Fascículos ENEM 2013 - fascículo 01.pdf

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Universidade Aberta do Nordeste e Ensino a Distância são marcas registradas da Fundação Demócrito Rocha. É proibida a duplicação ou reprodução deste fascículo. Cópia não autorizada é Crime. Ciências Humanas e suas Tecnologias História, Geografia, Filosofia e Sociologia e Atualidades Adriano Bezerra, Dawison Sampaio, João Saraiva, Olavo Colares e Zilfran Varela 01

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Ciências Humanase suas TecnologiasHistória, Geografia, Filosofia eSociologia e AtualidadesAdriano Bezerra, Dawison Sampaio, João Saraiva, Olavo Colares e Zilfran Varela 01

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Caro EstudanteEste material didático, elaborado pelos professores do Colégio e do Sistema Farias Brito de Ensino, e estruturado em 16

fascículos, segundo as Matrizes de Referência do Novo Enem, segue o seu principal eixo norteador, que é aproximar os

conteúdos teóricos de sua aplicação em nosso cotidiano.

Aqui você encontrará uma breve revisão teórica dos principais Objetos de Conhecimento trabalhados nesse novo exame

em cada Área do Conhecimento, além da interação com outros importantes recursos pedagógicos, como a apresentação de

questões comentadas e de diferentes tipos de exercícios, que serão resolvidos pela equipe de professores da Organização

Educacional Farias Brito, em diferentes programas de rádio e TV. Tudo isso é parte integrante de um projeto maior, pensado

para apoiar e garantir o seu ingresso na Universidade.

Com a evolução dos processos seletivos, mais do que nunca, faz-se necessário ir muito além da aquisição de informações.

É preciso apropriar-se delas, saber com clareza quando, como e para que finalidade elas servirão e reconhecê-las nas mais

simples situações do nosso dia a dia, ou seja, transformá-las em conhecimento. Para apoiar esse processo, as Competências

e Habilidades referentes a essas Áreas do Conhecimento também foram consideradas para a construção de cada fascículo e

serão apresentadas de forma integrada, no material, de maneira a facilitar o seu estudo.

Neste primeiro fascículo trabalharemos com a área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, buscando abordar

diferentes assuntos que tratam do aspecto humano do homem, relacionados à democracia e cidadania, demografia do

Brasil e globalização e revalorização da identidade cultural.

Venha aprender conosco!

Nesta seção vamos trabalhar com um assunto muito im-portante para todos nós: democracia e cidadania. Esse tema é sempre destaque e pode ser associado a um con-junto de habilidades da matriz de referência para a área de Ciências Humanas e suas Tecnologias do Novo Enem, onde poderemos observar o papel da justiça na estrutu-ração das sociedades (H-12), as lutas sociais que resulta-ram na modificação na legislação ou nas políticas públicas (H-22), a importância dos valores éticos (H-23), a re-lação entre cidadania e democracia na organização das sociedades (H-24) e identificar estratégias que promovam formas de inclusão social (H-25).

Quantos hoje, num universo superior a 190 milhões de brasileiros, sabem verdadeiramente o que é cidadania? Ser cidadão é somente ter direito ao voto? Circunstâncias apa-rentemente simples como abrir uma conta em um ban-co, tirar carteira de habilitação ou passaporte, participar de uma ONG, submeter-se a concursos ou até mesmo ser candidato a cargos eletivos estão ligadas à cidadania.

Bem, historicamente, podemos associar a origem do pensamento político à Grécia Antiga, mas desde o sur-gimento das primeiras civilizações no Crescente Fértil, a relação dos indivíduos e o Estado e também entre si mes-mos constituíam importantes objetos de estudo de diver-sas ciências sociais. Nessas relações é indispensável obser-varmos os conceitos de política, cidadania e democracia, embora ressalte-se que tais conceitos costumam variar no tempo e no espaço.

Primeiramente sobre política, podemos inferir, dentro das várias definições possíveis, que em sentido estrito é

a arte ou ciência de governar, dirigir e administrar e em sentido genérico, designa o estudo do fenômeno do po-der. Tomando como referência a expressão atribuída ao sábio grego Aristóteles de que “o homem é um animal político”, podemos de certa forma compreender a neces-sidade dos elementos que constituem uma sociedade de participar das decisões a serem tomadas, e é aí que entra outro conceito, o de cidadania. Cidadania vem do latim, civitas, “cidade” e etimologicamente indica aquele que vive na cidade, mas com os gregos antigos este conceito foi substancialmente ampliado e atualmente compreende uma complexa relação de direitos e deveres atribuídos aos indivíduos que integram uma Nação. Foram os gregos os primeiros a estruturar o pensamento político, dividindo-o em categorias, sendo as formas puras classificadas em mo-narquia, aristocracia e democracia e as formas impuras em tirania, oligarquia e demagogia. Segundo Kalina Vanderlei Silva, “historicamente, a cidadania é, muitas vezes, confun-dida com democracia, ou seja, com o direito de participa-ção política, de votar e ser votado. No entanto, nem o voto é uma garantia de cidadania, nem a cidadania pode ser resumida ao exercício do voto”1. Dessa forma, observamos que reconhecer a cidadania nem sempre é estabelecer um modelo democrático de governo, isto é, voltado para os interesses do povo, afinal Esparta não conheceu a de-mocracia, mas reconhecia os esparciatas, descendentes dos conquistadores dóricos, como cidadãos legítimos. Na Grécia Antiga, o direito à cidadania era resultado do grau de parentesco que possuíam com o geronte, líder mais

1 Kalina Vanderlei Silva e Maciel Henrique Silva. Dicionário de Conceitos Históricos.

Objeto do Conhecimento

Democracia e Cidadania

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3Universidade Aberta do Nordeste

antigo dos genos, sendo, portanto, um eupátrida (bem nascido), o que lhe garantia privilégios e obrigações es-pecíficas (terras, religião gentílica e direito ao voto) sendo um mecanismo de exclusão para mulheres, estrangeiros e escravos. Dessa forma, diferentemente do conceito mo-derno, a democracia na Grécia era para poucos e exercida diretamente, cabendo a cada cidadão, discutir e aprovar em votação os projetos públicos. Atualmente, via de regra, a população detentora de direitos políticos indica seus re-presentantes para elaborar e votar projetos ou para gerir os negócios do Estado.

O conceito atual de cidadania e democracia foi resul-tado das transformações políticas e sociais do século XVII e XVIII com as Revoluções Burguesas em que teóricos como John Locke, Voltaire e Montesquieu buscavam superar o Antigo Regime, substituindo o Estado de Nascimento, de origem feudal, pelo Estado de Direito. Analisando critica-mente, podemos perceber que os documentos jurídicos que surgiram da Independência das 13 colônias e da Revolução Francesa, ratificados mais tarde pela ONU na Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, não são necessariamente contra as desigualdades, mas contra o critério delas, como observou o historiador Eric Hobsbawm ao se referir sobre a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789: “Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica de privilégios nobres, mas não um manifesto a favor de uma socieda-de democrática e igualitária.” A exaltação do trabalho, da preparação pessoal e da competição exigem regras que garantam aos seus participantes igualdade de condições na disputa, mas ao final apenas o mais competente, o mais apto triunfará.

No Brasil, as primeiras manifestações do sentimento de cidadania podem ser observadas nos movimentos sociais que questionavam o Pacto Colonial (ex. na Inconfidên-cia Mineira e na Conjuração Baiana) e permearam outras grandes passagens da história nacional como a Campanha Abolicionista, a Proclamação da República e a Redemo-cratização do País após o regime militar, quando cantar o hino nacional e estar nas ruas e praças era expressão direta de liberdade e cidadania.

Nesses e em outros momentos, percebemos a grande contradição entre os ideais propostos e o resultado final desses processos, gerando certa frustração em determina-dos episódios. Tomemos como exemplo o clima de espe-rança que se verificou após a Proclamação da República, afinal, trará o novo regime a cidadania que o Império li-mitava? A esperança durou pouco, pois a Constituição de 1891 acabou cerceando o direito político da grande maioria da população e favorecendo a corrupção ao es-tabelecer, em linhas gerais, o voto aberto, direto, apenas aos homens maiores de 21 anos e que fossem alfabetiza-dos. Não obstante a tais frustrações, observamos que nos momentos em que a democracia foi ameaçada na fase re-publicana, com o poder legislativo fechado ou colocado em recesso, com os meios de comunicação colocados sob censura, regidos por projetos constitucionais autoritários

como os de 1937 e 1967, foram inúmeras as iniciativas da sociedade em busca da reconstrução dos direitos políticos e sociais. Lembremos, então, do célebre Manifesto dos Es-critores Mineiros pelo fim do Estado Novo de Vargas, bem como da atuação da Ordem dos Advogados do Brasil e do Comitê Brasileiro de Anistia, ou ainda, da campanha Dire-tas Já no contexto do regime militar.

Atualmente, apesar da definição constitucional de Re-pública Federativa e de Estado Democrático de Direito, podemos perceber que o processo democrático, ainda em fase de construção, já deu sinais de evolução em se tratan-do de uma jovem democracia (tomado como referência o ano de 1985 com o fim do regime militar). A Constituição de 1988 é o signo maior desse processo histórico, sendo denominada de Constituição Cidadã, pois reestabeleceu as liberdades individuais e ampliou sensivelmente os direi-tos sociais e coletivos, abordando temas específicos como meio ambiente, leis trabalhistas, racismo, legislação indí-gena, reforma agrária, etc... Dessa evolução jurídico-cons-titucional, podemos citar ainda o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso. Politicamente, men-cionamos que nesse período a nação elegeu e retirou de forma legal (Impeachment) o primeiro presidente eleito por voto direto após 29 anos de pleito indireto, Fernando Collor de Mello, envolvido em escândalos de corrupção. Quanto ao sistema eleitoral, o Brasil possui um dos mais rápidos e eficientes processos de apuração devido à infor-matização do voto. A ação da sociedade civil organizada em movimentos como o Ação Cidadania contra a fome, a miséria e pela vida, o Movimento pela Ética na Política, Viva Rio, também são mostras da evolução do pensamen-to cidadão.

É verdade que ainda há muito a ser conquistado, es-pecialmente no que se refere a despertar na população como um todo, o interesse pela fiscalização da gestão pú-blica, para que se consiga inibir a corrupção, reconheci-damente a grande mazela que compromete as bases da democracia no sistema político brasileiro. Nesse sentido, a justiça tem papel fundamental através das ações do Mi-nistério Público e dos Tribunais de Contas e de iniciativas como a Ação Popular, a Ação Civil Pública, na fiscalização dos gastos públicos, assegurando o cumprimento das leis e impedindo eventuais abusos de poder.

Um primeiro passo para a formação de uma mentali-dade cidadã é a compreensão da forma como estão orga-nizados os poderes na esfera federal, estadual e municipal. Afinal, quem responde pelo poder executivo, legislativo e judiciário?

No caso do poder executivo, temos na esfera federal o Presidente da República, os Governadores nos estados e os Prefeitos nos municípios. Como o Brasil é uma repú-blica federalista e presidencialista, o Presidente da Repú-blica responde tanto pela chefia de Estado (o mais alto representante público de um Estado-Nação) como pela chefia de Governo (controla o poder executivo), embora aos estados seja assegurado constitucionalmente sua au-tonomia. Note que no parlamentarismo a chefia de go-

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verno fica a cargo do Primeiro Ministro, indicado a partir da maioria do parlamento. Ao poder legislativo cabe, em primeiro plano, a elaboração das leis que a nível federal é atribuição do Congresso Nacional, formado pelos 513 de-putados federais e pelos 81 senadores que também têm função de fiscalizar o poder executivo. Nos estados, cabe aos deputados estaduais e nos municípios aos vereadores, realizar tais funções. De acordo com a legislação em vigor, os deputados federais são eleitos por estado. Cada esta-do tem uma representação proporcional a sua população, definida por lei complementar, porém com o número mí-nimo de oito e máximo de setenta deputados por estado2. No entanto, perceba, que no Senado, todas as 26 unidades da Federação e o Distrito Federal possuem a mesma repre-sentatividade, com três senadores cada, renovados a cada 4 anos intercaladamente na proporção 1/3 e 2/3 e com mandatos de 8 anos. Importante atribuição para o equilí-brio entre os poderes tem o Judiciário (Supremo Tribunal Federal, Conselho Nacional de Justiça, Superior Tribunal de Justiça, Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais e nos Estados, os Tribunais de Justiça e Juízes de Direito), sua função geral é zelar pelo cumprimento das leis e que a sua interpretação seja uniforme. Vale lembrar ainda que no Brasil existem os segmentos específicos da justiça, como por exemplo, a Justiça Eleitoral, a Justiça do Trabalho e a Justiça Militar.

Além do conhecimento do processo político, o com-bate a miséria e a pobreza, não apenas com programas assistencialistas, mas com políticas públicas de inclusão social, são essenciais para garantir a dignidade humana e por consequência, o estabelecimento da cidadania na sua plenitude.Nesse sentido, podemos citar o pensamento do sociólogo Herbert de Souza que afirma que são cinco os princípios da democracia: liberdade, participação, diversi-dade, solidariedade e igualdade, e que, separadamente, já seriam capazes de transformar o mundo.

Eis, pois, o grande desafio da democracia: abandonar o “eu individual” e coletivamente, baseados em valores éti-cos, criar condições para a aplicação integral destes cinco princípios de maneira simultânea.

Questão Comentada

|C5-H24|Analise as imagens a seguir.Imagem I – Eleições na República Velha

Detalhe da Charge “Como se faz uma eleição”, de Amaro.Revista da Semana, nº 495, 1909, Rio de Janeiro. Biblioteca Nacional.

2 http://www2.camara.gov.br/a-camara/conheca/ layouts_conhecacamara_numero_deputados. Acesso em: 26,jun.2011.

Imagem II – Eleições no Brasil Contemporâneo

Urna eletrônica usada a partir dos anos 90.

Imagem III – Proporção do eleitorado inscrito em relação à população brasileira: 1930-2000

Adaptado de GOMES, Ângela et. al. A República no Brasil.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

O voto é o componente mais perceptível, signo maior dos regimes democráticos associado à cidadania. A preocupação com a lisura do processo é, portanto, salu-tar na consolidação dos valores democráticos. Com rela-ção ao processo eleitoral do Brasil nesses mais de 120 anos de República, marque a alternativa correta.a) A imagem I retrata as práticas eleitorais que marcaram a reali-

dade brasileira até o início da Nova República em 1985, quan-do foi criada a Justiça Eleitoral e o voto eletrônico.

b) Com a utilização da urna eletrônica nas últimas décadas, a Justiça Eleitoral impossibilitou qualquer tipo de fraude e cor-rupção durante as eleições.

c) As imagens I e II refletem práticas constantes da realidade eleitoral brasileira.

d) Apesar de representarem épocas distintas, os dois momen-tos apresentam algumas características em comum, como o voto secreto e a participação da maioria da população nas eleições.

e) Ocorreu gradativa universalização do voto (o voto feminino na década de 1930 e dos analfabetos na década de 1980), as-sim como a moralização do processo eleitoral, como sugere a imagem III.

Solução Comentada: Ao longo da República, o processo eleitoral sempre foi um momento especialmente significativo para o exercício da cidadania, porém nem sempre foi extensivo a uma grande parcela da população. Na Primeira República, de acordo com a Constituição de 1891, o voto só era permitido aos homens desde que maiores de 21 anos e alfabetizados, excluindo obviamente as mulheres e ainda padres, soldados e mendigos. Durante a Era Vargas, a lei eleitoral de 1932 estendeu o direito de voto às mulheres, que foi confirmado constitucionalmente, em 1934. Com o processo de redemocratização em meados dos anos 1980, especialmente, com a Constituição de 1988, o direito ao voto foi substancialmente ampliado, passando a ser

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5Universidade Aberta do Nordeste

permitido, em caráter facultativo, inclusive aos jovens maiores de 16 anos e menores de 18 anos, analfabetos e índios. Quanto à legitimidade e lisura, o processo eleitoral na Primeira República ficava seriamente comprometido devido a práticas de corrupção (coronelismo) facilitadas pelo voto aberto, que permitia a intimidação do eleitor, que ficava exposto a pressões dos grupos dominantes, e pela ausência de um órgão que pudesse coibir tais práticas, como a Justiça Eleitoral, criada posteriormente no início dos anos 1930, durante a Era Vargas. Consolidada a redemocratização, a introdução da urna eletrônica, em meados dos anos 1990, tem contribuído para a legitimidade do resultado das urnas, em grande parte pela impossibilidade de burlar a segurança dos equipamentos, como assegura a Justiça Eleitoral. Devemos destacar, porém, que o simples uso da urna eletrônica não impede outras formas de fraude do processo eleitoral, como por exemplo, o abuso do poder econômico com compra de votos por parte de alguns candidatos.

Resposta correta: e

Para Fixar

|C3-H13, H15|01. Leia os textos a seguir.

Texto ITRECHO DA DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS“São verdades incontestáveis para nós: que todos os ho-mens nascem iguais; que lhes conferiu o Criador certos direitos inalienáveis, entre os quais o de vida, o de liber-dade e o de buscar a felicidade; que, para assegurar esses direitos, se constituíram entre os homens governos, cujos poderes justos emanam do consentimento dos governa-dos; que, sempre que qualquer forma de governo tenda a destruir esses fins, assiste ao povo o direito de mudá-la ou aboli-la, instituindo um novo governo, cujos princípios bá-sicos e organização de poderes obedecem às normas que lhes pareçam mais próprias para promover a segurança e a felicidade gerais.” AQUINO, 2005, p. 203.

Texto IIDECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃONo dia 26 de agosto de 1789, a Assembleia Nacional Cons-tituinte proclamou a célebre Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, tendo como base o ideário burguês do Iluminismo. Entre os principais pontos defendidos por esse documento, destacam-se: • o respeito, pelo Estado, à dignidade da pessoa humana; • a liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei; • o direito à propriedade individual; • o direito de resistência à opressão política; • a liberdade de pensamento e de opinião.

De maneira solene, a Declaração tornava explícitos os pressupostos filosóficos sobre os quais deveria ser cons-truída a nova sociedade liberal burguesa.COTRIM, 1994, p. 290.

A análise dos textos nos permite compreender que os docu-mentos:

a) baseados no princípio da igualdade jurídica, asseguraram a participação política a todas as camadas sociais, após a con-solidação dos processos revolucionários.

b) foram baseados em princípios iluministas, revolucionários no sen-tido de combate aos privilégios burgueses no Antigo Regime.

c) consolidaram os ideais burgueses de garantia de direitos aos cidadãos, independentemente de classe social, religião ou cor da pele.

d) serviram de base para a estruturação de Estados controlados pela burguesia, que porém, não asseguraram a plenitude de direitos a toda a população.

e) asseguravam as liberdades individuais e impossibilitaram a ma-nutenção de exclusões sociais e políticas na França e nos EUA.

|C5-H23|02. Observe as imagens a seguir.

Disponível em: <http://www.historiabrasileira.com/brasil-republica/governo-de-janio-quadros> Acesso em: 26/06/2011

Disponível em: <http://totalanos60.blogspot.com/2010/09/governo-de-janio-quadros.html>Acesso em: 26/06/2011

Disponível em: <http://letraemmovimento.wordpress.com/2009/08/12/collor-60-anos> Acesso em: 26/06/2011

Disponível em: <http://tudonahora.uol.com.br/noticia/politica/2011/05/10/140443/duas-decadas-depois-stj-diz-que-campanha-de-collor-a-presidencia-em-1989-foi-legal>

A distância de praticamente 29 anos que separa os dois personagens não impediu que estes tivessem práticas eleitorais semelhantes e que diante de momentos de crise utilizassem do recurso da renúncia aos seus mandatos. Sobre os contextos históricos que marcaram as eleições destes dois personagens, marque a opção correta.

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Fique de Olho

a) Ambos primaram pela ética e apresentavam-se ao eleitorado como alternativas às velhas práticas políticas vigentes, buscando se distanciar dos tradicionais partidos políticos, dos quais não receberam apoio, mas apenas Jânio desfrutava de simpatia da mídia.

b) O estilo personalista e teatral foram marcas dos dois candidatos que fizeram uso de discursos eloquentes pautados na ética, prometendo combater a corrupção. O primeiro usava como símbolo a vassourinha, o segundo prometia acabar com os funcionários fantasmas denominados de “marajás” do governo.

c) Enquanto o primeiro candidato se apoiou nas esquerdas para chegar ao poder, contando com o apoio do PCB, o segundo

Dando continuidade aos nossos estudos na área de Ciên-cias Humanas e suas Tecnologias, nessa seção trataremos dos aspectos demográficos relativos à população brasileira, em particular às novas informações colhidas pelo Censo De-mográfico do IBGE. Além do número de habitantes, a demo-grafia procura conhecer o local onde as pessoas moram, a idade, o sexo, a cor, as condições sociais, a mobilidade social, a mobilidade espacial, entre outros aspectos. Essas informa-ções são de suma importância para que os governantes ela-borem projetos voltados para as carências das populações, sem que haja desperdícios dos recursos públicos. Espera-mos que através desta seção você possa conhecer melhor os aspectos principais da nossa população e que eles sejam úteis para o seu desempenho no Enem e melhor compre-ensão da realidade brasileira.

A ONU define censo como o conjunto das operações que consistem em recolher, agrupar e publicar dados de-mográficos, econômicos e sociais relativos a um momento determinado ou em certos períodos, a todos os habitantes de um país ou território. Esse estudo é realizado normal-

promoveu um discurso anticomunista, fazendo sérias acusações ao seu adversário no pleito, inclusive envolvendo a sua vida pessoal.

d) Os dois candidatos tiveram em sua plataforma de campanha um discurso ético-moralista, mas acabaram se envolvendo em escândalos de corrupção. Neste caso, o resultado para os dois foi a cassação de seus mandatos pelo Congresso Nacional.

e) Ambos são considerados verdadeiros fenômenos eleitorais e terminaram seus mandatos de formas diferentes, o primeiro desfrutou de grande prestígio junto à sociedade, já o segundo, completamente desgastado pelos escândalos de corrupção, jamais seria eleito para um novo mandato político depois de sua cassação.

Veja como se observa, na prática, o papel da justiça na es-truturação das sociedades, como propõe a habilidade 12.

STJ TAMBÉM RECONHECE UNIÃOESTÁVEL GAY

Julgamento paralisado em fevereiro foiretomado após decisão do Supremo

Uma semana após o STF (Supremo Tribunal Federal) equi-parar as relações entre parceiros do mesmo sexo aos casais tradicionais, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) reconhe-ceu a união estável de dois homens, nesta quarta-feira (11). O julgamento da Segunda Seção do STJ foi retomado após quase três meses de paralisação. Em fevereiro, o ministro Raul Araújo pediu vista ao recurso apresentado pelo au-tor, que mora no Rio Grande do Sul, que pleiteava que sua

relação fosse considerada estável. A relatora do caso, mi-nistra Nancy Andrighi, lembrou que o Brasil é signatário da convenção pelos direitos humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) e, portanto, deve eliminar comporta-mentos segregatícios e conceder tratamento igual a casais homo e heterossexuais. A negação aos casais homossexuais dos seus direitos impossibilita a realização de dois objetivos: a erradicação da marginalização e a promoção do bem de todos. A legis-lação que regula a união estável deve ser interpretada de forma expansiva para que o sistema jurídico possa oferecer a devida proteção. Disponível em: <http://noticias.r7.com/brasil/noticias/stj-tambem-reconhece-uniao-estavel-gay-20110511.html?question=0> Publicado em 27, jun. 2011

Objeto do Conhecimento

Censo 2010mente a cada 10 anos, na maioria dos países subdesenvol-vidos e a cada 5 anos, nas nações desenvolvidas.

Os chineses e os romanos elaboraram os primeiros censos conhecidos. A finalidade desse trabalho na época era militar e fiscal. O mais remoto censo que se tem notícia é o da China, que teria ocorrido em 2238 a.C., quando o imperador Yao mandou realizar um censo da população e das lavouras cultivadas. Na antiga Roma era o censo que matinha o moral público e levava ao governo central as informações sobre o estado geral da população.

No Brasil, o primeiro censo foi realizado no ano de 1872. Atualmente, o responsável pelos censos é o IBGE (Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatística), que desde 1936, quando o instituto foi criado, realiza o Censo Demográfico. Os censos demográficos são planejados para serem exe-cutados nos anos de finais zero, ou seja, a cada dez anos. Dessa forma, o último censo realizado no Brasil foi no ano 2010. No intervalo entre dois censos demográficos, realiza-se a contagem da população.

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7Universidade Aberta do Nordeste

Dados gerais do Censo 2010O Brasil tem 190.755.799 habitantes. É o que constata a Sinopse do Censo Demográfico 2010, que contém os pri-meiros resultados definitivos do XII Recenseamento Geral do Brasil. O Censo visitou 67,5 milhões de domicílios em 5.565 municípios. É a mais complexa operação estatística realizada por um país, sobretudo quando ele tem dimen-sões continentais como o Brasil, com 8.515.692,27 km2, distribuídos em um território heterogêneo, muitas vezes de difícil acesso, composto por 27 Unidades da Federação e 5.565 municípios. Trabalharam nessa operação 230 mil pessoas, sendo 191 mil recenseadores. Foi investido R$ 1,2 bilhão durante o ano de 2010, o equivalente a quatro dó-lares por habitante.

Crescimento demográficoA população do Brasil alcançou a marca de 190.755.799 ha-bitantes na data de referência do Censo Demográfico 2010 (noite de 31 de julho para 1° de agosto de 2010). A série de censos brasileiros mostra que a população experimentou sucessivos aumentos em seu contingente, tendo crescido quase vinte vezes desde o primeiro recenseamento realiza-do no Brasil, em 1872, quando tinha 9.930.478 habitantes.

Segundo foi apurado, ocorreu um crescimento médio geométrico anual de 1,17%, a menor taxa observada na série em análise:

População e taxa média geométrica decrescimento anual – Brasil – 1872/2010

DatasPopulaçãoresidente

Taxa média geomé-trica de crescimento

anual (%)

01/08/1872 9.930.478 2,01

31/12/1890 14.333.915 1,98

31/12/1900 17.438.434 2,91

01/09/1920 30.635.605 1,49

01/09/1940 41.165.289 2,39

01/07/1950 51.941.767 2,99

01/09/1960 70.070.457 2,89

01/09/1970 93.139.037 2,48

01/09/1980 119.002.706 1,93

01/09/1990 146.825.475 1,64

01/08/2000 169.799.170 (1)

01/08/2010 190.755.799 1,17

Recenseamento do Brasil 1872-1920, Rio de Janeiro: Diretoria Geral de Estatística, 1872-1930; e IBGE, Censo Demográfico 1940/2010.(1) Para a obtenção da taxa do período de 2000-2010 foram utilizadas as popula-

ções residentes em 2000 e 2010, sendo que para este último ano foi incluída a população estimada (2,8 milhões de habitantes) para os domicílios fechados.

Regiões Norte e Centro-Oeste apresentam maior crescimento populacionalEntre 2000 e 2010, o crescimento populacional não se deu de maneira uniforme entre as Grandes Regiões e Unida-des da Federação. As maiores taxas médias geométricas de crescimento anual foram observadas nas regiões

Norte (2,09%) e Centro-Oeste (1,91%), onde a compo-nente migratória e a maior fecundidade contribuíram para o crescimento diferencial. As regiões Nordeste (1,07%) e Sudeste (1,05%) apresentaram um crescimento popula-cional semelhante. A região Sul (0,87%) obteve o menor crescimento. As regiões mais populosas foram a Sudeste (com 42,1% da população brasileira), Nordeste (27,8%) e Sul (14,4%), Norte (8,3%) e Centro-Oeste (7,4%). Os estados mais populosos do Brasil – São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Rio Grande do Sul e Paraná – concentram, em conjunto, 58,7% da população total do País.

Municípios mais populososEntre os municípios mais populosos, 15 apresentaram população superior a 1 milhão de habitantes. Os três mu-nicípios mais populosos continuaram sendo São Paulo (11.244.369 habitantes), Rio de Janeiro (6.323.037) e Salva-dor (2.676.606). Belo Horizonte (2.375.444) passou a ser o sexto mais populoso em 2010, sendo superado por Brasília (2.562.963) e Fortaleza (2.447.409).

Municípios mais populosos

Município 2010

São Paulo – SP 11.244.369

Rio de Janeiro – RJ 6.323.037

Salvador – BA 2.676.606

Brasília – DF 2.562.963

Fortaleza – CE 2.447.409

Belo Horizonte – MG 2.375.444

Manaus – AM 1.802.525

Curitiba – PR 1.746.896

Recife – PE 1.536.934

Porto Alegre – RS 1.409.939

Municípios menos populosos

Miguel Leão – PI 1.253

Uru – SP 1.251

André da Rocha – RS 1.216

Cedro do Abaeté – MG 1.212

Nova Castilho – SP 1.127

Araguainha – MT 1.095

Oliveira de Fátima – TO 1.035

Anhanguera – GO 1.017

Serra da Saudade – MG 815

Borá – SP 805

Urbanização O grau de urbanização passou de 81,2%, em 2000, para 84,4%, em 2010. Esse incremento foi causado pelo próprio crescimento vegetativo nas áreas urbanas, além das mi-grações com destino urbano. A região Sudeste continua sendo a mais urbanizada do Brasil (92,9%), seguida pelas regiões Centro-Oeste (88,8%) e Sul (84,9%), enquanto as

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8

regiões Norte (73,5%) e Nordeste (73,1%) têm mais de 1/4 dos seus habitantes vivendo em áreas rurais. Rio de Janei-ro (96,7%), Distrito Federal (96,6%) e São Paulo (95,9%) são as Unidades da Federação com maiores graus de urbani-zação. Os estados que possuem os menores percentuais de população vivendo em áreas urbanas estão concentra-dos nas regiões Norte e Nordeste, sendo que Maranhão (63,1%), Piauí (65,8%) e Pará (68,5%) apresentam os índices abaixo de 70%.

Estrutura de gêneroSegundo o Censo Demográfico 2010, há no Brasil uma re-lação de 96 homens para cada 100 mulheres, como resul-tado de um excedente de 3.941.819 mulheres em relação ao número total de homens. A região Norte é a única que apresenta o número de homens superior ao de mulhe-res (relação de 101,8 para cada 100), sendo que todos os seus estados apresentam também razão de sexo superior a 100%. Nas demais regiões, as razões de sexos são as se-guintes: Centro-Oeste, 98,6 homens para cada 100 mulhe-res; Sul, 96,3 homens para cada 100 mulheres; Nordeste, 95,3 homens para cada 100 mulheres respectivamente; e

Sudeste, 94,6 homens para cada 100 mulheres.

Estrutura etáriaO alargamento do topo da pirâmide etária pode ser obser-vado pelo crescimento da participação relativa da popula-ção com 65 anos ou mais. A região Norte, apesar do contí-nuo envelhecimento observado nas duas últimas décadas, ainda apresenta uma estrutura bastante jovem, devido aos altos níveis de fecundidade no passado. A região Nordeste ainda tem, igualmente, características de uma população jovem. Sudeste e Sul apresentam evolução semelhante da estrutura etária, mantendo-se como as duas regiões mais envelhecidas do País. A região Centro-Oeste apresenta uma estrutura etária e uma evolução semelhante às do conjunto da população do Brasil.

População total: 190.732.694 habitantesPopulação com 60 anos ou mais: 20.555.262 habitantesHomens nesta faixa etária: 4,81% do totalMulheres nesta faixa etária: 5,97% do total% da população com 60 anos ou mais: 10,78% do total

Média de moradores por domicílio cai para 3,3No Brasil, a densidade domiciliar, relação entre as pessoas moradoras nos domicílios particulares ocupados e o nú-mero de domicílios particulares ocupados, apresentou um declínio de 13,2% no último período censitário, mais acen-tuado que os 9,6% observados entre os Censos de 1991 e 2000, passando de 3,8, em 2000, para 3,3, em 2010. Esse comportamento persistiu tanto na área urbana quanto na área rural. A região Norte tem a maior densidade domici-liar, enquanto a Sul apresenta a menor.

Outras informações: • Pela primeira vez na história do Censo, a população do Brasil

deixa de ser predominantemente branca. Pelos dados de 2010, as pessoas que se declararam brancas são 47,73% da população. Mais pessoas passaram a se declarar pretas (7,6%) e pardas (43,1%) ao IBGE. Juntas, representam 50,7% da população.

• O Governo Federal definiu o critério para o limite da miséria – renda de até R$ 70 por mês – e divulgou que 16,2 milhões de pessoas se encaixam nele.

• De 1940 até 2010, a taxa de fecundidade diminuiu 68,3% e caminha para 1,9 filho por mulher, abaixo da taxa de reposição.

• A nova expectativa de vida do brasileiro é de 73,1 anos. Entre as mulheres são registradas as menores taxas de mortalidade. Elas representam 55,8% das pessoas com mais de 60 anos. No período avaliado, a expectativa de vida feminina passou de 73,9 anos para 77 anos. Entre os homens, passou de 66,3 anos para 69,4 anos.

• “Bônus demográfico” (ou “janela de oportunidade demográfica” ou “dividendo demográfico”), termo que indica um momento único na história de um país no qual o número de pessoas entre 15 e 64 anos de idade supera o número de crianças e pessoas idosas. No caso do Brasil, esse período deverá ocorrer nas três primeiras décadas do século XXI, até 2030, quando o número de pessoas idosas começará a superar o de pessoas jovens e adultas.

• A nova pesquisa realizada nos mostra que a classe média brasileira, a classe C, passou para 53% da população em 2010.

• Apenas 55,4% dos 57,3 milhões de domicílios estão ligados à rede geral de esgoto. O lixo é coletado em 87,4% dos lares e o abastecimento de água por meio de rede geral de distribuição atende a 82,9% dos domicílios.

• Segundo o IBGE, houve melhora no analfabetismo, que hoje afeta 9% da população brasileira, pois eram 12,9% em 2000. Em números absolutos, 14,6 milhões de pessoas não sabem ler nem escrever, de um universo de 162 milhões de pessoas com mais de 10 anos.

Taxas de Analfabetismo

2000 2010

Brasil 13,6% 9,6%

Norte 16,3% 11,2%

Nordeste 26,2% 19,1%

Centro-Oeste 10,8% 7,2%

Sul 7,7% 5,1%

Sudeste 8,1% 5,5%

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9Universidade Aberta do Nordeste

Questão Comentada

|C2-H6|A análise do gráfico e os conhecimentos sobre a dinâmica demo-gráfica permitem afirmar que no grupo de países:

População por IdadeAnos % Total, Estimativa para 2010

% 25 20

80+

Países 1 Países 2

70-79

60-69

Ano

s

50-59

40-49

30-39

20-19

10-19

0-9

15 1510 100 5

Divisão da População da ONU.

a) 1, a idade média da população supera os 30 anos, o que significa um elevado potencial de população economicamente ativa.

b) 1, os governos locais necessitam criar políticas que atendam à saúde e à educação de grande parcela de crianças e jovens da população.

c) 1, há a necessidade de criação ou fortalecimento dos siste-mas previdenciários para atender à demanda da população acima de 20 anos de idade.

d) 2, o maior desafio é acelerar o processo de transição demo-gráfica devido à grande proporção de adultos e idosos.

e) 2, os Estados devem assumir posturas neoliberais para aten-derem ao grande contingente de jovens e adultos no con-junto da população.

Solução Comentada: O gráfico demonstra respectivamente a dinâmica demográfica de países jovens com parte significativa da população com idade inferior a 20 anos. A outra parte do grá-fico representa países maduros, com predomínio de adultos. É notório que o grupo de países 1 deverá implementar uma polí-tica pública voltada para atender às demandas sociais nas áreas de saúde e educação.No grupo de países 2, onde ocorreu a fase de transição demo-gráfica, o predomínio de população adulta e o elevado número de idosos trazem uma preocupação ao sistema previdenciário.Resposta correta: b

Para Fixar

|C2-H8|03. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

realiza o recenseamento da população a cada dez anos, des-de 1940. Assim, as informações nos permitem realizar análises com base em séries históricas e apontar certas tendências.

Se considerarmos os dados a serem coletados e divulgados após o Censo de 2010, é razoável afirmarmos que, provavel-mente, teremos:

I. uma continuidade do processo de queda da taxa de fecundi-dade e um aumento do percentual da população jovem em decorrência disso;

II. a confirmação de que a violência urbana é um fenômeno preocupante e que explica, por si só, a contínua redução da expectativa de vida verificada nas últimas quatro décadas;

III. a manutenção do processo de redução dos índices de natali-dade, que tem ocorrido desde o fim da década de 1970 e que resulta, entre outros fatores, no aumento do acesso a méto-dos contraceptivos, mesmo entre as camadas mais pobres da população;

IV. a elevação da proporção de idosos em decorrência da am-pliação do acesso a serviços de saúde e saneamento, que tem determinado o aumento da longevidade.

Estão corretas, apenas:a) I e II b) II e IIIc) III e IV d) I e IIIe) II e IV

|C2-H8|04. Analise o gráfico sobre a evolução ocorrida e a perspectiva de

crescimento da população mundial no período de 1950 a 2050.

Marie-Françoise Durand et al. Atlas da Mundialização: compreender oespaço mundial contemporâneo, 2009. Adaptado.

A partir da análise do gráfico, pode-se afirmar que:a) a população da América do Norte apresenta um expressivo

crescimento populacional no período de 1950 a 2050, supe-rando a taxa de crescimento da África.

b) a Ásia apresenta o maior total absoluto da população mun-dial, mas perde para a Oceania no ritmo do crescimento po-pulacional em termos relativos, em todo o período analisado.

c) a Europa, no período de 2005 a 2050, projeta um crescimento negativo, com índices que mostram uma redução populacional.

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10

d) a África apresenta o menor crescimento em termos absolu-tos, no período de 1950 a 2050, perdendo sua posição de se-gunda colocada entre as regiões mais populosas do mundo.

Fique de Olho

A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICADurante a expansão marítima e comercial, a África era fornecedora de mão de obra; a exploração dos recursos minerais iniciou-se apenas no final do século XIX, com o Congresso de Berlim (1884-1885). Nesse congresso, quin-ze nações europeias organizaram a partilha do continente africano, surgindo as fronteiras artificiais, quase sempre re-tas. Os objetivos eram as explorações de recursos minerais,

Objeto do Conhecimento

Globalização e Revalorização da Identidade CulturalAs disciplinas de Filosofia e Sociologia ganharam mais visi-bilidade depois de serem inseridas no conteúdo do Enem. As disciplinas, que já são vistas em algumas escolas du-rante o Ensino Médio, passaram a ser abordadas também em cursos pré-vestibulares e de matérias isoladas. A obri-gatoriedade de serem oferecidas as disciplinas nas escolas públicas e particulares do Ensino Médio brasileiro segue a orientação da lei nº 11.684/2008.

A Filosofia oferece ferramentas que auxiliam os jovens do Ensino Médio não só a pensar, como também a desen-volver o pensamento crítico. Já a Sociologia, contribui para o conhecimento da sociedade, dos processos históricos e é importante para o exercício pleno da cidadania. Alguns

conteúdos abordados nas disciplinas já eram vistos, geral-mente, na disciplina de História.

Temas como cultura, por exemplo, podem ser aborda-dos do ponto de vista sociológico. Para a compreensão do homem na sociedade da qual faz parte, entender os pro-cessos e mudanças dos momentos históricos são de extre-ma importância. Pensar o que é a modernidade e enten-der a crise desse período; compreender o que caracteriza o ser humano, que se apresenta como ser social e político, são alguns dos conteúdos que estão inseridos no conjunto das disciplinas das Ciências Humanas.

No Enem, é constante a abordagem das desigualdades e problemas sociais. Temáticas como globalização, ética,

por meio de colônias, e o afastamento da população nati-va das funções administrativas dessas colônias. O grande erro desse congresso foi o desrespeito aos ter-ritórios tribais, ou seja, na hora de dividir o continente, as metrópoles europeias não consideravam antagonismos existentes entre as tribos, juntando as rivais em um mesmo território colonial. Aqui está uma das matrizes fundamen-tais dos conflitos africanos atuais.

e) a América do Norte apresenta o maior crescimento popula-cional em termos absolutos, no período de 1950 a 2050, e é mais populosa que a América Latina e o Caribe.

EGITO

TripoliTunisMelílaCeuta

Em 1880

SENEGALGÂMBIA

Bamaco

Lagos

SERRALEOAGUINÉ

PORTUGUESA

COSTADO

OUROGABÃO

ANGOLA

Possessões

britânicasPossessões

francesasPossessões

espanholasPossessões

portuguesasPossessões

turcasRepúblicas

bôeresindependentes

MOÇAMBIQUE

SULTANATODE

ZANZIBAR

OCEANOÍNDICO

OCEANO ATLÂNTICO

MADAGÁSCAR

TRANSVAALUNIÃOSUL-AFRICANA

Colônia

do

CaboESTADO

LIVREDE

ORANGE

em 1914

Territórios

BritânicosTerritórios

FrancesesTerritórios

EspanhoísTerritórios

PortuguesesTerritórios

BelgasTerritórios AlemãesTerritórios

Italianos

LíbiaArgélia

Marrocos Tunísia

(OcupaçãoBritânica)

(Condomínio)

(Protetorado

Britânico)

WalvisBay

Egito

SudãoAnglo-egípcio

EritréiaSomáliaBritânica

SomáliaFrancesa

Impérioda

EtiópiaSomáliaItaliana

ÁfricaOrientalBritânicaÁfrica

OrientalAlemã

OceanoÍndico

Niassalândia

Madagáscar

Suazilândia

Basutolândia

UniãoSul-africana

Bechuanalândia

SudoesteAfricano Moçambique

Rodésiado Norte

Angola

Cabinda

CongoBelga

Costa doOuro

Oceano Atlântico

Rio MuniLibéria

SerraLeoa

DarfurTogoNigéria

doNorteCamarões

Gâmbia

África OcidentalFrancesa

Guiné Port.

Riode

Ouro

A DIVISÃO COLONIAL DA ÁFRICA

Fonte: Atlas GegráficoCreditos: Aldenir Barbosa/João Lima

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11Universidade Aberta do Nordeste

Questão Comentada

|C1-H5|“Não quero que a minha casa seja cercada de muros por todos os lados, nem que as minhas janelas sejam ta-padas. Quero que as culturas de todas as terras sejam sopradas para dentro da minha casa, o mais livremente pos-sível. Mas recuso-me a ser desapossa-do da minha por qualquer outra.”

Quando os historiadores escrevem sobre a história recente do mundo, é provável que reflitam sobre duas tendências: o progresso da globalização e a disseminação da democracia. A globalização tem sido a mais polêmica, porque tem efeitos bons e maus, e a democracia abriu espaço para as pessoas protestarem contra os maus efeitos. Por isso, é grande a con-trovérsia sobre as consequências ambientais, econômicas e sociais da globalização. Mas há outro domínio da globaliza-ção, o da cultura e da identidade. A globalização aumentou, de um modo sem precedentes, os contatos entre os povos e os seus valores, ideias e modos de vida. No entanto, alguns receiam que o seu país esteja a tornar-se fragmentado, que os seus valores estejam a perder-se à medida que cada vez mais imigrantes trazem novos costumes e que o comércio in-ternacional e os meios de comunicação modernos invadem todos os cantos do mundo, tirando o lugar à cultura local. Alguns até preveem um cenário aterrorizador de homoge-neização cultural – com as diversas culturas nacionais a da-rem lugar a um mundo dominado pelos valores e símbolos ocidentais.

Diante do que foi exposto, qual dos princípios abaixo não pode ser relacionado como uma estratégia para o multicul-turalismo na globalização?

a) Defender a tradição pode atrasar o desenvolvimento humano.b) Respeitar a diferença e adiversidade é essencial.c) A diversidade prospera num mundo globalmente interde-

pendente quando as pessoas têm identidades múltiplas e complementares e pertencem, não só a uma comunidade local e a um país, mas também à humanidade em geral.

d) Enfrentar os desequilíbrios do poder político e econômico ajuda a prevenir ameaças às culturas de comunidades mais pobres e mais fracas.

e) Prevenir uma cultura local e nacional desenvolvidas contra a influência estrangeira é impedir uma cultura, que atingiu um status superior, de voltar a se tornar uma cultura inferior.

Solução Comentada: A tradição não deve ser confundida com liberdade de escolha. Defender a diversidade cultural sob o pretexto de que foi isso que os diferentes grupos de pessoas herdaram é, claramente, não raciocinar com base na liberdade cultural. Além disso, a tradição pode funcionar contra a liberdade cultural. Há muito a aplaudir nos valores e práticas tradicionais e muito que está em consonância com valores universais de direi-tos humanos. Mas também há muita coisa que é posta em causa pela ética universal, como as leis da sucessão, que são enviesa-das contra as mulheres, ou os processos de decisão, que não são participativos e democráticos. Assumir a posição extrema de pre-servar a tradição a todo o custo pode atrasar o desenvolvimento humano.

Mahatma Gandhi

corrupção, tanto na esfera pública, quanto na privada, estão entre os assuntos cotados para aparecerem na prova. Como as questões são contextualizadas, é possível que esses as-suntos sejam apresentados em comparação com algum fato atual. É imprescindível, portanto, que o aluno esteja atento aos noticiários, principalmente de caráter nacional.

Acredito que também possam ser abordadas no Enem questões como condição humana, violência, poder políti-co, valores e conceitos de cidadania. Além disso, pode-se cobrar algo no sentido de um outro modelo de sociedade que se apresenta, como o fundamentalismo.

Outros assuntos que podem ser cobrados em Filoso-fia vão desde a origem dos conhecimentos (míticos, filo-sóficos e científicos) até o pensamento contemporâneo. Questões sobre direitos humanos, influência dos principais pensadores no mundo moderno, condição humana, pers-pectivas da ideologia e filosofia da existência, são algumas de nossas apostas. Já para a prova de Sociologia, a indica-ção é para que os alunos estudem os principais sociólogos, processos e estratificações sociais, cultura e formação do homem, discriminação e violência.

Ao longo de nossas aulas, iremos abordar, com refle-xões e exercícios, algumas dessas temáticas.

O PROCESSO DE GLOBALIZAÇÃO LEVA A SOCIEDADE A VER O MUNDO COMOUM SÓ LUGARA frase acima é utilizada com frequência para caracterizar a sociedade contemporânea. Vista isoladamente, sugere que a sociedade tende a se unificar, anulando as diversi-dades e as culturas regionais. No entanto, a dinâmica so-cietária traz evidências contrárias. Autores como Canclini, Castells, Featherstone, Giddens, Hall e Ianni evidenciam, em recentes estudos, que a atual fase da globalização vem provocando reações que buscam uma redescoberta das particularidades, das diferenças e dos localismos.

O processo de globalização estabelece uma nova re-lação entre as culturas locais e a cultura global. A dissemi-nação da cultura mundializada influencia os padrões de comportamento, provocando uma valorização da tradi-ção e um fortalecimento dos regionalismos manifestos na identidade cultural.

A identidade cultural é vista como uma forma de iden-tidade coletiva característica de um grupo social que parti-lha as mesmas atitudes e está apoiada num passado com um ideal coletivo projetado. Ela se fixa como uma constru-ção social estabelecida e faz os indivíduos se sentirem mais próximos e semelhantes.

O processo de revalorização das particularidades e dos localismos culturais é inegável no atual momento histórico-social. Ao mesmo tempo em que são incorpo-rados costumes e valores de outras culturas aos hábitos do cotidiano, em todas as latitudes, os localismos voltam a ser valorizados. Há uma busca das particularidades e o senso de diferença se intensifica, cada vez mais, em todas as regiões do planeta.

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12

A diversidade não é um fim em si, mas promove a liberdade cultural e enriquece a vida das pessoas. É um resultado das li-berdades que as pessoas têm e das escolhas que fazem. Se as culturas locais desaparecem e os países se tornam homogêneos, o âmbito da escolha fica reduzido. As pessoas podem ter medo da diversidade e das suas consequências, mas é a oposição à di-versidade – como nas posições de grupos anti-imigrantes – que pode polarizar as sociedades e que alimenta tensões sociais.A globalização só pode expandir as liberdades culturais se todas as pessoas desenvolverem identidades múltiplas e complemen-tares, como cidadãos do mundo, bem como cidadãos de um Estado e membros de um grupo cultural. À medida que a glo-balização avança, isto significa não só reconhecer identidades locais e nacionais, mas também fortalecer o compromisso de ser cidadão do mundo. A cooperação entre pessoas e nações com interesses diferentes é mais provável quando todos estão vincu-lados e motivados por valores e compromissos partilhados. Tem a ver com ética universal baseada em direitos humanos univer-sais e respeito pela liberdade, igualdade e dignidade de todos os indivíduos. As interações de hoje também exigem respeito pela diferença – respeito pela herança cultural dos milhares de grupos culturais do mundo. As assimetrias nos fluxos de ideias e de bens precisam ser enfren-tadas, de modo que algumas culturas não dominem outras por causa do seu poder econômico. O poder econômico e político desigual dos países, indústrias e empresas faz com que algumas culturas se espalhem e outras se retraiam. Não há provas objetivas para afirmar que algumas culturas são “inferiores” ou “superiores” para o progresso humano e para a ex-pansão das liberdades humanas.Resposta: e

Para Fixar

|C2-H8|05. Leia o texto.1. “Filho de imigrantes russos casado na Argentina com uma

pintora judia, casou-se pela segunda vez com uma princesa africana no México.

2. Lanternas japonesas e chicletes americanos nos bazares co-reanos de São Paulo.

3. Imagens de um vulcão nas Filipinas passam na rede de tele-visão em Moçambique.

4. Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong e produzem com matéria-prima brasileira para competir no mercado americano.

5. Literatura grega adaptada para crianças chinesas da comuni-dade europeia.

6. Relógios suíços falsificados no Paraguai vendidos por came-lôs no bairro mexicano de Los Angeles.

7. Turista francesa fotografada seminua com o namorado árabe na baixada fluminense.

8. Filmes italianos dublados em inglês com legendas em espa-nhol nos cinemas da Turquia.

9. Crianças iraquianas fugidas da guerra não obtêm visto no con-sulado americano do Egito para entrarem na Disneylândia.”

“Disneylândia”, In: Titãs, Titanomaquia, WEA, 1993.

Esses nove “versos” são do texto “Disneylândia”, cuja música é dos Titãs em parceria com Arnaldo Antunes. Marque a al-ternativa que apresenta características do espaço geográfico

mundial no período atual da globalização e que podem ser identificadas nos versos enumerados acima.

a) Todos os versos tratam de características do espaço geo-gráfico mundial na década de 1990, quando se intensificou a globalização do capitalismo, mas essas características não existem mais.

b) Os versos 3, 8, 6 e 9 referem-se à circulação de pessoas que buscam trabalho e melhores condições de vida, migrando dos países subdesenvolvidos para os países desenvolvidos. Os demais versos tratam todos da produção e circulação de bens materiais.

c) Os versos referem-se a um mundo em movimento intenso, com maior circulação de pessoas, informações, capitais e de mercadorias, tanto bens materiais como culturais, em dife-rentes lugares, países e regiões do globo. Porém, o verso de número 9 contraria a ideia de “um mundo sem fronteiras”.

d) Os versos 2, 4, 6 e 9 não estão relacionados ao fim das frontei-ras nacionais para a livre circulação de mercadorias e pessoas pelo mundo.

e) Nos versos 1, 2, 3 e 6 são citados países ou cidades do Merco-sul ou do Nafta.

|C5-H23|06. Leia o texto, os dois casos apresentados abaixo dele e responda. O termo globalização, com o significado que as pessoas co-

nhecem hoje, foi cunhado em 1983 por Theodore Levitt, pro-fessor da Harvard Business School.

Num artigo intitulado “Globalização dos Mercados”, Levitt, reconhecido por seus profundos conhecimentos em marke-ting, traçou um cenário favorável para as grandes corpora-ções (especialmente americanas e europeias).

Com um mundo mais integrado, essas empresas conquis-tariam novos mercados e se beneficiariam de excepcionais ganhos de escala, inclusive no que concerne à adoção de um marketing globalizado também baseado em escala. Para evi-tar danos, as multinacionais vêm formando enormes estrutu-ras de controle de suas peças publicitárias.

Revista Exame, 29/08/2007.

Na Alemanha, o nome do produto Vick é escrito Wick. Espe-cialistas ouvidos por Exame dizem que a troca de uma letra evitou um problema: se fosse escrita com V a palavra seria — foneticamente — sinônimo de relação sexual.

Recentemente, a Nike, uma das empresas mais globalizadas do planeta, foi surpreendida pela forte reação a uma de suas campanhas. O comercial de TV mostrava o jogador de bas-quete americano Lebron James brigando com lutadores de Kung Fu e um par de dragões (e vencendo todos eles). Para os chineses, o comercial soou como chacota de um estran-geiro frente a símbolos nacionais.

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13Universidade Aberta do Nordeste

A DIMENSÃO CULTURAL DA GLOBALIZAÇÃOVejamos as características fundamentais que moldam a cultura globalizada:

• Uniformidade versus diversidade. No senso comum, a globalização está associada à uniformização a todos os níveis (na música, na arte, na televisão e no cinema, nos comportamentos, etc.), num processo a que pode-ríamos, com alguma propriedade, chamar de “McDonal-dização” (uma vez que os restaurantes McDonald’s são semelhantes em todo o mundo).

No entanto, é justo dizer que esta visão não é inteira-mente correta, já que, ao mesmo tempo, produz-se maior diversidade de conteúdos. Hoje, o consumidor comum tem ao dispor igualmente mais restaurantes ita-lianos, franceses, chineses, indianos, portugueses…, tal como o espectador tem mais produções nacionais nos cinemas do que antes e mais livros e discos de autores nacionais. O processo de globalização cultural é contra-ditório e é duvidoso dizer que haja uma tendência para a uniformidade se instalar, pelo menos sem que possa ser desafiada.

• Novas noções. Uma das características da cultura con-temporânea é a substituição das noções tradicionais de cultura, identidade cultural nacional, identidade em ge-ral e, mesmo, de nação. Hoje, qualquer pessoa tem uma cultura mental composta por figuras, ideias e imagens que circulam por todo o planeta, desenraizadas de uma referência local ou nacional. Os autores jurídicos que de-finiam a nação em termos de “poder, espaço e popula-ção” encontram-se ultrapassados pelos acontecimentos; os autores que falavam de cultura nacional em termos de homogeneidade, de língua ou de etnia mostram-se incompatíveis com qualquer aproximação empírica às sociedades atuais.

O multiculturalismo e a transculturalidade são as pers-pectivas para abordarmos os novos contextos. Apesar

de sermos forçados a constatar a presença do funda-mentalismo como ator dos novos confrontos (ideoló-gicos, políticos, militares…), identificamos, por contra-posição, o cosmopolitismo (a abertura ao outro, a visão abrangente do mundo) e o relativismo (a ausência de preconceitos a priori para olhar o outro).

• O império da imagem. Os publicitários e a industriali-zação da arte tornaram as imagens onipresentes, numa lógica de circulação sem barreiras. Hoje, tudo se joga na “construção da imagem”, do “look”, dos gabinetes de assessoria de imprensa aos museus de arte contempo-rânea, da publicidade ao design e à arquitetura. Andy Warholl deu voz à era da imagem, com os seus “quinze minutos de fama”. A moda instituiu-se, a partir de me-ados do século XX, como sistema, como bem analisou Barthes, com regras e leis (chegando-se ao ponto de ser moda não estar na moda).

É comum dizer-se hoje que “uma imagem vale mil pa-lavras”… embora nem com mil imagens seja possível dizer o que dizem aquelas cinco palavras!

• O sistema das artes. O sistema artístico globalizado caracteriza-se por uma segmentação em disciplinas (ex.: música clássica, pop, techno, rock, etc.) e por uma hie-rarquização (um cantor de bar não está ao nível de uma estrela do circuito mundial de concertos…), ao mesmo tempo em que há uma pluralidade de discursos (um fil-me sem imagem pode ser uma obra de arte…), pela ex-perimentação (sem limites: arte é aquilo que os artistas dizem que é arte…) e, mais importante, pela mediação social da obra de arte (o merchandising, o nome e a re-putação do autor…).

Por fim, podemos concluir que não há uma cultura global. Pelo contrário, há variadíssimas culturas locais que se refor-çam por intermédio da dinâmica global. A cultura hoje deve ser vista sob a ótica da cidadania. En-tender a cultura como direito de cidadania implica

Fique de Olho

Disponível em: http://www.asiaarts.ucla.edu/article.asp?parentid=18843

a) De uma forma geral, a teoria de Levitt estava correta, porém os casos apresentados demonstram dificuldades em adotar um marketing globalizado, também baseado em escala, pois tropeços locais implicam danos globais.

b) O enunciado e os casos apresentados apenas demonstram que o cenário traçado por Levitt, em seu artigo, é absoluta-mente favorável com as empresas, não enfrentando qual-quer problema em suas campanhas.

c) O texto e os casos apresentados demonstram que a globali-zação foi tão bem-sucedida que hoje questões como nacio-nalismo, protecionismo e outros percalços foram totalmente superados.

d) As empresas afinal concluíram pela impossibilidade de ado-tarem campanhas globais, pois os investimentos em criação, divulgação e prevenção de danos em escala global tornam tais campanhas inviáveis.

e) Como resultado das situações apresentadas nos boxes, as empresas decidiram desprezar as especificidades de cada país, pois o consumidor tende a se identificar com um pro-duto feito para o mundo inteiro.

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14

Exercitando para o Enem

|C5-H22|01. Observe as imagens.

Hércules e Atena. Cerâmica grega antiga, 480–470 a.C.Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_grega,>Acesso em: 15 de jun. 2011

Disponível em: <http://blog.planalto.gov.br/a-foto-oficial-da-presidenta-dilma-rousseff>. Acesso em: 27 jun. 2011.

Ao longo da história, a mulher tem ampliado seu espaço nas sociedades, especialmente no Ocidente, em aspectos econômicos, sociais e políticos. As lutas pela emancipação feminina trouxeram conquistas como equidade salarial e igualdade de direitos.

A partir da análise das imagens e dos seus conhecimentos, podemos observar algumas diferenças entre a democracia na Grécia Antiga e no Brasil atual. Um dos aspectos mais cla-ros corresponde à participação crescente da mulher na polí-tica ao longo dos tempos.

Assinale a opção que apresenta uma evolução em termos de participação política no Brasil atual em relação à Grécia Antiga.

a) A ampliação do conceito de cidadania a estrangeiros, idosos e menores de 16 anos, independentemente da renda ou crença religiosa.

b) A concessão de direitos políticos plenos a analfabetos, como a ocupação de cargos públicos ou permissão para disputar eleições.

c) A escolha dos representantes políticos por meio do voto aber-to, direto e nominal, o que garante transparência e equidade.

d) A garantia do direito de voto a todos os segmentos sociais, independentemente de credo, etnia ou condição social.

e) A restrição ao sexo feminino para o exercício de cargos no executivo federal e ministérios de Estado.

|C5-H23, H24|02. A visão de sociedade de Aristóteles também expressa essa

necessidade de moderação, esse abandono do exagero. Ele chama o homem de um “ser político”. Aristóteles acha que sem a sociedade ao nosso redor não somos pessoas no ver-dadeiro sentido do termo. Nesse contexto, a família e a ci-dade satisfazem nossas necessidades vitais primárias, como a comida e o calor, o casamento e a criação de filhos. Mas a forma mais elevada do convívio humano, para Aristóteles, só pode ser o Estado.

GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia: romance da História da Filosofia.Tradução João Azenha Jr. SP: Companhia das Letras, 1995. p. 132.

A partir da leitura do texto e de seus conhecimentos, pode-mos afirmar que:

a) a teoria Marxista pode ser apontada como complemento do pensamento aristotélico na medida em que prega a necessi-dade de eliminação do Estado e das classes sociais.

b) a concepção Anarquista se baseia na perspectiva de Estado proposta por Aristóteles como base para a organização de uma sociedade mais justa e participativa.

c) autores contratualistas como Hobbes e Rousseau compreen-dem o Estado como resultado de uma evolução de socieda-des primitivas que criaram a instituição política para atender as necessidades da sociedade.

d) os pensadores liberais defendiam a necessidade de instituir um Estado forte e controlador que fosse capaz de suprir a necessidade de ordenamento e pacificação em sociedades em conflito.

e) segundo a concepção cristã medieval, não há como relacio-nar Estado e família ou religião, pois estas últimas se consti-tuem em instituições sagradas que devem estar dissociadas da política.

|C3-H12; C5-H24|03. (PUCCamp-adaptada) As constituições são documentos im-

portantes porque definem a natureza do governo, a origem do poder e a forma de organização. A análise do contexto histórico em que foram elaboradas também nos permite compreender em que nível se verifica o exercício da cida-dania e a prática da democracia. A Constituição Brasileira de 1988 introduziu alterações significativas no plano jurídico-político nacional, abordando temas específicos. Dentre elas, pode-se citar:

reconhecer que somos sujeitos históricos e culturais, produtores de cultura e, como tal, temos direito de criar, inventar, produzir, bem como de ter acesso aos bens culturais de nossa sociedade e à memória cole-tiva, base de nossa identidade cultural.

Bibliografia:GIDDENS, Anthony. O Mundo na Era da Globalização. Pre-sença, 2002.SOUSA SANTOS, Boaventura. Os processos da globalização.SOUSA SANTOS, Boaventura (dir.). Globalização: Fatalidade ou Utopia? Afrontamento, 2001.

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15Universidade Aberta do Nordeste

a) instituição do habeas corpus, que torna passível de fiança cri-mes como racismo, tráfico de drogas e terrorismo.

b) estendeu o direito de elegibilidade às mulheres e do voto facul-tativo aos jovens entre 16 e 18 anos, exceto para os analfabetos.

c) proibição da greve aos setores considerados essenciais como saúde, transportes, polícia e funcionalismo público e afirma-ção do racismo como crime inafiançável e imprescritível.

d) abordagem de temas específicos como a extensão do voto a analfabetos, proteção ao meio ambiente e reconhecimento da cidadania dos índios.

e) limitação dos direitos trabalhistas apenas ao setor produtivo urbano que estabeleceu igualdade no exercício da mesma profissão entre homens e mulheres e eleições em dois turnos para presidente, governador e prefeitos.

|C5-H23|04. “Zeus, temendo a destruição total de nossa espécie, enviou

Hermes para dar aos homens as qualidades do respeito ao próximo e do senso de justiça, de modo a trazer a ordem a nossas cidades e criar laços de amizade e união. Hermes per-guntou a Zeus de que forma devia distribuir estes dons entre os homens: “devo distribuir estes dons de modo desigual, como nas artes? Devo distribuir a justiça e o respeito para al-guns, ou para todos?” “A todos”, disse Zeus. “Deixe que todos tenham sua parte. Não poderá haver cidades se apenas uns poucos partilharem estas virtudes, como nas artes.”

PLATÃO. Protágoras, 322 a.C.

Essa passagem de uma obra do filósofo grego Platão expressa:a) valores religiosos da sociedade grega no seu período de

maior apogeu, o helenístico, quando a cultura grega foi subs-tituída pela macedônica.

b) o desprezo pelas artes, considerada uma atividade antide-mocrática.

c) o combate às tendências catastróficas que emergiram na so-ciedade ateniense depois das Guerras Médicas.

d) exaltação de valores ético-militares que acabaram impregnan-do as práticas políticas da sociedade espartana.

e) a contribuição da religião para a conformação dos valores ético-políticos e de cidadania na sociedade ateniense.

|C2-H8|05. Analise a tabela a seguir.

DécadaMédia da taxa de natalidade

(por mil)

Média da taxa de mortalida-

de (por mil)

Crescimento natural (%)

1940 44,0 25,3 1,87

1960 44,0 15,0 2,90

1980 31,2 9,0 2,22

2000 18,2 6,6 1,16

2020

(estimativa) 15,0 6,0 0,90Fonte: IBGE

Com base na tabela e considerando o crescimento natural da população brasileira, observe as afirmações abaixo e assinale a alternativa correta.

I. Nas décadas de 1940 e 1960, as taxas de mortalidade eram elevadas em virtude das precárias condições médico-sanitá-rias, da escassez de remédios e vacinas e da falta de infraes-trutura nos serviços de saneamento básico;

II. A diminuição da taxa de mortalidade, entre as décadas de 1980 e 2000, ocorreu de forma gradativa, em virtude da lenta

urbanização, diante das dificuldades do Brasil em industriali-zar-se nesse período;

III. A partir da década de 1940, o declínio da taxa de natalidade teve relação direta e, também indireta, com a urbanização e com a industrialização;

IV. Os fatores inibidores de natalidade, típicos do meio urbano, como acesso a métodos anticoncepcionais, entre outros, so-mente serão efetivados, a partir da década de 2020, quando se projeta, realmente, um crescimento natural baixo.a) Somente I e II estão corretas.b) Somente II e III estão corretas.c) Somente I e III estão corretas.d) Somente I e IV estão corretas.e) I, II, III e IV estão corretas.

|C2-H6|06. Veja o mapa abaixo.Fertilidade total entre 2005-2010Variação média (crianças por mulher)

Divisão de População do Departamento de Desenvolvimento Econômico e Assuntos Sociais do Secretariado das Nações Unidas (2007).

A respeito dos Índices de Crescimento Populacional no mun-do, assinale a alternativa incorreta.

a) Na atualidade, verifica-se uma queda dos índices de natalida-de, embora em alguns países as taxas se mantenham elevadas.

b) No Brasil, o índice, desde 1920, obedece a sucessivos recuos, graças ao processo de substituição de importações, que im-pulsionou a indústria nacional nessa mesma década, absor-vendo muita mão de obra.

c) Devido à intensa urbanização, as pessoas passaram a ter acesso aos métodos anticoncepcionais, o que facilitou a re-dução do número de filhos por família.

d) No meio urbano, a necessidade da mão de obra feminina es-timula o aprimoramento profissional. Para esse grupo, suces-sivas gestações comprometeriam o padrão de vida da família e a possível ascensão profissional.

e) A dinâmica do crescimento populacional no mundo está sendo alterada nas últimas décadas, devido aos avanços na medicina, ao aumento do acesso à educação e ao sanea-mento básico.

|C2-H10|07. (FAD-MS) Apesar dos esforços governamentais, este país

europeu apresenta um notável contraste socioeconômico entre sua porção setentrional, industrializada, e a porção me-ridional, que ainda conserva estruturas sociais arcaicas e com uma economia de base agrária. Esse contraste tem provoca-do o aparecimento de movimentos separatistas.

O texto refere-se à:a) Espanha. b) Alemanha.c) França. d) Albânia.e) Itália.

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Presidente: Luciana Dummar Coordenação da Universidade Aberta do Nordeste: Sérgio FalcãoCoordenação do Curso: Marcelo Pena e Fernanda Denardin Coordenação Editorial: Sara Rebeca AguiarCoordenação Acadêmico-Administrativa: Ana Paula Costa Salmin

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Expediente

|C2-H8|08. Graves crises sociais e catástrofes naturais levam pessoas

a saírem de seus países e buscar ajuda em outras nações. O Brasil, atualmente, tem recebido número significativo de seres humanos de uma nação caribenha atingida por desas-tres e pela miséria. Indique-a.a) Costa Rica. b) Cuba.c) Haiti. d) Panamá.e) Jamaica.

|C2-H8|09. Leia o texto abaixo. É intrigante a facilidade com que se criam certos consensos

e se mudam o conteúdo destes consensos de um momento para outro. Nos últimos meses, assistimos a uma dessas mu-danças. O Estado, que era apontado como vilão, passou a ser a solução. E o mercado a ser o problema.

(...) Por exemplo, nos últimos trinta anos vigorou o consenso de que o Estado é o problema e o mercado, a solução; que a atividade econômica é tanto mais eficiente quanto mais desregulada; que os mercados livres e globais são sempre de preferir ao protecionismo; que nacionalizar é anátema, e privatizar e liberalizar é a norma.

Mais intrigante é a facilidade com que, de um momento para o outro, se muda o conteúdo do consenso e se passa do do-mínio de uma ideia ao de outra totalmente oposta. Nos últi-mos meses, assistimos a uma dessas mudanças. De repente, o Estado voltou a ser a solução e o mercado, o problema; a globalização foi posta em causa; a nacionalização de im-portantes unidades econômicas, de anátema passou a ser a salvação.

Carta Maior. 24/03/2009.

A partir da leitura do texto e tendo em conta os efeitos da atual crise, é possível considerar que o autor, Boaventura de Sousa Santos, aponta a seguinte tendência:

a) nos últimos trinta anos prevaleceu o consenso de que o mer-cado livre e a privatização são o único caminho para a econo-mia, o que a crise atual apenas confirmou.

b) hoje é consenso que a globalização e suas receitas triunfaram.c) a globalização foi colocada em questão e o Estado, antes

considerado nocivo para a atividade econômica, hoje é soli-citado para intervenções salvadoras.

d) o Estado foi e sempre será o vilão da economia.e) a globalização foi posta em causa pela atual crise e a nacio-

nalização de importantes unidades econômicas tornou-se inaceitável.

|C1-H5|10. Leia atentamente o texto abaixo e marque a alternativa correta. “A globalização proporciona um fluxo desequilibrado entre

as culturas, forma ilhas de desigualdades entre o centro oci-dental e o resto do mundo. É exatamente esse movimento de diferenciação que nos permite dizer que essa massifica-ção da informação ao mesmo tempo em que homogenei-za, também proporciona a diferença. Não se trata de um fenômeno visível aos olhos mais distraídos, trata-se de um movimento de implosão se processando no interior da pró-pria sociedade globalizada. Guetos, sociedades tradicionais e espaços marginalizados processam diariamente esse bom-bardeio cultural e se transformam de forma particular, pro-duzindo e se reproduzindo de forma diferenciada de acordo com sua história, cultura e identidade particular”.

Disponível em: http://revistacontemporartes.blogspot.com/2010/11/globalizacao-demasiada-globalizacao.html

Levando em conta o texto acima e o conceito de globaliza-ção, marque a sentença que responde melhor a pergunta: Em um mundo interligado, será que as diferentes culturas não correm o risco de perder suas identidades?

a) Não, pois tal como indica o texto há um fenômeno invisível que interliga todas as culturas de modo positivo, formando guetos e sociedades tradicionais.

b) Sim, a globalização pode criar diferenciações entre as cultu-ras, provocando um fluxo equilibrado entre elas.

c) Sim, a globalização pode propiciar um fluxo desequilibrado en-tre as culturas gerando desigualdades, ou seja, ao mesmo tem-po em que o mundo se homogeniza também cria diferenças.

d) Não, a globalização não pode propiciar um fluxo desequili-brado entre as culturas gerando desigualdades, ou seja, ao mesmo tempo em que o mundo se homogeniza também cria indiferenças.

e) Não, a globalização favorece a universalização de valores cul-turais, que se estendem ao conjunto das populações mun-diais, uniformizando o processo de desenvolvimento cultural.

Para Fixar

Exercitando para o Enem

01 02 03 04 05 06

d b c c c a

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

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