LONA 479- 06/06/2009

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Curitiba, quarta-feira, 6 de maio de 2009 - Ano XI - Número 479 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Mais de 4 milhões de aposentados ainda trabalham Patrícia Schor Apesar de a aposentadoria ser sinônimo de descanso e tranquilidade, no Brasil o cenário tem sido diferente para muitos que já cumpriram seus anos de trabalho. Leis emperradas sem votação, defasagem do benefício e aumento do custo de vida são alguns dos motivos. De cada dez aposentados, sete ganham até dois salários mínimos. Julio Fascin (foto), de 72 anos, tornou-se catador de papel para complementar o salá- rio de aposentado. “Graças a Deus, conto com a ajuda dos comerciantes daqui do Centro que me fornecem papelão”, diz. Hoje, o piso previden- ciário é de R$ 465,00 e o teto do salário-benefício e salário de contri- buição é de R$ 3.218,90. Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 Página 3 É cada vez maior o número de mortes violen- tas em boates, devido a agressões de seguran- ças e até mesmo brigas entre os próprios fre- quentadores. O uso exagerado de álcool alia- do à falta de fiscalização de quais pessoas po- dem realmente trabalhar como seguranças de boates, é uma combinação explosiva que pode tirar a vida de muitos jovens. Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Páginas 4 e 5 Violência assusta frequentadores de boates Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Quem nunca se deparou com o excesso de ven- dedores ambulantes em Curitiba é porque nunca andou em terminais ou no centro da cidade, locais onde há maior acúmulo desse tipo de comércio. Apesar de venderem vários produ- tos proibidos, muitos comerciantes continuam “trabalhando” por falta de fiscalização. Comércio ambulante funciona sem fiscalização Quanto mais cedo, melhor Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 Página 7 O prazo para usar definiti- vamente as regras do novo acor- do ortográfico vai até 2012. Apesar disso, especialistas afir- mam que quanto mais cedo se aprender as mudanças, mais fá- cil será sua assimilação. Para quem pretende fazer logo a lição de casa, hoje é o último dia para se inscrever no curso de atuali- zação que a UP promove no mês de maio.

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO.

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Curitiba, quarta-feira, 6 de maio de 2009 - Ano XI - Número 479Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Mais de 4 milhõesde aposentadosainda trabalham

Patrícia Schor

Apesar de a aposentadoria ser sinônimo de descanso e tranquilidade,no Brasil o cenário tem sido diferente para muitos que já cumpriramseus anos de trabalho. Leis emperradas sem votação, defasagem dobenefício e aumento do custo de vida são alguns dos motivos. De cadadez aposentados, sete ganham até dois salários mínimos. Julio Fascin(foto), de 72 anos, tornou-se catador de papel para complementar o salá-rio de aposentado. “Graças a Deus, conto com a ajuda dos comerciantesdaqui do Centro que me fornecem papelão”, diz. Hoje, o piso previden-ciário é de R$ 465,00 e o teto do salário-benefício e salário de contri-buição é de R$ 3.218,90.

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É cada vez maior o número de mortes violen-tas em boates, devido a agressões de seguran-ças e até mesmo brigas entre os próprios fre-quentadores. O uso exagerado de álcool alia-do à falta de fiscalização de quais pessoas po-dem realmente trabalhar como seguranças deboates, é uma combinação explosiva que podetirar a vida de muitos jovens.

Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5Páginas 4 e 5

Violência assustafrequentadores de boates

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Quem nunca se deparou com o excesso de ven-dedores ambulantes em Curitiba é porque nuncaandou em terminais ou no centro da cidade,locais onde há maior acúmulo desse tipo decomércio. Apesar de venderem vários produ-tos proibidos, muitos comerciantes continuam“trabalhando” por falta de fiscalização.

Comércio ambulantefunciona sem fiscalização

Quanto maiscedo, melhor

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O prazo para usar definiti-vamente as regras do novo acor-do ortográfico vai até 2012.Apesar disso, especialistas afir-mam que quanto mais cedo seaprender as mudanças, mais fá-cil será sua assimilação. Paraquem pretende fazer logo a liçãode casa, hoje é o último dia parase inscrever no curso de atuali-zação que a UP promove nomês de maio.

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Opinião

Expediente

O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalis-mo da Universidade Positivo – UP,

Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000

Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins.Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesqui-sa: Luiz Hamilton Berton; Pró-Reitor de Planejamento e Ava-liação Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Cur-so de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Profes-sores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza de Oliveira e Mar-celo Lima; Editores-chefes: Antonio Carlos Senkovski, Cami-la Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.

“Formar jornalistas comabrangentes conhecimentosgerais e humanísticos, capa-citação técnica, espírito cria-tivo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsa-bilidade social que contribu-am com seu trabalho para oenriquecimento cultural, so-cial, político e econômico dasociedade”.

Missão do cursode Jornalismo

Poítica

os olhos

Curitiba

Vergonhanacional

VergonhaJuliano Zimmer

O Brasil continua a se afogarno mar de lamas causado pelacorrupção avassaladora. Nadaé feito para combater o carnavalda anarquia política brasileira,fica tudo como está, nem a jus-tiça pode com os gatunos dopoder.

Se trouxermos à memóriaapenas alguns casos de crimespolíticos no governo Lula, nãohaveria espaço para publicar asmatérias desse jornal. O gover-no de sindicalistas, de bolche-vistas que governam e governa-ram pela amizade e compa-nheirismos do presidente causa-ram muitos estragos em apenasdois mandatos do Lula.

Para começar, vamos falardo caso dos mensalões, ondeparlamentares eram compradospara votar a favor do governo.Vários deputados que se dizi-am moralistas republicanos fo-ram descobertos. Roberto Jeffer-son foi uma das figuras maisdestacadas nesse caso. Deputa-dos federais paranaenses aca-baram se envolvendo, houvetodo aquele escândalo envol-vendo o banqueiro Daniel Dan-tas como fonte principal de sus-tentação do mensalão, que in-vestiu 127 milhões administra-dos por Marcos Valério, e nadafoi feito além de Cpis que atéhoje estão sendo investigadaspelo STF. Nada foi solucionado,os deputa-d o scon-

tinuam impunes, rindo da in-justiça que impera entre nós. Eo caso do dólar na cueca, ocor-rido em 2005, que foi encontra-do com o assessor do PT, quechegou a 100 mil dólares e 200mil reais em dinheiro apreendi-do pela Polícia Federal? Foimais um escândalo na históriapolítica. Mais recentemente, emfevereiro, ainda houve a denún-cia do senador Jarbas Vascon-celos, sobre a corrupção doPMDB, desvios de dinheiro emanipulação de licitações noSenado. Na época, Vasconcelosinclusive afirmou que lamenta-va a conivência do presidenteLula com os crimes.

A revista Isto É apresentouuma reportagem sobre os “Fi-chas Sujas”, uma lista forma-da por 45 deputados e sena-dores que respondem por cri-mes no Supremo Tribunal Fe-deral, que vão desde falsidadeideológica até seqüestro. Al-guns deles conseguiram esca-par nas largas brechas da lei,outros demoram para seremjulgados ou são julgados de-pois de mortos, mostrando afalta de recursos no poder ju-diciário. Nessa semana, 63deputados paranaenses foramdenunciados pelo STF por te-rem depositado salário de ser-vidores em uma única contabancária. Essas contas erammovimentadas por terceiros ealgumas pelos próprios depu-

tados ou parentesdeles. A PolíciaFederal está in-vestigando oscasos e muitosdos deputadosacusados são

os mesmos que,com terno impor-

tado, subiram nopalanque jurandohonestidade. Infe-lizmente, a políticabrasileira está vi-rando um balcãode negócios.

Stephany Bravos

Quem mora no centro da“Cidade Sorriso”, não imaginaa verdadeira Curitiba que se es-conde nos bairros mais afasta-dos da capital paranaense.Muitas pessoas, sequer já ouvi-ram falar de bairros como Bo-queirão, Bairro Novo e muitosoutros que ficam “exilados” ese encontram cada dia mais es-quecidos. O bairro Sítio Cerca-do, é um exemplo. Ele é o se-gundo mais populoso de Curi-tiba. Possui, segundo dados doIPPUC, 23,6% da população nosegmento mais baixo de renda,ou seja, nas classes C, D e E. Acidade que é considerada não sópela atual prefeitura, mas por to-dos que nela vivem, como deprimeiro mundo, não conhece ejamais verá seu outro lado.Além de problemas como vio-lência, super lotamento notransporte coletivo, ausência deáreas de lazer para crianças ejovens, a falta de vagas nas cre-ches é um problema antigo. Ce-cília Santos, moradora do bair-ro conhece bem essa história.

Quando ficou grávida de suaquarta filha Taylene, hoje comdez anos, ficou aguardando trêsanos na fila da creche. Hoje, elaenfrenta esse mesmo dilema,agora com a neta de apenas oitomeses. Ou seja, passaram-semais de dez anos e o problemaainda persiste. Cecília diz quesua nora – que também está nafila de espera - precisa trabalhar,mas não tem onde deixar a fi-lha, ainda de colo. Essa históriailustra a real Capital Social emque vivemos, mas não é só. Nooutro extremo do bairro SítioCercado, vive numa casinha hu-milde, a aposentada Lazara, de77 anos. Ela faz parte dos 6,6%de idosos que vivem no bairro.Dona Lazara cuida sozinha do

seu marido João de 84 anos, queapós sofrer um derrame não saimais da cama. Ela depende daajuda da Fundação de Ação So-cial (FAS), para pegar fraldas ge-riátricas para seu esposo. Massegundo dona Lazara “tem ve-zes que vem e tem vezes quenão, daí eu tenho que comprarcom o dinheiro da minha apo-sentadoria”. Quem vê sua risa-da espontânea, não faz a menoridéia da sua força e vontade deviver. A aposentada ainda diz“vou levando do jeito que dá”.Só mesmo fechando os olhos e seagarrando na fé para esperarque alguma coisa seja feita equem sabe começamos abrirnossos olhos para a verdadeiracidade que moramos.

os olhosAbrir

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ErramosAs fotos do ensaio da ediçãode ontem são referentes aocampeonato carioca, e não aocampeonato paranaense,como foi publicado.

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Geral

Gislaine Cristina

Engana-se quem pensa quea vida de todo aposentado étranquila. Aos 72 anos, JúlioFascin acorda às 6h para traba-lhar e sua jornada diária termi-na somente após as 19h, depoisde percorrer diversas ruas domunicípio de Campo Largo, naRegião Metropolitana de Curi-tiba (RMC).

Ganhando apenas um salá-rio mínimo mensal como bene-ficiário da Previdência Social,Júlio Fascin encontrou na cole-ta de materiais recicláveis aoportunidade de ter uma vidamais digna. “Considero-meuma pessoa jovem e com gran-de força de vontade. Bom quepenso assim, já que as obriga-ções são muitas e nós precisa-mos continuar na batuta paragarantir mais dignidade”, diz.Além disso, sua esposa, aos 63

Aposentadoria nãoimpede permanênciano mercado de trabalhoBaixos salários, defasagem do benefício e altos gastos com remédiossão principais causas para os aposentados continuarem na ativa

anos de idade, também nãoconsegue se aposentar. “Elatrabalhou durante toda a suavida na lavoura e hoje atuacomo zeladora de uma igrejado município”.

Júlio diz que a “vida de apo-sentado não é fácil”, já que coma chegada da idade surge a ne-cessidade de comprar mais me-dicamentos, fazer exames perió-dicos, além de pagar impostos,adquirir alimentos e vestimentas.

A coleta de recicláveis acon-tece principalmente no Calça-dão da Rua XV de Novembro,no Centro de Campo Largo.“Graças a Deus, conto com aajuda dos comerciantes daquido Centro que me fornecem pa-pelão”, destaca. Porém, o quedificulta a situação é a constan-te baixa no preço dos materiaisrecicláveis. Segundo Júlio, o pa-pelão, por exemplo, custa emmédia R$ 0,10 o quilo.

Não é apenas Júlio Fascinque vive esta realidade no Bra-sil. Muitos trabalhadores brasi-leiros, mesmo após a aposenta-doria, precisam manter-se nomercado de trabalho para garan-tir um salário capaz de suprirsuas necessidades básicas. Estu-do da Secretaria de Desenvolvi-mento, Trabalho e Soliedarieda-de da Prefeitura de São Pauloaponta que mais de quatro mi-lhões e meio de aposentados es-tão trabalhando para conseguirpropor a si e a sua família umavida melhor. A renda previden-ciária é insuficiente para retirardo mercado quem se aposentou.De cada dez aposentados, seteganham até dois salários míni-mos. Hoje, o piso previdenciárioé de R$ 465,00 e o teto do salá-rio-benefício e salário de contri-buição é de R$ 3.218,90.

Gastos com remédios e ali-mentação levaram Sebastião Ro-cha, 71 anos, a retornar ao mer-cado de trabalho. Aposentadodesde 1989, pelo trabalho de ele-tricista, Rocha trabalhou duran-te 10 anos em uma loja do Cen-tro do município e, neste ano,iniciou a venda de cocadas.“Nunca deixei de trabalhar,mesmo após me aposentar. Issoporque o dinheiro do benefícionão é suficiente para sustentarminha família e dar a ela umavida digna”, diz.

Rocha diz que o valor daaposentadoria está defasado e,desde o ano em que se aposen-tou, o salário decaiu. “Antes deme aposentar, pagava à previ-dência o equivalente a 10 salári-os mínimos. Quando chegou à

aposentadoria, recebia apenas 2salários”.Direitos garantidos

Três projetos de Lei, que ga-rantem o direito dos aposenta-dos e que já passaram pelo cri-vo do Senado Federal, estão,atualmente, “encalhados” eaguardam a votação na Câma-ra dos Deputados. Em todo opaís, entidades e organizaçõesque representam a categoria re-alizam dezenas de manifesta-ções com o intuito de sensibili-zar os deputados para a apro-vação dos projetos, de autoriado senador Paulo Paim (PT-RS).

O Projeto de Lei número296/03 prevê o fim do Fator Pre-videnciário, mecanismo aprova-do em 1998 e que tem por objeti-vo dificultar aposentadorias

Mesmo aos 72 anos, o aposentado Julio Fascin percorreas ruas de Campo Largo coletando materiais recicláveis

Patrícia Schor

“Nunca deixei de trabalhar, mesmoapós me aposentar. Isso porque odinheiro do benefício não é suficientepara sustentar minha família e dar aela uma vida digna”SEBASTIÃO ROCHA, 71 ANOS, APOSENTADO

“precoces”. Este calcula o valordo benefício levando em conta aidade, a expectativa de vidaapós a aposentadoria e o tempode contribuição. Ou seja, quan-to mais tempo permanecer notrabalho, menor será o fator re-dutor. Já o projeto PLC 58/03dispõe sobre a recomposição dasperdas de rendimento sofridasao longo dos anos por aposen-tados e pensionistas beneficiári-os da Previdência Social. A pro-posta é de que os cidadãos vol-tem a receber o mesmo númerode salários mínimos que tinhamna época em que se aposenta-ram. O Projeto de Lei da Câma-ra PLC 42/07 assegura aos be-neficiários mantidos pela Previ-dência Social o mesmo reajustedo salário mínimo.

O senador Paulo Paim (PT-RS) é autor de três projetos delei que preveem garantia de direitos aos aposentados

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ViolênciaCasas noturnas

Quando a diversãoacaba em tragédiaFiscalização irregular de segurança e profissionais violentos são as principais causas de mortes em boates

Paula Just

Segunda-feira, estresse notrabalho, terça-feira, trabalhosde faculdade, quarta, trânsitolento, quinta, sexta e, finalmen-te, o final de semana, os dias dasemana em que as pessoas que-rem mais é relaxar e preparar-se para uma nova semana. Mui-

tos preferem alugar um filme,outros reunir os amigos emcasa e muitos outros preferemsair para se divertir em boates,que são procuradas por pesso-as para conhecer outras e dan-çar. Porém, muitas vezes issonão acaba acontecendo. Al-guns acabam discutindo, bri-gando e partem para a agres-

são física, colocando em risco avida de muitos que estão nesseslugares para se divertirem.

Para o estudante de Biolo-gia, Sérgio Leoni, ir a casas no-turnas já fez parte da rotina deseus finais de semana, mas,agora, pensa duas vezes antesde ir. “Já presenciei muitas bri-gas feias e já arranjaram umacomigo, em que me machuqueifeio. Não sei qual a razão parafazerem isso. Eu vou para a ba-lada para me divertir e não bri-gar!”, conta ele. Leoni diz queagora prefere ir a bares. “Nãohá o tumulto que uma boatetem, que é também o motivo demuitas brigas”, diz.

Luciano Fontes é proprietá-rio de uma casa noturna háoito anos e diz que já houvemuitas brigas que somente apolícia conseguiu apartar.“Tive que chamar a polícia,pois na minha boate os segu-ranças são proibidos de baterem qualquer cliente, porque, sealgum se machucar, nós é quelevaremos a culpa”, conta.Fontes diz que apenas umavez um adolescente apanhoudo segurança, pois ele estavaameaçando jogar uma garrafade cerveja caso ele não o sol-tasse. “Preferimos que ele semachucasse, antes que eleacertasse a garrafa em al-guém”, diz.

O álcool comomaior culpado

A policial militar MichelliSimões diz que os maiores índi-ces de prisão por lesão corporalacontecem nos finais de sema-na, dias em que as casas notur-nas mais recebem clientes. “No

final de semana geralmente so-mos chamados, sem contar quemuitas vezes o proprietário dacasa noturna prefere resolver ocaso sozinho”, diz. A influênciado álcool, para a policial, podeser a causa principal de tantasbrigas nas boates. “As pessoasbebem e, com isso, não medemsuas atitudes. Se alguém empur-rar outra pessoa sem querer jáé motivo para briga”, diz. Elafala também que várias vezes jáfoi chamada em boates paraprender pessoas que tinhambrigado. A policial acredita queaproximadamente 75% dessaspessoas estavam alcoolizadas.“Várias vezes nos enfrentaram,achando que tinham razão”.

A psicóloga Vivian Souzaconcorda. Para ela, a grande in-cidência de brigas em boatestambém se deve ao fato da in-fluência do álcool. “As pessoassob o efeito da bebida ficammais corajosas e não aceitam sesão empurradas ou se algumgaroto olhou para a sua namo-rada”, diz. Vivian fala que ou-tro motivo é quando o local estámuito cheio. “Em um lugar lo-tado, a tendência de a pessoa fi-car irritada é muito grande. En-tão, qualquer atitude de outrapessoa é motivo para agressãofísica”, fala.

Segurança irregularUma pesquisa realizada

pela Polícia Federal de São Pau-lo em outubro passado contaque das 61 casas noturnas queforam vistoriadas, apenas umamantinha uma segurança regu-lar. Vinte e cinco boates manti-nham segurança orgânica clan-destina, em que contratavamhomens sem autorização da Po-lícia Federal. Outras dez contra-tavam equipes de segurançaque não tinham autorizaçãopara exercer tal profissão. Algu-mas boates não utilizavam cra-chás com identificação nemuniformes autorizados, além deoutras irregularidades, comorádio-comunicadores sem auto-rização da Anatel – AgênciaNacional de Telecomunicações.Cada uma das casas teve mul-ta de 5 mil reais e, em caso dereincidência, o valor da multadobra.

Para a policial Michelli, a se-gurança irregular das boates fazcom que muitas tragédias acon-teçam pela falta de instruçãoaos seguranças. “Já vi muitoscasos de pessoas espancadaspor seguranças, em que os pró-prios se diziam satisfeitos porterem feito aquilo. Para eles, aúnica solução é a violência”,diz. Michelli concorda que a fis-

A dona de casa Joélia Muniz perdeu o seu filho em uma briga.“Não é justo perder um filho”, diz.

Paula Just

“Sou totalmente contra violência.Temos que manter a calma e

colocar os agressores para fora,esse é o nosso trabalho”

MICHAEL RONI, SEGURANÇA DE CASAS NOTURNAS.

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ViolênciaCasas noturnas

“Antes mesmo de a ambulância chegar,a namorada do meu irmão já sabia queele estava morto”FRANCIELLI LOPES, IRMÃ DA VÍTIMA

calização deve ser feita frequen-temente para que eles saibamque não podem cometer erros.“Se a fiscalização é ruim, nãohá por que seguir as regras comque eles não concordem”, diz.

A quantidade de mortes queocorrem em casas noturnas édesconhecida. Não há estatísti-cas que mostrem números detais ocorrências. Para o superin-tendente do 1º Distrito Policialde Curitiba, Adolfo Rosevicz, aausência de registros de casosem casas noturnas ocorre por-que muitas vezes as brigas co-meçam dentro do local e vãopara fora. “Se houver algum ho-micídio fora do estabelecimen-to consequente de brigas em bo-ates, serão registrados apenascomo homicídios, e isso nor-malmente acontece para que osproprietários das casas notur-nas não se responsabilizem”, fi-naliza.

Antiética na segurançaO segurança de casas notur-

nas, Michael Roni, já separoudiversas brigas na boate em quetrabalha, mas diz que nuncautilizou a violência nos agres-sores. “Vontade dá, mas achoque o melhor é separar na con-versa. Muitas vezes não conse-guimos, então preferimos cha-mar a polícia, para que ela re-solva o que é melhor”, diz. Roninão discorda que muitas vezesacontecem tragédias por causado descontrole dos seguranças.“Já vi colegas de trabalho es-pancarem a pessoa até que elafique desacordada, para pode-rem entregar à polícia, masacho isso antiético”. Para Roni,os seguranças estão ali paraamenizar qualquer situação quepossa colocar em risco o bem-estar dos clientes e por issoacha que agressão física atraimais agressão. “Sou totalmentecontra! Muitos seguranças nãoentendem que os agressores fi-cam descontrolados e queremnos bater, mas temos que man-ter a calma e colocá-los para

Em fevereiro, um rapaz de 26 anos foi assassinado quando saía de uma casa noturnaem Foz do Iguaçu. A vítima estava acompanhada do irmão e de amigos, quando um rapazde outro grupo teria começado a briga, por causa de uma garota. Segundo testemunhas,vários tiros foram disparados e dois deles atingiram o peito de jovem. Quando a políciachegou ao local, o rapaz já estava morto. O assassino confessou o crime e pode pegar até 20anos de prisão.

Um adolescente de 16 anos morreu baleado na cabeça durante uma briga em uma casanoturna em Curitiba. O crime aconteceu no final de fevereiro, em frente ao estabelecimento.Um amigo da vítima também foi baleado, mas sobreviveu. A briga começou dentro da boa-te, mas o motivo não foi divulgado. A vítima completaria 16 anos na próxima semana.

No início do ano passado, uma advogada e seu namorado estavam discutindo em umaboate de Curitiba, quando cinco seguranças os abordaram e os agrediram gravemente. Aadvogada teve os ossos de sua mão quebrados e o namorado levou chutes e socos na cabe-ça. Os acusados disseram que ela estava descontrolada e os agrediu primeiro. Porém, umsegurança voltou atrás e disse que ele e seus colegas realmente os agrediram e que foramobrigados a mentir em seus depoimentos.

Fonte: Paraná Online

Violência nas casas noturnas no Paraná

Na boate de Luciano Fontes segurançassão proibidos de bater em clientes

Paul

a Ju

st

fora, esse é o nosso trabalho”,diz.

Foi por causa do descontro-le de um segurança de uma bo-ate que a estudante FrancieliLopes perdeu o irmão mais ve-lho de 19 anos, Juliano Lopes.A garota conta que o irmão foicom a namorada e mais trêsamigos a uma boate da cidadede Rio Negrinho, Santa Catari-na, onde mora. Na festa, um ho-mem empurrou Juliano semquerer e ele acabou caindo emuma mesa. Dois rapazes queocupavam a mesa não gostaramnada daquilo e começaram aempurrar Juliano, que tentou seexplicar, mas em vão. Os rapa-zes começaram a bater no garo-to e a chutá-lo na barriga. “Osamigos do Ju viram e tentaramapartar, mas um deles levou umsoco e acabou desmaiando”,conta Francieli. A namorada deJuliano chamou um segurança,que chegou exatamente na horaque Juliano acertou um socopara se defender em um dosagressores. Foi nesse momentoque o segurança deu três socosna barriga e um no nariz de Ju-liano, fazendo com que ele des-maiasse e acordasse minutosdepois. Não satisfeito, o segu-rança o espancou mais ainda,ignorando as explicações dosamigos. Foi quando Juliano pa-

rou de reagir que o segurançacessou as agressões. Os amigosforam acudir Juliano, que nãorespondia nem respirava. “Na-quela hora, a namorada deleviu que ele já estava morto”,conta a irmã. Os amigos de Ju-liano chamaram uma ambulân-cia e a polícia, que constataramque o garoto havia morrido. Osegurança, que havia fugido, foiencontrado duas semanas de-pois e foi preso. A mãe do rapaz,Joélia Muniz diz que mesmocom a prisão do criminoso, nãohá justiça. “Não existe sensa-ção alguma de justiça, por maisque o assassino esteja preso.Não é justo perder um filho,uma parte de mim por causa deum homem que nem sabia o queestava acontecendo!”, diz.

Para a psicóloga Vivian, otrauma que a família Lopes vi-veu pode ser realmente perma-nente. “A morte de um ente que-rido não ocorreu diante deles,ocorreu quando eles podiam es-tar dormindo, tomando banho,levando a vida normalmente en-quanto um parente morria emoutro lugar. A sensação de queisso pode estar acontecendo atoda hora é torturante”, diz.

A morte do irmão aconteceuhá quatro anos, mas ela diz queaté agora sua mãe não dormedireito quando ela vai para al-guma boate. “Ela me liga a cadahora para saber se está tudobem. Eu já vi muitas brigas e, nahora, vou à defesa de quem estáapanhando. O nosso trauma éeterno”, diz.

“Já vi alguns colegas de trabalhoespancarem a pessoa até que ela fiquedesacordada, para poderem entregarà polícia, mas acho isso antiético”MICHAEL RONI, SEGURANÇA DE BOATE

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ColunasMúsica

Nick Cave & The Bad Seeds

The Boatman’s Call

1997

Depeche ModeMarcos Paulo

Nick Cave é um artista, napureza da palavra. Toca piano,compõe e canta. Sua voz é pe-culiar, grave e soturna. Sua in-terpretação é teatral, incorporan-do as letras de suas músicas.Exibe sempre um ar misterioso,usa ternos escuros, não costu-

ma aparecer muito na mídia.Cave é um músico extravagante.Ele e sua banda, os Bad Seeds,chegaram a gravar um álbum emque todas as músicas falavam deserial killers, Murder Ballads.

The Boatman’s Call é um ál-bum envolvente. A mistura quea banda faz entre jazz, folk erock é intrigante, pois soa úni-ca, você ouve e sabe que é Nick.

Into my arms é a música queabre o álbum. Levada ao pianoé um pano de fundo perfeitopara Cave despejar seu lirismo.“Eu não acredito em um deusintervencionista. Mas eu sei meuamor, que você acredita”, canta.

Lime Tree Arbour é constru-ída no baixo, com o piano fa-zendo intervenções climáticas eum órgão Hammond simulan-do um som sacro, de igreja.

“The Boatman calls from thelake. A lone loon dives upon thewater. I put my hand over hers.Down in the lime tree arbour.”There is a Kingdown, IdiotPrayer também se destacamnum cd cheio de belas canções.

As melodias do álbum sãodesenhadas no piano, com umacompanhamento quase per-cussivo da bateria e poucas in-tervenções dos outros instru-mentos, criando uma atmosferaintimista perfeita para Cave so-brepor seu vocal.

O termo “canção” está meiofora de contexto atualmente emmeio a tantos artistas sem conteú-do. Nesse álbum, Nick Cave andthe Bad Seeds conseguem juntarriqueza nas melodias, lirismo eagressividade nos vocais, em be-las e tocantes canções.

O que hoje é chamado demúsica eletrônica nos anos 80era chamado de tecnopop.

Mais trabalhado, com gui-tarras, criatividade e músicos deverdade, não era apenas umaprogramação no computadorfeita por qualquer um, eramcanções feitas por músicos, oque faz uma diferença gigantes-ca.

O Depeche Mode, banda in-glesa formada na cidade de Es-sex, em 1980, é até hoje o prin-cipal grupo desse movimento.

Violator, lançado em 1990, éconsiderado por muitos a obraprima da banda. Não à toa, poisestão ali clássicos como Perso-nal Jesus, Policy of Truth e afantástica, sensacional, vou pa-rar aqui com os adjetivos paranão cansar o leitor, Enjoy the Si-lence.

Se você tem mais de trintaanos, ou costuma ir além do quetoca nas rádios atualmente, jádeve ter ouvido essa música emalgum momento de sua vida.

Violator

1990

“Tudo o que eu sempre quis,tudo o que eu sempre precisei,está aqui em meus braços, pala-vras são totalmente desnecessá-rias, elas podem só machucar”.

Dave Gahan (vocalista) eMartin L. Gore (tecladista e gui-tarrista) são os mentores do De-peche, criando praticamente to-

das as músicas.Usando a tecnologia a fa-

vor da música, dentro de umaestrutura que tenha um acor-de menor, um acorde diminu-to, enfim, criado por músicos,o Depeche se mantém vivo atéhoje, quase 30 anos depois deformada a banda.

Antonio Carlos Senkovski

A expressão “Vossa Excelência” ficou conhecida noúltimo mês como a mais nova forma de se xingar alguémformalmente. Isso porque Joaquim Barbosa e Gilmar Men-der, pessoas que “merecem” ter o tratamento de VossaExcelência, tiveram um desentendimento no SupremoTribunal Federal.

O órgão mais alto da justiça brasileira finalmente pa-recia partir para uma minuciosa lavagem de roupas su-jas. Risos irônicos e pedidos de mais respeito foram tro-cados de maneira áspera pelos dois membros do Supre-mo. Mas uma semana depois e o que resta do conflito?Ao que parece, somente expressões do tipo "Vossa Exce-lência me respeite".

E parece que nem os capangas do Mato Grosso deGilmar Mendes estão preocupados por terem sido cita-dos na briga. Parece que eles ficaram até satisfeitos. Issoporque, quando são citados, geralmente eles não preci-

sam trabalhar – pelo menos não até que a poeira abai-xe e o povo tenha esquecido de detalhes como “Vos-

sa Excelência me respeite”.Brigas têm que ser postas em pratos limpos.

E a justiça dos tempos do coronelismo pos-ta pra fora a pontapés. Mas tudo bem. Ago-

ra, já não existem mais capangas nemmágoas de desentendimentos anterio-

res. Vossas Excelências parecem termemória curta e já esqueceram de

tudo.Memória que é do mesmo

tamanho que o pavio dosdois: curtíssima. Só se es-

pera agora que a memó-ria do brasileiro não

seja tão pequenapara lembrar de

exigir que as “ex-celências” não

esqueçam dorespeito quemerece o

povo do Brasil.

Uma briga de

Judiciário

"excelência"excelência

Fotos: divulgação

Page 7: LONA 479- 06/06/2009

Curitiba, quarta-feira , 6 de maio de 2009 7

GeralComércio ambulante

Silvia Guedes

Sexta feira, seis horas da tar-de, terminal do Capão Raso. Ter-minal lotado. Além do tumultoformado pelas pessoas, os ven-dedores ambulantes tentam ven-der os seus produtos: “DVD,DVD... três por dez.”; “ó o perfu-me, baratinho, baratinho.”; e poraí vai.

A fiscalização do comércioambulante irregular da capitaltem sérios problemas. O núme-ro de fiscais para atender a cida-de é muito reduzido para a ex-tensão da capital e as ações defiscalização se concentram nasáreas centrais da cidade. Nasfiscalizações, ou batidas, gruposde três a cinco agentes são envi-ados a terminais e a bairros fa-zendo as apreensões e notifica-ções. As ações são feitas em es-cala e em horários alternativos,porém, os vendedores se organi-zam de forma a conseguir esca-par dos fiscais.

São várias as artimanhaspara escapar da fiscalização. Oschamados pára-quedas, umalona quadrada com as quatropontas amarradas estendida nochão, são usados para sair omais rápido possível quando háfiscalização. E a maioria dosvendedores tem olheiros que avi-sam quando os fiscais estão che-gando. Essas práticas dificultama apreensão de mercadorias. O

chefe de divisão de fiscalizaçãodo comércio ambulante, Élcio Co-oper, diz que é impossível saberde tudo o que acontece na cida-de inteira e que por esse motivonão há como controlar todas asvendas irregulares.

Há um ano, a região centralda cidade ganhou um reforçopara a fiscalização. Foram insta-ladas câmeras de monitoramen-to na Praça Tiradentes e, de acor-do com o movimento de vende-dores, fiscais são enviados ao lo-cal para fazer a apreensão dasmercadorias e notificar os ambu-lantes. Mesmo assim, ainda émuito difícil passar pelo centrosem encontrar os vendedores deDVD, cintos, óculos, panelas eperfumes, enfim, uma infinidadede mercadorias.

Existem falhas na fiscaliza-ção do comércio ambulante irre-gular. A quantidade de fiscaispara atender o tamanho da cida-de, por exemplo. São cerca de 70profissionais para atender todosos bairros. E ainda há o proble-ma de afastamento dos profissi-onais por motivos de agressão fí-sica nas ações fiscais. “Quemmais sofre são as fiscais mulhe-res. Quando elas fazem umaapreensão os irregulares às vezesas agridem”, diz Cooper.

Élcio Cooper explica aindaque as punições variam de acor-do com o tipo de mercadoria.“Para as mercadorias de origem

conhecida e irregular, como ar-tesanato e produtos têxteis, háuma operação de repreensão e,se o vendedor insistir, nós apre-endemos o produto. Já as merca-dorias consideradas de origemdesconhecida são apreendidas“,diz Cooper.

Os pontos de vendas mais co-muns são terminais de ônibuscoletivo e no centro da cidade,onde há um maior número depessoas circulando. A estudanteLuana Regina Antoszczyszynreclama: “o local que eles ven-dem é inapropriado e atrapalhaquando as pessoas estão compressa”. Já para o engenheiro ci-vil, Alexandre Lascoski, o proble-ma está em como eles oferecem osprodutos. “Eu entendo o lado deeles quererem vender, mas eles fi-cam insistindo, colocando o pro-duto na sua cara”, diz Alexan-dre. E essa é uma das maiores re-clamações que os fiscais recebem.

Ambulantes LegaisPara ser vendedor ambulan-

te cadastrado na Prefeitura, apessoa deve procurar a Secreta-ria Municipal do Urbanismo. Al-guns alimentos podem ser ven-didos, assim como frutas e verdu-ras. Artigos de couro e bijuteriastambém estão na lista das merca-dorias permitidas.

Os interessados em venderesses produtos devem encami-nhar o formulário de Licença aoComércio Ambulante (disponívelno site www.curitiba.pr.gov.br enas ruas da cidadania) preenchi-do, uma foto e documentos pes-soais. O vendedor escolhe trêsruas onde os produtos poderãoser vendidos. É aberto um proces-so junto com a Secretaria do Ur-banismo e com o deferimento éemitido um crachá, que nadamais é do que a licença para avenda desses produtos. Há luga-res onde é proibida essa comer-cialização, como os próximos aterminais.

Faltam fiscaisCerca de 70 profissionais fiscalizam todo o comércioambulante em Curitiba; número é insuficiente, dizem especialistas

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o Si

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SEED

fiscais Preparando aescrita para 2013

O que fazer para “escrever fluentemente”quando a nova ortografia entrar em vigor

Serviço:

Educação

Diego Henrique

Especialistas recomendamque os interessados em escre-ver de acordo com a nova orto-grafia se prepararem desdeagora. Ao serem incorporadaspouco a pouco, as mudançasvão se tornando parte do pro-cesso de escrita, além de ajudara garantir que ao término doperíodo de adaptação as novasregras já estejam assimiladasno ato de escrever.

Para a pedagoga Vera Isa-bel, é importante que as pes-soas criem o hábito da escri-ta dentro das novas normas,tendo em vista que as altera-ções não são tão difíceis deaprender.

Em entrevista à revista Li-derança, o consultor e pales-trante Mário Persona explicouque a administração de tempoé baseada nas escolhas dasprioridades de cada pessoa,sendo muito variável de acor-do com suas faixas etárias eanseios. Pode-se dizer entãoque a reforma ortográfica éuma “prioridade nacional”,uma vez que, decorrido o pra-zo de adaptação que se encer-ra em 2012, será obrigatória aescrita conforme as novas

normas. Segundo o decreto (n°6.583/08) que aprovou o Acor-do Ortográfico, documentosoficiais, redações de vestibula-res e concursos públicos, reedi-ção de livros, entre outros, jádeverão ser escritos/impressoscorretamente.

Uma alternativa para osque pretendem se atualizar érealizar algum dos diversoscursos emergentes sobre asnovas normas ortográficas.Acredita-se que, nos próximosanos, a demanda de públicopara esses cursos seja crescen-te. Diversas instituições, comoa Universidade Positivo (UP),já se adiantaram nesse proces-so. A partir de 12 de maio, aUP realizará o curso de exten-são universitária “Técnicas deredação com ênfase na refor-ma ortográfica”. O curso pre-tende aliar a prática da reda-ção ao aprendizado das novasnormas.

A pedagoga Vera Isabel Ju-lião acredita que as instituiçõesde ensino, de forma geral, de-vem ser atuantes no ensino danova ortografia: “É preciso in-formar e cobrar resultados doaluno adequadamente, atuali-zar as bibliotecas e formar osprofessores”.

para 2013

Curso: “Técnicas de reda-ção com ênfase na reformaortográfica”Carga horária: 20hDatas e horários: 12, 14,19, 21, 23 de maio; das 19hàs 22h30Investimento: até 05 demaio, duas parcelas de R$145; a partir de 6 de maio,

duas parcelas de R$ 180Corpo docente: Adilson Fa-bris (jornalista e professor deLíngua Portuguesa), MichelleThomé (jornalista e professo-ra universitária)Informações:www.extensao.up.edu.br

Vagas limitadas

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Curitiba, quarta-feira, 6 de maio de 20098

EnsaioEl Calafate

A caminhodos Glaciares

Texto e fotos: Rômulo Porthos

El Calafate é uma pequena cidade que está situada na Província de Santa Cruz, na Argenti-na. A estrutura da cidade vem crescendo, fruto do impulso que o turismo trouxe para a região.Um dos atrativos da cidade é um grande lago congelado (as temperaturas são baixas, médiaanual de 7°C) que os habitantes e turistas usam para praticar patinação. Mas o que leva tantosturistas à região é o Parque Nacional de Los Glaciares, localizado a cerca de 80 quilômetros dacidade. Lá estão os Glaciares Upsala, O'nelli, Spegazzinni, Perito Moreno, entre outros, que sãoimensos blocos de gelo formados há milhões de anos, e que hoje sofrem um processo de derre-timento cada vez maior devido ao aquecimento global.

Glaciares