Extra Pauta Ed. 54

24
Jornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná - Nº 54 junho/julho de 2001 - ISSN 1517-0217 [email protected] - http://www.sindijorpr.org.br Ciclo de idéias Dez dias de reflexão Mais um jornal apreendido. Até quando? PÁGINA 3 Presidente faz esclarecimento PÁGINA 2 Nota da diretoria Sangue Novo Um prêmio de respeito ao talento PÁGINA 15 Apreensão Sindicato inicia experiência PÁGINA 17 Estágio nas redações O Sindijor do Paraná proporcionou aos profissionais, estudantes e à sociedade curitibana uma série de palestras seguidas de importantes debates com algumas das melhores cabeças pensantes do nosso país. PÁGINAS 4 a 11 Hugo Abati Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

description

Junho - Julho/2001

Transcript of Extra Pauta Ed. 54

Page 1: Extra Pauta Ed. 54

Jornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná - Nº 54 junho/julho de 2001 - ISSN [email protected] - http://www.sindijorpr.org.br

Ciclo de idéias

Dez diasde reflexão

Mais um jornalapreendido. Até quando?

PÁGINA 3

Presidente fazesclarecimento

PÁGINA 2

Nota da diretoria

Sangue Novo

Um prêmio derespeito ao talento

PÁGINA 15

Apreensão

Sindicato iniciaexperiência

PÁGINA 17

Estágio nas redaçõesO Sindijor do Paraná proporcionou aos profissionais, estudantes

e à sociedade curitibana uma série de palestras seguidas deimportantes debates com algumas das melhores

cabeças pensantes do nosso país.PÁGINAS 4 a 11

Hug

oA

bat

i

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 2: Extra Pauta Ed. 54

2 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

Jornalista ResponsávelMário Messagi Júnior

Reg.prof. 2963/11/101zRedação

Eduardo GoulartColaboradores nesta edição

Marcelo Lima, Rafael Borges,Silvio Rauth Filho, Simon Taylor

Extra Pau ta é Órgão de divu lgaçãooficial da Gestão Extra P au ta, do

Sindicato dos Jo rnal istas Pro fissionaisdo Pa raná. Ende reço : Rua José

Lourei ro, 211, Curi t iba/Paraná. CEP80010-140 . Fone/Fax (041) 224-9296. E-

mail : sindi jor@sindijo rpr.o rg.br

expediente

Em relação à propaganda das Faculdades do Brasil veiculada em rádios de Curitiba, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais

do Paraná entende que Mário Messagi Júnior não fezqualquer declaração como presidente da entidade eemit iu uma opinião absolutamente pessoal. Im-por tante fr izar que, embora a opinião do jorna-lista e professor esteja ligada ao conhecimento docurso e universidade em questão, esta não temqualquer referência ao pensamento corrente nes-te Sindicato. O SJPP não mantém vínculo ou li-gação com nenhuma universidade, exceto no cam-po insti tucional e, neste caso, sempre teve comopreocupação constante a qual idade no ensino.Qualidade esta claramente comprometida pela cri-ação exagerada de novos cursos de jornalismo, es-pecialmente num mercado pouco elást ico como onosso, necessi tando sempre de bons profissionaise não simplesmente de muitos profissionais. A re-lação que o Sindicato estabelece com as univer-sidades paranaenses tem caráter de parcer ia paraeventos pontuais ou atividades específicas, comoo Prêmio Sangue Novo que, há seis anos, premiaos melhores trabalhos de estudantes de jornal is-mo. Aliás, o Sangue Novo foi concebido com oobjetivo de melhorar a qual idade do ensino, in-cent ivando os estudantes. E isto tem sido alcan-çado nas várias edições do evento. Outro pontode contato é o Inst i tuto Paranaense de Jornal is-mo, cr iado com o claro objetivo de tornar-se umespaço de intercâmbio na resolução de questõesenvolvendo as universidades, profesores, alunos,profissionais e empresas.

Portanto, o Sindicato não faz indicação a qual-quer universidade sob qualquer pretexto, perma-necendo à distância e francamente crítico na ava-liação da qualidade de todos os cursos. O trabalhorealizado pela ent idade ao longo das quatro últ i-mas gestões, exigindo melhores condições de en-sino e, pr incipalmente, a formação de profissio-nais mais qualificados, é um compromisso que ja-mais será deixado de lado, em qualquer hipótese.

Diretoria do Sindicato dosJornalistas Profissionais do Paraná

Nota oficialdiretoria

MárioMessagi Júnior

Aveiculação emrádio de declarações minhas sobreo curso de jornalismo dasFaculdadesdo Brasil temtido, para mim, umônus que jamais imaginei. En-

contraram sentidos inexistentes nas minhas palavras, tenta-ram ver no gesto um grave atentado à ética, fui acusado devender a imagemdaUFPR, de vender acredibilidadedocar-go de coordenador de curso, de ser incentivador daexpansãoindiscriminadade cursosde jornalismo, de estar ferindo meucontrato de trabalho e o meuregime de dedicação exclusiva.Ouvi críticas justas, mas, na maioria das vezes, fui alvo deataquese de críticasinfundadas. Por isso, devo dizer, emmi-nha defesa, o que segue:

1) Não recebi dinheiro nem para fazer as declaraçõesnempara participar da discussão do currículo dasFaculda-des do Brasil. Jamais vou admitir que pairem suspeitas so-bre este assunto. Por isso, enviei carta ao conselho univer-sitário da UFPR rogando pela constituição de comissão desindicância para apurar a extensão do meu envolvimentocom as Faculdades do Brasil. A comissão de sindicânciafoi constituída através de portaria do Setor de CiênciasHumanas, Letras e Artes. Já disponibilizei todos os meusextratos bancários, desde agosto de 2000, me comprometicom a quebra do sigilo bancário de toda e qualquer contacorrente que tenha em qualquer banco. Também voudisponibilizar minha declaração de imposto de renda e to-

Esclarecimento aosjornalistas paranaenses

dosos documentosrelativos ao meu patrimônio. Com isso,pretendo chegar ao final da investigação tendo como resul-tado uma retratação pelas tentativasde atribuírema mim apecha de venal, coisa que não sou e nunca fui;

2) Sou favorável, sim, à expansão do ensino superiorcom qualidade. Se opor, pura e simplesmente, à aberturade cursos é uma posição elitista injustificável, é defenderque o ensino superior continue inacessível à grande maio-ria da população. Gostaria que esta expansão acontecesseatravés das escolas públicas, tanto é que fui o relator daproposta de ampliação de oferta de 22 para 30 vagas, porhabilitação, no vestibular de comunicação da UFPR. Mas,pela política educacional, a expansão temacontecido atra-vés da rede privada. Neste quadro, o que sempre me pare-ceumais correto é cobrar que os cursos tenhamqualidade enão que eles não existam;

3) Dei as declaraçõescomo jornalista e como professore não como coordenador do curso da UFPR. E ainda quenão tenha dito que não, também não autorizei a utilizaçãodas minhas declarações da forma e na extensão em que fo-ram usadas. Por isso, vou acionar a agência responsável,pedindo uma retratação;

4) em função de todo este processo, do meu desgastepessoal e de estar em tela de suspeição, a partir do retornoàsaulasvou me licenciar do cargo de coordenador do cursode Comunicação da UFPR para responder à comissão desindicância.

Nota da Comissão de ÉticaO Código de Ética do Jornalista, aprovado em

Congresso Nacional da categoria, prevê punições parafaltas e transgressões cometidas no exercício profis-sional. Em seu artigo sétimo define: “O compromis-so fundamental do jornalista é com a verdade dosfatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuraçãodos acontecimentos e sua correta divulgação”. Vári-os artigos tratam de questões ligadas à apuração, re-dação e edição de material jornalístico, determinan-do que o pro fissional se conduza dentro deparâmetros de respeito à dignidade humana, à cida-dania e à justiça.

A Comissão de Ética do Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná recebeu correspondência, de

um jornalista associado, manifestando seu protestoante o comportamento do presidente da entidade,Mário Messagi Júnior, que gravou um comercial derádio falando do novo curso de Jornalismo das Fa-culdades do Brasil. Na gravação, ele se apresentacomo coordenador do Curso de Comunicação Soci-al da Universidade Federal do Paraná e não citavasua condição de presidente do Sindicato.

Embora os integrantes da Comissão entendam quenão existem posturas éticas e corretas em diferentesaspectos da vida - pois a conduta ética deve perpassartodas as atividades da pessoa - o caso em pauta não seencaixa no Código de Ética do Jornalista por ser umacontecimento alheio à atividade profissional.

FotografiasHugo AbatiIlustrações

Simon TaylorEdição GráficaLeandro Taques

Tiragem3.000 exemplares

As matérias neste jornal podem serreproduzidas, desde que citada a fonte.

Não são de responsabilidade deste jornalos artigos de opinião e as opiniõesemitidas em entrevistas, por não

apresentarem, necessariamente, a opiniãode sua editoria.

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 3: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 3

Agentes da Receita Estadualapreenderam, no dia 30 de maio, aedição do “Jornal do Fórum”, órgão dedivulgação do Fórum de Luta porTrabalho, Terra, Cidadania e Soberaniado Paraná. O jornal reúne denúncias deescândalos do Governo Jaime Lerner,pede o impeachment do governador emostra, em página dupla, o Mapa daCorrupção. No dia 1º de junho, oSindijor-Paraná divulgou Nota deRepúdio, transcrita abaixo, que foiparcialmente publicada por algunsdiários da capital. Diretores doSindicato dos Jornalistas acompanharama jornalista responsável pela publicação,Léa Okseanberg, até a Delegacia deEstelionato e Desvio de Cargas, ondefoi apresentada a documentação relativaà carga transportada de 100 milexemplares do jornal. Em seguida, odelegado Armando Marques Garcialiberou os jornais. Isso ocorreu na sexta-feira, dia 1º de junho. Segunda-feira, dia4, o delegado foi afastado das funções.Pouco depois da liberação, o jornalvoltou a ser apreendido. Políticos quese solidarizaram com o Fórum –deputados estaduais e vereadores queforam à Delegacia pedir a liberação dosjornais – acabaram advertidos pelogovernador, que os ameaçou comcassação de mandato.

prêmio sangue ruim

Lerner apreende jornal

Curitiba, 1 de junho de 2001

NOTA DE REPÚD IO

O S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a sProfi ssionais do Paraná repudia aapreensão do jornal do Fórum deLuta por trabalho, Terra, c idadan iae Soberan ia do Paraná por agentesda Recei ta Estadual , no dia 30 demaio de 2001. A ação demonstraa face di tatorial do Governo JaimeLerner ao repreender a l iberdadede imprensa e v io l ar o di re i to àl ivre mani festação.

Ati tudes como essa deixam claroque as práticas da Di tadura Mi li tarainda servem de inspi ração paragrupos polí t icos no Brasi l .

O S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a sdefenderá até a úl t ima instância odi rei to de toda e qualquer pessoad e i n f o r m a r a p o p u l a ç ã o em an i f e s ta r- se , ga ran t i n do ass imuma legí tima defesa da democrac iae da c idadan ia.

D i r e t o r i a d o S i n d i c a t o d o sJornal i stas Prof i ssionais do Paraná

Troféu Sangue Ruim: “Homenagem”do Sindijor ao Governo do Estado

Capa do Jornal do Fórumpede Impeachment já

Hug

oA

bat

i

Repr

odu

ção

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 4: Extra Pauta Ed. 54

4 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

Aabertura do 3º Ciclo de Idéias nãopoderia ter outropalestranteque nãofosse GeorgesBourdoukan.O escri-

tor e jornalista foi responsável, indiretamen-te, pela escolha do tema do evento. Umafrase em seu artigo “Reflexões” na revis-ta Caros Amigos (fevereiro de 2000), daqual é colaborador, foi a chave inspiradoraque a organizadora do Ciclo, a publicitá-ria Cida Mondini, encontrou para esseano. Bourdoukan, autor do recente “O Pe-regrino”, citou o mito de Orfeu para cri-ticar nossa falta de indignação perante asmazelas de nossa civilização. “Estará ahumanidade sob o encanto da Lira deOrfeu?”, perguntou. Sua palestra nesseprimeiro encontro seguiu o mesmo cami-nho. Achar respostas para nossa apatiadiante da necessidade de transformar ummundo caótico. “Estamos perdendo nos-sa sensibilidade, nossa percepção do mun-do, das pessoas e, pior, nossa dignida-de”, alerta o escritor.

Sua tática foi apresentar uma série dedados que superam o simples amontoadode estatísticas, procurando sensibilizar aplatéia sobre as populações escondidasatrás do biombo dos números. Um delesassusta: 358 famílias possuem renda anu-

ciclo de idéias

Orfeu rico é Orfeu ladrãoal superior a 45% da população do plane-ta. Outro: as 200 maiores corporações domundo empregam somente 0,75% dos tra-balhadores. Em tempos de apagão, o jor-nalista garimpou outra desgraça: só osEstados Unidos, que representam 5% dapopulação mundial, consomem 30% daenergia produzida. No meio-ambiente asituação não é diferente. Quase a metade,41%, das terras agricultáveis estão esgo-tadas ou desérticas. Nos últimos 40 anosdestruímos 15% de nossa biodiversidade.Enfim, Bourdoukan mapeou um planetadominado pelas pressões econômicas,excludente e autofágico.

E, aí, o que vamos fazer? A indigna-ção, segundo o jornalista, tem que ser in-dividual e coletiva. “Estamos sempre a re-ceber ordens porque é legal ,é bonito e émoderno obedecer”, provoca. Para ele, aspopulações sofrem o mesmo processo eestão sendo forçadasa se submeterem, ain-da mais, à política econômica norte-ame-ricana. “O que é essa proposta da ALCAsenão o pasteleiro querer ser sócio do MacDonalds?”.

Os meios de comunicação têm papelpreponderante na desconstrução da críti-ca e na formação de um discurso

hegemônico. “Não existe mais imprensa,só fast food de notícias que oferecemtudo, menos informação”. O ex-editor darevista Placar, do jornal O Globo e res-ponsável pelo fechamento da capa da Fo-lha de S. Paulo por dois anos, não poupaos colegas de profissão. “Jornalista é umoffice boy mal remunerado”. E emenda:“Jornalista rico é jornalista ladrão”.

Bourdoukan acredita que o jornalistavive entre duas “éticas”, a patronal e a dacomunidade. “O verdadeiro jornalista nãopode fazer concessão”, sentencia.

ECHELONPolêmica. Já no encerramento de sua

participação, Georges citou um controver-tido projeto secreto da agência nacional desegurança dos Estados Unidos chamadoECHELON. Segundo o jornalista, oECHELON visa grampear a comunicaçãoeletrônica mundial, com o objetivo demonitorar governos, empresas e organiza-ções. Um programa acoplado ao sistemaoperacional Windows enviaria uma “ima-gem” das mensagens de e-mail a váriossupercomputadoresespalhados pelosEUA.Segundo Bourdoukan , o sistema só é aci-onado quando o texto contém palavrascomo bomba, atentado, IRA, Jihad, Hamas,etc, O tal ECHELON estaria usando saté-lites para vigiar telefones celulares e fax.Umprotesto virtual está marcado para o dia21 de outubro, chamado Dia Internacionalcontra a Invasão de Privacidade, quandomilhares de “manifestantes” pretendemabarrotar os computadores espiõesenvian-do mensagens com as palavras “inimigas”.

Orfeu poderia ser um jornalista? Elemergulhou no submundo, conheceu

as piores coisas do homem e isso o le-vou a uma desilusão profunda. A simi-laridade entre o mito e o profissionalda comunicação foi o eixo do debate como jornalista Luciano Suassuna, chefe deredação da revista ISTOÉ Gente. Foca-lizando a questão do cotidiano do jor-nalismo, as melhores histórias sempreacontecem nos subterrâneos da socie-dade. “Quando se volta à tona, depoisde uma investigação, mergulhando fun-do no submundo, não podemos nos dei-xar dominar pelo sentimento de desilu-são que vem depois da publicação des-sas histórias”, afirma Luciano, explican-do que muitas vezes as matérias não têma repercussão esperada.

A principal mudança no jornalismodos anos 90 é a sua identificação comos temas sociais voltados para o desen-vo lviment o da democraci a. Aconstatação de Suassuna ganha veraci-dade com a pulverização de editorias,

Notícias nos férteis subterrâneos da sociedadeprincipalmente nas revistas, voltadaspara educação e cidadania, mas é céticocom relação às políticas governamentaisnessa área. “Não dá para falar em cida-dania sem emprego, sem educação, sobpena de sermos contraditórios com rela-ção ao respeito aos direitos fundamen-tais”.

O desprezo, tal qual Orfeu com asmulheres da Trácia, é um dos pecados daprofissão do jornalista. “Em última ins-tância o desprezo leva à arrogância e éuma falha jornalística grave porque vocêdeixou de ouvir as pessoas”, argumenta.A regra na revista que coordena é se co-locar no lugar da pessoa da qual está sefalando. É ser observador e objeto, numcuidado permanente. “ Isso se reflete noreaprender o jeito de escrever, quandoos jornalistas ainda usam vícios de lin-guagem ironizando as pessoas”,diz.

Ler TV“Muita gente que começa no jorna-

lismo é inteiramente permeado pelo

mundo televisivo e quando começa a tra-balhar em revista tem que aprender a versem a imagem”, analisa Suassuna, acon-selhando os novos jornalistas que vejam,mas principalmente, “leiam” a TV.

Segundo o jornalista, a TV digitaldeve impôr modelo estético fascista nosprogramas e também nas redações.” Sehoje o padrão da TV fica exigindo umpadrão, com a qualidade da TV digitalvão exigir um rostinho ainda mais boni-tinho, padronizado”.

O caso ZéliaNa vida é tragédia e comédia.

Luciano foi o jornalista que descobriuo romance entre a ex-ministra da eco-nomia Zélia Cardoso, do período Collor,e o senador Bernardo Cabral. Ele foi oúnico que foi à festa de aniversário daeconomista, como repórter da ISTOÉ,por pura intuição de que o namorado nãodeixaria de estar lá. Depois foi do“Besame Mucho”, e Suassuna não tevedúvidas. “Ainda assim fiz a matéria des-crevendo as conversas entre os dois du-rante a festa e elas são suficientementereveladoras, sem que você precise di-zer que os dois eram namorados comtodas as letras”.

Bourdoukan: amiséria do planeta

Suassuna: TV digital vaiser mais fascista

Dav

iPa

trzyk

iD

avi

Patrz

yki

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 5: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 5

ciclo de idéias

Manchetização da notíciae a fé no jornal impressoO jornalista e escritor Ruy Cas

tro, aos 34 anos de profissão –“Comecei em 1967, no extinto

Correio da Manhã, no Rio de Janei-ro” – embora afastado do trabalho derepórter nas redações desde que pas-sou a fazer sucesso como escritor, hámais de dez anos, não trai as origense também não abre mão de uma certaortodoxia profissional. “O jornalismonão é uma profissão comum, em quevocê pode desligar ao fim do expedi-ente e esquecer o que se passou. Aocontrário, o jornalista, o repórter, estána função 24 horas por dia”, afirma.E complementa: “O jornal ista preci-sa estar razoavelmente informado so-bre todos os assuntos e muito bem in-formado sobre alguns, o máximo quepuder.”

E o escr itor? Para ele, escrever éfácil, duro é pesquisar para escrever.“Em cada um de meus livros biográfi-cos (O Anjo Pornográf ico , sobreNelson Rodrigues, e a biografia deGarrincha) pesquisei durante muito

A to final: Orfeu encontra a fel icidade somente na morte, junto

a Eurídice. A Lira sobe aos céus, for-mando a constelação. “Acho que mechamaram para falar sobre felicida-de possivelmente porque eu escrevium livro sobre a inveja”, i ronizouZuenir Ventura no início do encon-tro de encerramento do 3º Ciclo deIdéi as. Escr i t or , co nhec ido pe lobest-seller “1968-O ano que não ter-minou”, e jornal ista com mais de 40anos de atuação, Zuenir lançou, em1998, “ Inveja-Mal Secreto”, que jávendeu 110 mil exemplares. A pales-tra contou também com a presença dopsicólogo Cláudio Picazio, do qua-d ro S exo Po si t i vo , do p rogr amaSuperpositivo da Band.

Fechando o Ciclo, os part icipan-tes foram indagados: para Orfeu amorte, e para nós? A felicidade e pazsomente serão verdades no futuro?

Povo humilhado com vocação para a felicidade

tempo, uns dois anos cada um. E issodá trabalho, porque você tem uma in-formação aqui , outra ali, e tem quechecar tudo, conferir as diversas ver-sões sobre um mesmo fato. Depois deum ano, “você volta a ouvir determi-nada fonte para checar uma informa-ção, ver se essa pessoa mantém a ver-são antiga. Depois de reunir tudo, es-crever é moleza”, afirma.

A uma pergunta do auditório so-bre a repercussão da li teratura namí di a , Ruy Castr o te st emunhou:“Nessas biografias que fiz, e tambémnos l ivros sobre a Bossa Nova, t iveuma boa mídia. Os lançamentos forambem cober tos e repercut iram bem.Isso, em relação às biografias. Ago-ra, quanto à ficção, a coisa é diferen-te. Porque jornal ista não lê o livrointeiro para fazer a matér ia. Ele, nomáximo, lê a orelha e o press releaseda editora. Então, o jornal ou a re-vista e a televisão apenas registramuma vez e acabou. Nos meus l ivrosbiográficos, a cada semana saía uma

matéria. Quando part i para a ficção,notei que a cobertura foi escassa”.

Para Ruy Castro, o jornal jamais vaiser substituído em sua importância naanálise e aprofundamento do debate.“A Internet é um grande instrumento

democratizante – porque depois delanão haverá mais ditaduras - e um gran-de instrumento de comunicação. E jáé também um fabuloso banco de dados.Com relação à informação, eu temoque ela contamine as pessoas com essacoisa que é a manchetização da notí-cia. Todos esses jornais e revistas online não têm espaço, tempo e compe-t ênc ia pa r a faze r uma co i saaprofundada. Então, a notícia é redu-zida a uma manchete. Se você quer lermais um pouco, você clica e tem mais10 linhas. Clica de novo e tem mais15 linhas. Aí você pára, porque nin-guém consegue ler um artigo inteiro naInternet, tudo tem que ser muito cur-to. E eu temo que as pessoas passem ase contentar com essa manchetizaçãoda notícia e a achar que uma notícia seresume a uma linha. As notícias devemser lidas em sua profundidade e dis-cutidas e debatidas. Isso você vai con-seguir ainda e somente no jornal. Enão vai conseguir na revista mensal ousemanal e muito menos na Internet”.

Para Ventura, duas condições irãosempre nos perseguir. Ser e não serfel iz. “Infel izmente, vivemos numpaís onde é difícil harmonizar a feli-cidade individual com a fel icidadecoletiva”, explica. Fato que não dei-xa de ser paradoxal . “A vocação doBrasil é para a felicidade, de um povot ão sac r i f i ca do , op r i mi do ,despossuído, tão infeliz, que era paraser um povo cheio de ressentimento,vingativo e no entanto não é ”, afir -ma Zuenir, comentando um pouco deseu l ivro-diário “Cidade Part ida”,onde relata os oi to meses vividos nacomunidade de Vigá r io Geral . Omedo de perder a felicidade, tão rara,torna-se uma constante. “Convive-mos com armadilha de perder a fel i-cidade a qualquer momento”.

Por acreditar na vivência entre oshomens, o escr itor não é cético comrelação à felicidade, e acredi ta no

rompimento do isolamento do ho-mem. “O consumo tenta fazer do serhumano um produto, nossa saída é

adorar o presente mas respei tar opassado e ter esperança no futuro”.

Os meandr os d a psicol ogia j áabordam a felicidade de outra forma.“A felicidade vai estar sempre em al-guma coisa que eu nunca encontro”,sentencia Cláudio. Para ele, o temanão poder ia deixar de fora a mídia,acusada de vender todo o tipo de “fe-licidades”. “O marketing da felicida-de diz que você não pode estar depri-mi do , po r que se não ni nguém t eaguenta”. O psicólogo ainda foi se-vero com a programação televisiva.“Na TV, o Programa do Ratinho apre-senta uma realidade para que vocêache que é feliz, que existem pessoasvivendo situações piores que a sua”,cri tica. Alcançar a fel icidade? Sóquando se aprende a respeitar nossosprópr ios desejos. “Quando a gentelida com nossas dores, a gente acabaalcançando a felicidade”.

Castro: livros de ficção têmcobertura escassa

Zuenir: ser humanonão é produto

Dav

iPa

trzyk

iD

avi

Patrz

yki

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 6: Extra Pauta Ed. 54

6 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

ciclo de idéias

Jornalismo e poder, duasfaces da mesma moedaO jornalista Gabriel Priolli, 30

anos de profissão, 26 dos quaisno jornalismo e na crônica po-

lítica, não tem dúvidas: “O jornalismoe o poder são duas faces da mesma mo-eda”, afirma. E explica: “Não existe opoder que se constitua sem uma comu-nicação com o grande público. Portan-to, o poder não pode de forma algumaprescindir da comunicação. E nós, jor-nalistas, temos o papel de intermediarentre esse poder e a população”, argu-menta, para concluir: “Estamos total-mente interligados.”

Na palestra solo e no concorrido de-bate que se seguiu, na tarde de umaquarta-feira, estendendo sua interven-ção por mais de meia hora além do pre-visto, o diretor do programa Vitrine, daTV Cultura de São Paulo, estendeu seuraciocínio para exemplos concretos edeu o próprio testemunho de atuaçãocomo jornalista junto ao poder público.“O jornalismo em si atribui poder aquem o exerce e não é por outra razãoque centenas de parlamentares que agente conhece começaram sua carreirapelo exercício do jornalismo. Então, sãoduas esferas que se articulam de formamuito intensa”, reforçou.

Priolli contou sua experiência comojornalista, cuja carreira iniciou no augeda ditadura militar. O general Geiselocupava a Presidência e a guerra políti-ca interna do regime produzia, de umlado, o noticiário de abertura democrá-tica, enquanto nas prisões os opositoreseram torturados e mortos. “O nosso tra-balho na época era extremamente deli-cado, havia censura prévia e eu traba-lhava numa emissora estatal (TV Cul-tura), ligada ao Governo do Estado deSão Paulo, o que tornava o nosso traba-lho ai nda mais complexo”. Eexemplifica: “Eu trabalhava em televi-são e era estudante de jornalismo. Mi-nha militância mais direta foi no movi-mento estudantil, quando fizemos umagreve, em 1976, e acabei sendo teste-munha de diversos episódios. Por exem-plo, eu estava na sala do secretário deSegurança, Erasmo Dias, que hoje é

deputado, quando foi decidida a inva-são da PUC de São Paulo, um fato mui-to importante na época. A autonomiauniversitária foi violada, a polícia en-trou no campus, houve estudantes feri-dos por balas e bombas, alguns em es-tado grave. Eu estava na sala e fui tes-temunha desse acontecimento, como deoutros”.

“A censura era feita na TV, poucosminutos antes do jornal ir para o ar. Enada era documentado. A gente recebiaum telefonema. Aqui é o agente fulano,da Polícia Federal, está proibida a

veiculação de qualquer notícia sobre as-sunto tal. Então era difícil fazer jorna-lismo porque as coisas estavam aconte-cendo e não se podia noticiar.

Baseado em sua experiência no jor-nalismo, mais especificamente na apu-ração de reportagem política, GabrielPriolli deixou importantes pontos de re-flexão para o auditório formado por es-tudantes de jornalismo. Alguns deles:

·A posição fundamental do jornalista,diante de qualquer assunto, não só do po-der, mas diante de qualquer fato, diante dequalquer coisa, deve ser a desconfiança.

·Se você faz um jornalismo muito li-gado à aparência, se você é muito cré-dulo, você freqüentemente vai ser en-rolado. Provavelmente você vai sermuito enrolado. Então, a atitude profis-sional mais correta é a desconfiança, opé atrás.

·O jornalismo é uma profissão emque você tem que pôr tudo em dúvida,sobretudo suas convicções pessoais.Você não pode ficar se aferrando a ver-dades. Não existem verdades absolutas.O jornal ismo te ensina que há umrelativismo permanente nas coisas. Nãoexiste nada absoluto, tudo é necessari-amente relativo.

·O percurso do jornalista começa noidealismo, vai para o ceticismo e acabano cinismo. O grande problema é vocênão cair no cinismo. O ceticismo é ine-vitável. Mas o cinismo é uma posturafilosófica bastante negativa, que te atra-sa pessoalmente, te deixa uma pessoaamarga.

·O sujeito que está na política racio-cina dentro de um determinado meca-nismo. É um tipo de jogo que tem re-gras, dentro das quais você joga. E des-sas regras não fazem parte a transparên-cia, a verdade, a sinceridade. E aqui euvou ser bem claro: isso vale para qual-quer tipo de agremiação política, qual-quer tipo de coloração. Não existe aque-la coisa de Robin Hood, de bons e maus,coisa de a esquerda é bacana e a direitasó tem bandido. A coisa é bem maiscomplicada do que isso. Tem gente de-cente nos dois campos, tem gentepilantra nos dois campos, mas todos,indistintamente de serem bons, maus,sérios, desonestos, todos enfim, parti-cipam de um determinado teatro chama-do política, com um discurso que seconstrói, e do qual, bem ou mal, de cer-ta forma, o jornalismo participa.

·Fui uma das últ imas pessoas quefalou com Wladimir Herzog antes desua morte. Ele foi um jornal ista daTV Cultura, que era militante do Par-tido Comunista e foi preso, tor tura-do e morto no DOI-Codi do II Exér-cito, em 1975.

Priolli: No jornalismo você aprende que nada éabsoluto, tudo é necessariamente relativo

Dav

iPa

trzyk

i

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 7: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 7

A indignação política do cartunistaAroeira e a mensagem de esperança do músico Zeca Baleiro conver-

giram para um entendimento no debatenoturno realizado na segunda-feira, dia 23.Aroeira identificou em sua geração umcerto inconformismo indignado, que a ge-ração seguinte, simbolizada por ZecaBaleiro, tratou de atenuar com a mensa-gem da esperança. Nenhum dos dois, noentanto, refrescou o discurso em relaçãoao poder. “Eu sei onde fica o Inferno, éBrasília. Sei quem é Hades (senhor do in-ferno), é Fernando Henrique”, fulminouAroeira, de cara, na interpretação livre domito de Orfeu. Se lhe fosse dado viver oinfeliz herói da mitologia, Aroeira afirmaque sua Eurídice seria a democracia ple-na, que ainda não viveu.

Para Zeca Baleiro, “a esperança é o sen-timento mais moderno que existe, que sepode ter hoje.” Ele antepõe o sentimentoda esperança à globalização desumana:“Essa chamada modernidade que está aítrouxe um desalento, um desencanto mui-to grande para a vida da gente, apesar dascoisas positivas que vieram junto. Alémdo ceticismo trouxe um certo cinismo”,afirmou. Ele classificou o cinismo como“o pior de todos os sentimentos possíveis,se é que isso é um sentimento.”

Segundo Zeca Baleiro, o fim da his-tória, preconizado pelo pensador FrancisFukuyama, no fim do século 20, nadamais é do que a submi ssão aoconsumismo imediato e à pretensa ani-quilação do sentimento de posteridade.E citou um poema que homenageia omito de Orfeu, segundo o qual, até asárvores desceram à praia para ouvir suamúsica, enquanto “os semideuses em si-lêncio ouviram, /E os homens em heróisse transformaram”.

O debatedor conclui: “Eu acho que tal-vez o grande segredo, o mistério da his-tória esteja aí. A gente tem que buscar esteheroísmo. Não o heroísmo folhetinesco,televisivo e tal, mas este heroísmo da mi-tologia, fazer sempre crer que a gentepode superar impossibilidades, as adver-sidades e fazer valer o sonho. O sonho nãoacabou. Foi o sonho do John Lennon que

ciclo de idéias

Os semideuses em silêncioouviram os acordes da lira

acabou. O meu permanece e o de vocêstambém”, concluiu, para a jovem platéiaentusiasmada.

Mais panfletário em seu discurso,Aroeira concordou com a postura otimistaem relação ao futuro, mas fez questão deidentificar entre os atores sociais do pre-sente os vilões responsáveis pelas princi-pais mazelas do país. “A cada vez que umministro dá uma canetada e tira, digamos,

a merenda escolar de uma cidade do Nor-deste, ou do Vale do Jequitinhonha, emMinas Gerais, ele pode não lembrar, masele mata um número determinado de cri-ançasao fazer isso.” Aroeira reconhece queisso não tem graça nenhuma. Mas obser-va: “Graça tem, e isso é muito engraçado,quando o Antonio Carlos Magalhães e oJader Barbalho se destroem mutuamente.Aí, o país penhorado agradece.”

O que é o motoboy lá de SãoPaulo, perto de um Zé Serra,ou o que é um motoboy pertode um Malan, um sujeito que,

aliás, ainda acha que podeser candidato a presidente da

República, um sujeitoinflexível na questão

econômica, que é uma espéciede office boy de luxo do FMI,

que leva e traz os recados,esse cara é o meu inferno.Esse e seus pares. E nós

somos as outras duas coisasao mesmo tempo: somos

condenados e Orfeu nessaparábola que o ciclo estácontando sobre o mito de

Orfeu e Eurídice.(Aroeira)

Porque eu acho que seperdeu um pouco aquela

noção de perspectivahistórica, de crença no

futuro, de acreditar que sepode fazer um futuro

diferente do que se vive. Issotem novamente a ver com adesesperança que a gente

vive. Parece que tudo o que agente faz não tem mais

relação com a posteridade,com a eternidade.

(Zeca Baleiro)

Aroeira (acima) eZeca Baleiro: papo

inteligente e anegação do fim da

história e dadesesperança

Dav

iPa

trzyk

i

Dav

iPa

trzyk

i

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 8: Extra Pauta Ed. 54

8 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

A modernidade ou ,para os teóricos mais de-dicados, a pós-modenidade tem recria-do o significado do quechamamos de “experiên-cia”, ou mesmo a formaqu e a vivencia mos. Otema do Ciclo levantoua seguinte pergunta aojornal is ta T ão G omesPinto, com mais de 30anos de labuta nas reda-ções, e ao artista plásti-co Guto Lacaz, que car-rega há muitos anos umacriatividade pulsante emtudo que faz e fala : oque nos leva, na maioriadas vezes, a não seguira voz da experiência?

De saída Tão abordoua sua escolha pelo jorna-lismo-”sempre fui pelonão atendimento das re-comendações do bomsenso”- quando a “expe-riência” talvez lhe reser-vasse outros caminhos.“Comecei por acaso no jornalismoenquanto cursava a faculdade deDireito do Largo São Francisco e so-nhava ser juiz do trabalho. Hoje, de-poi s de 37 a nos de t ra ba lhojornalístico, eu não consigo provarque trabalhei esse tempo todo”. ParaGuto há uma íntima luta entre o po-der da sedução e o respeito à expe-riência. “A sedução é terrível, elatem um lado encantador e um ladotraiçoeiro que ofusca nossa intuiçãopara não entrarmos numa canoa fu-rada”. Tão complementa a assertivade Guto. “Depois da tarifa dos 60anos a gente espera o contrário, quevá ainda ser seduzido por algumacoisa”, brinca.

Como Orfeu, que fez um mapados infernos de Hades para alertar

ciclo de idéias

Mapa do inferno levaao marketing absoluto

os mortais sobre os campos obscu-ros, os palestrantes tentaram detec-tar algumas mazelas da mídia atu-al. Entre os dois, o consenso de quea imprensa está domina da pelomarketing absoluto. “É incrível queuma revista nacional fique discutin-do na capa o tamanho do pênis dobrasileiro”, critica Tão. Guto é mor-daz: “As pessoas jogam fora a re-vista e ficam com o brinde. Tão lem-brou que a capa que mais vendeu re-vista ISTOÉ, onde teve o cargo deeditor-chefe por 14 anos, foi em 93,sobre a filmagem de uma “autópsia”de extra-terrestres, realizada na ci-dade de Roswell, nos Estados Uni-dos, na década de 40. O Fantásticoinclusive apresentou a tal disseca-ção dos viajantes do espaço. “Nin-

guém acreditava naquilo, todo mun-do sabia que eram bonecos, um en-godo, mas mesmo assim compravama revista porque tinham curiosidadede comprovar por si mesmos aquelamentira”, diz. No mesmo filão, foia segunda maior vendagem da revis-ta com a matéria sobre o “homemdo Rá”, o paranormal Thomas GreenMorton, que vive em Goiás, e temum séquito de artistas que periodi-camente o visitam em busca de“energização”. O jornalista lembrouque teve responsabilidade diretapela edição dessas “reportagens”,mas salientou que a sede das bancasenfraqueceu, em todas as revistas,a cobertura jornalística com maiorrelevância social e política.

Como que para “pagar”os peca-

Tão: o irrelevantetamanho do pênis

Guto: escaramuças esimbologia na tevê

Davi Patrzyki Davi Patrzyki

dos , a experiência deTão Gomes em váriasrevistas serviu de man-damento do que não sedeve fazer em seu novodesafio editorial na Re-vista Imprensa. “A Re-vista Imprensa está comsérias dificuldades fi-nanceiras, mas é inde-pendente de governonão se rende à futilida-de das três maiores re-vistas do Brasil, dessafuga do problema essen-cial que é a criminosadistribuição de renda ea falta de ética na polí-tica”.

Pa ra o exper ientejorna l i st a a pós-modernidade colocouos chinelos. O tempoagora é de TV Senado.“A TV Senado em sidouma das melhores pro-gramas da TV brasilei-r a , most ra ndo todasimbologia e escaramu-

ças do poder” . O Senado na TVcria o efeito de um teatro da vidareal. Com a presença da TV, os dis-cursos tornam-se flâmulas em de-fesa do povo, mesmo para um ple-nário vazio. “Fiquei três horas di-reto de TV Senado vendo o depoi-mento da Diretora do PRODASENcomo se fosse um filme”, descreveLacaz.

De passagem , a imprensa emnosso estado também foi comenta-da. “A imprensa do Paraná tem umpotencial de criação muito grande,mas ainda há uma timidez muitogrande dos empresários que aindanão descobriram o filão do esta-do”, deduz Tão. Algo que os jor-na li sta s da ter rinha já sabem, esentem, há muito tempo.

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 9: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 9

S e era para falar sobre o encantador que se vê encantado, acantora e composi tora Sandra

de Sá acabou encantando a platéiapronunciando seu amor pela ar te,pela música e, pr incipalmente, pelapaixão de ser brasileira. “O povo bra-sileiro é um povo encantador e queencant a” , d i z Sandr a . Avessa aoformalismo de apresentar uma pales-tra, a cantora preferiu o bate papo, aconversa azei tada, como ela mesmoafirma, pela “verdade aberta”. “Men-ti r dá muito trabalho”, argumenta.

Quem ou o que nós amamos? So-mos encantadores ou encantados?Crítica com relação aos modismos namúsica, Sandra de Sá ressaltou quea paixão pela qual idade musical su-

ciclo de idéias

Encantadores e encantadosb l i ma o s en ca n t a me nt o s p e l oefêmero. “Depois de uma enxurradade porcar ia no pagode quem se fir -mou foi o Zeca Pagodinho, JorgeAragão, Fundo de Quintal , o pessoalantigo”. Ela reclama e ironiza o atu-al funk: “Não vou a baile funk por-que senão vou ter que escutar a mú-sica”. “Esse lance que estão chaman-do de movimento funk vai acontecera mesma coisa; eu falo o seguinte:Bobeatum sum, dançatum est”.

C om sensi b i l i d ad e p e cu l i a r ,Sandra se diz uma veterana pela sin-ce r i dade a r t íst i ca e , at ua lmente ,imune aos enquadramentos impostospelas gravadoras. “É só a gravadoradizer para o cantor que tal coisa vaivender muito que ele se encanta e

vai , é quase que uma lavagem cere-b ra l” , a le r t a . Quest ionada sobr ecomo freiar a insolvência musicalque assola o país, Sandra propôs algoque já vem fazendo: a apresentaçãode novos cantores e composi toresnos shows. “A grande revolução éintelectual , no sentido de você saberque um tapinha dói e dói mesmo”,sintetiza.

Foi um dos encontros com maiorparticipação da platéia com pergun-tas e comentár ios. Se o debate con-seguiu responder aos desígnios ini-ciais sobre o encantamento do mun-do já é outra história. Para a cantora,isso é o que menos importa. “Nossoencantamento tem que ser o que ver-dadeiramente gostamos de fazer”.

Sandra: Bobeatumsum, dançatus est

Dav

iPa

trzyk

i

A ética das indulgênciasO teatro da política foi o principal tema

do jornalista Bernardo Kucinski, professortitular da Escola de Comunicação da USP.Sob o impacto dos acontecimentos políti-cos daqueles dias, em que a crise decorren-te da violação do painel eletrônico do Se-nado agitava osnoticiários, Kucinski entroude sola na interpretação do comportamentotucano.

Sua teoria: a crise é essencialmente éti-ca. E segue a ética católica, pela qual o in-divíduo pode cometer pecados, porquedepois vai pedir e obter o perdão. Kucinskilembrou que o alto tucanato, assim chama-dos os criadores e principais dirigentes doPSDB, originou-se da turma de amigosquefaziampolítica na antigaAP,Ação Popular,movimento de esquerda que se alinhoucon-tra a ditadura militar no final dos anos 60.Kucxinski explicou que a AP não era ummovimento apenas cristão, mas um movi-mento essencialmente católico. Dele fazi-am parte o falecido ministro das Comuni-cações, Sérgio Motta, e os atuais ministrosda Educação, Paulo Renato, e da Saúde,José Serra. Eles chegaram ao poder, apos-tando numa proposta política. Os dois quesobreviveramao Governo Fenando HenqiueCardoso são candidatos declarado à sua su-cessão. A base política do atual Governo,lembra o escritor, estabeleceu-se com umaaliança entre PFL e PMDB, duas forças

antagônicas, mas cimentadaspelo PSDB. Ea relação entre essas forças sempre foi detroca, “uma troca de indulgências”, prefereo palestrante, para consolidar sua teoria daética católica.

José Arruda encomendou a lista parachantagear senadores, conslui Kucinski.“Ele apregoou pelos corredores doCongressso, antes de ter a lista, que sabe-ria dos votos de todos, porque queria

chantagear os senadores para que não vo-tassem a favor do Luís Estêvão, adversá-rio dele.” A chantagem começou, então,antes da quebra do sigilo e continuou de-pois, concluiu. “Até no discurso de arre-pendimento dele tem um elementodechantagem, quando ele pede perdão aogoverno, pede perdão aos eleitores... masele não pediu perdão ao povo brasileiro.Eu observei isso. Mas pediu perdão ao

Governo e disse: “Governo a quem serviem situações mais difíceis do que esta. Issotem um elemento de chantagem.”

Então, as idéias que eu coloco sáo es-sas: as cr ises brasi leiras têm umadramaturgia própria, conhecida, emboraaconteçam coisas inesperadas, mas temelementos que se repetem. Eu sei por-que vivi várias crises. Lembro dosucicídio de Getúlio Vargas, Houve a cri-se do Collor. A atual tem toda essa idéiado perdão. Mas todas elas têm a idéia doperdão, têm subjacente a coisa da chan-tagem e é uma crise de natureza essen-cialmente ética. No fundo de tudo, estáa corrupção, a mentira, segredo, engo-do, dissimulação, tudo questões éditcas.Não são questões ideológicas.

Bernardo Kucinski foi fundador e co-laborador de vários jornais alternativos quesurgiram na década de 70 para combater aditadura. Deu sua colaboração para os se-manários Opinião, Movimento, EmTempo.Foi correspondente no Brasil dojornal londrino The Guardian e trabalhou,na Inglaterra, na BBC de Londres, rádio eTV. Entre seus livros publicados, os últi-mos são: O Fim da Ditadura Militar (Con-texto); As Cartas Ácidas da Campanha deLula de 1998 (Ateliê); Síndrome da Ante-na Parabólica (FPA); Jornalismo Econômi-co (Edusp).

Dav

iPa

trzyk

i

Kucinski: ação popular chegouao poder e quer mais

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 10: Extra Pauta Ed. 54

10 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

ciclo de idéias

“Pedrão” mostra o Brasilque o Brasil não conheceP ed r o Mar t i nel l i é um fo t ó

gr a f o c r í t i c o e , p r i nc i p a lment e , um pr of i ssio na l que

se encant a p el o que a fot ogr af i apo de p r est a r à so c i ed ad e . Andoupor tr i nt a ano s na Amazôni a , t ra -ba l hou com os i r mão s Cl áud i o eOr lando Vi l la s Bô as, r egist r andoa vi da dos í nd i o s, d o home m dafl o r est a , a d evast aç ão e , o mai sassust ado r , a ace l e r ação do p r o -cesso de exp l o r ação a t r avés deuma r ede d e gr i lagem i nt e rnac io -na l f i na n c i a d o p e l a s mu l t i n a -c iona is. E st ar , dur ant e anos, comuma câmera na mão , no mei o d i s-so não é o que mai s o f asc i na .“ F o togr a f ia é mai s d o que t er umpape l para imprimir. Sai r fotogra-fand o só par a sa t i sf aze r o nossoego , se acha r um ar t i st a , não é oque eu faço , a gent e t em que t e rum compr o mi sso ” , avi sa .

Ped rão, para os amigos, pr inci-pa l ment e na E d i t o r a Ab r i l ondefo i d i r e t o r d a á r ea d e fo t ogr a f i adurante 15 anos, vive o p aradoxode fazer fo to gr af i a na Amazôni a ,onde as lent es est ão sempr e à se r-viço da di fusão do c l ichê e do es-t e reó t i po . P a ra e l e, a fo t ogr af i at em uma função i mp or t ant í ssi mana val or i zação do po vo d a r egião.“Só fo tografam a festa do Quarup,as vi sta s aér eas daque la fl oresta er io s enormes, i sso é zer o de infor-mação sob re a Amazôni a”.

Autor do recente l ivro “Amazô-ni a - O Po vo d as Águas”, f ruto deum t r aba l ho de sei s anos, nossopalestrante do Ciclo de Idéias pre-fere o contrate entre maio r ia e mi-nor ia. Descobr iu ainda que a infor-mação com profundidade não inte-re ssa ao contexto midi át i co. “Nosg r a n d es j o r n a i s , nó s t emo s umse to r i st a pa ra cad a cl ub e de fut e-bo l , com um fo tó gr afo na l apel a,que saem t odos o s di as p ar a sabe rse a per na d o fulano est á boa; noentant o não temos um, só um jo r-na l i st a especi al izad o em Amazô-

nia”, afirma Pedro, sem conter a re-vo l ta. Quando se fal a repor tagem,sua consta tação é de que o j or na -l ista segue um roteiro induzido, um“scr i pt” esper ado . “ Eu sai a da r e-dação com poucas j anel as p ara medesvia r, par a co loca r impr essõespessoais sobre uma histór ia”. Can-

sad o d a b ul a d a s r ed a çõ es, dasid éi as p ré -concebi das, Mar t i ne l l ire so lveu compr ar um barco. “ Eufiquei viajando até ter as fotos queachava honesta s comi go e com otema que estava fotografando, semo exó t ico” a fi r ma e compl et a :“Arara pela arara, jamais”.

Pa ra quem se d ep arou com umadocument ação fotogr áfica profun-da , numa r egião imensa - “E u nãoconheço 30 % da Amazôni a, t er iaq ue v i ve r ma i s t r ê s v i d as p a r aconhecê- la”- ond e quem dá o r i t -mo é a natureza, a interferência es-ta ta l na f lo rest a tem a mesma di -mensão , só que de e rr os. “ El es f i-cam em Brasí l ia , entre aque las di-vi só r i as de euca tex, emi t i ndo de-cr et o do que pod e e não se podefaze r sobr e um l ugar que poucosconhecem”, argumenta o fotógrafo.

A Amazôni a é uma var iáve l in-q u i e t a p a r a a s e l i t e s g o v e r -n an t e s. P e d r o co n t a a e xpe r i ên -c i a d o p r og r a ma C o mun i d a d eS o l i d á r i a , da an t r o pó l o ga e p r i -me i r a d a ma Ru t h C a r d oso , noenvi o d e mer en da esco l a r pa r a ar e g i ã o a ma z ô n i c a . M a c a r r ã o ,ma ssa d e t o ma t e , sa l s i c ha e ml a t a , fa r i nha d e mi l ho , l e i t e e mp ó , c o mp u nh a m a c e s t a . T ud osem l eva r em cont a a cul t ur a a l i -m e n t a r d a q u e l a s p o p u l a ç õ e s .“ As cr i anças começar am a comere pa ssa r ma l , t e r p r ob l e ma d ep e l e , po r i g no r â nc i a d o go ve r -n an t e ” d e nunc i a .

Ch ei ro da expl oraçãoS e o exper i ent e r epó r t e r fo t o -

g r á f i c o r e c l a ma q ue no sso pa í sa i nd a nã o a co r d o u p a r a d e sc o -b r i r a essênc i a d a Amazô ni a o u-t r o s, há t empo s, a est ão engar r a -f and o . O l e ge n dá r i o C hane l nº 5t em na ext r ação do P au-Rosa , noAl t o X i ng u , a a l ma d e sua fr a -gr ânc i a , nem que par a i sso t enhaq ue envo l ve r uma r ede de exp l o -r a ç ã o c a p t a d a p e l a s l e n t e s d eMar t i -ne l l i . P a r a se ob t e r o ó l eod e c h e i r o f o r t e q ue va i se r usa -d o c omo fi xa do r do f amo so pe r -f ume é p r e c i so d e r r ub a r a á r vo -r e . “ Assi m, j unt o co m o mogno ,o our o ve r de da f l o r est a , a Ama-zôni a va i sendo p i nçada , c o r r o í -d a” .

Dav

iPa

trzyk

i

Martinelli leva sua lente à Amazôniae registra imagens honestas

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 11: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 11

Se acaso você chegasse” e ElzaSoares chegou. Ela deixou departicipar do primeiro dia do

3º Ciclo por motivos de saúde, masem favor do bom acaso, no dia 29,fo i l a dea da pelo ma est ro J ú l ioMedaglia, outro símbolo da fideli-dade à boa música brasileira, parao deleite de uma platéia ávida porser seduzida. E foi. Longe de se-rem saudosistas, os dois, ao contrá-r io de O r feu , não têm medo doolhar pa ra tr ás, e sal ienta ram apauperização do cenário musicalatual e o embrutecimento do ouvi-do do brasileiro. “A música primá-ria de grupinhos vagabundos semnenhum talento não vale uma pau-sa da música de Cartola ou NelsonCa va qu inho” , define o ma estro,acostumado com um tempo em queDalva de Oliveira, Silvio Caldas eOrlando Silva eram artistas popu-lares. Fiel com o que é Brasil, Jú-lio esteve recentemente rodando omundo com uma premiada monta-gem da ópera O Guarani, de CarlosGomes, numa produção que mistu-ra encenação e concerto.

Desde seu ultimo disco, o ótimo“Trajetória”, de 97, Elza vem ba-talhando para gravar um novo dis-co e viajar com shows. Tem idomuito mais ao exterior do que emsua terra natal. Ganhou prêmio daBBC, em Londres, aonde tem sea presenta do com freqü ência , demelhor cantora do século. “Tenhoimpressão de que se tivesse umaunião de quem tem qualidade po-deríamos barrar essa verdadeira in-vasão dos sem música”, avalia acantora . Para ela , a “questão” dofunk é como perguntar porque ca-chorro entra na igreja. Simplesmen-te deixaram a porta aberta.

Bloqueados pela massificaçãodo óbvio, os artistas não encontramanteparo do Estado. E nem deveri-

ciclo de idéias

A lira afinada seduziua platéia do Memorial

am. Segundo Medaglia, que foi di-retor geral do Teatro Municipal nofinal da gestão Pita, a função doEstado não é fazer cultura. O Esta-do é importante na atividade cul-tural como facilitador, criando es-paços culturais e na formação mu-sical com conservatórios e escolasapropriadas. Para Elza, “há muitacoi sa boa a contecendo” , ma s ogrande vil ão é a televisão. “Umcara paga 80 mil para cantar noFaustão”, denuncia Júlio. “Antiga-mente eles é que pagavam para agente cantar; desse jeito fica difí-cil mostrar nosso trabalho”, com-pleta Elza.

Os festivais, na década de 60,foram um exemplo de que o popu-lar não precisa ser necessariamen-te degradado. “Naquele momentoa indústria cultural colocava paraa população a melhor música domundo, como Domingo no Parque,D ispa ra da , A Ba nda ” , expl i caMedaglia. “As músicas faziam par-te de um projeto estético de cadaum dos compositores e intérpretes”.

Para os dois ainda resta uma es-perança. Os produtores, em algummomento, terão que se curvar pe-rante o caos e beber da fonte cria-tiva de quem está na periferia daindústria cultural. “Eles(as grava-doras) terão que rever suas posiçõespara poder continuar produzindo e, inclusive, vendendo. Graças aDeus a burrice enche o saco”, con-clui o maestro.

Só quem sabeA platéia aplaudiu de pé Elza,

mesmo resfr i a da , ca nta r “ MeuGu ri” sem acompanhamento ne-nhum. Um momento que marcou o3º Ciclo de Idéias. Argumentandocom a voz ela sintetizou o senti-mento de abandono por que passamnossas raízes verdadeiras.

O maestroerudito e acantora popularderam seudepoimentosobre a estéticamusicalbrasileira

Dav

iPa

trzyk

iD

avi

Patrz

yki

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 12: Extra Pauta Ed. 54

12 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

A realidade emfotografias e

poemas

exposição

ALíngua do Fotógrafo eo Olho do Poeta”. Esteé o título da exposição

fotográfica que o CUCA –Centro Universitário deCultura e Arte e a Delegaciade Foz do Iguaçu do Sindicatodos Jornalistas promoveram de15 a 18 de maio na Unioeste,campus Foz. A mostra reuniutrabalhos de sete fotógrafos:Áurea Cunha, FabricioAzambuja, Ney de Souza,Nilton Rolim, Roger Meireles,Robson Meireles e ChristianRizzi, todos profissionais dejornais locais. Vinte e umapoesias, uma para cada foto,compõem o trabalho artísticoinspirado no caos urbano dacosmopolita Foz das trêsfronteiras. Áurea Cunha,delegada do Sindicato dosJornalistas do Paraná naregião, diz que “a exposiçãomostrou nosso trabalho deuma outra forma, já que estesempre é visto de maneiramuito rápida, no dia-a-diados jornais diários. Aexposição permite umareflexão mais profunda”. ParaCarlos Luz, poeta premiadocom o último prêmioCataratas de Literatura e umdos convidados para a mostra,entende que a exposição Alíngua do fotógrafo e o olhodo poeta “é um canal peloqual a arte ganha as ruas,retratando o próprio cotidianodas ruas da cidade.” Depoisdo período de exposição, asfotos e os poemaspercorreram escolas,associações, bairros e centrosculturais da cidade.

Chr

istia

nRi

zzi

Áur

eaC

unha

Fab

ricio

Aza

mbu

ja

Roge

rMei

rele

s

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 13: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 13

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 14: Extra Pauta Ed. 54

14 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

Q ue re lação po deexistir entre o alerta contra o tráfico

de animais si lvestres noBrasil e uma das maioresmontadoras de veículos pe-sados do país? Ciente deque os motoristas de cami-nhão tem sido envolvidos aparticipar desse tipo de cri-me ambiental a Volvo doBrasil mantém o projeto“Caravana Ecológica Contrao Tráfico de Animais Selva-gens”. Patrocinado pela em-presa e implementado pelarevista Carga Pesada, a Ca-ravana é um espetáculo tea-tral interativo que percorrepostos de combustíveis eeventos onde há grande con-centração de caminhonei-r os. O ob j et ivo éconscientizar a platéia paraa gravidade do crime de trá-fico de animais silvestres. O Projeto jáfoi visto por centenas de caminhonei-ros e acaba de ser agraciado com oSpecial FrontLine Award, concedidopel a IP RA- I nt er nat io na l P ub li cRelations Association - o maior prêmiomundial de Relações Públicas.

Meio Ambiente, Segurança e Qua-lidade são valores fundamentais daVolvo expressos não apenas em seusprodutos e serviços mas que chegamà comunidade também por outras vias.A Volvo entende que não basta seruma empresa bem sucedida. É preci-so responsabilidade social. Ao longode seus quase 25 anos de história noBrasil, a empresa tem demonstradoisso na prática.

Programa Volvo deSegurança no Trânsito

A empresa é r esponsável , po rexemplo, pela mais duradoura campa-nha educativa de trânsito do país, oPrograma Volvo de Segurança noTrânsito. Além do concurso anual quepremia as melhores idéias para se re-

informe publicitário

Volvo: na rota daresponsabilidade fiscal

duzir os acidentes de trânsito no país– só em 2001 mais de 1000 trabalhosforam inscritos - o Programa já rea-lizou, ao longo de seus 14 anos, cen-tenas de simpósios, palestras, semi-nár ios e outros eventos. Outro méri-to do Programa Volvo de Segurançano Trânsito foi o de ter contribuídofortemente para desper tar a socieda-de para uma nova postura frente ao as-sunto. A obrigatoriedade do uso docinto de segurança e o novo Códigode Trânsito Brasileiro que, além deestabelecer punições mais r igorosasaos i nfr a t o r e s, d e f i ni u aobr igatoriedade da educação para otrânsito nas escolas, estão entre as vi-tór ias de uma mudança cultural bra-sileira. A mais recente contribuiçãodo Programa neste sentido é o Proje-to Transitando, voltado para a educa-ção dos motoristas e pedestres do fu-turo. Numa parceria com a Secretariade Estado da Educação do Paraná,numa primeira fase cerca de 10 milalunos de 50 escolas de Curitiba e re-gião serão beneficiados. A Volvo for-

necerá o material didático para as es-colas e para os alunos, além de capa-citar professores e monitorar a im-plantação e os resultados do projeto.

Exemplo dentro de casaMas os projetos sociais não páram

por aí. A empresa tem uma série deoutras iniciativas que contribuem paraa qualidade de vida e bem-estar doseu público mais próximo: os seuscerca de 1500 funcionários e familia-res, que perfazem um público total demais de 5 mil pessoas. A Volvo doBrasi l foi a pr i meira empr esa doParaná a ter sua própria comissão defábrica; a primeira do país a introdu-zir o sistema de “banco de horas”; aprimeira a adotar jornada semanal de40 horas para funcionários da produ-ção e também a primeira a definir ecolocar em prática um sistema de par-ticipação nos resultados.

A Associação Viking dos Funcio-nár ios Volvo - a AV - é outro exem-plo. Com uma área construída de 69mil m2, e um amplo calendário de

vent o s vol t ados pa r a olazer, a cultura, a diversãoe a prát ica de esportes, aAV possui Ginásio de Es-portes, academias de gi-nástica, campos de futebol,quadras de vôlei, basquetee tênis; além de salão defestas, churrasqueiras e umbosque com vegetação na-tiva. Até mesmo um vivei-ro conservacionista é man-tido na AV, para dar abrigoàs araras, tir ivas, jacus etucanos que são apreendi-dos pelo IBAMA e preci-sam de tratamento especi-al antes de serem devolvi-dos ao seu habitat natural.

Fundação SolidariedadeSolidariedade também

tem lugar na Volvo. É oque vivem dezenas de cri-anças carentes assistidas

pela Fundação Solidariedade, entida-de situada na comunidade de CampoMagro que abriga “casas-lares”, ondeos menores convivem com pais ado-tivos e passam a compartilhar do dia-a-dia de uma família. Psicólogos, as-sistentes sociais, orientadores educa-cionais e agentes de saúde oferecemtodo o apoio necessário às crianças,que freqüentam escolares regulares,d e ensi n o sup l e t i vo eprofissionalizante, conforme a faixaetár ia. A Fundação é autônoma emantida graças a contribuição da Vol-vo do Brasil e seus funcionários.

O que uma empresa espera ao fa-zer investimentos sociais? Para aVolvo isso é muito mais do que umreforço à marca. A companhia enten-de que sua responsabilidade social fazparte de seus valores, crenças, estra-tégia e visão de futuro. Tem sido as-sim desde que seus fundadores AssarGabrielsson e Gustav Larson funda-ram a empresa em 1927 e vai conti-nuar sendo assim por muitos anos fu-turos.

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 15: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 15

prêmio sangue novo

A hora dos emergentes

Ganhadores

O 6º Prêmio Sangue Novo de Jornalismoteve sua noite festiva em 30 de maio, no auditóriolotado do SESC da Esquina, para a entrega dosprêmios aos vencedores em cada uma das 11categorias. Instituído em 1996, o Prêmio SangueNovo foi criado como um estímulo à qualidadede ensino de jorna li smo nas facu ldadesparanaenses e desde a sua criação conta com oapoio da TV Paranaense e da Gazeta do Povo.Mais uma vez, o Prêmio conseguiu seu intento,na opinião do coordenador das seis últimasedições, o jornalista Emerson Castro. “Além decontribuir para o contato direto entre estudantese profissionais, a premiação conta ponto para osalunos nas universidades, sendo aceito, inclusive,como título, em concurso público na UFPR. OSangue Novo consegue mexer com a comunidadeacadêmica e com os jornalistas. Em sua sextaedição, está efetivamente consagrado.”

A avaliação dos trabalhos deste ano foi feitapor 33 jornalistas, divididos em comissões de trêspara cada uma das categorias.

Reportagem Fotográfica – (1º) Leandro Narloch, 3º ano UFPR; (2º)LuísCarlos dos Santo, 4º ano UFPR; (3º)Fábio Boaz Steibel, 3º ano UFPRReportagem para Rádio – (1º)Camila Rigi, 2º ano UEL; (2º)José EduardoTeixeira Costa, 2º ano UELMelhor Monografia – (1º)Ângela Valiera Mascarenhas, 4º ano Tuiuti;(2º)Allan de Abreu Aio, 4º ano UEL; (3º)D´angele Alberto dos Santos,4º ano UELProjeto Jornalístico Livre – (1º)D´angele A. dos Santos, Fernanda M. daSilva, Isi s F. Pinto, Rodrigo Manzano Corrêa, 4º ano UEL; (2º)AndressaM. Missio, Carlos R. G. Gaspar, Maria Fernanda Cordeiro, 3º anoUEPG; (3º)Alessandra Potamianos, Aline Oliveira, Ana Paula Flores,Fabiana Durighetto, Guadalupe Presas, Juliana Sartori, Lucia Casillo,3º ano PUC; (MH)Gilberto V. Luys, Eduardo Ribeiro, Gladison Marques,Eloíse Guenter, 3º ano UEPGProjeto em Radiojornalismo – (1º)Carin Wagner Rauth, Juliana Cavassi,Silvane Maltaca, 2º ano PUC; (2º)Fernanda Machado da Silva, 4º anoUEL; (3º)18 alunos do 2º ano UELProjeto Jornalístico para Internet – (1º)Aryane Beatrysz Carraro, RafaelBarion, 4º ano UFPR; (2º)Ângela Valiera Mascarenhas, 4º ano Tuiuti;(3º)Juliane Martins, Ricardo Belinski, 4º ano PUCProjeto em Jornalismo Impresso – (1º)Aryane B. Carraro, Rafael Barion,4º ano UFPR; (2º)Annalice Del Vecchio de Lima, Gina BardiniReportagem Impressa – (1º)Rafael Barion, 4º ano UFPR, (2º)Ana PaulaUlir, 3º ano PUC, (3º)Tatiane Bonde, 4º ano UFPRProjeto em Telejornalismo – (1º)Solange Marchal, Suzane M. Gantze, 4ºano Tuiuti, (2º)Ângela Valiera Mascarenhas, 4º ano Tuiuti, (3º)CamilaBordini, Fabiane Burmester, Neide R. Campos, 4º ano Tuiuti,(MH)Márcia Romko, Kelly Rossi, 4° ano UFPRReportagem para Televisão – (1º)Ana L. Becker, Ângela, Keyse Caldeira,Leonardo, Márcia, Rafael, 3º ano PUC, (2º)Alunos 3º ano UEPG,(3º)Isis Fernandes, 3º ano UELJornal Laboratório - (1º)Comunicare (PUC-PR), (2º)Laboratório da Notí-cia (Unicenp), (3º)Revista Entrelinhas (Unicenp)

JuradosCarlos Alexandre, Revista DimensãoCarlos Delgado, TV Educativa;Claudio Dalla Benetta, de Foz do Iguaçu;Eliane Bernardo, de Ponta Grossa;Evandro Fadel, correspondente do OESP;Flavio Kruger, Curitiba;Heros Mussi Schwinden, Prefeitura Municipal de Curitiba;Ivan Schimit, de Curitiba;José Carlos de Oliveira Torres, do Sindijor-RS;Jota Pedro, de Curitiba;José Maschio, repórter Folha S. PauloJulio César de Lima, Folha do Paraná;Kraw Penas, fotógrafo da Folha do Paraná;Luciana Pombo, repórter da Folha do Paraná e Rádio Exclusiva;Luís Lomba, Primeira Hora;Marcos Zanatta, Folha do Paraná em Maringá;Michele Thomé, Rádio CBN;Niele Melo, PUC-PR e Rede Vida;Osni Gomes, O Estado do Paraná;Patrícia Piveta, TV Cultura MaringáPaulo Pegoraro, Cascavel;Regina Rocha, Secretaria de Cultura do Paraná;Rodolfo Bührer, Gazeta do Povo;Sebastião Natalio, TV Esplanada Ponta Grossa;Sérgio Murilo, Sindijor-SC;Simone Franco, Curitiba;Silvio Oricoli, Gazeta Mercantil-PR;Silvio Ricardo Demetrius, coordenador Curso de Jornalismo Unipar Cascavel;Simone Giacometti, TV Cataratas Foz do Iguaçu;Taneclaer Terezinha Marcon Fante, de Cascavel;Tibério Vargas Ramos, professor PUC-RS;Valmir Denardin, Folha do Paraná;Wilson Soler, TV Paranaense;

A sexta ediçãodo prêmioconsagrou otradicionalevento criadopelo Sindicatodos Jornalistasem conjuntocom osprofessores dasuniversidades

Hugo Abati

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 16: Extra Pauta Ed. 54

16 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

Neste espaço, o Sindijor-PR agradece ao SESC da Esquina a parceria com asiniciativas culturais que proporcionam momentos de boa música, teatro, reflexão e

festas como a que promovemos para a entrega de prêmios a jovens talentos

jamur júnior

Causos da história da TVDepois de censurado

pela Imprensa Oficial doEstado, que não editou apublicação sob o pretextode que os fatos narradosenvolviam pessoasligadas ao governadorJaime Lerner, o livro“Pequena História deGrandes Talentos - OsPrimeiros Passos daTelevisão no Paraná”,escrito pelo jornalista Jamur Júnior,foi editado pela AssembléiaLegislativa do Paraná, que tambémcedeu su as insta lações para olançamento, em concorrida tarde-noite de autógrafos, no dia 29 demaio. “ Fiquei surpreso com areceptividade naquela noite e com apresença expressiva de gente ligadaao pioneirismo da televisão noParaná”, conta Jamur. Ele citou, entreoutros, “o velho Nagib Chede, quecom seus 90 anos me honrou com apresença , a lém dos principais

nilson monteiro

Crônicas da alma urbanaO jornalista Nilson Monteiro, editor

executivo da Gazeta Mercantil, poetae cronista, recebeu amigos, colegas deprofissão, empresários, políticos eautoridades para o lançamento de seulivro de crônicas Pequena Casa deJornal, na noite de segunda-feira, 18de junho, no Espaço Arte e CulturaTelepar Brasil Telecom, que ficoulotado para a noite de autógrafos. Olivro tem 40 belíssimas crônicas, quecativam o leitor a cada primeira frase.E o tema de Nilson é um só: ahumanidade dos simples, doscamaradas de bar, dostorcedores anônimos - ou nemtanto - do futebol de várzea ouda primeira divisão. O trabalhosurpreende e encanta. Asurpresa vem da constatação deque o jornalista objetivo, que nodia-a-dia edita páginas áridasde economia no sufoco dofechamento com deadlineimplacável, ainda mantenha umprofundo sentimento humano,

sem resvalar na armadilha fácil docinismo ou da pieguice. O encanto ficapor conta da qualidade literária dotrabalho, “seguindo a linhagem denossos grandes cronistas” , comoescreveu, na orelha do livro, o críticoMiguel Sanches Neto, diretor daImprensa Oficial, que editou a obra, àvenda nas livrarias.

Pequena Casa de Jornal – Crônicas,Coleção Brasil Diferente - ImprensaOficial do Paraná, Outono de 2001, 110páginas, R$ 10 (à venda no Sindijor-PR).

Monteiro (esq.) recebe o abraço de CássioChameki, da Fundação Cultural

empresários de televisãoem nosso Estado, entreoutras pessoas, juntocom muitos estudantes.

Jamur Júnior conta,a inda , que, a lém dareceptividade dos leito-res, a crítica também lhefoi generosa. “Fui felizna minha memória ,porque ninguém regis-trou, até agora, qualquer

engano de datas, o que é muitocomum neste tipo de livro. E osnossos críticos literários, dos quais eutemia algum reparo mais severo, aocontrá rio, foram muito gentis” ,comemora.

“Gostei da experiência e já estoucomeçando a reunir dados para umanova obra. Esta, será sobre o Rádiono Paraná. Não pretendo fazer umahistória do veículo no Estado, mascontar histórias que vivi nasemissoras de Curitiba ondetrabalhei”, diz Jamur.

Obrigado, SESC da Esquina

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 17: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 17

estágios nas redações

A partir deste mês de julho os estudantes do último ano de jornalismo das faculdades paranaensespoderão ter a oportunidade de cumprir estágio

em redações de veículos de comunicação e em assesso-rias de imprensa. O Sindijor-PR está à disposição dasempresas jornalísticas interessadas em contar com esta-giários em suas redações, desde que cumpram as nor-mas aprovadas pelo Instituto Paranaense de Estudos deJornalismo – IPEJ, discutidas e aprovadas ao longo dosúltimos dois anos.

Em resumo, as condições são as seguintes: o estágiodeverá ter o período máximo de seis meses, o estudantedeverá ter concluído o terceiro ano da faculdade, a bolsaserá de três salários mínimos, a carga horária equivaleráà dos profissionais, ou seja, de seis dias de cinco horas,o jornal terá que designar um supervisor de estágio epoderá utilizar o trabalho do estudante como produtofinal. O número de estagiários em cada redação não po-derá exceder a 10% dos jornalistas da casa.

A proibição legal de estágios para estudantes de Jor-

Sindicato fixa normaspara estágios nas redações

Folha do ParanáTeresa Urban - Chefe de Redação“Atualmente, a FP não tem nenhumestagiário, em Londrina ou em Curitiba.Embora eu considere importante aproximar osestudantes da rotina de trabalho jornalísticoantes da conclusão do curso, para aprimorara visão que eles têm da profissão, não vamosadmitir nenhum estagiário até que se resolvalegalmente a questão. Há uma situação deconflito, uma vez que o estágio não existelegalmente, mas em quase todos os currículosde recém-formados que recebemos aqui naFP, consta um período de estágio comoexperiência profissional. É uma situaçãodelicada que temos que resolver e nósestamos abertos para uma conversa arespeito.”

Jornal do EstadoJosiane Ritz – Chefe de Redação“Através de convênio com a Unicenp,recebemos três estudantes de jornalismo pormês, que fazem as chamadas visitas deobservação. Sem remuneração, elesacompanham os repórteres e observam o

dia-a-dia da redação. O trabalho deles nãoé aproveitado pelo JE. Nossa redação tematualmente 40 profissionais e, das últimascontratações, a maioria é de recém-formados.“

Gazeta do PovoArnaldo Cruz – Chefe de Redação“Nós temos dois tipos de estágio na empresa.Aquele feito através do Centro de IntegraçãoEmpresa-Escola (CIE-E), que a lei veta parajornalistas, mas que fazemos na biblioteca dojornal, em várias funções. Na redação, o quenós fazemos, através de convênios com oscursos de Jornalismo da Federal, da PUC,Tuiuti, Unicenp e Uniandrade, é dar umaoportunidade para o estudante acompanhar onosso trabalho. Esse estudante, semremuneração, acompanha o repórter, utiliza oequipamento da redação e produz apenaspara comparação. Sua produção não éaproveitada pela Gazeta do Povo. Esse estágiotem duração de 30 dias, improrrogáveis, eatualmente estamos com cinco estudantes. Emcasos muito raros houve prorrogação, mas emoutra função, como foi o caso de uma moça

A experiência das principais redações do Paranáque ficou três meses, mas como secretária.Essa foi uma iniciativa que nós tomamos hácinco anos, num convênio pioneiro com aPUC. Atualmente, nós temos cerca de 170profissionais na Redação da Gazeta, dosquais uns 30 recém-formados. No iníciodeste ano chegamos a contar com 200profissionais, mas houve demissões, como deresto em todas as redações.”

O Estado do ParanáRafael Tavares – Chefe de Redação“Temos um acordo com o Curso deJornalismo da Tuiuti, que encaminha algunsalunos para atividades complementares, eque cumprem 80 horas, sem ônus para aempresa. Essa carga horária, segundo aTuiuti, é uma exigência do MEC para agraduação. A própria universidade faz umseguro para o aluno, que previne acidentesde trabalho, danos materiais e custosmédicos, caso necessário. Atualmente, ojornal tem quatro alunos nesta situação.Segundo Rafael, eles somente acompanhamo trabalho dos profissionais na Redação,estritamente como observadores.”

nalismo, conforme o Decreto 83.284, de 13 de marçode 1979, não impediu que empresas jornalísticas e uni-versidades fizessem convênios para permitir as chama-das atividades acadêmicas complementares ou visitas

de observação às redações. O Sindijor-PRacompanha essas experiências. No entanto,sempre advertiu as empresas jornalísticas so-bre o risco de serem processadas se aproveitas-sem o material produzido pelos estudantes.

Em 1995, o Congresso dos Jornalistas, re-alizado em Ponta Grossa, examinou o proble-ma e tirou uma posição a respeito: reconheceucomo importante e necessário o estágio paraestudantes de jornalismo. Com a criação doIPEJ, que passou a se dedicar ao assunto, oSindijor-PR chegou este ano à decisão de pôrem prática o estágio, sempre com a preocupa-ção de não ferir a lei e/ou aviltar o mercado detrabalho dos jornalistas paranaenses. No iní-cio deste ano, em caráter experimental, duas

estudantes de cursos de jornalismo iniciaram estágiosem assessorias de Imprensa do banco HSBC e da Funasa(Fundação Nacional de Saúde Pública), órgão do Mi-nistério da Saúde.

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 18: Extra Pauta Ed. 54

18 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

Odesastre com o avião Navajo, da Táxi AéreoWeiss, na noite chuvosa de 6 de junho, no AeroportoBacacheri, infelizmente não vitimou com ferimentosapenas as três pessoas que estavam a bordo. Na manhãseguinte ao acidente, o repórter-cinegrafista IraniCarlos Magno, 51 anos, que fazia imagens do localpara a TV Iguaçu, Canal 4, foi agredido à traição, demaneira covarde e sem qualquer justificativa, porRodolfo Gazabin Júnior, dono da Aymoré Fogos, lojasituada em frente ao local do desastre, na AvenidaErasto Gaertner, 1355.

De forma truculenta, o agressor, não contente emesbofetear o repórter, tomou-lhe a câmera das mãosearremessou-a ao chão, espatifando o equipamento daemissora, avaliado em R$ 70 mil.

Magno chamou a Polícia Militar, registrou aocorrência no 5º Distrito Policial, compareceu aoInstituto Médico Legal para fazer o exame de lesõescorporais, onde exibiu a marca de um violento socono pescoço, e deixou o equipamento destruído no localpara a competente perícia. Na Justiça, ele buscouorientação para o procedimento adequado em relaçãoà agressão física e moral que sofreu em via pública noexercício da profissão na manhã de um 7 de julho,Dia da Liberdade de Imprensa. O Sindicato repudiou

violência

Truculência atinge cinegrafista do Canal 4

a agressão, por meio de Nota Oficial e acompanha odesenrolar do processo.

No AutódromoOutro atentado ao exercício da profissão ocorreu

com o cinegrafista Sérgio Gondaki, 26 anos, da TV

Bandeirantes, no sábado anterior, 2 dejunho, no Autódromo de Pinhais.Serginho, como é conhecido entre oscolegas, tem oito anos de profissão enunca havia se envolvido antes emcenas como a que acabouprotagonizando. Assim que chegou aoautódromo, câmara na mão, oprofissional viu uma briga entrecompetidores de Arrancadão eempregados da empresa Força Livre,que organiza esse tipo de espetáculo.Ao chegar mais perto, enquantofocalizava a confusão, foi atingidopelas costas e derrubado com chutes naaltura das costelas. “Voei uns doismetros para um lado, enquanto acâmera ia para o outro”, recordou. Nochão, com o equipamento danificado,

continuou sendo agredido de maneira covarde por umhomem, com uma lata de cerveja na mão, que nãosoube identificar. Depois que o agressor fugiu, Serginhoapresentou queixa na delegacia do município dePinhais e o boletim de ocorrência registrou asescoriações nas costelas e no braço esquerdo.

Carlos Magno exibe o equipamentoquebrado por um irresponsável

OEs

tado

doPa

raná

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 19: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 19

Extra Pauta - Nossa profissão começana Universidade. Como você avalia oensino nas escolas de comunicação?

José Arbex Jr. - Para falar sobre osproblemas das escolas de comunicação,temos pelo menos duas implicações. Aprimeira é que existe uma política dedestruição da universidade como pontocrítico, saber e conhecimento. Seja pormeio de corte de verba pública ou por meioda campanha ideológica de criar o provãoe moldar, por intermédio do provão, asescolas públicas para aquilo que se chamade necessidade de mercado. Queremtransformar a universidade em centro deprodução, em peão de mercado. Isso nãotem nada a ver com produção doconhecimento e do saber. Existe umaofensiva muito clara, orquestrada,organizada e sistemática de destruição dosaber. Segundo ponto: não se elimina aresponsabilidade do estudante, doprofessor e do intelectual, que deveriamassumir a sua própria formação política eintelectual sem esperar que o Paulo Renato(Ministro da Educação) faça isso. Cabe aojornalista, em certa medida, aresponsabilidade por sua formaçãoacadêmica. Cabe ao professor, em certamedida, a sua formação. Existe umapolítica universitária. A partir do momentoem que você abdica de participar dapolítica universitária, aceitando o quadrode que você é indivíduo que compete nomercado, preocupado com a carreira e nãocom o problema da universidade comoinstituição que tem vínculos com arealidade nacional e popular do país; a

entrevista

A resistência ao pensamento únicoSe você, como cidadão, acreditaque a imprensa brasileira cumpre oseu papel... e, como jornalista, estáfeliz com a sua profissão e, paraconservá-la, aceita o jogo dopatrão em troca de um bomsalário... Não há dúvidas, épreciso, com urgência, repensarsua função social. Esta é a tônicada crítica feita pelo jornalista JoséArbex Jr em entrevista concedidaem Cascavel, durante semináriosobre “Meio Ambiente, ReformaAgrária e Direitos Humanos”.Cinco jornalistas conversaram como editor da revista Caros Amigos,uma publicação que não poupacríticas ao pensamento único(inclusive nas redações) geradopelo neoliberalismo. Leia a seguiralguns trechos desse bate-papo.

fazendo religião ou cantoria. As pessoasconsomem esses ícones como espetáculos.

EP - Você argumenta que o estudantede jornalismo precisa mais de teoria doque da prática. Por que?

JAJ - É o maior equívoco que podeexistir. Nas aulas que dou na CásperLíbero e na PUC (SP) eu não incentivo osmeus alunos a trabalhar. E carrego deteoria. Os livros que eu recomendo sãodifíceis, as provas são um pepino. É muitodifícil passar na minha matéria. Peço paraeles lerem Umberto Eco, Guimarães Rosae os clássicos da literatura. Eu exijoprodução intelectual. A universidade foifeita para estudar e não para trabalhar.

EP – Como você analisa o nível deinteligência dos jornalistas?

JAJ - É muito deficitário, porque existeessa cultura de que é importante ir para omercado. Eu acho o contrário: você estána universidade para produzirconhecimento e saber criticar. De macacoamestrado que sabe sentar na frente docomputador e escrever um texto isso estácheio, mas gente pensando quase não temninguém.

EP - A revista Caros Amigos seria umcaminho escolhido por um grupo dejornalistas para superar essa realidade?

JAJ - Não. Caros Amigos não foicaminho escolhido para coisa nenhuma.Caros Amigos começou com um encontrode amigos que estavam na mídia há décadase que estavam de saco cheio da mídia eresolveram fazer uma revista sem nenhumapreocupação financeira. A maioria doscolaboradores mal recebe pelo que escreve.

A revista cresceu porque existe um vaziointelectual no Brasil.

EP - A Caros Amigos foi produzidapara fazer pensar, o que a maioria damídia não faz?

JAJ - Claro. Agora, por que ela foiganhando um tom cada vez mais político?Porque é proibido ser intelectual no Brasil.É proibido pensar no Brasil. Aqui é o paísdas corporações multinacionais. Quempensa é perigoso. A revista começou a ficarperigosa no ponto de vista intelectual, jáque pensa e os leitores identificaram isso.

EP - Muito se tem discutido sobre aética. O escritor Gabriel Garcia Marquezdisse que a ética deve ser como o zumbidodo besouro. Já o jornalista CláudioAbramo pregou a “ética do cidadão”. Éo caminho que o profissional deve tomarcomo base?

JAJ - Como se pode falar de ética numpaís que é dividido em casa-grande esenzala? A única ética possível no Brasilé a da abolição da escravidão. A sua éticaestá comp rometida porque ela estásubordinada a um sistema de preservaçãoda casa-grande e senzala. Não adiantavocê posar de honesto se você aceita ojogo da casa-grande... Morreu. Acaba aí,você é c ínico porque só conseguesobreviver aceitando o jogo da casa-grande. Você acha normal que haja gentesem ter o que comer no almoço e no jantar,prostituição infantil, trabalho escravo?Como você vai falar de ética, quando achaisso normal? Se você não acha issonormal, tem que lutar para acabar comisso.

partir do momento que você aceita tudoisso, e se dedica exclusivamente a suacarreira, coloca no seu salário a suapreocupação máxima e no seu bem-estaro seu objetivo, você se torna cúmpliceda polít ica de destruição que estáacontecendo.

EP - Até que ponto o jornalista atuacomo mediador e até que ponto eleconstrói a realidade?

JAJ - Bem, isso é questão pessoal.Não cabe uma regra geral. Por exemplo,se para você é mais importante ter umbom salário, casar, ter filhos e plantaruma árvore, então, para você é muitoimportante aceitar as regras do jogo,fazer o jogo e ser feliz. Por outro lado,é ilusão para um jornalista querermudar o mundo. Não vai...Qual é asaída? Na minh a opinião, osintelectuais devem se vincular aosmovimentos populares porque essesmovimentos produzem alternativas,como é o caso do MST. O vínculo dointelectual aos movimentos popularesdá para ele um instrumental teórico, éticoe moral para que ele possa equilibrar otrabalho dele dentro da grande imprensa.

EP - O jornalista também pode serimportante no trabalho social?

JAJ - Sim. Aí eu quero fazer umadiferenciação entre o jornalismo comoatividade social e emprego. Hoje, o empregode jornalista não me dá dinheiro nenhum.No entanto, o jornalismo é minha principalatividade. O que eu ganho vem de aulas,livros e publicações. O que eu não entendoé o jornalista prostituir a própriaconsciência para ganhar o salário.

EP - Como você analisa a práticado jornalismo em nossos meios decomunicação?

JAJ - A mídia transformou a produçãoda notícia num grande espetáculo. Ela temo poder de condicionar a opinião públicaatravés de recursos que utiliza, mediantea construção de consensos que se baseiamem pesquisa de opinião, dados coletadosao longo de décadas, em séries como VocêDecide (Rede Globo) e telenovelas. Amídia sabe o que pensa a média dobrasileiro. Ela adapta os seus produtos,com um discurso para agradar ao público.

EP – E o tratamento da notícia?JAJ - A mídia conseguiu transformar a

notícia em um grande show. É por isso quehoje colocam uma mulher bonita para falarno jornal das oito horas. Às vezes, ela nemsabe o que está falando. Basta ser bonitopara agradar visualmente o telespectador.O padre Marcelo Rossi, por exemplo. Amaioria das pessoas está se lixando para oconteúdo religioso e nem sabe se ele está

José Arbex Jr.: “Este é o país das corporaçõesmultinacionais, onde é proibido pensar”

Débora Lopez

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 20: Extra Pauta Ed. 54

20 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

O Projeto de ArtesanatoParanaense, que propõe o apoioao artesão e a valoriza ção doar tesanato , está inclu ído ent reas ações da polí tica deassistência socia l no Estado doPa ra ná , coordenado pelaSecretar ia de Esta do daCriança e Assuntos da Famíl ia– SECR. O projeto procu raresgata r a impor tância dessetipo de tra balho, enqua ntoexpressão da cu ltura popula r,que reprodu z va lores da nossasocieda de e que tem papelsigni ficativo na economia dopaí s, bem como desenvolver noart esão uma posturaempreendedora fr ente a osdesafios qu e se apresentam naa tu a lida de.

A SECR mantém parceriacom a Universida de Livre doArtesanato e Cul tura Popu lardo Para ná – Uniart, que éent ida de não-governa mental ,na s ações referentes aoar tesa nato paranaense. Otra balho qu e a Unia rtdesenvolve a tende mais de 9mil art esãos e 100 associaçõesde Artesanato no Estado.

O projeto a tua no sentidod e :

+ Promover a valorização doa rtesana to , viabi li za ndoopor tunida des de geraçã o derenda e melhoria da qua lida dede vida do artesão paranaense,;

+ Capacitar o ar tesão qua ntoà gestã o de seu próprionegócio, da ndo ênfa se aomicroempreendedor i smo;

+ Torna r o Projeto doAr tesa na to Paranaensea u togerenciá vel ;

+ Reali zar inter face com osdemais programa s e projetos daSECR;

+ Estimular a reativa ção dasAssociações de Artesãos nãoa tu antes;

+ Manter atuali zado ocadastro de art esãos e

informe publicitário

Projeto de artesanato

associações de a rtesanato, su aspráti cas, t écnicas e produtos;

+ Ident ificar no Estado doParaná novos ta lentos na áreado a rtesanato;

+Assessorar tecnica mente asassocia ções de a rtesã osexi stentes;

+ O rientar na cri ação denovas a ssocia ções dea rt esa na to;

+ Possibil i tar odesenvolvimento de umtra balho de produçã o ar tesa nalor ientada , a ssegura ndo apreserva çã o da s caracterí st icaslocais, bem como a suaidentidade cu l tu ral .

UN IARTA Universidade Livre do

Artesanato e Cul tura Popu lar(Uniart ) é uma orga niza ção nãogovernamenta l, sem finslu crat ivos, de cará ter cul tura l,educativo , comercia l e defomento ao crédi to. Tem comoobjet ivo incentiva r, divulgar epromover toda e qua lquer ação

vol tada para expansão e oaprimoramento técnico doofício de a rtesão e do arti stapopular. É u m centro dereferência do a rtesanato e dacul tura popu lar do Estado doPara ná .

Prog ramas da UniartA Uniart desenvolve tr ês

programa s principai s:+ Programa de forma ção

Edu ca tiva Complementa r+ Programa de Estudos e

Pesqu i sa s+ Programa de

Comercia l ização “ Loja s FeitoAqu i – Artesanato do Para ná”

Tem como atr ibuições:+ Promover cursos e

seminár ios para assegura r eva lori zar o a rtesanato,ca pa ci tando e aper fe içoando oa rtesão;

+ Valor izar o art esanatotíp ico regional a fim depreservar a continuida de dotra balho do artesão para as

atu ais e fu tura s gerações;+ Resga tar os valores

cu lturais da socieda deparanaense através de estudos epesqui sa s;

+ Incent ivar asma ni festa ções cul tu rai s doPa raná , valor iza ndo aspecu li ar ida des de cada regiã o;

Propicia r o desenvolvimentosocioeconômico dos art esãos eart ista s populares, sobretudo osde baixa renda;

+ Fomentar a at ividadeeconômica dos artesãos eart ista s popula res, mediante acomercia l ização de suaproduçã o na s Lojas “Fei to Aqui– Artesanato do Paraná”.

Os municípios e associaçõesde artesãos que desejarem seintegra r ao Projeto deAr tesa nato Paranaense podement rar em contato com a SECR(41 ) 35 2-25 53 Ramal 138 eUniart (41) 222-6361 ou comos escritórios regionais daSECR em todo o Esta do.

Secr

etar

iaEs

tadu

ald

eC

omun

icaç

ão

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 21: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 21

livro

15% de desconto para jornalistasLivraria e Editora do EleoterioRua Amintas de Barros, 140

CEP 80060-200 - Curitiba - ParanaTel/Fax: (41) 324-0308

eleições na fenaj

Justiça negasuspensão doprocesso eleitoral

Os cães danadosnão estão na rede

Marcelo Lima (*)

Nosúltimoscinco anos, a Internet temsido o sistemade comunicação que maiscresce no mundo. Apenasno Brasil, há cerca de 10 milhões de internautas,

que podem acessar informações e enviar e-mail para ondebem entenderem. Também por causa disso, a rede mundialde computadores soma um significativo conjunto de opini-ões favoráveis. Afinal, quem ousaria duvidar de um meioque se revelou tão eficiente, democrático, sem o qual atémesmo o presente texto não chegaria aos leitoresdo Extra-Pauta? (Apropósito: escrevo esta resenhada“CyberStation”da Avenida Brasil, em Santiago do Chile. A não ser peloteclado, coma marcação habitual do espanhol, tudo é igual.São quase 22 horas e estou no meio das férias, fazendo umtrabalho rápido, porque tempo é dinheiro, e o relógio quenão pode ser minimizado, no canto da minha tela, me dizque já gastei 800 pesos apenas com a introdução.)

Poucaspessoasduvidamda infalibilidade da rede. Entreelas está o professor da Universidade de São Paulo CiroMarcondesFilho, cujos trabalhos“Linguagemda Sedução”(Perspectiva) e“SociedadeTecnológica” (Scipione) mostramuma visão bastante crítica emrelação à indústria cultural eao avanço da tecnologia. Seu livro mais recente, “Asaga doscãesdanados” (Hackers), discute o papel do jornalismo naera da informática. Para ele, o jornalista está perdendo a

função que desenvolveu a partir das revoluções industriale política, quando a ascensão da burguesia ao poder trouxeuma expressiva demanda por informações e pela exposi-ção da vida privada ao domínio público. Era função do jor-nalista ser um “cão danado”, virando o mundo de pernaspara o ar, atrás da notícia. Com o desenvolvimento datecnologia, no entanto, essa razão de ser está cada vez maisdistante.

Para o autor, o jornalismo rendeu-se às leisdo mercado.Marcondesdefende que houve precarização do trabalho dojornalista: sua formação é mais deficiente; não é o únicoprofissional que detém o poder de transmitir informações(qualquer umpode fazer sua homepage) e está sobrecarrega-do (veja-se o exemplo deste pobre escriba: em pleno inver-no chileno, olhando para a tela do computador, em vez dasranhuras da Cordilheira). No lugar de ser um intelectual,responsável pelo “esclarecimento” dos leitores, o jornalis-ta passou a ser apenas um profissional do entretenimento.

Um outro fato despertou a atenção do pesquisador. Emvez de estar em contato com as ruas e com os “fatos”, o re-pórter recorre maise maisà rede como fonte de informação.Comisso, trabalha sempre no mundo virtual, utilizando umarede que é acessada apenas por uma parte da população.Quase todo mundo fica de fora. Sobre ela não há controle, anão ser o do dinheiro.

Marcelo Lima (*) é jornalista e professor

FalecimentoO jornalismo e a televisão do Paraná perderam,

na última semana de maio, Narciso Assumpção, 53anos, jornalista, ator e apresentador de televisãodo início da década de 60. Narciso morreu dia 28de maio, no Hospital São Carlos, vítima de proble-mas cardiovasculares e broncopneumonia decorren-tes de hipertensão arterial. Narciso foi o primeiroapresentador negro da televisão no Paraná. “Eracharmoso, inteligente, risonho e bem humorado odia todo”, resume Jamur Júnior, que o “descobriu”na redação da Tribuna do Paraná e o levou para aTV Paraná, do grupo Diários e Emissoras Associa-dos. “Nos ensaios do programa Café com Leite, quecriei para ele apresentar junto com uma moçapolaquinha, no Canal 6, ele gaguejava muito naleitura. Desconfiei, levei-o a um oculista e batata,não deu outra: óculos nele. A partir daí foi umabeleza”, recorda o amigo. Jamur também levou Nar-

A juíza Luciana Corrêa Torres de Oliveira, da3ª Vara Cível da Circunscr ição Judiciár ia deBrasí l ia, ext inguiu no dia 5 de julho a ação mo-vida por um grupo de pessoas que pedia a sus-pensão do processo eleitoral e a reaber tura doprazo de inscr ição de chapas para a eleição danova diretor ia da Fenaj, que será real izada nosdias 17,18 e 19 de julho (terça, quar ta e quinta-feiras) . Em sua decisão, a juíza argumenta entreoutras coisas que os autores do processo contra aFenaj não fundamentaram os motivos da ação,deixando de cumprir o mínimo solici tado peloCódigo de Processo Civil .

Em sua defesa, a diretoria da Fenaj deixouclaro que respei tou todas as regras fixadas noprocesso elei toral , que foram definidas em as-sembléia do Conselho de Representantes da en-tidade.

A Fenaj é a única entidade de classe nacionalque realiza eleição direta para a renovação do seuquadro de dir igentes. Poderão votar na eleiçãodos dias 17,18 e 19 de julho todos os jornalistasbrasi leiros sindical izados e em dia com as suasobr igações financeiras (pagamento de mensalida-de) junto aos sindicatos nos quais são fi l iados.

ciso para a TV Iguaçu, onde ele apresentou, aolado de Algaci Túlio, outro programa pioneiroda televisão do Paraná, um jornalístico transmi-tido ao vivo, às 7 horas da manhã. Irmão do com-positor Itamar Assumpção e da atriz DeniseAssumpção, Narciso participou, como ator, de di-versas peças de teatro. Era casado e deixou umfilho.

Em Portugal, morreu o jornalista paranaenseUlisses Adriano Cachuba, 28 anos, em conseqü-ência de ferimentos sofridos em acidente de carropróximo à cidade de Braga. Levado para um hos-pital, resistiu quatro dias. Sua mãe, Teresinha, vi-ajou para buscar as cinzas do filho, cujo corpo foicremado dia 28 de junho. Formado em jornalis-mo pela PUC, Ulisses trabalhou na TV Iguaçu. Es-tava residindo em Portugal, onde colaborava empublicação especializada em música.

Arq

uivo

OEs

tado

doPa

raná

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.

Page 22: Extra Pauta Ed. 54

22 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

NOVOS CONVÊNIOSClínica Millennium - FONOAUDIOLOGIA -

50% de desconto para jornalista com carteira daFENAJ. Avaliação fonoaudiológica. Atendimentocom as fonoaudiólogas Cristiane Barbosa Men-des e Suzanne Bettega Almeida. Mais informa-ções na Rua Acyr Guimarães 166, Batel . Fone244-2509

Clínica Gross - 20% de desconto no pacotede 10 seções de tratamento de fisioterapiadermatológica (estética), realizados com o fisiote-rapeuta Nelson Alves dos Santos Filho. Localizadana Avenida Presidente Affonso Camargo, 4623.Fone: 366-5234.

CFC Cristo Rei - O Centro de Formação de Con-dutores Cristo Rei está oferecendo 10% de descontopara jornalistas que apresentarem a carteira da FENAJno curso para tirar carteira de motorista e/ou moto.Esta promoção estende-se também aos filhos de jor-nalistas. Rua Nilo Cairo, 8 – Fone: 324-7141

BARES & RESTAURANTESCafé Curaçao - Na apresentação da carteira de

jornalista, não é preciso pagar a entrada. O barfunciona de segunda à sábado. Na quinta-feira, aentrada é de R$ 5 para mulheres e R$ 7 para ho-mens. Sextas e sábados, R$ 7 para mulheres e R$10 para homens. Os preços podem mudar quandohá festas especiais ou outros eventos. Rua SenadorXavier da Silva, 210. Fone 224-6086. O convêniotambém é válido para o Curaçao Guaratuba, quesó abre nos feriados e durante o verão.

Jockey Lounge Bar - Na apresentação da car-teira de jornalista, não é preciso pagar a entrada. Odesconto não será dado em dias de eventos especi-ais. Rua Victor Ferreira do Amaral, 2291, Tarumã.Fone 365-5050

Bar Brahma – Desconto de 10%, apenas para oportador da carteira de jornalista. (Av. Getú-lio Vargas,234, esquina com R. João Negrão, fone 224-1628)

Shima Restaurant – Desconto de 10%. (R. Pres.Taunay, 892, fone 224-3868).

Monsenhor Fast Grill - Desconto de 15%. Aber-to de 2ª a 6ª para o almoço. (R. Monse-nhor Celso,270 - Centro)

ACADEMIASAquátika - Desconto será de 50% na anuidade e

15% na mensalidade, além da isenção do valor damatrícula, que é de R$ 30,00. O convênio é validopara natação, musculação e hidroginástica. Rua An-tonio Grade, 563, no Mercês, fone 335-1310

Academia Kine - Ginástica com orientação, Nu-

trição e Fisioterapia. Desconto de 20%. R. Mauá,706 B, Alto da Glória. Fone 253-3841. Funcionadas 8 às 20h30min todos os dias.

CURSOSInstituto Cultural Brasil-Argentina Desconto de

50% na matrícula e 30% na mensalidade para oscursos Espanhol Dinâmico Intensivo e Espanhol Di-nâmico Semi-Intensivo. Fones: 252-0332, 254-5006e 343-6435.

Site www.softone.com.br/icba

Centro Cultural Brasil Portugal - Desconto de10%. Cursos de português e de litera-tura brasileirae portuguesa. Rua Paula Gomes, 325 - Centro. Fone232-5406.

Microcamp Mercês - Desconto de 30% para oCurso integrado Teens e 10% para o curso VIP, alémde 5% de desconto no caso de promoções em queos descontos já mencionados sejam concedidos atodos os alunos.

SAÚDEClínica Santa Cecília - Consultas médicas a

R$ 25 em todas as especialidades. Desconto de10% em exames radiológicos. Odontologia comdesconto de 45% sobre o preço da tabela da ABO.Descontos também em exames laboratoriais, fisio-terapia e psicologia. Fones: 41 225-2627 e08004126000.

Good Life - Serviços de Odon-tologia, Medici-na. Fonaudiologia, Fisioterapia, Psicologia eMassote-rapia. Descontos e tabelas espe-ciais, deacordo com sua neces-sidade. Endereços: R. PadreAgos-tinho , 2800, fone 335-4362 (Odonto eFono); Av. Silva Jardim, 266, fone 233-2577 (Fisio);R. Padre Anchieta, 1826, 2º andar, conj. 212, fone335-5954 ( Medicina) e R. Princesa Isabel, 927,fone 233-3192 (Psico e Massoterapia).

Ao Seu Alcance - A Clínica Odontológica AoSeu Alcance oferece serviços com até 30% de des-contos na tabela do Conselho Regional de Odon-tologia. R. Voluntários da Pátria, 475/conj. 301-A,fone 232-0166.

Psicologia Infantil e Psiquiatria - O psiquiatraVitório Ciupka e as psicólogas infantis SuzaneCiupka e Denise Ciupka Yamagutt oferecem des-contos especiais para os jornalistas. Mais informa-ções pelo telefone 41 336-7308.

Consultório de Psicologia - Al. Princesa Isa-bel, 420 - Centro - Curitiba/ PR. 50% de descontono preço da consulta, na apresentação da Carteirade Identidade de Jornalista. Atendimento psico-terapêutico individual de adultos e adolescentes.Mais informações: 41 223-7748 e 233-7074.

Psicologia - Dionéia Roza, psicóloga, CRP 08/08144-7. D esconto de 42% no valor dos honorá-rios. Fones: (41) 363-7037 e (41) 9982-4215 RuaDr. Faivre 750 - sala 1006 – Centro

Vitale Consultórios Integrados - rua Viscon-de de Rio Branco, 1335, conj 92 - Centro. Preçoespecial para jornalistas na apresentação da Car-teira de Identidade de Jornalista R$ 17 a consultade f i s ioterapia, de fonoauidiologia e demusicoterapia também oferece desconto para con-sultas de psicologia. Mais informações: 41 233-1107

Centro Médico Dr. Bernardo - rua Voluntári-os da Pátria, 61 1º andar . Consulta R$ 25,00.Exames complementares seguirão a tabela daAMB. Atende Clínica Geral, Ginecologia, Obste-trícia, Pediatria, Dermatologia, Ps icologia,Dermatologia e Oftalmologia (inclusive lentes decontato). Mais informações: 41 232-0392.

OUTROSPrevidência Privada - Desconto de 40% na

primeira parcela dos planos Crescer ou Investvida,da Vera Cruz Vida e Previdência, desde que sejaconfirmado o pagamento da segunda parcela.Contato com agente corretor Luiz Ribeiro da Fon-seca Filho. Fones: (41) 9129-3523

Cia do Emprego - A empresa oferece empre-gadas domésticas, diaristas, babás, governantas,cozinheiras e chacreiros. Para jornalistas, 15% dedesconto na taxa de contratação. Rua BuenosAires, 1005, Rebouças. Mais informa-ções e ho-rário de funcionamen-to(inclusive aos domingos),41 322-2068/322-5586.

Ra fael Corre tora de Seguros - rua JorgeBarb o sa , 6 5 , A h ú. A l ém d e d e sc on to spromocionais nos valores dos seguros, os jor-nali stas terão desconto de até 50% na fran-quia em oficinas credenciadas da Segurado-ra. Válido também para cônjuges, fi lhos epais de jornal i s tas . Mais informações: 41353-7350, 352-6034 e 9119-7758 comMirtes .

Rede de Hotéis Hospedare - Haverá des-conto no preço da diária, de até 30%.Os valo-res e os hotéis conveniados podem ser consul-tados no Sindicato, pessoalmente ou pelo fone224-9296. Mais informações:www.hospedare. com.b r [email protected] (41) 228-1900

Ecco Salva -Preço promocional de R$ 9,66por pessoa. Mais informações com Sandra (41)340-8621 e (41) 9603-0297.

convênios

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 23: Extra Pauta Ed. 54

E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1 - 23

tabela de saláriosSALÁRIOS DE INGRESSORepórter, redator, revisor, ilustrador, diagramador,repórter fotográfico, repórter cinematográficoEditorPauteiroEditor chefeChefe de setorChefe de reportagem

Estes são os menores salários que poderão ser pagosnas redações;Os valores da tabela são para jornada de trabalho de 5 horas.O piso salarial da categoria é definido em Acordo Coletivode Trabalho, Convenção Coletiva e/ou Dissídio Coletivo.

FREE LANCERedaçãoLauda de 20 linhas (1.440 caracteres)Mais de duas fontes:Edição por páginaTablóideStandardDiagramação por páginaTablóideStandartRevista(*) Tablita / Ofício / A4Revisão(*) Lauda (1.440 caracteres)(*) Tablóide(*) Tablita(*) StandardIlustração(*) Cor(*) P&BReportagem fotográfica - ARFOCReportagem EditorialSaída cor ou P&B até 3 horasSaída cor ou P&B até 5 horasSaída cor ou P&B até 8 horasAdicional por foto solicitadaFoto de arquivo para uso editorialReportagem Comercial/InstitucionalSaída cor ou P&B até 3 horasSaída cor ou P&B até 5 horasSaída cor ou P&B até 8 horasAdicional por fotoReportagem CinematográficaEquipamento e estrutura funcionalfornecida pelo contratante(*) Saída até 3 horas(*) Saída até 5 horas(*) Saída até 8 horasAdicional por horaFoto de arquivo para uso em:Anúncio de jornaisAnúncio de Revista e TVCapa de Disco e CalendárioOutdoorCartazes, Folhetos e ComisetasAudiovisual até 50 unidadesAudiovisual acima de 50 unidadesDiária em reportagem que inclui viagemReportagem aérea internacional(*) Hora técnicaObservações importantes:A produção (filme, laboratório, hospedagem, transporte, seguro de vida,credenciamento, etc.) é por conta do contratante; Na republicação, serãocobrados 100% do valor da tabela;A foto editorial não pode ter utilização comercial.(*) Novidades na tabela em caráter experimental.Sugestões deverão ser encaminhadas ao Sindicato através do fax (041)224-9296 ou Correio Eletrônico: [email protected]

1103,831434,981434,981655,751655,751655,75

59,3650% a mais

76,8092,03

38,4052.4028.6319.53

15,4832,3324,4267,51

91,6061,06

139,65261,85349,1526,34

209,48

277,78494,23659,0152,40

76,47122,13200,7530,53

453,67488,80628,46962,87314,22663,39

à combinar384,07

à combinar61,06

rádio corredorO Estado do Pa raná temdois novos repór ter es naEdi tor i a de Cida des:Anselmo Meyer eLa wrence Ma noel .***Sa ngu e novo ema lgu ma s edi tor ia s daFolha do Pa raná . Ojorna l cont r a tou Rosa naFél ix pa ra a tua r naG era l e na Economia ,Andrea Lomba rdo emCida des e Rodr igo Sa i sna Edi tor i a deEspor tes. O ca dernoCa r ro & Cia da Folhado Para ná é di rig idoa gora por Ed Ca r losRocha , qu e toca oproje to com Ferna ndaO nga ra to . O repór terEmerson Cervi deixou aFolha pa ra toca rproje tos a c a dêmicos naUni ver si da de Tu iu t i .***O ta blóide Pr imei r aH ora contr a tou Rica rdoSabba g para a Edi tori ade Comu nidades eMarcos H enr iqu e Xavier

para Esportes. Sabba gnão deixou a edi tor ia doSpa mzine, espa çol it er ár io dominica l naInternet . Em seu lu ga rna Ga zeta Merca nt il -PRentrou Keyse Caldeir a .Ainda na G M-PR,J osia ne Schu lt z , deLondr ina , emenda féri a scom l icença -maternida de, para toma rconta de I sa bel . Nospróximos cinco meses,Rogério Fi sher, ex-edi tor da Folha doPara ná , cobre a l icençade Josia ne. N ewtonCha ga s, repór ter emCur i tiba , est ál icenciado por qu a tromeses pa ra fazer cu rsono Ca na dá. Para cobri ro per íodo foi chamadaCri st ina Ca ssiano, ex-G a zeta Mercant i l emRibei rã o Preto . Para aprodu çã o de textos da scha ma da s na T VBa ndei ra ntes, a G a zetacont r a tou Cri st ia neLebelem. O fotógrafo

Ma rcelo Almeidatambém foi contr a tadopela G M-PR.***N o Jornal do Estadoent rou Sérgio Lu ís deD eu s. Rodr igo Apolloni ,que chegou em abr il , fo ipara a Rá dio CBN .G ladimir N a scimentot rocou o J E pela T VBa ndei r a ntes, sempreju ízo do tr abalho naCBN . Pa ra comenta r aediçã o vesper t ina doCBN -Cu r i t r iba Ediçã oda Ta rde, está no a r ojorna l is t a BernardoBi t t en cou r t .***Ma r ia do Ca rmoBa t i ston (D u ca ) deixoua Secreta r i a deComu nica çã o Socia l doG overno do Esta do pa raa ssu mi r u ma su bchefiana Assessor ia deImprensa da Prefei tu rade Cu ri t iba . N o Pa lá cioIgu a çu ent rou orepór ter Luiz H enr iqu eWe be r.

Created by PDF Generator (http://www.alientools.com/), to remove this mark, please buy the software.

Page 24: Extra Pauta Ed. 54

24 - E X T R A P A U T A - J o r n a l d o S i n d i c a t o d o s J o r n a l i s t a s P r o f i s s i o n a i s d o P a r a n á - nº 5 4 - j u n h o / j u l h o 2 0 0 1

O Ronda da Noite chegou asua sétima edição, no dia

25 de maio, no agitadoCafe Curaçao, do

jornalista Joni Basso.Cerca de 120 jornalistas

compareceram eaproveitaram as

promoções do Sindicato,com patrocínio do

Mercadorama. A festa sóteve hora paracomeçar, mas não paraterminar. Aliás, émelhor nem falardisso.

Alvaro Colaço e Joni Basso

Maria Helena, Maigue e Sulamita

Mariângela e Simone

Ademir e Ligia

Patricia e PaulinhoTina, Audrey e Liliana

Fabiola, Nielle e Alvaro

Foto

s:H

ugo

Aba

ti

Cre

ated

by

PD

F G

ener

ator

(http

://w

ww

.alie

ntoo

ls.c

om/),

to re

mov

e th

is m

ark,

ple

ase

buy

the

softw

are.