DPPE PARANÁ - Operação de migração para o novo data ... · Como forma de direcionar a...

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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha para Catálogo Artigo Final

Professor PDE/2010

Título Lixo no Ambiente Doméstico: Descarte, Reutilização e Reciclagem de Materiais Orgânicos

Autor Rosimeire Lopes de Oliveira Thomazini

Escola de Atuação Colégio Estadual Campos Sales

Município da Escola Campina Grande do Sul

Núcleo Regional de Educação Área Metropolitana Norte

Orientador Profª. Dra Jamea Cristina Batista Silva

Instituição de Ensino Superior Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

Área do Conhecimento/Disciplina Análise e Produção de Recursos Didáticos para o Ensino de Ciências

Relação Interdisciplinar Não há, diretamente, relação interdisciplinar, no projeto

Público Alvo Alunos

Localização Colégio Estadual Campos Sales PR 506, Km 08, s/nº Jardim da Colina, Campina Grande do Sul, PR

Resumo: O presente trabalho se constitui na apresentação dos resultados obtidos com a proposta de implementação na escola, decorrente do programa de desenvolvimento educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, desenvolvido durante os anos de 2010 a 2012. Proposta esta que objetivou levar os alunos e a comunidade escolar como um todo, a repensar seus conceitos e rever atitudes no que diz respeito ao manejo, descarte, a reciclagem e a reutilização do lixo orgânico doméstico. Assim, através do

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desenvolvimento de diferentes atividades, dispostas em três unidades distintas, os alunos foram levados a refletir sobre os problemas ambientais que afetam consideravelmente sua vida, de sua comunidade e do ambiente, sensibilizando-os com o intuito de provocar uma mudança de comportamentos, hábitos e atitudes em relação aos resíduos orgânicos domésticos produzidos por suas famílias. Para tanto as ações desenvolvidas estiveram embasadas na sensibilização e na criatividade, a fim de mobilizar os educandos, estimulando-os a mudarem suas atitudes em relação ao ambiente, do próprio entorno e alcance. As ações desenvolvidas contribuíram para uma aprendizagem significativa, despertando nos alunos envolvidos espírito colaborativo e de responsabilidade compartilhada, levando-os à compreensão de conceitos e à realização de oficinas onde puderam aprofundar e vivenciar questões associadas ao tema reciclagem e/ou reaproveitamento dos resíduos orgânicos domésticos.

Palavras-chave ações ambientais; lixo orgânico; reciclagem; reaproveitamento

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LIXO NO AMBIENTE DOMÉSTICO: descarte, reutilização e reciclagem de resíduos

orgânicos

Autora: Rosimeire Lopes de Oliveira Thomazini1

Orientadora: Profª. Dra Jamea Cristina Batista Silva2

Resumo

O presente trabalho se constitui na apresentação dos resultados obtidos com a proposta de implementação na escola, decorrente do programa de desenvolvimento educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, desenvolvido durante os anos de 2010 a 2012. Proposta esta que objetivou levar os alunos e a comunidade escolar como um todo, a repensar seus conceitos e rever atitudes no que diz respeito ao manejo, descarte, a reciclagem e a reutilização do lixo orgânico doméstico. Assim, através do desenvolvimento de diferentes atividades, dispostas em três unidades distintas, os alunos foram levados a refletir sobre os problemas ambientais que afetam consideravelmente sua vida, de sua comunidade e do ambiente, sensibilizando-os com o intuito de provocar uma mudança de comportamentos, hábitos e atitudes em relação aos resíduos orgânicos domésticos produzidos por suas famílias. Para tanto as ações desenvolvidas estiveram embasadas na sensibilização e na criatividade, a fim de mobilizar os educandos, estimulando-os a mudarem suas atitudes em relação ao ambiente, do próprio entorno e alcance. As ações desenvolvidas contribuíram para uma aprendizagem significativa, despertando nos alunos envolvidos espírito colaborativo e de responsabilidade compartilhada, levando-os à compreensão de conceitos e à realização de oficinas onde puderam aprofundar e vivenciar questões associadas ao tema reciclagem e/ou reaproveitamento dos resíduos orgânicos domésticos.

Palavras-chave: ações ambientais; lixo orgânico; reciclagem; reaproveitamento

1 Professora de Ciências do Colégio Estadual Campos Sales, Campina Grande do Sul – PR, possui licenciatura em

Ciências e Matemática pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Umuarama – PR e pós- graduação em

Metodologia de Ensino de 1º e 2º graus, e-mail: [email protected]

2 Jamea Cristina Batista Silva possui graduação em Energia Elétrica pelo Instituto de Energia de Moscou (1995),

mestrado em Engenharia Elétrica pelo Instituto de Energia de Moscou (1997) e doutorado em Engenharia

Elétrica pela Universidade de São Paulo (2002). Atualmente é professora titular da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná e é Responsável pela Atividade de Estágio do Curso de Tecnologia em Sistemas de

Telecomunicações. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Geração da Energia

Elétrica, atuando principalmente nos seguintes temas: geração distribuída, custos marginais, otimização das

perdas técnicas de energia e planejamento de sistemas de distribuição.

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Introdução

A necessidade crescente de ações ambientais vinculadas a sustentabilidade

do planeta e a preocupação de que estas ações estejam presentes em todas as

etapas da educação do aluno faz com que a escola repense seu papel de Escola

Sustentável, essencialmente quando se trata do currículo oculto, tão presente nas

práticas pessoais, na consciência e no envolvimento com as questões ambientais.

Os alunos, a escola e a comunidade escolar como um todo, foram levados a

repensar seus conceitos e rever atitudes no que diz respeito ao manejo, descarte e

reciclagem do lixo doméstico, ao uso racional de energia, água, peças de vestuário e

utilidades domésticas, bem como na reutilização de resíduos orgânicos.

A escola, sendo o espaço de aprimoramento do saber informal, deve estar

apta a despertar seus alunos para a conscientização ambiental, a fim de que se

tornem agentes transformadores do ambiente local e global.

Assim sendo, foram analisadas, selecionadas, sugeridas e desenvolvidas

junto aos educandos do Colégio Estadual Campos Sales ações de trabalho com o

uso de reciclagem e reutilização de resíduos orgânicos domésticos como estratégia

para a sensibilização ambiental e a fabricação de bens de consumo, fazendo-os

perceberem a viabilidade da prática de ações que evitem o descarte incorreto do lixo

orgânico doméstico, bem como seu acúmulo no ambiente.

As ações desenvolvidas contribuíram para uma aprendizagem significativa,

despertando nos alunos envolvidos espírito colaborativo e de responsabilidade

compartilhada, levando-os à compreensão de conceitos e à realização de oficinas

onde puderam aprofundar e vivenciar questões associadas ao tema reciclagem e/ou

reaproveitamento dos resíduos orgânicos domésticos.

O método de estudo proposto foi o trabalho em grupo para o qual as

atividades desenvolvidas eram reproduzidas pela professora e, após breve

explanação sobre o objetivo pretendido, eram realizadas pelos alunos.

Como forma de direcionar a aplicação das atividades, estas foram divididas

em três unidades, a saber: Unidade 1 – Sensibilização Ambiental; Unidade 2 –

Manejo e descarte do Lixo Orgânico Doméstico; Unidade 3 – Reaproveitamento de

Partes de Vegetais (talos, cascas, folhas e/ou sementes) e Produção de Sabão.

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Essa proposta de trabalho esteve direcionada a alunos de 5ª a 8ª séries (6º

ao 9º anos) do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Campos Sales de Campina

Grande do Sul e indiretamente aos professores que trabalham nessas séries nas

diversas áreas (disciplinas).

Segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica,

tão importante quanto selecionar conteúdos específicos para o ensino, é a

escolha de abordagens, estratégias e recursos pedagógicos adequados a

mediação pedagógica. A escolha adequada desses elementos contribui

para que o estudante se aproprie de conceitos científicos de forma mais

significativa... (DCE- Ciências, 2008, p.72 e 73).

Ainda segundo as mesmas diretrizes, é necessário se valer dos mais variados

“elementos da prática pedagógica, tais como a abordagem problematizadora, a

leitura de diferentes textos e imagens, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a

atividade em grupo, a observação, o lúdico, entre outros” (2008, p.73) para que as

ações desenvolvidas se efetivem e os objetivos propostos sejam amplamente

alcançados.

Dessa forma, os recursos propostos na DCE - Ciências foram amplamente

utilizados, para que os Conteúdos Estruturantes propostos, também na DCE -

Ciências, e que permeiam a Educação Ambiental, tais como Energia, Biodiversidade

e Sistemas Biológicos, fossem abordados, mesmo que de forma indireta, ao longo

da implementação da proposta, utilizando-se de metodologias diferenciadas.

Fundamentação Teórica

A quantidade de lixo produzida no mundo aumenta progressivamente,

gerando problemas ambientais graves que comprometem a qualidade de vida da

população mundial.

Esta situação faz com que o homem repense suas atitudes em relação à

produção do lixo doméstico e busque ações práticas e positivas para resolver ou

minimizar esse problema. Para essa finalidade, a reciclagem e a reutilização dos

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resíduos orgânicos domésticos tem se configurado como alternativas viáveis para

amenizar o problema do acúmulo de lixo no ambiente.

Para Leff,

A degradação ambiental e a destruição de seus recursos, causadas pelo processo de crescimento e globalização... estiveram associadas à desintegração de valores culturais, identidades e práticas produtivas das sociedades tradicionais. (1998, p.327)

Nesse sentido pode-se afirmar que o crescimento econômico e a globalização

levaram o homem a adotar valores econômicos e sociais que o tornaram mais

consumista e por conseqüência, produtor de uma maior quantidade de lixo, que é,

em certas situações, descartada de forma incorreta no ambiente, o degradando cada

vez mais.

A sociedade do consumo contribuiu diretamente para a montanha de lixo que está ameaçando afogar o planeta. Desde que a humanidade surgiu no planeta, o conceito tradicional relacionado com a produção de objetos sempre esteve baseado na durabilidade. A perda desse valor pela humanidade... é diretamente responsável por essa situação.(WALDMAN, 2004, p.104)

Assim sendo, faz-se necessário que os governantes determinem ações

públicas eficazes no sentido de resolverem ou amenizarem esta situação e, em seu

espaço social, a população também deve adotar medidas que minimizem, em parte,

o problema.

Envolver a sociedade nas questões que se referem ao lixo é uma tarefa árdua

e custosa, que requer grande envolvimento do poder público e de cada cidadão,

principalmente por estar vinculada a uma mudança de hábitos e comportamentos.

Para Boff, uma ecologia social “insere o ser humano e a sociedade dentro da

natureza e como partes diferenciadas dela” (2000, p.27). E ainda segundo o mesmo

autor, essa ecologia social “propugna por um desenvolvimento sustentável”, que é

aquele que:

Atende as carências básicas dos seres humanos sem sacrificar o capital natural da Terra, tomando em consideração também as necessidades das gerações de amanhã, pois elas têm direito à sua satisfação e a herdar uma Terra habitável, com relações humanas minimamente decentes. (BOFF, 2000, p.27)

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Levando em conta que milhões de estudantes ocupam os bancos escolares

do mundo inteiro, a iniciativa de se trabalhar o tema em questão nas escolas é uma

opção viável, pois através dos alunos, muitas famílias terão acesso a conhecimentos

e informações.

De forma geral, medidas como: rever os hábitos de consumo, de forma a

gerar menos resíduos; não desperdiçar os alimentos; se possível, reciclar e/ou

reutilizar os produtos considerados recicláveis e adotar o uso de produtos com

embalagens retornáveis contribuem para diminuir a quantidade de lixo doméstico

produzido, além de se poupar o uso dos recursos naturais e, assim, garantir um

ambiente mais equilibrado para si e para as gerações futuras.

Deste modo medidas como essas poderiam nortear as ações das pessoas

com relação ao manejo dos resíduos orgânicos domésticos, a tomada de

consciência e mudança dos hábitos de consumo, a conservação ambiental e ao

desperdício de produtos e alimentos, uma vez que elas ajudariam a população a

controlar a produção do lixo em suas casas.

O Brasil produz grande parte dos alimentos que são consumidos pela

população. Embora domine as mais variadas técnicas de produção, ainda não

conseguiu pôr fim ao grande desperdício que ocorre da colheita ao armazenamento

dos produtos, nem tampouco amenizar a fome dos marginalizados.

Grande parte dos resíduos sólidos orgânicos produzidos pela população em

sua residência se dá pelo fato de não saberem como utilizar os alimentos, não os

aproveitando integralmente. E essa quantidade varia à medida que a condição

sócio-econômica das pessoas se altera. Dados revelam que “quanto maior o seu

poder aquisitivo, maior a produção e o consumo de embalagens, diminuindo o

percentual de matéria orgânica do lixo.” (SEMA, 1996, p.54)

O lixo, “qualquer substância que não é mais necessária e tem que ser

descartada” (DASHEFSKY, 2003, p.175), está intimamente ligado à poluição e a

degradação do ambiente.

Sabendo que quase todas as atividades humanas costumam gerar lixo,

diminuir a quantidade de resíduos gerados por cada um, reciclar e/ou reutilizar os

resíduos produzidos, parecem ser boas alternativas para administrar essa questão.

Para isso, é preciso mudar a forma das pessoas verem e observarem o mundo.

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“A matéria orgânica é substância que se compõe ou é derivada de

organismos vivos” (DASHEFSKY, 2003, p.182). Encontrada nos resíduos orgânicos

domésticos, é composta basicamente de restos alimentares tais como: legumes,

hortaliças e frutas, ou seja, de sobras provenientes da alimentação humana, além de

restos de óleos de cozinha, podas de árvores e jardins, e até mesmo excrementos

de animais como cachorros e gatos.

A forma como a população está descartando os resíduos orgânicos no

ambiente é preocupante. Boa parte dos dejetos é lançada a céu aberto, em terrenos

baldios, nos próprios quintais e até mesmo nas ruas. Essa prática, quase sempre

visível a qualquer cidadão, acaba por atrair ratos e insetos, trazendo danos à

população e contaminando o ambiente.

A coleta seletiva do lixo apresenta-se como outra alternativa para minimizar o

problema, mas boa parte da população não separa corretamente seu lixo. Por falta

de conhecimento, descarta os resíduos orgânicos misturados ao lixo reciclável,

inviabilizando a reciclagem e/ou a reutilização dos materiais descartados.

Os resíduos alimentares têm despertado a iniciativa pública para o

desenvolvimento de projetos que ensinam modos diferenciados de reaproveitamento

desses materiais, podendo com eles se elaborar diversas receitas doces e salgadas,

ração para animais, sabão em pedra e líquido, adubo orgânico, e outros produtos.

Esse trabalho tem garantido à população melhoria na qualidade de sua alimentação

e, com isso, menor quantidade de lixo se acumula no ambiente.

Nesse sentido, foram desenvolvidas ações que sensibilizaram os alunos

envolvidos sobre a urgente necessidade de se repensar os valores sociais,

econômicos, políticos e éticos em relação ao ambiente, valendo-se da reciclagem

e/ou reutilização dos resíduos orgânicos domésticos como forma de garantir uma

aprendizagem mais significativa, que os levasse a melhorar a própria qualidade de

vida e, por consequência, melhorar as condições do ambiente.

A educação sozinha, não é capaz de mudar os rumos do planeta, ela se

apresenta como condição necessária para que essa mudança ocorra.

Durante a ECO/92 (Conferência Internacional Rio/92) representantes de mais

de 170 países assinaram documentos nos quais se reconheceu o papel da

educação para a “construção de um mundo socialmente justo e ecologicamente

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equilibrado que requer responsabilidade individual e coletiva em níveis local,

nacional e planetário.” (BRASIL.PCN,1998, p.181)

Nesse sentido é fundamental que as instituições escolares apontem caminhos

para que os educandos ajam de modo responsável e com sensibilidade,

conservando o ambiente no presente e para o futuro. E para tanto, sensibilizar a

comunidade escolar para que se mobilize frente ao problema que se tornou o lixo

para a sociedade e o planeta e as possíveis ações de reciclagem e/ou reutilização

que podem ser desenvolvidas por cada um, será uma diretriz que norteará as etapas

de implementação desse projeto.

O trabalho com o tema proposto contribui para formar cidadãos conscientes,

aptos a atuar na realidade local, comprometidos com o bem estar de todos e da

natureza, que procuram preservar ou melhorar o ambiente em que vivem.

Para Dohme, cabe ao “educador mostrar as diversas opções de ações e

deixar que cada um procure aquela que melhor se adapte ao seu tipo de

personalidade, à sua visão de importância, aquilo que o sensibilize mais.” (2002,

p.22).

Nessa perspectiva as atividades desenvolvidas almejavam levar os alunos a

uma reflexão sobre os problemas ambientais que afetam consideravelmente sua

vida, de sua comunidade e do ambiente, sensibilizando-os com o intuito de provocar

uma mudança de comportamentos, hábitos e atitudes em relação aos resíduos

orgânicos domésticos produzidos por suas famílias.

Para tanto, as ações desenvolvidas estavam embasadas na sensibilização e

na criatividade, a fim de mobilizar os educandos, estimulando-os a mudarem suas

atitudes em relação ao ambiente, do próprio entorno e alcance.

E ainda segundo Dohme, as ações desenvolvidas deveriam despertar para:

- Responsabilidade: as atividades de chamamento para a responsabilidade

fazem com que crianças e jovens pensem, percebam e contribuam para a

reversibilidade de situações. Neste tipo de ação incluem-se os estudos de casos,

debates, construções de murais e leituras de fatos em jornais;

- Afetividade: ações que evidenciem o belo, o senso estético, despertam

sentimento de proteção e afeto, como estórias, filmes, fotos, estudos de animais,

simulações, passeios e atividades de observação da natureza.

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- Conhecimento: a tomada de consciência de fatos abomináveis e

cientificamente comprovados como danosos e possíveis de serem evitados,

contribuem para adoção de posturas, atitudes e ações: filmes sobre a natureza,

demonstrações científicas, observações da natureza, debates com matérias de

jornais e revistas, contato com instituições de preservação, de folhetos e sites que

despertem para a conscientização ambiental.

- Bom senso: a inter-relação da causa e efeito, a possibilidade de se evitar

conseqüências danosas, com atividades de demonstração científica, jogos, estudos

de casos e leitura de fatos em jornais, desenvolve o bom senso em relação às

problemáticas ambientais.

Desenvolvimento

Inicialmente a professora apresentou a proposta das atividades às diretoras, à

supervisora e aos alunos interessados do Colégio Estadual Campos Sales, e sua

implementação se deu no turno da tarde, com um grupo de aproximadamente

quinze alunos de diferentes turmas para as quais a referida professora ministrava

aulas.

Os alunos deveriam, sob a supervisão da professora que estava

implementando a proposta, realizar todas as atividades previstas em cada unidade,

afim de que os objetivos traçados pudessem ser alcançados.

Iniciou-se com a Unidade I – Sensibilização Ambiental, que objetivava motivar

os educandos para a participação no projeto e para que fossem cautelosos em

relação ao ambiente.

Após, a professora seguiu com a Unidade II – Manejo e descarte do lixo

orgânico doméstico, onde foram desenvolvidas ações que levaram os alunos a

adotar hábitos possíveis de serem praticados em relação ao lixo produzido por eles

e por suas famílias.

As atividades terminaram com as oficinas ambientais de reciclagem e

reaproveitamento realizadas durante a Unidade III, onde os educandos aprenderam

algumas práticas possíveis de serem realizadas pela população, como por exemplo,

a fabricação de sabão em barra, a montagem de uma composteira e a produção de

receitas alternativas com o uso de partes dos vegetais.

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Essas práticas, se freqüentes, podem auxiliar na diminuição dos resíduos

orgânicos domésticos que se acumulam no ambiente e que, em geral, são

produzidos em suas casas.

A professora desenvolveu os temas apresentados em cada unidade, valendo-

se de diferentes atividades que, se necessário, poderiam ser modificadas,

envolvendo outros recursos e metodologias de seu conhecimento, que viessem a

promover uma maior aprendizagem entre os alunos.

A avaliação é prática fundamental quando se deseja atingir determinado

objetivo. Dessa forma, o processo avaliativo das atividades desenvolvidas pelos

alunos ocorreu durante a implementação de cada unidade proposta. Cada uma

delas destinava-se, de modo geral, a suscitar nos estudantes o desejo por mudar

suas atitudes com relação ao meio ambiente, em especial com a problemática do

lixo orgânico doméstico, seu descarte, reutilização e reciclagem.

Durante a aplicação das atividades de cada unidade, a professora esteve

observando as atitudes positivas que cada ação iria provocar nos alunos. A

participação e envolvimento deles durante a execução das atividades também foram

observadas e avaliadas, pois se acredita que essas ações podem auxiliar na

formação de idéias e opiniões, levando-os à aprendizagem.

As atividades abaixo citadas destinam-se à conclusão do tema proposto por

cada unidade e os resultados apresentados em cada uma delas subsidiaram a

avaliação que esteve sendo realizada.

- Unidade I: Confecção do mural;

- Unidade II: Texto informativo produzido pelos alunos;

- Unidade III: Bens de consumo produzidos nas oficinas.

UNIDADE 1: Sensibilização Ambiental

Durante a implementação da Unidade 1: Sensibilização Ambiental, foram

propostas atividades que levavam o aluno a refletir sobre os problemas ambientais

que afetam consideravelmente sua vida, de sua comunidade e do ambiente,

sensibilizando-os para que mudassem o seu comportamento, seus hábitos e

atitudes em relação a esses problemas, ao mesmo tempo em que lhes eram

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propostas medidas e ações possíveis de execução que os auxiliassem a solucioná-

los ou minimizá-los.

Após o envolvimento dos alunos nessas atividades, almejava-se que eles se

sentissem motivados a adotar práticas positivas em relação ao ambiente e

almejassem o desenvolvimento de uma ética responsável, que os despertasse para

a consciência ecológica, baseando-se em princípios do bem estar humano e

ambiental e, por conseguinte, da manutenção da vida.

ATIVIDADE 1: Reunião com os alunos para esclarecimentos acerca do projeto

As etapas que compuseram a atividade 1 foram:

- apresentação do projeto

- formação do grupo de trabalho

- definição do cronograma e do horário

- envolvimento dos alunos

Após a definição dos nomes dos alunos interessados em participar da

implementação do projeto, seguiu-se com as etapas explicativas de como o trabalho

seria encaminhado, bem como se dariam os encontros e a obrigatoriedade da

realização de todas as atividades para que o problema proposto fosse solucionado e

os objetivos alcançados.

ATIVIDADE 2: Cuidar do Planeta – preservar a vida

Inicialmente o grupo de alunos foi dividido em grupos menores e lhes foi

apresentada a atividade disponível no livro De olho no Ambiente, de Teresa Elaine

Talarico, 2ª ed. p.101.

A atividade refere-se aos Mandamentos Ecológicos e com ela foi destacada a

importância de se preservar, cuidar e poupar os recursos naturais disponíveis em

nosso planeta como forma de se preservar a vida.

Cada grupo formado deveria escolher um ou mais dos Mandamentos

Ecológicos apresentados na atividade e ilustrá-los com uso de uma técnica artística

com lápis de escrever.

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Além de terem ressaltado a importância de cada mandamento citado pela

autora na atividade, também fizeram referências sobre a importância de se preservar

o planeta como um todo, para que as gerações futuras tenham garantidos os

recursos naturais que hoje o ambiente disponibiliza de forma parcialmente

equilibrada.

ATIVIDADE 3: Atitudes Ambientais

Durante a atividade 3 foi utilizado o material disponível no livro De olho no

Ambiente, de Teresa Elaine Talarico, 2ª ed. p.98.

Nessa atividade foram enfatizadas algumas ações importantes para serem

praticadas pelas pessoas com relação ao descarte do lixo, à preservação de

recursos naturais, ao respeito em relação ao outro.

Ela objetivava conscientizar os alunos de que boas atitudes em relação ao

planeta, a si próprio e ao outro contribuem para melhorar a qualidade de vida.

Os alunos, individualmente responderam a atividade e relataram oralmente

sobre a importância da adoção de boas atitudes com o ambiente de forma global,

pois uma ação realizada por cada indivíduo reflete diretamente nas ações

desempenhadas pelo outro.

ATIVIDADE 4: Adotar uma Àrvore

Esta atividade foi extraída e adaptada do livro Ensinando a Criança a Amar

a Natureza, de Vania Dohme e Walter Dohme, p.73 a 77.

Essa atividade levou os alunos a conhecer alguns dados da árvore escolhida

e com ela pretendeu-se estimulá-los ao acompanhento desta e de outras árvores,

despertando neles o desejo pela preservação dos recursos naturais do ambiente ao

seu entorno.

Durante o desenvolvimento foi solicitado aos alunos que escolhessem uma

árvore existente no pátio do Colégio sobre a qual deveriam obter alguns dados, os

quais comporiam a “Ficha da Minha Árvore”, cujo modelo está disponível no livro

acima citado.

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Após a realização da atividade no pátio do Colégio, lhes foi pedido que

adotassem uma árvore nas proximidades de suas casas para que pudessem cuidar

e acompanhar o desenvolvimento da espécie escolhida.

A realização desta atividade despertou interesse nos alunos, em especial

quando observaram que o tamanho das árvores não está, de certa forma, associado

à sua idade e ao seu desenvolvimento. Eles apresentaram curiosidades sobre a

árvore que escolheram para cuidar e acompanhar o desenvolvimento, tais como:

quem e porque plantou a árvore, a afetividade que eles têm pela árvore, entre

outras.

ATIVIDADE 5: Dez Mandamentos do Amigo do Planeta

O texto utilizado para a realização desta atividade foi extraído do livro da

Campanha da Fraternidade 2011, da Conferência Nacional dos Bispos no Brasil –

CNBB, p.37 a 42.

Após a apresentação oral do texto feita pela professora e das discussões

feitas com o grupo acerca do texto proposto pelo livro já citado, foi solicitado aos

alunos que escolhessem, em conjunto, alguns dos Dez Mandamentos do Amigo

do Planeta e os representassem com desenhos, colagens ou outra técnica artística,

confeccionando assim, um cartaz.

ATIVIDADE 6: Construindo um Mundo Melhor

Esta atividade foi desenvolvida em duas etapas, sendo que na primeira etapa

a professora levantou junto ao grupo de alunos participantes algumas ações

possíveis de serem praticadas para a manutenção de um ambiente melhor para si e

para as próximas gerações.

Para tanto o grupo deveria destacar quais ações “dependiam deles” e quais

“não dependiam deles” para a manutenção das condições desse ambiente. Foram

colocadas como “situações que dependiam deles”:

Separar o lixo orgânico, reaproveitando-o o máximo possível;

Não jogar o lixo em qualquer lugar;

Tentar diminuir a quantidade de lixo gerada por eles.

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Entre as “situações que não dependiam deles”, foram destacadas:

Levar o lixo até o seu destino final;

Recolher o lixo depositado nas lixeiras;

Desenvolver campanhas de conscientização da população sobre a

importância da separação do lixo e dos cuidados que devemos ter com ele.

Na segunda etapa, iniciada logo após a conclusão do levantamento das

ações, os alunos confeccionaram cartazes que enfocaram, principalmente, as ideias

que eles destacaram.

ATIVIDADE 7: Mural Ecológico

Essa atividade consistiu na organização de um Mural que expôs em local

visível no Colégio algumas das atividades desenvolvidas pelos alunos durante o

desenvolvimento da Unidade 1 – Sensibilização Ambiental. Nele foram afixados os

cartazes, as fichas das árvores observadas, cópias dos textos trabalhados, entre

outros.

Algumas turmas de alunos não participantes do projeto foram convidadas a

visitar a exposição e os alunos participantes do projeto comentaram sobre as

atividades por eles desenvolvidas.

UNIDADE 2: Manejo e Descarte do Lixo Orgânico Doméstico

As atividades desenvolvidas nessa unidade tiveram por objetivo estimular e

capacitar os educandos a lidar com a problemática do lixo, com relação à forma

correta de se manejar e descartar os resíduos produzidos, além de alertá-los sobre a

importância da reciclagem e/ou da reutilização dos resíduos orgânicos domésticos

para o ambiente natural e também como forma de melhorar a qualidade de vida de

cada sujeito envolvido.

Sabendo que a quantidade de lixo produzida no mundo aumenta

progressivamente e gera problemas ambientais que comprometem a qualidade de

vida da população mundial, leva o homem a repensar suas atitudes em relação à

produção do lixo doméstico e buscar ações práticas e positivas que possam resolver

ou apenas minimizar o problema.

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É necessário que todo cidadão reveja atitudes e adote novas posturas,

conscientizando-se de que quanto maior o consumo, tanto mais lixo será produzido.

Neste sentido Waldman aponta algumas soluções existentes para o lixo,

como formas de administrar e monitorar o problema, tais como: mudança dos

hábitos culturais e de consumo das pessoas, evitar ou diminuir a geração de

resíduos na fonte, reutilização direta dos materiais, reciclagem do lixo, entre outras

(2004, p.104).

A prática de atitudes como essas foram desenvolvidas nesta unidade na

forma de questionamentos, com os quais se pretende que os educandos reflitam

acerca de suas atitudes cotidianas em relação ao uso racional dos recursos naturais,

almejando a promoção do equilíbrio ambiental, o que garantirá melhorias para si

próprio e para as futuras gerações.

ATIVIDADE 1: Mudança de Hábitos X Geração de Resíduos: práticas

ambientais possíveis

Para o desenvolvimento desta atividade a professora apresentou aos alunos

um questionário digitalizado que deveria ser respondido por cada um,

individualmente.

As respostas apresentadas serviria de sondagem para que as demais

atividades da unidade pudessem ser melhor desenvolvidas.

O questionário apresentado tinha por objetivo conhecer alguns hábitos das

famílias e dos próprios alunos envolvidos no projeto, para conscientizá-los da

importância de reverem atitudes negativas e de manterem as atitudes positivas que

têm em relação à geração de resíduos e aos hábitos de consumo próprios e de seus

familiares.

ATIVIDADE 2: Debate

Após ter sido feita a aplicação do questionário da atividade 1 e do

levantamento dos dados foi apresentado aos alunos o texto Impedindo a

Transformação de qualquer Substância ou Material em Lixo, extraído e

adaptado do Guia Ecológico Doméstico de Maurício Waldaman e Dan Schneider,

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p.116. Após leitura seguiu-se a discussão da viabilidade das ideias apresentadas

pelos autores.

A partir da discussão do texto, o grupo apontou como importantes as

seguintes ideias:

Que a quantidade de lixo produzida pelas pessoas vem aumentando;

Cada um precisa rever suas atitudes e posturas em relação à problemática do

lixo;

É preciso evitar a produção de lixo ou diminuí-la na fonte geradora;

Reaproveitar ou reutilizar os resíduos orgânicos;

Reciclar o lixo orgânico.

Por fim os educandos foram alertados sobre suas atitudes cotidianas em

relação ao uso e a preservação dos recursos naturais existentes, como evitar o

desperdício e também como controlar a produção de lixo em suas casas.

Dessa forma pretendia-se contribuir para que eles assumissem atitudes

ambientais corretas que pudessem auxiliá-los na diminuição de resíduos por eles

gerados, o que poderia garantir a melhoria da qualidade de vida da população em

geral.

ATIVIDADE 3: Reutilização dos Materiais

Muitos materiais têm despertado nas pessoas o desejo de reaproveitá-los ou

mesmo reutilizá-los para outros fins diferentes daqueles para os quais foram criados.

Os resíduos alimentares, por exemplo, têm levado a iniciativa pública a desenvolver,

junto à população interessada, projetos que ensinam modos diferenciados de

reaproveitamento desses materiais com o intuito de diversificar e melhorar a

alimentação das pessoas, a produzir composto orgânico através da compostagem e

a produzir sabão através da reciclagem do óleo e/ou da gordura animal, além de

proporcionar economia e de diminuir a quantidade de rejeitos descartados evita seu

acúmulo no ambiente.

Assim para o desenvolvimento dessa atividade foi proposta aos alunos a

realização das seguintes ações:

Pesquisa bibliográfica e na internet para a definição de Reutilização: conceito

e materiais e/ou produtos que podem ser reutilizados;

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Proposição de algumas alternativas viáveis para se reutilizar alguns produtos.

Algumas dessas alternativas serão amplamente trabalhadas nas oficinas.

A prática do reaproveitamento de determinados produtos ou materiais por si

só não resolve o problema do lixo, mas se apresenta como uma alternativa viável

que pode auxiliar na diminuição da produção de resíduos.

Após a realização da atividade, o grupo destacou que, em suas casas, as

embalagens, cascas de frutas e sobras de alimentos são bastante reutilizadas por

seus familiares.

ATIVIDADE 4: Coleta Seletiva – Reciclagem do Lixo Doméstico

O lixo, “qualquer substância que não é mais necessária e tem que ser

descartada” (DASHEFSKY, 2003, p.175), está intimamente ligado à poluição e

degradação do ambiente.

O lixo doméstico produzido pela população brasileira é composto por vários

materiais, tais como metais, plásticos, papel e matéria orgânica, que representa a

maior parte dele.

A matéria orgânica, “substância que se compõe ou é derivada de organismos

vivos” (DASHEFSKY, 2003, p.182), presente na composição do lixo doméstico

brasileiro, varia percentualmente de 52 a 60% do total de lixo produzido. Esse

percentual pode estar associado à condição sócio-econômica da população. Isto se

deve ao fato de que “quanto maior seu poder aquisitivo, maior a produção e o

consumo de embalagens, diminuindo o percentual de matéria orgânica do lixo.”

(SEMA,1996, p.54)

Tendo em vista a diversidade da composição do lixo produzido pelos

brasileiros, as entidades públicas desenvolvem em seus estados e municípios

programas específicos de coleta seletiva de resíduos, que se praticados pela

população, podem contribuir para minimizar o problema ambiental que se tornou o

lixo.

A partir dos dados apresentados no questionário da atividade 1, das

discussões e das pesquisas propostas pelas atividades desta unidade, foi escrito

pelo grupo de alunos um texto informativo coletivo intitulado: “O que fazer com os

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Resíduos Orgânicos Gerados em sua Casa”. Nele deveriam estar contempladas

algumas das ideias estudadas e debatidas anteriormente, tais como:

Separação do lixo orgânico e do reciclável;

Reaproveitamento dos resíduos orgânicos domésticos na compostagem ou

na alimentação, quando possível;

Reciclar o resíduo de origem orgânica, fabricando outros produtos.

UNIDADE 3: Oficinas Ambientais de Reciclagem e Reaproveitamento

As ações desenvolvidas nessa unidade têm por objetivo produzir bens de

consumo através da reciclagem ou do reaproveitamento dos resíduos orgânicos

domésticos, em específico de folhas, talos, cascas ou sementes de hortaliças,

legumes e frutas e outros na alimentação e para compostagem, bem como do óleo

vegetal e/ou da gordura animal para a produção de sabão.

A forma e/ou receitas a serem utilizadas nas oficinas estão disponíveis em

www.sema.pr.gov.br no Programa Desperdício Zero, no link Material Didático, Kit

Orgânico-5 e Cozinha Alternativa.

As receitas sugeridas para a produção do sabão fazem parte do acervo da

professora..

O desenvolvimento das oficinas motivou os alunos para a prática da

reciclagem e do reaproveitamento dos resíduos orgânicos domésticos ao invés de

descartá-los no ambiente de forma indiscriminada, o que traz danos à população e

consequentemente o prejuízo e a contaminação do ambiente natural.

ATIVIDADE1: Oficina da Compostagem

Com a prática desta atividade os alunos perceberam que o lixo orgânico

doméstico pode ser reciclado e gerar adubo orgânico para o solo. Para desenvolvê-

la a professora solicitou aos alunos uma pesquisa onde deveriam estar destacados

os seguintes itens:

Definição do que é Compostagem;

Tempo necessário para a compostagem;

Resíduos que podem ser utilizados;

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Como fazer uma composteira;

Objetivos de se construir e utilizar uma composteira.

Os alunos realizaram pesquisa no laboratório de informática do colégio e,

com ela em mãos, seguiram-se discussões em sala sobre o assunto.

O grupo, orientado pela professora, coletou em suas casas material orgânico

em quantidade suficiente e o levaram ao colégio, onde iniciaram o preparo da

compostagem seguindo os dados levantados pela pesquisa que realizaram.

A composteira foi montada numa caixa de vidro e a decomposição do

material foi acompanhada semanalmente pelo grupo.

O resultado final dessa atividade não pode ser observado pelo grupo devido

à demora da decomposição dos materiais utilizados e também devido ao tempo das

férias escolares.

ATIVIDADE2: Oficina da Produção de Sabão

O objetivo dessa oficina foi demonstrar aos alunos que o óleo vegetal e/ou a

gordura animal podem ser reciclados, produzindo-se com eles entre outras coisas,

sabão em barra e sabão líquido.

Essa prática evita que o descarte desses produtos seja feito de forma

incorreta, o que pode provocar a contaminação e o empobrecimento do solo e, por

conseguinte, a contaminação da água.

A professora demonstrou aos alunos como fazer o sabão em pedra utilizando

receitas de seu acervo pessoal.

ATIVIDADE3: Oficina de Reaproveitamento de Talos, Cascas, Folhas e

Sementes de Vegetais

Essa oficina objetivou conscientizar os alunos sobre a importância de se

consumir, quando possível, uma parte maior dos vegetais, diminuindo assim a

produção de lixo em suas casas e com isso diversificar e melhorar a alimentação por

eles consumida.

Foi solicitado aos alunos que levassem partes dos vegetais que normalmente

são descartados no lixo, como folhas, cascas, sementes e talos e de posse deles, a

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atividade continuou na cozinha do colégio onde a professora e os alunos prepararam

pratos alternativos para serem degustados.

As partes dos vegetais que foram levadas para a oficina foram,

principalmente, cascas de frutas (laranja, abacaxi, manga, limão e maçã) e com elas

foram preparados sucos e doces, além de sobras de arroz e feijão com as quais

foram preparadas tortas, bolinhos e virado de feijão.

Algumas das receitas selecionadas para o uso nesta oficina e a forma como

foram trabalhadas em relação ao manuseio e higienização dos alimentos está

disponível em www.sema.pr.gov.br no Programa Desperdício Zero, no link Material

Didático, Cozinha Alternativa. Outras foram trazidas pelos próprios alunos.

Resultados Obtidos com a Implementação do Projeto e a Utilização do Material

Didático

Esse trabalho pretendeu motivar os alunos envolvidos para uma efetiva

mudança de atitudes e hábitos em relação ao meio ambiente de seu entorno,

especialmente no tocante a questão do lixo orgânico doméstico, seu descarte

reutilização e reciclagem.

Os alunos estiveram, sob a supervisão da professora que estava

implementando esta proposta, realizando todas as atividades previstas em cada

unidade para que os objetivos traçados pudessem ser alcançados.

Durante a aplicação das atividades referentes a cada unidade, a professora

esteve observando as atitudes positivas que cada ação iria provocar nos alunos. A

participação e envolvimento deles durante a execução das atividades também foram

atitudes de observação e avaliação, pois se acredita que essas ações podem

auxiliar na formação de ideias e opiniões que os levarão à aprendizagem e a

mudança de atitudes.

A implementação iniciou-se com a Unidade I – Sensibilização Ambiental, que

visava motivar os educandos para a participação no projeto e para que fossem

cautelosos em relação ao ambiente.

Essa unidade foi um tanto cansativa, embora os alunos tenham realizado

todas as atividades, não gostavam de expor seus trabalhos tampouco apresentar

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suas opiniões. A professora fomentava as discussões e com o andamento das

atividades o grupo foi tornando-se mais ativo e participante.

Ao final das atividades propostas nesta unidade, o grupo organizou o Mural

Ecológico, onde expuseram seus trabalhos.

Foram convidadas algumas turmas de alunos do colégio, para visitar a

exposição dos trabalhos e ouvir a apresentação oral dos alunos participantes do

projeto sobre o desenvolvimento das atividades.

Concluída a unidade I a professora seguiu com a Unidade II – Manejo e

descarte do lixo orgânico doméstico, onde foram desenvolvidas ações que levaram

os alunos a adotarem hábitos possíveis de serem praticados em relação ao lixo

produzido por eles e por suas famílias.

Como o grupo mostrou-se interessado em realizar as atividades propostas

pela professora, o desenvolvimento desta unidade foi mais agradável e satisfatório.

As atividades eram dinâmicas e atraentes, envolveram questionários,

debates, pesquisas no laboratório de informática e produção de texto, levando o

grupo a demonstrar muito interesse em realizá-las.

O objetivo proposto para a construção do texto relativo à coleta seletiva do

lixo foi amplamente atendido pelos alunos, que manifestaram suas ideias de forma

clara, dinâmica e participativa.

Concluídas as atividades desta unidade o grupo visitou duas sala de aula do

colégio para apresentar o texto produzido e, através dele motivar os outros alunos

para a prática consistente da coleta seletiva do lixo, que deve ser feita na casa de

cada pessoa, bem como sua importância para cada um e para o ambiente.

A implementação das atividades terminaram com as oficinas ambientais de

reciclagem e reaproveitamento realizadas durante a Unidade III, onde os educandos

aprenderam algumas práticas possíveis de serem realizadas pela população que

auxiliam na diminuição dos resíduos orgânicos domésticos que se acumulam no

ambiente e que, em geral, são produzidos em suas casas.

O desenvolvimento das oficinas desta unidade foi o que mais agradou os

alunos participantes, que as consideraram muito interessantes, executando-as com

entusiasmo.

Sob a orientação e auxilio da professora, eles fizeram no laboratório do

colégio a caixa de compostagem e o sabão. Depois de terem decidido pela receita

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que iriam preparar, puderam prepará-la e oferecer para degustação de um grupo de

professores que foram convidados a participar desta atividade.

Este projeto e sua implementação através do material didático elaborado pela

professora foi bastante elogiado pelos profissionais que trabalham no colégio onde

as atividades foram desenvolvidas. Eles ressaltaram sobre sua utilidade e

importância para o ambiente, além de solicitarem que seja dada continuidade a ele

nos anos subsequentes à sua implementação.

Os alunos que participaram da implementação deste projeto se mostraram

interessados em continuar desenvolvendo as atividades, em especial, a realização

das oficinas já propostas.

Foram sugeridas pelo grupo de alunos que, na possibilidade da continuidade

do projeto, fossem acrescentadas novas oficinas, tais como a de customização de

roupas e acessórios e o bazar da troca, onde eles poderão trocar com outros alunos

objetos que não lhes são mais úteis, evitando o consumismo excessivo, bem como a

diminuição da quantidade de lixo produzida e seu descarte no ambiente.

A professora desenvolveu os temas apresentados em cada unidade, valendo-

se das atividades propostas no Caderno Pedagógico por ela escrito e os resultados

obtidos atenderam aos objetivos propostos.

REFERÊNCIAS

BOFF, Leonardo. Ética da vida. 2. ed. Brasília: Letraviva, 2000.

CNBB. Campanha da Fraternidade 2011 - fraternidade e a vida no planeta. Brasília: Editora e Gráfica Ipiranga Ltda. 2011

DASHEFSKY, H. Steven. Dicionário de ciência ambiental. São Paulo: Gaia, 1994. DOHME, Vânia. Ensinando a criança amar a natureza. São Paulo: Informal Editora, 2002.

LEFF, Henrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília, 1998.

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SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS. Programa Desperdício Zero. Governo do Paraná - SEMA, 2006.

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares de Ciências da Educação Básica. Curitiba, 2008.

TALARICO, Teresa Elaine. De olho no Ambiente. Brasília: Editora Técnica, 2009.

WALDMAN, Maurício; SCHNEIDER, Dan Moche. Guia ecológico doméstico. São Paulo: Contexto, 2004.

www.sema.pr.gov.br no Programa Desperdício Zero, no link Material Didático, Cozinha Alternativa.