Exemplo de relatorio de estagio

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UNIVERSIDADE XXXX RELATÓRIO DO DISTRITO Y AUTORES PORTO ALEGRE 2002

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UNIVERSIDADE XXXX

RELATÓRIO DO DISTRITO Y

AUTORES

PORTO ALEGRE 2002

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AUTORES

RELATÓRIO DO DISTRITO Y

PORTO ALEGRE 2002

Relatório de estágio curricular apresentado á Disciplina X do Curso de Enfermagem da Universidade X Orientação: Prof

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AGRADECIMENTOS

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SUMÁRIO

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1 INTRODUÇÃO

Ao decorrer da Disciplina de Fundamentos de Enfermagem em Saúde Comunitária,

após as aulas teóricas, aos alunos são oportunizadas atividades em campo de estágio com a

intenção de reunir a teoria à prática, conhecendo o trabalho, a realidade e as vivências em uma

comunidade. Esta atividade foi realizada por um grupo de oito alunos, orientados pela

professora XXX, contando com a contribuição da equipe de enfermagem dos postos de saúde

visitados, Posto de Saúde XX, Posto de Saúde XY e Hospital XZ, e com os entrevistados das

instituições. Para o desenvolvimento deste estágio o grupo foi subdividido em dois, que se

distribuíram entre o Posto de XX e o Hospital XZ. O Distrito Y está integrado em uma rede

de onze distritos sanitários, que constituem o município de Porto Alegre. Este relatório

consiste na descrição das experiências e vivências dos acadêmicos de enfermagem junto à

comunidade e profissionais de saúde do Distrito Y de Porto Alegre.

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2 OBJETIVOS

Os objetivos da atividade são de grande amplitude e assim resolvemos enunciá-los:

- Conhecer o Distrito Sanitário Y, do município de Porto Alegre;

- Familiarizar-se com os princípios básicos do Sistema Único de Saúde;

- Aprofundar nossos conhecimentos a respeito da comunidade e do trabalho comunitário em

saúde;

- Articular ensino e assistência;

- Conhecer a atuação e as atividades de enfermagem na comunidade;

- Inserir-se na equipe de enfermagem, realizando alguns procedimentos básicos de saúde;

- Experienciar o trabalho em equipe, dividindo responsabilidade e crescendo com as

situações cotidianas de ensino e aprendizado.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3. 1 Sistema Único de Saúde – SUS

Trazer referencial teórico sobre o SUS, com normas da ABNT

3.2 Acolhimento

Trazer referencial teórico sobre acolhimento, com normas da ABNT

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4. METODOLOGIA

Constitui um estudo descritivo de cunho quantitativo e qualitativo. Por coleta de dados

através de entrevistas, observação participativa e análise documental (busca de dados em

material bibliográfico).

As entrevistas do tipo semi-estruturadas foram aplicadas ao gerente do Distrito

Sanitário Y, chefia de posto, enfermeiras e coordenadores de grupos sociais.

A observação das características do bairro deu-se através de visitas domiciliares e

caminhadas nas quais foram observados os limites geográficos, traçado urbanístico e

saneamento básico.

Foram assistidas as reuniões da comunidade na Secretária Municipal de Saúde:

Conselho Local de Saúde e Conselho Municipal de Saúde;

Acompanhou-se consultas de enfermagem de criança, mulheres (mastectomia,

obstetrícia), e adulto (pneumologia, colostomia, fumantes);

Os procedimentos de enfermagem realizados foram: verificação de sinais vitais

(pressão arterial, temperatura, freqüência respiratória e freqüência cardíaca), verificação de

medidas antropométricas, vacinação, hemoglicoteste, visitas domiciliares.

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5. RESULTADOS

5.1 Caracterização do Distrito

O Distrito Sanitário Y é uma unidade de administração sanitária com poder decisório

ante a política local de saúde, cujo objetivo é a integração dos serviços de saúde no setor

público.

Em 1996, a saúde foi municipalizada em Porto Alegre. Todos os serviços básicos que

eram estaduais passaram a ser de responsabilidade do município. Desse modo, assim como os

outros distritos, o Distrito oito corresponde a uma unidade sanitária do município de Porto

Alegre, localizada na região central da capital e pertencente à gerência distrital um. Assim

passaremos a descrevê-lo.

5.1.1 Limites Geográficos

Geograficamente, limita-se com os distritos J ao nordeste, K ao leste, L ao sul e

sudeste, M ao sul e sudoeste, N ao extremo oeste, O ao norte e o Rio Guaíba costeando todo o

seu oeste, conforme o mapa de distritos sanitários de Porto Alegre, vide Anexo A. Abrange

uma área territorial de 23 km2 e sua densidade demográfica é de XX hab/km2. É composto por

XX bairros: bairros.....

O controle social está sob a responsabilidade da população através de reuniões do

Conselho Municipal de Saúde e dos Conselhos Locais de Saúde, realizadas no Auditório da

Secretaria Municipal de Saúde da capital. Por ser um Distrito que apresenta bairros nobres, as

reuniões do Orçamento Participativo ou Conselhos Locais de Saúde não têm grande

participação da comunidade, já que não vêem necessidade. Este fato dificulta o acesso dos

moradores de bairros menos privilegiados aos serviços de saúde oferecidos. Atualmente, está

havendo uma mobilização por parte da coordenação do Conselho de Saúde e dos postos de

saúde, para que haja um trabalho de territorização do Distrito, buscando que cada unidade de

saúde atenda os bairros próximos. Deste modo, torna-se possível o atendimento da demanda.

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Na terceira Conferência Municipal de Saúde foi aprovado que todas as secretarias

deveriam ter a mesma distribuição de território, a fim de organizar melhor a administração da

cidade como um todo. Nesta conferência foi deliberado que todo território de Porto Alegre,

para ser administrado, precisaria ser dividido de forma semelhante ao Orçamento

Participativo, o qual tem dezesseis regiões. Deste modo as áreas dos Distritos Sanitários

passariam a ser as mesmas do OP.

Por enquanto, Porto Alegre tem seis gerências de Saúde em função das dezesseis

regiões, sendo necessário criar duas novas gerências. Enquanto isso não ocorre, a Gerência

Centro está responsável, além da sua área, pela região Humaitá e Ilha dos Navegantes.

Os mapas apresentando a localização do Distrito Y e seus limites geográficos

encontram-se no Anexo A.

5.1.2 Traçado Urbanístico

Na urbanização predomina a população de classe média, entretanto existem áreas

consideradas de risco devido às más condições de saúde, como por exemplo as vilas: fula e

ciclana

As vilas estabelecidas na área deste Distrito vêm sendo melhoradas a cada ano.

Muitas se encontram extremamente precárias, porém com a construção de sobrados e

pequenos apartamentos, as vilas obtiveram melhorias em seu espaço físico e os habitantes

passaram a ter boas condições de vida. Entre as vilas melhoradas temos a das XXX e a XXX.

A Vila XX encontra-se, atualmente, urbanizada e regularizada. Já a Vila XXX passou por

algumas estruturações, mas ainda encontra-se muito precária, com esgoto a céu aberto, beco

cheio de lixo, casas de madeira e papelão, entre outros fatores.

Cerca de 100% da área central é pavimentada e bem sinalizada. Exceções são

encontradas nas áreas consideradas de risco. Em locais de maior movimento, encontram-se os

vigilantes de trânsito e os policiais da Brigada Militar, os quais buscam a organização e a

segurança do Distrito.

Devido à centralização do Distrito e os numerosos estabelecimentos comerciais, o

número de prédios superam a quantidade de casas. A arquitetura é bastante diversificada, em

locais como o XXX, a arquitetura antiga mistura-se com a arte moderna.

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5.1.3 Saneamento Básico

Cerca de 99,9% das residências tem coleta de lixo três vezes por semana e a coleta

seletiva de lixo reciclável ocorre uma vez por semana. O lixo orgânico vai para o aterro

sanitário e o seletivo é enviado ao processo de reciclagem de materiais. Nas ruas dos bairros,

a coleta é regular. Segundo nossa observação, os moradores deste Distrito dificultam a

manutenção da limpeza das vias, pois colocam o lixo nos dias em que não ocorre coleta. Tal

fato tem causado o entupimento dos bueiros e, consequentemente, o alagamento das ruas em

dias de chuva e tempestades.

Em termos de abastecimento de água quase 100% da população é beneficiada.

Algumas vilas irregulares já têm o acesso ao abastecimento, como por exemplo a Vila dos

XXX, outras ainda não.

O saneamento é muito precário nas vilas irregulares, mas já estão sendo melhoradas

com a construção de reservatórios e banheiros públicos. Enquanto, aproximadamente 100%

das moradias regulares têm saneamento.

A energia elétrica abastece cerca de 100% das residências. Algumas que não têm

registro na Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) fazem instalações inadequadas,

clandestinas.

5.1.4 Sistema de Transporte

Por ser um Distrito bastante amplo e ponto de referência em relação ao comércio e,

principalmente, serviços de saúde, os meios de transportes são diversos. Entre os mais

utilizados estão os carros de passeio, ônibus, táxis e lotações. Pelo número excessivo de

transportes circulantes em certas horas da manhã e no fim de tarde, o congestionamento torna-

se inevitável principalmente no XXX e no acesso à Avenida XXX.

Os pontos de táxis são diversos, porém um dos mais utilizados pela população está

localizado junto à XXXX.

Os transportes seletivos compreendem uma frota de 35 microônibus especiais, os

quais proporcionam maior comodidade aos clientes. Estes ligam Porto Alegre às cidades

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vizinhas como Canoas, Cachoeirinha, Alvorada, Guaíba, Gravataí, Viamão, Esteio, São

Leopoldo, Sapucaia do Sul e Novo Hamburgo.

5.1.5 Dados Demográficos

Segundo o censo realizado pelo IBGE em 1999, a população total deste Distrito é de

XXX habitantes, conforme tabela um, e YYY domicílios, correspondendo, respectivamente, a

23,8% da população e 34,5% dos domicílios de Porto Alegre. A população está mais

concentrada no bairro XXX, por ser um bairro de fácil acesso, além de possuir uma grande

área de comércio, conforme tabela dois.

A faixa etária predominante na população é entre quinze e quarenta anos, sendo

maior que a faixa do zero aos quatorze anos.

5.1.6 Estatísticas Vitais

5.1.7 Recursos

Em relação às unidades primárias, o Distrito é composto por: Centro de Saúde XY,

Unidade Sanitária XX, Unidade de XZ. As unidades secundárias são: Centro de Saúde XX,

Pensão ZZ, Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, Centro de Atenção Integral à

Saúde Mental.

A região do Distrito Y possui altaconcentração dos serviços de nível terciários

(altamente especializados) pelo fato de ser centralizado e de melhor acesso à população. Por

este motivo, atende a demanda proveniente dos demais Distritos e municípios, diminuindo as

vagas ofertadas aos atendimentos de moradores da região adscrita. Os serviços terciários de

saúde que compõem o DS Y são: Hospital XX, Hospital XY, Hospital XZ e Hospital XW.

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5.2 Caracterização dos Serviços de Saúde

5.2.1 Centro de Saúde XY

O Centro de Saúde XY é uma das três unidades de saúde pertencentes ao Distrito

Sanitário Y, este se situa à rua XX, número XX, bairro XX. Atualmente, a área de

abrangência do CS XY comporta todos os bairros do Distrito Y. Porém, após a adequação dos

distritos sanitários às regiões do orçamento participativo, sua população estimada será de

XXX habitantes.

A região atendida pelo CS XY é muito privilegiada no que tange os recursos

disponíveis para sua comunidade. De modo geral, quase toda população tem acesso a

saneamento básico, coleta de lixo regular, luz e água. A região é de fácil acesso para vários

bairros e também outras cidades da grande Porto Alegre, contando com a cobertura de muitas

linhas do transporte coletivo. A comunidade usuária do CS XY é bastante heterogênea, pois a

região compreende bairros de classe alta, média e várias vilas. Além disso, está área da capital

é caracterizada por uma grande quantidade de moradores de rua.

É no horário das oito às dezessete horas que o CS XY oferece seus serviços, sendo na

área básica: clínica geral, pediatria e ginecologia. Esses serviços seguem o critério de

demanda espontânea e devem ser agendados no próprio posto. Os serviços especializados

como acupuntura, homeopatia, cardiologia, tisiologia, gastroenterologia, saúde mental,

odontologia e neurologia devem ser agendadas por telefone pelas Unidades Básicas de Saúde

através da Central de Marcação de Consultas. No entanto para que a UBS solicite o

agendamento é necessário que o paciente possua uma referência, que é fornecida pelo médico

que prestou o primeiro atendimento.

Além das consultas médicas, o CS XY oferece serviços de vacinação, verificação de

sinais vitais, teste do pezinho, HGT e nebulização. A unidade conta ainda com uma farmácia

que dispõe de medicamentos básicos e de uso controlado, abrangendo receituários de Porto

Alegre.

A equipe de recursos humanos do CS XY é composta de cento e vinte funcionários

entre médicos, psicólogos, enfermeiras, técnicos e auxiliares de enfermagem, agentes de

segurança e auxiliares de serviços gerais. As enfermeiras prestam serviços na área de

supervisão, atendimento e encaminhamento de pacientes. Já os técnicos e auxiliares de

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enfermagem centram seu trabalho no atendimento direto aos pacientes, nos vários setores do

posto, e na parte burocrática do atendimento.

Atualmente, os programas disponíveis no CS XY são: Prá-Nenê, Prá-Crescer,

Programa Renascer, Saúde Mental e Programa de Atendimento a Asmáticos (parcialmente

implantado). Os critérios para ingresso nesses programas variam bastante, mas, de modo

geral, a indicação ocorre depois de avaliação médica.

O registro das atividades de enfermagem se dá pelo preenchimento de formulários

provenientes do SUS. No entanto atividades como a vacinação tem seu registro feito em

formulários específicos, que após o preenchimento devem ser enviados novamente ao

Ministério da Saúde. O CS XY ainda não dispõe de prontuários para registros de pacientes

adultos, no momento ficam arquivados somente prontuários de crianças.

A vigilância epidemiológica no CS XY é feita através da notificação compulsória de

doenças. Além disso, quando existem campanhas, a exemplo da Dengue, os profissionais

orientam as pessoas a respeito de sintomas, prevenção, tratamento e serviços que devem ser

procurados em casso de suspeita de doença. Mesmo para doenças sem campanha pré-

estabelecida é dada uma orientação individual às pessoas que procuram o serviço.

No CS XY existe Conselho Gestor, composto pela chefia do posto, coordenador do

ambulatório básico e coordenador do ambulatório de especialidades. No entanto, um dos

problemas enfrentados pela administração do CS XY é a falta de participação da comunidade

nos Conselhos Locais e Municipais de Saúde. Além disso, há poucas organizações de bairro e

as existentes são pouco atuantes nas decisões relacionadas à saúde. Esse é um dos motivos

pelo qual ainda não existe Programa de Saúde da Família nesse distrito.

Outro aspecto importante a ser salientado é a melhoria da área física do CS XY,

através das reformas que vem sendo realizadas desde o ano de dois mil. Com as reformas o

CS XY agora conta uma área para atividades de grupo, algumas salas de espera foram criadas

e houve um redimensionamento das salas de vacinas e de alguns consultórios. As obras ainda

não foram concluídas, mas sem dúvida já trouxeram resultados positivos quanto à adequação

da área física ao atendimento da comunidade.

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5.2.2 Centro de Saúde XZ

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5.2.3 Hospital XW

5.3 RELATO DE VIVÊNCIAS EM ATIVIDADES DE ENFERMAGEM

5.3.1 Atividades Realizadas

5.3.1.1 Imunizações

O Serviço de Imunizações no Centro de Saúde XY funciona de segunda a sexta-feira,

no horário das oito as dezessete e trinta horas. O serviço é aberto a toda população, sendo que

o maior número de atendimentos ocorre na faixa etária de zero a seis anos. A equipe

responsável sempre orienta os usuários a procurarem as Unidades de Saúde mais próximas de

sua residência.

Esta equipe é constituída por três auxiliares de Enfermagem, responsáveis pela

vacinação, e uma atendente, que é responsável pela triagem.

O usuário, ao procurar o Serviço de Imunizações, dirige-se ao balcão onde a

atendente solicita a Carteira de Vacinação (Anexo E) e registra a vacina, o lote e a data da

próxima dose, quando houver. Em seguida, anota no Boletim Diário de Atendimento o nome,

a idade e o tipo de vacina que será feita. Após estes procedimentos, o usuário aguarda ser

chamado.

Atendendo ao chamado, os usuários dirigem-se de dois a dois à Sala de Vacinação,

onde os estagiários, sob a supervisão da professora, instruem sobre o tipo de vacina que será

aplicada. Após a preparação e aplicação da vacina, os usuários são alertados sobre as

possíveis reações e advertidos sobre quais condutas devem ou não ser tomadas.

Para controle do CS XY, é anotado no Boletim Diário de Doses Aplicadas de

Vacinas o tipo de vacina, a dose e a quantidade de vacinas aplicadas por faixa etária.

O grupo de estágio aplicou aproximadamente cem doses de vacina, tais como:

tríplice viral, antipoliomielite, anti-hepatite B, anti-amarílica, antitetânica, anti-rábica.

Analisando a realidade vivenciada e a descrita em relatórios anteriores, considerou-se

que após as reformas no CM XY o espaço do Serviço de Imunizações ficou mais amplo,

possibilitando a melhora do atendimento à população. O setor vem conseguindo atender a

demanda com um trabalho eficiente e acolhedor.

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5.3.1.2 Procedimentos

A realização dos procedimentos de verificação de Pressão Arterial, HGT

(Hemoglicoteste) e nebulização (Anexos F, G e H, respectivamente) ocorreu no CS XY, sob a

supervisão da professora. Este serviço é oferecido de segunda a sexta-feira, das nove às onze

horas.

Os usuários recebem uma ficha na triagem e são atendidos por ordem de chegada.

Solicita-se que descansem por quinze minutos antes da verificação de P.A para não haver

alteração dos valores. Quando o usuário é chamado na Sala de Procedimentos, este assina seu

nome no Boletim Diário de Atendimento indicando que o serviço foi prestado e fornece seu

cartão para registro dos resultados. Após este procedimento o estagiário verifica a pressão

arterial do usuário e pergunta se ele toma algum tipo de medicamento. Se estiver com os

valores da P.A. acima do esperado, recebe orientação ou é encaminhado para consulta médica.

Após a verificação, o estagiário anota o resultado no cartão do usuário e reforça as orientações

dadas.

Para realização do HGT, o estagiário prepara o aparelho que faz a medição e com o

uso de uma agulha faz a punção. O sangue é coletado apenas encostando-se o sensor na gota,

e o aparelho automaticamente mostra o resultado. O usuário que estiver com valores

superiores ao esperado é encaminhado para consulta médica.

Para realização da nebulização, o usuário chega com a prescrição médica e pede-se

que ele sente na cadeira próxima ao aparelho de nebulização. O estagiário pega a máscara e

coloca a quantidade de soro e do medicamento prescrito, e já orienta da importância de não

conversar com ninguém durante o procedimento. A máscara é acoplada no aparelho e

entregue ao usuário, que a usa por dez minutos. Passado este tempo, é feita a assepsia da

máscara, que é escovada e colocada num recipiente grande contendo a proporção de

Hipoclorito estabelecida. O cuidado é registrado no Boletim Diário de Atendimento com a

assinatura do usuário e então este é liberado.

Um aspecto observado foi a localização da Sala de Procedimentos que por estar no

segundo andar dificulta o acesso ao serviço, principalmente de idosos e obesos. Outra

observação foi a exigência de requisição médica ou cartão de registo de P.A. para obterem

este atendimento, exceto nos casos de urgência. Acreditamos que o atendimento poderia ser

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estendido a todas as pessoas que procuram o serviço, pois não alteraria o fluxo normal do

atendimento.

O grupo de estágio realizou aproximadamente trinta verificações de P.A., dois HGTs

e duas nebulizações.

5.3.1.3 Grupo de Sala de Espera

Por solicitação da equipe do CS XY, o grupo de estágio realizou o planejamento e

implementação da atividade de sala de espera sobre a dengue (Anexo I).

A abordagem foi feita com o auxílio de cartazes elaborados pelos alunos a grupos de

aproximadamente quinze pessoas que aguardavam atendimento, sendo dialogada, com uso de

linguagem não técnica e buscando a interação dos presentes. A apresentação teve duração

média de dez minutos, durante os quais foram passadas informações como: transmissão,

características do mosquito, prevenção, sintomas, entre outras, procurando sempre resolver as

dúvidas que surgiram.

O maior receio das pessoas foi em relação à falta de preparo dos profissionais das

U.S. e dos hospitais de Porto Alegre, e à demora no atendimento em caso de suspeita da

doença.

O grupo de estágio realizou aproximadamente quinze apresentações de sala de

espera.

5.3.1.4 Visitas Domiciliares

Foram realizadas oito visitas domiciliares por dois motivos específicos. Duas visitas

foram realizadas para acompanhamento de consultas pediátricas feitas no CS XY. Seis visitas

ocorreram para busca de faltosos do Programa Prá-Nenê (Anexo J), sendo que já tinham sido

enviados aerogramas solicitando o comparecimento ao CS XY Estas visitas foram

previamente planejadas, com elaboração de uma ficha de visita (Anexo M), e os dados de

identificação retirados dos prontuários das crianças.

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Uma dificuldade encontrada pelo grupo foi a localização de alguns endereços, sendo

que dois estavam incompletos, dois eram inexistentes e dois eram estabelecimentos

comerciais, somente dois faltosos foram encontrados.

Esse trabalho nos deu a oportunidade de avaliar a dificuldade que a equipe de saúde

enfrenta para manter os usuários ligados aos serviços de saúde, bem como seguir os

tratamentos necessários.

5.3.2 Atividades Observadas

5.3.2.1 Consultas de Enfermagem

São consultas agendadas com intervalos de 30 minutos e tem por objetivo promover

educação para a saúde dos pacientes, encaminhados por profissionais da saúde dos mais

diversos setores do XY e também de outros serviços.

Durante a consulta o paciente receberá orientações e subsídios para que alcance o seu

estado de saúde ideal, quer seja preparativo para procedimento quer seja de manutenção do

tratamento.

A enfermeira após acolher o paciente no consultório e já de posse do seu prontuário

inicia por uma anamnese (por ocasião da primeira consulta) buscando informações úteis, não

constantes no prontuário. É também neste momento que a enfermeira tem a oportunidade de

se interar de aspectos sociais, emocionais e psicológicos do paciente e do seu meio.

Nos casos de reconsulta a anamnese não se faz necessária, sendo então substituída

por uma acolhida. Assim, a enfermeira demonstra interesse pelo paciente, estabelece uma

relação e a usa também para tratar de assuntos relevantes ao tratamento, quais sejam:

• Para pacientes obesos, hipertensos e para aqueles que precisem perder peso são

dadas orientações sobre hábitos alimentares e atividades físicas sem, no entanto ignorar sua

condição econômica, social e emocional.

• As gestantes têm a oportunidade de sanarem suas dúvidas e apreensões em

relação ao parto e cuidados com o bebê. Na primeira consulta da futura mamãe a enfermeira: -

apura (através do exame físico) a idade gestacional, - solicita uma ecografia e um “kit” de

exames laboratoriais tendo o cuidado de esclarecer que o anti-HIV faz parte da rotina e

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orientando como proceder a coleta da urina. Se ainda não vinculada a um médico a gestante é

encaminhada a um e orientada quanto ao seu esquema de vacinação.

• Já com as puérperas a enfermeira muitas vezes (nos casos de gravidez sem

distócias) tendo sido a única a acompanhar a gestação preocupa-se em saber sobre a

eminência e o desenrolar do parto. Procura se inteirar e a medida do possível contribuir para a

adaptação da mãe a nova rotina, incentiva o aleitamento, investiga o uso de remédios ou

drogas e recomenda métodos contraceptivos. Nesta sua primeira consulta após o parto a

paciente recebe alta da enfermagem sendo orientada quanto aos cuidados com o RN e

importância das vacinas e teste do pezinho. Além disso, também é agendada uma consulta de

revisão com o pediatra.

• Na zona X (oncologia) a enfermeira atende principalmente pacientes

mastectomizados (em estágio pré e pós-operatório) e/ou que realizam tratamento

quimioterápico. Insegurança, nervosismo e depressão aparecem com freqüência nas consultas

e são minimizadas com a segurança e solidariedade recebida da enfermeira. A paciente é

pesada e sua ferida operatória ou reconstrução mamária é examinada. As dúvidas sobre o

processo cirúrgico e sobre o tratamento quimioterápico são respondidas.

• Pacientes ostomizados são orientados sobre os cuidados que devem ter com a

Colostomia, e também são prevenidos quanto às mudanças na sua rotina diária dali por diante.

Caso seja necessário, a enfermeira realiza o curativo e/ou troca da bolsa de colostomia

explicando passo a passo o procedimento.

No final da consulta a enfermeira trata do retorno da paciente (agendado conforme a

necessidade), despede-se e estando o consultório em ordem passa o próximo paciente.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os objetivos propostos visavam conhecer o Distrito Sanitário Y, estabelecendo uma

relação teórico-prático com os princípios do SUS.

Nossa vivência neste distrito permitiu que nos familiarizássemos com a dinâmica do

funcionamento deste sistema à medida que se pode relacionar a teoria estudada em aula com a

prática exercida no CS XYe no XX.

O DS Y é o maior em população e não possui uma área de abrangência definida. Por

ser de fácil acesso, atende também pessoas da Grande Porto Alegre e interior do estado, sendo

que a maioria destes atendimentos se concentra nos níveis secundário e terciário.

Devido o SUS não estar totalmente implantado, alguns serviços propostos pelas UBS

ainda estão funcionando de forma deficiente.

Um aspecto observado pelo grupo foi o agendamento via central de marcação de

consultas, cuja espera varia em média de dois a seis meses.

Pela falta de interesse e participação da comunidade nos Conselhos Municipal e

Local de Saúde, muitos recursos deixam de ser obtidos, como por exemplo PSFs, que ao

entender do grupo seria de extrema importância para o distrito

Observou-se também que as consultas de enfermagem são realizadas apenas no XY,

deixando este atendimento, exclusivo de enfermeiro, de ser realizado em outras unidades do

Distrito Y. Tal falta deste serviço específico, gera um déficit no atendimento prestado à

comunidade, visto que trabalharia questões ligadas à educação e saúde e estruturação da

qualidade de vida desta população.

Talvez com a evolução na implantação do SUS, futuramente haja uma participação

mais efetiva da comunidade e uma maior organização popular, isso certamente levará a uma

melhora nos serviços de saúde oferecidos pelas UBS do distrito.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO A