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CENTRO UNIVERSITRIO DO MARANHO UNICEUMA DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA

SEBASTIANA DOS REIS DE SOUZA

RELATORIO DE ESTGIO CURRICULAR EM PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL

So Lus 2011

SEBASTIANA DOS REIS DE SOUZA

RELATORIO DE ESTGIO CURRICULAR EM PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL

Relatrio apresentado ao Curso de Graduao de Psicologia do Centro Universitrio do Maranho UNICEUMA, para demonstrar as atividades de Estgio Curricular, desenvolvido no, na rea de Psicologia Educacional. Orientado pela supervisora docente Prof Francisca Morais da Silva.

Comisso Examinadora:

______________________________________________________ Professora: Francisca Morais da Silva - Orientadora

So Lus 2011

Uma verdadeira viagem de descoberta no a de pesquisar novas terras, mas ter um novo olhar. Marcell Proust

SUMRIO

1. 2. 3. 3.1. 3.2. 3.3. 3.4. 3.5. 4. 4.1. 4.2. 5. 5.1. 5.2. 6. 7. 8. 9. 10.

Identificao ..........................................................................................................3 Introduo ..............................................................................................................4 Fundamentao Terica ......................................................................................... 5 O nascimento e a Evoluo das Escolas do Mundo...............................................5 Desenvolvimento da Educao no Brasil..............................................................6 Psicologia da Educao ......................................................................................... 6 Psicologia Escolar e sua forma de Exerccio ........................................................ 7 Atuao do Psiclogo Escolar ...............................................................................8 Desenvolvimento da Criana ............................................................................... 11 Desenvolvimento da criana para Piaget, Vigotsky e Freud...............................11 Fatores que influenciam o desenvolvimento da criana ......................................14 Objetivos .............................................................................................................16 Objetivo Geral.....................................................................................................16 Objetivos Especficos..........................................................................................16 Histria da Semed...............................................................................................17 Procedimentos Metodolgicos............................................................................19 Concluso............................................................................................................20 Referencias bibliogrficas...................................................................................21 Anexos................................................................................................................22

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1 IDENTIFICAO

1.1 Estagirio: 1.1.1 Nome: Sebastiana dos Reis de Souza 1.1.2 Endereo: Av. Contorno Oeste, Qd.-09, N 06, Jard. Das Margaridas Cohatrac So Lus-MA 1.1.3 Telefone: (98) 3238-5056 / 8822-5656 1.1.4 Email: [email protected] 1.1.5 Curso: Curso de Psicologia 6 Perodo Noturno 1.1.6 Turma: 150531 Ano 2010 1.1.7 CPD: 732369

1.2 Campo de Estgio 1.2.1 Nome: SEMED Secretria Municipal de Educao. 1.2.2 Endereo: Rua 07 de Setembro, n 238, Centro. 1.2.3 Telefone: (98) 3212-8255. 1.2.4 Ramo de atividade: Educao 1.2.5 Dirigentes do Setor: Luis de Frana Araujo Neto. 1.2.6 Telefone: (98) 8809-6292

1.3. PERODO DE DURAO E CARGA HORRIA DO ESTGIO A durao do estgio curricular foi realizado no ms de Abril de 2011, com carga horria de 60h. 1.4. IDENTIFICAO DO SUPERVISOR DOCENTE 1.4.1. Francisca Morais da Silva. 1.4.2. Departamento de Psicologia- Curso de Psicologia 1.4.3. UNICEUMA Rua Anapurus, 01 Loteamento Bela Vista Renascena II So Lus MA CEP: 65075-120 Fone: (98) 3214-4277 Fax: (98) 3235-3265 E-mail: [email protected] 3

2 - INTRODUO Neste relatrio final, fizemos um levantamento de alguns parmetros que envolvem questes da Psicologia Escolar e Educacional, bem como a histria do progresso escolar, que passou de orfanatos para centros de ensino e aprendizagem. Abordaremos a atuao da Psicologia no contexto escolar, destacando as possibilidades do psiclogo escolar em atuar, junto s escolas, com projetos para beneficiar e proporcionar a qualidade da aprendizagem e do desenvolvimento psicolgico e social dos docentes e grupos de alunos das escolas onde o profissional est inserido. Discutiremos, tambm, as fases do desenvolvimento da criana no olhar de alguns tericos. Alm da satisfao pessoal em vivenciar esse estgio, de se destacar o ganho de conhecimento proporcionado pelo prprio atravs da troca de experincias com estudos j realizados em sala de aula. Reforamos o papel do psiclogo escolar, ao atuar junto na promoo do desenvolvimento da aprendizagem, assim como identificar fatores que esto interferindo neste processo biopsicossocial da criana e do adolescente. Discorreremos sobre a importncia das observaes realizadas em sala de aula, nas escolas de Educao Bsica da rede municipal de So Lus. Mostrando a relevncia do Estgio Supervisionado na disciplina Psicologia Escolar e sua importncia no curso de Psicologia.

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3. FUNDAMENTAO TERICA

3.1 - O Nascimento e a Evoluo das Escolas no Mundo As escolas anteciparam o capitalismo e prosseguiram se desenvolvendo por muito tempo sob a superviso e controle da Igreja, antecedendo as necessidades escolares provocadas pelo processo de industrializao, em termos de mo-de-obra, que gerassem transformao no sistema escolar (CUNHA, 2000). O sculo XVII foi o que mais incentivou o internamento e disciplinamento das crianas rfs, geralmente pobres e moradoras de rua. A escolarizao praticamente no existia nesses espaos, apenas um depsito, onde esses jovens recebiam pouca instruo evitando estar aos olhos da sociedade. No sculo XIX, na Europa, os projetos de lei que estavam em desenvolvimento, estabeleciam um mnimo de instruo literria para as crianas que forem rejeitas, pois nesta poca temia-se que a educao impulsionaria neles ambies indesejveis, pois o conhecimento do povo no deveria se estender alm se suas ocupaes servis nas fbricas (CUNHA, 2000). De acordo com Silva (2007), a educao pela Igreja bloqueava o desenvolvimento da primeira infncia, diante as necessidades da nova ordem capitalista e industrial, sob a presso da Revoluo Industrial e da burguesia, a escola-internato foi se alterando de ambiente nico da educao religiosa para a construo de uma ideologia mais disciplinada. A escola ao disciplinar as crianas e jovens transform-los-ia em timos trabalhadores para as indstrias da poca. As crianas eram submetidas a castigos, vigilncia permanente, agresses fsicas e psicolgicas. Pois os patres percebiam que os empregados escolarizados eram precisos, sucintos, mais hbeis, respeitosos, ordenados, entre outras qualidades. Segundo Foulin et.al(2000), preocupados em conhecer o comportamento humano, muitos empresrios da poca queriam saber como se dava os processos mentais das pessoas, aparecendo a Psicologia e os seus testes de Binet-Simon, utilizados para avaliar o Q.I.:Certamente voc j ouviu falar do Q.I., este ndice, utilizado para medida da inteligncia, foi desenvolvido a partir da submisso a testes compostos por questes de raciocnio lgico. Aplicando esses testes a um grande nmero de

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pessoas, verificou-se que, para cada idade, h uma quantidade de acertos mdios. Desta forma, podia se determinar o que foi chamado de idade mental. A idade mental era transposta para uma escala para estabelecimento do quociente da inteligncia (SILVA, 2007, p.20)

Ao medir a inteligncia, fez com que muitas crianas fossem encaminhadas para atendimento psicolgico, principalmente as que as escolas no tinham retorno na aprendizagem, e as crianas que no acompanhavam as demais eram rotuladas, Criouse, com isso, uma verdadeira fbrica de rtulos, reproduzidos no interior das escolas. As classes passam a ser divididas conforme o desempenho dos alunos nas avaliaes psicolgicas, as crianas que no acompanhavam a aprendizagem escolar eram as crianas como dficit intelectual e baixa inteligncia.

3.2 - Desenvolvimento da Educao no Brasil

Enquanto isso no Brasil encontrava-se na Era Vargas, diante da modernizao em que o pas se encontrava, reprimido pelas correntes intelectuais, existia a necessidade de transformao econmica e da sociedade diante a estrutura educacional da poca.A educao passava a ser vista como grande promotora das mudanas necessrias para a manuteno do capitalismo no mundo e, no Brasil, era considerada uma via importante para a modernizao do pas (SILVA, 2007, p. 21)

Diante da necessidade de modernizao o ento presidente Getlio Vargas, introduz na educao as disciplinas de Sociologia e Psicologia, restrita apenas na formao de docentes de pedagogia ambasadas em teorias cientficas, neste perodo o acesso se ampliava e ao estudar a inteligncia, a aprendizagem e as diferenas individuais assumiram grande importncia para as escolas. A Psicologia tem se relacionado com a Educao na realidade brasileira. Psicologia ao caminhar para a educao entra com suas tcnicas inovadoras, aplicando o seu papel de cincia do comportamento, na construo de um novo homem, especialmente por sua contribuio aos ares metodolgicos do ensino, portanto, saber ensinar.

3.3 - Psicologia da Educao A Psicologia Educacional fornece base para as teorias praticadas na educao:

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A psicologia educacional um domnio de estudo, uma rea de conhecimento, um conjunto de leis e princpios, desde um setor de conhecimento a um processo social, um quadro de instrumentos e tcnicas e um campo de pesquisa... Skinner (Educacional Psychology, 1959) considera a Psicologia Educacional o estudo da personalidade e dos problemas de ajustamento da criana, do seu crescimento e desenvolvimento mental, das condies de desenvolvimento emocional e social; atitudes, valores e motivaes; e, finalmente, os processos de educao formal, sua avaliao e medio, investigao das potencialidades da criana, inteligncias, aptides e aprendizagem. (CABRAL E NICK, 1979, p. 304).

Segundo Mellander (2006, p.23) muito mais fcil adotar bons princpios educativos se voc no tiver que ensinar. Ou seja, muito mais fcil criar formas de ensinar do que estar atuando junto s crianas, pois quem desenvolve livros didticos no imagina os processos pelos quais as crianas se encontram psicologicamente, e os fenmenos que esto ligados a elas interferindo diretamente no seu desenvolvimento. Os professores so responsveis pelo ensino e os alunos so responsveis pelo aprendizado, mas nem sempre isso acontece, pois fatores biolgicos, sociais e psicolgicos, interferem. Os professores e alunos esto comeando a dividir a responsabilidade pela instruo oferecida. Esto se ajudando a criar condies adequadas ao aprendizado (Mellander, 2006, p.26). Quando essa troca acontece em uma sala de aula, todos saem lucrando e cada um aprende dentro de sua potencialidade.Nesta tica, sabendo-se que a educao envolve as condutas psicolgicas do individuo em seu todo, a psicologia da educao torna-se o ponto de cruzamento de todas as especialidades da psicologia contempornea: Desenvolvimento, cognio, personalidade, condutas sociais, etc., (FOULIN ET.al.,2000, p.03

O Psiclogo inserido no ambiente escolar reforar o processo de ensino e aprendizagem das crianas que por algum motivo sente dificuldades de aprender, pois nem todas as pessoas tm seu processo de desenvolvimento igual, e nem todos os indivduos aprendem dentro de um padro, mas dentro de sua potencialidade mental. Segundo Cabral e Nick (1979) a Psicologia Educacional um ramo da Psicologia que estuda as leis fundamentais do desempenho humano e sua aplicao no campo da educao, vindo a acrescentar informaes adicionais sobre o processo de aprendizagem da criana.

3.4 - Psicologia Escolar e sua Forma de Exerccio Toda sociedade tem um sistema de educao, simples ou complexo, fundamentais para que o ser humano j agente formador e transformador do meio,

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satisfazendo suas necessidades fsicas e biolgicas. Nesse sentido, a educao visa modelar o comportamento, as atitudes, os saberes e os valores dos membros de uma determinada sociedade (FOULIN et. al., 2000, p.03). Nesta perspectiva, o autor pontua que importante estudar as descobertas obtidas em pesquisas, onde muitos tericos descrevem e mostram que o desenvolvimento da criana passa, primeiramente, pela descrio e explicao dos fenmenos biopsicossocial que moldam o ser humano. Assim sendo, justamente necessrio a compreenso de seus motivos. Segundo Mussem (1972), as crianas mudam com a idade e revelam acentuadas diferenas individuais em vrios aspectos, quer em manifestaes comportamentais resultantes da interao de pessoa, quer na expectativa de tal interao em suas experimentaes sociais. O psiclogo escolar pode depositar saber desta rea a servio de uma construo social no contexto escolar que garanta as crianas e adolescentes um mnimo de dignidade, pensando sempre na qualidade de vida deste inserido na sua comunidade, numa dimenso biopsicossocial promovendo e motivando o bem estar fsico e psicolgico, no qual as questes objetivas e subjetivas adquirem um carter de singularidade, que pode ser entendido em seu contexto inter e intrapsiquico, ao olhar dos diversos determinantes das condies humana, que acaba se refletindo na escola (CUNHA, 2000)

3.5 - Atuao do Psiclogo escolar Para Andol apud Martins, 2003, o psiclogo agiria como um elemento centralizador de reflexes e conscientiza dos papis representados pelos vrios grupos que compem tal estabelecimento abordariam os problemas escolares focalizando seu olhar sobre adultos, o psiclogo atuaria sob as relaes que se forma neste contexto, levando em considerao o meio social em que estas relaes esto inseridas e o tipo de clientela que atende assim os grupos que a compem. Ele atuaria, portanto, sobre a instituio escolar. o psiclogo escolar experiente poderia exercer com facilidade os papis de consultor, orientador, professor e pesquisador. (REGER APUDE MARTIN, 2003, p.40) Segundo o Cdigo de tica do Psiclogo (2005, p.05), Toda profisso definise a partir de um corpo de prticas que buscam atender demandas sociais, norteados por

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elevados padres tcnicos e pela existncia de normas ticas que garantam a adequada relao de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. Pensando assim o Psiclogo pode atuar junto s crianas, contribuindo para a melhora do desenvolvimento psquico de tal forma a integr-las na escola, na sociedade e com sua famlia, orientando pais e professores na busca por uma convivncia harmnica, a qual a base necessria para encontrar condies propcias ao ensinoaprendizagem, fator este de alta relevncia no desenvolvimento da criana em seu caminho para a fase adulta, como afirma Eric Erikson. (apud. HALL&LINDZEY, 1984)

Segundo Bock et. al. (2002), o exerccio do psiclogo como profissional de sade, contribuir para uma busca de identidade pessoal e grupal da criana, que responda s exigncias mais autnticas e justas de uma comunidade, no somente com a criana, mas tendo tambm a tarefa de trabalhar com toda a sociedade em que essa criana est inserida. De acordo com a resoluo CFP n 010/05, que aprova o Cdigo de tica Profissional do Psiclogo, cabe ao profissional: prestar servios psicolgicos de qualidade em condies de trabalho dignas e apropriadas natureza desses servios, utilizando princpios, conhecimentos e tcnicas reconhecidamente fundamentadas na cincia psicolgica, na tica e na legislao profissional; Art. 8 para realizar atendimento no eventual de criana, adolescente ou interdito, o psiclogo dever obter autorizao de ao menos um de seus responsveis, observadas as determinaes da legislao vigente; Art. 13 No atendimento criana, ao adolescente ou ao inter-Ito, deve ser comunicado aos responsveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefcio (CDIGO DE TICA PROFISSINAL DO PSICLOGO, 2005, p. 12-13) Para Cabral & Nick psiclogo pode desenvolver tcnicas para identificar todos os possveis tipos de comportamento, manifesto ou encoberto, simples ou complexo, racional ou irracional, caber ao profissional planejar formas de interveno, efornecer informaes de suas descobertas sociedade. O profissional de Psicologia pode depositar o saber desta rea a servio de uma construo social que garanta ao ser humano um mnimo de dignidade. A Psicologia tem contribudo em muito na compreenso do desenvolvimento biopsicossocial das crianas, porm, nos dias de hoje, cada vez mais requisitada ao 9

cumprimento de seu papel, na busca por um mundo que garanta um mnimo de dignidade ao ser humano. Esta disciplina estuda o desenvolvimento das crianas em todas as fases do seu crescimento, o que contribui desta forma, com estudos que buscam apresentar sociedade as diversas formas de compreender a realidade vivida no s pelos adultos, mas principalmente pelas crianas suas dificuldades diante de um mundo globalizado. Diante desta perspectiva a psicologia escolar se apodera de vrias teorias para explicar as transformaes biopsicossociais sofridas pelas crianas e adolescentes, podemos citar aqui trs estudiosos que estudaram o desenvolvimento da criana, Piaget, Vygotsky e Freud.

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4 - DESENVOLVIMENTO DA CRIANA

4.1 - Desenvolvimento da criana para Piaget, Vygotsky e Freud. De acordo com Piaget (apud. MUSSEN, 1972), a infncia pode ser caracterizada do ponto de vista intelectual, como uma fase biologicamente til, se constituindo no perodo do desenvolvimento cognitivo que engloba: a compreenso mental do ser humano no campo do pensamento, da linguagem e da afetividade, num processo em permanente mutao, no qual o meio fsico e social interferem na construo de seu conhecimento, com influncia direta na aprendizagem que incide diretamente na infncia e na adolescncia. Conforme aponta a teoria de Piaget (apud. Barros, 1991), educar adaptar o indivduo ao meio social ambiente, definindo a estruturao dos perodos de adaptao e equilbrio onde se classifica o desenvolvimento da criana em quatro estgios, e em cada estgio h um estilo caracterstico atravs do qual a criana desenvolve seu conhecimento, a saber: Primeiro estgio Inteligncia sensrio-motora (0 2 anos): Neste estgio inicial, a atividade de natureza sensorial e motora, a criana estabelece o reconhecimento de seu ambiente, exerce e coordena seus reflexos, e as reaes de seus olhos e mos comeam a trabalhar juntos na buca de objetos para agarr-lo e lev-lo a boca. Segundo estagio Inteligncia intuitiva ou pr-operacional (2 6 anos): A criana desenvolve a capacidade de reconhecer smbolos, usando-os mentalmente atravs de imagens ou palavras que representam objetos ausentes, e nesse momento ocorre verdadeira exploso lingustica. Nesta fase Piaget observou vrias caractersticas do pensamento infantil: Egocentrismo, Centralizao, Animismo, Realismo nominal, Classificao, Incluso de classe e Seriao. Terceiro Estgio Operaes concretas (7 11 anos):

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As operaes mentais da criana ocorrem em forma de respostas a objetos e situaes reais, usando a lgica e o raciocnio de modo elementar na manipulao de objetos concretos. Nesse estgio a incluso de classe, est em um estgio mais avanado. No sentido abstrato compreende as relaes entre classes e subclasses, e reconhece que um objeto pode pertencer as duas simultaneamente. Quarto Estgio Operaes formais (aps 12 anos): A criana j no depende tanto da lgica na percepo ou manipulao. As idias expressas numa linguagem simblica, onde o pensamento formal , portanto hipottico-dedutivo, na qual a criana adquire a capacidade de deduzir e concluir por pura hiptese e no somente atravs de observao real. Em contra partida Vygotsky(1998) enfatiza o processe histrico-social na assimilao de conhecimentos, durante o desenvolvimento da criana; que adquirido a partir das relaes interpessoais, pela troca de experincias com o meio, ao enfatizar aspectos cognitivos e culturais na formao das estruturas mentais e da conscincia, considerando a criana enquanto uma criana, e no como um adulto em miniatura. O termo estrutura mental como pontua Vygotsky, refere-se a processos como: pensamento, memria, percepo e ateno, processos estes fundamentais no processo ensino aprendizagem. Para Vygotsky (op.cit), a organizao dinmica da conscincia est ligada ao afeto e ao intelecto, visto que a criana um ser pensante capaz de identificar sua posio dentro da sua cultura, e nesta famlia-sociedade constitui um fator importante, porque contribui para o processo do conhecimento no qual a criana desenvolve-se inteiramente segundo a viso Socio-interacionista. Para Freud (apud. Barros, 1991) o desenvolvimento da criana orientado pelo impulso sexual, a libido (que significa prazer), esse impulso j se manifesta no recm nascido, podendo ser comprovada em uma observao direta e pela anlise clnica de crianas e adultos. As manifestaes do impulso sexual nas fases de criana e de adulto, segundo Freud, so as sequncias tpicas das manifestaes da libido expressada em cinco fases: oral, anal, flica, de latncia e genital. E suas duraes variam de um indivduo para outro.

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Primeira fase oral (0 18 meses): no primeiro, ano de vida da criana, os lbios e a lngua so os principais rgos de prazer e satisfao, seus desejos e satisfaes so orais, e se as necessidades do beb forem satisfeitas, a criana crescer de maneira psicologicamente saudvel. Alguns psicanalistas atribuem o alcoolismo frustraes na fase oral; Segunda fase anal (18 meses a 3 anos): o perodo em que a criana est sendo ensinada a controlar as fezes e a urina. Sua ateno foca no controle anal, e essa regio se torna o centro de suas experincias frustradoras e compensadoras. Se nesse estgio a criana for submetida a muitas frustraes, poder haver interferncias em seu desenvolvimento. Segundo Barros (1991), Psicanalistas atribuem a um relacionamento dos pais com a criana, no qual a exagerada preocupao com limpeza e a meticulosidade das exigncias que os adultos fazem com as crianas nessa idade como contributos s frustraes ocorridas nesta fase.

Terceira Fase Flica (3 a 7 anos): Nessa poca o papel sexual comea a ser assumido pelos os rgos genitais, e ser mantido at a fase adulta. Essa fase recebeu o nome de Flica (falo = pnis), porque o rgo genital masculino o principal objeto de interesse para a criana de ambos os sexos. A criana se interessa pelas atividades sexuais dos sexuais dos pais, e pela origem dos bebs. Nesta fase em especial, segundo estudos de Barros (1991, p.69) Admoestaes excessivas e punitivas sobre os interesses das atividades sexuais teriam efeitos negativos com reflexos posteriores, impotncia sexual, frigidez, exibicionismo e homo sexualidade so considerados deficincias do ego nessa fase. Neste estgio tambm surge o complexo de dipo e de Electra, atrao da criana pelo sexo oposto, e consequentemente, a identificao com o progenitor do mesmo sexo. Neste perodo cada indivduo assume sua identidade sexual para toda a vida. Quarta Fase de latncia (7 a 12 anos):

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Neste perodo a criana encontra-se no Ensino Fundamental, voltada para a aquisio de habilidades, valores e papeis culturalmente aceitos, em que o impulso so impedidos de se manifestarem, aparecendo na criana barreiras mentais, que impedem de demonstrar a presena da libido em face de barreiras como: repugnncia, vergonha e moralidade. Quinta Fase Genital (12 a 16 anos): Tem incio a fase adulta, quando o objeto de erotizao no est mais no prprio corpo, mas no objeto externo, o corpo do outro. Para integrar mais informaes e atender expectativa desse projeto de Estgio, faz-se necessrio incluir estudos sobre o Desenvolvimento da criana e fatores que interferem em seu crescimento.

4.2 - Fatores que influenciam o desenvolvimento da criana A Psicologia do desenvolvimento um campo da Psicologia com objetivos e mtodos definidos, Bock, et.al(2002). Estes a consideram com um estudo cientfico das mudanas de comportamento que procura descrever, to completa quanto possvel, a funo psicolgica da criana ao longo de seus estgios, incluindo vrios aspectos fsicos, cognitivo, motores, lingstico, perceptivos, sociais e emocionais desde o nascimento at a adolescncia observando a criana e suas relaes intelectuais, sociais e emocionais. Para Bruner (apud. Barros, 1991, p.95) Qualquer assunto pode ser ensinado eficazmente, de alguma forma intelectualmente honesta a qualquer criana em qualquer estgio de desenvolvimento. Do ponto de vista do desenvolver-se da criana implica em conhecer as mudanas comuns de um estgio, para que o processo de educao ocorra. necessrio estar, com suas funes cognitivas adequadas sua existncia, e o pedagogo saber como ensinar implicando em saber quem o educado. Barros ainda afirma que, foram precisos sculos para que a humanidade chegasse concluso de que a criana um ser em desenvolvimento e que em muitos aspectos difere do adulto, essas modificaes so biolgicas e circunstnciais ambientais (scio-histrico). A velocidade

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para adquirir estas capacidades determinada de forma congnita. Para Bock, et.al(2002), os fatores que influenciam o desenvolvimento da criana so: Hereditariedade: A carga gentica estabelece o potencial do individuo, que pode ou no desenvolver-se. A inteligncia pode desenvolver-se de acordo com as condies do meio; Crescimento orgnico: Refere-se ao aspecto fsico, crescimento e estabilizao do esqueleto permitindo a pessoa comportamentos e domnios do mundo que antes no existiam; Maturao: o que torna possvel determinado padro de comportamento, de qual maturao e a aprendizagem das crianas necessita; Meio: o conjunto de influncias e estimulaes ambientais que alteram os

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5 - OBJETIVOS

5.1 - Objetivo Geral: Identificar e caracterizar o fenmeno violncia no grupo social onde o aluno habita.

5.2 - Objetivos Especficos: Identificar os aspectos fsicos e ambientais da escola. Identificar os casos mais freqentes de violncia da comunidade; Relacionar a violncia ocorrida na escola com o contexto histrico-cultural em que os alunos se constituram. Conhecer a historia das escolas; Conhecer as dimenses educacionais da Rede Municipal de Educao.

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6 - HISTRIA DA SEMED.

6.1 - Histrico: Inicialmente, a Secretaria Municipal de Educao, possua o nome de Instruo Pblica Municipal, por volta da dcada de 1910. Ao longo dos anos, a secretaria obteve as seguintes denominaes sucessivamente: Departamento de Educao, Secretaria de Educao e Ao Comunitria, Secretaria de Educao e Cultura e por fim, com o desligamento entre educao e cultura, passou a se chamar Secretaria Municipal de Educao Semed. A Semed foi instituda nos termos da Lei n 1.847 de 10 de janeiro de 1996. Aps ocupar diversos prdios da regio central de So Lus, a Secretaria Municipal de Educao fixou sede Rua 07 de Setembro, n 238, Centro, no ano de 2003.

6.2 - A Secretria: A Secretaria Municipal de Educao Semed um rgo pblico responsvel pela viabilizao da educao nos nveis infantil e fundamental e nas modalidades de educao especial (voltada para pessoas com deficincia), e de jovens e adultos que no concluram o ensino fundamental. responsvel pela gesto das polticas pblicas voltadas para a rea da Educao do municpio de So Lus e por organizar, manter e desenvolver os rgos e instituies oficiais dos sistemas de ensino, integrando-os s polticas e planos educacionais da Unio e dos Estados. Alm dessas incumbncias, a Secretaria Municipal de Educao promove a expanso, difuso e oferta da Educao nos mais diversos nveis e modalidades de ensino. Atualmente, a Secretaria Municipal de Educao possui sob gesto 05 edifcios administrativos, 170 unidades de Educao Bsica e aproximadamente 60 anexos de escolas. Tambm esto sob administrao do referido rgo pblico mais de 8 mil profissionais do Magistrio e cerca de 113 mil alunos. Vale ressaltar que todos os programas e projetos desenvolvidos na rede municipal de ensino tm como base a macro-poltica da instituio, o So Lus, Cidade que Educa e Aprende. Este programa norteado pelos eixos de Formao Continuada, Avaliao, Gesto e Rede Social Educativa, que articulados aos programas e projetos

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desenvolvidos na rede municipal de ensino, visam ao aperfeioamento progressivo e gradual do sistema educacional de So Lus. Para desenvolver e implementar a gesto da poltica pblica educacional direcionada ao municpio de So Lus, a Secretaria Municipal de Educao conta com uma estrutura administrativa articulada e organizada, dividindo-se em

superintendncias, assessorias, coordenaes e setores.

6.3 - Misso: A Semed um rgo pblico que tem como objetivo garantir educao sociedade ludovicense nos nveis de ensino infantil e fundamental, bem como nas modalidades de educao de jovens e adultos e educao especial. Assegurando aos mesmos um ensino de qualidade que desenvolva o exerccio da cidadania.

6.4 - Viso: Tornar-se referncia nacional na rea da educao atravs de programas e projetos que fomentem e promovam o aprendizado e a incluso social.

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7 - PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

O estgio em Psicologia Escolar ocorreu na Secretria Municipal de Educao, no setor da Coordenao de Educao Bsica. No perodo de 04 a 22 de abril de 2011, nas segundas a sextas-feiras, totalizando 15 encontros, que iniciaram as 08h00minh, terminando as 12h00minh, totalizando 60 horas de estgio. Foi distribuda na ocasio aos professores e tcnicos educacionais uma cartilha com as atribuies do Psiclogo Escolar, a fim de difundir no meio escolar o trabalho realizado por esse profissional e tambm informar que a SEMED, dispe deste Profissional em seu quadro funcional. Em visita as UEBs (Unidades de educao Bsica), foi detectadas a necessidade de se trabalhar o tema Violncia, assunto trazido pelos prprios educando da rede. Onde foi elaborando uma srie de palestras, que visitou a escolas, tratando e debatendo os vrios tipos de violncia e as formas que acontece. Logo aps aos debates solicitamos que os alunos divididos em equipes , elaborassem cartazes com frases de preveno a violncia. Onde esses cartazes foram distribudos nas salas de aulas, com as seguintes frases: A violncia pode ser um ato agressivo, de preconceito, um ato de agresso fsica e psicolgica; A violncia pode ser com uso de palavras ou ao que machucam as pessoas; A violncia a ao ou o efeito de violentar, ou empregar a fora fsica ou psicolgica; A violncia se manifesta de vrias maneiras: fome, tortura, assassinato, preconceito; A violncia pode ser contra os Direitos Humanos: sade, habitao, educao, segurana; A violncia pode ser agresso moral, fsica e psicolgica.

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8 - CONCLUSO

Ao trmino deste relatrio, concluir que as observaes serviram de mediadores entre estudantes e uma de suas atividades acadmicas, o compartilhamento, a produo de conhecimentos e descortinando um novo mundo, assim como identificar a perfeita sincronia da evoluo da Psicologia Escolar no Brasil. A juno das disciplinas de Psicopatologia , Tcnicas de Avaliao Psicolgica e Psicologia Escolar, proporcionaram a base necessria para realizao deste estgio. Desta forma, podemos dizer que descobrimos um mundo novo, alm da sala de aula, os quais apresentam inmeras possibilidades de atuao do Psiclogo, no somente atuando na clnica, na rea de sade, organizacional, etc., mas em todos os contextos que requerem ateno desse profissional, como o contexto escolar. Assim podemos dizer que o papel do Psiclogo junto rede de ensino , de melhorar a qualidade de vida dos alunos e profissionais envolvidos na educao. O psiclogo inserido no Plano Pedaggico Escolar pode identificar e classificar os transtornos mentais menores visveis sob a forma de queixas somticas e nervosas. Alm disso, investigar as queixas relativas aos problemas scio-familiares, ou ainda trabalhar de forma preventiva a educao, o uso de drogas e o alcoolismo, pode trabalhar para minimizar a evaso escolar ou ainda orientar os pais para que incentivem seus filhos a irem escola. O profissional da psicologia tambm pode trabalhar junto com os professores na busca da integrao sem excluso, alem de desenvolver projetos para minimizar a violncia no contexto escolar, etc. O psiclogo, enquanto profissional, deve criar estratgias de reintegrao social para todas as crianas e adolescentes, e pode fazer acompanhamento domiciliar e procedimentos de reabilitao psicossocial estimulando aprendizagem dentro da limitao de cada estudante, mas para isto acontecer basta as polticas municipais estarem consciente disso e a comunidade reconhecer a Psicologia como recurso para a educao.

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REFERNCIAS BARROS, Ceclia Silva Guimares. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. Ed. tica, So Paulo, 1991.

BOOK, Ana Mercs Bahia; FURTADO, Odair, TEXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: Uma introduo ao Estudo de Psicologia. Ed. Saraiva, 13.ed., So Paulo, 2002.

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ANEXOS

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APNDICE

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