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    BIOSSEGURANA

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHO

    em laboratrios

    Prof. Dr. Natalino Salgado FilhoREITOR

    Prof. Dr. Antonio Jos Silva Oliveira

    VICE-REITORMaria Elisa Cantanhede Lago Braga BorgesPR-REITORA DE RECURSOS HUMANOS

    Carla Magalhes de Souza GasparDIRETORA DO DEPARTAMENTO DE GESTO DE PESSOAS

    Mrcia Teixeira MarquesCOORDENADORA DE ATENO SADE DO SERVIDOR

    Ronaldo Doering MotaDIRETOR DO SERVIO ESPECIALIZADO EM SEGURANA E MEDICINA DO TRABA

    Elaborao:SESMT - UFMA

    Universidade Federal do MaranhoAv. dos Portugueses, s/n Campus Bacanga Edifcio Castelo Branco 65080-40 So Lus - MA

    www.prh.ufma.br/5s

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    2. PRINCPIOS DA BIOSSEGURANA

    O objetivo principal da biossegurana criar um ambiente detrabalho onde se promova a conteno do risco de exposio a agentespotencialmente nocivos ao trabalhador, pacientes e meio ambiente, demodo que este risco seja minimizado ou eliminado.

    O termo conteno usado para descrever os mtodos desegurana utilizados na manipulao de materiais infecciosos oucausadores de riscos em meio laboratorial, onde esto sendo manejadosou mantidos.

    O objetivo da conteno reduzir ou eliminar a exposio daequipe de um laboratrio, de outras pessoas e do meio ambiente em geralaos agentes potencialmente perigosos. As contenes de riscosrepresentam-se como a base da biossegurana e so ditas primrias ousecundrias.

    A conteno primria, ou seja, a proteo do trabalhador e doambiente de trabalho contra a exposio a agentes infecciosos, obtidaatravs das prticas microbiolgicas seguras e pelo uso adequado dosequipamentos de segurana.

    A conteno secundria compreende a proteo do ambienteexterno contra a contaminao proveniente do laboratrio e/ou setoresque manipulam agentes nocivos. Esta forma de conteno alcanadatanto pela adequada estrutura fsica do local como tambm pelas rotinas

    de trabalho, tais como descarte de resduos slidos, limpeza e desinfecode artigos e reas, etc.

    3. TIPOS DE RISCOS

    As normas de biossegurana englobam medidas que visam evitarriscos fsicos, qumicos, biolgicos e ergonmicos.

    RISCOS FSICOS

    Consideram-se agentes de riscos fsicos as diversas formas deenergia, originadas dos equipamentos e so dependentes dosequipamentos, do manuseio do operador ou do ambiente em que seencontra no laboratrio. Pode-se citar alguns exemplos: rudos, vibraes,presses anormais, temperaturas extremas, radiaes ionizantes,radiaes no ionizantes, ultra-som, etc.

    Estufas, muas, banhos de gua, bicos de gs, lmpadasinfravermelhas, mantas aquecedoras, agitadores magnticos com

    aquecimento, incubadoras eltricas, fornos de microondas e autoclavesso os principais equipamentos geradores de calor. Suas instalaesdevem ser feitas em local ventilado e longe de materiais inamveis,volteis e de equipamentos termossensveis.

    RISCOS BIOLGICOS

    Os materiais biolgicos abrangem amostras provenientes de seresvivos como plantas, bactrias, fungos, parasitas, animais e seres humanos(sangue, urina, escarro, peas cirrgicas, bipsias, entre outras).

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    RISCOS DE ACIDENTES

    Considera-se riscos de acidentes qualquer fator que coloque otrabalhador ou aluno em situao de perigo e possa afetar sua integridadee bem estar fsico. So exemplos de riscos de acidentes: equipamentossem proteo, probabilidade de incndio e exploso, arranjo fsico e

    armazenamento inadequados, etc.

    RISCOS QUMICOS

    Consideram-se agentes de riscos qumicos os produtos quepossam penetrar no organismo pela via respiratria, nas formas de poeiras,fumos, nvoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza daatividade de exposio, possam ter contato ou ser absorvido peloorganismo atravs da pele ou por ingesto.

    A classicao das substncias qumicas, gases, lquidos ouslidos devem ser conhecidas por seus manipuladores. Nesse aspecto,tem-se solventes orgnicos, explosivos, irritantes, volteis, custicos,corrosivos e txicos. Eles devem ser manipulados de forma adequada emlocais que permitam ao operador a segurana pessoal e do meio ambiente,alm dos cuidados com o descarte dessas substncias.

    RISCOS ERGONMICOS

    Considera-se riscos ergonmicos qualquer fator que possa interferirnas caractersticas psicosiolgicas do trabalhador causando desconfortoou afetando sua sade. Tais riscos referem-se as condies dos projetos

    dos laboratrios como a distncia em relao altura dos balces, cadeiras,prateleiras, gaveteiros, capelas, circulao e obstruo de reas detrabalho. Os espaos devem ser adequados para a execuo de trabalhos,limpeza e manuteno, garantindo o menor risco possvel de choquesacidentais.

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    4. MTODOS DE CONTROLE DE AGENTES DE RISCOS

    4.1. BOAS PRTICAS DE LABORATRIO (BPL): Todo pessoal de laboratrio deve:

    Conhecer os riscos biolgicos, qumicos, radioativos, txicos eergonmicos com os quais se tem contato no laboratrio;Ser treinado e aprender as precaues e procedimentos debiossegurana;

    Seguir as regras de biossegurana;Evitar trabalhar sozinho com material infeccioso. Uma segundapessoa deve estar acessvel para auxiliar em caso de acidente;

    Ser protegido por imunizao apropriada quando disponvel;

    Manter o laboratrio limpo e arrumado, devendo evitar oarmazenamento de materiais no pertinentes ao trabalho dolaboratrio;

    Limitar o acesso aos laboratrios. No permitir crianas nolaboratrio. Esclarecer mulheres grvidas ou indivduosimunocomprometidos que trabalham ou entram no laboratrioquanto aos riscos biolgicos;

    Manter a porta do laboratrio fechada;Usar roupas protetoras de laboratrio (uniformes, aventais, jalecos,mscaras), que devem estar disponveis e serem usadas inclusivepor visitantes;Usar luvas sempre que manusear material biolgico. As luvasdevem ser usadas em todos os procedimentos que envolverem o

    contato direto da pele com toxinas, sangue, materiaisinfecciosos ou animais infectados. Anis ou outros adereos demo que interferem o uso da luva devem ser retirados. As luvasdevem ser removidas com cuidado para evitar a formao deaerossis e descontaminadas antes de serem descartadas. Trocarde luvas ao trocar de material. No tocar o rosto com as luvas detrabalho. No tocar com as luvas de trabalho em nada que possa sermanipulado sem proteo, tais como maanetas, interruptores,

    etc. No descartar luvas em lixeiras de reas administrativas,banheiros, etc.;Retirar o jaleco ou avental antes de sair do laboratrio. Aventaisdevem ter seu uso restrito ao laboratrio. No devem ser usados emreas no laboratoriais tais como reas administrativas, biblioteca,cantina, etc.;No usar sapatos abertos;Usar culos de segurana, visores ou outros equipamentos de

    proteo facial sempre que houver risco de espirrar materialinfectante ou de contuso com algum objeto;No aplicar cosmticos;No retirar canetas ou qualquer outro instrumento do laboratrio semdescontaminar antes;

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    Evitar o uso de lentes de contato. Se houver necessidade de us-las,proteja os olhos com culos de segurana. Lentes de contato nodevem ser manuseadas nas reas de trabalho. Em casoindispensvel do ajuste das mesmas, isto dever ser feito apslavagem das mos, fora do ambiente de atividade prtica;Cabelos compridos devem estar presos durante o trabalho. O usode jias ou bijuterias deve ser evitado;Lavar as mos sempre aps manipulao com materiaissabidamente ou com suspeita de contaminao. Lavar as mossempre aps remoo das luvas, do avental ou jaleco e antes de sairdo laboratrio;Nunca pipetar com a boca. Usar pra ou pipetador automtico;

    Restringir o uso de agulhas, seringas e outros objetos prfuro-cortantes;

    Extremo cuidado deve ser tomado quando da manipulao deagulhas para evitar a auto-inoculao e a produo de aerossisdurante o uso e descarte. Nunca tente recapear agulhas. As agulhasou qualquer outro instrumento perfurante e/ou cortante devem serdesprezados em recipiente resistente, inquebrvel, de aberturalarga. O uso de seringas e agulhas deve ser restrito coleta desangue. No usar para aspirar uido de frascos. Pipetas devem

    estar disponveis para tal m;No transitar nos corredores com material patognico a noser que esteja acondicionado conforme normas de biossegurana;No fumar, no comer, no beber no local de trabalho onde hqualquer agente patognico. No estocar comida ou bebida nolaboratrio;

    Nunca usar vidraria quebrada ou trincada. Vidraria quebrada epipetas descartveis, aps descontaminao, devem sercolocadas em caixa com paredes rgidas rotuladas vidroquebrado e descartada adequadamente;Descontaminar a superfcie de trabalho sempre que houvercontaminao com material infectante e no nal do dia, de acordocom as rotinas estabelecidas no manual de limpeza e desinfeco;

    Descontaminar todo material lquido ou slido antes de reusar oudescartar; No levar as mo boca ou aos olhos quando estivermanuseando produtos qumicos;

    Todos os procedimentos tcnicos devem ser realizados com omnimo de produo de aerossis;No manter plantas, bolsas, roupas ou qualquer outro objeto norelacionado com o trabalho dentro do laboratrio.

    As unhas devem ser curtas;Usar cabine de segurana biolgica para manusear materialinfeccioso ou materiais que necessitem de proteo contracontaminao. Colocar as cabines de segurana biolgica emreas de pouco trnsito no laboratrio, minimizar as atividades queprovoquem turbulncia de ar dentro ou nas proximidades da cabine;

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    Colocar todo o material com contaminao biolgica em recipientescom tampa e a prova de vazamento, antes de remov-los de umaseo para outra do laboratrio;Descontaminar por autoclavao ou por desinfeco qumica, todo omaterial com contaminao biolgica;Descontaminar todo equipamento antes de qualquer servio demanuteno;Saber a localizao do mais prximo lava olhos, chuveiro desegurana e extintor de incndio. Saber como us-los;Manter preso em local seguro todos os cilindros de gs, forada rea do laboratrio e longe do fogo; Ao sair do laboratrio, vericar se tudo est em ordem.Caso for oltimo ao sair, desligar os equipamentos e as luzes, exceto quandoindicado pelas normas do Laboratrio.

    Estabelecer normas de PROCEDIMENTO OPERACIONALPADRAO (POP), para todas as sees. Este POP tem pornalidade estabelecer regras para a melhoria da qualidade detrabalho dentro de um laboratrio. Trata-se de um protocolo quedescreve cada atividade realizada dentro do laboratrio, desde autilizao dos materiais at normas de biossegurana. Faz-senecessrio ressaltar que dentro das responsabilidades do POPesto tambm descritos os resduos gerados e qual a procedncia

    de seu descarteTodo novo funcionrio ou estagirio deve ter treinamento eo r i e n t a o e s p e c c a s o b r e B O A S P R T I C A SLABORATORIAIS e PRINCPIOS DE BIOSSEGURANAaplicados ao trabalho que ir desenvolver.

    LUVAS:

    Devem ser usadas em todos os procedimentos com exposio asangue, hemoderivados e uidos orgnicos. Luvas apropriadas paramanipulao de objetos em temperaturas altas ou baixas devem estardisponveis nos locais onde tais procedimentos so realizados. Em casos deacidente, luvas grossas de borracha devem ser usadas nos procedimentosde limpeza e na retirada de fragmentos cortantes do cho ou deequipamentos, com auxlio de p e escova. Luvas de material adequadodevem ser utilizadas na manipulao de substncias qumicas perigosasNO usar luvas fora da rea de trabalho.

    4.2 EQUIPAMENTOS DE SEGURANA

    Equipamento de Proteo Individual - EPI

    Considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, destinado aproteger a sade e a integridade fsica do trabalhador, no sendo adequadoo uso coletivo por questes de segurana e higiene. Sua funo prevenir ou limitar o contato entre o operador e o material infectante. Amaioria dos EPIs, se usados adequadamente promovem tambm umaconteno da disperso de agentes infecciosos no ambiente, facilitando apreservao da limpeza do laboratrio. A utilizao dos EPIs encontra-seregulamentada pelo MTE atravs da NR-6, em que esto denidas asobrigaes do empregador e do empregado.

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    O uso de luvas no substitui a necessidade da LAVAGEM DASMOS porque elas podem ter pequenos orifcios inaparentes ou danicar-sedurante o uso, podendo contaminar as mos quando removidas

    Tecnica de Lavagem das Mos

    Abrir a torneira e molhar as mos,evitando encostar-se na pia; 2 Aplicar na palma da mo quantidadesuciente de sabonete lquido paracobrir todas as superfcies das mos(seguir a quantidade recomendada

    pelo fabricante);

    3 Ensaboar as palmas das mos,friccionando-as entre si; 4 Esfregar a palma da mo direita contrao dorso da mo esquerda entrelaandoos dedos e vice-versa;

    5 Entrelaar os dedos e friccionaros espaos interdigitais; 6Esfregar o dorso dos dedos deuma mo com a palma da mooposta, segurando os dedos,com movimento de vai-e-vem evice-versa;

    7Esfregar o polegar direito, com o auxlio da palma da mo esquerda,utilizando-se movimento circular evice-versa;

    8 Friccionar as polpas digitais eunhas da mo esquerda contraa palma da mo direita, fechadaem concha, fazendo movimentocircular e vice-versa;

    9 Esfregar o punho esquerdo, com oauxlio da palma da mo direita,utilizando movimento circular evice-versa;

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    Enxaguar as mos, retirandoos resduos de sabonete.Evitar contato direto das mosensaboadas com a torneira.Secar as mos com papel toalhadescartvel, iniciando pelas

    mos e seguindo pelos punhos.No caso de torneiras com

    contato manual para fechamento,sempre utilize papel toalha.

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    OUTROS EQUIPAMENTOS:Visores ou culos de proteo e protetor facial (protegemcontra salpicos, borrifos, gotas e impacto).

    Mscaras e respiradores (tecido, bra sinttica descartvel, ltrospara gases, p, etc., dependendo da necessidade).Dispositivos de pipetagem (pras, pipetadores automticos,etc).

    Seu uso deve ser obrigatrio e restrito aoslaboratrios. Os aventais de tecido devem ser SEMPREde mangas compridas, comprimento pelo menos at aaltura dos joelhos e devem ser usados abotoados. Deveser dada preferncia s bras naturais (100%algodo)uma vez que as bras sintticas se inamam comfacilidade. Quando retirado do laboratrio para ser lavado,o avental dever ser acondicionado em saco plstico. Osaventais descartveis tambm devem ter as mangascompridas com punhos e serem fechados dorsalmente.

    AVENTAL OU JALECO:

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    Equipamento de Proteo Coletiva - EPC

    So equipamentos que possibilitam a proteo do pessoal dolaboratrio, do meio ambiente e da pesquisa desenvolvida.

    CAPELA QUMICA

    Cabine construda de formaaerodinmica cujo uxo de ar ambientalno causa turbulncias e correntes,assim reduzindo o perigo de inalao econtaminao do operador e ambiente.

    CABINE DE SEGURANA BIOLGICA (CSB)

    As CSB so equipamentos projetados paraproteger o operador, o ambiente laboratorial e omaterial de trabalho da exposio a aerossis esalpicos resultantes do manuseio de materiais quecontm agentes infecciosos. As CSB so providasde ltros de alta ecincia. O mais utilizado

    atualmente o ltro HEPA (High EfciencyParticulate Air) que apresenta uma ecincia de99,93% para partculas de 0,3 de dimetro. Noentanto, estes equipamentos devem ser utilizados deforma correta, caso contrrio a proteo queoferecem pode car muito reduzida.

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    Procedimento correto para uso da Capela Qumica:

    Fechar as portas do laboratrio;Usar jaleco de manga longa, mscara e luvas quandonecessrio;Colocar os equipamentos, meios, vidraria, etc. no plano de

    atividade da rea de trabalho;Minimizar os movimentos dentro da cabine;Colocar os recipientes para descarte de material no fundo darea de trabalho ou lateralmente (cmaras laterais, tambm,so usadas);Usar pipetador automtico;Conduzir as manipulaes no centro da rea de trabalho;Interromper as atividades dentro da cabine enquanto

    equipamentos como centrfugas, misturadores ou outrosequipamentos estiverem sendo operados;Deixar a cabine ligada de 15 a 20 minutos antes dedeslig-la;No introduzir na cabine objetos que causem turbulncia; A cabine no um depsito, evite guardar equipamentos ouquaisquer outras coisas no seu interior , mantendo as grelhasanteriores e posteriores desobstrudas;Jamais introduzir a cabea na cabine; A projeo de lquidos e slidos contra o ltro deve ser evitada;Papis presos no painel de vidro ou acrlico da cabinelimitar o campo de viso do usurio e diminuir a intensidadede luz podendo causar acidentes;

    LAVA OLHOSDispositivo formado por dois

    pequenos chuveiros de mdia pressoacoplados a uma bacia metlica, cujo ngulopermite direcionamento correto do jato degua. Pode fazer parte do chuveiro deemergncia ou ser do tipo frasco de lavagemocular.

    CHUVEIRO DE EMERGNCIA

    Chuveiro de aproximadamente 30 cmde dimetro, acionado por alavancas de moe cotovelos. Deve estar localizado em localde fcil acesso.

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    EXTINTOR DE INCNDIOOs extintores so utilizados para acidentes

    envolvendo fogo. Podem ser de vrios tipos,dependendo do material envolvido no incndio.

    4.3 ESTRUTURA FSICA DO LABORATRIO

    O laboratrio deve ser amplo para permitir o trabalho com seguranae para facilitar a limpeza e manuteno;Paredes, tetos e cho devem ser fceis de limpar, impermeveis alquidos e resistentes aos agentes qumicos propostos para sua

    limpeza e desinfeco;Cada laboratrio dever conter uma pia para lavagem das mos quefuncionem automaticamente ou que sejam acionadas com o p oucom o joelho; recomendvel que a superfcie das bancadas seja impermevel gua e resistente ao calor moderado e aos solventes orgnicos,cidos , lcalis e substncias qumicas usadas para adescontaminao da superfcie de trabalho;

    Os mveis do laboratrio devero ser capazes de suportar cargas eusos previstos. As cadeiras e outros mveis utilizados devem sercobertos com material que no seja tecido e que possa serfacilmente descontaminado;Os espaos entre as bancadas, cabines e equipamentos deveroser sucientes de modo a permitir fcil acesso para limpeza;

    Se o laboratrio possuir janelas que se abram para o exterior , estasdevero conter telas de proteo contra insetos;Iluminao deve ser adequada para todas as atividades;Os materiais de uso dirio podem car em estoque pequeno dentrodo laboratrio, porm nunca sobre as bancadas. O restante domaterial de consumo deve ser estocado em rea prpria, fora dasdependncias do laboratrio; Autoclave deve estar disponvel no mesmo prdio dos laboratrios; A r ea de st in ad a gu ar da de ob jet os pe ss oa is e aoarmazenamento de alimentos para consumo dirio, deve estar forado laboratrio;Em caso de falta de energia eltrica, setores que dispem defreezer, cmaras frias e uxos laminares que necessitam carcontinuamente ligados, devem ter geradores que se ligam

    automaticamente; As reas do ambiente de laboratrio devem ser adequadamentesinalizadas de forma a facilitar a orientao dos usurios, advertirquanto aos riscos existentes e restringir o acesso de pessoas noautorizadas.

    5. SEGURANA QUMICA EM LABORATRIOS

    Para evitar ou minimizar os riscos de acidentes com reagentesqumicos necessrio adotar, alm das normas bsicas de segurana paralaboratrio, as precaues especcas descritas a seguir:

    Antes de manusear um produto qumico necessrio conhecersuas propriedades e o grau de risco a que se est exposto;

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    Ler o rtulo no recipiente ou na embalagem a primeira providnciaa ser tomada, observando a classicao quanto ao tipo de risco queo reagente oferece;Nunca deixar frascos contendo solventes orgnicos prximos chama, por exemplo lcool, acetona, ter, etc;Evitar contato de qualquer substncia com a pele;Ser cuidadoso ao manusear substncias corrosivas, como cidos ebases;Manter seu local de trabalho limpo e no colocar materiais nasextremidades da bancada;No jogar nas pias, materiais slidos ou lquidos que possamcontaminar o meio ambiente. Usar o sistema de gerenciamento deresduos qumicos;O manuseio e o transporte de vidrarias e de outros materiais devem

    ser realizados de forma segura. O transporte deve ser rme,evitando-se quedas e derramamentos. Frascos de vidros comprodutos qumicos tm de ser transportados em recipientes deplstico ou de borracha que os protejam de vazamento e, quandoquebrados, contenham o derramamento;O manuseio de produtos qumicos volteis, metais, cidos e basesfortes e outros, tm de ser realizados em capela de seguranaqumica. As substncias inamveis precisam ser manipuladas com

    extremo cuidado, evitando-se proximidade de equipamentos efontes geradoras de calor. O uso de equipamentos de proteoindividual, como culos de proteo, mscara facial, luvas, aventaise outros durante o manuseio de produtos qumicos, obrigatrio.

    Conservar os frascos de produtos qumicos devidamente fechadose no colocar as tampas descuidadamente sobre as bancadas. Elasdevem ser depositadas com o encaixe para cima;Nunca cheirar diretamente nem provar qualquer substncia utilizadaou produzida nos ensaios;No usar frascos de laboratrio para beber gua ou outros lquidos;No misturar substncias qumicas fora da capela sem terconhecimento do tipo de reao que ocorrer;Os produtos qumicos armazenados devem ser vistoriadosperiodicamente, pelo menos uma vez a cada 6 meses, e aquelesque tenham validade expirada, apresentem sinais de deteriorao,estejam com rtulos ilegveis ou apresentem sinais de vazamento,devem ser retirados com segurana para tratamento ou descarteseguros.

    Todos os produtos qumicos e frascos com solues e reagentes devemser adequadamente identicados, com a indicao do produto, condiesde armazenamento, prazo de validade, toxidade do produto e outros. Osresduos de produtos qumicos devem ser acondicionados em recipientesadequados, em condies seguras, e encaminhados ao Servio deDescarte de Resduos da Instituio para o destino nal. Todos os laboratrios devem possuir uma Ficha de Informaes de

    Segurana de Produto Qumico FISPQ para cada reagente utilizado nos

    seus ensaios. De acordo com a NBR 14725 da ABNT, o fornecedor devetornar disponvel ao receptor/usurio uma FISPQ completa para cadasubstncia ou preparo, na qual esto relatadas informaes relevantesquanto segurana, sade e meio ambiente. O fornecedor tem o dever demanter a FISPQ sempre atualizada e tornar disponvel ao usurio/receptora edio mais recente.

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    A FISPQ dever informar, no mnimo:a) as caractersticas do produto: usos, propriedades fsicas e qumicas,formas de estocagem;b) os riscos: toxicologia, incndio e/ou exploso;c) as medidas de proteo: coletiva, individual;d) as informaes para o descarte seguro.

    recomendvel que essa cha seja disponibilizada em uma pasta defcil acesso a todos os que manipulam tais substncias. A partir dasinformaes constantes na FISPQ, pode-se saber como manipular, estocar,transportar adequadamente o reagente, assim como descartarcorretamente os resduos do produto.

    6. PRIMEIROS SOCORROS

    Os primeiros socorros devem ser ministrados o mais prximo possveldo momento do acidente, sendo que, dependendo da gravidade, oacidentado dever ser encaminhado ao hospital mais prximo,imediatamente.

    Acidentes com exposio da pele a produtos qumicos

    Lavar todas as reas do corpo afetadas por 15 a 20 minutos comgua corrente;No use sabo ou detergente at vericar as normas de risco esegurana do reagente em questo;Encaminhar a pessoa ao hospital se a irritao persistir, se houverum dano aparente ou se as normas de segurana do produto assimexigirem.

    Acidentes com exposio dos olhos a produtos qumicos

    Lavar os olhos durante 15 a 20 minutos em gua corrente. Manter osolhos abertos enquanto se efetua a lavagem;Sempre procurar atendimento mdico no hospital em caso deexposio dos olhos a materiais perigosos.

    Um lava-olhos e um chuveiro de emergncia devem estar acessveisnos laboratrios onde reagentes perigosos para a pele e os olhos sousados. Os funcionrios devem estar a menos de 25 m e devem atravessarno mximo uma porta para chegar ao local onde estejam o lava-olhos e ochuveiro de emergncia.

    Acidentes por ingesto de produtos qumicos

    Bochechar com gua, sem ingerir, se a contaminao for apenasbucal;Caso tenha havido ingesto, beber gua ou leite em abundncia;Se necessrio, provocar vmito pela estimulao mecnica dafaringe;Jamais provocar vmitos se o acidentado estiver desacordado, ouse ingerir substncia corrosiva, custica ou voltil;Deslocar rapidamente o acidentado para o hospital.

    Acidentes com material perfurocortante ou material biolgico

    Lavar exaustivamente com gua e sabo o ferimento ou a peleexposta ao sangue ou lquido orgnico;Lavar as mucosas com soro siolgico ou gua em abundncia;No provocar maior sangramento do local ferido e no aumentar area lesada, a m de minimizar a exposio ao material infectante;

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    O uso de anti-spticos tpicos do tipo PVPI ou lcool 70% pode seradotado.

    7 INCNDIOS NO LABORATRIO

    Antes de utilizar qualquer reagente qumico, os funcionrios dolaboratrio devem familiarizar-se com os riscos potenciais de incndioassociados a esse reagente. Estas informaes podem ser encontradas nasespecicaes do reagente. As informaes devem incluir produtos dedecomposio, temperaturas crticas e o tipo de equipamento mais indicadopara conter o incndio se porventura o reagente pegar fogo.

    Classes de Incndios

    Classe A combustveis comuns como madeira, papel, tecidos, plsticos, etc.Classe B lquidos combustveis e inamveis;Classe C fogo em equipamentos eltricos;

    EXTINTOR DE GS CARBNICO - CO2Indicado para incndios de classe "C e B esem grande ecincia para a classe "A".

    No possui contra-indicao.Modo de usar:Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo odifusor para a base do fogo.No toque no difusor, poder congelar e "colar"na pele causando leses.

    Processo de extino do fogo: Abafamento.

    EXTINTOR DE GUA PRESSURIZADA Indicado com timo resultado para incndiosde classe "A".Contra-indicado para as classes "B" e "C".

    Modo de usar:Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o

    jato para a base do fogo.Processo de extino do fogo: Resfriamento.

    EXTINTOR DE P QUMICO SECO - PQSIndicado com timo resultado para incndiosde classe B, "C" e sem grande ecincia para

    a classe "A".No possui contra-indicao.

    Modo de usar:Rompa o lacre e aperte o gatilho, dirigindo o

    jato para a base do fogo.Processo de extino do fogo: Abafamento.

    Os laboratrios devem estar equipados com um nmero suciente de

    extintores de incndio do tipo correto para ser usado nos materiais que estosendo manipulados.

    8 PROGRAMA DE PREVENO E COMBATE A INCNDIO

    Os objetivos da Preveno de Combate a Incndio garantir asegurana vida das pessoas que se encontram no interior do prdio,

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    quando da ocorrncia de um princpio de incndio; a preveno daconagrao e propagao do incndio, envolvendo todo o edifcio; aproteo do contedo, a estrutura do edifcio e minimizar os danos materiaise patrimoniais. Esses objetivos so alcanados pelo:

    Controle da natureza e da quantidade de materiais combustveisconstituintes e contidos no edifcio;

    Dimensionamento de sistemas de combate a incndio (extintores e/ou hidrantes);

    Treinamento de pessoal habilitado a combater um princpio deincndio e coordenar a evacuao da rea;

    Gerenciamento e manuteno dos sistemas de proteo contraincndio instalado;

    Acesso para os equipamentos de combate a incndio.

    CONSIDERAES FINAIS

    A informao e a conscientizao do trabalhador sobre os fatores derisco presentes no seu local de trabalho e o impacto destes sobre a suasade e segurana, so fundamentais para que a sua participao sejaefetiva e resulte em mudanas de comportamento que possam evitar aexposio desnecessria ao risco.

    REFERNCIAS

    ALVES, M. R. Manual de biossegurana- Unil. Londrina,2008.

    ARAJO, W. T.Manual de Segurana do Trabalho . So Paulo: DCL, 2010.

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORM AS TCNICAS. NBR12693:2010- Sistemas de Proteo por Extintores de incndio . Rio deJaneiro,2010.

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