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IMPORTÂNCIA Marba S, Netto A Paulo R. Margotto [email protected] 19º Congresso Brasileiro de...
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IMPORTÂNCIA
Marba S, Netto A
Paulo R. Margottowww.paulomargotto.com.br
19º Congresso Brasileiro de Ultrasonografia da SBUS, São Paulo, 21 a 24 de outubro de 2015
Exame não invasivo, Beira do Leito Seguro, Baixo Custo, Rápido
Quantificação das variações relativas do FSC em um determinado tempo (não mede o volume absoluto do FSC)
Mecanismo: efeito Doppler(Christian Johann Doppler: 1803 – 1853)
a frequência das ondas sonoras refletidas por um objeto (nos vasos sanguíneos representado pelas hemácias) em movimento é desviada em
quantidade proporcional a velocidade deste objeto
O sinal de Doppler depende:da velocidade das hemácias do ângulo de insonação
(ângulo entre o transdutor que emite o ultrassom e o eixo longitudinal do vaso e este ângulo deve ser próximo de zero)
da velocidade do ultrassom no tecido cerebral (valor constante de 1540m/s).
• Técnica de realização: ajustar o transdutor para obter o máximo de pulsação (A, C)
(Auditiva ou visual)
• Como fazemos
Artérias insonadas: artéria pericalosa (ramo da ACA na região em frente ao 3 º ventrículo
Port-Royal, Paris
Medida da Velocidade do FSCIndice de Resistência (IR) ou de Pourcelot
Margotto, PR
IR = S – D S
S – Velocidade máxima da sístole(reflete a força de ejeção cardíaca)
D – velocidade final da diástole(reflete resistência circulatória)
A patogênese de várias condições neuropatológicas do RN, está relacionada com distúrbios no fluxo sanguíneo cerebral
• IR: Índice clínico de resistência cerebrovascular
• Alterações no ângulo de insonação afetam tanto os valores para S e D de forma semelhante; portanto, o uso do IR é útil para minimizar o efeito do ângulo de insonação
IR = S – D S
Alterações na resistência
Boa correlação entre as medidas da VFSC por ultrassom Doppler e as medidas do FSC por outras técnicas.
Indice de Resistência ou de Pourcelot
Baixo IR - da resistência / alta VFSC
Alto IR - da resistência / baixa VFSC
Margotto, PR
Valores normais:0,60-0,72 (30-40 sem)(Perlman e Volpe)
Alterações na VFSC:- Sono agitado ( 19%)- Aspiração traqueal: pressão arterial (devido a PaO2)
( IR de 0,65 – 0,56 em 2 min)- Apnéia: veloc. Diastólica (bradicardia)- Ventilação Mecânica: assincrônica (flutuação VFSC)
PIM elevada- PaCO2: VFSC ( diástole) PaCO2: VFSC PaO2: VFSC (<32 sem); ≥32 sem PaO2 VFSC (≥32 sem)
- Convulsões: VFSCPaCO2normal
Basu, S, 2015Margotto. PR. 2013,
• Papel do CO2 na Hemorragia intraventricular
• Noori S et al 2014:correlação entre a VFSC e PaCO2 (no 20 e 30 dia) e a partir de 51-53 mmHg
2o dia
3o dia
• IR: passou de 0,63 (A-antes do pneumotórax) para 0,32 por ocasião (B) do pneumotórax e 0,66 com a resolução do pneumotórax-C)
Hill, 1982
(grande aumento da velocidade do fluxo diastólico (devido ao aumento da PA sistêmica, principalmente diastólica)
Devido a deficiente autorregulação do FSC risco de hemorragia peri/intraventricular (pode ocorrer entre meia hora
até 24 horas após a ocorrência do pneumotórax)
PneumotóraxAplicações Clínicas
Encefalopatia hipóxico – isquêmica • IR: da velocidade diastólica final devido a:
da vasodilatação* ( hipoxia, acidose, PaCO2)
que leva à perfusão de luxúria Rotura de capilares da matriz germinativa e do plexo coróide hemorragia intraventricular*A persistente vasodilatação reflexo da deficiente autorregulação do FSC perfusão de luxúria
Encefalopatia Hipóxico-isquêmica
Encefalopatia hipóxico – isquêmica • No caso de grave edema cerebral:PIC> pressão de perfusão
(particularmente na diastólica)Doppler: ausência da diástole ou retrógrada
(péssimo prognóstico)Patognomônico de redução da perfusão cerebral
Hadani M, 1999
Severa asfixia
No estudo de Archer et al,1986 (a acurácia da predicção) :86%
• Stark et al, 1994: IR<60: severo atraso neurocomportamental na idade de 3 meses a 32
meses
• Rosenbaum et al,1996: significante correlação entre FSC e QI na infância , estando o alto FSC associado com menor QI (follow-up de 4 - 12 anos).
• O maior FSC nos pacientes com pior prognóstico neurológico e intelectual pode ser o reflexo de maior perda da autorregulação
cerebrovascular.
Encefalopatia Hipóxico-isquêmica Índice de prognóstico
Maior VFSC na BA do que na ACA: Este achado traduz: redistribuição dosangue para o tronco cerebral, às expensas da região cortical,
encéfalo, ou plexo coróide durante a asfixiaA BA fornece ao troco cerebral sangue rico em oxigênio. Um aumento da
VFSC na BA pode representar o fluxo de sangue redistribuído para o tronco cerebral em crianças severamente asfíxicas.
.
Encefalopatia Hipóxico-isquêmica Índice de prognóstico
Medição da VFSC na ACA e BA (artéria basilar). A Esquerda: o fluxo sanguíneo cerebral na ACA é detectado na frente do terceiro ventrículo. Á Direita, o fluxo sanguíneo cerebral na BA é
detectada em frente da ponte.ACA:artéria cerebral anterior BA:artéria basilar
Nishimaki S, 2008
• Skranes JR et al, 2014:valor prognóstico do IR≤0,55 em 45 RN com EHI sob Hipotermia
• IR precoce (11 h)/ IR tardio (62h)/ IR após reaquesc(89h)• -sem valor preditivo durante hipotermia• -persiste poderoso preditor após o reaquecimento.• Hipotermia:vasoconstrição cerebral/atenuar vasodilatação e hiperemia
cerebral
• Imanoglu EV, 2014:53 RN (26-34 seman): -23: sulfato de Magnésio antenatal -33: não uso
Houve aumento significativo na VFSC no grupo do MgSO4(1-5d)Explicando o efeito protetor nos eventos isquêmicos e lesões hipóxicas
cerebrais:NEUROPROTEÇÃO!
Sulfato de Mg pré-natal
Grupo do MgSO4
-VFSC flutuante - RN sob assistência ventilatória (assincônico com o respirador/PIP* elevadas: RISCO
ELEVADO DE HIV
Hemorragia Peri/Intraventricular
*VFSC:Velocidade do fluxo sanguíneo cerebral*PIP:pressão Inspiratória pulmonar
Precedendo a hemorragia intraventricular
• Estudo de Noori et al, 2014: 22 RN entre 23-27 sem: 5 com HIV grau IV e 1 com HIV grau I
• IR : deficiente função cardíaca Com a melhora: IR com aumento do fluxo sanguíneo
cerebral (mecanismo: isquemia-reperfusão)
NESTA FASE EVITAR HIPERCAPNIA >55mmHg
IR (fluxo diastólico zero)-Principalmente HIV SEVERA
(severa isquemia cerebral indicativo prognóstico)
Hemorragia Intraventricular (HIV)(Uma vez ocorrida)
Leucomalácia Periventricular
- IR (48 – 72 h de vida) RN que desenvolveram LPV
- IR nos RN com persistente hiperecogenicidade (“flares”)
*LPV: LEUCOMALÁCIAPERIVENTRICULAR
Mires GJ, 1994
Infarto cerebral
- IR: diminuição da VFSC foi observada na artéria cerebral anterior e
artéria carótida interna do lado afetado.
-Distinção do infarto perinatal (sinal Doppler completamente ausente nos
primeiros dias de vida ) do infarto pré-natal (sinal Doppler reduzido, mas
presente)
Messer J,1991
Sepse precoce
Basu S et al, 2006: VFSC em 90 RN com fatores de risco
para corioamnionite: 55 com sepse precoce x 35 RN
assintomáticos
-RN com sepse:IR de 0,43 ±0,13
-RN sem sepse: IR de 0,88 ±0,18P<0,001
Causa:pode ser parte da resposta à corioamnionite
-forte correlação com a Interleucina -6 -ocorre antes do aparecimento da clínica-resposta precoce à sepse com alta acurácia preditiva-associada com HIV e complicações desta
Hidrocefalia- Importante na identificação do PIC
- Necessidade da derivação - Melhor momento da derivação
- PIC IR (afeta o fluxo diastólico) estiramento/compressão das
artérias -Predição de bloqueio de shunt (Pope et al, 1991)
(Sensibil de 56%; Especific de 97%) Com a ventriculostomia ou derivaçãoVentrículo peritoneal queda significativa do IRMargotto, PR
HidrocefaliaAvaliação da Pressão Intracraniana
Taylor e Madsen (1996)Hipótese de Monro-Kellie
Durante a compressão (compressão leve do transdutor sobre a fontanela por 3 a 5 segundos), em crianças normais, o líquor e o sangue se distribuem em outros
compartimentos para compensar o aumento de volume resultante da compressão com conseqüente aumento da pressão intracraniana (nestes casos, o IR muda muito pouco); já nas crianças com hidrocefalia e hipertensão intracraniana, esta
compensação não ocorre, havendo aumento importante, da hipertensão intracraniana com alteração da perfusão cerebral e aumento do IR
Hipótese de Monro-Kellie: o volume do cérebro, o líquido cefalorraquidiano, o conteúdo vascular e outros componentes intracranianos são constantes.
Hidrocefalia
Sem aumento da pressãoIntracraniana
• IR (fluxo diastólico praticamente cessa) Por quê?-circulação cerebral: sistema de baixa resistência
com importante componente diastólico -diminuição do FSC se deve a deficiente
autorregulação (pré-termos)Consequências
• Injúria cerebral hemorrágica (alteração da VFSC)
• Isquêmica (“steal phenomena”: escape diastólico)
Persistência do Canal Arterial
Ultrassonografia Doppler cerebral no caso a seguir que realizamos no Hospital Port-Royal de Paris com Dra. Michell Mouset - Couchard.
Vejam a diástole reversa detectada na artéria pericalosa e o retorno ductal positivo (Doppler na artéria pulmonar)
Persistência do Canal Arterial
Persistência do Canal Arterial
RN e 29 sem,975g com PCA
72 horas após o ibuprofeno!
Margotto,PR
Persistência do Canal ArterialA indometacina tem um profundo efeito no FSC
Observem a seqüência em (A): antes da indometacina (B) com 10 minutos (C) com 2 horas e (D) com 12 horas, e vejam a diminuição da velocidade do fluxo sistólico final com um mínimo de fluxo reverso em (C ) e o retorno ao normal com 12 horas em (D).
Van Bel F, 1990
FSC(através da inibição da prostaglandina)
Morte Cerebral
-Sequência: perda do fluxo diastólico
fluxo retrógrado (diástole)
do fluxo sistólico até desaparecer
( da resistência cerebrovascular pela da pressão
cerebral pela necrose cerebral difusa e edema)
Fluxo diastólico reverso: a pressão intracranina>pressão
diastólica
Constitui uma técnica complementarMcMenamin e Volpe, 1983;Mata-Zubillaga D, 2012
(fluxo reverberantre)
Morte Cerebral
McMenamin e Volpe, 1983
5 dias de vida 13 dias de vida
• RN com EHI* (Sarnat grau 3),38 sem;2364g;PIG assim;Apgar de 2.4,4; ventilação mecânica
• -1ª Eco:2 dias de vida NORMAL
*EHI:encefalopatia hipóxico-isquêmica
Morte Cerebral(Necrose neuronal difusa)
Margotto, PR, 2013
21 dias de vida 25 dias de vida
Necrose do parênquima cerebral
Morte Cerebral (necrose neuronal difusa)
Margotto, PR, 2013
Segura, M, 2013
Hipoglicemia
- IR: FSC 2 a 3 x (glicemia: 30 mg%)- Recrutamento de capilares normalmente não perfundidos (indicação da existência de um sensor cerebral á glicose) (Skov, 1992)
GLICEMIA DE 30mg%
Policitemia/Exsanguineotransfusão
• IR: FSC normalizando após a ETp* (resposta fisiológica ao maior conteúdo do sangue arterial
• Assim: avaliar sempre o hematócrito ao estudar o FSC
-Anemia: IR• Cada 5% /Htc - FSC em 11 ml/100g/min (Alterações no conteúdo de O2)
• risco de hemorragia intraventricular nos pré-termos
*ETp: exanguineotransfusão parcial
RN pequeno para Idade Gestacional IR: FSC
( Reflexo da situação intrauterina: hipóxica crônica
Vasodilatação via prostaglandina)
Enterocolite Necrosante
Malformações arteriovenosa da Veia de Galeno
- 95% dos casos ICC- Hidropsia fetal não imune- Grande estrutura cística atrás do 3º V e a placa quadrigeminal hidrocefalia obstrutiva
compressão do 3 º ventrículo/Arqueduto- US Doppler: Fluxo dentro do aneurisma assim como artérias originando das artérias cerebrais posterior e média.
Malformações arteriovenosa da Veia de Galeno
Malformações arteriovenosa da Veia de Galeno US Doppler – Aneurisma Veia de Galeno
RN com “grande cisto no plexo coróide “ e grave ICCAusculta de crânio: sopro na região posterior
Malformações arteriovenosa da Veia de Galeno
RN 2º gemelar, “hidrocefalia intrautero”; cesariana, 38 semanas de gestação; peso ao nascer de 2155g; Apgar de 9 e 10. Alta em boas condições, no terceiro dia de vida. Com 9 dias de vida, deu entrada na Unidade de Neonatologia do HRAS com grave quadro de insuficiência cardíaca congestiva.
Malformações arteriovenosa da Veia de Galeno
Aneurisma Veia de Galeno
Margotto, PR
2003
Alterações na Velocidade do Fluxo Sanguíneo Cerebral (VFSC) em diversas Patologias Neonatais.
Conclusões: Importância- Repercussões hemodinâmicas na circulação cerebral de patologias/procedimentos Auxilia no prognóstico- Diminuição da morbimortalidade decorrente de complicações do SNC- Aplicação clínica: encefalopatia, hipóxico-isquêmica, morte encefálica, RN Ventilados, HIV e LPV, PCA, hidrocefalia, etc
Margotto, PR
Obrigado!Obrigado!
Referência: Margotto.PR. Neurossonografia neonatalESCS; Brasília, 2013
NEUROSSONOGRAFIA NEONATAL
Drs. Nélio S. Filho, Rosimeire F. Garcia, Paulo R. Margotto, Maria Montserrat LM de Siqueira, Livia Rios, Naima Hamidah