Extra Pauta Ed. 65

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EXTRA EXTRA EXTRA EXTRA EXTRA PAUTA PAUTA PAUTA PAUTA PAUTA Jornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná - Nº 65 - Novembro/Dezembro - 2003 - ISSN 1517-0217 [email protected] http://www.sindijorpr.org.br Impresso Especial 3600137940-DR/PR SIND. DOS JORNALISTAS CORREIOS Jornalistas de assessoria e jornalistas de redação: EM BUSCA DA SINTONIA Hugo Abati/Colaboração Entrevista Freitas Netto comenta os vícios do Jornalismo paranaense. Página 15 Defesa Corporativa Insatisfeitos, jornalistas do Paraná vão a dissídio coletivo. Página 5 Financeira Um guia mostra a você quais são as contribuições feitas ao sindicato. Página 7 Assessoria de Imprensa Em Florianópolis, jornalistas discutem mercado, ética e formação. Página 10 H oje cerca de 60% dos jornalistas trabalham como assessores de imprensa, uma atividade que para muitos – preparados como foram para o trabalho de redação – soa como novidade. Por outro lado, os veículos enxugam-se, seja no volume de espaço editorial seja no número de profissionais empregados. Eis aí um ambiente propício para desencontros entre jornalistas de assessoria e jornalistas de redação. Pesquisas revelam que é preciso aumentar o nível de confiança entre estes dois profissionais. Por um lado, os jornalistas de redação se aborrecem com releases de baixo potencial de aproveitamento, por outro, os assessores não conseguem cultivar relacionamento com profissionais de redação por conta dos rodízios. A saída destes impasses inclui a formação acadêmica, mas outros detalhes precisam ser burilados no dia-a-dia. Páginas 3 e 4

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Novembro - Dezembro/2003

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EXTRAEXTRAEXTRAEXTRAEXTRA PAUTAPAUTAPAUTAPAUTAPAUTAJornal do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná - Nº 65 - Novembro/Dezembro - 2003 - ISSN 1517-0217

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ImpressoEspecial

3600137940-DR/PRSIND. DOS

JORNALISTAS

C O R R E I O S

Jornalistas de assessoria e jornalistas de redação:

EM BUSCA DA SINTONIA

Hugo Abati/Colaboração

EntrevistaFreitas Netto comenta

os vícios doJornalismoparanaense.

Página 15

DefesaCorporativa

Insatisfeitos,jornalistas

do Paraná vão adissídio coletivo.

Página 5

FinanceiraUm guia mostra avocê quais são as

contribuições feitasao sindicato.

Página 7

Assessoria deImprensa

Em Florianópolis,jornalistas

discutem mercado,ética e formação.

Página 10

Hoje cerca de 60% dos jornalistastrabalham como assessores de

imprensa, uma atividade que para muitos –preparados como foram para o trabalho deredação – soa como novidade. Por outrolado, os veículos enxugam-se, seja novolume de espaço editorial seja no númerode profissionais empregados. Eis aí umambiente propício para desencontros entrejornalistas de assessoria e jornalistas deredação. Pesquisas revelam que é preciso

aumentar o nível de confiança entre estesdois profissionais. Por um lado, os jornalistasde redação se aborrecem com releases debaixo potencial de aproveitamento, poroutro, os assessores não conseguem cultivarrelacionamento com profissionais de redaçãopor conta dos rodízios. A saída destesimpasses inclui a formação acadêmica, masoutros detalhes precisam ser burilados nodia-a-dia.

Páginas 3 e 4

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Extra Pauta é órgão de divulgaçãooficial do Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná. Endereço:

Rua José Loureiro, 211, Curitiba/Paraná. CEP 80010-140. Fone/Fax

(041) 224-9296. E-mail:[email protected]

Jornalista ResponsávelRicardo Medeiros

Reg. prof. 24866/106/81

RedaçãoAdir Nasser Junior

[email protected]

Colaboraram nesta ediçãoEmerson Castro, Renata Sguissardi

FotografiasBruno da Costa Piccoli, Clarice

Melina Ceccone, Hermínio Nunes,Hugo Abati, João de Noronha,

IlustraçõesSimon Taylor

Edição GráficaLeandro Taques

Tiragem3.000 exemplares

As matérias deste jornal podem serreproduzidas, desde que citada a

fonte. Não são de responsabilidadedeste jornal os artigos de opinião e

as opiniões emitidas em entrevistas,por não representarem,

necessariamente, a opinião de suadiretoria.

Expediente

editorial

Êxito nos seis primeiros meses

Ana Luiza Silveira, ex-repórter doJornal Primeira Hora, passou aintegrar em outubro o time deassessores de imprensa da CentralPress.

A jornalista Juliane Martins, querecentemente retornou de um curso depós-graduação em JornalismoCientífico em Barcelona, Espanha,assume a coordenação de conteúdo doCentro Lumen (responsável pelo jornalVoz do Paraná, TV Lumen/Canal Futurae Lumen FM).

A jornalista Ana Paula Mira começoua atuar neste mês na assessoria deimprensa da Fundação Copel. Elacontinua lecionando da UniversidadeTuiuti e no Dom Bosco.

Sílvio Lohmann deixou a assessoria daPrefeitura de Curitiba e agora integra aequipe de assessoria da Federação dasIndústrias do Paraná (Fiep).

Com a mudança na direção da Fiep, achefia da comunicação da instituiçãopassa a Luiz Henrique Weber. O cargoera ocupado anteriormente porAntônio Aparecido Diniz.

Romeu de Bruns Neto deixou a redaçãoda Gazeta do Povo e agora está naassessoria da Secretaria Estadual deIndústria e Comércio. Também deixou aGazeta a jornalista Giovana Perine.

O jornalista Clediney Silva, diretor deRedação da Comunicação Social daPrefeitura de São José dos Pinhais,

rádio corredor rádio corredor rádio corredorcriou na internet uma lista de discussãosobre a Polônia, que se iniciou com ocadastro de parte das pessoas queparticiparam com ele da comitiva quevisitou aquele país em setembro.Clediney é diretor da AssociaçãoCultural Polônia-Brasil e um dosresponsáveis pelo projeto de geminaçãode São José dos Pinhais com o distritopolonês de Póznan. Quem quiserparticipar da lista deve encaminhar e-mail para [email protected].

Guilherme Voitch, ex-Estado do Paraná,está atuando como repórter free-lancepara a Veja SP. O jornalista Jones Rossi,do Portal Tudo Paraná, está desde julhona revista.

A jornalista Cristiane Ribinski deixou aassessoria de imprensa da operadora detelefonia celular Vivo PR/SC, ondeestava desde julho de 2001, quando aempresa ainda se chamava GlobalTelecom. Ela pediu desligamento pormotivos pessoais, a fim de investir emoutros setores do Jornalismo. Em seulugar entra Ricardo Voigt, ex-LideMultimídia.

Luís Henrique Pellanda deixou a Gazetado Povo, onde atuava no Caderno G.Deve montar uma assessoria de imprensae continuar atuando na revista Cadernode Idéias.

O jornalismo paranaense perdeu emnovembro o repórter-fotográfico AntônioAugusto Júnior (o Buiú). Profissionaldo jornal O Estado do Paraná, Buiú tevecomplicações durante uma cirurgia de

redução do estômago. Também emnovembro, faleceu o jornalista JoãoBaptista de Moraes.

Está circulando o Paranashop, jornalque veicula classificados e notícias dacidade. É dirigido por Marcos PauloAssis e conta também com o sitewww.paranashop.com.br.

Os jornalistas Vinicius Coelho eCarneiro Neto lançaram o livro“Campeoníssimo” (UTP), em quetraçam a trajetória do ex-presidente doCoritiba Evangelino da Costa Neves.

O livro “Um Diálogo sobre oIslamismo” (Criar Edições) do jornalistaOmar Nasser Filho e o xeiqueMuhammad Khalil foi lançado emnovembro. A obra trata de pontospouco conhecidos da religião islâmica.

O jornalista Paulo Polzonoff escreveu“O Cabotino”, publicado pela EditoraCandide. Na obra, o jornalista trazpara o leitor comum, com humor eacidez, questões importantes dacriação literária, geralmente restritasao meio acadêmico.

O Instituto Cultural dos Jornalistas doParaná, através de sua editora Pós-Escrito, está lançando os livros “OJornalismo e Construção da Realidade– Análise de O mez da grippe comoparódia crítica do Jornalismo”, deTomás Eon Barreiros, e “MutirãoBrasileiro de Comunicação”,organizado por Élson Faxina, AnaCristina Suzina e Desirée Rabelo.

AGestão Profissão: Jornalista,desde que assumiu a diretoriado Sindicato dos Jornalistas

Profissionais do Paraná, manteve-sefirme no compromisso de tornar aentidade viva e participativa, fazendodela, além da estrutura sindical, queluta pelos trabalhadores, também umponto que, por responder aosinteresses da classe, se tornasseelemento de convergência dosprofissionais.

Ao longo destes seis meses deatuação, conseguimos realizar muito doque nos propusemos. Reativamos otrabalho com os assessores deimprensa, profissionais que, segundoa Fenaj, representam 60% dos

jornalistas em atividade no país hoje.O grupo de assessoria tem se reunidomensalmente, e os resultados já sãosignificativos, seja pelas iniciativas jáempreendidas, como também peloenvolvimento dos profissionais, quefica evidente tanto na presença maciçanos encontros como na participaçãono grupo de discussões virtual.

Melhoramos a comunicação, como envio do boletim diário e com o ExtraPauta mensal – que só por revesesfinanceiros deixou de ser publicadoeste mês. A fiscalização neste períodofoi reforçada, e o trabalho em sintoniacom o Ministério do Trabalho rendeubons resultados. Constatamos eencaminhamos para a fiscalização

casos de jornal sem jornalistaresponsável, pessoas sem habilitaçãoassinando matérias, estagiáriosrealizando funções jornalísticas, entreoutros casos.

Na área de saúde, realizamos umexcelente evento sobre técnicas ecuidados para o corpo no final deagosto, que se seguiu a outros dois,realizados em redações. A iniciativade levar eventos às redações parte dapercepção de que cada vez mais ojornal is ta , premido pelo tempoexíguo e pela enorme quantidade detrabalho, tem pouco tempo paraatividades externas. Neste sentido,levamos também as funções dosindicato para dentro das redações,

com a campanha de regularização dedébitos e atualização das carteiras.

Criamos a Frente Parlamentar daComunicação para podermos estendernossa luta no campo legislativo. Como retorno do Ronda da Noite, oSindicato conseguiu congregar aindamais os profissionais, além depromover diversão. Conseguimosainda iniciar as reformas na estruturado prédio, com pintura e algumasobras, que devem ter seqüência no anoque vem. O nosso maiorempreendimento de 2003 permanece,porém, inconcluso: o acordo coletivo,que foi a dissídio, não foi fechado,entretanto com nossa luta chegaremosa bom termo.

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Imprensa no ParanáNOVO JORNAL DE PIMENTEL NÃO ESTÁ CONFIRMADO

O empresário Paulo Pimentel anunciou em uma palestra no início de outubro as negociações entreseu grupo de comunicação e a RBS para a criação de um novo jornal de âmbito nacional cuja sede

ficaria no Paraná e circularia pelos três Estados do Sul. A informação não foi confirmada.

Com o enxugamento dasredações, hoje apenas 40% dosprofissionais de Jornalismo

trabalham em veículos, segundo aFenaj, e é natural que a assessoria deimprensa cresça em números eimportância. No entanto, o número dejornalistas em assessorias crescegeometricamente, enquanto osveículos têm espaços cada vez maisexíguos. A disputa por um espaço parao assessorado na mídia, que já não eratarefa das mais fáceis, tornou-se umabatalha, e nisto a relação entrejornalistas de redação e assessorestende a se desgastar.

Uma pesquisa feita pelo site deJornalismo Comunique-se apontou quepara 81% dos jornalistas o release eoutras informações enviadas pelasassessorias são necessários, porém malpraticados, na medida que as redaçõesrecebem muito material que não é útil.Segundo apontou a mesma pesquisa,a chance de aproveitamento de umrelease é considerada como apenasrazoável pelos jornalistas.

Além disto, a imagem do assessorainda está vinculada à de um “escudo”dos interesses do assessorado. Para85% dos jornalistas ouvidos peloComunique-se, os assessores são maiscomprometidos com os interesses deseus clientes do que com a imprensa.Isto mostra que há algo a aprimorarno relacionamento entre assessorias eredações.

Para Ana Ehlert, editora deEconomia do Jornal do Estado, umadas fontes de desconforto entrejornalistas de redação e assessores deimprensa são as visitas às redações.“Hoje, com as redações cada vez maisenxutas e o tempo exíguo, écomplicado receber visitas, mesmoque seja acompanhando o empresário.Muitas vezes nessa situação, me obrigoa ser grosseira”, disse a editora.

Segundo Ana, a visita em si nãocausa transtorno, desde que seja pré-agendada e tenha o propósito de tratarde algum assunto relevante. Oacompanhamento (ou follow up) étambém citado como fonte de atritoentre assessores e pauteiros. “Falta aosassessores a noção de horário. Ligaràs 19h para ver se o editor recebeu orelease não dá”, afirmou Ana Ehlert. Asolução passa necessariamente pelaformação, que historicamente vem

sendo um problema na área deassessoria de imprensa – e que agoravem sendo mais bem tratada. Porém,em diversas escolas de Jornalismoainda não existem cadeiras específicasde assessoria, e os profissionais saemda academia apenas com noções vagasdo que fazer.

Ana Ehlert menciona ainda que faltaclareza aos assessores de imprensaquando vão “vender” seu produto ao

assessorado. “O assessorado acabaconsiderando que a assessoria é algumtipo de publicidade barata”, afirmou ajornalista. Maria Celeste Correa,assessora de imprensa do InstitutoBrasileiro de Qualidade e Produtividade(IBQP), da escola de músicaBeethoven Haus e da loja de produtospara gestantes Belly Mommy, diz que,para aprimorar a relação com osjornalistas de redação, é fundamental

Assessores ejornalistasde redação:

ARESTASA APARAR

deixar claro ao assessorado o que é aatividade de assessoria de imprensa.“É preciso mostrar ao assessorado quea notícia tem limitações. Não adiantaachar que o release pode competir comuma catástrofe, como uma enchente”,afirmou Maria Celeste. “A imprensamerece ser respeitada e o assessoradonão pode nos usar para colocarqualquer coisa goela abaixo da opiniãopública”, disse.

Falta aos assessores, segundoMaria Celeste, explicitar aoassessorado que a assessoria “é umprocesso de construção da imagemque não ocorre da noite para o dia, enão se resolve tudo no primeirocontato”. A culminação deste processoé transformar o assessorado numafonte confiável para a imprensa. Maspara isto é preciso vencer algumasresistências. Uma delas é a doassessorado, que resiste a princípio emdar entrevistas em que não tenha acerteza do retorno institucional.

Por parte do assessor, o “fazer aponte” tem de ser algo efetivo, sobpena de parecer que ele funciona comoum “ocultador” de informação.Monica Carvalho, editora de Políticado Jornal Correio do Vale, de TelêmacoBorba, e assessora de imprensa doGrupo Antonio Glênio Faria Marcondesde Albuquerque (Haras Agisa), apontao “filtro de informação” como um dospiores obstáculos “para ampliar asinformações de pauta e até mesmo debuscar pluralidade de fontes”.

O resultado, segundo Monica, éfreqüentemente ter de “pular” sobreo assessor, indo diretamente aoassessorado. Esta visão deturpadaacerca dos assessores provém emgrande parte de situações de crisepara o cliente (como a descoberta deuma irregularidade na empresa, de umdesmando do político etc.), quando,por inépcia ou medo, ocorrem asoperações de despiste. “Omitir é apior coisa a se fazer. A empresa temde pôr à disposição da imprensa todaa informação, que deve ser cen-tralizada em uma só pessoa, paraevi tar dar informações desen-contradas”, disse o consultor demarketing Elói Zanetti, que lembraque em momentos de cr ise “aimprensa fica atiçada” e o “faro”invest igat ivo do repór ter maisaguçado.

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Imprensa no Paraná

Se hoje os jornalistas de redaçãotratam o assessor de imprensacomo um igual, é bom lembrar

que até bem pouco tempo vigia odesprezo e o distanciamento. Estamudança na visão acerca do profissionalde assessoria não é fortuita, mas deve-se ao fato de os jornalistas de redação(que se consideram jornalistas “típicos”)perceberem que a dinâmica do mercadopode arrastá-lo subitamente para umaassessoria. Mas para muitos jornalistasa relação com assessores é de amor eódio: o assessor é aquele que forneceexcelentes pautas nos momentos demaré baixa, mas é também aquele queatulha de e-mails a caixa postal dasredações e faz visitas em momentosinconvenientes.

Para isto colaboram alguns fatores,como a atitude de “escudo” que oassessor toma, “brigando” com a pautado repórter, na suposição de que ela teráum enfoque desfavorável. Este aspectoé lembrado pela jornalista Giselle Lima,produtora da Rádio CBN Curitiba.“Alguns realmente não fazem a ponteentre o veículo e o assessorado, embolamo meio-de-campo, e é preciso ligar diretopara o assessorado”, afirmou Giselle, quetem assistido à proliferação dos assessoresque não são jornalistas. “Não dá maispara saber se é um assessor ou um amigoda fonte”, afirmou.

Por outro lado, os remanejamentos deespaço e/ou função dentro das redaçõessão apontados como uma das principaisdificuldades que os assessores têm de sedefrontar no relacionamento com asredações. Saber quem é o setorista emcada área facilita enormemente o trabalho,e durante as mudanças feitas nas redaçõesos contatos se perdem. Na dúvida, oassessor acaba mandando o release paradois ou mais e-mails. Vale lembrar apesquisa do Comunique-se apontando oque os jornalistas de redação pensamsobre o release e outras informaçõesenviadas pelas assessorias. “Respeito edesconfiança” é a fórmula ensinada pelo“Novo Manual de Redação” da Folha deS. Paulo para trato dos jornalistas deredação com os de assessoria. Masoscilar entre a afinidade extrema e adesconfiança que beira a animosidadepode ser perigoso.

A jornalista Cristine Gerlach, daempresa de assessoria EDM LogosComunicação Corporativa, afirma que,no afã de conquistar clientes, asassessorias de imprensa recém-criadas

Relação de

AMOR E ÓDIOna busca pelas manchetes

acabam fazendo promessasdesmesuradas, inclusive de que matériassobre o assessorado serão publicadasem veículos que não têm perfiladequado. “Parece que os assessoresnão lêem jornal e não sabem a que tipode informação cada veículo dáprioridade”, completou Ana Ehlert, doJornal do Estado. Além destasdistorções, há outras de ordem ética,

como os contratos de risco, em que oassessor só é remunerado se as matérias“emplacarem” na grande mídia. No caso,a remuneração fica proporcional aonúmero de “inserções”. E ainda há oscasos de venda de “pacotes” decomunicação por agências de publicidadeem que a assessoria de imprensa éincluída como “brinde”. Quem ganha coma desvalorização da assessoria?

ChoqueDuas das ferramentas fundamentais

do assessor de imprensa – o release e aentrevista coletiva – têm se chocado emmuitos casos frontalmente com aescassez de tempo e espaço dos jornais.Sem repórteres para sair a campo, ascoletivas – instrumentos de divulgaçãode assuntos relevantes dos assessorados– ficam muitas vezes “descobertas” eacabam ganhando destaque em apenasum ou outro veículo.

Por outro lado, o release, pelaabundância, virou uma “commodity” nasmesas dos editores. Muitos destesreleases não são talhados para o perfildo veículo, item apontado quase queunanimemente pelos jornalistas deredação como uma das fontes deconflito com os assessores. Uma fonteda redação da TV Paranaense disse quefalta aos assessores “conhecer o perfilde cada veículo, pois o material quechega a nós não está direcionado àabordagem do veículo”.

Maria Celeste Correa afirma que naatuação do assessor de imprensa anecessidade de clareza é similar à dojornalista de redação. “Por exemplo, nãoposso passar uma pauta com umespecialista se os jornalistas que vão‘passar’ pela matéria não a compreendem.É preciso entender e buscar uma apli-cação prática para a explicação doespecialista”, afirmou Maria Celeste.

Fica ainda o dilema entre o releasefeito como que para a publicação e orelease que serve de indicação para apauta. Creso Moraes, da empresa deassessoria Enfoque, prefere umexemplo de texto para publicação, porser a “técnica empregada para atrair ointeresse do leitor a mesma, ainda queele seja um jornalista de redação”. JáNilson Monteiro, ex-editor da GazetaMercantil Paraná e hoje assessor deimprensa da Associação Comercial doParaná (ACP), acredita que o releaseprecisa ser breve e impulsionar orepórter a ir atrás de informações. “Seele não faz isto, acaba sedesvalorizando”, disse Monteiro, querelata ter sido surpreendido comrepórteres, em especial de TV, que oprocuram para que não apenas sejammuniciados de informações, mas parareceberem toda a investigação(inclusive de personagens paramatérias) pronta. “Agindo desta forma,o repórter joga contra si próprio”, disseMonteiro.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, buscando congregartodos os profissionais da classe, reativou na atual gestão o Grupo de Assessoriade Imprensa. Dirigido por Renata Sguissardi, assessora da BrasilTelecom, ogrupo realiza reuniões mensais e tem um fórum de discussões na internet.

SINDIJOR BUSCA APROXIMAÇÃO DE ASSESSORES

SINDIJOR PROTESTA CONTRA MUDANÇAS NA LEI DO CABOO Sindijor enviou uma carta a deputados federais e senadores repudiando as iniciativas para

alteração do artigo sétimo da Lei do Cabo que permitirá o controle de até 100% das operadoras deTVs a cabo brasileiras pelo capital estrangeiro. O sindicato pede a imediata retirada do projeto.

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Defesa CorporativaFIJ DENUNCIA EMPRESAS BRASILEIRAS À OIT

A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) fará uma denúncia oficial de empresas e empresáriosbrasileiros à Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre desrespeito às convenções

internacionais referentes à negociação coletiva, direitos sindicais e do trabalho.

Em assembléia no dia 23 deoutubro na sede do Sindijor, osjornalistas novamente deram um

retumbante “não” à proposta dos patrõespara a convenção coletiva 2003-2004 eaprovaram a abertura de dissídio coletivo.É a culminação de uma negociação quenão foi levada a sério pelos patrões, quetrataram o tempo todo os jornalistas comdesdém e não se empenharam emnegociar em termos satisfatórios ascláusulas econômicas. Embora indesejadodesde o início, o dissídio coletivo foi oúnico recurso de que dispúnhamos dianteda intransigência dos patrões, que nãoaceitavam o repasse integral da inflação– que foi de 17,51% no período. Emborapossa atrasar a fixação da novaconvenção, o dissídio nos permiteescapar da negociação desvantajosa naqual os patrões estavam tentando nosencurralar.

A opção pelo dissídio foi uma reaçãoproporcional aos empecilhos postos pelospatrões. A última proposta patronalmostrou o conhecido desdém e indiferençapara com os jornalistas, que é a marcados donos da imprensa paranaense. Numaatitude da mais completa desconsideração,eles apresentaram uma pauta de reajustede apenas 5%, sendo que a inflação doperíodo de outubro de 2002 a outubro de2003 foi de 17,51%. Como chamariz, elesofereceram vale-refeição e um abono atítulo de programa de participação nosresultados (PPR) de 80% sobre o saláriobase (ou seja, não incidindo sobre osadicionais). Os patrões nem sequerindicaram como este abono seria pago.Algo é certo: por não se incorporar aosalário, o abono cria uma ilusão de ganhoque se revela ao longo do tempo comouma monstruosa perda salarial. Pelo estudodo Dieese, se fosse aceita esta proposta,ao final de 12 meses, teríamos uma perdaequivalente a três meses de salário, entre aprópria massa salarial, férias, décimo-terceiro e FGTS. As perdas ficariam aindamaiores caso se computassem aaposentadoria e as horas-extras. Por esteplano, as empresas conseguem ganhar, aodeixar de pagar encargos trabalhistas,enquanto os trabalhadores só saemperdendo.

O dissídio é um processo na Justiçado Trabalho, em geral longo edesgastante, que pode retardar areposição das perdas inflacionárias, masque, se for julgado favoravelmente aostrabalhadores, em geral garante areposição da inflação retroativa à data-

Jornalistas do Paraná vão para

DISSÍDIO COLETIVObase, como foi o caso dos colegasmineiros, que obtiveram reajuste de 18%após um dissídio que durou quatro meses.No entanto, a instauração dele não impedeque as partes continuem a negociar, sendoisso o que geralmente acontece, de formaque a conclusão de um acordo antecedeo julgamento no Tribunal Regional doTrabalho. No entanto, até o fechamentodesta edição, os patrões não fizeramnenhum movimento significativo nosentido de apresentar uma proposta queevitasse o desgaste de uma decisãojudicial.

Ao contrário, os patrões precarizaramo quanto puderam a negociação e aindativeram a empáfia de acusar o Sindijorde “não pensar nas empresas” e ser“inflexível” por não abrir mão da inflação.As acusações seriam risíveis se nãofossem um deboche fora de propósito.

Caso eles tenham se esquecido, é bomlembrar alguns fatos: pensando nasempresas, o Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná e o Sindicato dosJornalistas Profissionais de Londrinaapresentaram no dia 21 de julho aproposta de convenção, a fim de quetivéssemos mais tempo de discutir ascláusulas econômicas e também para quese pudesse começar a repor a inflaçãoantecipadamente, pois sabíamos que oíndice seria elevado. Mesmo com maistempo, os patrões não mostraramnenhum apreço com os trabalhadores,não deram resposta à proposta eempurraram a negociação com a barrigaa fim de nos obrigar a aceitar uma pautadesvantajosa. Para conseguirmos umaresposta dos donos de veículos, tivemosde recorrer à uma mesa-redonda naDelegacia Regional do Trabalho (DRT).

Em Minas Gerais os jornalistasconseguiram um reajuste de 18%na convenção coletiva, após teremencarado o árduo caminho dodissídio coletivo, coragem queinspirou os jornalistas de todo oBrasil. Além do reajuste, os colegasmineiros obtiveram ainda aestabilidade no emprego por 90dias, a criação de uma comissãoparitária de ética para avaliar casosde assédio moral nas redações e ofim do ponto por exceção,obrigando as empresas a adotar oponto eletrônico.

Enfrentandodissídio, mineirosconseguemrepor a inflação

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Defesa CorporativaPASTOR OLIVEIRA NA FRENTE PARLAMENTAR DA COMUNICAÇÃO

O deputado federal Pastor Oliveira (PL) integrou-se à Frente Parlamentar da Comunicação,grupo de legisladores paranaenses aglutinado pelo Sindijor para defender os interesses dos

jornalistas. Com a nova adesão, são agora 22 os membros da frente.

OConselho Federal de Medicina(CFM) vai modificar suaresolução baixada recentemente

que determina, em seu artigo 7º, que osmédicos, ao darem entrevistas, exijamdos jornalistas a revisão do texto, antesda publicação. O CFM vai propor umanova redação para o artigo 7º, para obrigaros médicos a terem responsabilidadediante de suas declarações públicas. Antesde editar o novo texto, o CFM vaiconsultar a Federação Nacional dosJornalistas (Fenaj) e a AssociaçãoBrasileira de Jornalistas Investigativos(Abraji).

Ainda vigendo, a resolução 1.701baixada pelo CFM, há cerca de doismeses, estabelece que os médicos sãoobrigados a exigir dos jornalistas queapresentem as matérias em que aparecemcomo entrevistados antes que elas sejampublicadas, para eventuais correções.Caso o jornalista não entregue o texto paraque o médico faça a “revisão”, ou caso amatéria publicada seja diferente daapresentada anteriormente ao doutor, estedeverá “encaminhar ofício retificador aoórgão de imprensa que a divulgou e aoConselho Regional de Medicina de suajurisdição”. A alegação do conselho é deque a medida não tem “caráter repressivo,mas meramente educativo”. Na verdade,a pretexto de estabelecer rigor nainformação, o CFM acabou por praticarum dos mais terríveis atos decerceamento à liberdade de imprensa.

Além de promover uma censuraprévia e um mecanismo de controle dainformação, a atitude do conselho –mesmo que aplicada em situaçõesinócuas – atrapalha sobremaneira aatividade jornalística, caracterizada pela

exigüidade de prazos. Além disto, ocerceamento da liberdade de imprensaem nada contribui para melhorar aimagem da categoria médica, acusada –talvez indevidamente – decorporativismo e elitismo.

O jornalista Mário Celso Cunha, queé vereador em Curitiba pelo PSB eintegrante da Frente Parlamentar da

Conselho Federal de Medicinamodifica resolução que impunhaCENSURA à imprensa

Com uma pauta bem extensa, oConselho de Representantes da Fenajse reuniu nos dias 11 e 12 de outubroe aproveitou a presença dos sindicatosno 14º Encontro Nacional deJornalistas em Assessorias deImprensa (Enjac) para abordar aprecarização do mercado de trabalho.Um exemplo é o crescimento dacontratação de jornalistas comopessoas jurídicas nas redações, umatentativa de acobertar os verdadeiros

Comunicação, disse que a medida foi umatentado contra a liberdade de imprensa,recriando a odiosa figura da censuraprévia. “Conheço centenas deprofissionais em Curitiba e nunca ouvideles qualquer referência à necessidadede aplicar censura à imprensa em funçãode suas declarações”, afirmou MárioCelso, acrescentando que, se todo órgão

de classe resolver imitar o CFM, estaráinstalada a censura no país.

O Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná repudia este tipode censura e de constrangimento aplicadoaos jornalistas, que em nada contribui paraaumentar o nível de informação dasociedade e apenas ajuda a diminuir o climade confiança entre as classes profissionais.

Fenaj na luta contra a precarização do trabalho e terceirização

vínculos empregatícios. Em São Paulo,a diretoria do sindicato realizou umaenquete com os jornalistas, entre maioe agosto deste ano, e mais de 45% dasmil respostas obtidas destacaram,como o ponto mais importante daatuação sindical, a luta contra aprecarização das relações de trabalho.

Para fazer frente a essa situação, oconselho decidiu abrir uma CampanhaNacional em Defesa do Mercado deTrabalho dos Jornalistas. Integram a

campanha várias atividades, comoorientar sindicatos para denunciarcontratações irregulares, comunicar àsdelegacias regionais de trabalho esolicitar fiscalizações, entre outras.

Durante a audiência pública sobrea regulamentação da profissão dejornalista, na Comissão do Trabalho,Administração e Serviços Públicos, daCâmara Federal, a Fenaj foi convidadaa participar e assessorar osparlamentares que compõem a sub-

comissão de precarização eterceirização da CTASP (Comissão doTrabalho, Administração e ServiçosPúblicos). O objetivo desta partici-pação é denunciar, discutir e estudaros mecanismos que possam prevenira iniciativa de várias empresas decomunicação social, que têm demitidojornalistas e os recontratando comomicro-empresa ou free-lancer, numaflagrante fraude às legislaçõestrabalhista e tributária.

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FinanceiraRONDA DA NOITE RETORNA PARA VALER

Com show do Trio Quintina no Era Só O Que Faltava, voltou no dia 9 de outubro o Ronda da Noite,encontro promovido pelo Sindijor. No dia 20 de novembro, a partir das 20h30 uma nova ediçãopromete esquentar o Café Curaçao. Um barril de chope espera aqueles que chegarem cedo.

Vários jornalistas procu-ram o Sindijor buscandoesclarecimento sobre as

contribuições cobradas, anatureza delas e em que sãoaplicadas. As razões para odesconhecimento estão em geralno pouco envolvimento com aatividade sindical. Para sanarparte destas dúvidas, apresen-tamos um guia para você sabero que paga e para onde ascontribuições são direcionadas.

CONTRIBUIÇÃOCONFEDERATIVA

Foi instituída pela Cons-tituição de 1988 que deixou acritério dos sindicatos adefinição dos percentuais e decomo cobrar. Com a finalidadede financiar o sistema con-federativo, esta contri-buiçãotem por princípio custear asatividades sindicais, sendo quedo total 5% são dedicados àfederação. No nosso caso, foidefinida em assembléia geral dacategoria, realizada em agostode 1990. O percentual foiestabelecido em 1% sobre o salário mensal, que deveráser descontado dos jornalistas e recolhidomensalmente pelas empresas para ser repassado aosindicato até dia 10 de cada mês. Para o nossosindicato, esta contribuição tem o mesmo efeito damensalidade sindical. As discussões entre jornalistasgiram em torno do recolhimento da contribuição denão-associados. As empresas não podem descontarna folha de pagamento a contribuição confederativade quem não é associado ao Sindijor.

CONTRIBUIÇÃO SINDICALEstabelecida na forma de Lei Federal, a contribuição

sindical “é uma obrigação devida por todos aqueles queparticipam de uma determinada categoria econômica,profissional ou de uma profissão liberal, em favor daentidade sindical representativa da mesma categoria ouprofissão”. O desconto é equivalente ao rendimento deum dia de trabalho, cobrado sempre no mês de março.Do total arrecadado com a contribuição sindical, 60%

Entenda asCONTRIBUIÇÕESfaitas ao sindicato

Mais uma vez Paulo Pimentel frustrou osjornalistas de O Estado do Paraná e Tribuna doParaná. O empresário reuniu os funcionários nodia 2 de dezembro para transmitir umamensagem de final de ano, e era aguardado oanúncio de novos investimentos em 2004,inclusive com incremento da redação, entretantoveio apenas um pedido aos trabalhadores de“mais dedicação e criatividade”, ou seja, maisônus, sem bônus. Num discurso de motivação,no melhor estilo dos gurus da auto-ajuda,Pimentel conclamou os jornalistas a atuar commais vigor e dedicação.

Após esvaziar a redação e desativar um dospontos fortes dos veículos – as sucursais deinterior -, Pimentel quer que os jornalistastrabalhem em dobro, fazendo o trabalho quefora dos companheiros afastados. Depois doanúncio - não confirmado – de um negócio paraa criação de um novo jornal em parceria comoutro conglomerado de comunicação sulino(provavelmente o Grupo RBS), Pimentel, hojededicado à direção da Copel, voltou a frustrarexpectativa.

Novo jornal começa a

circular em março em

Curitiba

Começa a circular em março do ano que vemo jornal Correio Metropolitano, diário em formatostandard que cobrirá Curitiba e Região. Oempreendimento é do jornalista Ayrton FerreiraPrecoma, que aguarda a chegada doequipamento gráfico. Precoma explica que seráum veículo “light”, que não apelará para osensacionalismo e servirá para debates “semprerespeitando a ampla defesa”. No início, 12profissionais devem trabalhar no jornal, que podeter de 24 a 32 páginas.

Entre os destaques deve estar a coberturaesportiva, que ele promete ser vasta e abrangente,abordando as competições suburbanas de cadauma das cidades da região. Ele pretende aindacriar um amplo caderno policial. Precoma temoutros projetos. Um deles é a implantação de umcanal de TV a cabo voltado para a coberturaempresarial, com ênfase no mercado financeiro;outra idéia é implantar uma TV de sinal aberto aser transmitida para Paranaguá. O plano dojornalista é instalar os estúdios, a redação do jornale a gráfica num imóvel da Avenida das Torres,no bairro Uberaba.

Paulo Pimentel volta a

decepcionar jornalistas

ficam com o sindicato, 5% vão para a federação (nocaso a Fenaj), e o restante cabe ao governo. Acontribuição sindical é descontada em março. Nestemês, o Sindicato não cobra a contribuiçãoconfederativa.

REVERSÃO SALARIALAprovado em assembléia da categoria e estabelecida

por meio de acordo coletivo de trabalho ou convençãocoletiva, a reversão salarial visa financiar as despesas dacampanha salarial da categoria (material publicitário,despesas operacionais etc.). Normalmente, quando oacordo é concluído na data-base, a contribuição écobrada em janeiro e julho; em cada uma delas nopercentual de 2% do salário. O jornalista que nãoconcordar pode requerer o valor até 10 dias depois dodesconto. Quando não há convenção coletiva de trabalhoe a decisão, sem homologação, vai a dissídio esta taxanão é cobrada.

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ImagemNOTÍCIAS DO SINDIJOR EM OUTROS VEÍCULOS

As notícias fornecidas diariamente pelo boletim do Sindijor estão também disponíveis nossites Guia Paraná e CWB News. Várias matérias sobre o sindicato e sobre o Jornalismo no

Paraná têm sido publicadas no site Comunique-se e no Observatório da Imprensa.

Os repórteres fotográficos CristianoBorges da Silva, do Diário da Manhã(Goiânia, GO), e Milton Dória, da Folhade Londrina, são os grandes vencedoresdo 1º Prêmio New Holland de Foto-jornalismo Agrícola. Borges ficou com oprimeiro lugar na categoria Agricultura,e Dória levou a primeira colocação namodalidade Máquinas New Holland. Cadaum vai receber um prêmio em dinheiro

Paranaenses entre os vencedores do PrêmioNew Holland de Fotojornalismo Agrícola

no valor de R$ 7 mil. Na categoriaAgricultura, o segundo lugar ficou paraPriscila Forone, de O Estado do Paraná,que vai receber R$ 3 mil, e em terceiroclassificou-se Pedro Serápio, jornalista daGazeta do Povo e diretor do Sindijor, comum prêmio de R$ 1,5 mil.

Para a modalidade Máquinas NewHolland, o repórter fotográfico JeanFabiano Pimentel, do jornal Zero Hora,

conquistou o segundo lugar, levando R$3 mil. Em terceiro lugar, com um prêmiode R$ 1,5 mil, ficou o também para-naense Jonas de Oliveira, do Jornal doEstado. Além dos seis vencedores, querecebem prêmio em dinheiro e um troféu,foram escolhidas outras 29 fotos paracompor a Exposição AgriculturaBrasileira, que vai ser exibida em 30cidades do país no início do próximo ano.

A Unimed Curitiba divulgou no dia1º de dezembro os vencedores daprimeira edição do Prêmio Unimed deJornalismo, que teve um total de 23matérias concorrendo nas categoriasde rádio, TV e impresso. O objetivoda Unimed Curitiba, com o prêmio, édisseminar, pelos veículos decomunicação, a importância da práticada prevenção em saúde. Cadaprimeiro colocado das três categoriasreceberá R$ 5 mil. A entrega do prêmiopara os vencedores e do troféu departicipação para demais concorren-tes está marcada para o dia 16 dedezembro.

Na categoria impresso, areportagem “O perigo atrás da porta”,do jornalista Fernando Martins,publicada na Gazeta do Povo, foi avencedora. A matéria alerta sobre osriscos de acidentes que ocorremdentro de casa, fonte de perigotambém para idosos. O texto contacom infográfico de Lyn Januzzi eMarcus Colete, ilustrando onde estãolocalizados os perigos de cadacômodo em uma casa. FernandoMartins lembra que a Gazeta do Povoadotou como sistemática a publicaçãode matérias sobre saúde em seuprimeiro caderno nas segundas-feiras.O programa de entrevista Bate-paposobre “Acidentes com crianças”, comas jornalistas Valdireni Alves e RossaneLemos, da Paraná Educativa, foi oprimeiro colocado na categoria TV. Deacordo com o programa, a maioriados acidentes com crianças acontecedentro de casa e poderia ser evitada.

Na categoria rádio, a matériavencedora foi “Lanches rápidos: riscoinvisível”, de Jurandir Ambonatti, daCBN Curitiba. A reportagem alerta apopulação sobre o perigo de fazerrefeições em lanchonetes e estabe-lecimentos que não respeitam osparâmetros mínimos de higiene elimpeza. Ambonatti disse que a idéiada pauta surgiu entre os colegas darádio que, premidos pelo tempoexíguo como a maioria dos jornalistas,viam-se obrigados a fazer freqüen-temente refeições rápidas.

Unimed Curitibadivulga resultado do

Prêmio de Jornalismo

Ocartunista russo-israelense YuriOchakovsky venceu o 1ºFestival de Internacional de

Humor Gráfico das Cataratas do Iguaçu,iniciativa do jornal Pasquim 21, comparceria institucional do Sindijor e que tevecomo tema “Planeta Água”. Ausente dacerimônia, Ochakovsky vai receber US$10 mil. O prêmio ao primeiro colocado foientregue simbolicante pelo ministro doTurismo, Walfrido Mares Guia, aocartunista norte-americano Gilbert Shelton.

O gaúcho Neltair Abreu, o Santiago,ficou em segundo lugar; o espanhol OmarAlberto Turcios, em terceiro; o baianoFlavio Luiz Rodrigues Nogueira, emquarto; e o paulista Raimundo Rucke, naquinta colocação. Santiago recebeupessoalmente o prêmio de US$ 5 mildestinado ao segundo colocado. Osprêmios ao terceiro lugar (US$ 3 mil); aoquarto (US$ 1,5 mil) e ao quinto colocado(US$ 500) também foram entreguessimbolicamente.

Os trabalhos foram escolhidos entre2.826 desenhos inscritos por artistas dequase 80 países. Dos 300 trabalhosescolhidos pela comissão julgadora, cincoreceberam prêmios em dinheiro e 25menção honrosa. Os outros 270 cartunscompõem a mostra oficial, que vai estarem exposição até o final deste mês noscentros de recepção de visitantes da Usinade Itaipu e do Parque Nacional do Iguaçu.A partir da próxima edição, o evento vaiser incluído no calendário oficial doturismo do Brasil.

Russo-israelense vence Festival do

HUMOR GRÁFICOdas Cataratas

Ilustração de Yuri Ochakovsky vencedora do festival

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SaúdeREPÓRTER FOTOGRÁFICA NÃO ASSINAVA MATÉRIAS

A repórter fotográfica Cristiane do Rocio Fortes, ao contrário do que foi noticiado na últimaedição do Extra Pauta, já não trabalhava mais assinando matérias (o que é vedado a repórteres

fotográficos) no jornal Metropolitan’s Notícias, de Quatro Barras.

Oficina de saúde para jornalistas na redação da Gazeta do Povo

Foto: Gazeta do Povo/Arquivo

JORNALISTA CONSEGUE PROSSEGUIMENTODE CONCURSO EM COLOMBO

O jornalista João Natal Wolff Bertotti conseguiu decisão favorávelnuma ação que move contra a Prefeitura Municipal de Colombo. Nofinal do ano passado, a Prefeitura de Colombo realizou um concursopúblico – do qual Bertotti participou – no propósito de contratar, entrediversos outros profissionais, um jornalista para trabalhar em suaassessoria de imprensa. Não houve no concurso prova de títulos (umaexigência da lei municipal), razão da reclamação do jornalista. Com adecisão da Justiça, o concurso terá de prosseguir, com a segunda etapa,a de apresentação dos diplomas para todas as vagas que requeremcurso superior, inclusive os já contratados. Comunicada da decisão, aprefeitura ainda não começou a chamar os candidatos aprovados noconcurso.

PARANAENSES RECEBEM TÍTULO DEJORNALISTA AMIGO DA CRIANÇA

Dois jornalistas paranaenses ganharam o título de Jornalista Amigoda Criança em 2003. Foram os repórteres Alessandra Bucholdz, doDiário dos Campos, de Ponta Grossa, e Mauri König, da Gazeta doPovo, que receberam a homenagem no dia 27 de novembro, em Brasília,por terem contribuído através de seu trabalho para a defesa dos direitosdas crianças e adolescentes brasileiros. Criado pela Agência de Notíciasdos Direitos da Infância (Andi), o projeto Jornalista Amigo da Criançadesde 1997 homenageia os profissionais da imprensa comprometidoscom a causa social. Com a entrega do título este ano, os JornalistasAmigos da Criança somam 285 profissionais. Nomes como Elio Gaspari,Gilberto Dimenstein, Zuenir Ventura e Sebastião Salgado fazem parte darede.

MILITANTES DO MST AGRIDEMJORNALISTAS EM CAMPO MOURÃO

Jornalistas foram agredidos no dia 19 de novembro, quantoregistravam um ato de violência perpetrado por militantes doMovimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) contrafuncionários da fazenda Baronesa dos Candiais (em Luiziana, a 20 kmde Campo Mourão). O jornalista Dilmércio Daleffe, da Gazeta do Povo,foi espancado e teve sua máquina fotográfica destruída e o disquetecom fotos roubado. O jornalista Sid Sauer, do site Boca Santa, tambémteve o disquete roubado pelos sem-terra. E o repórter cinematográficoRichard Rogers, da TV Carajás, além de ter a fita em que registrava asimagens temporariamente retida, ainda foi agredido com um tapa norosto. O repórter fotográfico Hermes Hildebrand, do jornal Tribuna doInterior, teve seu equipamento retido.

PRESIDENTE DO SINDIJOR FAZVISITA A GUARAPUAVA

O presidente do Sindijor, Ricardo Medeiros, esteve em visita aGuarapuava nos dias 5 e 6 de novembro, quando participou da Semanade Comunicação, promovida pela Universidade Estadual do CentroOeste (Unioeste). O presidente falou a alunos e a profissionais sobre aimportância da sindicalização e do fortalecimento do sindicato, bemcomo do papel dos futuros profissionais para lutar pelos direitos daclasse. Medeiros também esteve em um encontro com profissionais quepediram a revitalização da delegacia regional do Sindijor, aumentando abase e aproximando o sindicato dos futuros profissionais. O presentereuniu-se ainda com representantes dos centros de integração e com oscoordenadores dos dois cursos de Jornalismo da cidade – Unicentro eFaculdades Campo Real.

OSindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná, em parceriacom o grupo RPC, promoveu a

Oficina de Caligrafia do Corpo Voltada aoTrabalho, para jornalistas e outrosprofissionais da redação da Gazeta do Povoe da TV Paranaense. Os eventos ocorreramnos dia 6 e 21 de novembro, respectivamente.Na Gazeta, o evento antecedeu a SemanaInterna de Prevenção de Acidentes deTrabalho (Sipat). Os palestrantes foram aeducadora física Dosmary Fogaça Duarte eo médico Marino Comazzi Jr., da AcupunturaMédica de Curitiba (Amec). As oficinas, que

SINDIJORpromove eventos desaúde nas redações

tiveram ampla participação dos profissionaisnas duas redações, visaram repassar exercíciosde alongamento e de relaxamento para que,sem sair de frente do computador, os jornalistaspossam impedir problemas de má postura eevitem a potencialização de doenças poresforço repetitivo. As ações foram asprimeiras de uma série de eventos itinerantesde saúde para jornalistas nas redações, dentrode um projeto da Diretoria de Saúde dosindicato no sentido de propiciar promoção embem-estar para a categoria. Com isso, oSindijor facilita o acesso de profissionais quenão podem se afastar de seus locais de trabalho.

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Assessoria de ImprensaASSESSORES DE IMPRENSA ASSINANDO RELEASES

O grupo de Assessoria de Imprensa do Sindijor está iniciando uma campanha para queassessores passem a assinar seus releases, colocando neles o número de registro profissional.

É uma forma de valorizar a profissão e evitar que terceiros se imiscuam em tarefa jornalística.

Renata Alves Sguissardi

O14º Encontro Nacional deJornalistas em Assessoria deComunicação (Enjac) reuniu em

Florianópolis cerca de 305 participantes,grande parte formada por representantesde sindicatos de todo o país. O evento,que aconteceu de 9 a 11 de outubro, tinhacomo tema principal Ética, Formação eMercado. Os assuntos comunicação esociedade em tempo de globalização,política de comunicação para o Brasil,notícias e negócios, ética nas redações enas assessorias e publicações dirigidas noBrasil também foram debatidos. Aprogramação do encontro incluiu tambémoficinas, painéis e formação de gruposde trabalho.

O primeiro dia de trabalhos começoucom o painel Mídia e Poder Público coma palestra do jornalista ArmandoRollemberg, assessor de comunicação doSenado. O assessor de imprensa dogovernador de Santa Catarina, JoséAugusto Gayoso Neves, tambémparticipou como debatedor. Armandofalou sobre três projetos de comunicaçãoem desenvolvimento no Senado Federal.Há planos para a abertura do sinal da TVSenado (atualmente só disponível porcabo), ampliação do serviço deatendimento ao cidadão e criação de umcanal de televisão público brasileirodirigido ao exterior.

O jornalista José Augusto GayosoNeves destacou o maior desafio queenfrenta como assessor de imprensa dogovernador catarinense Luís Henrique daSilveira. Segundo Neves, o assessor doórgão público não pode deixar de prestara informação que a sociedade pede e, aomesmo tempo, não pode prejudicar ochefe. “Quem trabalha norteado pela éticavai estar bem dentro dos veículos decomunicação ou nas assessorias deimprensa. Não se pode perder de vistaque, no serviço público, o poder do teuchefe foi delegado pela sociedade.”

Na outra sala, durante o mesmohorário, aconteceu o painel Notícias eNegócios, que contou com a palestra dadiretora de Comunicação do BancoSantander, Regina Pitoscia. Participaramtambém, como debatedores, osjornalistas Karin Villatore, do Paraná, eLuiz Lanzetta, de Brasília. Na suaapresentação, Regina mostrou comoorganizou a assessoria do banco e asprincipais ferramentas de comunicação

utilizadas no período pós-privatização. Omomento de debate contou cominformações importantes sobre a atuaçãodos assessores de comunicação e suaimportância no mercado de trabalho atual.

Outra atividade importante foi aformação de grupos de trabalho,

O 14º Enjac abordou temasinteressantes e trouxe umainformação importante para o cenárioem que vivemos. Cerca de 60% dosjornalistas do Brasil trabalham comassessoria de comunicação. O temanão poderia ser mais oportuno. Agrande participação de delegados desindicatos comprova a intenção deaumentar as oportunidades paraprofissionais, orientar aqueles queacabam de entrar na área e realizarum forte trabalho em universidades.

Troca de experiências com agenda apertadaNo Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná, por exemplo,algumas ações já estão bemencaminhadas. Fortalecemos o núcleode assessoria de imprensa e criamos umgrupo voltado para ações práticas. Aintenção agora é criar um Selo deQualidade para empresas de assessoria,cobrar uma postura ética dosprofissionais e criar mais oportunidadesde emprego.

A troca de experiências serviu paraconfirmar que as realidades são muito

parecidas, principalmente nas questõestrabalhistas (as discussões sobre a cargahorária de assessores foram inter-mináveis). E nas dúvidas também, comoa tabela de trabalhos free lancer, quemuitos sindicatos não possuem. Apenasa agenda apertada – em um dia foramrealizadas várias atividades simultâneas– tirou um pouco do aproveitamento doevento. O próximo Enjac acontece em2005 na cidade do Rio de Janeiro, naesperança da realização doscompromissos assumidos.

Cerimônia de abertura do 14º Enjac, em Florianópolis

Hermínio Nunes/Divulgação

divididos em três temas: Formação eRegulamentação, Assessoria eMercado e Mídia e Assessoria noMercosul. Após a reunião, cada grupoencaminhou as principais propostaspara a Plenária. No final da tarde, osparticipantes puderam assistir a uma

das quatro oficinas disponíveis. Nosábado aconteceu ainda a apresentaçãode mais dois painéis: Assessoria eÉtica - A produção de notícias e asrelações de mercado - e FormaçãoProfissional e exercício da atividade deassessoria.

14º ENJACdiscute mercado de trabalho, ética e formação

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FormaçãoSEMINÁRIO DISCUTE DIRETRIZES PARA ESTÁGIO EM JORNALISMO

Representantes do Sindijor, das agências de integração, das instituições de ensino, doscentros acadêmicos e parlamentares participaram de um seminário no dia 21 de novembro,

para formular uma política que deve dirigir as ações de estágio para as instituições do Estado.

SANGUE NOVO

Até 27 de fevereiro, asinscrições para o Prêmio

O Sindijor já está recebendo asinscrições para a 9ª edição do PrêmioSangue Novo. A data-limite para asinscrições é o dia 27 de fevereiro.Podem se inscrever estudantes deJornalismo de universidades efaculdades com sede no Paraná. Comesta iniciativa o Sindicato dosJornalistas Profissionais do Paranáincentiva o estudante, que terá seutrabalho divulgado entre osprofissionais. Da mesma forma,estimula as universidades e seusprofessores, que também sãovalorizados pela qualidade do ensino.

As categorias são ReportagemImpressa, Reportagem para Rádio,Reportagem para Televisão, ReportagemFotográfica, Projeto em Telejornalismo,Projeto em Radiojornalismo, Projeto emJornalismo Impresso, ProjetoJornalístico para Internet, Projeto/Produto Jornalístico Livre, MelhorMonografia e Jornal Laboratório. Foicriada uma nova categoria, a Especialde Assessoria de Imprensa.

As reportagens impressas sesubdividem em para imprensa diária,especial para imprensa diária, revista

semanal ou mensal, entrevista, desdeque contenha informações relevantese inéditas sobre assunto atual. A divisãoé apenas para fins de apreciação, poisa categoria é avaliada no conjunto. Asinscrições deverão ser feitas nasecretaria do Sindicato dos Jornalistas(Rua José Loureiro, 211 - CEP 80010-140). Somente serão aceitos trabalhosapresentados no ano letivo 2003,limitando-se ao máximo de duasinscrições por autor ou equipe em cadacategoria. É proibida a inscrição de ummesmo trabalho em mais de umacategoria.

Importante: os trabalhos impressosdeverão ser encaminhados em três viase as demais categorias em uma únicavia. Todos deverão estar protegidos emenvelope maior lacrado, contendo naface somente o título e a categoria naqual pretende concorrer. Dentro doenvelope deverá ser colocado, juntocom o trabalho, em envelope menor,também explicitando na face o título ea categoria, com a ficha de inscriçãodevidamente preenchida.

Nas categorias de projeto, afundamentação teórica deverá serentregue em três vias, com, no

máximo, 10 laudas (17.500 carac-teres). Na categoria Monografia, osinscritos deverão entregar, também,um resumo, com até 15 laudas (26.250caracteres), incluindo a bibliografiacitada. A comissão julgadora fará umaseleção das monografias a partir doresumo e só lerá, na íntegra, ostrabalhos previamente selecionados.Os interessados em concorrer ao 9ºPrêmio Sangue Novo podem tirar cópiada ficha de inscrição na página doSindicato dos Jornalistas Profissionaisdo Paraná na internet (www.sindijorpr.org.br).

O Bate-Papo, conversa descon-traída entre jornalistas especializadose estudantes de comunicaçãoorganizado pelo Sindijor, teve duasnovas edições, após o sucesso dolançamento do evento, com o temaJornalismo cultural, em setembro. Osegundo bate-papo, que discutiuJornalismo esportivo no dia 19 deoutubro, contou com a participaçãodos jornalistas Leonardo MendesJúnior (Gazeta do Povo e Rádio CBN),Cristian Toledo (O Estado do Paraná)e Ana Zimermann (TV Paranaense) efoi mediado pelo jornalista MarcoAssef. No dia 22 de novembro, o temafoi Assessoria de Imprensa, e osconvidados foram as jornalistasIvanilde Muxfeldt Klais (Sanepar),Christiani Moraes (EnfoqueComunicação) e Maigue Gueths

Jornalismo esportivo e assessorianos debates com estudantes

(Sindicato dos Bancários); a mediaçãofoi de Renata Sguissardi.

O colóquio que abordou oJornalismo esportivo enfocou osprincipais assuntos relacionados àcobertura e edição de esportes, comoos problemas decorrentes dasetorização, o relacionamento entre ojornalista e os jogadores, a incipiênciadas assessorias em clubes e entidadesesportivas, os problemas daabordagem regional, a prioridade aofutebol e o fenômeno da cobertura deesportes radicais.

Ana Zimermann lembrou algunscuidados para que as mulheresjornalistas não enfrentem preconceitopor parte das fontes ao cobrir esportes:dirigir-se de forma preparada às fontes(evitando perguntas ingênuas) emanter com elas uma postura

profissional, evitando se tornar íntima.Comentando a polêmica sobre aisenção dos jornalistas esportivos,Cristian Toledo observou que ocronista pode “torcer, mas nãodistorcer”, evitando sempre prejudicaro conteúdo da informação. LeonardoMendes Júnior observou que os sitesestão à frente dos veículos impressosna velocidade da informação e têmservido de fontes para os jornais.

Todos foram unânimes em apontarque, diferentemente de outros estados,onde o bairrismo predomina, noParaná vige uma autofagia que nãodeixa os esportes incólumes. Etambém apontaram que o ciclo viciosoda audiência (que se retroalimenta nascotas de patrocinadores) é responsávelpor boa parte dos problemas nacobertura esportiva.

O debate sobre Assessoria deImprensa contou com grandenúmero de profissionais formados.Entre os temas debatidos estavama pertinência da atividade deassessor à profissão de jornalista,a relação dos assessores comjornalistas de redação, aspeculiaridades da assessoriasindical, a submissão funcional deassessores de imprensa aprofissionais de outras áreas, oslimites éticos da função, a gestãode crise, a função do release e acomunicação integrada. O debategirou também em torno dapreparação dos assessorados. “Oassessor tem de fazer o mediatraining o tempo todo”, disseChristiani Moraes.

ASSESSORIA

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ImagemSINDIJOR VAI HOMOLOGAR EMPRÉSTIMOS COM DESCONTO EM FOLHA

O Sindijor vai participar da nova linha de financiamento da Caixa Econômica Federal com desconto em folha,homologando contratos para jornalistas com registro em carteira. A empresa precisa ter aderido à linha, e o

trabalhador estar quite com o sindicato. Informações: www.caixa.gov.br

Deliberações e palestrasinformativas marcaram oCongresso Nacional de

Jornalistas de Imagem, entre 21 e 23 denovembro, no Rio de Janeiro. Entre ostemas em destaque estavam as novastecnologias, os direitos autorais e o papeldos repórteres-fotográficos nas redações.Os delegados aprovaram aindatransformação em caráter definitivo daArfoc-Brasil em entidade de cunhonacional, com suas respectivasrepresentações regionais. Cada associação,entretanto, manterá uma diretoria própria,eleita por seus associados.

Também ficou definido que será noParaná o próximo congresso. Ele deveocorrer em Antonina em junho do ano quevem, quando os presidentes das Arfocsestaduais e os delegados do congressoelegerão a nova direção da Arfoc-Brasil.Além de mudanças no estatuto, ocongresso aprovou a prestação de contasda Arfoc-Brasil, do ano de 2002 e doperíodo de janeiro a setembro de 2003,além da filiação da entidade e suasrepresentações à Associação Brasileira paraProteção da Propriedade Intelectual dosJornalistas (Apijor).

ARFOC-BRASILrealizará congresso no Paraná em 2004

Palestra

sobre

direitos

autorais

durante o

CongressoJoão

de

Nor

onha

/Col

abor

ação

Entre os dias 6 e 10 de outubro, oSindijor realizou uma série de visitasàs maiores redações de Curitiba paraque os jornalistas pudessemregularizar sua situação junto aosindicato (renovando carteiras,atualizando cadastro, quitandomensalidades etc.). Em algunsveículos, houve visitas pela manhã eà tarde, a fim de poder atender osprofissionais dos diversos turnos. Aotodo, foram 14 profissionais quitandodébitos e 63 renovando as carteirasda Fenaj.

A iniciativa se insere na política dosindicato de reaproximar os jornalistasque pelos mais diversos motivosestavam afastados da vida sindical.Foram visitadas as redações das TVParanaense, Folha de Londrina, RádioCBN, TV Educativa, Jornal do Estado,O Estado/Tribuna do Paraná,Prefeitura de Curitiba, Literal Link,Governo do Estado, Gazeta do Povo.

Sindijor faz visitasàs redações

Financeira

Sindijor faz 11 notificações em dois meses

Fiscalização

Entre outubro e novembro, aDiretoria de Fiscalização do Sindijorrealizou 11 notificações de empresase instituições que apresentavam algumairregularidade quanto ao exercícioprofissional de jornalistas. Da maioria,explica o diretor de Fiscalização, SilvioRauth Filho, está sendo aguardadaresposta. Estágios irregulares, jornais

sem jornalista responsável e exercícioirregular da profissão são osproblemas mais comuns. Uma dasiniciativas resultou na regularizaçãocompleta: o Conselho Regional deOdontologia publicava um jornal semjornalista responsável. Um profissionalfoi contratado e o jornal continuacirculando.

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HistóriaCORREIO REGIONAL, DE PALMAS, FECHA AS PORTAS

Por problemas financeiros, o jornal Correio Regional, de Palmas, deixou de circular no dia 5 de outubro.Um dos maiores jornais da região Sudoeste do Estado, o Correio cobria também o Oeste de Santa

Catarina e era conhecido por ter uma redação composta exclusivamente por mulheres.

Durante o golpe militar de 1964,o Sindicato dos Jornalistas doParaná não passou incólume à

onda de intervenções que o novo governopromoveu nos sindicatos combativos epoliticamente engajados. A intervençãoocorreu logo na primeira semana, mas,graças a esforços da diretoria deposta –que tinha como presidente MiltonCavalcanti – e à participação exclusivade jornalistas entre os interventores, teveseus efeitos minimizados.

O sindicato na época vivia o clima deeuforia motivado pelo sucesso da grevede novembro de 1963. O sindicato naépoca era politicamente comprometidocom o movimento sindical e os grandesprojetos de reforma, embora distante dopartidarismo. Próximo do recém-criadoComando Geral dos Trabalhadores(CGT), o sindicato defendia o não-alinhamento político ao PartidoComunista, ao qual o CGT estavavinculado.

Pelo sim, pelo não, os militaresacharam por bem decretar a intervençãono sindicato. Um inquérito policial militarabsolutamente fantasista - mas tido comolegítimo e que foi instaurado na época -dizia que os dirigentes do sindicato eramcomunistas e ansiavam pela criação deuma “república comuno-sindicalista”.Ainda de acordo com o inquérito, osmembros do sindicato participavam deum complô sindical em que estaria

ABRIL DE 64:Sindijor sob intervençãotambém envolvido o jornal Última Hora,de apoio a João Goulart. Este supostocomplô teria uma ramificaçãointernacional, o que colocava osmembros do sindicato em ligação com ointernacionalismo comunista, segundo oinquérito.

Como lembra o advogado EdésioPassos, então jornalista e membro dadiretoria do Sindijor, a intenção sempre foide evitar que pessoas estranhas à categoriainterviessem no sindicato. Estavamocorrendo intervenções pela polícia,Exército e agentes diretos do governo; emalguns sindicatos, os interventores eramagentes da Delegacia de Ordem Política eSocial (Dops). O resultado era destruiçãodo patrimônio, dos documentos e deregistros dos sindicatos.

NegociandoA situação era desvantajosa para os

jornalistas, pois o sindicato erareconhecido por sua combatividade. Noentanto, a diretoria do Sindijor dirigiu-se à Delegacia Regional do Trabalhopedindo certas condições: o estabeleci-mento de uma junta governativa

composta por jornalistas e umlevantamento das contas e documentosdo sindicato, o que deveria ser registradoem ata. O temor, lembra Edésio Passos,era de que, em meio à intervenção,fossem “fabricadas situações”, como a“descoberta” de armas ou material“subversivo” no interior do sindicato.

A DRT aceitou, e somente após avistoria nas finanças e documentos adiretoria do sindicato entregou as chavesà junta governativa, formada por CarlosDanilo Cortes, Vinícius Coelho e Enochde Lima Pereira. A transição se deu nosdias 6 e 7 de abril de 1964, ou seja, logona primeira semana do golpe. Mesmoprecariamente, o Sindijor continuouoperando, e a junta governativa foi ágilna convocação de novas eleições, queocorreram em dezembro de 1965. “Éclaro que toda intervenção é ruim, masno nosso sindicato foi menos lesivaporque continuou nas mãos da categoria”,afirmou Passos. Posteriormente, osmembros da junta governativa depuseramnos Inquéritos Policiais Militares (IPMs)relatando que nada havia de errado comrelação à antiga diretoria.

NormalizaçãoO sindicato só retomaria sua

atividade normal no ano seguinte, coma eleição de João Dedeus Freitas Nettopara a presidência. Em março de 1966,o Sindijor conseguiu realizar em Curitibao XI Congresso Nacional dosJornalistas, um marco importantíssimo,por ter sido o primeiro encontro detrabalhadores após o golpe. Na época,o medo de que uma reunião detrabalhadores parecesse umaprovocação (ou subversão) ao regimefez com que a Federação Nacional dosJornalistas (Fenaj) buscasse um localfora do eixo Rio-São Paulo. O Paraná,além de não ter uma tradição dejornalistas de esquerda, tinharelativamente poucos registros deInquéritos Policiais Militares (IPMs)entre os profissionais da imprensa e umacensura menos ostensiva.

O congresso, realizado no ClubeCuritibano, transcorreu com tranqüili-dade, com a participação de 200profissionais. Isto apesar da infiltraçãode 20 agentes do Serviço Nacional deInformação (SNI). “Não dava paraabrir a boca e sair falando tudo o quepensávamos. Nossas reivindicaçõeseram comportadas. Conduzimos ocongresso de forma contida. Ocompromisso era garantir a realizaçãodo encontro – e conseguimos”, disseFreitas Netto.

JORNALISTAS, UMA TRIBO E SUAS TRILHAS NUM SINDICATOEmerson Castro

Após as eleições de 1959 e 1961, emque Newton Stadler foi eleito e reeleitopresidente, o Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná passou a viverum período que se tornaria, de certomodo, memorável nas décadas se-guintes. No grupo estava uma compo-sição de forças que manteve, como eraainda praxe desde a fundação,jornalistas de correntes à esquerda e àdireita.

A partir daquele ano, os acordossalariais paulatinamente foram sendosignificativamente melhorados, observa-das as más condições em que seestabeleciam à época as relações detrabalho. Ações em diversos camposcomeçaram a ser promovidas, desde asque pretendiam obter recursos para umasede própria até as que visavam tomadasde posição política e econômica.

Esse, na verdade, era o que fazia oativo movimento sindical brasileiro em

diversos segmentos, especialmente osque envolviam as profissões urbanas.Mas o que mais chama ´a atenção navisão desses sindicatos neste período éa percepção, tão óbvia quanto natural, deque todos estavam interligados de algummodo. E por isso mesmo seus destinosdependiam da coesão dessas ligações. Édessa época a criação do Dieese noParaná, do qual o Sindicato dos Jornalistasfoi um dos fundadores.

São vários os exemplos: paralisaçõesde advertênci´a em redações em 1961,greve total de três dias em fins de 1963,encontros estaduais em Londrina e PontaGrossa, em que se cobrava desde a reformaagrária até a correção nos gastos dogoverno estadual com a imprensa (note-se que o problema é antigo e só pioroucom o passar dos anos).

O peso das ações e a efetividade dotrabalho realizado no Paraná catapultouNewton Stadler para a presidência daFederação Nacional dos Jornalistas. Seutrabalho mal começou e os militares, dias

após o Golpe, destituíram toda a diretoria.Já na destituição o jornalista Danilo CostaCortes teve participação, pois passou afazer parte da diretoria interventora.Natural que assumisse a intervençãotambém no Paraná, ao lado de ViniciusCoelho e Enoque de Lima (candidato apresidente derrotado por Milton Caval-canti em 1963).

Neste cenário, que evoluiurapidamente para o acirramento dasposições no governo João Goulart até oGolpe de 1964, não deve causar qualquersurpresa a reação empresarial e das forçaspolíticas mais conservadoras do país.Sobretudo entre os jornalistas, foi omomento em que demonstraram maisunião e disposição para conquistardireitos e benefícios. Mais que isso,estavam ativamente procurando influir nasituação geral do país.

Passados 40 anos, com um presidenteda República ex-sindicalista eleito, valeperceber que o país mudou bastante e operfil dos jornalistas paranaenses também.

É paradoxal que tenha havido umainegável evolução política do país,enquanto as forças sindicais,especialmente da ação de base, tenhamse enfraquecido no caso dos jornalistasbrasileiros.

Talvez, uma chave para se avaliarmelhor essa situação seja a análise dasalterações operadas na base de formaçãodos jornalistas, hoje profissionalizadosem grandes volumes nas universidades –outrora a conta-gotas, na maior partecomo bico, nas redações. Conhecer esseperfil em detalhes é uma tarefa que poderevelar novos interesses, novasbandeiras, necessidades diferentes dasque penetraram na concepção desindicato dos jornalistas paranaenses.

* Emerson Castro é jornalista. Estetexto é baseado em informações contidasem sua tese de mestrado, defendida emsetembro de 2002 na UFPR, sobre ahistória do Sindicato dos JornalistasProfissionais do Paraná.

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tabela de preçosSALÁRIOS DE INGRESSO OUT 2002/OUT 2003

Repórter, redator, revisor, ilustrador, diagramador,

repórter fotográfico e repórter cinematográfico 1.299,23

Editor 1.688,99

Pauteiro 1.688,99

Editor chefe 1.948,85

Chefe de setor 1.948,85

Chefe de reportagem 1.948,85

Estes são os menores salários que poderão ser pagos nas redações;

Os valores da tabela são para jornada de trabalho de 5 horas.

O piso salarial da categoria é definido em Acordo Coletivo de Trabalho,

Convenção Coletiva e/ou Dissídio Coletivo.

FREE LANCE

Redação

Lauda de 20 linhas (1.440 caracteres) 69,71

Mais de duas fontes: 50% a mais

Edição por página

Tablóide 90,29

Standard 108,19

Diagramação por página

Tablóide 45,15

Standart 61,58

Revista 33,56

Tablita / Ofício / A4 22,94

Revisão

Lauda (1.440 caracteres) 18,17

Tablóide 37,95

Tablita 28,62

Standard 79,35

Ilustração

Cor 107,72

P&B 71,73

Reportagem fotográfica – ARFOC (tabela nova)

Reportagem Editorial

Saída cor ou P&B até 3 horas 245,00

Saída cor ou P&B até 5 horas 369,00

Saída cor ou P&B até 8 horas 624,00

Adicional por foto solicitada 90,00

Foto de arquivo para uso editorial 246,31

Reportagem Comercial/Institucional

Saída cor ou P&B até 3 horas 340,00

Saída cor ou P&B até 5 horas 540,00

Saída cor ou P&B até 8 horas 900,00

Adicional por foto 120,00

Reportagem Cinematográfica

Equipamento e estrutura funcional fornecida pelo contratante

Saída até 5 horas 266,00

Saída até 8 horas 326,00

Adicional por hora 100%

Foto de arquivo para uso em:

Anúncio de jornais (interna) 533,51

Anúncio de Revista (interna) 574,75

Capa de Disco, calendário, revista, jornal 900,00

Outdoor 1132,26

Cartazes, Folhetos e Camisetas 369,53

Audiovisual até 50 unidades 1530,00

Audiovisual acima de 50 unidades a combinar

Diária em reportagem que inclui viagem a combinar

Reportagem aérea internacional a combinar

Hora técnica 71,73

Observações importantes:

A produção (filme, laboratório, hospedagem, transporte, seguro devida, credenciamento, etc.) é por conta do contratante; Narepublicação, serão cobrados 100% do valor da tabela; A fotoeditorial não pode ter Utilização comercial. Trabalhos publicados semcrédito, junto à foto, sofrerão multa de 50% sobre seu valor, conforme alei 9610 de 19/02/98.

Jornalismo InvestigativoDirceu Fernandes Lopes e José Luís Proença(org.), Publisher Brasil, São Paulo, 2003, 208 pp.;R$ 30,00Resultado de uma série de entrevistas realizadas porestudantes de mestrado e doutorado da Universidadede São Paulo (ECA-USP) com os importantes repórteresbrasileiros, sob orientação dos professores DirceuFernandes Lopes e José Luis Proença, o livro“Jornalismo Investigativo” já nasce como uma obra dereferência tanto para estudantes como paraprofissionais da área de comunicação. Instiganteleitura, ele revela os bastidores, as técnicas e aspreocupações éticas dos autores de algumas das maisdiscutidas reportagens realizadas nos últimos temposem periódicos brasileiros. Até por isso, não é um livrorestrito a quem tem interesse especial pela área decomunicação. Entre os entrevistados encontram-seBob Fernandes, Caco Barcellos, Fernando Rodrigues,Gilberto Nascimento, José Arbex Jr., Mario Sergio Conti,Percival de Souza, Raimundo Pereira, Ricardo Kotscho,Roberto Cabrini e William Waack.

Assessoria de imprensa e relacionamento coma mídia – teoria e técnicaJorge Duarte (org.), 2ª edição, Editora Atlas,Brasília, 2003, 416 pp.; R$ 49,00Em segunda edição, este livro reúne textos elaboradospor pesquisadores e profissionais de várias áreas ede instituições do Brasil e do exterior, todos comexperiência em assessoria de imprensa. O resultado éum conjunto de capítulos estruturados em História eCaracterização, Fundamentos e Técnicas quedesvenda a riqueza de possibilidades de atuação deuma assessoria de imprensa, orientando o iniciante,subsidiando o profissional e ajudando as fontes norelacionamento com a imprensa e com a própriaassessoria. O volume traz capítulos sobre assessoriade imprensa no Brasil, Estados Unidos e Europa, imagemcorporativa, notícia institucional, ética, implantação,produtos e serviços de uma assessoria de imprensa,release, internet, publ icações inst i tucionais,relacionamento entre fonte, jornalista e assessoria,gerenciamento de crises. O prefácio é de CristovamBuarque e a introdução de Alberto Dines.

Assessoria de imprensa – como fazerRivaldo Chinem, Summus Editorial, São Paulo,2003, 188 pp.; R$ 29,40“Comunicação total” é o conceito de uma nova era daassessoria de imprensa que envolve ações de relaçõespúblicas, publicidade, design, recursos humanos eoutras ferramentas poderosas de construção deimagem, conforme demonstra a obra “Assessoria deimprensa – como fazer”, do jornalista, professor,conferencista e escritor Rivaldo Chinem. Chinemtrabalhou em assessoria de imprensa de pequenas,médias e grandes empresas, multinacionais, governos,deputados, vereadores, profissionais liberais,sindicatos e entidades de classe. Vencedor do PrêmioVladimir Herzog, em 1982, atualmente é colunista doPortal Megabrasil. Trata-se de um livro atual, sintéticoe objetivo, recomendado a estudantes e profissionaisda área de Comunicação. O autor aborda de formaprática questões como escolha do público-alvo, como

Biblioteca da comunicaçãonoticiar fatos empresariais em notícias, as diferentesmídias, roteiro básico de trabalho e código de ética e aestrutura das grandes redações. Sugere, ainda, comoredigir um release e organizar press kits. Segundo oautor, a assessoria de imprensa está dentro do negóciomaior da comunicação. Ele recomenda que o assessordeve sair de uma visão atrasada e corporativista epraticar a comunicação organizacional de formaintegrada.

A arte de tecer o presente – narrativa e cotidianoCremilda Medina, 156 pp., Summus Editorial, SãoPaulo, 2003; R$ 25,80A partir de quatro décadas de experiência profissionale acadêmica, a autora – que faz um laboratórioconstante de narrativas do presente junto a seusalunos de Comunicação Social na Universidade de SãoPaulo – apresenta sua própria prática de narrativa.São resultados prático-teóricos e reflexões sobre oeducar e o comunicar-se. “A arte de tecer o presente– narrativa e cotidiano” tem como ponto de partida umtrabalho com o mesmo título publicado anos atrás,escrito em parceria com o jornalista Paulo RobertoLeandro, que assina o posfácio do livro. Com umaproposta atual, Cremilda mostra como é possívelconstruir uma narração objetiva por meio deexperiências pessoais e reflexões extraídas dehistórias do cotidiano. A autora elege o cotidiano daexperiência humana como o principal eixo de uma novaforma de narrar, que valorize os protagonistas sociais– sobretudo os anônimos – na construção dacidadania. O livro começa com uma história humanavivida em Higienópolis, bairro paulistano onde Cremildamora. E é dentro desse contexto que, ao longo dolivro, ela navega em uma pesquisa sobre o bairro erevela aspectos do cot idiano local e seuspersonagens, alternando suas experiências práticase reflexões teóricas.

Páginas ampliadas: O livro-reportagem comoextensão do Jornalismo e da literaturaEdvaldo Pereira Lima, Manole, São Paulo, 370 pp.;R$ 48,00.Uma viagem de fôlego pelo universo do livro-reportagemancorada no presente, resgatando o passado,propondo o futuro. Trabalho pioneiro, a obra de EdvaldoPereira Lima amplia o olhar de compreensão sobre esseinstrumento significativo de leitura da civilizaçãocontemporânea. De inspiração multidisciplinar, abordacom maestria e elegância portais de passagem ondeconectam-se o Jornalismo de profundidade, a literatura,a história, a antropologia, a sociologia, a psicologiasocial, a física quântica. Ao longo da jornada, exemploscativantes, casos brilhantes, iniciativas memoráveis.No Brasil e no exterior. De Euclides da Cunha à revistaRealidade. De John Reed a Tom Wolfe. No centro, oJornalismo literário. Técnicas discutidas. Procedimentosanalisados. Atitudes sugeridas. Como se pauta, seobserva o real, se apura informações, se escreve.Visionário, alinha bases conceituais, concebe métodospara a prática da literatura da realidade pró-ativa dofuturo imediato. Lança o desafio para essa narrativaincorporar, a seu formato livro de reportar, umatransformadora visão do mundo, iluminada peloemergente paradigma da nova consciência.

Onodera - O centro estético da rede Onodera em Curitiba oferece aos filiados descontos aos filiados do Sindijorque apresentarem a carteira da Fenaj. Os descontos são: 15% em tratamentos corporais em até quatro vezes semjuros, 5% em intradermoterapia e botox em até três vezes sem juros, 10% na depilação a laser em até três vezes semjuros e 10% em tratamentos faciais em até três vezes sem juros. A Onodera Curitiba fica na Avenida Visconde deGuarapuava, 4788, Batel. O telefone é (41) 3022-3300; home page: www.onodera.com.br

Clínica Biodent - Por requisição dentista, filiados podem ter acesso a consulta (inclusive emergência), assistênciapreventiva, radiografia, dentística restauradora, periodontia, cirurgia oral menor e odontopediatria ao valor de R$35,00. Outros serviços com preços negociados. Endereço: Rua Silveira Peixoto, 740, Água Verde, Curitiba. Telefone:(41) 3016-0339, e-mail: [email protected]

Novos Convênios Novos Convênios Novos Convênios

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EntrevistaTHIRSÁ TIRAPELLE É PRESIDENTE DO CONSELHO DE ÉTICA

A primeira reunião da nova gestão do Conselho de Ética do Sindijor elegeu como presidente doconselho a jornalista Thirsá Rita Tirapelle. O conselho também decidiu criar um e-mail

([email protected]) para receber denúncias de faltas éticas de profissionais.

Jornalista desde a década de 30, JoãoDedeus Freitas Netto assistiu a boaparte da evolução da imprensa

paranaense ao longo do século 20. E, naentrada do novo milênio ele observa quegrande parte dos vícios dos jornais doEstado permanece. Um deles é a crônicadependência de verbas oficiais por boaparte dos veículos. Ex-diretor da ImprensaOficial e repórter de diversos jornais deCuritiba, Freitas Neto também é médico efoi pracinha da Força ExpedicionáriaBrasileira (FEB), durante a SegundaGuerra Mundial, além de ter sidopresidente do Sindijor. Ele nos concedeua seguinte entrevista:

Extra Pauta – Como era a imprensaparanaense nos anos 30?

Freitas Netto – Era uma imprensa deprovíncia, com todas as limitações de umcentro pequeno. Era o Jornalismo boêmio,dos jornais que fechavam tarde. O quehavia de bom era o convívio dos focascom os jornalistas mais antigos, o que eraum aprendizado. Sou a favor do curso deJornalismo, mas somente ele – assim comoum curso de Medicina, Engenharia etc. –não forma o profissional. Com o tempoesta imprensa foi sumindo. Constante eraa ligação com o aspecto político. O Estadodo Paraná dava apoio ao Bento Munhozda Rocha; O Dia era ligado ao Lupion; e aGazeta do Povo era 50% do Lupion.Sobrava o Diário da Tarde, do RobertoBarroso. Posteriormente, o jornal O Estadodo Paraná foi vendido ao Pimentel parasustentar seu governo.

EP - O que sempre faltou na imprensaparanaense?

Freitas – Jornais de propriedade dejornalistas, a exemplo do que ocorria noRio de Janeiro e São Paulo, com O Globo,O Estado de S. Paulo. Acredito que umamudança disto nos dias de hoje seja difícil.

VÍCIOSmostra a permanência de

na imprensa do EstadoEP – O que mais prejudicou a

imprensa paranaense?Freitas – A dependência do

faturamento de verbas oficiais. O que osjornais não vêem é que quem cai nasistemática da crítica ou da oposição caitambém no descrédito do público. Osveículos do Estado tornaram-sepreguiçosos: são eles que têm de ir à fontede informação e não o contrário. Assecretarias de Comunicação distribuemtudo – textos, fotos – e ainda pagam peloque é publicado. Quem pode prescindirdo governo como fonte de informação?Mas o problema é que todo governo quercooptar jornalistas.

EP – O que poderia melhorar estasituação?

Freitas – O Jornalismo paranaensepeca por não ter independência, porémse profissionais que detêm cargos dedireção tomassem iniciativas, talvez algomudasse.

EP - Como são as perspectivas paraa imprensa paranaense?

Freitas – Não são boas. Umamudança iria requerer um investimentofinanceiro muito grande para livrar-sedo faturamento do governo. Asfaculdades, que já são oito só emCuritiba, todo ano ‘despejam’ centenasde profissionais no mercado, grandeparte não preparada. Os proprietáriosdos jornais, sem discernimento,contratam qualquer um, sem sepreocupar em trazer ao jornal valoresprofissionais. Como agravante, estamosnum país que não lê, que acha cômodoouvir rádio e se enche de vícios. Ouniverso de vocabulário do jornalista édeste tamanho, parece o ‘Manual daSecretária’. O jornalista se esquece deque há uma função pedagógica em seutrabalho.

FREITAS NETTO

“ O jornalista seesquece de que há umafunção pedagógica em

seu trabalho ”

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FotojornalismoIRANY CARLOS MAGNO É O NOVO PRESIDENTE DA ARFOC-PR

O repórter cinematográfico Irany Carlos Magno tomou posse como novo presidente da Associação dosRepórteres Fotográficos e Cinematográficos do Paraná (Arfoc-PR), em cerimônia no dia 7 de novembro. A

chapa 2004-2005, que Magno encabeçava, foi a vencedora da eleição do dia 7 de outubro.

Fascínio pela imagemBruno da Costa Piccoli

Um mesmo trabalho fotográficojá rendeu dois prêmios aoestudante de Jornalismo Bruno

da Costa Piccoli. Mas realmente haviabons motivos: a seqüência feita àsmargens da BR-277 não tinha apenasuma alta qualidade técnica, ela tambémconseguiu mostrar com perspicácia esutileza instantâneos do final da vida dofotógrafo paranaense Jesus Santoro –morto há três meses -, que após umacarreira de sucesso, acabou seus diasnuma atividade modesta, entalhandomadeiras no sopé da Serra do Mar.

As fotos deram a Piccoli – que estáno 2º ano de Jornalismo naUniversidade Tuiuti do Paraná (UTP) –uma menção honrosa na categoria“Reportagem Fotográfica” do 8ºPrêmio Sangue Novo, entregue nesteano e o primeiro lugar no Concurso deFotografias: Inclusão Social eCidadania, promovido pela Secretariade Estado do Trabalho, Emprego ePromoção Social e Conselho Estadualdos Direitos do Idoso.

Piccoli, de 23 anos, sente atraçãopor imagem desde a adolescência,observando as paisagens de Matinhos,sua cidade natal. Em 1997 e 1998,produziu vídeos para participar de umconcurso de curtas-metragens e fezimagens de divulgação para surfistas.“Meu interesse é em primeiro lugar porimagem, fotografia e vídeo, esecundariamente pelo texto”, disse.

O grande interesse pela fotografiafoi despertado quando entrou emcontato com equipamento profissional.“A máquina compacta deixava as fotossem vida. Foi ótimo fazer fotos quesaíam do jeito que eu queria”, afirmou.Desde então, Piccoli tem realizadovários trabalhos e assumiurecentemente a monitoria do laboratóriofotográfico do curso de Jornalismo daUTP. Entre seus próximos projetos estáum trabalho documental sobre aatuação dos pescadores de Matinhos.“Gosto de fotografia humanística, debuscar personagens”, resumiu Piccoli.

Jesus Santoro em sua barraca de entalhador, às margens da rodovia, na Serra do Mar

Detalhe do trabalho do ex-fotógrafo Jesus Santoro, morto há três meses

Bruno da Costa Piccoli

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