Jornal Psicossocial Nº 5

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Nº 5 - Abril de 2011 1 JORNAL PSICOSSOCIAL Estamos também em http://psicossocial-aquelabase-blogspot.com Curso Profissional de Técnico de Apoio Psicossocial EDITORIAL No ano de 2009, um artigo do Jornal de Notícias informava que «a taxa de empregabi- lidade dos cursos profissionais vai desde os 75% nos seis meses subsequentes ao final do curso até aos 90% no primeiro ano»; além disso referia-se que «convinha que se formas- sem ainda mais alunos para dinamizar o tecido económico e social das empresas que, sem jovens qualificados, não terão grandes possibi- lidades de afirmação internacional». Na mesma notícia, Luís Capucha, presidente da Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), considerava que, além da empregabilidade, os cursos profissionais também contribuem para a redução da taxa de abandono escolar. «Nos últimos três anos, graças à via vocacional, o sistema conseguiu reter mais de 20 mil alunos em idade escolar.» (22/1/09, Jornal de Notí- cias) Os cursos profissionais surgem, nesta perspectiva, como uma nova via para a quali- ficação (de nível médio) dos jovens, que o mercado de trabalho parece acolher positiva- mente, e também como uma forma de criação de vias de diferenciação pedagógica capazes de manter na escola, dando-lhes percursos de aprendizagem bem-sucedidos, os jovens que de outro modo estariam condenados a serem excluídos para fora da escola. Pode contudo argumentar-se que este tipo de diferenciação leva os alunos a ficarem excluídos dentro da escola (os «excluídos do interior», nas pala- vras de Bourdieu), em relação aqueles alunos que seguem percursos escolares mais acadé- micos e com maior prestígio (esta questão, que é fundamental quando nos preocupamos com a igualdade, não apenas de acesso, mas também de sucesso, é sem dúvida a cruz do ensino profissional e também de qualquer outro tipo de diferenciação escolar, nomea- damente o da educação especial). 1. Editorial. Cursos profissionais, des /emprego. 2. Fernando Namora e o modelo biopsicosso- cial da saúde. 3. As estórias da Nina. 4. Objectivos do Milénio. 5. De fora da escola…sobre o trabalho psicos- social. 6. Actividades TAP. 7. Formação em Educação Especial. Inscrições abertas para o ano lectivo 2011-2012 A oferta educativa da Escola Secundário Fernando Namora, no âmbito do ensino profissional, vai oferecer três cursos, um dos quais é o curso profissional de técnico de apoio psicossocial; as informações sobre o curso (e também sobre os outros cursos) podem ser obtidas junto da psicóloga da escola, dos directores de turma do ensino básico ou dos directores de curso de cada um dos cursos (ver contactos acima).

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jornal do curso TAP da Escola Fernando Namora

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Curso Profissional AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CONDEIXA-A-NOVA de Técnico de Apoio Psicossocial

EDITORIAL

No ano de 2009, um artigo do Jornal de Notícias informava que «a taxa de empregabi-lidade dos cursos profissionais vai desde os 75% nos seis meses subsequentes ao final do curso até aos 90% no primeiro ano»; além disso referia-se que «convinha que se formas-sem ainda mais alunos para dinamizar o tecido económico e social das empresas que, sem jovens qualificados, não terão grandes possibi-lidades de afirmação internacional». Na mesma notícia, Luís Capucha, presidente da Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), considerava que, além da empregabilidade, os cursos profissionais também contribuem para a redução da taxa de abandono escolar. «Nos últimos três anos, graças à via vocacional, o sistema conseguiu reter mais de 20 mil alunos em idade escolar.» (22/1/09, Jornal de Notí-cias)

Os cursos profissionais surgem, nesta perspectiva, como uma nova via para a quali-ficação (de nível médio) dos jovens, que o mercado de trabalho parece acolher positiva-mente, e também como uma forma de criação de vias de diferenciação pedagógica capazes de manter na escola, dando-lhes percursos de aprendizagem bem-sucedidos, os jovens que de outro modo estariam condenados a serem excluídos para fora da escola. Pode contudo argumentar-se que este tipo de diferenciação leva os alunos a ficarem excluídos dentro da escola (os «excluídos do interior», nas pala-vras de Bourdieu), em relação aqueles alunos que seguem percursos escolares mais acadé-micos e com maior prestígio (esta questão, que é fundamental quando nos preocupamos com a igualdade, não apenas de acesso, mas também de sucesso, é sem dúvida a cruz do ensino profissional e também de qualquer outro tipo de diferenciação escolar, nomea-damente o da educação especial).

1. Editorial. Cursos profissionais,

des /emprego.

2. Fernando Namora e o modelo biopsicosso-

cial da saúde.

3. As estórias da Nina.

4. Objectivos do Milénio.

5. De fora da escola…sobre o trabalho psicos-

social.

6. Actividades TAP.

7. Formação em Educação Especial.

Inscrições abertas para o ano lectivo 2011-2012

A oferta educativa da Escola Secundário Fernando Namora, no âmbito

do ensino profissional, vai oferecer três cursos, um dos quais é o curso

profissional de técnico de apoio psicossocial; as informações sobre o

curso (e também sobre os outros cursos) podem ser obtidas junto da

psicóloga da escola, dos directores de turma do ensino básico ou dos

directores de curso de cada um dos cursos (ver contactos acima).

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Um estudo da socióloga C. Pereira (2008) sobre a inserção profissional de jovens do ensino profissional mostra que é possível traçar três percursos de emprego nesta área do ensino: um percurso de precariedade, que atinge sobretudo as raparigas dos cursos da área das ciências empresariais (comércio), com ordenados inferiores a 400 euros; um percurso de estabilidade, próprio de alunos de algumas áreas técnicas ligadas às engenharias e aos serviços pessoais e sociais (por exemplo, apoio psicossocial, electrotecnia), com ordenados entra os 400 e os 800 euros; um percurso ascendente, próprio de alguns cursos da área da informáti-ca, com ordenados superiores a 800 euros. Neste estudo, conclui-se ainda que, nos cursos profissionais, os forman-dos arranjam o seu primeiro emprego nos primeiros três meses após terminarem o seu curso. Dado que muitos formandos do ensino profissional são alunos que, sem esta via de ensino, não estariam na escola ou teriam percursos de insucesso repetido, parece concluir-se que, pelo menos em algumas áreas, a formação qualificante permite percur-sos de integração profissional e social que contribuem para uma vida melhor.

Reforçando a importância da qualificação, um estudo da OCDE (2004) refere que Portugal é um dos paí-ses em que ter educação é mais compensador – um trabalhador sem o ensino secundário ganha, em média, menos 40% do que um tra-balhador que tenha obtido essa escolaridade; refere ainda que «mais 1 ano de escolaridade está associado a um aumento entre 1,1 e 1,7 pontos percentuais nas taxas de actividade e emprego.» Neste sentido, os cursos profissio-nais de nível secundário permitem o acesso a empregos mais bem remunerados

Um outro factor fundamental para a empregabilidade é, como refere Manuel Pris-co, de uma outra natureza; é um factor de ordem pedagó-gica e organizacional: a saída da escola, que «implica a audição e a comunicação estreita com as empresas, a ade-quação permanente dos programas e o acompanhamento personalizado ao aluno, da formação em contexto de tra-balho. Não basta dar conhecimentos técnicos. O conheci-mento técnico rapidamente se adquire e rapidamente perde actualidade. É preciso leccionar com o objectivo de dar as competências culturais e relacionais ao aluno, para que este se integre com facilidade.»

O jornal psicossocial procura mostrar neste núme-ro como é que, no âmbito do curso de técnico de apoio psicossocial, estamos a tentar desenvolver este programa, que nos parece correcto, porque «a nossa preocupação sãos os alunos, pois em primeiro lugar a escola trabalha

para eles, com uma perspectiva de oportuni-dades no futuro.»

FERNANDO NAMORA E O MODELO BIOPSI-COSSOCIAL DA SAÚDE.

Fernando Namora trata, em algumas das sua principais obras (por exemplo: O homem disfarçado, Domingo à tarde e Retalhos da vida de um médico), os problemas da saúde a partir de uma perspectiva biopsicossocial, cujo inte-resse para um técnico de apoio psicossocial

gostaríamos de destacar aqui; a leitura das obras de Namo-ra (nomeadamente as que acima referimos), para além do seu valor estético e lúdico, tem também um valor pedagó-gico e profissional.

Durante o século XX, os médicos começaram por encarar a doença de acordo com o modelo biomédico da medicina, para o qual as doenças advêm do exterior do corpo, invadindo-o e causando mudanças físicas dentro do mesmo, ou têm origem em mudanças físicas internas invo-luntárias. Tais doenças são causadas por um variado núme-ro de factores, incluindo desequilíbrios químicos, bactérias, vírus e predisposição genética. Neste sentido, os indivíduos não são considerados responsáveis pelas suas doenças: são vistos como vítimas de uma força externa que provoca

mudanças internas. O tratamento da doença, que apenas cabe ao médico, é feito em termos de vacinação, cirurgia, quimioterapia e radiote-rapia, todas com o objectivo de mudar o estado físico do corpo. De acordo com esta perspectiva, ainda frequente entre alguns médicos, a doença pode ter consequências psicológicas, mas não causas psicológicas, pelo que não se consideram os factores psicológicos como tendo relevância causal na evolução da doença. Fernando Namora rejeita claramente este modelo de conceber a saúde e a doença.

Com efeito, Namora, no seu contacto com os doentes, em situações sociais, económicas e psicológicas frequentemente extremas (pobreza, exclusão, sofrimento), apercebe-se de que os factores psicossociais são determi-nantes da saúde com um peso igual (e em certas condições específicas, com um peso maior) aos determinantes bioló-gicos e físicos; tal como Samuel Butler antevia na sua uto-pia satírica Erewhon, a doença não é (sempre e só) um desarranjo do corpo que nos acontece, e para o qual o nosso comportamento nada contribui, mas é (também) uma consequência das nossas acções, é algo de que somos (em parte) responsáveis, seja pela nossa acção pessoal, seja pela acção social que nos condiciona. A doença é «tra-gédia e também cobiça, fraude, comércio» (Domingo à tarde, 187); a doença é também consequência da desigual-

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dade e da exclusão sociais e económicas, da falta de acesso ou de capacidade para gerir o acesso oferecido, mas é também consequência dos nossos estilos de vida inade-quados, seja porque os escolhemos, seja porque a socieda-de em que vivemos nos empurra para eles.

A prática médica de Fernando Namora leva-o a perceber que a doença é causada da por uma multiplicida-de de factores e não por um único factor causal; tenta afastar-se de um simples modelo linear de saúde e susten-ta que a doença pode ter origem numa combinação de factores biológicos (por exemplo, um vírus), psicológicos (por exemplo, comportamentos, crenças) e sociais (por exemplo, o emprego). Esta abordagem reflecte o modelo biopsicossocial de saúde e doença; trata-se de uma tenta-tiva para integrar o psicológico («psico») e o meio ambien-te «social») no modelo de saúde biomédico tradicional («bio»). Deste modo, a pessoa, no seu todo, deve ser tra-tada como tal e não apenas ao nível das mudanças físicas que se deram, podendo isso tomar a forma de uma mudança de comportamento, encorajando mudanças nas crenças, nas estratégias de lidar com a doença e na adesão às recomendações médicas, pois «as drogas de nada valem se o doente não se dispõe a acreditar nelas» ou se nele «não existe uma vontade em vencer a doença» (Retalhos da vida de um médico II, 236). Em consequência, os facto-res psicológicos são vistos não só como possíveis conse-quências da doença, mas também como um contributo para a sua etiologia.

Neste sentido, Fernando Namora, o médico, reve-la-se um observador atento à importância da relação de ajuda, ao papel que a qualidade da relação do cuidador com o doente pode ter quer para o tratamento da doença, quer para tratamento da dor e do sofrimento. Os doentes (terminais, devido a doenças cancerígenas) esperam do médico «cúmplice da doença, da morte ou das ilusões, não as drogas, em que já nem acreditavam, mas uma espécie de ambígua solidariedade que os fizesse sentir apoiados» (Domingo à tarde, 12), pois «quando alguém sofre sozinho, nem sempre pode com o peso do seu sofrimento» (idem, 156).

Em conclusão, Fernando Namora compreende, e escreve-o de uma forma dificilmente superável, o princípio fundamental à relação de ajuda que, no curso de técnico psicossocial, procuramos ensinar a desenvolver - as pes-soas que sofrem, que estão doentes, que necessitam de apoio por esta ou aquela razão são «Ilhas. Ilhas isoladas e um braço estendido, a fazer de ponte, por onde se espera-va que passasse alguém (ibidem, 141); ajudar é ser capaz de atravessar essa ponte, apesar dos medos, da repulsa, do estigma, do preconceito e, muitas vezes, da falta de grati-dão; mas na ponte não somos só nós quem atravessa, é também o outro cuja face nos olha como num espelho;

saiba cada um de nós olhar-se nesse espelho sem repulsa ou autocomiseração, mas com esperança e solicitude.

AS ESTÓRIAS DA NINA

«O que me deixa perplexo é ficar a dever os

meus conhecimentos sobre o mundo e os outros

a pessoas com quem nunca pude comunicar. A

não ser que sejam conhecimentos inatos, mas

parece-me pouco provável. Um conhecimento

inato da minha mãe, por exemplo, será concebí-

vel? Para mim, não.»

Samuel Beckett, O inominável.

As estórias das mil e uma noites, narradas por

Xerazade (na voz habilidosa de um narrador), apresentam

aos seus leitores um modelo extremo da arte de contar:

Xerazade morrerá se não contar uma estória que agrade ao

Rei, dia a dia, até que mil

e uma noites passem;

uma estória que agrade é

uma estória de que o Rei

goste, seja pelo seu con-

teúdo, seja pelo modo

como é contada. Xeraza-

de, a leitora que arrisca a

sua vida todos os dias por

uma estória (e algo mais, mas isso só será revelado a quem

escuta a leitora), ganha

o desafio do Rei, e tam-

bém o desafio da eter-

nidade, de cada vez que

cada um de nós abre o

livro e escuta o narra-

dor anunciando que,

«naquela primeira noi-

te, Xerazade contou a seguinte estória…» Mas Xerazade

ganhou algo mais: ganhou o reconhecimento do Rei, que

lhe diz «tu instruíste-me, com discrição e sabedoria, e fizes-

te-me ver os acontecimentos que sucederam a outros, e

considerar atentamente as palavras dos reis, e dos povos

passados, e as coisas maravilhosas e dignas de reflexão que

lhes aconteceram. E eis que, verdadeiramente, depois de

te ter escutado durante estas mil e uma noites, me encon-

tro com uma alma completamente diferente, e alegre, e

plena de gozo de viver.»

A experiência do Rei é a experiência de todas as

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crianças que escutam, primeiro, a voz que cuida e provê

pelas suas necessidades, uma voz ainda sem rosto que,

pouco a pouco, se torna a voz da mãe e uma fala dual, o

maternalês; mais tarde, essa fala torna-se na língua do

outro significativo, que são os pais, os avós, as amas, e,

hoje em dia, as educadoras; é nessa língua materna que a

criança abre o seu ouvido (ou as suas mãos ouvintes, no

caso de ser surda) para aprender sobre o mundo e os

outros, como nos diz Beckett. De algum modo, dado que a

criança vive grande parte da sua vida na escola, as educa-

doras são a voz ou as mãos que desocultam o mundo e os

outros, na sua complexidade por vezes tão opaca; saber

utilizar o poder dessa voz, no cuidado, na solicitude, na

escuta (sim, podemos escutar o outro quando utilizamos a

nossa voz para o ajudar a dizer ou a mimar o que ele ainda

não é capaz de fazer por si só, como ensinou Vigotski), é

uma prova de excelência no trabalho pedagógico com as

crianças.

Mas a voz, quando trabalhamos com crianças,

pode tornar-se mais eficaz e atraente quando se visualiza,

ou seja, quando somos capazes de ligar a

voz a imagens ou a gestos falantes e

expressivos, evidenciando no espaço tri-

dimensional o que a palavra envolve ape-

nas no som; as ilustrações dos livros infan-

tis são uma concretização deste princípio;

as estórias narradas através do recurso a

fantoches ou a outros bonecos articulados, também; as

estórias narradas através de construções dramáticas, com

actores vários, ou através da arte solista do contador de

estórias, são ainda uma outra forma de concretizar o mes-

mo princípio.

No Jar-

dim de Infância

do Centro Educa-

tivo de Condeixa,

a educadora

Fernanda Raposo

(a educadora

Nina, como pre-

fere ser chama-

da), tem desenvolvido um projecto inspirado numa ideia

de Clotilde Hammam, os tapetes contadores de estórias,

que é também uma aplicação do princípio acima referido; a

ideia recupera uma tradição popular, comum a diversos

povos, que utiliza tapetes ou painéis de tecido como cená-

rio para apoiar a narração da estória; uma ilustração clássi-

ca deste método é o mito grego de Filomela que, raptada

pelo cunhado, violada e impedida de falar (porque o viola-

dor lhe arrancou a língua), teceu e ilustrou num grande

tapete toda a sua história, de modo a contar à irmã a vio-

lência que sofrera e obter justiça.

Clotilde Hamman desenvolveu a sua ideia como

um projecto de incentivo lúdico à leitura, em parceria com

o seu filho, o director de teatro Tarak Hammam. Há mais

de vinte anos, eles criam tapetes, contam histórias e minis-

tram estágios de formação em França. No Centro Educativo

de Condeixa, a educadora Nina adaptou às condições locais

este projecto e, construindo os tapetes e os bonecos de

tecido que lhe permitem apoiar a narrativa, figura no teci-

do a magia de Xerazade; cada tapete recreia, no espaço

tridimensional, a acção narrativa de uma estória (as ima-

gens que ilustram este artigo referem-se a algumas dessas

estórias). Trata-se de um projecto que, pela sua relevância

para o trabalho com crianças e pela qualidade da adapta-

ção que a educadora Nina realizou desta tradição narrati-

va, o psicossocial não podia ignorar e tinha de divulgar; os

formandos do curso TAP

realizaram uma visita guiada

à biblioteca do Centro Edu-

cativo, local onde estão

guardadas os tapetes conta-

dores, e assistiram a uma

sessão com crianças, activi-

dades que foram orientadas pela educadora Nina.

Para além deste projecto, a educadora Nina mos-

trou-nos alguns livros especiais por si criados: são livros

feitos de tecido e cartão duro, que contam uma estória (já

existente ou criada pela autora) através de texto, desenho

e imagens tridimensionais em tecido; o psicossocial gostou

particularmente, devido ao seu alcance pedagógico, do

livro «Os tentilhões de Darwin», que procura ensinar às

crianças, de uma forma elementar, a teoria da evolução.

Saber contar uma estória é uma actividade que, sendo

lúdica e pedagógica, é tam-

bém algo cujas consequên-

cias para o desenvolvimento

cognitivo, afectivo e relacio-

nal da criança podem ser

cruciais; existir alguém que,

numa escola, o faz bem, é

um motivo de contentamento para alunos e pais.

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OBJECTIVOS DO MILÉNIO

Nos últimos anos do século XX realizaram-se diversas Conferências e Cimeiras Internacionais, no âmbito da Organização das Nações Unidas e tendo por orientação os princípios básicos das Declaração Universal do Direitos do Homem. Essas Cimeiras trataram diversos temas: da população ao ambiente, passando pelo desenvolvimento social, pelos direitos humanos, pelos direitos das mulheres e dos deficientes, pelos direitos da criança, pelo problema do envelhecimento da população, do racismo e xenofobia.

Em consequência destas iniciativas, a comunidade internacional, confrontada com o processo de globalização económica, social e cultural, comprometeu-se a promover o desenvolvimento e a combater as desigualdades sociais, os diferentes tipos de discriminações, a degradação ambiental, a insegurança e a pobreza extrema, de modo a

promover a criação de um mundo mais equitativo e

sustentável, no qual a

dimensão económica,

social e ambiental

possam rela-cionar-se de

forma harmoniosa e sejam postas ao serviço de todos os seres humanos de uma forma justa.

No decorrer dessas conferências, as diversas

nações participantes construíram alguns consensos sobre

os problemas mais graves que afectam a humanidade,

nomeadamente a erradicação da pobreza extrema, a qual

acarreta consequências graves para todo o mundo,

nomeadamente para a qualidade de vida dos afectados e

também, a nível global, para a própria segurança mundial.

A mais importante destas Cimeiras foi a Cimeira do Milénio, que se realizou na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2000, num momento crucial de grandes transformações mundiais, consequência, em grande parte, do crescente movimento de globalização, com todas as consequências que lhe são inerentes e que afectam de forma diferenciada os países. A decisão mais marcante desta Cimeira foi o estabelecimento, pelos estados presen-tes, de um compromisso: reduzir o número de pessoas a viver com menos de 1 dólar (USA) por dia, até 2015, apre-sentando metas específicas a atingir este importante objectivo global. Além deste objectivo geral, os estados comprometeram-se também com oito outros objectivos,

os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que são os seguintes: a erradicação da pobreza extrema e da fome, a educação primária universal, a promoção da igualdade entre sexos e reforço do papel da mulher, a redução da mortalidade infantil, a melhoria da saúde materna, o com-bate ao HIV/SIDA, à malária e a outras doenças, o assegu-

rar a sustenta-bilidade

ambiental, o desenvolver

uma parceria global para o

desenvolvi-mento. (Fonte: http://www.ipad.mne.gov.pt/index.php?Itemid=162

&id=131&option=

com_content&task=view, consultado em 5/4/2011; texto adaptado)

No âmbito das actividades que, nas escolas portu-guesas, têm sido realizadas acerca destes objectivos, o corso TAP desenvolveu duas actividades, uma no âmbito da expressão plástica (instalação no átrio da escola, da responsabilidade da formadora Dina Ferreira) e outra no âmbito da expressão dramática (quadro dramático a partir de textos de Fernando Namora, que tratam alguns dos problemas visados nos objectivos do milénio, da responsa-bilidade da formadora Madalena Almeida); ambas as acti-vidades contaram ainda com a participação da disciplina de Animação Sociocultural e de Psicologia (textos e organiza-ção).

Um vez que não nos será possível analisar aqui todos os objectivos, escolhemos a erradicação da pobreza como objecto de reflexão. O que é exactamente um pobre? À primeira vista, pobre é alguém que não consegue satisfa-zer as suas necessidades básicas, nomeadamente as neces-sidades de alimentação e de segurança (pobreza extrema); contudo, será que a pobreza não envolve também necessi-

dades de carácter social e psicológico? Amartya Sen, prémio Nobel da economia, considera que a pobreza resulta da não satisfação das necessidades ante-riormente referidas, mas também da inca-pacidade e da falta de

habilidade que impede as pessoas pobres de obterem o que o que necessitam; em consequência, o combate à pobreza não passa por oferecer mais dinheiro e mais comi-da, mas sim por fomentar a educação e o desenvolvimento das pessoas pobres, dando-lhes ferramentas que permitam o seu empoderamento; mais recentemente, Sen observou

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que a inexistência de condições efectivas para o exercício da liberdade das pessoas é também um factor que leva à pobreza (uma pessoa pobre não tem liberdade de escolha).

A perspectiva de Sen ajuda-nos a colocar o pro-blema da pobreza numa perspectiva psicossocial; a pobre-za não resulta, por vezes, da inexistência de recursos mate-riais numa dada comunidade ou sequer da falta de apoios sociais – a pobreza resulta do facto das pessoas não esta-rem habilitados a utilizar correctamente os recursos dispo-níveis ou a terem capacidades para recorrer aos serviços sociais existentes (por exemplo, não saber ler ou escrever). O técnico de apoio psicossocial tem aqui um papel funda-mental: ele pode ajudar as pessoas a adquirirem as capaci-dades e as habilidades que lhes permitam sair de situações de pobreza, pois a sua função é precisamente contribuir para o empoderamento (empowerment) das pessoas e das comunidades (esta ideia explicita algo que um velho pro-vérbio chinês já diz: se queres ajudar um homem com fome, não lhes ofereças peixe, ensina-o a pescar).

De fora da escola… sobre o trabalho psicossocial. Um testemunho de uma formanda do CNO.

Actualmente, faço parte de um projecto de reabili-tação psicossocial de pessoas com doenças mentais, como monitora. Este projecto dá pelo nome de «A Quinta das Romãzeiras» e tem como objectivo desinstitucionalizar as utentes, dando-lhes a hipótese de viver num meio com características familiares (nesta unidade de saúde temos apenas utentes do sexo feminino). Esta quinta é constituída por qua-tro casas de madeira; em cada casa irão viver cinco utentes com deficiência mental, ligeira ou moderada e pessoas doentes de psiquiatria.

Em Junho de 2002, tive-mos uma pequena formação sobre como conviver com as uten-tes de psiquiatria, com uma dura-ção de 6 horas, tendo como for-mador o Dr. Paulo Santos. Nesta formação foi-nos aprendemos que cada pessoa é única e que a maneira de falar com uma utente pode não ser a mesma que devemos utilizar com outra. Temos que respei-tar as pessoas na sua singularidade e tratá-las como adul-tas, não como crianças e também temos de saber dizer não com firmeza, quando necessário. Esta formação ajudou-me a relacionar melhor com as utentes. Recordo-me que, no final, tivemos uma sessão de relaxamento, em que tínha-mos o som das ondas do mar como música de fundo.

Todas as Terças-feiras à tarde temos reuniões da equipa técnica: psicólogo, terapeuta ocupacional, assisten-te social e enfermeiro responsável pelo projecto, monitora responsável por cada grupo e utentes. Estas reuniões são dirigidas pelo coordenador do projecto, neste caso o tera-peuta ocupacional. Nestes momentos todas as utentes têm oportunidade de falar. É nesta altura que devem tirar dúvi-das, contar como foi a semana e informar se está tudo bem, entre elas e as colegas ou nas unidades onde vão executar as suas tarefas. Também é nestas reuniões que, como monitora, eu devo informar a equipa sobre como estão a ser cumpridas as tarefas domésticas, se existiu algum conflito, entre outros assuntos. Normalmente uma questão que abordo com frequência nas reuniões é sobre a alimentação das utentes, que é um pouco complicada de controlar, facto compreensível, porque as utentes vieram de unidades onde não tinham a alimentação à disposição e aqui têm tudo ao seu dispor, ou seja, tem autonomia para gerir a sua alimentação. Mas, por vezes, como ainda não estão habituadas, não têm noção das quantidades que devem utilizar.

Para além destas reuniões semanais, temos todos os meses, nas primeiras quintas-feiras, uma reunião entre a equipa técnica, os mesmos elementos, o psiquiatra res-ponsável pelo projecto e as monitoras. Numa destas reu-niões foi discutida a ida das utentes à praia, no Verão, e a forma de lidar com determinado tipo de doentes, por exemplo, doentes bipolares e doentes esquizofrénicos.

As doentes bipolares, para mim, são as mais complicadas para lidar, embora, não seja fácil lidar com qualquer doença psiquiátrica. As doentes bipolares são pessoas que tanto podem estar nos oito como nos oitenta, como se costu-ma dizer, isto é, na fase depressiva ou maníaca. São bastante impulsi-vas e não gostam de ser contraria-das, pois, no entender delas, têm sempre razão. Quando estão na fase depressiva, desleixam-se com a higiene, desinteressam-se facil-

mente de actividades que gostavam e ficam com pensa-mentos negativos e com sentimentos de culpa. Na fase maníaca, sentem que são as melhores, ficam mais activas, mais alegres, por vezes exageradamente, mostram mais amor-próprio, visual mais arrojado e a tendência para con-sumir em excesso, por vezes, coisas desnecessárias.

Os técnicos ensinaram-nos que devemos moldar um pouco o nosso comportamento a estas utentes, não fazendo exigências directas, mas devemos privilegiar a negociação, por exemplo, no caso de uma utente não gos-tar de fazer as suas tarefas domésticas, damos-lhe outras

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tarefas que substituam o que ela não quer fazer. Estas pessoas gostam de liderar o grupo, pois no entender delas, sabem mais e são mais importante que as outras.

As doentes esquizofrénicas são desconfiadas, pen-sam que estão sempre a falar mal delas e que lhe querem mal, têm momentos de delírio. Assim, para estas pessoas é complicado executar as suas tarefas diárias, desde a higie-ne, às tarefas domésticas, pois gostam de estar no seu canto, sossegadas, sem conversar, isolando-se. Não rea-gem emocionalmente e no geral custa-lhes concentrar nas tarefas que lhe são atribuídas, achando tudo muito compli-cado. São pessoas que necessitam de muita atenção, e tenho que as incentivar para que o seu dia-a-dia seja mais gratificante.

Carla Paulo (formanda no CNO da Escola Fernando Namora)

ACTIVIDADES TAP NO 2º PERÍODO

No segundo período, o curso TAP realizou diversas actividades, que culminarão com as actividades com que participamos no Dia do Patrono; todas estas actividades se inserem, de algum modo, na nossa formação em contexto de trabalho, pois, mesmo aquelas actividades que visaram desenvolver competências do âmbito cognitivo, foram feitas de modo a serem aplicáveis na nossa actividade profissional, sem descurar a possibilidade de prosseguir os nossos estudos no ensino superior. Neste momento, há pelo menos 40% de formandos que querem seguir esta via, pois a experiência do curso levou-nos a acreditar nas nos-sas possibilidades, a acreditar que podemos alcançar um nível de qualifi-cação maior.

A primeira actividade decorreu na Casa de Saúde Rainha Santa Isabel, realizou-se na modalidade de oficina de formação, no âmbito da disciplina de psicopatologia, com três sessões de 90 minutos e foi dinamizada pelos psicólo-gos clínicos Paulo Santos e Lúcia Carva-lheira; os assuntos tratados foram a depressão, a doença bipolar e a esquizofrenia (suas características, prevalência, etiologia, tratamento, etc.); tivemos também uma sessão na qual participou uma doente bipolar, que nos falou da doença na perspectiva do próprio doente.

A segunda actividade realizada foi a Visita de Tra-balho ao Hospital Sobral Cid, também no âmbito da disci-

plina de psicopatologia; esta actividade, que visava propor-cionar aos formandos o conhecimento do funcionamento de uma unidade hospitalar pública de saúde mental, sobre-tudo na área da reabilitação psicossocial; destacamos a sessão realizada pelo director de serviços desta área, o doutor António Bajouco, que esclareceu os formandos sobre alguns aspectos importantes da saúde mental e da reabilitação e nos fez sentir a utilidade do curso que fre-quentamos para a área da reabilitação, que não tem pro-fissionais qualificados com o nível de qualificação dada pelo curso; ficámos contentes com esta perspectiva, pois ela indica que há necessidade de profissionais qualificados nesta área, ou seja, há trabalho para nós!

A terceira actividade desenvolvida, no âmbito das disciplinas de psicologia e da animação sociocultural, que integrou dois momentos distintos, as actividades «Cuidar do Idoso» e «Um dia de trabalho no lar da Santa Casa»; estas actividades, que decorreram durante um dia (dia normal de trabalho de técnico de apoio psicossocial), visa-vam dar aos formandos formação em contexto de traba-

lho, objectivo que foi alcançado com êxito, sobretudo porque as técnicas superiores da instituição (Técnicas de Serviço Social e Psicólogas) organizaram o dia de trabalho de tal modo que os formandos realizaram tarefas diversifi-cadas, algumas das quais tiveram um carácter técnico relevantes (realização de entrevistas a idosos, aplicação de testes psicológicos).

A quarta actividade realizada foi uma visita de estudo à casa da música e ao museu nacional soares dos reis; incluiu também um passei de eléctrico pela zona ribeirinha do Porto e uma visita à livraria Lello. A

actividade, que procurava cumprir alguns objectivos das disciplinas da área de expressões e de animação sociocultu-ral, cumpriu todos os seus objectivos, nomeadamente a experiência de termos um guia que, em vez de nos ajudar a ver uma exposição ao nosso nível de compe-tência, nos encarou como estudantes de artes; felizmente as obras de arte não dependem dos (maus) guias para serem apreciadas; tivemos também, felizmen-

te, felizmente, um bom guia na casa da Música.

A quinta actividade foi uma sessão de formação sobre os Tapetes Contadores de Histórias, realizada no âmbito da disciplina de animação sociocultural, pela edu-cadora Fernanda Raposo; assistimos ainda a uma demons-tração ao vivo de uma das suas estórias; esta actividade, que nos deu uma perspectiva muito positiva acerca do trabalho com crianças, fica certamente como um exemplo

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JORNAL PSICOSSOCIAL

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do que, se viermos a trabalhar com crianças, gostaríamos de fazer (ver artigo neste jornal sobre as estórias da edu-cadora Nina).

A sexta actividade, organizada no âmbito da disci-plina de animação sociocultural, decorreu no lar de idosos da Santa Casa e, ao contrário da actividade que tínhamos feito anteriormente (ver acima), visou dinamizar um even-

to de ocupação dos tempos livres; preparámos, com a nossa forma-dora de matemática, a professora Alda Palmeirão, alguns jogos, que depois jogámos com os utentes; com a nossa formadora de expressão plástica, professora Dina Ferreira, preparámos uma oficina de pintura em tela, e

levámos os idosos a colocar na tela em branco a sua imagi-nação; finalmente, com o nosso formador de Música, pro-fessor Ricardo Gabriel, apresentámos duas músicas popula-res, para cantar com todos os utentes.

A sétima actividade realizada, que culminou o trabalho de diversas sessões sobre empreendedorismo na escola, foi o dia de empreendedor, que decorreu no mercado municipal e na qual procurámos aplicar algumas ideias sobre a cria-ção de negócios próprios; esta actividade, que decorreu no âmbito da disciplina de TIC, da professora Laurentina Soa-res, resulta de uma parceria da nossa escola com a Câmara Municipal de Condeixa.

Por fim, as actividade que vamos ainda desenvol-ver no Dia do Patrono; no âmbito das disciplinas de expressão dramá-tica e de animação sociocultural, vamos apresentar um quadro dra-mático a partir de textos de Fer-nando Namora, na abertura do Dia do Patrono e na Tertúlia do CNO, que decorrerá em Cernache; no âmbito da disciplina de expressão plástica, vamos realizar uma oficina de pintura em chacota e em tela

aberta à comunidade local; vamos também estar no stand de divulgação dos cursos profissionais. Por fim, vamos apresentar duas actividades no âmbito dos Objectivos do Milénio (ver artigo específico neste jornal)

FORMAÇÃO CERTIFICADA EM EDUCAÇÃO ESPECIAL. O curso Profissional de Apoio Psicossocial organiza, em colaboração

com o Centro de Formação Nova-Ágora, uma acção de formação, creditada, na modalidade de Oficina de Formação, com

15+15 horas (1, 2 créditos) no âmbito da educação especial, aberta aos professores do Agrupamento de Escolas de Condei-

xa; esta actividade visa desenvolver a formação profissional dos docentes, sobretudo os do curso TAP, na área da educação

especial, uma vez que esta é uma das possíveis áreas de trabalho dos técnicos de apoio psicossocial e, em virtude da orga-

nização actual da educação especial, é uma área claramente deficitária em auxiliares especializados no acompanhamento

de crianças com necessidades educativas especiais de carácter permanente; as inscrições na acção já estão abertas.