EM TEMPO - 13 de maio de 2016

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PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 1,50 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, DIA A DIA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA E PÓDIO. MÍN.: 23 MÁX.: 33 “UNIFICAR O BRASIL” O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 9.113 SEXTAFEIRA, 13 DE MAIO DE 2016 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO DENÚNCIAS • FLAGRANTES 981163529 Michel Temer foi notificado às 11h27 de ontem (12) sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo por até 180 dias. Temer recebe agora o título de presidente interino. Em seu discurso de posse, ele disse que “minha primeira palavra para o povo brasileiro é confiança”. Temer pregou a união para enfrentar os desafios. “É urgente unificar a nação, unificar o Brasil.” Política A5 MICHEL TEMER O povo brasileiro há de prestar sua colaboração para tirar o país da crise Em seu primeiro compromisso como presidente interino, Michel Temer deu posse aos ministros de seu governo e fez o primeiro pronunciamento ABR “NÃO COMETI CRIME” Em seu primeiro pronunciamento oficial após ser intimada da decisão do Senado sobre a abertura do processo de impeachment nesta quinta-feira (12), a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou sofrer “a dor inominável da injustiça”. Dilma disse que pode “ter cometido erros, mas não crime”. Ela não desceu a rampa do palácio, preferiu sair pela lateral e foi ao encontro de manifestantes. Política A5 DILMA ROUSSEFF Estou vivendo agora, a inominável dor da injustiça e da traição Ao deixar o Palácio do Planalto, Dilma Rousseff saiu por uma porta lateral e foi até os manifestantes concentrados em frente ao prédio ROBERTO STUCKER FILHO/PR

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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“UNIFICAR O BRASIL” O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 9.113 � SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016 � PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES � DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116�3529

Michel Temer foi notifi cado às 11h27 de ontem (12) sobre o afastamento da presidente Dilma Rousseff do cargo por até 180 dias. Temer recebe agora o título de presidente interino. Em seu discurso de posse, ele disse que “minha primeira palavra para o povo brasileiro é confi ança”. Temer pregou a união para enfrentar os desafi os. “É urgente unifi car a nação, unifi car o Brasil.”

Política A5

MICHEL TEMER

O povo brasileiro há de prestar sua colaboração para tirar o país da crise

Em seu primeiro compromisso como presidente interino, Michel Temer deu posse aos ministros de seu governo e fez o primeiro pronunciamento

ABR

“NÃO COMETI CRIME”Em seu primeiro pronunciamento

ofi cial após ser intimada da decisão do Senado sobre a abertura do processo de impeachment nesta quinta-feira (12), a presidente afastada Dilma Rousseff afi rmou sofrer “a dor inominável da injustiça”. Dilma disse que pode “ter cometido erros, mas não crime”. Ela não desceu a rampa do palácio, preferiu sair pela lateral e foi ao encontro de manifestantes.

Política A5

DILMA ROUSSEFF

Estou vivendo agora,a inominável dor dainjustiça e da traição

Ao deixar o Palácio do Planalto, Dilma Rousseff saiu por uma porta lateral e foi até os manifestantes concentrados em frente ao prédio

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016A2 Ultima horaUltima hora

caixa

Confi rmado mais de 800 casos de zika em Manaus Em informe epidemiológico divulgado ontem, Semsa destacou que de 3.789 casos suspeitos, 844 foram confi rmados

A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) di-vulgou, nesta quinta-feira, 12, o Informe

Epidemiológico do zika vírus em Manaus. Até a data, a capital registrou 3.789 casos suspeitos de zika vírus, sendo que 844 foram confirmados por laboratório, 1.627 foram descartados e 1.318 ain-da estão em investigação. Entre mulheres grávidas, o número de casos de zika suspeitos chega a 755, com 180 confirmações, 301 ca-sos descartados e 274 ainda em investigação.

“Temos 16 casos suspeitos de microcefalia na cidade, com apenas um bebê con-fi rmado por transmissão por zika, mas a mãe relatou que adquiriu a doença em Boa Vista durante a gestação e veio grávida para Manaus. Temos quatro casos de mi-crocefalia não relacionada com o zika, quatro casos des-cartados e sete em investiga-ção”, ressaltou o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto.

Durante a divulgação dos dados, o secretário voltou a alertar a população para não baixar a guarda contra o mosquito Aedes aegypti,

transmissor da dengue, chi-kungunya e zika. Ele enfati-zou que o período de chuva tem um efeito redutor para algumas situações de cria-douros, mas para os mais tradicionais não, pois con-tinua enchendo de água os pneus, as garrafas e caixas d’águas que não têm tampa e isso tem que ser perma-nentemente combatido.

O secretário enfatizou que a Semsa já recebeu 4.648 de-núncias de focos do mosquito por meio do Disque Saúde (0800-280-8280) e que 4.245 locais já foram vistoriados pelos agentes de endemias e pelos drones (equipamento de sobrevoo usado pela Secre-taria para identifi car remo-tamente locais considerados de risco). “Nossas equipes estão todos os dias eliminan-do focos de mosquito, com motofog, carros fazendo o fumacê, tudo para evitar a proliferação e a transmissão de doenças. A população é nossa grande parceira e não pode baixar a guarda contra o Aedes”, declarou.

Outro dado citado pelo se-cretário são as 1.676 briga-das de combate ao Aedes, que já formaram 8.737 vo-luntários contra o mosquito.

SALÁRIOS

com aproximadamente 15 dias de atraso. “A empresa já não suporta mais fazer sa-crifícios, como empréstimo em banco para ter que pagar os funcionários por falta de compromisso dos pagado-res”. Ângelo disse ainda que com a paralisação prédios importantes de Manaus, como Praça Jeferson Peres,

Praça do Congresso, Praça Tenreiro Aranha, Centro de Convenções Vasco Vasques e outros pontos ligados a Secretária de Cultura, es-tarão descobertos, ou seja, sem vigilância.

Procurada, a assessoria de imprensa da SEC não foi localizada para dar esclare-cimentos sobre o caso.

Vigilantes protestam por salário Depois de ter sofrido

mais de dez assaltos só este ano, estudantes da escola estadual Luiz Vaz de Camões, localizada na rua 19, bairro Japiim, Zona Sul, pedem socorro às autori-dades para intervir na onda de violência que já ocasio-nou diversas desistências na unidade de ensino. Na tarde de ontem (12) mais um assalto foi registrado em frente a escola.

Segundo relatos, os as-saltos são praticados na maioria das vezes por ho-mens em uma moto, arma-dos com revólver, ou por suspeitos a pé, armados com faca. Os horários pre-

feridos são às 17h, durante a saída dos estudantes da tarde, e por volta das 19h, quando alunos da noite es-tão entrando. O alvo prin-cipal dos suspeitos sempre são os aparelhos celulares. Estudantes já foram per-seguidos por um assaltan-te armado com faca, que havia se escondido atrás de um carro.

Com a situação, vários alunos já pediram transfe-rência da unidade educa-cional. Segundo a Polícia Militar, a escola mantém uma parceria com a 3º Com-panhia Interativa Comuni-tária (Cicom) que realiza patrulhas pela área.

JAPIIM

Arrastões em frente à escola assusta alunos

Vigilantes terceirizados realizaram ato em frente ao teatro ontem

A secretaria destacou que mais de 1.500 brigadistas estão trabalhando no combate à doença, e que mais de 8 mil voluntários foram treinados

DIV

ULG

AÇÃO

DIV

ULG

AÇÃOAproximadamente 300

vigilantes terceirizados da empresa Global Service, que prestam serviço para a Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas (SEC), cruzaram os braços e deixa-ram os postos de trabalhos em movimento grevista, rei-vindicando seis meses em que tem recebido salários com atraso. Alguns deles se reuniram no início da noite de ontem (12) ao lado do Teatro Amazonas, onde fi zeram um “apitaço” e deram gritos de ordem. Um novo ato fi cou marcado para acontecer na manhã de hoje, em frente à sede do órgão, localizada no Palácio Rio Negro, na avenida Sete de Setembro, Centro.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Empregados de Empresas de Vigilância do Amazonas (Sindevam) Ângelo André, nos últimos seis meses, a categoria tem recebido os vencimentos

Concurso n. 1491 (12/05/2016)

14 20 22 31 43 48

DUPLA¯SENA

Primeiro sorteio

01 20 38 40 44 46

Segundo sorteio

Concurso n. 1654 (10/05/2016)

LOTOMANIA

00 12 13 15 4047 52 53 54 6062 68 69 70 7175 80 81 85 91

Concurso n. 4082 (12/05/2016)

08 21 35 59 67

QUINA

LOTERIAS

FONTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

Concurso n. 1817 (11/05/2016)

MEGA¯SENA

01 04 26 39 47 55

Concurso n. 877 (12/05/2016)

TIMEMANIA

Time do coração

MIXTO/MT

12 44 54 59 69 72 79

LOTOFÁCIL

01 02 03 04 05

06 08 10 11 12

14 18 20 23 24

Concurso n. 1360 (11/05/2016)

Extração nº 05074 (11/05/2016)

FEDERAL

Prêmio Bilhete Valor (R$)

1º 79325 300.000,00

2º 81446 17.000,00

3º 90583 16.000,00

4º 78887 15.000,00

5º 24698 14.087,00

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016A3OpiniãoOpinião

Durante a precipitada escalação do ministério do governo Temer, alguns peemede-bistas observaram com azedume (e até ameaçaram votar contra o impeachment) que havia quadros de menos do PMDB nessa formação de última hora. Teriam razão, se o PMDB, de saudosas raízes, não tivesse se constituído em uma agremiação fisiológica, ao reboque de todos os governos da redemocratização, incapaz de mostrar uma cara que não fosse (não seja) essa de camaleão e sua ideologia de sobrevivência. O PMDB vira governo por acidente de percurso da história, desde Sarney.

O partido jamais foi capaz de defender um programa de governo, conformando-se com o papel de vice, desde Sarney. O projeto, o mesmo que encantou o PT de Lula e José Dirceu, é estar no poder, o que lhe bastou e basta para ser poder. Teriam razão os resmungões, se o governo que se mostra para este momento quase inacreditável da República Federativa do Brasil não precisasse apelar para o mesmo recurso que sustentou os governos petistas, e os enfraqueceram: a coalisão – porque essas lide-ranças messiânicas preferem o jogo de sombras dos bastidores à transparência que garantiria a legitimidade e não a suspeita da sociedade.

Então, é preciso abrir espaço para outros parceiros da mesma empreitada, mesmo que apresentem prontuários e não biografi as. Por que existe um fl anco aberto nessa governa-bilidade de compadrio: as medidas que satisfarão a economia claudicante são de natureza “impopular” e se as outras famílias não estiverem acomodadas no poder, sempre lhes resta-rão o “povo”, essa entidade abstrata da política brasileira. O novo governo precisará cortar despesa. É tudo que se sabe dele. O cidadão brasileiro tem noção do que isso signifi ca e onde termina: desemprego. Só quem nasceu agora, ainda não viu esse fi lme.

Reforma fi scal

Omar analisa que Temer terá pela frente uma duríssima re-forma fi scal para tocar.

E também terá que condu-zir uma reforma política em sintonia com os avanços que a sociedade impõe.

Missão árdua

Tem mais.Em seu desafi o, Michel Temer

precisará realinhar a economia, retomar o crescimento econô-mico, recuperar empregos, a atividade industrial e a credibili-dade da gestão pública nacional.

— Portanto, tem uma mis-são difi cílima pela frente, com margem de erro praticamente zero – avaliou o senador.

Nada de troca de favores

Em seu discurso, na madru-gada em que o Senado votou a admissibilidade do impeach-ment, Omar disse que o presi-dente interino terá que apre-sentar uma ministério técnico e não político, um ministério que resolva os problemas do país.

— Não pode sair trocando

favores com partidos, muito me-nos dando emprego para políti-cos desempregados – disse Aziz.

Estava cotado

Estava quase certo o retor-no do senador Eduardo Braga (PMDB) ao Ministério de Minas e Energia (MME).

Acontece que o senador amazonense – que está de licença médica - não apareceu para votar no impeachment da Dilma, e isso teria irritado os

aliados de Temer.

O substituto

Com isso, o presidente in-terino Michel Temer escolheu o nome do deputado federal Fernando Coelho Filho (PS-B-PE) para o Ministério de Minas e Energia (MME).

O Ministério da Integração Nacional fi cou com Hélder Barbalho (PMDB).

Vai tarde

O líder do Democrata, Pau-derney Avelino, disse que Dilma já vai tarde.

— Um governo sem credi-bilidade, sem confi ança, sem legitimidade popular era o governo do PT, da presidente Dilma Rousseff .

Mais confi ança

Avelino cutucou ainda mais.Acusou que Dilma espantou

investidores, perdeu a confi an-ça do mercado e não conseguia governar mais o país.

— O governo Temer já inicia gerando mais confi ança aos mercados, mais credibilidade.

É o cara

O nome do novo ministro da Fazenda, Henrique Meireles, agrada ao mercado e deve es-tancar as constantes perdas.

Bom pra ZFM

Acredito também que será bom para Zona Franca, pois Temer não tirará os incentivos do nosso polo industrial.

— O Brasil voltando a cres-cer, a Zona Franca também voltará a crescer e uma coisa depende da outra, pois o mer-

cado nacional é o principal consumidor dos produtos da Zona Franca.

Resistência vermelha

Em discurso na sessão de votação da admissibilidade do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) con-centrou o fogo no discurso do “golpe”.

Advertiu que a aprovação do impedimento, sem crime de responsabilidade, será um atentado à Constituição e um golpe parlamentar.

Presidente biônico

Segundo a comunista, tal desfecho dividirá o país, pois haverá resistência popular.

— O povo não aceitará um presidente ilegítimo, um pre-sidente biônico –, disse.

Tomado de assalto

— O Brasil foi tomado de assalto!

Foi assim que o deputado Sinésio Campos (PT) reagiu à admissibilidade do processo de impeachment contra a presi-dente Dilma Rousseff (PT), apro-vado, nesta quinta-feira (12), às 6h34, pelo plenário do Senado.

Não foi legal

Para o líder do PT, o rito do impeachment feito na Câ-mara dos Deputados e no Senado “não foi legal, não foi constitucional”.

— Mas hoje isso é uma pá-gina virada. Temos que lutar para o Brasil não entrar numa derrocada nesses 180 dias de governo provisório.

O senador Omar Aziz (PSD) está fechadíssimo com o presidente interino Michel Temer.Ele rebate as críticas ao “novo” presidente lembrando que ele foi eleito junto com

a presidente Dilma, porque a “chapa é única”.— Michel é um homem de vasta história política, experiente. Não há como afirmar

que não tem respaldo popular. Mas Aziz adverte que isso não é tudo. Temer não pode errar, não pode perder tempo. —Terá que conduzir um governo de mudanças profundas, de atitudes firmes nem

sempre simpáticas.

Margem de erro de Temer é zero

Sobre cortar despesa [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOSABR

Para forma digna com que a presidente afastada, Dilma Rousseff, deixou a Pre-sidência da República, de cabeça erguida e de forma determinada, garantindo que vai lutar pelo seu mandato até o final. Na democracia é preciso saber o momento de recuar e respeitar as regras do jogo.

Para um grupo de mulheres que se acorrentou ontem às grades que cercam o Palácio do Planalto logo após a saída da presidente Dilma Rousseff do local. Existem outras formas de protesto político, sem precisar recorrer à autofl agelação. O ato é um protesto por não reconhecerem a legitimidade do governo Michel Temer.

ABR

[email protected]

Igor Araújo Lopes

Acadêmico de fi losofi a

Na sequência da refl exão sobre ideologia, cabe abordar o contra-ponto desse tema e especular sobre a dimensão de sua necessidade, o papel que ela cumpre na explicação ou disfarce do real. Na conceituação clássica, ideologia é a falsa consci-ência em relação ao mundo real. É um movimento intelectual que fre-quentemente naufraga no exercício de compreensão da consciência e de sua relação com o mundo – ou seja, a ideologia comprova a incapacidade da consciência de se reconhecer como mediação e origem material num determinado processo histórico.

Recordemos que toda cultura, com suas linguagens, representa-ções, convicções e dúvidas tradi-cionais, determinam um horizonte de ideias possíveis. O pensamento ideológico é aquele que, sem sa-ber destas determinações, constrói uma concepção qualquer do mundo. Imagina-se, por suposto, que suas ideias são expressões diretas de sua subjetividade, emolduradas por uma razão livre, consciente, e que nela reside as respostas para os problemas do mundo – enquanto, na verdade, o ocorrido, nos aspectos gerais do mundo, oriundos de suas relações materiais de produção, é que determina o que as pessoas podem pensar ou não.

Os grandes gênios da história se estabelecem como tais na medida em que trabalham essa tênue fron-teira entre o óbvio e o inimaginá-vel. Ao exercerem grandes lampejos, grandes saltos, verdadeiros insights, podem escapar assim, sutilmente, por alguns segundos, de si, e das determinações do pensamento, e, portanto, realizar grandes avanços espirituais. Ou seja, em condições normais de temperatura, amargura ou pressão, não há nenhum ser hu-mano capaz de se ver totalmente livre da falsa consciência. Não há um só

homem ou mulher capaz de esgotar intelectualmente a realidade como tal. Os fenômenos serão sempre mais profundos, ricos e complexos do que as meras abstrações de qualquer teoria que busque representar a realidade em sua integralidade.

Pois então, mais uma vez, nossa relação com mundo se mostra fas-cinante: é debruçado nessa junção de falsas representações, que se pode, através do trabalho racional e do conhecimento da história, tomar consciência das contradições pre-sentes na realidade, que são vividas e constitutivas do nosso modo de ser e se colocar no mundo. E assim então, trabalhar para resolvê-las. E de tal modo cabe mais uma vez dizer: nessa constatação, do que se faz necessário ser superado, e no poder de exercer mudanças, é que reside nossa sutil liberdade.

Diante de tudo isso, amplia-se a fundamental importância da colabo-ração que somente a fi losofi a pode nos dar. Visto que se deve reco-nhecer os limites do conhecimento, ao mesmo tempo que se adquire noção do que precisa ser feito. Isso é práxis: a relação dialética entre a teoria e a prática. Conjuntos teóricos que querem explicar e transformar o real, e que se reciclam a cada tentativa e frustração de absor-vê-lo. A fi losofi a não deve mais exclusivamente se trancar dentro de castelos, desmembrados do mundo real, para assim tentar assimilá-lo, dissecar suas contradições. Ela deve ser ácida e ousada – trabalhar numa desconstrução construtiva.

A fi losofi a só terá utilidade real – e desse ponto de vista, algum sucesso – quando fi zer seu trabalho no mundo concreto. Para que possa, além de se reciclar, contribuir para fazer eclodir um mundo real e melhor.

[email protected]

Ideologia, fi losofi a e práxis [email protected]

Igor Araújo Lopes

Em condições normais de temperatura, amargura ou pressão, não há nenhum ser humano capaz de se ver totalmen-te livre da falsa cons-ciência. Não há um só homem ou mulher capaz de esgotar in-telectualmen-te a realidade como tal. Os fenômenos serão sempre mais profun-dos, ricos e complexos”

Editorial [email protected]

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016A4 OpiniãoOpinião

Luiz Lauschner

Escritor e empresário

Paineltambém não quis subir no pal-co montado ao pé da rampa do Palácio. Capitulou diante da insistência de Jaques Wagner.

Diga que valeu Dilma foi embora sem se despedir dos funcionários de seu gabinete.

Nem vem Ministros petis-tas queriam permitir a en-trada de manifestantes no Planalto, mas foram desacon-selhados pela segurança. Só depois de ter sido notifi cada, Dilma decidiu não liberá-los.

Parte do latifúndio A pre-sidente afastada fi cará com um time de 15 a 25 funcio-nários à sua disposição, entre eles, o amigo Giles Azevedo.

Ideia não falta Depois de lançar dez medidas para combater a corrupção, inte-grantes do Ministério Público Federal discutem apresentar ao Legislativo novas propos-tas de reforma política.

Não mexe Servidores da CGU entregaram um abaixo-assinado com 1.200 assi-naturas ao PMDB reclaman-do da mudança no nome do órgão.

Que fase Preterido por Temer, Roberto Freire (PPS) foi chamado de golpista por integrantes da CUT num voo.

Troca A agência TV1, que recebe R$ 1,1 milhão por mês para produzir o conteúdo digital do governo, demitiu 11 funcionários nesta quinta (12) mesmo, apesar de man-ter o contrato com Temer.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Dilma Rousseff aguardava no Palácio do Planalto a chegada de Vicentinho Alves (PR-TO), primeiro-secretário da Mesa Diretora do Senado e portador da notifi cação de seu afastamento da presidência por até 180 dias.Reunida com seus principais auxiliares, a petista aparentava tranquilidade. O senador mostrou onde o documento deveria ser assinado e Dilma se preparava para fazê-lo, quando Miguel Rossetto, ex-comandante do Ministério do Trabalho e Previdência, ensaiou puxar aplausos e soltou um “viva a democracia”.Dilma repreendeu-o no ato:– Tá maluco? – disse.

Você não vai com a minha cara?

TIROTEIO

Os mercados responderam positivamente. A equipe econômica tem convicção de que espaço e tempo são bens escassos.

DE LUIZ CARLOS TRABUCO, presidente do Bradesco, sobre a posse de Michel Temer como presidente temporário e dos novos ministros da Esplanada.

O governo Temer já enviou um emissário a Waldir Maranhão para garantir uma convivência que não empaque a agenda econômica na Câmara. Os novos condôminos do Planalto estão preocupados com a in-constância do deputado. Se não houver acordo, aliados de Michel Temer não descartam transformá-lo em rainha da Inglaterra: preside, mas não governa. Como o PP pode expulsá-lo para tirar-lhe o cargo, alinhar-se pode ser a única alternativa ao chefe interino da Câmara.

Deixa que eu deixo A hipótese mais provável para os aliados de Michel Temer é que o interino não renuncie e acabe “tutora-do” pelo primeiro-secretá-rio Beto Mansur. A nova oposição deve reagir caso isso aconteça.

Aquele abraço Ao re-ceber a notifi cação do afastamento de Dilma, Temer quis saber do se-nador Vicentinho Alves, o portador da notícia, como estava a petista quando fora intimada.

Leva que é sua Para assinar o termo, o peeme-debista usou uma caneta de seu assessor, Pompeu Andreucci. Ganhou a peça de presente depois do ato.

Muda mais O gover-no Temer cogita mudar o nome do PAC, o Programa de Aceleração do Cres-cimento, do qual Dilma era chamada de “mãe”. Considera a marca muito identifi cada com o PT.

Enxuga já Novo ministro do Planejamento, Romero

Jucá pretende cortar 4.000 postos da administração federal – entre funções de confi ança e cargos comis-sionados.

Agente duplo Além de ministro, Jucá terá de se dedicar ao Senado. Será uma espécie de articulador informal para galvanizar uma base razoável para Temer na Casa.

Beijo no ombro De Jucá para o senador Lindber-gh Farias (PT-RJ): “Não se preocupe, vou criar um programa de recuperação de ativos!”.

Vem pra cá Temer no-meia no “Diário Ofi cial” desta sexta-feira (13) Nara de Deus como sua chefe de gabinete.

No sapatinho Lula se recusou a entrar no Pa-lácio do Planalto. Desceu do carro no subsolo e, de lá, viu o discurso de Dilma por um computador ao lado de Rui Falcão e Gilberto Carvalho.

Que chateação Lula

Em 1981, em Belém, conheci um austríaco que vivera sua vida geren-ciando hotéis em grande parte do mundo. Na época trabalhava com turismo e era cônsul honorário do seu país, a Áustria. Hans Schlossin-ger, esse era seu nome, nutria uma decepção profunda quanto ao futuro da gastronomia. “Já não há mais cozinheiros” – dizia – “somente abri-dores de latas. No futuro será ainda pior”. Precisamos dizer que naquela época não havia os chamados cortes de carnes para serem comprados em separado. Exceção feita a algumas vísceras, como o coração e a moela do frango. No mais, era o açouguei-ro que separava as carnes. O que o senhor Hans via com negativismo, no futuro, revelou-se como economia de tempo na cozinha.

Naquela época, somente alguns restaurantes muito sofi sticados ti-nham o chamado chef de cozinha. En-genharia de Alimentos era um curso raro, assim como nutrição e gastro-nomia. Nem possuíam a formatação que têm hoje. A engenharia genética já se preocupava em apressar o crescimento de animais destinados a alimentar os animais humanos, oferecendo opções saudáveis com menor custo. Frangos eram vendidos somente inteiros e, com um pouco de sorte, conseguia-se comprar apenas a carcaça, sem as vísceras. As asas, o dorso e o pescoço eram destinados aos retardatários à mesa.

Os preços das peças e dos cortes de todos os animais variam de re-gião para região. O que estabelece a variação, na maioria das vezes, é a oferta e a procura assim logicamente também o hábito de consumo local. Assim, uma costela bovina no Rio Grande do Sul é muito mais cara que no Amazonas. A costela suína, em todo o Brasil, é mais cara que o pernil ou o lombo. Aliás, o Brasil deve ser o único país do mundo onde o fi lé

bovino custa menos que a picanha. O que mais surpreende é a asinha do frango. É mais cara que o fi lé de peito ou a famigerada coxinha. A chamada coxinha de asa só criou valor quando o frango aumentou de tamanho. O meio da asa também, mas por outro motivo: é um excelente acompanhamento da cerveja no happy hour.

Por outro lado, a atenção que a gastronomia recebe atualmente, faz com que cresça o interesse por ingre-dientes cada vez mais originais. Por isso, a previsão do meu amigo Hans não vai se realizar. Os chefs de cozinha vão ao campo garimpar ingredientes naturais e com eles criam pratos novos. A indústria alimentícia criou embalagens seguras para alimentos prontos ou para condimentos. Para isso, investiu em pesquisas, orientou produtores e mesclou tudo com a tradição para disponibilizar nas pra-teleiras as mais belas misturas. O verdadeiro chef não despreza esses produtos, mas não permite que este conforto substitua a arte da culinária. Razão porque sempre teremos cozi-nheiros por maior que seja a oferta de “latas” no mercado. O consumidor, por sua vez, quer a garantia do frescor no preparo de seus alimentos.

A tradição ainda nos faz valorizar produtos como bacalhau salgado, ingredientes de feijoada pré-salga-dos assim como o próprio charque. Comprar esses produtos é mera tra-dição uma vez que o congelamento e a embalagem a vácuo substituem com vantagem essa maneira de apresentá-los. O mesmo não se aplica aos produtos prontos para o consumo, entre os quais destacamos a gama de embutidos. Felizmen-te, a indústria alimentícia anda de mãos dadas com a gastronomia. Isso proporciona a nós consumidores a oportunidade de escolha.

[email protected]

Mais uma vez, comida [email protected]

Luiz Lauschner

Natuza Nery

CONTRAPONTO O Brasil deve ser o único país do mun-do onde o fi lé bovino custa menos que a picanha. O que mais surpreende é a asinha do frango. É mais cara que o fi lé de peito ou a famige-rada coxinha. A chamada coxinha de asa só criou valor quando o frango aumen-tou de tama-nho. O meio da asa tam-bém, mas por outro motivo”

Tem jogo?

Frase

JANAILTON FALCÃO

Dilma Rousseff , presidente afastada, após receber a notifi cação da decisão do Senado, fez um pronunciamen-to em que afi rmou que está sendo julgada “injustamente”

em um processo que classifi ca de “golpe”.

OLHO DA [email protected]

Posso ter cometido erros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada injustamente

por ter feito tudo o que a lei me autorizava a fazer. Sofro agora a dor inominável da

injustiça. Já sofri a dor invisível da tortura, a dor afetiva da doença e agora sofro mais

uma vez a dor igualmente inominável da injustiça. Jamais desistirei de lutar

Vapt vupt e não deu para clicar a outra criança que é levada no braço esquerdo da carona do motociclista. Mas a que está espremida entre os dois adultos dá bem a dimensão do ris-co a que os motociclistas, profi ssionais ou não, têm exposto seus passageiros com a adição de dois ou mais por viagem. Logo em um trânsito que defi niu que a preferencial é do maior

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

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Polí[email protected]

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016

CONFIRA ABAIXO A RELAÇÃO DOS NOVOS MINISTROS

FazendaHenrique Meirelles

PlanejamentoRomero Jucá (PMDB)

Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio

Marcos Pereira (PRB)

Relações Exteriores (in-clui comércio exterior)

José Serra (PSDB)

Casa CivilEliseu Padilha (PMDB)

Secretaria de GovernoGeddel Vieira Lima (PMDB)

Secretaria de Segu-rança Institucional (in-clui Abin)

Sérgio Etchegoyen

Educação e CulturaMendonça Filho (DEM)

SaúdeRicardo Barros (PP)

Justiça e CidadaniaAlexandre de Moraes

AgriculturaBlairo Maggi (PP)

TrabalhoRonaldo Nogueira (PTB)

Meio ambiente

Sarney Filho (PV)

Desenvolvimento Social e Agrário

Osmar Terra (PMDB)

CidadesBruno Araújo (PSDB)

Ciência e Tecnologia e Comunicações

Gilberto Kasssab (PSD)

TransportesMaurício Quintella (PR)

Advocacia-Geral da União (AGU)

Fabio Medina

Fiscalização, Transpa-rência e Controle (ex-CGU)

Fabiano Augusto Martins Silveira

DefesaRaul Jungmann (PPS)

TurismoHenrique Alves (PMDB)

EsporteLeonardo Picciani (PMDB)

Minas e EnergiaFernando Bezerra Filho

(PSB)

Integração NacionalHélder Barbalho (PMDB)

Temer começa a governar o país e anuncia ministrosPresidente interino afi rma que vai manter programas sociais e reequilibrar contas. Ele assumiu cargo ontem pela manhã

Brasília - O presidente interin Michel Temer ofi -cializou a escolha de 23 ministros, que tomaram

posse, no Palácio do Planalto, às 17h de ontem. Temer foi notifi cado do afastamento de Dilma Rousseff às 11h20 e des-de então passou a atuar como presidente. Ele reduziu em nove o número dos ministérios, que passará a contar com 32 pastas

Temer criou o Ministério da Fiscalização, Transparência e Controle, acabando com a Con-troladoria-Geral da União. O peemedebista também decidiu recriar o Gabinete de Seguran-ça Institucional com status de ministério. Temer não cedeu à pressão de senadores peeme-debistas, democratas e tucanos e hoje confi rmou a indicação do presidente do PRB e pastor licenciado da Igreja Universal, Marcos Pereira, para ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Falta apenas a indi-cação do ministro para a pasta de Minas e Energia.

O presidente interino recebeu a notifi cação das mãos do 1º secretário do Senador, senador Vicentinho Alves (PR-TO). Antes de notifi car Temer, no Palácio do Jaburu, residência ofi cial da Vice-Presidência, Alves já tinha intimado a presidente Dilma Rousseff , no Palácio do Planalto.

Ela foi afastada por até 180 dias da Presidência da Repú-blica, após a longa votação do Senado que terminou no início da manhã de ontem, que aceitou a admissibilidade de processo de impeachment por 55 a 22.

“Desejei a ele (Temer) su-cesso. Disse a ele as palavras que eu tinha dito anteriormente, de que a expectativa é muito grande, mas que ele tem todas as condições de capacidade, de relacionamento, de dinamismo, para corresponder com a ex-pectativa do povo brasileiro”, afi rmou. Segundo o senador, Dilma recebeu a intimação de “forma natural e respeitosa” e não fez nenhum comentário.

Entre os nomes anunciados nesta quinta, alguns já haviam sido divulgados informalmen-te por interlocutores de Temer ao longo das últimas semanas, como Henrique Meirelles (Fa-zenda), Romero Jucá (Planeja-mento), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Se-cretaria de governo).

Até o início da tarde de on-tem ainda havia dúvidas a res-peito dos nomes para compor os ministérios da Integração Nacional e de Minas e Ener-gia. Inclusive, um dos nomes cotados era o do senador pelo

Amazonas, Eduardo Braga (PM-DB-AM). Mas, Temer resolveu a questão nomeando Hélder Barbalho para a Integração e o deputado federal Fernando Bezerra Filho (PSB-PE), para Minas e Energia.

Durante pronunciamento no fi nal da tarde de ontem, Michel Temer afi rmou que irá manter os programas sociais da ges-tão petista, como Bolsa Família, Pronatec e Minha Casa, Minha Vida. “Reafi rmo, e faço em le-tras garrafais, vamos manter os programas sociais. O Bolsa Família, o Pronatec, o Fies, o Prouni, o Minha Casa, Minha Vida, entre outros, são proje-tos que deram certo e terão sua gestão aprimorada. Aliás, mais do que nunca, precisamos acabar com um hábito no Brasil em que, assumindo outrem o governo, você destrói o que foi feito. Ao contrário, você tem que prestigiar aquilo que deu certo, complementá-los, apri-morá-los”, discursou Temer.

Temer também afi rmou que, além de melhorar o ambiente de negócios no país para o setor privado, para produzir e gerar emprego, é necessário restaurar as contas públicas.

PartidosDos 23 ministros anun-

ciados pela assessoria de Temer nesta quinta, seis são do PMDB, partido que terá o maior número de fi-liados no primeiro escalão do governo - esse número ainda pode crescer, pois al-guns ministros ainda não foram confirmados.

Partidos que integraram a base de Dilma, como o PP e

o PSD, decidiram apoiar o impeachment da presidente dias antes da votação na Câmara e integrarão o go-verno Temer.

Dois ex-ministros da presi-dente afastada, que saíram há pouco tempo, voltarão a ser ministros: Henrique Alves (Turis-mo) e Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia e Comunicações).

Por outro lado, partidos que

sempre fi zeram oposição a Dil-ma, como PSDB, DEM e PPS, agora passam a ser governo e vão comandar ministérios da gestão de Michel Temer.

DeputadosDa lista de ministros anun-

ciadas por Temer nesta quinta, dez são deputados: Mendonça Filho (DEM-PE), Ricardo Bar-ros (PP-PR), Ronaldo Nogueira (PTB-RS), Osmar Terra (PM-DB-RS), Sarney Filho (PV-MA), Bruno de Araújo (PSDB-PE), Maurício Quintella (PR-AL), Raul Jungmann (PPS-PE) e Leonardo Picciani (PMDB-RJ) e Fernando Bezerra Filho.

A nomeação desses par-lamentares para o primeiro escalão do governo faz parte da estratégia do presidente em exercício de obter apoio na Câmara, a fi m de assegurar os votos necessários para aprovar reformas conside-radas prioritárias diante do cenário de crise econômica.

Esses deputados comanda-rão pastas como Educação, Es-porte, Defesa, Cidades, Meio Ambiente e Desenvolvimento Social e Agrário. Desde que o impeachment de Dilma andou na Câmara dos Deputados, Te-mer dedicou sua agenda a uma série de reuniões diárias com

dirigentes partidários, aliados políticos e conselheiros.

ArticulaçõesAté o Senado deliberar sobre

o impeachment de Dilma, o governo contava com 32 mi-nistérios e, com Temer, esse número deve cair. Algumas pastas, como a Secretaria de Comunicação Social, perderão o status de ministério.

O mesmo valerá para os mi-nistérios do Desenvolvimen-to Social e Desenvolvimento Agrário, unifi cados em uma pasta, assim como os minis-térios da Ciência e Tecnologia e das Comunicações.

Já outros ministérios mudam de nome, como a Controlado-ria-Geral da União (CGU), que vira o Ministério da Fiscalização, Transparência e Controle.

O primeiro ato do presi-dente interino Michel Temer foi assinar uma medida pro-visória que cria um Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que vai cuidar da exe-cução de projetos da área de infraestrutura considerados prioritários para o país. A MP cria também um conse-

lho para este programa, que será presidido por Temer com representantes dos ministros da área econômica, dos Trans-portes, Casa Civil, Meio Am-biente e BNDES. A proposta cria também uma Secretaria Executiva que será coman-dada por Moreira Franco, um dos principais auxiliares do

presidente em exercício.A Empresa de Planejamen-

to e Logística (EPL), ligada ao Ministério dos Transpor-tes, vai migrar para a nova secretaria, e vai auxiliar na elaboração dos projetos de infraestrutura, que deverão ser padronizados. Além da Secretaria-executiva, o novo

programa contará com áreas específi cas que vão cuidar da parte operacional do plane-jamento, com metas, inves-timentos de longo prazo e da regulação e transparência. Neste caso, o objetivo é am-pliar o diálogo com o setor privado, revisar e unifi car os marcos regulatórios.

Primeiro ato foi assinar uma MP

AGENDA

Já no cargo oficial-mente, o primeiro compromisso de Michel Temer como presidente interino aconteceu ontem à noite, quando foi prestigiar a posse de Gilmar Mendes à frente do TSE

Notifi cado ontem pela manhã pelo Senado, Michel Temer assumiu a Presidência de forma interina pelo período de 180 dias e já anunciou sua equipe ministerial para governar o país

NOVO PRESIDENTE

Deputados esperam boa gestão

Política A7

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016A6 PolíticaPolítica

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

contra o impeachment, para unifi car e pacifi car a bancada do PMDB, abrindo caminho para nova composição política.

Rasteira veio de NYRasteira atribuída ao ex-

chanceler Antônio Patriota foi aplicada em José Serra (Rela-ções Exteriores): removeram às pressas para Nova York, e fora da lista, um casal de di-plomatas. Serra está sabendo.

Ódio no coraçãoLula foi apontado como

mandante das agressões, na saída do Planalto, de “morta-delas” contra jornalistas, que ele culpa pelo impeachment. Como se a imprensa tives-se cometido os crimes que afastaram Dilma.

EscondidinhoAo contrário de Fernando

Collor, que em 1992 permitiu que jornalistas registrassem o momento em que era comu-nicado do impeachment, até em respeito à História, Dil-ma optou pelo escondidinho do gabinete.

PromessasPara deixar a Câmara, Wal-

dir Maranhão cobra do go-vernador Flávio Dino (PCdoB) a promessa de nomeá-lo se-cretário da Educação, como pagamento pela presepada que o convenceu a fazer. Para assumir o novo cargo, ele se licenciaria do mandato. Seria uma “saída honrosa”.

Prêmios para Nise“Olhar de Nise”, de Jorge

Oliveira e Pedro Zoca, foi pre-miado no festival de cinema de Lisboa: melhor fi lme do público e menção honrosa. O documentário faz sucesso na Europa e Estados Unidos.

Pensando bem......o mordomo de fi lme de

terror é quem, afi nal, tirava o sono de Dilma.

PODER SEM PUDOR

Governo Dilma fez aeconomia regredir a 2011

Meia década perdidaOs últimos 5 anos de governo

Dilma já são considerados per-didos e, no âmbito econômico, é como se o governo Dilma nunca tivesse existido.

Soma 0A estadia de Dilma na Pre-

sidência da República, pelo menos na área econômica, é de soma 0: perdeu tudo que conquistou.

Bons temposO dólar era cotado a R$ 1,65

quando Dilma tomou posse. O litro da gasolina custava R$ 2,59, e o barril do petróleo valia US$ 92,66.

Alerta de sabotagemO presidente Michel Temer

tem sido aconselhado a de-mitir todos os comissionados, mesmo arriscando paralisia. Ou será sabotado.

Novo AGU substituirá Lewandowski em setembro

A elogiada escolha do gaú-cho Fábio Osório Medina para chefi ar a Advocacia Geral da União (AGU) é o prenúncio de outra indicação ainda mais im-portante: ele já chega ao cargo como o mais forte nome para a vaga de Ricardo Lewandowski no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro admitiu a colegas que vai pendurar a toga no fi m do mandato de presi-dente do STF, que se encerra em 10 de setembro.

Pit-stopA chance de virar ministro

do STF explicaria a opção de Fábio Medina, trocando sua requisitada banca de advoca-cia em São Paulo pela AGU.

Carreira no MPCasado com procuradora da

Fazenda Nacional, pai de dois fi lhos, Medina fez carreira no Ministério Público, até exercer a advocacia.

VocaçãoFábio Medina tomou posse

aos 24 anos como promotor de Justiça no Rio Grande do Sul, com forte atuação no combate à improbidade.

Curitiba à esperaChamou atenção, no bo-

ta-fora de Dilma, o abati-mento do ex-presidente Lula. Amigos citam problemas de saúde e depressão. Ou fi-nalmente caiu a ficha: sem foro privilegiado, ele deve encarar o juiz Sérgio Moro.

Baleia Rossi líderO deputado Baleia Rossi é o

nome mais forte para assumir a liderança do PMDB na Câma-ra. Amigo leal de Michel Temer, ele somaria a capacidade de articulação à defesa fi rme das propostas do governo.

Solução PiccianiPara o Ministério do Esporte,

Michel Temer escolheu Leo-nardo Picciani (RJ), que votou

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

“Um feliz Brasil para todos!”VOTOS DE MICHEL TEMER ao encerrar

seu primeiro discurso como presidente

Inocêncio, o cangaceiroCerta vez baixou o espírito de Lampião em

Inocêncio Oliveira, sertanejo de Serra Talhada (PE) como o célebre cangaceiro. Então primeiro vice-presidente da Câmara, ele chegou ao plenário quando a sessão era presidida por João Caldas (AL), que fi cou enrolando e não lhe passava o lugar. Quando percebeu que a TV Câmara trans-mitir ao vivo, ele ameaçou:

- Ou você sai daí agora ou vai sair debaixo de porrada!Caldas bateu o pé, mas a turma do “deixa disso” levou Inocêncio para tomar chá

de maracujá.

Os devaneios do governo da presidente Dilma levaram a economia brasileira a quedas seguidas e inéditas no Produto Interno Bruto, levando o PIB ao nível de 2011. Ao fim do primeiro ano de mandato de Dilma, o PIB atualizado pela inflação oficial foi de R$ 5,6 trilhões, exatamente o mesmo previsto para este ano, de acordo com os últimos relatórios com previsões de mercado divulgados pelo Banco Central.

Após ser notifi cada pelo Senado de seu afastamento, a presidente saiu do Planalto e fez um pronunciamento

‘Cometi erros, masnão crimes’, diz Dilma

Brasília (Folhapres) - Após receber a no-tifi cação de seu afas-tamento do cargo, Dil-

ma Rousseff fez, ontem, um pronunciamento a jornalistas em que afi rmou que pode ter cometido erros, mas não “crimes” e que, por isso, está sendo julgada “injustamente” em um processo que classi-fi ca de “golpe”.

“Posso ter cometido er-ros, mas não cometi crimes. Estou sendo julgada injus-tamente por ter feito tudo o que a lei me autorizava a fazer”, disse Dilma. “Sofro agora a dor inominável da injustiça”, completou a pe-tista emocionada. “Jamais desistirei de lutar”.

“Já sofri a dor invisível da tortura, a dor afetiva da doença e agora sofro mais uma vez a dor igualmente inominável da injustiça. O que mais doí neste momento é a injustiça. É perceber que sou vítima de uma farsa jurídica e política”, disse Dil-ma. “Posso olhar para mim mesma e ver a face de al-guém, que mesmo marcada pelo tempo, ainda tem força por lutar por seus crenças e direitos”, completou.

Acompanhada de minis-tros, governadores e parla-mentares do PT e da base aliada, Dilma disse ainda que a decisão do Senado em suspender seu mandato por até 180 dias trazia “ris-cos ao país”. A presidente agora afastada disse que o impeachment é “fraudu-lento” e que seu gover-no foi “alvo de intensa e incessante sabotagem”.

A petista repetiu o discur-so de que foi eleita por 54 milhões de brasileiros e que a oposição, segundo ela, “in-conformada com a derrota”, “passou a conspirar” contra

o seu mandato “impedindo a recuperação da economia” e para “tomar à força o que não conquistaram nas urnas”.

Dilma repetiu que vai “lutar até o fi m” para tentar recupe-rar seu mandato e governar até o último dia de 2018. Ela fez também um chamado a seus apoiadores e disse que “a luta pela democracia não tem data para terminar”. “Nós vamos vencer”.

RoteiroDilma chegou às 9h48 ao Pa-

lácio do Planalto. Pouco depois das 10h, foi notifi cada sobre seu afastamento do cargo por até 180 dias para que se ini-

cie seu julgamento por crime de responsabilidade.

A presidente afastada tra-balhou em seu discurso du-rante toda a quarta-feira (11). Consultou aliados próximos sobre o tom que deveria ser usado, mas escreveu de pró-prio punho as palavras de seu último pronunciamento antes de deixar o Palácio do Planalto.

O pronunciamento de Dil-ma foi acompanhado pelos ministros da sua equipe e por parlamentares de PT e do PCdoB. Ao chegar ao Sa-lão Leste, Dilma foi recebida com aplausos e aos gritos de “Dilma, guerreira da Pátria brasileira”. Após a fala, ela foi ao encontro de manifestan-

tes que se concentravam em frente ao Palácio do Planalto.

DireitosAo ser intimada sobre o

processo, Dilma também foi informada sobre o que terá direito enquanto estiver afastada da Presidência.

No período, ela irá receber salário de R$ 27,8 mil, pode-rá usar o Palácio da Alvorada e terá direito a segurança pessoal, assistência saúde, além de ter à disposição avião, carro oficial e uma equipe a serviço de seu gabinete pessoal.

Com a abertura do proces-so, o Senado passará a colher provas, realizar perícias, ouvir testemunhas de acusação e defesa para instruir o proces-so e embasar a decisão fi nal. O julgamento será presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), minis-to Ricardo Lewandowski, que também comandará a Comis-são Processante do Senado.

O impedimento defi nitivo da presidente depende do voto favorável de 54 (dois terços) dos 81 senadores, em julgamento que ainda não tem data para ocorrer.

Votação no SenadoA abertura do processo de

impeachment foi aprovada no Senado por 55 votos fa-voráveis e 22 contrários em uma sessão que durou mais de 20 horas e terminou por volta das 6h40 (horário de Brasília) desta quinta. Antes do pronunciamento, Dilma foi intimada da decisão que a afasta do cargo por até 180 dias. Se for julgada pelo Senado culpada por crime de responsabilidade, será afastada em defi nitivo, e o vice Michel Temer, que assume desde já, concluirá o mandato até 2018.

BENEFÍCIOS

Mesmo estando afas-tada pelos próximos 180 dias, a presidente vai continuar rece-bendo seus proventos mensais, poderá usar o Palácio da Alvora-da e terá direito à segurança pessoal e assistência à saúde

Dilma disse que sofre, mais uma vez, a dor da injustiça, mas que não irá desistir de lutar pela sua inocência

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016A7PolíticaPolítica

O prefeito Arthur Neto (PSDB) voltou a falar on-tem do novo governo pre-sidencial e afirmou que, chegou a falar ao telefone com Michel Temer e disse-lhe que pode contar com seu apoio e também da cidade de Manaus.

“Disse a ele que precisa

se preocupar menos com partidos políticos e acor-dos parlamentares e, sim, ganhar a opinião pública”, acrescentou o tucano.

Arthur afirmou que a as-censão de Temer à presi-dência deve cessar “aquela perseguição ignóbil contra Manaus”, se referindo às

dificuldades que enfrentou no governo Dilma a respei-to da liberação de recursos.

“Havia uma animosida-de, mas desejo a Dilma toda a felicidade. Vou lhe telefonar. Manaus está à disposição dela”, afirmou o prefeito da capital amazonense.

A aliança entre o PSDB e PMDB em nível nacional não deve se concretizar em nível regional. Pelo menos é o que os líderes locais acreditam, apesar de de-fenderam a harmonia en-tre os dois partidos neste contexto político de ges-tão do presidente interino, Michel Temer.

Ambos os partidos são representados no Amazo-nas pelo prefeito Arthur Neto (PSDB) e Eduardo Braga (PMDB).

Os líderes do PSDB e PMDB na Assembleia Le-gislativa do Estado (Ale-am), Bosco Saraiva e Vicen-te Lopes, respectivamente, ressaltam que esta aliança nacional será de coalizão não apenas entre os dois partidos, mas, sim com todas as forças políticas para priorizar e alavancar o Estado, como afi rma o deputado estadual Vicente Lopes (PMDB).

“Não é algo de suprapar-tidário, aqui no Amazonas a união hoje não é apenas com PSDB ou PMDB, mas uma aliança com todos os partidos para tentar tirar o Brasil da situação em que se encontrar”. Vicente ainda destaca que a priori-

dade é o país, depois com a melhoria cada partido poderá se dedicar a certo projetos pessoais.

A deputada Alessandra Campelo (PMDB) também ressalta sobre ter uma aliança com todos os parti-dos em torno da retomada do crescimento do país, independente de quem saiu

do governo e quem está entrado. “Eu acredito que a gente precisa é tirar esse ódio nos discursos e vinganças e transfor-mar em um discurso de união em torno do desen-volvimento, porque essa briga reflete no desem-prego, em problemas para população”, destacou.

Quando perguntada sobre os entraves desta

possível aliança entre Ar-thur e Braga no Amazonas, Alessandra afirmou que o prefeito “precisa parar de querer agir como sena-dor e se posicionar como prefeito, caso contrário o mandato dele acaba e não resolve os problemas de Manaus’.

Aliança nacionalJá os tucanos Bosco Sa-

raiva e Frank Bi Garcia acreditam, sim, em uma aliança nacional entre os dois partidos no Amazonas.

“Emprestaremos o to-tal apoio político para o governo independente de ocupar ou não cargos na administração”.

Bi Garcia afi rma que nes-se momento o Amazonas irá colher frutos importan-tes, já que o Estado foi o mais atingido pela crise econômica. “Precisamos saber tirar proveito de for-ma justa do novo governo e priorizar a desigualdade de investimentos que acon-tece no governo federal”.

Dos três senadores do Amazonas, somente dois votaram na sessão espe-cial, sendo que Dilma teve o voto apenas de Vanessa Grazziotin (PCdoB).

Prefeito apoia novo presidente

Partidos se ‘unem’ pelo Brasil

COALIZÃO

PMDB e PSDB, em nível nacional se “uni-ram” para destravar o país, segundo discurso de Michel Temer e Aé-cio Neves. No Amazo-nas, aliança não deve se repetir, haja vista que são adversários no campo regional

Deputados repercutem afastamento de DilmaApesar do cenário de crise econômica, parlamentares estão otimistas com governo de Temer e pedem pelo Amazonas

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AÇÃO

Presidente da Aleam, deputado Josué Neto foi à tribuna da casa ressaltar o novo governo presidencial e citou discurso de Omar Aziz no Senado

O afastamento da presi-dente Dilma Rousseff (PT) pelo Senado foi a tônica dos discursos

dos deputados estaduais no ple-nário da Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), ontem pela manhã. A oposição na casa acre-dita que a decisão do Senado foi simplesmente uma resposta do pedido da população brasileira, enquanto os deputados pró-Dil-ma continuam afi rmando que o ato é um “golpe”.

O líder do PSDB na Assem-bleia, deputado Bosco Saraiva diz que o país está destruído em todos os setores, desde o ético até o econômico, portanto ele acredita que o atual governo liderado pelo Michel Temer será um governo limpo e enxuto para ajudar o Brasil a crescer. O parlamentar ainda salienta que o partido do PSDB irá cumprir com a sua tarefa de ajudar o atual presidente. “A experiência do PSDB de governo que fez o Brasil avançar e de implantar os novos pilares da economia, da implantação transparência, irá exercer com o dever de ajudar a reconstrução do Brasil após a administração petista”.

O presidente da casa Josué Neto (PSD), citou o discurso do senador Omar Aziz (PSD) – que votou a favor do impeachment – em que destacou a falta de

diálogo da presidente com sua base. “O senador falou sobre a importância do diálogo entre o Executivo com o Legislativo, e exatamente um dos pontos que a presente Dilma errou desde o início do seu segundo mandato em 2015. Ela não conseguiu se comunicar com a população e evitou dialogar com os senadores e deputados federais, ” destacou Josué.

O deputado pediu, ainda, que Michel Temer venha ter uma atenção especial para o Amazo-nas e garantir que a Zona Franca de Manaus saia dessa crise hoje, atualmente com menos de 30 mil postos de trabalho. “Esse é um momento de nós mantermos a nossa esperança e fazer com que tenhamos a obrigação de reconstruir um país”. Já o lí-der do governo da casa, David Almeida (PHS), acredita que a decisão do Senado foi constitu-cional e agora deve se pensar o que fazer com o país depois do afastamento de Dilma. “Nós temos que nos preocupar pelo processo pós-afastamento da presidente, para que o nosso país possa voltar ao rumo do de-senvolvimento, do crescimento, a recuperação da estabilidade econômica e o fi m da guerra política, ” salientou David.

Alessandra Campelo (PMDB) espera que a mudança do novo

governo seja na diminuição de cargos para ministro, pois ela acredita que o país irá progredir mais com efi ciência e efi caz. O deputado estadual Serafi m Corrêa (PSB), afi rma que o par-tido não se posicionará para o loteamento de cargos, porque para o parlamentar isso nunca foi benefício para o país.

O deputado petista Sinésio

Campos deixa claro que a pá-gina está virada e que o foco agora é lutar para que o brasil não se prejudique nesses 180 dias. Ele ainda destaca que o resultado da decisão no Sena-do foi político e que se for por isso deve-se entrar também na rediscussão da reforma políti-ca. “O impedimento da Dilma nos remete principalmente o

que é um Estado Democrático de Direito. A reforma política também dever ser discutida. Se o Congresso quer tratar com seriedade essa matéria deveria colocar o ponto principal como unifi cação das eleições e acabar com a farra de eleições de 2 em 2 anos, porque é um gasto de recurso da nação e partido políticos ”, esclareceu.

José Ricardo (PT) disse que a decisão consolidou o golpe contra a democracia. Segundo ele o sistema é presidencialis-ta, (mesmo sendo o pior presi-dente precisa cumprir com os 4 anos de mandatos), e não parlamentarista, (quem esco-lhe o primeiro ministro para governar a economia são os próprios parlamentares).

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016A8 PolíticaPolíticaAbatido, Lula afi rma que ‘agora eu vou para casa’Ex-presidente acompanhou a saída de Dilma do Palácio do Planalto e pouco se manifestou, mantendo-se com ar distante

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ULG

AÇÃO

Aparentemente abatido, ex-presidente Lula esteve ao lado de Dilma durante sua saída do Palácio, ontem

B rasília (Folhapress) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava abati-

do. Quem esteve com ele às vésperas do afastamento de Dilma Rousseff da Presi-dência da República diz que nunca o viu tão chateado.

Nos últimos dias, Lula teve raiva, sentiu tristeza, brigou, chorou. Mas ontem o ex-presi-dente parecia apático. Ao lado da sucessora e diante de uma plateia que gritava e chamava por seu nome, Lula não reagia.

Durante o discurso de Dilma em frente ao Palácio do Planal-to, poucas vezes bateu palmas, fi cava com o olhar distante e, segundo aliados, parecia não estar ali. Sua chegada e saída foram os momentos em que o ex-presidente acenou ao pú-blico e cumprimentou alguns amigos e militantes petistas que o abordavam.

Pouco antes de entrar no carro e seguir para um almoço no Palácio da Alvorada junto com a sucessora, Lula despis-tou jornalistas numa frase que pareceu mais um desabafo: “Agora eu vou para casa”.

Vestindo camisa social azul e blazer cinza, o ex-presidente fugiu do vermelho, cor do PT, que costumava adotar em atos

simbólicos. Desta vez, foi con-selho do próprio ex-presidente não fazer desta quinta-feira um dia com cara de “fi m de governo” Dilma.

Lula aconselhou a suces-sora a não descer a rampa do Palácio do Planalto, como ela pensava inicialmente em fazer. No lugar, disse, “saia

pela porta da frente, no térreo, que estarei esperando você”.

Na última terça-feira, quando chegou a Brasília, o ex-presidente jantou com Dilma no Palácio da Alvora-da junto com o presidente do PT, Rui Falcão, Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da Presidência) e Ricardo Ber-zoini (Secretaria de Governo). Na quarta-feira (11), porém, quando o Senado votou o im-

peachment numa sessão de mais de vinte horas, Lula não quis acompanhar a votação pela TV ao lado de Dilma.

Assessores diziam que o re-sultado “era esperado” e que “não tinha motivo” de fazer daquilo “um evento”. Naquele dia, Dilma se recolheu à área privada do Alvorada por volta das 22h. Dispensou assesso-res e alguns ministros que a acompanhavam para assistir à sessão. Queria descansar.

Lula, hospedado em um hotel da capital perto dali, também estava exausto. O ex-presidente não conseguiu fazer desta quinta um dia sem cara de fi m de festa.

DescansoA presidente afastada Dil-

ma Rousseff pretende ir para Porto Alegre, nesta sexta-feira, descansar por cerca de quatro ou cinco dias, segundo auxiliares. Na volta, ela deve montar uma agenda de even-tos e viagens para defen-der seu governo, enquanto o processo de impeachment tramita no Senado.

Dilma almoçou no Palácio da Alvorada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mi-nistros. Lula voltou para São Paulo por volta das 16h30.

CABISBAIXO

Durante o discurso de Dilma em frente ao Palácio do Planal-to, poucas vezes Lula bateu palmas, fi cava com o olhar distante e, segundo aliados, parecia não estar ali. Pouco se manifes-tou ao público

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[email protected], SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016

EconomiaB1

Governo Temer preocupa economia da Zona FrancaMudança agrada pela recuperação da confi ança do investidor, mas preocupa a abertura do país para o mercado externo

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AÇÃO

Abertura do Brasil para o mercado internacional, como anunciado pelo novo governo brasileiro, no seu plano econômico, pode prejudicar a ZFM, segundo avaliação de especialistas

A BR-319 é a esperança terrestre do setor para escoar produção do PIM

Apesar da avaliação positiva dos empre-sários da indústria e do comércio amazo-

nense quanto ao afastamento de Dilma Rousseff , há um olhar temerário a respeito do gover-no de Michel Temer sobre a Zona Franca de Manaus (ZFM). O temor é quanto ao seu posicionamento sobre o con-tingenciamento dos recursos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e a sua proposta de abertura do país para o mercado interna-cional, que pode ser bom para a indústria nacional, contudo, prejudicial para o modelo ZFM.

A titular da Suframa, econo-mista Rebecca Garcia, avaliou com cautela o novo cenário para a indústria do Amazonas. Para ela, preocupa a proposta de abertura para o mercado in-ternacional, uma vez que essa iniciativa pode prejudicar a in-dústria amazonense. Segundo a economista, os caminhos da política econômica de Temer constam no plano chamado de “Ponte para o Futuro”.

“O que percebemos é que mudará totalmente a admi-nistração do país, bem mais voltado para a direita, uma nova corrente que vai coman-dar o processo do país. Li o novo plano de governo, que é uma abertura para o comércio exterior. Pode ser bom para o país, mas também pode ser ruim para a Zona Franca de Manaus”, avaliou Rebecca. Ela observou, no entanto, que tudo vai depender de quem comandará o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

Para o economista da Fede-ração das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) Francis-co de Assis Mourão, pelo que se desenha no novo governo, a indústria amazonense pouco sentirá as mudanças, por falta de força política no sentido de defender mudanças es-truturais e macroeconômicas regionais para o setor.

“Temos o polo industrial con-solidado, um mercado interno bom, mas não temos força política, por isso sofremos com

qualquer turbulência no cenário econômico nacional. Não sabe-mos como vai fi car o mercado daqui para frente, pois também sofremos com a falta de uma infraestrutura consolidada. Te-mos um nó que não desata”, comentou o economista.

Mourão observou a expec-tativa sobre o governo Temer quanto aos recursos da Sufra-ma, que deveriam servir a sua fi nalidade de desenvolvimento regional, contudo, segue con-tingenciado. “A Suframa não

consegue fazer nada porque não deixam a superintendente da Suframa utilizar o dinheiro. A autarquia tem arrecadação própria, mas não consegue porque não tem força política. Temos quase um bilhão contin-genciado da Suframa, mas não temos força política para usar esse dinheiro no Amazonas”, desabafou o economista.

Além de vencer as preocupa-ções quanto a política de aber-tura para o mercado externo e o contingenciamento dos recur-

sos da Suframa, Mourão disse que se faz necessário enfrentar os gargalos da ZFM, quanto aos desafi os na infraestrutura logística. “Não temos um porto para carga e descarga para a Zona Franca de Manaus. O aeroporto que se tem está congestionado”, analisou. “A infraestrutura do Amazonas só irá melhorar quando for retomada as obras da rodovia federal BR-319, que liga Ma-naus a Boa Vista e elas forem concluídas”, comentou.

O líder da oposição na Câma-ra dos Deputados, em Brasília, deputado federal Pauderney Avelino (DEM) avaliou que, no novo momento do Brasil, o rela-cionamento com o governo do Temer deve ser proveitoso para o Estado. “Tenho certeza que os incentivos da Zona Franca de Manaus serão mantidos. Nós queremos fazer com que a ZFM volte a crescer, nós queremos fazer com que o Brasil volte a crescer e uma coisa depende da outra”, salientou.

Diante da forte reces-são e quedas no número de empregos, volume de produção e da arrecadação representantes da indústria amazonense avaliam a mu-dança de governo como uma “luz no fi m do turno”. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, disse que o país terá mais confi ança no cenário internacional. “Esperamos que com uma nova equipe de ministros, e assumindo mesmo Henrique Meirelles [o Ministério da Fazenda] para direcionar a economia, o Brasil volte a ter gover-nabilidade”, avaliou Silva.

Com a nomeação de uma nova equipe econômica, Sil-va espera que a indústria local volte a ser valorizada. “Para o Amazonas, espero

que o novo ministro pas-se a olhar para cá. Em outrora tínhamos 137 mil postos de empregos. Hoje, temos apenas 85 mil. Tem que fazer que funcione de acordo com o modelo que foi criado”, disse.

O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, olha com entusias-mo as mudanças no novo governo brasileiro. “No nos-so entendimento, o país não tem governabilidade. Torço para que o vice-pre-sidente tenha condições de fazer propostas para corri-gir a economia. Isso ajuda a trilhar um caminho. A presidente Dilma não tinha mais liderança e confi ança. Precisamos de mudanças emergentes na nossa eco-nomia”, analisou Périco.

O presidente da Associa-ção Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, ava-lia de forma positiva o novo governo Temer, entretan-to, consideramos que 2016 seja um ano perdido para o comércio do Amazonas. Ele avaliou que há muito o que se fazer para recuperar o se-tor, uma vez que atualmente mais de 40% dos brasileiros estão endividados

“Não será de uma hora para outra que o país voltará a crescer. O novo governo está passando esperança ao povo brasileiro - a pessoa física e jurídica -, quando ou-vimos um presidente falar de um plano emergencial, uma colisão. Quando ouvi-mos falar em redução de custos, de ministérios, car-gos, começamos a imaginar uma melhora do processo

que estava estagnado. E não devemos possivelmen-te voltar a crescer logo, mas a esperança que o Michel está passando é grande”, avaliou o presidente da ACA.

Desconfi ançaSegundo com Bicharra,

a falta de credibilidade e a ausência de um plano de governo na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff , gerou uma “gi-gantesca” falta de confi a-bilidade dos empresários quanto a política econômi-ca de Dilma. “Não tinham como investirem, pois não havia confi ança e credibi-lidade no país. Estamos tendo uma forte queda no faturamento que vem sendo provocado princi-palmente pelo desempre-go”, fi nalizou.

Volta da confi ança internacional Dívidas prejudicam o comércio

no dia: 0,38%na semana: 4,72%no mês: 14,35%dif.livre mercado/paralelo: 5,28%

INDICADORES ECONÔMICOS

Salário MínimoJaneiro 2016: R$ 880,00

DÓLAR compra/venda Variação do câmbio livre BC OURO BM&F R$ 139,50,00%

Poupança Aniversário Rendimento (%)

13/05 0,6760

13/05 0,6760

no dia: 0,75%

na semana: 0,00%

no mês: 0,00%

dif.livre mercado/paralelo: 0,00%

Paralelo - não divulgado

Câmbio livre BC - R$ 3,4871 / R$ 3,4877 **

Câmbio livre mercado - R$ 3,4720 / R$ 3,4730 *

Turismo - R$ 3,3500 / R$ 3,6300

até R$ 806,80: R$ 41,37

de R$ 806,81 até R$ 1.212,64: R$ 29,16

Salário Família/JaneiroINDICADORES ECONÔMICOS

FIEAM

Produtores debatem exportação

Economia B3

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AÇÃO

O temor da Zona Franca agora no governo Temer

STÊNIO URBANO

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016B2 Economia

São Paulo (Folhapress) - A despesa com provisão contra calote de uma em-presa específi ca do setor de óleo e gás ajudou a derrubar o lucro do Banco do Brasil em quase 60% no primeiro trimestre deste ano quando comparado com igual perí-odo de 2015.

O banco afi rmou que a pro-visão foi de R$ 2,02 bilhões apenas para essa empresa no período. A despesa total no trimestre foi de R$ 9,145 bilhões, crescimento de 60% em um ano. O lucro líquido ajustado do Banco do Bra-sil tombou 57,6%, para R$ 1,286 bilhão, a maior queda entre os grandes bancos de capital aberto do país.

O Bradesco e o Itaú tam-bém tiveram recuo no lucro devido ao aumento de pro-visões para grandes empre-sas. No caso do Bradesco, uma reserva de recursos para possível calote da Sete

Brasil impactou o resulta-do do banco. O Santander registrou leve crescimento.

A carteira de crédito am-pliada do BB avançou 2,3%, para R$ 775,6 bilhões. O banco reforçou que a es-tratégia do banco segue de aumento nas concessões em linhas com garantia, como o crédito consignado e imobiliário.

O estoque de emprésti-mos para empresas médias e pequenas teve contração de 9,3% na mesma base de comparação. “A gente conti-nua fazendo operações em segmentos de risco menor”, disse José Maurício Pereira Coelho, vice-presidente de gestão fi nanceira e relações com investidor do banco.

A linha de cheque espe-cial, contudo, cresceu 11% no período, para R$ 2,830 bilhões. “A gente conseguiu reduzir a inadimplência do cheque especial, estabilizar

a inadimplência do cartão de crédito”, disse Raul Mo-reira, vice-presidente de Negócios de Varejo.

A inadimplência acima dos 90 dias subiu para 2,6% no primeiro trimestre e deve continuar em alta, segundo Coelho. “É possível ver ainda uma subida dos níveis atu-ais [de inadimplência], vai depender muito de quando a economia vai encontrar novo ciclo de retomada”, disse o vice-presidente de relações com investidor.

Novo governoCoelho evitou fazer co-

mentários sobre mudanças no comando do banco com a posse do presidente inte-rino Michel Temer (PMDB) nesta quinta-feira.

“Para nós, executivos, o que cabe é conduzir a empre-sa no dia a dia. Não cabe a nós nenhum tipo de opinião e comentário”, disse.

BALANÇO

Lucro do BB desaba quase 60%

Regra abre vendas de franquias

São Paulo (Folhapress) - No apagar das luzes do governo Dilma, o então ministro André Figueire-do (Comunicações) tomou uma medida que abriu ca-minho para que a Agência Nacional de Telecomunica-ções (Anatel) libere a venda de franquias de internet, desde que as teles também ofereçam aos clientes pla-nos ilimitados.

A nova regra saiu publi-cada em portaria na edi-ção desta quinta-feira (12) do Diário Ofi cial da União (DOU). Para começar a valer para o consumidor, a Anatel ainda terá de decidir como a nova diretriz será imple-mentada na prática. Até o momento, está proibida “por tempo indeterminado” a comercialização de pla-nos de serviço de banda lar-ga com limite de franquia.

Segundo a Anatel, as prestadoras não podem reduzir velocidade, sus-pender o serviço ou cobrar pelo tráfego excedente se os consumidores utiliza-rem toda a franquia con-tratada, ainda que esteja prevista em contrato.

A decisão da agência aconteceu depois de uma declaração de seu próprio presidente, João Rezen-de, que defendeu no mês passado o “fi m da era da internet sem limite e sem custo”. A declaração do executivo gerou polêmica, e a Anatel recuou após o governo Dilma dizer que defi niria novas regras.

A portaria causou críticas em entidades que defendem o direito dos consumidores.

INTERNET

A Câmara de Dirigen-tes Lojistas de Manaus (CDL Manaus), membro integrante do Comitê Or-ganizador do Torneio de Futebol Olímpico Manaus 2016, inicia, na próxima segunda-feira (16), o cre-denciamento de lojistas que atuam no entorno da Arena da Amazônia Vivaldo Lima, Zona Centro-Oeste de Manaus. A credencial garante aos empresários a habilitação para funciona-mento e atendimento aos clientes e torcedores du-rante os três dias de Jogos Olímpicos que acontecerão na capital amazonense.

O credenciamento será feito no setor comercial, da CDL Manaus, no período de 16 a 23 de maio, no horário de 8h às 18h, de segunda a quinta-feira, e de 8h às 17h, na sexta-fei-ra. O público-alvo da ação são lojistas que atuam nas avenidas Constantino Nery e Pedro Teixeira, na rua Lo-

ris Cordovil e no perímetro de 1 quilômetro da Arena da Amazônia, uma vez que nos dias de jogos estas vias serão fechadas, da mesma forma como aconteceu du-rante as partidas da Copa do Mundo, em 2014.

PartidasDurante os Jogos Olímpi-

cos, a capital amazonense vai receber quatro partidas do futebol masculino e duas do futebol feminino. As par-tidas acontecem nos dias 4, 7 e 9 de agosto. No primeiro dia terão as disputas do futebol masculino de Suécia contra Colômbia e Nigéria versus Japão. No segundo dia ocorrerão as partidas entre Suécia contra Nigéria e Japão versus Colômbia. No último, o público amazonen-se poderá assistir as partidas do futebol feminino. Entram em campo norte-america-nas contra colombianas e a seleção brasileira versus África do Sul.

OLÍMPIADAS

Credenciamento de lojistas para arena

Queda se deu por conta do aumento das provisões contra possível calote de empresa do setor de óleo

A credencial servirá para o atendimento no entorno da arena

Banco do Povo chega em Figueiredo com R$ 370 milPrograma de microcrédito administrado pela Afeam pretende fechar o ano com R$ 600 mil em operações no município

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AÇÃO

Afeam liberou no Estado R$ 88,5 milhões em operações de microcrédito, que benefi ciaram, aproximadamente, 19 mil micro e pequenos negócios

O programa estadu-al de microcrédi-to Banco do Povo chegou ao município

de Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus), nesta sexta-feira (13), com investimentos de, aproxima-damente, R$ 370 mil. O go-verno abriu 108 operações de crédito que irão impulsionar atividades como: estivas em geral, restaurantes, perfu-maria, comércio de confec-ções, entre outros.

A cerimônia de entrega do Banco do Povo aconteceu pela manhã, na quadra da Univer-sidade Estadual do Amazonas (UEA), localizada na avenida Onça Pintada, bairro da Serra. Até o fi nal do ano, a perspecti-va da Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) é desembolsar para os pe-quenos empreendimentos, ao todo, R$ 600 mil, gerando e mantendo mais de 500 postos de trabalho e movimentando a economia do município.

O Banco do Povo, lançado em março de 2015, é um programa de microcrédito estruturado e administrado pela Afeam com o objetivo de alcançar parcela da popu-lação economicamente ati-va que tem poucas chances

de obter fi nanciamento na rede bancária convencional. O programa está inserido na política de desenvolvimento econômico sustentável do governo do Estado e consti-tui importante ferramenta na construção de melhores con-dições de vida e de trabalho para os excluídos do sistema fi nanceiro tradicional.

A Afeam aplicou, por meio do Banco do Povo, até o mo-mento, o valor de R$ 88,5 milhões, benefi ciando, apro-ximadamente, 19 mil micro e pequenos negócios na capital e em todos os municípios do interior do Estado. Nesse pe-ríodo estima-se que foram geradas e mantidas 56 mil ocupações econômicas.

Ainda em Presidente Figuei-

APLICAÇÃO

O microcrédito é uma forma de fomentar pequenos negócios, num momento em que o país vive grave crise econômica, e resulta em, apro-ximadamente, 11 milhões de trabalha-dores desempregados

redo, dentro das ações do Plano Safra, o governo do Amazonas, José Melo, vai re-forçar as metas e ações que impulsionam a cadeia produ-tiva do município, por meio da mecanização e calcarização de hectares de terra. No mu-

nicípio são desenvolvidas ati-vidades como mandiocultura, culturas industriais, produção de hortaliças, fruticultura e a pecuária de corte e leite, com investimentos que superam os R$ 6 milhões.

Na área da educação, o

governador Melo repassará tablets educacionais para os professores que atuam na rede municipal de Presidente Figueiredo. O repasse irá bene-fi ciar um total de 199 docentes e é parte das ações do Pacto pela Educação do Amazonas.

Os professores contem-plados com os tablets cor-respondem ao número to-tal de professores da rede pública municipal que atu-am ministrando aulas para turmas do 1º ao 9º ano do ensino fundamental.

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AÇÃO

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016B3Economia

Produtores do Amazonas no rumo das exportaçõesObjetivo foi tema de debate na Fieam, entre piscicultores e empreendedores do agronegócio, com empresa japonesa Mitsui

Com a intenção de mo-vimentar o mercado de produtos regionais no Amazonas, a Federa-

ção das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) se reu-niu com produtores locais. O encontro se concentrou com empreendedores da área de piscicultura e do setor de agro-negócios, para viabilizar plano para exportação de produtos da Região Norte, com a partici-pação da Trading Mitsui & C.O (Brasil) S.A, empresa importa-dora e exportadora de produtos.

O objetivo do encontro foi retratar a necessidade do desenvolvimento de outras matrizes econômicas para que o Estado não conte ape-nas com a produção do Polo Industrial de Manaus (PIM), que vive hoje uma sequên-cia de quedas no volume de produção, de faturamento e recorde no número de vagas de trabalho desocupadas.

De acordo com o vice-pre-sidente da Fieam, Nelson Azevedo, é de grande impor-tância para o Estado aquecer esse mercado, que há anos teve seu momento de glória com o ciclo da borracha e que, com o advento da Zona Franca de Manaus (ZFM), sofreu queda brusca em suas

produções, e assim deixando de lucrar com as diversas matérias primas existentes.

Azevedo explicou que, para discutir assuntos relaciona-dos à agroindústria, conta com o apoio da Superinten-dência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Federa-ção da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea) e demais entidades interligadas ao se-tor. Segundo ele, juntas unirão forças para ajudar produtores já inseridos no mercado de trabalho e outros que buscam

essa inserção nesse cenário.“Estamos passando por

mudanças em nossa econo-mia. Sendo assim, precisa-mos aguardar as medidas a serem realizadas pelo gover-no do Estado para melhoria

da nossa região”, disse o vice-presidente do Fieam e presidente do Conselho Re-gional de Economia do Ama-zonas (Corecon-AM).

Uma das difi culdades en-frentadas pelo setor, de

acordo com a avaliação de Azevedo, é a falta de apoio do governo. “Não em termos de fi nanciamento ou algo pa-recido, mas de facilidade na abertura de caminhos para permanência no mercado

local e exportação de seus produtos”, observou.

A intenção dos encontros com produtores regionais é perceber suas necessidades em relação aos negócios e encontrar soluções juntamen-

te com órgãos públicos, pois esses também difi cultam a permanência e aberturas de novos empreendimentos lo-cais. A empresa Mitsui atua há mais de 100 anos no Japão e há cinco anos em Manaus.

POLO

Titular da Suframa, Rebecca Garcia tem buscado estreitar os laços com produtores do polo agropecuário da ZFM, a fi m de in-centivar o crescimen-to do setor, que fi cou em terceiro plano na política do modelo

Aquecer o mercado do setor primário é necessário para o Estado, segundo Nelson Azevedo, para que o amazonense não fi que refém do PIM

Serviços registram queda de 16% no mês de março

O setor de serviços amazonense registrou, em março, queda de 16,3% no volume de serviços, na comparação com igual mês do ano anterior, segundo levantamento divulgado ontem (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE). De acor-do com o instituto, foram observadas, tanto em fe-vereiro quanto em janeiro, variações de negativas de 18,1% e 14,0%.

A série iniciada em janeiro de 2012, conforme o IBGE, teve os últimos dois meses como os de piores variações em fevereiro (-18,1%) e em março (-16,3). Com isso, o acumulado do ano registrou uma queda de 16,2%, pior marca em cinco anos de pesquisa. Já o acumulado dos últimos 12 meses al-cançou o recuo de 12,6%, também o mais baixo de-sempenho desde o início da série há cinco anos.

A descendente do volume de vendas se refl ete direta-mente na receita nominal dos serviços, que vem apre-

sentando desempenhos negativos desde abril de 2015 (-2,8%). Ou seja, há 12 meses o indicador vem na descendente. Com isso, o acumulado em 2016 al-cançou saldo negativo de 13,1%, sendo o segundo pior do país, superado ape-nas pelos serviços do Esta-do do Amapá (-13,3%). Já no acumulado dos últimos 12 meses a receita caiu 8,8% em março, colocando o Amazonas na segunda pior colocação.

Regionais Quanto aos resultados

regionais do setor de ser-viços em março, na com-paração com igual mês do ano anterior, as va-riações positivas foram as seguintes: Tocantins (9,3%), Roraima (7,3%), Rondônia (6,9%), Distri-to Federal (4,1%), Ceará (1,4%) e Alagoas (0,2%). As maiores variações ne-gativas de volume foram observadas no Amazonas (-16,3%), Amapá (-15,3%) e Maranhão (-11,7%).

IBGE

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Amazonas registrou o pior resultado do setor para a Região Norte

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016B4 Economia

BMW FOOD DAY

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Page 13: EM TEMPO - 13 de maio de 2016

Dia a [email protected]

C1

MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016

CONSERVAÇÃO

AM ganha novas unidades

Dia a dia C5

AEB

Rodoviária em estado de

Diversos pontos da ro-doviária de Manaus estão em estado de completo abandono

apresentando inclusive risco para as pessoas que fre-quentam o local. Foi o que constatou a reportagem de EM TEMPO ao acompanhar a vistoria no local de uma co-missão formada pelo deputa-do estadual Sinésio Campos (PT), além de representantes do Conselho Regional de En-genharia e Arquitetura (Crea/AM). A precária situação do local também fez a comissão tratar do tema em audiência pública na tarde de ontem na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

No local, não faltam lo-cais onde lixo e entulhos são colocados sem qualquer cuidado. No setor próximo à avenida Djalma Batista, foram encontrados restos de pelo menos quatro an-tigas parada de ônibus da cidade. Durante a vistoria, foi constatado que a Su-perintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) utiliza o galpão da rodoviária

como depósito de entulho. Dentro do local, inclusive foi encontrada uma moradora de rua ocupando o local.

O deputado estadual Siné-sio Campos lamentou o atual estado da rodoviária. “O que temos hoje é um cartão pos-tal negativo. Queremos que Manaus, que já foi subsede de uma Copa do Mundo e será de uma Olimpíada tenha um es-paço apropriado para receber pessoas que cheguem pelas estradas de forma adequada. Até porque sabemos que não se chega aqui apenas por via aérea ou fl uvial”, explicou

o parlamentar.O coordenador da Câmara

de Engenharia Civil do Con-selho Regional de Engenha-ria, Arquitetura e Agrono-mia do Amazonas (Crea/AM), José Nildo Cavalcante, que também fez duras críticas ao local durante o evento na Aleam: “Essa Rodoviária não existe. Não temos Rodoviá-ria em Manaus. Tem qual-quer outra coisa lá. Aquele local não pode ser chamado de Rodoviária”.

As péssimas condições de trabalho no local afeta di-retamente as condições de quem utiliza o local para trabalhar. “Saímos daqui às 19h todos os dias mesmo com o horário dos ônibus indo até 23h. Isso porque não há a mínima condição de segurança por parte do poder público”, reclamou a permissionária Maria do Socorro de Souza (45). A comerciante Walmina de Queiroz reclamou da quan-tidade de entulho deixada no local. “Com essa quantidade de lixo deixada aqui, sempre há ratos e outros bichos nos arredores, o que prejudica qualquer comércio”, lamenta.

completo abandonoVistoria constata péssimas condições do local, que está servindo como depósito de entulhos e é considerado obsoleto

FRED SANTANA

Com tantos problemas de-tectados, para o coordenador do Crea/AM, José Cavalcanti, o melhor seria a transferência do local. “Não adianta refor-mar um local que está caindo aos pedaços, é pequeno e não atende nem a atual demanda, que dirá a demanda futura. O Crea entende que é melhor

construir uma rodoviária de verdade, em outro lugar”. A sugestão foi bem recebida na audiência e, de acordo com o deputado Sinésio Campos, será apresentada ao gover-no estadual na segunda-fei-ra (16), “já que a Prefeitura de Manaus deixou claro na audiência que não tem com-

petência legal nem estrutural pra lidar com o assunto”. A solicitação dos permissioná-rios para reparos emergen-ciais também foi acatada pelo deputado, que vai apresentar o pedido na reunião com o titular da Secretaria de Estado de Administração e Gestão do Amazonas (Sead)”.

Mudança é a melhor alternativa

Piso superior da rodoviária de Manaus está completamente deteriorado e sem condições de utilização Entulhos de paradas de ônibus são jogados dentro da área, acumulando água e mais sujeira no local

O deputado Sinésio Campos se deparou até mesmo com pessoas se abrigando no galpão do terminal

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Page 14: EM TEMPO - 13 de maio de 2016

MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016C2 Dia a dia

Profi ssão é oportunidade para cuidar do próximo

Projeto de lei requer celeridade no atendimento

Uma oportunidade para doar amor todos os dias. Assim defi ne a enfermeira Graciete Almeida, 52, a ro-tina da carreira escolhida e a qual se dedica há 24 anos. Ontem, 12 de maio, data em que foi celebrado o Dia do Enfermeiro, como tem feito nos últimos 16 anos, Gra-ciete cumpriu sua rotina de trabalho como integrante da equipe da Fundação do Coração Francisca Mendes, no bairro Francisca Men-des, Zona Norte.

“Escolhi a enfermagem por amor. Me encontrei na profi ssão”, afi rmou. Em várias unidades de saúde da rede estadual a data foi marcada por palestras, ofi cinas e programações especiais, em alusão à Se-mana da Enfermagem.

Graciete começou a car-reira como atendente de enfermagem, prestando serviço a uma organiza-ção não governamental em comunidades indíge-nas da região do Alto Rio Negro. Longe da família

e dos amigos por longos períodos, Graciete contou que, foi nessa época, que descobriu que realmente queria dedicar a vida a ajudar o próximo.

Segundo ela, as difi cul-dades de estrutura e co-municação faziam com que os profi ssionais que atua-vam nessas comunidades vibrassem cada vez que conseguiam ajudar um in-dígena a recuperar a saúde.

Depois de 9 anos atu-ando nas comunidades indígenas, Graciete retor-nou a Manaus. Na época, começou a trabalhar no hospital Francisca Mendes e voltou a estudar. Tor-nou-se técnica de enferma-gem e, depois, fez o curso superior, graduando-se como enfermeira.

Apesar do profi ssiona-lismo, Graciete chamou a atenção para o fato de que é impossível não so-frer junto com o paciente, chorar e também se ale-grar quando eles deixam o hospital, recuperados.

Um projeto de lei de autoria do deputado Car-los Alberto (PRB), poderá dar salvar vidas de crian-ças portadoras de câncer no Amazonas. A proposta determina o atendimen-to preferencial e emer-gencial à criança e ao adolescente com suspeita da doença, para todos os exames na fase de inves-tigação e tratamento.

“Está é uma triste reali-dade que estamos enfren-tando nos dias de hoje: o avanço do câncer infan-to-juvenil, uma vez que, dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) dão conta de que a enfermi-dade já ocupa o primei-ro lugar na região Norte entre as causas de morte por doença em crianças e adolescentes na faixa etária entre 1 e 19 anos”, detalhou o parlamentar.

Ainda segundo Carlos Al-berto, em cinco anos, 400

pacientes menores morre-ram por causa da doença. “Essas informações foram colhidas junto ao Minis-tério da Saúde por meio de registros do Departa-mento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus)”, informou.

A descoberta precoce da doença, observou, au-menta em 80% a chance do paciente destas fai-xas etárias a se recupe-rar. “Vale ressaltar que a ciência vem buscando alternativas de trata-mento contra a doença, porém é responsabilida-de de todos atentarmos para a saúde de nossas crianças e adolescente, unindo forças para efeti-varmos medidas preven-tivas de identificação, pois a análise do câncer infantil ainda é um pro-cesso complexo e de mui-tas variáveis e de grande influência”, esclareceu.

ENFERMAGEM CÂNCER INFANTIL

Chuva compromete ruas da Zona Oeste e do Centro

A chuva forte que atingiu a cidade na tarde de ontem, deixou várias ruas de Manaus alagadas, boa parte delas, nos bairros da Zona Oes-te, uma das mais afetas. O trânsito fi cou comprometido em algumas vias e até ani-mais fi caram ‘ilhados’ sobre pontes. Entretanto, nem o Corpo de Bombeiros, nem a Defesa Civil do Município haviam registrado chama-dos de socorro.

Na avenida Getúlio Vargas, no Centro, e na rua dos Esco-teiros, no bairro Compensa 2, as duas vias se transforma-ram em verdadeiros rios. O mesmo também aconteceu na rua Vista Bela, na Alvo-rada, onde carros e moto-cicletas fi caram impedidos de trafegar, devido à força da enxurrada.

Conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o fi m de semana em Manaus, será de tempo instável de céu variando de parcialmente nublado a nu-blado com chuva em forma de pancadas.

Para o início do fi m de semana, a chance de chover

aumenta para 78%. Para a sexta-feira a temperatura também deve ser de 23°C, a mínima e 31°C, a máxima. É esperado ainda sol com muitas nuvens durante o dia e períodos nublado, com chuva pela manhã ou à tarde. A umidade não deve passar dos 87%. No sábado e domingo, o cenário continua o mesmo, com a previsão de chuvas.

O Inmet destacou ainda que a chuva prevista para os próximos dias, em Manaus, é considerada normal para o período, assim como toda a previsão para o mês de maio.

MOBILIDADE

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Populares ilhados em rua do bairro Nova Esperança, na Zona Oeste

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Para Graciete, profi ssão ajuda a cuidar dos mais necessitados

Diagnóstico precoce aumenta em 80% as chances de cura da doença

Plantio de mudas chega à avenida Max TeixeiraPaisagem da via mudou ao receber as mudas de espécies arbóreas ao longo do canteiro central, até a entrada do T3

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Um dos principais corredores viários da Zona Norte, a avenida Max Teixeira recebeu o plantio de mais de 430 mudas de três diferentes espécies

A avenida Max Teixeira, um dos 56 logradouros públicos listados para receber ações do Plano

de Arborização 2016, o Arboriza Manaus, recebeu o plantio de mudas de espécies arbóreas no trecho do canteiro central que vai da entrada para o bairro Cidade Nova, na Zona Norte até a avenida Noel Nutels, no Terminal de Integração 3 (T3).

Foram plantadas em toda a extensão da via, 432 mudas das espécies pau-pretinho, jutairana e ipê. O trabalho modifi cou a paisagem do corredor viário que liga a Cidade Nova à avenida Torquato Tapajós. A via foi uma das primeiras a receber as ações do Arboriza Manaus, que prevê o plantio de mais de 10 mil mudas em corredores viários, praças e passeios públicos de 35 bairros da cidade até o fi m do ano.

De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Itamar de Oliveira Mar, a população, aos poucos, com o plantio das ár-vores, vai começar a perceber a mudança na paisagem urbana da cidade. O trabalho terá como diferencial a uniformidade das mudas presentes na maioria dos canteiros centrais.

No caso da Max Teixeira, além do plantio, a Semmas

está fazendo uma adequação para que as mudas plantadas anteriormente obedeçam ao padrão estabelecido no Plano Diretor de Arborização Urbana. A via já havia recebido plantios anteriores que não estavam em conformidade com o plano diretor. Um levantamento foi realizado ao longo do corredor viário para identifi car as mudas que estavam fora do padrão e fossem substituídas.

O plantio já começa a ser percebido pelas pessoas que tra-fegam, moram e trabalham no local. Para Amélia Thomas, 26, gerente de um estabelecimento comercial instalada na avenida, a arborização trará melhorias para a via. “Vai fi car bonito e trazer sombra para essa área que precisa muito de arboriza-ção”, afi rmou ela, ressaltando que é necessário que a popula-ção ajude a manter as árvores.

Após o término do trabalho na Max Teixeira, a equipe do Arbo-riza Manaus deu continuidade ao plantio no canteiro central da avenida Noel Nutels até a Bola do Núcleo 8, na Cidade Nova 2, em frente ao Centro de Convivência da Família Padre Pedro Vignola. Nos dois locais foram plantadas 220 mudas, sendo 69 na Noel Nutels e 151 na rotatória do núcleo 8.

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GALERIA

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016C3Dia a dia

GERSON FREITAS

Motorista de acidente na BR-174 nega embriaguez Thiago Fish prestou depoimento à Justiça e afi rmou que desastre foi provocado por um veículo que cortou a sua frente

MÁR

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MEL

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Ao sair da audiência, na manhã de ontem, Thiago Fish, de camisa listrada, não quis comentar o caso

Em um depoimento que durou, aproxima-damente, duas horas, Thiago Fish Pinto, 24,

foi ouvido na manhã de ontem pela juíza titular da Vara Espe-cializada em Crimes de Trânsi-to, Luíza Cristina Nascimento, no fórum Ministro Henoch Reis, Aleixo, Zona Centro-Sul, na se-gunda audiência de instrução e julgamento sobre o acidente de trânsito que resultou na morte das universitárias Bren-da Braga Batista de Sousa e Raysa Rossi Brito Claudino, em janeiro do ano passado.

Na primeira audiência re-alizada no dia 24 de abril, os sobreviventes do acidente prestaram depoimento, mas Thiago, que conduzia o veí-culo envolvido no desastre, não compareceu e foi intimado novamente pela Justiça a de-por. Em seu depoimento desta quinta-feira, Thiago afi rmou que não estava embriagado na ocasião do desastre, e que o acidente foi provocado por outro veículo que cortou a frente do veículo que dirigia, uma Pajero, de cor prata e placa OAO 3639, que capotou e caiu em um barranco.

Amigos e familiares das duas

vítimas fatais, que acompa-nharam todo o depoimento, disseram que Thiago susten-tou ainda que tentou evitar a fatalidade, mas que devido a freada brusca para não colidir com outro veículo, a Pajero que ele conduzia perdeu a direção e caiu no barranco. Fish saiu do fórum sem falar

com a imprensa.“Isso não foi um acidente, foi

um crime. Queremos que ele pegue a pena máxima, mesmo sabendo que em crimes de trânsito, a condenação é bran-da. Nós da família não pode-mos ser penalizados sozinhos. Ele tem que pagar pelo que fez. O Thiago sabia do risco de beber e dirigir e mesmo assim não se importou com a vida dos passageiros daquele carro.

Hoje sofro com a ausência da minha fi lha. Minha liberdade mental foi aprisionada a essa tragédia e assim espero que a dele seja”, desabafou a mãe de Raysa, Rossineide Brito.

Já a mãe da Brenda, Antô-nia Braga, afi rmou que Thiago está sendo blindado para que não seja penalizado pelo crime que cometeu e que alguns so-breviventes do acidente estão ocultando informações para protegê-lo. Segundo Antônia, dependendo da decisão da Justiça, as duas famílias irão recorrer da sentença.

“No dia do acidente, ele ti-nha infrações que somavam 48 pontos na CNH. Hoje ele tem somente 32. Isso é um milagre? Desde essa tragédia, esse moço vem sendo blinda-do. A família dele, no dia do acidente, não deixou que fi zes-sem nenhum exame de sangue que comprovasse a embria-guez. Na primeira audiência, a Bruna Saraiva (namorada de Thiago) mentiu descara-damente para protegê-lo. Já os outros sobreviventes foram muito corajosos em confi rma-rem que todos tinham ingerido bebida alcoólica. Muitos estão do lado dele e fi zeram de tudo para que não fossem geradas nenhuma prova que pudesse

DESASTRE

O acidente que viti-mou as duas jovens ocorreu no dia 3 de janeiro de 2015, no quilômetros 55, da BR-174, no momento em que um grupo de sete jovens retornava de Presidente Figuei-redo, para Manaus

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GALERIAincriminá-lo. Mas acredito na Justiça e sei que ele será conde-nado, caso contrário, entrare-mos com novos recursos para que seja novamente avaliado o processo”, comentou Antônio.

A juíza da Vara Especializada em Crimes de Trânsito, Luíza Cristina Nascimento, irá ana-lisar os memoriais dos autos do processo e tem entre 15 e 20 dias para emitir a sentença do caso, o que deve ocorrer na primeira quinzena de junho.

Thiago Fish foi denuncia-do pelo Ministério Público do

Estado (MPE-AM) em julho do ano passado, por homi-cídio culposo, lesão corporal culposa, condução perigosa por infl uência de álcool ou substância que comprometeu sua capacidade psicomotora, além da violação da suspensão de dirigir, previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Conforme as investiga-ções do caso, o laudo emi-tido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) atestou que o carro trafegava a 140 quilômetros por hora.

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016C4 Dia a dia

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Marido é suspeito de matar microempresária Preso na tarde de ontem, José Elói Cardoso há um ano se recusava a assinar os papéis para se separar de Ruth Mouta

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O pedido de divórcio ao companheiro José Elói dos Santos Cardoso, 32, na manhã da última

quarta-feira, pode ter motiva-do a morte da autônoma Ruth Mouta Cacilla, 32, cujo corpo foi encontrado na manhã de ontem, nas dependências da lan house da vítima, no bairro Compensa 2, Zona Oeste. José Elói foi preso durante a tarde, na casa do pai, na comunidade Campos Sales, no bairro Tarumã.

De acordo com uma prima da autônoma, uma estudante de 19 anos, que não quis ter o nome revelado, a última vez em que elas tiveram contato, foi por volta das 12h de quarta-feira. “Eles já não viviam mais como casados, só moravam juntos. Eles fi caram juntos por quase 10 anos, mas há um ano a minha prima pedia o divórcio e na ma-nhã de quarta, ele aceitou, mas não assinou os papéis”, relatou.

Ainda segundo a jovem, como não conseguiu falar com Ruth, ela resolveu procurar a prima na residência, onde também funcionava a lan house, mas a encontrou morta. “Ele era usuá-rio de drogas e a Ruth já havia pago uma clínica de reabilitação para o José, onde ele fi cou seis meses. Eles têm uma fi lha de 3 anos. Ela (Ruth) não aguen-tava mais viver com o marido, porque ele era muito agressivo, embora nunca tivesse agredido

ela antes”, disse.Outros familiares da autô-

noma informaram ainda que José trabalhava com Ruth e tinha muito ciúmes dela. “Ele não gostava que homem ne-nhum se aproximasse da Ruth. Ontem (quarta-feira) ainda co-mentei com um amigo que ele (José) estava muito estranho, porque cortou o cabelo e ti-rou a barba e ele nunca tinha feito isso antes”, afi rmou um vizinho de Ruth que também não quis ser identifi cado.

O delegado titular do 8º Dis-trito Integrado de Polícia (DIP),

Guilherme Ferreira, informou que a polícia trabalha com a hipótese de crime passional e que Ruth foi morta por espan-camento. “A vítima tem uma marca na nuca que indica uma paulada, o que pode ter sido a causadora da morte. Não posso afi rmar se foi o compa-nheiro que a matou, mas tra-balhamos com essa hipótese”, informou Ferreira.

APRESENTAÇÃO

Nesta sexta-feira, está prevista uma coletiva com a im-prensa, na sede da Delegacia Especiali-zada de Homicídios e Sequestros (DEHS), na qual a polícia deverá apresentar José Elói e falar sobre o caso

MORTE NA ASSUA

Envolvido na morte do auxiliar de serviços ge-rais Francisco Ferreira da Silva, 53, ocorrida no dia 6 de março deste ano, Gabriel da Silva Lima, 26, o “Gordo”, foi preso na manhã de on-tem, pelo delegado titu-lar da Delegacia Espe-cializada de Homicídios e Sequestros (DEHS), Ivo Martins, em cumpri-mento a um mandado de prisão temporária, expedido no dia 29 de março, pelo juiz da 3ª Vara do Tribunal do Júri, Mauro Moraes Antony.

De acordo com Ivo Martins, Gabriel se apresentou esponta-neamente, na manhã de ontem, na sede da especializada, na Zona Leste, acompanhado de dois advogados. O comparsa de Gabriel, Wellington de Lima Mendonça, 24, o “Ore-lha”, apontado como o autor do crime, foi apresentado na última segunda-feira, pela equipe da DEHS.

“Em depoimento Gabriel negou partici-pação no crime, mes-mo Wellington tendo afirmado que pegou a arma de fogo com o “Gordo” para cometer o delito, que aconteceu na tarde do dia 6 de março, nas dependên-cias de uma associação de servidores de uma universidade, no bair-

Mais um envolvido é presoD

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Casal viveu junto por aproximadamente 10 anos, mas desde o ano passado, segundo a família, Ruth tentava se separar de José Elói, que não aceitava

Gabriel foi preso em cumprimento a um mandado de prisão

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) vai retomar a parti-cipação no projeto “Reedu-car”, implantado pelo órgão em parceria com o Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam) em 2009, e ampliar as parcerias para incentivar a reinserção social dos egres-sos do sistema prisional. A meta é buscar novas parce-rias com instituições volta-das à qualifi cação técnica e profi ssional, bem como com a iniciativa privada, e oferecer mais oportunida-des de trabalho e renda para essas pessoas.

Em reunião realizada na última quarta-feira, na sede da DPE-AM, no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul, com represen-tantes de órgãos e entidades parceiras do Reeducar, o defensor público geral do

Amazonas, Rafael Barbosa, destacou o retorno, após, aproximadamente, um ano de interrupção, da Defen-soria Pública ao projeto. Se-gundo ele, a participação da DPE é essencial para que os egressos do sistema prisio-nal tenham acesso gratuito à assistência jurídica e apoio psicossocial. Um novo termo de parceria será assinado pela Defensoria e o Tjam para formalizar o retorno ao projeto.

De acordo com o coor-denador do Reeducar pela DPE-AM, Miguel Henrique Tinoco Alencar, o projeto visa reduzir a reincidência no crime e retorno ao cárcere por meio da oferta de orien-tação, apoio psicossocial e qualifi cação profi ssional. “É também uma forma da De-fensoria exercer sua missão de trabalhar com a inclusão

social, valorizar a cidadania”, frisou Miguel Tinoco.

Conforme a juíza da 11ª Vara Criminal, Eulinete Melo Silva Tribuzi, que coordena o projeto pelo Tjam, o Ree-ducar é essencial para criar condições e oportunidades para que o egresso volte ao mercado de trabalho e à sociedade de forma digna.

Dados do Tjam, dão conta de que desde 2009, o Ree-ducar realiza, aproximada-mente, 2 mil atendimentos por ano, individuais e co-letivos, com foco principal nos jovens em regime de liberdade provisória. “Mui-tos desses jovens não con-seguem apoio da família quando voltam. Muitos per-dem tudo o que tinham. Não há dúvidas de que todos eles precisam de orientação, de um caminho”, afi rmou a juíza Eulinete Tribuzi.

Reunião defi niu alguns termos da parceria, no projeto que atua na recuperação de detentos

Órgãos retomarão parceria

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AÇÃO

ANA SENADA EQUIPE DO AGORA

ro Coroado. O homicídio ocorreu após uma discus-são entre Wellington e a vítima, porque um amigo de Wellington, visivelmente embriagado, teria entrado na piscina do clube usan-do trajes inapropriados”, informou o delegado.

Ainda segundo Martins, Wellington discutiu com Francisco nas dependências do clube da Associação dos Servidores da Universidade Federal do Amazonas (As-

sua), no bairro Coroado, e saiu. Minutos depois retor-nou ao clube em um carro preto. Ainda no estaciona-mento encontrou Gabriel, que estava em um veículo modelo Fox, de cor vermelha. Na ocasião, Gabriel entregou a Wellington uma pistola 840 e, Orelha seguiu em direção ao clube e efetuou os dis-paros na direção da vítima, atingida com dois tiros nas costas e outros dois no peito, morrendo no local.

PROJETO EDUCAR

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MANAUS, SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016C5Dia a dia

União cria Unidades de Conservação no AmazonasAs novas UCs fi cam no sul do Estado e os decretos de criação foram assinados pela então presidente Dilma Rousseff

AEB

Unidades de Conservação recém-criadas, no sul do Amazonas, pelo governo federal, juntas ocupam uma área maior que a do Estado de Alagoas

Em meio aos últimos atos administrativos de exo-neração de ministros, nomeação de técnicos

para cargos na esfera federal, publicados na edição extra do Diário Ofi cial da União (DOU) dessa quinta-feira, a então presidente Dilma Rousseff (PT), regulamentou a criação de par-ques e fl orestas nacionais no Amazonas, normatizando uma área de proteção ambiental e autorizando Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a destinar o valor das doações feitas ao Fundo Amazônia para ações de preven-ção, monitoramento e combate ao desmatamento e de promo-ção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal.

Com a medida, a fl oresta ama-zônica brasileira contará com mais 2,83 milhões de hectares em regime de conservação. Fo-ram criados o Parque Nacional do Acari, as Florestas Nacionais do Aripuanã e de Urupadi e a Área de Proteção Ambiental e a Reserva Biológica Manicoré. Também foi ampliada a Flores-ta Nacional Amana. Todas elas juntas, ocupam uma área maior que a do estado de Alagoas.

As Unidades de Conservação (UCs) foram estabelecidas a partir de estudos fi nanciados

pelo Programa Áreas Protegi-das da Amazônia (Arpa). Si-tuadas ao sul do Amazonas, na bacia do rio Madeira, as áreas têm enfrentado pressões e, agora, passarão a permitir o incremento da economia local baseado no manejo fl orestal sustentável. Parte delas tam-bém possibilitará o desenvolvi-mento do ecoturismo em razão das belezas naturais.

Com a maior área entre as novas unidades criadas, o Par-que Nacional do Acari – entre os municípios de Apuí, Novo Aripuanã e Borba - garantirá a proteção integral de 896 mil hectares de fl oresta amazôni-ca. O objetivo é preservar o ecossistema, contribuir para a estabilidade ambiental e desen-volver atividades de recreação e educação em contato com a natureza local. A área registra a presença de espécies amea-çadas de extinção e tem fauna silvestre abundante, com mais de 150 espécies de mamíferos e mais de 600 de aves.

Riqueza biológicaOs estudos revelam que a re-

gião da Flona do Aripuanã - entre os municípios de Apuí, Manicoré e Novo Aripuanã -, apresenta extrema riqueza biológica e um consequente potencial científi -

co. Nos últimos 10 anos, foram descobertas pelo menos três espécies de primatas e duas de aves. Além do desenvolvi-mento de pesquisas, a criação da fl oresta nacional garantirá a permanência de povos tradicio-nais, a manutenção dos recursos hídricos e da biodiversidade e o manejo sustentável.

Na mesma região, ao norte da BR-230, a Flona do Urupadi – em

Maués - promoverá o uso sus-tentável dos recursos naturais. A criação da fl oresta nacional proporcionará maior seguran-ça para a Estação Ecológica Alto Maués e contribuirá para a conservação de primatas que vivem na área. Esse conjunto de unidades de conservação das redondezas incrementará, ainda, a economia de base fl o-restal na região.

AmpliaçãoJá existente, a Flona do

Amana – em Maués - teve o acréscimo de 141 mil hecta-res. A ampliação permitirá a manutenção e proteção dos recursos hídricos e da bio-diversidade aliado ao mane-jo sustentável dos recursos madeireiros e não-madeirei-ros da região. Assim, será assegurada a conectividade

dos ecossistemas locais já que essa é uma área isolada em meio a um conjunto de unidades de conservação já existentes, o que representava um potencial foco de pressão.

Complementares, a Área de Proteção Ambiental (APA) Cam-pos de Manicoré e a Reserva Biológica (Rebio) Manicoré pro-tegerão a diversidade biológica da região.

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[email protected], SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016

País C6

Magistrado disse que país está em momento de racionalidade

Delíbio Soares está entre os nove acusados que respondem a processo por crime de lavagem de dinheiro

PROTESTO

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O Centro Paula Souza informou, que 13 escolas técnicas estaduais (Etecs) se-guem ocupadas por estudan-tes em São Paulo. Os alunos protestam contra a precari-zação das Etecs, os cortes na educação, o baixo salário de professores, e a falta de refeições nas escolas.

Grupo foi alvo da 27ª fase da operação Lava Jato, desencadeada em abril.Publicitário Marcos Valério também está entre os envolvidos na condenação

Delúbio e mais sete virão réus em ação da Lava Jato

PALESTRA

Moro pede que país ‘não tenha ódio no coração’

O juiz federal Sérgio Moro declarou que é preci-so agir com racionalidade e não ter “rancor ou ódio no coração” sobre momento político pelo qual passa o país. A declaração foi fei-ta na noite de quarta-feira (11) durante uma palestra a alunos e professores da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no norte do Paraná, onde o magistrado se formou em 1995 no curso de direito.

“É importante, num mo-mento político talvez con-turbado, que nós pensemos essas questões apartidaria-mente e com espírito de tolerância. Nós temos que tratar essas questões com

racionalidade e sem ran-cor ou ódio no coração”, destacou. “Devemos conti-nuar sendo intolerantes em relação a esses esquemas de corrupção sistêmica, não pra dirigir rancor ou ódio a pessoas que eventualmen-te recaiam na tentação de cometer esse tipo de cri-me, mas no sentido de nós atuarmos para a resolução desse problema e que eles não voltem a acontecer”, completou Moro.

Na plateia, as declarações do juiz responsável pelas investigações da Lava Jato em primeira instância fo-ram acompanhadas por cer-ca de mil pessoas, entre elas a mãe de Moro.

Nove suspeitos se tor-naram réus nesta quin-ta-feira (12) em ação penal da Lava Jato rela-

cionada à 27ª fase da operação, chamada “Carbono-14”. Entre eles, estão dois personagens centrais do escândalo do men-salão -o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o publicitário Marcos Valério de Souza- e o empresário Ronan Maria Pin-to, dono do jornal “Diário do Grande ABC”.

A denúncia do Ministério Pú-blico Federal afi rma que Ro-nan extorquiu o PT e recebeu recursos de um empréstimo fraudado concedido junto ao banco Schahin. O ex-presidente do banco Sandro Tordin também virou réu.

Os investigadores suspeitam que o motivo da extorsão foi a compra do silêncio sobre o caso Celso Daniel, prefeito petista de Santo André (SP) assassinato em 2002. Mas essa suspeita não foi incluída na denúncia. Marcos Valério e Delúbio So-ares são suspeitos de articular uma triangulação do dinheiro por empresas intermediárias.

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AÇÃO

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AÇÃO

Outro réu, o jornalista Breno Altman, foi incluído na ação penal sob suspeita de participar da negociação.

Também passou a ser réu Natalino Bertin, do frigorífi co Bertin, benefi ciário do em-préstimo antes de o dinheiro chegar a Ronan, e Enivaldo Quadrado, doleiro também condenado no mensalão.

Ronan está preso no Paraná

desde o dia 1º de abril. Marcos Valério ainda cumpre pena em Minas decorrente do mensalão. Os outros réus não estão em regime fechado. Todos os nove são acusados de lavagem de dinheiro. O processo é ligado a uma outra ação da Lava Jato, em que o principal alvo é o pecuarista José Carlos Bumlai, que assinou o empréstimo com o banco Schahin.

Nessa ação, os procuradores sustentam que, por ter perdoado a dívida decorrente do emprés-timo, o grupo Schahin ganhou um contrato para operar um navio-sonda da Petrobras.

O Ministério Público Federal não denunciou Bumlai, o ex-mi-nistro José Dirceu e os empre-sários Milton e Salim Schahin porque considerou que os su-postos crimes já prescreveram.

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[email protected], SEXTA�FEIRA, 13 DE MAIO DE 2016

Mundo C7

Pontífi ce disse ontem em encontro com líderes que está disposto a criar uma comissão para analisar questão de mulheres atuarem como diaconisas na igreja

época? Constituir uma comis-são ofi cial que possa estudar questão?”, questionou em voz alta o sucessor de Bento XVI. “Acredito que sim. Seria um bem para a Igreja esclarecer este ponto. Estou de acordo. E pedirei para fazer algo do gênero. Parece-me útil que uma comissão esclareça isso muito bem”, concluiu. O di-

ácono está na esfera das três principais ordens sacerdotais dos católicos: Episcopado, Sacerdócio e Diaconato.

Há dois tipos de funções para estes últimos: os transitórios são aqueles que recebem o grau de maneira temporal, enquanto tentam atingir o sacerdócio - ou seja, tornar-se padre - e os per-manentes, que são aqueles que

já são casados ou pretendem se casar e não tem objetivos de serem religiosos dos mais altos níveis. Todos, no entanto, podem realizar matrimônios e batiza-dos. Em 1994, o então papa João Paulo II parou as análises sobre a inclusão das mulheres, mas segundo o cardeal Carlo Maria Martini falou à época, aquela pausa “não foi um não”.

EUA diz acreditar que o Brasil enfrentará a crise

Casa Branca ressalta que as instituições brasileiras são fortes o sufi ciente para suportar a “turbulên-cia política” e que o país “tem leis e uma democra-cia madura”. Os Estados Unidos expressaram nesta quinta-feira confi ança no Brasil, considerando que as instituições brasilei-ras são fortes o sufi ciente para suportar a turbulência política após o do cargo para enfrentar um processo de impeachment.

“Temos a intenção de res-peitar as instituições gover-namentais, tradições e pro-cedimentos [do Brasil]”, disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, acrescentando que as instituições brasilei-ras são “sufi cientemente ma-

duras e duráveis para resistir à turbulência política”.

“O Brasil tem leis, uma democracia madura e um sistema estabelecido para lidar com crises como a de agora”, completou. Ele disse ainda que os EUA con-tinuarão ao lado do Brasil neste momento “comple-xo”. O porta-voz reiterou que os Estados Unidos valorizam sua relação com o Brasil.

O Departamento de Estado também disse ter confi ança de que o Brasil enfrentará seus “desafi os políticos de-mocraticamente e de acordo com seus princípios constitu-cionais”. Dilma foi afastada da Presidência após o Sena-do aprovar, por 55 votos a favor e 22 contra.

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AÇÃO

Em nota ofi cial ontem, a Casa Branca demonstrou confi ança no país

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Papa quer um papel maior para as mulheres na igreja

Papa Francisco disse que irá instituir uma comissão para avaliar a presença maior das mulheres na igreja

Em uma atitude inédi-ta no novo milênio, o papa Francisco anun-ciou que instituirá uma

Comissão de Estudos sobre Diaconisas como existia na Igreja primitiva. Segundo Francisco, durante audiência com as representantes da União Internacional das Su-perioras Gerais (UISG), essa é uma “possibilidade para os dias atuais”.

Com a concretização da Comissão, esse será um pas-so histórico para a inclusão das mulheres nos principais ritos religiosos - permitidos apenas para os homens. No encontro, que reuniu mais de 900 mulheres pertencentes à organização e a outras ordens religiosas femini-nas, o Pontífi ce respondeu às perguntas e a afi rma-ção sobre a criação do gru-po de estudos foi em uma dessas respostas.

“O que eram esses diáco-nos femininos? Elas tinham ordenação ou não? Era um pouco obscuro. Qual era o papel das diaconisas naquela

CONFUSÃO

O Serviço Secreto americano, encarregado da proteção pessoal do presidente dos Estados Unidos, disse nesta quinta-feira (12) “estar a par” dos “posts” no Facebook de um antigo mordomo de Donald Trump sobre matar Barack Obama. As declarações de Anthony Sene-cal, de 84 anos, foram publicadas pela revista “Mother Jones”.

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