualmente pouco
importantes, entre os quais destacam-se: dor discreta no local da aplicação (3 a 29%), febre
nas primeiras 48-72 horas após a vacinação (1 a 6%) e, excepcionalmente, fenômenos
alérgicos relacionados a determinados componentes da vacina.
A aplicação da vacina deverá ser realizada sempre por via intramuscular, em
região de músculo deltóide.
O intervalo entre as doses, preconizado pelo Ministério da Saúde, independente
da gravidade do acidente, deverá ser de zero, um e seis meses.
A gravidez e a lactação não são contra-indicações para a utilização da vacina.
GAMAGLOBULINA HIPERIMUNE PARA HEPATITE B
A gamaglobulina hiperimune deve também ser aplicada por via intramuscular.
Maior eficácia na profilaxia é obtida com uso precoce da gamaglobulina
hiperimune para hepatite B (HBIG), dentro de 24 a 48 horas após o acidente. Não há
benefício comprovado, na utilização da HBIG após 1 semana do acidente.
Os materiais biológicos com risco de transmissão do vírus da hepatite B são os
mesmos descritos anteriormente para o HIV. Recomenda-se a utilização de testes HBsAg
de realização rápida (menos de 30 minutos), quando não há possibilidade de liberação
rápida de resultados ELISA, com o objetivo de evitar a administração desnecessária de
HBIG.
52
Resposta vacinal adequada significa ter anticorpos anti-HBs reativos pela técnica
sorológica "ELISA", que quantitativamente deve ser maior ou igual a 10 mUI/mL.
Quando não há resposta vacinal adequada após a primeira série de vacinação,
grande parte dos profissionais (até 60%) responderá a uma dose de vacina. Caso persista a
falta de resposta, não é recomendada uma revacinação. Nessa situação, a conduta a ser
indicada é duas doses de HBIG, a cada exposição ocupacional. Para um profissional de
saúde ser considerado não-respondedor, o resultado da pesquisa anti-HBs deve ser
negativo dentro de 6 meses após a 3a dose da vacina.
HBIG = 2 doses de gamaglobulina hiperimune para hepatite B com intervalo de 1
mês entre as doses.
Alto risco: usuários de drogas injetáveis, pacientes em programas de diálise,
contactantes domiciliares e sexuais de portadores de HBsAg positivo, homossexuais e
bissexuais masculinos, heterossexuais promíscuos, história prévia de doenças sexualmente
transmissíveis, pacientes provenientes de áreas geográficas de alta endemicidade para
hepatite B, pacientes provenientes de prisões, instituições de atendimento a pacientes com
deficiência mental.
ACOMPANHAMENTO SOROLÓGICO A solicitação de testes sorológicos para o profissional de saúde acidentado deve
ser realizada no momento do acidente:
• Para os profissionais de saúde com vacinação prévia para hepatite B –
solicitar o anti-HBS – caso esse resultado seja positivo, não há necessidade
de acompanhamento sorológico deste profissional.
• Para profissionais de saúde vacinados com anti-HBs negativo e para os não-
vacinados – solicitar HBsAg e anti-HBc. Nesses casos, as sorologias deverão
ser repetidas após 6 meses em exposições com paciente-fonte HBsAg
positivo ou paciente-fonte desconhecido.
Caso o profissional de saúde tenha utilizado gamaglobulina hiperimune no
momento do acidente, a realização da sorologia anti-HBs só deve ser realizada após 12
meses do acidente.
Os profissionais de saúde que apresentarem HBsAg positivo (no momento do
acidente ou durante o acompanhamento) deverão ser encaminhados para serviços
especializados para realização de outros testes, acompanhamento clínico e tratamento
quando indicado.
53
Medidas Específicas para Hepatite C O risco de transmissão do vírus da hepatite C está associado à exposição
percutânea ou mucosa a sangue ou outro material biológico contaminado por sangue.
A única medida eficaz para eliminação do risco de infecção pelo vírus da hepatite
C é por meio da prevenção da ocorrência do acidente, pois não existe nenhuma medida
específica para redução do risco de transmissão após exposição ocupacional ao vírus da
hepatite C.
No entanto, é importante que sempre sejam realizadas a investigação do
paciente-fonte e o acompanhamento sorológico do profissional de saúde. Desta forma, será
possível a caracterização de uma doença ocupacional.
Caso a investigação sorológica do paciente-fonte evidencie infecção pelo vírus
da hepatite C e em exposições com paciente-fonte desconhecido, está recomendado o
acompanhamento do profissional de saúde, com realização de sorologia (anti-HCV) no
momento e 6 meses após o acidente. Além disso, a dosagem de transaminase glutâmico-
pirúvica também deverá ser realizada no momento, 6 meses após o acidente, na tentativa
de auxiliar o diagnóstico de soro-conversão visto que o exame sorológico (anti-HCV) pode
apresentar níveis flutuantes, causando, em alguns períodos, resultados falso-negativos.
Em acidentes graves com paciente-fonte sabidamente infectado pelo vírus da
hepatite C, exames com técnica de biologia molecular com amplificação genômica, em
serviços de referência podem auxiliar no diagnóstico precoce de soro-conversão do
profissional.
Os profissionais de saúde que apresentarem exames sorológicos positivos (no
momento do acidente ou durante o acompanhamento) deverão ser encaminhados aos
serviços especializados para realização de testes confirmatórios, acompanhamento clínico e
tratamento quando indicado.
Os medicamentos para a quimioprofilaxia, a vacina para hepatite B e a
gamaglobulina hiperimune para hepatite B devem ser disponibilizados pelos locais de
trabalho públicos ou privados. Essa é uma exigência amparada pela Legislação Trabalhista
Brasileira no âmbito da iniciativa privada (CLT e suas Normas Regulamentadoras), assim
como pelo art. 213 do RJU da União. As unidades hospitalares do setor privado deverão ter
os medicamentos de quimioprofilaxia e a vacina para hepatite B, adquiridos sob suas
expensas.
54
13. CONDUTAS APÓS ACIDENTE Na eventualidade de exposição acidental a material biológico, o profissional de
saúde deve seguir as instruções abaixo citadas:
13.1 – Cuidados locais Lesões decorrentes de acidentes com materiais pérfuro-cortantes, como agulhas,
bisturis e tesouras potencialmente contaminados, devem ser, imediatamente, lavadas com
água e sabão ou solução anti-séptica detergente (PVPI, Clorexidina). As membranas
mucosas e a pele devem ser lavadas com água corrente em abundância, soro fisiológico
0,9% ou água boricada, repetindo a operação várias vezes. Deve-se evitar o uso de
substâncias cáusticas (como hipoclorito de sódio), pois estas aumentam a área lesada e,
conseqüentemente, a exposição ao material infectante.
13.2 – Notificação No momento do acidente, deverá ser feita a notificação à chefia imediata, a qual,
por sua vez, notificará a Comissão de Biossegurança da FACID e/ou o setor responsável
para avaliar o acidente e determinar a conduta, o mais precocemente possível, nas primeiras duas horas, e no máximo, até 72 horas após o acidente.
O Departamento Pessoal deve emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho
(CAT), cujo verso será preenchido pelo médico do trabalho que atender o acidentado, a fim
de documentar o acidente para efeitos legais.
É importante que tais casos sejam bem documentados e notificados ao Programa
Estadual DST/AIDS para que se possam ter dados consistentes da ocorrência dos acidentes
no estado e para que se possa trabalhar com controle e prevenção dos mesmos. Com este
objetivo, foi criado em 1999, um sistema informatizado para notificação dos acidentes
ocupacionais com material biológico (SINABIO).
13.3 – Avaliação do Acidente O acidente deverá ser analisado pela equipe responsável (Comissão de
Biossegurança-FACID/Vigilância Epidemiológica/Médico do Trabalho) quanto aos aspectos
abaixo relacionados.
A – Material biológico envolvido
Devem ser considerados fluidos biológicos de risco, os seguintes materiais:
sangue, líquido orgânico contendo sangue e líquidos orgânicos potencialmente infectantes
(sêmen, secreção vaginal, líquor e líquidos sinovial, peritoneal, pericárdico e amniótico).
Suor, lágrima, fezes, urina e saliva são líquidos biológicos sem risco de transmissão
55
ocupacional do HIV. Nestes casos, a quimioprofilaxia e o acompanhamento sorológico não
são recomendados.
B – Tipo de acidente
• Pérfuro-cortante: compreende a penetração através da pele de agulha ou
material médico-cirúrgico contaminado com sangue ou outros líquidos
orgânicos e potencialmente infectantes.
• Contato com mucosa ocular, oral ou pele com solução de continuidade: compreende o contato direto da mucosa ou pele com solução de continuidade
(p.e., dermatite ou ferida aberta) com sangue, líquido orgânico contendo
sangue visível ou outros líquidos orgânicos potencialmente infectantes.
• Contato com pele íntegra: compreende o contato da pele íntegra com
sangue, líquido orgânico contendo sangue visível ou outros líquidos orgânicos
potencialmente infectantes. O contato de material biológico com pele íntegra
não constitui situação de risco para infecção pelo HIV e, portanto, dispensa o
uso de quimioprofilaxia. Porém, se a exposição envolve grande volume de
sangue com alta carga viral em extensa área de pele por um período
prolongado, a quimioprofilaxia pode ser considerada.
C – Situação sorológica do paciente fonte
C.1 – Em relação ao HIV • Paciente-fonte comprovadamente HIV negativo – envolve a existência de
documentação laboratorial disponível recente para o HIV (até 03 meses antes
da data do acidente) ou no momento do acidente; não está indicada a
quimioprofilaxia anti-retroviral.
• Paciente-fonte comprovadamente HIV positivo – um paciente-fonte é
considerado infectado pelo HIV quando há documentação de exames anti-
HIV positivos ou o diagnóstico clínico de AIDS; conforme a gravidade do
acidente, deve-se iniciar a quimioprofilaxia anti-retroviral.
• Paciente-fonte com situação sorológica desconhecida ou paciente-fonte desconhecido – um paciente-fonte com situação sorológica desconhecida
deve, sempre que possível, ser rapidamente testado para o vírus HIV, após
obtido o seu consentimento; deve-se colher também sorologias para HBV e
HCV. Na impossibilidade de se colher as sorologias do paciente-fonte ou de
não se conhecer o mesmo (p.e., acidente com agulha encontrada no lixo),
recomenda-se a avaliação do risco de infecção pelo HIV, levando-se em
conta o tipo de exposição e dados clínicos e epidemiológicos.
56
C.2 – Em relação ao vírus da hepatite B Vide a recomendação para a profilaxia da hepatite B para profissionais de saúde
exposta no item 12.
C.3 – Em relação ao vírus da hepatite C
Não existe quimioprofilaxia. Recomenda-se acompanhar a sorologia do
profissional acidentado por 06 meses (1ª coleta da sorologia no momento do acidente e 2ª
coleta da sorologia 06 meses após o acidente). Se a sorologia do profissional de saúde para
HCV for positiva, o mesmo deve ser encaminhado para acompanhamento ambulatorial
especializado.
Caso o paciente fonte tenha sorologias negativas para HIV, VHB e VHC, o
funcionário ou aluno acidentado deverá receber alta após o resultado dos exames.
Não existe necessidade de se fazer o seguimento do acidente por seis meses
nesta situação.
13.4 – Quimioprofilaxia A administração de anti-retrovirais (ARVs) para profissionais de saúde que
sofreram exposição acidental à material biológico de pacientes HIV positivos foi defendida
inicialmente pelo National Comission on AIDS dos EUA em 1993 e, posteriormente, foi
recomendada pelo CDC7, que considerou os seguintes dados:
• Redução de 69% na transmissão materno-fetal de HIV com AZT;
• Redução da viremia associada ao uso de ARV;
• Identificação de efeito protetor de AZT pós-exposição para profissionais, em
estudo retrospectivo multicêntrico e caso-controle.
O aumento de sobrevida com redução de viremia com os esquemas combinados
de ARV e a identificação de casos de falha na profilaxia pós-exposição com AZT
isoladamente levaram à opção de associação de drogas. É importante sempre considerar
que o uso indiscriminado dos ARV propicia a seleção de cepas resistentes, aumenta o risco
de toxicidade para o profissional de saúde e eleva custos no sistema de saúde.
A decisão de se considerar ou recomendar a administração de anti-retrovirais
para funcionários expostos a fluidos biológicos deve levar em consideração o tipo de
exposição (gravidade, volume de material biológico, profundidade) e o paciente fonte. As
situações não previstas devem ser avaliadas caso a caso, visando benefício do acidentado.
No Brasil, a administração de quimioprofilaxia pós-exposição foi preconizada pela
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e pelo Ministério da Saúde em 1999. O
57
Programa Estadual de AIDS e o Instituto de Infectologia Emílio Ribas iniciaram, em 1999,
um programa para o atendimento dos profissionais acidentados com material biológico. A
partir de 2001, a Prefeitura do Município de São Paulo iniciou o seu programa de
atendimento a profissionais acidentados, com ampliação da rede pública de atendimento.
Em dezembro de 2001, a Coordenação Nacional DST/AIDS do Ministério da Saúde publicou
as "Recomendações para Terapia Anti-Retroviral em Adultos e Adolescentes Infectados pelo
HIV – 2001". Neste documento, algumas modificações em relação às recomendações
anteriores devem ser ressaltadas:
1. Em situações de menor risco, recomenda-se o uso de esquemas envolvendo
duas drogas anti-retrovirais análogas de nucleosídeo, preferencialmente a
associação AZT + 3TC.
2. Em situações de maior risco, recomenda-se o uso de esquemas potentes
com inibidores de protease, preferencialmente, o AZT + 3TC juntamente com
o nelfinavir, indinavir ou a associação indinavir com ritonavir (este como
adjuvante farmacológico para o indinavir).
3. A nevirapina não é recomendada em esquemas de profilaxia pós-exposição
devido aos relatos de reações adversas graves com o medicamento nessas
situações.
4. Deve-se considerar a possibilidade de utilizar esquemas alternativos em
situações de exposição com risco elevado de resistência.
5. Recomenda-se enfaticamente que as sorologias dos pacientes-fonte sejam
realizadas.
6. Acidentes com fonte desconhecida ou com paciente com sorologia anti-HIV,
em geral, não devem ser medicados com anti-retrovirais. Nestas situações, o
uso da profilaxia pós-exposição deverá ser considerada com base na
gravidade do acidente e na história clínico-epidemiológica do paciente.
Profilaxia anti-retroviral após exposição ocupacional:
+ grave: agulha de grosso calibre e grande lúmen, lesão profunda, sangue visível
no objeto contaminante ou agulha usada recentemente em artéria ou veia do
paciente-fonte.
– grave: lesão superficial, agulha sem lúmen.
pequeno volume: poucas gotas de material biológico de risco.
grande volume: contato prolongado ou grande quantidade de material biológico
de risco.
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Observações:
(1) Estudos em exposição sexual e transmissão vertical sugerem que indivíduos
com carga viral <1500 cópias/ml apresentam um risco muito reduzido de transmissão do
HIV.
(2) Considerar uso em locais com alta prevalência de indivíduos HIV+ ou história
epidemiológica para HIV e outras DST.
(3) Pelo fato da quimioprofilaxia apresentar potencial de toxicidade, o seu uso
não é justificado em exposições com risco desprezível de transmissão pelo HIV. Além disso,
pelo fato de não existirem evidências suficientes de benefício, o uso de esquemas
expandidos não é recomendado para todos os tipos de exposição.
59
14. DESTINO DOS RESÍDUOS DE SAÚDE. 14.1 Resíduos biológicos
São resíduos com possível presença de agentes biológicos, que por suas
características podem apresentar risco de infecção.
Os resíduos biológicos devem ser manejados de diferentes formas, de acordo
com sua composição:
A) Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos com suspeita ou
certeza de contaminação biológica por agentes com classe de risco 4, em
conformidade com a RDC/Anvisa no 306, de 07 de dezembro de 2004, ou
gica e risco de disseminação ou causadores de doença emergente que se
torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão
seja desconhecido.
MANEJO: • Devem ser acondicionados em sacos vermelhos, que devem ser substituídos
quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos uma vez a cada 24
horas, e identificados conforme o item 1.3.3 da RDC 306/04.
• Devem ser submetidos a tratamento utilizando-se processo físico ou outros
processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou
eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com o Nível III
de Inativação Microbiana.
Após o tratamento, devem ser acondicionados da seguinte forma:
• Se não houver descaracterização física das estruturas, devem ser
acondicionados conforme o item 1.2 da RDC 306/04, em sacos brancos
leitosos, que devem ser substituídos quando atingirem 2/3 de sua capacidade
ou pelo menos uma vez a cada 24 horas, e identificados conforme o item
1.3.3 da mesma RDC.
• Havendo descaracterização física das estruturas, podem ser acondicionados
como resíduos do Grupo D.
B) Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde,
contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre.
MANEJO:
• Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.
60
• Devem ser acondicionados em saco vermelho, que devem ser substituídos
quando atingirem 2/3 de sua capacidade ou pelo menos 1 vez a cada 24
horas e identificados conforme descrito no mesmo documento.
• Devem ser submetidos a tratamento utilizando-se processo físico ou outros
processos que vierem a ser validados para a obtenção de redução ou
eliminação da carga microbiana, em equipamento compatível com Nível III de
Inativação Microbiana e que desestruture as suas características físicas, de
modo a se tornarem irreconhecíveis.
• Após o tratamento, podem ser acondicionados como resíduos do Grupo D.
Caso o tratamento venha a ser realizado fora da unidade geradora, o
acondicionamento para transporte deve ser em recipiente rígido, resistente à
punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de controle de
fechamento e devidamente identificado, de forma a garantir o transporte
seguro até a unidade de tratamento.
14.2 Resíduos químicos Os seguintes resíduos contêm substâncias químicas que podem apresentar risco
à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade:
a) Produtos antimicrobianos, citostáticos e antineoplásicos, imunossupressores,
quando apresentarem prazo de validade vencido ou se tornarem impróprios
para o consumo.
b) Anestésicos.
c) Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).16
d) Saneantes e desinfetantes.
e) Resíduos de amálgama.
f) Radiografias odontológicas.
g) Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR
10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).
As características dos resíduos pertencentes a este grupo são as contidas na
Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ (NBR 14.725 da ABNT,
de julho de 2001).
Os resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente,
quando não forem submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem,
devem ser submetidos a tratamento e disposição final específicos.
61
Os resíduos no estado sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em
aterro de resíduos perigosos – Classe I.
Os resíduos no estado líquido devem ser submetidos a tratamento específico,
sendo vedado o seu encaminhamento para disposição final em aterros.
Quando submetidos a processo de tratamento térmico por incineração, devem
seguir as orientações contidas na Resolução Conama no 316, de 29 de outubro de 2002, ou
a que vier substituí-la.
O acondicionamento deve ser feito em recipientes individualizados, observadas
as exigências de compatibilidade química do resíduo com os materiais das embalagens, de
forma a evitar reação química entre os componentes, enfraquecendo-a ou deteriorando-a,
ou a possibilidade de que o material da embalagem seja permeável aos componentes do
resíduo.
Os reveladores utilizados em radiologia podem ser submetidos a processo de
neutralização para alcançarem pH entre 7 e 9, sendo posteriormente lançados na rede
coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam às diretrizes estabelecidas
pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.Os
fixadores usados em radiologia podem ser submetidos a processo de recuperação da prata
ou então ao constante do item 11.16 da RDC 306/04.
62
15. BIOSSEGURANÇA NAS CLÍNICAS DE ODONTOLOGIA 15.1. Ambientes clínicos
A FACID – Faculdade Integral Diferencial possui duas clínicas odontológicas para
execução das atividades clínicas das disciplinas componentes da grade curricular do curso
de bacharelado em odontologia, bem como as atividades de pesquisa e extensão que
tenham como objeto as observações clínicas dos pacientes. A clínica odontológica I possui
18 (dezoito) equipos e a clínica odontológica II, 12 (doze) equipos. Cada clínica é equipada
com um centro radiológico, com um aparelho de raios-X periapical para a realização de
exames complementares. É preocupação da Comissão de Biossegurança desta Instituição a
aplicação correta das normas de controle de infecção, com vistas a assegurar adequada
proteção ao corpo discente, funcionários, docentes e pacientes usuários dos serviços das
clínicas. Vale ressaltar que na área da saúde, não há nenhuma atividade que apresente um
quadro tão heterogêneo de detalhes com vistas ao controle de infecção quanto a
Odontologia, o que pode dificultar a tomada de decisões em relação aos cuidados quanto a
esterilização ou desinfecção de superfícies ou instrumentos. As dificuldades poderão ser
eliminadas ou extremamente reduzidas, se o profissional, independentemente de sua
especialidade, distinguir o ambiente de atuação e o risco potencial de transmissão dos
instrumentos e materiais utilizados.
15.2 - Classificação dos ambientes Áreas não críticas - são aquelas não ocupadas no atendimento dos pacientes
ou às quais estes não têm acesso. Essas áreas exigem limpeza constante com água e
sabão.
Áreas semi-críticas - são aquelas vedadas às pessoas estranhas às atividades
desenvolvidas. Ex.: laboratórios, biotério. Exigem limpeza e desinfecção constante,
semelhante à doméstica.
Áreas críticas - são aquelas destinadas à assistência direta ao paciente,
exigindo rigorosa desinfecção. Ex.: clínicas de atendimento, setor de esterilização (expurgo).
Os equipamentos e mobiliários pertencentes a essas áreas requerem cuidados mais
freqüentes de limpeza e desinfecção, porque são os que mais se contaminam e que mais
facilmente podem transmitir doenças. Pisos, tampos, mobiliários. bancadas e demais
superfícies localizados nessas áreas, também merecem limpeza freqüente e cuidadosa,
porque acumulam resíduos contaminados, resultantes da atividade humana.
Desinfecção diária - hipoclorito de sódio a 1%, água e sabão.
Desinfecção semanal - associação de fenóis sintéticos (Ex. duplofen).
Áreas contaminadas - superfícies que entram em contato direto com matéria
orgânica (sangue, secreções ou excreções), independentemente de sua localização. Exigem
desinfecção, com remoção da matéria orgânica, e limpeza, com água e sabão.
63
15.3 - Classificação dos artigos, segundo Spaulding Artigos críticos - são aqueles que penetram nos tecidos sub-epiteliais da pele e
mucosa, sistema vascular ou outros órgãos isentos de microbiota própria. Ex.: instrumentos
de corte ou ponta, outros artigos cirúrgicos (pinças, afastadores, fios de sutura, catéteres,
drenos etc.). Processo: esterilização
Artigos semi-críticos - são aqueles que entram em contato com a mucosa
íntegra e/ou pele não íntegra. Ex.: material para exame clínico (pinça, sonda e espelho),
condensadores, moldeiras, porta-grampos. Processo: esterilização ou desinfecção de alto
nível.
Artigos não críticos - são aqueles que entram em contato com a pele íntegra ou
não entram em contato direto com o paciente. Ex.: termômetro, equipo odontológico,
superfícies de armários e bancadas, aparelho de raios X. Processo: desinfecção de nível
intermediário.
15.4 - Classificação dos procedimentos clínicos Procedimento crítico - todo procedimento em que haja presença de sangue,
pus ou matéria contaminada pela perda de continuidade do tecido. Por exemplo, exodontias,
biópsias da cavidade oral, drenagens de abscessos odontogênicos.
Procedimento semi-crítico - todo procedimento em que exista a presença de
secreção orgânica (saliva), sem perda de continuidade do tecido. Por exemplo, restaurações
sem comunicação com a polpa dentária, profilaxias, aplicações tópicas de flúor fosfato
acidulado.
Procedimento não crítico - todo procedimento em que não haja a presença de
sangue, pus ou outras secreções orgânicas, inclusive saliva. Por exemplo, orientações
quanto à higiene bucal, trabalhos laboratoriais.
15.5 ESTERILIZAÇÃO POR PROCESSO FÍSICO - Resolução 374, de 16/12/95, da S.S.S.P.
15.5.1 - Vapor saturado sob pressão
É o processo que oferece maior segurança e economia. Pode ser realizado em
autoclave convencional horizontal ou autoclave a alto vácuo, sendo estes que devem ser
utilizados para esterilização de artigos médico-cirúrgicos e odontológicos. A FACID dispõe
de uma Central de Esterilização para as Clínicas de Odontologia equipada com quatro
autoclaves, sendo duas de 21L, uma de 56L e outra de 152L.
64
15.5.2 - Calor seco
O calor seco gerado em estufa elétrica (forno de Pasteur) é de uso limitado, pois
sua penetração e distribuição dentro da câmara não se faz de maneira uniforme, além do
que, o processo requer um tempo de exposição mais prolongado a altas temperaturas, o
que é inadequado para certos materiais, tais como tecidos e borrachas.
15.6 - Limpeza do instrumental É primordial para qualquer tipo de processo de esterilização escolhido, a limpeza
eficaz do material. No caso do instrumental, a lavagem através de escovação com
detergente neutro líquido ou a utilização de detergentes enzimáticos (que dispensam a
escovação), ou, idealmente, a limpeza em aparelho de ultra-som.
15.7 - Acondicionamento Para autoclave: deverá ser em envelopes de papel grau cirúrgico (para peças de
mão e poucas unidades de instrumentos), caixas de alumínio, inox ou acrílico, totalmente
perfuradas, com forração interna de campo de algodão simples (ou papel kraft) e embaladas
externamente em campo de algodão duplo (ou papel kraft, ou papel grau cirúrgico). O
algodão cru é recomendado na textura de aproximadamente 40 fios e em campos duplos.
Quando novo, deve ser lavado antes do uso para eliminar o amido e evitar o
superaquecimento, que resultará em desidratação das fibras. Na reutilização dos tecidos os
mesmos devem ser lavados para a retirada de poeira e recomposição das fibras. O papel
kraft deve possuir superfície regular, sem zonas de maior ou menor acúmulo de fibras que
possam causar furos. A gramatura deve ser de 60g/m2 ou 80g/m2 e não deve conter grande
quantidade de corante ou de amido (Resolução SS-374, de 16/12/95).
Para calor seco: Deverá ser em caixas metálicas, totalmente fechadas, com
forração interna da caixa e proteção das pontas ativas dos instrumentais, com papel
alumínio.
15.8 - Tempo e temperatura de esterilização 15.8.1 - Autoclave
Usar exposição por 30 (trinta) minutos a uma temperatura de 121ºC, em
autoclaves convencionais (uma atmosfera de pressão). Usar exposição por 15 (quinze)
minutos a uma temperatura de 132ºC, em autoclaves convencionais (uma atmosfera de
pressão). Usar exposição por 04 (quatro) minutos a uma temperatura de 132ºC, em
autoclave de alto vácuo.
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15.8.2 - Calor seco
A Res. SS - 374 recomenda 1 hora a 170º C e 2 horas a 160º C.
15.9 - Prazo de validade
Recomenda-se o prazo de 7(sete) dias de validade para os artigos esterilizados
por processo físico (Resolução SS-374, de 16/12/95).
Observação: caso o pacote esterilizado seja aberto e não utilizado, deve-se
considerá-lo contaminado, necessitando ser submetido ao processo de esterilização
novamente.
15.10 - Preparo de material a ser esterilizado na central de esterilização
Cabe ao usuário da Central de Esterilização, seguir as seguintes instruções:
15.10.1 Limpeza
Limpar efetivamente o instrumental e caixa, logo após sua utilização, através de
escovação com escova de cerdas de nylon e detergente neutro. Outra opção para a
limpeza, é o uso do Detergerm enzimático (agente de limpeza com agentes tensio-ativos e
enzimas), em cubas de plástico (profundidade de 4cm = 1L de água e 10mL de Detergerm)
por 5 a 10 minutos.
15.10.2 Acondicionamento
Acondicionar e embalar de acordo com o processo escolhido para esterilização:
ESTUFA
• O instrumental deve ser acondicionado em caixa de metal fechada: inox
de paredes finas ou alumínio.
• Envolver a extremidade ativa do instrumental com papel alumínio
(finalidade de proteção).
• Separar as seringas dos respectivos êmbolos.
AUTOCLAVE
• O instrumental com trava de fechamento deverá estar entreaberto.
• O instrumental deve ser envolvido em campo de algodão cru e
acondicionado em: caixa metálica ou acrílica totalmente perfurada, ou
bandeja com até 4 cm de altura.
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• O pacote externo poderá ser feito em: algodão cru duplo, papel kraft,
papel grau cirúrgico, filmes de poliamida, papel crepado e embalagem
não tecido.
Observações: a. O campo de tecido deve ser lavado quando novo e após cada autoclavação,
pois sua trama precisa ser recomposta para permitir a penetração do vapor.
O tecido de algodão deve ser estocado em condições ideais e não é
recomendado para autoclaves gravitacionais. Deve ser lavado a cada
processamento e não deve conter remendos ou cerzidos.
b. O papel kraft não deve ser reutilizado. Após a autoclavação aumenta o
diâmetro de seus poros favorecendo a recontaminação do material. O papel
kraft deve ser de uso restrito por não se tratar de barreira antimicrobiana
eficiente e liberar resíduos nos instrumentos, favorecendo o aparecimento de
manchas.
c. Os filmes de poliamida e o papel grau cirúrgico são utilizados para peças de
mão, brocas e poucas unidades de instrumentos.
15.10.3 Entrega
O material deve ser entregue na Central de Esterilização, protocolado, de acordo
com o dia e horário pré-estabelecidos, podendo não ser aceito caso esteja em condições
inadequadas para validação do processo de esterilização.
15.10.4 Retirada
O material, após esterilizado, deverá ser retirado na Central antecedendo cada
clínica, mesmo que o atendimento tenha sido cancelado.
15.10.5 Validade
O material processado pela Central, terá validade de 7 dias, a contar da data de
esterilização, desde que não tenha sido retirado da embalagem plástica protetora.
15.10. 6 Sugestões para a lista de material
a) Caixa de alumínio (tipo marmita) totalmente perfurada (Periodontia,
Dentística, Odontopediatria, Prótese) 17,5cm x 10,5cm x 5,5cm
b) Campos de tecido de algodão cru 46cm x 46cm - duplo (externo) 36cm x
36cm - simples (interno)
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c) Caixa de inox totalmente perfurada (Endodontia) 21 cm x 11 cm x 6,5cm
d) Campos de tecido de algodão cru 50cm x 50cm - duplo (externo) 40cm x
40cm - simples (interno)
e) Caixa de inox totalmente perfurada (Cirurgia) 28cm x 14cm x 6,5cm
f) Campo de tecido de algodão cru 66cm x 66cm - duplo (externo) 56cm x 56cm
- simples (interno)
Obs.: providenciar 2 campos externos e 2 campos internos para cada caixa,
possibilitando a lavagem após cada utilização.
15.10.7 Cuidados com as peças de mão
A partir da fabricação das peças de mão autoclaváveis, não mais se justifica
apenas a desinfecção externa desses dispositivos. O tratamento pelo calor, porém, exige
que sejam seguidas as instruções do fabricante quanto à limpeza e lubrificação dos
mesmos, para prolongar sua vida útil. Como os equipos e pontas utilizados na FACID são
fabricados pela DABI-ATLANTE, daremos a seqüência recomendada por ela, devendo os
usuários procurar e seguir as instruções dos demais fabricantes. Juntamente com a peça de
mão de alta rotação e o sistema de baixa rotação (micromotor, peça reta e contra-ângulo), a
DABI-ATLANTE fornece o óleo que deve ser usado na lubrificação. O frasco azul é usado
na caneta e o vermelho, nos demais. É importante não fazer o uso trocado. A lubrificação
desses elementos é feita antes e após a esterilização. Para evitar o contato do instrumento
esterilizado, com um aplicador de óleo "sujo" (que entrou em contato com o instrumento
contaminado), o frasco do lubrificante é fornecido com dois bicos injetores cambiáveis: o
vermelho, que faz a lubrificação antes da esterilização, e o azul, usado após a esterilização.
Não confundir bico injetor vermelho com frasco vermelho. Tanto o frasco azul como o
vermelho são providos dos dois bicos injetores.
a) Autoclavação das pontas
Lavagem Não se esteriliza um instrumento sujo. Por isso, inicialmente é preciso
desconectar da mangueira e fazer a limpeza das peças sob água corrente, com escova e
detergente, secando bem, a seguir. Secar por dentro com ar comprimido. (Matéria orgânica
aderida provoca mancha). Os sais da água de torneira provocam manchas e ferrugem e
destroem os rolamentos.
Lubrificação É preciso lubrificar abundantemente para proteção contra os efeitos da umidade.
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Lubrificação prévia da caneta de alta rotação - Deixar em posição uma broca:
a) Introduzir o bico vermelho do frasco azul de óleo no orifício maior, situado na
parte posterior da peça de mão.
b) Injetar o óleo por dois a três segundos, mantendo o frasco do lubrificante em
posição vertical e segurando a broca para evitar o giro da turbina.
Lubrificação prévia do micromotor, peça reta e contra-ângulo
Micromotor
a) Girar totalmente o anel preto em sentido horário.
b) Injetar o óleo (frasco vermelho, bico vermelho) no furo maior, atrás da peça.
c) Girar totalmente o anel em sentido anti-horário.
d) Repetir a injeção de óleo.
Peça reta
a) Injetar óleo na peça reta. Esta deve estar com uma pedra presa na pinça.
b) Conectar ao micromotor e girar a pedra para revolver a engrenagem no óleo.
Contra-ângulo
a) Injetar óleo no contra-ângulo.
b) Deixar o micromotor, a peça reta e o contra-ângulo na posição horizontal por
alguns minutos.
Esterilização - Embrulhar as peças em papel kraft e esterilizar em autoclave.
Lubrificação posterior - elubrificar ao abrir a embalagem para utilização, fazendo a troca pelo bico
azul nos frascos vermelho e azul.
Importante
a) Não trocar o frasco azul (caneta de alta) com vermelho (micromotor).
b) O vermelho contém detergente que é prejudicial para a caneta.
c) O azul não contém detergente, sendo prejudicial para o micromotor.
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d) Não adianta lubrificar corretamente se o ar comprimido contiver umidade.
e) Não adianta drenar a umidade, se não lubrificar as pontas.
15.11 Técnica para empacotamento de material e instrumental esterilização em autoclave
O empacotamento de material e/ou instrumental a ser esterilizado em autoclave
deve obedecer uma seqüência na execução das dobras, conforme a ilustração abaixo. Esta
seqüência tem por finalidade manter a assepsia da área de trabalho, evitando contaminação
por manipulação inadequada do material estéril (Anexo 3).
15.12 Agentes químicos
a) Os agentes químicos não apresentam todos a mesma capacidade para a
destruição dos microrganismos de interesse médico, que incluem bactérias
na forma vegetativa, vírus lipofílicos e hidrofílicos, fungos, Mycobacterium
tuberculosis e esporos bacterianos. Conforme a gama de microrganismos que
podem ser destruidos pelos agentes químicos, o processo é designado:
b) Esterilização química - é um processo de longa duração (de 8 a 18 horas) no
qual se consegue a destruição de todas as formas de vida através do uso de
agentes químicos designados como esterilizantes.
c) Desinfecção de alto nível - é um processo de curta duração (30 minutos), no
qual se consegue a destruição de todas as formas de vida, exceto esporos,
utilizando agente químico esterilizante.
d) Desinfecção de nível intermediário - é o processo no qual se consegue a
destruição da maioria dos microrganismos, inclusive o bacilo da tuberculose,
mas não todos os vírus, nem os esporos. O agente é designado desinfetante
hospitalar tuberculocida.
e) Desinfecção de nível baixo - é o processo de destruição de poucos
microrganismos.
15.12.1 - Escolha do agente químico
O agente químico deve ser escolhido conforme:
a) a finalidade de uso;
b) o atendimento aos critérios do agente ideal;
c) o certificado do Ministério da Saúde.
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Rótulos e instruções
Os rótulos e instruções de uso deverão estar assim apresentados e conter as
seguintes informações:
a) em língua portuguesa;
b) nomes e endereços do fabricante e do fornecedor;
c) nome, sigla do Conselho Profissional e número de registro do Responsável
Técnico pelo produto fabricado ou distribuído no Brasil;
d) prazo de validade do produto;
e) número de registro do produto na SVS/MS, que é composto de 11 dígitos.
O agente químico ideal deve: a) exibir amplo espectro de ação;
b) agir rapidamente sobre todos os microrganismos;
c) ser indiferente a agentes químicos e físicos;
d) ser atóxico e inodoro;
e) apresentar compatibilidade com as superfícies;
f) ter efeito residual;
g) ser fácil de usar e econômico.
Eficiência
Para que se consiga o melhor desempenho de um agente químico, é necessário
respeitar:
a) concentração de uso;
b) tempo de ação;
c) validade do produto.
Aplicações a) Descontaminação, desinfecção e esterilização de artigos.
b) Desinfecção de superfícies.
c) Desinfecção de moldes e próteses.
d) Desinfecção de reservatórios e dutos.
e) Desinfecção de roupas.
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Cuidados a) Em função da toxicidade dos agentes químicos, que é tanto maior quanto
mais eficiente ele for, sua manipulação deve ser feita utilizando o EPI
(equipamento de proteção individual) adequado.
b) Seu armazenamento deve ser feito em local arejado, fresco e ao abrigo da
luz.
15.12.2 - Esterilizantes químicos
Entre os agentes químicos esterilizantes estão os aldeídos (glutaraldeído e
formaldeído) e o óxido de etileno.
GLUTARALDEÍDO É um dialdeído, que pode se apresentar pronto para o uso. Em pH ácido,
necessita ativação pelo bicarbonato de sódio, para exibir atividade esterilizante. O
glutaraldeído ativado sofre polimerização em pH alcalino, inativando-se após 14 dias,
quando seu pH for 8,5, ou após 28 dias, em pH 7,5.
Classificação
• Esterilizante (8 a 10 horas)
• Desinfetante de alto nível (30 minutos)
Indicações Esterilização de artigos críticos e semi-críticos termo-sensíveis; desinfecção de
alto nível e descontaminação.
Vantagens a) Penetra no sangue, pus e restos orgânicos.
b) Não ataca material de borracha ou plástico.
c) Pode ser corrosivo.
Desvantagens a) Apresenta toxicidade cutânea, celular e inalatória. Libera vapores tóxicos,
razão para se evitar o processamento de materiais em salas mal ventiladas,
em recipientes sem tampa ou com vazamentos. Aconselha-se o uso de
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máscaras com camada de carvão ativado para diminuir o efeito tóxico,
quando em manipulação freqüente.
b) É alergênico.
c) Não pode ser utilizado em superfícies.
d) Sua atividade corrosiva aumenta com a diluição.
e) Seu tempo de reutilização varia com a biocarga.
f) Pode ser retido por materiais porosos, daí exigir enxágüe rigoroso, para evitar
seus resíduos tóxicos.
Obs.: Apesar do formaldeído ser também um agente esterilizante, seus vapores
irritantes, odor desagradável e comprovado potencial carcinogênico, não o recomendam,
devendo, portanto, ser evitado.
15.12.3 - Etapas da esterilização química
a) Preparar o material deixando-o limpo e seco.
b) Utilizar a solução de glutaraldeído em recipientes de plástico ou vidro, sempre
tampados. Quando utilizar caixa metálica, proteger o fundo com compressa,
evitando o contato com os artigos, a fim de evitar corrosão eletrolítica.
c) Imergir totalmente os artigos na solução, deixando-os abertos, se articulados.
d) Controlar o tempo de exposição.
e) Enxaguar os artigos com água ou solução fisiológica estéreis, respeitando a
técnica asséptica. Enxugar com panos esterilizados.
e) Utilizar o material de imediato.
15.12.4 - Desvantagens da esterilização química
a) O material não pode permanecer estéril, uma vez que é esterilizado não
embalado.
b) Não existe teste biológico para comprovar a esterilidade.
15.12.5 - Desinfetantes de nível intermediário
Os desinfetantes de nível intermediário utilizados na FACID são o hipoclorito de
sódio a 1%, os fenóis sintéticos e o álcool 70% (p/v).
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HIPOCLORITO DE SÓDIO A 1% ESTABILIZADO COM CLORETO DE SÓDIO Indicações
Desinfecção de instrumentos semi-críticos, superfícies, moldes, roupas e água.
Vantagens
a) Rápida ação antimicrobiana.
b) Amplo espectro.
c) Econômico.
d) Efetivo em soluções diluídas.
Desvantagens a) Esporicida, apenas em altas concentrações (5,25%).
b) Não pode ser reutilizado.
c) Deve ser preparado diariamente.
d) Atividade diminuída pela presença de matéria orgânica. A perda de cloro
devido a matéria orgânica pode ser significante, quando são empregadas
mínimas quantidades de cloro. Maiores níveis de cloro, porém, tendem a
produzir reserva de segurança para exercer a ação bactericida desejada.
e) Odor desagradável persistente.
f) Irritante para a pele e olhos.
g) Corrói metais e estraga tecidos.
h) Ataca plásticos e borrachas.
Diluições do hipoclorito de sódio
a) 1% - 10.000 ppm
b) 0,5% - 5.000 ppm (partes iguais da solução a 1% e água)
c) 0,05% - 500 ppm (1 parte da solução a 1% + 19 partes de água)
Aplicações das diluições
a) Superfícies fixas - 0,5 a 1%
b) Artigos - 0,5 a 1%
c) Moldes e Próteses - 0,5 a 1%
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d) Água do sistema "flush" - 0,05%
Cuidados com a solução
a) Para a desinfecção utilizar apenas recipientes de plástico ou vidro.
b) A solução deve ser preparada diariamente.
c) Armazenagem em ambiente fresco, ao abrigo da luz, em embalagens escuras
e bem vedadas.
Obs.-O Ministério da Saúde contra-indica o uso da água sanitária para a
desinfecção de materiais, pois sua concentração NÃO atende às diversas exigências de
formulação para os desinfetantes hospitalares (SSSP/1993).
FENÓIS SINTÉTICOS Indicações a) Descontaminação.
b) Desinfecção de instrumentos semi-críticos e superfícies.
c) Limpeza e desinfecção de paredes, pisos, superfícies fixas, em locais de alto
risco.
Vantagens
a) Desinfetantes em imersão e em superfícies.
b) Úteis em metais, vidros, borrachas e plásticos (ver: Cuidados).
c) Menos tóxicos e corrosivos que o glutaraldeido.
Desvantagens
a) Preparo diário.
b) Podem atacar vidros e plástico com a exposição prolongada.
c) Irritantes para a pele e para os olhos.
Cuidados
a) Usar luvas para evitar o contato com a pele.
b) Em caso de contato com a pele, lavar abundantemente com água e sabão.
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c) Em caso de contato com os olhos, lavar abundantemente com água e
encaminhar ao médico.
d) Os fenóis não são recomendados para artigos semi-críticos (látex, acrílico e
borracha), devido ao seu efeito residual que impregna nos poros dos
materiais, podendo causar irritação de mucosa e tecido, se não sofrerem um
enxágüe adequado. Não são recomendados para artigos que entram em
contato com alimentos nem para berçários devido à sua toxicidade.
Obs.- Quando utilizados na desinfecção de superfícies, por não serem voláteis,
os fenóis sintéticos se depositam, devendo ser removidos com pano úmido, pois, ao reagir
com a umidade, passam a exercer ação antimicrobiana residual.
ÁLCOOL 70% P/V
Indicações
Desinfecção de artigos e superfícies.
O álcool evapora rapidamente, assim sendo, os materiais devem ser friccionados
na superfície, operação que deve ser repetida até completar o tempo de ação. Friccionar,
deixar secar sozinho e repetir três vezes a aplicação, até completar o tempo de exposição
de 10 minutos (MS/1994). Não é aconselhável imergir os materiais no álcool, devido à sua
evaporação.
Vantagens
a) Rapidamente bactericida.
b) Tuberculocida e viruscida para vírus lipofílico.
c) Econômico.
d) Ligeiramente irritante.
Desvantagens
a) Não é esporicida.
b) Atividade diminuída em presença de biocarga.
c) Atividade diminuída quando em concentração inferior a 60%.
d) Ataca plásticos e borrachas.
e) Evapora rapidamente das superfícies.
f) É altamente inflamável.
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Obs.: É fundamental observar a concentração do álcool. A presença da água
favorece a penetração do álcool nos microrganismos e contribui para sua menor
evaporação.
15.13 - Desinfecções
Ao empregar os agentes desinfetantes, utilizar os Equipamentos de Proteção
Individual.
15.13.1 - Descontaminação de instrumentos
Imergir o material contaminado na solução, por 30 minutos.
15.13.2 - Desinfecção de instrumentos
Para os instrumentos semi-críticos - somente o glutaraldeido pode fazer a
desinfecção de alto nível. Para os instrumentos não críticos - desinfetantes de nível
intermediário.
Imergir o material limpo e seco na solução, por 30 minutos, obedecendo os
detalhes apresentados na esterilização química. Depois de desinfetados, os instrumentos
devem ser retirados da solução e abundantemente enxaguados para eliminação completa
dos resíduos do desinfetante.
15.13.3 - Desinfecção de superfícies
Empregar desinfetantes de nível intermediário, uma vez que o trabalho
odontológico envolve a produção de aerossóis capazes de atingir distâncias de 1,5 a 2
metros.
Verificar se há incompatibilidade entre o detergente usado e o desinfetante.
Nunca deixar o desinfetante em contato com a superfície a ser descontaminada
por um período menor que o indicado.
Quando se emprega agente químico que contenha detergente, deve-se:
- limpar a superfície com o produto, para retirar a sujidade, utilizando inclusive
ação mecânica;
- passar novamente o produto, deixando-o em contato com a superfície por 10
minutos.
Quando se usa agente químico que não contenha detergente, deve-se:
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- limpar a superfície com água e sabão ou detergente, para retirar a sujidade;
- enxaguar, para eliminar completamente os resíduos do sabão ou detergente;
- passar o desinfetante, deixando-o em contato com a superfície por 10
minutos.
Quando se faz desinfecção de áreas contaminadas - contaminação localizada
(com presença de sangue, excreções ou secreções), deve-se:
- colocar luva de borracha;
- aplicar hipoclorito de sódio a 1%;
- deixar agir por 10 minutos;
- retirar com papel toalha ou pano velho. Desprezar;
- limpar com água e sabão.
15.13.4 - Desinfecção de moldes
Embora necessária, existe uma preocupação quanto à influência da desinfecção
dos moldes sobre a reprodução dos detalhes, a estabilidade dimensional e o grau de
umedecimento dos materiais de moldagem. É importante, portanto, a seleção de
desinfetante compatível com o material, lembrando que a compatibilidade pode variar com o
fabricante. São usados o glutaraldeído e o hipoclorito de sódio.
O glutaraldeído pode ser empregado para a desinfecção de moldes de
polissulfeto, silicona e pasta de óxido de zinco e eugenol. O hipoclorito de sódio 0,5% ou
1,0%, para alginato, polissulfeto, silicona, poliéter, hidrocolóide reversível e godiva. Ver que
apenas a pasta de óxido de zinco e eugenol não pode sofrer desinfecção pelo hipoclorito.
Técnica a) lavar em água corrente. Remover o excesso de água;
b) colocar em cuba de vidro ou de plástico com tampa, ou saco de plástico com
fecho, contendo o desinfetante;
c) deixar imerso durante 10 minutos;
d) lavar em água corrente abundantemente;
e) secar.
Obs.: A solução desinfetante só pode ser usada uma vez.
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No caso do alginato e do poliéter, recomenda-se a técnica na qual, ao invés de
mergulhar o molde, borrifa-se o mesmo com o hipoclorito de sódio, envolve-se com papel
toalha umedecido com o desinfetante, deixando-o, a seguir, fechado em saco de plástico
com fecho, por 10 minutos. É importante que o papel toalha permaneça úmido. A seguir,
lava-se em água corrente, seca-se e vaza-se o modelo.
15.13.5 - Desinfecção de próteses
As próteses devem sofrer desinfecção quando são recebidas ou enviadas ao
laboratório, durante as várias etapas da confecção, lembrando que produtos semelhantes de
diferentes fabricantes podem exibir compatibilidade diferente a um desinfetante. Próteses
fixas de metal e porcelana são desinfetadas em glutaraldeído. Próteses totais e removíveis
são desinfetadas em hipoclorito de sódio 0,5% ou 1%.
Técnica a) lavar bem em água corrente;
b) colocar em recipiente de vidro ou de plástico com tampa ou saco plástico com
fecho, contendo o desinfetante, por 10 minutos;
c) enxaguar bem.
Obs.: Algumas próteses podem requerer limpeza antes da desinfecção. Esta
deve ser feita no consultório, com o uso de instrumentos manuais e/ou limpador ultra-sônico.
Para este último, colocar a peça num saco de plástico com fecho ou béquer de vidro com
desinfetante e acionar o aparelho por 3 a 10 minutos. Em alguns casos o desinfetante pode
ter que ser substituído por um tipo especial de solução para limpeza ultra-sônica.
15.14 - Uso de barreiras nas superfícies
15.14.1 - Barreiras
É mais fácil, mais seguro e mais correto evitar a contaminação com o uso de
barreiras, que descontaminar uma superfície suja, ou tentar eliminá-la depois que ocorreu
ou pretender que o processo de desinfecção mate todos microrganismos que se
acumularam sobre a superfície desprotegida (SCHAEFER, 1994).
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Uma alternativa para a desinfecção das superfícies é o uso de barreiras. A barreira
elimina a necessidade de desinfecção entre pacientes, uma vez que evita qualquer
contaminação. Todavia, deve ser trocada após cada paciente.
ATRIBUTOS DA BARREIRA
a) Baixo custo.
b) Impermeabilidade.
c) Tamanho suficiente para cobrir completamente a área a ser protegida.
MATERIAIS
a) Folha de alumínio.
b) Plástico.
c) PVC.
d) Polipropileno.
USO
Áreas de alto toque e/ou difíceis de limpar/desinfetar:
a) interruptor;
b) alça do refletor;
c) botoneira;
d) comandos da cadeira;
e) mangueiras;
f) cabeça, alça e disparador do raio X.
15.15 - Proteção da equipe de saúde
15.15.1 - Barreiras pessoais
Art. 36 da Res.15, de 18-1-99: Os estabelecimentos de assistência odontológica
devem possuir os seguintes equipamentos de proteção individual: luvas para atendimento
clínico e cirúrgico, que deverão ser descartadas após o atendimento a cada paciente;
avental para proteção, máscaras de proteção; óculos de proteção e gorro.
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A - LUVAS Sempre que houver possibilidade de contato com sangue, saliva contaminada
por sangue, contato com a mucosa ou com superfície contaminada, o profissional deve
utilizar luvas. Embora as luvas não protejam contra perfurações de agulhas, está
comprovado que elas podem diminuir a penetração de sangue em até 50% do seu volume.
As luvas não são necessárias no contato social, tomada do histórico do paciente, medição
da pressão sangüínea ou procedimentos similares. Luvas não estéreis são adequadas para
exames e outros procedimentos não cirúrgicos; luvas estéreis devem ser usadas para os
procedimentos cirúrgicos.
USO a) Antes do atendimento de cada paciente, o profissional deve lavar suas mãos
e colocar novas luvas; após o tratamento de cada paciente, ou antes, de
deixar a clínica, o profissional deve remover e descartar as luvas e lavar as
mãos.
b) Não se recomenda a lavagem das luvas, pois pode causar a penetração de
líquidos através de furos indetectáveis.
c) A deterioração das luvas pode ser causada por agentes desinfetantes, óleos,
loções oleosas e tratamentos térmicos, como a autoclavação.
d) A lavagem das luvas com antissépticos aumenta tanto o tamanho como o
número de orifícios nas luvas e remove o revestimento externo da maioria
das luvas comerciais.
e) As luvas de látex para exame não foram formuladas para resistir a exposição
prolongada às secreções, podendo ficar comprometidas durante
procedimentos de longa duração.
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TIPOS As luvas estão disponíveis, no comércio, em 5 tipos:
a) luvas cirúrgicas de látex estéreis;
b) luvas descartáveis de látex;
c) luvas descartáveis de vinil;
d) sobre-luvas de PVC;
e) luvas para limpeza geral de borracha grossa.
NORMAS NA UTILIZAÇÃO a) As luvas NÃO devem ser utilizadas fora das áreas de tratamento.
b) As luvas devem ser trocadas entre os tratamentos de diferentes pacientes.
c) A parte externa das luvas NÃO deve ser tocada na sua remoção.
d) As luvas devem ser checadas quanto a presença de rasgos ou furos antes e
depois de colocadas, devendo ser trocadas, caso isso ocorra.
e) Se as luvas se esgarçarem ou rasgarem durante o tratamento de um
paciente, devem ser removidas e eliminadas, lavando-se as mãos antes de
reenluvá-las.
f) Se ocorrerem acidentes com instrumentos pérfuro-cortantes, as luvas devem
ser removidas e eliminadas, as mãos devem ser lavadas e o acidente
comunicado.
g) Superfícies ou objetos fora do campo operatório NÃO podem ser tocados por
luvas usadas no tratamento do paciente. Recomenda-se a utilização de
sobre-luvas ou pinças esterilizadas.
h) Em procedimentos cirúrgicos demorados ou com sangramento intenso, está
indicado o uso de dois pares de luvas.
i) Luvas usadas não devem ser lavadas ou reutilizadas.
TÉCNICA PARA A COLOCAÇÃO DAS LUVAS ESTERILIZADAS – Anexo 4 a) Colocar o pacote sobre uma mesa ou superfície lisa, abrindo-o sem
contaminá-lo. Expor as luvas de modo que os punhos fiquem voltados para
si.
b) etirar a luva esquerda (E) com a mão direita, pela dobra do punho. Levantá-
la, mantendo-a longe do corpo, com os dedos da luva para baixo. Introduzir a
mão esquerda, tocando apenas a dobra do punho.
c) Introduzir os dedos da mão esquerda enluvada sob a dobra do punho da luva
direita (D). Calçar a luva direita, desfazendo a seguir a dobra até cobrir o
punho da manga do avental.
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d) Colocar os dedos da mão (D) enluvada na dobra do punho da luva (E),
repetindo o procedimento acima descrito.
e) Ajustar os dedos de ambas as mãos.
f) Após o uso, retirar as luvas puxando a primeira pelo lado externo do punho, e
a segunda pelo lado interno.
B - MÁSCARAS Durante o tratamento de qualquer paciente, deve ser usada máscara na face
para proteger as mucosas nasais e bucais da exposição ao sangue e saliva. A máscara
deverá ser descartável e apresentar camada dupla ou tripla, para filtração eficiente.
NORMAS PARA A UTILIZAÇÃO
a) As máscaras devem ser colocadas após o gorro e antes dos óculos de
proteção.
b) As máscaras devem adaptar-se confortavelmente à face, sem tocar lábios e
narinas.
c) Não devem ser ajustadas ou tocadas durante os procedimentos.
d) Devem ser trocadas entre os pacientes e sempre que se tornarem úmidas,
quando dos procedimentos geradores de aerossóis ou respingos, o que
diminui sua eficiência.
e) Não devem ser usadas fora da área de atendimento, nem ficar penduradas
no pescoço.
f) Devem ser descartadas após o uso.
g) As máscaras devem ser removidas enquanto o profissional estiver com luvas.
Nunca com as mãos nuas.
h) Para sua remoção, as máscaras devem ser manuseadas o mínimo possível e
somente pelas bordas ou cordéis, tendo em vista a pesada contaminação.
i) O uso de protetores faciais de plástico NÃO exclui a necessidade da
utilização das máscaras.
j) Máscaras e óculos de proteção não são necessários no contato social,
tomada da história clínica, medição da pressão arterial ou procedimentos
semelhantes.
C - ÓCULOS DE PROTEÇÃO NORMAS PARA A UTILIZAÇÃO Óculos de proteção com vedação lateral ou protetores faciais de plástico, devem
ser usados durante o tratamento de qualquer paciente, para proteção ocular contra
83
acidentes ocupacionais (partículas advindas de restaurações, placa dentária, polimento) e
contaminação proveniente de aerosóis ou respingos de sangue e saliva. Também devem
ser usados quando necessário no laboratório, na desinfecção de superfícies e manipulação
de instrumentos na área de lavagem.
Óculos e protetores faciais não devem ser utilizados fora da área de trabalho.
CUIDADOS Devem ser lavados e desinfetados quando apresentarem sujidade.
D - AVENTAIS Sempre que houver possibilidade de sujar as roupas com sangue ou outros
fluidos orgânicos, devem ser utilizadas vestes de proteção, como aventais reutilizáveis ou
descartáveis, aventais para laboratório ou uniformes sobre elas.
• Avental não estéril - usado em procedimentos semi-críticos e não críticos,
de preferência de cor clara, gola alta do tipo "gola de padre", com mangas
que cubram a roupa e comprimento 3/4, mantido sempre abotoado.
• Avental estéril - usado em procedimentos críticos, vestido após o
profissional estar com o EPI e ter realizado a degermação cirúrgica das
mãos. Deve ter fechamento pelas costas, gola alta tipo "gola de padre",
com comprimento cobrindo os joelhos e mangas longas com punho em
elástico ou ribana.
NORMAS PARA A UTILIZAÇÃO a) O avental fechado, com colarinho alto e mangas longas é o que oferece a
maior proteção.
b) Os aventais devem ser trocados pelo menos diariamente, ou sempre que
contaminados por fluidos corpóreos.
c) Os aventais utilizados devem ser retirados na própria clínica e, com cuidado,
colocados em sacos de plástico, para o procedimento posterior (limpeza ou
descarte). Com essa atitude, evita-se a veiculação de microrganismos da
clínica para outros ambientes, inclusive o doméstico.
E- GORROS Os cabelos devem ser protegidos da contaminação de aerossóis e gotículas de
sangue e saliva, principalmente quando de procedimentos cirúrgicos, com a utilização de
gorros descartáveis, que devem ser trocados quando houver sujidade visível.
84
15.15.2 - Lavagem e cuidado das mãos
Art.23 da Res.15, de 18-1-99 - Todo o estabelecimento de assistência
odontológica deve ter lavatório com água corrente, de uso exclusivo para lavagem de mãos
dos membros da equipe de saúde bucal.
I - A lavagem de mãos é obrigatória para todos os componentes da equipe de
saúde bucal;
II - O lavatório deve contar com:
a. dispositivo que dispense o contato de mãos com o volante da torneira ou do
registro quando do fechamento da água;
b. toalhas de papel descartáveis ou compressas estéreis;
c. sabonete líquido;
III - A limpeza e/ou descontaminação de artigos não deve ser realizada no
mesmo lavatório para lavagem de mãos.
15.15.3 - Lavagem das mãos
Nenhuma outra medida de higiene pessoal tem impacto tão positivo na
eliminação da infecção cruzada na clínica odontológica quanto a lavagem das mãos. A
lavagem simples das mãos, ou lavagem básica das mãos, que consiste na fricção com água
e sabão, é o processo que tem por finalidade remover a sujidade e a microbiota transitória.
A água e o sabão removem os microrganismos transitórios adquiridos direta ou
indiretamente do contato com o paciente; portanto, antes de procedimentos odontológicos
de rotina, como exames e técnicas não cirúrgicas (procedimentos semi-críticos) e após
procedimentos críticos, basta a lavagem com sabão líquido comum.
85
QUANDO REALIZAR:
a) antes e após o atendimento do paciente;
b) antes de calçar as luvas e após removê-las;
c) após tocar qualquer instrumento ou superfície contaminada;
d) antes e após utilizar o banheiro;
e) após tossir, espirrar ou assoar o nariz;
f) ao término das atividades nas clínicas.
TÉCNICA PARA LAVAGEM DAS MÃOS – Anexo 5 a) remover anéis, alianças, pulseiras, relógio, fitinhas etc.;
b) umedecer as mãos e pulsos em água corrente;
c) dispensar sabão líquido suficiente para cobrir mãos e pulsos;
d) ensaboar as mãos. Limpar sob as unhas;
e) esfregar o sabão em todas as áreas, com ênfase particular nas áreas ao
redor das unhas e entre os dedos, por um mínimo de 15 segundos antes de
enxaguar com água fria. Dar atenção especial à mão não dominante, para
certificar-se de que ambas as mãos fiquem igualmente limpas. Obedecer a
seqüência:
- palmas das mãos;
- dorso das mãos;
- espaços entre os dedos;
- polegar;
- articulações;
- unhas e pontas dos dedos;
- punhos.
f) repetir o passo anterior;
g) secar completamente, utilizando toalhas de papel descartáveis.
15.15.4 - Lavagem e antissepsia das mãos
É o processo utilizado para destruir ou remover microrganismos das mãos,
utilizando antissépticos. Realizada antes de procedimentos cirúrgicos e de procedimentos
de risco, utiliza antissépticos com detergente ou a lavagem com água e sabão, seguida de
antisséptico. O procedimento é basicamente o mesmo descrito na lavagem das mãos.
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SOLUÇÕES UTILIZADAS
• solução de digluconato de clorexidina a 2 ou 4% com detergente;
• solução de PVPI 10%, com 1% de iodo livre, com detergente;
• solução de álcool etílico 70% (p/v), contendo 2% de glicerina.
15.15.5 - Antissepsia cirúrgica das mãos
É o processo usado para:
• eliminar a microbiota transitória;
• controlar a microbiota residente;
• manter efeito residual por 2 a 6 horas.
O preparo cirúrgico ou degermação cirúrgica das mãos e antebraços (STIERS et
al., 1995) deve ser realizado antes de cirurgias e procedimentos invasivos (procedimentos
críticos). O tempo necessário para realizar o preparo cirúrgico varia com o tamanho da
superfície; porém, para efeito de padronização, recomenda-se um período de 5 minutos. A
escovação visa remover microrganismos e sujidades de locais de difícil acesso, como
pregas cutâneas e unhas. Deve-se restringir a estes, pelo risco de causar lesões de pele
que favoreçam a proliferação microbiana. As escovas devem ser de cerdas macias,
descartáveis ou devidamente esterilizadas.
TÉCNICA a) retirar jóias das mãos e antebraços;
b) prender os cabelos e posicionar corretamente a máscara;
c) abrir a torneira e regular a temperatura e fluxo da água;
d) lavar as mãos e antebraços com solução degermante. Enxaguar;
e) escovar as unhas durante 1 minuto com solução degermante. Desprezar a
escova;
f) friccionar mãos e antebraços com solução degermante por 4 minutos,
seguindo uma seqüência sistematizada para atingir toda superfície (tempo
total de 5 minutos);
g) enxaguar abundantemente as mãos/antebraços com água corrente, deixando
escorrer das mãos para os cotovelos;
h) secar as mãos e antebraços com compressa estéril;
i) vestir avental e luvas estéreis.
Obs. Com a utilização de determinados produtos, como o digluconato de
clorexidina, por exemplo, a escovação das mãos por 3 a 4 minutos é tão eficiente quanto a
escovação por 5 minutos (AORN, 1995).
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15.15.6 - Cuidados com as mãos
a) Limpar sob as unhas. As unhas são áreas comuns para impacção de sangue
e este sangue não é facilmente removido pelas técnicas de lavagem das
mãos. Portanto, devem ser mantidas curtas e palitos de plástico ou de
madeira podem ser utilizados para limpá-las.
b) Em presença de lesões exsudativas ou dermatite úmida em qualquer área da
pele exposta, evitar o contato com pacientes e o manejo de qualquer
equipamento usado para o tratamento, até a resolução do problema.
c) As mãos devem sempre ser secas completamente. A secagem adequada
pode ser o primeiro passo na prevenção de irritações na pele.
d) Escolher produto com pH semelhante ao da pele. Em pH 5,5-6,5, a camada
córnea é um material forte, impermeável e liso. Em pH maior (8-9), exibido
por alguns sabões, após múltiplas lavagens a alcalinidade altera o pH da
superfície da pele, resultando em aspereza e vermelhidão, a queratina se
torna fraca e a superfície rugosa e relativamente porosa.
e) Sempre que realizar trabalho extra-clínica, que possa prejudicar as mãos,
usar luvas domésticas de borracha.
f) Proteger os cortes ou abrasões nas mãos ou antebraços com curativo
impermeável antes do trabalho em consultório.
g) Utilizar hidratantes ao final das atividades diárias.
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16. ACIDENTES DE TRABALHO (MS,1999) Segundo o Ministério da Saúde (1999), os acidentes de trabalho com sangue e
outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência
médica, uma vez que as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B
necessitam ser iniciados logo após a ocorrência do acidente, para sua maior eficácia.
O risco médio de se adquirir o HIV é de, aproximadamente, 0,3% após exposição
percutânea, e de 0,09% após exposição mucocutânea. Esse risco foi avaliado em situações
de exposição a sangue; o risco de infecção associado a outros materiais biológicos é
inferior, ainda que não seja definido. O risco de transmissão após exposição da pele íntegra
a sangue infectado pelo HIV é estimado como menor do que o risco após exposição
mucocutânea.
Um estudo caso-controle, com o uso profilático do AZT (zidovudina), demonstrou
uma associação entre o uso de quimioprofilaxia e a redução de 81% do risco de
soroconversão após exposição ocupacional. Atualmente, o uso combinado de anti-retrovirais
é recomendado pela sua possibilidade de maior eficácia na redução do risco de transmissão
ocupacional do HIV, embora isto ainda não tenha sido comprovado em estudos clínicos.
A probabilidade de infecção pelo vírus da hepatite B após exposição percutânea
é significativamente maior do que a probabilidade de infecção pelo HIV, podendo atingir até
40%, em exposições onde o paciente-fonte apresente sorologia AgHBs reativa. Para o vírus
da hepatite C, o risco médio é de 1,8%; dependendo do teste utilizado para diagnóstico da
hepatite C, o risco pode variar de 1 a 10%.
No Brasil, a utilização da vacina para hepatite B é recomendada para todos os
profissionais de saúde. Após exposição ocupacional a material biológico, mesmo para
profissionais não imunizados, o uso da vacina, associado ou não a gamaglobulina
hiperimune para hepatite B, é uma medida que, comprovadamente, reduz o risco de
infecção.
Não existe, no momento, intervenção específica para prevenir a transmissão do
vírus da hepatite C após exposição ocupacional, daí enfatizar-se os cuidados para evitar os
acidentes.
16.1 - Prevenção de acidentes a) As agulhas não devem ser reencapadas pelas mãos, nem dobradas ou
quebradas intencionalmente. Se um paciente precisar de múltiplas injeções
de anestésico de uma única seringa, a agulha pode ser reencapada pela
técnica de deslizar a agulha para dentro da tampa deixada sobre uma
superfície (bandeja do instrumental ou mesa auxiliar).
89
b) Durante o trabalho, a passagem das seringas sobre o paciente deve ser
minimizada ou totalmente eliminada, se possível.
c) Manusear com o máximo cuidado objetos pérfuro-cortantes, como bisturis e
exploradores, para evitar cortes e arranhões.
d) Não colocar objetos contaminados nos bolsos dos uniformes.
e) Usar diques de borracha e sugador de alta potência sempre que possível.
f) Não tocar olhos, nariz, boca, máscara ou cabelo durante o atendimento do
paciente.
g) Não se alimentar, beber nem fumar na clínica.
16.2 - Conduta após exposição acidental (SESSP,1999)
Após acidente com pérfuro-cortante, serão adotadas as seguintes condutas:
a) Cuidados locais.
b) Notificação.
c) Avaliação do acidente: material biológico envolvido; tipo de acidente; situação
sorológica do paciente-fonte em relação ao HIV; situação do paciente-fonte
com relação aos vírus da hepatite B e C; coleta de material e seguimento
clínico/laboratorial do profissional acidentado.
16.3 Conduta após acidente com instrumental pérfuro-cortante na FACID
Tendo em vista a política atual da Saúde, de considerar todo paciente
(independente da idade) como portador de vírus patogênicos em seu sangue, com
possibilidade de transmití-los, e a recomendação da profilaxia anti-viral idealmente dentro de
duas horas do acidente com instrumentos pérfuro-cortantes contendo sangue, a Comissão
de Biossegurança da FACID, estabelece a seguinte conduta após acidente com instrumento
pérfuro-cortante de alunos, professores e funcionários nas clínicas, com a finalidade de
agilizar o atendimento.
O QUE SE DEVE FAZER APÓS O ACIDENTE a) Se o acidente ocorrer na pele, lavar abundantemente com água e sabão, ou
com o antisséptico; se na mucosa, lavar abundantemente com água ou soro
fisiológico. Evitar o uso de substâncias cáusticas como hipoclorito de sódio e
não provocar maior sangramento do local ferido, por serem atitudes que
aumentam a área lesada e, conseqüentemente, a exposição ao material
infectante.
b) Comunicar imediatamente ao professor.
90
PROFESSOR RESPONSÁVEL (OU SUBSTITUTO)
• Preencher uma Comunicação de Acidente (anexo 6) em duas vias, uma
para ser arquivada e ficar disponível por no mínimo 5 anos, e outra, para
que o acidentado procure o Instituto de Doenças Tropicas Natan Portela –
IDTNP, identificando o tipo do ferimento e a região atingida. A
comunicação deverá ser preenchida mesmo que o acidentado não queira
ser encaminhado ao IDTP. Neste caso, assinará sua desistência, em
"Observações". Lembrar que o arquivamento da segunda via da
Comunicação de Acidente é obrigatório.
• Solicitar o auxílio de um funcionário presente ao ocorrido para
acompanhar o acidentado ao IDTNP.
• Solicitar um veículo da Faculdade, para transporte do aluno acidentado e
do acompanhante.
• Conversar com o paciente, explicando o que acontecerá com o aluno
frente ao ocorrido, e solicitar sua colaboração no sentido de submeter-se
à colheita de sangue, para os exames sorológicos necessários. SE ELE
CONCORDAR, preencher também em duas vias, uma Solicitação de
exame (Anexo 7) e encaminhá-lo ao IDTP.
ATENÇÃO: 1. Se o acidente ocorrer após a saída dos professores, o aluno comunicará ao
funcionário da clínica, que entrará em contato com um professor.
2. A seriedade com que se encara atualmente os acidentes em clínica nos leva
a redobrar nossa atenção. Atente-se prioritariamente para a execução de
uma anamnese bem feita, a vacinação contra a hepatite, o manuseio
cuidadoso dos pérfuro-cortantes e a limpeza do instrumental com luva de
borracha grossa.
91
17. CUIDADOS EM RADIOLOGIA a) Usar sempre luvas durante as tomadas radiográficas.
b) Proteger com barreiras (sacos plásticos ou filmes de PVC ou plástico), as
partes do aparelho de raios X que forem tocadas durante as tomadas
radiográficas.
c) O cabeçote do aparelho poderá ser desinfetado com álcool 70% (p/v).
d) O botão disparador do aparelho deverá ser coberto com saco plástico.
e) Proteger as bancadas com toalhas de papel descartáveis e nelas colocar os
acessórios durante as tomadas radiográficas. Poderá ser feita a desinfecção
das bancadas com álcool 70% (p/v), se ocorrer contaminação com a saliva do
paciente.
f) Envolver filmes e posicionadores com barreiras, como sacos plásticos. Para
embalar o posicionador e o filme, usar saco plástico com dimensão de 10 x
15cm. Quando for só o filme, as dimensões podem ser de 8 x 11 cm, 7 x 11
cm ou 6 x 24 cm. O selamento do envoltório poderá ser feito com fita adesiva.
g) Depois da tomada radiográfica, descartar o saco plástico e, com pinça clínica,
ou através do auxiliar, remover o filme do posicionador e colocá-lo em uma
toalha de papel ou copo descartável. NUNCA tocar no filme com luvas
contaminadas pela saliva do paciente. Se isso ocorrer, fazer a desinfecção do
filme com gaze embebida em álcool 70% (v/v), friccionando as faces do filme
por 30 segundos. Se o posicionador for usado sem o plástico, deverá ser
lavado e colocado no Detergerm por 10 minutos.
h) Quando não for possível usar o posicionador e o filme embalados com
plástico, o operador deverá solicitar a ajuda de um auxiliar para posicionar o
cilindro localizador. Nos casos em que o operador estiver sozinho, deverá
cobrir o cabeçote do aparelho e o botão disparador com plástico. Os
posicionadores (mesmo usados com plástico) após o uso deverão ser
lavados com água e detergente.
i) Os filmes somente poderão ser levados para o processamento na câmara
escura ou nas caixas de revelação, se estiverem livres de contaminação.
j) Antes do processamento das radiografias, o operador deve remover as luvas
e levar os filmes para a câmara escura em copo descartável ou toalha de
papel.
l) Filmes e posicionadores devem ser armazenados em local limpo e
desinfetado.
m) As bancadas das câmaras escuras ou as caixas de revelação deverão ser
desinfetadas ao final do dia com álcool 70% (p/v) ou hipoclorito de sódio 1%.
92
18. CUIDADOS NO LABORATÓRIO DE GESSO (MILLER; PALENIK) DESGASTE E POLIMENTO O trabalho laboratorial em moldes, aparelhos e próteses só deve ser realizado
sobre material desinfetado. O envio de dispositivos não desinfetados para o laboratório cria
condições para a infecção cruzada.
BROCAS E PEDRAS Todas as brocas e pedras usadas no laboratório devem ser esterilizadas antes
do uso e empregadas para material de um único paciente, antes de serem esterilizadas
novamente.
PEDRA-POMES Para cada paciente devem ser usados pedra-pomes e forradores de bandeja
novos. O baixo custo da pedra-pomes e a comprovada contaminação bacteriana presente
na pedra-pomes reutilizadas PROIBE usos múltiplos.
POLIMENTO Se o material a ser polido foi preparado assepticamente, são mínimos os riscos
de infecção. Para evitar a difusão potencial de microrganismos, contudo, todos os agentes
para polimento devem ser retirados em pequenas quantidades dos reservatórios grandes. O
material não usado não deve retornar ao estoque central, mas sim, eliminado. A maioria dos
acessórios para polimento é de uso único, descartável. Os ítens reutilizáveis devem ser, se
possível, ou esterilizados ou desinfetados entre usos.
CASOS INTERMEDIÁRIOS Tanto as próteses parciais como as totais passam por um estágio intermediário
de experimentação em cera. Coroas, pontes esplintadas e armação de próteses parciais
frequentemente são testadas antes da cimentação ou soldagem. Elas devem ser
desinfetadas antes de serem devolvidas ao laboratório. Na maioria dos casos, os
procedimentos são os mesmos descritos para o trabalho terminado.
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19. MANEJO DE BIÓPSIAS a) As biópsias devem ser colocadas em frasco resistente contendo formaldeido
a 10%, com tampa segura, e transportadas em saco plástico ao laboratório.
b) Tomar cuidado durante a colheita, para evitar a contaminação externa do
frasco.
c) Se ocorrer contaminação externa do frasco, fazer a limpeza e desinfecção.
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20. MANEJO DE DENTES EXTRAÍDOS Devolver ao paciente, se ele o desejar. Se o dente extraído for considerado "lixo
patológico humano", não poderá ser devolvido ao paciente e sim eliminado no recipiente
para pérfuro-cortantes. No caso de usá-los no ensino, observar a rotina exposta a seguir:
• Os dentes extraídos devem ser considerados infectantes e classificados como
amostras clínicas, pois contêm sangue. Usar EPI.
• As pessoas que coletam, transportam ou manipulam dentes extraídos, devem
manejá-los com os mesmos cuidados tomados com as biópsias.
• Antes da manipulação, os dentes devem ser desinfetados em glutaraldeído a
2% ou hipoclorito de sódio a 1%, por 30 minutos, e depois livrados do
material aderente, através de escovação com detergente e água.
• Depois de limpos, os dentes devem ser autoclavados. Dentes com
restaurações de amálgama não podem ser autoclavados (o mercúrio seria
liberado ao aquecimento, criando um risco químico), devendo ser tratados
com solução de glutaraldeído por 10 horas e lavados com água de torneira.
• A superfície de trabalho e os equipamentos devem ser limpos e desinfetados
após o término dos trabalhos, ou então fazer uso de barreiras.
Obs.: Para outras utilizações, pesquisa por exemplo, os procedimentos
propostos devem ser reavaliados para que não interfiram na metodologia utilizada. Vale
ressaltar que o paciente deverá assinar um Termo de Doação do dente, seguindo as normas
do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP da FACID.
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21. CUIDADOS COM O LIXO A organização de um sistema de manuseio eficiente do lixo começa com a
segregação do lixo infectante daquele que não o é, no local onde é gerado.
Deve-se classificar como lixo potencialmente infectante, instrumentos afiados
como agulhas, lancetas, bisturis ou vidro quebrado contaminado, sangue e fluidos corporais,
bem como materiais pesadamente contaminados com eles.
A destinação do lixo gerado na FACID, segue as normas da Vigilância Sanitária
do Estado do Piauí.
Os objetos pérfuro-cortantes, tais como agulhas, lâminas de bisturi, brocas,
pontas diamantadas, limas endodônticas, devem ser descartados em recipientes vedados,
rígidos, e identificados com a simbologia de risco biológico. Após seu fechamento, devem
ser acondicionados em saco branco leitoso, preenchido até 2/3 de sua capacidade, para
evitar vazamentos. Nunca tentar descartar um objeto pérfuro-cortante, num recipiente cheio
demais.
Durante o uso, os recipientes para pérfuro-cortantes devem ficar facilmente
acessíveis, mantidos sempre na posição vertical.
Todo o material descartável, como sugadores, tubetes de anestésico (não de
vidro), máscaras, luvas, gazes, algodão etc. deve ser desprezado em sacos de plástico
branco e impermeável, com rótulo de "contaminado".
O lixo infectante gerado nas clínicas deve ser transportado, em carrinhos
fechados, até o local para guarda desses resíduos, onde será mantido em condições
perfeitamente higiênicas até ser transportado pelo Serviço de Coleta Seletiva da Prefeitura
Municipal de Teresina.
Os restos de mercúrio deverão ser mantidos em recipientes rígidos, vedados por
tampa rosqueável, contendo água no seu interior e, posteriormente, enviados para usinas de
reciclagem.
Os resíduos comuns deverão ser embalados em sacos plásticos para lixo
doméstico.
96
22. CUIDADOS COM A ÁGUA E O AR
22.1 - Caixas d'água
A limpeza das caixas d'água será feita a cada 6 meses.
Pontos a observar na manutenção das caixas d'água (STIERS et al.,1995)
• Avaliação das condições gerais.
• Funcionamento e estado das bóias.
• Registros.
• Bombas de recalque.
• Infiltrações.
• Impermeabilização.
• Controle de qualidade da água.
Limpeza da caixa d'água (SSPR, in STIERS et al., 1995)
• Fechar o registro de entrada de água da caixa.
• Esvaziar a caixa abrindo todas as torneiras e dando descarga nos
banheiros.
• Com a caixa vazia, friccionar as paredes com escova limpa ou bucha,
para remover as crostas e sujeiras; pode-se usar hipoclorito de sódio a
2% para esse procedimento.
• Escoar a sujeira, abrir o registro e encher novamente a caixa. Se o
resíduo for muito grosso e a caixa não tiver tubulação própria para o
escoamento, remover com a mão o resíduo mais grosso para evitar
entupimentos.
• Com a caixa cheia, acrescentar hipoclorito de sódio a 2%, nas seguintes
proporções: capacidade de 200 - 250 litros: 1/2 litro capacidade de 500
litros: 1 litro capacidade de 1000 litros: 2 litros
• Abrir as torneiras e deixar escoar a água até sentir o cheiro de hipoclorito,
fechar imediatamente, permitindo também a desinfecção da tubulação.
• Depois de duas horas, fechar novamente o registro de entrada e esvaziar
a caixa por todas as torneiras: esta água não se presta para o uso.
• Se o cheiro de hipoclorito estiver muito forte, encher e esvaziar
novamente a caixa. Fechar com a tampa e verificar se ficou bem vedada.
Isto diminuirá o risco de que pequenos animais e suas excretas penetrem
na caixa, contaminando-a.
• Usar normalmente a caixa.
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22.2 - Cuidados com o sistema "flush" • No início do dia, esvaziar o reservatório.
• Preencher com solução de hipoclorito de sódio a 0,05% (500 ppm)
preparada no momento do uso.
• Usar essa solução por um período de até 8 horas.
• Acionar o sistema por 15 a 20 segundos no início e no fim das atividades,
bem como entre atendimentos dos pacientes. Assim, após o atendimento
de um paciente, aciona-se o sistema "flush" por cerca de 20 segundos,
até a água clorada substituir totalmente a água eventualmente
contaminada com os microrganismos desse paciente, dentro da
mangueira e do alta rotação. Antes de utilizar o alta rotação no paciente
seguinte, aciona-se o pedal do equipo, por cerca de 20 segundos, para
substituir a água clorada do "flush" por água não clorada do outro
reservatório.
• Ao final de oito horas, a água clorada perde o poder bactericida. Se o
profissional continuar o atendimento depois disso, precisa substituir a
água clorada.
• Manter o frasco e tubulações livres da solução de hipoclorito de sódio
durante a noite ou período em que não for utilizado, pois esta condição
aumentará a durabilidade dos componentes.
Obs.: A DABI-ATLANTE, que fabrica os equipos da FACID, alerta que é preciso
esvaziar o frasco de água clorada ao término do expediente, para evitar a corrosão do
"pescador", o tubinho de PVC flexível dentro do frasco, e orienta quanto aos cuidados a
serem seguidos para evitar que resíduos de cloro fiquem dentro do circuito frasco-
>pescador->mangueira->caneta, se precipitem em forma de sais e entupam-no:
a. jogar o resto da água clorada;
b. colocar um pouco de água pura no frasco, rosqueá-lo em seu bocal e acioná-
lo, para lavar os resíduos de água clorada que restaram no circuito do "flush";
c. desrosquear o frasco, jogar a água fora, rosquear novamente o frasco vazio,
que ficará pressurizado imediatamente;
d. circular esse ar comprimido para secagem do circuito. (Por isso é importante
o ar estéril ou pelo menos produzido por compressor isento de óleo, que
minimiza colônias de bactérias no seu circuito);
e. repetir o procedimento em todo final de expediente.
98
22.3 - Ar Do equipo Para filtração do ar do equipo nos compressores de ar é recomendado o uso de
filtros coalescentes de grau 2, para partículas de até 0,001 mm.
Do ambiente Todos os ambientes públicos, incluindo-se hospitais e demais estabelecimentos
de saúde, que utilizem aparelhos de ar condicionado, devem estar em condições adequadas
de limpeza, manutenção, operação e controle, ou seja, a limpeza de bandejas, serpentinas,
umidificadores, ventiladores e dutos devem seguir rigorosamente o manual de instrução de
cada fabricante. As regras fazem parte da Portaria no. 3523, de 28/08/1998, do Ministério da
Saúde, promulgada com a finalidade de acabar com a "sindrome dos edifícios doentes". A
Diretoria Administrativa da FACID deverá apresentar o seu Plano de Manutenção e Controle
- PMOC, em conformidade com o Regulamento Técnico aprovado.
99
23. NORMAS DE PREVENÇÃO NA CLÍNICA A . Medidas de proteção pessoal Utilização de gorro, máscara, óculos de proteção, luvas descartáveis, cirúrgicas
ou de procedimento, e avental (além do uniforme branco total) para o atendimento e/ou
orientação de procedimentos clínicos.
Obs.: Terminantemente proibido o uso de máscara e luvas fora das clínicas.
B. Rotina para procedimentos clínicos 1. Esterilizar, na Central de Esterilização, tudo o que possa ser esterilizado.
2. Trazer para a clínica ou consultório somente o material e instrumental
necessário. Não serão permitidos outros itens, como bolsas, cadernos, etc.
3. Colocar os pacotes sob a mesa auxiliar.
4. Preparar solução enzimática para o molho.
5. Antes da Introdução do Paciente
a) Lavar as mãos e calçar as luvas de borracha.
b) Acionar as tubulações de água (alta-rotação, seringa tríplice) por 30
segundos e o sistema "flush".
c) Desinfetar com gaze ou algodão embebido em álcool a 70% (Friccionar o
álcool, esperar secar e repetir a operação 3x), as seguintes partes do equipo:
i. pontas do alta-rotação e micro-motor
ii. seringa de ar-água
iii. alça do refletor
iv. controle de manobra da cadeira
v. cadeira
vi. pontas de sucção
vii. bandeja de aço inox (se houver)
viiitampo da mesa operatória
d) Lavar e retirar a luva de borracha
e) Lavar novamente as mãos
f) Estender o campo operatório sobre a mesa operatória e descarregar o
instrumental esterilizado, usando pinça estéril. Recobrir com o campo do
paciente.
g) Colocar o sugador, e os protetores da seringa tríplice e o comando e
alavanca da cadeira do refletor.
6. Introduzir o paciente na clínica ou consultório.
100
7. Ajustar a cadeira e o cabeçote.
8. Colocar gorro no paciente, no caso de cirurgia, e o campo.
9. Estudar o prontuário do paciente, fazendo as anotações necessárias.
10. Remover o prontuário do local.
11. Colocar máscara e óculos
12. Lavar as mãos e calçar as luvas para atendimento.
13. Iniciar o trabalho de atendimento ao paciente
14. Terminado o tratamento, dispensar o paciente, descartar as luvas de
atendimento, lavar as mãos e calçar luvas de borracha.
C. Cuidados com o material utilizado 1. Material reutilizável: campos e aventais. Esse material deve ser colocado nos
recipientes nas clínicas e nos consultórios da Faculdade (sacos plásticos),para
encaminhamento à lavagem).
2. Material descartável: 2.1 Agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais pérfuro-cortantes, deverão ser
armazenados em um recipiente de paredes rígidas.
2.2 Gaze, algodão, sugador, pontas plásticas etc., deverão ser colocados em
saco plástico resistente utilizado como porta-resíduos preso por fita adesiva à
mesa auxiliar.
3. Instrumental 3.1 Lavar na sala apropriada (nunca nas pias das clínicas) o instrumental
utilizado previamente imerso na solução enzimática, removendo eventuais
sujidades com escova. Secar bem. Acondicionar.
3.2 Remover e lavar os óculos de proteção. Remover e descartar a máscara.
3.3 Remover, lavar e desinfetar as luvas de borracha. Lavar as mãos.
Obs.: Qualquer manipulação extra-paciente deverá ser feita pela auxiliar ou
sobrepondo luva de plástico à luva de atendimento.
101
24. NORMATIZAÇÃO DA LIMPEZA DAS CLÍNICAS A Comissão de Biossegurança da FACID, no uso de suas atribuições de propor
normas com vistas, principalmente ao controle de infecção e considerando que as clínicas
odontológicas são áreas críticas; considerando que a limpeza dessas clínicas resulta de
uma ação conjunta de alunos, auxiliares das clínicas e funcionários da limpeza;
considerando que a adequacidade da limpeza deve ser monitorada e registrada pelos seus
usuários (professores e alunos) e considerando que o controle de infecção invariavelmente
começa pela limpeza, PROPÕE o estabelecimento das seguintes normas:
Primeira A limpeza das clínicas deve ser feita após os atendimentos de cada
período diariamente por alunos, auxiliares de clínicas e funcionários da limpeza. O seu
controle será feito pelo próximo discente que, OBRIGATORIAMENTE, preencherá um
quadro em cada equipo (Anexo 7). Periodicamente esse quadro será avaliado pela
Comissão de Biossegurança.
Segunda Compete aos ALUNOS: ANTES DO ATENDIMENTO : 1 -Usando luva
de borracha: correr água por 30 segundos em todo o encanamento do equipo, para eliminar
microrganismos 2 - Acionar o sistema "flush". 3 - Fazer a desinfecção do equipo com álcool
70%, nas seguintes partes: pontas de alta rotação e micro-motor; seringa tríplice, alça do
refletor, pontas de sucção; tampo da mesa operatória; refletor e comandos; suporte das
peças de mão e seringa; cadeira; mesa auxiliar. 4 - Lavar e retirar a luva de borracha. Lavar
as mãos. 5 - Colocar as barreiras de proteção no equipo. APÓS O TRATAMENTO 1 -
Descartar as luvas de atendimento 2 - Lavar as mãos e colocar a luva de borracha 3 -
Remover todas as barreiras. 4 - Recolher campos e aventais, acondicionar em saco plástico,
para encaminhar à lavagem. 5 - Acondicionar o lixo. NÃO SERÁ TOLERADA a presença de
gaze ou outro tipo de lixo no chão da Clínica.
OBS.:1-Todas as atividades com material sujo serão feitas com luvas de
borracha, sendo proibido o uso de outras luvas ou ausência delas.
2-É terminantemente PROIBIDO jogar material de moldagem ou resina ou
gesso na pia e cuspideira.
Terceira Compete às AUXILIARES DE CLÍNICA :
1 - Apresentar-se paramentadas com avental branco de manga longa, sapato
branco fechado e gorro;
2 - Recolher as peneirinhas dos sugadores e desinfetar, em solução de
hipoclorito de sódio a 1%, por 30 minutos enquanto se realizar a desinfecção
da cuspideira. Em seguida, enxaguar em água corrente e auxílio de escova;
102
3 - Desinfetar a cuspideira com hipoclorito de sódio a 1%, desprezando
aproximadamente 10 ml da solução no encanamento. Após a desinfecção,
lavar com sabão ou sapóleo, se necessário, e auxílio de buchas, não de
palha de aço fina.
4 - Aspirar pequena quantidade de hipoclorito com a tubulação do sugador.
5 - Desinfetar também as escovinhas utilizadas para lavagem de material, em
solução de hipoclorito a 1% por 30 minutos. Em seguida, enxaguar e guardar.
6 - Recolher todo o lixo da clínica, embalado em saco plástico e conduzir ao
setor.
7 - Recarregar o papel toalha, o antisséptico, o detergente.
8 - Semanalmente executar a limpeza com detergente e desinfecção da
almotolia. OBS.:Todas estas atividades devem ser realizadas usando luva de
borracha e avental impermeável.
9 - Providenciar o conserto dos equipos quebrados.
10- Comunicar ao responsável pela Disciplina os nomes dos usuários relapsos.
11- Registrar no "Livro de Ocorrências" qualquer fato que deva ser de
conhecimento da equipe que usará a clínica a seguir.
12- Manter vazios os armários sob as pias.
Quarta Compete às AUXILIARES DE SERVIÇOS GERAIS 1 - Usar equipamento
de proteção individual. 2 - Fazer a desinfecção prévia com pano embebido em Duplofen 5%,
das bancadas laterais, pias e torneiras, chão e parte do equipo que fica abaixo da cadeira
até o chão. 3 - Lavar as pias e torneiras com sabão e sapóleo, após a desinfecção com
Duplofen. 4 -Realizar a limpeza diária. Esta deverá abranger as mesmas áreas constantes
do item 1, além das paredes e janelas e mangueiras do equipo, devendo ser feita com
Duplofen 5% e auxílio de escovas e vassouras no chão, dispensando a utilização de outro
sabão. Não se faz o enxágue, apenas retira-se o excesso. - Caso haja muita sujidade no
chão, sendo necessário o enxágüe, fazê-lo utilizando pouca água e no final passar pano
com Duplofen 5% deixando secar naturalmente. OBS - Todos os materiais utilizados na
limpeza, tais como balde, rodo, vassoura, devem ser lavados com água e detergente neutro
antes de serem guardados. As luvas de borracha devem ser lavadas por dentro e por fora e
colocadas para secar viradas pelo avesso, após cada limpeza e desinfecção.
Quinta Ficam estabelecidas responsabilidades, de forma a viabilizar a
normatização:
1 - À Comissão de Biossegurança cabe propor normas viáveis para
padronização da limpeza das clínicas com atualizações, de acordo com
modificações físicas ou novos agentes desinfetantes; realizar em janeiro e
103
julho cursos práticos obrigatórios para funcionários com atividade nas
clínicas; discutir sugestões que lhe sejam encaminhadas; analisar
periodicamente os quadros sobre conservação das clínicas, para discutir com
os envolvidos as falhas encontradas; desenvolver material explicativo áudio-
visual e/ou impresso para os usuários.
2 - À Coordenação do Curso de Odontologia, compete dar ciência dessas
normas a todos professores e funcionários e envolvê-los na sua execução;
propor aos funcionários das clínicas uma divisão adequada de tarefas, para
que não haja sobrecarga para alguns; estabelecer um período semanal para
a limpeza das clínicas, proibindo seu uso durante o mesmo; estudar
antecipadamente um período para a limpeza semanal no caso deste coincidir
com feriado; exigir a frequência nos cursos de "Treinamento para
funcionários", dos novos funcionários; obrigar a frequência dos funcionários
de clínicas nos cursos de reciclagem que serão oferecidos em janeiro e julho.
3 - Ao Professor de Disciplina Clínica cabe fazer cumprir as normas pelos
usuários; fiscalizar o estado da clínica ao chegar, cobrando uma posição dos
funcionários do Departamento ou da Diretoria Administrativa, em relação à
equipe de limpeza. Obs.: (O art 76 - III da Res. SS 15/99 estabelece que as
policlínicas de ensino odontológico devem apresentar relação dos
professores responsáveis por cada disciplina que tenha atividade clínica).
4 - À Diretoria Administrativa compete fiscalizar a ação da equipe da limpeza;
agendar os cursos de treinamento para os funcionários em geral; encaminhar
para treinamento funcionários recém-contratados; respeitar a periodicidade
na dedetização, limpeza das caixas d'água e na limpeza do sistema de ar
condicionado das clínicas.
5 - Ao Setor de Compras compete o fornecimento de gorro, aventais de manga
longa, avental impermeável e luvas de borracha, para as auxiliares de clínica
e equipamento de proteção individual (E.P.I.) - luvas de borracha, óculos de
proteção, botas, avental impermeável - para a equipe da limpeza; compra de
carros para o transporte do lixo e para limpeza; compra dos produtos para
limpeza e desinfecção, mediante solicitação dos diversos Setores, não
substituindo os produtos sem prévia consulta à Comissão, pois o princípio
ativo deve ser avaliado e os funcionários, reorientados.
Sexta Excepcionalmente serão tolerados avisos revestidos com plástico nas
clínicas. Os papéis deverão ser afixados em quadros de aviso fora das clínicas .
104
REFERÊNCIAS 1 AIDS - Manual sobre manifestações bucais e controle de infecção. GT AIDS. Rede
CEDROS. 1992. |Cadernos de Saúde Bucal, 3|.
2 ALVES-REZENDE,M.C.R.; LORENZATO, F. Efeito da desinfecção por aerossóis sobre a capacidade de umedecimento de moldes de poliéter por gesso tipo IV.
Rev.Odont.Univ.S.Paulo, v.13,n.4, p.363-7, out./dez. 1999.
3 ANVISA. Resolução RDC nº 306 de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento
Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União,
Brasília, 10 de dezembro de 2004. Disponível em: http://e-
legis.bvs.br/leisref/public/home.php
4 ASSOCIATION OF OPERATING ROOM NURSES. Standards Recommended Practices.
AORN, Denver, 1995.
5 BLOCK, S.S.(ed.) Disinfection, sterilization, and preservation. 4. ed. Philadelphia, Lea
& Febiger, 1991.
6 BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978. Aprova as
Normas Regulamentadoras - NRs - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do
Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, 9
de junho de 1978.
7 BRASIL. Ministério da Saúde. Lavar as mãos: informações para profissionais de
saúde.Brasília, 1989.
8 BRASIL. Ministério da Saúde. Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. Brasília: 1994.
9 BRASIL Ministério da Saúde. Manual de condutas em exposição ocupacional a material biológico. 1998.
10 BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. COORDENACÃO NACIONAL DE DST E AIDS.
Manual de condutas - exposição ocupacional a material biológico: hepatite e HIV.
Brasília, 1999.
105
11 BRASIL. Ministério da Saúde. Controle de infecções e a prática odontológica em tempos de AIDS: manual de condutas. Brasília: 2000.
12 BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com material biológico / Ministério da
Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos – Brasília: Ministério da
Saúde, 2004. 60 p.: il. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
13 BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria nº 485 de 11 de novembro de 2005. Aprova as
Normas Regulamentadoras – NR-32 - (Segurança e Saúde no Trabalho em
Estabelecimentos de Saúde). Diário Oficial da União, Brasília, 16 de novembro de 2005.
14 BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Serviços Odontológicos: Prevenção e Controle de Riscos / Ministério da Saúde, Agência Nacional
de Vigilância Sanitária. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2006.156 p. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos)
15 BRASIL. Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA). Princípios éticos na experimentação animal.
16 CENTERS FOR DISEASE CONTROL. Recommended Infection-Control Practices for Dentistry. Reprinted from Morbidity and Mortality Weekly Report, Recommendations and
Reports, vol.41.n. RR-8, p.1-12. 1993.
17 Costa, M.A .F. Biossegurança: segurança química básica para ambientes hospitalares e
biotecnológicos. São Paulo: Ed. Santos, 1996.
18 COTTONE, J.A. et al. Practical infection control in Dentistry. Philadelphia, Williams-
Wilkins,1991.
19 CREAGER,J.; BLACK, J.G.; DAVISON,V.E. Microbiology. Englewoods Cliffs, Prentice
Hall, 1990.
20 DAL BEN, L.W.; MOURA, M.L.P. Prevenção e controle de infecção hospitalar para enfermeiros. São Paulo, SENAC. 1995.
106
21 FÁVERO,M.; BOND,W. Sterilization, disinfection and antisepsis in the hospital. in:
BALOWS, A. et al. Manual of clinical microbiology. 5.ed. Washington, ASM, 1991.
Cap.24.
22 FONTES, E.; VARELLA, M.D.; ASSAD, A .L.D. Biosafety in Brazil and its interfaces with other laws. http://www.bdt.org.br/bdt/oeaproj/biosseguranca.htm
23 GOLDENBERG,S.; BEVILACQUA, R.G. Bases da cirurgia. São Paulo, EDUSP, 1981.
24 GOLDIM, J.R. Conferência de Asilomar.http://www.ufrgs.br/HCPA/gppg/asilomar.htm,
1997.
25 GUIMARÃES,A.M. Manual de recomendações de uso de soluções germicidas.
Botucatu, HCFMB/UNESP, 1996.
26 INFECTION CONTROL PROTOCOL. Jour.Calif.dent.Ass, v.13, p.13-14. 1989.
27 INSERM. Les Risques Biologiques en Laboratoire de Recherche. Paris: Institut
Pasteur, 1991.
28 LARSON, E. APIC Guidelines for infection control practice. Amer.J.Infect.Control, v.23,
p. 251-269, 1995.
29 MILLER,C.H.; PALENIK, C.J. Sterilization, disinfection, and asepsis in Dentistry.
Cap.39, in: BLOCK,S.S.4, p.676-695.
30 MOLINARI, J.A. Practical infection control for the 1990's. New Orleans, American Dental Association, 1994.
31 MOLINARI, J.A. Handwashing and hand care: fundamental asepsis requirementes.
Compendium, v.16, p. 834-5, 1995.
32 MONTEIRO, A.L.C.; RUIZ,E.A.C.; PAZ, R.B. Recomendações e condutas após
exposição ocupacional de profissionais de saúde. Bol.Epidem., v.17, n.1, p.3-11,jul. 1999.
34 MUSSI,A.T.; ZANI,I.M.; VIEIRA,L.C.C. Normas de biossegurança. Florianópolis, UFSC,
1999.
107
33 OPPERMANN, C. M. e PIRES, L.C. - Manual de biossegurança para serviços de saúde. Porto Alegre :PMPA/SMS/CGVS, 2003. 80p. : il.
34 PORDEUS, I.A. et al. Controle de infecção cruzada em Odontologia. Normas mínimas
exigidas. Uma proposta. In: Simpósio de Biossegurança, 1, Belo Horizonte, Anais. 1992.
35 PORTO ALEGRE, PREFEITURA MUNICIPAL. Manual de biossegurança para estabelecimentos Odontológicos. Porto Alegre, PMPA, 1998.
36 SÃO PAULO, SECRETARIA DA SAÚDE - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA.
Portaria CVS-11, de 4-7-1995, Diário Oficial da União de 5-7-1995.
37 SÃO PAULO, SECRETARIA DE SAÚDE. Resolução nº 374, de 15-12-95, Diário Oficial da União de 16-12-95.
38 SÃO PAULO, SECRETARIA DA SAÚDE. Biossegurança. Atualidades em DST/AIDS.
Junho. 1998.
39 SÃO PAULO, SECRETARIA DA SAÚDE. Resolução no 15, de 18-1-99, Diário Oficial da União de 20-1-99.
40 SOUZA,A.C.S.; BENTO,D.A.; PIMENTA,F.C. Rotina de procedimentos de
descontaminação das clínicas da ABO-GOIÁS. 2.ed. Goiânia, Rev, ABO, 1998.
41 STIERS,C.J.N. et al. Rotinas em controle de infecção hospitalar. Curitiba, Netsul,
1995.
42 TEIXEIRA,P.; VALLE, S. Biossegurança. Uma abordagem multidisciplinar. Rio de
Janeiro, FIOCRUZ, 1996.
43 UNIVERSITY OF MICHIGAN. Infection control manual and exposure control plan.
1994-1995.
44 WHO. Laboratory Biosafety Manual. Geneve: 2.Edition, 1993
45 WILLET,N.P.; WHITE, R.R.; ROSEN,S. Essential dental microbiology. Norwalk,
Appleton-Lange, 1991.
108
46 WOOD,P.R. Cross infection control in Dentistry. London, Wolfe,1992.
109
Anexo 1 - RELAÇÃO DOS GRUPOS DE RISCO COM NÍVEIS DE SEGURANÇA BIOLÓGICA, PRÁTICAS E EQUIPAMENTO.
GRUPO DE
RISCO
NÍVEL DE SEGURANÇA BIOLÓGICA
TIPO DE LABORATÓRIO
PRÁTICAS DE LABORATÓRIO
EQUIPAMENTO PROTEÇÃO
1
Básico - Nível 1 de
Segurança biológica
Ensino básico, pesquisa. BTM
Nenhum; mesa/bancada de trabalho
2
Básico - Nível 2 de
Segurança biológica
Serviços básicos de saúde,
serviços de diagnóstico,
pesquisa
BTM e fatos proteção, sinal
de perigo biológico
Bancada de trabalho e CSB para aerossóis potenciais
3 Confinamento
Nível 3 de segurança biológica
Serviços especiais de diagnóstico e
pesquisa
Como Nível 2, mais, roupa
especial, acesso controlado ventilação
dirigida
CSB e/ou outros dispositivos primários
, para todas as Atividades
4
Confinamento máximo - Nível
4 de segurança biológica
Serviço de manipulação de
agentes patogênicos perigosos
Como Nível 3, mais entrada
hermética saída com duche, eliminação especial de
resíduos
CSB classe III ou fatos, de pressão positiva em conjunto
com CSB classe II, autoclave
duas portas (através da parede), ar filtrado
CSB – Câmaras de segurança biológica.
BTM – Boas Técnicas de Microbiologia .
110
Anexo 2 - RESUMO DOS REQUISITOS PARA ÁREA FÍSICA E INSTALAÇÕES CONFORME O NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA (NB 1 e NB 4)
Requisito NB1 NB2 NB3 NB4 Sinalização com símbolo de risco biológico R O O O Laboratório separado de passagens públicas R O O O Laboratório com acesso: Controlado Restrito
R -
O -
- R
- O
Local para armazenar jalecos e EPIs de uso exclusivo no Laboratório R R O O Lavatório para mãos próximo à entrada/saída do laboratório O O O O Torneira com acionamento sem o uso das mãos - R O O Ventilação: Fluxo interno de ar Sistema Central de Ventilação Filtragem HEPA de exaustão
- - -
R R -
O O O
O O O
Laboratório: Janelas vedadas Sem janelas
- -
R -
R R
- O
Pressão negativa - - O O Antecâmara: - com lavatório e local para jalecos - dotada de portas com intertravamento - com chuveiro - pressurizada com chuveiro
- - - -
R* - - -
R* O R* -
- O - O
Paredes, tetos e piso lisos, impermeáveis e resistentes à desinfecção R O O O
Tratamento de efluentes - - R* O
Sistema de geração de emergência de energia elétrica - R* O O
Selagem/vedação de frestas nas paredes, tetos, piso e demais superfícies. - - O O
Cabine de Segurança Biológica (CSB) - R** O O
Autoclave: -próxima ao laboratório -no laboratório -dupla porta
R - -
O - -
O R R
- O O
Monitoração de segurança (visor, circuito interno de TV, interfone, etc) - - R O
*A adoção de barreiras adicionais, tais como antecâmaras, chuveiros, tratamento (descontaminação) de efluentes e filtros
HEPA na exaustão do ar deverá ser determinada pela avaliação de risco biológico e possíveis impactos no entorno.
A avaliação de risco deve preceder a determinação dos níveis de biossegurança e medidas de contenção a serem adotadas,
considerando, além do perigo potencial do agente, as atividades do laboratório e as condicionantes locais. A concepção de
ambientes laboratoriais deve ter por princípio a facilidade de limpeza, descontaminação e manutenção.
**Obrigatória nos casos em que há potencial geração de aerossóis (Brasil, MS – FIOCRUZ, 1996).
111
Anexo 3 - TÉCNICA PARA EMPACOTAMENTO DE MATERIAL E INSTRUMENTAL ESTERILIZAÇÃO EM AUTOCLAVE
A B C
D E F
G H
(A finalização pode ser com
fita crepe ou com laçadas
de tiras do próprio campo)
112
Anexo 4 - SEQUÊNCIA DE COLOCAÇÃO DAS LUVAS ESTERILIZADAS
113
Anexo 5 – TÉCNICA PARA LAVAGEM DAS MÃOS
Lavagens das Mãos
(Stier et al.)
114
Anexo 6 – COMUNICAÇÃO INTERNA DE ACIDENTE
Nome:___________________________________________________________
Data nascimento: ______/______/__________ Sexo: ___________________
Estado civil: _____________________ Tem filhos? ( )SIM ( ) NÃO
Data do acidente: ______/_______/_________ Hora do acidente: __________
Local do acidente: _________________________________________________
Tipo de acidente: __________________________________________________
Parte(s) do corpo atingida(s): ________________________________________
Agente causador: __________________________________________________
Socorrido por: _____________________________________________________
Teresina, _______/_________/_______________
Obs: ______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
115
Anexo 7 – CONTROLE DE CONSERVAÇÃO DOS EQUIPOS
Disciplina: __________________________________ Período: ________________
Prof.: ________________________ Clínica Nº _______ Equipo Nº_______
DATA EQUIPO CUSPIDEIRA BANCADA/PIA CHÃO MOCHO USUÁRIO
OBS: Utilizar: 0=ótimo; B=Bom; R=Regular; P=Péssimo