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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Curso Alfabetização e Letramento Disciplina Educação de Jovens e Adultos Tema Métodos de Alfabetização Professor(a) Cristina Rolim Chyczy Bruno Introdução Nesta aula vamos falar sobre a alfabetização enquanto um processo de conscientização, segundo a perspectiva de Paulo Freire, a qual trata dos pressupostos da alfabetização bancária, em contrapartida à concepção problematizadora da educação. Além de retratar o Método Ativo e as suas bases pedagógicas para a alfabetização de adultos, contextualiza o Método Ativo em relação aos métodos sintéticos e analíticos. Estudaremos, também, o valor das bases pedagógicas de Paulo Freire na alfabetização de adultos no intuito de que pretendem “revelar a novidade que Paulo Freire trouxe à epistemologia. Para saber, para conhecer, para agir e intervir” (PINTASSILGO, 1998, P.11). Vídeo de introdução disponível no material on-line. Problematização A aula de hoje nos faz lembrar de uma narrativa encantadora: “A pedra que arde”, escrita por Eduardo GALEANO (1983). O escritor, em linguagem poética, conta a história de um homem velho, que vivia só, no povoado de Nevoeiro. Esse homem trabalhava com cestas de vime e não cobrava nada pelo que fazia. Segundo o escritor, as pessoas não tinham coragem de perguntar ao velho se ele sempre fora assim, “tão velho e tão feio”. Ele andava curvado e mancando, tinha um nariz torto, “uma cicatriz atravessava-lhe a face”, e quando ria, surgia uma janela entre seus dentes de cima. Em certo momento da história, esse velho estabelece um vínculo de amizade com um menino chamado Carassuja. O encontro entre os dois acontece justamente quando o menino se

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Curso Alfabetização e Letramento

Disciplina Educação de Jovens e Adultos

Tema Métodos de Alfabetização

Professor(a) Cristina Rolim Chyczy Bruno

Introdução

Nesta aula vamos falar sobre a alfabetização enquanto um processo de

conscientização, segundo a perspectiva de Paulo Freire, a qual trata dos

pressupostos da alfabetização bancária, em contrapartida à concepção

problematizadora da educação. Além de retratar o Método Ativo e as suas

bases pedagógicas para a alfabetização de adultos, contextualiza o Método

Ativo em relação aos métodos sintéticos e analíticos.

Estudaremos, também, o valor das bases pedagógicas de Paulo Freire

na alfabetização de adultos no intuito de que pretendem “revelar a novidade

que Paulo Freire trouxe à epistemologia. Para saber, para conhecer, para agir

e intervir” (PINTASSILGO, 1998, P.11).

Vídeo de introdução disponível no material on-line.

Problematização

A aula de hoje nos faz lembrar de uma narrativa encantadora: “A pedra

que arde”, escrita por Eduardo GALEANO (1983). O escritor, em linguagem

poética, conta a história de um homem velho, que vivia só, no povoado de

Nevoeiro. Esse homem trabalhava com cestas de vime e não cobrava nada

pelo que fazia. Segundo o escritor, as pessoas não tinham coragem de

perguntar ao velho se ele sempre fora assim, “tão velho e tão feio”.

Ele andava curvado e mancando, tinha um nariz torto, “uma cicatriz

atravessava-lhe a face”, e quando ria, surgia uma janela entre seus dentes de

cima. Em certo momento da história, esse velho estabelece um vínculo de

amizade com um menino chamado Carassuja.

O encontro entre os dois acontece justamente quando o menino se

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machuca, tentando roubar maçãs em um pomar. O menino Carassuja

apresentava um perfil “aventureiro” e, em busca de novas descobertas ele

acaba se perdendo no bosque em que passeava. Foi então que, tentando

encontrar o caminho de volta, deparou-se com uma pedra que brilhava; ao

sentar na pedra sentiu como se uma abelha lhe houvesse picado.

Furioso, o menino chutou a pedra, mas quando o sapato bateu na pedra,

surgiram pequenas letras que ele pode ler: “JOVEM SERÁS, SE ÉS

VELHINHO, QUEBRANDO-ME EM PEDACINHOS”. Em um átimo, lembrou-se

do velho, que havia sido bom para ele e era bom para todos os outros. Após

muitas aventuras, Carassuja conseguiu achar a saída do bosque.

Na manhã seguinte, o menino falou ao velho sobre a pedra. O velho

acariciou a cabeça do menino e foi com ele ao local em que a pedra se

encontrava, seguindo as pistas que Carassuja havia deixado para reencontrar

sua “mágica”. Ao mostrar a pedra ao velho, falou entusiasmado: “quebre-a”!

O velho, porém, não se mexia. Ele encostou um galho seco na pedra,

esperou que o galho pegasse fogo e acendeu seu cachimbo. Carassuja,

desatinado, zangou-se muito com o velho, diante de seu descaso para com a

magia da pedra. Foi então que o velho pôs uma das mãos sobre o ombro do

menino e serenamente respondeu:

- Eu sei o que você pensa e quero explicar. Sou velho, embora

menos velho do que você acha, sou manco e estou desfigurado,

mas não pense que sou tonto. E, pela primeira vez, em tantos anos,

o velho contou sua história.

– Estes dentes não caíram sozinhos. Foram arrancados à força.

Esta cicatriz que marca meu rosto não vem de um acidente. Os

pulmões... a perna... quebrei a perna quando escapei da prisão ao

saltar um muro alto. Há outras marcas mais, que você não pode ver.

Se quebro a pedra, essas marcas somem. E elas são meus

documentos, compreendes? Meus documentos de identidade. Olho-

me no espelho e digo: Esse sou eu, e não sinto pena de mim. Lutei

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muito tempo. A luta pela liberdade é uma luta que nunca acaba.

Ainda agora, há outras pessoas, lá longe, lutando como eu lutei. Mas

minha terra e minha gente ainda não são livres, e eu não quero

esquecer. Se quebro a pedra é como uma traição, compreendes?

Através do bosque caminharam de volta ao povoado... Iam de mãos

dadas. O menino sentia que a mão do velho também aquecia a sua mão

(GALEANO, 1983, s/p).

O enredo escrito por Galeano apresenta uma íntima relação com a

temática da aula. Em qual sentido as ideias do escritor estão veiculadas com a

proposta de educação de adultos? Em especial, ao que tange à alfabetização?

Não responda agora. Vamos voltar ao conteúdo teórico do nosso tema

e, ao final, retomaremos a nossa história e apresentaremos as possibilidades

de solução para o problema.

Vídeo de problematização disponível no material on-line.

Alfabetizar é Conscientizar

Em Freire (2005) a conscientização é a inserção dos sujeitos na

realidade histórica, é uma condição de estar no mundo, não simplesmente

adaptar-se a ele, é uma situação existencial, concreta e de justiça. Com base

nesses pressupostos a conscientização abre possibilidades para que esses

sujeitos estejam inseridos na realidade histórica, e a consciência dessa

inserção é que abre possibilidades para a ação transformadora.

Para saber mais sobre os estudos de Paulo Freire acerca da

conscientização e a ação transformadora, você pode ler a obra:

“Pedagogia do Oprimido”, lançada em 1968 por Paulo Freire. O livro é

resultado dos estudos teórico-práticos, realizadas no tempo em que o

intelectual esteve exilado no Chile. Na produção da obra, o autor critica

seriamente a ordem social injusta, pois, segundo ele, em decorrência disso, há

o desalento e a miséria.

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Nessa obra, Paulo Freire traz uma pedagogia que toma a opressão e as

suas causas como objetos de reflexão por parte dos oprimidos, com isso,

vislumbra o engajamento necessário para a libertação. Concebe a realidade

social, produto da ação dos homens, e, enquanto produto dessa ação, carrega

consigo as possibilidades de transformação. Todavia, a crença na

transformação também acontece por meio de uma educação que promova a

conscientização.

Freire (2005) contextualiza e entende a educação problematizadora,

uma resposta à essência da conscientização, como o resultado da ação e

reflexão dos homens sobre o mundo com o intuito de transformá-lo. A

educação problematizadora, nesse viés, é intencional, não promove

comunicados.

Analise os pressupostos a seguir:

“O educador já não é o que apenas educa, mas o que enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que crescem juntos e em que os “argumentos de autoridade” já não valem. Em que, para ser-se, funcionalmente, autoridade, se necessita de estar sendo com as liberdades e não contra elas. Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. (FREIRE, 2005, p.79)

Nesse processo de comunhão, demonstrado anteriormente, esta

educação problematizadora é uma constante busca, um quefazer permanente,

permanente na razão da inconclusão dos homens. Em consonância com esses

princípios, a prática problematizadora propõe aos homens a sua própria

situação, enquanto um “problema”. Aí reside a possibilidade de que o homem

tome a necessária consciência de sua situação, e assim, a conformação ceda

lugar ao ímpeto da transformação.

Por outro lado, Freire aponta que quando a educação não está a favor

da transformação, mas sim da conservação e da recepção, esta é por ele

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retratada como um modelo de educação bancária. Em resumo, a educação

bancária nos traz um modelo educativo ainda bastante presente nas salas de

aula de alfabetização de jovens e adultos, pois é marcada por uma voz ativa do

professor-narrador, dissertador, petrificado , que muito disserta sobre algo

alheio à experiência existencial: sua intenção é encher os educandos de

conteúdos. Esses conteúdos, nessa perspectiva, são destituídos de vida, são

retalhos da realidade, palavra oca, como afirma o autor. É um modelo

educativo que conduz à memorização, não comunica, mas sim faz

comunicados à margem da ação do educando; daí a denominação de bancária,

porque apenas deposita.

Os pressupostos de Freire nega a realidade histórica e cultural daqueles

que buscam a escola no intuito da superação de sua condição de analfabetos,

ou seja, se apresenta em contrapartida ao modelo de educação bancária, que

oferece a doação.

Assim, Freire apresenta a educação problematizadora, que respeita a

história do adulto que procura a escola. Com base no respeito e no

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reconhecimento a Educação Problematizadora, traz a possibilidade da

alfabetização, enquanto construção, que não submete o sujeito à condição de

alienação da ignorância. Uma alfabetização que vai além da apreensão do

código escrito, seu “foco” é a conscientização; na perspectiva que a

conscientização parte do “reconhecimento de que cada pessoa traz em si o

universo inteiro. Esse reconhecimento vai, por isso, até o ponto de postular que

o processo de conquista da liberdade individual é o detonador do processo de

libertação da sociedade” (PINTASILGO, 1998, P.11).

Vídeo da professora disponível no material on-line.

O Método Ativo

Com vistas a colocar em ação essa concepção de alfabetização,

articulada à teoria e à prática do professor problematizador, foi que Freire

concebeu o Método Ativo. Segundo “O Dicionário Paulo Freire”, construído em

2000 por Strek, Redin, Zitkoski (orgs), no sentido de buscar uma aproximação

dos estudiosos de Paulo Freire com suas leituras sob diferentes perspectivas

de uma mesma obra, Paludo (2010) esclarece:

“Em Freire, não é possível recriar o método dissociado da teoria que lhe confere significado. Talvez por isso Freire não tenha realizado discussões conceituais isoladas a respeito da palavra “metodologia” e da palavra “método”. […] A proposição do caminho a percorrer e o jeito de caminhar na concretização do trabalho popular requer a compreensão de que a educação, ou a “ação para a liberdade”, envolve o campo cognitivo e estético, mas parte e retorna ao âmbito político e social, daí o conceito de práxis, como movimento articulador do processo prática – teoria – pratica – teoria – prática... que se estende indefinidamente. […] Para recriar o método Paulo Freire é necessário, então, que os que trabalham junto dos oprimidos, assumam os pressupostos que permitem construir o caminho e o jeito de fazer, buscando a máxima coerência possível entre a prática realizada e a teoria que lhe confere sentido”. (p.264)

Na busca desse caminho, o Método Ativo pensado por Freire, está muito

distante de uma proposta de alfabetização mecânica, pois é partindo da cultura

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dos educandos, que enfrentam as durezas de um dia de trabalho, que o

método circunscreve o debate de situações existenciais que compõem o

universo temático dos educandos; e esse universo temático é construído pelo

conjunto dos temas geradores. Vale destacar que os conceitos aqui abordados

referem-se às formulações de Freire, diante do desafio de alfabetizar pessoas

do povo, que foi o mote provocador de sua teoria. Nesse viés é que os temas

geradores, expressão dos sentimentos-linguagens dos “analfabetos”,

constituíam-se em “unidade epocal”, caracterizada pelo autor como conjunto de

ideias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, que só podem

ser encontradas na relação do “homem com o mundo”.

Imerso nesses conhecimentos, a premissa básica do trabalho do

professor alfabetizador era a pesquisa do universo temático dos educandos,

isso, a favor do desvelamento da realidade, envolvidos e envolvendo “situações

limites”. Nesse envolvimento é que nascem as “tarefas”; que no bojo da

concepção aqui retratada, são as respostas dos homens diante de suas ações

históricas.

A situação em que se assentava todo esse trabalho alfabetizador era a

prática do diálogo, entendido por Freire enquanto um ato de criação, um

encontro dos homens. Assim, jamais reduzido a um ato de depositar ideias,

pois nesse contexto ele nasce da intensa fé nos homens, no pensar verdadeiro,

no pensar crítico que percebe a realidade enquanto um processo. No diálogo é

que acontecia o “trabalho” com a “palavra geradora”, extraída do universo

temático dos alunos.

Analise na imagem a seguir os pressupostos de Freire sobre este

assunto:

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Desta maneira, é no diálogo que essa “palavra” adquire anseios,

dúvidas, esperanças. Por isso, jamais podemos acreditar que “tijolo”, “luta”,

“favela”, sejam apenas palavras. Diante do estofo teórico, essas “palavras”

nascidas do esforço criador dos alfabetizandos, impregnadas de teor

pragmático, engajadas na realidade social, cultural e política, eram “problemas”

a serem desvendados; e por assim dizer “textos” provocativos que “cobravam”

dos envolvidos no processo o desvelamento, a crítica e a produção do

pensamento. Essas premissas, aqui expressas, se justificam a medida que

pretendem “revelar a novidade que Paulo Freire trouxe à epistemologia. Para

saber, para conhecer, para agir e intervir” (PINTASILGO, 1998, P.11).

Vídeo da professora disponível no material on-line.

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Métodos de Alfabetização

Trazemos a perspectiva da novidade das bases pedagógicas

freireanas, pois quando entramos nos estudos dos métodos de ensino da

leitura e da escrita, verificamos que os mesmos foram pensados para ensinar a

criança, e não o adulto, a ler e a escrever. Ainda, considerando essa criança

enquanto um ser imperfeito, passível de ser “moldada”.

Um mergulho na história dos métodos da alfabetização nos leva à

Mortatti (2000) que esclarece que, no final do Império, meados de 1890, o

ensino de uma maneira geral precisava de organização. As classes de alunos

eram agrupadas sem nenhuma distinção de idade ou nível de aprendizagem,

assim, o ensino da leitura era precário. A autora descreve o “Método Sintético”

como um “guia” que sustentava as práticas alfabetizadoras na época; a

condução do método previa que para aprender a ler era necessário iniciar da

“parte”: letras, ou famílias silábicas, para então chegar ao todo: palavras ou

frases. Isso sempre considerando a ordem crescente das dificuldades da

leitura. Nessa perspectiva, a escrita pautava-se em exercícios de caligrafia,

cópias, ditados e formação de frases.

Analise a imagem a seguir, em linhas gerais ela representa as bases do

“Método Sintético”.

Considerando que no século XIX as ideias pedagógicas, psicológicas e

linguísticas em curso impactam sobremaneira o ensino da leitura e escrita na

escola, Mortatti (2000) retrata que a partir da primeira década republicana as

escolas passam a defender o “Método Analítico”, método este proposto pelo

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poeta João de Deus, em Portugal, trazido a São Paulo e Espírito Santo pelo

advogado e ativista político Antônio Silva Jardim.

O método analítico, também conhecido pelo método da palavração,

prevê a iniciação do ensino da leitura pela palavra. O ensino da leitura, sob tal

princípio, é tratado como uma questão de ordem didática e em contrapartida ao

“Método Sintético”, agora o ensino da leitura inicia-se a partir do “todo”, que

pode significar uma palavra, uma sentença, uma historieta. Historieta é o

“conjunto de frases relacionado entre si, por meio de nexos lógicos”

(MORTATTI, 2006). Exemplificando, a partir da palavra “(BOLO) analisam-se

as sílabas (BO-LO), desenvolve-se a família silábica da primeira letra que a

compõe (BA-BE-BI-BO-BU) e chega-se às letras” (MENDONÇA, 2003, p.37).

Analise a imagem a seguir, ela retrata as bases do Método Analítico.

Há dados que retratam que, a partir da primeira República, os

professores das escolas normais passam a defender o método analítico, e que

esses mesmos docentes, contribuíram para a institucionalização do método.

Embora a apreciação dos professores de maneira geral revelem insatisfações

acerca desse método, as insatisfações assentam-se em sua lentidão, e

também, em seus resultados, que não correspondiam ao esperado

(MORTATTI,2006).

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Para aprofundar seus conhecimentos sobre os Métodos de

Alfabetização, acesse o link a seguir e assista a entrevista com Magda Soares,

especialista em alfabetização.

http://www.youtube.com/watch?v=mAOXxBRaMSY

Vídeo da professora disponível no material on-line.

Os Métodos de Alfabetização: “Em qual deles se encaixa o

Método Formulado por Paulo Freire?”

A leitura acerca da história e da natureza dos métodos de alfabetização

no Brasil nos mostra que, por muito tempo permaneceu a luta ideológica entre

métodos sintéticos x métodos analíticos. Mas na verdade, partindo da “parte”

ou partindo do “todo”, nenhuma dessas abordagens provocou resultados

efetivos no que diz respeito a uma nova visão de leitura e escrita, assim como,

o cenário do analfabetismo no Brasil não apresentava significativas mudanças

diante das abordagens metodológicas. Outro aspecto fundamental é que esses

métodos têm sua origem voltada à alfabetização das crianças, como foi

abordado anteriormente, de tal forma não prevê em sua fundamentação o

trabalho com a aquisição da leitura e escrita pelo adulto “analfabeto”. Em suma,

quando transportados à alfabetização de adultos, os métodos adotavam os

mesmos princípios usados para com as crianças, sem considerar a natureza

desse outro tipo de alunado, que consigo carregava experiências de vida, a

responsabilidade do trabalho, do seu próprio sustento, assim como o sustento

de seus familiares.

Quando Paulo Freire surge com os fundamentos do “Método Ativo”

inaugura na história da educação no Brasil uma abordagem metodológica

voltada ao trabalho com a leitura e escrita, pensando no adulto não

alfabetizado. Vale mencionar que, segundo análises, esta abordagem não tem

nenhuma relação, seja com o “Método Analítico”, anteriormente descrito, e

menos ainda, com o “Método Sintético”. Essa afirmação é feita em virtude de

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pressupostos que classificam o trabalho de Paulo Freire na alfabetização como

um “Método analítico”, ou da “palavração”, porque parte da palavra, unidade

menor de sentido, para então chegar ao “todo” que são as frases, ou o texto.

O exemplo que segue fundamenta a explicação; e por reiteradas vezes é

encontrado em bibliografias na área da alfabetização. Em Carvalho (2011)

encontramos a seguinte definição:

“A metodologia proposta por Paulo freire também se classifica como palavração, com a importante diferença que as palavras geradoras (palavras-chave) apresentadas ao adulto analfabeto são pesquisadas no universo vocabular deles próprios; devem estar relacionadas com temas geradores de discussão sobre aspectos da vida política e social do Brasil e, além disso, propiciar a produção de um grande número de palavras novas pela combinação de sílabas das palavras-chave”. (CARVALHO, 2011.p.43)

Em que pese toda a experiência acerca da alfabetização da

pesquisadora citada, é certo que as palavras que sustentam a proposta de

Freire, não estão em afinidade com a concepção de palavra que propugnava o

método analítico (ou da palavração), pois as palavras no universo freireano

eram expressões da experiência existencial dos adultos não alfabetizados,

assim, não eram apresentadas no sentido apenas de alfabetizar, mas sim,

também, de conscientizar. O próprio Freire (2011) declara-se incisivamente

contra a “invenção” de sua proposta de alfabetização enquanto um método

analítico-sintético, e defende que ele, juntamente com seu grupo de trabalho,

“retirou” o aspecto puramente mecânico da alfabetização, associando-a a

“perigosa” conscientização.

“O trabalhador precisa de muita paciência, depois de uma

jornada extenuante de trabalho, para “lições que citam a

asa: `Pedro viu a asa`, `A asa é do pássaro`, ou as que

falam de ´Evas e as uvas´ a homens que, sabem

pouquíssimo sobre Eva e jamais comeram uvas”.

(FREIRE, 2005, p.47)

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Quer saber mais? Então anote esta dica de leitura!

“Alfabetização e Letramento”

http://portaladm.portalprominas.com.br/_arqbiblioteca/ALFABETIZA%C3%87%

C3%83O%20E%20LETRAMENTO.pdf

A intenção e o esforço na busca da conscientização, em Freire, ficam

revelados nos diferentes Círculos de Cultura promovidos pelo autor e seu

grupo de trabalho. Entre eles podemos destacar o Círculo de Cultura

desenvolvido no Estado do Rio de Janeiro e aplicado também em Guanabara,

em que a palavra geradora eleita foi favela. Na perspectiva da palavra favela

outras palavras eram debatidas e analisadas, como: habitação, alimentação,

saúde e educação.

Assim, se designa que a palavra constituía-se muito mais que um

elemento gráfico, um pretexto para alfabetizar. Ainda que, agregado ao debate

em torno da palavra, estavam inseridas as figuras do pintor Francisco Brenand,

refeitas por Vicente de Abreu, no caso do “Circulo”.

A obra que segue retrata as figuras acima citadas:

Conforme vimos anteriormente, a alfabetização na perspectiva das

bases pedagógicas freireanas, não compartilhava dos pressupostos nos quais

se assentavam o método analítico, como esclarece Freire:

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“O código é a representação de uma situação existencial, o

descodificador tende a passar da representação à situação

muito concreta, na qual e com a qual trabalha. Assim é

possível explicar, por meio de conceitos, por que os indivíduos

começam a portar-se de uma maneira diferente frente à

realidade objetiva, uma vez que esta realidade deixou de

apresentar-se como um beco sem saída e tomou o seu

verdadeiro aspecto; um desafio a que os homens devem

responder”. (FREIRE, 2005, p. 36,37)

A explicação de Freire retrata que a abordagem da palavra é para

problematizar a partir de uma situação concreta e existencial, como no caso da

palavra favela. A palavra foi refletida de modo problematizador entre

professores e alunos, e a decodificação atingiu um nível crítico de

conhecimento, tudo isso partindo da experiência que o aluno traz consigo.

Então, quando esse aluno escreve favela, ele não está apenas representando

graficamente uma palavra qualquer, mas sim, percebendo as “relações entre

os elementos da codificação e entre os fatos que a situação real apresenta,

relações que antes não eram percebidas” (FREIRE, 2005, p.36). Todavia, há

que considerar que todo debate gerado em torno da palavra favela, certamente

provocou não só a apreensão do código, como também, uma compreensão

bem diferente da favela anterior à participação desse aluno no Circulo da

Cultura.

Em última instância quando se apresenta uma palavra, como a descrita

anteriormente, apresenta-se também um novo entendimento da mesma; por

outra parte uma nova forma do estudante encarar a realidade que a palavra

designa. Sem dúvida, não podemos conceber essa palavra como “parte” diante

de todo seu universo impregnado de sentidos e existências.

Inspirados nas reflexões de Soares (2013), em vez de Eva e uva, há

favelas e tijolos, e essas palavras não contemplam apenas uma “sequência

adequada de aprendizagem das relações fonemas-grafemas”; elas carregam

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consigo o universo social, político e cultural, vislumbrando a tomada de

consciência e a superação da consciência ingênua, tornando a escrita reflexiva

e reveladora da existência de quem aprende. Assim, os pressupostos da

alfabetização em Freire, não comungam da mesma visão de alfabetização em

que o método analítico se fundamentava, pois segundo esse método, as

palavras eram pretextos para aquisição da leitura e da grafia. Já em Freire a

palavra não é “alienada”, a palavra “nomeia” o mundo, é um “movimento” de

expressão, assim é “pronúncia” do mundo, com possibilidade de provocar

ações transformadoras.

Vídeo da professora disponível no material on-line.

Revendo a problematização

Muito bem! Acredito que já tenhamos tido tempo suficiente para refletir

sobre o caso apresentado no início dos estudos deste tema.

Analise as opções a seguir e sinalize qual é a resposta mais viável para o

caso.

a. A história de Galeano ilustra poeticamente a concepção bancária da

educação descrita por Freire.

b. A história tem muita relação com a educação de jovens e adultos, a qual

foca na formação de sujeitos com histórias de vida, geralmente marcadas

pela exclusão, que começa pela escola e posteriormente estende-se à

sociedade.

c. A história mostra, que assim como o menino Carassuja, o professor que

atua na educação de jovens e adultos, deve procurar “restaurar”,

“minimizar” as histórias de vidas dos educandos.

Feedbacks

a. Sim, pois traz na ação do professor a intenção do menino Carassuja, que

ingenuamente negou todas as experiências do “velho”, tomando como base

sua avaliação superficial. Carassuja enxergava no velho apenas a expressão

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do “sofrimento”, incomodando-se com isso, pois segundo sua posição ingênua

(no caso representado por uma criança), as marcas da velhice denotavam

apenas dor e feiura.

b. Sim. Na história, recheada de elementos que podemos considerar como

reais, o velho mostra que sua aparência é resultado de suas experiências,

experiências estas que o velho não quer negar, pois elas o tornaram a “pessoa”

que ele se tornou. Nesse viés, construímos a analogia com o campo da

educação, tendo em vista que o adulto, e em especial, o adulto idoso, que

procura a escola em si e não busca nela “A pedra que arde”. Assim como o

velho da história, ele deseja e necessita ser reconhecido a partir de suas

experiências, pois traz consigo conhecimentos que precisam ser considerados

e respeitados.

c. Não, pois segundo a história, o entendimento do “velho” retratado por

Galeano, não deseja, e não precisa de uma “restauração” de suas condições.

Assim como os estudantes que frequentam a EJA, que são sujeitos atuantes

dentro da realidade em que vivem, desta forma, não carecem de doação e

assistencialismo. Reflita novamente!

Síntese

As reflexões realizadas durante a aula nos conduzem a constatação que

o processo da alfabetização é um ato político, como o próprio Freire descreve,

é um esforço de humanização com vistas a “tomar posse” da realidade. No viés

da “posse da realidade” é que está a conscientização, que é o mote principal

do trabalho de Freire, pois a conscientização é o “olhar mais crítico possível da

realidade” (FREIRE, 2005, p.36). Vê-se esse propósito no debate da palavra

favela, detalhado anteriormente; no encaminhamento com a palavra percebe-

se o desvelamento para conhecer, e também para conhecer os mitos que

antecedem o debate crítico em torno da ideia central, pois de favela decorreu

outras palavras como habitação e educação, que são temáticas

eminentemente sociais, impregnadas de contradições, que denotam posições

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contraditórias quando levadas à baila do debate. No interior da rica troca de

ideias, acenam-se as possibilidades de que o sujeito se reconheça no objeto, e

nesse reconhecimento, também se encontre com os outros e com o professor,

e assim, constitua-se sujeito consciente; tomando a palavra para si,

reconhecendo essa palavra no mundo e nas suas relações. Todos estes

saberes, gerados pela alfabetização, têm por fim a conscientização. Aí se

assenta a complexidade das bases freireanas para a alfabetização de jovens e

adultos; é impossível “estudar” em Freire um “método” para ensinar o jovem e o

adulto a ler e a escrever, seu propósito era muito mais ambicioso, seu desejo e

seus investimentos estavam voltados para que o aluno fosse além da

informação pura e simples “propósito disto ou daquilo, analisam aspectos de

sua própria experiência existencial representada na codificação” (FREIRE,

2005, p.36).

Vídeo com as considerações finais da professora, disponível no material

on-line.

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Referências

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Editora, 1998.

CARVALHO. M. Alfabetizar e Letrar: um diálogo entre a teoria e a prática. Rio

de Janeiro: Vozes. 2011.

FREIRE. P. Conscientização: teoria e prática da libertação. Uma Introdução

ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Centauro, 2005.

_____________.Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

_____________. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e

terra, 2011.

GALEANO, E. A Pedra que arde: sobre uma ideia de Arkadi Gaidar. São

Paulo: Loyola, 1983.

MENDONÇA, O. C. Alfabetização: método sociolinguístico, consciência social,

silábica, e alfabética em Paulo Freire. São Paulo: Cortez, 2003. 150p.

MORTATTI, M. do R. Os sentidos da alfabetização. São Paulo: Editora

Unesp. 2000.

__________. História dos Métodos de Alfabetização no Brasil. (2006).

Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf_mortattihisttextalfbbr.pdf

> Acesso em: 3 ago. 2014.

PINTASILGO, M. de L. Prefácio. In: Paulo Freire: política e pedagogia.

SOARES, M. Alfabetização e letramento. São Pulo: Contexto, 2013.

STRECK, D. R.; REDIN. E.; ZITKOSKI, J. J. (orgs.) Dicionário Paulo Freire:

Revista Ampliada. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

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Atividades

1) Tendo em vista os conceitos estudados nesta aula, a figura a seguir

expressa uma concepção de alfabetização:

Indique a alternativa correta:

a) O universo freireano em torno da palavra geradora.

b) Uma concepção mecânica e artificial de alfabetização.

c) Uma concepção de alfabetização que parte do universo dos educandos.

d) Uma concepção de alfabetização segundo as bases do Método

Sintético.

2) A leitura acerca da história e da natureza dos métodos de alfabetização no

Brasil nos mostra que por muito tempo permaneceu a luta ideológica entre

métodos sintéticos x métodos analíticos. Analise a figura a seguir:

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Leia as alternativas e identifique quais são as verdadeiras (V) e quais são as

falsas (F):

( ) A figura expressa o “Método Analítico”, método este proposto pelo poeta

João de Deus, em Portugal, trazido à São Paulo e Espírito Santo pelo

advogado e ativista político Antônio Silva Jardim.

( ) A figura revela que ensino da leitura iniciou-se a partir do “todo”, ou seja

por uma historieta. Historieta é o conjunto de frases relacionado entre si, por

meio de nexos lógicos.

( ) As ideias da figura acenam-se as possibilidades de que o sujeito se

reconheça no objeto, e nesse reconhecimento, também encontre-se com os

outros e com o professor.

( ) Todos os saberes, expressos na figura, gerados pela alfabetização, têm

por fim a conscientização.

Selecione a alternativa que apresenta a sequência correta.

a) F – V – F – V

b) V – F – F – F

c) V – V – V – F

d) F – F – V – V

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3) Em que pese toda a experiência acerca da alfabetização em Paulo Freire,

analise as proposições a seguir e, após, selecione a alternativa que contém os

itens corretos.

I- É certo que as palavras que sustentam a proposta de Freire, não estão em

afinidade com a concepção de palavra que propugnava o método analítico

(ou da palavração).

II- As palavras no universo freireano eram expressões das experiências

existenciais dos adultos não alfabetizados.

III- As palavras na perspectiva de Freire, não eram apresentadas apenas no

sentido de alfabetizar, mas sim, também, de conscientizar.

IV- Freire declara-se incisivamente a favor da “invenção” de sua proposta de

alfabetização enquanto um método analítico-sintético.

a) I, II e III

b) I, II e IV

c) I, III e IV

d) II, III e IV

4) O Método Ativo é um método voltado à alfabetização de adultos. A partir

desta afirmação, analise as proposições a seguir e, após, selecione a

alternativa que contém os itens corretos.

I- É uma proposta de alfabetização mecânica, e parte de palavras propostas

por uma cartilha estruturada de acordo com o universo dos adultos.

II- O método valoriza a cultura dos educandos, que enfrentam as durezas de

um dia de trabalho.

III- O método circunscreve o debate de situações existenciais que compõem o

universo temático dos educandos.

IV- Por universo temático entende-se o que é construído pelo conjunto dos

temas geradores.

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a) I, II e III

b) I, II e IV

c) I, III e IV

d) II, III e IV

5) De acordo com a “anatomia do leitor”:

Analise as alternativas a seguir e identifique quais são as verdadeiras (V) e

quais são as falsas (F). Após, selecione a alternativa que apresenta a

sequência correta.

( ) A figura compartilha das ideias de Freire, quando retrata que a abordagem

da palavra é para problematizar a partir de uma situação concreta e existencial,

como no caso da palavra favela.

( ) A figura traz a leitura, e consequentemente a escrita, tratando-as como

uma questão de ordem didática, segundo às orientações do “Método Sintético”.

( ) A figura tem afinidade com o ensino da leitura iniciando-se a partir do

“todo”, e por isto entenda-se, uma palavra, uma sentença, uma historieta.

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( ) A figura deixa transparecer que palavras não são pretextos para aquisição

da leitura e da grafia, palavra nesta perspectiva de leitura: “nomeia” o mundo, é

um “movimento” de expressão, assim é “pronúncia” do mundo.

a) F – V – F – V

b) V – F – F – V

c) V – V – V – F

d) F – F – V – V